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Material Digital do Professor Língua Portuguesa – 9º ano 1º bimestre – Gabarito 1. Leia um trecho do conto Missa do Galo de Machado de Assis. Missa do Galo Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta, acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. ASSIS, Machado de. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000223.pdf>. Acesso em: 20 out. 2018. O trecho inicial desse conto consiste na descrição do modo de vida e da rotina do narrador- -personagem no Rio de Janeiro. Por que essas informações são consideradas importantes para a compreensão da sequência da narrativa? Prática de Linguagem Leitura Objeto(s) de conhecimento Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos. Habilidade (EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo. Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Unidade 1 Grade de correção 100% O aluno analisa que a parte inicial do conto, que descreve o modo de vida e a rotina do narrador-personagem, é importante porque caracteriza os personagens e os situa no espaço e no tempo em que a narrativa se desenrola. 50% O aluno analisa a importância do trecho apenas para a apresentação do narrador- -personagem, não considerando o espaço e o tempo descritos. 0% O aluno não considera a importância do trecho inicial para a compreensão do restante da narrativa.

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Material Digital do Professor

Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

1. Leia um trecho do conto Missa do Galo de Machado de Assis.

Missa do Galo

Nunca pude entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos

anos, contava eu dezessete, ela trinta. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um

vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à

meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora

casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas. A segunda mulher,

Conceição, e a mãe desta, acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o

Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranquilo, naquela casa

assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns

passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas.

Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e

meia a casa dormia.

ASSIS, Machado de. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000223.pdf>. Acesso em: 20 out. 2018.

O trecho inicial desse conto consiste na descrição do modo de vida e da rotina do narrador- -personagem no Rio de Janeiro. Por que essas informações são consideradas importantes para a compreensão da sequência da narrativa?

Prática de Linguagem Leitura

Objeto(s) de conhecimento

Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentidos provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos.

Habilidade

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Unidade 1

Grade de correção

100% O aluno analisa que a parte inicial do conto, que descreve o modo de vida e a rotina do narrador-personagem, é importante porque caracteriza os personagens e os situa no espaço e no tempo em que a narrativa se desenrola.

50% O aluno analisa a importância do trecho apenas para a apresentação do narrador- -personagem, não considerando o espaço e o tempo descritos.

0% O aluno não considera a importância do trecho inicial para a compreensão do restante da narrativa.

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Sugere-se que os alunos sejam levados a tomar conhecimento do restante do texto, realizando uma leitura coletiva em sala de aula, a fim de perceber de maneira mais clara a relação entre a descrição feita no trecho inicial e o desenrolar na narrativa. Além disso, é recomendável solicitar aos alunos que escolham outros contos, em livros da biblioteca ou na internet, e identifiquem elementos e traços da composição desses textos: o uso de recursos coesivos, a intenção principal, a construção dos personagens, tempo e espaço etc.

Leia o texto seguinte para resolver as questões 2 e 3.

A chave

Não sei se lhes diga simplesmente que era de madrugada, ou se comece num

tom mais poético: aurora, com seus róseos dedos... A maneira simples é o que

melhor me conviria a mim, ao leitor, aos banhistas que estão agora na Praia do

Flamengo – agora, isto é, no dia 7 de outubro de 1861, que é quando tem princípio

este caso que lhes vou contar. [...]

(ASSIS, Machado de. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/fs000184.pdf>. Acesso em: 25 out. 2018.)

2. Quais são os efeitos de sentido provocados pelo uso das reticências no fragmento “ou se comece num tom mais poético: aurora, com seus róseos dedos...”? O que esse sinal de pontuação insinua nesse caso?

Prática de Linguagem Leitura

Objeto(s) de conhecimento

Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos

Habilidade

(EF69LP47) Analisar, em textos narrativos ficcionais, as diferentes formas de composição próprias de cada gênero, os recursos coesivos que constroem a passagem do tempo e articulam suas partes, a escolha lexical típica de cada gênero para a caracterização dos cenários e dos personagens e os efeitos de sentido decorrentes dos tempos verbais, dos tipos de discurso, dos verbos de enunciação e das variedades linguísticas (no discurso direto, se houver) empregados, identificando o enredo e o foco narrativo e percebendo como se estrutura a narrativa nos diferentes gêneros e os efeitos de sentido decorrentes do foco narrativo típico de cada gênero, da caracterização dos espaços físico e psicológico e dos tempos cronológico e psicológico, das diferentes vozes no texto (do narrador, de personagens em discurso direto e indireto), do uso de pontuação expressiva, palavras e expressões conotativas e processos figurativos e do uso de recursos linguístico-gramaticais próprios a cada gênero narrativo.

Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Unidade 1

Grade de correção

100% O aluno analisa que, no fragmento destacado, as reticências provocam o efeito de sentido de continuidade, ao insinuar que haveria outras características para compor a descrição inicial do conto.

50% O aluno analisa que as reticências indicam uma possível continuação, mas não desenvolve a resposta.

0% O aluno não analisa corretamente os efeitos de sentido produzidos pelo uso das reticências no fragmento.

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

As funções das reticências precisam ser retomadas a partir de exemplos selecionados em diferentes contos e minicontos, chamando a atenção para a importância da compreensão do contexto no entendimento do efeito de sentido causado.

3. Tendo como exemplo as estratégias empregadas por Machado de Assis no conto “A chave” – uso de sinais de pontuação, como reticências, dois-pontos e travessão –, produza um miniconto narrando o caso que Machado de Assis anuncia nesse conto. Não economize na criatividade e esteja atento ao desenvolvimento das etapas da narrativa.

Prática de Linguagem Produção de textos

Objeto(s) de conhecimento

Construção da textualidade

Habilidade

(EF89LP35) Criar contos ou crônicas (em especial, líricas), crônicas visuais, minicontos, narrativas de aventura e de ficção científica, dentre outros, com temáticas próprias ao gênero, usando os conhecimentos sobre os constituintes estruturais e recursos expressivos típicos dos gêneros narrativos pretendidos, e, no caso de produção em grupo, ferramentas de escrita colaborativa.

Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Unidade 1

Grade de correção

100% O aluno produz uma continuidade para o conto de acordo com as características do gênero, explorando diferentes estratégias expressivas: pontuação, tipos de discurso, descrição de elementos da narrativa etc.

50% O aluno produz uma continuidade para o conto de acordo com as características do gênero, mas não explora as estratégias expressivas mencionadas de maneira satisfatória, demonstrando dificuldade em conciliá-las no texto.

0% O aluno foge das características do gênero e/ou do tema solicitado.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

A partir dos feedbacks recebidos da produção do seu texto, o aluno deve ser levado a retomar as características do miniconto. Depois disso, pode-se solicitar a reescrita do texto elaborado pelo aluno, adequando-o ao gênero.

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

4. Leia um soneto de Cláudio Manoel da Costa.

Onde estou? Este sítio desconheço:

Quem fez tão diferente aquele prado?

Tudo outra natureza tem tomado;

E em contemplá-lo tímido esmoreço.

Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço

De estar a ela um dia reclinado:

Ali em vale um monte está mudado:

Quanto pode dos anos o progresso!

Árvores aqui vi tão florescentes,

Que faziam perpétua a primavera:

Nem troncos vejo agora decadentes.

Eu me engano: a região esta não era:

Mas que venho a estranhar, se estão presentes

Meus males, com que tudo degenera!

(Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000071.pdf>. Acesso em: 20 out. 2018.)

Glossário: Sítio: lugar. Prado: campo. Esmoreço: desanimo. Degenera: corrompe.

No soneto, o poeta procura tratar das mudanças ocorridas na paisagem. Explique como ele aborda essa transformação. Transcreva um trecho do poema que comprove sua resposta.

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

Prática de Linguagem Leitura

Objeto(s) de conhecimento

Reconstrução da textualidade e compreensão dos efeitos de sentido provocados pelos usos de recursos linguísticos e multissemióticos

Habilidade

(EF69LP48) Interpretar, em poemas, efeitos produzidos pelo uso de recursos expressivos sonoros (estrofação, rimas, aliterações etc), semânticos (figuras de linguagem, por exemplo), gráfico-espacial (distribuição da mancha gráfica no papel), imagens e sua relação com o texto verbal.

Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Unidade 2

Grade de correção

100%

O aluno interpreta e percebe que o poema é construído a partir do recurso da comparação, uma vez que o autor estabelece uma relação entre a paisagem de antes e a do momento atual. Exemplos de trechos que comprovam a resposta “Árvores aqui vi tão florescentes / Nem troncos vejo agora decadentes.

50% O aluno interpreta e percebe que o poeta aborda o assunto da transformação da paisagem por meio de uma comparação, mas não indica os versos que confirmam sua afirmação.

0% O aluno, ao interpretar o poema, não reconhece a comparação como recurso utilizado pelo poeta para tratar do tema do texto.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Faça uma leitura coletiva do poema com os alunos em sala de aula, destacando cada elemento que contribui para a construção da comparação no texto. Utilize também outros poemas com comparações e metáforas, solicitando aos alunos que as localizem e interpretem.

5. Leia o trecho da entrevista realizada com Ruth Rocha, escritora de livro infanto-juvenil, para responder à questão.

Sãopaulo ‒ Quando você decidiu que gostaria de escrever livros infantis?

RUTH ROCHA ‒ Minha história é engraçada. Eu achava que não sabia escrever para

crianças. Fui trabalhar na revista "Recreio", e a diretora me ouviu contando uma

história para a minha filha. Ela começou a me chatear para escrever uma história. Um

dia, fui pra casa dela, e ela me trancou. [Risos] É verdade. Não estava trancada para

valer, porque era uma casa térrea e tinha janelas. Eu podia fugir, mas fiquei

escrevendo.

Qual foi a primeira história que você escreveu? Foi "Romeu e Julieta", sobre

duas borboletas que queriam namorar, mas não podiam porque tinham cores

diferentes.

Quem foi sua referência na escrita? Foi Monteiro Lobato. Minha mãe lia

quando eu era pequena. Mas também tive influência do meu avô, que contava

histórias. Ele contava de tudo: Grimm, Perrault, Andersen... e isso me marcou muito.

(Jornal Folha de S.Paulo. Disponível em: <www1.folha.uol.com.br/saopaulo/2014/05/1458416-escritora-ruth-rocha-participa-de-bate-

papo-em-sp-leia-entrevista.shtml >. Acesso em: 19 nov. 2018).

Você já estudou o gênero entrevista. Relembre: onde uma entrevista pode ser publicada e quais as suas partes? Todas estão presentes na que você acabou de ler?

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

Prática de Linguagem Análise linguística/semiótica

Objeto(s) de conhecimento

Construção composicional

Habilidade

(EF69LP16) Analisar e utilizar as formas de composição dos gêneros jornalísticos da ordem do relatar, tais como notícias (pirâmide invertida no impresso × blocos noticiosos hipertextuais e hipermidiáticos no digital, que também pode contar com imagens de vários tipos, vídeos, gravações de áudio etc.), da ordem do argumentar, tais como artigos de opinião e editorial (contextualização, defesa de tese/opinião e uso de argumentos) e das entrevistas: apresentação e contextualização do entrevistado e do tema, estrutura pergunta e resposta etc.

Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Unidade 2

Grade de correção

100%

O aluno responde que as partes são título, apresentação, perguntas e respostas. Diz

que na que lemos estão presentes apenas uma delas: perguntas e respostas.

Menciona ainda que entrevistas podem ser encontradas em jornais, revistas,

programas de TV e rádio, blogues e sites na internet.

50% O aluno identifica pelo menos duas das partes da entrevista e cita apenas alguns dos portadores, como jornais e revistas.

0% O aluno indentifica apenas entrevistado e entrevistador e não menciona partes da entrevista nem locais onde são publicadas.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Para que os alunos retomem o estudo da estrutura composicional de entrevista, leve para a sala de aula outros trechos de entrevistas. Faça uma leitura coletiva dos textos, em sala de aula, e solicite a eles que identifiquem as partes de uma entrevista, assim como em que portadores foram publicadas.

6. Leia o trecho da entrevista realizada com Sotty Kelly, o homem que passou 342 dias no espaço, para responder à questão.

Recentemente publicamos uma petição para chamar a atenção de grandes

empresas espaciais. Queremos que, quando seus negócios de turismo espacial

estiverem funcionando, elas lancem terraplanistas notórios ao espaço...

(Muitos risos) Ótima ideia! (mais risos)

Para que eles vejam quão redonda é a Terra. Pode mandar uma mensagem

para os terraplanistas? O que diria a eles alguém que viu o formato do nosso

planeta por tanto tempo?

Sabe, faço piadas com eles ocasionalmente. Penso que muitos desses

terraplanistas fazem isso por diversão, porque é divertido, não acho que eles

realmente acreditem que a Terra seja plana. Deve ser como uma grande piada para

eles.

(Galileu. Disponível em: <https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Espaco/noticia/2018/02/galileu-entrevista-scott-kelly-o-homem-

que-viveu-342-dias-no-espaco.html>. Acesso em: 19 nov. 2018.)

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

No trecho a seguir “Recentemente publicamos uma petição para chamar a atenção de grandes empresas espaciais. Queremos que, quando seus negócios de turismo espacial estiverem funcionando, elas lancem terraplanistas notórios ao espaço...", o pronome possessivo “seus” é anafórico, pois retoma outro termo. Que termo é esse? Como é possível identificar a relação entre ele e o pronome possessivo?

Prática de Linguagem Análise linguística/semiótica

Objeto(s) de conhecimento

Textualização Progressão temática

Habilidade

(EF89LP29) Utilizar e perceber mecanismos de progressão temática, tais como retomadas anafóricas (“que, cujo, onde”, pronomes do caso reto e oblíquos, pronomes demonstrativos, nomes correferentes etc.), catáforas (remetendo para adiante ao invés de retomar o já dito), uso de organizadores textuais, de coesivos etc., e analisar os mecanismos de reformulação e paráfrase utilizados nos textos de divulgação do conhecimento.

Tipo de questão Aberta Capítulo/Unidade Unidade 2

Grade de correção

100%

O aluno percebe que o pronome possessivo “seus”, que compõe “seus negócios de turismo espacial”, retoma “grandes empresas espaciais” e que essa relação pode ser identificada como de posse. O pronome “elas”, que aparece em seguida, também retoma “grandes empresas espaciais”.

50% O aluno identifica o termo recuperado pelo pronome, mas não aponta as razões pelas quais ele chegou a essa conclusão.

0% O aluno não identifica o termo retomado pelo pronome anafórico de maneira correta.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Os alunos devem ser reorientados a partir das necessidades percebidas pelas respostas à atividade, podendo, se necessário, haver uma leitura compartilhada em sala de aula, a fim de tornar as retomadas mais perceptíveis. Também pode ser proposto aos alunos um exercício de reescrita do trecho, a fim de que eles percebam e sugiram a utilização de outros elementos anafóricos.

Analise os textos I e II para resolver a questão 7.

Texto I

Os estrangeirismos que passam a integrar o léxico da língua sofrem um

processo de “aclimatação”. Alguns são absorvidos integralmente, como “show”, cuja

grafia não sofreu alteração, outros são traduções, como “empoderamento” (do

inglês “empowering”) e outros são aportuguesados (“esnobe”, de “snob”).

(Folha de S.Paulo. Disponível em: <https://thaisnicoleti.blogfolha.uol.com.br/2018/04/23/lingua-portuguesa-em-pauta-conversa-com-

carlos-alberto-faraco/?loggedpaywall>. Acesso em: 24 out. 2018.)

Texto II

Pesquisa revela que "empoderamento" é a palavra do momento e e-commerce

foca negócio nessa linha

(TERRA. Disponível em: <www.terra.com.br/noticias/dino/pesquisa-revela-que-empoderamento-e-a-palavra-do-momento-e-e-

commerce-foca-negocio-nessa-linha,2dafadb33569588af372659e3616135cmqwmc601.html>. Acesso em: 24 out. 2018.)

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

Glossário: E-commerce: comércio eletrônico.

7. Com relação ao que foi exposto no texto I, o título de notícia (texto II) apresenta estrangeirismos que

a) manifestam diferentes tipos do processo de “aclimatação”.

b) foram traduzidos para serem parte integrante do texto.

c) mostram a insuficiência do léxico do português brasileiro.

d) nomeiam elementos inexistentes em língua portuguesa.

Prática de Linguagem Análise linguística/semiótica

Objeto(s) de conhecimento

Variação linguística

Habilidade (EF09LP12) Identificar estrangeirismos, caracterizando-os segundo a conservação, ou não, de sua forma gráfica de origem, avaliando a pertinência, ou não, de seu uso.

Tipo de questão Múltipla escolha Capítulo/Unidade Unidade 1

Grade de correção

a

O aluno identifica que, no título de notícia (texto II), os estrangeirismos são “empoderamento” e “e-commerce”. O primeiro foi traduzido do inglês “empowering” (como evidencia o texto I) e o segundo foi introduzido no texto exatamente como é na língua inglesa. Sendo assim, os dois termos apresentam diferentes tipos do que o texto I chama de “aclimatação”.

b Dos dois estrangeirismos presentes no título da notícia (texto II), “empoderamento” e “e-commerce”, apenas o primeiro foi traduzido, sendo que o segundo permaneceu com sua grafia original.

c

O uso de estrangeirismos não demonstra insuficiência do léxico da língua portuguesa, até porque, pelo menos no caso de “e-commerce”, seria possível utilizar a expressão “comércio eletrônico”, do português, para designar o mesmo substantivo. Esse fenômeno é bastante estudado por especialistas que apontam diferentes causas, dentre elas, a importação de fatos e não apenas de palavras, ou seja, o comércio eletrônico é chamado de “e-commerce” porque esse modelo foi importado de países de língua inglesa, não tendo surgido em países de língua portuguesa.

d

A palavra “empoderamento” é, de fato, um desafio para a tentativa de estabelecer uma equivalência semântica, tanto que o termo em inglês “empowering” foi traduzido e incorporado pelo português. Porém, alguns outros estrangeirismos, como “e-commerce”, possuem sinônimos em língua portuguesa – “comércio eletrônico”, nesse caso. Assim, conclui-se que nem toda importação linguística serve para nomear elementos que não existem no país.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Retome o conceito de estrangeirismo, utilizando o texto I como explicação para esse fenômeno linguístico. Depois, sugira a busca, pelos alunos, na internet, de listas de estrangeirismos em língua portuguesa, com diferentes tipos de “aclimatação”, para que eles possam classificá-las como mantidos, traduzidos ou aportuguesados.

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

Leia o um trecho do conto Ideias do Canário, de Machado de Assis.

[...] Ia a sair, quando vi uma gaiola pendurada da porta. Tão velha como o

resto, para ter o mesmo aspecto da desolação geral, faltava-lhe estar vazia. Não

estava vazia. Dentro pulava um canário. A cor, a animação e a graça do passarinho

davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e de mocidade. [...]

Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado

do destino do pássaro, e murmurei baixinho palavras de azedume.

— Quem seria o dono execrável deste bichinho, que teve ânimo de se

desfazer dele por alguns pares de níqueis? Ou que mão indiferente [...] o deu de

graça a algum pequeno, que o vendeu para ir jogar uma quiniela?

E o canário, quedando-se em cima do poleiro, trilou isto:

— Quem quer que sejas tu, certamente não estás em teu juízo. Não tive

dono execrável, nem fui dado a nenhum menino que me vendesse. [...]

— Perdão, mas tu não vieste para aqui à toa, sem ninguém, salvo se o teu

dono foi sempre aquele homem que ali está sentado.

— Que dono? Esse homem que aí está é meu criado, dá-me água e comida

todos os dias, com tal regularidade que eu, se devesse pagar-lhe os serviços, não

seria com pouco; mas os canários não pagam criados. Em verdade, se o mundo é

propriedade dos canários, seria extravagante que eles pagassem o que está no

mundo.

(ASSIS, Machado de. Ideias do canário. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000224.pdf>.

Acesso em: 26 out. 2018.)

Glossário: Desolação: devastação. Execrável: abominável, odioso. Quiniela: jogo. Trilou: gorjeou, cantou.

8. A personificação presente no conto de Machado de Assis:

a) critica a ausência de verossimilhança em narrativas ficcionais.

b) evidencia o jogo de figuras de linguagem implícito no texto.

c) ironiza a composição de textos narrativos infantis e juvenis.

d) proporciona a construção de personagens e diálogos inusitados.

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

Prática de Linguagem Análise linguística/semiótica

Objeto(s) de conhecimento

Figuras de linguagem

Habilidade (EF89LP37) Analisar os efeitos de sentido do uso de figuras de linguagem como ironia, eufemismo, antítese, aliteração, assonância, dentre outras.

Tipo de questão Múltipla escolha Capítulo/Unidade Unidade 1

Grade de correção

a O uso da personificação no texto reforça a sensação de liberdade do autor em relação à verossimilhança, uma vez que ele emprega a figura de linguagem como ferramenta para a criação das características de personagens.

b A personificação presente no texto não é implícita, mas explícita, visto que o canário conversa e raciocina, ou seja, tem características humanas.

c

As narrativas infantis e juvenis são compostas, muitas vezes, de uma linguagem desenvolvida com base em figuras de linguagem, uma vez que essa estratégia torna o texto mais lúdico e palpável a crianças. No conto de Machado de Assis, entretanto, a intenção não é ironizar esse tipo de recurso, mas fazer uso dele. Além disso, o conto em questão nem pode ser considerado infantil, apesar do uso da personificação.

d

A criação de uma narrativa em que há um diálogo entre um canário e um homem é considerada inusitada por compor um texto de maneira diferente da noção de verossimilhança. Essa criação só foi possível por meio da personificação do canário que raciocina e argumenta sobre o que pensa.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Retome com os alunos o conceito e as funções mais comuns da personificação, partindo de exemplos selecionados por eles mesmos em diferentes contos e minicontos, a partir dos quais é recomendado que eles possam identificar os efeitos de sentido produzidos por essa figura de linguagem em narrativas. Aproveite os suportes para explorar também a sinestesia, e os efeitos de sentido provocados por ela.

Leia o trecho da entrevista com a escritora J. K. Rowling, autora dos livros do bruxo Harry Potter.

Você teve que pagar um preço pela fama e pelo sucesso?

J.K. Rowling ‒ A coisa da fama é interessante porque eu nunca quis ser famosa, e

jamais sonhei que um dia seria famosa. Meu sonho era ser uma escritora famosa,

mas eu imaginava que isso seria algo como acontecia com Jane Austen (N.R: escritora

britânica do século 19).

Não sabia que iriam revistar meu lixo, não esperava que fossem me

fotografar na praia com lentes de longo alcance. Também nunca sonhei que teria

uma influência negativa na vida da minha filha, como às vezes tem sido o caso.

O sucesso mudou você?

Rowling – Sim. [...]

(Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/cultura/030620_rowlingro.shtml>. Acesso em: 20 out. 2018.)

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Material Digital do Professor

Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

9. Com base nesse fragmento, é possível inferir que o objetivo principal da entrevista de J. K. Rowling, publicada em 2003, é:

a) denunciar a influência negativa do sucesso sobre a vida da filha da autora.

b) expor que a britânica teve seu sonho realizado ao se tornar uma escritora famosa.

c) reforçar a comparação da obra de Jane Austen com as narrativas da atualidade.

d) tratar da relação da escritora com a fama causada por seu trabalho.

Prática de Linguagem Leitura

Objeto(s) de conhecimento

Estratégia de leitura: apreender os sentidos globais do texto

Habilidade

(EF69LP03) Identificar, em notícias, o fato central, suas principais circunstâncias e eventuais decorrências; em reportagens e fotorreportagens o fato ou a temática retratada e a perspectiva de abordagem, em entrevistas os principais temas/subtemas abordados, explicações dadas ou teses defendidas em relação a esses subtemas; em tirinhas, memes, charge, a crítica, ironia ou humor presente.

Tipo de questão Múltipla escolha Capítulo/Unidade Unidade 2

Grade de correção

a Na entrevista, Rowling afirma que não imaginava que a fama “teria uma influência negativa” na vida de sua filha, porém o objetivo principal do texto não é denunciar essa influência, mas tratar da relação da autora com a fama, de uma forma geral.

b À primeira pergunta, a escritora afirma que seu “sonho era ser uma escritora famosa”. Apesar disso, a divulgação desse sonho não é o objetivo principal do texto, que visa contar um pouco sobre a forma com que Rowling lida com o sucesso.

c

J. K. Rowling declara, na estrevista, que imaginou que a sua fama seria “como acontecia com Jane Austen” e não com todo o assédio sofrido por ela, mas esse é apenas um comentário feito pela entrevistada, que não configura o assunto/objetivo do texto.

d

J. K. Rowling tornou-se conhecida por causa da série literária Harry Potter, um jovem bruxo, que teve uma grande aceitação dos leitores, especialmente do público juvenil. Dessa forma, a entrevista realizada objetivou tratar da relação que a autora mantinha com essa fama adquirida pelo reconhecimento de seu trabalho.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Retome com os alunos as características do gênero entrevista, principalmente reconhecendo que a introdução desses textos é um indício do assunto e do objetivo principal. Proponha- -lhes a leitura e a produção de entrevistas a respeito de assuntos diversos com personalidades da escola e da comunidade, para que eles se familiarizem mais com o gênero entrevista.

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Língua Portuguesa – 9º ano

1º bimestre – Gabarito

10. Leia o título de uma reportagem.

Mais rica e mais segura do mundo: por que Tóquio é uma capital exemplar

(GAZETA DO POVO. Disponível em: <www.gazetadopovo.com.br/mundo/mais-rica-e-mais-segura-do-mundo-por-que-toquio-e-uma-

capital-exemplar-bprvtoxvgj3rjcv087fjj69o1/>. Acesso em: 21 out. 2018.)

A organização sintática do título da notícia evidencia que

a) a construção do sentido da sentença permite a substituição de “é” por “permanece”.

b) a expressão “uma capital exemplar” é predicativo do objeto na sentença.

c) o predicativo do sujeito, “uma capital exemplar”, expressa uma opinião passível de

refutação.

d) o verbo “ser” é responsável por indicar uma ação da cidade de Tóquio.

Prática de Linguagem Análise linguística/semiótica

Objeto(s) de conhecimento

Morfossintaxe

Habilidade (EF09LP06) Diferenciar, em textos lidos e em produções próprias, o efeito de sentido do uso dos verbos de ligação “ser”, “estar”, “ficar”, “parecer” e “permanecer”.

Tipo de questão Múltipla escolha Capítulo/Unidade Unidade 2

Grade de correção

a A construção do sentido do título da notícia não permite a substituição do verbo “ser” pelo verbo “permanecer” sem que haja alterações semânticas. O aluno que escolhe essa alternativa não diferencia as duas formas.

b A expressão “uma capital exemplar” não é predicativo do objeto da sentença, mas predicativo do sujeito “Tóquio”.

c O predicativo do sujeito de “Tóquio”: “uma capital exemplar” não é um fato indiscutível, mas uma opinião, portanto, passível de discussões e questionamentos.

d O verbo “ser” é um verbo de ligação, portanto, não é responsável por indicar ações, mas por conectar elementos da sentença.

Orientações sobre como interpretar as

respostas e reorientar o planejamento com base

nos resultados

Os alunos devem ser levados a rever os conceitos de predicativo do sujeito e do objeto, destacando, principalmente, a função dos verbos de ligação nessas construções. A substituição de um verbo de ligação por outro pode ser interessante para sinalizar que, mesmo podendo manter a estrutura “sujeito” + “predicativo do sujeito”, o sentido é alterado. Além disso, sugere-se que os alunos selecionem diferentes reportagens que apresentem predicativos do sujeito e analisem esses elementos: a afirmação é feita com base em algum dado? Essa afirmação pode variar de acordo com o ponto de vista?