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I A N N O DOMINGO, 3 DE NOVEMBRO DE 1901
SEM AN A R IO N O T IC IO S O , L IT T E R A R IO E A G R ÍC O L A
A ssign atu raAnno, rSooo reis; semestre. 5tió réis. Pagamento adeantado. Na cobrança pelo correio, accresce o premio to vale.Avulso, no dia da publicação, 20 réis.
EDITOR— José Augusto Saloiofi RUA DE JOSE MARIA DOS SANTOS
A L U K G A L L K G A
q P u b lica çõ esH Annuncios— 1.“ publicação. 40 réis a linha, nas seguintes,
20 réis. Annuncros na 4.' pagina, contracto espacial. Os auto- ;; grapbos não se restituem quer sejam ou não publicad.os.
PROPRIETÁRIO— José Augusto Saloio
EXPEDIENTE
A cceitam -se com g r a tidão q u aesq u er n o tic ia s «|iie sejam de in te r e sse p u b lico .
Ainda bem que assim foi; ainda bem que em Portugal a justiça e a lei puderam conciliar-se com os sentimentos do coração.
A infeliz Joaquina Rosa da Silva, que, Como em tempos noticiámos, pretendeu matar-se, querendo dar tambem aos filhos, umas pobres creanças, o eterno descanço, respondeu por esse supposto Crime no tribunal da Boa Hora e foi absolvida. Bem haja o juiz, bem hajam os jurados que deram assim uma! prova frisante-.de que ainda ha corações bellos e generosos neste paiz.
O crime de que accusa- vam essa mulher era de querer matar os filhos. Crime? Pois se ella vivia uma vida de miséria, pois se as creancas não tinham pão, pois se a mãe via morrer lenta, fatalmente, os filhos do seu amor! Se houve crime, commetteu-o a sociedade, essa sociedade egoista e venal que cumprimenta respeitosamente os que passam altivos e desdenhosos, envoltos no luxo e nas riquezas, e re- pelle sem dó as victimasda miséria que lhe pedem soc- corro e amparo, porque são creaturas humanas, porque vivem debaixo do mesmo sol, porque teem direito á sua parcella das regalias do mundo!
Essa mãe foi uma heroina. Quem é capaz ahi de lhe atirar a primeira pedra? Quem insultasse aquella dòr, aquelle enorme infortúnio, seria o ultimo dos vis, o ultimo dos cobardes!
A sentença absolutória foi o acto mais digno que um tribunal pode praticar. E o juiz, o sr. dr. Pina Cal- lado, iniciando uma quête em favor da infeliz mãè, merece os nossos elogios, merece os mais altos "lou
vores pela bondade do seu coração, pela integridade do seu caracter.
Lá estavam as creanças junto delia. Não lhes causava horror ; não era a mãe desnaturada que quer ser a assassina dos filhos; para elles era a mãe desvelada e carinhosa, que os tratava sempre com amor, que abrigava no seu seio as avesinhas implumes para as resguardar das tempestades do mundo. A lei con- demnava-a no seu rigor e crueldade; elles absolviam- na no seu affecto filial. Ha quadro mais bello, mais edificante, mais commove- dor?
Mas o auxilio que as almas generosas proporcionaram a essa infeliz não deve ficar por aqui. Aju- de-a a caridade oíficial, garanta, por meio de trabalho honrado, os meios de subsistência para ella e para os filhos, arranque do hediondo abysmo dã miséria esses desventurados para quem a sorte foi madrasta, e terá praticado uma boa accão.»
Joaquim dos A njos
1/ DE NOVEMBRO
Este dia ficou lugubremente assignalado na historia portugueza.
Com effeito, foi no diai.° de Novembro de i j 55, que um terrivel tremor de terra arrazou quasi completamente a cidade de Lisboa, passando de cinco mil o numero das victimas que causou.
Cabe aqui a descripção dessacátastrophé feitapór José Moreira de Mendonça:>• ' *
« Tinha a solemnidadé do dia (festa de' Todos os Santos) áquella hora conduzido para as egrejas muita gente que devotamente procurava cumprir com o preceito ecclesiastico, ou alcançar o jubileu dáquelle dia.
Outras muitas pessoas transitavam pelas ruas, ou a buscar os templos para o mesmo effeito, ou a expedir os seus negócios.
A maior parte dos habi
tantes desta grande,cidade estavam cm casa, e alguns inda nas camas. Sentindo o terramoto, tudo foi horror, tudo desordem, confusão tudo!
«Uns esmoreciam nas casas, sem se poderem suster nos pés, nem atinarem com as portas; outros fugindo para as ruas achavam nellas a mortè, nas ruinas das paredes. Das praças se retiraram alguns para as egrejas, ao tempo que muitos sahiam delias para evitar os perigos im- minentes que já começavam.
« Muitos, arruinados os ediíicios que habitavam, jaziam mortos debaixo das pedras delles; alguns chamavam soccorro meio sepultados nas ruinas.
« Os maiores - templos, rotas as abobadas e desfeitas, as paredes, , cah iam sobre grande numero de pessoas que dentro d-élles llú- ctuavam pedindo a Deus misericórdia.» ■
Este tremor de terra, sentiu-se no mesmo dia nas Antilhas, no Canadá, nas Ilhas Brítannicas, nas costas da Suecia, nos Alpes, 11a Italia e na Africa.
Como acima dissemos, Lisboa ficou quasi toda ar- razada.
Foi então que o vulto gigante do Marquez de Pombal se evidenciou, construindo sobre as ruinas fumegantes; da Lisboa antiga,-a cidade moderna que hoje admiramos.
QUERELtA ?
O proprietário deste jòrnal, o nosso bom amigo o sr. José Augusto 'Saloio, recebeu uma carta assigna- da, (mas não escripta pelo proprio, porque infelizmente só o seu nome sabe fazer e ainda assim mal) do sr. Severo da Silva Firmi- no, regedor da freguezia de S. Jorge, de Sarilhos Grandes, na qual o ameaça de querellar d’0 Domingo por ter transcripto do nosso collega A Vanguarda, de 21 do mez passado, uma local, em que o mesmo sr. regedor é attingido.
E mais nos diz tambem por termos dado .outra noticia em seguida.
Ora realmente é caricato que o sr. regedor de Sarilhos Grandes venha ameaçar particularmente o nosso amigo e mandar por uns ■biltres quaesquer, que se di\e/n correspondentes dos jornaes A Vanguarda e a F o lia da Tarde, ameaçal-o publicamente.
Não teriamos o trabalho de responder a um e a outros, se não tivessemos o sagrado dever de demonstrar aos nossos amigos a pura verdade.
Acceitamos de braços abertos a deliciosa quer ella!
Então por se transcrever e fazerem-se asseveragões»verdadeiras, é motivo para que este semanario seja querei ladot
Se não fosse a imprensa, a sublime e nobre imprensa,: aquella que é a verdadeira deffensora dos op- primidos,. viveríamos em uma completa anarchia, deixando-nos calcar por imbecis e repellentes indivíduos, que julgando-se po- tentosos e absolutos, julgam metter medo com a ameaça da quer ella.
Muito pode a ignoran- cia!
Julgavam que o jornal 0 Domingo, se dobrava; pelo contrario, repelle altivamente todas as ameaças e insinuações que lhe são dirigidas e no campo «ia legal idade saber-se-ha sempre desatfrontar.
FALSA AM1SADE
A maior parte. dosh©>- mens não teem outro o&je- cto nas suas amizades senão o interesse; ou,: só, mostram a appareacsa de amigos emquanta dfãhi não resulta algum prejuízo aos seus interesses!'
Por outra parte todos crêem que os amigos devem fazer-lhes qmnto, elles lhes pedirem, sern se importarem se é rasoaveJ ow não, conveniente ou: inconveniente, justo ©m injusto o que pedem.
Daqui nasce a falsa amizade 5 porque, o, egoiemo
suffoca todas as considerações.
O toque da verdadeira amizade está errt respeitar a conveniencia, a razão, e a honra do amigo, e relativamente, com mais cuidado que com a própria, pois que ainda assim a sabemos tambem manter e conservar.
Ha bem poucos dias recebemos uma correspon- dencià, d’uma freguezia que faz parte do nosso concelho, em que o ludibrio e as diatribes que a mesma correspondencia encerrava eram de tal ordem, que apenas aproveitámos del- la um pequeno resumo. E diz-nos o tal correspondente :
« De que me serve in- commodar, em beneficio de vocês, colhendo boas noticias, se as não publicam?
Resposta nossa:E de que nos serve a nós
a sua correspondencia, se nos pode comprometter ?»
Se déssemos publicidade á enumera serie de correspondências que estamos a receber constantemente, seria pôr milhares dê pessoas ffiuma guerra atroz; sem atrazar-lhes os nego- cio&;seria lançal-os á mise- iria â ignominia, á morte.
HssO) não. Não é, nem se- raí aaanca o, nosso modo de pensar..
O fina a qjue. nos propo- zemos ê sempre fazer luz sobre a yesrvfedfev. e dfaqui não bos aífastamos,. dSrott, a. cjuena dber.
El e para esse fim qpe in~ cetáinos a publicado.dféste .jjwiaaJv co® ©» fi», humanitário” de,, não se consentir pcepotencias,. sejíim de. caiem fòr.* N.ês, felizmente,. m o te-
jjaos represalias com, pessoa alguma,, motivo por óque- falíamos bem claro*
O que nós desejamos,, e o que todas as pessoas de bem tambem desejam, é a moralidade e sobre tudo* jjtisttça recta e fim e.
Karlflfcos P e q u en o sComeçaram, hontem, 2>
as grandes festas, n esta localidade,.em honisi de Nos.-
O DOMINGO
sa Senhora da Graca, pro-llo que o felicitamos easuamovida pela clásse dos pescadores.
Hoje ha missa a grande instrumental, sermão e de tarde procissão, arraial, kermesse, músicas, etc.
Amanhã continuação do arraial, musicas, etc.
Estas festas costumam ser concorridissimas pelos diversos povos circumvisi- nhos, pois álém do gôso das festas, ha muitas barracas Com comidas e especialmente o restaurant da bem conhecida Sophia Esbelta Preta, da Trafaria, eximia cosinheira, e onde se reune a melhor sociedade.
SARILHOS GRANDES
No dia 23 do mez passado, morreu um boi, com febres, pertencente ao nos so amigo e assignante, o sr. João de Paiva Carro- meu Sobrinho, de Sarilhos Grandes, que o mandou es- follar e em seguida enterrar na sua quinta.
Ora dá-se o caso que constóu na Moita, que elle tinha vendido para o talho Uma perna, do referido boi, dando isto occasião a um certo alarme na população.
Podemos asseverar ao honrado povo da villa da Moita, que é completamente destituido tal facto, pois o boi existe todo inteiro na quinta do nosso amigo.
92stt«danic d is t in c to
i.° e 2?Fez exame de allemão,
anno, no Lyceu de Lisboa, e de chimica orga- nica e analyse chimica na Escola Polytechnica o sr. Guilhermino Emygdio Pires, filho do nosso amigo e assignante, o sr. Emygdio Pires e sobrinho do digno director da Escola Municipal Secundaria, d esta villa, o exm.° sr. Manuel Neves Nunes d'Almeida.
O distincto estudante ainda este anno se matricula na Escola Medica, pe-
familia.
C on sorc io
Teve occasião no domingo passado, de manhã, a união conjugal do nosso estimável amigo José Francisco Marques com a ex.n,a sr." D. Sophia Ferreira Pinto Bastos.
Foram testemunhas dos nubentes os sr.‘ Alberto Ferreira Pinto Bastos, irmão da noiva e Joaquim José Marques Contramestre, pae do noivo.
A noiva, filha do sr. Pinto Bastos, ex-recebedor das decimas, é uma exccllente menina, dotada de todas as qualidades que podem fazer a felicidade do lar domestico, e possuidora de uma esmerada educação; o noivo, digno e intelligente professor de desenho da escola Industrial de Faro, é realmente merecedor da consorte que escolheu.
Aos noivos enviamos as nossas sinceras felicitações.
R O S I N D A
P r o c is sã o
Effectuou-se no dia i com a costumada solemnidade dos annos anteriores, a procissão ao Senhor da Misericórdia. Foi em grande quantidade o povo que dos logares limitrophes affluiu a esta procissão. O Senhor sahiu á uma hora da tarde da egreja da Misericórdia, em procissão, até ao convento, sahindo deste para a Misericórdia.
Fechava o cortejo a phy- Iharmonica i.° de Dezembro, que durante o percurso executou duas excelleri- tes marchas.
O F ortu n a
A pedido de alguns so- cios do «Novo Cíub» dá aqui, neste club, hoje a ultima sessão de prestidigitação.
O eminente artista espera uma casa á cunha de que realmente é digno.
Vêr para admirar!
Quem passeava de tarde na Avenida Via-a sempre — um prodigio de belle\a\Muito elegante, airosa, bem vestida,A graça e distincção duma princesa.
As senhoras da alia sociedade Tinham desprego immenso da Rosinda.Uma mulher sem pejo... com vaidade...Uma mundana emfim... mas era linda.
Os homens cortejavam-ría com medo;Tinha na rua um porte senhoril.Diriam uns aos outros, em segredo:« E ’ pena ser assim... E ' tão gentil/»
A Rosinda. porém, não queria amores,Queria as bellas victorias deslumbrantes; Banqueiros e da Bolsa jogadores Eram sempre escolhidos seus amantes.
Mas um dia, a final. . querem saber? Peneira-lhe tio peito o deus Cupido.O coração começa-lhe a bater P o r um palhaço alegre e divertido.
Elle lambem... viu-a e amowa.Como tinha a escriptura concluida,Já estão os dois bem longe de Lisboa, Ninguém a vê de tarde na Avenida.
J o a q u im d o s A n jo s
do da estação telegrapho- postal.
★
Aos nossos bons amigos desejamos um prompto restabelecimento.
PENSAMENTOSA mulher que se riu uma ve% do marido não póde
mais amal-o.— Balzac.— Ha duas especies de pudor: o que nasce da igno-
rancia e o que nasce da dignidade: o pudor da menina e o pudor da mulher.— Guerra Junqueiro.
R o u b o e arrom bam en to
No dia i do corrente, pelas duas horas da madrugada no sitio da Hortinha proximo de Sarilhos Grandes, propriedade de João Soares Véspeira, deu-se um roubo em que os ladrões por meio de arrombamento se introduziram na casa do referido Vespeira, levando nesta occasião uma mala grande em forma de bahu para um pinhal que alli ha proximo. Nesta mala estavam um cordão de ouro, um par de brincos de ouro, um annel de ouro, a quantia de i:20o$ooo réis e algum dinheiro em cobre.
A mala foi encontrada arrombada no dito pinhal, não tendo dentro coisa alguma.
A auctoridade procede a
diligencias afim de vêr se se descobre o auctorouau- ctores do roubo.
E n fe r m o s
Continua incommodado de saude o sr. Francisco da Silva.
Acha-se um pouco melhor dos seus soffrimentos o nosso estimável amigo Manuel Ferreira Giraldes.
Este nosso bom amigo parte hoje ou ámanhã para Bellas, a vêr se em mais curto periodo, e devido á mudança dares se se res* tabelece.
Está semi-restabelecido o sr. José Viegas Ventura, habil e honrado emprega-
Parte para o Porto, no proximo domingo, o nosso bom amigo Antonio Santos Fernandes, habil e intelligente 2.0 tenente da armada.
Boa viagem.
Recolheu ao regimento a que pertence (infanteria 11, Setúbal) o nosso estimável amigo José dos Santos Oliveira, intelligente alferes deste regimento.
Que seja muito feliz
.tn n iv e r sa r io s
Completou hontem mais um anniversario natalicio o sr. Antonio Victorino Rodrigues.
Tambem completou an- te-hontem o 3 i.° anniversario natalicio a sr.a D. Maria Luiza d’ Oliveira, estremecida esposa do nosso amigo José Sampaio ^ O liveira.
Os nossos parabéns.
R E C E IT A S l l T E I SL eite de ro sa s
Potassa fina . . . . ioo g.Agua de rosas . . ioo »Aguardente pura 5o »Summo de limão 5o »
Deita-se tudo em um litro de agua e guarda-se.
Na agua em que as nossas leitoras se lavam deitem uma ou duas colheres desta composição que muito embranquece e amacia a pelle.
T in ta in d e s tr u c t iv e l para m arcar roupa.
Façam uma dissolução de quatro grammas de nitrato de prata cristallisado (pedra infernal), em io grammas de agua quente, accrescentem-se dois grs.
16 FOLHETIM
Traducção de J. DOS ANJOS
A ULTIMA CRUZADAXV
E ria bruscamente, com um riso acre de bruxa que lhe mostrava a bôca desdentada, ao pensar nas caretas, na colera, no desapontamento dos dois quando o tábellião lesse o testamento da defunta princeza de Champaubert.
XVI
• As predições phantasticas de Ar-
thur Krúbsteift começavam a reali- sar-se.
O Credito Continental, sustentado pela imprensa, fora como um grande navio de relas cheias ao vento. E do minados pelo contagio geral, os pro- prios que combatiam o clericalismo e as idéas monarchicas aventuravam- se, indo a reboque do navio trium- phante. Era a febre do ouro.
O relatorio que o director do C redito Continental !eu, no mez de julho. ao conselho de admin;straçáo, accusava um lucro de 9 milhões e 155,6oo francos.
X VII
No «boulevard» dos italianos, cn- costado ao palacio construído outr’ò- ra por Phi lippot para ahi estabelecer o Banco dos Dois Mundos, eiernva-se
um edificio enorme. Nas pare les, entre os annuncios de jornaes novos ou de machinas de costuras, o gran de- carta' amaretlo do Credito Continental impunha-se a todos os olhares.
O edificio mudara já de proprietário por duas vezes. O audacioso Philippot. embriagado com o rápido suc- cesso das suas emprezas, em breve se desgostou do palacio e achou-o muito pequeno para um financeiro da sua envergadura. Queria deital-o a baixo a pouco e pouco c construir um palacio do tamanho da Bolsa. Comprou então um bocado de terreno a oito centos francos o metro e mandou deitar a baixo os prédios. Os trabalhos começaram, mas a quebra
o Banco dos Dois Mundos náo lhe deu tempo .1 acabar a sua obra e rea- lisar os seus projectos. De pppareccu de repente, como se o tivessem en
terrado nos alicerces do seu palacio, A< cubado pelas pessoas a quem arruinara, temendo que o perseguissem, muito cobarde para se suicidar, retu- giára-se no convento da Cartuxa, como n'um asylo impenetrável, e tomara o habito.
Os irmãos Stephènson, que davam impulso novo e triplicavam o capital do Banco das Communas, aproveitaram a liquidação de Phillippot para ficarem com o pal.xio. Os trabalhos con inuaram. Depois, como as acções do Banco das Communas não rendiam nada. Kriibsteln, tomou conta da casa, apesar da fama de azar que tinha àquelle edificio nefasto, edificado sempre sobre planos novos e que náo conseguia nunca ser acabado. A taboleta dourada do Credito Continen ; 1 substituiu na frontaria da porta a do Banco das Conímun as. E
os trabalhos contnuaram febrilmente, impellidos por KrObstein, que tinha uma impaciência enorme por inaugurar, com uma festa deslumbrante, o pal cio luxuoso do Credito Continental.
X V III
Foi uma solemnidade perfeitamente approvada pelos jornaes catholi- cos. o baptismo de Arthur Krúbs- te:n.
A cerimonia realisou-se, por um favor especial, na capella do arcebispado. O padrinho era 0 conde de Saint-Jacques.
Ao meio dia menos um quarto 0 neophyto e a s-’a com tiva chegaram pela rua d? Bellechasse. Formou-se logo um grupo de curiosos.
(Continua).
O DOMINGO 3
de gomma arabica em pó e marque-se a roupa com es,ta. tinta. A marca é apenas visivel, mas torna-se de um preto carregado deitando-lhe por cima algumas gôttas da seguinte dissolução.
Carbonato de soda ioo g. Agua...................... io »
SECCÍO LIIIf.lt.Ulli
A VIDA N’ALDEIAII
R e a lism o e p o es ia
íContinuaçiío)
— Antão, cá vai á saude do nosso doitor, dos presentes e ausentes e da bella sociedade, para que vivam por muitos annos e bons e eu que veja... Oh tio Mathias! Você tem cá uma pinga destalo... D’isto nan se encontra por ahi ao Deus dará...
Já o leitor percebeu que esta excentrica saude, tinha sido levantada pelo regedor que naquelle banquete intimo dava a nota official e comica, como/y*/- mêra oturidade da terra, segundo elle modestamente confessava.
O bom do prior tambem quer mostrar os seus dotes oratorios e enthusiasmado pelo bello torreano que apreciava deveras, exclama, empunhando um copo do dito:
— Minhas senhoras e meus senhores! Na minha já longa carreira, poucos dias hei contado em que o meu coração se encontre repleto de alegria como no de hoje! Ao ver aquelle joven que triumphante- mente venceu os escolhos que geralmente se erguem nas arduas carreiras idênticas á que o novel doutor escolheu, não posso deixar de patentear publicamente qual a minha admiração e sympathia por quem tão honrosamente as soube conquistar! Por isso em nome do Padre, do Filho e do Espirito Santo, bebo ás prosperidades do doutor Augusto e ás venturas da familia Rebollão!
— Este nosso priôr, dizia baixinho a D. Estephania para o sr Joãosinho, é um orador distincto! Como el- te sabe dirigir-se ao cora- çao de quem o ouve, fascinando ao mesmo tempo, com a palavra persuasiva e suave, como um limpido arroio atra vez um prado!
Escusado será dizer que estas phrases, tinha-as D. Estephania de cór, ha uns bons trinta annos, de uma
comedia, em que ella entrou como ingénua.
O doutor Augusto num bello improviso agradeceu penhorado, as amaveis palavras que lhe dirigiam, proclamando ao mesmo tempo que se não esquecia de que aquillo que hoje era, devia-o principalmente aos cuidados de seus tios, terminando por brindar por elles e pela prima Esther.
Acabado o jantar, foram para a sala onde a D. Estephania pediu á filha que tocasse qualquer cousa a fim de entreter tão selecta sociedade.
D. Mariquinhas assim fez, cantando o Noivado do Sepulchro, numero primeiro e ultimo do seu vasto reportorio.
Entretanto o sr. Joãosinho esforçava-se por convencer o regedor de que era a terra que girava em volta do sol e não este em torno d’aquella.
— Isso são idéas do diabo, dizia o regedor muito indignado, isso nan pode ser! Oh seu João, você está a mangar commigo! Se esta mánica se movesse, a gente havera de sentir me- cher!
( Continua )
AGRICULTURA
A s estru m a çõ cs
As vinhas, hoje, pára se colherem bastos productos, devem ser bem estrumadas, em quantidade e em qualidade.
Para se fazer uma estru- mação conveniente, isto é boa e economica, deve-se conhecer a riqueza do solo. Mas quem não tiver a ana- lyse das suas terras, deve lembrar-se que a quantidade das uvas acompanha a riqueza do solo em azote, em acido phosphorico e em potassa: 5o a 90 kilogram- mas de azote por anno e por hectare, 20 a 5o kilo- grammas de acido phosphorico e 5o a 100 kilo- grammas de potassa, dão sempre uma producção abundante.
Estes números podem guiar os proprietários nas suas adubações. Além disso os adubos de curral, onde os houver, e a cal, são exellentes adjuvantes para o augmento da producção.
As vinhas das encosas precisam de humos; é, pois, preciso adubos orgânicos e estrumes verdes, para que os adubos chimicos encontrem meios convenientes para desenvolver os seus beneficos eíTeitos.
Por se não attender a esta circumstancia temos visto plantações em encos
tas que não compensam a despeza que se fez com o adubo chimico; e as expe- riencias mostram que estes adubos puxam mais a producção do que os estrumes.
O nitrato de sodio tem sido ultimamente usado nas vinhas com exellente resultado.
Attendam os proprietários a este elemento, porque, empregando-o, ob- teem bons resultados.
A ccn sa in os as seg u in tes a sslg n a tu ra s receb idas
Dos exm.os srs.:Francisco Jusiiniano Mar
ques, um semestre, 5oo réis.
(Continua).
A sslgn atu ras de foraJosé Pereira de Moura,
um anno, 1000 réis.Augusto da Silva, um
anno, 1000 réis.Fernando Cardeira, um
semestre, 5oo réis.Martinho Ferreira, um
anno, 1000 réis.João Pereira, um semes
tre, 5oo réis.Manuel Maria Mendes,
um anno, 1000 réis.José Eduardo Graça,
um semestre, 5oo réis.Affonso da Costa, um
anno, 1000 réis.José d’Azevedo, um se
mestre, 5oo réis.Henrique Augusto da
Silva, um anno, 1000 réis.D. Georgina Marques,
um anno, 1000 réis.José Antonio Ribeiro,
um anno, 1000 réis.D. Julia P. da Silva, um
anno, 1000 réis.
Elisa Fernandes, Nuno Fernandes e seus irmãos, veem por este meio manifestar o seu profundo reconhecimento para com todas as pessoas que lhes enviaram os seus pezames pela occasião do falleci- mento de seu querido e muito chorado irmão Daniel Augusto Fernandes, e aos que o acompanharam á sua ultima morada.
Egualmente não podem deixar de se julgarem pe- nhoradissimos para com os exm.°* srs. drs. Manuel Fernandes da Costa Moura, Maniul da Cruz Junior e Cesar Fernandes Ventura, que foram incansaveis empregando todos os esforços possiveis alim de lhe recup.rar a saude.
A todos se confessam eternamente reconhecidos.
A N N U N C I O S
A N N U N C I O(* .a P u b licação)
Comarca d'Aldegallega doRibatejo.
Pelo Juizo de Direito de esta comarca, no inventario por obito de Manuel Fernandes Baleira, em que é cabeça de casal Antonio Fernandes Baleira, ha de ser posta em praça á porta do Tribunal deste juizo no dia 3 de Novembro proximo, pelo meio dia, e arrematado a quem maior lanço offerecer sobre a avaliação, uma fazenda sita no Pinhal do Gancho, limites da freguezia de S. Jorge de Sarilhos Grandes, composta de terra de semeadura, vinha e pinhal, foreira a D. Germana Elisa Carvalho da Silva, de Lisboa, em 815270 réis com laudemio de vintena, avaliada em i:362$8oo réis. Pelo presente são citados quaes- quer credores incertos para assistirem á referida praça.
Aldegallega do Ribatejo, 10 de Outubro de 1901.
Verifiquei a exactidSô.
O JUIZ DE D IR EIT O
N. Souto.
O ESCRIVÃO
José Maria de Mendonça
Ha para vender collec- ções de jornaes, taes como: Seculo, Pimpão, Parodia, Supplemento ao Seculo, e outros; assim como livros antigos de diversos idiomas.
N esta redacção se trata
CÃOVende-se um, de iom e-
zes, raça pudengo-galgo, ainda não ensinado.
Nesta redaccão se diz.
R A P A R IG A
Precisa-se duma rapariga de 1 o ou 12 annos, para trabalhar aos dias.
Nesta redacção se trata.
M A P P A S D E P O R T U G A L
Ha para vender mappas de Portugal, não coloridos, ao preço de 60 réis cada um.
Nesta redacção se diz quem os vende.
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J U S T I N O S I M Õ E SR U A D A F A B R IC A - -Aldegallega
Especialidade em chá. caie, tissucnr. manteigasnacionaes e estrangeiras, massas; dòces, semeas, arroz, legumes, azeite, ] etroleo. sabão de tod;>s. as qualidades; artigos oe fanqueiro e retrozeiro, louças, carne de porco, taba cos, etc., etc.
O proprietário d’csta casa vende tudo por preços convidativos, e além d'isso todo o freguez tem direito a uma senha quando compre a importan- cia de 200 réis para cima, e quando juntar 5o senhas terá direito a um brinde bonito e valioso.
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DE
CORREEIRO E SELLEIRO 18, RUA DO FORNO, 18
YPiliilíAHIlA MODERNADE
JOSE’ AUGUSTO SALOIOEncarrega-se de todos os
trabalhos typographicos.R. DE JOSÉ MARIA DOS SANTOS
COMPANHIA FABRIL SIMGERP o r 5 00 réis semanaes se adquirem as cele
bres machinas SINGER para coser.Pedidos a AURÉLIO JO ÃO DA CRUZ, cobradoi
da casa \ l»( o r it A c .a e concessionário em Portugal para a venda das ditas machinas.
Envia catalogos a quem os desejar, 70, rua do Ralo 70 — Alcochete.
MERCEARIA ALDEGALLENSEDE
José Antonio Nunes
A N T I G A M E R C E A R I A 1) 0 P O V Od i-;
D O M I N G O S A N T O N I O S A L O I OX ‘c s t e c s t a b e i e s i f l i c i B l o e a e o » í p a - ' S c á v e a d a p e l o s p r e ç o s m a i s e o n v l «
í1 s \ t? v o s . c ibis v a r l a á o s o r t í s i s e r f © , ale g e i t e r o s p r o p r i o s d o s e c ! r a m o d e «*om- i n e r e i o . o f f e r e e c u d o p o i* i s s o a s m a i o r e s ' g a r a n t i a s a o s s e u s e s t i m á v e i s f r e - g c i e z e s e a o r e s p e i t á v e l p s t M i e a :
R U A * D O C A B S — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
ÂO POVOA L D E G A L L E G A D O RIBATEJO.
Grande estabelecimento de fazendas por preços limitadíssimos, pois que vende Iodos os seus artigos pelos preços das principaes casas de Lisboa, e alguns
AINDA MAIS BARATOSGrande collecção dartigos de Retroseiro.Bom sortimento dartigos de F A N Q U E IR O .
Selins pretos e de cor para fórros de fatos para homem, assim como todos os aceessorios para os mesmos.
Esta casa abriu uma S E C C Â O E S P E C I A L Ll líC muito ulil é aos habitantesdesta villa, e que éa C0 M P 8 Â EM L IS B O A t°aos e quaesquer artigos ainda mesmo os que não são do seu ramo de negocio; garantindo o \êlo na escolha, e 0 preço porque vendem a retalho as primeiras casas da capilal.
B O A C0 L L E G Ç Ã 0 de meias pretas para senhora e piuguinhas para crean- cas de todas" as edades.
A CO R PRETA D’ESTE ARTIG O E GARANTIDA A dim a d esta ca sa i G A N H A R P O U C O P A R A V E N D E R MUITO.
J O Ã O R m o & N U N E S DE C A R V A L H O8 8 , R . D I R E I T A , 9 0 - 2 , R . DO C O N D E , 2
Ri)k'òRé1
N ’esle estabelecimento encontra-se d venda pelos preços mais convidativos, um variado e amplo sortimento de generos proprios do seu ramo de commercio, podendo por isso offerecer as maiores garantias aos seus estimáveis fregueses e ao respeitável publico em geral.
Visite pois o publico esta casa.
1 9 -L A R G O JDJK. E G R E J A -1 9 -AA ldegallega do lfiil>atejo
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VINHOS, VINAGRES E AGUARDENTESE FABRICA DE LICORES
mIINDE DIPOSIÍi DA Ai.'IIEliIIADA FABRICA BEJANSEN & C." — LISBOA
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CERVEJAS, GAZOZAS, P I R O L I T O SVENDIDOS FELO PRECO DA FABRICA
— ■ L O C A S & C . ' —L A R G O D A C A L D E IR A — ALDEGALLEGA DO RIBATEJO
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» » » » » 2.a, »» branco » .» i.a »» verde, tin to .. . . » »» abafado, branco » »» de Collares, tinto » garrafa » Carcavellos bv.;cu » »» de Falmella . . . -> »» do Porto, superior »» da Madeira......... »
V i a s a g r e sVinagre t nto de t.«. lit ro ............
>) » » 2.a, . . . . . . .» branco » i . a, » ...........» » » 2,a, » . . . . . . .
l a i e o r e sLicor de girija de t'.a, litro..........
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200 » 180 » 180 »> 180 » 180 >j
j A gu ard en tes| Alcool 40o......................... 1‘tro| Aguardente de prova 3o“ . »J » ginja.............. »| » de bagaço 20o » i . a
1) » )) 20° » 2.a» » » i8«.»» » figo 20°. »» » Evóra 18 \ »
Canina ISranea| Parati................................. litroK Cabo V e rd e ..................... »
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8 Genebra........................ »
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700 rs. 600 »
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Com a garrafa mais 60 réis.
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I Cerveja de Março, duzia........ 480 rs.I » Pilcener, » ........ 720 »| » da pipa. meio barril . 7.Í0 »B Gazozas, d u zia......................... 420 »'í Pirolitos, caixa, 24 garrafas... 36.) »
Capilé. litro 8 8 0 réis. eoin garrafa 3 4 0 ré isE M A IS B E B ID A S D E D IF F E R E N T E S Q U A L ID A D E S
PARA REVENDERV E N D A S A D I N H E I R O
PEDIDOS A L U C A S & C.A - ALDEGALLEGA