1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233

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À figura ilustre da nossa nacionalidade: D. Nuno Álvares Pereira Esquecer, não se pode o Condestável e Herói: D. Nuno A h ares Pereira ; De elevada alma nobre, aventureira, Que tanto amava os pobres, bem prestável. A Figura tão Ilustre e apreciável Com sua nobreza d’indole fagueira • E das vitimas, sempre companheira. Dá.nos imensa glória, tão notável 1 Nome; que não viveu p’rá cruel guerra , Só em defender seu povo e sua terra, Tinha prazer, que tanto em nós desvela. Sua memória, cheia de grandeza; Quem levantou a gente portuguesa. Na brava e heróica luta de Castela 1 Lisboa, <4 de Agosto de 1959 EDUARDA LEITE VENTURA proprietário, Adminslrodor e Editor y, S. MOTTA PINTO REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV, D, NUNO ÁLVARES PtREIRA, 18 - TEL8F. 030467 --------------------------------------M O N T I J O ----------------------- -------------- OOMPOSIÇAO E IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAÍTBX» — TEJLJSir. 0j 0236— MONHPO Ho 194,° Aniversário do Nascimento de BOCAOE 15-9-1TB5 15-9-1959 Mais um ano que passa e mais uma saudade, sobre o túmulo daquele que em Portugal se salientou nas diferentes esferas de actividade intelectual; e que, foi prodigamente dotado pela natureza para se elevar no pensamento, dando honra e lustre à Nação. Poeta dos mais inspirados, Manuel Maria Barbosa du Bocage, tornou-se superior a muitos outros pela sua musa triunfante, que, em vez de se circunscrever nos limites es- treitos do mero subjectivismo, que é hoje a preocupação dos poetas novos ; deu largos horizontes à inspiração, interes- sando nela o sentimento humano. Os seus versos, mesmo os que se limitam a traduzir es- tados de alma, impressões íntimas, quimeras, ou aspectos diversos, são dum tempe- lancólico, de pessimista, se do p o e t a ; Por ■Seisdedos Branco o reflexo ramento me- sugestão ou de nervo- mas são lite- ralmente e dentro da sua orientação, verdadeiros primores, easua leitura serve de enlevo a espíritos delicados e apre- ciadores deste género de subtilezas, embora alguns não te- nham por si o sufrágio do grande público. Bocage era um poeta de forte envergadura, que conse- guiu desligar-se da cadeia fatal que prende tantos talentos poéticos à sua própria individualidade mora|, absorto na contemplação extática do seu mundo interior. O Poeta Sadino teve o condão de saber exprimir os assuntos simples e ingénuos, cujo principal encanto está na sua própria simplicidade. Os seus versos foram copiados e decorados, e hoje ainda recebe a maior recompensa que pode aspirar um ho- mem de talento. (Continna na página 2) , No Hei as diversas (da ANI) A obra do metropolitano, em Lisboa, — muito demorada devido à grandeza do empreendimento—, está a ser ultimada. Trata-se da primeira fase, mas já se prepara, conforme prevê o segundo Plano de Fomento, a fase seguinte, espe- rando-se que n. s primeiras sema- nas do próximo Outono o lisboeta se possa movimentar, de uma ponta à outra da capital em poucos minutos, utilizando os eléctricos, apenas para ligações e nas zonas, que pela sua orografia jamais po- derão vir a ser atravessadas por rede subterrânea. fm prol da cultura nacional sj~tKa=ffiactesg«aEae=^eg=^css=a=iBtaest3e^e^»cacae3e3oc Dois técnicos alemães res- ponsáveis pelos estudos das estruturas ao edifício de lami- nagem da Siderurgia Nacio- nal, que há dias rúiram, che- garam a Lisboa, para partici- ciparem nos trabalhos de uma comissão de inquérito âs cau- sas do acidente. A revista de arte e turismo Panorama — editada pelo Secretariado Nacional da In- formação, tomou, agora, a iniciativa de lançar a público uma colecção de pequenos volumes, de agradável apre- sentação gráfica e que vem ao encontro de um legítimo anseio : a revelação de escri- tores novos, necessitando de estímulo carinhoso e corres- pondente apoio. Assim, cumprindo-se, exac - tamente, este objectivo, fo- ram publicados os livros: Agom é Natal (novelas) de José Maria Saraiva Aguilar; Fronteira (poemas) de Maria Tereza Galveias; e Luis d* Camões (teatro) de Eduardo Damas. Noutro plano, edições Pa- norama publicaram já, dois volumes de carácter antoló- gico, o primeiro consagrado a Ramalho Ortigão, o se- gundo ao escritor francês Henri Massis. (Continua na página 2) CONGRESSO N A C IO N A L D£ CAMPISMO Depois de haver participado no Colóquio Internacional de Es- tudos Luso-Brasileiros e de ter realizado conferências no Rio de Janeiro, regressou a Lisboa o prof. Reinaldo dos Santos. Outros dois catedráticos da Universidade de Lisboa, os profs. Cid dos Santos e Belo de Morais, que também participaram, no Brasil, em reu- niões cientificas, já se encontram por igual em Lisboa. (Continua na página 2) Na inauguração do Con- gresso Nacional de Cam- pismo, que coincidiu com o IV Acampamento Nacional, o dr. Ayala Boto, inspector dos desportos, realizou uma con- ferência no Palácio Foz, a que presidiram o Subsecre- tário de Estado,da Educação, os representantes do S.N.I., do I. N. E. F. e da Federa- ção Portuguesa de Cam- pismo. Dissertou sobre o alto significado da prática do campismo, focou o largo in- cremento que esta modali- dade de desporto tem tomado em Portugal, e os reflexos que tem lançado além fron- teiras, apontou as vantagens que servem a juventude pra- ticante e disse: — *A vida ao ar livre, o contacto com pessoas de todas as camadas sociais que mutuamente se respeitam e se entreojudam se tanto for necessário, o propósito de nada fazer que melindre ou openda os com- panheiros de campo, a certeza de que ninguém atentará con- tra a nossa tranquilidade, e os nossos direitos, são nor. mas d^J^dólina social, que aluidasifyjuitas outras, tor . nam o Uampismo um meto de educaçjo a considerar*. (Continua na página 2) 1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233 Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem na Moita dc Ribatejo Um lindo efeito decorativo de Arraial, rias festas d e Se- tembro, de 1958 . yte& zZr sps& sís- spsu& s yp& SO ' ST&Psy -va& sú" Jptífses Assista às grandiosas festas da lílOlTfl DO RIBfilOG, DE 12 A 1S DE SETEMBRO! (Y idéprogramana 5 .# pág íoc) J& vagjr S 7 S&&- sptíesir s& í'tsír s& e& sy& a tr

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À figura ilustre da nossa nacionalidade:D. Nuno Álvares Pereira

Esquecer, não se pode o C ondestável e H eró i: D . N u n o A h ares P ereira ;De elevada a lm a nobre, aventureira,Que tanto am ava os pobres, bem prestável.

A F ig u ra tão I lu s tr e e apreciável Com sua nobreza d ’indole fa g u e ir a •E das v itim a s , sem pre companheira. D á.nos im ensa g ló ria , tão notável 1

N o m e ; que não viveu p’rá cruel g u erra ,S ó em d e fen d er seu povo e sua terra ,T in h a prazer, que tanto em nós desvela.

S u a m em ória , cheia de g ra n d eza ; Q uem levantou a gen te portuguesa.N a brava e heróica lu ta de C astela 1

Lisboa, <4 de Agosto de 1959 ED UARD A LEITE VEN TU RA

proprietário, Adminslrodor e Editor

y, S. M O T T A P I N T OREDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO - AV, D, NUNO ÁLVARES PtREIRA, 18 - TEL8F. 030467 --------------------------------------M O N T I J O ----------------------- --------------OOMPOSIÇAO E IMPRESSÃO — TIPOGRAFIA «GRAÍTBX» — TEJLJSir. 0j0236— MONHPO

Ho 194,° Aniversário do Nascimento de

B O C A O E15-9-1TB5 15-9-1959

Mais um ano que passa e mais uma saudade, sobre o túmulo daquele que em Portugal se salientou nas diferentes esferas de actividade intelectual; e que, foi prodigamente dotado pela natureza para se elevar no pensamento, dando honra e lustre à Nação.

Poeta dos mais inspirados, Manuel Maria Barbosa du Bocage, tornou-se superior a muitos outros pela sua musa triunfante, que, em vez de se circunscrever nos limites es­treitos do mero subjectivismo, que é hoje a preocupação dos poetas novos ; deu largos horizontes à inspiração, interes­sando nela o sentimento humano.

Os seus versos, mesmo os que se limitam a traduzir es­tados de alma, impressões íntimas, quimeras, ou aspectosdiversos, são dum tempe- lancólico, de pessimista, se do poeta;

Por ■ Seisdedos Brancoo r e f l e x o ramento me- s u g e s t ã o ou de nervo- mas são lite­

ralmente e dentro da sua orientação, verdadeiros primores, easua leitura serve de enlevo a espíritos delicados e apre­ciadores deste género de subtilezas, embora alguns não te­nham por si o sufrágio do grande público.

Bocage era um poeta de forte envergadura, que conse­guiu desligar-se da cadeia fatal que prende tantos talentos poéticos à sua própria individualidade mora|, absorto na contemplação extática do seu mundo interior.

O Poeta Sadino teve o condão de saber exprimir os assuntos simples e ingénuos, cujo principal encanto está na sua própria simplicidade.

Os seus versos foram copiados e decorados, e hoje ainda recebe a maior recompensa que pode aspirar um ho­mem de talento.

(Continna na pág ina 2) ,

N o H e i a s d iversas(da ANI )

— A obra do metropolitano, em Lisboa, — muito demorada devido à grandeza do empreendimento—, está a ser ultimada. Trata-se da primeira fase, mas já se prepara, conforme prevê o segundo Plano de Fomento, a fase seguinte, espe­rando-se que n. s primeiras sema­nas do próximo Outono o lisboeta se possa movimentar, de uma ponta à outra da capital em poucos minutos, utilizando os eléctricos, apenas para ligações e nas zonas, que pela sua orografia jamais po­derão vir a ser atravessadas por rede subterrânea.

fm prol da cultura nacionalsj~tKa=ffiactesg«aEae=^eg=^css=a=iBtaest3e^e^»cacae3e3oc

— Dois técnicos alemães res­ponsáveis pelos estudos das estruturas ao edifício de lam i­nagem da Siderurgia Nacio­nal, que há dias rúiram, che­garam a Lisboa, para partici- ciparem nos trabalhos de uma comissão de inquérito âs cau­sas do acidente.

A revista de arte e turismo— P a n o ra m a — editada pelo Secretariado Nacional da In­formação, tomou, agora, a iniciativa de lançar a público uma colecção de pequenos volumes, de agradável apre­sentação gráfica e que vem ao encontro de um legítimo anseio : a revelação de escri­tores novos, necessitando de estímulo carinhoso e corres­pondente apoio.

Assim, cumprindo-se, exac­tamente, este objectivo, fo­

ram publicados os l iv ro s : A g o m é N a ta l (novelas) de Jo sé Maria Saraiva Aguilar; F ronteira (poemas) de Maria Tereza G a lv e ia s ; e L u is d* Camões (teatro) de Eduardo Damas.

Noutro plano, edições P a­noram a publicaram já, dois volumes de carácter antoló- gico, o primeiro consagrado a Ramalho Ortigão, o se­gundo ao escritor francês Henri Massis.

(Continua na página 2)

CONGRESSO NACIONAL D£ CAMPISMO

— Depois de haver participado no Colóquio Internacional de Es­tudos Luso-Brasileiros e de ter realizado conferências no Rio de Janeiro, regressou a Lisboa o prof. Reinaldo dos Santos. Outros dois catedráticos da Universidade de Lisboa, os profs. Cid dos Santos e Belo de Morais, que também participaram, no Brasil, em reu­niões cientificas, já se encontram por igual em Lisboa.

(Continua na página 2)

Na inauguração do Con­gresso Nacional de Cam ­pismo, que coincidiu com oIV Acampamento Nacional, o dr. Ayala Boto, inspector dos desportos, realizou uma con­ferência no Palácio Foz, a que presidiram o Subsecre­tário de Estado,da Educação, os representantes do S .N .I . , do I. N. E. F. e da Federa­ção P o r t u g u e s a de Cam ­pismo. Dissertou sobre o alto significado da prática do campismo, focou o largo in­cremento que esta modali­dade de desporto tem tomado em Portugal, e os reflexos que tem lançado além fron­

teiras, apontou as vantagens que servem a juventude pra­ticante e d isse : — * A vida ao a r livre, o contacto com pessoas de todas as cam adas sociais que m utuam ente se respeitam e se en treo judam se tanto for necessário, o propósito de nada fa z e r que m elindre ou o penda os com ­panheiros de campo, a certeza de que ninguém atentará con­tra a nossa tranqu ilidade, e os nossos d ireitos, são nor. m as d ^ J ^ d ó l i n a social, que a lu id a s ify ju i ta s ou tras, tor . nam o U am pism o u m meto de educaçjo a considerar*.

(Continua na pág ina 2)

1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233

Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem

na Moita dc Ribatejo

Um lindo efeito

d e c o ra tiv o de

A r r a ia l , rias

festas d e Se­

tembro, de

1958.

yte& zZ r sps& sís- sp su & s yp& SO ' ST& P sy -va& sú" J p tífs e s

Assista às grandiosas festas da lílOlTfl DO RIBfilOG,DE 12 A 1S D E SET EM B R O ! (Yidé programa na 5.# págíoc)

• J& vagjr S7S& & - s p tíe s ir s & í'ts ír s & e & s y & a t r

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2 A PROVÍNCIA IO-9.959

B O C A G E( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )

Todos os anos a Terra-Mãe o glorifica pelo consenso unânime dos seus patriotas e conterrâneos.

O entusiasmo pelo insigne poeta, tão nacional, tão apai­xonado e melodioso nas multíplices formas rítmicas foi como uma corrente eléctrica que se espalhou pelo país, e é sem­pre recordado com entusiasmo.

Hoje na cidade de Setúbal, o seu nome é repetido com saudade e gratidão.

É verdadeiramente saudosa e eterna a sua iira e não se torna, portanto, preciso fazer despertar de novo o sentimento nacional, nem procurar o momento oportuno para o fazer reviver no espírito público.

Bocage é filho de Portugal, um filho que honra a Mãe, que hoje repete com ardor os predicados excepcionais da sua pena ligeira, humorística, satírica e elegante.

Tudo quanto se possa dizer sobre o magno Poeta Sadino, necessitava duma amplitude para demonstrar à juventude, quanto ele foi dentro das raias da poesia, entre os talentos mais explendidos, as vocações mais solenizadas, os espíri­tos fecundos e autorizados nos domínios dos conhecimentos humanos.

As suas estrofes são o prólogo eloquente da sua história. Cada ano que passa é mais uma fase que o representa, simboliza, e retrata na sua feição característica.

Bocage é o insigne Poeta Sadino e -a linda cidade de Setúbal, recordando-o, vê-o sempre como outrora, como o maior, como fanal que se não extingue; e por isso, lhe dedica no seu dia, a mais profunda e sincera — S a u d a d e !

Seisdedos Bronco

px&i da eultuia naei&naL( C o n t i n u a ç ã o d a p r i m e i r a p á g i n a )

CONGRESSO NACIONAL DE CAMPISMOV 1 D á

j P R O f l S S I O N O L

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Telefones de urgênc iaHospital, 030046

Serviços Médico Sociais, 030 198 Bombeiros, 080 048

Taxis, 030 025 e 030 479 Ponte doi Vapores, 030 425

Polícia, 030441

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Bparaíbas fotográficas Reportagem Fotográfico

laa Balbãe Pala, !1 - MONTIJO

Referimo-nos, hoje, espe­cialmente, a R am alho O r ti­gão, cujo prefácio e selec­ção de textos foram confiados ao publicista Dr. Rodrigues Cavalheiro de quem trans­crevemos, a respeito do au­tor das F arpas, estes p a s s o s :

<A consciência política do grande Escritor fora-se afir­mando sucessivamente ao longo de uma observação atenta, em mais de trinta anos de agitadas controvér­sias críticas. Assim, a a s ­censão de Ramalho para a grande luz das verdades que proclamaria à geração nova de 19 1 4 apresenta estádios consecutivos de aperfeiçoa­mento, originados quer nos acontecimentos tão elucida­tivos [em^que foi fértil o tempo^ em’ !que',(viveu, quer no alargamento fecundo do horizonte dos seus estudos e das suas medições. O po­lígrafo truculento que, de impiedosa caneta na mão, surgira em 18 7 1 , dos^cader- ninhos mensais de A s F a r. pas, acabaria por se domi­nar a si próprio, impondo-se uma forte disciplina de pen­samento, que mergulhava as suas raízes no amor da Terra, na lição da História, no culto do Passado. Mas a última fase da sua evolução é, em relação às anteriores, de uma continuidade perfeita, porque, superior sempre à questão de regime, Ramalho lutou persistentemente, ao longo de toda a sua obra, por um feixe de doutrinas quedevemosconsiderarcomo a verdadeira lição do seu preceptorado cívico. E não foi preciso que a Democra­cia triunfasse em Portugal para o vermos bater-se pela religião da Família, pelo respeito da Tradição, pela regeneração da Política, até pelo fortalecimento da fé ca­tólica entre os Portugueses. A crise de 1890 fizera-o re­flectir profundamente; a de 1910 iluminara-o por com­

pleto para a Verdade portu­guesa. A semente que vinha de longe — o respeito sagrado pela instituição familiar, o horrorinstintivoda desordem, o ódio permanente ao votismo e ao parlamentarismo — fru­tificaria então plenamente. Não era uma conversão, era uma evolução — lógica, do­cumentada, consciente».

Motfcías diversas( d a A N I )

(Continuação da 1.* página)

— Está em conclusão uma nova estrada circular em Lis­boa. L igará a A venida de Ceuta, na zona ocidental, à área de Benfica e da Luz, ser­vindo especialm ente o trânsito para os grandes estádios do Sporting e do Benfica.

— Roa vitória — dizem os téc­nicos do futebol — foi a que o Sporting obteve há dias, no seu estádio, sobre o Atlético de Bilbau.O resultado foi de 3-1 , com golos do Sporting marcados por Fer­nando, aos 32 minutos da primeira parte, por Ferreira Pinto e por Hugo, na segunda, um espaçado do outro apenas por um minuto.

Pelos espanhóis marcou Uribe, aos 16 minutos da segunda parte.

— Ê de 2.893 contos o valor da em preitada de construção de casas desmontáveis, desti­nadas ao bairro da Centeeira, em Carnide,

— O Ministro das Corporações, Dr. Veiga de Macedo, visitou, emS. Pedro do Sul, o hotel que a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho adquiriu, a fim de instalar ali uma colónia de férias.

— Um centro de assistência médica fo i inaugurado, em Mafra, p o r iniciativa da Coo­perativa Agrícola dos Produ­tores de Leite.

— Um melão com dez quilos de peso, cultivado numa horta da freguesia de S. Gregório, está em exposição nas Caldas da Rainha. Pelo seu tamanho e peso é consi- I derado caso raro, senão único no [ país, i

(Continuação da í .a página)

O Pinhal de Lagoa, em Pe­niche, foi o local superior­mente escolhido para o Acam­pamento deste ano, inaugu­rado pelo Subsecretário de Estado da Educação. Assim, a 300 metros da praia, numa situação privilegiada entre o mar e os pinheiros, mil e quinhentos campistas assen­taram arraial, na moraliza- dora perspectiva de uns dias de mão dada com a natureza, num refrigério salutar e hi­giénico, compensador do la­bor de todo um ano de la­buta e de canseiras. Forrnou- -se assim ao ar, livre das toxinas das cidades e das preocupações do dia-a-dia, uma verdadeira cidade onde sob as leis regulamentares do código campista, nada falta de essencial, desde as instalações sanitárias ao ar­mazém de víveres, passando pela rede eléctrica, cantina, estação de serviço de mate­rial campista, etc..

essa jovem rapariga, à noite, num baile, no Casino. Ena- morou-se e declarou-lhe o seu amor. E a estúpida, acei­tou. Aceitou, s a b e s !

V ê s ? As mulheres, o que são as mulheres, meu am igo! É de escaldar! É de fugir! E eu vou fugir!

Não, não posso! Tu bem sabes, que eu não posso Vi- Ver com ela. E mesmo, eu temo esse momento cruciante, da entrada dos noivos em nossa casa.

Ela não sabe, não soube nunca que o homem que Vai desposar, é meu pai. Não, não sabe!

* *Vês tu, meu bom amigo,

que situação é a minha. É de endoidecer, pois nã,o é ?

Por isso mesmo, aqui a meu lado, já me esperam duas malas, que arrumei nervosamente. Vçu partir! Vou para P a r is ! É possível, que volte um dia.

Escrevo-te, meu grande amigo, porque sei que tu irás explicar a meu p a i,— que te quere como a um fi­lh o—, que sempre te dedi­cou um carinho exagerado, qual a razão da minha fuga.

Tu irás substituir-me, no meu papel de filho.

A delegação do acampa, mento foi recebida pelo pre. sidente da Câmara Munici. pal de Peniche, no salão nobre e ofereceu em nome dos campistas um emblema comemorativo do aconteci- mento, tendo o Sr. Vasco de Oliveira, vice-presidente da Federação, manifestado os agradecimentos pelas fa­cilidades dispensadas pe]0 Presidente do Munícípio e solicitado o interesse pela criação de um parque per- manente de campismo eni P e n i c h e . T a m b é m uma comissão representativa dos campistas estrangeiros se deslocou à Câmara de Pe. niche, no mesmo sentido e para a qual o Sr. António da Conceição Bento teve palavras de agradecimento pela sua presença.

À noite realizou-se o pri­meiro fogo de campo, em que num ambiente de con­fraternização se iniciaram as primeiras horas do acampa­mento deste ano.

Tu sabes bem, que ele não Vê neste mundo outra pes­soa, senão eu ! Eu sou para ele, tudo no mundo! Pode ser, talvez, que tu não te­nhas muito trabalho em o contentar.

Essa mulher, é detestável- mente amorosa. E creio que ela lhe Vai dedicar um amor longo e duradoiro; e, sendo assim, ele esquecerá decerto a falta do filho.

Como Vês, é impossível ficar! Ficar seria, destruir toda a minha Vida. É preciso, que se evite um desastre infalível. E eu nâo quero, além disso, ter de dar en­trada numa casa de loucosl

Representa-me bem, sim, e escreVe-me para Paris, Dar-me-ás, então, contas de tudo.

** *Eu tenho o pressentimento

que eles vão ser felizes. Só, tu, sabes este segredo! Não te admires, pois, de o me» pai não saber deste noivado, a não ser muito Vagamente, pois que ele estava nessa altura no Brasil, a tratar duns r.egócios.

Quando regressou, tudo estava desfeito. É, pois, im- prescindível que tu não diga5 nunca a essa mulher, que

(Continua na página 3)

A n o v a ép oca, fu te b o lís t ic a tio

Clube Desportivo de MontijoNão permitindo o limitado número de páginas de

«A Província», que há semanas vimos publicando, — e agora, por destinarmos parte deste número, às breves festas da Moita, a inclusão já prometida, somos obriga- dos,—mau grado nosso — a adiar para o próximo número a publicação da entrevista que foi concedida, há quinze dias, pelo actual treinador do Clube Desportivo de Mon­tijo, sr. António Fábregas Casais, ao nosso redactor, sr. Artur Lucas.

Por essa circunstância forçada, pedimos as mere­cidas desculpas aqueles srs. e aos nossos estim ados leitores.

S E M T Í T U L O( C o n t i n u a ç ã o d a p á g i n a 6 )

J

Page 3: 1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233

10-9-959 A PROVÍNCIA 3

AGENDA ELEGANTE

AniversáriosSETEMBRO

Fizeram a n o s :_ No dia 8, a menina Ana Ma­

ria Caria Peixoto, filha da sr.* D. Ana Caria Peixoto, nossa prezada assinante, residente em Coimbra.

— No dia 8, completou 24 anos, o nosso estimado assinante, sr. António Luís Margalhau.

— No dia 9, completou as suas 19 risonhas primaveras, a gentil menina Vitória Pascoal Pereira Martins, afilhada do nosso esti­mado assinante, sr. José Augusto dos Santos.

— No dia 9, perfez 34 anos a sr.a D. Adriana Rosa Margalhau, irmã do nosso prezado assinante, pr. António Luís Margalhau.

— No mesmo dia, a sr.a D. Maria Antónia Palhais Diniz, filha do nosso dedicado assinante, sr. An­tónio da Silva Diniz.Fazem a n o s :

— No dia 10, a menina Maria Gabriela Relógio Machado, filha estremosa do nosso estimado assi­nante, sr. José Machado.

— No dia l i , completa 30 anos o nosso estimado assinante, sr. Joaquim Félix, societário do Café Ribatejano, da Baixa da Banheira.

— No dia 11, completa a bonita idade de 95 anos, a sr.a D. Cris­tina Cheirada, residindo actual­mente em Vila Franca de Xira, e nossa dedicada assinante.

— No dia 12, o sr. Abel Fernan­des Tobias Marques, nosso pre­zado assinante, nesta vila.

— No dia 13, o nosso dedicado assinante, sr. Domingos Tavares Bastos Júnior.

— No mesmo dia, o nosso pre­zado assinante, sr. Anselmo Joa­quim Marques.

— Ainda no mesmo dia, a sr.a D. Emília Rodrigues Baeta, nossa estimada assinante.

— No dia 14, a sr.° D. Mariana Correia Rafael, esposa do nosso prezado aasinante, sr. André do Nascimento Rafael.

A todos os an iversa ria n tes e suas fa m ília s , apresen tam os as nossas s in cera s felicitações e votos de con tinu idade p o r longos anos.

Trespassa-se-C A SA DE VINHOS E COMI­

DAS, com habitação e adega. Tra­ta-se na Rua Almirante Reis, 76 - Telef. 030134 - MONTIJO.

Rancho Folclórico do Douro Litoral

(Continuação da 4 .a página)

Eisteddfod, L L A N G O L L E N- IN G LA TERR A .

D iplom a de M érito E x ­traordinário no F es tiva l I n ­ternacional de D anças e C an­ções P opulares, de ZARA-g o z a .

V D iplom a de H o n ra e duas Taças no F estiva l In te rn a ­tional de Canções e D anças Populares, de C A S T E L L O N DE LA PLAN A.

Detentor de dezenas de la- Ç°f e placas de pra ta de várias C idades e V ila s do Pais e do E strangeiro .

M O N T J ODESPORTOS F U T E B O L

Sacavetiense, 1 ■> Montijo , 4 m o i t a d o r i b a t e j o

Jogo colmo e descontroído, por parle dos montijensesNo último domingo, 6, novavente

o «Clube Desportivo de Montijo, fez deslocar a sua primeira catego­ria, desta feita a Sacavém, a—fim de ali efectuar um jogo de Fute­bol, com o representante daquela risonha vila estremenha.

Numa temperatura abrasadora, só um jogo calmo e descontraído, servia aos montijenses, porquanto tratava-se mais própriamente de um treino, que um jogo de com­petição, embora houvesse um ár­bitro oficial.

O jogo, em si, tem pouco que contar, com uma primeira parte, menos má; para descair um tanto, para o final.

À melhor preparação e con­textura de jogo dos visitantes, res­pondiam os locais, com empenho e vontade, que se não chegou, para inquietar de certo modo os mon­tijenses, serviu—para demonstrar a boa forma dos dois guarda-redes

«O s Marialvas de São Cristóvão»

Em comemoração do 20.° ani­versário de existência deste sim­pático grupo lisboeta, cuja finali­dade é o recreio e beneficência, —realizou em interessante festa íntima no dia 2 de Agosto findo, uma distribuição de vestuário e calçado a 45 crianças pobres, se­guida de um lanche aos seus pr o ­tegidos.

Não esqueceu, porém, a sua Di­recção de contemplar uma criança pobre escolhida pelo nosso sema­nário ; e, para esse fim, teve a amabilidade de nos enviar igual­mente um enxoval para esse efeito, o que reconhecidamente em nome de «A Província» e da criança contemplada, apresentamos os nos sos agradecimentos.

Renovando o t e s t e m u n h o da nossa maior simpatia peia sua obra, apresentamos-lhe as nossas amistosas saudações e votos das maiores prosperidades pessoais e colectivas, através da sua dura­doira existência futura.

Cor batas das F estas das Cidades de PO N TEV ED RA e V1GU.

Prmran tai Is fsm

(Continuação da página)

A’8 17 horas — Grandioso Fes­tival Taurino, com brilhantes ar­tistas, o qual será abrilhantado pela Banda Humanitária, de Pal­meia.

A'8 20 horas — Chegada da Banda da Sociedade Filarmónica 1.® de Dezembro, do Montijo.

Das 21,30 a’s 0,30 horas — Grandioso Concerto Musical pelas duas Bandas, acima referidas.

A’s 0,30 horas — Imponente segunda sessão de fogo preso, dos famosos artistas pirotécnicos LI- BÓRIO JOAQUIM FERNANDES, SUCRS, de Lanhelas, em que se­rão queimadas novas e surpreen­dentes peças, seguida de uma ma­ravilhosa sessão de fogo de artifí­cio, no ar, que terminará com um «BOUQUET FINAL», de muitos milhares de foguetes dos mais va­riados efeitos.

DESLUMBRANTES E ORIGI­NAIS ORNAMENTAÇÕES DE VIÚVADECONSTANTINOLIRA, de FELGUEIRAS.

de M ontijo: R E D O L e BEL­CHIOR.

Cremos não haver nada mais digno de registo, a não ser a boa correcção dos atletas; e, bem assim, uma arbitragem sem preocupações.

Tendo como Juiz neste jogo, o sr. Pena da Silva, da Associação de Futebol de Lisboa, as turmas alinharam e marcaram :

SACAVEN iNSE - Lino (Casi­miro); }. Martinho e J. Fernandes; Orlando, F. Martinho e A. Martins, Américo, Moreira, Cardoso, M. Rosa (1) e F. Azevedo.

MONTIJO - R E D O L (BEL­CHIOR); VaLENTIM fARTUR) e BARRIGANA: S E R R A L H A (1) MANUEL LUÍS e ANDRÉ; BVR- RIGA ( T R A Q U I N O ) , ROMEU (CUSTÓDIO), A R S É N I O (2), CUSTODIO, (J. PAULO (1), e J. PAULO (MARINHO).

A rtur Lucas

(íric dos Atrasados à flossa S.a da Atalaia

(atrasado na redacção )Por comemoração do seu 19.®

aniversário de existência, ocorrido em 31 do mês findo, fez na se­gunda feira, - em sua data come­m orativa,-a tradicional saída à povoação da Atalaia, este antigo Círio da nossa vila.

Na sua partida de 2.a feira, dia 31, para a romaria da Atalaia, fi­zeram-se os habituais cumprimen tos ao nosso Município, autorida­des administrativas, imprensa lo­cal, e seus c.onsócios, bem como às colectividades desta vila.

O seu regresso efectuou-se na noite de 1 do corrente, o qual foi assinalado por uma apreciável es­fera de euforia, que animava tod: s os componentes do Círio, realçiula peio explêndido fogo de ariifício lançado à sua chegada a Montijo.

Pela nossa parte, agradecemos reconhecidos a visita feita à nossa redacção antes da sua partida, e desejamos a este Círio a maior soma de prosperidades futuras.

F a ita de espaçoPor aglomeração de original da

última hora, tivemos de deixar al­gum original de remissa para o próximo número, entre o qual as locais respeitantes à nossa secção de «LUTUOSA», cuja publicação já haviamos anunciado na semana finda.

Apresentamos, portanto, mais uma vez, as devidas desculpas aos nossos leitores.

Sem título(Continuação da 2 .a página)

casou com o pai do homem que a amou arrebatadora- mente, doidamente.

Adeus, e prova mais uma Vez a tua amizade por mim. Quando receberes esta carta, já eu irei longe daqui. O destino! O que é destino? Irei longe ser feliz, longe da Pátria ? Deus o permita l

A le xa n d re Vaz

Mais uma vez e3te ano promo­vido, como sempre, pelo jornal «FESTA»,dirigido pelu no«so con­frade Gentil Marques, realiza-se o habitual Concurso de Quadras po­pulares, sobre as tradicionais Fes­tas em Honra de N.a Senhora da Boa Viagem, na Moita do Ribatejo.

Cada concorrente poderia enviar quantas quadras quizesse, até ao dia 10 do mês corrente, inclusivé, para os e s c r i t ó r i o s do jornal FESTA—Rua Santo António da Glórií, 6-2.° C, em Lisboa, onde se davam todas as informações, pelos telefones 21271 e 21646.

O primeiro prémio consistia na permanência do vencedor na vila de Moita do Ribatejo, durante um dos dias de festa, com todas as despesas pagas.

O Concurso tem igualmente o patrocínio do r á d i o - programa «Fesías na Moita do Ribatfjo», transmitido todos os sábados, por Rádio Clube Português, às 19 h ..

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5.* feira, 10 — D i o g o6.a feira, 11 — Gi r a l d e •Sábado, 12 - M o n t e p i oDomingo, 13 — M o d e r n a2.“ feira, 14 — H i g i e n e

3.* feira, 15 — D i o g o

4." feira, 16 — G i r a l d e 8

Boletim ReligiosoV ida C a tó lica

HORÁRIO DAS MISSAS5.*-feira, 10 — à« 9 h.6.*-feira, 11 — às 9 h.Sábado, 12 — às 9 h.Domingo, IS —Na Igreja Paro­

quiarás 7 e 11,30 h . ; e terço e bên­ção, às 19 h. e, na Igreja Paroquial do Samouco, às 9 h.

EspectáculosCINEMA TEATRO

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5.* feira, 10; (Para 17 anos) Um grande drama mexicano colorido, com lindas canções: «O Diário de Minha Mãe», com Marga Lopez e e Robeito Canedo.

Domingo, 13; (Para 17 anos) Um arrebatador filme da M.G.M. pre­miado com 9 Oscars: «Gigi», em metrocolor e cinemascope; com L<*slie Caron. Louis Jourdan e Maurice Chevalier.

CINE ESPLANADA1 .® Dr. DEZEMBRO

Sábado, |2 (Para 17 anos) O filme de guerra em fupersrope: «Baionetas de Aço*, c^m Kieron Monre; e o filme de «suspense»: «O Cúmplice das Sombras», com Van Heflin e Evelyn Key«.

Domingo, 13; (Para 12 anos) Um filme valente e arrojado: «O Barão da Serra», em cinema-cope; com Rick Jason e Rita Gran. No pro­grama o lindo complemento colo­rido e em cinemasc pe ; «A Região da Terra Trememre».

3.* feira, 15; (Para 17 anos) Um grande drama mexicano no am- bien>e da luta livre: «A Besta Ma­gnifica , eom Miro-lava, Jose Elias Moreno, e os melhores lutadores do mundo.

O primeiro aniversário da

Sociedade Banheirense de Assistência, Abaste­

cimento, Cultura e Recreio, da B,' da BanheiroFaz amanhã, dia 1 1 de Setembro, um ano, que,

no cartório notarial do Montijo, foi lavrada a escritura, pela qual ficou constituída a eSociedade Cooperativa Banheirense de Assistência, Abastecimento, Cultura e Recreio», sociedade sob a forma anónima de responsa­bilidade limitada.

Como se sabe, o movimento cooperativista, — mo­vimento económico, que tende à reforma moral dos Po­v o s — , deve, em Portugal, a sua existência, na ascenção actual, ao erudito Intelectual e Homem de Bem, que é o estimado Professor Doutor António Sergio, ao qual en­dereçamos os nossos cumprimentos, pelo assinalado êxito que o Cooperativismo, está alcançando em todo o País.

Em virtude de brevemente irmos tratar do Coopera­tivismo e seus diversos aspectos, limitamos por hoje, a estas simples linhas, o muito que se nos oferece dizer sobre este assunto.

JoSo Maria Campos

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Page 4: 1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233

4 A PROVÍNCIA 10-9-959

F e s ta s d e Nossa Senhora d a B o a V ia g e m. . . . . . . . . . . . . . .. n a m o T t a d õ r í b à t e j o - -------

Apontamento inicialAs festas de N.a Senhora da Boa Viagem

As Festas que em Setembro se realizam na Castiça Vila da Moita do Ribatejo, são d » m ais típ icas e trad ic io n a is do Sul do País.

A sua origem peide-se na bruma dos tempos; sabe-se, no entanto, que já em 1692 se efectuavam.

SSo ostas Festas, sem favo r, consideradas um dos m aio* re s—senSo o m a io r ,—cartaz de propaganda desta reg iS e .

Os motivos de atracção nela existentes, são dos mais aliciantes e variados.

E L E É :A sua Procissão, de uma m agnificência e grandiosidade reli­

giosa rarissim a, que excede tudo que a mente humana pode supôr, e que atinge o seu ponto culminante com a comovente e inesquecível cerim ónia da benção dos barcos e m arítim os.

ELE ÉO rendilhado e b tilhan tism o das ornamentações e ilum ina­

ções d a s suas ruas e edifícios, destacando-se o d a Câmara Mu­nicipal e Igreja Paroquial.

E L E É :A garridice, a alegria, o ambiente próprio e inconfundível desse es­

pectáculo tão Portugês; Uma tarde de toiros na Moita do Ribatejo.ELE É :A alma deste bom Povo, inundando as ruas com o colorido dos seus

trajes regionais, durante as largadas de toiroslELE É :A categoria invulgar das suas sessões de fogo de artificio IELE É AINDA:O alto nível dos concertos musicais, tão do agrado dos amantes da

boa música; a exibição dos Ranchos Folclóricos de reconhecido valor, o que tem contribuído para que,—de ano para ano,—mais apreciadas se­jam as suas actuações.

E é esta amalgama, este conjunto de motivos, que atraem à Moita do Ribatejo, milhares e milhares de Forasteiros, vindos de todo o País, e centenas de turistas estrangeiros das mais diversas nacionalidades, e que de passagem por Portugal, não podem, nem querem perder tãs caracte­rísticas Festas.

E são assim : Festas do Povo e para o Povo há perto de 300 anos e hão de continuar a sê-lo por mais 300, se Deus quizer 1

F E S T A DA M O I T AM anhã . F esta da M o ita / Ê alvorada.H á foguetes no céu. O s fo ra s te iro s ,D e s fi la m com seus fa to s dom ingueiros P ela s ru a s da terra engalanada.

A u m e n ta de vo lum e a a lgaraviada D o povinho que chega e não esquece,E em cujos corações nunca arrefece E s ta fe s ta de todos tão gabada.

A n d e i por vila s, v is ite i cidades,M ontes, outeiros, va les e h e rd a d e s •N u n ca v i terra boa, a ssim — só esta /

Q uem do P a is conhece as rom arias E não passou aq u i dois ou três dias,N ã o sabe de certeza, o que é ti m a F esta /

1 I

B e n d it i seja a terra onde nasci,O berço de meu f i lh o e de m eus p a is ,D as aves que se a n in h a m nos beirais Sob este céu a zu l que nos sorri.

E u canto desta terra estrem ecida,A fe s ta lin d a que nos dá na v is ta ,De atractivos, de cor, nunca excedida . S e jxca so isto é ba irrism o , eu sou b a ir r is ta !

A r r a ia l deslum brante, m il fo lg u ed o s,T o u ra d a , circo, procissão, brinquedos, F a n fa r ra s , autom óveis, tudo en cerra !

V ila da M oita alegre, sed u to ra :P r im a s te sem pre em ser acolhedora /O terra onde n a sc i! O m in h a te r r a !

Agosto de 1959 P e d r o C a rv a lh o

Alvaro DurãoImportação Directa

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É o ano de 1959, aquele que constitui o seguimento de auspiciosa actividade da Comissão empossada no ano findo pelo anterior presidente do Município da Moita, sr. Jo sé de Sousa e Costa, a qual honrou então sobrema­neira as tradições da tran­sacta Comissão Promotora das Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, presidida durante alguns anos, pela figuradinâmicadoilustreMoi- tense, sr. Antero Francisco Sousa de Almeida, a quem o brilhantismo das Festas da Moita, muito ficaram, tam­bém devendo. *

Norteada a actua! Comis­são pelo lema de cada vez se realizar MAIS E M E­LHOR, a bem do prestígio do nome da M OITA DO R IBA T EJO , apresentou este ano em público um sugestivo programa cívico e religioso, que estamos certos levará à linda e castiça Vila ribeiri­nha, uma larga afluência de forasteiros, que assim recom­

pensarão o grandioso esforço desse grupo de moitenses, que se abalançaram a largos cometimentos, que muito di- gniíicam a sua terra e o seu hospitaleiro povo.

Para as individualidades que constituem a Comissão das Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, presidida pelo sr- João Serafim Fi. gueira Batista, e tem como vogais, os srs. Manuel Jorge Berardo Reimão, Edgar Mas< carenhas Atayde Costa, Ma­nuel Augusto Silva Queiroz, Jo sé Filipe Figueira Baptista, João da Conceição e Sousa, Carlos A l b e r t o Medeiros Furtado, Domingos Pereira Vaz, Manuel Dias Capela e José da Cruz Terras, vão as nossas sinceras felicitações pelo seu árduo esforço, em prol do novo Vigor que têm i mp r i mi d o às magestosas festas da sua terra nativa ou de coração, com os nossos desejos das suas maiores prosperidades futuras.

J . M igue! Martinho

RANCHO FOLCLORICO DO DOLRO LITORAL

Rancho Folclórico do Douro LitoralO Rancho do Douro Lito­

ral, conforme o seu nome indica, canta e dança o Fol­clore da sua província, e é considerado um dos maiores valores do Folclore Nacional.

E sse valor é atestado pe­las honrosas classificações que tem obtido, tanto no País, como em diversos fes­tivais folclóricos efectuados no estrangeiro.

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(Continua na página 3)

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Page 5: 1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233

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Sábôdffl, 12A’h 8 horas — Girãndolas de

morteiros, anunciando a abertura das Festas.

A’8 8,30 horas — Missa de comunhão geral.

A’s 10 horas — Missa solene, c^atada, em honra de N." S.a da Boa Viagem.

A’ 8 21 horas — Cerimónias re­ligiosas na Igreja Matriz, com Têrço, Ladainha de Nossa Senhora, Sermão e Bênção do Santíssimo. Volta à Vila, pela Banda da Socie­dade União Agrísola de Pinhal '•'ovo.

A’8 21,30 horas — Abertura do arraial, com vistos» iluminação na Feira Franca; no edifício da Câ­mara Municipal e na Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem. Concerto pela Banda da Sociedade União Agrícola de Pinhal Novo.

A PROCISSÃO A N.a SE­NHORA DA BOA VIAGEM, NA MOITA DO RIBATEJO, É A MAIOR E A MAIS IM­PRESSIONANTE CERIMÓ­NIA RELIGIOSA, DE QUAN­TAS SE EFECTUAM NO CENTRO E SUL DE POR­

TUGAL!

Domingo, 13Á’s 8 horas — Alvorada com

girãndolas de morteiros. Volta à Vila, por um dos mais famosos e originais de Grupos de «Zés Pe­reiras», do Ncrte do País, com ca­beçudos e gigantones.

CERIMÓNIAS RELIGIOSAS:A’b 8,30 horas — Missa paro­

quial, com prática sobre a Santís- fima Eucaristia.

4’a to horas - Chegada da pinda da Sociedade Filarmónica Perpétua Azeitonense.

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Moita do Ribatejo

tintos cavaleiros: David Ribeiro Teles e Alberto Luis Lopes; os apreciados espadas: A r m a n d o Soares e Manuel Durão e o

dro Louceiro; os consagrados es­padas: Diamantino Viseu, A n­tónio dos Santos e M muel Durão e o valoroso Grupo de

rendo Prior desta Paróquia, sr. João Evangelista de Jesus Matos, acolitado por dois Sacerdotes. Su­birá ao púlpito para proferir o Sermão — que versará sobre o si­gnificado da «Festa a Nossa Se-

1 9 5 9nhora da Boa V iagem », — um dos m ais ilustres Oradores sa­grados.

A’8 14 horas - Chegada das Bandas da Sociedade União Agrí­cola do Pinhal Novó e Sociedade Instrução Musical, da Quinta do Anjo.

Das 14,30 âs 16 horas — Concerto, pelas Bandas, acima in ­dicadas.

A’s 16 horas — Concurso dos barcos melhor decorados, com pré­mios para os três primeiros clas­sificados ; e ainda, um prémio de consolação a sortear entre os res­tantes concorrentes. O ju ri será formado pelo Ex.mo Sr. Presidente da Câmara, um Representante da Imprensa, Delegado Marítimo e um membro da Comissão das Fes­tas.

A’s 17 horas — Saída do Tem­plo da Imponente Procissão de N a Senhora da Boa Viagem, com­posta por 22 andores, ricamente engalanados, precedida de Guarda de Honra, feita pela Guarda Na­cional Republicana, com uniforme de grande gala.

No Cais, seguir-se-há, a ines­quecível cerimónia da Bênção de Barcos e Marítimos, em que a

Boa Gente do Mar renderá .is suas homenagens a N.a Senhora, fa­zendo subir aos Céus, centena» de milhar de foguetes e morteiros de tiro reforçado.

O Revd.° Priòí’ e a Comissão de Festas agradecem aos Srs. Romei­ros, para que as proiressas de fogo sejam cumpridas junto à Igreja, ao recolher da Procissão.

A’s 20,30 horas — Exibição do Ranclio do Douro Litoral, um des mais famosos e categorizados, de quantos tem visitado a vila da Moit.u (1.* parte).

A ’s 22 h o r a s — Imponente Festival Nocturno, com a partici­pação do consagrado Grupo de Forcados Amadores da « Tertú­lia Tauromáquica de Montijo».

Das 22 ás 0,30 horas — Con­certos musicais pelas Bandas Ins­trução Musical e Perpétua Azeito­nense.

A ’8 0,30 horas — Continuação da Exibição do Rancho do Douro Litoral. (2 .a parte).

Segunda-Feira# 14A’8 8 horas — Vol ta à Vila

pelo Grupo dos Zés Pereiras, acom­panhado dos gigantones e cabe­çudos.

D as 10 ás 11,30 horas - P ri­meira largada de toiros, na Av. Dr. Teófilo Braga.

A’8 14 horas — C h e g a d a da Banda da Sociedade Filarmónica Timbre Seixalense.

Das 15 âs 16 horas — Con­certo pela Banda Timbre Seixa­lense.

A’h 17 horas — Corrida de toi­ros, em que tomam parte os dis-

aguerrido Grupo de Forcados de Riachos, tendo por cabo José Luis.

A ’s 20 horas — Chegada da Banda Democrática 2 de Janeiro ,de Montijo. 2.a apresentação do Rau-

m O ITfl DO RIBATEJOcho do Douro Litoral, que voltará a mostrar a riqueza do folclore da província do Douro Litoral (l.a parte).

Das 21,30 ás 0,30 horas — Concertos Musicais pelas Bandas Timbre Seixalense e Democrática 2 de Janeiro.

A ’s 0,30 horas — Continuação da exibição do Rancho do Douro Litoral (l.‘ parte).

A' 1,00 hora — Primeira sessão de fogo de artifício, no ar, coca um soberbo «bouquet» final.

Terça-Feira, 15A’8 8 horas — Alvorada com

girãndolas de 2 1 morteiros e volta à vila, pelos Zés-Pereiras.

Das 10 d8 11,30 horas — Se­gunda largada de toiros, na Ave­nida Dr. Teófilo Braga.

14 horas — Chegada da Banda da Sociedade Filarmónica União Seixalense.

Das 15 de 16 horas — Con­certo pela mesma Banda.

A’s 17 horas — Sensac i ona l Corrida de Toiros, abrilhantada pela Banda Usiião Seixalense, em que tomam parte os notáveis ca­valeiros : Manuel Conde e Pe-

Forcados de Lisboa, capitanea­dos por Adelino de Carvalho.

A’s 20 horas — Apresentação do aplaudido Rancho Folclórico de Pescadores e Varinas de Vila F' an­ca de Xira, que tão grande êxito alcançou na Feira do Ribatejo n*s Festas do Colete Encarnado e em Viana do Castelo (l.* parte).

A’a 20,30 horas — Chegada da Banda da Sociedade Filarmónica Palmelense (Os Loureiros).

Das 21.30 ás 0,30 horas — Concerto Musical pelas Bandas da União Seixalense e Filarmónica Palmelen«e (Os Loureiros).

A’8 O 30 horas — Continuação da exibição do Rancho Folclórico de Pescadores e Varinas de Vila Franca de Xiia.

A’ 1 hora— Grandiosa sessão dc fogo preso, em que serão quei­madas peças de maiavilhoso efeito, dos afamados pirotécnicos LIBÓ- RIO J OAQUI M FERNANDES, SUCRS.. de LANHELAS. e JOÃO LOPES SOARES, de AVINDES.

Durante toda a noite, continua­ção dosfestejos e da FeiraFranca, onde não faltam as mais sugesti­vas atracções.

Quarra- feira, 16A’8 8 horas — Alvorada, com

volta à Vila do típic'> grupo de Zés-Pereiras e girãndolas de 21 morteiros.

Das 10,30 ás 11.30 horas — Terceira e última largada de toi­ros.

A ’e l4 h o as ~ Chegada da Ban­da da Sociedade Filarmónica Hu­manitária dr Palmeia.

(Continua na pág ina 3)

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Page 6: 1$00 Quinía-fetre, 10 de Selembro de 1959 Ano V - N.* 233

6 A. PROVÍNCIA 10-9-9'

N-o10= 11 > 4 / ? C O • / / ? / S H 10-9'59;Página m ensal de colaboração dos nossos leitores e assinantes

«Depois do bom tempo... a tempestade...»(A m inha m ae eom verdadeiro carinho)

Simplício depois duma ten­tativa frustada junto do seu chefe seguia a c a b r u n h a d o para casa.

Vencido!... O seu andar compassado e lento denotava um estado de espírito incons­ciente... um desejo de quem não tem pressa de chegar a um iugar obrigatório, mesmo que esse lugar, como era o caso presente, fosse para o pobre Simplício s sua pró­pria casa.

L ar! Doce Lar!J á via a mulher furibunda,

arremeter-lhe à cara as mais ignóbeis infâmias que só dela poderia admitir.

— E s um in ú t i l ! O nde está essa personalidade que te conheci antes de casattnos! T rem es só de ver teu che fe pela f r e n te ! C a n a lh a 1 Sim, ele sabia que era isto que iria ouvir mais uma vez.

— A h ? se eu soubesse!— acrescentaria, certamente.

M as era neste desabafo,quase diário, que ele sentia forças de na sua frente lan­çar, se bem que mentalmente, também a sua apropriada res­posta :

— 0 ? I se eu soubesss!Ela continuaria nos seus

impropérios lançando de vez em quando olhares de pie­dade para onde ele, Simpíí- cio, se recolheria como ani­mal medroso ante a fera ciosa de sangue.

A p r e s s a r a um pouco o passo, pois os seus pensa­mentos espelhando-se no ros­to melancólico, começavam já a interessar os transeuntes.

* **— S im p líc io ! S im p líc io I

— ouviu uma voz que o cha­mava.

Olhou. Na sua frente e s ­tava a Chica Loura— , o seu primeiro amor.

Em breves segundos ma­gicou indeciso: iT a lv e z esta tivesse sido m elhor».

Mas já ela sorria-lhe co- quete naquele sorriso de mu­

lher, que não esquece um amor passado.

— Chica !— S im p líc io !Abraçaram-se em p l ena

rua como dois provincianos, que se não vissem há muito.

Falaram de muitas coisas, Do seu passado, do presente e mosmo do futuro. Promes­sas ! Promessas, S im p líc io !— respondeu ela já quando se afastava, gingando as suas formas roliças.

Começou a andar recor­dando a Chica nos seus tem­pos de rapariga tão preten­dida. Naquele tempo, trazia alvoraçados todos os cora­ções do Bairro.

Era uma mulher bonita, uma s o m b r a daquela que agora vira. Cabelos louros, um rosto onde se notava uns olhos rasgados e uma boca onde uns lábios s e n s u a i s ocultavam um pouco o seu tamanho. A s formas eram dignas de realce. Uns seios estilo Lollobrigida, umas an­cas estilo Marilyn e umas pernas que lembravam as de Cid Charisse. Sorriu a esta comparação tão cinéfila.

Fora esta beldade que Sirn- plicio prendera nos laços da sua paixão. Eram invejados, mas essa inveja fazia mais feliz os dois n a m o r a d o s , mormente ele. Depois tivera que esquecê-la por algum tempo pois obrigaram-no a umas férias na praia. Voltara e recomeçara o namoro in­terrompido até que...

— S im p líc io ! P o is és tu S im p líc io ? 1. , .

Uma mulher dos seus trinta anos sorria-lhe bonacheirona deixando ver por instantes uns dentes brancos, quase perfeitos.

— R o s a ! tu aqui R o s a !— gritou surdamente.

— H o m em / não vez que sou eu a tua R o s in h a !

Outro amor da sua vida. «E se esta tivesse sido m elhor que a outra* 1 — pensou m a­qu in a lm en te . . .

Fora num baile. A Chica tinha saído com a patroa, ela dizia-lhe que era dama de

Por - A L C A M L O

companhia, a passar oito dias no campo.

De espírito boémio entrara no recinto com ares de galã, ares esses que produziram o efeito desejado. Todas mi­raram com interesse aquele rapaz tão simpático e des­contraído. Num simples olhar escolheu uma. Estava feita a «conquista». Fora assim que Rosa caira nos braços de Simplicio que com frases e s ­tudadas, eram s e m p r e as mesmas, fizera sonhar1 a ra­pariga.

Fora uma noite inolvidável para ambos, mas no outro dia a Chica soube por informa­ções escritas duma amiga e...

— E m que pensas S im ­plicio ? ~ p e r g u n t o u - l h e Rosa.

— E m ti m inha boneca I — disse-lhe galanteador.

Meu bom am igo,— meu jovem amigo — , escrevo-te às quatro horas da madru­gada, com a cabeça num inferno,

Antes de me sentar a esta mesa, eu passeava rio quarto, como um louco. Não posso dormir! O silêncio cálido da noite, atormenta-me. Ó que desespero!

Meu bom amigo: O meu pai Vai-se casar! E que tem isso?, dirás tu.

Tem muito! Tem-que essa mulher que o vai desposar, pela segunda Vez, foi minha noiva; amei-a loucamente, longamente, desde que a conheci, naquela tarde ar­dente de Julho, à sombra daquele carvalho secular.

Tu conhece-la bem. Pois essa mulher que adorei e repulso, que detestei e que e que agora odeio, Vai-se casar.

É horrível, meu am igo! Endoideço com certeza!

Saber que ela Vai agora viver na minha companhia, que Vou sentir os seus pas- sinhos mimosos, através da casa; ver o seu olhar me­lancólico e terno; ouvir a

— T em p o s passados S i m ­plicio ! 1 em pos passados que j á não v o lta m . . . respon­deu com um sorriso de sau­dade a bailar-lhe nos lábios outrora tão b e i j a d o s por aquele a quem um dia entre­gara o coração.

Partiu.* **

Começara a escurecer e S i m p l i c i o temeu mais de que nunca, as fúrias da mu­lher.

Quase a correr encami­nhava-se para casa, quando ouviu uma voz cristalina, que lhe gritava : —

— S im p líc io 1 S im p lic io , vem cá querido /

Olhou e não resistiu. Com um ar alegre e tão feliz que dir-se-ia i n a c r e d i t á v e l na­quele rosto há pouco tão macambúzio, correu para Bel- mira caindo-lhe nos braços.

B e i j a r a m - s e . Um beijo cheio de vida e desejo. Era o tónico que todos os dias to­mava para esquecer a mu­lher. Combinaram ir ao ci­nema nessa noite, pois ela tinha que falar-lhe de vários assuntos, importantes para ambos.

E lá se foi o Simplício. De­saparecera do rosto a felici­dade que irradiava. Deixou

sua Voz doce e meiga, tudo isso é superior às minhas forças!

Vou contar-te, melhor: Eu nâo sei se o conseguirei. As mãos tremem-me, o cérebro lateja-me doidamente, e eu sinto-me, arruinado, desvai­rado.

Belmira a divagar. Sabia que era casado, mas também sa­bia que a mulher era um monstro e nunca lhe dera mostras de carinho. Por isso gostava tanto do seu Simpli- cio. A outra fazia dele uma máquina de fazer dinheiro, enquanto que ela só lhe pe­dia de vez em quando, qual­quer coisa sem importância. Bastava-lhe o seu amor e era em respeito a esse amor que recebera aquele frigorífico, aquele aparelho de televisão, aquele interessante casaco de peles, aquela mobília de que gostara tanto, quando a vira exposta na casa de mó­veis do sr. Eurico; enfim, só por o ver feliz ela sacrifica­va-se a aceitar obrigando-o a fazer aquelas despesas, muitas vezes dispensáveis,

Mas preferia sempre ale­gre e jovial quando lhe ofe­recia qualquer coisa a vê-lo triste, quando ela rejeitava.

Ele voltou-se pela última vez e acenou-lhe amorosa­mente.

Q uerido S im p lic io !Entretanto ele entrava em

casa sem dar conta disso. Só quando um sapato veio aca­riciar-lhe a cabeça e sentiu que ia cair, ele percebeu que a vida tinha mudado os pró­prios provérbios:

t A tem pestade, viera dt- po is do bom tem pos.

Essa rapariga que adorei há três anos, foi agora passar uns dias à praia. Como sa­bes, o meu pai é viúvo. Nâo, obstante, os seus quarenta e quatro anos, ele está tão jovem ainda, que eu me eiv vergonho, muitas vezes, de o acompanhar.

Tu sabes, que ele foi seitj' pre galante. Tem uma habi­lidade manhosa, perante as m u l h e r e s , uma habilidade odiosa, sabes!

— A T I . . . = =C andeia sem lu z , ave sem abrigo .A inda há tão pouco a m in h a v id a era ;S o fr e r continuo, enorm e castigoS em v is lu m b ra r u m sonho, um a quim era,

M as, agora, vejo ao longe a esperança B rilh a n d o como estrela c in tila n te ;P a ra onde, cega, a m in h a a lm a avança D ecidida a passadas de gigante.

Q uerer to r tu ra r .m c p a ra te esquecer C alcar sem piedade o coração •— S erá acrescentar o meu so jre r ,P erder da v id a a única razão ,

V in te anos fc r a m vtv idos em abandono S em ter j è , sem p ra ze r e sem am or;E u j u i ta l e qual, como um cão sem dono Que andou das torm entas ao s a b o r ! , , ,

Jo a q u im C a r r e ir a T a p a d in h a s

Pois b e m ; ele encontrou (Continua na página 2)

PAÚL DA OUTRA BANDA(Quadro do Malhoa) —'-==15

P a u l da O u tra B anda, onde ninguém V ai e onde eu estou em pensamento.Onde todo o meu ser quer ir tam bém P a ra a fo g a r em ti este tormento.

E m P á u l da O u tra B a n d a alguém T r a n s fo r m o u m in h a A lm a , num m om ento.E m tr iste e pensativo tornou quem A leg re sem pre fo i , sem so jr im en to .

P a u l da O u tra B anda , como eu sinto N este meu coração, da V id a extin to ,A f rieza da água adormecida.

P a ú l da O u tra Banda, quem me dera,P 'r a abreviar o f i m que j á me espera,Q ue fo sses a outra banda da V ida I

Caldos da RoinKo, 4-Junk-1955 Carlos Paaiágua

26/11/59 Tila leal <£t Santo âslóiii

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