1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233
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À figura ilustre da nossa nacionalidade:D. Nuno Álvares Pereira
Esquecer, não se pode o C ondestável e H eró i: D . N u n o A h ares P ereira ;De elevada a lm a nobre, aventureira,Que tanto am ava os pobres, bem prestável.
A F ig u ra tão I lu s tr e e apreciável Com sua nobreza d ’indole fa g u e ir a •E das v itim a s , sem pre companheira. D á.nos im ensa g ló ria , tão notável 1
N o m e ; que não viveu p’rá cruel g u erra ,S ó em d e fen d er seu povo e sua terra ,T in h a prazer, que tanto em nós desvela.
S u a m em ória , cheia de g ra n d eza ; Q uem levantou a gen te portuguesa.N a brava e heróica lu ta de C astela 1
Lisboa, <4 de Agosto de 1959 ED UARD A LEITE VEN TU RA
proprietário, Adminslrodor e Editor
y, S. M O T T A P I N T OREDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV, D, NUNO ÁLVARES PtREIRA, 18 - TEL8F. 030467 --------------------------------------M O N T I J O ----------------------- --------------OOMPOSIÇAO E IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAÍTBX» — TEJLJSir. 0j0236— MONHPO
Ho 194,° Aniversário do Nascimento de
B O C A O E15-9-1TB5 15-9-1959
Mais um ano que passa e mais uma saudade, sobre o túmulo daquele que em Portugal se salientou nas diferentes esferas de actividade intelectual; e que, foi prodigamente dotado pela natureza para se elevar no pensamento, dando honra e lustre à Nação.
Poeta dos mais inspirados, Manuel Maria Barbosa du Bocage, tornou-se superior a muitos outros pela sua musa triunfante, que, em vez de se circunscrever nos limites estreitos do mero subjectivismo, que é hoje a preocupação dos poetas novos ; deu largos horizontes à inspiração, interessando nela o sentimento humano.
Os seus versos, mesmo os que se limitam a traduzir estados de alma, impressões íntimas, quimeras, ou aspectosdiversos, são dum tempe- lancólico, de pessimista, se do poeta;
Por ■ Seisdedos Brancoo r e f l e x o ramento me- s u g e s t ã o ou de nervo- mas são lite
ralmente e dentro da sua orientação, verdadeiros primores, easua leitura serve de enlevo a espíritos delicados e apreciadores deste género de subtilezas, embora alguns não tenham por si o sufrágio do grande público.
Bocage era um poeta de forte envergadura, que conseguiu desligar-se da cadeia fatal que prende tantos talentos poéticos à sua própria individualidade mora|, absorto na contemplação extática do seu mundo interior.
O Poeta Sadino teve o condão de saber exprimir os assuntos simples e ingénuos, cujo principal encanto está na sua própria simplicidade.
Os seus versos foram copiados e decorados, e hoje ainda recebe a maior recompensa que pode aspirar um homem de talento.
(Continna na pág ina 2) ,
N o H e i a s d iversas(da ANI )
— A obra do metropolitano, em Lisboa, — muito demorada devido à grandeza do empreendimento—, está a ser ultimada. Trata-se da primeira fase, mas já se prepara, conforme prevê o segundo Plano de Fomento, a fase seguinte, esperando-se que n. s primeiras semanas do próximo Outono o lisboeta se possa movimentar, de uma ponta à outra da capital em poucos minutos, utilizando os eléctricos, apenas para ligações e nas zonas, que pela sua orografia jamais poderão vir a ser atravessadas por rede subterrânea.
fm prol da cultura nacionalsj~tKa=ffiactesg«aEae=^eg=^css=a=iBtaest3e^e^»cacae3e3oc
— Dois técnicos alemães responsáveis pelos estudos das estruturas ao edifício de lam inagem da Siderurgia Nacional, que há dias rúiram, chegaram a Lisboa, para partici- ciparem nos trabalhos de uma comissão de inquérito âs causas do acidente.
A revista de arte e turismo— P a n o ra m a — editada pelo Secretariado Nacional da Informação, tomou, agora, a iniciativa de lançar a público uma colecção de pequenos volumes, de agradável apresentação gráfica e que vem ao encontro de um legítimo anseio : a revelação de escritores novos, necessitando de estímulo carinhoso e correspondente apoio.
Assim, cumprindo-se, exactamente, este objectivo, fo
ram publicados os l iv ro s : A g o m é N a ta l (novelas) de Jo sé Maria Saraiva Aguilar; F ronteira (poemas) de Maria Tereza G a lv e ia s ; e L u is d* Camões (teatro) de Eduardo Damas.
Noutro plano, edições P anoram a publicaram já, dois volumes de carácter antoló- gico, o primeiro consagrado a Ramalho Ortigão, o segundo ao escritor francês Henri Massis.
(Continua na página 2)
CONGRESSO NACIONAL D£ CAMPISMO
— Depois de haver participado no Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros e de ter realizado conferências no Rio de Janeiro, regressou a Lisboa o prof. Reinaldo dos Santos. Outros dois catedráticos da Universidade de Lisboa, os profs. Cid dos Santos e Belo de Morais, que também participaram, no Brasil, em reuniões cientificas, já se encontram por igual em Lisboa.
(Continua na página 2)
Na inauguração do Congresso Nacional de Cam pismo, que coincidiu com oIV Acampamento Nacional, o dr. Ayala Boto, inspector dos desportos, realizou uma conferência no Palácio Foz, a que presidiram o Subsecretário de Estado,da Educação, os representantes do S .N .I . , do I. N. E. F. e da Federação P o r t u g u e s a de Cam pismo. Dissertou sobre o alto significado da prática do campismo, focou o largo incremento que esta modalidade de desporto tem tomado em Portugal, e os reflexos que tem lançado além fron
teiras, apontou as vantagens que servem a juventude praticante e d isse : — * A vida ao a r livre, o contacto com pessoas de todas as cam adas sociais que m utuam ente se respeitam e se en treo judam se tanto for necessário, o propósito de nada fa z e r que m elindre ou o penda os com panheiros de campo, a certeza de que ninguém atentará contra a nossa tranqu ilidade, e os nossos d ireitos, são nor. m as d ^ J ^ d ó l i n a social, que a lu id a s ify ju i ta s ou tras, tor . nam o U am pism o u m meto de educaçjo a considerar*.
(Continua na pág ina 2)
1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233
Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem
na Moita dc Ribatejo
Um lindo efeito
d e c o ra tiv o de
A r r a ia l , rias
festas d e Se
tembro, de
1958.
yte& zZ r sps& sís- sp su & s yp& SO ' ST& P sy -va& sú" J p tífs e s
Assista às grandiosas festas da lílOlTfl DO RIBfilOG,DE 12 A 1S D E SET EM B R O ! (Yidé programa na 5.# págíoc)
• J& vagjr S7S& & - s p tíe s ir s & í'ts ír s & e & s y & a t r
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2 A PROVÍNCIA IO-9.959
B O C A G E( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )
Todos os anos a Terra-Mãe o glorifica pelo consenso unânime dos seus patriotas e conterrâneos.
O entusiasmo pelo insigne poeta, tão nacional, tão apaixonado e melodioso nas multíplices formas rítmicas foi como uma corrente eléctrica que se espalhou pelo país, e é sempre recordado com entusiasmo.
Hoje na cidade de Setúbal, o seu nome é repetido com saudade e gratidão.
É verdadeiramente saudosa e eterna a sua iira e não se torna, portanto, preciso fazer despertar de novo o sentimento nacional, nem procurar o momento oportuno para o fazer reviver no espírito público.
Bocage é filho de Portugal, um filho que honra a Mãe, que hoje repete com ardor os predicados excepcionais da sua pena ligeira, humorística, satírica e elegante.
Tudo quanto se possa dizer sobre o magno Poeta Sadino, necessitava duma amplitude para demonstrar à juventude, quanto ele foi dentro das raias da poesia, entre os talentos mais explendidos, as vocações mais solenizadas, os espíritos fecundos e autorizados nos domínios dos conhecimentos humanos.
As suas estrofes são o prólogo eloquente da sua história. Cada ano que passa é mais uma fase que o representa, simboliza, e retrata na sua feição característica.
Bocage é o insigne Poeta Sadino e -a linda cidade de Setúbal, recordando-o, vê-o sempre como outrora, como o maior, como fanal que se não extingue; e por isso, lhe dedica no seu dia, a mais profunda e sincera — S a u d a d e !
Seisdedos Bronco
px&i da eultuia naei&naL( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )
CONGRESSO NACIONAL DE CAMPISMOV 1 D á
j P R O f l S S I O N O L
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foto Cine filmetrabalhos para amaderes f $ f o ] r s f i «» d'àrfi
Bparaíbas fotográficas Reportagem Fotográfico
laa Balbãe Pala, !1 - MONTIJO
Referimo-nos, hoje, especialmente, a R am alho O r tigão, cujo prefácio e selecção de textos foram confiados ao publicista Dr. Rodrigues Cavalheiro de quem transcrevemos, a respeito do autor das F arpas, estes p a s s o s :
<A consciência política do grande Escritor fora-se afirmando sucessivamente ao longo de uma observação atenta, em mais de trinta anos de agitadas controvérsias críticas. Assim, a a s censão de Ramalho para a grande luz das verdades que proclamaria à geração nova de 19 1 4 apresenta estádios consecutivos de aperfeiçoamento, originados quer nos acontecimentos tão elucidativos [em^que foi fértil o tempo^ em’ !que',(viveu, quer no alargamento fecundo do horizonte dos seus estudos e das suas medições. O polígrafo truculento que, de impiedosa caneta na mão, surgira em 18 7 1 , dos^cader- ninhos mensais de A s F a r. pas, acabaria por se dominar a si próprio, impondo-se uma forte disciplina de pensamento, que mergulhava as suas raízes no amor da Terra, na lição da História, no culto do Passado. Mas a última fase da sua evolução é, em relação às anteriores, de uma continuidade perfeita, porque, superior sempre à questão de regime, Ramalho lutou persistentemente, ao longo de toda a sua obra, por um feixe de doutrinas quedevemosconsiderarcomo a verdadeira lição do seu preceptorado cívico. E não foi preciso que a Democracia triunfasse em Portugal para o vermos bater-se pela religião da Família, pelo respeito da Tradição, pela regeneração da Política, até pelo fortalecimento da fé católica entre os Portugueses. A crise de 1890 fizera-o reflectir profundamente; a de 1910 iluminara-o por com
pleto para a Verdade portuguesa. A semente que vinha de longe — o respeito sagrado pela instituição familiar, o horrorinstintivoda desordem, o ódio permanente ao votismo e ao parlamentarismo — frutificaria então plenamente. Não era uma conversão, era uma evolução — lógica, documentada, consciente».
Motfcías diversas( d a A N I )
(Continuação da 1.* página)
— Está em conclusão uma nova estrada circular em Lisboa. L igará a A venida de Ceuta, na zona ocidental, à área de Benfica e da Luz, servindo especialm ente o trânsito para os grandes estádios do Sporting e do Benfica.
— Roa vitória — dizem os técnicos do futebol — foi a que o Sporting obteve há dias, no seu estádio, sobre o Atlético de Bilbau.O resultado foi de 3-1 , com golos do Sporting marcados por Fernando, aos 32 minutos da primeira parte, por Ferreira Pinto e por Hugo, na segunda, um espaçado do outro apenas por um minuto.
Pelos espanhóis marcou Uribe, aos 16 minutos da segunda parte.
— Ê de 2.893 contos o valor da em preitada de construção de casas desmontáveis, destinadas ao bairro da Centeeira, em Carnide,
— O Ministro das Corporações, Dr. Veiga de Macedo, visitou, emS. Pedro do Sul, o hotel que a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho adquiriu, a fim de instalar ali uma colónia de férias.
— Um centro de assistência médica fo i inaugurado, em Mafra, p o r iniciativa da Cooperativa Agrícola dos Produtores de Leite.
— Um melão com dez quilos de peso, cultivado numa horta da freguesia de S. Gregório, está em exposição nas Caldas da Rainha. Pelo seu tamanho e peso é consi- I derado caso raro, senão único no [ país, i
(Continuação da í .a página)
O Pinhal de Lagoa, em Peniche, foi o local superiormente escolhido para o Acampamento deste ano, inaugurado pelo Subsecretário de Estado da Educação. Assim, a 300 metros da praia, numa situação privilegiada entre o mar e os pinheiros, mil e quinhentos campistas assentaram arraial, na moraliza- dora perspectiva de uns dias de mão dada com a natureza, num refrigério salutar e higiénico, compensador do labor de todo um ano de labuta e de canseiras. Forrnou- -se assim ao ar, livre das toxinas das cidades e das preocupações do dia-a-dia, uma verdadeira cidade onde sob as leis regulamentares do código campista, nada falta de essencial, desde as instalações sanitárias ao armazém de víveres, passando pela rede eléctrica, cantina, estação de serviço de material campista, etc..
essa jovem rapariga, à noite, num baile, no Casino. Ena- morou-se e declarou-lhe o seu amor. E a estúpida, aceitou. Aceitou, s a b e s !
V ê s ? As mulheres, o que são as mulheres, meu am igo! É de escaldar! É de fugir! E eu vou fugir!
Não, não posso! Tu bem sabes, que eu não posso Vi- Ver com ela. E mesmo, eu temo esse momento cruciante, da entrada dos noivos em nossa casa.
Ela não sabe, não soube nunca que o homem que Vai desposar, é meu pai. Não, não sabe!
* *Vês tu, meu bom amigo,
que situação é a minha. É de endoidecer, pois nã,o é ?
Por isso mesmo, aqui a meu lado, já me esperam duas malas, que arrumei nervosamente. Vçu partir! Vou para P a r is ! É possível, que volte um dia.
Escrevo-te, meu grande amigo, porque sei que tu irás explicar a meu p a i,— que te quere como a um filh o—, que sempre te dedicou um carinho exagerado, qual a razão da minha fuga.
Tu irás substituir-me, no meu papel de filho.
A delegação do acampa, mento foi recebida pelo pre. sidente da Câmara Munici. pal de Peniche, no salão nobre e ofereceu em nome dos campistas um emblema comemorativo do aconteci- mento, tendo o Sr. Vasco de Oliveira, vice-presidente da Federação, manifestado os agradecimentos pelas facilidades dispensadas pe]0 Presidente do Munícípio e solicitado o interesse pela criação de um parque per- manente de campismo eni P e n i c h e . T a m b é m uma comissão representativa dos campistas estrangeiros se deslocou à Câmara de Pe. niche, no mesmo sentido e para a qual o Sr. António da Conceição Bento teve palavras de agradecimento pela sua presença.
À noite realizou-se o primeiro fogo de campo, em que num ambiente de confraternização se iniciaram as primeiras horas do acampamento deste ano.
Tu sabes bem, que ele não Vê neste mundo outra pessoa, senão eu ! Eu sou para ele, tudo no mundo! Pode ser, talvez, que tu não tenhas muito trabalho em o contentar.
Essa mulher, é detestável- mente amorosa. E creio que ela lhe Vai dedicar um amor longo e duradoiro; e, sendo assim, ele esquecerá decerto a falta do filho.
Como Vês, é impossível ficar! Ficar seria, destruir toda a minha Vida. É preciso, que se evite um desastre infalível. E eu nâo quero, além disso, ter de dar entrada numa casa de loucosl
Representa-me bem, sim, e escreVe-me para Paris, Dar-me-ás, então, contas de tudo.
** *Eu tenho o pressentimento
que eles vão ser felizes. Só, tu, sabes este segredo! Não te admires, pois, de o me» pai não saber deste noivado, a não ser muito Vagamente, pois que ele estava nessa altura no Brasil, a tratar duns r.egócios.
Quando regressou, tudo estava desfeito. É, pois, im- prescindível que tu não diga5 nunca a essa mulher, que
(Continua na página 3)
A n o v a ép oca, fu te b o lís t ic a tio
Clube Desportivo de MontijoNão permitindo o limitado número de páginas de
«A Província», que há semanas vimos publicando, — e agora, por destinarmos parte deste número, às breves festas da Moita, a inclusão já prometida, somos obriga- dos,—mau grado nosso — a adiar para o próximo número a publicação da entrevista que foi concedida, há quinze dias, pelo actual treinador do Clube Desportivo de Montijo, sr. António Fábregas Casais, ao nosso redactor, sr. Artur Lucas.
Por essa circunstância forçada, pedimos as merecidas desculpas aqueles srs. e aos nossos estim ados leitores.
S E M T Í T U L O( C o n t i n u a ç ã o d a p á g i n a 6 )
J
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10-9-959 A PROVÍNCIA 3
AGENDA ELEGANTE
AniversáriosSETEMBRO
Fizeram a n o s :_ No dia 8, a menina Ana Ma
ria Caria Peixoto, filha da sr.* D. Ana Caria Peixoto, nossa prezada assinante, residente em Coimbra.
— No dia 8, completou 24 anos, o nosso estimado assinante, sr. António Luís Margalhau.
— No dia 9, completou as suas 19 risonhas primaveras, a gentil menina Vitória Pascoal Pereira Martins, afilhada do nosso estimado assinante, sr. José Augusto dos Santos.
— No dia 9, perfez 34 anos a sr.a D. Adriana Rosa Margalhau, irmã do nosso prezado assinante, pr. António Luís Margalhau.
— No mesmo dia, a sr.a D. Maria Antónia Palhais Diniz, filha do nosso dedicado assinante, sr. António da Silva Diniz.Fazem a n o s :
— No dia 10, a menina Maria Gabriela Relógio Machado, filha estremosa do nosso estimado assinante, sr. José Machado.
— No dia l i , completa 30 anos o nosso estimado assinante, sr. Joaquim Félix, societário do Café Ribatejano, da Baixa da Banheira.
— No dia 11, completa a bonita idade de 95 anos, a sr.a D. Cristina Cheirada, residindo actualmente em Vila Franca de Xira, e nossa dedicada assinante.
— No dia 12, o sr. Abel Fernandes Tobias Marques, nosso prezado assinante, nesta vila.
— No dia 13, o nosso dedicado assinante, sr. Domingos Tavares Bastos Júnior.
— No mesmo dia, o nosso prezado assinante, sr. Anselmo Joaquim Marques.
— Ainda no mesmo dia, a sr.a D. Emília Rodrigues Baeta, nossa estimada assinante.
— No dia 14, a sr.° D. Mariana Correia Rafael, esposa do nosso prezado aasinante, sr. André do Nascimento Rafael.
A todos os an iversa ria n tes e suas fa m ília s , apresen tam os as nossas s in cera s felicitações e votos de con tinu idade p o r longos anos.
Trespassa-se-C A SA DE VINHOS E COMI
DAS, com habitação e adega. Trata-se na Rua Almirante Reis, 76 - Telef. 030134 - MONTIJO.
Rancho Folclórico do Douro Litoral
(Continuação da 4 .a página)
Eisteddfod, L L A N G O L L E N- IN G LA TERR A .
D iplom a de M érito E x traordinário no F es tiva l I n ternacional de D anças e C anções P opulares, de ZARA-g o z a .
V D iplom a de H o n ra e duas Taças no F estiva l In te rn a tional de Canções e D anças Populares, de C A S T E L L O N DE LA PLAN A.
Detentor de dezenas de la- Ç°f e placas de pra ta de várias C idades e V ila s do Pais e do E strangeiro .
M O N T J ODESPORTOS F U T E B O L
Sacavetiense, 1 ■> Montijo , 4 m o i t a d o r i b a t e j o
Jogo colmo e descontroído, por parle dos montijensesNo último domingo, 6, novavente
o «Clube Desportivo de Montijo, fez deslocar a sua primeira categoria, desta feita a Sacavém, a—fim de ali efectuar um jogo de Futebol, com o representante daquela risonha vila estremenha.
Numa temperatura abrasadora, só um jogo calmo e descontraído, servia aos montijenses, porquanto tratava-se mais própriamente de um treino, que um jogo de competição, embora houvesse um árbitro oficial.
O jogo, em si, tem pouco que contar, com uma primeira parte, menos má; para descair um tanto, para o final.
À melhor preparação e contextura de jogo dos visitantes, respondiam os locais, com empenho e vontade, que se não chegou, para inquietar de certo modo os montijenses, serviu—para demonstrar a boa forma dos dois guarda-redes
«O s Marialvas de São Cristóvão»
Em comemoração do 20.° aniversário de existência deste simpático grupo lisboeta, cuja finalidade é o recreio e beneficência, —realizou em interessante festa íntima no dia 2 de Agosto findo, uma distribuição de vestuário e calçado a 45 crianças pobres, seguida de um lanche aos seus pr o tegidos.
Não esqueceu, porém, a sua Direcção de contemplar uma criança pobre escolhida pelo nosso semanário ; e, para esse fim, teve a amabilidade de nos enviar igualmente um enxoval para esse efeito, o que reconhecidamente em nome de «A Província» e da criança contemplada, apresentamos os nos sos agradecimentos.
Renovando o t e s t e m u n h o da nossa maior simpatia peia sua obra, apresentamos-lhe as nossas amistosas saudações e votos das maiores prosperidades pessoais e colectivas, através da sua duradoira existência futura.
Cor batas das F estas das Cidades de PO N TEV ED RA e V1GU.
Prmran tai Is fsm
(Continuação da página)
A’8 17 horas — Grandioso Festival Taurino, com brilhantes artistas, o qual será abrilhantado pela Banda Humanitária, de Palmeia.
A'8 20 horas — Chegada da Banda da Sociedade Filarmónica 1.® de Dezembro, do Montijo.
Das 21,30 a’s 0,30 horas — Grandioso Concerto Musical pelas duas Bandas, acima referidas.
A’s 0,30 horas — Imponente segunda sessão de fogo preso, dos famosos artistas pirotécnicos LI- BÓRIO JOAQUIM FERNANDES, SUCRS, de Lanhelas, em que serão queimadas novas e surpreendentes peças, seguida de uma maravilhosa sessão de fogo de artifício, no ar, que terminará com um «BOUQUET FINAL», de muitos milhares de foguetes dos mais variados efeitos.
DESLUMBRANTES E ORIGINAIS ORNAMENTAÇÕES DE VIÚVADECONSTANTINOLIRA, de FELGUEIRAS.
de M ontijo: R E D O L e BELCHIOR.
Cremos não haver nada mais digno de registo, a não ser a boa correcção dos atletas; e, bem assim, uma arbitragem sem preocupações.
Tendo como Juiz neste jogo, o sr. Pena da Silva, da Associação de Futebol de Lisboa, as turmas alinharam e marcaram :
SACAVEN iNSE - Lino (Casimiro); }. Martinho e J. Fernandes; Orlando, F. Martinho e A. Martins, Américo, Moreira, Cardoso, M. Rosa (1) e F. Azevedo.
MONTIJO - R E D O L (BELCHIOR); VaLENTIM fARTUR) e BARRIGANA: S E R R A L H A (1) MANUEL LUÍS e ANDRÉ; BVR- RIGA ( T R A Q U I N O ) , ROMEU (CUSTÓDIO), A R S É N I O (2), CUSTODIO, (J. PAULO (1), e J. PAULO (MARINHO).
A rtur Lucas
(íric dos Atrasados à flossa S.a da Atalaia
(atrasado na redacção )Por comemoração do seu 19.®
aniversário de existência, ocorrido em 31 do mês findo, fez na segunda feira, - em sua data comem orativa,-a tradicional saída à povoação da Atalaia, este antigo Círio da nossa vila.
Na sua partida de 2.a feira, dia 31, para a romaria da Atalaia, fizeram-se os habituais cumprimen tos ao nosso Município, autoridades administrativas, imprensa local, e seus c.onsócios, bem como às colectividades desta vila.
O seu regresso efectuou-se na noite de 1 do corrente, o qual foi assinalado por uma apreciável esfera de euforia, que animava tod: s os componentes do Círio, realçiula peio explêndido fogo de ariifício lançado à sua chegada a Montijo.
Pela nossa parte, agradecemos reconhecidos a visita feita à nossa redacção antes da sua partida, e desejamos a este Círio a maior soma de prosperidades futuras.
F a ita de espaçoPor aglomeração de original da
última hora, tivemos de deixar algum original de remissa para o próximo número, entre o qual as locais respeitantes à nossa secção de «LUTUOSA», cuja publicação já haviamos anunciado na semana finda.
Apresentamos, portanto, mais uma vez, as devidas desculpas aos nossos leitores.
Sem título(Continuação da 2 .a página)
casou com o pai do homem que a amou arrebatadora- mente, doidamente.
Adeus, e prova mais uma Vez a tua amizade por mim. Quando receberes esta carta, já eu irei longe daqui. O destino! O que é destino? Irei longe ser feliz, longe da Pátria ? Deus o permita l
A le xa n d re Vaz
Mais uma vez e3te ano promovido, como sempre, pelo jornal «FESTA»,dirigido pelu no«so confrade Gentil Marques, realiza-se o habitual Concurso de Quadras populares, sobre as tradicionais Festas em Honra de N.a Senhora da Boa Viagem, na Moita do Ribatejo.
Cada concorrente poderia enviar quantas quadras quizesse, até ao dia 10 do mês corrente, inclusivé, para os e s c r i t ó r i o s do jornal FESTA—Rua Santo António da Glórií, 6-2.° C, em Lisboa, onde se davam todas as informações, pelos telefones 21271 e 21646.
O primeiro prémio consistia na permanência do vencedor na vila de Moita do Ribatejo, durante um dos dias de festa, com todas as despesas pagas.
O Concurso tem igualmente o patrocínio do r á d i o - programa «Fesías na Moita do Ribatfjo», transmitido todos os sábados, por Rádio Clube Português, às 19 h ..
Rebentou a bomba! . . .Não necessita V. Ex.* ir a Lis
boa, porque a casa Am andino F. de Melo
vende com desconlcs de 10 a 20*/,, sobre os preços da tab tla , L in
das Porcelanas Av.João de Deus, 63. íjunto ao Cabeleireiro Tobias) - MONTIJO.
Vende-se— A propriedade rústica o «Ca-
rodes». Recebe propostas por carta D. Justa Ventura Sarreira — TORRES VEDRAS.
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Boletim ReligiosoV ida C a tó lica
HORÁRIO DAS MISSAS5.*-feira, 10 — à« 9 h.6.*-feira, 11 — às 9 h.Sábado, 12 — às 9 h.Domingo, IS —Na Igreja Paro
quiarás 7 e 11,30 h . ; e terço e bênção, às 19 h. e, na Igreja Paroquial do Samouco, às 9 h.
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5.* feira, 10; (Para 17 anos) Um grande drama mexicano colorido, com lindas canções: «O Diário de Minha Mãe», com Marga Lopez e e Robeito Canedo.
Domingo, 13; (Para 17 anos) Um arrebatador filme da M.G.M. premiado com 9 Oscars: «Gigi», em metrocolor e cinemascope; com L<*slie Caron. Louis Jourdan e Maurice Chevalier.
CINE ESPLANADA1 .® Dr. DEZEMBRO
Sábado, |2 (Para 17 anos) O filme de guerra em fupersrope: «Baionetas de Aço*, c^m Kieron Monre; e o filme de «suspense»: «O Cúmplice das Sombras», com Van Heflin e Evelyn Key«.
Domingo, 13; (Para 12 anos) Um filme valente e arrojado: «O Barão da Serra», em cinema-cope; com Rick Jason e Rita Gran. No programa o lindo complemento colorido e em cinemasc pe ; «A Região da Terra Trememre».
3.* feira, 15; (Para 17 anos) Um grande drama mexicano no am- bien>e da luta livre: «A Besta Magnifica , eom Miro-lava, Jose Elias Moreno, e os melhores lutadores do mundo.
O primeiro aniversário da
Sociedade Banheirense de Assistência, Abaste
cimento, Cultura e Recreio, da B,' da BanheiroFaz amanhã, dia 1 1 de Setembro, um ano, que,
no cartório notarial do Montijo, foi lavrada a escritura, pela qual ficou constituída a eSociedade Cooperativa Banheirense de Assistência, Abastecimento, Cultura e Recreio», sociedade sob a forma anónima de responsabilidade limitada.
Como se sabe, o movimento cooperativista, — movimento económico, que tende à reforma moral dos Pov o s — , deve, em Portugal, a sua existência, na ascenção actual, ao erudito Intelectual e Homem de Bem, que é o estimado Professor Doutor António Sergio, ao qual endereçamos os nossos cumprimentos, pelo assinalado êxito que o Cooperativismo, está alcançando em todo o País.
Em virtude de brevemente irmos tratar do Cooperativismo e seus diversos aspectos, limitamos por hoje, a estas simples linhas, o muito que se nos oferece dizer sobre este assunto.
JoSo Maria Campos
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4 A PROVÍNCIA 10-9-959
F e s ta s d e Nossa Senhora d a B o a V ia g e m. . . . . . . . . . . . . . .. n a m o T t a d õ r í b à t e j o - -------
Apontamento inicialAs festas de N.a Senhora da Boa Viagem
As Festas que em Setembro se realizam na Castiça Vila da Moita do Ribatejo, são d » m ais típ icas e trad ic io n a is do Sul do País.
A sua origem peide-se na bruma dos tempos; sabe-se, no entanto, que já em 1692 se efectuavam.
SSo ostas Festas, sem favo r, consideradas um dos m aio* re s—senSo o m a io r ,—cartaz de propaganda desta reg iS e .
Os motivos de atracção nela existentes, são dos mais aliciantes e variados.
E L E É :A sua Procissão, de uma m agnificência e grandiosidade reli
giosa rarissim a, que excede tudo que a mente humana pode supôr, e que atinge o seu ponto culminante com a comovente e inesquecível cerim ónia da benção dos barcos e m arítim os.
ELE ÉO rendilhado e b tilhan tism o das ornamentações e ilum ina
ções d a s suas ruas e edifícios, destacando-se o d a Câmara Municipal e Igreja Paroquial.
E L E É :A garridice, a alegria, o ambiente próprio e inconfundível desse es
pectáculo tão Portugês; Uma tarde de toiros na Moita do Ribatejo.ELE É :A alma deste bom Povo, inundando as ruas com o colorido dos seus
trajes regionais, durante as largadas de toiroslELE É :A categoria invulgar das suas sessões de fogo de artificio IELE É AINDA:O alto nível dos concertos musicais, tão do agrado dos amantes da
boa música; a exibição dos Ranchos Folclóricos de reconhecido valor, o que tem contribuído para que,—de ano para ano,—mais apreciadas sejam as suas actuações.
E é esta amalgama, este conjunto de motivos, que atraem à Moita do Ribatejo, milhares e milhares de Forasteiros, vindos de todo o País, e centenas de turistas estrangeiros das mais diversas nacionalidades, e que de passagem por Portugal, não podem, nem querem perder tãs características Festas.
E são assim : Festas do Povo e para o Povo há perto de 300 anos e hão de continuar a sê-lo por mais 300, se Deus quizer 1
F E S T A DA M O I T AM anhã . F esta da M o ita / Ê alvorada.H á foguetes no céu. O s fo ra s te iro s ,D e s fi la m com seus fa to s dom ingueiros P ela s ru a s da terra engalanada.
A u m e n ta de vo lum e a a lgaraviada D o povinho que chega e não esquece,E em cujos corações nunca arrefece E s ta fe s ta de todos tão gabada.
A n d e i por vila s, v is ite i cidades,M ontes, outeiros, va les e h e rd a d e s •N u n ca v i terra boa, a ssim — só esta /
Q uem do P a is conhece as rom arias E não passou aq u i dois ou três dias,N ã o sabe de certeza, o que é ti m a F esta /
1 I
B e n d it i seja a terra onde nasci,O berço de meu f i lh o e de m eus p a is ,D as aves que se a n in h a m nos beirais Sob este céu a zu l que nos sorri.
E u canto desta terra estrem ecida,A fe s ta lin d a que nos dá na v is ta ,De atractivos, de cor, nunca excedida . S e jxca so isto é ba irrism o , eu sou b a ir r is ta !
A r r a ia l deslum brante, m il fo lg u ed o s,T o u ra d a , circo, procissão, brinquedos, F a n fa r ra s , autom óveis, tudo en cerra !
V ila da M oita alegre, sed u to ra :P r im a s te sem pre em ser acolhedora /O terra onde n a sc i! O m in h a te r r a !
Agosto de 1959 P e d r o C a rv a lh o
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É o ano de 1959, aquele que constitui o seguimento de auspiciosa actividade da Comissão empossada no ano findo pelo anterior presidente do Município da Moita, sr. Jo sé de Sousa e Costa, a qual honrou então sobremaneira as tradições da transacta Comissão Promotora das Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, presidida durante alguns anos, pela figuradinâmicadoilustreMoi- tense, sr. Antero Francisco Sousa de Almeida, a quem o brilhantismo das Festas da Moita, muito ficaram, também devendo. *
Norteada a actua! Comissão pelo lema de cada vez se realizar MAIS E M ELHOR, a bem do prestígio do nome da M OITA DO R IBA T EJO , apresentou este ano em público um sugestivo programa cívico e religioso, que estamos certos levará à linda e castiça Vila ribeirinha, uma larga afluência de forasteiros, que assim recom
pensarão o grandioso esforço desse grupo de moitenses, que se abalançaram a largos cometimentos, que muito di- gniíicam a sua terra e o seu hospitaleiro povo.
Para as individualidades que constituem a Comissão das Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, presidida pelo sr- João Serafim Fi. gueira Batista, e tem como vogais, os srs. Manuel Jorge Berardo Reimão, Edgar Mas< carenhas Atayde Costa, Manuel Augusto Silva Queiroz, Jo sé Filipe Figueira Baptista, João da Conceição e Sousa, Carlos A l b e r t o Medeiros Furtado, Domingos Pereira Vaz, Manuel Dias Capela e José da Cruz Terras, vão as nossas sinceras felicitações pelo seu árduo esforço, em prol do novo Vigor que têm i mp r i mi d o às magestosas festas da sua terra nativa ou de coração, com os nossos desejos das suas maiores prosperidades futuras.
J . M igue! Martinho
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ral, conforme o seu nome indica, canta e dança o Folclore da sua província, e é considerado um dos maiores valores do Folclore Nacional.
E sse valor é atestado pelas honrosas classificações que tem obtido, tanto no País, como em diversos festivais folclóricos efectuados no estrangeiro.
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Sábôdffl, 12A’h 8 horas — Girãndolas de
morteiros, anunciando a abertura das Festas.
A’8 8,30 horas — Missa de comunhão geral.
A’s 10 horas — Missa solene, c^atada, em honra de N." S.a da Boa Viagem.
A’ 8 21 horas — Cerimónias religiosas na Igreja Matriz, com Têrço, Ladainha de Nossa Senhora, Sermão e Bênção do Santíssimo. Volta à Vila, pela Banda da Sociedade União Agrísola de Pinhal '•'ovo.
A’8 21,30 horas — Abertura do arraial, com vistos» iluminação na Feira Franca; no edifício da Câmara Municipal e na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. Concerto pela Banda da Sociedade União Agrícola de Pinhal Novo.
A PROCISSÃO A N.a SENHORA DA BOA VIAGEM, NA MOITA DO RIBATEJO, É A MAIOR E A MAIS IMPRESSIONANTE CERIMÓNIA RELIGIOSA, DE QUANTAS SE EFECTUAM NO CENTRO E SUL DE POR
TUGAL!
Domingo, 13Á’s 8 horas — Alvorada com
girãndolas de morteiros. Volta à Vila, por um dos mais famosos e originais de Grupos de «Zés Pereiras», do Ncrte do País, com cabeçudos e gigantones.
CERIMÓNIAS RELIGIOSAS:A’b 8,30 horas — Missa paro
quial, com prática sobre a Santís- fima Eucaristia.
4’a to horas - Chegada da pinda da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense.
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Moita do Ribatejo
tintos cavaleiros: David Ribeiro Teles e Alberto Luis Lopes; os apreciados espadas: A r m a n d o Soares e Manuel Durão e o
dro Louceiro; os consagrados espadas: Diamantino Viseu, A ntónio dos Santos e M muel Durão e o valoroso Grupo de
rendo Prior desta Paróquia, sr. João Evangelista de Jesus Matos, acolitado por dois Sacerdotes. Subirá ao púlpito para proferir o Sermão — que versará sobre o significado da «Festa a Nossa Se-
1 9 5 9nhora da Boa V iagem », — um dos m ais ilustres Oradores sagrados.
A’8 14 horas - Chegada das Bandas da Sociedade União Agrícola do Pinhal Novó e Sociedade Instrução Musical, da Quinta do Anjo.
Das 14,30 âs 16 horas — Concerto, pelas Bandas, acima in dicadas.
A’s 16 horas — Concurso dos barcos melhor decorados, com prémios para os três primeiros classificados ; e ainda, um prémio de consolação a sortear entre os restantes concorrentes. O ju ri será formado pelo Ex.mo Sr. Presidente da Câmara, um Representante da Imprensa, Delegado Marítimo e um membro da Comissão das Festas.
A’s 17 horas — Saída do Templo da Imponente Procissão de N a Senhora da Boa Viagem, composta por 22 andores, ricamente engalanados, precedida de Guarda de Honra, feita pela Guarda Nacional Republicana, com uniforme de grande gala.
No Cais, seguir-se-há, a inesquecível cerimónia da Bênção de Barcos e Marítimos, em que a
Boa Gente do Mar renderá .is suas homenagens a N.a Senhora, fazendo subir aos Céus, centena» de milhar de foguetes e morteiros de tiro reforçado.
O Revd.° Priòí’ e a Comissão de Festas agradecem aos Srs. Romeiros, para que as proiressas de fogo sejam cumpridas junto à Igreja, ao recolher da Procissão.
A’s 20,30 horas — Exibição do Ranclio do Douro Litoral, um des mais famosos e categorizados, de quantos tem visitado a vila da Moit.u (1.* parte).
A ’s 22 h o r a s — Imponente Festival Nocturno, com a participação do consagrado Grupo de Forcados Amadores da « Tertúlia Tauromáquica de Montijo».
Das 22 ás 0,30 horas — Concertos musicais pelas Bandas Instrução Musical e Perpétua Azeitonense.
A ’8 0,30 horas — Continuação da Exibição do Rancho do Douro Litoral. (2 .a parte).
Segunda-Feira# 14A’8 8 horas — Vol ta à Vila
pelo Grupo dos Zés Pereiras, acompanhado dos gigantones e cabeçudos.
D as 10 ás 11,30 horas - P rimeira largada de toiros, na Av. Dr. Teófilo Braga.
A’8 14 horas — C h e g a d a da Banda da Sociedade Filarmónica Timbre Seixalense.
Das 15 âs 16 horas — Concerto pela Banda Timbre Seixalense.
A’h 17 horas — Corrida de toiros, em que tomam parte os dis-
aguerrido Grupo de Forcados de Riachos, tendo por cabo José Luis.
A ’s 20 horas — Chegada da Banda Democrática 2 de Janeiro ,de Montijo. 2.a apresentação do Rau-
m O ITfl DO RIBATEJOcho do Douro Litoral, que voltará a mostrar a riqueza do folclore da província do Douro Litoral (l.a parte).
Das 21,30 ás 0,30 horas — Concertos Musicais pelas Bandas Timbre Seixalense e Democrática 2 de Janeiro.
A ’s 0,30 horas — Continuação da exibição do Rancho do Douro Litoral (l.‘ parte).
A' 1,00 hora — Primeira sessão de fogo de artifício, no ar, coca um soberbo «bouquet» final.
Terça-Feira, 15A’8 8 horas — Alvorada com
girãndolas de 2 1 morteiros e volta à vila, pelos Zés-Pereiras.
Das 10 d8 11,30 horas — Segunda largada de toiros, na Avenida Dr. Teófilo Braga.
14 horas — Chegada da Banda da Sociedade Filarmónica União Seixalense.
Das 15 de 16 horas — Concerto pela mesma Banda.
A’s 17 horas — Sensac i ona l Corrida de Toiros, abrilhantada pela Banda Usiião Seixalense, em que tomam parte os notáveis cavaleiros : Manuel Conde e Pe-
Forcados de Lisboa, capitaneados por Adelino de Carvalho.
A’s 20 horas — Apresentação do aplaudido Rancho Folclórico de Pescadores e Varinas de Vila F' anca de Xira, que tão grande êxito alcançou na Feira do Ribatejo n*s Festas do Colete Encarnado e em Viana do Castelo (l.* parte).
A’a 20,30 horas — Chegada da Banda da Sociedade Filarmónica Palmelense (Os Loureiros).
Das 21.30 ás 0,30 horas — Concerto Musical pelas Bandas da União Seixalense e Filarmónica Palmelen«e (Os Loureiros).
A’8 O 30 horas — Continuação da exibição do Rancho Folclórico de Pescadores e Varinas de Vila Franca de Xiia.
A’ 1 hora— Grandiosa sessão dc fogo preso, em que serão queimadas peças de maiavilhoso efeito, dos afamados pirotécnicos LIBÓ- RIO J OAQUI M FERNANDES, SUCRS.. de LANHELAS. e JOÃO LOPES SOARES, de AVINDES.
Durante toda a noite, continuação dosfestejos e da FeiraFranca, onde não faltam as mais sugestivas atracções.
Quarra- feira, 16A’8 8 horas — Alvorada, com
volta à Vila do típic'> grupo de Zés-Pereiras e girãndolas de 21 morteiros.
Das 10,30 ás 11.30 horas — Terceira e última largada de toiros.
A ’e l4 h o as ~ Chegada da Banda da Sociedade Filarmónica Humanitária dr Palmeia.
(Continua na pág ina 3)
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6 A. PROVÍNCIA 10-9-9'
N-o10= 11 > 4 / ? C O • / / ? / S H 10-9'59;Página m ensal de colaboração dos nossos leitores e assinantes
«Depois do bom tempo... a tempestade...»(A m inha m ae eom verdadeiro carinho)
Simplício depois duma tentativa frustada junto do seu chefe seguia a c a b r u n h a d o para casa.
Vencido!... O seu andar compassado e lento denotava um estado de espírito inconsciente... um desejo de quem não tem pressa de chegar a um iugar obrigatório, mesmo que esse lugar, como era o caso presente, fosse para o pobre Simplício s sua própria casa.
L ar! Doce Lar!J á via a mulher furibunda,
arremeter-lhe à cara as mais ignóbeis infâmias que só dela poderia admitir.
— E s um in ú t i l ! O nde está essa personalidade que te conheci antes de casattnos! T rem es só de ver teu che fe pela f r e n te ! C a n a lh a 1 Sim, ele sabia que era isto que iria ouvir mais uma vez.
— A h ? se eu soubesse!— acrescentaria, certamente.
M as era neste desabafo,quase diário, que ele sentia forças de na sua frente lançar, se bem que mentalmente, também a sua apropriada resposta :
— 0 ? I se eu soubesss!Ela continuaria nos seus
impropérios lançando de vez em quando olhares de piedade para onde ele, Simpíí- cio, se recolheria como animal medroso ante a fera ciosa de sangue.
A p r e s s a r a um pouco o passo, pois os seus pensamentos espelhando-se no rosto melancólico, começavam já a interessar os transeuntes.
* **— S im p líc io ! S im p líc io I
— ouviu uma voz que o chamava.
Olhou. Na sua frente e s tava a Chica Loura— , o seu primeiro amor.
Em breves segundos magicou indeciso: iT a lv e z esta tivesse sido m elhor».
Mas já ela sorria-lhe co- quete naquele sorriso de mu
lher, que não esquece um amor passado.
— Chica !— S im p líc io !Abraçaram-se em p l ena
rua como dois provincianos, que se não vissem há muito.
Falaram de muitas coisas, Do seu passado, do presente e mosmo do futuro. Promessas ! Promessas, S im p líc io !— respondeu ela já quando se afastava, gingando as suas formas roliças.
Começou a andar recordando a Chica nos seus tempos de rapariga tão pretendida. Naquele tempo, trazia alvoraçados todos os corações do Bairro.
Era uma mulher bonita, uma s o m b r a daquela que agora vira. Cabelos louros, um rosto onde se notava uns olhos rasgados e uma boca onde uns lábios s e n s u a i s ocultavam um pouco o seu tamanho. A s formas eram dignas de realce. Uns seios estilo Lollobrigida, umas ancas estilo Marilyn e umas pernas que lembravam as de Cid Charisse. Sorriu a esta comparação tão cinéfila.
Fora esta beldade que Sirn- plicio prendera nos laços da sua paixão. Eram invejados, mas essa inveja fazia mais feliz os dois n a m o r a d o s , mormente ele. Depois tivera que esquecê-la por algum tempo pois obrigaram-no a umas férias na praia. Voltara e recomeçara o namoro interrompido até que...
— S im p líc io ! P o is és tu S im p líc io ? 1. , .
Uma mulher dos seus trinta anos sorria-lhe bonacheirona deixando ver por instantes uns dentes brancos, quase perfeitos.
— R o s a ! tu aqui R o s a !— gritou surdamente.
— H o m em / não vez que sou eu a tua R o s in h a !
Outro amor da sua vida. «E se esta tivesse sido m elhor que a outra* 1 — pensou m aqu in a lm en te . . .
Fora num baile. A Chica tinha saído com a patroa, ela dizia-lhe que era dama de
Por - A L C A M L O
companhia, a passar oito dias no campo.
De espírito boémio entrara no recinto com ares de galã, ares esses que produziram o efeito desejado. Todas miraram com interesse aquele rapaz tão simpático e descontraído. Num simples olhar escolheu uma. Estava feita a «conquista». Fora assim que Rosa caira nos braços de Simplicio que com frases e s tudadas, eram s e m p r e as mesmas, fizera sonhar1 a rapariga.
Fora uma noite inolvidável para ambos, mas no outro dia a Chica soube por informações escritas duma amiga e...
— E m que pensas S im plicio ? ~ p e r g u n t o u - l h e Rosa.
— E m ti m inha boneca I — disse-lhe galanteador.
Meu bom am igo,— meu jovem amigo — , escrevo-te às quatro horas da madrugada, com a cabeça num inferno,
Antes de me sentar a esta mesa, eu passeava rio quarto, como um louco. Não posso dormir! O silêncio cálido da noite, atormenta-me. Ó que desespero!
Meu bom amigo: O meu pai Vai-se casar! E que tem isso?, dirás tu.
Tem muito! Tem-que essa mulher que o vai desposar, pela segunda Vez, foi minha noiva; amei-a loucamente, longamente, desde que a conheci, naquela tarde ardente de Julho, à sombra daquele carvalho secular.
Tu conhece-la bem. Pois essa mulher que adorei e repulso, que detestei e que e que agora odeio, Vai-se casar.
É horrível, meu am igo! Endoideço com certeza!
Saber que ela Vai agora viver na minha companhia, que Vou sentir os seus pas- sinhos mimosos, através da casa; ver o seu olhar melancólico e terno; ouvir a
— T em p o s passados S i m plicio ! 1 em pos passados que j á não v o lta m . . . respondeu com um sorriso de saudade a bailar-lhe nos lábios outrora tão b e i j a d o s por aquele a quem um dia entregara o coração.
Partiu.* **
Começara a escurecer e S i m p l i c i o temeu mais de que nunca, as fúrias da mulher.
Quase a correr encaminhava-se para casa, quando ouviu uma voz cristalina, que lhe gritava : —
— S im p líc io 1 S im p lic io , vem cá querido /
Olhou e não resistiu. Com um ar alegre e tão feliz que dir-se-ia i n a c r e d i t á v e l naquele rosto há pouco tão macambúzio, correu para Bel- mira caindo-lhe nos braços.
B e i j a r a m - s e . Um beijo cheio de vida e desejo. Era o tónico que todos os dias tomava para esquecer a mulher. Combinaram ir ao cinema nessa noite, pois ela tinha que falar-lhe de vários assuntos, importantes para ambos.
E lá se foi o Simplício. Desaparecera do rosto a felicidade que irradiava. Deixou
sua Voz doce e meiga, tudo isso é superior às minhas forças!
Vou contar-te, melhor: Eu nâo sei se o conseguirei. As mãos tremem-me, o cérebro lateja-me doidamente, e eu sinto-me, arruinado, desvairado.
Belmira a divagar. Sabia que era casado, mas também sabia que a mulher era um monstro e nunca lhe dera mostras de carinho. Por isso gostava tanto do seu Simpli- cio. A outra fazia dele uma máquina de fazer dinheiro, enquanto que ela só lhe pedia de vez em quando, qualquer coisa sem importância. Bastava-lhe o seu amor e era em respeito a esse amor que recebera aquele frigorífico, aquele aparelho de televisão, aquele interessante casaco de peles, aquela mobília de que gostara tanto, quando a vira exposta na casa de móveis do sr. Eurico; enfim, só por o ver feliz ela sacrificava-se a aceitar obrigando-o a fazer aquelas despesas, muitas vezes dispensáveis,
Mas preferia sempre alegre e jovial quando lhe oferecia qualquer coisa a vê-lo triste, quando ela rejeitava.
Ele voltou-se pela última vez e acenou-lhe amorosamente.
Q uerido S im p lic io !Entretanto ele entrava em
casa sem dar conta disso. Só quando um sapato veio acariciar-lhe a cabeça e sentiu que ia cair, ele percebeu que a vida tinha mudado os próprios provérbios:
t A tem pestade, viera dt- po is do bom tem pos.
Essa rapariga que adorei há três anos, foi agora passar uns dias à praia. Como sabes, o meu pai é viúvo. Nâo, obstante, os seus quarenta e quatro anos, ele está tão jovem ainda, que eu me eiv vergonho, muitas vezes, de o acompanhar.
Tu sabes, que ele foi seitj' pre galante. Tem uma habilidade manhosa, perante as m u l h e r e s , uma habilidade odiosa, sabes!
— A T I . . . = =C andeia sem lu z , ave sem abrigo .A inda há tão pouco a m in h a v id a era ;S o fr e r continuo, enorm e castigoS em v is lu m b ra r u m sonho, um a quim era,
M as, agora, vejo ao longe a esperança B rilh a n d o como estrela c in tila n te ;P a ra onde, cega, a m in h a a lm a avança D ecidida a passadas de gigante.
Q uerer to r tu ra r .m c p a ra te esquecer C alcar sem piedade o coração •— S erá acrescentar o meu so jre r ,P erder da v id a a única razão ,
V in te anos fc r a m vtv idos em abandono S em ter j è , sem p ra ze r e sem am or;E u j u i ta l e qual, como um cão sem dono Que andou das torm entas ao s a b o r ! , , ,
Jo a q u im C a r r e ir a T a p a d in h a s
Pois b e m ; ele encontrou (Continua na página 2)
PAÚL DA OUTRA BANDA(Quadro do Malhoa) —'-==15
P a u l da O u tra B anda, onde ninguém V ai e onde eu estou em pensamento.Onde todo o meu ser quer ir tam bém P a ra a fo g a r em ti este tormento.
E m P á u l da O u tra B a n d a alguém T r a n s fo r m o u m in h a A lm a , num m om ento.E m tr iste e pensativo tornou quem A leg re sem pre fo i , sem so jr im en to .
P a u l da O u tra B anda , como eu sinto N este meu coração, da V id a extin to ,A f rieza da água adormecida.
P a ú l da O u tra Banda, quem me dera,P 'r a abreviar o f i m que j á me espera,Q ue fo sses a outra banda da V ida I
Caldos da RoinKo, 4-Junk-1955 Carlos Paaiágua
26/11/59 Tila leal <£t Santo âslóiii
S E M T í T U L OPor - A L E X A N D R E V A Z