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1Universidade Cândido Mendes/ Projeto A Vez do Mestre
Curso de Pós-Graduação em Marketing Estratégico
O ENDOMARKETING NAS EMPRESAS
POR SIMONE XAVIER DA ROCHA PROFESSORA ORIENTADORA: FABIANE MUNIZ Rio de Janeiro JUNHO/2004
2Universidade Cândido Mendes/ Projeto A Vez do Mestre
O ENDOMARKETING NAS EMPRESAS
O objetivo deste trabalho acadêmico é constatar a importância do Endomarketing para o bom funcionamento das Empresas, e como o bem--estar dos funcionários pode influenciar no faturamento e no sucesso das organizações.
3
Agradeço primeiramente a DEUS pela oportunidade que
me deu não só de estar viva, mas de ter o privi légio de me
colocar no caminho certo quanto à realização e participação de
um trabalho o qual será muito importante para meu futuro.
Muito obrigada também pela famíl ia l inda que tenho. Sr.
Francisco, meu querido papai, Dona Anna, minha adorável mamãe
e meu irmão Sérgio, que me de deram todo o incentivo do mundo
para seguir em frente em mais uma etapa de minha vida,
entendendo os momentos difíceis e a ausência de minha presença
em muitos deles.
O agradecimento à minha família é conseqüência do
reconhecimento de que ela é realmente um alicerce verdadeiro,
pois me serviu e me serve de base e apoio até hoje, quanto à
formação do meu caráter e de minha personalidade, razão pela
qual tenho a imensa gratidão a DEUS de tê-la; pela estrutura forte
que me deu para saber o que eu posso ou não fazer e
desenvolver, a f im de me sentir como um verdadeiro SER
HUMANO.
4 Resumo
Este trabalho relata a importância da devida
implantação do Endomarketing nas empresas e seus benefícios. A
primeira parte comenta os aspectos psicológicos do funcionário e
como as medidas de valorização e comunicação de uma empresa
pode influenciar em sua produtividade, em seu bem- estar e em
sua vida pessoal e profissional.
Após isso, relata-se que a empresa pode implementar
as idéias do marketing interno considerando as necessidades de
seu público, como a integração, a comunicação e seu próprio
“t iming”.
Por f im, este trabalho se dedica a falar de exemplos
práticos em como esse trabalho pode ser desenvolvido, citando
empresas conhecidas, como a Nestlé e reiterando a importância
deste trabalho como um diferencial competit ivo no mercado.
5Metodologia
A intenção deste trabalho monográfico é a
determinação de uma conveniência ótima com a crít ica e a
imposição dos tempos de modernidade com a necessidade de
uti l ização de todos os recursos tecnológicos disponíveis, sem que
o indivíduo perca sua autonomia.
Pesquisa teórica e referências bibl iográficas sobre o
tema. Ao mesmo tempo, uma elaboração e análise pessoal.
Assume-se que o método tem como motivo maior uma orientação
prevista nas “Normas para elaboração e apresentação de
trabalhos dos cursos de pós-graduação”que indica na introdução
que a monografia tem como principal característ ica: “(.. .) analisar
de forma mais profunda possível, um assunto restri to
desenvolvendo o tema em todos os seus ângulos e aspectos, de
forma detalhada e minuciosa. Apresenta o resultado de exaustiva
pesquisa bibl iográfica”.
No processo de ler-f ichar-redigir sustenta-se a
temática do projeto geral. Este trabalho monográfico tem como
base pesquisa bibl iográfica com aplicação de análise exploratória
em l ivros e revistas e internet.
Trabalho de pesquisa de cunho teórico e visa definir,
conceituar, ampliar generalizações de fatos integrantes de uma
estrutura em um sistema, modelo, no qual se emerge o objeto
envolvido com a objetividade, espírito e análise, integração e
criação.
6SUMÁRIO
Introdução 07
Capítulo 1 – Motivação 09
Capítulo 2 - O que a empresa pode fazer pelo funcionário 13
2.1.Comunicação 13
2.2.Integração 15
Capítulo 3 – O Tempo 17
Capítulo 4 – Exemplos bons e maus 22
4.1.O Jornal da Empresa 22
4.2.Quadro de missão 23
4.3.Recursos Humanos 23
4.4.Conhecer o que vende 24
4.5.Conhecer onde trabalha 24
4.6. A temível demissão 25
4.7. Ter empatia 26
Capítulo 5 – Case Nestlé 27
Conclusão 29
Bibliografia 30
7Introdução
O Endomarketing pode ser definido como uma série de
atividades cujo objetivo é, segundo Kotler(2000), facil i tar,
promover e conservar relações de troca entre pessoas. Cada vez
mais percebe-se que um funcionário reconhecido é um funcionário
satisfeito. Um funcionário satisfeito produz mais e melhor, e isso
acarretará um produto f inal de melhor qualidade, gerando
diretamente a satisfação do cl iente.
Um exemplo prático de Marketing Interno é o
reconhecimento por campanhas, como a de “Funcionário do Mês”,
que a rede McDonald’s presta aos funcionários de cada loja. A
Volkswagen também possui campanhas motivacionais que
incentivam seus funcionários a apresentarem idéias para
aprimorar ou otimizar o serviço.Este trabalho visa, portanto, a
mostrar de forma aplicada no que consiste o conceito de
Endomarketing, mostrando exemplos reais e hipotéticos de seus
benefícios, de acordo com as referências bibl iográficas uti l izadas
como embasamento deste material.
O objetivo do trabalho é mostrar a importância do
Endomarketing para o bom funcionamento das empresas e em
como o bem-estar dos funcionários pode influenciar no faturamento
e no sucesso das empresas de uma maneira geral.
A justif icativa efetuada é a de que é fato que o mundo
globalizado está cada vez mais competit ivo, e dentro deste
contexto as empresas estão cada vez mais em busca de um
8diferencial que as deixem um passo à frente dos seus
concorrentes. Até bem pouco tempo atrás esse diferencial era
procurado do “lado de fora” da porta de entrada: matérias-primas
mais baratas, isenções f iscais, mãos-de-obra mais fartas etc.
Com o passar do tempo, principalmente a partir da
década de 80 para cá, as empresas têm percebido que o
diferencial pode estar dentro da própria empresa: a satisfação dos
funcionários e, como forma de cult ivá-lo surge a comunicação
interna ou o Endomarketing, tema deste trabalho.
9Capítulo 1 - Motivação
Antes que este trabalho adentre pelo assunto de
Marketing Interno, faz-se necessário que se explore mais sobre
como a comunicação interna dentro de uma empresa atua nos seus
funcionários.
É difíci l buscar os mecanismos que fazem com que o
trabalho seja também uma fonte de prazer em nossa vida. A
palavra “trabalho”,vem do latim “tr ipalium”, que signif ica “três
paus” que, há muito tempo, era um instrumento de tortura. Logo,
em sua síntese, trabalhar é visto mais como um meio de tortura do
que um prazer.
O que as empresas têm feito para, de alguma forma,
mudar essa concepção, enraizada no subconsciente, é introduzir
mecanismos para que os funcionários busquem, dentro de si, a
motivação necessária para melhorar o seu ponto de vista em
relação ao que faz.
Entretanto, não existe uma “fórmula secreta” e padrão
para que, um funcionário desmotivado, reverta esse quadro e se
torne emocionalmente comprometido e integrado com os mesmos
objetivos de sua empresa. Não existe uma “receita de bolo” pelo
simples motivo deste estudo ser focado em seres humanos, ou
seja, pessoas diferentes que possuem um universo distinto e
reagem de maneiras diferenciadas dentro deles.
Programas de comunicação interna não são, por si só,
a solução dos problemas de comunicação e satisfação dos
funcionários, mas sim um meio para que, ao menos, no ambiente
10de trabalho, as pessoas possam gostar do que fazem; possam
estar satisfeitas e ,dessa forma, produzindo mais e melhor. Por
esses motivos, não cabe aos funcionários, ao contrário do que
normalmente se vê, culpar a empresa pela sua própria infelicidade
e desmotivação, e sim, esperar – e porque não, propor – que ela,
tente reverter, no ambiente de trabalho, a desmotivação
profissional do funcionário.
Motivar, segundo definição de dicionário1 é “Despertar
o interesse, o entusiasmo por”. Esse interesse, por ser despertado
pela própria pessoa como por fatores externos (não entendi o
sentido aqui). A motivação é, portanto, o pontapé inicial para
dir imir os problemas, não apenas na relação que se tem com o
trabalho, a vida profissional, mas como na vida pessoal e todos os
aspectos que envolvam o universo do ser humano. A motivação
profissional na verdade tem de partir de dentro de nós.
Analisa de Medeiros Brum2 afirma que tudo faz parte de
um “efeito cascata” e que cada um pode explorar seus mecanismos
de busca pela fel icidade3:
“Estudiosos americanos têm defendido a idéia de que é possível “aprender” a ser fe l iz ou, pelo menos, “ focar a fe l ic idade” como objet ivo de v ida, tentando alcança- la no dia-a-dia, a part i r de at i tudes e escolhas pessoais. O Dalai Lama tem colocado isso com muita força em seus l ivros, hoje l idos por pessoas de todo o mundo.
Os estudos que têm sido fe i tos neste sent ido determinam quatro
fatores para o alcance da fe l ic idade. São eles: amar a s i mesmo, amar ao próximo, amar aqui lo que faz e amar a empresa na qual t rabalha.
Dos quatro fatores apresentados, dois (50%) estão vol tados para
o nosso t rabalho, demonstrando c laramente que a fe l ic idade completa
1 Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Minidicionário da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985. p.324 2 Analisa de Medeiros Brum: Pioneira no estudo e na publicação de livros sobre Comunicação e Marketing interno. Seus trabalhos são reconhecidos e premiados nacionalmente. É sócia-diretora da “Happy House”, agência especializada em Endomarketing. 3 Brum, Analisa de Medeiros. Respirando Endomarketing. Porto Alegre: L&PM Editores. 2003. p.26
11somente pode ser a lcançada se houver equi l íbr io nos ambientes pessoal e prof iss ional .
Dentro desse contexto, podemos dizer que as duas grandes
fontes de energia e de prazer na v ida são, realmente o sexo e o t rabalho. O mesmo sucesso que buscamos na v ida prof iss ional deve ser buscado também na v ida pessoal e v ice-versa”.
Por este motivo, reitera-se que a força motivacional
que impulsiona as pessoas deve vir de dentro de si e não por
motivos externos. Esta força motivacional é a mesma que move as
vidas pessoal e profissional de um indivíduo, que o mantém em
equilíbrio e, conseqüentemente, o faz fel iz e realizado. Por esse
aspecto, nenhuma empresa tem competência para influenciar a tal
ponto o comportamento de seu funcionário. O que ele pode estar
trabalhando é os 50% que lhe cabem, ao que se refere ao
comportamento profissional, ou melhor, em como o funcionário
encara a empresa: seus objetivos, sua função, seus colegas de
trabalho e seus benefícios.
Mais do que saber o quanto ele ganha por estar
trabalhando ali, a empresa precisa se preocupar em passar
segurança para o funcionário. Os empregados gostam de ser
reconhecidos pelo que fazem. Algumas empresas chamam seus
funcionários de “parceiros” ou “colaboradores” para desmistif icar a
relação empregado x patrão. A idéia é que todos acreditem estar
“no mesmo barco”, remando juntos em uma mesma direção,
independente do cargo que ocupa, da função que desempenha, de
seu nível hierárquico.
Obviamente, sente-se melhor e mais motivado quem
consegue concil iar suas aptidões e preferências pessoais com sua
carreira profissional. Dif ici lmente um profissional de artes plásticas
tem intimidade com cálculos complexos ou fórmulas químicas
12gigantescas. Entretanto, disparates à parte, de acordo com Analisa
Brum4, apenas 10% do homem são vocação. Os outros 90% são
adaptação. Isso signif ica dizer que nunca é tarde para que a
pessoa aprenda a gostar do que faz e da empresa em que
trabalha.
Até quem trabalha no que gosta, eventualmente, acaba
enfrentando desafios e passando por um sem número de
obstáculos. Cabe a ele próprio definir se enxergará as dif iculdades
como pontos posit ivos de crescimento e amadurecimento pessoal e
/ ou profissional, ou se deixar abater por elas.
Em mais um trecho de seu l ivro, Brum reforça a idéia
de que não é a empresa que possui a obrigação de fazer o
funcionário fel iz e disposto a percorrer seus próprios objetivos e
sim, deve-se preocupar em não t irar a motivação já pré-existente
do funcionário de trabalhar em prol dos mesmos objetivos5:
“Segundo especial is tas no assunto, não podemos reduzir o ser humano ao aspecto genét ico ou a psíquico, nem dar mais importância para um desses lados, pois os dois estão presentes na formação da fe l ic idade.
A verdade é que o ser humano é biopsicosocial e a fe l ic idade é
uma interação complexa desses fatores. A capacidade de ser fe l iz tem a ver com a cul tura fami l iar . É na famí l ia que as pessoas aprendem a ver a v ida de forma ot imista ou pessimista.
Portanto, não é certo responsabi l izar uma empresa pela
fe l ic idade das pessoas que nela t rabalham.”
4 Brum, Analisa de Medeiros. Respirando Endomarketing. Porto Alegre: L&PM Editores. 2003. p.27 5 Brum, 2003. p.27
13Capítulo 2 – O que a empresa pode fazer pelo funcionário
Uma empresa que se preocupa com a plena satisfação
profissional de seus empregados, poderá focar seus esforços
primeiramente em dois fatores: informação e integração. Nesses
itens, estão, resumidamente, o conceito do Endomarketing, o que
representa um bom começo para quem quer implantar o marketing
interno e resgatar o “amor” dos funcionários pela empresa, como
se os f izesse “vestir a camisa”, num sentido popular.
2.1. Comunicação.
Comunicar é preciso; sem comunicação, não existe
diálogo entre o funcionário e a empresa. O funcionário não tem
direito de expressar sua opinião e a empresa se priva de
esclarecer a seus funcionários o porquê de determinadas atitudes
ou expor seus objetivos, metas e missão. Em resumo: sem
comunicação, cada um pensa por si, provavelmente em diferentes
direções.
Brum afirma que o ser humano teme o que desconhece
e é nesse cl ima de tensão que ele trabalha, transferindo sua
insegurança, e sua conseqüente frustração, para o seu trabalho,
gerando desmotivação, angústia e ansiedade. Mais ainda: ninguém
gosta daquilo que não conhece, ninguém luta por aquilo que não
sabe o que é e ninguém informa sobre o que não sabe.
Por mais simples e claro que seja para muitas
empresas, é difíci l “enxergar” ou reconhecer a importância de uma
postura mais aberta e sincera com o funcionário. Não percebem o
14fato de, por exemplo os funcionários entrarem em uma empresa ou
em novos departamentos repletos de motivação e entusiasmo e,
com o passar do tempo, suas feições f icarem cada vez mais
circunspectas. Ninguém que entra em um novo trabalho,tem por
objetivo inicial odiá-lo, muito pelo contrário.
Os novos empregados o fazem de “coração aberto”,
apesar de toda a insegurança dos pr imeiros dias. Entretanto, é
comum encontrarmos diretores que acreditem que o problema está
no próprio subordinado, em sua enorme incapacidade de
reconhecer e amar aquilo que possui.
Deve pensar a relação entre empresa e funcionário,
como um “caso de amor”. Sem diálogo, sem comprometimento,
sem a preocupação mútua em agradar, dif ici lmente uma relação
resiste. Uma comunicação precária ou equivocada afasta, cada vez
mais, o público interno, “matando” gradativamente o amor que era
nutrido pela empresa. Logo, uma empresa que não é aberta ao
diálogo, impede que as duas partes “discutam a relação”, minando
cada vez mais o “caso de amor” entre empresa e empregado.
A informação é, portanto, um produto da comunicação
interna que deve ser tratada como a melhor estratégia de
aproximação entre empresa e funcionário, formando uma sinergia,
ou seja, a convergência das partes (funcionário e gestores)
voltados para um mesmo resultado (a satisfação do cl iente e a
conseqüente obtenção do lucro).
152.2. Integração
Ninguém é fel iz em um ambiente no qual não existe
integração entre as pessoas, entre as áreas e até mesmo entre a
empresa e os empregados como um todo. Assim como a
comunicação é a base de todo o relacionamento, informação e
integração são ferramentas que se completam e se complementam
ao alimentar a motivação do público interno.
Integrar só é possível quando a empresa sustenta uma
ideologia, por intermédio de atitude e a contamina para seus
funcionários, como um “efeito em cascata”, no qual “palavras
bonitas” deixam de ser apenas exemplos teóricos e são realmente
postas em prática, de forma a motivar seus funcionários a agirem
com a mesma postura, fazendo com que o ambiente se torne mais
cordial, pró-ativo, amigável e organizado.
Ao receber um maior e melhor nível de informação
sobre a empresa e ao se sentir plenamente integrado ao ambiente,
o empregado passa a conviver com o cenário adequado para
buscar o seu crescimento pessoal e profissional.
Muitas vezes, a falta de integração na empresa surge
ou agrava pela falta de informação. O silêncio da empresa faz com
que as mentes dos funcionários construam inverdades –
tendencialmente piores do que a realidade – e as difundem por
toda a organização, gerando boatos infundados, insegurança,
discórdia e um clima desfavorável à produção.
16 Segue abaixo um texto de Analisa Brum6, que
exemplif ica atitudes indispensáveis para a integração dos
funcionários na empresa:
“Em ambiência organizacional , a integração precisa ser v ista em quatro níveis:
Integração entre pessoas; Integração da pessoa com a empresa; Integração da pessoa com as chef ias; Integração entre áreas.
Uma das percepções mais preocupantes que tenho coletado nas empresas diz respei to ao concei to de “ t imes” que, segundo algumas pessoas, só existem quando os resul tados são posi t ivos.
Nas empresas onde a cul tura do resul tado é mui to for te, as não-
conformidades em um processo fazem com que o sent imento de t ime seja deixado de lado. A empresa acaba part indo para a busca de culpados indiv idualmente.
Já ouvi de mui tas pessoas que os “ t imes” existem apenas no
discurso. Na prát ica é cada um por s i e Deus por todos’ . A integração entre as pessoas é a mais d i f íc i l de ser a lcançada,
especialmente nas empresas que t rabalham com turnos, onde um precisa almoçar correndo para que o outro colega também possa almoçar, ou onde um passa o posto de t rabalho para o outro correndo, na ânsia de i r para casa descansar, o que impede que aconteçam momentos nos quais seja possível estabelecer re lacionamentos saudáveis.
Em outras empresas, o re lacionamento entre as pessoas de uma
mesma ‘área é for te, mas restr i to aos ‘ feudos’ construídos intu i t ivamente para protegerem-se daqui lo que consideram ‘per igos corporat ivos’ .
Existem ainda as empresas nas quais não acontece nenhum
vínculo socia l entre as pessoas, ou seja, a comunicação entre elas é basicamente técnica.
A comunicação interpessoal é favorecida pelo Endomarket ing,
pois o repasse de um al to nível de informação ao públ ico interno evi ta a construção de boatos e desentendimentos internos, mas não tem o poder de resolver completamente essa questão.
O que se pode fazer é estabelecer programas internos que
incent ivem o t rabalho em grupo, ou seja, a reunião das pessoas em torno de um objet ivo comum, além de festas e reuniões que propic iem o contato di reto” .
6 Brum, 2003. p.54
17Capítulo 3 – O Tempo
O tempo pode ser considerado tanto um aliado como
um inimigo, depende de como o encaramos e usamos. Ele é um
obstáculo real que faz com que o trabalho de todo profissional
circule em torno de prazos e metas, o que é fundamental para a
sociedade capital ista em que vivemos.
E, para otimizar o tempo, vale usar de inúmeros
recursos, que vão desde profissionais cada vez mais
especializados, equipamentos e tecnologia em redes e informática,
e canalização de trabalhos, para evitar desperdícios de tempo e,
conseqüentemente, dinheiro.
Para exemplif icar essa questão, Margarida Maria
Krohling Kunsch relata em seu l ivro “Obtendo resultados com
Relações Públicas”, exemplos de como isso ocorre cada vez mais
nas empresas e seus respectivos benefícios7:
“De fato, o que buscamos é o ideal dentro do possível , considerando-se todas as l ic i tações inerentes à s i tuação, ao cenár io. Al iás, o mais importante quanto a is to é que o cenár io é o que é, não o que gostar íamos que ele fosse. Assim, de nada adianta gastar seu tempo com observações do t ipo ‘se ao menos t ivéssemos mais prazo. . . ’ (aqui você pode subst i tu i r a palavra prazo por vár ios outros concei tos, como verba, por exemplo). Não há mais prazo, não há mais dinheiro, e ponto f inal . Na verdade, o que se espera de você é fazer o t rabalho mais ef ic iente possível , com o melhor resul tado, no menor prazo e pelo custo mais baixo”.
“Para is to é fundamental conhecer em profundidade o públ ico de
que estamos fa lando – e isso não se consegue com pesquisas v ia quest ionár io. É necessár io um contato pessoal em que se estabeleça uma relação de conf iança. Em suma, é preciso ter d isposição para ouvir . Mesmo o
7 Kunsch, Margarida Maria Krohling. Obtendo Resultados com Relações Públicas. São Paulo: Pioneira, 2001. p.181
18melhor programa de comunicação do mundo f racassará se não seguir essa premissa. Por outro lado, a tentação de part i r do pr incípio de que se conhece este públ ico é mui to grande. Isto, somado à impossibi l idade de ouvir a todos os funcionár ios, como normalmente acontece, acaba por se const i tu i r no pr incipal entrave a um bom trabalho de comunicação. De qualquer modo, leve em consideração que uma amostragem de 10% a 15% do total pode ser mais do que suf ic iente se:
• Os pr incipais cargos gerenc iais est iverem incluídos; • As pr incipais l ideranças informais forem ident i f icadas e incluídas; • Houver garant ia de conf idencial idade; • Não houver indução de respostas por parte do entrevistador; • For obedecido o menor prazo possível para a real ização destas entrevistas
Figura de extrema importância para este levantamento é a do entrevistador. Ele tem que ser absolutamente imparcia l e não-opinat ivo e, apesar d isso, ser capaz de gerar um cl ima de cumpl ic idade. Isto não s igni f ica fa lar mal do chefe do entrevistado, e s im mostrar que ambos têm um objet ivo comum, que pode ser consubstanciado numa sér ie de mudanças na ent idade – sejam estas mudanças de c l ima ou estruturais - , e que, para ta l , o entrevistador necessi ta da ajuda do entrevistado. A um tempo estaremos valor izando o funcionár io e obtendo as informações que precisamos para def in i r nossa rota. Além disso, o teor da entrevista deve ser o mais amplo possível – até fugindo do escopo exclusivamente prof iss ional . Conhecer a lguém signi f ica saber seus anseios e f rustrações, seus ideais, seus interesses, sua v isão de futuro, seu passado. Tudo isto será mater ia l de extrema val ia para a def in ição dos caminhos que i remos seguir para desenvolver nosso programa de comunicação”.
As pessoas em geral estão cada vez com mais pressa,
segundo citação de Flávio Valsani, Diretor-Presidente da LVBA,
Comunicação e Propaganda não foi apenas quanto à forma que os
modernos instrumentos deram sua contribuição, e sim com relação
à mudança de ‘t iming’ por que estas relações têm passado. Na
época do Império, quando D. Pedro I recebeu a notícia de que o rei
de Portugal t inha morrido e que, então, o novo rei era ele mesmo,
já se passara um período de três meses. Outros três
transcorreram, antes que os portugueses recebessem uma carta de
19D. Pedro aceitando a coroa e, pelo menos um novo tr imestre se
passou antes que o novo monarca pusesse os pés em Portugal. Ou
seja, durante quase um ano, a país f icou sem seu chefe supremo...
E isso não causava ansiedade a ninguém. As pessoas l idavam com
o tempo de uma forma diferente. Na copa do mundo de 1962, o
brasileiro acompanhava a partida pelo rádio e assistia o jogo dois
dias depois. Hoje, dois países entram em guerra na Ásia e você
tem imagens do confl i to on-l ine, em tempo real. Você vê as coisas
acontecerem no exato momento em que se passam – ou quase.
Uma carta de Nova Iorque para o Brasil, que levava vinte dias para
chegar, passou a chegar num tempo cinco vezes menor, ou até
imediatamente, com o auxíl io do fax.
Além da detectação de crít icas e sugestões do público
interno, a f im de elaborar um eficiente plano de Endomarketing (o
que evita o re-trabalho e o desperdício de recursos f inanceiros), o
profissional de Endomarketing deve estar sempre atento às
novidades do mercado, seja de qualquer ordem, que pode
influenciar e otimizar o tempo de seu trabalho em diversos
aspectos. Para f inalizar esse capítulo, segue a citação de Flávio,
em que ele exemplif ica essa questão, de como os mais diversos
recursos – e a atualização de velhas idéias – podem otimizar o
trabalho da comunicação de uma empresa8.
8 Kunsch, Margarida Maria Krohling. 2001. p.184
20“Tomaremos como exemplo da c lássica caixa de sugestões. De
elemento passivo, inat ivo e até di f icul tador – quantas pessoas têm di f iculdade em ordenar suas idéias de maneira inte l igível por meio da escr i ta hoje em dia? – ele se t ransformou num agente faci l i tador, que ajuda a preservar a ident idade do usuár io, se for o caso. Sim, pois hoje em dia, a caixa de sugestões tem assumido a forma de uma secretár ia e letrônica, l igada a determinado ramal. Quais as vantagens? São diversas: para a média das pessoas, é mais fáci l verbal izar que escrever; e la pode preservar sua ident idade incógni ta; é um contato mui to mais pessoal e di reto que um bi lhete e deixa as pessoas à vontade para desis t i r na hora “h” , se fa l tar coragem.. .
Mesmo considerando a eventual resistência que as pessoas
possam ter com relação a uma secretár ia e letrônica, deve-se levar em conta que esta é uma si tuação extremamente di ferente: numa l igação te lefônica normal a pessoa espera ser atendida por outra pessoa; o atendimento automát ico é uma reversão de expectat iva e normalmente f rustrante. No nosso caso, a secretár ia e letrônica é uma garant ia e um faci l i tador; o interessado possivelmente se assustar ia se encontrasse uma pessoa, do outro lado da l inha, ao invés de uma máquina.
De fato o computador tem transformado os instrumentos
t radic ionais de comunicação. Os avisos em murais têm ganho apresentações mais sof is t icadas e chamat ivas – color idas mesmo. E os responsáveis por e les têm gasto mui to menos tempo em sua confecção do que com os t radic ionais cartazetes fe i tos à mão ou à máquina. E os “ jornaiz inhos”, então? Qualquer um pode l iberar sua porção art íst ica hoje em dia. Realmente, estamos na era da informát ica.
O único problema é que o ser humano tende à acomodação.
Aprende a mexer com um edi tor de textos e, a part i r do momento em que acha que o seu problema será resolv ido, passa a apl icar ‘ad nauseam’ o que aprendeu, sem buscar coisas novas. Ou você vai d izer que nunca encontrou uma ci rcular para mural com aquele grupo de pessoas no pé da página?
De qualquer modo, o computador tem sido um auxi l iar
fundamental para a geração de interesse, tornando as formas t radic ionais de comunicação enter ent idade / empregado mais digeríveis e até interessantes – mesmo quando seu t í tu lo não é ‘antecipação salar ia l ’ .
Em função de isto tudo, era natural que essas relações ent idade
/ empregado também mudasse. Jornais com uma per iodic idade t r imestral , ou no máximo bimestral , passaram a encurtar seus prazos, atendendo a uma necessidade de informação cada vez mais premente. Administrar re lacionamentos entre unidades distantes, que cr iava um sér io problema logíst ico, hoje é uma tarefa re lat ivamente s imples, se ut i l izados os modernos instrumentos. E como fazer isso? Vamos a um exemplo concei tual :
São 11h00. No escr i tór io central da empresa X tudo está
preparado para uma apresentação a todo o corpo gerencia l dos resul tados obt idos no ano f indo e dos objet ivos para o ano em curso. Os oi tenta gerentes foram convocados com dez dias de antecedência, v ia e-mai l – correio eletrônico - , e conf i rmaram suas presenças pelo mesmo método. Fato re levante: e les se encontram espalhados por quatro unidades dist intas:uma em São Paulo, outra em Salvador, outra em Reci fe e a úl t ima na Baixada Sant ista. Na hora marcada, a apresentação tem seu iníc io. Envolve um
21pronunciamento do presidente, apresentação de inúmeros gráf icos. Perguntas são respondidas, dúvidas esclarecidas, sugestões formuladas.E cada um deles estava em sua c idade de or igem, integrado por um sistema fechado de te levisão. Ao f inal da apresentação, um relatór io contendo os pr incipais pontos, fe i tos em um notebook, é emit ido e af ixado nos quadros de aviso. Ao mesmo tempo, outro aviso comunica que um vídeo contendo a apresentação do presidente será mostrado a todos os empregados ainda na mesma tarde, que poderão contar com a presença dos gerentes para responder eventuais perguntas. Caso desejarem um contato di reto com o presidente da empresa, haverá duas al ternat ivas: o uso do correio eletrônico ou o café da manhã mensal em que ele se coloca à disposição para um contato pessoal com os empregados que se interessarem.
Fascinante, não? Mas isto não é futuro. É presente. Trata-se de
um fato real e que, pasmem, custou muito menos do que a real ização de uma convenção, reunindo estas pessoas. Certo, em algumas s i tuações, o contato pessoal cont inua sendo a melhor estratégia, mas existe um sem-número de reuniões que poder iam ser real izadas à distância sem nenhum prejuízo de qual idade, ef ic iência ou ef icácia. Esta fo i uma delas e só fo i possível graças aos novos instrumentos.
Pelo correio eletrônico, hoje é possível manter um jornal
semanal ou diár io e, a lém disso, interat ivo, já que o correio eletrônico permite resposta. E o melhor ponto é que, pelo correio eletrônico, você pode ter a exata dimensão de quem leu e quando, o que impl ica um acompanhamento direto da recept iv idade do veículo.
Pelo uso do vídeo, você consegue estar presente em diversos
locais s imul taneamente, evi tando pr iv i legiar uma ou outra unidade e passando exatamente a mesma mensagem em cada uma. Além disso, o inverso também é verdadeiro: d iversas vezes já f izemos gravações de depoimentos, perguntas, re iv indicações de empregados de diversos locais e os apresentamos à di retor ia, gravando em seguida a resposta a cada uma das perguntas e retornando-as aos empregados. Tudo por um custo bastante acessível e com resul tados extremamente posi t ivos, já que consiste num sistema que atende e até supera a expectat iva de t iming do empregado.
Em suma, não basta ser pró-at ivo e t ransparente. É preciso
também ser rápido, caso contrár io você cont inuará sendo ul t rapassado pela ‘ rádio peão’ e a ‘moça do café’” .
“Tudo é um processo e, por ser um processo, não tem f im. As pessoas de maneira geral vão se acostumando às novidades, se tornando mais exigentes, mais sof ist icadas. E você precisa estar um passo à f rente, gerando novas al ternat ivas, buscando di ferenciais, chamando a atenção de todos para tudo de importante que você tem a dizer” .
“A part i r do momento em que você começa a prestar atenção nas
pessoas, você começa a descobr i r suas mot ivações, seus interesses, desejos e expectat ivas. E a entendê- las melhor.
É is to que vai permit i r essa busca permanente de novos
caminhos. Porque a compreensão do outro é mot ivadora, cr iat iva, est imulante.”
22Capítulo 4 – Exemplos bons e maus
Como tudo – ou quase tudo – na vida, pode-se t irar
bons e maus exemplos. Dessa mesma forma, existem também boas
e más experiências com Endomarketing nas empresas, ou melhor,
exemplos bons ou mal sucedidos. Quando mal sucedidos, pode-se
atribuir a uma série de fatores, como o não cumprimento de
quaisquer uma das regras ou a não colaboração de quaisquer uma
das partes.
A partir daí, podemos citar alguns exemplos de como
atingir a excelência de um trabalho de Marketing Interno em uma
empresa, conquistando seus funcionários, fazendo-os produzir
mais, o que acarreta em um produto f inal melhor e mais qualitativo,
além da qualidade de vida melhor.
4.1. O Jornal da Empresa
Toda a informação é decorrente de uma decisão que,
por sua vez, é tomada pela direção da empresa. Portanto, a
informação é uma responsabil idade da direção e, por mais que o
jornal seja eventualmente feito por um grupo de funcionários,
deverá ser supervisionado pelos diretores.
No jornal deverão ser passado todos os objetivos da
empresa, a valorização do funcionário, decisões da empresa e
eventuais prestação de contas, por atitudes tomadas ou incidentes
acontecidos. É importante, também, que a leitura seja de fácil
entendimento e que se aproxime da realidade do funcionário,
trazendo também informações variadas sobre o seu cotidiano,
23como entrevistas, dicas de português, de saúde, seções lúdicas,
culinária, serviços etc.
4.2. Quadro de Missão
Muitas empresas espalham pelas paredes dos
corredores, quadros com a citação da missão ou visão da
empresa, muitas vezes obrigando seus funcionários a decorarem
o escrito, geralmente composto de frases muito compridas, sem
vírgulas, pontos e sentido prático algum.
Reiterando a questão do entendimento, por parte dos
funcionários, ninguém luta pelo que não conhece. Frases bonitas
mas incompreensíveis para a maioria dos empregados, serão
apenas “frases bonitas e vazias”. Tudo o que for direcionado aos
funcionários terão de ser claros, sucintos e objetivos. Um bom
exemplo disso, é o Grupo Pão de Açúcar, cuja missão é “Vender
qualidade de vida para ter a capacidade de servir qualidade de
vida”9. Esse é o grande desafio das empresas: incluir o público
interno como parte determinante para o sucesso de um processo,
ou melhor, fazer com que os empregados se envolvam com os
conceitos e objetivos da empresa.
4.3. Recursos Humanos
A maior preocupação das pessoas é com sua vida na
empresa: salários, férias, reajustes, benefícios, incentivos,
recrutamentos e seleções, programas de participações, cortes etc.
9 Brum, 2003. p.47
24A informação de recursos humanos é, na maior parte
das vezes, difíci l de ser entendida e assimilada. Por isso a
importância da empresa criar e manter canais para esse t ipo de
informação, além de abordá-la de forma mais explicativa e direta
possível, ou corre o risco de, um “ folder”10 ou folheto muito
complexo passar despercebido para o público interno, pelo fato de
ninguém ler ou, até mesmo entender o conteúdo da mensagem.
4.4. Conhecer o que vende
Endomarketing não é apenas vender um produto para
dentro, mas também divulgar o produto da empresa para seus
funcionários, antes do que para seus consumidores, a f im de que
eles tenham maior intimidade com o novo negócio e possa
desempenhar correta e eficientemente suas funções quando os
cl ientes lhes procurarem. O empregado precisa ver, sentir, cheirar
e experimentar o novo produto com o qual passará a conviver. O
impacto sensorial é importante quando se deseja vender alguma
coisa.
4.5. Conhecer onde trabalha
A informação dentro de uma empresa, nem sempre é
posit iva. Existem informações negativas como demissões em
massa, acidentes de trabalhos, acidentes ecológicos etc. Quando
tais fatos acontecem, a atitude correta é repassar tais informações
a seus funcionários, reunindo o maior número de informações
oficiais e relatando-as de forma técnica, clara e objetiva, mas
pondo a posição da empresa em relação ao acontecido. Os
empregados possuem a tendência de “defender” a empresa no qual
10 Material impresso para distribuição interma, contendo explicações à respeitos dos mais variados fins.
25trabalham, o que se torna mais difíci l na medida em que eles não
sabem o que acontece.
4.6. A temível demissão
A demissão pode ser considerada a pior decisão a ser
tomada dentro de uma empresa. Metaforicamente, é como se uma
pessoa quisesse perder peso, cortando uma perna. Sofrem os dois
lados: quem demite e quem é demit ido. Por isso, o repasse da
informação precisa ser planejado. Sempre é bom fazer com que
não anteceda uma grande festa ou comemoração da empresa.
Também é bom investigar a vida da pessoa que está sendo
demitida, para ver se não existe, naquele momento, algum outro
t ipo de sofrimento. Informações negativas devem ser repassadas
da forma mais digna e íntegra possível, a f im de que as pessoas
entendam e absorvam como algo necessário e não como um
“capricho” da empresa.
264.7. Ter empatia
Chefes prepotentes criam um mudo pequeno para si,
com pessoas a sua volta, mas apenas por interesse, por medo ou
conveniência. Chefes empáticos criam uma sinergia de lealdade,
de querer estar junto com o comprometimento. Wilson Cerqueira11
em seu l ivro, retrata o que é ser empático, conforme abaixo12:
“Mas, o que é empatia?
É colocar-se psicologicamente e em sent imento no lugar do outro sent indo suas necessidades.
A empat ia é a grande faci l i tadora das relações interpessoais,
pois n inguém preservará a auto-est ima de ninguém e nem a t rabalhará posi t ivamente sem sair de s i mesmo, sem projetar-se psicologicamente e em sent imento em direção ao outro.
Quando desenvolvemos a empat ia, conjugamos o verbo na pr imeira pessoa do plural , ou seja, pensamos sempre em ‘nós’ . Quando não estamos empát icos, naturalmente f icamos egocêntr icos e tudo gi rará em torno do nosso ‘eu’.
As pessoas empát icas têm uma maior probabi l idade de obter a
acei tação, a adesão internas das outras, ou seja, suas at i tudes serão faci l i tadoras da obtenção do compromet imento pessoal com suas idéias, ordens etc.
Quando estamos egocêntr icos, temos uma probabi l idade maior
de só obtermos a acei tação ou adesão externa do outro, ou seja, “da boca pra fora”. E aquele ‘s im, senhor ’ que não é sent ido internamente, que tem uma certa dose de reação contrár ia, é a própr ia at i tude de envolvimento”.
11 Wilson Cerqueira: Administrador de empresas pós-graduado em Administração de RH pela FGV e pioneiro na sistematização do Endomarketing como ferramenta de trabalho. Atualmente é diretor da WCCA, consultoria que já desenvolveu projetos para grandes empresas, como Coca-Cola, Votorantin, Bayer, Sadia, Petrobrás, Pirelli, Brahma, Odebrecht entre outras. 12 Cerqueira, Wilson. Endomarketing – Educação e Cultura para a Qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002 . p. 21
27Capítulo 5 – Case Nestlé
Mediante essa visão, várias empresas estão tomando
medidas para viabil izar a comunicação entre os funcionários, a
f im de desmistif icar boatos, informar sobre a situação da empresa
dentro de seu mercado, sobre perdas e ganhos, fazendo com que
seu funcionário se sinta valorizado e participante dentro da
empresa. Mais do que ouvido, é importante que ele seja
consultado e informado sobre a vida da instituição onde trabalha.
Dentre as inúmeras empresas, este trabalho irá citar
como exemplo a Indústria Alimentícia Nestlé, l íder em seu
segmento, em nível mundial, e que atua nos mais diversos países
e setores(farmacêutico(Alcon), cosmético( a exemplo da LÓREAL)
e de alimentos para animais de estimação(Friskies Alpo e Ralston
Purina).
Além da página de intranet, onde todos os funcionários
poderão se informar sobre as novidades e os benefícios
oferecidos pela empresa, e do e-mail corporativo, onde o setor
responsável pela Comunicação Interna informa seus funcionários
sobre os assuntos mais importantes e urgentes, a empresa possui
jornais de Comunicação Interna, onde são abordados assuntos
l igados à empresa e sua imagem dentro de seu mercado, e art igos
que vão desde as novidades sobre alimentos, qualidade,
responsabil idade social, nutrição(Programa Nutrir),
cultura(fundação Nestlé cultura), educação(Programa
Alfabetização Solidária) e meio ambiente, cujo o foco é a
valorização do funcionário dentro da empresa, já que essa
consciência sempre foi a marca registrada da empresa, desde a
sua criação.
28Entre vários Programas de benefícios e
reconhecimentos de seus colaboradores, a Nestlé criou o
Programa de Reconhecimento Profissional Padrão, que reverencia
o profissional que se destaca dentro da Empresa, através de
reconhecimento, premiações e oportunidades de ascensão dentro
da Empresa(plano de carreira/promoção).
29Conclusão
No passado, o Endomarketing não era visto como um
método eficaz ou relevante para o sucesso da empresa. Mas com a
evolução da economia capital ista e, principalmente com a
globalização e a concorrência cada vez mais acirrada, o Marketing
Interno é encarado hoje como uma poderosa ferramenta que,
embora aja indiretamente no cl iente, produz bons resultados
quanto ao produto f inal e, principalmente sensibil iza o funcionário,
que passa de um mero empregado à um parceiro, que é visto,
reconhecido e trabalha em conjunto para o crescimento da
empresa.
De acordo com as fontes consultadas, pode-se concluir
que, ainda existem muitas empresas que resistem à idéia de se
comunicar bem com seu funcionário, valorizá-lo e chamá-lo de
colaborador dos resultados obtidos, sejam eles quais forem. Mas
estas tendem a se adequar com a nova realidade do mercado, ou
correrão um sério risco de ter a saúde afetada e até mesmo
quebrarem, tentando descobrir com estudos f inanceiros
complicados, uma questão humana muito mais simples de ser
resolvida.
E, para aquelas empresas que já possuem uma postura
honesta perante seus funcionários e a sociedade em geral, e
percebem a importância do desenvolvimento da Endomarketing
para o bom andamento dos negócios, a tarefa ainda é árdua. Não
basta apenas tomar algumas medidas ou fazer um planejamento
que f icará vigorando por um determinado tempo e depois será
esquecido no arquivo-morto. É necessário atitudes contínuas e
constantes, que serão mantenedoras do relacionamento entre a
empresa e seu público interno.
30Bibliografia
Livros Citados:
• Brum, Analisa de Medeiros. Respirando Endomarketing. Porto
Alegre: L&PM, 2003
• CERQUEIRA, Wilson. Endomarketing – Educação e Cultura
para a Qualidade. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002
• KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Obtendo Resultados com
Relações Públicas. São Paulo: Pioneira, 2001. p.181
• CRUZ, Annamaria et al. Elaboração de referência (NBR
6023/2000). Rio de Janeiro: Interciência, 2000.
• PARRA FILHO, Domingos & SANTOS, João A. Apresentação
de trabalhos científ icos: monografia, TCC, Teses e
Dissertações. São Paulo: Futura, 2000.
• TRALDI, Maria Cristina & DIA, Reinaldo. Monografia
passo a passo. Campinas: Alínea, 1998