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1 Dinâmica da Matéria Orgânica em Solos sob Floresta Dinâmica da Matéria Orgânica em Solos sob Floresta Primaria Primaria e Clareiras Reflorestadas com diferentes idades e Clareiras Reflorestadas com diferentes idades na base Petrolífera na Região de Urucu (AM) na base Petrolífera na Região de Urucu (AM) INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA -INPA INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA -INPA Bolsista: Gina Janet Vargas Pinedo Bolsista: Gina Janet Vargas Pinedo Orientador: Dr. Newton Paulo de Souza Falcão Orientador: Dr. Newton Paulo de Souza Falcão FONTES FINANCIADORAS

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Dinâmica da Matéria Orgânica em Solos sob Floresta Primaria Dinâmica da Matéria Orgânica em Solos sob Floresta Primaria e Clareiras Reflorestadas com diferentes idadese Clareiras Reflorestadas com diferentes idades

na base Petrolífera na Região de Urucu (AM)na base Petrolífera na Região de Urucu (AM)

INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA -INPAINSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA -INPA

Bolsista: Gina Janet Vargas PinedoBolsista: Gina Janet Vargas Pinedo

Orientador: Dr. Newton Paulo de Souza FalcãoOrientador: Dr. Newton Paulo de Souza Falcão

FONTES FINANCIADORAS

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INTRODUÇÃODesmatamento da floresta

Reflorestamento com sp. nativas da região

Utilizando vários modelos considerando

-o tipo de sp.;

-grupos ecológicos;

-procurando a forma de associa-los no plantio.

Porém, precisa - se estudar a quantidade e qualidade da MO do solo, para garantir a recuperação mais semelhante com a floresta nativa

(Moreira & Costa, 2004)

(Fonte: BOGPM, 2004)

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INTRODUÇÃO

Solos pobres em nutrientes minerais

Tornando sua manutenção, dependente dos ciclos biogeoquímicos.

Os nutrientes no processo de ciclagem passam do meio biótico para o abiótico e vice-versa

Floresta Amazônica

Estabelecida

(Moreira & Malavolta, 2002; Geraldes et al., 1995)

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INTRODUÇÃOO ciclo é quebrado, alterando a qualidade e quantidade da MatériaOrgânica do Solo (MOS).

Consequentemente há da atividadeda biomassa microbiana;

principal responsável pela ciclagemde nutrientes; e

pelo fluxo de energia dentro do solo

Equilíbrio

dinâmicoRemoção da

Floresta

(Poggiani & Schumacher, 2004; Malavolta, 1987; Dalal, 1998)

na capacidade de regenerar a floresta;

Na introdução de outras plantas

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INTRODUÇÃO

Manutenção da qualidade do solo e

Devido a sua complexidade e diversidade estrutural e às;

Interações com a matriz do solo;

Não é um componente simples ehomogêneo

Considerando MOS Componente

fundamental

(Carter, 2001)

Entendida como heterogêneo conjunto de materiais orgânicos Entendida como heterogêneo conjunto de materiais orgânicos diferindo em composição e função no ambientediferindo em composição e função no ambiente

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INTRODUÇÃO

Existem diversos tipos de estudos Existem diversos tipos de estudos visando reduzir essa visando reduzir essa

heterogeneidade, procurando heterogeneidade, procurando separar frações homogêneasseparar frações homogêneas

Menos destrutivo e mais relacionado com a;

função e estrutura da MOS “In situ” do que os métodos químicos•A MO tem uma crescente demanda de

pesquisa nas avaliações econômicas e

ambientais para a adoção de práticas

agrícolas modernas•Na capacidade de funcionar como um

dreno dos gases do efeito estufa

(Collins et al., 1997; Reicosky, 1999)

Método Densimétrico através do Fracionamento Físico da MOS considerado

Sendo que, o método densimétrico com o uso de ultra-som, baseia-Sendo que, o método densimétrico com o uso de ultra-som, baseia-se na dispersão da densidade entre a fração orgânica e a mineralse na dispersão da densidade entre a fração orgânica e a mineral

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INTRODUÇÃO

Representa apenasRepresenta apenas uma pequena parte da uma pequena parte da massa total dos massa total dos solos minerais, mas;solos minerais, mas;

pode armazenar pode armazenar parte significativa doparte significativa do C e N total.C e N total.

Fração Leve Fração Leve Livre (FL-livre)Livre (FL-livre)

Conjunto de compostos Conjunto de compostos orgânicos com;orgânicos com;

Tamanho reduzido e grauTamanho reduzido e graude decomposição > em de decomposição > em comparação à FL-livre.comparação à FL-livre.

A Fração Leve Intra Agregada A Fração Leve Intra Agregada (FLI) ou Fração Leve Oclusa (FLI) ou Fração Leve Oclusa

(FL-oclusa)(FL-oclusa)

(Christensen, 2000)

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INTRODUÇÃOConsequentemente

a técnica Vantagem:

Separar as FL-livre e a FIA do solo;

Sendo que, esta dispersão são próximos

aqueles produzidos pelos fenômenos naturais

(chuva, vento, calor, etc)

Porém, não existem parâmetros únicos Porém, não existem parâmetros únicos

com uso de ultra-som para estudos de solos.com uso de ultra-som para estudos de solos.

(Roscoe & Machado, 2002)

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Estudar a dinâmica da matéria orgânica em

clareiras reflorestadas com diferentes idades, na

província petrolífera de Urucu, pela fragmentação

física.

OBJETIVO GERAL

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Proceder um fracionamento físico da matéria orgânica em

diferentes horizontes (0-5; 5-10; 10-20; 20-30cm).

Determinar a variabilidade das formas da matéria orgânica em

função da profundidade.

Avaliar a influenza do tipo de solo nas diferentes formas de

matéria orgânica existente.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

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Província Petrolífera de Urucu, situada no município de Coari, a 600 km

de Manaus, AM (04o53’S e 65o11’W).

Relevo: plano, suavemente ondulado, solos ácidos (ARGISSOLOS,

VERMELHO AMARELOS e CAMBISSOLOS HÁPLICOS).

Vegetação: Floresta Ombrófila (dossel denso fechado (500-600

árvores/Ha.)

Clima: conforme classificação de Koppen é do tipo “Afi”. TMA 26°C,

abundantes chuvas ao longo do ano (média de 2.250 mm).

(BOGPM, 2004; Vieira & Santos, 1987)

MATERIAL E MÉTODOS

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Estudo de Campo: Clareiras reflorestadas com idades de 6, 11 e 14 anos

(Jaz18, Jaz22 e RUC 1) e uma área dentro da floresta primária, considerada como padrão.

Em cada clareira foram coletadas 4 amostras com profundidades de 0-5, 5-10, 10-20 e 20-30cm.

Delineamento experimental: Parcelas sub-divididas, 4 fatores parcelas (3 clareiras e 1 de floresta primária) e 4 fatores sub-parcelas de profundidade (4 profundidades) com 4 amostragens, totalizando 4x4x4= 64 unidades amostrais.

MATERIAL E MÉTODOS

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MATERIAL E MÉTODOS5 g de solo sob umidade natural TFSA peneirada (3 repetições)

35 mL de NaI a 1,80g.cm-3

Agitação leve manual por 30s. deixar em repouso por 24h Extração da FLL

Ultra-som (400j g-1/ 2min.)deixar em repouso por 36h. Extração da FLI

Secagem das amostras em estufa a 40°C por 24h.

Maceração das amostras

Leitura de C

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Análise Estatística

Distribuição normal dos dadosDistribuição normal dos dadosteste de Shapiro – Wilkteste de Shapiro – Wilk

Homogeneidade Homogeneidade Teste de LeveneTeste de LeveneANOVA ao nível de 5% pelo teste TukeyANOVA ao nível de 5% pelo teste Tukey

Dados sem distribuição normalDados sem distribuição normaltransformados ln (X+0,05) (ANOVA)transformados ln (X+0,05) (ANOVA)

Dados sem distribuição normal, após serem transformadosDados sem distribuição normal, após serem transformadosteste Kruskal - Wallis teste Kruskal - Wallis

Prophet versão 5Prophet versão 5

MATERIAL E MÉTODOS

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RE

SU

LT

AD

OS

E D

ISC

US

O

Figura 1. Teores de pH em diferentes profundidades da Floresta Primária (A) e três clareiras reflorestadas de diferentes idades Jaz 18 (B), Jaz 22 (C) e RUC 1 (D) na base petrolífera de Urucu - Coarí, Manaus-AM. Letras diferentes significam diferença estatística a 5%.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 2. Aumento diretamente proporcional dos Teores de pH (H2O) conforme o aumento das idades das clareiras reflorestadas Jaz 18 (2), Jaz 22 (3), RUC 1 (4) e Floresta Primária (1) na base petrolífera de Urucu - Coarí, Manaus-AM. P < 0.05 (P=0,0002), Tukey.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 3. Decréscimo diretamente proporcional das porcentagens de C na forma de Fração Leve Intra-agregada (FLI), conforme o aumento das idades das clareiras reflorestadas Jaz 18 (2), Jaz 22 (3), RUC 1 (4) e Floresta Primária (1) na base petrolífera de Urucu - Coarí, Manaus-AM. P > 0.05 (P=0,3659), Newman Kauls.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 4. Efeito das porcentagens de C na forma de Fração Leve Livre (FLL), conforme o aumento das idades das clareiras reflorestadas Jaz 18 (2), Jaz 22 (3), RUC 1 (4) e Floresta Primária (1) na base petrolífera de Urucu - Coarí, Manaus-AM. P > 0.05 (P=0,3828), Newman Kauls.

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RESULTADOS E DISCUSSÃO pH (H2O) significativamente (P=0,0002) com a idade do reflorestamento das clareiras, acidez elevada (pH em água < 5,0) (Figura 1 e 2).

Outras atividades silviculturais como o uso da queima para limpeza das áreas, também aumentaram significativamente o pH do solo após o desmatamento (Fearnside, 1999; Moreira & Costa 2004).

Diminuiu o teor de matéria orgânica (FLI) P=0,3659 NS, a mesma tendência teve a FLL e apresentou valor de P=0,3828 NS (Figura 3 e 4).

Estudos similares, também apresentaram:

•estoques de CFL reduzidos,

•especialmente nos sistemas de produção sem adubação orgânica, e

•podem ser considerados indicadores mais sensíveis das mudanças no estado da matéria orgânica do solo

(Pinheiro et al., 2004).

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RESULTADOS E DISCUSSÃODe acordo com Christensen (1992), o acúmulo de FL é influenciado pelo:

•Uso da terra, tipo de vegetação e outros fatores que alteram;

•o balanço entre a produção e a decomposição da matéria orgânica

•em conseqüência este resultado pode estar relacionado com a elevada densidade e baixa porosidade dos solos degradados (Teixeira et al., 2004),

•dificultando a retenção hídrica e de nutrientes;

•e aumentando a lixiviação destes (Kiehl. 1979; Uhl & Jordan; 1984, Malavolta, 1987; Teixeira et al., 2004).

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RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto < o teor de Carbono orgânico total (COT), < será a qualidade do solo, > o risco de erosão e perda de nutrientes. Daí a importância de se criar um sistema que consiga elevar o teor de carbono do solo ou evitar que diminua no solo.

Segundo Roscoe & Machado (2002), em solos com elevado nível de degradação o CFL tende ficar próximo a 2%, enquanto nos solos bem preservados e com elevado aporte de resíduos orgânicos este valor pode chegar a 35%.

No presente estudo as FLL e FLI encontraram-se acima de 2% (Figura 3 e 4) o que pode ser entendido que, as diferentes clareiras reflorestadas não apresentaram um nível elevado de degradação do solo,

Estudos de carbono da fração leve realizados por De Souza et al., (2006) indicaram o declínio de carbono do sistema, podendo ser utilizados como indicadores da qualidade do solo.

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CONCLUSÃOOs resultados das análises de pH (H2O) nas clareiras reflorestadas em diferentes idades mostraram que houve uma relação diretamente proporcional significativa com a idade das clareiras.

A FLI apresentou uma relação indiretamente proporcional com as idades das clareiras, porém, tanto a FLL e FLI não apresentaram significância nos solos das clareiras reflorestadas de diferentes idades.

O reflorestamento nas clareiras não influenciou significativamente no estoque de C, consequentemente, se precisa empregar um manejo do solo que afete positivamente na quantidade e qualidade da MO.

Ambas as frações da matéria orgânica mostraram sensibilidade à degradação do solo, além de serem reflorestadas em diferentes idades, com isto o presente estudo mostra mais uma vez, comparando com anteriores estudos que, estes parâmetros podem ser indicadores da qualidade do solo.

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MUITO OBRIGADA ***