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Modulo 2 – Pism 2
1 – Setor terciário
O setor terciário da economia é a área de atuação das atividades humanas
pautada no oferecimento de serviços e na prática do comércio. Por definição, esse
setor é tido como aquele que produz os chamados bens “intangíveis” ou imateriais
(os serviços), bem como o destino final dos bens produzidos pelos setores primário
e secundário (o comércio).
Como exemplos de serviços intangíveis oferecidos no contexto da sociedade,
podemos citar: a atividade bancária, as administrações públicas e privadas, o
trabalho dos professores e dos advogados, os vendedores, as empresas de seguro,
entre inúmeros outros exemplos.
Já o comércio, por sua vez, constitui-se como uma das mais importantes
atividades, sendo ele um dos cernes principais da economia atual. Ele manifesta-se
em nível global, regional e local, envolvendo pequenas trocas e até complexas
transações entre multinacionais. Com os avanços tecnológicos propiciados pelas
sucessivas revoluções industriais, esse setor intensificou-se em todas as escalas e
em todas as localidades do mundo.
Mas a definição “comércio e serviços” para designar o setor terciário da
economia é muito abrangente. Dessa forma, podemos segmentá-lo em várias
práticas:
a) Comércio;
b) Turismo e lazer;
c) Educação;
d) Restaurantes;
e) Hospitais;
f) Bancos e consultoria;
g) Transportes e serviços de entrega;
f) Corretagem de imóveis;
h) Consertos, manutenções e assistência técnica em geral;
i) Atendimento (pessoal, telemarketing, call-centers);
j) Serviços administrativos e jurídicos, entre outros;
k) Marketing e publicidade.
Com o avanço e consolidação do sistema capitalista, bem como a difusão do
processo de globalização, o setor terciário é o que atualmente mais cresce no
mundo. O advento da chamada Economia de Mercado propiciou que países
desenvolvidos e alguns emergentes empregassem mais de 70% de seus
trabalhadores no setor terciário. Além disso, quase tudo passa por essa área, em um
processo denominado por terceirização econômica.
A concentração de mão de obra na área de comércio e principalmente de
serviços deve-se a inúmeros fatores. Dentre eles, podemos citar: o crescimento da
complexidade da economia, a dependência maior dos trabalhadores em serviços
(como creches, escolas, assistências etc.) em função do menor tempo disponível e
especialização das empresas em serviços muito específicos.
No entanto, dentre todos os fatores responsáveis pelo crescimento do setor
terciário, destaca-se a mecanização do campo e da atividade industrial (setores
primário e secundário). Essas áreas passaram a empregar em uma quantidade
intensamente menor e em um nível de qualificação bem mais exigente,
transportando a maior parte da massa de assalariados para o comércio e os
serviços.
Com isso, o crescimento desse setor vem se tornando tão intenso que ocorre
aquilo que os economistas intitulam por hipertrofia do setor terciário, que nada mais
é do que o crescimento desordenado e não sustentável da área de serviços e
comércios. A principal conseqüência desse fenômeno é o crescimento da atividade
informal, também chamada de “economia subterrânea”, a exemplo dos camelôs e
vendedores ambulantes.
Um exemplo são as empresas de confecção de roupas. Antes, elas
contratavam os seus costureiros tal qual qualquer empresa do setor secundário,
como uma fábrica. Atualmente, no entanto, a tendência são as chamadas facções,
em que o trabalhador produz em casa ou monta a sua própria equipe, que vende as
suas produções a preços baixos para as grandes empresas. Com isso, não há
pagamento de direitos trabalhistas e nem o respeito pelas leis do trabalho (como a
jornada máxima de 40 horas semanais), uma vez que a exigência passa a ser em
torno do que se produz.
2 – Redes geográficas
O espaço geográfico, segundo muitas abordagens, constrói-se e articula-se a
partir das redes. Milton Santos fez reconhecidas constatações sobre a importância,
complexidade e hierarquização das redes geográficas, formadas, segundo ele, por
um conjunto de pontos fixos interligados por meio dos fluxos. Nesse ínterim, formam-
se diversos tipos e subtipos, como as redes de transportes, as digitais, as urbanas,
entre outros exemplos.
Portanto, em uma definição mais abrangente, podemos entender as redes
geográficas como um conjunto de locais da superfície terrestre conectados ou
interligados entre si. Essas conexões podem ser materiais, digitais e culturais, além
de envolver o fluxo de informações, mercadorias, conhecimentos, valores culturais e
morais, entre outros.
Com o processo de Globalização, podemos dizer que as redes – ou, pelo
menos, muitas delas – ganharam um maior alcance e abrangência no espaço
geográfico mundial. Todavia, o acesso e o poder de difusão dessas redes dependem
das diferentes hierarquias nas sociedades, constituídas pelo poder econômico ou
político. Assim, quem possui mais recursos ou poder possui uma maior possibilidade
de usufruir da estrutura das redes geográficas.
É preciso observar que a estruturação e a evolução das redes perpassam,
impreterivelmente, pela evolução das técnicas e tecnologias. No século XIX, as
transformações proporcionadas pelas revoluções industriais propiciaram um
fundamental avanço das redes de transportes, incluindo os modais rodoviários e
ferroviários. Desse modo, cidades distantes passaram a estar interligadas entre si, o
que se estendeu para pontos situados, até mesmo, em continentes distintos.
A Revolução Técnico-Científica Informacional também intensificou
sobremaneira a expansão das redes, incluindo a própria rede de transportes, por
meios dos aviões e jatos mais avançados. A formação das redes digitais e também
os avanços nas redes de comunicação tornaram-se grandes marcos para esse
período. Assim, em tempo real, comunicados e transações financeiras ocorrem e
notícias importantes são divulgadas; até reuniões de negócios não mais necessitam
da presença física de todos os seus participantes, o que exemplifica o grau de
avanço técnico das redes.
A importância das redes geográficas deu-se também para o avanço
do sistema capitalista financeiro, que, para muitos, ganhou o status de capitalismo
informacional. A expansão das empresas multinacionais encontra-se bastante
facilitada, incluindo a formação dos holdings, que são agrupamentos entre empresas
interligadas em redes internacionais.
As redes possuem papel ativo na configuração do espaço geográfico, e isso
se estabelece de forma mais nítida na constituição das hierarquias no cerne das
próprias redes. Um exemplo é a rede urbana, que se define de local ao global nos
mais diversos níveis hierárquicos, desde as cidades globais mais avançadas até os
centros regionais dos países periféricos. Assim, o que se percebe nas diferentes
redes geográficas é a constituição de “nós” formados por tamanhos diferentes, ou
seja, alguns com mais fluxos dos que os outros.
As redes geográficas são, afinal, um importante elo entre as diferentes partes
do espaço geográfico que integram o sistema mundial em tempos de globalização.
Assim, elas permitem e também condicionam o transporte e difusão de inúmeros
instrumentos técnicos, além de mercadorias, informações e conhecimentos, estando
diretamente associadas à maioria dos elementos que compõem a vida cotidiana das
sociedades.
3 – Redes de transporte
O Brasil é um país com dimensões continentais, apresentando uma larga
extensão norte-sul, além de uma grande distância no sentido leste-oeste em sua
porção setentrional. Por esse motivo, é necessária uma ampla rede articulada que
ligue os diferentes pontos do território nacional a fim de propiciar o melhor
deslocamento de pessoas e mercadorias.
Além disso, para que o país possa ampliar as exportações, importações e,
principalmente, os investimentos estrangeiros, é necessário que os meios de
transporte ofereçam condições para que os empreendedores tanto do meio agrário
quanto do meio industrial possam ter condições de exercer suas funções sociais. No
Brasil, a estratégia principal foi a de priorizar a estruturação do sistema rodoviário –
sobretudo a partir do Governo JK – em detrimento da construção de ferrovias e
hidrovias, que só recentemente vêm recebendo maiores investimentos.
As rodovias no Brasil
O transporte rodoviário no Brasil foi – e ainda é – o meio responsável pela
maior parte dos fluxos de bens e pessoas no país, que priorizou a sua construção
para favorecer as empresas estrangeiras do setor automobilístico e promover a
entrada delas no país. A expectativa era estruturar o modal rodoviário a fim de
propiciar a construção de polos industriais de automóveis no Brasil com o objetivo de
ampliar a geração de empregos, embora hoje as indústrias desse setor empreguem
cada vez menos trabalhadores, em função das novas tecnologias fabris.
Outra característica da implantação das rodovias no Brasil foi a integração
das diferentes partes do território brasileiro, que concentrou seus investimentos nas
regiões litorâneas. Esse quadro começou a mudar ao longo do século XX,
destacando-se a construção da capital Brasília. Assim, rodovias como Belém-
Brasília, Cuiabá-Porto Velho e tantas outras tinham como preocupação estabelecer
a ligação entre pontos e localidades até então desconectados.
A grande crítica a essa dinâmica questiona a opção por rodovias, algo não
muito recomendado para países com larga extensão territorial, como o Brasil. Em
geral, as estradas costumam ter um custo de manutenção mais elevado do que
outros meios de transporte, como o ferroviário e o hidroviário, além de um maior
gasto com combustíveis e veículos. Em virtude dos elevados custos e da política
neoliberal de redução dos gastos públicos em investimentos estruturais, iniciou-se
uma campanha de privatização das rodovias, que encontrou o seu auge na década
de 1990, mas que ainda ocorre atualmente através de concessões públicas.
Apesar disso, a qualidade das rodovias no Brasil é bastante ruim, além da
larga quantidade de estradas não pavimentadas. Elas oneram os gastos públicos,
que muitas vezes não conseguem atender às necessidades principais, fator que não
se modifica nem com as privatizações, uma vez que as concessões costumam
ocorrer apenas com as estradas que já estão prontas e estruturadas.
Trecho da rodovia Belém-Brasília em Tocantins (BR-153) ¹
As ferrovias no Brasil
O transporte ferroviário no Brasil foi predominante até o final do século XIX,
quando estruturava os deslocamentos de mercadorias da economia cafeeira, sendo,
por essa razão, bastante consolidado na região Sudeste. As ferrovias, apesar dos
elevados custos em suas construções, possuem baixos gastos em manutenção, o
que não impediu que, de 1950 até os dias atuais, várias delas fossem sucateadas e
até desativadas.
Além disso, existem várias ferrovias no Brasil em construção, mas que as
obras encontram-se inacabadas, muito embora os recentes investimentos por meio
do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) trabalhem para modificar esse
cenário. A principal ferrovia no Brasil em construção é a Ferrovia Norte-Sul, que já
possui algumas áreas concluídas e em operação (ou com uso e operação a serem
efetuados em breve).
Após a privatização de boa parte das ferrovias nacionais na década de 1990 e
da derrocada da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), empresa estatal responsável
por administrá-las, a participação das ferrovias no Brasil até aumentou, apesar de
atender interesses e deslocamentos muito específicos e limitados. Ainda hoje, a
malha ferroviária nacional concentra-se nas regiões Sul e Sudeste.
Trecho da rodovia norte-sul na cidade de Imperatriz (MA) ²
As hidrovias no Brasil
O transporte hidroviário é o que possui a menor representatividade e
participação nos sistemas de deslocamento nacional, o que é uma grande
contradição, haja vista o grande potencial que o país possui para esse modal. No
Brasil, a rede hidroviária é muito ampla e muitos rios são navegáveis sem sequer
exigir a construção de grandes empreendimentos e estruturas, como obras de
correção e instalação de equipamentos.
Uma justificativa para a negligência de investimentos nas hidrovias brasileiras
é a existência de muitos rios de planalto, que são mais acidentados e exigem mais
obras de correção para facilitar o transporte. Os rios de planície, mais facilmente
navegáveis, encontram-se em áreas afastadas dos grandes centros econômicos.
Por outro lado, cita-se a concentração de investimentos em rodovias em
áreas onde o mais indicado seria o investimento em hidrovias, cujo exemplo mais
notório é o caso da Transamazônica, uma estrada construída quase que
paralelamente ao rio Amazonas, de fácil navegação.
No entanto, a partir dos anos 1980 e, sobretudo após a criação do Mercosul,
que passou a exigir mais das hidrovias para a integração do Cone Sul, os
investimentos públicos nessa área elevaram-se, mas ainda são insuficientes. As
principais hidrovias do Brasil são a Tietê-Paraná, a do Rio São Francisco, a do
Amazonas, entre outras.
Eclusa em operação na Hidrovia Tietê-Paraná ³
Em resumo, o que se percebe é que os meios de transporte no Brasil
precisam de diversificação para que haja menos dependência das rodovias nos
deslocamentos de mercadorias e pessoas. Em geral, é necessária a instalação de
uma matriz multimodal, ou seja, com vários sistemas de transportes diferentes
integrados. Outra necessidade é uma maior integração rumo ao oeste do país,
principalmente em direção aos países sul-americanos e ao Oceano Pacífico, com
vistas a ampliar as trocas comerciais dentro do continente e em direção aos países
asiáticos.
4 – O processo de urbanização
Uma cidade nasce a partir do momento em que um determinado número de
pessoas se instala numa certa região através de um processo denominado de
urbanização. Diversos fatores são determinantes na formação das cidades, tais
como a industrialização, o crescimento demográfico, etc.
As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia (atual Iraque), depois vieram
as cidades do Vale do rio Nilo, do Indo, da região mediterrânea e Europa e,
finalmente, as cidades da China e do Novo Mundo.
Embora as primeiras cidades tenham aparecido há mais de 3.500 anos a.C.,
o processo de urbanização moderno teve início no século XVIII, em conseqüência
da Revolução Industrial, desencadeada primeiro na Europa e, a seguir, nas demais
áreas de desenvolvimento do mundo atual. No caso do Terceiro Mundo, a
urbanização é um fato bem recente. Hoje, quase metade da população mundial vive
em cidades, e a tendência é aumentar cada vez mais.
A cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho segundo
a qual cabe a ele fornecer alimentos e matérias-primas a ela, recebendo em troca
produtos industrializados, tecnologia etc. Mas o fato de o campo ser subordinado à
cidade não quer dizer que ele perdeu sua importância, pois não podemos deixar de
levar em conta que:
- Por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do campo;
- Quanto maior a urbanização maior a dependência da cidade em relação ao
campo no tocante à necessidade de alimentos e matérias-primas agrícolas.
4.1 – A urbanização
Fenômeno ao mesmo tempo demográfico e social, a urbanização é uma das
mais poderosas manifestações das relações econômicas e do modo de vida
vigentes numa comunidade em dado momento histórico.
Urbanização é o processo mediante o qual uma população se instala e
multiplica numa área dada, que aos poucos se estrutura como cidade. Fenômenos
como a industrialização e o crescimento demográfico são determinantes na
formação das cidades, que resultam, no entanto da integração de diversas
dimensões sociais, econômicas, culturais e psicossociais em que se desempenham
papéis relevantes às condições políticas da nação.
O conceito de cidade muda segundo o contexto histórico e geográfico, mas o
critério demográfico é o mais usualmente empregado. A Organização das Nações
Unidas (ONU) recomenda que os países considerem urbanos os lugares em que se
concentrem mais de vinte mil habitantes. As nações, porém, organizam suas
estatísticas com base em muitos e diferentes padrões. Os Estados Unidos, por
exemplo, identificam como “centro urbano” qualquer localidade onde vivam mais de
2.500 pessoas. O processo de urbanização, no entanto, não se limita à
concentração demográfica ou à construção de elementos visíveis sobre o solo, mas
inclui o surgimento de novas relações econômicas e de uma identidade urbana
peculiar que se traduz em estilos de vida próprios.
Para avaliar a taxa de urbanização de um país utilizam-se três variáveis: o
percentual da população que vive nas cidades de mais de vinte mil habitantes; o
percentual da população que vive em cidades de mais de cem mil habitantes; e o
percentual da população urbana classificada como tal segundo o critério oficial do
país. A taxa de urbanização também pode ser expressa mediante a aplicação da
noção de densidade, isto é, o número de cidades de mais de cem mil habitantes
comparado à densidade demográfica total. Com esse método é possível comparar
entre si regiões e países.
Existe estreita correlação entre os processos de urbanização, industrialização
e crescimento demográfico. A cidade pré-industrial caracteriza-se pela simplicidade
das estruturas urbanas, economia artesanal organizada em base familiar e
dimensões restritas. Sob o impacto da industrialização, modificam-se em quantidade
e qualidade as atividades econômicas, acelera-se a expansão urbana e aumenta a
concentração demográfica. As antigas estruturas sociais e econômicas
desaparecem e surge uma nova ordem, que passa a ser característica das cidades
industriais. Nesse primeiro período, a indústria pesada e concentrada, grande
consumidora de mão-de-obra, atrai para os novos centros contingentes
populacionais que exercem sobre as estruturas de serviço existentes demandas que
não podem ser atendidas.
Com a continuidade do processo de urbanização, a cidade se transforma de
diversas formas: setores urbanos se especializam; as vias de comunicação se
tornam mais racionais; criam-se novos órgãos administrativos; implantam-se
indústrias gradativamente na periferia do núcleo urbano original e modificam-lhe a
feição; classes médias e operárias que, pela limitação da oferta existente em
habitação, passam a alojar-se em subúrbios e mesmo em favelas; e, sobretudo, a
cidade deixa de ser uma entidade espacial bem delimitada.
A expansão industrial se acompanha de acelerado desenvolvimento do
comércio e do setor de serviços, e de importante redução da população agrícola
ativa. O crescimento das cidades passa a ser, ao mesmo tempo, conseqüência e
causa dessa evolução. A indústria, mecanizada, passa a consumir mão-de-obra
mais reduzida e especializada. As atividades terciárias tomam seu lugar como
motores de crescimento urbano e, em conseqüência, do processo de urbanização.
4.2 – Urbanização contemporânea
As características essenciais da urbanização contemporânea são sua
velocidade e generalização, o que acarreta grande sobrecarga para a rede de
serviços públicos, acentua os contrastes entre zonas urbana e rural e aprofunda as
insuficiências econômicas de produção, distribuição e consumo. Os sistemas de
produção chegam a um ponto de estrangulamento, enquanto as necessidades de
consumo passam por intensa vitalização. O somatório de todos esses fatores acaba
por produzir um estado de desequilíbrio.
Em função do congestionamento, a cidade tende a expandir seus limites e
nascem assim bairros, subúrbios e a periferia, que podem dar origem a novas
cidades. A urbanização estendida a uma grande área circundante origina uma nova
morfologia urbana, na qual se distinguem regiões diversas: zona urbanizada, isto é,
conjunto ininterrupto de habitações; zona metropolitana, que engloba o núcleo
central e seus arredores; megalópole, resultado da fusão de várias zonas
metropolitanas; cidades novas e cidades-satélites. Independentemente da forma que
assume, o processo de urbanização apresenta sempre uma hierarquia, isto é,
cidades de tamanhos diferentes e com funções diversas: capitais, descanso,
turismo, industriais e outras.
Qualquer que seja sua função, a cidade não é apenas uma unidade de
produção e consumo, caracterizada por suas dimensões, densidade e
congestionamento.
Representa também uma força social, uma variável independente no interior
de um processo mais amplo capaz de exercer as mais variadas influências sobre a
população e cuja principal conseqüência é o surgimento de uma cultura urbana. No
plano material, essa cultura cria um meio técnico e inúmeras exigências concretas:
água, esgotos e serviços em geral. No plano psicossocial, manifesta-se pelo
aparecimento de uma nova personalidade.
A deterioração do meio urbano é uma das conseqüências mais evidentes da
rapidez com que se processa a urbanização. Em decorrência, esse meio
apresentasse incompleto e imperfeito: favelas, habitações deterioradas, zonas a
renovar e recuperar, superposição de funções e outras anomalias. O remanejamento
exige mais do que o planejamento material simples: aumento da rede de serviços,
ampliação da oferta em habitações e racionalização da ocupação do solo. Torna-se
fundamental a criação de novas estruturas, correspondentes à nova realidade.
4.3 – Urbanização no Brasil
O processo de urbanização brasileira começou a partir de 1940, como
resultado da modernização econômica e do grande desenvolvimento industrial
graças à entrada de capital estrangeiro no país.
As empresas transnacionais preferiram se instalar nas cidades em que a
concentração populacional fosse maior e de melhor infra-estrutura, dando origem às
grandes metrópoles. A industrialização gerou empregos para os profissionais
qualificados, expandiu a classe média e o nível de consumo urbano. A cidade
transformou-se num padrão de modernidade, gerando o êxodo rural. A tecnologia e
o nível de modernização econômica não estavam adaptados à realidade brasileira.
A migração campo-cidade gerou desemprego e aumento das atividades do
setor terciário informal. O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado
no Brasil a partir dos anos 50 levou a um processo de metropolização. Ocorrência
do fenômeno da conurbação, que constituem as regiões metropolitanas (criadas em
1974 e 1975).
A partir da década de 80 houve o que se chama de desmetropolização, com
os índices de crescimento econômico maiores nas cidades médias, havendo assim
um processo de desconcentração econômica. Outras regiões passaram a atrair mais
que as regiões metropolitanas, havendo também desconcentração populacional.
Está ocorrendo um declínio da importância das metrópoles na dinâmica social
e econômica do país. Um número crescente de cidades passou a pertencer ao
conjunto das cidades médias e grandes. Podemos dizer que o Brasil se modernizou
e que a grande maioria da população brasileira, já está de alguma forma integrada
aos sistemas de consumo, produção e informação.
Existe hoje uma integração entre o Brasil urbano e o agrário, um absolvendo
aspectos do outro. A produção rural incorporou inovações tecnológicas produzidas
nas cidades. O Brasil rural tradicional está desaparecendo e sobrevive apenas nas
regiões mais pobres. A produção comercial está cada vez mais voltada para a
cidade. A produtividade aumentou e o meio rural integrou-se aos principais
mercados nacionais e internacionais.
A implantação de modernos sistemas de transportes e de comunicações
reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração das atividades econômicas,
que se difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a partir de diretrizes
produzidas nos grandes centros nacionais e internacionais. Segundo o modelo
informacional, São Paulo é a metrópole mundial brasileira que exerce controle sobre
os principais sistemas de comunicação que difundem as inovações por todo o país,
através dos meios de comunicação.
Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formulação
de um novo modelo de relações, muito mais complexo e adequado ao quadro social
e econômico do Brasil contemporâneo. Até poucas décadas atrás, o Brasil era um
país de economia agrária e população majoritariamente rural.
Hoje, 8 em cada 10 brasileiros vivem em cidades A concentração de pessoas
em centros urbanos traz uma série de implicações, sejam elas de ordem social,
econômica ou ambiental.O sentido mais usual, da urbanização, é o de crescimento
urbano, ou seja, refere-se à expansão física da cidade, mediante o aumento do
número de ruas, praças, moradias, etc. Nesse caso, ela não tem limite, a ponto de
unirem-se umas às outras, num fenômeno conhecido por conurbação.
Um outro sentido atribuído à urbanização envolve o crescimento da
população das cidades, acontecendo em um ritmo superior ao da população rural. É
na expansão do modo de vida urbano que podemos localizar importantes elementos
para a análise do processo de urbanização no momento presente.
A urbanização do século XX foi marcada por importantes características, a
começar pelo ritmo bastante acelerado de crescimento das cidades e pela sua
abrangência, agora mundial. De fato, as transformações que o capitalismo promoveu
em diversas sociedades nacionais contribuíram para que este processo se
desencadeasse em diversas nações, mesmo naquelas onde a industrialização não
foi representativa, isto é, em diversas áreas do mundo subdesenvolvido. Uma outra
característica se refere ao processo de metropolização. De fato, as metrópoles
encontram-se generalizadas, embora sua presença seja mais marcante nos EUA,
Japão, China, Europa Ocidental e América Latina.
As metrópoles exercem influência em praticamente todo o território nacional,
promovendo a difusão de novas formas de vida, além de imprimirem mudanças na
organização do espaço geográfico. Na atualidade, de cada 100 brasileiros,
aproximadamente 78 vivem em cidades. Apesar de o ritmo de urbanização estar
declinando em nosso país, ainda ocorre transferência de população do meio rural
para o meio urbano. Os grandes centros urbanos do Brasil convivem com uma série
de problemas, tanto socioculturais como ambientais e econômicos. Os
engarrafamentos quilométricos, geradores de fumaça e ruídos que interferem na
qualidade de vida; a volumosa produção de lixo, o que exige espaço para o seu
depósito e cuidados ecológicos com o seu manejo; a carência de áreas verdes para
o lazer e o entretenimento das pessoas; a especulação imobiliária que conduz a
ocupações irregulares, muitas delas ocorrendo em áreas de preservação, como os
fundos de vales.
Por outro lado, as metrópoles não representam apenas problemas,
aparentemente insolúveis. Ao contrário, seu extraordinário dinamismo é gerador de
ofertas de trabalho e de negócios, além de concentrador de recursos financeiros e
de consumo. Nesse sentido, sua dinâmica também promove soluções para as
dificuldades que fazem parte de seu cotidiano.
4.4 – Hierarquia Urbana
A hierarquia urbana é a ordem de organização entre os diferentes níveis de
complexidade econômica das cidades. Como a própria ideia de hierarquia sugere,
trata-se das relações de dependência econômica exercidas por algumas cidades
sobre outras, formando uma cadeia mais ou menos definida de cidades
dependentes e economicamente interligadas entre si.
Essas relações econômicas estabelecem inevitavelmente a consolidação de
uma rede urbana que estrutura uma teia formada por nós (as cidades) e os fluxos
(os sistemas de transporte e telecomunicações). Essa estruturação é um fator que
pode ser diretamente associado ao processo da globalização.
Fazem parte da hierarquia urbana mundial as cidades globais, as metrópoles
nacionais, as metrópoles regionais e as cidades de menor porte.
Cidades globais: representam os principais pólos da hierarquia urbana
internacional. Além de concentrarem elevados quantitativos populacionais, sendo
quase todas elas megacidades (cidades com mais de 10 milhões de pessoas),
essas cidades apresentam uma complexa economia. Ao longo da história, em
grande parte dos casos, as cidades globais foram as primeiras a industrializar-se no
mundo ou, pelo menos, em seus países. Foram também as primeiras a iniciar o
processo de desconcentração industrial que ainda está ocorrendo, passando a ser
conhecidas por abrigar as principais sedes e centros de negócios das empresas
multinacionais.
Exemplos de cidades globais: Nova York, Tóquio, Paris, Londres, Buenos
Aires, Berlim, entre outros. No Brasil, existem duas: São Paulo e Rio de Janeiro.
Metrópoles nacionais: são cidades que também apresentam uma complexa
e avançada organização econômica, uma grande quantidade de habitantes e uma
posição atrativa no recebimento de investimentos, sobretudo de empresas
estrangeiras. No entanto, o seu nível econômico não lhes permite criar em torno de
si uma influência além de seus países ou regiões territoriais próximas.
Exemplos de metrópoles nacionais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba,
Brasília e outras cidades.
Metrópoles regionais: são cidades cuja importância e domínio alcançam
apenas o nível regional, estando direta ou indiretamente subordinadas às
metrópoles nacionais e às cidades globais. Mesmo assim, são centros estratégicos,
pois representam o elo de regiões ou pontos afastados em relação aos grandes
pólos da economia mundial.
Exemplos de metrópoles regionais: Goiânia, Cuiabá, Campinas, Belém e
outras.
Abaixo dessas cidades, no contexto da hierarquia urbana, encontram-se
cidades de menor porte, mas com relativa influência local, tais como as cidades
médias brasileiras que, apesar da menor importância, vêm atraindo muitas indústrias
e contemplando índices de crescimento muito acima da média das grandes cidades.
4.5 – Problemas urbanos
O mundo está passando por um intenso processo de urbanização. Esse
processo teve destaque primeiramente durante o século XVIII, nos países
envolvidos na Revolução Industrial. Já nos países em desenvolvimento, a
urbanização ocorreu de forma expressiva a partir da década de 1950, impulsionada
pelo desenvolvimento industrial, pois as atividades industriais se expandiram por
vários países, atraindo cada vez mais pessoas para as cidades.
No entanto, a urbanização acelerada sem planejamento tem como
consequência problemas de ordem ambiental e social. O inchaço das cidades,
provocado pelo acúmulo de pessoas e a falta de uma infra-estrutura adequada, gera
transtornos para a população urbana.
Uma das principais características da urbanização sem o devido
planejamento é o inchaço das cidades, desencadeando graves consequências
econômicas e sociais, esse fenômeno ocorre principalmente nos países em
desenvolvimento, em razão da rapidez do processo de urbanização e da falta de
infra-estrutura.
O crescimento desordenado das cidades gera a ocupação de locais
inadequados para moradia, como áreas de elevada declividade, fundos de vale,
praças, viadutos, entre outras.
Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente cerca de
25% da população mundial que mora em cidades vivem na absoluta pobreza.
Os problemas urbanos são vários e bem diversificados, as grandes cidades
sofrem principalmente com as poluições, engarrafamentos, violência, desemprego,
desigualdade social, locais inadequados para moradia, saúde, educação, infra-
estrutura, etc.
Os diversos tipos de poluição (hídrica, visual, do solo, sonora, atmosférica)
são causados principalmente pelo modo de produção e consumo estabelecidos pelo
capitalismo. A poluição atmosférica é um grande problema detectado nas cidades, o
intenso fluxo de automóveis e as indústrias são os principais responsáveis pelo
lançamento de gases tóxicos na atmosfera. Outros problemas ambientais
decorrentes da urbanização são: impermeabilização do solo, alterações climáticas,
efeito de estufa, chuva ácida, ausência de saneamento ambiental, destinação e
tratamento dos resíduos sólidos, entre outros.
A falta de segurança tem sido um dos principais motivos que preocupam a
população urbana. Diariamente são divulgadas notícias de violência nas cidades,
esse processo está diretamente associado a outros problemas como o desemprego,
a educação de baixa qualidade e a desigualdade social.
Portanto, os distintos problemas urbanos formam uma teia, onde um está
diretamente ligado ao outro, havendo a necessidade da realização de políticas para
solucionar todos esses problemas, proporcionando uma melhor qualidade de vida
para a população urbana.
Exercícios
01) (U.E. Londrina-PR) Em relação à urbanização nos países subdesenvolvidos, pode-se afirmar que:
a) foi acompanhada de uma grande e adequada oferta de empregos urbanos nos setores secundário e terciário. b) é a mais antiga do planeta, tendo se iniciado com a Revolução Industrial. c) é acompanhada por igual ritmo de industrialização, criando numerosos empregos nas fábricas. d) a mecanização do campo liberou a mão-de-obra e a industrialização criou novos empregos no setor. e) ocorre em virtude da expulsão do homem do campo pela falta de empregos e de terras e da esperança de trabalho na cidade.
02) (UFJF/PISM II - 2004) Leia o texto:
“Antes de 1850, nenhuma sociedade poderia ser considerada predominantemente urbana, e, por volta de 1900, só a Grã-Bretanha o era. Hoje, um século depois, somente no grupo de países de mais baixo nível de desenvolvimento econômico (principalmente na África ao sul do Sahara e na Ásia das Monções) é que ainda preponderam os países cuja população é predominantemente rural.”
SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
A partir da ideia principal do texto, pode-se CONCLUIR que:
a) antes de 1850, por não haver cidades, não havia êxodo rural. b) a urbanização só ocorre com a redução da produção rural. c) o grau de urbanização do planeta ainda é muito pequeno. d) a função é o fator utilizado para diferenciar campo de cidade. e) os países pobres não estão inseridos no processo de urbanização.
03) (CESGRANRIO-RJ) Situada junto ao litoral nordeste dos Estados Unidos. A megalópole Boswash tem cerca de 700 Km de extensão e possui mais de 20% da população do país. A respeito da organização espacial dessa área, assinale a opção CORRETA:
a) maior concentração de indústrias pesadas do país, a megalópole se desenvolve graças à presença de grandes jazidas de ferro, petróleo e carvão nessa área do litoral americano. b) uma das maiores expressões do desenvolvimento econômico do país, a megalópole contém, contraditoriamente, uma população heterogênea quanto ao nível de vida, fato evidenciado pela presença de bairros extremamente pobres junto ao centro e subúrbios luxuosos. c) a principal atividade econômica da megalópole é a exportação de gêneros agrícolas, já que as mais importantes áreas agrícolas, já que as mais importantes áreas produtoras de cereais do país encontram-se na periferia de suas cidades.
d) a megalópole se constitui em um exemplo de urbanização para o resto do país, pois suas cidades foram planejadas de tal forma que suas diversificadas atividades econômicas não prejudicam o bem estar de sua população. e) a presença de numerosas colônias imigrantes é responsável pelo elevado nível de vida e pela equilibrada distribuição de renda, fatos que caracterizam a população da megalópole e lhe asseguram um mercado consumidor forte e homogêneo.
04) (ESPM-SP) Nas últimas décadas, vimos assistindo no Brasil a aceleradas mudanças no sistema urbano, profundamente associadas às várias etapas do seu desenvolvimento socioeconômico, provocadas sobretudo pelas transformações de estrutura produtiva de bens e serviços, induzidas pelo processo de industrialização. Apresentamos abaixo várias considerações sobre o tema. Assinale entre elas a única que NÃO expressa verdadeiramente uma consequência resultante dessas mudanças:
a) o subemprego hoje existente nas cidades é um reflexo da ineficiência e desajustada rede de comunicação entre zona rural e a cidade.
b) o crescimento urbano ocorreu até aqui de forma desigual e o desequilíbrio inter-regional é muito evidente. c) o crescimento do emprego na indústria não acompanhou, na mesma medida ou proporção, o aumento da força de trabalho urbano. d) o período de aceleração no processo de industrialização provocou simultaneamente uma intensa urbanização. e) a rede urbana resultou da combinação de dois elementos principais: a localização do poder político administrativo e a centralização correspondente dos agentes econômicos e suas atividades.
05) (UFGO) Leia atentamente a citação abaixo:
“A dinâmica industrial produz não apenas uma relação de interdependência espacial, mas também o melhor espaço para seu desenvolvimento – o espaço urbanizado”.
(PEREIRA, Diamantino Alves Correia et al. Geografia, ciência e espaço. 1993. p. 28.)
Tal afirmação procura colocar em evidência que: I – o setor industrial relaciona-se com o meio urbano, não tendo influência sobre o meio rural. II – em relação ao campo, a cidade é o palco mais apropriado para a efetivação da articulação entre os espaços da produção, da circulação e das idéias. III – ao longo de todo o processo histórico, as aglomerações urbanas originam-se a partir de atividade industrial. IV – com a industrialização, formaram-se redes urbanas complexas, em que o capital acumulado nas cidades passou a diferenciá-las hierarquicamente. V – o espaço de tempo entre a produção e o consumo é sensivelmente diminuído nas cidades, o que explica a sua importância na dinâmica de reprodução do capital. VI – a grande quantidade de pessoas que vivem na cidade promoveu, nas últimas décadas, a distribuição igualitária dos produtos industriais e o bem-estar social.
Estão corretas as afirmativas:
a) I, II e III. b) I, III e IV. c) II, IV e V. d) III, V e VI. e) III, IV e V.
06) (UFJF/PISM II – 2009) Leia o fragmento de texto a seguir:
A cidade é o lugar do trabalho, mas também do lazer. A cidade é o lugar da produção, e do consumo. A cidade é o lugar do ir e vir e do estar. É o lugar dos sistemas econômicos e de lutas sociais. É o lugar das funções, mas é também o lugar da arte. A cidade é natureza transformada, mas também é natureza que se rebela.
SPÓSITO, Maria Encarnação Beltrão. A urbanização no Brasil. São Paulo: CENP, 1993. Geografia – Série Argumento. Adaptado.
Com base no texto, é CORRETO afirmar que cidade é:
a) ciência e conhecimento. b) concentração e organização. c) impacto e concentração. d) planejamento e organização. e) unidade e diversidade.
07) (FATEC-SP) Nos últimos anos, ocorreram mudanças no padrão migratório brasileiro. As metrópoles do Sudeste já não apresentam o elevado grau de atração demográfica que tinham antigamente. Entre as causas desse fato, pode-se citar:
a) o maior controle por parte do Estado brasileiro para inibir o crescimento descontrolado das cidades. b) a criação das frentes pioneiras no Sul do país, que representam grande potencial de empregos na zona rural. c) a redução das históricas diferenças econômicas entre as regiões, graças à modernização das atividades agrícolas. d) a descentralização econômica, pois inúmeras empresas estão saindo do Sudeste e se instalando em outras regiões. e) o empenho de órgãos, como o IBGE, que tentam promover o aumento das densidades demográficas no interior do país.
08) (UNIRIO-RJ) A rede urbana não é “inocente”, no sentido de ser um “simples” conjunto de cidades ligadas entre si por fluxos de pessoas, bens e informações, como se isso fosse coisa de menor importância ou não tivesse a ver com os mecanismos de exploração econômica e exercício do poder existentes em nossas sociedades. LOPES, de Souza, Marcelo. In: ABC do desenvolvimento urbano.
a) o campo é a área do território nacional que escapa da rede de poder econômico e político exercido pelas cidades. b) as cidades se apresentam, ao longo de uma rede urbana, como suportes de disseminação de ideias, das cidades menores para as maiores. c) uma metrópole nacional, a exemplo de São Paulo, concentra as sedes das grandes empresas e, tendo como suporte a rede urbana, exerce a gestão do território. d) os centros locais funcionam como centros de distribuição de bens e serviços e acumulam capital originários dos centros regionais da rede urbana ao qual estão inseridos. e) o campo funciona como suporte de disseminação de bens e idéias, até chegar à cidade.
09) (Unifesp) Megacidades são aglomerações urbanas que:
a) alojam centros do poder mundial e sedes de empresas transnacionais. b) concentram mais de 50% da população total, em países pobres. c) têm mais de 10 milhões de habitantes, em países ricos ou pobres. d) pertencem a países de grande importância no comércio mundial. e) não têm infraestrutura de comunicação suficiente, apesar de serem grandes.
10) (UFJF/PISM II - 2007) O mapa a seguir representa as relações entre as principais centralidades da Região Sul brasileira.
Pode-se constatar que:
a) Porto Alegre é a cidade mais central da região, por isso a extensão de sua área de influência. b) as relações de influência exercidas pelas capitais restringem-se aos limites estaduais. c) a área de influência de Curitiba apresenta relações mais complexas entre as centralidades. d) Florianópolis é polarizada por Porto Alegre, por isso Santa Catarina não apresenta nenhum pólo no interior do estado. e) a rede urbana na região sul não apresenta centros regionais importantes.