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CONHECENDO A UTI Enfª. FabiannaCoutinho

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CONHECENDO A UTI

Enfª. FabiannaCoutinho

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Num hospital, uma unidade de terapia intensiva (UTI) ou unidade de cuidados intensivos (UCI) caracteriza-se como "unidade complexa dotada de sistema de monitorização contínua que admite pacientes potencialmente graves ou com descompensação de um ou mais sistemas orgânicos e que com o suporte e tratamento intensivos tenham possibilidade de se recuperar".

(Resolução CREMESP 81 - 5 de janeiro de 1995)

Enfª. Fabianna CoutinhoJul/2012

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O que é UTI?

• Segundo a ANVISA (2010), Unidade de terapia intensiva (UTI) é a unidade hospitalar destinada à internação de pacientes críticos e que requerem atenção médica e de enfermagem contínua, com recursos humanos especializados, materiais específicos e outras tecnologias destinadas ao diagnóstico e terapia.

• Centro de Terapia Intensiva (CTI): conjunto de UTIs agrupadas em um mesmo local.

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• Unidade de Terapia Intensiva - Adulto (UTI-A) é UTI destinada à assistência de pacientes com idade igual ou superior a 18 anos, podendo admitir pacientes de 15 a 17 anos, se definido nas normas da instituição.

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010)

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O que é UCI?

• Unidade de cuidados intermediários (UCI) é a unidade destinada à internação de pacientes potencialmente críticos e que requerem atenção médica e de enfermagem contínua, com recursos humanos especializados, materiais específicos e outras tecnologias destinadas ao diagnóstico e terapia.

(ANVISA, 2006)

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RECURSOS HUMANOS EM UTI

• Toda UTI deve dispor da seguinte equipe:– Um Responsável Técnico com título de especialista

em Medicina Intensiva, específico para a modalidade de assistência ao paciente crítico (neonatal, pediátrico ou adulto);

– Um médico horizontal, para o turno da manhã e tarde, especialista em medicina intensiva, específico para a modalidade de assistência (neonatal, pediátrico ou adulto), para cada 10 (dez) leitos ou fração, responsável pelo acompanhamento diário dos pacientes (HORIZONTAL);

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RECURSOS HUMANOS EM UTI

– Em UTI que disponha de um número máximo de 10 (dez) leitos, o responsável técnico pode exercer, cumulativamente, as funções de médico horizontal;

– Um médico plantonista, exclusivo da unidade, para cada 10 (dez) leitos ou fração, por turno;

– Um enfermeiro exclusivo da unidade, responsável pela coordenação da assistência de enfermagem;

– Um enfermeiro assistencial por turno, exclusivo da unidade, para cada 10 leitos ou fração;

– Um técnico de enfermagem, exclusivo da unidade, por turno, para cada dois (02) leitos;

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RECURSOS HUMANOS EM UTI

– Um fisioterapeuta exclusivo da unidade, para cada 10 leitos ou fração em todos os turnos;

– Um auxiliar administrativo;– Um funcionário responsável pelo serviço de

limpeza, exclusivo da unidade, por turno.

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RECURSOS HUMANOS EM UCI

• 01 Médico RT, especialista em Medicina Intensiva (MInt).

• 01 Enfermeiro coordenador exclusivo;• 01 Médico Horizontal especialista em MInt.;• Plantonistas: 1 Enfermeiro, 1 Fisioterapia e 1

Médico exclusivo da unidade, para cada 15 leitos ou fração, por turno;

• 01 técnico de enfermagem, exclusivo da unidade, por turno, para cada 4 leitos.

• 01 Auxiliar administrativo;• 01 Auxiliar de serviços gerais.

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RH DE SUPORTE

• Nefrologia; • Neurologia/neurocirurgia; • Cirurgia Geral; • Cardiologia; • Traumato-Ortopedia; • Gastroenterologia;

• Hematologia; • Pneumologia; • Cirurgia Vascular; • Cirurgia Torácica; • Urologia.

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RECURSOS ASSISTENCIAIS

• Agência Transfusional 24 horas/dia; • Laboratório de Análises Clínicas com

hemogasometria 24 horas/dia; • Laboratório de Microbiologia; • Ultra-sonografia (inclusive a beira do leito); • Ecodopplercardiografia; • Terapia Renal Substitutiva; • Serviço Social;

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• Serviço de Suporte Nutricional;

• Exames radiológicos convencionais a beira do leito (RXmóvel);

• Tomografia Computadorizada;

• Endoscopia Digestiva

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ESTRUTURA FÍSICA

• As UTIs devem obedecer, quanto à infra-estrutura física, aos requisitos de Unidades de Terapia Intensiva determinados na RDC/ANVISA nº. 50, de 21 de fevereiro de 2002.

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ESTRUTURA FÍSICA– Posto de enfermagem / área de serviços de

enfermagem, 01(um) a cada 15 (quinze) leitos com dimensão mínima de 12 (doze) m²;

– Área para prescrição médica, com dimensão mínima de 1,5 (um e meio) m²;

– Quarto de adulto (isolamento) com dimensão mínima de 10 (dez) m² com distância de 01(um) metro paredes e leito, exceto cabeceira;

– Área coletiva de tratamento de adulto, com dimensão mínima de 7,5 (sete e meio) m², com distância de 01 m entre paredes e leito, exceto cabeceira; 02 m distância entre leitos, 1,2 m de distância do pé do leito ao próximo leito (espaço de circulação).

– Banheiro para pacientes a cada 05 (cinco) leitos;

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Ambientes de apoio - CTI

– Sala de utilidades – Sala de espera para acompanhantes e visitantes ( anexo à

unidade ou não )– Quarto de plantão – Sala administrativa ( secretaria )– Rouparia – Depósito de material de limpeza– Depósito de equipamentos e materiais – Copa– Banheiro para quarto de plantão – Área de estar para equipe de saúde– Sanitários com vestiários para funcionários ( mas. e fem).– Sanitário para público (junto à sala de espera)

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O LEITO DE UTI

– 01 cama com ajuste de posição, grades laterais e rodízios;

– 01 monitor cardíaco;– 01 equipamento para monitorização de pressão

arterial não invasiva (esfigmomanômetro ou monitor);– 01 equipamento para nebulização;– 01 equipamento para oxigenioterapia;– 02 equipamento para infusão contínua e controlada

de drogas (bomba de infusão);– 01 equipamento para aspiração á vácuo;– 01 termômetro;– 01 estetoscópio;

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Enfª. Fabianna CoutinhoFev/2011

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MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

• Toda UTI deve manter disponível na unidade:– equipamento para monitorização de oxigênio

transcutâneo ou oximetria de pulso, 01(um) para cada 02(dois) leitos;

– equipamento para monitorização de pressão venosa central (régua de PVC ou monitor), 01(um) por leito;

– suporte ventilatório: equipamento para ventilação, incluindo ressuscitador manual com reservatório e ventilador pulmonar mecânico microprocessado, 01(um) para cada 02(dois) leitos;

– material de emergência para reanimação, composto por carro ou maleta de emergência, 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;

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– aparelho desfibrilador/cardioversor, 01 (um) para cada 10 (dez) leitos para as UTIs adulto;

– equipamento para monitorização de pressão invasiva, 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos;

– negatoscópio, 01 (um) para a unidade;– capnógrafo, 01 (um) para cada 10 (dez) leitos;– aspirador a vácuo portátil, 01 (um) para a unidade;– oftalmoscópio, 01 (um) para a unidade;– otoscópio, 01 (um) para a unidade;– marca-passo cardíaco temporário, eletrodos e

gerador, 01 (um) para cada 10 (dez) leitos ou fração;– eletrocardiógrafo, 01 (um) para a unidade;– monitor de débito cardíaco, 01 (um) para a unidade;

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– equipamentos para ventilação pulmonar não invasiva, 01 (um) para cada 05 (cinco) leitos para as UTIs adulto;

– equipamento para aferição de glicemia capilar, 01 (um) para a unidade;

– material para diálise peritoneal em sistema fechado;– material para drenagem torácica em sistema fechado;– material para punção pericárdica;– material para curativos;– material para flebotomia;– material para acesso venoso profundo;– material para punção lombar;– material para drenagem liquórica em sistema fechado;– material para sondagem vesical de demora em sistema fechado;– material para traqueotomia.

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CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO EM UTI

• Quem Não Admitir?

“Muito bem para se beneficiar”

“Muito mal para se beneficiar”

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CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO EM UTI

• Por Prioridade - definição de que pacientes irão se beneficiar mais dos cuidados intensivos em detrimento de outros que não se beneficiariam

• Por Diagnóstico – condições ou diagnósticos que determinam admissão em UTI

• Por Parâmetros Objetivos – sinais ou exames objetivos definidos por experts ou Comissões Hospitalares

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INTERNAÇÃO EM UTI POR PRIORIDADE

• Prioridade 1 : paciente grave, instável, que necessita de monitorização e tratamento intensivo que não pode ser obitido fora da UTI (Ventilação Mecânica, Drogas Vasoativas…). Sem limites terapêuticos– Pós-operatório grave em VM,– Insuficência respiratória aguda, Choque,– Monitorização invasiva

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INTERNAÇÃO EM UTI POR PRIORIDADE

• Prioridade 2: pacientes que requerem monitorização intensiva e podem potencialmente, necessitar de intervenção

imediata. Sem limites terapêuticos– Pacientes com doenças crônicas que

apresentam intercorrência aguda clínica ou cirúrgica

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INTERNAÇÃO EM UTI POR PRIORIDADE

• Prioridade 3: Pacientes graves, instáveis mas com reduzidas chances de recuperação, devido a doença de base ou a natureza do insulto agudo. Podem incluir limites terapêuticos (intubação, RCP)– Câncer metastático com infecção

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INTERNAÇÃO EM UTI POR PRIORIDADE

• Prioridade 4 :pacientes que geralmente não têm

indicação de UTI

A – Pacientes de baixo risco (muito bem para a UTI)

– Pós-operatório de cirurgia vascular periférica,

cetoacidose diabética em pacientes estáveis, ICC

leve, Intoxicações

B – Pacientes com doença terminal irreversível (muito mal para a UTI)– Dano cerebral irreversível, DMOS irreversível, Ca

metastático sem possibilidade terapêutica (RT, QT)

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INTERNAÇÃO EM UTI POR DIAGNÓSTICO

• Sistema Cardiovascular: IAM, choque cardiogênico, arritmias complexas, EAP, emergências hipertensivas, angina instável, pós-PCR, BAVT…

• Aparelho Respiratório: falência respiratória aguda (VM), TEP, hemoptise severa, necessidade de cuidados respiratórios intensivos…

• Desordens Gastrointestinais: HDA com distúrbio hemodinâmico, FHF, pancreatite grave…

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INTERNAÇÃO EM UTI POR DIAGNÓSTICO

• Endócrinas: CAD complicada, tempestade tiroidiana, coma mixedematoso, distúrbios eletrolíticos

• Cirúrgicos: pós-operatório que requerem monitorização, suporte ventilatório, cuidados intensivos de enfermagem…

• Miscelânea: choque séptico, monitorização hemodinâmica, injúrias

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INTERNAÇÃO EM UTI POR PARÃMETROS OBJETIVOS

• FC < 40 ou > 150 bpm

• PAS < 80 / PAM < 60 mmHg

• FR > 40 < 8 ipm

• Na < 110 ou >170mEq/l

• K < 2 ou > 6 mEq/l

• PO2 < 60 torr

• SO2 < 90%

• PCO2 > 60 torr

• pH < 7,2 ou > 7,6

• NaHCO3 < 15

• Glicemia > 600 mg%

• Ca > 15 mg%

• TC crâneo alterada com

hemorragia, contusão…

• Glasgow <9 ou queda>2

• ECG – IAM, arritmias com

Instabilidade

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CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO EM UTI

• Fatores avaliados para admissão na UTI– Diagnóstico

– Severidade da Doença / Doença Coexistente

– Idade

– Reserva Fisiológica

– Prognóstico

– Disponibilidade de tratamento adequado

– Resposta ao Tratamento

– PCR Recente

– Antecipada Qualidade de Vida

– Desejo do Paciente

– Experiência do Intensivista

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CRITÉRIOS PARA INTERNAÇÃO EM UTI

• Pós-operatório– Idade > 70 anos– cirurgia de grande porte e extensa– instabilidade hemodinâmica– hemorragia maciça– sepse grave– Insuf. Respiratória– falência renal

• “Dentre 6.180 pacientes cirúrgicos admitidos para UTI – estritamente para monitorização – menos de 10% necessitaram de intervenção da UTI”

ACCM Guidelines - 1999

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IMPLICAÇÕES ÉTICAS NA UTI

• Princípio da autonomia: ou do respeito às pessoas por suas opiniões e escolhas, segundo valores e crenças pessoais. Este princípio obriga o profissional de saúde a dar informação ao paciente, promovendo a compreensão de seu problema de saúde, condição essencial para que o paciente possa tomar uma decisão. Na prática assistencial, é no respeito ao princípio de Autonomia que se baseiam a aliança terapêutica entre o profissional de saúde e seu paciente e o consentimento para a realização de diagnósticos, procedimentos e tratamentos (ANVISA, 2006).

Na UTI, em que muitas vezes o paciente está sem condições físicas e emocionais para tomar decisões, o princípio da autonomia é exercido por seus familiares.

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• Princípio da beneficência: segundo o qual o profissional de saúde deve buscar, na tomada de decisão, maximizar os benefícios e minimizar os riscos, dos pontos de vista técnico-assistencial e ético.

• Princípio da não maleficência: segundo o qual não se deve causar mal a outro.

Na UTI em que os riscos são aumentados em virtude da gravidade do quadro clínico do paciente, é necessário avaliar os riscos benefícios antes de realizar procedimentos invasivos.

• Princípio da equidade: ou da justiça ou da distribuição dos riscos e benefícios. Um indivíduo não deve ser tratado de maneira distinta de outro, a não ser que exista entre ambos alguma diferença relevante.

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HUMANIZAÇÃO NA UTI

• Valorização da dimensão subjetiva e social, em todas as práticas de atenção e de gestão da saúde, fortalecendo o compromisso com os direitos do cidadão, destacando-se o respeito às questões de gênero, etnia, raça, religião, cultura, orientação sexual e às populações específicas.

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O lidar com os limites entre a vida e a morte, com a tensão e o desconhecimento, com a ausência e o medo, com a culpa e o desespero, sentimentos tão próximos daqueles que, por uma razão ou outra, se tornam em algum momento pacientes, familiares ou mesmo interlocutores profissionais destas unidades de tratamento intensivo, exige destes setores muito mais que tecnologia, muito mais que medicamentos, muito mais que recursos humanos tecnicamente capacitados, muito mais que processos organizacionais e administrativos próximos da perfeição, muito mais que fortes vínculos com outras unidades assistenciais da instituição hospitalar.

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Exige muita atenção e carinho, exige capacidade de compreender que o ser humano merece o diálogo e o conforto, exige compromisso e respeito com a vida e com aqueles que a perdem, exige respeito e compromisso com aqueles que perderam ou estão perdendo os seus vivos, exige capacidade em compreender que a informação e o esclarecimento são direitos do paciente e seus familiares e que informar e esclarecer é dever dos profissionais que os assistem e exige, enfim um processo assistencial humanizado e humanizador enquanto instrumento claro e concreto de qualificação e bem estar do nosso meio. (SOBRATI, 2010)

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REFERÊNCIAS

• Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RESOLUÇÃO Nº 7, DE 24 DE FEVEREIRO DE 2010. Dispõe sobre os requisitos mínimos para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e dá outras providências. www.anvisa.gov.br Acessado em: fev/2011.

• Agência Nacional de Vigilância Sanitária. CONSULTA PÚBLICA Nº 21, DE 27 DE ABRIL DE 2006. Dispõe sobre Regulamento Técnico para funcionamento de Unidades de Terapia Intensiva e Unidades de Cuidados Intermediários. www.anvisa.gov.br Acessado em: fev/2011.

• NETO, Milton P. Almeida Castro. CRITÉRIO DE INTERNAÇÃO EM UTI. www. Acessado em: fev/2011.

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