098 - JANEIROmente porque o ano mudou. No entanto este dia serve para muitas pessoas como um...

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RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site Ano VIII - Edição 98 - JANEIRO 2016 Distribuição Gratuita Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê Artigos Recomendados EDITORIAL Por um novo ano que não seja tão somente mais um novo ano. Página 2 ******************* Decepções. Algumas parece que vão nos deixar para sempre arrasados. Dá uma vontade louca de chorar tudo que podemos, até esgotar todas as emoções. Coisas acontecem por não falarmos o que se passa na nossa alma. Achamos que o outro sabe o que se passa com a gente, o que queremos, quais são nossas intenções, mas não é assim. Página 4 ******************* Um novo começo? Chegamos ao ano de 2016. Um novo ano, um novo ciclo que começa. E, convido a você que lê este artigo, que considere refle- tir sobre o que escrevi aqui. Precisamos considerar recomeçar o Brasil. Página 5 ******************* 2016 COMPAIXÃO E FRATERNIDADE Página 7 ******************* 2016 SERÁ O ANO DA GREVE DE PROFESSORES Página 9 - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social Agora também no seu .www.culturaonlinebrasil.net Baixe o aplicativo IOS www.culturaonlinebrasil.net /// CULTURAonline BRASIL /// www.culturaonlinebr.org Geisel: “...porque a corrupção nas Forças Armadas está tão grande, que a única solução para o Brasil é abertura.” Ronaldo Costa e Couto (1999, págs. 150 a 151), no fabuloso livro “História indiscreta da ditadura e da abertura – Brasil: 1964-1985” (Editora Record) Uma leitura que aconselhamos. Capitalismo e democracia na Europa Vamos começar com uma citação de um ensaio sobre a democracia burguesa na Rússia, escrita em 1906, após a derrota da primeira revolução, de 1905: “É profundamente ridículo acreditar que existe uma afinidade eletiva entre o grande capitalismo, da maneira como atualmente é importado para a Rússia, e bem estabelecido nos Estados Unidos […], e a ‘democracia’ ou ‘liberdade’ (em todos os significados possíveis da palavra); a questão verdadeira deveria ser: como essas coisas podem ser mesmo ‘possíveis’, a longo prazo, sob a dominação capitalista?” PARTE I Página 15 A lusofonia é uma Bolha Marta Lança: Doutoranda em Estudos Artísticos na FCSH - Universidade Nova de Lisboa FINAL Página 16 O OUTRO LADO DAS EDITORAS E DA MÍDIA O Conhecimento no Brasil tornou-se uma coisa ofensiva. As escolas de hoje são ambientes dou- trinários, de propagação ideológica esquerdista, inexiste produção de Conhecimento. Exemplo? Página 10 História das Constituições Brasileiras Termos consciência de todas as Constituições que já existiram no Brasil é de suma importância. Quando as observamos podemos compreender ainda mais o funcionamento do país quanto a su- a economia, sociedade e política no período em que ela esteve vigente. Analisando, dessa manei- ra, todas as transformações e evoluções que o Brasil passou desde a Independência até os dias de hoje. Página 12 E tem mais... Confira!

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    Ano VIII - Edição 98 - JANEIRO 2016 Distribuição Gratuita

    Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê

    Artigos Recomendados

    EDITORIAL Por um novo ano que não seja tão

    somente mais um novo ano. Página 2

    ******************* Decepções. Algumas parece que vão nos deixar para sempre arrasados.

    Dá uma vontade louca de chorar tudo que podemos, até esgotar todas as emoções. Coisas acontecem por não falarmos o que se passa na nossa alma. Achamos que o outro sabe o que se passa com a gente, o

    que queremos, quais são nossas intenções, mas não é assim.

    Página 4 *******************

    Um novo começo?

    Chegamos ao ano de 2016. Um novo ano, um novo ciclo que começa. E, convido a

    você que lê este artigo, que considere refle-tir sobre o que escrevi aqui. Precisamos

    considerar recomeçar o Brasil.

    Página 5 *******************

    2016 COMPAIXÃO E FRATERNIDADE

    Página 7 *******************

    2016 SERÁ O ANO DA GREVE DE

    PROFESSORES Página 9

    - Boa música Brasileira - Cultura - Educação - Cidadania - Sustentabilidade Social

    Agora também no seu

    .www.culturaonlinebrasil.net

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    Geisel: “...porque a corrupção nas Forças Armadas está tão grande, que a única solução para o Brasil é abertura.”

    Ronaldo Costa e Couto (1999, págs. 150 a 151), no fabuloso livro “História indiscreta da ditadura e da abertura – Brasil: 1964-1985” (Editora Record)

    Uma leitura que aconselhamos.

    Capitalismo e democracia na Europa

    Vamos começar com uma citação de um ensaio sobre a democracia

    burguesa na Rússia, escrita em 1906, após a derrota da primeira revolução,

    de 1905:

    “É profundamente ridículo acreditar que existe uma afinidade eletiva entre o grande capitalismo, da maneira como atualmente é importado para a Rússia, e bem estabelecido nos Estados Unidos […], e a ‘democracia’ ou ‘liberdade’ (em todos os significados possíveis da palavra); a questão verdadeira deveria ser: como essas coisas podem ser mesmo ‘possíveis’, a longo prazo, sob a dominação capitalista?”

    PARTE I Página 15

    A lusofonia é uma Bolha Marta Lança: Doutoranda em Estudos Artísticos

    na FCSH - Universidade Nova de Lisboa

    FINAL Página 16

    O OUTRO LADO DAS EDITORAS E DA MÍDIA

    O Conhecimento no Brasil tornou-se uma coisa ofensiva. As escolas de hoje são ambientes dou-trinários, de propagação ideológica esquerdista, inexiste produção de Conhecimento. Exemplo?

    Página 10

    História das Constituições Brasileiras

    Termos consciência de todas as Constituições que já existiram no Brasil é de suma importância. Quando as observamos podemos compreender ainda mais o funcionamento do país quanto a su-a economia, sociedade e política no período em que ela esteve vigente. Analisando, dessa manei-ra, todas as transformações e evoluções que o Brasil passou desde a Independência até os dias de hoje.

    Página 12

    E tem mais... Confira!

  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 2

    A Gazeta Valeparaibana é um jornal mensal gratuito distribuído mensalmente para download

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    Juntas, a serviço da Educação e da divulgação da

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    Leia mais em 2016

    “Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da

    leitura de um livro.” Henry David Thoreau

    “À leitura deslizante ou horizontal, um simples patinar mental, é pre-ciso substituir pela leitura vertical,

    a imersão no pequeno abismo que é cada palavra, fértil mergu-

    lho sem escafandro.” José Ortega y Gasset

    “A leitura é um grande lenitivo pa-ra a velhice nos achaques que a incomodam, e reclusão a que o-

    brigam. ” Marquês de Maricá

    “Nós mudamos incessantemente. Mas se pode afirmar também que cada releitura de um livro e cada

    lembrança dessa releitura renovam o texto.” Jorge Luis Borges

    “Em muitas ocasiões a leitura de um livro fez a fortuna de um ho-mem, decidindo o curso de sua

    vida.” Ralph Waldo Emerson

    “A leitura faz ao homem completo; a conversa, ágil, e o escrever,

    preciso. ” Francis Bacon

    “A leitura é uma conversação com os homens mais ilustres dos sé-

    culos passados. ” René Descartes

    “Quem não lê não pensa, e quem não pensa será para sempre um

    servo.” Paulo Francis

    Editorial

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    Por um novo ano que não seja tão somente mais um novo ano.

    Estamos iniciando mais um ano.

    Se dermos um balanço em nossas atividades nesses 365 dias que passaram, encontraremos de tudo: bons momentos, decepções, alegrias, tristezas, atitudes nobres e também outras não tão nobres. Porque somos um misto de médico e de monstro, um universo em que gravitam tendên-cias de todas as naturezas.

    Mas, não importa o que somos e o que fizemos. Mais importante é o que podemos ser e o que podemos fazer, lembrando sempre que em qualquer momento podemos dar uma guinada no leme de nosso barco, mudando completamente o seu curso. Afinal, não somos estáticos vege-tais, ou animais irracionais guiados apenas pelo instinto. Somos humanos, dotados de livre-arbítrio, de inteligência e de vontade.

    Nessa época em que se fala tanto em política, é importante lembrar que existem duas palavras mágicas de uma força praticamente infinita: posso recomeça! Presos na cadeia podemos ler mais, pesquisar mais, nos informar mais, para então podermos nos colocar. Conhecer a História do Brasil, a História Mundial e ler alguns filósofos de todas as tendência, poderá nos dar uma ideia melhor de onde estamos e ai nos posicionarmos para onde queremos ir.

    Primeiro livros simples, duas páginas por dia. Depois, progressivamente, assuntos mais comple-xos e mais horas de dedicação à busca de novos conhecimentos. Ninguém aprisiona o espírito nem tolhe seu vôo, a não sermos nós mesmos, pela indolência.

    Mudar faz parte da evolução. Ninguém cresce se não domar seus impulsos, a cada dia um pou-co, começando no próprio lar. Experimentemos tratar nossos familiares como agimos com as vi-sitas.

    Ouvir o cônjuge, irmãos, filhos e pais com a maior atenção, respondendo com respeito, com brandura, com inteligência. Contar em casa as histórias engraçadas que guardamos para os ami-gos, sorrir como sorrimos para os conhecidos. Em pouco o ambiente doméstico será completa-mente diferente. E isso é muito difícil, está fora do nosso alcance? E, na realidade, quem é mais importante para nós que nossos familiares? Se quisermos um mundo melhor, devemos começar por nós mesmos e por nosso núcleo familiar, a célula da sociedade.

    Podemos apresar o momento fugidio que tenta passar despercebido, para nele colocar a primeira pedra do alicerce de nossas mudanças.

    Sair de uma vida fosca para capturar o brilho das estrelas.

    Feliz 2016 para todos nós!

    Filipe de Sousa

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  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 3

    Dia da Paz (Confraternização Universal) Promover a paz tornou-se uma condição de sobrevivência. Se continuarmos com essa sociedade de competição, de liberdade só para quem tem poder e dinheiro, de produção de miséria, certa-mente caminharemos aceleradamente para a destruição mútua e geral.

    O primeiro dia do ano pode significar uma nova esperança, com uma nova atitude. Será que não é possível que nós humanos nos entendamos definitivamente?

    A Paz e a Confraternização Universal merecem uma reflexão!

    A paz para todos os povos

    O 1º de janeiro é celebrado como Dia Mundial da Paz (ou Confraternização Universal) a partir de sugestão do Papa Paulo 6º, em 1967. Mais do que um caráter religioso, a data pretende exaltar a paz como o caminho a seguir no ano que se inicia.

    Dez, nove, oito, sete, seis, cinco, quatro, três, dois, um... Feliz Ano Novo!

    Na maioria dos países do mundo, essa contagem regressiva é realizada na passagem de 31 de dezembro para 1º de janeiro. É o início de um novo ano, segundo o calendário gregoriano, instituí-do em 1582 d.C. pelo papa Gregório 13. De acordo com a astronomia, um ano é o tempo que a Terra demora para girar em torno do sol.

    Este calendário é utilizado atualmente por todo o ocidente e é considerado oficial no mundo todo. Há culturas que celebram a passagem do ano em outras datas e estão em uma contagem muito maior do que o nosso ano corrente. É o caso dos chineses e dos judeus.

    Independentemente de quando acontece a passagem do ano, todas as nações celebram esse mo-mento como uma saudação à vida e com desejos de fraternidade e paz para o próximo período. É apenas uma data, a vida continua da mesma maneira e nem as guerras deixam de acontecer so-mente porque o ano mudou. No entanto este dia serve para muitas pessoas como um incentivo para realizar mudanças de atitudes, a fim de viver melhor.

    Assim, diversos rituais são realizados, conforme a crença ou a cultura: soltar fogos, beber cham-pagne, pular ondas, comer lentilha... cada um escolhe como vai marcar o novo ano. E como todos comemoramos e, juntos, criamos esperanças de uma vida melhor, esta data é chamada de Con-fraternização Universal.

    Calendário do mês

    Datas Comemorativas

    1 - Confraternização Universal 1 - Dia Mundial da Paz 2 - Dia da Abreugrafia 5 - Criação da Primeira Tipografia no Brasil 6 - Dia de Reis 6 - Dia da Gratidão 7 - Dia da Liberdade de Culto 8 - Dia do Fotógrafo 9 - Dia do Fico (1822) 9 - Dia do Astronauta 14 - Dia do Enfermo 15 - Dia Mundial do Compositor 19 - Dia Mundial da Terapia Ocupacional 20 - Dia do Farmacêutico 21 - Dia Mundial da Religião 24 - Dia da Previdência Social 24 - Dia da Constituição 24 - Instituição do Casamento Civil no Brasil 25 - Dia do Carteiro e Criação dos Correios 25 - Dia do Aniversário de São Paulo 27 - Dia da Elevação do Brasil a Vice-reino (1763) 28 - Dia da Abertura dos Portos (1808) 30 - Dia da Saudade 30 - Dia do Portuário 30 - Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos 30 - Dia da Não-violência 31 - Dia Mundial do Mágico

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    EDUCAÇÃO PARA A CIDADANIA

    A educação para a cidadania significa fazer de cada pessoa um agente de

    transformação social, por meio de uma práxis pedagógica e filosófica: uma reflexão/ação dos homens sobre o

    mundo para transformá-lo.

    Este é um dos objetivo do Jornal

    Gazeta Valeparaibana

    A todos vocês...

    Mais um ano que caminhamos juntos vai che-gando ao fim. Procuro no meu coração as pala-vras e não sei se encontro. Devo, talvez, ter que

    ir mais fundo. Penso que o segredo de nos darmos bem é que quando falo, o faço com o coração e quando es-cutam, o fazem com o coração. É dessa forma

    que meu coração se sente compreendido e o de vocês se sente reconfortado. Fazemos uma tro-

    ca. Eu queria fazer um resumo do ano que passou, mas não acho que tenha sido um ano particular, apenas a continuidade dos tantos outros, onde vemos, infelizmente, que a humanidade cami-

    nha para a direção contrária: muitas coisas que antes nos surpreendiam começam a ser

    "naturais" pois o mundo evoluiu. Vemos que muitos valores foram invertidos: o

    que é anormal, tornou-se comum; o que é imo-ral, tornou-se corriqueiro; a violência nos revolta, mas não nos impede de dormir; antes, compre-endíamos nossos pais com um simples olhar,

    hoje tudo é diferente. Muitas pessoas procuram a profissão onde vão ganhar mais e poucos são os que ainda fazem

    alguma coisa por paixão. É isso... Falta paixão no mundo! O materialismo tomou conta de muitas coisas e muito poucos são os que ainda abraçam uma causa e seriam capa-zes de dar tudo por ela. O "eu" tornou-se rei e

    como há muitos eus espalhados pelo mundo, há muitos reis também, que pensam-se poderosos e acima de tudo. E ninguém está acima de tudo enquanto os homens não conseguirem controlar

    o mar e o tempo. Nada no mundo se compara à paz de espírito,

    ao sentimento de ter feito o bem, ao conforto de olhar nos olhos dos que precisaram de alguém e

    conseguiram encontrar uma presença. O que o mundo precisa é disso: a paz, que só encontramos quando nosso coração se sente

    saciado e um coração precisa de amor para se alimentar.

    Se tiver que deixar uma mensagem a vocês, deixo esta aqui:

    não desacreditem na vida, nem no bem, nem na força do bem e, acima de qualquer coisa, não

    desacreditem em Deus! O mundo está abandonado a si mesmo, mas

    aqueles que voltam-se para Deus estão ancora-dos.

    Cultivem o amor, a paz, a alegria, o sorriso e tratem as pessoas com o mesmo respeito, amor, compreensão, como gostariam de ser tratados. Ninguém deve sentir vergonha de falar sobre

    Deus, de defender uma causa justa, de se sentir diferente num mundo onde todo mundo quer fa-zer igual. Pessoas especiais são pessoas espe-

    ciais. Muitos são os que avistam a porta do paraíso,

    mas, creiam, só as pessoas especiais são capa-zes de passar por ela.

    Que o Senhor guarde a união no seio de cada família, que as pessoas se dêem as mãos e não larguem quaisquer que forem as circunstâncias, que a vida seja repleta e que a solidão torne-se

    uma vaga lembrança! Obrigada a cada um de vocês por compartilhar comigo dessa caminhada na qual acredito de

    todo meu ser. Com muito amor, tenham um ano de paz, de

    muita luz!

    Letícia Thompson

  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 4

    Socializando

    Decepções - Crescimento ...ano novo !

    Decepções. Algumas parece que vão nos deixar para sempre arrasados.

    Dá uma vontade louca de chorar tudo que po-demos, até esgotar todas as emoções. Coisas acontecem por não falarmos o que se passa na nossa alma. Achamos que o outro sabe o que se passa com a gente, o que queremos, quais são nossas intenções, mas não é as-sim. Porque achamos que estamos sendo claros? Que somos transparentes? Que todo mundo sabe o que vai na nossa mente? So-mos seres complicados, essa é a verdade. Às vezes nos perdemos de nós mesmos, na nos-sa ânsia em querermos agradar os outros, a-cabamos nos boicotando, tomando atitudes que não condizem com o que pensamos. Re-presentamos um papel porque achamos que é aquilo que as pessoas querem de nós. Gos-tamos mas fingimos que não gostamos. Pen-samos uma coisa e dizemos outra. Queremos algo, mas nossas ações parecem dizer o con-trário. Será tudo isso uma maneira que usa-mos para nos proteger? Proteger do que, eis a pergunta, das decepções talvez, de ouvir-mos um não, de não sermos correspondidos. Tememos a verdade, nos escondemos de nós mesmos.

    Acredito que a decepção nos faz crescer, de alguma maneira nos modifica, para melhor ou para pior, vai depender de como enfrentamos a dor que ela nos causa.. A decepção por não ter dado certo, o achismo do “se”, se tivesse feito isso, se tivesse feito aquilo, acho que o final seria diferente, não sofreria essa dor sem fim... e mais uma vez passamos pelo proces-so de olhar para tudo que passou e ver o que queremos eliminar, e perceber o que pode-mos fazer diferente, como podemos encarar os desafios, as decepções que podem surgir, de maneira diferente. Como podemos melho-rar nossa vida nesse planeta chamado terra. Acredito que uma das coisas que podemos

    fazer é sermos flexíveis e tolerantes em rela-ção às decepções. Elas vão acontecer, pes-soas vão nos decepcionar de vários modos. A vida vais nos decepcionar, sonhos podem não se realizar. Somos seres imperfeitos buscan-do viver da melhor maneira possível. Todos nós erramos, e quase todos nós nos decep-cionamos ou decepcionamos alguém pelo menos alguma vez na vida. A frustração que decorre disso nos causa dor. Ver nossas ex-pectativas frustradas porque alguém não foi leal, porque alguém traiu nossa confiança, ou nos foi infiel, causa tamanha dor, que podem nos marcar para sempre. Passamos a nos questionar, o que fizemos para merecer isso? Não conseguimos entender, isso pode levar anos, ou até a vida inteira nos atormentando. Pode nos mudar muito. Criamos expectativas e quanto maiores elas forem, maior será nos-sa decepção. Temos que entender que somos seres diferentes, cada um cresceu com uma educação, tem sua maneira de ser e agir, não podemos querer que o outro seja igual a nós. A dor que nos é infligida pela dor emocional causada pela decepção é dor que dói demais. A primeira coisa a fazer é deixar que ela se acomode em nós, olhar o que está acontecen-do com uma certa distância e perceber se não estamos superdimensionado e valorizando situações e pessoas que podem não possuir essa importância toda. Colocar-nos na situa-ção de observador de nós mesmos. Acalmar, serenar, tentar entender, e aí vale tudo que eu achar necessário para que isso aconteça, u-ma boa conversa, uma boa reflexão, uma aju-da externa, mas, se isso não for possível, to-car a vida pra frente, o mundo não vai parar porque estou sofrendo. Temos que tentar ad-ministrar essa dor. Se esse ano que está fin-dando te trouxe algumas decepções e triste-zas, será que não está na hora de deixar que elas fiquem aqui em 2015? Começar 2016 com a ideia de que vai ser muito melhor já é um bom começo. Decepções causam dor, mas também podem nos fazer crescer. So-mos seres em constante aprendizado, esta-mos aqui para evoluir. Em vez de deixarmos a amargura tomar conta da gente, vamos usar o aprendizado para fazer diferente. Perceber que portas estão se abrindo, que ensinamen-tos podemos tirar.

    A decepção faz parte da vida. Assim como nos decepcionamos, também nós em algum

    momento decepcionamos alguém. Podemos nem nos dar conta disso, não ter tido a inten-ção, mas acontece. Justamente por sermos seres imperfeitos, em constante evolução. En-carar os desafios requer uma dose de cora-gem, às vezes sacrifício. As decepções não vêm apenas dos outros, também de nós mes-mos, nos decepcionamos quando não conse-guimos algo que queríamos muito, quando não alcançamos aquilo que nos propusemos, quando algum sonho ficou esquecido, quando alguma situação não se concretizou da ma-neira que esperávamos, e com toda essa frus-tração surge o medo, que acaba por nos apri-sionar, impedindo de seguir adiante, de explo-rar nossos recursos. Está certo, você está frustrado, decepcionado, mas vai deixar isso continuar te prejudicando até quando? Uma hora temos que dar um basta nesse sofrimen-to todo e encarar que já é hora de mudar. Nem tudo sai como a gente idealizou, paciên-cia! Falar é fácil? Com certeza. Tomar atitu-des que realmente vão fazer a diferença re-quer coragem e disposição da nossa parte. Encarar a vida de frente não é qualquer um que consegue. Dá trabalho. Não foi como es-perava? Faça diferente. Somente eu posso fazer algo e mudar o que não está bom. Que venha o novo ano e que na ilusão de que pos-so mudar, recomeçar ou começar de novo, isso nos dê forças para seguir adiante. Que o simbolismo de terminar um ano e começar outro, nos de a esperança de que podemos fazer melhor, podemos mudar coisas que não gostamos em nós ou nas nossas vidas. O ano novo é mais um rito de passagem que faz par-te da nossa vida e nos estimula a querer mu-dar. Vamos atrás desse raio de esperança que surge iluminado por novos sonhos e que-reres. Viver não é tarefa das mais simples, mas nós complicamos mais do que devíamos. Não basta estar vivo, temos que viver a vida, e isso é um processo contínuo, que requer coragem e determinação, vamos sair do previ-sível e encarar os desafios que nos farão crescer. É a nossa história, e ela só pode ser escrita por nós. Um abençoado ano para to-dos, com força, fé e determinação para enca-rar todos os desafios.

    Feliz Ano Novo!

    Mariene Hildebrando Professora de Direito e especialista em Di-reitos Humanos

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  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 5

    Ação cidadã

    Um novo começo? Chegamos ao ano de 2016. Um novo ano, um no-vo ciclo que começa. E, convido a você que lê este

    artigo, que considere refletir sobre o que escrevi

    aqui. Precisamos considerar recomeçar o Brasil.

    Mas, como assim, recomeçar o Brasil? Não temos

    como voltar no tempo, para 1500. Não existe má-

    quina que nos permita viajar no tempo para mu-

    darmos a história do Brasil. Não podemos reco-

    meçar o país do zero. Como seria isso, recomeçar

    o Brasil?

    Seria algo parecido com um empresário rico que

    faliu, perdeu toda a sua fortuna e, vai recomeçar

    a sua vida financeira de novo, tentar novamente

    um empreendimento. Ou, comparável a um país

    que se envolveu numa guerra e saiu destruído, e

    se reergueu novamente anos depois da guerra

    (como Alemanha e Japão).

    Mas o Brasil não foi à bancarrota e nem acabou

    de sair de uma guerra. Ok! Considerar recomeçar

    o Brasil é repensar o nosso modelo de sociedade,

    o nosso modelo político, o nosso modelo econô-

    mico, etc. Será que a nação brasileira está conde-

    nada à incipiência moral e administrativa para

    sempre? Será que não há possibilidade de reden-

    ção ao povo do Brasil? Tem havido um consenso,

    desde que eu nasci, de que o Brasil tem ido mal.

    O Brasil está aprisionado a um sistema que não

    renova de verdade, apenas substitui alguns indiví-

    duos. Apesar de eu ter usado a expressão

    “redenção”, eu não concordo que os brasileiros

    devam pôr esperanças num suposto “messias”

    político, num estadista “salvador” da pátria. Não,

    não e não! Aqui eu penso como John F. Kennedy,

    não perguntar o que o país pode fazer por mim,

    perguntar o que eu posso fazer pelo país. O que

    cada cidadão pode fazer? O que é que tem que

    ser mudado? Onde está o problema? Onde está a

    raiz do problema? E como solucionar o problema?

    Reforma política? Mas como exatamente deve ser

    feita tal reforma? Os detalhes da reforma? Refor-

    ma na educação escolar? Mas como exatamente

    fazer tal reforma? O que mudar? Quais os pon-

    tos? Quais os aspectos, os detalhes? O que real-

    mente deve ser feito?

    O que é fato, é que o atual modelo não funciona

    a favor da maioria. Não! O atual modelo lesa, pre-

    judica a maioria dos cidadãos. Os brasileiros de-

    vem considerar repensar o modelo de país para o

    Brasil.

    João Paulo E. Barros.

    Porque precisamos fazer a Reforma Política no Brasil?

    Seus impostos merecem boa administração. Bons políti-cos não vem do nada. Para que existam bons políticos

    para administrar o país, toda a sociedade precisa colaborar para que eles possam nascer e terem sucesso. É preciso um sistema eleitoral moderno para melhorar a qualidade da política. Os políticos "tradicionais" tem horror à reforma política, porque ela pode mudar a situa-ção atual onde eles usam e manipulam o eleitor e são pouco cobrados !

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    DESIGUALDADES

    Os contrastes sociais são responsáveis por todas as desigualdades raciais, étnicas e interculturais. Mesmo em tempos pós emancipação quem tem muita melanina, na maioria das vezes, é olhado de canto, é temido. Julgado e culpado. Prostrado à marginalização e banalidade. Jogado à sorte do destino. É triste ver que muitos são obrigados a sobreviver com pouca coisa, enquanto poucos riem e fazem de tudo um

    circo, vivendo bem e muito bem, "com muitas coisas"

    O problema da desigualdade social não é a falta de dinheiro para muitos, e sim o excesso na mão de poucos.

    Sobre religiões e fé

    Para muita gente, todos têm que ter uma “fé”, no

    caso confundida com religião. Quem não tem é

    mau.

    Segundo dizem, Deus é bom (ou justo?)… Todas

    as religiões pregam o bem… Será?

    Mata-se muito em nome de Deus e das religiões.

    E isso não é de hoje: basta lembrar alguns episó-

    dios históricos. Por exemplo:

    1. Sócrates foi condenado à morte em Atenas, e

    um motivo que pesou muito para essa condena-

    ção foi que ele cultuava deuses que não eram ate-

    nienses.

    2. Leiam o Velho Testamento da Bíblia, na parte

    que trata das pragas contra o povo egípcio: o fa-

    raó queria deixar o povo hebreu se mandar do

    Egito, para se livrar de pragas mandadas pelo

    Deus desse povo. Mas, para mostrar poder, Deus

    “endurecia o coração do faraó” para que ele não

    permitisse a saída dos hebreus, e depois castigava

    o povo todo, de forma cruel, inclusive matando os

    filhos primogênitos de cada família.

    3. Roma perseguia e matava os cristãos, coloca-

    vam nos circos para serem comidos por leões, sob

    o aplauso daqueles que professavam a religião

    dominante naquele império. Também decapitava,

    queimava, martirizava… Estudem um pouco a vi-

    da dos santos católicos e verão. Depois a coisa se

    inverteu: Roma se tornou cristã e passou a perse-

    guir os não cristãos.

    4. A “Santa” Inquisição matava na fogueira quem

    ela julgava que não era católico e/ou cometia he-

    resias contra o cristianismo.

    5. A colonização da América tinha como base de

    apoio a conversão dos povos dominados à fé cris-

    tã, e para isso era permitido matar, estuprar, rou-

    bar, fazer o que fosse preciso. E isso valeu para a

    colonização de outras partes do mundo.

    A crueldade dos colonizadores espanhóis era tan-

    ta que vale sempre lembrar a história do cacique

    Hatuey, nascido no Haiti, que foi a Cuba de canoa,

    no início do século XVI, prevenir os povos indíge-

    nas de lá sobre a maldade dos espanhóis. Ele foi

    pego lá e condenado à morte na fogueira. Um pa-

    dre disse que se ele se convertesse ao cristianis-

    mo iria para o céu. Hatuey perguntou ao padre se

    espanhóis também iam para o céu, e ele disse

    que sim. Então o cacique disse algo mais ou me-

    nos assim: “Então quero ir para o inferno. Não

    quero ir para um lugar com gente tão ruim”.

    6. Os colonizadores (inclusive os portugueses a-

    qui) demonizavam os deuses dos colonizados, di-

    ziam que eram demônios. Impuseram o cristianis-

    mo na marra. Hoje em dia ainda há “cristãos”

    com a mesma mentalidade. Certas seitas evangé-

    licas consideram demônios, por exemplo, todos

    os deuses das religiões africanas e indígenas.

    7. As guerras do Oriente Médio atualmente têm

    justificativas religiosas, embora por trás esteja

    também a riqueza do petróleo. De qualquer for-

    ma, a intolerância é uma marca das religiões dali,

    a fé alheia é considerada sempre maligna. Estão

    aí os exemplos exacerbados do Estado Islâmico e

    do Boko Haram. Mas mesmo dentro da mesma

    religião mata-se gente por discordâncias internas,

    com atos terroristas horrorosos.

    Li em algum lugar que as religiões monoteístas

    são as piores, têm deuses mais, digamos,

    “vaidosos” e impiedosos, que não aceitam a exis-

    tência de outros deuses, seus seguidores têm que

    ser exclusivamente deles. As politeístas pelo me-

    nos têm deuses que não são exclusivos.

    Achei interessante.

    Mouzar Benedito

  • Cidadania na Escola Educação para a cidadania: o co-nhecimento como instrumento políti-co de libertação

    A formação do ser humano começa na família. Ali, tem início um processo

    de humanização e libertação; é um caminho que busca fazer da criança um ser civilizado, e bem cedo a escola participa desse processo.

    Com o conhecimento adquirido na escola, o aluno se prepara para a vida. Passa a ter o poder de se transformar e de modificar o mun-do onde vive.

    Educar é um ato que visa à convivência social, a cidadania e a tomada de consciência políti-ca. A educação escolar, além de ensinar o co-nhecimento científico, deve assumir a incum-bência de preparar as pessoas para o exercí-cio da cidadania. A cidadania é entendida co-mo o acesso aos bens materiais e culturais produzidos pela sociedade, e ainda significa o exercício pleno dos direitos e deveres previs-tos pela Constituição da República.

    A educação para a cidadania pretende fazer de cada pessoa um agente de transformação. Isso exige uma reflexão que possibilite com-preender as raízes históricas da situação de miséria e exclusão em que vive boa parte da população. A formação política, que tem no universo escolar um espaço privilegiado, deve propor caminhos para mudar as situações de opressão. Muito embora outros segmentos participem dessa formação, como a família ou os meios de comunicação, não haverá demo-cracia substancial se inexistir essa responsabi-lidade propiciada, sobretudo, pelo ambiente escolar.

    O problema da grave concentração de renda no Brasil, a corrupção que permeia os órgãos governamentais, a ingerência política e o des-caso histórico do governo brasileiro com os direitos fundamentais de seus cidadãos são problemas que somente se encerrarão com o aprimoramento da democracia, que se dará por meio do controle do poder pelo povo.

    Segundo Lakatos (1999):

    Democracia é a filosofia ou sistema social que sustenta que o indivíduo, apenas pela sua qualidade de pessoa humana, e sem conside-ração às qualidades, posição, status, raça, reli-gião, ideologia ou patrimônio, deve participar dos assuntos da comunidade e exercer nela a direção que proporcionalmente lhe correspon-de.

    Infelizmente, no Brasil, a participação do povo no poder se limita a comparecer às urnas du-rante o processo eleitoral. A cultura de partici-pação é o primeiro passo para se consolidar

    uma democracia capaz de garantir os direitos sociais de todos os cidadãos.

    A formação de uma cultura democrática como a sonhada pelo educador Pedro Demo nasce do conhecimento enquanto instrumento políti-co de libertação. Ela permitirá o desenvolvi-mento dos potenciais de cada aluno-cidadão no meio social em que vive.

    Quem hoje poderá pensar a problemática soci-al brasileira sem levar em conta o significado da escola nesse contexto?

    De modo particular, a corrupção na administra-ção pública vem sendo apontada como um dos mais graves problemas atuais no Brasil. A corrupção se encerra somente com o aprimo-ramento da democracia. Por isso, cada cida-dão deve acompanhar de perto a ação de seus candidatos antes, durante e depois das eleições.

    Considerando questões sociais como esta, Cecília Peruzzo adverte que:

    Estes são apenas alguns dos indicativos da importância histórica da educação para a cida-dania em sua contribuição para alterações no campo da cultura política, por meio da amplia-ção do espectro da participação política, não só em nível macro do poder político nacional, mas incrementando-a a partir do micro, da par-ticipação em nível local, das organizações po-pulares, e contribuindo para o processo de de-mocratização e ampliação da conquista de di-reitos de cidadania.

    A idéia de educação deve estar intimamente ligada às de liberdade, democracia e cidadani-a. A educação não pode preparar nada para a democracia a não ser que também seja demo-crática. Seria contraditório ensinar a democra-cia no meio de instituições de caráter autoritá-rio.

    Bóbbio (2002) afirma que “a democracia não se refere só à ordem do poder público do Esta-do, mas deve existir em todas as relações so-ciais, econômicas, políticas e culturais. Come-ça na relação interindividual, passa pela famí-lia, a escola e culmina no Estado. Uma socie-dade democrática é aquela que vai conseguin-do democratizar todas as suas instituições e práticas”.

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política. Rio de Janeiro: Campus, 2002. LAKATOS, Eva Maria. Sociologia geral. 7.ed. São Paulo: Atlas, 1999. PERUZZO, Cecília M. K. Comunicação nos movimentos populares: a participação na construção da cidadania. Petrópolis: Vozes, 1998. Roberto Carlos Simões Galvão [email protected]

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    Mouzar Benedito Jornalista

    Sou materialista desde a outra

    encarnação.

    * * * Quando alguém abre a alma, o que encon-

    tra dentro dela?

    * * * De que religião são as pessoas de boa-fé?

    * * *

    Há pessoas que passam a vida cantando “Hosanas ao Senhor”, para poder ir para o céu, onde passarão a eternidade cantando

    “Hosanas ao Senhor”.

    * * * É fundamental

    A quem não tem fundamento Ser fundamentalista

    * * *

    Deus é fiel! Mas tem uns arautos…

    Deus do céu!

    * * * Para os fundamentalistas, a vida não é

    fundamental.

    * * * Nas forças do inferno

    O capitão É um capetão

    * * *

    Cometeu pecados, O motivo eu sei:

    A necessidade não tem lei

    * * * Que caráter bélico

    Tem o pastor Que se diz evangélico

    * * *

    Deus é amor. O diabo

    É o atravessador.

    Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 6

  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 7

    Contos, Poesias e Crônicas 2016

    COMPAIXÃO E FRATERNIDADE Um dos sentimentos que diferencia os seres da Terra é a compaixão. Com ela mantemos co-rações em estado de amor, dando proteção e

    sentido à vida.

    No entanto, o que se vê imbuído nas pes-soas quase que sempre em primeiro lugar, é a inveja, raiva, julgamentos maldosos e a violência.

    Os homens estão desenvolvendo e aprimo-rando um envenenamento que os tornam cada vez mais importantes pela sua conta bancária, status, influências e poder. Dessa forma, ativam intensamente forças negati-vas, maus pensamentos, distanciam-se de si mesmo, de seu caráter e da alma e cau-sam assim tempestades e tragédias por on-de passa e onde vive.

    Pessoas disfarçam-se soba ambição pes-soal, acotovelam-se no dia a dia para ser e ter mais que seu próprio semelhante esque-cendo-se que aqui, estamos sujeitos às mesmas leis de evolução e o que deveria se um crescimento horizontal acabou em vertical onde para se engrandecer é preciso tornar pequeno o outro.

    Como desejar ou esperar que o próximo ano seja melhor se não removermos senti-

    mentos negativos de dentro do coração? Crie um cotidiano de tolerâncias efacilite o caminho tortuoso de quem precisa, através da compaixão e, ao dormir, deseje um Feliz Ano Novo com menos indulgências e mais serenidade moral e abrir-se-á um canal pa-ra atitudes melhores com cuidados e genti-lezas.

    No ano vindouro seja mais severo ao julgar a si mesmo e de forma mais compreensiva os que convivem à sua volta,condene me-nos e serás menos condenado.

    Isso não quer dizer isenção de valores e princípios e, nem cumplicidade com os er-ros, pois somos imperfeitos e não temos o completo conhecimento de tudo e de todos, não há isenção de erros.

    No próximo ano inveje menos o sucesso do outro e busque o seu. Afinal, não viu as du-ras penas que pode ter sofrido aquele que obteve êxito, bem como, nem as provações que ainda poderá ter. Tenha como ferra-menta o poder do pensamento. Preste aten-ção nisso e com ele virá a bondade e cari-dade que lhe permitirá elevar-se e espalhar o bem.

    Em 2016, combata a fraqueza e não os fra-cos. Estabeleça e foque em um sentimento que pode gerar a aproximação dos homens na Terra...

    A Fraternidade!

    Genha Auga – Jornalista MTB:15.320

    Numa sociedade movida à dinheiro e hipocrisia, encontramos pessoas propensas aos mais diversos rumos incluindo-se a devassidão. Cuidado com quem andas, pois tua companhia sumariza quem és. Não tenha medo de lutar pelo que acredita, apenas seja você mesmo nos mais divergentes momentos que possam surgir. Fazendo isto, certamente afetará os que estão à tua volta que não gostam do que veem. Saberão fazer a triagem do joio e do trigo. Só tome cuidado com o lado com que ficará, pois uma escolha errada pode te afetar drasticamente. Pense no seu futuro. Sua escolha hoje, será o seu futuro amanhã. Seja feliz, haja com honestidade sempre. Mas acima de tudo, cuidado com o que te tornarás!

    Filipe de Sousa

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    FILHOS

    Genha Auga – Jornalista MTB: 15320

    E o que mais quer a mãe, A não ser o amor dos filhos?

    Dá a eles a luz do mundo,

    Guia seus passos, Zelando, velando, chorando, amando.

    Dedica-se a vida toda assim.

    Passam-se os anos e os filhos crescem, Acertando ou não, a mãe dá-lhes tudo de si!

    Faz o melhor, não dá para discutir. E os filhos saem bons? Às vezes, não...

    Ah! Se todas as mães fossem Santas,

    Nenhum dos seus filhos padeceria.

    Não, não é assim...

    Nem Virgem Maria conseguiu o que quis,

    Os filhos seguem seu destino! Às vezes seguem por caminhos tão distantes...

    Mas, nem sempre terão um final feliz.

    MALUCO & PACIÊNCIA Genha Auga – Jornalista MTB: 15.320 Ele entendia os malucos: “maluco é maluco” - dizia. - Se maluco não é dosado fica louco; por falta de referência, de medo ou de fé. Ele entendia as maluquices dos malucos, só não tinha estrutura ou conhecimento sufici-ente para lidar com eles ou até mesmo para ajudá-los da melhor maneira, porém, sabia o que se passava com eles. Cada um com suas vivências, lembranças, passados e antepassados. “Todos nós temos dentro um maluco”, dizia ele - é que muitos não percebem ou não admitem... Estes, sempre serão críticos dos malucos ou vítimas dos loucos. À medida que o tempo foi passando, diminuiu-lhe a paciência e as pessoas foram se tor-nando cada vez mais complicadas e ele as foi excluindo, na tentativa de ficar bem. Por isso, quando teve momentos com pessoas menos difíceis, viveu-os intensamente, porque sabia que seu tempo estava cada vez mais curto e a possibilidade dele ficar bem, mais remota. Enlouqueceu...

  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 8

    27 DE JANEIRO

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    DIA DA ELEVAÇÃO DO BRASIL VICE-REINADO

    (1763) Resumo: Elevação do Brasil a Vice-Reino e término do Governo-Geral, com a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763). A 27 de janeiro de 1763 foi à cidade do Rio de Ja-neiro elevada a categoria de capital do Brasil e a 19 de outubro desse ano nela tomava posse o Vice-Rei Conde da Cunha. Findava-se assim o período dos Governos-Gerais. A instalação do Vice-Reino do Brasil no Rio de Janeiro, não necessitou de grandes modifi-cações e adaptações, porque a cidade grada-tivamente já vinha crescendo em importância e se adaptando para desempenhar o papel que lhe estava destinado. A expansão comercial e militar da cidade, já estava acontecendo durante toda a primeira metade do Século, com o crescimento de seu papel administrativo. Deve ser considerado também que o Vice-Rei do Mar e Terra do Brasil, era um cargo mais honorífico do que efetivo, pois ele não tinha total autoridade sobre a América Portuguesa, Lisboa sempre foi o verdadeiro centro de po-der.

    GOVERNO GERAL

    A instalação do Governo Geral do Brasil no Rio de Janeiro, não necessitou de grandes modificações e adaptações, porque a cidade gradativamente já vinha crescendo em impor-tância e se adaptando para desempenhar o papel que lhe estava destinado. A expansão comercial e militar da cidade, principalmente graças às Minas Gerais já es-tava acontecendo durante toda a primeira me-tade do Século, com o crescimento de seu papel administrativo.

    Deve ser considerado também que o Vice-Rei do Mar e Terra do Brasil, era um cargo mais honorífico do que efetivo, pois ele não tinha total autoridade sobre a América Portuguesa, Lisboa sempre foi o verdadeiro centro de po-der. As Capitanias no Brasil estavam unidas pela obediência à Coroa e pela solidariedade militar, mas era o Secretário de Estado da Marinha e do Ultramar e o Conselho Ultrama-rino que administravam o Brasil, como uma federação colonial, formada de unidades iso-ladas. O Rio de Janeiro já possuía uma Intendência do Ouro, como Salvador e Minas e em 1751 foi criado o Tribunal de Relação do Rio de Ja-neiro, pelo Governador Gomes Freire, esta foi a segunda corte de apelação do Brasil, depois de Salvador e isto já preparava a cidade para receber maiores incumbências. Com a elevação do Rio de Janeiro á condição Capital do Brasil, em 1763, o coração da cida-de passou a pulsar em torno do Paço dos Vi-ce-Reis, que antes já era a Paço dos Gover-nadores e da Rua Direita. Na segunda meta-de do Século, finalmente a cidade ultrapassou o quadrilátero imaginário entre os quatro mor-ros originais. Começaram a surgir novos bair-ros e antigos caminhos se transformaram em ruas e a urbanização se desenvolveu. Desde o início do Governo de Sebastião José de Carvalho e Mello, o Conde de Oeiras, Mi-nistro de D. José, as relações entre a Coroa e os jesuítas se deterioraram, os padres eram acusados de incitar os índios e a responsabili-dade pela Guerra Guaranítica lhes foi atribuí-da. Um atentado contra D. José, em 1759 também foi considerado como tendo sido ins-pirado pelos jesuítas, o que dificultou mais a-inda o relacionamento. Estas relações tiveram conseqüência na ocu-pação do solo do Rio de Janeiro, porque os jesuítas eram proprietários de grandes ses-marias desde 1565, tendo se tornado donos

    de um imenso patrimônio territorial e imobiliá-rio. Possuíam além do Colégio do Morro do Castelo, setenta e um edificações distribuídas pelas melhores ruas do Rio, assim como fa-zendas e plantações em São Cristóvão, Enge-nho Velho, Engenho Novo e Santa Cruz. Depois da expulsão dos jesuítas, decre-tada em 1759, todos os seus bens foram con-fiscados e vendidos progressivamente, com exceção da Fazenda Santa Cruz que perma-neceu sob o domínio real. A cidade também se estendia absorvendo ca-sas de campo, ou chácaras, que estavam sendo inseridas na área urbana. Assim a cida-de crescia para o lado da Glória e do Campo de Santana para onde se estendiam as ruas da Cidade Nova. As transformações sofridas pela cidade não eram apenas na área urbana, mas atingiram também a ordem intelectual, as Luzes chega-vam à América portuguesa. Imitando Lisboa foram abertas na cidade academias pelas mentes mais intelectualizadas. A política econômica do Marquês de Pombal não beneficiou apenas Portugal, mas atingiu também as Minas Gerias e o Rio de Janeiro, muito embora fossem autorizadas nas pos-sessões coloniais apenas a fabricação de pa-nos grosseiros, as atividades de construção naval e a transformação de matérias-primas que não concorressem com as portuguesas, tudo isto já acarretava um grande desenvolvi-mento. Dois terços do tráfico do Porto do Rio de Janeiro eram representadas por trocas fei-tas com Campos dos Goitacazes e com o Rio Grande, que despachava sua carne salgada, seus couros e seu trigo, para a capital. A pro-dução de víveres dinamizava o comércio. Em 1770, tecidos de seda, finos algodões, ga-lões de ouro e prata saiam dos ateliês da ca-pital do Brasil.

    Da redação

  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 9

    Discutindo a Educação

    2016 SERÁ O ANO DA GREVE DE

    PROFESSORES

    O ano de 2015 foi sem dúvida um ano com muitas greves de professores por todo o Bra-sil. Logo no mês de maio, publicamos um arti-go já prevendo que o ano seria infestado de greves por todos os lados (1). O ano se pas-sou e as greves pipocaram por todos os luga-res. Sindicato dos professores em diferentes lugares deflagraram greves em busca do cum-primento do Piso salarial e das demandas históricas da educação. A Greve dos profes-sores no Paraná nos ensinou, na prática, co-mo os governos tratam seus professores, na base da pancada e do cassetete. Em São Paulo, acompanhamos a maior greve da his-tória, foram 92 dias em greve, segundo a A-PEOESP, sem que o governo apresentasse uma única proposta. 2015 está acabando. Mas isso não significa que a luta tenha terminado, muito pelo contrá-rio, em 14 de dezembro a Folha de São Paulo publicou uma reportagem sob o título “Prefeituras e Estados ameaçam segurar reajuste do piso de professor”(2). Nesta re-portagem, secretários de educação, prefeitos e governadores dizem que não tem condição de pagar o piso do professor. Atualmente, o piso para a jornada de 40 horas de trabalho é de R$ 1.917,00, para 2016 a previsão é que vá para R$ 2.134,00. A desculpa é a mesma: a “Lei de responsabilidade fiscal”. Sem ficar enrolando, vamos direto ao ponto. Primeiro: mesmo com o aumento previsto para 2016, está correto ou é minimamente justo tal salário? Segundo: O problema do custo dos professores é a falta de verba, por causa da arrecadação de impostos, ou falta de verba por causa da corrupção e má gestão dos re-cursos? Na mesma proporção que vemos Estados e Municípios reclamando da queda nas arreca-dações, vemos denúncias de corrupção, des-vio de verbas, superfaturamento de obras, fraude em licitações e vários exemplos de má gestão dos recursos públicos (3), ai é óbvio que vai faltar dinheiro. É óbvio que o pais vai entrar em crise. Nenhum pais do mundo su-porta tantos desvios de verbas e corrupções como temos por aqui. É preciso lembrar que a meta 17 do Plano Nacional de Educação, prevê a valorização dos profissionais do magistério das redes públicas da Educação Básica, a fim de equi-parar o rendimento médio dos demais profis-sionais com escolaridade equivalente até 2020. Tal equiparação se dá justamente atra-

    vés da Lei do Piso Nacional do Magistério em que Estados e Municípios devem acompanhar sua evolução. Ano após ano, desde 2009, a evolução do Piso Nacional do Magistério, saiu deR$ 950,00 para possivelmente chegar aos R$ 2.134,00 (isso se o lobby dos secretá-rios de educação não barrar o projeto).

    E por falar em lobby (só um parênteses neste ponto), nunca se ouviu falar em lobby de professores. Mesmo os nossos senadores, de-putados e vereadores que antes da eleição eram professores, quando chegam ao poder se negam a lutar pelos ex-colegas de profis-são e pela educação como um todo. Porque isso? Porque há várias bancadas temáticas e não há uma bancada que realmente se inte-resse pela educação, e não pelas questões econômicas como comumente faz as “Comissões de educação” nas assembleias legislativas. Esses são detalhes que uma aná-lise de comportamento com certeza traria uma luz.

    O rumo que esta conversa deve tomar neste artigo, é justamente sobre as responsabilida-des de Estados, Municípios e da União com a educação. Neste ano de 2015 vimos o orça-mento da educação sendo cortado em todas as suas instâncias. Vimos a redução das ver-bas de manutenção das escolas, dos projetos pedagógicos, da contratação de pessoas, da aquisição de materiais didáticos, enfim, houve cortes de todas as ordens, mas, novamente sou obrigado a bater na tecla: não houve que-da nos superfaturamentos, nos desvios de ver-bas e na má gestão dos recursos públicos.

    Mas, voltando ao salário do professor, todos sem exceção, desde a promulgação do PNE sabiam que deveriam providenciar recur-sos para o salário do professor. O que foi feito desde então? Apoiaram-se nos royalties do pré-sal? Esperaram jorrar milhões de litros de petróleo para que o pais fosse salvo?

    Nada de concreto foi realmente feito no sentido de disponibilizar recursos para as finalidades da educação. E não fala-mos só da esfera estadual, mas de to-das. Aliás, a impressão que se tem é que os recursos são desviados de ma-neira a comprometer o orçamento justi-ficando assim o não cumprimento da lei. Ora, bem sabemos que a desvalori-zação do profissional da educação tem um endereçamento certo. É a má quali-dade do ensino, ardilosamente e vergo-

    nhosamente articulada nos bastidores. Não se enganem, é a privatização che-gando à educação. Como sempre ques-tionamos: “muita gente ganha com uma educação sem qualidade”. Assim foi com estradas, usinas e outras áreas. Todas, sem exceção foram primeira-mente dilapidadas, justificando assim a incompetência do setor público em ad-ministrar esse ou aquele setor. Com a educação não será diferente. Em acon-tecendo isso, as Organizações Sociais, Organizações não governamentais e todas aquelas que se mantêm às cus-tas dos governos, irão abrir um sorriso largo(no mínimo do tamanho do desvio de dinheiro público que isso irá gerar). Recentemente em São Paulo tivemos

    uma tentativa frustrada de “reorganizar” as es-colas públicas e deu no que deu, o governo teve que recuar, e o secretário desistiu do seu cargo. Mas, essa novela ainda terá outros ca-pítulos. Para entender melhor nossa posição sugerimos a leitura do nosso artigo “Reorganizar para conquistar”(4), Nele explica-mos como o governo de São Paulo tentou di-minuir seus custos com alunos e professores com uma jogada tola. Já em Goiás, a “proposta” de terceirizar a gestão escolar já está gerando descontentamento da população e dos professores. Obviamente que esta ques-tão deve ser melhor debatida e discutida.

    Diante desse quadro dantesco da edu-cação que, realmente, se parece com o Infer-no de Dante, só podemos esperar, dos profes-sores, a utilização da sua única arma disponí-vel a GREVE ! Nós, a sociedade civil, e especificamente os professores, devemos nos apropriar dos deba-tes sobre as políticas públicas em educação. Devemos exercer o nosso papel de cidadão não só nas aulas, mas, principalmente na prá-tica. Devemos ler, pesquisar e questionar qualquer indício de desvios no orçamento pú-blico. Lembre-se que este dinheiro que é des-viado é fruto do seu imposto e do meu impos-to. Os velhos discursos dos coronéis já não nos convencem de que estamos sem dinheiro e em crise. Agora é a hora de ensinarmos os governos a governar. Feliz 2016 repleto de lutas.

    Ivan Claudio Guedes Geógrafo e Pedagogo.

    [email protected]

    Omar de Camargo Professor em Química.

    [email protected]

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  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 10

    Artigo opinião O OUTRO LADO DAS

    EDITORAS E DA MÍDIA O Conhecimento no Brasil tornou-se uma coi-

    sa ofensiva. As escolas de hoje são ambien-tes doutrinários, de propagação ideológica es-querdista, inexiste produção de Conhecimen-to. Exemplo? No Brasil de hoje é notório e publico a limitação da capacidade de perceber a realidade. A noção de realidade completa é inexistente. A bipartição do mundo não exis-te, ou seja, as pessoas não distinguem mais entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre a moral e o imoral, entre o ético e o per-vertido, etc. A única coisa que existe é a guerra entre pobres X ricos. A realidade do Brasil reduziu-se à isso. O que isso prova? Um apagão cognitivo da Nação. Não é que as pessoas não pensam, elas são incapazes de pensar. Causa disso? Décadas de ensino e metolodogia gramsciana nas es-colas e na mídia, que promoveu, silenciosa-mente, uma verdadeira reforma psicológica, totalitária, antidemocrática, cujo objetivo é fa-zer dos povos meras massas ignorantes e to-talmente submissas à classe governante. Pascal Bernardin (in: Maquiavel Pedagogo) revela a verdadeira síntese da escravidão in-telectual e moral criadora da catástrofe da in-teligência humana. O “desconhecimento” dessa verdade é a cau-sa do debacle do ensino e da educação no Brasil. Todo o resto são rendas ao assunto, inclusive o falso discurso financeiro de que escolas de qualidade se fazem com muito di-nheiro e muita tecnologia. A formação e trei-namento da capacidade cognitiva independe dessas variáveis e depende totalmente da es-truturação cognitiva propiciada pela Dialética Simbólica.

    Por outro lado, a limitação da capacidade de perceber a realidade é fundamental para a Engenharia Social, método governamental de controle silencioso da população. Exemplo. Quem hoje em dia dá instruções ao povo? Quem fala ao povo o que é bom e o que é mal, o que é justo e injusto, o que ele deve beber ou comer ou fazer ou como se compor-tar ou como se vestir? São os jornalistas, a mídia. Ela é a educadora da população, faz a mente dos professores, pauta as aulas, os discursos nos bares, etc. Quem controla a mídia? Os donos de empresas? Claro que não, são as “agências de comunicação” em total concluiu com os departamentos de Le-tras das Universidades que pautam a linha editorial dos autores e obras que serão lidos e aceitos pelo país afora. A revista Piauí, n.111, Dez.2015 (O Sujeito Oculto, p. 16-26) traz uma reportagem avas-

    saladora sobre quem são essas “agências” no Brasil. Isso significa a existência de um pa-drão de uniformidade cognitiva onde domina uma pobreza intelectual e brota a doutrinação ideológica partidária. Duvida disso? Há vá-rias formas de se comprovar a verdade. Bas-ta que se cite que NENHUMA Universidade brasileira está incluída entre as 250 melhores Universidades do mundo, nem mesmo a in-censada USP. O mercado editorial brasileiro traduz inúmeros autores internacionais. No entanto, é praticamente ZERO o número de autores brasileiros traduzidos para línguas es-trangeiras, mesmo para os países falantes de Língua Portuguesa. Por quê? Falta de quali-dade. Em outras palavras, existe uma ideologia cog-nitiva espalhada na “cultura” brasileira. Como essa ideologia se formula? Nos livros. Como ela se transmite? Por agentes. Quem são eles? Professores, jornalistas, sindicatos e “movimentos sociais”. Não é obra do acaso que o Brasil tem por vol-ta de 18 mil sindicatos! Isso mostra o tama-nho do problema do chamado aparelhamento ideológico do Estado, criador do Estado Patri-monialista, a causa verdadeira do atraso e corrupção brasileiros. Essa ideologia lança mão do uso controlado e técnico da mentira, manipulando dados, fatos, histórias, pessoas, ideias, conteúdos, etc. Um caso gritante dessa ideologia fingida que se torna ignorância real e malévola é o caso da Editora Insular/SC que mente para o públi-co ao inserir Manoel Bonfim como comunista na lista integrante dos autores da Coleção Pá-tria Grande. Bonfim, ao contrário, foi persegui-do pelos comunistas (Silvio Romero à frente) teve sua vida e obra destruídas. Lançaram sobre ele toda sorte de perseguições e infâ-mias obrigando-o a se recolher a si e a sua obra, morrendo esquecido e vilipendiado.A obra de Bonfim foi repudiada simultaneamen-te tanto pela esquerda quanto pela direita, o que atesta seu pensamento independente. Na ausência da verdade pretendida, fica evi-dente, portanto, que a inserção do nome de Manoel Bonfim nos quadros da Coleção deve-se certamente, ao brilhantismo de suas teori-as, que confere pesos e medidas a tudo que toca. Assim, a Coleção, usando do expediente da burla grotesca, busca credibilidade e serie-dade incontornável para si mesma diante do público para fazer proselitismos ideológico-partidário às custas do assassinato da Verda-de, do Conhecimento e da Alta Cultura, pro-vando-se a serviço da destruição da Alta Cul-tura do pais.

    O que é a Pátria Grande? “A expressão é cu-nhada nas elucubrações do Foro de São Pau-lo (criado por Lula, Fidel Castro, amparado pelo reservado grupo Diálogo Interamericano o qual FHC integra como membro. Vide Ale-xandre Costa, Nova Ordem Mundial). Designa a unidade geopolítica a ser construída através da exportação do comunismo cubano e vene-zuelano aos demais países da outrora chama-da América Latina ou Ibero-América, em mar-cha para se tornar "Pátria Grande””(Percival Puggina). A “Pátria Grande” é o projeto em marcha de criação na América Latina das frentes neocomunistas que a Rússia perdeu no Leste Europeu. Vide Heitor de Paola, O Eixo do Mal Latino-Americano. O comunismo acabou? É outra das mentiras que te contam leitor. Sabe porque você não tem acesso a essa literatura? Porque ela é vetada pela li-nha editorial das Universidades e das agên-cias de mídia. A maioria das pessoas só sa-bem o que está acontecendo através da inter-net e da televisão. Confundir desinformação com Conhecimento é a prova cabal de analfa-betismo funcional. O número de mentiras que um povo pode su-portar é limitado. A ciência atesta essa limita-ção que passa da esfera de atuação cerebral para a psicológica. A desordem e o caos que reinam no Brasil em grande parte é fruto de uma ignorância fingida patrocinada por fingi-dores histéricos promotores de uma democra-cia igualmente fingida, pois, sem representati-vidade e conexão com a realidade das pesso-as, do país e do mundo. O povo está doente, o país está psicologicamente doente! A crise cognitiva do Brasil é tremenda e inver-samente proporcional à capacidade de enxer-gá-la e de absorvê-la para reagir à ela. Saí-da? Parar de reagir e de se comportar como

    um fingidor histérico e voltar a cultivar e ter apreço ao Conhecimento. POR: Loryel Rocha Email: [email protected] Site: http://brasilan.com.br/site/

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  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 11

    24 - Instituição do Casamento Civil no Brasil

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    CASAR ou NÃO CASAR... Eis a questão!

    Darwin colocou a questão em duas etapas, e na ordem certa, 1° ele decidiu se deveria casar ou não, e depois com quem.

    Por que 50% dos casamentos resultarão em divórcio, causando enorme sofrimento e sequelas nos filhos menores?

    Vou usar para a discussão de hoje o diário de Charles Darwin, onde depois da viagem do Beagle ele percebe que está ficando pa-ra trás e decide fazer uma “contabilidade” dos prós e contra do casamento.

    “Marry or not to Marry, This is the

    Question.”

    Isto deixou muita gente chocada, da forma racional que Darwin colocou uma questão emocional e afetiva.

    Pior foram alguns dos prós e contras.

    Prós.

    Ter alguém na velhice. Alguém para cuidar da casa. Melhor do que ter um cachorro.

    Imaginem a ira das feministas, e com ra-zão.

    Não casar.

    Liberdade, ausência de brigas, não ter que visitar parentes, não ter que cuidar dos fi-lhos.

    Darwin ficou uns meses neste dilema e não casar quase venceu, mas lendo o seu diá-rio nos meses seguintes finalmente ele de-cide e escreve Casar, casar, casar.

    A reputação de Darwin nesta questão piora ainda mais, porque aí ele faz uma análise pró e contra de cada uma das pretenden-tes.

    Decide finalmente por Emma, que felizmen-te nunca chegou a ler o diário de Darwin.

    Embora isto pareça tipicamente inglês, frio e racional, eu vou mostrar um lado positivo desta forma de Darwin colocar o casamen-to que é a seguinte.

    Darwin colocou a questão em duas etapas, e na ordem certa.

    PRIMEIRO ele decidiu se deveria casar ou não, e depois COM QUEM.

    Minha tese aqui, é que jovens de hoje in-verteram a questão.

    Primeiro decidem COM QUEM, e depois decidem se devem casar ou não com aque-la pessoa.

    Eu sei que muitos vão achar isto correto, e nem eu quero exagerar muito neste ponto.

    Mas o que achei interessante na ordem de Darwin, é que primeiro ele se comprometeu ao conceito, aos deveres e obrigações com a instituição do casamento.

    Supostamente, ele estava plenamente consciente da chatice do casamento antes de se casar, algo que muitos jovens não se conscientizam.

    Tão apaixonados COM QUEM, eles esque-cem de pensar no que é CASAR e se man-ter casado.

    Casamento se torna a consequência da pri-meira escolha, COM QUEM e não a ques-tão em si.

    Em vez de COM QUEM ser consequência da decisão de MANTER UM CASAMENTO PARA SEMPRE.

    A nova geração está totalmente preocupa-da COM QUEM e não com a instituição ca-samento.

    A indústria de cosméticos, roupas, revistas femininas e feministas, gastam 100% do seu espaço editorial COM QUEM, e quase nada com a dificuldade de SE MANTER UM CASAMENTO PARA SEMPRE.

    A nova geração vai trocando os COM QUEM, de tempos em tempos, até chegar a uma idade de 36 anos, quando as mulhe-res percebem que têm que casar correndo se quiserem ter filhos, e nem pensam como Darwin na questão CASAR OU NÃO CA-SAR.

    O imperativo biológico fala mais alto.

    Como disse, não quero exagerar neste ponto, sei que os diários de Darwin de fato são chocantes, mas eu só queria trazer um ponto de vista diferente, não tão óbvio, que Darwin pelo menos pensou na ordem certa.

    Você que é jovem deveria pensar muito mais na instituição CASAMENTO e no que ela significa.

    Seu casamento será muito mais duradouro se você pensasse como Darwin, nas obri-gações que ele gera, na perda de liberdade que ele implica, na chatice dos parentes que ele acarreta.

    Em vez de pensar como escolher o COM QUEM o tempo todo.

    Em vez da academia de musculação e do cabeleireiro aos sábados, conversar com um Pastor no domingo sobre casamento talvez seja a primeira opção para um casa-mento feliz.

    É triste que hoje somente a Igreja e Darwin pensam que decidir se casar é uma deci-são séria.

    Que precisa ser assumida e decidida firme-mente ANTES de sair correndo pelo par perfeito.

    É muito triste que somente nas revistas do-minicais distribuídas gratuitamente nas por-tas das Igrejas é que você vê um editorial falando da necessidade de levar o CASA-MENTO a sério.

    Coincidência ou não, o casamento de Dar-win durou 43 anos, e foi o único.

    Da redação

    Malheiro Dias “Os tiranos do amor sempre foram reverencia-

    dos”.

    * * * Tonico e Tinoco

    (na música Cana Verde): O amor que vai e volta, a volta sempre é melhor”.

    * * * Medeiros de Albuquerque

    “Amor e calvície acomodam-se muito bem nos homens – repelem-se formalmente nas mulhe-

    res”.

    * * * Correia Júnior

    “O amor é a mais inútil das experiências”.

    * * * Mark Twain

    “O amor é aquilo que depois do casamento se chama engano”.

    * * * Benjamin Franklin

    “Antes do casamento os olhos devem estar bem abertos; depois do casamento, semi-cerrados”.

    * * * Sócrates

    “Meu conselho é que se case. Se você arrumar uma boa esposa, será feliz; se arrumar uma es-

    posa ruim, se tornará um filósofo”.

    * * * José Américo

    “A mulher que ama é a que diz menos, porque é a que mente mais”.

    * * * Barão de Itararé

    “O casamento é uma tragédia em dois atos: civil e religioso”.

    * * * Lord Byron

    “O casamento vem do amor, assim como o vinagre do vinho”.

    * * * De novo Lord Byron:

    “Todas as tragédias terminam em morte e todas as comédias em casamento.

    * * * Oscar Wilde

    “Os solteiros ricos deviam pagar o dobro de im-postos. Não é justo que alguns homens sejam

    mais felizes do que os outros”.

    * * * Chico Anysio

    “Quem é casado há quarenta anos com dona Ma-ria não entende de casamento, entende de dona Maria. De casamento entendo eu, que tive seis”.

    * * * Filipe de Sousa

    Então? O amor é lindo ou não é?

  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 12

    24 - Dia da Constituição

    ATENÇÂO

    A Gazeta Valeparaibana, um veículo de divul-gação da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, orga-nização sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir discussões e reflexões dentro das salas de au-las, tais como: educação, cultura, tradições, his-tória, meio ambiente e sustentabilidade, respon-sabilidade social e ambiental, além da transmis-são de conhecimento.

    Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conheci-mento adquirido e, que nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos unir, na busca de uma sociedade mais justa, solidária e conhecedora de suas res-ponsabilidades sociais.

    No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que adjudi-quem seus nomes. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato. [email protected]

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    CULTURAonline BRASIL, prioriza a Educação, a boa

    Música Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social,

    cidadania nas temáticas: Educação, Escola, Saúde,

    Cidadania, Professor e Famí-lia. Uma rádio onde o profes-

    sor é valorizado e tem voz e, a Educação e o Brasil se discute

    num debate aberto, crítico e livre, com conhecimento e

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    História das Constituições Brasileiras

    Termos consciência de todas as Constituições que já existiram no Brasil é de suma importância. Quando as observamos podemos com-preender ainda mais o funcionamento do país quanto a sua economi-a, sociedade e política no período em que ela esteve vigente. Anali-sando, dessa maneira, todas as transformações e evoluções que o Brasil passou desde a Independência até os dias de hoje.

    Em 1824 foi elaborada a Primeira Constituição. Ela foi criada poucos anos após a Independência do Brasil e para que essa criação fosse feita houve um confronto político na época. D. Pedro I, com receio de seus opositores, invade o plenário, dissolve a Assembléia Constituin-te da época, prende e exila diversos Deputados. Assim convoca al-guns cidadãos conhecidos por ele e de sua confiança, e a portas fe-chadas começa a redigir a primeira Constituição do Brasil.

    Essa primeira Constituição tem como característica principal estabe-lecer um governo Monárquico e hereditário, e a criação de quatro po-deres: legislativo, executivo, judiciário e moderador. Este último era exercido pelo próprio Imperador e estava acima dos demais poderes.

    A Constituição de 1824 foi a que teve maior duração no Brasil, vigo-rando por 65 anos.

    Em 1891 tivemos a segunda Constituição que tinha como contexto, agora, a Proclamação da Republica, que ocorreu em 1889. Também é marcada por uma grande disputa de interesses, principalmente da elite latifundiária, os cafeicultores. Esta elite, pela sua influência, aca-bava por influenciar o eleitorado ou fraudava as eleições, exercendo um domínio sobre o País.

    As principais características dessa Constituição é que estabelecia u-ma República Presidencialista no Brasil e excluíam o Poder Modera-dor, visto que não existia mais um Imperador. A República já havia sido proclamada.

    Em 1934 ocorreu a terceira Constituição Brasileira. Era fruto da cha-mada “Era Vargas”, onde Getúlio Vargas era o chefe de Estado. Ti-nha características interessantes para a época como o Voto Femini-no, o voto secreto, a criação da Justiça do Trabalho e de Leis Traba-lhistas. Durou apenas três anos.

    Em 1937 ocorre a quarta Constituição. Getúlio Vargas ainda estava no Poder e seu mandato acabaria em 1938. Para continuar ele teve que dar um Golpe de Estado, dizendo proteger o Brasil de ameaças comunistas. Por esse Golpe, torna-se um Ditador, e esse período é conhecido como Estado Novo. Esta Constituição era para um regime Ditatorial. Perseguia opositores, intervinha na Economia, extinguia Partidos Políticos e a liberdade de imprensa.

    A quinta constituição ocorreu assim que Vargas foi deposto, em 1946. Com o Ditador deposto era de suma importância ter uma Constituição que traria uma nova Ordem e que representasse toda esta vontade de redemocratizar o País.

    Em 1967 ocorreu a sexta Constituição. Novamente ela volta a estar inserida em um processo Ditatorial. Sua principal característica é dar total liberdade aos governantes de combater qualquer ameaça, desde manifestações populares e estudantis até influência estrangeiras.

    E a sétima ocorreu em 1988. Novamente em um processo de fim da Ditadura e de redemocratização do País. Com ela houve novas con-quistas como: reforma eleitoral, combate ao racismo, direitos dos ín-dios, e novos direitos trabalhistas. É esta Constituição que está vigen-te até os dias de hoje.

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    Apesar da própria Constituição Federal ressaltar que a Polícia Militar existe para proteger o cidadão, resquícios do regime militar de 1964 mantêm a concepção de enfrentamento, criando assim a lógica de que todo manifestante é suspeito e, portanto, inimigo. Isto é inerente

    também à mentalidade construída pelo regime de caserna vivenciado pelos policiais militares, tornando muitos deles avulsos à realidade do brasileiro comum. Cria-se então uma dualidade "militar/civil", dando a falsa ilusão de que os policiais não são civis, quando na verdade são.

    Régis Cardoso

  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 13

    30 - Dia Nacional das Histórias em Quadrinhos

    As histórias em quadrinhos começaram a aparecer no Brasil no sécu-lo XIX. Mas antes de se apresentarem em tiras, assumiam forma de charges e caricaturas. No dia 30 de janeiro de 1869, o cartunista An-gelo Agostini publicou a primeira história em quadrinhos brasileira, As aventuras de Nhô-Quim, ou Impressões de uma Viagem à Corte. E, a partir de 1984, a data passou a celebrar o Dia do Quadrinho Nacional.

    O gênero, conhecido como 9ª arte, agrada crianças e adultos. U-ma pesquisa realizada recentemente, com alunos de escolas públicas de São Paulo, apontou que as histórias em quadrinhos são o tipo de leitura preferido dos pequenos. E, ainda, ajudam os leitores a se apro-ximar de outros tipos de literatura.

    No Brasil, a história em quadrinhos de mais sucesso é a Turma da Mônica. Criada por Mauricio de Sousa, em 1959, a produção aboca-nha 86% do mercado nacional. Fora daqui, a turma também tem sua participação: 40 países, com 14 idiomas, vendem seus gibis e outros produtos licenciados.

    Outro cartunista que ajudou a difundir a 9ª arte no Brasil foi Ziraldo, pai do Menino Maluquinho e de mais dezenas de personagens. Em 1960, o desenhista lançou a primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um só autor, A Turma do Pererê. A publicação trouxe outra novidade: foi a primeira história em quadrinhos a cores totalmente produzida no Brasil.

    O Dia do Quadrinho Nacional terá diversas comemorações pelo Bra-sil. Belo Horizonte, Curitiba, Fortaleza, Rio Grande do Sul, Rio de Ja-neiro e São Paulo são algumas das cidades que organizaram atra-

    ções para este dia. Neste ano, o ápice das comemorações acontece no próximo sábado (1º), com a premiação da 30º edição do Tro-féu Angelo Agostini, no Memorial da América Latina, em São Paulo.

    A historia das historias em quadrinhos no Bra-sil começa no século 19, quando passou a cir-cular no ano de 1837 um desenho em formato de charge, de autoria de Manuel de Araujo Porto-Alegre, vendido em papel avulso. O car-tunista Angelo Agostini é considerado o pre-

    cursor das historias em quadrinhos no Brasil, pois criou em 1869 As

    Aventuras de Nhô Quim ou impressões de uma viagem à corte, e também o responsável por introduzir os quadrinhos em publicações jornalísticas.

    A revista O Tico-Tico, lançada no dia 11 de outubro de 1905, é consi-derada a primeira revista em quadrinhos do Brasil. Concebida pelo desenhista Renato de Castro com ilustrações de Angelo Agostini e participação de diversos artistas, como J. Carlos, Max Yantok e Alfre-do Storni, o formato foi baseado na revista infantil francesa La Semai-ne de Suzette, com alterações nos nomes dos personagens originais e tendo Chiquinho como a figura mais popular.

    Por volta de 1930 foram passaram a ser publicadas no Brasil as histó-rias americanas, como Krazy Kat, Gato Félix e Mickey Mouse. Na

    mesma década foram surgindo outras publicações voltadas para as HQ’s, como Mirim, Lobinho, O Globo Juvenil e O Gibi, as duas últi-mas pertencentes à Roberto Marinho. As historias em quadrinhos da Disney passaram a ser publicadas no país apenas na década de 50, e para enfrentar a concorrência dos heróis americanos foram criadas versões brasileiras desses personagens, como Capitão 7 (inspirado em Flash Gordon e Super Homem) e Raio Negro (inspirado em Lan-terna Verde e Cíclope do X-Men), além de personagens nacionais de novelas radiofônicas, como Jerônimo – o herói do Sertão, serem transpostos para quadrinhos.

    A partir da década de 60 aumentaram as publicações e personagens

    tupiniquins, com destaque para Pererê, de Ziraldo, Gabola, de Peroti, Sacarrolha, de Primaggio, e o maior sucesso do ramo no país, Turma da Mônica, editada pela Editora Globo e escrita por Maurício de Sou-za, considerado o maior nome dos quadrinhos nacionais.

    O jornal Pasquim ficou famoso por suas tirinhas de quadrinhos, princi-palmente os de Jaguar, e Daniel Azulay também criou o herói brasilei-ro Capitão Cipó. A Editora Abril passou a publicar os heróis da Mar-vel e da DC Comics no Brasil, com as revistas Capitão América e Heróis da TV, e posteriormente com Batman, Super-Homem, Ho-mem-Aranha e Incrível Hulk.

    A partir da década de 80, os grandes jornais brasileiros passam a in-serir trabalhos de autores nacionais em suas tirinhas, antes exclusiva-mente americanas. Dentre eles, destacam-se Miguel Paiva (Radical Chic), Glauco (Geraldão), Laerte (Piratas do Tietê), Angeli (Chiclete com Banana), Fernando Gonsales (Níquel Náusea) e Luís Fernando Veríssimo (As Cobras).

    Fonte: http://biblioteca.piracicaba.sp.gov.br/

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  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 14

    30 - Dia da Não-violência

    A Violência na sociedade brasileira

    Além de ser um constrangimento físico ou moral, a violência é um ato vergonhoso que acontece diariamente, em todos os lugares do Brasil e no mundo. Ninguém sai mais à rua seguro de que vai voltar ao seu lar, muitas pessoas morrem e deixam famílias em sofri-mento, por causa de um assalto, uma bala perdida ou outra causa de violência.

    Ao andar pelas ruas, ninguém mais confia em ninguém, todos ao se aproximar de qualquer pessoa já ficam preocupadíssimos, sempre achando que irão ser assaltados ou coisa pi-or.

    Cada dia que passa a violência aumenta rapi-damente, em vez de todos serem unidos, pa-rece que separam-se. Não sabemos o que será o dia de amanhã, há tanto medo dentro de nós que não pensamos em outra coisa se-não a violência. Não podemos esquecer de ressaltar a violência nas torcidas de esportes. Coisa que deveria ser diversão acaba em vio-lência e morte.

    Quem não olha televisão? Todos os dias há casos e mais casos de mortes, assassinatos. Quase todos com uma coisa em co-mum: impunidade.

    Como todos nós sabemos, continuam a ocor-rer, no Brasil, graves violações dos direitos humanos.

    As vítimas tendem a ser aqueles que mais precisam de proteção: os pobres urbanos e rurais, os povos indígenas, os negros, os jo-vens e também aqueles que trabalham em prol dos mesmos: advogados, sacerdotes, lí-deres sindicais, camponeses. Os violadores costumam ser agentes do Estado, cuja res-ponsabilidade legal é a proteção dos cida-dãos.

    A despeito de algumas exceções notáveis, a impunidade ainda predomina para a maioria dos crimes contra os direitos humanos.

    Em muitas cidades emergiram forças que passaram a explorar a desintegração social do ambiente urbano, para impor formas pró-prias de regulação social. As brechas cada vez maiores entre riqueza e pobreza, junta-

    mente com as atividades do crime organizado e a disponibilidade de armas, criaram uma mistura explosiva, em que se deu a escalada da violência social brasileira. Somando-se a isso a inadequação do judiciário e a propen-são de certos setores da polícia a agir como juiz, júri e carrasco daqueles que consideram “elementos marginais”, formou-se um vácuo político e legal em que ocorrem violações bru-tais dos direitos humanos.

    Mas, embora a história e os padrões sociais nos ajudem a entender os problemas dos di-reitos humanos no Brasil, não basta para ex-plicar a impunidade de que desfruta um nú-mero excessivamente grande de violadores desses direitos.

    Brechas da Impunidade

    Se formou no âmago da sociedade brasileira uma série de brechas, as quais permitem que tais crimes fiquem impunes.

    A primeira é a brecha entre a legislação desti-nada a proteger os direitos humanos e a sua implementação.

    O povo brasileiro tem a expectativa legítima de que os direitos civis e políticos inscritos na Constituição e na lei sejam justa e efetiva-mente aplicados pelo estado. No Rio de Ja-neiro, nos 10 meses que seguiram ao do mas-sacre de Vigário Geral – de setembro de 1993 a junho de 1994 – foram registrada as mortes de 1.200 pessoas nas mãos dos esquadrões da morte. Mais de 80% desses crimes perma-necem sem solução.

    O panorama nas zonas rurais é ainda pior. Em apenas 4%, aproximadamente, dos casos de morte de camponeses e líderes sindicais rurais, os responsáveis foram levados a julga-mento.

    Quando são frustradas as expectativas da-queles que contam com a justiça e a procu-ram, a textura da sociedade começa a desin-tegrar-se. Assim como em outros países, tem sido essa experiência de muitos brasileiros, especialmente na periferia das grandes cida-des e em algumas áreas rurais. Resulta daí que as relações sociais não são reguladas pela lei, mas sim por uma combinação de inti-midação e apadrinhamento.

    A Segunda brecha situa-se entre os setores das forças de segurança e o povo que jura-ram proteger.

    O povo brasileiro tem o direito de viver sem medo do crime. Mas também tem o direito de viver sem medo da polícia. Dos 173 casos da assassinatos ocorridos no meio rural, em 19993, com a participação de pistoleiros con-tratados, que a Procuradoria Geral da Repu-blica está investigando, comprovou-se que 80 contaram com a participação direta de polici-ais militares ou civis.

    A morte do suspeito de um crime diante de câmeras de TV, no Rio de Janeiro, e o mas-sacre de 111 detentos na Casa de Detenção, em São Paulo, têm um elemento comum: mostram que os policias sentem que têm con-trole sobre a vida e a morte dos cidadãos.

    Como observou um ilustre membro da seção paulista de Ordem dos Advogados do Brasil, a respeito do caso Carandiru, mais aterrador que o número de vitimas foi o número de vio-ladores. Isso mostra como um sentimento co-letivo de impunidade poderia estar enraizado na cultura organizacional de certos setores das forças de segurança.

    Mas é possível mudar. Após o massacre da Casa de Detenção, foram tomadas medidas para estabelecer padrões mais rigorosos de investigação de assassinatos cometidos por policias nas ruas, e todos os policiais envolvi-dos em tiroteios fatais foram obrigados a con-sultar um psiquiatra.

    A terceira brecha estaria entre a procura da justiça e a capacidade do Estado para propor-cioná-la.

    Infelizmente para muitos brasileiros, sobretu-do para os que integram os setores mais vul-neráveis da população, o Brasil é também um país sem justiça.

    Não é que o povo não acredite na justiça. É que suas convicções são cruelmente destruí-das pelas próprias pessoas cujo dever seria preservá-las.

    Essas brechas entre lei e a sua aplicação, en-tre as forças de segurança e o povo que jura-ram proteger, e entre a procura de justiça e a capacidade do Estado para proporcioná-la, criam uma brecha maior e mais fundável: uma brecha na própria alma da sociedade, que se-para o Estado dos seus cidadãos e os cida-dãos entre si.

    É por isso que tais questões deixaram de pre-ocupar apenas as vítimas, suas famílias e aqueles que lutam com coragem e determina-ção nas organizações de defesa dos direitos humanos, para afetar a sociedade brasileira como um todo.

    Da redação

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  • Janeiro 2016 Gazeta Valeparaibana Página 15

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    EUROPA (artigo continuado)

    Por: Michael Löwy Sociólogo, é nascido no Brasil, formado em Ciências Sociais na Universidade de São Paulo, e vive em Paris desde 1969. Diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique

    (CNRS). Homenageado, em 1994, com a medalha de prata do CNRS em Ciências

    Sociais, é autor de Walter Benjamin: aviso de incêndio (2005), Lucien Goldmann ou a dialética da totalidade (2009), A teoria da

    revolução no jovem Marx (2012) e organizador de Revoluções (2009) e Capitalismo como religião (2013), de

    Walter Benjamin

    Capitalismo e democracia na Europa

    PARTE I

    Vamos começar com uma citação de um ensaio sobre a democracia burguesa na Rússia, escrita em 1906, após a derrota da primeira revolução, de 1905:

    “É profundamente ridículo acreditar que existe uma afinidade eletiva entre o grande capitalismo, da maneira como atualmente é importado para a Rússia, e bem estabelecido nos Estados Unidos […], e a ‘democracia’ ou ‘liberdade’ (em todos os significados possíveis da palavra); a questão verdadeira deveria ser: como essas coisas podem ser mesmo ‘possíveis’, a longo prazo, sob a dominação capitalista?”

    Quem é o autor deste comentário perspicaz? Lenin, Trotsky ou, talvez, Plekhanov? Na verdade, ele foi feito por Max Weber, o conhecido sociólogo burguês. Apesar de Weber nunca ter desenvolvido essa ideia, ele está sugerindo aqui que existe uma contradição intrínseca entre o capitalismo e a democracia.

    A historia do século XX parece confirmar essa opinião: em muitos momentos, quando o poder da classe dominante pareceu ameaçado pelo povo, a democracia foi jogada de lado como um luxo que não pode ser mantido, e substituída pelo fascismo — na Europa, nos anos 1920 e 1930 — ou por ditaduras militares, como na América Latina, entre os anos 1960 e 1970.

    Por sorte, esse não é o caso da Europa atual, mas temos, particularmente nas últimas décadas, com o triunfo do neoliberalismo, uma democracia de baixa intensidade, sem conteúdo social, que se reduziu a uma concha vazia. É claro que ainda temos eleições, mas elas parecem ser de apenas um partido, o PMU, Partido do Mercado Unido, com duas variantes que apresentam diferenças limitadas: a versão de direita neoliberal e a de centro-esquerda social liberal.

    O declínio da democracia é particularmente visível no funcionamento olig