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Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG www.ufmg.br e-mail: [email protected] N o 1.280 - Ano 26 - 14.6.2000 A participação da UFMG na programação da TV Universitária (canal 15) começa a ganhar forma este mês com a estréia dos programas Imagens de Minas , Na mosca, Agenda eletrônica e campa- nhas publicitárias de cunho social. Essas produ- ções se juntam ao Programa Estação, já exibido semanalmente em parceria com a PUC-MG, UNI-BH, Uemg e Assembléia Legislativa. Página 4 Curso da Face ensina a controlar finanças domésticas Página 8 No ar, a TV UFMG O professor Rodrigo Minelli coordena as campanhas publicitárias da TV: preocupação social FocaLisboa

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Universidade Federal de Minas Gerais - UFMGww w.ufmg.br e-mail: [email protected]

No 1.280 - Ano 26 - 14.6.2000

A participação da UFMG na programação da TVUniversitária (canal 15) começa a ganhar formaeste mês com a estréia dos programas Imagensde Minas, Na mosca, Agenda eletrônica e campa-nhas publicitárias de cunho social. Essas produ-ções se juntam ao Programa Estação, já exibidosemanalmente em parceria com a PUC-MG,UNI-BH, Uemg e Assembléia Legislativa.

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Curso da Faceensina a controlar

finanças domésticas

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No ar,a TV UFMG

O professor Rodrigo Minelli coordena as campanhas publicitárias da TV: preocupação social

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2 14.6.2000 Boletim UFMG

Opinião

P rimeiro ato: no último núme- ro do Jornal da Ciência, da SBPC, é publicada notícia sobre a re-

cente realização, em Florianópolis, do6º Congresso Brasileiro de JornalismoCientífico. Após breve balanço dosprincipais temas e problemas debatidosao longo do evento, a jornalista res-ponsável pela matéria emite o seguintecomentário: faltou, no entanto, nosdebates, uma abordagem mais diretae profunda da divulgação científica nopaís. Quem faz e como. As experiên-cias, os sucessos e os fracassos, as tí-midas intervenções sobre estes aspec-tos, no entanto, mostraram que aindapersiste a dificuldade de a ‘ciência sal-tar os muros da universidade. De fato,embora em outros países já tenham seconsolidado diversos veículos, colunase seções especializadas na discussãodos avanços do conhecimento formal,bem como políticas de difusão científi-ca conseqüentes, o caso brasileiro ain-da é relativamente dramático, sobretu-do quando verificamos que existe umaforte demanda social pelo acesso eapropriação do conhecimento produzi-do no âmbito do pensamento acadêmi-co. Faltam-nos veículos, seções e pro-fissionais especializados, mas, segura-mente, não nos falta produção científi-ca, conforme atestam os últimos levan-tamentos do CNPq.

Segundo ato: o pensamento oci-dental, desde longa data, tem operadouma distinção que julgo pertinente ci-tar no caso de que nos ocupamos. Aose separar, por um lado, doxa, domínioda opinião, do saber imediato, da sub-jetividade, da crença e dos valores e,por outro lado, episteme, domínio doconhecimento sistemático, da subjetivi-dade metodologicamente controlada,operou-se uma mudança no status doconhecimento que, a partir daí, nãopoderia mais ser desconhecida e des-considerada no exame de temas tão

Jornalismo e ciência: um drama em três atosJoão Pinto Furtado *

fulcrais ao entendimento de nossa agen-da contemporânea. Senão vejamos: ten-do defendido recentemente trabalho dedoutoramento acerca da História da In-confidência Mineira e suas interpretaçõesanalíticas, tese que foi objeto de algumacobertura jornalística (inclusive neste BO-LETIM) sou, algum tempo depois, infor-mado por uma colega, de que um articu-lista de um grande jornal mineiro teriaescrito acre matéria polemizando sobre oconteúdo da tese, ainda inédita em livro,mas superficialmente conhecida pelo jor-nalista através de algumas colunas deuma matéria do Jornal do Brasil. A pri-meira reação, inevitável e natural, seriade perplexidade: como é possível que al-guém, baseado na leitura de duas ou trêscolunas, pretenda refutar uma tese de-senvolvida ao longo de 340 laudas e de-fendida num curso de pós-graduação dereferência internacional na área? Aparen-temente, o articulista – tão eloqüentequanto equivocado – tem alguma auto-nomia de ação no órgão de imprensa e,ainda, certo zelo pessoal pelo tema deque me ocupei em minhas investigaçõesacadêmicas. É justo que se manifeste eque se estabeleça algum nível de inter-locução. No entanto, embora tenhamosescrito numa mesma língua, talvez preci-semos de uma espécie de “mediador”para firmar alguma forma de diálogo.Desde longa data, já sabemos que o co-nhecimento científico estabelece com o“mundo da vida” determinados focos detensão dos quais jamais poderemos noseximir, sobretudo através do diálogo críti-co e franco. Mas como fazê-lo? Doxa éo plano no qual, via-de-regra, trabalha aimprensa. Episteme é o plano mais afeitoao pensamento acadêmico e ao conheci-mento formal. Como fazer dialogar tãodiferentes essências? Como lidar comesse impasse?

Terceiro ato: a UFMG procura fle-xibilizar sua estrutura curricular, nos di-versos cursos de graduação, no sentido

de agilizar e dinamizar o processo dequalificação profissional nos segmentosem que atua. Esse parece-me um dosreferentes fundamentais para o debatedo tema de que nos ocupamos e, espe-ro, portador de algumas esperanças,não de conciliar e reduzir doxa e epis-teme, de resto irreconciliáveis por defi-nição, mas de estabelecer algumas con-dições mínimas de diálogo. De fato, di-ria que hoje existe um vasto público lei-tor, ainda crescente, ávido por se infor-mar acerca dos últimos avanços opera-dos no plano do conhecimento formal.A tal percepção segue-se o correlato ne-cessário: se há um público ávido poresse tipo de informação, também deve-rá haver o profissional que se qualifiquepara o atendimento desta demanda. Oprofissional que pretende se dedicar auma cobertura especializada dos avan-ços do conhecimento, a cobrir e noticiaracontecimentos nessa seara não pode serestringir, já desde sua formação, ao do-mínio exclusivo de sua própria lingua-gem, seja ele jornalista ou não. Precisatransitar, com algum conhecimento decausa, por outras áreas do conhecimen-to, sob pena de cobrir apenas o epi-sódico, o anedótico, o bizarro. O profis-sional que escreve sobre a cultura aca-dêmica em geral e difusão científica emparticular, sem um mínimo de formaçãoespecífica, corre o risco de se pôr a ser-viço do obscurantismo, em movimentofrontalmente contrário à tradição Ilumi-nista, da qual a imprensa é a filha dileta.A curto e médio prazos, espera-se quenossa universidade possa fornecer à so-ciedade os profissionais de que ela tantonecessita. É chegado o momento daafirmação de uma “cultura” da divulga-ção científica, tarefa à qual a universida-de, através de seus diversos cursos, nãopode se furtar.* Professor do departamento de História e Di-retor do Núcleo Regional da Associação Nacio-nal de História

Esta página é reservada a manifestações da comunidade universitá-ria, através de artigos ou cartas. Na falta destes, o BOLETIM encomen-da textos ou reproduz artigos que possam estimular o debate sobre auniversidade e a educação brasileira. Para ser publicado, o texto deveráversar sobre assunto que envolva a Universidade e a comunidade, mas

de enfoque não particularizado. Deverá ter de 4.000 a 4.500 caracteres(sem espaços) ou de 57 a 64 linhas de 70 toques e indicar o nome com-pleto do autor, telefone ou e-mail de contato. A publicação de réplicasou tréplicas ficará a critério da redação. As opiniões expressas nos textossão de responsabilidade exclusiva de seus autores.

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À s vésperas de completar seis anos, a pequena Raniele Mara Camilo exibe um desenvolvimento motor, cognitivo e emocional normal para sua faixa etária,

apesar de ser portadora da fenilcetonúria, distúrbio que pro-voca retardo mental, autismo, hiperatividade e comporta-mento agressivo.

Ela e outras 125 crianças conseguiram driblar os devasta-dores efeitos da doença adotando uma dieta alimentar es-pecial (leia boxe). Mas nada disso seria possível se afenilcetonúria não tivesse sido diagnosticada a tempo, atravésdo Teste do pezinho feito pelo Programa de Triagem Neonatalde Minas Gerais, coordenado pelo Núcleo de Pesquisaem Apoio Diagnóstico(Nupad) da Faculdade deMedicina.

Além do diagnósticoda fenilcetonúria, o Pro-grama de Triagem detectaoutras duas doenças atra-vés do Teste do pezinho,o hipotireoidismo con-gênito e a anemia falci-forme, em 845 dos 853municípios mineiros, atin-gindo mais de 99% doEstado. Quase 90% dosbebês nascidos em Minaspassam pelo teste.

AbrangênciaO professor Marcos

Burle Auiar, do departa-mento de Pediatria daFaculdade de Medicina e coordenador do Ambulatóriode Fenilcetonúria do Nupad, garante que o Programade Triagem Neonatal mineiro é o mais abrangente doBrasil, superando outras iniciativas do gênero na Amé-rica Latina, com exceção de Cuba. “A cada mês, 25 milnovas crianças são triadas. Até março deste ano, havía-mos feito o teste em quase 1,5 milhão de bebês”, in-forma o professor.

O Nupad faz ainda o acompanhamento de cerca de450 portadores de anemia falciforme, a segunda doen-ça genética mais comum no Brasil, e de 360 pessoasque sofrem de hipotireoidismo congênito, que causabaixa estatura e retardo mental grave se não identifica-do a tempo. O tratamento do hipotireoidismo, maissimples, é feito através de comprimidos para reposiçãohormonal, enquanto a anemia falciforme requer o usode vacinas de antibióticos e de processos de controlede crises de dor.

Um dos fatores responsáveis pelo sucesso do Pro-grama é a parceria mantida pela Faculdade de Medi-cina, governo estadual e prefeituras mineiras. MarcosBurle diz que outra diferença está centrada na meto-

UFMG põe o "pé" em toda Minas GeraisRealizado pela Faculdade de Medicina, teste do pezinho cobre 99% dos municípios do estado

Alexandre Reis de Miranda dologia de aplicação do Teste do pezinho. Em Minas, oteste é feito nos postos de saúde e não nas maternidades,como ocorre em outras partes do país. “É muito precocerealizá-lo nas primeiras horas de vida. Só é possível detectara fenilcetonúria depois que o bebê tenha se alimentado porum ou dois dias”, diz Burle.

Além disso, de acordo com o pediatra, o sangue usadona realização do teste costuma ser colhido, em média, noquinto dia de vida dos bebês. No Programa de Triagem mi-neiro, a coleta vem sendo feita no sétimo dia após o parto,tempo que vem se revelando como o mais adequado para osucesso do diagnóstico. Segundo Marcos Burle, há tambémuma idade ideal para o início do tratamento. “A terapia podecomeçar até os primeiros dois meses de vida dos bebês, mas

o desejável é que issoaconteça a partir do21º dia de vida”, expli-ca Burle. Tal meta foiatingida pelo Programano ano passado.

Tratamentoé gratuito e

descentralizado

Financiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o trata-mento oferecido pelo Programa de Triagem Neonatal baseia-se no controle dos níveis de fenilalanina no sangue – subs-tância que, em grandes concentrações, provoca o retardomental – e no acompanhamento do desenvolvimento motor,intelectual e emocional dos pacientes. O Programa tambémfornece, gratuitamente, uma mistura de aminoácidos impor-tada que substitui alimentos derivados do leite, carne e ovos– não recomendados aos portadores da doença. O coquetelsupre praticamente todas as necessidades protéicas, mesmonão contendo a fenilalanina.

A atuação dos postos de saúde também é decisiva para osucesso do Programa. “Só conseguimos acompanhar o trata-mento de uma criança numa cidade como Brasília de Minas,no norte mineiro porque lá existe uma equipe preocupadacom aquela população”, observa Burle. Os resultados dabem-sucedida experiência do Programa Neonatal de MinasGerais foram apresentados no 12º Congresso Brasileiro deGenética Clínica, realizado este mês em Teresópolis, no Riode Janeiro.

Nupad coordena triagemneonatal em Minas Gerais

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A inda este mês, a TV Universitária (canal 15) começa a veicular três programas e diversas campanhas publi- citárias de cunho social produzidos pela UFMG, além

de uma agenda eletrônica com informações sobre cursos eeventos. A iniciativa envolve a Escola de Belas-Artes (EBA),responsável pelo programa Imagens de Minas, elaborado peloDepartamento de Fotografia e Cinema, e a Faculdade de Filo-sofia e Ciências Humanas (Fafich), que tem o curso de Comu-nicação Social na linha de frente do programa Na Mosca, ena elaboração das campanhas.

Essas produções irão se juntar ao Programa Estação, já le-vado ao ar pelo canal 15, produzido pela UFMG em parceriacom a PUC-MG, UNI-BH, Uemg e Assembléia Legislativa.Segundo a diretora da TV UFMG, Mônica Cerqueira, a Uni-versidade dá seu primeiro passo para organizar uma produ-ção de peso, cuja experiência ajudará na preparação de pro-gramas futuros.

O programa Imagens de Minas levará ao ar, em suafase inicial, 11 produções realizadas por 40 alunos, du-rante o curso Memória e Cinema, promovido pelo De-partamento de Fotografia e Cinema. Sãodocumentários apresentados pelo ator MatheusNachtergaele, baseados no acervo da Unidade, comimagens do estado desde o início do século até os diasde hoje.

Pólo de produçãoO coordenador do projeto, Evandro Lemos da Cu-

nha, explica que o objetivo é criar um núcleo de pes-quisa, produção e formação audiovisual na EBA. “Alémde desenvolver um pólo de produção de imagens, onúcleo prestará serviços à comunidade. E a TV UFMGé estratégica para dar visibilidade a esses trabalhos”,afirma Lemos.

Imagens de Minas é fruto de pesquisa acadêmi-ca, financiada pela Fapemig e apoiada pela SecretariaMunicipal da Cultura. “Chegamos a uma inédita lei-

TV UFMG põe no ar seus primeiros programas

Quatro produções começama ser exibidas ainda este mêsno canal 15

Alexandre Reis de Miranda

tura visual da memória de Minas”, opina oprofessor.

O programa Na Mosca, coordenado pelaprofessora Regina Motta, do departamentode Comunicação Social, revela lugares daUFMG interessantes e pouco conhecidospelas comunidades universitária e externa.As primeiras edições foram realizadas poralunos do curso de Comunicação matricula-dos na disciplina Videoprodução, tendo,inicialmente, duração de três minutos. Nomomento, os programas estão sendoreformulados para durar um minuto e meio,mas conservam suas características originaise a vinheta de abertura, vencedora da sextaedição da Exposição da Pesquisa Experimen-tal em Comunicação (Expocom), realizadaem 99, no Rio de Janeiro, na categoria me-lhor vinheta de programa de TV.

A agenda eletrônica traz a relação decursos e eventos promovidos pela UFMG, reforçando a di-vulgação já feita por outros veículos de comunicação, comoo BOLETIM e o site da universidade (www.ufmg.br).

PublicidadeA idéia de construir produtos publicitários de cunho so-

cial começou a ser desenvolvida há quase três anos pelo pro-fessor Rodrigo Minelli, do Departamento de Comunicação.Ele passou a cobrar dos seus alunos a elaboração de propa-gandas ligadas a temas como consumo e cidadania, racismoe uso de drogas.

“São peças que levam os alunos a conscientizarem-se deseus papéis social e profissional, pois versam sobre temas rele-vantes. Com isso deixam de produzir propagandas de produ-tos fictícios que nunca serão divulgadas”, observa o professor.

O formato de campanha proposto pelo departamento deComunicação prevê a combinação de vídeos e produtosjornalísticos, como entrevistas com especialistas.

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Os vídeos serão finalizados numa ilha de edição Matrox de tecnologia digital

Raio XPrograma Estação: mesa-redonda que discute temas de interesse geral,com a participação de representantes da comunidade externa, UFMG,PUC-MG e UNI-BH.Duração: 60 minutos (a partir de agosto passará a ser transmitido ao vivo)

Imagens de Minas: apresenta leituras inéditas sobre os acervos de imagensdo estado e de cineastas mineiros, desde o início do século até os dias dehoje.Duração: de 6 a 30 minutos

Campanhas sociais: peças publicitárias que promovem a discussão de te-mas como a sexualidade, consumo e cidadania, obrigações civis e milita-res, uso de drogas e racismo.Duração: 30 segundos

Na Mosca: mostra lugares interessantes e pouco conhecidos da UFMG,como o Cecor (EBA) e o Laboratório de Microscopia (ICB).Duração: 1 minuto e meio

Agenda eletrônica: informações sobre cursos e eventos organizadospela UFMG

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R eunidos com vizinhos e familia- res após um dia de trabalho ou nas feiras públicas, adultos e

crianças ouviam, impressionados, os de-talhes de histórias fantásticas, romancesou fatos políticos recentes, nas rimas dofolheto de cordel. Muitos dos ouvintesnunca tinham freqüentado a escola, masquando viam o texto escrito comparavamas frases que já conheciam de cor e con-seguiam decodificá-las. “Assim, muitagente se alfabetizou com o cordel”, afir-ma a pesquisadora Ana Maria de OliveiraGalvão em tese defendida em março jun-to à Faculdade de Educação da UFMG.Ela afirma que “numa época em queeram poucas as oportunidades educacio-nais, principalmente na zona rural, o cor-del teve o papel de desenvolver as com-petências na área da leitura”.

Professora de História da Educaçãona Universidade Federal de Pernambuco,Ana Galvão tentou descobrir quem eramos leitores e ouvintes dos folhetos decordel no estado entre 1930 e 1950. Se-gundo ela, é importante demarcar umperíodo, já que a mídia e a maioria dostrabalhos acadêmicos não costumamcolocar o cordel numa perspectiva histó-rica, “como se ele e o público não tives-sem mudado”. Tanto mudaram que épossível perceber uma queda na quali-dade do papel e dos recursos gráficos àmedida que os folhetos se populariza-ram e passaram a ser mais lidos nomeio rural.

Cordel foi instrumento dealfabetização no NordesteEstudo da FaE mostra diferenças entre os folhetosproduzidos na primeira metade do século em Pernambuco

A professora observa que,inicialmente, o cordel pareciaser um produto para as cama-das médias urbanas, mas, apartir das décadas de 30 e40, tornou-se um impressomais popular e difundido nocampo. Sua venda, antes cir-cunscrita às livrarias, passouàs feiras e mercados públi-cos, onde os vendedoresliam trechos das histórias eparavam antes do final, paraestimular a compra. Dessa forma, aleitura em voz alta substituiu a leituraindividual e silenciosa. A mudança depúblico acarretou transformações aténa formatação dos folhetos. Para faci-litar a leitura em voz alta, a dia-gramação evitava quebrar as estrofes edeixou de usar maiúsculas no início decada linha.

Histórias rimadasMarcadas por cantorias e narrações

de contos, as reuniões de leitura dosfolhetos acabaram firmando-se como aprincipal opção de lazer de várias co-munidades, relata Ana Maria Galvão.Os folhetos também serviam para deta-lhar fatos históricos. Transformado emhistória rimada, “um caso tornava-semais importante do que a mera notí-cia”, assegura a professora. Ela citacomo exemplo o suicídio de Vargas:“as pessoas já conheciam o fato, masencontravam nos folhetos outros deta-lhes, em forma de narrativa”, explica.

Ana Maria Galvão analisou 109 cor-déis publicados em Pernambuco entre1904 e 1957 e entrevistou 35 pessoasque foram leitores/ouvintes dos cordéisna época estudada, entre os quais umvendedor que trabalha com cordel des-de 1938 no mercado São José, em Re-cife. A pesquisadora estudou paralela-mente a circulação dos impressos e da-dos do censo.

Embora não tenha pretendido estu-dar as origens do cordel, a autora ex-plica que há literaturas semelhantesem várias partes do mundo, como

França, Inglaterra, Espanha, Portugal,México e Chile. Segundo ela, os cor-déis possivelmente têm sua origemnos livros vindos de Portugal e nascantorias do Nordeste. “Ele é mais oumenos uma junção da fonte ibéricacom as pelejas dos cantadores nordes-tinos”, afirma a autora. Acredita-seque as histórias eram transmitidasoralmente antes de se transformaremem literatura impressa.

No Brasil, o paraibano Leandro Go-mes de Barros é considerado o inventordo cordel, sendo de 1893 a primeirapublicação de sua autoria de que setem notícia. Outro clássico dos folhetosé João Martins de Athayde, cujas histó-rias ainda hoje são reeditadas. Assimcomo Gomes de Barros, ele publicousuas obras em Pernambuco, o maiorpólo de produção de cordéis no país.Apesar de os poetas terem origem ser-taneja, inicialmente iam para as cida-des, onde poderiam imprimir seus tra-balhos. Com a popularização, a im-pressão e a venda dos folhetos foramdescentralizadas.

" Quem leu a batalha horrendaDe Oliveiros e Ferrabraz,Não deve ignorar maisO que seja uma contendaE n´uma lucta tremendaComo se ganha a victóriaPode guardar em memóriaO combate mais horrível.Parece até impossível,O passado desta história. "

Tese: Ler/ouvir folhetos de cordel em Per-nambuco (1930/1950)Autora: Ana Maria de Oliveira GalvãoOrientadora: Magda Becker SoaresDefesa: março de 2000, na FaE

Rimas dos cordéis desvendaram a muitaspessoas o universo das letras

(Exraído de A prisão de Oliveiros e dosseus companheiros de Leandro Gomes deBarros)

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I mediatista, autoritário, permissivo e informal em suas relações de trabalho. Adjetivos constantes usados pelo professor da Universidade Federal do Espírito Santo

(Ufes), Gelson da Silva Junquilho, na descrição que faz do per-fil do gerente público brasileiro, a partir de estudo de caso feitocom profissionais do governo do Espírito Santo. Autor da teseAção Gerencial na Administração Pública: A Reprodução deRaízes Brasileiras, defendida em 29 de maio junto ao doutora-do em Administração da Face, o pesquisador procurou identifi-car como alguns traços típicos da cultura nacional influem nagestão de empresas estatais do Espírito Santo.

Forjado sobretudo por um conjunto de regras que, muitasvezes, não fazem mais nada do que dificultar a administração,o jeitinho brasileiro traduz um dos comportamentos mais co-muns no ambiente pesquisado por Junquilho. “Em muitasocasiões, dada a rigidez das instituições governamentais, esseacaba sendo um recurso de sobrevivência”, explica.

Para o professor, o gerente público pode ser chamado detudo, menos de burocrata, definido por ele como “um profissio-nal formal, que segue as regras acima de tudo”. Segundo o pes-quisador, a administração estatal é regida pela pessoalidade epela política da boa vizinhança, situação gerada pela instabilida-de do serviço público, em que as promoções acontecem repen-tinamente e, não raro, por meio de critérios pouco claros: “Ogerente é obrigado a engolir os erros dos subalternos, pois elespodem se transformar em chefe algum dia”.

Grande famíliaNa opinião do pesquisador, a constatação

de que a pessoalidade é fator preponderanteno funcionalismo também fica evidente nofenômeno descrito pelo antropólogo Ro-berto da Matta, como sincretismo casa/rua.“Existe, entre os gerentes, a tendência a con-fundir o mundo do trabalho com o da casa.Eles se portam como uma grande família”,observa Junquilho.

Jeitinho impera na administração públicaTese da Face mostra como gerentes governamentais incorporam traços da cultura nacional

Guilherme Pimenta

Autor: Gelson da Silva JunquilhoTese: Ação Gerencial na Administração Pública: A Reprodução de “Raízes Brasileiras”Defesa: dia 29 de maio, junto ao doutorado em Administração de Em-presas da Faculdade de Ciências EconômicasOrientadora: Marlene Catarina de Oliveira Lopes Melo

Teoria da estruturação é de assessor de Tony BlairEncarar as regras sociais como um fenômeno que, a um só tempo, limita e viabiliza as ações

humanas, é uma das premissas da Teoria da Estruturação, formulada por Anthony Giddens, umdos principais assessores do primeiro ministro britânico, Tony Blair.

Segundo o professor Gelson Junquilho, o transplante desse conceito para o universo dofuncionalismo foi fundamental para o seu estudo. “Ele ajuda a entender como o gerente repro-duz alguns traços estruturais da sociedade brasileira em seu ambiente”, argumenta o professor.Mas o principal mérito do trabalho, em sua avaliação, é o fato de possibilitar um conhecimentoapurado das nuances da administração pública, para, então, traçar políticas que possam modifi-car este quadro.

A ausência de planejamento foi outra distorção detectadano universo pesquisado por Gelson Junquilho. Um dos entre-vistados, segundo ele, comparou-se a um plantador de coco,cujo ofício norteia-se pela busca de resultados imediatos.“Ele definiu-se como o oposto do plantador de carvalho, queé obrigado a esperar um longo período para colher os divi-dendos de seu trabalho”, conta Junquilho.

Outro problema que afeta o trabalho do gerente público,aponta o professor capixaba, é a falta de investimentos doEstado em sua formação. “Ele é um autodidata. São raros osadministradores com formação específica para a área. Tudo oque aprendem é no dia-a-dia”, esclarece.

O professor fez entrevistas pessoais com 25 gestores e,através de questionários, coletou opiniões de outros 47. Eleapoiou-se nas reflexões de intelectuais do porte do antropó-logo Sérgio Buarque de Holanda, em cuja obra-prima, Raízesdo Brasil, buscou inspiração para o título de sua tese, e dosociólogo Anthony Giddens, formulador da Teoria da Estru-turação, sua principal referência teórica. Seu universo de pes-quisa esteve circunscrito aos profissionais com, no mínimo,dois anos de experiência em cargos de gerência. Apenas cin-co gerentes recusaram-se a participar da pesquisa.

O vídeo de animação Afiar, produzido na UFMG, ganhou oprêmio de melhor edição no 4º Festival de Cinema e Vídeo deCuritiba, no início de maio. Com nove minutos de duração, o cur-ta é uma homenagem ao filme A velha a fiar, de HumbertoMauro, e utiliza diversas técnicas alternativas de animação, comomassinha, recorte, fotografia e objetos tridimensionais. Dirigidopela professora Maria Amélia Palhares, da Escola de Belas-Artes,Afiar foi editado por Mário Quinaud e Osger Machado, funcionáriosdo Centro de Comunicação (Cedecom) da UFMG. Criada em1998 como parte da dissertação de mestrado da professora, a pro-dução já havia sido premiada como o melhor filme de animaçãona Mostra Internacional de Cinema da Bahia, no mesmo ano.

Vídeo premiado

Afiar: técnicas alternativas de animação

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Acontece

Empresas nascentesO Centro de Inovação Multidisciplinar

(CIM), do departamento de Física doICEx, promove, em parceria com oSebrae, CDL e Prefeitura, o Prêmio Em-presas Nascentes de Belo Horizonte,cujas inscrições já estão abertas. A iniciati-va premiará com R$ 6 mil os melhoresprojetos de novas empresas, além de ofe-recer-lhes consultorias e cursos de geren-ciamento de negócios e ferramentas demarketing e finanças, entre outras.

O concurso é voltado para empresasem formação ou que foram registradaseste ano na capital mineira. Informaçõesna sede do CIM – sala 2063 do ICEx.Telefones: 499-5689/499-5581; e-mail:[email protected] e site www.fisica.ufmg.br/cim

Matemática FinanceiraO Centro de Extensão da Faculdade

de Ciências Econômicas está com ins-crições abertas para o curso MatemáticaFinanceira e Decisão em Investimen-tos, cujo objetivo é fornecer aos partici-pantes os conceitos e as técnicas docálculo financeiro e processos de deci-são em alternativas de investimentos.Com carga de 42 horas, o curso serárealizado de 3 a 26 de julho, sempre àssegundas e quartas-feiras, de 19h às22h15. As inscrições, abertas até 29 dejunho, custam R$ 290 e podem ser di-vididas em duas vezes. Mais informa-ções pelo telefone 279-9015.

DesenvolvimentoSustentável

Estão abertas as inscrições para o 5ºSimpósio Internacional de Geotecnolo-gia e Desenvolvimento Sustentável, queacontece em Belo Horizonte de 17 a 23de agosto de 2000. Desenvolvimentosustentável, técnicas de descontami-nação e caracterização de ecossistemassão alguns dos temas do evento, quetambém abrigará cursos de curta dura-ção sobre temas afins. Segundo osorganizadores do evento, os temas refle-tem a complexidade das questões am-bientais, que exigem uma abordagem in-tegrada na formulação de possíveis so-luções. Inscrições para o simpósio e paraos cursos podem ser feitas pelo telefone499-4251 ou no site: www.5iseggsd.eng.ufmg.br

Olimpíadas de físicaEstão abertas, até 15 de julho, as inscrições para a etapa escolar da Olimpíada

Brasileira de Física, que reunirá alunos das 1ª, 2ª e 3ª séries do ensino médio,numa promoção da Sociedade Brasileira de Física. As inscrições de alunos do Coltecpodem ser feitas no setor de Física da unidade (telefone 499-4947). Esta etapa clas-sificará até nove alunos para concorrerem na fase estadual.

No ano passado, cerca de 13 mil alunos de 17 estados participaram do evento.Na etapa mineira, foram inscritos 1.300 alunos. Três alunos do Coltec destacaram-se na edição 99: César Duarte Sarkie, primeiro colocado entre os estudantes da 2ªsérie; Eduardo Cordeiro Macedo Maciel, 10º colocado na mesma série; e StanleyLevy Nazareno Fernandes, vice-campeão entre os alunos da 1ª série. Mais informa-ções pelo telefone 499-4947.

Defesa pela InternetO aluno Sérgio de Oliveira, do DCC, é o primeiro mestrando da UFMG a ter sua

defesa de dissertação transmitida pela Internet. A rede mundial de computadores foiusada para veicular imagens do evento porque o orientador do mestrando, o profes-sor Claudionor Coelho, estava na Califórnia (EUA), no dia da defesa, 9 de junho.

O trabalho de Oliveira, intitulado Telefonia IP (Internet Protocolo) para ambien-tes móveis usáveis, apresenta uma nova modalidade de telefone sem fio acopladoao corpo. A Telefonia IP usa a Internet através de um pequeno aparelho comprocessador 486 e o sistema operacional Linux.

Calendário 2001Encerra-se, no próximo dia 30 de junho, o prazo para que instituições e empre-

sas de Belo Horizonte enviem sua relação de eventos para compor as edições de2001 do Calendário Turístico, elaborado pela Belotur com programação de Belo Ho-rizonte, e o Calendário Turístico Nacional, organizado pela Empresa Brasileira de Tu-rismo (Embratur). As instituições interessadas devem solicitar o formulário à Beloturpelo telefone 277-9748 ou pelo fax 277-9730.

Engenharia MecânicaEstão abertas as inscrições para o 7º Congresso de Estudantes de Engenharia

Mecânica, que será realizado entre 7 e 11 de agosto, no campus Pampulha. Criadohá seis anos, o Congresso vem-se firmando como um espaço de reflexão e discus-são de tendências na área de Engenharia Mecânica. Entre os temas que serão deba-tidos, destaque para Tendências mundiais da Indústria automobilística: lubrificaçãoe combustíveis; A energia solar no Brasil; e Gestão e desenvolvimento do produto.

Outro destaque são os nove minicursos programados para o evento. Alguns se-rão dados por especialistas de renome internacional, como Fundamentos para oprojeto de aeronaves, a cargo do professor Armin Quast, do Instituto Alemão dePesquisas Aeroespaciais. Outros fazem a interface da engenharia com outras áreas,como o curso Engenharia cardiovascular, que será dado pelo professor MarcosPinotti Barbosa, da UFMG. Mais informações no site do evento: www.demec.ufmg.br/creem/index.html.

Programa Estação/Canal 15

Canal: TV Universitária (canal 15)Tema: Violência UrbanaDatas: 20/06 (21h), 21/06 (19 horas) e 24/06 (17 horas)Convidados: especialistas em estudos de criminalidade dodepartamento de Sociologia da Fafich

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8 14.6.2000 Boletim UFMG

Reitor: Francisco César de Sá Barreto – Vice-Reitora: Ana Lúcia Almeida Gazzola – Diretor de Divulgação e Comunicação Social : Paulo ValladaresEditor: Flávio de Almeida (Reg. Prof. 5076/MG) – Projeto gráfico e diagramação: Rita da Glória Corrêa – Impressão: Imprensa UniversitáriaTiragem: 8 mil exemplares – Circulação: semanal – Endereço: Coordenadoria de Comunicação Social , campus Pampulha, Av. Antônio Carlos, 6627,CEP 31270-901, Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil – Telefones: (031) 499-4186 e 499-4189 – Fax: (031) 499-4188 – End. eletrônico:[email protected] e home page: http://www.ufmg.br – É permitida a reprodução de textos, desde que seja citada a fonte.

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Universidade Federal de Minas GeraisBoletim

D e um lado, a crescente oferta de bens, associada a um apelo de consumo quase irresistível. De outro, uma crise econômica de abrangência mundial. E, no

meio desse fogo cruzado, o apertado orçamento de famí-lias que sofrem com o desemprego e com o arrocho sala-rial. Uma equação complicada, que, para ser resolvida,começa a contar com o apoio da academia. No final destemês, a Faculdade de Ciências Econômicas oferece o cursode Administração de Finanças Familiares.

Para o organizador do curso, professor José BonillaCastilho, o consumismo é o grande vilão das combalidas fi-nanças domésticas. “Costumamos gastar o dinheiro quenão temos, para adquirir coisas de que não precisamos,com o objetivo único de impressionar”, sentencia Bonilla.Em seu curso, ministrado em oito horas/aula e aberto àcomunidade externa, o professor ensina técnicas simplesque ajudam a controlar o impulso de comprar.

ArmadilhasJosé Bonilla explica que, para chegar ao orçamento

harmônico, é preciso muito controle. “É fundamental es-tabelecer um planejamento que busque o fim das dívidas,a redução de despesas e critérios para investimentos”,pontua. Antes destas providências, entretanto, ele reco-menda que a fonte dos problemas seja localizada.

Tal diagnóstico deve ser feito principalmente por meiode planilhas que possibilitam fácil visualização da situaçãoeconômica. “Antes de decidir o que cortar, devemos descobriro que estamos gastando desnecessariamente”, pontua. ParaBonilla, as despesas devem ser anotadas diariamente e, ao fi-nal do mês, discutidas por todos os membros da família.

Segundo o professor, as tabelas fornecem o orçamen-to-base da casa, a soma de todos os gastos ao longo de30 dias. “Reduzindo os custos do orçamento-basechegamos ao orçamento-alvo, uma es-pécie de meta a ser alcançada”, ensina.Uma dica para quem sente dificuldadesem economizar é deixar na carteira ouna bolsa a quantia ideal a ser usada

Curso ensina a domar ímpeto consumista Administração de finanças

familiares oferece técnicas paraequilibrar orçamento doméstico

Guilherme Pimenta

durante 24 horas.Cartão de crédito, cheque especial, financiamentos e

empréstimos são, na opinião do professor, "armadilhas se-dutoras” que dificultam a racionalização do consumo. “Tãoimportante quanto evitar dívidas é liquidar as já existentes”,enfatiza. De acordo com Bonilla, nem sempre o valor dodébito é determinante de sua gravidade. “As dívidas a se-rem pagas primeiro não são necessariamente as maiores, esim as que resultam em mais juros”, acrescenta.

A diretora administrativa da Associação de Pais de Alu-nos do Colégio Santo Agostinho, Isolda Kelly MariaGuiduce, já sentiu no bolso os conhecimentos que recebeudurante o curso, feito no ano passado: “Reduzi meus gastosdiários e a conta do telefone em 50%, e o supermercadoem 30%”. Mas, para ela, o principal mérito de Administra-ção de Finanças Familiares é o seu papel educador. “De-senvolvi um olhar crítico sobre a publicidade, que nos levaa comprar o supérfluo”, diz.

A formulação de parâmetros para aplicações financei-ras é outro conteúdo do curso. Segundo ele, a opçãomais adequada de investimento depende do período emque se pode deixar o dinheiro aplicado. “Para as pessoasque dispõem de três a quatro anos, o melhor é a bolsade valores. A curto prazo, as opções são os fundos ad-ministrados por bancos”, sugere Bonilla. O professor ad-verte, porém, que comprar ações em alta é um erro co-mum cometido por investidores inexperientes. “O maisaconselhável é adquiri-las na baixa, e vender nos momen-tos de alta”, explica.

Curso: Administração de Finanças FamiliaresDatas: 27 e 28 de junho, das 19h15 às 22h15Local: Faculdade de Ciências Econômicas (Face)Taxa: R$ 79Informações: 279-9015