1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de...

40
ISSN 0102-3713 49 Concórdia, SC Dezembro, 2006 Autores Helenice Mazzuco Zootec., Ph.D. (Coordenadora) Airton Kunz Quím. Ind., DSc Doralice P. de Paiva Méd. Vet., DSc Fatima R. F. Jaenisch Méd. Vet., MSc Júlio C. P. Palhares Zootec., DSc Paulo G. de Abreu Eng. Agríc., DSc Paulo S. Rosa Zootec., DSc Valdir S. de Avila Eng. Agr., DSc 1 Introdução e Objetivos A presente publicação destina-se a informar produtores e técnicos envolvidos na área de postura comercial sobre os padrões e procedimentos em boas práticas de produção (BPP) de ovos para consumo humano. Como um documento normativo, as BPP de ovos comerciais contém recomendações de boas práticas baseadas em especificações legislativas, requisitos sanitários e padrões de higiene concernentes às áreas de meio-ambiente, manejo, bem-estar, sanidade, nutrição e segurança alimentar. Com os procedimentos e normas indicados no documento de BPP de ovos, assegura-se que a qualidade intrínseca do conteúdo interno e externo do ovo seja preservada, uma vez que as condi- ções higiênico-sanitárias durante sua produção e processamento sejam atendidas. O ovo é um alimento completo, com um balanço em nutrien- tes exclusivo em sua composição nutricional e em suas proprieda- des de defesa naturais o que preserva seu conteúdo interno até a chegada à mesa do consumidor. Quando submetido a condições inapropriadas, o ovo perde essas propriedades de defesa e conse- quentemente, sua qualidade nutritiva, colocando em risco a saúde do consumidor. Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- cas e anexos seguem ao final da publicação com objetivo de auxi- liar e facilitar a implantação das BPP nas granjas de postura e garantir a rastreabilidade do produto final, ou seja o ovo “in natura”. Esta será a primeira versão do documento que receberá revisões periódicas, assegurando desse modo que informações atualizadas reflitam a dinâmica do setor comercial de postura e colaborem para que um produto de alta qualidade esteja disponí- vel ao mercado consumidor. B B o o a a s s P P r r á á t t i i c c a a s s d d e e P P r r o o d d u u ç ç ã ã o o n n a a Postura Comercial

Transcript of 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de...

Page 1: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

ISSN 0102-3713

49

Concórdia, SCDezembro, 2006

Autores

Helenice MazzucoZootec., Ph.D.(Coordenadora)

Airton KunzQuím. Ind., DSc

Doralice P. de Paiva Méd. Vet., DSc

Fatima R. F. Jaenisch Méd. Vet., MSc

Júlio C. P. Palhares Zootec., DSc

Paulo G. de Abreu Eng. Agríc., DSc

Paulo S. Rosa Zootec., DSc

Valdir S. de Avila Eng. Agr., DSc

1 Introdução e Objetivos

A presente publicação destina-se a informar produtores etécnicos envolvidos na área de postura comercial sobre ospadrões e procedimentos em boas práticas de produção (BPP) deovos para consumo humano. Como um documento normativo, asBPP de ovos comerciais contém recomendações de boas práticasbaseadas em especificações legislativas, requisitos sanitários epadrões de higiene concernentes às áreas de meio-ambiente,manejo, bem-estar, sanidade, nutrição e segurança alimentar.

Com os procedimentos e normas indicados no documento deBPP de ovos, assegura-se que a qualidade intrínseca do conteúdointerno e externo do ovo seja preservada, uma vez que as condi-ções higiênico-sanitárias durante sua produção e processamentosejam atendidas.

O ovo é um alimento completo, com um balanço em nutrien-tes exclusivo em sua composição nutricional e em suas proprieda-des de defesa naturais o que preserva seu conteúdo interno até achegada à mesa do consumidor. Quando submetido a condiçõesinapropriadas, o ovo perde essas propriedades de defesa e conse-quentemente, sua qualidade nutritiva, colocando em risco a saúdedo consumidor.

Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti-cas e anexos seguem ao final da publicação com objetivo de auxi-liar e facilitar a implantação das BPP nas granjas de postura egarantir a rastreabilidade do produto final, ou seja o ovo “innatura”. Esta será a primeira versão do documento que receberárevisões periódicas, assegurando desse modo que informaçõesatualizadas reflitam a dinâmica do setor comercial de postura ecolaborem para que um produto de alta qualidade esteja disponí-vel ao mercado consumidor.

BBooaass PPrrááttiiccaass ddee PPrroodduuççããoo nnaaPPoossttuurraa CCoommeerrcciiaall

Page 2: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

2 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

2 Boas Práticas na aquisição, notransporte e alojamento das pin-tainhas

2.1 Aquisição

• As aves devem ser adquiridas de incuba-tórios registrados no Ministério da Agri-cultura Pecuária e Abastecimento (MA-PA), serem livres das principais doenças,especialmente micoplasmoses, aspergi-lose e salmoneloses. Serem provenien-tes de matrizes vacinadas contra enfer-midades como a doença de Gumboro,bronquite infecciosa das galinhas, doen-ça de Newcastle e encefalomielite aviá-ria. Todas as aves devem ser vacinadasainda no incubatório, contra a doença deMarek.

• Ao receber as pintainhas na granja, re-gistrar em fichas apropriadas a qualidadedas aves adquiridas: as pintainhas de-vem estar saudáveis com olhos brilhan-tes, umbigo bem cicatrizado, tamanho ecor uniformes, canelas lustrosas sem de-formidades, com plumagem seca, maciae sem sujidades aderidas à cloaca.

2.2 Transporte

• O transporte das pintainhas do incuba-tório (onde são mantidas em ambientecontrolado), até o local do alojamento,deve ser realizado em veículos climatiza-dos com carga e empilhamento adequa-dos, seguindo normas da legislação vi-gente. Os veículos devem ser limpos ehigienizados a cada recarga.

• Registros sobre a origem do transporta-dor e a distância a ser percorrida entre oincubatório e a granja devem ser manti-dos na granja pelo produtor.

• O transporte interestadual das pintainhasdeve ser acompanhado de GTA (Guia deTrânsito Animal; Instrução Normativa n.º18, de 18 de julho de 2006).

2.3 Alojamento

• Aquecedores e ventiladores, bebedou-ros, alarmes e geradores deverão sertestados anteriormente à chegada dasaves para garantir o funcionamento apro-priado; no caso dos aquecedores, estesdeverão ser ligados algumas horas antesda chegada das aves para estabilizar atemperatura, aquecer a cama e áreas depiso onde as aves permanecerão duran-te a cria.

• Bebedouros e comedouros deverão serabastecidos com 1 hora de antecedênciaà chegada das aves.

• Manusear as pintainhas com cuidado,orientando-as junto à fonte de aqueci-mento e próximas ao bebedouro e ração.

• Anotar o peso das aves e quantidade derefugos e destiná-los adequadamente.

• Imediatamente após o alojamento, retirartodas as caixas de papelão e material deforração das caixas de transporte e pro-ceder à incineração.

3 Boas práticas nas fases de cria erecria

O objetivo das práticas de manejo nasfase de cria e recria é possibilitar que o loteatinja a maturidade sexual com uniformidadeadequada. Estas práticas devem ser utiliza-das de maneira a conduzir o lote a uma uni-formidade de peso corporal mínima de 80%.

3.1 Instalação dos equipamentos

Há no mercado grande variedade deequipamentos a serem considerados, princi-palmente na fase de cria das frangas. Na es-colha dos equipamentos é necessário obtera informação técnica correta do fornecedorpara a adequada utilização, independente-mente da fase de criação.

Page 3: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 3

3.1.1 Cuidados básicos na instalação deequipamentos no aviário

• Instalar cortinas de plástico especial tran-çado, lona ou PVC nas laterais do aviá-rio, pelo lado de fora.

• Fixar as cortinas na metade da altura damureta e ultrapassando 30 cm do bandô,fazendo uma vedação total das correntesde ar.

• Utilizar sistema de acionamento das cor-tinas por meio de roda dentada com cor-rente, e sistema de roldana.

• Utilizar bebedouros de pressão, do tipopendular ou nipple automático.

• Utilizar comedouros de bandejas, tubula-res ou automáticos.

• Instalar aquecedores a gás, a lenha ouelétrico.

• Instalar sistema de ventilação e exaustãopara permitir o ajuste da ambiência deacordo com a necessidade das aves.

• Para criação em baterias observar a ade-quação, disponibilidade e funcionalidadedos comedouros, bebedouros e dos sis-temas de aquecimento, ventilação eexaustão.

3.1.2 Preparo da área do pinteiro

Independente do sistema de produção,seja cria e recria em piso ou em baterias eanterior ao recebimento das pintainhas, énecessária a verificação do/a(s):

• Funcionalidade, limpeza e desinfecçãode caixas d’água, tubulações, bebedou-ros e comedouros.

• Acessos ao aviário: devem possuir pedi-lúvios para desinfecção dos calçados.

• Área de alojamento: a cama (nova, emprimeiro uso), deve estar seca e comaltura uniforme aproximada de 10 cm equando utilizadas baterias, estas tam-bém deverão possuir forração adequada.

• Quando optar-se pelo uso de maravalha,esta não deve ser oriunda de indústriasmoveleiras em função da presença deresíduos de produtos químicos utilizadosno tratamento da madeira.

• Temperatura na área de alojamento, de-ve ser ajustada para 32°C.

• Utilização de sobrecortinas fixadas naparte interna do aviário sobrepostas àtela, quando os aviários forem abertos elocalizados em regiões frias, particular-mente nos primeiros dias de vida.

• Densidade de alojamento e abertura doscírculos de proteção, conforme a idade eindicações do manual de manejo dalinhagem, otimizando a ocupação daárea disponível.

• Adequada quantidade de bebedouros ecomedouros em relação ao número deaves, efetuando a regulagem da alturaconforme a idade.

• A partir da quinta semana de idade, pro-ceder a pesagem a cada quinze dias deuma amostra representativa do lote obje-tivando-se o monitoramento do peso cor-poral para fornecimento diferenciado deração e obtenção da uniformidade ade-quada.

• Equipamentos de ventilação, quando atemperatura ultrapassar a faixa de con-forto das aves.

• Manejo das cortinas ou janelas deacordo a temperatura interna necessáriapara atender o conforto das pintainhas;acionar as cortinas (levantamento ou fe-chamento) em função da variação datemperaturas e da ocorrência de ventosfortes e chuvas intensas.

• Fornecer o número de horas de ilumina-ção (fotoperíodo) correspondente à idadeda pinta conforme indicação do manualda linhagem; quando houver necessida-de, utilizar lâmpadas para complementara luz natural; é importante observar quea partir da décima primeira até a décimasexta semana, as aves não devem sersubmetidas a fotoperíodos crescentes.

Page 4: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

4 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

3.2 Boas práticas envolvidas na debi-cagem

Poedeiras comerciais são debicadaspara reduzir as injúrias e mortalidade causa-das pelo canibalismo, um comportamento deextrema gravidade sob o ponto de vista debem-estar animal.

A prática da debicagem possuí vanta-gens e desvantagens sob a perspectiva dobem-estar animal.

Desvantagens da debicagem incluem apercepção de dor de curta a longa duraçãopróxima à área debicada e comprometimen-to temporário da habilidade da ave em ali-mentar-se, uma vez que deve haver umareadaptação à nova forma do bico. As vanta-gens em se adotar a debicagem no bem-es-tar do lote incluem a redução no canibalismoe mortalidade, melhor condição do empena-mento e menor estresse geral.

Devem ser consideradas as seguintesboas práticas na adoção da debicagem dolote:

• A debicagem deve ser feita apenas porindivíduos treinados.

• Atenção deve ser dada à escolha e ajus-te de equipamentos (para o corte e cau-terização do bico) e sua manutenção.

• Utilizar técnicas de contenção apropria-das para minimizar o estresse das aves.

• Efetuar a debicagem quando as avesatingirem entre 7 a 10 dias de idade.

• Dois a três dias antes e dois a três diasapós a debicagem fornecer, via águanos bebedouros, uma solução de eletró-litos contendo vitaminas particularmentevitamina K, para facilitar a coagulaçãosangüínea na área cauterizada e aliviaro estresse induzido por essa prática.

• Para evitar a desidratação da ave após adebicagem, monitorar cuidadosamente oconsumo de água até que os bicos este-jam cicatrizados.

• Uma segunda debicagem quando neces-sária, deve ser realizada entre 10 a 12

semanas de idade das aves porém,quando a primeira debicagem é adequa-damente efetuada, esse segundo proce-dimento é evitado.

3.3 Boas práticas na destinação de avesmortas

• Aves mortas, oriundas da mortalidadediária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem ou colocadasem fossa séptica (Anexo 1) ou incinera-das. Em caso de mortalidade elevadapor doenças diagnosticadas de alto ris-co, deve ser realizada a imediata notifi-cação de suspeita ao serviço oficial paraque determine as providências a seremtomadas, inclusive o destino das avesmortas, e que assegure total inativaçãodo agente causador da doença, confor-me indicações da Instrução NormativaSDA n.º 32, de 13 de maio de 2002.

• A compostagem permite a produção deum biofertilizante sólido, que pode gerarrenda adicional através da venda docomposto e conseqüente redução docusto do Plano de Manejo Ambiental daPropriedade (PMAP), discutido comdetalhe no item 9.1.

• Os cuidados com manejo da composta-gem são fundamentais para o bom fun-cionamento do processo uma vez queeste é um método aeróbio e a ausênciado oxigênio (anaerobiose) pode levar aum processo de degradação inadequadoe com a emanação de maus odores. Ainadequada cobertura das carcaças podepromover a criação de moscas.

• No que diz respeito à característica dosbiofertilizantes e compostos (sólidos e lí-quidos) derivados, a Instrução Normativa23, de 31 de agosto de 2005, do Ministé-rio da Agricultura, normatiza a obtençãoe utilização deste tipo de material parauso agrícola.

São indicados no Anexo 2, as etapasenvolvidas na prática da compostagem.

Page 5: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 5

3.4 Boas práticas no manejo do estercoe cama de aviário

3.4.1 Manejo do esterco

• As estruturas de alojamento das avesdeverão ter acessórios para permitir asecagem rápida do esterco contribuindopara controle de moscas que se desen-volvem no esterco molhado. Nas cria-ções em gaiolas, sem remoção automá-tica do esterco por esteira, deverão serinstaladas grades abaixo das gaiolascom a finalidade de acelerar a secagemdo esterco, se a altura destas o permitir.Caso contrário deverá ser mantida rigo-rosa observação diária do vazamentodos bebedouros, para tratamento dessespontos de esterco molhado com uso decal, impedindo a postura e desenvolvi-mento das larvas de moscas.

• Os beirais deverão ter largura mínima de0,50m impedindo que o esterco seja mo-lhado com a chuva. Em aviários já esta-belecidos, a instalação de cortina estreita(0,50m) no limite do beiral, impede que oesterco seja molhado com a água dachuva.

• A vegetação da área entre os galpõesdeverá ser rasteira (considerando oslimites de distância entre galpões demesma finalidade conforme indicado naPortaria n.º 136, de 02 de Junho de2006, Tabela 3) mantida baixa,permitindo a ventilação e secagem doesterco. Deverá ser construído sistemade drenagem da área externa para oescoamento das águas pluviais com aconstrução de valas.

• Após a remoção, o esterco deverá serdestinado para uma área coberta, ondeocorrerá estabilização (permitindo-seventilação e secagem), considerando opotencial de criação de moscas desse ti-po de material e o seu poder poluente, oque deve ocorrer anterior ao ensacamen-to, e posterior uso agronômico.

• Em criações com remoção automática deesterco, o proprietário também deverá

providenciar a estabilização desse resí-duo antes da sua comercialização/utiliza-ção, considerando as tecnologias dispo-níveis para este fim (por exemplo, com-postagem em leito fixo com aeração pas-siva (natural) ou com aeração mecânica,evitando assim a criação de moscas.

3.4.2 Manejo da cama de aviário

• A escolha do material para cama definiráa necessidade ou não de interferênciadurante a permanência do lote para amanutenção da qualidade da mesma.Quanto menor o tamanho das partículasdo material de cama, melhor será odesempenho dessa cama. As palhadas ecapins deverão ser picados com o menortamanho possível para evitar a formaçãode grandes áreas de empastamento(pela ação do pisoteio e presença defezes mais abundantes) dificultando atarefa de quebra.

• Manter vigilância sobre a qualidade dacama percorrendo diariamente todo aviá-rio especialmente na linha dos bebedou-ros para identificar pontos de vazamento.

• Dependendo do tipo de material utilizadocomo cama, poderá ocorrer um aumentoda formação de cascões ou placas e es-tes deverão ser quebrados duas vezespor semana, revirando-se a cama naque-les locais.

• Os cascões formados em função da pre-sença de algum vazamento dos bebe-douros deverão ser removidos e coloca-dos em compostagem, em estruturasconstruídas para esse fim ou em leirascobertas com lona plástica ou palhadas.

• Com a saída das aves, a cama deveráser removida da instalação e imediata-mente trabalhada em compostagem acampo em leiras cobertas, ensacada etransportada para seu destino de uso.

Page 6: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

6 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

• A reutilização da cama somente poderáser realizada quando não constatadoproblemas sanitários que possam colo-car em risco o próximo lote a ser alojado,de acordo com a inspeção do responsá-vel técnico pelo estabelecimento ou pelomédico veterinário oficial.

• Boas práticas de manejo para reutiliza-ção da cama são indicadas no Anexo 3.

3.5 Aspectos sanitários nas fases decria-recria

• Com vistas à biosseguridade do plantel,as aves devem ser alojadas e criadas nosistema “todas dentro, todas fora” ou se-ja, alojar em um mesmo aviário somenteaves de única procedência e idade.

• Diariamente proceder a limpeza de co-medouros e bebedouros e, pelo menosduas vezes ao dia, efetuar rotina de ins-peção observando as condições ambien-tais e clínicas do plantel; as aves mortasdevem ser imediatamente retiradas doaviário e destinadas a compostagem ouincinerador.

• É imprescindível proceder à limpezacompleta e higienização do aviário eequipamentos após a retirada do lote,adotando os seguintes procedimentos:

- Retirar todos os utensílios utilizadosno aviário;

- Passar vassoura de fogo (lança-chamas) sobre a cama para reduzir onúmero de penas;

- Remover a cama do aviário;

- Lavar com água sob pressão todos osequipamentos e desinfetá-los;

- Lavar paredes, teto, vigas e cortinas,com água sob pressão (jato em movi-mentos de cima para baixo) e deixarsecar;

- Lavar caixa d’água e tubulações;

- Aparar a grama e limpar calçadas ex-ternas e os arredores do aviário;

- Após a secagem, distribuir a cama eos equipamentos;

• Proceder a desinfecção do aviário utili-zando desinfetantes disponíveis no mer-cado (Tabela 1) dentre os quais: quater-nários de amônio, formaldeído, cloro,glutaraldeído, iodo e cresóis; recomenda-se fazer rodízio trimestral do princípioativo dos desinfetantes utilizados e;finalizada a desinfecção, manter o aviáriofechado, e em vazio sanitário por nomínimo 10 dias.

Dois dias antes da data prevista para achegada das pintainhas, recomenda-se fa-zer nova desinfecção do galpão e dos equi-pamentos com o lança-chamas.

Page 7: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 7

Tabela 1 - Princípios ativos de desinfetantes, respectivos derivados e principais locais de uso emavicultura1

Desinfetantes Derivados Local de uso

Fenóis Cresóis Pisos, paredes, telhados, telas, pedilúvios,rodolúvios e na presença de matéria orgânica

Cloro Caixas d’água, encanamentosHalogênicos

Iodo Pisos, paredes, telhados, pedilúvios, rodolúvios

Aldeídos Formaldeído,Glutaraldeído

Pisos, paredes, telhados, telas, equipamentos

Agentes Tensoativos Compostos de

Amônio Quaternário

Caixas d’água, encanamentos, pisos, paredes,telhados, telas pedilúvios, rodolúvios, equipamentos

Hidróxido de Sódio Pisos, paredes, tetoÁlcalis

Óxido de Cálcio Pisos, paredes, teto

1 Adaptado de Wolfran,(1994)

3.6 Vacinação nas fases de cria-recria

A vacinação contra as doenças aviá-rias deve ser realizada somente com vaci-nas registradas e aprovadas pelo MAPA, deacordo com a legislação em vigor, sejacomo medida de ordem profilática ou decontrole de doença.

• A definição de um programa de vacina-ção para o plantel deve ser feita peloMédico Veterinário responsável peloplantel, de acordo com a situação epide-miológica e sanitária de cada região.Contudo, em situações especiais, apósavaliação dos órgãos oficiais, como oDepartamento de Saúde Animal (DSA),poderá ser estabelecida a obrigatorie-dade ou a proibição de programas devacinação. Segundo a Portaria do MA-PA, n.º 136, de 02 de junho de 2006, emconsulta pública, a vacinação sistemáticade aves de postura comercial contra adoença de Newcastle é obrigatória emtodas as unidades da Federação. Noentanto, no caso de doenças conside-radas exóticas ao plantel avícola nacio-nal, não será permitida a realização devacinação sistemática.

• Para que a vacinação seja realizada comsucesso é necessário planejá-la com na-tecedência, observar o prazo de validadedas vacinas, manejá-las corretamente

quanto a via de aplicação, diluição, con-servação (mantendo em temperatura de4ºC), e protegendo o material da incidên-cia solar direta. Recomenda-se vacinarem horários de temperaturas amenas,evitando-se assim, a exposição da aveao calor excessivo; e finalmente, avesdoentes não devem ser vacinadas. Ape-nas funcionários rotineiramente treinadosespecificamente para a vacinação deaves deverão ser recrutados para efetuaressa prática.

• Para poedeiras comerciais, as principaisvacinas disponíveis são contra a doençade Marek, varíola aviária, doença deNewcastle, Gumboro e bronquite infec-ciosa.

• Durante o período de cria e recria, sãoutilizadas amostras vacinais vivas. Noentanto, no período que antecede o iní-cio de produção deve-se optar por vaci-nas inativadas. Doenças como encefalo-mielite, síndrome da queda de postura(EDS) e coriza infecciosa das aves, quecomprometem principalmente a produ-ção de ovos, devem ser prevenidas atra-vés de vacinação utilizando-se vacinasinativadas.

Todo estabelecimento deve manter re-gistros das atividades de trânsito de aves,ações sanitárias, utilização de vacinas e me-dicamentos utilizados. Essas informações

Page 8: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

8 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

devem ser armazenadas pelo período míni-mo de dois anos e estar à disposição dosserviços oficiais.

4 Boas práticas na fase de postura

4.1 Alojamento das aves em gaiolas

O alojamento das aves comerciais ba-seados em gaiolas ou baterias foram proje-tados para oferecer proteção contra preda-dores, conforto térmico, minimizar a trans-missão de patógenos, parasitas internos eexternos.

O bem-estar de poedeiras alojadas emsistemas de gaiolas é uma preocupação de-monstrada pelo mercado consumidor e temrefletido as recentes mudanças legislativasque estão ocorrendo em alguns mercados,como o europeu. Legislações internacionaiscomo as da União Européia, dão indicativosao mercado de ovos considerando o bem-estar das aves nos diferentes estágios dacriação e produção. Exigências relevantesdizem respeito ao espaço por ave conformeo tipo de alojamento (por exemplo, 550 cm2/ave em sistemas de gaiolas convencionais).

No Brasil, ainda não existe legislaçãoespecífica quanto ao bem-estar animal con-siderando o número de aves alojadas porgaiola e desse modo, a densidade de aloja-mento nas gaiolas ainda atende às reco-mendações dos manuais das linhagens e in-dicações de fabricantes (Anexo 5).

Na transferência das frangas da recriapara as instalações de produção deve serconsiderada a distância a ser percorrida efeita em veículos e caixas de transporteapropriados, adequadamente limpos e higie-nizados a cada nova recarga; deve serobservada todas as condições para que sejaminimizado o estresse das aves duranteesse procedimento.

4.2 Procedimentos higiênico-sanitários

4.2.1 Manejo do esterco para controle demoscas

Devem ser seguidas as mesmas práti-cas citadas na fase de cria-recria (item 3.4).

4.2.2 Limpeza da instalação e equipamen-tos

• Os aviários devem ser mantidos livres depássaros, roedores, animais silvestres oudomésticos através da instalação detelas (de malha não superior a 2,5 cm) eadoção de programas de controle depragas.

• Proceder os cuidados de limpeza diáriade bebedouros e comedouros além daretirada de aves machucadas ou mortas;nessa fase a poeira de telas e lâmpadasdeve ser removida pelo menos uma vezpor semana.

• Os procedimentos de higienização doaviário no final do período de produção,após a saída do lote de poedeiras são osmesmos descritos na fase de cria e re-cria, nesse caso acrescido dos cuidadosde limpeza e higienização das gaiolas.

• Antes de um novo alojamento, deve serrespeitado um período mínimo de 20dias de vazio sanitário das instalações.

4.2.3 Programas de monitoramento sani-tário do plantel em postura

Os programas de monitoramento sani-tário do plantel devem ser estabelecidos pe-lo médico veterinário responsável. A monito-ria sanitária deve atender também às nor-mas específicas estabelecidas no Regula-mento de Defesa Sanitária Animal, e noPNSA (Plano Nacional de Sanidade Avíco-la).

Page 9: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 9

• O médico veterinário oficial é o respon-sável pela fiscalização, supervisão eacompanhamento das atividades de mo-nitoramento sanitário. O representantedo Serviço Oficial deverá acompanhar omonitoramento rotineiro da empresaatravés de vistorias e acompanhamentodocumental.

• Basicamente, o monitoramento sanitáriodeverá ser realizado para SalmonelosesDoença de Newcastle, Influenza Aviária.No Anexo 4, constam as recomen-dações para o monitoramento sanitáriodas aves.

Os exames sorológicos para Salmone-lla sp a campo, compreendem testes deaglutinação rápida, que no caso de reaçãopositiva, deverá ser complementado com so-ro aglutinação lenta em tubos; persistindo apositividade na sorologia, deve-se fazer oisolamento bacteriológico e eliminar as avesreagentes.

5 Boas práticas na alimentação dasaves

5.1 Água

A água é o mais importante nutriente edeve ser fornecida às aves em todas asidades em quantidade e qualidade.

• A água da granja deve ser captada emreservatório central para posterior distri-buição; precisa ser abundante, limpa,fresca e isenta de patógenos. Deve sermonitorada para verificação das condi-ções químicas, físicas e microbiológicas,sendo que a periodicidade deste monito-ramento será dada de acordo com orisco ambiental, ou seja, susceptibilidadeà contaminação. Para alto risco, estadeve ser bimestral e para baixo deve seranual.

• Quando a presença de coliformes fecaisfor detectada deverá ser tratada, geral-mente com cloro (Cl); o cloro é conside-rado o desinfetante universal para a

água. O teor de cloro livre adequado éde 0,2 a 0,4 mg/L.

• Frente a presença de bactérias ou altosníveis de nitrato (superiores a 10 ppm),recomenda-se a realização de análisesadicionais que possam indicar com maiorexatidão a sua qualidade, de acordo comas características organolépticas, físico-químicas e microbiológicas. Alguns itensdo padrão de qualidade da água de bebi-da adotado pelo Brasil, segundo o Con-selho Nacional do Meio Ambiente – CO-NAMA (Resolução 357), estão apresen-tados na Tabela 2.

• Nas gaiolas, as aves devem ter acesso abebedouros tipo nipple ou calha que re-cebam manutenção e limpeza regulares;quando no piso, bebedouros pendularesou infantis devem ser adequadamente hi-gienizados e periodicamente aferidosquanto à altura, funcionamento e verifica-dos quanto à presença de vazamentos.

• Os reservatórios e caixas d’água devemestar localizados em áreas sombreadasou protegidos da incidência solar e ina-cessíveis à animais. Do mesmo modo,canos e tubulações devem estar protegi-dos (maior parte dimensionada para per-manecer no subsolo) evitando o aqueci-mento da água e rachaduras ou quebras,que podem ser um foco de contamina-ção.

• As caixas de armazenamento de água(reservatórios, caixas d’água) devem serlimpas e higienizadas com freqüênciasemestral.

Page 10: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

10 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

Tabela 2 - Padrões brasileiros de qualidade da água estipulados para a água de bebida de animais de acordocom a Resolução CONAMA 357/052

Parâmetro Valor Máximo

Demanda Bioquímica de Oxigênio (5 dias a 200C) 10,0 mg/L

Oxigênio Dissolvido Não inferior a 4,0 mg/L

Turbidez Até 100 UNT

pH 6,0 a 9,0

Clorofila a 60 µg/L

Sólidos Dissolvidos Totais 500 mg/L

Cobre dissolvido 0,013 mg/L de Cu

Ferro dissolvido 5,0 mg/L de Fe

Fósforo total (ambiente intermediário, com tempo de residênciaentre 2 e 40 dias, e tributários diretos de ambiente lêntico)

0,075 mg/L de P

Fósforo total (ambiente lótico e tributários de ambientesintermediários)

0,15 mg/L P

Nitrato 10 mg/L de N

Nitrogênio Amoniacal Total 13,3 mg/L N, para pH 7,5

5,6 mg/L N, para 7,5 < pH 8,0

2,2 mg/L N, para 8,0 < pH 8,5

1,0 mg/L N, para pH > 8,5

Zinco total 5,0 mg/L de Zn

Coliformes Termotolerantes Não deverá ser excedido o limite de 1.000por 100 ml em 80% ou mais de pelo

menos seis amostras coletadas durante operíodo de um ano, com periodicidade

bimestral

2 Consultar CONAMA (2005) para obter informação dos padrões de qualidade na íntegra

5.2 Rações

As rações devem ser balanceadasatendendo-se às exigências nutricionais nasdistintas fases (cria-recria, pré-postura, pos-tura, final de postura) e as recomendaçõesde manejo de arraçoamento indicadas con-forme manual da linhagem.

• A produção da ração na propriedade de-verá seguir as normas de Boas Práticasde Fabricação (BPF) de Ração (comopor exemplo, BPF recomendadas peloSindicato Nacional da Indústria de Ali-menação Animal - SINDIRAÇÕES); ou,caso adquirida de terceiros, deverá serobtida de estabelecimentos idôneos, pre-ferencialmente certificados para BPF deRação.

• O interior dos silos graneleiros localiza-dos na granja, deve ser limpo e higieni-zado adequadamente; deve ser vedadopara evitar a presença de animais, poeirae entrada de água da chuva.

• Veículos de carga e descarga de maté-rias-primas e rações devem estar emboas condições e devem ser higieniza-dos adequadamente a cada troca de in-grediente/partida.

• A limpeza dos silos deve ser efetuadaentre partidas de rações e ingredientes aserem armazenados.

Page 11: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 11

• Rações prontas e ingredientes devempossuir rótulos em suas embalagens,identificando o produto, origem, função,prazo de validade e demais informaçõesbaseadas na segurança de uso doalimento e que atendam a legislação.

• As rações e demais matérias-primas em-baladas em sacarias devem ser armaze-nadas em local adequado com ventilaçãoe umidade controlados, em estrados dis-tantes do piso e afastados das paredes edo teto, separados e classificados emgrupo ou tipo de ingrediente; adicional-mente, a identificação das partidas de-vem constar nas embalagens de todosos ingredientes e matérias-primas arma-zenados.

• Metabólitos tóxicos oriundos do metabo-lismo de fungos (micotoxinas) podem es-tar presentes nos grãos utilizados nopreparo das rações, e por isso, análiseslaboratoriais que quantifiquem a presen-ça de micotoxinas devem ser rotineirosno recebimento da matéria-prima.

• Devem ser mantidos na granja, registrosde informações sobre as matérias-primase aditivos utilizados na formulação dasrações identificando: procedência, núme-ro do lote/partida, conteúdo, data de fa-bricação, estado de conservação, prazode validade, informações adicionais e/ouespecificações do fabricante (rótulos/etiquetas das embalagens), laudos deanálise físico-químicas de amostras cole-tadas de matéria-prima ou produto, alémda manutenção de um cadastro de forne-cedores e documentos que atestam aqualidade dos ingredientes/produtos ad-quiridos em conformidade com legisla-ção.

• Deve ser conhecido o período de retiradade fármacos veterinários, pesticidas eaditivos utilizados nas formulações se-guindo normativas da legislação vigente.

• Comedouros devem ser mantidos emboas condições e higienizados regular-mente.

• Manter registros do consumo diário deração; qualquer modificação de consumopode ser indicativo de problemas no lote,seja de manejo incorreto ou doença sub-clínica; as alterações na cor, odor etamanho de grãos e partículas e/oupellets característicos da ração devemser registradas; o acompanhamento dacondição corporal das aves, dados deprodução e qualidade dos ovos devemser utilizados para se acompanhar a ade-quação à dieta e ao manejo da alimen-tação.

5.3 Medidas preventivas para o controlede moscas – administração de larvi-cidas e inibidores de crescimento

A obtenção de ovos com qualidade esegurança para o consumo humano devemincluir um programa elaborado para o con-trole e combate a pragas, insetos, pássarose roedores na granja e locais de armazena-mento e manipulação dos ovos. Os métodosde erradicação desses invasores devem sercontínuos e elaborados a partir de recomen-dações de boas práticas:

• Na administração de larvicidas e inibido-res de crescimento de moscas, via ra-ção, deverá ser estabelecido uma perio-dicidade de uso e alternância de princí-pio ativo para evitar o aparecimento deresistência das moscas a esses produ-tos. Uma recomendação é o uso dosprodutos somente nos períodos de inícioda postura e de pico de temperatura,quando pode ocorrer emissão de estercomais líquido.

• Alternativas que não utilizem produtosquímicos, devem ser encorajadas. Nocaso do início de postura, o uso de finacamada de cal colocada sobre o soloabaixo das gaiolas impede a criação delarvas no esterco liqüefeito. Nos perío-dos de pico de temperatura, a adminis-tração de água de bebida resfriada dimi-nui a sua ingestão e a conseqüente ocor-rência de esterco liqüefeito.

Page 12: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

12 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

• Deverá ser efetuada inspeção visual pe-riódica das áreas internas, cantos de pa-redes e circundantes dos aviários, salasde classificação dos ovos, banheiros evestiários visando identificar a presençade ratos, pássaros, insetos e outros ani-mais silvestres. Os funcionários da gran-ja deverão estar treinados quanto aosmétodos de aplicação de praguicidase/ou pesticidas e de proteção pessoal(uso de máscaras, luvas, botas e óculosde proteção).

• Todos os produtos utilizados para erra-dicação e controle das pragas e invaso-res devem ser devidamente etiquetadosquanto à função, níveis de toxicidade,forma de manipulação e armazenadosem local apropriado (salas separadas ouarmários com chaves, especialmentedestinados para estoque de produtos/agentes tóxicos).

5.4 Manejo nutricional para evitar ageração de resíduos no ambiente

A eficiência do manejo nutricional de-terminará a quantidade e a qualidade doesterco e da cama a serem manejados bemcomo o seu potencial poluente. O corretobalanceamento das rações deve ser umprimeiro passo na redução dos potenciaispoluentes gerados num sistema de produ-ção.

• Diversos manejos e estratégias nutricio-nais estão validados como forma de di-minuir o volume e a concentração de ele-mentos poluentes presentes nos resí-duos, particularmente nos dejetos. Umaanálise das condições produtivas, econô-micas e ambientais do sistema irá deter-minar a adoção do melhor programa nu-tricional. Esta iniciativa trará uma sériede vantagens: decréscimo no consumode ingredientes, menor volume e poten-cial poluidor dos resíduos, redução nocusto de aproveitamento/tratamento deresíduos e no custo de produção.

6 Boas práticas na coleta e arma-zenamento dos ovos

A oferta de ovos com qualidade para oconsumo humano é obtida quando padrõesmínimos de higiene durante sua manipula-ção após a postura são mantidos. Para ga-rantir que tais medidas higiênico-sanitáriassejam atendidas, são indicados a seguir, osprocedimentos de boas práticas na coleta earmazenamento dos ovos:

• A coleta dos ovos quando não automati-zada, deverá ser realizada com freqüên-cia de pelo menos quatro vezes ao dia;com maior freqüência de coleta, evita-seque a poeira e outras sujidades se acu-mulem na superfície da casca, colabo-rando na redução da contaminação dosovos.

• Os funcionários encarregados da coletadevem ser instruídos para a necessidadeda lavagem e desinfecção das mãosanterior à manipulação dos ovos.

• Imediatamente após cada coleta, osovos devem ser removidos do aviáriopara a recepção na sala classificadora earmazenados em bandejas e caixasapropriadas e higienizadas.

• Os ovos devem ser cuidadosamente ins-pecionados observando-se defeitos naqualidade da casca; aqueles ovos que vi-sivelmente estejam quebrados ou trinca-dos devem ser separados em bandejasdistintas daquelas onde ovos com cascaíntegra estejam armazenados.

• Os ovos limpos e selecionados para co-mercialização devem ser separados combase no peso.

• As caixas onde os ovos são armazena-dos para comercialização deverão rece-ber rótulo adequado contendo data e ori-gem, seguindo orientação da legislaçãovigente para armazenamento e comer-cialização.

Page 13: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 13

• Anterior à sua distribuição, os ovos de-vem ser armazenados em sala(s) apro-priada(s), seguindo padrão de constru-ção e higienização em conformidadecom a legislação.

As caixas ou bandejas com ovos de-vem ser armazenadas/arranjadas em estra-dos no piso e com distância mínima (1,20 mdas paredes e 0,80 m do piso, conformePortaria n.º 1 de 21 de Fevereiro de 1990)das paredes e forros, evitando-se assim ocontato com as mesmas e o risco decontaminação.

7 Boas práticas na sala de classi-ficação de ovos

A instalação onde os ovos serão hi-gienizados e classificados deve ser projeta-da de modo a assegurar condições adequa-das do ponto de vista higiênico-sanitário eque são essenciais à manutenção da quali-dade dos ovos. Recomendações envolvendoprocedimentos de boas práticas na sala declassificação dos ovos são indicados emlegislação. Normas vigentes que prevêem asoperações higiênico-sanitárias e de boaspráticas de fabricação para estabelecimen-tos produtores/industrializadores de alimen-tos (como instalações classificadoras deovos comerciais) incluem: Portaria n.° 1 de21 de Fevereiro de 1990 (ANVISA);Resolução RDC n.° 275, de 21 e Outubro de2002 (ANVISA); Portaria n.° 368, de 04 deSetembro de 1997 (MAPA).

8 Boas práticas da construção e am-biência dos aviários

8.1 Localização do sistema de produçãoe procedimentos de biosseguridade

• Com vistas à biosseguridade do sistemade produção, o local deve ser delimitadopor cercas de segurança, com um únicoacesso para coibir o livre trânsito de pes-soas, veículos e animais. Ainda na esco-lha do local de implantação do sistema,devem ser consideradas as distâncias

mínimas entre o estabelecimento de avesde postura de ovos comerciais e outrosestabelecimentos avícolas com objetivosde produção diferentes. Estão apresenta-das na Tabela 3, as respectivas distân-cias entre estabelecimentos, conformeindicado na Portaria do MAPA, n.º 136,de 02 de junho de 2006.

• As instalações deverão ser construídascom materiais que permitam limpeza edesinfecção e providas de telas commalha de medida não superior a 2,5 cm,limitante à entrada de pássaros, animaisdomésticos, silvestres e roedores. De-vem possuir cerca de isolamento emvolta do galpão ou do núcleo, com umafastamento mínimo de 5 m, dotado deum único ponto de acesso de veículos epessoas.

• Em caso de granjas automatizadas comesteiras de coleta de ovos e de esterco,esta distância poderá ser menor que degranjas onde a coleta seja feita manual-mente; essas distâncias podem ser alte-radas a critério do Serviço Oficial, apósavaliação do risco sanitário, em funçãoda adoção de novas tecnologias, na con-dição de existência de barreiras naturais(reflorestamento, matas naturais, topo-grafia), artificiais (muros de alvenaria) ouda utilização de manejo e medidas debiosseguridade diferenciadas, que impe-çam a introdução e disseminação deagentes de doenças.

Page 14: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

14 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

Tabela 3 - Distâncias mínimas entre um Estabelecimento de Aves de Postura de Ovos Comerciais e outrosestabelecimentos

Estabelecimentos Distâncias

Ao abatedouro de qualquer finalidade 3 Km

A outro estabelecimento de Aves de Postura de Ovos Comerciais 500 m

A Granjas de linhas puras, bisavós, avós e qualquer tipo de incubatório 5 Km

A Granjas de Matrizes 3 Km

Ao estabelecimento de criação de aves comerciais de corte 3 Km

Ao estabelecimento de criação de Avestruzes e outras ratitas 3 Km

Ao estabelecimento de criação de aves ornamentais 3 Km

Às fábricas de ração de outra empresa produtora de ovos comerciais 500 m

Às fábricas de ração de empresas de outra natureza 3 Km

Do galpão de postura comercial à estrada vicinal da propriedade 100 m

Do galpão de postura comercial aos limites periféricos da propriedade 30 m

Entre galpões de Aves de Postura de Ovos Comerciais de mesma finalidade distância igual à largura dogalpão

Entre núcleos de Aves de Postura de Ovos Comerciais de cria/recria enúcleos de produção 200 m

8.2 Implantação do aviário e instalaçõesnecessárias

A diferença entre a recria e a postura éque as gaiolas utilizadas nesta última pos-suem aparador de ovos, porém os galpõessão construídos da mesma forma. O dimen-sionamento ou determinação da largura ecomprimento dos aviários é feito por meiodas dimensões das gaiolas e das largurasdos corredores de circulação.

• A área selecionada deve permitir a loca-ção do aviário e de sua possível expan-são, de acordo com as exigências doprojeto e as ambientais (Código Flores-tal; Legislação Ambiental e Código Sani-tário) em relação às distâncias mínimasregulamentares das edificações, estra-das, moradias, divisas, fontes de água eáreas de proteção permanente.

• O terreno deve permitir a locação dosaviários de forma a maximizar as condi-ções de ventilação natural, reduzir a inci-dência da radiação solar, facilitar o fluxode pessoal, animais e insumos. Deveapresentar bom nível de isolamentosanitário por meio de vegetação, ter fácilacesso por estrada cascalhada com

boas condições de trânsito em qualquerépoca do ano.

• Os aviários devem estar situados em lo-cais de topografia plana ou levementeondulada e construídos com o seu eixolongitudinal orientado no sentido leste-oeste.

• O local deve possuir abastecimento deágua de boa qualidade (conforme indica-do no item 7.1) e fornecimento de ener-gia elétrica.

8.2.1 Uso da eletricidade na propriedade

Em um sistema de produção avícola,há grande demanda para energia elétricauma vez ser indispensável seu uso duranteas fases iniciais, como o aquecimento daspintainhas até o estabelecimento dos pro-gramas de luz em estágios posteriores daatividade, anterior à maturidade sexual edurante a fase de postura. O uso eficientedeste insumo produtivo, além de reduzir ocusto de produção do plantel, irá conservaros recursos naturais. Informações sobre ouso eficiente da eletricidade estão dispo-

Page 15: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 15

níveis na internet através do link:www.eletrobras.gov.br/procel

8.2.2 Instalações hidráulicas

• O sistema hidráulico será composto poruma caixa/reservatório central com capa-cidade para atender a demanda dasaves, serviço de limpeza e desinfeção.Após analisada a qualidade da água, po-de ser necessário o uso de uma bombadosadora de cloro e um filtro, instaladosna entrada do sistema.

• No uso de bebedouros tipo calha, deveser providenciado sumidouro (valas deinfiltração), para que o excesso de águaseja recolhido e destinado à fossa sép-tica.

8.2.3 Boas práticas no uso dos recursoshídricos

• A utilização da água na propriedade de-ve estar baseada na Política Nacional deRecursos Hídricos e na Resolução n.º357/05 do CONAMA, devendo também,ser verificadas as legislações estaduaissobre o assunto. Outra legislação queregula o uso da água na propriedade é oCódigo Florestal.

• Há necessidade do levantamento dasnecessidades hídricas da propriedade eas ofertas originadas das várias fontespara que não haja problemas de es-cassez e depreciação quantitativa dasfontes.

• Na localização da propriedade deve-seconsiderar os riscos que o local apre-senta à poluição e contaminação dosrecursos hídricos.

• O sistema de água deve ser dividido emfonte, sistema de filtração/desinfecção,de armazenamento, de distribuição paracriação, de dessedentação e de trata-mento a fim de facilitar a detecção deproblemas e o monitoramento da quanti-dade e qualidade.

• Devem ser instalados hidrômetros a fimde monitorar o consumo na granja e dosanimais. Este monitoramento deve ocor-rer com uma freqüência mínima a cada 7dias, podendo também ser diário, o quefacilitará a identificação de qualquer alte-ração no consumo pelos animais ou des-perdício devido a vazamentos.

• A mão-de-obra que irá manejar a águanos seus mais diversos usos deve sercapacitada.

• Implantar um programa de monitoramen-to quantitativo e qualitativo dos recursoshídricos da propriedade.

8.3 Construção do aviário e ambiência

• As dimensões horizontais do aviário de-vem atender à capacidade de alojamentodo lote para uma altura mínima de pédireito de 3 m.

• O comprimento não deverá ultrapassar140 m, evitando-se problemas de terra-planagem, equipamentos e manejo.

• A largura do aviário deve ser adotada deacordo com as dimensões das gaiolasselecionadas.

• A estrutura a ser adotada pode ser pré-moldada de concreto, metálica ou madei-ra, ou mista, desde que atenda as exi-gências de carga a ser recebida dacobertura.

• Para climas quentes, que não possuemcorrentes de ventos provindas do sul,recomenda-se que os oitões sejam detela. Os oitões deverão ser protegidos dosol nascente e poente por meio de vege-tação, beirais ou sombrites.

8.3.1 Piso

• A construção do piso de concreto nointerior da instalação ficará opcional aoprodutor; no entanto, para uma melhorhigienização e desinfecção, recomenda-se a utilização de piso concretado.

Page 16: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

16 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

8.3.2 Coberturas/Telhados

• Para melhoria do isolamento térmico doaviário com telha metálica, pode ser utili-zado o poliuretano, o poliestireno, mantatérmica ou pintura reflexiva.

• Para minimizar o efeito da carga térmicaradiante nas aves, pode-se adotar siste-ma de aspersão sobre a cobertura doaviário com uso de calhas coletoras deágua.

• Os aviários que apresentam vão livre/abertura maiores ou iguais a 8 m deve-rão dispor de lanternim ao longo da cu-meeira, com tela de arame nas aberturaspara evitar a entrada de pássaros eoutros animais silvestres.

8.3.3 Paisagismo circundante

• Gramar toda a área delimitada aos aviá-rios (respeitando as distâncias mínimasentre galpões de mesma finalidade,Tabela 3), com o objetivo de atenuar ocalor que penetra nos mesmos. A espé-cie escolhida para o gramado deverá serde crescimento rápido que cubra unifor-memente o solo e que não permita apropagação de plantas invasoras. O gra-mado deverá ser constantemente apara-do, o que vem facilitar a ventilação naárea das gaiolas e do esterco deposita-do sob as mesmas evitando assim a pro-liferação de insetos.

• Plantar árvores caducifólias a 5 m de dis-tância da instalação (mantendo-as des-galhadas na região do tronco e preser-vando a copa superior), nas faixadasnorte e oeste do aviário quando construí-do em regiões frias. Em regiões quentes,não é necessário que as árvores sejamcaducifólias.

• Os ventos dominantes locais deverão serobservados principalmente no período deinverno, devendo-se prever barreiras na-turais com mata nativa e reflorestamento.

9. Boas práticas no manejo de resí-duos e conservação ambiental

As práticas aqui citadas são baseadasem conhecimentos, tecnologias e legisla-ções vigentes para um sistema de produçãocomercial de postura. Como estes são dinâ-micos e evoluem no tempo, o usuário deveráconstantemente estar atualizando-se paraque as atividades desenvolvidas na granjanão resultem em impacto ambiental e este-jam em desacordo com as legislações. As-sim, aconselha-se a consulta aos órgãosambientais da Federação e dos Estados,bem como às instituições de pesquisa e ex-tensão rural. A informação é parte funda-mental no processo de viabilização ambien-tal num sistema de criação avícola para aprodução de ovos.

O primeiro passo a ser dado para im-plementação de um programa de Boas Práti-cas de Produção é o conhecimento da legis-lação referente ao licenciamento ambientalda atividade. Este tipo de legislação é com-petência legislativa dos Estados, destaforma, há Estados que ainda não legislaramsobre o assunto. A lei de licenciamento podeser obtida junto aos órgãos ambientais esta-duais.

Destaca-se que um programa de boaspráticas no manejo dos resíduos gerados napropriedade não tem como objetivo licenciara produção, mas sim propiciar uma adequa-ção ambiental ao sistema, em sintonia comos preceitos da sustentabilidade, exigênciasdos mercados internos e externos e asaspirações da sociedade.

9.1 Plano de manejo ambiental da pro-priedade

Todo o programa deve estar inseridoem um Plano de Manejo Ambiental da Pro-priedade (PMAP). Portanto, apesar dasBPPs focarem a atividade de postura, asintervenções se darão em toda propriedadeuma vez que as práticas adotadas estãointer-relacionadas com os recursos naturaisinternos e externos a esta. Para a implan-tação do PMAP devem ser considera-dos(as):

Page 17: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 17

• Descrição das condições ambientais dapropriedade e do seu entorno.

• Caracterização, quantitativa e qualitativados resíduos gerados pela atividade.

• Avaliação dos impactos ambientais (Re-solução n.º 01/86 do CONAMA) que aatividade pode provocar e medidas queserão tomadas para anular estesimpactos.

• Ações que serão tomadas para reduzir ageração de resíduos e seu poder poluen-te.

• Técnica(s) de aproveitamento e siste-ma(s) de tratamento de resíduos queserão utilizados.

• Programa de monitoramento para oacompanhamento do Plano de ManejoAmbiental, possibilitando a necessidadede eventuais ajustes.

9.2 Resíduos gerados na atividade depostura comercial

A atividade de postura comercial geraos seguintes resíduos: camas (constituídasde esterco, água, restos de ração, penas ematerial de cama), ovos descartados, ester-co, restos de ração, penas, poeiras, águasde lavagem, águas excedentes dos bebe-douros tipo calha e aves mortas; além des-tes há também os resíduos gerados em ves-tiários, sanitários, banheiros, refeitórios e es-critórios existentes na propriedade.

Recomendações de boas práticas edestino dos resíduos gerados na proprieda-de incluem:

9.2.1 Coleta e disposição do lixo orgâni-co, inorgânico e de insumos veteri-nários

• Providenciar recipientes próprios comtampa de segurança para armazenar asembalagens e instrumentos descartá-veis.

• Realizar a tríplice lavagem de frascos deinseticidas e outros produtos químicossem o descarte da água no meio am-biente e efetuar perfurações das embala-gens de plástico para inutilização.

• Identificar os postos receptores para acoleta destes materiais na região.

• Os esgotos devem ser conduzidos parasistemas de tratamento devidamente di-mensionados e com a manutenção ne-cessária para que não sejam caracteri-zados como fontes de poluição/contami-nação.

• Os resíduos orgânicos de preparo e des-perdícios de alimentos devem ser desti-nados à compostagem em área próximaà utilização (por exemplo, em horta dapropriedade) não devendo ser colocadosna compostagem de aves mortas.

• Os resíduos não perecíveis (plástico, la-tas, papel, papelão, vidro) devem ser ar-mazenados para posterior reciclagem.Se não houver coleta seletiva no Municí-pio, trabalhar junto às autoridades locaispara implantar o sistema.

• Os ovos não comercializáveis, impró-prios ao consumo humano e geralmenterejeitados em função de problemas decasca, devem ser descartados apósmoagem de maneira higiênica e ambien-talmente correta, como por exemplo, tra-balhando o material em compostagem oudestinando-os à fossa séptica.

9.2.2 Manejo de esterco líquido e seco –implicações do tipo de manejo nacriação de moscas

• No manejo de dejetos líquidos em fossosob as gaiolas, é necessário manter umalâmina d’água sobre o esterco evitando-se a proliferação de moscas.

• No manejo de esterco seco, deve serobtida a redução da umidade o maisrápido possível, com as práticas indica-das no item 3.4.

Page 18: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

18 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

9.2.3 Sistemas de armazenamento de de-jetos

• Os sistemas utilizados para armazena-mento de dejetos devem obedecer al-guns cuidados básicos no que diz respei-to a característica de solo, distância dolençol freático (consultar a legislaçãoestadual), material a ser utilizado etempo de retenção hidráulica.

• No link: http://www.cnpsa.embrapa.br/sgc/sgc_publicacoes/cot361.pdf; são dis-ponibilizadas informações que tambémsão aplicáveis à avicultura de postura.

• As esterqueiras devem ser protegidascom cercas (altura mínima de 1m) paraevitar acidentes com animais e sereshumanos.

• A retirada dos dejetos sempre se mostracomo uma etapa crítica devido a umaseparação sólido-líquida (formação delodo no fundo), portanto este sempredeve ser previamente agitado antes desua retirada, para evitar acúmulo desólidos na esterqueira.

9.3 Sistemas de tratamento do estercogerado na propriedade

9.3.1 Biodigestores

• A utilização de biodigestores para o tra-tamento de dejetos de aves de posturapossibilita a estabilização parcial do resí-duo e ainda produzir biogás que podeser utilizado como uma fonte de calor ouenergia elétrica na propriedade rural.

• Para que o sistema funcione eficien-temente, devem ser observados algunsdetalhes como: o peneiramento prévio(com a finalidade de separar sólidosgrosseiros), o dimensionamento em fun-ção da fluidez do dejeto (dejetos sólidosou pastosos não podem ser operadosem sistemas contínuos) e, o revolvimen-to da biomassa (a agitação garante ahomogeneidade do tratamento).

• O efluente do biodigestor deve ser enca-minhado a um tratamento suplementarou obedecer ao balanço de nutrientesquando aplicado no solo.

9.3.2 Lagoas de tratamento

• A utilização de lagoas para a estabiliza-ção de dejetos de aves de postura podeser uma opção quando se deseja umtratamento um pouco mais avançado.Recomenda-se novamente que o siste-ma seja provido de uma separação física(peneiramento e decantação) prévia paraevitar o assoreamento e diminuição davida útil das lagoas utilizando-se as la-goas numa seqüência de tratamentoanaeróbio, como as lagoas profundas,seguidas de lagoas facultativas.

• Cuidados construtivos como impermea-bilização, distância do lençol freático,compactação do solo, adequação à le-gislação ambiental devem ser observa-dos. O manejo durante a operação dotratamento deve receber especial aten-ção para que o sistema não reduza suaeficiência ou quando em situações críti-cas entre em colapso, aumentando oimpacto ambiental.

• Para que o efluente líquido possa serlançado nos corpos receptores (rios elagos) deverá obedecer padrões dequalidade de acordo com o estabelecidona resolução CONAMA 357/05, e nas le-gislações estaduais referentes ao des-carte de efluentes, caso contrário deveráser utilizado para fertirrigação seguindoas recomendações agronômicas.

9.3.3 Compostagem

Para executar a compostagem do es-terco, há necessidade de misturá-lo comquantidades mínimas iguais de um resíduovegetal, como por exemplo: maravalha, ser-ragem grossa, sabugo de milho triturado,palhada de qualquer cultura (por exemplo,palhada de milho, de trigo, centeio, soja,etc.), triturada em pedaços de até 3,5 cm.

Page 19: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 19

A compostagem poderá ser executadaem construção de alvenaria de tijolos ouconcreto ou em leira a campo. A deposiçãoda mistura de esterco com o resíduo vegetalpode ser feita em leiras de até 3 m de largu-ra e 1,5 m de altura, em forma de pirâmide,ou seja, as camadas superiores sendo me-nores que as inferiores, com comprimentovariável. Há necessidade de se cobrir tudocom uma camada de resíduo vegetal seco,impedindo a criação de moscas. Pode-seapressar o processo de compostagem usan-do aeração mecânica, isto é, injetando aratravés de tubos perfurados, colocados nabase da leira. Há necessidade de acom-panhamento de um técnico capacitado paraexecução correta dessas alternativas.

9.4 Uso dos resíduos como fertilizante

• O aproveitamento dos resíduos comoadubo orgânico deve estar baseado noprincípio do balanço de nutrientes (com-patibilização das características de fertili-dade do solo, com as exigências das cul-turas e o teor de nutrientes dos resí-duos).

• Identificar os tipos de solos existentes napropriedade através do seu perfil e análi-ses de fertilidade.

• Realizar a análise dos riscos ambientaisdo uso dos resíduos como adubo, consi-derando-se o uso anterior e aplicação deadubos nos solos e o impacto do cultivoem áreas adjacentes.

• Quando fertilizantes químicos forem apli-cados no solo, deve-se considerar oaporte de matéria orgânica nos cálculosdas necessidades e freqüências defertilização.

• Devem ser otimizadas as formas detransporte e aplicação de resíduos nosolo a fim de se evitar as perdas de nu-trientes e com isto, a freqüência, quanti-dade e época de aplicação devem serconsideradas em conjunto.

• Os resíduos não devem ser aplicadosquando existir probabilidade maior doque 50% de chuvas, em períodos chuvo-

sos ou de chuvas ocasionais ou comprobabilidade de chuvas em seqüênciade três dias.

• Quando a área destinada à adubaçãoestiver exposta ao recebimento de águasde zonas adjacentes, deve-se procederanálises do solo após as estações chu-vosas com a finalidade de identificar pos-síveis mudanças nas suas caracterís-ticas.

• Os resíduos só deverão ser aplicadosquando os ventos dominantes ocorreremdistantes de áreas com concentraçãourbana ou de animais e adicionalmente,deve-se evitar este manejo nos finais desemana.

• Registrar o local e dimensões das áreasocupadas com cada cultivo com seu res-pectivo manejo; quantidade, freqüência,forma de disposição e tipo de aduboutilizado e cronograma de aplicação deadubos e fertilizantes.

• Quando se utilizar área de terceiros parao aproveitamento dos resíduos no solo,os mesmos diagnósticos e práticas de-vem ser considerados.

• A manipulação de adubos orgânicos po-de condicionar riscos a saúde humana,desta forma, todos os envolvidos nestamanipulação devem receber treinamentopara tal fim, bem como utilizar Equipa-mentos de Proteção Individual (EPI).

• Caso o avicultor pretender comercializarseus resíduos como fertilizante, deveráconsultar o Decreto n.º 4.954 e a Instru-ção Normativa n.º 15, ambos do Minis-tério da Agricultura, Pecuária e Abaste-cimento.

9.5 Odores e poeiras

As emissões devem ser evitadas devi-do aos seus impactos na saúde humana edos animais e na qualidade ambiental. Paraisto, as seguintes medidas devem ser toma-das:

• Manter as instalações limpas adotandoas práticas indicadas no item 4.2.

Page 20: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

20 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

• Dispor de estruturas construtivas e deventilação corretamente dimensionadas.

• Optar pela incorporação dos resíduos aosolo.

• Na implantação dos sistemas de trata-mento e armazenamento e na escolhados manejos dos resíduos, deve-se con-siderar a distribuição dos ventos domi-nantes no local de modo a evitar a dire-ção dos mesmos, dos pontos de manipu-lação dos resíduos para áreas ondeocorram concentrações humanas e ani-mais.

9.6 Boas práticas na depopulação doaviário e no transporte de resíduosda produção

Ao final do período de produção deovos, faz-se necessária a depopulação doaviário para preparo adequado da instalaçãoe alojamento do próximo lote de poedeiras.Procedimentos de manejo anterior a essaprática são importantes visando a reduçãodo estresse e sofrimento das aves.

O trânsito interestadual de aves depostura de ovos comerciais destinadas aoabate, esterco e cama de aviário deve obe-decer à normativa específica do PNSA. Otransporte de aves deve ser acompanhadode Guia de Trânsito Animal (GTA), fornecidapelo serviço oficial e para o trânsito de camade aviário, deve ser apresentado o Certifica-do de Inspeção Sanitária (CIS).

Boas práticas recomendadas durante aapanha das aves para depopulação do aviá-rio são indicadas a seguir:

• É recomendado que as aves permane-çam em jejum por no mínimo quatro ho-ras anterior ao início do carregamento. Ofornecimento da água nos bebedourosdeve ser suspenso no momento do iníciodo carregamento.

• Todos os funcionários da granja e mão-de-obra contratada para efetuar a depo-pulação do aviário devem ser instruídosquanto ao método de “apanha” conside-

rando a possibilidade de fraturas devidoà fragilidade óssea das aves em final deprodução.

• As aves devem ser retiradas das gaiolaspor ambas as pernas; fornecer suporteem posição que facilite segurar o peitodas aves evitando contato com a gaioladurante esse procedimento.

• Reduzir a intensidade luminosa (condi-ção de penumbra) no aviário no momen-to da apanha para diminuir o estressedas aves durante o carregamento.

• A densidade adotada nas caixas detransporte deve levar em consideração oconforto/bem-estar das aves de modoque as mesmas tenham contato com opiso das caixas.

• As caixas utilizadas devem minimizar osriscos à integridade física das aves.

• Durante o embarque das aves, as caixasdevem ser cuidadosamente colocadasna carroceria do veículo transportador.

10 Higiene e segurança do trabalha-dor

Todos os funcionários de uma granjade postura comercial envolvidos nasatividades em que haja contato direto comas aves e os ovos, devem ser instruídos outreinados sobre os procedimentos de higienee segurança necessários de modo a garantira biosseguridade do produto (ovo deconsumo) e a saúde do trabalhador. Pré-requisitos básicos incluem:

• Uniformes para uso na granja e nas sa-las de manipulação dos ovos são reco-mendados bem como o banho, anterior àentrada em áreas designadas como “lim-pas” (área interna de aviários e de aces-so aos mesmos, através da qual são fei-tos transporte de ração, aves e equipa-mentos higienizados); acessórios comoluvas, botas, gorros, óculos e máscarasde proteção devem ser laváveis oudescartáveis.

Page 21: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 21

• Os funcionários devem ter boa apre-sentação, asseio corporal, mãos limpas,unhas curtas, os cabelos devem ser pro-tegidos com toucas descartáveis nassalas em que há manipulação dos ovos.

• As instalações sanitárias e vestiários de-vem estar localizados em área isolada daárea de manipulação dos ovos, devemser independentes (feminino ou masculi-no) e de uso exclusivo para os funcioná-rios .

• Devem ser instalados lavatórios na áreade manipulação dos ovos, com a presen-ça de sabonetes líquidos anti-sépticos etoalhas de papel descartáveis; as lixeirasdevem possuir tampa de acionamentonão-manual; avisos sobre procedimentospara lavagem obrigatória das mãos antese após a manipulação dos ovos e demaisrequisitos higiênicos devem estar afixa-dos em local visível e de fácil leitura.

• Equipamentos e acessórios de seguran-ça do funcionário como tampões deouvido, máscaras e óculos de proteçãodevem ser utilizados conforme recomen-dações do fabricante.

• Fluxo de entrada e saída de material e oacesso e circulação de pessoas nasgranjas e salas de manipulação de ovosdevem ser devidamente sinalizados e se-guidos por funcionários e visitantes.

11 Procedimentos para visitantes eveículos

Visitas ao sistema de produção de-vem ser restringidas. É imperativa a coloca-ção de avisos de restrição à entrada de pes-soas estranhas à atividade. Quando neces-sário o acesso ao sistema, deve ser feito oregistro e tomadas as providências cabíveisde controle.

Visitantes e veículos devem cumprir asmesmas instruções de higiene e segurançaindicada ao quadro de funcionários;

• Acesso de pessoas: todas as pessoas(funcionários, técnicos e visitantes) de-

vem trocar de roupa e calçados, previa-mente desinfetados e fornecidos pelo es-tabelecimento, no portão de acesso àgranja. É recomendado evitar o contatocom outros plantéis de aves num períodomínimo de três dias antes de proceder avisita a um sistema de produção de pos-tura.

• Acesso de veículos: todos os veículos,antes de entrarem no sistema de produ-ção, devem ser lavados com água sobpressão e desinfetados. Para tanto, noportão de acesso ao sistema deve serinstalado um rodolúvio ou arco de desin-fecção ou mesmo um reservatório dedesinfecção com bomba de pressão àmotor.

12 Referências bibliográficas

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMASTÉCNICAS. Resíduos sólidos:classificação. Rio de Janeiro: ABNT, 1987.NBR 10 004/1987

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIASANITÁRIA (Brasil). Portaria n.º1 de 21 defev. 1990. Diário Oficial [da] RepúblicaFederativa do Brasil, Brasília, DF, 06 mar.1990. Seção 1, p.4321.

AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIASANITÁRIA (Brasil). Resolução RDC n.º275de 21 de out 2002. Diário Oficial [da]União, Brasília, DF, 23 out. 2003.

BELMUDE, J. R. M. Manual de produtosveterinários. 3. ed. São Paulo: Sindan,2001. 1 CDROM.

BERCHIERI JÚNIOR, A.; MACARI, M.Doenças das aves. Campinas: FACTA,2000. 490p.

Page 22: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

22 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

COMMISSION OF THE EUROPEANCOMMUNITIES. Council Directive 99/74 EC:laying down minimum standards for theprotection of laying hens. Official J. Eur.Commun. (L203/53) 19 July. Disponível em:<http://eur-ex.europa.eu/LexUriServ/site/en/oj 1999/l_20319990803en00530057.pdf>Acesso em: 12 jun. 2006

DONALD, J.; BLAKE, J. P.; HARKINS, D.;TUCKER, K. Questions and answer aboutusing mini-composters. Alabama:Alabama Cooperative Extension Service, [19--]. 2p. (Circular ANR-850).

JAENISCH, F.R.F. Como e porque vacinarmatrizes, frangos e poedeiras. Concórdia:Embrapa Suínos e Aves, 2003. 16p.(Embrapa Suínos e Aves. Circular Técnica,36)

JAENISCH, F. R. F. Biossegurança emplantéis de matrizes de corte. AviculturaIndustrial, v. 90, n. 1072, p. 14-19, 1999.

MAC SAFLEY, L. M.; DuPOLDT, C.;GETER, F. Agricultural waste managementsystem component design. In: KRIDER, J.N.; RICKMAN, J. D. (Ed.) Agriculturalwaste management field handbook. [S.l. ]:U. S. Department of Agriculture, SoilConservation Service., 1992, Cap. 10, p. 1-85. National Engineering Handbook.

BRASIL. Ministério da Agricultura e doAbastecimento. Resolução n.º 1 de 23 dejan. 1986. Diário Oficial [da] União,Brasília, DF, 17 fev. 1986.

BRASIL. Ministério da Agricultura e doAbastecimento. Portaria n.º368 de 04 de set.1997. Diário Oficial [da] União, Brasília,DF, 08 set. 1997. Seção 1, p.196-97.

BRASIL. Ministério da Agricultura e doAbastecimento. Instrução Normativa n.º 4 de30 de dez. 1998. Diário Oficial [da]República Federativa do Brasil, Brasília,DF, 31 dez. 1998 Seção 1, p.30-32.

BRASIL. Ministério da Agricultura e doAbastecimento. Instrução Normativa n.º 44de 23 de ago. 2001. Diário Oficial [da]República Federativa do Brasil, Brasília,DF, 24 de ago. 2001. Seção 1. p.68.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Instrução Normativa SDAn.º32 de 13 de mai. 2002. Diário Oficial [da]União, Brasília, DF, 14 mai. 2002. Seção 1.p. 28.

BRASIL. Ministério da Agricultura e doAbastecimento. Instrução Normativa SDA n.º03 de 09 de jan. 2002. Diário Oficial [da]União, Brasília, DF, 16 jan. 2002. Seção 1.p.14.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Decreto n.º 4.954 de 14 dejan. 2004. Diário Oficial [da] União,Brasília, DF, 15 jan. 2004. Seção 1. p.2.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Instrução Normativa n.º15de 22 de dez. 2004. Diário Oficial [da]União, Brasília, DF, 24 dez. 2004. Seção 1.p.8.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Instrução Normativa n.º23de 31 de ago. 2005. Diário Oficial [da]União, Brasília, DF, 08 set. 2005. Seção 1.p.12.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente.Conselho Nacional de Meio Ambiente.Resolução n.º 357 de 18 de mar. de 2005.Diário Oficial [da] União, Brasília, DF, 18mar. 2005.

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Instrução Normativa n.º18de 18 de jul. 2006. Diário Oficial [da]União, Brasília, DF, 20 jun. 2006. Seção 1.p.12.

Page 23: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 23

BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuáriae Abastecimento. Portaria n.º136 de 02 dejun. 2006. Diário Oficial [da] União,Brasília, DF, 05 jun. 2006. Seção 1. p.4.

PAIVA, D. P. Guia para operar umacompostagem de aves mortas. Disponívelem: <http//www.cnpsa.embrapa.br/Publica-ções/ Publicações gratuitas/OP003>. Acessoem: 11 jun. 2006.

PAIVA, D. P. Manejo de cama pós aretirada do aviário para evitar a criaçãode moscas. Disponível em: <http//www.cnpsa.embrapa.br/Publicações/Publicaçõesgratuitas/ITA023>. Acesso em: 11 jun. 2006.

PAIVA, D. P. Cartilha de compostagem decarcaças e resíduos das criações napropriedade rural. Concórdia: EmbrapaSuínos e Aves, Cartilha, 35p. 2006.

PEIXOTO, R.T. G. Compostagem,composto e húmus. Disponível em:<http://www.cnpab. embrapa.br>. Acessoem: 10 out. 2005.

RYNK, R. (Ed). On-farm compostinghandbook. Ithaca: Northeast. RegionalAgricultural Engineering Service, 1992. 186p. (Cooperative Extension. NRAES, 54).

SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DEALIMENTAÇÃO ANIMAL. Manual de boaspráticas de fabricação para estabele-cimentos de produtos para alimentaçãoanimal. São Paulo: SINDIRAÇÕES: ANFAL:ASBRAM, 2002. 46 p.

WOLFRAN, Q. Desinfecção moderna. In:SEMANA DE ESTUDOSAGROPECUÁRIOS DE BOTUCATU, 8.,1999, Botucatu. Curso. Botucatu: UNESP,1994. 40 p.

CircularTécnica, 49

Ministério da Agricultura,Pecuária e Abastecimento

Exemplares desta edição podem seradquiridos na:

Embrapa Suínos e AvesEndereço: Br 153, Km 110,Vila Tamanduá, Caixa postal 21,89700-000, Concórdia, SCFone: 49 34410400Fax: 49 34428559E-mail: [email protected]

1ª edição

1ª impressão: 2006

Tiragem: 1.000

Comitê dePublicações

RevisoresTécnicos

Expediente

Presidente: Claudio BellaverMembros: Marisa T. Bertol, Cícero J. Monticelli,Gerson N. Scheuermann, Airton Kunz, Valéria M.N. Abreu.Suplente: Arlei Coldebella

Cícero J. Monticelli, Gerson N. Scheuermann ePaulo A.R. de Brum

Coordenação editorial: Tânia M.B. CelantNormalização bibliográfica: Irene Z.P. CameraEditoração eletrônica: Vivian FracassoFotos da Capa: Paulo G. de Abreu

Page 24: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

24 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

AANNEEXXOOSS

ANEXO 1- Fossa séptica para manejo de resíduos da produção

É uma alternativa de manejo para destinação de aves mortas, ovos descartados e águasresiduais.

Deve ser localizada em área afastada das instalações, devido à emissão de maus odores,preferencialmente em área que atenda às recomendações quanto ao perfil do solo e à distânciade poços, nascentes, rios, residências e dos limites da propriedade.

A perfuração do solo deve ter de 1,0 a 2,0 m de diâmetro, com profundidade compatível àproteção do lençol freático (cerca de 2,5 a 5,0 m).

O fundo da fossa deve ser, no mínimo, compactado.

A entrada da perfuração deve ser protegida com tampão de concreto ou madeira reforçadae a abertura para o lançamento das carcaças deve ser elevada, em forma de uma “chaminé”,com tampa de zinco galvanizado, facilitando seu manejo.

Ao redor da “chaminé” proteger com terra, permitindo o acesso com segurança.

A área da fossa deve ser cercada com arame farpado impedindo a aproximação deanimais e crianças.

Esgotada a capacidade da fossa, o tampão deve ser removido para a nova fossa e ascarcaças cobertas com terra formando uma elevação, considerando que, com a decomposiçãodas carcaças, haverá diminuição do volume, e formação de uma cavidade. O cálculo dotamanho/capacidade deve considerar o tempo mínimo de utilização de 2 anos.

Page 25: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 25

ANEXO 2 - Procedimentos para a compostagem de aves mortas

Para a prática da compostagem empregar a seguinte técnica:

1) colocar uma camada de 15 a 20 cm de material aerador (maravalha nova ou de qualquerpalhada existente na propriedade);

2) colocar as carcaças das aves mantendo as mesmas a uma distância de 15 cm das paredese da porta da câmara e a uma distância aproximada de 10 cm uma da outra para passagemde ar, sem amontoar e com a orientação (das pernas das aves) para um mesmo lado;

3) preencher o espaço entre carcaças com material aerador;

4) acrescentar água sobre as carcaças em quantidade correspondente à metade do peso delas(por exemplo, para cada 20 kg de carcaça, acrescentar 10 L de água);

5) a seguir, cobrir com mais uma camada de 15 cm de material aerador;

6) prosseguir seguindo mesma seqüência (carcaça, material aerador, água e material aeradorno topo das camadas para cobrir) até atingir 1,5 m de altura;

7) cobrir com uma última camada de 10 cm de material aerador novo;

8) deixar fermentar por dois períodos de 10 dias (após o fechamento final), tombando eremontando a pilha com acréscimo de água ao final dos 10 dias e deixando fermentar pormais 10 dias;

9) ensacar o material para reutilizar na montagem da nova câmara ou utilizar como adubo emreflorestamento, jardinagem ou fruteiras de árvores (não usar em hortaliças). Se sobraremossos, estes deverão ser colocados com as carcaças na nova pilha formada, para continuara decomposição.

Uma observação importante: utilizar uma tábua para pisar na pilha, no momento dacolocação das carcaças, evitando a compactação da mesma.

Alguns problemas que podem ocorrer no manejo da composteira:

• Falta de aeração causando parada do processo fermentativo, iniciando o processo deputrefação (apodrecimento) e produzindo mau cheiro. Pode ocorrer por excesso de água,pisoteio dos resíduos ou resíduos colocados muito próximos (amontoamento). Parasolucionar, revirar a camada acrescentando mais material aerador, deixando as peçasdistantes umas das outras (10 cm).

• Camada superior molhada por ser muito fina ou por excesso de água, causando a atração demoscas. No caso de problemas por excesso de água, acrescentar mais material aerador,revolvendo para incorporação. No caso da camada ser muito fina, adicionar material aerador.

Page 26: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

26 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

ANEXO 3 : Manejo para reutilização da cama

No período de vazio sanitário, o manejo da cama a ser reutilizada deve ser seguidocriteriosamente para evitar riscos para o próximo lote. No dia seguinte à saída do lote econstatando-se a ausência de problemas sanitários, são recomendadas as seguintes etapas nomanejo para reutilização da cama de aviário:

• remover ou suspender os equipamentos (comedouros, bebedouros, etc.).

• queimar as penas com o lança-chamas.

• revolver a cama e remover os cascões formados na cama molhada.

• triturar as placas de esterco seco usando equipamento mecanizado ou batedor manual.

• repetir a queima de penas.

• amontoar a cama em 2 ou 3 leiras ao longo do aviário cobrindo-as com lona plástica, demodo a deixar a área livre onde será montado o pinteiro, local onde será colocada camanova.

• manter as leiras cobertas durante 7 a 10 dias.

• antes da liberação das aves no pinteiro, espalhar a cama com no mínimo 2 dias deantecedência permitindo a ventilação completa do material.

Page 27: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Boas Práticas de Produção na Postura Comercial | 27

ANEXO 4: Monitoramento de Salmoneloses, Doença de Newcastle e InfluenzaAviária

As recomendações para o monitoramento de salmoneloses nas aves incluem:

• Aves de 01 (um) a 05 (cinco) dias de idade: fazer diagnóstico bacteriológico nas aves mortas(50 aves) e suabes de cama (1 “pool” dos círculos existentes em cada galpão e caixas detransporte).

• Aves de postura com 12 semanas de idade fazer o monitoramento sorológico por SoroAglutinação Rápida (SAR) de 100 amostras por núcleos. Quando reagente, deverá sercomplementada com Soroaglutinação Lenta em Tubos ou Microaglutinação.

• O monitoramento bacteriológico às 12 semanas de idade pode ser feito com as seguintesamostragens: um “pool” de 50 suabes cloacais, sendo um para cada duas aves, em um totalde 100 aves por núcleo, ou um “pool” de 100 amostras de dejetos frescos por núcleo ouainda, um “pool” de dois suabes de arrasto por galpão do núcleo.

• Aves em início de produção, fazer SAR em 100% do plantel nas aves reagentescomplementar com Aglutinação Lenta em Tubo ou Microaglutinação. Casos reagenteseliminar as aves.

• O monitoramento bacteriológico para salmoneloses consiste em: um “pool” de 50 suabescloacais, sendo um para cada duas aves, em um total de 100 aves por núcleo ou um “pool”de 100 amostras de dejetos frescos por núcleo ou ainda um “pool” de dois suabes de arrastopor galpão do núcleo. Deverão ainda, ser coletados órgãos (fígado, baço, ovário e tonsilacecal) de no mínimo 60 aves amostradas uniformemente entre os aviários do núcleo.

A vigilância sanitária para doença de Newcastle e Influenza Aviária deve ser realizada pormeio de colheitas periódicas de soro sangüíneo, suabes de traquéia e suabe de cloaca dasmesmas aves em um único lote, realizadas em estabelecimentos avícolas por determinação doMAPA.

Page 28: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

28 | Boas Práticas de Produção na Postura Comercial

ANEXO 5: Alojamento das aves na fase de postura: Uso de gaiolasconvencionais

Dados técnicos de gaiolas convencionais de acordo com a fase de criação1

Fase Comprimento Altura Profundidade Compartimento Capacidade

Postura 2,00 m 0,40 m 0,45 m 4 x 0,50 m 24 aves, (375 cm2/ave)

2,00 m 0,40 m 0,60 m 4 x 0,50 m 28 aves, (428,5 cm2/ave)

Recria 1,50 m 0,46 m 0,75 m 2 x 0,75 m 28 aves (1 a 120 dias deidade), 321 cm2 /ave

1,00 m 0,35 m 0,60 m 1 x 1,00 m 28 aves (1 a 120 dias deidade), 321 cm2 /ave

1 Compilação de diferentes manuais de revendedores

Page 29: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

RROOTTEEIIRROO DDEE VVEERRIIFFIICCAAÇÇÃÃOO DDEE BBOOAASS PPRRÁÁTTIICCAASS DDEE PPRROODDUUÇÇÃÃOO NNAA PPOOSSTTUURRAA CCOOMMEERRCCIIAALL

BOAS PRÁTICAS NA AQUISIÇÃO, NO TRANSPORTE E ALOJAMENTO DAS AVES SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

O incubatório de origem das pintainhas é registrado no MAPA?

Todas as aves foram vacinadas ainda no incubatório contra a doença de Marek?

O transporte das pintainhas do incubatório até o local de alojamento é realizado emveículos climatizados e higienizados?

Registros são mantidos na propriedade quanto à origem do transportador e a distância aser percorrida entre o incubatório e a granja?

O transporte interestadual das pintainhas é acompanhado do GTA – Guia de TrânsitoAnimal?

As pintainhas apresentam-se saudáveis e uniformes?

Equipamentos foram previamente testados para o recebimento das pintainhas?

Bebedouros e comedouros foram abastecidos com 1 h de antecedência à chegada daspintainhas?

As caixas de transporte das pintainhas são incineradas imediatamente após o transporte?* Não se aplica

Boas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial | 2

9

Page 30: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

BOAS PRÁTICAS DURANTE A CRIA-RECRIA DAS AVES SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

Cortinas, sistemas de ventilação e exaustão, aquecedores, bebedouros e comedourosforam testados e aferidos anterior ao uso conforme recomendação do fabricante?

Limpeza e higienização de caixas d’água, tubulações, bebedouros e comedouros sãorealizadas com regularidade?

Existem pedilúvios para desinfecção anterior à entrada dos aviários?

O período de vazio sanitário mínimo, anterior ao alojamento de um novo plantel na granja érespeitado?

Foi verificada a qualidade e origem da cama utilizada na área do pinteiro anterior aoalojamento das aves?

A densidade de alojamento adotada está em conformidade com as recomendações domanual da linhagem alojada?

A temperatura na área de alojamento das pintainhas foi ajustada para 32°C?

A abertura do círculo ou área de alojamento ocorre em função da densidade (número deaves/m2)?

O número de bebedouros e comedouros é adequado à densidade de alojamento adotada?

É feita a regulagem da altura dos comedouros e bebedouros em função da idade das aves?

Cortinas, ventiladores e demais equipamentos são regulados em função de alteraçõesambientais e conforto das aves?

A verificação da necessidade de iluminação artificial, adicional à natural (local) está emacordo com a exigência da linhagem alojada e idade das aves?

A debicagem é feita por funcionários treinados nessa prática?

O equipamento de debicagem (debicador) recebe manutenção e regulagem adequadas,anterior ao seu uso?

Solução de eletrólitos e vitaminas são oferecidas às aves antes e após a debicagem?* Não se aplica

30 | B

oas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial

Page 31: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Continuação...

BOAS PRÁTICAS DURANTE A CRIA-RECRIA DAS AVES SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

Uma segunda debicagem no plantel é necessária?

A propriedade possui estrutura para destinar as aves oriundas da mortalidade diária do lotecomo incineradores e câmaras de compostagem?

São feitos ajustes nas estruturas instaladas de alojamento das aves para evitar aproliferação de moscas na propriedade?

É feito manejo adequado da cama para evitar a formação de cascões?

É feita reutilização da cama de aviário sob inspeção técnica apropriada?

As aves alojadas são de mesma procedência e idade?

A inspeção clínica do plantel é feita rotineiramente?

Após limpo e desinfetado, o aviário é mantido em vazio sanitário por no mínimo 10 dias?

É feito rodízio do princípio ativo dos desinfetantes utilizados na limpeza e desinfecção dasinstalações?

O programa de vacinação indicado para o plantel segue normativas indicadas pelo MAPA?

A propriedade mantém registros das atividades de trânsito de ave, ações sanitárias eutilização de vacinas e medicamentos?

* Não se aplica Boas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial | 3

1

Page 32: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

BOAS PRÁTICAS DURANTE A FASE DE POSTURA SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

Na transferência de frangas da área de recria para o alojamento de postura é conhecida adistância a ser percorrida no transporte das aves?

A transferência das frangas da recria para instalações de produção é feita através do usode caixas e veículos de transporte adequadamente higienizados e em densidadeadequada?

No manejo do esterco para controle de moscas são seguidas as boas práticasrecomendadas?

As instalações são mantidas livres de insetos e animais invasores através do uso de telasem janelas e aberturas?

É mantido um programa de controle de pragas na propriedade?

É respeitado um período mínimo de 20 dias de vazio sanitário após saída do lote e limpezado aviário de postura?

São realizadas monitorias para salmoneloses, doença de Newcastle e Influenza aviária?

A monitorização sanitária atende às normas específicas estabelecidas no Regulamento deDefesa Sanitária Animal?

O médico veterinário oficial acompanha e supervisiona as atividades de monitoramentosanitário?

O representante do Serviço Oficial acompanha o monitoramento rotineiro da empresaatravés de vistorias e registro documental?

* Não se aplica

32 | B

oas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial

Page 33: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

BOAS PRÁTICAS NA ALIMENTAÇÃO DAS AVES SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

A água utilizada na granja é captada em caixa d’água central para posterior distribuição?

Foi realizada avaliação da capacidade de abastecimento da fonte de água e a demandadiária dos animais?

É feita a avaliação da qualidade da água utilizada na granja com a periodicidaderecomendada?

É necessário tratar a água?

O desinfetante utilizado para tratamento da água foi o cloro?

Bebedouros recebem manutenção e limpeza com freqüência recomendada?

Registros de resultados físico-químicos de análise da água de bebida das aves sãomantidos na granja/propriedade?

Caixas d’água e reservatórios são higienizados com freqüência adequada?

As rações prontas são adquiridas de estabelecimentos que seguem normativas de BPF(Boas Práticas de Fabricação)?

No caso das rações serem produzidas na propriedade, todos os procedimentos desde acompra e estocagem das matérias-primas até a mistura dos ingredientes seguem BPFpadrão?

Silos graneleiros são vedados adequadamente e recebem limpeza e higienizaçãorotineiramente?

Matérias-primas e rações prontas são monitoradas quanto à: procedência, característicassensoriais (coloração, odor, presença de materiais estranhos, grãos ardidos, textura, entreoutros)?

Laudos laboratoriais de análises físico-químicas das matérias-primas e rações, emconformidade com a origem e natureza dos produtos e legislação, são mantidos napropriedade?

Rações e demais matérias-primas são armazenadas em locais com ventilação e umidadeadequadas e estão dispostas em estrados distantes do piso e parede?

* Não se aplica

Boas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial | 3

3

Page 34: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

Continuação...

BOAS PRÁTICAS NA ALIMENTAÇÃO DAS AVES SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

Rações e demais ingredientes estocados possuem identificação adequada?

Caminhões de carga e outros veículos destinados ao transporte de matérias-primas erações prontas são adequadamente higienizados a cada troca de partida e/ou ingrediente?

Comedouros recebem manutenção e limpeza rotineiramente?

São considerados os períodos de retirada de aditivos, ingredientes, medicamentosveterinários utilizados conforme legislação?

São adotadas medidas de manejo alternativo (não-químico) no controle de pragas napropriedade?

Os aviários e instalações designadas para armazenagem de alimentos ou ovos sãomantidos livres de insetos, roedores, animais silvestres e domésticos?

Produtos tóxicos utilizados no controle de pragas são estocados em salas com acessolimitado e/ou armários com chave?

Funcionários são treinados quanto aos procedimentos de proteção pessoal e de aplicaçãodos agentes tóxicos recomendados dentro de um programa de controle de pragas napropriedade?

São adotadas estratégias e programas nutricionais para a redução do poder poluente dosestercos?

* Não se aplica

34 | B

oas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial

Page 35: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

BOAS PRÁTICAS NA COLETA E ARMAZENAMENTO DOS OVOS SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

A higiene pessoal dos funcionários é preconizada e estimulada?

O funcionário procede à limpeza das mãos antes de cada coleta?

A coleta dos ovos é efetuada com freqüência mínima de 4 vezes ao dia?

As bandejas utilizadas para coleta de ovos são higienizadas?

Os ovos coletados são inspecionados e pré-selecionados em função da qualidade dacasca?

Ovos com casca danificada são armazenados em bandejas separadas dos ovosclassificados com casca íntegra?

* Não se aplica

Boas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial | 3

5

Page 36: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

CONDIÇÕES DA CONSTRUÇÃO E AMBIÊNCIA DOS AVIÁRIOS SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

O sistema é delimitado por cercas de segurança, com um único acesso?

As instalações permitem correta limpeza e desinfecção?

As instalações estão providas de cerca de isolamento em volta do galpão ou do núcleo,com um afastamento mínimo de 5 m?

As instalações são providas de telas com malha de medida não superior a 2,5 cm?

A área designada para construção do(s) aviários(s) e demais edificações foi selecionada edimensionada prevendo-se a maximização de uso da ventilação natural, abastecimento deágua, eletricidade, incidência solar, fluxo de pessoas, animais e insumos?

O terreno possui bom nível de isolamento sanitário por meio de vegetação, fácil acesso porestrada cascalhada e boas condições de trânsito em qualquer época do ano ?

Existem hidrômetros para o monitoramento do consumo de água na granja?

É efetuada a drenagem das águas pluviais da propriedade?

A mão-de-obra responsável pelo manejo da água nos seus mais diversos usos écapacitada?

É feito um programa de monitoramento quantitativo e qualitativo dos recursos hídricos dapropriedade?

A área ao redor do aviário possui grama que recebe cortes e manutenção rotineiramente?

Foram previstas barreiras naturais com mata nativa e reflorestamento para os ventosdominantes ?

* Não se aplica

36 | B

oas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial

Page 37: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

BOAS PRÁTICAS DE MANEJO DE RESÍDUOS E CONSERVAÇÃO AMBIENTAL SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

Existe um Plano de Manejo Ambiental da Propriedade (PMAP)?

É feita adequada coleta e disposição do lixo orgânico, inorgânico e veterinário gerados naatividade de postura ?

É feito o manejo das excretas líquidas e secas conforme as práticas recomendadas?

Existem sistemas de armazenamento de dejetos ? São consideradas as distâncias dolençol freático recomendadas em legislação (estadual), material e tempo de retençãohidráulica em função das características do solo?

São tomadas as medidas para redução da emissão de poluentes no ar, odores e poeirasgerados na atividade de postura ?

Ao optar-se pelo aproveitamento dos resíduos da atividade de postura como aduboorgânico, é seguido o preceito do balanço de nutrientes?

A propriedade possui licença ambiental para atividade de postura comercial?* Não se aplica

Boas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial | 3

7

Page 38: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

BOAS PRÁTICAS NA DEPOPULAÇÃO DO AVIÁRIO E NO TRANSPORTE DERESÍDUOS DA PRODUÇÃO

SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

O fornecimento da água nos bebedouros foi suspenso no momento do início docarregamento das aves durante depopulação do aviário?

Todos os funcionários da granja e mão-de-obra contratada para efetuar a depopulação doaviário foram instruídos quanto ao método de “apanha” das aves?

A intensidade luminosa no aviário no momento da apanha foi reduzida para evitar-se oestresse das aves?

A densidade adotada nas caixas de transporte considera o conforto/bem-estar das aves demodo que estas tenham contato com o piso das caixas?

As caixas utilizadas no transporte reduzem os riscos à integridade física das poedeiras ?

As caixas foram colocadas no veículo transportador com cuidado ?

O transporte interestadual de aves em final de produção, ovos, esterco e cama de aviário éacompanhado do GTA – Guia de Trânsito Animal?

O transporte de cama aviária é acompanhado do CIS – Certificado de Inspeção Sanitária?* Não se aplica

38 | B

oas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial

Page 39: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHADOR SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

São fornecidos uniformes limpos para uso na granja e salas de manipulação de ovos, bemcomo demais acessórios para garantia da biosegurança e higiene?

Os funcionários são informados e treinados rotineiramente quanto às medidas de higienebásicas exigidas na atividade de produção de ovos comerciais?

Vestiários e sanitários estão localizados em área isolada da área de manipulação dosovos?

Lavatórios foram instalados na área de manipulação dos ovos e contam com acessórios dehigiene e limpeza para lavagem obrigatória das mãos?

É respeitado o fluxo de entrada e saída de material e acesso de pessoal (funcionários evisitantes) na sala de manipulação dos ovos?

Avisos sobre procedimentos de higienização das mãos bem como do fluxo de pessoas nasala de manipulação dos ovos estão apropriadamente disponibilizados?

* Não se aplica

Boas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial | 3

9

Page 40: 1 Introdução e Objetivos - cnpsa.embrapa.br · Um checklist ou roteiro/auditoria de inspeção de boas práti- ... diária, deverão ser trabalhadas em câ-maras de compostagem

PROCEDIMENTOS PARA VISITANTES E VEÍCULOS SIM NÃO NA* OBSERVAÇÃO

Avisos de restrição à entrada de pessoas não pertencentes ao quadro de funcionáriosestão adequadamente disponibilizados?

No ponto de acesso ao sistema de produção, funcionários, técnicos e visitantes, procedemao banho (no acesso as áreas limpas), trocam de roupa e calçados, desinfetados efornecidos pelo estabelecimento?

São feitos registros de acesso de pessoas na granja?

É respeitado o período mínimo de três dias sem contato com outros planteis de aves aoproceder uma visita a granja de postura?

No ponto de acesso ao sistema de produção existe rodolúvio ou arco de desinfecção?

Os veículos são desinfetados antes de entrarem no sistema de produção?

40 | B

oas P

rátic

as d

e P

rodução n

a P

ostu

ra C

om

erc

ial