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Contabilidade Gerencial 1CONTABILIDADE GERENCIAL Autor: Jlio Csar Zanluca Distribuio: Portal Tributrio Editora e Mahp Editora Ateno: esta obra atualizvel. Recomendamos baix-la periodicamente em seu computador, utilizando a mesma senha, no endereo www.portaltributario.com.br/downloadsSUMRIO Dica: para pesquisar rapidamente uma palavra, tecle CTRL + L Introduo Siglas Utilizadas A Utilizao de Dados Contbeis O Regime de Competncia Contbil Reconhecimento das Receitas Reconhecimento dos Gastos Regime de Caixa O Problema do Caixa Dois Fluxo de Caixa Montando um Fluxo de Caixa a Partir dos Dados Contbeis A Questo da Sazonalidade das Operaes Anlise de Balano ndices de Rentabilidade ndices de Estrutura de Capital ndices de Liquidez ndices de Realizao Financeira Indicadores de Capitais de Curto Prazo Anlise Vertical Anlise Horizontal Exemplo de Anlise de Balano Anlise de Ponto de Equilbrio Custos e Despesas Variveis Margem de Contribuio Custos e Despesas Fixas Clculo do Ponto de Equilbrio Outros Clculos com a Margem de Contribuio Determinao de Custos Padres Como Calcular o Custo de um Produto ou Servio Custos Diretos Custos Indiretos Sistemas de Alocao de Custos Sistema de Acumulao por Processo (ou Contnuo) Distribuindo as Despesas Administrativas e Comerciaiswww.portaldecontabilidade.com.brAlocao de Despesas Financeiras de Capital de Giro Sistema de Acumulao por Ordem de Produo (ou Encomenda) A Determinao da Padres de Custos O ABC Custeio Baseado em Atividades Planejamento Tributrio Taxa de Juros de Longo Prazo Vale Pedgio Participao dos Trabalhadores nos Lucros Baixa de Ativos Fictcios Controle Oramentrio Informaes Iniciais do Oramento Previso de Vendas Previso de Compras Custos dos Produtos e Mercadorias Vendidas Como Estimar os Estoques Finais Custos e Despesas Operacionais Tributos sobre Vendas Folha de Pagamento Massa Salarial Verbas Rescisrias Encargos Sociais O Problema do Reajuste das Provises de Frias e 13 Itens No Salariais Outras Despesas e Custos Operacionais Variao de Preos Variaes Fsicas/Quantitativas Despesas Novas Receitas e Despesas Financeiras O Controle Oramentrio Anlise Numrica Anlise de Volume Anlise de Preos Decises Gerenciais O Efeito do IRPJ e CSLL sobre as Decises Comprar x Fabricar Anlise de Investimentos Preos de Venda Alavancagem Operacional e Financeira INTRODUO Contabilidade Gerencial, em sntese, a utilizao dos registros e controles contbeis com objetivo de gerir uma entidade. A contabilidade uma ferramenta indispensvel para a gesto de negcios. De longa data, contadores, administradores e responsveis pela gesto de empresas se convenceram que amplitude das informaes contbeis vai alm do simples clculo de impostos e atendimento de legislaes comerciais, previdencirias e legais.Contabilidade Gerencial 3O principal foco medir o desempenho da organizao - principalmente resultados (receitas - despesas), produtividade, gesto de atividades (filiais, produtos, servios) permitindo anlise histrica e projees (fluxo de caixa, oramento). A Contabilidade Gerencial proporciona informaes para tomadas de decises dos gestores, podendo beneficiar clientes (reduo de custos e preos), fornecedores (incremento de pedidos e servios advindo de decises de expanso), governo (apurao e recolhimento dos tributos devidos), acionistas, scios e trabalhadores (distribuio de resultados e elevao dos rendimentos advindos da produtividade e rentabilidade) e a sociedade como um todo (manuteno e gerao de empregos e renda). Mediante relatrios peridicos e confiveis, os gestores podero planejar e corrigir aes. Por exemplo, se os custos de produo vem crescendo acima das receitas dos referidos produtos, pode-se investir em produtividade e racionalizao administrativa, visando atingir um objetivo organizacional (lucro). Desprezar fatos apurados contabilmente pode levar um empreendimento ao fracasso. Os gestores precisam estar atentos e buscar informaes confiveis, geradas pela contabilidade, para enfrentar os desafios do mercado. Os custos e os riscos de navegar sem a bssola contbil so, com certeza, maiores do que manter uma estrutura de controle e informaes geradas pela escriturao regular do empreendimento. O custo de manter uma contabilidade completa (livros dirio, razo, inventrio, conciliaes, etc.) no justificvel para atender somente o fisco. Informaes relevantes podem estar sendo desperdiadas, quando a contabilidade encarada como mera burocracia para atendimento governamental. Objetivamente, o custo mdio de uma contabilidade de empresa de pequeno porte (faturamento at R$ 240.000/ms) acima de R$ 800,00. Numa empresa de mdio porte (faturamento at R$ 1.000.000/ms) este custo vai a R$ 3.500,00 ou mais. Tais empresas precisam aproveitar as informaes geradas, pois obviamente este ser um fator de competitividade com seus concorrentes: a tomada de decises com base em fatos reais e dentro de uma tcnica comprovadamente eficaz o uso da contabilidade. Atravs da medio de desempenho, as pessoas podem ser incentivadas a alcanar metas e premiadas pelo sucesso alcanado. Por exemplo, se o lucro gerado for maior que o projetado inicialmente (no oramento), pode-se distribuir parte deste valor, a ttulo de participao nos resultados, aos colaboradores que estiveram direta ou indiretamente associadas a tal desempenho. No propsito de esta obra esgotar todas as possibilidades que a escriturao contbil tem a contribuir com a gesto de uma entidade. Porm as principais prticas so comentadas, sem se alongar em longos e estafantes exemplos, que dificultam o entendimento. Desta forma, busca-se a prtica, visando entendimento da conexo entre contabilidade e gerenciamento.www.portaldecontabilidade.com.brA gesto de entidades um processo complexo e amplo, que necessita de uma adequada estrutura de informaes - e a contabilidade a principal delas. isto que tratamos nesta obra. SOBRE O AUTOR E A OBRA Jlio Csar Zanluca Contabilista e mora em Curitiba PR. Foi auditor e consultor de vrias empresas no Paran e Santa Catarina no perodo de 1986 a 2002. Atualmente, o autor coordenador de contedo do site Portal Tributrio, tendo escrito vrias outras obras, como 100 Ideias Prticas de Economia Tributria, Manual do IRPJ Lucro Real, Planejamento Tributrio, Cooperativas, Contabilidade de Custos, Gesto do Departamento Fiscal, entre outras. Direitos autorais REGISTRADOS. A cpia, reproduo, distribuio ou comercializao por qualquer meio somente ser permitida mediante autorizao POR ESCRITO do detentor de direitos autorais. Permitida a reproduo de apenas 1 (uma) cpia para uso exclusivo e pessoal do adquirente. SIGLAS UTILIZADAS CC: Centro de Custo CFC: Conselho Federal de Contabilidade CGF: Custos ou Gastos Gerais (ou Indiretos) de Fabricao CMV: Custo das Mercadorias Vendidas CPV: Custo dos Produtos Vendidos CSV: Custo dos Servios Vendidos GG: Gastos e Despesas Gerais IBRACON: Instituto dos Auditores Independentes do Brasil MOD: Mo de Obra Direta MOI: Mo de Obra Indireta MP: Materiais (matria prima, embalagem e insumos) NPC: Normas e Procedimentos de Contabilidade PAT: Programa de Alimentao do Trabalhador P: Pea QTDE: Quantidade RIR: Regulamento do Imposto de Renda UEPS: ltimo a Entrar, Primeiro a Sair UN: Unidade A UTILIZAO DE DADOS CONTBEIS Uma contabilidade atualizada e com contas devidamente conciliadas indispensvel apurao de informaes gerenciais. Sem dados confiveis, baseados em registros permanentes, a anlise gerencial tende a ficar distorcida ou mesmo ineficaz. Os controles de custos/despesas precisam ser permanentes, com relatrios especficos e adequados. Ferramentas informatizadas e confiveis permitem um fluxo de informaes paraContabilidade Gerencial 5 elaborao de relatrios gerenciais eficazes. No basta, ao analista contbil, simplesmente transpor dados de balanos ou balancetes, sem antes certificar-se de que tais dados refletem a real situao patrimonial e financeira da entidade a ser analisada. Ele precisa estar atento ao fluxo de informaes, documentos e demais procedimentos, para que a contabilidade seja confivel (contas conciliadas) e regular (balancetes mensais). Alm disso, precisa manter-se atualizado na legislao contbil, tributria e comercial, para adequar s informaes ao contexto da entidade. Por exemplo, a instituio de um novo tributo, que gere novos encargos produo, precisa estar devidamente refletida nas informaes (balancetes ou relatrios) transmitidas aos administradores. Um dos problemas que podem existir a existncia do Caixa Dois. Para maiores comentrios, leia o tpico O Problema do Caixa Dois a seguir. Outro problema relativamente conciliao das contas contbeis. Como, numa empresa mdia, h aproximadamente 2.000 ou mais lanamentos mensais, parte deles pode estar lanada incorretamente (por simples erro ou desconhecimento tcnico do escriturador) ou simplesmente parte das operaes no ter sido registrada, por falta de informaes suficientes (como fluxo de documentos inadequado). Ento, o primeiro passo para uma contabilidade verdadeiramente gerencial, que esta seja atualizada, conciliada e mantida com respeito s boas tcnicas contbeis. Utiliza-se da escriturao contbil (livros dirio e razo), devidamente atualizada e conciliada (saldos confiveis). A partir da contabilidade, podem-se gerar relatrios como o balancete - que a demonstrao resumida dos saldos de cada conta do patrimnio e de resultados - e outros demonstrativos, como fluxo de caixa e lucro por atividade ou filial. Isto exige uma estrutura de informaes regulares, baseada em documentos e clculos idneos e confiveis (notas fiscais, recibos, relatrios, planilhas, rateios, controles de estoques, etc.), tudo informatizado e integrado de forma coerente aos sistemas de controles da organizao. Desta forma, pressupe-se, entre outros, que uma contabilidade para uso gerencial deva ter: 1. Contas bancrias devidamente fechadas com os respectivos extratos, sendo as diferenas demonstradas e que tais diferenas no afetem o resultado pelo regime de competncia. Admite-se, to somente, as tpicas pendncias bancrias, como cheques no compensados e pequenos valores de dbitos e crditos a ajustar. Valores expressivos, como dbitos de juros e encargos sobre financiamentos, devem estar contabilizados. 2. Provises de Frias e 13 Salrio feitas mensalmente, com base em relatrios detalhados do departamento de recursos humanos. A falta de proviso mensal distorce as demonstraes contbeis, pois o regime de competncia no atendido. 3. Depreciaes, amortizaes e exaustes, contabilizadas com base em controles do www.portaldecontabilidade.com.brpatrimnio. 4. Registro dos tributos gerados concomitantemente ao fato gerador, efetuando-se tambm a Proviso do IRPJ e CSLL, conforme regime a que est sujeito a empresa (lucro real, presumido ou arbitrado). 5. Nas empresas que se dedicam s atividades imobilirias, optar por contabilizar custos orados das obras. Outras atividades tambm exigiro tcnicas contbeis especficas, como as cooperativas e as instituies financeiras. 6. Receitas, custos e despesas, reconhecidas pelo regime de competncia, como detalhado adiante. O REGIME DE COMPETNCIA CONTBIL O reconhecimento das receitas e gastos um dos aspectos bsicos da contabilidade que devem ser conhecidos para poder avaliar adequadamente as informaes financeiras. Sob o mtodo de competncia, os efeitos financeiros das transaes e eventos so reconhecidos nos perodos nos quais ocorrem, independentemente de terem sido recebidos ou pagos. Isto permite que as transaes sejam registradas nos livros contbeis e sejam apresentadas nas demonstraes financeiras do perodo no qual os bens (ou servios) foram entregues ou executados (ou recebidos). apresentada assim uma associao entre as receitas e os gastos necessrios para ger-las. As demonstraes financeiras preparadas sob o mtodo de competncia informam aos usurios no somente a respeito das transaes passadas, que envolvem pagamentos e recebimentos de dinheiro, mas tambm das obrigaes a serem pagas no futuro e dos recursos que representam dinheiro a ser recebido no futuro. Portanto, proporcionam o tipo de informaes sobre transaes passadas e outros eventos, que so de grande relevncia aos usurios na tomada de decises econmicas. As receitas e as despesas devem ser includas na apurao do resultado do perodo em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. O reconhecimento simultneo das receitas e despesas, quando correlatas, consequncia natural do respeito ao perodo em que ocorrer sua gerao. Para todos os efeitos, as Normas Brasileiras de Contabilidade elegem o regime de competncia como nico parmetro vlido, portanto, de utilizao compulsria no meio empresarial. RECONHECIMENTO DAS RECEITAS As receitas consideram-se realizadas: 1 nas transaes com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumiremContabilidade Gerencial 7 compromisso firme de efetiv-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes ENTIDADE, quer pela fruio de servios por esta prestados; 2 quando da extino, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; 3 pela gerao natural de novos ativos independentemente da interveno de terceiros; 4 no recebimento efetivo de doaes e subvenes. RECONHECIMENTO DOS GASTOS Consideram-se incorridas os gastos: 1 quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferncia de sua propriedade para terceiro; 2 pela diminuio ou extino do valor econmico de um ativo; 3 pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. REGIME DE CAIXA Sob o regime de caixa, os recebimentos e os pagamentos so reconhecidos unicamente quando se recebe ou se paga mediante dinheiro ou equivalente. Este mtodo frequentemente usado para a preparao de demonstraes financeiras de entidades pblicas. Isto devido ao fato de que o objetivo principal da contabilidade governamental identificar os propsitos e fins para os quais se tenham recebido e utilizados os recursos, e para manter o controle oramentrio da citada atividade. Alguns aspectos da legislao fiscal permitem a utilizao do regime de caixa, para fins tributrios. Porm, de modo algum o regime de competncia pode ser substitudo pelo regime de caixa numa entidade empresarial, pois se estaria violando um princpio contbil. Se a legislao fiscal permite que determinadas operaes sejam tributadas pelo regime de caixa, isto no significa que a contabilidade deva, obrigatoriamente, seguir seus ditames. Existem livros fiscais (como o Livro de Apurao do Lucro Real LALUR), que permitem os ajustes necessrios e controles de tal tributao, margem da contabilidade. O que no se pode nem se deve submeter a contabilidade a uma distoro, apenas para cumprir a necessidade de informao de um nico organismo, como o caso do fisco.O PROBLEMA DO CAIXA DOIS Realidade presente na maioria das empresas brasileiras, que ningum pode negar, a existncia de controles financeiros parte, visando ocultar o chamado caixa dois, que so os recursos advindos do faturamento sem nota fiscal. Esta prtica, bastante comum, visa diminuir os custos tributrios envolvidos na operao de www.portaldecontabilidade.com.brum negcio. Desta forma, ao no emitir uma nota fiscal de servios, por exemplo, uma empresa deixa de pagar, alm do ISS, o PIS, COFINS, IRPJ e a CSLL. Nos casos em que h reteno do INSS (11%), deixa-se de reter tal valor. Assim, por uma via tortuosa, as empresas buscam obter uma tributao mais compatvel com suas atividades operacionais. No cabe a este autor censurar tais empresas ou gestores, pois sabido que a carga tributria brasileira insuportvel. Evidentemente, o risco de manter-se o caixa dois duplo: alm das consequncias fiscais e penais (multas pesadssimas e crime tributrio), sabido que nas empresas que tem caixa dois o ndice de desvios (incluindo dinheiro, estoques e outros recursos) maior que nas empresas onde todas as operaes so registradas contabilmente. Existe at um apelido para este ltimo problema: Caixa Trs significando o desvio de capitais para fora da empresa, sem o conhecimento ou consentimento dos scios ou acionistas. Mas, para ser til, a contabilidade deve informar todos os fatos econmicos e financeiros da entidade. Se houver caixa dois, ento h necessidade de ajustarem-se as informaes antes de usar os dados financeiros oriundos da contabilidade oficial. No mnimo, somar as receitas/despesas/custos s contas contbeis respectivas. Deixo de comentar mais detalhadamente este assunto, que tanta polmica causa no meio empresarial. Mas fica a convico que a contabilidade ser tanto mais til para oferecer dados gerenciais quanto menor for o caixa dois da empresa. FLUXO DE CAIXA A partir dos dados contbeis, pode-se projetar o fluxo de caixa das operaes, para perodos subsequentes. O fluxo de caixa a demonstrao visual das entradas e sadas distribudas pela linha do tempo futuro. A vantagem da projeo do fluxo de caixa antecipar eventuais necessidades de capital de giro, decorrentes das operaes, e assim facilitar o planejamento financeiro, buscando fontes alternativas de recursos, a custos mais baixos. MONTANDO UM FLUXO DE CAIXA A PARTIR DOS DADOS CONTBEIS Como se utiliza a contabilidade para projetar o fluxo de caixa? 1. Verifique o Plano de Contas, se est adequado a este gerenciamento. importante que as contas estejam adequadamente correlacionadas s operaes mais importantes da empresa, como: Vendas Vista Vendas Prazo Compras VistaContabilidade Gerencial 9 Compras Prazo Impostos correntes Impostos parcelados (REFIS, etc.) Proviso de Frias Proviso de 13o salrio Etc. 2. Os saldos dos balancetes devem estar devidamente conciliados, para permitir a transcrio dos valores a pagar nas projees: Fornecedores Impostos a Pagar Instituies Financeiras Etc. 3. Relatrios auxiliares podem permitir melhor elaborao do fluxo de caixa. Como exemplo de relatrios auxiliares: Planilhas de vencimentos de emprstimos e financiamentos Relatrios de Contas a Receber Relatrios de Contas a Pagar Vencimento de Aplicaes Financeiras RESTRIES Como toda projeo, o fluxo de caixa parte do pressuposto da veracidade dos dados e tambm de premissas variveis como volume de vendas, inadimplncia de clientes, compras, custos e despesas operacionais. Portanto, o administrador precisa ter cautela, sabendo que as primeiras projees provavelmente sairo imperfeitas. De qualquer forma, as projees podem ser um indicativo do flego financeiro da empresa, possibilitando determinadas aes preventivas (como cortes de custos, alongamento de prazo de compras, etc.). PLANILHA Obtendo-se os dados contbeis e financeiros, projeta-se numa planilha as entradas e sadas, incluindo-se: Vendas Vista Cobrana de Duplicatas de Clientes Resgates de Aplicaes Financeiras (CDB, FIF, etc.) Obteno de parcelas de emprstimos Outras receitas (como aluguis, juros recebidos de clientes, dividendos e outros) Pagamentos de Duplicatas, decorrentes de compras de mercadorias, matriaswww.portaldecontabilidade.com.br primas, insumos, etc. Compras Vista Folha de Pagamento (nos meses de frias coletivas, acrescer os pagamentos a este ttulo em novembro e dezembro de cada ano, incluir o pagamento das parcelas do 13o salrio) Tributos a pagar (ICMS, IPI, PIS, COFINS, IRPJ, CSLL, INSS, FGTS, entre outros). Pagamento de despesas gerais (aluguel, luz, gua, telefone, despesas de escritrio, pr-labore, etc.) Amortizaes de emprstimos e financiamentos (tais como FINAME, Leasing, Capital de Giro) Outras sadas (pagamentos de dividendos, compra de imobilizado, etc.)Uma boa idia buscar os valores do perodo anterior (de preferncia ms-a-ms), individualmente junto s contas contbeis. Por exemplo: Vendas vista: computar os valores lanados a crdito (lquido dos dbitos) ms a ms: Vendas Vista Jan Fev Mar Total Dbito R$ Crdito R$ 10.000,00 4.000,00 5.000,00 19.000,00 50.000,00 29.000,00 70.000,00 149.000,00 Crdito Lquido R$ 40.000,00 25.000,00 65.000,00 130.000,00Uma anlise rpida desta conta, permite deduzir que as vendas lquidas (valor do crdito menos dbito) no trimestre janeiro a maro correspondem a R$ 130.000,00. A mdia de vendas foi de R$ 130.000,00 divididos por 3 meses = R$ 43.333,33 por ms. Desta forma, na projeo de vendas vista para o 1 o trimestre do ano seguinte, por exemplo, pode-se concluir que as vendas vista (se a projeo for trimestral), ser de R$ 130.000,00 + % de aumento do perodo (correspondente ao aumento de preo dos produtos e servios da empresa).PRAZO MDIO DE RECEBIMENTO Alm das vendas vista, boa parte das entradas adviro do recebimento de duplicatas nasContabilidade Gerencial 11 vendas a prazo. O primeiro passo, para determinar tal valor conhecer o prazo mdio de recebimento. Um clculo bastante simplificado do prazo mdio de recebimento o seguinte: Valor dos recebimentos da conta clientes, no ms (duplicatas recebidas) Dividido por: Saldo inicial da conta clientes (duplicatas a receber) = Proporo de Recebimento 30 Dividido por Proporo de Recebimento = Prazo Mdio de Recebimento (dias) O valor dos recebimentos, normalmente, o valor do crdito total constante no razo contbil da conta clientes ou duplicatas a receber. Exemplo: 1.Valor das cobranas no ms 2.Saldo Inicial da Conta Clientes 3.Proporo de Recebimento (1 : 2) 4.Prazo mdio recebimento - dias (30 : 3) 510.000,00 900.000,00 0,57 53Nota: deve-se descontar os crditos lanados, decorrentes de devolues de vendas (tanto no saldo inicial da conta quanto do valor dos recebimentos) e os crditos relativos a estornos ou retificaes de lanamento, para no distorcer o clculo. PROJEO DOS RECEBIMENTOS Agora que sabemos o prazo mdio de recebimento, basta projetar no razo contbil as vendas e recebimentos de cada ms. Exemplo: Se o prazo mdio de vendas prazo de 45 dias, com saldo inicial de clientes a receber de R$ 510.000,00 e considerando as vendas a seguir projetadas, teremos a seguinte estimativa do razo da conta clientes: Projeo de Recebimentos (conta Clientes) Prazo mdio de recebimento (dias) Saldo Inicial Vendas Prazo Ms 1 45 510.000,00 450.000,00 Ms 2 45 620.000,00 500.000,00 Ms 3 45 650.000,00 480.000,00www.portaldecontabilidade.com.brCobranas das vendas do ms anterior Cobranas do saldo dos meses anteriores Total das Cobranas no ms Saldo Final - das vendas do ms Saldo Final - das vendas do ms anterior Total do Saldo340.000,00300.000,00 170.000,00333.333,33 150.000,00 483.333,33 480.000,00 166.666,67 646.666,67340.000,00 450.000,00 170.000,00 620.000,00470.000,00 500.000,00 150.000,00 650.000,00Nota: observe que os recebimentos do primeiro ms foram estimados na proporo de 30/45 do saldo inicial contbil. Mas o ideal que as cobranas sejam calculadas com base no relatrio de contas a receber, para que o valor seja mais prximo possvel da realidade. INADIMPLNCIA Toda empresa tem determinado nvel de inadimplncia (falta de pagamento) por parte de seus clientes. Como a inadimplncia afeta o fluxo de recebimentos (pois a duplicata deixa de ser recebida no vencimento), conveniente calcular a mesma, com base nos relatrios de contas a receber e incluir tal ndice na previso de recebimentos, como nmero negativo (redutor) das cobranas. Existe a simples inadimplncia (mero atraso de pagamento) e a inadimplncia efetiva (quando o cliente deixa de honrar seus pagamentos por concordata, falncia ou calote). A simples inadimplncia j est inclusa no prazo mdio de recebimento, pois na frmula proposta anteriormente dividimos o total recebido (efetivamente) pelo saldo da conta de clientes. Assim, utilizando-se o valor recebido (e no os valores totais das duplicatas faturadas no perodo) j est incluso o efeito da inadimplncia por mero atraso de pagamento. Desta forma, ao projetar os recebimentos, no se utilizou o prazo mdio de faturamento, mas sim, o prazo mdio de recebimento, que normalmente mais alto do que o de faturamento. Para a inadimplncia efetiva (quando o valor das vendas no ir entrar no caixa), o ideal utilizar um histrico bastante longo (2 ou 3 anos) deste valor, para que as projees possam ser mais realistas. Exemplo: Ano 20X0 Total R$ Inadimplentes 50.000,00 Vendas Prazo R$ 2.000.000,00 % Inadimplncia 2,50%Contabilidade Gerencial 13 1,90% 3,34% 2,67%20X1 20X2 TOTAL40.000,00 97.000,00 187.000,002.100.000,00 2.900.000,00 7.000.000,00Portanto, no exemplo acima, conclumos que, das vendas prazo efetuadas pela empresa, historicamente 2,67% no retornam ao caixa. Ento, numa projeo de recebimentos de clientes, deve-se incluir tal ndice como redutor dos recebimentos: Descrio Vendas Prazo Inadimplentes (2,67%) Ms 1 450.000,00 12.015,00 Ms 2 500.000,00 13.350,00 Ms 3 480.000,00 12.816,00PRAZO MDIO DE PAGAMENTO Alm das compras vista, necessrio projetar as duplicatas a pagar nas compras a prazo. O primeiro passo, para determinar tal valor conhecer o prazo mdio de pagamento. Um clculo bastante simplificado do prazo mdio de pagamento dos fornecedores o seguinte: Valor dos pagamentos da conta fornecedores, no ms (duplicatas pagas) Dividido por: Saldo inicial da conta fornecedores (duplicatas a pagar) = Proporo de Pagamento 30 Dividido por Proporo de Pagamento = Prazo Mdio de Pagamento (dias) O valor dos pagamentos, normalmente, o valor do dbito total constante no razo contbil da conta fornecedores ou duplicatas a pagar. Exemplo: 1.Valor dos pagamentos no ms 2.Saldo Inicial da Conta Fornecedores 3.Proporo de Pagamento (1 : 2) 4.Prazo mdio pagamento - dias (30 : 3) 300.000,00 500.000,00 0,60 50www.portaldecontabilidade.com.brNota: deve-se descontar os dbitos lanados, decorrentes de devolues de compras (tanto no saldo inicial da conta quanto do valor dos pagamentos) e os dbitos relativos a estornos de lanamento, para no distorcer o clculo. A QUESTO DA SAZONALIDADE DAS OPERAES Usualmente, no se utiliza a mdia de um ms, bimestre, trimestre ou semestre para projetar o perodo seguinte, pois a maioria das empresas tm sazonalidades de vendas e operaes (frias coletivas, ociosidade) no incio de cada ano. Uma exceo as fbricas de ventiladores, bebidas e sorvetes, cujo pico de vendas ocorre justamente no vero. O ideal que as projees sejam baseadas no histrico do correspondente ms ou perodo do ano anterior. Assim, as vendas do ms de janeiro do ano seguinte, poderiam ser baseadas no ocorrido de janeiro do ano em curso, mais a inflao do perodo. Desta forma, efetuando-se anlise conta a conta, pode-se ter uma idia da dinmica do fluxo de caixa, correspondente a aludida conta, possibilitando projetar-se, com uma base histrica, as entradas e sadas dos perodos subsequentes. Exemplo: Baseado nos balancete de maro do ano em curso (devidamente conciliado), a empresa XYZ efetuou a seguinte projeo de fluxo de caixa, para o perodo abril a julho do mesmo ano: FLUXO DE CAIXA XYZ Vendas VistaENTRADASRealizado mar abr 5.000,0 0 66.000,0 0Projetado mai 5.500,0 0 67.000,0 0 25.000,0 0 10.000,0 0 2.500,0 0 2.500,0 0 25.000,0 0 2.500,0 0 2.500,0 0 jun 5.600,0 0 80.000,0 0 jul 4.900,0 0 79.000,0 04.850,40 Cobrana Duplicatas Resgate aplicaes financeiras Emprstimos Aluguis Recebidos Outras Entradas 65.899,05 17.899,0 0 10.100,00 2.500,0 0150,0 0 A TOTAL DOS 101.398,4 RECEBIMENTOS 583.500,00 100.000,00 113.100,0086.400,00Contabilidade Gerencial 15 49.000,0 0 3.000,0 0 8.000,0 17.500,0 8.000,0 10.000,0 0 1.000,0 0 96.500,0 0 37.237,6 0 (10.100,00 ) 27.137,6 0SADASFornecedores Compras Vista Tributos Folha de Pagamento Despesas Gerais Amortizao Emprstimos Outras Sadas45.005,2 0 1.990,0 0 7.155,9 0 15.190,0 0 7.199,0 5 11.420,5 0 3.450,2 0 91.410,8 5 9.987,6 0 9.987,6 047.000,0 0 2.000,0 0 8.000,0 0 16.000,0 0 8.200,0 0 1.500,0 0 1.000,0 0 83.700,0 0 9.987,6 0 (200,0 0) 9.787,6 052.000,0 0 2.000,0 0 7.150,0 0 17.000,0 0 8.250,0 0 1.500,0 0 1.050,0 0 88.950,0 0 9.787,6 0 11.050,0 0 20.837,6 050.000,0 0 2.500,0 0 7.900,0 0 0 17.000,0 0 0 8.300,0 0 0 10.000,0 0 1.000,0 0 96.700,0 0 20.837,6 0 16.400,0 0 37.237,6 0B TOTAL DOS PAGAMENTOS SALDO SALDO ANTERIOR SALDO DO MSSALDO ACUMULADONota: Neste exemplo, para simplificao, utilizou-se apenas os dados de maro, tendo em vista que em janeiro e fevereiro houve muita variao (sazonalidade) nas operaes da empresa, em decorrncia de frias coletivas, queda nas vendas, etc. Obviamente que o administrador precisa considerar tais variantes numa projeo. Concluso do exemplo: a empresa estar com relativa folga de caixa, para o perodo abril a julho do ano em curso, podendo executar determinados investimentos se as premissas utilizadas forem confirmadas. Se os investimentos que sero concretizados ultrapassarem R$ 27.137,60 no perodo, o administrador precisar recursos adicionais para sua realizao. ANLISE DE BALANO Sem dvida, a utilizao mais tradicional da contabilidade refere-se a anlise dewww.portaldecontabilidade.com.brdesempenho, medido pelo balano patrimonial e demonstrao de resultado do exerccio, alm de outras demonstraes auxiliares. No se avalia o desempenho de uma gesto apenas pelo resultado lquido do exerccio (seja este lucro ou prejuzo), mas por uma srie de componentes, indicativos da operao do negcio. Tais indicativos se baseiam em ndices financeiros, que nada mais so que frmulas objetivas, medindo determinadas caractersticas da gesto. Apresentam-se, a seguir, os principais ndices financeiros. As siglas utilizadas so: AC Ativo Circulante AIm Ativo Imobilizado AIn Ativo Investimentos AInt Ativo Intangvel AP Ativo Permanente REOB Receita Operacional Bruta ROB Resultado Operacional Bruto ROL Receita Operacional Lquida PL Patrimnio Lquido PC Passivo Circulante PNC Passivo No Circulante ELP Exigvel a Longo Prazo NDICES DE RENTABILIDADE GIRO DO ATIVO = REOB / Ativo Total Indica qual a gerao de receitas sobre cada R$ do ativo. Quanto maior o ndice, maior a capacidade de gerao de receitas, indicando um bom desempenho de vendas e/ou uma boa administrao dos ativos. MARGEM LQUIDA = Resultado Lquido / ROL Utiliza-se este ndice para avaliar a performance de resultado (lucro ou prejuzo) sobre a receita. Obviamente, quanto maior o ndice (se positivo), melhor a margem. RENTABILIDADE DO PATRIMNIO LQUIDO = Resultado Lquido / (PL Mdio Resultado Lquido) A remunerao do Patrimnio Lquido, representando os recursos dos donos, representada pelos resultados gerados. Se este ndice for inferior a taxa de aplicao financeira (lquida de impostos) no perodo, significa um desempenho insatisfatrio. Espera-se que qualquer negcio tenha um desempenho mnimo de 50% superior a taxa de aplicao financeira. Desta forma, se a taxa (lquida de impostos) de aplicao, ao ano, corresponde a 14%, ento espera-se um retorno mnimo sobre o PL de 21%.Contabilidade Gerencial 17Nota: para as empresas que creditam TJLP sobre o PL a seus scios, acionistas ou titulares, o respectivo valor deve ser adicionado ao resultado, para composio da rentabilidade. NDICES DE ESTRUTURA DE CAPITAL PARTICIPAO DE CAPITAL DE TERCEIROS = (PC + ELP) / Ativo Total Indica qual a dependncia dos negcios em relao a recursos de terceiros (bancos, fornecedores, recursos trabalhistas e tributrios). Uma participao prxima a 1 denota insolvncia e extrema dependncia de terceiros. O ideal que esta participao seja igual ou inferior a 0,6. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovida pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, a frmula ser: (PC + PNC) / Ativo Total. ENDIVIDAMENTO A CURTO PRAZO = PC / (PC + ELP) Evidencia qual o nvel de exigibilidade de curto prazo do endividamento. No existe uma regra geral para determinar qual o ideal para este ndice, mas quanto menor for o mesmo significa maior folga em relao s dividas e compromissos existentes. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovida pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, a frmula ser: PC / (PC + PNC). IMOBILIZAO DO PL = AP / PL Reflete o engessamento dos recursos prprios, pois quanto maior o ndice, maior a dependncia de terceiros para atender compromissos financeiros. Um ndice menor que 0,5 recomendvel. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovida pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, a frmula ser: AIn + AIm + AInt / PL. IMOBILIZAO SOBRE RECURSOS NO CORRENTES = AP / (PL + ELP) Uma variante do ndice anterior. Avalia qual o nvel de imobilizao em relao aos recursos prprios e de terceiros de longo prazo. Quanto maior o ndice, maior a imobilizao. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovida pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, a frmula ser: (AIn + AIm + AInt) / (PL + PNC) NDICE DE CAPITAL DE TERCEIROS = (PC + ELP) / PLwww.portaldecontabilidade.com.brEvidencia a participao de recursos de terceiros sobre o patrimnio lquido. Quanto maior o ndice, maior a dependncia de capitais alheios o que pode ser crtico e apontar insolvncia. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovida pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, a frmula ser: (PC + PNC) / PL. NDICES DE LIQUIDEZ LIQUIDEZ GERAL = (AC + RLP) / (PC + ELP) Demonstra a viabilidade de mdio e longo prazo dos pagamentos de compromissos j assumidos. O ndice mnimo 1. Abaixo de 1, indica problemas de liquidez. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovida pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, a frmula ser: (AC + RLP) / (PC + PNC). LIQUIDEZ CORRENTE = AC / PC Evidencia a capacidade de pagamento de curto prazo. Um ndice inferior a 1 indica problemas prementes de liquidez. LIQUIDEZ SECA = (AC Estoques) / PC Como os estoques tm uma caracterstica de permanncia nas atividades da empresa (pois so indispensveis maioria das atividades de produo e comercializao), este ndice procura demonstrar uma liquidez real, mediante a realizao de ativos ditos financeiros (que se realizam em caixa). LIQUIDEZ DE RECURSOS PRPRIOS = (AC PC) / PL Demonstra a capitalizao lquida de curto prazo sobre o patrimnio lquido. Se negativo, evidencia problemas de liquidez. Quanto maior o ndice (caso positivo), pode significar dependncia de capitais de terceiros a longo prazo ou pouca capitalizao prpria. Neste caso, o ndice deve ser analisado em relao a outros ndices, especialmente o de liquidez geral e o de capital de terceiros. NDICES DE REALIZAO FINANCEIRA PRAZO MDIO DE RECEBIMENTO (PMR) = Mdia de Clientes x 365/REOB Mede em quantos dias h o recebimento das receitas de vendas. PRAZO MDIO DE ESTOQUES (PME) = Mdia de Estoques x 365/Custos das Vendas Avalia o giro dos estoques, em dias.Contabilidade Gerencial 19 PRAZO MDIO DE PAGAMENTO DE COMPRAS (PMC) = Mdia de Fornecedores x 365/Compras Indica em quantos dias h o pagamento das compras efetuadas. CICLO DE CAIXA = PMR + PME PMC Evidencia em quantos dias os recursos aplicados nas atividades operacionais demoram para retornar ao caixa. Quanto maior o ciclo, maior a necessidade de capitais para manter as atividades. INDICADORES DE CAPITAIS DE CURTO PRAZO Os capitais de curto prazo correspondem aos valores aplicados em disponibilidades, estoques e clientes, alm das demais contas realizveis a curto prazo, refletindo uma capacidade de investimento ou flego financeiro. Alguns indicadores so:CAPITAL CIRCULANTE PRPRIO (CCP) = PL AP Demonstra o valor (em moeda) investido com recursos prprios no capital em giro do negcio. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovida pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, a frmula ser: (CCP) = PL (AIn + AIm + AInt) CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO (CCL) = AC PC Reflete o volume (em moeda) de recursos lquidos aplicados em capital em giro do negcio. VARIAO DO CAPITAL CIRCULANTE PRPRIO = (CCP Perodo/CCP Perodo Anterior) 1 Calcula o percentual de variao do capital circulante prprio entre dois perodos. VARIAO DO CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO = (CCL Perodo/CCL Perodo Anterior) 1 Calcula o percentual de variao do capital circulante lquido entre dois perodos. CAPITAIS EM GIRO www.portaldecontabilidade.com.brCAPITAL DE GIRO TOTAL (CGT) = Estoques + Clientes Indica que volume de recursos necessrio para girar o negcio, financiando clientes e estoques. Tradicionalmente, no se soma ao capital de giro outros valores existentes (como recursos financeiros de tesouraria), porque estes no esto relacionados gesto de vendas em si, mas a outras gestes (como a financeira, no caso de recursos aplicados no mercado de ttulos de renda fixa). Outras contas, se relevantes e comuns na operao do negcio, podem ser somadas ao capital de giro total. Como exemplo, nas empresas fonogrficas, o volume de adiantamentos de direitos autorais, necessrios para financiar os autores e compositores. NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) = CGT - Fornecedores Demonstra quais recursos a empresa necessita financiar para manter seu capital de giro. Desconta-se a conta de fornecedores porque este um financiamento (em tese) natural do negcio e no oneroso em relao a outras fontes de financiamento (como emprstimos bancrios e capitais prprios). Lembre-se: Os capitais prprios (recursos de scios, acionistas ou titular) so onerosos, porque se fossem aplicados no mercado financeiro gerariam recursos para seus detentores. Assim, a empresa precisa retornar a tais detentores de capital, pelo menos a taxa de aplicao que estes obteriam no mercado financeiro de renda fixa. VARIAO TOTAL DA NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO (NCG) = NCG do Perodo - NCG Perodo Anterior Evidencia qual volume (em moeda) que a empresa destinou de recursos no perodo para atendimento de seu capital de giro. VARIAO % DA NCG = (NCG do Perodo/NCG Perodo Anterior) - 1 Calcula qual a variao percentual da necessidade de recursos para financiamento do giro entre 2 perodos. GERAO OPERACIONAL DE RECURSOS FINANCEIROS = Resultado + Depreciaes/Amortizaes/Exaustes + Equivalncia Patrimonial + Resultados No Operacionais Este um indicador (em R$) da capacidade das operaes prprias da empresa em gerar recursos de caixa para atender novos investimentos, pagamentos de dividendos e outras aplicaes de recursos, como amortizaes de emprstimos e financiamentos. A partir de 31.12.2008, em funo da nova estrutura dos balanos patrimoniais promovidaContabilidade Gerencial 21 pela MP 449/2008, convertida na Lei 11.638/2007, onde se extinguiu a expresso resultados no operacionais a frmula ser: Resultado + Depreciaes/Amortizaes/Exaustes + Equivalncia Patrimonial + Outras Receitas e Despesas. GERAO TOTAL DE RECURSOS FINANCEIROS = Resultado + Depreciaes/Amortizaes/Exaustes + Equivalncia Patrimonial Dividendos e Lucros Pagos Uma variante do indicador anterior. Reflete qual o montante gerado de recursos de caixa, no perodo. OUTROS INDICADORES A partir dos clculos da gerao de recursos financeiros, podem-se utilizar variantes para determinar outros nveis de flego financeiro e como tais recursos vm sendo aplicados. Da DFC (Demonstrao dos Fluxos de Caixa), obrigatrio para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimnio lquido superior a R$ 2.000.000,00 (dois milhes de reais), obtm-se diversas informaes sobre a origem e alocao de recursos. Cada gestor precisa identificar, especificamente, quais os indicadores que necessita para avaliao do desempenho das operaes, capacidade de pagamentos, nvel de aplicao em imobilizaes, etc. No basta que os gestores avaliem unicamente a rentabilidade, pois a solubilidade (capacidade de pagamento de compromissos) essencial em qualquer negcio. ANLISE VERTICAL Chama-se anlise vertical ao comparativo, em %, de cada grupo de contas em relao ao total do mesmo grupo. Tal anlise interessante porque demonstra como est representada a participao dos recursos ou aplicaes da empresa, como tambm, no caso da anlise vertical dos resultados, a expressividade de cada grupo de contas de custos e despesas em relao s vendas. ANLISE HORIZONTAL A anlise horizontal compara a evoluo dos grupos de contas em perodos de tempos. Para minimizar os efeitos da inflao, os saldos dos grupos de contas do exerccio anterior so atualizados por um ndice geral de preos (usualmente, utiliza-se o IGP-M da Fundao Getlio Vargas). Assim, quando se comparam os grupos de contas do ano de 20X1 com os de 20X0 (ano www.portaldecontabilidade.com.branterior), utiliza-se sobre estes ltimos um ajuste IGP-M ou outro ndice de inflao que reflita a variao de preos no ano de 20X1, para que os valores de 20X0 (ano anterior) fiquem mais prximos aos valores correntes, em R$, dos valores de 20X1. Exemplificando: A conta Duplicatas a Receber indicava um saldo, em 31 de dezembro do ano anterior, de R$ 10.000.000,00. Para fins de comparativo de anlise horizontal com a mesma conta de 31 de dezembro do ano seguinte, o saldo anterior foi corrigido pelo IGP-M do ano (neste exemplo, 8,69%). Portanto, seu valor atualizado ser de: R$ 10.000.000,00 x 1,0869 = R$ 10.869.000,00. RECLASSIFICAO DO BALANO Determinadas contas do balano, para que a anlise gerencial possa ser procedida com maior transparncia, precisam ser reclassificadas. o caso do saldo da conta Duplicatas Descontadas, pois no balano tal conta aparece como redutora no ativo circulante. Como tais operaes de descontos representam um passivo oneroso, importante reclassificar seu saldo para o Passivo Circulante, em item prprio, tornando assim mais visvel o verdadeiro Passivo da empresa. EXEMPLO DE ANLISE DE BALANO A Gesto Ltda. apresentou as seguintes demonstraes financeiras em 31.12.2X2 e 31.12.20X1, tendo a contabilidade includa a anlise vertical e horizontal, bem como reclassificado a conta Duplicatas Descontadas para o Passivo Circulante. Para o clculo da anlise horizontal, os saldos de 31.12.20X1 foram corrigidos pelo IGP-M de 20X2: BALANO PATRIMONIAL RECLASSIFICADO Valores em R$ Empresa Gesto Ltda. IGP-M 20X2 = % V = % da conta em relao ao total do ativo ou passivo 8,69%% H = % de evoluo em 20X2 em relao ao valor de 20X1, corrigido pelo IGPM ATIVO 31/12/20X2 % V 31/12/20X1 % V %HContabilidade Gerencial 23 23,5% 6.930.000 57,4% 53,3% 480.000 4,0% 53,3% 30.000 0,2% 53,3% 450.000 3,7% 21,2% 6.450.000 53,4% 22,7% 4.500.000 37,3% 22,7% 1.500.000 12,4% 2,2% 450.000 3,7% -0,6% 250.000 2,1% -0,6% 250.000 2,1% -4,2% 4.900.000 40,6% -2,9% 900.000 7,5% 1,2% 5.000.000 41,4% 15,0% -1.200.000 -9,9% -31,0% 200.000 1,7% 11,7% 12.080.000 100,0%CIRCULANTE FINANCEIRO DISPONVEL APLICAES FINANCEIRAS OPERACIONAL DUPLICATAS A RECEBER ESTOQUES OUTRAS CONTAS REALIZVEIS REALIZVEL A LONGO PRAZO DEPSITOS JUDICIAIS PERMANENTE INVESTIMENTOS IMOBILIZADO (-) DEPRECIAO DIFERIDO TOTAL ATIVO9.300.000 63,4% 800.000 50.000 750.000 5,5% 0,3% 5,1%8.500.000 57,9% 6.000.000 40,9% 2.000.000 13,6% 500.000 270.000 270.000 3,4% 1,8% 1,8%5.100.000 34,8% 950.000 6,5%5.500.000 37,5% -1.500.000 -10,2% 150.000 1,0%14.670.000 100,0%PASSIVO CIRCULANTE FINANCEIRO INSTITUIES FINANCEIRAS DUPLICATAS DESCONTADAS OPERACIONAL FORNECEDORES OBRIGAES TRIBUTRIAS31/12/20X2 % V 31/12/20X1 % V 3.584.833 24,4% 1.500.000 10,2% 500.000 1.000.000 3,4% 6,8%%H2.084.833 14,2% 1.100.000 614.833 7,5% 4,2%-7,5% 3.565.475 29,5% -11,0% 1.550.000 12,8% 2,2% 450.000 3,7% -16,4% 1.100.000 9,1% -4,8% 2.015.475 16,7% -15,7% 1.200.000 9,9% 475.475 3,9%19,0%www.portaldecontabilidade.com.brOBRIGAES TRABALHISTAS OUTRAS OBRIGAES EXGIVEL A LONGO PRAZO INSTITUIES FINANCEIRAS IMPOSTOS PARCELADOS PATRIMNIO LQUIDO CAPITAL RESERVA DE CAPITAL RESERVA DE REAVALIAO RESERVA DE LUCROS TOTAL PASSIVO250.000 120.0001,7% 0,8%240.000 100.000 2.470.000 1.800.000 670.000 6.044.525 2.400.000 300.000 150.000 3.194.5252.450.000 16,7% 1.700.000 11,6% 750.000 5,1%8.635.167 58,9% 3.000.000 20,4% 200.000 100.000 1,4% 0,7%5.335.167 36,4%14.670.000 100,0% 12.080.000DEMONSTRAO DE RESULTADOS R$-4,2% 2,0% 10,4% 0,8% -8,7% 20,4% -13,1% 14,9% 3,0% 5,5% 31,4% 50,0% 15,0% 19,9% -38,7% 2,5% -38,7% 1,2% 53,7% 26,4% 11,7% 100,0%Empresa Gesto Ltda. IGP-M 20X2 =CONTAS RECEITA OPERACIONAL BRUTA (-) DEDUES DE VENDAS RECEITA OPERACIONAL LQUIDA (-) CUSTO DAS VENDAS LUCRO BRUTO (-) DESPESAS VENDAS (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS (-) DESPESAS FINANCEIRAS (+) RECEITAS FINANCEIRAS OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS RESULTADO OPERACIONAL ANO 20X2 %V8,69%ANO 20X1 %V %H 9,5% 13,7% 8,4% -0,5% 20,9% 14,8% 11,5% -1,4% 15,0% 63,9% 32,2%50.000.000 100,0% -10.850.000 -21,7% 39.150.000 78,3% -20.906.100 -41,8% 18.243.900 36,5% -3.523.500 -7,0% -4.306.500 -8,6% -1.174.500 -2,3% 60.000 0,1% -98.000 -0,2% 9.201.400 18,4%42.000.000 100,0% -8.778.000 -20,9% 33.222.000 79,1% -19.335.204 -46,0% 13.886.796 33,1% -2.823.870 -6,7% -3.554.754 -8,5% -1.096.326 -2,6% 48.000 0,1% -55.000 -0,1% 6.404.846 15,2%Contabilidade Gerencial 25-42,2% 36,5% 29,1% 40,8% 40,8%(+ -) RESULTADO NO OPERACIONAL RESULTADO ANTES I.RENDA (-) PROVISO IRPJ/CSLL (-) PARTICIPAES RESULTADO LQUIDO-220.000 -0,4% 8.981.400 18,0% -3.143.490 -6,3% -583.791 -1,2% 5.254.119 10,5%-350.000 -0,8% 6.054.846 14,4% -2.240.293 -5,3% -381.455 -0,9% 3.433.098 8,2%Empresa Gesto Ltda. NDICES FINANCEIROS ESTRUTURA DE CAPITAL PARTICIPAO DE CAPITAL DE TERCEIROS ENDIVIDAMENTO A CURTO PRAZO IMOBILIZAO DO PL IMOBILIZAO S/ RECURSOS NO CORRENTES LIQUIDEZ LIQUIDEZ GERAL LIQUIDEZ CORRENTE LIQUIDEZ SECA RENTABILIDADE GIRO DO ATIVO MARGEM LQUIDA RENTABILIDADE DO P.LQUIDO Nota: PL de 31.12.20X0 = R$ 7.100.000 REALIZAO CICLO DE CAIXA PRAZO MDIO DE RECEBIMENTO PRAZO MDIO DE ESTOCAGEM PRAZO MDIO DE COMPRAS Notas: Saldo de Clientes em 31.12.20X0 = R$ 4.000.000 Saldo de Estoques em 31.12.20X0 = R$ 1.400.00031/12/20X231/12/20X141% 59% 59% 46% 81% 58%50% 59%1,59 2,59 2,041,19 1,94 1,523,4 13,4% 27,9%3,5 10,3% 17,7%42 38 31 2734 37 27 30www.portaldecontabilidade.com.brSaldo de Fornecedores em 31.12.20X0 = R$ 1.000.000 Compras de 20X1: R$ 13.450.000 Compras de 20X2: R$ 15.400.000CAPITAL CIRCULANTE R$ 31/12/20X1 1.144.525 3.364.52531/12/20X2 CAPITAL CIRCULANTE PRPRIO PL - AP CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO AC - PC 3.535.167 5.715.167Empresa Gesto Ltda. - OUTROS INDICADORESVARIAO CAPITAL CIRCULANTE PRPRIO 20X2/20X1 VARIAO CAPITAL CIRCULANTE LQUIDO 20X2/20X1209% 70% 31/12/20X2 31/12/20X1 6.000.000 4.800.000CAPITAL DE GIRO TOTAL R$ NECESSIDADE DE CAPITAL DE GIRO R$ VARIAO TOTAL DA NCG R$ VARIAO % DA NCG 20X2/20X1 Resultado do Perodo R$ + Depreciaes e Amortizaes no Perodo R$ + - Resultado No Operacional R$ + - Equivalncia Patrimonial R$ = GERAO OPERACIONAL RECURSOS FINANCEIROS R$8.000.000 6.900.000 2.100.000 44% 5.254.119 600.000 220.000 0 6.074.1193.433.098 550.000 350.000 0 4.333.098COMENTRIOS DA ANLISE DAS DEMONSTRAES FINANCEIRAS E NDICES DA GESTO LTDA. Observam-se os seguintes pontos principais para avaliao: ESTRUTURA PATRIMONIAL:Contabilidade Gerencial 27 1. Houve acentuado aumento no ativo circulante (crescimento real de 23,5% no perodo), destacando-se, em especial, crescimento de recursos financeiros (disponibilidades e aplicaes) + 53,3%, duplicatas a receber e estoques (+ 22,7%). 2. No Passivo, destaque-se a menor participao das duplicatas descontadas (-16,4%) e fornecedores (-15,7%). 3. As obrigaes tributrias cresceram 19%, indicando talvez a necessidade de maior ateno ao planejamento fiscal ou administrao de tais passivos. 4. Houve um saudvel crescimento do Patrimnio Lquido (+ 31,4% no perodo 20X2/20X1), estando este a financiar 58,9% dos ativos em 20X2, contra 50% no ano de 20X1. DEMONSTRAO DOS RESULTADOS: 1. Destaque especial para o crescimento das receitas operacionais brutas (+9,5%). 2. Houve esforo de conteno de custos, pois o Custo das Vendas caiu de 46% para 41,8% da receita operacional bruta. 3. As despesas de vendas (+14,8%) e administrativas (+11,5%) precisam receber anlise especfica, pois subiram mais que as receitas. 4. Outro item que precisa anlise especial outras despesas operacionais, que cresceram (descontada a inflao) 63,9% no perodo. 5. necessrio instituir um planejamento tributrio, visando diminuir a carga fiscal do IRPJ e CSLL, talvez creditando-se juros sobre capital prprio (TJLP) aos scios para abater-se tais crditos como despesa financeira dedutvel no lucro. Tambm pode-se analisar a possibilidade de opo pela tributao pelo lucro presumido, fazendo-se uma ciso parcial para viabilizar o enquadramento da receita neste regime (limite de R$ 48.000.000,00 anuais). 6. Outro destaque positivo o crescimento do resultado lquido de 40,8% (j descontada a inflao). NDICES E ANLISES FINANCEIRAS 1. Houve sensvel reduo da dependncia de capitais de terceiros, passando estes a representar 41% dos Ativos em 20X2 (contra 50% em 20X1). 2. O endividamento a curto prazo manteve-se estvel em 59% dos capitais de terceiros. 3. Observou-se uma grande reduo da imobilizao do PL, caindo de 81% para 59%. Isto reflete uma gesto mais voltada administrao de caixa. 4. Confirmando a observao anterior, a imobilizao sobre os recursos do PL e do ELP tambm teve queda de 58% (20X1) para 46% (20X2). 5. Todos os ndices de liquidez melhoraram, indicam que a estratgia financeira da Gesto Ltda. foi de priorizar a gesto de caixa. 6. Houve uma pequena queda do giro do ativo, compensada pelo aumento de margem lquida. 7. A rentabilidade sobre o PL aumentou de 17,7% para 27,9%, refletindo uma performance de aumento de vendas com reduo de custos. 8. Apesar da gesto voltada para liquidez, houve aumento do prazo mdio de estocagem de 27 para 31 dias, indicando talvez a necessidade de implantao de www.portaldecontabilidade.com.brtcnicas de gesto especfica para os estoques. 9. Observa-se tambm uma queda no prazo mdio de compras (30 para 27 dias). Supe-se que a reduo dos custos de produo tem relao com tal fenmeno, pois a Gesto Ltda. pode estar negociando menores preos com base em menor prazo de pagamento. 10. Os capitais circulantes (prprio e lquido) tiveram significativo aumento em 20X2, deixando claro que a estratgia dos administradores foi de investir no giro do negcio e priorizar a capacidade de pagamento da Gesto Ltda. 11. Parte do resultado lquido de 20X2 foi utilizada para financiar a necessidade de capital de giro (R$ 2.100.000,00). 12. Deve-se avaliar porque, por dois anos sucessivos, houve prejuzo no operacional. Trata-se de uma m gesto nos ativos permanente, ou ocorrncias passageiras e que no se repetiro nos anos subsequentes? 13. Existem R$ 950.000 registrados como investimentos em 31.12.20X2. Qual o retorno destes investimentos para o caixa da Gesto Ltda.? Os demonstrativos apresentados no forneceram dados suficientes para se avaliar a gesto destes ativos, e no houve registro de equivalncia patrimonial nos resultados. 14. A capacidade de gerao de recursos financeiros, tanto em 20X2 quanto em 20X1, foi superior ao lucro lquido dos respectivos perodos, indicando que o flego financeiro da Gesto Ltda. pode suportar novas expanses de negcios. ANLISE DE PONTO DE EQUILBRIO Ponto de Equilbrio o valor em que as receitas se igualam aos custos de despesas da empresa mercantil. A contabilidade fornece elementos imprescindveis para o clculo deste valor. Todo gestor financeiro precisa saber qual a operao mnima da empresa, na qual seus custos e despesas so integralmente pagos. A vantagem de se conhecer o ponto de equilbrio que permite auxiliar decises, como retirada de linhas de produtos do mercado, saneamento de prejuzos e enxugamento da estrutura operacional. O clculo do ponto de equilbrio relativamente simples, utilizando-se quase que exclusivamente os dados contbeis. A primeira tarefa separar os custos e despesas variveis dos custos e despesas fixos. CUSTOS E DESPESAS VARIVEIS Os custos e despesas variveis so aqueles que variam de acordo com o volume de vendas ou de produo. Numa idia simples, se o faturamento da empresa $100, e no perodo seguinte for $150, ento os custos e despesas variveis aumentaro na mesma proporo ($150/$100 = 50%).Contabilidade Gerencial 29Como exemplos de custos e despesas variveis, temos: Matria-Prima consumida Servios de Terceiros, remunerados por pea, aplicadas em unidades produzidas Material de Embalagem nos produtos acabados Impostos sobre Vendas (ICMS, PIS, COFINS). O IRPJ e a CSLL tambm sero custos variveis, quando calculados sobre a venda (lucro presumido ou arbitrado). Comisses e Fretes Pagos sobre Vendas Tarifas bancrias de cobrana Despesas relacionadas movimentao financeira e de volume de estoques, como: despesas financeiras sobre estocagem (taxa de mercado x volume de estoques mantidos), participao dos empregados sobre resultados operacionais (quando tal clculo for diferente dos critrios contbeis), etc.Para facilitar o clculo do montante varivel de custos e despesas, precisa-se ter um plano de contas adequado, em que os valores acima citados (e outros) sejam destacados contabilmente. PIS E COFINS SOBRE RECEITAS Uma confuso muito comum a contabilidade registrar PIS e COFINS sobre receitas financeiras e outras receitas na mesma conta do PIS e COFINS sobre vendas. O gestor precisa estar atento para que tais valores sejam contabilizados separadamente. TARIFAS DE COBRANA O mesmo se pode dizer das tarifas bancrias de cobrana. Numa empresa que tenha cobranas de valores pequenos (duplicatas de R$ 50,00 a R$ 500,00), as tarifas bancrias de cobrana tm peso significativo sobre as vendas, devendo ser separadas em conta especfica, e tratadas como despesas variveis. PARTICIPAO NOS LUCROS Um detalhe que poucos gestores ficam atentos quanto questo de participao dos resultados dos trabalhadores (e administradores). Se esta participao for calculada sem vnculo direto com o resultado contbil (lucro ou prejuzo), poder ocorrer que tal despesa seja nitidamente um custo varivel, para fins de anlise gerencial. Exemplo: Determinada empresa definiu, no Plano de Participao de Resultados, que anualmente seria distribudo aos funcionrios do setor produtivo 5% (cinco por cento) da economia de resduos obtida no perodo. Ora, quanto maior o nvel de atividades, obviamente (em tese), maior o nvel de economia www.portaldecontabilidade.com.brpotencial de resduos. Assim, tal participao varivel, pois depender do maior ou menor volume de consumo da produo. IRPJ E CSLL SOBRE VENDAS Quando a empresa optar pela tributao pelo lucro presumido ou arbitrado, o IRPJ e CSLL devidos so calculados sobre a receita, e no sobre o resultado. Portanto, nesta hiptese, referidos tributos so despesas variveis. ENERGIA ELTRICA E OUTRAS DESPESAS DE PRODUO Uma dificuldade comum fixar o montante da energia eltrica e outros custos de produo (como gua e manuteno de equipamentos), relacionados ao nvel de atividade. Cabe engenharia de fbrica medir tais consumos com base na variao do volume de produo, permitindo que a contabilidade gerencial determine a separao dos montantes fixos e variveis de tais contas. FOLHA DE PAGAMENTO Normalmente, a folha de pagamento do pessoal diretamente associado produo considerada como custo varivel. Tambm as comisses calculadas sobre vendas, do pessoal da rea comercial, so consideradas despesas variveis. Os demais itens da folha (pessoal de superviso, administrao, suporte) so considerados fixos. Cabe ressaltar que a folha de pagamento no se constitui somente no valor dos salrios. A tais verbas devem se somar: Encargos Sociais (INSS e FGTS) Encargos Trabalhistas (Horas extras, 13o. salrio, frias, DSR) Plano de Alimentao do Trabalhador Vale Transporte Assistncia Mdica/Odontolgica, etc. DESPESAS FINANCEIRAS Os custos financeiros relativos manuteno do capital de giro da empresa devem ser tratados como despesas variveis, pois um aumento de vendas produz um aumento da necessidade de capital de giro, da, um aumento da respectiva despesa financeira. Uma forma bastante simples de separar as despesas financeiras fixas das variveis calcular um % mdio de juros sobre a seguinte base:Contabilidade Gerencial 31Saldo de Estoques + Saldo de Clientes - Saldo de Fornecedores Exemplo: Conta 1.Estoques 2.Clientes 3.Fornecedores 4.Capital de Giro (1+2-3) 5.Taxa Juros (ao ms) 6.Despesa Financeira Giro (4 x 5) MARGEM DE CONTRIBUIO Uma vez completado a tarefa de se separar os custos e despesas variveis, calcula-se a margem de contribuio, que nada mais que a diferena entre as vendas e os respectivos custos e despesas variveis do perodo, ou seja: MC = V CDV Onde: MC = Margem de Contribuio V = Vendas CDV = Custos e Despesas Variveis Exemplo: Margem de Contribuio - Empresa XYZ Janeiro a Maro de 20X2 1. Vendas Custos Variveis: Matria Prima Embalagens Folha de Pagamento Direta www.portaldecontabilidade.com.br 270.000,00 70.000,00 170.000,00 Valor R$ 2.000.000,0 0 Saldo em 31 de maro 500.000,00 1.500.000,00 300.000,00 1.700.000,00 2,50% 42.500,00Servios Terceirizados Gastos de Produo Despesas Variveis: ICMS PIS COFINS IRPJ CSLL Fretes Vendas Comisses Despesas Financeiras - Capital de Giro 2. Total Varivel Margem de Contribuio (1-2) Margem de Contribuio % CUSTOS E DESPESAS FIXAS125.000,00 50.000,00360.000,00 33.000,00 152.000,00 40.000,00 21.600,00 55.000,00 150.000,00 40.000,00 1.536.600,0 0 463.400,00 23,17%Todos os demais custos e despesas operacionais, que no foram includas como custos e despesas variveis, so considerados fixos, isto , ocorrem independentemente do volume de vendas ou atividades. Exemplos: Aluguel de Imveis utilizados na produo de bens e servios Leasing de Equipamentos Mo de Obra Indireta (supervisores e gerentes de produo, pessoal administrativo) Pr-Labore dos administradores Honorrios de Vigilncia das instalaes produtivas, etc. Este volume de custos e despesas precisa ser pago todo o ms, independentemente se houve ou no vendas ou produo. Da serem considerados fixos. No se consideram custos fixos aqueles no relacionados com a operao do negcio em si.Contabilidade Gerencial 33Como exemplo de valores que no devem ser includos em tal categoria, as despesas no operacionais (custo contbil do imobilizado vendido). CLCULO DO PONTO DE EQUBRIO Uma vez definido o valor da margem de contribuio e dos custos e despesas fixos, basta utilizar a seguinte frmula: PE = CF / MC Onde: PE = Ponto de Equilbrio CF = Custos e Despesas Fixas MC = Margem de Contribuio Exemplo: Margem de Contribuio R$ 300.000,00 Vendas: R$ 1.000.000,00 Custos e Despesas Fixas: R$ 200.000,00 Custos Variveis: 70% MC = 300.000 dividido por 1.000.000 = 30% ou 0,3 Ento: PE = CF / MC PE = 200.000 / 0,3 PE = R$ 666.666,67 Fazendo a prova dos nove (valores em R$): Descrio Vendas Custos e Despesas Variveis (70% sobre vendas) Custos e Despesas Fixos Lucro/Prejuzo Valor R$ 666.666,67 466.666,67 200.000,00 - (zero)Conclui-se que a empresa tem uma folga em relao ao seu ponto de equilbrio de R$ 1.000.000,00 R$ 666.666,67 = R$ 333.333,33. Portanto, suas vendas podem cair at 33,33% sem comprometer o ponto de equilbrio.www.portaldecontabilidade.com.brSe, ao contrrio, a empresa est em prejuzo, para reverter o mesmo, dever atingir o ponto de equilbrio (onde receitas = custos + despesas totais). Assim, de forma prtica, o gestor poder determinar o montante de incremento de vendas necessrio para alcanar o equilbrio no resultado. OUTROS CLCULOS COM A MARGEM DE CONTRIBUIO Utilizando-se a margem de contribuio, poderemos determinar outras situaes, alm do ponto de equilbrio. Exemplo: Determinada companhia recebeu a oferta de seu cliente distribuidor de produtos para aumentar o volume de compras em 10%, em troca de um desconto no preo de venda de 5%, mantidas as demais condies negociais. Preliminarmente, necessrio calcular a margem de contribuio que dos produtos vendidos ao aludido cliente, j que no se pode usar a margem de contribuio geral. Nesta hora, ser til a utilizao de relatrios especficos de vendas, para que os dados possam ser trabalhados com maior preciso. Sero duas variveis: aumento do volume de compras do cliente em 10% (aumento de volume) x diminuio do preo (5%). O primeiro passo determinar qual o montante de vendas acarretado com a proposta. Se o volume de vendas mdio a este cliente foi de R$ 100.000,00/ms, ento teremos: Volume de Vendas Brutas incrementadas (10%) R$ 110.000,00 Desconto concedido (5%) R$ 5.500,00 Novo Volume de Vendas Lquido = R$ 110.000,00 R$ 5.500,00 = R$ 104.500,00. Muito bem, agora, como o volume de vendas deste cliente ir aumentar 10%, determinados custos variveis, como matria prima e outros insumos atrelados ao produto iro aumentar na mesma proporo. J determinadas despesas (como impostos) iro aumentar menos, porque sobre o desconto concedido (5%) no iro incidir determinadas verbas (como ICMS, PIS e COFINS, por exemplo). Nota: observar que, para a no incidncia do ICMS, PIS e COFINS, o desconto dever estar destacado em nota fiscal. Se for concedido desconto na duplicata, os impostos tero que ser pagos sobre o valor de vendas brutas. Colocando os dados numa planilha, obteremos: Valores em R$ Vendas Atual 100.000,00 Proposto 104.500,00 Diferena 4.500,00Contabilidade Gerencial 35 4.000,00 225,00 1.125,00 135,00 5.485,00 (985,00) -2,1%Materiais Comisses Impostos Outros Total Varivel Margem Contribuio MC %40.000,00 5.000,00 25.000,00 3.000,00 73.000,00 27.000,00 27%44.000,00 5.225,00 26.125,00 3.135,00 78.485,00 26.015,00 24,9%Concluindo: a empresa, a princpio, no deve aceitar a proposta, j que o aumento de vendas representar uma perda de margem de contribuio de R$ 985,00, ou 2,1% sobre o valor de vendas acrescido. DETERMINAO DE CUSTOS PADRES Sem dvida alguma, uma das utilizaes mais importantes para a contabilidade o clculo de custos de produtos e servios. Com o tempo, tais custos tendem a se tornar padres dentro da empresa, facilitando o gerenciamento e fixao de preos. Desta forma, a contabilidade propicia, alm do clculo do custo histrico, bases para a determinao de padres e gerenciamento de custos. COMO CALCULAR O CUSTO DE UM PRODUTO OU SERVIO O clculo de custo de um produto ou servio no compreende somente os valores diretamente alocados ao mesmo (como materiais e mo de obra direta), mas tambm todos os custos e despesas indiretas associados. Tradicionalmente, a contabilidade separa custos de despesas. Podemos definir a terminologia contbil associada a custos, da seguinte forma: GASTO Todo sacrifcio financeiro que implique desembolso imediato ou futuro de recursos (capital) da empresa considerado um gasto. O gasto pode ser um investimento, custo ou despesa.www.portaldecontabilidade.com.brINVESTIMENTO So gastos ativados (classificados no ativo), que geraro suporte tecnolgico, estrutural e operacional, em funo da utilidade futura de bens ou servios obtidos. Exemplo: Aquisio de mquinas e equipamentos, mveis, ferramentas, etc. CUSTO Custo um gasto relativo ao bem ou servio utilizado na produo de outros bens ou servios. Exemplos: Matria prima utilizada na formao do produto. Mo de obra utilizada na execuo de servios, numa empresa do ramo servios. Gastos gerais de manuteno de equipamentos utilizados na produo.De acordo com a NPC 2 do IBRACON, Custo a soma dos gastos incorridos e necessrios para a aquisio, converso e outros procedimentos necessrios para trazer os estoques sua condio e localizao atuais, e compreende todos os gastos incorridos na sua aquisio ou produo, de modo a coloc-los em condies de serem vendidos, transformados, utilizados na elaborao de produtos ou na prestao de servios que faam parte do objeto social da entidade, ou realizados de qualquer outra forma. A diferena entre gasto e custo pode ser exemplificada da seguinte maneira: Empresa adquiriu 1.000 kg de matria-prima, mas utilizou apenas 750 kg no processo de transformao em determinado perodo, sendo a diferena (250 kg) mantida no estoque de matria-prima. Portanto, o gasto foi de 1.000 kg e o custo foi de 750 kg. DESPESATodos os bens ou servios consumidos na manuteno de atividades operacionais e na obteno de receitas, no vinculadas produo de bens e servios.Exemplos: Comisso de representante sobre as vendas efetuadas. Folha de pagamento do pessoal administrativo (contabilidade, finanas, vendas) Depreciao de bens utilizados nas reas de contabilidade, financeira, setor comercial.Contabilidade Gerencial 37 Ento, por excluso: 1. Se o gasto se referir etapa (direta ou indiretamente) de produo de bens e servios, custo; 2. Se o gasto no for custo, ser despesa (ou investimento, caso se referir a aquisio de bem de capital). PERDA 1. Perdas Normais de Produo Todo processo produtivo pode gerar restos decorrentes da atividade desenvolvida, de forma previsvel. Estes so considerados normais atividade, portanto devem englobar o custo do produto fabricado. Por isso, tais perdas so custos. Exemplo: Perdas de material por evaporao ou consumo no processo produtivo 2. Perdas Extraordinrias J as perdas anormais como provenientes de eventos fortuitos e de fora maior, tal como: incndio, obsolescncia, roubo, inundao, etc., so consideradas perdas do perodo, sendo contabilizadas como tal, incidindo diretamente no resultado do exerccio, no sendo ativadas (no compem os custos dos produtos, simplesmente reduzem o resultado do perodo). Exemplos: Estoques que devem ser baixados, por obsolescncia. Baixa de estoques, por roubo. DESEMBOLSO Pagamento resultante da aquisio do bem ou servio. Pode ocorrer antes, durante ou aps a entrada da utilidade adquirida, portanto defasada ou no do gasto. A UTILIZAO COMUM DO TERMO CUSTO EM CONTABILIDADE GERENCIAL Na contabilidade gerencial, amplia-se o termo tradicional custo, para englobar tambm as despesas e demais gastos associados produo de bens ou servios. Desta forma, custo do produto ou servio o somatrio de diversas parcelas, tanto de custos bsicos primrios (mo de obra direta, materiais), quando de custos secundrios e demais despesas intrnsecas (energia eltrica, controle de qualidade, estrutura de apoio produo, etc.). Obviamente, para fins de contabilizao de custos, no se poder incluir os gastos com www.portaldecontabilidade.com.bradministrao nos custos de estoques e produtos vendidos. Tradicionalmente, s os componentes de fabricao (materiais, mo de obra e gastos indiretos de fabricao) so alocados ao custo, na contabilidade de custos. Porm, o que estamos tratando nesta obra o gerenciamento, e as despesas administrativas so parte integrante do resultado empresarial, devendo ser pagos e portanto includos (pelo menos no clculo do custo-padro, como componente especial) de tal custo. Ento, se utiliza a contabilidade de custos para determinar o custo real dos produtos ou servios. A tal custo calculado, somam-se as despesas administrativas e comerciais (fixas), para determinar o montante total dos custos empresariais. Ento: CP = Custo de Produo + Despesas Administrativas e Comerciais. Trataremos desta forma, quando nesta obra mencionar-se custos.CUSTOS DIRETOS aquele que pode ser identificado e diretamente apropriado a cada tipo de obra a ser custeado, no momento de sua ocorrncia, isto , est ligado diretamente a cada tipo de bem ou funo de custo. aquele que pode ser atribudo (ou identificado) direto a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento.No necessita de rateios para ser atribudo ao objeto custeado. Ou ainda, so aqueles diretamente includos no clculo dos produtos. Exemplos de custos diretos: Matrias-primas usados na fabricao do produto Mo de obra direta Servios subcontratados e aplicados diretamente nos produtos ou serviosOs custos diretos tem a propriedade de ser perfeitamente mensurveis de maneira objetiva. Os custos so qualificados aos portadores finais (produtos), individualmente considerados. Os CUSTOS DIRETOS constituem todos aqueles elementos de custo individualizveis com respeito ao produto ou servio, isto , se identificam imediatamente com a produo dos mesmos, mantendo uma correspondncia proporcional. Um mero ato de medio necessrio para determinar estes custos.Contabilidade Gerencial 39APROPRIAO DOS CUSTOS DIRETOS Para conhecer o consumo de materiais, basta a empresa manter um sistema de requisies, de modo a saber sempre para qual produto foi utilizado o material retirado do Almoxarifado. Para conhecer o consumo de mo de obra direta, preciso, a empresa mantenha um sistema de apontamentos, por meio do qual se verifica quais os operrios que trabalham em cada produto (ou servio) no perodo (dia, semana, ms) e por quanto tempo (minutos, horas). Nas empresas de servios, normalmente se faz o acompanhamento da ordem de servio, anotando os custos alocados diretamente (mo de obra, materiais aplicados e servios subcontratados). CUSTOS INDIRETOS aquele que no se pode apropriar diretamente a cada tipo de bem ou funo de custo no momento de sua ocorrncia. So aqueles apropriados aos portadores finais mediante o emprego de critrios pr-determinados e vinculados a causas correlatas, como mo de obra indireta, rateada por horas/homem da mo de obra direta, gastos com energia, com base em horas/mquinas utilizadas, etc. Atribui-se parcelas de custos a cada tipo de bem ou funo por meio de critrios de rateio. um custo comum a muitos tipos diferentes de bens, sem que se possa separar a parcela referente a cada um, no momento de sua ocorrncia. Ou ainda, pode ser entendido, como aquele custo que no pode ser atribudo (ou identificado) diretamente a um produto, linha de produto, centro de custo ou departamento. Necessita de taxas/critrios de rateio ou parmetros para atribuio ao objeto custeado. So aqueles que apenas mediante aproximao podem ser atribudos aos produtos por algum critrio de rateio. Exemplos: 1. Mo de obra indireta: representada pelo trabalho nos departamentos auxiliares nas indstrias ou prestadores de servios e que no so mensurveis em nenhum produto ou servio executado, como a mo de obra de supervisores, controle de qualidade, etc. 2. Materiais indiretos: so materiais empregados nas atividades auxiliares de produo, ou cujo relacionamento com o produto irrelevante. So eles: graxas e lubrificantes, lixas etc. 3. Outros custos indiretos: so os custos que dizem respeito existncia do setor fabril ou de prestao de servios, como depreciao, seguros, manuteno de equipamentos, etc.APROPRIAO DOS CUSTOS INDIRETOS No h consenso sobre a forma mais apropriada de distribuir os custos indiretos. No modelo clssico, se distribui tais custos, inicialmente, dentro de Centros de Custoswww.portaldecontabilidade.com.br(clulas de produo acumuladoras de custos), para depois se redistribuir tais custos aos produtos ou servios gerados. Para a alocao dos custos indiretos aos Centros de Custos, necessria a organizao prvia de seus diversos componentes, tecnicamente denominados espcies de custos: 1. 2. 3. 4. Depreciao e Manuteno Mo de Obra indireta Material Indireto Custos geraisAdiante seguem alguns critrios sugeridos para alocao dos custos indiretos de fabricao: ESPCIES DE CUSTOS Depreciao e Manuteno Mo de Obra Indireta Material Indireto CRITRIOS DE RATEIO Quantidades produzidas ou tempo de utilizao das mquinas Tempo de utilizao da mo de obra direta Consumo de material diretoAluguis, Seguros, Vigilncia, Limpeza, rea ocupada pelos departamentos Depreciao de Prdios Energia eltrica, gua, gs, combustveis Consumo efetivo ou potencial Administrao e Comercializao Proporcional ao Total dos Custos Indiretos de Fabricao ALOCAO DIRETA Se a empresa mantm controle do imobilizado, por exemplo, as depreciaes so identificveis por equipamentos instalados, permitindo alocar, em cada centro de custo, os respectivos encargos, diretamente, sem necessidade de rateio. Isto tambm pode ocorrer com as requisies de peas para manuteno, obtidas no controle do almoxarifado. Mas, como os custos indiretos so muitos, na prtica o nvel de controle e distribuio quase inaplicvel sobre todos os itens, obrigando a contabilidade a determinar o rateio daqueles que no se identificam claramente com cada centro de custo. Exemplo: Determinada indstria de doces tm 2 departamentos produtivos: 1. Processamento, dividido nas sees (centros de custos): preparao, mistura eContabilidade Gerencial 41 aromatizao. 2. Acabamento: classificao, embalamento e expedio Alm destes departamentos, h 1 departamento auxiliar, chamado Manuteno e Controle, que tm 3 centros de custos: controle de qualidade, manuteno e limpeza, engenharia. Os custos gerais de fabricao no ms, identificados por setor, decorrentes de controles do imobilizado e das requisies de peas de manuteno ao almoxarifado, foram contabilizados como segue: D. Depreciao Preparao (Conta de Custo) R$ 450,00 D. Depreciao Mistura (Conta de Custo) R$ 650,00 D. Depreciao Aromatizao (Conta de Custo) R$ 300,00 D. Depreciao Classificao (Conta de Custo) R$ 250,00 D. Depreciao Embalamento (Conta de Custo) R$ 700,00 D. Depreciao Expedio (Conta de Custo) R$ 150,00 D. Depreciao Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 100,00 D. Depreciao Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 50,00 D. Depreciao Engenharia (Conta de Custo) R$ 200,00 C. Depreciaes Acumuladas (Imobilizado) R$ 2.850,00 D. Manuteno Preparao (Conta de Custo) R$ 250,00 D. Manuteno Mistura (Conta de Custo) R$ 300,00 D. Manuteno Aromatizao (Conta de Custo) R$ 150,00 D. Manuteno Classificao (Conta de Custo) R$ 100,00 D. Manuteno Embalamento (Conta de Custo) R$ 400,00 D. Manuteno Expedio (Conta de Custo) R$ 120,00 D. Manuteno Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 110,00 D. Manuteno Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 30,00 D. Manuteno Engenharia (Conta de Custo) R$ 50,00 C. Almoxarifado (Estoques Ativo Circulante) R$ 1.510,00 Entretanto, os seguintes custos foram apurados, tendo que ser distribudos entre os centros respectivos, utilizando-se critrio de rateio, pois no podem ser identificados especificamente: Pr-Labore INSS Pr-Labore Energia Eltrica gua Salrios Supervisores Encargos Supervisores R$ 10.000,00 R$ R$ R$ R$ R$ 2.000,00 3.000,00 1.000,00 7.000,00 5.100,00www.portaldecontabilidade.com.brSeguros Vigilncia SOMAR$ R$900,00 2.100,00R$ 31.100,00O critrio de rateio adotado, para alocao no mapa de custos, foi determinado desta forma: 1. Mo de obra indireta (pr-labore, salrios supervisores e respectivos encargos): nmero de horas da mo de obra de cada setor. 2. Energia Eltrica: consumo potencial de cada equipamento. 3. Demais despesas (vigilncia, seguros, gua): pela metragem ocupada por cada setor. Nota: o nome do Centro de Custo est em sigla, pelas primeiras letras. MAPA DE ALOCAO MO DE OBRA INDIRETA (MOI)ENG MOI Nmero de Horas MOD TOTAL 7. 215 10.00 0,00 2.00 0,00 7.00 0,00 5.10 0,00 24.10 0,00 PRE 80 0 1.108,8 0 221,7 6 776,1 6 565,4 9 2.672,2 1 MIS 1.05 0 1.455,3 1 291,0 6 1.018,7 1 742,2 0 3.507,2 8 AROM 70 0 970,2 0 194,0 4 679,1 4 494,8 0 2.338,1 8 CLAS 90 0 1.247,4 0 249,4 8 873,1 8 636,1 8 3.006,2 4 EMB 1.10 0 1.524,6 0 304,9 2 1.067,2 2 777,5 5 3.674,2 9 EXP 79 0 1.094,9 4 218,9 9 766,4 6 558,4 2 2.638,8 1 CQ 55 0 762,3 0 152,4 6 533,6 1 388,7 7 1.837,1 4 ML 8 50 1.178, 10 235, 7 62 460,8 Salrios Supervisores Encargos Supervisores 824, 5 67 335,7 600, 6 83 2.839, 22 1.586,6 3 47 5 658,3 5 131,6 INSS Pr-LaborePr-LaboreTOTAL MOI R$MAPA DE ALOCAO ENERGIA ELTRICAENG ENERGIA Consumo Potencial KW Energia Eltrica R$ TOTAL 1.270 3.000,00 PRE 150 354,33 MIS 200 472,44 AROM 180 425,20 CLAS 125 295,28 EMB 290 685,05 EXP 140 330,71 CQ 70 165,36 ML 25 90 59,02 212,61MAPA DE ALOCAO - OUTROS CUSTOS GERAISENG OUTROS TOTAL PRE MIS AROM CLAS EMB EXP CQ MLContabilidade Gerencial 4330 Metragem gua Seguros Vigilncia 1.115 1.000,0 0 900,0 0 2.100,0 0 4.000,0 0 145 130,04 117,04 273,10 520,1 8 180 161,44 145,29 339,01 645,7 4 170 152,47 137,22 320,18 609,8 7 150 134,53 121,08 282,51 538,1 2 190 170,40 153,36 357,85 681,6 1 115 103,14 92,83 216,59 412,5 6 75 67,26 60,54 141,26 269,0 6 60 26,91 53,81 24,22 48,42 56,50 113,00 107,6 3 215,23 TOTAL Outros R$Aps tais alocaes, teremos o seguinte resumo de alocao de custos gerais de fabricao, por centro de custo: MAPA DE ALOCAO CGF RESUMOENG CGF R$ Depreciao Manuteno MOI Energia Eltrica Outros TOTAL TOTAL 2.850,00 1.510,00 PRE 450,00 250,00 MIS 650,00 300,00 AROM 300,00 150,00 CLAS 250,00 100,00 EMB 700,00 400,00 EXP 150,00 120,00 CQ 100,00 110,00 ML 200,00 50,00 50,00 30,00 1.586,63 24.100,00 2.672,21 3.507,28 2.338,18 3.006,24 3.674,29 2.638,81 1.837,14 2.839,22 59,02 3.000,00 4.000,00 354,33 520,18 472,44 645,74 425,20 609,87 295,28 538,12 685,05 681,61 330,71 412,56 165,36 269,06 212,61 107,63 215,23 2.003,28 35.460,00 4.246,72 5.575,46 3.823,25 4.189,64 6.140,95 3.652,08 2.481,56 3.347,06Conciliao contbil do mapa de alocao R$ 2.850,00 (valor da depreciao j distribuda entre os centros de custos) + R$ 1.510,00 (valor da manuteno j distribuda entre os centros de custos) + R$ 31.100,00 (valores a alocar entre os centros de custos) = R$ 35.460,00 (valor do mapa geral de alocao dos CGF). Agora, s contabilizar as transferncias dos valores alocados pelos critrios de rateio: 1. Transferncia relativa alocao da Mo de Obra Indireta: D. Mo de Obra Indireta Preparao (Conta de Custo) R$ 2.672,21 D. Mo de Obra Indireta Mistura (Conta de Custo) R$ 3.507,28 D. Mo de Obra Indireta Aromatizao (Conta de Custo) R$ 2.338,18 D. Mo de Obra Indireta Classificao (Conta de Custo) R$ 3.006,24 D. Mo de Obra Indireta Embalamento (Conta de Custo) R$ 3.674,29 D. Mo de Obra Indireta Expedio (Conta de Custo) R$ 2.638,81 D. Mo de Obra Indireta Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 1.837,14 D. Mo de Obra Indireta Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 2.839,22 D. Mo de Obra Indireta Engenharia (Conta de Custo) R$ 1.586,63www.portaldecontabilidade.com.brC. Transferncia - Mo de Obra Indireta (Conta de Custo) R$ 24.100,00 2. Transferncia relativa alocao da Energia Eltrica: D. Energia Eltrica Preparao (Conta de Custo) R$ 354,33 D. Energia Eltrica Mistura (Conta de Custo) R$ 472,44 D. Energia Eltrica Aromatizao (Conta de Custo) R$ 425,20 D. Energia Eltrica Classificao (Conta de Custo) R$ 295,28 D. Energia Eltrica Embalamento (Conta de Custo) R$ 685,05 D. Energia Eltrica Expedio (Conta de Custo) R$ 330,71 D. Energia Eltrica Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 165,36 D. Energia Eltrica Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 212,61 D. Energia Eltrica Engenharia (Conta de Custo) R$ 59,02 C. Transferncia - Energia Eltrica (Conta de Custo) R$ 3.000,00 3. Transferncia relativa alocao dos demais custos gerais: D. Outros Custos Preparao (Conta de Custo) R$ 520,18 D. Outros Custos Mistura (Conta de Custo) R$ 645,74 D. Outros Custos Aromatizao (Conta de Custo) R$ 609,87 D. Outros Custos Classificao (Conta de Custo) R$ 538,12 D. Outros Custos Embalamento (Conta de Custo) R$ 681,61 D. Outros Custos Expedio (Conta de Custo) R$ 412,56 D. Outros Custos Controle de Qualidade (Conta de Custo) R$ 269,06 D. Outros Custos Manuteno e Limpeza (Conta de Custo) R$ 215,23 D. Outros Custos Engenharia (Conta de Custo) R$ 107,63 C. Transferncia - Outros Custos (Conta de Custo) R$ 4.000,00 SISTEMAS DE ACUMULAO DE CUSTOS Sistema de acumulao de custos representa a forma com que os custos so transferidos aos produtos ou servios. Uma vez calculado os custos de cada centro de custo, necessrio transferir tais custos aos produtos ou servios. Ento, basicamente, o esquema de trabalho na apurao dos custos ser: 1. Determinar os custos diretos e contabiliz-los aos respectivos centros. 2. Fazer o rateio dos custos indiretos e transferi-los aos centros de custos. 3. Transferir os custos assim determinados (1 e 2), incluindo os custos de materiais diretos, para os produtos. Esta transferncia ser debitada conta especfica de estoques de produtos em elaborao e creditada na conta de transferncia de custos (no subgrupo das contas de centro de custos). Posteriormente, os produtos que forem concludos sero transferidos para o estoque de produtos acabados.Contabilidade Gerencial 45Exemplo: Transferncia dos custos de acabamento para os produtos em elaborao: D Estoques de Produtos em Elaborao (Ativo Circulante) C Transferncia de Custos Acabamento (Conta de Custos) Na sequncia, os produtos que tiveram sua fabricao concluda, sero transferidos para a conta de estoques de produtos acabados: D Estoques de Produtos Acabados (Ativo Circulante) C - Estoques de Produtos em Elaborao (Ativo Circulante) Finalmente, o custo dos produtos vendidos ser contabilizado como segue: D Custo dos Produtos Vendidos (Conta de Resultado) C - Estoques de Produtos Acabados (Ativo Circulante) Ento, para formar o valor do custo de cada produto, deve-se utilizar um critrio especfico e coerente (regular), de acordo com uma metodologia lgica, racional. Antes de decidir quanto ao sistema ou modalidade de custeio a ser adotada, a empresa dever escolher o seu sistema de acumulao de custos, orientando-se, estritamente, pelo sistema produtivo da empresa. Existem dois sistemas bsicos de produo - o sistema de produo por encomenda e o sistema de produo contnua. SISTEMA DE PRODUO CONTNUA: caracteriza-se pela fabricao em srie de produtos padronizados. SISTEMA DE PRODUO POR ENCOMENDA: caracteriza-se pela fabricao descontnua de produtos no padronizados. Adotar o sistema de acumulao de custos por ordem ou encomenda a indstria cujo sistema produtivo for predominantemente descontnuo, produzindo bens ou servios no padronizados e, geralmente, sob encomenda especfica dos seus clientes. A empresa que produz, em srie, bens ou servios padronizados dever adotar o sistema de acumulao de custos por processo. Ento, de acordo com o sistema de produo, que se definir qual ser o sistema de acumulao de custos: 1. Por processo (para produo contnua) 2. Por ordem de produo (para produo por encomenda). www.portaldecontabilidade.com.brAmbos os processos so perfeitamente viveis e aceitveis contbil e fiscalmente. O importante que um ou outro seja aplicado com base no custo por absoro e pelos custos reais incorridos. SISTEMA DE ACUMULAO POR PROCESSO (OU CONTNUO) Quando a fbrica produz de modo contnuo, em srie ou em massa, a preocupao da Contabilidade de Custos determinar e controlar os custos pelos departamentos, pelos setores, pelas fases de produo (processos) e em seguida dividir esses custos pela quantidade de produtos fabricados no processo, durante certo perodo - custear o processo fabril em determinado perodo. O sistema de custos por processo no se preocupa em contabilizar os custos de itens individuais ou grupos de itens. Ao invs disso, todos os custos so acumulados por fase do processo, por operao ou por departamento (centros de custos) e alocados aos produtos em bases sistemticas. Esses sistemas so usualmente utilizados em entidades que produzem grandes volumes de produtos uniformes em bases contnuas, como, por exemplo: eletrodomsticos, veculos, mveis (padronizados em linha), etc. Em tese, fica fcil para a contabilidade de custos determinar o custo de produo de cada produto, pois bastar dividir todos os custos pelas unidades fsicas produzidas no perodo: Custo unitrio de produo = Custo Total no Perodo : Unidades Produzidas no Perodo. BASE DE INFORMAES Para atribuir-se os custos a diversos produtos, diferentes entre si (com etapas de produo tambm diferentes), deve-se estabelecer um fluxo regular mnimo de informaes da engenharia de fbrica. A contabilidade no inventa custos ou dados, mas, objetivamente, baseia-se em apontamentos, clculos e medies, boa parte advinda do prprio setor produtivo. A principal informao a quantidade fsica de produtos em movimentao (ou servios executados), detalhados em: Quantidade de produtos/servios produzidos, no perodo. Quantidade de produtos/servios que permanecem em processamento, no final do perodo.Outras informaes tcnicas, como a ficha tcnica do produto, unidades processadas por centro de custos, etc. iro compor os dados necessrios para que a contabilidade de custosContabilidade Gerencial 47 possa distribuir os custos de forma adequada entre os produtos fabricados ou em fabricao. CUSTO DO PRODUTO No processo contnuo, normalmente se custeia os diversos produtos, dividindo-se o custo apurado em cada centro de custo pelas unidades de produtos processados naquele centro. Se a engenharia de produo informar, regularmente, o tempo dispendido para execuo do processamento (horas/homem ou horas/mquina) entre os produtos, pode-se utilizar tal parmetro para distribuio dos custos. Em resumo, os passos para se obter o custo dos produtos ou servios ser: 1. Realizar todas as contabilizaes do ms, relativamente aos custos (folha de pagamento, proviso de frias e 13 salrio, encargos sociais, gastos de manuteno, apropriao das contas de luz, gua, clculo das depreciaes, etc.). 2. Fazer a alocao dos custos indiretos aos diversos centros de custo. 3. Distribuir os custos para os produtos ou servios. DISTRIBUIO DOS CENTROS PRODUTIVOS AOS PRODUTOS A frmula para determinar o valor da produo : MP + MOD + GG Onde: MP = Materiais Empregados MOD = Mo de Obra Direta GG = Gastos Gerais Vamos ver como proceder para distribuir cada componente dos custos. MATERIAIS DIRETOS A MP a alocao direta, de acordo com as requisies feitas para os respectivos produtos. Exemplo: Total de requisies de Materiais Diretos para o Produto XYZ: R$ 4.500,00. Contabilizao: D Estoques de Produtos em Elaborao (Ativo Circulante) C Estoques - Materiais (Ativo Circulante) R$ 4.500,00 Obviamente, se pressupe que haja um sistema de requisies na fbrica, indicando-se qual a quantidade e o destino do lote requisitado. www.portaldecontabilidade.com.brA valorizao dos materiais feita pelo sistema de controle (ficha de estoque). MO DE OBRA DIRETA E GASTOS GERAIS A MOD tambm pode ser alocada diretamente, desde que se controle o nmero de horas aplicadas a cada produto. Nem sempre isto praticvel, devido ao custo burocrtico do detalhamento necessrio. Neste caso, soma-se a MOD e os GG para serem distribudos entre os produtos de acordo com um critrio de rateio. Uma base bastante simples fazer a distribuio dos custos pelas unidades de produo que foram processadas nos respectivos centros. Exemplo: Aps a distribuio de custos, os centros de custos apresentaram os seguintes valores de MOD e GG:Centro de Custo Acabamento Montagem Embalamento TOTAL GERAL MOD GG Total 25.000,00 38.000,00 15.000,00 78.000,0010.000,00 15.000,00 15.000,00 23.000,00 7.000,00 8.000,0032.000,00 46.000,00Pelos mapas de produo, obteve-se as seguintes unidades de processamento, por setor:Unidades Processadas: Acabamento Montagem Embalamento Produto A Produto B Produto C 2.500 3.000 2.000 500 400 600 2.000 500 400 Total 5.000 3.900 3.000Ora, se conhecemos o total dos custos, por centro de custo, e sua respectiva produo (em unidades), ficar fcil atribuir a cada produto o seu custo, com base na proporo de processamento de cada produto. Assim, o Produto A, que teve 2.500 unidades processadas no CC Acabamento, receber um custo de MOD de R$ 10.000,00 dividido por 5.000 (total de unidades processadas neste CC) vezes 2.500 = R$ 5.000,00.Contabilidade Gerencial 49 Para o mesmo produto, ser distribudo a ttulo de GG, no mesmo centro de custo: R$ 15.000,00 dividido por 5.000 vezes 2.500 = R$ 7.500,00. Assim se faz, sucessivamente, para cada produto. Ento obteremos a seguinte distribuio de MOD e GG por produto:Produto A Acabamento Montagem Embalamento TOTAL MOD R$ 5.000,00 GG R$ 7.500,00 Total R$ 12.500,00 29.230,77 10.000,00 51.730,7711.538,46 17.692,31 4.666,67 5.333,3321.205,13 30.525,64Produto B Acabamento Montagem Embalamento TOTAL Produto C Acabamento Montagem Embalamento TOTALMOD R$ 1.000,00 1.538,46 1.400,00 3.938,46 MOD R$ 4.000,00 1.923,08 933,33GG R$ 1.500,00 2.358,97 1.600,00 5.458,97 GG R$ 6.000,00 2.948,72 1.066,67Total R$ 2.500,00 3.897,43 3.000,00 9.397,43 Total R$ 10.000,00 4.871,80 2.000,00 16.871,806.856,41 10.015,39DISTRIBUINDO AS DESPESAS ADMINISTRATIVAS E COMERCIAIS No exemplo anterior, chegamos ao estgio de clculo, onde os custos compreendem todos os processos produtivos. Mas, como j exposto anteriormente, o custo gerencial abrange tambm as despesas administrativas e comerciais. Estas ltimas, exclusivamente de carter fixo como parte fixa dos salrios de gerentes de vendas, despesas de manuteno do setor, etc. pois a parte varivel, calculada sobre vendas como comisses no compor o custo de produo, mas sim ser uma varivel na formao do preo de venda. Uma alternativa relativamente simples distribuir tais despesas na proporo direta dos Gastos Gerais de Produo.www.portaldecontabilidade.com.brAssim, considerando uma despesa administrativa e comercial (DAC) de R$ 35.000,00 no perodo, teramos a seguinte proporo entre tais gastos utilizando os nmero do exemplo anterior: Total dos GG: R$ 46.000,00 Total das DAC: R$ 35.000,00 Proporo DAC/GG = 35.000,00 dividido por 46.000,00 = 0,76087 Ento: O Produto A receberia de DAC = R$ 30.525,64 x 0,76087 = R$ 23.226,03 O Produto B receberia de DAC = R$ 5.458,97 x 0,76087 = R$ 4.153,56 O Produto C receberia de DAC = R$ 10.015,39 x 0,76087 = R$ 7.620,41 Nota: segundo as Normas Brasileiras de Contabilidade, tais despesas no podem ser transferidas ao custo. Portanto, a contabilidade precisar preparar relatrio especfico, parte, para demonstrar tais alocaes. ALOCAO DE DESPESAS FINANCEIRAS DO CAPITAL DE GIRO Tradicionalmente, no se incluem as despesas financeiras de manuteno do capital de giro na formao dos custos padres. Entretanto, tais despesas, se relevantes, impactam diretamente na formao do custo. Isto porque, determinados produtos tm um ciclo de produo maior que outros. Mesmo que todos os produtos tenham o mesmo ciclo de produo, haver um custo financeiro, bancado pela empresa produtora. Isto custo, e precisa ser adicionado aos demais itens j mensurados, para formao do custo-padro. O mais prtico alocar tais custos, com base na taxa de juros, proporcionalmente ao ciclo de produo de cada produto e seu respectivo montante de custos. Mas no apropriado alocar todas as despesas financeiras sobre o produto, j que tais despesas tm 2 origens distintas: 1. as despesas para financiamento da manuteno de estoques, durante o ciclo de produo, e 2. os custos financeiros para financiamento da venda, conforme prazo combinado com o cliente. As despesas do tipo 2 (financiamento da venda) devem ser includas no no produto, mas na formao do preo de venda. Exemplo: Taxa de custo de capital de giro: 2,5% ao ms.Contabilidade Gerencial 51 Prazo de Venda: 45 dias. Taxa de despesa financeira sobre o preo de venda: 1,025 ^ (45/30) = 3,77%. Entretanto, as despesas para financiamento da manuteno de estoques (despesas do tipo 1 citadas anteriormente), precisam ser atribudas aos produtos, e no ao preo de venda, porque esto relacionadas com o ciclo de produo, e no com a venda em si. A mensurao de tais desp