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EFU 10 H Equipamentos de Fluxo Unidirecional Foco no estabelecimento de padrões e disseminação de conhecimento técnico ao mercado são pontos- chaves para a melhoria contínua dos Equipamentos de Fluxo Unidirecional (EFU). Norma desenvolvida no âmbito do GT-51 do ABNT/CB-46 contribuiu decisivamente para ampliar os debates no setor, chamar atenção para a qualidade dos produtos e informar usuários Marcelo Couto á um ano e meio os Equipamen- tos de Fluxo Unidirecional (EFU) passaram a ser regulamentados por uma norma técnica brasileira, a ABNT NBR 15767, que fixou requisitos e métodos de ensaio aplicáveis a esses equipamentos, utilizados para proteger produtos sensíveis a contaminação du- rante o manuseio em ambientes como laboratórios e indústrias, especialmen- te as farmacêuticas e eletrônicas, entre outras. A nova norma, ainda pouco co- nhecida, é um instrumento importante para ajudar usuários e fabricantes de equipamentos, fornecedores de aces- sórios e prestadores de serviços a falar a mesma língua, a começar pela padronização de terminologia e defini- ção dos tipos de produtos comumente encontrados no mercado, além de Norma estabelece parâmetros técnicos que servem de referência a usuários, fabricantes de equipamentos, fornecedores de acessórios e prestadores de serviço seguir critérios comuns de qualifica- ção, para garantir a conformidade do equipamento nas fases de fabricação e de operação. O documento estabelece ainda recomendações para a instala- ção e manutenção e a troca dos filtros, que são procedimentos essenciais para assegurar o grau de limpeza do ar em toda a zona útil de trabalho. Confusão na hora da compra Há consenso entre os profissio- nais consultados pela reportagem da Revista da SBCC de que questões básicas relacionadas aos EFU ainda não estão suficientemente dissemina- das, notadamente entre os usuários dos equipamentos. Ao mesmo tempo em que buscam reforçar os princípios preconizados pela norma, os profis- sionais do setor reconhecem também a importância de tratar um problema

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Fluxo unidirecional

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EFU

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H

Equipamentos de Fluxo Unidirecional

Foco no estabelecimento de padrões e disseminação de conhecimento técnico ao mercado são pontos-chaves para a melhoria contínua dos Equipamentos de Fluxo Unidirecional (EFU). Norma desenvolvida no âmbito do GT-51 do ABNT/CB-46 contribuiu decisivamente para ampliar os debates no setor, chamar atenção para a qualidade dos produtos e informar usuários

Marcelo Couto

á um ano e meio os Equipamen-tos de Fluxo Unidirecional (EFU)

passaram a ser regulamentados por uma norma técnica brasileira, a ABNT NBR 15767, que fixou requisitos e métodos de ensaio aplicáveis a esses equipamentos, utilizados para proteger produtos sensíveis a contaminação du-rante o manuseio em ambientes como laboratórios e indústrias, especialmen-te as farmacêuticas e eletrônicas, entre outras.

A nova norma, ainda pouco co-nhecida, é um instrumento importante para ajudar usuários e fabricantes de equipamentos, fornecedores de aces-sórios e prestadores de serviços a falar a mesma língua, a começar pela padronização de terminologia e defini-ção dos tipos de produtos comumente encontrados no mercado, além de

Norma estabelece parâmetros técnicos

que servem de referência a usuários,

fabricantes de equipamentos, fornecedores

de acessórios e prestadores de

serviço

seguir critérios comuns de qualifica-ção, para garantir a conformidade do equipamento nas fases de fabricação e de operação. O documento estabelece ainda recomendações para a instala-

ção e manutenção e a troca dos filtros, que são procedimentos essenciais para assegurar o grau de limpeza do ar em toda a zona útil de trabalho.

Confusão na hora da compra

Há consenso entre os profissio-nais consultados pela reportagem da Revista da SBCC de que questões básicas relacionadas aos EFU ainda não estão suficientemente dissemina-das, notadamente entre os usuários dos equipamentos. Ao mesmo tempo em que buscam reforçar os princípios preconizados pela norma, os profis-sionais do setor reconhecem também a importância de tratar um problema

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frequente no dia a dia: a confusão entre EFU e Cabines de Segurança Biológica (CSB). E nesse ponto eles concordam que o problema se deve, em grande parte, à carência de informações.

“Embora ambos os equipamentos sejam fisicamente semelhantes e geral-mente produzidos pelos mesmos fabri-cantes, eles têm funções e caracterís-ticas específicas”, destaca Cesar Leão de Santana, gerente de Vendas da Trox do Brasil. “Os EFU são projetados para proporcionar um ambiente limpo delimi-tado para proteger o produto ou o pro-cesso de produção. Portanto, não cabe a eles oferecer proteção nem a quem está realizando a manipulação nem ao meio ambiente”, explica. Ele esclarece que nas situações em que cuidados com o operador e o meio ambiente são requeridos deve-se utilizar Cabines de

Segurança Biológica, concebidas e classificadas conforme o risco envolvi-do em cada tipo de operação.

A dificuldade frequentemente co-meça na hora de adquirir o equipamen-to. “Muitas vezes, o usuário não sabe especificar o que necessita, porque não dispõe de pessoal com conheci-mento para esse tipo de compra. Ao fabricante, por sua vez, também não cabe determinar o que é melhor para atender a necessidade do cliente, o que acaba gerando uma situação bas-tante complicada”, avalia Miguel Fer-reirós, diretor da Análise Consultoria e Engenharia e coordenador do GT-51 da SBCC, grupo de trabalho do Comitê Brasileiro de Áreas Limpas e Contro-ladas (ABNT/CB-46), responsável por “Equipamentos Autônomos de Ar Lim-po” (leia mais na pág. 16).

O especialista conta que não raro os profissionais responsáveis chegam na instalação para realizar a qualifi-cação inicial (antes de o equipamento começar a operar) e se deparam com um EFU onde deveria ter uma CSB e vice-versa. “No primeiro caso, há uma situação inadequada e que pode expor o operador e o meio ambiente a riscos, enquanto quando uma CSB é instalada no lugar de um EFU há desperdício, pois seria dispensável um equipamen-to mais caro e complexo”, pondera.

Conhecer o processo, os riscos nele envolvidos e as condições de ope-ração são requisitos essenciais para determinar qual equipamento deve ser utilizado e quais as configurações exigidas em cada caso. Portanto, é evidente que o usuário-comprador deve ter conhecimento técnico do que necessita e está comprando. E esse conhecimento vai muito além de ape-nas diferenciar um EFU de uma CSB.

“A situação ideal no momento da

Pré-filtro

Bancada de fluxo unidirecional vertical

Sistema de

filtragem HEPA / ULPA

Motoventilador

Barreira física

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– Equipamentos de Ar Limpo com Fluxo Unidirecional, do Instituto de Ciências Ambientais e Tecnologia (IEST, na sigla em inglês). Os usuários, no entanto, dificilmente tinham acesso ou conheci-mento a respeito dela.

“A norma brasileira surge como uma das iniciativas do setor para reforçar a disseminação de parâmetros técnicos respaldados nas referências internacio-

nais e na experiência acumulada pelos profissionais do País”, considera José Augusto Senatore, do departamento de Engenharia de Aplicações da fabri-cante de equipamentos Atmen. “Além disso, o documento nacional é mais acessível e de fácil leitura, pois está em português e traz a terminologia que está sendo adotada no Brasil”, defende. Ele argumenta que a NBR 15767 não resolve todos os problemas de falta de informação, mas é um passo nessa direção à medida que começa a ser citada em documentos e discutida em seminários e demais apresentações sobre o assunto.

Um dos esforços tem sido para padronizar a terminologia empregada em relação aos equipamentos. Em-bora ainda frequentemente apareçam nos catálogos dos fabricantes como referência aos clientes ainda habitua-dos à nomenclatura antiga, os termos capela ou cabine de fluxo laminar são atualmente considerados ultrapassa-dos. O apropriado é designá-los como Equipamentos de Fluxo Unidirecional e especificá-los pelos tipos mais comuns encontrados no mercado, que são: ban-cadas de fluxo unidirecional (podem ser de fluxo horizontal ou vertical); módulo de fluxo unidirecional (sempre com flu-xo vertical) e unidades filtro-ventilador – também bastante conhecidas pela sigla FFU, que vem do nome em inglês “fan filter unit”.

As imagens que ilustram esta re-portagem são desenhos esquemáticos básicos dos principais tipos de EFU preparados por ocasião da produção da norma brasileira. No entanto, há no mercado uma grande variedade de tipos de equipamentos, projetados sob medida para atender necessidades es-pecíficas do processo do cliente, mas observando os mesmos princípios ge-

compra seria fornecer a especificação ao fabricante e, depois, adotar rotinas de qualificação e manutenção periódi-cas para garantir a eficácia do equipa-mento, mas a realidade dos clientes é bastante variada. Há companhias e ins-tituições bem preparadas e com pes-soal técnico atento a essas questões, mas há casos em que a situação é bem diferente”, aponta Eduardo Cabanes Bertomeu, gerente de Engenharia da empresa de filtros e equipamentos Ae-roglass.

Padrões para facilitar

Até novembro de 2009, quando a NBR 15767 entrou em vigor, a principal norma técnica adotada pelos fabrican-tes que atuam no Brasil em relação aos EFU era a americana IEST RP-CC002

Catálogos e outros materiais de

divulgação dos equipamentos ainda trazem terminologia

antiga como referência a clientes

Barreira físicaSistema de filtragem HEPA / ULPA

Motoventilador Pré-filtro

Bancada de fluxo unidirecional horizontal

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Unidades especiais de tratamento do ar

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EFU

rais de fluxo unidirecional do ar.Os EFU entram em cena como

recurso para oferecer um ambiente limpo localizado e normalmente ficam instalados no interior de um outro ambiente controlado. São utilizados em processos como a manipulação e

Módulo de fluxo unidirecional vertical

PlenumSistema de Filtragem

HEPA/ULPA

Motoventilador

Barreira física

Pré-filtro

Plenum

Tela difusora

Sistema de Filtragem HEPA/ULPA

Pré-filtro

Motoventilador

Barreira física

a) com filtro terminal e plenum único de insuflamento

b) com filtro final e tela difusora

o envase de produtos farmacêuticos, áreas de pesagem e amostragem de matéria-prima, manipulação em clíni-cas e laboratórios e na manufatura de componentes eletrônicos de alta tec-nologia. Os EFU podem inclusive ser instalados sobre outros equipamentos

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Pré-filtro

c) com unidades filtro-ventiladores

Plenum Moto-ventilador Pré Filtro

Barreira Física

Sistema de filtragemHEPA/ULPA

de produção, de modo a evitar que o produto processado seja exposto ao ambiente com impurezas.

“As bancadas oferecem ambientes pequenos, o que em algumas situ-ações é insuficiente para atender a necessidade. Nesses casos, unidades modulares podem ser utilizadas para oferecer proteção ao produto manipu-lado num ambiente maior”, explica Lu-ciano Figueiredo, gerente comercial do Grupo Veco. Ele acrescenta que essa solução é amplamente adotada para a proteção de máquinas de envase ou áreas de dispensação de injetáveis estéreis, nas indústrias alimentícias e ainda no envase de iogurtes e sucos, por exemplo.

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Uma norma técnica brasileira de-dicada a Cabines de Segurança Biológica (CSB) também está a ca-minho. Assim como aconteceu no caso dos Equipamentos de Fluxo Unidirecional (EFU), as discussões estão sendo conduzidas pelo GT-51, grupo de trabalho responsável por “Equipamentos Autônomos de Ar Limpo” no Comitê Brasileiro de Áreas Limpas e Controladas (ABNT/CB-46). A previsão é de que a proposta de norma vá a consulta pública ainda no segundo semestre deste ano.Atualmente, os padrões para pro-jeto, construção e certificação das CSB são definidos por uma nor-ma internacional, a NSF 49 (NSF International Standard/American National Standard for Biosafety Cabinetry), largamente adotada como referência pelos principais fabricantes de equipamentos, es-pecialmente aqueles que têm suas matrizes no exterior. A norma na-cional levará em conta os requisitos dessa e de outras normas interna-cionais e será enriquecida com a experiência dos profissionais bra-sileiros, habituados à realidade do nosso mercado.

Diferentemente dos EFU, as CSB servem para proteger o operador em relação a agentes perigosos e impedir o impacto ambiental de contaminantes do interior da cabi-ne, além de, na maior parte das ve-zes, proteger também o produto ou o ensaio que está sendo executado no interior da cabine em relação a possíveis contaminantes do labora-tório ou de contaminação cruzada no interior da própria cabine. As CSB são classificadas confor-me os riscos e as exigências do processo. A Classe I, pouco utili-zada atualmente, oferece proteção somente ao operador e o ambiente. A Classe II, com os seus tipos A1, A2, B1 e B2 (variações de caracte-rísticas construtivas e de funciona-mento), cobre os principais riscos biológicos e, por isso, é a mais comumente encontrada no merca-do. Já a Classe III é a que oferece barreira total e impede qualquer contato entre o operador e produto manipulado.

Esforço normativoO GT-51 é aberto à participação de fabricantes, prestadores de serviços e usuários dos chamados

“Equipamentos Autônomos de Ar Limpo”. Logo que a norma relativa a CSB ficar pronta, o grupo já sabe no que concentrar esforços: na produção de documentos técnicos relativos a outros equipamentos especiais. Na lista estão cabines de pesagem, túneis de despirogei-nização e capelas de exaustão.“Temos um longo trabalho pela frente, mas também a oportunida-de de os profissionais brasileiros tratarem desses temas, criar nor-mas adaptadas à nossa realidade e capazes de elevar continuamente a qualidade dos produtos oferecidos ao mercado nacional”, diz o coorde-nador do GT-51, Miguel Ferreirós.Segundo ele, a normalização é condição não somente para facilitar a relação entre usuários e fabrican-tes, fornecedores de acessórios e prestadores de serviços que atuam no País, como também para criar no futuro processos de certificação aplicáveis a todos os equipamen-tos, inclusive os importados, que deverão no mínimo igualar-se aos padrões de desempenho dos fabri-cados no Brasil. Sem normas apro-priadas não há como exigir que a qualidade esperada seja garantida.

Norma sobre Cabine de Segurança Biológica está a caminho

Qualificação é fator-chave

Antes de começar a funcionar, no entanto, todo EFU deve passar por um rigoroso processo de qualificação, que começa ainda na fase de protótipo,

passa pela linha de produção na fábrica e se estende até o local onde será utili-zado. Em cada uma dessas etapas há ensaios obrigatórios e outros opcionais, que são realizados mediante as exigên-cias definidas pelos usuários em função do seu processo.

Os ensaios incluem verificações

da velocidade e uniformidade do fluxo de ar, diferença de pressão do siste-ma de filtragem HEPA/ULPA (para analisar a perda de carga dos filtros), determinação do ponto representativo de amostragem de aerossol, ensaio para detecção de pontos de vazamen-to no sistema de filtragem, infiltração

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Processo de qualificação envolve

ensaios que começam com o protótipo do

equipamento, passam pelo processo de

produção na fábrica e se completam após o EFU ser instalado no local onde será utilizado

por indução, contagem de partículas em suspensão no ar, capacidade do motoventilador com a perda de carga máxima dos filtros, iluminação, vibra-ção, ruído, estabilidade estrutural e acréscimo de temperatura, entre outros itens adicionais.

Nas fases de protótipo e produção normalmente são os próprios fabrican-tes que realizam os ensaios requeridos e atestam a conformidade do seu pro-duto. Quando o equipamento é entre-gue ao usuário, quase sempre, uma empresa especializada é contratada para fazer a qualificação prevista e libe-rá-lo para iniciar o funcionamento. São poucos os usuários finais que dispõem de técnicos próprios capacitados para realizar o processo de qualificação dos equipamentos adquiridos.

“Um EFU somente pode entrar em operação após ser aprovado em todos os ensaios obrigatórios. A não-confor-midade em qualquer dos itens críticos

impede a qualificação do equipamento”, explica Miguel Ferreirós. “Algum desvio pode ser aceito apenas se for realizada uma criteriosa análise de riscos, condu-zida por uma equipe multidisciplinar e que chegue à conclusão cabal de que a não-conformidade identificada não tem impacto relevante sobre o processo”, ressalva. Ainda assim, segundo ele, um plano de ação corretiva deve ser instau-rado e implementado.

A NBR 15767 estabelece que a qualificação dos EFU seja feita por pro-fissional “qualificado e com atribuições técnicas compatíveis com estas ativida-des”, no entanto, não fornece mais deta-lhes a esse respeito. Não há atualmente no Brasil instituições – ou mecanismos do próprio setor – que fiscalizem quem está habilitado a realizar a qualificação

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prevista e com o rigor técnico espera-do. E, dadas outras necessidades mais imediatas de informação e dissemina-ção de conhecimento, a “qualificação dos qualificadores” ainda é um sonho acalentado para o futuro.

Instalação e manutenção

Não basta somente que o equipa-mento tenha sido aprovado em todos os ensaios realizados. O local onde ele será instalado também faz diferença. Fatores como o fluxo de pessoas, po-sicionamento de portas, ventiladores, aquecedores e saídas de ar condiciona-do ou de outros equipamentos que pro-duzam correntes de ar podem causar interferência negativa no desempenho de um EFU e, por isso, exigem atenção.

Outro aspecto é o que o EFU, frequentemente instalado dentro de

um outro ambiente controlado e pre-viamente concebido, também deveria ser considerado no cálculo da carga térmica, o que pode também gerar um problema – neste caso não para o fun-cionamento do equipamento em si mas para o ambiente onde ele opera.

Além da qualificação inicial, os EFU devem passar por certificações no mínimo uma vez por ano. A perio-dicidade varia em função da criticidade do processo. Uma nova qualificação também é necessária nos casos em que o equipamento é movido do lugar onde foi instalado e qualificado ou se ocorrer alguma manutenção corretiva. “De resto, todo EFU requer o estabele-cimento de uma rotina de manutenção preventiva, que deve incluir a limpeza das superfícies (externas e internas) e dos motoventiladores, além da inspe-ção dos pré-filtros”, destaca Miguel Fer-reirós. “Afixar o controle de manutenção no equipamento também ajuda muito”, recomenda.

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Unidade filtro-ventilador (FFU)

Pré-filtroPlenum

Sistema de filtragem HEPA / ULPA

Barreira física-ventilador (FFU)

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O controle da troca de filtros é outra medida essencial para manter o de-sempenho do equipamento e garantir a sua eficácia. Com a utilização, os filtros HEPA/ULPA acumulam partículas e periodicamente precisam ser verifica-dos e eventualmente substituídos. Esse momento, no entanto, requer cuidado especial, pois de nada adiantará todos os demais cuidados anteriomente to-mados se o filtro for rompido. O inter-valo de substituição depende da qua-lidade do ar do ambiente onde o EFU está instalado e do tempo em que ele permanece em funcionamento.

Em síntese, os especialistas aler-tam que, sem o adequado conhecimen-to técnico para a aquisição de um EFU (ou de uma CSB, quando for o caso), a realização de qualificações periódicas

O desempenho de um EFU, com o grau de limpeza do ar e

segurança esperado durante todo o seu

funcionamento, exige não apenas

equipamentos bem projetados e fabricados mas também cuidados

na instalação e nos processos periódicos

de manutenção e qualificação

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dos equipamentos – conduzidas por profissionais competentes – e a observância de cuidados específicos durante a instalação e manutenções de rotina, torna-se difícil garantir o desempenho esperado do equipa-mento e, por consequência, o grau de limpeza do ar e a segurança necessários para uma operação sem riscos de contaminação para o produto manipulado.

“A criação da norma brasileira foi fundamental, mas o esforço de dis-seminação de informações técnicas deve ser contínuo, para favorecer as boas práticas no mercado”, conclui Humberto Pereira Neves, da Divisão de Assistência Técnica da Bonaire Climatécnica. Ou seja, a normaliza-ção foi apenas o primeiro passo!

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Bancada de fluxo horizontal da Aeroglass

EFU produzido pela BSTec: inovação em parceria com universidades

Equipamento da Atmen com painel “tablet”: aposta em tecnologia

Fabricantes apresentam novidades

Os principais fabricantes de Equi-pamentos de Fluxo Unidirecional (EFU) foram consultados pela Revista da SBCC para apresentar as suas linhas de produtos, os esforços de inovação desenvolvidos e eventuais novidades a caminho. Acompanhe:

AeroglassCom mais de 40 anos de experi-

ência na fabricação de filtros de ar e componentes para controle de con-taminação, a Aeroglass mantém uma extensa linha de equipamentos de fluxo unidirecional na qual incluem-se cabines fabricadas nas configurações básicas de fluxo horizontal e vertical e com dimensões variadas.

A empresa destaca que tem con-centrado esforços para fazer com que a operação e manutenção de seus produtos tornem-se ainda mais fáceis, além de realizar investimentos em solu-

ções para produzir equipamentos mais compactos.

A Aeroglass também informa que está remodelando seus equipamentos para agregar novos tamanhos e incre-mentar a eletrônica embarcada. As mudanças neste sentido envolvem tam-bém a linha de cabines de segurança biológica da empresa.

AtmenA Atmen disponibiliza ao mercado

equipamentos com fluxo horizontal e vertical, módulo com fluxo vertical, forros filtrantes com ventiladores e uni-dades filtro-ventilador (FFU), além de equipamentos especiais para a transfe-rência de animais.

A fabricante tem incorporado a seus produtos componentes como o painel de comando que monitora a velocidade do fluxo do ar, a saturação do filtro e a data da próxima certificação. Também estuda a aerodinâmica interna dos equi-pamentos, para garantir uniformidade do fluxo do ar durante a vida útil do filtro HEPA, e busca oferecer recursos para facilitar a certificação, como pontos

para injeção de névoa de PAO (Poly Al-pha Olefin) ou ponto normalizado para captar upstream.

Nas próximas semanas lançará uma linha de equipamentos com novo design de plenum de insuflamento, que deverá reduzir a turbulência interna an-tes do filtro HEPA. Para o 2º semestre reserva a maior novidade: equipamen-tos dotados de painel de comando com display sensível ao toque, que permitirá ao usuário registrar informações, con-sultar o manual do equipamento, pedir suporte técnico à distância via rede sem fio e controlar todas as funcionalidades com poucos toques. Adicionalmente, pretende adotar ventiladores DC em seus equipamentos, visando reduzir o consumo de energia em pelo menos 20% e diminuir ruído e vibração.

BSTecDedicada a soluções em biosse-

gurança, a BSTec produz três linhas de EFU. A Ecco e Ecco Plus, lançadas em 2010, caracterizam-se pelas dimen-sões reduzidas, que facilitam a insta-lação em pequenos espaços. A linha

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Plus se diferencia por tecnologias como movimentação automática da janela frontal. Já a “ultracompacta” linha Smart possui controle dos ciclos de esteriliza-ção. Agora, a empresa está lançando um equipamento para manipulação de PRP (plasma rico em plaquetas).

A BSTec tem apostado em desen-volvimento tecnológico por meio de parcerias com renomadas universida-des gaúchas, como a PUC-RS, UFRGS e FEEVALE. Segundo a empresa, o trabalho conjunto é para desenvolver produtos de alto desempenho e que incorporem as melhores práticas ado-tadas pelo mercado. Ela cita como exemplos desse esforço o conceito “in-trinsecamente seguro”, incorporado aos equipamentos; o sistema automático de movimentação da janela frontal; e o sis-

tema de monitoramento do diferencial de pressão nos filtros e da velocidade do ar de downflow, desenvolvidos jun-tamente com as universidades.

Módulo de fluxo unidirecional da linha Steriflux, da Filtracom

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bancadas de fluxo unidirecional vertical e horizontal, além de cabines de pesa-

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Fan Filter Unit (FFU) da Filtrax: equipamento com carrinho e bateria

gem e amostragem, cabines de segu-rança biológica, pressurizadores com ar refrigerado, unidades de transporte de material estéril, cabines de transfe-rência de animais e de raspagem de maravalha. Todos os itens dotados de sistemas de fluxo unidirecional e com variadas especificações.

Por meio de um painel de mem-brana com tela de cristal líquido, os equipamentos permitem obter dados de performance a qualquer momento (sem interrupções), ajustar as velocidades de cada motoventilador e ter acesso a indicadores visuais de funcionamento, alarme de falhas, leitura da perda de pressão dos filtros absolutos, horímetro parcial e total e ainda proteção contra falha no motoventilador.

As mais recentes inovações tam-bém envolvem eficiência, com redução média de 40% no consumo de energia; ergonomia, para garantir o conforto e produtividade do operador; e redução de ruído, buscando níveis abaixo de 55 dB(A). Outra novidade é o motoventi-lador do tipo “Direct Drive”, sem polias e correias, visando reduzir os níveis de vibração e ruído e contaminação provo-cadas pelas correias.

Área de envase de um laboratório farmacêutico, com fluxo unidirecional Mesh, da Neu Luft

FiltraxAs unidades do tipo “fan filter” (com

base fixa ou carrinho) são os principais destaques da linha de EFU da Filtrax. A empresa informa que a mais recen-te inovação apresentada ao mercado foi justamente o fluxo com carrinho e bateria, que dispensa fios, facilitando o transporte de produtos de uma sala lim-

pa para outra. Os equipamentos podem ser projetados conforme a necessidade do projeto de cada obra.

Neu Luft A Neu Luft, que trabalha com pro-

jeto e confecção de EFU sob medida para atender os requisitos do processo de cada cliente, está preparando uma

Fabricantes apostam em produtos

mais compactos e silenciosos, com menos

vibrações e maior eficiência energética.

Norma contribuiu para ampliar os debates técnicos do setor

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Bancada de fluxo vertical - modelo Pa300 da marca

Pachane

novidade: “um equipamento portátil do tipo ‘plug and play’, desenvolvido com materiais mais leves, para clínicas e la-boratórios”, mas sobre o qual ainda não revela detalhes.

Em relação aos atuais sistemas, a empresa destaca que o conceito do seu produto, que produz fluxo unidirecional por meio do equalizador “Mesh”, per-mite projetar o plenum de insuflamento com a mesma geometria da área de trabalho, o que aproxima o ar estéril da fonte a ser protegida e reduz a quan-tidade de filtros, a vazão e o tamanho dos motoventiladores, resultando em economia de energia, menor custo de peças sobressalentes e menor tempo de parada para recertificações e manu-tenção.

A empresa também informa que uti-

liza motoventiladores com rotores aero-dinâmicos e motores de alto rendimen-to, garantindo nível de ruído abaixo de 60dB(A), cujos motores são acionados por conversores de frequência. Além disso, seleciona filtros absolutos com elevado número de plissas, para reduzir perda de carga inicial e prolongar a vida útil do meio filtrante.

Pachane A Pachane produz bancadas de

fluxo horizontal e vertical e módulos de fluxo unidirecional, além de cabines de pesagem, cabines para troca de ani-mais, cabines para raspagem de mara-valha e de segurança biológica classe II

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Planta de insumos biológicos com o equipamento modelo FUV-12.6, da Reintech

Forro filtrante com ventilador FFT comercializado pela Trox do Brasil

tipo A1, A2, B2.A principal novidade no momento

são os novos layouts de toda a linha de produtos da empresa, que foram apri-morados para oferecer maior desempe-nho (melhoria do desvio padrão da ve-locidade média) e melhor acabamento.

ReintechDisponibiliza equipamentos autôno-

mos de fluxo vertical, com controle indi-vidual de velocidade para cada elemen-to filtrante; e forros filtrantes em formato integrado ou autônomo para áreas grau A, com unidades filtro-ventilador (FFU) ou caixas terminais com filtros HEPA/ULPA integradas ao tratamento de ar principal.

Entre as recentes inovações na li-nha da Reintech estão a possibilidade de controle individual de velocidade e vazão para cada elemento filtrante, a utilização de luminárias tipo gota d’água em inox e o sistema de vedação dos fil-tros com gel de poliuretano. Para com-

pletar, a empresa destaca que o tipo de filtro por ela utilizado permite manu-tenção pela sala, além de disponibilizar ponto para leitura de concentração de PAO (Poly Alpha Olefin) para ensaios também pela sala.

A Reintech informa que está desen-volvendo interfaces computadorizadas, para o controle individual pelo sistema supervisório, com controle automático de vazão para cada elemento filtrante, sendo todo o sistema de acordo com o “CFR 21 Part 11”.

TroxA Trox produz EFU horizontais,

“mini EFU” horizontais e verticais para manipulação de pequenos volumes, módulos verticais com plenum de até 300mm de altura (para salas com pé direito baixo), unidades filtro-ventilador (FFU) em peça única ou agrupadas para compor o forro filtrante de toda a sala, além de cabines de pesagem para fracionar componentes ativos na indústria farmacêutica.

Atualmente, a empresa está con-centrando esforços no desenvolvimen-

to de um novo EFU modular com carac-terísticas que considera inovadoras. A tecnologia empregada no equipamento propiciará melhor desempenho e ofe-recerá custos e prazos de entrega me-nores. O lançamento neste caso está previsto para 2012.

A Trox destaca que se mantém atenta às necessidades dos clientes e às inovações nacionais e globais do segmento. Segundo avalia a empresa, as constantes evoluções do mercado brasileiro, com o aperfeiçoamento e a criação de normas e requisitos regula-mentares tem impulsionado o desen-volvimento de novas tecnologias, mar-cadas sobretudo pela busca de menor impacto ambiental, redução dos níveis de ruído e de vibração, melhor desem-penho e eficiência energética.

VecoTradicional fabricante, com 37 anos

de atuação no mercado, a Veco oferece uma linha de EFU basicamente com-posta de bancadas de fluxo horizontal e vertical e de módulos de fluxo vertical. No caso das bancadas, a empresa re-

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Módulo de fluxo unidirecional, da Veco, instalado sobre máquina de enchimento

alizou recentemente uma completa re-formulação de design, adotando linhas arredondadas e vidros nas laterais da área de trabalho, mas mantendo, logi-camente, a integridade e os parâmetros de aceitação e funcionalidade dos equi-pamentos.

Além da reformulação no design, a Veco informa que as principais ino-vações estão relacionadas à busca de melhor eficiência operacional e energética (utilizando ventiladores de alto rendimento), baixo nível de ruído e baixo consumo.

A empresa enfatiza que os esforços de aprimoramento são constantes e que tem se concentrado no desenvol-vimento de projetos feitos sob medida para atender as necessidades opera-cionais e as limitações do espaço físico de cada cliente.

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