Mecânico automotivo – freios convencionais Aula 2 – Freios a tambor.
1 o Tambor No Portal Do Trovao
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Editora Brasil Seikyo Terceira Civilização - Edição 482 - 01/10/2008 - Pág.55 - Estudo
Terceira Civilização - Estudo
[1] “O tambor no Portal do Trovão”
“O que importa é o coração” — Empenho contínuo para aprofundar e fortalecer os laços de mestre e
discípulo
por Daisaku Ikeda
Prefácio para a nova série de estudo
“Na adversidade, é preciso clamar: ‘Esperança! Esperança! E, uma vez mais, esperança!’”1 Esta foi a
mensagem que o escritor francês Victor Hugo enviou do exílio a seus compatriotas que viviam sob
regime opressor. Por mais difíceis que sejam as circunstâncias, enquanto tivermos esperança, nunca
seremos derrotados. Enquanto tivermos esperança, sempre poderemos avançar.
O Budismo de Nitiren Daishonin é um ensino de esperança. Essa grande filosofia afirma que todos
possuem dentro de si o poder infinito para vencer as dificuldades e ultrapassar quaisquer obstáculos.
Ensina também a prática por meio da qual podemos extrair essa força infinita de nossa vida,
fundamentada em exemplos contundentes de provas tangíveis. Nesse sentido, é um ensino inspirador
que tem o poder de gerar esperança infinita no coração das pessoas.
O Gosho — coletânea dos escritos de Nitiren Daishonin — elucida essa filosofia de esperança, bem
como a prática e a prova. É uma fonte de iluminação inesgotável que encoraja e inspira. Daishonin
compôs esses escritos repletos de esperança a seus seguidores e a toda a humanidade em meio a
lutas atrozes e, muitas vezes, arriscando a própria vida. Meu mestre, Jossei Toda, segundo presidente
da Soka Gakkai, disse: “Suportando perseguições extremas e doenças graves, Daishonin nos exorta a
avançar e a moldar nosso próprio destino, mesmo em meio a grandes obstáculos. Nesse sentido,
somos muito afortunados. Eu também aprendi isso com Daishonin, que se lançou a uma luta de vida e
morte para propagar seus ensinos”.
Espelhando-nos na postura de Daishonin, empenhemo-nos em ler com a própria vida — ou seja, a pôr
em prática — ainda que seja uma ou duas linhas do Gosho, no qual flui livremente o espírito de
Daishonin. Basear a própria vida no Gosho e dedicar-se ao estudo para fortalecer a prática budista são
tradições da Soka Gakkai.
Ao mesmo tempo em que avançamos rumo ao 80º aniversário da Soka Gakkai (em 2010), estudemos
juntos um escrito do Gosho a cada mês por meio desta série, focada principalmente em cartas que
Daishonin enviou a seus seguidores, individualmente, com a disposição de aprender com o
monumental estado de vida do Buda dos Últimos Dias da Lei. Nesta primeira explanação, vamos
estudar “O tambor no Portal do Trovão”, uma carta endereçada à monja leiga Senniti.
O trecho que estudaremos é:
Aqueles que fazem oferecimentos ao Sutra de Lótus receberão o mesmo benefício que se o fizessem a
todos os budas e bodhisattvas das dez direções, pois os budas das dez direções se originam do único
caractere myo. Suponhamos que um leão tenha cem filhotes. Quando o leão vê seus filhotes sendo
atacados por outros animais ou aves de rapina, ele ruge. Com isso, os cem filhotes se sentem
encorajados, e a cabeça dos animais e aves de rapina se partem em sete pedaços. O Sutra de Lótus é
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como o rei leão, o líder de todos os animais.
A mulher que abraça o rei leão do Sutra de Lótus jamais teme quaisquer das bestas do Inferno ou dos
mundos dos espíritos famintos e dos animais. Todas as ofensas cometidas por uma mulher em sua
presente existência são como uma pradaria ressequida, e o único caractere myo do Sutra de Lótus é
como uma faísca. Quando uma faísca é acesa numa vasta pradaria ressequida, não apenas a grama
mas as grandes árvores e rochas são totalmente consumidas. Tal é o poder do fogo da sabedoria
contido no único caractere myo. Todas as ofensas não só desvanecerão como se tornarão fontes de
benefício. Esse é o significado de transformar veneno em amrita. Por exemplo, o verniz preto clareia
quando pó branco é adicionado a ele. As ofensas de uma mulher são como o verniz; e as palavras
Nam-myoho-rengue-kyo, como o pó branco.
No momento da morte, se a pessoa estiver destinada a cair no Inferno, seu semblante se mostrará
escuro; e o corpo, pesado como uma rocha, tanto que será necessária a força de mil homens para
carregá-la. Mas, no caso de uma pessoa de bem, mesmo se for uma mulher com mais de dois metros
de altura e com o semblante escuro, no momento da morte, seu rosto se mostrará puro e claro, o corpo
leve como uma pluma de ganso e macio e flexível como algodão.
A jornada de Sado até esta província [de Kai, onde se localiza o monte Minobu] leva mil ri cruzando mar
e montanhas. Sendo mulher, a senhora, manteve firme a fé no Sutra de Lótus e, por várias vezes,
durante anos, enviou o marido até aqui para me visitar em seu lugar. Com certeza, o Sutra de Lótus,
Sakyamuni, Muitos Tesouros e os budas das dez direções sabem de sua dedicação. Por exemplo,
embora a Lua no céu esteja a uma distância de quarenta mil yojana, seu reflexo aparece
instantaneamente em um lago aqui, e o som do tambor no Portal do Trovão pode ser ouvido, na mesma
hora, a uma distância de mil a dez mil ri. Apesar de a senhora permanecer em Sado, seu coração
chegou até esta província.
O Caminho do estado de Buda é exatamente da mesma forma. Apesar de vivermos numa terra impura,
nosso coração reside na terra pura do Pico da Águia. Portanto, olhar um para o outro não é tão
importante. O que importa é o coração. Algum dia, vamos nos encontrar no Pico da Águia, onde o Buda
Sakyamuni habita. (The Writings of Nichiren Daishonin [WND], v. 1, p. 949.)
Explanação
“O que importa é o coração” (WND, v. 1, p. 949), declara Nitiren Daishonin. Na relação de mestre e
discípulo, o laço mais forte é o do coração. O coração do mestre e o do discípulo, que aspiram à
propagação mundial da Lei Mística, podem conectar-se instantaneamente, transcendendo qualquer
distância entre eles, assim como “por exemplo, embora a Lua esteja no céu a uma distância de
quarenta mil yojana, seu reflexo aparece instantaneamente em um lago aqui”. (WND, v. 1, pág. 949.)
Esta carta, “O tambor no Portal do Trovão”, é como uma grande pintura que retrata os laços de coração
a coração entre o mestre e uma discípula, que se encontram separados por uma enorme distância. Foi
escrita por Daishonin no monte Minobu, em 19 de outubro de 1278, aos 57 anos, e endereçada à monja
leiga Senniti, que vivia na remota província de Sado, separada da ilha principal por mar e montanhas.
Durante o exílio de Daishonin em Sado, Senniti e o marido, Abutsu-bo, converteram-se ao seu ensino.
Eram seguidores de coração puro, que arriscaram a vida para proteger e auxiliar o mestre. Mesmo
depois de Daishonin ter se mudado para o monte Minobu, o casal desempenhou papel fundamental no
movimento de propagação da Lei Mística em Sado. Ambos dedicaram-se ao máximo para cumprir a
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nobre missão que seu mestre lhes havia confiado. O idoso Abutsu-bo, por vários anos, até os últimos
dias de vida, percorreu pelo menos três vezes o perigoso e longo trajeto da Ilha de Sado, onde ele
vivia, até Minobu para visitar o Buda.
No verão de 1278, poucos meses antes de Daishonin escrever esta carta, Abutsu-bo, uma vez mais,
lançou-se a essa jornada, movido por seu forte espírito de procura a Daishonin. Nesse mesmo ano,
meses mais tarde, quando o inverno se aproximava, Daishonin recebeu oferendas enviadas por Senniti.
Nesta carta, além de agradecê-la pelos oferecimentos, Daishonin louva a seguidora por sua fé e por ter
enviado o marido até Minobu. Ele então encoraja a monja leiga dizendo: “Por ser uma mulher que
abraça o rei leão dos sutras, não há absolutamente nada a temer. Tenha a certeza de que Sakyamuni,
Muitos Tesouros e os budas das dez direções e das três existências sabem de sua devoção”.
Nesta carta, ressoa o extraordinário espírito de unicidade de mestre e discípulo. Reflete a fé de uma
discípula, que busca o mestre com sinceridade, e a benevolência do mestre que se dedica, com todo o
seu ser, a encorajar sua discípula.
Aqueles que fazem oferecimentos ao Sutra de Lótus receberão o mesmo benefício que se o fizessem a
todos os budas e bodhisattvas das dez direções, pois os budas das dez direções se originam do único
caractere myo. Suponhamos que um leão tenha cem filhotes. Quando o leão vê seus filhotes sendo
atacados por outros animais ou aves de rapina, ele ruge. Com isso, os cem filhotes se sentem
encorajados, e a cabeça dos animais e aves de rapina se partem em sete pedaços. O Sutra de Lótus é
como o rei leão, o líder de todos os animais.
A mulher que abraça o rei leão do Sutra de Lótus jamais teme quaisquer das bestas do Inferno ou dos
mundos dos espíritos famintos e dos animais. (WND, v. 1, p. 949.)
A sinceridade em fazer oferecimentos ao Sutra de Lótus gera benefícios
ilimitados
É ilimitado o benefício derivado da sinceridade em fazer oferecimentos ao Sutra de Lótus. Por meio
desse benefício, podemos triunfar sobre quaisquer obstáculos e funções maléficas. Ninguém ou nada é
mais forte que uma pessoa imbuída de tamanha convicção.
O Sutra de Lótus, cujo epítome é o caractere myo, é a origem da iluminação de todos os budas das dez
direções e das três existências. Os sutras ensinam que, desde o infinito passado, incontáveis budas
têm aparecido no Universo e continuarão a surgir no infinito futuro. O Sutra de Lótus é o mestre por
meio do qual todos os budas atingem a iluminação (cf. WND, v. 1, p. 948). Portanto, fazer
oferecimentos ao Sutra de Lótus equivale a fazer oferecimentos a todos os budas do tempo e do
espaço, e o benefício que deriva desse ato é imensurável.
Na primeira parte desta carta, Daishonin cita o nome de cada um dos budas das dez direções descritos
nos sutras.2 Ele também explica que os budas das três existências — ou seja, o passado, o presente e
o futuro — são retratados em um sutra como “os mil budas do Kalpa Glorioso do passado, os mil budas
do Kalpa do Sábio do presente e os mil budas do Kalpa da Constelação do futuro”3 (WND, v. 1, p. 948).
Desse modo, descreve a existência de uma miríade de budas e bodhisattvas pela vastidão de tempo e
espaço que denota a expressão “três existências e dez direções ”. Por que Daishonin oferece, neste
escrito, uma visão tão grandiosa e magnífica do Universo?
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Do ponto de vista da sociedade feudal japonesa, a destinatária da carta, Senniti, era uma mulher idosa
comum, que vivia numa ilha remota ao norte de um arquipélago minúsculo e isolado, o Japão. Porém,
do ponto de vista da fé, seu espírito de proteger e auxiliar Daishonin, o líder da ampla propagação da
Lei Mística, era incomparavelmente nobre e sublime, digno de admiração. Ao descrever a existência de
incontáveis budas do Universo, Daishonin, sem dúvida, procura ressaltar a boa sorte e os benefícios de
Senniti, tão vastos quanto o cosmos. É como se dissesse a ela: “Fazer oferecimentos ao Sutra de Lótus
é fazer oferecimentos aos budas e bodhisattvas das dez direções. Por isso, todos eles a protegerão
sem falta. A senhora jamais se encontrará numa situação de impasse. Não se preocupe com nada.
Poderá desfrutar serenamente um estado de vida eterno e vasto como o Universo”.
O benefício inerente ao caractere myo: os três significados de myo
Nitiren Daishonin destaca isto na frase: “Todos os budas das dez direções originam-se do único
caractere myo”. (WND, v. 1, p. 949.) “O único caractere myo” refere-se a myo de Myoho-rengue-kyo, a
Lei Mística ou Maravilhosa, e também ao myo de Myoho-rengue-kyo, o título do Sutra de Lótus.
Apesar de vários princípios serem expostos nos vinte e oito capítulos do Sutra de Lótus, em última
análise, todos têm o propósito de expressar, ensinar e transmitir o princípio místico de myo. Quando as
pessoas compreendem e incorporam totalmente esse princípio místico, tornam-se um buda. O Sutra de
Lótus é, portanto, o mestre de todos os budas. E para possibilitar que as pessoas dos Últimos Dias da
Lei se conscientizem do poder de myo, Nitiren Daishonin revelou e propagou o Nam-myoho-rengue-kyo
dos Três Grandes Ensinos Fundamentais,4 o ensino implícito nas profundezas do Sutra de Lótus.
Em seu escrito “O Daimoku do Sutra de Lótus”, Daishonin explica que myo possui três significados:
abrir, totalmente imbuído e reviver. Examinemos então cada um dos significados.
1) “O caractere myo significa ‘abrir’.” (Os Escritos de Nitiren Daishonin [END], v. 2, p. 185). Essa frase
quer dizer que o Sutra de Lótus é a chave para abrir o repositório de todos os sutras pregados pelo
Buda, permitindo que os tesouros contidos nesses sutras sejam utilizados.
2) “Myo significa ‘totalmente imbuído’, que, por sua vez, quer dizer ‘perfeito e pleno’.” (END, v. 2, p.
187–188). Isso significa que assim como uma jóia dos desejos, pequena como uma semente de
mostarda, contém o potencial para satisfazer todos os desejos, e assim como todas as plantas e flores
crescem e se abrem graças à luz do sol, cada caractere do Sutra de Lótus contém todos os ensinos e
benefícios.
3) “Myo significa ‘reviver’; ou seja, ‘retornar à vida’.” (END, v. 2, p. 197–198). Isso significa que o Sutra
de Lótus pode infundir nova vida e esperança a todas as pessoas, mesmo as consideradas incapazes
de atingir a iluminação nos ensinos pré-Sutra de Lótus, e possibilitá-las atingir o estado de Buda,
infalivelmente.
A Lei Mística é a Lei perfeita e fundamental que abarca todos os fenômenos (o princípio de “totalmente
imbuído”) e tem o poder de abrir ou extrair o valor inerente a todas as coisas (o princípio de “abrir”).
Nesse sentido, também tem o poder de revitalizar e energizar mesmo os que enfrentam as
circunstâncias mais adversas e intratáveis e possibilitá-los atingir o estado de Buda (o princípio de
“reviver”).
Quando recitamos Nam-myoho-rengue-kyo e ensinamos os outros a fazer o mesmo, é possível
manifestar o poder de um “único caractere myo” em nossa vida, de forma concreta. Estes são os
benefícios esplêndidos do Budismo de Nitiren Daishonin. Realizamos a prática budista para perceber
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profundamente e incorporar o “único caractere myo”. Este é também o propósito de nossas atividades
pelo Kossen-rufu.
O presidente Toda compôs o seguinte poema:
É chegado o momento
da ampla propagação
do ensino correto.
Consagremos totalmente nossa vida
ao único caractere myo.
Quando nos empenhamos para impulsionar o Kossen-rufu, sem poupar a vida, podemos comprovar
plenamente o benefício do “único caractere myo” em cada aspecto de nosso ser.
O benefício das mulheres que crêem no rei leão dos sutras
Nesta carta relativamente curta, Daishonin inicia algumas sentenças com palavras como “por exemplo”
ou “suponhamos” para esclarecer sua intenção. Podemos deduzir que isso reflete a profunda
benevolência de Daishonin, sua preocupação em explicar os princípios budistas em termos mais
acessíveis e facilmente compreensíveis para seus destinatários.
Na metáfora que começa dizendo: “Suponhamos que um leão tenha cem filhotes...”, Daishonin
esclarece de que forma os benefícios advindos dos oferecimentos ao Sutra de Lótus se manifestam em
nossa vida. Aqui, o Sutra de Lótus, dotado de infinito poder do “único caractere myo”, compara-se ao rei
leão, enquanto os que crêem no Sutra de Lótus e fazem oferecimentos se comparam aos filhotes do
leão. Em contrapartida, os que se encontram nos estados de Inferno, Fome e Animalidade — os mais
baixos dos Dez Mundos — se comparam aos “animais ou aves de rapina”. Quando o rei leão ruge, por
mais ameaçadores que sejam as aves de rapina e outros animais, seus cem filhotes se sentem
imbuídos de coragem e podem derrotá-los. Do mesmo modo, as pessoas que fazem oferecimentos ao
Sutra de Lótus podem adquirir o imensurável poder do “único caractere myo” e triunfar sobre outras
pessoas que vivem em estado de vida inferiores, como os de Inferno, Fome e Animalidade.
O Sutra de Lótus é o rei leão dos sutras. Dessa forma, Daishonin encoraja Senniti dizendo: “A mulher
que abraça o rei leão do Sutra de Lótus jamais teme quaisquer das bestas do Inferno ou dos mundos
dos espíritos famintos e dos animais”. (WND, v. 1, p. 949.) Nesta frase, especificamente, ele diz: “a
mulher”. Na sociedade patriarcal da época, dominada pelo poder masculino, as mulheres ocupavam
posição inferior e estavam sempre em desvantagem. Podemos supor que Senniti, uma das principais
seguidoras de Daishonin na Ilha de Sado, conhecesse outras mulheres que sofriam com doença,
velhice ou enfrentavam problemas familiares e que ela tivesse solicitado conselhos a Daishonin a esse
respeito. Ou talvez, Daishonin tenha percebido alguma hesitação ou inquietude no coração de Senniti,
que o levou a escrever tais palavras. Seja qual for o caso, ele a encoraja afetuosamente e lhe assegura
que a mulher que abraça a fé no Sutra de Lótus, o rei leão dos sutras, não tem absolutamente nada a
temer.
Essa passagem pode ser interpretada como um franco reconhecimento da fé inabalável que as
mulheres possuem. Geralmente, afirma-se que são as mulheres — muito mais que os homens, que se
deixam levar pelas aparências ou pelo egoísmo — as que melhor demonstram o infinito poder da Lei
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Mística nos momentos cruciais, tal como os ensinos instruem. O poder da fé conduz a um estado de
vida livre de medo ou de dúvidas, que é a própria essência da fé. Não há função destrutiva ou negativa
capaz de vencer uma mulher que atingiu essa condição de vida. A mulher de profunda fé, que pratica
corretamente a Lei Mística, possui a sabedoria necessária para distinguir o bem do mal, o certo do
errado. Possui a coragem essencial para dissipar os três venenos — avareza, ira e estupidez. Está
também dotada de uma benevolência imensa. Inspirada pelo exemplo de um mestre que despertara
para a Lei Mística, sua sabedoria, coragem e benevolência se fundem numa determinação firme e
inquebrantável. Uma mulher assim jamais será influenciada nem manipulada pelas funções malignas.
O presidente Toda costumava dizer: “Se o Kossen-rufu será ou não uma realidade, dependerá da
atuação das mulheres”. Nada, absolutamente, pode se interpor no caminho das mulheres que
conhecem “a maior das alegrias”, a alegria derivada da recitação do Nam-myoho-rengue-kyo (cf. Ongui
Kuden [Registro dos Ensinos Orais], p. 212). A presença e o exemplo de mulheres, cuja vida é
revitalizada por essa alegria pode tornar-se uma fonte poderosa de inspiração para muitas outras
pessoas.
Todas as ofensas cometidas por uma mulher em sua presente existência são como uma pradaria
ressequida, e o único caractere myo do Sutra de Lótus é como uma faísca. Quando uma faísca é acesa
numa vasta pradaria ressequida, não apenas a grama mas as grandes árvores e rochas são totalmente
consumidas. Tal é o poder do fogo da sabedoria contido no único caractere myo. Todas as ofensas não
só desvanecerão como se tornarão fontes de benefício. Esse é o significado de transformar veneno em
amrita.5 Por exemplo, o verniz preto clareia quando pó branco é adicionado a ele. As ofensas de uma
mulher são como o verniz; e as palavras Nam-myoho-rengue-kyo, como o pó branco.
No momento da morte, se a pessoa estiver destinada a cair no Inferno, seu semblante se mostrará
escuro; e o corpo, pesado como uma rocha, tanto que será necessária a força de mil homens para
carregá-la. Mas, no caso de uma pessoa de bem, mesmo se for uma mulher com mais de dois metros
de altura e com o semblante escuro, no momento da morte, seu rosto se mostrará puro e claro, o corpo
leve como uma pluma de ganso e macio e flexível como algodão. (WND, v. 1, p. 949.)
O poder da Lei Mística para transformar o veneno em remédio
Prossegue o encorajamento a Senniti. Daishonin ressalta, por meio de uma analogia, que a Lei Mística
tem o poder de transformar o “veneno” de todas as ofensas e infortúnios em “remédio”. Isso significa
transformar o que é negativo em nossa vida em algo positivo.
A soma total das ofensas que uma pessoa comete nesta existência se compara a uma vasta pradaria
ressequida, enquanto o poder de um “único caractere myo” de erradicar instantaneamente essa miríade
de ofensas se compara a uma pequena faísca. Daishonin utiliza essa metáfora para ressaltar que esse
único caractere do Sutra de Lótus pode erradicar as muitas ofensas que uma pessoa tenha cometido
na vida. Esse é o imenso poder da Lei Mística. Por tal razão, podemos viver nossa existência com
tranqüilidade e paz de espírito.
As “ofensas de uma existência”, comparadas na frase com uma extensa pradaria ressequida, podem
ser interpretadas como os problemas e sofrimentos que enfrentamos no curso da vida. Recitamos
Daimoku sinceramente todos os dias para sobrepujarmos os problemas e fazer com que tudo caminhe
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bem, sem cometer erros dos quais, mais tarde, possamos nos arrepender. Quando seguimos esse
sólido caminho na vida, por mais adversas que sejam as circunstâncias ou por piores que sejam os
problemas, todas as nossas preocupações, ansiedades e falhas serão consumidas pelo fogo da
sabedoria, da mesma forma que as chamas de uma pequena faísca podem consumir quilômetros e
quilômetros de pradarias. Por outro lado, Daishonin diz que quando uma extensa pradaria ressequida
pega fogo, até “grandes árvores e rochas” são consumidas pelas chamas. Em outras palavras,
enquanto perseverarmos na fé para resolver os problemas que nos afrontam, por meio do fogo
alimentado pela recitação do Daimoku e de nossos esforços para ensinar essa prática às demais
pessoas, poderemos, como resultado, consumir até o carma mais pesado e profundamente arraigado e
romper a escuridão fundamental6 — a fonte de todo sofrimento e infelicidade. Quando agirmos dessa
forma, nossa vida, sem falta, florescerá com o grande benefício da transformação cármica e da
consecução do estado Buda nesta existência.
Neste escrito, Daishonin diz: “Todas as ofensas não só desvanecerão como se tornarão fontes de
benefício. Esse é o significado de transformar veneno em amrita”. (WND, v. 1, p. 949.) Nagarjuna,7 o
grande erudito budista do Mahayana, interpreta o poder de um “único caractere myo” do Sutra de Lótus
como o benefício de transformar o veneno em remédio. Esse poder possibilita-nos converter os três
caminhos de desejos mundanos, carma e sofrimento8 nas três virtudes do corpo do Darma, da
sabedoria e da emancipação.9 Isso se refere, em outras palavras, à doutrina de atingir o estado de
Buda exatamente como somos.
Outro ponto a ser destacado é que a transformação no carma ou no destino de uma pessoa abre o
caminho para a mudança no carma ou no destino de toda a humanidade. Seguindo os passos de
Senniti, nossos membros da Divisão Feminina e da Divisão Feminina de Jovens estão abrindo os
caminhos para concretizar essa transformação positiva. Sobre o desenvolvimento da democracia, Walt
Whitman (1819-1892), porta-estandarte do Renascimento norte-americano, expressou suas elevadas
expectativas em relação às atividades das mulheres. Declarou que elas eram “grandes [...] em todos os
campos”,10 e também exclamou: “Grande, realmente grande, muito além do que elas [as mulheres]
imaginam é o seu campo de atuação”.11 A atuação das mulheres que “abraçam o rei leão do Sutra de
Lótus” seguramente transformará o mundo de modo significativo e profundo. Nossa rede de mulheres
Soka é um tesouro da humanidade, dedicado a cumprir uma missão histórica.
Uma fé firme e correta no momento da morte é prova de ter atingido o estado de
Buda
As analogias continuam. Nitiren Daishonin diz que assim como o verniz preto clareia quando pó branco
é adicionado, a Lei Mística tem o poder de erradicar qualquer ofensa. Como prova disso, ele comenta a
diferença do aspecto físico que há entre os falecidos que viveram sinceramente de acordo com a Lei
Mística e os que, por terem contrariado a Lei, destinaram-se ao estado de Inferno.
Visto que essa é uma passagem conhecida, em que Daishonin analisa o aspecto dos falecidos,
gostaria de confirmar um ponto decisivo com relação ao momento da morte. Embora Daishonin utilize
expressões como “no momento da morte, seu rosto se mostrará puro e claro” e “o corpo leve como uma
pluma de ganso e macio e flexível como algodão” para descrever a aparência física dos falecidos que
praticaram a Lei Mística até o momento da morte, o mais importante nesse instante é o coração ou o
estado espiritual da pessoa. Em outras palavras, é fundamental que ela tenha “uma fé firme e correta
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no momento da morte”.12 No que concerne à aparência física, é natural que existam diferenças entre
as pessoas, e isso não deve ser tomado como parâmetro absoluto para estabelecer se alguém atingiu
ou não o estado de Buda. Conseqüentemente, não há sentido prender-se ao aspecto físico
apresentado por alguém no momento da morte.
Quando Daishonin diz que no momento da morte “o semblante da pessoa se mostrará puro e claro”,
está se referindo ao brilho interior que manifestará em seu aspecto; por exemplo, a expressão jubilosa
de alguém que parte para a próxima existência envolto pelas vozes de amigos e entes queridos que
recitam Daimoku por sua felicidade; a expressão luminosa e doce de alguém que transmite serenidade
indescritível; o nobre aspecto da pessoa que resplandece com o triunfo de ter cumprido uma nobre
missão, transmitindo esperança e coragem a todos os que a observam.
Alguns morrem jovens. Alguns morrem de forma súbita em acidentes. Outros falecem após uma longa
batalha contra a doença. Mas seja qual for o caso, não há necessidade de nos preocupar. O que conta
é o coração da pessoa no momento final, não a forma como ela morre. O que importa é se ela
perseverou na fé até o último instante. No Gosho, Nitiren Daishonin cita o Sutra do Nirvana, que diz:
“Um elefante fora de controle pode destruir nosso corpo, mas não nossa mente [ou seja, o coração]”.13
(WND, v. 2, p. 135.) Nos tempos modernos, “um elefante fora de controle” corresponderia, por exemplo,
a acidentes de trânsito. Independentemente de como alguém falece, se este criou um firme laço com a
Lei Mística e consagrou a vida ao cumprimento de sua missão neste mundo, o momento da morte, sem
falta resplandecerá com uma sublime luz interior. Disso, podemos estar absolutamente seguros.
Trata-se da manifestação da lei causal inescrutável. O coração de uma pessoa é sempre o mais
importante.
A jornada de Sado até esta província [de Kai, onde se localiza o monte Minobu] leva mil ri cruzando mar
e montanhas. Sendo mulher, a senhora manteve firme a fé no Sutra de Lótus e, por várias vezes,
durante anos, enviou o marido até aqui para me visitar em seu lugar. Com certeza, o Sutra de Lótus,
Sakyamuni, Muitos Tesouros e os budas das dez direções sabem de sua dedicação. Por exemplo,
embora a Lua no céu esteja a uma distância de quarenta mil yojana,14 seu reflexo aparece
instantaneamente em um lago aqui, e o som do tambor no Portal do Trovão15 pode ser ouvido, na
mesma hora, a uma distância de mil a dez mil ri. Apesar de a senhora permanecer em Sado, seu
coração chegou até esta província.
O Caminho do estado de Buda é exatamente da mesma forma. Apesar de vivermos numa terra impura,
nosso coração reside na terra pura do Pico da Águia.16 Portanto, olhar um para o outro não é tão
importante. O que importa é o coração. Algum dia, vamos nos encontrar no Pico da Águia, onde o Buda
Sakyamuni habita. (WND, v. 1, p. 949.)
Nosso coração transcende qualquer distância
Nitiren Daishonin declara: “Apesar de a senhora permanecer em Sado, seu coração chegou até esta
província”. Com esta frase, ele quis dizer a Senniti que, mesmo impossibilitada de sair da remota Ilha
de Sado, separada de Minobu por mar e montanhas, o coração dela havia chegado até onde ele se
encontrava. Talvez, no fundo, Senniti, sentia-se triste só de pensar que não mais poderia ver o mestre
devido aos poucos anos de vida que restavam a ela; e Daishonin, por sua vez, compreendia
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perfeitamente os sentimentos de sua seguidora. Porém, em nossa prática budista, não há razão para
nos lamentar. Se tivermos como base a fé na Lei Mística, nosso coração pode atravessar
instantaneamente qualquer distância. As palavras de alento de Daishonin transmitem a mensagem: “A
senhora e eu nos empenhamos juntos com o mesmo espírito”. Podemos imaginar quanta coragem e
esperança terá sentido Senniti ao ler este escrito.
A seguir, Daihonin declara: “Apesar de vivermos numa terra impura, nosso coração reside na terra pura
do Pico da Águia”. Ele explica a Senniti que se o mundo saha em que ambos habitam é uma terra
impura, o coração dos que abraçam o ensino correto reside na terra pura do Pico da Águia, que
equivale a dizer Terra da Luz Eternamente Tranqüila.17 Mas quando se atinge a condição iluminada do
estado e Buda, isso não significa que os problemas deixarão de existir ou que se pode evitar viver
numa terra impura. Não obstante, se estabelecermos um estado de felicidade absoluta e indestrutível
nas profundezas de nossa vida como seres humanos comuns, jamais nos veremos resignados ao
sofrimento. Quando Daishonin diz: “Nosso coração reside na terra pura do Pico da Águia”, está
explicando que podemos fazer surgir o estado de suprema nobreza de Buda, que não se deixará
influenciar por nenhum problema ou circunstância.
Conforme ele ressalta ao afirmar: “Olhar um para o outro não é tão importante”, a fé não é determinada
pelo encontro pessoal com o mestre. “O que importa é o coração”, afirma. E nosso coração se
manifesta em nossas ações. No caso de Senniti, sua devoção é revelada no fato de ter enviado o
marido, Abutsu-bo, a Minobu para visitar Daishonin quase todos os anos. Isso demonstra o
compromisso inabalável na fé. Na sucinta declaração “o que importa é o coração”, Daishonin diz a
Senniti que ele tem plena consciência da sincera devoção dela e que essa dedicação é o caminho para
atingir o estado de Buda.
Os laços de mestre e discípulo no budismo são eternos
Daishonin conclui o escrito dizendo: “Algum dia, vamos nos encontrar no Pico da Águia, onde o Buda
Sakyamuni habita”. Estas palavras declaram que a fé de Senniti é genuína e que ela, sem falta, atingirá
o estado de Buda nesta existência e reencontrará Daishonin na terra pura do Pico da Águia. Os laços
de mestre e discípulo, no budismo, são eternos.
Abutsu-bo e Senniti demonstraram um espírito de procura infatigável para com Daishonin. Esse
sentimento ou coração do casal foi herdado pelo filho Tokuro Moritsuna. Como praticante do Sutra de
Lótus, Tokuro preservou a tradição de seu pai e visitou Daishonin no Monte Minobu. Os três — pai,
mãe e filho — foram discípulos exemplares que lutaram com o mesmo comprometimento que
Daishonin por toda a vida.
Num diálogo com membros da Divisão dos Estudantes, respondi a uma pergunta sobre a unicidade de
mestre e discípulo: “Significa ter o mestre no coração e levantar-se só. O presidente Toda vive em meu
coração. Isso não é algo para se bradar; é uma questão de convicção interior, pois a unicidade existe
dentro de vocês”.
Em todos os momentos, esteja onde estiver, enquanto conduzo minhas atividades, mantenho um
diálogo interior permanente com o presidente Toda. Nossa unicidade existe em mim. A união de mestre
e discípulo transcende a distância e o tempo. O coração de mestre e discípulo compõe uma eterna
saga de lutas em união inquebrantável.
Proclamando a grande filosofia do Budismo de Nitiren Daishonin, que ensina que o coração é o mais
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importante, dediquemo-nos ainda mais em prol do Kossen-rufu imbuídos de sinceridade.
(Daibyakurengue, edição de setembro de 2007.)
Nota
1. HUGO, Victor. Pendant l’exil: 1852–1870 (Durante o Exílio: 1852–1870), em Actes et Paroles (Atos e
Palavras). Paris: Albin Michel, 1938, v. 2, p. 114.
2. Daishonin diz: “Os budas das dez direções são: o Buda Virtude do Bem, no leste; o Buda Virtude que
Dissipa o Sofrimento; no sudeste; o Buda Virtude do Sândalo, no sul; o Buda que Concede Tesouros,
no sudoeste; o Buda Brilho Infinito, no oeste; o Buda Virtude da Flor, no noroeste; o Buda Virtude como
o Estandarte, no norte; o Buda Prática dos Três Veículos, no nordeste; o Buda Virtude Vasta como uma
Miríade, no zênite; e o Buda Virtude Radiante, no nadir” (WND, v. 1, p. 948). Esses budas das dez
direções são relacionados na obra Comentário sobre o Sutra dos Dez Estágios. Contudo, como a
expressão “budas das dez direções” é empregada no escrito como alusão a todos os budas do
Universo, deve considerar-se que esses dez, na realidade, representam todos os budas em suas
respectivas direções.
3. Kalpa Glorioso, Kalpa do Sábio e o Kalpa da Constelação são os três kalpas do passado, presente e
futuro, respectivamente. Cada kalpa maior consiste de quatro kalpas médios: um kalpa de formação,
um kalpa de continuação, um kalpa de declínio e um kalpa de desintegração. O Registro dos Três Mil
Budas dos Três Kalpas menciona o advento de mil budas em sucessão em cada um desses três kalpas
maiores.
4. Três Grandes Ensinos Fundamentais: Princípios centrais do Budismo de Nitiren Daishonin: (1) o
objeto de devoção; (2) a recitação do Daimoku de Nam-myoho-rengue-kyo; e (3) o santuário ou local
onde se recita o Daimoku diante do objeto de devoção.
5. Amrita: Bebida semelhante à ambrosia. Segundo a mitologia hindu, a amrita teria a propriedade de
remover os sofrimentos e conceder a imortalidade.
6. Escuridão fundamental: Também “ignorância fundamental” ou “ignorância primordial”. A ilusão mais
profundamente arraigada na vida, que origina todas as outras ilusões. Escuridão fundamental é a
incapacidade de enxergar ou reconhecer a verdade, particularmente, a verdadeira natureza da vida.
Daishonin interpreta a escuridão fundamental como a ignorância da Lei suprema, ou igorância do fato
de que nossa vida, em essência, é manifestação da Lei, que é idêntica ao Nam-myoho-rengue-kyo.
7. Nagarjuna (s.d.): Estudioso do ensino Mahayana que viveu no sul da Índia entre 150 e 250. Escreveu
várias obras importantes, como o Tratado sobre o Caminho do Meio, e organizou a base teórica do
pensamento do Mahayana. Exerceu influência decisiva no desenvolvimento do budismo na China e no
Japão.
8. Três caminhos de desejos mundanos, carma e sofrimento: São chamados “caminhos”, porque um
conduz ao outro. Os desejos mundanos, que incluem a avareza, a ira e a estupidez, a arrogância e a
dúvida, dão surgimento a ações que criam carma negativo. Os efeitos desse carma negativo
manifestam-se como sofrimento. O sofrimento agrava os desejos mundanos que, por sua vez, geram
mais carma negativo e sofrimento. Dessa forma, os três caminhos funcionam como fatores que
impedem as pessoas de atingir a iluminação.
9. Três virtudes do corpo do Darma, sabedoria e emancipação: Três atributos de um buda. O corpo do
Darma significa a verdade que o Buda compreendeu, ou o verdadeiro aspecto de todos os fenômenos;
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a sabedoria é a capacidade de compreender essa verdade, e a emancipação é o estado do ser livre
dos sofrimentos do nascimento e da morte.
10. WITHMAN, Walt. Democratic Vistas (Panoramas da Democracia). Nova York: The Liberal Arts
Press, 1949, p. 29.
11. Ibidem, pp. 12-13.
12. “Uma fé firme e correta no momento da morte”: Manter uma fé sólida e estável na Lei Mística até o
último momento da vida. Significa que, quando continuamos a seguir o caminho do Buda com a
convicção de que atingiremos a iluminação nesta existência, somos capazes de receber a morte com
uma sensação de profunda satisfação.
13. Esta passagem significa que, mesmo que o corpo físico seja destruído em circunstâncias trágicas,
como ser esmagado por um elefante fora de controle, a mente (o coração) ou a essência do ser, que
acumulou grande boa sorte e benefícios por meio da fé na Lei Mística durante essa existência, jamais
pode ser destruída.
14. Yojana: Antiga unidade de medida indiana, que equivalia à distância que o exército imperial podia
marchar em um dia. Portanto, um yojana equivaleria a aproximadamente sete quilômetros, embora
outros cálculos levem ao resultado de 9,6, 18 ou 24 quilômetros.
15. Tambor no Portal do Trovão: O Portal do Trovão localizava-se na região conhecida como Hui-chi,
atual Shao-hsing na província de Chekiang. Acreditava-se que o som do tambor emitido desse local
chegava à remota capital de Lo-yang (atual Luoyang).
16. Pico da Águia é o lugar onde Sakyamuni pregou o Sutra de Lótus. Simboliza também a terra do
Buda ou o estado de Buda, como na expressão “terra pura do Pico da Águia”.
17. Terra da Luz Eternamente Tranqüila: Outra alusão à terra do Buda, livre de impureza e
impermanência. Em muitos sutras, o mundo saha é descrito como uma terra impura, repleta de ilusões
e sofrimentos, e a terra do Buda é definida como um lugar livre dessas aflições, separada do mundo
saha. Em contraste, o Sutra de Lótus revela que o mundo saha é a terra do Buda, ou a Terra da Luz
Eternamente Tranqüila, e explica que a natureza de uma terra é estabelecida pelo coração das pessoas
que a habitam.