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10 OUTUBRO 2019 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4487 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ Página 5 Página 4 Almodôvar: Tomada de posse do Padre Jomy John, SVD, como Pároco in solidum No domingo, dia 6 de outubro de 2019, as paróquias do concelho e arciprestado de Almodôvar acolheram o seu novo pároco in solidum, o Pe. Jomy John, SVD, com a celebração da Eucaristia na Igreja Matriz de Almodôvar. Presidiu a celebração D. João Marcos, Bispo de Beja. O Prelado diocesano deu posse ao referido Pe. Jomy, em substituição do Rev.do Pe. Manuel Pedrosa Soares, SVD, que no passado dia 29 de julho nos deixou, repen- tinamente, para a eternidade. Continuam no mesmo cargo os outros dois párocos, a saber, os padres Glorio Fernandes e Feli- ciano Sila. “Amazónia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral” A razão de ser do Sínodo PS vence Eleições Legislativas Votos brancos: 2,5; Votos nulos: 1,7 Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja “O Destino das Pedras” Diocese de Beja NOTA PASTORAL PRECES A PEDIR O DOM DA CHUVA A persistência de um ano anormalmente seco está a originar graves prejuízos para a agricultura e produção energética, o que se reflectirá negativamente na vida de todos nós. A tradição bíblica diz-nos que a chuva é dom do Senhor. Exorto, por isso, os fiéis em geral, a que peçam a Deus o dom da chuva, em atitude de fé, penitência e solidariedade fraterna. Proponho a oração composta por São Paulo VI, em 4 de julho de 1976, quando o continente europeu suportou um período de seca prolongada. Também os párocos e reitores de igrejas deverão promover preces com o mesmo fim, da maneira que entenderem pas-toralmente mais adequada às comunidades que lhes estão confiadas. Beja, 8 de outubro de 2019 + José João dos Santos Marcos, bispo de Beja ORAÇÃO DO ROSÁRIO N0 LARGO DO CARMO No próximo sábado, 12 de Outubro, às 21h, em união com os peregrinos de Fátima, vamos rezar o santo Rosário no Largo do Carmo, junto ao monumento a Nª Senhora da Conceição Crianças das Catequeses, jovens e adultos, todos são convidados a louvar Maria, na véspera do 102º aniversário da última aparição. Aparece! Página 5

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10 de outubro de 2019

10OUTUBRO

2019

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4487

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

Página 5

Página 4

Almodôvar: Tomada de posse do PadreJomy John, SVD, como Pároco in solidum

No domingo, dia 6 de outubro de2019, as paróquias do concelhoe arciprestado de Almodôvaracolheram o seu novo pároco insolidum, o Pe. Jomy John, SVD,com a celebração da Eucaristia naIgreja Matriz de Almodôvar.

Presidiu a celebração D. JoãoMarcos, Bispo de Beja. O Preladodiocesano deu posse ao referidoPe. Jomy, em substituição doRev.do Pe. Manuel PedrosaSoares, SVD, que no passado dia29 de julho nos deixou, repen-

tinamente, para a eternidade.Continuam no mesmo cargo osoutros dois párocos, a saber, ospadres Glorio Fernandes e Feli-ciano Sila.

“Amazónia: novos caminhospara a Igreja e para

uma ecologia integral”A razão de ser do Sínodo

PS vence Eleições Legislativas

Votos brancos: 2,5; Votos nulos: 1,7

Dia Nacional dos BensCulturais da Igreja

“O Destino das Pedras”

Diocese de BejaNOTA PASTORAL

PRECES A PEDIRO DOM DA CHUVA

A persistência de um ano anormalmente seco está aoriginar graves prejuízos para a agricultura e produçãoenergética, o que se reflectirá negativamente na vida detodos nós.A tradição bíblica diz-nos que a chuva é dom do Senhor.Exorto, por isso, os fiéis em geral, a que peçam a Deuso dom da chuva, em atitude de fé, penitência esolidariedade fraterna. Proponho a oração compostapor São Paulo VI, em 4 de julho de 1976, quando ocontinente europeu suportou um período de secaprolongada.Também os párocos e reitores de igrejas deverãopromover preces com o mesmo fim, da maneira queentenderem pas-toralmente mais adequada àscomunidades que lhes estão confiadas.

Beja, 8 de outubro de 2019+ José João dos Santos Marcos, bispo de Beja

ORAÇÃO DO ROSÁRIO N0 LARGO DO CARMO

No próximo sábado, 12 de Outubro, às 21h, em união com osperegrinos de Fátima, vamos rezar o santo Rosário no Largo doCarmo, junto ao monumento a Nª Senhora da Conceição Criançasdas Catequeses, jovens e adultos, todos são convidados a louvarMaria, na véspera do 102º aniversário da última aparição. Aparece!

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10 de outubro de 2019SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

Esperando ummundo melhor

Após o veredicto da vontadepopular, expressa nas urnas emdia de eleições, e se queremosrealmente mudar, para melhor, oestado atual, não podemosesquecer o papel inalienável daeducação quanto ao futuro dequalquer família, sociedade oupaís. Por ela, no indivíduorealiza-se um processo de cons-cientização e desenvolvimentodas próprias capacidades nosvários domínios, para que pos-sa dar uma resposta positiva aosdesafios que lhe irão ser colo-cados. Qualquer sociedade,quanto mais aposta na educa-ção, mais e melhor intervençãopode esperar por parte dosindivíduos porque, recebendoeles mais cultura, maior será a suacapacidade crítica e preparaçãopara intervir positivamente nessamesma sociedade. Pelo contrário,quando falhamos na educação,depressa sentiremos os efeitosnefastos nos diferentes sectoresda sociedade.Apesar do regresso massivo àsaulas, por parte das novasgerações, não podemos esperartudo da comunidade escolar,porque a educação é, predomi-nantemente, um fenómeno so-cial e, como tal, acontece princi-palmente na família, na comu-nidade em geral, nas relaçõesde vizinhança, no grupo deamigos e nas próprias comuni-dades crentes que se reúnem eempenham, inclusive, na trans-missão e educação da fé. Alémde bons cidadãos e pessoascapazes de intervir na vidacívica, bem como nas própriaselites do poder, quando seaposta na educação, pensa-setambém nas pessoas que inter-vêm na vida profissional, dan-do-se deste modo resposta àsfuturas solicitações do mundodo trabalho, sem o qual ne-nhuma sociedade pode sobre-viver e desenvolver-se.A verificação de 45,5 % deabstenções nas eleições legisla-

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

tivas não pode deixar ninguémindiferente, a começar pelaprópria classe política que,apesar da grande diversidadede propostas e promessas, nãoconseguiu uma maior mobili-zação no dia da “ida às urnas”(6 de Outubro). Estou certo deque os próprios sociólogosfarão as suas análises, procu-rando encontrar as causas quelevam tão grande número deeleitores a “ficar em casa”,renunciando ao seu “direito edever de votar”A Escola atual, no cumpri-mento do seu papel educativo,vê-se fortemente condicio-nada por fatores sociais, taiscomo, o desenvolvimento dopaís, as escassas disponibili-dades económicas, o nívelcultural reinante, os interessespolíticos e as necessidades daprópria sociedade. Para alémdestes fatores, nas últimasdécadas, a Escola, viu-seconfrontada com múltiplos econfusos desafios, talvez frutodas mudanças de governo,Despachos confusos, entre aclarificação e a contradiçãocom os Decretos-Lei, introdu-ção precipitada de diferentesmodelos educativos, já experi-mentados e postos de ladonoutros países, dúvidas eincertezas quanto ao papel daEscola.A meu ver, é preciso restituiraos professores a necessáriaautoridade e a alegria deensinar, bem como o tempoindispensável para preparar asaulas e o restabelecer dasrelações familiares.Para além da Instituição Esco-lar, os pais podem contartambém com a Igreja que, nasua ação catequética, colaboracom as famílias na educação dafé. Como tal, os pais crentesnão devem esquecer que osseus filhos necessitam encon-trar e desenvolver outrosvalores, para além daquelesque a Escola, na sua especifi-cidade, consegue transmitir.Para além da preparação paraos Sacramentos, na catequeserecebemos valores que nosacompanharão durante toda avida, e segundo julgo, nosajudarão a ser bons cidadãos.Os pais que desejam a cate-quese para os seus filhosdeverão assumir um papel ativona relação com a comunidadecristã do seu meio, pedindo acatequese para os seus filhos,ao mesmo tempo que se com-prometem a acompanhá-los eajudá-los a descobrir a impor-tância dos valores espirituais.

Abstenção.A maioria que varreu o país

Não votar é “entregar a outrosuma decisão que é nossa” e “éperder autoridade para lamentar,para contestar, para recusar, oque, ao fim e ao cabo, seja resul-tado da apatia, do desinteresseou do comodismo, dos que optempor não optar”. As palavras sãode Marcelo Rebelo de Sousa, namensagem endereçada aos por-tugueses antes das eleições. Oapelo não teve o efeito desejado– apatia, comodismo ou protesto,45,5% dos eleitores resolveramnão exercer o seu direito de voto.Nestas que foram as 16.ª eleiçõesda democracia portuguesa, esta-vam inscritos 10. 810. 662 elei-tores – o número mais elevadode sempre, devido ao recen-seamento automático que, em2018, inscreveu nos cadernoseleitorais todos os portuguesesque residem no estrangeiro e quetenham o cartão de cidadão.Deste total, e segundo a Secre-taria Geral do Ministério daAdministração Interna (SGMAI),9. 346. 148 poderiam votar presen-cialmente e 1. 464. 514 por viapostal.Com 63,5% de eleitores a es-colherem não ir às urnas, osAçores foram o círculo eleitoralem que se registou a mais elevada

taxa de abstenção. Várias fre-guesias açorianas chegaram – ouultrapassaram – uma taxa deabstenção superior a 70%, comofoi o caso das freguesias deFeteiras (concelho de PontaDelgada), em que abstençãochegou aos 76,6%, ou Vila doPorto, na ilha de Santa Maria, com75,3%. A freguesia de Rabo dePeixe, no concelho da RibeiraGrande, teve a mais alta taxa deabstenção: 78,7%. Na Madeira, aabstenção foi de 49,7%, masalgumas localidades registaramuma média bem superior – comofoi o caso da freguesia de Pauldo Mar (69,5%).No continente, Bragança foi, com55,1%, o círculo eleitoral commaior taxa de abstencionistas,seguindo-se Faro e Vila Real(ambos com 54,2%), Viana doCastelo e Guarda (também apartilhar a mesma percentagem:49,4%). Dentro de cada um destescírculos há uma grande variaçãoentre as freguesias. Em Alfân-dega da Fé (Bragança), a taxa deabstenção foi pouco superior ànacional (46,2%), mas na fre-guesia de Carção, (Vimioso) ovalor disparou para os 72,3%.Viseu foi outro dos distritos comenormes variações: na freguesia

de Queiriga (concelho de VilaNova de Paiva), os númeroschegaram aos 73,4%, enquantona freguesia de Fonte Arcada eEscurquela (concelho de Ser-nancelhe) a taxa de abstençãoficou-se pelos 31,9%, bem abaixoda média nacional. Em Faro, umfacto curioso: as freguesias dointerior algarvio tiveram uma taxade participação mais elevada doque as zonas costeiras, comQuarteira (com 62,8%), entreoutros exemplos, a primar pelaabstenção.Há mais casos peculiares. Naslegislativas de 2015, por exemplo,Soajo (concelho de Arcos deValdevez, distrito de Viana doCastelo) tinha sido a freguesiacom a abstenção mais alta: 78%.Quatro anos volvidos, o cenáriomelhorou ligeiramente, mas osnúmeros continuam muito altos:no domingo, a abstenção foi de74,6%. A junta de freguesia atéofereceu transporte à população,mas a medida surtiu pouco efeitonuma freguesia envelhecidaonde, garantiu o autarca à SIC,“metade dos votantes não residena zona.”Há, contudo, exceções nestahecatombe. O distrito de Bragaficou abaixo da média do país comuma taxa de abstenção de 40,2%– em Barcelos, por exemplo, foide 36.9%. E a freguesia da Fun-dada, em Vila de Rei (distrito deCastelo Branco) parece ir emsentido inverso ao país: aqui, ataxa de abstenção ficou-se pelos26,6%. Mais a norte, outro exem-plo de melhor afluência às urnas:a União das Freguesias de AirãoSanta Maria, Airão São João eVermil, Guimarães (Braga) teveuma taxa de abstenção de 30%.

Jornal I, 08.09.2019Mariana Madrinha

Vai à grande cidade de NíniveNeste mês de Outubro, mês mis-sionário extraordinário, é possívelque, frequentemente, sintamos atentação de exercitar a missão naságuas tranquilas das comuni-dades paroquiais, entre os nossosamigos e aqueles que conside-ramos mais simpáticos, convi-dando-os a ingressarem no nossogrupo, para encontros de forma-ção, oração e diferentes experiên-cias consoladoras. Eles já cami-nham em Igreja e, por isso, vemos

facilitada a missão.Contudo, é preciso não esquecerque O Senhor nos convida apescar nas “águas agitadas”, nosenvia por onde Ele começou a Suapregação, isto é, pela “Galileia dosgentios”, ou à “cidade de Nínive”,para onde enviou o profeta Jonas:“Levanta-te, vai à grande cidadede Nínive e apregoa nela amensagem que Eu te direi” (Jonas3,1). Apesar das resistências, quemexerce a Missão confiando inteira-

mente no Senhor, acabará por terfelizes surpresas tal como teve opróprio Jonas: “converteram-sedo seu mau caminho e Deus com-padeceu-se deles”.Ir às periferias ou aos meios maisdifíceis, onde esperamos grandesresistências, é um dos desafioscolocados à Igreja que descobre asua vocação missionária e sentenostalgia pelos que ainda estãofora e aos quais somos enviadoscom a proposta do Evangelho.

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10 de outubro de 2019

«Se sofremos com Cristo, também com Ele reinaremos»

RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

XXVIII Domingodo Tempo Comum

O nosso Domingo

Ano C13 de outubro de 2019

Leitura do Segundo Livro dos ReisNaqueles dias, o general sírio Naamã desceu ao Jordão e aí mergulhousete vezes, como lhe mandara Eliseu, o homem de Deus. A sua carnetornou-se tenra como a de uma criança e ficou purificado da lepra.Naamã foi ter novamente com o homem de Deus, acompanhado detoda a sua comitiva. Ao chegar diante dele, exclamou: «Agorareconheço que em toda a terra não há outro Deus senão o de Israel.Peço-te que aceites um presente deste teu servo». Eliseu respondeu-lhe: «Pela vida do Senhor que eu sirvo, nada aceitarei». E apesar dasinsistências, ele recusou. Disse então Naamã: «Se não aceitas, permiteao menos que se dê a este teu servo uma porção de terra para umaltar, tanto quanto possa carregar uma parelha de mulas, porque oteu servo nunca mais há-de oferecer holocausto ou sacrifício aquaisquer outros deuses, mas apenas ao Senhor, Deus de Israel».

I Leitura

Leitura da Primeira Epístola do apóstolo São Paulo a TimóteoCaríssimo:Lembra-te de que Jesus Cristo, descendente de David,ressuscitou dos mortos, segundo o meu Evangelho, pelo qual eusofro, até ao ponto de estar preso a estas cadeias como um malfeitor.Mas a palavra de Deus não está encadeada. Por isso, tudo suportopor causa dos eleitos, para que obtenham a salvação que está emCristo Jesus, com a glória eterna. É digna de fé esta palavra: Semorremos com Cristo, também com Ele viveremos; se sofremoscom Cristo, também com Ele reinaremos; se O negarmos, tambémEle nos negará; se Lhe formos infiéis, Ele permanece fiel, porquenão pode negar-Se a Si mesmo.

Evangelho

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São LucasNaquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre aSamaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontrodez leprosos.Conservando-se a distância, disseram em alta voz:«Jesus, Mestre, tem compaixão de nós».Ao vê-los, Jesus disse-lhes:«Ide mostrar-vos aos sacerdotes».E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra.Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em altavoz, e prostrou-se de rosto em terra aos pés de Jesus, para Lheagradecer.Era um samaritano.Jesus, tomando a palavra, disse:«Não foram dez os que ficaram curados?Onde estão os outros nove?Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão esteestrangeiro?».E disse ao homem:«Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».

A Fé para que serve?

2 Tim 2, 8-13

Aleluia

Fr. Pedro Bravo, oc

II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 97 (98)

Em todo o tempo e lugar dai graças a Deus,porque esta é a sua vontade a vosso respeito em Cristo Jesus.

«Naamã foi ter novamente com o homem de Deus» e confessoua sua fé no Senhor

2 Reis 5, 14-17

O Senhor manifestou a salvação a todos os povos.

Quantas vezes se ouve alguéma perguntar a quem vai à missae frequenta a Igreja: «Tu quevais lá fazer? Para que te serveisso? A fé nunca me deu nada.Eu não preciso de Deus paranada». É precisamente sobre a“utilidade” da fé que nos fala aliturgia deste domingo, conti-nuando o tema do domingopassado, o dom da fé: «”Au-menta-nos a fé”».

1 – O que é a fé? A fé não éprimordialmente a crença numadoutrina ou a profissão de umconjunto de dogmas ou, pior,de normas. A fé nasce da escutade uma palavra, a Boa nova, quese recebe como um convite euma promessa vindos de Deus.Ao acreditar na promessa deDeus, confiando nele, a pessoaaceita o Seu convite e põe-se acaminhar, sendo por Ele levadaa ter um encontro pessoal comJesus Cristo, a Quem ela seentrega e adere pessoalmentecomo único Senhor e Salvadorda sua vida, experimentandoassim que a Palavra faz o queanuncia, que se cumpre na suavida e a transforma a partir dedentro, levando-a ao encontrodos outros que também acei-taram essa mesma palavra, paracom eles partilhar a sua expe-riência da salvação.Em hebraico, “fé” vem do ver-bo’aman, “acreditar”, um termousado na construção civil, quesignifica: “apoiar-se em, cons-truir sobre o que é firme, queresiste aos embates do tempo,garantindo a estabilidade econtinuidade da construção”.O verbo ’aman, por sua vez,vem do substantivo ’em, “mãe”.Assim, aquele que acredita éalguém que, tendo experimen-tado a contingência, insta-

cf.1 Tes 5, 18

Lc 17, 11-19

ENTRADAPor vossa imensa bondade – A. Cartageno, CECII, 39, ou CNL,

SALMO RESPONSORIALDiante dos povos – M Luis, SR, 208

Sugestões de Cânticos

COMUNHÃOO Corpo de Jesus é alimento, A. Cartageno, CECI, 115, ou CNL, 679

FINALÓ Mãe bendita (para pedir a chuva), in Cânticosalentejanos, 59

Siglas – CEC I: Cânticos de entrada e comunhão I (livro azul) CEC II: Cânticos de Entrada e Comunhão II(livro verde); SR: Salmos Responsoriais; CNL: Cantoral Nacional para a Liturgia (livro recente, à vendana Loja da proximidade - Caritas, Beja)

«Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senãoeste estrangeiro»

bilidade e ilusão deste mundoe reconhecendo a sua própriafraqueza, instabilidade e im-possibilidade de se salvar porsi mesmo, se sente por Eleamado e interpelado, lançando-se confiadamente nos Seusbraços, apoiado na sua Palavra,que jamais falhará (cf. Lc 21,33),radicando-se n’Ele para viversegundo ela, certo de que nadatem a temer e de que nada lhefaltará, porque Deus o ama ejamais o rejeitará, interessando-se por ele e cuidando delemelhor do ele próprio.

2 – É desta experiência que nosfalam as leituras de hoje. Naprimeira leitura, o general sírioNaamã, que, aos olhos doshomens tinha todos os pre-dicados para ser rejeitado porDeus – era um estrangeiro,inimigo de Israel e, ainda porcima, leproso, alguém que deviaviver à margem, como um im-puro, excluído pela sociedadee castigado por Deus –, aoouvir uma palavra, vai ter como profeta Eliseu, pensando queeste viria ao seu encontro, fariaestranhos ritos e rezas e ficariacurado. Mas não: Eliseu envia-lhe apenas um mensageiro paralhe transmitir a Palavra querecebeu de Deus, dizendo-lheque fosse mergulhar (em grego:“batizar”) sete vezes no rioJordão. Quando acede, fica sãoe salvo, é regenerado: «A suacarne tornou-se tenra como ade uma criança e ficou puri-ficado da lepra». Reconheceassim que Deus é o único Deusvivo e verdadeiro, que age nanossa vida, pela mera força daSua Palavra.O Evangelho conta um episódiosemelhante. Aqui são dez le-prosos, que, com medo deserem vistos, e sem se atre-verem a aproximar-se de Jesus,

sabendo que Ele estava a pas-sar por ali, vão ao seu en-contro, clamando juntos: «Je-sus, Mestre, tem misericórdiade nós». Em grego, é o mesmopedido que fazemos logo noinício da Eucaristia: Kyrie,eleison, «Senhor, tem piedadede nós». Também aqui, Jesusnada faz, apenas lhes transmiteuma palavra, a de Deus, citandouma passagem da Escritura quese aplicava a quem já tinha sidocurado da lepra, algo que sóDeus podia fazer: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes» (Lc 17,14;Lv 14,2s; cf. 2Rs 5,7). Elesobedecem e vão. É só depois,enquanto caminham, que sevêm curados da lepra. Destesdez, apenas um regressa, lou-vando a Deus e dando teste-munho a todos do que Deus fezna sua vida. Encontrando-senovamente com Jesus, prostra-se e adora-O, dando-Lhe graças(em grego, eucaristón). É umsamaritano, um estrangeiro eexcluído pelos judeus. Jesuselogia a sua gratidão e diz-lhe:«Levanta-te (em grego: “res-suscita”) e vai: a tua fé tesalvou».

3 – Para isto “serve” a fé emJesus: ela desencadeia em nósa força do Evangelho, que éfonte de cura e de libertação,de vida nova, força que nosleva a caminhar como pessoasregeneradas, salvas e amadaspor Deus, seguindo a Sua Pala-vra e testemunhando-a a todos,dando glória a Deus.Para isto “serve” a fé: para darglória a Deus. Ora, como diz S.Ireneu, «o homem vivo é aglória de Deus». E acrescenta:«A vida do homem consiste navisão de Deus».

Continua na pág. 4

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10 de outubro de 2019DIOCESE4 – Notícias de Beja

“Amazónia: novoscaminhos para a Igreja

e para uma ecologiaintegral”

A razão de ser do SínodoÉ com este tema que está a acontecer algo de inédito – pelomenos para mim – na Igreja, que é um Sínodo dos Bisposdedicado a questões relacionadas com uma região do mundo.Trata-se, na verdade, de uma Assembleia Sinodal comcaraterísticas muito especiais relacionadas com a Região Pan-Amazónica da Amazónia. Este Sínodo foi anunciado pelo PapaFrancisco, em outubro de 2017, tendo procedido ao seulançamento durante a visita que realizou a Puerto Maldonado,em janeiro de 2018. Esta é mais uma evidência dada pelo PapaFrancisco do seu desígnio de aproximar a Igreja das suas fontesprimitivas, mantendo-a em permanente estado sinodal. Comotodos os encontros desta natureza, também este foi precedidode um vastíssimo processo de escuta, fundamentalmente, aoscatólicos de todas as condições que habitam na Amazónia, umaregião do mundo marginalizada há muito tempo e o seusofrimento ignorado pelos poderosos do mundo. Neste caso,“escutar” implica reconhecer a Amazónia como sujeito e nãocomo um meio para satisfazer desejos inconfessáveis queinteressam a uma pequeníssima minoria, mas que afetam todo omundo. “Escutar” requer ainda uma conversão autêntica detodos nós. Mas, durante este mês, pede-se aos Padres Sinodaisessa atitude de “escuta” de modo a que se abram às principaisquestões que surgem das “periferias geográficas e existenciais”durante e após o Sínodo.Apesar do tema se referir a uma região específica, o Sínodopropõe uma reflexão que vai muito além, abrangendo toda aIgreja e o respeito pelo futuro do planeta Terra, nossa “CasaComum”.Esta minha reflexão, como as que se seguirão enquanto decorrera assembleia dos Bispos, em Roma, assenta num conjunto deideias que foram colocadas à nossa disposição pela “CaritasInternationalis” e que, desta forma, procurarei fazê-las chegarmais longe.Muitos se têm perguntado pela razão de ser deste Sínodo. Asquestões, reafirmo, resultam, da novidade que ele encerra. Otema é um território, um lugar, um conjunto de ecossistemas quenão abrigam apenas espécies vegetais e animais, mas servemcomo habitat para milhões de pessoas; esta visão interconectadacorresponde às preocupações da Encíclica Laudato Si’, quandofala de uma “ecologia integral”.De um território, a reflexão sinodal é projetada para outros lugaresque também são vitais para o nosso planeta: a bacia do Congo,o Corredor Biológico Mesoamericano, as florestas tropicais daÁsia e do Pacífico, o Sistema Aquífero Guarani, as geleiras daPatagónia, etc. Foi o Cardeal Baldisseri, secretário-geral doSínodo, que afirmou ser “essencial” considerar a Amazónia como“o ponto central” do Sínodo dos Bispos (...), acrescentandoque “também existem outras “amazónias” no mundo comproblemas eclesiais e ambientais semelhantes, como as acima járeferidas: “as regiões ligadas ao sistema aquífero Guarani, ocorredor biológico da América Central, a bacia do Congo ou asflorestas tropicais da Ásia e do Pacífico”1.Rezemos por todos os que participam neste Sínodo, solicitandoao Espírito divino que os acompanhe no decorrer de todos ostrabalhos e acompanhemos com muito interesse os ecos quenos forem chegando de Roma.

Eugénio Fonseca

A Amazónia no centro da reflexão da Igreja06 a 27 de Outubro de 2019

No último domingo, dia seis deoutubro, teve início no Vaticano oSínodo dos Bispos sobre a Ama-zónia, que decorrerá até 27 deoutubro e abordará os problemasambientais da Amazónia, nomea-damente as consequências daexploração da floresta e dosrecursos hídricos, mas também apastoral dos índios, a ordenaçãosacerdotal de homens casados eo papel da mulher na vida daIgreja. A Assembleia sinodal écomposta por bispos, missio-nários, representantes indígenase especialistas convidados.De acordo com o tema geral,“Novos caminhos para a Igreja epara uma ecologia integral” oSínodo procurará responder às“injustiças” que se cometemcontra esta região da América doSul, considerada vital para todo oplaneta. Enquanto acontecimentode Igreja, segundo o Papa, terá umadimensão evangelizadora.No documento preparatório dosínodo, divulgado em fevereiro,

o Vaticano explicava que a Igrejaé chamada “a responder a situa-ções de injustiça na região, comoo neocolonialismo das indús-trias extrativas, projetos deinfraestrutura com danos paraa biodiversidade e a imposiçãode modelos culturais e econó-micos aos povos locais”.O documento de trabalho paraeste Sínodo Especial dos Bispos,divulgado em junho, reafirmandoque o celibato é um dom de Deusà Igreja, coloca a possibilidadede, em determinadas zonas, po-derem ser ordenados homenscasados, respeitados e aceitespela sua comunidade, como modode assegurar os sacramentosnecessários à vida cristã, eprincipalmente, a Eucaristia.Quanto à missão dos leigos naIgreja amazónica, especialmentedas mulheres, solicita-se ummaior envolvimento destas naárea da formação em teologia,catecismo e na liturgia. Para quetal aconteça, torna-se necessário

escutá-las e valorizar o seu papeldentro da própria Igreja.

Rito litúrgico própriopara as comunidadescatólicas da Amazónia

De acordo com o portal “Notíciasdo Vaticano”, os participantesneste Sínodo, debateram a possi-bilidade de ser estabelecido, atítulo experimental, um rito litúr-gico próprio para as comunidadescatólicas da Amazónia, “deacordo com o correto discerni-mento teológico, litúrgico epastoral”, para “viver e celebrara fé em Cristo”.Na conferência de imprensa quedecorreu no dia 8 de outubro,12h30 em Lisboa, o cardeal PedroRicardo, arcebispo de Huancayo(Perú) e vice-presidente da RedeEclesial Pan-amazónica (RE-PAM), sublinhou a imensidão”deste território e a necessidadede “defender os que lutam paraproteger as suas terras, criarredes específicas de proteção eativar, a nível diocesano, açõespermanentes de solidariedade ede promoção da justiça social”.Este responsável católico re-jeitou também as práticas queatentam contra a “sacralidade” davida e fez eco das preocupaçõesmanifestadas face à impunidadedos que praticam violência con-tra estas populações, os pro-blemas levantados pela mine-ração, pelos exploradores e porgrandes projetos hidro elétricos.

António Novais

Continuação da pág. 3

A fé leva-nos, pois, ao encontrocom Deus em Jesus Cristo; eJesus Cristo dá-nos uma vidanova, tornando-nos «partici-pantes da sua natureza divina»(oração depois da comunhão) eunindo-nos aos irmãos. É um domtão abundante, que serve nãoapenas para informar a nossa

A Fé para que serve?vida e a transformar por dentro,tornando-nos pessoas livres,mesmo no meio das adversidadese no sofrimento, mas tambémpara transbordar para a vida dosnossos irmãos, levando-lhes aluz da esperança, o Evangelho, etestemunhando-lhes o amormisericordioso de Deus, tornan-do-nos assim instrumentos desalvação.

A fé “serve”, pois, … para servira Deus e aos irmãos, comoescreve S. Paulo na segundaleitura, a partir da prisão: «aPalavra de Deus não está enca-deada. Tudo suporto por causados eleitos, para que obtenhama salvação que está em CristoJesus, com a glória eterna» (2Tm2,10). Quem tem fé é uma pessoalivre: saboreia o céu já aqui naterra, porque vê Jesus presentena sua vida e O encontra napessoa dos seus irmãos, feliz pora todos poder amar, sem a nin-guém excluir, manifestando-lhe oamor misericordioso de Deus.Temos fé? Damos testemunhodela? Deixamo-la impregnar anossa vida e a todos abraçar?Então teremos aquilo para queserve a fé, o que ela nos dá: avida eterna.

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10 de outubro de 2019 Notícias de Beja – 5DIOCESE

Almodôvar: Tomada de posse do PadreJomy John, SVD, como Pároco in solidum

Concelebraram nesta Eucaristiaos padres Glorio e Feliciano; oSuperior Provincial dos Missio-nários do Verbo Divino em Por-tugal, Pe. José Maria Cardoso; oPe. Joaquim Valente, de Nisa,anterior comunidade a que per-tenceu o Pe. Jomy, e assistidospelo Diác. Fernando Guerreiro, o

colaborador pastoral nestasparóquias.O Senhor Bispo na sua homilia,entre outras palavras, exortou oscristãos a seguirem verdadei-ramente Cristo nas suas vidas.Isto significa, muitas vezes,serem olhados como “a amoreiraplantada no mar”, à semelhança

da imagem utilizada por Jesus noEvangelho ao falar sobre a fé, istoé, uma coisa do outro mundo,contra corrente. Pois, os cristãosestão no mundo, mas não sãodeste mundo. Na sua mensagemfinal, o Prelado ainda sublinhoua beleza da vida em comunidadeque deve ser estimada.O padre Provincial, por sua vez,agradeceu, antes de mais, àDiocese, na pessoa do SenhorBispo, a confiança depositadanos Missionários do Verbo Divi-no para cuidarem pastoralmenteestas paróquias de Baixo Alen-tejo; aos paroquianos pelo aco-lhimento e pelo sentimento decomunhão aquando do fale-cimento do Pe. Manuel Soares,e, por fim, aos três confrades peladisponibilidade de servirem opovo de Deus e a Igreja nesteterritório de missão.

Pe. Feliciano Sila

DIA NACIONAL DOSBENS CULTURAIS

DA IGREJA“O DESTINO

DAS PEDRAS”O Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja envioupara todas as Dioceses uma Nota, que passamos a transcrevere a completar, com a proposta que fazemos para a nossaDiocese:“O tema escolhido para a 9ª edição do Dia Nacional dos BensCulturais da Igreja retoma as palavras do Papa Franciscoaos participantes do congresso internacional “Deus já nãohabita aqui?”. Sublinhando a necessidade de reflexão eadaptação aos desafios contemporâneos, evoca a passagemdo Livro dos Macabeus sobre o destino das pedras de umantigo altar, sublinhando: preferiram removê-las “até queviesse algum profeta e decidisse o que se lhes devia fazer” (I- 4,46).Património que perpetua um papel crucial, de reconhecidovalor cultural e de agregação social, a vitalidade eespecificidade dos Bens Culturais da Igreja reclamam, cadavez mais, uma articulação plena entre a comunidade religiosa,civil e científica. Procurando potenciar esse diálogo, propõe-se para esta edição do Dia Nacional dos Bens Culturais daIgreja o desenvolvimento de acções que traduzam o encontroentre a missão litúrgica deste património, a sua preservaçãomaterial e valorização cultural.(…)As iniciativas, a desenvolver entre os dias 17 e 20 de Outubrode 2019, poderão incluir conferências, exposições,lançamentos editoriais, apresentação de intervenções dereabilitação, visitas guiadas, concertos, ou outros eventos,envolvendo arte religiosa, bibliotecas eclesiais, arquivos oupatrimónio imaterial.(….)O Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja é uma iniciativado Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja,da Conferência Episcopal Portuguesa, realizada desde 2011no dia 18 de Outubro (dia de S. Lucas, padroeiro dos artistas).Procurando potenciar e divulgar o trabalho desenvolvido nocontexto das dioceses portuguesas, visa o envolvimento deum leque alargado de instituições com actuação na área dopatrimónio cultural, dentro e fora do contexto eclesial.”A Diocese de Beja, através da Comissão Diocesana de ArteSacra (CDAS) associa-se a esta iniciativa da Igreja emPortugal, e propõe, a todos os que quiserem juntar-se a nós,uma visita guiada a alguns dos mais emblemáticos edifíciosreligiosos do Centro Histórico da Cidade de Beja, no dia 17de Outubro (quinta-feira), entre as 10h e as 12.30h.O Percurso inicia-se na Igreja de Santa Maria da Feira, IgrejaMatriz de Beja e uma das mais belas Igrejas da Cidade, pelas10h, e inclui ainda a visita à Capela de Nossa Senhora doRosário; Igreja do Museu Regional Rainha D. Leonor; Igrejade Nossa Senhora dos Prazeres; Capela de Nossa Senhorada Piedade (Santa Casa da Misericórdia); concluindo na SéCatedral, com a visita à Igreja e ao seu novo NúcleoMuseológico. A visita terá como guia o Prof. Florival Baiôa,Presidente da Associação de Defesa do Património e um dosmais ilustres conhecedores da História e do Património daCidade de Beja.Não é necessário fazer a inscrição, basta aparecer na Igrejade Santa Maria e integrar-se no grupo. Contamos com avossa presença!

Pela Comissão Diocesana de Arte SacraPe. Manuel António Guerreiro do Rosário

Deus, nosso Pai, Senhor do Céu e da terraTu és para nós existência, energia e vida Criaste o homem à Tua imagema fim de que com o seu trabalho ele faça frutificar-as riquezas da terracolaborando assim na Tua criação. Temos consciência da nossa miséria e fraqueza:nada podemos fazer sem Ti.Tu, Pai bondoso, que sobre todos fazes brilhar o sole fazes cair a chuva,tem compaixão de todos os que sofrem duramentepela seca que nos ameaça nestes dias. Escuta com bondade as orações que Te são dirigidascom confiança pela Tua Igreja,como satisfizeste súplicas do profeta Eliasque intercedia em favor do Teu povo. Faz cair do céu sobre a terra áridaa chuva desejadaa fim de que renasçam os frutose sejam salvos homens e animais.Que A chuva seja para nós o sinalda Tua graça e da Tua bênção:assim, reconfortados pela Tua misericórdia,dar-te-emos graças por todos os dons da terra e do céu,com os quais o Teu Espírito satisfaz a nossa sede.Por Jesus Cristo, Teu Filho,que nos revelou o Teu amor, fonte de água viva, que brota para a vida eterna.Amen.

São Paulo VI(Angelus de 04/07/l976, in: L´Osservatore Romano, 11/07/1976)

ORAÇÃO PARA PEDIR A CHUVA

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10 de outubro de 2019OPINIÃO6 – Notícias de Beja

‘Geração floco de neve’

Sílvio Couto

A primeira vez que li esta ex-pressão tive curiosidade de vero que é e a quem se refere.Vi como título: a geração floco deneve – pessoas sensíveis que seofendem por tudo!Ao nível etário-histórico sãoaqueles que atingiram a idadeadulta no início dos anos de2010. Se atendermos a que ‘idadeadulta’ poderá andar em voltados 25 anos, teremos de situaros da ‘geração floco de neve’como nascidos cerca de 1985…Se for a ‘idade adulta’ pelos 30anos teremos de avançar até1990!

Esta afirmação provocatória é daautoridade máxima na área daLiturgia da Igreja, logo a seguirao Santo Padre, o cardeal RobertSarah, prefeito da Congregaçãopara o Culto Divino e a Disciplinados Sacramentos. No seu belolivro,”A Força do Silêncio”,contra a ditadura do barulho, comperguntas de Nicolas Diat e aparticipação de Dom Dysmas deLassus, prior da grande Cartuxae prior geral da Ordem dos Car-tuxos, fundada por S. Bruno em1084, afirma a tempo e a con-tratempo, que o silêncio é umaatitude de alma, é um rito de persi, não apenas uma pausa entredois ritos. Deus fala no silêncio.Deus é silêncio sonoro. O silên-cio é a linguagem própria domistério. Não basta ter ouvidos,é necessário um coração dispo-nível, uma vontade disciplinada,uma memória alimentada, umaatitude de assombro, contem-plação e adoração. A liturgia émediação, é serva, á serviço deDeus, é para nos levar maislonge, mais alto, onde não pode-mos ir por nós e a sós. É dom etarefa. Continuamente és cha-

A Liturgia está doenteAntónio Aparício

mado a passar do visível aoinvisível, do rito ao mistério, dosensível ao espiritual, do sinal aosignificado, do que vês para oque acreditas, do natural aosobrenatural.Diz o citado autor «que o sin-toma mais evidente dessa doençaé talvez a omnipresença domicrofone, que se tornou tãoindispensável que ficamos a

pensar em como puderam ossacerdotes celebrar antes da suainvenção… Tenho a impressãoque os celebrantes receiam a talponto a oração interior possívele livre dos fiéis, que falam doprincípio até ao fim da ceri-mónia para não perderem ocontrolo sobre ela». Podemosficar na liturgia espetáculo, nosritos, cantos com alguma beleza

e qualidade, mas sem levar aomistério, á comunhão, a alimentara fé. Pode acontecer numa grandemissa ritualmente bem preparada,o que acontece, por vezes, nosencontros de catequese: houveinformação, até formação, algumconhecimento, mas não se trans-mitiu a fé, não se encontrou emcomunhão com Deus. «O silên-cio coloca o problema da essên-cia da liturgia. Ora esta últimaé mística. Os orientais falam comrazão da”divina liturgia” e de“santos mistérios”. Enquantoabordamos a liturgia com umcoração barulhento, ela terá umaspeto superficial e humano. Osilêncio litúrgico é uma dis-posição radical e essencial: éuma conversão do coração. Maso verdadeiro silêncio é o si-lêncio das nossas paixões, ocoração purificado das pulsõescarnais, o coração lavado deódios e rancores, orientado paraa santidade de Deus».O Concílio previu tempos desilêncio durante o sacrifícioeucarístico: na preparação econdução do ato penitencial; nacoleta; pode ser oportuno guar-dar momentos de silêncio, adap-tados à assembleia reunida de-

Ora, atendendo a uma série dereações de tantas pessoas situa-das nessa faixa temporal – 1985-1990 – como que poderemos (edeveremos) fazer uma análisedesta ‘geração floco de neve’naquilo que tem de incisivo notecido social e cultural dosnossos dias, tanto naquilo quese vê e percebe, como nas ques-tões nem sempre logo percetíveise tão claras…Segundo alguns entendidos namatéria a ‘geração floco de neve’apresenta três erros educa-cionais: superproteção, sentidoexagerado do ‘eu’ e insegurançainterior e/ou exterior.Vejamos cada um destes itens,tentando discernir o que podehaver de erro sobretudo de quemgerou e geriu esta nova expres-são de pessoas.* Superproteção – os que vivemagora neste estádio social forameducados por pais superpro-tetores, mais dispostos a tirar adificuldades do que a ajudar aresolver os problemas dos filhose educandos. Daí resultou queessas crianças (ao tempo) nãotiveram oportunidade de en-

frentar os obstáculos e conflitosdo mundo real e a desenvolveremtolerância para com a frustraçãopela resiliência… Uma coisa éproteger, outra é infantilizar quemé educado! Quantos sinais vamosconstatando…* Sentido exagerado do ‘eu’ –os educandos desta geraçãoforam crescendo com a sensaçãode que eram únicos – muitosdeles até ‘filhos únicos’ – eespeciais. Isso seria benéficosenão tornasse esses filhos aviverem num sentido exageradode egocentrismo, podendo seremtentados a crer que o sucessoestá garantido, mesmo sem gran-de esforço, dada a sua condiçãode muito especiais…Quando issose não verificar podem cair nessaoutra etapa de vitimização, cul-pando tudo e todos, até mesmoquem lhes facultou o que têm…sem grande ou nenhum esforço!* Insegurança interior e exterior– uma das caraterísticas aduzidasa esta ‘geração floco de neve’ éde que exigem que sejam criados‘espaços seguros’, onde sesintam protegidos e resguar-dados dos perigos. Embora

tenham nascido e crescido numambiente social particularmenteestável e seguro, tendo em contaaquilo que viveram seus pais eavós, em vez de se sentiremconfiantes, manifestam muitostemores. Esse medo é, na maiorparte das vezes, resultado dafalta de habilidade para enfren-tarem as coisas que lhes acon-tecem no mundo, podendo entra-rem em colapso por não saberemlidar com as contrariedades, poisoutros lhas resolveram em vezdeles… Deste modo vão ten-tando criar uma bolha de defesa,onde se sintam confortáveis,mesmo que de forma artificial equase virtual.= Apesar de sucinto o diagnós-tico desta ‘geração do floco deneve’, vemos que quem está emcausa – de forma real e semrodeios – são os adultos queassim foram criando outros soba capa de um certo facilitismo,onde os educadores quiseram daraos vindouros muito daquilo quedesejavam ter recebido na horada sua infância ou, pior, ondederam aquilo que ninguém lhessolicitou, menorizando os mais

novos, que, hoje, são adultos umtanto à deriva.Vivendo na era da comunicaçãoinstantânea – onde as redessociais como que consubstan-ciam melhor este frenesi do‘sempre contatável’ – os da‘geração floco de neve’ nãotoleram as críticas, pois se consi-deram sabedores de tudo e doresto. Nalguns casos assumemposturas agressivas, particu-larmente, se a sua forma depensar e de agir for atacada demodo inteligente. Com facilidadese refugiam em circuitos fecha-dos, mais para se defenderem doque para se ajudarem a pensar.Dizem que não pensar como elesenvolve risco de conflito…Quem não viu já esta ‘geração dofloco de neve’ na vida política àportuguesa? Certos grupos esetores parecem crescer à custade uma estratégia mais ou menosconsentânea com os seus objet-ivos ideológicos. Não serão destaidade mesma os que correm soba bandeira dos trotskistas? Agorase pode desmontar o aforismaterminado em ‘oco’! Não terão,afinal, as caraterísticas suprareferidas?

pois da primeira e da segundaleitura e no fim da homilia. Sob ainspiração do Espírito Santo,assim se acolhe no coração apalavra de Deus e se prepara aresposta pela oração. A homiliadeve ser assimilada num am-biente de oração. Importante osilêncio antes e depois da sagra-da comunhão. Por vezes o cantode ação de graças pode dar lugara um silêncio mais prolongado,em especial, se a celebração foimuito barulhenta. Silêncio tam-bém depois da oração após acomunhão. «É triste e quase umsacrilégio, ouvir por vezes sacer-dotes e bispos conversaremcontinuamente na sacristia emesmo durante a procissão deentrada em vez de se recolhereme de contemplarem em silêncioo mistério da morte de Cristo nacruz, que estão prestes a cele-brar e que devia inspirar-lheapenas admiração e estreme-cimento». É necessário chegar-se à celebração antes dela come-çar, para ambientação e passar dobarulho ao silêncio, da dispersãoà concentração, do rito ao en-contro com Deus, contigo mesmoe com os irmãos.

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10 de outubro de 2019

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

10outubro2019

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

SOCIEDADE Notícias de Beja – 7

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Bejalevou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 30 de setembro a 06outubro, que visaram a prevençãoe o combate à criminalidadeviolenta, fiscalização rodoviária,entre outras, registando-se osseguintes dados operacionais: 1. Detenções: Sete detidos emflagrante delito destacando-se três por tráfico de estupefacientes.

2. Apreensões: 413 doses deliamba; 391 doses de haxixe; 22doses de heroína; 362,45 gramasde liamba; uma arma de fogo; doistelemóveis; 116 munições; umveículo. 3. Trânsito:Fiscalização: 270 infrações dete-tadas, destacando-se: 39 porexcesso de velocidade; 13 poruso indevido do telemóvel noexercício da condução; 12 rela-

cionadas com iluminação/sina-lização; 12 por falta ou incorretautilização do cinto de segurançae/ou sistema de retenção paracrianças; 11 por falta de inspeçãoperiódica obrigatória; dez rela-cionadas com tacógrafos; dez porfalta de seguro de responsa-bilidade civil obrigatório.Sinistralidade: 42 acidentes re-gistados, resultando: Dois feri-dos graves; 19 feridos leves.

SUMULA SEMANALO Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de pre-venção e combate permanenteà prática de ilícitos criminais econtraordenacionais, no perío-do de 27 SET a 0 3OUT2019, nasua área de jurisdição, registoue destaca os seguintes resul-tados operacionais:Detenção de 1 pessoa, de 21 anosde idade, por condução de veículoautomóvel sob o efeito do álcool,tendo acusado uma TAS de 1,80g/l;Apreensão de 95 doses indivi-duais de haxixe, na cidade deBeja.

Operações de Fiscalização:

- 6 Operações de FiscalizaçãoRodoviária, enquadradas naAtividade Operacional de CDBeja e no Plano Nacional deFiscalização (no período emcausa, com especial atenção aouso de acessórios de segurança),que contabilizam: 93 Veículosfiscalizados; 50 Condutoressubmetidos ao teste de alcoo-lémia; 27 infrações detetadas.

Acidentes rodoviários:- Em Beja e Moura, registo de 7acidentes rodoviários, dos quaisresultaram 4 feridos leves e danosmateriais.

Ações preventivas /de sensi-bilização e outras:

- O Núcleo de Armas e Explosivosdo CD Beja, nas suas instalaçõese também através do seu Balcãode Atendimento Não Permanente,realizado, no período em apreço,no Município de Barrancos,procedeu à recolha de 10 armasde fogo, perdidas a favor doEstado;- O policiamento de Proximidadedo CD Beja, através do seuPrograma Especial Apoio 65 -Idosos em Segurança, promoveuuma Ação de Sensibilizaçãosobre medidas de prevenção eautoproteção pessoal, integradanas comemorações do Dia Inter-nacional da Pessoa Idosa, assis-tida por 30 pessoas, maiori-tariamente, de idade sénior.

De 11 a 13 de outubro Bejarecebe ‘Patrimónios do Sul’,uma feira que promove aidentidade do território do suldo país ao nível económico,cultural e turístico.O Município de Beja apostaneste evento como forma deapoio ao desenvolvimentoregional e às culturas locais,através da valorização dosseus patrimónios, materiais eimateriais, tradicionais einovadores, ao mesmo tem-po que estimula a pro-dução, a transformação e acomercialização, o espíritocriativo, o empreendedo-rismo e a inovação.Os vinhos, os produtos

Patrimónios do Sul em Bejaagroalimentares, o turismo, abiodiversidade, as artes eofícios, a gastronomia, a caçae a pesca, a tradição taurinae as aves serão as atividadesem destaque.A partir das 24h00 as portasdeste pavilhão encerram,permitindo o funcionamentoaté à 01.00 hora. A noiteprolonga-se animadamente,até às 3h30, na zona dosbares com a realização deespetáculos musicais e aatuação de DJ’s.

ATIVIDADESEM DESTAQUE

Aulas de Culinária | Degus-

tação da Gastronomia Medi-terrânica Provas de Vinho |Oficinas de Artesanato |Exposições | Petiscos Arte-sanato ao Vivo | ExperiênciasEnogastronómicas | Con-versas | Espaço de desco-berta, experimentação ediversão para crianças nasáreas do Património, Artes eOfícios, Tecnologia e Ino-vação, Ciências e Labora-tório, Natureza… e muitomais! | Voos de balão cativo| Paintball | Salto NegativoAquaball | Demonstrações deCaça e Pesca | Passeios deBurro | Demonstrações deToureio | Cante e Animaçãomusical.

José Colaço Teixeira

A família participa o seu falecimento no dia 30 desetembro de 2019, e agradecem a todas as pessoas queacompanharam o seu ente querido à sua última morada.

16.09.1931 - 30.09.2019

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10 de outubro de 2019ÚLTIMA PÁGINA

Monges dizem adeus aconvento da Cartuxae vão para Espanha

A despedida dos quatro mongescartuxos que vivem num mosteiroem Évora e vão mudar-se paraEspanha está marcada para outu-bro, numa das raras ocasiões emque a clausura é aberta.O programa de despedida dosmonges da Cartuxa Scala Coeli(Escada do Céu), decorreu entre6 e 8 de outubro.No dia 6, data em que a OrdemCartusiana celebra a solenidadedo seu fundador, S. Bruno, oarcebispo de Évora, FranciscoSenra Coelho, celebrou umamissa na igreja de São Francisco,situada no centro da cidadealentejana.Durante a eucaristia, decorreu aordenação presbiteral do diáconoPaulo Fonseca, de 52 anos, antigomembro da Cartuxa de Évora,onde viveu cinco anos.No dia 7, o já neo-sacerdotePaulo Fonseca celebrou, a nívelinterno, no Mosteiro da CartuxaScala Coeli, em Évora, a Missade Ação de Graças, com a Comu-nidade Cartusiana.Com idades entre os 80 e os 90anos, os quatro monges daOrdem da Cartuxa que vivem emclausura vão mudar-se para outromosteiro, em Barcelona."O Capítulo Geral da Ordem daCartuxa decidiu que nós, quesomos dois octogenários e doisnonagenários e que já somospoucos para manter isto de pé,iremos para uma Cartuxa espa-nhola, perto de Barcelona",indicou o padre Antão Lopez,contactado pela Lusa através detelefone.O Mosteiro de Santa Maria ScalaCoeli, conhecido localmentecomo Convento da Cartuxa,"lugar icónico" da cidade deÉvora, é o único mosteirocontemplativo masculino de

Portugal.A Fundação Eugénio de Almeida(FEA) é responsável pela Cartuxade Évora, não apenas enquanto"património histórico, artístico earquitetónico de grande valor",mas, sobretudo, enquanto "cen-tro de vida espiritual único emPortugal".São Bruno fundou a Ordem dosCartuxos, que deve o seu nome àaldeia francesa de Saint Pierrede Chartreuse, perto de Gre-noble, para onde o Santo seretirou com seis companheirospara se dedicarem à oração e àvida contemplativa.A instauração desta ordem emPortugal deveu-se a D. Teotóniode Bragança (1530-1602), sendoo Convento da Cartuxa de Évoradedicado à Virgem Maria, sob adenominação "Scala Coeli", aEscada do Céu.O convento da cidade alentejana,segundo dados fornecidos àLusa pela FEA, foi integrado naFazenda Nacional em 1834, apósa extinção das ordens religiosas,e os 13 monges e oito leigos queaí viviam "foram expulsos e osbens confiscados e vendidos aodesbarato".Em 1869, após o fecho da escolaagrícola que, entretanto, viria aser instalada no espaço, JoséMaria Eugénio de Almeida com-prou o mosteiro, "completamentedegradado", e as terras agrícolascircundantes.O mosteiro foi reconstruído em1948, por Vasco Maria Eugéniode Almeida, bisneto de JoséMaria, que o devolveu à OrdemCartusiana, a qual o reabriupassados 12 anos, de acordo como modo de vida dos cartuxos,feito de "silêncio, oração e abso-luta entrega a Deus".

Consistório 2019: Papa criouD. José Tolentino Mendonça como cardeal

O Papa Francisco pronunciou, nodia 5, pelas 16h27 (menos uma emLisboa) o nome do arcebispoportuguês D. José Tolentinocomo novo cardeal da IgrejaCatólica, numa cerimónia quedecorre na Basílica de São Pedro.A celebração começou com ummomento de oração em silêncio,do Papa, diante do altar daConfissão, sobre o túmulo doapóstolo São Pedro, seguindo-sea saudação dos novos cardeais,antes de uma oração proferidapor Francisco, a leitura do Evan-gelho e a homilia.Após esta intervenção, o Papa leua fórmula de criação e proclamouem latim os nomes dos cardeais,para os unir com “um vínculo maisestreito” à sua missão; seguiu-sea profissão de fé e o juramento dosnovos cardeais, de fidelidade e obe-diência ao Papa e seus sucessores.Cada um dos novos cardeaisajoelhou-se para receber o bar-rete cardinalício, de acordo coma ordem de criação: D. JoséTolentino Mendonça foi o segun-do dos 13 prelados presentes.Francisco entregou ainda um anelaos cardeais para que se “reforceo amor pela Igreja”, seguindo-sea atribuição a cada cardeal umaigreja de Roma – que simboliza a“participação na solicitude pas-toral do Papa” na cidade -, bemcomo a entrega da bula de criaçãocardinalícia, momento selado porum abraço de paz.No anel cardinalício são evoca-das as colunas da Basílica de SãoPedro, a cruz e os apóstolosPedro e Paulo.D. José Tolentino Mendonça foicriado cardeal-diácono, rece-bendo a igreja de São Domingose Sisto.Na leitura da bula pontifícia, por lapso,houve uma repetição de igrejas e oPapa indicou uma diaconia errada aocardeal português.Cada cardeal é inserido na respe-tiva ordem (episcopal, presbiteral

ou diaconal), uma tradição queremonta aos tempos das pri-meiras comunidades cristãs deRoma, em que os cardeais erambispos das igrejas criadas à voltada cidade (suburbicárias) ourepresentavam os párocos e osdiáconos das igrejas locais.Após o Consistório, Francisco eos novos cardeais vão cumpri-mentar o Papa emérito Bento XVI,com quem rezaram no MosteiroMater Ecclesiae, onde este reside.

A chamada ‘visita de cortesia’ aosnovos cardeais vai decorrer entreas 18h00 e as 20h00 locais (menosuma em Lisboa); no caso docardeal português, tem lugar noespaço da Sala Régia, do PalácioApostólico.Biblista, investigador, poeta eensaísta, o novo cardeal foinomeado a 1 de setembro e é osexto prelado português a inte-grar o Colégio Cardinalício noséculo XXI, o terceiro no atualpontificado.D. José Tolentino Mendonçanasceu em Machico (Arquipé-lago da Madeira) em 1965, tendosido ordenado padre em 1990 ebispo a 28 de julho de 2018; foireitor do Pontifício ColégioPortuguês, em Roma, diretor daFaculdade de Teologia da Uni-versidade Católica Portuguesa ediretor do Secretariado Nacional

da Pastoral da Cultura, da IgrejaCatólica em Portugal.A 26 de junho de 2018, o Papanomeou D. José Tolentino Men-donça como arquivista do ArquivoSecreto do Vaticano e bibliotecárioda Biblioteca Apostólica, elevan-do-o à dignidade de arcebispo; oaté então vice-reitor da Universi-dade Católica Portuguesa orientounesse ano o retiro de Quaresmado Papa Francisco e seus maisdiretos colaboradores.

D. José Tolentino Mendonça,comendador da Ordem do InfanteD. Henrique, título que lhe foiatribuído em 2001 pelo ex-presi-dente da República Jorge Sam-paio, e da Ordem Militar deSant’Iago da Espada, atribuídapor Aníbal Cavaco Silva, antigochefe de Estado.Dezenas de portugueses acom-panharam a criação cardinalíciade D. José Tolentino Mendonçano Vaticano, onde marcarampresença a ministra da Justiça,Francisca Van Dunem, e o presi-dente do Governo Regional daMadeira, Miguel Albuquerque.Portugal teve até hoje com 46cardeais, a começar pelo cha-mado Mestre Gil, escolhido peloPapa Urbano IV (1195- 1264).

OC,Ecclesia