1-O SOM NO CINEMA
-
Upload
tide-borges -
Category
Documents
-
view
34 -
download
7
Transcript of 1-O SOM NO CINEMA
O SOM E A ESCUTA NO CINEMA
NUMA OBRA AUDIOVISUAL, A IMAGEM É MAIS
IMPORTANTE QUE O SOM ?
NO CINEMA, NÃO EXISTE TRILHA SONORA SEPARADA
DA IMAGEM. CADA ELEMENTO SONORO
ESTABELECE UMA RELAÇÃO DE SENTIDO COM OS ELEMENTOS DE CADA
IMAGEM
A imagem tem sido mais estudada, debatida e
compreendida ao longo do tempo do que o som. O motivo disso é que a possibilidade de
registrar a imagem é mais antiga que a de registrar o som.
Isso fez com que o conhecimento sobre a
percepção e a narração visual avançasse muito mais
rapidamente que o conhecimento sobre a
percepção e narração sonora.
Somente em 1910 iniciou-se a produção industrial do disco e
dos gramofones.Em 1950, foi a vez dos gravadores
de fita magnética.
PIERRE SCHAEFFER E MICHEL CHION
Na década de 1950, com o advento da gravação magnética do som, Pierre Schaeffer começa seus estudos. Através da gravação e manipulação de sons, chega ao conceito de escuta reduzida e objeto sonoro e cria a Música Eletroacústica.
Seu discípulo, Michel Chion, vai direcionar suas pesquisas para o som no cinema a partir da década de 1980.
Nos anos 1970 , houve um grande desenvolvimento tecnológico na área do áudio no cinema, quando é introduzida a tecnologia
que irá mudar para sempre a experiência de se assistir um filme: o sistema Dolby.
Por meio dele, a reprodução sonora melhora exponencialmente e o
multicanal torna-se obrigatório, consolidando-se ao permitir a distribuição do som em quatro,
cinco ou mais canais. Valorizando o uso dos ruídos.
Sound Designer ou Diretor de Som
Profissional que pensa a concepção sonora deum filme desde a concepção do roteiro, construindo um pensamento sonoro em
conjunto com o diretor, solucionando questões técnicas, escolhendo a equipe de som e explorando ao máximo o potencial
sonoro de umfilme
SOUND STUDIES
As universidades americanas na década de 1970 em diante,
começam a produzir teoria e reflexão sobre o uso do som no
cinema.David Bordwell, Claudia Gorbman, Rick
Altman, Elisabeth Weis, John Belton.
QUATRO TIPOS DE ESCUTA FÍLMICA
• SEMÂNTICA• CAUSAL• REDUZIDA (SCHAEFFER)• PÂNICO (BARTHES)
SÃO IDENTIFICADOS, MAS SE MISTURAM NO CINEMA
SEMÂNTICA
• LINGUAGEM FALADA• O CINEMA É VOCOCÊNTRICO E
VERBOCÊNTRICO
A HIERARQUIA DA PALAVRA
Quando existe a fala numa obra audiovisual, tudo os
outros sons se subordinam à inteligibilidade do discurso
semântico
CAUSAL
• EFEITO DO SINCRONISMO• IDENTIFICAMOS A FONTE SONORA
REDUZIDA (SCHAEFFER)
• QUANDO SEPARAMOS O SOM DA SUA FONTE SONORA• IDENTIFICAMOS QUALIDADES E
FORMAS ESPECÍFICAS DO SOM, ESSE OBJETO SONORO
PÂNICO (BARTHES)
• PARTICIPAR DE UM JOGO ABERTO A TODOS OS TIPOS DE SIGNIFICACÕES (DAÍ SUA REFERÊNCIA AO DEUS PÃ).
• A “escuta pânico”, idealizada pelos gregos dionisíacos do Santuário de Elêusis, é “uma escuta dos ínferos, daquilo que se oculta nas profundezas”.
• Na natureza, o "estado de pânico" é um sistema de defesa que ativa todas as regiões do cérebro que estão relacionadas à atenção.
• SENTIR O SOM, ANTES DE PERCEBER ALGUM SIGNIFICADO.
• ESTAR DISPONÍVEL A UMA ESCUTA POLISSÊMICA.
• No cinema, o olhar é uma exploração espacial e temporal delimitada pela tela.
• E a escuta é quase uma imposição não delimitada (ausência de pálpebras para as orelhas, omnidirecionalidade da escuta, e a propagação do som).
• O som é um meio insidioso de manipulação afetiva e semântica e nos faz ver aquilo que sem ele não veríamos, ou que veríamos de outra forma.
Exercício de percepção proposto por Michel Chion: assistir o filme sem o som e
depois sem a imagem
ALGUMAS FUNÇÕES DO
SOM NO CINEMA
Unificar o fluxo das imagens : sons
ambientes, voz ou música
Função simbólica :a junção som/imagem
resulta num 3º sentido
O PÂNTANO (2001)Lucrécia Martel
Função retórica: enfatizar uma sensação
Pontuação da narrativa : tiro, silêncio,gotas,
relógio
Filme verbo-centradoEDIFÍCIO MASTER (2002)
MUSICAISNOEL, O POETA DA VILA
(2006)
O SOM DIRETO REFORÇANDO A VEROSSIMILHANÇA
FICÇÃO COM IMPROVISAÇÃOMUTUM (2007)
ANIMAÇÃO
O SOM AGREGA INFORMAÇÃO E
VALOR EXPRESSIVO À
IMAGEM