1-Amor de Deus

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Conteúdo da pregação Amor de Deus do seminário de vida no Espírito Santo

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INTRODUÇÃO: O ESPÍRITO DO MINISTÉRIO DE SEMINÁRIO DE VIDA NO ESPÍRITO SANTO

O Senhor Deus, na sua infinita misericórdia, quis realizar uma obra nova no meio do seu povo, renovando a face da terra através de uma nova efusão do Seu Espírito. Ele derramou sobre Sua Igreja uma graça especial, que nós chamamos de Renovação Carismática Católica, como cumprimento de uma promessa, como resposta da súplica da própria Igreja. O Espírito Santo é a alma da Igreja. É o motor da Igreja para que ela corresponda aos desafios próprios deste tempo.

Deus vai utilizando formas para que a Sua graça penetre dentro da Igreja e atinja toda humanidade. Assim como Stª Teresa, São Francisco, os monges, os eremitas e todos os santos e ordens fundadas são meios que o Senhor se utiliza para penetrar a Sua graça na Igreja e em cada homem, a RCC também é uma graça com características e meios próprios que Deus utiliza para penetrá-la na Igreja e no mundo.

Todos nós que tivemos essa nova experiência do batismo no Espírito Santo somos portadores desta graça para comunicá-la a Igreja e ao mundo. E o Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos canais para que possamos comunicar esta graça. Tudo devemos fazer para preservá-la. Devemos ter um zelo especial por ela, procurar vivê-la da melhor forma para poder comunicá-la de forma fiel, sem deformá-la, sem abafá-la, sem minimizá-la. “Nós existimos como Shalom para levar esta graça para a Igreja e toda humanidade. Precisamos conhecê-la mais. Ser fiel a ela é ser fiel a nossa vocação. Deformá-la é deformar também a nossa vocação. A dimensão carismática é parte essencial da nossa vocação e faz parte da nossa missão. Se colocarmos isto de lado, nós estaremos sendo inúteis para a Igreja...Na hora que isto não for importante para nós estamos preparados para morrer porque seremos inúteis para a Igreja. Somos zeladores e comunicadores desta graça... Acolher, animar e comunicar esta graça deve ser a nossa atitude. É nossa responsabilidade acolher e viver bem esta graça. Deus nos está dando e precisamos acolhê-la e vivê-la com qualidade, com profundidade. Viver isto no meio da Igreja é a nossa missão e a Igreja reconhece esta graça em nós, por isto ela precisa ser bem acolhida, bem trabalhada e bem comunicada. Ela é muito especial, ela é uma graça com “G” maiúsculo. Todos nós somos responsáveis de vivê-la com qualidade e fazê-la multiplicar. Devemos ter um zelo especial para vivermos esta graça, o batismo no Espírito Santo, o exercício dos carismas do Espírito Santo.” ( Parte da palestra do Moysés no retiro comunitário da Comunidade de Aliança em maio/96).

Todas as nossas ações devem estar impregnadas desta graça, porque todas as ações acontecem em vista deste desígnio de Deus, de cumprir este desígnio de Deus. Reter esta graça é como reter uma grande fonte num dique. O desígnio de Deus pode ser frustado. Todos nós precisamos estar atentos para não frustarmos o desígnio de Deus. Deus nos constituiu para esta missão. Comunicar esta graça deve ser a nossa prioridade, tudo o mais passa para segundo plano. Devemos estar mobilizados para isto. O mundo está passando por transformações violentas a nível social, econômico, cultural e Deus nos convocou para comunicarmos esta graça. Precisamos tudo fazer em vista do cumprimento deste desígnio de Deus. A Graça do Espírito Santo é para toda a Igreja e toda a humanidade, não é apenas para um grupo de privilegiados, os místicos, mas de todos os batizados.

Nós recebemos uma graça específica: a partir de uma experiência do batismo no Espírito Santo. “O Santo Papa Paulo VI dirigiu aos dez mil participantes reunidos na Basílica de São Pedro ( no dia imediato de Pentecostes de 1975, por ocasião do encerramento do Congresso Mundial da Renovação Carismática na Igreja Católica) um discurso que continua sendo até agora, para a Renovação, o documento mais importante para conhecer o que a hierarquia da Igreja pensa e espera da Renovação. Tendo acabado de ler o discurso oficial, o Papa acrescentou, de improviso, estas palavras: Bebamos com alegria a sóbria embriaguez do Espírito” ( A Poderosa Unção do Espírito Santo, pág. 09, Raniero Cantalamessa, Editora Raboni, Campinas/SP).

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Esta experiência da sóbria embriaguez do Espírito realiza no homem uma purificação dos pecados, um novo fervor para o coração, um entusiasmo espiritual, como que um vulcão aceso e uma elevação da sua mente a um conhecimento especial de Deus, uma certa experiência direta de Deus, que “o leva a um estado no qual o homem se sente possuído e conduzido por Deus; porém um estado que, em vez de nos alienar, dissuadindo-nos do envolvimento com os irmãos, conduz-nos a esse dever, exigindo-o e freqüentemente tornando-o mais fácil e glorioso... um entusiasmo, mas um entusiasmo baseado na cruz e que se alimenta da cruz” ( A Poderosa Unção do Espírito Santo, págs. 15 e 16).

Todos estes fatos nos levam a afirmar que estamos diante de uma vontade e de um pedido exato de Deus, por isto os Seminários de Vida no Espírito Santo devem ser momentos cheios desta experiência concreta de Deus, deste encontro pessoal com Jesus Cristo que transforma, muda, como que divide a nossa vida no meio, que derrama sobre nós o Seu poder, o Seu amor. É um encontro com Jesus Cristo Ressuscitado que traz as marcas da paixão como nos descreve o evangelho de São João no capítulo 20,19-29. É o encontro também com a cruz de Cristo na perspectiva da ressurreição que interpela aquele que encontra. Esta experiência com Jesus é ver Jesus. Não se pode mais negar a Sua ação em nossas vidas. Iniciou-se todo um relacionamento com este Ressuscitado, com Jesus vivo, real. Não é uma idéia, um pensamento, uma doutrina, um relacionamento impessoal, mas sim pessoal, é conhecer Jesus em pessoa. Somos apresentados pessoalmente a Jesus. Ele toca a nossa alma, o nosso coração, o nosso corpo, todo o nosso ser.

Desta experiência brota a intimidade com Jesus. O “eu” e o “Tu”, que nós falamos e somos ouvidos, que nós olhamos e somos olhados , que nós amamos e somos amados. É uma experiência com alguém que nos dá a paz, que nos dá o Seu Espírito e assim a intimidade com Ele começa a se desenvolver. Este encontro íntimo tem o poder de gerar muitos outros encontros, será preciso apenas que nós favoreçamos estes encontros novos. É preciso que esta intimidade seja reavivada contínuamente em nossas vidas. Precisamos alimentar contínuamente a intimidade com Deus, o amor esponsal, a comunhão que nos foi dada neste primeiro encontro.

A partir desta experiência passamos para a segunda etapa desta graça que é testemunhar, anunciar Jesus Cristo para todos aqueles que ainda não tiveram esta experiência com Ele: “Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio. Tendo assim falado, soprou sobre eles e lhes disse: Recebei o Espírito Santo” ( Jo 20, 21-22). A partir da graça recebida, do contato íntimo com Jesus que produz muitas outras graças, nós somos impulsionados a sermos suas autênticas testemunhas, a anunciá-lo para todos os outros que ainda não O conhecem. Somos chamados a ser testemunhas concretas que Deus cura, liberta, transforma a vida dos homens, porque aconteceu em nossas vidas : “Não podemos deixar de falar das coisas que temos visto e ouvido” ( At 4,20)... “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com nossos próprios olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao Verbo da vida - porque a vida se manifestou, e nós a temos visto: damos testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo” ( I Jo 1,1-3).

O Seminário de Vida no Espírito Santo é um dos meios eficazes para que possamos comunicar esta graça da experiência pessoal com Jesus Cristo, por isso mesmo deve ser ministrado com todo o fervor, com todo o poder do Espírito, com a manifestação dos seus carismas. Devemos anunciar Jesus Cristo com todo entusiasmo capaz de fazer com que as pessoas que nos escutam sintam-se atraídas por Ele, tenham uma experiência com a Sua salvação, a salvação cristã, que antes de tudo “não é apenas algo de negativo, um “tirar”, ainda que seja o pecado. É sobretudo algo de positivo: é um “dar”, um infundir vida nova, vida do Espírito : “Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” ( Mt 3,11). É um renascimento. A destruição do pecado surge como o caminho e a condição para a doação do Espírito, que é o objetivo último, a doação suprema” (Preparai os Caminhos do Senhor, pág.91, Raniero Cantalamessa, Edições Loyola, São Paulo, Brasil, 1997).

Por esta razão, no Seminário de Vida no Espírito Santo, devemos conscientizar a respeito do pecado, mas nesta perspectiva de condição para a doação do Espírito e não de aprofundar a teologia sobre o pecado. Neste primeiro momento, neste primeiro

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encontro devemos falar mais do amor de Deus, da Sua salvação, do Seu perdão, da Sua ação concreta no mundo, na vida dos homens, devemos proclamar a Boa Nova de Deus que nos salva gratuitamente, pela graça, mediante a fé no Evangelho, para que eles se sintam atraídos a Deus por amor e não por temor. “Inverter essa ordem e pôr as doutrinas e as obrigações do Evangelho na frente da descoberta de Jesus seria como pôr os vagões de um trem adiante da locomotiva que deve puxá-los. A pessoa de Jesus é aquilo que abre caminho no coração à aceitação de tudo o mais. Quem conheceu uma vez Jesus vivo não precisa de outro impulso; é ele mesmo quem arde de desejo de conhecer seu pensamento, sua vontade, sua palavra” (Ungidos pelo Espírito, pág. 80, Raniero Cantalamessa, Edições Loyola). Além de tudo isto, esse primeiro anúncio deve ser também recheado dos dons carismáticos. Não podemos ter medo de exercitá-los, pelo contrário, esses dons devem fluir livre e eficazmente para que este anúncio seja cheio da ação e do poder do Espírito Santo.

O Espírito Santo é a alma de todo anúncio e de toda evangelização. Omitir, deixar de ensinar, não incentivar a ação carismática do Espírito é deixar o anúncio incompleto, é ferir a vontade de Deus, é diminuir os canais da ação de Deus no meio do seu povo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Estes milagres acompanharão os que crerem...” ( Mc 16,15-18). Os homens não querem apenas ouvir vozes que falem de Deus, mas ouvir a voz de Deus através de nossas palavras. O Espírito Santo deve passar sem obstáculo por meio de nossas palavras.

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PRIMEIRA PALESTRA: O AMOR DE DEUS

OBJETIVO: Levar as pessoas a uma experiência pessoal do amor de Deus.

O amor de Deus é o que dá sentido às nossas vidas, à Salvação, à vivência do amor entre nós, à morte e ressurreição de Jesus, a tudo, enfim. Esta é a boa notícia que devemos acolher com todo o nosso coração, mas também sermos anunciadores dela: “Deus nos ama e nos oferece, hoje mesmo, a sua paz e a sua graça como frutos deste amor” (Raniero Cantalamessa). O amor de Deus vem ao nosso encontro e nos envolve como num abraço cheio de calor e aconchego. Todos nós somos o objeto, o alvo do amor de Deus. Nós só conhecemos muitas vezes o “dever de amarmos a Deus” e esquecemos de experimentarmos, em primeiro lugar, este amor. Antes de devermos amar a Deus, nós somos amados por Ele.

“O mais importante não é pois que o homem ame a Deus, mas que Deus ame o homem e o ame por primeiro: Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas é Ele que nos amou” (Raniero Cantalamessa)

Uma das coisas mais maravilhosas é a descoberta e experiência do amor de Deus. É muito importante que nos sintamos amados, acolhidos, aceitos, compreendidos por Deus.

E é exatamente assim que acontece. “Deus é amor”, como nos revela São João ( I Jo ), mas nós precisamos experimentar para crermos neste amor.

Qual o verdadeiro significado do amor? O que Deus considera amor?Quais as características do amor como Deus o vê, o amor como só Deus ama.

Hoje em dia, a palavra “amor” é tão usada e tão mal interpretada que ficamos sem saber direito o que ela significa. A Bíblia, porém vai nos trazer uma definição do que é o verdadeiro amor, isto é, vai nos explicar o que Deus considera amor e como Ele ama.

Como Deus é e qual o seu pensamento sobre o amor e como Ele nos ama é o descrito em I Cor 13,4-8: Deus é paciente, Deus é bondoso. Não tem inveja. Deus não é orgulhoso. Não é arrogante. Nem escandaloso. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. É exatamente desta forma que Deus é e nos ama.

Vejamos então quais as características do amor de Deus?

1. O amor de Deus é pessoal:

Deus ama você de forma pessoal. Deus ama a todos, mas ama a cada um de maneira única, pessoal, como cada um necessita ser amado.

Hoje em dia estamos “acostumados” a ser “multidão”. Somos um número na carteira de identidade, de trabalho, de telefone, no banco, etc. Isto muitas vezes nos leva a crer que Deus nos vê e considera assim: uma multidão. Porém isto não é verdade. Deus nos conhece, nos considera e nos ama de forma pessoal. Deus ama a cada um como filho único. Deus conhece você, suas necessidades, seus anseios, seus planos, suas dificuldades, suas qualidades e o ama como você é e como filho único.

Pegue a passagem de Is 43, 1-5 para que as pessoas vejam que esta verdade são palavras bíblicas.- Deus conhece você na intimidade. Ele chama você pelo nome, como prova de que você não é estranho para ele. Só conhecemos o nome de alguém quando temos com esta pessoa um certo grau de intimidade - Is 43,1b- Deus cuida de você como um Pai. Ele é o maior interessado pela sua vida, porque é capaz de tudo por você, para lhe livrar de todo o mau, para lhe dar forças nos momentos mais difíceis - Is 43, 2-5- Deus ama você ternamente e como filho único - Is 43, 4.

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Pegue esta passagem de Is 49, 14-16 que também revela que o amor de Deus é tão pessoal e único e tão apaixonado que tem o seu nome gravado na palma de Suas mãos e tem você sempre diante dos Seus olhos.

Deus nos criou por amor. Não tem outro motivo. Deus planejou o nosso nascimento. Deus quis que nós nascêssemos para desfrutarmos de sua amizade, da sua vida divina. Ser uma criatura é o maior bem que Deus fez ao homem, porque só assim ele pode conhecer a Deus que é a verdadeira felicidade.

2. O amor de Deus é misericórdia:

Deus é Amor e nos ama! Deus é misericórdia e corre para nos perdoar. A misericórdia de Deus é sempre um socorro ao pecador, pois, quando o homem peca, faz a Sua misericórdia derramar-se sobre ele e vir em seu auxílio todo o mistério da ternura divina que o socorre e reconduz.É importante sabermos que:- Deus não se lembra dos pecados dos quais já nos arrependemos e confessamos ( Is 43,25).- Deus não recusa nossa presença quando pecamos e muito menos por causa dos nossos defeitos. Pelo contrário Ele se curva para nós e nos acolhe ( Lc 7,36-47 - Jesus se deixa tocar por uma pecadora e a acolhe; Jesus perdoa os pecados da mulher que O ama e, por amá-lo, arrepende-se).- Como Pai, Deus espera ansiosamente nosso arrependimento, nossa volta para os Seus braços ( Lc 15,11-30 - É o Pai quem corre ao encontro, quem se lança ao pescoço do filho e quem o beija).- Existe uma grande alegria no céu quando um pecador se arrepende e confessa os seus pecados e pela volta a Deus, que não nos vê como pecadores e sim como filhos queridos( Lc 15,32).- Deus não nos trata como nós merecemos. Dente por dente, olho por olho. Deus nos dá muito mais do que aquilo que nós imaginamos, queremos e merecemos.- Não importa o que tenhamos sido no passado ou que somos no presente, com nossos pecados, vícios ou defeitos, Deus ama a cada um de nós. Aliás, todo pecado, problema ou fracasso são agora uma oportunidade para que nós experimentemos o Seu amor ( Dar exemplos de São Francisco, de Stª Teresa D’Avila e outros...).- Nós só poderemos nos sentir filhos se reconhecermos que somos pecadores. Só quem reconhece os seus pecados, suas fraquezas, compreende e experimenta o amor de Deus. “Puxa vida, eu sou capaz de fazer coisas tão más, mas mesmo assim Deus me ama. É muito amor mesmo para ainda me acolher...”

No entanto, muita gente não pensa assim. Tem gente que pensa que Deus é “um anotador de pecados”, que mantém uma rígida contabilidade do que fizemos “de bom” ou “de ruim” para nos julgar de acordo com nossas faltas e nos condenar, nos reprimir. E no entanto, nós sabemos o que Ele disse para a mulher adúltera: “Ninguém te condenou?... Nem eu te condeno. Vai e não tornes a pecar” ( Jo 8,10s).

Estas pessoas que pensam assim geralmente tem medo de Deus e não se aproximam Dele, pois pensam que Ele as vai repreender e cobrar, e muitas vezes O imaginam como desinteressado e antipático, chegam mesmo a tê-lo como um inimigo, um antagonista, como alguém que se coloca no seu caminho como um obstáculo com os seus “deves” e “não deves”. Como alguém que atrapalha a sua vida, que torna a sua vida cheia de pesados fardos. Ao contrário, Deus é favorável ao homem, é seu amigo, está a seu favor, não está contra o homem, não deseja reprimi-lo. É um Deus amigo que nos salva, que nos apoia, que assume toda a culpa que pesa nos nossos ombros, que nos defende, que não nos oprime, que não nos deixa infelizes. Como iria então nos acusar??? 3. O amor de Deus é eterno:

O amor de Deus não tem começo e nem tem fim, porque o próprio Deus, que é amor, nunca teve começo e nunca terá fim: “De longe me aparecia o Senhor: amo-te

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com eterno amor, e por isso a ti estendi o meu favor” ( Jer 31,3). Deus sempre ama você e sempre o amará. Sempre!

São João diz em sua Primeira Carta ( I Jo 4,19) que nós “amamos porque Deus nos amou primeiro”. Deus não nos pede primeiramente para amá-lo, mas que nos deixemos amar por Ele, que manifestemos o desejo de experimentar o seu amor por nós.

Não somos nós que chegamos a Ele, ao contrário, isto é impossível para nós, mas é Ele quem primeiro se chega a nós. Não somos nós que o buscamos, mas é Ele quem primeiro nos busca. A iniciativa é dele. Não somos nós que o escolhemos, mas é Ele quem nos escolheu primeiro. Nós não fazemos nenhum favor em amá-lo, mas é Ele quem nos favorece com seu amor, que é eterno.

Nós só podemos amar a Deus porque primeiro Ele nos amou. Temos que parar e deixar que Ele nos alcance, que seu amor nos alcance.

Eternidade também tem o significado de infinito. O amor de Deus é muito grande, infinito por nós. É um amor profundo, um amor imenso, sem limites. Ele é capaz de tudo por nós. E Seu amor tão grande nos envolve como um manto:

“Tão alto que eu não posso estar acima deleTão baixo que eu não posso estar abaixo dele

Tão largo que eu não posso estar fora deleGrande é o amor de Deus”

4. O amor de Deus é gratuito:

“Todos vós que estais sedentos, vinde à nascente das águas, vinde comer, vós que não tendes alimento.

Vinde comprar trigo sem pagar! (...)Prestai atenção e vinde a mim, escutai e vossa alma viverá. (...)Buscai o Senhor, já que ele se deixa encontrar, invocai-o já que ele está

perto” ( Is 55,1.3.6).

Esta passagem indica que Deus nos ama com amor gratuito. Nós temos muita dificuldade de amar com amor gratuito. Sempre temos a tendência de amar alguém “por causa de alguma coisa”. Assim, é mais fácil amar alguém que é educado, humilde, meigo, manso, alegre, otimista, com conversa interessante e é mais difícil para nós amarmos as pessoas monótonas, tristes, agressivas, mal educadas, arrogantes.

O pior, é que ficamos pensando que o amor de Deus é como o nosso, isto é, que Deus ama aquele que é bom, humilde, alegre, santo, etc. Isto não é verdade. O amor de Deus é gratuito. Deus não nos ama “em troca” do que fazemos ou somos. Deus não nos ama colocando condições.

Há até algumas pessoas que pensam que Deus não as ama porque são egoístas ou se consideram antipáticas e “más”. Não há nada mais errado!

Outras pessoas, acham que precisam “esforçar-se” para que Deus as ame. “Se eu for “bom” Deus me ama. Se eu for “mau” Deus não me ama”. Isto também não é verdade. Deus ama e aceita você do jeito que você é. Você não precisa aparentar outra coisa do que é verdadeiramente para que Deus o ame. Você não precisa colocar máscaras diante dele. Deus aceita e ama você do jeito que você é, porque foi ele quem te criou. Deus ama você com suas qualidades e defeitos, com seus pecados e esforços, seja você bom ou mau, pobre ou rico, bonito ou feio, doente ou saudável, competente ou incompetente, fiel ou infiel. Deus não ama você por causa de suas qualidades e nem deixa de amar você por causa dos seus pecados ou defeitos. Ama com eles.

Não precisamos “fazer esforço” ou “ser bom” para “merecer” o amor de Deus, porque Deus não ama “em troca de” ou “por causa de”, mas gratuitamente. O nosso esforço para sermos santos deve ser uma prova do nosso amor e da nossa gratidão ao amor com que Deus nos amou primeiro.

É verdade que Deus é um Pai de amor, mas também é verdade que Deus não é um mágico, um serviçal, uma marionete nas mãos do homem. Ele é misericordioso, mas por causa disto mesmo não faz todas as nossas vontades. Não podemos entender

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apenas que Deus nos ama quando faz tudo o que queremos e pedimos. Seria limitar o amor de Deus ao entendimento humano que é muito superficial. É necessário que nos sintamos como filhos de Deus e não como escravos. Se acreditamos que somos filhos, nunca desconfiaremos do amor de Deus por nós.

5. O amor de Deus é fiel e constante:

Deus não nos ama mais num dia do que no outro, nem nos ama mais porque somos bonzinhos e nem nos ama menos porque cometemos um pecado ou alguma falha. Todos os dias Deus nos ama com o mesmo amor. O Seu amor não é vacilante, não oscila, é sempre constante. Não é como o nosso que depende da nossa disposição de amar num dia e já no outro nâo estamos mais dispostos a amar, seja porque fizeram algo contra nós, seja porque estamos mal-humorados ou doentes, seja por razões que nem sequer conhecemos bem. Um dia é fácil para nós amarmos, já em outro dia está muito difícil.

Como estamos acostumados a este “tipo” de amor, transferimos esta idéia para o amor de Deus e acabamos pensando que o amor de Deus também é assim. Pensamos que um dia Deus nos ama, mas no dia seguinte se algo acontecer, Ele nos rejeita e não quer mais saber de nós. Quando estamos aflitos muitas vezes a nossa tendência é a de dizer ou pensar que Deus nos abandonou, que Deus não é fiel em Seu amor, que Ele nos esqueceu, mas a palavra de Deus nos diz: “Pode uma mulher esquecer-se daquele que amamenta? Não ter ternura pelo fruto de suas entranhas? E mesmo que ela o esquecesse, eu não te esqueceria nunca. Eis que estás gravada na palma de minhas mãos, tenho sempre sobre os olhos tuas muralhas” ( Is 49,14-16).

Estas palavras nos mostram que o amor de Deus é fiel e constante. Não existe um dia sequer que Deus nos ame mais e um dia sequer que Deus nos ame menos. Deus nos ama com o mesmo amor sempre, em todas as circunstâncias. Porque Santa Teresinha entendeu esta verdade sobre o amor de Deus, afirmou: “Eu sei que por trás das nuvens escuras o sol está a brilhar”, estas palavras querem dizer a mesma coisa que “eu estou passando por momentos difíceis, mas eles não são capazes de me fazerem pensar que Deus me abandonou, ou que Deus não me ama”.

Na passagem de Is 54,10 também encontramos a revelação que o amor de Deus é fiel e constante. Imaginemos uma alta montanha oscilando e as colinas saindo do seu lugar ( para o judeu, a montanha simboliza a solidez, a permanência, a fidelidade). Muitas vezes as “montanhas” e “colinas” de nossa vida se “abalam” ou “vacilam”, trazendo para nós situações de tristeza, conflito, angústia, decepção, desânimo, porém o Senhor diz para nós: “Mesmo que as montanhas oscilassem e as colinas se abalassem, jamais o meu amor te abandonará e jamais meu pacto de paz vacilará”.

Em Mt 28,20, Jesus, antes de subir aos céus, dá aos discípulos uma garantia de fidelidade e constância de Seu amor pôr eles: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo”. Ele está conosco todos os dias, todos os instantes, nos dando força, consolando, acolhendo, segurando em nossas mãos. Nunca devemos duvidar do amor e da bondade de Deus. Esta é a mais terrível arma do inimigo: fazer com que desconfiemos do amor de Deus por nós. “Onde estás, Deus? Que Pai não correria para pôr fim a um sofrimento como o que está padecendo o filho? A derrota mortal de Satanás é levada a efeito quando, nessa situação, o discípulo de Jesus reúne todas as forças e, quase gritando a si mesmo, diz: Tu és santo, Senhor! Justos e verdadeiros são os teus caminhos! Abandono-me a ti, Pai, embora não te compreenda! ‘Pai em tuas mãos entrego meu Espírito!’ A vitória consiste, no final, em tornar nossos os próprios sentimentos de Cristo” ( Ungidos pelo Espírito, pág. 32, Raniero Cantalamessa, Edições Loyola).

6. O amor de Deus quer o melhor para nós porque somos seus filhos:

Deus ama você como você é, mas não o quer deixar nesta condição. Ele deseja algo muito melhor para você. Ele tem um plano elevado para a sua vida. Um plano que supera o que você imagina ou pode pensar para o seu bem. Por isto Ele deseja fazer parte da sua história, interferir na sua vida, construir junto com você a sua história.

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“Quanto os céus estão acima da terra, tanto os meus caminhos estão acima dos vossos caminhos” ( Is 55,9).

O pregador deve conduzir a todos a um momento de louvor a Deus pelo seu amor tão maravilhoso e profundo para que gere nos corações a experiência de serem amados por Deus. Lance-se inteiramente nas mãos do Espírito Santo.

7. Deus, em seu amor, por seu amor, se comunica com você:

Como já vimos, Deus não está distante de nós, Ele deseja fazer parte da nossa história, deseja ter um relacionamento íntimo conosco, deseja caminhar conosco, quer ser nosso amigo íntimo, por isto deseja se manifestar a nós, deseja comunicar-se com seu povo e o nível desta comunicação do Amor de Deus para conosco é eterno e altíssimo como nos revela este versículo da Bíblia: “Então às tuas invocações, o Senhor responderá, e a teus gritos dirá: Eis-me aqui!” ( Is 58,9).

Deus se comunica conosco através da Palavra e da Oração. Ele nos fala e nos responde pela Palavra e pela Oração. A Palavra de Deus é uma iniciativa divina para comunicar a Seus povo aquilo que Ele é e aquilo que trará felicidade a Seus filhos. A Palavra de Deus é a maneira que Ele encontrou, no Seu amor que se comunica, de falar com você.

Assim como Jesus é a própria Misericórdia do Pai, Ele também é a Comunicação do Amor do Pai. Ele é o Verbo, isto é, a Palavra do Pai. E Ele, que conhece o Pai perfeitamente, nos ensinou a nos comunicar com o Pai através da Oração. É ao nosso Pai que nós oramos, por isto Jesus, pela sua oração, nos ensinou a oração livre, espontânea e familiar, como é o falar de um filho com seu pai.

Nós nos comunicamos com Deus respondendo à Sua Palavra com nossa vida e nossa oração.

Algumas pessoas pensam que orar é difícil. Isto é uma lástima e não é verdade. Orar é muito fácil, pois Deus mora em nós e nos ouve sempre, como vimos, antes que acabemos de falar. Para rezar, basta estar a sós em algum lugar, pedir a ajuda ao Espírito Santo, louvar a Deus, falar com Ele, escutá-Lo, responder, escutá-Lo e daí por diante, pois como Deus é uma pessoa e nos ama indescritivelmente, Ele fala a nós como uma pessoa sempre pronta a socorrer e a ouvir. Orar é coisa simples, muito simples. Basta começar.

8. Nós podemos recusar o amor de Deus:

O amor de Deus é algo inexplicável, é algo maravilhoso, porém nós podemos recusar o Seu amor. Deus nos chama de diversas formas, mas muitas vezes nós preferimos não ouvir. Deus perdoa os nossos pecados, mas nós não entendemos o que é misericórdia. Deus usa para conosco de paciência, misericórdia, humildade, gratuidade, mas nós reagimos como se não vissemos nada. Porém, mesmo que o recusemos, mesmo que digamos que Ele não existe, mesmo que nós O ofendamos, blasfememos o seu nome, queiramos ir para bem longe Dele, não adianta, pois Ele nos ama apaixonadamente e porque “Nada pode nos separar do amor de Deus” ( Rm 8, 35-39).

9. Deus prova o seu amor por nós em Jesus:

São Paulo faz esta afirmação fundamental que Deus prova o seu amor por nós em Jesus porque Ele não poupou Seu próprio Filho, Jesus, mas O entregou para morrer por nós: “Aquele que não poupou seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, como não nos dará também com Ele todas as coisas” ( Rm 8,32). É uma dor muito grande entregar um filho a uma morte de cruz.

O Pai não tendo mais como testemunhar, provar, declarar Seu amor por nós, enviou Jesus para nos livrar de toda a culpa original e aceitou com amor - embora com dor - entregar Jesus, na alegria de, por Sua entrega, conquistar-nos a todos para Ele.

10. Nada pode nos separar do amor de Deus:

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Leia Rm 8,37-39. Nós devemos, diz o Cantalamessa, “fitar a nossa vida tal qual se nos apresenta, e não nos deixar submergir pelos temores que nela se aninham, as tristezas, ameaças, complexos, este ou aquele defeito físico ou moral que nos leva a não nos aceitarmos serenamente como somos, e a expor tudo isso à luz do pensamento de que Deus nos ama” e nada pode nosseparar do amor de Deus, nenhum destes inimigos e perigos. Da mesma forma devemos fitar o mundo que nos rodeia e que nos mete medo, com novos olhos que nos foram dados através da revelação do amor de Deus por cada um de nós, porque por mais que este mundo nos ameace e queira nos esmagar, nada pode nos separar do amor de Deus. O pregador deve finalizar esta pregação com uma oração onde todos possam contemplar as suas vidas, mesmo os momentos mais dolorosos, agora sob o novo olhar do amor de Deus.

1. PRIMEIRA PALESTRA: O AMOR DE DEUS

OBJETIVO: Apresentar Deus como Pai amoroso e Levar as pessoas a uma experiência pessoal do amor de Deus.

2. SEGUNDA PALESTRA: PECADO E SALVAÇÃO

OBJETIVO: Levar as pessoas a serem convencidas ( não acusadas) sobre o pecado e que por isto mesmo necessitam de salvação, porque nenhum homem pode, sem a salvação de Jesus, vencer o pecado, que é a causa de todos os males.

3. TERCEIRA PALESTRA: O SENHORIO DE JESUS

OBJETIVO: Levar os fiéis a terem uma resposta de gratidão e coerência ao compreender a enorme graça do amor de Deus e da Salvação.

4. QUARTA PALESTRA: SERÁS INTEIRAMENTE DO SENHOR TEU DEUS

OBJETIVO: Levar as pessoas a darem uma resposta de fidelidade a Jesus e a sua Igreja, rechaçando toda falsa doutrina, superstição ou idolatria. Ministrar a oração de Renúncia.

5. QUINTA PALESTRA: A PROMESSA DO PAIOBJETIVO: Apresentar a Pessoa do Espírito Santo como Dom do Pai e do Filho para cada um de nós, Levar cada um a reconhecer que a sede que tem é uma sede de Amor que só o Espírito Santo pode saciar.

6. SEXTA PALESTRA: BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

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OBJETIVO: Explicar o que é a experiência do Batismo no Espírito Santo, preparar e ministrar a oração clamando a Efusão do Espírito Santo.

7. SÉTIMA PALESTRA: PARA CRESCER NA GRAÇA

OBJETIVO: Levar os fiéis a deixar crescer a intimidade com Deus e a vida divina em suas vidas. Mostrar a importância de perseverar na vida comunitária em um grupo de oração.