1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO … · Considerações gerais sobre avaliação...

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1. FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

Título: A avaliação e sua importância para o processo de ensino e aprendizagem

Autor: Mariluce Meurer

Disciplina/Área: Pedagogia

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Nereu Ramos–EFM

Manoel Ribas – Paraná

Município da Escola: Manoel Ribas - Paraná

Núcleo Regional de Educação: Ivaiporã - Paraná

Professor Orientador: Renata de Souza Franca Bastos de Almeida

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Londrina

Relação Interdisciplinar: Todas as disciplinas do Ensino Fundamental

Resumo: A Produção Didático Pedagógica é uma atividade teórica e prática que integra às ações do Projeto de Intervenção Pedagógica a ser realizada na escola. Aborda a temática avaliação no contexto escolar como meio de auxiliar os professores na prática pedagógica em sala de aula, tendo como principal objetivo conscientizar os educadores sobre a importância da avaliação como prática contínua e como parte integrante dos processos de ensino e aprendizagem. O pressuposto teórico consiste na ideia de que a avaliação é uma maneira de diagnosticar como se dá o processo da construção da aprendizagem dos educandos, devendo ser contínua, processual e complementar ao processo de ensino aprendizagem e, ter como finalidade auxiliar na reflexão sobre a prática pedagógica. A Produção Didático Pedagógica foi realizada através de uma pesquisa bibliográfica, explicitando as concepções sobre avaliação sobre o olhar de diversos autores como Vasconcellos, Hadji, Haydt, Hoffmann, Saviani, Luckesi, Libâneo entre outros. A pesquisa foi realizada em livros, periódicos, artigos, teses e dissertações, procurando analisar de que maneira a avaliação pode contribuir para o trabalho do professor, deixando de lado seu caráter meramente classificatório.

Palavras – chave: Ensino. Aprendizagem. Prática docente. Avaliação.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público: Professores do Ensino Fundamental – Anos Finais

Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional

MARILUCE MEURER

A AVALIAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Produção Didático Pedagógica na Escola, desenvolvido por meio do Programa de Desenvolvimento – PDE, mantido pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED, em convênio com a Universidade de Londrina, Paraná – UEL.

Orientadora: Renata de Souza Franca

Bastos de Almeida.

LONDRINA-PR 2016

Secretaria de Estado da Educação Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais Programa de Desenvolvimento Educacional

MARILUCE MEURER

DISCIPLINA: PEDAGOGIA

LINHA DE PESQUISA: AVALIAÇÃO

PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA: UNIDADE DIDÁTICA

A AVALIAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA PARA O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

LONDRINA-PR 2016

2. APRESENTAÇÃO

A produção didático-pedagógica que será apresentada no decorrer deste

trabalho, cujo tema é “A avaliação e sua importância para o processo de ensino e

aprendizagem”, é uma atividade teórica e prática denominada Unidade Didática

elaborada em conformidade com os requisitos para a participação no Programa de

Desenvolvimento Educacional - PDE, que integra as ações do Projeto de

Intervenção Pedagógica a ser realizada no Colégio Estadual Nereu Ramos – EFM,

no município de Manoel Ribas, Núcleo Regional de Educação de Ivaiporã, onde

estarão presentes a Equipe Diretiva, Equipe Pedagógica e Professores. Esta

Produção Didático Pedagógica será trabalhada em um Grupo de Estudos com carga

horária de 32 (trinta e duas) horas que serão distribuídas em oito encontros de

quatro horas cada um, com certificação pela Universidade Estadual de Londrina.

Esta Unidade Didática apresenta quatro atividades que se relacionam entre si e

serão realizadas através de leituras de textos, vídeos, debates, reflexões e

questionamentos visando um estudo que contribua para o crescimento individual e o

compromisso coletivo, a corresponsabilidade e o diálogo em prol de melhorias

qualitativas na prática avaliativa escolar com o objetivo principal de conscientizar os

educadores sobre a importância da avaliação como prática contínua e como parte

integrante dos processos de ensino e aprendizagem.

O grande desafio na prática da avaliação é desenvolver um processo

mediador que atinja as expectativas dos alunos, aproximando-o intelectualmente do

professor. Devido a isso a avaliação deve existir enquanto aproximação de ideias

articuladas e veiculadas nessa sequência de aprendizagem, ou seja, a avaliação

deve ser o momento de investigação e reflexão do professor em relação a sua

prática docente. A avaliação da aprendizagem deve ser vista como um mecanismo

para que o professor possa detectar as dificuldades dos alunos, bem como verificar

quais possibilidades esse aluno apresenta para construir novos conhecimentos e

atingir os objetivos propostos pelo professor em sua prática educativa.

3. MATERIAL DIDÁTICO

Para a implementação da Produção Didático Pedagógica, serão utilizados, com

recurso multimídia:

Vídeos:

Avaliação da aprendizagem - Cipriano Luckesi;

Pedagogia: Cotidiano Escolar;

Terça Insana: Irmã Selma;

Avaliação Escolar;

Avaliação da Aprendizagem: Formativa ou Somativa?

Textos:

A dicotomia educação e avaliação. (Jussara Hoffmann)

Primeira constatação: a escola mais pratica exames do que avaliação.

(Cipriano Carlos Luckesi).

Considerações gerais sobre avaliação no cotidiano escolar. (Cipriano Carlos

Luckesi).

Avaliação enquanto mediação. (Jussara Hoffmann)

4. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS

A avaliação sempre esteve presente no ambiente escolar e é um assunto

polêmico, pois é vista como desagradável, autoritária, inflexível e ameaçadora.

O que se pretende com esse grupo de estudos é levar à conscientização de

que a avaliação é uma prática contínua que faz parte do processo de ensino e

aprendizagem e deve ser considerada como um recurso para repensar o ensino e

criar situações que realmente garantam a aprendizagem dos alunos. Ao ser

entendida como parte integrante da aprendizagem, a avaliação permite aos

envolvidos no processo um exercício de reflexão, que favorece a tomada de

decisões e a superação de desafios com o objetivo final que é uma formação crítica

tanto dos professores quanto dos alunos.

4.1 Atividade: Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica

Apresentação, através de slides, do Projeto de Intervenção Pedagógica

intitulado: “A avaliação e sua importância para o processo de ensino e

aprendizagem”, o qual objetiva conscientizar os educadores de que a avaliação é

uma prática contínua que faz parte do processo de ensino e aprendizagem e deve

ser considerada como um recurso para repensar o ensino e criar situações que

realmente garantam a aprendizagem dos alunos, bem como relatar as experiências

durante o primeiro ano de estudos no Programa de Desenvolvimento Educacional –

PDE.

A avaliação está presente no dia a dia de todos, no ambiente de trabalho,

em uma notícia, em algum acontecimento da sociedade, ou seja, é uma atividade

que faz parte da existência humana. No ambiente escolar, é um dos recursos que

auxilia o professor na sua prática pedagógica, principalmente no que diz respeito à

avaliação do ensino e da aprendizagem, Vasconcelos (1994, p. 43), se refere ao

processo avaliativo em sentido amplo:

Avaliação é um processo abrangente da existência humana que implica uma reflexão crítica sobre a prática, no sentido de captar seus avanços, suas resistências, suas dificuldades e possibilitar uma tomada de decisão sobre o que fazer para superar os obstáculos.

Vídeo

Avaliação da aprendizagem - Cipriano Luckesi

Duração: 19 min.06s

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=JqSRs9Hqgtc

Debate sobre o vídeo, com questões norteadoras:

Atualmente, quais os erros mais comuns cometidos pela escola ao avaliar

seus alunos?

Os instrumentos avaliativos ainda são utilizados como uma forma de

condenar o aluno?

Afinal, qual o real objetivo da avaliação escolar?

O que vimos até aqui, demonstra como persiste em muitas de nossas

escolas o método tradicional de avaliação de nossos alunos, que como percebe-se

não é prática de avaliação e sim prática de exame. Historicamente, somos herdeiros

de uma longa história de exames, da forma como ela é praticada na escola hoje.

Exame era todo tipo de procedimento avaliativo sobre a forma de testes e provas.

Conforme Luckesi (2003, p. 16):

A tradição dos exames escolares que conhecemos hoje, em nossas

escolas, foi sistematizada nos séculos XVI e XVII, com as configurações da

atividade pedagógica produzidas pelos padres jesuítas (séc. XVI) e pelo

Bispo John Amós Comênio (fim do séc. XVI e primeira metade do século

XVII).

O que vemos atualmente é que ainda são aplicadas provas e em seguida

verifica-se os acertos do aluno e são atribuídos valores numéricos para concluir se o

aluno será aprovado ou reprovado. Essa ainda é uma tradição antidemocrática e

autoritária, porque está centrada no professor e no sistema de ensino e não no

aluno.

"Os exames são pontuais, não levam em conta o aluno antes e

depois da prova, são seletivos e excludentes". Já a avaliação está a

serviço de um projeto pedagógico construtivo, que olha para o ser

humano como alguém em construção permanente". (LUCKESI,

1982).

Portanto, de acordo com os interesses da sociedade capitalista a escola

deve ser excludente e classificatória. Para Luckesi (2005, p. 63) “Quanto mais

ignorância e inconsciência, melhor para os segmentos dominantes da sociedade”,

ou seja, não há preocupação com a formação da cidadania, pois para uma elite

dominadora se torna mais fácil controlar pessoas, ditas ignorantes, de acordo com

interesses e necessidades de produção capitalista.

(...) quanto mais o educando for objeto dos conhecimentos nele depositados, menos condições terá de emergir como sujeito de consciência crítica, condição esta de sua inserção transformadora no mundo. (BECKER, 1993 apud HOFFMANN, 2003, p. 145).

A avaliação escolar é um compromisso social que deve proporcionar aos alunos o

acesso aos conhecimentos sistematizados e aos bens culturais, mas dependendo

da maneira como é utilizada, a avaliação pode se aproximar ou se afastar desses

objetivos.

Texto:

A dicotomia educação e avaliação.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista.

12ª ed. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1993. p. 16-19.

Questões

Solicitar aos participantes que anotem os pontos que considerem mais

relevantes para discussão com o grupo.

Anote suas expectativas em relação à proposta de trabalho sobre a

Avaliação, apresentada neste encontro.

4.2 Atividade 2: Diferença entre examinar e avaliar

Atualmente muito se fala em mudanças quanto aos métodos avaliativos, no

entanto, na prática a avaliação quantitativa prevalece sobre a qualitativa, ou seja, a

nota que o aluno tira em determinada avaliação ainda é mais importante do que a

qualidade do conteúdo que o mesmo aprendeu.

Mesmo com tantas mudanças no âmbito educacional, ainda prevalece em

nossas escolas a prática do exame escolar ao invés da avaliação da aprendizagem

de nossos alunos. Para Luckesi, (2011, p. 181), “os exames escolares e acadêmicos

estão voltados para o passado”, pois o professor espera e deseja que o aluno

apenas reproduza aquilo que aprendeu. Na prática do exame,

não importa o que ainda possa ou precise aprender, e, sim que ele seja classificado com base na aprendizagem manifestada ao responder aos instrumentos de coleta de dados sobre o seu desenvolvimento aqui e agora. (LUCKESI, 2011, p. 182)

A diferença entre avaliar e examinar fica ainda mais evidente nas palavras

de Luckesi (2001):

O ato de avaliar a aprendizagem implica em acompanhamento e reorientação permanente da aprendizagem. Ela se realiza através de um ato rigoroso e diagnóstico e reorientação da aprendizagem tendo em vista a obtenção dos melhores resultados possíveis, frente aos objetivos que se tenha à frente. E, assim sendo, a avaliação exige um ritual de procedimentos, que inclui desde o estabelecimento de momentos no tempo, construção, aplicação e contestação dos resultados expressos nos instrumentos; devolução e reorientação das aprendizagens ainda não efetuadas. Para tanto, podemos nos servir de todos os instrumentos técnicos hoje disponíveis, contanto que a leitura e interpretação dos dados seja feita sob a ótica da avaliação, que é de diagnóstico e não de classificação. O que, de fato, distingue o ato de examinar e o ato de avaliar não são os instrumentos utilizados para a coleta de dados, mas sim o olhar que se tenha sobre os dados obtidos: o exame classifica e seleciona, a avaliação diagnostica e inclui.

Texto

Leitura e análise do capítulo II: Primeira constatação: a escola mais pratica exames

do que avaliação. P. 179-212

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem: componente do ato

pedagógico. São Paulo: Cortez, 2011.

Questões:

Após a leitura do texto, responder em grupo:

A avaliação tem sido utilizada como um meio para auxiliar a aprendizagem

dos alunos? Justifique como isso acontece.

Na escola, os alunos são avaliados ou examinados? Qual a diferença entre

esses conceitos? O que se pratica na escola, exame ou avaliação?

A avaliação é capaz de oportunizar discussões sobre as possibilidades de

uma prática pedagógica dinâmica e democrática?

Apresentação e debate das respostas ao grande grupo.

Vídeo

Pedagogia: Cotidiano Escolar

Duração: 5min. 26s

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=P5LRa8P6-Qk

Questões:

Neste vídeo de animação, há algum aspecto que relembre sua trajetória como

aluno?

E no papel de professor, você se identifica com esse vídeo?

Após assistir a esse vídeo, como poderia desenvolver seu trabalho em sala

de aula?

Alguns instrumentos de avaliação têm contribuído para a exclusão dos

alunos? De que forma isso ocorre e quais os reflexos dentro da escola?

4.3 Atividade 3: O que diz a Legislação sobre a avaliação?

Sobre o rendimento escolar, a Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da

Educação Nacional diz que:

A verificação do rendimento escolar deve se dar por meio de uma avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. (BRASIL, 1996).

De acordo com a Lei 9394/96, os aspectos qualitativos devem prevalecer

sobre os quantitativos. Atribuir nota é apenas parte do processo. A avaliação deve

ter caráter investigativo e reflexivo, devendo ocorrer no dia a dia da sala de aula,

sendo mediadora e diagnóstica do processo de ensino aprendizagem, analisando o

desenvolvimento da capacidade crítica e reflexiva dos estudantes, levando-os a

analisar e interpretar as informações obtidas para que se desenvolvam

intelectualmente. Ao se autoavaliar, o aluno passa a conhecer suas dificuldades,

refletir sobre si mesmo e sobre suas necessidades.

Art. 1º A avaliação deve ser entendida como um dos aspectos do ensino pelo qual o professor estuda e interpreta os dados da aprendizagem e de seu próprio trabalho, com as finalidades de acompanhar e aperfeiçoar o processo de aprendizagem dos alunos, bem como diagnosticar seus resultados e atribuir-lhes valor. § 1º - A avaliação deve dar condições para que seja possível ao professor tomar decisões quanto ao aperfeiçoamento das situações de aprendizagem. § 2º - A avaliação deve proporcionar dados que permitam ao estabelecimento de ensino promover a reformulação do currículo com adequação dos conteúdos e métodos de ensino. § 3º - A avaliação deve possibilitar novas alternativas para o planejamento do estabelecimento de ensino e do sistema de ensino como um todo. Art. 2º - Os critérios de avaliação, de responsabilidade dos estabelecimentos de ensino, devem constar do Regimento Escolar, obedecida a legislação existente. Parágrafo Único - Os critérios de avaliação do aproveitamento escolar serão elaborados em consonância com a organização curricular do estabelecimento de ensino. Art. 3º - A avaliação do aproveitamento escolar deverá incidir sobre o desempenho do aluno em diferentes situações de aprendizagem. § 1º - A avaliação utilizará técnicas e instrumentos

diversificados. § 2º - O disposto neste artigo aplica-se a todos os componentes curriculares, independente do respectivo tratamento metodológico. § 3º - É vedada a avaliação em que os alunos são submetidos a uma só oportunidade de aferição. Art. 4º - A avaliação deve utilizar procedimentos que assegurem a comparação com os parâmetros indicados pelos conteúdos de ensino, evitando-se a comparação dos alunos entre si. Art. 5º - Na avaliação do aproveitamento escolar, deverão preponderar os aspectos qualitativos da aprendizagem, considera a interdisciplinaridade e multidisciplinaridade dos conteúdos. Parágrafo único – Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização. Art. 6º - Para que a avaliação cumpra sua finalidade educativa, deverá ser contínua, permanente e cumulativa. (BRASIL, 1996).

Ao fazer uso de diferentes formas de avaliação o professor tem, a seu favor,

um rico componente de aprendizagem que irá contribuir para a evolução do

educando, já para o aluno,

A avaliação deve ser um instrumento para estimular o interesse e motivar o aluno para maior esforço e aproveitamento, e não uma arma de tortura ou punição. Nesse sentido, a avaliação desempenha uma função energizante, à medida que serve de incentivo ao estudo. Mas complementando essa função, a avaliação desempenha, também, outra: a de feedback ou retroalimentação, pois permite que o aluno conheça seus erros e acertos. (HAYDT, 1997, p. 27).

Segundo Haydt (1997), para que a função da avaliação seja realmente

energizante, o professor deve fornecer aos alunos o resultado da prova, ou seja, os

alunos precisam saber quais foram seus erros e acertos, pois dessa forma o aluno

será estimulado a estudar mais para corrigir suas falhas.

Portanto, após uma avaliação, quanto antes o aluno conhecer seus acertos e erros, mais facilmente ele tende a reforçar as respostas certas, sanar as deficiências e corrigir os erros. Dessa forma, a avaliação contribui para a fixação da aprendizagem e constitui um incentivo para o aluno aprender (e não apenas se preocupar com a nota). (HAYDT, 1997, p. 28).

Tanto aluno quanto professor, precisam saber em que nível se encontra a

aprendizagem e o que deve ser feito para avançar, para que isso ocorra, cabe ao

professor informar o que será trabalhado durante a aula e o porquê de estudar

determinado conteúdo. Ao escolher qual será o instrumento de avaliação, o

educador deve ter claro se o mesmo tem coerência com a prática diária, se é

relevante para a aprendizagem e se aponta os caminhos para que possa haver as

intervenções necessárias, identificando as reais necessidades dos alunos, pois, o

que realmente deve ser valorizado são os conhecimentos que os alunos adquirem

ao longo do período letivo e não apenas as notas que atingem.

Leitura e debate:

Entrevista de Luckesi: Considerações gerais sobre avaliação no cotidiano escolar1

Título: Considerações gerais sobre avaliação no cotidiano escolar

Autor: Cipriano Carlos Luckesi

Disponível em: http://www.luckesi.com.br/artigosavaliacao.htm

Questões:

Mas afinal, o que é e para que serve a avaliação escolar?

Os professores utilizam a avaliação como uma maneira de rever criticamente

e reorientar a sua atuação em sala de aula? Justifique.

O que nós, enquanto educadores, podemos fazer na sala de aula, para rever

nossos procedimentos, métodos e práticas avaliativas?

Apresentação das respostas das questões ao grupo.

Avaliar vem do latim “a+valere”, que significa atribuir um juízo de valor

(LUCKESI, 1995, p.28).

De acordo com o dicionário Michaelis (1950), o verbo examinar significa:

“proceder ao exame de, inspecionando atenta e minuciosamente. Investigar a

aptidão ou capacidade de(...)” Mesmo com tantas mudanças no âmbito educacional,

1 Entrevista concedida à Aprender a Fazer, publicada em IP – Impressão Pedagógica, publicação da

Editora Gráfica Expoente, Curitiba, PR, n 36, 2004, p. 4-6.

ainda prevalece em nossas escolas a prática do exame escolar ao invés da

avaliação da aprendizagem de nossos alunos. Para Luckesi, (2011, p. 181), “os

exames escolares e acadêmicos estão voltados para o passado”, pois o professor

espera e deseja que o aluno apenas reproduza aquilo que aprendeu. Na prática do

exame,

não importa o que ainda possa ou precise aprender, e, sim que ele seja classificado com base na aprendizagem manifestada ao responder aos instrumentos de coleta de dados sobre o seu desenvolvimento aqui e agora. (LUCKESI, 2011, p. 182)

Nesta visão, o ato de examinar tem como objetivo classificar o aluno com o

aprovado ou reprovado, levando em conta somente o conhecimento que o aluno

adquiriu até o momento, deixando de lado os encaminhamentos necessários para

que haja a recuperação da aprendizagem desse aluno. De acordo com Hoffmann

(1993) os professores apenas “constatam os resultados e os apontam. Como se

bastasse apontar aos pacientes sua doença sem lhe oferecer tratamento adequado”.

(HOFFMANN, 1993, p. 57). Assim, cabe ao professor, verificar as dificuldades dos

alunos e oferecer-lhes condições para que possam sanar suas dificuldades e ir além

no processo de ensino aprendizagem, e não apenas aplicar testes com o objetivo de

constatar resultados, reforçando a ideia de uma concepção de avaliação que tem

como objetivo classificar o aluno, pois dessa forma, para Hoffmann, (1993, p. 56) “o

teste é a prova que comprova um resultado numérico atribuído pelo professor”. Ao

ser utilizado como um instrumento classificatório o teste deixa de cumprir sua real

finalidade que é a de ser, de acordo com Hoffmann, (1993, p. 59)

(...) é um instrumento de investigação sobre a ação de ambos os sujeitos envolvidos no processo educativo: aluno e professor. Considerando-se essa perspectiva do teste, o que se pretende é a formulação de hipóteses sobre a produção conjunta de conhecimento: qual o significado de determinadas respostas dos alunos nesse momento do processo de aprendizagem? Como partir do conhecimento produzido até esse momento para auxiliar o aluno a ir além, ampliar o seu saber?

Ao testar ou examinar o professor desconsidera a manifestação e discussão

de ideias dos educandos. Ao elaborar seu instrumento de coleta de dados o

professor deve e precisa levar em consideração todos os fatores que possam

interferir no momento da avaliação como, por exemplo, fatores psicológicos, sociais,

históricos e biológicos, pois as dificuldades dos educandos dependem das

condições que se dá o ensino, da relação com o professor e com o currículo. Nesse

sentido, deve-se levar em consideração que são inúmeros os fatores que podem

influenciar os resultados de uma boa ou má aprendizagem. Ao apenas examinar o

aluno, o educador não leva em consideração o processo pelo qual o educando

passou até chegar ao produto final. Ao professor examinador interessa apenas o

desempenho final do aluno, isso se constata na afirmação de Luckesi, (2011, p. 187)

A situação é tão verdadeira, que, se um estudante apresentar respostas corretas obtidas por meios fraudulentos e não for descoberto nessa prática, as respostas são assumidas como certas, pois se olha somente para o produto.

Para que tal situação se torne ainda mais clara, o autor nos dá um exemplo

que ocorre fora da escola.

(...) o vestibular como meio de acesso ao ensino superior ou a prova realizada em qualquer concurso para acesso a determinada atividade profissional numa empresa ou numa instituição pública caracterizam-se como exames, nessas ocasiões, tem-se em conta somente o desempenho do examinando no momento em que ele está sendo examinado – nem antes nem depois. É com esse desempenho que será classificado no ranking seletivo. (LUCKESI, 2011, p. 187).

Segundo Luckesi (2011), dentro da escola essa realidade não é diferente, o

aluno não está concorrendo a uma vaga, mas é examinado para ser classificado

numa escala de notas que terá como resultado final sua aprovação para a série

seguinte ou sua reprovação, ou seja, é meramente classificatória, pois há uma

preocupação excessiva com os resultados finais e, infelizmente esse tipo de

avaliação é praticada como se não fizesse parte do processo ensino aprendizagem.

(...) Essas dificuldades apontam para a distância entre as riquezas das propostas teóricas e a precariedade das práticas avaliativas, predominantemente tecnicistas, onde avaliar significa medir, atribuir notas a situações de prova com único resultado de aprendizagem, acarretando em grande parte os problemas de repetência, fracasso e exclusão escolar. (CAPELLETTI, 1999, p. 20).

O que se percebe é que a prática do professor ainda está restrita ao

transmitir conteúdos e corrigir as atividades que são solicitadas aos alunos num

processo desvinculado da aprendizagem. Nesse sentido, vê-se claramente que o

modelo tradicional de ensino ainda persiste em muitas de nossas escolas.

Questão

Os métodos avaliativos que você utiliza para verificação de aprendizagem,

como professor, tem relação com seu trabalho realizado em sala de aula?

Vídeo

Terça Insana: Irmã Selma

Duração: 6min. 45s.

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0_AEhhdo6xE

Análise do vídeo.

Questão

As atitudes demonstradas no vídeo tem relação com o cotidiano escolar? Cite

exemplos.

Nossa escola hoje, ainda apresenta características da escola tradicional?

Para você, professor, o que denota uma escola tradicional?

4.4 Atividade 4: O papel da avaliação nos processos de ensino e aprendizagem

A sociedade atual evoluiu muito e apresenta características muito diferentes

da sociedade de 20 anos atrás. O que vimos até aqui, demonstra como persistem

em muitas de nossas escolas o método tradicional de avaliação de nossos alunos,

que como percebe-se não é prática de avaliação e sim prática de exame.

Há um discurso contraditório entre os educadores. De acordo com

Hoffmann, (1993, p. 28)

Embora professores ainda relacionem estreitamente a ação avaliativa a uma prática de provas finais e atribuição de graus classificatórios (coerente a uma concepção sentenciva), criticam eles mesmos o significado dessa prática nos debates em torno do assunto.

Segundo Hoffmann (1993), os educadores criticam a maneira como a

avaliação vem sendo utilizada em nossas escolas, mas ao mesmo tempo, continuam

agindo de acordo com as exigências do sistema burocrático de ensino e acabam

reduzindo a avaliação a apenas um momento que parece não fazer parte do

processo de ensino e aprendizagem, ou seja, a avaliação da aprendizagem apenas

reflete o poder de uma sociedade liberal e capitalista que valoriza a memorização e

a reprodução do conhecimento através do registro de resultados.

De acordo com a LDB 9394/96 em seu artigo 24, parágrafo V:

V - a verificação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. (BRASIL, 1996).

Vídeo

Avaliação Escolar

Duração: 4 min 42 seg.

https://www.youtube.com/watch?v=bQWBFz7NhE0

Após assistir ao vídeo, discutir as seguintes questões:

De um modo geral, quais são as maiores dificuldades que os alunos

apresentam e que acabam refletindo nos resultados dos processos

avaliativos?

São necessárias mudanças para que a avaliação seja efetivamente um

momento de discussão acerca da aprendizagem e desempenho dos alunos.

De que maneira, você como professor, pode contribuir para que essas

mudanças ocorram?

Quais as maiores dificuldades que os docentes enfrentam na sala de aula,

frente à avaliação?

Quais os instrumentos de avaliação que você, professor, conhece e como os

utiliza em sala de aula?

Embora haja muitas discussões sobre diferentes tipos de avaliação, é a

partir de 1990 até os dias atuais, que basicamente a avaliação passa a apresentar

três funções: diagnosticar, controlar e classificar. De acordo com Haydt, (1994, p.

16), “relacionadas a essas três funções, existem três modalidades de avaliação:

diagnóstica, formativa e somativa”. E essas três modalidades de avaliação devem se

complementar: a diagnóstica detecta as dificuldades, a formativa fornece dados para

aperfeiçoar o processo de ensino e aprendizagem e a somativa classifica os

resultados de aprendizagem alcançados pelos alunos.

Vídeo

Avaliação da Aprendizagem: Formativa ou Somativa?

Duração: 16 min. 16s

https://www.youtube.com/watch?v=G5VEkMf5DRk

A avaliação diagnóstica identifica dificuldades e avanços no processo de

aquisição de conhecimento e pode ser usada para classificar ou subsidiar a

aprendizagem. Para Penna Firme (1994, p. 6) “[...] as avaliações diagnósticas são

conduzidas com o propósito de identificar as fraquezas e as potencialidades dos

estudantes, com o intuito de informar futuras estratégias ao professor e ao aluno”.

Através do diagnóstico se chega à avaliação formativa, que tem como

objetivo a promoção de sujeitos.

Dessa forma, o ato de avaliar não serve como pausa para pensar a prática e retornar a ela. Mas sim como meio de julgar a prática e torna-la estratificada. De fato o momento de avaliação deveria ser um “momento de fôlego” na escalada, para, em seguida, ocorrer a retomada da marcha de forma mais adequada, e nunca como um ponto definitivo de chegada, especialmente quando o objeto da ação avaliativa é dinâmico como, no caso, a aprendizagem. Com a função classificatória, a avaliação não auxilia em nada o avanço e o crescimento. Somente com a função diagnóstica ela pode servir para essa finalidade. (LUCKESI, 2005, p. 34-35).

A avaliação diagnóstica exige que o professor medeie o processo de

construção de novos conhecimentos, exige que o professor permaneça mais tempo

em sala de aula, pois deve atender o aluno individualmente e lhe oferecer novas

situações desafiadoras, novas explicações e também indicar leituras que possam

enriquecer o tema estudado. Para Hoffmann (2003, p. 63):

[...] na concepção mediadora a ação educativa realiza-se com base na busca de alternativas de integração aluno-escola, com vistas a que, mediante questões desafiadoras, o educando desenvolva a sua autonomia nos diversos campos de sua formação, seja este moral, afetivo, intelectual ou social.

Assim, dependendo da maneira como o professor age após a aplicação de

uma avaliação é que vai ser definido se essa avaliação tem caráter classificatório ou

se permite a tomada de decisões quanto à continuidade dos processos

pedagógicos, estimulando o aluno à reflexão daquilo que ele precisa melhorar no

seu processo de aquisição de novos conhecimentos.

A avaliação formativa pressupõe desenvolver competências, ou seja, é um

processo que ocorre de forma contínua, participativa, diagnóstica e investigativa.

Através da avaliação formativa é possível verificar os avanços e dificuldades do

aluno e dessa forma intervir agindo e redefinindo os rumos que devem ser

percorridos fazendo considerações relevantes para reconstrução e aprimoramento

do saber. A avaliação formativa é também emancipatória, pois oferece aos alunos a

oportunidade de refletirem sobre seus avanços, levando em consideração as

avaliações realizadas em diferentes momentos e de diferentes maneiras.

Uma avaliação formativa ajuda o aluno a compreender e a se desenvolver. Colabora para a regulação de suas aprendizagens, para o desenvolvimento de suas competências e o aprimoramento de suas habilidades em favor de um projeto. Um professor comprometido com a aprendizagem de seus alunos utiliza os erros, inevitáveis, sobretudo no começo, como uma oportunidade de observação e intervenção. Com base neles, propõe situações-problema cujo enfrentamento requer uma nova e melhor aprendizagem, possível e querida para quem a realiza. (MACEDO, 2007, p. 118).

Percebe-se que a avaliação formativa ou emancipatória, vai além das notas

atingidas em uma prova, ele é uma oportunidade a mais de aprendizagem.

Para Haydt, (1997, p. 18)

A avaliação somativa com função classificatória realiza-se ao final do curso, período letivo ou unidade de ensino, e consiste em classificar os alunos de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos, geralmente tendo em vista sua promoção de uma série para outra, ou de um grau para outro.

Na avaliação somativa é possível proporcionar aos estudantes os chamados

feedback, através deste os alunos podem perceber o nível de aprendizagem

alcançado e tentar atingir um nível maior de conhecimento, esse tipo de avaliação

também compara os resultados obtidos, visando a atribuição de nota.

Questão:

Qual a verdadeira função da avaliação no processo de ensino e

aprendizagem?

Texto

Avaliação enquanto mediação.

HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 12ª ed. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1993. p. 71-80

Questões:

A escola ainda valoriza a memorização e a reprodução do conhecimento? Dê

exemplos.

Como criar situações para que essa prática seja modificada, levando o aluno

a superar suas dificuldades e ir em busca do conhecimento?

O professor deve usar a avaliação como um meio que leve os alunos a

pensar, refletir sobre o que estão aprendendo, o professor deve orientar suas ações,

fazendo da avaliação um momento de participação do aluno, levando-o a identificar

suas dificuldades e necessidades e a partir dessa verificação conduzi-lo à aquisição

de novas competências. Ao ter seus objetivos claramente definidos, o professor

consegue preparar bem suas aulas, levando em consideração e analisando os

conteúdos curriculares propostos e verificando se estes são relevantes para a

realidade na qual seus alunos estão inseridos. Para Libâneo, (1994, apud

BARBOSA, 2016, p. 2)

A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar passo a passo o processo de ensino e aprendizagem. Através dela os resultados que vão sendo obtidos no decorrer do trabalho conjunto do professor e dos alunos são comparados com os objetivos propostos a fim de constatar progressos, dificuldades e reorientar o trabalho para as correções necessárias.

A principal preocupação que o professor dever ter é se a avaliação está

levando seu aluno ao crescimento e, se os objetivos propostos estão sendo

atingidos. Avaliar é um processo que exige compromisso e responsabilidade, a

avaliação deve contribuir para a compreensão das necessidades e dificuldades dos

alunos, com o objetivo de rever, mudar e adotar ações que favoreçam o

desenvolvimento integral do aluno, bem como levar professores e estudantes a

compreenderem de forma mais organizada o processo de ensinar e aprender, sendo

utilizada dessa forma, a avaliação perde seu caráter de ser punitiva e classificatória.

A prática a avaliativa deve ser planejada a partir das interações que ocorrem

no interior da sala de aula com os alunos e de acordo com as possibilidades de

entendimento dos conteúdos que estão sendo abordados; ao pensar nos

instrumentos de avaliação o professor deve verificar se a linguagem utilizada está

sendo clara e objetiva, se há um contexto bem elaborado, se o conteúdo é

significativo para o aluno que está sendo avaliado, se está coerente com os

objetivos do ensino e se explora a capacidade de leitura e de escrita do aluno.

O principal objetivo da avaliação é fornecer informações acerca das ações

da aprendizagem e, por esse motivo, não pode ser realizada apenas no final do

processo, pois dessa forma o seu objetivo principal, que é a aprendizagem do aluno,

acaba se perdendo.

Para Luckesi (2008, p. 176) “a avaliação dever ser definida como um ato

amoroso no sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo e

inclusivo”, ou seja, o ato de avaliar deve proporcionar oportunidades para que

professor e alunos possam interagir com o objetivo de fazer com que os educandos

assimilem novos conhecimentos. O professor deve avaliar de diferentes maneiras e

em diversos momentos pois, dessa forma,

a avaliação deixa de ser um momento terminal do processo educativo para se transformar na busca incessante da compreensão das dificuldades do educando e na dinamização de novas oportunidades de conhecimento.(HOFFMANN, 2008, p. 19).

Ao se caracterizar como um processo contínuo, a avaliação passa a ser

auxiliar do crescimento, pois visa diagnosticar as dificuldades dos alunos e orientar

os professores quanto à metodologia que deve ser empregada para que haja a real

construção da aprendizagem, dessa maneira o professor passa a ser o mediador

entre o aluno e o saber. É nesse sentido que percebemos como as três modalidades

de avaliação: formativa, somativa e diagnóstica se complementam.

Questão

Finalizando:

Diante da apresentação, por que as práticas avaliativas são importantes no

processo de ensino aprendizagem?

Como educadores, concretamente, quais ações podem ser desenvolvidas

para que se efetive mudanças nas práticas avaliativas?

Diante do tema abordado, cite os aspectos positivos e negativos em relação

ao Projeto de Pesquisa apresentado pela Professora PDE.

Ao analisar os resultados de uma avaliação, professor e alunos transformam

a sala de aula em um espaço de discussão que favorece o processo de construção

do conhecimento e, assim, a avaliação torna-se uma ferramenta de interação e de

orientação, diagnosticando os avanços e dificuldades dos alunos e indicando ao

professor os caminhos para replanejar sua ação pedagógica.

A avaliação é um processo, e como tal deve ser encarada. Por isso ela deve fazer parte da sala de aula, sendo usada periodicamente como um dos aspectos integrantes do processo ensino-aprendizagem. Ao fazer uso conjugado das tr6es modalidades de avaliação – diagnóstica, formativa e somativa-, com suas respectivas funções – diagnosticar, controlar e classificar - , o professor está garantindo a eficácia do seu ensino e a eficiência da aprendizagem. (HAYDT, 1997, p. 28).

Fica evidente que é necessário e evidente refletir sobre uma prática

avaliativa que permita o acompanhamento do desenvolvimento individual de nossos

alunos, considerando toda diversidade que existe dentro de uma sala de aula e as

possibilidades de crescimento de cada um, somente dessa maneira pode-se chegar

a uma aprendizagem significativa. A prática avaliativa e educativa devem se

constituir em ações que se complementem e que sejam significativas ao final do

processo de ensino aprendizagem.

Segundo Hoffmann (1993), durante toda nossa vida viemos sofrendo a

avaliação em nossa trajetória de alunos e professores, e isso vem se refletindo

sobre as prática avaliativas atuais. Para Hoffmann, (1993, p. 12)

É necessária a tomada de consciência dessas influências para que a nossa prática avaliativa não reproduza, inconscientemente, a arbitrariedade e o autoritarismo que contestamos pelo discurso. Temos de desvelar contradições e equívocos teóricos dessa prática, construindo um “ressignificado” para a avaliação e desmitificando-a de fantasmas de um passado ainda muito em voga.

A avaliação é parte do processo de ensino aprendizagem quando, segundo

Hoffmann (2007), é concebida como um momento de questionamento e como ponto

de partida para a reflexão sobre a ação e, para Canen (2009, p. 43) “ela envolve

sentimentos, autoestima, filosofia de vida, posicionamento político”. Para que

realmente seja mediadora, Hoffmann (1993, p. 56) aponta alguns princípios

coerentes a essa prática:

oportunizar aos alunos muitos momentos de expressar sua ideias;

oportunizar discussões entre os alunos partir de situações desencadeadoras;

realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando teoricamente, procurando entender razões para as respostas apresentadas pelos estudantes;

ao invés do certo/errado e da atribuição de pontos, fazer comentários sobre as tarefas dos alunos, auxiliando-os a localizar as dificuldades, oferecendo-lhes oportunidades de descobrirem melhores soluções;

transformar os registros de avaliação significativas sobre o acompanhamento dos alunos em seu processo de construção de conhecimento.

Sendo assim, a avaliação da aprendizagem passa a servir de mecanismo

para que o professor possa detectar as dificuldades dos alunos, bem como verificar

quais possibilidades esse aluno apresenta para construir novos conhecimentos e

atingir os objetivos propostos pelo professor em sua prática educativa.

5. REFERÊNCIAS

BARBOSA, Maria R. L. da S.; MARTINS, Angélica P. R. Avaliação: Uma prática constante no processo de ensino e aprendizagem. 2016. Disponível em <http://catolicaonline.com.br> Acesso em 10 maio 2016.

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HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. 6ª ed. São Paulo, Ática: 1997. HOFFMANN, Jussara. Avaliação mito e desafio: uma perspectiva construtivista. 12ª ed. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1993.

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