1 O futuro do mercado dos serviços energéticos · explorar o trabalho das pessoas, ao longo da...

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O futuro do mercado dos serviços energéticos

Cláudio Monteiro, SMARTWATT

2 De que depende o futuro de Serviços Energéticos?

Depende da valorização da eficiência por parte dos consumidores

Depende da existência de enquadramento legal e contratual adequado

Depende da seriedade e profissionalismo das ESE

Depende no estabelecimento de relações de confiança entre agentes

Depende da evolução das soluções e tecnologias de eficiência

Depende da abertura dos consumidores para os conceitos de poupança

Depende da existência de mecanismos financeiros e mitigação de risco

Um mercado só existe quando todas as partes ganham

e quando os riscos são partilhados

3 Motivação para valorizar a eficiência ?

Consumidor:

soluções para os elevados preços de energia

incremento de eficiência nos seus processos produtivos

preocupação e valorização ambiental

mecanismos de obrigatoriedade

Sociedade e Estado

melhor utilização de infraestruturas

melhor utilização dos recursos distribuídos

criação de tecido produtivo

competitividade e sustentabilidade

obrigações e compromissos

Agentes do mercado de serviços energéticos

empresas de serviços energéticos (razão de existir)

utilities (transformar ameaças em oportunidades)

fabricantes (oportunidades para novos produtos)

entidades financeiras (paradigmas por explorar)

4 Que soluções financeiras?

O conceito de serviço energético é um conceito financeiro:

“pagar mais hoje por sistemas mais eficientes para pagar menos pela

exploração do sistema ao longo do tempo”

Só funciona se houver soluções de financiamento

Têm que haver garantias de redução de custos futuros

O financiamento é geralmente elevado

É necessário mecanismos de seguros para cobrir riscos

É necessário contratos que assegurem compromissos de longo prazo

• Os Fundos para projetos de Eficiência são imprescindíveis • O Estado tem um papel importante na criação destes fundos

• a eficiência energética é um paradigma novo para o setor financeiro

5 Futuro paradigma do setor financeiro?

Atualmente usam-se as pessoas para obter coisas,

no futuro devem usar-se as coisas para ajudar as pessoas

Paradigma financeiro atual:

explorar o trabalho das pessoas, ao longo da vida, para obter

lucros, com a motivação de melhoria de bem estar das pessoas

Paradigma alternativo:

explorar o melhor funcionamento dos sistemas (coisas), ao longo da sua

vida, para obter maiores lucros, partilhados com as pessoas

• No caso dos serviços de eficiência as entidades financeiras necessitam: – interação forte entre a análise financeira e análise técnica

– maior interação com os consumidores e seus sistemas

– preparação para contratos de maior complexidade e com elevadas incertezas

6 A OPORTUNIDADE – Obrigação de eficiência

Diretiva de eficiência energética 2012/27/EU (25 de Outubro 2012)

Regimes de obrigação de eficiência energética • Estabelece regimes de obrigação de eficiência para empresas distribuidoras de

energia e/ou as empresas de venda de energia a retalho.

• Realização anual, de 1 de janeiro de 2014 a 31 de dezembro de 2020, de novas

economias que ascendam a 1,5 %, em volume, das vendas anuais de energia aos

consumidores finais.

• É necessário estabelecer procedimento de medição, verificação controlo e

certificação das poupanças.

• Os estados poderão definir medidas de implementação alternativas combinadas com

programas nacionais

• As entidades obrigadas poderão cumprir as obrigações contribuindo anualmente

para um Fundo Nacional de Eficiência Energética

7 Financiamento – Certificados Brancos

• Infelizmente, na elaboração da diretiva chegou-se à conclusão que um mercado

europeu de certificados brancos seria complexo, mas deixa liberdade para os

estados desenharem os seus sistemas

• O que são certificados Brancos? – A Poupança é transformada em certificado que pode ser transacionada a preços de

mercado (anualmente),

– menos certificados mais valor por MWh de poupança, maior corrida à eficiência

• A poupança é gerada por medidas de eficiência implementadas por:

– Empresas de Serviços Energéticos

– pelos próprios consumidores

– empresas distribuidoras ou comercializadoras de energia

– entidades obrigas por programas, tipo SGCIE ou SCE

• O certificado é gerados por técnicos credenciados para M&V,

identificando, quantificando e qualificando a poupança.

• O certificado é registado pela entidade emissora de certificados

8 Financiamento – Certificados Brancos

• Quem compra o certificado?

– Voluntários que querem associar seus produtos a rotulagem verde

– Taxas de energia, taxas de CO2 ou taxas sobre equipamentos ineficientes

– Um fundo de eficiência energética nacional, alimentado por obrigações de eficiência

– Empresas de comercialização de energia sujeitas a obrigação de eficiência

• Quanto vale o certificado?

– (volume anual das obrigações, em €) / (volume anual da eficiência certificada, MWh)

– Volume de obrigações: 35M€ eletricidade + 30 M€ gasóleo de aquecimento + 11M€

já no PPEC + outros = cerca de 80 M€ ano

– 3% usado para mercado M&V; 2% para gestão; 10% encargos financeiros; 15%

serviços energéticos; 70% investimento efetivo em eficiência

– O certificado valerá cerca de 30 €/MWh

– Os projetos de eficiência podem ser viáveis apenas com o valor do certificado

branco, ficando todo o valor da poupança para o consumidor

• Quem paga os certificados?

– Os comercializadores de energia e consumidores ineficientes

– Os custos acabaram por cair em todos os consumidores proporcionalmente à sua

ineficiência, pequeno incremento recuperado largamente ao fazer eficiência.

9 Medição e verificação

A eficiência energética é um recurso … • É necessário avaliar esse recurso, para que o planeamento das medidas de eficiência

seja o mais adequado.

A eficiência energética é um produto… • É necessário medir esse produto, para a quantificação do produto vendido.

A eficiência energética é um negócio … • É necessário verificar o que foi contratado, de forma a cumprir e incutir confiança

entre os agentes

A eficiência energética tem metas nacionais para cumprir… • É necessário monitorizar a evolução dos programas de eficiência nacionais

• O futuro de um mercado de eficiência energética passa por: – existência de protocolos uniformizados,

– técnicos credenciados e

– sistemas reguladores dos processos de M&V

10 Tecnologias – Aquecimento e arrefecimento

• Tecnologias

– Sistemas solares térmicos

– Bombas de calor

– Caldeiras de alta eficiência

– Micro-cogeração

– Sistemas de recuperação de calor

– Sistemas de arrefecimento natural

• Novas abordagens

– Novas abordagem tecnológicas baseadas em sistemas centralizados de

aquecimento e arrefecimento

– Sistemas de controlo mais evoluídos, com integração de informação ambiente e de

comportamento de consumo

– O investimento pode ser conseguido por associações de vizinhos ou por empresas

ESE, cujo modelo seja a comercialização de energia

11 Tecnologias – Iluminação, motores, eletrodomésticos

Iluminação:

substituição por iluminação eficiente (led, CFL)

sistemas de controlo de iluminação

utilização de iluminação natural

Força motriz:

reguladores de velocidade

motores de elevada eficiência

Eletrodomésticos mais eficientes, redução de consumos de standby, sistemas

de controlo mais evoluídos

12 Tecnologias – autoprodução

• Investir em tecnologias alternativa à energias da rede, • tipicamente sistemas fotovoltaicos,

• ou recuperação de calor de processos para produção de eletricidade

• Regime de netmetering, – redução do consumo líquido, vender o excesso à rede a preço de mercado

– Evitar os elevados custos com aquisição de energia da rede

Tecnologias de armazenamento, para gerir excesso de energia produzida ou

adquirida em horas de baixo custo transferindo-a para consumos em horas

de custo elevado

A autoprodução permitirá novas variantes de modelos de negócio para

serviços energéticos, em que os conceitos de eficiência energética,

consumo da rede e produção com recurso local se combinam

13 Comportamentos: cada vez mais a primeira linha de atuação

• A atuação em medida baseadas em comportamentos

está na primeira linha das medidas a implementar, pelo

baixo investimento e pelos ganhos rápidos que

proporcionam.

• A reorganização de processos produtivos, permite

ganhos significativos na indústria, mas requer forte

interação entre informação de fluxo de materiais,

gestão de processos e gestão energética

• Planos comportamentais, baseados em conceitos de responsabilização e

sensibilização, requer estruturação organizacional

• Resposta dinâmica de consumos, em que automatismos de controlo

combinados com monitorização permitem reagir com antecipação a sinais de

preço e ferramentas de otimização da eficiência do sistema.

14 Smart consumption

• Os conceitos SMART estão atualmente em tudo o que é equipamentos e

sistemas, representam a integração avançada de informação e de controlo.

• Os equipamentos de consumo integram cada vez mais informação, seja de

monitorização ou de sinais exteriores ao sistema

• Os sistema de controlo automatizado serão cada vez mais usados, com

grande vantagem em sistemas de consumo onde não existe capacidade de

responsabilização ou atuação direta do utilizador

• O conceito de smartmeetering, bem como sistemas de medição com

contadores parciais, permitem uma monitorização com importante impacto em

comportamentos e controlo

• Os conceitos de smartgrid facilitam a integração de

recursos locais e a melhor utilização da

infraestruturas

• Os conceitos smartcities permitem a troca de

informação entre sistemas multissectoriais, integrando

sinais exteriores a estes sistemas

15 Resumindo

O futuro dos Serviços Energéticos, ainda está para ser

construído. Desenvolvimento de um mercado de

serviços energéticos ainda está numa fase muito

preliminar.

O sucesso de uma demonstração de conceito bem

sucedida é essencial para o envolvimento e confiança

dos agentes do setor.

O Existe preocupação e motivação crescente com a vertente de eficiência, novas

tecnologias e serviços mais eficientes são continuamente criados

Os mercados de eficiência funcionam melhor com flexibilidade e liberdade de auto-

organização, mas necessitam uma base de organização comum

No atual contexto não se espera que o Estado financie a eficiência, mas deverá criar

obrigatoriedades de eficiência e mecanismos de acesso aberto à eficiência

As soluções de financiamento são o ponto chave para o alavancamento de um

mercado de serviços energéticos economicamente sustentáveis e fiáveis.

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