126 pegadinhas em língua portuguesa (para vestibulares e concursos públicos)
120 Pegadinhas Em Língua Portuguesa
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120 Pegadinhas em Língua PortuguesaPegadinha 1
Ela quer se aparecer.
Termo muito usado e completamente errado. Certos verbos são essencialmente pronominais como suicidar-se, por exemplo. Outros, porém, jamais podem ser usados com pronomes, como os verbos da dica anterior, simpatizar ou antipatizar.
Trazemos um desses verbos que jamais são usados com pronome, que é o verbo aparecer. Esse é um típico verbo intransitivo. Não admite voz reflexiva, objetos de espécie alguma. Não se pode aparecer ninguém e, também, aparecer a si mesmo. Escreve-se corretamente, assim:
Ela quer aparecer.
Pegadinha 2
São os banqueiros que acabam lucrando.
Neste tópico de dicas de português para concursos, a expressão é que não é genuinamente um verbo. Trata-se simplesmente de uma locução de realce, que a usamos, evidentemente, para dar destaque à ideia expressa na frase.
Por tratar-se de um mero adorno frasal, essa locução é totalmente dispensável sem prejuízo para o sentido da oração. Exemplo: É os banqueiros que acabam lucrando. = Os banqueiros acabam lucrando. (A igualdade é de significação, é lógico.)
Mais exemplos:
Só nós dois é que sabemos o quanto nos queremos bem. (Letra de canção portuguesa.) Seria ridículo dizer: Só nós dois somos que sabemos o quanto nos queremos bem. A frase original pode ser escrita, sem nenhum prejuízo para a sua significação: Só nós dois sabemos o quanto nos queremos bem.
É eles que representarão o presidente. Essa frase está correta. Estaria incorreta se fosse escrita assim: São eles que representarão o presidente. Se eliminarmos do contexto a expressão de realce é que, veremos que o sentido é o mesmo: Eles representarão o presidente.
Muito cuidado! Nas questões de português, sobre concordância verbal, as organizadoras de vestibulares e concursos públicos costumam usar, de vez em quando, frases desse tipo, induzindo o vestibulando ou concursando a considerá-las incorretas.
Concluindo, indicamos como escrita correta da frase do topo a seguinte construção:
É os banqueiros que acabam lucrando.
ou
Os banqueiros é que acabam lucrando.
Lembrar: é que – é uma locução de realce.
Pegadinha 3
Inglaterra confirma invasão ao Iraque.
Jamais poderá ocorrer invasão a lugar algum. Porém, o que é possível acontecer é invasão de algum lugar. Escreve-se com correção, assim:
Inglaterra confirma invasão do Iraque. Veja, a seguir, outros exemplos corretamente escritos:
Invasão de privacidade.
Invasão de domicílio.
A invasão do estádio pela polícia deu-se às 20 horas de ontem.
Pegadinha 4
O acidente aconteceu porque o motorista dormiu no volante.
Para que alguém consiga dormir no volante, é necessário que este seja, no mínimo, do tamanho de uma cama. Convenhamos, volantes desse tamanho ainda não foram fabricados.
Então, melhor seria dormir no banco do automóvel ou, mais adequadamente, em uma cama com mais conforto. Quem dorme bem, dorme em algum lugar. Já "dormir próximo" ou "junto" significa dormir a (preposição) com o respectivo artigo (o ou a). O correto seria escrever:
O acidente aconteceu porque o motorista dormiu ao volante.
A seguir, outros exemplos de frases corretamente grafadas:
A moça dormiu ao computador.
O marinheiro dormiu ao timão.
Romeu dormia à janela de Julieta.
Pegadinha 5
Marcos é um parasita da mulher.
Parasita, com a final, é denominação exclusiva de certas plantas. Para pessoas e animais, usa-se parasito. O correto seria escrever:
Marcos é um parasito da mulher.
Eis outros exemplos de frases corretamente grafadas:
Raquel age como um parasito da mãe.
Há sujeitos que são autênticos parasitos da sociedade.
A pulga é um parasito, como também o é o carrapato.
Precisamos exterminar as parasitas que estão nessa árvore.
As parasitas debilitaram nosso pomar.
Pegadinha 6
Confesso que me simpatizei com ela.
O verbo simpatizar, como também seu antônimo antipatizar não são empregados com pronomes. Portanto, escreve-se correto, grafando-se assim:
Confesso que simpatizei com ela.
Abaixo, seguem outros exemplos de frases corretamente escritas:
Você simpatizou com a moça, mas ela antipatizou com você.
Antipatizo com políticos em geral.
Simpatizamos com a nova professora.
Eles antipatizam conosco.
Pegadinha 7
Começou nevar hoje cedo em Urubici.
Certas notícias são dadas de modo negligente, sem nenhuma preocupação com as regras do idioma. O verbo começar forma locução com outro verbo, no infinitivo, por intermédio da preposição a. Exemplos:
Nice começou a chorar.
Naquela hora, Eliane começou a rir.
Começou a chover.
Eis a frase do topo corretamente escrita:
Começou a nevar hoje cedo em Urubici.
Pegadinha 8
Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare a desorganização.
O verbo reparar assume dois significados. O que irá determiná-los é a presença ou não da preposição em. Veja, a seguir:
Com a preposição em significa notar, observar: Repare nos exemplos que damos nesta lição de gramática.
Entre, mas não repare na bagunça.
Posso escrever, porém não reparem em meus erros de português. Sem a preposição em, significa consertar, indenizar: O técnico reparou o computador que estava avariado.
A empresa reparou os danos causados.
O juiz condenou o prefeito a reparar os prejuízos sofridos pelos camelôs.
O mecânico reparará o motor do carro.
Então escreve-se corretamente a frase original da seguinte maneira:
Vou mostrar-lhe meu caderno, mas não repare na desorganização.
Pegadinha 9
Residente à Rua Joana Sartóri.
As palavras residente, morador, situado e sua forma reduzida sito não admitem a preposição a para ligar-se ao respectivo logradouro, mas, sim, a preposição locativa em. Não se diz, por exemplo, que um imóvel está situado a Campinas, porém em Campinas.
Veja os exemplos que seguem: O escritório, sito na Rua Filisbina, recebe seus clientes de segunda a sexta-feira. O prédio está situado na Avenida Duque de Caxias. Márcio, morador na Travessa Cotia, prestou depoimento ontem. Resido na Alameda Tabajara.
A frase do topo escrita corretamente fica assim:
Residente na Rua Joana Sartóri.
Pegadinha 10
Costuma se fazer bons negócios nesta feira.
O verbo concorda com o seu sujeito, na voz passiva. Observe que temos dois verbos, um auxiliar e outro, principal.
Veja outros exemplos de uso da voz passiva em situações semelhantes: Não se podem prever essas situações. (Não podem ser previstas essas situações.) Devem-se devolver os crachás ao final do evento. (Devem ser devolvidos os crachás ao final do evento.)
A frase inicial estaria corretamente escrita da seguinte maneira:
Costumam se fazer bons negócios nesta feira.
Pegadinha 11
Não exceda da dosagem alcoólica permitida.
O verbo exceder não admite preposição. Outros exemplos: O motorista foi multado porque excedeu os limites de peso de carga de seu caminhão. (Errado: O motorista foi multado porque excedeu dos limites de peso de carga de seu caminhão.) Lotação: 42 passageiros. Não exceda este limite. (Errado: Lotação: 42 passageiros. Não exceda deste limite.)
O certo seria escrever a frase original do seguinte modo:
Não exceda a dosagem alcoólica permitida. Pegadinha 12
Não fiz o dever de matemática.
Para muitas pessoas, há uma confusão muito grande, envolvendo os significados das palavras dever e deveres. Inicialmente, determinemos suas semânticas, conforme os bons dicionários: dever: obrigação; deveres: tarefas (sempre no plural). O exemplo seguinte economiza muita explicação e esclarece a questão: O dever de cada estudante é fazer seus deveres escolares.
Talvez, esta regrinha ajude a estabelecer com mais clareza a distinção: deveres (tarefas) se fazem; dever (obrigação) se cumpre.
Outros exemplos: Ele cumpriu o dever de pai. O dever de todo militar é servir o seu país. Deixei de fazer os deveres de geografia. Ela não dá conta de realizar os deveres domésticos. Precisa de uma empregada. A frase original, corrigida, fica assim:
Não fiz os deveres de matemática.
Pegadinha 13
O comandante nos disse que ficássemos alertas.
Aqui está uma dica de português para vestibular e concurso, a qual tem gerado muita controvérsia. A palavra alerta pertence à classe dos advérbios e, como tais, é invariável. Não se flexiona para indicar gênero (Ele está alerta.), como também para indicar número (Permaneço alerta. Permanecemos alerta. Eles permanecem alerta.). Só se admite variação, quando substantivada, isto é, quando a palavra estiver acompanhada de artigo (Esqueci os alertas do comandante.).
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim: O comandante nos disse que ficássemos alerta.
Pegadinha 14
Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuidade ao jogo. Esta seção de dicas de português para concursos expõe um grande equívoco de uso das palavras continuidade e continuação, conforme se explica a seguir. continuidade — propriedade física da superfície dos corpos; continuação — prosseguimento;
Exemplos: A continuidade do grande espelho do salão foi afetada por uma rachadura na parte superior direita. A continuidade do leito da ponte foi interrompida por uma trinca de uns dez centímetros, de lado a lado. Em continuação a esta exposição de razões, falarei, agora, sobre os meninos de rua. Precisamos dar continuação àquela partida de xadrez, no prazo máximo de cinco dias contados de sua interrupção. Depois que o aluno alterado retirou-se da sala, o professor deu continuação à aula.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Depois de vinte minutos de interrupção, o árbitro deu continuação ao jogo.
Pegadinha 15
A polícia não pode prendê-lo porque ele é de menor.
Eis uma seção de dicas de português para vestibulares e concursos cuja sutileza muita gente boa não percebe.
O predicativo dessa frase liga-se ao sujeito com auxílio de verbo de ligação sem preposição.
O povo é que construiu essa anomalia. Veja outros exemplos de predicativo: Ele é sargento do exército. Ela é maior de 14 anos. Ela é a rainha do colégio. Ele é menor de 6 anos. Meu pai é professor.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
A polícia não pode prendê-lo porque ele é menor de idade.
Pegadinha 16
Sou difícil de fazer amizade.
Neste tópico de dicas de português para concursos, a frase já se inicia por uma incoerência, pois ninguém é difícil ou fácil de coisa alguma. Pelo menos, assim se espera. O que é difícil não é a pessoa,
mas sim a ação de fazer amizade. O sujeito dessa frase é oracional — fazer amizade — e o predicativo é difícil. O verbo é de ligação — ser.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
É-me difícil fazer amizade. ouFazer amizade me é difícil.ou Fazer amizade é difícil para mim.
Pegadinha 17
Já comuniquei o chefe que a mercadoria chegou.
Esta pegadinha de português para vestibular e concurso aborda um deslize sutil e corriqueiro, ideal para uma questão de concurso. Não devemos, jamais, comunicar uma pessoa, seja ela quem for. O que se comunica é o objeto da comunicação, isto é, o assunto, o fato ocorrido. Comunica-se, sim, à pessoa um determinado fato.
O verbo comunicar possui dois objetos. Um deles é o objeto indireto, que é a pessoa que recebe a comunicação. A esse objeto o verbo se liga sempre por meio de preposição. O outro complemento verbal é o objeto direto, que representa o fato comunicado.
Veja os seguintes exemplos: Daniel comunicou ao Mário a demissão da antiga secretária O presidente comunicou ao povo a decisão que tomara quando decidiu o caso. O marido comunicou à mulher que naquele dia não iria almoçar em casa.
Então, depois da correção da frase inicial, fica assim:
Já comuniquei ao chefe que a mercadoria chegou.
Pegadinha 18
A rapariga está meia aborrecida.
Mais um exemplo de pegadinha que tirou preciosos pontos para a aprovação de muitos vestibulandos e concursandos. Meia, modificando substantivo, é adjetivo e varia em gênero e número.
Exemplos: Meio litro de água. (metade do litro) Meia xícara de café. (metade da xícara) Ele fala em meias palavras. (metade das palavras, como metáfora de "não dizer tudo") Ele se expressa em meios termos. (idem, explicação acima) Meio, modificando adjetivo, é advérbio e, como tal, não varia. Exemplos:
Ela está meio triste. As duas moças permanecem meio confusas.
Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:
A rapariga está meio aborrecida.
Pegadinha 19
Mais de um artista cantarão.
Este caso exige-nos atenção redobrada. Embora saibamos que a expressão "mais de um artista" representa, no mínimo, duas pessoas, devemos levar o verbo à forma da terceira pessoa singular cantará, fazendo a concordância gramatical com o numeral um da expressão "mais de um".
Veja outros exemplos: Mais de um automóvel foi sorteado. Mais de uma mulher assistiu à cena. Do mesmo modo, é feita a concordância de frases do tipo Menos de dois alunos fizeram a prova. Nessa frase, embora compreendamos que a expressão "menos de dois alunos" representa, quantitativamente, um aluno; a concordância também é gramatical, com base no numeral dois da expressão "menos de dois alunos", e não ideológica, isto é, com a idéia ou sentido que a frase puder sugerir.
Outros exemplos: Menos de dois livros, foram queimados no incêndio. Menos de duas moças saíram antes de o espetáculo se findar. Então, depois de corrigida a frase inicial, fica assim:
Mais de um artista cantará.
Pegadinha 20
Eu nasci há trinta e cinco anos atrás.
Esta pegadinha nos lembra uma famosa música dos anos setentas — Eu nasci há dez mil anos atrás. Há excesso nessa frase! Quando ocorre excesso desse tipo, dizemos que existe redundância, isto é, repetição viciosa, que só empobrece a linguagem de quem a comete. O verbo haver, por si só, já representa "tempo transcorrido", a palavra atrás é redundante. Deve-se, portanto, escolher — ou se escreve há, do verbo haver, ou atrás. Então, depois de corrigida a frase inicial, poderia ser escrita de duas maneiras:
Eu nasci há trinta e cinco anos. ouEu nasci trinta e cinco anos atrás.
Pegadinha 21
Viemos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram.
Neste caso, apresenta-se um verbo comumente usado de maneira errada em algumas de suas formas. Nesta oportunidade falaremos apenas sobre um desses deslizes cometidos com o uso indevido do verbo vir. Ninguém diz: "estivemos aqui, nesta hora." Diz-se, porém, no tempo certo: "estamos aqui, nesta hora." Se é "nesta hora" que o fato ocorre, então, o verbo deve estar no presente.
Então, depois da correção, tem sua frase inicial assim escrita:
Vimos aqui, nesta hora, expressar nosso agradecimento pelo grande favor que nos fizeram.
Pegadinha 22
O político que se pode confiar ainda não nasceu.
Este é erro próprio da fala popular, linguagem que não está nem aí para a regência verbal. Erros desse tipo são muito explorados em provas de vestibulares e concursos públicos. Esteja alerta, caro leitor. A regência do verto confiar exige a preposição em, pois quem confia, confia em alguém, e não confia alguém.
Este tópico, depois da correção, tem sua frase inicial escrita assim:
O político em que se pode confiar ainda não nasceu.
Pegadinha 23
Traze-me uns pastelzinhos.
Neste tópico, focalizamos um aspecto muito explorado em provas de vestibulares e concursos públicos - o plural dos diminutivos em -zinho -, que é feito do seguinte modo:A - leva-se o substantivo ao plural em seu grau normal: pastéis;B - retira-se o s final: pastei;C - acrescenta-se -zinhos, e pronto: pasteizinhos.
Outros exemplos: pãezinhoscarreteizinhoslimõezinhoscaracoizinhosaneizinhos
Depois da correção, a frase correta fica assim:
Traze-me uns pasteizinhos.
Pegadinha 24
O relógio marcou meio-dia e meio.
Esta pegadinha que, de vez em quando, figura em provas de vestibular e concurso, sempre acaba tirando candidatos do páreo. A palavra que se refere a horas é meia e não meio. Diz-se nove horas e meia, vinte horas e meia e assim por diante. Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
O relógio marcou meio-dia e meia.
Pegadinha 25
Ao comer, tenha cuidado com os espinhos de peixe.
Esta pegadinha apresenta mais uma popularização errônea de uma palavra. Peixe não tem espinhos. Isso é próprio de certas plantas e, quando muito, do porco-espinho. Peixe tem espinhas. É bom estar preparado para a ocorrência de casos como o desta dica, em provas de vestibular e concurso.
Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Ao comer, tenha cuidado com as espinhas de peixe.
Pegadinha 26
Nossa situação está russa.
Esta pegadinha nos adverte para não confundir estado físico ou mental com estado político. Russa refere-se à Rússia. Quando se quer dizer que a situação está feia, diz-se que está ruça (com ç), que significa a cor pardacenta, escura. Em provas de vestibular e concurso, não é raro questões desse gênero.
Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
Nossa situação está ruça.
Pegadinha 27
O juiz leu os 3º, 4º e 5º parágrafos.
Eis um tema frequentemente cobrado em provas de vestibular e concurso — a concordância nominal. A frase em destaque, acima, está mal formulada quanto ao aspecto da concordância nominal. Mesmo que haja uma lista ou uma série de elementos antes do artigo, este deve concordar com o elemento mais próximo. O artigo deve ficar no singular, diante de palavra no singular.
Exemplos: Este cartório serve a 2ª e 3ª varas de família. A revogação atingiu o 4º, 5º, 6º e 7º artigos da antiga lei. Estamos discutindo o I e II itens do contrato. A 1ª, 2ª e 3ª séries terão aulas de educação física. Então, depois da correção, temos a seguinte frase:
O juiz leu o 3º, 4º e 5º parágrafos.
Pegadinha 28
O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregue o relatório.
Nesta pegadinha, temos que considerar que existem duas línguas faladas no País — a culta e a popular. Esta é falada sem nenhuma preocupação com o idioma, enquanto aquela cujo conhecimento é exigido em provas de vestibular e concurso, subordina-se às normas da língua portuguesa falada no Brasil. O verbo entregar possui dois particípios — entregue e entregado. Com os verbos ter e haver, usa-se entregado. Por outro lado, a forma entregue é usada com os verbos ser e estar.
Exemplos: A moça não havia entregado o bilhete. João já tinha entregado as passagens. Uma lista nova é entregue todas as manhãs. Não se preocupe, a encomenda foi entregue. A mercadoria está entregue. A frase acima, depois de corrigida, fica assim:
O chefe reclamou porque a secretária não tinha entregado o relatório. Pegadinha 29
Ele se acorda às seis horas todos os dias.
Nesta frase o pronome se está tornando a frase incoerente, isto é, o emprego desse pronome é inadequado. Em provas de vestibular e concurso público, esse tipo de ocorrência provoca a chamada incoerência textual ou linguagem inconsequente.
Ninguém acorda a si mesmo! Cada indivíduo, simplesmente, acorda ou, então, é acordado por alguém,
algum som alto, um terremoto etc. Agora, decididamente, acordar a si mesmo é proeza que escapa à habilidade humana. A frase equivocada, depois de corrigida, fica assim:
Ele acorda às seis horas todos os dias.
Pegadinha 30
O governo vai criar novos impostos.
A expressão criar novos é da mesma família de subir pra cima, descer pra baixo, chutar com os pés etc. Já que não é viável criar nada velho, escreva-se, pois, apenas criar, e pronto! A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O governo vai criar impostos.
Pegadinha 31
Não me importo que o Palmeiras perca.
Faz-se três construções com o verbo importar-se, sempre pronominal no sentido de ter importância ou interesse:
1 - quando o sujeito for uma oração introduzida pela conjunção integrante que, o verbo importar deve estar no subjuntivo (exclusivamente para casos como o da presente dica). Exemplos: Não me importa que você discorde. Não me importa que o partido perca. 2 - quando o sujeito não for uma oração, usa-se somente importa, sem a conjunção que: Não me importa a derrota da Argentina. 3 - se ao verbo seguir a preposição com, emprega-se importo, forma do presente do indicativo. Exemplos: Não me importo com tuas lamúrias. Não me importo com frescuras. Outros exemplos em outros tempos verbais: Não me importará que ele vença a competição. Não me importaria que Márcia dissesse a verdade. Naquela época, não me importava que a economia fosse mal. Não me importaram os elogios baratos. Não me importou a vitória inglesa. Não me importarei com divertimentos banais. Não me importava com coisa alguma. Depois da correção, a frase fica assim:
Não me importa que o Palmeiras perca.
Pegadinha 32
A palestra agradou os congressistas.
Esta é uma questão de transitividade verbal. O verbo agradar, usado como transitivo direto, significa fazer carinho, mimar, enfim fazer as vontades.
Exemplos: A mãe agrada o filho recém-nascido, a fim de que ele pare de chorar. A namorada agrada o rapaz, com elogios e atenções desmedidos. Conforme exposto acima, palestra nenhuma poderá agradar os congressistas ou quem quer que seja. Uma boa palestra, mas só se for boa mesmo, poderá agradar aos congressistas (note a preposição a); pois o verbo agradar, usado como transitivo indireto, significa corresponder à expectativa, satisfazer, produzir agrado. Veja outros exemplos de frases com o verbo agradar, empregado como transitivo indireto. Exemplos: O filme agradou aos estudantes. A prova agradou aos candidatos. O resultado não agradou a mim.
A frase inicial, depois da correção, se apresenta assim:
A palestra agradou aos congressistas.
Pegadinha 33
Ganho apenas um mil reais por mês. Não se mistura um (singular) com mil (plural). Com mil só se usam os numerais dois, três, quatro e os que exprimirem valor superior.
Exemplos: Comprei mil quilos de farinha. Vendemos mil quilos de peixe, Transportamos dois mil suínos para o Nordeste. Trouxemos seis mil sacas de cimento.
A frase inicial, depois da correção, fica assim: Ganho apenas mil reais por mês.
Pegadinha 34
O time perdeu porque seu centroavante não chutou em gol durante toda a partida.
Neste caso, quem acaba perdendo, verdadeiramente, é quem diz ou escreve uma frase dessas, desperdiçando a oportunidade de calar-se. O verbo chutar admite as seguintes regências: chutar a, chutar para, chutar contra ou, simplesmente, chutar. Exemplos: O jogador chutou a gol. O jogador chutou para o gol. O jogador chutou contra o gol. O goleiro chutou para fora. O jogador chutou acima da trave. (E não: ... em cima da trave.) A expressão dar chutes pode ser usada, também, com a preposição em. Exemplos: O jogador deu chutes na bola contra o gol adversário. A criança dava chutes na porta. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O time perdeu porque seu centroavante não chutou a gol durante toda a partida.
Pegadinha 35
Ninguém sabe aonde eu moro!
Aonde somente se emprega com verbos e expressões que indicam movimento: E agora! Vamos aonde? Determinaram sua ida aonde? Já, para designar um local, usa-se onde: Trabalho onde poucos teriam coragem de trabalhar. A frase inicial, devidamente corrigida, fica assim:
Ninguém sabe onde eu moro!
Pegadinha 36
A obrigação do preenchimento da guia é do próprio contribuinte!
A palavra obrigação exige um tipo de preposição, conforme o elemento ao qual se refere. Referindo-se a nomes, no sentido de fazer uma determinada ação, obrigação exige a preposição a. Referindo-se a verbos, exige a preposição de. Já, referindo-se a nomes, usada sempre no plural (obrigações), no sentido de compromisso, exige a combinação das preposições para com.
Exemplos: A obrigação ao alistamento militar é intransmissível. (fazer o alistamento) A obrigação de pagar as custas é do requerente. Todo técnico de futebol tem obrigação para com seus jogadores. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
A obrigação ao preenchimento da guia é do próprio contribuinte!
Pegadinha 37
Toda a mulher casada deveria saber dirigir automóvel.
Toda a (note a presença do artigo) significa inteira. Depois desse entendimento, a frase parece esdrúxula da cabeça aos pés! Toda (note a ausência do artigo) significa qualquer. Agora, sim, a frase passa a ter sentido, pois se quer referir, na frase inicial, a qualquer mulher, e não à mulher inteira. Veja os seguintes exemplos: Todo homem deveria falar uma língua além da materna. (qualquer homem) Todo o homem tremia de frio. (o homem inteiro) Toda a cidade festejou a vitória do time. (a cidade inteira) Toda cidade tem problemas com drogas. (qualquer cidade) A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Toda mulher casada deveria saber dirigir automóvel.
Pegadinha 38
Se você ver o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada!
Esta frase representa uma pedra no sapato para muitos candidatos. O futuro do subjuntivo do verbo ver faz-se assim: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Se você vir o Marcos, diga-lhe que a data do concurso foi adiada!
Pegadinha 39
Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso por conhecer aquela cidade.
Eis um equívoco no uso da regência nominal. Curioso e curiosidade pedem a preposição de para unirem-se a seus complementos. Algumas vezes, ficamos curiosos de ou temos curiosidade de alguma coisa, porém jamais por alguma coisa.
Exemplos: Curioso de saber por que errava tanto, resolvi ler mais e estudar português. Curioso de vê-lo chegar àquela hora, quis saber onde estivera. A curiosidade infantil de entender como o rádio funcionava levou-o à faculdade de engenharia, na qual destacou-se como o mais qualificado aluno. A palavra curioso pode ser usada sem complemento. Algumas pessoas são levadas a confundir a regência nessa construção, achando, erroneamente, que curioso pede a
preposição por.
Exemplo: Sou curioso por estar sempre inquieto. Levando a frase acima à ordem direta, comprova-se que a preposição não é exigida pela palavra curioso, mas apenas é parte integrante do adjunto adverbial de modo: Por estar sempre inquieto, sou curioso. A frase correta seria:
Depois que ouvi a notícia, fiquei curioso de conhecer aquela cidade.
Pegadinha 40
Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolverem.
A presente frase apresenta erro no uso do infinitivo. Não se flexiona o infinitivo que vem depois das expressões difíceis de, fáceis de, bons de, gostosos de etc.
Exemplos: Filmes difíceis de compreender. As explicações da professora são fáceis de entender. São trabalhos bons de realizar. Bolos gostosos de saborear. A frase acima estará correta, se assim for escrita:
Na prova, pediam-se cálculos difíceis de resolver.
Pegadinha 41
O preço do quilo da laranja varia entre um a dois reais.
Esta frase é de relativa importância para quem vai prestar provas de concursos. Entre se relaciona com e, e não com a: O espetáculo começará entre vinte e vinte e uma horas. Se na frase não constar a palavra entre, tudo bem! Nesse caso, usa-se a preposição a: A altura da fogueira oscilava de trinta a quarenta metros. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O preço do quilo da laranja varia entre um e dois reais.
Pegadinha 42
O touro investiu no capataz.
Nesta pegadinha, aborda-se a diferença de significado de um verbo, conforme a preposição que o acompanha. Veja, a seguir, os possíveis significados do verbo investir: 1 - usado com a preposição em, significa empossar, aplicar dinheiro: O presidente do tribunal investiu Márcio no cargo de analista. O corruptos investem em bolsas estrangeiras. 2 - no sentido de atacar é usado com as preposições contra ou sobre: A onça investe contra (ou sobre) o caçador. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O touro investiu sobre (ou contra) o capataz.
Pegadinha 43
Fiquem absolutamente tranquilos, eu ressarço os acionistas.
Nesta pegadinha falaremos sobre um verbo com certas anomalias. Trata-se do verbo ressarcir. Esse verbo só é conjugado nas formas em que o acento tônico não incide no radical. Desse modo, o presente do indicativo só possui as formas: ressarcimos e ressarcis.
Quando não existe uma determinada forma verbal, substituímos por outra de mesmo significado. Em nosso caso, podemos permutar pelas correspondentes formas dos verbos compensar, indenizar ou outro equivalente. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Fiquem absolutamente tranquilos, eu indenizo os acionistas.
Pegadinha 44
Estou sem nenhuma moral para fazer a prova.
O vocábulo moral (a moral, no feminino) quer dizer relativo à moralidade, aos bons costumes, que procede conforme à honestidade e à justiça, que tem bons costumes, diz-se de tudo que é decente, educativo e instrutivo (Dic. Michaelis).. Um indivíduo sem nenhuma moral é um devasso.
Já, no masculino (o moral) quer dizer disposição do espírito, energia para suportar as dificuldades, os perigos; ânimo. Um indivíduo sem nenhum moral é alguém desanimado, desmotivado.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Estou sem nenhum moral para fazer a prova.
Pegadinha 45
A pessoa cuja a vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada. Não se pospõe artigo ao pronome cujo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
A pessoa cuja vida é tumultuada, certamente, não consegue concentrar-se em nada.
Pegadinha 46
Aos 14 anos, Emília resolveu ser fleira.
Algumas pessoas pronunciam e escrevem fleira incorretamente. A grafia correta é freira, e também é assim que se pronuncia.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Aos 14 anos, Emília resolveu ser freira.
Pegadinha 47
Estou defronte ao portão.
Não existe essa construção na língua portuguesa. Faz-se somente defronte de. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Estou defronte do portão.
Pegadinha 48
As inscrições para o concurso encerrar-se-ão amanhã.
Veja, a seguir, as corretas regências de inscrição, inscrito e inscrever. 1 - Inscrição a: Fiz minha inscrição ao concurso do TRT. As inscrições ao vestibular iniciam-se amanhã. 2 - Inscrito em, para: Você está inscrito no (ou para o) vestibular. Estão inscritos para o (ou no) concurso do TRE. 3 - Inscrever em: Para inscrever-se neste concurso é necessário falar inglês fluentemente. Ele se inscreveu no vestibular. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
As inscrições ao concurso encerrar-se-ão amanhã.
Pegadinha 49
O professor está para Salvador.
Quem está, está em algum lugar, e não está para algum lugar. Só se admite estar para no cálculo de proporções: dois está para três, assim como nove está para x.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O professor está em Salvador.
Pegadinha 50
A pizza será servida na porta.
Para se servir pizza na porta, esta precisa antes ser retirada de seu caixilho e, depois, usada como uma grande bandeja ou tampo de mesa. Aí, sim! A pizza será servida na porta, como usualmente é servida no prato, na pedra, ou na superfície de outro utensílio de cozinha próprio para servir refeições.
Exemplos: A pizza foi servida no prato. A pizza foi servida na mesa de mármore branco. Agora, quando se desejar que a pizza seja servida próximo ou junto a um determinado local, usa-se a preposição a contraída com o artigo a ou o. Exemplos: Sirva-nos à mesa! A pizza foi servida ao balcão da lanchonete. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
A pizza será servida à porta. Pegadinha 51
O bandido passou desapercebido pela praça, sem que a polícia o notasse.
Quando a intenção é dizer "sem ser notado", usa-se despercebido, e não desapercebido. Esta palavra (desapercebido) significa despreparado, desprevenido.
Exemplos: O ladrão entrou, foi à sala, pegou o relógio e saiu despercebido. (despercebido: sem ser notado; sem que o notassem) Não comprei o relógio porque estava desapercebido de dinheiro. (desapercebido: desprevenido de dinheiro, sem dinheiro) A frase inicial, reescrita com correção, fica assim:
O bandido passou despercebido pela praça, sem que a polícia o notasse. Pegadinha 52
O deputado Chico Rapina está engajado à campanha eleitoral de seu filho.
Engajar pede a preposição em, e não a.
Exemplos: Resolvi engajar no exército. Samuel está engajado na luta sindical. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O deputado Chico Rapina está engajado na campanha eleitoral de seu filho.
Pegadinha 53
A reunião era somente para professores do 2º e 3º grau. Eis uma importante questão de concordância nominal em que deslizaram muitos concursandos. A chave para o entendimento desse caso é a presença ou não do artigo. A presença do artigo, antes de cada numeral de uma série, torna optativa a pluralização do substantivo ao qual se relaciona.
Exemplos: Os alunos do 1º e do 2º grau farão a prova de português. (Frase correta.) Os alunos do 1º e do 2º graus farão a prova de português. (Frase correta.) Agora, se não houver repetição do artigo, é obrigatório o uso do plural. Exemplo: Os moradores do 6º e 7º andares pagarão condomínio em dobro. (Frase correta.) Os moradores do 6º e 7º andar pagarão condomínio em dobro. (Frase ERRADA.) A frase inicial, depois da correção, fica assim:
A reunião era somente para professores do 2º e 3º graus.
Pegadinha 54
O ministro destinou vultuosa quantia para a execução do projeto.
A sutil inclusão de uma letra — o u que sucede o t em "vultuoso — produz uma expressiva alteração de sentido em relação a vultoso. Vultuoso quer dizer inchado, volumoso.
Exemplos: Pálpebras vultuosas.
Rosto vultuoso. Vultoso significa muito grande, de grande vulto, elevado, enorme. Exemplos: Verba vultosa. Cheque de valor vultoso. Silhueta vultosa. Receita vultosa.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O ministro destinou vultosa quantia para a execução do projeto. Pegadinha 55
A esquadra de Cabral aportou na Bahia em 1500.
Aportar quer dizer chegar, chegar ao porto, chegar ao aeroporto etc. Pela sua regência, aportar exige a preposição a. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
A esquadra de Cabral aportou à Bahia em 1500.
Pegadinha 56
Ele bebeu todo o aguardente que havia na garrafa.
Aguardente é palavra do gênero feminino e, por isso, usa-se com palavras também no feminino.
Nesta página de dicas de português para concursos, reescreve-se a frase inicial com correção do seguinte modo:
Ele bebeu toda a aguardente que havia na garrafa. Pegadinha 57
Se sentirem sede, utilizem o bebedor que está na sala de recepção.
Bebedor é aquele que bebe. O sufixo dor designa o agente da ação de beber. Já bebedouro é o lugar onde se bebe. O sufixo douro informa o lugar, o local.
Essa troca indevida de sufixos é muito comum na língua popular. Citem-se como exemplos: babador em vez de babadouro matador em vez de matadouro
escorregador em vez de escorregadouro A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Se sentirem sede, utilizem o bebedouro que está na sala de recepção.
Pegadinha 58
Todas as vezes em que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no coração.
A grafia correta da locução é todas as vezes que (sem a preposição em). Nessa locução, por ser temporal, não se usa a preposição em, que é locativa, isto é, própria para referir-se a lugar, local. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Todas as vezes que penso naquele acontecimento, sinto um aperto no coração. Pegadinha 59
Antes de mais nada, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela atitude.
Mais nada é uma expressão que, por si só, indica inexistência de qualquer coisa, ou seja, negação total. É muito esquisito escrever antes de qualquer coisa que não existe.
O correto e, por conseguinte, coerente seria usar expressões do tipo antes de qualquer coisa, antes de tudo etc.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Antes de qualquer coisa, devo manifestar o meu apoio a você por sua bela atitude. Pegadinha 60
O ministro disse que é na educação onde estão os mais difíceis problemas nacionais.
Esta pegadinha nos traz um discreto obstáculo, em que tropeçam muitos concursandos.
O pronome relativo onde só pode referir-se a lugar físico ou assim considerado como se o fosse, local. Exemplos: A cidade, onde moro, é distante da sua. (onde refere-se a "cidade", que é um local, um lugar físico) Esta é a rua onde a vi pela última vez. (onde refere-se a rua, que é lugar físico) O teatro, onde ela se apresentou, estava lotado. (onde refere-se a teatro, que é lugar físico) Mas, na frase:
Isso aconteceu numa época onde a superstição fervilhava na cabeça do povo. (CONSTRUÇÃO CONDENÁVEL. Onde está se referindo a época, que NÃO é lugar físico. Empregam-se os pronomes relativos no qual, na qual, nos quais, nas quais, em que sempre que o referente não for um lugar físico, um local, para evitar o uso indevido do pronome onde.
A frase correta fica assim grafada:
O ministro disse que é na educação em que estão os mais difíceis problemas nacionais.
Pegadinha 61
Confundiu-me de modo excessivo as informações.
Esta pegadinha nos mostra como aumentam as chances de errarmos, quando se coloca o verbo na frente do sujeito. Sempre que se encontrar uma oração iniciada por verbo, deve-se, antes de qualquer análise, se possível, colocá-la em ordem direta, isto é, distribuí-la nesta ordem: sujeito, predicado, complementos e adjuntos. Neste caso, a frase ficaria assim: As informações confundiu-me de modo excessivo.
Agora, com a oração em ordem direta, ficou mais fácil de perceber o erro de concordância entre o verbo e o seu sujeito. Então, corrigindo o erro em questão, ter-se-ia: As informações confundiram-me de modo excessivo. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Confundiram-me de modo excessivo as informações.
Pegadinha 62
A famosa modelo pousou durante toda a tarde de ontem.
Só se fosse passarinho, avião ou outra coisa que voa. A modelo faz pose para o fotógrafo fotografá-la. Se faz pose, o verbo certo é posar.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
A famosa modelo posou durante toda a tarde de ontem.
Pegadinha 63
O homem sequer foi admitido no emprego.
Sequer é uma palavra que deve sempre ser antecedida de negativa. Exemplos:
Tomou a decisão sem sequer nos avisar. (INCORRETO: Tomou a decisão sequer nos avisar.)
Não fez sequer o mínimo que havíamos combinado. (INCORRETO: Fez sequer o mínimo que havíamos combinado.)
O contribuinte nem sequer foi notificado. (INCORRETO: O contribuinte sequer foi notificado.)
Nesta seção de dicas de português para concursos, o correto seria escrever a frase inicialda seguinte maneira:
O homem nem sequer foi admitido no emprego.
Pegadinha 64
É hora dele aparecer. O sujeito não pode ser preposicionado. Frase com sujeito preposicionado é muito comum na linguagem inculta com sujeitos de verbos no infinitivo. Veja os exemplos a seguir: CERTO — É hora de eu aparecer. ERRADO — É hora deu aparecer. CERTO — No dia de ela chegar, vou ficar muito contente. ERRADO — No dia dela chegar, vou ficar muito contente. CERTO — Chegou a hora de a onça beber água. ERRADO — Chegou a hora da onça beber água. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
É hora de ele aparecer.
Pegadinha 65
Tratam-se de assuntos que não me interessam.
O sujeito da frase é indeterminado. Neste caso, a indeterminação do sujeito é feita, justapondo-se o pronome se — que funciona como índice de indeterminação do sujeito — ao verbo na terceira pessoa do singular. Portanto, o verbo está flexionado de modo ERRADO. A forma verbal correta é no singular "Trata".
Propositadamente, colocaram-se os demais elementos no plural, tentando confundir o leitor, levando-o a fazer a concordância verbal com a palavra assuntos. Assuntos é complemento do verbo tratar, e complemento não influencia na concordância verbal. O verbo só varia para concordar com o sujeito, e como este é indeterminado pelo pronome "se", o verbo não poderá sofrer flexão para fazer qualquer tipo de concordância, uma vez que se sabe que existe sujeito, mas não se sabe quem é, nem quantos são.
Observe outros exemplos semelhantes que seguem:
Precisa-se de carpinteiros. Nesta hora, apela-se para todos os meios. Discordou-se dos fatos. Falava-se de muitas coisas na assembléia. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Trata-se de assuntos que não me interessam. Pegadinha 66
O aluno estava aguardando o professor há mais de três horas.
O verbo haver deve concordar com o verbo estar. Se este estiver no imperfeito ou no mais-que-perfeito do indicativo, a concordância será feita com a forma havia. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O aluno estava aguardando o professor havia mais de três horas. Pegadinha 67
Não consegui dar conta do trabalho que levei para mim fazer em casa.
Mim não pode ser sujeito. Os pronomes que assumem a função de sujeito são os chamados pronomes do caso reto — eu, tu, ele, nós, vós, eles. Veja os exemplos seguintes: Este casaco é para eu usar nos dias frios. (eu, sujeito do infinitivo "usar") Ela gosta de mim. (mim, objeto indireto da forma verbal "gosta") A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Não consegui dar conta do trabalho que levei para eu fazer em casa. Pegadinha 68
A perca daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga.
Perca é a forma verbal da primeira e terceira pessoas do singular do presente do subjuntivo. Perda é substantivo, que, obviamente, admite ser precedido de artigo.
Exemplos: Mesmo que eu perca de início, não desanimarei. (perca é verbo) Não me importa que o governo perca. (perca é verbo) A perda de um ano de estudos não o abalou. (perda é substantivo) Não entro nesse negócio porque quero evitar a perda de meu dinheirinho. (perda é
substantivo) A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
A perda daquele patrimônio transformou-o numa pessoa cética e amarga.
Pegadinha 69
Você paga o valor do apartamento e eu o mobilio.
ssim se conjuga o verbo mobiliar, no presente do indicativo: eu mobílio, tu mobílias, ele mobília, nós mobiliamos, vós mobiliais, eles mobíliam. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Você paga o valor do apartamento e eu o mobílio.
Pegadinha 70
O motorista do ônibus deu uma freiada brusca, assustando os passageiros.
Freiada é um grupo de religiosos denominados freis. Já, o ato de parar o carro é frear e essa ação chama-se freada. A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O motorista do ônibus deu uma freada brusca, assustando os passageiros.
Pegadinha 71
Evite trabalhar em regime de excessão.
Eis um erro de ortografia. Este tipo de questão é muito explorado em provas de concurso. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Evite trabalhar em regime de exceção.
Pegadinha 72
Não lhe disse nada porque o encontrei mau-humorado.
Esta pegadinha nos adverte do risco de errarmos ao confiarmos no som das palavras. Embora homófonas na maior parte do Brasil, mau e mal têm significados e empregos diferençados. Mau faz oposição a bom, e mal se opõe a bem. Veja os exemplos a seguir: mau humor ~ bom humor mau cheiro ~ bom cheiro
mau caráter ~ bom caráter mal estar ~ bem estar mal afamado ~ bem afamado mal-intencionado ~ bem intencionado A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Não lhe disse nada porque o encontrei mal-humorado.
Pegadinha 73
Prefiro um emprego humilde do que trabalhar com aqueles corruptos.
Deve-se preferir uma coisa a outra, e, jamais, uma coisa do que outra. Exemplos: Prefiro laranja a goiaba. Preferimos ir a ficar. Ela preferiu falar a ficar calada. A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Prefiro um emprego humilde a trabalhar com aqueles corruptos. Pegadinha 74
Cientistas provam que existe vestígios de vida em Marte.
O verbo existir flexiona-se, como outro verbo qualquer, para concordar com seu sujeito, que, neste caso, é vestígios de vida. Muitas pessoas, erroneamente, dão o mesmo tratamento do verbo haver ao verbo existir. Realmente, o verbo haver, no sentido de existir é impessoal. Mas, o verbo existir é pessoal e varia, normalmente, para concordar com o sujeito.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Cientistas provam que existem vestígios de vida em Marte.
Pegadinha 75
A negligência nos estudos implicou em sua reprovação.
O verbo implicar, no sentido de ter como consequência, acarretar, é transitivo direto, isto é, não se liga ao seu complemento por meio de preposição, mas, sim, diretamente.
Exemplos: A sua dedicação aos estudos implicou a sua aprovação. O amor implica muitas renúncias.
A transgressão implica multa. A frase acima, depois da correção, fica assim:
A negligência nos estudos implicou sua reprovação. Pegadinha 76
O concurso está em vias de anulação.
Só existe uma locução prepositiva na forma plural, que é a expensas de. Portanto, o correto é em via de.
Exemplos: O cadastramento já está em via de descontrole administrativo. Esse planeta encontra-se em via de extinção. A frase acima, depois da correção, fica assim:
O concurso está em via de anulação.
Pegadinha 77
Prenderam-no só porque furtou trezentas gramas de queijo.
A grama é vegetal que embeleza o solo do jardim. O grama é medida de massa, cuja unidade é o quilograma.
Exemplos: Comprei um quilo e duzentos gramas de mortadela. Um diamante de dois gramas. Quero quatrocentos gramas de farinha. A frase acima, depois da correção, fica assim:
Prenderam-no só porque furtou trezentos gramas de queijo.
Pegadinha 78
Ela tem péssimos hábitos. Porisso, evito a sua companhia.
Essa locução deve ser escrita com duas palavras: por isso. Da mesma forma, escreve-se de repente, e não derrepente.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Ela tem péssimos hábitos. Por isso, evito a sua companhia.
Pegadinha 79
Não tenho nenhum óculos para proteger meus olhos.
Nenhum se flexiona no plural para concordar com a palavra a que se refere.
Exemplos: Nenhumas pessoas deixaram tantas saudades quanto aquelas. Apesar de nenhuns alunos quererem compor a comissão, o caso prosseguiu. A frase acima, após a correção, fica assim:
Não tenho nenhuns óculos para proteger meus olhos.
Pegadinha 80
Este assunto não tem nada haver contigo. Não se usa o verbo haver nessas expressões. O correto é nada a ver, com o verbo ver. Também, estaria correto escrever não tem nada que ver. Escreve-se corretamente a frase inicial do seguinte modo:
Este assunto não tem nada a ver contigo.
Pegadinha 81
Tereza deu à luz a uma linda criança.
O verbo dar possui dois objetos. Um objeto direto e outro indireto.
Exemplos: Dei à Helena uma linda bicicleta. (Objeto direto: uma linda bicicleta; objeto indireto: à Helena) O boêmio dá à noite um significado fantasioso. (Objeto direto: um significado fantasioso; objeto indireto: à noite)
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Tereza deu à luz uma linda criança.
Pegadinha 82
A operação durou cerca de uma hora e vinte e três minutos.
A expressão cerca de denota aproximação, arredondamento. É inadequado seu uso para introduzir
informações numéricas exatas, precisas.
Exemplos: CERTO: Cerca de "vinte" pessoas estavam presentes. ERRADO: Cerca de "dezessete" pessoas estavam presentes. CERTO: O livro tinha cerca de "duzentas" páginas. ERRADO: O livro tinha cerca de "cento e noventa e sete" páginas. CERTO: Ele fez cerca de mil gols em toda a sua carreira. ERRADO: Ele fez cerca de mil e novecentos e noventa e oito gools em toda a sua carreira.
A frase acima, depois de corrigida, fica assim:
A operação durou cerca de duas horas.
Pegadinha 83
Estávamos em cinco naquela embarcação.
Caro leitor, por gentileza, responda: O título do famoso romance de Maria José Dupré é "Éramos em seis" ou "Éramos seis"? É claro, a resposta certa é "Éramos seis". A preposição em não pertence à expressão em análise. Veja os exemplos: Fomos cinco naquele fusquinha. Vieram oito no helicóptero. Ficamos vinte até o final da festa.
A frase inicial apresenta-se corretamente grafada da seguinte maneira:
Estávamos cinco naquela embarcação.
Pegadinha 84
Preparem-se! A prova será daqui há vinte dias.
Na indicação de tempo futuro, usa-se apenas a.
Exemplos: Estamos a dois dias da decisão do campeonato, a qual se dará domingo pela manhã. Tomarei posse daqui a dez dias. Na indicação de tempo passado, usa-se há ou a forma verbal faz. Exemplos: Ele saiu há duas horas. ou Ele saiu faz duas horas. Eu voltei há três dias. ou Eu voltei faz três dias.
A frase acima, após a correção, fica assim:
Preparem-se! A prova será daqui a vinte dias.
Pegadinha 85
A reação surpreendente do time adversário, não mexeu com a torcida.
Esta é uma pegadinha muito frequente em provas de português. Não se deve separar com vírgula o sujeito do seu verbo.
Então, a frase inicial, depois de corrigida, escreve-se assim:
A reação surpreendente do time adversário não mexeu com a torcida.
Pegadinha 86
O homem polue os rios, os mares e as florestas.
Verbos cujo infinitivo termina em UIR possuem as formas UI ou OI: evolui, atribui, constrói, destrói. Já, os que têm o infinitivo em UAR, fazem UE: continue, atenue, jejue, recue. Este tipo de questão é muito comum em provas de concurso.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
O homem polui os rios, os mares e as florestas. Pegadinha 87
Haja visto os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada. Há erro de grafia. O certo é haja vista. Ambas as palavras da expressão terminam com a letra a.
A frase acima, depois da correção, fica assim:
Haja vista os insistentes apelos do povo, o rei fez a concessão tão esperada.
Pegadinha 88
Espero que vocês viagem com conforto e segurança.
Viagem, com g, é substantivo: Tenham uma boa viagem. A viagem durou seis horas. Viajem, com j, é verbo: O juiz não quer que vocês viajem desacompanhadas de um responsável.
Mesmo que eles viajem amanhã, ainda chegarão dentro do prazo.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Espero que vocês viajem com conforto e segurança.
Pegadinha 89
Temo que o barril de pólvora exploda a qualquer momento.
O verbo explodir somente é conjugado em algumas pessoas. Precisamente, naquelas em que a letra d é sucedida por e ou i. Assim: A bomba explode. (CORRETO) O carro explodiu. (CORRETO) Quero que ela expluda. (ERRADO) Quero que ela exploda. (ERRADO)
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Temo que o barril de pólvora venha a explodir a qualquer momento.
Pegadinha 90
Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de si.
Si é pronome das terceiras pessoas (do singular e do plural). O pronome próprio da primeira pessoa do plural é nós.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Quando soubemos da notícia, ficamos todos fora de nós.
Pegadinha 91
Ontem, fizeram três anos que nos conhecemos.
O verbo fazer, na indicação de tempo, é impessoal.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Ontem, fez três anos que nos conhecemos. Pegadinha 92
Hoje, aquele menino é um homão.
Quem diz homão, em lugar de homenzarrão, também deve dizer murão, arvão, pão, casão em lugar, respectivamente, de muro, árvore, pé, casa. Os aumentativos desses substantivos são, na ordem apresentada acima, muralha, arvorezão, pezão, casarão. Se preferir, pode-se também dizer: homem grande, muro grande, árvore grande, pé grande, casa grande.
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Hoje, aquele menino é um homenzarrão.
ou, se preferir:
Hoje, aquele menino é um homem grande.
Pegadinha 93
Encontrei o livreto no porta-luva.
A grafia porta-luva é errada. Construções desse tipo fazem-se com o verbo mais um substantivo no plural, sempre que seja possível a ocorrência, no plural, desses substantivos.
Veja outros exemplos: porta-aviões porta-cabos porta-cigarros porta-guardanapos porta-revistas porta-seios
A frase inicial, depois de corrigida, fica assim:
Encontrei o livreto no porta-luvas. Pegadinha 94
O ônibus passa na porta de minha empresa.
Passar na porta é passar sobre a porta. Isso, de alguma forma, seria um despropósito, se pudesse ocorrer habitualmente. Exceto os casos acidentais, normalmente, diz-se que os veículos passam à porta, ao portão etc.
Escreveremos a frase original da seguinte maneira:
O ônibus passa à porta de minha empresa.
Pegadinha 95
O jogador virou a cabeça para o outro lado.
Essa frase é de um famoso locutor esportivo de TV. Seria impossível para alguém conseguir virar a cabeça para o mesmo lado. Partindo dessa óbvia constatação, melhor seria virar a cabeça para a esquerda ou para a direita.
Escreveremos a frase original da seguinte maneira:
O jogador virou a cabeça para o lado direito.
Pegadinha 96
O jogo transcorreu debaixo de chuva.
Essa pérola, como a anterior, é do mesmo autor, um insigne locutor esportivo de TV. Esse destaque do célebre comunicador nos remete a um quadro um tanto bizarro: Assistir a uma partida de futebol, em que os times joguem em cima de chuva. Sejamos menos extravagantes, dizendo apenas na chuva. Por acaso, o leitor já assistiu ao filme "Dançando na chuva", "Cantando na chuva".
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
O jogo transcorreu na chuva.
Pegadinha 97
Senha cadastrada com sucesso!
A frase acima não contém nenhum erro de português. Trouxemo-la para dar ao leitor uma ideia de excesso textual, que não deixa de ser, em nível mais brando, a utilização do recurso "enchimento de linguiça", acrescido de certa dose de incoerência.
Por acaso, o leitor já ouviu falar em alguma senha que tivesse sido cadastrada "sem sucesso"? Cremos que isso não tenha acontecido, pois se foi cadastrada, já se conseguiu o que queria. Tudo que vier depois disso é excesso e, como toda extravagância na escrita, só serve para cansar o leitor e empobrecer o texto. Fato que deve ser levado em conta quando se faz uma redação.
Escreve-se corretamente:
Senha cadastrada.
Pegadinha 98
O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando ao norte do Rio Grande do Sul!
Manchete como essa nos deixa perplexos diante das incertezas de uma decisão. Ao norte do Rio Grande do Sul, fica Santa Catarina. Para visitar os gaúchos, melhor seria desembarcar no norte do Rio Grande do Sul. Quem desembarca bem, desembarca em algum lugar. Já, os que não sabem o que querem, talvez por não conhecerem a língua que falam, desembarcam a algum lugar, que não deixa de ser um modo ridículo e errado de desembarcar. Sejamos coerentes e escrevamos assim com correção:
O presidente decidiu visitar os gaúchos, desembarcando no norte do Rio Grande do Sul.
Pegadinha 99
As ruas estão molhadas posto que choveu.
Posto que é conjunção subordinativa concessiva e equivale a embora. Alguns, por desconhecerem a língua que falam, usam-na com valor de coordenativa explicativa, em lugar de porque. Ninguém, em perfeito juízo e conhecedor do Português, dirá "Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, embora (= posto que) podem se machucar"; mas sim, "Não atravessem a rua fora da faixa de pedestre, porque podem se machucar"
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
As ruas estão molhadas porque choveu.
Pegadinha 100
Em confirmação à sua teoria, manifesto minha aprovação.
Deve-se dizer que não se faz confirmação a nenhuma teoria. O correto seria fazer confirmação de teoria, tese etc.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Em confirmação de sua teoria, manifesto minha aprovação.
Pegadinha 101
Dá-se aulas particulares de piano.
Os que anunciam dessa forma a sua disposição em dar aulas de piano podem ser notáveis mestres do
instrumento, mas estão desafinando do Português. O verbo "dar", que esta na voz passiva, deve concordar com seu sujeito "aulas".
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Dão-se aulas particulares de piano. Pegadinha 102
Manter o mais absoluto sigilo.
Há redundâncias agasalhadas pela língua, como, por exemplo, antídoto contra, concordar com. Há outras chamadas redundâncias viciosas, condenadas pela língua culta, cujo exemplo pode ser a redundância ilustrada na frase evidenciada acima. Quando se diz absoluto, aí já está o mais, o infinito, o ilimitado, e, logicamente, não há lugar para aumentativo.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Manter absoluto sigilo.
Pegadinha 103
Ela já se habituou com o trabalho.
É melhor habituar-se, primeiramente, à regência correta desse verbo. O correto é habituar-se a. Note a preposição a. Habituar-se a trabalhar, habituar-se ao trabalho. Alguém precisa habituar-se a escrever com correção.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Ela já se habituou ao trabalho.
Pegadinha 104
Esse rapaz sai com cada besteira!
No sentido de atrever-se, ousar, o correto é escrever sair-se. Usa-se sair-se também com o significado de escapar-se, livrar-se.
Veja os exemplos abaixo: Às vezes ela se sai com cada uma! O político ouviu a ofensa e saiu-se com muita criatividade, como sempre. Ao ver que haviam depositado o dinheiro em minha conta, procurei sair-me da incômoda dívida.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Esse rapaz sai-se com cada besteira!
Pegadinha 105
Minha filha está grávida, mas ela não quer uma filha mulher.
Abaixo a discriminação! Todavia, os gostos devem ser respeitados. O que não merece respeito é a negligência no uso do idioma, principalmente quando se deixa margem à dúvida ao determinar o sexo da filha por intermédio de uma redundância viciosa, como se fosse possível exitir uma filha "homem", mesmo admitindo certas tendências.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Minha filha está grávida, mas ela não quer uma menina.
Pegadinha 106
O discurso, visto sob esse prisma, chega a ser uma afronta.
Prisma é um cristal com duas faces planas inclinadas, que decompõe a luz. A luz, portanto, passa através do prisma ou, também, pelo prisma. Não seria correto dizer que a luz passa sob o prisma.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
O discurso, visto através deste prisma, chega a ser uma afronta. ou O discurso, visto por este prisma, chega a ser uma afronta.
Pegadinha 107
Residente na rua das goiabeiras.
Os nomes de logradouros públicos são grafados com iniciais maiúsculas. Avenida Getúlio Vargas, Bosque das Mansões, Jardim das Acácias etc.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
Residente na Rua das Goiabeiras.
Pegadinha 108
No quintal, havia um pé de laranjeira.
A palavra pé possui vários significados em português. Aqui, ela está sendo usada no sentido de exemplar individual de uma planta. Nesse significado, dizer pé de goiabeira, por exemplo, pode-se imaginar a bizarra imagem de uma árvore com dezenas de outras menores dependuradas de seus ramos. Naturalmente, diz-se pé de goiaba. Pé de café em vez de pé de cafeeiro, e por aí se vai.
A frase inicial, após a correção, fica assim:
No quintal, havia um pé de laranja.
Pegadinha 109
Aquela moça é tal qual suas amigas.
O problema, aqui, é de concordância. Tal concorda com o termo antecedente moça. Qual deveria concordar com o consequente amigas.
Veja os exemplos: Esse menino é tal quais os pais. Aqueles discípulos são tais qual seu mestre. Percebe-se que os garotos são tais quais seus pais.
O correto é escrever:
Aquela moça é tal quais suas amigas.
Pegadinha 110
Encontrei bastante pessoas na praia.
A palavra bastante pode ser adjetivo ou advérbio. Para classificá-la corretamente deve-se substituí-la por muito ou muita. Se uma destas palavras variar, bastante é adjetivo; se não sofrer variação, é advérbio.
Veja os dois blocos de frases abaixo:
Se adjetivo, sofre variação: Trouxeram bastantes frutas para o lanche da manhã. (bastantes = muitas) Compareceram bastantes moças na festa. (bastantes = muitas) No inverno passado, colhi bastantes frutos neste pomar. (bastantes = muitos) Na caravana presidencial, viam-se bastantes mordomos. (bastantes = muitos) Nem sei quantos livros há na minha biblioteca, mas sei que li bastantes. (bastantes = muitos)
Se advérbio, NÃO sofre variação:
Eles estudaram bastante, por isso foram aprovados no concurso. (bastante = muito) As pessoas que dormem cedo e acordam cedo vivem bastante. (bastante = muito) As moças eram bastante bonitas. (bastante = muito) Li bastante em minha vida. (bastante = muito)
Nesta página de dicas de português para concursos, escreve-se corretamente:
Encontrei bastantes pessoas na praia. Encontrei muitas pessoas na praia.
Pegadinha 111
O réu está em lugar incerto e não sabido.
Estamos diante de umas das "pérolas" do judiciário, para nenhum cartorário botar defeito. O réu que está numa situação como a expressa pela frase acima, em destaque, está duas vezes em lugar incerto ou duas vezes em lugar não sabido. Na realidade, isto é, fora da hermenêutica judiciária, uma expressão exclui a outra porque a segunda retifica a primeira. Então, usar-se-á, neste caso, a conjunção ou.
Escreve-se corretamente:
O réu está em lugar incerto ou não sabido.
Pegadinha 112
Dirija-se ao Departamento Pessoal.
Poucas pessoas, no ambiente corporativo, poderão se interessar por uma partícula tão reduzida como a preposição de, uma vez que a moda em gestão empresarial é pensar grande. Pois é, é nisso que dá! Por que não escrevem também Departamento Relações Humanas em vez de Departamento de Relações Humanas, que é o correto; ou, então, Departamento Compras em vez de Departamento de Compras, que é o certo.
Escreve-se corretamente:
Dirija-se ao Departamento de Pessoal.
Pegadinha 113
Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engulimos sapos.
E nós não engolimos esse erro de português, uma vez que o verbo engolir, no presente do indicativo, assim é conjugado: engulo, engoles, engole, engolimos, engolis, engolem.
Escreve-se com correção:
Nós, que trabalhamos com o público, às vezes, engolimos sapos.
Pegadinha 114
Dei a ela um ramalhete de flor.
O substantivo, precedido de palavra que exprime valor de coletivo, deve estar sempre na forma plural. Exemplos: Caixa de fósforos. Balaio de roupas. Maço de cigarros. Por um punhado de dólares.
Par de sapatos. Escreve-se com correção:
Dei a ela um ramalhete de flores. Pegadinha 115
O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava cachaça.
O quarto não cheira nada porque não tem olfato. O verbo cheirar é transitivo indireto e exige a preposição a, no sentido de exalar cheiro.
Exemplos: Está cheirando a queimado. A Praia de Imbituba cheirava a maresia, depois da ressaca. Aquelas flores cheiravam a perfumes estranhos. Escreve-se corretamente:
O quarto em que ele dormira, três horas depois, ainda cheirava a cachaça.
Pegadinha 116
Ao invés de jantar, saiu para caminhar.
Há muita confusão no uso das expressões ao invés de e em vez de. Ao invés de indica situação oposta, diretamente contrária. Em vez de assinala permuta, simples troca, escolha. Exemplos: Ele encontrou a porta entreaberta e, ao invés de fechá-la, decidiu abri-la mais ainda. (abrir é diretamente oposto a fechar) Ao invés de sorrir, ela chorou. (chorar é diretamente oposto a sorrir)
Resolvi ir caminhar, em vez de jogar sinuca. (caminhar não é o oposto de jogar sinuca; é apenas uma escolha, entre tantas outras ações)
Escreve-se corretamente:
Em vez de jantar, saiu para caminhar.
Pegadinha 117
Nomearam Pedro no cargo de supervisor.
Eis, aqui, uma nomeação inadequada. Pelo menos, do ponto de vista gramatical. A correta nomeação dá-se com as preposições como, para, por.
Exemplos: Resolveu-se nomeá-lo para chefe do setor. Ontem, fui nomeado para investigar o caso. Nomearam Cláudia para a chefia do departamento. O presidente nomeou-o por secretário. O ministro nomeou-o como superintendente.
Escreve-se com correção:
Nomearam Pedro para o cargo de supervisor.
Pegadinha 118
Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora com essa moça.
Isso é “coisa” que jamais irá acontecer. Namorar com é namorar em companhia de alguém. Antigamente, nossos avós namoravam com alguém que vigiava o namoro. Hoje, os tempos são outros. Namora-se alguém, a sós, simplesmente. Os namorados não se sentem à vontade quando namoram com qualquer pessoa na sala, no jardim etc. O bom é que estejam sozinhos; pelo menos para os namorados.
Escreve-se corretamente:
Carlos apaixonou-se por Judite, por isso namora essa moça.
Pegadinha 119
Houveram problemas de difícil solução.
O verbo haver, no sentido de “existir”, é impessoal, ou seja, não tem sujeito e deve aparecer sempre na
terceira pessoa do singular. Portanto, a forma correta é Houve problemas, sendo problemas o complemento (objeto) do verbo, não seu sujeito. A flexão indevida de haver é muito freqüente no Brasil, mas nunca ocorre quando o verbo se encontra no presente, só em outros tempos.
Com efeito, ninguém diria “Hão dificuldades”, mas dizem, equivocadamente, “Haviam” ou “Haverão dificuldades”. Atenção: se se tratar de locução verbal, o verbo auxiliar será afetado pela mesma impessoalidade, ou seja, deverá sempre ser flexionado no singular: Deve haver mais candidatos, Poderá haver outras exigências.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Houve problemas de difícil solução. Pegadinha 120
Moro naquele conjunto de casas germinadas.
As casas só podem ser "geminadas", pois a palavra é derivada de gêmeos. "Germinadas" nem pensar! Germinar significa brotar, abrolhar, grelar, crescer, difundir-se, gerar, produzir : Os grãos germinaram nos campos. De uma boa palavra germina o bem. A leitura do texto germinou a controvérsia.
A frase inicial, depois da correção, fica assim:
Moro naquele conjunto de casas geminadas.
O que há de errado na frase: "Vou dar um palpite para o jogo de domingo"?Pegadinha - O que há de errado na frase:
Vou dar um palpite para o jogo de domingo.
O erro é porque palpite não se dá para coisa alguma. Somente se dá palpite sobre ou a respeito de alguma coisa.
Exemplos: Preciso de um palpite sobre a luta de hoje à noite. Vou arriscar um palpite a respeito do paradeiro do Chico. Sobre aquilo não dou palpites.
A frase inicial, depois da correção, fica assim: Vou dar um palpite sobre o jogo de domingo.
Usos da palavra "que"Agora veremos todas as possibilidades de ocorrência da palavra “que”. Depois desta dica, não restará dúvida quanto à classificação desse complicado vocábulo que tantas dificuldades traz aos vestibulandos e estudantes em geral. Vamos à teoria. A palavra “que” pode ser o seguinte:
Substantivo: Quando o “que” for substantivo, terá o sentido de qualquer coisa ou alguma coisa, será modificado geralmente pelo artigo indefinido um e será sempre acentuado. Ex. Esta menina tem um quê de mistério. = Esta menina tem alguma coisa de mistério.
Advérbio: Quando o “que” for advérbio, intensificará adjetivos e advérbios e poderá ser substituído por quão ou muito. Em geral, é usado em frases exclamativas. Ex. Que linda é essa garota! = Quão linda é essa garota! Que doido fui eu não aceitando aquela proposta! = Quão doido fui... Que longe fica sua casa! = Quão longe fica sua casa.
Preposição: Quando o “que” funcionar como preposição, equivalerá à preposição de, sendo usado em locuções verbais que têm, como auxiliares, ter ou haver. Ex. Tenho que trazer meus documentos até amanhã. = Tenho de trazer meus documentos até amanhã.
Interjeição: Quando o “que” for interjeição, exprimirá emoção, estado de espírito e será sempre exclamativo e acentuado. Poderá ser substituído por outra interjeição. Ex. Quê! Jusperino suicidou-se? = Meu Deus! Jusperino suicidou-se? Quê! Você por aqui também? = Uai! Você por aqui também?
Partícula Expletiva ou de Realce: Quando o “que” for partícula expletiva, será empregado para realçar ou enfatizar. Sua retirada não alterará o sentido da frase. Poderá também ser usado na locução expletiva é que.
Ex. Por pouco que a gente não brigou com ele. = Por pouco a gente não brigou com ele. Nós é que trouxemos o material. = Nós trouxemos o material.
Pronome a) Pronome Interrogativo Quando o “que” for pronome interrogativo, substituirá, nas frases interrogativas, o elemento sobre o qual se desejar resposta. Ex. Que você disse? = Você disse algo. Gostaria de saber que homem me procurou. = O homem procurou alguém. * Nota: É inadequado o uso da palavra "o", antes do pronome interrogativo que, ou seja, a língua culta não admite perguntas como “O que você disse?”, apesar de ser expressão corrente em nosso país.
b) Pronome Indefinido Quando o “que” for pronome indefinido, aparecerá antes de substantivos em frases geralmente exclamativas e poderá ser substituído por quanto, quanta, quantos e quantas. Ex. Que sujeira havia naquele quarto. = Quanta sujeira havia naquele quarto. Que miséria há no Brasil! = Quanta miséria há no Brasil!
c) Pronome Adjetivo Quando o “que” for pronome adjetivo, aparecerá antes de substantivo, apenas modificando-o. Não o confunda com o pronome indefinido. Ex. Que mulher linda aquela! (Perceba que não há a possibilidade de substituí-lo por quanto, quanta, quantos ou quantas; ele apenas modifica o substantivo, a fim de tornar a frase exclamativa. Por isso mesmo, é também denominado de pronome exclamativo.)
d) Pronome Relativo Quando o “que” for pronome relativo, aparecerá após o substantivo substituído por ele e poderá ser substituído por o qual, a qual, os quais, as quais. Ex. Achei muito bela a garota que você me apresentou. = Achei muito bela a garota a qual você me apresentou.
Conjunção Conjunção Coordenativa a) Conjunção Coordenativa Aditiva Quando o “que” for conjunção coordenativa aditiva, iniciará oração coordenada sindética aditiva, aparecerá sempre entre duas formas verbais iguais e terá valor bastante próximo da conjunção e. Ex. Falava que falava, mas não convencia ninguém. Bebia que bebia, ignorando o risco que corria.
b) Conjunção Coordenativa Explicativa Quando o “que” for conjunção coordenativa explicativa, iniciará oração coordenada sindética explicativa e poderá ser substituída por pois ou porque, que também são conjunções coordenativas explicativas. Ex. Venha até aqui, que preciso falar-lhe. = Venha até aqui, pois preciso falar-lhe.
c) Conjunção Coordenativa Adversativa Quando o “que” for conjunção coordenativa adversativa, iniciará oração coordenada sindética adversativa, indicará oposição, ressalva e apresentará valor equivalente a mas. Ex. Outra pessoa, que não eu, deveria cumprir essa tarefa. = Outra pessoa, mas não eu...
Conjunção Subordinativa a) Conjunção Subordinativa Integrante. Quanto o “que” for conjunção subordinativa integrante, iniciará oração que exerce função de sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo do sujeito e aposto não iniciado por pronome relativo. A oração iniciada pela conjunção integrante será chamada de oração subordinada substantiva.
Ex. Acho que você está equivocado. (A oração “que você está equivocado” funciona como objeto direto do verbo achar, denominada oração subordinada substantiva objetiva direta) Ela só pensa em uma coisa: que seu filho seja aprovado. (A oração “que seu filho seja aprovado” funciona como aposto, denominada oração subordinada substantiva apositiva)
b) Conjunção Subordinativa Consecutiva Quando o “que” for conjunção subordinativa consecutiva, iniciará oração subordinada adverbial consecutiva e aparecerá, em geral, nas expressões tão... que, tanto... que, tamanho... que e tal... que. Ex. Ele gritou tanto que ficou rouco. = A conseqüência de ele ter gritado muito foi ter ficado rouco.
c) Conjunção subordinativa Comparativa Quando o “que” fora conjunção subordinativa comparativa, iniciará oração subordinada adverbial comparativa e aparecerá nas expressões mais... que, menos... que. Ex. Ele é mais inteligente que o irmão.
O que há de errado na frase:"Gostaria de colocar minha opinião"?Pegadinha - O que há de errado na frase:
Gostaria de colocar minha opinião.
Opiniões não se colocam, se expõem ou se dão. Há também quem gosta de, ao final de um discurso, fazer uma colocação em vez de fazer uma exposição, que é muito mais coerente e elegante. O correto seria escrever:
Gostaria de expor minha opinião. ou Gostaria de dar minha opinião.
Sobre as maneiras diferentes de se grafar o por que1) Porquê (junto, com acento): É um substantivo, portanto deverá ser usado, quando surgir, antes dele, uma palavra modificadora – artigo (o, os, um, uns), pronome adjetivo (meu, esse, quanto) ou numeral (um, dois, três, quatro). Como é um substantivo, admite plural: porquês. Exemplos: — Ninguém sabe o porquê de tanto desdém. — Quantos porquês! Pare de fazer-me perguntas.
2) Por quê (separado, com acento): É a junção da preposição por com o substantivo quê, que só é usado em final de frase. Aliás, sempre que a palavra "que" for usada em final de frase, deverá ser acentuada, independentemente do elemento que surja antes. Exemplos: — Você não me telefonou ontem por quê? — Nem eu sei por quê. — Você está rindo de quê? — Você procurou-me para quê? Nota 1: A palavra "que" será acentuada, quando estiver antecedida por uma palavra modificadora, ou quando for uma interjeição que designa espanto. Exemplos: — Ela tem um quê de mistério. — Quê? Ela esteve aqui, e você não me avisou? Nota 2: Quando, anteriormente ao "que", surgir a palavra "o", "a", "os" ou "as", teremos pronome demonstrativo (o, a, os, as), com o mesmo valor de "aquele, aquela, aquilo", e pronome relativo (que). No caso de "a que", também pode ser a preposição "a". Exemplos: — Não entendi o que você falou = Não entendi aquilo que você falou. — Dos concorrentes, o vencedor será o que mais votos obtiver = Dos concorrentes, o vencedor será aquele que mais votos obtiver. — A peça a que assisti é maravilhosa. (Esse "a" é preposição)
3) Por que (separado, sem acento): a) É a junção da preposição por com o pronome interrogativo que; significa por que motivo, por qual razão. Exemplos: — Por que o professor faltou hoje? = Por qual razão o professor faltou? — Não sei por que o professor faltou hoje = Não sei por qual motivo o professor faltou hoje. b) É a junção da preposição por com o pronome relativo que; pode ser substituído por pelo qual, pelos quais, pela qual, pelas quais ou por qual. Exemplos: —O aperto por que passei foi terrível = O aperto pelo qual passei foi terrível.
4) Porque (junto, sem acento): É uma conjunção, portanto estará ligando duas orações, indicando causa (= já que), explicação (= pois) ou finalidade (= para que). Exemplos: — O espetáculo não ocorreu, porque o cantor estava gripado = O espetáculo não ocorreu já que o cantor estava gripado. — Estudem, porque consigam a aprovação = Estudem para que consigam a aprovação. — Pare de falar, porque está atrapalhando-me = Pare de falar, pois está atrapalhando-me. — A causa por que luto é nobilíssima = A causa pela qual luto é nobilíssima.
O que há de errado na frase:"Não estacione! Sujeito a guincho"?Pegadinha da língua portuguesa:
O que há de errado na frase:
Não estacione! Sujeito a guincho.
Nada pode estar sujeito a um objeto que, neste caso, é o guincho, mas sim a uma ação, que seria a de guinchamento. Em outras hipóteses, os que transgridem a lei penal estão sujeitos a prisão, mas não a preso; se a transgressão for grave, podem até estar sujeitos a banimento, mas não a banido; como também, uma latinha de cerveja, no freezer, está sujeita a congelamento, mas não a gelo.
A frase inicial, corretamente grafada, ficaria assim:
Não estacione! Sujeito a guinchamento.
O que há de errado na frase: "Vou explicar nos mínimos detalhes"?Pegadinha - Oque há de errado na frase:
Vou explicar nos mínimos detalhes.
Veja como, às vezes, o excesso atrapalha.
Há expressões, em nossa língua, classificadas como pleonasmos viciosos, que revelam a precariedade linguística de quem os escreve ou assim fala. Nesta dica de português, estamos diante de uma dessas excrescências. Pleonasmo é a repetição de palavras ou expressões de mesmo sentido.
A expressão viciosa "nos mínimos detalhes" equivale a aberrações como "subir pra cima", descer pra baixo, chutar com os pés etc. Em detalhe já está contida a ideia de mínimo. Detalhe significa pormenor, minúcia, no mínimo.
Se se pretendesse fazer a explicação em suas mínimas partes, seria suficiente fazê-la em detalhes, ou em seus pormenores, ou ainda em minúcias.
Então escrevamos corretamente:
Vou explicar em detalhes. ou
Vou explicar detalhadamente.
O que há de errado na frase: "Agradecemos a preferência"?Pegadinha: O que há de errado na frase?
Agradecemos a preferência.
Vamos aprender a agradecer em bom português. Muita gente boa agradece mal aos seus clientes por falta de conhecimento de transitividade verbal.
O verbo agradecer, nessa construção, possui outra regência, que o transforma num transitivo indireto acompanhado de um adjunto adverbial de causa. Na frase errada, acima, o agradecimento é dirigido à
causa (= a preferência) e não ao seu agente (= o cliente ou os clientes).
Para agradecer, corretamente, deve-se escrever assim:
Agradecemo-lhes pela preferência.
ou
Agradecemos aos nossos clientes pela preferência.
O que há de errado na frase: "Desculpem o transtorno"?Pegadinha: O que há de errado na frase?
"Desculpem o transtorno."
O verbo desculpar é transitivo direto e indireto, isto é, ele possui dois objetos: um direto e outro indireto. A ordem em que esses objetos figuram na oração é indiferente. Pode vir primeiro o objeto direto, depois o indireto, ou vice-versa. Trocando em miúdos, quem desculpa, desculpa alguém por alguma coisa. O objeto direto é sempre uma pessoa e o indireto é alguma coisa. Seria muito desagradável, neste caso, procurar o transtorno para desculpá-lo por alguma coisa que tenha feito de errado. Será que foi o transtorno quem escreveu essa frase?
O correto seria escrever:
"Desculpem-nos pelo transtorno."
Termos Acessórios da Oração
São aqueles que não são indispensáveis para o entendimento do enunciado. No entanto,
acrescentam uma informação nova a um nome ou a um verbo, determinando-lhes o significado.
Compare as frase:
a. sem termo acessório: Índio fará curso.
b. com termo acessório: Índio acreano fará curso na Suíça.
A. Adjunto Adnominal
É o termo que especifica ou delimita o significado de um substantivo. Pode ser expresso por:
adjetivo: Catedral de Curitiba vai ter vigilância eletrônica.
locução adjetiva: Bolsas de estudo para cursos a distância.
Ele é especialista em economia do império.
artigo: A genética supera os preconceitos.
pronome adjetivo: A tristeza tem seus significados.
numeral: Um balão pode voar até sete mil metros de altura.
oração: As florestas acreanas, / que concentram uma das maiores quantidades de recursos
biológicos do planeta, / estão sendo alvo da biopirataria internacional.
Nesse caso, a oração será classificada como oração subordinada adjetiva.
Diferença entre complemento nominal e adjunto adnominal (na forma de locução
adjetiva).
1. Se a locução vier associada a adjetivo ou advérbio, ela será sempre complemento
nominal, uma vez que o adjunto só modifica o substantivo.
Sua pesquisa é útil a todos.
adj. CN
Poucos deputados manifestaram-se contrariamente à aprovação do projeto de lei de
aposentadoria.
adv. CN
2. Se a locução vier associada a um substantivo, poderá exercer a função de complemento nominal
ou adjunto adnominal.
Será adjunto adnominal se o substantivo a que se refere for concreto ou se essa locução puder
ser transformada em adjetivo:
Vaso de porcelana.
Livro de geografia.
Caneta do José.
Ondas do mar. ( = marítimas )
subst. concreto e adj. adn. e adj.
Se a locução referir-se a um substantivo abstrato, será:
- adjunto adnominal – se indicar o agente da ação expressa pelo nome;
- complemento nominal – se for o paciente da ação.
Em suma, se a locução tiver valor de sujeito, será adjunto adnominal; se equivaler a objeto, será
complemento nominal.
Amor de pai. Amor ao pai.
- No 1º caso, a expressão de pai funciona como adjunto adnominal, pois pai é agente de amar (o pai
ama; pai = sujeito). Portanto o adjunto adnominal pode ser agente da ação expressa pelo nome.
- Na 2ª situação, a expressão ao pai exerce a função sintática de complemento nominal, pois pai é
paciente de amar (ama o pai; o pai = objeto direto).
Outro exemplo:
A invasão da Bélgica pelas tropas alemãs ocorreu em 1914.
A locução da Bélgica exerce a função sintática de complemento nominal, pois é paciente da ação
de invadir. Já a expressão pelas tropas alemãs funciona como adjunto adnominal, uma vez que é
agente da ação de invadir.
Diferença entre adjunto adnominal e predicativo do objeto.
Vi um filme excelente. Considero o filme excelente.
adj. adnominal pred. do objeto
Passando essas duas frases para a voz passiva, notaremos que o adjunto adnominal continuará
exercendo a mesma função ao passo que o predicativo do objeto passará a exercer a função de
predicativo do sujeito:
Um filme excelente foi visto por mim. O filme é considerado excelente por mim.
adj. adnominal pred. do sujeito
B. Adjunto Adverbial
É o termo da oração que indica uma circunstância do fato expresso pelo verbo ou intensifica o
sentido do verbo, do adjetivo e do advérbio.
O adjunto adverbial exerce, portanto, a função de modificador e de intensificador.
Vão viajar amanhã. modificador
Viajam muito. intensificador
Estão muito ansiosos. intensificador
Redigem muito bem. intensificador
Classificação dos adjuntos adverbiais
Eis alguns tipos de adjuntos adverbiais:
causa: As crianças gritavam de dor.
companhia: Só saía com os pais.
condição: A adoção de um adolescente só é feita com o seu consentimento.
dúvida: Talvez ela se digne a falar comigo.
finalidade: Haviam deixado um espaço para a colocação da mesa.
instrumento: Batia com a caneta sobre o livro.
intensidade: A mulher se diverte muito no trabalho.
lugar: Sou um lírio na correnteza.
meio: Passei a tentar levar o barco pelo leme.
modo: Volta pacientemente ao ponto de partida para recomeçar.
negação: O suposto mar não passaria de um deserto gelado.
tempo: A gente não devia crescer nunca.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
advérbio.
Entrar ilegalmente nos Estados Unidos pelo México é uma empreitada de alto risco.
locução adverbial.
Nos anos 30, muitos países europeus já tinham aprovado leis de “higiene racial”.
oração.
Quando o Dr. Renato ouvia falar em operação de risco, ele pensava em cirurgia.
Nesse caso, a oração será classificada como oração subordinada adverbial.
pronome oblíquo (comigo, contigo, conosco, convosco).
Fique comigo.
O mesmo adjunto adverbial pode expressar mais de uma circunstância:
-Moramos longíssimo daqui.
-lugar e intensidade
-Jamais voltarei a esta cidade.
-tempo e negação
-Saiu da sala devagarinho. - modo e intensidade
C. Aposto
É o termo da oração que se anexa a um substantivo ou a um pronome, esclarecendo-o,
desenvolvendo-o ou resumindo-o.
Jorge, o cozinheiro, lembrou que peixe cru é muito nutritivo.
- O aposto o cozinheiro está anexado ao substantivo Jorge.
Nós, os artistas, adoramos ser “estraçalhados”.
- O aposto os artistas refere-se ao pronome Nós.
o aposto vem separado dos demais termos da oração por vírgula, dois-pontos ou travessão:
A happy hour – o agradável bate-papo do fim de tarde – pode esconder um perigo: o abuso de álcool.
o aposto pode anteceder o nome a que se refere:
Pioneiros do estudo da radioatividade, Marie e Pierre Curie ganharam o prêmio Nobel de física de
1903.
o aposto pode ser representado por uma oração denominada oração subordinada substantiva
apositiva:
Então aconteceu o inesperado: elegeu-se para prefeito. a oração apositiva elegeu-se para
prefeito explica o termo inesperado.
c1. Tipos de Aposto:
enumerativo – é o aposto que enumera idéias que vêm resumidas num termo antecedente:
Debaixo de um juazeiro grande, todo um bando de retirantes se arranchara: uma velha, dois
homens, uma mulher nova, algumas crianças.
recapitulativo – resume termos que o antecedem. Geralmente expressa-se através de um
pronome indefinido: Dinheiro, amor, férias, nada a seduzia.
especificador – é um nome próprio de pessoa ou lugar que restringe o significado de um nome
comum. O substantivo comum que se antecede esse aposto deve denotar a espécie a que pertence
o ser designado pelo nome próprio.
- O presidente Vargas cometeu suicídio.
- O escritor Euclides da Cunha relatou a Guerra de Canudos em seu livro Os sertões.
- A cidade de São Paulo é a campeã brasileira em poluiçãp ambiental.
- Em 1969, o embaixador norte-americano Charles Elbric foi seqüestrado por militantes de esquerda.
Diferença entre adjunto adnominal e aposto:
Não se deve confundir o aposto especificador com o adjunto adnominal. Compare:
A cidade de Recife continua linda aposto especificador
(é possível estabelecer a igualdade Recife = cidade).
O clima de Recife é bastante quente adjunto adnominal
(não é possível estabelecer a igualdade Recife = clima).
Faço aniversário no mês de junho aposto especificador
(é possível estabelecer a igualdade mês = junho).
As festas de junho são muito populares na região do nordeste adjunto adnominal
(não é possível estabelecer a igualdade festas = junho).
D. Vocativo
É um termo classificado à parte, pois não pertence nem ao sujeito nem ao predicado. É o termo
utilizado para chamar, interpelar algo ou alguém.
Geralmente é separado por vírgula dos outros termos da oração e pode vir precedido de interjeições
como: ó!, olá!, eh!, ei!
Bem-vindo, presidente!
Adeus, ano-velho.
Traga-me, vinho, o amor e a juventude.
O vocativo pode aparecer no início, no meio ou no final da oração:
- Joana, leia o poema.
- Leia, Joana, o poema.
- Leia o poema, Joana.
O vocativo pode vir separado da oração quando ocorre mudança do interlocutor:
- Roberto.
- O quê ?
- Venha almoçar.
O termo Roberto, que é o vocativo, vem separado da oração Venha almoçar, o que demonstra
que se trata de um termo isolado, não pertence à estrutura da oração.
Termos Integrantes da Oração
São aqueles que integram, i.e., completam o sentido de verbos e nomes transitivos. São
indispensáveis à compreensão da mensagem.
A. Complemento Verbal
a1. objeto direto – é o termo que completa o sentido de um verbo transitivo direto. Normalmente
não vem regido de preposição.
O objeto direto da oração na voz ativa torna-se sujeito da mesma oração na voz passiva. O verbo na
voz passiva, portanto, não apresenta objeto direto:
Israel liberta 20 presos políticos. – voz ativa
OD
20 presos políticos são libertados por Israel. – voz passiva
sujeito
Podem exercer a função de objeto direto:
substantivo ou expressão substantivada:
Vamos fazer justiça.
pronomes oblíquos (o, a, os, as, me, te, se, nos, vos):
A sorte o pegou de surpresa.
qualquer pronome substantivo:
A Fórmula 1 perdeu alguém mágico, especial.
numeral:
Poupança rende 1,1067%.
uma oração:
Aprendi / que ninguém é completamente mau.
1ª or. 2ª or.
Nesse caso, a oração é classificada como oração subordinada substantiva objetiva direta.
a2. objeto direto preposicionado – é quando o objeto direto é regido por preposição.
Casos obrigatórios:
Para evitar ambigüidade, ou seja; para que o objeto direto não se confunda com o sujeito:
Venceu ao bem o mal.
VTD e ODP e Sujeito
Sem a preposição, não se sabe o que venceu o quê. Tanto o bem como o mal podem exercer a
função de sujeito ou de objeto direto.
quando o objeto direto é expresso por um pronome pessoal oblíquo tônico:
Magoaram a ti.
VTD OD
Ama ao próximo como a ti mesmo.
VTD OD OD
Casos facultativos:
quando o objeto direto é um substantivo próprio ou comum que designa a pessoa:
Convidamos a todos os alunos.
VTD prep. OD
Ofendeu a o Geraldo.
VTD prep. OD
quando o objeto direto é um pronome indefinido que se refere a pessoa:
Não convenci a ninguém.
prep.
em algumas expressões idiomáticas, como: puxar do revólver (da faca, da espada, da
arma,etc.); pegar da arma (da pena, do revólver, etc.); cumprir com o dever (com a palavra, com a
obrigação, etc.); beber do vinho (da água, do refrigerante, etc.); comer do pão (da carne, etc.):
Comeu do pão. Puxei da arma.
OD OD
a3. objeto direto pleonástico – quando se deseja enfatizar a idéia expressa pelo objeto direto,
pode-se repetí-lo empregando um pronome pessoal átono. O objeto repetido pelo pronome pessoal
átono recebe o nome de objeto direto pleonástico.
Esses filmes, ainda não os vi.
A cidade, não quero mais vê-la nem em cartão postal.
OD e OD pleonástico
a4. objeto indireto – é o termo que completa o sentido do verbo transitivo indireto. Vem sempre
regido de preposição clara ou subentendida. As preposições que introduzem o objeto indireto são: a,
de, em, para, com, por. O objeto indireto pode ser representado por:
substantivo ou expressão substantivada.
O ser humano clama por contato.
pronomes substantivos.
Não desconfiava de nada.
numeral.
- Quantos cartões você quer ?
- Preciso de dois.
oração.
Duvido / de que todos tenham aceito a proposta.
Nesse caso, a oração que funciona como objeto indireto do verbo da oração anterior chama-
sesubordinada substantiva objetiva indireta.
São transitivos indiretos muitos verbos pronominais, como: lembrar-se, esquecer-se,
encarregar-se, aborrecer-se, engajar-se, aplicar-se, referir-se, utilizar-se, valer-se,
orgulhar-se, gabar-se, etc.
a5. objeto indireto pleonástico – quando se deseja enfatizar a idéia expressa pelo objeto indireto,
pode-se repetí-lo. O objeto indireto pleonástico pode ser representado por um substantivo ou por um
pronome pessoal.
Aos demissionários, ofereço-lhes minha solidariedade.
OI OI pleonástico
a6. pronomes pessoais oblíquos como complementos verbais –
- o, a, os, as (lo, la, los, las, no, na, nos, nas) – funcionam como objeto direto.
- lhe, lhes – funcionam como objeto indireto.
- me, te, se, nos, vos – funcionam como objeto direto ou indireto, dependendo da predicação do
verbo. Como é praticamente impossível saber a predicação de todos os verbos em português, existe
uma regra prática que pode facilitar: substituir o pronome por uma expressão masculina.
se não aparecer preposição obrigatória, o pronome exercerá a função de objeto direto.
Eu te convido para a minha formatura.
Eu convido o professor para a minha formatura.
A preposição não é obrigatória. Logo, o pronome te é objeto direto.
se aparecer preposição obrigatória, o pronome exercerá a função de objeto indireto.
Desejo-te boa sorte.
Desejo boa sorte ao amigo.
A preposição a é obrigatória. Logo, o pronome te é objeto indireto.
B. Complemento Nominal
É o termo que completa o significado do nome (substantivos, adjetivos e advérbios).
- Os jogadores têm muito respeito pelo técnico. ( a expressão pelo técnico está completando o
sentido do substantivo respeito ).
- Uma novela deve trazer algo de útil à sociedade. ( a expressão à sociedade completa o sentido do
adjetivo útil ).
- Nove parlamentares devem votar favoravelmente à reeleição. ( a expressão à reeleição completa o
sentido do advérbio favoravelmente).
Esses nomes de sentido incompleto são, geralmente, derivados de verbos transitivos. É importante
observar que o complemento nominal vem sempre precedido de preposição.
Complemento nominal é o termo que, precedido de preposição, completa o sentido de um
substantivo, adjetivo ou advérbio. Exerce para o nome a mesma função que o complemento verbal
desempenha para o verbo.
Concessionárias intensificam a venda de carros usados.
CN
Vender carros usados é o novo negócio das concessionárias.
OD
O complemento nominal pode ser representado por:
substantivo ou expressão substantivada.
Os adversários perderam o respeito pela seleçãos.
pronome.
Essa notícia foi desconcertante a todos.
OBS: - quando o pronome é átono, o complemento nominal não vem precedido de preposição.
Fui-lhes favorável.
numeral.
Tal atitude foi benéfica aos dois.
oração.
Correu a notícia / de que Zumbi estava vivo.
Nesse caso, a oração será classificada como oração subordinada substantiva completiva nominal.
OBS: - O complemento nominal pode fazer parte de vários termos como: sujeito, objeto direto,
objeto indireto, predicativo, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo. Veja:
A destruição das matas é condenável.
sujeito: A destruição das matas (núcleo: destruição).
complemento nominal: das matas.
O professor orientou a leitura das obras clássicas.
OD: a leitura das obras clássicas.
complemento nominal: das obras clássicas.
C. Agente da Passiva
É o termo que indica o ser que pratica a ação, quando o verbo está na voz passiva. Vem regido pela
preposição por e, rarissimamente, pela preposição de.
Observe, que o agente da passiva corresponde ao sujeito da voz ativa:
O processo foi paralisado pelo governo. – voz passiva
sujeito ag. da passiva
O governo paralisou o processo. – voz ativa
sujeito OD
Embora o agente da passiva seja um termo integrante, ele pode ser muitas vezes omitido:
O processo foi paralisado.
O agente da passiva pode ocorrer também na voz passiva sintética. Assim:
A enciclopédia compõ-se de 25 volumes.
ag. da passiva
O agente da passiva pode ser representado por:
substantivo ou expressão substantivada.
Os bairros mais pobres foram muito afetados pelo furacão.
numeral.
O projeto foi elaborado pelos três.
pronome.
A melhor história foi contada por ela.
oração.
O caso foi denunciado por quem cuida da criança.
Predicativo
É o termo da oração que indica uma característica que se atribui ao sujeito ou ao objeto por meio de
um verbo qualquer, principalmente por um verbo de ligação.
Predicativo do Sujeito
Aparece no predicado nominal e no verbo-nominal. No predicado nominal, o predicativo refere-se ao
sujeito por meio de um verbo de ligação enquanto que no predicado verbo–nominal o verbo é
intransitivo ou transitivo.
Nesta escola, tudo parece calmo e seguro.
Os soldados desciam a montanha vitoriosos.
Predicativo do Objeto
Só aparece no predicado verbo-nominal e indica uma característica que se atribui ao objeto. Pode vir
precedido de preposição. Ocorre, geralmente, com VTD que exigem uma qualidade para o
objeto:considerar, julgar, achar, supor, tornar, eleger, nomear, chamar, apelidar e outras
equivalentes.
Deputados médicos acham inquietante o quadro clínico.
Nomearam Marina representante da turma.
OBSERVAÇÕES:
1. Todas as classes gramaticais – exceto artigo, preposição, conjunção e interjeição – podem exercer
a função de predicativo. O predicativo pode ser representado até por uma oração. Nesse caso, a
oração será subordinada substantiva predicativa. Ex: A verdade é que todos eles foram
despedidos.
2. Podem ocorrer o predicativo do sujeito em frases com voz passiva sintética. Nesse caso, o
predicado será verbo-nominal.
Considera-se Chico Buarque um grande compositor.
sujeito predicativo do sujeito
Definiu-se a proposta como inviável.
sujeito predicativo do sujeito
3. A maior parte dos gramáticos considera que ocorre predicativo do objeto indireto apenas com o
verbo chamar, significando “cognominar”, “atribuir um nome a”. Ex:
Chamei-lhe de bobo.
OI predicativo
Alguns dizem que o predicativo do objeto indireto pode ocorrer com outros verbos:
Creio num Deus sempre presente. Preciso do ladrão vivo.
OI PO OI PO
PredicadoPara classificar o predicado de uma oração, é preciso conhecer a predicação verbal.
A. Predicação Verbal
Chama-se predicação verbal ao resultado da ligação que se estabelece entre o sujeito e o verbo e
entre o verbo e o complemento.
Quanto à predicação, os verbos podem ser intransitivos, transitivos ou de ligação.
1. Verbo Intransitivo
É aquele que não precisa de complemento, pois sua significação já é completa.
Crescem vendas de apartamentos novos.
O falante pode acrescentar novas informações, que ampliam o significado do verbo, mas não são
necessárias para que o ouvinte entenda a informação básica expressa pelo verbo crescer.
OBS: - Há alguns verbos intransitivos que sempre vêm acompanhados de um termo que indica
circunstância de lugar: ir, vir, chegar, morar, residir, entrar, sair, etc.:
Saímos de casa. Residem no campo.
2. Verbo Transitivo
É um verbo que precisa de um termo que lhe complete o significado. Esse termo chama-
se objeto.Chama-se transitivo porque o seu sentido transita, passa do verbo para o objeto.
Caruaru acende 30 mil fogueiras.
VT objeto
- verbo transitivo direto (TD) é aquele cujo sentido é completado por um termo que se liga a ele
de maneira direta, i.e., sem preposição obrigatória. Esse complemento é chamado de objeto direto
(OD).
Polícia acha lista suspeita.
VT OD
- verbo transitivo indireto (TI) é aquele cujo sentido é completado por um termo que se liga a
ele de maneira indireta, i.e., com preposição obrigatória. O complemento do verbo transitivo indireto
chama-se objeto indireto (OI).
A cidadezinha precisa de um prefeito. VTI e OI
Se o objeto indireto for um pronome oblíquo átono a preposição não aparecerá.
O povo lhe atribui poderes divinos. (O povo atribui poderes divinos a ele).
Deram-me todas as informações. (Deram todas as informações a mim).
OBS: -
- Os verbos transitivos diretos admitem a voz passiva:
O papa condena o aborto – voz ativa.
O aborto é condenado pelo papa – voz passiva.
- Alguns poucos verbos transitivos indiretos admitem a voz passiva: obedecer, perdoar,
pagar,etc.
Não obedecemos às leis municipais – voz ativa.
As leis municipais não são obedecidas por nós - voz passiva.
- verbo transitivo direto e indireto (TDI) é aquele cujo sentido é completado por dois termos ao
mesmo tempo: um que se liga a ele diretamente, e o outro que se liga a ele por meio de uma
preposição.
Paguei ao proprietário todos os aluguéis atrasados.
VTDI OI OD
3. Verbo de Ligação
Os verbos transitivos e intransitivos são significativos pois indicam ação, fenômeno da natureza,
desejo, fato.
O mesmo não ocorre com os verbos de ligação (VL). Eles não apresentam significação, servindo
apenas para estabelecer ligação entre o sujeito e um termo que expressa característica desse
mesmo sujeito. Esse termo é chamado de predicativo do sujeito (PS).
Esse corredor é escuro. VL e PS
São comumente verbos de ligação: - ser, estar, tornar-se, permanecer, continuar, ficar, parecer.Os
verbos ficar, estar e permanecer podem ser empregados tanto como verbos de ligação quanto como
intransitivos. Quando intransitivos, vêm acompanhados de um termo que indica circunstância de
lugar.
Ficamos emocionados. Ficamos no bar. VL e PS e VI
B. Classificação do Predicado:
b1. predicado nominal – é aquele que tem como núcleo um nome que indica estado ou qualidade
do sujeito. É formado sempre por um verbo de ligação (VL) e um predicativo do sujeito (OS). Ex:
Os diplomatas continuam reféns dos guerrilheiros.
A autoria da obra é polêmica.
VL e PS
b2. predicado verbal – tem como núcleo um verbo que, geralmente, expressa idéia de ação. É
formado por um verbo intransitivo ou por um verbo transitivo e seus objetos. Ex:
Os deputados discutem animadamente.
Conferência discute educação ambiental.
Divulgaram a notícia a todos os alunos.
VI e VTD e VTDI e OD e OI
b3. predicado verbo-nominal – tem dois núcleos: um verbo que indica ação e um nome que
indica uma qualidade ou estado do sujeito ou do objeto. Apresenta três estruturas básicas:
VERBO INTRANSITIVO + PREDICATIVO DO SUJEITO
Os turistas caminham nervosos pelo calçadão da praia.
VI PS
VERBO TRANSITIVO + OBJETO + PREDICATIVO DO SUJEITO
Os alunos liam o texto atentos.
VT OD PS
VERBO TRANSITIVO + OBJETO + PREDICATIVO DO OBJETO
Nenhuma doença pegava Dona Rosemira desprevenida.
VTD OD PO
Achei o bombardeio aéreo uma droga.
VTD OD PO
Sujeito
A declaração que se faz a respeito do sujeito vem expressa no predicado. No predicado existe
sempre um verbo. Esse verbo concorda com o sujeito em pessoa e número. Quando o sujeito é
formado por mais de uma palavra, deve-se localizar o núcleo do sujeito.
Núcleo é a palavra central do sujeito, i.e., a palavra com a qual concordam as demais palavras
existentes no sujeito.
O dia da cerimônia é considerado uma festa.
sujeito e núcleo
A. Localização do sujeito:
a – anteposto ao verbo.
Os tigres hoje são raros. Hoje os tigres são raros.
b – posposto ao verbo.
Raramente aparecem tigres por lá. São curiosos os integranges de uma certa geração de intelectuais
brasileiros.
B. Classificação do sujeito:
b1. determinado: - é o sujeito que pode ser identificado pela terminação do verbo ou pelo
contexto em que aparece.
As meninas sonham com as argolas no pescoço. Aguardam ansiosas a chegada dos 5 anos.
Qual é o sujeito de aguardam ? As meninas.
O sujeito determinado pode ser:
simples: - aquele que tem um só núcleo.
A mulher grega era uma cidadã de segunda classe.
núcleo do sujeito: mulher.
composto: - aquele que tem mais de um núcleo.
A limpeza e o polimento das argolas são demorados.
núcleos do sujeito: limpeza, polimento.
Há casos em que o sujeito determinado não está expresso na oração, mas pode ser facilmente
identificado pela terminação do verbo. Esse tipo de sujeito é chamado de sujeito oculto,
elíptico oudesinencial.
Abriu a porta; nada viu.
O sujeito das duas orações é ele ou ela, conforme se pode deduzir da terminação dos
verbos abriue viu.
Estamos tão preparados ! (sujeito = nós)
b2. indeterminado: - é o sujeito que não pode ser identificado nem pelo contexto nem pela
terminação do verbo. O sujeito indeterminado pode ocorrer:
a. com verbos na 3ª pessoa do plural, desde que o contexto não permita identificá-lo.
Alteraram toda a programação dos jogos. (não é possível identificar o sujeito da forma
verbalalteraram)
Veja agora:
Os técnicos dos times ficaram reunidos ontem o dia todo. Alteraram a programação dos jogos.
Qual é o sujeito de alteraram ? Os técnicos dos times. É um sujeito determinado, pois sabemos
qual é, mas oculto, porque não aparece claramente na 2ª oração.
b. com verbos na 3ª pesoa do singular acompanhados da partícula se:
Trata-se de uma exposição inovadora.
Não se sabe de um caso de assalto recente.
OBS: - alguns gramáticos consideram, como indeterminado o sujeito representado por pronome
substantivo indefinido:
Tudo assustava a pobre criança.
Ninguém se interessa por esse povo.
Na realidade, uma análise semântica poderia considerar tais sujeitos como indeterminados, mas a
análise sintática deve considerá-los como sujeitos simpels, uma vez que aparecem claramente na
frase palavras com função de sujeito.
b3. inexistente: - há orações que tem somente predicado, onde o verbo é considerado impessoal
e, em geral, aparece na 3ª pessoa do singular. A oração sem sujeito ocorre nos seguintes casos:
a. com verbos ou expressões que indicam fenômenos meteorológicos:
Está quente hoje.
Deve chover hoje em todo o Estado.
b. com o verbo fazer e o verbo haver indicando tempo decorrido:
Fazia tempo / que ninguém tocava nesse assunto. (o verbo da 1ª oração não tem sujeito)
Ele trabalha no museu / há 47 anos. (a 2ª oração não tem sujeito).
c. com o verbo ser indicando tempo e distância:
Eram quatro horas da manhã.
De uma cidade a outra seriam setenta quilômetros.
Obs: - Nesse caso o verbo ser concorda com o predicativo.
d. com o verbo haver empregado no sentido de existir:
Há uma obra comprovadamente falsa no MASP.
Havia muitas testemunhas no local do crime.
Nesse caso, é comum o verbo haver ser substituído pelo verbo ter:
Tem uma obra comprovadamente falsa no MASP.
Tinha muitas testemunhas no local do crime.
OBS: - o verbo existir concorda com o sujeito:
Existiam muitas testemunhas no local do crime.
verbo no plural e sujeito no plural.
e. com o verbo passar indicando tempo:
Já passa de duas da manhã.
f. com os verbos parecer e ficar em construções como:
Parecia noite, de tão escuro.
Ficou claro como o dia.
g. com os verbos bastar e chegar, seguidos da preposição de:
Chega de confusão !
Basta de correria.
OBS: - Os verbos que indicam fenômenos meteorológicos, quando utilizados em sentido figurado,
apresentam sujeito claro:
O diretor trovejava insultos. (sujeito = o diretor)
Os olhos do professor relampejavam de ódio. (sujeito = os olhos do professor).
Partícula SE
As construções em que ocorre a partícula se apresentam alguma dificuldades quanto à classificação
do sujeito. Compare:
Analisou-se a questão. Analisaram-se as questões.
sujeito
Precisa-se de estagiário. Precisa-se de estagiários.
sujeito indeterminado
No 1º caso, o se é uma partícula apassivadora. O verbo está na voz passiva sintética, concordando
com o sujeito. Veja a transformação das frases para a voz passiva analítica:
A questão foi analisada. As questões foram analisadas.
sujeito
No 2º caso, o se é índice de indeterminação do sujeito. O verbo está na voz ativa. Nessas
construções, o sujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.
OBS: - Com alguns verbos, como faltar, acontecer, bastar, chegar, etc., é comum a colocação do
sujeito depois do verbo. Neste caso, é importante ficar atento à concordância verbal:
Faltaram alguns alunos.
Para mim, bastam dois pedaços de torta.
Acontecem fatos estranhos neste país.
verbo no plural e sujeito no plural.
Quando utilizar: S, C, Ç, X, CH, SS, SC...Representação do fonema /s/.
O fonema /s/, conforme o caso, representa-se por:
1) C,Ç:
acetinado, açafrão, almaço, anoitecer, censura, cimento, dança, contorção, exceção, endereço,
Iguaçu, maçarico, maçaroca, maço, maciço, miçanga, muçulmano, paçoca, pança, pinça, Suíça etc.
2) S:
ânsia, ansiar, ansioso, ansiedade, cansar, cansado, descansar, descanso, diversão, excursão, farsa,
ganso, hortênsia, pretensão, pretensioso, propensão, remorso, sebo, tenso, utensílio etc.
3) SS:
acesso, acessório, acessível, assar, asseio, assinar, carrossel, cassino, concessão, discussão,
escassez, escasso, essencial, expressão, fracasso, impressão, massa, massagista, missão,
necessário, obsessão, opressão, pêssego, procissão, profissão, ressurreição, sessenta, sossegar,
sossego, submissão, sucessivo etc.
4) SC,SÇ
acréscimo, adolescente, ascensão, consciência, consciente, crescer, cresço, cresça, descer, desço,
desça, disciplina, discípulo, discernir, fascinar, fascinante, florescer, imprescindível, néscio, oscilar,
piscina, ressuscitar, seiscentos, suscetível, suscetibilidade, suscitar, víscera
5) X:
aproximar, auxiliar, auxílio, máximo próximo, proximidade, trouxe, trouxer, trouxeram
etc
6) XC:
exceção, excedente, exceder, excelência, excelente, excelso, excêntrico, excepcional, excesso,
excessivo, exceto,excitar etc.
Emprego de s com valor de z
1) adjetivos com os sufixos –oso, -osa:
teimoso, teimosa
2) adjetivos pátrios com os sufixos –ês, -esa:
português, portuguesa
3) substantivos e adjetivos terminados em –ês, feminino –esa:
burguês, burguesa
4) substantivos com os sufixos gregos –esse, -isa, -ose:
diocese, poetisa, metamorfose
5) verbos derivados de palavras cujo radical termina em –s:
analisar (de análise)
6) formas dos verbos pôr e querer e de seus derivados:
pus, pôs, pusemos, puseram, puser, compôs, compusesse, impuser etc
quis, quisemos, quiseram, quiser, quisera, quiséssemos etc
7) os seguintes nomes próprios personativos:
Inês, Isabel, Isaura, Luís, Queirós, Resende, Sousa, Teresa, Teresinha.
Emprego da letra z
1) os derivados em –zal, -zeiro, -zinho, -zinha, -zito, -zita:
cafezal, cafezeiro, cafezinho, avezinha, cãozito, avezita etc
2) os derivados de palavras cujo radical termina em –z:
cruzeiro (de cruz), enraizar (de raiz), esvaziar, vazar, vazão (de vazio) etc
3) os verbos formados com o sufixo –izar e palavras cognatas:
fertilizar, fertilizante, civilizar, civilização etc
4) substantivos abstratos em –eza, derivados de adjetivos e denotando qualidade física ou moral:
pobreza (de pobre), limpeza (de limpo), frieza (de frio) etc
5) as seguintes palavras:
azar, azeite, baliza, buzinar, bazar, chafariz, cicatriz, ojeriza, prezar, vizinho
S ou Z ?
Sufixos –ês e ez
1) O sufixo –ês (latim –ense) forma adjetivos (às vezes substantivos) derivados de substantivos
concretos:
montês (de monte) montanhês (de montanha) cortês (de corte)
2) O sufixo –ez forma substantivos abstratos femininos derivados de adjetivos:
aridez (de árido) acidez (de ácido) rapidez (de rápido)
Sufixos –esa e –eza
Escreve-se –esa (com s):
1) nos seguintes substantivos cognatos de verbos terminados em –ender:
defesa (defender), presa (prender)...
2) nos substantivos femininos designativos de nobreza:
baronesa, marquesa, princesa
3) nas formas femininas dos adjetivos terminados em –ês:
burguesa (de burguês)...
4) nas seguintes palavras femininas:
framboesa, indefesa, lesa, mesa, sobremesa, obesa, Teresa, tesa, turquesa etc
Escreve-se –eza nos substantivos femininos abstratos derivados de adjetivos e denotando
qualidade, estado, condição:
beleza (de belo), franqueza (de franco), pobreza (de pobre), leveza (de leve)
Verbos em –isar e –izar
Escreve-se –isar (com s) quando o radical dos nomes correspondentes termina em –s. Se o radical
não terminar em –s, grafa-se –izar (com z):
avisar (aviso+ar) anarquizar (anarquia+izar)
Emprego do x 1) Esta letra representa os seguintes fonemas:
/ch/ xarope, enxofre, vexame etc;
/cs/ sexo, látex, léxico, tóxico etc;
/z/ exame, exílio, êxodo etc;
/ss/ auxílio, máximo, próximo etc;
/s/ sexto, texto, expectativa, extensão etc;
2) Não soa nos grupos internos –xce e –xci:
exceção, exceder, excelente, excelso, excêntrico, excessivo, excitar etc
3) Grafam-se com x e não s:
expectativa, experiente, expiar (remir, pagar), expirar (morrer), expoente, êxtase, extrair, fênix,
têxtil, texto etc
4) Escreve-se x e não ch:
a) em geral, depois de ditongo:
caixa, baixo, faixa, feixe, frouxo, ameixa, rouxinol, seixo etc
Excetuam-se: recauchutar e recauchutagem
b) geralmente, depois da sílaba inicial em:
enxada, enxame...
Excetuam-se: encharcar (de charco), encher e seus derivados (enchente, enchimento, preencher),
enchova, enchumaçar (de chumaço), enfim, toda vez que se trata do prefixo en+palavra iniciada por
ch.
c) em vocábulos de origem indígena ou africana:
abacaxi, xavante, caxambu (dança negra), orixá, xará, maxixe etc
d) nas seguintes palavras: bexiga, bruxa, coaxar, faxina, praxe xarope, xaxim, xícara, xale, xingar,
xampu.
Emprego do dígrafo ch
Escrevem-se com ch, entre outros, os seguintes vocábulos:
bucha, charque, chimarrão, chuchu, cochilo, fachada, ficha, flecha, mecha, mochila, pechincha,
tocha.
Consoantes dobradas
1) Nas palavras portuguesas só se duplicam as consoantes c, r, s.
2) Escreve-se cc ou cç quando as duas consoantes soam distintamente:
convicção, cocção, fricção facção, sucção etc
3) Duplicam-se o r e o s em dois casos:
a) Quando, intervocálicos, representam os fonemas /r/ forte e /s/ sibilante, respectivamente:
carro, ferro, pêssego, missão etc
b) Quando a um elemento de composição terminado em vogal seguir, sem interposição do hífen,
palavra começada por r ou s:
arroxeado, correlação, pressupor, bissemanal, girassol, minissaia etc.
Emprego das iniciais maiúsculas ou minúsculasa) Escrevem-se com letra inicial maiúscula:
1) a primeira palavra de período ou citação.
Observação: no início dos versos que não abrem período é facultativo o uso da letra maiúscula
2) substantivos próprios (antropônimos, alcunhas, topônimos, nomes sagrados, mitológicos,
astronômicos).
3) nomes de épocas históricas, datas e fatos importantes, festas religiosas.
4) nomes de altos cargos e dignidades.
5) nomes de altos conceitos religiosos ou políticos.
6) nomes de ruas, praças, edifícios, estabelecimentos, agremiações, órgãos públicos etc.
7) nomes de artes, ciências, títulos de produções artísticas, literárias e científicas, títulos de jornais e
revistas.
8) expressões de tratamento.
9) nomes dos pontos cardeais, quando designam regiões:
Os povos do Oriente, o falar do Norte.
Mas: Corri o país de norte a sul. O Sol nasce a leste.
10) nomes comuns, quando personificados ou individuados.
b) Escrevem-se com letra inicial minúscula:
1) nomes de meses, de festas pagãs ou populares, nomes gentílicos, nomes próprios tornados
comuns:
maio, bacanais, carnaval, ingleses, ave-maria, um havana etc
2) nomes quando aplicados a um sentido geral:
São Pedro foi o primeiro papa
Todos amam sua pátria
3) nomes comuns antepostos a nomes próprios geográficos:
o rio Amazonas
4) palavras, depois de dois-pontos, não se tratando de citação direta.
Emprego das letras E, I, O e U.
*Escrevem-se com a letra e:
1) a sílaba final de formas dos verbos terminados em –uar:
continue, continues...
2) a sílaba final de formas dos verbos terminados em –oar:
perdoe, perdoes...
3) as palavras formadas com o prefixo ante- (antes, anterior):
antebraço, antecipar...
4) os seguintes vocábulos:
arrepiar, cadeado, candeeiro, cemitério, confete, creolina, desperdício, destilar, disenteria,
empecilho, encarnação, índigena, irrequieto, lacrimogêneo, mexerico, mimeógrafo, orquídea, quase,
quepe, senão, sequer, seringa, umedecer
*Emprega-se a letra i:
1) na sílaba final de formas dos verbos terminados em –uir:
diminui, diminuis...
2) em palavras formadas com o prefixo anti- (contra)
antiaéreo, Anticristo
3) nos seguintes vocábulos:
aborígene, açoriano, artifício, artimanha, chefiar, cimento, crânio, criador, criação, crioulo, digladiar,
displicência, displicente, erisipela, escárnio, feminino, Filipe, fronstipício, inclinação, incinerar,
inigualável, invólucro, lampião, pátio, penicilina, pontiagudo, privilégio, requisito, silvícola, Virgílio.
*Grafam-se com a letra o:
abolir, boate, bolacha, boletim, botequim, bússola, chover, cobiça, concorrência, costume, engolir,
goela, mágoa, mocambo, moela, moleque, mosquito, névoa, nódoa, óbolo, ocorrência, romeno, tribo.
*Grafam-se com a letra u:
bulício, burburinho, camundongo, chuviscar, chuvisco, cumbuca, cúpula, curtume, cutucar, entupir,
íngua, jabuti, jabuticaba, lóbulo, Manuel, mutuca, rebuliço, tábua, tabuada, trégua, urtiga.
Emprego das letras g e jPara representar o fonema /j/ existem duas letras: g e j. Grafa-se este ou aquele signo não de modo
arbitrário, mas de acordo com a origem da palavra. Exemplos:
gesso (do grego gypsos), jeito (do latim jactu), jipe (do inglês jeep).
*Escrevem-se com g:
1) os substantivos terminados em –agem, -igem, -ugem.
garagem, origem, ferrugem. Exceção: pajem.
2) as palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.
3) palavras derivadas de outras que se grafam com g.
4) os seguintes vocábulos: algema, angico, apogeu, auge, estrangeiro, gengiva, gesto, gibi, gilete,
ginete, gíria, giz, hegemonia, herege, megera, monge, rabugento, rabugice, sugestão, tangerina,
tigela.
*Escrevem-se com j:
1) palavras derivadas de outras terminadas em –ja
2) todas as formas da conjugação dos verbos terminados em –jar ou –jear
3) vocábulos cognatos ou derivados de outros que têm j
4) palavras de origem ameríndia ou africana
5) as seguintes palavras:
alforje, berinjela, cafajeste, cerejeira, jeca, jegue, Jeremias, jerico, jérsei, jiu-jítsu, majestade,
manjedoura, manjericão, ojeriza, pegajento, rijeza, sujeira, traje, varejista.
Emprego da letra "h"Esta letra, em início ou fim de palavras, não tem valor fonético; conservou-se apenas o símbolo, por
força da etimologia e da tradição escrita. Grafa-se, por exemplo, hoje, porque esta palavra vem do
latim hodie.
Emprega-se o h
1) inicial, quando etimológico:
hábito, hélice, herói, hérnia, hesitar, haurir, hilariedade, homologar, Horácio, hortênsia, hulha etc.
2) medial, como integrante dos dígrafos ch, lh, nh:
chave, boliche, broche, cachimbo, capucho, chimarrão, cochilar, fachada, flecha, machucar, mochila,
telha, companhia etc.
3) final e inicial em certas interjeições:
ah!, ih!, eh!, oh!, hem?, hum! etc.
4) em compostos unidos por hífen, no início do segundo elemento, se etimológico:
sobre-humano, anti-higiênico, pré-histórico, super-homem etc.
5) no substantivo próprio Bahia, por secular tradição.
Não se usa h:
1) no início ou no fim de certos vocábulos, no passado escritos com essa letra, embora sem
fundamento etimológico:
erva, Espanha, inverno, ontem, úmido, ume, iate, ombro, rajá, Alá, Jeová, Iná, Rute etc.
Observação: os derivados eruditos das três primeiras palavras, entretanto, grafam-se com h:
herbívoro, herbáceo, hispânico, hispano, hibernal.
2) em palavras derivadas e em compostos sem hífen:
reaver (re+haver), reabilitar inábil, desonesto, desonra, desumano, exaurir, lobisomem, turboélice.
Pontuação
Os sinais de pontuação são usados para estruturar as frases escritas de forma lógica, a fim de
que elas tenham significado. A pontuação é tão importante na linguagem escrita quanto a
entonação, os gestos, as pausas e até o tom de voz, são na linguagem oral. Bem empregados, os
sinais de pontuação são um grande recurso expressivo:
"Oh! que doce era aquele sonhar...
Quem me veio, ai de mim! despertar?" (Almeida Garret)
Mal colocados, no entanto, eles podem provocar confusão ou até mudar o sentido das frases:
Raquel não me respondeu. Quando a procurei, já era tarde.Raquel não me respondeu quando a procurei. Já era tarde.
I. O ponto
O ponto (ou ponto final) é utilizado basicamente no final de uma frase declarativa:
"Não sou poeta e estou sem assunto." (Fernando Sabino)
Alguns gramáticos chamam de ponto final apenas o ponto que encerra uma sentença. Ao
ponto seguido por outras frases chamam de ponto simples. Além de finalizar um período, o ponto é
utilizado em abreviaturas (ponto abreviativo: etc., h., S. Paulo) e é muito usado quando apenas uma
vírgula bastaria. É um recurso estilístico:
"Viera a trovoada. E, com ela, o fazendeiro, que o expulsara."
(Graciliano Ramos)
Corintianos lotam o estádio. E rezam
2. A vírgula
A vírgula, em seus vários usos, é fundamental para a correta entoação e interpretação da frase
escrita. Como simples sinal de pausa, ela indica um tempo geralmente menor que o do ponto. Todo
cuidado, porém, é pouco para que ela não seja empregada como sinal de pausa em situações
equivocadas. Compare o ponto e a vírgula como sinal de pausa:
Era de noite, as janelas se fechavam.Era de noite. As janelas se fechavam. SINAIS DE PONTUAÇÃO
PONTO ( . )
VÍRGULA ( , )
PONTO-E-VÍRGULA ( ; )
DOIS PONTOS ( : )
PONTO DE INTERROGAÇÃO ( ? )
PONTO DE EXCLAMAÇÃO ( ! )
RETICÊNCIAS ( ... )
PARÊNTESES ( ( ) )
TRAVESSÃO ( - )
ASPAS ( “ “ ) O emprego da vírgulaO uso da vírgula é basicamente regulado pela sintaxe. Assim, nem toda pausa é marcada por vírgula:Seus grandes e valorosos serviços em prol da causa revolucionária de seu país foram tardiamente reconhecidos. Na leitura em voz alta desse trecho, normalmente faríamos uma pausa após a palavra país. O uso da
vírgula nesse caso, porém, é incorreto porque estaríamos separando o sujeito do verbo.
Como usar a vírgula
Em enumerações, para separar os elementos que as compõem:Machado de Assis foi contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário.
Nosso maior contista, romancista, poeta, dramaturgo e crítico literário foi Machado de Assis.
(geralmente, o último termo da enumeração vem separado pela conjunção e)
Em intercalações, quando palavras ou expressões se interpõem entre o sujeito e o verbo; entre o
verbo e seus complementos (objetos) ou entre verbo e predicativo:
Os funcionários, a pedido do diretor,alteraram o horário.
sujeito verbo
Os funcionários alteraram, a pedido do diretor,o horário.
verbo objeto
Os funcionários estavam, porém,conscientes de seus direitos.
verbo predicado
Atenção: quando se trata da intercalação de uma expressão curta, pode-se omitir a vírgula:
Os funcionários alteraram imediatamente o horário da semana.
As crianças comem brincando uma lata de sorvete!
Para separar adjunto adverbial, sempre que ele seja extenso ou quando se quer destacá-lo:
Depois de inúmeras tentativas, desistiu.
Escove os dentes,sempre, e diga adeus às cáries!
Para isolar o predicativo quando não for antecedido por verbo de ligação: Furioso, levantou-se. Para isolar aposto:A minha avó, Maria, era suíça. Para isolar o vocativo:Estamos de férias, pessoal ! Para marcar elipse do verbo: Sua palavra é a verdade; a minha, a lei. Para separar orações coordenadas, exceto as iniciadas pela conjunção e: "Sei que ele andou falando em castigo,mas ninguém se impressionou."(José J. Veiga)"Quis retroceder, agarrou-se a um armário, cambaleou resistindoainda e estendeu os braços até a coluna."(Lygia Fagundes Telles)
Atenção: muitas vezes usa-se a vírgula antes de e, principalmente quando liga orações com sujeitos
distintos:
"Agora Fabiano era vaqueiro, e ninguém o tiraria dali."
(Graciliano Ramos)
Para dar ênfase, marcando uma pausa maior:
"Disse, e fitou Don'Ana e sorriu para ela."
(Jorge Amado)
Quando forma um polissíndeto:
Levanta, e senta, e vira, e torna a se levantar.
Para isolar orações adjetivas explicativas:
Minha avó,que era francesa, não tolerava grosserias.
Para separar as orações adverbiais e substantivas quando antecedem a oração principal:
"Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado."
(Manuel Bandeira)
Como Cassiano chegou a prefeito, ninguém soube.
Atenção: quando pospostas à oração principal, as orações substantivas, com exceção da apositiva,
não vêm separadas por vírgulas:
Ninguém soube como Cassiano chegou a prefeito.
As orações adverbiais pospostas à principal geralmente se separam por vírgula, nem sempre
obrigatória:
A chuva não veio,embora todos a esperassem.
As mesmas regras que valem para as orações desenvolvidas valem para as reduzidas:
"Para erguer-se, foi necessária a ajuda do carcereiro."
(Murilo Rubião)
3.Ponto-e-vírgula
O ponto-e-vírgula é usado basicamente quando se quer dar à frase a pausa e a entoação
equivalentes ao ponto, mas não se quer encerrar o período:
"A alma exterior daquele judeu eram os seus ducados;
perdê-los equivalia a morrer."
(Machado de Assis)
O ponto-e-vírgula também é utilizado para separar itens de uma enumeração:
O plano prevê:
a) internações;
b) exames médicos;
c) consultas com médicos credenciados.
4. Dois-pontos
Usam-se os dois-pontos, geralmente:
Para introduzir uma explicação, um esclarecimento:
"Cada criatura humana traz duas almas consigo:
uma que olha de dentro para fora,
outra que olha de fora para dentro..."
(Machado de Assis)
Para introduzir uma citação ou a fala do personagem:
O avô costuma resmungar:
"Quem sai aos seus, não degenera..."
5. Interrogação e exclamação
O ponto de interrogação marca o fim de uma frase interrogativa direta:
Quem te deu licença?
O ponto de exclamação marca o fim de frases optativas, imperativas ou exclamativas:
Como era lindo o meu país!
6. Reticências
As reticências interrompem a frase, marcando uma pausa longa, com entoação descendente. São
usadas basicamente:
Para indicar uma hesitação, uma incerteza ou mesmo um prolongamento da idéia:
"Há um roer ali perto... Que é que estarão comendo?" (Dionélio Machado)
Para sugerir ironia ou malícia:
"— Se ele até deixou a mulher que tinha, Sinhô.
É um fato. Estou bem informado... — e ria para
João Magalhães, lembrando Margot."
(Jorge Amado)
7. Aspas
As aspas são usadas para assinalar citações textuais e para indicar que um termo é gíria,
estrangeirismo ou que está sendo usado em sentido figurado:
O presidente afirmou em seu discurso: "Toda corrupção será combatida!"
Minha turma é "fissurada" nessa música.
8. Travessão e parênteses
São usados para esclarecer o significado de um termo:
Granada — último refúgio dos árabes — foi conquistada em 1492.
Granada (último refúgio dos árabes) foi conquistada em 1492.
Os dois sinais têm basicamente a mesma função, a diferença entre os dois está na entonação, mais
pausada no caso do travessão, além do caráter estilístico, mais objetivo no caso dos parênteses.
Intercalar reflexões e comentários à seqüência da frase:
Mas agora — pela centésima vez o pensava — não podia admitir aquelas mesquinharias.
O travessão também é usado em diálogos para marcar mudança de interlocutor:
"— Peri sente uma coisa.
— O quê?
— Não ter contas mais bonitas do que estas para dar-te."
(José de Alencar)
Predicação VerbalÉ o estudo do comportamento do verbo na oração. É a partir da predicação verbal que analisamos se
ocorre ação ou fato, se existe qualidade ou estado ou modo de ser de sujeito.
Quanto à predicação verbal, os verbos podem ser:
Intransitivos
Transitivos
De Ligação
Os transitivos e os intransitivos são também denominados verbos significativos.
Verbos Intransitivos
São verbos intransitivos os que não necessitam de complementação, pois já possuem sentido
completo. Observe estas frases, retiradas de manchetes de jornais:
Rei Hussein, da Jordânia, morre aos 63.
24 mil casam-se ao mesmo tempo.
2ª parcela do IPVA vence a partir de hoje.
Perceba que esses verbos não necessitam de qualquer elemento para complementar seu sentido,
pois quem morre, morre, quem se casa, casa-se e aquilo que vence, vence.
Há verbos intransitivos, porém, que vêm acompanhados de um termo acessório, exprimindo alguma
circunstância - lugar, tempo, modo, causa, etc. O estudante não deve confundir esse elemento
acessório com complemento de verbo. Observe esse exemplo:
Garotinho diz que irá a Brasília para reunião.
Aparentemente, o verbo ir apresenta complementação, pois quem vai, vai a algum lugar, porém
"lugar" é uma circunstância e não complementação, como à primeira vista possa parecer.
Todos os verbos que indicam destino ou procedência são verbos intransitivos, normalmente
acompanhados de circunstância de lugar - Adjunto Adverbial de Lugar. São eles ir, vir, voltar,
chegar, cair, comparecer, dirigir-se.... Esses verbos admitem as preposições a e de; esta para
indicação de procedência, aquela para a indicação de destino.
Outros exemplos:
O avião caiu ao mar.
Cheguei a casa antes da meia-noite. Nessa frase não ocorre o acento indicativo de crase, pois a
palavra casa só admite o artigo quando estiver especificada: Cheguei à casa de Joana.
Verbos Transitivos
São verbos que necessitam de complementação. pois têm sentido incompleto. Observe as orações:
Vasco venceu Corinthians com 2 gols de Romário.
Cliente reclama de promoção da BCP.
Medida em estudo dá alívio para os Estados.
Perceba que os três verbos utilizados nos exemplos necessitam de complementação, pois quem
vence, vence alguém, quem reclama, reclama de algo e quem dá, dá algo a alguém. A
complementação, porém, dá-se de três maneiras diferentes: na primeira, o verbo não exige
preposição, mas na segunda, sim, e, na terceira, há dois complementos, um com preposição, outro
sem. Quanto a isso, os verbos são:
Transitivos diretos: exigem complemento sem preposição obrigatória. O complemento é
denominadoobjeto direto.
Presidente receberá governadores.
Falta de verbas causa problemas.
Transitivos indiretos: exigem complemento com preposição obrigatória. O complemento é
denominado objeto indireto.
Eleitor não obedece à convocação do TRE.
População ainda acredita nos políticos.
Transitivos diretos e indiretos: possuem dois complementos; o objeto direto e o objeto
indireto.
Governador perdoa a Deputado traição do passado.
Empresário doa rendimentos do mês à UNICEF.
Junto de verbo significativo pode surgir uma qualidade do sujeito ou uma qualidade do objeto. Esta
denomina-se predicativo do objeto; aquela, predicativo do sujeito. Veja estes exemplos:
O professor entrou revoltado naquela tarde.
Maria morreu feliz.
Verbos de Ligação
São verbos que servem como elementos de ligação entre o sujeito e uma qualidade ou estado ou
modo de ser, denominado Predicativo do Sujeito. Os principais verbos de ligação são ser, estar,
parecer, permanecer, ficar, continuar. Não decore quais são os verbos de ligação, e sim
memorize o significado dele:
Verbo de ligação é aquele que indica a existência de uma qualidade do sujeito, sem que ele pratique
uma ação.
Investimento direto será menor em 2003. Matéria-prima fica mais cara.
Quando o verbo indica ação, além de qualidade do sujeito, é denominado transitivo ou intransitivo,
mesmo que haja predicativo do sujeito.
Seleção volta abatida da Ásia.
Nesse exemplo o verbo não é de ligação, pois está indicando uma ação - quem volta, volta de
algum lugar, mesmo que haja o predicativo do sujeito “abatida”. É, então, um verbo intransitivo, já
que "da Ásia" é Adjunto Adverbial de Lugar. Conclui-se que pode haver predicativo do sujeito sem
que haja verbo de ligação.
Vozes VerbaisVoz verbal é a flexão do verbo que indica se o sujeito pratica ou recebe, ou pratica e recebe a ação
verbal.
01) Voz Ativa:
Quando o sujeito é agente, ou seja, pratica a ação verbal ou participa ativamente de um fato.
Ex.
As meninas exigiram a presença da diretora.
A torcida aplaudiu os jogadores.
O médico cometeu um erro terrível.
02) Voz Passiva:
Quando o sujeito é paciente, ou seja, sofre a ação verbal.
A) Voz Passiva Sintética:
A voz passiva sintética é formada por verbo transitivo direto, pronome se (partícula apassivadora) e
sujeito paciente.
Ex.
Entregam-se encomendas.
Alugam-se casas.
Compram-se roupas usadas.
B) Voz Passiva Analítica:
A voz passiva analítica é formada por sujeito paciente, verbo auxiliar ser ou estar, verbo principal
indicador de ação no particípio - ambos formam locução verbal passiva - e agente da passiva. Veja
mais detalhes aqui.
Ex.
As encomendas foram entregues pelo próprio diretor.
As casas foram alugadas pela imobiliária.
As roupas foram compradas por uma elegante senhora.
03) Voz Reflexiva:
Há dois tipos de voz reflexiva:
A) Reflexiva:
Será chamada simplesmente de reflexiva, quando o sujeito praticar a ação sobre si mesmo.
Ex.
Carla machucou-se.
Osbirvânio cortou-se com a faca.
Roberto matou-se.
B) Reflexiva recíproca:
Será chamada de reflexiva recíproca, quando houver dois elementos como sujeito: um pratica a ação
sobre o outro, que pratica a ação sobre o primeiro.
Ex.
Paula e Renato amam-se.
Os jovens agrediram-se durante a festa.
Os ônibus chocaram-se violentamente.
Passagem da ativa para a passiva e vice-versa
Para efetivar a transformação da ativa para a passiva e vice-versa, procede-se da seguinte maneira:
1 - O sujeito da voz ativa passará a ser o agente da passiva.
2 - O objeto direto da voz ativa passará a ser o sujeito da voz passiva.
3 - Na passiva, o verbo ser estará no mesmo tempo e modo do verbo transitivo direto da ativa.
4 - Na voz passiva, o verbo transitivo direto ficará no particípio.
Voz ativa:
A torcida aplaudiu os jogadores.
Sujeito = a torcida.
Verbo transitivo direto = aplaudiu.
Objeto direto = os jogadores.
Voz passiva:
Os jogadores foram aplaudidos pela torcida.
Sujeito = os jogadores.
Locução verbal passiva = foram aplaudidos.
Agente da passiva = pela torcida.
PronomesPronome é a palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui ou acompanha o nome,
indicando-o como pessoa do discurso. Quando o pronome substituir um substantivo, será
denominado pronome substantivo; quando acompanhar um substantivo, será denominado
pronome adjetivo. Por exemplo, na frase Aqueles garotos estudam bastante; eles serão aprovados
com louvor. Aqueles é um pronome adjetivo, pois acompanha o substantivo garotos e eles é um
pronome substantivo, pois substitui o mesmo substantivo.
Pronome substantivo x pronome adjetivo
Esta classificação pode ser atribuída a qualquer tipo de pronome, podendo variar em função do
contexto frasal.
pron. substantivo: substitui um substantivo, representando-o. (Ele prestou socorro)
pron. adjetivo: acompanha um substantivo, determinando-o. (Aquele rapaz é belo)
Obs.: Os pronomes pessoais são sempre substantivos
Pessoas do discurso
São três:
1ª pessoa: aquele que fala, emissor
2ª pessoa: aquele com quem se fala, receptor
3ª pessoa: aquele de que ou de quem se fala, referente
Tipos de pronomes
pessoal
possessivo
demonstrativo
relativo
indefinido
interrogativo
Pessoal
Indicam uma das três pessoas do discurso, substituindo um substantivo. Podem também
representar, quando na 3ª pessoa, uma forma nominal anteriormente expressa.
Ex.:A moça era a melhor secretária, ela mesma agendava os compromissos do chefe.
Apresentam variações de forma dependendo da função sintática que exercem na frase, dividindo-se
em retos e oblíquos.
Pronomes Pessoaisnúmero pessoa pronomes
retospronomes oblíquos
tônicos átonos
singular
1a.
2a.
3a.
eu
tu
ele, ela
mim, comigo
ti, contigo
ele, ela, si, consigo
me
te
se, o, a, lhe
plural
1a.2a.3a.
nósvóseles, elas
nós, conoscovós, convoscoeles, elas, si, consigo
nosvosse, os, as, lhes
Os pron. pessoais retos desempenham, normalmente, função de sujeito; enquanto os oblíquos,
geralmente, de complemento.
Obs.: os pron. oblíquos tônicos devem vir regidos de preposição.
Em comigo, contigo, conosco econvosco, a preposição com já é parte integrante do pronome.
Os pron. de tratamento estão enquadrados nos pron. pessoais. São empregados como referência à
pessoa com quem se fala (2ª pess.), entretanto, a concordância é feita com a 3ª pess.
Abrev. Tratamento Uso
V. A. Vossa Alteza príncipes, arquiduques,
duques
V. Em.ª Vossa Eminência cardeais
V. Ex.ª Vossa Excelência altas autoridades do
governo e das classes
armadas
V. Mag.ª Vossa Magnificência reitores das universidades
V. M. Vossa Majestade reis, imperadores
V. Rev.ma Vossa Reverendíssima sacerdotes em geral
V. S. Vossa Santidade papas
V. S.ª Vossa Senhoria funcionários públicos
graduados, oficiais até
coronel, pessoas de
cerimônia
Obs.: também são considerados pron. de tratamento as formas você, vocês (provenientes da
redução de Vossa Mercê), Senhor, Senhora e Senhorita.
Emprego
você hoje é usado no lugar das 2as pessoas (tu/vós), levando o verbo para a 3ª pessoa
as formas de tratamento serão precedidas de Vossa, quando nos dirigirmos diretamente à
pessoa e de Sua, quando fizermos referência a ela. Troca-se na abreviatura o V. pelo S.
quando precedidos de preposição, os pron. retos (exceto eu e tu) passam a funcionar como
oblíquos
os pron. acompanhados das palavras só ou todos assumem a forma reta (Estava só ele no
banco / Encontramos todos eles ali)
as formas oblíquas o, a, os, as não vêm precedidas de preposição; enquanto lhe e lhes vêm
regidos das preposições a ou para (não expressas)
eu e tu não podem vir precedidos de preposição, exceto se funcionarem como sujeito de um
verbo no infinitivo (Isto é para eu fazer ? para mim fazer)
me, te, se, nos, vos - podem ter valor reflexivo
se, nos, vos - podem ter valor reflexivo e recíproco
si e consigo - têm valor exclusivamente reflexivo
conosco e convosco devem aparecer na sua forma analítica (com nós e com vós) quando
vierem com modificadores (todos, outros, mesmos, próprios ou um numeral)
o, a, os e as viram lo(a/s), quando associados a verbos terminados em r, s ou z e
viramno(a/s), se a terminação verbal for em ditongo nasal
os pron. pess. retos podem desempenhar função de sujeito, predicativo do sujeito ou
vocativo, este último com tu e vós (Nós temos uma proposta / Eu sou eu e pronto / Ó, tu,
Senhor Jesus)
pode-se omitir o pron. sujeito, pois as DNPs verbais bastam para indicar a pessoa gramatical
plural de modéstia - uso do "nós" em lugar do "eu", para evitar tom impositivo ou pessoal
num sujeito composto é de bom tom colocar o pron. de 1ª pess. por último (José, Maria e eu
fomos ao teatro). Porém se for algo desagradável ou que implique responsabilidade, usa-se
inicialmente a 1ª pess. (Eu, José e Maria fomos os autores do erro)
não se pode contrair as preposições de e em com pronomes que sejam sujeitos (Em vez de
ele continuar, desistiu ? Vi as bolsas dele bem aqui)
os pronomes átonos podem assumir valor possessivo (Levaram-me o dinheiro)
Obs.: as regras de colocação dos pronomes pessoais do caso oblíquos átonos serão vistas em
separado
Possessivo
Fazem referência às pessoas do discurso, apresentando-as como possuidoras de algo. Concordam
em gênero e número com a coisa possuída.
Pronomes possessivos
pessoa um possuidor vários possuidores
1ª meu (s), minha (s) nosso (a/s)
2ª teu (a/s) vosso (a/s)
3ª seu (a/s) seu (a/s)
Emprego
normalmente, vem antes do nome a que se refere; podendo, também, vir depois do
substantivo que determina. Neste último caso, pode até alterar o sentido da frase
seu (a/s) pode causar ambigüidade, para desfazê-la, deve-se preferir o uso do dele (a/s) (Ele
disse que Maria estava trancada em sua casa - casa de quem?)
pode indicar aproximação numérica (ele tem lá seus 40 anos)
nas expressões do tipo "Seu João", seu não tem valor de posse por ser uma alteração fonética
de Senhor
Demonstrativo
Indicam posição de algo em relação às pessoas do discurso, situando-o no tempo e/ou no espaço.
São: este (a/s), isto, esse (a/s), isso, aquele (a/s), aquilo.
Mesmo, próprio, semelhante, tal e o (a/s) podem desempenhar papel de pron. demonstrativo.
Emprego
indicando localização no espaço - este (aqui), esse (aí) e aquele (lá)
indicando localização temporal - este (presente), esse (passado próximo) e aquele (passado
remoto ou bastante vago)
fazendo referência ao que já foi ou será dito no texto - este (ainda se vai falar) e esse (já
mencionado)
o, a, os, as são demonstrativos quando equivalem a aquele (a/s)
tal é demonstrativo se puder ser substituído por esse (a), este (a) ou aquele (a)
mesmo e próprio são demonstrativos quando significarem "idêntico" ou "em pessoa".
Concordam com o nome a que se referem
podem apresentar valor intensificador ou depreciativo, dependendo do contexto frasal (Ele
estava com aquela paciência / Aquilo é um marido de enfeite)
nisso e nisto (em + pron.) podem ser usados com valor de "então" ou "nesse
momento"(Nisso, ela entrou triunfante)
Relativo
Retoma um termo expresso anteriormente (antecedente).
São eles que, quem e onde - invariáveis; além de o qual (a/s), cujo (a/s) e quanto (a/s).
Emprego
quem será precedido de preposição se estiver relacionado a pessoas ou seres personificados
quem = relativo indefinido quando é empregado sem antecedente claro, não vindo precedido
de preposição
cujo (a/s) é empregado para dar a idéia de posse e não concorda com o antecedente e sim
com seu conseqüente
quanto (a/s) normalmente tem por antecedente os pronomes indefinidos tudo, tanto (a/s)
Indefinido
Referem-se à 3ª pessoa do discurso quando considerada de modo vago, impreciso ou genérico.
Podem fazer referência a pessoas, coisas e lugares. Alguns também podem dar idéia de conjunto ou
quantidade indeterminada.
Pronomes indefinidos
pessoas quem, alguém, ninguém, outrem
lugares onde, algures, alhures, nenhures
coisas que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s),
vários (a), nenhum (a/s), certo (a/s), outro (a/s), muito
(a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s),
cada
Emprego
algum, após o substantivo a que se refere, assume valor negativo (= nenhum) (Computador
algum resolverá o problema)
cada deve ser sempre seguido de um substantivo ou numeral (Elas receberam 3 balas cada
uma)
certo é indefinido se vier antes do nome a que estiver se referindo. Caso contrário é adjetivo
(Certas pessoas deveriam ter seus lugares certos)
bastante pode vir como adjetivo também, se estiver determinando algum substantivo
o pronome outrem equivale a "qualquer pessoa"
o pronome nada, colocado junto a verbos ou adjetivos, pode equivaler a advérbio (Ele não
está nada contente hoje)
o pronome outro (a/s) ganha valor adjetivo se equivaler a diferente" (Ela voltou outra das
férias)
existem algumas locuções pronominais indefinidas - quem quer que seja, seja quem for, cada
um etc.
Interrogativo
Usados na formulação de uma pergunta direta ou indireta. Referem-se à 3ª pessoa do discurso.
Na verdade, são os pronomes indefinidos que, quem, qual (a/s) e quanto (a/s) em frases
interrogativas. (Quantos livros você tem? / Não sei quem lhe contou)
Flexão
É a variação de forma e, conseqüentemente, de significado de uma palavra.
* Flexão de Gênero
Gênero é o termo que a gramática utiliza para enquadrar as palavras variáveis da língua em
masculinas e femininas. Temos os gêneros masculino e feminino.
As classes de palavras que apresentam flexão de gênero são: substantivo, adjetivo, artigo, pronome
e numeral.
- palavras do gênero masculino.
seres animais: moço, menino, leão, gato, cantor.
coisas: pente, lápis, disco, amor, mar.
- palavras do gênero feminino.
seres animais: moça, menina, leoa, gata, cantora.
coisas: colher, revista, fumaça, raiva, chuva.
As demais palavras que admitem esse tipo de flexão (artigo, adjetivo, pronome e numeral)
acompanham o gênero do substantivo a que se referem. Exemplos:
As crianças órfãs.
Pequenos índios.
Esses meninos.
Duas crianças.
* Flexão de Número
As palavras variáveis podem mudar sua terminação para indicar singular ou plural. Apresentam
flexão de número: o substantivo, o artigo, o adjetivo, o numeral e o verbo.
Exemplo:
Sua irmã sofreu um arranhão. (singular)
Suas irmãs sofreram uns arranhões. (plural)
OBS:
1) A flexão de gênero e de número do substantivo implica flexão correspondente do adjetivo.
alunos espertos
subst. adj.
masc. pl. masc. pl.
2) Há casos de erro de concordância em que a concordância de número pode não acontecer de
fato e um dos termos pode ficar sem flexão numérica.
Tinha mãos grande.
Achei coisas meio esquisita por aqui ...
* Flexão de Grau
São as mudanças efetuadas na terminação para indicar tamanho (nos substantivos) e intensidade
(nos adjetivos).
O menino estava nervoso.
O menininho estava nervoso.
O menino estava nervosíssimo.
O grau pode expressar estado emotivo e não somente intensidade ou tamanho:
Que doutorzinho, hein ! (ironia)
Filhinho, venha cá. (carinho)
O advérbio, embora seja uma palavra invariável, admite flexão de grau:
O fato aconteceu cedo. (advérbio não flexionado)
O fato aconteceu cedinho. (advérbio flexionado)
Pronomes Pessoais
Os pronomes pessoais são aqueles que indicam uma das três pessoas do discurso: a que fala, a com
quem se fala e a de quem se fala.
Pronomes pessoais do caso reto
Pronomes pessoais do caso reto são os que desempenham a função sintática de sujeito da oração.
São os pronomes: eu, tu, ele, ela, nós, vós eles, elas.
Pronomes pessoais do caso oblíquo
São os que desempenham a função sintática de complemento verbal (objeto direto ou indireto),
complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, adjunto adnominal ou sujeito acusativo
(sujeito de oração reduzida).
Os pronomes pessoais do caso oblíquo se subdividem em dois tipos: os átonos, que não são
antecedidos por preposição, e os tônicos, precedidos por preposição.
Pronomes oblíquos átonos:
Os pronomes oblíquos átonos são os seguintes: me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes.
Pronomes oblíquos tônicos:
Os pronomes oblíquos tônicos são os seguintes: mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo,
nós, conosco, vós, convosco, eles, elas.
Usos dos Pronomes Pessoais
01) Eu, tu / Mim, ti
Eu e tu exercem a função sintática de sujeito. Mim e ti exercem a função sintática de complemento
verbal ou nominal, agente da passiva ou adjunto adverbial e sempre são precedidos de preposição.
Ex.
Trouxeram aquela encomenda para mim.
Era para eu conversar com o diretor, mas não houve condições.
Agora, observe a oração Sei que não será fácil para mim conseguir o empréstimo. O
pronomemim NÃO é sujeito do verbo conseguir, como à primeira vista possa parecer. Analisando
mais detalhadamente, teremos o seguinte: O sujeito do verbo ser é a oração conseguir o
empréstimo, pois que não será fácil? resposta: conseguir o empréstimo, portanto há uma oração
subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, que é a oração que funciona como sujeito,
tendo o verbo no infinitivo. O verbo ser é verbo de ligação, portanto fácil é predicativo do sujeito. O
adjetivo fácil exige um complemento, pois conseguir o empréstimo não será fácil para quem?
resposta: para mim, que funciona como complemento nominal. Ademais a ordem direta da oração é
esta: Conseguir o empréstimo não será fácil para mim.
02) Se, si, consigo
Se, si, consigo são pronomes reflexivos ou recíprocos, portanto só poderão ser usados na voz
reflexiva ou na voz reflexiva recíproca.
Ex.
Quem não se cuida, acaba ficando doente.
Quem só pensa em si, acaba ficando sozinho.
Gilberto trouxe consigo os três irmãos.
03) Com nós, com vós / Conosco, convosco
Usa-se com nós ou com vós, quando, à frente, surgir qualquer palavra que indique quem "somos
nós" ou quem "sois vós".
Ex.
Ele conversou com nós todos a respeito de seus problemas.
Ele disse que sairia com nós dois.
04) Dele, do + subst. / De ele, de o + subst.
Quando os pronomes pessoais ele(s), ela(s), ou qualquer substantivo, funcionarem como sujeito,
não devem ser aglutinados com a preposição de.
Ex.
É chegada a hora de ele assumir a responsabilidade.
No momento de o orador discursar, faltou-lhe a palavra.
05) Pronomes Oblíquos Átonos
Os pronomes oblíquos átonos são me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os as, lhes. Eles podem exercer
diversas funções sintáticas nas orações. São elas:
A) Objeto Direto
Os pronomes que funcionam como objeto direto são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as.
Ex.
Quando encontrar seu material, traga-o até mim.
Respeite-me, garoto.
Levar-te-ei a São Paulo amanhã.
Notas:
01) Se o verbo for terminado em M, ÃO ou ÕE, os pronomes o, a, os, as se transformarão em no,
na, nos, nas.
Ex.
Quando encontrarem o material, tragam-no até mim.
Os sapatos, põe-nos fora, para aliviar a dor.
02) Se o verbo terminar em R, S ou Z, essas terminações serão retiradas, e os pronomes o, a, os,
as mudarão para lo, la, los, las.
Ex.
Quando encontrarem as apostilas, deverão trazê-las até mim.
As apostilas, tu perde-las toda semana. (Pronuncia-se pérde-las)
As garotas ingênuas, o conquistador sedu-las com facilidade.
03) Independentemente da predicação verbal, se o verbo terminar em mos, seguido de nos ou
devos, retira-se a terminação -s.
Ex.
Encontramo-nos ontem à noite.
Recolhemo-nos cedo todos os dias.
04) Se o verbo for transitivo indireto terminado em s, seguido de lhe, lhes, não se retira a
terminação s.
Ex.
Obedecemos-lhe cegamente.
Tu obedeces-lhe?
B) Objeto Indireto
Os pronomes que funcionam como objeto indireto são me, te, se, lhe, nos, vos, lhes.
Ex.
Traga-me as apostilas, quando as encontrar.
Obedecemos-lhe cegamente.
C) Adjunto adnominal
Os pronomes que funcionam como adjunto adnominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando
indicarem posse (algo de alguém).
Ex.
Quando Clodoaldo morreu, Soraia recebeu-lhe a herança. (a herança dele)
Roubaram-me os documentos. (os documentos de alguém - meus)
D) Complemento nominal
Os pronomes que funcionam como complemento nominal são me, te, lhe, nos, vos, lhes, quando
complementarem o sentido de adjetivos, advérbios ou substantivos abstratos. (algo a alguém, não
provindo a preposição a de um verbo).
Ex.
Tenha-me respeito. (respeito a alguém)
É-me difícil suportar tanta dor. (difícil a alguém)
E) Sujeito acusativo
Os pronomes que funcionam como sujeito acusativo são me, te, se, o, a, nos, vos, os, as, quando
estiverem em um período composto formado pelos verbos fazer, mandar, ver, deixar,
sentir ououvir, e um verbo no infinitivo ou no gerúndio.
Ex.
Deixei-a entrar atrasada.
Mandaram-me conversar com o diretor.
Pronomes Relativos
O Pronome Relativo Que
Este pronome deve ser utilizado com o intuito de substituir um substantivo (pessoa ou "coisa"),
evitando sua repetição. Na montagem do período, deve-se colocá-lo imediatamente após o
substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente.
Por exemplo, nas orações Roubaram a peça. A peça era rara no Brasil há o
substantivo peçarepetido. Pode-se usar o pronome relativo que e, assim, evitar a repetição
de peça. O pronome será colocado após o substantivo. Então teremos Roubaram a peça que... .
Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se, agora, terminar a outra
oração: ...era rara no Brasil, ficando
Roubaram a peça que era rara no Brasil.
Pode-se, também, iniciar o período pela outra oração, colocando o pronome após o substantivo.
Então, tem-se A peça que... Este que está no lugar da palavra peça da outra oração. Deve-se,
agora, terminar a outra oração: ...roubaram, ficando A peça que roubaram... . Finalmente,
conclui-se a oração que se havia iniciado: ...era rara no Brasil, ficando
A peça que roubaram era rara no Brasil.
Outros exemplos:
01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.
Substantivo repetido = garoto
Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto que ...
Restante da outra oração = ... você estava procurando.
Junção de tudo = Encontrei o garoto que você estava procurando.
Começando pela outra oração:
Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto que ...
Restante da outra oração = ... encontrei
Junção de tudo = Você estava procurando o garoto que encontrei.
02) Eu vi o rapaz. O rapaz era seu amigo.
Substantivo repetido = rapaz
Colocação do pronome após o substantivo = Eu vi o rapaz que ...
Restante da outra oração = ... era seu amigo.
Junção de tudo = Eu vi o rapaz que era seu amigo.
Começando pela outra oração:
Colocação do pronome após o substantivo = O rapaz que ...
Restante da outra oração = ... eu vi ...
Finalização da oração que se havia iniciado = ... era seu amigo
Junção de tudo = O rapaz que eu vi era seu amigo.
03) Nós assistimos ao filme. Vocês perderam o filme.
Substantivo repetido = filme
Colocação do pronome após o substantivo = Nós assistimos ao filme que ...
Restante da outra oração = ... vocês perderam.
Junção de tudo = Nós assistimos ao filme que vocês perderam.
Começando pela outra oração:
Colocação do pronome após o substantivo = Vocês perderam o filme que ...
Restante da outra oração = ... nós assistimos
Junção de tudo = Vocês perderam o filme que nós assistimos.
Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a primeira oração
éNós assistimos ao filme, porém, na junção, a prep. a desapareceu. Portanto o período está
inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo do restante da outra
oração exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então teremos: Vocês
perderam o filme a que nós assistimos.
04) O gerente precisa dos documentos. O assessor encontrou os documentos
Substantivo repetido = documentos
Colocação do pronome após o substantivo = O gerente precisa dos documentos que ...
Restante da outra oração = ... o assessor encontrou
Junção de tudo = O gerente precisa dos documentos que o assessor encontrou.
Começando pela outra oração:
Colocação do pronome após o substantivo = O assessor encontrou os documentos que ...
Restante da outra oração = ... o gerente precisa.
O verbo precisar está usado com a prep. de, portanto ela será colocada antes do pronome
relativo.
Junção de tudo = O assessor encontrou os documentos de que o gerente precisa.
Obs: O pronome que pode ser substituído por o qual, a qual, os quais e as quais sempre. O
gênero e o número são de acordo com o substantivo substituído.
Os exemplos apresentados ficarão, então, assim, com o que substituído por qual:
Encontrei o livro o qual você estava procurando. Você estava procurando o livro o qual encontrei.
Eu vi o rapaz o qual é seu amigo. O rapaz o qual vi é seu amigo.
Nós assistimos ao filme o qual vocês perderam. Vocês perderam o filme ao qual nós assistimos.
O gerente precisa dos documentos os quais o assessor encontrou. O assessor encontrou os
documentos dos quais o gerente precisa.
Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os
períodos apresentados contêm oração subordinada adjetiva.
O Pronome Relativo Cujo
Este pronome indica posse (algo de alguém).
Na montagem do período, deve-se colocá-lo entre o possuidor e o possuído (alguém cujo algo)
Por exemplo, nas orações Antipatizei com o rapaz. Você conhece a namorada do rapaz. o
substantivo repetido rapaz possui namorada. Deveremos, então usar o pronome relativo cujo, que
será colocado entre o possuidor e o possuído: Algo de alguém = Alguém cujo algo. Então, tem-
sea namorada do rapaz = o rapaz cujo a namorada. Não se pode, porém, usar artigo (o, a, os,
as) depois de cujo. Ele deverá contrair-se com o pronome, ficando: cujo + o = cujo; cujo + a =
cuja; cujo + os = cujos; cujo + as = cujas. Então a frase ficará o rapaz cuja namorada.
Somando as duas orações, tem-se:
Antipatizei com o rapaz cuja namorada você conhece.
Outros exemplos:
01) A árvore foi derrubada. Os frutos da árvore são venenosos.
Substantivo repetido = árvore - o substantivo repetido possui algo.
Algo de alguém = Alguém cujo algo: os frutos da árvore = a árvore cujos frutos. Somando as
duas orações, tem-se:
A árvore cujos frutos são venenosos foi derrubada.
Começando pela outra oração:
Colocação do pronome que após o substantivo = Os frutos da árvore que...
Restante da outra oração = ...foi derrubada ...
Finalização da oração que se havia iniciado = ...são venenosos
Junção de tudo = Os frutos da árvore que foi derrubada são venenosos.
02) O artista morreu ontem. Eu falara da obra do artista.
Substantivo repetido = artista - o substantivo repetido possui algo.
Algo de alguém = Alguém cujo algo: a obra do artista = o artista cuja obra. Somando as duas
orações, tem-se:
O artista cuja obra eu falara morreu ontem.
Observe que, nesse último exemplo, a junção de tudo ficou incompleta, pois a segunda oração
é:Eu falara da obra do artista, porém, na junção, a prep. de desapareceu. Portanto o período está
inadequado gramaticalmente. A explicação é a seguinte: Quando o verbo da oração subordinada
adjetiva exigir preposição, deve-se colocá-la antes do pronome relativo. Então, tem-se: O artista de
cuja obra eu falara morreu ontem.
03) As pessoas estão presas. Eu acreditei nas palavras das pessoas.
Substantivo repetido = pessoas - o substantivo repetido possui algo.
Algo de alguém = Alguém cujo algo: as palavras das pessoas = as pessoas cujas palavras.
Somando as duas orações, tem-se
As pessoas cujas palavras acreditei estão presas.
O verbo acreditar está usado com a prep. em, portanto ela será colocada antes do pronome
relativo. As pessoas em cujas palavras acreditei estão presas.
Começando pela outra oração:
Colocação do pronome que após o substantivo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que ...
Restante da outra oração = ... estão presas
Junção de tudo = Eu acreditei nas palavras das pessoas que estão presas.
Obs: Todos os pronomes relativos iniciam Oração Subordinada Adjetiva, portanto todos os períodos
apresentados contêm oração subordinada adjetiva.
O Pronome Relativo Quem
Este pronome substitui um substantivo que representa uma pessoa, evitando sua repetição.
Somente deve ser utilizado antecedido de preposição, inclusive quando funcionar como objeto
direto, Nesse caso, haverá a anteposição obrigatória da prep. a, e o pronome passará a exercer a
função sintática de objeto direto preposicionado. Por exemplo na oração A garota que conheci
está em minha sala, o pronome que funciona como objeto direto. Substituindo pelo
pronomequem, tem-se
A garota a quem conheci ontem está em minha sala.
Há apenas uma possibilidade de o pronome quem não ser precedido de preposição: quando
funcionar como sujeito. Isso só ocorrerá, quando possuir o mesmo valor de o que, a que, os que,
as que, aquele que, aquela que, aqueles que, aquelas que, ou seja, quando puder ser
substituído por pronome demonstrativo (o, a, os, as, aquele, aquela, aqueles, aquelas) mais o
pronome relativo que. Por exemplo: Foi ele quem me disse a verdade = Foi ele o que me
disse a verdade. Nesses casos o pronome quem será denominado de Pronome Relativo
Indefinido.
Na montagem do período, deve-se colocar o pronome relativo quem imediatamente após o
substantivo repetido, que passará a ser chamado de elemento antecedente.
Por exemplo: nas orações Este é o artista. Eu me referi ao artista ontem, há o
substantivoartista repetido. Pode-se usar o pronome relativo quem e, assim, evitar a repetição
de artista. O pronome será colocado após o substantivo. Então, tem-se Este é o artista
quem... Este quemestá no lugar da palavra artista da outra oração. Deve-se, agora, terminar a
outra oração: ...eu me referi ontem, ficando Este é o artista quem me referi ontem. Como o
verbo referir-se exige a preposição a, ela será colocada antes do pronome relativo. Então tem-se:
Este é o artista a quem me referi ontem.
Não se pode iniciar o período pela outra oração, pois o pronome relativo quem só funciona como
sujeito, quando puder ser substituído por o que, a que, os que, as que, aquele que, aqueles
que, aquela que, aquelas que.
Outros exemplos:
01) Encontrei o garoto. Você estava procurando o garoto.
Substantivo repetido = garoto
Colocação do pronome após o substantivo = Encontrei o garoto quem...
Restante da outra oração = ...você estava procurando.
Junção de tudo = Encontrei o garoto quem você estava procurando. Como procurar é verbo
transitivo direto, o pronome quem funciona como objeto direto. Então, deve-se antepor a
prep.a ao pronome relativo, funcionando como objeto direto preposicionado.
Encontrei o garoto a quem você estava procurando.
Começando pela outra oração:
Colocação do pronome após o substantivo = Você estava procurando o garoto quem ...
Restante da outra oração = ... encontrei
Junção de tudo = Você estava procurando o garoto quem encontrei. Novamente objeto direto
preposicionado:
Você estava procurando o garoto a quem encontrei.
02) Aquele é o homem. Eu lhe falei do homem.
Substantivo repetido = homem
Colocação do pronome após o substantivo = Aquele é o homem quem...
Restante da outra oração = ...lhe falei.
Junção de tudo = Aquele é o homem quem lhe falei. Como falar está usado com a prep. de,
deve-se antepô-la ao pronome relativo, ficando
Aquele é o homem de quem lhe falei.
Não se esqueça disto:
O pronome relativo quem somente deve ser utilizado antecedido de preposição;
Quando for objeto direto, será antecedido da prep. a, transformando-se em objeto direto
preposicionado;
Somente funciona como sujeito, quando puder ser substituído por o que, os que, a que, as que,
aquele que, aqueles que, aquela que, aquelas que.
O Pronome Relativo Qual
Este pronome tem o mesmo valor de que e de quem.
É sempre antecedido de artigo, que concorda com o elemento antecedente, ficando o qual, a qual,
os quais, as quais.
Se a preposição que anteceder o pronome relativo possuir duas ou mais sílabas, só poderemos usar
o pronome qual, e não que ou quem. Então só se pode dizer O juiz perante o qual testemunhei.
Os assuntos sobre os quais conversamos, e não O juiz perante quem testemunhei nem Os
assuntos sobre que conversamos.
Outro exemplo:
Meu irmão comprou o restaurante. Eu falei a você sobre o restaurante.
Substantivo repetido = restaurante
Colocação do pronome após o substantivo = Meu irmão comprou o restaurante que ...
Restante da outra oração = ... eu falei a você.
Junção de tudo = Meu irmão comprou o restaurante que eu falei a você. Observe que o
verbofalar, na oração apresentada, foi usado com a preposição sobre, que deverá ser anteposta
ao pronome relativo: Meu irmão comprou o restaurante sobre que eu falei a você. Como a
preposição sobre possui duas sílabas, não se pode usar o pronome que, e sim o qual, ficando,
então:
Meu irmão comprou o restaurante sobre o qual eu falei a você.
O Pronome Relativo Onde
Este pronome tem o mesmo valor de em que.
Sempre indica lugar, por isso funciona sintaticamente como Adjunto Adverbial de Lugar.
Se a preposição em for substituída pela prep. a ou pela prep. de,
substituiremos onde por aonde edonde, respectivamente. Por exemplo: O sítio aonde fui é
aprazível. A cidade donde vim fica longe.
Será Pronome Relativo Indefinido, quando puder ser substituído por O lugar em que. Por exemplo,
na frase: Eu nasci onde você nasceu. = Eu nasci no lugar em que você nasceu.
Outro exemplo:
Eu conheço a cidade. Sua sobrinha mora na cidade.
Substantivo repetido = cidade
Colocação do pronome após o substantivo = Eu conheço a cidade que...
Restante da outra oração = ... sua sobrinha mora.
Junção de tudo = Eu conheço a cidade que sua sobrinha mora. O verbo morar exige a prep. em,
pois quem mora, mora em algum lugar. Então:
Eu conheço a cidade em que sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade na qual sua sobrinha mora.
Eu conheço a cidade onde sua sobrinha mora.
O Pronome Relativo Quanto
Este pronome é sempre antecedido de tudo, todos ou todas, concordando com esses elementos
(quanto, quantos, quantas).
Ex:
Fale tudo quanto quiser falar.
Traga todos quantos quiser trazer.
Beba todas quantas quiser beber.
Pronomes de Tratamento
São pronomes empregados no trato com as pessoas, familiarmente ou respeitosamente. Embora
opronome de tratamento se dirija à segunda pessoa, toda a concordância deve ser feita com
aterceira pessoa. Usa-se Vossa, quando conversamos com a pessoa, e Sua, quando falamos
da pessoa.
Ex.
Vossa Senhoria deveria preocupar-se com suas responsabilidades e não com as dele.
Sua Excelência, o Prefeito, que se encontra ausente.
Eis uma pequena lista de pronomes de tratamento:
AUTORIDADES DE ESTADO
Civis
Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para
1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Presidente da República, Senadores da República, Ministro de Estado,
Governadores, Deputados Federais e Estaduais, Prefeitos, Embaixadores, Vereadores, Cônsules,
Chefes das Casas Civis e Casas Militares.
2 - Vossa Magnificência - V. M. - Reitores de Universidade
3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais
Judiciárias
Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para
1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Desembargador da Justiça, curador, promotor
2 - Meritíssimo Juiz - M. - Juiz, Juízes de Direito
3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais
Militares
Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para
1 - Vossa Excelência - V. Ex.a - Oficiais generais (até coronéis)
2 - Vossa Senhoria - V. S.a - Outras patentes militares
3 - Vossa Senhoria - V. S.a - Diretores de Autarquias Federais, Estaduais e Municipais
AUTORIDADES ECLESIÁSTICAS
Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para
1 - Vossa Santidade - V. S. - Papa
2 - Vossa Eminência Reverendíssima - V. Em.a Revm.a - Cardeais, arcebispos e bispos
3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades
eclesiásticas e sacerdotes em geral
AUTORIDADES MONÁRQUICAS
Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para
1 - Vossa Majestade - V. M. - Reis e Imperadores
2 - Vossa Alteza - V. A. - Príncipe, Arquiduques e Duques
3 - Vossa Reverendíssima - V. Revma - Abades, superiores de conventos, outras autoridades
eclesiásticas e sacerdotes em geral
OUTRAS AUTORIDADES
Pronome de tratamento – Abreviatura - Usado para
1 - Vossa Senhoria - V. S.a - Dom
2 - Doutor - Dr. - Doutor
3 – Comendador - Com. - Comendador
4 – Professor - Prof. - Professor
Pronomes Possessivos
São aqueles que indicam posse, em relação às três pessoas do discurso. São eles: meu(s),
minha(s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s).
Empregos dos pronomes possessivos:
01) O emprego dos possessivos de terceira pessoa seu, sua, seus, suas pode dar duplo sentido à
frase (ambigüidade). Para evitar isso, coloca-se à frente do substantivo dele, dela, deles, delas, ou
troca-se o possessivo por esses elementos.
Ex.
Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos.
De quem eram os documentos? Não há como saber. Então a frase está ambígua. Para tirar a
ambigüidade, coloca-se, após o substantivo, o elemento referente ao dono dos documentos: se for
Joaquim: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dele; se for Sandra:
Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com seus documentos dela. Pode-se, ainda, eliminar o
pronome possessivo: Joaquim contou-me que Sandra desaparecera com os documentos dele (ou
dela).
02) É facultativo o uso de artigo diante dos possessivos.
Ex.
Trate bem seus amigos. ou Trate bem os seus amigos.
03) Não se devem usar pronomes possessivos diante de partes do próprio corpo.
Ex.
Amanhã, irei cortar os cabelos.
Vou lavar as mãos.
Menino! Cuidado para não machucar os pés!
04) Não se devem usar pronomes possessivos diante da palavra casa, quando for a residência da
pessoa que estiver falando.
Ex.
Acabei de chegar de casa.
Estou em casa, tranqüilo.
Pronomes Demonstrativos
Pronomes demonstrativos são aqueles que situam os seres no tempo e no espaço, em relação às
pessoas do discurso. São os seguintes:
01) Este, esta, isto:
São usados para o que está próximo da pessoa que fala e para o tempo presente.
Ex.
Este chapéu que estou usando é de couro.
Este ano está sendo cheio de surpresas.
02) Esse, essa, isso:
São usados para o que está próximo da pessoa com quem se fala, para o tempo passado recente e
para o futuro.
Ex.
Esse chapéu que você está usando é de couro?
2003. Esse ano será envolto em mistérios.
Em novembro de 2001, inauguramos a loja. Até esse mês, nada sabíamos sobre comércio.
03) Aquele, aquela, aquilo:
São usados para o que está distante da pessoa que fala, e da pessoa com quem se fala e para o
tempo passado remoto.
Ex.
Aquele chapéu que ele está usando é de couro?
Em 1974, eu tinha 15 anos. Naquela época, Londrina era uma cidade pequena.
Outros usos dos demonstrativos:
01) Em uma citação oral ou escrita, usa-se este, esta, isto para o que ainda vai ser dito ou escrito,
e esse, essa, isso para o que já foi dito ou escrito.
Ex.
Esta é a verdade: existe a violência, porque a sociedade a permitiu.
Existe a violência, porque a sociedade a permitiu. A verdade é essa.
02) Usa-se este, esta, isto em referência a um termo imediatamente anterior.
Ex.
O fumo é prejudicial à saúde, e esta deve ser preservada.
Quando interpelei Roberval, este assustou-se inexplicavelmente.
03) Para estabelecer-se a distinção entre dois elementos anteriormente citados, usa-se este, esta,
isto em relação ao que foi mencionado por último e aquele, aquela, aquilo, em relação ao que foi
nomeado em primeiro lugar.
Ex.
Sabemos que a relação entre o Brasil e os Estados Unidos é de domínio destes sobre aquele.
Os filmes brasileiros não são tão respeitados quanto as novelas, mas eu prefiro aqueles a estas.
04) O, a, os, as são pronomes demonstrativos, quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele(s),
aquela(s).
Ex.
Não concordo com o que ele falou. (aquilo que ele falou)
Tudo o que aconteceu foi um equívoco. (aquilo que aconteceu)
Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de uma maneira vaga, imprecisa,
genérica.
São eles: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, outrem, mais, menos, demais, algum,
alguns, alguma, algumas, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas, todo, todos, toda,
todas, muito, muitos, muita, muitas, bastante, bastantes, pouco, poucos, pouca, poucas,
certo, certos, certa, certas, tanto, tantos, tanta, tantas, quanto, quantos, quanta,
quantas, um, uns, uma, umas, qualquer, quaisquer, (além das locuções pronominais
indefinidas): cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais...
Usos de alguns pronomes indefinidos:
01) Todo:
O pronome indefinido todo deve ser usado com artigo, se significar inteiro e o substantivo à sua
frente o exigir; caso signifique cada ou todos não terá artigo, mesmo que o substantivo exija.
Ex.
Todo dia telefono a ela. (Todos os dias)
Fiquei todo o dia em casa. (O dia inteiro)
Todo ele ficou machucado. (Ele inteiro, mas a palavra ele não admite artigo)
02) Todos, todas:
Os pronomes indefinidos todos e todas devem ser usados com artigo, se o substantivo à sua frente o
exigir.
Ex.
Todos os colegas o desprezam.
Todas as meninas foram à festa.
Todos vocês merecem respeito.
03) Algum:
O pronome indefinido algum tem sentido afirmativo, quando usado antes do substantivo; passa a ter
sentido negativo, quando estiver depois do substantivo.
Ex.
Amigo algum o ajudou. (Nenhum amigo)
Algum amigo o ajudará. (Alguém)
04) Certo:
A palavra certo será pronome indefinido, quando anteceder substantivo e será adjetivo, quando
estiver posposto a substantivo.
Ex.
Certas pessoas não se preocupam com os demais.
As pessoas certas sempre nos ajudam.
05) Qualquer:
O pronome indefinido qualquer não deve ser usado em sentido negativo. Em seu lugar, deve-se
usaralgum, posteriormente ao substantivo, ou nenhum.
Ex.
Ele entrou na festa sem qualquer problema. Essa frase está inadequada gramaticalmente. O
adequado seria:
Ele entrou na festa sem problema algum.
Ele entrou na festa sem nenhum problema.
Pronomes Interrogativos
São os pronomes que, quem, qual e quanto usados em frases interrogativas diretas ou indiretas.
Ex.
Que farei agora? - Interrogativa direta.
Quanto te devo, meu amigo? - Interrogativa direta.
Qual é o seu nome? - Interrogativa direta.
Não sei quanto devo cobrar por esse trabalho. - Interrogativa indireta.
Notas:
01) Na expressão interrogativa Que é de? subentende-se a palavra feito: Que é do sorriso? (= Que
é feito do sorriso? ), Que é dele? (= Que é feito dele?). Nunca se deve usar quédê, quedê ou cadê,
pois essas palavras oficialmente não existem, apesar de, no Brasil, o uso de cadê ser cada dia mais
constante.
02) Não se deve usar a forma o que como pronome interrogativo; usa-se apenas que, a não ser que
o pronome seja colocado depois do verbo.
Ex.
Que você fará hoje à noite? e não: O que você fará hoje à noite?
Que queres de mim? e não: O que queres de mim?
Você fará o quê?
AdjetivoPalavra variável que acompanha o substantivo, indicando qualidades e características deste.
Mantém com o substantivo que determina relação de concordância de gênero e número.
Adjetivos pátrios: indicam a nacionalidade ou a origem geográfica, normalmente são formados pelo
acréscimo de um sufixo ao substantivo de que se originam (Alagoas: alagoano). Podem ser simples
ou compostos, referindo-se a duas ou mais nacionalidades ou regiões; nestes últimos casos
assumem sua forma reduzida e erudita, com exceção do último elemento (franco-ítalo-brasileiro).
Locuções adjetivas: expressões, geralmente, formadas por preposição e substantivo que equivalem
a adjetivos (anel de prata = anel argênteo).
Flexão dos adjetivos:
Gênero
Uniforme ou biforme (inteligente x honesto [a])
Número
Os adjetivos simples formam o plural segundo os mesmos princípios dos substantivos simples, em
função de sua terminação (agradável x agradáveis).
Os substantivos utilizados como adjetivos ficam invariáveis (blusas cinza).
Os adjetivos terminados em -OSO, além do acréscimo do -S de plural, mudam o timbre do primeiro -
O, num processo de metafonia.
Grau
São três: normal, comparativo e superlativo
comparativo: mesma qualidade entre dois ou mais seres, duas ou mais qualidades de um
mesmo ser.
- igualdade - tão ... quanto (como)
- superioridade - mais ... (do) que
- inferioridade - menos ... (do) que
superlativo: exprime qualidade em grau muito elevado ou intenso.
- absoluto - quando a qualidade não se refere à de outros elementos. Pode ser
analítico (acréscimo de palavra modificadora - muito) ou sintético (-íssimo, -érrimo, -
ílimo). (muito veloz X velocíssimo)
- relativo - qualidade relacionada, favorável ou desfavoravelmente, à de outros
elementos. Pode ser de superioridade (o mais ... que) ou de inferioridade (o menos ...
que)
Observação:
- Apresentam formas sintéticas especiais os adjetivos bom, mau, grande e pequeno.
Adjetivos Comparativo de Superioridade
Superlativo absoluto
regular irregular
bom melhor boníssimo Ótimomau pior malíssimo péssimopequeno menor pequeníssimo mínimogrande maior grandíssimo máximo
Quando estes adjetivos se referem a características de um mesmo ser, admitem-se as
construçõesmais bom que, mais mau que, mais grande que e mais pequeno que. (Ele é bonito e
inteligente; alguns o consideram mais bom que inteligente.)
Flexão dos substantivos
Gênero (masculino x feminino)
biformes: uma forma para masculino e outra para feminino. (gato x gata, príncipe x princesa).
São heterônimos aqueles que fazem distinção de gênero não pela desinência mas através do radical.
(bode x cabra, homem x mulher)
uniformes: uma única forma para ambos os gêneros. Dividem-se em:
- epicenos - usados para animais de ambos os sexos (macho e fêmea)
- comum de dois gêneros - designam pessoas, fazendo a distinção dos sexos através de
palavras determinantes
- sobrecomuns - um só gênero gramatical para designar pessoas de ambos os sexos.
Observação:
- alguns substantivos, quando mudam de gênero, mudam de sentido. (o cabeça x a
cabeça)
Número (singular x plural)
Nos substantivos simples, forma-se o plural em função do final da palavra.
vogal ou ditongo (exceto -ÃO): acréscimo de -S (porta x portas, troféu x troféus)
ditongo -ÃO: -ÕES/-ÃES/-ÃOS, variando em cada palavra (anãos, balões, alemães, cristãos).
Apresentam múltiplos plurais: alão- alões, alãos, alães / alazão- alazões, alazães / aldeão- aldeões,
aldeãos, aldeães / vilão- vilões, vilãos / ancião- anciões, anciãos, anciães / verão- verões, verãos /
castelão- castelões, castelãos / rufião- rufiões, rufiães / ermitão- ermitões, ermitãos, ermitães /
sultão- sultões, sultães, sultãos.
-R, -S ou -Z: -ES (mar x mares, país x países, raiz x raízes). As não-oxítonas terminadas em -S
são invariáveis, marcando o número pelo artigo (os atlas, os lápis, os ônibus)
-N: -S ou -ES, sendo a última menos comum (hífen x hifens ou hífenes)
-X: invariável, usando o artigo para o plural (tórax x os tórax)
-AL, EL, OL, UL: troca-se -L por -IS (animal x animais, barril x barris)
IL: se oxítono, trocar -L por -S. Se não oxítonos, trocar -L por -EIS. (til x tis, míssil x mísseis)
sufixo diminutivo -ZINHO(A)/-ZITO(A): colocar a palavra primitiva no plural, retirar o -S e
acrescentar o sufixo com -S (caezitos, coroneizinhos, mulherezinhas)
metafonia: -O tônico fechado no singular muda para o timbre aberto no plural, também
variando em função da palavra. (ovo x ovos, mas bolo x bolos)
Apresentam metafonia: abrolho, contorno, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho,
esforço, estorvo, forno, foro, fosso, imposto, jogo, miolo, olho, osso, ovo, poço, porco, posto, povo,
reforço, socorro, tijolo, toco, torto, troco.
Grau
Os substantivos podem apresentar diferentes graus, porém grau não é uma flexão nominal.
São três: normal, aumentativo e diminutivo e podem ser formados através de dois processos:
analítico - associando os adjetivos (grande x pequeno) ao substantivo
sintético - anexando-se ao substantivo sufixos indicadores de grau (meninão x menininho)
Observações:
- o grau nos substantivos também pode denotar sentido afetivo e carinhoso ou
pejorativo, irônico. (Ele é um velhinho legal / Que mulherzinha implicante)
- certos substantivos, apesar da forma, não expressam a noção aumentativa ou
diminutiva. (cartão, cartilha)
FCC e os complementos verbaisCom muita freqüência, os concursos da Fundação Carlos Chagas (FCC) têm questionado sobre complementos verbais. É preciso dar muita atenção ao estudo dos verbos para se dar bem nesse tipo de pergunta.
O verbo possui dois tipos essenciais de complementos, ambos associados à sua transitividade, ou seja, se requer ou não preposição.
Então, a sua primeira missão será identificar o verbo. Identificado, agora é perceber a sua transitividade. E “perceber a sua transitividade” não quer dizer apenas olhar as próximas palavras escritas na frente do verbo: é ver onde, na frase, está o complemento do verbo, que pode ter sido deslocado. Vamos ver um exemplo:
“Muitas famílias em países pobres ou em desenvolvimento dependem da ajuda de parentes no exterior”
O verbo desta frase é “dependem”.
Quando se diz dependem, pensamos em “dependem de quê?”. A presença dessa preposição “de” na perguntinha nos indica que o verbo é transitivo indireto. Ou seja, exige que o complemento venha com preposição, no caso, um objeto indireto – “da ajuda de parentes”.
Mas a pergunta é sobre os complementos. Qual frase, dentre as alternativas, possui o mesmo tipo de complemento da frase usada no enunciado? Ou melhor, qual das frases abaixo possui objeto indireto como complemento?
Logicamente, para responder de forma correta, é preciso conhecer todas as transitividades e todos os tipos de complemento. Mas podemos fazer aqui um rápido resumo:
O verbo pode ser:
De ligação – o verbo que não indica uma ação, mas um estado, uma situação. Neste caso, quem requer complemento é o sujeito, não o verbo. Por exemplo: “Maria parece cansada” / “O rio Amazonas é o maior rio do mundo”.
Intransitivo – não precisa de complemento. Por exemplo: “Ele saiu”.
Transitivo Direto – requer complemento, mas sem preposição (o quê/quem?). Por exemplo: “Ele comeu (o quê?) um pedaço de bolo”. “O lobo mal comeu (quem?) a vovozinha”.
Transitivo Indireto – requer complemento, com preposição (de quê ou para quê?).
“Eles precisam (de quê?) de ajuda psicológica”.
Transitivo Direto e Indireto – requer os dois tipos de complemento (o quê, para/de quê/quem?). Por exemplo: “Eles ofereceram (o quê?) um presente (para quem?) para Joana”.
O complemento pode ser:
- Nominal – complementa um nome (substantivo ou advérbio). Por exemplo: “A vitória do Brasil era certa” / “O jogador correu lateralmente pelo campo”.
- Verbal – complementa os verbos transitivos.
Verbo transitivo direto é complementado por um objeto direto; Verbo transitivo indireto é complementado por um objeto indireto; Verbo transitivo direto e indireto é complementado por um objeto direto e um objeto indireto.
Esse é o básico, mas um começo para quem quer começar a estudar. Todo o segredo está em analisar bem a frase do enunciado, reconhecendo qual o caso de transitividade do verbo. A resposta será aquela que possui o verbo com a mesma transitividade e com o mesmo tipo de complemento, não importando a posição em este aparecer.
Cristiano Alexandria de Oliveira
O uso de “senão” e “se não”
As duas expressões são muito parecidas e alguns concursandos se confundem. Afinal quando é que se usa uma e não a outra? Ou possuem o mesmo sentido? Vamos perceber as diferenças.
A primeira delas é básica, mas não percebida como se deve. “Senão” é uma palavra só, e “se não” são duas. Se “senão” possui uma única função gramatical, “se não” é a junção de dois termos com funções diferentes.
Vamos lá: “senão” é uma conjunção adversativa, serve para ligar duas frases em que uma se opõe à outra. Quer dizer “do contrário”, “de outro modo”, “mas”. Também pode ser, mais raramente usado, “mais do que” e “a não ser”. Aliás, pode ser substituído por estas expressões a qualquer tempo.
“Se não” é feito de “se”, uma conjunção também, mas condicional, que implica uma relação de hipótese entre as frases; e de “não”, o mais famoso advérbio de negação do mundo. Logo, “se não” é uma relação em que se considera a hipótese negativa de uma afirmação anterior.
Há um caso (e este é, infelizmente, muito comum) em que se pode usar tanto “senão” quanto “se não”. Acredito que, pela ambiguidade que pode surgir na resposta, não é muito bem visto em concursos. É quando usamos “senão” no sentido de “do contrário” e estamos levantando uma hipótese ao mesmo tempo:
Se o vírus da gripe suína se unir ao vírus da gripe comum, pode tornar-se mais agressivo ao ser humano; senão (ou se não), pode até mesmo se extinguir.
Neste caso, tanto uma acepção quanto a outra cabem. A questão é de gosto do escritor. Se usar “senão”, enfatiza a segunda frase, por opor a segunda afirmação contra a primeira, quase que as tornando independentes; se usar “se não”, enfatiza a dualidade da hipótese (“se sim” versus “se não”), o fato que gera o dois possíveis resultados.
Resumindo, neste caso o uso de “senão” enfatiza a extinção do vírus; e “se não” enfatiza a possível união entre os dois tipos de vírus de gripe.
Ademais, os outros casos se resolvem buscando perceber a função dos termos “senão” ou “se não” no significado da frase. Se oposição, use “senão”; se hipótese, use “se não”.
Interpretação de texto em exercícios de exatasSim, é possível e necessário.
Aplicar algumas técnicas de interpretação de texto em exercícios de exatas pode ser a chave para uma questão bem resolvida. Obviamente que um exercício em exatas não é como um exercício de humanas, em que o próprio enunciado contém o sumo da resposta exprimido nas alternativas. O texto nos dá indícios, tais indícios nos levam a fórmulas, e estas fórmulas, a uma resolução.
Vamos a um exemplo extraído do site da FUVEST (www.fuvest.br). É a questão 2, prova de segunda fase de Física em 2001:
Um ciclista, em estrada plana, mantém velocidade constante Vo = 5,0 m/s (18km/h). Ciclista e bicicleta têm massa total M = 90kg. Em determinado momento, t = to, o ciclista pára de pedalar e a velocidade V da bicicleta passa a diminuir com o tempo, conforme o gráfico ao lado.
Assim, determine:
a) A aceleração A, em m/s², da bicicleta, logo após o ciclista deixar de pedalar.
b) A força de resistência horizontal total FR, em newtons, sobre o ciclista e sua bicicleta, devida principalmente ao atrito dos pneus e à resistência do ar, quando a velocidade é Vo.
c) A energia E, em kJ, que o ciclista "queimaria", pedalando durante meia hora, à velocidade Vo. Suponha que a eficiência do organismo do ciclista (definida como a razão entre o trabalho realizado para pedalar e a energia metabolizada por seu organismo) seja de 22,5%.
Analisemos a estética da questão. Possui enunciado, que é sempre afirmativo e possui as informações gerais necessárias para a solução das questões abaixo. Um gráfico à direita, cuja linha começa no canto esquerdo superior e desde para o canto direito inferior. E a figura elucidativa de um ciclista.
Busque por itens em negrito. Vemos A, FR e E. Uma batida de olho e podemos ver que surgem as palavras velocidade, aceleração, força, unidades de medida como m/s². É o que nos basta para saber que se trata, dentro da Física, da Mecânica. Eliminamos Termodinâmica, Eletromagnetismo e outros. Não é muito, mas é um começo.
Analisemos o enunciado. Trecho por trecho, identificando quem é o sujeito de quem, quem é o predicado de quem e por aí vai.
Um ciclista <numericamente, “um único” ciclista apenas; e um ciclista “qualquer”>,
em estrada plana <este trecho tem função de advérbio. É onde ele está. A estrada é plana e o que é
plano, é também reto>
mantém velocidade constante Vo= 5,0 m/s (18 Km/h) <primeira informação voltada para a área. O
ciclista está a uma velocidade constante, ou seja, a uma velocidade que permanece, que não se
altera, que não muda. Observe o parênteses à frente. Parênteses não pode ser usado para
acrescentar, apenas para explicar ou mudar de forma um termo anterior. Logo, o número e a
unidade de medida dentro dos parênteses é a mesma informação anterior, mas escrita de outra
forma. Uma piadinha: não sabemos se o ciclista está de bicicleta, de carro ou correndo, por
enquanto>
Ciclista e bicicleta <ah, agora sim. Ele está de bicicleta. “Ciclista e bicicleta” formam um sujeito
composto>
Têm massa total M= 90 kg <sujeito composto bem identificado pelo verbo “têm”, com acento. É o
mesmo que “eles têm”. Eles têm o quê? “Massa total M= 90 kg”. Observe que o termo “total” é até
uma redundância, já que o sujeito “ciclista e bicicleta” e o verbo “têm” já caracteriza que estamos
falando dos dois ao mesmo tempo, formando um todo. Obviamente a massa só poderia ser total.
Concluímos que os dois juntos tem massa de 90 kg. Não sabemos a massa de cada um
individualmente. Sempre lembrando, massa é invariável, peso depende da gravidade e da altura.>
Em determinado momento, t= to <trecho adverbial que estabelece uma quebra no paradigma
anterior. Entendemos que “o ciclista vinha desta forma, até que...”. Esta forma de escrever “em
determinado momento”, é próprio da área de exatas. O momento poderia ser qualquer um, mas é
determinado, medido, indicado. O termo entre vírgulas à frente pode ser entendido como um aposto,
“nomeando” o momento que foi determinado. Ele se chama “t” e é igualado a “to”. Este zerinho
subscrito significa “t” inicial, o primeiro “t”, o marco do “t”.>
O ciclista pára de pedalar <se o ciclista parou, então ele estava pedalando. O ciclista poderia estar
com a bicicleta nas costas correndo a 18 km/h. Claro que poderia. Isto pode ser importante. Toda
informação pode ser importante. Se ele estava pedalando, é porque estava girando o pedal que
movimenta a corrente; que movimenta a roda traseira; que empurra ciclista e bicicleta para frente.
O importante aqui é: se alguém vem pedalando em uma bicicleta, numa estrada plana, reta, e, de
repente, para (“pára”, naquele época, tinha acento. Saudades!), o que vai acontecer com os dois?
Eles vão parar. Vão parar vagarosamente. Isto nós presenciamos no dia-a-dia, pela nossa
experiência. É uma postura das provas da Fuvest, de contextualizar teoria com assuntos do
cotidiano>
E a velocidade V da bicicleta passa a diminuir com o tempo <observe que deduzimos esta frase
somente pela anterior. Mas, numa prova de vestibular, não se pode deixar margens para dúvidas (a
estrada poderia estar no espaço, onde a velocidade não diminuiria, por causa do vácuo). A
velocidade da bicicleta (e do ciclista, lógico) passa a diminuir com o tempo. Este “com o tempo”
tanto nos dá a idéia em física de passagem de tempo, 1 segundo, 2 segundos, tanto quanto nos dá a
idéia de demora, de algo que não ocorreu de vez, de algo que ocorreu aos poucos, paulatina e
uniformemente. O dado mais importante aqui é “velocidade V”. A velocidade da bicicleta não era Vo?
É o mesmo que aconteceu com o “t”. O “t” que iniciava tinha um zerinho. O “V” que iniciou também
tinha um zerinho. Logo, a velocidade V é a nova velocidade que o ciclista adquiriu quando deixou de
pedalar a bicicleta. Mas ela não é um número fixo, pois, “com o passar do tempo”, reduz mais e
mais. Sei que você já começou a captar a idéia do gráfico>
Conforme o gráfico ao lado <viu? O gráfico elucida os números envolvidos na questão>
Daí em diante, tudo se torna mais aberto e possível, porque sabemos o que pode ser perguntado. Afinal, temos algumas informações claras, alguns dados e o porquê destes dados.
Tudo isto para mostrar que não precisamos nos desesperar com questões de exatas (claro, aqueles que não têm facilidade). É um texto como qualquer outro, geralmente bem simples de se entender, às vezes até redundante quando o encaramos além dos símbolos. É possível contextualizar Gramática, colocá-la em prática nas outras matérias. Basta querer.
Até a próxima.
Cristiano Alexandria de Oliveira
Por que português é difícil?Faça, a você mesmo, esta pergunta. Procure uma resposta.
Afinal de contas, não é a língua que nós falamos desde crianças?
Perdão, se houver algum “abrasileirado” lendo este texto.
Mas é a nossa língua materna, a língua oficial de nossa nação, a língua em que é aplicada o próprio concurso público, meu Deus! Por que nós erramos questões de uma matéria que estudamos, na prática, desde os 6 meses de idade?
Bom, vou tentar explicar.
Justamente pelo fato de ela ser a nossa língua materna, a língua oficial de nossa nação, a língua em que é aplicada o próprio concurso público. Quer ver? Faça um teste. Coloque o seu dedo paralelo ao seu rosto a uma distância de 10cm ou menos. Aparecem dois dedos, não é? Agora tente focalizá-lo, vesgando os olhos. É difícil perceber os detalhes mais finos, como, por exemplo, as digitais. Mas não se
assuste. O olho humano adulto possui um ponto focalizador a partir dos 25cm de distância. Em crianças, uns 15cm. É normal que, se o olho não for treinado para isso, ele não consiga focalizar aquilo que está literalmente debaixo do seu nariz.
É mais ou menos assim com a língua portuguesa. Ela nasceu conosco, convive conosco, faz parte do nosso dia-a-dia. Está debaixo do nosso nariz. Por isso, não conseguimos perceber os detalhes dela, as minúcias, as pegadinhas. Que é o que cai nos concursos públicos.
Quantas vezes, dentro do carro ou do ônibus, indo ou voltando do trabalho, você já se pegou analisando a frase de um outdoor, as propagandas no vidro traseiro dos ônibus, nos panfletos entregues nas ruas? Você entende o que está escrito porque está em português, assim como você sabia que era o seu dedo na frente do seu olho. Mas não consegue perceber a falta de uma vírgula, de um acento, de uma crase, de uma concordância. Entender um texto é diferente de compreendê-lo.
(Pausa: já pensou para quê existem sinônimos? Não era mais fácil existir uma palavra para cada coisa e pronto? Pense nisso.)
O português representa para nós os “dois dedos”: há um português que corre por aí, falado, vivo, mutável; e um outro português escrito, pétreo, normativo. Não há meios de se juntar um com o outro. Os “dois dedos” não conseguiram se sobrepor, lembra? Pois é, por mais que se tente, não se escreve do jeito que se fala. E mais, como o que se cobra nos concursos públicos é a língua oficial, a língua que se deve escrever e tentar falar, geralmente a resposta não é aquela que está debaixo do nosso nariz, a menos que tenhamos olhos treinados.
O que eu gostaria, com este texto, é alertar você. Cuide bem deste lindo patrimônio que é a nossa língua portuguesa. Procure conhecê-la não pelo fato de ser requerido em uma prova, mas porque ela é sua identidade coletiva. Se for escrever, que seja um e-mail, uma mensagem no MSN, um post num blog, policie-se, veja se escreveu direito, releia o que escreveu. Olhe para a sua língua com certo distanciamento. Corrija-se, como se fosse o seu próprio professor. Com calma.
É uma excelente de maneira de se adquirir velocidade em redação e interpretação de texto.
Até a próxima.
Cristiano A. de Oliveira
Reforma Ortográfica da Língua Portuguesa
Entrou em vigor dia 01/01/2009 as novas regras ortográficas da língua portuguesa com o intúito de
unificar o idioma nos 8 países em que o utilizam como língua principal. O período de adaptação será de
4 anos, portanto serão consideradas corretas as duas grafias até 31/12/2012, mas o ideal é já ir se
acostumando porque provavelmente muitas questões de concursos já serão baseadas nas novas
regras.
Confira aqui quais são as novas regras e quais alterações ocorreram:
ALFABETO
Nova Regra: O Alfabeto agora passa a ser oficialmente formado por 26 letras.
Como era com a regra antiga
Como ficou com a regra atual
O 'k', 'w' e 'y' não eram consideradas letras do nosso alfabeto
Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados. Exemplos: km, watt, Byron, byroniano.
TREMA
Nova Regra: Não existe mais o trema em língua portuguesa. Apenas em casos de nomes próprios e seus derivados, por exemplo: Müller, mülleriano.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Agüentar, conseqüência, cinqüenta, qüinqüênio, freqüência, freqüente, eloqüência, eloqüente, argüição, delinqüir, pingüim, tranqüilo, lingüiça...
Aguentar, consequência, cinquenta, quinquênio, frequência, frequente, eloquência, eloquente, arguição, delinquir, pinguim, tranquilo, linguiça...
ACENTUAÇÃO
Nova Regra: Ditongos abertos (ei, oi) não são mais acentuados em palavras paroxítonas.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Assembléia, platéia, idéia, colméia, boléia, panacéia, Coréia, hebréia, bóia, paranóia, jibóia, heróico, apóio, paranóico...
Assembleia, plateia, ideia, colmeia, boleia, panaceia, Coreia, hebreia, boia, paranoia, jiboia, heroico, apoio, paranoico...
Observações:• Nos ditongos abertos de palavras oxítonas e monossólabas o acento continua: herói, constrói, dói,
anéis, papéis.
• O acento no ditongo aberto 'eu' continua: chapéu, véu, céu, ilhéu.
Nova Regra: O hiato 'oo' não é mais acentuado.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Enjôo, vôo, corôo, perdôo, côo, môo, abencôo, povôo...
Enjoo, voo, coroo, perdoo, coo, moo, abencoo, povoo...
Nova Regra: O hiato 'ee' não é mais acentuado.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Crêem, dêem, lêem, vêem, descrêem, relêem, revêem...
Creem, deem, leem, veem, descreem, releem, reveem...
Nova Regra: Não existe mais o acento diferencial em palavras homográficas.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Pára (verbo), péla (substantivo e verbo), Para (verbo), pela (substantivo e verbo),
pêlo (substantivo), pêra (substantivo), péra (substantivo), pólo (substantivo)...
pelo (substantivo), pera (substantivo), pera (substantivo), polo (substantivo)...
Observação: O acento diferencial ainda permanece no verbo 'poder' (3ª pessoa do Pretérito
Perfeito do indicativo - 'pôde') e no verbo 'pôr' para diferenciar da preposição 'por'.
Nova Regra: Não se acentua mais a letra 'u' nas formas verbais rizotônicas, quando precedidos de 'g' ou 'q' e antes de 'e' ou 'i' (gue, qui, gui, qui).
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, enxagúemos, oblíque...
Argui, apazigue, averigue, enxague, enxaguemos, oblique...
Nova Regra: Não se acentua mais 'i' e 'u' tônicos em paroxítonas quando precedidos de ditongo.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Baiúca, boiúna, cheiínnho, saiínha, feiúra, feiúme...
Baiuca, boiuna, cheiinnho, saiinha, feiura, feiume...
HÍFEN
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por 'r' ou 's' sendo que essas devem ser dobradas.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Ante-sala, ante-sacristia, auto-retrato, anti-social, anti-rugas, arqui-romântico, arqui-rivalidade, auto-regulamentação,
Antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação,
auto-sugestão, contra-senha, extra-regimento, extra-sístole, extra-seco, infra-som, ultra-sonografia, semi-real, semi-sintético, supra-renal, supra-sensível...
autossugestão, contrassenha, extrarregimento, extrassístole, extrasseco, infrassom, ultrassonografia, semirreal, semissintético, suprarrenal, suprassensível...
Observação: Em prefixos terminados por 'r', permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada
pela mesma letra: hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-
relação, super-racional, super-realista, super-resistente...
Nova Regra: O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixos (ou falsos prefixos) terminados em vogal + palavras iniciadas por outra vogal.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Auto-afirmação, auto-ajuda, auto-aprendizagem, auto-escola, auto-estrada, auto-instrução, contra-exemplo, contra-indicação, contra-ordem, extra-escolar, extra-oficial, infra-estrutura, intra-ocular, intra-uterino, neo-expressionista, neo-imperialista, semi-aberto, semi-árido, semi-automático, semi-embriagado, semi-obscuridade, supra-ocular, ultra-elevado...
Autoafirmação, autoajuda, autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, contraexemplo, contraindicação, contraordem, extraescolar, extraoficial, infraestrutura, intraocular, intrauterino, neoexpressionista, neoimperialista, semiaberto, semiárido, semiautomático, semiembriagado, semiobscuridade, supraocular, ultraelevado...
Observações:• Esta nova regra vai uniformizar algumas exceções já existentes antes: antiaéreo, antiamericano,
socioeconômico...
• Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por 'h' anti-herói, anti-higiênico, extra-
humano, semi-herbáceo...
Nova Regra: Agora se utiliza hífen quando a palavra é formada por um prefixo (ou falso prefixo) terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista, arquiinimigo, arquiirmandade, microondas, microônibus, microorgânico...
Anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, arqui-irmandade, micro-ondas, micro-ônibus, micro-orgânico...
Observações:• Esta regra foi alterada por conta da regra anterior: prefixo que termina com vogal + palavra que inicia
com vogal diferente = não têm hífen, prefixo que termina com vogal + palavra que inicia com mesma
vogal = com hífen.
• Uma exceção é o prefixo 'co'. Mesmo se a outra palavra inicia-se com a vogal 'o', não utiliza-se hífen.
Nova Regra: Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição.
Como era com a regra antiga Como ficou com a regra atual
Manda-chuva, pára-quedas, pára-quedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, pára-vento...
Mandachuva, páraquedas, páraquedista, páralama, párabrisa, párachoque, páravento...
Observações Gerais:O uso do hífen permanece:• Em palavras formadas por prefixos 'ex', 'vice' e 'soto'. Exemplos: ex-marido, vice-presidente, soto-
mestre...
• Em palavras formadas por prefixos 'circum' e 'pan' + palavras iniciadas em vogal, M ou N. Exemplos:
pan-americano, circum-navegação...
• Em palavras formadas com prefixos 'pre', 'pró' e 'pós' + palavras que tem significado próprio.
Exemplos: pré-natal, pró-desarmamento, pós-graduação...
• Em palavras formadas pelas palavras 'além', 'aquém', 'recém' e 'sem'. Exemplos: além-mar, além-
fronteiras, aquém-oceano, recém-nascidos, recém-casados, sem-número, sem-teto...
Não existe mais hífen:• Em locuções de qualquer tipo (substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas
ou conjuncionais). Exemplos: Cão de guarda, fim de semana, café com leite, pão de mel, sala de jantar,
cartão de visita, cor de vinho, à vontade, abaixo de, acerca de... Exceções: água-de-colônia, arco-da-
velha, car-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao-Deus-dará, à queima-roupa...
Dicas para fazer uma boa redação
A idéia que geralmente se tem de uma boa redação é aquela em que o escritor consegue deixar o leitor
impactado e que acrescente algo. Digamos que esta é uma verdade, mas para se fazer um bom texto é
necessário usar as técnicas corretas.
Além de ter uma boa caligrafia (ou pelo menos legível), saber acentuação, pontuação, ortografia e saber
argumentar o tema proposto, é preciso ser conhecedor das normas gramaticais e normas da ABNT
(Associação Brasileira de Normas Técnicas).
Algo comum no mundo dos concurseiros é o grande temor que há pela redação nas provas. Não muito
raro, o candidato se sente preparado para a prova objetiva, enquanto para a subjetiva não. A única
maneira eficaz de aprender a fazer uma boa redação é treinando fazer redação. Lembre-se: a prática
leva a perfeição.
Um texto é composto de três partes essenciais: introdução, desenvolvimento e conclusão. O correto é
haver um elo ligando essas partes, como se formassem a costura do texto. Na introdução é onde o
tema abordado é apresentado, não deve ser muito extensa, aconselha-se que tenha apenas um
parágrafo de quatro a seis linhas. O desenvolvimento é o “corpo” do texto, a parte mais importante dele.
É onde quem escreve expõe seu ponto de vista e argumenta de uma forma lógica para que o leitor
acompanhe seu raciocínio. Nesta parte do texto faz-se uso de no minímo dois parágrafos. A conclusão
é o fechamento. Onde o ponto de vista e possíveis soluções são defendidas. Mas, é válido lembrar que
introdução, desenvolvimento e conclusão são ligados e dependentes entre si para que a coesão e
corência textual sejam mantidas e o texto faça sentido.
Abaixo segue algumas dicas para redigir um bom texto:
Leia muito, a leitura enriquece o vocabulário, você olha visualmente as palavras e envia para a sua
memória a forma correta de escrita das palavras;
Escreva muito. Escreva em diários, faça poemas, copie receitas, utilize o recurso da escrita até mesmo
para tornar a letra mais legível e bonita;
Treine fazer redação com temas que poderão ser relacionados com prova de concurso que irá fazer. Ou
faça com temas da atualidades, notícias constantes nos meios de comunicação;
Seja crítico de si mesmo, revise os textos de treino, retire os excessos, deixe seu texto “enxuto”.
Cronometre o tempo que é gasto nas suas redações de treino e tente sempre diminuir o tempo gasto na
próxima;
Não faça parágrafos prolongados;
Não ultrapasse as margens nem o limite de linhas estabelecidas na prova;
Seja objetivo; O que você gastaria três parágrafos para escrever tente colocar apenas em um;
Mantenha o mesmo padrão de letra do início ao fim do texto. Não inicie com letras legível e
arredondada, por exemplo, e termine com ela ilegível e “apressada”, isso dará uma péssima impressão
para o examinador da banca quando for ler;
Não faça marcas, rabiscos, não suje e nem amasse sua redação;
Tenha o máximo de asseio possível;
Faça as redações de provas anteriores do concurso que você prestará;
Fique focado no enunciado do que a banca está pedindo, não redija um texto lindo, mas que está
totalmente fora do tema. Nunca fuja do tema proposto;
Na introdução faça uma pequena abordagem, apresentação inicial, no desenvolvimento exponha suas
idéias de forma clara, argumente e, por fim, na conclusão, feche o texto retomando o foco do texto e se
posicionando em relação ao assunto. Nunca inverta as ordens entre introdução, desenvolvimento e
conclusão;
Use sinônimos, evite repetir as mesmas palavras;
Tenha seus argumentos fundamentados. Seja coeso e coerente;
Tenha domínio sobre pontuação e acentuação;
Saiba colocar suas idéias no papel de forma que outros possam ler e entender realmente o que você
quis dizer;
Como interpretar textos
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a
interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relacionadas a textos. TEXTO – é um conjunto de idéias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua idéia principal. A partir daí, localizam-se as idéias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. RESUMIR – é concentrar as idéias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras.
EXEMPLO
TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES
"O HOMEM UNIDO ”
A INTEGRAÇÃO DO MUNDO A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE A UNIÃO DO HOMEMHOMEM + HOMEM = MUNDOA MACACADA SE UNIU (SÁTIRA)
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR Fazem-se necessários: a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonimia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. c) Capacidade de observação e de síntese e d) Capacidade de raciocínio.
INTERPRETAR x COMPREENDER
INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA
- EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR.- TIPOS DE ENUNCIADOS • Através do texto, INFERE-SE que...• É possível DEDUZIR que...• O autor permite CONCLUIR que...• Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que...
- INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO.- TIPOS DE ENUNCIADOS:• O texto DIZ que...• É SUGERIDO pelo autor que...• De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação...• O narrador AFIRMA...
ERROS DE INTERPRETAÇÃO É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais freqüentes
são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado idéias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de idéias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. c) Contradição Não raro, o texto apresenta idéias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, conseqüentemente, errando a questão.
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sedo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber:
QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA FRASE.
QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR. QUEM (PESSOA) CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO.
COMO (MODO)
ONDE (LUGAR) QUANDO (TEMPO) QUANTO (MONTANTE) EXEMPLO: Falou tudo QUANTO queria (correto)Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ). • VÍCIOS DE LINGUAGEM – há os vícios de linguagem clássicos (BARBARISMO, SOLECISMO,CACOFONIA...); no dia-a-dia, porém , existem expressões que são mal empregadas, e, por força desse hábito cometem-se erros graves como: - “ Ele correu risco de vida “, quando a verdade o risco era de morte.- “ Senhor professor, eu lhe vi ontem “. Neste caso, o pronome correto oblíquo átono correto é O . - “ No bar: “ME VÊ um café”. Além do erro de posição do pronome, há o mau uso
Dicionário de Interpretação de textos
A - Atenção ao ler o texto é fundamental. B - Busque a resposta no texto. Não tente adivinhá-la. “Chute” só em último caso. C - Coesão: uma frase com erro de coesão pode tornar um contexto indecifrável. Contexto: é o conjunto de idéias que formam um texto ® o conteúdo. D - Deduzir: deduz- se somente através do que o texto informa. E - Erros de Interpretação:• Extrapolação ( viagem ): é proibido viajar. Não se pode permitir que o pensamento voe.• Redução: síntese serve apenas para facilitar o entendimento do contexto e para fixar a idéia principal. Na hora de responder lê-se o texto novamente.• Contradição: é proibido contradizer o autor. Só se contradiz se solicitado. F – Figuras de linguagem: conhecê-las bem ajudam a compreender o texto e, até, as questões. G – Gramática: é a “alma” do texto. Sem ela, não haverá texto interpretável. Portanto,
estude-a bastante. H - História da Literatura: reconhecer as escolas e os gêneros literários é fundamental. Revise seus apontamentos de literatura. I – Interpretação: o ato de interpretar tem primeiro e principal objetivo a identificação da idéia principal. • Intertexto: são as citações que complementam, ou reforçam, o enfoque do autor . J – Jamais responda “de cabeça”. Volte sempre ao texto. L – Localizar-se no contexto permite que o candidato DESCUBRA a resposta. M – Mensagem: às vezes, a mensagem não é explícita, mas o contexto informa qual a intenção do autor.
N – Nexos: são importantíssimos na coesão. Estude os pronomes relativos e as conjunções. O – Observação: se você não é bom observador, comece a praticar HOJE, pois essa capacidade está intimamente ligada à atenção. OBSERVAÇÃO = ATENÇÃO = BOA INTERPRETAÇÃO. P – Parafrasear: é dizer o mesmo que está no texto com outras palavras. É o mais conhecido “pega – ratão“ das provas. Q – Questões de alternativas ( de “a” a “e” ): devem ser todas lidas. Nunca se convença de que a resposta é a letra “a” . Duvide e leia até a letra “e”, pois a resposta correta pode estar aqui. R – Roteiro de Interpretação Na hora de interpretar um texto, alguns cuidados são necessários: a) ler atentamente todo o texto, procurando focalizar sua idéia central;b) interpretar as palavras desconhecidas através do contexto;c) reconhecer os argumentos que dão sustentação a idéia central;d) identificar as objeções à idéia central;e) sublinhar os exemplos que foram empregados como ilustração da idéia central; f) antes de responder as questões, ler mais de uma vez todo o texto, fazendo o mesmo com as questões e as alternativas;
g) a cada questão, voltar ao texto, não responder “de cabeça”;h) se preferir, faça anotações à margem ou esquematize o texto;i) se o enunciado pedir a idéia principal, ou tema, estará situada na introdução, na conclusão, ou no título;j) se o enunciado pedir a argumentação, esta estará localizada, normalmente, no corpo do texto. S – Semântica: é a parte da gramática que estuda o significado das palavras. É bom estudar: homônimos e parônimos, denotação e conotação, polissemia, sinônimos e antônimos. Não esqueça que a mudança de um “i “ para “e” pode mudar o significado da palavra e do contexto. IMINENTE - EMINENTE T – Texto: basicamente, é um conjunto de IDÉIAS (Assunto) ORGANIZADAS (Estrutura). (INTRODUÇÃO-ARGUMENTAÇÃO-CONCLUSÃO) U – Uma vez, contaram a você que existem a ótica do escritor e a ótica do leitor. É MENTIRA! Você deve responder às questões de acordo com o escritor. V – Vícios: esses “errinhos” do cotidiano atrapalham muito na interpretação. Não deixe que eles interfiram no seu conhecimento. X – Xerocar os conteúdos, isto é, decorá-los não é o suficiente: é necessário raciocinar. Z – Zebra não existe: o que existe é a falta de informação. Portanto, informe-se!
Onde ou Aonde?
Onde = lugar em que/ em que (lugar). Indica permanência, o lugar em que se está ou em que se passa algum fato. Complementa verbos que exprimem estado ou permanência e que normalmente pedem a preposição em: Onde estás? – Em casa. Você sabe onde fica o Sudão? – Na África. Onde moram os sem-terra? Não entendo onde ele estava com a cabeça quando falou isso. De onde você está falando? Não sei onde me apresentar nem a quem me dirigir.
Aonde = a que lugar. É a combinação da preposição a + onde. Indica movimento para algum lugar. Dá idéia de aproximação. É usado com os verbos ir, chegar, retornar e
outros que pedem a preposição a. Exemplos: Aonde você vai todo dia às 9 horas? – A Brusque. Sabes aonde eles foram? – Ao cinema. A mulher do século 21 sabe muito bem aonde quer chegar. Não sei aonde ou a quem me dirijo. Aonde nos levará tamanha discussão?Faz três dias que saiu do Incor, aonde deverá retornar brevemente para uma revisão. Estavam à deriva, sem saber aonde ir. Há lugares no universo aonde não se vai sozinho.
Flexão dos nomes compostos
Regra 1: Em substantivos compostos o verbo não muda, varia apenas o substantivo. Ex.: guarda-sol / guarda-sóis
Regra 2: Em substantivos compostos formados por substantivo e adjetivo, variam os dois elementos. Ex.: guarda-florestal / guardas-florestais
Regra 3: Em adjetivos compostos formados por dois adjetivos, varia apenas o segundo elemento. Ex.: verde-amarelo / verde-amarelas
Regra 4: Em substantivos compostos com preposição no meio, varia apenas o primeiro elemento. Ex.: pau-de-arara / paus-de-arara
Diferença entre AFIM e A FIM
AFIM Numa única palavra, corresponde a semelhante ou parente por afinidade: almas afins,
vocabulários afins, o sogro é afim
Exemplo: Não tinha laços afins com a nora.
A FIM DE Equivalente a para.
Exemplo: Chegou cedo a fim de terminar o serviço.
ESTAR A FIM DE No sentido de estar com vontade de, só deve figurar em textos coloquiais ou
declarações.
Exemplo: Está a fim de sair hoje.
Exemplos de uso do "Senão" e "Se não"
Use SENÃO quando: - do contrário / de outro modo; Exemplos:- Luta, senão estás perdido - mas sim; - Não era ouro nem prata, senão ferro. - exceto, salvo de, a não se;
- Ninguém, senão os irmãos Correa, compareceram à cerimônia. - defeito, falha. - Não encontrei um senão na sua prova.
Use SE NÃO em frases que indicam condição, alternativa, incerteza, dúvida.Exemplos:- Se não for possível, me avise. (condição) - Havia dois jogadores, se não três. (incerteza)
Diferença entre "mau" e "mal"
MAU É um adjetivo; usado como contrário de bom.
Exemplos:
- Eduardo é um mau garoto.
- Ela está sempre de mau humor.
MAL Pode ser: - advérbio de modo: usado como contrário de bem. - substantivo: com sentido de
doença, tristeza, desgraça, tragédia. - conjunção temporal: com o sentido de quando. Exemplos:
- Ele dirige muito mal. (adv)
- Ela cantava mal. (adv.)
- Mal cheguei em casa, o telefone tocou (conj.)
- Mal me viu, começou a falar sobre o fato. (conj.)
- Seu mal não tem cura. (subst.)
- Deve-se evitar o mal. (subst.)
Como se escreve: a vista, à vista ou avista?
A VISTA = refere-se ao substantivo vista; olho; órgão visual; paisagem.
Exemplos: - A vista daquele homem parece triste. - Ela tem uma bela vista de seu quarto.
À VISTA = na presença de; a dinheiro; pagamento da mercadoria adquirida; diante.
Exemplos: - Você vai pagar à vista? - Eu me sinto bem à vista da luz solar. - À vista dele você fica
esquisito.
AVISTA = refere-se ao verbo avistar no sentido de visualizar alguma coisa.
Exemplos: - Ele avista de longe os pássaros da ilha.
Como se escreve: "eu tenho de" ou "tenho que"?
TENHO DE - quando o sentido for de obrigação, necessidade, desejo ou interesse. Exemplos: - O Brasil
terá de importar arroz. - Temos de prever as despesas do país. - O trabalho tem de ser iniciado hoje. -
Eles tinham de sair cedo. - A prefeitura teve de indenizar os desapropriados.
TEM QUE - quando expressar possibilidade. Exemplo: É possível que você tenha que me emprestar o
carro hoje.
Como escrever horários?
Pode-se expressar as horas simplesmente colocando um "h" logo após o número.Exemplo: 20:30h
Na forma brasileira, pode-se usar a expressão "min" para designar os minutos.Exemplo: 20h:30 min
Obs.: Não existe: 20:30hs ou 20:30hrs.
No modelo americano, usa-se a.m. (anti meridium) para horários anteriores ao meio-dia, e p.m. (post
meridium) para horários posteriores ao meio-dia.Exemplo: 1:30 a.m. = uma e meia da manhã. 5:00 p.m. = cinco horas da tarde.
Cessão, seção e sessão
Há três palavrinhas parecidas, mas de significados bem diferentes, que vez ou outra causam estragos. Eis as ditas-cujas:
CESSÃO é o ato de ceder: A cessão do imóvel está cancelada.
SEÇÃO, que pode ser também SECÇÃO, é o departamento, a fração, o setor: seção do jornal, seção da loja, seção de brinquedos, seção eleitoral.
SESSÃO é o tempo de duração de um evento, espetáculo, trabalho: sessão da Câmara, sessão de cinema, de teatro, de música, de ginástica.
Os dez mandamentos para análise de textos
1 – Ler duas vezes o texto. A primeira para tomar contato com o assunto; a segunda para observar
como o texto está articulado; desenvolvido.
2 – Observar que um parágrafo em relação ao outro pode indicar uma continuação ou uma conclusão
ou, ainda, uma falsa oposição.
3 – Sublinhar, em cada parágrafo, a idéia mais importante (tópico frasal).
4 – Ler com muito cuidado os enunciados das questões para entender direito a intenção do que foi
pedido.
5 – Sublinhar palavras como: erro, incorreto, correto, etc., para não se confundir no momento de
responder à questão.
6 – Escrever, ao lado de cada parágrafo, ou de cada estrofe, a idéia mais importante contida neles.
7 – Não levar em consideração o que o autor quis dizer, mas sim o que ele disse; escreveu.
8 – Se o enunciado mencionar tema ou idéia principal, deve-se examinar com atenção a introdução e/ou
a conclusão.
9 – Se o enunciado mencionar argumentação, deve preocupar-se com o desenvolvimento.
10 – Tomar cuidado com os vocábulos relatores (os que remetem a outros vocábulos do texto:
pronomes relativos, pronomes pessoais, pronomes demonstrativos, etc.)
Compreensão (ou intelecção) e interpretação de texto
Compreensão ou intelecção de texto – consiste em analisar o que realmente está escrito, ou seja,
coletar dados do texto. O enunciado normalmente assim se apresenta:
As considerações do autor se voltam para...
Segundo o texto, está correta...
De acordo com o texto, está incorreta...
Tendo em vista o texto, é incorreto...
O autor sugere ainda...
De acordo com o texto, é certo...
O autor afirma que...
Interpretação de texto – consiste em saber o que se infere (conclui) do que está escrito. O enunciado
normalmente é encontrado da seguinte maneira:
O texto possibilita o entendimento de que...
Com apoio no texto, infere-se que...
O texto encaminha o leitor para...
Pretende o texto mostrar que o leitor...
O texto possibilita deduzir-se que...
Três erros capitais na análise de textos
1 – Extrapolação É o fato de se fugir do texto. Ocorre quando se interpreta o que não está escrito.
Muitas vezes são fatos reais, mas que não estão expressos no texto. Deve-se ater somente ao que está
relatado.
2 – Redução É o fato de se valorizar uma parte do contexto, deixando de lado a sua totalidade. Deixa-
se de considerar o texto como um todo para se ater apenas à parte dele.
3 – Contradição É o fato de se entender justamente o contrário do que está escrito. É bom que se tome
cuidado com algumas palavras, como: “pode”, “deve”, “não”, verbo “ser”, etc.
Concursos públicos exigem compreensão de textoDe repente, a compreensão de textos tornou-se o foco dos concursos públicos. Antes, tudo se baseava
na Gramática. Quem a soubesse, a decorasse, mesmo que não a entendesse, se daria bem e passaria. Quantos funcionários públicos antigos com cargos bons não são capazes de escrever um texto decente...
Pois é. Esta nova exigência representa uma evolução no próprio ato de pensar a língua portuguesa. Deixando de lado qualquer terminologia inútil, vamos ao xis da questão: a Gramática existe PARA o texto, não o contrário. As regras gramaticais foram feitas para dar ao texto uma unidade de significado. Uma frase não existe sem um texto. Não há porquê analisarmos uma frase isolada, solta no meio do nada, porque ela é parte de uma coisa maior, que é o texto em si.
Por este motivo (e para evitar, também, ambigüidade, que acontecia com maior freqüência, anulando muitas questões) que os organizadores de concurso público passaram a pedir mais entendimento de texto.
E AGORA?
Entender um texto é ser capaz de dividi-lo em partes. Todo texto é feito seguindo um esquema lógico de pensamento. Principalmente os exigidos em concursos, que são os mais técnicos. É importante tentar não seguir a velha receita dos textos dissertativos: introdução, argumentação, conclusão e por aí vai. A maioria segue estes preceitos, mas nem sempre resolve a questão.
A idéia é desmembrar o texto em setas, esquemas e desenhos. Português usa rascunho. Use uma parte em branco para entender como uma coisa se liga à outra. Português é português e todos sabemos que a linguagem escrita não possui equações, mas é importante imaginar o texto como uma grande fórmula que precisa ser quebrada.Se conseguirmos entender o texto desta forma, fica mais fácil responder às questões, porque somente uma alternativa corresponde com o esquema que fizermos.
Não vou me ater a dicas. Cada leitor possui o seu timing, a sua forma de entender um texto. Mas é preciso procurar, em cada parágrafo, duas coisas: o tema, que é a sentença principal, aquilo que realmente é o assunto do parágrafo; e a rema, que é o desenvolvimento desta idéias, aquilo que a explica, aquilo que fica subordinado à afirmação anterior.
É importante ver se o rema é positivo ou negativo ao tema. Geralmente o rema é a opinião do autor e o tema é a realidade que o autor põe em questão.
Crase (Regras)Conceito: é a fusão de duas vogais da mesma natureza. No português assinalamos a crase com o
acento grave (`). Observe:
Obedecemos ao regulamento.
( a + o )
Não há crase, pois o encontro ocorreu entre duas vogais diferentes. Mas:
Obedecemos à norma.
( a + a )
Há crase pois temos a união de duas vogais iguais ( a + a = à )
Regra Geral:
Haverá crase sempre que:
I. o termo antecedente exija a preposição a;
II. o termo conseqüente aceite o artigo a.
Fui à cidade.
( a + a = preposição + artigo )
( substantivo feminino )
Conheço a cidade.
( verbo transitivo direto – não exige preposição )
( artigo )
( substantivo feminino )
Vou a Brasília.
( verbo que exige preposição a )
( preposição )
( palavra que não aceita artigo )
Observação:
Para saber se uma palavra aceita ou não o artigo, basta usar o seguinte artifício:
I. se pudermos empregar a combinação da antes da palavra, é sinal de que ela aceita o
artigo
II. se pudermos empregar apenas a preposição de, é sinal de que não aceita.
Ex: Vim da Bahia. (aceita)
Vim de Brasília (não aceita)
Vim da Itália. (aceita)
Vim de Roma. (não aceita)
Nunca ocorre crase:
1) Antes de masculino.
Caminhava a passo lento.
(preposição)
2) Antes de verbo.
Estou disposto a falar.
(preposição)
3) Antes de pronomes em geral.
Eu me referi a esta menina.
(preposição e pronome demonstrativo)
Eu falei a ela.
(preposição e pronome pessoal)
4) Antes de pronomes de tratamento.
Dirijo-me a Vossa Senhoria.
(preposição)
Observações:
1. Há três pronomes de tratamento que aceitam o artigo e, obviamente, a crase: senhora,
senhorita e dona.
Dirijo-me à senhora.
2. Haverá crase antes dos pronomes que aceitarem o artigo, tais como: mesma, própria...
Eu me referi à mesma pessoa.
5) Com as expressões formadas de palavras repetidas.
Venceu de ponta a ponta.
(preposição)
Observação:
É fácil demonstrar que entre expressões desse tipo ocorre apenas a preposição:
Caminhavam passo a passo.
(preposição)
No caso, se ocorresse o artigo, deveria ser o artigo o e teríamos o seguinte: Caminhavam
passo aopasso – o que não ocorre.
6) Antes dos nomes de cidade.
Cheguei a Curitiba.
(preposição)
Observação:
Se o nome da cidade vier determinado por algum adjunto adnominal, ocorrerá a crase.
Cheguei à Curitiba dos pinheirais.
(adjunto adnominal)
7) Quando um a (sem o s de plural) vem antes de um nome plural.
Falei a pessoas estranhas.
(preposição)
Observação:
Se o mesmo a vier seguido de s haverá crase.
Falei às pessoas estranhas.
(a + as = preposição + artigo)
Sempre ocorre crase:
1) Na indicação pontual do número de horas.
Às duas horas chegamos.
(a + as)
Para comprovar que, nesse caso, ocorre preposição + artigo, basta confrontar com uma expressão
masculina correlata.
Ao meio-dia chegamos.
(a + o)
2) Com a expressão à moda de e à maneira de.
A crase ocorrerá obrigatoriamente mesmo que parte da expressão (moda de) venha implícita.
Escreve à (moda de) Alencar.
3) Nas expressões adverbiais femininas.
Expressões adverbiais femininas são aquelas que se referem a verbos, exprimindo circunstâncias de
tempo, de lugar, de modo...
Chegaram à noite.
(expressão adverbial feminina de tempo)
Caminhava às pressas.
(expressão adverbial feminina de modo)
Ando à procura de meus livros.
(expressão adverbial feminina de fim)
Observações:
No caso das expressões adverbiais femininas, muitas vezes empregamos o acento indicatório de
crase (`), sem que tenha havido a fusão de dois as. É que a tradição e o uso do idioma se
impuseram de tal sorte que, ainda quando não haja razão suficiente, empregamos o acento de crase
em tais ocasiões.
4) Uso facultativo da crase
Antes de nomes próprios de pessoas femininos e antes de pronomes possessivos femininos, pode ou
não ocorrer a crase.
Ex: Falei à Maria.
(preposição + artigo)
Falei à sua classe.
(preposição + artigo)
Falei a Maria.
(preposição sem artigo)
Falei a sua classe.
(preposição sem artigo)
Note que os nomes próprios de pessoa femininos e os pronomes possessivos femininos aceitam ou
não o artigo antes de si. Por isso mesmo é que pode ocorrer a crase ou não.
Casos especiais:
1) Crase antes de casa.
A palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada por um
adjunto adnominal não aceita o artigo, portanto não ocorre a crase.
Por outro lado, se vier determinada por um adjunto adnominal, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:
Volte a casa cedo.
(preposição sem artigo)
Volte à casa dos seus pais.
(preposição sem artigo)
(adjunto adnominal)
2) Crase antes de terra.
A palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição a mar ou ar, se não vier
determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase. Ex:
Já chegaram a terra.
(preposição sem artigo)
Se, entretanto, vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex:
Já chegaram à terra dos antepassados.
(preposição + artigo)
(adjunto adnominal)
3) Crase antes dos pronomes relativos.
Antes dos pronomes relativos quem e cujo não ocorre crase. Ex:
Achei a pessoa a quem procuravas.
Compreendo a situação a cuja gravidade você se referiu.
Antes dos relativos qual ou quais ocorrerá crase se o masculino correspondente for ao qual, aos
quais. Ex:
Esta é a festa à qual me referi.
Este é o filme ao qual me referi.
Estas são as festas às quais me referi.
Estes são os filmes aos quais me referi.
4) Crase com os pronomes demonstrativos aquele (s), aquela (s), aquilo.
Sempre que o termo antecedente exigir a preposição a e vier seguido dos pronomes
demonstrativos:aquele, aqueles, aquela, aquelas, aquilo, haverá crase. Ex:
Falei àquele amigo.
Dirijo-me àquela cidade.
Aspiro a isto e àquilo.
Fez referência àquelas situações.
5) Crase depois da preposição até.
Se a preposição até vier seguida de um nome feminino, poderá ou não ocorrer a crase. Isto porque
essa preposição pode ser empregada sozinha (até) ou em locução com a preposição a (até a). Ex:
Chegou até à muralha.
(locução prepositiva = até a)
(artigo = a)
Chegou até a muralha.
(preposição sozinha = até)
(artigo = a)
6) Crase antes do que.
Em geral, não ocorre crase antes do que. Ex: Esta é a cena a que me referi.
Pode, entretanto, ocorrer antes do que uma crase da preposição a com o pronome
demonstrativo a(equivalente a aquela).
Para empregar corretamente a crase antes do que convém pautar-se pelo seguinte artifício:
I. se, com antecedente masculino, ocorrer ao que / aos que, com o feminino ocorrerá
crase;
Ex: Houve um palpite anterior ao que você deu.
( a + o )
Houve uma sugestão anterior à que você deu.
( a + a )
II. se, com antecedente masculino, ocorrer a que, no feminino não ocorrerá crase.
Ex: Não gostei do filme a que você se referia.
(ocorreu a que, não tem artigo)
Não gostei da peça a que você se referia.
(ocorreu a que, não tem artigo)
Observação:
O mesmo fenômeno de crase (preposição a + pronome demonstrativo a) que ocorre antes
do que,pode ocorrer antes do de. Ex:
Meu palpite é igual ao de todos.
(a + o = preposição + pronome demonstrativo)
Minha opinião é igual à de todos.
(a + a = preposição + pronome demonstrativo)
7) há / a
Nas expressões indicativas de tempo, é preciso não confundir a grafia do a (preposição) com a grafia
do há (verbo haver).
Para evitar enganos, basta lembrar que, nas referidas expressões:
a (preposição) indica tempo futuro (a ser transcorrido);
há (verbo haver) indica tempo passado (já transcorrido). Ex:
Daqui a pouco terminaremos a aula.
Há pouco recebi o seu recado.
Usos do porquê
Há quatro maneiras de se escrever o porquê: porquê, porque, por que e por quê. Vejamo-las:
PorquêÉ um substantivo, por isso somente poderá ser utilizado, quando for precedido de artigo (o, os), pronome adjetivo (meu(s), este(s), esse(s), aquele(s), quantos(s)...) ou numeral (um, dois, três, quatro)Ex.• Ninguém entende o porquê de tanta confusão.• Este porquê é um substantivo.• Quantos porquês existem na Língua Portuguesa?• Existem quatro porquês.
Por quêSempre que a palavra que estiver em final de frase, deverá receber acento, não importando qual seja o elemento que surja antes dela.Ex.• Ela não me ligou e nem disse por quê.• Você está rindo de quê?• Você veio aqui para quê?
Por queUsa-se por que, quando houver a junção da preposição por com o pronome interrogativo que ou com o pronome relativo que. Para facilitar, dizemos que se pode substituí- lo por por qual razão, pelo qual, pela qual, pelos quais, pelas quais, por qual.Ex.• Por que não me disse a verdade? = por qual razão• Gostaria de saber por que não me disse a verdade. = por qual razão• As causas por que discuti com ele são particulares. = pelas quais• Ester é a mulher por que vivo. = pela qual
PorqueÉ uma conjunção subordinativa causal ou conjunção subordinativa final ou conjunção coordenativa explicativa, portanto estará ligando duas orações, indicando causa, explicação ou finalidade. Para facilitar, dizemos que se pode substituí-lo por já que, pois ou a fim de que.Ex.• Não saí de casa, porque estava doente. = já que• É uma conjunção, porque liga duas orações. = pois
• Estudem, porque aprendam. = a fim de que
Ortografia
Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na Língua Portuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como deveremos escrever a palavra derivada.Ç01) Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo (Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infinitivo - r - do verbo).Portanto deve-se procurar a origem da palavra terminada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, escrevemo-la com ç.Exemplos:• erudito = erudição• exceto = exceção• setor = seção• intuitivo = intuição• redator = redação• ereto = ereção• educar - r + ção = educação• exportar - r + ção = exportação• repartir - r + ção = repartição
02) Escreveremos com -tenção os substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter.Exemplos:• manter = manutenção• reter = retenção• deter = detenção• conter = contenção03) Escreveremos com -çar os verbos derivados de substantivos terminados em -ce.Exemplos:• alcance = alcançar• lance = lançarS01) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -nder e -ndirExemplos:• pretender = pretensão• defender = defesa, defensivo
• despender = despesa• compreender = compreensão• fundir = fusão• expandir = expansão02) Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -erter, -ertir e -ergir.Exemplos:• perverter = perversão• converter = conversão• reverter = reversão• divertir = diversão• aspergir = aspersão• imergir = imersão03) Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr.Exemplos:• expelir = expulsão• impelir = impulso• compelir = compulsório• concorrer = concurso• discorrer = discurso• percorrer = percurso04) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -oso e -osa, com exceção de gozo.Exemplos:• gostosa• glamorosa• saboroso• horroroso05) Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize.Exemplos:• fase• crase• tese• osmose06) Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas em -isa.Exemplos:• poetisa• profetisa• Heloísa
• Marisa07) Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar.Exemplos:• Eu pus• Ele quis• Nós usamos• Eles quiseram• Quando nós quisermos• Se eles usassemÇ ou S?Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de z.Exemplos:• eleição• traição• Neusa• coisaS ou Z?01 a) Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e -esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes próprios.Exemplos:• português• norueguesa• marquês• duquesa• Inês• Teresab) Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e -eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade.Exemplos:• embriaguez• limpeza• lucidez• nobreza• acidez• pobreza
02 a) Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-.Exemplos:• análise = analisar
• pesquisa = pesquisar• paralisia = paralisarb) Escreveremos com -z- os verbos terminados em -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s-.Exemplos:• economia = economizar• terror = aterrorizar• frágil = fragilizarCuidado:• catequese = catequizar• síntese = sintetizar• hipnose = hipnotizar• batismo = batizar03 a) Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em -sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- no final do radical.Exemplos:• casinha• asinha• portuguesinho• camponesinha• Teresinha• Inesitab) Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em -zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical.Exemplos:• mulherzinha• arvorezinha• alemãozinho• aviãozinho• pincelzinho• corzinhaSS01) Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder.Exemplos:• anteceder = antecessor• exceder = excesso• conceder = concessão02) Escreveremos com -press- as palavras derivadas de verbos terminados em -primir.Exemplos:• imprimir = impressão• comprimir = compressa
• deprimir = depressivo03) Escreveremos com -gress- as palavras derivadas de verbos terminados em -gredir.Exemplos:• agredir = agressão• progredir = progresso• transgredir = transgressor04) Escreveremos com -miss- ou -mess- as palavras derivadas de verbos terminados em -meter.Exemplos:• comprometer = compromisso• intrometer = intromissão• prometer = promessa• remeter = remessa
ÇS ou SSEm relação ao verbos terminados em -tir, teremos:01) Escreveremos com -ção, se apenas retirarmos a desinência de infinitivo -r, dos verbos terminados em -tir.Exemplo:• curtir - r + ção = curtição02) Escreveremos com -são, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for consoante.Exemplo:• divertir - tir + são = diversão03) Escreveremos com -ssão, quando, ao retirarmos toda a terminação -tir, a última letra for vogal.Exemplo:• discutir - tir + ssão = discussãoJ01) Escreveremos com -j- as palavras derivadas dos verbos terminados em -jar.Exemplos:• trajar = traje, eu trajei.• encorajar = que eles encorajem• viajar = que eles viajem02) Escreveremos com -j- as palavras derivadas de vocábulos terminados em -ja.Exemplos:• loja = lojista• gorja = gorjeta• canja = canjica03) Escreveremos com -j- as palavras de origem tupi, africana ou popular.Exemplos:
• jeca• jibóia• jiló• pajéG01) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -ágio, -égio, -ígio, -ógio, -úgio.Exemplos:• pedágio• colégio• sacrilégio• prestígio• relógio• refúgio02) Escreveremos com -g- todas as palavras terminadas em -gem, com exceção de pajem, lambujem e a conjugação dos verbos terminados em -jar.Exemplos:• a viagem• a coragem• a personagem• a vernissagem• a ferrugem• a penugemX01) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por mex-, com exceção de mecha.Exemplos:• mexilhão• mexer• mexerica• México• mexerico• mexido02) Escreveremos com -x- as palavras iniciadas por enx-, com exceção das derivadas de vocábulos iniciados por ch- e da palavra enchova.Exemplos:• enxada• enxerto• enxerido• enxurradamas:• cheio = encher, enchente
• charco = encharcar• chiqueiro = enchiqueirar03) Escreveremos -x- após ditongo, com exceção de recauchutar e guache.Exemplos:• ameixa• deixar• queixa• feixe• peixe• gueixaUIR e OEROs verbos terminados em -uir e -oer terão as 2ª e 3ª pessoas do singular do Presente do Indicativo escritas com -i-.Exemplos:• tu possuis• ele possui• tu constróis• ele constrói• tu móis• ele mói• tu róis• ele róiUAR e OAROs verbos terminados em -uar e -oar terão todas as pessoas do Presente do Subjuntivo escritasom -e-.Exemplos:• Que eu efetue• Que tu efetues• Que ele atenue• Que nós atenuemos• Que vós entoeis• Que eles entoem
Interpretação de textos
Texto
Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor
autônomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da
lógica, além de necessitar de um bom léxico internalizado.
As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se,
assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.
Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as
inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma
postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.
Denotação e Conotação
Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e
significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo lingüístico
(significante + significado) que se constroem as noções de denotação e conotação.
O sentido denotativo das palavras é aquele encontrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro,
real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua
compreensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal,
uma nova relação entre significante e significado.
Os textos literários exploram bastante as construções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar
o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores.
Ainda com base no signo lingüístico, encontra-se o conceito de polissemia (que tem muitas
significações).
Algumas palavras, dependendo do contexto, assumem múltiplos significados, como, por exemplo, a
palavra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está
atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de
expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.
Como Ler e Entender Bem um Texto
Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de leitura: a informativa e de reconhecimento e a
interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo
texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível
de leitura. Durante a interpretação propriamente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens
importantes, bem como usar uma palavra para resumir a idéia central de cada parágrafo. Este tipo de
procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.
Não se pode desconsiderar que, embora a interpretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve
ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou
como pertinentes.
No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura,
outros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global
dos momentos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem
dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor.
A última fase da interpretação concentra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são
fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem
diferença na escolha adequada. Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais
adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma resposta pode
estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora
por haver uma outra alternativa mais completa.
Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a
base de análise. Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que aparentemente pareça ser perda de
tempo. A descontextualização de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para
instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter idéia do sentido global
proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.
centuação gráficaCLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS
1) Monossílabos (mono=um) - Tem apenas uma sílaba Ex: PÉ, PÓ, SAL, RÉU e PNEU 2) Dissílabos (di=duas) - Possui duas sílabas Ex: RU-A e CA-SA 3) Trissílabos (tri=três) - Possui três sílabas Ex: CA-VEI-RA e RE-LÓ-GIO 4) Polissílabos (poli=várias) - Possui quatro ou mais sílabas Ex: IN-TE-LI-GÊN-CIA e IN-TE-GRI-DA-DE
CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO A SUA TONICIDADE
1) Sílaba Tônica - É aquela que possui maior intensidade no momento da pronúncia. Ex: CA-FÉ e VÍ-RUS 2) Sílaba Átona - É aquela que possui menor intensidade no momento da pronúncia. Ex: LÁ-PIS e BO-NÉ 3) Subtônica - É aquela que possui intensidade intermediária, não tão forte e nem tão fraca. Ex: SOZINHO: SO (Subtônica) ZI (tônica) NHO (átona)
OBS: É importante saber que o acento prosódico, ou tônico, é o timbre mais forte na pronúncia, enquanto que o acento gráfico é utilizado na escrita.
CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO À POSIÇÃO DA SÍLABA TÔNICA 1) Proparoxítonas - A sílaba tônica é a antepenúltima da palavraEx: MATEMÁ-TI-CA 2) Paroxítonas - A sílaba tônica é a penúltima da palavraEx: CARÁ-TER
3) Oxítonas - A sílaba tônica é a ultima da palavra Ex: CA-FÉ
REGRAS DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA
ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS OXÍTONAS
1) Acentuam-se com acento agudo:
a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas abertas grafadas -a, -e ou -o, seguidas ou não de -s:está, estás, já, olá; até, é, és, olé, pontapé(s); avó(s,), dominó(s), paletó(s,), só(s). Obs.: Em algumas (poucas) palavras oxítonas terminadas em -e tónico/tônico, geralmente provenientes do francês, esta vogal, por ser articulada nas pronúncias cultas ora como aberta ora como fechada, admite tanto o acento agudo como o acento circunflexo: bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, caraté ou caratê, croché ou crochê, guichê ou guichê, matiné ou matinê, nené ou nenê, ponjé ou ponjê, puré ou purê, rapé ou rapê. O mesmo se verifica com formas como cocó e cocô, ré (letra do alfabeto grego) e ré. São igualmente admitidas formas comojudô, a par de judo, e metrô, a par de metro.
b) As formas verbais oxítonas, quando, conjugadas com os pronomes clíticos lo(s) ou la(s), ficam a terminar na vogal tónica/tônica aberta grafada -a, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas -r, -s ou -z: adorá-lo(s) (de adorar-lo(s)), dá-la(s) (de dar-la(s) ou dá(s)-la(s) ou dá(s)-la(s)), fá-lo(s) (de faz-lo(s)), fá-lo(s)-às (de far-lo(s)-ás), habita-la(s)-iam (de habitar-la(s)-iam), tra-la(s)-á (de trar-la(s)-á).
c) As palavras oxítonas com mais de uma sílaba terminadas no ditongo nasal (presente do indicativo etc.) ou -ens:acém, detém, deténs, entretém, entreténs, harém, haréns, porém, provém, provéns, também.
d) As palavras oxítonas com os ditongos abertos grafados –éi, éu ou ói, podendo estes dois últimos ser seguidos ou não de –s: anéis, batéis, fiéis, papéis; céu(s), chapéu(s), ilhéu(s), véu(s); corrói (de correr), herói(s), remói (de remoer), sóis.
2) Acentuam-se com acento circunflexo:
a) As palavras oxítonas terminadas nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o, seguidas ou não de –s: cortês, dê, dês (de dar), lê, lês (de ler), português, você(s); avô(s), pôs (de pôr), robô(s).
b) As formas verbais oxítonas, quando conjulgadas com os pronomes clíticos -lo(s) ou la(s), ficam a terminar nas vogais tónicas/tônicas fechadas que se grafam –e ou –o, após a assimilação e perda das consoantes finais grafadas –r, -s ou –z: detê-lo(s) (de deter-lo-(s)), fazê-la(s) (de fazer-la(s)), fê-lo(s) (de fez-lo(s)), vê-la(s) (de ver-la(s)), compô-la(s) (de compor-la(s)), repô-la(s) (de repor-la(s)), pô-la(s) (de por-la(s) ou pôs-la(s)).
3º) Prescinde-se de acento gráfico para distinguir palavras oxítonas homógrafas, mas heterofónicas/heterofônicas, do tipo de cor (ô), substantivo, e cor (ó), elemento da locução de cor;
colher (ê), verbo, e colher (é), substantivo. Excetua-se a forma verbal pôr, para a distinguir da preposição por.
ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PAROXÍTONAS
1º) As palavras paroxítonas não são em geral acentuadas graficamente: enjoo, grave, homem, mesa, Tejo, vejo, velho, voo; avanço, floresta; abençoo, angolano, brasileiro; descobrimento, graficamente, moçambicano
2º) Recebem, no entanto, acento agudo:
a) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em –l, -n, -r, -x e –ps, assim como, salvo raras exceções, as respectivas formas do plural, algumas das quais passam a proparoxítonas: amável (pl. amáveis), Aníbal, dócil (pl. dóceis), dúctil (pl. dúcteis), fóssil (pl. fósseis), réptil (pl. répteis; var. reptil, pl. reptis); cármen (pl. cármenes ou carmens; var. carme, pl. carmes); dólmen (pl. dólmenes ou dolmens), éden (pl. édenes ou edens), líquen (pl. líquenes), lúmen (pl. lúmenes ou lúmens); acúcar (pl. açúcares), almíscar (pl. almíscares), cadáver (pl. cadáveres), caráter ou carácter (mas pl. carateres ou caracteres), ímpar (pl. ímpares); Ájax, córtex (pl. córtex; var. córtice, pl. córtices, índex (pl. índex; var. índice, pl. índices), tórax (pl. tórax ou tóraxes; var. torace, pl. toraces); bíceps (pl. bíceps; var. bicípite, pl. bicípites), fórceps (pl. fórceps; var. fórcipe, pl. fórcipes). Obs.: Poucas palavras deste tipo, com a vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua e, por conseguinte, também de acento gráfico (agudo ou circunflexo): sémen e sêmen, xénon e xênon; fêmure fémur, vómer e vômer; Fénix e Fênix, ónix e ônix.
b) As palavras paroxítonas que apresentam, na sílaba tónica/tônica, as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i ou u e que terminam em -ã(s), -ão(s), -ei(s), -i(s), -um, -uns ou -us: órfã (pl. órfãs), acórdão (pl. acórdãos), órgão (pl. órgãos), órgão (pl. órgãos), sótão (pl. sótãos); hóquei, jóquei (pl. jóqueis), amáveis (pl. de amável), fáceis (pl. de fácil), fósseis (pl. de fóssil), amáreis (de amar), amaveis (id.), cantaríeis (de cantar), fizéreis (de fazer), fizésseis (id.); beribéri (pl. beribéris), bílis (sg. e pl.), íris (sg. e pl.), júri (di. júris), oásis (sg. e pl.); álbum (di. álbuns), fórum (di. fóruns); húmus (sg. e pl.), vírus (sg. e pl.). Obs.: Poucas paroxítonas deste tipo, com as vogais tónicas/tônicas grafadas e e o em fim de sílaba, seguidas das consoantes nasais grafadas m e n, apresentam oscilação de timbre nas pronúncias cultas da língua, o qual é assinalado com acento agudo, se aberto, ou circunflexo, se fechado: pónei e pônei; gónis e gônis, pénis e pênis, ténis e tênis; bónus e bônus, ónus e ônus, tónus e tônus, Vénus e Vênus.
3º) Não se acentuam graficamente os ditongos representados por ei e oi da sílaba tónica/tônica das palavras paroxítonas, dado que existe oscilação em muitos casos entre o fechamento e a abertura na sua articulação: assembleia, boleia, ideia, tal como aldeia, baleia, cadeia, cheia, meia; coreico, epopeico, onomatopeico, proteico; alcaloide, apoio (do verbo apoiar), tal como apoio (subst.), Azoia, hoia, boina, comboio (subst.), tal como comboio, comboias, etc. (do verbo comboiar), dezoito, estroina, heroico, introito, jiboia, moina, paranoico, zoina.
4º) É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito per¬feito do indicativo, do tipo amámos, louvámos, para as distinguir das correspondentes formas do presente do
indicativo (amamos, louvamos), já que o timbre da vogal tónica/tônica é aberto naquele caso em certas variantes do português.
5º) Recebem acento circunflexo: a) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -l, -n, -r, ou -x, assim como as respetivas formas do plural, algumas das quais se tornam proparoxítonas: cônsul (pl. cônsules), pênsil (pl. pênseis), têxtil (pl. têxteis); cânon, var. cânone (pl. cânones), plâncton (pl. plânctons); Almodôvar, aljôfar (pl. aljôfares), âmbar (pl. âmbares), Câncer, Tânger; bômbax(sg. e pl.), bômbix, var. bômbice (pl. bômbices).
b) As palavras paroxítonas que contêm, na sílaba tónica/tônica, as vogais fechadas com a grafia a, e, o e que terminam em -ão(s), -eis, -i(s) ou -us: bênção(s), côvão(s), Estêvão, zângão(s); devêreis (de dever), escrevêsseis (de escrever) ,fôreis (de ser e ir), fôsseis (id.), pênseis (pl. de pênsil), têxteis (pl. de têxtil); dândi(s), Mênfis; ânus.
c) As formas verbais têm e vêm, 3ªs pessoas do plural do presente do indicativo de ter e vir, que são foneticamente paroxítonas (respetivamente / tãjãj /, / vãjãj / ou / têêj /, / vêêj / ou ainda / têjêj /, / vêjêj /; cf. as antigas grafias preteridas, têem, vêem, a fim de se distinguirem de tem e vem, 3ªs pessoas do singular do presente do indicativo ou 2ªs pessoas do singular do imperativo; e também as correspondentes formas compostas, tais como: abstêm (cf. abstém), advêm (cf. advém), contêm (cf. contém), convêm (cf. convém), desconvêm (cf. desconvém), detêm (cf. detem), entretem (cf. entretém), intervêm (cf. intervém), mantêm (cf. mantém), obtêm (cf. obtém), provêm (cf. provém), sobrevêm (cf. sobrevém). Obs.: Também neste caso são preteridas as antigas grafias detêem, intervêem, mantêem, provêem, etc.
6º) Assinalam-se com acento circunflexo:
a) Obrigatoriamente, pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo), no que se distingue da correspondente forma do presente do indicativo (pode).
b) Facultativamente, dêmos (1ª pessoa do plural do presente do conjuntivo), para se distinguir da correspondente forma do pretérito perfeito do indicativo (demos); fôrma (substantivo), distinta de forma (substantivo; 3ª pessoa do singular do presente do indicativo ou 2ªpessoa do singular do imperativo do verbo formar).
7º) Prescinde-se de acento circunflexo nas formas verbais paroxítonas que contêm um e tónico/tônico oral fechado em hiato com a terminação -em da 3ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo, conforme os casos: creem, deem (conj.), descreem, desdeem (conj.), leem, preveem, redeem (conj.), releem, reveem, tresleem, veem.
8º) Prescinde-se igualmente do acento circunflexo para assinalar a vogal tónica/tonica fechada com a grafia o em palavras paroxítonas como enjoo, substantivo e flexão de enjoar, povoo, flexão de povoar, voo, substantivo e flexão de voar, etc.
9º) Prescinde-se, quer do acento agudo, quer do circunflexo, para distinguir palavras paroxítonas
que, tendo respectivamente vogal tónica/tônica aberta ou fechada, são homógrafas de palavras proclíticas. Assim, deixam de se distinguir pelo acento gráfico: para (á), flexão de parar, e para, preposição; pela(s) (é), substantivo e flexão de pelar, e pela(s), combinação de per e la(s); pelo (é), flexão de pelar, pelo(s) (é), substantivo ou combinação de per e lo(s); polo(s) (ó), substantivo, e polo(s), combinação antiga e popular de por e lo(s); etc.
10º) Prescinde-se igualmente de acento gráfico para distinguir paroxítonas homógrafas heterofónicas/heterofônicas do tipo de acerto (ê), substantivo, e acerto (é,), flexão de acertar; acordo (ô), substantivo, e acordo (ó), flexão de acordar; cerca (ê), substantivo, advérbio e elemento da locução prepositiva cerca de, e cerca (é,), flexão de cercar; coro (ó), substantivo, e flexão de corar; deste (ê), contracção da preposição de com o demonstrativo este, e deste (é), flexão de dar; fora (ô), flexão de ser e ir, e fora (ó), advérbio, interjeição e substantivo; piloto (ô), substantivo, e piloto (ó), flexão de pilotar, etc.
ACENTUAÇÃO DAS VOGAIS TÓNICAS/TÔNICAS GRAFADAS I E U DAS PALAVRAS OXÍTONAS E PAROXÍTONAS
1º) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas levam acento agudo quando antecedidas de uma vogal com que não formam ditongo e desde de que não constituam sílaba com a eventual consoante seguinte, excetuando o caso de s: adaís (pl. de adail), aí, atraí (de atrair), baú, caís (de cair), Esaú, jacuí, Luís, país, etc.; alaúde, amiúde, Araújo, Ataíde, atraiam (de atrair), atraísse (id.) baía, balaústre, cafeína, ciúme, egoísmo, faísca, faúlha, graúdo, influíste (de influir), juízes, Luísa, miúdo, paraíso, raízes, recaída, ruína, saída, sanduíche, etc.
2º) As vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas não levam acento agudo quando, antecedidas de vogal com que não formam ditongo, constituem sílaba com a consoante seguinte, como é o caso de nh, l, m, n, r e z: bainha, moinho, rainha; adail, paul, Raul; Aboim, Coimbra, ruim; ainda, constituinte, oriundo, ruins, triunfo; atrair, demiurgo, influir, influirmos; juiz, raiz; etc.
3º) Em conformidade com as regras anteriores leva acento agudo a vogal tónica/tônica grafada i das formas oxítonas terminadas em r dos verbos em -air e -uir, quando estas se combinam com as formas pronominais clíticas -lo(s), -la(s), que levam à assimilação e perda daquele -r: atraí-lo(s,) (de atrair-lo(s)); atraí-lo(s)-ia (de atrair-lo(s)-ia); possuí-la(s) (de possuir-la(s)); possuí-la(s)-ia (de possuir-la(s) -ia).
4º) Prescinde-se do acento agudo nas vogais tónicas/tônicas grafadas i e u das palavras paroxítonas, quando elas estão precedidas de ditongo: baiuca, boiuno, cauila (var. cauira), cheiinho (de cheio), saiinha (de saia).
5º) Levam, porém, acento agudo as vogais tónicas/tônicas grafadas i e u quando, precedidas de ditongo, pertencem a palavras oxítonas e estão em posição final ou seguidas de s: Piauí, teiú, teiús, tuiuiú, tuiuiús. Obs.: Se, neste caso, a consoante final for diferente de s, tais vogais dispensam o acento agudo: cauim.
6º) Prescinde-se do acento agudo nos ditongos tónicos/tônicos grafados iu e ui, quando precedidos de
vogal:distraiu, instruiu, pauis (pl. de paul).
7º) Os verbos aguir e redarguir prescindem do acento agudo na vogal tónica/tônica grafada u nas formas rizotónicas/rizotônicas: arguo, arguis, argui, arguem; argua, arguas, argua, arguam. Os verbos do tipo de aguar, apaniguar, apaziguar, apropinquar, averiguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir e afins, por oferecerem dois paradigmas, ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas igualmente acentuadas no u mas sem marca gráfica (a exemplo de averiguo, averiguas, averigua, averiguam; averigue, averigues, averigue, averiguem; enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxague, enxaguem, etc.; delinquo, delinquis, delinqui, delinquem; mas delinquimos, delin quis) ou têm as formas rizotónicas/rizotônicas acentuadas fónica/fônica e graficamente nas vogais a ou i radicais (a exemplo de averíguo, averíguas, averígua, averíguam; averígue, averígues, averígue, averíguem; enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxágue, enxáguem; delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínqua, delínquam). Obs.: Em conexão com os casos acima referidos, registe-se que os verbos em -ingir (atingir, cingir, constringir, infringir, tingir, etc.) e os verbos em -inguir sem prolação do u (distinguir, extinguir, etc.) têm grafias absolutamente regulares (atinjo, atinja, atinge, atingimos, etc.; distingo, distinga, distingue, distinguimos, etc.).
ACENTUAÇÃO GRÁFICA DAS PALAVRAS PROPAROXÍTONAS
1º) Levam acento agudo:
a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta: árabe, cáustico, Cleópatra, esquálido, exército, hidráulico, líquido, míope, músico, plástico, prosélito, público, rústico, tétrico, último;
b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam na sílaba tónica/tônica as vogais abertas grafadas a, e, o e ainda i, u ou ditongo oral começado por vogal aberta, e que terminam por seqüências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes (-ea, -eo, -ia, -ie, -io, -oa, -ua, -uo, etc.): álea, náusea; etéreo, níveo; enciclopédia, glória; barbárie, série; lírio, prélio; mágoa, nódoa; exígua, língua; exíguo, vácuo.
2º) Levam acento circunflexo:
a) As palavras proparoxítonas que apresentam na sílaba tónica/tônica vogal fechada ou ditongo com a vogal básica fechada: anacreôntico, brêtema, cânfora, cômputo, devêramos (de dever), dinâmico, êmbolo, excêntrico, fôssemos (de ser e ir), Grândola, hermenêutica, lâmpada, lôstrego, lôbrego, nêspera, plêiade, sôfrego, sonâmbulo, trôpego;
b) As chamadas proparoxítonas aparentes, isto é, que apresentam vogais fechadas na sílaba tónica/tônica, e terminam por seqüências vocálicas pós-tónicas/pós-tônicas praticamente consideradas como ditongos crescentes: amêndoa, argênteo, côdea, Islândia, Mântua, serôdio.
3º) Levam acento agudo ou acento circunflexo as palavras proparoxítonas, reais ou aparentes, cujas vogais tónicas/tônicas grafadas e ou o estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais grafadas m ou n, conforme o seu timbre é, respetivamente, aberto ou fechado nas pronúncias
cultas da língua:académico/acadêmico, anatómico/anatômico, cénico/cênico, cómodo/cômodo, fenómeno/ fenômeno, género/gênero, topónimo/topônimo; Amazónia/Amazônia, António/Antônio, blasfémia/blasfêmia, fémea/fêmea, gémeo/gêmeo, génio/gênio, ténue/tênue.
Fonética
Em sentido mais elementar, a Fonética é o estudo dos sons ou dos fomeas, entendendo-se por
fonemas os sons emitidos pela voz humana, os quais caracterizam a oposição entre os
vocábulos.
Exemplo: em pato e bato é som inicial das consoantes p- e b- que opõe entre si as duas
palavras. Tal som recebe a denominação de FONEMA
Quando proferimos a palavra aflito, por exemplo, emitimos três sílabas e seis fonemas: a-fli-to.
Percebemos que numa sílaba pode haver um ou mais fonemas.
No sistema fonético do português do Brasil há, aproximadamente, 33 fonemas.
É importante não confundir letra com fonema. Fonema é som, letra é o sinal gráfico que
representa o som.
Vejamos alguns exemplos:
Palavra Letras Fonemas
Manhã 5 4
Táxi 4 5
Corre 5 4
Hora 4 3
Aquela 6 5
Guerra 6 4
Fixo 4 5
Hoje 4 3
Canto 5 4
Tempo 5 4
Campo 5 4
Chuva 5 4
Conjunção
As conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações, estabelecendo entre elas
uma relação de dependência ou de simples coordenação. Alguns exemplos de conjunções são:
portanto, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora, que, porém, todavia, quer,
contudo, seja, conforme etc.
O estudo das conjunções é bastante amplo e foi portanto dividido de acordo com a sua classificação
formal. Segue a lista dos tipos de conjunções:
1 Conjunção subordinativa
1.1 Conjunção
1.2 Conjunção causal
1.3 Conjunção concessiva
1.4 Conjunção condicional
1.5 Conjunção conformativa
1.6 Conjunção comparativa
1.7 Conjunção consecutiva
1.8 Conjunção final
1.9 Conjunção Proporcionais
1.10 Conjunção temporal
Conjunção subordinativa
Liga orações dependentes a uma oração principal cujo sentido é incompleto.
Conjunção
Serve para introduzir uma oração que funciona como sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo,
complemento nominal ou aposto de outra oração. São duas: que e se. Quando o verbo exprime uma
certeza. usa-se que; quando incerteza, se:
Afirmo que sou estudante.
Não sei se existe ou se dói.
Conjunção causal
porque, pois, porquanto, como [= porque], pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto que, visto
como, que, etc.
Inicia uma oração subordinada denotadora de causa.
Dona Luísa fora para lá porque estava só.
Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.
Conjunção concessiva
embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que, apesar de que, nem que,
que,e, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se admite um facto contrário à acção proposta pela oração
principal, mas incapaz de impedi-la.
Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.
É todo graça, embora as pernas não ajudem ..
Conjunção condicional
se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos que, a não ser que,
etc.
Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição necessária para que
seja realizado ou não o fato principal.
Seria mais poeta, se fosse menos político.
Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.
Conjunção conformativa
conforme, como [= conforme], segundo, consoante, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento com o da oração
principal.
Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.
Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)
Conjunção comparativa
que, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como, assim como, bem
como, como se, que nem
Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.
Era mais alta que baixa.
Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.
o menino está tão confuso quanto o irmão.
Conjunção consecutiva
que (combinada com uma das palavras tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou latentes na oração
anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte que
Iniciam uma oração na qual se indica a conseqüência do que foi declarado na anterior.
Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.
Falou tanto na reunião que ficou rouco
Conjunção final
Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal
para que, a fim de que, porque [= para que], que
Aqui vai o livro para que o leias.
Fiz-lhe sinal que se calasse.
Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.
Conjunção Proporcionais
Iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-se
simultaneamente com o da oração principal.
à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais ... (mais), quanto mais (tanto
mais), quanto mais ... (menos), quanto mais ... (tanto menos), quanto menos ... (menos), quanto
menos ... (tanto menos), quanto menos ... (mais), quanto menos ... (tanto mais)
Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.
O preço da carne aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.
Conjunção temporal
Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo
quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde que, todas as vezes
que, cada vez que, apenas, mal, que [= desde que], etc.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Implicou comigo assim que me viu.
Uma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula (",") e muito raramente é
sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases com as conjunções marcadas em
itálico:
"Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado."
"Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal."
"Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal."
"Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa."
"João subiu e desceu a escada."
Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos.
Observações gerais
Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma conjunção
ou locução conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido do período, pela
conjunção típica. Por exemplo, o "que" somente será conjunção coordenativa aditiva, se for
substituível pela conjunção típica "e".
Veja o exemplo:
"Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és."
"Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és."
As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro elemento
pode ficar subentendido.
As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição pelo tipo
(conjunção típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração.
A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é o
verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha a janela,
porque faz frio."
O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta "Qual é a
coisa que…?", formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo:
Não sei se morre de amor. (Qual é a coisa que não sei? Se se morre de amor.) Crase
O termo crase significa fusão, junção. Em português, a crase é o nome que se dá à contração da
preposição "a" com:
* artigo feminino "a" ou "as".
* o "a" dos pronomes "aquele"(s), "aquela"(s), "aquilo", "aqueloutro"(s) e "aqueloutra" (s).
* o "a" do pronome relativo "a qual" e "as quais"
* o "a" do pronome demonstrativo "a" ou "as".
Observação geral de Crase: Sempre haverá crase quando a oração se refere a alguém ou a alguma
coisa.
O sinal que indica a fusão, que indica ter havido crase de dois aa é o acento grave.
* Acentua-se a preposição a quando, substituindo-se a palavra feminina por uma masculina, o a
torna-se ao.
* As palavras terra e casa são casos especiais de crase. A preposição "a" antes da palavra casa (lar)
só recebe o acento grave quando vier acompanhada de um modificador, caso contrário não ocorre a
crase. Já com a palavra terra (chão firme, oposto de bordo) só ocorre crase quando vier acompanhada
de um modificador, enquanto que com a palavra terra (terra natal ou planeta) sempre ocorre crase.
Exemplos:
Chegamos cedo a casa.
Chegamos cedo à casa de meu pai.
Os jangadeiros voltaram a terra.
Os jangadeiros chegaram à terra procurada.
Ele voltou à terra dos avós.
* O pronome aquele (e variações) e também aquilo e aqueloutro (e variações) podem receber acento
grave no a inicial, desde que haja um verbo ou um nome relativo que peça a preposição a.
Casos em que sempre ocorre crase
* INDICAÇÃO de Hora
Ex: Vou à festa às 21 horas
* Diante da palavra "moda", sempre que entendida como a expressão "à moda de".
Ex: Comemos bife à milanesa, frango à passarinho e espaguete à bolonhesa.
* Nas expressões adverbiais femininas de tempo, lugar e modo. A única locução que não deve trazer
acento no a é a distância, quando não está determinada. Porém, quando esta está determinada, o a
passa a ser acentuado.
Ex: Ninguém chegou à cidade.
Os guardas ficaram a distância.
Os guardas ficaram à distância de cem metros.
* Nas locuções conjuntivas (à+palavra feminina+que) e prepositivas (à+palavra feminina+de)
formadas por palavras femininas.
Ex: às custas de, à medida que, à espera de.
Casos em que a crase é facultativa
* Antes de nomes de pessoas do sexo feminino.
* Antes de pronomes possessivos femininos, já que é facultativo o emprego do artigo "à" diante de
tais palavras. Entretanto, estes pronomes, quando antecedidos de nomes de parentesco, rejeitam o uso
do artigo, não ocorrendo, assim, a crase.
* Depois da preposição "até", desde que a palavra regida exija artigo.
* Antes dos nomes dos seguintes lugares, quando vêm regidos de preposição: Europa, Ásia, África,
Bahia, França, Inglaterra, Espanha, Holanda, Escócia, Bélgica, Rússia, China, Irlanda, Venezuela,
Caracas e Flandres. Neste caso, um bom exemplo para memorização é a troca do a pela preposição
da. Caso, na alteração, o substantivo demande a preposição DE não há acentuação indicativa de crase.
Ex: Fui à França (Voltei da França).
Fui a Paris (Voltei de Paris).
Casos em que não ocorre crase
* Antes de palavras masculinas.
* Antes de verbos.
* Entre duas palavras repetidas.
Ex.: Gota-a-gota.
* Com "a" no singular (sem o "s" marcador de plural) que estiver diante de uma palavra no plural.
Ex.: Fui a lugares lindos esse verão.
Fui às cidades mais lindas do Brasil esse verão.
* Diante de pronomes que repelem o uso de artigo: esta(s), quem e cuja(s).
* Antes de pronomes pessoais (inclusive os de tratamento), excetuando-se os seguintes casos: à
senhorita, à senhora e à dona.
* Diante de nomes de cidade que não exijam artigo sem especificativo. Porém, se estes nomes
estiverem caracterizados por um especificativo, ocorre crase.
Ex: Ele gosta de ir a Fortaleza.
Ele gosta de ir à ensolarada Fortaleza.
Ex.: Ele vai a Paris
Ele vai à Paris encantada
* No a que antecede a palavra uma, a não ser quando indica hora, ou quando se trata da locução
adverbial à uma, sinônima de conjuntamente, a um só tempo, de uma só vez.
Ex: Os guardas ficaram a uma distância de cem metros.
Os guardas chegaram à uma hora.
Os guardas gritaram à uma: "Fora, todos!".
* No a que antecede pronomes indefinidos, nas locuções adverbiais.
Ex.: Vou a nenhum lugar, pai.
*
o Ver também Pronome, onde há uma lista detalhada de quais são os pronomes indefinidos.
VerbosVerbo é a palavra que indica ação, praticada ou sofrida pelo sujeito, fato de que o sujeito participa
ativamente, estado ou qualidade do sujeito, fenômeno da natureza.
Estrutura e Flexão
Conjugação verbal:
Há três conjugações para os verbos da língua portuguesa:
1ª conjugação: verbos terminados em -ar .
2ª conjugação: verbos terminados em -er .
3ª conjugação: verbos terminados em -ir .
Obs.: O verbo pôr e seus derivados pertencem à 2ª conjugação, por se originarem do antigo
verbopoer.
Pessoas verbais:
1ª pes. do sing.: eu 1ª pes. do pl.: nós
2ª pes. do sing.: tu 2ª pes. do pl.: vós
3ª pes. do sing.:ele 3ª pes. do pl.:eles
Modos verbais:
São três os modos verbais na língua portuguesa:
Indicativo, que expresa atitudes de certeza,
Subjuntivo, que expressa atitudes de dúvida, hipótese, desejo, e
Imperativo, que expressa atitude de ordem, pedido, conselho.
O modo indicativo
Tempos verbais do Indicativo
01) Presente:
Indica fato que ocorre no dia-a-dia, corriqueiramente.
Ex. Todos os dias, caminho no Zerão. Estudo no Maxi. Confio em meus amigos.
02) Pretérito:
Indica fatos que já ocorreram.
A) Pretérito Perfeito:
Indica fato que ocorreu no passado em determinado momento, observado depois de concluído.
Ex. Ontem caminhei no Zerão.
Estudei no Maxi no ano passado.
Confiei em pseudo-amigos.
B) Pretérito Imperfeito:
Indica fato que ocorria com freqüência no passado, ou fato que não havia chegado ao final no
momento em que estava sendo observado.
Ex. Naquela época, todos os dias, eu caminhava no Zerão.
Eu estudava no Maxi, quando conheci Magali.
Eu confiava naqueles amigos.
C) Pretérito Mais-que-perfeito:
Indica fato ocorrido antes de outro no Pretérito Perfeito do Indicativo.
Ex. Ontem, quando você foi ao Zerão, eu já caminhara 6 Km.
Eu já estudara no Maxi, quando conheci Magali.
Eu confiara naquele amigo que mentiu a mim.
03) Futuro:
Indica fatos que ocorrem depois do momento da fala.
A) Futuro do Presente:
Indica fato que, com certeza, ocorrerá.
Ex. Amanhã caminharei no Zerão pela manhã.
Estudarei no Maxi, no ano que vem.
Eu confiarei mais uma vez naquele amigo que mentiu a mim.
B) Futuro do Pretérito:
Indica fato futuro, dependente de outro anterior a ele.
Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina.
Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me prometesse não mais me trair.
Os modos subjuntivo e imperativo
Tempos verbais do Subjuntivo:
01) Presente:
Indica desejo atual, dúvida que ocorre no momento da fala.
Ex. Espero que eu caminhe bastante no ano que vem.
O meu desejo é que eu estude no Maxi ainda.
Duvido de que eu confie nele novamente.
02) Pretérito Imperfeito:
Indica condição, hipótese; normalmente é usado com o Futuro do Pretérito do Indicativo.
Ex. Eu caminharia todos os dias, se não trabalhasse tanto.
Estudaria no Maxi, se morasse em Londrina.
Eu confiaria mais uma vez naquele amigo, se ele me prometesse não mais me trair.
03) Futuro:
Indica hipótese futura.
Ex. Quando eu começar a caminhar todos os dias, sentir-me-ei melhor.
Quando eu estudar no Maxi, aprenderei mais coisas.
Quando ele me prometer que não me trairá mais, voltarei a confiar nele.
O modo Imperativo
O modo Imperativo expressa ordem, pedido ou conselho
Ex. Caminhe todos os dias, para a saúde melhorar.
Estude no Maxi! Confie em mim!
As formas nominais
Não exprimem com exatidão o tempo em que se dá o fato expresso – completam o esquema dos
tempos simples. São três:
01) Infinitivo:
São as formas terminadas em ar, er ou ir. Infinitivo Impessoal (falar), Infinitivo Pessoal (falar eu,
falares tu, etc.).
02) Gerúndio:
São as formas terminadas em ndo (falando).
03) Particípio:
São as formas terminadas em ado ou ido (falado, partido).
Tempos Compostos
Os tempos verbais compostos são formados por locuções verbais que têm como auxiliares os
verboster e haver e como principal, qualquer verbo no particípio. São eles:
01) Pretérito Perfeito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Indicativo e o principal no
particípio, indicando fato que tem ocorrido com freqüência ultimamente.
Ex. Eu tenho estudado demais ultimamente.
Todos nós nos temos esforçado, para a empresa crescer.
Será que tu tens tentado melhorar?
02) Pretérito Perfeito Composto do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Presente do Subjuntivo e o principal
no particípio, indicando desejo de que algo já tenha ocorrido.
Ex. Espero que você tenha estudado o suficiente, para conseguir a aprovação.
O meu desejo é que todos nós nos tenhamos esforçado, para a empresa crescer.
Duvido de que tu tenhas tentado melhorar.
03) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Indicativo e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo simples.
Ex. Ontem, quando você foi ao Zerão, eu já tinha caminhado 6 Km.
Eu já tinha estudado no Maxi, quando conheci Magali.
Eu tinha confiado naquele amigo que mentiu a mim.
04) Pretérito Mais-que-perfeito Composto do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo simples.
Ex. Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não estivesse trabalhando tanto.
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.
Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me tivesse prometido não mais me trair.
Obs.: Perceba que todas as frases remetem a ação obrigatoriamente para o passado. A frase Se eu
estudasse, aprenderia é completamente diferente de Se eu tivesse estudado, teria aprendido.
05) Futuro do Presente Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Presente simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Presente simples do
Indicativo.
Ex. Quando você chegar ao Zerão, eu já terei caminhado 6 Km.
Amanhã, quando o dia amanhecer, eu já terei partido.
06) Futuro do Pretérito Composto do Indicativo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Pretérito simples do
Indicativo e o principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Pretérito simples do
Indicativo.
Ex. Eu teria caminhado todos os dias desse ano, se não estivesse trabalhando tanto.
Eu teria estudado no Maxi, se não me tivesse mudado de cidade.
Eu teria confiado mais uma vez naquele amigo, se ele me tivesse prometido não mais me trair.
07) Futuro Composto do Subjuntivo:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Futuro do Subjuntivo simples e o
principal no particípio, tendo o mesmo valor que o Futuro do Subjuntivo simples.
Ex. Quando você tiver terminado sua série de exercícios, eu caminharei 6 Km.
Observe algumas frases:
Quando você chegar à minha casa, telefonarei a Osbirvânio.
Quando você chegar à minha casa, já terei telefonado a Osbirvânio.
Perceba que o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No primeiro
caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo, primeiro
praticarei a minha. Por isso o uso do advébio "já".
Agora observe estas:
Quando você tiver terminado o trabalho, telefonarei a Osbirvânio.
Quando você tiver terminado o trabalho, já terei telefonado a Osbirvânio.
Perceba que novamente o significado é totalmente diferente em ambas as frases apresentadas. No
primeiro caso, esperarei "você" praticar a sua ação para, depois, praticar a minha; no segundo,
primeiro praticarei a minha. Por isso o uso do advébio "já".
08) Infinitivo Pessoal Composto:
É a formação de locução verbal com o auxiliar ter ou haver no Infinitivo Pessoal simples e o principal
no particípio, indicando ação passada em relação ao momento da fala.
Ex. Para você ter comprado esse carro, necessitou de muito dinheiro.
Classificação dos verbos
Os verbos classificam-se em:
01) Verbos Regulares:
Verbos regulares são aqueles que não sofrem alterações no radical.
Ex. cantar, vender, partir.
02) Verbos Irregulares:
Verbos irregulares são aqueles que sofrem pequenas alterações no radical.
Ex. fazer = faço, fazes; fiz, fizeste
03) Verbos Anômalos:
Verbos anômalos são aqueles que sofrem grandes alterações no radical.
Ex. ser = sou, é, fui, era, serei.
04) Verbos Defectivos:
Verbos defectivos são aqueles que não possuem conjugação completa.
Ex. falir, reaver, precaver = não possuem as 1ª, 2ª e 3ª pes. do presente do indicativo e o presente
do subjuntivo inteiro.
05) Verbos Abundantes:
Verbos abundantes são aqueles que apresentam duas formas de mesmo valor. Geralmente ocorrem
no particípio, que chamaremos de particípio regular, terminado em -ado, -ido, usado na voz ativa,
com o auxiliar ter ou haver, e particípio irregular, com outra terminação diferente, usado na voz
passiva, com o auxiliar ser ou estar.
Exemplos de verbos abundantes:
Infinitivo Part.Regular Part.Irregular
aceitar aceitado aceito
acender acendido aceso
contundir contundido contuso
eleger elegido eleito
entregar entregado entregue
enxugar enxugado enxuto
expulsar expulsado expulso
imprimir imprimido impresso
limpar limpado limpo
murchar murchado murcho
suspender suspendido suspenso
tingir tingido tinto
Obs.: Os verbos abrir, cobrir, dizer, escrever, fazer, pôr, ver e vir só possuem o particípio
irregular aberto, coberto, dito, escrito, feito, posto, visto e vindo. Os particípios
regularesgastado, ganhado e pagado estão caindo ao desuso, sendo substituídos pelos
irregulares gasto, ganho e pago.
Formação dos tempos simples
Tempos derivados do Presente do Indicativo
O Presente do Indicativo forma o Presente do Subjuntivo e o modo Imperativo.
01) Presente do Subjuntivo:
O Presente do Subjuntivo é obtido pela eliminação da desinência -o da primeira pessoa do
singular do presente do indicativo (eu). Aos verbos de 1ª conjugação, acrescenta-se -e; aos de 2ª e
3ª, -a, acrescentando-se, ainda, as mesmas desinências do Presente do Subjuntivo para os verbos
regulares ( - / s / - / mos / is / m). Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
Eu canto (- o + e) = que eu cante, tu cantes, ele cante, nós cantemos, vós canteis, eles cantem
Eu vendo (- o + a) = que eu venda, tu vendas, ele venda, nós vendamos, vós vendais, eles vendam
Eu sorrio (-o + a) = que eu sorria, tu sorrias, ele sorria, nós sorriamos, vós sorriais, eles sorriam
Exceções:
querer = Eu quero / queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram.
ir = Eu vou / vá, vás, vá, vamos, vades, vão.
saber = Eu sei / saiba, saibas, saiba, saibamos, saibais, saibam.
ser = Eu sou / seja, sejas, seja, sejamos, sejais, sejam.
haver = Eu hei / haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.
02) Imperativo Afirmativo:
O Imperativo Afirmativo provém tanto do Presente do Indicativo, quando do Presente do
Subjuntivo.Tu e vós provêm do Presente do Indicativo, sem a desinência -s; você,
nós e vocês provêm do Presente do Subjuntivo. Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar.
Presente do indicativo: Eu canto, tu cantas, ele canta, nós cantamos, vós cantais, eles cantam.
Presente do Subjuntivo: Que eu cante, tu cantes, ele cante, nós cantemos, vós canteis, eles cantem.
Imperativo Afirmativo: Canta tu, cante você, cantemos nós, cantai vós, cantem vocês.
Exceção:
Ser = sê tu, seja você, sejamos nós, sede vós, sejam vocês.
03) Imperativo Negativo:
O Imperativo Negativo provém do Presente do Subjuntivo.
Por exemplo, veja a conjugação do verbo cantar:
Não cantes tu, não cante você, não cantemos nós, não canteis vós, não cantem vocês.
Tempos derivados do Pretérito Perfeito do Indicativo
O Pretérito Perfeito do Indicativo forma o Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo, o Futuro do
Subjuntivo e o Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.
01) Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo:
O Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo é obtido pela eliminação da desinência -m da terceira
pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo (eles), acrescentando-se as mesmas desinências
número-pessoais para os verbos regulares ( - / s / - / mos / is / m).
Na segunda pessoa do plural (vós), troca-se o -a por -e. Por exemplo, veja a conjugação dos verbos
cantar, vender e sorrir.
Eles cantaram - m = eu cantara, tu cantaras, ele cantara, nós cantáramos, vós cantareis,
elescantaram
Eles venderam - m = eu vendera, tu venderas, ele vendera, nós vendêramos, vós vendêreis,
elesvenderam
Eles sorriram - m = eu sorrira, tu sorriras, ele sorrira, nós sorríramos, vós sorríreis, eles sorriram
02) Futuro do Subjuntivo:
O Futuro do Subjuntivo é obtido pela eliminação da desinência -am da terceira pessoa do plural do
pretérito perfeito do indicativo (eles), acrescentando-se as mesmas desinências número-pessoais
para os verbos regulares ( - / es / - / mos / des / em).
O Futuro do Subjuntivo sempre é iniciado pelas conjunções quando ou se. Por exemplo, veja a
conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
Eles cantaram - am = quando eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes,
eles cantarem.
Eles venderam - am = quando eu vender, tu venderes, ele vender, nós vendermos, vós venderdes,
eles venderem.
Eles sorriram - am = quando eu sorrir, tu sorrires, ele sorrir, nós sorrirmos, vós sorrirdes,
elessorrirem.
03) Pretérito Imperfeito do Subjuntivo:
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo é obtido pela eliminação da desinência -ram da terceira pessoa
do plural do pretérito perfeito do indicativo (eles), acrescentando-se a desinência do Pretérito
Imperfeito do Subjuntivo -sse e as mesmas desinências número-pessoais para os verbos regulares
(- / s / - / mos / is / m).
O Pretérito Imperfeito do Subjuntivo sempre é iniciado pelas conjunções caso ou se. Por exemplo,
veja a conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
Eles cantaram - ram + sse = se eu cantasse, tu cantasses, ele cantasse, nós cantássemos,
vóscantásseis, eles cantassem.
Eles venderam - ram + sse = se eu vendesse, se tu vendesses, se ele vendesse, se
nósvendêssemos, se vós vendêsseis, se eles vendessem.
Eles sorriram - ram + sse = se eu sorrisse, se tu sorrisses, se ele sorrisse, se nós sorrissemos, se
vóssorrisseis, se eles sorrissem.
Tempos derivados do Infinitivo Impessoal
O Infinitivo Impessoal forma o Futuro do Presente do Indicativo, o Futuro do Pretérito do Indicativo e
o Pretérito Imperfeito do Indicativo.
01) Futuro do Presente do Indicativo:
O Futuro do Presente do Indicativo é obtido pelo acréscimo ao infinitivo das desinências -ei / ás / á /
emos / eis / ão.
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
cantar = eu cantarei, tu cantarás, ele cantará, nós cantaremos, vós cantareis, eles cantarão.
vender = eu venderei, tu venderás, ele venderá, nós venderemos, vós vendereis, eles venderão.
sorrir = eu sorrirei, tu sorrirás, ele sorrirá, nós sorriremos, vós sorrireis, eles sorrirão.
02) Futuro do Pretérito do Indicativo:
O Futuro do Pretérito do Indicativo é obtido pelo acréscimo ao infinitivo das desinências -ia / ias /
ia / íamos / íeis / iam.
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
cantar = eu cantaria, tu cantarias, ele cantaria, nós cantaríamos, vós cantaríeis, eles cantariam.
vender = eu venderia, tu venderias, ele venderia, nós venderíamos, vós venderíeis, eles venderiam.
sorrir = eu sorriria, tu sorririas, ele sorriria, nós sorriríamos, vós sorriríeis, eles sorriram.
Exceções: Os verbos fazer, dizer e trazer são conjugados no Futuro do Presente e no Futuro do
Pretérito, seguindo-se as mesmas regras acima, porém sem as letras ze, sendo estruturados, então,
assim: far, dir, trar.
fazer = eu farei, tu farás, ele fará, nós faremos, vós fareis, eles farão.
dizer = eu diria, tu dirias, ele diria, nós diríamos, vós diríeis, eles diriam.
trazer = eu trarei, tu trarás, ele trará, nós traremos, vós trareis, eles trarão.
03) Infinitivo Pessoal:
O Infinitivo Pessoal é obtido pelo acréscimo ao infinitivo das desinências / - / es / - / mos / des /
em.
Por exemplo, veja a conjugação dos verbos cantar, vender e sorrir.
cantar = era para eu cantar, tu cantares, ele cantar, nós cantarmos, vós cantardes, eles cantarem.
vender = era para eu vender, tu venderes, ele vender, nós vendermos, vós venderdes, eles
venderem.
sorrir = eu sorrir, tu sorrires, ele sorrir, nós sorrirmos, vós sorrirdes, eles sorrirem.
04) Pretérito Imperfeito do Indicativo:
O Pretérito Imperfeito do Indicativo é obtido pela eliminação da terminação verbal -ar, -er, -ir do
Infinito Impessoal, acrescentando-se a desinência -ava- para os verbos terminados em -ar e a
desinência -ia- para os verbos terminados em -er e -ir e, depois, as mesmas desinências número-
pessoais para os verbos regulares ( - / s / - / mos / is / m). Na segunda pessoa do plural (vós),
troca-se o -a por -e.
cantar - ar + ava = eu cantava, tu cantavas, ele cantava, nós cantávamos, vós cantáveis, eles
cantavam.
vender - er + ia = eu vendia, tu vendias, ele vendia, nós vendíamos, vós vendíeis, eles vendiam.
sorrir - ir + ia = eu sorria, tu sorrias, ele sorria, nós sorríamos, vós sorríeis, eles sorriam.
Os verbos que não seguem as regras acima são ter, pôr, vir e ser.
Ter = tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham.
Pôr = punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis, punham.
Vir = vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham.
Ser = era, eras, era, éramos, éreis, eram.
Verbos notáveis
Antes de estudar alguns verbos notáveis da língua portuguesa, é importante que o estudante saiba
da existência de dois nomes, em relação aos verbos: Formas rizotônica e arrizotônica.
Formas Rizotônicas:
São as estruturas verbais com a sílaba tônica dentro do radical.
São elas: eu, tu, ele e eles do presente do indicativo, eu, tu, ele e eles do presente do subjuntivo, tu,
você e vocês do imperativo afirmativo e tu, você e vocês do imperativo negativo.
Formas Arrizotônicas:
São as estruturas verbais com a sílaba tônica fora do radical.
São todas as outras estruturas verbais, com exceção das rizotônicas.
01) Aguar:
Verbo regular da 1ª conjugação. Como ele, conjugam-se enxaguar e desaguar. Recebem acento
agudo no primeiro a das formas rizotônicas e trema em todas as estruturas que tenham a
desinênciae.
Presente do Indicativo: águo, águas, água, aguamos, aguais, águam.
Presente do Subjuntivo: ágüe, ágües, ágüe, agüemos, agüeis, ágüem.
Imperativo Afirmativo: água, ágüe, agüemos, aguai, ágüem.
Imperativo Negativo: não ágües, não ágüe, não agüemos, não agüeis, não ágüem.
Pretérito Perfeito do Indicativo: agüei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: aguara, aguaras, aguara, aguáramos, aguáreis, aguaram.
Futuro do Subjuntivo: aguar, aguares, aguar, aguarmos, aguardes, aguarem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: aguasse, aguasses, aguasse, aguássemos, aguásseis, aguassem.
Futuro do Presente: aguarei, aguarás, aguará, aguaremos, aguareis, aguarão.
Futuro do Pretérito: aguaria, aguarias, aguaria, aguaríamos, aguaríeis, aguariam.
Infinitivo Pessoal: aguar, aguares, aguar, aguarmos, aguardes, aguarem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: aguava, aguavas, aguava, aguávamos, aguáveis, aguavam.
Formas Nominais: aguar, aguando, aguado.
02) Apaziguar:
Verbo regular da 1ª conjugação. Como ele, conjugam-se averiguar e obliquar (caminhar
obliquamente, de través; proceder com dissimulação; tergiversar). Recebem acento agudo no u das
formas rizotônicas que tenham a desinência e, e trema no u das formas arrizotônicas que também
tenham a desinência e. As formas rizotônicas são pronunciadas apazigu-o, apazigu-as...
Presente do Indicativo: apaziguo, apaziguas, apazigua, apaziguamos, apaziguais, apaziguam.
Presente do Subjuntivo: apazigúe, apazigúes, apazigúe, apazigüemos, apazigüeis, apazigúem.
Imperativo Afirmativo: apazigua, apazigúe, apazigüemos, apaziguai, apazigúem.
Imperativo Negativo: não apazigúes, não apazigúe, não apazigüemos, não apazigüeis, não
apazigúem.
Pretérito Perfeito do Indicativo: apazigüei, apaziguaste, apaziguou, apaziguamos, apaziguastes,
apaziguaram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: apaziguara, apaziguaras, apaziguara, apaziguáramos,
apaziguáreis, apaziguaram.
Futuro do Subjuntivo: apaziguar, apaziguares, apaziguar, apaziguarmos, apaziguardes,
apaziguarem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: apaziguasse, apaziguasses, apaziguasse, apaziguássemos,
apaziguásseis, apaziguassem.
Futuro do Presente: apaziguarei, apaziguarás, apaziguará, apaziguaremos, apaziguareis,
apaziguarão.
Futuro do Pretérito: apaziguaria, apaziguarias, apaziguaria, apaziguaríamos, apaziguaríeis,
apaziguariam.
Infinitivo Pessoal: apaziguar, apaziguares, apaziguar, apaziguarmos, apaziguardes, apaziguarem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: apaziguava, apaziguavas, apaziguava, apaziguávamos,
apaziguáveis, apaziguavam.
Formas Nominais: apaziguar, apaziguando, apaziguado.
03) Argüir:
Verbo irregular da 3ª conjugação que significa repreender, censurar, criminar, verberar, condenar
com argumentos ou razões; revelar, inculcar, demonstrar; examinar questionando ou
interrogando.Como ele, conjuga-se redargüir. Recebem acento agudo no u das formas rizotônicas
que tenham a desinência e ou i e trema no u das formas arrizotônicas que também tenham a
desinência e ou i. As formas rizotônicas são pronunciadas argu-o, argú-is...
Presente do Indicativo: arguo, argúis, argúi, argüimos, argüis, argúem.
Presente do Subjuntivo: argua, arguas, argua, arguamos, arguais, arguam.
Imperativo Afirmativo: argúi, argua, arguamos, argüi, arguam.
Imperativo Negativo: não arguas, não argua, não arguamos, não arguais, não arguam.
Pretérito Perfeito do Indicativo: argüi, argüiste, argüiu, argüimos, argüistes, argüiram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: argüira, argüiras, argüira, argüíramos, argüíreis, argüiram.
Futuro do Subjuntivo: argüir, argüires, argüir, argüirmos, argüirdes, argüirem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: argüisse, argüisses, argüisse, argüíssemos, argüísseis,
argüissem.
Futuro do Presente: argüirei, argüirás, argüirá, argüiremos, argüireis, argüirão.
Futuro do Pretérito: argüiria, argüirias, argüiria, argüiríamos, argüiríeis, argüiriam.
Infinitivo Pessoal: argüir, argüires, argüir, argüirmos, argüirdes, argüirem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: argüia, argüias, argüia, argüíamos, argüíeis, argüiam.
Formas Nominais: argüir, argüindo, argüido.
04) Arrear:
Verbo irregular da 1ª conjugação. Significa pôr arreio. Como ele, conjugam-se todos os verbos
terminados em -ear. Variam no radical, que recebe um i nas formas rizotônicas.
Presente do Indicativo: arreio, arreias, arreia, arreamos, arreais, arreiam.
Presente do Subjuntivo: arreie, arreies, arreie, arreemos, arreeis, arreiem.
Imperativo Afirmativo: arreia, arreie, arreemos, arreai, arreiem.
Imperativo Negativo: não arreies, não arreie, não arreemos, não arreeis, não arreiem.
Pretérito Perfeito do Indicativo: arreei, arreaste, arreou, arreamos, arreastes, arrearam.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: arreara, arrearas, arreara, arreáramos, arreáreis,
arrearam.
Futuro do Subjuntivo: arrear, arreares, arrear, arrearmos, arreardes, arrearem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: arreasse, arreasses, arreasse, arreássemos, arreásseis,
arreassem.
Futuro do Presente: arrearei, arrearás, arreará, arrearemos, arreareis, arrearão.
Futuro do Pretérito: arrearia, arrearias, arrearia, arrearíamos, arrearíeis, arreariam.
Infinitivo Pessoal: arrear, arreares, arrear, arrearmos, arreardes, arrearem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: arreava, arreavas, arreava, arreávamos, arreáveis, arreavam.
Formas Nominais: arrear, arreando, arreado.
05) Arriar:
Verbo regular da 1ª conjugação. Significa fazer descer. Como ele, conjugam-se todos os verbos
terminados em -iar, menos mediar, ansiar, remediar, incendiar e odiar.
Presente do Indicativo: arrio, arrias, arria, arriamos, arriais, arriam.
Presente do Subjuntivo: arrie, arries, arrie, arriemos, arrieis, arriem.
Imperativo Afirmativo: arria, arrie, arriemos, arriai, arriem.
Imperativo Negativo: não arries, não arrie, não arriemos, não arrieis, não arriem.
Pretérito Perfeito do Indicativo: arriei, arriaste, arriou, arriamos, arriastes, arriaram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: arriara, arriaras, arriara, arriáramos, arriáreis, arriaram.
Futuro do Subjuntivo: arriar, arriares, arriar, arriarmos, arriardes, arriarem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: arriasse, arriasses, arriasse, arriássemos, arriásseis, arriassem.
Futuro do Presente: arriarei, arriarás, arriará, arriaremos, arriareis, arriarão.
Futuro do Pretérito: arriaria, arriarias, arriaria, arriaríamos, arriaríeis, arriariam.
Infinitivo Pessoal: arriar, arriares, arriar, arriarmos, arriardes, arriarem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: arriava, arriavas, arriava, arriávamos, arriáveis, arriavam.
Formas Nominais: arriar, arriando, arriado.
06) Ansiar:
Verbo irregular da 1ª conjugação. Como ele, conjugam-se mediar, remediar, incendiar e odiar.Variam
no radical, que recebe um e nas formas rizotônicas.
Presente do Indicativo: anseio, anseias, anseia, ansiamos, ansiais, anseiam.
Presente do Subjuntivo: anseie, anseies, anseie, ansiemos, ansieis, anseiem.
Imperativo Afirmativo: anseia, anseie, ansiemos, ansiai, anseiem.
Imperativo Negativo: não anseies, não anseie, não ansiemos, não ansieis, não anseiem.
Pretérito Perfeito do Indicativo: ansiei, ansiaste, ansiou, ansiamos, ansiastes, ansiaram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: ansiara, ansiaras, ansiara, ansiáramos, ansiáreis,
ansiaram.
Futuro do Subjuntivo: ansiar, ansiares, ansiar, ansiarmos, ansiardes, ansiarem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: ansiasse, ansiasses, ansiasse, ansiássemos, ansiásseis,
ansiassem.
Futuro do Presente: ansiarei, ansiarás, ansiará, ansiaremos, ansiareis, ansiarão.
Futuro do Pretérito: ansiaria, ansiarias, ansiaria, ansiaríamos, ansiaríeis, ansiariam.
Infinitivo Pessoal: ansiar, ansiares, ansiar, ansiarmos, ansiardes, ansiarem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: ansiava, ansiavas, ansiava, ansiávamos, ansiáveis, ansiavam.
Formas Nominais: ansiar, ansiando, ansiado.
07) Haver:
Verbo irregular da 2ª conjugação. Varia no radical e nas desinências.
Presente do Indicativo: hei, hás, há, havemos, haveis, hão.
Presente do Subjuntivo: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam.
Imperativo Afirmativo: há, haja, hajamos, havei, hajam.
Imperativo Negativo: não hajas, não haja, não hajamos, não hajais, não hajam.
Pretérito Perfeito do Indicativo: houve, houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: houvera, houveras, houvera, houvéramos, houvéreis,
houveram.
Futuro do Subjuntivo: houver, houveres, houver, houvermos, houverdes, houverem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: houvesse, houvesses, houvesse, houvéssemos, houvésseis,
houvessem.
Futuro do Presente: haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão.
Futuro do Pretérito: haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam.
Infinitivo Pessoal: haver, haveres, haver, havermos, haverdes, haverem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: havia, havias, havia, havíamos, havíeis, haviam.
Formas Nominais: haver, havendo, havido.
08) Reaver:
Verbo defectivo da 2ª conjugação. Faltam-lhe as formas rizotônicas e derivadas. As formas não
existentes devem ser substituídas pelas do verbo recuperar.
Presente do Indicativo: ///, ///, ///, reavemos, reaveis, ///.
Presente do Subjuntivo: ///, ///, ///, ///, ///, ///.
Imperativo Afirmativo: ///, ///, ///, reavei vós, ///.
Imperativo Negativo: ///, ///, ///, ///, ///.
Pretérito Perfeito do Indicativo: reouve, reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: reouvera, reouveras, reouvera, reouvéramos, reouvéreis,
reouveram.
Futuro do Subjuntivo: reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis,
reouvessem.
Futuro do Presente: reaverei, reaverás, reaverá, reaveremos, reavereis, reaverão.
Futuro do Pretérito: reaveria, reaverias, reaveria, reaveríamos, reaveríeis, reaveriam.
Infinitivo Pessoal: reaver, reaveres, reaver, reavermos, reaverdes, reaverem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: reavia, reavias, reavia, reavíamos, reavíeis, reaviam.
Formas Nominais: reaver, reavendo, reavido.
09) Precaver:
Verbo defectivo da 2ª conjugação, quase sempre usado pronominalmente (precaver-se). Faltam-
lhe as formas rizotônicas e derivadas. As formas não existentes devem ser substituídas pelas dos
verbos acautelar-se, prevenir-se. As formas existentes são conjugadas regularmente, ou seja,
seguem a conjugação de qualquer verbo regular terminado em -er, como escrever.
Presente do Indicativo: ///, ///, ///, precavemos, precaveis, ///.
Presente do Subjuntivo: ///, ///, ///, ///, ///, ///.
Imperativo Afirmativo: ///, ///, ///, prevavei vós, ///.
Imperativo Negativo: ///, ///, ///, ///, ///.
Pretérito Perfeito do Indicativo: precavi, precaveste, precaveu, precavemos, precavestes,
precaveram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: precavera, precavera, precavera, precavêramos,
precavêreis, precaveram.
Futuro do Subjuntivo: precaver, precaveres, precaver, precavermos, precaverdes, precaverem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: precavesse, precavesses, precavesse, precavêssemos,
precavêsseis, precavessem.
Futuro do Presente: precaverei, precaverás, precaverá, precaveremos, precavereis, precaverão.
Futuro do Pretérito: precaveria, precaverias, precaveria, precaveríamos, precaveríeis, precaveriam.
Infinitivo Pessoal: precaver, precaveres, precaver, precavermos, precaverdes, precaverem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: precavia, precavias, precavia, precavíamos, precavíeis,
precaviam.
Formas Nominais: precaver, precavendo, precavido.
10) Prover:
Verbo irregular da 2ª conjugação que significa abastecer. Varia nas desinências. No presente do
indicativo, no presente do subjuntivo, no imperativo afirmativo e no imperativo negativo tem
conjugação idêntica à do verbo ver; no restante dos tempos, tem conjugação regular, ou seja, segue
a conjugação de qualquer verbo regular terminado em -er, como escrever.
Presente do Indicativo: provejo, provês, provê, provemos, provedes, provêem.
Presente do Subjuntivo: proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais, provejam.
Imperativo Afirmativo: provê, proveja, provejamos, provede, provejam.
Imperativo Negativo: não provejas, não proveja, não provejamos, não provejais, não provejam.
Pretérito Perfeito do Indicativo: provi, proveste, proveu, provemos, provestes, proveram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: provera, proveras, provera, provêramos, provêreis,
proveram.
Futuro do Subjuntivo: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis,
provessem.
Futuro do Presente: proverei, proverás, proverá, proveremos, provereis, proverão.
Futuro do Pretérito: proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis, proveriam.
Infinitivo Pessoal: prover, proveres, prover, provermos, proverdes, proverem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: provia, provias, provia, províamos, províeis, proviam.
Formas Nominais: prover, provendo, provido.
11) Requerer:
Verbo irregular da 2ª conjugação que significa pedir, solicitar, por meio de requerimento. Varia no
radical. No presente do indicativo, no presente do subjuntivo, no imperativo afirmativo e no
imperativo negativo tem conjugação idêntica à do verbo querer, com exceção da 1ª pessoa do
singular do presente do indicativo (eu requeiro); no restante dos tempos, tem conjugação regular,
ou seja, segue a conjugação de qualquer verbo regular terminado em -er, como escrever.
Presente do Indicativo: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem.
Presente do Subjuntivo: requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram.
Imperativo Afirmativo: requere, requeira, requeiramos, requerei, requeiram.
Imperativo Negativo: não requeiras, não requeira, não requeiramos, não requeirais, não requeiram.
Pretérito Perfeito do Indicativo: requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes,
requereram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: requerera, requereras, requerera, requerêramos,
requerêreis, requereram.
Futuro do Subjuntivo: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos,
requerêsseis, requeressem.
Futuro do Presente: requererei, requererás, requererá, requereremos, requerereis, requererão.
Futuro do Pretérito: requereria, requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam.
Infinitivo Pessoal: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: requeria, requerias, requeria, requeríamos, requeríeis, requeriam.
Formas Nominais: requerer, requerendo, requerido.
Verbos defectivos
1) Colorir:
Verbo defectivo, da 3ª conjugação. Faltam-lhe a 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo e as
formas derivadas dela. Como ele, conjugam-se os verbos abolir, aturdir (atordoar), brandir
(acenar, agitar a mão), banir, carpir, delir (apagar), demolir, exaurir (esgotar, ressecar),
explodir, fremir (gemer), haurir (beber, sorver), delinqüir, extorquir, puir (desgastar,
polir), ruir, retorquir (replicar, contrapor), latir, urgir (ser urgente), tinir (soar), pascer
(pastar).
Presente do Indicativo: ///, colores, colore, colorimos, coloris, colorem.
Presente do Subjuntivo: ///, ///, ///, ///, ///, ///.
Imperativo Afirmativo: colore, ///, ///, colori, ///.
Imperativo Negativo: ///, ///, ///, ///, ///, ///.
Pretérito Perfeito do Indicativo: colori, coloriste, coloriu, colorimos, coloris, coloriram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: colorira, coloriras, colorira, coloríramos, coloríreis,
coloriram.
Futuro do Subjuntivo: colorir, colorires, colorir, colorirmos, colorirdes, colorirem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: colorisse, colorisses, colorisse, coloríssemos, colorísseis,
colorissem.
Futuro do Presente: colorirei, colorirás, colorirá, coloriremos, colorireis, colorirão.
Futuro do Pretérito: coloriria, coloririas, coloriria, coloriríamos, coloriríeis, coloririam.
Infinitivo Pessoal: colorir, colorires, colorir, colorirmos, colorirdes, colorirem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: coloria, colorias, coloria, coloríamos, coloríeis, coloriam.
Formas Nominais: colorir, colorindo, colorido.
2) Falir:
Verbo defectivo, da 3ª conjugação. Faltam-lhe as formas rizotônicas do Presente do Indicativo e as
formas delas derivadas. Como ele, conjugam-se aguerrir (tornar valoroso), adequar, combalir
(tornar debilitado), embair (enganar), empedernir (petrificar, endurecer), esbaforir-se,
espavorir, foragir-se, remir (adquirir de novo, salvar, reparar, indenizar, recuperar-se de
uma falha), renhir (disputar), transir (trespassar, penetrar).
Presente do Indicativo: ///, ///, ///, falimos, falis, ///.
Presente do Subjuntivo: ///, ///, ///, ///, ///, ///.
Imperativo Afirmativo: ///, ///, ///, fali, ///.
Imperativo Negativo: ///, ///, ///, ///, ///, ///.
Pretérito Perfeito do Indicativo: fali, faliste, faliu, falimos,
falistes, faliram.
Pretérito Mais-que-perfeito do Indicativo: falira, faliras, falira, falíramos, falíreis, faliram.
Futuro do Subjuntivo: falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem.
Pretérito Imperfeito do Subjuntivo: falisse, falisses, falisse, falíssemos, falísseis, falissem.
Futuro do Presente: falirei, falirás, falirá, faliremos, falireis, falirão.
Futuro do Pretérito: faliria, falirias, faliria, faliríamos, faliríeis, faliriam.
Infinitivo Pessoal: falir, falires, falir, falirmos, falirdes, falirem.
Pretérito Imperfeito do Indicativo: falia, falias, falia, falíamos, falíeis, faliam.
Formas Nominais: falir, falindo, falido.
Nota: o verbo adequar, diferentemente de todos os outros defectivos nas formas rizotônicas, é
conjugado no Presente do Subjuntivo nas duas primeiras pessoas do plural, ou seja: que nós
adeqüemos, que vós adeqüeis, conseqüentemente o Imperativo Afirmativo também é conjugado
de modo diferente: adeqüemos nós, adequai vós.
Substantivo
No português, o substantivo pode variar em gênero, número e grau.
Para transformar uma palavra de outra classe gramatical em um substantivo, basta precedê-lo de
um artigo. Exemplo: "O não é uma palavra dura". Artigos sempre precedem palavras
substantivadas, mas substantivos (que são substantivos em sua essência) não precisam
necessariamente ser precedidos por artigos.
Classificação
Quanto à formação
Quanto à existência de radical, o substantivo pode ser classificado em:
Primitivo: palavras que não derivam de outras. Ex: flor, pedra.
Derivado: vem de outra palavra existente na língua. O substantivo que dá origem ao derivado
(substantivo primitivo) é denominado radical. Ex: floreira, pedreira.
Quanto ao número de radicais, pode ser classificado em:
Simples: tem apenas um radical. Ex: água, couve, sol
Composto: tem dois ou mais radicais. Ex: água-de-cheiro, couve-flor, girassol, lança-perfume.
Quanto à semântica
Quando se referir a especificação dos seres, pode ser classificado em:
Concreto: designa seres que existem ou que podem existir por si só. Ex: casa, cadeira.
Também concretos os substantivos que nomeiam divindades (Deus, anjos, almas) e seres
fantásticos (fada, duende), pois, existentes ou não, são sempre considerados como seres com
vida própria.
Abstrato: designa idéias ou conceitos, cuja existência está vinculada a alguém ou a alguma
outra coisa. Ex: justiça, amor, trabalho, etc.
Próprio: denota um elemento específico dentro de um grupo, sendo grafado sempre com letra
maiúscula. Ex: Fernanda, Portugal, Brasília, Fusca.
Coletivo: um substantivo coletivo designa um conjunto de seres de uma mesma espécie no
singular. No entanto, vale ressaltar que não se trata necessariamente de quaisquer seres
daquela espécie. Alguns exemplos:
Uma biblioteca é um conjunto de livros, mas uma pilha de livros desordenada não é uma
biblioteca. A biblioteca discrimina o gênero dos livros e os acomoda em prateleiras.
Uma orquestra ou banda é um conjunto de instrumentistas, mas nem todo conjunto de músicos
ou instrumentistas pode ser classificado como uma orquestra ou banda. Em uma orquestra ou
banda, os instrumentistas estão executando a mesma peça musical ao mesmo tempo, e uma
banda não tem instrumentos de corda.
Uma turma é um conjunto de estudantes, mas se juntarem num mesmo alojamento os
estudantes de várias carreiras e várias universidades numa sala, não se tem uma turma. Na
turma, os estudantes assistem simultaneamente à mesma aula.
Todos os substantivos que não são próprios podem ser genericamente classificados como
substantivos comuns.
Flexão do substantivo
Quanto ao gênero
Os substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e quanto às formas, podem ser:
Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical. Exemplos:
menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna.
Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou flexão para
indicar gênero. Exemplos: arlequim - colombina, arcebispo - arquiepiscopisa, bispo - episcopisa,
bode - cabra.
Substantivos uniformes: apresentam a mesma forma para os dois gêneros, podendo ser
classificados em:
Epicenos: referem-se a animais ou plantas, e são invariáveis no artigo precedente,
acrescentando a palavras macho e fêmea, para distinção do sexo do animal. Exemplos: a onça
macho - a onça fêmea; o jacaré macho - o jacaré fêmea; a foca macho - a foca fêmea.
Comuns de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Exemplos: o dentista, a
dentista.
Sobrecomuns: invariáveis no artigo precedente. Exemplos: a criança, a testemunha, o indivíduo
(não existem formas como "crianço", "testemunho", "indivídua", nem "o criança", "o
testemunha", "a indivíduo").
Quanto ao número
Os substantivos apresentam singular e plural.
Os substantivos simples, para formar o plural, substituem a terminação em vogal ou ditongo oral
por s; a terminação em ão, por ões, ães, e ãos; as terminações em s, r, e z, por es; terminações
em x são invariáveis; terminações em al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes exceções:
"mal" (males), "cônsul" (cônsules), "mol" (mols), "gol" (gols); terminação em il, é trocado o l por
is (quando oxítono) ou o il por eis (quando paroxítono).
Os substantivos compostos flexionam-se da seguinte forma quando ligados por hífen:
se os elementos são ligados por preposição, só o primeiro varia (mulas-sem-cabeça);
se os elementos são formados por palavras repetidas ou por onomatopéia, só o segundo
elemento varia (tico-ticos, pingue-pongues);
nos demais casos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e numerais
variam (couves-flores, guardas-noturnos, amores-perfeitos, bem-amados, ex-alunos).
Quanto ao grau
Os substantivos possuem três graus, o aumentativo, o diminutivo e o normal que são formados
por dois processos:
Analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que indicam sua proporção (rato grande,
gato pequeno);
Sintético: modifica o substantivo através de sufixos que podem representar além de aumento ou
diminuição, o desprezo ou um sentido pejorativo (no aumentativo sintético: gentalha, beiçorra),
o afeto ou sentido pejorativo (no diminutivo sintético: filhinho, livreco).
Exemplos de diminutivos e aumentativos sintéticos:
sapato/sapatinho/sapatão; casa/casinha/casarão; cão/cãozinho/cãozarrão;
homem/homenzinho/homenzarrão; gato/gatinho/gatarrão; bigode/bigodinho/bigodaça;
vidro/vidrinho/vidraça; boca/boquinha/bocarra; muro/murinho/muralha;
pedra/pedrinha/pedregulho; rocha/rochinha/rochedo;
Colocação pronominal
Próclise, ênclise e mesóclise são um fenômeno do português que se caracteriza pelo fato de
nenhuma palavra ocorrer entre os pronomes oblíquos átonos e o verbo. São três as posições
relativas do pronome em relação ao verbo:
1. Próclise pronome + verbo
... me observou ...
... me observa ...
... me observará ...
... me observaria ...
... me observado ...
2. Ênclise verbo + pronome
... observou-me ...
... observa-me ...
3. Mesóclise início do verbo + pronome + terminação verbal
... observar-me-á ...
... observar-me-ia ...
Todas as conjugações verbais permitem próclise e, com exceção do particípio e dos tempos
Futuro [fará, dirá, verá] e Futuro do Pretérito [faria, diria, veria], permitem também ênclise.
Somente os tempos Futuro e Futuro do Pretérito permitem mesóclise.
No Brasil, opta-se sempre por próclise independente da posição do grupo/sintagma/locução
verbal (pronome e verbo) na oração. Já em Portugal, dependendo da posição do grupo verbal
na oração, opta-se ou não pela próclise.
No Brasil
Me diz quem tem razão.
Te vi na rua.
Em Portugal
Diz-me quem tem razão.
Vi-te na rua.
As gramáticas normativas condenam o uso brasileiro de próclise e esse uso é ensinado no
colégio como sendo proibido na escrita. Portanto, exceto quando a escrita simula a fala
(Mensagens Instantâneas e de Celular), as posições clíticas da escrita no Brasil são as
mesmas do português falado em Portugal.
Português Falado no Brasil sempre se usa próclise
Português Falado em Portugal e Português Escrito
nunca se usa próclise em início de período
nunca se usa próclise após pausa/vírgula
sempre se usa próclise após atratores
Lista de Atratores
Advérbio
Conjunção
Palavra negativa
Pronome indefinido
Pronome interrogativo
Pronome relativo
Próclise
Em gramática, denomina-se próclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos antes do
verbo.
Proibição
Não deve ser usada no início de oração ou período. Apesar disso, o uso da próclise é
generalizado no Brasil, de modo que na fala popular é comum o uso inclusive no início de
oração.
Ex.: *Se faz justiça com as próprias mãos naquele lugar.
Note que uma oração pode iniciar-se a meio de uma frase, por exemplo, depois de uma
vírgula.
Ex.: *Naquele lugar, se faz justiça com as próprias mãos.
Correção: Naquele lugar, faz-se justiça com as próprias mãos.
Nos infinitivos há uma tendência à ênclise, mas também é possível a próclise. A ênclise só é
mesmo rigor quando o pronome tem a forma o (principalmente no feminino a) e o infinitivo vem
regido da preposição a.
Ex.: Se soubesse, não continuaria a lê-lo.
Existem determinadas palavras da língua que são consideradas "atratores" dos pronomes
pessoais oblíquos átonos pois, nos enunciados em que elas ocorrem, esses pronomes devem
ficar em posição proclítica com relação ao verbo que complementam.
Uso
Quando há antes do verbo:
palavra negativa
Ex.: Não se deve jogar lixo no rio.
pronome relativo
Ex.: Quanto se pode pegar?
pronome indefinido
Ex.: Alguém me perguntou as horas.
pronome interrogativo ou advérbio interrogativo
Ex.: Quem me busca a esta hora tardia?
Por que te assustas a cada vez?
Como a julgariam os pais se conhecessem a vida dela?
conjunção subordinativa, mesmo quando oculta na oração subordinada
Ex.: Quero que te cuides.
Que é que desejas te mande do Rio?. (conjunção oculta)
advérbio
Ex.: Ela descuidadosamente se machucou.
orações iniciadas por palavras exclamativas, bem como nas orações que exprimem desejo
(optativas)
Ex.: Que o vento te leve os meus recados de saudade.
Que Deus o abençoe!
Bons olhos o vejam!.
Se o verbo estiver no infinitivo impessoal e ocorrer uma dessas palavras antes do verbo, o uso
da próclise ou da ênclise será facultativo.
qualquer um dos casos citados acima atrai obrigatoriamente o pronome.
Caso Facultativo
Após pronomes pessoais do caso reto não é obrigatória a próclise.
Ex.: "Eu me garanto" e "Eu garanto-me" estão corretos.
Ênclise
Em gramática, denomina-se ênclise a colocação dos pronomes oblíquos átonos depois do
verbo.
É usada principalmente nos casos:
Quando o verbo inicia a oração (a não ser sob licença poética, não se devem iniciar orações
com pronomes oblíquos);
Quando o verbo está no imperativo afirmativo;
Quando o verbo está no infinitivo impessoal;
Quando o verbo está no gerúndio (sem a preposição em)
Não deve ser usada quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito. Neste
caso é utilizada a mesóclise.
Os pronomes oblíquos átonos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las quando estão
ligados a verbos terminados em r, s ou z. Nesse caso, o verbo perde sua última letra e a nova
forma deverá ser re-acentuada de acordo com as regras de acentuação da língua. Por
exemplo:
"tirar-a" torna-se "tirá-la";
"faz-os" torna-se "fá-los";
"comes-o" torna-se "come-lo" (não há mudança de acentuação);
"Vou comer-o" torna-se "vou comê-lo".
No caso de verbos terminados em m, õe ou ão, ou seja, sons nasálicos, os pronomes o, a, os,
as assumem as formas no, na, nos, nas, e o verbo é mantido inalterado. Por exemplo:
"peguem-os" torna-se "peguem-nos";
"põe-as" torna-se "põe-nas";
"explorarão-as" torna-se "explorarão-nas".
Observação: Em linguagem coloquial, no Brasil, é comum utilizar o pronome reto em
substituição ao pronome oblíquo - Por exemplo: "peguem eles!". Este tipo de construção não é
adequada em linguagem formal.
Mesóclise
Denomina-se mesóclise a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo.
Utiliza-se quando o verbo está no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo e
não há, antes do verbo, palavra que justifique o uso da próclise.
Ex.: Tê-lo-ia perguntado a(o) meu pai, se o tivesse visto na ocasião.
A construção da mesóclise é possível graças à origem do futuro sintético (formado por apenas
uma palavra): o futuro analítico, que no latim era formado pelo verbo principal no infinitivo e
pelo verbo habere (haver) no presente. Sendo o futuro analítico uma forma composta, era
possível colocar o pronome entre os dois verbos. Com a evolução da língua, o verbo auxiliar foi
assimilado como desinência do verbo principal, mas manteve-se a possibilidade de deixar o
pronome em posição mesoclítica.
Como ler as questões da provaCertifique-se que você leu as orientações ao candidato. As orientações ao candidato são preciosíssimas
que já esclarecem elementos importantes.
Há até casos em que o candidato que não lê as orientações pode seguir um curso errado durante a
prova. A melhor hora para lê-las é antes do início da prova. Mesmo que não permitam lê-las antes de
correr o tempo de prova, leia-as com calma e atenção quando permitirem virar a prova. A relação custo
de tempo x benefício de informação vale a pena.
Houve um concurso em que fui o primeiro colocado e a segunda colocada comentou comigo que teria
sido a primeira se atentasse para as orientações ao candidato, que vedavam a redação a lápis. Além
disso, falou que se tivesse tempo teria passado a caneta por cima, mas como não fez isso obteve zero
em redação. Essa pessoa, hoje uma grande amiga, cometeu dois erros desprezando dois elementos
que são contados para se aprovar ou classificar um candidato: leitura das orientações prévias ao
candidato e controle do tempo.
Preste atenção às dicas abaixo:
a)Pré-leia o texto rapidamente (uma "olhada" geral, uma vista d"olhos rápida, que tira a ansiedade sobre
o que caiu na prova). Cuidado para não começar a dar as respostas ou definir qual é a pergunta. Essa
reação rápida pode ser equivocada e induzir ao erro. Apenas olhe a prova rapidamente. Nuca diga: "não
sei esta", diga "esta eu vou lembrar" ou "esta eu vou dar uma boa resposta". Não é má idéia dizer, ao
final dessa primeira lida, que gostou da prova.
b)Leia todas as perguntas. Agora sim, você deve fazer uma leitura calma e atenta. O tempo gasto vale
a pena. Mantenha uma atitude positiva e sempre se pergunte o que o examinador quer saber naquela
pergunta. Essa leitura inicial ajuda o cérebro a começar a procurar respostas. Com o tempo, você
aprenderá a juntar estas duas primeiras leituras. Quando não tiver mais ansiedade para saber o que
caiu, bastará fazer a leitura da letra "b".
c)Formule as respostas lendo o enunciado de cada uma delas por vez. Ao ler o enunciado, analise
criticamente a questão a fim de procurar a resposta. Se quiser, sublinhe as palavras-chaves e anote ao
lado da questão o que você deve ou quer dizer.
d)Se há algum texto para interpretar, proceda assim: sempre faça uma pré-leitura rápida (para aguçar a
curiosidade do cérebro); leia todo o texto com calma; só depois vá fazer as questões (assim você evita
o ping-pong entre o texto e as perguntas). Claro que se surgir uma dúvida você pode e deve voltar ao
texto, mas esta técnica diminui tal intensidade.
No final da prova (depois de responder às demais questões, isto é, no tempo que sobrou), releia o texto
e repasse as respostas. Quase sempre você verá algo novo e/ou poderá melhorar suas respostas.
Ao separar o tempo em provas de múltipla escolha, reserve um período, ao final, para marcar o cartão
de respostas.
Em resumo: Leia a prova. Não rotule. Leia e descubra o que o examinador quer. Ele é o "dono da bola".
William Douglas