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1 Petros Êxodo - I AS 10 PRAGAS DO EGITO

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Petros

Êxodo - I

AS 10 PRAGAS DO EGITO

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Fazia somente uma semana que o site do primeiro livro desta série estava no ar pela internet. Eu me encontrava naquela euforia, mandando e-mails para conhecidos e desconhecidos, na ânsia que o lessem quando, de madrugadinha, abri a Caixa de entrada do Outlook Express e veja o que encontrei!

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o recebimento deste e-mail! Dúvidas, críticas ou sugestões nos e-mail !

Um abraço, Dário Dutra

Webmaster - - Nosso Selo

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Exiba-o com orgulho!

Ah, você nem faz ideia da felicidade que senti! Foi um dos mais emocionantes dias que me recordo de ter tido.

Assim, estes escritos fizeram parte da melhor e maior seleção de livros do Brasil!

CONTEÚDO

Site premiado E-mail sobre o primeiro livro Preâmbulo Fato digno de nota Resumo de Gênesis Adão e Eva Noé Abraão Isaac Jacó Um par de parênteses Uma última palavrinha Capítulo 1 – Nascimento de Moisés Capítulo 2 – Moisés criança Capítulo 3 – A missão de Moisés Capítulo 4 – Moisés retorna ao Egito Capítulo 5 – Primeira praga: Água em sangue Capítulo 6 – Segunda praga: Invasão das rãs Capítulo 7 – Terceira praga: Piolhos Capítulo 8 – Quarta praga: Moscas Capítulo 9 – Quinta praga: Peste nos animais Capítulo 10 – Sexta praga: Peste nas pessoas Capítulo 11 – Sétima praga: Chuva de pedras Capítulo 12 – Oitava praga: Gafanhotos Capítulo 13 – Nona praga: Trevas Capítulo 14 – A primeira páscoa Capítulo 15 – Décima praga: Morte aos primogênitos Capítulo 16 – A saída dos hebreus

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E-MAIL SOBRE O PRIMEIRO LIVRO

----- Original Message -----

Fom: Adolfo

To: Petros

Sent: Monday, March 12, 2001 9:32 PM

Subject: Moisés sem Máscara

Querido amigo, vamos direto ao assunto:

De todas as coisas que você escreveu, embora infelizmente eu não conheça tudo, seguramente esta é a sua obra prima.

Está sendo o livro mais instigante, interessante, ideologicamente revolucionário, oportuno que já li nos meus últimos 12 anos.

Talvez ninguém teve a ideia, vontade ou coragem de vir derrubando, item a item como você fez, a grande fantasia burlesca que sustenta o império das religiões da Terra, com seus crimes, hipocrisias, fanatismos, dízimos e demais indisfarçáveis prefe-rências pela glória asquerosa de Mamom. Você consegue deixar tudo tão óbvio ao desnudar o besteirol que, ousadamente, tantos denominam a "Palavra de Deus".

Ao escrever o livro você enche o leitor atento da coragem necessária para proclamar o fim do que é desnecessário e deve ruir diante do portal translúcido da nova era do Espírito! É um trabalho corajoso e certamente será polêmico. No entanto, é clamorosamente necessário.

Ao ler o livro não podemos deixar de perguntar: "mas que raio de disciplina é essa, denominada Teologia, que não percebe (será???) tanta incoerência e, ao contrário, combina versículos para manter a ignorância e a deseducação espiritual dos incau-tos?"

Inspiradamente, você soube expressar e comparar muito bem os atributos do deus de Moisés e Deus Verdadeiro apresenta-do por Jesus.

Como seu fã-leitor n.º 1 só tenho a te abençoar, a te desejar força nessa empreitada literária, desejando muito que você prossiga com essa sua lucidez enviesada, que incomoda os acomodados, mas que inspira e refrigera todo aquele que deseja o advento da luz na consciência e no coração, a verdadeira ligação íntima com Deus Verdadeiro.

Um forte abraço do amigo admirador,

Adolfo

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PREÂMBULO Estamos dando partida à análise do segundo livro bíblico de Moisés, o Êxodo. Usaremos os princípios já empregados no livro anterior: cada nota receberá um número facilitando a leitura, a

releitura e as referências. Após cada nota farei meus comentários. Sou crítico imparcial; mantenho a coerência e a honestidade que sempre nortearam meus escritos.

No volume precedente foi analisado o Gênesis, primeiro livro do Pentateuco, de autoria de Moisés. No presente trabalho a empreitada é bastante longa e complicada; não me deterei, portanto, por longo tempo nesta introdução.

Adiantando o pensamento em relação ao Antigo Testamento, nada melhor que as palavras de Antônio Lima:

O velho Testamento está saturado de contradições e de privilégios em favor de alguns dos figuran-tes, que ali aparecem conversando diretamente com o Autor da Criação, como se isso fosse possível. Nota-se confusão de fatos, mistura de notícias imprecisas e incoerentes – e é admirável verem-se ho-mens ainda hoje aferrados a este livro, buscando desencravar dele a decifração das suas páginas.

O pastor Stainton Moses, na obra “Ensinos Espiritualistas”, faz a seguinte observação:”. Fizestes Deus pronunciar palavras que Ele nunca pronunciou; atribuís a Deus leis que ele reprova-

ria. Fizestes Deus, nosso Deus terno e piedoso, regozijar-se punindo com mão cruel os filhos ignoran-tes. Que desprezível fábula, que baixa e louca concepção nascida do espírito brutal, grosseiro e limita-do do homem! (Vida de Jesus – Antônio Lima – FEB – RJ – 3ª ed. – pág. 46 e sg.).

E da própria bíblia: “Nas epístolas há coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também

deturpam as demais escrituras, para a própria destruição deles”. (2-Pedro 3: 16)

FATOS DIGNOS DE NOTA

Isso aqui está sendo inserido quando o livro está quase pronto É um fato que vale a pena ser narrado: No volume anterior contei o fato que me fez decidir sobre a confecção daquele volume, tiro de partida para esta

coleção. Você deve estar lembrado, mas vou repetir:

No sábado, 16 de setembro de 2.000, sendo dia do Culto Doméstico ao Evangelho e, estando eu sem companhia – por causa do temporal, ninguém veio participar comigo –, aproveitei a solidão para falar fervorosamente com Deus:

“Senhor, estou sentindo profunda necessidade de continuar escrevendo sobre o que Moisés registrou. Sei que estarei contrariando aos que creem neste profeta e poderei vir a criar polêmica desnecessária. Se esta força esti-ver vindo por Sua Vontade, mande-me um aviso inequívoco para dar continuidade – ou, em caso contrário, man-de-me uma advertência inconfundível, que destruirei o que já escrevi. De qualquer forma, Sua Vontade será res-peitada”.

Quero acrescentar que no Culto Doméstico são lidos trechos abertos ao acaso de autores que nos falem das vir-tudes que devemos incorporar: perdão, paciência, benevolência, humildade... Enfim, textos que nos façam pensar, tomar as rédeas de nós mesmos modificando mente, coração e palavras. Pouco nos importamos se os textos provêm desta ou daquela filosofia, desde que seu conteúdo seja aproveitável ao nosso grupo.

Retornando: Depois de minha breve oração abri ao acaso um exemplar do Evangelho Segundo o Espiritismo. A página aberta tinha por título: “Caracteres do verdadeiro profeta”. Li o texto em voz alta como é costume fazê-lo no momento do Culto. De pronto, não me dei conta que aquele fosse o aviso que eu havia acabado de pedir. Aliás, nem pensei nisso. Acreditava que se Deus me favorecesse com o aviso solicitado seria no decorrer dos dias através de um fato, como já ocorrera antes. E talvez nem fosse dado sinal algum e eu teria de agir por mim usando o livre

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arbítrio e buscando o melhor caminho de acordo com o Cristo Interno que tem recebido o nome de consciência. Pus-me a ler a página do citado livro. Era explicação das palavras do Mestre Jesus sobre quem se diz possuído

de dons espirituais, mas que não passa de embusteiro. Senti, porém, certo arrepio ao ler: “... É contra esses impos-tores que se deve estar em guarda, tendo todo homem honesto, o dever de desmascará-los”.

Desmascarar! Foi quando li esta palavra, que me dei conta do que estava acontecendo. Desmascarar! Este termo, naquele mesmo dia havia me ocorrido para compor o título deste livro, caso ele che-

gasse a ser concluído! Esta palavra me fez agitar o peito, erguer os olhos para o Alto de boca aberta, ao pé da letra. Além disso, as demais palavras estavam intimamente relacionadas ao problema que me afligia naquele momen-

to: estar em guarda contra estes impostores, dever de desmascará-los... Este era o sinal! Até duvidei que o aviso que pedira há menos de cinco minutos me estivesse sendo oferecido.

Impossível confundi-lo, porém! Impossível acreditá-lo obra do acaso! Impossível crer em coincidência! A resposta estava ali, com todas as letras: a necessidade de mostrar ao mundo o certo e o errado; necessidade de diminuir os poderes de quem esteja usando, tenha usado ou venha a usar o nome de Deus Único e Verdadeiro em prejuízo de seus irmãos.

A partir deste momento tive a certeza de que aquela necessidade íntima de trazer o tema a público não era pro-vinda de o meu próprio ser, do meu cérebro ou coração. Não! Era uma força que ultrapassava a quaisquer vaidades pessoais ou desejos de contrariar crenças fincadas há milênios.

Muito bem! Isso aí aconteceu com o primeiro volume. Agora, ao escrever o segundo livro, novo fato veio me provar a necessidade de dar vida a estes escritos e vou

narrar.

Quando eu digitava a página de número 122 do presente, ocorreu um problema gigantesco no computador. Co-meçou com um barulho na unidade de processamento; um barulho como que um motorzinho destrambelhado a toda pressa e depois, um aviso na tela de que havia ocorrido um erro fatal e que o computador seria desligado. Era um daqueles avisos que você conhece muito bem; daqueles que fazem a espinha gelar, fazem a gente empalidecer com uma vontade desgraçada de morrer ou, no mínimo, de chutar tudo e sair gritando de raiva.

Sei usar o computa mais ou menos – mais menos do que mais – mas não sei lidar com seus problemas quando eles se apresentam porque gente velha não consegue aprender este tipo de coisa. Naquele dia, portanto, passei a mão no telefone e liguei para o técnico que costuma me socorrer. Fiquei esperando e aquela meia hora de espera demorou quase um ano para passar. O rapaz chegou, fez pose, olhou, mexeu, pediu tal boot e depois me disse: - É problema no HD e, se assim for, sinto muito... Tudo o que estava no winchester foi perdido.

Senti um choque. Amarelei, gelei e perguntei: - Como? E o livro que estou escrevendo? E ele: - Você fez cópia do livro? Ah, que vontade de afundar no chão! Não! Nenhuma cópia, nenhuma página impressa, nenhuma linha, nada!

Tudo o que havia estava no computador e na minha cabeça. Só! E seria impossível remontar todas aquelas mais de 120 páginas usando somente a lembrança do que estava escrito. E enquanto o rapaz mexia aqui e ali me recrimi-nando pela falta de cópia, eu falava comigo tentando me convencer: - “Este livro não pode estar perdido. Os outros arquivos, os outros livros, tudo bem... mas o Moisés, não!”.

Eu nem olhava o serviço que o moço fazia no computador. Nem queria ver nem ouvir. O veredicto veio e seria melhor que não tivesse vindo. Ele balançou a cabeça, fez com os lábios numa risadinha:

- Petros, sinto muito. Tudo perdido mesmo e não há como recuperar nada, nada, nada! – fez silêncio, olhou no relógio e continuou com tranquilidade, como se a minha desgraça fosse menor que o cocô de um mosquito: - Preci-so visitar outro cliente e mais tarde eu volto para buscar seu CPU a fim de trocar a peça.

“-E agora? – eu pensava. Foi muito tempo de pesquisa em livros, enciclopédias e revistas, escavação na Internet, leitura e releitura de uma bíblia, de outra bíblia, de outra bíblia, de outra bíblia e de mais bíblias; comparação de textos. Foram meses digitando, lendo, apagando, meditando, reescrevendo, relendo feito louco. Tudo perdido!”

O técnico foi embora jurando que voltaria. Quanto a mim, passei a tarde andando feito tonto dentro de casa sem achar o que fazer e sem esquecer o drama. O rapaz não veio buscar a máquina, mas eu nem ligava para isso.

Naquela noite eu me deitei e rezei com fervor conversando diretamente com Deus Verdadeiro, assim: - Senhor Deus, eu sei que o livro é forte, sei que estou pegando pesado; sei que sou agressivo no escrever, sei

que não consigo falar manso. Mesmo assim, eu peço: Se os meus escritos puderem trazer algum benefício para o mundo, que eu os recupere; mas, se o assunto vier a atrapalhar em algum ponto, em alguma vírgula o caminhar da humanidade, se ele trouxer confusão desnecessária, que fique perdido para sempre. Amém.

De manhã, me levantei e não achava o que fazer. Li jornal, vi televisão, reguei as plantas, xeretei no fogão, abri a geladeira. E, num dado momento, pensei: - O moço não veio buscar o computador; vou dar uma ligadinha nele fingindo que não sei que está com problemas e ver o que acontece.

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E fui. Andando como quem não quer nada cheguei, sentei, liguei e fiquei esperando... E ele começou a ligar!!! Mas como? Com HD inexistente, é impossível ligar o computador. Mas ele estava ligando! Minhas mãos gela-

ram, minha pressão oscilou; senti que empalideci e tremia. Tremia tanto, que mal conseguia controlar o mouse. Cliquei para entrar no Word e ele entrou! Cliquei para abrir o arquivo do Moisés... E ele abriu! Eu não acredita-

va! Era impossível o que estava vendo: computador sem HD sendo ligado e respondendo!!! Tremendo sempre, enfiei um CD no drive, cliquei em arquivo, em salvar como, em disco removível. Começou

a salvar. Fiquei rezando para que salvasse inteiro. E salvou!!! E, justo no momento em que acabou de salvar, outra vez aquele motorzinho chato começou a funcionar como no

dia anterior e aí apagou a tela, ficou tudo preto. E perdi tudo, de verdade. TUDO mesmo – exceto o presente livro, que tinha acabado de fazer uma cópia!

Olhei o céu pela janela aberta e agradeci a Deus Verdadeiro. Agradeci sem palavras, nem sabia o que dizer. Menos de dez minutos depois, o telefone tocou: -Petros, ontem não deu para ir buscar sua máquina, estou indo agora... Você me desculpe por ontem, é que... Eu o interrompi quase gritando: -Graças a Deus, você não veio! Consegui recuperar o livro! O rapaz não queria crer: - Como? Sem HD, como ligou o aparelho? - Não sei. O computa ligou, salvou o livro e pifou de vez. Agora sim, pode vir buscá-lo. Não sei como foi, mas aconteceu do jeito como expliquei. Sei que Deus Verdadeiro está por trás disso. Com certeza, este livro é importante. Daí, minha confiança: ele precisa ser difundido.

RESUMO DE GÊNESIS

Aqui, um apanhado, uma síntese de fatos e personagens analisados no volume anterior para que você se lembre o que leu ou, se não teve oportunidade de ler, que possa conhecer pessoas e ocorrências principais, por ordem cronológica:

Moisés inicia a narrativa pela criação do mundo em sete dias sendo que, no último deles, o Criador descansou. Se-gundo Moisés, o Universo inteiro e seus movimentos: a vastidão do céu, o dia e a noite, a lua, o sol, os incontatrilhões astros e estrelas, tudo foi criado ao mesmo tempo em que a Terra, com o objetivo de iluminá-la. Sim, é compreensível que Moisés não soubesse que a Terra é redonda; que ignorasse as leis que regem o universo e que fizesse as maiores confusões. Acontece, porém, que Moisés conversava com o Criador, a quem ele dava o nome de Jeová, assim como você conversa com seus pais, com seus amigos: cara a cara, olho no olho. Ora, Moisés podia ser um ignorantão e des-conhecer as leis naturais... Mas Deus seria um ignorantão também? Deus desconheceria as coisas que ele próprio criou? Deus não sabia que a Terra é menos que um grão de poeira em meio à imensidão do Cosmo? Que a nível universal nada existe para embelezar os demais elementos e que cada coisa tem seu papel definido, seu proveito?

Sendo tão fácil a comunicação entre Moisés e o Criador, este bem poderia ter dito àquele que parasse de escrever so-bre o que desconhecia. Ou então, que lhe ensinasse Geografia Humana, Geografia Física, Geografia Cósmica e, aí sim, seus escritos teriam aura divina, pois estariam trazendo para o mundo, numa época recém-saída da Pré História, informa-ções que somente vieram a ser focalizados muitos milênios mais tarde. Segundo a teoria mosaica, portanto, a Terra é o centro absoluto do universo; tudo foi criado em função dela, tudo gira ao seu redor, tudo o que existe no Cosmo não tem outra finalidade senão a de adornar o nosso planeta e fazer-lhe reverência respeitosa.

De acordo com o narrador Moisés, no sexto dia Deus criou o homem e a mulher. Sem se preocupar em dar à redação um cunho de credibilidade, Moisés enxertou às partes com possibilidade de terem

sido reais de acordo com as Leis da Natureza, alguns pormenores que ficam por conta de toques divinos, aproximando seres humanos aos angelicais e vice-versa de tal forma, que eles se confundem e se tornam ridículos.

O que podemos saber a respeito da criação? Nada, com certeza, porque nenhuma testemunha estava presente. As primeiras testemunhas apareceram, é claro, só depois da criação do gênero humano e o primeiro casal só foi criado no sexto dia não podendo, portanto, ter sido testemunha ocular da criação do universo.

Para contar o que ocorreu nos primeiros cinco dias, Moisés inventou o que nenhuma testemunha pôde assistir. Mas Moisés, o narrador, fez de si mesmo um ser onisciente, como se dispusesse de informações inacessíveis a quaisquer pes-soas.

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ADÃO E EVA

O primeiro homem foi formado do barro obtido na mistura de orvalho com terra. E Eva, obtida a partir de uma coste-la de Adão. Neste ponto, o deus começa como que a perder seus poderes, levando em conta que:

Para fabricar os outros elementos: sol, estrelas, mares, vegetais e animais, ele não precisou lançar mão de coisa al-guma; tudo saiu do nada, ou da sua imaginação criativa.

As fêmeas dos animais ele fez brotar do nada também, sem usar pedaço nenhum do macho de sua espécie. Mas aí, ele foi perdendo seus poderes; para fazer Adão, precisou de elementos já criados anteriormente: terra e orvalho.

E, para fazer Eva foi necessário usar de uma costela. Decerto, havia esquecido a fórmula para fabricar células huma-nas. De qualquer forma, o deus clonou Adão; fez Eva com o mesmíssimo grupo sanguíneo, o mesmíssimo mapa genéti-co, o mesmíssimo tudo. Se assim fosse, Eva teria o mesmo sexo de Adão. E permitiu que se acasalasse um par de gê-meos univitelinos.

Mas pensando bem... Adão foi muito mais que clonado, foi muito mais que gêmeo de Eva, pois se Eva saiu de Adão, Adão foi mãe de Eva.

Tendo em vista isso tudo, o primeiro casal praticou o primeiro incesto da História, cruzando sangue entre irmãos – ou entre pai e filha – ou entre mãe e filha, sei lá que tipo de casal esquisito era aquele.

O casal cometeu pecado ao comer da árvore proibida e foi expulso do paraíso sem direito a nada. E, como castigo por desobediência, teve triste sina a cumprir através de dor, suor, trabalho, lágrimas, problemas, preocupações e desgostos.

Segundo Moisés, o deus deu dois filhos a este casal: Caim e Abel. Falando nisso, o deus (com minúscula e definido por um artigo, em oposição a Deus Verdadeiro) nutria forte precon-

ceito contra as mulheres, levando em conta que fazia nascer só machos, como se a mulher – a outra parte do mesmo processo – fosse totalmente dispensável até mesmo no ato de procriar; como se os homens fossem bissexuados, autossu-ficientes para produzir novos seres humanos.

Imagine leitor, se era possível que Deus Autêntico tivesse produzido um casal para dar partida à humanidade e, des-te casal, fizesse nascer dois filhos homens... Cadê as mulheres, mesmo que fossem suas irmãs, com as quais eles se aca-salariam para dar prosseguimento à espécie humana?

Moisés não entrou em detalhes sobre gravidez de Eva, nem sobre parto; não fez referência à infância, meninice e ado-lescência dos dois filhos. Foi como se tudo tivesse transcorrido na semiconsciência, assim como se aqueles pais e filhos não tivessem convicção do próprio ser, não tivessem conhecimento da própria existência e, como milagre eis, de repente, Caim e Abel homens feitos, trabalhando na lavoura e na pecuária, respectivamente.

Depois, sem explicar de onde surgiu a ideia das ofertas, Moisés apresenta os dois rapazes apresentando presentes ao deus a título de gratidão pela fartura com que foram agraciados.

Contudo, como agradecer pela abastança, desconhecendo miséria, crise, escassez e penúria para comparação? Se nem ao menos imaginavam que era possível ver o fruto do trabalho sendo levado por inundação, geada e seca?

Em reconhecimento pela abundância, Caim ofertou das frutas da sua plantação e Abel ofertou carne do seu rebanho. O deus mosaico, semelhante a um meninão fuçador também acabado de ser criado, não estava muito seguro de si,

não estava investido na totalidade do seu poder e, inconsciente de sua força, desconhecedor de Psicologia, teve a im-prudência de manifestar aprovação pelos animais trazidos por Abel e desaprovação pelas frutas ofertadas por Caim.

Acaso é com bois que Deus se preocupa? (Cor: 9. 9)

Desta manifestação impensada teria surgido a primeira inveja, a primeira briga, o primeiro crime. Caim matou Abel. Interessante é que até aquele momento, ninguém havia morrido, ninguém havia cometido crime. Então, como foi que

Caim sabia que dando uma paulada na cabeça de Abel este morreria, deixaria de existir, desapareceria de entre os vivos? Mas tudo bem. Vamos fingir que este ponto está dentro dos conformes. Dizia eu que Caim matou Abel e restaram três pessoas no planeta. Em seguida, eis novo lapso de Moisés: esquecendo-se que o restante do planeta estava totalmente desabitado, fez Ca-

im sair pelo mundo, casar-se e ter filhos! Casar com quem, ô sabidão? Depois, Moisés fez desembarcar na terra os filhos do deus, que se casaram com filhas dos homens. E tiveram filhos. Mais tarde, Moisés criou gigantes que se acasalaram com as descendentes dos deuses, se acasalaram com as filhas de

homens normais e tiveram filhos também. Aí virou bagunça! Houve mistura confusa e desordenada de seres semidivinos com gente comum, com gigantes bro-

tados não se sabe de onde, que foram dando origem a monstruosidades. Moisés diz que a população foi aumentando e, com ela, a maldade dos homens cresceu. Foi isso que afirmou o historiador, e aqui, outra falha gritante: o deus se arrependeu por haver feito a humanidade e

resolveu acabar com ela. No começo do mundo, Deus estava satisfeito com sua criação e a redação está assim:

Viu Deus o que tinha feito, e que era muito bom. (1: 31)

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Mais adiante, viu que o que tinha feito não era tão bom; ficou insatisfeito e mandou o dilúvio para acabar com a hu-manidade. Está escrito assim:

Jeová viu que a maldade do homem se havia multiplicado então se arrependeu de ter feito o homem. ‘Farei desapa-recer o homem e o animal, os répteis e as aves porque me arrependo de havê-los feito’ (6: 5 a 7).

Deus não é filho de homem para que se arrependa. (Num: 23. 19).

NOÉ

A mistura de DNA de gente normal com DNA de gigante mais DNA dos filhos do deus não deu certo. O deus – a-quele deus meio acriançado não acertou nas experiências genéticas, não conseguiu produção satisfatória. Foi criando monstros e depois, sem saber como consertar tanta aberração, resolveu destruir tudo e começar de novo, de outro jeito.

Através do dilúvio ele aboliu aqueles seres, mas reservou uma família para dar origem a uma raça com menos pro-blemas genéticos. Reservou também um casal de cada animal para que se multiplicasse no novo mundo a ser formado.

O dilúvio teria sido uma chuva descomunal que caiu, ininterruptamente, por 40 dias alagando o mundo inteiro, alcan-çando dez metros acima do pico mais elevado do mundo. Nesta afirmação, outra anormalidade: as águas atingiram 8.858 metros de altura, 10 metros acima do Everest, cuja altura é 8.848 metros. Quase nove quilômetros! E, de acordo com o Atlas Internacional de Nuvens da OMM (Organização Meteorológica Mundial) as nuvens alcançam de 1.200 a 8 mil me-tros de altura. A anormalidade reside no fato de que as chuvas do dilúvio alcançaram altura mais elevada que as próprias nuvens e neste caso, choveu para cima!

O aguaceiro destruiu todos os seres humanos com exceção de Noé e família; destruiu todas as espécies animais exce-to os casais que estavam recolhidos na arca, cujo modelo foi fornecido pelo deus, pessoalmente. Foram destruídos todos os vegetais e estes não tiveram a mínima possibilidade de serem resgatados, porque Noé não guardou nenhuma semen-tinha para reflorestar o planeta.

Moisés inventou a lenda da arca sem nenhum toque de realidade uma vez que, para guardar tantos bichos, seriam ne-cessárias 25 embarcações daquelas proporções. Ou então, uma única barcaça com as seguintes medidas: 5 km de com-primento, 1 km de largura e 500 metros de altura (justificativa destas medidas no volume anterior).

Na história do dilúvio há tantas incoerências, que jamais poderia ter sido verdadeira, como nos exemplos: Um: Com tantos milhões de cadáveres de pessoas do mundo inteiro boiando, mais os incontabilhões de ani-

mais mortos, todas as florestas do mundo arrancadas pela raiz, também os incontáveis objetos flutuando, a própria arca teria dificuldade em se mover.

Outro: Moisés declara que após a chuvarada soprou um vento que fez a água secar. Em contrapartida, creio eu que houve alguma impossibilidade no cumprimento da secagem, pois naquela imensa massa aquosa a aragem, em vez de fazer secar, faria levantar ondas com quilômetros de altura, uma após a outra, por não haver tapume al-gum, muralha nenhuma entre a fonte do vento e a água. Só para comparar: por mais que o vento sopre, jamais conseguiu fazer secar a água de um oceano qualquer; e olhe que oceano é bem menorzinho que aquela piscinona na qual o mundo se transformou no dilúvio.

Outro: Se toda aquela água tivesse sido evaporada, teria caído sobre a terra outra vez e mais outras vezes, em forma de novas chuvas torrenciais – novos dilúvios diários, que impediriam a secagem do planeta.

Mais outro: Após a chuvarada as águas baixaram não se sabe como, pois o mundo estava inteiramente nivela-do pela água de tal forma, que não existiam baixadas, não havendo para onde correr nem como escoar. Mas, Moi-sés diz que a água baixou, secou em pouco tempo.

Outro ainda: a evacuação das águas, de acordo com os cálculos a partir de elementos colhidos na própria bí-blia, demoraria 738 anos para completar, caso não acontecesse mais nenhuma chuva nem chuvisqueiro.

Há ainda outras impossibilidades e, para que o leitor saiba o tamanho delas, sugiro a leitura do volume anterior.

Os sobreviventes do dilúvio reiniciaram a humanidade, sendo Noé o pai de todas as pessoas nascidas daí em diante. Os filhos de Noé foram: Jafé, Sem e Kão – somente machos. Sem, filho de Noé, deu origem aos semitas. Sem gerou Héber e daí o termo hebreu. Canaã, neto de Noé, foi amaldiçoado porque Kão, pai dele, viu o velho Noé bêbado e nu!!! Canaã, o neto amaldiçoado, procurou terras para si; encontrou o melhor solo da região e nele permaneceu com seus

descendentes, causando inveja nos parentes. Pela ordem, os que sonharam obter as terras de Canaã foram: Abraão, Isa-ac, Jacó e, mais tarde, Moisés (Lembrar que Jacó passou a se chamar Israel.).

Moisés foi dos que cobiçavam a propriedade de Canaã. Tanta era a vontade, que criou um mito pelo qual o deus, pessoalmente, ao vivo e em cores, prometeu aquela terra aos seus antepassados. Tantas vezes prometeu, que acabou conhecida como “terra prometida”.

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Aqui, vou repetir o que está na bíblia, dito pelo próprio Mestre Jesus; e direi a mesma coisa sempre que Moisés disser que um dos seus ascendentes – ou ele mesmo – falou com Deus Único e Verdadeiro:

Jamais tendes ouvido a voz nem visto a forma de Deus. (João:5. 37)

ABRAÃO

Sem que Moisés se ocupasse de algum outro antepassado, ei-lo fixando atenção em Abraão e Sara, revestindo-os com auréola divina por motivo que não consegui detectar, levando em conta que o casal foi um poço de velhacaria. Talvez por causa mesmo de tanta canalhice, Moisés - ou Mesu - tenha elegido este casal o fundador de sua estirpe.

Moisés parece ter tido notícias de Abraão e Sara quando estes já estavam avançados em idade, porque não descreve o passado deles; nada comenta sobre família, juventude, história anterior. A história parte de uma etapa da vida de ambos, como se não houvesse pretérito, ou como se este pretérito não tivesse tido importância. O narrador fez com que Sara fosse estéril; depois trabalhou em cima deste fato usando os poderes do deus para dar um filho a esta senhora que, além de estéril, estava com quase cem anos de idade e já sem ovulação há mais de cinquenta anos... Palavras da bíblia.

Abrão e Sarai – nomes trocados pelo deus para Abraão e Sara – viviam maritalmente, mas era filhos do mesmo pai.

Maldito aquele que se deitar com sua irmã, filha de seu pai ou de sua mãe. (Deut: 27. 22)

Eram irmãos de sangue e usavam esta condição para aplicar golpe nos monarcas dos reinos por onde passavam. O golpe usado pelo casal decrépito consistia no seguinte: Abraão oferecia Sara ao rei do lugar, como se fosse simplesmente sua irmã e depois fazia chantagem e terrorismo, tipo assim: “- Sou profeta protegido pelo deus e ela é minha mulher. Eu a quero de volta e exijo farto pagamento pelo uso que dela fizeste. Faze como estou pedindo ou o deus se voltará contra ti, tua família, tua casa e teu reino.”

O acordo entre o casal era: em todas as terras onde entrassem, afirmavam serem apenas irmãos (Gen:20. 13) para que Abraão a mercadejasse, obtendo imensas fortunas sem trabalhar.

Para condenar tantas tramoias, não preciso ir longe. Basta folhear a bíblia. Veja as pérolas que a gente descobre:

O Senhor destruirá o mentiroso, o sanguinário e o fraudulento. (Sal: 5.6)

Apartai-vos de mim, vós que praticais a injustiça! (Luc.: 13. 27) Outro fato que mostra o mau-caratismo do casal: Sara era estéril e entregou Agar, sua serva egípcia a Abraão, para

que ele tivesse descendência através dela, como se da esposa fosse. Depois, enciumada, Sara expulsou a escrava grávi-da, que saiu pelo deserto, mas acabou retornando a conselho de um anjo.

Quando Ismael, filho da serva com Abraão, atingiu a adolescência, nova crise de ciúme em Sara fez Abraão expulsar Agar e o filho a pão e água pelo deserto, para que morressem de inanição.

O amor não arde em ciúme, não se conduz inconvenientemente. Não procura o seu interesse, não se ressente do mal. O amor tudo sofre, tudo suporta. (Cor: 13. 4 a 8)

Digno de nota é que Moisés, que ambicionava o território pertencente a Canaã, criou uma visão para Abraão, onde o

deus lhe dava de presente aquele território. Desta forma, justificou Abraão por não haver pelejado por um chão para si e ter se acomodado sem trabalhar dentro das terras cananeias onde criou raízes, como se fosse dono legítimo.

Mais um feito que merece referência é que o deus veio pessoalmente visitar Abraão e prometeu um filho a Sara, a es-téril, quando ela já se aproximava dos cem anos de idade e não tinha mais ovulação.

Aqui, vou repetir o que está na bíblia, dito pelo próprio Mestre Jesus; e direi a mesma coisa sempre que Moisés disser que um dos seus ascendentes – ou ele mesmo – falou com Deus Único e Verdadeiro:

Ninguém jamais viu a Deus. (João: 1. 18). Moisés garante que ocorreu o milagre: o deus deu um filho a Sara, o qual se chamou Isaac. Aconteceu assim: Decorridos alguns anos a partir de quando o deus prometeu um filho ao casal de velhotes e, sem que esta promessa

fosse cumprida, o casal dirigiu-se às terras do Rei Abimeleque. Neste reino, o casal aplicou o golpe costumeiro, sabe qual é, né? Fingindo serem só irmãos, Sara foi oferecida como amante ao rei. Depois, para aplacar a ira do deus, foram pedidas riquezas. Neste vai pra lá, vai pra cá, Sara engravidou (!!!) e teve um filho (!!!)

No entanto, após minucioso estudo das palavras bíblicas, cheguei à conclusão que a viagem às terras de Abimeleque tinham um propósito definido: desta vez, além das riquezas que costumavam exigir, foi exigido um bebê recém-nascido

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do sexo masculino para ser apresentado como filho do casal decrépito. E, como é a minha palavra contra a de Moisés, bem posso estar com a razão; neste caso, os judeus tiveram por pais

não Abraão e Sara, mas um casal de escravos de Abimeleque ou, quando muito, o próprio Abimeleque com uma serva.

ISAAC

Filho de Sara e Abraão – ou de um casal de servos –, Isaac casou-se com Rebeca, a prima vinda de longe, pois que os pais do moço, apesar de residir de caridade nas terras de Canaã, não permitiram que ele esposasse moça cananeia.

Preparando caminho para se apossar do solo pertencente a Canaã, Moisés assumiu o papel do deus e doou, também a Isaac, aquelas terras. Notar que as mesmas terras já haviam sido dadas de presente pelo mesmo deus a Abraão, pai de Isaac. Abraão ganhou, mas não levou. Ficou só na promessa, porque as terras de Canaã continuaram pertencendo aos descendentes de Canaã. Portanto, depois de haver presenteado Abraão, o deus se fez dono das terras outra vez e deu a Isaac, ascendente de Moisés, a mesma propriedade que nunca lhe havia pertencido.

Fugindo da fome, o casal Isaac e Rebeca foram se abrigar no reino de Abimeleque, onde mentiram ser irmãos para que o rei tomasse Rebeca por mulher e depois chantagem fosse feita. Igualzinho faziam Abraão e Sara.

Mas o rei não foi tolo e livrou-se de pagar o mico ou seja, pagou bem menos que o esperado pela dupla mentirosa, mas permitiu que aqueles dois ficassem morando nas suas terras, de onde saíram com grande fortuna. Algum tempo depois foram expulsos por Abimeleque, mas Moisés não deixa claro o motivo da expulsão.

Rebeca também era estéril, mas Isaac rezou vinte anos e dela nasceram os gêmeos Esaú e Jacó. Esaú foi o primogênito.

JACÓ

Assumindo o papel do deus, Moisés deu para proteger Jacó, por ser ele seu antepassado – e não Esaú. Jacó – que veio a se chamar Israel – era um preguiçoso que permanecia deitado na rede, enquanto seu gêmeo Esaú

ganhava a vida caçando. Quando adultos, Jacó logrou Esaú, tomando-lhe o direito à primogenitura; enganou ao pai, roubou a herança, roubou tudo o que era de direito do irmão e fugiu de medo.

Aquele que violar um só mandamento da Lei de Deus será o menor no reino dos céus. (Mat. 5. 19)

Jacó casou-se com as irmãs Lia e Raquel e com suas respectivas escravas; teve, pois, quatro esposas. Permaneceu es-condido por vinte anos nas terras de Labão, seu sogro, onde trabalhou como pastor, enquanto bolava o golpe. Depois enganou sogro e cunhados; apossou-se de sua fortuna tornando-se muito mais rico que eles todos.

Ai daquele que acumula o que não é seu! (Hab. 2: 6)

Depois, fugiu de medo para Canaã, onde ainda morava sua família. Na viagem, à beira de um rio, encontrou o deus e brigaram ambos. Rolaram na lama, trocaram socos e golpes baixos. E o deus saiu perdendo! O deus apanhou!

Os homens transformaram Deus em mentira. (Rom: 1. 25

O deus que perdeu a briga mudou o nome de Jacó para Israel. Na viagem de fuga, Jacó/Israel resolveu visitar Esaú, o irmão gêmeo, para mostrar-lhe o quanto havia roubado e o

quanto estava rico. Queria fazer inveja ao gêmeo, mas este estava muito mais rico que ele, mesmo sem proteção do deus. Envergonhado, Jacó enganou Esaú e fugiu dele... De novo! – e nunca mais se viram.

Os perversos irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. (2-Tim: 3. 13)

A próxima façanha foi contra o Príncipe Siquém, o qual se enamorou de Diná, filha de Jacó/Israel. Querendo despo-

sá-la fez o pedido a Israel, que consentiu com uma condição: que o pretendente, assim como todos os homens do lugar se convertessem ao culto do deus e se circuncidassem, pois a circuncisão era o sinal escolhido para que o deus reconhecesse seus protegidos.

Um aparte: circuncisão é o mesmo que operação de fimose. Foi aceita a condição e todos os homens daquela cidade praticaram a circuncisão. No terceiro dia após a cirurgia,

quando estavam mais fortes as dores e a febre, quando os homens estavam prostrados pela natural tentativa de reequilí-brio orgânico, os filhos de Jacó invadiram o lugar e mataram todos os homens – inclusive o rei e o Príncipe Siquém, noivo de Diná. Assassinaram a todos; saquearam seus haveres, seus animais, suas riquezas; escravizaram moças e cri-anças e depois fugiram de medo sob a proteção do deus, que ficou aterrorizando as cidades circunvizinhas enquanto os assassinos ganhavam distância.

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Vossas mãos estão cheias de sangue, vossos dedos cheios de perversidade; Vossos lábios falam mentiras, vossa língua profere maldade. Ninguém clama por justiça, ninguém deseja a verdade.

Confiam em nulidades, falam mentiras, produzem o mal e dão à luz a injustiça. (Is. 59: 3 e 4)

Raquel, a esposa preferida era estéril, mas veio a engravidar e a dar à luz, provando que era estéril coisa nenhuma. As demais esposas de Jacó também tiveram filhos - machos, é claro -, totalizando doze rapazes e, destes, originaram-

se as doze tribos de Israel. Não se sabe quantas meninas nasceram de Jacó porque Moisés, o escritor desta história, que não nutria simpatia por mulheres - seguramente era homossexual - não se ocupou delas, não perdeu tempo com tanta “insignificância”, nem ao menos deixou registrada sua existência.

Judá, filho de Jacó/Israel, relacionou-se com a nora e, com ela teve os filhos gêmeos Perez e Zera.

Se um homem se deitar com a nora, ambos serão mortos. (Lev: 20. 12)

A nudez de tua nora não descobrirás; ela é mulher do teu filho. (Lev: 18. 15)

As leis mosaicas condenavam o incesto entre sogro e nora – mas este incesto foi tão abençoado que, de Perez, um dos gêmeos, nasceu o maior de todos os mortais: Jesus, o Cristo!

JOSÉ

José, filho de Jacó com Raquel, vendido pelos irmãos foi parar no Egito, onde reinava Apopi, rei invasor, cujo povo usurpou o trono e governou o país das pirâmides por muito tempo, constituindo a XV e a XVI Dinastias. Diz Moisés que José caiu nas graças do faraó por haver descoberto a simbologia de um sonho, mas não foi só por isso.

A bem da verdade, o faraó Apopi tinha origens semitas, assim como José! O faraó e José tinham a mesma ascendên-cia, o mesmo sangue e este foi o móvel da amizade profunda que José inspirou no monarca, a ponto de ser nomeado vice-rei e ter menos que ele apenas a coroa. Nada de místico, nada de mérito, nada de proteção do deus a este filho de Jacó. Simplesmente um encontro de parentes e um caso de nepotismo.

Diz a História do Antigo Egito que os reis semitas - os invasores hicsos - governaram o Egito com extrema crueldade, sendo que seus feitos marcaram intensamente as consciências egípcias. “Aquele rude povo semita destruiu rolos de papi-ros, destruiu objetos de arte preciosos e torturou impiedosamente os cativos rachando suas cabeças, arrebentando seus dentes e arrancando-lhes os olhos. Sempre que a História revive os passos dos cruéis conquistadores do Egito associa a eles os judeus, que são apontados como seus descendentes. Iniciava-se assim o antissemitismo.” (Waldir de Oliveira, no prefácio do “O Chanceler de Ferro do Antigo Egito”, do Conde Rochester)

Fica explicada desta forma, a aversão dos egípcios para com o povo de José. Não era por este homem haver sido es-cravo; mas por ser da mesma raça do bárbaro faraó que lhe deu amparo.

Diz Moisés que havendo fome no mundo, a miséria entrou também em Canaã, onde morava a família de José. Este mandou buscar o pai Jacó/Israel e o resto da família para residir no Egito e lhes entregou o melhor pedaço de terra.

Moisés romanceou a história do mais querido rebento de Jacó como se houvera sido bom, justo, virtuoso e amado pe-los egípcios - mas lê-se nas entrelinhas o quanto ele foi desprezado, humilhado e se vingou dos vexames sofridos. Este chanceler oprimiu os egípcios de maneira crudelíssima, durante a seca dos sete anos.

Com a história de José no Egito, Moisés encerra o primeiro livro denominado Gênesis. E é no Egito que você e eu vamos nos localizar agora, acompanhando esta linhagem da qual nascerá Moisés.

UM PAR DE PARÊNTESES

Para a confecção deste livro socorrer-me-ei muitas vezes de outros escritos. O testemunho de uma única pessoa não

tem valor significativo, porquanto se trata de ponto de vista unilateral. O próprio Moisés deixa claro que uma só pessoa não pode atuar como prova, exigindo mais testemunhas para que uma denúncia seja válida e um fato, estabelecido:

Uma só pessoa não se levantará contra alguém. Pelo depoimento de duas ou três testemunhas se situará o fato. (Deut. 19: 15)”

Não aceites denúncia, senão exclusivamente sob o depoimento de duas ou três testemunhas. (Tim: 5. 19)

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Por depoimento de duas ou três testemunhas, será morto quem tiver de morrer. Por depoimento de uma só testemunha, não morrerá. (Deut. 17: 6)

Fiel a este princípio, seria erro aceitar o testemunho exclusivo do Mesu sem ninguém que lhe dê sustentáculo, sem o

depoimento de quem os relate sob outro ângulo. Sim, usarei diferentes depoimentos e, com certeza levantar-se-ão pesso-as tentando invalidar meu trabalho. No entanto, pergunto eu:

Quem terá declarado Moisés o único escritor a merecer crédito: Um judeu? Dois judeus? Vinte judeus? Mas o povo judeu é suspeito por ter sido declarado – por um judeu – a “raça eleita”. E nós outros, os povos “não escolhidos”, que necessidade temos de reverenciar esta afirmativa? Por que nós outros

temos de acatar a palavra de Moisés contra a palavra de ninguém? Por que aceitá-lo como árbitro exclusivo em detri-mento de cronistas e cientistas que teriam analisado e descrito os mesmos fatos de maneira racional e menos apaixonada?

Quem terá afirmado que Moisés foi o Profeta da Verdade: Uma pessoa? Duas? Vinte? Um milhão de pessoas? Mas estas todas que o defendem não estariam usando os seus escritos como a galinha dos ovos de ouro? Não estariam

atirando poeira nos olhos de quem aceita as afirmações de Moisés sem raciocinar sua validade? Incautos são as multidões de fiéis que, por não saber diferenciar o preto do amarelo se dizem cristãs, mas adoram o

deus pagão, o anticristo imposto pelas lideranças que deliberaram eleger o deus mosaico porque o povão segue de cabe-ça baixa sem pensar. O povo obedece sem raciocinar, assim como na guerra os soldados, por numerosos que sejam, nada decidem pela própria iniciativa; os soldados simplesmente põem em movimento os planos que seus superiores tracejam. Da mesma forma, as multidões são levadas pelas lideranças, as quais escolhem para onde o povo deve caminhar.

Aqui, a liderança religiosa elegeu as orientações de Moisés sem se aprofundar nelas – ou exatamente por haver se a-profundado e percebido que as pessoas não teriam coragem para destoar. E ai de quem destoar! Estas multidões bem intencionadas nem de longe imaginam que são levadas a venerar uma invenção, uma mentira em lugar de Deus Único.

Eu, porém, sou racional demais para aceitar sem ponderar coisa decidida por outrem; só acolho aquilo que, depois de passar pela peneira da razão, me parecer suficientemente estável para permanecer. Assim, nesta análise socorro-me de outras fontes, as que me parecerem sérias. Valer-me-ei de revistas, livros, jornais, comentários, enciclopédias e internet.

Valer-me-ei da Revista Super Interessante (edição nº 178, julho de 2002), que analisa cada uma das pregas do Egito. Usarei também o livro “O Faraó Mernephtah”, do Conde J. W. Rochester e Wera Krijanowsky. Trata-se de livro

contendo depoimentos interessantes sobre Moisés; são os mesmos fatos sob nova ótica. Se não é direcionamento apro-priado, pelo menos é mais um que discorda radicalmente de Moisés e de suas afirmativas.

Aliás, eu me sinto bastante confortável lançando mão de fontes com conteúdo materialista e/ou espiritualista, mesmo porque não há filosofia com conteúdo moral suficientemente impecável para fazer-lhes um desmentido.

a) Não pode lançar anátema sobre outras filosofias, aquela que exalte ou justifique: acepção de pessoas, menti-

ra, adultério, assassinato, incesto, vingança e outros atos contrários às Leis de Deus Verdadeiro... De onde tirei isso tudo? Da bíblia, sim senhor! Dos escritos de Moisés! Vejamos por ordem alfabética:

Adultério Sara com faraó Sara com Abimeleque Rebeca com Abimeleque

Assassinato: Jacó contra homens de Siquem Chantagem: o pacto de Jacó com o deus

Jacó e o prato de sopa para Esaú Jacó e as 580 reses enviadas a Esaú

Covardia: Jacó contra Esaú, por duas vezes Jacó contra Labão Jacó contra Siquem

Crueldade: José contra egípcios Jacó contra Siquem Abraão e Sara contra Agar e Ismael

Cultuar outros deuses: Raquel e os deuses domésticos de Labão Exploração: Abraão e Sara contra Agar

Jacó contra Siquem Abraão contra faraó

Incesto: Abraão e Sara Tamar e Judá

Ingratidão: Abraão, Isaac e Jacó contra cananeus Abraão contra egípcios

Malandragem: Abraão contra o faraó e Abimeleque Isaac contra Abimeleque

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Jacó contra Esaú e Labão Marido chifrudo: Abraão contra faraó

Abraão contra Abimeleque Isaac contra Abimeleque

Mentira: Jacó contra Labão Jacó contra Esaú Jacó contra Siquem Abraão e Sara contra faraó e Abimeleque

Orgulho: o deus contra egípcios Pedofilia: homens de Jacó contra crianças de Siquem Preconceito: Moisés contra sexo feminino

Hebreus contra outros povos Abraão e Sara contra Agar

Roubo: Jacó contra Esaú Jacó contra Labão Jacó contra Siquém Abraão e Ló contra faraó

Vingança: Noé contra Canaã José contra os egípcios

E isso tudo, somente no primeiro livro de Moisés! O que não haverá nos outros quatro?

b) Não pode abominar a mediunidade quem crê em Moisés, o qual recebia instruções via mediúnica de algum

espírito das trevas que se fazia passar por Deus Verdadeiro.

c) Não pode condenar filosofia reencarnacionista quem crê e prega a doutrina da reencarnação. E foi da bíblia que retirei estas afirmativas reencarnacionistas:

Se a esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes dos homens. (1Cor. 15. 19

João Batista é mesmo Elias, que estava para vir. Quem tem ouvidos que ouça. (Mat: 11. 14)

Se os mortos estão mortos, comamos e bebamos que amanhã morreremos. (1Cor: 15. 32)

Como revivem os mortos? E em que corpos vêm? Insensatos! O que semeias não nasce se primeiro não morrer. (1Cor. 15: 35 e 36)

Se os mortos não revivem, por que se batizam em favor deles? (1Cor.15: 29 )

Se alguém não nascer de novo, não poderá ver o reino de Deus. (Jo: 3, 3)

Reviveu um dos antigos profetas. (Luc: 9. 8)

Não te admires de eu te dizer: É necessário nascer de novo. (Jo: 3, 6)

Eis que eu vos enviarei o profeta Elias antes que venha o grande e terrível dia do Senhor. (Mal: 4, 5)

Elias virá primeiro para restaurar todas as coisas. Eu, porém vos digo: Elias já veio; vós não o reconhecestes e fizeram com ele tudo o que quiseram. (Mar: 9, 9 a 13) Então os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista. (Mat: 13)

d) Não pode descrer do poder de mediar orientações quem tem como líder Jesus, o maior dos médiuns e, por

base a bíblia, que trata de dons dados por Deus, que recebem o nome: mediunismo:

“Vossos filhos e filhas profetizarão, vossos velhos sonharão e vossos jovens terão visões”. (Joel. 2: 28 e 29)

Jesus dá aos discípulos dom de curar, banir demônios, curar leprosos e levantar mortos (Mat: 10. 1 e 10. 8)

Jesus mandou os doze pregar, dando-lhes o poder de curar moléstias e expulsar demônios. (Mar.: 3. 14 e 15)

Em Samaria, Filipe operava milagres; muitos paralíticos e coxos foram curados. (Atos: 8. 7)

Paulo curou um coxo em Listra (Atos: 14: 8 a 10)

Paulo curou uma jovem adivinhadora (Atos: 16. 16 a 18)

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Paulo ressuscitou um rapaz que caiu do 3º andar. (Atos: 20. 7 a 12

Paulo teve uma visão: um varão lhe rogava: Passa à Macedônia e ajuda-nos. Paulo partiu para a Macedônia, pois era certeza que Deus o havia chamado para anunciar o evangelho naquele lugar. (Atos. 16: 9)

e) Não pode desprezar filosofias espiritualistas aquele que fala abertamente em fatos espiritualistas:

Saul consultou uma mulher que tinha o dom de intermediar ambos os planos: físico e espiritual. Assim, Saul entrou em contato com o espírito de Samuel. (1-Sam. 28: 1 a 20)

Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. (1-João. 4: 1 )

E sucedia que quando o espírito maligno vinha sobre Saul, Davi tomava a harpa e a dedilhava; então Saul sentia alívio e o espírito se retirava dele. (1-Sam. 16:23 –

f) Não pode negar a sobrevivência do espírito quem se baseia na bíblia, que prega a continuidade da vida:

História de Lázaro, onde o espírito do mau rico pediu para voltar ao mundo dos vivos avisar os irmãos para que fizessem boas obras e se livrarem do inferno, reservado aos que viviam dissociados do Bem. (Luc. 16: 22 a 31).

Saul entrou em contato com o espírito de Samuel. (1-Sam. 28: 1 a 20)

O espírito é que vivifica; a carne para nada aproveita. (João. 6: 63)

Não temais os que matam o corpo e, depois, nada mais podem fazer. (Luc: 12. 4)

Não temais aqueles que matam o corpo e não podem matar a alma. (Mat: 10. 28)

Morto na carne, mas vivo no espírito. (Pd: 3. 18)

Se há corpo natural, há também corpo espiritual. (Cor. 15: 44)

Se o grão de trigo, caindo na terra não morrer, ele fica só; mas se morrer, produz muito fruto. (Jo: 13, 24)

g) Não pode condenar bibliografia alguma aquele que acredita nos escritos de Moisés, que provaram ser sufici-

entemente pobres, infantis, ingênuos, mal contados, mal redigidos, mal traduzidos, mal copiados; já provaram con-ter falhas, afirmações absurdas e unilaterais, declarações injustas e incoerentes, conteúdo moral inexistente, exem-plos de vida abomináveis e não tolerados na sociedade em andamento no 3º milênio, a Idade do Espírito.

h) Ninguém pode atirar pedras naquilo que conhece simplesmente por ouvir falar e, sobretudo se tiver a alicer-

çar suas convicções uma fonte de pesquisa sem coerência quanto os relatos de Moisés. Diante disso, ninguém poderá execrar conteúdos dissociados do Antigo Testamento.

UMA ÚLTIMA PALAVRINHA

Para entendermos a história bíblica, precisamos considerar que Moisés fez o rastreamento da própria árvore genea-lógica e foi unicamente da árvore genealógica dele, que se ocupou. De mais ninguém. Aliás, cada personagem estranho à linhagem mosaica é desprezado, humilhado e castigado de alguma forma, por qualquer motivo e até sem motivo por Moisés, que lançará tudo na conta do deus.

Até aqui onde analisamos, ele já protegeu os seguintes personagens, todos seus antepassados diretos: Noé, pai de “todos” os povos do mundo – menos dos não consanguíneos de Moisés (eu estou fora); Sem, filho de Noé – e não Kão ou Jafé, também filhos de Noé; Abraão com o qual o deus fez “aliança perpétua”; Isaac, filho de Abraão – e não Ismael nem os outros filhos de Abraão com a segunda esposa; Jacó – e não Esaú, o primogênito de Isaac; Lia, mãe de Levi – e não Raquel, Bila ou Zilpa, as outras esposas de Jacó/Israel; Levi, cabeça da tribo da qual nasceu Moisés.

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ÊXODO

Introdução

O segundo livro de Moisés ou Mesu, recebe o nome de Êxodo. Ele situa nesta parte de seus escritos, a per-manência do povo hebreu no Egito e sua saída deste país.

Se você leu o primeiro volume desta série, há de se lembrar que o velho Jacó - também denominado Israel - chegou no país do Nilo há mais de quatro séculos vindo de Canaã, durante os anos de seca que assolou a região. Ele veio acompanhado de seus familiares - ao todo, 75 pessoas - e reencontrou o filho José que ocupava o honro-so cargo de chanceler do faraó. Recebeu das mãos deste filho o melhor pedaço de terra; recebeu carinho, teto e comida de graça atraindo, com certeza, o ódio dos verdadeiros donos da terra que amargavam, além do clima impiedoso, o mau gênio de José: um estrangeiro desconhecido, hebreu obscuro acabado de sair da prisão.

Esta é a abertura de uma história, cujo término não se esgota com a última palavra do capítulo bíblico; ela con-tinua depois, por capítulos escritos e não escritos varando épocas, períodos, idades... E se encontra ainda hoje sendo delineada pelas mãos do destino.

Neste segundo capítulo, Moisés é integrado à história. Ele conta de si, torna-se biógrafo do próprio nome e, daqui para diante estará encabeçando o desenrolar da trama secundado pelo deus, o qual nada mais é que um acessório totalmente devotado ás causas que Moisés decidiu serem de vital importância à glória de si mesmo e do seu povo.

O Êxodo é composto por quatro partes. Escravização e do povo hebreu pelos egípcios; As pragas; Travessia do Mar Vermelho; Os dez mandamentos.

Cada subdivisão é motivo de estudos infindáveis ainda hoje. No entanto, há uma multidão que duvida da

sua veracidade. Inclusive eu, Petros. Vejamos o tema sob o ponto de vista de cientistas:

Márcia Jamille Costa, arqueóloga, coloca em palavras algumas dúvidas sobre o Êxodo dos hebreus. Diz ela que o que torna a narrativa do êxodo tão controvertida é que, embora todas as manifestações em torno desta história em escritos não bíblicos, não existem ao menos pequenas migalhas referentes a acontecimento da amplitude demonstrada por Moisés. Nem mesmo que tenha havido uma coletividade israelita radicada no Egito à época em que apontam a ocorrência do êxodo. Os egípcios dificilmente narraram suas derrotas e talvez, por este motivo, riscaram de seu passado o desbarato que Moisés afirma ter-lhes imposto.

No entanto, a Arqueologia não trabalha simplesmente com documentos escritos, mas também e, principal-mente, em cima de evidências materiais. De acordo com a Bíblia, gerações de hebreus se sucederam umas às outras de tal maneira que, em determinada época, seu número superava o dos egípcios. Se tal houvesse acon-tecido, seria possível encontrar marcas físicas de coletividade tão numerosa em terras dos faraós.

Márcia Jamille Costa usa a cidade de Akhetaton como exemplo da possibilidade de reconstruir o passado ou parte dele através de evidências materiais. Diz ela que aludida cidade, com apenas dezessete anos de ati-vidade foi desmontada e abandonada por motivos religiosos. No século XIX, seus restos foram encontrados e estudados: estruturas de casas, destroços de estátuas, pedaços de imagens, ruínas de cemitério, testemunhas mudas da sua existência. No entanto, em se tratando da comunidade hebreia em terras egípcias não foram en-contradas provas visíveis de sua presença, embora sua permanência neste país fosse de quase meio milênio.

Diz ainda Márcia Jamille Costa que, entre Arqueólogos e Egiptólogos, quase existe um consenso de que jamais tenha existido o êxodo bíblico, e nem sequer bairros israelitas. (http://arqueologiaegipcia.com.br)

Jean Louis Ska, no livro “A palavra de Deus nas narrativas dos homens”, assim se expressa: Pode se pensar que personagem tão famoso devesse ter deixado, forçosamente algumas marcas na histó-

ria. É preciso render-se à evidência: até agora, nenhum documento extra bíblico menciona Moisés. Sua passa-gem pela corte do faraó, sua intervenção em favor dos hebreus, suas batalhas com o sucessor deste faraó fica-ram sem eco na História.

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CAPÍTULO 1

NASCIMENTO DE MOISÉS

0011-- Moisés começa o 2ª livro – Êxodo – enumerando os filhos de Jacó/Israel: Rubem, Simeão, Levi e Judá. Is-sacar, Zebulon e Benjamim, Dã e Naftali, Gade, Aser e José (1: 1 a 5).

Jacó/Israel e descendentes vieram de Canaã para se encontrar com José que já se achava no Egito. Ao todo, o clã era composto por setenta e cinco elementos.

Comentário: Já o disse e vou repetir: o nome Jacó tem aparecido em junção ao nome Israel, porque ambos referem-se à mesma pessoa. Sem querer desmerecer, foi este o único milagre feito pelo deus de Moisés: mudar os nomes de três pessoas: Abrão, Sarai e Jacó, para Abraão, Sara e Israel, respectivamente.

Ah, eu ia esquecendo! Outro prodígio do deus foi amaldiçoar aqueles a quem não gostava: Caim, Esaú, Kão, Canaã e os filhos de Ló. De resto, mais nada.

Um arranjo: Daqui em diante não aparecerá mais o nome Jacó – e sim Israel. Esclarecimento: Por serem descendentes de Israel, os hebreus são conhecidos por israelitas.

2- Estamos no Egito. Acompanhamos a família de Israel que saiu das terras pertencentes a Canaã e foi ao país

das pirâmides onde já se encontrava José, que na ocasião era o vice-rei do faraó. No volume anterior, você e eu estivemos no Egito com José, desde que ele foi vendido como escravo. Você há

de se lembrar que, juntos, refizemos a história dele; acompanhamos a vinda de sua família, a morte e o enterro de Israel, pai dele. Sofremos com os egípcios por ocasião da grande seca e assistimos à crueldade de José, o hebreu que, tendo as chaves dos celeiros,

Obrigou o povo egípcio a implorar por comida, a se humilhar, a desmaiar e a morrer de fome; Vendeu trigo a peso de ouro aos próprios egípcios, até que não restasse uma única moeda no país; Trocou trigo por rebanhos, até que não houvesse uma única cabeça que não pertencesse ao faraó; Trocou trigo por terras aumentando o território da coroa; Trocou trigo por pessoas, escravizando egípcios no próprio solo egípcio! Estamos, pois, no Egito, acompanhando a história da família escolhida pelo deus.

***** 0022-- O tempo passou e José morreu; morreram-lhe os irmãos, morreu toda aquela geração, contudo seus fi-

lhos se multiplicaram a tal ponto, que o país ficou repleto deles. No Egito surgiu um novo rei que não conheceu José e disse: “Eis que o povo de Israel é mais numeroso e mais forte que nós. Usemos de astúcia para com ele para que não se multiplique e seja o caso que, vindo guerra, ele se junte ao inimigo e peleje contra nós. E pôs so-bre eles feitores para afligi-los. E os israelitas edificaram as cidades Pitom e Ramessés”. (1: 6 a 11).

Comentário: Os exegetas estão de acordo quanto à identidade do faraó que não conheceu José e escravizou

seus familiares: Ramsés II, ao qual foi dada a alcunha de “rei opressor”. Ele que reinou de 1278 a 1212 a.C. Depois falarei sobre.

2- Surgiu um novo rei que não conheceu José... É possível isso? Como ignorar um cascão de ferida como aquele? Então o novo rei nunca tinha ouvido falar no

mais cruel dos conselheiros reais que o Egito teve? Ah ouviu, com certeza! Ele conhecia sim, aquele que levou o país à mais negra das fomes. Não o conheceu pessoalmente, é claro! Mas conheceu-lhe a fama. Talvez fosse porque sabia dele muito bem, que escravizou sua família e usou seus serviços nas obras de construção de duas

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cidades. Era um jeito de equilibrar o psiquismo dos egípcios devolvendo, de alguma forma, toda maldade daquele antigo magistrado.

3- E pôs sobre eles feitores para os afligirem. Ué! Foi aí que os hebreus foram escravizados? Depois de morta toda a família vinda de Canaã, depois de 14

gerações que nasceram, envelheceram e morreram; depois que os israelitas estavam multiplicados “a tal ponto, que o país ficou repleto deles”, só então foram escravizados? Que interessante! Falou-se tanto, fala-se ainda na “cruel servidão” e, no entanto, só agora eles se tornaram cativos?

Acompanhe-me no raciocínio e nuns cálculos, que descobriremos quanto durou a tão “cruel servidão”: É preciso antes, estabelecer datas e definir personagens. Primeiro os personagens.

Falando a verdade, a própria História do Egito é confusa no que diz respeito à identidade do faraó da opressão e do êxodo. Tudo o que se descobre não passam de hipóteses, os dados não batem entre si, os sites se desmen-tem um ao outro, a História do Egito faz silêncio sobre isso. Talvez não saiba. Certamente, os lances da chegada, permanência e saída dos hebreus não figuram na remota Saga Egípcia, por uma razão destas razões:

1ª razão: A experiência foi tão traumática, tão maléfica, trouxe sofrimentos tão arrasadores, que os egíp-cios preferiram riscá-la de seu passado, esquecê-la como se jamais houvesse existido.

2ª razão: Os hebreus dão importância excessiva a um fato que, para os egípcios, não passou de lance corriqueiro: a presença de escravos que resolveram abandonar o país através de fuga, mas que em nada prejudicou ou tenha danificado andamento do Egito. Neste caso, as famosas “pragas” não existiram, pois em nenhum compêndio, enciclopédia ou site realmente histórico, o assunto é ventilado; nem mesmo a última “praga”, a morte dos primogênitos é tema tratado pelo povo das pirâmides. Com certeza, mencionado episó-dio tenha existido tão somente na cabeça de Moisés.

Acredito na segunda suposição. Ainda assim, pelo sim, pelo não, sigamos analisando a história bíblica. Falá-vamos sobre a duração da servidão dos israelenses e vamos fazer uma volta grande, começando por definir qual foi o faraó que reinava à época do êxodo. Falando nisso, não custava nada ao Moisés ter deixado por escrito o nome deste monarca e chama a atenção o fato de que ele sabia o nome de todos os próprios ancestrais hebreus, mas não sabia o nome dos faraós com quem afirma ter convivido no mesmo palácio. Não forneceu nenhuma pista, nenhum nome, nenhum nada para dar veracidade às próprias historíolas. E olhe que ele garante que chegou a tratar pessoalmente com o monarca incontáveis vezes.

Por causa desta omissão, somos obrigados a quebrar a cabeça, fazer contas, levantar suposições. Somente hipóteses e não certezas.

Primeira hipótese: XVIII Dinastia O faraó opressor foi Ahmose I (1550 a 1525 a.C.) O faraó do êxodo foi Tuthmósis III (1479 a 1425)

Segunda hipótese: XVIII Dinastia Faraó opressor: Ahmose I (I (1550 a 1525 a.C.) Faraó do êxodo: Amenhotep II (1425 a 1401)

Terceira hipótese: XIX Dinastia Faraó opressor: Seti I (1294 a 1278) Faraó do êxodo: Ramsés II (1278 a 1212)

Quarta hipótese: XIX Dinastia Faraó opressor: Ramsés II (1278 a 1212} Faraó do êxodo: Menerptah (1212 a 1202) Eu, Petros, sou levado a crer que seja a verdadeira a última hipótese. Motivos: Um é que o Conde J. W. Rochester, autor espiritual da obra mediúnica “O Faraó Menerptah” escrita pela mão de Wera Krijamowski, dá como faraó do êxodo, o Menerptah. Outro é que, fazendo eco a esta afirmação, os analistas bíblicos a ratificam dizendo que o rei que “não conhe-ceu José” e que oprimiu os semitas “era, provavelmente, Ramsés II”. Na bíblia da Ecumênica, a explicação é a mesma: “Um novo rei: provavelmente Ramsés II”. Na Bíblia da Paulus, afirmam eles com certeza, que “o faraó da opressão foi Ramsés II.” O último motivo é a estela, laje de pedra achada em 1896, na tumba do faraó Merneptah. Alguns se referem à pedra como a "Estela da Vitória", porquanto registra campanhas militares e vitórias de Merneptah, filho de Ramsés II. A escrita muito claramente menciona Israel. Trata-se da primeira - e talvez da única – menção do povo hebreu fora da bíblia. Após longa dissertação em elocução quase hermética, a dissertação termina assim:

Os chefes inimigos prostram-se dizendo: "Shalom" Nenhum levanta a cabeça entre os Nove Arcos: Tjehneu está derrotado, Hatti está em paz, Canaã está despojada de toda a maldade, Ascalon foi conquistada, Gezer foi tomada, Yenoam ficou como não tivesse existido, Israel está destruído, a sua descendência não existe mais, a Síria tornou-

Estela de Menerptah

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se uma viúva para o Egito. Os que vagavam sem destino no deserto foram submetidos pelo Rei do Alto e Baixo Egito, Baenré-Meriamon filho de Rá, Merneptá-Hetephermaet, dotado de Vida, como Rá, todos os dias.

Com aludida peça de pedra fica claro que o opressor foi Ramsés II. E Mernenptah, seu filho e sucessor, o faraó do êxodo, pela menção que fez aos hebreus: Israel está destruído, a sua descendência não existe mais.

Muito bem. Esclarecido este ponto, adiante: Tendo sido Menerptah o faraó do êxodo; e, tendo ele reinado de 1212 a 1202, então esta última data pode ser considerada a da saída dos hebreus do Egito.

4- Vamos seguir puxando fios e, através das próprias palavras de Moisés, desmascarar este profeta. Como de-

tetive, estamos procurando pistas sob a duração da “cruel servidão” dos hebreus nas mãos dos egípcios: a) Após 430 anos da vinda de José ao Egito, os hebreus fugiram deste país sob a liderança de Moisés. b) Moisés nasceu no finzinho do reinado de Seti I, pai de Ramsés II, o qual subiu ao trono aos 24 anos, quando

Moisés contava 14 anos de idade. Ramsés II foi contemporâneo de Moisés e reinou por 67 anos. c) Menerphtah, filho de Ramsés II, foi o faraó das dez pragas e, segundo Moisés, morreu no Mar Vermelho. d) Israel chegou ao Egito à época de José, com sua turminha: filhos, noras e netos, além dele próprio e espo-

sas; 75 semitas número insignificante perante a afirmação: “Eis que a descendência de Israel está muito numerosa e mais forte que nós”. E que, por causa do grande número, o faraó tenha ordenado a matança dos bebês para evitar que se multiplicassem ainda mais. A fuga dos hebreus se deu quando, segundo a bí-blia, aquelas 75 pessoas já eram seiscentos mil homens adultos – sem contar mulheres e crianças.

e) Nota-se, com isso, a impossibilidade da servidão ter acontecido logo após a morte de José. Ora, se Ramsés II tornou cativos os hebreus que estavam no Egito, então estes ficaram por mais de 360 anos como cidadãos livres num país que não era deles! Foram 360 anos de fartura e mordomias e, só en-tão, sua liberdade foi cerceada. Depois de 14 gerações tiveram “feitores para os afligirem”. Demorou mui-to! Pelo tanto que reclamam da “atroz servidão”, pela quantidade de tinta e papel gasto em contar a saga dos hebreus, pelo tantão de filmes que retratam suas “penúrias”, pela tantada de histórias que falam dos seus “sofrimentos” eu, Petros, sempre imaginei que isso tivesse acontecido logo após a morte de José e, portanto, bem mais longo tempo.

f) Para estes cálculos usei dados encontrados por meus próprios meios, mas talvez eles sejam insuficientes. Vejamos, pois, usando dados das santas escrituras, o tempo que os hebreus suportaram a escravidão: Na Bíblia Sagrada das Edições Paulinas (traduzida com notas dirigidas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma, de 1967), a gente encontra o nome do rei pastor que protegeu José: Faraó Apopi o qual foi, pois, o hicso, o fa-raó semita, rei usurpador que usava o trono indevidamente. Por volta de 1632, José foi vendido a Putifar. Usarei esta data, pois, como chegada dos hebreus no Egito.

g) Sendo que, no 6º ano de reinado de Ramés II, os semitas perderam a liberdade e, em 1202 A.C. No reinado de Menerphtah, teria acontecido o êxodo, temos que os israelenses estiveram na condição de escravos em torno de 70 anos, não mais.

E pronto! Naqueles 430 anos de permanência em terras egípcias, somente o antepenúltimo faraó atribuiu-

lhes trabalho e feitor para dirigi-los. E com esta vasta exposição está mostrado, através da própria bíblia, que os semitas teriam permanecido oprimidos por tempo relativamente pequeno, em se tratando de “tão cruel servidão”.

E estudaremos mais adiante, que o tal cativeiro de “trabalhos penosos de argila, tijolos e todos os trabalhos no campo” eram autênticos doces deleites perto da “libertação” proporcionada por Moisés.

5- Os hebreus estiveram flauteando feito turistas por 362 anos no país do Nilo, antes de virarem escravos. E o

deus, então? Naqueles anos todos permaneceu sem se manifestar para ninguém; nem para José, nem para ne-nhum dos descendentes de Israel. O deus conservou-se quieto, caladão, deitado na rede engordando e concor-dando com a mamata dos favoritos. Mas ao ver estes últimos na condição de servos, ele achou ruim, teve um chilique! É claro! Eles, os hebreus eram melhores que os demais, não podiam trabalhar!

Mas... Por que não? Melhores no quê? José escravizou o povo egípcio dentro do Egito depois de deixá-los

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sem comida, sem dinheiro, sem gado e sem terra naqueles sete anos de fome. Depois, a roda rodou e foi a vez do seu povo ficar cativo dos egípcios. Bem feito! Quem com espada fere...

Quem faz injustiça receberá em troca a injustiça e nisso não há proteção a pessoa alguma. (Col: 3. 23 a 25) Houve muitos escravos no Egito durante a História Antiga, os hebreus não foram exceção. Na época, a escra-

vização de estrangeiros era comum e tida como prática normal. Os próprios hebreus tiveram cativos egípcios. O povo semita possuir escravos egípcios, ter Agar, uma serva egípcia, e se aproveitar dela e depois abandoná-

la com um filho à míngua no deserto foi correto; o deus consentiu, aplaudiu e justificou. Mas este negócio de ser escravo era correto para outras nacionalidades. Com eles não! Dizem os exegetas da Paulus que “os israelitas sentiram como opressão insuportável o fato de serem comparados às categorias inferiores.”.

Hmmm! Viu só? Ser igualado aos inferiores levou-os a mais profunda deprê!

6- Até agora, os israelitas estiveram no bem bom. Por intercessão de José, receberam de graça o solo de Go-

sém, terras férteis no delta do Nilo, fato que deixou revoltados os verdadeiros donos do país. Mesmo após a morte de José, os semitas continuaram ali feitos dois de paus, fazendo nadica de nada. Agora, depois de quase quatro séculos foi que um faraó acordou e falou:

- Escutaqui! Quequeste povo está querendo que não vai embora, nem ajuda, nem nada? Vai trabalhar ou cai fora, quistoaqui não é albergue nem casa da mãe Joana, não senhor!

E aí, os turistas acharam ruim! Revoltaram-se contra o rei, houve tentativa de levante, mas o que queriam e-les? Continuar se aproveitando do melhor solo sem retribuição? Continuar morando, comendo, bebendo, arro-tando e dormindo sem ralar, sem colaborar com coisa nenhuma, sem pagar aluguel, nem imposto igual fize-ram na terra pertencente aos cananeus? Continuar usufruindo hospitalidade sem produzir, sem nada em troca? Sim, estava na hora de começar a amortizar o que receberam naqueles anos todos e, se não havia outra forma de pagamento, que ajudassem na construção de cidades! Ou será que só os donos da terra tinham de trabalhar, enquanto os intrusos folgavam?

6- Disse o faraó: “Eis que o povo de Israel é mais numeroso e mais forte que nós. Usemos de astúcia para com

ele para que não se multiplique e seja o caso que, vindo guerra, ele se junte ao inimigo e peleje contra nós. E pôs sobre eles feitores para os afligirem”.

Enquanto os verdadeiros donos daquele país suavam embaixo de um Ra de 50 graus, pouco faltando para lhes fritar os miolos, os hebreus trabalhavam nas próprias lavouras, pastoreavam os próprios rebanhos, vendiam os próprios produtos e enriqueciam. Isso se estendeu por quase quatro séculos até que, quando Seti I quis cobrar impostos sobre os produtos por eles comercializados, teria havido uma conspiração para depor o governante - conspiração que envolvia cativos, mas liderada pelos hebreus que, na ocasião nem ao menos eram escravos e, a exemplo dos hicsos, pretendiam tomar o poder. O plano foi descoberto e sua liderança sofreu duras represálias.

Após Seti I, assumiu Ramsés II que, para conter no nascedouro novas conspirações, acabou com a liberdade dos semitas e decretou a presença constante de feitores em torno deles, impossibilitando a organização de outras revoltas. Como se vê, o cabresto no cangote não foi exclusivamente porque eram mais numerosos e patati, patatá, conforme escreveu Moisés. O cativeiro teve motivo concreto sim senhor.

7- Os israelitas edificaram as cidades Pitom e Ramsés... Só isso? Em 430 anos, apenas duas cidades eles levantaram? Grande coisa! Aqui no Brasil, mãos escravas

construíram muito mais em menos tempo, sem que o fato viesse a fazer parte da bíblia.

8- E os israelitas edificaram as cidades Pitom e Pi-Ramsés... Epa! Cuméquié? Tem uma coisa que não está batendo e vamos desenrolar isso: A enciclopédia diz que o Faraó Ramsés II transferiu a capital egípcia para Pi-Ramsés, cidade que Moisés ga-

rante que foi construída pelos hebreus. Os autores não concordam entre si. Garantem uns, que Pi Ramsés foi construída sobre a cidade de Tânis. Outros afirmam que foram reaproveitadas as edificações da antiga Qantir ou Avaris. Há autores que, mais prudentes, não citam nome algum de cidade; dão apenas que, para a construção de Pi Ramsés, foram aproveitados embasamentos de outra cidade.

Diz a Bíblia da Edição Ecumênica: Tânis: antiquíssima cidade na do delta do Nilo, norte do Egito [...] já existia nos tempos de Abraão. Ramsés II conferiu privilégios à cidade e fez dela sua capital.

Inscrições egípcias informam que ela foi fundada por Seti I, e concluída pelo seu filho Ramsés II. Essa cidade tem sido identificada com Tânis e ou Qantir. (www.arqueologia.criacionismo.com.br)

A bíblia das Paulinas informa que Tânis foi fundada por volta do ano 2000 A.C... Ora, Pi Ramsés tendo sido fundada em 1288 a.C.. (www.historia.templodeapolo.net) sobre Tânis, estava então esta

cidade com 712 anos de idade quando sofreu influência dos hebreus. Era aí que eu queria chegar: Como é que foram os hebreus quem a construíram, se a cidade já existia desde

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700 anos antes? O faraó Ramsés II deu uma melhorada e fez dela sua capital. Sim, os hebreus podem ter traba-lhado na dita cuja para o retoque, uma boa reformada, um embelezamento - mas não foi construída por eles.

Digamos que não. Vamos dizer que a cidade não tenha sido construída sobre Tânis, mas sobre Qantir ou Ava-ris, antiga capital dos hicsos. O comentário é o mesmo: qualquer que tenha sido a cidade que serviu de base, ela preexistia; não foi construída e sim, ganhou novos ares sob as mãos dos hebreus.

***** 0033-- Quanto mais os egípcios os afligiam, mais se multiplicavam e se alastravam, de modo que os egípcios co-

meçaram a odiar os filhos de Israel. (1: 12)

Comentário: Passaram a ser odiados porque se multiplicavam? Que disparate! Ninguém odeia a outrem só

porque tem muitos filhos. O que foi que os hebreus andaram aprontando contra os donos da terra para receberem seu ódio? Motivo muito forte havia, podiscrê.

***** 0044-- Então os egípcios, com tirania faziam servir os filhos de Israel e lhes fizeram amargar a vida com dura

servidão em barro, em tijolos e com o trabalho no campo. (1: 13 e 14). Comentários: Agora doeu né, Moisés? Até então, os hebreus somente se aproveitaram dos egípcios, lem-

bra? Vamos clarear a memória:

a) Abraão, Sara e Ló se refugiaram no Egito quando a fome se abateu sobre eles. E aproveitaram para iludir o faraó naquele jogo em que Sara se fazia passar por irmã de Abraão e foi oferecida como amante ao monarca. Como consequência, o grupo saiu do Egito carregado de riquezas. Dentre estas ri-quezas estavam escravos, que foram aproveitados e abusados pelos hebreus...

b) Agar, escrava egípcia, sem ter quem tomasse sua defesa, foi usada por Abraão, para ter des-cendência através dela. Se a escrava queria ou não, ninguém perguntou; é possível que tenha gostado do arranjo; mas é possível também que tenha sido estuprada. Depois, foi expulsa em duas ocasiões:

- na primeira, Agar estava grávida, esperando um filho de Abraão; - na segunda, ela e o filho Ismael foram enxotados para morrer no deserto, longe do acampamento.

c) Israel, filhos e netos – 75 pessoas -, refugiaram-se no Egito onde receberam casa, alimento, bo-as terras e proteção por três séculos e meio sem restituir coisa alguma em pagamento da hospedagem.

Por três vezes, portanto, os hebreus valeram-se dos egípcios de maneira nada polida e sem maiores conse-quências. Enquanto eles davam risada na cara dos egípcios, o deus batia palmas achando que era justo, pois seu povo - o povo “escolhido” - tinha direito.

Agora, porém, os papéis se invertem: os hebreus vão ser escravos dos egípcios! E aí a porca torce o rabo, porque o deus vai ficar furioso conforme veremos.

Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. (Mat. 5. 6)

Todos os que lançarem mão da espada, pela espada morrerão. (Mat: 26. 52).

Deus é justo e reto; nele não há injustiça. (Deut: 32, 4)

2- Moisés conta que os hebreus fabricavam tijolos, construíam cidades e trabalhavam no campo. Pergunto eu: Todos os hebreus fabricavam tijolos, todos construíam cidades e todos eles trabalhavam no campo? Ou uma turma fabricava tijolos, outra turma erguia paredes e os demais trabalhavam na roça? Sim, porque você sozinho fazer tijolo, erguer parede e puxar enxada simultaneamente é uma coisa; mas se

você fabrica tijolos enquanto seus primos erguem muros e seus vizinhos trabalham na enxada é diferente e não há nada de estranho nisso, exagero nenhum. Assim funciona a coletividade: cada qual faz um serviço e fim.

Outra dúvida: Os homens, divididos em equipes, faziam isso aí que o historiador registrou, mas... E as mulheres? Cadê as

mulheres hebreias? Terão sido escravizadas também? Certamente não. Se tivessem sido, Moisés não deixaria passar batidão, mesmo com toda a aversão que nutria por elas.

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3- Moisés diz que os egípcios faziam os hebreus trabalharem e lhes amargou a vida com dura servidão em bar-

ro, em tijolos e com o trabalho no campo. Dura servidão! Moisés deu uma exagerada nisso aí. Os trabalhos a que eram obrigados os israelitas me pare-

cem comuns demais, atividades costumeiras para grande parte de homens e mulheres ainda hoje, no 3º milênio. Preparar barro para construção tem sido atividade corriqueira em todas as épocas da História da Humanida-

de. Só para exemplificar, Brasília foi construída em tempo reduzidíssimo por homens que trabalhavam muito, co-miam às pressas, dormiam pouco e, mesmo assim não escreveram livro nenhum procurando enternecer o mundo buscando piedade. E qual de nós não vê pedreiro amassando areia com cimento e água a cada trezentos metros? Qual de nós desconhece mulheres que usam pá e enxada preparando barro de construção para sobreviver?

Fabricar tijolos será atividade tão perversa a ponto de transformar aqueles hebreus em heróis? Com tantos milhares de cidades construídas neste vasto mundo por bilhões de pedreiros livres e pedreiros escravos em todos estes milênios findos, somente os hebreus tiveram a suprema audácia de prantear seu trabalho.

Trabalhar na terra, plantar, colher... Qual é a novidade? Nossos pais foram pioneiros nas lavouras de café, cacau, cana e eu mesmo conheço de perto enxada, enxadão, foice, facão, rastelo e pá; conheço roupa molhada de chuva, conheço sol ardente nas costas, suor escorrendo misturado com terra entrando na boca e nos olhos... E isso não me tornou menos homem, nem fez de mim um sofredor. Mas os israelitas da era mosaica não podiam fazer força nem transpirar, não podiam se cansar, não podiam calejar as mãos feito moçoilas.

4- Então os egípcios, com tirania faziam servir os filhos de Israel. Só para servir de gancho, vou copiar o comentário dos críticos da Paulus. Escreveram eles: “Os israelitas sentiram como opressão insuportável o fato de serem comparados às categorias inferiores. É

compreensível que tenham querido retomar a vida livre; é compreensível também que os egípcios tenham consi-derado a proposta deles como uma revolta de escravos.”

E, portanto, aí está subentendida uma porção de coisas:

a) - Vamos ao dicionário para análise deste trecho: Os israelitas sentiram como opressão insuportável o fato de serem comparados às categorias inferiores.

Opressão insuportável = abuso impraticável, exploração intolerável, agressão insuportável, violência in-sofrível.

Isso tudo os hebreus sentiram por serem comparados a categorias “inferiores”. b) Está subentendido o orgulho, a soberba, a arrogância dos hebreus que fê-los sentir opressão insu-

portável a comparação aos escravos de outra nacionalidade que também serviam no Egito. Entende-se daí que o que mais os melindrava não era o trabalho pesado, mas o ter de baixar o topete e derrubar o nariz arrebitado. Onde já se viu? O povo do deus humilhado igual os demais escravos? Ah, isso não!

E eu pergunto: Existe este trem de categoria inferior, em se tratando de gente? Onde está o químico que descobriu diferença entre as pessoas? Se você retirar suas roupas ficará idêntico a um rei despido e a um escravo nu. Você tanto poderá doar sangue a um príncipe inglês quanto a um caipira brasileiro, desde que e-xistem somente quatro grupos sanguíneos e nenhuma diferença de coloração ou de composição. Todos nós somos compostos por células, nossos corações batem em igual cadência, os seus órgãos são idênticos aos meus e, se forem diferentes, um de nós está doente. Não existe categoria inferior.

c) - Sem querer, os pios críticos bíblicos vieram a confirmar:

1: “É compreensível que tenham querido retomar a vida livre” Ora, se queriam retomar a vida livre, é porque até então eram livres, e só nos últimos tempos foram feitos cativos.

2: “É compreensível também que os egípcios tenham considerado a proposta deles como uma re-volta de escravos.” Este comentário confirmou a tentativa de revolta, o levante, contra o trono; os judeus procu-raram tomar o poder fomentando uma desordem de cativos e daí, sua escravização.

Olha, estiquei este assunto procurando cada dobra para mostrar que tudo o que se passou depois, entre semi-

tas e egípcios não tinha razão de ser. Foi um exagero a força exercida por Moisés contra os egípcios, uma vez que, conforme acabamos de considerar, não existiram motivos sólidos.

***** 0055-- O faraó ordenou às parteiras hebreias que eliminassem os bebês do sexo masculino que nascessem aos

semitas, mas que deixassem viver as meninas. Esta providência era para diminuir o nascimento de hebreus, porque

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eles eram numerosos. O faraó contratou as parteiras Sefra e Fuá para matar as crianças. (1: 15 e 16).

Comentários: O faraó mandou eliminar os meninos para evitar nascimentos. Parece ter havido engano, por-

que quando não se quer gatinhos, por exemplo, eliminam-se as gatas – e não os gatos. 2- Outra: Se matavam bebês hebreus para evitar superpopulação, o raciocínio faraônico deu uma cochilada;

acompanhe-me: Cada menino só passaria a representar perigo quando estivesse em idade de procriar, aí por volta de seus 15

ou 16 anos de idade até por volta dos 70. São em média 55 anos de atividade sexual produtiva nos padrões atu-ais; à época que estamos tratando haveria alguma diferença sim, mas não tão significativa.

Ora, enquanto os bebês eram mortos antes de oferecer perigo, a rapaziada, os adultos e a velharada estariam semeando gente a torto e a direito. No espaço de 24 horas, muitas dezenas de mulheres podiam engravidar e, por mais que matassem os meninos de colo, dificilmente matariam em número tão elevado a ponto de alcançar o nível neutro de aumento da população, igualando mortes ao número de nascimentos e depois reverter o quadro che-gando ao aumento das mortes em prejuízo dos nascimentos.

Através deste método, o número de bebês eliminados teria de ser sempre crescente num ritmo louco. Seria mais eficiente se fossem eliminados adolescentes e adultos, que estes sim, eram um perigo aqui e agora.

Ou então... Veja que ideia genial eu tive! Pena que veio meio tarde. Mas para o futuro, se houver algum perigo de superpopulação, podem lançar mão desta ideia que estou oferecendo de graça:

Que cada homem em idade produtiva fosse castrado! Se esta medida tivesse sido colocada no Egito daquela época, o problema estaria resolvido sem tragédia, sem sujar as mãos em sangue de bebês.

3- Os exegetas da Paulus põem em dúvida a veracidade da matança de bebês, justificando que esta atitude

destoava com a necessidade de braços cativos. Ora, eliminando meninos escravos, o mandatário descurava do futuro do país, que necessitava cada vez mais de homens fortes para os serviços brutos.

E quem levanta esta dúvida não sou eu. São os exegetas! Sim, eles mesmos! Aqueles que têm por obrigação justificar todas as falas bíblicas!

E eles têm razão. Aqui no Brasil, os fazendeiros possuíam entre seus escravos, alguns que tinham a função de “reprodutores” - seu único trabalho era engravidar mulheres cativas. Com esta medida, crescia o número de mãos gratuitas para o trabalho, sem necessidade de adquiri-las de fora. Imagine se os fazendeiros brasileiros eram a-bestalhados a ponto de matar os bebês escravos! Nem pensar! Para alargar as riquezas era preciso aumentar o número deles e não barrar seu nascimento. Será que os egípcios eram tão estúpidos, a ponto de eliminar o ele-mento masculino, conservando apenas as o sexo frágil como força de trabalho?

Se os comentaristas bíblicos não acreditam na da matança dos nenês, por que eu devo acreditar?

4- Os judeus não eram mais numerosos que os demais povos, nem aumentavam em maiores proporções. Eles

eram mais unidos e barulhentos; alardeavam sua presença, exibiam imensas árvores genealógicas trazendo os antepassados à contemporaneidade, dando a impressão de serem em número maior do que de fato eram.

No volume anterior fiz ver que os casais com filhos têm descendência sempre crescente e isto é fato matemá-tico. E é bom repetir aqui os argumentos usados quanto aos números:

Tendo em média 5 filhos por casal e, supondo que todos os filhos vivam até a idade adulta, em cada geração a descendência será sempre cinco vezes maior que o número obtido anteriormente. Assim:

Quem tem cinco filhos terá 25 netos, 125 bisnetos, 625 trinetos, 3.125 filhos dos trinetos, 15.625 netos dos tri-netos, 78.125 bisnetos dos trinetos, 390.625 trinetos dos trinetos - e o número vai aumentando: de 1.953.125 pula para 9.765.625, que vai para 48.828.125, que aumenta para 244.140.625, que passa a ser 1.220.703.125.

Em 14 gerações - ou seja: em 350 anos (multiplicando 14 gerações por 25 anos, que é o número de anos con-siderados válidos para cada geração) o casal, aumentando na mesma proporção, acaba sendo este número imen-so: 6.103.515.625, que é lido: 6 bilhões, 103 milhões, 515 mil e 625 pessoas. E este número, sendo multiplicado sempre, vai crescendo ao infinito, é claro! Mas, graças a Deus Verdadeiro, morre gente quase na mesma propor-ção, senão o planeta seria insuficiente para uma única família não necessariamente israelita.

Não necessariamente israelita, eu disse. Sim, porque os egípcios também cresciam na mesma proporção, os gregos também, os de regiões distantes também, porque ter número crescente de descendentes não é exclusivi-dade de nenhuma raça.

O cálculo foi feito dando cinco filhos em média, por casal. A época que estamos analisando, porém, as mulhe-res tinham dez, quinze filhos ou mais. Nesta proporção, não há vantagem nenhuma num deus que promete grande número de descendentes. Qualquer família pode tê-lo, sem precisar escravizar-se a um deus exclusivo.

Notar que, neste cálculo não foi somada a geração anterior. Consideramos como se as gerações mais velhas fossem morrendo à medida que as novas gerações fossem nascendo. Também não foram juntados os genros e as noras. Se juntássemos avós, filhos, netos, noras e genros, o número final seria muito maior.

5- Duas parteiras para trazer ao mundo e eliminar os bebês de muitos milhares de mulheres em idade de ter

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filhos! Logo se vê que o faraó não estava nem um pouco empenhado na morte da criançada porque, se estivesse, teria instruído logo um batalhão de parteiras. Quantas? Eu não sei, mas algumas centenas delas.

***** 0066-- As parteiras desobedeceram ao rei e ele ordenou ao povo para matar os hebreus recém-nascidos. (1: 17 a

22) Um casal dos filhos de Levi teve um filho e, vendo que era bonito, escondeu-o por três meses, temendo fosse morto. (2: 1 e 2).B

Comentários: Pronto! Chegou o Moisés ao mundo! Até agora, o cronista esteve se referindo aos ancestrais,

mas daqui por diante, ele próprio entra em cena e faz parte do enredo. Antes de dar continuidade a esta análise, vou voltar ao livro “O Faraó Menerphtah”, num apanhado que fiz

constar no volume anterior. Aqui estou simplesmente transcrevendo meu próprio resumo:

Segundo J. W. Rochester, Moisés foi filho de sangue de Thermutis, irmã do faraó, com Itamar, um escultor hebreu a quem amava. Vendo-se grávida, refugiou-se em Tânis enquanto a Corte se encontrava em Tebas e lá ficou até dar à luz. Itamar foi assassinado, e a princesa entregou seu bebê a Jocabed, irmã de Itamar, que tam-bém tinha um filho pequenino, para que o amamentasse e o cuidasse às escondidas. Meses antes, o faraó havia dado a ordem de sacrificar os recém nascidos semitas do sexo masculino e assim, o filho da princesa Thermu-tis corria perigo. A princesa casou-se com Chenefrés, o assassino de Itamar, que descobriu seu segredo e a ti-nha em suas mãos.

Continuando a matança dos meninos hebreus, Jocabed comunicou à princesa que era impossível manter es-condido o garoto por mais tempo. Foi quando planejaram colocá-lo num cesto e depositá-lo no rio, em local e hora previamente escolhidos para que princesa, fingindo estar ali a banhar-se com suas servas, “encontrasse” o menino e o adotasse.

Assim fizeram. Mariana, filha de Jocabed, não perdeu de vista a pequena embarcação e se fez presente logo após o achado, quando Thermutis mandou alguém à procura de uma ama de leite. A menina disse que conhecia uma ama de leite semita e saiu em busca da própria mãe, a mesma que colocara o bebê no cestinho. A princesa entregou lhe o menino, que recebeu o nome Moisés - palavra egípcia, que significa filho das águas - ou Mesu, que significa filho.

Jocabed levou o nenê para casa, agora sem o perigo de ser morto por estar sob a proteção da irmã do rei. Sob os cuidados da tia, Moisés ficou até os quatro anos quando Thermutis o levou para morar consigo no palá-cio. (“O Faraó Menerphtah” – Wera Krijanovsky – trad: Francisco Pires – LAKE – SP).

Jean Louis Ska, no livro “A palavra de Deus nas narrativas dos homens”, Edições Loyola dá sua opinião: A respeito de Moisés, uma coisa é certa: seu nome é de origem egípcia. Significa “gerado por” – ou “filho de”.

Se os israelitas houvessem tido a oportunidade de criar para si mesmos um herói com seu sangue, não lhe teriam dado um nome egípcio.

2- Um casal de descendentes de Levi teve um filho e... O casal era Jocabed e... Epa! Peraí! Como se soube que o garoto era descendente de Levi? Como se soube até o nome dos pais dele,

se foi achado nas águas e oficialmente, ninguém soube quem era nem de onde veio? Sim, os leitores da bíblia “sabem” que Moisés era filho de levitas, coisa e tal. Mas só os leitores da bíblia fica-

ram sabendo porque, naquela ocasião ninguém o soube, exceto a mulher que o depositou no rio e a garota Mari-ana - mas estas duas não contaram a ninguém, senão poderiam vir a ser castigadas pela ousadia. E, se mais alguém ficou sabendo sobre os antepassados de Moisés, fica evidente que a história do achado não passou de farsa, pois, pela lógica, sem exames de DNA, jamais descobririam sua procedência.

Se o faraó que aceitou o bebê semita em seu palácio descobrisse os pais dele, o que faria? Eu não sei a resposta, mas o abuso ia sair caro. Quem tem coragem de matar bebês tem coragem para matar

os pais que ousassem ludibriá-lo. Contudo, parece que não era segredo a procedência do garoto, pois foi parar na boca do mundo todo através da pena do próprio encontrado no rio. É possível tal arranjo? Quem contou a Moisés este segredo?

Veja comigo: Um bebê aparece sozinho num barquinho no meio dum dos maiores rios do mundo e todos sa-bem quem é o bebê, sua nacionalidade, nome de família, nome dos pais e dos irmãos. Quem contou isso tudo?

O bebê apareceu do nada, era desconhecido, mas todos sabiam quem era. Como é possível? Supondo que a princesa Thermutis, irmã do faraó, desconhecesse a origem de Moisés, Jocabed, a ama de

leite não ia correr o risco de lhe contar, pois não sabia até que ponto podia confiar nela. É de supor que, se a princesa ignorava a procedência do bebê ia continuar ignorando até morrer, levando em

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conta o perigo de fazer a revelação justamente à irmã do matador de crianças. Outro pormenor: Se Jocabed guardou o segredo de Moisés ser seu filho logo no primeiro encontro com a prin-

cesa conforme sugere a bíblia, fica evidente que não tinha intenção de vir a revelá-lo em época posterior porque, se o revelasse mais adiante, a princesa julgá-la-ia traidora por não haver aberto o jogo logo de cara. Uma tremen-da confusão!

Mas está na bíblia que Moisés, o bebê encontrado no rio, era filho de um casal levita! Ali consta inclusive o nome do pai, da mãe e dos irmãos! Como foi que o escritor soube estes detalhes?

Ora, quem escreveu isso foi Moisés, fato que vem dar crédito às palavras de Rochester: ao sentir a morte se avizinhando, Thermutis confessou a Mesu sua procedência. Contou que ele era seu filho com Itamar, morto por Chenefrés. Moisés teria jurado vingança e por aí afora, mas não nos percamos em detalhes que podem ser ver-dades ou não.

O certo é que Moisés apreciava a história do Cinderelo encontrado por uma linda princesa que o criou dentro do palácio. (Ah, que historia lindíssima! Ah, como isso excita a imaginação e como faz a inveja nos demais! Até ne mim.).

Pois o abandonado no Nilo gostava deste conto de fadas e continuou mantendo-o porque precisava de um bom motivo para ir à forra contra os egípcios. Contudo acabou se traindo quando encasquetou de querer um de-terminado comparsa para seus empreendimentos. Neste ponto, teve de confessar conhecer sua origem para justi-ficar a presença constante do “irmão” Harão junto a si. Falaremos disso ali adiante.

3- Resta ainda atentar para a palavra Mesu a qual, segundo os exegetas da Bíblia Sagrada das Edições Pauli-

nas, significa filho. (Rodapé da pág. 75) Ora, se Mesu significa “filho”, é de se perguntar: filho de quem? Se você, leitor, visse uma criança e deixasse escapar uma exclamação: “Filho!” e, além de chamá-lo por filho,

o registrasse com o nome Filho, uma suspeita recairia sobre sua cabeça, concorda? Sim, porque dificilmente uma criança recebe o nome Filho, se não for filho de quem lhe deu o nome.

Pois foi desta forma que aconteceu: ao tomar o bebê no colo, a princesa exclamou: “Filho!”. O Mário Trapaceiro Neto, é neto do Mário Trapaceiro. O José Salmoura Filho é filho do José Salmoura. O Euclides Passamão Sobrinho é sobrinho do Euclides Passamão. Está acompanhando? Daí, ser incompreensível o garoto ser chamado Filho, se não fosse filho de quem assim o chamou. O que quero mostrar é que os fatos bíblicos não resistem ao raciocínio. Se a história contada por Rochester es-

tiver errada, não havia a mínima possibilidade de Moisés descobrir a própria origem e eu indago de novo: Como foi descoberta a origem de Moisés? Quem contou a ele quem eram seus pais, se não foi encontrada

com ele nenhuma etiqueta de fábrica, nenhum bilhete, nenhuma certidão, nenhuma pista que indicasse de onde viera? Um bebê num cestinho e nada mais. Como é possível deste conjunto descobrir sua procedência?

Mas liga não! É Moisés escrevendo, tinha de fazer propaganda de si mesmo; tinha de ser lindão, sua história tinha de ser lindona e misteriosa, né?

4- Um casal de levitas teve um filho e, vendo que era bonito, escondeu-o, temendo que fosse morto... Uai! O menino ficou escondido para escapar da morte por ser bonito? Oquequeéisso, minhagente? Se fosse

feio, os pais entregá-lo-iam aos matadores? Qual mãe acha feio o filho, por mais horroroso que seja?

5- Pelo detalhe da formosura, Moisés dá uma dica: ele foi diferente dos demais bebês semitas. Esta “beleza”

esclarece que os nenês de pura raça semita, não eram tão formosos quanto ele. Sendo filho de semita com e-gípcio, ele levaria em si os caracteres de ambos os povos, sendo um menino diferente e mais bonito, por que não? Isso e tudo o que vem a seguir deixa a certeza que Moisés foi sim, filho de sangue da Princesa Thermutis.

5- E os críticos da Paulus levantam outra lebre. Deixam no ar que Moisés pode ter inventado o mito do seu

nascimento, do cestinho colocado no Nilo e tudo o mais. Escrevem assim:

“A história de Moisés retirado das águas foi comparada às lendas sobre a infância de alguns persona-gens célebres, de modo especial Sargon de Agadê, rei da Mesopotâmia no III milênio; sua mãe o havia depositado no rio, num cesto de junco.”

Coincidência demais um milênio depois, o Moisés ter sido colocado no rio num cestinho de junco, né mesmo? Aí, você vai querer me desdizer, argumentando: -Bem, os exegetas disseram que a história de Sargon de Agadê ocorreu no III milênio; mas não disseram se

era antes ou depois de Cristo. Com certeza, foi depois, o que vem provar que Sargon de Agadê é que plagiou a história de Moisés – e não ao contrário.

E eu respondo: - Tu é sabido, heim mano! Se a história do tal Sargon ocorreu no III milênio, já se vê que foi antes de Cristo porque somente agora, há pouquíssimo tempo, chegamos no III milênio depois de Cristo. As-sim, quem plagiou foi Moisés, que achou lindíssimo o drama do Sargon e quis tirar uma casquinha.

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***** 0077-- “Não podendo escondê-lo por mais tempo, a mãe tomou um cesto de bambus, calafetou-o com betume e

piche e, pondo nele o menino largou-o entre as moitas de juncos à beira do Nilo. Sua irmã ficou de longe obser-vando o que lhe haveria de suceder”. (2: 3 e 4)

Comentários: O garoto estava condenado à morte; tanto fazia se fosse morto pelos guardas do faraó, como

pelas águas do rio. A prova de que a mulher não tinha mais como escondê-lo foi o abandono no Nilo. Esta expli-cação é aceita pela maioria maciça. Menos por mim, que não consigo reprimir as dúvidas:

Por que não matá-lo rapidamente, evitando maiores dores? Estando no rio estaria a salvo do rei? Ou poderia ser morto pelos seus soldados assim que fosse encontrado? Por que preferir a incerteza sobre quem o mataria e de que maneira seria morto? Por que prolongar a agonia deixando-o vagar sob o sol em brasas naquele calor infernal, vindo a padecer mui-

to mais, a perecer aos poucos e de maneira pavorosa por insolação, sede, fome e queimaduras, ou apanhado por alguma embarcação, cujo abalroamento poderia ferir dolorosamente, mas não ser fatal?

A mulher que abandonou o filho sujeito a tais perigos não o amava não. Ela o detestava isso sim!

2- A mulher “largou-o entre os juncais à margem do Nilo”. Algumas bíblias usam a palavra carriçal ou caniçal,

ou seja: moitas de caniço. Caniço ou junco vem a ser aquele bambu fino, usado como vara de pescar. Portanto, a mulher hebreia “largou a criança o entre os juncais à margem do Nilo e...”.

Aiaiaiaiai! Um momentinho só! O cesto foi deixado entre os juncos - e não na correnteza do rio! Como a mulher queria que as águas levassem o menino, se o colocou no meio dos juncos?

Veja bem o que está escrito. � A Bíblia Sagrada da Edição Ecumênica diz que a mulher tomou um cestinho, meteu nele o menino e expô-

lo nuns canaviais que estavam no barranco do rio. � Na Bíblia de Jerusalém da Paulus, a mulher colocou o bebê no cesto e o expôs nos juncos, à beira do rio. � A Bíblia Sagrada da SBB diz que a mulher largou o cesto num carriçal à beira do rio. � A Bíblia Sagrada das Edições Paulinas conta que a mulher pôs o cesto entre os juncais à margem do rio. Nenhuma bíblia afirma que o cesto foi deixado na correnteza. Com palavras diversas, as quatro dão a mes-

ma notícia: a mulher deixou o cesto entre moitas de bambus de pescaria à margem do rio.

Como ela queria que as águas levassem o balaio, se o colocou entre os juncos? Você, leitor, já viu alguma moita de bambus, mesmo que seja daqueles de pescar? É uma confusão de caules, tudo grudadinho um no outro e todos se elevando em forma elegante e depois se

abrindo em forma de espanador cada qual numa direção, arqueando em cima e depois descendo, caindo ao redor de si mesmo, movimento que faz lembrar um chafariz. Cada moita de bambus é um chafariz verde com uma infini-dade de caules e galhos, ramos terminados em muitos outros galhos, folhas, mais a galhada seca, conjunto que chega a formar uma potente cerca viva. Havendo algum objeto numa correnteza atravancada por moitas de jun-cos, ele fica impedido de navegar. Material algum tem livre correnteza; ao contrário, fica preso obstruindo o des-lize da água, evitando que ela flua.

Pense num grande número de moitas das que descrevi crescendo aleatoriamente nas águas, à beirada de um rio. Pense agora numa garrafa plástica tentando abrir acesso entre tal vegetação. Coitadinha da garrafa!

E o cesto de Moisés foi depositado entre moitas de bambus! Sem livre fluxo, o jacá ficou enroscado na galha-da até ser visto e puxado para a margem. A intenção de quem colocou o cesto parece ter sido justo esta: que a embarcação ficasse ali, parada, até ser encontrada. E aquele que acredita que um balaio onde coubesse uma criança vagaria livremente em meio aos bambus, não conhece moitas de bambus. Nem criança com três meses.

3- Olhando as palavras com lente de aumento, percebem-se evidências de que o fato foi proposital: “A mãe tomou um cesto... e, pondo nele o menino, largou-o entre os juncos à beira do Nilo”. Percebeu? A mãe depositou o bebê ali, no meio dos juncos! Não o largou lá em cima, lá longe, à distância pa-

ra que ele viesse boiando ao sabor das águas e, num dado momento, ficasse enroscado nos bambus sem poder progredir na jornada. Nada disso! A mulher deixou o bebê ali mesminho no próprio lugar onde foi encontrado!

Com que intenção ela o depositou no lugar de banho da princesa, impossibilitado de ser levado pelas águas? A resposta é inequívoca: Para que ele fosse encontrado pela princesa, é claro!

4- A hipótese de que o cesto foi preso de propósito no lugar onde foi encontrado encontra eco nas próprias

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palavras de Moisés: “Sua irmã ficou de longe observando o que lhe haveria de suceder” Observe: A irmã ficou observando. O verbo ficar sugere que Mariana permaneceu parada, em observação.

Moisés não fala que a menina tenha acompanhado o cesto pela margem, observando seu deslizar. Aliás, Moisés nem ao menos fala que o cesto deslizou, ou que boiou ou que vagou, ou que tenha se movimentado. O que Moisés deixa transparente é que ficou parado, talvez até atado no lugar para não se perder, não se distanciar, não correr risco nenhum.

5- E tem mais um obstaculozinho que acabei de lembrar: O Nilo era povoado por crocodilos! A mulher hebreia

que não entregou o menino aos soldados, entregá-lo-ia para ser mastigado pelos crocodilos? E a princesa entraria num rio coalhado destes animais se não fosse para recolher o seu menino?

***** 0088-- Desceu a filha do faraó para se banhar no rio enquanto as suas donzelas passeavam pela beira do rio;

tendo visto o cesto nos juncos, ela enviou a sua criada e o tomou. (2: 5). Comentário: As donzelas passeavam a beira do rio e não viram o cestinho. Quem o viu foi a princesa, que es-

tava tomando banho! Poisé! Neste oco tem marimbondo! Isso vem dar força à hipótese de que a princesa sabia que o bebê estava

perto, pois ficou procurando-o com os olhos e, se assim não fosse, as servas é que o teriam visto, pois tinham maiores probabilidades de divisá-lo desde que eram muitos pares de olhos e estavam de pé à margem do rio podendo abranger com o olhar, extensão muito maior - ao contrário da princesa que, por estar se banhando esta-ria no baixo, ao nível da água, com pouca possibilidade de enxergar o que se passava ao redor.

Seguramente, o bebê foi colocado no lugar exato onde foi encontrado; e não rio acima, ao sabor do acaso. E este lugar exato seria o lugar do banho da princesa.

2- É de se esperar que o lugar de banho da princesa - se é que ela se banhava com os crocodilos - fosse pou-

co menos que um santuário, invisível ao olhar dos curiosos. É até possível que as próprias moitas de junco for-massem um filtro, através do qual nada além de água tivesse acesso. Pois bem, como é que objeto tão volumoso quanto um balaio contendo um bebê tenha conseguido atravessar aquele filtro, ficar enroscado na sua parte in-terna - e não no lado de fora - vindo a se colocar justo nas mãos da princesa? É muita banana por tostão!

***** 0099-- Então Mariana, a irmã do bebê que ficara observando-o à distância, disse à filha do faraó: “Queres que

eu vá chamar uma hebreia que sirva de ama que te crie a criança? Respondeu-lhe a filha do faraó: Vai. Saiu a menina e chamou a mãe do garoto”. (2:7 e 8)

Comentário: De onde saiu esta menina, a Mariana? Ela apareceu assim, sem mais nem menos no local de

banho da princesa local que, com toda certeza era vedado ao público, mormente ao público hebreu?

2- E como Mariana sabia que aquela lá era a princesa e não outra daquelas mulheres? Ela foi direto à princesa

sem confundir-se! Havia pelo menos uma dezena de servas amontoadas em redor da criança, mas a Mariana foi direto! Não fez confusão! prova que elas já se conheciam e, a cena do encontro de ambas já estava ensaiada.

3- E vai chegando, vai dirigindo a palavra à princesa como se fossem grandes amigas! As servas, onde estavam elas, que deixaram a garota passar sem que a impedissem? E se fosse uma assas-

sina querendo atingir a princesa, teria tido livre acesso da mesma forma? Qual a finalidade das servas em torno de Thermutis, senão agir como escolta para protegê-la do contato com

o populacho? Mariana fazia parte da ralé e, mesmo assim entrou normalmente, como se fosse conhecida daque-las mulheres todas; dirigiu a palavra à princesa e recebeu sua resposta, com toda naturalidade. Esquisito, né?

4- Como a garota sabia que a princesa ia precisar de uma ama de leite? Quem havia falado para ela? Podia

ser o caso de haver, no palácio, uma ou várias servas amamentando e, neste caso, poderiam amamentar mais

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um, o que dispensaria uma “ama de leite hebreia”. Mas, se a menina chegou falando em ama de leite, era porque tinha conhecimento que no palácio não havia ninguém disponível para a função.

De onde saiu a informação de que no palácio não havia mulher apta a amamentar o bebê? Quem contou este detalhe à garota, senão a própria princesa?

5- E tem mais. Vá acompanhando: O faraó estava mandando matar os bebês hebreus. Ama de leite só pode amamentar uma criança estranha se tiver, ela mesma, um bebê sendo amamentando. Ora, se os soldados estavam à procura de bebês hebreus, como é que Jocabed ia se denunciar como ama de

leite, sem denunciar a existência de um filho pequenino em idade de ser amamentado – um bebê, em idade de ser morto, portanto?

No entanto, ela não tinha filho recém-nascido sendo amamentado. Como explicou ter leite, nos peitos se o filho mais velho, o Harão estava com três anos de idade, desmamado, portanto? Que ama é esta com tanto leite, que não tem filho bebê e cujo filho caçula não está mais em idade de mamar?

6- É de admirar que a princesa tenha acatado a sugestão de Mariana do modo descrito sem pestanejar, sem

perguntas, sem desconfianças. Tudo indica que se conheciam e obedeceram a plano bem elaborado. A garota saiu e chamou a mãe do nenê. Com que facilidade! Até parece que a mulher hebreia estava ali, a dez

metros de distância, à espera de ser chamada... E quem garante que não estava? Onde estão as testemunhas que viram Mariana dirigir-se a sua casa a toda pressa para chamar a mãe, a qual morava em Gosém junto aos outros israelitas - e não ali mesminho, ao lado do palácio?

7- A menina perguntou: Queres que eu vá chamar uma hebreia que te crie a criança? A pergunta, tal qual está na bíblia, denota a certeza de que a princesa aceitaria o bebê e o criaria para si. Mas quem contou a Mariana:

Um: Que a princesa tinha a intenção adotar o bebê que mal havia encontrado? Podia ser o caso de, cheia de asco por verificar que se tratava de um judeu, querer devolver a criança às águas ou, pior ainda, oferecê-la de bandeja ao seu irmão, o faraó, que estava à procura de bebês semitas para matar.

Dois: Que a princesa não podia criá-lo pessoalmente, se “desconhecia” seus problemas, sua vida privada? Três: Que a princesa confiaria numa ama hebreia para criar aquele que, oficialmente, seria seu filho?

Tudo muito estranho.

*****

1100-- A princesa disse à ama de leite hebreia: “Leva este menino e o cria para mim; pagar-te-ei o teu salário. A mulher criou o menino, que se chamou Moisés”. (2: 9 e 10)

Comentário: Veja que fácil! Sem perguntas, sem preocupações, sem sofrimento! Tudo certo, tudo funcionando

aos bilhões de maravilhas! Até parece um filminho infantil, onde tudo se encaixa sem grandes revolteios. Mas vamos detalhar tudo outra vez este episódio, porque as particularidades do nascimento de Moisés são im-

portantes para desenvolver o resto das ideias.

Parece haver um pacto para que a história se encaixe na seguinte narrativa: O bebê estava destinado a morrer no nascedouro. Para evitar a morte, a mãe abandonou-o no Nilo. Como garan-

tia, mandou que a filha ficasse por perto e visse o que lhe aconteceria. O cesto foi vagando; boiando entre embarcações grandes e pequenas sem ser barrado. Viajou em espaços aber-

tos, fluiu por lugares estreitos, navegou sem afundar, trafegou sem ser incomodado, escapou de mil perigos - e a irmã, de olho. Deslizou mansamente rio abaixo e, por coincidência, passou pelo palácio real, justo no momento em que a princesa se banhava! (Que incrível! Só pode ser milagre!) E foi encontrado justo pela princesa (Viu só, que tapa na cara do faraó?), que o adotou como filho! (história de arrepiar! Veja os cabelinhos do meu braço, tudo eriçado!).

Naquela hora, a linda menina desconhecida saiu do meio das folhagens e foi chegando. Passou por entre as aias abobadas e aproximou-se de Thermuthis sugerindo que o bebê fosse criado por uma mulher hebreia. A princesa aceitou e Mariana foi chamar sua mãe, a qual aceitou a incumbência. E a criança foi criada pela própria mãe até que a princesa pudesse trazê-la para junto de si.

Esta é a história oficial, mas veja os detalhes destoantes:

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a) Se a mãe escolheu morte por afogamento, não faz sentido calafetar o cesto, evitando que o bebê se a-fogasse. Sim, por que calafetar a embarcação se era para o bebê morrer afogado? Ou não era para morrer? Talvez a mulher esperasse que algo diferente da morte pudesse acontecer ao menino. Parece-nos que a “viagem” da criança já estava destinada a ser curta; estava programada para não acabar em morte - ou tantos cuidados não teriam sentido. Certamente a mulher deixou, de propósito, o cesto nas proximidades do palácio, a poucos metros do lugar de banho da princesa, senão ele poderia distanciar-se da margem, perder-se na correnteza, confundir-se com as embarcações e não se manter sob o olhar de Mariana, cuja vigilância não tinha o menor sentido na imensidão daquelas águas. Tudo o que foi feito só se justifica se a mulher sou-besse que o bebê não ia morrer e, para que não corresse qualquer risco, todo cuidado era pouco.

b) É possível que a mulher quisesse que o menino morresse longe de suas vistas. Neste caso, por que

mandar a filha acompanhar o garotinho, se era certeza que ele ia morrer? Por que saber qual tipo de morte teria o menino, se ele viria a perecer de qualquer maneira? Por que prolongar os sofrimentos de Mariana que lhe observava os movimentos, se era mais fácil abandonar a criança nas águas, dar as costas e deixar que o destino seguisse seu curso? Só se justifica, se a mulher quisesse a certeza de que os acontecimentos se dariam conforme o pla-nejado.

c) E por que a filha? Por que não a própria mãe? Sim, se era difícil a outrem entender que uma menina ob-

servava a embarcação, seria igualmente difícil descobrir que uma mulher estivesse fazendo-o. O ato só é justificado assim: Não levantaria suspeitas se surgisse uma garota dizendo conhecer uma ama de leite; mas levantaria suspeitas se aparecesse a ama de leite no justo momento em que a princesa pedisse uma ama de leite.

d) Por qual motivo a menina vigiava? O que esperava ver? E se o cesto vagasse sem afundar e sem ser in-

terceptado, ela o acompanharia até onde? Até quando? Certamente, era para acompanhá-lo enquan-to se mantivesse navegando, mas isso poderia durar horas... Ou dias! Quais eram as ordens neste sentido: retornar a casa depois de determinado tempo sem saber o destino final do menino, ou seguir até ter certeza? E se o cesto fosse empurrado pelas águas à margem oposta, como é que Mariana poderia continuar avistando-o? Sim, é inquietante porque o Nilo não é um rego de água, mas o segundo maior rio do mundo. E se a escuridão do anoitecer chegasse sem que alguém apanhasse o cestinho? O que faria a meni-na no negrume da noite sem divisar coisa alguma, sem continuar enxergando o balaio? Voltaria para casa ou esperaria amanhecer para continuar sua tarefa de vigiar? Contudo, nesta última hipótese, ao retornar o dia, ela reencontraria o cesto ou ele se perderia para sempre? (E agora, Moisés? Vais mor-rer heim, sabidão!) Só se justifica a irmã acompanhando o jacá por tempo imprevisível se os envolvidos soubessem que a viagem do bebê seria curta e que, por via das dúvidas, Mariana poderia fazer-se presente para re-clamar seu conteúdo se pessoa estranha o apanhasse.

e) Digamos que o plano era abandonar a criança no rio na esperança que fosse recolhida por alma caridosa que a mantivesse viva. Desta forma, a garota deveria sentir-se horrorizada e ter fugido chorando ao ver o cesto recolhido precisamente por alguém da família do faraó assassino que que-ria mortos os recém nascidos hebreus. Ou então, que tivesse se ajoelhado aos pés da princesa desfeita em lágrimas, reclamando o conteú-do do cestinho, dizendo que houvera engano e patati, patatá... No entanto, ela fez o inesperado! Ao invés de cair fora apavorada para contar à mãe a desgraceira, ou em lugar de chegar pedindo de volta o irmãozinho, ela foi chegando toda dona da situação, fez-se visível e, muito naturalmente adentrou o local proibido como se estivesse sendo esperada. Com tranquilidade, já foi oferecendo ama de leite, como se aquilo fosse um fato corriqueiro que aconteces-se todos os dias. Só se justifica se estivesse mesmo sendo esperada para fazer o que fez: oferecer “ama de leite”.

f) Por que a Princesa aceitaria tão de pronto a presença da pequena semita, uma desconhecida que surgiu ninguém sabe de onde? Não me parece que hebreus invadindo o banheiro da princesa fosse prática habitual. Certamente, o local era vedado até aos pensamentos, quanto mais à presença dos curiosos, fossem hebreus ou não. É preciso considerar que quem se banhava era alguém da família real e que, além das aias haveria um cerco formado por soldados da guarda particular da princesa. Não obstante, antes que esta esta-lasse os dedos, a menina apareceu e isso é significativo: de qual maneira a rapariga furaria o cerco sem que obedecessem a um plano? Para acontecer tudo dentro dos conformes teria havido tam-

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bém a participação das aias de confiança da princesa.

g) E a rapidez com que a ama de leite apareceu em cena? Só se justifica se Jocabed estivesse por perto, à espera de ser chamada.

h) Mas deixe-me retroceder: A hebreia colocou a embarcação em horário anterior ao banho da prin-cesa. E o colocou-o na mesma margem, de modo que o cesto estivesse, obrigatoriamente, naquele lugar, naquele horário. O que se deduz daí? Quem coloca um tesouro no rio esperando salvá-lo do ladrão, jamais o coloca-ria de modo que a correnteza o levasse diretamente para a toca do ladrão. Quem demonstrou inteligência acima do normal ao bolar um plano para salvar sua criança, cometeria erro tão elementar quanto colocá-lo de modo a ser arrastado para dentro do castelo do matador de crianças? Seria de esperar que esta mulher o colocasse na margem oposta - e não na mesma margem. Ou então, que o colocasse na mesma margem, mas num ponto abaixo do palácio real e não acima, de modo que tivesse de passar, obrigatoriamente, por aquele ponto perigoso. Colocando o bebê na mesma margem, num ponto acima, Jocabed esperava que o cesto fosse parar no castelo e havia grande probabilidade de êxito, se houvesse gente à espera da encomenda. Veja: se não quisesse que seu barquinho fosse parar no ponto X, você o colocaria de maneira que o ponto X estivesse completamente fora da rota. Entretanto, se a embarcação foi colocada na rota de X é porque X era o objetivo.

i) O que pretendia quem colocou Moisés no rio:

1. Que ele morresse afogado? Se o quisesse, não teria calafetado o cesto. Não! Aquela mulher não esperava que o menino

morresse.

2. Que o bebê avançasse diretamente para as mãos do matador de meninos? A julgar pela maneira como agiu: colocando o cesto rio acima, na mesma margem e na corren-

teza a favor, se não houvesse um plano, pode-se afirmar que a mulher desejava era a morte do bebê – e não sua salvação.

3. Que ele fosse salvo da morte? Sim. Ela não só esperava que fosse salvo, como arriscou para que o fosse por determinada

pessoa.

Como se vê, uma análise profunda coloca abaixo a tese da mulher chorosa que colocou o filho no Nilo, ficou abanando a mão dando adeusinho e, “por coincidência”, ele foi parar justo no palácio do matador dos pequenos semitas, mas pela graça do deus foi encontrado pela princesa, que o adotou...

Sou levado a crer que a narração de Rochester pode ser verdadeira; Moisés pode sim, ter sido filho de sangue da princesa com algum jovem hebreu, sendo que o encontro do garotinho nas águas foi intencional.

CAPÍTULO 2

MOISÉS CRIANÇA

Disse Jesus: Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores. (João: 10. 8) [Moisés veio antes...]

Vou repetir a análise da pessoa de Moisés, feita no volume anterior. Novas colocações foram inseridas, portanto,

a todos é aconselhável a leitura, pois aqui estão elementos incomuns em análise jamais feita sobre ele.

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Impossível falar em bíblia sem falar em Moisés. Impossível falar em Moisés, fugindo à análise de sua pessoa. Impossível analisar a pessoa de Moisés sem sentir certa admiração por aquela figura segura de si, líder perseve-rante, espírito indomesticado.

Sim, Moisés ocupará sempre lugar de destaque, por negativa que tenha sido sua influência. Milhões de “cristãos” elegeram Moisés o maior líder da humanidade, maior até que o próprio Cristo. Quantas religiões se formaram e estão ainda se formando à sombra do deus mosaico? Quantas pessoas se di-

zem cristãs, mas seguem de olhos fechados o deus pagão de Moisés, sem notar que este se antepõe a Deus Verdadeiro? Sem os comparar, sem perceber que são contrários entre si? Sem se dar conta que Jesus veio a este mundo miserável e atrasado, que se misturou a ignorantes e a bandidos, que doou-se até as últimas conse-quências precisamente para denunciar o quão demoníaco era o deus de Moisés, mostrar o erro daquelas leis, eliminar a autoridade do falso deus e apresentar Deus Verdadeiro ao mundo? Sem perceber que “o movimento inaugurado por Jesus de Nazaré era uma revolta contra o judaísmo?” (História da Civilização Ocidental, Edward Mcnall Burns, Ed. Globo, Porto Alegre, 1977, vol I, pág. 126).

O pior é que Jesus deu o seu recado, mas não conseguiu plenamente seu objetivo de esclarecimento, con-

quanto ainda hoje, muitos discursos inflamados misturam, na mesma frase, o deus pagão de Abraão, Isaac, Jacó e Moisés a Deus Verdadeiro, sem se dar conta que Jeová era o adversário de Deus Único.

Para prová-lo, eis o objetivo que trouxe Jesus a este nosso mundinho: destruir as leis trazidas por Moisés. Veja as contradições tiradas do “livro que não se contradiz”: Veja se estas palavras não se referiam à influên-

cia maléfica de Moisés e do deus inventado por ele:

Jesus mudará os costumes que Moisés nos deu. (Atos. 6. 15 )

Jesus veio destruir as obras do diabo. (1-Jo: 3. 8)

Deus enviou Jesus para nos arrancar das leis humanas. (Gal: 4. 1)

A lei de Moisés vigoraram até João Batista. Daí em diante vem sendo anunciado o reino de Deus. (Luc.:16. 16)

Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores. (João :10. 1, 7 e 8)

De Jesus aos hebreus: Quem me glorifica é meu Pai, que dizeis que é vosso deus.

Entretanto, vós não o tendes conhecido. (João: 8. 54 a 55).

Amado por uns e odiado por outros, Moisés não é indiferente a pessoa alguma. Ninguém poderá dizer: “-Não sei quem foi Moisés” ou: “- Nada sinto por ele”.

Impossível ignorar Moisés, porque ele teve seu papel. Ninguém, porém, traçou o perfil daquele gigante. Nin-guém se aprofundou no estudo e análise psicológica de homem tão admirável, cujos feitos não figuram em ne-nhum livro de História, em nenhum documento oficial. Também nós não conseguiremos traçar tal perfil pela es-cassez de elementos que nos chegam de tempos tão recuados. Procuraremos, no entanto, dar uma pincelada baseando-nos no pouco que temos.

Conhecendo a natureza humana que nos anima é possível nos colocar no lugar Moisés e, por empatia, procu-rando saber o que sentiríamos se fôssemos ele, poderemos chegar, muito imperfeitamente, ao que se passava naquele íntimo que não foge às regras naturais que nos regem a todos.

Quem foi aquele menino que ele próprio diz ter sido recolhido das águas do Nilo? Como foi sua infância? Como foi sua relação com as demais pessoas do palácio onde foi criado? Terá sido amado incondicionalmente por to-dos? Terá sido odiado por uns e amado pela maioria? Ou vice versa?

Ele foi invejado, foi odiado pelo menos por alguns poucos – e estes poucos, com certeza, conseguiram tornar sua vida um inferno. Inferno de luxo, mas inferno.

Teria mesmo sido recolhido nas águas pela princesa Thermutis? Ou teria sido filho desta mesma princesa e-gípcia com algum hebreu, raça considerada impura?

Repetimos: o Conde J. W. Rochester assegura que Moisés foi filho de sangue de Thermutis, irmã do faraó, com um escultor hebreu de nome Itamar, a quem amava.

Inteiramente hebreu – ou metade semita e metade egípcio, não importa. Em qualquer das hipóteses, jamais Moisés pôde pronunciar a doce palavra mãe. Nem chamar pelo pai. Nunca deixaram que ele esquecesse que ali estava de favor, recolhido por caridade, fosse ou não filho natural da princesa. Aliás, se o foi mesmo, a família ignorava o fato, pois seria o maior escândalo se a verdade viesse à tona.

Não, Moisés não teve infância de veludo e mel com chocolate. Ele sofreu apesar de se apregoar o contrário; com certeza, teria sido mais feliz se criado em bairro judeu, junto aos seus iguais.

Dentro dele, uma certeza: Criado no palácio do faraó, sob a proteção do faraó, convivendo com o luxo dos fa-raós, educado como herdeiro de faraó, jamais viria a ser faraó. Não tinha direito ao trono devido à origem semítica.

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Porém, impossível viver num ambiente grande daqueles e não ser contagiado pelo desejo de grandeza. Se até o mais pobre dos judeuzinhos brincava de ser faraó, por que não o Moisés, que já percorrera mais da metade do caminho? Vivendo em tal meio, Moisés sonhava ser elevado à posição de rei do Egito; porém, mesmo que a prin-cesa Thermutis o declarasse filho verdadeiro, jamais seria rei daquele país. A fortuna da princesa viria a ser sua, mas o trono, a coroa e o cetro, nunca.

Moisés alimentava a ilusão de chegar ao trono, mas tinha consciência de quem era e, se não o tivesse, muitos maldosos ali mesmo no palácio, se incumbiam de lembrá-lo sua situação de judeu desvalido, abandonado no Nilo.

Vítima de posição confusa com características imprecisas e interessantes, Moisés ocupava ponto central neu-tro, guardando distância equivalente entre egípcios e israelitas, ambos seus irmãos de raça. Sua metade hebreia o distanciava dos egípcios. Sua metade egípcia o distanciava dos hebreus. Neto de faraó, sobrinho de sangue do faraó, poderia ser coroado faraó, mas o sangue israelita que se lhe misturava nas veias o impossibilitava de arqui-tetar sequer planos neste sentido. Sua parte egípcia fazia com que sonhasse sonhos grandiosos; sua parte he-breia o distanciava da nobreza e o submetia ao ridículo perante os donos da terra. Voltando-se para os egípcios, não lhes encontrava a simpatia por ser hebreu. Voltando-se para os semitas, encontrava resistência por ser egíp-cio. Não tinha posição definida aqui nem ali; em toda parte era desprezado, espezinhado, em nenhum grupo era bem recebido. Não teve amigos, não teve a quem contar seus segredos, não ouviu segredos de ninguém. Não teve com quem brincar, não teve com quem brigar, não teve onde refugiar suas lágrimas. Pobre criança rica!

Desta incômoda posição entrevemos outro ponto ambíguo que certamente conspirou para moldar negativa-mente sua personalidade: o sexo oposto.

Era desprezado pelas mulheres egípcias, por pertencer à casta impura. As mulheres israelitas, a exemplo dos homens desta raça, certamente mangavam com a cara dele, zombavam de seus avanços amorosos. Outro deta-lhe é que, tendo dificuldade para manifestar-se oralmente conforme ele mesmo o confessa, tenha sido motivo de muita achincalhação. Sou tentado a acreditar que foram as mulheres quem mais o diminuíram e desde então, o ódio intenso que consagrou a todas elas, no decorrer inteiro de seus 120 anos de existência.

Como em toda situação semelhante Moisés, tendo sido obrigado a manter distância das mulheres, viu-se na contingência de se relacionar com serviçais masculinos, escravos de outras nacionalidades. Desta necessidade teria aprendido a se deleitar nas relações homossexuais, nutrindo eternos anseios de desforra contra as fêmeas. Esta aversão e o desejo de revanche ele revela em cada passo, em cada parágrafo dos seus escritos – e destes teria surgido o preconceito contra as mulheres, cuja nocividade estende-se até os dias atuais.

Nosso biografado foi agraciado com certas qualidades físicas e morais. Outras qualidades que a Natureza lhe

negou, ele se apropriou delas por si mesmo. Vejamos se este perfil não combina com a personalidade mosaica:

• Se considerarmos as proezas que fizeram dele um dos mais conhecidos homens do planeta de todos os tempos, Moisés terá sido forte, corajoso e inteligente. • Supondo que tenha herdado os traços físicos dos semitas, teremos um Moisés de rara beleza: porte perfeito, basta cabeleira de ébano e anelada, barba cerrada, olhos negros e penetrantes. • Adicionando beleza física à fortuna que herdaria da princesa, teremos um Moisés riquíssimo. • Teve educação aprimorada; frequentou templos egípcios, incorporou seus conhecimentos, apossou-se de seus mistérios. Foi dono de grande cultura, versado na religião e nas ciências secretas - ci-ências das mais refinadas, completas e respeitáveis da antiguidade. “E Moisés foi educado em toda a ciência dos egípcios” (Atos. 7. 22). • Se nos lembrarmos que ele passou infância, adolescência e juventude em ambiente carregado de in-fluências em todos os sentidos; que ouviu e guardou cada palavra ouvida da família real, dos sacerdo-tes, dos altos funcionários, dos guardas, dos servos, dos frequentadores costumeiros e dos visitantes eventuais, teremos um Moisés conhecedor dos problemas, dos temores, dos costumes, das ma-nhas, dos dramas, das tramas, das fraquezas, dos segredos e das intrigas palacianas. • Se adicionarmos o gosto pela escrita e criatividade – pois que possuía talento como escriba e, não fosse isso, não nos teria legado cinco livros da epopeia hebraica –, teremos um Moisés imaginoso, criativo. • Se observarmos que toda pessoa criativa permuta a falta de ardor ao serviço cansativo pelas ativida-des artísticas por não se afeiçoar ao trabalho rotineiro, teremos um Moisés artista apaixonado pelo trabalho intelectual, mas não pelo trabalho cotidiano. Uma característica do artista é a falta de gosto pelo serviço comum e, por ser comum, rotineiro e cansativo. Os mais engenhosos inventos e criações artísticas que atravessam séculos partiram dos “preguiçosos”. • Se pensarmos que ele provou ser persistente – ou teimoso, como queiram –, que não desistia dos objetivos, teremos um Moisés determinado e cheio de energia, vencendo os obstáculos, por gi-gantescos que fossem. • E, se não nos esquecermos da capacidade de liderança na consecução dos objetivos que o imorta-lizaram, teremos o homem completo, um perfeito modelo de homem.

Este é um perfil de rei, virtudes necessárias aos que têm pretensões de governar e, sem dúvida, este é o exato

perfil de Moisés, objeto de nossas atenções.

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Dito isso vamos imaginar Moisés, este ser incomum, com o pensamento longe, meditando. O que sonharia Moisés adolescente? Não é difícil adentrar-lhe o íntimo. Basta que nos coloquemos, nós pró-

prios, no seu lugar. O ser humano é o mesmo em quaisquer lugares, em quaisquer épocas. Os milênios transcor-ridos não nos aperfeiçoaram em grande coisa, não nos diferenciaram daqueles que nos antecederam; o psiquismo trabalha da mesma forma e, assim, é fácil saber o que se passaria em nós – e nele – nas mesmas circunstâncias.

Dentro do Mesu havia contradição constante. Dotado de dons naturais que aperfeiçoou com garra, preparou-se para reinar; mas a certeza de que a coroa estava distante de si como o azul do céu o está de todos nós, fez dele um amargo insatisfeito, um rancoroso contra os egípcios que, além de impedi-lo de se aproximar do poder, zom-bariam de suas pretensões. Moisés sonhava sobrepor-se àqueles que agora o desprezavam, sonhava poder es-pezinhá-los. Muitas vezes terá dito para si mesmo, com lágrimas nos olhos:

“-Por que ter de carregar nas veias o sangue judeu, detestado por todos? O que fiz para merecer destino tão dorido traçado a priori, sem o poder de modificá-lo? O que será de mim quando Thermutis estiver morta? Serei escorraçado, expulso deste palácio feito cobra peçonhenta. Para onde irei, onde viverei, quem serei eu? Além de menosprezado pelos egípcios que me rejeitam, serei motivo de caçoada dos próprios hebreus que me invejam. Não terei acolhida entre os egípcios, nem entre os hebreus”.

Era natural que aquela personalidade não aceitasse ser um nada, um ignorado no meio da massa; era óbvio que não aceitasse submeter-se de joelhos, a outro mandatário. Dentro dele floresceu um ódio surdo, certo desejo de sobrepor-se à situação e mostrar seu valor. Aquela vontade férrea procurou – assim como procuraríamos nós, talvez – válvula de escape onde pudesse ostentar uma coroa e vingar-se dos que o humilhavam. E como não poderia ostentar a coroa egípcia, pensou noutra coroa:

Dois povos conviviam na mesma terra: egípcios e hebreus. Se lhe era impossível reinar sobre os egípcios, por

que não sobre os hebreus? Se não pudesse ostentar o cetro do faraó, por que não criar um cetro para si? Tal ideia deve ter sido sua companheira constante; tinha, porém, de amadurecer os detalhes antes de torná-la

realidade. A ocasião teria surgido através da própria mãe, Thermutis, cuja revelação do seu nascimento poderia ter sido a gota que fez transbordar o copo. Afirma o Conde J. W. Rochester que a princesa, ao sentir a morte avi-zinhando, confessou a Moisés sua procedência. Contou sobre Itamar e seu assassinato pelo egípcio Chenefrés, marido dela. Naquele momento, segundo Rochester, Moisés elevou as mãos crispadas e disse por entre dentes:

“-Eu te vingarei, meu pai! Vingar-te-ei sim, não num homem, mas quebrando o jugo que pesa sobre nosso povo desgraçado, jugo este que o faz miserável e desprezível. Lutarei por esta gente, dar-lhe-ei independência. Nin-guém mais se envergonhará de apertar-nos a mão e, tempo virá em que todos se curvarão diante do nosso povo que há de governar o mundo! Esta é a minha vingança, pai infeliz! Desse modo, cumprirei a profecia do meu des-tino. Povoarei o deserto, fundarei um grande povo; morrerei acima do comum dos mortais, no trono de Israel onde governarei com vontade férrea”. (Afirma Rochester que quando Moisés era adolescente, foi lhe profetizado pelos sa-cerdotes egípcios: “Povoarás o deserto sob os raios causticantes de Ra; farás milhares de sacrifícios e morrerás tão alto que estarás sozinho perto das nuvens.”)

O povo hebreu ainda era livre dentro do Egito quando Moisés nasceu e isso aconteceu já no finzinho do reina-

do de Seti I. Não tardou para que o novo rei, Ramsés II, resolvesse manter referido povo sob vigilância através da escravidão. E foi este mandatário, o Faraó Ramsés II, quem criou Moisés. Durante este governo o menino saiu da infância, cresceu e se fez homem. Conviveram ambos: Ramsés II e Moisés sob a mesma cobertura, entre as mesmas paredes, cruzando-se pelos corredores e aposentos. Conheceram-se bem.

O que terá havido que fez de ambos inimigos figadais pelo restante de suas vidas? Pouco se descobre através das “sagradas escrituras” que são testemunhas não tão fidedignas; mas é possível

devassar os milênios e buscar fatos por meio de outros escritos e de nosso próprio raciocínio, por que não? Pois vamos nos embrenhar por estes caminhos, procurando vestígios apagados:

Há evidências de que os hebreus viveram no Egito em torno de três séculos e meio como cidadãos livres, até o

momento em que lideraram uma conspiração de escravos contra Seti I. Daí em diante, a desconfiança em relação a eles passou a ser presente entre os egípcios nascendo assim, um natural desejo de cercear sua liberdade.

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O nascimento de Moisés ocorreu precisamente em meio a este impasse. Não há indício histórico da matan-ça dos meninos hebreus conforme denunciado pelo Velho Testamento. Isso significa que a matança dos peque-nos semitas pode ter sido mais um dos fatos desprovidos de autenticidade criados pela imaginação de Moi-sés. Mesmo assim, vamos fazer de conta que consideramos verdadeiro o registro bíblico e prossigamos.

Sobrevivendo ao infanticídio, Moisés viveu os primeiros anos de vida no palácio real em companhia da própria mãe e do avô, o Faraó Seti I, o qual foi sucedido por Ramsés II, que acabou de criar o sobrinho Moisés.

Tudo isso você e eu já sabíamos; só repeti para dar melhor trânsito à história. Já adulto e, tomado pela ambição, revoltado contra a posição dúbia, o Mesu teria conspirado contra Ramsés II

tentando derrubá-lo do trono. Aspirava tomar-lhe o lugar, tornar-se faraó; vingar-se dos egípcios que o despreza-vam, ao mesmo tempo em que exerceria autoridade ilimitada sobre os hebreus, os quais davam-lhe as costas.

Existem suposições de que Moisés tenha insuflado os escravos israelenses e cativos de outras nacionalidades a se rebelarem contra o governo. As coisas estariam engatilhadas e caminhando para a tomada do poder quando o faraó foi colocado a par das ocorrências. O Conde Rochester vem dar apoio a estas teorias:

“Homem genial, mas ambicioso e violento, Moisés quebrava os obstáculos em vez de contorná-los. Discípulo dos sacerdotes mais sábios do Egito, não sonhava, absolutamente, libertar os hebreus; ele gozava de grandes privilégios, mas cego pela ambição, concebeu atrevido plano de tornar-se faraó. Não vingou seu projeto.”

O soberano desbaratou os planos em andamento, decretou a prisão dos líderes e cerrou mais a vigilância em cima dos israelitas por mais este ato de insubordinação. Daí, aqueles dizeres registrados pelo cronista bíblico: “Eis que o povo de Israel é numeroso. Acautelemo-nos com ele para que não aconteça de combater contra nós.”.

Ora, por que o faraó diria isso se não houvesse forte indicativo de perigo? Acontece que ele estava apenas sendo prudente, porquanto já havia precedentes igualmente alarmantes no reinado de Seti I, seu pai.

Os hebreus eram sim, abusados, mas sem liderança estavam acomodados, comendo bem e criando os filhos, inteiramente alheios e indiferentes quanto ao deus que “prometera” terras aos seus ancestrais. Se não fossem incentivados, permaneceriam apáticos naquela modorra por tempo incalculável. Foi Moisés o agente que lhes insuflou reação contrária à sua posição de cativeiro. Não que os escravos aspirassem por libertação, mas tanto Moisés plantou ideias contra os poderes organizados, que elas cresceram e se manifestaram em forma de rebeli-ão.

Debelada a insurreição, o faraó tomou enérgicas providências contra os líderes insubordinados e, quanto a Moisés, contentou-se em expulsá-lo de sua presença em consideração a Thermutis que lhe rogou de joelhos, que o perdoasse. O rapaz escapou de punição mais severa, no entanto, banido da convivência real foi viver numa propriedade que a princesa lhe legara. Continua o Conde Rochester no livro “O Faraó Menerphtah”:

“Cercado por inimigos e invejosos, Moisés seria talvez eliminado, mas Thermutis lhe angariou um comando no exército e ele partiu a guerrear noutras terras. Faltando-lhe a qualidade de guerreiro, sua legião foi vencida e os egípcios atribuíram a derrota à sua má vontade.”

De retorno à propriedade, de roldão nesta cadeia de episódios desagradáveis, Moisés sentia ainda mais vivo o rancor contra o tio, o Faraó Ramsés II e, por extensão, contra todos os egípcios. As longas noites insones longe do lar propiciaram a eclosão de ideia presunçosa, a qual acariciava com demorados desejos de desforra.

Outro fato acrescentou amargura ao mal estar que já era tão grande: a princesa veio a falecer e foi aí que Moi-sés sentiu-se em maior insulamento, pois agora sim, estava definitivamente eliminado da família soberana. Incon-formado teve de admitir a própria pequenez e passou a dar vazão ao prazer de sofrer, ao deleite de sentir o des-gosto que avivava com pensamentos de um negror doentio. Assevera o escritor Rochester:

“Altivo e arrogante passou a ruminar projeto de se tornar rei dos hebreus, conduzindo-os para fora do Egito”.

Se estes fatos foram reais, a descoberta de sua origem foi a alavanca que faltava para Moisés cristalizar a pre-tensão de realizar os devaneios. Faltavam-lhe ainda os meios, que vieram por caminhos inimaginados.

O restante desta narração encontra-se logo adiante, escrita pelo próprio Moisés. O que quis deixar claro é a falta de análise crítica da personalidade deste homem pelos autores que têm tenta-

do decifrar os mistérios que o envolveram. Ninguém, porém, ao ler a história dos judeus, tentou entender o estado de alma de aquele ser que, rodeado por homens altamente intelectualizados, acostumado aos sofisticados requin-tes sociais, aos mais delicados alimentos, às roupas mais elegantes, ao conforto ilimitado às margens do Nilo que oferecia fartura, dava-lhe de beber e proporcionava o frescor dos banhos, vagou por quarenta anos pelas paisa-gens áridas, afundando os pés nas dunas quentes, castigado pelo sol impiedoso com pouca água, pouca comida, cercado pela turba abrutalhada e revoltada; forçado a enganar que tudo ia bem quando sabia de sobra que havia falhado e que o castigo pelo cálculo mal feito, propôs-se a si mesmo: vagar sem descanso até morrer, sem pisar a terra onde ambicionava reinar.

Condenado pela própria consciência a jamais entrar na posse da terra dos seus sonhos, a jamais ostentar a coroa que moldara em imaginação, como seria o íntimo daquele homem? Com tamanho peso nos ombros – o destino de dois milhões e meio de pessoas – ele poderia ser tranquilo, risonho, bem humorado? Como seriam suas noites? E seus sonhos ou pesadelos como seriam? Suas vítimas não lhe rondariam os passos, vigiando-o quando acordado e acusando-o quando dormindo?

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Talvez eu tenha de ser duro nesta análise. Mas o farei porque a bíblia, “o livro que não se desdiz”, e o próprio Jesus em várias ocasiões desmentem Moisés e o classificam de falso profeta, oferecendo elementos para des-mascará-lo. Aqui vão algumas falas do Mestre Jesus pela pena dos apóstolos. Leia com atenção e veja o quanto Moisés foi uma pedra de tropeço para nossa civilização:

Sou contra estes profetas que pregam suas próprias palavras e afirmam: “Deus disse.” (Jer. 23: 31)

Deus Verdadeiro será esquecido e aparece um homem mentiroso e perverso, o filho da perdição. Ele se levanta contra Deus, a ponto de assentar-se, ele mesmo no santuário de Deus,

como se fosse o próprio Deus. (2-Tes: 2. 3 e 4)

É necessário que o servidor de Deus não crie confusões e sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os opositores. (2-Tim: 2. 24 e 25)

Não escuteis as palavras dos profetas que vos enganam. Eles falam de suas visões e não o que ouvem do Senhor. (Jer: 23: 16)

Qual dentre vós ouviu a voz de Deus? (Jer: 23: 18) A palavra ainda está com Jesus, que revelou a identidade do protetor invisível do Mesu – protetor que dava a si

mesmo, o nome de “Deus”, como se Deus Verdadeiro tivesse tempo a perder! Jesus diz que Moisés, Abraão, Isaac e Israel estiveram a serviço do diabo, tendo em vista a natureza de seus feitos:

Para isso se manifestou Jesus: para destruir as obras do diabo. (1-João: 3. 8)

Replicou Jesus aos judeus: Vós sois do diabo, que é o vosso pai. (João: 8. 44) O diabo, vosso pai, foi homicida desde o início. (João: 8. 44).

Foi Moisés falso profeta sim, cuja vingança contra os egípcios não acabou no êxodo; a retaliação continuou

nas areias desérticas quando ele se sentava para relatar, por escrito, a saga do povo hebreu à sua maneira, exi-mindo-se o tempo todo de alguma culpa, ao mesmo tempo em que se coroava a si próprio com auréola de divin-dade. Segundo ele, a culpa pelo sofrimento dos egípcios e dos judeus que creram nele foi deles próprios, por desobediência às ordens de Jeová – ou Javé, ou Iavé, ou Iahweh.

O tamanho descomunal desta última vingança, Moisés não previu. Talvez a tivesse desejado, caso pudesse saber que seu diário seria lido e divulgado; que suas histórias mentirosas estender-se-iam para além daquelas terras e para muitos séculos depois, fazendo vítimas ainda hoje, no 3º milênio, entre aqueles que não sabem dife-renciar Deus Único e Verdadeiro daquele deus velhaco e assassino criado por Moisés.

***** 1111-- Sendo Moisés já homem viu os trabalhos penosos de seus irmãos. Num dia, viu um egípcio espancando

um hebreu e, “olhou de uma e de outra banda e vendo que não havia ninguém ali, matou o egípcio e o escondeu na areia”. O faraó ficou sabendo do ocorrido e tentou punir Moisés, mas este fugiu para a terra de Mídiã. (2: 11 a 15)

Comentário: “Sendo Moisés já homem...”. Hmmm, muito vago! Tinha dezoito anos? Vinte ou trinta? Que idade é esta: “já homem”? Com que idade um

menino se torna “homem”? Por que Moisés não o disse claramente? O que ansiava esconder, ao ocultar a idade? Rochester afirma que, no episódio em que matou o egípcio, Moisés estava com “a cabeça encanecida”. É um

dado importante, mas com qual idade os cabelos começam a branquear? Vamos por partes e chegaremos lá: Em Atos (7: 29 e 30), lemos que Moisés, depois de matar o egípcio, fugiu para Madiã. Decorridos quarenta anos

apareceu-lhe um anjo entre as sarças. Em Êxodo (7: 7), ficamos sabendo que, ao retornar ao Egito, tinha Moisés oitenta anos e, Aarão, oitenta e três. E, em Deuteronômio (34: 7), temos notícias que Moisés, ao morrer, estava na casa dos cento e vinte anos. E pronto! Com isso, estabelecemos tempo: A vida de Moisés ficou dividida em três partes, cada qual com, mais ou menos, quarenta anos: Do nascimento ao crime e fuga, foram quatro décadas. Da fuga ao retorno, outras quatro décadas. Estava ele com oitenta e poucos anos no início do êxodo. Do êxodo à morte, foram mais quatro décadas; pouco mais, pouco menos.

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2- Aos quarenta anos, Moisés estava solteiro. Certamente era correta a declaração de Thermutis no livro “O

Faraó Menerphtah”: “Meu sonho era casá-lo com uma egípcia de alta linhagem, mas ele demonstrou aversão invencível a toda e qualquer ligação, suplicando-me que abandonasse a ideia de casamento”.

3- Não quero justificar egípcios nem hebreus. Meu desejo é tirar o pó que cobre tantos milênios e colocar os acontecimentos a nu e o fato em foco é este:

Moisés matou o feitor egípcio que maltratava o escravo hebreu. Nada, absolutamente nada justifica que um homem maltrate outro homem – mesmo que o primeiro seja feitor

e o segundo, escravo. Mas nada, absolutamente nada justifica que um homem mate outro, sejam eles quem for. Desta forma, Moisés levou vantagem no revide porque, se um egípcio bateu, Moisés matou.

Não matarás. (Êxo: 20. 13)

Esta máxima está na bíblia, saída do punho de Moisés, ditada pelo deus. Pois mesmo tendo matado um ho-mem, ele continuou posando de santinho, ostentando halo redondinho e brilhoso em cima da própria cabeça.

Se alguém ferir a outro de modo que este morra, também ele será morto. (Êxo: 21. 12).

Esta norma que acabei de escrever também foi ditada pelo deus – mas Moisés, apesar de matar se semelhan-te, não foi morto conforme manda a lei, não senhor! Continuou matando, associado ao deus! Continuaram os dois matando por dá cá aquela palha e continuaram inventando leis contra quem mata!

Tu, que condenas aos que praticam tais coisas e fazes as mesmas coisas? Pensas que te livrarás do juízo de Deus? (Rom. 2: 3)

4- E não foi acidente, não! Moisés matou por querer. Confira o texto: ele “olhou de uma e de outra banda e

vendo que não havia ninguém ali, matou o egípcio e o escondeu na areia”. Matou, não em legítima defesa do físico, ou da honra. Nem se pode alegar que ficou cego de ódio e agiu no

calor da briga, pois teve o cuidado de olhar para os lados para certificar-se que não estava sendo notado. No tempo gasto em girar a cabeça muita coisa passa num íntimo; inclusive dá tempo de retornar a consciência, mor-mente quando se trata de tirar a vida de alguém. Moisés matou a sangue frio e não no momento de raiva.

E, enquanto o deusinho calou a boca e aceitou as maldades de Moisés, Deus Verdadeiro ensinava o contrário:

Não façais vingança vós próprios. A mim me pertence a vingança. (Rom: 12. 19).

Evitai que se retribua o mal com o mal; pelo contrário, fazei sempre o bem. (Tes: 5. 15).

Se não adulteras, porém matas, vens a ser transgressor da lei. (Tg: 2. 11). Nada justifica a vingança e o crime; ninguém tem o direito de matar para bancar o justiceiro. Nem Moisés. - Ah, Moisés estava certo, você vai dizer. Um egípcio bateu num judeu, o Moisés pegou e matou o egípcio, uai! Este é o seu ponto de vista – aliás, não é o seu ponto de vista coisa nenhuma. Acontece que, tantas vezes vo-

cê ouviu esta história, que se acostumou a ela e, como Moisés é o mocinho bonzinho do filme, então Moisés está certo no que fez. Uma atrocidade acaba justificada quando o personagem principal tem a seu favor apenas seu próprio depoimento. Mas Moisés, não obstante o peso da fama, é culpado! Moisés assassino, sim! Morte com intuito de matar! Moisés criminoso, sim. Homicida.

5- Aqui, uma nota engraçada. Os exegetas da Ecumênica conseguem justificar o crime de Moisés. Espia só:

“‘Moisés Matou um egípcio, o que fez por inspiração divina, como prelúdio da libertação que daria a seu povo. Mas estes exemplos extraordinários não devem ser imitados”. (pág. 43)

Viu só? Inspiração divina para matar gente! Só um quadrúpede comedor de capim acredita que matar um ser

humano pode ser inspiração divina! Só se for inspiração do deus minúsculo lá deles porque, DEUS com maiús-cula, Deus Único e Verdadeiro não daria tal sugestão. Se houve inspiração para matar, ela veio do demônio. A explicação dos exegetas é clara: Moisés era inspirado pelas trevas.

E ó a ignorância: Tem os exegetas a audácia de avisar que o exemplo extraordinário não deve ser imitado! Ora, meus senhores! Se o exemplo é tão extraordinário, por que não fazer dele uma regra de vida? Sendo

exemplo extraordinário, o crime ocorreu para servir de modelo. Afinal, modelo é molde para ser copiado.

Vamos ao dicionário: O Mirador diz: Exemplo = Tudo o que pode ou deve servir para modelo para ser imitado. Aquilo que serve de lição. Extraordinário = admirável, formidável, importante, respeitável, esplêndido.

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Dessa forma, uma lição formidável, um modelo admirável, são atitudes que têm por obrigação ser imitados, sim! Principalmente, se o ato veio por inspiração divina!

Senhores analistas bíblicos, sendo inspiração divina conforme alegam os senhores, é dever de todo homem de bem fazer o impossível para segui-la. E, se não pode ser imitado não é exemplo.

Pergunto eu: Como condenar o assassino que diga: “Eu obedeço à bíblia! Eu sigo o exemplo formidável que veio a Moisés por inspiração divina!”.

6- O faraó veio a saber do ocorrido e tentou punir Moisés, mas este fugiu para a terra de Madiã. (2: 11 a 15)

Só para lembrar: Thermutis, a princesa mãe de Moisés, era filha de Seti I e irmã de Ramsés II, governante na época em que Moisés matou o feitor. Estabelecido este fato, vamos adiante:

Aqui está outro covarde bíblico: Moisés! Se o faraó não tivesse descoberto o autor do crime, Moisés teria fingido que nada houvera acontecido; teria

continuado no bem bom ou, talvez, botando a culpa nalgum servo. Mas tendo sido apontado como culpado, procu-rou rapidinho a porta de saída.

Como “enviado do deus” e tendo matado por “inspiração divina”, Moisés tinha por obrigação peitar os soldados, pois que tinha sobre si a “proteção dos céus”. Como machão desejoso de abrandar as agonias dos judeus, tinha o dever de encarar o faraó, ter tomado as dores dos escravos, ter usado seu status de parente real em favor deles.

Que diferença de Jesus! Primeiro, Jesus não mataria pessoa alguma, por mais que esta pessoa estivesse chicoteando alguém. Segundo, que quando foi condenado à morte, Jesus não saiu correndo, não! Recolocou a orelha de Malco, o

soldado que veio prendê-lo e censurou Pedro por ter usado a espada. Foi surrado até virar pasta de carne e san-gue, segurou forte sua cruz e estendeu os braços à crucificação.

E Moisés teve a audácia de se comparar ao grande Nazareno, afirmando cheio de arrogância: “O Senhor me disse que vos suscitará um profeta semelhante a mim.” (Deut. 18. 15).

Mas me deixe retornar... Onde é que eu estava? Ah, eu falava da fuga do medroso do Moisés. Prossigamos: Em lugar de se justificar apontando motivos; em lugar de enfrentar a lei igual homem, ao invés de exercer a

própria defesa e aproveitar para fazer uma defesa espetacular dos hebreus, os quais “sofriam horrores” na “dura escravidão”, o covardão fugiu! Que irmãos hebreus, que nada! Eles que se arrebentem! Borrando-se de medo abandonou tudo e partiu em alta velocidade; preferiu esperar de longe, que o faraó morresse para retornar ao Egito.

O sucessor de Ramsés II seria seu filho Menerphtah, bem mais novo que Moisés, criado no palácio junto deste e, portanto, mais fácil de ser levado no bico, – era que pensava Moisés, levando em conta que este último conhe-cia os defeitos do sucessor, suas fraquezas e receios.

Tanto é verdade que, só após 40 anos, quando soube da morte de Ramsés II e que Menerphtah estava rei-nando, foi que Moisés criou coragem e retornou ao Egito para salvar os hebreus da cruel servidão!!!

Agora, né? Se os escravos estavam sendo chicoteados, sofrendo, gemendo e chorando num vale de lágrimas, continuaram sendo chicoteados, sofrendo, gemendo e chorando no vale de lágrimas por mais 40 anos, porque se esperassem por Moisés tava tudo porco! Grande homem! Grande herói!

7- E tem mais uma coisinha que me veio na cabeça neste momento. Seguinte: Uma pessoa que mata mas que, antes de matar procura se certificar se não está sendo observado; uma pes-

soa que mata e enterra o cadáver para que demore mais a ser descoberto, esta pessoa está acostumada a matar. Sim, pois um réu primário, um que mata pela primeira vez sem intenção de o fazer, não fica tão tranquilo como ficou Moisés, que assustou só depois de ter sido acusado por um servo que viu o crime acontecer. Desta vez foi apanhado com a boca na botija, mas se não houvesse testemunha, Moisés continuaria matando outra vez, enter-rando na areia.

Sim, certamente Moisés já havia matado antes e não uma vez só.

***** 1122-- Chegando em Madiã, sentou-se Moisés junto a um poço onde, num acaso, teve oportunidade de proteger

sete irmãs, filhas de Jetro, sacerdote de Madiã num lance contra alguns pastores. Mais tarde, ao relatar o caso ao pai, as moças disseram: “Um egípcio nos livrou das mãos dos pastores...” Reconhecido, Jetro permitiu que Moisés ficasse morando ali, com sua família. Casou-se Moisés com Séfora, uma das sete filhas de Jetro, a qual deu à luz Gerson (2: 14 a 22).

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Comentário: – Em Gênesis (25. 1 a 6), lemos que, após morrer Sara, Abraão casou-se com Quetura e tiveram os filhos: Zinrá, Jocsã, Medã, Madiã, Sua e Jisbaque. O pai Abraão deu a fortuna e a primogenitura a Isaac. Aos filhos que teve com Quetura deu uns presentinhos e apontou a porta da rua.

O tempo passou, a roda rodou. A terra onde Moisés foi se esconder agora pertencia a Madiã, filho de Abraão com Quetura! Tanto quanto Moisés, Madiã era semita – descendente de Sem, sendo, pois, parente de Moisés.

Lembrar que Abraão desprezou seus filhos que nasceram da segunda esposa e os mandou para terras orien-tais, bem longe de suas vistas. Agora eis Moisés, o maior favorito do deus recebendo abrigo justamente de quem? De um parente desprezado! O deus fica quieto olhando para o outro lado, fingindo não ver. Moisés não reclama nem fica vermelho de vergonha, como se fosse obrigação dos desprezados mimar os dodóis. Se fosse o contrário, o deus ia cair de bengalada em cima do coitado, conforme costuma fazer aos não ascendentes de Moisés que cruzarem seu caminho.

Os analistas da Ecumênica esclarecem: “Madiã: cidade e região que tomou o nome do filho de Abraão com Quetura por ter sido povoada por seus descendentes.”.

2- Olha aqui se eu não tenho razão quando carco a lenha: Jetro tinha sete filhas e nenhum filho! Bem se vê que Jetro não era protegido de Jeová, o qual não suporta fêmeas; estas nasciam de gente sem

importância ou do segundo escalão, ou dos inimigos, existindo simplesmente para deleite dos favoritos. Há uma explicação risível dos exegetas, que afiançam que as mulheres, aquelas diabas, são descendentes de

Caim, enquanto que os homens, os santinhos, somos descendentes de Seth, terceiro filho de Adão. Contudo, Jetro tinha um filho homem, de nome Hobab (Num 10: 29), mas que valor tinha isso? Jetro era campo-

nês sem valor, tendo sido designado por Moisés simplesmente como pai de sete filhas.

3- As moças descreveram Moisés como sendo egípcio. Por quê? Mesmo que estivesse trajado como egípcio, seus traços físicos não denunciariam ser ele um puro

hebreu, se o fosse? Veja esta descrição: “Os egípcios eram baixos, tinham tez escura, cabeça alongada, cabelos lisos e pretos, olhos fundos e nariz le-

vemente aquilino. Alguns mostravam traços de cruzamentos negróides e líbios.” (História da Civilização Ocidental, Edward Mcnall Burns, Ed. Globo, Porto Alegre, 1977, vol I, pág. 44).

Se fosse judeu puro conforme apregoa sobre si mesmo, Moisés teria pele mais clara e descorada; cabelos negros e encaracolados de um enrolado grosso, diferente dos cabelos lisos dos egípcios. Tenso sido confundi-do com egípcio, teria traços egípcios com certeza. As moças, sendo hebreias, estavam acostumadas a ver he-breus e, mesmo assim, confundiram-no com um egípcio, o que vem fortalecer a afirmação de Rochester: Moi-sés era meio egípcio podendo sim, ter sido filho da Princesa Thermutis com um israelita.

4- Moisés tornou-se pai... De um filho macho, é claro! Aqui tem uma coisa estranha: Você lê a bíblia inteira, toma conhecimento até de personagens que não têm a

menor importância para a narrativa – e não fica sabendo coisa nenhuma dos filhos de Moisés! Ele cita bem por cima o nome dos filhos e depois mais nada, como se fossem cachorrinhos sem raça e não gente, filhos dele!

Em Atos (7: 29 a 30), há a notícia de que Moisés ficou escondido em Madiã, onde lhe nasceram dois filhos: Gér-son e Eliezer. No entanto, neste começo da narrativa, Moisés nomeia apenas um filho. Moisés falou só de raspão que se tornou pai, conforme teremos ampla oportunidade de constatar. Mais adiante, quando se sentia próximo à morte, passou o cargo de chefia a Josué, servidor que nem parente era... E não aos próprios filhos, como se nunca os tivesse tido! Por quê? O que fizeram para que o pai não confiasse neles, ou se envergonhasse deles?

Ou será que... Bem, da maneira como mal considerava as mulheres, certamente não era grande coisa como homem. É possível, portanto, que os filhos nem fossem dele.

É possível também que Moisés sentisse vergonha em confessar haver transado com mulher. Outra hipótese que me ocorre é que os filhos tivessem descoberto que Moisés era um fanfarrão mentiroso; ti-

vessem descoberto que o deus dele não existia, que era tudo uma farsa mal montada. Daí pode ter rolado uma briga e o velho Moisés, por vingança, passou a ignorá-los.

5- Diz ainda o texto que Jetro, o qual veio a ser sogro de Moisés, era sacerdote em Madiã. E eu pergunto: Sacerdote? Como assim? Sacerdote de qual deus e de qual religião? Olha o rolo: Moisés afirma que foi ele quem sistematizou a religião, o culto ao deus, inclusive com sacerdotes.

Mas, se já existia sacerdote, é que havia religião ativa, havia algum deus sendo adorado. E tem mais: Muito mais tarde, depois do Êxodo, depois de haver sistematizado os preceitos da crença, foi que os levitas fo-

ram encarregados por Moisés para as funções sacerdotais – não Jetro, não qualquer estrangeiro, nem descenden-te de outro ramo de Israel. Portanto, até este ponto em que nos encontramos, nenhum sacerdote existia ainda.

Aqui existe incoerência. Se já existia sacerdote, é porque a religião estava ativa. Se não existia religião, era im-possível haver sacerdote.

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E agora, Moisés? Foi você quem inventou o culto ao deus, ou ele existia antes de você, já bem estruturado? No primeiro volume encontramos situação idêntica, quando Abraão livrou Ló dos inimigos, você lembra? De-

pois da briga, Abraão foi recebido por Melquisedeque, um rei que também era sacerdote. Isso lá atrás, muitos séculos antes do nascimento de Moisés. E volto a perguntar: Melquisedeque e Jetro eram sacerdotes de qual deus, se o deus titular ainda não havia se

revelado, ninguém sabia de sua existência? Sim, porque ou há um só deus, ou há muitos deuses. Se houver um deus só, o “dono“ dele era Moisés e, neste caso, Jetro e Melquisedeque eram impostores. E, se ambos eram sacerdotes de verdade, então o impostor era Moisés, que se dizia mensageiro do deus.

Há um só Deus e um só intermediário entre Deus e os homens e este intermediário é Jesus. (Tim. 2: 2)

Tu crês que há um só Deus? Fazes bem. Até os demônios creem e temem. (Tiago 2: 19) 6- Reconhecido, Jetro permitiu que Moisés ficasse morando ali, com sua família. Moisés casou-se com Séfora,

uma das sete filhas de Jetro... Jetro era sacerdote de outro deus, pois Jeová, o deus titular, ainda não se tinha revelado. Moisés não sabia que ia conhecer o Jeová, mas o Jeová sabia que ia se revelar a Moisés. Assim sendo, como

é que permitiu que Moisés se juntasse a Séfora, filha de adorador de outro deus? Bem, na verdade, o próprio deus não sabia que ia se revoltar contra os deuses estranhos, portanto, desta vez

passa, mas olha lá, heim? E.. peraí! Por que Moisés terá se casado com Séfora? O que terá havido, para que aceitasse uma camponesa

como esposa... O Moisés? Com toda aquela empáfia, o sobrinho do faraó casar-se-ia com uma caipirinha rústica de calcanhar rachado, unha encardida e mão calejada?

Ela seria uma solteirona sem opção e, neste caso, qualquer um servia, mas... Moisés aceitaria qualquer uma? Tempos após, quando retornou ao Egito, ele sonhava tornar-se faraó e uma pastora hebreia não era ornato su-

ficiente para sentar-se no trono a seu lado. Veremos logo adiante que, na primeira oportunidade livrou-se dela, mandou-a de volta para casa do pai esperando escolher uma fêmea de luxo, mesmo que fosse somente para sentar-se ao seu lado no trono. Até o presente momento da narrativa não encontrou nenhuma e teve de se con-tentar com Séfora mesmo. Fazer o que, né? E depois do êxodo, sem mais nenhuma esperança de sentar-se no trono faraônico, arranjou uma segunda esposa, uma descendente de Kão, da família de Canaã, o inimigo mortal!

8- E passou a viver em Madiã ao lado da esposa, do filho, do sogro, das seis cunhadas e do cunhado. O traba-

lho de Moisés era apascentar os rebanhos de Jetro, o sogro. Na sua narrativa, Moisés seguiu tranquilo por muitos anos, sem coisa alguma que lhe perturbasse a paz. Aparentemente, as coisas correram para ele tudo certinho, tudo quadradinho, sem intervalo. Matou um egípcio. Fugiu para Madiã, sentiu sede, parou junto de um poço prote-geu as moças, foi recebido na casa de Jetro, casou-se com Séfora, teve um filho e pronto!

De acordo com o Conde Rochester, porém, as coisas aconteceram de outra maneira: Fugindo do Egito por causa da descoberta do seu crime, Moisés teria levado muitos camelos carregados com

seus tesouros. Nesta fuga sem destino, ouviu falar de um país distante e fantástico, o qual teria sido o berço da sabedoria e das leis egípcias. Naquele país de uma fertilidade estranha, templos mais antigos que os templos do Egito guardavam documentos, ciências e segredos quase tão velhos quanto o próprio mundo que faziam empali-decer os mistérios nos quais Moisés fora iniciado.

E foi para lá, para a misteriosa Índia, que Moisés se dirigiu. Lá encontraria o Saber – arma que lhe possibilitaria combater vitoriosamente o faraó e satisfazer às suas ambições. Moisés teria enfrentado contratempos inenarrá-veis no decorrer da longa viagem, mas alcançou a Índia onde encontrou um brâmane que se tornou seu amigo, mestre e conselheiro. Moisés teria confiado ao sábio mentor tudo o que lhe acontecera: origem, infância, adoles-cência, a situação do povo hebreu, o crime e a fuga; teria lhe confiado os planos de vingança, tendo recebido os seguintes conselhos:

Uso das forças da natureza: Queres fundar um reino e ter teus irmãos subordinados à tua vontade. Para consegui-lo deves dar-lhes leis adequadas, pois cada nação, assim cada indivíduo tem necessidade de um regime próprio à sua índole. Os egípcios são sábios, fortes e disciplinados; os hebreus ao contrário, são indolentes e abrutalhados; mas tanto uns quanto outros temem o que não compreendem. Assim, sabendo em-pregar as forças da natureza por eles ignoradas, poderás forçar a libertação do teu povo e este a te seguir, porque os hebreus sentir-se-ão fortes com o poder misterioso do seu chefe.

Leis: Nas leis que destinares a teu povo, adapta às tuas necessidades o que aprenderes nos Vedas; re-jeita o supérfluo, simplifica o incompreensível porque, para as massas ignorantes, as leis devem ser curtas e de tal modo simples, que desde o mais sábio ao mais inculto possam compreendê-las. A mente não deve ser sobrecarregada com desnecessidades.

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Deus único: Na codificação das leis morais e sociais, a submissão ao chefe não deve ser descurada. Nada de rivalidades no céu, nem na terra; deves eleger divindade única, da qual procedam todas as forças da natureza; um deus, senhor do céu e da terra, única fonte de autoridade, dispensadora de sabedoria, poder, perdão e castigos, diante do qual todos se dobrem. A divindade deve ser temida e venerada, sem esquecer os deveres a que estão sujeitos os homens à própria subsistência.

O dia de descanso: Estabelece um dia consagrado à divindade, que será observado escrupulosamente porque o corpo gosta de repouso e de moleza. Orar é mais fácil do que trabalhar.

Honrar pai e mãe: A velhice deve ser honrada, e a mocidade sujeita à sua vontade e conselho; este preceito é o fundamento da família e aquele que o praticar terá um destino feliz. (O faraó Mernephtah; Conde Ro-chester; Lake; 1978)

O mestre hindu teria ensinado os mais profundos mistérios e Moisés se dedicaria aos estudos com todo o ardor do seu caráter ouvindo, anotando e memorizando tudo o que o instrutor lhe traduzia dos antigos Vedas.

Moisés teria aprendido a manejar as forças da natureza e sido iniciado num grau mais alto do que o conquis-tado no Egito, sobre os fenômenos hoje denominados espíritas.

Afirma o Conde Rochester que Moisés nutria ganas de vingar-se dos egípcios. Afirma também que ele tinha um desejo incontrolável de reinar, dominar e ser obedecido, mesmo à custa de austeras punições. Este anseio dominou-lhe o espírito e, assim que deixou a Índia estabeleceu-se no deserto, amadurecendo e preparando o plano gigantesco que arrebataria os hebreus aos egípcios.

É possível que as coisas tenham se passado assim, ou de modo bastante semelhante, porque se lê na Enci-

clopédia Barsa (1989, vol 11, pág. 139 e 140) que as leis, tidas como oferecidas a Moisés diretamente pelo deus já e-ram conhecidas e praticadas pelos babilônicos, assírios e hititas. Até os próprios exegetas – aqueles que têm por missão justificar os maiores disparates que constam na bíblia, concordam que os Dez Mandamentos não têm origem divina não senhor! Na própria Bíblia das Edições Paulinas, eles escrevem:

“Na legislação decretada no Sinai, nem tudo foi criado desde a raiz; muitos costumes já introduzidos na práti-ca foram confirmados pela aprovação divina. Em todas as leis e, especialmente no ‘código da aliança’ foram en-contradas analogias notáveis com o código de Hamurabi – rei babilônico, alguns séculos anterior a Moisés. De resto, também nas famosas leis romanas das Doze Tábuas propostas no ano 462 a. C., descobrem-se semelhanças com o código mosaico...”.

Dizem eles ainda que, na religião egípcia, muito antes de Moisés, já constavam princípios morais como “não roubar” e “não matar”, por exemplo. E esta particularidade salta aos olhos pois, se entre os egípcios não fosse proibido matar, por que Moisés teria fugido depois de descoberto seu crime contra o feitor?

Os princípios morais do Livro dos Mortos do Egito, no seu capítulo 125, havia leis com o mesmo teor dos dez mandamentos de Moisés. Veja as que mais se assemelham e onde o legislador hebreu foi buscar inspiração:

Livro dos Mortos do Egito: Não matei; não mandei matar Mandamento de Moisés: Não matar

Livro dos Mortos do Egito: Não cometi adultério Mandamento de Moisés: Não cometer adultério

Livro dos Mortos do Egito: Não roubei, não furtei Mandamento de Moisés: Não furtar

Livro dos Mortos do Egito: Não acusei falsamente Mandamento de Moisés: Não levantar falso testemunho

Livro dos Mortos do Egito: Não falei mentiras Mandamento de Moisés: Não mentir

Livro dos Mortos do Egito: Não fui cobiçoso Mandamento de Moisés: Não cobiçar casa, mulher, servos animais e coisa alguma do seu próximo

Esclarecem ainda os exegetas das Paulinas, que nos preceitos éticos na Babilônia eram contrários a desprezar pai e mãe, ultrajar a divindade, mentir e praticar obscenidades, assim como esconjurar.

Nada de novo pois, nada de original nas “leis do deus”, nada criado por ele nem por Moisés. Tudo copiado. Se referidas leis são análogas às leis de povos anteriores, é porque Moisés as conheceu antes de criar os fa-

mosos Dez Mandamentos. Tendo conhecimento destas leis, Moisés as resumiu e as usou como se fossem rece-bidas diretamente de Deus Verdadeiro.

Ora, para tomar ciência das leis de outros povos era preciso que se misturasse a eles; era necessário tempo para que se tornasse elemento confiável a ponto de ter acesso a documentos e a códigos secretos. Seja como for,

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Moisés não passou todos aqueles quarenta anos pastoreando rebanhos do sogro, languidamente com os olhos fitos no céu, conforme deixa nas entrelinhas.

*****

1133-- Moisés, vendo-se descoberto pelo crime contra o egípcio, fugiu e tornou-se peregrino na terra de Madiã, onde lhe nasceram dois filhos. Decorridos quarenta anos apareceu-lhe o deus no Deserto do Monte Sinai, por entre as chamas de uma sarça que ardia. (Atos 7: 29 a 30).

Comentário: Este trecho eu o adiantei um pouco, mas retomarei a sequência logo adiante. Aqui, uma revelação interessante, pelo menos para mim. Pode me chamar de burro orelhudo, de ignorante a-

céfalo, mas eu entendia a história de outra forma. Sem me guiar por um mapa, eu achava que o tal Monte Sinai era um acidente geográfico distante, nada tendo a ver com o Horeb, nem com Madiã. Eu entendia assim:

Moisés esteve num lugar chamado Madiã onde se casou com Séfora, filha de Jetro. Ali havia o monte Horeb, onde ele viu o deus numa sarça ardente, talecoisa, patati, patatá. Depois voltou ao Egito, juntou os israelitas e fugiram para a Península do Sinai, lugar diferente que nada tinha em comum com Madiã, nem com Horeb. De-pois de muito andar, pararam no Monte Sinai, onde Moisés escreveu os 10 mandamentos.

Você entendeu o que eu quis dizer? Não? Vou repetir: Eu imaginava que Madiã, fosse um lugar distante da Península do Sinai. E que o Monte Horeb e Monte Si-

nai fossem locais diferentes e distantes entre si. Entendeu agora? Pois só hoje descobri que o Monte Sinai fica dentro da terra de Madiã, onde Moisés se casou. E descobri que o Horeb, onde o deus apareceu na sarça ardente, é justamente o Monte Sinai, lugar onde

Moisés “recebeu” os dez mandamentos. Portanto, o deserto onde Moisés pastoreava os animais do sogro é o mesmíssimo deserto onde ele e os semitas vagaram por 40 anos.

Para você, certamente isso não seja novidade, mas eu caí das pernas quando entendi que estes acidentes ge-ográficos são tudo uma coisa só, fica tudo no mesmo lugar! Monte Horeb e Monte Sinai são nomes para a mes-ma montanha que fica na terra de Madiã ou Península de Sinai, que é o mesmo local. Deduz-se, pois, que Moi-sés conhecia o Deserto Sinai como a palma de uma mão e o Monte Sinai, ele conhecia como a palma da mesma mão, porque um fica dentro do outro.

Veja só o alcance deste fato: Moisés afirma ter-se tornado um pacífico pastor das ovelhas. Isso significa que, enquanto as ovelhas pastavam, Moisés vasculhou cada centímetro daquele terreno. Significa que já havia esca-lado o Monte Sinai inúmeras vezes e que poderia ter deixado nalguma reentrância certos materiais imperecíveis, algumas peles que serviriam de cobertor e outros artigos de primeira necessidade; e poderia ter deixado também um rascunho dos dez mandamentos – ou as duas pedras já prontas. Moisés teve, para planejar, anos de antecedência e em minúcias o lugar onde, posteriormente, permaneceu por mais de um mês em comunhão com o deus e recebendo os dez mandamentos. Portanto, se o Horeb é o mesmo Sinai; se Madiã e Península do Si-nai são o mesmo deserto onde Moisés e seus fugitivos vagaram por 40 anos, então está tudo em família, tudo em casa, tudo manjado, tudo preparado, nada de espetacular, nada de milagre, nada de prodígio, nada de nada!

2- Este fato é revelador, significando também que Moisés tivera conhecimento, a priori, da existência da subs-

tância naquelas paragens, a qual deu o nome de maná. Maná é o tal “pão do céu” – aquele com o qual o deus “alimentou” os judeus na fuga do Egito e falaremos no

assunto mais adiante. Significa, portanto, que ele sabia muitíssimo bem o que encontraria na Península do Sinai e que nada do que fez durante o êxodo foi de olhos fechados e sob a exclusiva proteção do deus dele.

***** 1144-- Decorridos muitos dias, morreu o rei do Egito. Os filhos de Israel gemiam sob a servidão e clamaram;

seu clamor subiu a Deus, o qual se lembrou da aliança com Abraão, Isaac e Jacó e conheceu.... (2: 23 a 25). Comentário: “Decorridos muitos dias...”. Hmmm, vago demais! Muitos dias quantos dias são? Que medida de tempo é esta? Por que a inexatidão? Por

que Moisés insiste em omitir detalhes? O quê queria esconder e por quê? Medo que descubram que andou estu-dando na Índia ao invés de passar aquele tempo todo pastoreando ovelhas em Madiã?

Mas usando o raciocínio é possível saber quanto tempo foi decorrido: Moisés estava por volta dos oitenta quando regressou ao Egito (Êxo 7: 7). Portanto, decorreram muitos anos – na verdade, quarenta – e não mera-mente dias. Quarenta anos eram mais do que ele precisava para que se instalasse noutra terra, aprendesse seus

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segredos, regressasse e se estabelecesse em Madiã com folga para planejar seu futuro em relação ao Egito. Enquanto isso, Ramsés II continuou seu reinado que durou 66 anos. Foi substituído por Menerphtah, o qual te-

ve cinco anos de folga antes da chegada de Moisés. Os muitos dias decorridos foram mais de trinta anos.

2- Foi preciso que os semitas gemessem e clamassem para que o deus se lembrasse da aliança com os pa-

triarcas! Jeová era tão distraído que, se ninguém gemesse, nem teria se lembrado! 3- E qual a relação entre a morte do faraó e o gemido dos hebreus? Os escravos só passaram a gemer depois que Ramsés II morreu. Antes disso não sofriam nem gemiam? Se não tivesse morrido o rei do Egito, os escravos não teriam clamado e o deus não teria ouvido... Ou já vinham gemendo, chorando e clamando sem que o deus os escutasse? Ou o deus fingia de surdo por medo do faraó? Ou ninguém sofria nem gemia, foi tudo mentira de Moisés para ter desculpa e retornar ao Egito?

CAPÍTULO 3

A MISSÃO DE MOISÉS

1155-- Moisés estava apascentando o rebanho do sogro, o qual era sacerdote na terra de Mídiã. Chegando a Horeb, a montanha de Deus, “apareceu-lhe o Anjo do Senhor numa chama de fogo no meio de uma sarça”. Moi-sés foi ver o que estava ocorrendo, pois, apesar do fogo, a vegetação não se queimava. Deus o chamou do meio da sarça e se identificou: “Sou o deus dos teus pais; o deus de Abraão, de Isaac e de Jacó” Moisés cobriu o rosto porque temia olhar para o deus, o qual mandou que Moisés tirasse as sandálias, porque ele se achava sobre terra santa. (3: 1 a 6). O deus disse também que todos os que perseguiam Moisés estavam mortos e que ele podia retornar ao Egito sem susto. (5: 19)

Comentário: Pronto! Já posso retomar a sequência e continuar na ordem dos fatos: Em 1.212 a.C. morreu o faraó Ramsés II, em cujo reinado Moisés matou aquele egípcio. Ramsés II comandou o Egito por 66 anos: de 1.278 a 1.212 a.C. Neste mesmo ano foi coroado Menerphtah, fi-

lho de Ramsés II e da rainha Istnofret. Ao assumir, Menerphtah estava com 60 anos de idade. Deve ter nascido próximo do início da escravização dos judeus sendo pois, mais novo que Moisés uns 12 ou 13 anos. Foram con-temporâneos. Para sua comodidade, eis novamente a linha do tempo referente à estada dos judeus no Egito.

Aí há uma incoerência e vou ter de atropelar os fatos outra vez, para as explicações: Menerphtah foi aquele faraó que, segundo os relatos mosaicos, morreu afogado no Mar Vermelho ao perseguir

Moisés e seus fugitivos. Ele reinou por dez anos: de 1.212 a 1.202 a.C. Ora, a narração bíblica dá a entender que este faraó foi perturbado por Moisés desde que subiu ao trono até

sua morte, considerando que o Mesu se dirigiu ao Egito assim que Ramsés II fechou os olhos. Segundo a bíblia, tão logo morreu Ramsés II, o deus apareceu a Moisés, convidando-o a voltar. Em seus escri-

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tos, este deixa a impressão de não haver passado tempo nenhum entre uma coisa e outra. Moisés teria regressa-do ao Egito prontamente após a morte de Ramsés e começado a atazanar o herdeiro Menerphtah com as 10 pra-gas logo de cara, não deixando o coitado em paz. Deu para entender?

Eis a contestação: Menerphtah esteve reinando normalmente por cinco anos e, neste tempo, muitas coisas importantes ele fez e

ficaram registradas na História, como por exemplo: Enviou ajuda ao rei Hittite quando este enfrentou invasão e fome. Implantou e manteve a ordem nas relações internacionais. No 5º ano de reinado, os líbios tentaram invadir o Egito, mas foram rechaçados pelas tropas reais. Nesse mesmo ano eclodiu uma revolta na Núbia, dominada de imediato. As vitórias militares de Menerphtah, o faraó do êxodo, foram gravadas no Pilone do templo de Amon em Kar-

nak, numa estela de Athribis e noutra estela descoberta por Flinders Petrie em 1896, nas ruínas do seu templo mortuário, o que prova que ele teve papel positivo no país.

Entretanto, os fatos bíblicos referentes às dez pragas “aconteceram” neste mesmíssimo intervalo de tempo e não constam na História Oficial! Se houvesse acontecido, seria possível encontrar fragmentos que se referissem a ele. Mas o silêncio é total. Curiosamente, nenhum documento, nenhuma enciclopédia, nenhum historiador con-firmou a existência de Moisés, nem registrou as dez celebrizadas pragas com as quais ele diz ter dizimado o Egito.

Jean Louis Ska, no livro “A palavra de Deus nas narrativas dos homens”, Ed. Loyola, diz o mesmo noutras pa-lavras: “Moisés, personagem tão famoso deveria ter deixado marcas na história do tempo, mas até agora, nenhum documento extra bíblico o menciona. Sua passagem pela corte do faraó, sua intervenção em favor dos hebreus ficou sem eco na História Egípcia.”.

Esta ausência de registros significa que, se as pragas aconteceram, foram fatos naturais e sem a menor im-portância – ou só existiram na imaginação de Moisés, uma vez que somente ele relata o episódio. Estranho, né? Mas sabemos que ele é mentiroso – ah, desculpe! Ele é criativo. E sabemos que o testemunho de um só não tem o menor valor.

Na vossa lei está escrito que o testemunho de dois homens é verdadeiro. (João: 8. 17) Pelo depoimento de duas ou três testemunhas é que se pode estabelecer o fato. (Deut. 19: 15) Não aceites denúncia, senão sob o depoimento de duas ou três testemunhas. (Tim: 5. 19)

2- Em Madiã, Moisés apascentava o rebanho. Em Horeb, montanha de Deus, surgiu o Anjo do Senhor. Moisés estava em Madiã. Ali havia uma montanha denominada Horeb, onde Moisés costumava acampar. Nes-

te local foi que o deus lhe apareceu. Alguns pontos são importantes para considerações futuras:

a) O Monte Horeb localizava-se dentro da terra de Madiã e tornou-se muito familiar a Moisés. b) Percebe-se que o lugar era abastecido por boa quantidade de vegetação rasteira, uma vez que era

pasto do rebanho. c) O lugar tinha árvores frutíferas, ponderando que ali Moisés ficava acampado meses seguidos. d) Era provido de fontes pois, não havendo água, não serviria de pasto nem de acampamento. e) E foi justo o Monte Horeb que Moisés “golpeou com seu cajado e fez jorrar água” (exo.17: 4 a 6)

Percebeu o “milagre” da descoberta de água? Isso tudo será discutido em pormenores mais adiante.

3- Deus mandou que Moisés tirasse as sandálias, porque ele se achava sobre terra santa. Epa, epa! Um naco de chão considerado “santo” pelo próprio deus? Se viesse de algum ignorante, tudo bem,

mas... De quem “criou” todos os nacos de terra do mundo inteiro? Aqui onde estou pisando neste momento tam-bém é terra santa e quero ver quem vai me desdizer.

Diz o Senhor: O céu é o meu trono; a terra é o piso dos meus pés, porque minha mão fez todas as coisas que existem (Isaías: 66. 1 a 3)

Tá certo, é isso mesmo! O universo inteiro é tapete para Deus Autêntico porque, se tudo veio das mãos Dele,

tudo é santificado, nada existindo que seja menos ou mais santo que outra coisa ou outro lugar.

Que ninguém venha vos enredar com filosofia vã e vãs sutilezas e não de acordo com Cristo. (Col: 2. 8) Se só aqueles metros de terra eram sagrados, o resto o que era? Amaldiçoado? Terra sem deus? E, mesmo que o solo fosse mais abençoado que os outros, o que tinham as sandálias com isso? Elas anulari-

am a santidade do lugar? Sim, qual consequência poderia acarretar se a terra fosse pisada por sandálias? Jeová não sabia anular algum efeito nocivo que pudesse vir de um par de chinelas?

Por que vos sujeitais a ordens assim:

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‘Não manuseies isto, não proves aquilo, não toques naquilo’. São doutrinas inventadas por seres humanos. (Col: 2. 20 a 22)

Os exegetas explicam: “antiga prática religiosa entre os orientais é tirar o calçado ao entrar num lugar santo...”. E eu quero saber

• Primeiro: o que o deus tem com isso? Cada povo tem suas práticas religiosas, mas o deus é o deus, uai! Ele não precisa se sujeitar a prática nenhuma seja dos orientais, seja dos ocidentais, seja dos do meio.

• Segundo: O deus, limitado como era, conhecia costumes dos templos lá longe, do oriente? Quisperança! • Terceiro: Sendo prática antiga conforme garantem os exegetas, então o Moisés a teria aprendido noutro

lugar. Ou entre os egípcios, dos quais frequentou os templos, ou entre os hindus onde esteve antes de se estabelecer em Madiã. De qualquer forma, não foi o deus quem teve a ideia de ficar com os pés nus em lugar santo.

• Quarto: Se o deus houvesse pedido, de verdade, para tirar as chinelas, do jeito como o Moisés era des-lumbrado, por que não perpetuou este costume? Tão bonito! Sim, pois se as palavras do deus fossem para valer, deveriam os chefes religiosos de todas as épocas até a contemporaneidade, exigir pés no chão para entrar nos santuários, ora! Assistir às missas, às sessões espíritas, aos cultos evangélicos, budistas, seicho-no-ie e a outros que não lembro agora, todo mundo sem sapatos. Padres, pastores, bispos, papas. Noivas também! Madrinhas, acompanhamento, todos na igreja sem sapatos, pés nus. Todo mundo tirando os sapatos, deixando sapatos no lado de fora do templo. Certamente haverá al-guma confusão na hora de apanhar de volta os calçados, mas as ordens do deus devem ser seguidas, sem discussão. Ah, uma ideia: os sapatos podem ser colocados nas bolsas das senhoras e nos bolsos dos homens. Pronto, problema resolvido.

4- O deus apareceu só para trazer a notícia de que todos os que perseguiam Moisés estavam mortos e que ele

podia retornar ao Egito sem susto. Moisés diz ter voltado ao Egito após coroação do novo faraó e, em seguida iniciou a campanha de libertação

dos hebreus. No entanto, passou uma década inteira entre a subida do rei e a expulsão dos israelitas. Perguntas:

� O deus terá aparecido a Moisés logo que Menerphtah se fez rei, ou terá vindo anos depois? � Se surgiu logo em seguida, por que Moisés demorou cinco anos até sair em socorro dos hebreus? � Se Moisés não regressou logo, o que ficou fazendo nos cinco anos entre a morte do titio Ramsés e

seu retorno ao Egito? Por que ficou perdendo tempo, se os semitas estavam vivendo em “dolorosa servidão”, necessitando urgentemente ser libertados?

� De qualquer maneira, por que dez anos entre a coroação de Menerphtah e a saída dos hebreus? Je-ová não tinha poderes para apressar os acontecimentos?

� Ou o deus não foi avisado da morte do faraó? Sim, pode ser que a notícia tenha demorado a chegar aos ouvidos dele, mas, tão logo ficou sabendo, não perdeu tempo: saiu correndo e avisou Moisés. Com cinco anos de atraso! É que naquele tempo sem televisão, rádio, telefone, jornal, internet, sem outro mecanismo de comunicação, as notícias eram levadas boca em boca e demoravam a chegar. Ninguém vai querer criticar, vai?

A história ficaria melhor assim: a) Se o deus tivesse aparecido no mesmo dia da morte do faraó. Já pensou? O homem cai morto hoje, e a notícia chega ainda hoje, fresquinha, a muitos e muitos quilômetros de distância, sem inter-mediários! Isso seria vantagem! Ou que o deus aparecesse no dia seguinte, dando um tempinho para ter certeza de que o morto não ia se levantar. Ou uma semana depois! Mas esperar cinco anos??? b) Se o deus tivesse dito: Eu eliminei seus inimigos egípcios e você pode voltar, nada tem a temer. Mas não! Ele esperou que o destino traçado por Deus Verdadeiro se cumprisse, que passasse um bom tempo para aparecer com a cara mais lavada deste mundo. c) Se tivesse aparecido 20 anos antes dizendo que os opositores estavam vivos, cheios de força e saúde mas que Moisés podia voltar que ele, o deus, o protegeria... Já pensou, que joia? Mas fazer aparição depois de anos que o rei tinha virado múmia, que vantagem tem? d) E tem mais: Enquanto Moisés era criança e depois jovem, o deus nunca apareceu pra ele. Quan-do Moisés matou o egípcio e fugiu, o deus nem deu as caras. Quando Moisés esteve à procura de lu-gar para viver, o deus não apareceu. Não deu as caras também na escolha da noiva com quem casar, não deu as caras no nascimento do filho, nem nada. Nunca, nunca mesmo o Moisés teve a felicidade de falar com o deus. Nem nos 40 anos que durou seu exílio voluntário, Moisés teve um ombro amigo, uma orientação divina; não teve como bater um papinho com alguém lá do céu, não teve notícias do Egito. Por que o Jeová não lhe apareceu antes? O coitado do Moisés nem sabia da existência do deus. De repente, quando já estava com 80 anos de idade, eis o deus aparecendo de supetão quase matan-do o velhote de susto e trazendo tudo de uma vez: notícias do Egito, orientações e uma missão.

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5- Os hebreus gemeram: “Quem virá nos salvar?”. E o deus falou: “Deixa comigo!” E saiu à procura de Moisés para pedir ajuda! Demorou bastante a encontrar, mas ei-lo que surge! Veio buscar Moisés para libertar os hebreus pois, sozinho, ele não era capaz!

Para Deus há algo difícil de ser feito? (Gen: 18. 14).

Será porventura limitado o poder do Senhor? (Num. 11:23)

(Eu adoro esculhambar o deus com palavras que ele mesmo disse e que estão na bíblia para quem quiser ler.) Os hebreus estavam escravizados há anos e gemendo o tempo inteiro. Aí há duas hipóteses:

Primeira: o deus não ouviu. Talvez estivesse noutra parte do universo criando outros mundos. Segunda: o deus ouvia, porém não tinha quem fizesse o serviço por ele. Foi preciso esperar Moisés nas-

cer, crescer, fugir, envelhecer, morrer Ramsés para que tomasse coragem e tudo começasse a acontecer! Por que esperou? Por que deixou os escravos “sofrendo tanto”, sendo “ilimitado o poder dele”? Que deus é es-

te que precisa da ajuda de um ser humano para atuar?

6- O deus bem que podia ter se manifestado de forma menos ostensiva. A nós outros, Deus Verdadeiro atua

de modo intuitivo, por meio de “coincidências” e fatos aparentemente corriqueiros, deixando a nós a liberdade de ação. Tendo nos oferecido o livre arbítrio, nem mesmo Deus Verdadeiro se intromete nas nossas decisões.

Mas em se tratando de Moisés e do deus dele...

7- Quem estava lá para ver o deus se apresentando? Se por uma só testemunha não se levanta um fato, Moi-

sés sozinho não pode ser levado a sério, ainda mais num tema desta natureza. Sobre este pormenor eu, Petros, ponho mãos e pés no fogo se houve alguém falando a Moisés na tal fogueiri-

nha. Familiarizado com os traços morais de Moisés, tenho para mim que, depois de anos da morte do faraó, Moi-sés ficou sabendo da coisa através de algum viajante e inventou a cena do deus surgindo e patati, patatá.

Torno a perguntar: Quem estava lá para servir de prova e tornar válido o lance? A bíblia deixa claro que uma só pessoa não pode atuar como prova e exige duas ou mais delas para validar denúncia e estabelecer um fato.

Jean Louis Ska, em obra já citada, expressa sua opinião: No episódio da sarsa ardente, os personagens são dois: Moisés e o deus. Quem assiste à cena? Ninguém.

Quem pode narrar a cena? Pode-se responder: Moisés. Todavia, a narrativa é feita na terceira pessoa. O narrador “simula” ser testemunha; ele se coloca nas roupagens de uma testemunha ocular para relatar o episódio.

Pelo depoimento de duas ou três testemunhas se estabelecerá o fato. (Deut. 19: 15)

Eu vivo repetindo este negócio de mais de uma testemunha, porque consta no livro “santo” e, se está lá...

8- Apareceu um Anjo – e logo após, já não era anjo e sim, o próprio deus! Mas Moisés deixa claro que ninguém pode ver Deus. A não ser que aquele que apareceu a Moisés não fosse

o Verdadeiro. Falando nisso, eis outra coisa que eu adoro repetir, só para desmoralizar as “aparições” do deus:

Não me poderás ver, porquanto homem nenhum verá a minha face e viverá. (Êx: 33: 20 a 23). Bem, não se podia contemplar Deus Verdadeiro e permanecer vivo, mas se Moisés viu e permaneceu vivo, é

porque aquilo que ele viu não era o Verdadeiro. Qual seria o espírito das trevas que se fazia passar por ele nas vezes que Moisés o “contemplou”?

9- “Moisés cobriu o rosto porque temia olhar para o deus”. A esse respeito, escrevem os analistas da Paulus: “Deus é de tal modo transcendente, que uma criatura não pode vê-lo e continuar viva.”. No entanto, Moisés ficou um tempão conversando com o deus e, na própria descrição da cena, houve momen-

tos em que ele retirou as mãos dos olhos e, é claro, “viu” o deus. Viu o deus e continuou vivo! Alguém mentiu. E aqui vai mais: Naqueles 430 anos que entremearam Israel e Moisés, o deus não apareceu. Nenhuma pessoa

o viu. Nem filho, nem neto, nem bisneto. Acabou o deus! Foi quase meio milênio de silêncio onde os descenden-tes de Israel permaneceram desdeusados, desprotegidos e depois... Tchan, tchan, tchan, tchan… Moiséééss!

Mas consta que Jeová “visitou” o povo! Visitou de longe, não falou nada, não apoiou coisíssima nenhuma, não deu esperanças. Veio, viu e sumiu. Cheio de vergonha por haver deixado o povo “eleito” se tornar escravo, se escondeu

*****

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1166-- Vi a aflição do meu povo e ouvi seu clamor. Conheço seu sofrimento; por isso, desci e vim livrá-lo dos e-

gípcios e fazê-lo subir a uma terra boa e ampla, que verte leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu, pois o clamor chegou a mim e vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. (3: 7 a 9)

Comentário: O deus falou que desceu para livrar o povo do... Epa! Calmaí, cara! O deus desceu de onde? Para onde? Desceu do céu para a terra? Deve ser, né? Bem se vê que, tanto o narrador Moisés, quanto o próprio deus eram dois baita ignorantes, levando em conta

que não sabiam que a terra é redonda, que gira o tempo todo solta no espaço. Moisés e o Jeová desconheciam que o céu está sobre nós e abaixo de nós concomitantemente de dia, de

noite, de madrugada; ignoravam que o céu rodeia a terra; que ela está de cara pra cima, de cara pra baixo e de cara pro lado; desconheciam que o “céu” envolve a terra sem “em cima”, nem “embaixo”, sem descida nem subi-da para lugar nenhum. Assim, o deus ia descer de onde, para onde?

Que a terra estivesse apoiada sobre pilares, pensavam até no final da Idade Média. Acreditava-se que o céu fosse feito de algum material consistente, uma espécie de segundo pavimento paradão de forma fixa sobre nós. Pensava-se que acima daquele material duro azul lá de cima existisse outro mundão amplo, um segundo piso onde moravam os deuses, os santos, os anjos.

Isso não só o povo antigo pensava, não! Muita gente ainda hoje crê assim. Eu também pensava desta maneira quando era criança e creio que todas as crianças do mundo têm a mesma impressão.

E Jeová pensava a mesma coisa, coitado! O conhecimento da terra girando no espaço era muito confuso para a cabeça dele! Afinal, não tinha culpa de não saber este tipo de coisa, porque somente milênios mais tarde os humanos descobriram que Deus Verdadeiro fez o planeta redondo e solto no espaço, girando em torno do sol. Ninguém contou isso tudo para o deus e não se pode hoje, cobrar conhecimentos de alguém que vivia na antigui-dade sem nunca ter frequentado escola, sem nunca ter lido um livro, mesmo que este alguém fosse o deus. Que culpa teve ele de haver vivido em época de tanta estupidez, entre pessoas tão sem cultura?

Agora, sério: Os tempos eram outros, o povo não sabia da redondeza da terra nem da sua posição em relação ao sol; nada se sabia sobre o céu nem dos infinitos corpos do universo. Mas se existisse realmente uma entidade superior orientando Moisés, estas falhas não existiriam porque, se o narrador era tolo, o deus não poderia sê-lo.

2- Que ‘sofrimento’ era aquele e que opressão era aquela com que os egípcios oprimiam os hebreus e do

qual o deus estava ansioso por livrar o “seu povo”? Em verdade, o sofrimento vem a ser uma dádiva de Deus Verdadeiro, para burilamento do espírito. Não

fosse isso nem Paulo, nem Pedro, nem João, nem santo nenhum teria sofrido!

Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. (Mateus 5:4). Se sofrimento fosse um mal, Jesus teria passado por ele? Ah, não! O Doce Mestre tinha poderes bastantes

para se desviar da dor. Mas não o fez porque era preciso dar ensinamento ao povo atrasado da época e aos atrasados de hoje que acreditam ainda que as amarguras não devem estar presentes na humanidade, nesta humanidade suja que não faz outra coisa a não ser provocar sofrimentos em outrem. Jesus tinha de mostrar que a dor faz parte do processo de depuração da alma e só através dela acontece a ascensão do espírito.

Não fosse a dor um alimento espiritual, uma certeza de um bem maior ela não seria exaltada pelos cristãos na arena de leões, nem nas citações de Jesus e de Paulo.

Se sofrimento fosse desnecessário, a vida de Jesus, dos apóstolos e dos santos teria sido nuvens de plumas, risos, alegrias, chocolate com veludo e mel, festas, dinheiro, viagens, férias, amor, orgias, bebidas, conforto, fartura, fama, sucesso... Suas vidas, no entanto, foram rosários de aflições, epopéias de renúncia com lágrimas e, exatamente por isso, sentaram-se à direita de Deus Pai Poderoso Único e Verdadeiro.

Leia as citações abaixo, e verá que esta história do deus querer libertar alguém da dor é falso.

O sofrimento de hoje produzirá no futuro a glória eterna, acima de toda comparação. (2- Cor: 4. 17)

Quem quiser me acompanhar, que se negue a si; tome sua cruz e siga-me. (Mar.: 8. 34)

Bem aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos. (Mat. 5. 6)

Bem aventurados vós que chorais, porque haveis de rir. Bem aventurados se tendes fome, porque sereis fartos.

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Ai de vós que agora estais fartos, porque vireis a ter fome. Ai de vós que rides, porque haveis de lamentar e chorar.

Ai de vós quando vos louvarem, porque assim fizeram com os falsos profetas. (Luc.: 6. 20 a 26)

Gloriemo-nos na própria amargura, sabendo que o sofrimento produz perseverança; que a perseverança traz experiência; que a experiência traz iluminação. (Rom:5. 3 e 4)

E há mais, muito mais! O Novo Testamento é uma coleção de exemplos de humildade, calma, resignação. Apesar disso, querem me fazer crer que Deus Verdadeiro esteve tentando afastar os hebreus da dor? Deus Verdadeiro não faria isso. Jeová, porém, que não conhecia os caminhos que conduzem ao Reino de

Céu, batia o pé, queria de todo jeito, livrar os judeus do sofrimento! Ó só que burro! Ele bem poderia ter feito um estágio com Jesus, para aprender os verdadeiros valores da existência.

3- Por isso, desci e vim livrá-lo dos egípcios O deus veio “livrar os hebreus”, mas empurrou o serviço para o Moisés. Por que não fez ele mesmo o traba-

lho? Cadê os poderes dele? Precisa de um ser humano para operar?

4 – E pronto! Aqui está Moisés puxando o laço, querendo se apropriar, finalmente, da terra de Canaã! No nos-

so volume anterior, foram analisadas as passagens onde ele deixou claro que queria aquele chão para si. Faz, portanto, mais de um milênio – desde o dilúvio e de Noé – que Moisés vem prometendo, excomungando, afastan-do uns, protegendo outros, preparando terreno para esta oportunidade e pondo a culpa no Jeová. Finalmente, chegou a hora.

5- O deus descreveu a terra de Canaã como ‘terra boa e ampla, que verte leite e mel’. A dúvida é: Qual terra do deserto, por ampla que seja, tem tais características? Sol, calor, areia, areia e muito

mais areia; dunas que mudam de lugar, calor de 50 graus de dia e, de noite temperatura abaixo de zero; clima seco, cobra, rato, lagarto, escorpião, ventania, tempestade de areia e mais nada. Ah tem petróleo também, mas àquela época, petróleo era entrave e não riqueza.

Se eu fosse o deus teria dado aos favoritos as terras férteis no delta do Nilo. Aquilo sim é terra invejável peran-te todo o oriente médio. E, a favor, havia o fator de que os hebreus já residiam lá. Puxa vida, o que custava tomar aquela terra para si? O que custava ao deus que tudo pode, ter empurrado os egípcios para longe e ter entregue aquela fatia de paraíso aos dodóis?

Acontece que lá tinha dono, né? Os egípcios, que tinham tradição, possuíam religião sólida, donos de conhe-cimentos profundos, que escravizaram os hebreus, teriam muito mais força para eliminá-los?

A tal “terra prometida” apresenta vegetação pobre, está localizada entre mares, sendo que um deles, o Mar Morto é o mais salgado do mundo, onde nem peixe sobrevive. A “terra prometida” tem poucos rios, pouca chuva, pouca possibilidade de irrigação... Como poderia terra assim verter leite e mel?

O deus conhecia muito pouco nosso planeta, uma vez que apenas se referia às regiões do Egito e da Palesti-na, como se o mundo fosse aquilo ali e mais nada! Os exegetas das Ecumênicas explicam:

“Outrora, antes do desflorestamento, era a Palestina bem mais fértil.”. Ora, meus senhores! Pode até ser verdade que outrora, a Palestina fosse bem mais fértil – mas ser bem mais

fértil não lhe confere a capacidade de verter leite e mel. A bíblia é fecunda em cenas estéreis, terras secas e ári-das, regiões desérticas, patriarcas andando sem rumo sempre fugindo da seca e da fome. E olhe que eles viviam na região que o deus está vestindo com os melhores brocados, com “leite e mel”.

Só para lembrar, existia o continente americano – não encontrado ainda pelos brancos, mas já existia – e este sim, com boas nascentes, com a maior aguada do mundo, a maior área verde do planeta, boas e amplas terras vulcânicas de primeira qualidade, de onde quase é possível escorrer leite e mel. E, por não terem dono àquela época, bem que o deus podia ter feito um milagre – se soubesse fazer – e ter dado de presente este continente inteiro para os protegidos e trazê-los para cá...

Mas trazer de que jeito, se há um Atlântico inteiro entre ambas as terras? Voando, uai! Por cima do Atlântico sem molhar os pés! Ele não era poderoso? Outra sugestão: Mais adiante, ele vai fazer o Mar Vermelho se “abrir” para dar acesso aos hebreus fugitivos.

Pois que abrisse o Atlântico, que os hebreus chegariam andando ao nosso continente. Para o deus seria tão fácil!

6- O deus esqueceu que é “criador” de todos os povos ao dizer: “vi a aflição do meu povo”. Que meu povo é este? O deus teria somente um povo? E este estaria circunscrito pelo sangue? Que deus pequeno! Com tal afirmação, ele negava-se a si mesmo como fazedor de todas as coisas, confes-

sando a própria limitação ao dizer que egípcios, brasileiros, cananeus, italianos, gregos, heteus, portugueses, russos, não lhe pertenciam, não foram feitos por ele! E não sendo feitos por ele, é claro que ele não é o Criador,

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não é o Verdadeiro Deus. Não sendo dele, de quem seriam os outros povos? De outro deus, do demo, ou estariam à espera de adoção? Com esta fala fica provado que o deus é falso, pois um dos atributos de Deus Verdadeiro é a universalidade. E o que vem a ser isso? Universalidade = ser dono, possuidor, proprietário de tudo e de todos em quaisquer partes do universo. E, se uma das características de Deus Verdadeiro é ser um só para tudo e todos, então fica configurada a fal-

sidade: o deus mosaico não é o Verdadeiro porque lhe falta, além dos outros, o atributo da universalidade.

• Se os demais povos pertencem a outro deus, então Deus Único não é o único deus. Então o deus de Moisés tem concorrentes poderosos, considerando que cada povo possui um deus e que o povo mais forte é aquele cujo deus seja mais briguento. Moisés deixa claro que estes outros deuses vêm a ser opo-sitores de Jeová. (Que rolo, cara!) O próprio deus dividiu os homens ao declarar-se exclusividade de um único povo.

Noteis bem aqueles que provocam divisões. Afastai-vos deles. (Rom: 16: 17)

• Sendo os outros povos filhos de outro deus, pergunto eu: Será o outro deus tão poderoso, tão criador quanto o próprio Jeová? Sim, com certeza, porque quem conseguiu criar gentes semelhantes à gente do Jeová é tão criador, tão poderoso quanto o próprio Jeová! Olhando por este ângulo, o deus de Moisés não é melhor nem maior que os demais. Seria até bem menor e na sequência veremos o porquê.

• Se os demais povos tiverem outro dono, então este outro dono seria mais poderoso que Jeová por-que teria um número maior de povos, enquanto que o deus seria dono dos hebreus e de mais ninguém.

• Se o deus for um só e este deus for exclusividade dos hebreus, então os outros povos não têm do-no, são filhos de ninguém. E com isso o deus de Moisés sai perdendo na comparação, pois que ninguém criou muitos povos, em tudo semelhante ao “povo do deus”; e Jeová só criou um só povo, em nada superior aos demais.

• E mais uma coisinha que fica me aporrinhando a ideia: O deus de Moisés criou o mundo e tudo o que nele existe: terra, água, animais, plantas, lua, sol, chuva, vento, dia, noite, e mais as coisas que esqueci, tudo para uso do “seu” povo, mas os outros deuses ficam usando o mesmo espaço e as mesmas coisas para os povos deles! Bem que Jeová poderia pôr ordem nisto aqui! Bem que poderia exigir que cada um construísse um planeta para sua gente, assim como “ele” construiu! Que bagunça é esta de tudo quanto é deus ficar usando as coisas que ele criou para o povo dele? Ara, sô!

• Ou Jeová não tinha poder para expulsar do seu chão os povos do outro deus? Ou teria medo de apanhar do Verdadeiro Dono de todos os povos?

• Mais um ponto negativo para o deus de Moisés: ele, um “deus tão poderoso”, não conseguiu livrar seus dodóis de uma escravidão levada a efeito por povos sem dono!

• Para piorar a situação do deus, veremos adiante que ele vai orientar seu povo a roubar terras dos outros povos! Isso é prova de inferioridade, pois não conseguiu, até aquela data, uma terrinha para os favoritos, enquanto que outro deus não deixou seus povos à míngua.

• Jeová não vai orientar o roubo de terras apenas, não! Vai mandar “despojar os egípcios” de ouro, prata, tecidos, vestes e joias, segundo afirmações do próprio Moisés. Isso está na bíblia e mostra sua falta de poderes; necessitando subtrair objetos de povos pertencentes a outro deus, demonstra que este outro deus é superior, uma vez que sabe construir elementos – ao contrário do Jeová que, para desfrutar de conforto precisa roubar!

• E mais: as terras que Jeová prometeu aos afilhados são de qualidade duvidosa, enquanto que os po-vos sem dono moravam na fecundidade do Nilo e em outras terras muito mais férteis as quais, aliás, nem ao menos eram do conhecimento do deus! Se este fosse um deus supimpa mesmo, entregaria ao seu povo muitos excelentes lugares do mundo. Mas, coitado! Até mesmo de Canaã, a terra prometida, de onde vertia leite e mel o povo eleito vivia fugindo por causa da seca!

• Afirma Jean Louis Ska (A palavra de Deus nas narrativas dos homens – Ed. Loyola): Israel devia, certa-mente, experimentar profundo complexo de inferioridade em relação aos outros povos, como os assírios ou os babilônios, que fundaram impérios imensos. Gênesis mostra claramente, que os homens são todos iguais, pois foram criados “à imagem de Deus, segundo sua semelhança”. Não há raças humanas e nin-guém pode pretender pertencer a uma “raça superior”. Todos são iguais, criados todos à imagem do mesmo ser que os criou. Logo, todos os homens carregam em si algo sagrado. E inviolável.

E agora, uma observação: Até o presente momento – já estamos no segundo volume –, o deus tem se mostra-do inferior aos demais “criadores”, pois o povo dele, desde Abraão, não conseguiu arranjar uma terra para si; viveu de favor em favor nas propriedades alheias. Eram verdadeiros sem teto e sem terra, enquanto que os fi-lhos dos demais deuses e os filhos de ninguém possuíam seus pedaços de chão que, diga-se de passagem, eram invejados por Jeová o qual, depois um milênio, os queria ainda para seus protegidos... Sem os conseguir.

7- “... vim livrá-lo dos egípcios e fazê-lo subir a uma terra boa e ampla... lugar do cananeu, do heteu, do a-

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morreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu, pois... vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo”. Impressionante como é justo o Jeová! Para se desforrar dos egípcios ele manda invadir as terras dos cana-

neus, dos heteus, dos amorreus e dos outros que não têm nada a ver com o peixe! Se era para se vingar dos egípcios, por que não se apropriar da terra dos egípcios? Já o disse e repito: Já

estava ali mesmo, não custava nada! Do jeito como o deus era influente, atuante, graúdo e importante, era só mandar a egipciaiada cair fora e dar o lugar aos favoritos!

8- E já que a gente está falando nisso, é bom aprofundar o assunto: A terra dos egípcios chegou a estar nas

mãos dos hebreus e vou colocar aqui, outra vez, o que já escrevi na introdução:

• José, filho de Jacó, vendido pelos irmãos foi parar no Egito onde reinava Apopi, faraó de origem semíti-ca, que fez de José seu vice rei. Veja como os semitas estiveram quase donos do Egito! Mas o deus dormiu de touca, deixou escapar a oportunidade de conservar o país em mãos dos hebreus. Jeová pode-ria ter expulsado os donos verdadeiros e colocado José no trono do faraó. Para que batalhar por outras terras? Por qual motivo correr riscos e esperar tanto tempo se estava tudo à mão, mais de meio caminho andado? Era só aproveitar a brecha. Mas não! O deus nem percebeu que os egípcios estavam se reorga-nizando contra o rei invasor e, quando deu pela coisa já estava tudo armado, os donos da terra estavam em pé de guerra e retomaram o trono! Bem, não se pode dizer que o deus não tenha tentado, coitado! Mas não mudou a história por falta de poderes. Como é que um deus que levou uma baita surra de Jacó – na passagem do Rio Jaboc que a gente comentou no livro anterior (Gen. 32: 23 - 32) – podia lutar contra um exército bem treinado e armado?

• E tem mais! São águas passadas, até dói pensar nisso, mas... Houve outra oportunidade que o deus deixou perder – eita Jeová! – foi com Moisés. Avalie comigo: Metade egípcio, não era propriamente um estrangeiro igual José; não era desconhecido nem pobretão fei-to José, não era ex-presidiário feito José, nem invasor feito os faraós hicsos. Não! Se quem nasce no Egito é egípcio, então Moisés era egípcio sem barriga me dói. Além disso, era sobrinho do mandatário. Sobrinho de sangue! Veja só como Moisés esteve pertinho de ser faraó! O que custava dar um chega pra lá no faraó e dar posse do trono a Moisés? Por que Jeová não usou a sua ca-pacidade para fazer o seu povo se apropriar do Egito, aquele país grandioso, onde tudo já estava feito? Ah, no Egito, ele apanhava! Jeová não se metia com egípcio porque dali ele sairia corrido, rabinho entre as pernas e debaixo de pau. Ia ser tanta cacetada na cabeça do deus...

E você está pensando que sou o único a comentar o assunto? Sou nada! Veja só que joia rara: No volume XXI-II de “Os Pensadores” (tradução de Bruno da Ponte e João L. Alves), o autor comenta que os judeus poderiam ter res-pondido a Moisés, quando este afirmou tê-los feito sair do Egito em número de seiscentos mil combatentes:

“Foi grande a vossa covardia, pois poderíeis ter nos guiado contra o faraó. Ele não podia nos enfrentar, nem mesmo com seu exército de duzentos mil homens. Teríamos vencido os egípcios, seríamos os senhores da-quele país. O vosso deus degolou todos os primogênitos do Egito para nos agradar e, em lugar disso, poderia nos haver oferecido este país fértil, que estava sem defesa.”

9- Ah, outra coisa: Moisés, ao saber através de um viajante (deus uma ova!) que o tio Ramsés II havia morrido

e que quem estava no trono era Menerphtah, voltou correndo ao Egito pensando se apoderar da coroa! Pensou que ia ser fácil dar um sai moleque no primo Menerphtah, alguns anos mais novo que ele e que chegou a ser seu contemporâneo no palácio.

O Mesu ainda queria ser faraó, por isso voltou tão logo soube da morte do velho. Moisés tinha lombriga de ser faraó. Por que não deixaram? Se tivesse sido, a História da humanidade teria sido

outra e hoje haveria paz no mundo! Antes de regressar ao Egito, Moisés traçou o plano B: Se falhasse no objetivo de ser faraó, fundaria um reino para si e, aí, lançaria mão dos “mandamentos” já prepa-

rados para esta eventualidade. De qualquer maneira, ele ia ter um trono inteiro onde acomodar tanto orgulho.

10- O deus disse: “... vim... fazê-los subir a uma terra boa e ampla, terra que verte leite e mel...”. O que me deixa perplexo é o deus querer iludir os protegidos falando em leite e mel. Por que os hebreus se importariam com leite e mel, se davam tão pouco valor a ambos os produtos? Poucas vezes a gente lê a palavra leite no Pentateuco. Leem-se as palavras guerra, sacrifício, carne, altar,

gordura, fumaça, vingança, holocausto, roubo, oferenda, proibição, sábado, odor, fermento, ídolo, sangue e mais sangue, morte e mais morte... Mas leite?

Quanto ao mel, o próprio deus deixou claro que não apreciava mel nas oferendas. (Lev 2:11) Se leite era acidente e mel, artigo não bem aceito, qual a vantagem de haver fartura de ambos os produtos? Jesus e João Batista, que lhe eram bilhões de vezes superiores se alimentavam com mel; mas o deus não.

Decerto estava de dieta, ou era diabético.

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***** 1177-- Ainda na sarça, o deus falou: “Eu te enviarei ao faraó, para que tires os filhos de Israel do Egito”. Moi-

sés tentou se esquivar, falou que não era capaz de tamanha tarefa e mais um monte de coisas, mas Deus o tranqui-lizou: “Estarei contigo e eis o sinal de que eu te enviei: depois de tirares o povo do Egito, servireis a deus neste monte”. (3: 10 a 12)

Comentário: Jeová quer que Moisés retorne ao monte para servir a ele! O deus quer ser servido! Quer ser

homenageado com sacrifícios de animais. Ele quer comer carne, quer beber sangue; ele gosta do cheiro de tripas queimadas! Este deus carnívoro é uma entidade pagã atrasada, bem primitiva!

Até quando os falsos profetas anunciarão mentiras e divulgarão apenas o erro do próprio coração? (Jer. 23: 26)

2- E pediu para Moisés retornar “aquele mesmo local”, o Monte Sinai, justo onde estavam naquele momento.

Pergunta: Por que Moisés tinha de retornar àquele lugar? Resposta: O deus esperava sacrifício de animais. “E não venha oferecer verdura, legume e fruta, que não quero saber de porcaria. Quero carne!”

Pergunta: Se fosse só por causa de um churrasco, precisava mover duas nações inteiras? Que fizes-sem um churrasquinho ali mesmo naquela hora com uma ovelha do sogro, que ninguém ia notar a falta de um bicho!

Resposta: Não, não era só isso. É que o deus queria ditar os 10 mandamentos. Mas, mas... Para fazer o tal ditado era preciso que fosse daí a não se sabe quanto tempo, correndo o

risco de não acontecer por causa de algum imprevisto? E por que não naquele mesmo momento? Afinal, estavam aí ambos os interessados no local escolhido pelo deus. Então, por que esperar? Por que não fazer o que tinha a fazer e pronto? Não custava nada o deus falar assim: - “Pegue umas pedras e escreva o que eu disser. E vê se capricha na letra, heim?”.

Mas não! Tinha de ter assistência, tinha de ter poeira, trovão, relâmpago, teatro. É aí que eu entendo que Moisés deixou tudo preparado para o caso de falhar a tentativa de ser faraó. Ele pastoreava as ovelhas naquela montanha; ficava dias e dias acampado à sombra daquela mesma elevação

sem ter o que fazer a não ser sonhar sonhos de grandezas e planejar como obtê-las. De dia ficava no sopé; à noite, buscava abrigo em alguma caverna das encostas. Com o passar dos anos, o recinto e a região em torno ficou conhecida em cada canto, em cada ângulo, em cada concavidade, como se fosse sua própria casa.

Volto a afirmar que Moisés teria deixado objetos de uso pessoal em alguma reentrância; peles com que se a-quecer de noite e outros artigos não perecíveis e... Por que não? Até as pedras com os mandamentos escritos! Afinal, ele tinha de se entreter com alguma coisa e foi inventando e anotando as leis nas pedras.

3- Lá atrás fiz um comentário que vou repetir: Foi também neste mesmíssimo lugar que, mais tarde, quando vagava pelo deserto com os demais fugitivos, ele

fez aquele memorável gesto de ferir a rocha com um pau para encontrar água (exo. 17: 1 – 6). O que você acha? Houve milagre, ou o Mesu sabia da existência de água? É só pensar o óbvio: se não houvesse água para si e para os animais aos quais pastoreava, ele procuraria ou-

tras paragens. No entanto, se ele praticamente morava naquelas montanhas, é porque havia o precioso líquido em quantidade suficiente para dessedentar a todos. Nada obstante, pouco tempo depois, chegando à mesma montanha com a turma que escapulia do Egito, foi preciso o deus entrar com um milagre para achar água!

O que ele e os animais que ele pastoreava terão bebido em todos aqueles anos?

Outra: O deus ofereceu uma garantia a Moisés como prova da tarefa a ele confiada: Eis o meu sinal: depois de tirares o povo do Egito, servireis a deus neste monte. Grande sinal! É o mesmo que dizer: Você vai trabalhar, e eu fico dormindo. E vê se traz bastante dinheiro. (!) Ou: Eis a prova que te dou: Se vocês me prometerem que não vão brigar nem fazer barulho, eu vou dormir. (!) Foi o que ele disse: Eis o meu sinal: depois que sair do Egito, volte aqui para me trazer comida. (!)

*****

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1188-- Ainda na sarça o deus mandou Moisés, ao chegar no Egito, reunir-se aos anciãos de Israel para lhes con-

tar aquelas novidades e irem juntos ao faraó e pedir: “O Deus dos hebreus nos encontrou. Portanto, agora deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, a fim de que sacrifiquemos ao Senhor”. (3: 16 a 18)

Comentário: “O deus dos hebreus nos encontrou”. Significa que antes disso ele não sabia onde estavam, nem lembrou de sua existência naqueles 430 anos!

Onde esteve escondido o deus, o que andou fazendo de tão importante que foi preciso o povo gemer, chorar, clamar, gritar para ser ouvido e, finalmente, encontrado?

O ouvido de Deus (Verdadeiro) ouve tudo. Nem o rumor dos murmúrios lhe escapa. (Sab. 1: 10) 2- Agora, pois, deixa-nos ir, a fim de que sacrifiquemos ao nosso deus. E só porque o deus nos encontrou, você é obrigado a deixar a gente ir fazer festinha pra ele, uai!

Desprezo as vossas festas. Não me agradam holocaustos e manjares, nem as ofertas de animais cevados. (Amós: 5. 21 e 22)

3- “deixa-nos ir caminho de três dias para o deserto, a fim de que sacrifiquemos...”. Subentende-se que os hebreus iam sair pelo deserto, andar três dias, erguer um altar, sacrificar ao deus, feste-

jar, farrear e retornar. Contudo, uma imprecisão: Este pedido de sair com os escravos hebreus, andar três dias, celebrar e retornar

vai sendo mudado até virar libertação dos hebreus do cativeiro e sair do Egito de vez. Afinal, era pra eles fazer um piquenique, esfriar a cuca e voltar, ou era para cair fora de vez? Ce entendeu o que eu quero dizer? Como não conseguiu ver atendido o objetivo inicial, Moisés foi mudando o alvo aos poucos, até que ele esti-

vesse completamente modificado: sair do país em definitivo, como se fosse este o plano primitivo. Repetindo para não restar dúvida: o pedido inicial de passear no deserto e voltar se transformou em exigên-

cia de ir embora para sempre, exigência de saída sem volta. E, se houvesse sub intenções de ir e não retornar, então o deus estava mentindo!

4- Outra: Era para Moisés servi-lo a três dias de distância, naquele mesmo monte – o Sinai. Ora, se três dias separavam o Egito daquele local, por que cargas d'água, os hebreus demoraram 40 anos pa-

ra fazer um giro por aquele deserto tão pequeno, quase invisível no mapa múndi?

5- E aqui, outra confusão: Se logo de cara o rei houvesse atendido ao pedido, a História teria seguido outros

rumos, porque a sugestão do deus era, sim, sair, sacrificar, retornar. Desta forma não haveria motivos para as famigeradas dez pragas; o deus ia ficar desenxabido, ia quebrar o bico.

6- Mas peraí! Tem uma coisa que eu já falei, mas vou falar de novo porque não encaixa na minha cabeça: Se o povo hebreu era tão numeroso a ponto de precisar matar bebês para evitar que aumentasse ainda mais

de número, por que ter de pedir liberdade ao faraó? Sim! Eram seiscentos mil homens adultos, sem contar mu-lheres e crianças! (Exo: 12: 37). Poderiam ter feito um levante, poderiam ter feito um movimento para arrancar a li-berdade à força; poderiam ter avançado rumo à saída levando no peito, de roldão, o que havia pela frente. Vendo massa daquele tamanho exigindo liberdade, qual idiota pensaria em resistir?

“Liberdade não é um sonho; é uma conquista!”. Por acaso Tiradentes ficou esperando que Portugal lhe desse alvará para a Inconfidência? D. Pedro ficou implorando que D. João permitisse libertar o Brasil? Zumbi se ajoelhou aos pés do seu senhor pedindo autorização para fugir da escravidão? Ah, não! Nossos heróis são muito mais heróis! Tiradentes planejava pegar o touro à unha. Pedro arrancou da espada, gritou, tomou as providências e só de-

pois comunicou o fato ao opressor. Zumbi defendeu seu quilombo até desabar morto – morto em liberdade! Mas os heróis semitas, em vez de erguer o topete, pegar as trouxas e cair fora, pediam licença para fugir!

Grande povo! Grande coragem! Grande audácia, Grande bravura! Grande deus eles tinham!

7- Você quer saber a verdade verdadeira? Pois eu vou contar e você pode comprovar na própria bíblia: Os hebreus estavam era muitíssimo bem no Egito e não existia o “grande desejo” de se livrar da escravidão. A

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gente vai ter muitas oportunidades de analisar o comportamento, as reclamações e a choradeira dos escravos hebreus depois da libertação, lamentando por não haver morrido enquanto eram escravos no Egito, sentados junto à fartura das panelas de carne e com pão a fartar! (Êxo: 16.2 e 3)

Além do mais, se houvesse tão grande tirania dos egípcios sobre os semitas escravos, estes teriam desenvol-vido vontade férrea tão grande em direção contrária, que ninguém seguraria aqueles seiscentos mil homens adul-tos e fortes! Nem precisava de nenhum Moisés para ensinar o caminho da rua; eles mesmos teriam feito o serviço.

E Moisés sabia disso. Ficou cozinhando o galo, ficou fazendo cera, fazendo chacrinha, dando um tempo para que seus futuros comandados se acostumassem à ideia e aceitassem a liberdade!

8- Vou colocar à sua frente mais uma vez o volume XXIII d´ “Os Pensadores. O autor comenta que os judeus

poderiam ter respondido a Moisés, quando este afirmou tê-los feito sair do Egito em número de seiscentos mil combatentes:

“Foi grande a vossa covardia, pois poderíeis ter nos guiado contra o faraó. Ele não podia nos enfrentar, nem mesmo com seu exército de duzentos mil homens. Teríamos vencido os egípcios, seríamos os senhores da-quele país. O vosso deus degolou todos os primogênitos do Egito para nos agradar e, em lugar disso, poderia nos haver oferecido este país fértil, que estava sem defesa.”

***** 1199-- Ainda palavras do deus na sarça ardente: “Eu sei, porém, que o rei do Egito não vos deixará ir, se não

for obrigado por mão forte. Portanto, estenderei a minha mão e ferirei o Egito com todos os meus assombros que farei no meio deles; depois vos deixará ir.”. (3: 19 e 20).

Comentário: Sádico! Provocando inimizade entre ambos os povos. Separando hebreus de egípcios com vio-

lência e sofrimentos como arma. Acontece que, do próprio livro que não se desmente tira-se o ensinamento so-bre a união - e não a divisão entre os seres humanos:

Eu vos peço que analiseis aqueles que provocam divisões. Afastai-vos deles. (Rom: 16: 17) 2- Quer fazer bonitinho com seus “assombros”, o Jeová! Até parece que Deus Verdadeiro precisa de expedi-

ente bárbaro para continuar sendo o Todo Poderoso. Não, não se trata de Deus Legítimo e, para nossa vergonha, ainda há quem acredite neste deus de mentira. Ah, enquanto humanidade, como nós estamos atrasados!

*****

2200-- Outras orientações do deus: “E, quando sairdes do Egito, não será de mãos vazias. Cada mulher pedirá por empréstimo à sua vizinha e à sua hóspeda joias de prata, de ouro e vestimentas, as quais porás sobre seus filhos; e despojareis os egípcios”. (3: 21 e 22)

Comentário: “... e despojareis os egípcios”. Moisés vigarista! Planejando roubar a pátria que o criou, alimen-tou, educou, fez dele um homem! Ladrão! Antes ainda de delinear a libertação, antes ainda de saber se seria faraó ou chefe dos hebreus, já estão armados os planos para uma pilhagem!

Que incoerência com as próprias leis criadas por Moisés!

Não furtarás (Êxodo: 20. 15) Não cobiçarás a casa do teu próximo, nem sua mulher, nem o seu servo, nem o seu boi. Não cobiçarás o jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo. (Êxodo: 20. 17)

Não oprimirás teu próximo, nem o roubarás. (Lev. 19: 13) Quanta diferença das orientações de Jesus, dos apóstolos e dos profetas iluminados!

Ai daquele que acumula o que não é seu! (Hab. 2: 6) Ai daquele que junta riquezas mal adquiridas. (Hab 2: 9)

Aquele que furtar será expulso segundo a maldição. (Zac. 5: 3)

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A vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui. (Luc.:12. 15) A armação do roubo antes ainda de forjar a independência demonstra o quanto o Mesu desejava as riquezas

dos egípcios, o quanto de olho gordo, inveja e de cobiça trazia em si.

Onde há cobiça e sentimento separatista há toda espécie de coisas ruins. (Tg: 4. 16) O sábio, que mostre sua mansidão. (Tg: 3. 13 e 14)

Inveja, cobiça e amargura não é sabedoria do céu; é antes, animal e demoníaca. (Tg: 3. 13 e 14)

2- E querem que eu acredite que houvesse algum ser elevado falando com Moisés. Sei, sei... Se, com efeito, a ordem de roubar veio do deus, então é pior ainda! O deus ensinando a desonestidade, ensinando a mentir, encorajando a malandragem! O deus ensinando a cobiçar as coisas alheias e a tentar obtê-las por meios desonestos! O deus ensinando a odiar o próximo, contrariando os ensinamentos do Mestre Jesus! O deus pregando o afastamento e o ódio entre os povos irmãos! Aqui, a certeza: o deus era o próprio Satã, ou então, Moisés travestido; mas, jamais Deus Verdadeiro. Neste ponto, o livro dos livros determina o roubo e, mais adiante, ensina que roubar é pecado! Aqui, as escrituras sagradas justificam a cobiça e proíbem a cobiça mais adiante... O livro que não se contradiz é contraditório. E onde há contradição há mentira.

Tu pregas que não se deve furtar, e furtas? Tu ensinas a outrem e não te ensinas a ti mesmo?

Tu ditas a lei e desonras a Deus pela transgressão da mesma lei? (Rom: 2. 21 a 23) Se Deus Verdadeiro desse alguma importância às tolices humanas, sentir-se-ia insultado com o uso de Seu

Nome Sagrado envolvido em trapaças. Mesmo assim, é a heresia máxima a Deus Verdadeiro crer que Ele poderia ter dado semelhante conselho a Moisés ou a quem quer que seja.

3- Se o deus de Moisés fosse Deus Autêntico, ou se fosse, pelo menos, um espírito de certa elevação, ensina-

ria o desapego aos bens físicos – jamais a “despojar” os egípcios de suas riquezas. Ensinaria a ter uma única sandália, uma só túnica. Veja as palavras delicadas de Jesus inspiradas na essência de Nosso Deus Verdadeiro, contrariando frontalmente os ensinamentos do deus mosaico:

A vida de um homem não consiste na abundância de bens que ele possui. (Luc.:12. 15) Ai daquele que acumula o que não é seu! Ai daquele que junta riquezas mal adquiridas! (Hab 2: 9)

Se o deus mosaico fosse Deus Verdadeiro, teria meios de oferecer ouro, roupas, alimento, dinheiro, joias e

demais objetos – jamais determinaria a pilhagem! Se, para possuir riquezas, manda extorquir os ricos por não saber fabricá-las, que bagatela de deus é este?

Só um é Legislador: aquele que pode criar. (Tg: 4. 12) 4- “Cada mulher pedirá por empréstimo à vizinha e à sua hóspeda joias de prata, joias de ouro e vestimentas”. Vamos analisar este conselho do deus:

Primeiro: Se as mulheres egípcias emprestavam suas valiosas joias de prata, joias de ouro e vesti-mentas às mulheres hebreias, então não eram más tanto quanto Moisés quer fazer crer, não maltratavam o povo semita; ao contrário, tinham-nos como irmãos.

Segundo: “... pedirá por empréstimo à vizinha” Ora, se as egípcias abastadas moravam vizinhas às casas dos hebreus, então estavam misturados senhores e servos; não havia diferença entre donos e escravos. Moravam lado a lado sem preconceito, sem distinção de raça.

Terceiro: “pedirá por empréstimo... à sua hóspeda...” Se as hebreias possuíam hóspedas egípcias que ostentavam joias preciosas e boas vestimentas, então não viviam na miséria, pois, se o fossem, as egípcias endinheiradas não se hospedariam nas casas delas.

Quarto: Se as hebreias pediriam joias emprestadas, também mentiriam sobre o lugar onde pretendi-am usar tais joias. Conclui-se que, se as egípcias acreditavam que as hebreias iam a algum ambiente ele-gante onde eram usadas joias e vestimentas caras, é porque as coitadinhas das escravas estavam habi-tuadas a frequentar lugares elegantes.

Que diferença dos escravos negros do Brasil onde, as madames não aceitariam ter as escravas como vizinhas.

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O que se sabe é que, da casa grande não se avistava a senzala, pela distância entre elas. Impossível que no Brasil, as senhoras de engenho se hospedassem numa senzala de escravos. Imagine só se no Brasil, as senhoras emprestariam suas joias às escravas negras! Nota-se por estas pistas que os hebreus não estavam na tão negra servidão que o Mesu descreveu.

O maldito pede emprestado e não paga. (Sal. 37: 21) 5- E veja que pérola uma notinha dos analistas da bíblia da Ecumênica sobre o “despojareis os egípcios”: “Esta determinação não constitui autorização para o furto, mas é ordem dada pelo Senhor de todas as coisas

que visava dar aos israelitas um pagamento devido pelos trabalhos prestados sem compensação no período da opressão.”

E retruco eu: • É ordem dada pelo Senhor de todas as coisas.. O tal deus é dono apenas dos semitas – portanto, não é

Senhor de todas as coisas coisa nenhuma. • Se o deus “visava dar um pagamento”, que o desse de seu bolso! Não que mandasse roubar. • Se, conforme alegam os exegetas, os hebreus tivessem de receber indenização pelo trabalho executado,

então escravo não seria escravo – e sim, empregado sindicalizado com direito a carteira assinada, 13º, férias, greve, FGTS, hora extra, licença saúde, licença maternidade, aposentadoria... E outras coisinhas que só há poucos anos se está conseguindo com muito suor, muito discurso, muita luta.

• E os outros povos na mesma época também teriam de libertar os servos e pagá-los regiamente – ou per-mitir que roubassem seus tesouros! Sim, pois se uma turminha conquistou o direito de sair do cativeiro podre de rica, por qual motivo todos os cativos de outras terras e de outras nacionalidades haviam de con-tinuar ralando na miséria? O mundo e o próprio Brasil manteve regime de escravatura até há poucos anos, sem compensação alguma. Por que somente o escravo hebreu teria direito a tais regalias?

• Afirmam os exegetas que a incumbência de despojar “não era autorização para o furto, mas uma ordem”. Ora, se a ordem para despojar seria diversa de ordem para roubar? E vindo do deus, os hebreus eram obrigados a cumpri-la, porque constitui exigência sagrada. Podemos generalizar porque, o que vale para um vale para todos: Quem tiver uma pendência na justiça por furto é só mostrar a bíblia e provará inocên-cia, considerando que o próprio deus ordenava o roubo! O ladrão, em lugar de pegar pena, exigirá inde-nização por constrangimento!

• Falando nisso... Olhaí, cara! Que boa ideia para se acabar de vez com Moisés, com o deus dele e suas determinações: Basta que cada ladrão diga estar roubando por ordem do deus! Quero ver se aqueles que defendem o deus vão deixar que seus subordinados assaltem sua gaveta, aceitando que isso tenha sido “ordem” divina.

• Se os trabalhos prestados merecessem compensação em forma de riquezas materiais – se não fosse por bem, que fosse por “despojamento” –, pelo menos nós, os mal pagos professores, estaríamos garantidos na vida! Poderíamos perfeitamente ir entrando na sede do governo, nas instituições bancárias e demais repartições públicas saqueando e, se alguém se opusesse aos nossos objetivos, bastaria mostrar a bíblia! Afinal, nosso trabalho bem que merece uma compensação e, como não nos compensam, vamos nós mesmos “despojar” o governo daquilo que acreditamos merecer.

• E, se todos os trabalhadores que se julgam injustiçados fizerem o mesmo, dentro de horas o mundo esta-ria o caos. E aí, Senhores Analistas Bíblicos, como fica? A gente pode despojar aqueles a quem presta-mos serviço? A gente pode aliviar nossos patrões de suas riquezas e justificar que isso é ordem do deus? Se os hebreus puderam, nós podemos também, uai! O mundo ficaria uma bagunça sagrada e nin-guém poderia reclamar!

• Depois de perceber a zorra que ficaria o planeta se as ordens bíblicas fossem cumpridas, continuariam os senhores exegetas justificando e defendendo a licença do deus? Se o “livro dos livros” for seguido, não te-riam os senhores parte da culpa, por justificarem tal aberração?

Os exegetas da Paulus e das Paulinas nem comentaram o assunto. Pularam este pedaço, fingiram não ver.

***** 2211-- Moisés, no entanto, relutou em atender ao deus e, para desfazer as dúvidas, “o Senhor perguntou: Que é

isso que tens na mão? Respondeu Moisés: Uma vara. Disse o Senhor: Lança-a na terra. Ele a lançou na terra e ela virou cobra. E Moisés fugia dela. Disse o Senhor: Pega-lhe a cauda. Moisés, pegou-a pela cauda e ela se tornou vara”. (4: 1 a 4)

Comentário: De acordo com o que tenho lido, esta prática era comum naquela época; o “prodígio” era uma

espécie de hipnotismo coletivo muito praticado no meio da rua e nas feiras livres, em espetáculos públicos em troca de algumas moedas. Veremos no decorrer desta análise, que os egípcios conseguiam a mesmíssima coisa: fazer um pau transformar-se em cobra e depois torná-la bastão outra vez, provando que o “milagre” exibido pelo

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deus era coisa banal, corriqueira. E, mesmo que não fosse, Deus Verdadeiro não lançaria mão de ardil tão tolo que nada tinha em comum com a empreitada que havia pela frente. Qual analogia entre paus e cobras com liber-tação de escravos?

2- Notar que, em momento algum, o deus ensinou a Moisés como proceder para mudar vara em serpente e

depois desvirar; apenas fez ele mesmo o artifício e depois, ele próprio desfez a mágica, sem que Moisés mostras-se interesse em aprender. Mais adiante, no entanto, veremos Moisés exibindo-se frente o faraó com este truque. Ora, como foi que, para amedrontar o soberano, o Mesu “transformou” pau em vara, se o deus não ensinou?

3- Por que a vara se transformaria em cobra, só em cobra? Por que não em baleia? Ou em girafa? Por que

não em macaco, dragão, urso? Ou em borboleta, barata, rato, besouro, mosquito? Sim, se era possível trans-formá-la em cobra, com a mesma facilidade seria transformada em outro bicho grande ou pequeno.

Tratava-se de hipnotismo, visto que a semelhança entre vara e cobra é grande; mas a diferença entre vara e leão é gigantesca impossibilitando a ilusão tanto na forma quanto no som, se lembrarmos que leão urra, havendo a necessidade de fazer a mágica com som, ao passo que cobra é silenciosa qual uma vara.

Mas Jeová era estagiário sem prática, pobrezinho! Se lhe dermos tempo, talvez vê-lo-emos transformando pa-lito de dente em dinossauro.

***** 2222-- Deus mandou Moisés colocar a mão no peito. “Ele o fez e tirando-a, eis que a mão estava leprosa, branca

como a neve”. O Senhor mandou colocar a mão no peito outra vez. Moisés a colocou e, quando a tirou, estava completamente curada. Disse o Senhor que, se o faraó não acreditasse no primeiro sinal, acreditaria no segundo. (4: 6 e 8)

Comentário: Falemos um pouco sobre a lepra. A gente não tem como listar todas as suas características, mas

vejamos, de modo geral, do que se trata:

O que é: Hanseníase é moléstia causada pelo bacilo de Hansen, que ataca sobretudo pele e nervos. Os primeiros sintomas

demoram de dois a cinco anos para aparecer, iniciando por manchas esbranquiçadas ou avermelhadas e dormen-tes, insensíveis à dor. Na maioria das vezes, o doente nem percebe as manchas porque elas não incomodam, não doem, não coçam.

Evolução: O paciente pode ficar durante anos com estes sinais. Não sendo tratado, pode ou não evoluir para uma destas

formas: a) Benigna: manchas pelo corpo, em geral avermelhadas. Não são encontrados os bacilos nestas manchas e,

neste caso, a doença não é contagiosa, porque não se trata de lepra. b) Forma grave: a pele das nádegas e das pernas fica arroxeada, podem aparecer caroços. Orelhas e nariz ficam

inchados e arroxeados. Pode haver queda de cabelos, pelos e sobrancelhas. Nas manchas são encontrados os baci-los, fator que torna a moléstia contagiosa, com tratamento demorado.

Sintomas: Manchas na pele com queda de pelos; as manchas não pegam pó, não incomodam, não doem nem coçam. Outros sintomas: queimaduras e cortes sem dor. Dormência, formigamento.

Tipos: a) Dimorfa com componente polo virchowiano, altamente contagiosa. Com o desenvolver da moléstia, a pele se

torna grossa com manchas vermelho-arroxeadas ou acastanhadas mal delimitadas em qualquer parte do corpo. Pode ainda aparecer caroços, queda de pêlos das sobrancelhas, inchaço no rosto e nas orelhas. Sem tratamento, este doente passa a doença para outra pessoa.

b) Tuberculóide: contagiosa em grau menos intenso; há quem afirme que não seja contagiosa. Caracteriza-se por manchas esbranquiçadas ou vermelhas que aparecem nas bordas, deixando poupada de quaisquer colorações estranhas a parte central. As manchas aparecem mais nos braços e pernas. É a forma mais branda, podendo ocorrer cura espontânea.

Nas duas formas da doença, além da pele podem ser atacados os nervos, sobretudo dos braços e das pernas, po-dendo causar deformidades e paralisia das mãos e dos pés. Nos olhos podem aparecer irritações, ardência e até

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cegueira, se a doença não for tratada.

Obs.: a) todas as formas são contagiosas. É uma das doenças infecciosas menos contagiante b) 80% das pessoas apresentam resistência natural contra a hanseníase.

Meios de transmissão: O doente elimina o bacilo pelas vias aéreas superiores: fala, tosse, espirro e, nalgumas vezes, pelo contato com

lesões cutâneas, o que pode contagiar outras pessoas. Para acontecer o contágio é preciso conviver muito tempo com o doente sem tratamento. Sabe-se, porém, que a moléstia não é tão contagiosa como se acreditava antigamen-te, sendo que a maioria das pessoas possui resistência natural contra ela.

Outros dados: Antigamente, a cura levava de dois a cinco anos. Modernamente, com tratamento adequado a cura está ocor-

rendo mais rapidamente, entre seis meses a dois anos, por causa da eficácia dos medicamentos, que neutralizam o contágio um mês após o início da medicação. Portanto, o importante é a doença ser diagnosticada o mais cedo possível e não haver interrupção do tratamento. A doença tem cura, bastando que o doente siga o tratamento à risca. (Dados: Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”, Ministério da Saúde e Secretaria da Saúde do Est. de S. Paulo.)

2- Vamos analisar este retrato da lepra colhido modernamente num Centro de Saúde e feito por cientistas es-

pecializados e compará-lo ao que houve naquele dia entre Moisés e o deus:

Deus mandou Moisés colocar a mão no peito. “Ele o fez e tirando-a, a mão estava leprosa, branca como a ne-ve”. O Senhor mandou colocar a mão no peito outra vez. Moisés a colocou e, quando tirou, estava curada.

Vamos por partes: A mão de Moisés ficou “branca como a neve”. Sabendo que o Verdadeiro Deus não passa por cima das pró-

prias leis e que a lepra possui as próprias normas, eu quero saber qual tipo de lepra era aquela que deixou a mão “branca como a neve”, se nenhum tipo de hanseníase deixa a pele com esta coloração. O máximo que pode ocorrer é a pele ficar com manchas esbranquiçadas, alvacentas, descoradas nas bordas, deixando poupada de qualquer coloração estranha a parte central – mas jamais a mão inteira “branca como a neve”.

Talvez Moisés tivesse enfiado a mão na farinha e pensou que estivesse leproso, porque os primeiros sinto-mas demoram de dois a cinco anos a surgir. Se for lepra vai seguir seu curso e, se não seguir, não é lepra!

Portanto, o que houve com Moisés – se é que houve alguma coisa – não era lepra.

Mas, vamos fingir que estamos quase acreditando e perguntar: Quem diagnosticou a doença? Onde estão as testemunhas? Quem viu a mão de Moisés ficar branca igual neve? Ninguém diagnosticou a doença, não houve testemunhas. Neste caso, como querem que eu acredite nesta historinha de fazer nenê naná? É impossível afirmar a veraci-

dade de um fato sem provas que o tornem válido. Assim, o mais inteligente é calar e não ficar alardeando inven-cionices como verdades irrecusáveis.

3- Na segunda vez que Moisés escondeu a mão sob as vestes, ela saiu curada! Vixe! Vê-se que não se tratava da doença em questão porque, se o fosse, a cura teria demorado de seis meses a

dois anos, seguindo tratamento ao pé da letra. Sim, podia ter sido um milagre, mas... O deus sabia fazer milagres? Se soubesse fazer, não ficaria fazendo

truques circenses; retiraria ele próprio o povo dele no colo e o levaria para a melhor terra do mundo.

4- Aqui o deus fez brotar a doença e a curou em dois minutos. Adiante, o mesmíssimo deus eliminará lepro-

sos de sua frente; expulsará doentes para fora do acampamento, a fim de não se contaminar; ele se borrava todo de medo de pegar a doença!

Você duvida? Pois veja em Números (5: 1 a 3), há uma cena em que o deus ordena: “Lancem fora do arraial to-do leproso, todos os que enfermos com corrimento, todos os que se contaminaram em contato com um morto. Homem ou mulher os colocareis fora do arraial, assim não contaminarão o acampamento no qual eu habito”.

Viu só? Leia outra vez o resumo: “Lancem fora todo leproso para que não contaminem o meio em que EU habito.”. Entendeu a extensão destas palavras? Isso aí tem dois significados importantes e uma conclusão nada brilhante:

Um: Jeová não sabia curar doença nenhuma, muito menos lepra. Dois: Se Jeová fosse um deus, ou um espírito – mesmo que maligno -, não teria medo do contá-

gio, pois seria imaterial, incorpóreo. Como estaria exposto à transmissão de doença um ser que não

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possui corpo? Conclusão: Não sabendo curar lepra e estando exposto à contaminação, é prova suficiente para crermos que

aquele deus nunca existiu; era invenção de Moisés, fruto de sua fantasia, sendo ele, o próprio Moisés, quem se fazia passar pelo deus que ele batizou com o nome de Jeová.

5- Quanta diferença entre o deus de Moisés e o Divino Galileu! Jesus não fugia dos doentes; seu poder era

tanto que, além de não se contaminar, ainda de lambuja curava quaisquer doenças – inclusive lepra, só com uma passada de mão! Jesus sim, tinha poderes vindos de Deus Verdadeiro - poderes que deixariam Moisés e Jeová vesgos, de queixo caído, de boca aberta se remoendo de inveja!

6- Em frente: Supondo que o relato bíblico fosse verdadeiro, há outra particularidade: Para não deixar Moisés muito envergonhado, digamos que as manchas não eram “brancas como a neve”, mas

esbranquiçadas. Brancacentas nas bordas, mas sem coloração estranha no centro. Neste caso, era a forma mais leve de lepra. Mesmo assim seria bom um exame mais profundo para ter certeza. Era preciso ter analisado os pelos, os cabelos, as sobrancelhas; saber se havia dormência, formigamento, dor, sensibilidade ao calor e ao frio. Sim, era necessário levantar os detalhes para saber o tamanho do problema e o tamanho do milagre.

Mesu não fez referência a qualquer um destes sintomas, sinalizando que eles não acompanharam a brancura do membro afetado. Escondeu a mão e retirou; estava branca. Escondeu a mão e retirou; não estava branca.

Era lepra? Que nada!

7- Se Jeová soubesse operar maravilhas, que tivesse ensinado a curar lepra. Isso sim, seria prodígio verda-

deiro; que ensinasse a afastar cobras. Mas não! Ficava fabricando lepra e cobra em lugar de ensinar alguma coisa de útil!

8- “Disse o deus que, se o faraó não cresse no primeiro sinal, acreditaria no segundo”. Peraí! O deus ficou na dúvida? O deus não sabia? Não era certeza? Ele não conhecia o íntimo do faraó? Não

previa o futuro? Não sabia o que aconteceria? Que espécie de deus era aquele? Se tivesse de ganhar a vida len-do mãos, consultando bola de cristal, lendo cartas de baralho, jogando búzios, ia passar fome o coitado!

E, para provar que aquele deus não previa o futuro, o faraó não acreditou no primeiro sinal e nem chegou a ver o segundo. Decerto Moisés ficou tão envergonhado quando se viu desmascarado logo no primeiro embuste, que nem contou do truque da mão enfarinhada.

9- Mais uma dúvida: O deus “fez” a mão de Moisés ficar branca, mas não lhe ensinou o truque. Quem bran-

queou a mão de Moisés foi o deus e depois disso, Moisés não praticou a magia em outra pessoa; assim, se ele quisesse fazer a mão do faraó embranquecer não ia conseguir, por desconhecer o princípio da mágica.

Mas... O deus não ensinou também o truque de fazer vara se transformar em cobra e, no entanto, Moisés fez o prodígio na frente do faraó, objetivando amedrontá-lo. Como foi que aprendeu? Onde? Com quem?

10- O deus sugerindo truques maléficos! O deus orientando a enganar! Será que esta entidade é o mesmo

Deus Único e Verdadeiro, aquele Deus Justo e Imparcial a quem aprendemos a amar? Nossa razão sente re-pugnância em imaginar que o Criador seja este ser pequeno, bronco, aparvalhado, estúpido e ignorante re-tratado por Moisés. Se esta entidade acriançada for o Verdadeiro Deus, melhor será que nos tornemos ateus.

Eu, Petros, me acho feliz por não ser filho daquele deus e não há nenhuma blasfêmia nesta afirmação.

11- Pensando bem, lembrei uma coisa: Nunca ouvi falar que Moisés tivesse sido canonizado pela Santa Ma-

dre Igreja Católica. Você sabe se o Moisés virou santo? Se souber, me dê um alô para eu corrigir isto aqui. O “Almanaque do Pensamento”, que tem uma relação mais ou menos completa sobre os santos do ano inteiro

diz que, no dia 25 de novembro, é comemorado São Moisés, padre e mártir. Assim, se o São Moisés do almanaque foi padre e mártir, não é o Moisés bíblico, que não foi tico nem taco. E, se o Moisés bíblico foi canonizado pouca gente sabe disso. Nunca fiquei sabendo de alguém que rezasse

pedindo lhe graça, exaltando-o ou agradecendo milagre. O que me deixa perplexo é que tá assim, ó, de santo que foi gente anônima com vida comum, sem pratica-

mente nada que os destacasse da multidão. E Moisés, o legislador da bíblia, o qual vivia colado com o deus, que “recebia instruções” diretas da fonte com a facilidade com que eu coço meu olho; que teve a companhia do deus naquelas andanças de 40 anos sem rumo pelo deserto, não foi canonizado, não virou santo! Não entendo, pois se havia tanta intimidade entre ambos, então Moisés “já era santo”. Já havia nascido santo. Era um santo na terra!

E Moisés seria um santo milagreiro dos melhores, estaria num nível acima do Mestre Jesus (desculpe, Jesus), o qual nunca foi visto conversando direto com Deus Verdadeiro, nem jamais se jactou de tê-lo visto face a face.

Neste mato tem coelho! Em minha opinião, os responsáveis pelo processo de santificação sabem muito bem

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quem foi Moisés; sabem do engodo interpretado por este falso profeta e, evitando maiores dramas de consciên-cia, sequer levam a sério a hipótese de fazer constar nos altares, dentre santos virtuosos, a imagem de um velho canalha, cuja vida foi pontilhada por crimes de fazer inveja aos maiores assassinos da História da Humanidade.

Na internet (http://mundoestranho.abril.com.br) encontrei o seguinte texto: Por que personagens bíblicos importantes, como Moisés, não são santos? Na verdade, embora Moisés, Davi, Salomão e tantos outros personagens do Antigo Testamento não te-nham sido canonizados, eles são, sim, considerados santos pela Igreja Católica. "Eles são os santos pa-triarcas", afirma o teólogo Irineu Rabuske, professor do Departamento de Teologia da Pontifícia Universi-dade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS). Acontece que a Igreja não usa o termo santo para quem veio antes de Cristo - com exceção de S. João Batista, Virgem Maria e S. José, os avós S. Joaquim e San-ta Ana. Em geral, as figuras chave do Antigo Testamento recebem o nome de "justos". O processo de ca-nonização [...] é conduzido pela Congregação para as Causas dos Santos. O catálogo oficial de santos e beatos da Igreja conta atualmente com mais de 6 500 nomes, dos quais apenas seis beatos e um santo são brasileiros. (Yuri Vasconcelos | Edição 90 http://mundoestranho.abril.com.br)

E uma internauta, admirada com a explicação, exclama: “Nossa! Então é por isso que nunca vi Santo Isa-que, Jacó, Abrão, Moisés. Mas.... Moisés era para ter um mais destaque, pois foi ele viu Deus face a face.”

Bem, digamos que a explicação acima (quem veio antes de Jesus não foi canonizado) nos tenha deixado satis-feitos. Mesmo assim, a dúvida permanece: O primo, os pais e os avós vieram antes de Jesus e foram canoniza-dos. Sim, estes merecem o título de Santos; o primeiro foi o percursor, os outros deram origem ao mais santo de todos os santos: Jesus Cristo.

Mas Moisés, que afirma, jura de pés juntos ter “visto o deus face a face” seria até mais santo que todos eles e, no entanto, eis os outros sendo canonizados e o Moisés, neca de pitibiriba.

Noutro site, entre outras coisas, a explicação é que Não foi feito processo formal de beatificação no caso de Moisés e outros porque a moral do Antigo Testa-mento não era cristã. Era moral mosaica. Não querem colocar como modelo alguém cuja vida não pode ser modelo.

Agora sim, vi vantagem. Os “santos patriarcas” não servem de exemplo em nenhum aspecto e, sendo a Igreja Católica rigorosa com a moral dos beatificados; analisando a fundo os milagres dos candidatos a santo, então tem mais do que razão em desprezar personagens que, além de ter tido vida nada virtuosa, não exibiram nenhum, mas nenhum mesmo milagre. E, entre tais gargantas pode-se juntar o próprio Jeová que, igualmente, não apre-sentou atividade alguma que se poderia chamar de exemplar e, muito menos exibiu algum milagre.

Mas a proposta está de pé: Se você souber da santificação de Moisés me dê um alô, que não quero ser injusto.

***** 2233-- “Se duvidarem, tomarás as águas do rio e as derramarás na terra; as águas tornar-se-ão sangue”. (4: 9)

Comentário: Transformar em groselha as águas do pote era outro espetáculo circense que os sábios do faraó

conseguiam facilmente realizar. E, quanto ao Nilo transformado em sangue, a gente destrincha com facilidade.

***** 2244-- O Moisés continuava “sem vontade” de atender às ordens do deus; ficou se esquivando, fazendo doce.

Disse assim: “Eles não crerão em mim, não acudirão à minha voz, pois dirão: ‘O Senhor não te apareceu’. Falou também que não tinha o dom da palavra: “Eu nunca fui eloquente nem outrora, nem agora que falas com teu ser-vo; sou pesado de boca e pesado de língua.” Falou que não possuía facilidade para convencer através da oratória, que era para procurar outro e não sei o quê, não sei o que lá... (Êxo: 4:10). Respondeu-lhe o Senhor: “Quem fez a boca do homem? Ou quem faz o mudo e o surdo, o que vê e o cego? Não sou eu, o Senhor?” (4: 11).

Comentário: Vamos por partes.

A situação era esta: Moisés recebeu a “missão divina” de guiar os hebreus para fora do Egito. Para tanto, ele teria de rebolar mui-to para dar conta da tarefa conquanto eles, os hebreus, não obstante encontrarem-se cativos, estavam bem instalados, não nutriam a mínima vontade de aventurar-se sem rumo pelo deserto. Sair de suas casas e ir pa-

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ra onde? Por quê? A primeira dificuldade era esta:

Depois de quatro décadas fora do Egito, pouquíssima gente se lembrava de Moisés. Para a maioria, ele era um desconhecido, e não se entregariam de boa vontade nas mãos de um estranho que os iludiria com uma terra fértil onde jorrava leite e mel.

A segunda dificuldade era esta: Os hebreus não acreditariam que ele havia visto e falado ao deus, porém, dada a “sua missão”, Moisés tinha necessidade de usar, em grande quantidade, o poder de persuasão a fim de convencer centenas de milhares de escravos semitas a acompanhá-lo deserto afora. De qual maneira fazer a cabeça de tanta gente, como convencer através do discurso oral, se Moisés tinha a língua travada? Palavras dele próprio: “Eu nunca fui eloquente nem outrora, nem agora que falas com teu servo; sou pesado de boca e pesado de língua.” Desde garoto, portanto, o coitadinho engasgava quando abria a boca para falar. E, mesmo agora, na presen-ça do deus ele gaguejava, sentia imensa dificuldade em articular as palavras.

A solução era esta: O deus afirmou “Quem fez a boca do homem? Quem faz o mudo e o surdo, o cego e o que vê? Não sou eu?” Com esta expressão confortadora, Jeová garantiu que Moisés conseguiria convencer através da oratória.

A dúvida é esta: Terá sido mesmo o deus quem fez o mudo, o surdo, o cego e o não cego? Eu não boto fé, mas vamos dar-lhe uma chance, coitado! Pode ser que ele consiga.

A prova é esta: Se o deus de Moisés era o Verdadeiro Criador; agora é a hora de provar. Se realmente ele criou qualquer coisa seja no céu, na terra, no ar ou na água, também terá poderes para reverter o quadro e dotar Moisés do dom da palavra. Se arranjar uma saída decente, se fizer Moisés falar com fluência, é porque é Deus Au-têntico e peço perdão de joelhos por haver duvidado.

Bem, vamos em frente e vejamos o que acontece.

***** 2255-- Jeová continuou a Moisés: “Vai, pois, e eu estarei em tua boca e te ensinarei o que hás de falar”. (4: 12 ) Comentário: Opa! Está prometendo! “Eu estarei em tua boca”! Será que o deus vai topar a parada e destravar

a língua de Moisés? Se cumprir a promessa de fazer o dodói falar com eloquência, se lhe desbloquear a língua desenvolvendo nele o dom da oratória, serei obrigado a pedir desculpas e reconhecer que ele é poderoso.

***** 2266-- Moisés ainda fez de tudo para se esquivar: “Ah, Senhor, envia aquele que hás de enviar, menos a mim.”

(4:13), mas Jeová não aceitou desculpa. Por fim, irou-se e falou: “Aarão, o levita, não é teu irmão? Eu sei que ele fala fluentemente (4:14). Tu lhe porás na boca as palavras; eu serei a tua boca e vos ensinarei o que deveis fazer. Ele falará por ti; ele será a tua boca e tu serás para ele um deus”. (4: 15 a 16)

Comentário: Pronto! Deu com os burros na água! E você, leitor, acreditou que o deus fosse destravar a língua de Moisés? Que tivesse poderes para tanto? Viu só como é fácil desmascarar este deus? Desde o comecinho da bíblia, ele não fez um só fenômeno, não realizou um único milagre, não fez coisa al-

guma digna de admiração. Até agora só conseguiu mudar o nome de Abraão, de Sarai e de Jacó e mais nada! Só conversa mole, só papo furado, só mentira em cima de mentira! Depois de tanto papo de que “ele” criou o homem e a boca do homem, que criou o surdo, o cego, que criou mundos e fundos e o etecétera, não conseguiu fazer um único homem falar! E veja bem: o homem já existia – feito por Deus Verdadeiro – a língua de Moisés já estava criada – por Deus Verdadeiro também –; bastava tão somente se apoderar de coisas existentes e fazê-las fun-cionar. Mas nem isso conseguiu! E ainda teve a audácia de dizer:

Para Deus há coisa demasiadamente difícil? (Gen: 18. 14)

2- Precisou de outro homem que falava bem! E este seria a boca que ele prometeu a Moisés: Ele falará por ti. Ah, vá, vá! Vai baixar noutro terreiro! Outro falar por ele! Que grande solução! Teriam de andar agarrados feito

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siameses; aonde fosse um, o outro ia grudado porque, vá que o Moisés quisesse falar, cadê a boca dele? Aarão falando pelo Mesu! Quanta pobreza! E o deus teve a coragem de afirmar, com nariz arrebitado e cheio

de arrogância: “Quem fez a boca do homem? Quem faz o mudo e o surdo e o cego? Não sou eu, o Senhor?”. E teve a audácia de proferir esta outra pérola que eu adoro repetir toda vez que ele se mete numa enrascada: “Para Deus há coisa demasiadamente difícil?” (Gen: 18. 14) E esta outra, que teretetê eu repito só para encher o saco do deus: “Acaso ter-se-á encurtado o braço do Senhor? “(Num: 11. 23)

Não seria mais racional se Moisés falasse por si? A precisão de usar outro homem para divulgar suas palavras caracteriza de sobra, a falta de missão de Moi-

sés, pois quem recebe missão de Deus Verdadeiro nasce aparelhado para ela, ou com capacidades para desen-volver em si as necessárias aptidões.

Poderá ser dentista quem nasce sem braços? Poderá ser cientista, engenheiro ou médico quem tiver QI de idi-ota? Poderá ser narrador de jogo aquele que nasce mudo? Poderá ser estudar os astros aquele que nasce cego? Terá por missão convencer através da palavra oral aquele que nasce gago?

Pois Moisés era gago! Como poderia ser missionário através da palavra se não conseguia conversar? Imagine a cena: Moisés e Aarão num palanque, fazendo um discurso. Aarão fala bem, mas não sabe o que di-

zer; Moisés recebe do deus o conteúdo, mas com a língua presa, não tem como expô-lo à multidão. Aí fica assim: O deus cochicha na orelha de Moisés, Moisés gagueja na orelha de Aarão e Aarão repete para o

povo. Depois silencia e fica esperando. Aí, o deus cochicha outra vez, Moisés escuta, gagueja na orelha de Aarão, que escuta e repete o que lhe foi cochichado.

Foi esta a brilhante solução que o deus arranjou: O que é isso, minha gente? Onde fica a força da palavra? Para onde vai a energia da expressão, a segurança,

a certeza do que diz numa armação deste calibre? Esta cena é comédia bem fajuta, mas bem ruim mesmo. Isso é próprio de Deus Verdadeiro, ou de uma entidade trapalhona qualquer? Ou então... Ocorreu-me agora. Um pouco tarde, mas se ocorreu a mim, que não sou nada, bem que poderia ter

ocorrido ao deus ou a Moisés. Assim: Em lugar do deus cochichar na orelha do Moisés, que cochichasse direto na orelha de Aarão, ué! Muito mais fácil.

3- O deus foi, segundo Moisés, o criador de todos os seres humanos. Ora, havendo missão importantíssima a ser desempenhada por Moisés, missão gigantesca a nível mundial, por

que o deus fê-lo gago? E por que fez Aarão tão eloquente, se este não tinha missão importante nenhuma? O deus bobeou e trocou as bolas! Mas sendo poderoso, ainda estava em tempo. Por que não destrocou? A bíblia afirma que Jeremias nasceu profeta, mas sentia-se inseguro no falar; o Senhor, contudo, tocou-lhe

a boca com a mão, outorgando-lhe o poder de expressar-se bem. (Jer: 1:6 a 10). Ora, porque não fez o mesmo com Moisés, em vez de atrelá-lo a Aarão?

4- A solução de usar Aarão como intermediário já teria sido arquitetada pelo próprio Moisés desde anos an-

tes, enquanto pastoreava rebanhos à sombra do Monte Sinai. Simulando, porém, que a sugestão de valer-se do outro como intérprete partira do próprio deus, daria aquele toque de grandiosidade; o povo respeitaria e Mesu atingiria o alvo. Sem contar que poderia ficar dia e noite junto a outro homem sem provocar diz que me diz.

5- Por fim, o deus irou-se contra Moisés... Nervosinho, ele! Até parece gente!

6- O deus irou-se contra Moisés e disse: “Aarão, o levita, não é teu irmão? Eu sei que ele fala fluentemente...”. Aqui que entra com força aquela dissonância quanto à família de Moisés, à qual já fiz referência: Na história oficial, Moisés foi colocado no Nilo por gente ignorada. Tendo sido verdade, princesa e acompa-

nhantes e se perguntaram: “Quem terá feito isso? De onde veio esta criança?”. Esticaram o pescoço para ver lon-ge, correram à procura do autor da proeza, mas nada descobriram e a origem de Moisés seguiu sendo mistério.

Você leitor, pode consultar o Êxodo até o aparecimento do deus na sarça e verá que, em nenhum momento foi desvendado o segredo da família de Moisés. Aliás, quem poderia ter revelado se ninguém sabia e, quem sabia seria morto se contasse? Existe a versão do Conde Rochester; no entanto, esta variante não era do conhecimento de ninguém da época e, portanto, o menino continuou tendo pais desconhecidos.

Apesar disso, Moisés e o deus sabiam que ele era levita, irmão de Aarão e Mariana, filho que Jocabed. Sabi-am que a família era israelense da tribo de Levi. Ficha completa!

Pergunto eu (sou um velho chato!): Quando foi que souberam que Aarão era irmão do Mesu? E o deus, tão limi-tado, como soube disso? Se fosse o Verdadeiro Deus tudo bem, mas o deus minúsculo? E mais: Tendo desco-berto o segredo da origem do menino, por qual motivo o faraó não o mandou de volta à família? Por que não cas-tigou Jocabed, que teve a ousadia de depositar o filho nas águas para livrá-lo da morte, desobedecendo às ordens dele próprio, o faraó?

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7- Tá, tá bom, você acredita que o deus tinha poderes para descobrir que eles eram irmãos. Mas não me ve-

nha dizer que, anteriormente ao episódio que estamos estudando, o deus teria revelado o segredo a Moisés. Não. O deus não desvendou o segredo ao favorito, uma vez que esta aparição na sarça ardente foi a primeira vez que lhe surgiu. Tanto é verdade, que o deus se apresentou: “Sou o deus dos teus pais; o deus de Abraão, de Isaac e de Jacó”.

Até aí, Moisés não conhecia sua origem e, mesmo assim não ficou admirado quando o deus contou; fez que sim com a cabeça e continuou o assunto! Por quê? Significa que o Conde Rochester não delirava quando deu a entender que Moisés foi um dos maiores embustes da História da Humanidade. Aliás, este autor garante que Aarão era filho de Jocabed; Jocabed era irmã de Ithamar o qual, por sua vez, era pai de Moisés. Portanto, Aarão era primo – e não irmão.

8- Toca o bonde. Em nenhuma ocasião Moisés fez alusão à sua família. Só agora, aos 80 anos, quando resol-

ve voltar ao Egito e, dada a disfunção oral, percebe que vai precisar de um intérprete. Querendo ter junto a si de-terminado homem, resolveu “fazer deste homem seu irmão” com quem andará de braços dados e ninguém pode-rá recriminá-lo, pois era ordem do deus que se associasse ao “mano”.

Por que não escolheu a irmã Mariana para ser sua porta-voz? Ou Séfora, sua esposa? Seria mais tolerável ver uma mulher junto de um homem, do que dois homens agarrados um ao outro caminhando pra lá e pra cá.

Mas... Ah, lembrei! Mariana e Séfora eram mulheres e Moisés não era ligado em mulher.

E, quanto aos exegetas das Paulinas, parecem duvidar que Aarão tenha sido irmão de Moisés. Dizem eles: “Aarão, o levita: nome de profissão, isto é, ele era sacerdote. Era da tribo de Levi, assim como Moisés.”.

Com esta vaga explicação eles não se comprometeram, pelos seguintes motivos: Primeiro: esquivaram-se de admitir o parentesco entre os dois, coisa em que não acreditavam. Segundo: Aarão era apenas um levita da mesma tribo de Moisés, o que pouco explica. É o mesmo que

dizer que ambos tinham o mesmo sobrenome. Terceiro: Aqui, uma demonstração de ignorância dos analistas bíblicos: os levitas somente passaram a

ser sacerdotes após Moisés compor sua religião; e esta constituição de religião aconteceu muito depois da cena que a gente está descrevendo. Portanto, Aarão era apenas levita, descendente de Levi – e não um sacerdote, uma vez que no momento deste diálogo, não existia ainda a religião mosaica, muito menos seus sacerdotes.

CAPÍTULO 4

MOISÉS RETORNA AO EGITO

2277-- A “contragosto”, Moisés aceitou a sugestão para retornar ao Egito. O deus apareceu mais uma vez para dizer que podia voltar sem susto, que todos os que queriam eliminá-lo estavam mortos. E ele “tomou sua mulher e seus filhos; fê-los montar num jumento e voltou para a terra do Egito”. (4: 18 a 20)

Comentário: O deus apareceu de novo para tranquilizar seu mais recente dodói. A partir daqui, Moisés vai ver

o deus a cada dia, em cada passo, em cada problema e até sem problema. A gente sabe que isso não é verdade, porque o próprio Mestre Jesus garantiu: “Ninguém jamais viu Deus” (1-João: 4. 12) e, em Jesus, eu acredito.

2- Moisés pegou mulher e filhos e... Alto lá! Filhos? No plural? Que filhos são estes? Até agora, ele teve só um filho, o Gérson, lembra? Lá atrás,

eu fiz referência aos dois filhos dele, mas encontrei tal alusão bem adiante noutro livro bíblico do Novo Testamen-to, porque, até aqui, Moisés não escreveu uma única palavra sobre outro filho. E, em Atos dos Apóstolos (7: 29 a 30), há a nota de que Moisés ficou escondido em Madiã, onde lhe nasceram dois filhos: Gérson e Eliezer. E o

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livro de Atos dos Apóstolos é bem posterior aos escritos de Moisés; é posterior até de Jesus! Parece que o Mesu sentia vergonha em ter tido filhos e eu tenho algumas hipóteses:

a) Moisés tinha alguma disfunção, não podendo gerar filhos. Aí, de vez em quando, a esposa aparecia grávida. Ele ficava puto da vida e, sem poder alardear o fato sem que passasse por chifrudo, passou a desconsiderar os filhos – e filhas também, porque é bem possível que lhe tivessem nascido filhas.

b) Outra: egípcio de sangue faraônico, educado nas mais tradicionais ciências, dono dos maiores conhe-cimentos adquiridos nos templos, cujas instruções eram privilégio de príncipes e sacerdotes, sentia em-baraço por estar consorciado a uma camponesa e, por tal motivo, desprezava os frutos desta união.

c) Ou será que os filhos eram filhas? Pode ser que sim, se lembrarmos que Moisés não tolerava mulhe-res e chegava a fingir que elas não existiam, conforme constatamos desde Adão e Eva, Caim e Abel.

d) Já que a gente está no assunto, há um detalhezinho que vem me importunando e vou retornar a ele: Rochester deu a palavra à Princesa Thermutis, que, segundo ele, era mãe verdadeira de Moisés. Diz ela no “Faraó Mernephtah”, à página 35: “Meu sonho era casá-lo com uma egípcia de alta linhagem, mas para meu desapontamento, ele demonstrou aversão invencível a toda e qualquer ligação, suplican-do-me que abandonasse a ideia de casamento”. Forte e revelador este comentário. Ele pedia “suplicando que abandonasse a ideia de casamento”. E este outro: “ele demonstrou aversão invencível a toda e qualquer ligação”. Isso deve ter um fundo de verdade; nos seus escritos, ele prova a mais profunda repulsa pelo outro se-xo. Portanto, para não mencionar os filhos, ele diria assim: Estarei confessando ter tido relações íntimas com mulher caso revele a existência de filhos. Calo a boca, deixo passar batidão, ninguém perceberá.

Anteriormente, quando fiz a descrição do perfil de Moisés, coloquei um ponto de interrogação sobre sua mas-culinidade. Vou repetir aqui, para não perder o gancho:

Moisés não tinha posição definida aqui nem ali; em toda parte era desprezado, espezinhado; em nenhum grupo era bem recebido. Não teve amigos, não teve a quem contar seus segredos, não ouviu segredos de ninguém. Não teve com quem brincar, não teve com quem brigar, não teve onde refugiar suas lágrimas. Pobre criança rica!

Desta incômoda posição, entrevemos outro ponto ambíguo que certamente conspirou para moldar negativamen-te sua personalidade: o sexo oposto. Era desprezado pelas mulheres egípcias, por pertencer à casta impura. As mu-lheres semitas a exemplo dos homens desta raça, certamente mangavam com a cara dele, zombavam de seus avan-ços amorosos. Outro detalhe é que, tendo dificuldade para expressar-se oralmente, tenha sido motivo de muita a-chincalhação. Sou tentado a acreditar que foram as mulheres quem mais o diminuíram e, desde então, o ódio in-tenso que consagrou a todas elas no decorrer de toda sua existência. Obrigado a manter distância das mulheres, viu-se na contingência de se relacionar com o elemento masculino, escravos semitas e de outras nacionalidades. Desta necessidade, aprendeu a se deleitar nas relações homossexuais, nutrindo eternos anseios de desforra contra as fê-meas. Esta aversão ele a revela em cada capítulo dos seus escritos.

Logo, se o Mesu teve filhas jamais saberemos, pois ele não confessaria tão grande nódoa no seu currículo.

Tenho outra hipótese para os filhos, mas vou deixar para mais adiante, quando surgir o lance da estalagem. E não me venha dizendo que ele tinha uma grande missão e, por conseguinte, não podia ter afeto pelo belo

sexo. Se você disser isso, eu retruco: Jesus, este sim tinha grande missão – e veja que o maior dos Mestres nun-ca desprezou as mulheres. Ele as via como seres humanos, como gente. Ele as tratava com respeito e foi com o maior carinho que se referiu à pecadora que lhe ungiu os pés (Luc. 8: 38 a 50). Jesus valorizava as mulheres, mesmo com a incumbência gigantesca que tinha a desempenhar: consertar as besteiras feitas por Moisés.

Aliás... Bem lembrado! As mulheres que se aproximaram de Jesus foram reconhecidas pela Santa Madre Igre-ja e foram canonizadas: Santa Maria, Santa Ana, Santa Madalena, Santa Marta, Santa Isabel. Mas as que convi-veram com Moisés nem são mencionadas! Thermuthis, Jocabed, Mariana e Séfora são citadas na bíblia de ras-pão e só! Mesmo assim, deveriam ser declaradas santas, pois foram, respectivamente, mães, irmã e esposa do maior dos “profetas”.

3- O deus apareceu para falar que os perseguidores de Moisés estavam mortos. Mas nem precisava aparecer

para isso, porque Moisés ficou quarenta anos fora do país e, no final de tanto tempo, poucos de seus contempo-râneos estariam vivos para dar prosseguimento à perseguição.

E, mesmo que estivessem vivos, Moisés passaria despercebido porque contava com 80 anos de idade; fisio-nomia envelhecida, pele sapecada pelo sol, em nada fazia lembrar aquele príncipe criado no palácio do faraó, perseguido por assassinato. Supondo que lembrassem seu crime, parco interesse havia num delito de quase meio século contra um feitor obscuro.

4- A não ser que... Peraí, peraí! Ocorreu-me uma ideia! Você não acha que 40 anos em fuga por matar um vigilante obscuro é tempo demais? Não que feitor valesse

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menos que você ou eu, mas na ordem de importância social, ele era pouco mais que escravo. Teria tanto valor este capataz a ponto de manter o criminoso oculto por tanto tempo? Sem contar que o homi-

cida não era um qualquer! Era um palaciano, pessoa de prestígio, legalmente filho da princesa. Moisés era sim, um príncipe!

Ora, um príncipe eliminar um subordinado de tão mínimo valor na escala social não era fato tanto relevante a ponto de permanecer quase meio século na condição de fugitivo. Creio até que, se ele não tivesse se evadido, teria cumprido pena mínima, se é que fosse condenado. Assim, creio que saiu perdendo com a fuga.

5- Mas não era bem aí que eu queria chegar. O que quero dizer é que Moisés ficou oculto até que o faraó viveu. Se o Ramsés tivesse vivido mais 20 anos,

Moisés voltaria para o Egito depois de 20 anos. Se o Ramsés tivesse vivido 60 anos, Moisés teria permanecido 60 anos na condição de fugitivo. Se Ramsés tivesse vivido 100 anos, Moisés ficaria 100 anos escondido. Como o faraó viveu 40 anos, Moisés se eclipsou por 40 anos.

O problema então não era com a justiça. Era com Ramsés. Entendeu onde eu quero chegar? Foi a conta de morrer Ramsés, Moisés retornou rapidinho ao Egito. Voltou petulante, cheio de certeza de que não seria molesta-do. E estava certo, porque ninguém lembrou o feitor morto, ninguém deu bola para o caso.

Estranho, né? O crime havia sido prescrito? Sim, claro; quarenta anos é tempo suficiente para prescrever qual-quer delito; no entanto, digamos que no Egito Antigo, um crime caducasse em 15 anos. Assim, Moisés ficaria 15 anos escondido e mais nada. Se fossem necessários 30 anos para prescrever um crime, Moisés ficaria na condi-ção de fugitivo por 30 anos e depois voltaria sem susto.

Mas passou tempo mais que necessário e Moisés continuou foragido. Por quê? Ficou oculto até o faraó morrer e fica mais que claro que o problema era sim, com o faraó. Aposto que havia coisa graúda. Moisés deve ter aprontado arte muitíssimo grave contra o monarca para fugir e

permanecer tanto tempo “pastoreando ovelhas”. Ele estava é morrendo de medo do faraó. Nesta toca tem tatu! O deus esperou que o perseguidor morresse para buscar Moisés. Grande deus! Deus de Verdade atuaria; Ele criaria situações; Ele escreveria a história; jamais ficaria à espera que a histó-

ria acontecesse para depois atuar.

6- Moisés “tomou sua mulher e seus filhos, fê-los montar num jumento e voltou para a terra do Egito”. Não esquecer que Moisés colocou seus filhos – no plural – no jumento e viajou para o Egito. Estou evidenci-

ando este ponto porque logo ali adiante, ele vai mencionar um único filho.

***** 2288--O deus deu outras recomendações sobre a libertação dos judeus, sobre os “prodígios” que deveria fazer e

não esquecer de levar a vara que ia ser transformada em cobra. E concluiu: “Mas eu endurecerei o coração do faraó para que ele não deixe ir o povo”. (4: 21).

Comentário: Ué, ué! O deus não queria que Moisés libertasse os judeus? Não foi para isso que lhe sugeriu os

“prodígios”? Não foi e voltou uma porção de vezes dando instruções para a libertação? Então, como é que vai “endurecer” o coração do faraó, dificultando a saída dos hebreus? Tinha era de cola-

borar, amolecendo o coração do homem! A bem da verdade, o deus que nunca existiu não sabe amolecer e nem endurecer coração de ninguém. E

como Moisés sabia que seria difícil colocar aquela multidão de hebreus fora do Egito, vai fingir que Jeová está tornando difícil o objetivo; vai fazer farol diante dos judeus, como se quem estivesse no comando segurando a rédea fosse o deus.

2- Uma coisa que Jeová falou foi para Moisés não esquecer de levar a “vara mágica” – aquela que virava co-

bra – para impressionar os egípcios. É estranho, porque quem tem poder de fazer pau virar cobra, com qualquer pau faz aparecer cobra, uai! Sim,

porque o prodígio está na pessoa e não na vara. Não havia necessidade de ser aquele pau em particular. Se aquele bastão – e só aquele – era tão necessário, calcula-se que o bastão contivesse em si, um dispositi-

vo criador de ilusão, caso contrário não haveria necessidade carregá-lo para o “milagre”. Quem consegue trans-formar uma pedra vermelha em tartaruga azul conseguirá transformar pedra verde em pantera cor de rosa, porque o poder estará na pessoa e não na pedra. No caso em foco, o poder estava na vara; não no deus, nem em Moi-sés. Tanto é verdade, que Aarão também vai fazer milagres com a mesma bengala! Cadê o prodígio, se qualquer um que segure aquele bastão sai fabricando cobra?

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***** 2299-- O deus orienta Moisés: Tu dirás ao rei: Eis o que diz Jeová: ‘Israel é meu filho, meu primogênito. Eu te

ordenei que deixasses sair meu filho para que me sirva; mas tu não quiseste deixar; pois eu matarei teu primogêni-to’. (4: 22 e 23).

Comentário: Coisa horrível: “matarei teu primogênito”. Isso é coisa que se fale, ainda mais sendo um deus? Terá sido isso que Jesus veio ensinar? Enquanto o doce Mestre pregava setenta vezes sete o perdão das o-

fensas, o deus em pessoa vai se vingar por uma coisinha boba que não conseguiu. Veja só o tamanho da vingan-ça: “eu matarei teu filho”. Barbaridade! Que ira, que violência, que cólera!

Aquele que se encolerizar contra seu irmão será réu em juízo. (Mat. 5. 22)

Ai do cruel! Tudo lhe irá mal, porque terá em pagamento, tudo o que fizer. (Is. 3: 11) Seja sincero, leitor: a sugestão que Moisés atribui ao deus não está mais para um ser das trevas do que para

algum ente iluminado? Veja só que palavras delicadas:

O Filho do homem veio para salvar homens e não para destruí-los. (Luc.: 9. 56) 2- Eis o que diz Jeová: ‘Israel é meu filho, meu primogênito.’ Israel, primogênito, uma ova! Nem na hora de nascer, foi o primeiro! Esaú era seu gêmeo e nasceu antes de

Jacó, o qual depois mudou o próprio nome para Israel. Pois Israel tentou roubar a primogenitura do irmão e de-pois, roubou bênção e a herança que o pai havia destinado ao outro. Veja o leitor por si na própria bíblia e no nosso primeiro volume quem foi Israel: ladrão, mentiroso, cruel, vagabundo, aproveitador, pedófilo, desonesto, medroso, assassino, dissimulado, covarde, vingativo, polígamo, malandro e outras coisas que esqueci, mas daqui a pouco eu lembro. E o deus arrastou a asa pro lado dele esquecendo de Esaú que, este sim foi batalhador, tra-balhador, justo. E primogênito de verdade!

Além disso, se era para Moisés mentir sobre primogenitura, que mentisse de maneira crível porque Abraão, avô de Israel, foi o fundador da família e, se o deus devia ter uma quedinha por algum primogênito, este seria A-braão. Não que Abraão valesse um tostão mais que Israel, mas até por questão de justiça, pois veio antes e cons-tituiu o clã.

Ou então, que puxasse a brasa pra sardinha do Noé, aquele que manteve a continuidade da raça humana. Ou Adão! Por que não? Não foi ele o primeiríssimo homem do planeta? Não foi ele o primogenitíssimo de tu-

do? Não foi ele o único a nascer sem pai, sem mãe, sem parentes, sem ascendentes, feito pelas mãos do deus, de uma estátua de barro, único, portanto, filho do deus?

Jamais Israel foi primeiro filho que, na ordem dos patriarcas, foi o terceiro. E na dos filhos de Isaac foi o se-gundo. De onde Jeová tirou que Israel era o primogênito?

Se Deus Verdadeiro tivesse um único filho amado – Ele não tem, pois somos todos filhos amados por Deus Verdadeiro –, mas se tivesse alguma preferência, Jesus seria o mais querido, mesmo porque O conhecia e O chamava de Pai – e não Israel, aquele mentiroso que “brigou” com o deus e “bateu nele”. (Gen. 32: 22- 32).

3- Mais sobre a mesma questão, porém sob outro ângulo:

Marcos registra que, estando Jesus no alto de um monte com Pedro, João e Tiago, surgiu uma nuvem, da qual saiu uma voz que dizia: “Este é meu Filho diletíssimo. Ouça-o.” (9: 6).

Lucas dá a mesma notícia, sendo que da nuvem se ouviu: “Este é o meu Filho, o eleito. Escutai-o.” (9: 35). Mateus dá notícia da mesma voz: “Este é o meu Filho amado, no qual ponho minha complacência.” (17:5)

Noutra passagem, os mesmos evangelistas concordam entre si: Mateus registrou que, na hora do batismo de Jesus, ouviu-se uma voz do céu que dizia: “Este é o meu Filho

amado, em quem me comprazo.” (3:17) Marcos expôs a mesma mensagem: “Tu és meu Filho amado e em ti ponho toda minha complacência.” (1:11) Lucas repetiu a dose, “Tu és o meu Filho amado e em ti me comprazo.” (3:22)

São três cronistas a anotar o mesmo momento e o mesmo sentido, embora com diferença nas palavras. São três testemunhas de imaculado valor moral a afirmar que Jesus foi o filho de confiança de Deus Único. E cadê as testemunhas que ouviram o deus afirmando que seu mui amado filho primogênito era Israel?

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4- ‘Eu te ordenei que deixasses sair meu filho para que me sirva; mas tu não quiseste deixá-lo sair; pois saiba que também eu matarei teu filho primogênito.’

Leia outra vez, só o resumo: Eu ordenei que deixasses sair meu filho mas tu não quiseste deixá-lo sair; pois também eu matarei teu filho...’ Parte do discurso está no pretérito perfeito, como se já houvesse acontecido. Outra parte está no futuro do in-

dicativo mostrando tratar-se apenas de um ensaio daquilo que Moisés ia dizer ao faraó, caso este não aceitasse as exigências. Era só um treino, mas veja como está carregada de ódio.

E mesmo em se tratando de ensaio, que selvageria! Quanta maldade! E este veneno todo veio de Jeová, o deus glorificado no Antigo Testamento!

O Senhor abomina aquele que ama a violência. (Sal. 11: 5 e 6)

5- E quem falou em matar? A prosa era para ir ao deserto, e mais nada. Leia mais uma vez: Eu te ordenei que deixasses sair meu filho para que me sirva; mas tu não quiseste deixá-lo sair; pois... Por que revanche tão descomunal no caso do faraó recusar o passeio ao deserto?

6- Que diferença de Jesus! Este, foi chamado meu filho primogênito porque ele sim, deu partida a um mundo

baseado no amor, na caridade, na não reação. Para dar continuidade a um mundo bárbaro igual era antes; para despejar sangue às largas não era preciso ser filho do deus. Qualquer Hitler ou Gêngis Kan, qualquer Bin Laden ou Sadan Hussein, qualquer Benito Mussolini, Mao Tsé-Tung ou outro facínora desempenhou o papel quase tão bem quanto os protegidos do deus.

7- O deus, antes de começar negociação com o faraó, já vem prometendo matar o príncipe herdeiro! E depois, a décima praga é precisamente a matança dos primogênitos egípcios e, no meio desta sujeira toda, a

tentativa de matar Seti, o sucessor ao trono. Percebe-se que o príncipe herdeiro já estava na mira de Moisés desde antes de chegar ao Egito! Estava jurado de morte antes que o rei negasse atender algum pedido do Mesu.

Mas fique tranquilo, que ele não conseguiu matar o príncipe! O sucessor de Menerphtah foi Seti II, precisa-mente aquele que Moisés disse ter morrido na matança dos primogênitos.

***** 3300-- Moisés retornou ao Egito. No caminho, Moisés e família pararam numa estalagem, onde “o Senhor o en-

controu e o quis matar”. (4: 24). Comentário: Hei, parado aí! O deus queria matar o Moisés numa briga? Que bobice é esta? Outra vez a

mesma história sem pé nem cabeça! Não chega o deus ter brigado com Israel e ter levado uma baita sova? Agora vem Moisés com a mesma bestagem. Ah, larga mão disso, Moisés! Você não precisa se atracar com deus ne-nhum para ser o maior fanfarrão do mundo! Já o é, sem se atracar com ninguém!

E o deus queria matá-lo! Eu estava pretendendo me estender neste assunto, mas ele não merece considerações. Que vergonha para a raça humana existir quem creia e defenda como verdadeiros tais... Tais... Tais o quê?

Faltam-me palavras para definir tantos insultos contra o Verdadeiro Deus! E fim!

***** 3311-- Na pousada, Jeová encontrou Moisés e quis matá-lo. E tomou Séfora uma pedra e cortou o prepúcio de seu filho, e lançou aos seus pés, e disse: certamente esposo

de sangues és tu para mim. E se apartou dele, quando disse: esposo de sangues, por causa da circuncisão. (4: 25 e 26 Comentário: Bem... Minha intenção era passar de liso neste episódio, mas não aguento. Aqui, Séfora circuncidou o filho – no singular. Significa que havia apenas um; contudo, na nota 27 deste livro,

você lê: E ele “tomou sua mulher e seus filhos [...] e voltou para o Egito” Moisés viajou com seus filhos – no plural – e, só bem mais adiante será mencionado Eliezer, o outro filho. Alguma coisa não encaixa porque, se Eliezer já existia nesta passagem da hospedaria, se ele partiu de Madiã

junto ao irmão, ao pai e à mãe, por que esta circuncidou somente um dos meninos?

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Se Eliezer não fosse ainda nascido, como foi que Moisés partiu de Madiã com seus filhos, no plural? A menos que Eliezer estivesse com menos de uma semana de idade, porque o deus mandou circuncidar os meninos no oitavo dia de vida. Neste caso, pelamordedeus! Sair com o bebê ainda sem cair o umbigo em viagem pelo deserto!

Aqui há contradição; e onde há contradição há mentira. Por que Moisés mente quando se trata de sua família? Teremos oportunidade de conferir que, só mais uma

vez, aparece a família mosaica em assunto curto, sem ênfase, como que de propósito. Por que Mesu não gostava da família? Por que não faz alusão às pessoas do seu sangue? O que o Mesu tinha a encobrir?

2- Séfora circuncidou seu filho com uma pedra! Que deus cruel, fazer o povo sofrer desta maneira só para se exibir pros outros deuses dizendo que possuía

um povo, cuja aliança era só nos homens, na própria carne, na parte mais íntima! Com uma pedra! Cirurgia crua e cheia de dor sem anestésico, sem anti-inflamatório, sem antibiótico, sem cal-

mante, sem qualquer conforto a esta gente que praticava a circuncisão. Jeová podia ter oferecido um bisturi, pelo menos. Ou uma faca afiada e desinfetada, um instrumento cortante mais adequado – e não deixar que usassem uma pedra qualquer apanhada do chão, com perigo de morte por infecção.

E se o menino viesse a morrer através de tétano? Ah, quanta gente terá morrido de tétano naquelas épocas recuadas, por causa da circuncisão! Quanta dor, quanta infecção! Mas isso, o Moisés não comenta! Só escreveu as coisas melhorzinhas e bonitinhas; as ruins e feias, ele enrolou e sentou em cima.

3- Peraí! Moisés não havia ainda circuncidado o filho? Sim, devendo praticar a circuncisão aos oito dias de i-

dade, o Moisés desobedeceu às ordens do deus. Pense comigo: Sendo Gerson, seu primogênito e ele embarcou os filhos em cima de um jumento, significa que

este filho contava com idade muito superior a oito dias de vida, porquanto já tinha um irmãozinho. O porta-voz da “divindade” não havia colocado a marca “divina” no filho! Pode?

4- Ou será que... Ah, sim! Faz sentido, quer ver só? Séfora, a esposa, com certeza se opôs a circuncidar o menino. Moisés queria, mas ela não deixava. Moisés

batia o pé, e a mulher dizia: ‘No pipi do meu filho ninguém põe a mão!’ Vou explicar de novo que circuncisão é operação de fimose. Circuncidar é cortar a pele do prepúcio, aquela pe-

lícula que recobre a ponta do pênis. Em frente: Naquela viagem, instalados numa hospedaria, Moisés tentou falar duro com a esposa. Assim: – ‘Estou para me tornar rei. Com que cara eu vou exigir circuncisão nos filhos dos meus súditos, se meu pró-

prio filho não está circuncidado? Que moral vou ter para exigir alguma coisa? Heim? Vamos, traga o Gérson que vou fazer esta operação já, já!’

Séfora não quis saber de prosa. Vociferando, pôs-se à frente do menino protegendo-o com o próprio corpo. Moisés ficou transtornado e, no calor da altercação, foi tomado por um espírito, ficou mediunizado. Diz ele que Jeová se apossou do seu corpo e tentou apanhar o menino. Pelos sintomas, pela violência com que se transcorre a cena, fica evidenciado que, na eventualidade de haver sido Jeová quem tomou seu corpo, então este ser não passa de um ser das trevas oposto a Deus Autêntico.

Falando claro: Moisés ficou endemoninhado ou com o diabo no corpo, no verdadeiro sentido do termo.

No Novo Testamento em Marcos, 9: 16 a 25, há uma cena muito semelhante: Um pai trouxe a Jesus o filho possuído por espírito mau que, ao ver Jesus começou a se agitar com violência;

caiu por terra onde se revolvia e babava. O fenômeno era repetido com frequência e o espírito imundo já havia lançado o rapaz inúmeras vezes no fogo e na água, para matá-lo. Jesus ameaçou o demônio; entre gritos e mal-tratos, o espírito imundo saiu dele. O rapaz ficou deitado imóvel, como morto.

Quem teve a oportunidade de ver alguém possuído por espírito das profundezas sabe do que estou falando. A pessoa age feito demente; pratica atos que não faria jamais, quando lúcido. O espírito ruim faz com que o médium se porte com violência chutando, dando murros nos móveis, atirando-se ao solo, arremetendo-se contra as pare-des. Pode babar e até mesmo vomitar, tal é a bestialidade com que se manifesta.

Foi exatamente o que aconteceu a Moisés naquela hospedaria. Ele ficou possuído por um espírito que, naque-le momento estava tão irado, que nem com exorcismo se afastaria. Brigou com Séfora, tentou apossar-se do me-nino, que gritava de medo. A mãe, para defender o garoto atracou-se com o coisa-ruim e afastou-o com selvageri-a. O demônio, agindo através do corpo de Moisés, rugindo feito animal revidou atirando-se com violência nas pa-redes, arremessando-se no chão babando, estrebuchando, fungando, e, entre um urro e outro, dizia que, se o menino não fosse circuncidado, Moisés seria morto. Foi esta a ameaça de morte que o deus fez contra o hebreu.

E depois de muito relutar, depois de muita briga com a entidade satânica, depois de ter batido e apanhado, Sé-fora não teve opção senão fazer-lhe a vontade: cortou o prepúcio do filho e, com toda raiva, atirou o pedacinho de pele em cima do marido mediunizado, arrematando: “Tome! Era isso que você queria, marido sanguinário!”

Gargalhando, a entidade infernal se retirou deixando Moisés no chão cheio de hematomas, coberto por machu-caduras sanguinolentas, sem saber onde enfiar a cara de tão envergonhado por causa do escarcéu na pensão.

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Notar que, na narração bíblica, Moisés não deixa margem para dúvidas: foi só Séfora circuncidar o filhinho, pa-ra o “deus” retirar-se do corpo de Moisés.

5- Veja leitor, se a cena acima não corresponde, ponto por ponto, ao escândalo promovido na pousada: “No caminho, Moisés e família pararam numa estalagem, onde o deus quis matar Moisés. Aí, Séfora cortou

com uma pedra o prepúcio do filho e lançou-o aos pés do marido, dizendo: Tu és um esposo sanguinário. Assim, Jeová o deixou”.

As coisas devem ter se passado da maneira como escrevi, pois o que tinha a ver a falta de circuncisão com o endemoninhamento do Mesu? E o que tinha a ver o prepúcio cortado com a saída do Jeová do corpo dele?

Detalhe: se duvidar releia o texto diretamente da bíblia para concluir que o deus não se apresentou como pes-

soa e sim, como espírito e tomou o corpo de Moisés; isso significa que Moisés era médium sim senhor! Significa que o deus - ou capeta, coisa ruim, entidade das trevas – se manifestava através do médium Moisés!

Isso é esclarecido pelo espiritismo, minha gente! Eu sei porque passei pelo espiritismo e conheci bem o fenô-meno antes de me tornar cidadão eclético procurando harmonizar diferentes correntes do pensamento. Queiram ou não, aceitem ou falem mal, a bíblia está eivada de cenas espíritas. Moisés recebia espíritos sim! Ele falava com seres desencarnados; seu corpo físico era usado por entes espirituais e a cena da hospedaria é fato mediúnico.

6- E os exegetas, pobres infelizes, tendo de ler, crer e justificar estas aberrações! Bem... Justificar, eles até tentam. Mas crer... Eu duvido. Na bíblia das Paulinas, a respeito da briga entre o deus e Moisés na hospedaria, eles escrevem:

“O sentido é obscuro. A maioria entende que Moisés, por ter descurado a circuncisão do filho, teria sido punido com uma enfermidade mortal. Mas Séfora cumpre o rito e Moisés é libertado da doença”.

Doença? Enfermidade mortal? Ah, que pena que é impossível deixar uma gargalhada bem sonora por escrito! De onde os exegetas arrancaram que Moisés foi atacado por uma doença, se a bíblia diz com todas as letras:

“Jeová saiu-lhe ao encontro e ameaçava fazê-lo morrer”. (4. 24). Se eles mesmos reconhecem que o “sentido é obscuro”, é porque não conseguiram, nem mesmo com a mai-

or boa vontade, enxergar enfermidade nenhuma nesta cena.

7- E tenho motivos para apertar fundo a moleira de Moisés. Nos seus escritos, ele deixa a seguinte impressão: Ele fugiu do Egito com quarenta anos de idade; chegou a Madiã, ficou na casa de Jetro, casou-se com Séfora

e teve filhos – uma coisa atrás da outra, tudo certinho sem interrupção. Acontece que, nesta passagem da pousada, Moisés está com oitenta anos e seu filho é ainda muito peque-

no, pois a mãe o circuncidou como se faz a um bebê de colo. A evidência de que o filho de Moisés era pequeno está nesta redação: Moisés “tomou sua mulher e seus filhos; fê-los montar num jumento e voltou para a terra do Egito”. (4: 18 a 20)

Para montar a família num único jumento, é porque se trata de gente miúda, senão o jumento não aguentaria. É neste ponto que quero chegar: O que Moisés ficou fazendo nestas quatro décadas, que só veio a ter filhos já aos oitenta anos? Se fosse sem interrupção: fuga, chegada em Madiã, casamento e nascimento de Gérson, este estaria, no mí-

nimo, com trinta e cinco anos de idade e não permitiria que a mãe o circuncidasse! Ele próprio teria feito o servi-ço ou então, o mais provável é que teria se defendido a si mesmo com socos e pontapés, teria deixado o deus/demo desmaiado.

8- Os exegetas levantam outra dúvida, veja: Para que Jeová saísse do corpo do marido, Séfora circuncidou o

garotinho e tocou os pés de Moisés com a pele do prepúcio, dizendo que ele era marido sanguinário. Os piedo-sos justificadores bíblicos da Paulus notam a esquisitice do ocorrido e o explicam assim:

“Narrativa enigmática por causa de sua concisão e falta de contexto... Pode-se pensar que a incircuncisão de Moisés lhe atrai a ira divina e esta é apaziguada quando Séfora circuncida realmente o seu filho e simula uma circuncisão de Moisés, tocando o sexo dele (não eram os pés?) com o prepúcio da criança. Certamente, a cor ver-melha do sangue afugenta os maus espíritos...”.

Nesta explicação há detalhes interessantes: I. Eles próprios confessam que o fato é sem pé nem cabeça ao classificar a narrativa de enigmática. II. Não exagerei quando disse que Moisés foi atacado por uma entidade das trevas. Os exegetas con-

firmam esta tese ao dizer que a cor do sangue afugenta os “maus espíritos”. III. Não abusei quando disse que Moisés era médium. Os exegetas o confirmam ao dizer que, para a-

fugentar o “mau espírito”, patati, patatá... Ora, afugentar um espírito, neste caso, significa que Moisés estava mediunizado, estava “tomado” por espírito. Moisés era, pois, intermediário entre os vivos e os mortos.

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IV. E, pasme! Moisés não era circuncidado! Quem o garante não sou eu, mas os exegetas! E eles não colocariam a descoberto tamanho segredo, se não tivessem certeza. E eu, Petros, morro de rir! O maior prote-gido do deus circuncidador não era circuncidado!

E faz sentido, pois ele ia morrer ao nascer pelos soldados do faraó e a tia Jocabed preferiu poupá-lo do sofrimento da circuncisão; afinal, ia morrer mesmo, né? Quando adulto, ficou com medo de passar pela cirurgia e ficou por isso mesmo. Moisés ficou, portanto, sem ser circuncidado! Ele viveu e morreu sem circunci-são! E se só os circuncisos eram filhos do deus, então o Moisés ficou de fora.

9- Falando ainda sobre a prosa dos exegetas, há um outro pormenor. Retomemos suas palavras: “A ira divina

é apaziguada quando Séfora circuncida realmente seu filho e simula uma circuncisão de Moisés, tocando o sexo dele com o prepúcio da criança. Certamente, a cor vermelha do sangue afugenta os maus espíritos...”.

Gente, neste caso, Séfora enganou o deus! Isso mesmo! Acompanhe: Com a pele pingando sangue do pipi do filho, ela sujou o pênis do marido. Na semi

escuridão do quarto, o deus viu o sexo de Moisés ensanguentado, pensou que ele também tivesse feito circunci-são e saiu daquele corpo, feliz da vida!

Que deus burro! Uma mulher (mulher!) camponesa e sem cultura enganou o deus sabichão!

10- Beleza, Séfora! Gostei de você! Mulher peituda! Audaciosa, mais corajosa que muitos homens da sua raça!

Falou de viva voz aquela palavra que muita gente sentiu vontade, mas não teve coragem: “Sanguinário!”

11- Que inferno deve ter sido aquela noite! O rebuliço deve ter começado ao escurecer com o bate boca entre

o casal e continuado noite adentro com Moisés se debatendo, se atirando nas paredes, quebrando móveis entre urros e palavrões; criança chorando, Séfora se atarracando com a entidade incorporada no marido. Mesmo depois que o demônio se retirou, a baderna continuou: menino gritando, Séfora afagando o filho e xingando Moisés e Moisés bestificado. Retornando à consciência, ele não sabia se rebatia os insultos da mulher, ou se acalmava aquela bagunça toda dizendo que não teve culpa de ter ficado encangado. Séfora não queria saber de prosa e a confusão continuava entre choro e vozes altercadas. Os outros hóspedes reclamaram e a família mosaica foi ex-pulsa da estalagem no meio da noite.

Moisés mandou Séfora de volta e o casamento acabou aí. Cansada das cruéis esquisitices do marido, Séfora e retornou à casa do pai com os filhos, e Moisés não falou mais na família, nem se preocupou com ela.

Leitor, você encontrará na bíblia a descrição desta noite de baderna na hospedaria com o fim do casamento, pois Moisés não deixaria documentado tão desagradável ocorrência. Mas, ao que tudo indica o desenlace aconte-ceu no episódio da estalagem, porque deste ponto em diante Séfora e filhos não vão aparecer mais. Aliás, sem-pre que o assunto é família, Moisés se cala como perda de tempo referir-se a coisa tão sem importância...

12- Só anos depois, após todas as dez pragas, depois de Moisés ter saído do Egito com os hebreus, Jetro vem

ao encontro dele no deserto, devolvendo-lhe mulher e filhos. No momento em que o sogro se encontra com Moisés no deserto, a cena é descrita assim:

“E Jetro, sogro de Moisés, levou Séfora, esposa de Moisés, depois que este a enviara e os seus dois filhos, um dos quais se chamava Gérson [...] O outro se chamava Eliezer...”. (exo. 18.2

E aí está a prova que o casamento acabou depois que Moisés apontou à esposa, o caminho de volta para a casa do pai. “...Séfora, esposa de Moisés, depois que este a enviara...”.

13- O fato de Moisés não ter sido circuncidado não encontra, em mim, justificativa. A princípio julguei que, pelo fato se estar condenado à morte quando bebê, foi poupado do desconforto advindo

da cirurgia. Não fazia sentido fazê-lo sofrer, para ser morto pouco depois. A seguir, julguei que não recebera a marca do deus dos hebreus porque não era hebreu por inteiro. A outra

metade era egípcia, e os egípcios não eram dados a esta prática. No entanto, também esta hipótese caiu por terra quando vim a saber que a circuncisão é procedimento cirúrgi-

co dos mais antigos da humanidade, havendo relatos da prática entre os egípcios, há mais de 15.000 anos, como modo de aumentar a higiene e purificar a alma.

As duas metades de Moisés eram adeptos da circuncisão e, assim sendo, a prática em seu corpo era justifica-da duas vezes e jamais poderia ter sido descurada. No entanto, ele não foi circuncidado em bebê, não foi circun-cidado quando jovem, nem naquela noite na hospedaria. Moisés nunca passou pela circuncisão.

14- Lembrei uma coisa: A circuncisão era uma “aliança” entre o deus e o povo hebreu, ou não era? Sim, de acordo com o que disse o deus quando ordenou o exercício da circuncisão: “Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós; a minha aliança

estará na vossa carne e será nossa aliança perpétua”. (Gen. 17. 9 a 14).

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Eita Moisés vigarista, embusteiro, malandrão! Você jamais foi circuncidado e, sem circuncisão, nada de ali-ança. Portanto, VOCÊ... Sim, você mesmo, Moisés! Não mantinha aliança nenhuma nem com o deus de menti-ra, que dirá de Deus Verdadeiro? Você, Moisés tapeador, não fazia parte dos aliados nem mesmo daquele deus que você próprio inventou para suas trapaças! Quão pequeno você era, cara!

15- Acabamos de ver também que a circuncisão era praticada entre os egípcios, há mais de 15.000 anos. Depois descobri que, não apenas o Egito aderia a este costume. O historiador Heródoto confirma: "Os colquidianos, os egípcios e os etíopes são os únicos povos que sempre praticaram a circuncisão. Os

fenícios e os sírios da Palestina reconhecem nesse hábito a influência dos egípcios; os sírios [...] declaram que esse costume foi introduzido em sua comunidade pelos colquidianos".

E conclui: “Egípcios e etíopes, eu não saberia dizer qual dos dois povos foi o primeiro a praticá-lo, pois se tra-ta de costume muito antigo” (http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/circuncisao).

Então outra mentira mosaica: Não foi o deus a inventar a circuncisão! Ela já existia muito antes da existência do próprio deus. Milênios antes do deus, estes outros povos instituíram a circuncisão e o deus apenas copiou! O deus copiou, sim senhor! Fez contrafação descaradamente, como se fosse ele o autor da prática! Eita Jeová! Além de não ter feito nenhum milagre até este ponto da narrativa, ainda é mentiroso, invejoso e la-

drão de ideias, usando-as como se fossem suas.

16- E tem mais uma implicação: Se a circuncisão era sinal do povo do deus; Se egípcios, etíopes, fenícios e sírios praticavam a circuncisão, Então egípcios, etíopes, fenícios e sírios eram povos do deus! Por que não? O que a gente deduz daí? Aí há contradição e onde existe contradição existe mentira.

17- Só para terminar, quero deixar registrado o desprezo de Moisés pela família. Siga-me no raciocínio: O marido despediu esposa e filhos naquela noite na pousada. Ela colocou os filhos no mesmo jumento e retornou à casa do pai, em Madiã. Acompanhe a cena, em pensamento: Sem o marido, ela atravessou o deserto puxando o jumento por vários

dias embaixo de sol sem nuvem, pés na areia quente. Com filhos pequenos e um deles acabado de ser circunci-dado; este se encontrava doente e com febre, correndo risco de morrer. É claro! Tendo sofrido cirurgia com uma pedra, à noite, em local mal iluminado, por pessoa não habilitada, sob pressão de um espírito trevoso, o que você quer? Se o menino não morreu foi porque DEUS Verdadeiro atuou.

18- Um momento! Uma ideia me passou: O menino circuncidado na hospedaria pode não ter sido Gerson, nem

Eliezer. Pode ter sido um terceiro filho que acabou morrendo no deserto, de volta para casa... Sim, é possível! Para comparar, vou voltar um pouco e mostrar o estado de prostração que fica um homem circuncidado:

“No terceiro dia após a circuncisão, quando a dor chegou ao auge, quando os homens sentiam mais fortes as dores, Levi e Simeão, filhos de Jacó, entraram na cidade e mataram os homens todos...” (Gen: 34: 25)

Este fragmento a bíblia trata dos homens de Siquém, assassinados de modo bárbaro pelos filhos de Israel. O que eu quero deixar claro é que aqueles homens foram circuncidados por peritos na atividade; estavam sendo tratados pela família em casa, na sombra, com algum conforto e, mesmo assim, estavam tão prostrados por dor e febre, que não puderam reagir quando os selvagens filhos de Israel os massacraram. Trace um paralelo entre eles e o filho de Séfora que estava longe de casa, sem o menor conforto, faltando até água de beber. De dia, sol feito brasa; de noite, frio enregelante. A febre pode tê-lo levado a óbito, mas o “grande legislador Moisés” não admitiria isso em seus escritos.

Enquanto a esposa viajava sozinha contra as dificuldades, o maridão cobiçoso ia despreocupado, sonhando com a fama, a riqueza, o sucesso, e com o trono do faraó! Entre a família e a glória, escolheu a segunda. Preferiu a estrada da celebridade a ser um pai obscuro, chefe de família anônimo. Relegou a família ao abandono no de-serto e nunca mais procurou notícias. Ah, ele não deixaria o cetro de rei por causa de uns hebreuzinhos chorões! Seguiria em frente que, isso sim, era grandioso! Foi pelejar contra o faraó que, isso sim, dava manchete na bíblia e muitos milênios de fama!

Por não ter tido um pai, destinou os filhos à mesma sorte. Se ele foi deixado no Nilo por uma causa justa, seus filhos foram abandonados no deserto por motivo banal. Por haver buscado a celebridade e deixado a família em último lugar, os filhos desenvolveram um ódio imenso contra aquele pai arrogante, pretensioso, orgulhoso. E o que a gente percebe da história é que Moisés foi um solitário, sem o amor sincero de família de lado nenhum – nem de pais, nem de esposa, nem de filhos, nem de netos. De ninguém! Ele colheu o que plantou: desprezo e isolamento.

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***** 3322-- Ao mesmo tempo, o deus encontrou Aarão e o mandou ao encontro de Moisés. Os dois homens se encon-

traram, se abraçaram e se beijaram. Mesu relatou a Aarão as palavras do Senhor e os sinais que ele fizera. (4: 27)

Comentário: O deus encontrou Aarão e falou com ele sobre Moisés. Então Aarão também via o deus e con-

versava com ele!!! Pô, que família “abençoada”! Qualquer um enxergava e falava com a “divindade”, mas sabe-mos de sobra que Ninguém jamais viu Deus. (1-João: 4. 12)

2- Moisés e Aarão se abraçaram e se beijaram de felicidade pelo reencontro e, a partir de agora, onde estiver

um estará o outro, porque Aarão será a boca de Moisés. É que o deus não conseguiu destravar a língua dele. Decerto tentou, mas destravar língua é missão impossível para um despoderado.

Eu mato e eu faço viver; eu firo e eu curo. (Deut.32: 39) Acaso não há força em mim para te livrar? (Is. 50: 2)

3- Jeová, sem aptidão para dar o dom da palavra a Moisés, nem de longe se assemelha a quando mandou pa-

rar no céu o sol e a lua: “O sol e a lua pararam. Parou o sol no meio do céu e se atrasou no seu ocaso quase um dia inteiro. Nunca houve dia igual nem antes, nem depois, obedecendo a Jeová.” (!) (Jos. 10: 13 e 14)

***** 3333-- Foram os dois falar com os anciãos israelenses. Aarão lhes relatou o que ouviu de Moisés. Este fez os

prodígios ensinados pelo deus e o povo creu (4: 28 a 31). Depois, foram os dois falar com o faraó, pedindo que dei-xasse o povo ir fazer uma festa no deserto. Respondeu o rei: - Quem é este deus para que eu lhe obedeça? Não o conheço, nem deixarei os israelenses partirem. Por que estais interrompendo o povo do trabalho? Ide vós também às suas tarefas. (5: 1 a 5)

Comentário: Olha só! Aqueles que gemiam sob a servidão eram organizados, mantendo até um Conselho

de Anciãos! Quanta diferença entre escravos hebreus no Egito e os escravos africanos no Brasil!

2- O faraó, com pouco falar, resumiu toda uma situação: – Quem é Jeová? (YHWH, ou Yavé, ou Javé)? Não conheço este deus, e não lhe devo obediência. Tratem de

ir trabalhar vocês também e nem mais um pio! E o faraó estava certo. Veja você, leitor, se um emissário viesse lhe dizer que o deus Biribibi que você nunca

ouviu falar estivesse exigindo que você dobrasse o salário dos seus empregados. Você acreditaria? Você obede-ceria ou daria uma boa risada e mandar o emissário catar coquinho?

***** 3344-- Por causa deste fato, o rei mandou acrescentar tarefas às tarefas dos hebreus. Até então, eles fabricam ti-

jolos usando palha trazida pelos egípcios. A partir daí, os hebreus tinham de ir, eles mesmos à procura de palha e fazer o mesmo tanto de tijolos que faziam antes: “Estão ociosos e por isso clamam. Eles que vão em busca de pa-lha, pois são preguiçosos. Que se torne pesado seu trabalho para que não deem ouvidos a mentirosos” - arrema-tou o faraó. Saíram os capatazes dizendo aos servos: “Não vos darei palha. Ide vós e ajuntai palha onde puderdes achar e nada será diminuído do vosso trabalho”. Aí, o povo saiu a juntar palha, sendo que as tarefas foram au-mentadas consideravelmente. (5: 6 a 14)

Comentário: As tarefas foram aumentadas depois que Moisés se apresentou ao faraó. Até este dia, os he-

breus faziam tijolos com a palha trazida pelos egípcios.

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Os egípcios – que eram senhores e não servos – trabalhavam até então, tanto quanto os cativos! Sim, en-quanto estes descansavam à sombra à espera da matéria prima, os patrões andavam sob sol procurando, jun-tando e carregando o elemento básico dos tijolos. Com a medida tomada pelo rei, os escravos semitas começa-ram – aí sim! – a trabalhar de verdade, a camelar embaixo do sol juntando material. Que mancada, heim, Deus?

2- ... pois são preguiçosos. Que se torne pesado seu trabalho para que não deem ouvidos a mentirosos” O faraó entendia que aquele povo era preguiçoso e chamou Moisés de mentiroso – estas palavras não são

minhas, mas do próprio Moisés. O Faraó Menerphtah, que à ocasião ocupava o trono era alguns anos mais jovem que Moisés. Nasceu, cres-

ceu e conviveu em torno de 30 anos no palácio com o Mesu, até a fuga deste. Conheceu-o muito bem; o adjetivo, portanto, não lhe foi atribuído gratuitamente. As qualidades: preguiçoso e mentiroso, respectivamente aplicadas ao povo hebreu e a Moisés, quem as usou foi o faraó; Moisés as ratificou e as eternizou no “livro sacro”.

***** 3355-- Os escribas dos filhos de Israel foram falar ao faraó reclamando do trabalho, mas o faraó não modificou

as ordens; antes, respondeu: “Vocês são muito preguiçosos.” Ao sair do palácio, os escribas dos hebreus encon-traram Moisés e Aarão e disseram: “Por vossa causa, nos tornamos odiosos aos olhos do faraó”. (5: 15 a 21)

Comentário: Percebeu nas entrelinhas? a- Os escravos hebreus tinham enviados escribas! Cativos que sabiam ler e escrever! Isso é notável, se os

compararmos aos nossos escravos negros que, milhares de anos depois, nem falar direito conseguiam! b- Viu só como eram “humilhados” os hebreus? Tinham liberdade para se aproximar do faraó e reclamar do

trabalho, enquanto nossos negros não se aproximavam sequer do seu dono, quanto mais do rei! c- Os cativos hebreus tinham acesso ao palácio do faraó a qualquer hora, falavam diretamente com ele e hoje,

em pleno 3º milênio aqui no Brasil, nem perto do prefeito eu consigo chegar – e olhe que votei nele, fiz campanha pra ele, andei com a foto dele pra baixo e pra cima no meu carro; não sou estrangeiro nem es-cravo. Sou escriba também: escritor e professor e, nem por isso, me deixam chegar perto do prefeito, quanto mais do governador e do presidente!

2- E imagine com que cara ficaram os irmãos siameses ao ouvir a acusação: “Por vossa causa, nos tornamos

odiosos aos olhos do faraó”. Palavras reveladoras: Por vossa causa, o faraó tornou-se nosso inimigo. Ou seja: Antes de vocês se intrometerem nós vivíamos bem; o faraó era nosso chapa e agora, nos despreza. Ficou evidente através da própria bíblia, que antes da chegada de Moisés, o monarca tratava bem os he-

breus, os quais não estavam nem um pouco a fim de se livrar da escravidão. Tanto é verdade, que se voltaram contra aquele que veio de longe para “salvá-los”.

3- O faraó repetiu o adjetivo: preguiçosos! Se não o fossem, o monarca usaria outro termo – pejorativo tam-

bém, mas outro termo, tipo assim: atrevidos, sem educação, agressivos, brutos, broncos, estúpidos, mal criados, topetudos – mas não preguiçosos. Por duas vezes somente nesta passagem curta, Moisés deixa para a posteri-dade, a mesma designação aos hebreus: preguiçosos.

4- Pois é, o faraó tolerava este povo no país onde comia, bebia, proliferava e não apreciava o trabalho. E o fa-

raó é que era ruim! Você acredita mesmo, leitor, que o deus tinha razão quando disse que os hebreus estavam gemendo, clamando sob opressão egípcia? Veja outra vez as palavras do deus:

Vi a aflição do meu povo e ouvi seu clamor. Conheço seu sofrimento; desci e vim livrá-lo dos egípcios [...], pois o clamor chegou a mim e vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo. (Exo: 3: 7 a 9)

Confronte as palavras do deus e com as do faraó. O primeiro chamou os hebreus de oprimidos. O segundo, os chamou de preguiçosos. Confronte a opressão dos hebreus, com seu tipo de trabalho: faziam tijolos. Faziam tijolos e não se sentiam tã-

ãão explorados, mas o deus viu seu terrível sofrimento. Faziam tijolos, e daí? Trabalhavam assim como qualquer povo livre que necessita construir casas. Só depois que Moisés chegou dando uma de valentão querendo salvar os semitas de tão rude sofrimento, foi que o faraó aumentou suas tarefas.

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3366-- Moisés, atendendo aos pedidos dos capatazes, foi falar com o deus: - Senhor, por que maltratas este po-

vo? Desde que me apresentei ao rei em teu nome, ele tem maltratado o povo e tu, não livraste este povo do sofri-mento. Jeová respondeu: - “Verás o que hei de fazer ao faraó; pela intervenção de mão poderosa ele os expulsará deste país. Eu vos tirarei de debaixo das cargas do Egito, vos livrarei da servidão e vos resgatarei com grandes manifestações”. (5: 22 a 6: 6)

Comentário: Olhe só, o Moisés ficou uma fera com o deus! Chamou-o às falas e falou o bichão pra ele! Com

cara de bravo ele exigiu providências! Eita Moisés!

2- Preste atenção nestas palavras: “Senhor, por que maltratas este povo?” Então quem maltratou foi o deus e não o faraó.

3- Outra: “Desde que me apresentei em teu nome, o rei tem maltratado o povo...” Este ponto já foi comentado,

mas comento de novo: o faraó passou a golpear os hebreus após a chegada do Mesu – não antes.

4- E o deus baixou o topete escutou calado, por reconhecer que não fez nada no sentido de livrar os hebreus

de tanto sofrimento. E ainda aconselhou Moisés a ficar calminho que ia tomar providências, ia tirar o povo da es-cravidão, ia fazer o rei se arrepender, ia fazer isso, aquilo, aquele outro. E prometeu desforra espetacular.

5- O deus falou que, usando sua mão poderosa, faria o faraó expulsar os hebreus do Egito... Expulsar! Que estranho né? Moisés estava querendo sair para dar um passeio pelo deserto, fazer um piqueni-

que pro deus, e agora vem o deus falando em expulsão! Era este o objetivo primeiro?

***** 3377-- Jeová continua no bate papo com Moisés: “Dirás aos filhos de Israel: Eu sou Jeová. Eu vos tirarei de de-

baixo das cargas do Egito, vos livrarei da servidão, vos resgatarei com grandes manifestações, tomar-vos-ei por meu povo, serei vosso deus e vos levarei à terra acerca da qual jurei dar a Abraão, a Isaac e a Jacó; e vo-la darei como possessão”. (6: 6 e 8)

Comentário: O deus admite ter jurado dar a mesma terra a Abraão, a Isaac e a Jacó, mas admite ter só jura-

do, porque a terra ainda está lá, um milênio depois, de posse dos cananeus para ser “doada” desta vez, a Moi-sés. Os demais descendentes de Abraão e Isaac, a quem prometeu aquela terra foram esquecidos, porque o deus é mentiroso e foi chamado de mentiroso pelo próprio Jesus.

Quando o diabo, vosso pai, profere a mentira, fala do que conhece, porque ele é mentiroso, é pai da mentira. (João :8. 44)

Não me canso de repetir estas palavras de Jesus Cristo. Elas são provas contra o deus de Moisés e um bál-

samo para quem, como eu, cutuca a fera com vara curta.

Porventura, tendo prometido, Jeová não fará? Ou tendo falado não cumprirá? (Num: 23. 19)

Não. Não fará, não cumprirá. Ele só promete.

2- O deus fala com os verbos no futuro: “tomar-vos-ei por meu povo e serei vosso deus...”. Quer dizer então que até aquele momento, aquele povo não era do deus. De quem era então? Pelo que Moisés dá a entender, houve uma ruptura:

Primeiro tempo: os três patriarcas (Abraão, Isaac e Jacó/Israel) vivem a conversar com o deus/demo. Intervalo: Houve um vazio sem deus nenhum. Uma lacuna que durou 430 anos, tempo este em que o

deus não apareceu, não se manifestou; esteve descansando, tomando umas aulas ou dormindo, sei lá. O mundo ficou entregue a si mesmo, sem quem tomasse conta. O difícil neste hiato será explicar: como foi que o mundo andou tão direitinho girando em torno do sol, gente nascendo, crescendo, vivendo e morren-

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do; dias e noites se sucedendo, sol e lua continuando seu giro, estações uma atrás da outra e outros etecé-teras, se o “responsável” por isso tudo estava hibernando?

Segundo tempo: Nasceu Moisés e pronto! Reapareceu o Jeová! Sim, este deus dos três patriarcas agora é do Moisés e vai ser o deus do povo semita. “Eu serei vosso deus.” Ora, se vai ser, então não é.

3- Uma dúvida que fica me importunando faz tempo: Através de quem Moisés ficou sabendo dos detalhes sobre Abraão, Isaac e Jacó? Você responder, cheio de sapiência: - Ora, o deus não acabou de dizer que é o deus de Abraão, Isaac e Jacó? E eu replico: - Sim, ele acabou de citar três nomes – mas não contou aquelas histórias escabrosas que a gente estudou

no primeiro livro desta série, concorda? E eu perguntei como foi que os pormenores da vida de cada um chega-ram ao conhecimento de Moisés se, pelo visto, não houve transmissão de cultura de pais para filhos durante aque-le hiato de quatro séculos entre a morte de Israel e a vinda de Moisés. Se tivesse havido esta transmissão, o povo hebreu saberia quem era o deus. No entanto, é Moisés quem está trazendo as notícias sobre o mesmo, que é desconhecido dos semitas!

Torno a perguntar: Como foi que Moisés se inteirou da existência dos três patriarcas e de suas histórias, se o único meio seria através do povo – e este nem ao menos sabia da existência do deus?

Vamos recapitular: Quatrocentos anos antes, morreram no Egito José, seus irmãos, Israel e os familiares que com eles vieram. Sobraram seus descendentes, que podem ter sabido a história pelos mais velhos, por transmissão oral. E a transmissão verbal foi passando de pais para filhos. Mas 400 anos é muito tempo para que a história se mantivesse intacta através apenas de relatos orais. Para

exemplificar, o Brasil foi descoberto há 500 anos. A gente só sabe dos fatos do descobrimento por causa dos li-vros porque, se dependesse de transmissão falada, jamais ficaríamos sabendo de Cabral, Pero Vaz de Caminha, D. Manuel, Frei Henrique de Coimbra, Porto Seguro e daquilo tudo que a gente aprendeu na escola.

Outro exemplo: Os escravos foram libertos há pouco mais de 100 anos e, até há poucas décadas, ainda existi-am escravos andando pelas nossas ruas, contando suas histórias. No entanto, só sabemos dos episódios por causa dos livros de História porque a tradição oral não ajudou em nada.

Mas no caso da história dos patriarcas, o Moisés conta tudo com tanta certeza, como se nada tivesse sido per-dido e que a transmissão oral garantiu suficientemente que as lembranças se mantivessem intactas.

Creio eu que, depois de 400 anos guardada apenas na memória de uma turma sempre crescente de hebreus broncos interessados apenas em comer e folgar, a história foi se perdendo, foi se deteriorando e o que sobrou não daria para garantir certeza nenhuma. Se é que sobrou alguma coisa.

Mas continuemos supondo que haja restado algum fiapo de história. Passemos a Moisés e veja se é possível que ele tenha recebido a história de alguém e refeito suas bases. O Mesu foi encontrado bebê num cesto e criado no palácio do faraó, onde morou até os 40 anos. Neste ambi-

ente não tinha como saber coisa alguma sobre os antepassados semitas. Primeiro, porque os semitas não queri-am conversa com ele; segundo, porque sendo ele o dodói da princesa, não ia se misturar aos hebreus. Sem con-vivência com aquele povo, como teria ficado sabendo dos fatos?

Fugitivo, passou quatro décadas longe. Seu sogro vivia em local isolado com as filhas. Sabe-se que Jetro era sacerdote de Madiã (exo: 2:15) e mais nada. Do sogro, portanto, Moisés não teve como saber dos antepassados.

No entanto, quando o deus apareceu naquela moita pegando fogo, esclareceu a Moisés que era o deus de A-braão, Isaac e Jacó. Falou mais coisas, mas o que quero focalizar é que o deus não explicou quem eram estes três senhores, como se Moisés soubesse de quem se tratava. E Moisés recebeu a notícia sem fazer perguntas, como se realmente soubesse tudo sobre.

Torno a perguntar: Quem contou a Moisés o que ele escreveu a respeito dos três velhotes seus antepassados? Ou Moisés terá inventado um Abraão? Um Isaac? Um Israel? Um deus? É possível.

Veja a opinião do arqueólogo israelense, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv, Israel Finkelstein, autor do livro “A bíblia desenterrada”, publicado em 2001: ele reduz os fatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII a.C. Para este arqueólogo judeu, o Gênesis é uma e-popeia literária sem correspondência com a realidade.

O autor vai ainda mais fundo e afirma que não existe nenhum registro arqueológico nem registro histórico da existência de Moisés ou dos fatos do êxodo bíblico. Diz ele que a libertação dos hebreus escravizados por algum faraó foi incluída no Torá mais ou menos no século VII a.C. por obra dos escribas do Templo de Jerusalém. Para combater o politeísmo, os rabinos inventaram um código de leis e histórias de patriarcas que recebiam ensi-namentos diretamente de Jeová. A prova de que estes textos são lendas estaria nas inúmeras incongruências culturais e geográficas entre o texto e a realidade. Muitos reinos e locais citados na jornada de Moisés pelo deser-to não existiam no séc. XIII a.C., quando o Êxodo teria ocorrido. Esses locais só vieram a existir 500 anos depois. A análise dos textos indica que Abraão foi introduzido no Torá mais de 1.000 anos depois de sua suposta viagem. (Revista Superinteressante nº 178, julho 2002 – Abril Cultural)

Se houver dúvida, basta procurar na internet e assim, não é Petros a desmentir Moisés. É justo um israelense, um dos seus seguidores, que põe em dúvida, a existência do próprio Moisés!!!

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***** 3388-- Moisés veio falar aos hebreus o que Jeová lhe havia dito, “mas eles não o atenderam por causa da ânsia

de espírito e da dura servidão”. (6: 9)

Comentário: O que quer dizer “ânsia de espírito”? O dicionário de Silveira Bueno, da FTD diz que ânsia significa “desejo ardente”. Mas... Os hebreus tinham desejos ardentes a respeito do quê? De livrar-se do cativeiro? Se assim fosse, eles

atenderiam prazerosos a Moisés, porque este viera trazer justamente a liberdade, o fim da servidão! Tradução da fala do Mesu: de tanto que os servos queriam a liberdade, não quiseram ouvir falar em liberdade. É o mesmo que dizer que quem está com muita fome não quer comida!

“O faraó ignorou a solicitação de Moisés, assim como a ignoraram os próprios hebreus. Tinham medo demais de seguir um líder revoltoso, além de jamais terem ouvido falar num deus com tal nome: Jeová, ainda mais que não foi com este nome que ele “apareceu aos seus antepassados: Abraão, Isaque e Jacó.” (Enciclopédia Novo Conhecer – vol. III – Abril S. A. Cultural e Industrial – S. Paulo – 1977 – pág. 350)

2- Dura servidão! O Mesu insiste, mas a gente já descobriu que aquela servidão não era dura coisa nenhuma. Digamos que os hebreus estivessem mesmo submetidos a mais negra escravidão e que o deus fosse DEUS

Verdadeiro; este lhes transmitiria coragem; falar-lhes-ia sobre paciência, amor e perdão, ajudá-los-ia a carre-gar a cruz. Faria o contrário do que fez o deus, que ficou insuflando-os a se rebelar.

Segundo o Verdadeiro Deus apresentado por Jesus, a dor é o caminho único para se chegar ao Pai – mas o deus anticristão de Moisés não sabia disso e achava que sofrer era ruim.

Bem aventurado o homem que suporta com coragem a sua provação, porque receberá a coroa que Deus prometeu aos que sofrem. (Tg: 1. 12)

Sendo afligidos suportais com paciência, pois para isto fostes chamados. (Pd: 2. 20 e 21

Quando injuriados, bendizemos; Quando perseguidos, suportamos; Quando caluniados, procuramos reconciliação. (Cor: 4. 12

3- os escravos não atenderam a Moisés por causa do desânimo e da dura servidão. Os escravos não atenderam a Moisés, não por causa da dura servidão. Não atenderam porque não queriam

deixar a “dura servidão” que, se fosse dura, seguiriam a qualquer um que prometesse liberdade. No entanto, o grande hebreu tinha de ficar implorando para que quisessem ser libertos. Veja se nossos escravos negros deixa-riam escapar uma ocasião para se livrar do tronco, da chibata, do trabalho bruto, da senzala fria, imunda, cheia de rato e barata. Veja se eles deixariam escapar uma chance de encontrar alívio, por mais desanimados que estives-sem. Não era preciso ninguém vir acenar com a liberdade; eles mesmos a procuravam, à custa da própria vida.

Vamos dar uma paradinha neste ponto. Você não está com pressa, não é mesmo? Nem eu. E, já que temos tempo, vamos fazer umas observações oportunas, um trabalho mais profundo. Preste atenção nas palavras em negrito:

a) Moisés e Aarão, dois hebreus, foram à presença do soberano pedir a libertação dos seus. O fa-raó os recebeu e os ouviu. Não os atendeu, mas também não os enxotou conforme poderia ter feito.

b) Os escravos hebreus foram à presença do soberano egípcio reclamar do aumento de serviço naquele lance de terem de providenciar a própria palha. O rei os recebeu e os ouviu; não atendeu, mas também não os enxotou.

c) Daqui por diante, muitas vezes Moisés vai estar em presença do rei exigindo e fazendo chanta-gem, sem ser expulso, sem receber repreensão de qualquer espécie e sem ser ameaçado.

Nota-se por estes sinais, que no Egito respirava-se democracia. No Egito respeitavam-se os inferiores e suas

opiniões. O rei recebia quaisquer pessoas, ouvia o que tinham a dizer sem se agastar, sem usar sua posição para humilhar. Moisés, porém, afirma que eram oprimidos em triste servidão.

O que direi já o disse, mas agora vou repetir com maior calma, para melhor julgamento:

a. Os escravos no Brasil resgatavam no tronco e noutros instrumentos qualquer infração, in-disciplina, ou ato desrespeitoso. Não parece que no Egito houvesse objetos de tortura similares e, se hou-

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vesse, Moisés não teria deixado por menos; teria feito referência a eles nos seus escritos. Ele teria denun-ciado com estardalhaço, com certeza.

b. Senzalas eram os abrigos dos negros e chamá-las de abrigos é uma concessão mais que dadivosa. Nalguns casos, havia tão somente a cobertura com folhas de palmeira. Sem divisões internas nem paredes externas, sem privacidade moravam no mesmo espaço físico crianças, adolescentes, mulhe-res, homens adultos e idosos, todos. Sem mobiliário, dormiam em tarimbas ou em folhas secas no chão. Aos escravos hebreus, no entanto, José destinou o que havia de melhor no Egito: a terra de Gosén na foz do Nilo, terra de grande fertilidade. Moravam em casas que pouco ou nada diferiam das casas dos egíp-cios. Já vimos o que o deus disse a Moisés: “e, ao sairdes, não será de mãos vazias. Cada mulher pedirá à sua vizinha e à hóspeda joias de prata, de ouro e vestimentas e despojareis os egípcios” (3: 21 e 22). Aí está, pois, a impossibilidade dos judeus estar entregues à pobreza: tinham como vizinhas e hóspedas as egípcias abastadas; as mulheres semitas estavam frequentavam lugares elegantes onde usar joias caras.

c. Os negros no Brasil nem ao menos se pode dizer que tivessem uma família. Cônjuge e fi-lhos pertenciam ao fazendeiro que os vendia separando pais e filhos, marido e mulher. Inexistem episó-dios semelhantes em se tratando de egípcios e seus servos. Os hebreus constituíam família, tinham seus primogênitos a quem davam excessivo valor; moravam cada qual em sua casa com mulher e filhos, man-tinham o direito de serem designados pelo sobrenome: Levita, Danita, Rubenita... A maior prova de que conservaram a identidade familiar foi que, à saída do Egito, continuaram agrupados em tribos, de acordo com o nome do patriarca tribal (exo- 12: 51).

d. A gente observa que Aarão, hebreu em terra egípcia, tinha toda liberdade para ir e vir. Ve-remos logo adiante que, volta e meia, aparecia perante o faraó reivindicando e fazendo “prodígios” e ou-tros bonitinhos; e não apareceu em nenhum trecho da narração fazendo algum trabalho, braçal ou não. Ele estava sempre zanzando com Moisés pra baixo e pra cima e, nem por isso, foi repreendido pelos egípcios. Grande sofrimento! Grande cerceamento de liberdade! Imagine só se os escravos brasileiros podiam ir onde tinham vontade!

e. A gente vai constatar logo noutro capítulo que os escravos hebreus eram ricos; possuíam bastos rebanhos e objetos particulares, ao passo que os escravos no Brasil não tinham de seu nem os trapos que os cobriam.

f. As mulheres hebreias não aparecem em nenhuma cena bíblica trabalhando! Deste fato se deduz que somente os semitas homens foram feitos cativos. Aliás, aquilo não se pode chamar de es-cravatura ao pé da letra. Eles foram chamados ao trabalho mantendo sua individualidade, seus bens, suas famílias, o que é diferente. Quanta dessemelhança entre os escravos hebreus e a escravatura no Brasil!

g. Escravos brasileiros comiam papa de fubá com água e sal em torno do cocho no quintal sem talheres, comiam com as mãos e, comia mais quem chegasse primeiro. Brigas dolorosas eram pro-movidas por aqueles que estavam famintos, mas que não conseguiam chegar à frente. As mulheres que serviam dentro da casa grande comiam melhor, por poder raspar sobras das panelas. Não temos notícias dos escravos hebreus passando por humilhações idênticas. Na bíblia está escrito que eles comiam tão bem, que após a libertação, lamentavam-se por não haver morrido enquanto eram escravos no Egito, sentados junto à fartura das panelas de carne e com pão a fartar! (Êxo: 16.2 e 3)

h. E há outras mordomias em terras egípcias, as quais discutiremos quando se apresentarem. Daí se vê que as “amarguras” dos escravos judeus estavam longe de serem amargas; daí se justifica cada re-

volta dos judeus contra Moisés desde agora, quando o culpam pelo aumento do trabalho.

***** 3399-- Jeová manda outra vez que Moisés vá falar ao faraó, mas este responde: “Se os filhos de Israel não me

ouvem, como me ouvirá o faraó, se eu não sei falar com facilidade?” (6: 12)

Comentário: Falou pouco, mas tudo: Se os judeus não querem ser libertados, como os libertará o faraó? Ou: Se os judeus não creem no deus deles, por que o rei acreditaria? Ou ainda: Por que o rei obedeceria ao deus hebraico, se os próprios hebreus não o queriam obedecer? As palavras são de Moisés: “Se os filhos de Israel não me ouvem, como me ouvirá o faraó?”. Você viu leitor, que os escravos se esquivavam de serem libertos. Não estou exagerando, portanto, ao dizer

que os judeus não estavam em tão horrível servidão e não faziam a mínima questão de ganhar a liberdade.

2- Por duas vezes, os hebreus se voltaram contra o governo: A primeira vez foi no governo de Seti I e, precisamente por causa desta rebelião, foram feitos cativos. A segunda vez foi no reinado de Ramsés II. Desta feita foram comandados por Moisés, que já sonhava ser fei-

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to faraó. Você lembra? Foi antes dele matar o feitor e fugir. Agora, porém, no governo Menerphtah e liderados pelo próprio deus, os hebreus nem ligam para se rebelar!

Por quê? Bem... Na certa nem acreditavam que houvesse um deus. Além disso, preferiam a servidão no conforto, em

lugar da liberdade sem teto, sem comida, sem destino.

3- Uma ideia está saracoteando na minha cabeça e vou colocá-la pra fora. Esta dúvida me ocorreu quando es-

crevi o comentário nº. 27 e agora retorna com maior força. Seguinte: Será mesmo que Moisés fugiu do Egito por haver matado um feitor egípcio? Ou terá fugido por haver fomenta-

do rebelião contra Ramsés II, tentando usurpar-lhe o trono? Esta hipótese pode ser verdadeira, uma vez que foi justo aí que houve ruptura com Menerphtah, o qual passou

a perseguir Moisés; a morte de um feitor qualquer, feitor sem nome não provocaria evasão de 40 anos. Uma fuga tão demorada, com tanto medo de retornar à pátria só pode ser justificada por episódio muito, mas muito grave, como uma tentativa de depor o monarca, por exemplo.

4- “...como me ouvirá o faraó, se não sei falar com facilidade?” Puxa vida, o Moisés devia ser mesmo muito ruim no falar, devia ter mesmo a língua muito pesada, gago do

mais profundo nível, pois registrou que o faraó não o ouviria, devido à sua dificuldade para se expressar.

***** 4400-- Segue a genealogia de Moisés e Aarão. (6: 14 a 26)

Comentário: Você me desculpe, mas não quero submetê-lo à chatice de ter de ler aquele monte de nomes. O

que eu quero deixar claro é que Moisés colocou na linha de frente desta genealogia Aarão e filhos; colocou até Finéias, que vem a ser neto de Aarão e não teve papel nenhum nesta história – mas não mencionou seus pró-prios filhos! Por quê? O que ele tinha contra os filhos, que o deixa tão aborrecido a ponto de não mencioná-los na sua genealogia?

2- Um momento, um momento! Oficialmente, é impossível estabelecer a genealogia de Moisés, pois que ele foi encontrado no rio. Como afirmar quem eram seus pais? Mesmo assim, ele estabelece linhagem como se tivesse certeza: Noé, Sem, Héber, Abraão e Sara, Isaac e

Rebeca, Jacó e Lia, Levi, Coate, Anran com Jocabed – estes, “pais dele” e de Aarão. Atenção aqui: Estes dois últimos – Jocabed e Anran, tidos por pais de Moisés eram tia e sobrinho entre si.

Portanto, ocorrência que a bíblia classifica como incesto. Moisés se diz descendente de união entre parentes consanguíneos. Mais adiante, o deus dá a norma de casamentos incestuosos e, dentre eles figura casamento entre tia e sobrinho. Espia só:

Não descobrirás a nudez da irmã de teu pai, pois é carne de teu pai. Não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe, porque é carne de tua mãe. (Lev. 18: 13).

Descobrir a nudez de sua tia é desnudar a própria carne e sobre si cairá a pena do delito. (Lev: 20: 19) E Moisés, ao escrever esta lei, havia esquecido que estava falando dele mesmo, pois que afirma ser filho de

um casal composto por tia e sobrinho – se bem que o Conde Rochester diz que Moisés era sobrinho de Anran e Jocabed. Mas Moisés faz questão de ser filho destes incestuosos. Deixa ele, uai!

Se incesto promover desgraças, o casal não escapou da maldição, pois tiveram Moisés por filho...

3- Mas o deus permite este incesto, porque dizem que são ancestrais do legislador. É família de Moisés, né? Então pode; fecha o olho e toca o barco! Tudo o que é relacionado a Moisés, pode. Nada é pecado, tudo é justificado. Ah, se fosse com Esaú! Com Caim! Com Canaã! Com os filhos de Ló!

4- Mas só para você avaliar o tanto que os exegetas se descabelam para justificar tanta inconsistência, eis o

que eles dizem na bíblia das Paulinas sobre este incesto: “O casamento com a irmã do próprio pai não era proibido naquela época”.

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Viu só? As leis naturais – leis de Deus Verdadeiro – agora dependem de época, têm prazo de validade!

Num momento da História do Mundo elas são válidas e noutras, não! É o mesmo que afirmar que, num período retrocedido da História, as árvores nasciam com as raízes pra cima e, a partir de certo momento, passaram a nas-cer com raízes para baixo! Ou que muito antigamente, o sol aparecia à noite. Ou que os homens é que engravida-vam e pariam...

Quequeéisso? Um fato natural numa época continua exatamente idêntico até o final da eternidade. Veja bem: a união entre parentes não era tolhida por causa da religião. O impedimento vem da consanguini-

dade, fator que pode determinar problemas genéticos na descendência. Nem cães devem se cruzar entre os da mesma família, sem o que podem nascer filhotes com defeitos físicos. Se incesto gerava filhos com problemas numa época, ele continua gerando filhos com problemas até o fim dos

tempos porque as leis do Verdadeiro Deus não são modificadas de acordo com coisa alguma. Se o casamento entre consanguíneos era desaconselhado no ano 15 mil antes de Cristo, ele continuará sendo desaconselhado no ano 15 mil depois de Cristo, sempre pelo mesmo motivo, mas os exegetas, cujo ofício é manter os ignorantes antigos e fabricar ignorantes novos, mesmo sabendo dos problemas gerados pelo casamento entre parentes pró-ximos garantem que naquele tempo o matrimônio entre consanguíneos era permitido!

O céu e a terra passarão, mas minhas palavras não hão de passar. (Mat: 24. 35)

E veja você como é inconsistente o argumento dos analistas bíblicos: A época do nascimento de Moisés era a mesma época em que ele mesmo registrou ser pecado a união entre

tia e sobrinho. Um fato estava distante do outro uns poucos anos e, perante o desenvolver da eternidade, estes anos representam menos que um bilionésimo de segundo. Ambos os fatos, portanto: o incesto dos “pais de Moisés”, e a lei escrita por Moisés pertenciam à mesmíssima época e os exegetas sabiam disso!

5- Mas... Deixe-me entender um negócio! Só Aarão é irmão de Moisés? Cadê a Mariana, aquela menina cora-

josa que ficou observando o cesto no rio? Aquela que foi buscar uma ama de leite para o bebê? Aquela que foi o elo de religação entre “mãe” e filho? Pô, ela teve papel decisivo para a continuidade da vida de Moisés e agora desaparece sem deixar pista, ele a deixa de lado com a maior cara de pau!

Ah, desculpe! Mulher era gentalha para Moisés. Cada fato me persuade mais que ele não era muito homem.

6- Moisés só dá valor aos primogênitos masculinos. Mas, prepare-se leitor, para uma revelação espantosa: Tchan, tchan, tchan, tchaaaannnnn!!! Moisés não era primogênito! Ele próprio afirma que não foi o primeiro filho! Sim, Aarão – de quem ele quer ser irmão de tudo quanto é jeito, era três anos mais velho que ele! Se eu fosse mulher daquelas bem dondocas, neste ponto eu diria: “Meus sais!” – e desmaiaria. O maior bem-amado do deus não era primogênito! Onde já se viu? Como explicar este puto erro? Como é

que Jeová deu uma mancada destas? Agora, sem dar risada: aqui há uma coisa que não encaixa. Acompanhe comigo: Moisés não aprecia segundo filho – tanto, que fez Jacó roubar o direito de primogenitura de Esaú, só para ser

descendente de um primogênito – mas ele garante que não é primogênito e nem se preocupa que Aarão seja mais importante que si pelo direito de primeiro filho. Era para não aceitar ser o segundo; era para brigar e roubar este direito do outro, mas ele até gosta, desde que seja irmão de Aarão, desde que esteja ao lado de Aarão des-de que esteja sempre de braços dados com Aarão.

Sendo irmãos estariam juntos, se tocando o tempo todo como xifópagos sem erguer suspeitas. Faz sentido. Mas quem pode provar que eles eram irmãos de verdade? Heim? Cadê as duas ou três testemunhas do fato? Não é que eu seja malicioso, mas... Sei não! A mim me parece que eles já vinham atrelados desde antes da

fuga de Moisés. Talvez fossem amiguinhos de infância, brincando nos recantos dos jardins do palácio. E tem também que Moisés não tolerava nenhum segundo filho – e ele era segundo filho! Não é estranho que

ele aceitasse ser o segundo, deixando a primogenitura de mão beijada a Aarão? Neste angu tem caroço, tô falando!

7- E aqui, veja outro item interessante que eu já falei, mas falo outra vez, pela contradição: Quando trata da genealogia de Moisés e Aarão, ele conta dos ancestrais desde Israel com Lia e vai descen-

do, descendo até falar de Anran e Jocabed, supostos pais da dupla Aarão e Moisés. Conta que o irmão Aarão se casou com Elisabe e teve quatro filhos – todos homens! –, nomeia os sobrinhos, fi-

lhos de Aarão: Nadab, Abiu, Eleazar e Itamar; conta que um deles se casou e teve um filho, o Finéias; e depois... Pronto! Acabou! Não diz uma única palavra sobre os próprios filhos!

Será que os filhos dele cresceram, se casaram, tiveram filhos? Que grande homem é este que se envaidece pelos ancestrais, que se orgulha do irmão, da cunhada, dos

sobrinhos e até o neto do irmão – mas que não diz uma única palavra de sua própria descendência...

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***** 4411-- O Senhor instrui Moisés: Tu dirás o que eu ordenar; Aarão falará ao faraó para que aceite sair do Egito

os filhos de Israel. Eu, porém, endurecerei o coração dele, multiplicarei os meus sinais, os meus prodígios, as mi-nhas maravilhas. O faraó não vos ouvirá e eu farei sair o meu povo do Egito, com grandes manifestações. (7: 1 a 7)

Comentário: Eita Jeová vaidoso! Enaltece-se a si, como se fizesse jus. Que diferença dos princípios cristãos!

Alguns se louvam a si mesmos, revelando falta de juízo. (2- Cor: 10. 12)

Toda vanglória é maligna. (Tg: 4. 16)

2- Vou reprisar minha indignação, ao mesmo tempo em que provo a falta de poderes de Jeová. Ele disse a Moisés, para que Moisés dissesse a Aarão, para que Aarão dissesse ao faraó... Quanta dificuldade! O primeiro fala ao segundo, o segundo fala ao terceiro que é para falar ao quarto. Por que o deus, que multiplica maravilhas não faz Moisés falar por si? Precisa carregar tradutor a tiracolo? Acontece que destravancar língua é difícil e o deus não sabe fazer isso. Nada a ver com Jesus, que fazia maravilhas, sim senhor! Aquele, no entanto, que se diz deus, que se gaba

de haver criado o planeta e a humanidade, não conseguiu desatar a língua de alguém que já falava! E olhe que Moisés era o dodói preferido.

Imagine se fosse você. Ou eu... Hmmm!

Jesus fez surdo ouvir, fez mudo falar. (Marcos 7: 37) Jesus os curou coxos, cegos, mudos, aleijados. A multidão se maravilhou vendo mudos

falando, aleijados sãos, coxos andando e cegos enxergando. (Mat. 15: 30 e 31)

3- Que Jeová incoerente! Quer livrar os judeus, manda Moisés pedir a libertação do povo, mas já vai avisando

que endurecerá o coração do faraó para que não atenda ao pedido. Por quê?

***** 4422-- Para a visita ao rei, o deus instruiu Moisés a fazer o truque do pau que virava cobra. Ele foi, fez o pedido

e, como não foi atendido, Aarão tentou fazer medo no rei. O faraó, porém, chamou seus sábios; estes fizeram os mesmos prodígios com suas ciências, mas a vara de Aarão devorou a vara dos egípcios. Todavia, o coração do rei endureceu e ele recusou atender ao pedido, conforme dissera o Senhor. (7: 8 a 13)

Comentário: Uma passada de olhos no testemunho de Pinehas, o egípcio, contido n “O Faraó Menerphtah”,

de autoria do Conde Rochester. Pinehas, bruxo e médico sem escrúpulos, estava apaixonado por Smaragda, uma egípcia, sem que seu amor

fosse correspondido. Sabendo, através do padrasto, que Moisés planejava libertar os judeus, ele ideou juntar-se à caravana dos libertos levando raptada, a mulher que amava. Seu plano foi revelado a Moisés que o aprovou, pois ter egípcios entre seu povo era uma segurança a mais. À pág. 79, o autor relata a fala de Pinheas a Moisés, onde criticou a intenção do legislador:

“-Permite que eu fale, não ao enviado de Jeová, mas ao sábio discípulo do Templo da Casa de Seti. Per-tenço também eu ao número dos que se iniciaram numa grande parte dos mistérios; sem dúvida, sendo tu bem mais velho, tudo conheces. Ser-te-á lícito desvendar ao povo os mistérios sagrados que te foram confi-ados mediante o mais solene juramento, usar tais segredos para amedrontar as massas e forçar o faraó a li-bertar os hebreus? Perdoa-me estas perguntas, mas devo ser esclarecido para poder servir-te utilmente. Compreendo que as forças da natureza habilmente empregadas podem atemorizar pessoas ignorantes; mas conseguirás assustar Menerphtah que, filiado também à casta sacerdotal e, consequentemente, iniciado, co-nhece os fenômenos que queres produzir? Ouvi-te dizer que farás bastão se transformar em serpente – mas isso, os mágicos também fazem em praças públicas para divertir o povo, como não ignoras.”

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2- Aarão promoveu seu espetáculo perante o faraó, mas os... Epa! Aarão fez o bordão virar cobra! Não foi Moisés? O deus dotou foi o Moisés de poderes - e não Aarão!

Agora, aparece o Aarão dando show com a vara do deus! Então, os poderes outorgados eram mesmo de 5ª categoria, considerando que quaisquer pessoas, mesmo as

não iniciadas nas ciências ocultas podiam transformar um pau em cobra! E, que interessante: Aarão que ia ser a boca de Moisés, agora, está sendo suas mãos também. Está roubando

o espetáculo e o Moisés permite! (Eu tô falando! Tem coisa estranha entre estes dois...)

3- Palavras da bíblia: “os sábios fizeram os mesmos prodígios com suas ciências” (!) Aarão apresentou o teatrinho perante o faraó, mas os sábios egípcios, usando a ciência, fizeram o mesmo. Ora, se repetiram a façanha lançando mão de conhecimentos científicos, é porque o fenômeno não era pro-

dígio deusal e sim, produto de ciência. Cadê que os poderes eram exclusividade de Moisés? Cadê o milagre? Que vexame, heim, Jeová? Sendo deus, você tinha obrigação de saber que os egípcios sabiam fazer a

mesma mágica. E devem ter dado muita risada de você!

Vamos dar voz aos exegetas sobre o assunto. Dizem aqueles das Paulinas:

“No Egito antigo, os encantadores de serpentes gozavam de grande consideração. Entre outras coisas, podi-am reduzir uma serpente estendida à forma rígida de um bastão.”

E pronto! Os analistas admitiram que no Egito antigo houvesse encantadores de serpente que faziam cobra enrijecer a ponto de se assemelhar a bastão. E foram os exegetas que deram esta dica – não eu! Eles só con-firmaram que o feito era coisa banal, sem nenhum tempero divino.

E mesmo nesta explicação dos exegetas há uma contradição em relação ao texto de Moisés. Compare: Segundo Moisés, nas mãos de Aarão a vara se transformou em cobra. Para os exegetas, os sábios conseguiam dar a uma serpente a forma de um pau. Moisés fala em pau que se transforma em cobra. Os exegetas falam em cobra que fica igual pau. A cobra continua cobra, apenas com a aparência de pau. Foram discretos e sensatos estes exegetas.

Já os analistas da Ecumênica “explicam” o prodígio efetuado pelos cientistas egípcios: “Como encantadores de serpentes que eram, conseguiram imitar o prodígio de Aarão...”. Procurando desmerecer o feito dos sábios, estes exegetas conseguiram desmerecer o fenômeno de Aarão,

uma vez que o transformaram em simples encantador de serpentes. Noutras palavras, afirmaram que qualquer artista de rua conseguia reproduzir um ato celestial!

4- Diz Moisés que os cientistas fizeram paus virar cobra e aí, a cobra de Aarão comeu as cobras dos egípcios. Pergunto: Quanto tempo uma cobra demora para devorar outra? Que espécie de cobra rapidíssima era aquela que atacou e engoliu muitaas outras ao mesmo tempo sem lhes

dar chance de fuga? Ou ela chupou as outras num segundo, igual se chupa um fio de macarrão da sopa? E as demais cobras – aquelas dos sábios egípcios – terão se mantido comportadinhas, observando as com-

panheiras sendo engolidas. Não lutaram, não resistiram, não tentaram escapar, não fizeram nada em favor de si mesmas! Ficaram paradas quietas, enfileiradinhas por ordem de tamanho aguardando sua vez de serem devora-das. Que cena!

E o pior: as cobras não eram cobras de verdade – eram bastões que o ilusionismo transformou em serpente; não podiam ter comido coisa nenhuma, considerando que um pedaço de pau não devora outro pedaço de pau.

5- Todavia, o coração do faraó endureceu e ele recusou atender ao pedido, conforme o Senhor prometera. É claro que o monarca tinha de negar o pedido. Ele não tinha motivos para atender a solicitação de um mágico

divino enviado pelo céu, que foi suplantado por gente comum da terra. O faraó não viu prodígio nenhum porque, como ele não era burro, percebeu que o “milagre” não era milagre.

*****

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Capítulo 5

Primeira Praga:

ÁGUA EM SANGUE.

De acordo com as escrituras, a partir de agora o Egito vai começar a viver um pesadelo. Pena que as páginas da História Oficial não tenham registrado as pragas que o “livro dos livros” realçou para que pudéssemos tomar conhecimento dos fatos contados por ambos os lados e avaliar suas dimensões.

Fato curioso os egípcios não deram a mínima importância àqueles episódios – tanto, que nem ao menos os mencionam em sua História; é como se eles nunca tivessem acontecido, ao passo que os hebreus ainda hoje os exaltam em prosa e em versos, como a lauda mais gloriosa de sua epopeia.

Vou trazer mais uma vez a opinião de um hebreu contemporâneo, estudioso dos feitos bíblicos. Sua opinião tem valor dobrado porque, além de ser israelense, também tem o seu mérito como escritor conceituado, arqueó-logo, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv, Israel Finkelstein e autor do livro “A bíblia desenterrada”, publicado em 2001. Pois este autor hebreu reduz os fatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII a.C. Para este arqueólogo judeu, o Gênesis é uma epopeia literária sem correspondência com a realidade.

“O autor [...]afirma que não existe nenhum registro arqueológico nem registro histórico da existência de Moi-

sés ou dos fatos do êxodo bíblico. Diz ele que a libertação dos hebreus escravizados por algum faraó foi incluída no Torá mais ou menos no século VII a.C. por obra dos escribas do Templo de Jerusalém. Para combater o politeísmo, os rabinos inventaram um código de leis e histórias de patriarcas que recebiam ensinamentos diretamente de Jeová. A prova de que estes textos são lendas estaria nas incongruências culturais e geográficas entre o texto e a realida-de. Muitos reinos e locais citados na jornada de Moisés pelo deserto não existiam no séc. XIII a.C., quando o Êxo-do teria ocorrido. Esses locais só vieram a existir 500 anos depois. A análise indica que Abraão foi introduzido no Torá mais de 1.000 anos depois de sua suposta viagem.” (Revista Superinteressante nº 178, julho 2002 – Abril Cultural)

Mas vamos continuar nosso trabalho, agora num estágio à frente. Pela ordem, as “pragas” que atingiram o Egito por autorização do deus e praticadas por Moisés e Aarão foram: 1. O Rio Nilo transformado em sangue; 2. Invasão das rãs 3. Invasão de pulgas; ou de piolhos; ou de mosquito maruim; 4. Ataque das moscas; 5. Peste nos animais; 6. Tumores nos homens e nos animais; 7. Chuva de granizo; 8. Nuvem de gafanhotos;

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9. Trevas; 10. Morte dos primogênitos dos homens e dos animais egípcios.

No volume XXIII dos Pensadores, a gente lê:

“Se um homem que comandava a Natureza tivesse vivido episódios tão grandiosos não deveriam constituir a parte principal da História do Egito? Não obstante, os historiadores Sanchoniathon, Manéthon, Megastenes e He-ródoto não se referiram a eles! Nenhum destes autores proferiu uma só palavra acerca dos milagres de Moisés. Como? O Nilo mudar-se-ia em sangue, um anjo exterminaria todos os primogênitos egípcios numa só noite, o mar abrir-se-ia feito muralha à esquerda e à direita e nenhum autor falaria nisto!”

Terão acontecido tais pragas? É possível que, se aconteceram, não passaram de fatos comuns, corriquei-ros, normais provocados pela Natureza sem grandes proporções porque, em caso contrário, nalgum fiapo de escrita egípcia estes eventos seriam mencionados. No entanto, silêncio! O mais absoluto silêncio sobre o assunto, que só figura na bíblia. Isso nos leva a pensar que não passou de fertilidade, delírio poético do escritor bíblico.

Para dar testemunho às teorias de que tudo não passou de fatos naturais, fui buscar dos exegetas as explica-ções:

Os analistas das Paulinas dão tudo como fato da natureza. Vamos ler:

“Até o capítulo 10, 27 são descritas as nove primeiras pragas do Egito. São elas do mesmo tipo de certos fe-nômenos naturais, característicos do clima egípcio, ligados principalmente com as inundações anuais do Nilo.”

Fenômenos naturais, clima egípcio e inundações do Nilo são comentos das Paulinas, que cultivaram sensatez.

Já os exegetas da Paulus relutaram muito, enrolaram muito, procuraram de todo jeito fugir pelas beiradas antes de dar sua visão sobre o assunto. Em meio a números e em letrinhas pequeninicas, quase invisíveis, tentaram deses-timular a leitura. Mas acabaram entregando os pontos em relação ao sangue do Nilo e demais nove pragas:

“A narração é uma composição literária. Não se devem justificar estes prodígios pela astronomia ou ciências naturais. A narrativa recorre a certos fenômenos naturais conhecidos no Egito, e desconhecidos na Palestina, como os gafanhotos - ou conhecidos na Palestina, mas raros no Egito, como a chuva de pedras.”

Os exegetas da Ecumênica não dão o braço a torcer! Para eles, as pragas foram mesmo choferadas pelo

deus, mas deixam no ar uma meia dúvida. Veja por si:

“Começa aqui, a descrição das ‘pragas do Egito’, de si fenômenos naturais, mas que, pelas circunstâncias que as acompanhavam (como de começarem e terminarem a mando de Moisés, o serem anunciadas com antecedên-cia, etc.) deviam mostrar a intervenção de Deus, Senhor de todas as forças da natureza.”

Usando palavras diferentes, os analistas todos concordam que as nove pragas primeiras são fatos naturais,

são fenômenos climáticos perfeitamente possíveis naquelas latitudes e em determinadas épocas do ano, sem a necessidade da participação de deuses privados a guerrear contra seres humanos.

***** 4433-- Jeová mandou Moisés ir mais uma vez pedir ao faraó que deixasse o povo partir. Mandou que levasse a

vara mágica e lhe provocasse o temor transformando a água em sangue. “Nisso saberás que sou o Senhor: Com esta vara que tenho na mão ferirei as águas do rio e se tornarão em sangue”. Era para estender a vara sobre as águas do Egito, sobre os rios, sobre os canais, sobre as lagoas e sobre todos os reservatórios para que se tornas-sem em sangue. “Haja sangue em toda a terra do Egito, até nas árvores e nas pedras”. Aarão levantou a vara e feriu as águas que estavam no rio, à vista do faraó e de seus oficiais e toda água do rio se transformou em sangue. Os peixes morreram; o rio se infectou e os egípcios não podiam beber de suas águas. “E houve sangue por toda a terra do Egito”. (7: 14 a 20)

Comentário: “Jeová mandou Moisés ir mais uma vez pedir ao faraó que deixasse o povo partir”. Que insistência em pedir um alvará de escape! É o mesmo que os presidiários pedirem ao diretor da cadeia

que permita sua fuga! Não tem cabimento, é contraditório! Se houvesse vontade de fugir à servidão, não haveria força que os mantivessem prisioneiros; fugas em

massa ou individuais teriam marcado a trajetória daquela gente rumo à liberdade, como fizeram os escravos do Brasil que fundaram cidades-refúgios com finalidade de acolher negros fugitivos. Fatos cheios de coragem e hero-ísmo marcaram no nosso país, o Quilombo dos Palmares. Tão marcante o lance, que foi criada a lenda do Zumbi.

A bem da verdade, nossos escravos tinham fome incontida de liberdade, porquanto seus martírios eram sim, insuportáveis. Nada disso acontecia entre os servos hebreus, os quais arranjaram um líder sem que o desejas-

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sem; este líder grudou neles feito carrapato e inventou de libertá-los à sua revelia. Tipo assim: “Vão ser libertados, queiram ou não queiram, uai!” Este líder é que ansiava por um documento oficializando a libertação.

2- Jeová “mandou que levasse a vara mágica e lhe provocasse o temor transformando a água em sangue.”. Eis de novo a vara da mandinga para outro milagre. Sem vara, nada de milagre. É aquele pau que vira cobra,

mas não consegue virar pulga nem elefante. Interessante é que o deus, lá na sarça ardente, mostrou a Moisés os truques da lepra e pau em cobra. Ele não

ensinou modificar água em sangue. E agora, de última hora, inventou esta de fazer água virar sangue.

3- Nisso saberás que sou o Senhor: Com esta vara ferirei as águas do rio e se tornarão sangue. Sou o deus mais poderoso. Sou o criador da vida e presido a morte; sou o senhor do céu, da terra, do ar, dos

mares, dos astros, dos animais, dos homens, do universo inteiro. Mas preciso desta vara, senão não sou ninguém! É neste deus despoderado que você acredita, leitor? Foi este ser frouxo quem fez você? A mim, não! Quem me criou foi Deus Verdadeiro.

4- “Haja sangue em todo o Egito, até nas árvores e nas pedras”. De acordo com o que Jeová falou a Moisés, todas as águas do Egito – mas todas mesmo, sem exceção – se-

riam transformadas em sangue, não restando um único rego de água pura nos rios, nem nos canais, nem nas lagoas, nem nos reservatórios, nem em vaso, balde, caldeirão, panela, caneca, xícara...

“Haja sangue assim nos vasos de madeira como nos de pedra”. – e está nas escrituras que o prometido foi cumprido. Veremos, porém, que sobrou muita água sem ser contaminada.

5- Depois de dada a ordem, os irmãos xifópagos foram fazer medo no faraó. Aí, “Aarão levantou a vara e...”. Não! Não acredito! Aarão outra vez? Cadê o Moisés? Onde está o Moisés? Onde foi parar o mago mor? Ele

deixa a vara do Jeová nas mãos de qualquer um! Assim não dá, né? O Aarão, que ia ser a boca do Mesu, ia ser tradutor, estava destinado a ser ator figurante, se tornou ator princi-

pal! Que maçaroca! Decerto, Moisés teme que tudo saia errado e manda o outro passar vergonha no seu lugar.

Agora, fora de brincadeira: Se Aarão, que era somente escravo, não iniciado em ciências ocultas e em coisa alguma, conseguia feitos daquele tamanho usando aquela determinada vara, então qualquer bêbado ignorante o conseguiria! O “milagre”, se é que existia, estava em algum dispositivo da vara e não no deus, nem no operador.

Sim, você poderá dizer que Aarão também era iniciado nas artes e nas ciências egípcias, mas eu retruco: Primeiro: Onde está escrito que Aarão era um iniciado semelhante aos sacerdotes? Quando foi que ele

frequentou os templos egípcios? Segundo: Se ele era um iniciado, temos mais um motivo para desacreditar destas narrações: Aarão era

um judeu escravo e, se teve acesso à cultura, aos segredos iniciatórios, então a posição dos escravos era muito mais privilegiada, do que supúnhamos, comparável à posição dos distintos membros da casa real. Cadê a discriminação? Cadê o sofrimento? Por que os servos clamariam ao deus, se eram livres, com as mesmas regalias dos seus senhores?

Portanto, uma coisa ou outra, você escolhe: a) Aarão era um iniciado e, assim como ele, os cativos tinham muitos privilégios. Os sofrimentos não existiram. b) Aarão não era iniciado sendo, portanto, o conjunto dos “milagres” com a vara a mais ousada mentira.

6- Os peixes morreram; o rio se infectou e os egípcios não podiam beber de suas águas. Os peixes podem ter morrido, sim. Acho até que morreram – mas não pare de ler, que eu deixei para mais adi-

ante desvendar o mistério do Nilo transformado em sangue.

***** 4444-- “Porém, os magos do Egito fizeram o mesmo com suas forças ocultas, de modo que o coração do faraó

endureceu e não os atendeu”. ( 7: 22) Comentário: Pronto! Se os magos do faraó fizeram o mesmo “fenômeno”, então Moisés estava blefando!

2- O deus não sabia que os egípcios conheciam o truque! Deixou o dodói passar a maior! Eita deus trapalhão!

Quem tiver um benfeitor feito ele não precisa de malfeitor.

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3- O faraó tinha mesmo de rir na cara dos dois e mandá-los plantar favas. É claro! O que faria você, leitor, se

soubesse que o querem enganar de modo tão atrevido:

Atenderia ao pedido;

Pediria um tempo para pensar

Cairia na gargalhada;

n.d.a.

4- Interessante também é que, na nota anterior, lê-se: “Nisso saberás que sou o Senhor: Com esta vara que

tenho na mão ferirei as águas do rio e se tornarão em sangue”. O discurso inteiro está na 1ª pessoa: sou, tenho, ferirei. Assim, quem fez água virar sangue foi o deus – mas

os magos do faraó fizeram a mesma coisa. Os magos, portanto, tinham poderes idênticos aos poderes do deus! Estavam no mesmo nível Jeová e os magos! Meia dúzia de seres humanos obscuros tinha o mesmo grau de cultura, sabedoria e capacidade quanto o “mais elevado ser do universo”!

Aqui uma nota: Moisés estudou nos templos egípcios e se apossou de parte de sua ciência, mas desconhecia que os sábios do faraó dominavam as mesmas ciências e muito mais. Se soubesse disso, não teria passado ve-xame fazendo truques conhecidos pelos oponentes. Isso significa que os sacerdotes egípcios não lhe ensinaram tudo! Esconderam alguns trunfos, certamente por não confiarem naquele discípulo que se mostrava espertinho além da conta. Com certeza, foi na Índia que Moisés aprendeu transformar pau em cobra, água em sangue e ou-tros “milagres”. No entanto, passou vergonha porque os truques que julgava o máximo eram de segunda mão, do tempo da zagaia, velhos conhecidos dos cientistas do faraó. E Moisés não sabia disso, que raiva! Se soubesse, teria procurado aprender artimanhas mais amedrontativas.

Através deste episódio constatamos ser possível a afirmação de Rochester: Moisés não esteve inocentemente pastoreando as ovelhas do sogro nas paisagens de Madiã, ao lado da jo-

vem esposa. Naqueles quarenta anos que passou longe do Egito esteve também noutras terras, noutros templos estudando, aprendendo truques e artifícios, preparando-se para voltar em cena e se vingar.

***** 4455-- “Os egípcios tiveram de cavar nos arredores do rio para encontrar água potável, pois das águas do rio

não podiam beber. Assim se passaram sete dias, depois que o Senhor feriu o rio”. (7: 24 e 25)

Comentário: Aqui está o desmentido na própria bíblia: os egípcios encontraram água potável junto ao rio;

assim, era falsa a informação de que toda água tenha virado sangue. E eu pergunto: Em qual momento o inventor deste texto mentiu:

1- Ao afirmar que toda água do Egito se tornou sangue? 2- Ao afirmar que nos arredores do rio encontraram água potável?

Sim, porque ou toda água virou sangue, ou nem toda água virou sangue, dada a impossibilidade de ambas as coisas terem acontecido simultaneamente.

Aqui há contradição e já se sabe: Onde há contradição há mentira.

2- Por sete dias o Rio Nilo esteve vermelho, prejudicando os egípcios. É fora de dúvida que o povo do deus

saiu prejudicado também – ou será que as águas eram sangrentas somente para os bandidos? E, se não o fos-se, de onde os mocinhos tiravam água limpa para uso pessoal? Moisés não esclarece o pormenor e, sem explica-ções, podemos pensar que o episódio não passou de invenção.

Tem mais: se tivesse sido verdade que o Nilo se tornou sangue, impossível que nenhum historiador tivesse registrado fenômeno tão apavorante; impossível que o fato não tivesse sido repassado de pais para filhos e que, no mínimo, algum descendente não tivesse feito a crônica para a posteridade.

O Nilo! Se fosse uma poça de água ou um reguinho na floresta, vá lá. Mas o Nilo? O segundo maior rio do mundo se transforma em sangue e nenhuma palavra em nenhum compêndio. O que se deduz disso, leitor?

Por que te orgulhas da maldade, ó homem poderoso? Amas o mal e preferes mentir. (Sal. 52: 1) Desculpe leitor, mas deixe-me repetir duas palavrinhas do volume XXIII de “Os Pensadores”:

“Se o homem que comandava toda a Natureza tivesse vivido fatos tão grandiosos não deveri-am constituir a parte principal da História do Egito?... Sanchoniathon, Manéthon e Heródoto não

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teriam feito referência a estes episódios? Josefo, o historiador, recolheu todos os testemunhos possí-veis a favor dos judeus, mas não ousou afirmar que qualquer dos autores citados tenha proferido uma só palavra acerca dos milagres de Moisés. Como! O Nilo mudar-se-ia em sangue, um anjo ex-terminaria todos os primogênitos do Egito, o mar abrir-se-ia, as águas suspender-se-iam à esquerda e à direita e nenhum autor viria a falar disto! As nações esqueceriam estes prodígios e só um peque-no povo de hebreus bárbaros nos narraria estas histórias, milhares de anos após o acontecido!” (Http://www.geocities.com/athens/column/8413/moises.html)

Rochester fala que o Nilo ficou livre da cor sanguínea por si mesmo sem a interferência. Segundo ele, quando o rio retornou à normalidade sem que o deus fosse requisitado, o faraó teria zombado de Moisés:

“-Muito bem, grande mensageiro dos deuses! – disse o rei, voltando-se – Vai-te, pois, e dize ao teu Jeová que imagine algo melhor para levar daqui o povo hebreu”.

“Sem responder, o profeta deu as costas e saiu, seguido por Aarão que, trêmulo de raiva, parecia censurá-lo em surdina. Irônica explosão de riso saiu dos lábios do faraó e essa risada real foi reforçada pela dos que o cercavam, parecendo repercutir em todas as salas, galerias e escadarias, acompa-nhando como um eco de escárnio os dois homens”.

Não sei até onde se pode crer em Rochester, mas convenhamos: as coisas não se passaram exatamente co-

mo dizem as escrituras sendo, no entanto, difícil estabelecer o tamanho da inventividade bíblica, porque o relato é muito resumido e, tantas vezes lido e comentado, que o leitor acaba crendo sem analisar, sem raciocinar e sem suspeitar que tudo tenha partido da imaginação humana. Uma mentira mil vezes repetida acaba por se tornar ver-dade; e uma mentira repetida milhões de vezes acaba por se tornar verdade divina.

A impressão que se tem quando lemos a “História Sagrada” é que os personagens tenham sido uns robôs que fizeram o que está relatado e nada além. Não nos passa pela cabeça que eles tenham tido vida própria; que agi-am, que se movimentavam, falavam, pensavam, viviam vida familiar, vida pública e íntima como qualquer outro ser vivente e que, nos intervalos do que foi relatado por escrito, eles continuavam sendo.

Ora, Moisés não relata que tenha tido necessidades fisiológicas e, por não relatar, ele não defecava? Se al-guém levantar a possibilidade de Moisés ter evacuado, poderá haver quem duvide, alegando: “Não está escrito!”.

Por tais motivos foi que se criou um mito sobre os anos ocultos da vida de Jesus, como se o Dulcíssimo Gran-de Mestre tivesse de ter sua biografia inteiramente exposta minuto a minuto para ser verdadeira, crível ou digna de um Cristo. Pois bem; Jesus era gente, apesar da missão divinamente sagrada e, nos anos ocultos terá vivido co-mo vivemos nós: de modo normal trabalhando, dormindo, resolvendo problemas de dinheiro, comprando, pagan-do, cuidando dos irmãos e da mãe viúva, levando em conta que ele era arrimo de família. Mas “se não está escri-to, não aconteceu”! dizem os mui sábios devoradores de bíblia, como se na biografia de Anita Garibaldi, por e-xemplo – uma das pessoas mais biografadas do Brasil –, todo suspiro que ela deu tenha sido registrado e, se não foi registrado, não suspirou.

Voltando: Na autobiografia de Moisés, é evidente que ele tenha anotado apenas o melhor da história; dificilmente alguém

escreve autobiografia narrando as ocasiões em que pagou mico, as ocasiões que foi motivo de zombaria ou es-cárnio. Daí, o testemunho de um só homem não ser levado a sério, ter valor limitado e não absoluto.

Sim, Moisés era um ser humano e teve momentos em que levou a pior, que passou vergonha. Existiram os lances em que ele saiu derrotado, por que não? Mas ele não relatou um único episódio neste sentido.

Ou será que só eu dou com a cara na parede? Só eu passo vexame? Só comigo acontecem coisas que le-vantam gargalhadas dos outros?

Se Jesus, a figura máxima planetária teve momentos de humilhação, por que com Moisés seria diferente?

3- Considerando estes aspectos, Rochester pode não estar longe da verdade. Note que Moisés não afirma ter

sido ele ou o deus ou os cientistas ou a própria Natureza a transformar o vermelho em água cristalina novamen-te. O escritor bíblico apenas garante que depois de uma semana as águas voltaram ao habitual, mas não elu-cida quem foi o mandante. Quer ver como Moisés relata o fim do caso da água vermelha?

Assim, ó: “Os egípcios cavaram junto ao rio para encontrar água potável, pois das águas do rio não podiam beber. Assim

se passaram sete dias, depois que o Senhor feriu o rio.”. (7: 24 e 25)

E mais nada! Estas afirmações, porém, não significam que tenha sido ele e ou Jeová a desfazer o fenômeno; bem pode ter sido a Natureza, pura e simplesmente, que faz tudo retornar à normalidade e, se assim aconteceu, naquela ocasião ficaram desmoralizados Moisés, Aarão e o deus. Os opositores podem ter rido na cara deles sim, não causando admiração se lhes tenha sido negado o alvará de soltura.

4- Pode ser que você esteja duvidando de mim e de minhas suposições. Claro, não se vai acreditando assim,

sem mais nem menos em Petros, um desconhecido. Mas será que hesita crer nos pios exegetas, cujas palavras estão nas mesmíssimas páginas bíblicas?

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Bem... Vindo dos analistas sacros... Aí, você fica meio na dúvida, né? Sim, porque tais comentaristas passaram praticamente a vida inteira debruçados nas páginas da bíblia analisando, pesando, discutindo e comparando o a muitos outros apontamentos, buscando dar a máxima fidelidade às suas anotações. Além disso, eles são religio-sos, obrigados a acreditar nas palavras de Moisés.

E é dos exegetas o que vem a seguir. Não esquecer o que eles escreveram sobre as explicações naturais dos fenômenos. Vou reprisar o mais elucidativo, para depois passar ao Nilo avermelhado:

Dos analistas das Paulinas: “são descritas as nove primeiras ‘pragas do Egito’. São, na maioria, do tipo de fe-nômenos naturais, característicos do clima egípcio, ligados principalmente com as inundações anuais do Nilo...”.

Dos exegetas da Ecumênica: “Começa aqui, a descrição das ‘pragas do Egito’, de si fenômenos naturais...”

Da Paulus: “A narração de Êxodo... recorre a certos fenômenos naturais, conhecidos no Egito...” Os analistas sagrados, portanto, concordam em atribuir, ao menos em parte, à Natureza, as famosas “pragas”. E aí? Está bom, ou quer mais? Ah, sim! Quer mais provas de que as águas sanguinolentas foram uma falsidade descarada de Moisés, não

é? Então, se prepare!

5- A redação completa dos críticos da Paulus é assim: “A narração de Êxodo, de 7, 14 até 10, 29... recorre a certos fenômenos naturais, conhecidos no Egito e des-

conhecidos na Palestina (o Nilo vermelho, as rãs, o siroco negro), ou conhecidos no Egito e desconhecidos na Palestina (os gafanhotos) ou ainda conhecidos na Palestina, mas excepcionais no Egito (chuva de granizo). Deve-se reter apenas a intenção da narrativa que faz brilhar aos olhos dos israelitas e do faraó: a onipotência de Jeová.”

Agora, vou a um comentário rapidinho desta última fala antes de passar ao golpe de misericórdia:

a) Você viu o que eles disseram: Que o Nilo vermelho era fenômeno conhecido no Egito!!! Palavras dos exegetas e não minhas! O Nilo rubro era acontecimento normal, velho conhecido do país das pirâmi-des! Os próprios analistas falam do Nilo vermelho com naturalidade e não com a surpresa da fé. E note que eles usaram a expressão: “Nilo vermelho”. Quiseram dizer que as águas ficaram da cor vermelha e mais nada! Eles não disseram sangue no Nilo, nem Nilo ensanguentado.

b) O mesmo se dá com a invasão das rãs, fenômeno que os analistas dão como comum no Egito! c) Da mesma forma o vento chamado siroco, que a gente vai analisar com calma. Nada de sobrenatural! d) Invasão de gafanhotos, fator conhecido no Egito e Palestina. e) Chuva de granizo, tida por evento banal na Palestina, mas raro no Egito. Raro, mas não impossível.

Tanto não impossível, que aconteceu. f) Onipotência de Jeová! Os exegetas escreveram estas palavras: “onipotência de Jeová”! Dá licença para

uma gargalhada sonora e nada delicada: – Quiá, quiá, quiá, quiá! Para mostrar “que ele pode tudo”, este deus teria de, no mínimo, tirar os hebreus do Egito sem ajuda de ninguém... Qual onipotência tem um ser “divino” que precisa de um mortal para alcançar um objetivo? Se assim fosse, o mortal é que seria o-nipotente. Para mostrar onipotência, o deus poderia pelo menos fazer Moisés falar direito. De qual autoridade abso-luta falam os exegetas, se o tal “que tudo pode” não consegue soltar a língua freada do mortal escolhido para ajudá-lo? Qual onipotente é este que precisa de um segundo mortal para interpretar o que o primeiro mortal é incapaz de dizer? Que não consegue fazer o povo crer no primeiro nem no segundo mortal nem mesmo recorrendo a mentiras ilusionismo e medo? Que, não consegue fazer o faraó aceitar umas reivindicaçõe-zinhas de nada?

g) Para mostrar poder, o deus transformou o Nilo em sangue. Isto é: transformou-o numa coisa nojenta, as-querosa, que ninguém teve a coragem de provar um bocadinho para ter certeza se aquilo era san-gue de verdade. Desta maneira, fica a dúvida: aquela coisa era sangue ou não era?

h) Por que, em lugar de fazer o Nilo avermelhar – sabendo que surgiria um escritor para desmenti-lo, o deus não fez algo que não tinha como duvidar, por exemplo: o Nilo congelar, ou fazê-lo correr da foz para a nascente? Por que não mudou suas águas em guaraná, mel, leite, vinho ou cerveja, líquidos bebí-veis, de fácil comprovação?

6- E você continua querendo provas de que as águas “sanguinolentas” foram mentiras, não é? Das Edições Paulinas, retirei o seguinte: “... o rio transformou-se em sangue significa que tomou uma cor sanguínea, produzida talvez por algas e in-

fusórios suspensos na água, como acontece no Nilo no início de uma inundação.” (pág 79) Algas e infusórios suspensos na água... O que vem a ser isso? Do Dicionário Michaelis, promovido pela UOL:

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Alga = limo, lodo. Classe de talófitas clorofiladas, que abrange grande variedade de formas, encontra-das em grandes acumulações de água doce ou salgadas.

Do Dicionário Mirador:

Alga: Classe de talófitas clorofiladas que abrange grande variedade de formas, desde unicelulares até muito grandes (...). O habitat da maioria das algas são as grandes acumulações de água doce e salgada (...). Possuem clorofila que, além da habitual cor verde, apresenta em espécies diferentes a cor vermelha. A alga vermelha pertence à classe das rodofíceas, com pigmentação predominantemente vermelha.

Algas vermelhas! Que prato cheio, ô meu! Imagine só um rio tomado inteiramente por algas que, em lugar de verdes, sejam vermelhas! Estas algas deixam a água num tom vermelho escuro, como se houvessem se transformado em sangue de

verdade. E esta é a explicação exegética e científica para o Nilo rubro, como se contivesse sangue! Algas vermelhas! Mal posso acreditar! E a lebre foi levantada justamente pelos exegetas, Dio Cristo!!! E aí, Moisés? Cumé que fica? 6- Bem, o desmentido não fica nisso aí. Continuei pesquisando sobre algas vermelhas. Descobri que o Mar

Vermelho recebeu este nome... Adivinhe por quê? Adivinhão! É isso mesmo! A presença de algas encarnadas fez com que o próprio mar tomasse este nome, pe-

la vermelhidão que vestia suas águas. E, como o Rio Nilo fica bem ao lado do Mar Vermelho, correndo paralelo com poucos quilômetros de distância, foi possível uma espécie de contágio, uma infestação das águas do rio.

7- Procura daqui, procura dali e, pela internet fiquei sabendo coisas incríveis e perfeitamente comprováveis: Trechos apanhados na internet:

“A mudança de cor provocada na água pelo surgimento de microrganismos é fato conhecido desde longa data. Estima-se, por exemplo, que a primeira praga do Egito deva ter correspondido a uma maré vermelha, provocada pela proliferação de algas.” (Htpp://bohr.química.ufpr.Br)

Gerard Messadié, num trecho do livro “Moisés, um príncipe sem coroa”, afirma: “As águas vermelhas do Nilo nada mais eram que algas microscópicas em presença de hidratos de carbono in-

solúveis com temperatura apropriadas. Este fenômeno tem sido constatado várias vezes nos tempos modernos. – mas os escritores do Êxodo preferiram atribuí-lo a Jeová, como castigo ao faraó por manter em escravidão os he-breus”. (Karla Oliveira – www.geocities.com/realidadebr/textos/moises) …

“Maré Vermelha- Em condições favoráveis, o fitoplâncton se multiplica rapidamente e em pouco tempo somam vários milhares por litro. A água se transforma num "caldo" repleto de microrganismos. Se forem verdes, a água se torna verde. Se forem vermelhos, como o Mesodinium rubrum a água se torna vermelha. Este fenômeno é conhe-cido como maré vermelha.” (Explicação retirada do site do CTTMar)

“A alteração na cor pode ser tal, que em alguns casos se assemelha a sangue. Os finlandeses atribuíam a colo-ração vermelha das águas à menstruação de baleias. Alguns pesquisadores relacionam a primeira praga do Egito, narrada na Bíblia, a uma maré vermelha.” (www. cttmar. univali. br/algas/nocivas.htm)

8- E Moisés tem a desfaçatez de garantir que, “por causa do sangue” “os peixes morreram; o rio se infectou e

os egípcios não podiam beber de suas águas”! É claro que os peixes tinham de morrer né, ô! Quem sobreviveria a um ambiente tóxico daqueles? A morte da

peixaiada nada mais foi que a consequência coerente da infestação das algas que eram altamente venenosas. E, se os egípcios comessem dos peixes mortos, também morreriam. Passemos às falas dos cientistas:

“Conforme os organismos presentes na água, esta se torna imprópria para o consumo humano e também a ou-tros organismos.” (www.cttmar.univali.br/algas/nocivas.htm)

É conhecido o efeito das "marés vermelhas", que mais não é do que a Gonyaulax, que se multiplica rapidamen-te. Os peixes, ao ingeri-las, formam toxinas e o homem, ingerindo estes, pode sofrer paralisias ou até a morte. (business.fortunecity.com/waitt/86/algas.htm)

“Marés vermelhas - a eutrofização dos mares pode levar a uma proliferação de certas algas microscópicas. Esse fenômeno é conhecido como maré vermelha, devido à coloração avermelhada que as algas conferem à água. Elas provocam a morte de peixes e de outros seres porque competem com eles pelo oxigênio, além de liberarem subs-tâncias tóxicas na água”. (www.gaiagalileu.hpg.ig.com.br)

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Terça-feira, 4 de abril de 1998 - Maré vermelha interdita praias em Hong Kong Autoridades de Hong Kong alertaram ontem que os banhistas devem evitar os banhos de mar por causa do fe-

nômeno conhecido como maré vermelha, provocado pela extensa concentração de algas. A grande quantidade de gyrodinium algae já provocou a morte de mais de mil peixes. Um porta-voz do governo informou que cinco praias foram interditadas e que as algas poderiam causar problemas à pele das pessoas, entre outros. As algas absorvem a maioria do oxigênio da água. (Reuters) (Copyright 1998 - O Estado de S. Paulo)

Vermelho da cor do mar. Que lindo é o mar, com suas ondas vermelhas... Vermelhas?! Peraí, mas o mar não é azul esverdeado? É, mas se tiver rolando uma "maré vermelha", o oceano fica parecendo um suco de morango gigante. Essa tal

maré acontece quando uma turma de algas, muitas delas vermelhas, começa a se reproduzir demais e acaba "tingin-do" as águas da região em que elas estão. A maré vermelha acontece de vez em quando em quase todos os mares do planeta e, apesar de bonita, ela não é nada positiva: as algas responsáveis pelo fenômeno são tóxicas! Os peixes desavisados que são pegos pela maré vermelha vão para o beleléu, assim como os mariscos e os outros habitantes do mar. (www.canalkids. com. br. )

9- Eis aqui, o resumo de uma reportagem a propósito de uma ocorrência contemporânea: [30/1/2002] Maré vermelha fora de época mata milhares de peixes no Quênia Milhares de peixes e animais aquáticos apareceram mortos, provavelmente envenenados pela florescência fora

de estação de uma alga tóxica. Tartarugas, tubarões, polvos, atuns, enguias e outras criaturas marinhas foram en-contrados mortos ao longo de um trecho da costa do Oceano Índico de cerca de 1000 km no Quênia e na Somália, de acordo com observações do WWF (Fundo Mundial para a Natureza).

10 - A Revista “Super Interessante” (edição 178, de julho 2002, da Editora Abril, páginas 40 e segs.) veio a calhar para

comprovar minha tese, escrita dois anos antes: As pragas do Egito, que Moisés reivindica como suas nada mais foram que um desastre ecológico começando pelo Nilo que, infestado por algas, tomou a cor rubra.

Diz Vinícius Romanini, autor do artigo, a propósito da cor sanguinolenta nas águas do rio sagrado: “Mudança climática repentina esquenta a água do Nilo e provoca a reprodução descontrolada de Pfiesteria,

uma alga que provoca hemorragia nos peixes, matando-os e intoxicando as águas.”

11- Aqui, o resumo de outra reportagem do nosso tempo, bem real e acontecendo ao lado da nossa casa:

Maré vermelha pode causar até morte Pescadores e consumidores ainda não foram alertados sobre "maré vermelha", na Baía de Paranaguá, que pode

causar intoxicações e até mortes. O atraso no alerta sobre a ocorrência de "maré vermelha" na Baía de Paranaguá, no Paraná, pode facilitar intoxicações entre pescadores e consumidores de peixes e moluscos da região (...).

Os primeiros efeitos da intoxicação, no homem, podem aparecer imediatamente ou até 24 horas após o con-sumo de peixes contaminados. Os sintomas são dormência na boca, perturbações gastrointestinais, diarreia, fraque-za ou paralisia respiratória ou cardiovascular e, dependendo da quantidade de toxinas ingeridas, morte.

O fenômeno de "maré vermelha" termina [...] com a ocorrência de ventos suficientes para dispersar as algas ou diminuir a temperatura da água. Liana John (http://geocities.yahoo.com.br/infoambiental2001/marco7.htm)

E, não satisfeito, mandei uma indagação por e-mail a um doutor em algas. Perguntei se é possível a presença de algas vermelhas no rio sagrado dos egípcios: E eis a resposta:

Olá, Petros! As algas vermelhas pertencem a classe Rhodophyceae e são sobretudo marinhas (água salgada). No entanto existem algumas espécies de água doce, como por exemplo, o Porphyridium e o Batrachosper-mum. É provável que haja algas vermelhas no Nilo.

Quanto as algas azuis - classe Cyanophyceae - elas são, sobretudo de água doce, havendo algumas poucas marinhas. Espero ter esclarecido suas dúvidas. (Segue assinatura)

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12- E pronto! Com estas aclarações científicas ficam explicadas a água vermelha e a morte dos peixes! E aí, Moisés? Os peixes morreram por causa da vara do deus, né? Deixa de ser baloeiro, cara! Bastou pesquisa de poucas horas para descaracterizar uma conversa fiada montada há milhares de anos! Pelas informações, não somente os peixes foram afetados pela maré vermelha no Nilo, como também muitas

pessoas podem ter perdido a vida. Mas, estranhamente, Moisés não faz referência à morte de pessoas. Se hou-vesse morrido um egípcio, só um só que fosse, ele falaria. Ah se falaria! Falaria pelos cotovelos, contaria vanta-gem! Se não falou em morte de egípcio, decerto morreram apenas hebreus. Hebreus desavisados podem ter comido peixe e catapimba! Isso, porém, o narrador não ia confessar, por depor contra ele próprio e contra o deus.

13- Mas se restar dúvida, entre num site qualquer digitando “rio mais belo do mundo” ou “Caño Cristales”, ou

“rio das cinco cores”, ou ainda “rio que vem do paraíso” e verá estas fotos lindíssimas de um rio, cuja cor predomi-nante é o vermelho escuro, que se assemelha a sangue. Mas este rio apresenta outras quatro cores: azul, amare-lo, preto e verde.

Esta maravilha toda fica no Parque Nacional Sierra de La Macarena, na Colômbia, província de Meta. As res-

ponsáveis por esta coloração incrível são as algas e plantas aquáticas. Isso tudo, sem que o deus tivesse passado por lá; sem que Aarão ou Moisés tivessem usado a vara mágica.

14- No mundo inteiro acontecem fenômenos. O mundo inteiro conhece algum tipo de desgraça, o mundo todo

chora seus mortos e prejuízos numa vasta sucessão de desastres naturais. Mas só no Egito os desastres nos tempos mosaicos foram mais desastrosos, em justa homenagem ao povo eleito.

A gente vai dar uma repassada em estranhos fenômenos naturais e depois retornar ao tema: Aurora boreal: fenômeno luminoso no polo norte. Quanto maior a atividade solar, mais intensa a aurora. Vale

ressaltar que elas só ocorrem nos polos (a do polo sul se chama aurora austral) e acima da atmosfera terrestre, a

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cerca de 60 km de altitude. Não se trata de Jeová querendo premiar seu povo com aquela beleza toda.

Ciclone: tempestade que redemoinha; torvelinho de vento devastador. Muitas vezes é acompanhado por a-bundante precipitação tendo, em geral, um diâmetro que atinge de 80 a 1.500 km.

Nada a ver com castigos conferidos pelo deus.

Efeito estufa: concentração de gases nocivos que resulta numa camada impedindo a saída do calor que entra na atmosfera, causando o aumento da temperatura na Terra.

Jeová nunca ouviu falar porque é coisa moderna.

Gêiser: fonte termal, intermitente em forma de esguicho que lança água quente e vapor a alturas que podem ultrapassar 60 metros.

O deus ficaria maravilhado se visse um.

Maremoto: ondas imensas extremamente violentas, devidas a tremores de terra submarinos. Este fenômeno pode-se fazer sentir a milhares de quilômetros de distância.

Se Moisés tivesse visto um reclamaria como seu, dizendo que foi o deus castigando os egípcios.

Maré vermelha: proliferação de um tipo de alga. Determinadas condições e o excesso de substâncias orgâni-cas provocam sua rápida multiplicação. Ela sobe para a superfície e libera substâncias tóxicas que deixam a água com manchas avermelhadas.

Esta, Moisés viu. Viu e usou a seu favor.

Neve: quando a temperatura nas camadas mais altas das nuvens está abaixo de zero, as gotas de água se congelam em flocos de neve que nem sempre chegam ao chão. À medida que os flocos se aproximam do solo a temperatura aumenta e os derrete.

Neves eternas: A cada 180 metros, a temperatura diminui um grau. Como algumas montanhas ficam em grandes altitudes, as temperaturas nas alturas são muito baixas. Depois de 2.700 metros de altitude, a neve nos picos é eterna. Se o deus tivesse visto ia dizer que foi ele que inventou. Como nunca viu...

Sol da meia-noite: ocorrência perto dos polos, quando o Sol não se põe por 24 horas. Nos polos, tanto o dia solar quanto a noite duram teoricamente um semestre.

Acontece nos polos, onde o deus nem sabe onde fica.

Terremotos: placas que ao se desprender produzem ondas que se refletem na superfície. As ondas são tão fortes que podem ter a potência da explosão de 200 toneladas de dinamite.

O deus ia morrer se medo se visse um.

Tsunamis: Ondas com mais de 30 metros de altura, causadas por perturbações nas profundezas do mar. Quando elas se aproximam da costa passam a ser comprimidas por espaço cada vez menor, o que as obriga a subir. Aí, formam uma coluna, sugando o mar da costa a ponto de deixar parte do chão do oceano descoberto. Minutos depois, elas aparecem. Uma das piores marés do gênero, ocorrida há poucos anos, em 26 de dezembro de 2004, no Oceano Índico, matou em torno de 300.000 pessoas.

Os mortos não eram egípcios, o que prova que as desgraças acontecem a todos, sem preferências. Aconteceu longe do Egito e em época distante de Moisés. Não fosse isso...

Fontes: http://www.guiadoscuriosos.com.br e. (http://www2.uol.com.br/super/aberta/especiais/mundo_estranho

14- E aí, Moisés? Como ficamos? Ficou provado que a primeira praga era fator natural e mais nada! Nem mesmo os sagrados comentaristas bíblicos acreditam nos “milagres” do deus. Eles também não conse-

guem engolir o Nilo transformado em sangue. Se eles duvidam, eles que têm por ofício, dever e comprometi-mento acreditar e estabelecer a confiança nos devotados seguidores, o que dizer de Petros, que não faz parte dos seguidores e muito menos do grupo de exegetas?

15- Eu já havia passado para a praga seguinte, quando aconteceu uma coisa e voltei para relatar: Ainda sobre as algas vermelhas que deram ao Nilo a cor de sangue, minha filha ficou na dúvida e me arguiu:

“-Moisés ameaçou o faraó dizendo que faria o Nilo se transformar em sangue e aconteceu que o rio ficou coa-lhado de algas vermelhas, parecendo sanguinolento. Como foi que ele soube que as algas iam invadir o rio? Houve coincidência ou terá havido mesmo interferência do Alto?”

A resposta que dei a ela darei a você também, que pode estar ainda sem entender direito: Eu disse isto: – Quem garante que Moisés prometeu que ia fazer o rio correr em ondas de sangue? Qual pessoa estava por

perto para testemunhar que houve ameaça? Qual outro escritor registrou a fala de Moisés? Se o testemunho de um só homem não tem valor, o depoimento de Moisés sozinho é o mesmo que nada.

É fácil “prever” o fato depois que o fato se deu. Todo mundo tem uma tia daquelas que, depois de uma desgraça

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acontecer, vem dizendo que havia sonhado com o fato. Para ser oráculo, ela deveria contar do sonho antes do lan-ce.

O mesmo com Moisés: Depois que o rio avermelhou, ele tirou um proveito insuspeitado: sentou-se calmamente e relatou, por escrito, que havia alertado o faraó!

Por que não previu que os hebreus voltar-se-iam contra ele no deserto? Como não adivinhou que iam ficar quarenta anos zanzando pelo deserto sem entrar na terra prometida? Por que não previu que ele próprio ia morrer sem pisar a terra dos seus sonhos e pesadelos? Com a maré vermelha no Nilo, deu-se o seguinte: Num belo dia, o Nilo se aqueceu mais que o normal favorecendo o desenvolvimento de algas vermelhas que

proliferaram rapidamente e mudaram o aspecto visual das águas. Só isso! E, inventivo como era, Moisés aprovei-tou a onda: romanceou a história e se assenhoreou do evento, como se aquele episódio tivesse sido único, sem precedente e, de lambuja, provocado pela ira do deus dele, após a ameaça verbal do próprio narrador!

Portanto, quando você abrigar alguma dúvida, a resposta é outra pergunta – e sempre a mesma: Quem estava lá para ver, ouvir e registrar a ocorrência por escrito? Quem garante que Moisés jurou

com a mão sobre a bíblia de que diria a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade?

Hmmm! Que coisa horrível me ocorreu agora, rapaz! Depois desta análise, eu juro em cima de qualquer bíblia! Pode trazer que eu juro qualquer coisa! É sobre esta montoeira de falsidades que os réus e as testemunhas juram? Tolos! Juram com as pernas trêmulas, achando-se no dever de contar a verdade só porque colocaram a mão

sobre este monturo. Atenção que me refiro apenas ao Antigo Testamento. Nada a ver com o Novo Testamento nem com Jesus. Aliás, a bíblia deveria ser composta apenas pelo Novo Testamento.

Capítulo 6

Segunda Praga:

DISPERSÃO DAS RÃS.

4466-- Jeová disse a Moisés: Diga ao faraó: Eis o que disse o Senhor: Deixa ir o meu povo para que me preste culto. Se recusas, infestarei de rãs todo o teu território. O Nilo produzirá rãs em abundância que subirão; invadi-rão tua habitação, no teu quarto de dormir e sobre teu leito, nas casas dos teus oficiais, sobre teu povo, nos teus fornos, nas tuas amassadeiras. Jeová disse a Moisés: Dize a Aarão: Estende a tua mão com a tua vara sobre os rios, sobre os canais, sobre as lagoas e faze subir rãs sobre a terra do Egito. (Êxo: 1 a 7)

Comentário: “Deixa ir o meu povo para que me preste culto”. Note que o pedido era restrito a uma saída pelo deserto a fim de cultuar o deus. Com o desenrolar dos fatos, o

pedido vai se modificando.

2- O deus manda falar que “o rio produzirá rãs em abundância”. Rio produtor de rãs? Que gozado, jamais pensei que um rio pudesse produzir alguma coisa! Que eu saiba,

ele propicia os meios, ele é ambiente favorável à produção de elementos próprios da água; ele pode facilitar a produção e a reprodução – mas não produz, ele próprio algum ser vivo.

E outra: o verbo está no futuro: “O rio produzirá rãs... etc.”: Só a partir daí passaram a existir rãs no Nilo? Ou elas já estavam produzidas, já existiam, e moravam lá?

3- “Dize a Aarão: Estende a tua mão com a tua vara sobre os rios...”. De novo é o Aarão a fazer o “milagre”. Para quê serve o Moisés então? A vara é do deus que a entregou a Moisés, que a entregou a Aarão, para que este fizesse o fenômeno! Sem vara, neca de milagre. Mas qualquer mão poderia fazer a mesma maravilha, desde que fosse com aquele pau. Assim, o adjetivo

muda de substantivo: em lugar de homem milagroso ou deus milagroso, acabou sendo bengala milagrosa.

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E tem de ser mão estendida! Nada de falar com a mão no bolso. Nada de segurar a vara com a mão abaixada ou braço dobrado. Esticar o braço, levantar a mão, segurar a vara lá no alto e ordenar:

- Fiat rã! (Acho que é assim que manda fazer rã, né?) Um gesto teatral, cena forte, tocante, inesquecível, tipo “Independência ou morte!”. Mas se Aarão fosse maneta, não haveria milagre. Ou... Haveria sim! Era só arranjar outro homem que erguesse a bengala no lugar dele. Se Aarão era a boca de Moisés, então, outro qualquer poderia ser a mão de Aarão, se este tivesse só cotó. E andariam os quatro juntos: Jeová, que era o mandachuva; Moisés, que era a orelha do mandachuva; Aarão,

que era a língua de Moisés e outro, que vinha a ser o carregador da bengala. Se faltasse alguém a corrente se desfaria e milagre nenhum seria feito.

3- Aarão estendeu a mão sobre as águas do Egito e subiram rãs. No Nilo havia crocodilos. Por que não vieram crocodilos, que dariam um charme especial? Havia peixes também. Por que os peixes não invadiram as cidades? Ou então, se subissem animais inexistentes no Egito seria mais marcante: urso polar, canguru... Algo que le-

vasse os escribas a registrar nas paredes das pirâmides, coisa bem espetacular, inesquecível, que marcasse épo-ca, tipo assim: ano 92 D.I.P.E. = ano 92 Depois da Invasão dos Pinguins no Egito. Isso sim, é que seria milagre arretado – não um punhado de perereca fazendo folia no meio da rua.

Se Jeová queria mostrar sapiência, tinha de ser coisa fora do comum. Mas... Rã? (Um amigo meu diz que sapiência é um bando de sapo pulando.)

4- Suponhamos que fosse verdade, vá, coitado! Moisés faz um esforço enorme e a gente fica só duvidando. Supondo que o caso fosse verídico, há duas hipóteses para a invasão das rãs. Eu vou expor as hipóteses an-

tes de quaisquer coisas; depois a gente vê como fica. É comprido, mas leia tudo:

5- Para a primeira hipótese vou procurar explicações noutra fonte e assim farei sempre que outras obras ten-

tarem ajudar a compor respostas. Acontece que o “livro sacro” contém explicações tão economizadas, que nem sempre esclarecem, convencem e satisfazem – decerto o objetivo é este mesmo: obscurecer, ao invés de eluci-dar, o que leva os estudiosos a preencher lacunas por conta própria.

Primeira hipótese: O Conde Rochester lança a suposição de que Moisés teria atraído uma multidão de rãs, sapos e ratos usando

sons musicais arrancados de flautas de madeira. Será verdade esta conjectura? Não sei, não creio nela, mas quem poderá desmenti-la? Quem terá argumentos

para contradizê-la? É autor contra autor, palavra contra palavra. Quem terá assistido aos fatos para contestar a afirmação?

Algo pode ter acontecido. Uma coisa, porém, é certa: Deus Único e Verdadeiro jamais tomaria parte em tão suja conspiração em favor de um povo contra outro. Admitir tal coisa seria dizer que Deus Autêntico protege os maus políticos, os quais não são apanhados pelas leis humanas devido à proteção Dele.

Não! Deus de Verdade dá aos maus políticos, aos bons políticos e aos demais filhos o livre pensar, o livre arbítrio, a mesma liberdade de agir e, se agem às avessas, a Lei Maior os cobrará com certeza, num porvir pró-ximo ou distante. Na Contabilidade Divina ninguém fica devendo e ninguém paga mais do que deve.

Não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o Senhor é de todos. (Rom: 10. 12) É isso aí. Deus Verdadeiro não é bom nem ruim. Ele é justo! Ele não concede recompensa nem castigo, não protege nem despreza, não favorece nem esquece nenhum

que vive neste vale de lágrimas onde o coração pesa feito saco de cimento de tanto desgosto; onde a gente se alimenta com suor misturado a sangue e choro. Deus Verdadeiro é imparcial para com qualquer de nós e é isso que dá segurança e certeza de que estamos sendo justiçados. O contrário nos faria desanimar de lutar, de ralar e até de viver, uma vez que estaria trabalhando contra nós o próprio Criador! O próprio Deus Verdadeiro estaria a tramar contra nosso progresso, estaria impedindo nossos mais sinceros esforços de melhoria espiritual e material.

Não nos criou o mesmo Deus? (Malaq. 2: 10) Não somos todos judeus. Somos gregos, somos espanhóis, angolanos, brasileiros, egípcios, russos, hindus,

mexicanos, italianos, australianos, venezuelanos, chineses, portugueses, americanos... E por causa disso não somos de Deus? Deus Verdadeiro nos despreza? Ele caçoa de nós? Ele quer nossa destruição? Ele fica feliz com nosso sofrimento?

Lembrei meu neto que, com menos de dois aninhos, mal sabia falar, ouviu o irmão dizer:

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“A vovó é minha.” Indignado e notando a injustiça, imediatamente o pequenico retrucou: “É fua? Minha não? Pô quê?”. Sim, pô quê? Por que haveria distinção entre judeus e os demais povos, se estamos colocados na família de-

terminada por Ele, na pátria que Ele escolheu para nós? Se eu, Petros, tivesse nascido em Israel, seria protegido pelo Jeová; mas como meus pais são brasileiros e

moravam na Grécia quando nasci, então não tenho dono, estou desprotegido, entregue a mim mesmo? Que triste pensar que Deus Verdadeiro seja esta coisinha miúda que protege os cidadãos de acordo com a na-

cionalidade! A vovó é fua? Deus é feu? Meu não? Pô quê?

Porventura, Deus é somente dos judeus? Não o é também dos estrangeiros?

Sim, Deus é também dos outros povos. (Rom: 3. 29) Ocorreu-me uma ideia estranha. Estranha e perigosa: Não sendo eu descendente de Israel, então não sou do deus e nem de ninguém; não existe nenhum ser celes-

tial que tenha me adotado, ninguém que cuide de mim, ninguém que se ocupe comigo, ou que me proteja. Estou só, abandonado a mim mesmo para fazer o que bem quiser na vida.

Neste caso, de nada valem as minhas rezas. De nada valem as caridades que tenho feito nem as tentativas de melhoras íntimas. Não receberei consolo pelos meus sofrimentos, pela paciência que tenho tido com os familiares difíceis, pelas aulas que dou de graça aos velhinhos analfabetos, pelas horas de trabalho que tenho doado nos hospitais, creches e orfanatos, pelas benfeitorias que espalho por onde passo. Não que eu esteja cobrando, mas pelo que diz Moisés, nada disso é computado porque existe um só povo para o deus e eu não sou parte deste povo. Paralelamente se for assim, também nada do mal que eu vier a praticar será levado em consideração!

Não é terrível pensar desta maneira? Sim, porque se os benefícios cometidos pelos não judeus não são considerados, nem os malefícios o são! To-

do aquele que não for israelita pode fazer e acontecer! Pode fraudar, maltratar, humilhar, desprezar, estuprar, matar... Nada lhe será cobrado, uma vez que o bem e o mal feitos por estrangeiros são o mesmo que nada.

Que desvio de proceder pode ocorrer num pensamento assim, não é mesmo? Ó, pelo amor de Deus Verdadeiro, leitor! Não pense que estou incentivando o Mal contra o Bem. Nada disso,

mesmo porque nenhuma palavra do que diz Moisés foi confirmada por Jesus Cristo. E veja o desmentido às afirmações mosaicas tirados da mesma bíblia:

Deus não faz discriminação de pessoas. Em qualquer nação, aquele que pratica a justiça lhe é aceitável. (Atos. 10: 34 – 35)

Não consigo entender o proceder separatista divino, se grande parte de nós está empenhada sinceramente em

vencer as más tendências, em amar o próximo, em fazer o bem sem olhar a quem, em orar pelos que nos perse-guem, assim como ensinou o Mestre Jesus.

Não pode haver judeu nem grego; nem escravo, nem liberto; nem homem, nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus. (Gal: 3. 28)

Tudo o que escreveu Moisés sobre um deus parcial foge à nossa compreensão porque afronta a Justiça Su-

prema sendo, portanto, fábula, lenda, criatividade, mentira. E estaríamos insultando a Deus Verdadeiro se crês-semos que Ele teria enviado rãs, sapos, ratos, lagartixas, baratas e outros bichos para prejudicar quem quer que seja. O toque de irrealidade fica por conta dos lares judeus que foram milagrosamente subtraídos aos anuros in-vasores. Sim, Deus Verdadeiro poderia ter propiciado esta comédia porque ele sim, é poderoso. Mas, por que o faria? Só para dar risada da cara dos egípcios?

Acaso Deus está dividido? (Cor: 1. 13)

Até quando exultarão os perversos? Eles falam impiedades, praticam a maldade e se vangloriam. (Sal. 94: 3 – 7)

Agora, umas perguntinhas irrespondíveis pelos defensores do Mesu: Enquanto durou a praga das rãs, onde estiveram os hebreus? Estiveram misturados aos egípcios sem que fossem importunados por sapos e rãs? Ou foram também aporrinhados por eles? Ou estariam em suas próprias casas, quintais e pomares, ocupados em manter aceso o fogareiro e a alimen-

tar a fumaceira para afugentar os bichos? Estou falando de fumaceira porque Rochester afirma que, se houve invasão de rãs e outros bichos, os judeus

podem ter recebido instruções de promover fumaça para espantá-los. Esta hipótese é interessante porque é com fumaça que se afastam abelhas para a colheita do mel. Com fumaça de graveto verde são afastados insetos sil-

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vestres nos acampamentos. O cheiro de fumaça faz os animais fugirem para o lado contrário. Com fumaça, polici-ais dispersam multidões. Com fumaça de incenso afastam-se pernilongos e energias negativas.

Pois bem: se até gente e forças negativas são mantidas à distância por causa de fumaça, por que seria dife-rente com ratos, rãs e sapos?

E, sobre a influência da música para atrair os pequenos animais é melhor nos abster de quaisquer conceitos pré-fabricados e de formar quaisquer juízos. Mas cá entre nós, sabemos de sobra que, até nóis que é nóis, não aguentamos ouvir uma escola de samba, uma banda de música, uma fanfarra sem chegar perto para ouvir melhor. E acompanhamos o ritmo tamborilando com os dedos ou batendo os pés.

Com licença Chico Buarque, para apresentar um pedacinho de seu maior sucesso.

Estava à toa na vida e o meu amor me chamou Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor; A minha gente sofrida despediu-se da dor, Pra ver a banda passar, cantando coisas de amor.

E, por aí vai: o homem sério, o faroleiro, a namorada, a moça feia... Todo mundo foi ver a banda. Que filosofia nesta musiquinha! Seu autor bem sabe que a melodia, mormente de uma bandinha, atrai criança,

velho, gente moça, pão-duro, mulher, gente triste, gente alegre... A música é... Peraí! Pó pará! Nada de romantismo, senão vou acabar fazendo poesia. Aquele barzinho que apresenta música ao vivo tem renda maior que aquele outro que trabalha ao som dos be-

buns, porque música atrai multidões, levanta defunto. Pois se nós, humanos que nos consideramos machões, durões, sérios e inteligentes somos garfados, atraídos ao som da música, por que com os animais seria diferente?

A música embala o sono, anima o trabalhador, faz fundo para velório, motiva o soldado, auxilia o crescimento das plantas, estimula a minhoca na produção do húmus. O canto da sereia atrai marinheiro. O Hino Nacional é arrepiante, arranca lágrimas. O encantador de serpente, qual será o segredo de fazer a serpente erguer-se e re-quebrar, como se dançasse? E qual o segredo de fazê-la ficar calma como se estivesse em êxtase, sem agredir?

A Natureza possui segredos que foram em grande parte desvendados e passados adiante, “dos lábios de um druida aos ouvidos de outro druida” como diria Panoramix, amigo de Asterix e Obelix. Esta fala do Panoramix su-gere que somente aos iniciados seriam facilitados os conhecimentos secretos. Existem apitos e buzinas usadas pelos caçadores para atrair patos selvagens. O pipipipipi da roceira chama as galinhas para o almoço. O assobio do dono chama o cachorro. O pis, pis, pis atrai o gatinho, mesmo aquele que nunca tenha ouvido este chamar. O berrante mantém a boiada na estrada; é música de boi, mas é música.

“O flautista de Hamelin”, um clássico da Literatura Mundial e vem a propósito para ilustrar o nosso trabalho. Lá vai ele, para você conhecer ou relembrar:

O flautista de Hamelin (Irmãos Grimm)

Há muito, muitíssimo tempo, na cidade de Hamelin, aconteceu algo muito estranho: numa manhã, quando seus habitantes saíram de suas casas, encontraram as ruas invadidas por milhares de ratos que iam devoran-do, insaciáveis, os grãos dos celeiros e a comida de suas bem providas despensas. Ninguém conseguia ima-ginar a causa de tal invasão e, o que era pior, ninguém sabia o que fazer para acabar com tão inquietante praga. Por mais que tentassem exterminá-los ou afugentá-los parecia, ao contrário, que mais e mais ratos apareciam. Tal era a quantidade de ratos que, dia após dia, começaram a esvaziar as ruas e as casas, e até mesmo os gatos fugiram assustados.

Ante o peso da ocasião, os homens importantes, vendo perigar suas riquezas, convocaram o conselho: - Daremos cem moedas de ouro a quem nos livrar dos ratos. Pouco depois se apresentou um flautista alto e desengonçado, a quem ninguém havia visto antes, e disse: - A recompensa será minha. Esta noite não haverá um só rato em Hamelin. Dito isso, começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava uma flauta. A melodia encantava os

ratos, os quais iam saindo de seus esconderijos e seguiam hipnotizados os passos do flautista que tocava incessantemente. Assim, o flautista foi marchando e tocando, levando os ratos a um lugar distante das mura-lhas da cidade. Naquele lugar passava um caudaloso rio onde, ao tentar cruzar para seguir o flautista, todos os ratos morreram afogados.

Os hamelineses, vendo-se livres das vorazes tropas de ratos, respiraram aliviados. Tranquilos e satisfeitos voltaram aos seus negócios e, tão contentes estavam que organizaram uma grande festa para celebrar o final feliz, comendo excelentes manjares e dançando até altas horas da noite.

Na manhã seguinte, o flautista se apresentou ante o Conselho e reclamou as moedas de ouro prometidas como recompensa. Porém, os homens da cidade, liberados do problema e cegos pela avareza, reclamaram:

- Saia de nossa cidade! Ou acreditas que te pagaremos tanto por tão pouca coisa como tocar flauta? Dito isso, os homens do Conselho de Hamelin deram-lhe as costas entre gargalhadas. Furioso pela avareza e ingratidão dos hamelineses, o flautista, da mesma forma que fizera no dia anterior,

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começou a tocar uma doce melodia, insistentemente. Porém, desta vez não eram os ratos que o seguiam, e sim as crianças da cidade que, arrebatadas por aquele som maravilhoso, seguiam atrás do estranho músico. De mãos dadas e sorridentes, formavam grande fileira, surda aos pedidos e gritos dos pais que, em vão, entre soluços de desespero, tentavam impedir que seguissem o flautista.

Nada conseguiram e o flautista as levou longe, muito longe, tão longe que ninguém poderia supor onde, e as crianças, como os ratos, nunca mais voltaram.

E na cidade só ficaram seus opulentos habitantes e seus repletos celeiros e despensas cheias, protegidas por sólidas muralhas e um imenso manto de silêncio e tristeza.

E foi isso que aconteceu há muitos, muitos anos, na deserta e vazia cidade de Hamelin onde, por mais que se procure nunca se encontra nem um rato, nem uma criança.

É uma historinha boba? É e não é. É boba, se a considerarmos inverossímil. E não é, se considerarmos que os Irmãos Grimm, seus autores, não

eram dois ignorantes quaisquer. Eram filólogos, advogados, professores de Língua, História e Literatura Alemãs, revelando profunda capacidade intelectual e, com tantos títulos e predicados, não criariam algo sem pé nem ca-beça. Em algum lugar eles foram buscar inspiração para este flautista tão brilhante quanto justiceiro, para esta flauta mágica tão diferente, que selecionava e atraía seres animados.

De onde terá vindo a inspiração? Do nada? Ou de algum fato perfeitamente possível vindo de quem conhecia os fenômenos naturais, escolhia os seres que desejava reunir e o fazia ao som de um instrumento?

De alguma fonte muito precisa os autores foram desencravar esta ideia; talvez de algum iniciado dos templos egípcios ou hindus – escolas que formaram Moisés.

Há quem diga que os Grimms simplesmente recontaram fatos folclóricos que já existiam na memória coletiva e que, para que não se perdessem, vestiram-nos de roupa nova. Se assim for, maior força terá nossa hipótese: a flauta que atraía ratos já era conhecida há muito mais tempo, podendo significar que na antiguidade já se co-nhecia sim, instrumentos e sons que atraíam seres vivos.

Se a arte imita a vida, “O flautista de Hamelin” estaria tão somente reproduzindo fatos existentes no mundo re-al, apesar de pouco conhecidos pelos não íntimos das ciências secretas.

Esta foi a primeira hipótese. Por tê-la apresentado não significa que eu creia nela. Foi um ponto de vista a mais

para que você tenha novos argumentos e formar sua própria opinião. Mais adiante a gente lança a segunda hipó-tese sobre o aparecimento das rãs.

***** 4477-- Então os magos fizeram o mesmo com as ciências ocultas e fizeram aparecer rãs. (8: 7)

Comentário: Taí! Pensando abafar, acabou passando vergonha. De novo, Moisés ficou sem saber onde enfiar a cara! Ele não fazia a mínima ideia que os bruxos do faraó sabiam atrair os mesmos bichos.

2- E cadê o deus, que não o preveniu que os egípcios conheciam este “prodígio”? Ou será que Jeová não tinha

capacidade para descobrir estes detalhes? Ah é verdade! Este é o mesmo deus que não percebeu que Labão ia enganar Jacó, lembra? Está no nosso

primeiro volume, mas aqui vai um resumo rapidinho para você saber do que se trata:

Jacó – que mais tarde veio a ter o nome trocado para Israel – amava Raquel e, para se casar, aceitou a pro-posta de Labão, pai dela: serviu-o durante sete anos. Findo este tempo realizou-se o casamento, mas à noite, no quarto, em lugar de Raquel estava sua irmã mais velha conduzida ao local pelo próprio pai. No dia seguinte, Jacó ficou irritado ao perceber a troca. Casou-se com Raquel e dormiu com Lia! O sogro explicou que o costume era casar a filha mais velha antes da caçula, mas se Jacó o servisse por mais sete anos, poderia se casar também com Raquel. Jacó prometeu e se casou também com a filha caçula de Labão.

Onde eu queria chegar era no fato do velho ter feito a troca das noivas sem que o noivo ficasse sabendo. Bem, tudo OK, se ele foi enganado, se não viu o sogro levar sua cunhada ao quarto em lugar da esposa. Afinal, ele não era vidente, não tinha poderes sobrenaturais nem tinha bola de cristal para descobrir, concorda?

Até aí, sem neura – mas Labão ter enganado o deus... Dá licença, enganar o deus já é demais! Pois é verdade! Labão enganou aquele deus que, há sete anos morava na mesma casa e sabia dos costumes,

sabia da vida de todos os moradores. Em todo aquele tempo, desconhecia a tradição de casar a mais velha antes da caçula! O deus foi ludibriado, foi levado no bico e não percebeu a manobra! O deus não desconfiou que o velho ia fazer a troca; não viu Lia em lugar de Raquel, deixou seu favorito ser enganado de modo humilhante. O

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deus foi tapeado! E agora, o mesmo deus ignora que os egípcios conheciam os “milagres” e deixa Mesu na maior sem gracez.

***** 4488-- O faraó, vendo-se entre tantos anfíbios, mandou chamar a dupla Moisés e Aarão e lhes pediu que rogas-

sem a Jeová para que as rãs fossem retiradas do palácio e do meio do povo. Em troca, ele deixaria os hebreus partirem. Moisés perguntou: “Quando queres que as rãs sejam retiradas das casas, ficando somente no rio?”.

“-Amanhã”. – foi a resposta do faraó. “-Seja como queres, para que saibas ninguém há como Jeová. Retirar-se-ão as rãs e ficarão somente no rio”. Saíram Moisés e Aarão da presença do faraó. Moisés clamou a Jeová, e este fez conforme a palavra de Moisés: morreram as rãs nas casas, pátios e campos. Ajuntaram-nas em montões e montões e a terra cheirou mal. O faraó, vendo que havia alívio, continuou com o coração endurecido e não cum-priu a promessa de liberar os hebreus. (8: 8 a 15)

Comentário: Aqui, o faraó implora a Moisés que o livre da praga. A versão que temos é diferente e faremos alusão a ela, na sequência. Neste ponto queremos enfatizar que Moisés pergunta quando é que deverá agir para livrar o Egito da praga – e ao faraó responde: Amanhã.

Amanhã? Que tolo, o faraó! Quem está alucinado para se livrar daquele pesadelo, pediria a solução para o dia seguinte? Para quem está vivendo um inferno com animais nojentos, comendo e dormindo com eles – se é que se consegue morar, comer e dormir com ratos, rãs, sapos e pererecas – pediria para ser libertado amanhã?

Por que não exigiu a solução naquele dia, naquela hora, naquele exato momento? Era excelente ocasião pa-ra testar os “poderes” de Moisés e de Jeová. Mas não! O tontão do rei preferiu ficar por mais um resto de dia, uma noite inteira e uma parte do outro dia espantando rã, rato, sapo... Dá para crer nesta história da carochinha?

E muito mais patola ainda foi Moisés! Ele, que queria mostrar seu poder, precisava perguntar: Quando? Ansio-so como estava para provar intimidade com o deus, tinha de aproveitar a deixa! Com “tantos poderes”, tinha só de dar uma piscada a Jeová, o qual faria cessar a praga ali, naquele momento, na frente do faraó e de todos os seus puxadores de saco! Mas perguntou: Quando? Com esta pergunta demonstrou que não tinha milagres a pronta entrega e queria prazo. Ora, se pediu tempo, era porque precisava de tempo para afastar os bichos.

Aquele que sabe cozinhar arroz amanhã, sabe cozinhar arroz agora. Aquele que terá poderes amanhã tem poderes agora. E o deus, que estava doidinho para se exibir, bem podia ter dito ao Moisés:

-Calma aí, moçoila! Vamos dar uma lição neste rei convencido! Vamos deixar ele de queixo caído! Vamos aca-bar com este arzinho de superioridade é agora mesmo! Vamos lá, bicharada! Xispeteí, suma já daqui!

Mas não! Moisés aceitou deixar para o dia seguinte; o deus achou bom, os dois saíram correndo de medo – o deus na frente – e foram providenciar os meios físicos que acabariam com os bichos e pronto!

Não deixe para amanhã, o que souber fazer hoje.

2- A bíblia diz que Moisés prometeu fazer as rãs se retirarem e fossem de volta para o rio: “Retirar-se-ão as rãs... e ficarão somente no rio”. Mas a mesma bíblia afirma que as rãs não retornaram ao rio – e sim, morreram. Vamos reler: “... morreram as

rãs nas casas, nos pátios, nos campos. Ajuntaram-nas em montões e montões e a terra cheirou mal.”.

E aí, como é que fica? Os bichos voltaram para o rio, ou morreram no meio da rua? Moisés prometeu que as rãs iam para o rio, mas relata que elas morreram. Morreram na rua, dentro das casas, em cima das camas, dentro das panelas. Foram juntadas aos montões e o mau cheiro envolveu tudo.

E houve o maior desequilíbrio ecológico de todos os tempos – poderia ser acrescentado. Se Jeová tivesse poder, teria devolvido os bichos ao seu habitat, onde continuariam o ciclo de vida. Mas não! Os bichos “morreram em montões e montões e a terra cheirou mal.”. Por quê? Que necessidade havia de ato extremo daquele tamanho? Já haviam castigado os egípcios e podiam

voltar para o rio, por que não voltaram?

3- O Conde Rochester relata a cena de um casamento, cuja festa foi estragada pela presença dos malacafen-

tos animais. Quem se casava era a amada de Pinehas e este recebeu de Moisés, a incumbência prazerosa de mortificar o brilho da festa como vingança por ter sido desprezado. Fato interessante é que, enquanto Moisés a-presenta a segunda praga como formada exclusivamente por rãs, Rochester nos dá a conhecer também a pre-sença de enormes ratazanas. Eis um resumo da cena depois que a bicharada já estava em cena:

Menerphtah acabava de se retirar; os convidados dispersavam-se rapidamente; os cavalos empina-vam, os carros se abalroavam, as liteiras tombavam. Enfim, o palácio esvaziou-se, o que me permitiu avaliar a desolação espalhada por toda parte. Fingindo vir de fora, passei saltando sobre cadáveres de

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roedores; ninguém me notou porque lutavam todos contra as ratazanas que invadiam as mesas tombadas devorando as iguarias, festejando com pasmosa voracidade as núpcias de Smaragda.

Subi as escadas, entrei no magnífico salão de onde precipitadamente fugira a nobreza egípcia. No centro, enorme e bem provida mesa estava posta com baixelas de ouro e prata; as cadeiras estavam der-rubadas, jarras e terrinas atiradas ao solo; ânforas entornadas, vinho custoso correndo pelo chão e, de todos os lados, grupos de animais imundos a grunhir, a tudo devorando...

Não se sabe até onde é verdadeiro este fato, mas se aconteceu uma festa de casamento e se aconteceu na

mesma oportunidade uma invasão de bichos nojentos, bem poderia ter sido esta uma descrição crível. Agora, me responda: Diante de quadros pavorosos quanto os descritos, o faraó teria pedido a Moisés para li-

bertá-los da presença dos animais no dia seguinte? Vejamos agora, o resumo de outros quadros narrados por Necho, oficial da guarda do faraó, a partir do mesmo

local, da mesma cena: a festa do casamento de Smaragda:

Naquele dia do casamento, tudo o que Tânis tinha de melhor na sociedade estava no palácio de Me-na.

Não assisti à cerimônia, mas participei do séquito real que veio para a festa. A sorte não nos permitiu saborear as finas iguarias porque gritos e clamores ecoaram:

- Os ratos! Os ratos devoram tudo! O tumulto estabeleceu-se. Comensais se levantavam derrubando cadeiras, mulheres gritavam. O

grande pátio e uma parte dos jardins tudo era um campo de batalha: mesas e tonéis emborcados; ho-mens, mulheres, crianças e escravos corriam, saltavam, sacudiam-se como loucos gritando, debatendo-se contra legiões de rãs, sapos, ratos e outros animais que assaltavam as mesas, devoravam os pratos, subiam nas pessoas apavoradas. Na sala do banquete, o tumulto era indescritível. Uma parte das senho-ras havia galgado as mesas e pediam, em altos brados que as conduzisse para casa, enquanto os homens abatiam a golpes de sabre e bastonadas os repugnantes animais. Nós, os oficiais, cercamos o faraó e seu herdeiro. Menerphtah falou:

- Volto ao palácio e que os sábios ali compareçam imediatamente! Os sábios compareceram à presença do rei alegando ser indispensável um prazo de três dias. - Três dias! – bradou o rei – Até lá estaremos devorados; é preciso encontrar um remédio imediato.

É verdade. Um antídoto de ação rápida é o que reclamaria qualquer pessoa, por mais bronca que fosse que estivesse vivendo pesadelo semelhante. O faraó teria sido tão babaca, que pediria a solução para o dia seguinte? Necho continuou narrando que, por acaso, descobriu o segredo de espantar os bichos. E assim termina o relato:

Desde que a fumarada se espalhou, os animais se eclipsaram buscando buracos por onde desapareceram.

Isso tudo é verdade? Não sei. Ninguém sabe nem jamais saberá. Mas continue a leitura e verá outra teoria pa-ra o desaparecimento dos animais, atrelada à hipótese do seu surgimento.

4- Antes de passar adiante, quero fazer só um comentário que está me sufocando: Que diferença de Jesus, que mandou a tempestade se acalmar e o mar sossegar! Falou aí, na frente de todo

mundo sem teatro, sem vara, sem braço erguido, sem chantagem, sem prometer que ia fazer e acontecer. E fez! A tempestade se acalmou e o mar sossegou na hora! (Mar 4: 39)

Já pensou se Jesus tivesse se dirigido aos seus discípulos nestes termos: “A tempestade está forte, o mar está agitado, a embarcação está virando e podemos morrer. Para quando vocês querem que eu acalme isso tudo?”.

Se Jesus tivesse feito esta pergunta, será que os discípulos responderiam: “Deixe para amanhã.”?

***** 4499-- O rei continuou com o coração endurecido e descumpriu a promessa de libertar os hebreus. (8: 15) Comentário: Por que o rei descumpriria a promessa, se não tivesse certeza dos ardis de Moisés? Se tivesse

ficado patente o poder do legislador, o soberano sentir-se-ia atemorizado e cumpriria a palavra empenhada, ciente de que o deus retornaria mais violento se não o fizesse. Mas não! Com certeza, ridicularizou abertamente o Mesu, desmentindo o medo que poderia ter sentido.

2- Aqui acaba a minha primeira hipótese sobre o aparecimento das rãs.

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Segunda hipótese É possível que você não tenha se sentido satisfeito com os tocadores de flautas e fique na dúvida, assim como

eu próprio fiquei. Fica não, que agora vem a narração, tim-tim por tim-tim, tudo outra vez sob outro ponto de vista.

***** 5500-- O rio produzirá rãs em abundância que subirão em tua casa, no teu quarto de dormir e sobre teu leito,

nas casas dos teus oficiais, sobre teu povo, nos teus fornos, nas tuas amassadeiras. Dize a Aarão: Estende a tua mão com a tua vara sobre os rios, sobre os canais, sobre as lagoas e faze subir rãs sobre a terra do Egito.

Comentário: Você notou que repeti este trecho. É que agora apresento a segunda teoria para apreciação. Começando, é bom rever o que disseram lá atrás os exegetas sobre as águas do Nilo vertidas em sangue.

Palavras dos analistas da Paulus: “A narração de Êxodo recorre a fenômenos naturais, conhecidos no Egito... o Nilo vermelho, as rãs...”.

Você é testemunha que são os críticos a considerar o surgimento das rãs fato natural conhecido no Egito. Nada de prodígio, nada de mistério no surgimento de rãs que Moisés afirma ser produto de milagre. E, na bíblia das Paulinas a gente leu: “... a água transformou-se em sangue significa que tomou uma cor sanguínea, produzida talvez por algas e in-

fusórios suspensos na água, como acontece no Nilo no início de uma inundação.”

Primeiro de tudo: Os exegetas afirmam que algas vermelhas e infusórios costumam acontecer no Nilo, no início das inundações. Assim sendo, nadinha de anormal.

Segundo: Repetindo um resumo do que diz o dicionário: Alga: ...O habitat da maioria das algas são as grandes acumulações de água doce e salgada... Possu-

em clorofila que, além da cor verde apresenta, em espécies diferentes... a cor vermelha... Infusório: protozoário; classe de minúsculos organismos encontrados em infusão na matéria inorgânica

decomposta; ou ainda, a maior divisão dos protozoários, que compreende protozoários com organelas loco-motoras diferenciadas e inclui os ciliados.

Você entendeu o infusório? Entendeu? Pô, cara, cê é sabido, heim! Eu não entendi nada, mas imagino que infusório seja algum animalzinho unicelular

meio estranho. E, pelo estrago feito no Nilo, ele tem o poder de levar à morte os seres vivos que relarem nele, como peixes e anfíbios, por exemplo. Acho que é isso mesmo, né?

E agora veja bem o que vem por aí, que são as hipóteses que prometi revelar: Rã, sapo e perereca vivem nos charcos, nos brejos, nas proximidades úmidas da água doce. Ora, se a água do

rio sofrer algum dano, este dano se propagará automaticamente para as beiradas aquosas. Se a água se encher além das medidas suportáveis de elementos danosos que disputem parcelas de oxigênio, a reação normal dos anuros será afastar-se até que a normalidade se restabeleça.

Agora, imagine só o tantão de sapo, rã e perereca que existe normalmente, na umidade do Nilo. Imagine aque-le mundaréu de bicho sendo infetado sentindo a boca dormente, dores na barriga, coceira no corpo inteiro e o pior: falta de ar! Está na cara que a reação instintiva é saltar sem rumo feito estouro de gado para qualquer lado, buscando alívio. O natural é sair desordenadamente para longe do rio e, no caminho encontram a cidade.

As rãs da 2ª praga não buscaram a cidade por algum motivo definido. Elas chegaram à cidade por acaso, só porque a cidade estava no caminho.

Esta teoria encontra sustentáculo nas descobertas cujos resumos, eu recoloco diante de você:

Na Revista Superinteressante, Vinícius Romanini, autor do artigo “A bíblia passada a limpo”, se expressa: “A intoxicação das águas faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se por toda a região.”

1) -As águas do Nilo se tingem de sangue. “Uma mudança climática esquenta as águas do Rio Nilo e provo-ca a reprodução descontrolada de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas com sangue.” 2) -Rãs cobrem a terra. “A intoxicação das águas faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se por toda a região.”

Da internet:

“Conforme os organismos presentes na água, esta se torna imprópria para o consumo humano e tam-bém a outros organismos.”

“A maré vermelha provoca a morte de peixes e de outros seres, porque competem com eles pelo oxi-gênio, além de liberarem substâncias tóxicas.”

“É conhecido o efeito das ‘marés vermelhas’, que são algas venenosas (Gonyaulax) que se multiplicam

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rapidamente. Os peixes, ao ingeri-las, formam toxinas e o homem, ingerindo estes, pode sofrer paralisia ou até a morte.”

Fica claro que as rãs, as pererecas e os sapos inquilinos no Nilo daquele remoto verão foram envenenados pe-

las toxinas das algas vermelhas, contaminando o universo subordinado àquelas águas. Noutra notícia já submeti-da anteriormente à sua apreciação, a gente observa que no oceano, cujas águas são mais extensas, a maré ver-melha exterminou os animais que entraram em contato com as algas venenosas. “Tartarugas, tubarões, polvos, atuns, enguias e outras criaturas foram encontradas mortas ao longo de um trecho da costa do oceano Índico.”

Ora, se no oceano, que é uma extensão aberta, praticamente ilimitada para a fuga dos animais aquáticos, e-les não tiveram como se evadir, foram intoxicados e mortos, o que dizer de um rio, cujos limites não oferecem aos seus moradores a mínima opção de escape?

Os peixes foram mortos logo de cara, sem apelação. As pererecas, as rãs e os sapos foram surpreendidos de hora para outra com o veneno do lodo vermelho. Por causa da consequente falta de oxigênio, escafederam-se à procura de ar puro. E por causa da coceira provinda da mesma fonte, os anuros saltavam endoidecidos. E chega-ram às ruas da cidade sim! Não só se dispersaram pela cidade de Tânis, como também pelas margens do Nilo de outras altitudes, por campos e praias na extensão exata correspondente àquela que, no rio, foi tomada das algas. E morreram. Parte dos anuros morreu ainda no rio, assim que tomou contato com as toxinas veneno-sas. Outra parte morreu logo depois, nas ruas da cidade, debaixo de pauladas. A maioria teve morte retardada, mas mesmo assim foi vítima do veneno que já agia em seu organismo.

Naturalmente, o estouro dos sapos se deu concomitantemente à maré vermelha – e não depois dela, con-forme Moisés anunciou. Sim, se o habitat está contaminado, a reação natural é a evasão naquela hora – e não dias depois. A primeira e a segunda praga, portanto, aconteceram ao mesmo tempo.

2- O faraó mandou chamar os irmãos siameses o e lhes pediu que as rãs fossem retiradas. Moisés perguntou:

“Quando queres que as rãs sejam retiradas das casas, ficando apenas no rio?” Veja bem a exigência: o faraó pediu que os bichos fossem retirados. Não pediu que fossem mortos.

E observe a pergunta de Moisés: Quando queres que as rãs sejam retiradas ficando somente no rio? Moisés prometeu reconduzi-las ao rio. Foram unânimes quanto a deixar retornassem aos brejos. Mas os bi-

chos morreram. Não que Jeová os tivesse matado, que não tinha poderes para matar um grilo, se não fosse a sapatadas. Os anfíbios morreram intoxicados porque, mesmo longe das algas, o veneno estava agindo em seu organismo. Desde modo, estava fora de cogitação a devolução dos animais ao seu habitat.

Nesta linha de raciocínio, mesmo se o Jeová quisesse salvar as rãs seria impossível, uma vez que elas esta-vam condenadas, desde o momento em que tiveram contato com os elementos mortíferos. Se fosse Deus Verda-deiro, tudo bem, Ele sim poderia ter feito os bichinhos retornarem ao rio - mas... O deus?

O papo do Moisés em retirar a sapaiada amanhã não tinha razão de ser, considerando que até o dia seguinte já estariam todos mortos, pois já vinham morrendo desde quando ainda estavam no rio.

3- “O rio ferverá de rã.” Sempre ferveu, ô! Já viu rio sem sapo? Brejo sem rã? E o deus bobeou. As dez pragas poderiam ter sido onze, porque os peixes também morreram. Aconteceram

duas pragas numa só e desperdiçou um prodígio!

4- “... as rãs subirão do rio.”. Rã subir do rio era natural, estando o rio infestado por elementos tóxicos. Anormal seria se elas permaneces-

sem no rio, naquelas condições. Causaria assombro se elas descessem para o rio. É mesmo, né? Por que não o caminho inverso, da cidade para o brejo? Por que não de cima para baixo? Veja como o deus marcou bobeira: Ele poderia sim, ter feito os sapos retornar em ao rio. Uai! Os bichinhos já

haviam cumprido o papel de atazanar a população, então que os levasse de volta. E que espetáculo de rara beleza seria assistir ao retorno das rãs para o rio! Sim, depois que o Nilo retomasse a transparência das águas ia ser bonito ver a sapaiada pulando de volta para

o brejo, tudo feliz, dando risada por poder voltar para casa. Bem que o deus poderia ter providenciado um show desses. Mas não! Preferiu matar os bichinhos, que nada tinham a ver com a libertação dos hebreus e, mesmo assim, pagaram o pato.

5- Rãs invadirão a cidade, subirão em tua casa, no teu quarto de dormir e sobre teu leito, nas casas dos teus o-

ficiais, sobre teu povo, nos teus fornos, nas tuas amassadeiras. Moisés garante que as rãs invadiram a cidade. Não, as rãs não invadiram. Elas se retiraram do rio, o que é diferente. Com o rio infetado, elas puseram-se

em fuga; – não em invasão. Portanto, em lugar de invasão, o que houve foi dispersão.

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Elas não invadiram; elas fugiram. Elas não procuravam; elas se escondiam. Elas não vieram perturbar; elas fugiam do desconforto. As rãs não vieram à cidade; elas se foram do rio. Não chegaram; elas saíram. A cidade não era o destino. O destino era qualquer lugar. Só queriam respirar. Não foi o deus quem as trouxe; foi o Nilo que as expulsou. O objetivo dos anfíbios não era atingir coisa alguma. Era escapar do rio, buscando sobreviver. Não esquecer que os exegetas deixaram grafado que a dispersão de rãs era fato comum no Egito: “A narração de Êxodo, recorre a fenômenos naturais, conhecidos no Egito... o Nilo vermelho, as rãs...”.

E pronto! Desmistificada mais uma façanha do Jeová. Explicada de forma simples e natural, o estouro das rãs, dos sapos e das pererecas. E agora, Moisés?

CAPÍTULO 7

Terceira Praga:

PIOLHOS

5511-- “O rei, vendo-se livre das rãs, endureceu o coração e não atendeu a Moisés. Disse Jeová: Dize a Aarão: Estende a vara e fere o pó da terra para que se torne em piolhos por toda a terra do Egito. Fizeram assim e houve muito piolho nos homens e no gado; todo o pó da terra se transformou em piolhos por todo o Egito”. (8: 11 e 17)

Comentário: Mais uma vez é Aarão, um não iniciado em ciência alguma, a fazer o milagre. Por que um singelo escravo sem status? Por que não o próprio Moisés, um príncipe, cuja figura daria maior ênfase ao espetáculo? Já o disse e sustento: Sendo tão fácil fazer aquelas maravilhas a ponto de qualquer ignorante virar milagreiro,

então não havia prodígio, nem deus nenhum.

2- Piolho! Espia só que coisa pequena, indigna de um ser que se diz criador do céu e da terra! É verdade que piolho chega a perturbar, mas é insignificante demais para sua presença merecer a designação

de “milagre”, mormente se for usado por entidade divina, de maneira a prejudicar seres humanos.

Aquele que pratica a maldade contra seu irmão é filho do diabo e, para isso veio Jesus Cristo: destruir as obras do diabo. (1-João: 3. 8)

Em todo caso, a gente já sabe que os críticos bíblicos consideraram esta “praga” um fato impecavelmente normal para a realidade egípcia da época. É bom falar de novo as palavras das Paulinas e da Paulus:

“... as nove primeiras pragas do Egito são fenômenos naturais, característicos do clima egípcio...”. “... A narração de Êxodo... recorre a certos fenômenos naturais, conhecidos no Egito...”

3- As crianças, em pleno 3º milênio são atacadas por piolhos trazidos da escola. Escola, portanto, é a maior

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fábrica de piolho, sem precisão de um deus milagrando. Os animaizinhos incômodos são transmitidos a outras crianças e aos adultos; multiplicam-se com presteza e carecem de ação contrária insistente que domine sua ação.

4- Para a praga dos piolhos a gente tem umas hipóteses e todas elas dispensam a presença do sobrenatural.

a) Piolho é próprio da estação quente; irradia de cabeça para cabeça, de roupa para roupa. Pe-las narrações de Moisés – que trataremos adiante –, através das normas que dava sobre higiene pesso-al, asseio nas vestimentas, limpeza do acampamento e dos arredores, até mesmo do chão em que pisa-vam, é fácil observar que, pelo menos à época em que serviam como escravos, os judeus desconheci-am quaisquer noções de asseio pessoal, tornando favorável a manutenção e a propagação dos parasi-tas. Moisés, por sua vez, tendo sido criado no palácio real e educado no interior dos templos, observando a mais rigorosa higiene e convivendo depois com quem ignorava tais necessidades, foi obrigado a escre-ver normas de asseio como se houvessem sido ditadas pelo deus.

b) O clima quente do Egito associado aos ajuntamentos para o combate às rãs e sapos, mais a numerosa fauna de piolho entre os escravos – não necessariamente hebreus –, não havia de ser difícil aos bichinhos passar de uma cabeça a outra. Os egípcios sofriam com o fato – ao contrário dos escravos que, se desconheciam o antídoto, estavam acostumados a se coçar.

c) Piolhos têm como hospedeiro os mamíferos. Segundo Rochester, houve invasão de rataza-nas, sapos e rãs. Sendo verdade, foram os ratos quem trouxeram os parasitas dos subterrâneos.

d) A enciclopédia afirma que ratos são hospedeiros de pulgas e, pesquisando, obtive: “Por ser animal de sangue quente, o rato pode ser hospedeiro de piolhos e são parasitados por pulgas”.

e) A Bíblia de Jerusalém não fala em piolhos, mas em mosquitos. (Não confundir com a praga de moscas.) Nas Paulinas também a praga é de mosquitos e assim se expressam seus exegetas: Quanto à praga dos mosquitos, seu significado não é seguro. É certo tratar-se de insetos diminutos e incômodos.

f) Juntando isso tudo ao que já expusemos: que também a pulga é parasita de ratos, pode ter ha-vido alguma coisa – não necessariamente piolhos, mas por que não pulgas?

g) Três são as espécies de roedores urbanos: rato preto ou de telhado; ratazana ou de esgoto e camundongo. Seja qual for a espécie que atacou o Egito, é possível que pulgas – e não piolhos – te-nham atacado aquele povo, levando em conta que pulga, mosquito e piolho têm muito em comum, acar-retam problemas semelhantes e, na tradução do texto muito pode ter sido modificado ou perdido.

h) Revista Superinteressante já mencionada, no artigo “Desastre Ecológico no Mundo Antigo?” lança a hipótese da praga não ser de pulgas, mas um inseto de nome maruim. Assim se expressa o au-tor: “A morte dos sapos produz uma superpopulação de insetos, inclusive do terrível maruim, pequeno mosquito de picada dolorida.”.

Para arrematar esta “praga”, uma pergunta: Será que Deus Verdadeiro, que TUDO pode, lançaria mão de tan-

tas artimanhas só para que os hebreus saíssem a passeio pelo deserto? Pois é, Moisés! Você fica fazendo uns milagres extremamente mixurucas e pondo na conta do deus! Faz assim

não! É feio! Por causa disso, muita gente pode pensar que Deus Verdadeiro seja esta coisinha nanica que, não tendo poderes para grandes coisas, fica jogando piolho na cabeça das pessoas.

***** 5522-- Os magos do faraó não conseguiram produzir piolho e disseram ao rei: “Isso é o dedo de Deus. Porém, o

coração do faraó se endureceu, conforme havia dito o Senhor”. (8: 18 e 19) Comentário: Não deixa de chamar a atenção: Os magos conseguiram fazer pau virar cobra, fizeram as águas

avermelharem feito sangue, assim como imitaram Aarão na fabricação de rãs, sapos, ratazanas. E foram incapazes de produzir piolhos, que é bem mais miudinho.

2- Não se sabe como foi que Moisés fabricou piolho, mas soubemos que, para acabar com eles não era preci-

so milagre nenhum. Vamos ao relato resumido de Necho, o egípcio da guarda pessoal do faraó:

Para nós, egípcios, habituados à mais rigorosa higiene aquela praga era talvez, a pior de todas. O fa-raó andava impaciente, de um lado a outro. Lancei um olhar em torno e não pude conter o riso: não ha-via dúvida que os parasitas formigavam nos velhos dignitários, como o demonstravam os gestos, pirue-tas e contorções com que procuravam disfarçar o mal estar. Em vão defumaram, aplicaram pomadas, la-varam, conjuraram e sacrificaram aos deuses... As mulheres estavam exaltadas e enraivecidas; a cólera de Menerphtah ultrapassava os limites. Quanto a Moisés, ninguém o via. Numa manhã, o rei ordenou que lhe trouxessem um hebreu qualquer a fim de interrogá-lo e, em menos de uma hora, um velho páli-

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do e trêmulo estava diante do faraó. - Se prezas tua cabeça, vais dizer-me o modo de acabar com estes imundos parasitas. O homem resistiu, falando que Moisés havia proibido de revelar o segredo. - Então – disse o rei – jogas a cabeça, tanto aqui como lá; e nessas condições, só te resta escolher a

quem preferes entregá-la: a mim ou a Mesu. E, se confessares, prometo livrar-te da cólera de Moisés. Do contrário, serás decapitado agora. Escolhe!

Foi chamado o executor que, de machado em punho atemorizou o pobre velhote, o qual gaguejou ser necessário friccionar o corpo com azeite esfregando-o também nas frestas, buracos de fechadura, rebor-dos de cama, rampas de escada; depois tomar banho de folhas de loureiro e defumar-se com folhas de oliveira.

Método humano trabalhoso, mas eficiente. Não havia a mínima necessidade da interferência divina, como não foram necessários os “poderes” de Moisés. Diante disso, nada mais coerente que o faraó rir-se da ingenuidade dele, “endurecer o coração” e negar-lhe o pedido de deixar os hebreus irem sacrificar ao deus.

3- o pó da terra se transformou em piolhos por todo o Egito. Piolhos por todo o Egito! É muito piolho! E lá venho eu com uma perguntinha chata: Os piolhos atacaram só os egípcios, ou também os hebreus? Sim,

pois se houve piolho por todo o país, nenhuma cabeça ficou livre. E, se o velho hebreu que foi levado à presença do faraó sabia o antídoto, certamente eles, os hebreus, foram acometidos e usaram o mesmo método.

4- No relato bíblico, Moisés não esclarece se foi ele, se foi o deus a acabar com os parasitas. Desta praga

passa para a seguinte, como se a piolhada tivesse se extinguido por si mesma. 5- O rei não atendeu ao deus. Ora, quem viola ordens divinas é pecador. Pobre faraó! Será cozido nos caldei-

rões infernais por todos os séculos e séculos amém. Porém, quem fez o rei “endurecer o coração” foi o Jeová. Assim, Jeová é culpado por haver induzido ao erro. Quem induz ao pecado é mais pecador que quem o comete. Portanto, se o faraó vai para o fogaréu do infer-

no, o deus será seu companheiro de infortúnio; será assado no mesmo fogo.

6- Veja o que encontrei na net (Http://hypescience.com/15-fatos-fascinantes-sobre-o-egito-antigo): “Até os 12 anos, os meninos egípcios tinham as cabeças raspadas - proteção contra os piolhos e pulgas.” E pronto! Piolho e pulga eram pragas mais do que normais naquele país, naquela época.

*****

CAPÍTULO 8

Quarta Praga:

MOSCAS

5533-- Outra ordem vinda do deus: Apresenta-te ao faraó dizendo: “Assim diz o Senhor: Deixa ir o meu povo

para que me sirva. Do contrário, eis que te enviarei enxames de moscas sobre ti; as casas dos egípcios se encherão destes enxames e também a terra em que eles estiverem. Separarei a terra de Gósen em que habita o meu povo,

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para que nela não haja enxames de moscas; farei distinção entre o meu povo e o teu povo; amanhã este sinal se concretizará”. (8: 16 a 19)

Comentário: “Deixa ir o meu povo para que me sirva.”. Ah, quão importante ele é! Bate o pé, faz birra porque quer ser servido em tal e qual lugar. Que diferença de Jesus, o Verdadeiro Mestre Planetário!

O Filho de Deus veio para servir e não para ser servido. (Mar. 10: 45)

2- Separarei a terra de Gósen em que habita o meu povo... ... farei distinção entre o meu povo e o teu povo O deus dividiria hebreus e egípcios, separaria uns dos outros, faria distinção entre ambos os povos, num evi-

dente desmentido à justiça do Mestre:

Rogo-vos que não haja divisões entre vós. (Cor: 1. 10) Acaso Cristo está dividido? (Cor: 1. 13) e

3- Eita deus que não se valoriza! Alguém terá imaginado um deus tão insignificante que vá, repetidas vezes à

presença de um mortal – criado por ele! – pedindo, fazendo chantagem e prometendo castigo para obter o que deseja?

Nós, que conhecemos Deus Verdadeiro, poderemos amar a uma insignificância destas que não tem o míni-mo poder para reverter uma situação? Poderá ser respeitado um que se diz deus, mas é menor que um ho-mem qualquer? Se o deus não consegue dominar a vontade de um único ser humano, o que dirá para manter a ordem universal, em cada planeta, em cada sol, em cada galáxia?

4- Moscas! Outra coisa apoucada, indigna do Ser Supremo, o qual tem envergadura de manter dentro da mais

rígida ordem o Universo inteiro e, no entanto, perde tempo em produzir moscas para punir seres por ele criados? E há quem creia nestas historinhas de amedrontar bebê bobão!

5- Disse Moisés ao faraó que o deus faria distinção entre o “meu povo e o teu povo”. Olha só! O deus está se colocando a si próprio tão baixo quanto o faraó, ou está elevando o faraó ao nível

dele mesmo, ao dizer textualmente: meu povo e teu povo. Esta confissão coloca ambos os adversários no mes-mo pé de igualdade, com os mesmos domínios, a mesma força, os mesmos poderes, cada qual com um povo!

Perguntas em reprise: Não terá sido Deus Verdadeiro quem criou a todos – e também você e eu? Não pertencemos todos a Deus de Verdade? Se não fomos criados por Ele, quem foi que nos deu vida? Se não pertencemos a Ele, a quem pertencemos nós outros que não somos judeus? Não temos dono? Ou não existimos? Se existimos, alguém nos deu a vida – mas não foi Jeová (que alívio!) – então quem foi? Que rolo heim, Moisés? Vamos, explique isso pra gente! De tanta maçaroca, foi preciso que Jesus viesse num

corpo físico para restabelecer as coisas e dizer que você e o seu deus eram o próprio satanás:

Para isso se manifestou Jesus: para destruir as obras do diabo. (1-João 3: 8) 6- “amanhã este sinal se concretizará” – ou seja: amanhã as moscas estarão perturbando vocês. Por que amanhã? Por que não hoje? Que mania tem este deus de fazer as coisas às escondidas! Nenhuma

vez ele fala e faz na mesma hora. Tudo amanhecido.

Quando maltratado, Cristo não fazia ameaças. Quando ultrajado, Cristo não revidava; entregava-se a Deus, que julga retamente. (Pd: 2. 23)

***** 5544-- “Assim fez Jeová e vieram enxames de moscas à casa do faraó, dos oficiais e sobre todo o Egito”. (8: 20)

Não retribuais o mal com o mal, nem injúria com injúria; Pelo contrário, respondei bendizendo pois, para isto fostes chamados. (Pd: 3. 9)

Aquele que pratica a maldade contra seu irmão procede do diabo (1-João: 3. 8)

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Comentário: Fabricar moscas deve ser mais fácil. Conhecemos estes insetozinhos irritantes e nojentos que fa-

zem parte de nossas vidas sobrevoando cozinhas, quartos, banheiros, despensas, quintais... Mas Moisés não especificou o tipo de moscas que constituiu a quarta praga e bem poderia ter especificado, para que pudéssemos melhor avaliar o episódio e o tamanho do milagre.

São 80 mil as espécies de moscas e mosquitos e decerto Moisés nem imaginava número tão alto e nem o próprio deus sabia que havia “criado” tantos modelos de mosca. Mas não vamos dificultar demais, senão o coitado do Jeová vai ficar encabulado. Vamos facilitar, supondo que a quarta praga tenha sido constituída por nossas velhas conhecidas, as moscas domésticas.

Elas se desenvolvem em locais úmidos e quentes, em lixeiras, em poças de água, em estercos, em carne po-dre, em restos de peixe... Ora, até hoje, já no século 21 da era cristã, locais assim ainda existem e são combatidos por serem criadouros de larvas. Imaginemos como teria sido o Egito há uns três ou quatro milênios: clima quentér-rimo, solo úmido depois das enchentes do Nilo, lixo esparramado nas ruas, nos quintais, nos bairros mais populo-sos, restos de peixe atirados aqui e ali, montes de esterco dos rebanhos aquecendo ao sol... Verdadeiro paraíso de moscas!

Além do exposto, há outro fator: Na nota 48 está escrito: “... morreram as rãs... Ajuntaram-nas em montões e montões e a terra cheirou mal.”. E eu emendei: E houve o maior desequilíbrio ecológico de todos os tempos... Nestas palavras, dois fatores são ressaltados:

a) “... morreram as rãs... ajuntaram-nas em montões e montões e a terra cheirou mal.” E pronto! As rãs são um fator adicional ao paraíso de moscas. E agora, além do quadro costumeiro, temos o mau cheiro e carne de rã, de sapo e de rato apodrecendo. Que outro local melhor para a reprodução maciça de moscas?

b) Desequilíbrio ecológico sim senhor! Rãs e sapos são predadores naturais de moscas e, com a morte de todos os predadores, os insetos se reproduziram muito em pouco tempo, de maneira dese-quilibrada. E não apenas moscas, mas outros bichinhos os quais se servem de sapos e rãs.

Com tantos fatores favoráveis, desnecessário algum esforço para fabricar moscas, desnecessário um deus especialmente empenhado em desenvolver esta tarefa e, olhando por este prisma, o “milagre” do trio Moisés, Jeo-vá e Aarão não foi grande coisa.

Falando nisso, por que o deus não produziu animais diferentes, como lhamas, por exemplo? Uma invasão de lhamas no Egito seria fenômeno que surpreenderia qualquer São Tomé. Bem, produzir bicho grande e levar do Peru para o Egito era difícil e o deus principiante enforcou esta aula.

Mais seguro era lidar com bicho pequeno: rã, piolho, mosca... Mas seria a glória – ah, como seria! – se ele tivesse inventado uma invasão de baleias em lugar de moscas! Baleias nas ruas, nas praças, dentro das casas, nos quar-tos nas salas, nas cozinhas, nos banheiros, nos quintais, em cima das árvores... Ah, isso sim, seria o máximo! Isso sim seria prodígio a ser comentado em livros de História Universal. Mas... Moscas? Até eu, que sou eu, sei fabri-car moscas! Basta deixar uma galinha morta apodrecendo embaixo do sol e pronto! Cadê o prodígio?

2- A propósito, encontramos numa revista em quadrinhos de Walt Disney, uma historinha interessante [(Ed. Abril

Jovem S.A., Disney Especial Reedição de dezembro de 94 – reedição do volume 88 de Disney Especial de 1985 - RPD 670/14 – DE 88/17 – DER 83/14 – (acho que é assim que se dá a bibliografia de historinha Disney)].

À página 126 da acima citada, está a historinha em quadrinhos “Invasão dos mosquitos”. Pois a “Invasão dos mosquitos” tem como heróis, o inventor Pardal e o gênio Ludovico. Vamos à historieta:

Patópolis foi invadida por uma praga de mosquitos. Milhares deles perturbavam os habitantes de tal forma, que ninguém fazia outra coisa que não fosse dar tapas no ar e em si mesmo, na ânsia de acertá-los.

O Prof. Ludovico desenvolveu uma fórmula secreta para sua extinção, mas não matou um único mosquito que, de acordo com o Prof. Pardal tratava-se da espécie tuffzum-bitticus, que não podia ser afetado por inseticida. E juntaram-se ambos: cientista e inventor na tarefa de combater os bichinhos. Depois de muito tentar, o Pardal lembrou do equilíbrio biológico da natureza.

E quem ele vai buscar para acabar com os mosquitos? Sapos, sim senhor! E lá foram em busca de sapos. Apanharam quinhentos deles e os levaram à cidade, onde foram

soltos. E não deu outra: os mosquitos que não foram apanhados pela língua comprida dos predadores fugiram apavorados. Mas, depois de acabar com os mosquitos, sobraram sapos.

Nos jardins, nas piscinas, por todo canto havia sapos. E agora, como acabar com eles? Foi quando o Pardal lembrou do Flautista de Hamelin! Inventou uma flauta, cuja melodia pu-

desse atrair sapos e pôs-se a tocá-la pelas ruas. Os anuros acompanharam-no e foram levados para um

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brejo bem distante da cidade. Voltou o sossego; os gênios receberam cumprimentos do prefeito e man-chete nos jornais.

E fim! Não nos parece que os criadores de histórias Disney sejam destituídos de conhecimento e senso crítico. Se

bem que sempre levando para o exagero alegre, seus enredos primam pela possibilidade de serem reais. Nota-se que fazem pesquisa para tornar as histórias com face cultural e não apenas diversão barata.

Deste modo, o criador do enredo estará dando às crianças de hoje, a noção do equilíbrio ecológico, enquanto a maioria dos adultos desconhece esta lei. Futuramente, esta meninada vai dar risada dos sabidos atuais por te-rem acreditado na tese do prodígio divino que acabou com as moscas.

Sem sapo, queriam o quê? Que não houvesse mosca? Sem predadores naturais, há a possibilidade de uma desestabilização no sistema das espécies e a praga das

moscas foi isso: falta de equilíbrio entre as espécies que se eliminam entre si: Faltando sapo, sobra mosquito. Faltando passarinho, sobra pernilongo. Faltando gato, sobra rato. Faltando cobra, sobra sapo... E assim por diante; continue você, que meu estoque de sabeção acabou.

3- Vem comigo dar uma espiada nas teorias da Superinteressante 178, sobre a praga das moscas. O autor dá

a praga das moscas como sendo continuidade das anteriores, em cadeia:

“Praga nº. 1: A água do Nilo se tinge de sangue: Uma mudança climática esquenta as águas e provoca a re-produção descontrolada de Pfiesteria, alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e envenenado as águas.” “Praga nº. 2: Rãs cobrem a terra: A intoxicação das águas faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se pela região.” “Praga nº. 3: Mosquitos atormentam homens e animais: A morte dos sapos produz superpopulação de insetos, inclusive do terrível maruim, um pequeno inseto de picada dolorida.” “Praga nº. 4: Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais: Outro tipo de inseto, a mosca dos estábu-los, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.”

***** 5555-- O faraó mandou Moisés oferecer sacrifícios ao deus ali mesmo, no Egito, mas o hebreu recusou. Ele que-

ria ir para o deserto. O faraó prometeu permitir a saída, desde que não fossem muito longe e que orassem também por ele. Moisés disse: “Logo que eu sair da tua presença, orarei. Amanhã as moscas se retirarão”. Saindo dali Moisés orou, eliminando as moscas todas. Mas o faraó endureceu o coração e não deixou o povo partir. (8: 28 a 32)

Comentário: Moisés mentia quando dizia que ia levar o povo ao deserto para orar, sacrificar e retornar. Es-

tando com lombriga de ser rei, será que depois de sair do Egito com os hebreus ele voltaria? Nem pensar! Sua intenção era reinar sobre os semitas e não apenas levá-los a passear e devolvê-los. Aliás, a pressão exercida era grande demais, desproporcional para quem queria apenas dar um passeiozinho, como quem vai à missa.

2- O faraó, que não era bobo nem nada, sabia que a proliferação das moscas nada tinha de influência divina e

sim, era efeito da carne em decomposição, após a eliminação de predadores naturais; daí, não permitir a partida.

3-. O faraó mandou Moisés oferecer sacrifícios ao deus ali mesmo, no Egito, mas o hebreu recusou na hora. O deus nem foi consultado se queria sacrifício em terras egípcias ou não. Moisés já foi dando a resposta, re-

cusou em nome do deus, como se seria ele a receber os animais sacrificados.

Acaso é com bois que Deus se preocupa? (Cor: 9. 9)

4- O deus exigia ser servido no deserto, mas qual era a diferença? Para quem vai comer um churrasco de gra-

ça, tanto faz aqui como ali. E repito: o deus nem foi consultado, como sabia se aceitaria ou não? Decerto Jeová tinha outro nome: Moisés.

5- O faraó pediu que os judeus orassem por ele.

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Não acredito. Você pediria algo a uma entidade que já havia provado a mais absoluta falta de poderes além de haver dado

mostras de crua maldade? Nem eu. Com certeza, nem o faraó.

6- “Logo que eu sair da tua presença, eu orarei. Amanhã estes enxames de moscas se retirarão. Saindo dali,

Moisés orou eliminando as moscas todas”. Pô, o deus perdeu outra oportunidade! Ele podia ter feito um milagre na presença daquela gente incrédula; podia ter feito uma abundância de moscas

cair morta ali, naquela hora, tendo o faraó por testemunha de tão grandioso espetáculo. Com tão grande moscaria escurecendo o recinto, ia pretejar o chão de tanto bicho morto. Puxa, seria a fama para sempre, por todos os sé-culos e milênios vindouros, amém!

Mas o deus parece que só sabe agir escondidinho, longe das vistas dos interessados. Tolo! Se fizesse maravilhas diante do faraó, aí sim seu poder não seria contestado. Mas não! Deixa tudo para depois, deixa para agir quando está longe, deixa tudo para amanhã.

Até quando sucederá isso com os falsos profetas? Eles proclamam mentiras, proclamam só o engano do próprio coração. (Jer. 23: 26)

CAPÍTULO 9

Quinta Praga:

PESTE NOS ANIMAIS

5566-- Outra vez o deus mandou Moisés ao faraó, com o pedido: deixar o povo ir ao deserto fazer sacrifícios à “divindade”: “Se recusares, a mão de Jeová cairá sobre teu rebanho do campo, sobre os cavalos, os jumentos, os camelos, o gado e as ovelhas com grave pestilência. E o Senhor fará distinção entre os rebanhos de Israel e o re-banho do Egito para que não morram os animais de Israel. Amanhã, o Senhor providenciará a peste”. (9: 1 a 5)

Comentário: Era para ir sacrificar animais a ele, o deus. Não obstante, na mesmíssima bíblia onde se lê o

texto acima, colhi também estas palavras que desdizem, uma a uma, o que o deus do Moisés falou:

As coisas que eles sacrificam são aos demônios e não a Deus. (1 Cor: 10. 20)

Amar a Deus de todo o coração e amar ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios. (Mar.: 12. 33)

Não aceitarei novilhos nem bodes, pois são meus todos os animais.

Se eu tivesse fome, não te diria, pois o mundo é meu e tudo o que existe nele. Acaso eu devoro carne de touros? Acaso bebo sangue de cabritos? (Salmo 50. 7 a 13)

Desprezo vossas festas. Não me agradam vossos sacrifícios, Nem me agradam as ofertas de animais cevados. (Amós: 5. 21 e 22)

De que me serve a mim a multidão de sacrifícios?

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Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura dos animais cevados. Não me agrada o sangue de novilhos nem de carneiros, nem de bodes. (Is. 1: 11)

Leu tudo? Não? Então leia e verá que todo aquele papo de sacrificar ao deus não tinha nada de divino. Se o

pedido do sacrifício veio de um ser incorpóreo, este ser era oposto a Deus Verdadeiro. Este ser, que usa em vão o nome do Senhor, a exemplo dos exus de macumba, gosta de bode, galinha, cabrito, carne apimentada.

2- Vem cá, há outra coisa que não combina. Veja por si mesmo. A prosa de Moisés para o faraó era assim: E o Senhor fará distinção entre os rebanhos de Israel e o rebanho do Egito para que não morram [...]. A tônica cai nas palavras: rebanhos dos hebreus. E outra: os hebreus iam sacrificar bois e ovelhas dos seus rebanhos. Está escrito também que eles “gemiam sob a dura servidão” (eu adoro repetir estas palavras, só para poder desmen-

ti-las e azucrinar Moisés). Eles viviam em penosa escravidão... E possuíam rebanhos! Que escravos eram estes? Que dura servidão era essa que permitia juntar bens e enriquecer tanto quanto

seus senhores? Escravo de verdade não possuía nada; trabalhava pela comida e passava fome. Mas os escravos hebreus eram diferentes; possuíam rebanhos, terras, lavoura, moradia, família, privacidade, dinheiro!

Vou repetir, sempre que surgir brecha, a diferença entre eles e os escravos do Brasil. A parte dos rebanhos que nossos negros recebiam eram tripas, rins, ossos, fígado, bucho, rabo, mocotó, focinho, orelhas, língua, miolo, bofes, coração. Foi do aproveitamento destas partes desprezadas pelos senhores, que faziam feijoada, rabada, sarapatel, dobradinha, buchada... Para relatar horrores, Moisés bem poderia ter convivido com nossos escravos.

3- Usando o mesmo gancho: Moisés afirma adiante, na décima praga, que morreriam os primogênitos dos e-

gípcios todos, “desde o primogênito do rei até o primogênito do servo egípcio que trabalha junto à mó”. (Êx, 11: 5)

Repetindo: morreria também o primogênito do servo egípcio que trabalhava junto à mó. A gente vê por este ato falho, que havia egípcios na condição de servos servindo junto à mó triturando grãos,

ao passo que os escravos hebreus – aqueles que “gemiam sob a dura servidão” – zanzavam pra lá e pra cá cons-pirando contra o governo, possuíam rebanhos, eram donos de invejável posição!

E cadê que Jeová, criador de tudo e todos, se preocupava com o pranto dos servos egípcios que, igualmen-te, eram “criação dele”?

Ou ainda: os escravos egípcios não possuíam um deus por eles? Ah, possuíam sim! Acontece que o deus dos egípcios, se não fosse o próprio Deus Verdadeiro, tinha Suas características: não se

fazia presente visivelmente por qualquer tolice. Quanto às aflições, deixava amargurar o corpo para elevar o espírito.

4- “Amanhã, o Senhor providenciará a peste”. Amanhã? De novo? Por que não fez aparecer a peste naquele dia, naquela hora, tendo tantos poderes? Se um humano falasse em mandar pestilência amanhã não teria crédito, porque há um período de incubação

e, de um dia para outro seria impossível que amadurecesse o suficiente para mostrar efeitos. Mas, em se tratan-do do deus, não precisava de período de incubação. Era prometer e cumprir; falar e fazer antes de fechar a boca. Igual Jesus fazia. Com uma diferença: Jesus praticava o Bem, a Caridade, o Perdão, a Verdade, o Amor. E Jeová praticava o mal, espalhava o ódio, ensinava a vingança, estimulava a mentira, promovia a dor.

Quanto ao período de incubação, porém, a verdade era outra: o período de elaboração da doença já estava sendo providenciado – aliás, já estava a todo vapor. Não que Moisés ou o deus estivessem providenciando algo sobrenatural, que eles não tinham poderes para tanto. Mas estava sendo providenciado pela Natureza e Moisés sabia disso.

Moisés sabia e não teria como recuar na “fabricação da peste”, caso o faraó permitisse a saída dos hebreus naquele dia, porque ninguém faz a Natureza andar pra trás; os animais seriam atingidos de qualquer maneira, com ou sem a ira de Jeová. Dada a partida de uma epidemia não há como retroceder.

Vixi! Seria o maior vexame se, temendo a peste, o faraó permitisse a saída dos hebreus, óia só! Moisés preci-sava desesperadamente que o faraó negasse o pedido porque, em caso contrário, seria desmascarado por não saber deter a marcha da doença a qual, num crescendo, atinge certo limite e depois começa a decair, queira ou não Moisés ou o deus.

***** 5577-- E no dia seguinte Jeová fez tal coisa. Todos os animais dos egípcios pereceram; porém, do rebanho dos

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israelitas não morreu nenhum. O faraó mandou ver e eis que, do rebanho de Israel não morrera um sequer; po-rém, o coração do faraó se endureceu e não deixou ir o povo. (9: 6 e 7).

Comentário: Peste nos animais só ocorreria com a permissão Deus Verdadeiro. Porém, a troco do quê Deus

Autêntico o faria? Maltratar animais por quê? Castigar egípcios por quê? Proteger israelitas por qual motivo? Você poderá retrucar: O deus fez isso tudo porque os egípcios escravizaram os hebreus e judiaram deles; eles

clamaram, o deus ouviu e os veio libertar. Aí, respondo eu:

a) Deus Verdadeiro não revoga as próprias leis. Na ocasião em que Ele permitiu que egípcios escravi-zassem hebreus, sabia bem o que fazia e por que o fazia. Não foi incidente. Na obra do Juiz Supremo não há acaso e, se Ele não quisesse hebreus escravizados, teria evitado que a servidão se desse.

b) Os egípcios judiaram dos semitas no Egito? Muito mais judiados foram os negros no Brasil. E os es-cravos brasileiros não tiveram um Moisés, que alívio! Padeceram com calma até que Deus Verdadeiro a-chasse por bem mandar um anjo de nome Princesa Isabel. Sem praga, sem peste, sem vingança, sem mal-dade, sem chantagem, sem mentira, sem violência.

c) O egípcio escravizou o hebreu e Jeová não gosta deste tipo de coisa. Mas o branco também escravizou o negro e Deus Verdadeiro não gosta deste tipo de coisa. E daí? Cadê que Deus Verdadeiro chegou no Brasil espalhando piolho, sapo, rã, mosca e peste? Nada

disso! Quem planta colhe e os donos de escravos negros colheram, com certeza, as maldades que planta-ram, ao passo que, através da dor, os negros atingiram a elevação espiritual. Por que seria diferente com os servos hebreus?

A Deus não se engana. Aquilo que o homem semear isso mesmo colherá. (Gal: 6. 7).

Todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão. (Mat: 26. 52)

d) Os hebreus clamaram, Jeová ouviu e os veio libertar. Ora, ora! E nossos negros clamavam também! Fervorosos na fé e sofrendo atrocidades, clamaram muito

mais que os hebreus. E cadê que Deus Verdadeiro fez “milagres” para abrandar os sofrimentos? O alívio vinha sim, mas em forma de conforto íntimo nos momentos de maiores martírios. Deus Verdadeiro esteve presente junto aos nossos escravos o tempo todo de jeito suave, ajudando a carregar as dores – e não acabando com elas. São os espinhos que elevam uma alma – e não as plumas. Mas isso o deus de Moisés nunca soube, nunca falaram pra ele. Ele era ignorante e pensava que a alegria, a riqueza e o con-forto é que vivificava o espírito.

Bem aventurados vós que chorais, porque haveis de rir. (Luc.:6. 21)

Se fordes afligidos suportais com paciência, pois para isto mesmo fostes chamados. (Pd: 2. 20-21).

Tende por motivo de alegria o passar privações. (Tg: 1. 2) 2- Todo o rebanho dos egípcios morreu; porém, do rebanho dos israelitas não morreu nenhum. Vamos usar mais uma vez a elucidação de Rochester, cuja palavra está com Necho que fala sobre a peste nos

rebanhos, sob o seu ponto de vista. Eis um resumo de sua explanação:

Depois de alguns dias tranquilos, começaram a chegar más notícias: perigosa peste explodira nos re-banhos e, zombando de todos os remédios, aumentava de intensidade, de momento a momento; profun-da angústia assaltava os corações, porque os animais constituíam nossa principal riqueza e sua destrui-ção seria a ruína. Dentro em pouco, o terror atingia também a cidade. Por toda parte, animais eram atin-gidos; cavalos, mulas e camelos caíam pelas ruas. As estrebarias estavam entupidas de cadáveres e ne-nhum tratamento se mostrava eficaz.

O povo se reuniu a bradar e o faraó prometeu providências. Por sua ordem, fui designado, com ou-tros oficiais, a verificar se os rebanhos dos hebreus eram igualmente atacados e, se não estivessem, que procurássemos descobrir o remédio.

Fizemos grande verificação; nas zonas percorridas, os animais ofereciam aspecto lastimável; morri-am como moscas e os cadáveres à flor da terra empestavam o ar. Quando avistamos terrenos pertencen-tes aos hebreus, nós os notamos desertos. Os rebanhos tinham sido encerrados em quintais murados de pedras ou em baias, em bom estado de conservação. Invadimos algumas casas judias para conseguir o segredo da imunidade, mas nada conseguimos. Apesar das mais severas ameaças, não nos foi possível arrancar-lhes a menor confissão. Desencorajados, regressamos ao palácio e me lembrei de procurar Pi-nehas. Sendo sua mãe amiga do hebreu Enoch este, certamente, ter-lhe-ia ensinado o meio de preservar os rebanhos.

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Pinehas estava só e expliquei o que desejava. Declarou ser necessário colocar boa quantidade de sal na forragem, untar a cauda do animal com alcatrão e esfregar-lhe o corpo com uma infusão de alcatrão; depois, apanhar sargaços que crescem à margem do Nilo, picá-los, salgá-los e ministrá-los ao gado, não lhe dando de beber, senão água do rio. Além disso, defumações rigorosas nas baias e, para casos especi-ais, prescreveu um tratamento à base de azeite doce.

Satisfeito, voltei para casa sem perder tempo e pusemos mãos à obra. De toda parte se tirava sal e al-catrão; homens corriam às margens do Nilo para colher sargaços, transmitindo a todos os que encontra-vam, a receita salvadora. Com a rapidez de um relâmpago, a boa notícia se espalhou e todos buscavam utilizar o recurso. Em breve não se viam nas ruas senão homens e mulheres carregando grandes molhos de sargaços ou cestas repletas de plantas, outros conduziam ânforas de azeite. Os armazéns que vendiam sal, alcatrão e azeite eram investidos de assalto. Desde que começamos aplicar o remédio, não perdemos um só animal. (pág 202.)

Gente, seguinte: Estas exposições do Conde Rochester, eu não as estou usando para provar coisa alguma, mesmo porque não se sabe se são verdadeiras. As provas contra Moisés estão na própria lógica, no próprio racio-cínio, na nossa certeza da impossibilidade de tudo isso que Moisés coloca como verdade sagrada. Se estou colo-cando à sua frente as palavras de Rochester é para mostrar que nem todas as pessoas acreditaram de olhos ven-dados no que escreveu o Mesu.

Outra razão é que haja pelo menos outro autor a demonstrar desagrado e não apenas Petros.

Assim, de causa natural são os motivos pelos quais não foram atingidos os rebanhos dos hebreus: seus ani-mais permaneceram suficientemente protegidos das influências externas manifestadas por moscas contaminadas. Afora isso, eles conheciam o antídoto. Milagre nenhum!

E pode ser também que os críticos bíblicos estivessem mais perto da verdade: os problemas apresentados e-ram fatos comuns no Egito. Problemas graves sim, mas habituais naquela faixa do globo.

3-... porém, o coração do faraó endureceu e não deixou ir... Não havia mesmo motivo para que o rei temesse a Jeová, a ponto de atender aos pedidos. Inteligente, ele sa-

bia que os problemas eram fatos da natureza, usados por uma mente maldosa e vingativa.

Aquele que pratica a maldade procede do diabo. Por isso se manifestou Jesus Cristo: para destruir as obras do diabo. (1-João: 3. 8)

4- A Superinteressante 178 dá como causa para as pragas um desastre ecológico que, como efeito dominó, foi

se manifestando em sequência. Reveja as pragas anteriores e a atual e faça sua avaliação:

“Praga nº. 1: As águas do Nilo se tingem de sangue: Uma mudança climática esquenta as águas do Rio Ni-lo e provoca a reprodução descontrolada de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matan-do-os e intoxicando as águas.”

“Praga nº. 2: Rãs cobrem a terra: A intoxicação da água faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se pela região.”

“Praga nº. 3: Mosquitos atormentam homens e animais: A morte dos sapos produz superpopulação de in-setos, inclusive do terrível maruim, pequeno inseto de picada dolorida.”

“Praga nº. 4: Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais: Outro tipo de inseto, a mosca dos está-bulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.”

“Praga nº. 5: Uma peste atinge os animais: A peste equina africana e a peste da língua azul são doenças transmitidas pelo maruim e atingem os mamíferos.”

5- Todo o rebanho dos egípcios morreu; porém, do rebanho dos israelitas não morreu nenhum.

Primeiro: Se os rebanhos hebreus se mantiveram vivos, é porque os hebreus tinham rebanhos! Não me canso de admirar o fenômeno de pobres escravos possuidores de tantos rebanhos! Segundo: Os animais todos dos egípcios morreram, desencarnaram, finaram, escafederam. Mais adiante vamos usar esta afirmação. Guarde isso na cabeça para não esquecer.

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CAPÍTULO 10

Sexta Praga:

PESTE NAS PESSOAS

5588-- O Senhor deu instruções: “Apanhai mãos cheias de cinza de forno e Moisés atire-a para o céu diante do

faraó. Ela se tornará pó miúdo sobre toda a terra do Egito e se tornará em tumores que arrebentem em úlceras nos homens e nos animais por toda a terra do Egito”. Moisés e Aarão obedeceram e a cinza arrebentava em tumores nos homens e nos animais, de maneira que havia tumores nos magos e em todos os egípcios. (9: 8 a 11)

Comentário: Que triste ver alguém feliz por destruir! Que asco imaginar que esta entidade possa usar o no-

me de Deus Onipotente para colocar em ação atividade tão medonha!

Por que te orgulhas da maldade?A tua língua urde planos de destruição. Amas o mal e preferes mentir a falar honestamente. (Sal. 52: 1 - 3)

Até quando exultarão os perversos? Eles falam impiedades, praticam a maldade e se vangloriam. (Sal. 94: 3 – 7)

E que desgosto saber que há quem adore este ser satânico pensando adorar a Deus Pai! Mas deixemos de lamentar a sorte do mundo que, se está tão atrasado, é devido à preguiça de ler, é devido à

falta de vontade de raciocinar; é devido ao comodismo de deixar nas mãos dos chefes religiosos o trabalho de desvendar a palavra do deus e é por gostar de ser enganado.

Se as pessoas são ainda sofredoras é porque estão prestando louvores ao Demônio Bíblico que tomou o nome de Jeová, estão engrandecendo-o e transmitindo-lhe energias novas todos os dias, em lugar de estar lou-vando a Deus Autêntico, cuja voz se fez ouvir através de Jesus – jamais através de Moisés.

2- Cinza de forno teria dado partida a uma peste envolvendo tumores? Não sou muito sábio, mas desconheço alguma propriedade da cinza que possa desencadear ferida. Falando

nisso, vamos dar uma olhadinha em Jó:

“O Satanás abriu em Jó úlceras malignas desde a planta dos pés, até o cume da cabeça. Então, Jó apanhou um caco de cerâmica para se coçar e sentou-se no meio da cinza”. (Jô. 2:7 e 8)

Para sarar dos tumores, por que Jó terá se sentado em meio a cinza? Será que ele era tolo, ou a cinza tem algum poder terapêutico para curar precisamente úlceras e tumores malignos?

É sabido que para curar impingem, esfrega-se cinza misturada ao suco de limão na pele afetada.

3- A cinza arrebentava em tumores nos homens e nos animais. Ah, que diferença de Jesus e de Deus Verdadeiro! Veja leitor, por si mesmo, se há algum ponto de contato entre este deus apresentado por Moisés e aquele

Deus Misericordioso, Deus de Amor apresentado pelo Divino Mestre da Galileia. Enquanto este deus dizia provocar doenças no povo e nos animais, Jesus curava doenças.

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O Filho do homem veio para salvar os homens – e não para destruí-los. (Luc.: 9. 56)

Jesus curou, à distância, o filho do oficial do rei. (João :4. 46 a 53) Jesus curou a febre da sogra de Pedro, tocando-lhe com a mão. (Mat: 8: 14 e 15) Jesus curou a filha endemoninhada de mulher cananeia. (Mat. 15. 22 a 28) Jesus curou coxos, cegos, mudos, aleijados numa montanha da Galileia. (Mat: 15. 30) Jesus curou dez leprosos de uma só vez. (Luc: 17. 12 a 19) Jesus curou dois cegos à beira do caminho de Jericó, tocando-lhes os olhos com a mão. (Mat: 21. 30 a 34) Jesus curou dois endemoninhados. (Mat: 8: 28 a 33) Jesus curou enfermos em grande quantidade de uma só vez (Mat: 8.16) Jesus curou enfermos que apenas tocavam a orla de seu vestido. (Mat: 14: 35 e 36) Jesus curou mulher de hemorragia, sendo que apenas a barra de sua túnica foi tocada. (Mat: 9. 20 a 22) Jesus curou paralítico à distância (Mat: 8: 5 a 13) e curou um homem com a mão mirrada (Mat: 12. 10 a 13) Jesus curou um cego apenas tocando seus olhos com a mão. (Mat: 28 a 30) Jesus curou um cego com saliva e terra. (João: 9. 1 a 12) Jesus curou um endemoninhado cego e mudo (Mat: 12. 22) Jesus curou um homem paralítico, num sábado. (Mar.: 3. 1 a 5) Jesus curou um leproso tocando-o com a mão e dizendo: “Sê limpo” (Mat: 8: 2 a 3) Jesus curou um mudo e endemoninhado (Mat: 9. 32 e 33) Jesus curou um paralítico no tanque de Betesda. (João :5. 1 a 9) Jesus curou um paralítico que lhe trouxeram numa cama. (Mat: 1 a 8)

Por ordem alfabética! Moisés e Jeová morreriam de inveja de Jesus se o vissem atuando. Agora o que fez o deus até o presente momento, também por ordem alfabética:

Mudou o nome de Abrão para Abraão. Mudou o nome de Jacó para Israel. Mudou o nome de Sarai para Sara.

Sem comentários. 4- Mas retornemos: A cinza se transformará em tumores que arrebentem em úlceras nos homens e nos animais por toda a terra do

Egito. Moisés e Aarão obedeceram e a cinza arrebentava em tumores nos homens e nos animais. Isto é o que estamos analisando; porém, na nossa nota 57 analisamos outros dizeres, que faziam referências à

peste nos rebanhos. Dizia assim: E no dia seguinte Jeová fez todos os animais dos egípcios perecerem. E você lembra que, no finzinho da análise do comentário 57, falei que era para guardar o fato de todos os re-

banhos dos egípcios haverem morrido, né? Pois em algum momento desta história, Moisés mentiu. Ou mentiu lá atrás, quando garantiu que todos os rebanhos dos egípcios morreram, ou mentiu agora, quando

afirmou que a cinza fez arrebentar úlceras nos animais. Pergunto: Arrebentaram úlceras em quais animais, se estavam todos mortos desde a praga anterior? Percebe leitor, como Moisés gostava de mostrar sua intimidade com o deus, mesmo à custa de se tornar men-

tiroso e ridículo?

5- A cinza que propiciou tumores malignos nas pessoas é a versão bíblica sem uma segunda testemunha e,

portanto, sem valor, em consonância com o próprio “livro dos livros”:

Uma só testemunha não se levantará contra alguém. Pelo depoimento de duas ou três testemunhas se estabelecerá o fato. (Deut. 19: 15)

Esta é outra afirmação que me agrada, levando em conta que, consoante a própria bíblia, Moisés sozinho a-

firmando é o mesmo que nada. Veja uma versão não sagrada, porém muito interessante. A narração aqui resumida vem de Pinehas, do livro

do Conde Rochester:

Enoch me comunicou que haveria reunião de chefes [...] A peste que dizimava rebanhos deveria con-taminar também as pessoas. Tudo favorecia este contágio: o calor escaldante, o ar infetado, os mias-mas deletérios dos milhares de animais mortos e, quando a morte começasse a ceifar vidas humanas,

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Menerphtah deveria voltar atrás nas suas decisões. Quando a noite desceu fui ao local designado, lá encontrando os chefes tribais e os anciãos. Conver-

sava-se pouco. Moisés chegou acompanhado de Aarão; sua expressão era de audácia e inteligência. Ele disse:

- O momento da libertação se aproxima, porque a peste assolará as famílias, sem poupar o palácio do rei, que ousa resistir à vontade de Jeová. Quando a morte lhe entrar no lar, então temerá e o povo eleito sairá deste país para fundar um novo reino.

Passei dias em indescritível impaciência, esperando a notícia de que a moléstia atingia a população, até que minha mãe me preveniu que em nossa rua havia três famílias contaminadas. Naquela noite, dois homens me invadiram os aposentos. Um era Necho e o outro era Omífer.

- Pinehas! – disse Necho – Salva minha irmã da peste e também Smaragda, esposa de Omífer. Por um momento, hesitei. Que me importava a morte da irmã de Necho? Recusando, porém auxiliá-

la, não poderia socorrer Smaragda. Acabei concordando e dei a Necho os remédios e as prescrições ne-cessárias. Ordenei-lhe urgência e ele saiu correndo, deixando-me com Omífer.

A epidemia assolou a cidade; poucas famílias egípcias restavam inatingidas e o desespero chegava ao auge. Minha mãe ganhou muito dinheiro vendendo remédios por mim preparados...

Esta narração e ela foi colocada aqui porque Pinehas resumiu as condições necessárias para a propagação da doença: calor escaldante, ar infetado, miasmas venenosos dos milhares de animais mortos. Sua narra-ção tem tudo para ser verdadeira, sem necessidade alguma de intromissão do deus desde que os fatos, por si, são suficientes para uma calamidade de dimensões desproporcionais.

Rochester não faz alusão a cinza de forno, a qual teria dado partida à peste. Ele fala também em antídoto, deixando claro que havia remédio que conseguia deter a marcha da doença ou restaurava a saúde aos doen-tes, dispensando por completo alguma intromissão milagreira.

Por que imaginar que um punhado de cinza comum atirado ao ar teria o poder de produzir tumores mortais? Por que supor que somente aquele deus teria a chave para a cura da doença?

Retornando: Rochester agora, transfere a palavra a Necho, cuja descrição continua sendo a peste, sob seu ângulo ocular:

Omífer e eu encontramos Pinehas numa sala contígua à que normalmente ocupava. De início não se mostrou disposto a nos socorrer, porém, o nome de Smaragda produziu efeito e recebi as instruções:

- Deves pegar camundongos e queimá-los até reduzi-los a pó, que adicionarás ao vinho; essa mistura darás à doente de hora em hora. Como única bebida, suco de sargaço esmagado e coado em pano. En-volver a doente inteiramente em panos embebidos em azeite doce, renovados logo que sequem. Sob o lençol, estender uma camada de terra fresca, renovada a cada duas horas; a terra retirada será queimada. Aqui tens um bálsamo para pincelar as manchas negras e, como será preciso tempo para preparar o pó de camundongo, leva-o já pronto. Se alguém vier a falecer, manda incinerar os objetos que lhe serviram e leva o cadáver ao cemitério envolto em panos alcatroados.

Adiante, o mesmo Necho dá-nos uma ideia do estado das ruas da capital egípcia naqueles tempos de peste:

Anoitecera quando deixei o palácio e voltei para casa. O aspecto da cidade era ainda mais sinistro que durante o dia. Em todas as ruas, grandes fogueiras onde os soldados atiravam ervas aromáticas mis-turadas com alcatrão. O reflexo das chamas refletia-se fantasticamente nos edifícios. Pelas sombras des-lizavam pessoas transportando em padiolas grandes fardos envoltos em panos alcatroados – vítimas da peste. Silenciosos, seguiam para o cemitério com a carga sinistra. Muitas vezes meu cavalo empacava recusando-se a prosseguir, ou se desviava ao passar junto de um corpo estendido no solo, às vezes já morto, outras vezes gemendo.

Necho nos dá ainda outros pormenores interessantes. Neste ponto da narração, o faraó regressava do templo onde fora pedir pelo povo e agradecer pelo restabelecimento de Seti, o herdeiro que, acometido da peste havia sido curado pelas mãos do mago Pinehas:

Próximo ao palácio, foi preciso parar. As cabeças ondulavam como vagas ululantes; milhares de bra-ços se erguiam e, sobrepujando gemidos e lamentações, ouviam-se gritos:

- Permite que partam os hebreus! Tende piedade do povo, antes que a terrível peste ceife a todos. As casas se esvaziam, morrem servos e senhores!

Doentes de aspecto horripilante foram empurrados para frente. Mulheres enfrentavam a liteira do fa-raó, levando nos braços os filhos cobertos de pústulas e manchas negras. De repente, a massa se com-primiu soltando gritos; um claro se abriu dando passagem a uma fila de carretas atulhadas de cadáveres.

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Diante desta cena, a multidão passou a gemer de modo mais lúgubre e os gritos se fundiram: - Deixe partir os hebreus! O Faraó Menerphtah ergueu-se na liteira e seus olhos abrangeram a multidão, que emudeceu. - Não sois os únicos atingidos! O herdeiro da coroa não foi poupado e, no palácio sofre-se como na

mais modesta choupana; meus parentes, conselheiros, chefes e oficiais do estado-maior, todos têm a ca-sa repleta de doentes. Nenhum deles, porém, veio pedir que deixasse partir os hebreus! Vós temeis? Es-tais certos que Moisés tem poderes para impedir a peste e a morte? Não desespereis que, tudo o que for possível, o vosso faraó fará por vós!

Já no palácio, o monarca recolheu-se e, só à tardezinha, ele se dirigiu a um dos conselheiros: - Que amanhã cedo Moisés venha à minha presença. No dia seguinte, Moisés inclinou-se ligeiramente e, cruzando os braços, perguntou irônico: - Faraó, o que desejas? - Acreditas ter me amedrontado? Foi por meus súditos que se desesperam supondo que podes conju-

rar a morte, que te mandei chamar. Povo cego e estúpido que imagina que tua força governe o reino das trevas e das sombras. Curvo-me diante dos teus desejos, concedendo-te vinte e quatro horas e, se dentro delas não houver um só egípcio empestado, poderás reunir os hebreus e partir com eles.

Fitando o rei com espanto, ardente rubor cobriu as faces de Moisés, que recuou ao exclamar: - São necessários três dias para extinguir a peste! Malicioso sorriso descerrou os lábios de Menerphtah que, voltando-se para os guardas, deu ordem

para reunir o povo diante do palácio, que tinha importante comunicado. Aproximou-se depois da balaus-trada; com um gesto, chamou Moisés para junto de si e, elevando a voz, disse:

- Fiéis egípcios! Moisés acaba de se comprometer a extinguir, dentro de três dias, a peste que assola o Egito. Esgotado o prazo, não deverá restar um só doente em todo o país. Se ele cumprir a promessa, concedo que parta com o povo hebreu. Ordeno, pois, que daqui a três dias estejais aqui novamente, a-companhados dos vossos doentes, restabelecidos ou empestados, para termos a prova do poder ou da fraqueza do Moisés.

Voltando-se para Mesu, o qual o ouvia estupefato, disse: - Vê bem o que exijo. Seti, o príncipe herdeiro, ainda pálido e enfraquecido pela moléstia, reprovou a atitude do pai: - Como podes dar ouvidos a um povo que, no seu pavor, não sabe o que pede? - Tu te enganas se pensas que estou cedendo por fraqueza; quero provar que o poder de Moisés é li-

mitado. Tu sabes que é mais fácil desencadear um mal, que retê-lo. Se ele livrar o Egito da peste, incli-no-me ante o seu poder, porque aquele que detiver a morte será verdadeiramente um deus.

Três dias após, na manhã que terminava o prazo fixado, aprontei-me para chegar cedo ao palácio. Neste espaço de tempo ninguém mais adoecera, mas por toda parte havia doentes lutando contra a mo-léstia. No trajeto encontrei enorme quantidade de padiolas e carroças cheias de pestilentos que iam sen-do colocadas em fila diante do palácio. Quando Menerphtah surgiu no terraço, dirigiu-se ao povo:

- Não faltam doentes, o que prova que eu tinha razão: Moisés não é o todo poderoso. A epidemia de-clina, mas não por influência dele e sim, por lei natural. Nenhuma tempestade dura meses; nenhuma e-pidemia pode aumentar depois de ter atingido a virulência máxima. Retornai aos vossos lares e crede que vosso faraó vela por vós como um pai por seus filhos.

Depois, entrando na galeria, esclareceu a nós outros: - Será que Moisés supõe convencer-me que dominou a peste? Havendo a peste atingido todos os or-

ganismos predispostos ao contágio deverá, por força, diminuir e cessar, pois não encontrará mais onde fazer vítimas. Os que permaneceram de pé continuariam com saúde, mesmo que a moléstia durasse mais um ano. Moisés sabe disso, mas quer nos fazer crer que sustou a marcha da peste. O povo será iludido – mas nunca será enganado um sábio, um pensador.

Pouco depois entrava Moisés, confiado e triunfante: - Cumpri a promessa, a peste foi debelada. Os casos diminuem e espero que cumpras tua palavra. Menerphtah examinou-o com estranho sorriso: - És inteligente, mas não o bastante, Mesu! Será que as leis do teu deus serão diferentes dos nossos?

O céu é azul tanto para hebreu, quanto para egípcio. As mesmas leis regem a vida e a morte. Quando o Nilo transborda e inunda uma região, as águas só atingem até certo limite e, depois de determinado tem-po, elas se retiram sem que vontade humana qualquer possa detê-las ou engrossá-las. O mesmo ocorre com uma epidemia. Dize-me, porém: se a doença declina, como provas que tal declínio seja fruto de tua ação ou do teu deus? Os relatórios mostram que, em Tânis e nas cidades próximas, nenhuma casa está completamente livre; o número de vítimas varia de três a quatro em cada família. Por outro lado, ficou provado que os não atingidos nos três primeiros dias de surto ficaram incólumes, apesar de permanece-

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rem junto aos doentes. Também os fiscais dos quarteirões hebreus informam que ali, muitos cadáveres foram consumidos secretamente; não seriam pestosos que, a despeito da tua ciência, não pudeste preser-var do contágio? O importante é que três quartos da população de Tânis continua afetada. De que modo detiveste a epidemia, se os que ficaram saudáveis nada provam? Disseste que dentro de três dias não ha-veria um só doente no país. Esta condição não foi satisfeita, uma vez que não podes introduzir saúde nos corpos contaminados – e isso, só Deus Verdadeiro poderia fazer. Não passas, portanto, de poderoso fei-ticeiro, grande gênio do mal. Não deixarei os hebreus saírem e toma cuidado para que, atrás deste deus de que te dizes enviado, eu não encontre o agitador ambicioso que emprega a ciência adquirida nos templos do Egito para destruir a terra que o educou. Não é Jeová quem precisa de um povo para rei-nar sobre ele; és tu!

Afogado em raiva, Moisés voltou-se e saiu quase a correr.

***** 5599-- “Mas Jeová endureceu o coração do faraó e este não o atendeu a Moisés, como Jeová predisse.” (9: 12)

Comentário: Esta atitude do deus é mais incompreensível que a atitude do próprio faraó: Não era para Moisés retirar os judeus do Egito? Não foi o próprio Jeová quem veio a Moisés naquela sarça em chamas para transmitir-lhe a missão de retirar seu povo da “servidão”? Então por que agora ele não deixa? Heim?

A história, porém, era bem outra e Rochester a descreveu muito bem: o faraó não atendeu ao pedido para li-bertar os hebreus porque percebeu a manobra de Moisés: mesmo que este quisesse deter a marcha dos aconte-cimentos ser-lhe-ia impossível, porque a natureza obedece aos próprios ciclos e nisso não há quebra de equilíbrio em favor de pessoa alguma, nem mesmo de Moisés, o “enviado do deus”.

Uma praga desencadeou outra como elos de uma corrente que Moisés não sabia deter, mas soube aproveitar. Eis, de novo, a avaliação da Superinteressante 178, aumentada agora, desta última praga: “Praga nº. 1: As águas do Nilo se tingem de sangue: Uma mudança climática esquenta as águas do Rio Ni-

lo e provoca a reprodução descontrolada de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas.”

“Praga nº. 2: Rãs cobrem a terra: A intoxicação da água faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se por toda a

região.” “Praga nº. 3: Mosquitos atormentam homens e animais: A morte dos sapos produz superpopulação de in-

setos, inclusive do terrível maruim, um pequeno inseto de picada dolorida.” “Praga nº. 4: Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais: Outro tipo de inseto, a mosca dos está-

bulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.” “Praga nº. 5: Uma peste atinge os animais: A peste equina africana e a peste da língua azul são doenças

transmitidas pelo maruim e atingem os mamíferos.” “Praga nº. 6: Pústulas cobrem homens e animais. O mormo, doença equina que também ataca o homem, é

transmitido pela mosca dos estábulos. Ela produz úlceras na pele.”

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CAPÍTULO 11

Sétima Praga:

CHUVA DE PEDRAS . 6600-- Disse o Senhor: Vá ao faraó, dizendo: Diz Jeová: Deixa ir o povo para que me sirva, pois enviarei todas

as minhas pragas sobre ti e o teu povo para que saibas que não ninguém igual a mim em toda a terra. (9: 13 e 14)

Comentário: Jeová ficou irado e vai mandar pragas dobradas! Eita Jeová! Eita ser que só pensa em maldade, só fala em destruir, só promete ser pior a cada dia! Não fala em perdão, em amor, em brandura. Que deus é este?

As máximas abaixo, no entanto, são de Jesus e elas desdizem o deus mosaico. Pois é. É que se a gente ficar escrevendo as palavras de Jesus a cada escorregada de Moisés, o serviço não

anda. Mas há desmentido de Jesus para cada mentido de Moisés.

Para isso se manifestou Jesus: para destruir as obras do diabo. (1-João 3: 8)

Jesus mudará os costumes que Moisés nos deu. (Atos. 6. 15 )

Deus enviou Jesus para nos arrancar das leis humanas. (Gal: 4. 1)

Toda planta que meu Pai Celestial não plantou será arrancada. (Mat. 15: 13)

Em verdade vos digo: Todos os que vieram antes de mim são ladrões e salteadores. (João :10. 1, 7 e 8)

2- Se o rei não deixasse o Mesu dar uma chegadinha no deserto para fazer uma carninha chamuscada para o

Jeová, ele ia se vingar de forma terrível. Veja só se isso é linguagem de um ser iluminado: “Enviarei todas as minhas pragas sobre ti e o teu povo...”. O deus fica nervosinho; no entanto, o desmentido vem a cavalo, no próprio “livro dos livros”:

Aquele que se encolerizar contra seu irmão será réu em juízo. (Mat. 5. 22)

Quando ultrajado, Cristo não revidava; quando maltratado, não fazia ameaças. Entregava-se a Deus, que julga retamente. (Pd: 2. 23

3- O deus quer ser servido! Quer holocaustos, oferendas de animais! Quer se fartar com bois, ovelhas, cabritos

e este negócio pega mal, porque ele se rebaixa muito. Para quem vive esnobando que é o melhor, para quem se diz criador de todos os seres do mundo, o que é um boi, um bode, um cabrito?

E, para desmentir a necessidade que ele criou de fazer um churrasquinho no deserto, eis estas pérolas que re-coloco à sua frente. Leia e veja que o livro dos livros fala aqui e desfala ali:

Misericórdia eu quero – e não holocaustos. (Mat: 9. 13)

Aquele que imola um boi é igual ao que comete homicídio. (Isaías: 66:3)

O que eles sacrificam é ao demônio e não a Deus. Acaso é com bois que Deus se preocupa? (Cor: 9. 7 a 9)

Não aceito novilhos nem bodes, pois são meus todos os animais; conheço todas as aves dos montes e são meus todos os animais do campo. Se eu tivesse fome não te diria, pois o mundo é meu e tudo o que existe

nele. Acaso eu devoro carne de touros? Acaso bebo sangue de cabritos? (Salmo 50. 7 a 13)

De que me serve a mim a multidão de sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura dos animais cevados.

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Não me agrada o sangue de novilhos nem de carneiros, nem de bodes (Is. 1: 11)

Desprezo as vossas festas. Holocaustos e ofertas de manjares não me agradam; nem me agradam as ofertas de vossos animais cevados. (Amós: 5. 21 e 22)

Amar a Deus e ao próximo como a si mesmo excede a todos os holocaustos e sacrifícios. (Mar.: 12. 33)

4- Por outro lado, se ele tivesse poder para alguma praga, teria poderes para tirar o povo do Egito sem neces-

sidade de se humilhar, de ajoelhar-se nos pés de um mortal, implorando favor. É impossível imaginar Deus Autêntico dependendo da vontade de um ser humano. E é impossível imaginar um ser humano sendo obstáculo às obras de Deus Verdadeiro.

5- “não há quem seja igual a mim em toda a terra” Convencido, pedante, petulante, presunçoso, atrevido, inchado, jactancioso, insolente, orgulhoso, pretensioso,

fanfarrão, arrogante! Imagine só, se Deus Verdadeiro diria coisa tão pequena!

Quem a si mesmo se exaltar será humilhado. (Mat. 23: 12)

Se alguém julga ser alguma coisa, a si mesmo se engana. (Gal; 6. 3)

Toda jactância igual a essa é maligna. (Tg: 4. 16)

Se afirmo coisas a respeito de mim mesmo, o meu testemunho não é verdadeiro. (João :5. 31)

Todo o que se exalta será humilhado e todo o que se humilha será exaltado. (Luc:14. 11)

6- Cada povo acredita que existe uma entidade responsável pelos destinos do mundo. O nome desta entidade

varia de acordo com o lugar, mas é sempre o mesmo Deus Onipotente agindo. Se até os incivilizados sabiam da existência de Tupã, em cujas mãos estavam desde o vento da manhã até o estrondear simultâneo de um milhão de vulcões, por que esta necessidade se achar o maior e o melhor? Maior e melhor de quem, se “ele” é o deus?, Por que esta necessidade de convencer que era o bonzão?

Se tivesse poderes, não teria necessidade de contar; faria as maravilhas e pronto! Jeová sofria complexo de inferioridade e desejava se fazer notado mesmo que fosse no grito. Ele precisava

era de um divã de analista.

***** 6611-- Ainda o deus ensinando como falar ao rei: “Eu já poderia ter estendido a mão para te ferir e ao teu povo

com pestilência e terias sido cortado da terra; mas para isso te hei mantido a fim de mostrar meu poder e para que meu nome seja anunciado em toda a terra. Ainda te levantas contra o meu povo para não deixá-lo ir?” (9: 15 e 16).

Comentário: Veja esta afirmação: “Eu poderia te ferir com pestilência” – e responda: O Egito não acabou de

ser ferido com pestilência? Aliás, não uma, mas duas: a primeira nos animais e a segunda nos homens e nos ani-mais de novo. É verdade que eram consequências de fatos que nada tiveram com os “prodígios”. Mesmo assim, ele ia “promover” outra peste para quê, se as primeiras não conseguiram fazer o faraó crer nos “poderes” dele?

2- E note estas outras: “Pois eu já poderia ter estendido a mão para te ferir...” E não o feriu por quê? Ah, porque não conseguiu né? Fica prometendo, fica fazendo medo como se o outro fosse um medroso que

temesse ameaças. Se o fosse já teria cedido diante do pau que virou cobra. Peraí! Falando nisso, cadê o truque da mão enfarinhada? Por que ele não fez este truque tããão maravilhoso? É mesmo, né? Decerto esqueceu como fabricar lepra.

3- Deus Verdadeiro nos manda sofrimentos quando acha necessário; Ele mira cada um de nós e faz chover

lágrimas de fel sem avisar, sem pedir licença e sem pedir desculpas. Pense só se é possível esta cena: Deus Autêntico ameaçando: “Olha lá, cara! Você me obedece, ou eu te dou

um trançapé e te arrebento o nariz no chão, heim, rhã!”

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É verdadeiro o ditado: Cão perigoso é aquele que chega em silêncio.

4- Agora, veja: “Eu te deixei vivo a fim de...”. Como é garganta este sujeito! O faraó ficou vivo porque quem decide a hora de morrer não é ele e sim, Deus

Autêntico. Enquanto isso, note bem: Os escravos continuam escravos, continuam “gemendo sob o peso da servidão” e

ele nem liga, pois, enquanto não esgota todo o impulso de se exibir, fica “endurecendo o coração do faraó”.

Jamais andamos buscando a glória dos homens. (Tes: 2. 3)

***** 6622-- “Ainda te levantas contra o meu povo para não deixá-lo ir? Pois amanhã farei cair grande chuva de pe-

dras como nunca houve no Egito”. (9: 17 e 18) Comentário: “Ainda te levantas contra o meu povo para não deixá-lo ir?”. Mas, espere, vamos devagar com o andor, que este deus é de barro mesmo. Vamos com calma, que quero en-

tender direitinho isso aí: A troco do quê o deus fica todo nervosinho contra o faraó se é ele próprio a “endurecer” seu coração? Quem

“obriga” o outro a fazer ouvido mouco não pode reclamar se o outro fizer ouvido mouco! Mas na verdade, quem não deixa o povo sair é o faraó, que descobre os planos infantis de Moisés.

2- Que rolo você fez heim, Moisés? Sorte sua é que ninguém teve a coragem de desmenti-lo. É que seus críti-

cos – os outros críticos, não eu – têm medo do inferno, têm medo de um tiro na cara ou então, ganham dinheiro calando o bico e torcendo suas narrações como se elas tivessem duplo sentido.

Mas basta, né? Já faz quatro mil anos que você vem enganando. Já teve a sua oportunidade, já provou que o seu deus não serve. Nem para amedrontar ele serve mais. Já basta, pois o mundo não ficou nem um pouco me-lhor com sua influência, o que vem provar que a melhor mola para impulsionar o espírito é o raciocínio e a com-preensão das coisas relacionadas a Deus Verdadeiro – e não o medo.

3- “Pois amanhã farei cair chuva de pedras como nunca houve no Egito” Amanhã! Sempre amanhã. Por que não hoje? Por que não agora? Por que não mostrar aí, na lata, em cima do passo que era poderoso? Pensa bem como seria a glória: O dia está claro, o sol brilha, tudo calmo brilhante, primaveril, os pássaros pulam felizes de galho em galho. Aí, o Moisés fala... Moisés não. Aarão fala, porque Moisés é quase mudo. Aí, Aarão fala que o deus vai fazer cair tempestade de granizo. Levanta o bastão e, antes de baixar a mão, o céu se escurece, o dia vira noite, trovões ribombam, relâmpagos

assombram, raios desabam e, catapimba! Água e pedras do tamanho de tijolos caem por todo o Egito. Isso em menos de um minuto depois que o sol brilhava, céu azul anilava, o ar perfumava, as aves voavam. Puxa, isso sim é ser poderoso!

4- “amanhã farei cair grande chuva de pedras...”. Importante: o deus promete grandes realizações, mas só tem lançado mão das criações de Deus Verdadeiro. Até agora, não vimos um só “prodígio” que fosse intervenção dele, como garante o Moisés. Tudo o que ele “tem feito” tem explicação científica, tudo tem sido aproveitamento das forças na Natureza e

consequências de normas cósmicas que humano nenhum conseguirá anular ou modificar. Por que ele não faz chover de baixo para cima? Por que não faz chover sem nuvens? Repito pela enésima vez: a coisa que o deus fez até agora, com absoluto sucesso, foi modificar o nome de três

pessoas e mais nada! No volume anterior foi possível desmascarar, com o auxílio das próprias “sagradas escrituras”, cada “fenôme-

no” executado pelo deus. E, se ele conseguiu modificar nome de gente, não conseguiu fazer chover na roça destas mesmas gentes que tinham de se asilar noutras terras, pois no lugar onde moravam, as chuvas não caíam.

O mesmo Jeová que disse: “não há quem seja igual a mim em toda a terra”, vê chover na terra dos outros deu-ses, mas nem um pingo na horta dos protegidos dele.

O Jeová, que levou uma baita surra naquela briga contra Jacó, não sabia lidar com as forças da Natureza. Já era de se esperar, tava na cara, pois se perdeu a luta...

E, se não conseguia fazer cair chuva de água na terra dos escolhidos, como faria cair chuva de pedras na terra

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dos egípcios? Balela! Papo furado! Chute! Qualquer chuva só cai se for hora de cair. A propósito, Jeová bem podia ter vindo à América aprender a dança da chuva com os nossos indígenas. Mas ele nasceu antes de Cristóvão Colombo, não tinha como saber da existência da América, né?

***** 6633-- homens e animais no campo e não recolhidos em casa morrerão ao cair a chuva de pedras. (9: 19). Comentário: Ué, que gado é este que ele manda recolher? Não sobrou animal nenhum para ser guardado, pois morreram todos na praga da peste nos rebanhos. Reve-

jamos as palavras do Mesu: “E no dia seguinte, todos os rebanhos dos egípcios morreram.” (9: 6 e 7). E, tornaram a morrer na praga da cinza que explodia tumores nos homens e nos animais, lembra? (9: 8 a 11). E agora, ele diz que os animais que estiverem no campo morrerão! Caso tenha restado algum para morrer nes-

ta sétima praga, então é mentira que morreram todos na 5ª praga, é mentira que morreram na praga seguinte. Os animais ressuscitaram duas vezes, ou então, morriam uns e nasciam outros rapidinho, sem matrizes que os

gerassem, considerando que as matrizes eram todas defuntas. Ao pé da letra, os mesmos animais morreram duas vezes e estavam vivos para morrer de novo! Isto sim foi milagre!

2- E por que ele mandaria recolher animais para não morrer? Ele não estava doidinho de vontade de prejudi-

car os egípcios? Então! Mandando proteger os animais, o estrago seria menor e não era este o objetivo.

***** 6644-- Os oficiais do faraó que temeram a palavra de Jeová recolheram os servos e o gado dentro das casas;

aqueles, porém, que não se importaram, deixaram no campo os servos e o gado. (9: 20 e 21)

Comentário: Os oficiais guardaram gado dentro de casa! Qual era o tamanho das casas? Um alqueire? Ou então: qual o tamanho do rebanho? Duas cabeças? Três? Moisés, você inventa cada coisa! Não havia lugar melhor onde enfiar vaca, cavalo, camelo, cabra e jumento?

***** 6655-- Então disse o Senhor a Moisés: Estende a mão para o céu e cairá chuva de pedras em toda a terra do

Egito sobre os homens, sobre os animais e sobre toda planta do campo. (9: 22) Comentário: Tô notando uma coisa: O Aarão não mais promove os prodígios, nem se fala no bastão milagro-

so. Agora por exemplo, o deus manda Moisés estender a mão. Nada de Aarão, nada de bengala.

2- Estender a mão era condição para fazer o milagre. Que ser divino é este que precisa de um dedo humano a

dois metros do chão para conseguir fazer chover?

Até quando os falsos profetas proclamarão mentiras, do próprio coração? (Jer. 23: 26

Os pervertidos tornaram Deus uma mentira, adorando a criatura em lugar do Criador. (Rom: 1: 25) E já assinalei, mas vou assinalar outra vez: Quando os hebreus necessitavam desesperadamente de chuva, o

deus não sabia chover. Agora, porém, para “castigar” os egípcios, ele “promete” uma chuva como nunca houve antes, como se fosse tão fácil quanto cozinhar um ovo.

*****

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6666-- E Moisés estendeu a vara para o céu. Jeová deu trovões, chuva de pedras e fogo sobre a terra; havia chu-va de pedras e fogo misturado à chuva de pedras, tão grande, que nunca houve em toda terra do Egito... (9: 23 e 24)

Comentário: Moisés estendeu a vara para o céu e... Uai! Vara? Não era mão? Sim, Moisés errou, estendeu a vara e, mesmo assim, o deus entendeu o recado e mandou chuva. Valeu!

2- Lendo Rochester, ficamos sabendo de uma tempestade muito forte que caiu naqueles dias. Vamos a um re-

sumo da fala de Pinehas, o médico egípcio que, por amor traiu seu povo e esperava juntar-se à caravana de Moi-sés levando consigo Smaragda:

A cada momento esperávamos a ordem de marcha, porém, Menerphtah permaneceu firme. Lutando contra a epidemia dentro do próprio palácio, soube acalmar-se e persuadir o povo...

O calor era insuportável, as pedras pareciam irradiar fogo. Cheguei extenuado e mal me reconfortara, Enoch confessou que havia a aproximação de um terrível furacão. Tratava-se de pavoroso temporal que estava varrendo o deserto; as nuvens negras e ameaçadoras já eram vistas no horizonte. Resolvi regres-sar a toda pressa. Montei a cavalo, mas apenas havia atingido as portas da cidade, o vento começou a zunir; a areia se levantava em redemoinhos deixando-me cego, assim como a montaria que recusava prosseguir. O vento sibilava vergando e quebrando palmeiras; as águas do Nilo cresciam, elevando-se em vagas pardacentas, açoitando os navios como cascas de noz e fazendo submergir pequenas embarca-ções. Fui forçado a abandonar o animal que pinoteava e procurei abrigo sob as colunatas do templo. O céu tornou-se negro; relâmpagos e coriscos riscavam o firmamento em todas as direções, seguidos de estrondos que pareciam abalar a terra. Retomei o caminho de casa, tropeçando na escuridão. Cego pela areia, várias vezes fui derrubado pelo vento e, finalmente cheguei em casa.

Passemos à narração da mesma tempestade, sob o ponto de vista de Necho, o oficial da guarda do rei. O leitor está lembrado da cena em que Moisés sentiu-se desmascarado pelo faraó, no episódio da peste que

ele não conseguiu debelar dentro dos três dias. Deixamos a narrativa no ar neste momento, quando o faraó dizia:

Não deixarei os hebreus saírem e toma cuidado para que, atrás deste deus de que te dizes enviado, eu não encontre o agitador ambicioso que emprega a ciência adquirida nos templos do Egito para destruir a terra que o educou. Não é Jeová quem precisa de um povo para reinar sobre ele; és tu!

Afogado em raiva, Moisés voltou-se e saiu quase a correr.

Vamos retomar nosso resumo deste ponto em diante:

Ficamos admirados com o ardiloso discurso do faraó que, dirigiu-se aos seus aposentos. Detendo-se na primeira sala, voltou-se para os que o acompanhavam e disse:

-Creio que esperais alguma revanche de Moisés, mas devo dizer, de antemão, que os astrólogos me informaram que predizem pavorosa tempestade, consequência do tremendo calor dos últimos tempos. Não vos assusteis e não a tomeis como castigo de Moisés. Ele também leu nos astros a aproximação do temporal e quererá talvez, fazer crer que a desencadeou para nos punir. Não vos deixeis iludir; se ele houvesse previsto minha recusa, não teria vindo triunfante e, além disso, os astrólogos fizeram a predi-ção da tempestade antes desta nossa entrevista.

Dias após, desde cedo o calor estava sufocante e mal se podia respirar; a poeira irritava olhos e pul-mões. Ao notar as nuvens que se acumulavam no horizonte e as lufadas de vento que sopravam do de-serto levantando poeira, senti-me inquieto. No palácio, o banquete começou sem novidade e a alegria dos convivas chegara ao apogeu. Erguiam-se vivas ao soberano e ao príncipe, quando o eco de trovões distantes e o sibilar do vento atraíram as atenções para o que se passava lá fora. O faraó erguendo-se e chegando à janela, disse: - É a tempestade prevista que se aproxima.

Toda a atmosfera estava saturada de coloração pardacenta que obscurecia o ambiente; nuvens negras, zebradas pelas faíscas amontoavam-se no horizonte e o vento rugia com violência vergando as palmei-ras como se fossem arbustos. Ao longe, o Nilo se agitava em altas ondas; pessoas corriam de todos os lados à procura de abrigo para si, cargas e animais.

Bem mais tarde, a tempestade pareceu abrandar. Embora a escuridão perdurasse, a chuva e o vento haviam cessado. Menerphtah, que notara as fisionomias alteradas levantou-se, ordenando ao mestre de cerimônias dissesse a todos, cuja permanência em serviço fosse dispensável, estarem livres para ausen-tar-se. Não esperei nova ordem e tratei de alcançar a escadaria, que corri de quatro em quatro degraus.

O período de calma foi breve, pois apenas avistei minha casa, o temporal recrudesceu. Raios e tro-

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vões estalavam sem interrupção; a chuva era torrencial e, no momento em que o cavalo se abrigava co-migo sob a abóbada da porta para o pátio, o granizo do tamanho de ovos abriu a cair com ruído ensurde-cedor. Entreguei o animal a um criado e subi. Ao me verem, gritos de aflição vieram de todos os lados:

- Meu senhor! – exclamou o copeiro – Isto é castigo do deus de Moisés. É o fim do mundo! - Não! O deus de Moisés nada fez. A tempestade é proveniente do grande calor e vai passar. -A casa parece vir abaixo! – disse meu pai – Moisés e seu deus vão acabar conosco. É a ruína! Esta-

mos no fim das colheitas; o trigo, as uvas, os legumes, nada resistirá a este granizo. O furacão continuava com violência, mais parecendo um cataclismo universal. A escuridão era tal

que não permitia distinguir os objetos mais próximos. Pouco a pouco, tochas e lâmpadas foram se apa-gando e ficamos em trevas, não ousando abandonar as cadeiras. Quando acordei, era dia alto. A seguir despertei meus pais e disse-lhes que iria informar-me sobre o que estava acontecendo no palácio.

A rua estava apinhada de gente desfigurada e abatida, na faina de angariar alimentos. Uns conversa-vam em grupos, outros convalescentes ostentando ainda as marcas da peste moviam-se arrimados em bengalas e todos comentavam os fatos.

É estranho que Rochester narre a chuva e a escuridão acontecendo simultaneamente sendo um, conse-quência direta do outro, enquanto que Moisés coloque o granizo como fato separado das trevas, como se tives-sem sido situações diferentes e sem relação entre si, o que seria antinatural.

3- Veja aqui, que prato cheio sobre chuvas na Revista “Ano Zero” nº. 7 (novembro de 1991 – Ed.Ano zero Ltda):

I- Chuvas estranhas: testemunhos orais e escritos falam de chuvas diferentes que, junto com água, desceram coisas inesperadas, “ante os olhos atônitos das pessoas. Teorias tentam explicar estes fe-nômenos, mas a ciência não sabe a causa que os produz.” (Miguel Blanco) O artigo, entre outras coisas, nos traz as seguintes informações:

a- Chuva de rochas: Tito Lívio (64 aC a 17 dC) conta, em sua História Romana: antes da derrota dos sabinos, quando o Rei Túlio (672-647 a C) e Roma estavam no apogeu da monarquia, chegou a notícia sobre uma chuva de rochas, verdadeiros pedaços de granito, no Monte Albamo. O fato parecia incrível e emissários foram enviados para examinar o fato. Quando chegaram, consta-taram que um temporal de pedras cobria a luz do sol.

b- Queda de bloco de gelo: Durante o reinado de Carlos Magno, rei da França de 768 a 814 d.C.,

registrou-se a queda de um gigantesco bloco de gelo de 30 metros cúbicos de tamanho.

c) Chuva de fios de seda: No povoado francês de Monthussan: o campo ficou coberto por uma substância parecida com tecido que veio do céu e, pelo que se sabe, noutras cidades também caiu material sedoso.

Outros fatos ainda mais estranhos colhidos na mesma revista:

II- Animais que caem do céu: O Dr. Gugger, do Museu de História Natural dos Estados Unidos, re-colheu informes durante 40 anos, encontrando 78 relatos de quedas de animais em chuvas entre as seguintes localidades pesquisadas: Estados Unidos, Índia, Alemanha, Escócia, Austrália Inglaterra e Canadá.

a)- Chuvas de peixes

Em 20 de setembro de 1839, uma chuva de peixes vivos assombrou Calcutá, na Índia. No dia 16 de fevereiro de 1861, violento tremor sacudiu Singapura e depois choveu muito até o dia

22. O naturalista francês François de Castelnau, que estava lá na ocasião, informou à Acade-mia de Ciências de Paris: “De minha janela vi uma multidão de malaios e chineses carregando cestos de peixes que recolhiam nas poças do chão. Quando perguntei a origem dos peixes, me responderam que haviam caído do céu. Três dias depois, quando os charcos secaram, ainda encontramos muitos peixes mortos.”.

Em 1866, em Essen, Alemanha, uma carpa caiu do céu dentro de um bloco de gelo. Em maio de 1879, milhares de peixinhos também vieram do céu, sendo relatado o fato pelo Museu

de História Natural da Austrália. Em 23 de outubro de 1947, já em pleno século XX, o Doutor D. Bajkov, cientista norte americano

especializado em assuntos do mar, estava na localidade de Marksville, estado da Lousiânia quando, depois de um temporal, encontrou centenas de peixes espalhados pela rua. Segundo ele, “eram peixes de vários tamanhos, inclusive robalos negros de 23 cm de comprimento.”.

Em 1966, em Kent, Inglaterra, uma misteriosa chuva fez com que aparecessem peixes num cam-po determinado, sem que nenhum caísse nos terrenos vizinhos.

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Diz a revista que todo ano, no começo da estação das chuvas, os habitantes de Yoro, em Hondu-ras, preparam caixas, tonéis e redes à espera dos peixes que cairão do céu e, todo ano, há longo tempo, as sardinhas caem do céu às toneladas. O “temporal de peixes” como chamam os hondurenhos, começa as quatro ou cinco da manhã e é seguido por violenta tempestade e-létrica. Os peixes aparecem vivos em uma planície do sudoeste da cidade de Yoro, a muitos quilômetros do mar.

Em fevereiro de 2010, em Lajamanu, localidade da Austrália, localizada no deserto a centenas de quilômetros do mar. Os peixes ainda estavam vivos quando caíram do céu. Mais espantoso a-inda: esta não foi a primeira vez em que houve tal chuva. Já havia acontecido em 2004, e ocor-reu duas vezes esse ano. (Http://hypescience.com/as-10-coisas-mais-malucas-que-ja-choveram)

b)- Chuva de rãs: Os moradores de Timbues, pequeno povoado do litoral argentino, sabem que

quando sopra o vento norte sobre a Laguna de Ibera, choverão rãs. Este fenômeno já foi pre-senciado em várias ocasiões.

c)- Chuva de peixes secos: Em 1833, em Futeploor na Índia, caiu uma quantidade considerável de

peixes que não só estavam mortos, como secos. Este tipo de chuva se repetiu em 1936, em Al-lahabad, também na Índia.

d)- Chuva de sapos: Em junho de 1833, M. Mauday, diretor do Museu de História Natural de Poitiers,

viu sapos caírem durante uma chuva muito forte.

e)- Chuva de aranhas de variadas cores, cada uma medindo cerca de dez centímetros: A província de Salta, na Argentina, no dia 6 de abril de 2007. Foi provavelmente a chuva mais estranha já capturada por uma câmera. (Http://hypescience.com/as-10-coisas-mais-malucas-que-ja-choveram)

f)- Chuva de sangue: Na comunidade colombiana de La Serra, Chocó, foi registrada em 2008 uma

chuva de sangue. Uma amostra da chuva vermelha foi levada para análise onde se comprovou que era mesmo sangue. (Http://hypescience.com/as-10-coisas-mais-malucas-que-ja-choveram)

g) Por fim, a revista acima aludida traz esta Efemérides de chuvas estanhas:

- 1578 em Bergen, Noruega: Temporal de ratos amarelos. - 1786 no Haiti: Chuva de ovos negros que, chocados, se transformaram em girinos de rãs. - 1804, janeiro, em Silésia, Polônia: estranhas larvas caíram durante uma tempestade de neve. - 1804, agosto, em Toulouse, França: uma nuvem de chuva despejou pequenos sapos. - 1830, fevereiro, Peridpoor, Índia, vários tipos de peixes caíram durante chuva muitíssimo forte. - 1830, dezembro, Oremburg, União Soviética: mosquitos e pulgas caíram durante forte nevasca. - 1833, maio, Futlepoor, Índia: Peixes mortos e secos foram encontrados após de chuva torrencial. - 1833, junho, Versalhes, Paris: pequenos sapos caíram durante uma chuva. - 1857, dezembro, Montreal, Canadá: Lagartos cinzentos caíram com tormenta com trovões. - 1861, fevereiro, Singapura: Toneladas de peixes cobriam as ruas depois de um terremoto. - 1864, julho, Pontiac, Michigan: após tempestade, rãs foram encontradas encravadas nas pedras - 1871, fevereiro, Peru: Depois da queda de um meteorito, peixes mortos foram encontrados. - 1882, junho, Iowa, EUA: Caíram blocos de neve contendo pequenas rãs. - 1892, junho, Birmingham, Inglaterra: sapos brancos nunca vistos caíram numa tempestade. - 1892, agosto, Paderborno, Alemanha: Milhares de mexilhões foram deixados por chuva forte. - 1947, novembro, Charleville, França: Peixes caíram nas ruas numa chuva torrencial. - 1969, julho, Maryland, Estado de Nova York: centenas de patos mortos encheram as ruas. - 1974, março, Mar do Norte: Patos foram encontrados dentro de blocos de gelo. - 1975, janeiro, Fulhan, Inglaterra: enorme bloco de gelo de 22 kg caiu durante uma tempestade.

Coloquei esta lista para você ver que, por mais bizarros que sejam os fenômenos, em tudo é a Natureza agin-

do. É Deus Verdadeiro se manifestando em todas as épocas, para todos os povos e para nenhum em particular. O que pode ser mais extraordinário que uma chuva de sapos brancos? Chuva de patos? De peixes vivos? A infestação de algas vermelhas num rio seria mais extraordinária que os fatos acima apresentados? Ah, não! O mundo aceita suas adversidades, suas estranhas ocorrências. Mas só no Egito no tempo de Moisés, as des-

graças foram mais desgraçadas. Ainda hoje, por muitos países, as algas e as marés vermelhas fazem estragos. Mas só no Egito, há três mil a-

nos, os estragos foram castigos do céu. Sempre aconteceram coisas inexplicáveis; mas só no tempo de Moisés aconteceram coisas muito mais inexpli-

cáveis procedidas do deus para punir os egípcios malvados e premiar os hebreus bonzinhos. No resto do mundo quem age é a Natureza ou Deus Verdadeiro sem o mínimo escândalo, sem nenhuma pro-

paganda. Só no Egito, porém, o deus teve de fazer estripulias com um repórter no bolsinho para relatar por escrito suas maldades. No entanto, granizo no Egito não é fato tão relevante a ponto de ser manchete na bíblia.

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No livro de Werner Keller E a Bíblia Tinha Razão, o granizo é infrequente no Egito, mas não desconhecido.

***** 6677-- Por toda terra do Egito a chuva de pedras feriu o que havia no campo, tanto homens como animais; feriu

também toda planta do campo e quebrou todas as árvores do campo. Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel não havia chuva de pedras (9: 25 e 26). O linho e a cevada foram feridos; a cevada já estava na espi-ga e o linho em flor. Porém, o trigo e o centeio não sofreram dano porque ainda não haviam nascido (9: 31 e 32).

Comentário: Sim, pode ter havido pavorosa tempestade com raios e trovões e pudemos sentir o mesmo epi-

sódio por meio das palavras de Necho e Pinehas. Interessante foi o comentário que colhemos dos pios exegetas, na “Bíblia Sagrada” das Paulinas: “Ao sul do Cairo, capital do Egito, jamais chove; no Delta egípcio, onde se desenvolveram estas de cenas da

chuva de granizo, as precipitações atmosféricas são raras. Muito extraordinária deve ter parecido a queda de gra-nizo aqui referida.”

Afirmam eles que “no Delta egípcio, [...] as precipitações atmosféricas são raras. Aqui, os exegetas se equivocaram. A capital egípcia no tempo de Moisés era Tânis e não o Cairo, a qual foi fundada mais de um milênio depois

daquela chuva de granizo, A Enciclopédia Mirador nos dá a conhecer que o pai de Menerphtah, o grande Ramsés II, transferiu a capital do

Egito para Tânis –, a leste do Delta, para melhor vigiar possíveis invasões (vol 7, pág.3654) Tânis não conheceu período de seca prolongado, uma vez que estava localizada na parte mais úmida do Egito.

Mesmo aqueles famosos sete anos de seca previstos por José aconteceram noutro local, quando a capital era Mênfis, pois Tânis, capital da época de Moisés era recentíssima, fundada pelo pai de Menerphtah e estava insta-lada em lugar bem mais visitado por chuvas.

Desta forma, a capital egípcia relatada na bíblia, aquela castigada pela precipitação de granizo tinha clima com períodos de secas e de chuvas e, vez ou outra, até chuvas de granizo, por que não?

Daí, a certeza: a chuva de pedras que, segundo Moisés, foi castigo de Jeová, não passou de mais um fator comprovadamente natural. Nada de divino.

2- Diz Moisés que na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel não havia chuva de pedras (9: 25 e 26). Esta afirmação não tem sentido, dada a extensão alcançada pelo fenômeno e vamos ao raciocínio: Gósen era terra fértil da foz do Nilo, próxima de Tânis, então capital egípcia. Os hebreus passaram a habitar aquele solo por ordem de José, 430 anos antes. Quando Jacó e família chegaram, era comunidade pequena, menos de 80 pessoas. E estavam nesta região

mais ou menos confinados por receberem sem mérito, o melhor chão do lugar que não seria oferecido facilmente, de mão beijada pelos egípcios a forasteiros desconhecidos, mormente naqueles anos de fome que afligia o país.

Usei a palavra confinados porque os judeus se encontravam encastelados em Gósen, acobertados por José, pois se ficassem zanzando pra aqui e pra ali seriam literalmente esmagados pelos legítimos donos da terra, que morriam de fome sem contar com proteção nenhuma por parte do faraó nem de José, o hebreu.

Mas os séculos escoaram. Agora estamos noutra época, a situação é outra. Os judeus cresceram em número, são dois milhões e meio, vivem lado a lado com os egípcios, sendo até vizinhos de muro, conforme vimos no epi-sódio em que o deus orientou Moisés sobre o roubo a ser efetuado: “e, quando sairdes..., cada mulher pedirá... à sua vizinha joias e vestimentas; e despojareis os egípcios.” (3: 21 e 22)

Se judeus podiam pedir aos vizinhos joias e roupas emprestadas, é porque moravam lado a lado com os e-gípcios porque, se pedissem joias às vizinhas e estas vizinhas não fossem egípcias, estão estariam pedindo joias emprestadas entre elas mesmas, as próprias hebreias.

Se entre as vizinhas houvesse egípcias, então em algum momento o Moisés mentiu: Mentiu ao orientar sobre o pedir joias às vizinhas, ou mentiu dizendo que moravam em regiões distintas. É bom considerar que, à época destes últimos fatos, já não havia isolamento; os semitas não estavam mais

encastelados em Gósen, como no tempo de José. Sendo assim, como imaginar tempestade tão violenta como a descrita por Moisés, Necho e Pinehas sem que

os hebreus se molhassem, sem que ficassem sabendo da ocorrência? Existirá alguém tão desprovido de inteli-gência a ponto de crer que um toró possa atingir casa sim, casa não? O que é isso? O que é o mundo? Um tabu-leiro de xadrez com casa preta e casa branca, onde o deus se diverte jogando água aqui sim e ali não?

3- E tem mais: Sendo que o deus, que não conseguiu, jamais, fabricar nem uma garoazinha no lugar onde es-

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tavam seus protegidos, como conseguiria fazer desabar tamanho dilúvio com granizo, ventos, trovões, relâmpa-gos, fogo e trevas – e o detalhe: em casas alternadas, sendo que as casas judaicas sequer foram iluminadas pelos relâmpagos e não se ouviu trovão algum? Que poderes tinha aquele deus para tanto, se nunca conseguiu o mínimo respingo no chão onde moravam os hebreus?

4- Vamos supor que acreditamos no absurdo: o furacão atacou só as casas egípcias, só os donos do país. Muito bem. Neste passo, enquanto os egípcios amargavam trevas, pedras, raios, e etecéteras, os judeus fica-

ram livres para sair e ir aonde quisessem, pois não tinham tempestade, ignoravam que estava chovendo. Ficando livres para se movimentar, não saíram de casa nem para dar uma espiada lá fora? Justo neste dia não

sentiram necessidade de fazer alguma coisa na rua? Se saíram foram acometidos sim, pelo desconforto da venta-nia, da chuva de pedras, da enxurrada...

Vixe... A enxurrada!!! É memo, sô! Será que a enxurrada passava somente na frente das casas egípcias, interrompia na frente das casas ju-

daicas, retomava com força na frente das casas egípcias até chegar ao Nilo? A enxurrada era tão farta, que as águas do grande rio cresceram muitíssimo; viraram embarcações de pernas

para o ar; as águas transbordaram, invadiram, derrubaram o que encontraram pela frente, levaram destruição e morte nas áreas atingidas – mas não perturbaram os hebreus, que nem ficaram sabendo do ocorrido! O ven-to teria dado voltas, teria sido produzido em ziguezague para desviar das casas hebreias?

5- Mas admitamos que os judeus morassem em Gósen, bem distantes dos egípcios, pronto! Não tem mais vi-

zinhança, não tem mais misturança não tem mais enxurrada só nas casas egípcias. Vamos colocar os hebreus bem lá longe e vamos ver o que acontece:

Gósen é a foz do Rio Nilo é em forma de delta, forma de espanador, um só rio e se abre numa porção de ca-nais terminais. Saindo do leito principal, estes canais vão se divergindo, vão se separando, abrindo em leque.

Ora, se naquela oportunidade o Nilo cresceu pela quantidade de chuva, então a terra de Gósen foi atingida em cheio pela inundação, pois ficava em ponto crucial, bem na linha da enchente onde, absolutamente, toda a água da tempestade teve de passar, porque não havia outro caminho para chegar ao mar.

Assim, como Moisés teve a audácia de afirmar que seu povo ficou livre dos transtornos da chuvarada? Caso tenha se livrado dos pingos, não pôde se livrar da aluvião que a tudo devastou. E, estando a região dos semitas localizada no terminal do Nilo, foi ali que a enchente arrasou tudo com maior força.

6- E mais uma dúvida. Está escrito assim: “Por toda terra do Egito a chuva de pedras feriu também toda planta do campo e quebrou todas as árvores do campo. Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel, não havia chuva de pedras. O linho e a cevada foram feridos; a cevada já estava na espiga e o linho em flor. Porém, o trigo e o centeio não sofreram dano porque ainda não haviam nascido.”.

Por esta narração, a chuva em si foi o mal. Mas eu retruco: Mal é todo o conjunto e suas consequências a curto e médio prazo. A chuva feriu toda planta, quebrou todas as

árvores – ou seja, exterminou tudo o que era verde, carregou para longe todos os vegetais, destruiu todas as árvores, destruiu as colheitas: a cevada foi arrasada, o linho foi devastado, não sobrou planta alguma.

A tempestade deixou o país na areia pura; pelo menos é o que se entende pelas “escrituras sagradas”. Assim, se egípcios ficaram sem ter o que comer, os hebreus ficaram também! Estes foram igualmente atingi-

dos, porque a desolação teria se alastrado por toda a vasta região e, das suas implicações, ninguém foi poupado. Ou será que somente para os judeus as plantas continuaram viçosas e produzindo?

7- Outro pormenor: Foi aqui que os animais dos egípcios morreram pela terceira vez, de tanta granizada que receberam: “homens

e animais... não recolhidos em casa morrerão ao cair a chuva de pedras.” Os rebanhos dos egípcios morreram embaixo das pedradas, mas lembre-se que “... a chuva de pedras feriu

também toda planta do campo e quebrou todas as árvores, deixando a todos sem o que comer.” Neste caso, os rebanhos hebreus não passaram ilesos; mesmo que recolhidos dentro das casas morreram de

fome, porque eram herbívoros: vaca, cavalo, jumento, ovelha, camelo. Herbívoro morre se não tiver erva para comer, né?

Cadê, pois, que somente os egípcios sofreram com o cataclismo? Cadê que os hebreus foram poupados?

***** 6688-- O faraó chamou Moisés e Aarão e lhes disse: desta vez, pequei; Jeová é justo, eu e meu povo somos ím-

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pios. Rogai ao Senhor, para que cessem os trovões e o granizo e vos deixarei ir, não ficareis mais aqui. (9: 27 e 28)

Comentário: Durante a tempestade, o faraó mandou chamar Moisés e Aarão. Onde estavam ambos os faze-dores de prodígios? Não se sabe mas, certamente, estavam na casa de Aarão batendo papo, sem saber daquela enorme chuva de pedras que estava arrasando as residências e os haveres dos egípcios.

O emissário do faraó, porém foi correndo chamar os irmãos siameses. A dúvida é: como foi que saiu embaixo da chuvarada sem morrer com tanta pedrada na moleira? Necho, de

passagem, diz que eram pedras do tamanho de ovos – de galinha, eu acho. Sim, porque, se fossem do tamanho de ovos de passarinho não haveria estranheza. No entanto, mesmo tanta ovada de passarinho faria grande estra-go em qualquer um. Granizo é contratempo tão grande, que chega a amassar lataria de carro. Uma pessoa sair de casa embaixo de chuva de pedras? Nem pensar! Ninguém se aventura, mas ninguém mesmo.

Já há vários anos, no carnaval ali do Rio de Janeiro, de um apartamento um folião atirou pela janela uma pedra de gelo. Pedra normal, tamanho normal, das que você põe num copo de bebida e fica mexendo com o dedo. Pois a pedra caiu na cabeça de um homem e o levou a óbito.

Minha cidade foi alvo de uma chuvarada de granizo em 2001. Foi a primeira vez que assisti a espetáculo tão aterrorizante. Foi um quase nada, pouco mais de 20 minutos de ventania e pedras, tantas delas que, da janela, era impossível enxergar as árvores da minha própria calçada. É assustativamente impressionante! Impossível botar a cara pra fora porque, se puser, ela voltará sangrando – se é que volta. Depois daquela tempestade, passei a respeitar muito mais uma chuva de pedras.

Continuando: Embaixo da bíblica chuvarada de granizo, famosa pela agressividade e desproporção, o faraó mandou chamar Moisés e Aarão e eles atenderam ao chamado!

Além da dificuldade do servo enfrentar a tempestade, é difícil admitir, igualmente, que saíssem Moisés e Aarão na tormenta e não desencarnassem, considerando que era para recolher servos e animais dentro das casas para que não morressem. Como explicar que enfrentaram a borrasca e não tivessem morrido?

Vamos visualizar as cenas (eu adoro pegar o Moisés nas suas próprias palavras. E é tão fácil desmenti-lo!):

Admitamos que Moisés não tivesse exagerado e que chovia a cântaros só nas casas egípcias, poupando as casas dos hebreus. Vamos admitir também, que egípcios e hebreus morassem vizinhos, assim: uma casa egípcia, uma casa hebreia; outra casa egípcia, outra casa hebreia... E por aí vai.

Assim considerando, é possível que a dupla milagrosa tenha chegado viva ao palácio, porque passavam cor-rendo em frente às casas egípcias onde o granizo caía com força, e depois paravam para tomar fôlego defronte as casas hebreias, onde fazia sol e a atmosfera era morna. Aí eles descansavam, enxugavam a cara, respiravam fundo, cobriam a cabeça com um papiro, tomavam impulso, fechavam os olhos e se enfiavam outra vez embaixo das pedras, para nova descansada mais adiante. Desta maneira correndo e parando, correndo e parando, acaba-ram chegando.

O Senhor destruirá o mentiroso, o sanguinário e o fraudulento. (Sal: 5. 6)

2- O faraó pediu desculpas aos xifópagos e falou que o deus é justo. Pergunto eu: O Jeová é justo? No quê? Onde ele fez justiça? Arrebentar um time para auxiliar o outro time a fim de se glorificar a si mesmo é ser justo?

3- “Eu e o meu povo somos ímpios...”. Ímpio quer dizer: pecador, ateu e outras coisas no mesmo sentido. E eis aí a minha surpresa: O faraó e o povo egípcio foram pecadores por quê? Onde erraram? O faraó se confessaria pecador se fosse tolo, visto que, uma chuva forte após calor impiedoso é fato natural,

sem coisa alguma que possa ser atribuído a milagre ou castigo.

3- E fora que, depois de tantos piolhos e moscas, depois de tumores mortais nos animais e peste negra nas

pessoas, depois de montanhas de ratos, rãs e sapos apodrecendo, uma tempestade seria bem vinda; seria a mai-or bênção para limpar os miasmas venenosos, os resíduos nocivos, as emanações deletérias, o ar imundo, os restos podres que empestavam o ambiente.

Esta chuva não foi um castigo e sim, uma bênção de Deus Verdadeiro, um auxílio àquele povo que poderia vir a ser totalmente contaminado e morto se não houvesse total limpeza atmosférica.

4- Voltando a Rochester, ele não diz, absolutamente, que o faraó tenha mandado chamar o casal Moi-

sés/Aarão, objetivando se penitenciar. O que ele diz é que os irmãos siameses se apresentaram por espontânea vontade e sem ser esperados. A cena que teria se passado foi relatada por Necho:

- Soberano, venho saber se vais obedecer à voz de Jeová e deixar sair o povo de Israel. O faraó mediu-o com olhar altivo e glacial. Com voz metálica onde transparecia surda indignação,

respondeu:

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- Não! E digo que estou farto das tuas insolências! Ordeno que abandones o Egito dentro de três dias e evita voltar à minha presença.

De braços cruzados, Moisés ouviu a ordem e um relâmpago sinistro iluminou-lhe o olhar: - Tu o dizes e obedeço. Não voltarei à tua presença até que me chames para que eu leve o povo de

Jeová.

***** 6699-- Ouvindo o faraó penitenciar-se se dizendo ímpio, glorificando Jeová e pedindo desculpas, teria respondi-

do Moisés: Ao sair da cidade estenderei as mãos ao Senhor e os trovões cessarão e já não haverá chuva de pedras. Saiu Moisés da presença do faraó e da cidade e estendeu as mãos ao Senhor. Cessaram os trovões e a chuva de pedras e não mais caiu chuva sobre a terra. (9: 29, 30 e 33)

Comentário: Conversa! Foi depois que Moisés ergueu as mãos – já fora da cidade – que a chuva cessou,

significando que antes, quando ele chegou ao palácio, a chuva caía a todo vapor. É isso que está escrito, não é? Para derrubar a prosa do Moisés, basta repetir o que já o disse no comentário anterior e acrescentar que, com

aquele toró, além de ser impossível à dupla ter chegado ao palácio, igualmente era impraticável ter saído de lá porque continuava a cair granizo. Ambos não receberam pedradas na cabeça, não morreram afogados, não foram carregados pela enxurrada e parece que nem se molharam!

Terá sido exagero aquela história de precisar recolher servos e gado para dentro de casa para não morrer? Ou terá a dupla sido acompanhada pelo deus em pessoa levando um guarda-chuva aberto sobre suas cabeças, en-quanto anjos, arcanjos, querubins e serafins iam enxugando o chão á frente deles para não molhar os pés? Ou um raio de sol, tipo foco de luz teatral furou a chuva e acompanhou a ambos?

Não mentireis, não usareis de falsidade contra vosso próximo. (Lev. 19: 11)

2- O faraó implorou pelo fim da tempestade e Moisés prometeu que, ao sair da cidade, rogaria ao deus pelo

termino daquele cataclismo. Saiu Moisés da presença do faraó e da cidade e estendeu as mãos ao Senhor. Cessaram os trovões e a chuva

de pedras e não mais caiu chuva sobre a terra... É afronta à inteligência uma cena assim: Moisés erguendo os braços longe de alguma testemunha e a chuva

parando de cair, raios sendo freados e retornando à nascente, trovões silenciando o ronco! Se o deus/Moisés soubesse fazer parar de chover, ele o teria feito na presença do faraó, para não deixar dúvi-

das e se exibir à vontade como era o seu feitio, pois ele próprio afirmou ao faraó: “eu te mantive vivo a fim de mostrar meu poder e para que meu nome seja anunciado em toda a terra” (9: 15 e 16)

Mas não! Ante quem imortalizaria seus feitos, o esperto não fez nada – porque não sabia fazer nada! Como provar que o fim da tempestade deu-se por causa do levantamento de braço de Moisés quando ele se

encontrava fora do campo de visão de quaisquer pessoas? Que diferença de Jesus! Este sim fazia suas obras em quaisquer lugares e bem à frente do povão, o que com-

provou os poderes de Deus Verdadeiro.

Jesus repreendeu ventos e mar e seguiu-se grande calma. Os homens se maravilharam: Que homem é este que até os ventos e o mar lhe obedecem? (Mat: 8: 26 e 27)

3- De mais a mais, quanto tempo durou a tempestade relatada por Moisés? Vamos fazer as contas, que eu a-

doro fazer contas só para desmascarar Moisés e encher o saco do deus: Primeiro, choveu bastante – talvez uma hora de granizo antes do faraó perder o orgulho e mandar chamar o

“grande profeta”. O emissário foi chamar a dupla, que estaria na terra de Gósen, a uma distância regular; digamos meia hora

para atingir a casa de Aarão. Até aí, já temos uma hora e meia de chuvarada. A seguir, foi com grandessíssima dificuldade que chegaram ao palácio. Mais uma hora de viagem, conside-

rando que a volta foi mais lenta, tendo em vista que tanto Aarão quanto Moisés eram dois velhinhos, sem a mes-ma ligeireza do servo.

Por enquanto, já faz duas horas e meia que a granizada está caindo. Mais uns trinta minutos até entrar no palácio, cumprimentar, conversar, ironizar, brigar, negociar. Até agora,

três horas de tempestade de pedras. Depois sair do palácio, se esgueirar pelos desvãos, correr, atravessar enxurradas, afundar nos buracos, trope-

çar, escorregar, cair, levantar, xingar a tempestade, vamos colocar aí mais uma hora até sair do centro, atraves-

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sar os bairros, atingir o campo, erguer o braço e brecar a chuva. E pronto! São quatro horas de “trovões, chuva de pedras e fogo sobre a terra; havia chuva de pedras e fogo

misturado à chuva de pedras, tão grande, que nunca houve em toda terra do Egito.” Já pensou? Aquela chuva intensa de ventania com granizo que caiu na minha cidade – já falei sobre ela e vou tomá-la co-

mo parâmetro– durou em torno de 20 minutos e o prefeito decretou estado de calamidade pública: casas, barra-cões, árvores, muros, postes... Tudo no chão, tudo destruído.

Imagine um cataclismo muito maior, trovões, chuva de pedras e fogo tão grande, que nunca houve em toda ter-ra do Egito durando quatro horas! De meio dia às quatro da tarde, sem intervalo! Quatro horas de ventania de dobrar coqueiro ao meio, um raio atrás do outro, pedras do tamanho de ovos, fogo caindo do céu... No fim de tudo não sobraria cidade, nem Moisés para escrever a história.

4- Vixi! Pensei numa coisa: Aqueles 20 minutos de granizo propiciaram um tapete de gelo de quase dez centí-

metros do chão, cujo derretimento se completou depois de mais de 12 horas; no dia seguinte havia ainda fina ca-mada de gelo sobre o solo. Digamos, para não envergonhar demais o Moisés, que tenham sido necessárias ape-nas seis horas para derreter tudo.

Com quatro horas de gelo caindo, façamos as contas:

Quinze minutos de chuva = camada de gelo com 10 centímetros de altura, seis horas para derreter. Meia hora = 20 centímetros de altura, 12 horas para derreter. Uma hora = 40 centímetros de altura, 24 horas para derreter. Duas horas = 80 centímetros de altura, 48 horas para derreter. Quatro horas – 1 metro e sessenta centímetros de altura, 96 horas para derreter.

Ora, se Moisés e Aarão saíram de casa para atender ao faraó depois de duas horas de tormenta, foi impossível chegar ao palácio, pois que as pedras já estavam com 80 centímetros de altura! Como atravessar estradas, bair-ros e ruas centrais com gelo nesta quantidade, mais as pedras que não paravam de cair?

O retorno foi pior, muito pior. Saindo do palácio, até atingir o campo e ordenar a cessação da tempestade o ge-lo já teria atingido a altura de um homem. E as pedras não paravam de cair...

5- A camada de gelo quase sepultou a cidade inteira e daí decorre outra dificuldade: Somente depois de 96 ho-

ras – quatro dias – foi possível sair das casas para contabilizar os estragos, porquanto o gelo acumulado era uma massa incontrolável que invadiria o interior das habitações assim que se abrisse uma porta.

E agora? As casas abrigavam pessoas e animais, lembra? As pessoas tudo bem, mas os animais precisavam de capim

novo. Onde arranjar grama para tanto bicho, se era impossível sair à procura e, mesmo que fosse, com uma ca-mada de gelo tão espessa cobrindo pastos e lavouras, somente depois de várias semanas o capim voltaria ao ponto de ser usado.

6- No comentário de número 67, deixei de bater numa tecla; vou fazê-lo agora, embora tardiamente. Está escri-

to assim: O linho e a cevada foram feridos; a cevada já estava na espiga e o linho em flor. (9: 31 e 32). Agora venho eu com aquelas perguntas chatinhas e respostas demolidoras: Foram feridas as plantações de linho e cevada. Só feridas? Foram sim, alvos de uma borrasca de pedras du-

rante horas, que matou quaisquer resquícios de folhas, de espigas, de caules e que, de saldo, deixou uma cober-tura de gelo que incinerou até as raízes. Certamente este episódio deixou o Egito inteiro – não apenas egípcios, como também hebreus - no prejuízo, pois que até as sementes para o próximo plantio foram dizimadas.

O linho chega a atingir um metro de altura. A cevada, um metro e meio. Uma chuva de pedras normal, com poucos minutos de duração já teriam “ferido” suficientemente tais lavouras. Numa tormenta como a descrita por Moisés, o acúmulo de gelo cobriria totalmente as roças de linho e de cevada, assim como árvores de pequeno porte e arbustos muitos deles, irremediavelmente.

Aparece o homem mentiroso e perverso, o filho da perdição. Ele se levanta contra Deus, a ponto de assentar-se, ele mesmo, no trono, como se fosse o próprio Deus. (2-Tes: 2. 3 e 4)

***** 7700-- O faraó, tendo visto que cessaram as chuvas, as pedras e os trovões, tornou a pecar; endureceu o coração

e não deixou ir os filhos de Israel, como o Senhor havia dito a Moisés. (9: 34 e 35)

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Comentário: E fez bem! Seria atestado de burrice se o fizesse, crendo que fenômeno climático pudesse ser a-tribuído a um homem orgulhoso e vingativo feito Moisés, ou a uma entidade sombria, injusta e sádica feito Jeová.

É bom repetir que, se o leitor revisar este livro e o volume anterior constatará que, até o presente momento, o deus não fez uma única coisa positiva. Nadinha que pudesse beneficiar alguém, nem ao menos os protegidos dele. Nada mesmo! Só morte, sangue, roubo, covardia, chantagem, maldade, injustiça, exibicionismo, egoísmo, pragas... Até agora, não foi registrado um único milagre, uma única ação que pudesse ser considerada, interven-ção do deus. Até agora foram desmascaradas, de uma em uma, todas as fraudes de Moisés e do deus dele.

2- Aqui, uma dúvida: Moisés se doía pelo povo israelense, mas se ele tivesse destronado Menerphtah e con-

seguido a coroa de faraó, será que iria se dizer hebreu e proteger os semitas, ou ia se achar egípcio e continuar escravizando os judeus, considerada raça maldita?

3- Para terminar o capítulo, vamos buscar a corrente do desastre ecológico trazida pela Superinteressante 178,

agora acrescida de mais esta praga:

“Praga nº. 1: As águas do Nilo se tingem de sangue: Uma mudança climática esquenta as águas do Rio Ni-lo e provoca a reprodução descontrolada de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas.”

“Praga nº. 2: Rãs cobrem a terra: A intoxicação da água faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se por toda a região.”

“Praga nº. 3: Mosquitos atormentam homens e animais: A morte dos sapos produz superpopulação de in-setos, inclusive do terrível maruim, um pequeno inseto de picada dolorida.”

“Praga nº. 4: Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais: Outro tipo de inseto, a mosca dos está-bulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.”

“Praga nº. 5: Uma peste atinge os animais: A peste equina africana e a peste da língua azul são doenças transmitidas pelo maruim e atingem os mamíferos.”

“Praga nº. 6: Pústulas cobrem homens e animais. O mormo, doença equina que também ataca o homem, é transmitido pela mosca dos estábulos. Ela produz úlceras na pele.”

“Praga nº. 7: Chuva de granizo destrói plantações. O granizo pode cair nas regiões desérticas do Mediter-râneo, embora seja fenômeno relativamente raro.”

Por não ter como deter os fatos, Mesu os usou enquanto entretinha o povo com aquela caraminhola de que o

deus ia endurecer o coração do rei e, porque este os impedia de partir, outra praga ainda maior seria instalada... E o círculo vicioso não teria fim, até que a natureza deixasse de atuar. Neste ponto, Moisés ficaria desacredita-

do se não tomasse uma atitude

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CAPÍTULO 12

Oitava Praga:

GAFANHOTOS 7711-- “Disse Jeová a Moisés: Vai ter com o faraó porque lhe endureci o coração para que eu possa fazer outros

sinais no meio deles e para que contes a teus descendentes como zombei dos egípcios e quantos prodígios fiz no meio deles para que saibais que sou Jeová”. (10: 1 e 2)

Comentário: Espantoso! Tenho Deus Verdadeiro por testemunha que li e reli uma porção de vezes este

mesmo trecho da Bíblia Sagrada da SBB. Pesquisei noutros exemplares da bíblia para ter a certeza que estava escrito isso mesmo: o deus zombou dos

egípcios. A Bíblia de Jerusalém confirma o verbo zombar. As bíblias das Paulinas, da Paulus e da Ecumênica atenuam a palavra, mas as duas primeiras citadas colocam

sem véus que o deus afirmou que ia zombar dos egípcios. Esta palavra me chocou e me choca sempre que me deparo com ela neste contexto. Impossível atribuir tais palavras a uma entidade do Bem.

Como é possível aceitar que Deus Verdadeiro, o Criador Absoluto de todas as coisas, de todos os seres, de todas as almas, Aquele que tudo pode, tudo controla e tudo sabe motejaria de alguém para receber gloríolas de um punhado de pessoas? Deus Maiúsculo não necessita se envaidecer pelos seus “prodígios”, considerando que cada movimento que cada um de nós fizer com o dedo mindinho já é um prodígio de Deus Autêntico. O nascer de um filho, o aroma de uma flor, o germinar de uma semente são milagres que o deus de Moisés não aprendeu a fazer, mas que acontecem todos os dias em todos os lugares do mundo. Mas não precisa tanto. Nosso respirar, nosso pensar, nossos órgãos funcionando, tudo são milagres colossais dos quais Deus Verdadeiro poderia se pavonear. Mas não se envaidece.

O deus minúsculo no entanto, que nem mesmo conseguiu destravar a língua de Moisés, se acha no direito de jactar-se “para que contes a teus descendentes como zombei dos egípcios”.

Sendo fortes, devemos suportar a debilidade dos fracos e não exaltar a nós mesmos. (Rom: 15: 1)

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2- É revoltante a possibilidade de alguém acreditar que este que se diz deus possa ridicularizar alguém. Um ser que zomba de outrem só pode ser ignorante, pernicioso, nanico, nocivo, maléfico. E este deus

provocador tem o atrevimento de afirmar que zombou das pessoas que alega ter criado e aí está outro desmen-tido dos seus poderes: O criador de alguma coisa, não escarnece de sua produção.

A mãe caçoaria do próprio filho? Ah, não! Ela pode chorar pelo ser doente que gerou; debochar, jamais! E, se o fizer não é mãe; é monstro! Mesmo que merecesse escárnio, a alma elevada sente piedade do inimigo e jamais caçoa dele. Para mostrar o quanto a gozação destoa de um ser iluminado, é só perguntar: Jesus zombou de alguém?

Bem aventurado aquele que não se junta aos escarnecedores. (Salmo 1: 1)

O faraó não era inimigo, não queria prejudicar. Estava somente defendendo o país sob sua responsabilidade assim como a própria honra intelectual, pois caso dobrasse o joelho diante das pretensões de Moisés, não faria jus a um trono e sim a um punhado de capim. Educado nos templos de sabedoria, detentor das ciências do Egito, o rei conhecia as normas da Natureza, não se deixaria enganar pelas maquinações mosaicas.

O deus tinha era de respeitar este inimigo ao invés de tentar humilhá-lo.

Aquele que pratica a maldade contra seu irmão procede do diabo. (1-João: 3. 8)

3- Além disso, Moisés jamais deveria se ufanar caso levasse a melhor sobre os egípcios, porque ambos os po-

vos estavam tão intimamente misturados, quase como que a formar um só povo. Verifique:

a) Abraão relacionou-se com Agar, escrava egípcia, e daí nasceu Ismael. Nas veias do primogênito do patriarca-mor corria, pois, sangue egípcio.

b) José, hebreu, casou-se com a egípcia Asnath e com ela teve dois filhos, os quais formaram uma das doze tribos de Israel. Uma tribo de Israel, portanto, é formada por egípcios!

c) Moisés era egípcio de nascimento. Segundo Rochester e de acordo com nosso raciocinar, tam-bém nas veias de Moisés corria sangue egípcio; era neto do Faraó Seti I, sobrinho do Faraó Ramsés II e primo do Faraó Menerphtah.

d) E só Deus de Verdade sabe quantos milhares de bastardinhos – metade hebreus, metade egíp-cios – nasceram de uniões fortuitas entre ambos os povos, naqueles longos 430 anos em que viveram se esbarrando.

Egípcios e hebreus formavam quase que um só povo como aqui no Brasil, onde brancos e negros se mistura-

ram tanto que, se mandar de volta quem tem sangue negro, pouca gente fica. Assim foi no Egito. Depois, porém, o deus e Moisés se esqueceram que havia uma dívida de gratidão para com os egípcios que os

receberam no seu país em época de calamidade. E esquecendo que o sangue hebreu estava irremediavelmente ligado ao egípcio, passaram a massacrar os donos da terra como os piores inimigos.

4- “quantos prodígios fiz no meio deles” Bocó! O autoelogio não é próprio das criaturas iluminadas, nem dos ensinamentos divinos.

Exaltar a si mesmo é atitude animal e demoníaca. (Tg: 3. 13 e 14)

Alguns se louvam a si mesmos e, por isso, revelam doidice. (2- Cor: 10. 12)

Não é aprovado quem a si mesmo se louva. (2- Cor: 10. 18

Não sejais sábios aos vossos próprios olhos. (Rom: 12. 16)

Se alguém julga ser alguma coisa, a si mesmo se engana. (Gal: 6. 3)

***** 7722-- Apresentaram-se Moisés e Aarão perante o faraó e disseram: Jeová manda dizer: Até quando recusarás

humilhar-te perante mim? Deixa ir o meu povo para que me sirva; do contrário, amanhã trarei gafanhotos ao teu território. Eles cobrirão de tal maneira a face da terra, que não se poderá ver o solo; eles comerão o restante que escapou da chuva de pedras e comerão toda árvore que vos cresce no campo; e encherão as tuas casas e as casas de todos os egípcios como nunca foi visto até o dia de hoje. Virou-se e saiu da presença do faraó. (10: 3 a 6.)

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Comentário:” [...] os gafanhotos comerão o restante que escapou da chuva de pedras e comerão toda árvore que vos cresce no campo.”

Se a chuva de pedras acabou com toda planta, devastou árvores, acabou com a cevada e o linho, aniquilou to-da árvore que vos cresce no campo e tudo o que era verde, o que teriam os gafanhotos a fazer naquele lugar? Comer o quê? Decerto eles chegaram, olharam, viram e caíram fora em busca de alguma coisa para destruir por-que, no Egito, Moisés chegou na frente.

2- “Até quando recusarás humilhar-te perante mim? Deixa ir o meu povo para que me sirva”. Interessante é que o Jeová exige que o faraó se humilhe – no entanto, quem vive de joelhos é ele próprio,

que fica implorando para ser exaltado! Que ridículo uma criatura que se diz elevada ficar de quatro perante um subordinado! Se fosse poderoso, ignoraria o faraó e faria o que desejava que fosse feito.

3- “Até quando recusarás humilhar-te perante mim?”. Gloríolas, quinquilharias, coisas acanhadas demais para serem consideradas divinas! Vê lá se Deus Verdadeiro precisa que lhe beijemos os pés. Veja só a diferença:

Sem o deus, os egípcios se tornaram um povo invejável dono de grande cultura, depositário de segre-dos admiráveis, dono de terra misteriosa hospedeira das únicas maravilhas do mundo antigo que se man-tém em pé ainda hoje, milênios depois destes tristes episódios.

Com o deus, os hebreus não conseguiram um único palmo de terra; tornaram-se escravos e, tão in-desejados se fizeram, que foram expulsos da própria escravidão; perambularam no deserto por 40 anos tendo de guerrear, massacrar os legítimos donos da tal “terra prometida”, a qual não passou disso: pro-messa nunca cumprida. Tiveram de manchar as mãos e a consciência de sangue para se apropriar daqui-lo que por “herança lhes pertencia”. Passaram as maiores privações, beberam as próprias lágrimas, come-ram a broa que o capeta enrolou.

O que o faraó devia a este deus, para se humilhar perante ele?

4- E, só por curiosidade veja a ironia: Mais de um milênio depois destes episódios, aí pelo ano 120 a.c., os judeus conquistaram a região de Canaã,

a “terra prometida”. Aquele espaço, no entanto, virou palco de conflitos por séculos sem fim, porque os anteriores possuidores o queriam de volta, e novos pretendentes surgiam reivindicando-o, sendo a região dominada várias vezes por diferentes povos. A população judaica foi se dispersando num processo conhecido como diáspora. Nem todo o povo judeu, porém, saiu da Palestina.

Durante a segunda grande guerra, anos de crueldade nazista, seis milhões de judeus, descendentes das 12 tribos de Israel, foram exterminados nos campos de concentração. Os sobreviventes continuaram sem pátria, sem ter aonde voltar após o conflito e, em episódios complicados, entravam clandestinamente na Palestina, terra le-galmente pertencente aos ingleses, os quais dificultavam ao máximo seu desembarque em cenas dolorosas.

O fato sensibilizou a opinião pública mundial, tendo sido ideada a criação de um estado judeu na Palestina. Em 1947, por decisão da ONU então presidida pelo brasileiro Oswaldo Aranha, a Palestina foi dividida em dois

estados: um judeu e outro árabe, com o objetivo de acabar com o confronto entre ambos os povos. No entanto, referida solução não agradou. O Estado Árabe rejeitou a partilha e sua revolta foi imediata, culminando em guerra entre árabes e israelenses, tão logo foi proclamado o Estado de Israel em 1948. Desde então, o Oriente Médio tornou-se a região mais conflituosa do globo, cenário de consecutivos conflitos entre judeus e árabes.

A história, portanto, que começou com a chegada de Abraão, Sara e Ló da terra de Ur, está tendo continuação tumultuada ainda hoje, muitos milênios depois.

5- O povo do deus alcançou, enfim, a terra prometida depois de seis mil anos. Mas não a recebeu do deus, não! Recebeu num processo muito humano, numa mesa de negociação, ocasi-

onada por sentimentos humanitários e não está garantida ainda sua posse absoluta. “Até quando recusarás humilhar-te perante mim?” Diante disso, torno a perguntar: por que o faraó devia se humilhar perante Moisés e o deus dele?

6- Se a exigência em fazer o faraó se humilhar diante do deus de Moisés fosse nos dias de hoje, estariam sen-

do infringidos os Direitos Humanos e, tanto Moisés quanto Jeová seriam condenados por qualquer juiz. A vítima seria o faraó, que estava sendo obrigado a inclinar-se diante de divindade estranha às suas convicções.

A Declaração dos Direitos Humanos afirma:

“Todos têm direito à liberdade de pensamento, consciência e religião. Este direito inclui a liberdade para mudar de religião ou crença e também a liberdade para, solitariamente ou em grupo, em particular ou em público, mani-festar sua religiosidade através de ensinamento, prática, culto e observação”.

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7- “Deixa ir o meu povo para que me sirva”. O deus insistia em “pedir” alvará de soltura! Eita deus! Não tinha poderes, não sabia fazer prodígios? Pois que fizesse um prodígio pelo menos! Que fizes-

se o “seu” povo sair voando para fora do Egito! Mas isso ele não sabia fazer. Só ficava inventando praguinhas destituídas de quaisquer características sagradas que não convenceram ao menos o “seu” povo.

8- Ocorreu-me uma ideia: Em lugar de ficar se envolvendo com pragas acanhadas tipo piolho, rã, mosca, rato,

por que o deus não fez chantagem prometendo demolir as pirâmides? Ele diria assim: -Ói lá, heim, cara! Se não me obedeceres, vais provar mais umas praga maligna. Estufo o peito, assopro e der-

rubo as três pirâmides numa só soprada e mais aquele cachorrão com cara de gente sem nariz que fica deitado tomando conta delas, para que saibais que eu sou Jeová. (Nunca acerto a segunda pessoa, mas dá pra entender, né?)

Imagine o tamanho do prejuízo! Colocar abaixo as maiores maravilhas do mundo antigo, o maior orgulho do Egito! Datada de 2 550 a.C., a pirâmide de Quéops ainda é a mais valiosa relíquia de muitas gerações de faraós e sua demolição sim, incomodaria o faraó.

9- “Deixa ir o meu povo para que me sirva”. O “me sirva” fazia referência a sacrifício de animais. Deixemos, mais uma vez, a resposta sobre os animais

ofertados, ao encargo da própria bíblia:

As coisas que eles sacrificam são aos demônios e não a Deus. (1Cor: 10. 20)

De que serve a mim a multidão de sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura dos animais cevados; não me agrada o sangue de novilhos nem de carneiros, nem de bodes. (Is. 1: 11)

Desprezo as vossas festas e não tenho prazer com as vossas assembleias solenes. Seus holocaustos e manjares, não me agradam e nem me agradam as ofertas de vossos animais cevados. (Amós: 5. 21 e 22)

Misericórdia eu quero – e não sacrifícios. (Mat: 9. 13)

Amar a Deus de coração e amar ao próximo excede a todos os holocaustos e sacrifícios. (Mar.: 12. 33)

10 - “... amanhã trarei gafanhotos ao teu território”. Amanhã, é claro! E bem escondidinho, como sempre!

***** 7733-- Então o faraó lhes disse: Ide, servi ao vosso Deus; porém, quais são os que hão de ir? Respondeu Moisés:

Havemos de ir com nossos jovens e nossos velhos, com os filhos e as filhas, com nossos rebanhos e com nossos gados, porque temos de celebrar festa ao senhor. (10: 8 e 9)

Comentário: Aqui fica provado que Moisés estava enganando o faraó porque, até agora, só tem pedido para

que os deixe ir fazer sacrifícios ao deus, na distância de três dias pelo deserto – e retornar. Tanto é verdade, que o faraó também entendeu desta maneira e até perguntou: “Quais são os que hão de ir?” E Moisés englobou nesta resposta todos eles: homens, mulheres, crianças, idosos, além dos rebanhos, signifi-

cando que poderiam ou não ir embora de vez – e não apenas fazer festinha para o deus. Talvez quisessem fazer um teste pelo deserto; se gostassem, seguiriam até Canaã; se não gostassem, sempre

haveria a porta aberta para a volta, tipo assim: “Ói nóis aqui traveiz. Num falemus que vortava? Vortemus.” A intenção era, se tudo corresse bem, nunca mais botar os pés no Egito. 2- Moisés e sua turma estariam se preparando para fugir sim, porque desde o início, desde o dia em que “o

deus apareceu ao Moisés” naquela sarça ardente (nota nº. 20) o deus já o tranquilizou dizendo que sairiam ricos do cativeiro, dando instruções para roubar: “... e, quando sairdes, não será de mãos vazias. Cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda joias de prata, joias de ouro e vestimentas... e despojareis os egípcios.” (3: 21 e 22).

O tempo todo Moisés foi fingido, dissimulando as veras intenções – tanto, que o próprio faraó o percebeu, conforme as palavras abaixo:

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***** 7744-- Replicou o rei: Seja o Senhor convosco se eu vos deixar ir com vossas famílias. Vede, pois tendes más in-

tenções para comigo. Ide somente vós homens e servi a Jeová, pois foi isto que me pediste. (10: 10 e 11) Comentário: O faraó desmascarou Moisés: “Ide somente vós homens [...], pois foi isto que me pediste”. Além disso, mostrou senso humanitário: Ide somente vós homens. Com esta proposta, tentou poupar crian-

ças, idosos e mulheres de viagem cansativa. Monarca preocupado com o povo, o faraó comprovou para com os judeus um senso de responsabilidade acima do esperado, acima daquele demonstrado pelo próprio Moisés:

a) Qual pai, qual mãe levaria suas crianças que estão aprendendo a andar, crianças de colo, bebês de peito e recém-nascidos para uma aventura pelo deserto, sem a certeza de encontrar o que comer e o que beber, com o risco de desidratação e óbito? Não seria mais inteligente e humano que as crianças e suas mães ficassem no conforto da casa, à sombra de um telhado, tendo abrigo seguro enquanto os maridos fossem cumprir obrigações religiosas? Se estivesse vigorando o Estatuto da Criança, Moisés ia se ver enrolado para se explicar perante a justiça. Justiça dos homens, porque aquele deus injusto, não estava nem aí com as crueldades praticadas contra gente miúda.

b) E as mulheres grávidas prestes a dar à luz, numa caminhada e permanência em acampamento sem o mínimo conforto se o bebê viesse a nascer durante a turnê? Não seria mais cômodo se permane-cessem em casa, em vez de se aventurar por caminhos desconhecidos e áridos, sob sol impiedoso?

c) Quais velhos aceitariam uma caminhada embaixo do mesmo sol, curvados ao peso de reumatismo, artrose, artrite, bico de papagaio, dor nos joelhos, corpo pedindo cama?

d) E havia gente doente! Moisés não fala das mazelas dos hebreus, mas era um povo comum, normal, com todos os problemas que enfrentamos ainda hoje: aleijados, cegos, gente acamada, gente com dor de dente, dor de ouvido, unha encravada, calo, olho de peixe, varizes, assadura entre as pernas, menstruação, cólica, calor da menopausa, cistite... Como e por qual motivo levar todo aquele povo e todas as suas desgraças só para fazer um churrasquinho pro deus? E este mesmo deus – se fosse o Verdadeiro – acharia mais humanitário deixar estas pessoas em casa. Que deus cruel é Jeová, que prefere seus favoritos sofrendo e morrendo, só para lhe proporcionar uma carne na brasa!

2- Muito inteligente, o faraó, não se deixou iludir: “Vede, pois tendes más intenções para comigo.”. Esta frase evidencia que o rei sabia das intenções do hebreu, o qual se achava o máximo de espertalhão. Ah, Moisés, que pena! Quanta coisa boa você poderia ter feito se não fosse tanta vaidade e ímpetos vingativos! Você tinha tudo para ser faraó, mas Deus Verdadeiro o impediu, devido às suas imperfeições morais. Ele sa-

bia que o Egito não merecia um governante da sua marca! Daí é fácil perceber a diferença entre o seu deus e Deus Verdadeiro. Este sim é forte, considerando que protegeu os egípcios contra você!

3- Por fim, se o faraó mandou que somente os homens fossem sacrificar ao deus carnívoro é porque sabia

que, entre os semitas, as mulheres não contavam para nada. O que elas iam fazer no meio da homarada? E por que os homens as queriam por perto? Para cozinhar e para que eles não fizessem jejum de sexo, visto que o ofício religioso era próprio dos homens. Daí podia ter permitido que elas ficassem em casa, se não houvesse a intenção de sair de lá para sempre.

4- As condições do faraó o Mesu rejeitou. Caso fossem apenas prestar homenagem ao deus, que aceitasse a

meia liberdade. Mas com ele era tudo ou nada. Oito ou oitenta. E a exigência real constou como recusa, passível de represália.

*****

7755-- Disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão para que venham os gafanhotos e destruam toda a erva da terra, tudo o que restou da chuva de pedras. Moisés estendeu a vara sobre o Egito. E Jeová fez soprar um siroco durante todo aquele dia e aquela noite. Pela manhã o siroco trouxera os gafanhotos. (10: 12 e 13)

Comentário: A mão levantada é gesto imponente, mas é tão eficiente quanto esconder a mão no bolso.

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2- Este deus só opera fazendo maldade. Nenhuma vez beneficiou ou curou alguém.

3- Ei, ei! Parado aí! Vamos rever este pedacinho: Moisés estendeu a vara [...] Jeová fez soprar um siroco du-

rante o dia e a noite. E o siroco trouxe os gafanhotos. Em outras palavras: A vara provocou o siroco e foi o siroco quem trouxe os gafanhotos. Barbaridade, quanta dificuldade tem este deus para produzir alguma coisa! E, só para facilitar as coisas para você, eu vou copiar a definição de siroco, dada pelos pios exegetas:

Siroco = Vento que sopra do oriente com grande violência e calor. Do seu sopro se serviam os gafanhotos, flagelo constante dos campos orientais, para se transportarem mais facilmente para novas fontes de alimentação. Deus aqui deles se serve para os seus fins.

Eu dizia que o Jeová tem muita dificuldade para produzir coisas. Caso se tratasse de Deus Autêntico, seria tudo diferente. Veja se você não concorda comigo:

Deus Autêntico não entra em contato com humano cheio de antivirtudes, nem com humano cheio de virtudes. Ele não entra em contato com ser humano nenhum! Para isso Ele tem Seus Divinos Mensageiros: sua legião

de anjos, seus santos, seus guias espirituais, seus espíritos de luz. Imagine só se um catedrático universitário, que tem tanto o que fazer, ficaria recuperando aluninho reprovado em alfabetização; serviço desta natureza pode ser feito por estagiário. O mesmo se pode dizer de Deus Onipotente. Se nem para Jesus, o ser mais elevado a nível planetário, com a mais difícil das missões ELE apareceu para ligeira orientação, o que dizer de Moisés, um ser cheio de maldade, inveja, egoísmo, orgulho e ódio no coração?

a) Deus Verdadeiro jamais necessitou de um cajado para manifestar suas vontades. Que hilariante Deus de Verdade ordenando a um homem que erga uma vara para fazer nuvens, pois ele, o deus, precisa de nuvens, mas só consegue produzi-las quando alguém manda um recado erguendo um pauzinho.

b) Caso Deus Verdadeiro quisesse trazer gafanhotos, ele traria gafanhotos! Por que traria um vento, para que o vento trouxesse os bichinhos?

c) Se Deus Verdadeiro precisasse de gafanhotos, faria aparecer gafanhotos agora. E não amanhã, depois de um dia e de uma noite inteira ventando do Japão pra cá.

d) Deus Verdadeiro jamais produziria gafanhotos nem usaria de qualquer outro expediente para prejudicar algum dos seus filhos. Quem prejudica o filho não pode ser o pai. Quem prejudica o filho nunca foi o pai. Quem zomba de alguém é o bandido, é o ladrão, é o assassino, o vizinho maldoso, o conhecido sem sen-timentos. Jamais o pai!

Por isso tudo, eu me recuso a enxergar Deus Verdadeiro neste ente que precisa utilizar-se de um humano, de uma determinada vara para produzir um vento que trará gafanhotos que maltratarão um grupo em favor de outro grupo de seres humanos.

4- Aqui, o replay da definição dada acima, pelos exegetas das Paulinas: Siroco = vento que sopra do oriente com grande violência e calor. Do seu sopro se serviam os gafanhotos, fla-

gelo constante dos campos orientais, para se transportarem mais facilmente para longe, para novas fontes de alimentação.

Vamos analisar isso aí: Eles, os padres que passam a vida tentando explicar o inexplicável da bíblia, reconhe-cem que o vento que trouxe os gafanhotos é coisa corriqueira na região. Afirmam que estes insetos se servem, naturalmente, deste mesmo vento para se transportar para longe – e que naquelas paragens, estes insetos eram flagelo constante. Sendo assim, eu pergunto: Cadê o prodígio?

Se o siroco era coisa comum, conhecido de longa data; Se aos gafanhotos era costume usarem o siroco para se locomover; Se os gafanhotos eram flagelos constantes naquele pedaço de terra, Eu torno a perguntar: cadê a novidade? Fenômeno seria gafanhoto surgir sem siroco nem nada, em região que nunca se deparou com gafanhoto. Prodígio dos bons seria se, em lugar de gafanhotos, fizesse surgir uma nuvem de dinossauros! Mas não! Ele lança mão de coisinhas triviais e quer ser levado a sério! Não é de estranhar que os “milagres”

não constem em nenhum livro de História.

*****

7766-- E subiram os gafanhotos por todo o Egito e pousaram sobre todo o território. Eram mui numerosos; antes nunca houve tais gafanhotos, nem depois deles virão outros assim porque cobriram toda a terra, de modo que a terra escureceu; devoraram toda a erva da terra e todo fruto das árvores e não deixou nada verde nas árvores, nem no campo, em toda a terra do Egito. (10: 14 e 15)

Comentário: Não custa reprisar: Quais coisas tinham a comer os gafanhotos, se a tempestade acabou com

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todo o verde existente? Ou não teria acabado? De acordo com as palavras abaixo, o país estava sem nenhuma árvore, nenhuma grama, nenhuma lavoura:

[...] a chuva de pedras [...]feriu toda planta do campo e quebrou todas as árvores[...]. O linho e a cevada fo-ram danificados [...]. O trigo e o centeio não sofreram perdas porque não haviam nascido

Tá vendo? Não foram molestadas as plantas não nascidas; de resto... De resto, não havia folha alguma a ser consumida, concluindo-se que a vinda dos gafanhotos não significou desgraça nenhuma.

Em todo caso, mais uma mentira de Moisés: Se havia algo verde para alimentar os bichinhos, então o Moisés mentiu ao afirmar que tudo o que havia

no campo fora destruído pelo granizo. Se não havia planta alguma para os gafanhotos comerem, então Moisés mentiu ao declarar que os bichi-

nhos devoraram toda a erva e todo fruto das árvores e não deixou nada verde [...] em todo o Egito.

Até quando exultarão os perversos? Eles falam impiedades, praticam a maldade e se vangloriam. (Sal. 94: 3 – 7)

2- E, só faltou o Moisés afirmar que os gafanhotos comeram as plantas dos egípcios, mas pouparam aquelas

dos israelitas. Virgem, teria sido a fama se os gafanhotos houvessem se desviado da roça dos hebreus como fez a chuva, como fizeram os tumores malignos e a peste! Aí, com razão, estaria provado o poder de Jeová!

3- O volume 8 da Enciclopédia Barsa faz referência à 8ª praga do Egito:

“O texto bíblico faz alusão a um fato real que se repete até nossos dias, atingindo grande parte da África, da América, Austrália e Ásia”.

Diz ainda: “No continente americano, os gafanhotos se agrupam em proporções gigantescas; congregam-se em nuvens

empreendendo voos de invasão às zonas agrícolas. É tal a densidade dessas nuvens e tão grande o número de inse-tos que as formam, que se tem dado casos de ocultarem o sol. A desolação e a ruína chegam às regiões invadidas porque os gafanhotos devoram não só plantas cultivadas e as floríferas, mas também a casca das árvores.”

O vol 10 da Enciclopédia Mirador Internacional completa a informação:

“O número de gafanhotos numa nuvem é incalculável; já foram assinaladas nuvens que tinham muitos quilô-metros de extensão e de largura e que levaram o dia inteiro passando sobre uma cidade. Registrou-se que chegou a quase setenta toneladas o peso de gafanhotos de uma nuvem que foram mortos depois de terem pousado.”.

Os gafanhotos, portanto, fazem estragos em todas as partes do mundo – mas só no Egito, no tempo de Moi-

sés, eles se tornaram uma desgraça mais desgraçada do que no restante do planeta, uma praga de responsabili-dade do deus, para punir um homem teimoso.

***** 7777-- O faraó mandou chamar Moisés e Aarão e disse: Pequei contra Jeová. Peço que me perdoeis e oreis. E

Moisés, saindo da presença do rei, orou a Jeová. Este fez soprar fortíssimo vento ocidental o qual levantou os ga-fanhotos e os arrastou para o Mar Vermelho, não restando um só em todo o território do Egito. (10: 16 a 19)

Comentário: Como crer que o faraó, depois de haver verificado tantas vezes os ardis de Moisés, tenha man-

dado chamá-lo para se humilhar? Dificilmente ele diria: Pequei contra vosso Jeová. Peço que me perdoeis.

2- Calma, calmaí, que tem um pormenor aqui, que não se encaixa: A chuva acabou com tudo o que era verde. Aos gafanhotos, pouco ou nada sobrou para devorar. Mas se hou-

vesse algum restolho, este restolho era um nada e, em minutos estes resíduos seriam abocanhados. Assim, qual justificativa tinha o faraó para chamar o par de milagreiros para acabar com os bichinhos? Sem ter o que comer, eles já teriam arrumado as malas e caído fora por si mesmos.

3- E Moisés, saindo da presença do rei, orou. Já falei a mesma coisa tantas vezes, que se tornou enjoativo, mas lá vai:

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Se houvesse alguma capacidade, o Moisés ia se retirar da presença do faraó para demonstrar habilidade? Quisperança! Se houvesse um poderzinho, ele ia demonstrá-lo ali, na frente do faraó, para deixá-lo sem fala. Mas não! O deus/Moisés só faz milagre às escondidas.

4- O Moisés orou, o deus fez soprar o vento, o vento levou os gafanhotos para o mar, o mar os matou. Para que esta cadeia de atividades? Por que o deus precisou esperar a oração para agir, se ele sabia o que

estava acontecendo e tinha capacidade de atuar por si, sem reza, nem nada? Por que fabricar vento para empurrar os insetos? E, afinal, o deus tinha recursos para produzir vento? Quem não tinha capacidade para produzir uma gota de

orvalho na terra dos dodóis, teria agora aprendido a fabricar ventania? Ficou evidenciado que quem trouxe os gafanhotos foi o siroco. E não o deus. Ficou demonstrado que quem os afastou foi o vento. E não o deus. Cadê a façanha?

5- Leitor, em sua opinião, o que era mais fácil: Agitar o ar a nível colossal para provocar uma ventania em todo

o Egito, ou esticar o dedo em direção à porta da rua, falando “Cai fora, gafanhotaiada!”? Para nós, mortais comuns, qualquer destas atividades é difícil, mas àquele deus – a quem tudo era fácil –,

desmaterializar gafanhotos teria sido coisa de criança. Ou então, por que não os matou no ar, fazendo-os cair mortos no lugar, sem vento nenhum?

Se Jesus, que não era Deus, operava maravilhas, por que Jeová, que “era” o deus, não o fazia?

6- Vamos apreciar a falta de poder do deus mosaico, retirando as palavras do próprio “livro dos livros”. Sei que é uma chatice ler citações da bíblia, mas desta vez você vai se sentir compensado:

Com um olhar para a terra, Deus a faz tremer. Com um toque, faz montanhas fumegarem. (Sal. 104: 32) (Jeová faria isso?)

Jesus curou de um cego com saliva e terra. (João: 9. 1 a 12) Jesus curou 2 cegos no caminho de Jericó, tocando-lhes os olhos com a mão. (Mat: 21. 30 a 34) (Jeová sarou alguém?)

Jesus curou paralíticos, coxos, cegos, mudos, aleijados. A multidão se maravilhou vendo os mudos falan-do, os aleijados sãos, os coxos andando e os cegos enxergando. (Mat. 15: 30 e 31)

(Jeová, qual doença curou? Ele se gabou foi de produzir lepra, de produzir tumores malignos e outros males, mas jamais curou mal nenhum. Ele mandava afastar de sua presença gente leprosa e com deformidade.)

Jesus curou paralítico à distância. (Mat: 8: 5 a 13) (Jeová não curava nem de perto.)

Jesus curou dois endemoninhados. (Mat: 8: 28 a 33) (Jeová endemoninhou Jacó à beira do rio Jaboque e endemoninhou Moisés na pousada a caminho do Egito.)

Jesus curou surdo-mudo com saliva. (Mar. 7: 31 a 37) (Jeová não curou nem a gaguice de Moisés.)

Jesus sabia da presença de um homem com um cântaro à porta de Jerusalém. (Luc. 22: 10 a 13) Jesus sabia de uma jumenta e um jumentinho na estrada de Jerusalém. (Mar. 11: 1 a 7) (Jeová não sabia que Labão ia fazer a troca de Raquel por Lia, na noite de núpcias do seu dodói Jacó.)

Jesus fez a água transformar-se em vinho. (João :2. 1 a 11) Jesus multiplicou pães e peixes para dar às multidões que comem a se fartar e ainda sobram muitos ces-

tos. (Mat: 14. 14 a 21 e 15: 32 a 38). (Jeová mudou o nome de Abrão, Sara e Jacó para Abraão, Sarai e Israel! Até que fez demais.) Jesus ressuscitou os mortos (Mat: 9: 18 a 26) Jesus ressuscitou Lázaro, sepultado já há quatro dias. (João : 11. 1 a 46) (Jeová só matava. Matava, matava, matava!)

Jesus, o Doce Mestre, aplacava tempestades e promovia o alívio a todos, sem distinção. (O deus, se tivesse algum potencial, este potencial seria usado para promover tempestade e causar transtorno

a quem cruzasse o seu caminho. Nenhuma vez ocasionou um ato útil, positivo. Só maldade e prejuízo.)

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Jesus curou um leproso tocando-o com a mão e dizendo: “Sê limpo” (Mat: 8: 2 a 3) (Jeová exigia que os leprosos saíssem de sua presença porque tinha medo de se contaminar e ficar leproso

também! Ah, que diferença! E querem me crucificar por dizer que Moisés foi um falso profeta!) Será Jeová, o nosso amado Deus Verdadeiro? Ou estaremos reverenciando uma falsificação do Todo Poderoso? Deus Verdadeiro que eu amo não cabe numa bíblia a quantidade de maravilhas que faz: Desde o respirar de

uma bactéria até os movimentos cósmicos, tudo é proeza DELE e jamais se envaideceu. Se você quiser saber mais, se quiser tecer novas comparações, leia o Novo Testamento que, ele sim, fala coi-

sas lindas, celestiais, divinas. Ele nos apresenta o doce Mestre Jesus. E o Doce Mestre Jesus nos apresenta Deus Único, Deus Autêntico.

***** 7788-- Jeová endureceu o coração do faraó e este não deixou ir os filhos de Israel. (10: 20) Comentário: De novo? Depois, fala que o ruim era o faraó! Jeová exige e depois impede. Impede aquilo mesmo que está exigindo! Cadê a lógica? Cadê o bom senso, a razão, o equilíbrio? A justificativa? A relação entre causa e efeito? Depois, fica mandando praga e mais praga em cima do faraó! Tinha de vir praga era em cima dele próprio, o

Jeová, por ser o “responsável” pela permanência dos judeus no Egito. Até nisso ele mente.

2- A Superinteressante 178 não deu grande importância à presença dos gafanhotos, não lhes deu realce. Diz

apenas que eles são pragas conhecidas na região. Veja agora como fica a lista das pragas segundo referida revista:

Praga nº. 1: As águas do Nilo se tingem de sangue: Mudança climática esquenta as águas do Rio Nilo e provoca a reprodução descontrolada de uma alga que pro-

voca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas.

“Praga nº. 2: Rãs cobrem a terra: A intoxicação da água faz rãs e sapos fugirem, espalhando-se pela região.” Desvairadas, elas se espalharam pelas ruas, e foram perseguidas, maltratadas, e mortas em quantidade inimagi-

nável. Aliás, nem seria preciso que fossem mortas a paus e pedras; só o fato de estarem afastadas de seu habitat já provocou muita baixa, devido à presença do sol causticante sobre a pele, elas que não toleram o calor e, exatamente por este motivo, dificilmente são encontradas em lugares secos. Além deste fator, havia o veneno que estava agindo em seu organismo.

Cenas como esta, obviamente, eram comuns no Egito em determinadas épocas e foi isso que os exegetas quise-ram dizer quando se referiram às nove primeiras pragas como a fenômenos naturais.

“Praga nº. 3: Mosquitos atormentam homens e animais: A morte dos sapos produz superpopulação de in-setos, inclusive do terrível maruim, um pequeno inseto de picada dolorida.”

Os piolhos ou maruins foram consequências dos agrupamentos de gente para acabar com as rãs doidonas. O estouro das rãs desencadeou outros fatos em cadeia, sem que o legislador hebreu tivesse como controlá-las. Fora de comando, Moisés seguiu a onda, deixou-se levar, aproveitou a evolução dos acontecimentos como se

estivesse ele na direção choferando tudo.

“Praga nº. 4: Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais: Outro tipo de inseto, a mosca dos está-bulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.”

O aumento de moscas foi consequência da morte das rãs. “Praga nº. 5: Uma peste atinge os animais: A peste equina africana e a peste da língua azul são doenças

transmitidas pelo maruim e atingem os mamíferos.” A peste nos animais foi resultado do aumento do número das moscas. “Praga nº. 6: Pústulas cobrem homens e animais. O mormo, doença equina que também ataca o homem, é

transmitido pela mosca dos estábulos. Ela produz úlceras na pele.” A peste nas pessoas foi consequência da peste nos animais.

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“Praga nº. 7: Chuva de granizo destrói plantações. O granizo pode cair nas regiões desérticas do Mediter-râneo, embora seja fenômeno relativamente raro.”

Isso não passa de fato natural e foi providencial para limpar o ar dos miasmas envenenados das rãs mortas, das doenças dos animais e das pessoas.

“Praga nº. 8: Nuvem de gafanhotos ataca plantações. Os gafanhotos também são pragas conhecidas na

região.” Também não passou de fenômeno natural.

CAPÍTULO 13

Nona Praga:

TREVAS 7799-- Jeová mandou Moisés estender a mão para o céu para que se fizessem trevas sobre o Egito. Estendeu

Moisés a mão e houve trevas espessas por três dias. (10: 21 e 22)

Comentário: De novo o teatrinho e o milagre em seguida. Sim, sabemos que há sinais cabalísticos, sons, man-

tras, orações e gestos para atrair energias cósmicas. Mas aí está a incoerência: se os gestos, os sinais e os sons objetivam atrair energias provindas de entidades superiores, no caso que tratando tais recursos seriam supérfluos, porque era o próprio deus, a própria entidade “superior” operando!

O deus dos semitas, que se dizia poderoso, não tinha necessidade de símbolos porque era o chefão, o manda-tário-mor e estava ali, em corpo presente mandando levantar a mão para que ele próprio ficasse impressionado e pudesse agir. Pode um troço destes? Petros precisa comover Petros?

2- No livro de Werner Keller “E a Bíblia Tinha Razão”, o simum é um vento ardente que arrasta consigo gran-

des massas de areia. Estas escurecem o sol, dando-lhes uma cor baça e amarelada e fica escuro em pleno dia

*****

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8800-- Eram tão espessam as trevas, que não se viam uns aos outros e ninguém se levantou do lugar, por três di-as. Porém, os filhos de Israel tinham luz nas suas habitações. (10: 23)

Comentário: Rochester fala em escuridão no livro dele. Mas fala em trevas associadas à tempestade de grani-

zo, à qual se referiram Pinehas e Nechos, e à qual Moisés garante que tenha sido a sétima praga. Sim, seria até coerente uma escuridão durante chuvas intensas, quando nuvens negras a tudo cobrem; mas é difícil crer em trevas desvinculadas de quaisquer fenômenos climáticos.

Não, não queira me fazer a cabeça dizendo que o deus tudo pode pois, se pudesse, não precisaria de um ven-tinho para trazer gafanhotos, nem usaria outro ventinho para levar gafanhotos.

Gafanhoto do deus movido a vento, vê se pode! Jeová não sabe, absolutamente, lidar com elementos climáticos, que esta capacidade é exclusividade de Deus

Verdadeiro e não de alguém a serviço do mal. Não, este deus não tem como promover trevas nem tem como acabar com elas, por um motivo muito simples:

ele só opera com o que Deus Verdadeiro permite – e Deus Verdadeiro não permitiria a formação de escuridão só para amedrontar uns e outros, para inflar o ego do Mesu, para mover pessoas de um lugarzinho sumido no mapa para outro lugarejo que nem aparece no mapa, pessoas estas que não fizeram coisa alguma para merecer aten-ção exclusiva, enquanto por toda a extensão do globo sempre houve gente crendo, orando e clamando a Deus Pai Grandioso sem receber atenção tão ostensivamente.

2- “tão espessas as trevas, que não se viam uns aos outros e ninguém se levantou do lugar, por três dias”. Pode ter havido uma escuridão, por que não? Um eclipse do sol escurece o dia, assim como uma tempestade

de areia. Passemos às explicações dos pios exegetas da Bíblia Sagrada das Paulinas:

“Na primavera, de vez em quando, abate-se sobre o Egito o vento denominado chamsin que, vindo do sul, a-travessa o deserto e transporta uma nuvem de pó e areias finas, escurecendo o céu, mesmo em pleno meio-dia. Análogas a este fenômeno podem imaginar as trevas aqui descritas, que se podem apalpar, visto alcançarem uma intensidade e duração bem mais longa.” (pág. 82)

Os exegetas dão vivas mostras de descrença no Velho Testamento; tanto, que oferecem ao leitor pistas para assumir a própria incredulidade sem remorsos. É claro, porém, que eles não podem dizer confessadamente que as famosas trevas que compõem a presente praga não passam de tempestades de areia. Os exegetas cum-prem seu papel de explicar a bíblia, mas cumprem também a missão bem mais divina, de alertar os leitores sobre a falsidade das afirmações de Moisés. Suas mensagens são dicas enviadas a quem tiver olhos para ver.

3- E pronto! Lá vem exagero: “Porém, os filhos de Israel tinham luz nas suas habitações”. De que tipo eram as luzes nas casas dos dodóis: Lamparina? Lampião? Tocha? Sebo? Fogueira? Sim, porque

luz natural do modo como Moisés deu a entender, eu duvido! Dê u du, vê i vi, dê ó dó = duvido. E, se Moisés insinuou que a luz nas moradas judaicas era oriunda do sol, eu posso ser o maior blasfemo da

História do Universo, mas reasseguro sem medo de ir para o inferno: Jeová e Moisés eram mentirosos! E estou esperando que me provem o contrário! Corto mãos e pés se me provarem que, nalgum dia, desde a

construção da humanidade, aconteceu fenômeno semelhante: três dias de trevas pesadas nalgumas casas en-quanto nas casas vizinhas, o sol brilhava.

Se as luzes nas casas dos judeus vieram de tocha, fogueira ou lampião, cadê o milagre? Sim, porque para go-zar este tipo de claridade ninguém precisa se escravizar a uma criatura que Jesus afirma ser o diabo (João: 8. 44).

Ninguém tem capacidade de trazer raios de sol aqui e fazer plena escuridão ali ao lado. Ninguém, exceto Deus Verdadeiro faria isso, mas por qual motivo o faria?

4-- Se Jeová não conseguiu livrar os hebreus da servidão e precisou de um ser humano para fazer o serviço. Se não conseguiu fazer peste sem cinza de forno. Se não fez prodígio sem determinada vara. Se não trouxe gafanhotos sem esperar vento favorável. Se não acabou com eles sem esperar vento contrário. Se não sabia fazer cajado virar leão, nem barata, nem elefante – só criar ilusão de cobra virando pau. Se só sabia operar à distância e às escondidas. Se nunca operava no hoje, aqui e agora, mas só à distância e a partir do dia seguinte, Com que autoridade se pavoneou que produzia escuridão pesada aqui e sol brilhante na casa vizinha?

5- Para arrematar: se as luzes nas casas dos filhos do deus eram artificiais, então é certo que na casa dos e-

gípcios também havia claridade, porquanto também eles poderiam acender tochas, fogueiras, sebo.

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***** 8811-- O faraó mandou chamar Moisés e permitiu que fosse servir ao deus; que fossem as pessoas todas, inclusi-

ve as crianças, mas que deixassem os rebanhos e o gado. (10: 24) Comentário: O faraó estaria melhorando a oferta, ou o Moisés estaria mentindo? Esta última hipótese é a mais

provável porque o monarca, ao que parece, por nenhum momento embarcou na conversa do Mesu.

2- Mas se o faraó permitiu a partida das pessoas todas, por que Moisés não aproveitou a deixa para cair fora,

conforme desejava? Mas não! Não caiu fora porque não era isso que ambicionava. Ele não queria liberdade de mãos vazias; almejava ainda os animais, queria as riquezas que os hebreus havi-

am abiscoitado e aquelas outras que precisavam ainda roubar.

3- Caso o faraó quisesse reter os animais estaria no seu direito considerando que, 430 anos antes, os hebreus

chegaram ao Egito trazendo barriga vazia, mãos abanando, roupa do corpo e nada mais. Moisés não fala que tivessem trazido alguma fortuna quando vieram se estabelecer no Egito. Diz apenas: “Partiu, portanto, Israel com tudo o que possuía. “. Mas não menciona quais coisas faziam parte deste “tudo”; não menciona rebanhos, ouro, tecidos. Nada disso. É evidente que os animais da família pereceram todos naqueles anos de seca e que o “tudo quanto possuía” eram setenta e cinco bocas famintas, os trapos que os cobriam e só.

O que os semitas juntaram na terra do Nilo foi graças à generosidade dos egípcios – e não graças ao deus que, naqueles sete anos de fome, não conseguiu controlar a própria “força” e, sem querer, o flagelo da fome atin-giu também a terra de Canaã, onde moravam seus favoritos.

4- Aqui, uma bisbilhotice para relaxar: Enquanto Jacó e família passavam fome em Canaã, veja só:

Na terra de Esaú, o amaldiçoado, não houve seca! Esaú, que não cultuava o deus, que não teve proteção do pai nem da mãe, nem do irmão e muito menos do

deus, não teve de ir ao Egito se humilhar aos pés de José!

Também os amonitas e moabitas, descendentes de Ló, lembra? Aqueles que eram fruto de incesto entre Ló e as filhas... Lembrou agora? Pois é! Amonitas e moabitas não se tornaram escravos de Jeová! Não lhe prestaram culto, não foram circuncidados, não sofreram com a seca e nem foram de joelhos pedir esmola a José pois que na sua terra não havia fome.

E nem os descendentes de Ismael, o deserdado – filho de Abraão com Agar, aquela escrava egípcia –, tiveram de se curvar ao deus, nem ao José naquela seca, só porque a seca não atingiu suas terras.

Só o povo dodói teve de amargar a fome, teve de se escravizar para comer. Que chato, heim, Jeová!

5- Outra indiscrição no mesmo sentido: Todos os acima mencionados: Esaú, Amon, Moab e Ismael tinham ter-

ras próprias onde morar. Só o povo dodói, até este ponto da narrativa não tinha um solo próprio embaixo dos pés; nada onde pudessem descansar sabendo que moravam no que era seu. Que feio, heim deus?

6- Os semitas pisaram muitas vezes em cima dos egípcios; enganaram-nos a valer, a começar por Abraão e

Sara, os que deram origem à família. E agora, quando o faraó chama às contas aquele povo ingrato, o deus fica revoltadinho, planejando novas vinganças.

Depois de tantos prejuízos que Moisés diz haver promovido, nada mais justo que os hebreus pagassem, de al-guma forma à terra que lhe deu berço, guarida e conforto, que os alimentou por mais de quatro séculos que os enriqueceu como se fossem os donos da terra.

*****

8822-- Moisés disse que o rei tinha de entregar a ele os holocaustos para serem oferecidos ao deus. (10: 25) Comentário: Quê?! Em troca do quê o faraó tinha de se submeter ao deus de Moisés? Em nome de qual fa-

vor recebido o monarca tinha de oferecer sacrifícios de gado àquela entidade?

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Os únicos favores que o deus se gaba de ter proporcionado aos egípcios foram as zombarias em forma de: sangue no Nilo, morte dos rebanhos, peste, rãs, de piolhos, de moscas, gafanhotos, tempestade, trevas. A gente sabe que tudo não passou de papo furado, mas Jeová jura de pés juntos ter sido responsável por aquilo tudo. Neste caso, quem tinha de pagar eram os hebreus ao faraó – e não o contrário.

2- Outro osso difícil de engolir: os egípcios não precisavam daquele deus, nunca haviam precisado, sempre

viveram sem ele. Tinham uma religião sólida e, se não tivessem a proteção de Deus Verdadeiro, não seriam um dos povos mais adiantados da antiguidade. Assim, a troco do quê o faraó mandaria animais ao deus mosaico?

Falando nisso, há outros detalhes atraentes e eu adoro bater nesta tecla: a) Onde estão as pirâmides, maior maravilha do mundo antigo e atual? Estarão na terra dos hebreus, er-

guidas com a ajuda do Jeová, ou no Egito, terra violentada e espoliada pelo “povo escolhido”? b) O segredo da mumificação dos cadáveres – segredo jamais suplantado –, quem o detinha senão os

egípcios, aquele povo “sem fé”, convocado a apresentar sacrifícios ao deus mosaico? c) A exuberante cultura egípcia, avantajada desde antes de Moisés: escrita, medicina, arquitetura, escul-

tura e outras artes que exerceram influência no mundo antigo, a quem é devida? A Jeová? d) A magnífica civilização egípcia da antiguidade: práticas funerárias, tecelagem, cerâmica, indústria do

metal, tijolos de sol, cultivo de cereais, baixos relevos, pinturas, ornamentações, gravuras rupestres, trabalho em couro, em cobre, em madeira... E mais, muito mais... A quem era devida: Aos hebreus? A Moisés? Ao deus?

e) O Nilo, o segundo maior rio do mundo, rio abençoado cujas cheias depositam o humo que fertiliza i-mensa área do deserto, propiciando cultivo da terra e fartura onde é que fica? Será na terra que Jeová “deu de presente” aos judeus? A quem o Egito agradece pela existência desta dádiva: a Deus Verda-deiro, ou àquele inventado por Moisés?

Considerando estas minúcias, fica fácil lançar dúvidas: Em troca do quê o faraó tinha de se curvar a Jeová ofe-recendo-lhe sacrifícios? Apoiado em quais favores Moisés vinha fazer cobrança ao faraó?

Cobrança vinda de um povo que não tinha um chão onde morar, apesar da “proteção” de um deus “poderosís-simo” que vinha prometendo entregar-lhe Canaã a qual, depois de tantas promessas, acabou sendo a terra pro-metida que não passou disso: prometida, promessa jamais cumprida.

Cobrança vinda de Moisés, homem ingrato e traidor que, depois de receber o que nenhum outro recebeu em conforto, segurança, cultura e educação, mordeu a mão que o alimentou.

Cobrança vinda de um deus, cujos milagres até o presente momento desta análise são um só: (sou obrigado a repetir pela grandiosidade) mudou o nome de três dodóis. (Não me canso de admirar!) A esta mudança de nomes já me referi vezes sem conta e vou me referir outras tantas porque, enquanto ele não fizer outras maravilhas, os únicos que podem ser mencionados são estes: conseguiu mudar o nome da metade de meia dizia de pessoas!

Viva ele!!!

***** 8833-- Moisés falou ao faraó que não deixariam nada do que lhes pertencia. “Nem uma unha ficará porque deles

havemos de tomar para servir a Jeová e não sabemos o que havemos de usar até que cheguemos lá”. (10: 26) Comentário: Ah, ingênuo! Moisés não sabia quais animais Jeová ia pedir para serem imolados! Por isso era

preciso colocar na estrada quilômetros, quilômetros e mais quilômetros de vacas, cavalos, jumentos, cabras e camelos para que, ao chegar lá, o deus pudesse se sentar e escolher com todo conforto.

Peraí! Eu falei vaca e cabra? Pois errei, que nem vaca e nem cabra serviam para sacrifício ao deus porque tanto o deus quanto Moisés, não

eram chegados às fêmeas, nem mesmo de animais. Ambos gostavam de machos, fossem animais ou humanos e já tivemos miliúma oportunidades de verificar esta afirmativa. Assim, vacas e cabras sairiam a passeio junto aos demais rebanhos, mas não seriam usadas nos sacrifícios. Felizardas!

Voltando: é incoerente que saíssem todos os rebanhos, só para ter opção de escolha! Que deus folgado! E é estranho que Jeová, que era carne e unha com Moisés, que vivia sentado na sua cozinha, não tivesse es-

pecificado quantos e quais animais queria em sacrifício.

As coisas que eles sacrificam é a demônios; e não a Deus. Eu não quero que vos torneis associados a demônios. (Cor: 10. 20)

Misericórdia quero – e não sacrifícios. (Mat: 9. 13)

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É impossível que sangue de touros e de bodes remova pecados. (Heb: 10. 4) A bem da verdade, as intenções de Moisés a gente sabe. Ele queria levar todos os pertences dos hebreus e

mais o que pertencia aos egípcios porque se tudo corresse bem, ia cair fora. Ele objetivava um reino para si, ansi-ava governar absoluto e, como não podia reger sobre um povo adulto, culto e inteligente, os hebreus serviam.

2- E está na hora de falar claro: O deus mosaico, que não passa de uma invenção de Moisés, ainda hoje é adorado por multidões de pessoas

que percebem as contradições, mas sentem medo de rebelar-se e gritar a verdade! Sentem medo daquele deus nanico, que não consegue retirar nem provocar dor no dedo mindinho de alguém, mas é garganta e ronca ter po-deres sobre o mundo, sobre a vida e a morte.

Os seguidores percebem a mentira, mas continuam cultuando-a. E, de tanto cultuar uma aberração criada pela fantasia doente de Moisés, vasta multidão ignara acabou por

dar-lhe vida, transformando-a num ser quase material, quase palpável, com personalidade própria, dono de todas as características negativas do equívoco chamado Jeová. O mundo pensou tanto, falou tanto e temeu tanto aque-la anomalia, que acabou por transmitir-lhe energias vitais, cuja fortaleza lhe foi impressa pela confiança supersti-ciosa dos pobres credores do Velho Testamento.

Quequéisso, minhagente? Vamos perder o medo de algo sem existência, de uma abstração! Vamos gritar ao mundo que a entidade plasmada pela mente de Moisés não tem vida própria, mas adquire

vida sempre que alguém pensar nela com respeito ou medo! Vamos, gente! Vamos abolir o deus de Moisés deste mundo – mundo este que só é coberto de trevas por

causa do mesmo deus que não tem vida própria, no entanto está cheio de potência, mas cujas energias poderão ser diminuídas e destruídas se pararmos de crer nele, de teme-lo, de pensar nele!

Vamos prestar um serviço a Deus Único e Verdadeiro! Vamos botar para correr aquele espertalhão que assumiu o trono de Deus Autêntico. Estamos no 3º milênio! Estamos na Idade do Espírito e não mais na Idade Média, Idade das Trevas, Idade do

Medo, da Ignorância! Vamos trazer de volta para o Trono de Deus, o próprio Deus Único e Verdadeiro. Nós, almas lúcidas, temos obrigação de pelejar no sentido de desalojar o Mal e de restabelecer o Bem tradu-

zido por Deus Onipotente, Onisciente e Onipresente.

***** 8844-- O Senhor, porém, endureceu o coração do faraó e este não deixou que partissem os hebreus. (10: 27)

Comentário: Sem comentário.

2- Veja agora como fica a lista das pragas segundo a Superinteressante 178, contendo a 9º delas: “Praga nº. 1: As águas do Nilo se tingem de sangue: Mudança climática provoca a reprodução descontrola-

da de Pfiesteria, uma alga que provoca hemorragias nos peixes, matando-os e intoxicando as águas.” “Praga nº. 2: Rãs cobrem a terra: A intoxicação da água faz rãs fugirem, espalhando-se pela região.”. “Praga nº. 3: Mosquitos atormentam homens e animais: A morte dos sapos produz superpopulação de in-

setos, inclusive do terrível maruim, um pequeno inseto de picada dolorida.” “Praga nº. 4: Moscas escurecem o ar e atacam homens e animais: Outro tipo de inseto, a mosca dos está-

bulos, transforma-se em praga, atacando todo tipo de mamífero que encontra.” “Praga nº. 5: Uma peste atinge os animais: A peste equina africana e a peste da língua azul são doenças

transmitidas pelo maruim e atingem os mamíferos.” “Praga nº. 6: Pústulas cobrem homens e animais. O mormo, doença equina que também ataca o homem, é

transmitido pela mosca dos estábulos. Ela produz úlceras na pele.” “Praga nº. 7: Chuva de granizo destrói plantações. O granizo pode cair nas regiões desérticas do Mediter-

râneo, embora seja fenômeno relativamente raro.” “Praga nº. 8: gafanhotos atacam plantações. Os gafanhotos também são pragas conhecida na região.” “Praga nº. 9: Escuridão encobre o sol por três dias: Uma tempestade de areia pode durar dias e é capaz de

encobrir completamente a luz do sol.”

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CAPÍTULO 14

A PRIMEIRA PÁSCOA 8855-- Jeová disse que havia mais uma praga para o Egito e depois, os semitas seriam expulsos de lá. (11: 1).

Comentário: Os semitas seriam expulsos! Que bela vitória, heim, Jeová? Grande coisa! Depois de tantas tentativas para obter a liberdade com consentimento amistoso e as bênçãos do faraó, vão ser

expulsos! Que chato, heim, Jeová! Desterro, exílio, degredo! Fez doce quando o rei ofereceu liberdade condicional, sabendo que meia liberdade é melhor que nenhuma. Liberdade pela metade é melhor que banimento. Quem quer comer demais tem indigestão.

2- Sei não, mas o Mesu parece não saber bem o que queria. Tem hora que sente ímpetos de juntar o povo he-

breu, cair fora, fundar um reino para si. Nestes momentos arquiteta planos de intimidar o faraó, mantendo suas boas graças ao mesmo tempo. Noutras horas, aparenta insegurança com tais planos mirabolantes. Sim, ele sabia o tamanho da responsabilidade de retirar seu povo de onde estava em segurança, para levar a um lugar onde não sabia direito onde era, nem o que encontraria. Era nestes momentos que, acovardado, inventava que o deus ia endurecer o coração do faraó para que este negasse o pedido.

Motivado por esta incerteza, o pedido era apenas o de ir ao deserto prestar culto ao deus. Se tudo corresse bem, se o povo se adaptasse, adeus para sempre, Egito. Seguiriam até Canaã que estava ali mesminho, a 830 quilômetros, uns dois ou três meses mês de viagem. Se alguma coisa desse errado era só voltar pra casa trazen-do largo sorriso e lembrancinhas na bagagem. Daí, a mentira de que ia dar um passeio, fazer um sacrificiozinho, dar uma festinha para o deus, cantar os parabéns, apagar as velinhas e regressar, dizendo que que o deus havia mandado beijos ao faraó e pronto! Só não contava com a astúcia do governante e ficou afetando que suas recu-sas sucessivas estavam previstas e eram artimanhas do Jeová que, para se divertir ficava “endurecendo o co-ração” do homem, tornando a situação mais emocionante.

Mentiroso! Prova de que o idealizador da façanha não contava com a resistência do rei foi aquele plano urdido junto à

sarça ardente. Na ocasião, Moisés acreditou que fosse suficiente para amedrontar o faraó a ilusão do bastão em cobra e da mão enfarinhada. Ah, se ele soubesse que o monarca era tão perspicaz quanto teimoso, não teria se colocado à frente dele com intenções de virar herói.

Ora, se quisesse mesmo sair, Moisés teria juntado o povo, teria forçado a barra, chutado o pau da barraca, e dado o fora passando por cima de quem se pusesse à sua frente. Quem ousaria deter uma multidão de dois mi-lhões e meio de participantes?

Mas deu errado. O rei não caiu no conto do Chapeuzinho Vermelho que ia levar doces pra vovozinha. Avaliando que havia avançado demais e, sem poder recuar, Moisés teve de ir até o fim. Estava em jogo seu

orgulho, sua autoridade e honra. Agora era tudo ou tudo! Não havia meio termo, porque nem tinha como enganar aos próprios hebreus por mais tempo. Estavam estes de olho no líder que se elegeu a si mesmo e curiosos para ver no que ia dar.

Nesta situação Moisés podia dar meia volta? Ah, não! Restava uma opção suja, mais suja que as anteriores e aceitar a pior das consequências: a expulsão! Agora era atirar-se na aventura, era expor-se sem possibilidade de deixar atrás a porta aberta para possível re-

torno. Agora que estava em situação desvantajosa e não tinha mais trunfos, sobrava a pior das vinganças e a tentativa de salvar os derradeiros fiapos de dignidade.

O banimento era uma certeza pela desproporcionalidade da proeza que tinha em mente. Mas era escolher en-tre o ato imundo seguido do degredo, ou a desmoralização.

Moisés preferiu a primeira opção e preparou-se para ela:

***** 8866-- Mandou que todo homem hebreu pedisse ao seu vizinho e que toda mulher hebreia pedisse às vizinhas e-

gípcias, objetos de prata e ouro. Jeová fez com que o seu povo encontrasse favor da parte dos egípcios. (11: 2 e 3)

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Comentário: Aqui está em andamento a grande pilhagem: o pedido de objetos valiosos aos vizinhos egípcios.

2- Nesta ocasião a incoerência e outra vez a minha pergunta chatinha: Mas, que vizinhos egípcios eram estes? Os hebreus não moravam afastados, na terra de Gósen? Veja de novo este trechinho: “Somente na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel não havia chuva de pedras”. (9: 25 e 26)

E este outro: “Separarei a terra de Gósen onde habita o meu povo, para que lá não haja enxames”. (8: 20 a 23)

E agora era para pedir às vizinhas egípcias, objetos de ouro e prata. Estamos, pois, diante de um dilema que deixa patente a mentirada de Moisés: Os israelenses moravam na terra de Gósen, ou não moravam? À época da chuva descomunal, por ocasião da praga de moscas e das trevas, eles moravam distantes dos e-

gípcios – tão longe, que “não foram importunados” por moscas, nem pela tempestade que quase destruiu o país, nem ficaram sabendo da escuridão que caíra sobre as moradas egípcias.

Agora, os hebreus moram vizinhos de muro dos egípcios, um ao lado do outro! Em qual hora Moisés terá mentido? Ou em qual parte ele terá falado a verdade?

3- Ladrão! Ladrão, tanto Moisés, quanto Jeová! Que deus é este que, não sabendo produzir riquezas ensina a roubar? Sendo o “criador”, por que não produziu ouro, prata e pedras raras à vontade? Para quem criava seres vivos devia ser bem mais fácil criar pedras e metais inanimados. Ou ele não era o criador de nada?

4- O próprio deus dando exemplo de desonestidade, ensinando a lesar, a enganar, a fraudar!

Não furtarás. (Êxo: 20. 15)

Tu pregas que não se deve furtar e furtas? (Rom: 2. 21)

Não furtareis nem mentireis, não usareis de falsidade contra vosso próximo. (Lev. 19: 11)

Não furtem. Pelo contrário, deem prova de fidelidade, seguindo a doutrina de nosso Salvador. (Tito: 2. 10)

Será este o mesmo Deus Justo, Misericordioso o Onipotente que amamos? Não! Não pode ser. Você aceita este ente como aquele que criou seu corpo e espírito? Nem eu. A razão e o coração não permitem que eu aceite esta criatura como meu criador. Na minha cabeça fica sempre aquela pergunta: Qual ladrão não poderá alegar que aprendeu a roubar na bíblia, seguindo instruções do próprio deus?

5- Os egípcios repudiados pelo deus, seguiam princípios cristãos, antes mesmo do Cristo se apresentar ao

mundo. Eram desprendidos, pois que emprestaram seus objetos mais caros sem exigir recibo ou garantia de de-volução. Em contrapartida, da bíblia retiramos orientação que desmascara a dupla Jeová/Moisés:

O perverso pede emprestado e não paga. O justo, porém, se compadece e dá. (Sal. 37: 21)

6- O deus não sabia que adiante, ao “ditar” os mandamentos, ordenaria: “Não furtarás”! E, para desmascarar

o deus e Moisés, que desconhecem honestidade, vamos deixá-los a nu, retirando sua condenação da bíblia:

Ai daquele que junta riquezas mal adquiridas! (Hab 2: 9)

Ai daquele que acumula o que não é seu! (Hab. 2: 6)

Quem furtar será expulso e amaldiçoado. (Zac. 5: 3)

Não oprimirás teu próximo, nem o roubarás. (Lev. 19: 13)

Não confies naquilo que obténs pela violência, nem vos vanglorieis no roubo. (Sal. 62: 10)

7- E, no mesmíssimo livro onde são exaltadas as falcatruas de Moisés, lemos diretrizes opostas às que esta-

mos analisando. São sugestões vindas do doce Mestre Jesus:

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O dinheiro seja contigo para a perdição, pois julgas adquirir por meio dele, o dom de Deus. (Atos. 8. 20 )

Como é difícil entrar no céu o homem que tem riquezas! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no céu. (Mar: 10. 23 e 25)

O humilde glorie-se na sua dignidade; o rico glorie-se na sua insignificância. (Tiago 1.9-11)

8- O deus fez com que os egípcios abrissem o coração e entregassem suas fortunas. Sabemos que não é

verdade, porque o deus não tinha poderes para tanto. Se os egípcios atenderam aos pedidos dos hebreus é por-que eram puros, sem malícia, sem egoísmo e julgavam os outros por si mesmos.

E atenção: Se, ao contrário, os egípcios não entregaram riquezas de boa vontade e, mesmo assim os hebreus as levaram, então não houve pedido de empréstimo coisa nenhuma e sim, os hebreus surrupiaram tais tesouros.

Outra coisa: Se Jeová fosse Deus Verdadeiro, saberia dos lugares na Natureza onde encontrar metais e pedras nobres;

daí, ser incompreensível orientar no roubo, levando em conta que podia lançar mão dos depósitos auríferos que ele mesmo havia criado e que lhe pertenciam.

Mas podemos dar uma colher de chá e supor que ele, Jeová, tenha se esquecido dos lugares onde escondeu o ouro. É possível, né? Afinal, era tão distraído!

Tudo bem, o deus esqueceu onde enterrou tesouros, mas a solução era fácil para um “criador”: bastava fabri-car mais, uai! Quem fez uma vez tem condições de fazer quantas vezes quiser.

O que não justifica é que tenha de apoderar-se ilegalmente daquilo que ele próprio criou.

Mas não podemos ir julgando e condenando assim, sem mais nem menos. Vamos dar um voto de confiança, supondo que não tenha sido ele a criar minérios preciosos e que estivesse apenas se aproveitando das coisas criadas por Deus Verdadeiro. Muito bem! Mesmo assim, se ele tivesse alguma competência, por pequena que fosse, poderia descobrir onde estavam as jazidas e fazer seu povo encontrarem-nas, sem precisão de roubar.

Tendo os poderes que esnobava, o deus de Moisés teria condições de presentear os dodóis com as riquezas necessárias. É isso que se espera de um deus supimpa feito Jeová.

9- Meu Deus! Acabo de descobrir o motivo pelo qual os chefes religiosos lesam fiéis embasados na bíblia: Eles seguem o exemplo de Jeová: roubam e mentem e, por isso evitam que alguém desmascare o deus de

Moisés. Se desmascarar, adeus esmola para o templo. Por isso não querem que o Antigo Testamento seja lido página a página. Misturam capítulos e versículos para atrapalhar a cabeça dos que ouvem. Referidos chefes se aproveitam dos

fiéis com a consciência tranquila porque têm um modelo inatacável: o próprio deus! Sabem que é tudo treta, mas “está escrito” e ninguém briga contra as "sagradas” escrituras.

***** 8877-- “Moisés era mui famoso na terra do Egito, aos olhos dos oficiais do faraó e aos olhos do povo”. (11: 3) Comentário: Convencido! A propósito do quê falou isso? Ele quer enganar a quem? Diz ele que era afamado no conceito do faraó, dos oficiais do faraó e do povo egípcio No entanto, numa olhadinha um pouco atrás da bíblia, encontramos o desmentido: Moisés voltou-se, deixou o

faraó e saiu. Os servidores disseram: Até quando este homem será pedra de tropeço? (Êxo 10: 6, 7).

2- Mas, pensando bem... Moisés pode estar certo! Ele se disse famoso entre os egípcios e isso pode ser verdade! Pessoa famosa é aquela que tem fama – não necessariamente fama boa. Afinal, nem somente Jesus ficou famoso. Nem só Tiradentes ficou conhecido até da meninada da escola. Nem

só São Francisco, Santo Antônio, Madre Tereza, Irmã Dulce, Ghandi, Chico Xavier... Também Judas ficou famoso. Também Joaquim Silvério dos Reis. Também Nero, Napoleão, Gêngis Kan.

Pilatos. Também Hitler. Maria Antonieta e Bin Laden são famosos no mundo inteiro, assim como outros trastes do mesmo naipe ficaram afamados. Por que não Moisés? Ele tinha tudo para ser famoso!

Quem a si mesmo se exaltar será humilhado; e quem se humilhar será exaltado. (Mat. 23: 12)

*****

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8888-- Moisés falou ao faraó: ‘Disse o Senhor: Cerca da meia noite passarei pelo Egito e todo primogênito mor-rerá, desde o primogênito do faraó, até o primogênito da serva que está junto à mó e todo primogênito dos ani-mais.’ (11: 4 e 5)

Comentário: Hmmm, muito vago. Cerca de meia noite, que hora é esta? Cerca de meia noite vem antes, du-rante ou depois da metade da noite? Jeová não tinha relógio e se orientava pelo sol, mas sendo noite ficava difícil.

2- E o que ia fazer ele, neste horário indefinido? Ia mostrar outro “prodígio”; ia matar gente inocente e designou a hora mais escura da noite. Sempre se escondendo! Sempre agindo às escuras, o covardão! Por que não com a luz do dia para mostrar

poder? Se não houvesse um plano em andamento saído de mente humana, uma atividade daquela envergadura não precisaria ser efetuada à noite. Difícil aceitar que, para uma ação divina fosse escolhida a escuridão, quando ninguém tinha como se defender nem testemunhar os fatos. O nascimento de uma criatura que, este sim, é ato divino, acontece a qualquer momento de dia, de noite, de madrugada, ao entardecer. Mas os fatos onde Jeová pôs as mãos só aconteceram longe de olhos que pudessem vir a constituir prova.

Não! Jeová não existia; quem vai agir em seu lugar no assassinato dos primogênitos serão mãos humanas que, agindo durante o dia serão descobertas. Precisa ser à hora em que todos dormem, porque na sombra da noite os gatunos agem, os ladrões roubam, os malandros fraudam, os políticos alteram computadores, os bandi-dos enriquecem, os assassinos matam, os covardes se escondem.

Ah se os primogênitos de todos os egípcios tivessem morrido no mesmíssimo momento e à luz do sol, que feito inesquecível por todos os milênios afora! Imagine só, as cenas: Às onze da manhã, debaixo de sol quente, todos mas todos mesmo os primogênitos egípcios caindo duros, mortinhos da silva onde estivessem: na rua, em casa, cavalgando, navegando, quando... ploft! Despencavam de cima das pernas feito geleia, viravam finados! Tudo morto ao mesmo tempo! Seria o sucesso sem precedentes!

Mas o deus não sabia aproveitar estas ocasiões e, veja que falta de criatividade: obra tão gigantesca executa-da na escuridão e em silêncio, de modo a ficar incógnito e levantar suspeita quanto à veracidade da sua participa-ção! Justo Jeová, que queria que seus feitos fossem divulgados e conhecidos por toda a terra!

3- Matar um filho de cada família, que selvajaria! Este é o anticristo que os não cristãos adoram e, ingênuos

demais, juram ser cristãos! Se o fossem, adorariam Deus de Verdade apresentado por Jesus, o Cristo.

O Filho do Homem veio para salvar os homens – e não para destruí-los. (Luc.: 9. 56)

O ladrão vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida em abundância. (João :10. 10)

Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. (Mat: 10. 28)

4- todo primogênito morrerá, desde o primogênito do faraó, até o primogênito da serva que está junto à mó... Eis a prova de que os legítimos donos da terra sofriam mais que os hebreus: Enquanto estes maquinavam vin-

gança, havia mulheres egípcias, que eram servas e trabalhavam no pesado junto à mó!!! Você notou? Quem fazia o serviço pesado eram as egípcias, donas do país, cujos primogênitos foram alvo de

morte naquela noite pavorosa! Quem suava triturando cereais nos porões escuros, abafados e infectos eram as egípcias, e não as hebreias, que não são citadas fazendo algum trabalho. Certamente faziam nada!

E está na bíblia: foi por causa das agonias como escravos, que os hebreus executaram o êxodo!

***** 8899-- Era ainda Moisés falando ao rei: -Haverá grande clamor em toda terra do Egito qual nunca houve nem

haverá jamais; porém, contra nenhum dos filhos de Israel, desde os homens até os animais, nem um cão rosnará para que saibais que o Senhor fez distinção entre egípcios e israelitas. Então, todos teus oficiais se inclinarão pe-rante mim dizendo: Sai tu e todo o povo que te segue. E depois disso sairei E, ardendo em ira, se retirou da pre-sença do faraó”. (11: 6 a 8)

Comentário: Até o presente momento, Moisés tem chegado diante do faraó para fazer chantagem, fazer me-

do, gabar-se de habilidades, alardear amizade com o deus. Ao sair, ele fazia a promessa de orar ao deus para livrar o faraó da praga. E saía pisando firme, nariz arrebitado – é o que garante o próprio Mesu.

Desta vez, porém, veja a diferença: Ele afirma que “ardendo em ira, se retirou da presença do faraó”. Esta irritação é termômetro significativo. Mostra destempero; evidencia que se sentia perdido e amedrontado;

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deixa a nu que se encontrava sem saber mais o que fazer, porquanto tinha consciência de não ter deus nenhum às suas ordens, conforme se jactava.

Aquele que diz estar na luz, mas se irar, em verdade está nas trevas. (1-João: 2. 9)

Não guardarás ira. (Lev. 19: 18)

O sábio, que mostre sua mansidão. (Tg: 3. 13 e 14

***** 9900-- Disse o Senhor a Moisés: o faraó não vos ouvirá, para que meus prodígios se multipliquem. [...]Jeová en-

dureceu o coração do rei e não permitiu que saíssem os filhos de Israel. (11: 9 e 10) Comentário: Convencido! Veja se Deus Verdadeiro fica se envaidecendo por seus “prodígios”, à maneira des-

te deus que se engrandece por... Nada! Se o faraó houvesse consentido na saída dos israelitas, ignoro como teria agido Moisés. Mas, como o faraó

não aceitou eis que, novamente, Moisés usa a desculpa manjada - a mesma de sempre, já bem carcomida - o deus endureceu o coração dele. E os israelitas acreditaram! Ou melhor: ninguém sabe se acreditaram, porque Moisés é o único relator do fato e o testemunho de uma só pessoa não vale nada.

Bem lá adiante, já no meio do deserto, os hebreus vão culpar Moisés - e não o deus - pela saída do Egito e por ter dado tudo errado. Tendo em mente este fato, é provável que os hebreus não cressem nas invenções do Moi-sés; pode ser até que hajam zombado dele, mas isso Moisés não deixaria registrado.

***** 9911-- Jeová disse a Moisés e Aarão que aquele era o primeiro mês do ano, o principal deles. Que no dia dez,

cada família tomaria um cordeiro sem defeito, macho de um ano; poderia ser cordeiro ou cabrito. (12: 1 a 5).

Comentário: Mesu e Aarão sempre grudados, aqueles dois! Aarão é boca, orelha, mão, cabeça do Mesu! Interessante que o deus não fala somente a Moisés; fala também a Aarão, significando que este também vê o

deus olho no olho!

Não me poderás ver a face, porque homem nenhum verá a minha face e viverá. (Êxo: 33: 20 a 23)

Esta afirmação veio de Moisés, que fala e desfala com a mesma facilidade. E, se eu, Petros, não levo a sério a prosa de Moisés pelas constantes contradições, me ajoelho perante as falas de Jesus. Foi ele, o Mestre Maior quem desmentiu qualquer um que se jactasse de ter contato pessoal com o Criador.

Portanto, por mais que me queiram convencer não o conseguirão. Como crer em Moisés, se Jesus o desmente o tempo inteiro?

2- E aqui, outras manquitoladas: O deus mandou cada família tomar um cordeiro macho, de um ano e sem defeito. Cada família mataria e comeria um cordeiro. Se fossem vinte famílias, abateriam vinte cabritos. Se fossem mil

famílias, abateriam mil cabritos. Sendo composto o povo de Israel por seiscentas mil famílias, abateram seiscen-tos mil cabritos numa só noite! Seiscentos mil! Puxa que diferença dos escravos brasileiros que não possuíam nem um ovo de galinha! Estes sim precisavam de auxílio do Alto! Precisaram e tiveram assistência, mas de modo discreto, sutil, sensível apenas aos corações.

a) Moisés tinha tanta aversão ao sexo oposto, que até mesmo os animais sofriam discriminação: tinha de ser macho. Jamais uma fêmea seria levada em holocausto para não humilhar o deus, não desrespeitar seus cabelos brancos, não fazê-lo baixar ao nível das desqualificadas. O deus era machista.

b) Tinha de ter um ano de idade. Este deus não era tonto. Se fosse mais novo rendia pouco e, se fosse mais velho, teria a carne dura e sabor estranho.

c) O cordeiro tinha de ser sem defeito! É outra prova que desmascara Jeová. Que deus era ele que não aceitava bicho imperfeito, sendo o “criador” do animal defeituoso? Que deus era aquele que não sabia fa-zer nascer cabrito nenhum, mas desdenhava cabrito com defeito? Num concurso para a escolha de um deus para o cargo de Governador do Planeta, o deus mosaico seria reprovado por desconhecer a receita de fabricar seres sem e com defeito. Ele não fabricava nada.

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� Aquele que se envaidou ao perguntar: “Ter-se-á encurtado o braço do Senhor?” (Num.11: 23) não sabia curar bicho defeituoso! Ao invés de curar ele rejeitava o animal, como se o coitado do bi-chinho fosse o culpado pela própria deformidade! Cadê que Jeová era capaz de consertar o ra-binho torto de um cabrito? Cadê que tinha poderes para levantar a orelha caída de uma ovelha? Cadê a sua capacidade para fazer um cordeiro manco se aprumar? Ah, isso não! Ele mandava afastar os doentes, os coxos, os defeituosos porque não sabia sarar; suas habilidades chega-ram ao máximo ao mudar nome de três pessoas e acabou!

� O responsável pelo defeito do bicho era ele próprio, o deus! Não se exibiu dizendo: “Quem fez a boca do homem? Quem faz o mudo e o surdo, o que vê e o cego? Não sou eu, o Senhor?” (4: 10 e

11) Mentiroso! Não fez absolutamente nada porque não é ninguém. E, quem não sabe confec-cionar, não tem o direito de desdenhar. Tem de calar a boca e aceitar. � Sobre a pergunta: “Ter-se-á encurtado o braço do Senhor?” eu respondo sem medo de ir para o inferno: Não pode ser encurtado aquilo que nunca existiu.

� Epa, epa, epa! Parado aí, que Moisés também era defeituoso! Moisés era gago!!! Tinha a língua presa e pesada. Não conseguia falar e ele próprio confessa esta anomalia! Como é que alguém com deformidade tão evidente era puxa saco do deus, se este não tolerava imperfeição alguma?

(Ah, de vez em vez eu lembro e agora lembrei de novo: Cadê a família de Moisés? Cadê a mulher, onde estão os filhos? Por que ele não os menciona? O que estará escondendo? Depois daquela zorra na hospedaria, depois daquele quebra-pau quando o Moisés ficou mediunizado pelo demônio, lembra? Pois é! Depois disso, a família desapareceu. A esposa mandou-o pentear macaco, retornou para a casa do pai e Moisés não deu a mínima.)

***** 9922-- E, no dia 14 do mês, o animal seria imolado à tarde. “Tomarão o sangue e o porão em ambas as ombrei-

ras e na verga da porta, nas casas em que o comerem. Naquela noite comerão a carne assada ao fogo com pães sem fermento e erva amarga”. Não era para comer nada cru nem cozido na água, mas assado. Não era para dei-xar sobrar nada e, se porventura houvesse sobras, elas seriam queimadas (12: 6 a 11). Este dia será lembrado e cele-brado como solenidade a Jeová, por estatuto perpétuo. Sete dias comereis pães sem fermento. No primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas, pois quem comer coisa levedada, desde o primeiro até o sétimo dia, será eli-minada de Israel (12: 14 a 16). Guardai, pois, a festa dos pães sem fermento porque, neste dia tirei vossas hostes do Egito; guardareis este dia nas vossas gerações por estatuto perpétuo (12: 17). Por sete dias não se ache fermento nas vossas casas porque qualquer que comer pão levedado será eliminado de Israel, assim como o estrangeiro ou natural da terra. Nenhuma coisa levedada comereis; nas vossas habitações comereis pães ázimos (12: 18 a 20).

Comentário: Pintar as portas das casas dos escravos hebreus com sangue para que o... Uma paradinha aqui. Casas dos escravos, sim senhores! Veja leitor, como os coitados dos hebreus estavam mal servidos no país

da servidão: Cada qual com sua casa! Cada qual com sua família, com seus haveres! Cada família fazendo um assadinho de cabrito, usando o número de cabritos necessários para cobrir todas as famílias escravas, sem pedir permissão aos senhores! Seiscentos mil cabritos numa noite! Imagine só o tamanho dos rebanhos dos “pobres servos semitas”. Eita sofrimento bom! Servidão melhor que a dos escravos negros...

Peraí! Escravos negros? Vamos retocar esta fala, porque ela está incompleta: A “pavorosa servidão” dos he-breus era vida suntuosa, perto do sofrimento dos brasileiros brancos e livres!

Quem dera que nós, homens livres, tivéssemos teto, rebanhos e haveres! Ah, este é o sonho de cada brasileiro! Quiséramos nós, homens livres do Brasil, ter as mesmas angústias dos

escravos israelitas, com direito a tudo o que eles tinham, a mesma abundância e conforto. Há gente livre neste país querendo se escravizar em troca de comida, cama e telhado! Mas os semitas “sofriam

horrores” comendo e morando de graça no país das maravilhas.

2- Pois aquele que comer coisa levedada será eliminado de Israel. Será eliminado de onde? De Israel? Ué, Israel já existia? O que era Israel? Era um sonho na cabeça de Moi-

sés e só! Não era um país, não uma terra, não uma nação, não um lugar, não um nada. Israel era uma família, e quem é que pode ser expulso da família? É possível sim, ser expulso da casa, do lugar, da região, do convívio com outras pessoas - mas, por mais que

se percorra o mundo, por mais que se seja execrado, a pessoa continuará sendo sempre daquela família, tendo em vista a impossibilidade arrancar o sangue das veias, a impossibilidade de modificar o DNA.

Mas Moisés não sabia destas coisas. Nem Jeová

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3- “Sete dias comereis pães ázimos. Logo no primeiro dia tirareis o fermento das vossas casas”.

Por que vos sujeitais a ordens assim: ‘Não manuseies isto, não proves aquilo, não toques naquilo outro’, de a-

cordo com as doutrinas inventadas por seres humanos? (Col: 2. 20 a 22) Por sete dias era proibido comer pão fermentado. Por quê? O que tem o deus contra o fermento? Para ele é pecado comer pão, bolo, bolinho com fermento; mas para Jesus, o que sai da boca pode ser erro –

não o que entra:

O que contamina o homem não é o que entra, mas o que sai da boca. (Mat. 15: 11)

Tudo o que entra pela boca é depois lançado em lugar escuso. Mas o que sai da boca vem do coração, de onde vem o homicídio, o adultério, o furto...

São estas coisas que contaminam o homem. (Mat. 15: 18 e 19).

4- Analisemos melhor o assunto, com ajuda do dicionário:

Fermento = Cultura de microorganismos introduzida em produtos alimentícios a fim de provocar fermentação. Fermentação = efervescência gasosa derivada da transformação química devido à presença de agente específico. Podridão, decomposição enzimática de substância orgânica.

Sendo a fermentação efervescência gasosa, produz gases. Sua proibição visava a não produção de flatulência ou vapores que, ao serem eliminados recebem o nome de...

Com o perdão da palavra: pum, traque, peido. Mas se não forem eliminados, trazem consequências bastante incômodas como empanzinamento, dores, mal

estar, diarreia que leva à desidratação e exige a ingestão de muito líquido. Moisés sabia o que teriam pela fren-te: longo período pelo deserto com calor e desconforto, pouca água, sem privadas, sem moitas, sem reentrâncias escondidinhas para a defecção, dificultando o alívio de inconvenientes digestivos.

Imagine agora dois milhões e meio de pessoas com disenteria!

5- Para confirmar o raciocínio da proibição de fermento visando a não produção de gases, o deus receitou pa-

ra a última refeição em terras egípcias, a ingestão de ervas amargas. Para quem não sabe, alimentos amargo-sos são auxiliares digestivos: boldo, carqueja, losna, jiló, almeirão.

No Egito antigo talvez não existissem tais plantas, mas haveria outras com a mesma finalidade. Problemas in-testinais trariam inconvenientes para a viagem, além consumir água potável além do necessário.

6- O complemento desta norma foi a proibição de deixar sobrar carne e, se sobrasse, que fosse destruída. Moisés sabia que o povo seria tentado a levar na matula as sobras de carne. Tendo consciência que elas, com

facilidade se deteriorariam naquele clima infernal trazendo problemas a quem a ingerisse, veio a ordem “do deus” para destruí-la. Quem ousaria desobedecer às ordens do deus?

É... Tenho de reconhecer que Moisés aprendeu muito nos templos egípcios e hindus.

7- Sobre este tema, porém, é preciso notar uma falha nas ordens do Mesu: ele orientou sobre o que não levar

para comer – mas esqueceu de orientar sobre o alimento a ser levado... E o povo precisava comer! Era necessá-rio no mínimo, uma parada diária para restaurar as forças. Mentalize leitor, aquela multidão desordenada deixando o país. Era um ajuntamento com dois milhões e meio de pessoas e uma quantidade incontável de camelos, vacas, cavalos, mulas, jumentos, ovelhas, cabritos... Como e onde este povo todo tangendo seus rebanhos e cuidando da família poderia acampar para preparar a primeira refeição? Quando a ponta da frente daquela monstruosa pro-cissão estivesse a cem quilômetros de distância, o rabo contendo os retardatários estaria ainda amontoado em atropelos no maior engarrafamento da História da Humanidade, deixando a cidade de onde fugiam.

Não havia como fazer parada para comer e Moisés não pensou nisso. O deus também esqueceu o detalhe-zinho insignificante e ninguém levou boia. Foi aí que Moisés começou notar a burrada que havia feito.

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9933-- Maneira como deveria se ingerida a última refeição em terras egípcias: lombos cingidos, sandálias nos pés, cajado na mão e comer às pressas. Esta é a páscoa do Senhor. (12; 11)

Comentário: Estavam prontos para sair correndo! Trajes adequados, sapato no pé, bengala na mão e tudo! E comer depressinha! Nada de oração em agradecimento pelo alimento, nada de mastigação demorada, nada

de conversa, piadinha, risadaiada, baderna nenhuma! Só seriedade, só concentração no objetivo. Eles esperavam sair do Egito naquele dia e não sabiam o que os esperava. Jeová não antecipou nada. É que nem ele sabia o que ia acontecer, ele também estava preocupado, ele também tremia de medo.

Tinham de permanecer reunidos; não podiam pegar no sono, tinham de se alimentar com comida substancio-sa, mas só o possível de ser digerido; não levar restos de comida para não adoecer antes da primeira esquina.

2- Esta é a páscoa do Senhor... Um momento! Isso é a páscoa? Isso aí é que tem o nome de páscoa? Impossível que esta sujeirada toda possa ser a mesma páscoa que aprendi a respeitar desde criança. Misericórdia, que decepção! Eu a imaginava algo sagrado, celebração com o pensamento centrado em

Deus Único. Jamais pensei que festejávamos um bando de hebreus cometendo crimes atrozes e saindo cor-rendo de medo!

Vou confessar uma coisa: A primeira vez que li estes absurdos foi em 1989, justo às vésperas da páscoa. Senti asco, tanto asco, que

adoeci. Não foi doença física e sim, doença da alma, em que me senti abatido, prostrado, diminuído, sem ânimo para conversar. Cheguei a ficar febril. Senti-me enganado, traído, ludibriado pela Santa Madre Igreja, pelos pasto-res protestantes, pelos dirigentes de todas as religiões, que nunca aclararam estes detalhes. Dizem simplesmen-te, que a páscoa é o festejo da ressurreição de Jesus.

E é mentira! A ressurreição de Jesus simplesmente coincidiu com aquela data sangrenta à qual deram o nome de páscoa. A festa da ressurreição teria de ser no sábado, pois foi no sábado que Jesus ressuscitou. E não no domingo. A páscoa existe para lembrar aquela multidão de covardes repugnantes que, na escuridão da noite, mata-

ram inocentes que dormiam e nem puderam se defender! A páscoa se tornou aos meus olhos uma data detestável, desprezível, asquerosa. E nunca mais comemorei a

páscoa. Nunca mais mesmo. Aqui em casa, o sábado da aleluia é solenizado. Páscoa, nunca mais!

3 – Esta é a páscoa do senhor. Do Senhor? A qual “senhor” Moisés se refere? Ao Satã? Só pode, porque Deus Verdadeiro jamais aceitaria

ser aquele a quem foi dedicada o assassinato dos filhos dos egípcios.

***** 9944-- “Porque à noite passarei pelo Egito e matarei todos os primogênitos, tanto dos homens quanto dos ani-

mais; farei justiça sobre todos os deuses do Egito. Eu sou o Senhor”. (12: 12) Comentário: ‘Eu sou o Senhor’. “Senhor” do quê? De quem? Só se for de quem desconhece a verdade desta história sinistra. Uma pessoa que saiba destes pormenores não aceita como “Senhor” um ser trevoso desta natureza. Ele era o Senhor das Trevas sim, que Jesus o colocou no devido lugar ao desmascarar sua procedência:

Aquele que pratica a maldade contra seu irmão é filho do diabo. Para isso se manifestou Jesus: destruir as obras do diabo. (1-João: 3. 8)

2- “Farei justiça sobre todos os deuses do Egito”. O que significa isso? Certamente quer dizer que seu poder é maior do que dos demais. Já mostrei que o Egito foi o país mais grandioso da antiguidade, sem ajuda do deus – e que Jeová, o máxi-

mo que conseguiu fazer com “seu” povo, foi trazê-lo para a terra alheia e aí abandoná-lo por quatro séculos e meio apesar das promessas a Abraão, a Isaac e a Jacó de lhes dar as melhores terras. E agora, vem falando em “fazer justiça” sobre os deuses egípcios, como se fosse mais competente que eles! Veremos adiante, que nem ao menos o “seu” povo, ele conseguiu amparar, pois os 830 quilômetros, que levariam três meses para percorrer,

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demoraram quarentas anos, acompanhados o tempo todo pelo deus e sob "proteção” direta dele! Os deuses egípcios conseguiram civilização riquíssima e invejável; deram de comer a egípcios e a israelitas

sem grandes esforços enquanto que a terra do... É melhor nem falar. Levando em consideração estes pormenores, pergunto eu: Em nome do quê os deuses egípcios tinham de ser justiçados?

3- “matarei os primogênitos, tanto dos homens quanto dos animais”. Um momento! Com licença, que vou dar uma gargalhada bem sonora: - Quiá, quiá, quiá, quiá! Ainda existia animal vivo na terra dos egípcios? Não, não havia, porque eles já haviam morrido três vezes!

Primeiro: Morreram todos na peste que atingiu os rebanhos: “E todo o rebanho dos egípcios morreu...”. (9: 6 e 7)

Segundo: Tornaram a morrer na 6ª praga, aquela dos tumores malignos: “arrebentavam em tumores mortíferos nos homens e nos animais”. (9: 8 a 11). Terceiro: Morreram outra vez na 7º praga, por ocasião da tempestade de granizo: “Por toda terra do Egito a chu-va de pedras matou tanto homens como animais”. (9: 25 e 26)

E ei-los morrendo de novo – pela quarta vez. Agora, morreria somente a primeira cria dos bichos egípcios, significando que sobraria a segunda cria, a terceira cria... Sobrariam muitos, mas muitos bichos!

***** 9955-- “O sangue na porta será o sinal nas casas em que estiverdes. Quando eu vir o sangue passarei sem me

deter e não haverá entre vós praga destruidora, quando eu ferir a terra do Egito”. (12: 13) Comentário: Opa! Parado aí! Será que entendi direito? Vou repetir devagar, com minhas palavras: O deus mandou pintar com sangue as portas das casas hebreias para que ele, o deus, vendo o sinal passasse

direto e não se confundisse, correndo o risco de matar filho errado. Foi isso mesmo, né? Entendi correto, não tem perigo de fazer injustiça? Não? Então, tá. Em frente: Você acha que Deus Verdadeiro precisa de uma marca na porta para não se confundir? Você crê que Deus

de Verdade, Todo Sabedoria, Deus Onisciente, Onipotente e Onipresente faria um pedido destes? Vai, seja franco, responda! O Altíssimo no qual você acredita é tão miúdo assim? É droga tão grande, tão tola-

mente humano que faria confusão deste calibre? Deus Maiúsculo precisa de sinal visível para não errar a porta? Se carece de marca, precisa também de uma lanterna que, naquele tempo, o apagão era permanente. Imagine a cena: O deus andando pela escuridão da noite tropeçando, caindo, levantando, limpando a sujeira do joelho sem lar-

gar o lampião, tomando cuidado para que ele não apagasse. E se apagasse, como é que ia acender outra vez? Hmmm, não seria nada fácil pois naquele tempo tinha de esfregar um pauzinho no outro até acender uma fo-

gueirinha e daí, acender o lampião, ou a tocha, ou sei lá qual coisa o deus levava para iluminar o caminho. Resolvido o problema de fazer claridade, pense no deus tentando enxergar um sinal feito com sangue em ca-

da porta. O sinal tinha de ser feito em determinado local, para ele não perder tempo procurando em lugar errado. Ah, e tem mais: Pintar a madeira da porta com sangue não é o mesmo que pintar com tinta, que permanece da

cor escolhida. O sangue, ao contrário, é chupado pela madeira e, no seu lugar, fica uma marca escura, que pode ser confundida com a sujeira da porta. Esta marca escura levaria o deus a constantes enganos, deixando passar muita casa de egípcio sem poder entrar, pela incerteza da nacionalidade do morador.

Este é o “Todo-Poderoso” que você tem em mente, leitor? É esta a ideia que faz do Onipotente? Deus Único seria tão ridículo? Ele poderia se confundir e entrar em casa errada feito babaca?

O Senhor vê todos os homens. Do lugar onde está observa todos os moradores da terra. (Sal. 33: 13 – 14)

Ocultar-se-ia alguém em esconderijo, de modo que eu não o veja? – diz o Senhor. (Jer. 23: 24)

E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. (Mat: 10. 30) É inexplicável como um ser tão poderoso: Que sabe o que se passa na patinha de uma formiguinha andando no outro lado do mundo; Que dá vida a cada um dos ovos de borboleta da couve; Que germina cada sementinha perdida na floresta amazônica; Que acompanha cada minhoca escondida sob a terra do planeta inteiro; Que faz funcionar cada célula do corpo dos estupidilhões animais, vegetais e gentes; Que consegue... Ah é bom nem continuar... Não sabia onde moravam os judeus? Que deus é este que não reconhece seus “filhos” no meio de outras pessoas?

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Que garantia de segurança pode dar um ser destes aos seus apadrinhados? Jesus, que era humano, tinha poderes que o deus ficaria de boca aberta se ficasse sabendo. Como exemplo, só dois fatos:

Jesus, chegando a Jerusalém, sabia da existência de uma jumenta e um jumentinho na estrada, mais adian-te. E sabia destes animais muito antes de vê-los. (Mar: 11. 1 a 7)

Jesus, em Jerusalém, sabia da existência de um homem com um cântaro de água na entrada da cidade, em cuja casa fariam a última ceia. (Mar.: 14. 12 a 16)

Jesus sabia onde os pescadores deviam atirar a rede para pegar muitos peixes. (João 21,1-14) Estas passagens são insignificantes, são fenômenos mínimos, dos mais minúsculos de Jesus, que não era

Deus Verdadeiro. E Jeová, por sua vez, fanfarreava ser o criador, estando em frente de uma casa, não tinha como saber se quem morava ali eram egípcios ou hebreus!

2- E tem mais: a história do sangue na porta era só para impressionar, porque tanto fazia ser sangue como tin-

ta, urucum ou carvão. O deus precisava de uma marca, de um sinal, de qualquer coisa porque, com seus poderes insignificantes, bem poderia entrar em casa errada.

Sendo tão fácil se enganar, o que você acha? Que se tratava de Deus Verdadeiro?

3- Nesta linha de raciocínio, se um egípcio imitasse os israelitas e tingisse de vermelho a porta sua casa o

deus passaria direto, nem entraria para verificar quem morava ali. Que fácil enganar Jeová! Ou, se um judeu esquecesse de lambuzar a porta, poderia ter seu filho morto, porque o deus paspalho entraria para matar.

4- Aqui, outra vez aquela perguntinha chata: onde moravam os semitas? Era na terra de Gósen, afastados dos egípcios, ou moravam lado a lado com eles? Moisés não deixa claro es-

te pormenor, pois, conforme lhe convém, ele faz os hebreus permanecerem afastados – ou faz com que morem nas casas vizinhas às casas egípcias. Quer ver outra vez?

a) “Separarei a terra de Gósen em que habita o meu povo, para que nela não haja moscas”. (8: 20 a 23); b) “Cada mulher pedirá à sua vizinha joias de prata, de ouro [...] e despojareis os egípcios.” (3: 21 e 22); c) “Só na terra de Gósen, onde estavam os filhos de Israel não havia chuva de pedras”. (9: 25 e 26); d) “Quando eu vir o sangue, passarei para a casa vizinha e não haverá entre vós praga destruidora”. (12: 13)

5- Aqui, outra prova de que “a negra servidão” amargada pelos judeus era só conversa. Analise comigo: O que ia distinguir as casas seria tão somente a mancha vermelha, significando que as casas dos pobres es-

cravos hebreus tinham a mesma aparência, eram da mesma qualidade; eram tão bonitas e tão bem construí-das, a ponto de serem confundidas com as casas dos egípcios.

Quanto “sofrimento” dos hebreus! Quisera eu viver naquela servidão era um vidão sem aluguel, sem ipeteú, sem ipeveá, sem iérre, sem iêneésseésse, sem banco onde dever.

6- Moisés e o deus falando sobre a morte dos primogênitos dão a impressão que a morte seja o fim de tudo. Morreu, acabou! Morrer uma pessoa seria como cortar um pé de alface: a raiz vai pros porcos; as folhas viram alimento de gen-

te e depois são lançadas na privada, ninguém mais se lembra delas. Parece que é desta forma que o deus imagina a morte. Ele não sabia, é que o espírito não morre; que a morte física não representa o fim de uma pessoa. Na dúvida,

basta ler o que disse o Grande Mestre:

Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. (Mat: 10. 28) Mas Jeová desconhecia a existência da alma. E foi “ele” quem criou a alma!

***** 9966-- Moisés passou as informações aos anciãos de Israel: falou do cordeiro a ser imolado, falou sobre marcar

a porta com sangue e que ninguém deveria sair de casa até pela manhã. “Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir o sangue na porta e nas ombreiras, passará aquela porta e não permitirá ao destruidor que entre em vossas casas para vos ferir”. (12: 21 a 23)

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Comentário: Mas o deus vai enfrentar dificuldades, bem grandes, aliás. Acompanhe: Ele vai passar matando gente por volta da meia noite e pediu aos judeus que fizessem uma marca na porta,

mas os proibiu de sair de casa até de manhã. Já fiz alusão a este ponto ali atrás, mas estou voltando a ele porque adoro imaginar cenas. Escuridão completa, Jeová procurando o sinal nas portas. Os judeus estavam proibidos de sair porta afora,

portanto, não havia a quem pedir informações; ninguém para orientá-lo. Vixi, e agora? Ele poderia passar direto pelas casas egípcias. Ou embocar em casa errada e matando judeu por engano! Que risco heim? Uma sugestão – um pouco meio muito atrasada, mas vai assim mesmo: Se os israelitas moravam na terra de

Gósen, era só não ir à terra de Gósen! Não precisava de sinal nenhum nas portas!

2- Mais um pormenor: Veremos adiante, que eram seiscentos mil os judeus homens adultos. Tomando este número como parâmetro,

podemos imaginar que os egípcios constituíam uma população mais numerosa que os hebreus, mas vamos fingir que eram em número equivalente.

Mas vamos diminuir um tantinho, para não envergonhar demais o Moisés nem o deus. Digamos que havia du-zentas mil famílias egípcias, cada um possuindo um primogênito, cada uma possuindo animais de primeira cria. Eram, pois, duzentos mil primogênitos, mais os animais de primeira cria.

Ora, com que velocidade o deus deve ter trabalhado para matar duzentos mil primogênitos, mais os a primeira cria de cada animal fêmea numa só madrugada, incompetente como era, e tendo ainda de ficar procurando sozinho, no escuro, os sinais nas portas.

Dentro da casa tinha de ir direto ao quarto e à cama da vítima sem errar, e sem ter a quem pedir informações. Só para fazer um cálculo muitíssimo imperfeito, vamos trabalhar com os elementos que temos, somados ao fa-

to do deus ter dito que ia passar de casa em casa, uma por vez (adoro fazer contas e desmascarar Moisés!)

Supondo que o deus tenha trabalhado de meia noite até cinco horas da manhã, pois, depois disso, Ra começa a despontar no horizonte e ele teve de parar. Em cinco horas ele tem de matar 200.000 primogênitos. Talvez um número maior, porque muitos chefes de família seriam primogênitos também. Em famílias com esta caracte-rística, ele teria de matar duas pessoas numa só casa. Mas vamos fazer vista grossa a esta minúcia e deixemos que ele mate só uma pessoa em cada casa, senão não dará conta e vai ficar muito vexado, coitado!

Nesta proporção, teria de matar 40.000 humanos por hora. Que seriam 666,66 mortes de pessoas por minuto. Que seriam 11 mortes por segundo. Enquanto o relógio faz tic, 11 pessoas eram mortas. Enquanto faz tac, outras 11 eram finadas. Num tic-tac in-

teiro, 22 pessoas caíam sem vida. Só gente!

Se cada família possuir um gato, um camelo, um cabrito que vão morrer... Agora, aumentou o número de primogênitos para matar e Jeová vai ter de trabalhar em velocidade maior. Ele vai ter de matar 160.000 primogênitos por hora. 2.333 por minuto. 44,5 por segundo! Em cada ti-tac, 89 criaturas são mortas.

Para fazer um cálculo, o tempo que você está gastando para ler a oração que está lendo até o primeiro ponto de exclamação, são oito segundos. Neste espaço de tempo, ele teria de matar 352 seres! E, o tempo que gasta para ler desde o início da oração até o ponto o último ponto de exclamação, ele teria de matar 704!

E, se ler mais devagar, não vai dar tempo de matar a todos que precisam morrer até às cinco da manhã.

3- Para atrapalhar, os que iam morrer não estavam enfileiradinhos, um atrás do outro quietinhos, esperando. Não! Cada qual fechado em casa, dormindo com uma ou mais pessoas num mesmo quarto. O deus tinha: primeiro, de procurar sinal de sangue na porta. Uma vez dentro da casa, procurar até achar o

primogênito. Eram casas grandes, vários cômodos e famílias numerosas. Na escuridão, poderia matar o pai, em lugar do filho. Ou matar o segundo filho, em lugar do primeiro. Matar a mãe, ou a filha... Putis, que macaca relar o dedo numa mulher, perder tempo matando uma delas, justo ele que não tolera mulher!

No escuro, todo gato é pardo. O deus deve ter matado muita gente por engano e deixado muito primogênito vi-vo. Mas só no dia seguinte, com claro do sol, saberia.

4- Ou ainda, supondo que o primogênito daquela família estivesse em viagem, como é que o deus ia saber on-

de encontrá-lo, se não sabia ao menos distinguir uma casa hebreia de uma egípcia?

5- E se alguém da casa acordasse bem naquela hora, onde se esconderia o deus e que desculpa ia tirar?

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6- Outra: O deus ia matar os primogênitos dos animais domésticos e estes estariam no quintal, seria até fácil encontrá-los. Mas os animais dos rebanhos estariam no campo. Como localizar no escuro, sem confundir com os animais dos hebreus, se não havia nenhum sinal de sangue nas porteiras nem nas cercas, nem nas estrebarias?

E como saber quais camelos eram primogênitos e quais não eram? No meio daquele rebanho imenso, seria di-fícil até distinguir os machos das fêmeas, quanto mais as primeiras crias.

7- Mas vem cá: Percebendo a limitação do deus, sendo forçoso um sinal na porta para não entrar em casa er-

rada, pergunto: a) Na praga das trevas, o deus encontrou as casas dos hebreus para mantê-las iluminadas. E como foi

que encontrou as casas deles, se estava escuro e não havia marca na porta? “Eram tão espessam as tre-vas, que não se viam uns aos outros... Porém, os filhos de Israel tinham luz nas suas habitações”. (10: 23)

b) Na hora de localizar os rebanhos dos hebreus para disseminar a peste nos animais, ele conseguiu encontrar tudo direitinho, mesmo sem marca nas porteiras e sem alguém que lhe dissesse quais bichos e-ram de uma e quais eram de outra nacionalidade.

c) Na hora da peste nas pessoas, o deus sabia quem era quem, conhecia suas residências e empes-tou só os egípcios, desviando certinho dos judeus.

d) Na praga das moscas, o deus conhecia cada moradia judaica e cada casa de egípcio, porque so-mente estes últimos sofreram com os insetos.

e) Na praga da tempestade, a mesma coisa: o deus fez chover só em cima das residências egípcias porque sabia exatamente onde estava o “seu” povo e o povo dos “outros deuses”.

E agora, na hora de matar gente que é muito mais grave, ele não sabe onde moram os egípcios e corre o risco de se enganar e trucidar gente errada!

8- E aqui há outra coisa que não encaixa. Vamos reler: “Porque o Senhor passará para ferir os egípcios; quando vir o sangue na porta e em ambas as ombreiras,

passará o Senhor aquela porta e não permitirá ao destruidor que entre em vossas casas para vos ferir”.

a. Aí está! Quem seria o destruidor impedido de entrar para matar os filhos dos hebreus? Será que o deus vinha acompanhado por outros assassinos?

b. Na verdade, isso está cheirando algo bem mais palpável, algo bem mais físico que a atuação de um ser imaterial. Pelo jeitão da fala de Moisés, podemos imaginar que foram destacados grupos de hebreus para a matança de primogênitos egípcios. Ora, os componentes destes grupos poderiam não saber onde moravam uns e outros, confundir tudo e matar gente israelita; daí, a necessidade de colocar marca nas ca-sas hebreias. Seriam estes homens os destruidores aos quais Moisés faz referência.

c. Daí também aquela proibição: “ninguém deveria sair de casa até pela manhã.” É claro que ninguém podia sair! O xereta que saísse poderia dar de cara com um bando de criminosos e não se podem prever as consequências de tal encontro.

d. Para alicerçar a hipótese de causas humanas e não divinas, vou pegar um trechinho lá de trás: “nem um cão rosnará para que saibais que fiz distinção entre egípcios e israelitas”. (11: 6 a 8)

Ora, para calar um cachorro, o assassino pode jogar-lhe carne envenenada. Afinal, para quem estava matando gente, o que representava matar cães? E pronto! Nas agonias da morte, cachorro não rosna.

***** 9977-- “Guardai isto por estatuto, para sempre. E, uma vez dentro da terra que o Senhor vos dará, observai este

rito. Quando vossos filhos perguntarem: ‘Que rito é este?’ Respondereis: É o sacrifício da páscoa do Senhor que passou por cima das casas dos filhos de Israel no Egito, feriu os egípcios e livrou as nossas casas”. (12: 24 a 27)

Comentário: Mais uma vez, eu me sinto instigado a comentar o mesmo tema: Páscoa do Senhor que passou por cima dos filhos de Israel, feriu os egípcios e livrou as nossas casas. É isso a páscoa? Páscoa do Senhor??? Que decepção, quanto desapontamento! Será que os cristãos sabem por que celebram a páscoa? Acho que não. Eu, Petros, sou cristão. Além de ardente seguidor de Cristo, sou procurador da Verdade; sinto prazer em ler,

pesquisar, conhecer mais e mais coisas relacionadas a Deus Verdadeiro, coisas sagradas, religiões, Jesus... E eu não sabia! Não, eu não sabia que páscoa é esta coisa detestável, abjeta, nojenta, asquerosa apresentada pela bíblia! Acreditava, na minha boa fé, que páscoa fosse algo bem mais digna de comemoração. Mas não!

Páscoa é quando aquele deus assassino matou filhos dos egípcios! Isso merece celebração, ou repulsa?

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E você, que segue direitinho as ordens do seu chefe religioso, trate de comemorar com cabrito, vinho, cham-panhe, pique-pique, muita festa e alegria o dia que o deus matou os filhos dos egípcios, tá?

Mas que absurdo! Se eu, Petros, rato de biblioteca e investigador da Verdade, desconhecia que páscoa é a celebração do as-

sassinato de egípcios, o que dizer de quem lê pouco, e cuja religiosidade se resume em ouvir sermão, homilia, preleção, prédica, falação, arenga de quem sabe, mas procura enrolar para não perder seu ganha-pão?

O fiel que, na páscoa, comemora o reviver de Jesus está enganado, porque páscoa não é festejo de vida nem da ressurreição de Cristo!

Páscoa é festa pagã suja, sangrenta, repelente! É a comemoração um bando de assassinos buscando a li-berdade para agir sem trava, sob a liderança de dois seres demoníacos: Moisés e o deus.

O primeiro, um médium mentiroso e obsidiado; o segundo, uma entidade trevosa. Por que sempre nos lograram sobre o significado da páscoa? A bem da verdade, culpados fomos nós - você e eu - porque era nossa obrigação analisar, nós mesmos, as

“escrituras” usando o raciocínio que Deus Único nos deu - e não permitir que alguns espertinhos lessem, “inter-pretassem” e nos enganassem.

Culpados somos nós se fomos levados no bico, porque somos preguiçosos! Temos preguiça sim, de apanhar aquele baita livro preto coberto por letrinhas e ler! O máximo que fazemos é procurar o salmo 91, ou o 31, crendo que aí está a solução para os problemas. Não estão não, viu? Muitas vezes ouvimos alguém dizer palavras mais ou menos assim: “Eu não leio a bíblia porque não a entendo.”. Ah, não é que não entende, não! É preguiça mesmo, da mais genuína! Pois tente ler! Vamos, comece na primeira letrinha da primeira página e vá em frente. Faça isso e verá que este meu livro que você está lendo neste exato momento não é exagerado. Verá por si que fui modesto em minha explosão de indignação, em minha repulsa pelas narrações mosaicas. Hoje, ninguém mais logra a mim, Petros, sobre a páscoa, sobre Jeová, sobre as lendas do Velho Testamento. Respeito a ignorância alheia sobre a páscoa, mas não a festejo; não sou cúmplice de homicidas, nem me

rejubilo com a noite pavorosa em que os hebreus mataram filhos de egípcios e a chamam “páscoa do Senhor”. Quem matou foram os hebreus sim, e não Jeová, porque a ele não foi dada permissão para passar por cima

de Deus Verdadeiro. Hoje eu me penitencio e sinto vergonha por ter sido enganado até esta idade! E que vergonha para o mundo haver tantas outras pessoas que, iguais a mim, ignoram completamente o sen-

tido daquela festa onde, para suavizar tanto lixo, a imundície é jogada embaixo do tapete, como se a páscoa fosse a ressurreição do doce Nazareno.

Não, não é este o significado da páscoa! A páscoa nada tem a ver com Jesus! A morte do meigo Mestre, por coincidência e nada mais que coincidência, aconteceu na sexta-feira que an-

tecedeu à páscoa daquele ano, porque a páscoa existia desde 1214 anos antes do nascimento de Jesus! O sentido escuso da páscoa é acobertado com ovos de chocolate e coelhinhos que significam ninguém sabe o

quê. Terão eles o mesmo sentido hediondo da páscoa?

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CAPÍTULO 15

A Décima Praga:

MORTE DOS PRIMOGÊNITOS 9988-- E aconteceu que à meia-noite o Senhor feriu todos os primogênitos na terra do Egito, desde o primogênito

de Faraó, que se assentava em seu trono, até o primogênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogêni-tos dos animais (12: 29). E o faraó levantou-se de noite, ele e todos os seus servos, e todos os egípcios; e fez-se gran-de clamor no Egito, porque não havia casa em que não houvesse um morto. (12: 30)

Comentário: À meia noite o deus matou mais de duzentas mil pessoas e mais de um milhão de animais, ao

mesmo tempo! E foi de casa em casa, uma por vez, entrando em todas elas! E também nos campos matando crias dos animais. Como terá feito tal “prodígio” quem não sabia distinguir casa israelita de casa egípcia?

2- O Senhor feriu todos os primogênitos do Egito, desde o primogênito de Faraó, até o primogênito do cativo

que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais. Começando pelo filho do faraó, o deus matou todos os primogênitos do Egito É isso é conversa! O filho do faraó não morreu! Tanto é fato, que a História registrou o sucessor de Menerphtah, seu primogênito, sob o título de Seti II. E veja, de Rochester, no livro já aludido, explicação para o que aconteceu. Naquela noite, o Príncipe Seti teria sido ferido por punhal e tido como morto. O servo que o apunhalou teria si-

do visto naquele momento, o que demonstra que não houve intervenção invisível. O criminoso que aceitou a in-cumbência de eliminar Seti seria filho ilegítimo do faraó e sentia inveja do meio-irmão que herdaria a coroa.

Socorrido, Seti permaneceu entre a vida e a morte, porém foi salvo. Moisés não soube deste último lance por-que naquele mesmo dia os hebreus foram expulsos do Egito e saíram sem saber do restabelecimento do príncipe.

Vamos à descrição desta trama, pelas palavras dos personagens que nela tomaram parte. Deixo claro que as palavras de Rochester não estão alicerçando meus escritos; elas são, no entanto, outra voz

posicionada contra Moisés. Tais narrativas podem ou não ser verdadeiras. Quem começa o relato é Necho, componente da guarda pessoal do faraó:

Com a chegada de Moisés na sala, a conversa foi interrompida. As sentinelas, mudas de pavor, haviam-no deixado passar e, quando ordenou que o anunciassem, ninguém ousou agir como desejava fazer – ou seja, escorraçá-lo de uma vez para sempre. Menerphtah ordenou sua entrada e nós o acom-panhamos ficando junto à porta enquanto ele se aproximava do trono e perguntava:

- Soberano, pela última vez, venho saber se vais obedecer a Jeová e deixar ir o povo de Israel. O faraó mediu-o com olhar altivo e glacial. Com voz que traduzia surda indignação, respondeu: - Não! E a ti, Moisés, digo que estou farto das tuas insolências e ordeno que abandones o Egito

dentro de três dias. Se, esgotado este prazo ousares pisar a terra submetida ao meu governo, mandarei decapitar-te. Evita, pois, voltar à minha presença.

De braços cruzados, Moisés ouviu a ordem e um relâmpago sinistro iluminou lhe os olhos: - Tu o dizes, e eu obedeço. Não voltarei à tua presença até que me chames para pedir que eu leve

o povo escolhido por Jeová. Saiu a passos lentos, deixando entre os presentes certa impressão de pavor e mal estar. O faraó era o único a aparentar calma e disse ao se retirar:

- O mágico insolente tantas vezes ameaçou em vão, quantas vezes saímos vitoriosos. De sorte que o seu Jeová deve ter esgotado os expedientes.

Regressei a casa, onde a fiel Henais me confidenciou: - Horas antes de partir surpreendi, por acaso, uma conversa entre Pinehas e Enoch. Não pude ou-

vir tudo o que disseram, mas compreendi que se prepara uma coisa pavorosa: o massacre de todos os primogênitos egípcios, do mais rico ao mais pobre. Tu também és primogênito e, ao lembrar disso, minha cabeça começou a rodar e acabei sem entender se o atentado se dará na quinta ou na sexta noite a partir de hoje...

Rochestes dá a palavra a Pinehas, o médico egípcio, cujo amor por Smaragda vai levá-lo a acompanhar Mesu.

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Fui com Enoch à casa contígua onde ele morava. - Pinehas, devo comunicar-te grandes acontecimentos em preparo. Moisés recebeu de Jeová a or-

dem de matar todos os primogênitos egípcios, desde o filho do faraó, ao do mais modesto operário. Pa-ra facilitar os assassínios no palácio real, o profeta corrompeu a peso de ouro dois oficiais da guarda. Um é Rhadamés, o condutor do carro do faraó; o outro é Setnecht, ajudante de ordens de Seti, o her-deiro. Na noite do quinto para o sexto dia a partir de hoje, ambos estarão de serviço e, nesta ocasião, tudo deverá estar pronto para a partida. Logo mais à noite, reunir-se-á a assembleia. Não deixes de comparecer, que Moisés dará instruções e transmitirá as ordens de Jeová.

Se eu não amasse tão loucamente Smaragda, já teria me afastado de todo este negócio, que dia a dia se tornava mais perigoso e escabroso. Se falhasse o massacre como sucedera às calamidades pre-cedentes e se descobrissem que eu, um egípcio, estava comprometido na conjura dos hebreus, podia ficar certo de apodrecer nas minas ou nas pedreiras da Etiópia. Mas o fato é que já estava muito com-prometido para recuar.

À noite, fui à casa do velho Abrahão, judeu rico que eu conhecera na residência de Enoch. Era um homem cruel e cúpido, imbuído de ódio fanático contra os egípcios; possuidor de imensos rebanhos e sua influência sobre os sacerdotes era considerável. Ao chegar já estavam todos a postos e logo apare-ceu Moisés acompanhado por Aarão e Josué. Tinha o rosto austero e pálido, como assombrado por uma nuvem tempestuosa. Braços cruzados sobre o peito, falou:

- Anciãos e chefes do povo de Israel! A teimosia dos egípcios e do seu rei, sua rebeldia aos desíg-nios de Jeová tiram-lhe a paciência. Por meu intermédio ele vos transmite uma resolução terrível. Na noite do quinto para o sexto dia a partir de hoje, todos os primogênitos egípcios deverão morrer! Pais de família escolhei dentre vossos filhos os mais dignos de serem mandatários do Eterno. O anjo do se-nhor lhes guiará o braço e os cobrirá com suas asas. Todas as famílias devem estar prontas para partir, preparando a massa do pão sem fermento...’

Minha mãe ajudou-me nos preparativos para a partida e ocupei-me ativamente dos negócios que me foram confiados por Moisés, porquanto para cada quarteirão da cidade havia sido designado um fiscal hebreu encarregado de visitar as casas israelitas, dirigir os preparativos e velar para que tudo es-tivesse pronto, nada deixando para trás.

Noite do massacre, interior do quarto do príncipe herdeiro. Relato de Necho, componente da guarda pessoal do faraó:

Procurei apurar o ouvido; nada quebrava o silêncio e até os passos dos oficiais da guarda haviam cessado; os fogareiros já haviam se apagado e a penumbra reinava ao longo da parede, vinda do terra-ço. Esfreguei os olhos julgando-me semiadormecido, mas no mesmo instante senti-me quase petrifica-do! Uma forma humana envergando longa roupa, cabeça envolta em véu negro surgiu no estrado da cama e um punhal lhe brilhou na mão erguida e, num ápice, mergulhou no peito do príncipe!

O Príncipe Seti tentou aprumar-se e agarrar o agressor, mas dando um grito, caiu inerte. Atraquei-me com o miserável tentando derrubá-lo. O hebreu, a debater-se tentava apunhalar-me

e, afinal, vendo-me caído, fugiu. Caí, batendo com a cabeça no solo e dei um grito, mas ninguém acu-diu. Levantei-me a custo, apanhei uma lâmpada e precipitei-me para as galerias...

– Seti foi assassinado! – exclamava com voz rouca – correndo adiante e repetindo o mesmo grito, que reboava em todas as salas e corredores:

- Mataram o herdeiro! Seti foi assassinado! Num segundo o palácio pareceu despertar. De todos os lados apareceram escravos empunhando

tochas e oficiais brandindo armas. À entrada de uma sala apareceu Menerphtah pálido e meio decom-posto, tal como abandonara o leito, rodeado de guardas e criados. Ao avistá-lo dei meia volta e dirigi-mo-nos todos para os aposentos de Seti, já repleto de gente que, apavorada, comprimia-se junto ao lei-to em que estava o príncipe, de cabeça derreada, enquanto o velho nubiano, trêmulo, tentava enfaixar a ferida do peito com uma compressa umedecida. À vista desse quadro, o faraó deu um grito, cambaleou e nada mais vi, pois a mim também as forças me abandonavam; os ouvidos zumbiam e tudo rodava em torno. A lâmpada caiu-me da mão e perdi os sentidos... Quando voltei a mim, estava estendido num banco e um homem me friccionava a testa. Levantei-me, incapaz de compreender o que estava aconte-cendo; as pessoas aparvalhadas que passavam apressadas reavivaram-me a memória.

- Seti morreu? – perguntei a um oficial que passava. - Não! Até o momento, ele vive... Fui até o quarto do príncipe, cujas portas estavam guardadas por magotes de soldados. No lado

oposto, Menerphtah estava sentado com a cabeça amparada nas mãos e cotovelos fincados na mesa.

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Parecia não ver nem ouvir. Vi o rosto pálido do príncipe apoiado no travesseiro. Os olhos estavam fe-chados, mas leves movimentos dos lábios indicavam que vivia. O médico desceu do estrado em que estava assentado o leito; aproximou-se do rei e disse:

- Grande Filho de Ra! Ergue a fronte abatida pela tristeza. Seti viverá! A mão poderosa de Ra amparou teu herdeiro. O ferimento é grave, mas não mortal.

Outra vez a palavra está com Pinehas, o médico egípcio, que vai acompanhar Mesu e seus fugitivos.

Chegou enfim, a noite decisiva e saí para uma última inspeção. Era estranho o aspecto daquelas moradias tranquilas externamente, mas agitadíssimas desde que

se lhes transpunham os umbrais. Em todos os pátios os animais de carga estavam pesadamente carre-gados. Os cômodos se encontravam vazios e toda a família vestida para a viagem; os homens de bor-dão em punho agrupavam-se ao redor da mesa onde havia um cordeiro assado. Todos estavam silen-ciosos e a inquietação podia notar-se nas fisionomias. Os velhos, sobretudo, pareciam desencorajados e, entre as mulheres, muitas enxugavam furtivas lágrimas.

Dirigi-me à casa de Abrahão, onde Moisés deveria passar a noite memorável. A entrada estava guardada e, só depois da senha, pude franqueá-la. Atravessei dois enormes pátios repletos de mulas e camelos carregados. Enoch, que me esperava, levou-me a um extenso salão iluminado. A um lado, uma centena de homens, mulheres e crianças de todas as idades, mais os empregados de Abrahão. Do outro lado, a família e alguns parentes próximos e, bem ao fundo, solitário, Moisés com a cabeça apoi-ada nas mãos.

Calado, sentei-me junto a Enoch e analisei a assembleia. As cabeças permaneciam baixas e os ve-lhos deixavam escapar longos suspiros, denunciando que lhes era penoso deixar os lugares onde vive-ram para enfrentar azares numa viagem cujo objetivo ignoravam, quando o organismo senilizado só requeria repouso. Veio-me à cabeça a ideia que, se um homem soubesse arengar demonstrando àquela gente os riscos que corriam abandonando o Egito para um futuro desconhecido, a multidão vacilaria e poucos seguiriam Moisés.

A porta da sala se abriu para deixar passar um homem vestido de longo manto, cabeça coberta por longo véu negro, que avançou célere. Vi que era Eliezer:

- Foi executada a ordem de Jeová! O anjo exterminador guiou meu braço. O filho do faraó está morto! - exclamou exaltado.

O semblante de Moisés foi iluminado por um sorriso de cruel satisfação. Presos de supersticiosa emoção, todos se prostraram e Moisés fundou nesta noite, o grande mistério do repasto cruento da páscoa que se perpetuou até nossos dias entre os descendentes do povo de Israel.

Voltando ao palácio do faraó, com a exposição de Necho:

- Agora devo cuidar do meu povo – disse o rei, com voz sumida – que os conselheiros se reúnam nos meus aposentos e tu, Necho, vai com oficiais e soldados pela cidade dar o alarme. Batam em todas as portas, ricas e pobres que assim poderão, talvez, evitar a morte de entes caros.

As ruas continuavam silenciosas e desertas. A grande cidade parecia mergulhada em profundo sono. Iniciamos a tarefa penosa e difícil casa por casa, rica ou pobre; batíamos com insistência, até que alguém viesse atender e, quando uma sombra, cabeceando de sono aparecia, dávamos o sinistro alar-me: “Guardai vossos primogênitos, condenados a perecer nesta noite!” E seguíamos adiante, muitas vezes ouvindo atrás de nós gritos clamorosos, denunciando o encontro de uma vítima. Emocionado e desnorteado, prossegui batendo nas portas fechadas.

A cidade despertava e era terrível este despertar. De quase todas as casas partiam gritos desespe-rados; as ruas se encheram de pessoas horrorizadas, correndo; umas, em busca de médico, outras sem destino, mas todas em desespero. O sol despontava iluminando os cadáveres dos primogênitos egíp-cios, cercados por familiares desolados. Retornei ao palácio e, de longe, vi enorme multidão diante da residência real. Choros e gritos explodiam em coro:

- Deixai partir os hebreus! Menerphtah, porém, ainda retido junto aos conselheiros, governadores e comandantes, não apare-

cera. Advertido do que se passava, apareceu no terraço e, com voz sonora e metálica anunciou que, de conformidade com o parecer de todos os conselheiros e sábios, havia decidido a expulsão imediata dos hebreus, de modo que, até o por do sol daquele dia, o último houvesse abandonado a cidade e, dentro de três dias, o território inteiro do Egito estivesse limpo.

A certa altura, entrou um oficial para anunciar a chegada de Moisés. Logo após, este avançou

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empertigado até a cadeira real e disse com voz que mal disfarçava o sabor do triunfo: - Soberano do Egito! Venho atender ao teu chamado. Queres confirmar o que o povo reclama nas

ruas, ou seja: que te submetes finalmente, à ordem de Jeová, deixando partir seu povo? Silêncio absoluto. Todos os olhares voltavam-se para o faraó que, de pé, cruzara os braços: - Sim, chefe de um povo de assassinos, leva esses filhos eleitos de um deus digno do seu enviado.

Que ao por do sol, nenhum hebreu reste nesta cidade, sob pena de experimentar no lombo o ferro re-servado aos retardatários. E a ti, o mais miserável dos súditos, uma última palavra: Ingrato, educado e sustentado pelo Egito, cumulado de honras e ciências; a ti, que mascaras a ingratidão com o nome de um deus para torturar, impunemente esta pátria cobrindo-a de ruínas e cadáveres, digo: vai-te à procu-ra do lugar para erigir o trono que ambicionas – e que o sangue das tuas vítimas recaia sobre ti!

3- O Senhor feriu todos os primogênitos desde o primogênito de Faraó, até o primogênito do cativo que estava

no cárcere. Você percebeu? Foram mortos também os filhos dos egípcios encarcerados. Um ato falho esclarece que os cativos de verdade eram egípcios enfiados nos cárceres. Ora, se os egípcios tratavam egípcios com dureza, deixando-os padecer nas masmorras, do que reclamavam

os hebreus, cuja escravidão era de uma suavidade invejável? Se entre os egípcios a lei era dura; se não havia dó nem piedade pelos criminosos egípcios, por que poupar

os hebreus? O que eles tinham de especial para merecer melhor sorte?

4- O Senhor feriu todos os primogênitos

desde o primogênito de Faraó, até o primo-gênito do cativo que estava no cárcere, e todos os primogênitos dos animais.

Observar o uso do verbo ferir quando quer dizer matar; foram feridos, em lugar de foram mortos.

Moisés afirma com convicção que Seti, fi-lho do faraó, foi morto naquela matança. Não obstante, o príncipe sobreviveu e foi coroado sob o nome Seti II, dois anos após a morte do pai, conforme quadro.

Dado colhido na História Universal mos-tra que Menerphtah, o faraó do êxodo, foi substituído por Amenmesés, usurpador do trono, o qual foi sucedido, finalmente, pelo legítimo herdeiro, Seti II, o 6º monarca da XIX Dinastia.

Examinando documentos, foi possível descobrir que o Conde Rochester pode ter razão naquilo que escreveu sobre um filho ilegítimo do faraó, pois várias fontes dão Amenmesés, filho bastardo de Menerphtah.

Correspondendo à verdade, creio eu que Seti, esfaqueado na pavorosa “noite da páscoa” de modo a ficar al-gum tempo em recuperação, tenha tido seu direito ao trono usurpado pelo meio irmão. Múltiplas fontes dão A-menmesés como monarca que reinou por pouco tempo, entre Menerphtah e Seti II. Outros autores sequer citam a figura enigmática do usurpador, certamente pelo pouco que representou.

5- Tanto é verdade que o primogênito do faraó não morreu naquela noite, que há dados a seu respeito:

Seti II, filho mais velho e herdeiro de Merenptah com Istnofret, foi o chefe militar no reinado de seu pai e talvez tenha sido meio irmão de Amenmesse. Suas esposas foram Takhat II, Tausert e Tiaa.

Amenmesse, cognominado “Usurpador”, reinou por tempo curto antes de Seti assumir o trono. Seti II prosseguiu as campanhas militares na Núbia e no Sinai, onde seu nome foi encontrado. Seu reinado foi pacífico, sendo que suas obras conhecidas são um templo em Hermópolis come-

çado por seu avô Ramsés II, adições ao Templo de Karnak e um templo para Mut. Sua tumba fica no Vale dos Reis no número 15, encontrada por Howard Carter em 1903 enquanto

escavava a tumba de Tutankhamon.

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CAPÍTULO 16

A SAÍDA DOS HEBREUS

9999-- Naquela mesma noite, o faraó chamou Moisés e Aarão, e disse: Levantai-vos, saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide servir ao Senhor, como tendes dito. Levai também convosco os vossos rebanhos e o vosso gado; ide embora e abençoai-me também a mim. (12: 31 a 32)

Comentário: Puxa, como o faraó falou manso! Como reagiu com brandura! Sabendo mortos os filhos do seu

povo e chorando o próprio filho, o faraó ficaria tão amável? Qual pai manteria a calma e o tom de voz como fez o faraó nesta cena descrita por Moisés? Qual pai não saltaria no pescoço do que tentou matar seu filho?

2- ...ide embora e abençoai-me também a mim. Ah, o Moisés escrevia cada mentira! Leitor, você acredita que depois de ser agredido por seres cruéis como

Moisés e o deus, o faraó lhes pediria a bênção? Ele os mandaria para o quinto, o sexto e o sétimo dos infernos.

3- “Levai convosco os vossos rebanhos e o vosso gado.” Moisés declarou que havia egípcios que serviam como servos junto à mó e outros egípcios apodreciam no

cárcere. (11: 4 e 5 e 12: 29.). Quanto aos escravos hebreus...Tadinhos! Além de levar um vidão, saíram da servidão levando seus rebanhos e gado! Saíram do Egito com dificuldade para carregar o produto do saque, enquanto os egípcios ficaram com um país espoliado, desfalcado, despojado de seus animais, suas joias, suas riquezas; suas lavouras, seus filhos...

E agora, Moisés? Onde estão aqueles que “gemiam sob a dura servidão”? Cadê a miséria e o sofrimento dos “escravos” israelenses? Vamos, explique-se!

***** 110000-- E os egípcios apertavam ao povo, e apressando-se por lançá-los para fora da terra. (12: 33)

Comentário: Aqui, percebemos que Moisés se desdizia:

a) Há pouco, ficamos admirados vendo o faraó falando manso, “permitindo delicadamente” que os israelitas fossem embora. Não houve confronto, não houve violência sequer nas palavras.

b) Na presente nota, porém, os israelitas são enxotados, expulsos, lançados fora com violência. c) E adiante, Moisés afirma que os hebreus não saíram de modo suave e sim, fugiram (14: 5) não se

retiraram com a aquiescência do faraó, o qual chegou a pedir a bênção! (12: 31 a 32)

Afinal, os judeus saíram com a permissão do faraó, foram expulsos, ou fugiram? Basta uma vasculhadinha de nada, que a gente descobre cada incoerência de dar gosto, cada mentira troncuda!

2- Dizem que não se pode tomar a bíblia ao pé da letra. Dizem eles que é preciso buscar o sentido oculto. Sim, quando se trata de estudar as parábolas de Jesus, este princípio deve ser aplicado, pois quando Jesus

falou no semeador, não estava fazendo referência a semeador de verdade, nem a semente nenhuma, nem a pe-dra, nem a terra dura, nem a passarinhos que comeram semente, nem terra fofa e estercada. Tudo era sentido figurado, simbólico, tudo de modo a ser interpretado pelos ouvintes daquele período e dos milênios vindouros. E, enquanto Jesus ensinava por parábolas, Moisés escrevia um diário sem conferir-lhe sentido oculto nenhum.

Pergunto eu: Ao escrever um diário, a pessoa estará pretendendo registrar fatos para o aqui e agora; estará querendo deixar como registro aquele dia, aquele momento, ou estará querendo mandar um ensinamento a uma civilização que poderá ou não existir daqui a quatro mil anos?

Está claro que Moisés não estava escrevendo em código coisa nenhuma! Para quem duvida, basta comparar suas narrações às parábolas de Jesus – estas últimas sim, eram códigos para o futuro daquela humanidade.

*****

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110011-- O povo tomou a massa antes que ela levedasse, e as amassadeiras nos ombros. (12: 34) Comentário: E esta massa de pão foi assada onde? E em quais condições? Por que não foi assada enquanto eles se encontravam parados e folgados ainda dentro de casa? Por que levar

massa crua para o desconforto do deserto, sem saber o que encontrariam mais adiante? E esta massa sem assar foi o único alimento que aquele povo levou! Nem Moisés e nem o deus perceberam

a contradição: deram tanto valor à massa sem fermento, que esqueceram de levar comida.

2- Moisés não toca no assunto das crianças, dos velhos, dos doentes que saíram naquela viagem sem rumo.

Não fala nas grávidas que estavam para dar à luz naquele dia, nem nas que dariam à luz no dia seguinte, nem nas que tiveram nenê no dia anterior. Sim, pois numa massa de dois milhões e meio de pessoas havia bebê nas-cendo todos os dias.

Moisés não comenta as dificuldades, os problemas, os sentimentos, o estado de ânimo de cada um. Mas fala até o exagero do pão sem fermento, como se isso fosse mais importante que todo o resto; como se Jeová não tivesse outra preocupação que não fosse seu regime de emagrecimento.

Houve inversão de valores: os ritos eram levados a sério até o abuso, sem o mínimo respeito às pessoas e às coisas realmente importantes.

Os homens transformaram Deus em mentira, servindo a criatura no lugar do Criador. (Rom: 1. 25)

***** 110022-- Os hebreus seguiram a ordem de Moisés, e pediram aos egípcios: prata, ouro e vestidos. E o Senhor deu

graça aos olhos dos egípcios, de modo que estes lhe davam o que pediam; e despojaram aos egípcios. (12: 35 e 36).

Comentário: Por Deus Verdadeiro, estas palavras estão na bíblia: despojaram os egípcios! Bonito, heim, Jeová! Ensinando a roubar! Ah, que sujeira! Que grande deus é você! Cadê sua honestidade? Cadê sua honradez, sua decência? Cadê sua vergonha na cara? Cadê que você é justo? Como é que se pode seguir a “sua” lei de “Não furtar”, se você é o chefe dos ladrões? Como é que se pode seguir a “sua” lei de “Não mentir”, se você é quem comanda a mentira?

2- Desde o comecinho desta história, desde a primeira vez que o deus “apareceu” para o Moisés naquela sarça

ardente, antes ainda dele retornar ao Egito, lembra? - pois naquela ocasião o deus já tocou no assunto de lançar as mãos sujas nos bens dos egípcios. Moisés vinha, portanto, mais arquitetando jeitos de espoliar o Egito, do que de libertar os “escolhidos”. Na nota nº. 20, comentei sobre aquela prosa. Agora, porém, chegou a oportunida-de de dar cumprimento às ordens.

Acontece que existe aí incongruência – mais uma – impossível de não ser percebida. Vamos lá: Imagine leitor, que uns bandidos tenham entrado na sua casa e matado seu filho. Horas depois, os mesmos

bandidos chegam para você pedindo suas joias, suas roupas. Você reconhece neles os matadores de seu garoto. O que você faria se estivesse nesta situação: Entregaria suas riquezas àqueles que acabaram de assassinar

o seu filho, ou lhes daria um tiro na cara? - ... Não ouvi direito sua resposta, mas imagino que sei qual é. Bem... Pode ser que você esteja em estado de nirvana, em paz com o mundo, que esteja cultivando a doutrina

de Jesus: perdoando, dando a face direita a quem o feriu na esquerda. Tudo bem, você está nestas condições atualmente, já no 3º milênio. E, se você está hoje todo perdão, pode ter certeza que, há quatro mil anos, o povo não estava para perdoar depois de uma crueldade daquele tamanho; nem depois de uma crueldade pequena e nem depois de crueldade nenhuma.

Assim, só pode ser mentira que as famílias debruçadas sobre os cadáveres de filhos tivessem, de boa vonta-de, apanhado baixelas, joias e vestimentas para entregar aos homicidas.

No entanto, o finório do Mesu não sairia do Egito de mãos abanando. O mais provável é que Rochester esti-vesse com a razão ao afirmar que, antes da peste nos animais e da peste nas pessoas, Moisés já dera ordens para que os hebreus fossem subtraindo seus tesouros, fossem arrebanhando o mais que pudessem em rique-zas. E é possível que assim tivesse sido, visto que Moisés não previa tantas recusas do faraó em ceder aos seus pedidos. Neste caso, é possível que os hebreus já houvessem roubado os seus valores, desde que não eram atontados a ponto de pedir riquezas em meio a cenas tão lamentáveis.

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Ou então: de manhãzinha, os cadáveres estavam sendo encontrados e foi aí que a balbúrdia começou, se am-pliou e se generalizou. É possível que os objetos valiosos tivessem sido roubados naquele momento, quando os donos das casas se encontravam em dor superlativa sem condições de observar o que se passava em volta.

É da narração de Rochester, na voz de Pinehas a seguinte fala de Moisés, ocorrida ainda durante a quinta praga, quando já esperavam receber carta de alforria:

“Dizei a vossas mulheres que deixem lavadas, enxutas e empacotadas as roupas e o que possuirdes de mais precioso. Por outro lado, arrebanhai dos egípcios o mais que puderdes em ouro, baixelas, pedrarias e tecidos. Carregai as mulas e os camelos de quantos tesouros puderem suportar e nada temais. Sois o povo escolhido e deveis sair daqui não como mendigos, mas ricos e poderosos. E o Eterno vos ordena, pois, pi-lhar o ouro dos réprobos. Temos necessidade deste ouro para fundar um reino e construir nosso templo. E nada do que temos deverá ficar para trás; deveis, pois, levar como relíquia sagrada as cinzas do patriarca José, a fim de que a bênção dos antepassados vos acompanhe à nova pátria.”

Adiante, Necho descreve:

“Nos dois ou três dias imediatamente após a saída dos hebreus, além do desespero de milhares de fa-mílias atingidas pela última praga, a raiva empolgou a população por haver verificado que os hebreus, ao partir, haviam cometido enormes roubos, sem falar no prejuízo por empréstimos não resgatados.”.

3- Isso tudo pode ter sido verdade. O povo que colocou como condição para o casamento da filha Diná com Siquén, a circuncisão de todos os

homens de uma cidade e cuja condição foi aceita; Que esperou que os homens entrassem no terceiro dia após as cirurgias, quando estavam inchados, febris e

sentindo dores atrozes para invadir a cidade; Que matou a todos os homens, os quais estavam doentes, impossibilitados de se defender; Que saqueou seus bens e rebanhos, deixando as velhas viúvas desabastecidas de víveres, de tudo; Que escravizou seus meninos e suas donzelas, Não lançaria mão de um golpe para matar os filhos e saquear os pais? O caso Diná e Siquén está descrito na bíblia com pormenores, em Gênesis, 34: 1 a 31 e comentado no nosso

volume anterior. Vale a pena conferir, pelo tamanho da perversidade do “povo do deus”.

4- Que deus sem competência é este que, ao invés de produzir e colocar nas mãos dos “protegidos” os meios

que estes necessitam para fundar um reino, fá-los roubar e sair correndo? Sendo poderoso, o Jeová poderia fabricar montanhas de ouro, montanhas de prata e pedras raras, montanhas

de tecidos finíssimos. Mas, quem não tem poder para construir precisa roubar para possuir. Que diferença entre este deus de mentira e Deus Verdadeiro! E este mesmo deus, o maior dos ladrões, vem depois, com cara de anjo, com o “Não furtarás”.

5- E Moisés, com todo orgulho deste mundo relata cheio de arrogância, que “despojaram os egípcios”! Que grande coisa! É o mesmo que dar uma paulada na cabeça de um bebê para roubar-lhe os sapatinhos e

depois se pavonear pela façanha. Moisés teria tido maior aura de grandeza se tivesse envolvido seu povo numa história de sacrifícios, renún-

cia, e trabalho para obter parcas moedas com as quais se alimentar. Teria tido maior valor se deixasse ao mundo uma saga de fé, orações, amor ao próximo... Mas não! O presunçoso, sem saber que, mais tarde Deus Verda-deiro apresentado por Jesus reprovaria o roubo, a desonestidade e a injustiça, fica todo orgulhoso por haver despojado alguém.

É tão inacreditável imaginar Deus Verdadeiro ensinando a roubar, quanto satanás ensinando a perdoar, a amar, curar, auxiliar.

Quem ensina a roubar não pode ser senão alcunhado de inimigo, oposto de Deus Verdadeiro. Nunca é demais repetir o que disse Jesus a respeito de Jeová: “Ele é o diabo”!

***** 110033-- Assim viajaram os filhos de Israel de Ramessés a Sucote, cerca de seiscentos mil homens a pé, sem con-

tar mulheres e crianças. (12: 37) O tempo que os filhos de Israel moraram no Egito foi de quatrocentos e trinta anos. E, ao fim de quatrocentos e trinta anos, naquele dia, os exércitos do Senhor saíram da terra do Egito. (12: 40 e 41)

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Comentário: Saíram do Egito 600 mil homens adultos, sem contar mulheres e crianças. Há quem conteste este número, por achá-lo grande demais. Contudo, eu o considero pequeno e até insignificante, pois Jeová prometeu aos patriarcas uma descendên-

cia tão grande quanto as estrelas do céu e as areias do mar. No volume anterior fiz contas, que aqui serão repeti-das e o leitor verá que 600 mil homens são um nada perto da “promessa” do deus. Naquela oportunidade escrevi:

O deus vive dando prole farta, mas é fato matemático: todo casal com filhos tem descendência crescente! Não

sei porque tanto bater na tecla de que os favorecidos pelo deus terão grande número de descendentes. Só para exemplificar: Tendo em média 5 filhos por casal, em cada geração a descendência será sempre cinco vezes maior que o número obtido anteriormente. Veja os números:

Quem tem 5 filhos terá 25 netos, 125 bisnetos, 625 trinetos, 3.125 filhos dos trinetos, 15.625 netos dos trinetos, 78.125 bisnetos dos trinetos, 390.625 trinetos dos trinetos – E o número vai aumentando: De 1.953.125 pula para 9.765.625, que vai para 48.828.125, que aumenta para 244.140.625, que passa a ser

1.220.703.125. Em apenas 14 gerações - ou em 350 anos (multiplicando 14 gerações por 25 anos, que é o número de anos conside-

rado válido para cada geração) - o casal, aumentando sempre na mesma proporção, acaba sendo 6 bilhões, 103 milhões, 515 mil e 625 pessoas. E este número, sendo multiplicado por 5, vai crescendo, ao infinito!

Mas, graças a Deus Verdadeiro, morre gente quase na mesma proporção, senão o planeta seria insuficiente para uma única família – não necessariamente israelita.

O cálculo foi feito dando cinco filhos em média, por casal. À época em foco, porém, as mulheres tinham dez, quinze ou mais filhos. Nesta proporção, não há vantagem

nenhuma num deus que promete grande número de descendentes! Qualquer família pode tê-lo, sem precisar de um deus exclusivo.

Notar que, no cálculo que fiz, não foi somada a geração anterior. Considerei como se as gerações mais velhas fossem morrendo à medida que as novas gerações fossem nascendo. Também não foram juntados os genros e as noras. Se juntasse pais, avós, noras e genros, os números seriam bem maiores que os que obtive.

Veja o mesmo cálculo partindo de Israel, que tinha 13 filhos – a Diná era filha também.

Cada filho de Israel tendo em média 5 filhos, teremos: 65 netos, 325 bisnetos, 1625 trinetos, 8.125 filhos dos trinetos, 40.625 netos dos trinetos, 203.125 bisnetos dos trinetos, 1.015.625 trinetos dos trinetos, Pulando a 5.078.125, Que aumenta para 25.390.625, Que vai para 126.953.125, que sobe para 634.765.625, que se transforma em 3.173.828.125, que pulam

para 15.869.140.625 pessoas com menos de 25 anos de idade. Este número não inclui cônjuges nem o número anteriormente obtido; é como se os pais, os avós e os

outros ascendentes morressem quando cada nova geração despontava. O último número totaliza somente a geração mais nova.

Em 400 anos, os filhos de Israel ter-se-iam multiplicado, totalizando 79.345.703.125 pessoas! E, em 430 anos, que é o número de anos dados pela bíblia para a permanência dos israelitas no Egito, o

número seria 396.728.515.625 de pessoas com menos de 25 anos de idade!!! Muito mais que os 600 mil homens adultos que o Moisés se envaidece de ter tirado do Egito.

2- Quantos israelitas terão composto a caravana de Moisés? Se ele garante que foram seiscentos mil homens adultos, é possível crermos que houvesse número aproxima-

do de mulheres adultas. Somando homens e mulheres, teremos um milhão e duzentas mil pessoas adultas. Desta quantidade, pelo menos a metade formava casais. Teremos, pois, trezentos mil casais com filhos, ou ap-

tos a tê-los. Com trezentos mil casais possuindo cinco filhos cada um, teremos um milhão e quinhentas mil crianças e

adolescentes. Juntando estes últimos a adultos, chegaremos ao total de israelitas que se aventurou com Moisés pelo deserto:

2.700.000 – dois milhões e setecentas mil pessoas.

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Aqui vou repetir, porque adoro levantar lebres: este número é muito menor que o tanto que o deus prometeu para a descendência de Abraão. Se o deus cumprisse o prometido, o número seria 165.303 vezes maior!

3- cerca de seiscentos mil homens a pé, sem contar mulheres e crianças. No comentário nº 101, Moisés fala em mulheres e crianças só de raspão, mas não aprofunda. Não comenta.

Não fala nos idosos, nos doentes nas grávidas que estavam para dar à luz naquele dia, nem nas que dariam à luz no dia seguinte, nem nas que tinham tido nenê no dia anterior. Sim, pois numa massa de dois milhões e meio de pessoas havia bebê nascendo todos os dias.

Retornando ao assunto.

Cada povo tem uma taxa de natalidade diferente de outro povo, dependendo de fatores que não interessam aqui. Em média, no mundo, a taxa de natalidade são 20 nascimentos em cada mil habitantes. Entre os israelenses são 18 nascimentos por cada mil habitantes, mas as fontes são incompletas, pois não dão o período– se num ano, num mês ou num dia. Neste caso, não tem validade para os propósitos deste livro.

É verdade que é impossível comparar o Brasil atual com Israel de quatro mil anos lá atrás, mas estamos ape-nas no campo das hipóteses e, à falta de parâmetros confiáveis, me servi do exemplo do Brasil onde, segundo as estatísticas, somos em torno de 200 milhões de habitantes, com ocorrência de 8200 nascimentos diários.

Sendo dois milhões e meio de retirantes hebreus e, tendo por parâmetro o Brasil, o cálculo seria assim:

200.000.000 pessoas = 8200 nascimentos por dia 2.500.000 pessoas = 102,5 nascimentos por dia

Se houvesse correspondência, portanto, entre os dois milhões e meio de israelenses, nasceriam 102 crianças por dia. Estes números são referentes à atualidade, pois que na antiguidade fatores que não conhecemos poderia modificar para mais ou para menos estes números.

Muito bem, todas estas contas eu as fiz para que você sinta a dificuldade da saída dos hebreus do Egito. Justo naquele dia, 102 mulheres estavam dando à luz. No dia seguinte, já em jornada, mais 102 bebês nasce-

ram. No terceiro dia, outras 102 mulheres entraram em trabalho de parto. E assim por diante. Considerando as condições em que passaram a viver, se não morressem no nascimento, poucas destas 102

crianças sobreviveriam. Mas não é à morte das crianças que quero chegar. Quero chegar no sofrimento das grávi-das tendo de caminhar sem parar naquele clima cáustico, nas areias abrasadoras antes e após o nascimento do filho. Sentindo fraqueza, vertendo sangue na hemorragia natural das parturientes, sem a necessária higiene para bebê e mãe, sem alimento adequado, sem roupas limpas para trocar filho e mãe, sem ter onde lavar as roupas de sangue da mãe e de cocô do bebê. E não podiam parar! Tinham de andar, andar para se distanciar dos egípcios que, certamente, sairiam em seu encalço assim que descobrissem o roubo colossal.

Sem falar dos velhos e doentes, cujas dores os impediam de caminhar. Certamente eram levados em padiolas por familiares que, a bem da verdade, não tinham tempo para paparicar ninguém, dadas as dificuldades todas que estavam vivenciando naquela viagem estúpida deserto afora.

E os que iam morrendo pelo caminho? Eram enterrados ou deixados aos abutres? Que imenso campo de cadáveres tornou-se aquele deserto nos 40 anos de peregrinação!

***** 110044-- Ainda saiu com eles grande mistura de gente e, em rebanhos e manadas, grande número de gado. (12: 38) Comentário: Moisés coloca vasta quantidade de não israelitas saiu com eles do Egito, ao declarar: Ainda saiu

com eles grande mistura de gente. É possível, sim. Rochester fala de Pinehas, egípcio que traiu seu povo e acompanhou os hebreus por amor a uma mulher. E,

como Pinehas, muitos outros não hebreus acompanharam a caravana. Naquele tumulto, podemos ter certeza que: Adolescentes sem juízo; Amantes fugindo de seus cônjuges para viver um romance de amor; Aventureiros à caça de emoções, Namorados fugindo dos pais, Criminosos egípcios e não egípcios, Desiludidos no amor, Famílias inteiras sem horizontes quanto ao futuro, Pessoas sem compromisso, Servos e escravos de outras nacionalidades Uniram-se aos semitas naquela viagem e assim, o número de pessoas cresceu mais, muito mais...

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2- Que aspecto teria aquela imensidão de seres vivos em movimento? Dificílimo visualizar, mesmo mentalmente, tamanha caravana avançando por aqueles cenários brancos. Difícil imaginar a poeira, os gritos dos homens tangendo rebanhos, o barulho dos animais balindo, berrando, re-

linchando, zurrando... É impossível imaginar o desconforto com areia entrando pelo nariz, boca, olhos... A fome, o calor, o suor, o cansaço, a sede, a roupa roçando na pele fazendo vergões, os pés em calçados que

afundavam no chão mole e se enchiam de areia comparável a lixas que castigavam cada milímetro da pele desa-costumada a tanto desconsolo...

E mais as tempestades de areia que, volta e meia infernizam o deserto... É impraticável idear um milhão e meio de crianças irritadas, lagrimando de fome, querendo cama, colo... As grávidas e os idosos capengando sem suportar o ritmo da caminhada... Os doentes rezingando dores... É tarefa não finalizável a visualização de uma refeição nestas condições, e eles tinham de parar, pelo menos

uma vez no dia para comer e dormir. Aquele povo todo indo... Para onde? Ninguém esperava chegar a lugar nenhum, porque desconheciam o obje-

tivo que os pusera em marcha. E, avançando sem conhecer o objetivo, a caminhada se tornava, necessariamente, intolerável e muito mais aflitiva.

3- Que extensão cobriria aquela multidão em movimento? Para responder a esta pergunta, me acompanhe numas contas: Supondo que, naquela imensa procissão, cada pessoa, deixando sobrar alguns centímetros à sua frente e às

suas costas, ocupasse o espaço equivalente a 1 metro. E pronto! Temos o tamanho do espaço usado por eles: As 2.500.000 pessoas como numa procissão, usariam 2.500.000 metros de comprido. Quanto vem a ser isso? Quanto representa este número? Vou continuar fazendo as contas, por etapas. Guarde este número: 2.500.000 metros lineares ocupados pelas pessoas.

4- Isso se fosse só gente. Mas Moisés, convencido demais, fala também num número incalculável de “reba-

nhos e manadas, uma grande quantidade de gado”. É impossível imaginar uma caravana composta por dois milhões e meio de pessoas, mais os milhões de came-

los, cabras, ovelhas, jumentos, cavalos e vacas. Temos, no entanto, de adicionar os rebanhos às pessoas. Vamos supor que aqueles dois milhões e meio de fugitivos estivessem divididos em famílias com umas 10 pes-

soas cada uma. Com este cálculo, teremos 250.000 famílias. Cada família tinha o seu rebanho – mas não vamos dificultar demais, senão Jeová vai ficar encabulado e não é

este nosso objetivo. Vamos diminuir ao máximo estes números e imaginar que cada família tivesse somente dois camelos para carregar sua mudança, uma vaca que produzisse leite para a meninada, um bezerro para não dei-xar secar o leite da vaca, um cavalo, um jumento, um cabrito e uma ovelha. Este número é modesto, comparado aos “rebanhos e manadas, uma grande quantidade de gado” descrito por Moisés. Mas vamos nos contentar com isso e prosseguir:

São, portanto 8 animais para cada família. Multiplicando 250.000 famílias por 8 animais, teremos 2.000.000 cabeças de gado. Cada bicho ocupará, de acordo com o seu tamanho, um espaço maior que aquele ocupado pelas pessoas. Di-

gamos que, um pelo outro, ocupassem dois metros de espaço. Somente os animais usavam 4.000.000 metros lineares; 4.000 quilômetros, se seguissem em fila indiana.

5- Juntando pessoas e rebanhos, vamos encontrar um número fabulosamente grande: As pessoas ocupam 1 metro linear de espaço, e seus animais, dois metros cada qual. Somando os 2.500.000 metros ocupados pelas pessoas aos 4.000.000 metros lineares usados pelos reba-

nhos, serão 6.500.000 metros de comprimento que teria aquela fila. Ou 6.500 quilômetros. É maior que o tamanho do Brasil, de lado a lado ou de cima pra baixo! É uma vez e meia a distância entre os pontos extremos do Brasil. Veja o tamanho do país:

Arredondando os números, vamos às contas: O alcance entre os extremos norte e sul de 4.300 km e o tamanho da fila dos fugitivos, 6.500 km. A fila sai de Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul e sobe reto até alcançar o ponto extremo lá de cima: o Monte

Caburai, no mais longe do norte de Roraima. Daí, a fila faz um ângulo agudo e retorna, anda mais 2.110 km, che-gando a Brasília.

Mas sejamos realistas e admitamos a impossibilidade de anda em fila indiana. Naquele acúmulo de gente pode ser que, em média, elas caminhassem lado a lado. Em fila dupla, seriam 3.250 quilômetros. O mesmo que a distância entre Brasília e Rio Branco, no Acre. Ou

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entre Manaus e Brasília. Ou entre São Paulo e Porto velho. Em fila de 4 pessoas ou animais, ocupariam uma extensão de

1.625 quilômetros. É como a distância entre São Paulo e a Foz do Iguaçu.

Com 8 pessoas lado a lado, o bolo de gente totalizaria 812 qui-lômetros. É a mesma distância entre Curitiba e Rio de Janeiro. É mais que entre Fortaleza e Recife. É quase a distância havida entre Manaus e Boa Vista ou entre Manaus e Porto Velho.

Tendo 15 pessoas uma ao lado da outra, a serpente formada por gente somaria 406 quilômetros. Como de São Paulo a Curiti-ba. Quase como de Porto Alegre a Florianópolis.

É gente para chuchu!

6- Como veremos no prosseguimento, aquela terra cansada de

ser prometida, ficava a 830 quilômetros de distância e, mesmo assim, os hebreus demoraram 40 anos a chegar!

Como demoraram tanto, se, andando oito pessoas ou animais lado a lado, quando o rabinho da fila estives-se saindo do Egito, o começo da fila já estaria chegando a Canaã?

Alguma coisa está errada. Ou não havia tanta gente e tanto animal, Ou então não demoraram 40 anos para chegar, Ou a história escrita por Moisés não passa de balela, conversa.

***** 110055-- Disse o Senhor: Esta é a ordenança da páscoa; nenhum estrangeiro comerá dela; mas todo escravo

comprado por dinheiro, depois de circuncidado, comerá. O forasteiro e o assalariado não comerão dela. Numa só casa se comerá o cordeiro; não levareis daquela carne fora da casa nem lhe quebrareis osso algum. Quando algum estrangeiro quiser celebrar a páscoa ao Senhor, circuncidem-se todos os seus varões; então se

chegará e a celebrará, e será como o natural da terra; mas nenhum incircunciso comerá dela (12: 48). Haverá uma mesma lei para o natural e para o estrangeiro que peregrinar entre vós (12: 49). Assim fizeram os filhos de Israel como o Senhor ordenara (12: 43 a 50).

E cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque ela não se tinha levedado, porquanto foram lançados do Egito; e não puderam deter-se, nem haviam preparado comida. (12: 39).

Esta é uma noite que se deve guardar ao Senhor, porque os tirou da terra do Egito; esta é a noite do Senhor, que deve ser guardada por todos os filhos de Israel através das suas gerações (12: 42).

Comentário: Prestou atenção? Tudo foi repetido com ênfase. Observe: Preocupação, com pão sem fermento, recomendações sobre a carne assada, mas não cozida; tanta inquieta-

ção com as sobras da carne, com as ervas amargas; tanto cuidado com os ossos do assado, com circuncidar quem vai comer e outras normas cujo sentido me escapa - e não mandou preparar comida para a viagem!

A tônica recaiu em preceitos que dariam partida à religião mosaica, normas que marcariam aquela noite para a posteridade - e não na sobrevivência do povo, no seu bem estar e nas suas necessidades, como se comer sem fermento fosse mais importante do que comer.

Será que Deus Verdadeiro estaria preocupado com o pão, ou com o povo?

2- E “O forasteiro e o assalariado não comerão dela. Quando algum estrangeiro quiser celebrar a páscoa

ao Senhor, circuncidem-se os seus varões... mas nenhum incircunciso comerá dela”. Somente os judeus podem festejar a páscoa e os outros povos não podem comemorá-la. Assim sendo, por que os cristãos a comemoram? Por que os católicos, protestantes e espíritas a comemo-

ram? Se não estamos circuncidados nem somos judeus, a páscoa nada tem a ver conosco.

3- “... o assalariado não comerá dela”. Jeová é só dos ricos, pois o empregado que vive de salário está fora da celebração! Mas, peraí! Os hebreus eram o quê? Patrões? Empresários? Nada disso! Na época, eles ainda eram escravos e, neste caso também não poderiam comer a páscoa! A bíblia das Paulinas trocou o termo “assalariado” por “mercenário”.

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No dicionário colhi a definição: “Mercenário é desejoso de lucros, ávido por ganho, interesseiro.”. Assim, eis outra razão para os hebreus ficarem sem festejar a páscoa: eles eram mercenários!

4- “O forasteiro... não comerá dela”. Portanto, repito: O que temos nós outros com a páscoa dos hebreus? Por que a festejamos? Os cristãos, somos forasteiros; somos estranhos, somos estrangeiros, não tivemos participação (graças a

Deus Verdadeiro!) na matança dos egípcios naquela noite pavorosa. Por que nos submetemos à comemoração da páscoa, se o próprio deus nos excluiu?

Eu repito: Se nossa festa é para celebrar a ressurreição de Jesus, então a festa teria de ser no sábado da ale-luia – dia em que Nosso Amado Mestre retornou à vida – e não no domingo, quando a festividade nada tem de cristã, nada tem de sublime, nada tem a ver com Cristo; a páscoa é festa pagã, pertence exclusivamente aos judeus. É contraditório que nós, discípulos de Cristo, festejemos aquela noite de pilhagem e assassinatos, quando pretendemos seguir o Evangelho de Jesus, a prática da não violência, do amor, do perdão, da caridade.

Finalizando o capítulo, vamos retomar um assunto: a majestade do Egito perante o restante do mundo, inclusive

perante o “povo protegido pelo deus”. Nós nos curvamos perante os egípcios os quais enfrentaram na sua 19º Dinastia, com o Faraó Menerphtah, con-

tratempos climáticos e sociais colossais dos quais se refizeram, se recompuseram e seguiram em frente – contra-tempos estes que, por gigantescos, foram usados por Moisés como se fossem exclusividade sua, como se o próprio Ser Celeste de maior amplitude se ajoelhasse a seus pés e lhe obedecesse as vontades.

Nós nos curvamos diante daquele povo magnífico, dono dos maiores mistérios do mundo, monumentos tão ex-traordinários quanto perfeitos em beleza, simetria, tamanho, e assombro que causa ao ser que os contempla. Certa-mente aquelas obras não são simplesmente de arte – e sim, obras com algo de divino e, pela amostra, afirmamos que os deuses egípcios não eram de se menosprezar, não! Se houve um povo que poderia ser chamado de “protegi-do”, este povo é o egípcio, contemplado por forças desconhecidas, apesar de Jeová, o ser trevoso, haver “zombado” dele (“para que contes a teus filhos... como zombei dos egípcios.”. (Exo. 10: 1 e 2).

O deus mosaico zombou dos egípcios, humilhou-os e, mesmo assim, eles conseguiram ir adiante, donos de uma senhora civilização que nunca pôde ser imitada.

A força dos deuses egípcios está lá, até hoje, envolvendo a alma humana de curiosas interrogações e desejos de penetrar os seus mistérios, enquanto que a força de Jeová está somente na narração ingênua, inconsistente e desco-nexa de Moisés, sem coisa alguma de concreta.

A grande pirâmide egípcia e até mesmo sua imitação em cartolina, madeira, vidro e cristal atrai energia cósmi-ca. Enquanto isso, o que o povo de Moisés tem para oferecer ao mundo? Criatividades bíblicas?

Protegidos pelo deus “em pessoa”, era obrigatório que sobrepujassem em algum campo mais transcendental os opositores e, no entanto nunca passaram de gente comum – trabalhadora sim, inteligente sim, mas sem legar ao mundo grandes grandezas.

*****

Comentário: Aqui interrompo esta análise e, no próximo volume continuarei com ela. Vamos estudar, nos próximos escritos:

A travessia do Mar Vermelho. A viagem dos hebreus pelo deserto.

As dificuldades. As rebeliões.

Os dez mandamentos. O maná.

As outras leis fornecidas por Moisés.

BIBLIOGRAFIA

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