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Joseph Davidovits apresenta a sua famosa teoria sobre como as pirâmides egípcias foram construídas, com pedra calcária reaglomerada.

A construção das pirâmides do Egito

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Joseph Davidovits , membro da Associação Internacional de Egiptologia, apresentou a teoria de que as pirâmides egípcias foram construídas com pedra calcária reaglomerada (um tipo de concreto de pedra calcária) em 1979, no Segundo Congresso de Egiptologia em Grenoble; em seguida em Toronto em 1982, no Cairo em 1988 e em Grenoble em 2004.

Ele afirmou que as pedras das pirâmides não foram cortadas, mas sim reaglomeradas. Isso pode ser provado por ciência, experimentação, religião e textos hieroglíficos.

Para apresentar esta teoria de maneira resumida, mostraremos os diferentes aspectos do sistema.

Ari Kat, fato comprovado de como as pirâmides foram construídas. A revelação das pedras das pirâmides.

Finalmente uma explicação lógica de como os antigos egípcios construíram as pirâmides. Uma extraordinária descoberta revela que não foram construídas por 200.000 trabalhadores, ou por alienígenas do espaço sideral. De acordo com os arqueólogos, as pedras foram cortadas próximas às pedreiras, presas a trenós, içadas por enormes rampas e colocadas por exércitos de trabalhadores. Para levantar um bloco de 30 toneladas do chão requer a força de pelo menos 12.000 homens, que

teriam construído a rampa, com cerca de 1 km, que requer mais material que a própria pirâmide, e resultaria num congestionamento até cada bloco ser colocado em sua posição.

Entretanto, estudos científicos atuais descobriram a presença de elementos artificiais nas pedras das pirâmides. Eles encontraram traços de uma reação química, mais precisamente uma geossíntese conhecida por fabricar minerais com química.

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Deste modo, os egípcios construíram as pirâmides usando pedras feitas pelo homem, o que se parece exatamente com as rochas naturais. Blocos calcários foram feitos no local.

Ele descobriu fósseis desarranjados, desordenados, que não estavam em camadas sedimentares horizontais normais.

Ele confirmou a existência de uma tecnologia perdida, no Irtysen Stele, atualmente encontrada no Museu de Louvre, e também com vasos de pedra enigmáticos, encontrados no labirinto embaixo da pirâmide de Saqqara.

O cientista francês, professor Joseph Davidovits, químico, especialista em geopolímeros e cimentos antigos, resolveu o enigma.

Ele percebeu a veracidade quando encontrou bolhas de ar e fibras presas dentro das pedras calcárias das grandes pirâmides.

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O mistério foi finalmente resolvido quando ele decodificou hieróglifos encontrados em uma placa antiga na ilha de Sehel, próximo a Assuã, no curso médio do rio Nilo. Neles continha a fórmula química usada pelo sacerdote Imhotep para fazer as pedras da primeira pirâmide da história, a pirâmide de degraus em Saqqara.

Usando a mesma fórmula e a mesma tecnologia da pedra de Ari-Kat, o professor Davidovits replicou vários blocos de pedra calcária artificial em seu laboratório em Saint-Quentin, perto de Paris.

Eles pareciam exatamente iguais as pedras calcárias naturais.

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A tecnologia de Ari-Kat

O grande Imhotep, alquimista e mestre arquiteto do faraó Djoser, fez os blocos de pedra e construiu a primeira pirâmide em Saqqara; ele inventou a tecnologia da pedra de Ari-Kat.

Perto das pirâmides, piscinas foram cavadas na pedra calcária macia ao longo do Nilo, formando a base para produzir o concreto de pedra calcária.

Os trabalhadores começaram desagregando a pedra com a água vinda do rio Nilo. Eles alagavam os canais para formar uma lama com argila, em seguida o carbonato de sódio chamado de sal de natrão era precipitado. Esse sal é uma substância muito reativa, é uma mistura de cinzas obtidas do óxido de cálcio proveniente da queima de folhas de palmeiras.

Quando adicionada na água, a mistura resultante forma soda cáustica o que inicia uma poderosa reação química.

Então, os trabalhadores adicionavam mais pedra calcária e outro sal, cloreto de magnésio, chamado de caulinita, para reduzir o pH. Após a evaporação da água, o concreto estava pronto. A pedra calcária é colocada em cestos e então carregada até as pirâmides.

Escavações arqueológicas descobriram que somente 25.000 pessoas estavam trabalhando no local, de fato a teoria da pedra reaglomerada não precisa de mais trabalhadores.

Através de rampas de madeiras os homens carregavam cada cesto e despejavam o conteúdo em moldes, então o concreto de pedra calcária era compactado e deixado para endurecimento.

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Moldes de madeira foram preparados. Esses moldes foram revestidos com óleo para facilitar o desmolde do bloco quando endurecido.

A mistura era socada nos moldes como na produção de terra compactada chamada de pisé, tornando a pedra calcária reaglomerada resistente e densa. Os trabalhadores ficavam em pé dentro do molde socando o material com uma estaca de madeira, compactando continuamente o bloco que está sendo feito, produzindo assim a forma final.

Foi assim que o sucesso de Imhotep fez milhões de blocos para pirâmide de Quéops, uma das sete maravilhas do mundo antigo.

A tecnologia Ari-Kat revelou o lógico, simples e proveu explicações para o mistério que tem atormentado o homem por séculos, escondendo a maneira como as pirâmides foram realmente construídas.

Introdução ao estudo dos métodos para construção das pirâmides

As ideias parecem muito plausíveis. Porém, ao chegar ao local você vê ruínas de atividades de extração (Figura 1); por exemplo, a sua esquerda é a pirâmide de Quéops, e a sua direita a pirâmide de Quéfren, e entre elas resíduos de atividades de extração, que leva os egiptólogos a contradizerem a teoria de Davidovits. O problema é que eles nunca mencionam que acima desses

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Figura 1

E isso é um problema, entretanto, egiptólogos e geólogos concordam com a localização das pedreiras onde o material rochoso tem origem. Nós localizamos as pedreiras de Quéops em Gizé (Figura 2). Na Figura 3, se olharmos para as camadas, veremos que os materiais foram extraídos de uma pedra calcária muito fraca, que não é absolutamente dedicada ao propósito de fazer blocos de construção e serem pedreiras de construção, mas é essa camada macia de pedra

Figura 2

Figura 3

resíduos das pedreiras, temos um lindo hieróglifo que pertence ao Faraó Ramsés II que chegou ao local 1400 anos depois. O que significa que os resíduos das pedreiras não pertencem à época das pirâmides.

calcária que foi usada para construir a pirâmide de Quéops, e vemos também que há outras pedreiras que foram usadas para as pirâmides de Quéfren e Miquerinos.

Então nós sabemos a localização da pedreira de Gizé. Na Figura 4 temos uma seção transversal do platô. Você vê onde as pedreiras estão localizadas, isto é dentro de Wadi, abaixo do platô onde a pirâmide foi construída, a pedreira não está perto da pirâmide, está abaixo e isso é estranho.

Figura 4

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E isso foi confirmado por análise geoquímica feita pelo prof. Klemm (Univ. de Munique, Alemanha), que mostra a análise de vários blocos das pirâmides de Quéfren, Quéops e Miquerinos (Figura 5). Ele descobriu que, por exemplo, em Miquerinos 100% das pedras vinham da pedreira de Wadi, para Quéops 72% e para Quéfren 44%. Mas da própria base, que é o local onde as pirâmides estão, onde foi encontrado um afloramento rochoso calcário muito bom, praticamente 0% para Miquerinos, 3% para Quéops e 2,5% para Quéfren estão vindo da base, todos os outros estão vindo de pedreiras que estão dentro de Wadi. O que significa que praticamente 98-100% das pedras que constituem as grandes pirâmides vieram dessa camada macia de pedra calcária.

Figura 5

E se observarmos a vista do satélite (Figura 6), vemos que para Quéops e Quéfren temos 54 metros de altitude, para Quéops, 56 metros, e as pedreiras estão localizadas abaixo, a 20 metros e 19 metros ao nível do mar. E se formos a Quéfren então nós subimos para 72, então vemos que à esquerda do local da pirâmide está aumentando, a camada geológica de pedra calcária à esquerda da pirâmide é mais alta. Seria lógico para os

Figura 6

Isso é contra a natureza e não é como o homo sapiens teria reagido; lembre-se de todas as outras atividades de mineração que encontramos no Egito, essencialmente no sul do Egito em pedreira de arenito, em pedreira de granito. As pedreiras estão sempre localizadas acima do local onde serão usadas, isso é lógico, e foi desse mesmo modo que foi usado mais tarde durante a Antiguidade. As pedreiras estão sempre localizadas acima, para que as pedras possam ser transportadas facilmente em trenós, em declive para o local.

Aqui no Egito é o oposto, isso é estranho e nós veremos outras coisas estranhas em Gizé, o que mostra que o modo normal de pensar deve ser

egípcios pegar esse lote de pedra calcária muito boa, que está localizada acima das pirâmides, para obter a pedra calcária para ser transportada, colocado em trenós, descendo a serra até o local da pirâmide. Seria mais fácil, mas não, o que eles fizeram? Fizeram o contrário, obtiveram as pedras calcárias das pedreiras que estão localizadas abaixo do nível das pirâmides e tiveram que subir até o local da pirâmide, o que significa que eles adicionaram um novo fardo para o trabalho que eles tinham que completar.

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Figura 7

Na Figura 8 vemos um bloco, um fragmento de pedra, com praticamente 30 cm de comprimento, que está dentro de um outro bloco de pedra calcária, a natureza não é capaz de fazer isso.

Figura 8

E se observarmos outros blocos, na Figura 9, na pirâmide de Quéfren do lado sul, este bloco enorme que tem juntas curvas, juntas curvas muito estranhas. Isso é impossível de obter com ferramentas de mineração ou com o modo de produção regular de blocos como é apresentado pela egiptologia.

Figura 9

E se continuarmos a observar a variedade de coisas estranhas que vimos no local, na Figura 10 nós temos o nível horizontal, abaixo está o piso de pedra natural, que está inclinado indo do oeste para o leste. Se olharmos a natureza numulítica das conchas que constituem a pedra calcária de Gizé, vemos que a pedra calcária natural é formada de fósseis que estão alinhados horizontalmente, isso é bem óbvio para uma pedra calcária numulítica natural. Se olharmos o bloco da pirâmide, temos essas conchas em desordem, que não é encontrado com frequência em pedra calcária natural nos blocos das pirâmides. Então, há uma grande diferença entre a pedra calcária geológica natural e outros blocos de pirâmides.

revisado. Por exemplo, na Figura 7 nós temos blocos enormes que têm estranhas linhas de soerguimento, camadas que não encaixam com camadas geológicas.

Figura 10

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Os blocos não foram cortados, mas reaglomerados. Isto é provado por:

1) Ciência

Que ciência? A ciência dos Geopolímeros, e você sabe que essa ciência é nova, uma ciência de 30 anos, e é óbvio que leva tempo até que o conhecimento da química geopolimérica seja adaptado a outros campos de atividade na universidade, e especialmente na História; mais precisamente na egiptologia.

Análogos geológicos, Si -O -Al , s ia latos de aluminossilicatos

Nós temos o sistema que pertence aos minerais geológicos naturais, como a kalsilita, sodalita, sanidina, leucita, ou anortita (Figura 11). Isto é o resultado de várias geopolimerizações. Portanto, somos capazes de fazer ligantes que têm as propriedades estruturais dos minerais naturais.

Nós desenvolvemos com esse sistema aplicações da resina geopolimérica, cimento geopolimérico, espuma, compósitos, e claro, pedras de geopolímero.

Figura 11

Figura 12

Elas são aplicadas em materiais resistentes ao fogo e ao calor, cimento/concreto para materiais de construção; nós usamos a química geopolimérica para mitigar o aquecimento global e a emissão de CO2, geopolímeros são usados para tecnologias ambientais no controle de resíduos tóxicos, e nós estamos aplicando esta ciência para estudar artefatos arqueológicos.

Figura 13

E já que estamos lidando com arqueologia, nós olharemos para o Egito.

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Geopolímeros Antigos

Bem, nós temos os geopolímeros antigos. Esses geopolímeros antigos devem seguir pré-requisitos fáceis de implementar; devemos ter recursos minerais em grande quantidade. É uma tecnologia que não é concreto, não é gesso comum, não há cimento adicionado ao sistema, e não estamos usando pedra britada. Ao contrário, nós estamos usando o conhecimento de geopolímero, de geossíntese, de geoquímica, de mineralogia, de geologia, e estamos usando pedras naturais ao invés de pedra britada.

No caso do material de Gizé, nós temos uma pedra aglomerada que é uma mistura de 95-97% em peso de pedra calcária, que são fósseis de conchas e calcita, ao qual nós adicionamos 3-5% em peso de cola geológica, que é o geopolímero. Isso explica porque os geólogos não vêem nada.

Você observa a literatura lidando com a contradição da minha teoria, e você vê em vários estudos na Internet que é muito fácil olhar para uma pedra e detectar se ela é artificial ou natural. Errado. Esse não é o caso da pedra calcária geopolimerizada, e não é o caso dos blocos calcários egípcios que formam as pirâmides. E eu tenho que mostrar que cada vez que os geólogos e mineralogistas olham para este tipo de pedra e afirmam que seria muito fácil detectar se é feita do sistema que eu afirmo ser reaglomeração, eles caem na armadilha da análise ótica da seção fina.

Qual o problema aqui? O problema é que nós estamos lidando com um material que consiste em agregação de fósseis de conchas. Na Figura 14 você vê as conchas que constituem os blocos das pirâmides, nós temos 95% de conchas e entre eles

Figura 14 - Pedra calcária numulítica da pirâmide

uma pequena quantidade de ligante, que é chamado de ligante micrítico.

Então, quando você faz uma seção fina é óbvio que o que você vê são os elementos naturais, as conchas; 95% do que você tem na placa do microscópio são conchas naturais, e nós estamos discutindo os 5% que constituem o ligante micrítico (cola geológica), e se não olhar para a cola geológica muito precisamente, você não vê nada.

No início, eu tinha estudado algumas pedras, pedras genuínas, e eu descobri na amostra da Figura 15 a presença de estranhos artefatos, que chamei de filamentos. Vemos também muitas bolhas de ar. Essa é uma pedra que foi coberta com um revestimento sintético.

Figura 15

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Isso foi em 1982 e depois disso, por diversas razões, essencialmente após 1990, eu parei de fazer qualquer pesquisa desse material. Foi somente em 2001, 2002 que nós recomeçamos a reconstituir blocos de pedra cálcaria como o que nós encontramos nas pirâmides e fizemos vários artefatos de pedra calcária em laboratório, e depois em grandes quantidades.

Nós levamos essa pedra calcária reaglomerada em 2002 a dois laboratórios geológicos renomados na França: o Bureau de Recherches Géologiques (BRGM) e o departamento geológico do Museu de História Natural em Paris. Demos a eles duas amostras de pedra calcária que nós tínhamos reaglomerado em nosso laboratório, no Geopolymer Institute em Saint-Quentin (França). Dissemos que encontramos esse tipo de pedra calcária que parecia ser estranho para nós e perguntamos: “Vocês podem nos dizer o que é realmente essa pedra?”

Eles fizeram uma seção fina e escreveram um relatório. Na Figura 16 você vê ilustrada a seção fina. Obviamente você vê a grande numulita e outros artefatos naturais como o quartzo e ouriço-do-mar, e no meio o ligante micrítico. O ligante micrítico é um ligante formado por partículas muito pequenas de calcita, e podemos afirmar que essa era a seção fina de uma pedra calcária numulítica natural. Esse pedaço de artefato foi feito em nosso laboratório e tem 10% em peso de geopolímero moderno, que não foi detectado sob o microscópio ótico. O ligante que usamos para reaglomerar a pedra calcária foi declarado como um ligante micrítico natural. Então se eu não disser, se eu não contar que o pedaço de pedra calcária foi feita em nosso laboratório, geólogos e mineralogistas

afirmarão que é uma pedra natural, e esse também é o caso das amostras que pegamos nos monumentos egípcios.

Figura 16

Então eu pedi a meus colegas cientistas para examinar de outra maneira para tentar determinar a natureza artificial do ligante micrítico (cola geológica). E a única maneira de fazer isso, a maneira mais prática de fazer isso, é usando o microscópio eletrônico.

Isso foi feito recentemente por um grupo de três cientistas, Michel Barsoum, A. Ganguly da Universidade de Drexel, nos EUA e G. Hug do CNRS, em Paris na França, e publicaram em dezembro de 2006, no Journal of the American Ceramic Society, os resultados da análise sob microscópio eletrônico e afirmaram a evidência microestrutural da pedra calcária reconstituída (Figura 17).

Eles obtiveram seis amostras naturais que vieram de pedreiras e nós comparamos as pedras de monumentos egípcios com a das pedreiras naturais, de onde geralmente as amostras deveriam provir, e pegamos cinco amostras das pirâmides, 3 de Khufu, a pirâmide de Quéops e

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duas da pirâmide de Menkoure (Miquerinos), chamada de Menk, e focamos nessa porque é o protótipo para os blocos de núcleo, que é a massa do material que constitue as pirâmides (Figura 18).

Figura 17

Figura 18

Na Figura 19 temos as pirâmides onde foram coletadas as amostras de Menk. Na Figura 20 temos o local onde nós pegamos as amostras. É uma peça grande, e sob o microscópio eletrônico obtemos a análise ilustrada na Figura 21, como você vê é uma mistura de sódio, silício, alumínio, magnésio, cálcio, carbono, carbonato e cloreto que representa NaCl,

Si6Al4MgCaO14, 6CaCO3. É um aluminossilicato de geopolímero, que contém também cloreto de natrão e calcita.

Figura 19

Figura 20

Figura 21

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Os autores confirmaram que a matriz é o resultado de uma geossíntese em meio altamente alcalino, pH 13-14, e eu apresento agora as várias etapas químicas que estão exatamente de acordo com os resultados analíticos (Figura 22).

Figura 22

A primeira reação é o uso do carbonato de sódio (natrão) que reage com a cal produzindo soda cáustica, isto é o básico da reação geopolimérica, e você vê que nós temos também a produção de calcita. Assim você viu o primeiro passo para a utilização desta reação química que é a produção de um mineral natural, a calcita. Então, a soda cáustica reage com a argila caulinítica, esta é uma das reações básicas que conhecemos da química do geopolímero, e nós obtemos o que chamo de feldspatoide hidratado. O pH está por volta de 13-14, e se ao invés de carbonato de sódio da reação número 1 nós tivéssemos o sulfato de sódio, então teríamos soda cáustica e a produção de sulfato de cálcio, o que poderia ser considerado por geólogos e mineralogistas como restos de gesso, o que não é. O fato é que precisamos de cal, carbonato de sódio (é um sal, isto é natrão), e temos que fabricar a cal. E isso é um debate entre

nós e egiptólogos e discutiremos essa questão detalhadamente mais tarde.

As reações 1 e 2 eram as duas reações que usávamos frequentemente em nosso laboratório e achávamos que isso era suficiente, entretanto estávamos sempre restritos ao fato de que ainda tínhamos um pH alto e ficávamos sempre pensando como os trabalhadores egípcios lidavam com essa corrosividade. Até receber os primeiros resultados da análise em microscópio eletrônico de meus amigos Barsoum e Hug. O primeiro resultado foi que não acharam resíduos de natrão (carbonato de sódio). Se a química estava certa deveríamos ter resíduos de carbonato de sódio, eles não encontraram. Segundo eles não encontraram o aluminossilicato, o aluminossilicato de sódio, que eu afirmava.

E isso foi um pouco perturbador, mas ao invés de restos de carbonato de sódio ou aluminossilicatos, eles obtiveram cloreto de sódio e aluminossilicatos de magnésio. Então tive que admitir esse fato e imaginar a química que poderia produzir esses dois minerais. E isso seria possível com a adição de um outro sal, que é encontrado com o primeiro, o natrão, que é cloreto de magnésio, carnalita e semelhantes, e descobri uma reação muito simples que acontece quando se adiciona esse cloreto de magnésio ao sistema, que o neutraliza primeiro e então temos uma troca do sódio com o magnésio, assim obtemos um novo material, um novo elemento, um aluminossilicato de magnésio. Isso é examente o que eles encontraram na análise e com a produção de halita do cloreto de sódio. A adição desse cloreto de magnésio, que é um solvente muito comum também no Egito, tem dois efeitos principais: primeiro ele diminui o pH, porque ele neutraliza a soda cáustica

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e segundo ele transforma o aluminossilicato de sódio em aluminossilicato de magnésio encontrado na análise. Nós medimos o pH da pasta com um medidor de pH de papel cromatográfico, o pH do líquido é de aproximadamente 9 ao invés de 13-14, por outro lado, o pH da pasta está entre 12-13. Então, temos uma forte neutralização que permite aos trabalhadores pegar esse material com as mãos desprotegidas e levá-los ao local. E se continuarmos, se tivermos um acesso a todos os elementos iniciais; tais como o carbonato de sódio reagindo com a carnalita (cloreto de magnésio) teremos a produção de carbonato de magnésio (magnesita) mais halita, e isso é muito interessante porque ao invés de carbonato de sódio, você tem a produção na mistura de silicato de sódio; o que acontece se obtiver na mistura silicatos solúveis, que reagirão com a soda cáustica produzindo silicato de sódio e então o silicato de sódio reagirá com o cloreto de magnésio e se transformará em silicato de magnésio; outro elemento também encontrado na análise. Resumindo, vimos que temos a produção de minerais que são análogos aos elementos naturais. E então nós temos a calcita hidratada no topo, magnesita hidratada e ambos interagirão para formar a dolomita hidratada, que depois irá se transformar, cristalizar em lindos cristais romboédricos que também são encontrados nas pedras das pirâmides e que pertencem à época egípcia.

Na Figura 23 temos um resumo. Vemos a ação de reativos em um elemento natural, aqui está a argila caulinítica, poderia ser também silicatos, e nós estamos produzindo minerais naturais. Assim, a química favorece a produção de minerais naturais e é esse sistema que é usado para produzir a cola geológica, que é 3-5% em peso da

composição da pedra calcária que contém 95-97% de conchas e calcilta, e é óbvio que mineralogistas e geólogos não entendem essa química, eles não vêem nada.

Figura 23: Resumo da geosíntese de uma pedra calcária artificial.

Assim nós temos dois sistemas geopoliméricos diferentes, para os blocos de núcleo, o protótipo é a pedra de Menk, é feita de aluminossilicatos de sódio, magnésio e cálcio, cloreto de natrão, halita, sal comum, dolomita e calcita, isso é o ligante micrítico. E os blocos de revestimento têm até 10% de silicatos na composição, o que é muito para a cola geológica, e é representada pelas amostras que obtivemos das pedras de Quéops e Lauer, é silicato de magnésio, cloreto de sódio, dolomita e calcita.

Os resultados científicos para essa cola geológica; que é o ligante micrítico detectado sob o microscópio eletrônico, é formado do que eles chamam de microconstituintes contendo silício, cálcio, magnésio, e aqui nós descobrimos que temos um mecanismo geopolimérico que envolve cálcio e magnésio. Até agora nós não tínhamos um sistema em que o magnésio estava envolvido diretamente, e aqui acontece por troca iônica entre sódio e magnésio. Além disso, nós temos a calcita hidratada e a dolomita hidratada, esses dois

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elementos são desconhecidos na natureza, na natureza eles são cristalinos, e também temos aluminossilicatos de argilas do tipo amorfa de rochas naturais, em materiais naturais eles são sempre cristalinos. Esses resultados provaram a natureza artificial do ligante micrítico.

As pedras das pirâmides não foram cortadas, mas reaglomeradas. Isso é provado por:

2) Experimentação

Decidimos experimentar o sistema na fabricação de grandes quantidades de pedras, não somente no laboratório, mas também fora. Nós tínhamos que escolher um material equivalente ao encontrado em Gizé.

Na Figura 24 temos um corte transversal, em amarelo, a camada macia de pedra calcária que foi usada para a construção das pirâmides, essas pedreiras estão fornecendo pedra calcária numulítica que é a única do platô de Gizé.

Figura 24

Tínhamos que encontrar perto de Saint-Quentin um resultado geológico em que poderíamos encontrar algo similar. Procuramos ao sul de Saint-Quentin uma pedreira da qual obteríamos essa pedra calcária numulítica. Decidimos fazer 15 toneladas de pedras de pirâmides e como era um experimento, decidi variar os diversos parâmetros

envolvidos na fabricação dos blocos (Figura 25): a quantidade de água, a quantidade de argila que tínhamos que adicionar na pedra calcária porque não possuia, isso foi herdado da pedra calcária de Gizé, mas aqui na pedra calcária francesa nós não tínhamos argila, então adicionamos a argila caulinítica (4%) e a química que são as pedras calcárias e semelhantes. Então, mudamos a quantidade dos elementos nos vários blocos que produzimos.

Nós mostraremos a você uma experimentação em que produzimos 15 toneladas de pedra calcária reaglomerada.

Em setembro de 2002, o Geopolymer Institute, fez uma imitação massiva da fabricação dos blocos das pirâmides, ou talvez devêssemos dizer blocos genuínos das pirâmides. Nós usamos os mesmos tipos de ingredientes disponíveis aos egípcios antigos a 4000 anos atrás. Esses blocos maciços têm a mesma composição química e aparência que os blocos das grandes pirâmides.

Figura 25

Figura 25

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A pedra calcária que usamos consiste de fósseis chamados numulíticos, como aqueles das pedreiras de Gizé. Como em Gizé, nossa pedra calcária francesa é tão fraca que não precisa ser triturada, mas diferente de Gizé, não contém argila caulinítica.

Figura 26

Nós usamos os mesmos aditivos: cal, natrão e argila caulinítica próxima da pedra calcária. Os dois componentes irão reagir na água e formar no local a cola geológica que irá produzir a rígida rocha geopolimérica de pedra calcária reaglomerada.

Figura 27

Nós começamos a fazer o cimento misturando o carbonato de sódio (encontrado no Egito como natrão) e cal em 500 litros de água. Adicionamos o caulim, diferente da pedra calcária de Gizé, e misturamos com uma ferramenta de madeira. Fizemos uma tonelada de pedra calcária no recipiente e misturamos com o cimento.

Figura 28

Alguns dias depois a água evaporou, então movemos a pedra calcária agregada para fazer os blocos. Conferindo a mistura: 95% de agregado de pedra calcária, somente 5% de ligante feito de rocha e entre 12 e 17% de água, que dava a consistência de uma areia molhada. Uma vez apertada a mistura com a mão, ela mantém a sua forma. Este lote ganhará resistência rapidamente.

Figura 28

Nós fizemos todo o trabalho manualmente, formando uma cadeia humana, carregando cestos da área de mistura para o molde. Despejamos a mistura de concreto de pedra calcária no molde e compactamos com uma ferramenta chamada de soquete.

Figura 29

Compactar o material requer pouco esforço. A operação de compactação favorece a corrigenda e a densa mistura obtém alta resistência na fase inicial de cura.

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Quando o clima está bem quente, nossa equipe produz rapidamente uma pedra calcária reaglomerada, que é comprovadamente resistente, densa e do tamanho e formato certo. O molde consiste de pequenos moldes de madeira, que pode ser utilizado várias vezes para fazer outros blocos. Nesse clima ideal todo o processo ocorre tranquilamente e é muito simples.

Nós desmoldamos após 4 horas. A pedra calcária sintética parece pedra natural. Não observamos nenhum traço de lasca de madeira.

Figura 30

Figura 31

Quatro blocos foram feitos. Os blocos têm 4,5 toneladas. Os que contêm mais água forneceram uma superfície suave. Os dois blocos menores têm 1,3 toneladas; o menos úmido possui superfície mais áspera.

Quando você olha para as pedras das pirâmides você vê ou blocos com acabamento liso ou blocos rústicos e nós replicamos todas essas superfícies somente variando a quantidade de água, que depende do clima, depende do ambiente.

As juntas entre os blocos também são perfeitas. Levará três meses para as pedras curarem completamente por causa do clima do norte da França.

Em 4 mil anos, os futuros arqueólogos insistiriam que a nossa imitação das pedras das pirâmides são pedras calcárias naturais?

Figura 32

Nós observamos as pedras um ano depois, e nossa equipe científica se reuniu em Saint-Quentin para

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examinar o material. Nós protegemos os blocos contra a chuva e gelo. O clima do norte da França é diferente do Egito, no Egito praticamente nunca chove e nunca neva. Na França tivemos em janeiro de 2003 um mês de neve; o que não é muito bom para este tipo de pedra, mas quando nós reabrimos os moldes, a proteção os blocos estavam em bom estado. Começamos a observá-los.

Figura 33

Você se lembra que no vídeo afirmamos que não podíamos ver as juntas entre as pedras. Um ano depois nós tivemos as juntas. Isso é óbvio, porque cada bloco retrai durante o endurecimento, a retração é muito pequena, mas é suficiente para produzir juntas entre os blocos e cada junta é o espelho da outra. Elas são perfeitas e são exatamente da mesma forma do que nós vimos no local da pirâmide.

Mas acima você vê que as pedras uma em cima da outra, e não se vê praticamente nenhuma junta e nós vemos que os blocos estariam colados, isso é o que as pessoas estão sempre nos dizendo. Se você está fazendo este tipo de experimento, as pedras irão colar uma nas outras.

Figura 34

Figura 35

Tivemos que destruir o que nós fabricamos e durante a quebra fomos capazes realmente de separar facilmente os blocos de cima dos de baixo, vimos que eles não estavam absolutamente colados uns nos outros, mas de fato, a superfície de cada bloco se encaixava exatamente com a superfície do outro. E isso é também uma característica muito específica de blocos de pirâmides, os blocos na camada horizontal estão absolutamente encaixados uns nos outros sem nenhum espaço entre eles. Assim nós podemos afirmar que nosso experimento foi muito produtivo e forneceu bom conhecimento na visão prática do sistema.

3) Religião

No Egito tudo está relacionado à religião, todo item, toda parte da vida está conectada a um Deus, e é óbvio que a construção de um monumento deve ter um significado religioso. E nós descobrimos que de fato há uma teoria que nunca é contada pela egiptologia.

Isso é o que chamo de teoria número 1, as pedras

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têm um significado religioso. As pedras foram usadas somente em tumbas, pirâmides e templos. As pedras nunca foram usadas em construções seculares. Nunca em palácios, fortes, casas; que eram feitos de madeira, tijolos de argila, nunca em pedra, exceto durante o período grego, durante a invasão do Egito pelos gregos, e eles começaram a construir Alexandria com pedras, exceto durante a ocupação romana. Então, nunca durante uma genuína civilização egípcia o uso de pedras foi permitido para construções seculares.

Se você quiser explicar essa dicotomia que é pedras para templos e madeira e argila para construções regulares, então descobriremos que nas rotas dessas civilizações egípcias, tínhamos duas gêneses, duas teorias sobre a origem do homem. A mais antiga a do Deus Khnum e a mais recente do Deus Amon. Temos duas religiões antagônicas que foram fontes de rivalidade em duas diferentes civilizações tecnológicas, que sustentaram essas religiões.

Vamos começar com o Deus Khnum. O Deus Khnum é representado como um homem com cabeça de carneiro com chifres que são característicos, são chifres horizontais. E você vê o Deus Khnum sobre a sua roda de oleiro e ele está criando o corpo do faraó, esta alma eterna, por petrificação, pelo uso de argila. A criação de acordo com Deus Khnum, ele criou a humanidade e os deuses com argila e silte. Você sabe que essa é a gênese que nós estamos acostumados a ler na Bíblia, e esse também é o tipo de gênese que é mencionado no alcorão. O Deus Khnum criou o KA do faraó. O KA é a alma eterna em pedra. Para o Deus Khnum a criação é a encarnação divina em pedra aglomerada.

Figura 36

E nós descobrimos que para Quéops; para a construção do mais impressionante monumento da Antiguidade, o nome correto é Khnum-Khufu, feito pelo Deus Khnum, protegia Quéops. O Deus Khnum está associado com a criação das pirâmides e as pirâmides podem ter sido feitas com a tecnologia associada à Khnum, que é a aglomeração.

Figura 37

Por outro lado para o Deus Amon é diferente: “... Uma montanha de lama começa a surgir das sombras das águas, a montanha de lama aumentou formando bolhas, e tomou a forma do primeiro Deus: Amon. Amon removeu [cortou] os

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membros e todas as partes de seu corpo e essas partes do corpo de Amon se transformaram em homens, animais e todo o universo...”. Isso é diferente, o Deus Amon, na criação ele corta o homem e os outros deuses em seu corpo, a montanha. A criação é a encarnação divina em pedra cortada.

Figura 38

E você entenderá que Ramsés II tinha seu templo em Abu-Simbel, originado do corpo de Amon, neste arenito. E entendemos que os templos em Tebas, Karnak também foram feitos de pedra cortada, que foi cortada cuidadosamente do corpo de Amon, e entendemos porque os obeliscos feitos de granito são chamados de dedos de Amon.

Figura 39

Então, nós temos duas civilizações, uma no norte que surgiu durante o Reino Antigo, Deus Khnum e a pedra aglomerada; e no sul que surgiu no Reino Novo, Deus Amon e a pedra cortada.

Figura 40

Figura 41

4) Textos hieroglíficos

Essa é a primeira teoria que é baseada em textos hieroglíficos. Nós descobrimos o texto que mostra esse sistema. Lembre-se que a egiptologia nunca achou nenhum texto provando que as pirâmides foram construídas com pedra cortada, içada em trenós e rampas. Não há textos, e eles dizem que não há textos porque é um sistema sagrado que não deve ser revelado a ninguém. Nós estamos

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lidando com texto tecnológico, texto que contém informações tecnológicas, e você sabe que é muito difícil traduzir um texto técnico em uma linguagem em que você não sabe o significado das palavras- chaves. Eu mostrarei aqui um pequeno exemplo que é bem adaptado a nossa especialidade, a especialidade geopolimérica. Vamos imaginar que eu obtive um texto do Egito que foi traduzido da seguinte maneira: “Faça uma pedra fluída com cinzas de inseto e água de vidro”. Nós temos este texto e foi escrito fluentemente para dizer que “pedra fluída” pode ser cimento, então nós escrevemos: “Faça cimento com cinzas de moscas em vidro de água”. Isso não significa nada, por outro lado o que nós temos na realidade é a descrição de como fazer cimento de cinzas volantes e silicato solúvel. Esse é o exemplo que você tem a sua frente quando você tenta entender um texto antigo que lida com essa tecnologia.

O primeiro texto é bem conhecido chamado de Famile Stele, em Sehel, foi escrito em 200 a.C., que é mais recente, mas é conhecido por ser uma cópia de um texto mais antigo do tempo das pirâmides. Na Figura 43 temos o faraó Djoser, construtor da primeira pirâmide, que está falando com o Deus Khnum.

Figura 42

E vemos que a Famile Stele é de fato uma lista, há 32 colunas em que um terço é dedicado a uma lista de minerais que seriam usados para fazer as pirâmides.

Figura 43

Em textos antigos, o que é muito difícil de traduzir são verbos, por exemplo, na Figura 45 temos o verbo Iri-Kat, que significa criar, fabricar. Esse é o verbo que é usado para mostrar o Deus Khnum quando ele está fazendo, fabricando o KA, a alma do faraó em pedra eterna.

Figura 44

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Figura 45

E nós encontramos esse verbo Iri-Kat na Famile Stele, onde o Deus Khnum fornece os minerais ao faraó Djoser para construir sua primeira pirâmide. À direita na Figura 46, você vê Ari-Kat (fabricar) e a tradução completa é “...desde a criação você é o primeiro a fabricá-los, os minerais, para construir os templos...”.

Figura 46

O segundo verbo é o verbo Khusi, que significa erguer, construir e você vê que o verbo tem o determinante que é o homem compactando alguma coisa em um molde, então essa é a fabricação da pedra aglomerada, essa é fabricação de tijolos, e isso é a fabricação de pedras que estamos lidando. Khusi (construir) pedra aglomerada e isso é o que

Figura 47

Qual pirâmide? Foi a primeira pirâmide, a de Djoser, que foi construída por Imhotep, um dos maiores escribas do Egito. É a primeira pirâmide, a pirâmide de degraus de Saqqara (Figura 48). A pirâmide de Saqqara é feita de pequenos tijolos de pedra calcária, que foram fabricados como tijolos crus de argila. Eles pegaram os moldes, fabricaram os tijolos, transportaram-os e construíram a pirâmide (Figura 49).

obtemos como frase no Famile Stele “...com esses produtos (que são mostrados nas várias colunas dos hieróglifos) eles construíram a pirâmide (tumba real)...”.

Figura 48

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De fato eles usaram a mesma tecnologia que foi usada anteriormente na fabricação de seu monumento no cerco; na Figura 50 o cerco de Khasekhemwy, o faraó anterior a Djoser.

Figura 49

Figura 50

Os meus oponentes afirmam que se a teoria da pedra aglomerada estiver certa, os blocos feitos em moldes devem ter a mesma dimensão dos tijolos de argila. Aqui nós temos o exemplo do cerco de Khasekhemwy, e se olharmos as dimensões dos blocos de argila, nós descobrimos que eles não

são iguais, nós encontramos pelo menos cinco diferentes dimensões. O que significa que as cinco diferentes dimensões foram decididas pelo arquiteto porque é de fato a única maneira de obter resistência sísmica, durabilidade sísmica para monumentos que foram construídos em áreas de risco de terremoto.

Portanto, os egípcios tinham esse conhecimento a sua disposição. Assim começou a construção da primeira pirâmide com pequenos tijolos, eles aperfeiçoaram a tecnologia e melhoraram a dimensão dos blocos, finalizando com a primeira pirâmide de Seneferu; que é romboédrica, onde os blocos ainda eram movidos, transportados para o local, mas eles começaram a se tornar muito grandes, e para a Pirâmide Vermelha de Seneferu eram grandes demais para serem manipulados e foram moldados, compactados no local.

Figura 51

Então, chegamos ao platô de Gizé (Figura 52) onde essa tecnologia foi usada para as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos. Assim deveriam ter evoluído em toda a civilização, mas de fato nós observamos uma parada dramática da tecnologia.

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Na Figura 53 temos a variação do volume de pirâmides com o tempo, com as dinastias, então vemos que da invenção de Djoser para as pirâmides de Quéops, que é praticamente em 60 anos, nós tivemos um aumento no volume das pirâmides, ótimas para Quéops e Quéfren, e uma queda dramática no volume para Miquerinos e as outras são ridiculamente pequenas. O que aconteceu? Isso é o que tentaremos explicar agora.

Figura 52

Figura 53

Nós podemos interpretar com dois elementos que são parte das atividades industriais, primeiro nós podemos supor que alguns minerais usados na

fabricação das pedras artificiais foram exauridos das minas de Sinai. E nós temos textos, relatórios que mostram que com o tempo as minas de Sinai foram exploradas fortemente e após isso não mais, ou após a fabricação do lime-ash gerando um desastre ecológico. Essa é a cal que interfere na reação número um que nós precisamos para obter a reação entre o natrão (carbonato de sódio) para produzir a soda cáustica que inicia a reação geopolimérica. A cal é muito importante e foi mostrado por Klemm que: “na VI dinastia a cal quase desaparece de dentro das argamassas. Pode isto ser interpretado como uma mudança da acessibilidade ao combustível (madeira) e consequentemente, uma crise do potencial econômico??”

Para o professor Klemm, ele estava falando sobre a cal comum que é a calcita da pedra calcária calcinada. O problema é que não foi encontrado nenhum resíduo de forno no Egito. Para fabricar, para construir as pirâmides de Quéops e Quéfren nós precisamos de aproximadamente 150.000 toneladas de cal; o que significa que deveríamos ter encontrado resíduos de forno que produziram essa cal, porém nós não encontramos. O que significa que a tecnologia era diferente.

Figura 54

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A tecnologia diferente era a de cinzas que continham cal, que foi usada em outras reações. E o desastre ecológico veio da exploração da madeira. Isso foi provado pelo fato de que logo após as grandes pirâmides havia afrescos representando a fome.

Figura 55

Então algo tão dramático e trágico aconteceu; e se você quiser entender qual a razão, então nós temos que voltar para um conhecimento essencial que é o de plantas que forneciam vários produtos químicos durante a Antiguidade e mesmo na Idade Média na Europa.

Se nós observarmos na Tabela 1, as cinzas que são resultados da queima de madeira e plantas, você vê que nós obtemos SiO2 de plantas que estão quimicamente disponíveis para a reação; CaO (óxido de cálcio) de plantas em faia, carvalho, acácia, palmeira; K2O alcalino de plantas em faia, em palmeira, em samambaia, em papiro, em palha de cevada. O que significa, que estou declarando que é assim que eles usaram as plantas, a madeira para a produção destas cinzas que foi a fonte de produtos químicos.

Tabela 1

E é óbvio que se eles exploraram excessivamente as palmeiras contendo os silicatos e óxidos de cálcio se deparam com um desastre ecológico, porque as palmeiras estão associadas com a agricultura e se não há palmeiras, não há agricultura e pode ser o fim da construção das pirâmides. E é óbvio que para os egípcios essa tecnologia mesmo sendo sagrada era perigosa.

Figura 56

Logo após, temos o início da construção de pequenas pirâmides com pedras cortadas, como a pirâmide de Ouserkaf (Figura 57), 2460 a.C., isto é exatamente da pirâmide de Gizé, é somente um amontoado de pedras pequenas que foram extraídas do meio ambiente e se você comparar com a pirâmide de Djoser (2650 a.C.), você vê que a de Ouserkaf está completamente destruída e a de Djoser ainda está lá. Isso é uma grande diferença de uma construção feita de pedra

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reaglomerada e uma pequena construção de pedra cortada. Isso é o que você obtém e você vê que não é mais uma tecnologia tão poderosa e tão importante que foi utilizada anteriormente.

Figura 57

E se você continuar observando a civilização egípcia, descobrimos algo muito estranho. Começamos com os tijolos de barro utilizados no cerco durante a II Dinastia, eles não tinham ferramentas de pedra, então é óbvio que eles usaram tijolos de barro. Portanto, temos a invenção do primeiro tijolo de pedra calcária por aglomeração. A tecnologia aperfeiçoou para blocos cada vez maiores, blocos de pedra calcária. E de repente, 800 anos depois, eles tinham ferramentas de bronze para cortar as pedras? Não, eles retornaram as pirâmides feitas de tijolos de barro, isso é algo que a egiptologia não é capaz de explicar, é algo que a tecnologia geopolimérica é capaz de explicar, essencialmente porque aqui nós temos uma parada do uso dessa tecnologia para fazer a pedra e retornamos ao barro, porque os tijolos de barro são também uma réplica da encarnação dos materiais que pertencem à divindade Khnum.

Figura 58

E sobre a pirâmide de Quéops? Você percebeu que estou falando sobre as pirâmides e não estou falando de Quéops, estranho. Se olharmos para Quéops na Figura 59 nós temos o núcleo, isso é massa. Mais de dois milhões de toneladas feitas de pedra calcária, pedra calcária reaglomerada, mas aqui, no interior há uma exceção, é feita de granito, é feita de pedra cortada. Por quê?

Figura 59

Quéops, você sabe é Khnum Khufu, isto é pedra aglomerada. Entretanto, o faraó era o Rei dos dois

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países, e é óbvio para mim que as pirâmides devem ser a representação do Egito. Devem representar a parte norte e a parte sul do Egito. O que significa que devemos ter a replicação da pedra aglomerada para a parte norte do Egito e no sul granito natural, que é a tecnologia do corte.

Figura 60

Assim nós temos pedra aglomerada no núcleo e a câmara do Rei é feita de granito partido, que é polido. Granito partido não granito cortado.

Na Figura 62 vemos que foram construídos dois locais independentes não havendo conexão entre

Figura 61

eles e que aqueles que estavam envolvidos na fabricação de lajes de granito natural (são enormes) usaram uma rampa temporária, localizada ao sul da pirâmide, ao contrário da grande galeria. Deste modo nós temos dois locais de trabalho tecnológicos diferentes, que estavam funcionando independentemente.

Figura 62

Para Quéfren, o mesmo problema. O núcleo é feito de pedra aglomerada, mas dessa vez eles usaram o granito de uma maneira mais simples; foi somente para a cobertura do primeiro e segundo degrau, que foi feito de granito partido, como da Figura 63. São blocos de granito partidos em dois e incorporados em uma camada natural, o degrau natural.

Figura 63

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E sobre Miquerinos? Miquerinos tem um núcleo feito de pedra calcária aglomerada e os primeiros degraus recobertos com um revestimento de granito partido, não polido.

Figura 64

Nós não estamos sozinhos. Há várias instituições que oficialmente afirmam que apóiam a teoria da pedra reaglomerada. Instituições muito famosas e todas elas nos apóiam. E de fato, se olharmos a conexão mundial com o Geopolymer Institute, é óbvio que são várias as instituições no mundo que estão de acordo com essa teoria das pirâmides serem feitas de pedra calcária reaglomerada.

Figura 65

Figura 66