10 - Angina Infecciosa
-
Upload
breno-pontes -
Category
Documents
-
view
122 -
download
4
Transcript of 10 - Angina Infecciosa
Angina Infecciosa
• Angina infecciosa :1 – 2% dos atendimentos ambulatoriais;
• 7.3 milhões de crianças e 6.7 milhões de adultos no USA;
• Diversidades de agentes etiológicos: bactérias e vírus;
• Apesar da difteria ser uma enfermidade infecciosa de fácil prevenção, com toxóide diftérico, hoje grande parte da população adulta do Rio de janeiro, principlamente os < de 30 anos, está susceptível a esta doença;
• Estreptococos do Grupo A é responsável por aproximadamente 15 –30% dos casos de angina infecciosa no grupo infanto-juvenil e 5 –10% dos casos no grupo dos adultos;
• Na era de microrganismo multi-resistente temos observado que ainda os profissionais de saúde prescrevem antimicrobianos para as viroses respiratórias como por exemplo: Resfriado, Gripe, Angina viral.
Diphtérite
Gentilmende cedido pelo Prof. Ralph Antônio X. Ferreira
Lazarito de Tormes1819
Francisco José de Goya
1746 - 1828
“ ... úlceras siríacas,
úlceras egipícias, crupe,
garrotilho.”
Ferreira R A X, 1990
“ ... no disease of
temperate regions proves
more fatal to physicians
and nurses (than
diphtheria).”
Osler W, 1892
Epidemias:
“...XVI e XVII - Espanha
XVIII - Nova Inglaterra
XIX - Inglaterra, Austria,
Alemanha, Dinamarca
Século XX - Leste da Europa.”
Damasco, PV 2006
EMIL VON BERING (1854-1917)
ANTITOXINA DIFTÉRICA (1894)
NOBEL DE MEDICINA (1917)
EMIL VON BERING (1854-1917)
ANTITOXINA DIFTÉRICA (1894)
NOBEL DE MEDICINA (1917)
SAD - 1895
“No início dos anos 1700, mais de 1/3 da população infantil da Nova
Inglaterra foi dizimada pela difteria .”Damasco, PV 2006
“... mortalidade de 40-50%.”Vora S K, 2005
• Agente: Corynebacterium diphtheriae. Descrito pela primeira vez por Klebs em 1883 e isolado em cultura por Löffler em 1884.
• Bastonetes imóveis, de 1 a 6 µm de comprimento, sem cápsula ou esporo, são Gram-positivo pleomórficos
Corinebacteriófogo ß,
transportando gene tox
Toxina Diftérica
IRA
Miocardite
Manifestações hemorrágicas
Insuficiência renal
Polineurite
Corte histológico do coração mostrando fibras miocárdicas fragmentadas e
hialinizadas, ao lado edema intersticial e infiltrado linfocitário
EpidemiologiaEpidemiologia
idadeidade
estado vacinalestado vacinal
reservatórioreservatório
transmissãotransmissão
sazonalidadesazonalidade
portador assintomáticoportador assintomático
iincidênciancidência
condições socioeconômicas e sanitáriascondições socioeconômicas e sanitárias
suscetibilidadsuscetibilidadee
ciclos epidêmicosciclos epidêmicos
Difteria na Era da Vacinação
AméricaBrasil; Argentina;Uruguai;Equador;Venezuela;Rep.DominicanaNovo México;Estados Unidos;Alasca
EuropaRússia ( Moscou, São Petersburgo);Ucrânia; Letônia, Estônia; Lituânia; Moldávia; Polônia; Bielorrússia; Geórgia; Grécia;Alemanha; Bélgica; França; Itália;Holanda, Portugal; Finlândia; Inglaterra
Ásia China; India;Vietnam; Tailândia;Jordânia; Mongólia;Irâ; Iraque; Nepal;Uzbequistão;SudãoTajdisquistão; Bangladesh
OceaniaAustrália
ÁfricaArgélia;Lesoto;
Nigéria
140.000 casos e 4.000 óbitos>90% dos casos do Mundo (90-95)
56.000 casos 90/97 (6% óbitos)Crianças 1-9 anos idade> 65% Não Imunizadas
Diphtheria in the Former Soviet Union: Reemergence of a Pandemic Disease.Charles R. Vitek and Melinda Wharton. Centers for Disease Control and Prevention, Atlanta, Georgia, USA
>157 000 casos 5000 óbitos
DiphtheriaReemergence of a Pandemic Disease
Casos relatados na União Soviética enos 15 Novos Estados Independentes
Ralph Antônio Xavier Ferreira:Contribuição ao Estudo Clínico, Epidemiológico e Anatomo-Patológicoda Difteria no Estado do Rio de Janeiro. UFRJ, Tese Mestrado,1990
7,322Sangramento
8,024Cianose
25,175Estridor
28,585Palidez
30,290Prostração
31,995Tosse rouca
41,6124Dispnéia
52,0155Disfagia
67,4201Taquicardia
91,3272Febre
100,0298Pseudomembrana
%No de PacientesSinal Clínico
Estudo retrospetivode 298 casos de difteria no
período de 1969 a 1985
DIPHUAPUFF
Aspectos Clínicos
Pseudomembranosa branco-acinzentadas (32.5%)
Prostação, palidez, dor de garganta discreta
Febre não é alta; 37.5 – 38.50C
Formas clínicas
Angina diftérica: forma mais comum
início incidioso, febre baixa e dor de garganta (80%), 67.5% sem membrana
Difteria hipertóxica: forma mais grave
14% não vacinado, 6% vacinado
> 50% dos casos são fatais, início súbito, pescoço de touro
Taquiesfigmia, hipotensão arterial, miocardite, neurite
Rinite diftérica: infância
descarga nasal (100%), purulenta-hemorrágica
Laringite diftérica:
febre (75%), rouquidão (100%),toxi,dispnéia, obstrução
Cutânea: pústulas, úlcera crônica de perna, neurite > miocardite
Outras: genital,ouvido, conjuntiva, bacteremia, endocardite,pneumonia
Aspectos Clínicos
Pseudomembranosa branco-acinzentadas (32.5%)
Prostação, palidez, dor de garganta discreta
Febre não é alta; 37.5 – 38.50C
Formas clínicas
Angina diftérica: forma mais comum
início incidioso, febre baixa e dor de garganta (80%), 67.5% sem membrana
Difteria hipertóxica: forma mais grave
14% não vacinado, 6% vacinado
> 50% dos casos são fatais, início súbito, pescoço de touro
Taquiesfigmia, hipotensão arterial, miocardite, neurite
Rinite diftérica: infância
descarga nasal (100%), purulenta-hemorrágica
Laringite diftérica:
febre (75%), rouquidão (100%),toxi,dispnéia, obstrução
Cutânea: pústulas, úlcera crônica de perna, neurite > miocardite
Outras: genital,ouvido, conjuntiva, bacteremia, endocardite,pneumonia
Prof. Alfredo R. M. B. da Silva
Prof. Ana Maria M. Pinto
Prof. Ralph Antônio X. Ferreira
Faixa etária e falta de registro de vacinação foi associada a suscetibilidade à difteria. > suscetibilidade > 50 anos
20,7ELISACanada
Yuanet al.,1997
Maior proteção entre os homens (29.2% versus 23.1%) e indivíduos de área urbana (27.2% versus 23.1%) em população de 1248 adultos. Dados reforçam a necessidade de imunização de adultos.
12,426,0Neutralização
em vitroEspanhaSalleras,
et al., 1998
População de 1000 doadores de sangue (faixas etárias de 20 a 59 anos). Não ocorreu relação de suscetibilidade com a idade e gênero. Apenas uma pequena proporção de mulheres protegidas.Dados reforçam a necessidade de imunização de adultos.
30,931,537,6Neutralização
em vitroInglaterra
Mapleet al.,1995
Militares mais protegidos para o tétano do que para difteria em população de 334 recrutas de 17-22 anos.
22,9Neutralização
em vitroItália
Rappuoliet al.,1993
Mulheres mais suscetíveis. Estudo populacional de 602 indivíduos sadios. Apenas 18% das mulheres e 45% homens apresentavam anticorpos protetores.
26,7ELISA
ItáliaGasparin
i et al.,1997
Mulheres mais suscetíveis (68%) nas faixas etárias de 30-39 e 60-69 anos entre 351 indivíduos em faixas etárias de 30-70 anos.
26,0Neutralização
em vitroDinamarca
Kjedlsenet al.,1988
Comentários>0,10,01 -
0,1<0,01TécnicaPaís
AutorAno
Tabela 1. Prevalência de População Susceptível à Difteria
A letalidade varia de 5% a 10%, pode, em alguns anos, atingir 20%.
Incidência da Difteria no Estado do Rio de Janeiro
DAMASCO, PV et al.
Epidemiol. Infect. 2005;133:911– 914
DAMASCO, PV et al.
Epidemiol. Infect. 2005;133:911– 914
DAMASCO, PV et al. Epidemiol. Infect. 2005;133:911– 914DAMASCO, PV et al. Epidemiol. Infect. 2005;133:911– 914
Prevalence of IgG diphtheria antitoxin in blood donors in Rio de Janeiro
Na atual era de vacinação no RJ grande parte da população > 18 anos
está suscetível à difteria, principalmente na faixa etária 18 – 31 anos;
Só 27,1 % estão com imunidade duradoura por um tempo médio de 10
anos;
Somente 30,7% da população de adultos sadios tem níveis de
anticorpos acima > 1,0 UI/ml quando avaliados pelo teste de ELISA.
DiagnósticoDiagnóstico
Exames Exames inespecíficosinespecíficosExames específicosExames específicos
Coloração pelo Coloração pelo AlbertAlbert--LaybournLaybourn
Cultura: Cultura: LöefflerLöeffler, PAI, ACT, PAI, ACT
BioquímicaBioquímica
Prova de fluorescênciaProva de fluorescência
Teste de Teste de toxigenecidadetoxigenecidade
TratamentoTratamento
Soro AntidiftéricoSoro Antidiftérico
•Até 3 dias de evolução ou formas localizadas:
40.000 – 60.000 unidades soro equino IV (dose única)
• Evolução > 3 dias (ou formas hipertóxicas ou mistas)
100.000 unidades soro equino IV (dose única)
AntimicrobianosAntimicrobianos
• Eritromicina, Penicilina G (cristalina ou procainada) ,Clindamicina
SuporteSuporte
• Carnitina
• Vigilância; respiratória, cardíaca, renal, neurológica
Controle de curaControle de cura
• Pelo menos duas culturas do sítio primário da infecção negativo
• Vacinação dT
ProfilaxiaProfilaxia
• Doença de notificação obrigatória (busca de portadores - bloquei com vacinação -dT)
• Tratamento dos portadores com Eritromicina (controle de cura)
Abordagem na Suspeita Clínica de Angina infecciosaAbordagem na Suspeita Clínica de Angina infecciosa
Presença de Membrana
Sim
Não
Suspeita de Angina Estreptocóccica
Teste Rápido para Estreptococos
+
Penicilina
tramento de suporte
< 15 anos
Cultura
Agar-Sangue
Dados epidemiológicos
clínicosCultura
meio seletivos:
Loeffler ou TindaleSoro
antidiftérico
SimNão
Neg
> 10% atipia linfocitária
pesquisa de anticorpos heterófilos +
Mononucleose Infecciosa
• Epstein-Barr vírus: responsável pela síndrome infecciosa com ativação do sistema linforeticular;
• Febre alta , 38 – 40 o C, adenomegalias e faringite (70 – 90%), rash (10 –90%);
• Hepatomegalia (10 – 15%), esplenomegalia (50%);
• Leucocitose ( 60 – 70% linfócitos, > 10% linfocitos atípicos), plaquetopenia;
•Complicações: obstrução VAS, rotura de baço, trombocitopenia severa, anemia aplastica
• Diagnóstico:
pesquisa de Acs heterófilos ( > 1 – 3 semanas após início da sindrome de MI)
(90% em adolescentes e adultos); monoteste, Paul-Bunnelll Dadvison
pesquisa de Acs específicos
anti EBV; IgM anticorpo anti-capsideo viral (início da apresentação e persiste por 4 – 8 semanas)
Anti EBV antígeno nuclear ( surge por volta da 3 – 4 semanas e persiste por toda vida;
Diagnóstico Diferencial
Indecção por CMV, Infecção aguda pelo HIV, rubeola, hepatite A, toxoplasmose, exatema súbito
Dados Clínicos EBV HIV agudo
Evolução Insidiosa Aguda
Angina com exudato Frequente Ausente
Rash maculopapular Raro, 90% após uso de
penicilina
40 – 50%
Ulcerações orais ausente 10 – 20%
Diarréia rara comum
Diferença Clínica Infecção por EBV X HIV
Anamnese• Id.: CASJ, masculino, 11anos, nascido em Campo Grande e
reside em Bangu, 4ª serie 1º grau
• QP.: Dor de garganta e febre
• HDA: Paciente previamente hígido, relata que há 9 dias começou a apresentar aumento de volume em cadeia cervical anterior D, indolor e sem sinais flogísticos acompanhada de febre baixa e odinofagia. Há 04 dias procurou atendimento médico, sendo observado membrana purulenta em tonsila D, sendo medicado com Penicilina benzatina
• Quando perguntado aos pais se havia história de coriza, dor no ouvido, conjuntivite, tosse, astenia, artralgia, perda de peso ou alterações do trato gastrointestinal ou genitourinário ou mancha pelo corpo estes negaram.
• HPP: Nega DCI, HAS, DM, traumas, hemotransfusões ou cirurgias. Doença de Kawasaki aos 7 anos. Nega alergias alimentares ou a medicamentos.
• H. gest. e vacinal: Nascido de operação cesariana, a termo, sem intercorrências. Pré-natal completo, sorologias negativas. Teste do pezinho negativo. Faltou um reforço para DT .
• H. fam.: Avó materna, HAS. Nega DM, neoplasias, hemopatias, DST e BK.
• H. social: Reside em casa de alvenaria, com 04 cômodos e saneamento básico. Convive com 04 pessoas. Nega convívio com animais. Pratica natação e futebol. Nega contato com pacientes com BK. Nega tabagismo passivo.
Exame físico• Paciente abatido, hidratado,corado, cooperativo,
acianotico,anicterico,eupneico.
• FC:76bpm FR:24 irpm T:37,8°C.
• Pescoço: linfadenomegalia não dolorosa em cadeia cervical lateral a direita.
• Orofaringe:placa branco azincentada em tonsila direita,de limites irregulares,não acometendo palato ou úvula. Não havia enatemas ou ulcerações na boca ou na orofaringe, movimento da úvula presente e sem hálitose.
• Otoscopia: sem alterações• ACV: ritmo cardíaco regular, BNF, sem sopros ou
ES.• AR: murmúrio vesicular universalmente audível, sem
ruídos adventícios• Abdome: plano, flácido, levemente doloroso à
palpação profunda em hipocôndrio esquerdo. Não palpo massas ou visceromegalias.
• MMII: Pulsos presentes, sem edema ou lesões• Genitália: masculina, testículos tópicos e sem lesões.
Exame físico
ExamesDATA 05/09/08 09/09/08 10/09/09 11/09/08 12/09/08
HG 13,7 13,4 13,2
HTC 41 41,9 42,8
LEUC 12.870 8.000 6.680
LINF 67,6% 65,6% 56%
NEUT 18,1% 14% 22%
BAST 2% 2% 2%
BASO O% 1,5% 1,3%
EOS 1,6% 6% 4,5%
MONO 10,2% 12,9% 14%
PLT 184.000 204.000 231.000
VHS 11
CK 229 129
CK-MB 30
LDH 1.247
Troponina Negativo
TGO 179
TGO 221
URÉIA 27 16
CREAT 0,5 0,5
• 1. Quais são os principais problemas clínicos, epidemiológicos ?
• 2. Qual é o diagnóstico anatômico?
• 3. Cite os diagnósticos sindrômicos?
• 4. Cite a principal hipótese clínica do caso apresentado?
• 5. Cite os diagnósticos diferenciais?
LEITURA RECOMENDA: Disponíveis Biblioteca HUGG
Harrison’s 17 Edition
Diagnóstico diferencial – Kaplan &Quadra