100 Ambientalistas se unem contra retrocessos na Legislação · artigo 128 CTM - Niterói, RJ....

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ano XII • Maio 2017 revistadomeioambiente.org.br 9772236101004 ISSN 2236-1014 Ambientalistas se unem contra retrocessos na Legislação 100 Monitoramento do Planeta Terra em tempo real Supermercado brasileiro troca lixo reciclável por comida Mudanças climáticas comprometem povos indígenas Fortalecimento da educação ambiental no Brasil

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Monitoramento do Planeta Terra em tempo real

Supermercado brasileiro troca lixo reciclável por comida

Mudanças climáticas comprometem povos indígenas

Fortalecimento da educação ambiental no Brasil

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A REBIA não tem fins lucrativos e atende ao exigido no art. 15 da Lei 9.532/1997, não remunerando seus membros ou diretores, estando IMUNE de tributação Federal, Estadual e Municipal nos termos do art. 150 da Constituição Federal do Brasil, e ISENTA de ISS pela Lei 2597/08, artigo 128 CTM - Niterói, RJ. Possui em dia todas as certidões negativas de débitos federal, estadual e municipal, sendo legalmente constituída, nos termos dos artigos 53 a 61 da Lei nº 10.406/2002, Código Civil Brasileiro (11/01/2003), como Associação da Sociedade Civil, com conta bancária no BRADESCO ag 6566-8 c/c 4621-3.

A instituição A Rede Brasileira de Informação Ambiental (Rebia) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, com a missão de contribuir para a formação e o fortalecimento da Cidadania Sociambiental Planetária, ofertando informações, opiniões, denúncias, críticas, com ênfase na busca da sustentabilidade, editando e distribuindo gratuitamente a Revista do Meio Ambiente e o Portal do Meio Ambiente, entre outros produtos e ações. Para isso, a Rebia está aberta à parcerias e participações que reforcem as sinergias com demais parceiros, redes, organizações da sociedade civil e governos, e também com empresas privadas, que estejam comprometidas com os mesmos propósitos.

FundAdor dA rebiA A Rebia foi fundada em 01/01/1996, pelo escritor e jornalista Vilmar Sidnei Demamam Berna, que em 1999 recebeu no Japão o Prêmio Global 500 das Organizações das Nações Unidas de Meio Ambiente. • escritorvilmarberna.com.br • (21) 99994-7634

Conselho editoriAl A missão da Rebia só se torna possível graças a uma enorme rede de parceiros e colaboradores, incluindo jornalistas ambientais e comunicadores comunitários, e de seus mais de 4.000 membros voluntários que participam dos Fóruns Rebia, democratizando informações, opiniões, imagens, críticas, sugestões e análises da conjuntura, um rico conteúdo informativo que é aproveitado para a atualização diária do Portal e para a produção da Revista. São estes colaboradores que representam o Conselho Editorial e Gestor da Rebia, participando ativamente no aperfeiçoamento e na divulgação do Projeto.

A rebiA nA web • Facebook: facebook.com/rebia.org.br• Twitter: twitter.com/pmeioambiente• Linkedin: www.linkedin.com/company/rebia---rede-brasileira-de-informacoes-ambientais?trk=hb_tab_compy_id_2605630• RSS: www.portaldomeioambiente.org.br/component/injarsssyndicator/?feed_id=1&format=raw

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Os artigos, ensaios, análises e reportagens assinadas veiculados através dos veículos de comunicação da Rebia expressam a opinião de seus autores, não representando, necessariamente, o ponto de vista das organizações parceiras e da Rebia.

Para acessar a Revista do Meio Ambiente online ao vivo com o código QR é só escanear o código e ter acesso imediato. Se não tiver o leitor de QR basta abaixar o aplicativo gratuito para celulares com android em http://bit.ly/16apez1 e para Iphone e Ipads em http://bit.ly/17Jzhu0

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As marcas REVISTA DO MEIO AMBIENTE (portal e revista impressa e digital) e PORTAL DO MEIO AMBIENTE são propriedades da REBIA (Rede Brasileira de Informação Ambiental) conforme concessão de registro em 26/07/2106, no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), publicado na Revista da Propriedade Industrial – RPI nº 2377 de 26/07/2016.

Revista ‘Neutra em Carbono’prima.org.br

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A Ciência tornou bem conhecidos os três estados da água: sólido, líqui-do e gasoso. Aqui, refiro-me a outros três estados da água: vida, mer-cadoria e direitos.

O primeiro e mais importante estado da água é o da vida. A água quando na natureza, nos ecossistemas, nos aquíferos, rios, nascentes, dentro de cada ser vivo, é vida, é fonte de vida, sem ela não existiríamos.Entretanto, a água é também direito. Todos os seres vivos, humanos e não humanos tem direito à água boa, fundamental para assegurar suas qualida-des de vida e a própria existência.E finalmente, água é também produto, mercadoria, mas só quando está agregada ao valor do trabalho, de um processo que a transforme em água virtual presente em alimentos, na cerveja, na garrafinha de água mineral.Então, não tem cabimento alguém pretender ser dono de um aquífero, como o Guarani, segundo se sabe a boca pequena de negociações de empresas inescrupulosas com governantes corruptos. Uma empresa pode ser dona da água mineral engarrafada, mas não da água na natureza! Tamanho do EstadoA questão aqui não é dos três estados da água, mas do tamanho e de qual Es-tado a sociedade precisa para cuidar bem da água que é vida, direito e mer-cadoria ao mesmo tempo e dependendo das circunstâncias e do contexto. É função do Estado zelar para que as políticas públicas atendam às necessi-dades de todos, ao contrário do Mercado, cujas políticas empresariais visam assegurar o atendimento às necessidades dos que podem pagar por seus produtos e serviços. Por isso cabem aos Estados estabelecerem políticas públicas e aos mercados aproveitar das oportunidades. Para os mercados é fundamental que os Esta-dos estabeleçam claramente as regras do jogo. Entretanto, se este Estado for mínimo, dificilmente terá forças para estabe-lecer boas políticas que atendam às necessidades de todos e os mercados estarão sempre vulneráveis às mudanças nas regras, levando insegurança aos contratos..FONTE: hTTp://pOrT.pravda.ru/sciENcE/23-04-2017/43118-agua-0/

* escritor e jornalista, fundou a Rebia - Rede Brasileira de Informação ambiental (rebia.org.br),

e edita deste janeiro de 1996 a Revista do Meio ambiente (que substituiu o Jornal do Meio

ambiente), e o Portal do Meio ambiente (portaldomeioambiente.org.br). em 1999, recebeu no Japão

o Prêmio Global 500 da oNU para o Meio ambiente e, em 2003, o Prêmio Verde das américas

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70% do meu corpo é constituído por água, e não considero que a água em mim seja serviço ambiental, produto ou mercadoria de ninguém!

por vilmaR sidNei demamam beRNa*

Água, qual é o estado que queremos?

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US$ 1 bi em Green Bonds para renováveis inclusive para o solar que começa a disparar Na sua primeira operação de emissão de bônus verdes, os ‘green bonds’, o BNDES captou lá fora o dobro do que previa. Foi a primeira operação ex-terna desde 2014 e acabou por não atender uma demanda pelo papel que chegou a US$ 5 bilhões. Este US$ 1 bilhão será aplicado em projetos de eó-licas e fotovoltaicas em andamento e em novas operações. Esta grana não deve chegar ao merca-do residencial. E talvez nem precise. Em que pese o estado recessivo destes últimos tempos, na úl-tima semana chegamos à marca de dez mil ins-talações de painéis solares, sendo que a metade, cinco mil, foi instalada de outubro para cá. Como dizem que estamos saindo desta recessão, as ins-talações podem aumentar em ritmo acelerado e, talvez, chegar a 1,2 milhões até 2024.http://epoCa.globo.Com/CieNCia-e-meio-ambieNte/

blog-do-plaNeta/NotiCia/2017/05/em-seis-meses-

bRasil-dobRa-NumeRo-de-iNstalaCoes-de-paiNeis-

de-eNeRgia-solaR.html

Reflorestamento da bacia do rio doceA Fundação Renova promoveu um seminário onde apresentou o plano de reflorestamento de toda a bacia do Rio Doce atingida pelo desastre da Samarco em Mariana. A conta deve sair por volta de R$ 1,1 bilhão para plantar e cuidar de 20 milhões de mudas numa área de 40 mil hectares. O investimento cobre capacitação de pessoal, melhoramento dos vivei-ros da região e seleção e produção de mudas de árvores nativas.http://ageNCiabRasil.ebC.Com.bR/geRal/NotiCia/2017-05/RefloRestameNto-

da-baCia-do-Rio-doCe-CustaRa-R-11-bilhao

O impacto de precificar as emissões sobre a navegação marítima Uma das discussões que ganharam destaque no mundo climático durante o ano passado foi a emissão da navegação marítima internacional, dados o impacto no comércio internacional e a dificuldade de regulação. De um lado, os motores dos navios que percorrem longas distâncias queimam os óleos fósseis mais pesados e que mais emitem CO2. De outro, posto que a maior parte das rotas está em águas internacionais, a regulação das emissões por país não funciona. Finalmente, as margens de lucro do transporte marítimo são bem pequenas e todo adicional que venha a aumentar o custo do frete, muda a competitividade relativa entre os países no comércio mundial. Para testar os impactos que um preço do carbono aplicado sobre o bunker (a fa-mília de óleos marítimos) traria, o WWF contratou em 2013 um estudo para analisar o que acontecia com as exportações brasileiras sobre seus princi-pais produtos de exportação. O ‘W’ acaba de republicá-lo e vale muito por tra-tar de um dos aspectos pouco tocados no mundo da mitigação de emissões. foNtes: http://d3NehC6yl9qzo4.CloudfRoNt.Net/dowNloads/RelatoRio_maRitimo___Coppe___wwf_v3.pdf http://www.wwf.oRg.bR/NatuReza_bRasileiRa/questoes_ambieNtais/?57082/medidas-baseadas-No-meRCado-No-tRaNspoRte-maRtimo-das-expoRtaes-bRasileiRas-e-poteNCiais-impaCtos-sobRe-eCoNomia-NaCioNal

Livro gratuito e online ensina a plantar temperos em casa e sugere receitasA publicação Sabores da Horta ensina a cultivar em pequenos espaços e preparar deliciosos pratos.O livro “Sabores da Horta – do plantio ao prato”, publicado pela Codeagro (Coordenadoria de Desenvolvimento dos Agronegócios), da Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, traz dicas sobre o tema.Como e onde plantar, tipos e propriedades dos temperos, melhores épo-cas para o plantio e receitas muito originais, são alguns conteúdos do livro. Por exemplo, você sabia que é possível surpreender as visitas com um delicioso sorvete (diet) de manjericão?baixe seu livRo gRatuitameNte em http://www.CodeagRo.sp.gov.bR/uploads/publiCaCaoesCesaNs/saboRes_hoRta_web.pdf

Bento RodRigues wuRde von eineR schLammLawine üBeRRoLLt

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Mapeamento do pantanal mostra perda de 16% do bioma

A soja e milho dos Mato Grossos se expandem em todas as direções. A atualização dos ma-peamentos feitos pela SOS Pantanal mostra que uma área maior que Sergipe já virou bra-quiária e soja, correspondendo a 16% da área original. A taxa de conversão vem crescendo e, no ano passado estava em 500 km2 por ano. Numa comparação meio grosseira, ela corres-ponde a uma taxa três vezes maior que a do desmatamento na Amazônia. Olhando para o planalto que quase cerca o Pantanal e de onde vêm todos os rios que o atravessam, vê-se que a antropização converteu quase 2/3 da área em pastagens e soja. Os rios estão ficando as-soreados e mudam suas vazões. Amanhã, as mudanças nos ciclos hidrológicos podem re-duzir a quantidade de chuvas nas cabeceiras e acelerar a degradação do precioso bioma.http://susteNtabilidade.estadao.Com.bR/NotiCias/geRal,paNtaNal-ja-peRdeu-16-de-sua-

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pt.wikipedia.oRg | imagem de satéLite da nasa.

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jetada das pessoas e dos objetos é nula e a região experimenta um intenso bombardeio de raios ul-travioleta extremamente perigosos à saúde. Evite sair sob o sol a pino e se o fizer o uso de protetor solar e boné é fundamental.

HorA UtcNo canto inferior direito um relógio marca a

hora do tempo universal, UTC. Para saber a Hora Oficial do Brasil é só tirar 3 horas daquela infor-mada no UTC. A Hora UTC é também de Hora GMT ou Hora ZULU.

estAção espAcIALNa outra extremidade o Painel Global mostra

os dados atuais da Estação Espacial Internacional - ISS - entre eles a latitude e longitude imediata-mente abaixo da estação, a distância até a cidade de São Paulo, o período de uma órbita completa e a altitude da Estação. Em breve o usuário poderá colocar os dados da própria localidade e com isso ter dados regionalizados sobre a viagem da Esta-ção.

saiba mais: http://www.paiNelglobal.Com.bR/eNteNda.php

a linha pontilhada em vermelho mostra o trajeto da ISS na órbita atual enquanto a linha pontilhada em azul mostra a órbita seguinte. cada ponto plotado equivale a aproximadamente 1 minuto no trajeto da ISS, plotada constantemente no mapa.

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Monitoramento do planeta terra em tempo Realpor paiNelglobal.Com.bR

o Painel Global é o único aplicativo em Língua Portuguesa que mos-tra a Terra em tempo real. Fenômenos naturais como terremotos, vulcões, furacões, tsunamis, icebergs ou eventos climáticos são plo-

tados sobre o mapa assim que reportados pelas diversas instituições cientí-ficas de monitoramento.

Atualmente o Painel Global está capacitado a registrar todos os terremotos de pequena, média e grande intensidade que acontecem em qualquer parte do planeta, assim como as temperaturas recordes informadas por mais de 120 aeroportos que operam no Brasil e outros 350 ao redor do mundo.

Vulcões, maremotos, tsunamis e furacões são constantemente monitora-dos pela nossa equipe e assim que informadas as coordenadas do evento são plotados e destacados no mapa.

O objetivo é fornecer um painel informativo de fenômenos naturais desti-nado às agências de notícias e ao público em geral, ávidos por informações geofísicas que possam ajudar no planejamento diário das diversas ativida-des, com destaque para viagens de negócios ou análises de risco aos empre-endimentos próximos às áreas afetadas.

O Painel Global não é um aplicativo fechado. Ele estará sempre em cons-tante evolução para que possa representar com precisão todos os eventos naturais que ocorrem diariamente, mas que até agora eram mal divulgados ou dispersos através dos diversos sites e portais informativos brasileiros. Quando se olha o Painel Global pela primeira vez, a primeira coisa que ve-mos são duas grandes regiões claras e escuras. A zona clara representa as áreas da Terra iluminadas pelo Sol enquanto a zona escura mostra as re-giões do planeta tomadas pela escuridão noturna. A linha imaginária que separa as duas regiões recebe o nome de “terminador”, e é ela quem divide a Terra em dia e noite.

soL A pInoO círculo amarelo no centro da área clara representa o Sol. Abaixo dele, por

volta do meio-dia, o Sol se posiciona exatamente sobre a cabeça dos habi-tantes e quando isso acontece diz-se que o Sol está “a pino”. A sombra pro-

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por Cláudia diaNNi/asCom aNa

A Agência Nacional de Águas lançou o Do-cumentário “Rede Hidrometeorológica Nacional”, uma parceria com a Agência de

Coopeação Brasileira (ABC) e com a Unesco, com apoio do o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e outras instituições parceiras, como os órgãos ges-tores estaduais de recursos hídricos e Defesa Civil, com o objetivo de documentar e informar as eta-pas e relevância do trabalho de medição de rios e destacar a importância dos vários profissionais da área de hidrologia e hidrometria. O documentário foi produzido por meio do Pro-jeto de Cooperação Sul-Sul para o fortalecimento da gestão integrada e do uso sustentável dos re-cursos hídricos no contexto dos países da Améri-ca Latina e Caribe, e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. “A Rede de medição é a base de toda atividade de gestão de recursos hídricos e passa pela esti-mativa do potencial hidrelétrico, pelo controle de eventos críticos, além de ser a base de todas as ati-vidades da ANA, como planejamento, emissão de outorgas e fiscalização”, explicou o diretor da área de Hidrologia da ANA, Ney Maranhão, para quem em tempos de mudanças climáticas, com amea-ça de aumento de eventos extremos como secas e cheias, as informações geradas pela Rede são fun-damentais e “Quem trabalha com o tema depen-de deste trabalho”, completou. A Rede Hidrometeorológia Nacional é compos-ta por 4.633 estações de medição pluveimétricas (chuvas) e fluviométricas (rios) onde são moni-torados nível e vazão dos rios, a quantidade de sedimentos e a qualidade da água. Coodernada pela ANA, a Rede monitora 2.176 dos 12.978 rios cadastrados no Sistema de Informaçoes Hidroló-gicas da ANA. “Essas informações são fundamen-tais tanto para a tomada de decisões no geren-ciamento de recursos hídricos como para a infor-mação de toda a sociedade”, disse o presidente da ANA, Vicente Andreu. A primeira exibição do documentário, em sua versão completa, de 53 minutos, foi feita ontem no auditório Flávio Terra Barth da Agência Na-cional de Águas. Em breve será editada também uma versão reduzida de 25 minutos. Na cerimô-nia seguida da exibição, o ex-superintendete da Rede Hidrometeorológica Nacional da ANA Val-demar dos Santos Guimarães, um dos responsá-veis pela implementação do monitoramento hi-

rede Hidrometeorológica nacionaldocumentário explica a

trecho do vídeo disponível no youtube

drológico no Brasil, foi homenageado por 45 anos dedicados a esse trabalho, dos quais 16 anos na ANA. Ele foi um dos coordenadores da transição das atividades de hidrologia para a Agência Nacional de Águas, em 2001, um ano depois da criação da Agência. Até então, a Rede estava sob a responsa-bilidade da Aneel. Na ANA, e sob o comando de Guimarães, a Rede passou por vários progra-mas de modernização que incluiram mais tecnologia, como a telemetria e a transmissão de dados via satélite. Além disso, ele coordenou 15 edições de Curso Internacional de Medição de Grandes Rios, ministado em barco nio Solimões, em Manacapuru (AM), formando mais de 500 profissionais, entre brasileiros e estrangeiros. Durante a solenidade, também receberam homenagens, representando to-dos os profissionais, Arnaldo Carlos Simon, observadores hidrológicos apo-sentados da estação Passo são Lourenço, no rio Jacuí (Cachoeira do Sul-RS); Jaiane Freitas Fernandes, observadora hidrológica da estação Jaguaribe (CE), o diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil. Stenio Petrovivk, entre outros profissionais e parceriros. O documentário foi produzido em um momento importante, que marca a chegada de uma nova geração que assume a gestão da Rede Hidrometeo-rológica com o compromisso de dar continuidade ao trabalho executado e seguir entregando resultados confiáveis e de qualidade para a gestão de re-cursos hídricos e, consequentemente, para toda a sociedade. Guimarães apo-sentou-se e foi substituído pelo especialista em Recursos Hídricos Marcelo Medeiros. Além do diretor-presidente da ANA, e dos diretores de Hidrologia da Agên-cia e da CPRM, também compareceram ao evento o diretor de Gestão da ANA, Paulo Varella, a diretor de Planejamento da ANA, Gisela Forattini, o ofi-cial do de meio ambiente do setor de Ciências Naturais da Unesco, Massimi-liano Lombardo. Outros homenageados foram:

http://www2.aNa.gov.bR/pagiNas/impReNsa/NotiCia.aspx?id_NotiCia=13221

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https://www.youtube.Com/watCh?v=oivmz1a2ab0&featuRe=youtu.be

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por fabRíCio ÂNgelo*

em seu artigo 225 a Constituição Federal afirma que todos têm direito ao meio am-biente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia quali-dade de vida, e vai além destacando que para que isso se torne realidade é dever do estado promo-ver a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preser-vação do meio ambiente.

De 17 a 20 de setembro de 2017 a Rede Brasilei-ra de Educação Ambiental (REBEA) organiza o seu IX Forum Brasileiro de Educação Ambiental (FBEA), que acontecerá na Universidade do Vale do Itajaí (Univali) em Balneário Camboriu – SC.

Com o tema Repercussões da Política Nacio-nal de Educação Ambiental (PNEA) e do Progra-ma Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), o evento pretende fazer uma releitura crítica so-bre as políticas da Educação Ambiental no Brasil. Segundo Antônio Fernando Guerra, professor da Univali e coordenador geral do evento, o FBEA é um espaço de resistência dos educador(x)s am-bientais frente ao inúmeros retrocessos que es-tamos vivenciando no país. “Não só nesse gover-no, mas desde os anteriores, estamos perdendo as conquistas das políticas ambientais além de termos de lidar com a falta de compromisso do poder publico em relação à agenda socioambien-tal”, disse.

Criada em 1999 e regulamentada em 2012 a PNEA assegura os princípios básicos e objetivos fundamentais da Educação Ambiental no Brasil e que segundo Guerra não vendo sendo cumpri-dos pelas instâncias púbicas, “a PNEA, não vem sendo respeitada na reforma do Ensino Médio e na proposta da Base Nacional Curricular Comum - BNCC, e no campo ambiental, uma série de con-flitos de poder e de interesse econômico, vem atingindo os direitos de comunidades tradicio-nais, a segurança alimentar, a prevenção contra a vulnerabilidade frente à mudança climática, a proteção da vida e da sociobiodiversidade dos nossos biomas” destacou.

Ainda segundo o coordenador do IX FBEA, questões controversas como as ameaças de pri-vatização da água, da energia, e de outros ser-viços ambientais, previstas em acordos interna-cionais, preocupam a tod(x)s os educadores, am-bientalistas e trabalhadores.

o evento O IX Fórum Brasileiro acontece simultanea-

mente ao IV Encontro Catarinense de Educação Ambiental e é promovido pela malha nacional de redes da Rede Brasileira de Educação Ambien-

tema do IX fBeAFortalecimento das educação ambiental no Brasil é

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tal - REBEA, Universidade do Vale do Itajái, Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE), Governo de Santa Catarina e Prefeitura municipal de Balneá-rio Camboriú.

De acordo com Antônio Guerra, a construção dos fóruns brasileiros sempre ocorreu de forma participativa, por meio dos representantes das mais de 50 redes que formam ou se integram a REBEA.

Antônio Guerra: “A diferença nesse IX Fórum é que em função da crise econômica, estamos procurando organizá-lo de forma autogestiona-da, em que cada grupo das atividades de mesas e jornadas tem nos auxiliado a buscar fontes de recursos junto a órgão públicos e privados pra viabilizar a programação”. OProf. Dr. Antonio Fer-nando Silveira Guerra, é professor do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE da Univa-li e Coordenador Geral do IX Forum Brasileiro de Educação Ambiental (FBEA) .

mais iNfoRmações

as iNsCRições paRa o ix fóRum bRasileiRo de

eduCação ambieNtal vão até o dia 25 de maio. mais

detalhes podem seR obtidos No website http://

ixfbea-iveCea.uNifebe.edu.bR/

(*) fabRíCio ÂNgelo é ColaboRadoR voluNtáRio

da Rebia, joRNalista mtb 937al, mestRe em CiêNCia

ambieNtal, doutoRaNdo em ComuNiCação soCial

(puC-Rj) - (21) 99996-0449 - vivo / (21) 99377-0863

- ClaRo / skype: fabRiCioaNgelo / iNstagRam:

fabRaNgelo /[email protected]

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alimentação saudávelpor déboRa spitzCovsky

“você é o que você come!” Quantas ve-zes você já não ouviu essa frase por aí? Disposta a auxiliar as pessoas

que, de fato, querem se alimentar melhor para ter mais qualidade de vida, a chef Anna Elisa de Castro fundou a N.O.S. Escola, primeira ins-tituição de ensino do Brasil especializada em alimentação Natural, Orgânica e Saudável (a sigla N.O.S. que dá nome à iniciativa).

O curso prevê 80 horas de aulas práticas de culinária a respeito das mais diferentes verten-tes da alimentação saudável. Entre as discipli-nas do currículo estão Cultivo Orgânico, Dieté-tica Vegana e Raw Food.

Mais do que isso, a grade contempla matérias para a “boa alimentação da alma”. É que Anna, especializada em terapia alimentar, acredita que desenvolver a espiritualidade também é fundamental para ter uma vida mais saudá-vel. Por isso, no currículo, há também aulas de Meditação, Yoga e Musicaterapia, entre outras.

A primeira turma da N.O.S. Escola já se for-mou em dezembro de 2016, com direito a certi-ficado de conclusão de curso em Health Coach. Chique, não? As aulas são ministradas por 45 mestres, especialistas nas disciplinas que le-cionam, e acontecem sempre aos finais de se-mana em Joatinga, no Rio de Janeiro, onde está sediada a escola.

Quem aí gostaria de fazer parte da próxima turma?

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por déboRa spitzCovsky

o Acre existe SIM – e está dando um banho de sustentabilidade nos demais Estados do país. A região acaba de ganhar o primeiro supermercado brasileiro em que é possível comprar comida com

lixo reciclável.Isso porque o estabelecimento, batizado de TrocTroc, oferece aos clientes

a possibilidade de trocar PETs, latas de alumínio e lacres de garrafas plásti-cas por qualquer produto vendido no mercado.

Cada quilo de material reciclável vale R$ 0,50 em compras. Caso o cliente traga os resíduos já limpos e amassados, facilitando sua reciclagem, o valor do bônus tem acréscimo de 20%.

Nas prateleiras, artigos como frutas, grãos, legumes e verduras – tudo produzido localmente, a fim de valorizar os produtores rurais da região.

Aliás, não são só eles que estão sendo empoderados com a iniciativa. O TrocTroc foi idealizado por Marcelo Valadão, presidente da House of In-dians Foundation – uma entidade internacional que luta pelo respeito e preservação da cultura indígena e que, não por acaso, deixou o supermer-cado aos cuidados de membros da tribo Ashaninka, a fim de fomentar a economia local e valorizar seus costumes de troca.

Já pensou quantas pessoas Brasil afora que, atualmente, estão em situa-ção de vulnerabilidade – como moradores de rua – poderiam ser ajudadas, caso a moda do supermercado TrocTroc pegasse?

http://thegReeNestpost.bol.uol.Com.bR/o-1o-supeRmeRCado-bRasileiRo-em-

que-ClieNtes-podem-tRoCaR-lixo-ReCiClavel-poR-Comida/

o 1º supermercado brasileiro em que clientes podem trocar

lixo reciclável por comida

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chef brasileira funda 1ª escola do país especializada em

Foto: Divulgação

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por déboRa spitzCovsky

se tem uma árvore que você deveria plantar no seu quintal é a moringa. Pelo menos, é o que garantem pes-

quisadores de todo o mundo. Alvo de estu-dos em várias partes do planeta, a espécie, originária da Ásia e da África, é apontada como promessa para o combate à fome.

Por quê? Simples! A planta possui alto va-lor nutritivo. Mesmo! Pesquisas compro-vam que a moringa possui:

– sete vezes mais vitamina C do que a laranja;

– quatro vezes mais vitamina A do que a cenoura;

– quatro vezes mais cálcio do que o leite de vaca;

– três vezes mais ferro do que o espinafre;– e três vezes mais potássio do que a

banana.Ficou impressionado? Pois tem mais: a

planta ainda tem, em sua composição, ami-noácidos essenciais (aqueles que precisa-mos ingerir, porque o corpo humano não produz) e possui propriedades medicinais – que podem curar de dor de estômago a malária.

A moringa é tão poderosa que está conse-guindo afastar o fantasma da subnutrição do sul da Etiópia. E não é só isso! A planta ainda é capaz de despoluir a água. Segundo testes de laboratório feitos por pesquisado-res do Instituto de Ciências Agrárias da Uni-versidade Federal de Minas Gerais, a espé-cie pode remover até 99% dos resíduos pre-sentes na água.

O segredo está na semente, que contém óleo e proteínas especiais e, quando tritu-rada, gera um pó com propriedades capazes de atrair argila, sedimentos e bactérias. De-mais, não? O poder da natureza é, mesmo, impressionante.

E aí? Está esperando o que para plantar uma moringa no quintal de casa?

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conheça a árvore que pode acabar com a fome no mundo (e ainda despoluir a água)

por déboRa spitzCovsky

na corrida contra o tempo para combater o aquecimento global e frear o aumento da temperatura em até 2ºC até o fim deste século, como recomendado pela ONU, começam a pipocar mundo afora

diferentes alternativas para reduzir e mitigar as emissões de CO2.Na Suíça, uma opção pra lá de inusitada está causando reboliço: a empre-

sa Climeworks vai inaugurar uma planta comercial capaz de sugar do ar o dióxido de carbono emitido por carros, aviões e trens.

Mais do que isso: a companhia vai revender o material capturado para uma fabricante de legumes e verduras, que usará o gás como fertilizante vegetal, aumentando em até 20% sua produção.

Sim, você não entendeu errado: vão adubar os alimentos com CO2! Polê-mico, não?

A Climeworks garante que o processo é seguro para a saúde e que o CO2 capturado pode ser usado ainda para outras finalidades, como combustí-vel e gaseificador de bebidas. Segundo eles, a planta suíça tem capacida-de para sugar até 900 toneladas métricas de dióxido de carbono do ar – o equivalente à emissão de 200 carros populares no ano.

A unidade na Suíça é só o começo. Até o ano de 2025, os fundadores da Climeworks assumiram a ousada meta de capturar do ar o equivalente a 1% das emissões globais. Para tanto, vão precisar implementar mais 750 mil plantas como a da Suíça mundo afora. Será que a moda vai pegar?.

http://thegReeNestpost.bol.uol.Com.bR/paRa-CombateR-aqueCimeNto-global-

suiCa-vai-aspiRaR-Co2-aR-e-ReapRoveita-lo-Como-adubo-Na-pRoduCao-de-

hoRtaliCas/

para combater aquecimento global, suíça vai aspirar co2 do ar (e reaproveitá-lo como adubo na produção de hortaliças)

http://thegReenestpost.BoL.uoL.

com.BR/conheca-a-aRvoRe-que-

pode-acaBaR-com-a-Fome-no-

mundo-e-ainda-despoLuiR-a-agua/

Foto: divuLgação

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regiões do Brasilcerrado leva água a torneiras de todas as

Plantas do cerrado atuam como uma imensa esponja, recarregando aquíferos que abastecem rios e reservatórios

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o alerta é do arqueólogo e antropólogo baiano Altair Sales Barbosa, que há quase 50 anos estuda o papel do Cerrado na regulação de grandes rios da América do Sul.

Ele diz à BBC Brasil que a rápida destruição do bioma está golpeando um dos pilares do sistema: a gigantesca rede de raízes que atua como uma esponja, ajudando a recarregar os aquíferos que levam água a torneiras de todas as regiões do Brasil.

Formado em antropologia pela Universidade Católica do Chile, doutor em arqueologia pré-histórica pelo Museu de História Natural de Washington e professor aposentado da PUC-Goiás, Barbosa conta que a água que alimen-ta o São Francisco e as represas de São Paulo e Brasília vem de três grandes depósitos subterrâneos no Cerrado: os aquíferos Guarani, Urucuia e Bambuí.

Os aquíferos são reabastecidos pela chuva, mas dependem da vegetação para que a água chegue lá embaixo.

Estudo questiona capacidade das árvores de absorver gás carbônico Em 30 anos, cerrado brasileiro pode ter maior extinção de plantas da his-

tória, diz estudoBarbosa afirma que muitas plantas do Cerrado têm só um terço de sua es-

trutura acima da superfície e, para sobreviver num ambiente com solo oli-gotrófico (pobre em nutrientes), desenvolveram raízes profundas e bastante ramificadas.

“Se você arrancar uma dessas plantas, vai contar milhares ou até milhões de raízes, e quando cortar uma raiz e levá-la ao microscópio, verá inúmeras ou-tras minirraízes que se entrelaçam com as de outras plantas, formando uma espécie de esponja.”

Esse complexo sistema radicular retém água e alimenta as plantas na es-tação seca. Graças a ele, as árvores do Cerrado não perdem as folhas mesmo nem mesmo no auge da estiagem - diferentemente do que ocorre entre as espécies do Semiárido, por exemplo.

Barbosa conta que, quando há excesso de água, as raízes agem como espon-jas encharcadas, vertendo o líquido não absorvido para lençóis freáticos no fundo. Dos lençóis freáticos a água passa para os aquíferos.

Dos engenhos de açúcar à Carne Fraca: como a pecuária ajuda a contar a história do Brasil

O professor diz que essa dinâmica começou a ser afetada radicalmente nos anos 1970, com a expan-são da pecuária e de grandes plantações de grãos e algodão pelo Cerrado.

A nova vegetação tem raízes curtas e não conse-gue transportar a água para o fundo.

Pior: entre a colheita e o replantio, as terras ficam nuas, fazendo com que a água da chuva evapore antes de penetrar o solo. Em alguns pontos do Cer-rado, como no entorno de Brasília, o uso de água subterrânea para a irrigação prejudica ainda mais a recarga dos aquíferos.

Em fevereiro, Brasília começou a racionar água pela primeira vez na história - e meses antes do início da temporada seca.

Migração de nascentesConforme os aquíferos deixaram de ser plena-

mente recarregados, Barbosa diz que se acelerou na região um fenômeno conhecido como migra-ção de nascentes.

Para explicar o processo, ele recorre à imagem de uma caixa d’água com vários furos. Quando dimi-

por joão felletda bbC bRasil em bRasília o rio São Francisco está secando, haverá cada vez menos água em Brasília e a cidade de São Paulo terá de aprender a conviver com racionamentos.

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nui o nível da caixa d’água, o líquido deixa de jor-rar dos furos superiores.

Com os aquíferos ocorre o mesmo: se o nível de água cai, nascentes em áreas mais elevadas secam.

Direito de imagem ICMBioImage caption Especialista afirma que, quando

há excesso de água, as raízes agem como esponjas encharcadas

Ele diz ter presenciado o fenômeno num dos principais afluentes do São Francisco, o rio Gran-de, cuja nascente teria migrado quase 100 quilô-metros a jusante desde 1970.

O mesmo se deu, segundo Barbosa, nos chapa-dões no oeste da Bahia e de Minas Gerais: com a retirada da cobertura vegetal, vários rios que vertiam água para o São Francisco e o Tocantins sumiram.

O professor diz que a perda de afluentes reduziu o fluxo dos rios e baixou o nível de reservatórios que abastecem cidades do Nordeste, Centro-Oeste e Norte.

Reuniões globais de clima são ‘frustrantes’ porque estão longe da ‘vida real’, diz cientista brasileira

Em 2017, segundo a Secretaria Nacional de Pro-teção e Defesa Civil (Sedec), o número de municí-pios brasileiros em situação de emergência causa-da por longa estiagem chegou a 872, a maioria no Nordeste.

Já em São Paulo as chuvas de verão aumentaram os níveis das represas e afastaram no curto prazo o risco de racionamento. Mas Barbosa afirma que a maioria dos rios que cruza o Estado é alimenta-da pelo aquífero Guarani, cujo nível também vem baixando.

O aquífero abastece toda a Bacia do Paraná, que se estende do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul, englobando ainda partes da Argentina, Paraguai e Uruguai.

fotografia do passadoBastaria então replantar o Cerrado para garantir

a recarga dos aquíferos?A solução não é tão simples, diz o professor. Ele

conta que o Cerrado é o mais antigo dos biomas atuais do planeta, tendo se originado há pelo me-nos 40 milhões de anos.

Segundo ele, olhar para o Cerrado é como olhar para uma fotografia do passado.

Direito de imagem Rubens Matsushita, ICMBioImage caption Secretaria Nacional de Proteção e

Defesa Civil aponta que 872 cidades ficaram em situ-ação de emergência por causa da estiagem em 2017

“O Cerrado já atingiu seu clímax evolutivo e pre-cisa, para o seu desenvolvimento, de uma série de fatores que já não existem mais.”

Ele exemplifica: há plantas do Cerrado que só são polinizadas por um ou outro tipo de abelhas ou vespas nativas, várias das quais foram extintas pelo uso de agrotóxicos nas lavouras. Essas plan-tas poderão sobreviver, mas não serão mais capa-zes de se reproduzir.

O Cerrado também é uma espécie de museu por-que muitas de suas plantas levam séculos para se desenvolver e desempenhar plenamente suas funções ecológicas. É o caso dos buritis, uma das árvores mais famosas do bioma, que costuma bro-tar em brejos e cursos d’água.

‘Porta do inferno’: a gigantesca cratera que con-tinua crescendo e revela como a Terra era há 200 mil anos

Barbosa costuma dizer que, quando Cabral che-gou ao Brasil, os buritis que vemos hoje estavam nascendo.

Mesmo plantas de pequeno porte costumam crescer bem lentamente. O capim barba-de-bode, por exemplo, leva mais de mil anos para atingir sua maturidade. Barbosa diz ter medido as ida-des das espécies com processos de datação em laboratório.

Parceria com animaisSabe-se hoje da existência de cerca de 13 mil ti-

pos de plantas no Cerrado, número que o torna um dos biomas mais ricos do mundo. Dessas es-pécies, segundo o professor, não mais que 200 po-dem ser produzidas em viveiros.

Ele conta que a ciência ainda não consegue re-produzir em laboratório as complexas interações entre os elementos do bioma, moldadas desde a era Cenozoica.

http://www.bbC.Com/poRtuguese/bRasil-

39391161?oCid=soCialflow_faCebook%3fsthisfb

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especialista afirma que, quando há excesso de água, as raízes agem

como esponjas encharcadas

neLson Yoneda/icmBio

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como o mst se tornou o maior produtor de

arroz orgânico da América Latina

por paula speRb - de Nova saNta Rita (Rs)

oagricultor Isaías Vedovatto tinha 22 anos quando cortou a cerca da Fazenda Annoni, em Sarandi (RS), na madrugada de 29 de outubro de 1985. Ele foi o primeiro dos 7,5 mil camponeses, de mais de 30

cidades gaúchas, a pisar na invasão de terra, marcante na história do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).Agora, aos 54 anos, Vedovatto testemunha o MST se tornar o maior produtor de arroz orgânico (sem agrotóxicos) da América Latina - em uma nova etapa do movimento, que é alvo de defesas e críticas igualmente apaixonadas.O agricultor era um dos 2 mil sem-terra presentes na 14ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz Agroecológico no RS, em 17 de março, a 25 km de Porto Alegre. Nesta primeira semana de maio, o movimento organizou, em São Paulo (SP), a 2ª Feira Nacional da Reforma Agrária, com exposição da produção de acampamentos e assentamentos.Para a safra do arroz orgânico de 2016-17, o MST estima a colheita de mais de 27 mil toneladas, produzidas em 22 assentamentos diferentes, envolvendo 616 famílias gaúchas. Também serão produzidas 22.260 sacas de sementes, que não são transgênicas.A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), órgão do governo federal, não diferencia a produção orgânica da convencional (com agrotóxicos e outros aditivos químicos) na sua estimativa atual de safra. Mas o Irga (Instituto Riograndense do Arroz), do governo gaúcho, confirma que o MST é, no momento, o maior produtor orgânico do grão da América Latina.

exportaçãoO movimento exporta 30% de sua produção, segundo Emerson Giacomelli, coordenador do Grupo Gestor do Arroz Agroecológico do MST.

Um dos responsáveis pela exportação é o zoo-técnico Anderson Bortoli, 41, da empresa Solstbio, da cidade de Santa Maria.

A empresa - sem relação institucional com o MST - compra o arroz orgânico de três assenta-mentos gaúchos e exporta-o para Estados Uni-dos, Alemanha, Espanha, Nova Zelândia, Norue-ga, Chile e México.

Bortoli coleta amostras do arroz nos silos e en-via para a Bélgica para análises que garantem que não contenha nenhum agrotóxico e, assim, obtém as certificações de produto orgânico.

Apenas no município gaúcho de Nova Santa Rita, a produção do MST faz circular R$ 7 milhões por ano, movimentando a economia local, diz a prefeita Margarete Simon Ferretti (PT).

Os 4 mil alunos das 16 escolas municipais conso-mem alimentos orgânicos adquiridos pela prefei-tura diretamente dos agricultores.

E os produtores de arroz orgânico trabalham no sistema de cooperativa e recebem, de acordo com Giacomelli, 15% a mais do que agricultores convencionais.

“Essa valorização é possível porque colocamos um produto de qualidade no mercado, com pre-ço maior. Isso ajuda a manter os trabalhadores no campo”, explica o gestor.

meNiNo obseRva Colheita de aRRoz oRgÂNiCo pelo mst No Rs; pRodutoRes do

movimeNto expoRtam pRoduto paRa a euRopaFoto:

stédile (à esq) fala Na abeRtuRa da Colheita do aRRoz oRgÂNiCo; lídeR do mst diz que movimeNto iNCoRpoRou a agRoeCologia

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cotas de captura:

uma solução eficiente para a sustentabilidade

e O que nos leva a pescar? A resposta certamente aponta para um amplo leque de razões que leva pescadores aos mares em busca de peixes. Como atividade econômica, a pesca existe para gerar receita dentro

de uma cadeia produtiva, sendo claramente um negócio. Como forma de subsistência, visa retirar alimento para garantir a sobrevivência de pessoas ligadas direta ou indiretamente à atividade. Como atividade recreativa, foca no lazer e no bem-estar dos praticantes. Em um cenário tão diverso, qual o papel de gestão? A resposta é simples: visa garantir que estes objetivos sejam alcançados, e que a pesca, independente de suas razões, possa existir no longo prazo. Mas como garantir isso?

Em termos práticos, a gestão é feita através de medidas que, quando apli-cadas, devem garantir que os objetivos de cada pescaria sejam alcançados. Existem diferentes medidas de gestão utilizadas em todo o mundo. Por exemplo, limitar tamanho de frotas pesqueiras, criar áreas marinhas pro-tegidas, definir tamanhos mínimos de captura e estabelecer períodos de de-feso. Mas uma das medidas mais eficientes para gerenciar pescarias comer-ciais é a definição de cotas de captura. No cenário brasileiro, no entanto, es-tas medidas praticamente não são empregadas.

Cotas de captura são quantidades de um determinado recurso pesqueiro que se permite capturar. Estas quantidades são definidas com base em ava-liações de estoque, que levam em conta, sobretudo, a produtividade dos es-toques pesqueiros. Avaliações de estoque servem para estimar valores de captura que um determinado estoque é capaz de suportar. Isto significa es-timar uma quantidade que, caso removida, permite que o estoque se rege-nere naturalmente retornando ao seu patamar anterior. Normalmente estes níveis estão associados à valores referência, tais como o RMS (Rendimento Máximo Sustentável) e o RME (Rendimento Máximo Econômico).

Ter cotas de captura como medida de gestão em algumas pescarias possui diversas vantagens. Do ponto de vista da sustentabilidade dos estoques, a

gestão através de cotas garante que que, indepen-dente do tamanho da frota, do número de dias de pesca ou mesmo da eficiência das embarcações, as capturas nunca irão ultrapassar um determi-nado patamar considerado sustentável. Do pon-to de vista econômico, a gestão de pescarias co-merciais através de cotas possibilita um melhor planejamento do setor produtivo, permitindo que empresas se organizem internamente tendo por base o conhecimento prévio acerca da quantida-de de peixe (matéria-prima) que deve entrar na cadeia produtiva em um determinado ano ou sa-fra. As cotas podem ainda ser divididas entre os usuários de uma determinada pescaria (as cotas individuais de captura).

Mas do que precisamos para implantar um sis-tema destes no Brasil? Conforme exposto, as cotas são definidas a partir de avaliações de estoques. Portanto, não há como implantar um sistema de gestão baseado em cotas de captura sem que ava-liações de estoque sejam vistas e incorporadas pelos órgãos de gestão como uma tarefa rotinei-ra a ser executada. Avaliações de estoque, por sua vez, baseiam-se em modelos estatísticos e mate-máticos alimentados por dados, tais como quan-tidades capturadas, esforço aplicado e estrutura de tamanhos/idade dos peixes capturados. Des-ta forma, é também fundamental garantir que os dados necessários para as avaliações de estoque estejam disponíveis, em formato e resolução ade-quadas e dentro do tempo hábil para que as aná-lises sejam conduzidas e as cotas definidas antes de se iniciar cada temporada de pesca. Finalmen-te, as cotas somente se tornam eficientes na ges-tão quando são cumpridas. Caso contrário, estas perdem completamente o sentido. Portanto, para que uma gestão baseada em cotas seja efetiva é fundamental a existência de um sistema confi-ável que permita monitorar as quantidades cap-turadas e que as capturas registradas/reportadas cheguem aos órgão gestores em tempo hábil, ga-rantindo que a pescaria seja fechada tão logo as capturas atinjam o patamar definido pela cota.

No Brasil, cotas de captura podem representar um grande avanço na gestão de pescarias como a da tainha (Mugil liza) e da sardinha (Sardinella brasiliensis). A gestão destas pescarias ainda se baseia em medidas como defesos, tamanhos mí-nimos e delimitação áreas de pesca. Ainda que es-tas medidas sejam positivas para salvaguardar os estoques frente a um cenário de livre acesso, es-tas medidas não são capazes de garantir que as capturas não irão exceder limites biologicamente sustentáveis dos estoques. A adoção de cotas de captura representaria, portanto, um grande avan-ço na gestão destas pescarias, garantindo a sus-tentabilidade biológica dos estoques e, por conse-quência, a sustentabilidade econômica de um se-tor de grande importância para o Brasil.

por oCeaNa bRasil blog

foNte: http://www.bbC.Com/poRtuguese/bRasil-39775504

brasil.oceana.org

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empreendimento licenciado pelo ibama instala primeiro viaduto para travessia de fauna do país

pRimeiRo viaduto paRa tRavessia de fauNa do país

Brasília (11/05/2017) – Determinação feita pelo Ibama na Licença de Insta-lação (LI) n° 934/2013, emitida para a construção do Ramal Ferroviário Su-deste do Pará, que escoará o minério produzido na mina S11D até a Estrada

de Ferro Carajás (PA), resultou na criação do primeiro viaduto para travessia de fauna (overpass) do país. A ferrovia corta a Floresta Nacional de Carajás em dois pontos em que a vegetação está em estágio médio ou avançado de regeneração.Estudos de Ecologia de Estradas estimam que anualmente cerca de 450 milhões de animais selvagens morrem atropelados nas estradas e ferrovias brasileiras, que se estendem por aproximadamente 1,7 milhão de quilômetros. Ao possibili-tar uma travessia segura para os animais e permitir a dispersão de espécies que precisam de áreas extensas para sua sobrevivência, os viadutos não apenas redu-zem a perda de biodiversidade, mas também os acidentes envolvendo pessoas.No Brasil, a solução mais comum para garantir a passagem de animais ainda é a instalação de túneis subterrâneos. No entanto, os bons resultados obtidos com o emprego de viadutos em países da América do Norte e da Europa chamaram a atenção da equipe de licenciamento ambiental para a eficiência da medida.Na definição da passagem de fauna mais adequada para cada trecho são levadas em consideração as características das estradas, do tráfego, da paisagem espacial e o porte dos animais silvestres presentes na região do empreendimento. Estu-dos realizados com armadilhas fotográficas apontaram a presença de felinos de grande porte e outros mamíferos.Os viadutos do ramal foram cercados com arame galvanizado de 2,2 metros de altura ao longo de 100 metros de extensão para cada lado dos acessos com o ob-jetivo de assegurar o direcionamento, a indução e a contenção dos animais. Espé-cies arbustivas e de pequeno porte foram plantadas nas laterais para simular a continuidade do terreno.Outras 30 passagens, entre viadutos e túneis, foram instaladas ao longo dos 100 quilômetros do ramal. Já existem registros do trânsito de capivaras, tatus, jaguati-ricas, tamanduás-bandeira, cachorros do mato, cutias, iguanas e gatos-mouriscos. Armadilhas fotográficas e de pegada são usadas para o registro da travessia (ou desistência). Essas informações serão apresentadas semestralmente pelo Progra-ma de Monitoramento e Mitigação de Atropelamento de Fauna previsto na li-cença.

matéRia Completa No site: http://www.ibama.gov.bR/NotiCias/422-2017/1084-

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uRgente: ajude a salvar milhares de animais dos testesantiquados e cruéis de agrotóxicos no Brasil!por humaNe soCiety iNteRNatioNal

v ocê sabia que até 10.000 cães, roedores, coelhos, aves e peixes podem ser utiliza-dos no registro de um único novo pro-

duto agroquímico no Brasil? Esses animais são submetidos a cruéis testes de envenenamento, forçados a engolir ou inalar enormes quanti-dades de químicos ou ter essas substâncias tó-xicas friccionadas em suas peles ou gotejadas em seus olhos.No momento, a Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (ANVISA) ainda exige que as em-presas testem em animais mesmo quando métodos alternativos que não utilizam ani-mais e são considerados mais seguros e efi-cientes estão disponíveis. Se estes métodos mais modernos se tornarem obrigatórios e fo-rem incorporados pelas empresas, o número de animais utilizados nos testes de agrotóxicos no Brasil poderá ser reduzido pela metade.A ANVISA está trabalhando para revisar os seus requisitos de testes de agrotóxicos e irá anunciar a decisão final até junho de 2017. Esse processo significará a diferença entre a vida e a morte de dezenas de milhares de animais.Nós não temos muito tempo para convencer as autoridades a fazer a coisa certa.Por favor, junte-se a nós hoje e solicite que a ANVISA modernize seus requisitos para testes de segurança de agrotóxicos, tornando o setor de testes de segurança de agroquímicos mais ético e mais seguro para a sociedade como um todo. #AnvisaPoupeVidas matéRia Completa No site:

http://www.thepetitioNsite.Com/

eN-Ca/691/464/922/uRgeNte-ajude-a-

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por assessoRia de ComuNiCação do ibama

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Mais de 100 organizações, movimentos e redes ambientalistas, indígenas, in-digenistas, do campo e de defesa dos

direitos humanos decidiram se unir em um mo-vimento de resistência contra as medidas do go-verno Temer e da bancada ruralista que violam direitos - especialmente de indígenas, trabalha-dores rurais e agricultores familiares - e colocam em risco a proteção do meio ambiente. O ISA in-tegra a articulação.

O grupo lançou em 09 de maio uma carta pú-blica, convocando outras entidades e a socieda-de a aderirem ao movimento. Mais organizações e movimentos já estão se somando à iniciativa. Com atuação nacional e capilaridade em todas as regiões, promete atuar nas frentes parlamen-tar, jurídica e de engajamento social.

Para o movimento, o governo Temer represen-ta hoje a maior ameaça que o meio ambiente e a agenda de direitos tem de enfrentar. Os ata-ques à agenda socioambiental não são recentes, mas, na avaliação das organizações envolvidas, o enfraquecimento dos sistemas de proteção do meio ambiente e dos direitos humanos cresce exponencialmente desde que Temer assumiu presidência e, consequentemente, desde que a bancada ruralista passou a integrar o centro do poder.

Além dos cortes drásticos no orçamento do Mi-nistério do Meio Ambiente e da Fundação Na-cional do Índio (Funai), vale lembrar também que, juntamente com o crescimento de desma-tamento, 2016 registrou dois tristes recordes: o número de mortes no campo e a quantidade de conflitos por terra. Recentemente, ocorreram um ataque ao povo indígena Gamela (MA) e a chaci-na de trabalhadores rurais em Colniza (MT).

As Medidas Provisórias (MPs) 756 e 758, por exemplo, reduzem o grau de proteção de Uni-dades de Conservação na Amazônia, enquanto a MP 759 beneficia a grilagem de terras. Outras medidas que liberam a venda de terras para es-trangeiros e autorizam o uso indiscriminado de agrotóxicos já foram anunciadas pelo governo.

#Resista - mais de uma centena de organizações e movimentos socioambientais do Brasil unem-se

contra retrocessos ruralistasarticulação condena redução de Unidades de conservação, fragilização do licenciamento e reforma trabalhista ruralista, entre outros pontos

Os processos de demarcação de terras indígenas seguem paralisado e o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, um dos principais responsáveis por esses procedimentos, é um deputado ruralista notório adversário das po-pulações indígenas. Já o Ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, investigado na Operação Lava Jato e também por grilagem de terras no Mato Grosso, negocia a redução de Unidades de Conservação na Amazônia e agora apoia um desastroso texto que pode reduzir a quase zero as regras de licencia-mento ambiental.

Para as organizações que integram o movimento, está claro que a aprova-ção desse conjunto de medidas propostas pela bancada ruralista e o gover-no resultará em maior concentração fundiária, inviabilidade econômica de pequenos produtores rurais e agricultores, beneficiamento da grilagem de terras públicas e mercantilização dos assentamentos rurais e da reforma agrária, além de afastar o Brasil do cumprimento de compromissos inter-nacionais assumidos em convenções sobre clima e biodiversidade. Muitas dessas propostas estavam paradas por falta de apoio popular ou até por desrespeitarem a Constituição, mas contam agora com o apoio do governo e da bancada ruralista.

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#Resista - mais de uma centena de organizações e movimentos socioambientais do Brasil unem-se

contra retrocessos ruralistas- O enfraquecimento do licenciamento ambiental (PL

3.729/2004 - Lei Geral de Licenciamento)- A anulação dos direitos territoriais indígenas (PEC

215/2000 – paralisa de vez a demarcação de Terras Indíge-nas (TIs) e PEC 132/2015 - Indenização a ocupantes de TIs)

- A venda de terras para estrangeiros (PL 2289/2007 - PL 4059/2012)

- A redução das áreas protegidas e Unidades de Conserva-ção (UCs) (MP 756/2016 e MP 758/2016)

- A liberação de agrotóxicos (PL 6299/2002 - PL do Veneno e PL 34/2015 - Rotulagem de Transgênicos)

- A facilitação da grilagem de terras, ocupação de terras públicas de alto valor ambiental e fim do conceito de função social da terra (MP 759/2016)

- O ataque a direitos trabalhistas de trabalhadores do cam-po (PL 6422/2016 - Regula normas do trabalho rural, PEC 287/2016 - Reforma previdenciária e PLS 432/2013 - Altera o conceito de trabalho escravo)

- O ataque a direitos de populações ribeirinhas e quilom-bolas. (MP 759/2016 e PL 3.729/2004)

- A flexibilização das regras de Mineração (PL 37/2011 - Có-digo de Mineração)

nos últimos anos, as agendas socioam-biental, de direitos humanos e de tra-balhadores do campo têm sido alvo de

ataques sistemáticos por grupos de interesse instalados no Congresso Nacional e no Executi-vo Federal. Nem mesmo direitos garantidos pela Constituição estão a salvo.

Atualmente estes ataques ganharam uma nova dimensão. Em meio ao caos político que as-sola o país, a bancada do agronegócio e o núcleo central do governo federal fazem avançar, de forma organizada e em tempo recorde, um pa-cote de medidas que inclui violações a direitos humanos, “normalização” do crime ambiental e promoção do caos fundiário. Se aprovadas, tais medidas produzirão um retrocesso sem prece-dentes em todo o sistema de proteção ambien-tal, de populações tradicionais e dos trabalhado-res do campo, deixando o país na iminência de ver perdidas importantes conquistas da socieda-de ocorridas no período democrático brasileiro.

Às tentativas de aniquilação das políticas de reforma agrária e do uso social da terra, contidas na Medida Provisória (MP) 759, somam-se inicia-tivas de extinção de Unidades de Conservação, a facilitação e legalização da grilagem de terras e os ataques contra direitos e territórios indíge-nas. Em conjunto, tais investidas buscam dis-ponibilizar estoques de terras para exploração desenfreada e também para serem negociadas através do projeto que libera a venda de terras para estrangeiros.

A lista de retrocessos segue com as tentativas de enfraquecimento do licenciamento ambien-tal e da fiscalização sobre a mineração; a libera-ção do uso e registro de agrotóxicos, inclusive

os prIncIpAIs retrocessos qUe podeM vIr por Aí ApontAdos peLo MovIMento são:

caRta dos amBientaListas:governo e ruralistas se unem contra o futuro do país

daqueles proibidos em diversos países do mundo; a ocupação de terras pú-blicas de alto valor ambiental; a concretização das anistias a crimes am-bientais e o ataque a direitos trabalhistas e sociais de populações campo-nesas e de trabalhadores rurais.

Para o avanço rápido desta agenda, governo e parlamentares armam tra-mitações expressas no Congresso e fazem uso desmedido de medidas pro-visórias, inclusive para temas que já se encontram em debate no legislati-vo, excluindo assim a possibilidade da participação da sociedade e de es-tudiosos dos temas.

Além de colocar em risco a nossa própria soberania e segurança alimen-tar, a aprovação de tais medidas resultará em maior concentração fundi-ária; na inviabilidade econômica de pequenos produtores rurais e da agri-cultura familiar, dos quilombolas e povos indígenas; no aumento da vio-lência e da disputa por terras; no beneficiamento da grilagem de terras pú-blicas e na mercantilização dos assentamentos rurais e da reforma agrária.

O desmatamento será impulsionado de forma decisiva, colocando por terra todo o esforço da sociedade que levou à redução do desmatamento na Amazônia em cerca de 80% entre os anos de 2004-2014, nos afastando do cumprimento de compromissos internacionais assumidos em conven-ções sobre clima e sobre biodiversidade, de direitos indígenas e direitos humanos. Este conjunto de fatores poderá potencializar as dinâmicas das mudanças climáticas, impondo graves prejuízos à economia, aos produto-res rurais e à toda população do campo e das cidades.

A participação do governo na ofensiva orquestrada contra os direitos, ter-ritórios da diversidade e meio ambiente revela um retrocesso político his-tórico: além da renúncia à obrigação constitucional de tutela dos direitos difusos e de minorias, escancara uma concepção de País calcada no despre-zo pela natureza e pelo conhecimento sobre ela em função de interesses econômicos imediatos, reproduzindo o modelo excludente de expansão do agronegócio e facilitando a implementação de projetos frequentemente ligados a esquemas de corrupção e má-gestão dos recursos públicos.

Diante do exposto, as organizações e movimentos dos mais diversos cam-pos de atuação abaixo assinados se unem para denunciar e resistir à per-versa agenda de desmonte das conquistas socioambientais, e convidam a população e demais setores organizados da sociedade a somarem esforços no sentido de impedir tais retrocessos.

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assinam: caRta dos amBientaListas: 350.org Abraço Guarapiranga ABONG/Associação Brasileira de Organizações Não

Governamentais Actionaid AdT/Amigos da Terra AFES/Ação Franciscana de Ecologia e Solidariedade Aldeia Guarani Kalipty - Parelheiros Aldeia Guarani Tenondé Porã - Parelheiros ANA/Articulação Nacional de Agroecologia Amazon Watch APIB/Articulação dos Povos Indígenas do Brasil Apremavi/Associação de Preservação do Meio Ambiente e

da Vida Articulação para o Monitoramento dos Direitos Humanos no

Brasil Associação Coletivista Dom Helder Câmara Associação Mico-Leão-Dourado BVRio Bicuda Ecológica Cáritas Nacional Casa Ecoativa - Ilha do Bororé CEBES/Centro Brasileiro de Estudos de Saúde CBJP/Comissão Brasileira Justiça e Paz CEBI/Centro de Estudos Bíblicos CDDHEP/Centro de Defesa dos Direitos Humanos e Educação

Popular do Acre CIMI/Conselho Indigenista Missionário Comissão Dominicana de Justiça e Paz do Brasil Comitê Nacional em Defesa dos Territórios Frente à Mineração Comissão Pró-Índio de São Paulo CONAQ/Coordenação Nacional de Articulação das Comuni-

dades Negras Rurais Quilombolas Conectas Direitos Humanos CONTAG/Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais

Agricultores e Agricultoras Familiares Coração Amazônico Cooperapas/Cooperativa Agroecológica dos Produtores Ru-

rais de Água Limpa -SP CNS/Conselho Nacional das Populações Extrativistas Consulta Popular CPT/Comissão Pastoral da Terra CUT/Central Única dos Trabalhadores Engajamundo Escola de Ativismo Espaço de Formação Assessoria e Documentação FAOR/Fórum da Amazônia Oriental FASE/Federação de Órgãos para Assistência Social e

Educacional Fórum Mudanças Climáticas e Justiça Social FURPA/Fundação Rio Parnaíba Gambá - Grupo Ambientalista da Bahia Greenpeace Brasil Grupo Carta de Belém IBASE/Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas ICV/Instituto Centro de Vida IDESAM/Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sus-

tentável do Amazonas IDS/Instituto Democracia e Sustentabilidade IEMA/Instituto de Energia e Meio Ambiente Intersindical - Central da Classe Trabalhadora IMAFLORA/Instituto de Manejo e Certificação Florestal e

Agrícola Imargem - Arte, Meio Ambiente e Convivência

IMAZON/ Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia INESC/ Instituto de Estudos Socioeconômicos International Rivers Brasil Instituto Pólis Instituto Avaliação ISA/Instituto Socioambiental Justiça nos Trilhos Liga Brasileira de Lésbicas Mater Natura - Instituto de Estudos Ambientais MAB/Movimento dos Atingidos por Barragens MAM/Movimento pela Soberania Popular na Mineração MCP/Movimento Camponês Popular Marcha Mundial do Clima MMC/Movimento de Mulheres Camponesas Mogave/Movimento Garça Vermelha MNCCD/Movimento Nacional Contra Corrupção e pela

Democracia Movimento Contra o Aeroporto de Parelheiros Movimento Aeroporto de Parelheiros NÃO! Movimento Social Via do Trabalho - Bahia MPA/Movimento dos Pequenos Agricultores MST/ Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra MTST/Movimento dos Trabalhadores Sem Teto Núcleo de Estudos das Diversidades, Intolerâncias e Conflitos

- Diversitas/USP Núcleo de Pesquisa e Extensão em Ambiente, Socioeconomia

e Agroecologia/NUPEAS-UFAM Observatório do Clima Observatório de Favelas, da favela da Maré, Rio de Janeiro OCCA/Observatório dos Conflitos do Campo - Universidade

Federal do Espírito Santo (UFES) ONG Coração Amazônico Organon/Núcleo de estudo, pesquisa e extensão em mobili-

zações sociais da UFES PAD/Processo de Articulação e Diálogo entre Agências Ecu-

mênicas Européias e Parceiros Brasileiro PHS/Hospitais Saudáveis PFDC/Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do MPF/

Ministério Público Federal PJR/Pastoral da Juventude Rural Plataforma Operária e Camponesa para Energia Polo de Unidade Camponesa - Bahia RAMH/Rede Acreana de Mulheres e Homens RBMA/Conselho Nacional Reserva da Biosfera da Mata

Atlântica Rede Brasileira de Informação Ambiental Rede GTA/Grupo de Trabalho Amazônico Rede ODS Brasil SAVE Brasil Sinfrajupe/Serviço InterFranciscano de Justiça, Paz e Ecologia SBE/Sociedade Brasileira de Espeleologia SNE/Sociedade Nordestina de Ecologia SOS Mata Atlântica Toxisphera Associação de Saúde Ambiental UBM/União Brasileira de Mulheres Uma Gota no Oceano UNALGBT/União Nacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Tra-

vestis e Transexuais Via Campesina WWF Brasil

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MaIo 2017 > ReVISTadoMeIoaMBIeNTe.oRG.BR

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assinam: caRta dos amBientaListas: pArA sABer MAIs prIncIpAIs propostAs PL 3729/2004 (substitutivo apresentado pelo

Deputado Mauro Pereira) - O projeto de lei pre-tende estabelecer a Lei Geral do Licenciamento Ambiental. Tramita com regime de urgência, podendo ser apreciado pelo Plenário da Câmara dos Deputados a qualquer momento.

PLS 654/2015 (substitutivo apresentado pelo Senador Romero Jucá) - O projeto de lei pretende estabelecer o “licenciamento a jato” (ou “fast tra-ck”) para empreendimentos de infraestrutura. Foi aprovado pela Comissão Especial do Desen-volvimento Nacional e está pronto para aprecia-

na lista de principais retrocessos da cam-panha #RESISTA faltam muitos outros Projetos de Lei que ameaçam as conquis-

tas da cidadania ambiental brasileira. Por exem-plo, também merece destaque as iniciativas da bancada ruralista e da bala contra a biodiversi-dade da fauna e da flora silvestre brasileira.

Estes quatro projetos de lei, por exemplo, se aprovados, irão ameaçar a sobrevivência de 3.286 espécies nativas (sendo 2.113 da flora e 1.173 da fauna)!

1) Projeto de Decreto Legislativo (PDC) 3/2015, de autoria do deputado Nilson Leitão (PDBB/MT), que susta a aplicação (suprime a vigência) da Portaria MMA 443/2014, que estabelece a Lis-ta Nacional de Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção.

2) PDC 427/2016, de autoria do deputado Val-dir Colatto (PMDB/SC), que susta a aplicação da Portaria 444/2015 - Lista Nacional de Espécies da Fauna Terrestre Ameaçadas de Extinção.

3) PDC 36/2015, de autoria do deputado Alceu Moreira da Silva (PMDB/RS), que susta a apli-cação da Portaria 445/2014 - a Lista Nacional de Espécies da Fauna Aquática Ameaçadas de Extinção;

4) Projeto de Lei 6.268/2016, de autoria do de-putado Valdir Colatto (PMDB/SC), que estabe-lece a volta da caça comercial e profissional de animais silvestres no Brasil, o estabelecimento de Reservas de Caça em propriedades privadas, e que com a aprovação dos PDC acima listados po-derá permitir a caça de centenas de espécies de animais silvestres ameaçados de extinção, hoje protegidos por lei.

ção no Plenário do Senado Federal.PEC 65/2012 (de autoria do Senador Acyr Gurgacz) - A proposta de emen-

da à Constituição pretende extinguir o Licenciamento Ambiental. Tramita na Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal.

detALHesHá negociação conduzida pelo Ministério do Meio Ambiente para apresentar

um novo substitutivo ao PL 3729/04, a ser apreciado diretamente no Plenário da Câmara dos Deputados. Deputados integrantes da Frente Parlamentar da Agro-pecuária romperam o acordo que havia sido feito com o referido Ministério e apresentaram um outro substitutivo, com uma série de retrocessos.

#Resista - há mais de 230 projetos de Lei que

ameaçam ao Meio Ambiente“Infelizmente são muitos e muitos os PLs, portarias e demais instrumentos que ameaçam a Fauna, Flora, direitos, povos e territórios. Para se ter uma idéia do tamanho do problema, fizemos um levantamento e há mais de 230 PL’s hoje em tramitação que podem, de alguma maneira, representar riscos em diversas áreas sociambientais.” - Marcio astrini (Greenpeace)

por paulo pizzi*

* pResideNte do mateR NatuRa - iNstituto de estudos ambieNtais

https://doCs.google.Com/doCumeNt/d/1eahRubhNxfiofzxop1y9wg24-tCqdC3x-

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por fábio de CastRo, o estado de sp

Um novo estudo feito por cientistas ame-ricanos aponta que uma elevação do mar de 5 até 10 centímetros dobrará o risco de

inundação na maior parte das regiões costeiras do mundo. O estrago será maior nas cidades lito-râneas das regiões tropicas, como o Atlântico Sul, incluindo toda a costa brasileira. De acordo com a maior parte dos estudos realizados até hoje so-bre o tema, entre 2030 e 2050 a elevação dos oce-anos será justamente de 5 a 10 centímetros.

Ressaca no bairro da Ponta da Praia, em Santos (SP), no dia 28 de outubro de 2016; de acordo com o novo estudo americano, uma elevação de 5 a 10 centímetros do nível do mar, prevista para ocor-rer entre 2030 e 2050, poderá dobrar os eventos de inundações de cidades costeiras. Foto: Carlos Nogueira.

Segundo os autores do novo estudo, que foi li-derado por Sean Vitousek, da Universidade Illi-nois em Chicago (Estados Unidos), as inunda-ções costeiras são causadas por ressacas extre-mas, que por sua vez resultam de fatores simul-tâneos como ondas, ventos e marés. A pesquisa foi publicada nesta quinta-feira, 18, na revista Scientific Reports.

“Mas, até agora, as estimativas de aumento das inundações ligadas à elevação do nível do mar não incluíam os efeitos das ondas, marés e res-sacas – e por isso os riscos estavam subestima-dos. Considerando esses fatores, em muitas re-giões, uma pequena elevação do oceano já será suficiente para dobrar as inundações”, disse Vi-tousek ao Estado.

Segundo o estudo, as regiões com variabilida-de mais limitadas do nível da água - que se con-centram nos trópicos - terão o maior aumento na frequência de inundações costeiras. De acor-do com Vitousek, o impacto das inundações nos trópicos poderá destruir as economias em de-senvolvimento das cidades costeiras equatoriais e tornar as nações insulares do Oceano Pacífico inabitáveis.

Brasil. De acordo com os autores, com um au-mento de 5 a 10 centímetros do nível dos oce-anos iriam dobrar a frequência dos eventos de inundação em diversas regiões do mundo.

O mapa feito pelos cientistas (ver no fim do texto) revela que, na parte norte da costa bra-sileira - do Amapá até a Paraíba, uma elevação

Mudanças climáticas: elevação de 10 cm no nível do mar poderá dobrar inundações costeiras

de 2,5 centímetros no nível do mar já dobrará os eventos de inundações das cidades costeiras. Na faixa que vai da Paraíba até o Rio de Janeiro, será preciso uma elevação de 5 centímetros para do-brar a destruição costeira. Entre o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, as inundações serão do-bradas com uma elevação de 7,5 centímetros.

“Considerando vários fatores combinados - como a urbanização local, por exemplo -, cidades como Vitória e Rio de Janeiro sofrerão bastante impacto”, afirmou Vitousek.

O mapa feito pelos cientistas da Universidade de Illinois mostra quantos cientímetros o mar precisará subir para dobrar o risco de inunda-ções costeiras em diversas partes do mundo; as regiões marcadas em vermelho - nos trópicos - são especialmente vulneráveis: no litoral brasi-leiro, uma elevação de apenas 2,5 a 7,5 centíme-tros será suficiente para dobrar as inundações, dependendo da região. Foto: Sean Vitousek / Universidade de Illinois / Scientific Reports.

http://axelgRael.blogspot.Com.bR/2017/05/

mudaNCas-ClimatiCas-elevaCao-de-10-Cm.

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por poR lúCio soaRes*

A preocupação com o meio ambiente deve fazer parte da educação, e de todas as ações no nosso dia-a-dia. Inclusive quan-

do nos divertimos, a fim de diminuir o impacto de nossas pegadas ecológicas em visitas a par-ques, praias e pontos turísticos.

O mesmo se aplica na realização de eventos e na neutralização do carbono produzido, que con-siste em vários aspectos.

- Incentivar e criar meios eficientes e confiá-veis de deslocamento utilizando o transporte público.

- Reciclagem e destino da coleta de lixo prove-niente em sua grande maioria por papel, plásti-cos, garrafas e tecido, dentre outros.

- Neutralização de todo gás carbônico gerado por nós bem como de equipamentos e gerado-res movidos por combustível fóssil, além de áre-as de contenção devidamente protegidas preve-nindo o derramamento e poluição do solo.

- Destinação apropriada por firma devida-mente credenciada responsável por banheiros químicos.

- Uso racional de água e até mesmo reutilização. É sabido que, em torno de 80% de todo o mate-

rial utilizado na montagem e desmontagem será aproveitado nos próximos eventos, tais como es-truturas metálicas, fios, plástico e madeira.

Alguns ensaios já foram realizados nesse sen-tido devido à conscientização por parte das em-presas e produtores de eventos.

Um modelo de sucesso foi do lançamento do CD Beijo Bandido de Ney Matogrosso, baseado no conceito moderno de neutralização da emis-são de carbono. Concedido pela organização PRI-MA – Programa de Reflorestamento Integrado da Mata Atlântica. O selo Mudanças Climáticas envolveu a neutralização de aproximadamente 1.250 toneladas de carbono com o plantio de cer-ca de 250 árvores. O mesmo artista já neutraliza-va a emissão em seus shows.

Projeto realizado pelo coordenador geral da PRIMA Ricardo Harduim, havendo a necessidade de efetuar o levantamento dos dados da emissão de carbono na produção, levando em considera-ção as várias fases de produção até a distribui-ção e comercialização dos CDs.

Já em 2007, a banda The Police, notoriamen-te conhecida por suas preocupações e engaja-mento em causas ecológicas, realizou no Mara-

em shows e eventosneutralização de carbono

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canã – Rio de Janeiro, um show para 80 mil pessoas onde uma das exigên-cias da banda, era promover uma série de ações para diminuir o impacto do evento no meio ambiente, que mereceu destaque na mídia.A organização cuidou de todo o CO2 emitido pelo show levando em consi-

deração cálculos de transporte de equipamentos, montagem de palco, uso de geradores e todo o carbono emitido pelo público no deslocamento ao estádio e pós-show.

A neutralização foi realizada através de um projeto de reflorestamento. Além dessa ação, houve também o gerenciamento de resíduos sólidos,

que consistiu na separação e destinação para reciclagem de matérias reaproveitáveis.

Além de todo benefício, isso gera renda para cooperativas de catadores e profissionais envolvidos nessa missão.

Em outro artigo já em 2013, a apresentação do cantor britânico Elton John em São Paulo também teve neutralizado toda emissão de carbono, levando em consideração também o uso de energia e viagens aéreas.

As diretrizes foram baseado no “Programa Evento Neutro” da norma da ABNT ISO 20.120 – Gestão Sustentável de Eventos. Que estabelece parâme-tros para promoção de um evento sustentável

Grandes festivais como Rock in Rio e Lollapalooza também já promove-ram ações nesse sentido.

Recentemente as Olimpíadas de Londres e do Rio de Janeiro promoveram a redução na emissão de toneladas de gases que aumentariam o efeito es-tufa.

* pRodutoR de eveNtos & membRo da Rebia – Rede bRasileiRa de iNfoRmação

ambieNtal - [email protected]

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cartilha ensina passo a passo de

hortas orgânicas em espaços urbanos

por jaRdim muNdo

A bioconstrução se baseia no princípio de que é possível construir ten-do um impacto ambiental muito baixo. Para promover este conceito e apresentar técnicas práticas, o Ministério do Meio Ambiente dispo-

nibiliza gratuitamente uma cartilha on-line para capacitação e informação acerca do tema e suas devidas metodologias.Apesar de ter sido criado para um curso do Programa de Apoio ao Ecoturismo e à Sustentabilidade Ambiental do Turismo – Proecotur, o material é extre-mamente útil para quem deseja entender melhor a bioconstrução e conhe-cer detalhes de diferentes técnicas sustentáveis e ambientalmente corretas de construção.Um dos intuitos desta cartilha é oferecer opções para que as comunidades te-nham autonomia e sejam capazes de, através de técnicas tradicionais, garan-tirem suas necessidades sem a dependência de outros grupos. Neste sentido, o primeiro passo é pensar além do comum, é enxergar todos os materiais, sejam

por Redação CiClovivo

foi pensando em melhorar os hábitos alimentares da população que o Instituto Pólis criou uma cartilha detalhando como realizar todo o planejamento até a criação de uma horta. Por fim, os leitores terão

dicas de como aproveitar integralmente os alimentos com algumas recei-tas com talos de verduras.A primeira parte ensina como organizar o grupo de trabalho e observar a disponibilidade de espaço físico para a execução da horta. Em seguida, algumas dicas para saber como escolher as espécies a serem plantadas.A cartilha também ensina os macetes para entender o funcionamento do solo e como plantar em sementeiras, transpondo-as futuramente para um local definitivo. Já para o controle de pragas e doenças, a publicação suge-

cartilha grátis ensina

técnicas de bioconstrução

Foto: eaRthship/FaceBook

a cartilha é extremamente útil para quem deseja entender melhor a bioconstrução e conhecer detalhes de diferentes técnicas.

a CaRtilha é extRemameNte útil paRa quem deseja eNteNdeR melhoR a bioCoNstRução e CoNheCeR detalhes de difeReNtes téCNiCas. teRial foi CRiado pelo mma e está dispoNível paRa dowNload gRatuito.

eles naturais ou residuais como matéria-prima em potencial.Utilizar materiais locais, como terra, pedra, palha e madeira é outro ponto de destaque na cartilha. Com esta mudança de paradigmas, o programa passa para a segunda etapa, a observação das con-dições climáticas, para que os elementos naturais, como o sol e o vento, sejam usados como aliados na obra.A apresentação de diferentes técnicas tradicionais e eficientes para a construção forma o terceiro blo-co de instruções. Superadobe, adobe, COB, taipa de mão, taipa de pilão, são apenas algumas das me-todologias apresentadas com detalhes e exemplos práticos. Os cuidados necessários com o abasteci-mento e saneamento também estão detalhados no material.

http://CiClovivo.Com.bR/NotiCia/CaRtilha-gRatis-

eNsiNa-teCNiCas-de-bioCoNstRuCao/liNk paRa a CaRtilha:https://ComoseRefoRmaumplaNeta.files.woRdpRess.Com/2013/09/CuRso-de-

bioCoNstRuC3a7C3a3o.pdf

re alguns biofertilizantes – ensinado como fa-zê-los. Os interessados em compostagem tam-bém podem aprender como realizar a prática em casa. A cartilha é repleta de dicas interes-santes, confira aqui.

CaRtilhas gRatuitas paRa baixaR em pdf:

http://polis.oRg.bR/wp-CoNteNt/uploads/

hoRtas-uRbaNas-fiNal-bx-site.pdf

http://www.seaembu.oRg/doCs/CaRtilha_

ColheNdo_Novo_baixa.pdf

https://www.embRapa.bR/hoRtaliCas/busCa-

de-publiCaCoes/-/publiCaCao/927690/hoRta-em-

pequeNos-espaCos

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permacultura: um estilo de vidapor um mundo melhor

por aNa CaRoliNa thomé e Rita meNdoNça

nossa civilização devora a natureza numa velocidade superior ao seu ritmo de reposição, produz lixo, contamina o ar, a água e o solo. Db. que será impossível continuar assim por muito tempo. A permacul-

tura visa o oposto: criar uma sociedade capaz de se manter infinitamer sem esgotar os recursos necessários à sobrevivência humana. Parece utópico? Sem dúvida, mas é minha utopia preferida.Mistura de ciências, tecnologias e filosofias de vida, a permacultura é re-cente. O termo foi inventado pelos australianos Bill Mollison e David Holm-gren em1974 apartir da contração de “permanent” e “agriculture”. Tratava--se, a princípio, de uma série de práticas ecológicas de plantio. Logo o concei-to passou a englobar bioconstrução, produção local de energia, manejo de água e aspectos comportamentais, tornando-se “cultura da permanência”. Bill MollisonNo mundo todo, a comunidade de permacultores está crescendo. Já somos milhares de seres humanos por aí em diferentes estágios do processo indi-vidualizado e/ou comunitário de descobrir como viver seguindo esses qua-tro princípios:1 – Cuidado com o planeta2 – Cuidado com as pessoas3 – Partilha dos excedentes (inclusive conhecimentos)4 – Limite ao consumo No dia-a-dia, temos a troca de experiências com os colegas, cursos, leituras e alguns parâmetros a nos guiar. Reaproveitamento máximo de materiais, evitando produzir lixo, é um deles. Lidar criativamente com as condições oferecidas, transformando problemas em soluções, é outro. Também tenta-mos imitar a natureza, fechar ciclos produtivos, diversificar e tornar locais as fontes de recursos, cooperar em vez de competir e integrar em vez de fragmentar.Se essa história de permacultura está parecendo muito teórica, coloque logo a mão na massa que fica fácil entender. Você pode plantar uma pequena

a Permacultura propõe viver sem esgotar os recursos naturais. e tudo começa na sua casa, colocando a mão na massa.

horta, transformar sucatas em utensílios, fazer reforminhas em casa, captar água da chuva, cozi-nhar, lavar ou costurar. O que importa é consumir menos e criar mais, da maneira que for melhor para você.Indicações:– O documentário “Utopia no Quintal” sobre per-macultura urbana (e paulistana). Realizado por Daniela Catelli, Natalia Belucci, Fernando Moura e Billy Jow, tem 25 minutos.

http://www.jaRdimdomuNdo.Com/peRmaCultuRa-um-estilo-de-vida-poR-um-muNdo-melhoR/

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modo de vida de povos indígenas

mudanças climáticas comprometem

os pássaros não sobrevoam mais a floresta, os peixes já não sobem porque o rio não enche, o fogo se alastra muito rápido pela mata, a mandioca morre por falta de chuva, as árvores que dão material

para a construção de casas e para o artesanato não têm força para crescer. Hoje (19), data em que é lembrado o Dia do Índio, um dos desafios das popu-lações indígenas é o enfrentamento desses problemas, consequências das mudanças climáticas.

Apesar de parecerem de simples solução para quem vive na cidade, para os povos das florestas, cada uma dessas mudanças é extremamente simbólica, como explicou o especialista do Instituto Socioambiental (ISA), Paulo Jun-queira. Segundo ele, além de depender diretamente de um funcionamento equilibrado do meio ambiente, os índios têm nos sinais da natureza indica-dores para diversos acontecimentos.

“Uma determinada formação de nuvens com trovoadas é sinal de chuva, e um deles me relatou que hoje tem a trovoada, tem a nuvem, mas não chove, ou o contrário, a chuva vem antes dos indicadores que eles conheciam. Há vários desses indicadores que estão deixando de funcionar. É como se, de repente, todos os nossos relógios ficassem malucos e a gente se perdesse no tempo”, explicou.

Junqueira é coordenador adjunto do Programa Xingu, responsável pe-las ações do ISA no Parque Indígena do Xingu, no norte de Mato Grosso. O ISA, em parceria com o Instituto Catitu, produziram o curta-metragem Para Onde Foram as Andorinhas [1], exibido durante a Conferência do Clima de Paris (COP-21) em 2015, e que conta como os povos do Xingu estão perceben-

o fotógrafo brasileiro Ricardo stuckert foi um dos premiados no oman 1st internacional photography Circuit, que reu-niu participantes de 45 países. a imagem do índio kaiapó no rio xingu recebeu medalha de ouro na categoria “muscat – pessoas”, subcategoria pso (particle swarm optimization). a fotografia competiu com 1885 imagens de profission-ais de países como China, Rússia, portugal, itália, egito, entre outros. a edição do concurso teve quatro temas princi-pais: pessoas, paisagem, preto e branco e colorido. a imagem de stuckert foi feita durante viagem à aldeia kaiapó no parque Nacional do xingu, no estado do mato grosso. beyo, o índio retratado, vive na aldeia metuktire. além da foto do índio kaiapó, stuckert teve outra fotografia selecionada na competição na categoria “Nizwa-pessoas”.

por aNdReia veRdélio – RepóRteR da agêNCia bRasildo e sentindo em seu dia a dia os impactos das mudanças do clima.

Abaixo, o vídeo “Vozes Indígenas num Clima em Mudança”, produzido pelo Instituto Socie-dade, População e Natureza, com depoimentos tomados, principalmente, durante encontros e reuniões que antecederam a realização da 21ª Conferencia do Clima (COP 21), ocorrida em Paris em dezembro de 2015.

O parque está localizado na fronteira agrícola e, segundo Junqueira, mais da metade das flo-restas do entorno foram suprimidas. Dentro do parque, entretanto, que tem uma área de 2,8 mi-lhões de hectares, o desmatamento não passa de 1%, contabilizando as aldeias, estradas e roças.

A questão mais grave no Xingu é o fogo. Se-gundo o coordenador do ISA, os índios têm vá-rios usos para o fogo e têm domínio dessa téc-nica para o manejo nas plantações. Entretanto, por causa do desmatamento no entorno e das mudanças do clima, a floresta está mais seca, os índios têm menos espaço para mobilidade e o fogo está avançando cada vez mais. A estimati-va é que no ano passado, mais de 10% do parque tenham sido atingidos pelo fogo.

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Além do fogo, há prejuízos em seus sistemas de orientação do tempo, ri-tuais, sua cultura material e base alimentar. A principal fonte de alimentos no Xingu são as roças, a caça e a pesca. O especialista conta que eles tiveram várias perdas de roça por falta de chuvas, no ano passado, principalmente mandioca; e fora do parque, os fazendeiros também perderam plantações de milho e soja. Junqueira contou ainda que há fontes sazonais de proteínas, como os peixes que sobem o rio em diferentes épocas. Como alguns rios es-tão secando, há o impacto na aquisição de proteínas.

“Tanto do ponto de vista da alimentação quanto da manutenção cultural, eles estão vendo vários recursos ficarem escassos”, disse Junqueira.

Mobilização indígenaEm Roraima, o problema é semelhante. A coordenadora do Departamento

de Gestão Territorial e Ambiental do Conselho Indígena de Roraima, Sineia do Vale, contou que há um estudo com os povos da Serra da Lua, no sul esta-do, que demonstra que eles já têm percebido alterações por causa das mu-danças climáticas. “Isso tem afetado na vida social, na pesca, na agricultura, na própria vida da comunidade, nos saberes tradicionais. Eles relataram que estão sentindo muitas dessas mudanças”, disse Sineia, que é do povo indíge-na Wapichana.

Ela conta, por exemplo, que os estoques de alimentação estão prejudicados porque já não há um tempo de plantar na região, o clima e as chuvas estão descoordenados, e as sementes tradicionais não respondem da mesma for-ma. A questão da falta de água também é um grande problema para Sineia. “Eu dou exemplo de Roraima, mas nós viajamos pelas outras regiões do Bra-sil e vemos que todos sofrem com esse problema da seca. Há lugares que não ouvíamos falar de falta de água e, com essas mudanças, as pessoas já dizem que falta para o consumo, plantação ou para os animais beberem.”

Sineia é gestora ambiental e representa a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e a Articulação dos Povos Indíge-nas do Brasil (Apib) dentro do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas. Ela conta que os grupos atuam em várias instâncias de governo e da socieda-de, em nível nacional e internacional, para defender as questões indígenas e para que o Estado possa ter um plano voltado para a realidade. “O povo indí-gena desde sempre conservaram essas áreas e agora são afetados por essas mudanças. Precisamos ter um olhar especial para fortalecer e dar suporte a esse povo.”

Adaptação às mudançasPara a wapichana, as comunidades tradicionais têm que se preparar para

a adaptação porque as mudanças climáticas já são uma realidade. E os go-vernantes precisam olhar para o povo que está na floresta porque eles de-têm o conhecimento para a manutenção da biodiversidade, das florestas e das águas.

“os índios pararem de usar o fogo não é uma alternativa, isso significa ter que mecanizar muito o trabalho e é até ecologicamente contraindicado, têm ambientes que já estão acostumados com os usos que eles fazem do fogo, ele faz parte da ecologia do parque”, destacou Junqueira.

Segundo Sineia, o Brasil avançou um pouco em algumas discussões, mas vem implementando o Acordo de Paris de forma lenta. Ela vê no Plano Nacional de Adaptação à Mudança do Clima [4], do Ministério do Meio Ambiente, um instrumen-to para reduzir a vulnerabilidade às mudanças climáticas, mas que é preciso fazer um planeja-mento regionalizado.

“Ainda está tudo no plano da discussão. Foi uma luta para colocar um subcapítulo sobre povos in-dígenas”, disse. “As regiões têm suas especificida-des, então não podemos fazer um planejamento geral”, argumentou.

Estão no Parque Indígena do Xingu 16 povos, mais de 80 aldeias, que reúnem 13 línguas dife-rentes com hábitos distintos e peculiaridades nos usos da floresta.

Para fins de planejar a implantação e o finan-ciamento das ações e medidas da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do Brasil no Acordo de Paris, o Ministério do Meio Ambiente está articulando a elaboração de uma estratégia nacional de implementação e financiamento da NDC. O documento-base [5] dessa estratégia está em consulta pública até o dia 30 de junho, no site do ministério [6].

Políticas públicasCortes de orçamento, pressões para abrandar a

fiscalização e flexibilização da legislação são al-guns dos problemas que o Brasil está passando na questão ambiental, segundo Paulo Junqueira. “É uma pena que a bancada ruralista tenha do-minado tanto”, disse ele sobre as demarcações de terras indígenas.

Ele contou que os grandes problemas de saúde do Xingu estão relacionados à alimentação. “To-das as aldeias têm problema de hipertensão, dia-betes e obesidade por conta da substituição da alimentação deles pela nossa. Então, essa assis-tência através de dinheiro, comida, é muito pre-judicial, os índios precisam de terra”, explicou.

pedRo Biondi/aBR - agência BRasiLpt.wikipedia.oRg/

veja matéRia Completa No site:http://ageNCiabRasil.ebC.Com.bR/pRiNt/1073433

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Sul de Minas terá 1ª usina do país com

Geração de energia elétrica a partir do lixo

Segundo Furnas centrais elétricas, projeto é pioneiro no Brasil e irá utilizar resíduos sólidos como combustível para nova tecnologia com menor taxa de emissão de poluentes; planta será construída em Boa esperança

omunicípio de Boa Esperança (MG) deverá ganhar em breve a pri-meira usina do país que irá gerar energia elétrica a partir do lixo. O projeto, comandado por Furnas Centrais Elétricas, já teve sua

1ª fase concluída após testes realizados em uma planta experimental em Mauá, no interior de São Paulo. O próximo passo agora é a construção da usina no Sul de Minas, que terá capacidade de 1 MW e será interligada com a rede da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Segundo Furnas, a energia será gerada por meio de um processo que vai utilizar a gaseificação a leito fluidizado, uma tecnologia 100% nacional, que emite menos poluen-tes que outros processos já existentes.“Esse é um projeto que usa a tecnologia de gaseificação, que é bastante di-ferente da incineração. A taxa de poluentes é muito baixa, é uma tecnologia que a gente entende que consegue dar destino para todos os resíduos sóli-dos de uma maneira geral e através do gás produzido, gerar a energia elé-trica. O lixo é um combustível para o nosso processo a partir de agora. Esse processo já foi validado em uma primeira fase em uma planta reduzida de um parceiro e agora vamos partir para uma fase de tentar uma escala maior, com volumeres maiores, se aproximando de um modelo real, com toda a dinâmica de coleta e catação de resíduos”, diz Nélson Araújo dos Santos, ge-rente de pesquisa e desenvolvimento de Furnas.

usina que irá gerar energia elétrica a partir do lixo será construída em boa esperança (foto: divulgação / furnas Centrais elétricas)

Com a instalação da usina, todo o lixo deposi-tado no aterro sanitário da cidade e os novos re-síduos que forem recolhidos no município ser-virão de combustível para a geração de energia elétrica.

A planta da usina ocupará uma área de 7,8 mil metros quadrados, que está sendo cedida pela Prefeitura de Boa Esperança. O custo total do pro-jeto é de R$ 32 milhões e a previsão é que ela seja entregue ainda neste ano e comece a operar em até 18 meses. Quando ativa, a usina poderia gerar o correspondente a 25% de toda energia elétrica utilizada no município

Embora a quantidade de funcionários necessá-rios para a operação da usina seja pequena, em torno de oito pessoas, uma das ideias é que ca-tadores, que hoje trabalham no aterro sanitário fazendo a coleta do lixo, possam fazer o mesmo trabalho dentro da usina que será construída.

”Vamos usar todo o material depositado no aterro mais o que será descartado diariamente. então você pega todo o passivo ambiental que já existe lá, mais o material novo, faz o mix e transforma isso em combustível derivado de resíduo e aí sim, ele vai para o equipamento. a ideia é dar uma destinação para o lixo novo e reduzir o passivo ambiental dos aterros que já existem”, explica Luiz eduardo Marques Moreira, Superintentende de desenvolvimento de Novos Negócios de Furnas.

matéRia Completa No site:

http://g1.globo.Com/mg/sul-de-miNas/NotiCia/

sul-de-miNas-teRa-1-usiNa-do-pais-Com-geRaCao-de-

eNeRgia-eletRiCa-a-paRtiR-do-lixo.ghtml

Foto: divuLgação FuRnas centRais eLétRicas

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desCaso. CeNtRo de tRatameNto de Resíduos de aNgRa, que opeRa Com liCeNça veNCida: ChoRume, seguNdo viziNhos, Cai em RiaCho que deságua em uma pRaia da Região. paRa pioRaR, aNtigo lixão, que fiCa em fReNte, CoNtiNua fuNCioNaNdo - pablo jaCob / agêNCia o globo

Municípios acumulam dívidas com aterros sanitários, e número de lixões sobe de 17 para 29

veja matéRia Completa No site:https://oglobo.globo.Com/Rio/muNiCipios-aCumulam-dividas-Com-ateRRos-saNitaRios-NumeRo-de-lixoes-sobe-de-17-paRa-29-21116812

por Rafael galdo

rIO - O Rio de Janeiro, estado que, há alguns anos, prometia ser o primei-ro do Brasil a acabar com os lixões, anda na contramão desta expecta-tiva, empurrado pela crise econômica. Hoje, o número de vazadouros a

céu aberto em território fluminense chega a pelo menos 29, contra os 17 iden-tificados em 2015, segundo um levantamento da Associação Brasileira de Em-presas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). O despejo em locais inapropriados cresce a passos largos.Mesmo municípios que já tinham dado destino adequado a seus detritos vol-taram a descumprir a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que previa a erra-dicação dos lixões até 2014. Se não surgir uma mudança rápida de rumo, diz Carlos Roberto Silva Filho, presidente da Abrelpe, o risco é de ocorrer, em breve, um colapso no sistema de limpeza urbana.Quase sempre a justificativa tem sido o atoleiro financeiro no qual os muni-cípios afundaram. Muitos pararam de avançar nos planos de encerrar seus li-xões. Outros, apesar de terem aterros sanitários licenciados em suas regiões, vêm optando pelo descarte irregular, em nome de uma suposta economia. As-sim, persistem casos como o de Resende, na Região do Médio Paraíba: desde 2014, a cidade poderia usar o aterro sanitário de Barra Mansa, mas despeja diariamente cerca de 15 toneladas de detritos no lixão do Bairro Bulhões, onde o chorume corre livre pelo solo. Para lá também é levado o lixo de Penedo e Visconde de Mauá.

IMPACTO NA SAÚDE PÚBLICAVergonhosos símbolos de décadas de descaso com o meio ambiente, os lixões de Gramacho, em Duque de Caxias; de Itaóca, em São Gonçalo; e do Babi, em Belford Roxo, voltaram a funcionar, dentro de suas áreas originais ou em ter-

renos contíguos. O levantamento da Abrelpe iden-tifica vazadouros que se espalham de Itaperuna, no Noroeste Fluminense, a Saquarema, Araruama e Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, operados pelos próprios municípios ou por grupos clandes-tinos. Alguns, alerta a associação, constam como desativados no Instituto Estadual do Ambiente (Inea), mas aumentam a cada dia.- A crise impacta o orçamento das prefeituras, mas há um descompromisso das administrações públi-cas com o tema - afirma Carlos Roberto Silva Filho. - Ao trocarem os aterros pelos lixões, os municípios aumentam os gastos com a despoluição de rios e do mar. Nossos estudos mostram que, em 2015, o Brasil gastou R$ 1,5 bilhão só para tratar pessoas com doenças relacionadas à gestão inadequada de resíduos.

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19 fatos interessantes

soBre o LIXo

alguns fatos interessantes e tristes sobre o lixo que você talvez não sabia.

por Rafael galdo

1. A palavra lixo veio do latim “lix”, que significa “cinza”.2. Entre 2003 e 2013, a população brasileira aumentou 9,65%, mas a quantida-de de lixo cresceu 21%.3. No período entre 2003 e 2012, a quantidade lixo produzido por cada brasilei-ro em um único dia subiu de 955 gramas para 1,23 quilos.4. A região que mais produz lixo é a Nordeste. Enquanto um morador da região sul produz 900 gramas por dia, um da nordeste produz 1,3 quilos.5.O estado que menos produz lixo é Roraima, na região Norte, com uma média 870 gramas ao dia por morador. O que mais produz é São Paulo, no Sudeste, com cerca de 1,38 quilos.6. Com 18 mil toneladas diárias, São Paulo é a capital que produz maior quanti-dade de lixo. A que produz maior quantidade por habitante é o Rio de Janeiro, com 1,86 quilos por dia.7. Como tem pode aquisitivo mais alto do que os brasileiros, os norte-america-nos produzem diariamente 2,3 quilos de lixo.8. A quantidade de lixo produzida diariamente pelos brasileiros é suficiente para encher 1.160 aviões cargueiros 747.9. O equivalente a 168 estádios do Maracanã cheios, essa é a quantidade de lixo descartado inadequadamente – em áreas a céu aberto e lixões sem ne-nhum preparo para receber dejetos - no Brasil somente no ano de 2012.10. Dos 64 milhões de toneladas de lixo produzido pelos brasileiros, 24 milhões foram enviados para locais inadequados.11. Mais de 50% das cidades – 54%, para ser exato - depositam seus resíduos em locais considerados inadequados.12. A região com a maior destinação inadequada é a Norte, seguida pelo Nor-deste e Centro-Oeste. Nos estados da região Norte, apenas 14,8% do lixo tem destinação apropriada.

13. O Brasil joga todos os anos 26 milhões de tone-ladas de alimentos no lixo. Isso saciaria a fome de pelo menos 13 milhões de pessoas.14. Acredite se quiser, mas apenas 39% da produ-ção agrícola brasileira vai parar no prato da popu-lação. O restante se perde no caminho (no trans-porte, armazenagem, indústria etc).15. A quantidade total de lixo reciclável no Brasil é de 45%, mas a de lixo “realmente” reciclado não passa de 3%.

16. Mais de 80% do lixo eletrônico dos países ricos é enviado para países em desenvolvimento. Deta-lhe: mais de 70% desse lixo vai parar na China.17. Os maiores produtores de lixo do mundo são, pela ordem: Estados Unidos, China, Brasil, Japão e Rússia. Sozinho, os Estados Unidos produzem 226 milhões de toneladas anuais.18. O maior exportador mundial de lixo são os Esta-dos Unidos. O lixo produzido pelos norte-america-nos é exportador para 152 países.19. A China é o maior comprador mundial. Sozinho, o país compra 10 mil toneladas de lixo.

foNte : http://CuRiosidadeteRRa.blogspot.Com.

bR/2014/04/19-fatos-iNteRessaNtes-sobRe-o-lixo.

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Perfil do público da rede brasileira de informação ambiental - rebia

1 MILHÃo 108 MIL 854 visitações as páginas da ReBIa. em média, 92.000 mensais!

A REBIA é uma ONG sem fins lucrativos intitu-lada Rede Brasileira de Informação Ambien-tal (www.rebia.org.br) que, desde janeiro de

1996, edita e distribui gratuitamente a REVISTA DO MEIO AMBIENTE (www.revistadomeioambiente.org.br) e o PORTAL DO MEIO AMBIENTE (www.por-taldomeioambiente.org.br), com a credibilidade de serem editados por jornalista homenageado pela ONU com o Prêmio Global 500 de Meio Ambiente.Também mantém presença nas redes sociais, cuja página principal tem 28.000 seguidores no Face-book, onde também mantém Fóruns regionais co-brindo todos os principais macrossistemas brasilei-ro e que reúnem mais de 6.000 membros que in-teragem ativamente postando links, documentos, notícias, opiniões, etc.O que salta aos olhos, além da expressão da audi-ência por ser um tema especializado, e o interesse deste segmento de público que claramente vê nos veículos de informação da REBIA uma fonte de cre-dibilidade e de referência em informação socio-ambiental. E, em se tratando de informação, quem lida com comunicação sabe: CREDIBILIDADE FAZ A DIFERENÇA!

o público atendido pela reBIA é triplamente qualificado:a) CONSUMIDOR interessado em produtos e práti-cas que respeitem o meio ambiente, com acesso à web e redes sociais, domínio de informática, consu-midor de tecnologias da informação, etc.;b) CIDADÃO consciente ambientalmente, formador de opinião, que faz a Rede REBIA pulsar e se forta-lecer, que ajuda a multiplicar as informações e opi-niões veiculadas desdobrando-se por muitas outras redes e veículos do qual fazem parte. Além disso, esse público influencia em políticas públicas e pri-vadas, promove abaixo-assinados, manifesta livre-mente suas opiniões no que diz respeito ao tema so-cioambiental e da sustentabilidade;c) PROFISSIONAL interessado em se manter atuali-zado num contexto de informações socioambien-tais dinâmicas e especialmente um consumidor in-teressado em cursos, eventos, produtos, serviços as-sociados à gestão ambiental.

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número de visitações de página - 1.108.854 (ano de 2006)

em 2014, por exemplo, a reBIA relacionou os leitores que se cadastraram no portal revelando um perfil de interesse não só de cidadãos e consumidores, mas também de estudantes, de profissionais e gestores, entre outros, revelando o acerto da equipe na elaboração da pauta

Este número foi o de visitações à rEBia, no ano de 2016, auditado de forma independente pelo google analitycs.

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Idade: penetração em todas as faixas etárias, com ênfase nos jovens e adultos. Maioria ainda de público masculino.

NaVeGadoReS PReFeRIdoS pelos usuários da ReBIa: em primeiro lugar, chrome (Google), seguido do Safári. o Internet explorer aparece em sexto lugar na preferência dos usuários.

dISPoSITIVoS de aceSSo PReFeRIdoS: 52% preferem acessar de celulares, seguido de 34% em computadores e apenas 3% em tabletes.

aLcaNce NacIoNaL e INTeRNacIoNaL: 90% do interesse concentrado no Brasil, seguido por usuários em países de língua inglesa e portuguesa de Portugal, com presença em toas as demais línguas;

RedeS TeLeFÔNIcaS PReFeRIdaS pelos leitores da Rebia: em primeiro lugar a cLaRo, seguida pela TeLeFÔNIca. a TeLeMaR aparece em quarto e a TIM em sétimo lugar nas preferências.

ceLULaReS PReFeRIdoS: os modelos da aPPLe ocupam os três primeiros lugares; os modelos da MoToRoLa ocupam os quinto, sétimo, oitavo e décimo lugar; e os modelos da SaMSUNG, ocupam o sexto e nono lugar na preferência dos usuários.

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guia do meio ambiente aqui o seu anúncio é visto por quem se importa com o meio ambiente

A Revista do Meio Ambiente (revistadomeioambiente.org.br) é elaborada a partir das colaborações da Rede Rebia de Colaboradores e Jornalistas Ambientais Voluntários e é distribuída de forma dirigida e gratuita, em âmbito nacional, em duas versões: 1) versão impressa – distribuída em locais estratégicos e durante eventos ambientais importantes que reúnam formadores e multiplicadores de opinião em meio ambiente e demais públicos interessados na área socioambiental (stakeholders) diretamente em stands, durante palestras, ou através de nossas organizações parceiras, empresas patrocinadoras, etc.; 2) versão digital – disponível para download gratuito no site da Revista bastando ao interessado:

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RJ

Revista do Meio AmbienteRedação: Trav. Gonçalo

Ferreira, 777 Casarão da Ponta da Ilha,

Jurujuba, Niterói, RJCEP 24370-290ano XII • ed 100 • maio 2017