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Modulo 2 Pism 2 1 Setor terciário O setor terciário da economia é a área de atuação das atividades humanas pautada no oferecimento de serviços e na prática do comércio. Por definição, esse setor é tido como aquele que produz os chamados bens “intangíveis” ou imateriais (os serviços), bem como o destino final dos bens produzidos pelos setores primário e secundário (o comércio). Como exemplos de serviços intangíveis oferecidos no contexto da sociedade, podemos citar: a atividade bancária, as administrações públicas e privadas, o trabalho dos professores e dos advogados, os vendedores, as empresas de seguro, entre inúmeros outros exemplos. Já o comércio, por sua vez, constitui-se como uma das mais importantes atividades, sendo ele um dos cernes principais da economia atual. Ele manifesta-se em nível global, regional e local, envolvendo pequenas trocas e até complexas transações entre multinacionais. Com os avanços tecnológicos propiciados pelas sucessivas revoluções industriais, esse setor intensificou-se em todas as escalas e em todas as localidades do mundo. Mas a definição “comércio e serviços” para designar o setor terciário da economia é muito abrangente. Dessa forma, podemos segmentá-lo em várias práticas: a) Comércio; b) Turismo e lazer; c) Educação; d) Restaurantes; e) Hospitais; f) Bancos e consultoria; g) Transportes e serviços de entrega;

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Modulo 2 – Pism 2

1 – Setor terciário

O setor terciário da economia é a área de atuação das atividades humanas

pautada no oferecimento de serviços e na prática do comércio. Por definição, esse

setor é tido como aquele que produz os chamados bens “intangíveis” ou imateriais

(os serviços), bem como o destino final dos bens produzidos pelos setores primário

e secundário (o comércio).

Como exemplos de serviços intangíveis oferecidos no contexto da sociedade,

podemos citar: a atividade bancária, as administrações públicas e privadas, o

trabalho dos professores e dos advogados, os vendedores, as empresas de seguro,

entre inúmeros outros exemplos.

Já o comércio, por sua vez, constitui-se como uma das mais importantes

atividades, sendo ele um dos cernes principais da economia atual. Ele manifesta-se

em nível global, regional e local, envolvendo pequenas trocas e até complexas

transações entre multinacionais. Com os avanços tecnológicos propiciados pelas

sucessivas revoluções industriais, esse setor intensificou-se em todas as escalas e

em todas as localidades do mundo.

Mas a definição “comércio e serviços” para designar o setor terciário da

economia é muito abrangente. Dessa forma, podemos segmentá-lo em várias

práticas:

a) Comércio;

b) Turismo e lazer;

c) Educação;

d) Restaurantes;

e) Hospitais;

f) Bancos e consultoria;

g) Transportes e serviços de entrega;

f) Corretagem de imóveis;

h) Consertos, manutenções e assistência técnica em geral;

i) Atendimento (pessoal, telemarketing, call-centers);

j) Serviços administrativos e jurídicos, entre outros;

k) Marketing e publicidade.

Com o avanço e consolidação do sistema capitalista, bem como a difusão do

processo de globalização, o setor terciário é o que atualmente mais cresce no

mundo. O advento da chamada Economia de Mercado propiciou que países

desenvolvidos e alguns emergentes empregassem mais de 70% de seus

trabalhadores no setor terciário. Além disso, quase tudo passa por essa área, em um

processo denominado por terceirização econômica.

A concentração de mão de obra na área de comércio e principalmente de

serviços deve-se a inúmeros fatores. Dentre eles, podemos citar: o crescimento da

complexidade da economia, a dependência maior dos trabalhadores em serviços

(como creches, escolas, assistências etc.) em função do menor tempo disponível e

especialização das empresas em serviços muito específicos.

No entanto, dentre todos os fatores responsáveis pelo crescimento do setor

terciário, destaca-se a mecanização do campo e da atividade industrial (setores

primário e secundário). Essas áreas passaram a empregar em uma quantidade

intensamente menor e em um nível de qualificação bem mais exigente,

transportando a maior parte da massa de assalariados para o comércio e os

serviços.

Com isso, o crescimento desse setor vem se tornando tão intenso que ocorre

aquilo que os economistas intitulam por hipertrofia do setor terciário, que nada mais

é do que o crescimento desordenado e não sustentável da área de serviços e

comércios. A principal conseqüência desse fenômeno é o crescimento da atividade

informal, também chamada de “economia subterrânea”, a exemplo dos camelôs e

vendedores ambulantes.

Um exemplo são as empresas de confecção de roupas. Antes, elas

contratavam os seus costureiros tal qual qualquer empresa do setor secundário,

como uma fábrica. Atualmente, no entanto, a tendência são as chamadas facções,

em que o trabalhador produz em casa ou monta a sua própria equipe, que vende as

suas produções a preços baixos para as grandes empresas. Com isso, não há

pagamento de direitos trabalhistas e nem o respeito pelas leis do trabalho (como a

jornada máxima de 40 horas semanais), uma vez que a exigência passa a ser em

torno do que se produz.

2 – Redes geográficas

O espaço geográfico, segundo muitas abordagens, constrói-se e articula-se a

partir das redes. Milton Santos fez reconhecidas constatações sobre a importância,

complexidade e hierarquização das redes geográficas, formadas, segundo ele, por

um conjunto de pontos fixos interligados por meio dos fluxos. Nesse ínterim, formam-

se diversos tipos e subtipos, como as redes de transportes, as digitais, as urbanas,

entre outros exemplos.

Portanto, em uma definição mais abrangente, podemos entender as redes

geográficas como um conjunto de locais da superfície terrestre conectados ou

interligados entre si. Essas conexões podem ser materiais, digitais e culturais, além

de envolver o fluxo de informações, mercadorias, conhecimentos, valores culturais e

morais, entre outros.

Com o processo de Globalização, podemos dizer que as redes – ou, pelo

menos, muitas delas – ganharam um maior alcance e abrangência no espaço

geográfico mundial. Todavia, o acesso e o poder de difusão dessas redes dependem

das diferentes hierarquias nas sociedades, constituídas pelo poder econômico ou

político. Assim, quem possui mais recursos ou poder possui uma maior possibilidade

de usufruir da estrutura das redes geográficas.

É preciso observar que a estruturação e a evolução das redes perpassam,

impreterivelmente, pela evolução das técnicas e tecnologias. No século XIX, as

transformações proporcionadas pelas revoluções industriais propiciaram um

fundamental avanço das redes de transportes, incluindo os modais rodoviários e

ferroviários. Desse modo, cidades distantes passaram a estar interligadas entre si, o

que se estendeu para pontos situados, até mesmo, em continentes distintos.

A Revolução Técnico-Científica Informacional também intensificou

sobremaneira a expansão das redes, incluindo a própria rede de transportes, por

meios dos aviões e jatos mais avançados. A formação das redes digitais e também

os avanços nas redes de comunicação tornaram-se grandes marcos para esse

período. Assim, em tempo real, comunicados e transações financeiras ocorrem e

notícias importantes são divulgadas; até reuniões de negócios não mais necessitam

da presença física de todos os seus participantes, o que exemplifica o grau de

avanço técnico das redes.

A importância das redes geográficas deu-se também para o avanço

do sistema capitalista financeiro, que, para muitos, ganhou o status de capitalismo

informacional. A expansão das empresas multinacionais encontra-se bastante

facilitada, incluindo a formação dos holdings, que são agrupamentos entre empresas

interligadas em redes internacionais.

As redes possuem papel ativo na configuração do espaço geográfico, e isso

se estabelece de forma mais nítida na constituição das hierarquias no cerne das

próprias redes. Um exemplo é a rede urbana, que se define de local ao global nos

mais diversos níveis hierárquicos, desde as cidades globais mais avançadas até os

centros regionais dos países periféricos. Assim, o que se percebe nas diferentes

redes geográficas é a constituição de “nós” formados por tamanhos diferentes, ou

seja, alguns com mais fluxos dos que os outros.

As redes geográficas são, afinal, um importante elo entre as diferentes partes

do espaço geográfico que integram o sistema mundial em tempos de globalização.

Assim, elas permitem e também condicionam o transporte e difusão de inúmeros

instrumentos técnicos, além de mercadorias, informações e conhecimentos, estando

diretamente associadas à maioria dos elementos que compõem a vida cotidiana das

sociedades.

3 – Redes de transporte

O Brasil é um país com dimensões continentais, apresentando uma larga

extensão norte-sul, além de uma grande distância no sentido leste-oeste em sua

porção setentrional. Por esse motivo, é necessária uma ampla rede articulada que

ligue os diferentes pontos do território nacional a fim de propiciar o melhor

deslocamento de pessoas e mercadorias.

Além disso, para que o país possa ampliar as exportações, importações e,

principalmente, os investimentos estrangeiros, é necessário que os meios de

transporte ofereçam condições para que os empreendedores tanto do meio agrário

quanto do meio industrial possam ter condições de exercer suas funções sociais. No

Brasil, a estratégia principal foi a de priorizar a estruturação do sistema rodoviário –

sobretudo a partir do Governo JK – em detrimento da construção de ferrovias e

hidrovias, que só recentemente vêm recebendo maiores investimentos.

As rodovias no Brasil

O transporte rodoviário no Brasil foi – e ainda é – o meio responsável pela

maior parte dos fluxos de bens e pessoas no país, que priorizou a sua construção

para favorecer as empresas estrangeiras do setor automobilístico e promover a

entrada delas no país. A expectativa era estruturar o modal rodoviário a fim de

propiciar a construção de polos industriais de automóveis no Brasil com o objetivo de

ampliar a geração de empregos, embora hoje as indústrias desse setor empreguem

cada vez menos trabalhadores, em função das novas tecnologias fabris.

Outra característica da implantação das rodovias no Brasil foi a integração

das diferentes partes do território brasileiro, que concentrou seus investimentos nas

regiões litorâneas. Esse quadro começou a mudar ao longo do século XX,

destacando-se a construção da capital Brasília. Assim, rodovias como Belém-

Brasília, Cuiabá-Porto Velho e tantas outras tinham como preocupação estabelecer

a ligação entre pontos e localidades até então desconectados.

A grande crítica a essa dinâmica questiona a opção por rodovias, algo não

muito recomendado para países com larga extensão territorial, como o Brasil. Em

geral, as estradas costumam ter um custo de manutenção mais elevado do que

outros meios de transporte, como o ferroviário e o hidroviário, além de um maior

gasto com combustíveis e veículos. Em virtude dos elevados custos e da política

neoliberal de redução dos gastos públicos em investimentos estruturais, iniciou-se

uma campanha de privatização das rodovias, que encontrou o seu auge na década

de 1990, mas que ainda ocorre atualmente através de concessões públicas.

Apesar disso, a qualidade das rodovias no Brasil é bastante ruim, além da

larga quantidade de estradas não pavimentadas. Elas oneram os gastos públicos,

que muitas vezes não conseguem atender às necessidades principais, fator que não

se modifica nem com as privatizações, uma vez que as concessões costumam

ocorrer apenas com as estradas que já estão prontas e estruturadas.

Trecho da rodovia Belém-Brasília em Tocantins (BR-153) ¹

As ferrovias no Brasil

O transporte ferroviário no Brasil foi predominante até o final do século XIX,

quando estruturava os deslocamentos de mercadorias da economia cafeeira, sendo,

por essa razão, bastante consolidado na região Sudeste. As ferrovias, apesar dos

elevados custos em suas construções, possuem baixos gastos em manutenção, o

que não impediu que, de 1950 até os dias atuais, várias delas fossem sucateadas e

até desativadas.

Além disso, existem várias ferrovias no Brasil em construção, mas que as

obras encontram-se inacabadas, muito embora os recentes investimentos por meio

do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) trabalhem para modificar esse

cenário. A principal ferrovia no Brasil em construção é a Ferrovia Norte-Sul, que já

possui algumas áreas concluídas e em operação (ou com uso e operação a serem

efetuados em breve).

Após a privatização de boa parte das ferrovias nacionais na década de 1990 e

da derrocada da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), empresa estatal responsável

por administrá-las, a participação das ferrovias no Brasil até aumentou, apesar de

atender interesses e deslocamentos muito específicos e limitados. Ainda hoje, a

malha ferroviária nacional concentra-se nas regiões Sul e Sudeste.

Trecho da rodovia norte-sul na cidade de Imperatriz (MA) ²

As hidrovias no Brasil

O transporte hidroviário é o que possui a menor representatividade e

participação nos sistemas de deslocamento nacional, o que é uma grande

contradição, haja vista o grande potencial que o país possui para esse modal. No

Brasil, a rede hidroviária é muito ampla e muitos rios são navegáveis sem sequer

exigir a construção de grandes empreendimentos e estruturas, como obras de

correção e instalação de equipamentos.

Uma justificativa para a negligência de investimentos nas hidrovias brasileiras

é a existência de muitos rios de planalto, que são mais acidentados e exigem mais

obras de correção para facilitar o transporte. Os rios de planície, mais facilmente

navegáveis, encontram-se em áreas afastadas dos grandes centros econômicos.

Por outro lado, cita-se a concentração de investimentos em rodovias em

áreas onde o mais indicado seria o investimento em hidrovias, cujo exemplo mais

notório é o caso da Transamazônica, uma estrada construída quase que

paralelamente ao rio Amazonas, de fácil navegação.

No entanto, a partir dos anos 1980 e, sobretudo após a criação do Mercosul,

que passou a exigir mais das hidrovias para a integração do Cone Sul, os

investimentos públicos nessa área elevaram-se, mas ainda são insuficientes. As

principais hidrovias do Brasil são a Tietê-Paraná, a do Rio São Francisco, a do

Amazonas, entre outras.

Eclusa em operação na Hidrovia Tietê-Paraná ³

Em resumo, o que se percebe é que os meios de transporte no Brasil

precisam de diversificação para que haja menos dependência das rodovias nos

deslocamentos de mercadorias e pessoas. Em geral, é necessária a instalação de

uma matriz multimodal, ou seja, com vários sistemas de transportes diferentes

integrados. Outra necessidade é uma maior integração rumo ao oeste do país,

principalmente em direção aos países sul-americanos e ao Oceano Pacífico, com

vistas a ampliar as trocas comerciais dentro do continente e em direção aos países

asiáticos.

4 – O processo de urbanização

Uma cidade nasce a partir do momento em que um determinado número de

pessoas se instala numa certa região através de um processo denominado de

urbanização. Diversos fatores são determinantes na formação das cidades, tais

como a industrialização, o crescimento demográfico, etc.

As primeiras cidades surgiram na Mesopotâmia (atual Iraque), depois vieram

as cidades do Vale do rio Nilo, do Indo, da região mediterrânea e Europa e,

finalmente, as cidades da China e do Novo Mundo.

Embora as primeiras cidades tenham aparecido há mais de 3.500 anos a.C.,

o processo de urbanização moderno teve início no século XVIII, em conseqüência

da Revolução Industrial, desencadeada primeiro na Europa e, a seguir, nas demais

áreas de desenvolvimento do mundo atual. No caso do Terceiro Mundo, a

urbanização é um fato bem recente. Hoje, quase metade da população mundial vive

em cidades, e a tendência é aumentar cada vez mais.

A cidade subordinou o campo e estabeleceu uma divisão de trabalho segundo

a qual cabe a ele fornecer alimentos e matérias-primas a ela, recebendo em troca

produtos industrializados, tecnologia etc. Mas o fato de o campo ser subordinado à

cidade não quer dizer que ele perdeu sua importância, pois não podemos deixar de

levar em conta que:

- Por não ser auto-suficiente, a sobrevivência da cidade depende do campo;

- Quanto maior a urbanização maior a dependência da cidade em relação ao

campo no tocante à necessidade de alimentos e matérias-primas agrícolas.

4.1 – A urbanização

Fenômeno ao mesmo tempo demográfico e social, a urbanização é uma das

mais poderosas manifestações das relações econômicas e do modo de vida

vigentes numa comunidade em dado momento histórico.

Urbanização é o processo mediante o qual uma população se instala e

multiplica numa área dada, que aos poucos se estrutura como cidade. Fenômenos

como a industrialização e o crescimento demográfico são determinantes na

formação das cidades, que resultam, no entanto da integração de diversas

dimensões sociais, econômicas, culturais e psicossociais em que se desempenham

papéis relevantes às condições políticas da nação.

O conceito de cidade muda segundo o contexto histórico e geográfico, mas o

critério demográfico é o mais usualmente empregado. A Organização das Nações

Unidas (ONU) recomenda que os países considerem urbanos os lugares em que se

concentrem mais de vinte mil habitantes. As nações, porém, organizam suas

estatísticas com base em muitos e diferentes padrões. Os Estados Unidos, por

exemplo, identificam como “centro urbano” qualquer localidade onde vivam mais de

2.500 pessoas. O processo de urbanização, no entanto, não se limita à

concentração demográfica ou à construção de elementos visíveis sobre o solo, mas

inclui o surgimento de novas relações econômicas e de uma identidade urbana

peculiar que se traduz em estilos de vida próprios.

Para avaliar a taxa de urbanização de um país utilizam-se três variáveis: o

percentual da população que vive nas cidades de mais de vinte mil habitantes; o

percentual da população que vive em cidades de mais de cem mil habitantes; e o

percentual da população urbana classificada como tal segundo o critério oficial do

país. A taxa de urbanização também pode ser expressa mediante a aplicação da

noção de densidade, isto é, o número de cidades de mais de cem mil habitantes

comparado à densidade demográfica total. Com esse método é possível comparar

entre si regiões e países.

Existe estreita correlação entre os processos de urbanização, industrialização

e crescimento demográfico. A cidade pré-industrial caracteriza-se pela simplicidade

das estruturas urbanas, economia artesanal organizada em base familiar e

dimensões restritas. Sob o impacto da industrialização, modificam-se em quantidade

e qualidade as atividades econômicas, acelera-se a expansão urbana e aumenta a

concentração demográfica. As antigas estruturas sociais e econômicas

desaparecem e surge uma nova ordem, que passa a ser característica das cidades

industriais. Nesse primeiro período, a indústria pesada e concentrada, grande

consumidora de mão-de-obra, atrai para os novos centros contingentes

populacionais que exercem sobre as estruturas de serviço existentes demandas que

não podem ser atendidas.

Com a continuidade do processo de urbanização, a cidade se transforma de

diversas formas: setores urbanos se especializam; as vias de comunicação se

tornam mais racionais; criam-se novos órgãos administrativos; implantam-se

indústrias gradativamente na periferia do núcleo urbano original e modificam-lhe a

feição; classes médias e operárias que, pela limitação da oferta existente em

habitação, passam a alojar-se em subúrbios e mesmo em favelas; e, sobretudo, a

cidade deixa de ser uma entidade espacial bem delimitada.

A expansão industrial se acompanha de acelerado desenvolvimento do

comércio e do setor de serviços, e de importante redução da população agrícola

ativa. O crescimento das cidades passa a ser, ao mesmo tempo, conseqüência e

causa dessa evolução. A indústria, mecanizada, passa a consumir mão-de-obra

mais reduzida e especializada. As atividades terciárias tomam seu lugar como

motores de crescimento urbano e, em conseqüência, do processo de urbanização.

4.2 – Urbanização contemporânea

As características essenciais da urbanização contemporânea são sua

velocidade e generalização, o que acarreta grande sobrecarga para a rede de

serviços públicos, acentua os contrastes entre zonas urbana e rural e aprofunda as

insuficiências econômicas de produção, distribuição e consumo. Os sistemas de

produção chegam a um ponto de estrangulamento, enquanto as necessidades de

consumo passam por intensa vitalização. O somatório de todos esses fatores acaba

por produzir um estado de desequilíbrio.

Em função do congestionamento, a cidade tende a expandir seus limites e

nascem assim bairros, subúrbios e a periferia, que podem dar origem a novas

cidades. A urbanização estendida a uma grande área circundante origina uma nova

morfologia urbana, na qual se distinguem regiões diversas: zona urbanizada, isto é,

conjunto ininterrupto de habitações; zona metropolitana, que engloba o núcleo

central e seus arredores; megalópole, resultado da fusão de várias zonas

metropolitanas; cidades novas e cidades-satélites. Independentemente da forma que

assume, o processo de urbanização apresenta sempre uma hierarquia, isto é,

cidades de tamanhos diferentes e com funções diversas: capitais, descanso,

turismo, industriais e outras.

Qualquer que seja sua função, a cidade não é apenas uma unidade de

produção e consumo, caracterizada por suas dimensões, densidade e

congestionamento.

Representa também uma força social, uma variável independente no interior

de um processo mais amplo capaz de exercer as mais variadas influências sobre a

população e cuja principal conseqüência é o surgimento de uma cultura urbana. No

plano material, essa cultura cria um meio técnico e inúmeras exigências concretas:

água, esgotos e serviços em geral. No plano psicossocial, manifesta-se pelo

aparecimento de uma nova personalidade.

A deterioração do meio urbano é uma das conseqüências mais evidentes da

rapidez com que se processa a urbanização. Em decorrência, esse meio

apresentasse incompleto e imperfeito: favelas, habitações deterioradas, zonas a

renovar e recuperar, superposição de funções e outras anomalias. O remanejamento

exige mais do que o planejamento material simples: aumento da rede de serviços,

ampliação da oferta em habitações e racionalização da ocupação do solo. Torna-se

fundamental a criação de novas estruturas, correspondentes à nova realidade.

4.3 – Urbanização no Brasil

O processo de urbanização brasileira começou a partir de 1940, como

resultado da modernização econômica e do grande desenvolvimento industrial

graças à entrada de capital estrangeiro no país.

As empresas transnacionais preferiram se instalar nas cidades em que a

concentração populacional fosse maior e de melhor infra-estrutura, dando origem às

grandes metrópoles. A industrialização gerou empregos para os profissionais

qualificados, expandiu a classe média e o nível de consumo urbano. A cidade

transformou-se num padrão de modernidade, gerando o êxodo rural. A tecnologia e

o nível de modernização econômica não estavam adaptados à realidade brasileira.

A migração campo-cidade gerou desemprego e aumento das atividades do

setor terciário informal. O modelo de desenvolvimento econômico e social adotado

no Brasil a partir dos anos 50 levou a um processo de metropolização. Ocorrência

do fenômeno da conurbação, que constituem as regiões metropolitanas (criadas em

1974 e 1975).

A partir da década de 80 houve o que se chama de desmetropolização, com

os índices de crescimento econômico maiores nas cidades médias, havendo assim

um processo de desconcentração econômica. Outras regiões passaram a atrair mais

que as regiões metropolitanas, havendo também desconcentração populacional.

Está ocorrendo um declínio da importância das metrópoles na dinâmica social

e econômica do país. Um número crescente de cidades passou a pertencer ao

conjunto das cidades médias e grandes. Podemos dizer que o Brasil se modernizou

e que a grande maioria da população brasileira, já está de alguma forma integrada

aos sistemas de consumo, produção e informação.

Existe hoje uma integração entre o Brasil urbano e o agrário, um absolvendo

aspectos do outro. A produção rural incorporou inovações tecnológicas produzidas

nas cidades. O Brasil rural tradicional está desaparecendo e sobrevive apenas nas

regiões mais pobres. A produção comercial está cada vez mais voltada para a

cidade. A produtividade aumentou e o meio rural integrou-se aos principais

mercados nacionais e internacionais.

A implantação de modernos sistemas de transportes e de comunicações

reduziu as distâncias e possibilitou a desconcentração das atividades econômicas,

que se difundiram por todo o país e hoje são coordenadas a partir de diretrizes

produzidas nos grandes centros nacionais e internacionais. Segundo o modelo

informacional, São Paulo é a metrópole mundial brasileira que exerce controle sobre

os principais sistemas de comunicação que difundem as inovações por todo o país,

através dos meios de comunicação.

Observa-se uma ruptura com a hierarquia urbana tradicional e a formulação

de um novo modelo de relações, muito mais complexo e adequado ao quadro social

e econômico do Brasil contemporâneo. Até poucas décadas atrás, o Brasil era um

país de economia agrária e população majoritariamente rural.

Hoje, 8 em cada 10 brasileiros vivem em cidades A concentração de pessoas

em centros urbanos traz uma série de implicações, sejam elas de ordem social,

econômica ou ambiental.O sentido mais usual, da urbanização, é o de crescimento

urbano, ou seja, refere-se à expansão física da cidade, mediante o aumento do

número de ruas, praças, moradias, etc. Nesse caso, ela não tem limite, a ponto de

unirem-se umas às outras, num fenômeno conhecido por conurbação.

Um outro sentido atribuído à urbanização envolve o crescimento da

população das cidades, acontecendo em um ritmo superior ao da população rural. É

na expansão do modo de vida urbano que podemos localizar importantes elementos

para a análise do processo de urbanização no momento presente.

A urbanização do século XX foi marcada por importantes características, a

começar pelo ritmo bastante acelerado de crescimento das cidades e pela sua

abrangência, agora mundial. De fato, as transformações que o capitalismo promoveu

em diversas sociedades nacionais contribuíram para que este processo se

desencadeasse em diversas nações, mesmo naquelas onde a industrialização não

foi representativa, isto é, em diversas áreas do mundo subdesenvolvido. Uma outra

característica se refere ao processo de metropolização. De fato, as metrópoles

encontram-se generalizadas, embora sua presença seja mais marcante nos EUA,

Japão, China, Europa Ocidental e América Latina.

As metrópoles exercem influência em praticamente todo o território nacional,

promovendo a difusão de novas formas de vida, além de imprimirem mudanças na

organização do espaço geográfico. Na atualidade, de cada 100 brasileiros,

aproximadamente 78 vivem em cidades. Apesar de o ritmo de urbanização estar

declinando em nosso país, ainda ocorre transferência de população do meio rural

para o meio urbano. Os grandes centros urbanos do Brasil convivem com uma série

de problemas, tanto socioculturais como ambientais e econômicos. Os

engarrafamentos quilométricos, geradores de fumaça e ruídos que interferem na

qualidade de vida; a volumosa produção de lixo, o que exige espaço para o seu

depósito e cuidados ecológicos com o seu manejo; a carência de áreas verdes para

o lazer e o entretenimento das pessoas; a especulação imobiliária que conduz a

ocupações irregulares, muitas delas ocorrendo em áreas de preservação, como os

fundos de vales.

Por outro lado, as metrópoles não representam apenas problemas,

aparentemente insolúveis. Ao contrário, seu extraordinário dinamismo é gerador de

ofertas de trabalho e de negócios, além de concentrador de recursos financeiros e

de consumo. Nesse sentido, sua dinâmica também promove soluções para as

dificuldades que fazem parte de seu cotidiano.

4.4 – Hierarquia Urbana

A hierarquia urbana é a ordem de organização entre os diferentes níveis de

complexidade econômica das cidades. Como a própria ideia de hierarquia sugere,

trata-se das relações de dependência econômica exercidas por algumas cidades

sobre outras, formando uma cadeia mais ou menos definida de cidades

dependentes e economicamente interligadas entre si.

Essas relações econômicas estabelecem inevitavelmente a consolidação de

uma rede urbana que estrutura uma teia formada por nós (as cidades) e os fluxos

(os sistemas de transporte e telecomunicações). Essa estruturação é um fator que

pode ser diretamente associado ao processo da globalização.

Fazem parte da hierarquia urbana mundial as cidades globais, as metrópoles

nacionais, as metrópoles regionais e as cidades de menor porte.

Cidades globais: representam os principais pólos da hierarquia urbana

internacional. Além de concentrarem elevados quantitativos populacionais, sendo

quase todas elas megacidades (cidades com mais de 10 milhões de pessoas),

essas cidades apresentam uma complexa economia. Ao longo da história, em

grande parte dos casos, as cidades globais foram as primeiras a industrializar-se no

mundo ou, pelo menos, em seus países. Foram também as primeiras a iniciar o

processo de desconcentração industrial que ainda está ocorrendo, passando a ser

conhecidas por abrigar as principais sedes e centros de negócios das empresas

multinacionais.

Exemplos de cidades globais: Nova York, Tóquio, Paris, Londres, Buenos

Aires, Berlim, entre outros. No Brasil, existem duas: São Paulo e Rio de Janeiro.

Metrópoles nacionais: são cidades que também apresentam uma complexa

e avançada organização econômica, uma grande quantidade de habitantes e uma

posição atrativa no recebimento de investimentos, sobretudo de empresas

estrangeiras. No entanto, o seu nível econômico não lhes permite criar em torno de

si uma influência além de seus países ou regiões territoriais próximas.

Exemplos de metrópoles nacionais: Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba,

Brasília e outras cidades.

Metrópoles regionais: são cidades cuja importância e domínio alcançam

apenas o nível regional, estando direta ou indiretamente subordinadas às

metrópoles nacionais e às cidades globais. Mesmo assim, são centros estratégicos,

pois representam o elo de regiões ou pontos afastados em relação aos grandes

pólos da economia mundial.

Exemplos de metrópoles regionais: Goiânia, Cuiabá, Campinas, Belém e

outras.

Abaixo dessas cidades, no contexto da hierarquia urbana, encontram-se

cidades de menor porte, mas com relativa influência local, tais como as cidades

médias brasileiras que, apesar da menor importância, vêm atraindo muitas indústrias

e contemplando índices de crescimento muito acima da média das grandes cidades.

4.5 – Problemas urbanos

O mundo está passando por um intenso processo de urbanização. Esse

processo teve destaque primeiramente durante o século XVIII, nos países

envolvidos na Revolução Industrial. Já nos países em desenvolvimento, a

urbanização ocorreu de forma expressiva a partir da década de 1950, impulsionada

pelo desenvolvimento industrial, pois as atividades industriais se expandiram por

vários países, atraindo cada vez mais pessoas para as cidades.

No entanto, a urbanização acelerada sem planejamento tem como

consequência problemas de ordem ambiental e social. O inchaço das cidades,

provocado pelo acúmulo de pessoas e a falta de uma infra-estrutura adequada, gera

transtornos para a população urbana.

Uma das principais características da urbanização sem o devido

planejamento é o inchaço das cidades, desencadeando graves consequências

econômicas e sociais, esse fenômeno ocorre principalmente nos países em

desenvolvimento, em razão da rapidez do processo de urbanização e da falta de

infra-estrutura.

O crescimento desordenado das cidades gera a ocupação de locais

inadequados para moradia, como áreas de elevada declividade, fundos de vale,

praças, viadutos, entre outras.

Conforme a Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente cerca de

25% da população mundial que mora em cidades vivem na absoluta pobreza.

Os problemas urbanos são vários e bem diversificados, as grandes cidades

sofrem principalmente com as poluições, engarrafamentos, violência, desemprego,

desigualdade social, locais inadequados para moradia, saúde, educação, infra-

estrutura, etc.

Os diversos tipos de poluição (hídrica, visual, do solo, sonora, atmosférica)

são causados principalmente pelo modo de produção e consumo estabelecidos pelo

capitalismo. A poluição atmosférica é um grande problema detectado nas cidades, o

intenso fluxo de automóveis e as indústrias são os principais responsáveis pelo

lançamento de gases tóxicos na atmosfera. Outros problemas ambientais

decorrentes da urbanização são: impermeabilização do solo, alterações climáticas,

efeito de estufa, chuva ácida, ausência de saneamento ambiental, destinação e

tratamento dos resíduos sólidos, entre outros.

A falta de segurança tem sido um dos principais motivos que preocupam a

população urbana. Diariamente são divulgadas notícias de violência nas cidades,

esse processo está diretamente associado a outros problemas como o desemprego,

a educação de baixa qualidade e a desigualdade social.

Portanto, os distintos problemas urbanos formam uma teia, onde um está

diretamente ligado ao outro, havendo a necessidade da realização de políticas para

solucionar todos esses problemas, proporcionando uma melhor qualidade de vida

para a população urbana.

Exercícios

01) (U.E. Londrina-PR) Em relação à urbanização nos países subdesenvolvidos, pode-se afirmar que:

a) foi acompanhada de uma grande e adequada oferta de empregos urbanos nos setores secundário e terciário. b) é a mais antiga do planeta, tendo se iniciado com a Revolução Industrial. c) é acompanhada por igual ritmo de industrialização, criando numerosos empregos nas fábricas. d) a mecanização do campo liberou a mão-de-obra e a industrialização criou novos empregos no setor. e) ocorre em virtude da expulsão do homem do campo pela falta de empregos e de terras e da esperança de trabalho na cidade.

02) (UFJF/PISM II - 2004) Leia o texto:

“Antes de 1850, nenhuma sociedade poderia ser considerada predominantemente urbana, e, por volta de 1900, só a Grã-Bretanha o era. Hoje, um século depois, somente no grupo de países de mais baixo nível de desenvolvimento econômico (principalmente na África ao sul do Sahara e na Ásia das Monções) é que ainda preponderam os países cuja população é predominantemente rural.”

SOUZA, Marcelo Lopes de. ABC do desenvolvimento urbano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.

A partir da ideia principal do texto, pode-se CONCLUIR que:

a) antes de 1850, por não haver cidades, não havia êxodo rural. b) a urbanização só ocorre com a redução da produção rural. c) o grau de urbanização do planeta ainda é muito pequeno. d) a função é o fator utilizado para diferenciar campo de cidade. e) os países pobres não estão inseridos no processo de urbanização.

03) (CESGRANRIO-RJ) Situada junto ao litoral nordeste dos Estados Unidos. A megalópole Boswash tem cerca de 700 Km de extensão e possui mais de 20% da população do país. A respeito da organização espacial dessa área, assinale a opção CORRETA:

a) maior concentração de indústrias pesadas do país, a megalópole se desenvolve graças à presença de grandes jazidas de ferro, petróleo e carvão nessa área do litoral americano. b) uma das maiores expressões do desenvolvimento econômico do país, a megalópole contém, contraditoriamente, uma população heterogênea quanto ao nível de vida, fato evidenciado pela presença de bairros extremamente pobres junto ao centro e subúrbios luxuosos. c) a principal atividade econômica da megalópole é a exportação de gêneros agrícolas, já que as mais importantes áreas agrícolas, já que as mais importantes áreas produtoras de cereais do país encontram-se na periferia de suas cidades.

d) a megalópole se constitui em um exemplo de urbanização para o resto do país, pois suas cidades foram planejadas de tal forma que suas diversificadas atividades econômicas não prejudicam o bem estar de sua população. e) a presença de numerosas colônias imigrantes é responsável pelo elevado nível de vida e pela equilibrada distribuição de renda, fatos que caracterizam a população da megalópole e lhe asseguram um mercado consumidor forte e homogêneo.

04) (ESPM-SP) Nas últimas décadas, vimos assistindo no Brasil a aceleradas mudanças no sistema urbano, profundamente associadas às várias etapas do seu desenvolvimento socioeconômico, provocadas sobretudo pelas transformações de estrutura produtiva de bens e serviços, induzidas pelo processo de industrialização. Apresentamos abaixo várias considerações sobre o tema. Assinale entre elas a única que NÃO expressa verdadeiramente uma consequência resultante dessas mudanças:

a) o subemprego hoje existente nas cidades é um reflexo da ineficiência e desajustada rede de comunicação entre zona rural e a cidade.

b) o crescimento urbano ocorreu até aqui de forma desigual e o desequilíbrio inter-regional é muito evidente. c) o crescimento do emprego na indústria não acompanhou, na mesma medida ou proporção, o aumento da força de trabalho urbano. d) o período de aceleração no processo de industrialização provocou simultaneamente uma intensa urbanização. e) a rede urbana resultou da combinação de dois elementos principais: a localização do poder político administrativo e a centralização correspondente dos agentes econômicos e suas atividades.

05) (UFGO) Leia atentamente a citação abaixo:

“A dinâmica industrial produz não apenas uma relação de interdependência espacial, mas também o melhor espaço para seu desenvolvimento – o espaço urbanizado”.

(PEREIRA, Diamantino Alves Correia et al. Geografia, ciência e espaço. 1993. p. 28.)

Tal afirmação procura colocar em evidência que: I – o setor industrial relaciona-se com o meio urbano, não tendo influência sobre o meio rural. II – em relação ao campo, a cidade é o palco mais apropriado para a efetivação da articulação entre os espaços da produção, da circulação e das idéias. III – ao longo de todo o processo histórico, as aglomerações urbanas originam-se a partir de atividade industrial. IV – com a industrialização, formaram-se redes urbanas complexas, em que o capital acumulado nas cidades passou a diferenciá-las hierarquicamente. V – o espaço de tempo entre a produção e o consumo é sensivelmente diminuído nas cidades, o que explica a sua importância na dinâmica de reprodução do capital. VI – a grande quantidade de pessoas que vivem na cidade promoveu, nas últimas décadas, a distribuição igualitária dos produtos industriais e o bem-estar social.

Estão corretas as afirmativas:

a) I, II e III. b) I, III e IV. c) II, IV e V. d) III, V e VI. e) III, IV e V.

06) (UFJF/PISM II – 2009) Leia o fragmento de texto a seguir:

A cidade é o lugar do trabalho, mas também do lazer. A cidade é o lugar da produção, e do consumo. A cidade é o lugar do ir e vir e do estar. É o lugar dos sistemas econômicos e de lutas sociais. É o lugar das funções, mas é também o lugar da arte. A cidade é natureza transformada, mas também é natureza que se rebela.

SPÓSITO, Maria Encarnação Beltrão. A urbanização no Brasil. São Paulo: CENP, 1993. Geografia – Série Argumento. Adaptado.

Com base no texto, é CORRETO afirmar que cidade é:

a) ciência e conhecimento. b) concentração e organização. c) impacto e concentração. d) planejamento e organização. e) unidade e diversidade.

07) (FATEC-SP) Nos últimos anos, ocorreram mudanças no padrão migratório brasileiro. As metrópoles do Sudeste já não apresentam o elevado grau de atração demográfica que tinham antigamente. Entre as causas desse fato, pode-se citar:

a) o maior controle por parte do Estado brasileiro para inibir o crescimento descontrolado das cidades. b) a criação das frentes pioneiras no Sul do país, que representam grande potencial de empregos na zona rural. c) a redução das históricas diferenças econômicas entre as regiões, graças à modernização das atividades agrícolas. d) a descentralização econômica, pois inúmeras empresas estão saindo do Sudeste e se instalando em outras regiões. e) o empenho de órgãos, como o IBGE, que tentam promover o aumento das densidades demográficas no interior do país.

08) (UNIRIO-RJ) A rede urbana não é “inocente”, no sentido de ser um “simples” conjunto de cidades ligadas entre si por fluxos de pessoas, bens e informações, como se isso fosse coisa de menor importância ou não tivesse a ver com os mecanismos de exploração econômica e exercício do poder existentes em nossas sociedades. LOPES, de Souza, Marcelo. In: ABC do desenvolvimento urbano.

a) o campo é a área do território nacional que escapa da rede de poder econômico e político exercido pelas cidades. b) as cidades se apresentam, ao longo de uma rede urbana, como suportes de disseminação de ideias, das cidades menores para as maiores. c) uma metrópole nacional, a exemplo de São Paulo, concentra as sedes das grandes empresas e, tendo como suporte a rede urbana, exerce a gestão do território. d) os centros locais funcionam como centros de distribuição de bens e serviços e acumulam capital originários dos centros regionais da rede urbana ao qual estão inseridos. e) o campo funciona como suporte de disseminação de bens e idéias, até chegar à cidade.

09) (Unifesp) Megacidades são aglomerações urbanas que:

a) alojam centros do poder mundial e sedes de empresas transnacionais. b) concentram mais de 50% da população total, em países pobres. c) têm mais de 10 milhões de habitantes, em países ricos ou pobres. d) pertencem a países de grande importância no comércio mundial. e) não têm infraestrutura de comunicação suficiente, apesar de serem grandes.

10) (UFJF/PISM II - 2007) O mapa a seguir representa as relações entre as principais centralidades da Região Sul brasileira.

Pode-se constatar que:

a) Porto Alegre é a cidade mais central da região, por isso a extensão de sua área de influência. b) as relações de influência exercidas pelas capitais restringem-se aos limites estaduais. c) a área de influência de Curitiba apresenta relações mais complexas entre as centralidades. d) Florianópolis é polarizada por Porto Alegre, por isso Santa Catarina não apresenta nenhum pólo no interior do estado. e) a rede urbana na região sul não apresenta centros regionais importantes.