09 a Pratica de Enfermagem Em Centro Cirurgico a Utilizacao

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A PRÁTICA DE ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO: A UTILIZAÇÃO DO ÍNDICE DE ALDRETE E KROULIK PARA A AVALIAÇÃO DO PACIENTE EM SALA DE

RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA1

ALBERTI, Gabriela Fávero2; RIBEIRO, Maiara Gauer3; VELASQUE, Ana Cláudia Inda4; SALBEGO, Cléton5; DORNELLES, Carla da Silveira.6

RESUMO

O estágio curricular na unidade de Centro Cirúrgico do Hospital de Caridade de Santiago proporcionou a reflexão sobre as percepções acadêmicas frente à importância da utilização da escala de Aldrete e Kroulik na sala de recuperação pós-anestésica, tendo em vista que nesta fase que sucede o procedimento cirúrgico é caracterizada por alterações fisiológicas complexas que necessitam monitoração, pois podem existir sérias complicações ao estado físico e emocional do paciente. Portanto, é necessário que na formação do estudante de Enfermagem esteja explícito a vivência da avaliação da escala de Aldrete na avaliação do paciente no pós-operatório imediato bem como da sistematização da assistência de enfermagem INTRODUÇÃO

A unidade de Centro Cirúrgico consiste em um ambiente fechado e suscetível aos

mais variados riscos para os profissionais lá inseridos. Ocupa lugar de destaque no hospital em decorrência da alta complexidade dos procedimentos realizados e é visto como um ambiente altamente estressante para o paciente e a equipe de trabalho. Dessa forma, exige capacitação e preparação profissional, além do trabalho integrado e o relacionamento harmonioso entre os profissionais. (1) (2)

A assistência prestada pelos profissionais de Enfermagem caracteriza-se, basicamente, pelo planejamento, a avaliação e a continuidade do serviço, uma vez que o paciente passará pelas fases pré, intra e pós-operatória, todas integradas ao estado físico e emocional do paciente.

A primeira fase, pré-operatória, ocorre a partir do preparo do paciente para a intervenção cirúrgica, tanto a nível físico - através do jejum operatório, administração de medicações pré-anestésicas, estabilidade dos sinais vitais; quanto a nível psico-emocional, através de informações sobre o procedimento que será realizado, tipo de anestesia, duração, e outros.

O intra-operatório compreende a recepção do paciente na mesa cirúrgica até seu encaminhamento à sala de recuperação pós-anestésica. Nesta fase a Enfermagem atua

1 Relato de experiência.

2 Relator/Autor. Acadêmica do VI semestre do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional

Integrada do Alto Uruguai e das Missões – URI campus Santiago/RS. E-mail: [email protected] 3

Autor. Acadêmica do VI semestre do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do

Alto Uruguai e das Missões – URI campus Santiago/RS. 4Autor. Acadêmica do VI semestre do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do

Alto Uruguai e das Missões – URI campus Santiago/RS. 5Autor. Acadêmico do IV semestre do curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Regional Integrada do

Alto Uruguai e das Missões – URI campus Santiago/RS. 6 Autor. Prof. Esp. Carla da Silveira Dornelles da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões –

URI Campus Santiago/RS. Enfermeira do SEM do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA)

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minimizando os riscos decorrentes do procedimento anestésico identificando sinais característicos de possíveis complicações.

Na terceira e última fase, no pós-operatório, o processo de enfermagem imediato inicia-se na sala de recuperação pós-anestésica ao prestar os cuidados necessários ao paciente, ainda sob efeito da anestesia, até a recuperação dos seus reflexos e estabilização dos sinais vitais. Portanto, nessa fase se utiliza o índice de ALDRETE e KROULIK (1970) tendo em vista que é nessa fase que os pacientes apresentam as principais complicações após o ato anestésico-cirúrgico. (3)(4)

O índice de ALDRETE e KROULIK propõe a padronização da observação das condições físicas do paciente pós-anestésico através de um método não invasivo que avalia os sistemas comprometidos pelos medicamentos anestésicos utilizado no procedimento cirúrgico. (3) Inspirada na escala de Apgar, possui escores que variam de 0 a 10 analisando: atividade muscular, respiração, circulação e coloração cutânea que em 1995 sofreu alterações passando a avaliar o nível de saturação de oxigênio. (4) OBJETIVO

Refletir sobre as percepções acadêmicas frente à importância da utilização da escala de Aldrete e Kroulik na sala de recuperação pós-anestésica do Centro Cirúrgico do Hospital de Caridade de Santiago. METODOLOGIA

Este resumo é fruto da experiência acadêmica obtida através das práticas de estágio da disciplina de Enfermagem no Cuidado do Adulto II, VI semestre do Curso de Graduação em Enfermagem da URI – Campus de Santiago. Tais práticas ocorreram nos dias 22, 27, 28 e 29 de setembro e 04 de outubro de 2010 totalizando 30 horas acompanhados pela professora supervisora da disciplina.

O Centro Cirúrgico do Hospital de Caridade de Santiago possui quatro salas cirúrgicas, um Centro de Material e Esterilização (CME) centralizado e a Sala de Recuperação Anestésica com oito leitos. A demanda de cirurgias possui caráter de baixa e média complexidade atendendo as áreas cirúrgicas da traumatologia, gineco-obstétricas, pediátricas, urológicas, cirurgia geral, além de procedimentos cirúrgicos ambulatoriais. A equipe de enfermagem é constituída por cinco técnicos de enfermagem por turno e pelo enfermeiro responsável técnico do serviço. Ocorrem em média cerca de quinze procedimentos cirúrgicos por dia, isso, excetuando procedimentos de urgência e emergência.

Durante o estágio, os alunos são dispostos nas salas cirúrgicas para observação e participação do cuidado com o paciente no intra-operatório, além da participação da organização, distribuição dos materiais do centro Cirúrgico. Já na SRA ocorrem as práticas de enfermagem com o paciente no pós-operatório imediato, como a verificação dos sinais vitais, avaliação do estado geral do paciente, aplicação da escala de Aldrete e Kroulik, bem como o levantamento dos diagnósticos de enfermagem e a elaboração das prescrições de enfermagem. Isto com o intuito de proporcionar a continuidade do cuidado de enfermagem, mesmo com a alta do paciente da SRA.

DISCUSSÃO

As práticas do profissional de enfermagem que pertence à equipe de cuidado do Centro Cirúrgico (CC) devem ir além de meras técnicas de assistência e conhecimento técnico-científico sobre possíveis complicações pós-cirúrgico/anestésicas, mas compreendem:

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- o relacionamento interpessoal positivo, tendo em vista que o CC é uma unidade fechada;

- a capacidade de identificar as características individuais de cada membro da equipe utilizando-as de forma benéfica ao paciente e a equipe;

- possuir a habilidade de ouvir e estabelecer o diálogo entre os profissionais que deve acontecer de forma harmoniosa;

- organizar seu tempo para que consiga conciliar a atividade de assistência ao paciente e a demanda burocrática e administrativa;

- gerenciar materiais e equipamentos, tendo em vista que a falta deles submete à dificuldades aos demais profissionais. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Frente a essas considerações apresentadas, percebemos que a presença do enfermeiro nesta unidade é ocasional devido à demanda de atividades burocráticas e administrativas que ocupam tempo significativo para o cuidado integral do paciente submetido ao tratamento cirúrgico-anestésico, sendo essas impossibilitadas de serem delegadas.

Mesmo que a escala de Aldrete e Kroulik não seja rotina na unidade, indiretamente ela é utilizada pelos técnicos de Enfermagem, pois estes, ao assistirem o paciente no pós-operatório imediato, observam a existência de possíveis sinais de complicações associadas à anestesia no que tangem a atividade motora, ao nível de saturação de O2, nível de consciência e sinais vitais (temperatura, freqüência cardíaca, freqüência respiratória, pressão arterial).

A assistência de enfermagem, atualmente, utiliza de meios tecnológicos que facilitam o cuidado em benefício do paciente. Assim, sendo de extrema complexidade o cuidado do cliente em sala de recuperação pós-anestésica, a necessidade de uma avaliação eficaz e segura faz-se presente. Portanto, por mais sofisticados que sejam as tecnologias para assistência de enfermagem, o método mais fidedigno ainda continua sendo a educação permanente do profissional.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. STUMM, Eniva. MAÇALAI, Rubia. KIRCHNER, Rosane. Dificuldades enfrentadas por enfermeiros em um centro cirúrgico. Ver. Texto Contexto - enfermagem. vol.15 no.3 Florianópolis July./Sept. 2006. 2. CARVALHO, Raquel; FARA, Olga; GALDEAN, Luzia. Níveis de ansiedade de alunos de graduação em enfermagem frente à primeira instrumentação cirúrgica. Rev. Latino-Americana de Enfermagem vol.12 no.6 Ribeirão Preto Nov./Dec. 2004. 3. PENICHE, A. de C.G. Algumas considerações sobre avaliação do paciente em sala de recuperação anestésica. Rev. Esc. Enf. USP, v.32, n.1, p. 27-32, abr. 1998.

4. ATZINGEN, Marisa. SCHIMIDT, Denise. NONINO, Eleine. Elaboração e aplicação de um instrumento de avaliação no pós-operatório imediato com base no protocolo do Advanced Trauma Life Suport. Acta Paul Enferm 2008;21(4):616-23.