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Observação 8 Observatório de Recursos Humanos em Saúde Plano Diretor 2007/2009 EVOLUÇÃO DOS RECURSOS HUMANOS E DAS PRÁTICAS ALTERNATIVAS DE SAÚDE NO SETOR PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL Brasília-DF, Brasil 2012

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Observatório de Recursos Humanos em Saúde

Plano Diretor 2007/2009

Evolução dos rEcursos humanos E das práticas altErnativas dE saúdE no sEtor público do distrito FEdEral

Brasília-DF, Brasil

2012

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Obs

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Universidade de Brasília

Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares

Núcleo de Estudos de Saúde Pública

Observatório de Recursos Humanos em Saúde

Evolução dos rEcursos humanos E das práticas altErnativas dE saúdE no sEtor público do distrito FEdEral

Adriana Maria Parreiras Marques

Co-autora

Alba Sony Bastos Oliveira

Brasília-DF, Brasil

2012

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© Núcleo de Estudos de Saúde Pública, 2012Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução total ou parcial desta obra, desde que seja citada a fonte e não seja para venda ou qualquer outro fim comercial.

Autora e pesquisadora: Adriana Maria Parreiras Marques

Co-autora e pesquisadora: Alba Sony Bastos Oliveira

Estatístico: André Luís Souza

Revisão de conteúdo:Valdemar de Almeida RodriguesZuleide do Valle Oliveira Ramos

Normalização e revisão de texto: Yana Maria Palankof

Editoração: Priscilla Paz

Este documento faz parte da produção do Observatório de Recursos Humanos em Saúde (Nesp/Ceam/UnB), que conta com patrocínio do programa de cooperação Opas/Ministério da Saúde. Pode ser encontrado no sítio web: <http://www.observarh.org.br/nesp>.

Contribuições e sugestões podem ser enviadas para:Observatório de Recursos Humanos em Saúde – ObservaRHNúcleo de Estudos de Saúde Pública – NespSCLN, 406, bloco A, sala 202, Asa Norte, Brasília-DFCEP 70847-510Telefax: (61) 3340 6863/3349 9884E-mail: [email protected]

Ficha catalográfica elaborada por Diego da Silva Paiva CRB 1/0598

M357c Marques, Adriana Maria Parreiras

Evolução dos recursos humanos nas práticas alternativas de saúde no setor público do Distrito Federal / Adriana Maria Parreiras Marques, Alba Sony Bastos Oliveira – Brasília: UnB/ObservaRH/Nesp, 2012.

68 p. (Série Observação 8)

ISBN: 978-85-7967-079-4

1. Medicinas tradicionais 2. Práticas Integrativas de Saúde 3. Medicinas não conven-cionais 4. Racionalidades médicas 5. Terapias complementares 6. Recursos humanos em saúde 7. Ocupações em saúde 8. Distrito Federal I. Marques, Adriana Maria Par-reiras II. Título III. Subtítulo IV. Núcleo de Estudos de Saúde Pública.

CDU 614.2

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sumário

Sobre oS integranteS do eStudo .............................................................7

agradecimentoS ......................................................................................9

LiSta de SigLaS .......................................................................................11

apreSentação .........................................................................................13

1 eStrutura e metodoLogia da peSquiSa ...............................................15

2 evoLução e baSeS daS práticaS aLternativaS de Saúde

no Setor púbLico do diStrito FederaL ..................................................19

3 reSuLtadoS ..........................................................................................31

4 conSideraçõeS FinaiS ..........................................................................65

reFerênciaS ............................................................................................67

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sobrE os intEgrantEs do Estudo

adriana maria parrEiras marquEs

Graduada em Odontologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus Belo Horizonte (1984); especialização em Odontologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – Campus Belo Horizonte (1985); especialização em Educação a Distância pela Uni-versidade de Brasília – Faculdade de Educação (2000). Foi professora da Universidade de Brasília, consultora do Ministério da Saúde, profissio-nal nacional da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e membro do grupo de comunicadores das Nações Unidas. Atualmente é assessora da Opas/OMS e pesquisadora do Núcleo de Estudos em Saúde Pública/UnB. Tem experiência nas áreas de saúde coletiva, políticas de recursos humanos, práticas alternativas de saúde, gestão da informação e do conhecimento e cooperação internacional.

alba sony bastos olivEira

Arteterapeuta, graduada em Serviço Social pela Universidade de Brasília (UnB – 1992); especialização em Gerontologia Social pela Universidade Estadual do Ceará (UECE – 1999); formação em Arteterapia pela Clínica Pomar/RJ (2003); formação no curso básico e aprofundamento de Antro-posofia, na área da saúde, pela Associação Brasileira de Medicina Antropo-sófica (Abma) Nacional e pela Abma/DF (2006 a 2010). Colaboradora do Observatório de Recursos Humanos em Saúde (ObservaRH), do Núcleo de Estudos de Saúde Pública (Nesp), do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares (Ceam), da Universidade de Brasília (UnB). Atualmente coordena as ações da arteterapia, no Núcleo de Medicina Natural e Tera-pêuticas de Integração (Numenati), da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF). Tem experiência na área das Práticas Integrati-vas de Saúde.

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agradEcimEntos

Ao Numenati, Núcleo de Medicina Natural e Terapêutica de Integra-ção, pelo importante trabalho realizado junto à Secretaria de Estado

de Saúde do Distrito Federal, implantado de forma competente, íntegra e inovadora, bem como pela receptividade e pela disponibilidade no com-partilhamento de informações.

À pesquisadora Alba Sony Bastos Oliveira pela alta qualidade da participação, bem como por seu envolvimento na captura, na análise e na avaliação dos resultados encontrados.

À equipe do Observatório de Recursos Humanos em Saúde: Valde-mar de Almeida Rodrigues e Zuleide do Valle Oliveira Ramos, pelo apoio oferecido e pela contribuição na revisão teórica.

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lista dE siglas

Ceam Centro de Estudos Avançados MultidisciplinaresCema Centro de Medicina AlternativaGDF Governo do Distrito Federal

Diase Diretoria de Assistência Especializada – GDFMA Medicina alternativaMC Medicina complementarMS Ministério da SaúdeMT Medicina tradicionalNesp Núcleo de Estudos de Saúde PúblicaNumenati Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de IntegraçãoObservaRH Observatório de Recursos HumanosOMS Organização Mundial da SaúdeOpas Organização Pan-Americana da SaúdePIS Práticas Integrativas de SaúdeRH Recursos humanos

Sementi Serviço de Medicina Natural e Terapêuticas de IntegraçãoSES/DF Secretaria de Estado de Saúde do Distrito FederalSuprac Subsecretaria de Programação, Regulação, Avaliação e

Controle da SES/DFSUS Sistema Único de SaúdeSUS/DF Sistema Único de Saúde do Distrito FederalTA/C Terapias alternativas/complementaresUnB Universidade de Brasília

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aprEsEntação

A pesquisa intitulada Evolução dos recursos humanos e das práticas alternativas de saúde no setor público do Distrito Federal faz parte de

uma das linhas de investigação do Observatório de Recursos Humanos em Saúde (ObservaRH), que é vinculado ao Núcleo de Estudos de Saúde Pública do Centro de Estudos Avançados Multidisciplinares da Univer-sidade de Brasília (Nesp/Ceam/UnB), e seu desenvolvimento é fruto da parceria com o Ministério da Saúde (MS) e com a Organização Pan-Ame-ricana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS).

O acompanhamento do mercado de trabalho na área da saúde e do percurso de seus recursos humanos levaram o ObservaRH a detectar o significativo aumento da visibilidade social e da inserção das práticas alternativas1 na área da saúde, bem como a necessidade de aprofundar e ampliar estudos e informações sobre as características e a abrangência dessas práticas e dos recursos humanos que as adotam.

Desde o ano de 2006, o ObservaRH vem realizando investigações nesta área2 que culminaram com a publicação intitulada: Das medicinas tradicionais às práticas integrativas de saúde: caracterização dos recursos humanos nas práticas alternativas de saúde adotadas no Distrito Federal,3 e, na sequência: Confluência das práticas alternativas de saúde.4

Para dar continuidade a este campo de investigação foi planejada esta pesquisa, que teve como objetivo avaliar a evolução dos recursos

1 O termo práticas alternativas de saúde adotado na pesquisa foi considerado uma etiqueta so-cialmente conhecida com capacidade aglutinadora de diversas terminologias, facilitando a identificação dos recursos humanos e suas consequentes práticas.

2 A investigação foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde/UnB.

3 MARQUES, 2010.4 Estudo anterior concluído e disponibilizado em meio eletrônico no ano de 2011. Sua publi-

cação em exemplar impresso foi viabilizada em 2012, quando foi objeto de nova formatação e revisão geral.

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humanos e das práticas alternativas de saúde no setor público do Distrito Federal, comparando dados coletados em 2006 aos dados coletados em 2009.

No universo de dados oferecidos, especial atenção foi destinada ao quantitativo dos recursos humanos nas práticas alternativas de saúde vin-culadas à Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal (SES/DF), bem como ao quantitativo de atendimentos realizados pelos profissionais vin-culados a tais práticas, sob a coordenação do Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (Numenati).

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Estrutura E mEtodologia da pEsquisa

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Estrutura E mEtodologia da pEsquisa

Tendo como alvo o setor público, a investigação consistiu em pesquisa documental realizada na Secretaria de Estado de Saúde do Distrito

Federal, especificamente no Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (Numenati).

Tendo como meta-objetivo a comparação de aspectos institucionais concernentes ao período de 2006 a 2009, optou-se por uma investigação quantitativa, embora algumas vezes, ao longo da apresentação dos resul-tados, tenham sido inseridas informações qualitativas, fruto da captura de dados complementares, classificadas como entrevistas contextualizadas,5 de caráter esclarecedor, circunstanciadas pela presença de incertezas ou pela particularidade de alguns dados encontrados.

As entrevistas contextualizadas são realizadas unicamente para checar dados que aparentemente trazem informação controversa e, portanto, não utilizam nenhum instrumento/questionário predefinido, sendo utilizadas apenas para compreender a circunstância na qual o dado foi construído.

Nessa fase foram identificadas 11 práticas alternativas de saúde vin-culadas ao Numenati entre 2006 e 2009.

As informações foram fornecidas pela Subsecretaria de Programa-ção, Regulação, Avaliação e Controle (Suprac/SES/DF), por alguns núcleos da Gerência de Pessoal Ativo (Gepa), da Diretoria de Gestão de Pessoal (Digep), subordinada à Subsecretaria do Fator Humano em Saúde (Sufah/SES/DF), bem como pelo Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (Numenati/SES/DF).

5 Entrevistas elucidatórias, pontuais, destinadas a pessoas da coordenação do Numenati, que dispõem de informações para a compreensão dos dados obtidos.

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2

Evolução E basEs das práticas altErnativas dE saúdE no sEtor público do distrito FEdEral

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Evolução E basEs das práticas altErnativas dE saúdE no sEtor público do distrito FEdEral

o contExto histórico da criação E o dEsEnvolvimEnto do núclEo dE mEdicina natural E tErapêuticas dE intEgração (numEnati) na sEcrEtaria dE Estado dE saúdE do distrito FEdEral

A trajetória de experiências desafiadoras e exitosas dos vinte anos do Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (Nume-

nati) está vinculada à própria construção do Sistema Único de Saúde do Distrito Federal (SUS/DF), pois se encontra ancorada nos princípios deste sistema: integralidade, universalidade, equidade, descentralização, con-trole social e resolutividade.

As ações do Numenati são transversais na SES/DF, ou seja, encontram--se desde a atenção primária à saúde até atividades de alta complexidade, com interfaces com vários programas desta Secretaria. Elas estão presentes em toda a rede de assistência à saúde no DF, cada uma com sua trajetória particular e singular na rede. Além do mais, há importantes ações interseto-riais, como na educação, no meio ambiente, na segurança dentre outras.

partE i – rEcupEração histórica dE 1980 a 20066

No Distrito Federal, a partir de fins da década de 1980, a Secretaria de Estado de Saúde (SES/DF) passou a adotar uma série de medidas vol-tadas para a institucionalização de diversas práticas alternativas de saúde.

6 Informação recuperada de pesquisa anterior intitulada Das medicinas tradicionais às práticas integrativas de saúde: caracterização dos recursos humanos nas práticas alternativas de saúde adotadas no Distrito Federal. Brasília: UnB/ ObservaRH/NESP, 2010.

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22 Observação

A Portaria nº 13 da SES/DF, de 14/08/1989, publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) de 22/08/1989, criou o Programa de Desenvolvimento das Terapias não Convencionais (PDTNC), que implan-tou no Sistema Único de Saúde do Distrito Federal (SUS/DF) os atendi-mentos médico-ambulatoriais em acupuntura e homeopatia e a assistên-cia em fitoterapia e alimentação natural.Em 1990 iniciaram-se as ações das Práticas Integrativas de Saúde (PIS), em especial a automassagem.

A Portaria nº 39 da SES/DF, de 18/12/1998, publicada no DODF de 23/12/1998, cria o Serviço de Medicina Natural e Terapêuticas de Inte-gração (Sementi), que substituiu o PDTNC. Nesse mesmo ano foram ini-ciadas as atividades do lian gong em 18 terapias/PIS, sendo na mesma ocasião inaugurado o Laboratório de Manipulação de Medicamentos Fito-terápicos e Homeopáticos.

O Decreto nº 21.477 do Governo do Distrito Federal (GDF), de 31/08/2000, republicado no DODF de 25/10/2000, que dispõe sobre a estrutura orgânica da SES/DF, criou o Núcleo de Medicina Natural e Tera-pêuticas de Integração (Numenati), subordinado à Gerência de Recursos Médicos Assistenciais. No mesmo ano, iniciou-se a atividade da shantala/PIS.

Em dezembro de 2001, o Numenati realizou o I Simpósio de Medi-cina Natural e Práticas Integrativas de Saúde do SUS/DF. Nesse evento a terminologia PIS foi adotada como possibilidade de acolher outras ativi-dades de saúde, pois anteriormente só eram contempladas as atividades/práticas com foco no corpo: automassagem, lian gong em 18 terapias e shantala.

Em 2002, foram definidos os quantitativos das especialidades dos cargos da carreira médica, tendo sido criados vinte vagas de acupuntura e vinte vagas de homeopatia no quadro de pessoal da SES/DF. No mesmo ano foi realizado o primeiro concurso público, aprovando 12 médicos acu-punturistas e 15 médicos homeopatas, que assumiram seus cargos a partir de outubro de 2003.

Em 2003 inicia-se a atividade de meditação/PIS no Hospital de Apoio de Brasília (HAB), inserida na proposta de humanização dos servi-ços de saúde, programa Cuidando do Cuidador, inicialmente voltada aos servidores do referido hospital e do Numenati.

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Em 2004 houve a reestruturação geral das PIS, com o fortalecimento e a redefinição das coordenações, ficando desenhada com uma coordena-ção-geral e cinco coordenações técnicas específicas: 1. automassagem; 2. lian gong em 18 terapias; 3. shantala; 4. meditação; e 5. arteterapia. Assim, no mesmo ano inicia-se a atividade da arteterapia/PIS, a oferta de grupos pilotos para servidores da SES/DF, sendo desenvolvida em algumas uni-dades de saúde. Também nesse mesmo ano as PIS foram reconhecidas como uma das cinco ações de destaque na estratégia de humanização da SES/DF.

O Decreto nº 24.421 do GDF, de 20/02/2004, publicado no DODF de 25/02/2004, cria a Diretoria de Assistência Farmacêutica (Diasf) na SES/DF, subordinada à Subsecretaria de Atenção à Saúde (SAS). Nesta Dire-toria encontra-se o Núcleo de Medicamentos de Assistência Básica Fito-terápico e Homeopático (NABFH), subordinado à Gerência de Assistência Farmacêutica Ambulatorial (Geafa).

Em setembro de 2005 foi realizado o segundo concurso para os médicos acupunturistas e homeopatas da SES/DF, sendo a contratação efetivada a partir de janeiro de 2006.

Em novembro e dezembro de 2005, o Numenati participou da disci-plina eletiva Medicina Natural e Práticas Integrativas de Saúde, da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS), para estudantes do terceiro ano do curso de medicina, tendo participado da mesma disciplina no mesmo período de 2006.

Na primeira quinzena de dezembro de 2005 ocorreu o II Simpósio do Numenati, ocasião em que aconteceu o I Fórum da Antroposofia no SUS/DF.

A Portaria nº 138 da SES/DF, de 13/12/2005, publicada no DODF de 15/12/2005, aprova o Manual de normas e procedimentos das atividades do Numenati.7

A Resolução nº 28/2006 do Conselho de Saúde do Distrito Federal, de 20/06/2006, publicada no DODF de 17/07/06, aprova a criação do Dia das Práticas Integrativas de Saúde, no dia 4 de outubro na SES/DF.

7 Portaria disponível no site <http://www.buriti.df.gov.br/ftp/default_ctd.cfm>.

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24 Observação

Em novembro de 2006 ocorreu o encerramento do primeiro treina-mento da SES/DF dos facilitadores em tai chi chuan/PIS, em parceria com a Associação Cultural Brasil/China do Distrito Federal.

Estrutura do Numenati em 2006• ChefiadoNúcleo• AssessoriadePlanejamentoePesquisa• ApoioTécnico-Administrativo• CoordenaçãodeAcupuntura• CoordenaçãodeHomeopatia• CoordenaçãodasPIS:• CoordenaçãoGeraldasPIS• CoordenaçãodeArteterapia• CoordenaçãodeAutomassagem• CoordenaçãodeLianGongem18Terapias• CoordenaçãodeMeditação• CoordenaçãodeShantala• CoordenaçãodeTaiChiChuan

É importante destacar que desde a reforma administrativa ocorrida na SES/DF em 2004 a fitoterapia ficou sem a presença de um coordena-dor, ou seja, não há um técnico específico que ocupe essa coordenação no Numenati.

partE ii – rEcupEração histórica dE 2007 a 2009 ainda incluindo o passado

A intenção de resgatar historicamente a origem das práticas alter-nativas de saúde no setor público do DF faz com que nos deparemos com antigos elementos não mencionados em recuperação anterior (Parte I) e que são de grande valia para a compreensão do processo.

Assim sendo, vale destacar fatos que demonstram ser a origem da medicina natural e das Práticas Integrativas de Saúde (PIS) na SES/DF anterior ao Programa de Desenvolvimento de Terapias não Convencionais

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Volume 8 25

(PDTNC), visto que o PDTNC remete à criação do Instituto de Tecnologia Alternativa do DF (ITA/DF), órgão vinculado, na época, ao Gabinete Civil – Decreto nº 9.317, de 12/03/1986.

O referido Instituto, apud Mançano (2007), foi criado com a missão de planejar, fomentar, orientar a implantação e o acompanhamento de projetos alternativos no DF, incluindo as áreas de medicina (implanta-ção de um sistema terapêutico tradicional e alternativo), urbanismo (tra-tamento ecológico dos esgotos, construções alternativas de moradias) e agricultura (produção agrícola sem agrotóxicos, adubação orgânica, dentre outras). Em julho de 1987 foi celebrado, intersetorialmente, o Convênio de Cooperação nº 11/1987, que posteriormente propiciou a edição da Portaria nº 13 da SES/DF, de 14/08/1989, publicada no DODF de 22/08/1989, que criou o PDTNC.

Neste contexto, ao resgatarmos a história da medicina natural e das Práticas Integrativas de Saúde na SES/DF, observamos que essa metamor-fose teve início com o Instituto de Tecnologia Alternativa do DF (ITA/DF – 1987-1989); seguindo com o Programa de Desenvolvimento de Tera-pias não Convencionais (PDTNC – 1989-1998); tendo sido criado pos-teriormente o Serviço de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (Sementi – 1998-2000); e a partir de 2000 ocorreu a criação do Núcleo de Medicina Natural e Terapêuticas de Integração (Numenati), como já citado em recuperação histórica anterior.

novos passos Em dirEção ao FortalEcimEnto do numEnati

A trajetória do Numenati no período de 2007 a 2009 continua sendo marcada pela contínua institucionalização das práticas alternativas de saúde no DF, com movimentos distintos e peculiares a cada área ou coordenação, como é demonstrado a seguir.

A homeopatia teve dois planos aprovados pelo Conselho de Saúde do DF (CSDF): o Plano de Desenvolvimento da Homeopatia no SUS/DF, com definição de ações de curto, médio e longo prazos, e o Plano Estadual de Homeopatia, com a definição de ações no prazo de 2008 a 2011.

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26 Observação

Também foi realizado um ensaio clínico controlado para avaliar os benefícios da homeopatia na qualidade de vida e na saúde de pessoas com HIV/Aids. A investigação, contou com apoio de várias instituições, entre elas o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Encontra-se em processo avançado de elaboração o projeto para implantação de residência médica em homeopatia no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN). Por sua vez, a acupuntura teve seu programa de residência médica iniciado em 2008 no Hospital de Base do DF (HBDF).

A partir do segundo semestre de 2007 iniciou-se o processo de estruturação, implantação e implementação das atividades de medicina e terapias antroposóficas na SES/DF, mais especificamente no Centro de Medicina Alternativa (Cema), em Planaltina-DF, com formação de equipe transdisciplinar. É importante lembrar que não existe quadro funcional de médicos antroposóficos na SES/DF. Estes profissionais são oriundos de outras especialidades médicas e de outras categorias profissionais, devi-damente capacitados para a área (terapias antroposóficas).

Também a partir do segundo semestre de 2007 houve nova rees-truturação no desenho interno das Práticas Integrativas de Saúde, oca-sião em que deixou de existir a coordenação-geral dessas ações, ficando tão somente as coordenações das áreas técnicas específicas, subordinadas diretamente à chefia do núcleo, com exceção da musicoterapia, que na época ainda não estava contemplada nas ações do Numenati/SES-DF.

Em outubro de 2008 têm início as atividades da musicoterapia. Não há quadro funcional específico para musicoterapeutas na SES/DF, sendo estes servidores desta Secretaria oriundos de diversas categorias profissionais habilitados por curso de especialização nessa área, a exemplo do que ocorre com outras áreas técnicas das PIS, especificamente a artete-rapia. Em 2008 foram realizados dois projetos de pesquisa: “Musicoterapia em cuidados paliativos no Hospital de Apoio/SES/DF” e “Musicoterapia com gestantes de alto risco no HRAS/SES/DF”. Em 2009 foi realizada a pesquisa “Contribuição da musicoterapia para ambientação dos servidores do Centro de Saúde de Ceilândia nº 12”.

Em maio de 2009 os coordenadores técnicos foram designados, oficialmente, por meio da Portaria SES/DF, sem número, de 23/03/2009,

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publicada no DODF nº 92, página 51, de 14/05/2009, para exercer a função nas seguintes áreas do Numenati: acupuntura; arteterapia; homeopatia; musicoterapia; automassagem; lian gong em 18 terapias; tai chi chuan; medicina e terapias antroposóficas; meditação; e shantala.

Com o objetivo de institucionalizar as PIS, bem como valorizar e garantir as ações desenvolvidas pelos servidores dessas práticas, denomi-nados «facilitadores das PIS», foi aprovada a Portaria nº 175 da SES/DF, de 03/09/2009, publicada no Diário Oficial do DF de 14/09/2009. Com esta publicação foram definidas as atribuições dos referidos facilitadores na SES/DF e também estabelecida a destinação de sua carga horária contra-tual (mínimo de seis horas semanais) para o cumprimento dessas ações.

É importante ressaltar que tal fato vem refletindo o empenho do Numenati em viabilizar o trabalho dos profissionais que atuam como facilitadores em PIS. Estes passam a gozar de status privilegiado, tendo legitimadas suas ações em PIS, o que reduz os conflitos advindos de sua dedicação às práticas complementares às de seu cargo efetivo.

Cada área técnica específica continua participando anualmente da disciplina eletiva/optativa denominada Medicina Natural e Práticas Integrativas de Saúde, entendida como uma prática complementar de ensino (PCE) oferecida para os alunos do terceiro ano do curso de medi-cina da Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS). Com a expansão da Escola, que em 2009 passou a contar com o curso de graduação em enfermagem, prevê-se a ampliação da oferta da eletiva também para esses futuros profissionais.

Estrutura do Numenati em 2009A partir do Decreto do GDF nº 28.011, de 30/05/2007, publicado

no DODF/Suplemento, de 04/06/2007, a SES/DF teve sua estrutura admi-nistrativa alterada. Dessa forma, o Numenati ficou subordinado à Gerên-cia de Recursos Médico-Hospitalares (GRMH), na Diretoria de Assistên-cia Especializada (Diase). Da mesma forma, o Núcleo de Medicamentos de Assistência Básica Fitoterápico e Homeopático (NABFH) passa a ser denominado Núcleo de Suporte e Assistência Farmacêutica em Terapias não Convencionais, mantendo sua vinculação com a Gerência de Assis-tência Farmacêutica, na Diretoria de Assistência Farmacêutica (Diasf).

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28 Observação

Ambos os Núcleos mantêm-se subordinados à Subsecretaria de Atenção à Saúde (SAS).

Em 2009 o Numenati mantém-se alocado na mesma estrutura anteriormente descrita, com a seguinte organização interna:

• ChefiadoNúcleo• Coordenação de Planejamento, Projeto e Pesquisa (presta

assessoria a todas as coordenações técnicas, bem como à chefia)• ApoioTécnico-Administrativo• Dezcoordenaçõestécnicasespecíficasformalmenteocupadas:• CoordenaçãodeAcupuntura• CoordenaçãodeArteterapia• CoordenaçãodeAutomassagem• CoordenaçãodeHomeopatia• CoordenaçãodeLianGongem18Terapias• CoordenaçãodeMedicinaeTerapiasAntroposóficas• CoordenaçãodeMeditação• CoordenaçãodeMusicoterapia• CoordenaçãodeShantalae• CoordenaçãodeTaiChiChuan É importante relembrar que desde a reforma administrativa ocor-

rida em 2004 na SES/DF a fitoterapia perdeu uma coordenação no Nume-nati. Ao Núcleo compete a missão da organização da assistência clínica fitoterápica no SUS, a formação de recursos humanos em fitoterapia, em parceria com os técnicos do Núcleo de Suporte e Assistência Farma-cêutica em Terapias não Convencionais (Diasf), bem como a articulação com os demais núcleos e programas da SES/DF, no sentido da divulga-ção, da implantação e da implementação do desenvolvimento de pesqui-sas clínicas e a educação em saúde. À Diasf/SAS compete a produção, o controle e a distribuição dos produtos fitoterápicos e dos medicamentos homeopáticos.

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Volume 8 29

3

rEsultados

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31

rEsultados

A investigação procurou identificar a evolução dos recursos humanos do setor público de saúde, caracterizando-os quanto à prática alter-

nativa de saúde adotada. Nessa fase foram identificadas cerca de 11 práti-cas alternativas de saúde vinculadas ao Numenati-SES/DF.

As séries estatísticas apresentadas a seguir foram analisadas tanto na perspectiva da evolução da prática, no que se refere ao atendimento ao público-alvo, quando à evolução do número de profissionais. Os dados de atendimento foram organizados e analisados por «práticas alternativas de saúde», que, na maioria das vezes, são expressas como «Coordenações» pelo Numenati.

Inicialmente utilizaram-se como referencial os anos de 2006, 2007, 2008 e 2009 para a análise de atendimentos ao público-alvo.8 No decorrer da investigação, optou-se por oferecer como eixo central um consolidado de atendimentos/consultas referente ao período 2006/2009, bem como um consolidado do quantitativo dos recursos humanos no setor público do Distrito Federal, comparando também dados do mesmo período.

O grau de confiabilidade dos dados é bastante satisfatório, pois foram coletados por meio de contato com as coordenações técnicas das áreas específicas do Numenati, bem como do setor de recursos humanos da SES/DF.

8 Para facilitar a análise de dados, foram usados os indicadores de número de consultas mé-dicas para acupuntura e homeopatia, bem como o número de usuários atendidos para as outras Práticas Integrativas de Saúde (PIS), haja vista que a partir de 2007 houve mudança no indicador estatístico para grupo de dez usuários, previsto pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS-PNPIC do Ministério da Saúde. Entretanto, a partir de 2009 o Numenati voltou a utilizar também os números absolutos dos indicadores para melhor acompanhamento, avaliação, pesquisa e planejamento das ações.

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32 Observação

sériEs Estatísticas dos atEndimEntos/consultas rEalizados no âmbito das práticas altErnativas dE saúdE da sEs/dF

3.1.1 Estratificação por práticas9

acupuntura

A acupuntura é definida pelo Numenati-SES/DF como uma prática da medicina tradicional chinesa caracterizada por um conjunto de proce-dimentos que permitem o estímulo de regiões anatômicas definidas cha-madas de “pontos de acupuntura” ou “zonas neurorreativas”, localizadas abaixo da superfície corporal, que, uma vez estimuladas, desencadeiam, de forma sistêmica, respostas neuroimunoendócrinas, normalizando funções orgânicas, gerando modulação imunitária e controlando a dor. Essa tera-pêutica utiliza a introdução de finas agulhas metálicas, calor (moxabus-tão), estímulo elétrico, radiação laser e/ou infiltração de fármacos.

Na SES/DF a acupuntura é uma prática de grande impacto em ter-mos de atendimento oferecido à população, ultrapassando 20 mil consul-tas nos anos de 2006, 2007 e 2009, tendo seu ápice em 2006, com 26.426 atendimentos. Em 2008 observa-se uma variação negativa de 24,32%, conforme pode ser visto na Tabela e no Gráfico 1.

A variação negativa de atendimentos em 2009 pode estar relacio-nada à também variação negativa no quadro de recursos humanos de 34,62% de 2006 a 2009 (Tabela 12).

9 A definição das práticas encontrada no início da série estatística foi oferecida pelo Numenati--SES/DF com base em documentos internos ainda em fase de elaboração.

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Volume 8 33

Tabela 1. Número de consultas médicas de acupuntura por ano e variação do número de consultas em relação ao ano anterior

Ano Nº de consultas Variação (%)1

2006 26.426 --

2007 25.785 -2,43

2008 19.515 -24,32

2009 22.608 15,85

Fonte: SUPRAC/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

Gráfico 1. Número de consultas médicas de acupuntura segundo o ano de atendimento

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

2006 2007 2008 2009

Fonte: SUPRAC/SES-DF

antroposoFia (mEdicina E tErapias antroposóFicas)O Numenati-SES/DF define a medicina e as terapias antroposóficas

como práticas vitalistas fundamentadas na antroposofia, filosofia sistema-tizada por Rudolf Steiner no início do século XX. Essas técnicas enfati-zam a estimulação das forças curativas do próprio organismo e o apoio ao desenvolvimento integral do sujeito em suas múltiplas dimensões: corpo, alma e espírito, instâncias em permanente movimento e interação entre si e com o ambiente. As terapias antroposóficas utilizam técnicas, recursos e abordagens próprias que envolvem o uso de medicamentos procedentes

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34 Observação

de substâncias dos reinos da natureza; aplicações externas; banhos tera-pêuticos; biografia humana; massagem rítmica; terapia artística; dentre outros.

Na SES/DF, o atendimento ao público em antroposofia (medicina e terapias antroposóficas), ao contrário da maioria das práticas descritas nesta pesquisa, iniciou-se em 2008, ampliando seu espectro de ação em 25% em 2009, como pode ser acompanhado na Tabela e no Gráfico 2, a seguir.

O Numenati informou que as atividades de planejamento em antroposofia tiveram início no segundo semestre de 2007, especificamente no Centro de Medicina Alternativa (Cema), em Planaltina-DF, mas já se contava com profissionais de antroposofia no seu quadro desde 2006 e com a aprovação do Observatório das experiências antroposóficas no SUS.

Tabela 2. Número de atendimentos da antroposofia por ano e variação

do número de atendimentos em relação ao ano anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2008 240 --

2009 300 25,00

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

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Volume 8 35

Gráfico 2. Número de atendimentos da antroposofia por ano

0

50

100

150

200

250

300

350

2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

artEtErapia

A arteterapia é definida pelo Numenati-SES/DF como uma prá-tica baseada em um processo terapêutico realizado em grupo ou indivi-dualmente, conduzida por arteterapeuta com habilitação específica que, por meio de abordagem vivencial, utiliza materiais e técnicas expressivas diversas (desenho, pintura, modelagem, colagem, música e outras). Esta prática visa a estimular o autoconhecimento, favorecendo a perspectiva integral do ser por meio do contato consigo mesmo, com o grupo social, com o meio ambiente e com sua existência. Atua na reabilitação, no trata-mento, na promoção da saúde e do bem-estar.

Na SES/DF, a arteterapia, presente desde 2006, vem crescendo de modo compassado, mas sem interrupção e sem variação negativa, tendo tido uma variação positiva de 37,50% de 2008 para 2009, conforme pode ser verificado na Tabela e no Gráfico 3.

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36 Observação

Tabela 3. Número de atendimentos de arteterapia por ano e variação

do número de atendimentos em relação ao ano anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2006 67 --

2007 80 19,40

2008 80 0,00

2009 110 37,50

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

Gráfico 3. Número de atendimentos de arteterapia por ano

0

20

40

60

80

100

120

2006 2007 2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

automassagEm

O Numenati-SES/DF define a automassagem como uma prática da medicina tradicional chinesa que tem a finalidade de manter ou res-tabelecer a saúde por meio da promoção do equilíbrio da circulação do sangue e da energia por todas as partes do corpo. Ela é realizada pelo próprio sujeito por meio de massagens de áreas e pontos de acupuntura no seu corpo. Inclui também várias formas de exercícios físicos e mentais

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Volume 8 37

taoístas (Qi Gong), entre eles treinamentos de respiração, flexibilidade e serenidade.

Na SES/DF a automassagem tem presença marcante, com números que margeiam os 100 mil atendimentos, não superando este valor apenas em 2009, com 98.930 atendimentos, e chegando aos 125 mil atendimen-tos em 2007. Tal performance da automassagem pode ser acompanhada a seguir na Tabela e no Gráfico 4.

De acordo com informações do Numenati, a variação negativa de 2009 deu-se pela desativação de cinco serviços de automassagem: Ins-tituto de Saúde Mental (ISM), Centro de Saúde de Brasília nº 5 (CSB 5), Hospital Regional do Paranoá (HRPa), Hospital de Base do DF (HBDF) e Centro de Saúde do Incra nº 8 (Csinra 8).

Tabela 4. Número de atendimentos de automassagem por ano e variação

do número de atendimentos em relação ao ano anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2006 121.034 --

2007 125.000 3,28

2008 107.930 -13,66

2009 98.930 -8,34

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

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38 Observação

Gráfico 4. Número de atendimentos de automassagem por ano

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

2006 2007 2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

FitotErapia

A fitoterapia é definida pelo Numenati/SES/DF como uma prática caracterizada pelo uso de plantas medicinais e suas diferentes formas far-macêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal. O uso de plantas medicinais é uma forma de promoção da saúde e de tratamento fundamentada no patrimônio antropológico e acadêmico.

Apesar de ser reconhecida como área de atuação pelo Numenati, a fitoterapia não conta com uma coordenação ou com um coordenador no Núcleo desde a reforma da SES/DF de 20/02/2004,10 ocasião em que foi criada a Diretoria de Assistência Farmacêutica (Diasf), subordinada à Secretaria de Assistência à Saúde-SAS/SES/DF. No entanto, a SES/DF possui profissionais que atuam de forma intersetorial com as outras coordenações.

Com o advento de outra alteração administrativa na SES/DF, de 04/06/2007,11 o Núcleo de Medicamentos de Assistência Básica Fitoterá-

10 Decreto nº 24.421 do Governo do Distrito Federal.11 Decreto nº 28.011 do Governo do Distrito Federal.

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Volume 8 39

pico e Homeopático (NABFH) passa a ser denominado Núcleo de Suporte e Assistência Farmacêutica em Terapias não Convencionais, mantendo sua vinculação com a Gerência de Assistência Farmacêutica na Diretoria de Assistência Farmacêutica (Diasf/SAS/SES/DF).

Os fitoterapeutas/farmacêuticos da rede não oferecem atendimento específico a pacientes, mas atuam na produção de medicamentos fitote-rápicos para o uso e prescrição de outros profissionais, desde os médicos vinculados às Práticas Integrativas de Saúde quanto os médicos conside-rados alopatas.

homEopatia

O Numenati-SES/DF define a homeopatia como uma prática carac-terizada por estimular os mecanismos naturais de cura do organismo uti-lizando medicamentos de origem mineral, vegetal e animal em doses mínimas, infinitesimais e dinamizadas, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio vital e dinâmico do organismo. Sistematizada pelo médico ale-mão Samuel Hahnemann em 1810, adota a visão vitalista e baseia-se na Lei dos Semelhantes, na interpretação do processo de adoecimento e cura, compreendendo a saúde como um estado que vai além da “normalidade” física e bioquímica dos organismos. De acordo com essa lei, a mesma substância que num indivíduo sadio é capaz de provocar um conjunto de sensações e sintomas quando utilizada em doses altamente diluídas num indivíduo doente é capaz de eliminar sensações e os sintomas semelhan-tes àqueles que pode provocar.

A homeopatia conta com uma presença bastante significativa na SES/DF, sempre ultrapassando o valor de 20 mil consultas. Seu ápice de atendimentos deu-se em 2008, com 26.583 atendimentos, conforme regis-trado na Tabela e no Gráfico 5.

A tabela e o gráfico citados mostram também a tendência de cresci-mento do número de consultas de 2006 a 2008 e uma diminuição ocorrida no ano de 2009. Quando consultado o relatório de atividade do Nume-nati/2009 na tentativa de encontrar indícios para tal fato, detectamos os seguintes elementos: a inexistência de ambulatórios disponíveis (área

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40 Observação

física) em algumas regionais de saúde, a aposentadoria de profissionais e a não contratação dos médicos homeopatas concursados em 2005.12

Tabela 5. Número de consultas médicas para homeopatia por ano e

variação do número de consultas em relação ao ano anterior

Ano Nº de consultas Variação (%)1

2006 20.533 --

2007 23.537 14,63

2008 26.583 12,94

2009 23.830 -10,36

Fonte: SUPRAC/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

Gráfico 5. Número de consultas médicas de homeopatia segundo o ano de atendimento

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

2006 2007 2008 2009

Fonte: SUPRAC/SES-DF

lian gong Em 18 tErapias

O lian gong em 18 terapias é definido pelo Numenati-SES/DF como uma prática de ginástica terapêutica chinesa com 54 movimentos

12 O concurso tem tempo de validade expirado, sendo necessária a realização de novo processo seletivo.

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Volume 8 41

divididos em três séries de 18. Este método foi criado pelo dr. Zhuang Yuan Ming, médico ortopedista da medicina tradicional chinesa, na década de 1970 e tem-se revelado uma prática corporal e meditativa importante na promoção da saúde, na prevenção de agravos e no auxílio ao tratamento de dores no corpo, em particular para pessoas de vida sedentária e tra-balhadores que executam movimentos repetitivos na realização de suas tarefas.

Na SES/DF o lian gong em 18 terapias tem presença significativa, embora apresente uma variação negativa progressiva de 2006 a 2009, como pode ser visto na Tabela e no Gráfico 6.

Ao consultar o Numenati sobre o possível motivo para a variação negativa da prática, foram informados três motivos que possivelmente teriam influenciado no decréscimo de atendimento, especialmente em 2009. Primeiro: os dados fornecidos têm o teto de setembro de 2009, faltando informação relativa aos três meses subsequentes; segundo: na mesma ocasião a mesma técnica ocupava simultaneamente as coordena-ções do lian gong em 18 terapias e do tai chi chuan, dificultando seu aten-dimento a pacientes; o terceiro motivo está associado à desativação do serviço do Centro de Saúde de Taguatinga nº 2, quando uma facilitadora passou por uma readaptação funcional.

Tabela 6. Número de atendimentos de lian gong em 18 terapias por ano e variação do número de atendimentos em relação ao

ano anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2006 23.906 --

2007 20.580 -13,91

2008 18.430 -10,45

2009 17.110 -7,16

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Notas: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

2 Os dados de 2009 foram computados até o mês de setembro.

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42 Observação

Gráfico 6. Número de atendimentos de lian gong em 18 terapias por ano

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

2006 2007 2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

mEditação

O Numenati-SES/DF define a meditação utilizando a descrição feita por Maniglia (2004), ou seja, como um “conjunto de ações conscien-ciais especiais capazes de reapresentar ao sujeito sua capacidade intrín-seca de tomar consciência da sua natureza integral, de toda a sua extensão existencial humana, física, mental e espiritual”.

Na SES/DF a meditação vem crescendo de forma constante. Ape-nas em 2007 houve uma variação negativa, mas em 2008 retoma o cres-cimento, chegando em 2009 a uma forte variação positiva de 244,44%, conforme pode ser verificado na Tabela e no Gráfico 7.

Na tentativa de compreender os motivos da variação positiva ocor-rida no ano de 2009, foi consultado o relatório de atividade do Nume-nati/2009, que apontou um incremento nas ações de educação em saúde para usuários da coordenação da meditação, com atividades tanto para profissionais da saúde (projeto “Cuidando do cuidador na SES DF”) como para áreas afins, ampliando parcerias com a Universidade de Brasília (pro-jeto “Água como matriz ecopedagógica: educação e gestão sustentável das águas do cerrado”), ONGs (projeto “Sementes para a paz mundial” – ONG Arara Azul), Hospital da Criança de Brasília, entre outros.

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Volume 8 43

Tabela 7. Número de atendimentos de meditação por ano e variação

do número de atendimentos em relação ao ano anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2006 196 --

2007 120 -38,78

2008 180 50,00

2009 620 244,44

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

Gráfico 7. Número de atendimentos de meditação por ano

0

100

200

300

400

500

600

700

2006 2007 2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

musicotErapia

Musicoterapia é definida pelo Numenati-SES/DF como uma prá-tica desenvolvida pelo profissional musicoterapeuta, com habilitação específica, que utiliza a música e/ou seus elementos (som, ritmo, melo-dia e harmonia) num processo facilitador e promotor da comunicação, da relação, da aprendizagem, da mobilização, da expressão, da organização, dentre outros objetivos terapêuticos relevantes, no sentido de atender a necessidades físicas, emocionais, mentais, espirituais, sociais e cognitivas do indivíduo ou do grupo. A técnica desenvolve potenciais e/ou restabe-

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44 Observação

lece funções do sujeito para que ele possa alcançar uma melhor integração intra e interpessoal e, consequentemente, melhor qualidade de vida pela prevenção, pela reabilitação e pelo tratamento.

Na SES/DF a musicoterapia passou a existir como coordenação em 2008. Iniciou seu atendimento ao público também em 2008,13 ampliando seu espectro de ação para 106,61% em 2009, representando mais do que o dobro de atendimentos se comparado a 2008. Tal variação pode ser acom-panhada na Tabela e no Gráfico 8.

Tabela 8. Número de atendimentos de musicoterapia por ano e variação do número de atendimentos em relação ao ano

anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2008 121 --

2009 250 106,61

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

13 Início das atividades de musicoterapia no Hospital de Apoio de Brasília, no Hospital Regional da Asa Sul e no Centro de Saúde de Santa Maria nº 01.

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Volume 8 45

Gráfico 8. Número de atendimentos de musicoterapia por ano

0

50

100

150

200

250

300

2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

shantala

O Numenati-SES/DF define a shantala como uma terapêutica cen-trada na massagem em bebês e crianças, originária da Índia, realizada por meio de toques e manobras específicas, executada por mães e/ou cuidadores. Essa massagem promove a saúde integral e a qualidade de vida da criança e de sua família, reforçando os vínculos afetivos, favore-cendo a cooperação, a confiança, a criatividade, a segurança e o equilíbrio físico e emocional, contribuindo para a formação de uma sociedade mais harmoniosa.

A shantala na SES/DF tem presença constante desde 2006, com variação negativa em 2008 e positiva nos anos 2007 e 2009, se comparado a 2006. Tais dados podem ser acompanhados na Tabela e no Gráfico 9.

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46 Observação

Tabela 9. Número de atendimentos de shantala por ano e variação do

número de atendimentos em relação ao ano anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2006 1.984 --

2007 3.120 57,26

2008 2.410 -22,76

2009 3.190 32,37

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Nota: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

Gráfico 9. Número de atendimentos de shantala por ano

0

500

1.000

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

2006 2007 2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

tai chi chuan

O tai chi chuan, ou tai ji quan, é definido pelo Numenati-SES/DF como uma prática corporal e meditativa originalmente concebida como uma arte marcial interna, fundamentada na filosofia taoísta e incorporada à medicina tradicional chinesa. Esta prática é realizada com movimentos suaves e circulares baseados em princípios da interação entre os diversos elementos da natureza, conduzindo à serenidade. Ao favorecer a integra-

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Volume 8 47

ção corpo, mente e espírito e a circulação natural da energia (Qi), o tai chi chuan proporciona maior equilíbrio ao praticante.

Na SES/DF o tai chi chuan teve início em novembro de 2006, ao ser concluído o primeiro curso de formação. Essa prática tem presença constante na SES, não apresentando interrupções. Em 2007 teve seu apo-geu, com quase 10 mil atendimentos. Em 2008 e 2009 apresentou variação negativa em comparação a 2007. Segundo o Numenati, o número de aten-dimentos de 2009 deveria ter maior variação, pois os dados foram compu-tados apenas até setembro de 2009, ocasião em que uma mesma técnica ocupava simultaneamente as coordenações do lian gong em 18 terapias e do tai chi chuan. Tais informações podem ser acompanhadas na Tabela e no Gráfico 10.

Tabela 10. Número de atendimentos de tai chi chuan por ano e variação

do número de atendimentos em relação ao ano anterior

Ano Nº de atendimentos Variação (%)1

2006 219 --

2007 9.810 4.379,45

2008 4.430 -54,84

2009 3.970 -10,38

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Notas: 1 A variação refere-se ao ano anterior, por isso não há valor para o primeiro ano da série.

2 Os dados de 2009 foram computados até o mês de setembro.

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48 Observação

Gráfico 10. Número de atendimentos de tai chi chuan por ano

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

2006 2007 2008 2009

Fonte: NUMENATI/SES-DF

consolidado do númEro dE atEndimEntos/consultas das práticas altErnativas dE saúdE

Com o objetivo de ampliar a análise das informações oferecidas pelo Numenati-SES/DF, optou-se por promover o cruzamento de dados referentes ao número de consultas/atendimentos das práticas alternativas de saúde (número e percentual) entre os anos de 2006 e 2009, estabele-cendo uma relação entre todas as práticas investigadas.

Por intermédio da Tabela 11 e dos Gráficos 11, 12, 13 e 14, podemos observar que a acupuntura, a automassagem e o lian gong em 18 tera-pias tiveram uma variação negativa ao compararmos 2006 e 2009, apre-sentando respectivamente -14,45%, -18,26% e, -28,43%. A arteterapia, a homeopatia, a meditação, a shantala e o tai chi chuan apresentaram uma variação positiva, em percentuais respectivos de 64,18%, 16,06%, 216,33%, 60,79% e 1.712,79%.

A antroposofia e a musicoterapia não puderam ser comparadas no mesmo indicador pela ausência de atendimentos em 2006, pois ambas tiveram início em 2008. Mas se nos ativermos às Tabelas 2 e 8 poderemos

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Volume 8 49

perceber que apresentaram uma variação positiva, em percentuais respec-tivos de 25% e 106,61%.

Tabela 11. Número e percentual de consultas/atendimentos segundo prática alternativa de saúde e ano de interesse e variação de

2006 para 2009 do número de consultas/atendimentos

Práticas alternati-vas de saúde

2006 2009

Variação (%) 2006-

2009

Número de consultas ou atendimen-

tos

% de con-sultas ou

atendimen-tos

Número de consultas ou atendi-

mentos

% de consultas ou atendi-

mentos

Acupuntura 26.426 13,60% 22.608 13,23% -14,45%

Antroposofia 0 0,00% 300 0,18% --

Arteterapia 67 0,03% 110 0,06% 64,18%

Automassagem 121.034 62,27% 98.930 57,88% -18,26%

Homeopatia 20.533 10,56% 23.830 13,94% 16,06%

Lian gong em 18 terapias 23.906 12,30% 17.110 10,01% -28,43%

Meditação 196 0,10% 620 0,36% 216,33%

Musicoterapia 0 0,00% 250 0,15% --

Shantala 1.984 1,02% 3.190 1,87% 60,79%

Tai chi chuan 219 0,11% 3.970 2,32% 1.712,79%

Total 194.365 100% 170.918 100% -12,06%

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Ainda na Tabela 11, no quesito “número de consultas/atendimentos das práticas alternativas de saúde”, observa-se que em 2006 foram reali-zadas 194.365 consultas/atendimentos, e em 2009 este número cai para 170.918 (variação negativa de 12,06%), número também bastante signifi-cativo em termos de consultas/atendimentos.

Também no quesito “número de consultas/atendimentos das práti-cas alternativas de saúde», é importante fazer alusão a duas práticas que se sobressaem: em termos numéricos, a automassagem, que se destaca em 2006 e em 2009 com respectivos 121.034 e 98.930 atendimentos (Gráficos 11 e 13); no quesito “percentual de consultas/atendimentos das práticas

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50 Observação

alternativas de saúde” o destaque deve ser dado à prática de tai chi chuan, que apresenta um crescimento percentual de impactantes 1.712,79% na variação 2006/200914.

Gráfico 11. Número de consultas/atendimentos no ano de 2006 segundo as práticas alternativas de saúde

26

.42

6

0 67

12

1.0

34

20

.53

3

23

.90

6

19

6

0 1.9

84

21

9

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000

140.000

Acu

pu

ntu

ra

An

tro

po

sofi

a

Art

eter

apia

Au

tom

assa

gem

Ho

meo

pat

ia

Lia

nG

on

gem

18T

erap

ias

Med

itaç

ão

Mu

sico

tera

pia

Sh

anta

la

Tai

Ch

iC

hu

an

Fonte: NUMENATI/SES-DF

14 Há de se ressaltar que o atendimento do tai chi chuan teve início em novembro de 2006, após o término do primeiro curso na SES/DF, ou seja, os dados foram computados somente no fi-nal do ano de 2006, o que faz o percentual de 2009, apesar de realmente significativo, parecer ainda maior.

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Volume 8 51

Gráfico 12. Percentual de consultas/atendimentos no ano de 2006 segundo as práticas alternativas de saúde

13,60%

0,00%

0,03%

62,27%

10,56%

12,30%

0,10%

0,00%

1,02%

0,11%

Acupuntura

Antroposofia

Arteterapia

Automassagem

Homeopatia

Lian Gong em 18 Terapias

Meditação

Musicoterapia

Shantala

Tai Chi Chuan

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Fonte: NUMENATI/SES-DF

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52 Observação

Gráfico 13. Número de consultas/atendimentos no ano de 2009 segundo as práticas alternativas de saúde

22

.60

8

30

0

11

0

98

.93

0

23

.83

0

17

.11

0

62

0

25

0 3.1

90

3.9

70

0

20.000

40.000

60.000

80.000

100.000

120.000A

cup

un

tura

An

tro

po

sofi

a

Art

eter

apia

Au

tom

assa

gem

Ho

meo

pat

ia

Lia

nG

on

gem

18T

erap

ias

Med

itaç

ão

Mu

sico

tera

pia

Sh

anta

la

Tai

Ch

iC

hu

an

Fonte: NUMENATI/SES-DF

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Volume 8 53

Gráfico 14. Percentual de consultas/atendimentos no ano de 2009 segundo as práticas alternativas de saúde

13,23%

0,18%

0,06%

57,88%

13,94%

10,01%

0,36%

0,15%

1,87%

2,32%

Acupuntura

Antroposofia

Arteterapia

Automassagem

Homeopatia

Lian Gong em 18 Terapias

Meditação

Musicoterapia

Shantala

Tai Chi Chuan

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Fonte: NUMENATI/SES-DF

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54 Observação

Gráfico 15. Variação de 2006 para 2009 do número de consultas/atendimentos das práticas alternativas de saúde segundo a área de atuação

-14,45%

64,18%

-18,26%

16,06%

-28,43%

216,33%

60,79%

-50% 0% 50% 100% 150% 200% 250%

Acupuntura

Antroposofia

Arteterapia

Automassagem

Homeopatia

Lian Gong em 18 Terapias

Meditação

Musicoterapia

Shantala

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Para análise do fator “variação percentual de 2006 para 2009 do número de consultas ou atendimentos das práticas alternativas de saúde”, cabe ainda uma explicação sobre o fato de a prática de tai chi chuan não estar presente no Gráfico 15. O tai chi chuan apresenta uma extrema variação positiva: teve início com 219 atendimentos em 2006 e passou para 3.970 atendimentos em 2009, ou seja, uma variação positiva de 1.712,79%. Portanto, essa prática não pode constar do Gráfico 15, pois sua inclusão interferiria na visualização do referido gráfico.15

15 O tai chi chuan geraria barras com escalas de enorme variação no gráfico em relação às outras práticas.

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Volume 8 55

sériEs Estatísticas sobrE a Evolução dos proFissionais quE atuam nas práticas altErnativas dE saúdE da sEs/dF

consolidado do númEro dE proFissionais atuantEs nas práticas altErnativas dE saúdE nos anos dE 2006 E 2009

Para melhor compreender a evolução dos recursos humanos e das práticas alternativas de saúde, especial atenção foi destinada ao quantita-tivo dos recursos humanos no setor público do Distrito Federal, compa-rando os dados de 2006 com os de 2009. A Tabela 12 explicita essa evolu-ção tanto na perspectiva de comparação entre as práticas no ano de 2006 e no ano de 2009 como a variação nesse período.

É importante ressaltar que os números apontados na Tabela 12 e nos gráficos que se seguem se referem ao número de profissionais que se dedicam a cada prática, podendo este número superar o total real de recursos humanos vinculados ao Numenati, como pode ser visto poste-riormente na Tabela 13.

Tabela 12. Número e percentual de profissionais das práticas alternativas de saúde segundo a área de atuação e o ano de interesse e variação de 2006 para 2009 do número de profissionais

Práticas Integrativas de Saúde

2006 2009

Variação % 2006-2009

Número de profissionais %

Número de profissionais %

Acupuntura 26 10,53% 17 7,39% -34,62%

Antroposofia 12 4,86% 11 4,78% -8,33%

Arteterapia 3 1,21% 1 0,43% -66,67%

Automassagem 99 40,08% 130 56,52% 31,31%

Fitoterapia 2 0,81% 1 0,43% -50,00%

Homeopatia 25 10,12% 22 9,57% -12,00%

Lian Gong em 18 terapias 11 4,45% 11 4,78% 0,00%

Meditação 17 6,88% 1 0,43% -94,12%

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56 Observação

Práticas Integrativas de Saúde

2006 2009

Variação % 2006-2009

Número de profissionais %

Número de profissionais %

Musicoterapia 0 0,00% 3 1,30% --

Shantala 27 10,93% 23 10,00% -14,81%

Tai chi chuan 25 10,12% 10 4,35% -60,00%

Total 247 100% 230 100% -6,88%

Fonte: NUMENATI/SES-DF

3.2.2 Número de profissionais das práticas alternativas de saúde no ano de 2006 segundo a área de atuação

Num total de 247 recursos humanos apontados pela pesquisa no ano de 2006 (Tabela 12), em primeiro lugar, com 40,08% do total de profis-sionais, está a automassagem; em segundo, com 10,93%, está a shantala; em terceiro, com 10,53%, está a acupuntura; em quarto, empatados com 10,12%, estão a homeopatia e o tai chi chuan; em quinto lugar, com 6,88%, está a meditação; em sexto, com 4,86%, está a antroposofia;16 em sétimo, com 4,45%, está o lian gong em 18 terapias; em oitavo lugar, com 1,21%, está a arteterapia; e, por último, a fitoterapia,17 com 0,81%, conforme pode ser verificado nos Gráficos 16 e 17.

16 A antroposofia em 2006 dispõe de profissionais com formação na área da saúde, com enfoque antroposófico, mas não realizam procedimentos antroposóficos.

17 A fitoterapia, apesar de não ser uma prática que gera atendimentos diretamente aos pacien-tes, possui recursos humanos disponíveis para as ações do Numenati.

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Volume 8 57

Gráfico 16. Número de profissionais das práticas alternativas de saúde no ano de 2006 segundo a área de atendimento

26

123

99

2

25

1117

0

27 25

0

20

40

60

80

100

120A

cup

un

tura

An

tro

po

sofi

a

Art

eter

apia

Au

tom

assa

gem

Fit

ote

rap

ia

Ho

meo

pat

ia

Lia

nG

on

gem

18T

erap

ias

Med

itaç

ão

Mu

sico

tera

pia

Sh

anta

la

Tai

Ch

iC

hu

an

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Gráfico 17. Percentual segundo a área de atendimento de profissionais das práticas alternativas de saúde no ano de 2006

10,53%

4,86%

1,21%

40,08%

0,81%

10,12%

4,45%

6,88%

0,00%

10,93%

10,12%

-10% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Acupuntura

Antroposofia

Arteterapia

Automassagem

Fitoterapia

Homeopatia

Lian Gong em 18 Terapias

Meditação

Musicoterapia

Shantala

Tai Chi Chuan

Fonte: NUMENATI/SES-DF

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58 Observação

3.2.3 Número de profissionais das práticas alternativas de saúde no ano de 2009 segundo a área de atuação

Num total de 230 recursos humanos apontados pela pesquisa no ano de 2009 (Tabela 12), em primeiro lugar, com 56,52% do total de profis-sionais, está a automassagem; em segundo, com 10,00%, está a shantala; em terceiro, com 9,57%, está a homeopatia; a acupuntura, com 7,39%, está em quarto lugar, seguida pelo lian gong em 18 terapias e a antroposofia, empatados, com 4,78%, em quinto; o tai chi chuan, com 4,35%, ocupa o sexto lugar; a musicoterapia ocupa o sétimo lugar, com 1,30%, e em último lugar, empatados com 0,43%, a meditação, a fitoterapia e a arteterapia, o que corresponderia a um profissional para cada uma delas, conforme pode ser verificado nos Gráficos 18 e 19.

Gráfico 18. Percentual segundo a área de atendimento de profissionais das práticas alternativas de saúde

7,39%

4,78%

0,43%

56,52%

0,43%

9,57%

4,78%

0,43%

1,30%

10,00%

4,35%

-10% 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70%

Acupuntura

Antroposofia

Arteterapia

Automassagem

Fitoterapia

Homeopatia

Lian Gong em 18 Terapias

Meditação

Musicoterapia

Shantala

Tai Chi Chuan

Fonte: NUMENATI/SES-DF

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Volume 8 59

Gráfico 19. Número de profissionais das práticas alternativas de saúde no ano de 2009 segundo a área de atendimento

17 111

130

1

2211

1 3

2310

0

25

50

75

100

125

150

Acu

pu

ntu

ra

An

tro

po

sofi

a

Art

eter

apia

Au

tom

assa

gem

Fit

ote

rap

ia

Ho

meo

pat

ia

Lia

nG

on

gem

18T

erap

ias

Med

itaç

ão

Mu

sico

tera

pia

Sh

anta

la

Tai

Ch

iC

hu

an

Fonte: NUMENATI/SES-DF

3.2.4 Evolução do número de profissionais das práticas alternativas de saúde entre os anos de 2006 e 2009 segundo a área de atuação

A Tabela 12 nos mostra uma queda no número geral de RHs envol-vidos com as práticas alternativas de saúde (247 profissionais em 2006 para 230 profissionais em 2009), representando uma variação negativa de -6,88% nesse período.

Por intermédio do Gráfico 20 podemos ver a evolução estratificada do número de profissionais entre os anos de 2006 e 2009. Percebe-se que há uma forte tendência à variação negativa na maioria das modalidades. O lian gong em 18 terapias mantém o mesmo número de profissionais, e apenas a automassagem tem uma variação positiva.18

18 Vale a pena fazer uma ressalva para a musicoterapia: apesar de ser computada como 0,00%, por seu atendimento ao público ter sido iniciado apenas em 2008, também apresentou cres-cimento do número de profissionais até o ano de 2009, conforme pode ser visto na Tabela 12.

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60 Observação

Gráfico 20. Variação de 2006 para 2009 do número de profissionais das práticas alternativas de saúde segundo a área de atuação

-34,62%

-8,33%

-66,67%

31,31%

-50,00%

-12,00%

0,00%

-94,12%

0,00%

-14,81%

-60,00%

-120% -100% -80% -60% -40% -20% 0% 20% 40% 60%

Acupuntura

Antroposofia

Arteterapia

Automassagem

Fitoterapia

Homeopatia

Lian Gong em 18 Terapias

Meditação

Musicoterapia

Shantala

Tai Chi Chuan

Fonte: NUMENATI/SES-DF

Apesar de estarmos trabalhando com os dados oferecidos pela Tabela 12, que faz referência a 247 profissionais em 2006 e 230 profissio-nais em 2009, é fundamental que se faça uma distinção entre o número de profissionais que se dedicam a cada prática citada e o número de profis-sionais vinculados ao Numenati.

O número de profissionais que se dedicam a cada prática citada, se somados, podem gerar um número superior ao número de profissionais constantes no quadro de funcionários vinculados ao Numenati-SES/DF. Isso se deve ao fato de que um mesmo profissional pode desenvolver ati-vidades diversas em distintas coordenações.

Para melhor compreender este achado, podemos citar o exemplo de profissionais vinculados à antroposofia que também desenvolvem ati-vidade de meditação. Quando perguntada a cada área em questão sobre o número de profissionais que desempenham atividades, elas informam um número bruto de profissionais ali alocados, sem fazer referência a que este profissional também atende em outra área. A título deste exemplo, o

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Volume 8 61

resultado será: um mesmo profissional é computado duas vezes: na prá-tica antroposofia e na prática meditação.

Atendo-se aos dados oficiais do Numenati quanto ao número de profissionais ligados ao referido núcleo, podemos ver na Tabela 13 que em 2006 eram em número de 201 os recursos humanos vinculados ao Núcleo, e que em 2009 este número cresce de forma pouco expressiva, passando a 202 recursos humanos (variação percentual de 0,50).

Ao cruzarmos os dados referentes ao número de profissionais detectados nas práticas alternativas de saúde com o número real de profissionais computados/vinculados ao Numenati, verificamos que o número da segunda categoria é inferior ao da primeira.

Tabela 13. Número de profissionais segundo a atuação nas práticas alternativas de saúde e o vínculo com o Numenati nos anos

de 2006 e 2009

Número de profissionais analisados na pesquisa

Ano Variação (%)2006-20092006 2009

Número de profissionais detectados nas práticas alternativas de saúde

247 230 -6,9%

Número real de profissionais vinculados ao Nu-menati

201 202 0,5%

Variação entre os profissionais envolvidos nas práticas alternativas e os profissionais vinculados ao Numenati

18,6% 12,2%-- 

Fonte: NUMENATI/SES-DF

A Tabela 13 nos mostra que a variação entre os profissionais envol-vidos nas práticas alternativas e os profissionais vinculados ao Numenati no ano de 2006 é de 18,6% e no ano de 2009 é de 12,2%, ou seja, há envolvimento de alguns profissionais em mais de uma prática, como dito anteriormente, gerando um aparente maior número de recursos humanos.

É interessante perceber que essa peculiaridade acontece em 2006 e persiste em 2009, mesmo que em 2006 essa variação tenha sido maior que em 2009. Tal fato não apenas nos mostra os meandros do complexo universo dos vínculos empregatícios como salienta a propensão dos pro-fissionais a integrar práticas e a ampliar seu espectro de ação.

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Volume 8 63

3

considEraçõEs Finais

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65

considEraçõEs Finais

Ao avaliar-se a evolução dos recursos humanos e das práticas alterna-tivas de saúde no setor público do Distrito Federal comparando os

dados de 2006 com os de 2009, verificou-se que houve um fortalecimento das ações dessas práticas na SES/DF tanto pela manutenção das já exis-tentes quanto pela inclusão de novas áreas técnicas e coordenações.

O número de recursos humanos manteve-se praticamente inalte-rado, com um breve crescimento: passou de 201 em 2006 para 202 profis-sionais em 2009.19 Os atendimentos e as consultas destinadas ao público, apesar de terem uma variação negativa de -12,06%, ainda continuam tendo números impactantes: 170.918 consultas e atendimentos em 2009, tendo em 2006 chegado a 194.365.20

Verificou-se também que o Numenati vem investindo na qualifi-cação de seus quadros, a exemplo das qualificações em musicoterapia e automassagem, destinadas aos recursos humanos de seu quadro.

Outros avanços no campo da institucionalização foram verifica-dos: incremento nas propostas de pesquisa, na implantação de residência médica em acupuntura e no estudo para implantação da residência médica em homeopatia; participação na formação de graduados em medicina e enfermagem; fortalecimento e legitimação do trabalho dos profissionais que atuam como facilitadores em Práticas Integrativas de Saúde por meio de publicação de portaria, entre outros.

Ao longo da investigação percebeu-se que os profissionais envolvi-dos nas referidas práticas mantêm o interesse em ampliar sua qualificação

19 Tabela 13.20 Tabela 11.

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66 Observação

e interatuar com diferentes áreas técnicas, a exemplo do crescimento apre-sentado em 2006 (24,8%) e em 2009 (13,86%).21

A vinculação dos profissionais a mais de uma prática reforça a já conhecida tendência de tais recursos humanos integrarem práticas e absorverem novos conhecimentos, buscando ampliar sua capacitação para atender o ser humano/paciente em sua totalidade, buscando respostas para aspectos orgânicos, emocionais, sociais e espirituais envolvidos no adoecimento dos pacientes.22

21 Tabela 13.22 Estudo anterior concluído e disponibilizado em meio eletrônico no ano de 2011. Sua publi-

cação em exemplar impresso foi viabilizada em 2012, quando foi objeto de nova formatação e revisão geral.

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Volume 8 67

rEFErências

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