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Meus netinhos :

O

Vovô quer, antes de mais nada, coma sua grande amisade por todas ascrianças, transmitir a todos vocês os

seus votos de feliz Natal.

A cada um dos netinhos que acompanha-ram, semana a semana, estas lições, o Vovô de-seja festas felizes, muitos presentes e uma en-trada de ano novo cheia de alegrias.

aER

tambem o Vovô, entretanto, apro-veitando esta ultima quarta-feira de1939, encerrar as suas lições ensinando

alguma coisa aos seus amiguinhos.Para isso vai atender ao pedido de Zenóbio,

um leitor de Porto Alegre que quer saber qual aorigem da "Missa do Galo".

A origem é esta: Segundo a tradição, na noi-te em que Jesus nasceu todos os animais adquiri-ram o dom da palavra e o primeiro a usar cusedom foi o galo, para anunciar o divino nasci-mento.

Teria ele gritado "Christus natus est" !

que quer dizer: Cristo nasceu !Perto do poleiro o boi, que ruminava, inda-

gou, curioso:

Ubi? (Onde?)A cabra acordou, teve o mesmo pressenti-

mento e foi quem, com o seu balido, deu a res-posta:

-- Betleem... (Em Belém)'.Do alto do seu refugio o corvo, desperta-

do, não se conteve, e lançou, com um crocíto, ainterrogação:

—- Quando ?E a resposta lhe veio pela voz da gralha

bulhenta e sabichona:—- Hac nocte ! {Esta noite).Foi então que o jumento, pondo fim àquela

conversa, gritada no silencio da noite, propôsquasi ordenando, que partissem, que todos fos-sem render homenagem ao Deus Menino:

Eamus !! {Partamos !)""ÇR ter sido o galo o primeiro a dar a bôa

\r-^ nova, ficou a missa da noite de 24 para25 de Dezembro conhecida, como ainda é

hoje, por Missa do Galo.Pelo menos foi esta a melhor explicação que

poude encontrar, para Zenóbio, oVOVÔ

ál.tò!$ fi i i_là> áü è^í &á\ .ft/i£x % f\j èÁJK.

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O T I C O - T I C O — G —

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Conta uma lenda norueguesa que, na noite de Natal, reunem-se todos os seresda ereaçao ao tronco principal da familia para ouvirem religiosamente o episódio dul-cis:irr.o ao Natal.

Os lares enchem-se du filhos e parentes, mortos e vivos, numa ressurreição felire abençoada. Os ninhos povoam-se de alados e canóros habitantes. Nas tócás. os uivosfamintos sao como que sussurros; abrem-se casulos e irmanam-se borboletas lindas e la-garras imundas. As arvores dobram-se orgulhosas ao peso de folhas antigas e novasde flores e de frutos...

Jesus quer que todos repassem o sagrado mistério de seu nascimento afim decompreenderem a finalidade divina de sua obraNafal !

Junto a um banhado, frondosa e magnífica, uma amendoeirá cheia de folhas ru-bras, verdes e amarelecidas, de frutos doces e de flores suaves, dispunha-sè a repé-tir pela centésima vez, a história comovente do Natal.

Ia falar quando reparou num dos seus ramos espalmados a farta de duas folhinhas.Resolveu espera-las.Em pouco, duas folhasinhas, ambas amarelecidas, surgiram. Uma vinha cantando,

Fala, pelo espaço enluarado. Parecia um guiso de ouro a que se puzessem duas asasminúsculas. Num vôo leve tomou logar no ramo.A outra, ao confrário, parecia arrastar-se. Foi a custo que achou o seu lugar-unho; foi a custo que o tomou...Vendo-as, a velha amendoeirá não se conteve :

Que demora, filhas Dir-se-ia que vocês não tinham pressa de chegar.Tinha, sim, Mãezinha, respondeu ligeiro o lindo guiso de ouro. Tinha sim...rr.as... ' ¦Mas ? interrogaram a um tempo, milhares de folhazinhas.Mas o ninho estava tão quente...O ninho ? perguntaram as flores curiosas

"—¦ Sím... Ouçam...Quando o vento do outono me arrancou deste galho protetor, em que estou, eu

Fcnsci morrer. Rodopiei no ar, longo tempo; misturei-me com o pô das est-adas eCer fim, fui atirada a um monticulo de areia. Lá. resignada, esperei a morte. Eis que,'urr.a linda avezinha, um rouxinol encantador, tomou-me no bico."Céos! pensei, vou ser devorada..."

E fechei os olhos aflita.Mas não ! Em pouco eu formava no meio de úsnea e d. paina um ninho mara-vilhoso. Nao lhes posso dizer, irmãs, o que presenciei sem comover-me e sentir-me feliz.O ar,an,o final do ninho... os ovos colocados com desvelo... A ternura conjugai

principio, mas ob,efos de carinho dos pais. As primeiras penas, leves, finas.. Os

s_uÍ°d t7'"'m?S-

0 «£ P«- ° «nto... O primeiro vôo. A partida final... Asaudade dos pais e um ninho vasio... "Outra primavera veiu e. os mesmos anseios e os mesmos cuidados. Com as avesrend. a ser boa; com as aves aprendi a cantar. Si o dia é de ouro, cheio d. solde alegria, elas cantam; si o dia é esc_ro e ameaçador, elas cantam ainda. See a borrasca, no achego dos ninhos, elas cantam sempre...Cantar ó agradecer a Deus a vida. Cantar é viver. O* bemditas todas as aves.fc, como que tomada por uma lembrança doce pôs-se a cantarolar baixinho.Meiga, a amendoeirá voltou-se para a folhinha triste :'E tu, minha filha, porque te demoraste ?"

Ah! mãezinha, como a vida é má... Como a vida dóe !O mesmo sopro do outono que arrancou minha irmã do ramo, arrancou-me tambem,

Com ela, rodopiei no ar, em meio de outras folhas que gemiam surdamente...Com ela fui, arrojada ao chão. Depois, novo sopro e vi-me longe, sem uma sombraamiga ao lado. Depois, fui, atirada às acuas de um pequeno rio... Lá a vida pareceu-me sornr. As águas, transparentes, cantavam num sussurro doca o eu era embatidapelas suas vagas mansas...

Um dia, porém, a um arremesso mais forte do rio. fui jogada á margem. Não en-tristeci.^ Bastava inclinar-me para ver as águas amigas e junto a mim a areia e osseixos riam... Mas, uma noite, que ruido surdo, que som cavo partia do rio amigo!

A areia e os seixos emudeceram e eu vi com horror, não mais aquelas águas do-ces e murmuras, transparentes e brilhantes. Eram pesadas, escuras, lúgubres como umamortalha.. •

O rio crescia, crescia sempre. Suas águas, agora encapetadas, árrancaram-meda margem e, de roldão em roldão, eu rolava no seu dorso sombrio !

Mais de uma vez ouvi gritos, imprecações' com os danos que a enchente causava,de uma voz boiei ao lado do fragmentos de cabanas e de berços partidos. Maise uma vez toquei doloridamente o braço de um corpo abandonado ás águas ou a

plumagem macia de uma ave sacrificada...Ah ! Mãe, como querias tu que eu viesse correndo si tenho em mim o peso detanta lagrima, o ama-go de tanta dor...Como a vida é má ! Conta depressa, Mãe, a história de Jesus... Quero encontrarne:a um pouco de doçura para tanta magua que carrego...

POSADA

a preecá

Maisd.

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2? — Dezembro — 1939

*<wod_>o^ooooo5o_>ooooqo?oo5S

0 chapéu .O chapéu, como é sabido, tem ori-

gens várias. Entre-os povos do seten-trião, veiu como a transformação dogorro de peles, que protegia a cabeçacontra o frio. Entre os povos dos tro-picos, foi a estilização das coberturasde palha, folha ou tecido, que ampa-ravam contra os rigores do sol. Entreos povos do meio dia, foi a evoluçãode uma fita de couro, fibra ou tecido,que prendia os cabelos sobre a testa,afim de evitar caíssem sobre os olhos.Esta fita, nós encontramos seja entreos selvagens, transformada em umcocar de penas, seja entre os ultra--civilizados gregos e romanos, comoparte do penteado. Estes, aliás, ti-nham tambem o capuz, para a noiteou para os dias de frio.

Mas ainda não é tudo. Entre os an-tepassados do chapéu, não devemosesquecer o elmo e os barretes hiera-ticos. O primeiro surgiu já muito pos-teriormente, quando o homem apren-deu a forjar os metais e sentiu a ne-cessidade de proteger a cabeça con-tra os golpes da espada adversa. Oelmo veiu depois da espada, como oescudo depois da lança. Os segundos

perdem-se totalmente na noite dostempos. Estão associados ao uso damascara e do véu, coisas inicialmenteliturgícas e que só muito posterior-mente se tornaram profanas. Foi estaseguramente a origem das coberturasestilizadas em cabeça de animal, emque se tornaram celebres alguns ar-tistas do vale do Nilo.

ooooooúoooaooooooaaooaoarnaáj

MING FOO1 N O V ELA DfE>Biándon Waish

Continuação n. 130

' 'tmjfà Ajoelhem-se, escravos e façam II Ajoelhar-nos? E' você quem o A *<}. Apanhem a carcassa desse sujeito e ati- x}A

Olhem! Aquele é o cargueiro que trouxe aqui os amotinados! Eles pensam que Está escrito: Só os deuses lá do alto ., .^^ nos mandaram para o "Mar dos Sargaços" mas sabem o futuro que nos é reservado. -j|| UPlíl

&?' AZÇÇ. ^T"* ~7 -T—) agora vão acabar no xilindró, para receber o O homem esquece o que fez e não 'XSggÉÊi "UJ**""" J| vv castigo que merecem! sabe o que vai fazer. JíçkIIIIÍ

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O TICO-TICO — 8 — 27 — Dezembro — 1039

Jáw moCvxiôMEM

seguida o joven monarca mon-tou em um corcel ícgc:o. e. de-baixo das aclamações do seu po-

vo, desceu ao porto, onde magnifica ga-leota o conduziu a bordo da náo imperial.A esquadra levantou ferros, e fez-se aolargo.

Durante muitas semanas, a viagem foifeliz. Ventos favoráveis enfunáram as velas,e o sol dourava esplendidamente a vastasuperfície do mar.• ' Uma tarde, porém, encastelaramno horizonte imensas nuvens negras, fra

jadas de purpura pelos últimos raios do atro luminoso. Inebriado pelas galas do céoo Sultão contemplava o grandioso esptáculo da natureza, quando ouviu a voz

piloto, que lhe dizia :— Vossa Magestade regosija as v

*|C>_vV_\ .£_.<_¦

\ ¦" 'iT"'-"T... ' '-'^-V

^-__w ~ -JjKh. . flr %*"""*__!" ~—t—* - -^

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P_®S. v\*¦ y1* . 7 w\ \1n_ ^y.

r___ÍSte^^______Éfc'^^tas naquelas nuvens tão vivamente ilumina-das. São traiçoeiras, porém, e com o so-

pro da noite, trar-nos-hão tempestadeviolenta, da qual só a mão de Deus nos po-dera salvar.

E assim aconteceu.O sol engolfou-se no mar; as orlas das

nuvens encasteladas perderam o seu bri-lho, e, empalidecendo sempre mais, porfim deixaram no horizonte só um clarão si-

nistro e de máo agouro. Encrespou-se omar, ha pouco tão liso como um espe-lho, cobrindo-se de milhares de peque-nas vagas, coroadas de crista espumo-sa. Cresceram as ondas, rebentandocom tal força, que toda a superfície domar se transformou em imensa convul-são, acompanhada de bramidos horro-

rosos, com os quais o temporal anun-ciava a sua chegada. Caiu de re-

pente o furacão sobre a esquadra

(Continua) '

27 — Dezemhro — 1939 - 9 O TICO-TICO

Ás .proezas de Gato Felix{Desenho de Pat Sulln-an — Exclusividade JO TICO-TICO para o Brasl

—~"3—¦¦ ¦—————¦ ¦ —¦¦ ..-ii ————.^—

Não descansarei emquanto não completar este apa«rolho de faier silencio !

Farei tamanho barulho que êle se lembrará de madar comida !"Tzryj f*YÜ

iAi J4)

PAVÃOZINHO DOURADO — GULIT - GULITGULU'!!...

Euréka ! O Felix está berrando e o aparelho transfór-ma os gritos em silencio !

Bravos, Felix I Você está sendo útil á ciência I Grito Tome, "néguinho". como premio pelo seus preciosos

mais 3rífos '

/ ' - D//' ^N dÉ-fc^feÉI

Jantei como ha muito não fazia I Vou, agora, pas-sciar...

Levarei o aparelho para quando quizer dormir.(Continua)

,—---——————————————_—_—_______.________________—————————————¦i^^Êam^^Ê^amaawawa^^a^mmmaaamaÊmmm^mmmammaaaam^amam^m^a^Êmamm^ÊmmammmmatamÊmm^amaaamamaamma^maamÊ^m^mÊammÊmaamaammwamm

Rs floentüpas de ^üpiniqaim n

Ip______"-*«_--_--_--___________--«__"«--"-"al

Êle está sentindo cheiro *-vbom! / a—v

-———a- _—_——___a»—«—__—_¦_—————___—-__——___——-___——

Olha lá o in- )dio fazendocomida

^_^ AVV ^^JC 'I

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Sua boia deve estr.r gostosa,porque está cheirando que é

uma beleza 1

Socorro!! ^^SS*^"^aaãapa>B¦•¦¦maMNaM

-4

Êle diz que se você tiraro cachorro dali, nos dei-xará provar a comida...

í^dk*

^——T""^ %Mí

r"*^mÊ^mmmmwmmmmm^AmmWmAmmmmmmmmWmmmm^mWÊmmmmmmmmm\ ¦MFaa^HIM«aaaMMa«taa....a.«3a...t.l.a...ta........^^^^l^^HHi^|^H

IEste

meu cachorro é mes- __ >«s&ss>s.mo um camaradão! '~~"-->a^lJ ÜÉjà f

Brevemente: alfabeto ilustrado

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O TICO-TICO -12 —

ILMBm. €£•€!-INTE?<OD IE^ED; 1N!A_F «•*¦-•** IL_

27 — Dezembro — 1939

O BURRINHO CINZENTOHavia, certa vez, um burrinho mui-

to velho, muito feio, todo pelado. Ti-nha o costado retalhado de feridas

vivas, causadas pelas cargas pesadas

que êle costumava suportar. No mer-cado, aonde o levaram, afim de ven-dê-lo, ninguém o quiz comprar.

j O dono do buirinho estava furioso.

Já a noite chegava, e nenhum preten-dente aparecia.i Levá-lo para casa, outra vez? Ah!de forma nenhuma! Antes deixá-lo

ao abandono... Que êle se arranjas-

se como quizesse, e que morresse defome nas grandes planícies de areia!

Assim meditava o dono do gerico,concertando seu plano diabólico.

Mas, quando se d-.cidia a pa.tir,•viu que dois vultos se dirigiam para

seu lado. Eram um homem e uma

mulher. Dois compradores, ao que

parecia. Mas, reparando meihor, odono do burrinho notou que os estra-

nhos estavam mal vestidos, tinham o

ar triste, pareciam inquietos. O ho-

mem apoiava-se num cajado e trazia

ès costas uma trouxa de roupa. A

mulher, muito moça, quasi uma me-

nina, apertava contra o peito um bé-

bézinho.

Marchavam com precaução, olhan-

do em volta, a todo momento, como

si temessem algum perigo.Aproximaram-se do burrinho.— Quersm comprá-lo? pergun'ou o

proprietário do animal, julgando qveos desconhecidos fariam um bom ne-

gócio.

lilili)X.p^ /p-ç,

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1

Este burrico parece-me bastrnlevelho, bastante gasto — disse o ho-mem do cajado. Èle seria capaz defazer uma lor.ga jornada?

Os s;nhores vão para longe?

perguntou o dono do burrinho.

Os desconhecidos não responde*

ram. Pareciam mais a mais perturba-dos e intranquilos.

Depois, o homem do cajado per-

gur.tou:Acha que o burrinho poderá car-

regar o bébé e a minha esposa?O dono do gerico sabia perfeita-

mente que não, mas, como era bas-tante avarento, não desejava perderum negócio. Êle não tinha culpa seaqueles fregu.zes desconheciam o es-

tado da pobre alimária.Replicou, então, com insolência:

Diga-me cá, o Sr. pode pa-gar-me ?

Nós não somos ricos, respondeu o

homem do cajado. Entretanto, comodevemos partir sem mais detença, es-tamos prontos a entrar em negócios.

O avarento exigiu um preço exor-bitante, que representava dez vezes

o valor da mercadoria.À vista disso, os desconhecidos dis-

seram tristemente:Iremos a pé.

E iam a afastar-se.Esperem um pouco! gritou o

ganancioso mercador. Quanto queremdar pelo burrinho?

ANDRÉ BRUYERE£ S_ç n &JLEJÚ-

27 — Dezembro — 1939sO homem do cajado tomou ares se-

nhoris. Dir-se-ia um principe disfar-

çado.l

Tome lá! disse, estendendo a

mão, onde reluziam algumas moedas.

O avarento recolheu-as ávida-

m:nte.

E' pouco. Mas antes pouco do

que nada — disse, fingindo constran-

gimento.

Em torno deles, formara-se um

grupo. Várias vozes fizeram-se ouvir.

Umas de protesto, outras de zom-

baria.

Por tal preço, compraríamos

tres burros iguais a esse aíl

O dono do jumento não gostava de

piadas. Protestava, mas inutilmente.

Quanto ao homem do cajado e à sua

esposa, nada ouviam, ansiosos como

estavam por partir. Ao montarem no

burrinho cinzento, os circunstantes

puzeram-se a rir.

O burrinho não poderá levar

tanta gente — gritavam uns.

Êle vai cair] Cuidado] — gri-

tavam outros.. ; .. . «

Mas o gerico deu alguns passos...

De repente, ocorreu um caso singular.

A joven senhora, debruçada sobre a

criancinha, disse algumas palavras,

viram uma mãozinha sair de sob uns

trapos e, depois, tocar delicadamente

no jumentinho ferido e agonizante...

Então o burrico se reanimou, tor-

nou-se forte e valente como outróra.

suas chagas fecharam-se, seu pêlo re-

luziu outra vez. E êle marchava tão

ligeiro, tão rápido, que ninguém pôde

— 13 —

seguir os peregrinos. Dir-se-ia quetinham asas.

A multidão rumorosa estacou às

portas da cidade, enquanto desapare-

ciam no horizonte o ancião, a moça e

a criancinha, cuja cabecita era nim-

bada por áureos raios.

| O avarento enfureceu-se, e come-

çou a berrar, exigindo que lhe devol-

y.ssem o burrinho cinzento. Mas nin-

guem ouvia seus gritos, e todos os co-

rações» palpitavam surpresos.

Quem seriam esses peregrinos des-

conhecidos? E que poder maravi-

lhoso tinham eles?

Algumas horas depois, uma tropa

de soldados percorria a cidade, seme-

ando o terror. Por ordem do cruel He-

rodes, eram massacradas todas as

crianças, afim de matar Aquele quedevia salvar o Mundo.

Graças ao burrinho cinzento, po-rém, a Santa Virgem e o Menino--Deus escaparam ao exterminio dosinocentes.

| O burrinho conduziu-os até à terrade exilio, a terra da salvação. E cum-

priu até o fim a sua missão. Depois

morreu, já bastante velho, mas feliz,

sob as doces carícias do Menino

Jesus.

O TICO-TICO

COiLRCS^OnDCnCIR

__>

9_Sar

D U C H E .o 0ILUSTROU

j.\CJ\ECEBEMOS desenhos, quej /? serão examinados, . publi-\cados no caso dc serem aprovados,remetidos pelos seguintes leitores;,

Celso Garcia, Decio Leite deSouza, Amenercs e Eulalia cieAzevedo, Lais dc Andrade, S. Lis-bôa, Pedro Paulo, Olga RezendeBarbosa, Albino Pereira Dias, Eu-rico de Andrade Azevedo e Do-mingos Theodóro Neto, José Gou-lart de Souza Filho, José RobertoCosta de" Lacerda.

(RECEBEMOS '

colaborações,Jv em prosa ou verso, que se-

rão examinadas, e publicadas nocaso dc aprovação, remetidas por:.

Samuel de Almeida, Leda San-,tos, Antonio Euscolin, Imára e'Irâma Moreno, Roberto B. P. dcSouza, Itacir Piazza.

(nyECEBEMOS fotografias, qutJ* serão oportunamente publi-

codas, dos seguintes leitores:

Olga Rezende Barbosa, MarioWilson de Barros, Ana Lúcia M.O. (?), José Grilo Junior.

Stcla Maris: Primeiro que tudo,mande dizer a idade. S<;n isto,nada feito.

Sebastião Lisboa: Escreva à ge-rencia e peça o exemplar que lhefalta. Pôde mandar a importânciaem selos do Correio.

Mario Wilson de Barros: Obri-Ir-ado pelas felicitações. Quanto aotrabalho, — longo demais para"Meu Jornal".

Clovis Morato: Não, meu ami-go. Não aceito a historia em quri-driulios. Sabe que, por aqui, emcada esquina se encontra un de-senhista dc historias que tais? Umapraga, sco Morato!

'Albino Pereira Dias; Se fosse-mos publicar a duplicata de todos jos retratos do Concurso pedidos Ipelos concorrentes que perderam ;[¦os da 1* publicação, o Torneio!iamais chegaria ao fim... Peça à jGerencia o exemplar de 15 de No- ivembro, mandando a importânciacm selos postais. Isso, sim.

O TICO-TICO ii 27 — Dezembro — 19.9

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UE2ES t-TE DISSE SE TUA MA- <__.' TE. TA_Sou ui|_ OE-Conr-os-^ _] >* í—7 _-_ NAOí__.DEV_ *__--*_^T_eJ "T-RC. ?_-_ poec-so P«_*_-i___ -.nimh_. —

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A NOMA E VOU /, / // / I, / / QUE CHOVA, E TOME. ESTES

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j t^^yh"'i\yq^\ \[.AtAkAAAAkAETA! I-E-TA MEZ O JA ESTA CHOVENDO- "II ) , "I I \ il 1 |,\ \\ ., , APACOTE _.-_.|__Nce.MAO DEPRESSA .N-vO GUERO Itl >\\\ \V\Ul 1 i |

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DACEMJH SODOCE AO r.QLH_«Q A ROUPA N..I-» \\\'l \ \\\ ¦'. \\ \ ' ' M l•¦—yASjzu TTTJlAATi [l

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(í% f Mim <^Í9^f ®^_y|yiKH»*KHCWÍBKK^^

A t?ecomgensa Sc Pagai JsloelMarilena, era uma linda garotinha

de nove anos de idade. Dócil, inteü-gente e dona de um coraçãozinhomeigo e delicado. Estudiosa e apli-cada, constituía um enlevo para seuspais.

Era a véspera de Natal. Dia ma-gico e de encantamento qus enche dejúbilo os nossos corações. As crianças,sonham com o velhinho de barbasbrancas, e os lindos brinquedos quedeixará em seus sapatinhos. A ale-gria envade-lhes a alma, e elas aguar-dam ansiosas a visita do Papai Noel.

Marilena estava radiante. Muitoeconômica, juntara durante todo o anoos níqueis que o papai lhe dera comopremios às boas notas na escola. E,agora, com aquele dinh-iro, preten-dia comprar aquela boneca maravi-lhosa, que estava em exposição noBazar. Jamais vira tão linda: cabelosloiros, olhos azues, parecendo dois pe-dacinhos do céu, boquinha rubra derosa, e a ornamentá-la uma fileira dedentinhos brancos de leite. Não me-nos bonito era o trajar: em veludo e

rendas o vestidinho, sapatos de ca-murça e um lindo chapéu de plumas.Sua alminha vibrava num mixto dealegria e orgulho, ao pensar na posseda encantadora boneca.

A vóvózinha prontificou-se a acom-panhá-la até ao Bazar. Durante o tra-jeto, era só no que Marilena falava:

— Oh! avózinha! Não imagina quelinda é. Parece um anjinho. Como es-tou contente! — E a vovó, sorria aspalavras da n.tinha ingênua.

Assim conversando, chegaram aporta do grande Bazar. Lá estava navitrine a linda boneca. Marilena em-bevecida contemplou-a mais uma vez,e dispunha-se .a entrar, quando sen-tiu que a tocavam levemente no bra-ço. Voltou-se. Seus olhinhos brejeirosanunciaram-se: doloroso quadro! Umapobre mulher, magra, fisionomia can-sada, abatida talvez pela fome, acon-chegando ao colo uma criancinha, es-tendia-lhe a mão suplicando uma es-mola. Marilena tudo esqueceu. Maisque o cérebro falou o coração. Seuúnico gesto foi dar a infeliz todo o

dinheiro que possuia. Esta chorando,beijou-lhe a mãozinha agradecida ehumildemente. Emocionada e feliz,ela sorriu ao espontâneo beijo damendiga...

A nossa maior felicidade consisteem poder proporcionar um pouco de' lenitivo e alegria aos que sofrem.Marilena assim pensava. Como volta-ra satisfeita! Talvez não estivesse tãocontente se houvesse comprado todosos brinquedos da loja. Seus papásabraçaram-na felizes, ao terem noti-cia do ocorrido. Que tesouro pos-suiam!

E' noite. Brilham no céu as estreli-nhas em toda plenitude de sua beleza.

O disco prateado da lua, clareia oazul infinito. Tudo parece adorme-cido.

Meia-noite. Em seu pequeno quar-to, Marilena não conseguia conciliaro sono. Pensava no Papai Noel: seela não dormisse, certamente éle nãoviria. O bondoso velhinho não põe

(ConcZ-ie^no fim da revista)]

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CAZUZINHAe o homem

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Copr. 1938, King Featuna Syndicate, Inc., World righti rcs-rvcJ.—»—^——¦—i—_—¦_-_¦¦ ¦¦ . ¦ ¦- i-> - ¦ ¦¦¦¦ i ¦¦ ¦¦ -_¦-. i - ¦ -, ,.,i_,., ... .. . * *" " - ¦__ u i u _ j

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O TICO-TICO 27 —

O NATAL

I IIJL IJ kl ¦ ÜEÍ

Naquele ano foibaixado um de-creto, por partede Augusto Ce-sar, imperadorromano, dandoordem para quetodo o povo deterras que esta-vam debaixo deseu governo com-parecesse á ci-dade. Com isto. oimperador fica-ria sabendo o nu-mero de pessoasque estavam sobsuas ordens.

Era um movi-mento extraor-d í na rio na cida-de. A todo mo-mento chega vamviajantes cujosnomes eram es-cri tos ¦ em- umgrande livro.Muitos Vinhamcontrariados porserem obrigadosa fazer longa via-gem em obedien-cia á ordem de

! um im pera dorestrangeiro.

Os judeus viviamtristes, sob aopressão do povoromano e ímpio-ravam a Deus avinda do Messias,que viesse portermo a este es-tado desespera-dor. Mal sabiameles que aquelecasal retarda ta-rio, eançado eabatido, trazia apromessa de feli-cidade que tantoambicionavam.

ro — 1939 O T 1 C 0 - T I C ()

B

DE JESUSEsses dois cança-dos .mi anteseram José «¦ Maria

que procuravamuma hospedariaEncontrando-ainteiramente <z-

pleta, foram obn*gados » repousarem uma estreba-ria, onde 'ende-ram graças aoSenhor por terpermitido encon-trassem um lugarpara se abrigarem.

Uma a uma,foramse apagando asluzes das casas,

porquanto nifv

guem imaginaria

que naquelanoite nasceria oSalvador domundo. Quando,então, em plenamadrugada umforte clarão ilumi*nou o céo, res-1

plandecendo ahumilde estreba-ria, os pastores,

I^Mf^ y^'fr ^y ^y^y^^^y^^iWímm •BWiar»l*lSS^ v ^Ví _*flr»'aíffiHra,'<^w:*rM -i ír;-T iW-r*lffllW«fcn'2 J

dmedrontados,-estarreceram!C o ai p i ( e n •

dendo, depois,correram pres^u-rosos para d es*trebdria para ado-rarem o Filho deDeus. Estava cum-pnda d prorecia:-nascera Jesui, oMessias para dredenção dacidade de Oavtde de toda a hu-manidade.

O "TICO-TICO

UMA SABIA OPINIÃONapoleão fez, certa vez", a se-

guinte confissão, quando lhe fa-lavam de suas importantes con-quis tas:

Só ha uma conquista verda-deiramente importante, que nêodeixa lagrimas nem ódios: a que ahumanidade faz contra a igno-rancia.

A PARTE ALEGRE DAHISTORIA

O rei Victor Err.manucl II an-dava pelas montanhas caçando,quando se encontrou com umamenina com quem se pós a pales-trar. A pequena era viva e possuíauma imaginação extraordinária.Depois de haver distraído o reicom as suas parolites, este lhe per-guntou, dc repente:

E você conhece o rei?—: Como não? Retrucou a pe-

qttena, sem hesitar, ele vai sempreà minha casa, na hora do almoço enos come quasi todas as alinoii-degas!

Victor Emmanuel deu-lhe umamoeda de ouro a titulo dc "inde-nica ção"...

ANEDOTA

Florian acabava de publicar oseu "Numa Pompilio", e, en umareunião, como se falasse do livro,perguntou a uma senhora a suaopinião a respeito:

O livro é belíssimo. Pena éque o titulo deixe imaginar-se qualseja a conclusão.

Como assim? — perguntou oautor, surpreso.

Ora essa... O casamento dosnamorados!...

Que nanorados?Ora, ora... quem é que não

sabe que Pompilio acaba por secasar com Numa ?...

KvAl l_L_M_h^'^^^___B

— 18 —i 27 — Dezembro — 1939

AS LINDAS PAGINAS SOBRE O NATAL

© gringueâo ppecíilefo

O meu brinquedo predileto?...Sim. 'Um brinquedo bonito com que você possa brincar nas suas

horas de divertimento?!...Era essa pergunta do repórter ancioso de noticias bonitas para a

edição luxuosa do Natal que êle pretendia fazer da Revista elegante ondetrabalhava ha muitos anos.

E, sempre desejoso de fazer mais extraordinária de beleza é encanto,a sua reportagem infantil, rumou apressado para os lados de Copacabana.Antes, mandou um aviso a certas famílias distintas. Quando os garotinhossouberam que alguém viria conversar com eles, tirando-lhes retratos e es-crevendo depois, para todos os ieitores, as suas respostas ingênuas os seusrostinhos mimosos ficaram ainda mais bonitos na perfeição de um novopenteado, na harmonia de um vestido mais moderno e na originalidade deum perfume mais caro. E cada qual, carinhosamente ensinado pelas mãezi-nhas, praticou melhor a sua frase e estudou melhor o pedido sincero quedevia fazer.

E numa tarde brilhante de sol apareceu o repórter...Agitaram-se as mamães vaidosas e as criadas prestativas. Tudo ficou

mais agitado. A pergunta foi logo decorada pelos petizes inteligentes.O homem simples foi perguntando a todos e a todos fotografando. E asrespostas eram quasi todas iguais. Que brinquedo poderiam aquelas crian-ças desejar além de tudo o que já possuiam em seus armários deslumbrar.-tes ?!... Os seus pedidos eram apenas uma repetição de todas as suascoisas já usadas. Queriam mais, sempre mais...

O repórter saiu alegre do reboliço adorável daquela meninada esperta.Levava nos olhos o dslumbramento do conforto e da abastança.

Depois... depois êle se lembrou da sua infância. Tão diferente...tão pobre, tão sacrificada. Quasi nem pudera estudar... Cedo fora paraaquele jornal ilustrado... cedo começara a trabalhar demais...

Nascera num bairro pobre, quasi miserável... Num morro sujo semconforto, sem carinho... E. por que não se lembrara antes de visitar ainfância esquecida daquele lugar desprezado... Mas, que lhe diriam eles,os garotinhos imundos, famintos, desamparados. Talvez nem conhecessemo explendor e a beleza do Natal. Porém, foi... Não avisou antecipada-mente. No morro não haveria escolha de roupas nem a harmonia de per-fumes. O penteado dos meninos não variava nunca. Estavam semore des-penteados. E o perfume... o perfume era o perfume do morro, das ervasque ali nasciam... o perfume da cidade!

Tomou o bondinho desengonçado que se dirigia para os lados rústicosda cidade. Demorou muito a subir o morro. Ficou bastante cansado pelacaminhada. Quando chegou três ou quatro meninos correram ao seu en-contro.

Um, o mais esperto interrogou:Que deseja, moço?

0 repórter sorriu. E explicou:Eu sou um repórter.

Os garotos não entenderam a palavra.Um homem sincero que só deseja o bem das crianças pobres!Disse-lhes ele então que pertencia a uma revista luxuosa é fez a per-gunta: qual o brinquedo desejado? Os garotos entusiasmaram-se. Um deles,o menor do grupo que se formou à volta do repórter, respondeu comvivacidade:

Eu queria o maior de todos os presentes!•— O maior?! E o que é?_^—_Um livro!

(Continua no fimjtojrevista)Q

27 — Dezembro — 1939 19 — O TICO- TICO

AGUARDEM A EDIÇÃO ESPE-CIAL DE CINEARTE--A SAIR.NO DIA? DE JANEIRO DE 19/10--DEDICADA AO GIGANTESCOPROCRAMA PA DARAMOUNT PA-RA A PRÓXIMA TEMPORAIA .

CINEMATOGRÁFICA/

O TICO-TICO — 20 27 — Dezembro — 1939

€©IÜ€(y)l&S® "&IMMI&E5VSJUOS DO ÜtâSflH"

OFICIALISADO PELOS DE*PARTAMENTOS DE EDU.CAÇÁO DO DISTRITO FE-"DERAL E DOS ESTADOS

QUBLICAMOS hoje o 17.° retratodestinado a ser colado no Mapa

do Concurso "Grandes Vultos do Bra-sil", que tanto êxito está obtendo.Sigam as instruções que temos divul-gado anteriormente e vão assim, pre-enchendo os claros do Mapa, queserá depois trocado pelo cuvão nu-merado. Cada retrato só deve apare-cer UMA vez no Mapa, no lugar quelhe está reservado, e é condição exi-gida que cada um seja colado NOSEU LUGAR EXATAMENTE.

TOEMOS recebido, de leitoras que. * interpretaram mal as Bases doConcurso, alguns mapas do mesmo,com retratos dos '-Grandes Vultos"recortados de revistas ou de livrosou, até, com os seus nomes escritosnos quadros onde deviam colar osquadrinhos publicados n'0 TICO--TICO.

Esses amiguínhos, por não teremobservado bem as claríssimas condi-

ções que figuram no anverso do Ma-pa, não poderão tomar parte no Con-curso, pois é condição expressa queos mapas tragam os retratos que es-tamos publicando, e não outros.

QUALQUER criança pode tomar

parte no Concurso "Grandes

Vultos do Brasil". O concorrente podeapresentar tantos Mapas quantos de-sejar, e em troca de cada Mapa apre-sentado receberá um cupão numeradocom cujo numero tomará parta nosorteio final.

(_y3- «rrftfiSm

GENERAL OSORiO

RECORTE E COLE ESTE RE-i

TRATO NO LUGAR QUE LHE

COMPETE NO MAPA QUEACOMPANHOU A EDIÇÃO DE.

6 DE SETEMBRO

/"^ UARDEM cuidadosamente os7**" Mapas, colando nos lugares

respectivos os retratos que estamospublicando. ,

E só colem — isto é importante —os retratos quando tiverem absolutacerteza de qual é o lugar que lhecompete. Havendo dúvida, é melhoresperar, até que esta seja dissipada.

FORAM os seguintes os retratos

já publicados: Em 6-9: José Bo-nifacio; em 13-9: Floriano Peixoto;em 20-9: Bento Gonçalves; em 27-9:D. Pedro II; em 4-10: Rio Branco;em 11-10: Santos Dumont; em 18-10: Caxias; em 25-10: Machado deAssis; em 1-11: Carlos Gomes; em8-11: Tiradentes; em 15-11: Deodo-ro; em 22-11: Bilac; em 29-11: Be-.-jamin Constant; em 6-12: Castro Al*ves; em 13-12: Patrocínio; em 20-12:Oswaldo Cruz.

A INDA temos, para atender a pe-*~* didos dos nossos leitores, exem-plares das edições que trouxeram osretratos que figuram na lista abaixo.

NAO NOS É POSSÍVEL REPE-

TIR A PUBLICAÇÃO DE RE-

TRATOS, MAS TEMOS EXEM-

PLARES ATRAZADOS PARA

ATENDER A PEDIDOS

'<K>OO,OOOOOOOO0<X>00^OOOOOOOO0.OO<><>^OOOOOO<>O<>C><>00OOOOO<>OOOO0O«

Um botânico,da Universidadede Pensylvania, tornou a desço-brir, recentemente, uma plantaqua já havia sido descoberta hacem anos, pois já era conhecida coberta c o "cravo tartaruga".que foi desço-em 1817. berto em Marylanda, por John Clayton, e en-

Outra planta qua foi redes-^ yjado para Linnaeus, o notável sueco, ha mui-

tos anos, nos tempos colo-niais.

O cactus tambem torna a apa-recer agora, devido aos esfor-ços do Dr. W. L. Abott, e játinha sido descoberto nas li>dias Ocidentais.

27 — Dezembro — 1939 oi O TICO-TICO

^^AiVlil 11 kl illfi [tjbl.' ili!if_SS?^^>^

OÜANTO MAIORES FOREM SEU» CONHECI. £NT0S MAIS CAPAZ SERÁ VOCÊ DE VENCER.

-^L-tf /Aí\r\ f^n asas

0 6»r oco animal que melhor instintoposme de equilíbrio. Quando canii-

nha á beira de um precipício ele incurva-scpara o lado oposto, como se sujeitando áforça Centrifuga, mas, se o terreno é escor-rtgadio ele afasta as pernas, para ter maiorespaço para apoio.

N AO ha festa cristã repassada de tãointonsa poesia como a do Natal.

Essa noite, eom seu simbolismograndioso, suscita em nosso coração uma in-comparável doçura, resuscitando nele os sen-Jimentos mais puros e dando a nossa alma, em-bora por algumas horas apenas, esperançasmagníficas.

Mesmo os eetleos, os de crença tibia evacilante, tentam nessa noite o espi.-íto reno-vado para toda a fé, porque o Nalal e afesta das crianças e nela todos cs atributos— os presentos, as luios, os cânticos, as ora-ÇÕe$ — iníDirarn bom Humor, serenidade e pai.

E' a festa da alegria, da esperança, dabondade; c a festa por excelência, porquetem como protagonista a infância, na místicatranqüilidade do sua inocência absoluta, desua credulidade sem limites.

Na Europa, um novo elemento se junta atudo isso para dar ao Natal mais profundo

caráter da repouso e calma — o inverno, comseu manto uniforme de neve, com suas arvo-res nuas, o frio, que paralisa os traba!hos ex-ternos, dando aos campos e ati mesmo 4s ei-dadas a mai-stade de silencio descrlo, dosgrandes espaços vasios.

O

dia 25 da Dezembro apareceu pela pri-meira vez como o do Natal em um ca-lendário eclesiástico do ano 354, qua.

por signal, começa nesse dia. No ano 360,o Imperador Constentino celebrou a festa do25 de Dezembro em sua carta mas somente noséculo IV essa festa ficou fixada oficialmente

paro todo o mundo.

^^^i|A"

Planta Garfo", muito abundante naÁfrica, agarra, as pessoas que passam

junto a cia, c que ao serem aprisionadas ne-cttsitam de auxilio para conseguirem des-prender-sc.

Desde então, a Egreja lhe atribuiu grandeimponancla, porque o papo Liborio mandouconstruir uma egreja especial, na qual o logarde honra era ocupado "por

uma creche, re-produzindo a mongedoura do BetMem. Essaegreja recebeu o nome de Santa Ma.ria adpraesepe e o próprio Popa ceebrova ali, nodia do Natal, os divinos oficies.

Mas, a despeito das determinações doPapa, as egrejas do Orionte conservaram adata de 6 de Janeiro, comemorando nessa diao Natal o batismo.da Jesus e a adoração dosMagos, que, até a Edade Media, eram sim-Dles estrangeiros, representando o mundo pa-gão, que teve, por intermédio da Estrela Sa-grada, a revelação do Advento.

Somente na Edado Media foi reconhecidanos prodigiosos peregrinos dignidade real.

EM I8C7, a arvore de Natal se tornara

de uso tão comum, que já era vendi-da nos mercados, segundo se infere

de um documento de Dresde; mas foi na se-gunda metade do serulo XIX, quo ss tornouaor assim dizer indispensável na comemora-ção do nascimento de Jesus, em toda a Ale-manha.

Na pir.insula Malaya ó praticado por cer-Ias t.-ibus indígenas um joqo chamado "urah"

que diicm ser originário da Finlândia. Os jo-gaderes traçam um cireuo no chão e cadaum pratica um buraco a seus pés. No centrodo circulo é colocada uma bola de folhasamarradas com fibras Cada jogador tem amão um bambíi do cemprimento do raio docirculo — A um signal dado cada qual pro-:urará atrair a bo'a para o buraco, servindo-se da ponta da va.-a, mas som passar os limi-les do circulo. Quem o conseguir ganhar, umponío.

Ha pescadores da Pol'n»s!a çuo são habi-lissimoi em estratagemas pa'o apanhar osseixes. Eles arranjam caixote cujas paredes sãode vidro. Dentro dágua não Se vê o vidro eos peixes que ali entram, atraidos pela isca,não podem sair, quendo o pescador puxa a si >3 caixote. Ha outros que usam um canudo deredes, que mergu'ha de um lado. Os poixessntram pc.j extremidode mas não podem sairdo outro. Este canudo roda sob.-e um eixo e»s imersões são continuas.

Os po'os do nosso globo não èstivoramíompre no mo_mo lugor. O desvio vorificou-<0 duronto milhores e milhões de anos. Oi:ientistas verificaram que houve lugaros atual-mente de clima quente, que outr'ora foramregiões glaciais. Estos mesmas posquizos fo-ram feitas por sondagens magnéticas no fun-do do mar.

A tarantela é uma dansa, que se originou| da terantgila, aracnídeo venenoso. Na cidade

Italiana de Tíranto, onde havia abundância

|í-Mhi «___._!

-,¦_¦_¦ iBft

O papagaio, quando decide brincar êmais paciente do que o cão c suporta

as agressões sem reagir. Mas, compreendetr.o bem quando não se trata de brincadeiraque passa logo ao ataque eom denodo.

dessa espécie de escorpião, quando uma pes-tóa era picada por tarantule, organizava-seuma dansa, em que o paciente dansava atécair de cansaço. O veneno era assim elimina-do pelo suor, salvando a vitima da morte.

O

Quando surgi, numa cidade da Itália oprmeiro automóvel, o povo, quo não se con-vencia da inovação, acompanhou sua marchalenta com voios e opupos. Como os "pannes"

eram freqüentes, o povo atracou uma parelhodo musgos ao- carro e o levou em procissãogeiata po!o cidado. O mesmo aconteceu como primeiro boide elétrico em Milão. Entrao notar e os trilnos soltavam-se tantas faíscas,que o pevo, armado de baldes de aqua, sub-meteu-o a um banho que deixou os pasiagoi-ros molhados até os ossos.

As crianças indigenas da África; sob o pro-tetorado francez, vão a escola mas conside-ram o professor como um feiticeiro. Conside-ram obra de feitiço um problema resolvidoe muitas vezes, quando não conseguiram com-preendor a liçõo, recorrem oo feiticeiro datribu, como se o magia pudeeso resolve-lo.

Um novo sisloma de utilisar papeis volhoie impressos ou escrito permite renova-los, paraque sirvam como papeis de «mbrulho.

A população da África foi calculada cn-fre 138 a 163 milhões de habitantes.

So dois edifícios no mundo ultrapassamcm altura a Torre Eiffel, em Paris.

•'«-¦¦ ...à_y! y.-.i*,ík. \.

•'.•¦'•• y<AA i

Autoridades cm asiuittoi de agriculiu-

ra dizem que o melhor meio dc regarum jardim consiste em abrir um buraco aopé da planta e despejar água nele.

O TICO-TICO — 22 — 27 — Dezembro — 19Í.3

VOCÊSABERÁ

ISTO?

IV A AIS 5 perguntas para vocês' v ' aguçarem a inteligência, exer-

citarem a memória e aprenderem

qualquer coisa nova.

Isto ê o essencial: aprender sem-

pre coisas novas.1 Vamos vêr quem é que resolve eresponde a si mesmo, antes de quarta--feira, as 5 perguntas?

Se não conseguirem, O TICO-TICO

se encarregará de dar as respostas:crtas.

AS PERGUNTASDE HOJE

SÃOAS SEGUINTES:

1) Que é que produz as marés?

2) Que outro nome tem a arvore

do Mate?

3) Em que ano nasosu o Padre

José de Anchieta?

4) Como se chamava o pintorRubens I

5) Em que ano os ingleses invadi-ram Cuba e tomaram Havana?

CJ&^â-

RESPOSTASDAS

PERGUNTASANTERIORES:

1) O povo que se tornou celebrepelo estoicismo e resistência, na an-tiguidade, foi o spartano.

2) O europeu que recebeu a esta-tua de ouro num templo da China foiMarco Polo.

3) A Suiça é tambem chamadaHelvetia (lê-se Helvécia) ou UniãoHelvética.

4) O romano que se celebrizou pe-los banquetes que oferecia aos ami-

gos foi Luculo.5) No ovo, o que se transforma

em pinto é a clara.

CONCURSO PERMANENTE DE DESENHOS |

VUITOS IHlllST©SãB€@SDESENHADOS PELOS NOSSOS LEITORES

Continuamos hoje a publicação dos retratos de vultos históricos na-cionais. Aqueles que forem sendo publicados durante Dezembro, entrarãoem julgamento no mês seguinte,

izAçEEA^

W JBÈ I^Sfmj

% I^^A^^t^iJ-JtCAMPOS SALLES — pelo menino

Rubem Souza (14 anos).MARECHAL DEODORO —por

Arlette Rosa de Souza (12 anos).

27 — Dezembro — 193»

LEOnONARIOl

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23 — O TICO-TICO

DA iohie >:Je**® SE /VÍ^ÍÕV^ /> *

Ilar desta Lr^1 ¦ <y j^-^r^Tjír^TT

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O ALMANAQUE DO TICO-TICO É O MELHOR= PRESENTE DE FESTA —^

O TICO-TICO 27 — Dezembro — 1939

Às aventuras do Camondongo Mickey(Desenhos de Walter Disney e M. B Iwerks. exclusividade cara O TICO-TICO :m 'odo o BrasilI

(ÜAIT 7- *** fi«DT-sney-*

Pronto ! Ali está o bonito presente que o tal oarente de vocês mandou, da Austrália I E levem o bicho de uma vês, que já nos deu muito o que fazer e grandes prejuízos !

JáÜÍ

Mickey, será que êle tem nome ? Será que éle vai caber na ca- Tem que caber, minha filha Isinhola Você verá \

_.•

Oh ! como éle é manso ! Que engraçadinhos 1Não acha, Minnie 7

Plutão ! Não comece a implicar com o pobre ani-*"nalzinho I

(Continuai

27 — Dezembro — JÍ).I9 xo 0 TICO-TICO

fi \wÊm%- J ammm WâII --V ¦ • ^11 H*

O SOL:SOU

a lanterna do Mundo, e a todosalimento, clareio e aqueço. Pródiga-

liso meu brilho e meu calor ha milhões d<5anos e não consumo jamais esse brilho aesse calor. Dizem que meus dias estão con-tados. entretanto, e que só viverei outrostantos milhões de milhares de anos. Osastros menores, as estrelas pequeninas go*sam com isso, e a sombria perspectiva lhessorri. Insensatos ! Esquecem de que aindaem estado de agonia terei em meu interiormais fogo, mais calor o mais vida do' quea que eles próprios hoje tem ... Presenteei-os>com luz e á sua claridade reconheceramquanto eram pobres. Por isso me odeiame me invejam. E' mais claro, isto, que a pro-pri,*» luz do Sol

A LÂMPADA ELETBICA:

EDISON (oi meu pai. Olhai! Sou o fo-

go que não arde, o raio aprisionadono cárcere frágil de vidro.

Olha, Prometeu ! Tu, que foste o Ia*I drão do fogo, tu, a quem fizeram prender

por causa desse furto, olha ! Apesar de tuaperseguição, conseguiram trazer luz a Ter-ra I Os homens de hoje «6 tém medo das...contas de luz, no fim do mei.

* Mm ' TOY

ímW ^v ^mW^Mm w\\r

A LUA:

POR que é que dizem que eu minto ?

Po« que me chamam mentirosa 1 OSol, sim. mente, porque cobre e enfeitacom brilho falso o mundo depravado Eudigo a verdade, pois afirmo que tudo evazio e passageiro. Sou. no firmamento.um velho cemitério abandonado.

y^y*-*"*r_j5^

¦ ¦ \

O QUEDIZEMAS LUZES

Tradução deGalvão de Queiroz

^§y[KW/ o'' -<ffl'M,

. O LAMPEAO:LEMBRAM-SE

de mim 7 Recordam-se do meu pedestal,minha manga de vidro, minha torcida, meu "abat-jour"de porcelana fosca, meu deposito de querozene, enfeitado ?

Lembram-se do lampeão que oscilava ao vento, nas noi-tes em que vocês ouviam, medrosos, as historias de lobos fa-mintos a fadas malfazejas I A' minha luz todos os medos seafastavam a já nâo sa temiam aparições e fantasmas

'Wm mV^B^Hj * /

A VELA: .BRILHEI

na Idade Média. São Jeronimo aconselhou aossacerdotes que me prendessem porque minha peque-

na lingua de fogo fala sempre de cousas «logres. Desde en-tão, cal de moda e os homens se afastaram de mim. Hoje sóme procuram para a morte : estou ao lado de seus esquifes esimboliso a luz eterna no humbral da eterna obscuridade. Oi-xem qua minha luz tem apenas a força de "uma vela", t? bemverdade : mas iluminei com a minha luz o papel em que osgênios escreveram. . ,

Bem apurado, quem brilha mais -. a vela de Oante ou alâmpada elétrica da qualquer escritor medíocre ?

O BICO DE GAZ:

AOUI e ali. nos desertos e nas grandes

cidades, brilhei como chama bru-«oleante, derramando mortal tristeza. Cons-pirei no século XIX, nas poesias de Musset.nas novelas policiais, com os assassinosque, com gravatas enormes, escapavam,pelas amplas ruas que eu iluminava frou*xamente, aos seus perseguidores.

Hoje sirvo aos suicidas e aos cozi-nheiros e ainda, nos laboratórios, se utili*tarn de mim. Já não sou o que fui.

O GAZ NEON:

EM tubos vazios de ar, brilho nas fa*

chadas dos cinemas, das confeita-rias e das lojas, em vermelho, em verde,em aiul, piscando ininterruptamente, comouma futurista luz que não é luz.

Meu nome o diz : NÉON. Sou "o maisnovo". Ilumino a passagem do século XX

para o «óculo XXI . .

A LAMPARINA:

EM Babilônia, no Egito, tive minna

época de brilho. Tremeluzi tambem

sobro os adornos das tabernaj* dos Roma-nos. Iluminei os dias infantis da humanida-de e estivo ao lado dos berços dos recém-nascidos. Acompanhei a dôr dos enfermose clareei as paginas dos livros em que es-tudaram os .sábios.

Hoje, nada sou, ninquem me da va-lor. Mou pavio, mergulhado no azeite, cho-ra desconsoladamente.

ÀmSLimm.í a ___yv

O TICO-TICO — 20 27 — Dezembro — mi

OA_FfcOTI-N.HA 13 A. B E BUNTING

AVENTURA DE PEGGY

NA SALA AO LADO A MOÇA ESCUTA

Ela disse onome, tiaJane ?

Não se lembrado rome, o queé míi sinal.

Naturalmente piorou de- *T J

pois. Quanto mais de- \

wHÜ 1111. QUANDO BENJY JA' SE EN-%1W1_ CONTRA AGASALHADO,\X«W^JJ(|^ PRONTO PARA SAIR... DESCOKJMr^n.OLHA' ESPANTADA. A MOÇADESCONHECIDA, ASSOMANDO A PORTA.

C

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As petos do Brasil :'i,i,ome*ros <•• •*h««o1 fuPtr«d* Pe.« Leo-poldina, em 2.' lugar, com 3.086.388 • «

O Rio Amaionas tem 5.400 quilômetrosde extensão.

O Pico da Bandeira (na Serra do Capa-ra6) tern 2.884 metros de altitude Existe no país 22.261 engenhos moageiro, Rêd. Mineira *~V_Í. I,» |.M. e«LO açude Lima Campos, no Ceará foi j j - - > • '• tum"-construído no Governo Getúlio Vargas, e '*"

a5Ucar- 3.783.570 quilômetros.

capaz de conter 58.260.000 metro, de volu- A Cenf"' d° Brasil ocupa o 3.' logar no O Brasil ocup. o *• logar na producloU dágua erma^nav... ^ ferroviário.brasi.eiro, ecm 3;08..735 .undial «J0 ilgod4?. ^^260.000 qui!,,.'

27 - Dezembro — 193!) 0 TICO-TICO

UMA NOVA HISTORIA DA LINDA

coN

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Fi DESLUMBRANTEPenso que deseja sa-

ber onde se encontra 7Está na fazenda da se-nhora Gorum.

Uma casa do fa-zenda... agora molembro... Quem mó-ra aqui 7

y fhy rJ^Wy

A sra. Gorum, que vivesósinha. Eu e um meni-no, chamado Benjy, es-tamos de visita.

Há visinhos per-to 7 Costumam virde visita 7

W^y/p §

íWWÈÈMÊÍ*^^ F-20Eu creio que a única pes-

sôa que virá com esta tem»pestade será o médico, se

tia Jane mandar chama-lo. 'sf.nfFr^

T Não prec>sa man-dar chamar médico 1Ficarei bôa do pre s-sa ! Onde está a so-nhora Gorum 7

/ Foi busoar água... Í:7\F.^'MI Já está do volta. Av//A-'<

AO ENTRAR TIA JANE, OS OLHOSDA MOÇA SE FECHAM E ELA PARECEPERDER OUTRA VEZ OS SENTIDOS.

A moca falou um pouco, mas quando fizperguntas pareceu confusa de espírito. Voumandar chamar o médico.

mww Jy ymo^ll . J^7 disso quo

-', K' \ nao qu8r~ •lilll fj'''vJÊmSíkiX módico. /

- w>$-' SÈü y^_' 0* xDO OUTROLADO DAPORTA.

Babe, essa mora não osláem condições de deliberar,Sinlo-mo preocupada...

s&Qep Js^ ¦— v

Nos primeiros tempos, após o descobri-

mento do Brasil, as moedas circulantes na no-

vel colônia lusitana eram de ouro, prata ecobre. Fazia-se a divisão aritmética por"dobrões", ou 40 patacas ouro (ao tempo

do valor aproximado de I2$000).

Moedas BrasileirasO m.io dobrão, pitoroscamento denomi-

nado "joanofo", em homenagem a D. JoãoVI, va'ia 20 patacas, ou 6$000. As mood.sde prata dividiam-se em meias patacas e

eram subdivididas em $900, $600, $320, $160e $080.

No 2." Império circulavam np pais moe-das de ouro no valor do 20$, 10$ o 50$ quatraziam e efigio do nosso segundo impera-dor.

O TICO-TICO — 2K — 27 — Dezombi-o — 1909

P-Mitasta. su® Msils_[|Naquele ano, ao passar

pela vila de Joanina. Pa-

pai Noel ia bastante apre-cnsivo. Qual seria o mo-tivo?

E' que o velhinho, porimprevisto qualquer, se ha-via atrazado na distribui-

ção dos brinquedos aosbons meninos da Terra.Luiz, dos bons meninos, porque os

que se não comportavam devidamen-

te durante o ano, não eram dignos de

presentes.Foi, pois, devido a essa apreensão

que depois de percorrer todas ascasas da vila, depositando os res-

pectivos brinquedos, conforme ocomportamento, Papai Noel se es-

queceu de passar na casa de Pauli-nho e Juanita, os filhos do carteiro

da vila.

Em parte, parece que Papai Noelteve razão para tal esquecimento. Acasa do mensageiro ficava bem afãs-tada da vila, na orla da floresta

Entrementes vejamos o que se

passa na vila.

O grande relógio da matriz batia

precisamente cinco horas quandoMario acordou, indo chamar suairmã Olga. Eles eram filhos do relo-

joeiro da vila, e, embora não sendo

r_____________A*KjK________________T '^MMwvnp^1—^_";- —~jmr*mMm\Ttm9wm

• *"í A'í Lí-ríS-lííisC^Ai ----- ^J*»^^*^^ '"„.- \j^*y ¦ ' ^_ j^r A?

TEXTOE

DESENHODE

ELMANO!

maus meninos, eram um pouco or-

gulhosos. Este orgulho se justificavapelo conforto em que viviam, tendocomo pai um homem que lhes fazia

quasi todas as vontades, pois seusrecursos o permitiam.

Acorda Olguinha! Vamos vêr osbrinquedos de Papai Noel! — propôsMario, enquanto se punha em cami-nho na direção da lareira, onde, navéspera, tinham depositado os sa-

patos. k . _Oh! Que linda! "_ ' - _rUm cavalinho, que bom!

Estas foram as exclamações dos

petizes ao depararem com o cavaloe a boneca que Papai Noel lhes dei-xára.

Pouco a pouco, porém as excla-mações iam diminuindo de entusias-mo, à proporção que examinavamos brinquedos. A boneca e o cavaloestavam manchados e desbotados,perdendo uma bôa parcela do seuatrativo. Isso fez com que ambosolhassem os presentes de modo bemdiferente.

Ora! Papai Noel nos dá brin-quedos tão feios, manchados e des-botados! dizia um.

— E' mesmo! confirma-va o outro; parece que"ele" não tinha cousa me-lhor para nos presentear!

O desprezo que começa-vam a sentir pelos doisbrinquedos chegou a um

ponto tal que, não demoroumuito tempo, foram elesatirados pela janela, caindo

sobre a neve, na rua.A esse tempo Papai Noel, disfar-

çado, sairá a vagar pelas ruas, afimde apreciar o efeito da sua distribui-

ção naquele ano.Eram mais ou menos seis horas

quando o carteiro, com o saco de cor-respondencia começou a percorrer avila. Ao passar em frente à casa dosdois meninos ricos. Parou, maravi-lhado com o que viu no meio da ruaentre a neve. Eram a boneca e o ca-valo que as duas orgulhosas crianças

tinham jogado fora. Correu com gran-de alegria para os brinquedos, lem-brando-se logo dos seus pobres fi-lhinhos a quem Papai Noel se esque-cera de visitar. Nem siquer pensouem como haviam ido parar ali taisobjetos. Interrompeu sua tarefa ecorreu, ansioso, para casa, contentecom aquele achado que iria propor-cionar a seus filhos aquilo de que,por um capricho da sorte, quasi ti-nham ficado privados.

fF-^Bjay*^"**"*-

WÊÊi

O áLMANAQUE D'0 TICO-TICO É O MELHORPRESENTE DE FESTA

27 — Dezembro — 103!) 29 — O TICO-TICO

LIVROSOS BONSPARA A INFÂNCIA

<- I'!

, Excelente publicação para a infância, esse bonito livro que a Livraria José O.im-pio acaba de editar.

GUPÍLA é uma adaptação, feila por Marguerite de Montfort IvancLo, de variaidas mais conhecidas fábulas de La Fontainc, Charles Mareille e Laurent de Jussieu,interessante trabalho que' a autora dedicou aos seus nelos e amiguinhos.

O nome do livro é. por extenso "GUPÍLA E OUTROS CONTOS PARA CRIAN-ÇAS". Tem ilustrações que são um encanto, algumas a cores, e as historias são tãosimples, escritas com tanta clareza que qualquer criança entende. Entende e vai logoquerendo lêr mais, porque gasta a valer! Os desenhos do livro foram feitos por LuizJardim, que criou os tipos de bichos mais engraçados.

GUPÍLA foi aprovado e recomendado pela Comissão de Literatura Infantil do Mi-nisterio da Educação e traz uma linda pagina de apresentação assinada pela escritorae poetisa Maria Eugenia Celso.

Tem varias paginas à cores e vai ág-adar, indiscutivelmente i criançada, porqueé um excelente livro para a infância.

A TERRA DO. MENINOS PELADOS

Graciliano Ramos, um dos romancistas de maior público no Brasil, acaba de tereditado um livro infantil da sua autoria. Trata-se de "A Terra dos Meninos Pelados",obra premiada pelo Ministério da Educação.

Utilizapdo-se de um estilo adequado à compreensão infantil, o autor relata emvinte e três capítulos a histo.-ia maravilhosa do menino Raimundo Pelado, estranha cria-turlnha que tinha o olho direito preto, o esquerdo azul e a cabeça pelada.

Com imenso poder de imaginação, Graciliano Ramos relata com muita graça asaventuras de Raimundo Pelado no país de Tatipirun, na serra de Taquaritú no rio dàsSete Cabeças, onde todos os meninos eram pelados, onde os automóveis saltavam porcima; das pessoas para não atropelá-las, e onde as laranjeiras sãiám do meio dos cá-ninhos para abrir passagem e ainda ofereciam laranjas fresquinhás aos viándántes.

Muito interessará também aos pequenos leitores de "A Terra dos Meninos Pelados"a velha macaca que dormia quando começava a contar uma história; o gato que tinhamedo dos* ratos; e a curiosa personalidade da princesa Caralampia.

As narrativas de Graciliano Ramos foram ilustradas com muito gosto pelo dese-nhista Nelson -Boeira Faedrich, que assim lhes deu ainda mais movimento e interesse."A Terra dos Meninos Pelados", um volume cartonado e muito bem impresso, faz parteda Coleção Infantil, da Livraria do Globo.

QUE- PRODUZO BRASSL?

Amasonas — Produz: borracha écacáo; Acre — Produz: borracha;Pará — Produz: borracha, cacáo ecastanha; Maranhão — Produz: al«godão e arroz; Piauhy — Produz:babassú; Ceará — Produz: algodão,1borracha c cana de açúcar; RioGrande do Norte — Produz: algodão;Paraíba — Produz: algodão, fumo eIçana de açúcar; Pernambuco — Pro-duz: cana, café e algodão; Alagoas

Produz: algodão e cana; SergipeProduz: arroz: -Rio Grande do

Sul — Produz: mate, alfafa, arroz,Uva, trigo; S. Catarina (Floriano-polis) — Produz": mate e aveia; Pa-raitá (Curitiba) — Produz: mate,trigo e aveia; Goiás — Produz: arnen-doim e arroz; Minas Gerais — Pro-duz: café, arroz c fumo; Mato,Grosso — Produz: borracha e mate;São Paula— Produz: Café, arroz",'algodão e chá; Rio dc Janeiro —Produz: batata e cana de açúcar;Distrito Federal — Produz: milho,'mandioca e carvão; Espirito Santo—; Produz: café, e cacáo; Baía —-Produz: café, cacáo e ferro.

ZE MACACO E FAUSTINA

A tragédia do paraqticdas não me- Zé Macaco concor-teu medo a Faustina, que quis ir no- dou e lá se foram navãmente à Feira de Amostras. tarde clara de domingo.

Hoje quero andar noavião ! — disse a irre-quieta Mine. Macaco.

Entraram, então, uobrinquedo, e tudo iamuita bem...,

___-_— _. ]. . . quando a velocidade che-

gou ao máximo I Que horror,então 1

E' que eles já não são cri-ancas c não suportam certascoisas...

... tendo sido eslx o resultado da proeza:cama, remédios, chás, c um bruto arre-pendimento,

O TICO-TICO » — 27 — Dezembro ts$9

No/sosCONCURSO N.o

CONCUR/O/5 4

J\fHO CHICO está em apuros e sem saber o que fazer. Precisalevar para o outro lado do rio, uma raposa, uma galinha c um

saco de milho. Como o barco ê pequeno só pôde levar uma coisa dccada ves. Se leva o milho a raposa, fica com a galinha e a come. Sc levai raposa a galinha come o milho. Como deverá fazer então para trans-portar as tres coisas?

P ARA concorrer, escreva a solução cm urna folha dte bloco, assine e in-dique a idade, rua, numero, localidade e estado onde reside Cole o

Vale n.° 54. Se quizer, cole a figura, mas não é obrigado.

II S soluções deverão estar em nosso poder até o dia 30 de Janeiro e asolução será publicada na edição de 7 de Fevereiro. Daremos 5 prêmios,

por sorteio, aos concorrentes que acertarem „

N OS "envcloppes", façam constar sempre NOSSOS CONCURSOS.

JMMAJLB. I CASADA ou SOLTEIRA.não importa. A mulher se deslumbra comas sugestões e conselhos do

ANNUARIO DAS SENHORASTudo para o lar e para o sexo feminino

Hos i> í- i aia c* ã d x sm. s

M.±KSm.m3^\t<Lw Ilustl*ado

Resultado do Concurso d. 49Enviaram soluções certas 466 so-

lucionistas. X

Foram premiados com um lindolivro de historias infantis os se-guintes concorrentes* .*' . jr

JOÃO FRANCISCO AS-SUMPÇÃO DE CARVALHO

Residente à rua Luiz Guima-rães, 48 — Vila Isabel, nesta ca-pitai.

MILCHED CARVALHOHAMOND

Residente à rua Ferdinando La-boriau, 53 — Tijuca nesta capital.

VERA LIGIA PIMENTELPINHEIRO

Residente à rua São Vicente dePaula, 539, na capital de S. Paulo.

CID MAURÍCIO DE CASTRO

Residente à rua Pedro de Car-valho, 428 — Meyer, nesta capital.

OCTAVIO A. COTRIM

Residente à rua Inglez de Sou-za, 25, na capital de S. Paulo.

^tmtjf\ \*^a*^ymm | w I i I Q lj^^jf' Bm\y * *T\

_?< A C O R_>xâki Ba.MB\ v a i i o s o

Ç *I c i ^ra^^\ C H |ll |H i I 1 p \l{®-@[ò/ v I I ^ flM * A. <CSZ-7 t O I Af\BBn» ví

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SOLUÇÃO EXATA DOCONCURSO N.° 49

27 — Dezembro — 1939 31 0 TICO-TICO

A RECOMPENSADE PAPAI NOEL

(Continuação)

brinquedos nos sapatos das criançasque ficam acordadas a esperá-lo. En-tregue a essas meditações, Marilenadeixou-se finalmente vencer pelo so-no. E então sonhou... sonhou queestava no céu. A Virgem Maria, numaaureóla de luz tendo ao colo Jesusmenino, sorria meigamente para ela.De repente, oh! maravilha! A VirgemSanta caminhava em sua direção, ten-do nas mãos a boneca de seus pensa-mentos...

Foi quando despertou... Relan-ceou a vista sobre os sapatinhos, e,seria possível? Ao seu lado achava-se policroma e reluzente uma lindaarvore de Natal, tendo por cima deseus verdes ramos, fresca e taful, aboneca de seus sonhos a sorrir...

Era o milagre do Natal! A recom-pensa de Papai Noel...

LEONOR TELLES

Como se faz umapena de desenhar

\F**r^nm tua | .*B

li B 13 'v-«

\ i üTOME

um desses ganchos comunsde prender papel, conforme a fi-

<;ura e abra as hastes como se indicaim A. Uma das pontas é metida soba armação, juntamente com a pena.A outra ficará justa sobre o pequenoorifício desta. Esta haste estará, naponta levemente curva como mostraa letra A, na parte inferior. Então,molhando-se a pena na tinta seacumula entre a pena e a haste curvae dará para escrever ou desenhar da-rante muito tempo.

VISÕES DOMUNDO

Praga, que era a capital da Tche-coslováquia está repleta de edificiosmodernos de estilos muito variadose não ha espaço disponivel. A distan-ria de 200 pés abaixo da rua princi-

0(Continuação)

PRAGA

pai ha grandes arcadas serpenteandopara a comunicação com diversospontos da cidade.

Praga é o paraíso dos comprado-res de curiosidades, artigos que nãopecam pela qualidade, embora ba-ratos. Os fabricantes são artistas csabem obter o agrado dos comercian-tes, em joalheria, objetos de arte eíqueles lindos espelhos que torna-•ara famoso esse país. A maioria das

casas de comercio possue pessoalque fala o inglês, sendo que a mer-cadoria leva sua etiqueta do preço.

O povo tchéco aproveita qualquerespaço disponivel para afixar os seuscartazes de reclame, mas não exa-gera sobre o que vende e quer mos-trar coisas reais. Pode-se, por exem-pio, ver uma vitrine inteira transfor-mada em aquário para mostrar vivo3os peixes que vende, junto a um car-taz que mostra como o peixe é co-mido. Ha sapatarias cuja fachadarepresenta um enorme sapato iluml-nado a gás neon ou outra qualquerfigura.

Mas... era só isso o que vocêdesejava...? Apenas isso...?

Acha pouco? Pois para mimseria muito. Poderia estudar! Serdoutor, ser muito rico, não precisarde ninguém! Se o senhor soubessecomo é triste ser pobre e morar nummorro!

Se êle soubesse... O repórtertorrou a se lembrar da sua infânciadistante. Interrogou outro guri.

O brinquedo que eu queria?Ha tantas coisas bonitas nas lojasda cidade e não ha dinheiro... Pa-pai Noel não gosta das crianças po-bres. Só presenteia as ricas. Nãogosta dos bairros sujos. Anda só emCopacabana. Sabe... eu não acre-dito muito nessa historia de PapaiNoel... Que devo pedir? Brinque-dos? Eu nem tenho tempo de brin-car! Trabalho, trabalho tanto! Nempareço menino.

O homem bom não insistiu. Co-nheceu a revolta intima do guri mal-trapilho e calou-se.

Interrogou mais outro, outro... eassim um grupo inteiro de garotínhoshumildes... Várias vezes teve von-tade de chorar com tanta tristeza,com tanta revolta de pequeninasalmas!

Um desejava apenas uma roupanova. Outro ambicionava uma ca-minha para dormir. Era tão dura asua esteira e tão frio o chão doquarto pobre onde morava! Um ou-tro ainda desejava ardentemente queo seu paizinho pudesse ter um em-pro-?o bom. para comprar alimentos...

Eram aqueles os pedidos expon-taneos dos guris do morro. Ninguémos ensinara a dizer aquelas frases.Tudo sincero. Tudo humano.

O repórter levou envolta na imensasatisfação da primeira entrevista dosbairros "chies" a magua mais co-movente, a magua mais sentida dassegundas respostas . . . respostasmais belas, mais sentimentais.

-E fez a reportagem mais triste, areportagem mais bonita do Natal!...

DIVA PAULO

TODAS AS SUGESTÕES

que encantam o lar e embelezammais o sexo feminino, estão noANUARIO DAS SENHO-RAS. Um deslumbramento;em fim.

dventuras do cQfiiquinfio~T\ A^T Â? I sãê&õ!.

Os amigos de CKiquinho lançaramlhe um desafio : fizesse uma nova maqica sem utilisar truques ! : -

O nosso herói deu tratos á bola e, . .. fácil resolver o problema. Chamoudepois de muito pensar, chegou á con- Benjamim e lhe deu instruções secretasclusio de que seria ... ' que o negrinho foi executar. '

m mm.-*_'i ¦ _¦ i ——.- ¦¦ ¦¦!¦¦-* i—¦¦„-..,¦¦¦,,,.¦ i... ,,, "¦'-¦¦. 'i ...j .'..' ¦.¦»¦¦¦.¦¦¦ ¦ m..jiji -^ ¦¦ .. .— ¦¦ .,, , —^»

Quando Benjamim regressou trazia . Fazendo um bruto discurso, Chiqui- E, por fim, com ares misteriosos,um capacite, no qual se viam vários em- - nho prendeu a atenção dos garotos du- perguntou quem sabia "o

que havia noblemas diferentes gravados. ' rante longo tempo, até vê-los cansados. meio do capacete" .

ív '; .fho*{*°]<' L^ji^^I

Facilimo ! disseram, os meninos. — '.. . . disse o terceiro.: Erraram ? gritou ... mosca ! Os garotos ficaram danados"Uma roséta-!" diss*e um. "Um emble- i Chiquinho. O que ha "no meio" do ca- com o trote a,se foram, dizendo que Chi-

'ma" ! disse outro. "Um circulo !" . ... facete é uma "pá"! Vocês comeram... quir.ho lhes pagaria.