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    COMENTRIOSPRIMEIRA PARTEO FENMENO ........................................................ .............................................................. 1

    PREFCIO ......................................................... ................................................................. ........................................ 1HISTRIA DE UM CASO VIVIDO ........................................................... .............................................................. 2MENSAGENS PARTICULARES DE PIETRO UBALDI ......................................................... ............................. 7MENSAGENS MEDINICAS DIRIGIDAS A PIETRO UBALDI ....................................................................... 7SOBRE DEUS E UNIVERSO DE PIETRO UBALDI ................................................................ ........................... 11A VERDADEIRA E INTEGRAL REALIDADE DE PIETRO UBALDI POSTA EM EVIDNCIACOM O MTODO PARAPSICOLGICOPSICODIAGNSTICO BLASI ............................................ 13UM CASO DE BIOLOGIA SUPRANORMAL ............................................................................................. ........ 16PIETRO UBALDI E SUA OBRA ................................................................ ............................................................ 24PIETRO UBALDI, PROFETA DO ESPRITO ............................................................... ...................................... 25A GRANDE SNTESE E A NOVA TEORIA DE EINSTEIN (Esclarecimentos) .............................................. 25ENCONTROS COM EINSTEIN (I) (O Homem) ........................................................... ...................................... 27ENCONTROS COM EINSTEIN (II) (O Pensamento) ............................................................... ........................... 28

    SEGUNDA PARTECRTICAS ............................................................................................................................ 30

    GRANDES MENSAGENS (I) ............................................................ .............................................................. ........ 30GRANDES MENSAGENS (II) ................................................................................................................................ 31O REGRESSO AOS DIAS CRIATIVOS DO DIVINO PENTENCOSTES ATRAVSDA MEDIUNIDADE INTELECTUAL .................................................................................................................. 32A PROPSITO DA MENSAGEM DO PERDO DO PROF. PIETRO UBALDI ......................................... 32PIETRO UBALDIA GRANDE SNTESE ......................................................... ................................................. 33A SUA VOZ ........................................................................................................................................................... 33A HISTRIA DE UM NOVO GRANDE MOVIMENTO ESPIRITUAL .......................................................... 35O FIM DA SNTESE CSMICA (A Grande Sntese)........................................................................................... 36NASCIMENTO DE A GRANDE SNTESE .......................................................... ................................................. 37O FENMENO UBALDI......................................................................................................................................... 38A GRANDE SNTESE PREFCIO PRIMEIRA EDIO ITALIANA ......................................................... 39A GRANDE SNTESE PREFCIO SEGUNDA EDIO ITALIANA ......................................................... 40A GRANDE SNTESE PREFCIO QUARTA EDIO ITALIANA .......................................................... 43A GRANDE SNTESE PREFCIO PRIMEIRA EDIO ESPANHOLA ................................................... 45A GRANDE SNTESEMENSAGEM DE EMMANUEL .................................................................................. 45AS NORESAPRECIAO DE FERMI .......................................................................................................... 45A GRANDE SNTESEAPRECIAO DE FERMI ............................................................... ........................... 49ASCESE MSTICAAPRECIAO DE FERMI ......................................................... ...................................... 53A GRANDE SNTESEAPRECIAO DA IMPRENSA (I) ............................................................... ................ 56A GRANDE SNTESEAPRECIAODA IMPRENSA (II) ............................................................................... 56A GRANDE SNTESEAPRECIAO DA IMPRENSA (III) ............................................................................... 57A GRANDE SNTESEAPRECIAO DA IMPRENSA (IV) ............................................................................... 58A GRANDE SNTESEAPRECIAO DA IMPRENSA (V) ............................................................... ................ 59VRIAS CRTICAS ..................................................... ................................................................. ........................... 60UM LIVRO REVELADOR ..................................................................................................................................... 61MISTICISMO MODERNO ..................................................................................................................................... 62HISTRIA DE UM HOMEM ................................................................................................................................. 64

    TERCEIRA PARTEA CONDENAO ............................................................................................................. 65

    CONDENAO DO SANTO OFCIO .................................................................................................................. 65UBALDI CONDENADO PELA IGREJA .............................................................................................................. 65A GRANDE SNTESE NO NDEX ............................................................. ............................................................ 65A CONDENAO DE A GRANDE SNTESE ..................................................................................................... 66AS OBRAS DE PIETRO UBALDI NO INDEX ............................................................... ...................................... 66ORIENTAO ......................................................................................................................................................... 68CONCLUSES SOBRE A CONDENAO ........................................................ ................................................. 70PIETRO UBALDI E A IGREJA ............................................................................................................................. 73O PONTO DE VISTA TEOLGICO ......................................................... ............................................................ 75

    Vida e Obra de Pietro Ubaldi (Sinopse)....................................................................................pgina de fundo

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    Pietro Ubaldi COMENTRIOS 1

    COMENTRIOSPRIMEIRA PARTEO FENMENO

    PREFCIO

    Com o presente trabalho, Comentrios, apresentamos o1ovolume da Introduo Segunda Obra, que chamamos

    brasileira, porque nasceu e se desenvolveu no Brasil, depoisque para c se transferiu seu instrumento humano, em de-zembro de 1952.

    Explicaremos no princpio do 2ovolume desta obra, Profe-cias, como ela nasceu em 1955 e 1954, o seu novo estilo, suasignificao e contedo.

    Esta nova Obra surge seguindo o esquema da primeira, de-senvolvendo o mesmo pensamento em novos aspectos, aomesmo tempo em que acompanha o desenrolar-se da missopor ela expressada e o amadurecimento do esprito de seu ins-trumento, assim como do destino do mundo.

    Esta segunda obra a continuao da primeira, com a qual

    se funde, formando uma obra maior, que representa no apenasa construo de um sistema cientfico-filosfico-tico, comoainda o amadurecimento do destino de um homem que seuinstrumento, e do destino do mundo na hora histrica atual.

    Se o leitor, aqui tambm, no viver esta maturao, dificil-mente poder compreender e recolher fruto bem mesquinho desua leitura. Ater-se apenas estrutura conceptual significa per-manecer na superfcie, sem penetrar o sentido destes escritos,que representam a ascese do homem para Deus, o progressocsmico do ser que evolve; observ-la sem viv-la, no produ-zir fruto. Aqui, no apresentamos literatura nem erudio. Es-tes livros foram todos vividos, foram escritos com sangue, dian-te de Cristo, numa vida de tormento e de holocausto, numa hora

    de redobrada dor para o instrumento e apocalptica para o mun-do, ele tambm pregado, por causa de seus erros, cruz da dor,nica que o pode redimir e salvar.

    Nestes novos volumes, o fenmeno intuitivo do instrumentoprimeiramente enquadrado na mediunidade, a seguir na ultra-fania, mais tarde como inspirao livre e consciente, que se tor-nou verdadeiro mtodo de pesquisa filosfica e cientfica atravsde visestende cada vez mais a concluir-se numa catarse bio-lgica, em que toda a personalidade do sujeito, ao emergir doplano normal evolutivo humano, se sublima na dor, por meio domisticismo, que sua fase final. Portanto a concluso lgica detoda a Obra que escreveremos ser a ideia de Cristo, assim comoa unificao com Ele o objetivo final da vida do instrumento.

    Procuremos, agora, resumir o significado e o contedo do

    presente volume, Comentrios. Divide-se ele em trs partes:O FENMENO Histria e crtica. Nesta parte, est re-

    sumida a histria da primeira manifestao do fenmeno, dasmensagens medinicas de terceiros que acompanharam seunascimento, alm dos estudos crticos da Sociedade Italiana deMetapsquica e de outros tcnicos a respeito do fenmeno e dosujeito e das relaes entre A Grande Sntese e a ltima teoriade Einstein.

    CRTICAS Nesta parte, recolhemos todo o material aces-srio, como o prefcio s vrias edies das Grandes Mensa-

    gens e de A Grande Sntese, as apreciaes e os principais co-mentrios da imprensa. Poder assim o leitor conhecer o pensa-mento dos outros a respeito destes escritos e tambm, em parte,uma interpretao sua, procurando orientar-se entre os diversos

    julgamentos. Reunimos tudo aqui, para no sobrecarregarAGrande Sntese com outros textos fora de seu prprio contedo.

    A CONDENAO Nesta parte, tratada a questo dacondenao ao ndex dos dois volumes: A Grande Sntese e

    Ascese Mstica. No o apresentamos com esprito ou finali-dade de polmica, sentimentos que no existem, em absolu-to, no nimo do autor. Se aqui desenterramos e resumimosesta questo espinhosa, com o nico objetivo de uma do-cumentao exata, feita na forma mais objetiva e imparcial,com duas finalidades:

    1) Fornecer aos leitores, reunido neste volume, um comple-to e preciso material para julgamento, porque preciso esclare-cer tudo. Assim podero julgar melhor, tendo diante dos olhosos mais variados elementos, cujo conhecimento indispensvelpara chegar a uma determinada concluso.

    2) Fixar num livro estes elementos, imparcialmente e sempreconceitos, de modo que outros, mais tarde, no se apos-sem deles, desvirtuando-os, para chegar em concluses queno existem de forma alguma no pensamento do autor. Ne-nhuma questo que lhe diga respeito ele deixou em estadonebuloso e merc de interpretaes alheias. No so poucosos casos em que, por esprito de partidarismo, acontecimen-tos como esses so deformados, porque usados como bandei-ra de reaes e em defesa de ideias preconcebidas. Enquantoo mundo procura reao e polmica, o autor busca em todaparte compreenso e unio. Com esta documentao, desejaprevenir qualquer tentativa alheia de explorao do caso, pa-ra fins particulares, contra esta ou aquela instituio, qual-quer que seja ela, pois, de acordo com os seus princpios, eleno se sente inimigo de nenhuma delas.

    Assim, poder o leitor brasileiro achar neste livro uma his-

    tria documentada do perodo incandescente da gnese e explo-so do fenmeno inspirativo do sujeito, histria muito diferentedesta no atual perodo brasileiro. Desenvolveu-se ela num am-biente em que o Kardecismo era quase desconhecido e os pon-tos de referncia e de julgamento eram a cincia, a psicologia, a

    metapsquica, a filosofia, o catolicismo etc. Era esse o ambienteeuropeu, e o sujeito no podia modific-lo.Poderemos, assim, nestas pginas documentrias, reviver

    esta histria, que, mesmo pertencendo ao passado, lana, noentanto, muita luz no presente preparado por ela e o explica,mesmo sendo este to diverso. Histria til para fazer com-preender que outra longa e complexa histria viveram esteslivros antes de entrar no ambiente brasileiro, em que outromundo se moveram e que outros ambientes os influenciaram.Histria til para mostrar a dificuldade que existe em incluire encerrar exclusivamente no espiritismo kardecista brasileirouma obra absolutamente universal, reduzindo esta a um sim-ples produto medinico e o seu instrumento a um mdium

    adaptado doutrina; histria til para demonstrar, a quantosacreditam que o mundo todo seja igual ao seu pas, o grandeesforo de adaptao que o sujeito teve de fazer para transfe-rir-se, material e espiritualmente, para este hemisfrio, queest, na realidade, nos antpodas do setentrional, tanto fsicacomo espiritualmente.

    Por isso, no limiar desta nova e Segunda Obra, que pertenceao perodo brasileiro, quisemos, antes de nela entrar, resumir edocumentar o perodo precedente, concluindo-o com este vo-lume, que pode assim definir-se como o elo de unio entre asduas, a Primeira e a Segunda Obra.

    Com o volume que a este se seguir, Profecias, deixaremospara trs esse mundo passado, a que pertence a Primeira Obra,

    e entraremos decididamente no perodo brasileiro, que constru-ir a Segunda em novo ambiente, com novos elementos e psi-cologia, trabalho indito, que, no entanto, sempre o desen-volvimento lgico e necessrio, consequncia do anterior tra-balho j realizado.

    So Vicente, Natal de 1955.

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    2 COMENTRIOS Pietro Ubaldi

    HISTRIA DE UM CASO VIVIDO

    Nasci na terra franciscana da mbria, em Foligno, a 18 deagosto de 1886, s 20:30 h. Era eu desconhecido de MrioGuzzoni Segato, de Turim, quando, ele, baseado na data e nahora do meu nascimento, extraiu um horscopo, em que me re-tratou com surpreendente exatido. A primeira sensao de vidahumana de que me recordo (teria talvez trs anos) foi de vazio etdio. Desde criana no me identifiquei com meu corpo fsico,que sempre explorei como veculo de minha viagem. Parecia-me estranho e oprimente o vnculo do tempo, que liga os fen-menos e seu desenvolvimento em sucesso. Nasci sensitivo,tendo no corao, por instinto, o Evangelho; nasci para amar eperdoar. bvio que, no mundo humano, a vida para essestemperamentos s pode constituir um lento martrio. Minhapersonalidade era demasiadamente complexa para poder ama-durecer rapidamente e brilhar superficialmente, seja na escola,seja fora dela. Era medocre, muito medocre. Olhava para mimmesmo, observava, refletia, e nada me escapava: eu julgava. Eralenta a maturao espiritual, porque desde os primeiros anossentia confusamente subir em mim mesmo as camadas profun-das da conscincia. Na escola, estudava apenas para passar nosexames, porque no acreditava naquilo que me ensinavam, e queeu sentia truncado, intil, sem base substancial. A verdade esta-va em mim, eu a procurava dentro de mim. Rebelde a qualquerguia, lanava-me aos conhecimentos humanos ao acaso, procu-rando secretamente a minha verdade. Narro minha histria inte-rior, porque a exterior insignificante. Tive sempre o instinto deolhar o mundo e as coisas por dentro, nas causas e nos princ-pios, e jamais nos efeitos e nas utilizaes prticas. Da mesmaforma que os volitivos e prticos podem considerar-me incom-petente na explorao utilitria da vida, posso eu consider-losincompetentes diante da soluo dos problemas da conscincia.

    Minha primeira revelao interior me foi feita ao ouvir meuprofessor de cincias, no Liceu, proferir a palavra evoluo.

    Meu esprito teve um sobressalto; brotara ao vivo uma centelha,sentira uma ideia central. Tornei-me, a seguir, estudioso deDarwin, mas s para completar seu pensamento.

    Na Faculdade de Direito, em Roma, disseram-me um diaque, antes de agir e viver, era necessrio conhecer os princpiose orientar-se, sem o que no se poderia realizar com conscin-cia e retido o mnimo ato. Mas, ento, como agiam meus se-melhantes sem sab-lo? Por instinto, como os animais. Eu esta-va, pois, sozinho e em trevas.

    Defendi com louvor o doutorado, por ser de tema livre, masno acreditava no Direito, nas teorias jurdicas, nem na orienta-o filosfica e cientfica da poca. Antes de doutorar-me,aprendi rapidamente, como se recordasse um sonho longnquo,

    o francs, o ingls e o alemo. Realizara particularmente meusestudos de piano. Na msica e nos msicos, assim como na artee na poesia, eu acreditava profundamente. Chopin e Wagner,como Dante e Goethe foram revelaes para mim.

    Comeou a vida. Fiz uma longa viagem aos Estados Uni-dos da Amrica do Norte, at o Pacfico. Casei-me. O turbi-lho das existncias exteriores batia sem trgua, reclamando aateno de meu esprito, que, ao contrrio, queria viver a vidaverdadeira. Acumularam-se as experincias humanas, quasetodas durssimas. A dor martelava minha alma; sob seus gol-pes, era feito o amadurecimento. Um dia, beira-mar, em Fal-conara, contemplando o encantamento da criao, senti comevidncia, numa revelao rpida como o raio, que tudo tinha

    de ser Matria, Energia e Conceito ou Esprito, e vi que estaera a frmula do universo:( M = E = C ) = S

    em que M = Matria, E = Energia, C = Conceito ou Esprito e S= Substncia. E esta a grande equao da substncia, isto , omistrio da Trindade, em que se move todaA Grande Sntese.

    A ideia central da revelao aparecera-me, mas eu ignoravaos pormenores: como harmonizar esse transformismo em seuspontos extremos, como definir as passagens, preencher asimensas lacunas, como tecer toda a trama deste conceito gigan-tesco e afirmar tudo em termos exatos, diante de uma cinciacega e inconcludente? No mago da filosofia indiana, atravsda teosofia, eu intua verdades profundas, mas apareciam-meescondidas numa terminologia extica, que as afastavam demim e de meu mundo.

    Comecei timidamente a expressar-me num opsculo quesaiu em trechos na antiga revista Ultra,de Roma, de maio de1928 a dezembro de 1929, mais tarde editado, em 1932, emBuenos Aires pela Casa Editora Constancia: Evoluo Espiri-tual (Veja o volume Fragmentos de Pensamento e de Paixo).

    Entretanto, sentia nascer em mim, gradativamente, A Gran-de Sntese,atravs da lenta incubao de 20 anos. Entendamo-nos. O amadurecimento no veio por meio de verdadeiros estu-dos realizados, porque sempre li ao acaso e apenas como pre-texto para escutar-me. A Sntese no me veio de livro algum,mas surgiu toda do mistrio de minha alma. Eu li, verdade,mas nada encontrei que j no existisse em mim. Reconheci nasleituras o que j sentira ser verdadeiro, e repudiei o que j sabiaser falso. verdade que, durante alguns anos, escrevi vriaspginas de apontamentos, mas eram caticos, discordantes e fo-ram julgados uma tempestade que ameaa e nunca desaba.Alm disso, foram escritos quase sempre noite, motivadosmais por um impulso interior invencvel do que por minha von-tade, num estado de conscincia todo especial. Eram meus pri-meiros exerccios; o impulso me submetia a uma escola de pre-parao e treinamento, para a grande recepo, escola que deviaformar em mim o instrumento. Aquele manuscrito foi apenascoleta de material e, quando escrevi a Sntese,senti nuseas da-queles primeiros abortos de pensamento e que muitas vezes re-neguei por completo. Sofrido aquele processo de maturao eaps alguns anos de inatividade, meu pensamento recomeou

    tudo desde o incio, seguindo um fio seu, interior, e no outro.Esta verdade, eu a quis dizer, mesmo arriscando-me aos queacreditam que eu haja preparado a Sntese atravs de estudo.Venho, ao contrrio, demonstrar a verdadeira natureza de mi-nha mediunidade inspirativa e intelectual. Esta, nascida comi-go, mas mnima, se agiganta com o tempo. Mediunidade a prin-cpio rudimentar, intermitente, a lampejos, como se v pela nar-rao de meus primeiros anos, porm progressiva, at tornar-seem mim uma qualidade estvel, uma segunda natureza.

    Essa progressividade a caracterstica fundamental que de-fine o meu fenmeno. E isto lgico e corresponde aos princ-pios da ascenso espiritual das religies, assim como aos daevoluo biolgica Darwiniana. Portanto a mediunidade, em

    meu caso, significa no o fenmeno isolado, sem razes e semrazes, de manifestao do supernormal, mas de amadureci-mento profundo e revelao de minha personalidade eterna e desuas capacidades. Religando-me aos conceitos conhecidos eaceitos da evoluo biolgica Darwiniana, eu, na Sntese, con-tinuei essa evoluo no campo espiritualpois seria truncada eabsurda se assim no foraharmonizando a afirmao da cin-cia com a afirmao da f, sustentando a ascenso espiritual.Esta minha progressividade de mediunidade inspirativa , pois,para mim, um fenmeno biolgico normal, porque est coloca-do na linha de evoluo psquica que os homens, antes ou de-pois, percorrero naturalmente, enquanto eu me acho percor-rendo agora, apenas antecipando um pouco a maioria. A me-

    diunidade intelectual para mim o estado normal de um futuropsiquismo mais sensibilizado, de uma percepo anmica diretasupersensria mais apurada, uma fase superior de conscinciae dimenso conceptual perfeitamente normais na evoluo, masque hoje, na Terra, constitui posio de exceo em virtude doestado relativamente involudo da raa humana.

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    Pietro Ubaldi COMENTRIOS 3

    Portanto nada h de anormal, de extraordinrio ou milagro-so. questo de caminho percorrido. Coloquei o problema as-sim, porque assim o vivi e o resolvi. Caminho aberto a todos eque se percorre atravs de uma purificao de esprito e decorpo, de pensamento e de nutrio, que impe um regime es-piritual e diettico em que as substncias psquicas e fsicas denvel inferior, de vibrao lenta e grave, devem ser expulsas.Medicina e misticismo devem colaborar neste ponto. Purifica-o que se atinge lanando-se a prpria natureza inferior ani-mal e seus instintos e paixes no fogo lento do desapego, dasublimao e sobretudo da dor.

    A dor sempre teve uma parte importantssima em minha vi-da, cobrindo-a, muitas vezes, quase totalmente; e posso afirmarque ela foi o fator mais ativo na formao de minha inspiraoe espiritualidade. Parece impossvel, mas foi a dor, mais do quea cultura, que me esclareceu a mente, que me deu ideias, justa-mente porque tudo j estava no fundo de minha alma, e bastavatorn-la transparente para que elas aflorassem.

    Foi justamente a dor que, aparecendo na forma mais intensae profunda, preparou e determinou a passagem desta fase ob-servada por ns at agora, que pode chamar-se preparatriade minha mediunidade, fase de sua exploso decisiva. atra-vs da dor que o fenmeno entra no perodo de sua plenitude.Essas relaes entre sofrimento e mediunidade confirmam mi-nha interpretao anterior: trata-se de um fenmeno evolutivode mediunidade progressiva, em que o esprito revela seus po-deres interiores atravs da purificao de seu veculo humano, etanto mais claramente se manifesta quanto mais este se tornasutil e deixa transparecer sua luz.

    Estava em Assis, em 1931, quando os maiores golpes meatingiam em cheio. Devo observar aqui que a Divina Provi-dncia , para mim, uma fora real e sbia, cujos impulsos nasvicissitudes de minha vida senti continuamente. Se ela, paraminha evoluo, deixou sempre a porta de meu destino esca n-carada dor, no entanto sempre dosou as provas, que jamais

    superaram minhas foras, e, no momento da real necessidade,enviou a ajuda indispensvel. Verifiquei que essa fora noquer ociosos; procura constranger ao progresso, mas jamaisabandona, ainda que dando o auxlio mnimo necessrio, paraque este no seja um estmulo ao cio. Minha hipersensibili-dade toca essas foras do impondervel, que parecem inexis-tentes para muitos que no as sabem perceber. Durante o ve-ro, minha famlia transferiu-se para o campo, em Colle Um-berto di Perugia, e eu, deixando Assis, a cidade de Francisco,que eu tanto amava, abandonando minha casa, ninho de paz, eafastando-me da famlia, de que tanto gostava e pela qual con-tinuei sempre a velar, ca, pobre e sozinho, no fundo da Sic-lia, em Mdica, triste, destrudo. Conhecendo o ingls e di-

    plomado em leis, vencera no vero um concurso e obtiveraaquela longnqua ctedra de lngua inglesa. Tendo renunciadoaos bens hereditrios, tive que ganhar minha vida. Ca numquarto pauprrimo, entre pessoas vidas, desprovido de tudo,aturdido, acabado. S ento meu esprito pde revelar-se. E,debaixo do tremendo golpe, explodiu.

    Era a noite Santa, Natal de 1931, e minha pena comeou aprimeira Mensagem:

    No silncio da sagrada noite, ouve-me. Deixa toda a sabe-doria, as recordaes, a ti mesmo, esquece tudo, abandona-te minha voz, inerte, vazio, no nada, no silncio mais completo doespao e do tempo. Neste vazio ouve a minha voz que diz: le-vanta-te e fala. Sou eu... No temas; escreve (...).

    Aniquilado, eu tremia. Depois levantei-me transfigurado.Havia em mim uma fora nova e eu tinha que segui-la. Final-mente explodira minha mediunidade em sua plenitude, e desdeaquele dia eu firmei Sua Voz.

    Chamei assim a essa fonte de pensamento, de vontade, deao e de afeto, que me inundava todo; chamei-a assim, com

    sinceridade e simplicidade, incapaz de definir melhor, para di-zer: a voz daquele que ouo.

    Ela mesma me dizia naquela sua linguagem: no perguntesmeu nome, no procures individualizar-me. No o poderia, nin-gum o poderia; no tentes hipteses inteis.

    Em outro lugar (volume As Nores) estudamos o problemada individuao da fonte e da paternidade da Sntese.

    Avizinhara-se aquela voz, falando-me como falava noEvangelho a doce voz do Cristo, aconselhando-me e guiando-me. Mas era interior, pelo menos eu a atingia por caminhosinteriores, ntimos. Manifestava-se em mim como uma audi-o interior de conceitos, num contato to direto, que estesnem sequer eram formulados em palavras. Sem dvida, eradistinta de mim, de minha conscincia normal cotidiana, por-que me guiava, governava, pregava, e meu eu normal seguia eobedecia; porque surgiam tambm discusses e divergnciasentre as duas personalidades, nas quais meu eu normal cediasempre, vencido e convencido por uma superioridade esma-gadora de bondade e sabedoria. E, naquele inverno siciliano,na solido de minha dor, aquela voz esteve sempre perto demim, nico amigo a sustentar-me a cada passo e a guiar-meem todos os atos, impondo muitas vezes novas doaes e re-nncias, naqueles pontos em que minha natureza humana noo desejaria. Uma correspondncia frequente com a SenhoraLusa Carocci Govean, de Turim, est cheia de narraes des-sas minhas primeiras impresses virgens e maravilhosas. EstaSenhora apresentou-me, na primavera de 1932, escritoraLaura Lgrange Bussolin, diretora da revista Alfa, de Roma,na qual se iniciou imediatamente a publicao das Mensagens.Com efeito, Sua Voz sempre teve essa caracterstica: aomesmo tempo em que ditava a mensagem, abria os caminhospara sua divulgao. E a divulgao foi rpida, pois eu, des-conhecido como escritor, vi essas Mensagens sarem nos prin-cipais centros do mundo, espalhando-se por sua fora intrn-seca, sem que eu quase nada pudesse fazer para isso.

    Era por certo um fenmeno j muito surpreendente paramim, ser arrastado, sem preparao e de surpresa, por um fio deconceitos que se desenrolavam automaticamente, como por im-pulso prprio. Agora somava-se outro fenmeno: sua divulga-o rpida, abrindo-se as colunas das revistas mais longnquas einacessveis. No entanto eu duvidava, temia enganar-me e pediaconselhos; mas constantemente, de todos os lados, desde aqueleprincpio, s me vinha encorajamento. Nunca uma dissonncia.Levantava-se em redor de mim um coro de vozes concordes(veja mais adiante: Mensagens medinicas dirigidas a P.Ubaldi). Da primeira gnese dos conceitos sua difuso au-tomtica, at concrdia dos aplausos, movia-se tudo numaharmonia que parecia obedecer a um plano pr-estabelecido.

    Todavia eu s tinha conhecimento disso dia a dia, no momentoda realizao. O pensamento de Sua Voz comeava a real i-zar-se; surgiam fatos concretos em redor de mim, provas evi-dentes, e eu me dei conta que havia passado imediatamente docampo do pensamento ao da ao.

    Foi esse o perodo dos mais ntimos e afetuosos contatoscom Sua Voz, assim como tambm dos maiores sofrimentose isolamentos do mundo. Foi tambm o perodo em que se tra-ou a rede que me prende indissoluvelmente, h tantos anos, aesta fonte de vida.

    Mister se torna contar tudo, para esclarecer o fenmeno eseu desenvolvimento; o fenmeno desta minha mediunidadeinspirativa e consciente, progressiva e ativa, porque aqui co-

    meam a delinear-se as caractersticas tpicas que mais tarde adefiniro.Rapidamente, eu fixava nos escritos minhas impresses, a

    fim de que no se perdesse nada do que ocorria dentro e fora demim. Como continuao da Evolucin Espiritual, publicadana revista Constancia, de Buenos Aires, e a seguir em volume

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    4 COMENTRIOS Pietro Ubaldi

    separado, publiquei na mesma revista, como apndice ao volu-me, um artigo: Experincias Espirituais (veja o volume Fra-gmentos de Pensamentos e de Paixo),em que estudava objeti-vamente o comportamento das foras espirituais que to decisi-vamente intervieram, modificando a linha de meu destino. Sen-tia com evidncia que operavam em mim foras superiores eobservava, procurando compreend-las.

    Mas tinha que me apressar, porque o amadurecimento seprecipitava. s Experincias Espirituais, publicadas em d e-zembro de 1931, enquanto Sua Voz j ditava sua primeiraMensagem, seguiu-se logo um artigo em Constancia, de Bue-nos Aires: Como o Su Voz (Como ouvi Sua Voz), em feve-reiro de 1932. O rpido suceder-se dos acontecimentos nome dava tempo de publicar esses trabalhos, mesmo na Itlia.Nesse artigo, expus minhas primeiras impresses, fixando-lhes as notas bsicas. Dizia: una voz interior me habla, medicta, me ordena de escribir. Siento que me dictar muchascosas que tendr de escribir. Essa publicao era compostade duas partes: a primeira, Mi razn, observava e explicavao que acontecia; a segunda, Su palabra, transcrevia a pri-meira Mensagem de Natal de 1931. Estava feita a primeiraafirmao. No podia mais retroceder.

    Desde o princpio de 1932, saa a mesma Mensagem em ita-liano, ingls, francs, nos principais centros do mundo. Vastacorrespondncia crescia em torno de mim, em que figuravamBozzano, Schaerer de Bruxelas, professores de Universidade,mdicos, entre os principais expoentes do mundo espiritualista.A 1o de junho, escrevia-me Bozzano: A Mensagem obtida comsua mediunidade provm indubitavelmente de origem transcen-dental, e mais ainda, de elevadssima inspirao. E mais tarde,a propsito daMensagem do Perdo: Estupendo! H nela tre-chos sublimes em sua grandiosidade nica, que provocam qua-se um sentimento de sagrada surpresa.

    E Bragadin escrevia, em sua revista Ali del Pensiero,em fe-vereiro de 1934: Enquanto as coisas fortemente queridas e te-

    nazmente preparadas, muito raramente tm no mundo o xitomerecido, um mdium desconhecido, no preparado, ctico pormuito tempo de sua mediunidade, sem meios nem apoio, semnenhum objetivo de interesse, viu em pouco tempo suas men-sagens, numericamente reduzidas, darem volta ao mundo e di-fundirem-se rapidamente, automaticamente, sem nenhuma in-terveno sua, como que dotadas de uma fora secreta prpria,emanada daqueles trabalhos.

    E verdadeiramente sentia-me cada vez mais aniquilado etmido, e teria voltado atrs se, ao contrrio, Sua Voz no mehouvesse impelido para frente.

    Mas abandonemos esta histria exterior, de que a contragos-to tive de falar, e voltemos histria interior, menos conhecida

    e mais importante. A fase preparatria fora superada. Achava-me, plenamente, no primeiro perodo das manifestaes, quepode chamar-se das Mensagens. Ele vai do Natal de 1931 Pscoa de 1933 e aqui se fecha para entrosar-se e transformar-se no que chamaremos deA Grande Sntese.

    A verdadeira histria, a mais poderosa e mais trgica paramim, a interior. Quem a preparara? Como podia nascer assim,do nada, um mundo novo, denso de atividades e acontecimen-tos? No houvera nenhuma preparao visvel. At o vero de1931, eu estudara literatura inglesa e alem, preparando-me pa-ra o concurso a ser realizado. A dor que me golpeara e a pobre-za a que me havia devotado no eram, de certo, uma preparaocultural. Sigamos esta histria ntima, em que se encontra a

    fonte de tudo, das Mensagens e da Sntese; procuremos, agora,permanecer prximos ao princpio gentico do fenmeno, de-pois que lhe observamos os efeitos.

    Estava ainda em Mdica, no quente inverno siciliano. Emtorno a mim, insipidez, tristeza e desolao de espritos selva-gens, desolao de campos verdes. Eu obedecia. Realizara a

    pobreza, a renncia, a perfeita alegria de Francisco, que tantoamara em Assis. Eram contnuos os colquios ntimos com SuaVoz, agigantava-se seu poder, seu amor me sustentava. Conse-guira descobrir, fora da cidade, numa colina, mirrada moita dealfarrobas, que, entre gigantescas figueiras da ndia e murosbaixos divisores de campos, proporcionavam um pouco desombra e a iluso de um bosque. Para l me retirava a orar. Jde outra vez, nos suaves campos da mbria, em Pergia, depoisde uma grande promessa, sentira to perto de mim o esprito deCristo e de Francisco, que fiquei sem saber se suas difanasformas corpreas caminhavam plenamente a meu lado, numtrecho de estrada do bosque. Fazia uma prece imensa, qualtoda a criao respondia; anulava-me, para sentir-me renascerem todas as coisas. L escrevi o Canto das Criaturas, visopotica, publicada em Milo e Buenos Aires. A inspirao fran-ciscana exprime bem minha alma. Hoje, na vida to diferentedo mundo, muitos podem sorrir deste misticismo. Parece que asociedade trabalha depressa e com fora, a fim de destruir emseu seio estes sensitivos, dando a vitria aos volitivos imperio-sos e egostas. Mas um fato: quem mais aparece, menos vale;quem mais grita, menos pensa; quem mais se impe, menossente; quem mais se afoba no campo da atividade exterior, seacha mais vazio e arruinado no campo das construes internasdo esprito. Este perodo dasMensagens pode ser chamado o dosentimento e do corao, ao passo que a Sntese representa operodo da mente e do pensamento. Primeiro calor, depois luz;primeiro amor, e depois vontade; primeiro o corao, depois ainteligncia. Sua Voz tocou todo o meu ser humano. Admirotambm essa sua riqueza de formas, essa sua plenitude, essa to-talidade de seu poder. Perodo este de profundas emoes. E eu,enquanto me abandonava a ele, ia realizando a minha atividade,sem perceber que desenvolvia um plano lgico.

    Eu orava. Naquele refgio campestre e solitrio houve umdia um colquio profundo, ntimo, que no sei descrever, en-tre Sua Voz e eu, de alma para alma, um daqueles colquios

    que no se esquecem mais por toda a eternidade. Chorei. Avontade que est no centro do universo estava perto de mim,fulgurante e boa; inclinava-se para mim em homenagem aoseu princpio: liberdade e responsabilidade do ser. E pediu omeu consentimento. Mergulhei naquele mar de resplendores eanulei-me numa promessa incondicional, numa dedicaocompleta. Respondi: Sim! Desde aquele dia, minha vontadefoi a Sua, e no mais podia desobedecer. Iniciada aquela rota,teria que continu-la at o fim.

    Eu ressuscitara. Possua-me a potncia dessa nova persona-lidade. O destino flagelava, impassvel, com a dor. Era um ven-to frio que me enregelava, enquanto no corao ardia um in-cndio. O amor dos msticos um fato real, conhecido, to fre-

    quentemente vivido, que ningum deve admirar-se disso. Suma cincia com premissas materialistas e, portanto, incompe-tente nesse campo da espiritualidade pode contentar-se, para re-solver o caso, com uma negao sumria. Mas tambm esseamor tem um seu pudor sagrado, em que se escondem os segre-dos mais profundos das leis da vida. E eu me calo.

    Retomava a primavera. Certa noite fria, entre 9 e 10 demaio de 1932, pelas duas da madrugada, na hora antecrepuscu-lar dos maiores silncios, acordei bruscamente, por causa deuma movimentao inslita de conceitos em minha psique. Li,maravilhado, dentro de mim. Tinha que escrever, e escrevi r-pido e com segurana, na sonolncia, como quem copiasse umtexto, duas mensagens breves, incisivas, poderosas. Uma era

    para Mussolini, outra para o Sumo Pontfice; pessoais, particu-lares, que eu devia enviar e que diziam respeito a cada campode ao poltica e religiosa (Veja nas pginas seguintes: Men-sagens particulares de P. Ubaldi). Tendo escrito, readormecino meu cansao pelo trabalho do dia. Depois, no dia imediatoe, enfim, noite, reli-as. Eram belas. Fiquei maravilhado. Co-

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    Pietro Ubaldi COMENTRIOS 5

    mo haviam nascido? No dia anterior, ocupara-me de coisas in-teiramente diversas; noite, at s 23 horas, ficara corrigindoexerccios e tirando mdias escolares. A coisa tomara-me deimproviso, e agora atemorizava-me a ordem: Entrega-as.Mas como posso faz-lo?, perguntava. Os caminhos seroabertos diante de ti, respondia-me a Voz. E, o que surpreen-dente, por si mesmos se abriram os caminhos, e as mensagens,estas e outras sucessivas, chegaram ao seu destino. O chefe degoverno, na Itlia, a 2 de maro de 1933, agradecia-me publi-camente e comigo se congratulava por meio do Prefeito de Pe-rgia e do Chefe Municipal de Gbio, onde ento me achava.Meus escritos medinicos, produzidos de modo to estranho,no eram, pois, o resultado de desequilbrio nervoso.

    Aps breve intervalo, voltei ao trabalho das Mensagens p- blicas, nascendo ento a segunda, a Mensagem da Ressurrei-o, na Pscoa de 1932. A mesma divulgao rpida. Esta ch e-gou, por si mesma, at Saigon, na Indochina, onde foi publicada.

    Terminado o ano escolar, deixei Mdica e voltei a Pergia(Colle Umberto) com a famlia, no campo, sendo depoistransferido em setembro para Gbio, onde ensinei durantevinte anos.

    No vero, nasceu a Mensagem do Perdo, no dia do per-do da Porcincula de So Francisco de Assis, a 2 de agostode 1932. Fui tomado de improviso pela manh, com tal mpetode emoo, que, entre lgrimas, mal conseguia ver o papel emque escrevia. Escrita, como as outras, de jato, completa, semqualquer arrependimento, ntida e segura desde a primeira c-pia, esta a mais bela, a mais vibrante e poderosa das Mensa-gens, e em pouco tempo fez tambm a volta ao mundo (calcula-ram que tivesse aparecido meio milho de cpias).

    Na Pscoa de 1933, XIX centenrio da morte de Cristo, emGbio, nasceram juntas duas Mensagens: a Mensagem aosCristos e a Mensagem aos Homens de Boa Vontade.

    Fechava-se, assim, o primeiro perodo das Mensagens. Asrevistas me pediram depois outras. Mas elas correspondiam a

    um plano bem diferente do que a simples colaborao de im-prensa. No nascem a pedido, mas quando querem.Neste ponto, cabe falar de outra Mensagem, transmitida na

    Pscoa de 1943, aps dez anos de silncio. Trata-se da Men-sagem da Paz, escrita exatamente na noite de Quinta-FeiraSanta, no monte sobre o Santo Sepulcro (Arezzo), diante doVerna1. Apareceu em plena guerra mundial, para fazer ouvir,entre o ribombar da destruio universal, a palavra equilibradade paz, de orientao, de encorajamento.

    Aps outros dez anos de silncio, apareceu a ltima, cha-mada Mensagem da Nova Era, no Natal de 1953, no Brasil,na praia de So Vicente, em Santos-SP. Com esta, fecha-se asrie das sete Mensagens.

    Observemos sua harmonia. As primeiras cinco esto dispos-tas em trs anos, de 1931 a 1933, isto , com a primeira, revela-se Sua Voz, na noite de Natal de Cristo, em 1931, para anunciara ideia central da Obra; depois um grupo de duas, no ano se-guinte, e as ltimas duas, unidas como uma estrela dupla, naPscoa de 1933, XIX centenrio da morte de Cristo. Assim, doseu nascimento sua morte, completou-se o primeiro grupo, emtrs anos, e, pode dizer-se, em trs termos.

    Sobre este primeiro ritmo ternrio, fundamental, desenvol-ve-se outro ritmo ternrio mais amplo; sobre este primeiro gru-po de base, eleva-se como segundo termo, aps um silncio dedez anos, na Pscoa de 1943, a Mensagem da Paz, e a seguir,um terceiro termo, tambm, depois de dez anos de silncio, pa-

    ra concluir, no Natal, como no Natal comeara, em 1953, com aMensagem da Nova Era. Assim, neste segundo e terceirotermos, ecoa o primeiro grupo e se fecha e termina o ciclo sep-

    1 A colina do Verna foi onde So Francisco de Assis recebeu os estig-mas da Paixo de Cristo.

    tenrio das Grandes Mensagens. Essas harmonias s foram no-tadas e compreendidas depois que tudo ficou terminado.

    Nessas Mensagens apelos supremos ao mundo numalinguagem que seria loucura atribuir a mim, so tratados ospontos nevrlgicos dos mais atuais e vivos problemas religio-sos e polticos, com conexo e desenvolvimento lgico, demodo completo e com um conceito central diretivo que eu,acompanhando separada e particularmente, s pude descobrirdepois de tudo terminado. As Mensagens so um apelo direto,um toque de recolher, que, harmonizando-se em perfeito equi-lbrio entre temporal e espiritual, culminam no problema dasalvao espiritual do mundo. Palavras inequvocas do vivs-sima impresso confirmada especialmente pela imprensa daAmrica do Sul de tratar-se de uma fonte que, no sabemospor quais caminhos e de que forma, se prende ao pensamentode Cristo. E foi isso o que senti. Afirmar algo mais seria aud-cia; quanto a mim, seria presuno. Neste campo, devo humi-lhar-me, calar, obedecer. Esta fase est terminada. Sobreviveapenas o eco dos comentrios da imprensa.

    No finalizara ainda esse perodo, mas em seu declniotransformava-se em outro, que vinha sendo preparado desde1932. Podemos cham-lo perodo de A Grande Sntese. Nomais sentimento, mas sabedoria; no mais apelo, mas revela-o. No outono de 1932, conheci a nova revista que surgia: Alidel Pensiero (Asas do pensamento), de Milo, e seu diretor, Sr.M. A. Bragadin. Em mim nasce um impulso gigantesco: reto-mar a ideia base das Mensagens e desenvolv-la em profundi-dade. Essa ideia me domina, me entusiasma e lano-me ao tra-balho sem plano algum, sem refletir; ai de mim se tivesse refle-tido e compreendido o que devia fazer: teria ficado esmagado.Sua Voz mandava e guiava. E eu estava calado. Minha naturezaapaixonada pelo Cristo, por Seu amor, por Sua dor, por Suabondade, transforma-se em grande mquina de pensamento queabarca todo o saber humano, o supera, o contm. Sucede lin-guagem do sentimento, s horas de emoo (Mensagem), a fria

    e cortante linguagem da cincia, a hora da profunda absoroda viso imensa do infinito. Muda o plano de ao. Falo agoraao outro mundo, cientfico, filosfico, religioso, intelectual.Preciso saber tudo, resolver tudo, mas Sua Voz me orienta, e eucaminho seguro. De Milo, Bragadin escreve-me que conheciaa mdium Valbonesi e que ela havia recebido uma comunica-o de seu esprito guia, chamado O Mestre, dizendo que eudevia colaborar por meio de comunicaes de ordem cientfica.Nossos pensamentos, encontrando-se sob um guia nico, apre-sentavam coincidncia que dava o que pensar. Ainda no co-nhecia a revista nova de Bragadin, que no me conhecia e mui-to menos sabia da minha maturao, no entanto tudo se harmo-nizou com coincidncias de ambos os lados, que faz crer terem

    sido criadas para reunir-se.Sem dvida, bem estranha coincidncia foi esse encontro e asrie dos fatos, aparentemente casuais, que, no entanto, soube-ram convergir para a publicao deA Grande Sntese. Para mim,foi sempre um fato humanamente inexplicvel que o diretor darevistaAli del Pensiero, sempre to severo e prudente para acei-tar colaboraes, tenha tido para mim, desconhecido, a mais ab-soluta e imediata confiana e tenha aceitado um trabalho aparen-temente utopstico, no escrito ainda, mas apenas imaginado, etenha empenhado, com to poucos elementos em mos, a simesmo e sua revista, numa obra que poderia ter naufragado apspoucas pginas. E sua confiana, ainda que ilgica, foi logo totale completa, mesmo depois de lhe haver revelado eu que no sa-

    bia qual o futuro desenvolvimento do trabalho. Sem essa confi-ana, que tanto me sustentou, no teria tido a coragem de em-preender e levar a termo uma obra de to grande monta.

    Comecei, em janeiro de 1933, na Ali dei Pensiero,a publi-cao deA Grande Sntese, tendo em mente apenas o esquemageral. No incio, foi publicado um roteiro muito sumrio, mas

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    6 COMENTRIOS Pietro Ubaldi

    abandonei-me ao fio do novo pensamento. Durante quatro anosocorreram regularmente a publicao e a compilao do texto.S pude dedicar-me ao trabalho de escrever nos dois meses defrias de vero, nico perodo em que a escola me deixava livree era possvel concentrar-me em paz. Utilizei, assim, mais trsveres de frias para completar o trabalho: de 1933, 1934 e1935. O vero de 1936 dediquei-o a escreverAs Nores.

    Com A Grande Sntese verificou-se, quase automaticamen-te, o mesmo fenmeno de divulgao que ocorrera para as

    Mensagens. Concomitantemente com a edio italiana, na re-vista de Milo, surgia a edio espanhola na revista Constancia,de Buenos Aires, e as duas edies portuguesas do Rio de Ja-neiro, no Correio da Manh, dirio de grande circulao, e no

    Reformador, mensrio da Federao Esprita Brasileira, que,paralelamente, publicou a primeira edio da obra acima citada.Outras edies se fizeram tambm na Europa.

    O novo caminho deA Grande Sntese estava traado, que seinicia com estas palavras:

    Em outro lugar e de outra forma (v. Grandes Mensagens),falei especialmente ao corao, usando linguagem simples,adaptada aos humildes e aos justos, que sabem chorar e crer.Aqui falo inteligncia, razo ctica, cincia sem f, a fimde venc-la, superando-a com suas prprias armas. Foi proferi-da a palavra doce que prende e arrasta para si, porque comove.Indico-vos agora a mesma meta, mas por outros caminhos, fei-tos de ousadias e potncia de pensamento, pois quem pede issono saberia ver de outra forma, por faltar-lhe a f ou por inca-pacidade de orientao para compreender.

    Estas palavras unem a Sntese sMensagens,como continu-ao de trabalho e de programa. Explicava-me depois, a mimmesmo, estas orientaes, em dois artigos: Apresentao ePrograma, que apareceram na Revista Esprita do Brasil,do Rio de Janeiro, em maio e dezembro de 1934, e que foraminseridos no livro Fragmentos de Pensamento e de Paixo. Oplano diretivo continuava, portanto, a desdobrar-se, guiando-me

    e preparando os meios. No volumeAs Nores, estudamos o fe-nmeno e os escritos que foram por ele produzidos, olhando-osde dentro, como os vivi, para que nos revelassem o segredo datcnica da recepo medinica inspirativa. Mas, aqui, queremosnotar e afirmar a contnua correspondncia entre todos estes fa-tos interiores e exteriores, para lembrar que o subconsciente e opatolgicose algum quiser recorrer a semelhante explicaodo fenmenono podem conter a prescincia de um plano l-gico, nem podem os fatos exteriores e a vontade alheia concor-dar em colaborar com eles. Essas concomitncias, tambm tmseu peso cientfico. No me dirijo ao pblico leviano dos nega-dores fceis; falo aos cientistas srios que, por mil fatos objeti-vos, so induzidos persuaso de que nos circunda um mundo

    imenso que ignoramos e de que nada se pode negar a priori.H outras concomitncias menores, mas comprobatrias, eque me incitaram: mdiuns longnquos, desconhecidos, queapareceram num timo em meu horizonte, s para dizer-me pa-lavras de confirmao e depois desaparecerem. Quem os mo-veu? Tenho que contar tudo, ainda que a simples ttulo de cr-nica, deixando toda apreciao ao leitor. A mdium Marjorie I.Rowe, em junho de 1932 recebeu uma mensagem dirigida amim, de Imperator (veja-se nas pginas seguintes: Mensa-gens medinicas dirigidas a P. Ubaldi), e a endereou -me paraMdica. Como me achou? Nela me confirmava todo o trabalhoque tinha de fazer, acrescentando, como prova, revelaes depormenores ntimos, que s eu sabia e que era absurdo que uma

    pessoa desconhecida, em Londres, pudesse imagin-los. Falavado lugar acima descrito, em que eu me retirava no campo paraorar, inclua palavras em que eu reconheci meu pai, j falecido,e me predizia: (...) a desordem do mundo faz parte daquilo queescrevers (...). E uma entidade mais alta conclua: Sejas aben-oado, meu filho, que ouviste minhas palavras.

    A mdium Valbonesi, em vrias mensagens, encorajava-me,aprovando e sustentando-me. Uma mensagem de outubro de1932, da parte do Mestre, dizia entre outras coisas: Ouves... etu que escutas a ordem, vai e dize aos povos que Cristo ressusci-tou. Sers o apstolo simples, que opera a caridade em nome deCristo (...). Assim diz aquele que envia tua voz ao mundo. M-diuns de incorporao e mdiuns psicgrafos confirmavam-mesempre o caminho iniciado. A mdium Giselda Smiles, de Ro-ma, foi constrangida a mandar-me uma mensagem assinada:The Spirit of Innocence, em que afirma uma misso minha.Traduzo o texto ingls: O Esprito daquele que multiplicou ospes e os peixes est contigo, dentro de ti, em redor de ti. Estsagora unificado com Deus, com o bem existente em toda a cria-o. S fiel promessa que a Ele fizeste, de seguir Sua inspira-o. No temas, pois que s Pedro, a rocha novamente escolhi-da, sobre a qual Ele edificar uma nova fundao e Sua ressur-reio, e nada prevalecer contra ela. Sua Luz derramar Seuresplendor em tua mente (...). Em nome do mesmo te abeno, Pedro, e atravs de ti Ele abenoa o mundo. (...). The Spirit ofInnocence, in the name of (O Esprito de Inocncio, em nomede ). Que significam esses rodeios em torno de mim, commensagens encorajando-me, provenientes de um ambiente demdiuns, entre os quais eu era totalmente desconhecido?

    Paralelamente, Bozzano, indiscutvel autoridade mundialnessa matria, acalmou minhas dvidas, garantindo-me a ori-gem transcendental dos escritos e aproximando minha mediu-nidade da de Miss Cummins, a mdium pela qual se manifestaa famosa e extraordinria personalidade de Patience Worth. Oprofessor Schaerer, de Bruxelas, escrevia no Bulletin du Con-seille des Recherches Mtapsychiquesque eu era um mdiumextraordinariamente dotado para recepo de comunicaes deordem cientfico-filosfica. A comunicao deA Grande Sn-tese trata de uma concepo monista-naturalista de carter estri-tamente cientfico, cujo valor, indiscutivelmente, muitogrande. No entanto, por outros,A Grande Sntese era definida

    como uma nova e completa revelao. Em seu volume Espi-ritismo ModernoOs Fenmenos,Trespioli fala a meu respei-to em vrias pginas, que eram publicadas em revista especiali-zada. O mesmo Bozzano me escreveu, em outubro de 1935: eusoubera com que admirvel constncia e a custa de quanto sa-crifcio e disperso de energias fsico-psquicas, conseguira suanobre finalidade. No se lamente, pois realizou obra meritria,cujo valor cientfico, filosfico, metapsquico aumentar com opassar do tempo... Mas A Grande Sntese todensa de pen-samento, de cincia e de sabedoria, que no possvel pronun-ciar a respeito um julgamento sumrio, enquanto no for publi-cada em volume. Na carta de fevereiro de 1935: ... a onda su-pernormal inspiradora foi a que lhe ditou a mais extraordinria,

    concreta e grandiosa mensagem medinica de ordem cientficaque se conhece na casustica metapsquica.No para engrandecer-me que recorro a estas citaes,

    mas para dar-me o apoio moral que necessito no meu trabalho,em que apenas tenho fadiga; para aliviar um pouco a granderesponsabilidade moral que, sem dvida, assumo; enfim, paraesclarecer melhor, com julgamento de quem mais sbio doque eu, este estranho fenmeno de mediunidade, esta vida noimpondervel, em que j agora me movo habitualmente, to in-tensa que entontece um homem normal.

    Nestes casos, para no se perturbar, mister tal fora ner-vosa, tal equilbrio moral e tal objetividade cientfica, que nemsempre se encontram no tipo mdio. Isso porque, nesse mundo

    de realidades materiais, eu tinha que permanecer objetivo. Noentanto iniciei a obraA Grande Sntese num estado de comple-ta confiana para com o invisvel, abandonando-me a um fiocondutor que tambm se poderia ter rompido; empenhei-memoralmente a desenvolver um programa imenso, s sabendocom segurana que dispunha de muito pouco tempo e de pou-

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    Pietro Ubaldi COMENTRIOS 7

    qussimas foras. E, coisa nica para um escritor ainda no co-nhecido, quatro editores se empenhavam, de um hemisfrio aoutro, na publicao em larga escala, antes que eu escrevesse otexto, antes que eu mesmo pudesse imaginar exatamente o quehaveria de escrever. Mas esta certeza de divulgao, o empe-nho que me prendia, a certeza de que cada palavra escrita seriapublicada sem modificaes e seria ouvida no mundo, tudo is-so s podia impelir-me ao esforo intenso, realizado enquantoum trabalho ingrato para ganhar a vida me sufocava e atordoa-va meu esprito com barulheira absurda. Minha f, a f doseditores, a f de quem me compreendera me sustentavam;sempre a f a base da criao de tudo.

    Agora, eu amo a Sntese como uma criatura que veio deDeus, mas que pde nascer aqui s atravs de minha dor e demeu amor, a criatura pela qual daria a vida, para que triunfe.Escrevi esse livro com meu destino, e ele jamais ser cancela-do, por toda a eternidade; essa a produo que me valoriza to-talmente; por sua causa, no vivi em vo; ele o pensamento ea paixo em que meu pensamento e minha paixo sobrevivero minha morte. Admiro e exalto esse livro, como se pode exal-tar a obra de outra pessoa, apenas pela alegria de sua beleza, noentanto h nele muito de mim, porque nele me empenhei todointeiro. A verdade que ele um penhor de aliana entre mim eas foras superiores; ele o sinal que permanecer da passagemdelas por mim e de nossa unio secreta, o cadinho de fuso dealmas. No silncio de meu gabinete, ningum poderia traar agnese da Sntese,nem saber a tcnica particular de minha re-cepo; e eu teria podido facilmente fazer passar o livro comoobra de minha sabedoria. No entanto aqui estou a humilhar-mediante da fonte de meu pensamento, porque isto mais verda-deiro, maior, uma potncia que supera toda afirmao hu-mana. E, se deixo louvarem e se louvo a Sntese, para oferecereste novo tributo quela fonte a que tudo devo, aps ter-me ofe-recido a mim mesmo por inteiro.

    S se podia realizar aquele trabalho apoiado no sentido de

    misso, na fora que vem apenas da pureza de intenes e no-breza de objetivos, numa paixo pelo bem. As finalidades hu-manas no tm o poder de manter a tenso necessria ao esfor-o para sustentar o esprito naquela atmosfera; as compensa-es humanas tornam-se irrisrias, desproporcionadas a umtrabalho em que se empenham todos os recursos da vida e senavega no infinito. Quando somos tocados por esses aniquila-mentos sublimes da mo de Deus, no mais se pode caminharpelas tortuosas estradas humanas nem mais pensar em si mes-mo. Logicamente no tenho merecimento por isso. O ser ficamudado aps esses anos de contato com o infinito. Quem tre-meu sozinho diante dos abismos do mistrio em novos estadosde conscincia, superou as dimenses de nosso universo e teve

    uma viso direta da verdade, no pode novamente descer vidanormal, mesmo se for constrangido a viver nela e a servir-se desua psicologia, sem dar a seus pensamentos, a seus atos e scoisas um valor diverso. A viso foi vivida e permanecer eter-namente em minha retina.

    Hoje, tudo isso constitui uma recordao, em que novamen-te mergulho para vivificar-me. A grande hiperestesia superouseu clmax. Aquela primeira fase foi vivida, mas ainda conti-nua. Sobrevive como que um eco daquele trabalho realizado e odesejo intenso de progredir cada vez mais no caminho iniciado.Agora, a Sntese pertence ao mundo, a quem a ofereci. Em mimpermanece a expectativa obediente, porque do mistrio do sercontinuaro a nascer ordens e auxlios para que a misso seja

    desempenhada at o fim.Neste captulo, delineamos com sinceridade total a histriainterna e externa do fenmeno, no perodo de sua gnese e emseus primeiros desenvolvimentos. a histria daqueles primei-ros anos, escrita na Itlia, em ambiente to diferente do atualbrasileiro, histria que no presente volume documentamos.

    MENSAGENS PARTICULARES DE PIETRO UBALDI

    As duas mensagens particulares mencionadas no captuloHistriade um caso vivido, neste volume, dirigidas uma aoPontfice e outra a Mussolini, foram escritas de improviso nanoite de 9 de maio de 1932 e a eles remetidas. Esta ltima foientregue na tarde de 5 de outubro de 1932 ao destinatrio, que aleu. Seu contedo e estes fatos esto documentados em cartas epela imprensa de ento. A estas seguiram-se outras. Eis algu-mas frases mais importantes:

    (...) Trata-se de ajudar a nascer a nova humanidade quenascer da conturbao do mundo (...). Evita com todas as tuasforas qualquer guerra. No h razo humana que possa justifi-car hoje uma guerra, que, com os meios modernos de destrui-o, poder ser uma destruio to grande, que assinalar o fimda civilizao europeia e atrair a invaso asitica, forando aemigrao, aps tremendos cataclismos, para as Amricas (...).

    Outras continham certas frases profticas, como estas:(...) O momento histrico est maduro para grandes acon-

    tecimentos (...). Soou a hora histrica, porque hoje fala a dor. grave o momento histrico, porque a dor falar ainda tremen-damente, como nunca (...). A civilizao europeia, que a civi-lizao crist, ameaa ruir (...). A presente tranquilidade apa-rente a calma que precede as grandes tempestades (...). Hoje omundojoga tudo por tudo (...).

    Estes conceitos confirmam os extrados de outros trabalhose mensagens, reunidos no Captulo XVIII, Comentrios e pre-vises, do volumeA Nova Civilizao do Terceiro Milnio.

    Citamos, enfim, alguns conceitos deA Grande Sntese,paraesclarecer queles que quiseram ver aqui esprito partidrio,enquanto, ao contrrio, trata-se de princpios gerais da vida,aplicveis a todos os tempos: So as foras biolgicas, queconferem o poder, as mesmas que o tiram logo que termine asua funo, Cap. XCIX O Chefe. (...) As foras biolgi-cas no garantem o homem, mas a funo, e o derrubam logo

    que ele no mais corresponda a ela (...). Por isso a histria sem-pre chama os seus homens (...); rejeita-os sem lamentaes logoque cesse sua funo, ou ento logo que caiam no abuso ou nafraqueza (...). S quem tenha substncia de valores intrnsecossabe compreender e constranger as foras que o circundam, aoinvs de ser arrastado por elas (...) Assim Napoleo foi jogadofora pelo destino como um trapo, logo que esgotou sua funo(...), Cap. CXVIConcepo Biolgica do Poder.

    MENSAGENS MEDINICAS DIRIGIDASA PIETRO UBALDI

    Trechos de mensagens medinicas recebidas pela mdium

    Gisela Smiles (Via Aureliana, 63Roma) e transmitidas a Pie-tro Ubaldi, em Gbio (traduo do ingls).Pedro, a luz do Esprito Santo te ilumina. Assim diz o

    Esprito.Pedro, o Esprito de Cristo vive em ti, e tu te tornaste co m-

    pleto porque ele afastar o mal do teu centro e de tua famlia. OEsprito daquele que multiplicou os pes e peixes est contigo,dentro de ti e de tudo em redor de ti, aumentando em ti a subs-tncia e te provendo de todas as tuas necessidades. Ests agoraunificado com Deus, com o bem existente em toda a criao, esua vontade para ti prosperidade e bom xito. Pedro, tu s ricoporque teu Pai celestial rico. No s governado por nenhumalei de temor, doena, limitao ou falncia. O princpio do bem

    te governa, a ti e a tua vida, providenciando tuas necessidades.Lembra-te que, para os que o amam, todas as coisas cooperampara o bem. S fiel, pois, promessa que fizeste: seguir suasinspiraes; ento, e somente ento, a vida ser to clara comoo meio-dia; mesmo se houver escurido, ela ser mais clara quea manh. No tenhas ansiedade por coisa alguma.

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    8 COMENTRIOS Pietro Ubaldi

    Porque s Pedro, a rocha de novo escolhida sobre a qualCristo construir Seus novos fundamentos e Sua nova ressur-reio, e nada prevalecer contra ela. Sua luz derramar seusraios em tua mente e est iminente em sinal exterior que te serdado: vers com os olhos internos. Ele revelar a ti teus verda-deiros recursos espirituais, e te alegrars imensamente em suagenerosa bondade. S, pois, fiel a Ele e no temas nada.

    Eu, o Esprito Inocncia, em nome de , ao nosso amadoPedro.

    Mensagem recebida em Roma, em julho de 1932.(...) S forte e no duvides. Foste guiado nas grandes estra-

    das da luz e da justia. Teu objetivo olhar em frente, para a res-plendente meta que sem dvida atingirs (...). Lembra-te da cer-teza de que Sua Voz te deu. Vive contente, para que no se perca,nem te venha a faltar, ainda que seja a menor partcula da sabe-doria que te envolve de todos os lados. No temas, mas deixaresplandecer toda a riqueza da coragem dos santos em teu rosto,como um sol flamejante. S poderoso com a grande energia dasforas que so enviadas para tua renovao, pelo supremo amor(...). Se foste escolhido, por que temes? E por que caminhas tre-mendo? Acaso te abandonar ou deixar de proteger-te o Centroda Luz Maior? (...). Tudo o que te foi dito , e jamais ser pisadoe ridicularizado pelas almas que conhecem a realidade da vidaeterna. Deixa os outros que ainda esto vivos na Terra e no nas-ceram pelo esprito, rirem em sua ignorncia e zombarem de ti. Anoite deles j passou, e est prxima a aurora do nascimento es-piritual; ento compreendero e vero a luz que agora rejeitam,porque no so capazes de discerni-la, e ainda no chegado oseu tempo. Fica tranquilo e sente a eterna presena daquele que nossa vida e nosso sol, a vida e o sol de tudo o que criado. Emnome do mesmo, eu te abeno, Pedro, e, atravs de ti, ele aben-oa o mundo, com o poder de seu amor espiritual.

    Eu, o Esprito Inocncia, em nome de , ao nosso amadoPedro.

    Mensagem recebida em Roma, em 26 de dezembro de 1932.

    Trecho de Mensagem medinica recebida pela SenhoraMarjorie I. Rowe (35, Lindore Road, London, S.W. II Ingla-terra), da entidade Imperator, em 12 de junho de 1932, paraPietro Ubaldi e transmitida a ele de Londres, sem ser solicitada,e sendo ele desconhecido da mdium. Traduo do ingls.

    (...) H uma grande luta em redor de ti (...). Deves liquidardvidas nas mentes de muitas almas que necessitam de chuva es-piritual no rido deserto de suas vidas (...). O Cristo aparecer emtoda a Sua Majestade aos que prepararam suas vestes nupciais(...). Amigo, o maelstrom (o vrtice) das condies mundiaisfaz parte do assunto sobre que escrevers. Assim fui mandadopara dizer-te. E j registraste muitos pensamentos a esse respeito.

    Desejo dar-te ulterior mensagem de amor e aproveito este ensejopara entrar em contato contigo (...). Minhas palavras so de vidae so a essncia da Graa Divina. Sou a voz que fala das belezasdo universo, do Reino de Deus na face da Terra, ainda que oshomens a considerem uma arena de lutas. Bendito sejas, meu fi-lho, que ouves minhas palavras. Cristo abenoe a ti e a mim.

    Trechos de Mensagens medinicas recebidas pela mdium

    Bice Valbonesi, de Milo, para Pietro Ubaldi, transmitidas pelaentidade O Mestre.

    Ouves (...). Obra conscientemente, como homem que sabemuito; usa a sabedoria. A fonte inspirativa que possus te diztranquilidade. Eis que a voz diz: os mortos esto ressuscitados.

    E tu, que ouves a ordem, vai e dize aos povos que Cristo res-suscitou (...). Sers o apstolo simples, o que faz a caridade emnome de Cristo (...). Eis teu trabalho; procura os necessitados eferidos pelo peso da vida e d a eles o po. Assim diz aqueleque manda a Sua Voz ao mundo.

    Mensagem recebida em 19 de outubro de 1932.

    A prova de fogo supera-a e mantm-na. As centelhas doEterno descem agora; apanha-as como se apresentam. Leo!Leo! No fiques pasmado! s tomado como instrumento noinconsciente, mas consciente da misso. Confia, porm, Naque-le que opera.

    Abrao-te.Mensagem recebida em 7 de abril de 1935.O porvir espiritual o eterno presente que pulsa. Quando

    os braos eternos envolvem, s uma coisa se deve fazer: aban-donar-se. Tu, filho do Pai, colocado no enredo do tempo, so-

    fres necessariamente as contores da vida humana. E o marte-lo tempo que bate, quebra as energias e quase as quer destru-ir. Mas sabes que outro martelo poderoso bate continuamentepara consolidar a estrutura de tua alma. No perguntes: o quefarei? J te disse: abandonas-te em Cristo. Recebers outrasordens. Repetir-se- a ti o vai, Francisco, (...). Restaura minhacasa (...). Portanto, restaurars o que o Eterno disser. Teu re-fgio inabalvel, um nicho luminoso espera-te; a fulgura-o de Cristo Jesus, o Ressuscitado, Aquele que est com oPai, Aquele que est no Pai e Pai de amor. Podes gritar, pois:tenho uma casa que um palcio, pois o Eterno a colocou seuouro. Esse ouro chama-se a verdade!

    Mensagem recebida em 13 de outubro de 1935.

    E agora digo a ti (Pietro Ubaldi): Amigo, da aspereza saste

    renovado, da fadiga saste para entrar na obra eterna. O mundopor necessidade humanate reter durante o tempo em que de-ve ser dada tua contribuio de homem. Tomou-te o Eterno, ba-tizou-te com Seu fogo, e a chama est acesa; chama de filho tra-balhador. Por vezes, arders consumindo-te dentro do prpriocalor desse fogo; gritar tua carne pelas queimaduras, enquantoo esprito cantar os louvores do Eterno. Revestirs o pensamen-to que chega a ti com a palavra que o Eterno colocar em tuamente, e da a passars aos homens, que so muito duros de ou-vir. E assim, viandante amado, continuars o teu caminho.

    (...) No ficars isolado; os poucos, os amados do Pai, vi-

    ro a ti sempre. Achars almas compreensivas. Arders, masno consumirs a parte intrnseca. Quando o mundo tiver entra-do na fase de maior dor, mais do que nunca hs de gritar a to-dos: nscios, no ouvistes! O aviso foi dado a tempo, lamentaragora no adianta. Haver um timo de possibilidade de reco-meo, e tu o dirs, enviando tua palavra para c e para l, nospontos designados pelo Eterno. Envolve-me em Meu Amor deAmigo; usa de Mim, Eu te estou prximo.

    Pergunta de P. Ubaldis tu a Sua Voz?.Resposta Eu Sou Aquele que Sou, amigo, e tu o sentes.

    Sentir-me-s, assim, um pouco mais materialmente, porquedeso entre os homens que esto em luta. No podes parar, tu osabes e o vs; a hora intensa. Rever-nos-emos, rever-me-s,

    mas no assim; ver-me-s como luz e, quando me vires, tua al-ma ficar queimada. Mas isto no dor glria. Permanecena humildade, na simplicidade, e deixa que o mundo espiritualem convulso, grite. Tu permanecers firme, lembra-te....

    Pergunta de P. Ubaldi Quem sou eu?.Resposta Quem s? Donde vens? Qual tua passagem

    mais intensa? Eu disse uma vez: Leo, mas s alguma coisamais dentro de ti mesmo. preciso retroceder no chamadotempo, e ento te recordars de ter-me visto, de ter-me ouvido,de ter-me amado.

    Pergunta de P. Ubaldi Como e quando Te vi?.RespostaNeste momento no podes orientar-te; tornars

    a pensar nisso e te achars de novo. Por que perturbar-te ento,

    se as pegadas so claras? Muitas coisas ignora o teu eu quandoest fechado em ti mesmo. O que no sabes e no assimilaste,desfolhars, assimilars e ento te achars.

    Pergunta de P. Ubaldi: Tambm ca mais em baixo?.Resposta Por isso te disse: ressuscitaste. Pagaste e ests

    pagando. Deves servir ao Eterno e ento, servindo ao Eterno,

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    Pietro Ubaldi COMENTRIOS 9

    tornar-te-s instrumento de eleio. Todas as vezes que titubea-res e estiveres para precipitar-te, Eu virei ao teu encontro (...).

    Pergunta de P. Ubaldi Por que fui escolhido?.Resposta Francisco dizia: Por que eu? Por que eu? Por

    que eu?. Repete-o tambm tu, com a mesma dedicao, e entovers que o Eterno, para maior confuso dos homens, escolheseus instrumentos entre eles. D graas ao Eterno.

    Pergunta de P. Ubaldi Mas eu no me sinto digno.Resposta: Por que queres repeti-lo ainda? Sabes que o

    Eterno vai e procura a ovelha transviada: os justos j esto sal-vos. o pecador que o Eterno procura, o doente que precisade mdico, para ti que vem o Seu amor.

    Pergunta de P. Ubaldi Que acontecer comigo?.Resposta:No temas. No podes v-lo, ainda que te es-

    forasses. No ergas um muro diante de ti, mas quando estiverespara cair e tiveres medo de bater, ento o muro cair. Vs queno tem limites o campo que deves arar; ento trabalha (...).

    Mensagem recebida em 5 de maro de 1937.(...) E Pedro, que far? H ainda algumas perplexidades a

    superar. Vencer! Vencer! Arrancar os tentculos que refreiamos passos, para que, quando vier o dia de prova para Pedro, eleno venha a repetir: Senhor, no Te conheo! O selo est posto.Ai de quem o romper antes que chegue o anjo!.

    Referindo-se a Pietro Ubaldi: No indagar muito sobre timesmo; humilha-te. Renascers por virtude substancial. Disseaos maus: sois usados como instrumentos, quando o espasmoda humanidade tiver chegado convulso. Assim te digo: onome no tem importncia, a ao que cinzelar sobre ti a fi-gura, a ao que far de ti o servo do Senhor. Reedificar deacordo com a ordem, erguer as colunas minadas na base. Ocristianismo est a descoberto, entre o cu estrelado e a Terraameaada. Ento, soldado de Cristo, no ters espada; ters fo-go e o vomitars segundo a Vontade Eterna. Enquanto aguar-das, purifica-te; deixa falar os que esto a teu lado, mas no ve-em nem ouvem! Aguarda! Repito-te: a rede est pronta; lan-

    la-s onde te for indicado; no por alucinao, mas pela reali-dade (...). No hora de repouso; trabalha para o Eterno, e amerc descer do cu. Por isso ests vinculado queles que sotambm os meus escolhidos. No poders voltar atrs, no po-ders escapar. Para e ouve-me! A Voz continuar.

    Mensagem recebida em 25 de abril de 1937.

    Julgamentos a respeito de Pietro Ubaldi, tirados do hors-copo que lhe foi enviado em abril de 1935, sem ser pedido, peloSenhor Mrio Guzzoni Segato Via Saluzzo 23, Turim queno o conhecia, nem sabia nada sobre ele.

    Pietro Ubaldi, nascido a 18 de agosto de 1886, s 20h e30min, em Foligno, L. 42o57. Tipo zodiacal: ries, com in-

    fluncia de Leo. Tipo Planetrio: Marte-Lua. Planetas domi-nantes: Saturno, Urano e Jpiter. Aura: vermelha brilhante.(...) O princpio vital da fora solar que passa pelo Leo,

    torna-o de bom corao e generoso. Profundas emoes e cons-tantes procura de harmonia (...). Carter interiormente generoso,sincero, ardente, perseverante e muito inclinado a aperfeioar-se. H um grande amor pela justia (...). Educado, no combati-vo, mas persistente, ser quase irremovvel nas prprias opini-es. Tende ao ocultismo, inclina-se para o lado mstico da vida,tem os meios para descobrir o encanto do destino dos homens. OSol testemunha esplndidas qualidades medinicas, mas estas seresolvem atravs de terrveis sofrimentos, com dores e penasverdadeiramente tantlicas. O nativo pode adjudicar-se uma co-

    lossal mquina psquica, que entra em ao atravs da dor. Dorfsica, que pode dizer-se aparente, se bem que tremenda, mas narealidade ser um bem. Tendncia ao isolamento e solido,que trar grandes frutos espirituais. Sente alegria quando podedar felicidade a outros. Trabalha muito para desenvolver umamisso alta. H muita coisa que est latente e espera uma opor-

    tunidade para revelar-se, porque o nativo tem mais merecimen-tos e qualidades do que ele mesmo sabe. um pioneiro emqualquer coisa por que se interesse. afirmativo, independente,ativo. Ter fama durante a vida. Dentro de trs anos, fatores fsi-cos e psquicos se harmonizaro e Deus falar nele.

    (...) Seus companheiros so Jesus e Joo. Ele estar ligadoao despertar da humanidade. Deve unificar-se com Deus atravsda dor. um esprito doente que, numa vida precedente, deso-bedeceu ao Eterno, perturbando as leis de amor, de harmonia ede compaixo, e que deve sofrer para recuperar o equilbrio per-dido e servir para regressar luz que se tinha escurecido.

    O mesmo Senhor Mrio Guzzoni Segato colocou em mosda Senhora Pia Reggidori uma carta de Ubaldi e teve a seguinteresposta medinica (em transe), ditada ao senhor Segato e diri-gida a Pietro Ubaldi, por uma entidade no identificada:

    Quem s tu? Vejo-te no deserto, com as mos voltadas pa-ra o Sol, cheio de aspirao a Deus, com uma sede insacivelde amor divino, longe da vida e das coisas. Vestes um hbitobranco e ests desfigurado; tens imensa sede de amor. Amas oCristo e o invocas. s profeta da Palestina. Esta sede da tua vi-da te persegue; aguardas, um tormento. Mas o Deus que invo-cas tanto est em ti e te dir vrias vezes: estou aqui (...). Amatria te pesa porque a renegaste, mas, ao invs, Deus querluz atravs dela (...). Muitos homens voltaro a ti e tu voltarscomo profeta (...). Cristo e Joo so teus amigos.

    Trechos da mensagem medinica (ultrafnica), ditada e ta-

    quigrafada em presena de Pietro Ubaldi, recebida pela SenhoraM. Guidi (Via Labicana, 134, Roma), em 14 de julho de 1946,de uma entidade no identificada:

    Irmo, que chegaste de longe, eis que te digo, em verdade,que estas palavras no so novas para ti, que vibras sem cessar.Acreditas, s vezes, que seja teu crebro que as recolha; elas,porm, so luz, a minha luz mesma que desce sobre ti e que,atravs da palavra e da pena, tu transmites. Muito fizestes, mas

    ests apenas no incio de tua tarefa; muitas verdades foram porti compreendidas, muitas daquelas verdades que transcrevesteso justas e, se os homens te ouvissem totalmente, ento tera-mos o incio de uma nova era de f, que prepararia a nova almaluminosa, que ser verdadeiramente transmitida aos homens deamanh (...). No temas, porque os homens no podero fazer-te mais mal do que j te fizeram (...). E digo-te: Pedro, tu tam-bm s pedra milenria da nova f que arrastar os homens deamanh. Escreve; recebers ainda mais profundamente, comharmonia infinita. Lembra-te de que os acontecimentos urgem etu o predisseste; tu o sentes (...). Deter essa onda de dio queenvolve a humanidade a tarefa de teus escritos; no pares,mas, ainda hoje, lana tuas mensagens (...). Em verdade, no

    pares (...). Continua. Continua. Preciso de ti (...). Olha que, den-tro em pouco, outra tentativa ser feita, a fim de parar tua pena.No pares, no temas. Estou perto de ti e te darei tal fora, queteu ser fsico melhorar. Ests ainda cansado e esgotado.

    Mensagem transmitida, sem ser solicitada, a Pietro Ubaldi,

    pelo Professor Salvato Carmicelli (Rua Prof. Gabizo 295, Riode Janeiro), recebida em 28 de setembro de 1946, de uma enti-dade no identificada.

    (...) Diga a Pietro Ubaldi que sua misso de transmitirao mundo os prolegomenos da Nova Era. A Grande Sntese obra ditada pelo alto. realmente a voz do todo que fala. Ele um instrumento e, como tal, tudo deve fazer pela divulgao

    de todas as outras obras. Elas constituem os novos livros daNova Era. Vrios so os canais (...). Trata-se de erigir o edif-cio de um mundo novo. Pense, Pietro Ubaldi, que a Obra foitoda ditada pelo alto e deve ser divulgada em todo o mundo eem todas as lnguas.

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    10 COMENTRIOS Pietro Ubaldi

    Trechos de mensagem medinica recebida pelo mdiumBetti, sob a direo do Senhor Sante Crosara, em Livorno, em23 de dezembro de 1945, de uma entidade no identificada.

    (...) A coletividade espiritual do sujeito (P. Ubaldi) consti-tuda por uma esfera muito elevada, onde os chamados santosvivem em harmonia. Desta constituio entlica, partiu a perso-nalidade de Ubaldi (...), que j conseguiu e desempenhou o pr-prio programa (...). Aquele quid que constitui a manifestaoterrena de Ubaldi apenas uma misso espiritual que tomouforma e personalidade num indivduo. Este, no entanto, pareceum ser comum e normal, mas j desempenhou determinada mis-so, pela qual os germens disseminados em sua esfera tero pro-lificao estupenda e tangvel, para glria do Eterno (...). Quan-do tiver desencarnado, voltar a retomar seu posto e, desta vez,numa esfera verdadeiramente superior e digna (...). Em poucotempo, abandonar vosso ambiente, mas somente depois que ti-ver desempenhado aqui, completamente, sua tarefa (...). O so-frimento o esporo e o principal incentivo de seu fervor ope-rante (...). Assim a Mente Criadora prodigaliza, atravs de Ubal-di, a graa do conhecimento supranormal (...). As sensaes queele percebe so inerentes ao seu grau de conscincia, que no mais infantil, mas adulta, e mesmo diria velha, ou seja, carrega-da de experincia e de maiores percepes e consideraes. Ora,tratando-se de uma conscincia velha, mister que suporte essasvibraes de perturbao e de desnimo, porque ela est s por-tas da Luz, no limiar de nova existncia, imensamente superior;est diante de uma porta fechada, alm da qual sabemos existiruma escada luminosa que leva extrema felicidade, isto , LuzSuprema do conhecimento e da verdade. Essas sensaes devemser aceitas com serenidade e at com alegria, porque prennciode uma promessa certa e prxima de bem supremo. H uma cer-teza maravilhosa, ofuscante. Aceita-se o fenmeno com sereni-dade e com a certeza de que constitui uma promessa segura deuma passagem sublime. J desempenhou sua tarefa dignamente,e quando estiver diante do dia do desencarne, sua obra e sua

    misso estaro definitivamente realizadas.MENSAGEM DE SO FRANCISCO DE ASSIS

    Pedro,O calvrio do Mestre no se constitua to somente de secu-

    ra e aspereza...Do monte pedregoso e triste jorravam fontes de gua viva

    que dessedentaram a alma dos sculos.E as flores que desabrochavam no entendimento do ladro e

    na angstia das mulheres de Jerusalm atravessaram o tempo,transformando-se em frutos abenoados de alegria no celeirodas naes.

    Colhe as rosas do caminho no espinheiro dos testemunhos...Entesoura as moedas invisveis do amor no templo do corao!...Retempera o nimo varonil, em contato com o rocio divino

    da gratido e da bondade!...Entretanto, no te detenhas. Caminha!... necessrio ascender.Indispensvel o roteiro da elevao, com o sacrifico pessoal

    por norma de todos os instantes.Lembra-te, Ele era sozinho! Sozinho anunciou e sozinho

    sofreu.Mas erguido, em plena solido, no madeiro doloroso por

    devotamento humanidade, converteu-se em eterna ressur-reio.

    No temos outra diretriz seno a de sempre.Descer auxiliando, para subir com a exaltao do Senhor.Dar tudo, para receber com abundncia.Nada pedir para nosso eu exclusivista, a fim de que possa-

    mos encontrar o glorioso NS da vida imortal.Ser a concrdia para a separao.

    Ser luz para as sombras, fraternidade para a destruio, ter-nura para o dio, humildade para o orgulho, bno para amaldio.

    Ama sempre. pela graa do amor que o Mestre persiste conosco, os

    mendigos dos milnios, derramando a claridade sublime doperdo celeste onde criamos o inferno do mal e do sofrimento.

    Quando o silncio se fizer mais pesado ao redor de teus pas-sos, agua os ouvidos e escuta!

    A voz Dele ressoar de novo na acstica de tua alma, e asgrandes palavras, que os sculos no apagaram, voltaro maisntidas ao crculo de tua esperana, para que as tuas feridas seconvertam em rosas e para que o teu cansao se transubstancieem triunfo.

    O rebanho aflito e atormentado clama por refgio e segu-rana.

    Que ser da antiga Jerusalm humana sem o bordo provi-dencial do pastor que espreita os movimentos do cu, para a de-fesa do aprisco?

    necessrio que o lume da cruz se reacenda, que o claroda verdade fulgure novamente, que os rumos da libertao de-cisiva sejam traados.

    A inteligncia sem amor o gnio infernal que arrasta ospovos de agora s correntes escuras e terrificantes do abismo.

    O crebro sublimado no encontra socorro no corao em-brutecido.

    A cultura transviada da poca em que jornadeamos, relega-da aflio, ameaa todos os servios da Boa Nova, em seusmais ntimos fundamentos.

    Pavorosas runas fumegaro, por certo, sobre os palciosfaustosos da humana grandeza, carente de humanidade, e o ven-to frio da desiluso soprar, de rijo, sobre os castelos mortos dadominao que, desvairada, se exibe, sem cogitar dos interessesimperecveis e supremos do esprito.

    imprescindvel a ascenso.

    A luz verdadeira procede do mais alto, e s aquele que seinstala no plano superior, ainda mesmo coberto de chagas e ro-do de vermes, pode, com razo, aclarar a senda redentora que asgeraes enganadas esqueceram.

    Refaze as energias exauridas e volta ao lar de nossa comu-nho e de nossos pensamentos.

    O trabalhador fiel persevera na luta santificante at o fim.O farol no oceano irado sempre uma estrela em solido.Ilumina a estrada, buscando a lmpada do Mestre, que ja-

    mais nos faltou.Avana... Avancemos...Cristo em ns, conosco, por ns e em nosso favor o cristi-

    anismo que precisamos reviver frente das tempestades, de cu-

    jas trevas nascer o esplendor do Terceiro Milnio.Certamente, o apostolado tudo. A tarefa transcende o qua-dro de nossa compreenso.

    No exijamos esclarecimentos.Procuremos servir.Cabe-nos apenas obedecer, at que a glria Dele se entroni-

    ze para sempre na alma flagelada do mundo.Segue, pois, o amargurado caminho da paixo pelo bem di-

    vino, confiando-te ao suor incessante pela vitria final.O Evangelho o nosso cdigo eterno.Jesus o nosso mestre imperecvel.Agora ainda a noite que se rasga em troves e sombras,

    amedrontando, vergastando, torturando, destruindo...

    Todavia, Cristo reina, e, amanh, contemplaremos o celestedespertar.

    Esta Mensagem foi psicografada por Francisco CndidoXavier, dirigida a Pietro Ubaldi em 17 de agosto de 1951, naresidncia de Dr. Rmulo Joviano, em Pedro Leopoldo, MG,

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    Pietro Ubaldi COMENTRIOS 11

    na presena de doze pessoas, ao mesmo tempo em que, sentado mesma mesa, Pietro Ubaldi recebia a mensagem de SUAVOZ. (Nota de C. T.)

    MENSAGEM DE SUA VOZ

    Pedro,Ests sentindo aqui, nesta noite, minha presena. Aquele

    que est diante de ti2 e que, ao mesmo tempo que tu, est escre-vendo, sente neste instante o meu pensamento, e o que ele es-creve to confirmar. Ele sente contigo a minha presena.

    Pedro, no temas. Ests cansado, eu o sei, como tambm seiquanto te esforas por sentir-me neste ambiente to novo para tie distante de onde ests habituado a ouvir-me. Ests exausto pe-lo muito falar e viajar. Estou contigo, porm, junto a ti e Eusou a grande fora que sempre te tem sustentado. Agora me es-ts sentindo com a mesma potncia com que j me sentiste nomomento da 1a Mensagem de Natal, de 1931. E isso porque,agora, a uma distncia de vinte anos, se repete o incio domesmo ciclo num plano mais elevado.

    J me ouviste na noite de 4 de agosto, quando, pela primeiravez, falaste em S. Paulo e se iniciou a tua vida pblica de apos-tolado. Estavas cansado e no tinhas certeza. Mas, hoje, s pormim impulsionado e j no podes deter-te. J te disse, antes detua partida, que aonde no pudessem chegar teu conhecimentoe tuas foras, chegaria eu, e encontrarias tudo preparado. E vis-te que tudo quanto te havia predito realmente aconteceu.

    Tremes, eu o sei, diante de um plano cuja vastido te sur-preende. Quarenta anos de humilhaes e de dores foram ne-cessrios ao teu preparo para esta misso e deixaram em tua na-tureza humana uma sensao de desnimo e uma convicoprofunda de tua nulidade. Hoje, porm, chegada a hora, e eute digo: Ergue-te! H vinte anos eu te disse: No silncio danoite sagrada, ergue-te e fala. E agora te digo, no silncio danoite tranquila de Pedro Leopoldo: Ergue-te e trabalha. Eis

    que se inicia uma nova fase da tua misso na Terra e, precisa-mente, no Brasil. verdadeiro tudo quanto te foi dito, eu toconfirmo, e assim suceder.

    O Brasil verdadeiramente a terra escolhida para bero des-ta nova e grande ideia que redimir o mundo. Agora tua misso acompanh-la com tua presena e desenvolv-la com ao, deforma concreta. Todos os recursos te sero proporcionados.

    Ama com confiana estes novos amigos que eu te mando.Tudo j est determinado e no pode interromper-se. As forasdo mal vos espreitam e desejariam aniquilar-vos. Sabes, porm,que as do bem so mais poderosas e tm de vencer. Confia-te,pois, a quem te guia e no temas. Confirmo tudo o que tens es-crito, no o duvides.

    Dentro de poucas horas se completaro 65 anos de teu nas-cimento. O tempo assimila com o seu ritmo o desenvolvimentodos destinos.

    Pede-te a Lei, agora, esta outra fase de trabalho, diferente enova para ti, to distante da precedente, que te surpreende. Acei-ta-a, como antes, no esprito de obedincia, aceitaste a outra. Notem sido tua vida uma contnua aceitao? No tem sido comple-ta tua adeso vontade de Deus? No recordas nosso grande co-lquio de Mdica, na Siclia, h vinte anos? Tua prpria razono pode deixar de reconhecer a lgica fatal de tudo isso. Seguepois confiante o caminho assinalado. No te admires se tudo emtorno de ti se contraverte, se a dor se transforma em alegria, se tearranco do silncio de Gubbio para lanar-te no mundo.

    No representa isso a realizao daquilo para que nasceste epor que tens vivido e sofrido?Eu sei: a glria, os louvores do mundo, a notoriedade te

    repugnam. Compreendo que isso te uma nova dor. Aceita-a,

    2 Referncia a Francisco C. Xavier.

    pois sabes que tambm isso necessrio, a fim de que secumpra tua misso. E isso bastar para transformar esta tuanova dor em alegria.

    Teu corpo cansado desejaria repousar. Quo grande o cami-nho j percorrido e quo grande a distncia ainda a percorrer! Avida, porm, uma caminhada contnua. Tens sobre os ombrosno s tua vida, mas tambm a de muitos outros, que amas e decuja salvao quiseste assumir a responsabilidade. Aceita, pois,tudo por amor de mim. Aceita-o, ainda que os trs votos de re-nncia e de dor agora se transformem, tomando posies opos-tas, isto , no mais de renncia, porm de afirmao.

    Pedro, confio-te esta nova terra, o Brasil, a terra que devescultivar. Trabalho imenso, mas ters imensos auxlios.

    Estou contigo e as foras do mal no prevalecero.Agora, uma palavra tambm para os teus amigos, uma pala-

    vra de gratido e agradecimento, uma palavra de bno porsua cooperao, com que eles, ajudando-te, tornam possvel arealizao de tua misso. Falo neste momento ao corao decada um deles, sem que lho digas por escrito.

    Una-vos a todos minha bno, no mesmo amor, para vossasalvao e a salvao do mundo.

    Esta Mensagem foi recebida por Pietro Ubaldi, a ele mes-mo dirigida, em 17 de agosto de 1951, na residncia de Dr.

    Rmulo Joviano, em Pedro Leopoldo, na presena de doze pes-soas, ao mesmo tempo em que, sentado mesma mesa, o m-dium Francisco Cndido Xavier psicografava a mensagem deSo Francisco de Assis. (Nota de C. T.)

    SOBRE DEUS E UNIVERSO DE PIETRO UBALDI

    Introduo

    meu primeiro impulso. Sinto-me devedor a DEUS, antesde tudo, do inestimvel prmio de ser contemporneo de Pietro

    Ubaldi e, mais ainda, de haver sido o primeiro brasileiro, tal-vez, a conhec-lo pessoalmente em Gubbio, onde fui para lheapertar a mo e lhe ouvir a palavra.

    Alguns espritas compreendero de pronto o motivo destaufania mstica.

    Para os homens amadurecidos de nossa gerao, PietroUbaldi no s um homem que toda a gente pode conhecer. tambm o gnio que teve a misso de sintetizar a filosofia re-ligiosa do porvir, cujos primeiros fundamentos foram lana-dos de 1857 a 1869 em Paris, por outro gnio missionrio, Al-lan Kardec. O gnio s alguns espritas podem conhecer, poisisso no depende de vontade, mas de amadurecimento. Nobasta, de fato, ser chamado crena esprita para conhecer o

    nosso missionrio, mas ser escolhido. Sei de muitos que tei-mam em ignorar o valor da obra de Pietro Ubaldi e o refutam.Esses, naturalmente, ignorando o assunto, no compreenderoo motivo de minha ufania. Ne