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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE TÉCNICA DE EXECUÇÃO DE LIGADURAS 1 Prof. Amadeu

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INSTITUTO POLITÉCNICO DE VISEU

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

TÉCNICA DE EXECUÇÃO DE

LIGADURAS

1

Prof. Amadeu

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SUMÁRIO

2

1. Executar a técnica da ligadura circular ou em espiral

2. Executar a técnica da ligadura em espiga

3. Executar a técnica da ligadura em leque ou voltas em oito

4. Executar a técnica da ligadura do capacete de Hipócrates

5. Executar a técnica da ligadura do coto de amputação

6. Executar a técnica da ligadura do cruzado posterior

7. Executar a técnica da ligadura de Gerdy ou Velpeau

8. Executar a técnica da ligadura de Robert Jones

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CONCEITO

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INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM QUE CONSISTE NA

APLICAÇÃO DE UMA LIGADURA CUJA FINALIDADE É A

IMOBILIZAÇÃO COMPLETA OU PARCIAL, CONTENÇÃO

OU COMPRESSÃO DE UMA ÁREA CORPORAL.

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Tipos de ligaduras:

4

Ligaduras de gaze – feitas de tecido de gaze de vários

tamanhos (5, 10, 15 e 20 cm). Estas ligaduras permitem

manter sempre a mesma tensão e servem essencialmente

para suster pensos oclusivos ou de compressão, manter

imobilizações das articulações, suster talas gessadas e

outros.

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Tipos de ligaduras:

5

Ligaduras elásticas – feitas de tecido elástico de nylon,

em vários tamanhos (5, 10, 15 e 20 cm). Estas ligaduras

permitem alguma margem de compressão e são

utilizadas para assegurar a imobilização articular

facilitando alguma mobilização embora mínima. São

também usadas como ligaduras de contenção nos

membros inferiores.

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Tipos de ligaduras:

6

Ligaduras de forte componente elástica – feitas de

material elástico de forte contenção. São usadas numa

segunda fase para a moldagem de cotos.

Ligaduras elásticas adesivas – feitas de um tecido

elástico, de medidas standardizadas (10 cm),

impregnadas de um produto adesivo. São usadas

essencialmente na imobilização de articulações pós

acidente, permitem alguma mobilidade e funcionam

basicamente como tratamento antiálgico..

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Tipos de ligaduras:

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Ligaduras de algodão – feitas de algodão ou material

sintético, de vários tamanhos (5, 10, 15 e 20 cm). São

usadas principalmente para almofadamento e proteção

das proeminências ósseas antes da colocação de

aparelhos gessados para imobilização de fraturas. É

também usada como proteção e almofadamento em

várias imobilizações (como no caso da ligadura tipo

Robert Jonnes).

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Princípios gerais na execução de ligaduras:

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As ligaduras devem ser colocadas em local de fácil

acesso de preferência o mais junto possível do doente,

antes de se iniciar a sua colocação;

Deve fazer sempre a limpeza da área a tratar, assim

como realizar os pensos necessários antes de iniciar a

imobilização;

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Princípios gerais na execução de ligaduras:

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Segurar o rolo com a mão dominante e a extremidade inicial com

a mão não dominante;

• Iniciar e terminar a ligadura sempre com duas circulares

sobrepostas;

Aplicar a ligadura de modo regular exercendo pressão uniforme;

Se for necessário acrescentar outra ligadura, sobrepor totalmente

a última volta.

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Princípios gerais na execução de ligaduras:

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A ligadura inicia-se sempre da extremidade distal para

a proximal.

Nos membros inicia-se a partir da raiz (base) dos

dedos, se possível de forma, a permitir a sua

mobilização ativa e despiste de sinais de alerta. Nos

cotos, inicia-se cerca de um palmo acima do extremo do

coto em forma de “V”, podendo ser necessário efetuar

algumas circulares à volta da cintura ou do tronco,

consoante o caso, para dar maior apoio e segurança;

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Classificação das ligaduras:

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1. Ligaduras simples

• Circular ou espiral

• Espiga

• Leque ou voltas em oito

2. Ligaduras recorrentes

• Capacete

• Coto

3. Ligaduras de imobilização não funcionais

• Cruzado posterior

• Gerdy ou Velpeau

• Robert Jones

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1. Executar a técnica da ligadura circular ou em

espiral 12

Estas ligaduras utilizam-se em pequenos segmentos para a

contenção, a imobilização ou a sustentação da região a tratar. A

sua forma de execução assemelha-se a uma espiral, cada volta

sobrepõe-se parcialmente à anterior, verificando-se que as

extremidades iniciais e terminais ficam com a mesma localização.

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1. Executar a técnica da ligadura circular ou em

espiral 13

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2. Executar a técnica da ligadura em espiga

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Estas ligaduras utilizam-se em regiões onde é pretendido

aumentar a compressão e sustentabilidade. A sua forma de

execução inicia-se seguindo uma posição oblíqua e uma

orientação em “8”, sempre com uma distância de sobreposição

igual em cerca de metade da passagem anterior. O aspeto final

assemelha-se a uma espiga.

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2. Executar a técnica da ligadura em espiga

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3. Executar a técnica da ligadura em leque ou voltas

em oito 16

Estas ligaduras utilizam-se para imobilizar articulações e para

dar continuidade à execução de uma ligadura (passar de um

segmento para outro). Inicia-se no centro da articulação e cada

volta cruza a anterior, formando um leque..

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2. Executar a técnica da ligadura em espiga

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Ligaduras recorrentes

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As ligaduras recorrentes utilizam-se para contenção de pensos no

couro cabeludo e imobilização de áreas arredondadas, como

cotos de amputação.

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Ligaduras recorrentes – Capacete de Hipocrates

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1. Reunir o material

• Ligadura elástica 10 cm

2. Ensinar a Pessoa

3. Posicionar a Pessoa

• Sentado

4. Lavar as mãos

5. Colocar a ligadura de forma a efetuar duas circulares sobrepostas e de seguida, na

região frontal, dobrar de forma a fazer uma perpendicular entre a região frontal e a

occipital.

6. Efetuar as restantes passagens em forma de “V” sobrepondo sempre a primeira, pelo

menos em metade da passagem anterior.

Pode ser necessário efetuar uma circular.

7. Finalizar com duas circulares e prender com adesivo.

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Ligaduras recorrentes: técnica da ligadura do capacete de

Hipócrates 20

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Ligaduras recorrentes – coto de amputação

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1. Reunir o material.

• Numa primeira fase de tratamento as ligaduras selecionadas para o coto de amputação

devem ser de algodão e elasticas;

• Numa segunda fase de tratamento as ligaduras devem ser de forte componente elástica.

2. Ensinar a pessoa

3. Posicionar a Pessoa

• Sentado (no caso de amputação do membro superior)

• Decúbito dorsal (no caso de amputação no membro inferior)

4. Observar a pessoa

5. Lavar as mãos

6. A ligadura deve iniciar-se com uma perpendicular central e de seguida uma obreposição

em “V”.

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Ligaduras recorrentes – coto de amputação

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7. De seguida inicia-se a sobreposição de circulares, em posição oblíqua, acima

dos bordos do coto, de modo a que a segunda passagem sobreponha sempre

pelo menos metade da passagem anterior em forma de “8”, procurando tapar o

coto por completo. O coto irá adquirir uma forma cónica.

8. Finalizar com duas circulares e prender com adesivo.

9. No caso da amputação acima do joelho ou acima do cotovelo pode ser necessario

passar duas circulares pela região torácica ou dorsal.

10. Ensinar a pessoa sobre:

• Diminuição da sensibilidade;

• Edemas.

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Ligaduras recorrentes: técnica da ligadura do Coto de

amputação 23

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Técnica da ligadura do cruzado posterior

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Esta técnica é usada para estabilizar uma fratura ou luxação da clavícula como

tratamento conservador. Funciona também como tratamento antiálgico.

1. Reunir o material:

• Para higiene da pele

• Ligaduras de algodão de 10 cm (uma);

• Ligadura de gaze 10 cm (uma a duas);

• Adesivo largo.

2. Ensinar a pessoa

3. Posicionar a Pessoa

• Sentado com as mãos na cintura, de forma a ficar com os braços abertos em

arco.

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Técnica da ligadura do cruzado posterior

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4. Calçar luvas (não estéreis)

5. Limpar/desodorizar as axilas

6. Lavar as mãos

7. Iniciar-se a aplicação da ligadura de algodão, em forma de oito invertido, que se cruza nas

costas, mais ou menos 10 cm abaixo da região occipital.

8. De seguida deve aplicar-se a ligadura de gaze. Deixa-se a extremidade inicial solta e aplica-

se a ligadura em cima da de algodão, em forma de oito invertido

cruzando nas costas.

9. Para terminar dá-se um nó com as duas extremidades da ligadura (a inicial e a final)

exatamente no ponto de cruzamento das ligaduras na região interescapular.

10. Rematar com um pouco de adesivo.

Ensinar/ Instruir a pessoa sobre:

• Dor;

• Formigueiro.

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Técnica da ligadura do cruzado posterior

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Executar a técnica da ligadura de Gerdy ou Velpeau

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Estas técnicas são usadas no tratamento conservador de fraturas do colo do úmero,

de fraturas do 1/3 proximal do úmero e de luxações do ombro. Nestes casos

funciona também como tratamento antiálgico. O tempo de tratamento com este tipo

de ligaduras é habitualmente de quatro semanas, no entanto, por razões diversas,

tanto nos jovens como nos idosos, este período pode ser variável.

As imobilizações de Gerdy e Velpeau são basicamente iguais, tanto na forma de

se executarem como nos objetivos a atingir. Diferem sobretudo no posicionamento

e na imobilidade do antebraço. Nos últimos anos, a técnica e também os materiais

usados na realização destas imobilizações têm vindo lentamente a modificar-se,

dando origem a uma técnica única.

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Técnica da ligadura de Gerdy ou Velpeau

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1. Reunir o material.

• Para higiene da pele;

• Compressas;

• Ligaduras elásticas de 10 ou 15 cm (uma);

• Ligaduras de gaze de 10 ou 15 cm (uma a duas);

• Ligadura elástica adesiva 10 cm

• Adesivo largo.

2. Ensinar a pessoa

3. Posicionar a Pessoa

• Em pé. (Se tiver muita dificuldade em manter-se de pé pode ficar sentado).

4. Calçar luvas (não estéreis)

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Técnica da ligadura de Gerdy ou Velpeau

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5. Lavar e limpar as axilas

Nas mulheres – axilas e região inframamária Reunir o material.

6. Lavar as mãos

7. Colocar uma compressa grande/ligadura de algodão ao

longo do tórax desde a axila. Nas mulheres – Colocar uma compressa grande na

região infra e outra na intermamária.

8. Inicia-se com ligadura de gaze (15 cm) em circulares que sobem da cintura até

à região mamilar.

9. Colocar o membro na posição pretendida, junto ao tórax.

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Técnica da ligadura de Gerdy ou Velpeau

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10. Continuar com as circulares envolvendo o braço e o antebraço, cruzando as ligaduras

no ombro, sob o braço contrário do doente, uniformemente, de forma a

conseguir um bom ajustamento sem demasiado aperto do braço ao tórax.

Fazer o envolvimento total de todo o membro, desde o ombro até ao punho, deixando a

mão livre.

11. Iniciar o mesmo trabalho com ligadura elástica adesiva (tipo Tensoplast)

12. Ensinar /Instruir a pessoa sobre:

• Edema;

• Cianose;

• Palidez;

• Formigueiro.

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Técnica da ligadura de Gerdy ou Velpeau

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Executar a técnica da ligadura de Robert Jones

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Esta técnica é usada no tratamento com imobilização de uma articulação traumatizada,

principalmente a dos

joelhos (derrame pós-traumático). Pode funcionar também, e só, como tratamento

antiálgico.

1. Reunir o material.

• Ligaduras de algodão de 10 ou 15 cm (4-6);

• Ligaduras de gaze de 10 ou 15 cm (4-6);

• Ligadura elástica adesiva 10 cm (4-6);

• Adesivo (5 cm).

2. Ensinar a Pessoa

3. Posicionar a Pessoa (Decubito dorsal)

4. Lavar as mãos

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Executar a técnica da ligadura de Robert Jones

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5. Inicia-se a imobilização com a ligadura de algodão, ligeiramente acima dos maléolos, de

forma que a segunda passagem recubra metade da primeira, em espiral, atá à raiz da

coxa.

6. Da mesma forma aplica-se a ligadura de gaze, por cima da de algodão, fazendo uma

segunda camada.

7. Segue-se a aplicação de nova camada de ligadura de algodão novamente dos maléolos

até a raiz da coxa.

8. Aplica-se uma quarta camada de ligadura de gaze, por cima da de algodão.

9. Para finalizar pode aplicar-se uma quinta camada de ligadura elástica adesiva (tipo

Tensoplast) ou adesivo de modo a produzir a imobilidade completa.

10. Ensinar/ Instruir a pessoa sobre:

• Edema;

• Diminuição da sensibilidade.

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Executar a técnica da ligadura de Robert Jones

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOLANDER, Verolyn Barnes – Sorensen & Luckmann -

Enfermagem Fundamental: Abordagem psicofisiológica, Lisboa:

Lusodidacta, 1998;