1 Planejamento Temático e Webquests: Uma Opção Para o ... · Planejamento Temático e Webquests:...

20
1 Planejamento Temático e Webquests: Uma Opção Para o Ensino de Língua Estrangeira no Laboratório de Informática. Adriana Ribeiro Siqueira Witzel 2 3 Orientadora: Maura Bernadon 1 Artigo Final sobre pesquisa e implementação realizados como parte do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – do estado do Paraná, 2007-2008. 2 Professora de LEM-Inglês da Rede Estadual de Ensino do Paraná desde 1997, Especialista em Língua Inglesa, co-autora do LDP do Paraná, 2006. 3 Professora Orientadora do PDE na UNIOESTE- Toledo/PR e professora do Curso de Secretariado Executivo Bilíngue da UNIOESTE- Toledo/PR

Transcript of 1 Planejamento Temático e Webquests: Uma Opção Para o ... · Planejamento Temático e Webquests:...

1

Planejamento Temático e Webquests: Uma Opção Para o Ensino de Língua Estrangeira no Laboratório de Informática.

Adriana Ribeiro Siqueira Witzel2 3 Orientadora: Maura Bernadon

1 Artigo Final sobre pesquisa e implementação realizados como parte do Programa de Desenvolvimento

Educacional – PDE – do estado do Paraná, 2007-2008.

2 Professora de LEM-Inglês da Rede Estadual de Ensino do Paraná desde 1997, Especialista em Língua Inglesa, co-autora do LDP do Paraná, 2006.

3 Professora Orientadora do PDE na UNIOESTE- Toledo/PR e professora do Curso de Secretariado Executivo Bilíngue da UNIOESTE- Toledo/PR

2

RESUMO O presente artigo tem como objetivo compartilhar os resultados da pesquisa e implementação do método de ensino denominado webquests, o qual utiliza-se principalmente dos fundamentos teórico-práticos presentes nos estudos sobre ensino mediante tarefas e de recursos tecnológicos encontrados com a utilização do computador e seus programas. A pesquisa utilizou o método qualitativo interpretativo e a implementação deu-se em duas turmas do terceiro ano de ensino médio do Colégio Estadual Santo Agostinho, na cidade de Palotina, oeste do Paraná, no primeiro semestre do ano de 2008. Constatou-se a eficiência do método, desde que sejam feitas algumas adaptações observando-se o que dizem as diretrizes nacionais e estaduais para o ensino de língua estrangeira no que se refere a garantir a inserção do aluno na sociedade proporcionando-lhe a oportunidade de refletir, adaptar ou melhorar a sua realidade e considerando-se a realidade sócio-política-cultural dos alunos, bem como as condições físicas e estruturais da escola onde o aluno se encontra. Palavras-chave: tarefas.webquests.temas.ensino.inserção.computador. ABSTRACT This present article aims to share the results from the research and implementation of the teaching method called “webquests”, which is based on the theories found mainly in the studies about teaching through tasks and the technological resources found in the computer and its programs. The research used the qualitative interpretative method and the implementation was with two teams from High Schools students, aged 15-17 at Colégio Santo Agostinho, in Palotina, Paraná, in the first semester of 2008. It was noticed the method's efficacy, since some adaptations can be done, observing what the Diretrizes Nacionais and Diretrizes Estaduais for the teaching of foreign languages say concerning to the garantee of the students' insertion in society, providing the opportunity to reflect, adapt or improve his/her reality and considering the students'socio-political and cultural reality, as well as the physical and structural conditions from the school where the student is in. Key-words:tasks.webquests.themes.teaching.insertion.computer

3

1. Introdução

A pesquisa realizada teve como objetivo culminar na confecção de modelos

didáticos para a utilização no laboratório de informática e como extensão em sala

de aula. Esses modelos estariam embasados na integração da Abordagem de

Ensino por Meio de Tarefas, da Pedagogia Crítica e do Planejamento Temático,

com o explícito propósito de contribuir com a organização do trabalho de ensino

de língua inglesa no laboratório de informática mediante elaboração de material

didático colaborativo. No entanto, pelo caráter de intervenção, o qual fora exigido

nas orientações de trabalho dos professores PDEs, no sentido de contribuição

para a melhoria do trabalho pedagógico e solução dos problemas levantados no

âmbito escolar4, também foi possível fomentar a reflexão por parte dos

professores com relação ao uso da Internet e do computador para fins

pedagógicos, por meio de exposição da pesquisa realizada e de seus resultados

para os demais profissionais na escola onde o método fora aplicado.

2. Desenvolvimento

Para responder as questões que compõem os objetivos descritos neste

projeto, a saber: de que formas os professores poderiam elaborar

colaborativamente tarefas mediante o uso do computador e da internet e como

este material seria utilizado por eles e pelos alunos, organizou-se a pesquisa nas

fases a seguir:

a) Reunião com os professores de LEM da(s) escola(s) do

município de Palotina-PR para debater formas de

operacionalizar o que se lê nas DCEs de LEM e relacionar com

4 Para maiores informações sobre o PDE do estado do Paraná, acessar o Portal Dia a Dia Educação,

/www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/educadores/ , no link PDE.

4

o método e as teorias que se propõe implementar;

b) Organização do uso do laboratório para as aulas de LEM por

meio de planejamentos temáticos e tarefas ;

c) Sistematização do uso da Internet, selecionando previamente

sítios, textos e idéias para a elaboração das tarefas;

d) Elaboração de tarefas que sejam condizentes com o nível dos

alunos e focadas para a pedagogia crítica;

e) Operacionalização do uso do computador (individual, em

pares ou em grupo), de acordo com o tipo de tarefa para colocar

em prática as atividades produzidas;

f) Avaliação das atividades implementadas por meio da

observação e relatórios.

Após pesquisa bibliográfica em busca de fundamentos teóricos que

contribuíssem para a prática desejada, verificou-se que o ensino por meio de

tarefas no ensino de Língua Estrangeira caracteriza-se por seqüências lógicas de

tarefas pensadas pelo professor para serem executadas pelos alunos, segundo

uma organização e, portanto, requer um planejamento bem definido. Portanto, a

utilização de seus fundamentos serviria ao propósito desejado.

Foi com a experiência de Prabhu (1987) na Índia, que primeiro se

desenvolveu o ensino de língua por meio de tarefas. O autor descreve em sua

obra Second Language Pedagogy todo o projeto de ensino implementado: ensino,

aprendizagem, currículo, materiais, avaliação, enfim, todos os detalhes do projeto,

o qual nos serve para refletir as suas possibilidades e limites em variados

contextos de ensino.

Willis (1996), exemplifica vários tipos de tarefas, como text-based tasks e

problem-posing. Ainda, de acordo com este mesmo autor:

“Advances in computer technology mean that the Internet is also becoming a useful resource. A whole range of text types is available without charge. Some pairs of schools and colleges in different countries have established electronic mail links to exchange information, or just pen – friend letters. Other institutions are exploring it for sources of up-to-date specialist information (eg. Medical bulletin boards) to download and print out for their ESP classes”. (Willis, 1996, p.70).

5

Fica claro nas DCEs, qual o objetivo do ensino de LEM na Educação

Básica, ou seja, “...ensinar e aprender línguas é também ensinar e aprender

percepções de mundo e maneiras de construir sentidos é formar subjetividades,

independentemente do grau de proficiência atingido”.(DCEs, 2006, p.31). Logo, a

utilização da Abordagem de Ensino por Tarefas servirá como um método a ser

utilizado nas aulas de LEM no laboratório, o qual poderá ser integrado com outros

em sala de aula.

Demo(2000) nos alerta:

“A tecnologia em educação não pode, pois, reduzir-se a procedimento apenas técnico, mas submeter-se ao mandato tipicamente educativo emancipatório. Precisa ser oportunidade a mais, tanto mais decisiva, de conquistar aprendizagem reconstrutiva política, capaz de contribuir para a constituição de sujeito crítico e criativo”.

Na mesma linha teórica, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino

de LEM, apontam:

“O projeto de letramento pode coadunar-se com a proposta de inclusão digital e social e atender a um propósito educacional, pois possibilita o desenvolvimento do senso de cidadania. O projeto prevê trabalhar a linguagem (em língua materna e em línguas estrangeiras) desenvolvendo os modos culturais de ver, descrever, explicar. No que concerne à leitura, contempla pedagogicamente suas várias modalidades: a visual (mídia, cinema), a informática (digital), a multi-cultural e a crítica (presente em todas as modalidades)”.

A partir daí, percebeu-se a importância de inserir o aluno no mundo digital,

mas de maneira que este estivesse cônscio do papel não apenas utilitarista da

tecnologia, mas do papel de ferramenta de inserção do indivíduo na sociedade

atual, multiletrada.

O importante é que o método de ensino nos permitisse elaborar e criar

tarefas utilizando uma pedagogia crítica, em que o aluno pudesse ser exposto a

questões de temas contemporâneos e a uma variedade de tipos de textos,

inclusive os encontrados nas várias mídias.

De acordo com Willis, “real-life problems may involve expressing

hypothesis, describing experiences, comparing alternatives, evaluating and

agreeing a solution” ( Willis, 1996, p.27). É isto o que nos propõe a pedagogia

crítica. Por meio de situações problematizadoras, pensa-se em resoluções ou

hipóteses que possam dar conta delas, contribuindo então para a transformação

6

que visa a melhorias.

Segundo Gasparin, (2002, p. 37), “A problematização tem como finalidade

selecionar as principais interrogações levantadas na prática social a respeito de

determinado conteúdo. Essas questões, em consonância com os objetivos de

ensino, orientam todo o trabalho a ser desenvolvido pelo professor e pelos

alunos”.

Além disso, criando materiais, os professores podem exercer seu poder

crítico e sua racionalidade. Segundo Giroux (1997, p.35),

“A racionalidade, como constructo crítico, também pode ser aplicada aos materiais didáticos (...). Tais materiais sempre incorporam um conjunto de suposições a respeito do mundo, de um determinado assunto e de um conjunto de interesses. Isto se torna evidente em muitos materiais didáticos à prova de professor que atualmente invadem o mercado”.

Giroux (op.cit) convida a nos tornarmos intelectuais transformadores, pois

só assim poderemos educar os estudantes para serem cidadãos críticos e ativos.

Segundo ele, “Essencial para a categoria de intelectual transformador é a

necessidade de tornar o pedagógico mais político e o político mais pedagógico.

Tornar o pedagógico mais político significa inserir a escolarização diretamente na

esfera política, argumentando-se que as escolas representam tanto um esforço

para definir-se o significado quanto uma luta em torno das relações de poder”.

Tornar o político mais pedagógico, segundo o mesmo autor, seria “ utilizar formas

de pedagogia que tratem os estudantes como agentes críticos; tornar o

conhecimento problemático, utilizar o diálogo crítico e afirmativo e argumentar em

pról de um mundo qualitativamente melhor para todas as pessoas” (Giroux. 1997,

p.163).

Neste sentido, Freire (1999) sugere um ensino dialógico, que dê voz ao

educando, por meio de temas geradores. Também o texto das Orientações

Curriculares Nacionais para o ensino de Línguas Estrangeiras, sugere para o

trabalho com Ensino Médio “que o planejamento de curso para as aulas de

Línguas Estrangeiras tenha, como ponto de partida, temas. O desenvolvimento

das habilidades deve, então, ser pensado a partir deles”. (Linguagens, códigos e

suas tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : Ministério da

Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006, p.112. Orientações curriculares

7

para o ensino médio ; volume 1). E ainda faz sugestão de alguns temas:

Cidadania, diversidade, igualdade, justiça social, dependência/ interdependência,

conflitos, valores, diferenças regionais/ nacionais.

A partir deste embasamento teórico que integra pedagogia crítica,

abordagem de ensino mediante tarefas e temas geradores, deu-se início à

elaboração do material didático para ser utilizado no laboratório de informática.

Pensou-se no tema “ Breaking Stereotypes” para o início dos trabalhos.

Além de vir ao encontro do que sugerem as diretrizes, é um tema extremamente

importante na formação crítica dos alunos, pois permite a reflexão sobre culturas,

valores, preconceitos e estereótipos. A partir daí, surgiram dúvidas e dificuldades.

O propósito era a utilização do método de ensino mediante tarefas e que seriam

executadas com o auxílio do computador e da Internet. Como torná-las

desafiadoras e motivadoras para o aluno? Como a língua alvo seria explorada?

Que ferramentas do computador seriam utilizadas para a disposição das tarefas?

Através do II Seminário Temático do Programa de Desenvolvimento

Educacional realizado em Foz do Iguaçu, na UNIOESTE, mais especificamente,

da palestra: Tecnologias Educacionais Frente aos Atuais Desafios, proferida pelo 5 professor Dr. José Manuel Moram, tornou-se conhecido dos ouvintes, entre eles

me incluo, o método de ensino denominado “webquests”. Apesar de ter sido

somente citado como sugestão de possível trabalho relacionando tecnologias,

despertou interesse, pois poderia servir aos propósitos do tipo de material que se

pretendia confeccionar para o ensino de LEM com o auxílio da Internet.

A partir daí, foram pensadas as tarefas que seriam elaboradas em forma de

webquests. O método webquest foi criado por Bernie Dodge, da Universidade de

San Diego, em 1995. 6 Ele consiste em um plano de aula em que o foco é uma

questão problematizadora a ser resolvida e, para a resolução, o aluno utiliza

informações provenientes principalmente da web.

Para a criação das webquests, pensou-se na elaboração de uma página

particular da professora, onde seriam disponibilizadas as webquests. No entanto,

tal procedimento mostrou-se demorado, pois seria ainda necessário que o

professor obtivesse o conhecimento necessário de informática para a

5 Professor da USP/ Instituto Sumaré de Ensino Superior

6 Para outras informações sobre o autor e o método:http://webquest.org/index.php

8

concretização deste trabalho, que para ser realizado de maneira satisfatória, ou

seja, que a página fosse bem elaborada e hospedada em um host que permitisse

um bom acesso nos laboratórios de informática da escola, necessitaria de

algumas habilidades, além de bastante tempo, coisa que para o professor é

preciosa demais, e algum dinheiro, pois os hospedeiros gratuitos não são

potentes o suficiente e costumam “travar” as páginas.

A partir daí, teve-se a idéia de criar um blog, ou seja, uma página particular,

onde seria disponibilizada a webquest já criada pela professora. Uma webquest, a

saber, é composta basicamente de: Introdução, Tarefa, Processo, Referências e

Avaliação. No que se chama de processo, o professor fornece os passos que os

alunos deverão seguir e se orientarem para desenvolver a tarefa solicitada. São

endereços de sites, filmes ou outras mídias que irão auxiliá-los na execução da

tarefa.

O blogspot.com foi o serviço primeiramente utilizado e depois o

wordpress.com, já que o primeiro não pode ser acessado no laboratório Paraná

Digital, o qual bloqueia os blogs. Resolvido este problema, partiu-se para a

aplicação com os alunos que propunha a seguinte tarefa (para a webquest

completa ver apêndices):

INTRODUCTION

Great opportunity but some doubts!

You won an English course in England , but you know nothing about this country.

The only information you know is that when it's cold in here it's hot in there! Some

people have told you some things about people's behavior and habits but you're

not sure if they're true because one of your teachers has told you: “Be careful with

the stereotypes” .

Do you know what a stereotype is? What do you think is the stereotype for your

nationality? Do you believe in stereotypes?

TASK

First, you will research what is true or not about English people's culture, trying to

find out the reasons why they think and act the way they do, then you will research

what a foreign visitor must know about the country that he or she intends to go.

9

O tema escolhido “Stereotypes”, apesar de parecer comum, não era de

uso freqüente dos alunos, que embora tenham alguma noção do que seja, não

souberam explicar exatamente o que é e quando ocorre. Percebido isto, foi

interessante o trabalho feito com as “pre-tasks”. Conforme Williams (1996), “o

trabalho com tarefas, estabelece um quadro organizacional ou seqüencial em

que podem aparecer pre-tasks”.

As pré-tarefas serviram para promover uma discussão a respeito do tema a

ser abordado e também a propósitos lingüísticos, como se ter uma noção prévia

do vocabulário que provavelmente seria encontrado nas leituras que seriam feitas

durante o percurso da tarefa a ser realizada. Entre as pré-tarefas, escolheu-se

uma que consiste em assistir a um vídeo da família Simpsons quando esta vem

ao Brasil, em que alguns estereótipos dos brasileiros são apresentados de forma

bem explícita, e responder a algumas questões.

Mesmo trabalhando com 25 alunos pertencentes ao terceiro ano de ensino

médio, em tese, mais experientes, essas pré-tarefas (para pré-tarefas completas

ver apêndices) facilitaram quanto ao entendimento do tema e promoveram

discussões interessantes acerca da questão “estereótipos” de nacionalidades e

também de gênero e raça. De fato, a maioria dos alunos nunca havia discutido tal

temática com mais profundidade. O fato das atividades envolverem o uso do

computador motivou bastante os alunos na realização da tarefa solicitada.

(Algumas lâminas elaboradas pelos alunos foram transcritas em “Apêndices”).

Os programas do computador utilizados para a execução das tarefas foram

o navegador da Internet, caixa de correios, Power Point e Word.

A pesquisa realizada provou a eficácia de um método organizado para o

ensino de LEM utilizando o laboratório de informática da escola. Tal método é um

planejamento do trabalho a ser realizado pelo professor com seus alunos,

envolvendo a Internet, temas contemporâneos e atividades motivadoras, por meio

das tarefas. É possível qualquer professor realizar esse trabalho desde que

alguns aspectos sejam levados em consideração, a saber:

1º. O professor ser um pesquisador, a fim de que suas tarefas sejam pensadas a

partir de temas geradores contemporâneos.

2º. O professor e os alunos tenham um conhecimento básico de computador e da

10

Internet, para que possam realizar a tarefa sugerida na webquest, que sempre

necessitará desse conhecimento.

3º. A escola possuir estrutura física (laboratório bem equipados, com um mínimo

de 20 computadores e acesso a Internet) e humana (um laboratorista).

Entre os itens citados acima, um dos que se observou constituir um problema a

ser ainda superado é o segundo, pois muitos professores não possuem

conhecimento suficiente em informática para realizar este ou qualquer outro

método de ensino que utilize o computador. Este fator foi constatado no município

onde a presente pesquisa foi desenvolvida, através de questionários que foram

preenchidos e em reuniões com os demais professores da área de LEM. Tal

empecilho também pode ser ampliado para outras localidades, conforme

observou-se nas declarações feitas por professores nos GTRs (Grupos de

Trabalho em Rede) na avaliação do curso que teve o mesmo tema desta

pesquisa, as quais foram transcritas, tal como apareceram, no fórum de

avaliação do curso:

“Entre os pontos positivos, esta o fato da multiplicação da idéia do uso da webquest, que voce acabou proporcionando. Outro ponto positivo, foi a geraçao de discussao sobre esta proposta trazida por voce. Nada se inicia sem alguem dar o chamado "pontape inicial". A possiblidade de vermos os recursos, como a informatica, por exemplo, presentes em nosso fazer didatico-pedagogico, e extremamente importante. Voce nos propos este desafio, e mais que isso, apontou caminhos para a concretizaçao desta proposta de trabalho. Com relaçao aos pontos negativos, inegavelmente, o pouco conhecimento dos profissionais quanto ao uso de ferramentas da area de informatica, merece destaque. Ha muito o que se aprender, quanto a este universo. So conhecendo melhor muito do que a informatica pode trazer positivamente no ensino de uma LEM, e que sera possivel tirar maior proveito dos laboratorios instalados nas escolas.” (opinião de um professor de Farol -PR, Maio, 2008)

“A proposta apresentada me fez pensar no quanto minha escola pode melhorar. Quanta informação interessante pode ser acessada na internet! Como as aulas de inglês podem se tornar motivadoras e divertidas! Por outro lado, percebo que muitos passos ainda têm que ser dados na direção de tornar o laboratório de informática um local familiar para professores e alunos. Na minha escola ainda temos professores que não se sentem "à vontade" com a informática e consequentemente relutam em utilizá-la. Outros se sentem motivados mas esbarram na burocracia: o laboratório ainda é para ser usado apenas pelos professores. A tecnologia veio para ficar e todos nós devemos recebê-la com entusiasmo porque, quando bem utilizada, ela só tem a acrescentar”. (Opinião de professora de Castro-PR)

11

É inegável que a Secretaria de estado da Educação do Paraná vem

investindo em melhorias tecnológicas, como a implementação do Paraná Digital,

possibilitando um espaço para a pesquisa do professor na web e também, mais

recentemente com a TV Pendrive. No entanto, como já mencionado, muitos

professores não se sentem preparados para a utilização dessas ferramentas

tecnológicas. Embora as dificuldades encontradas, como falta de conhecimento

técnico para a utilização do computador ou alguns programas, por parte do

professor e do aluno, foi possível implementar as atividades, uma vez que no

colégio onde se deu a implementação, tem-se o suporte e auxílio de um

laboratorista muito prestativo.

3. Conclusões

A presente pesquisa provou ser a integração da abordagem de ensino

mediante tarefas, da pedagogia crítica e do planejamento temático, personalizada

na forma de webquests, um eficaz método de planejamento do trabalho de ensino

de LEM mediante o computador, servindo o mesmo para ampliar o conhecimento

e a reflexão crítica dos alunos com relação a temas contemporâneos.

A webquest torna-se então uma ferramenta útil para o professor e

motivadora para o aluno. Os professores ao se familiarizarem com o método

podem elaborar webquests colaborativamente e dividir seus materiais uns com os

outros. Isto implica do professor uma atitude de professor-pesquisador e uma

vontade de elaborar material didático visando explorar os temas contemporâneos.

No entanto, ainda há que se investir mais no treinamento dos professores para a

utilização das novas tecnologias que estão surgindo na escola, bem como

repensar a sua carga horária semanal para que ele possa efetivamente realizar

pesquisas que visem melhorias no seu trabalho.

O computador e a Internet, apesar de não serem tecnologias tão novas,

constituem ainda um desafio muito grande para muitos professores, conforme

verificado na pesquisa. Além do conhecimento tecnológico, também são

necessários cursos que abordem como utilizar pedagogicamente o computador e

a Internet.

12

Para avançar na pesquisa sobre este método pretende-se avaliar mais

profundamente as vantagens de sua utilização no que se refere à quantidade de

exposição e uso da língua estrangeira em questão e sua apreensão, bem como a

relação da aprendizagem da língua com a discussão de temas contemporâneos

na formação do aluno.

13

4. APÊNDICES

1. PRE-TASKS

Webquest - Stereotypes

1. Estudamos algumas definições sobre estereótipos. Para esclarecer ainda mais e verificar se você entendeu, coloque as palavras stereotype, identity, discrimination depois das definições corretas:

a-The distinguishing character or personality of an individual:

b-An oversimplified opinion; prejudiced attitude; generalization:

c-Prejudiced outlook, action, or treatment:

2. Muitos estereótipos são criados a partir de aspectos culturais envolvendo nacionalidades. Escolha dois adjetivos da lista abaixo para cada nacionalidade a seguir:

American

British

14

French

Japanese

punctual

tolerant

romantic

respectful

hard-working

emotional

outgoing

nationalistic

well-dressed

humorous

lazy

sophisticated

hospitable

talkative

sociable

serious

quiet

formal

aggressive

polite

rude

arrogant

ignorant

casual

3. Observe os adjetivos que você usou para descrever cada nacionalidade, pense e responda: o que fez você escolher cada um? 4. Responda em português: a-How do you see your own identity? (What is important to you about who you are? b-Write a real-life example of stereotype or discrimination you have experienced or heard about.

5. Na Internet, assista o episódio dos Simpsons no Brasil no endereço

15

http://www.cybergan.com.br/TV.php ou outro endereço que você encontrar e responda em português: a- Este episódio foi muito polêmico, pois alguns brasileiros sentiram-se ofendidos, outros não. Qual a sua opinião sobre ele?

b-Você acha que os americanos que criaram o episódio realmente discriminaram o Brasil ou apenas brincaram com os estereótipos?

6. Agora, answer in English:

a- Why did the Simpsons want to go to Brazil? b- What language did Bart think to be spoken in Brazil? c- Where did they visit in Brazil? d- What happened to Homer? e- What wrong information was showed in the video? f- What did they criticize about Brazil? g- Didi you like the video? Why? or Why not? h- Did you find out stereotypes in this episode? Are all stereotypes negative? Positive? i – How do people learn stereotypes in your opinion? 2. WEBQUEST

INTRODUCTION

Great opportunity but some doubts!

You won an English course in England , but you know nothing about this country. The only information you know is that when it´s cold in here it´s hot in there! Some people have told you some things about people´s behavior and habits but you´re not sure if they´re true because one of your teachers has told you: “Be careful with the stereotypes” .Do you know what a stereotype is? What do you think is the stereotype for your nationality? Do you believe in stereotypes? TASK First, you will research what is true or not about English people´s culture, trying to find out the reasons why they think and act the way they do, then you will research what a foreign visitor must know about the country that he or she intends to go. Second, you will create a tourist information guide to England with all necessary information so that the traveller doesn´t feel embarassed there. You will use the WEB to research and the POWER POINT to display the information to the other

16

students both in English and Portuguese. PROCESS 1- You will be assigned in one of the following 3 teams: A- for researching on the relevant English geographic and historical aspects; B- for researching on behavior and habits; C- for organizing the collected material into advices for travellers. 2- When you think of English people and England what do you thing of? Make a list of your ideas. 3- All the teams can visit the blog http://blogs.projectbritain.com/ which is part of a project from an English School aiming to break down stereotypes. There you can write your doubts about Englishpeople and places and post them. You can also visit their website. 4- Discuss in your team what you know about England and the English people and what would be interesting to know before travelling to England.

5- Team A : Research on http://www.visitbritain.co.uk/ , go to “About Britain”, there you will find a lot of useful information about weather, history and culture, etc. Team B and C: Research on http://www.ukcosa.org.uk/student/information_sheets.php for tips and issues related to culture shock and advices for international students. Both teams can explore “complete list of information sheets”. 6- Team C: Start organizing the material that you have collected about the advices for travellers. You can separate them in groups, such as, Arriving in England, Buying Food and Clothes, Driving or using transportation, etc.

7- Each team will create a Power Point presentation about the topics you have been researching, then the three teams will organize just one presentation with all relevant and summarized information that you have collected. Try to arrange pictures about the topics and remember to use an enjoyable layout. EVALUATION You will be evaluated based on your compilled research on trues and untrues about English people and England as well as your final presentation. Your grade will be based on:

- Your participation and group spirit; - Your ability to sumarize relevant information; - Your ability to discuss with your mates;

17

- The final presentation using the power point.

CONCLUSION After having concluded your tasks, you will have learned what streotypes are, how to avoid them, about England and its culture and how to use the Power Point or to improve its usage.

3- Algumas lâminas elaboradas pelos alunos( sem correções da professora)

18

19

Referências Bibliográficas

BROOKFIELD, Sthephen. From Becoming a Critically Reflective Teacher. ___San ___Francisco: Jossey-Bass, 1995.

BROWN, Douglas. Teaching by Principles: An interactive approach to ___language ___pedagogy. London: Longman, 2001. DAMIACOVIC, Maria Cristina. O lingüista aplicado: de um aplicador de ___saberes a ___um ativista político. Linguagem e Ensino, Vol.8, n°2, 2006 ___(181-196). DEMO, Pedro. A Tecnologia na Educação e na Aprendizagem. Palestra ___ministrada ___no dia 27/5/2000 no Educador 2000-Congresso Internacional ___de ___Educação-UCLA, ___Los Angeles, janeiro de 2000. Texto disponível ___em ___http://edutec.net/Textos/Alia/MISC/pdemo.htm, acessado em ___25/07/2007.

BRASIL. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. DIRETRIZES ___CURRICULARES DE LÍNGUA ESTRANGEIRA MODERNA PARA A ___EDUCAÇÃO BÁSICA. Curitiba, 2006.

BRASIL. BRASÍLIA. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. ___Linguagens, Códigos e suas tecnologias. Orientações curriculares ___para o ___ensino médio. Volume 1, 2006, p.112. ELLIS, Rod. Task- based ___language learning ___and teaching. Oxford University ___Press, 2003.

ELLIS, Rod. Instructed Second Language Pedagogy Acquisition . A ___Literature ___Review. Ministry of Education. New Zealand, 2005.

FREIRE, Paulo. The Pedagogy of the Opressed. Continuum Publishing ___Company, ___1999.

GASPARIN, João Luiz. Uma Didática para a pedagogia Histórico-Crítica. ___Campinas, São Paulo: Autores Associados, 2002.

GIROUX, Henry. Os Professores como Intelectuais-Rumo a uma ___pedagogia ___crítica da aprendizagem. Porto Alegre: Artmed, 1997. GRAMAN, Tomas. Education for Humanization: Applying Paulo Freire´s ___Pedagogy to learning a Second Language. Harvard Educational Review. ___Vol 58, ___No. 4, November 1988. KRASHEN, Stephen. Principles and Practice in Second Language ___Acquisition. ___New York : Pergamon, 1982.

20

LOPES, Luiz Paulo da Moita. A Nova Ordem Social, os Parâmetros ___Curriculares ___Nacionais e o Ensino de Inglês no Brasil: a base ___intelectual para uma ação ___política. In: BÁRBARA, Rosin Leila ___(org).Reflexões sobre Ensino de LEM. São ___Paulo: Mercado de Letras, ___2003

MORAN, José Manuel. Como utilizar as tecnologias na escola. A educação ___que ___desejamos: Novos desafios e como chegar lá. Papirus, 2007, p. ___(101-111. NUNAN, David. Communicative tasks and the Language Curriculum. ___TESOL ___Quarterly. Vol. 25. No.2. Summer, 1991. PRABHU, Ninad. Second Language Pedagogy. Oxford : OUP, 1987. RICHARDS, Jack. Coomunicative Language Teaching Today, disponível em ___http://www.professorjackrichards.com/pdfs/communicative-language-___teaching-___today-v2.pdf, acessado em Maio/2007. SKEHAN, Peter. Second language acquisition strategies and task-based ___learning. Working papers in English language teaching 1. London: Thames ___Valley ___University , 1992. SKEHAN, Peter. A Framework for the Implementation of Task-Based ___Instruction. ___Applied Linguistics, Vol 17. No 1. Oxford University Press, ___1996. SWAIN, Michael. Communicative competence: some roles of ___comprehensible ___input and comprehensible output in its ___development. In S.M. Gass e ___C.G. ___Madden, orgs., Input in Second ___Language Acquisition. Cambridge: ___Newbury ___House Publishers, 1985. VYGOTSKY, Lev. et alii. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. ___São ___Paulo: Ícone/ EDUSP, 1988.