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MANUAIS TÉCNICOS PARA A FORMAÇÃO DE EFORMADORES CAPÍTULO 3: TUTORIA Produção apoiada pelo POEFDS e cofinanciado por:

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M ANUAIS TÉCNICOS PARA A FORMAÇÃO DE E F ORMADORES CAPÍTULO3:TUTORIA Produção apoiada pelo POEFDS e co­financiado por: Fax: 21 397 62 44 A Parceira Tel: 234 403 200 e­mail: [email protected] e­mail: [email protected] Rua Eng. José Ferreira Pinto Basto 1200­872 Lisboa, Portugal 3810­106 Aveiro, Portugal Tel: 21 397 62 42 / 3 Largo Vitorino Damásio, 3 – 1.º Esq. 2

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MANUAIS TÉCNICOS PARA A FORMAÇÃO DE EFORMADORES CAPÍTULO 3: TUTORIA

Produção apoiada pelo POEFDS e co­financiado por:

2

FICHA TÉCNICA

O Promotor

Portugal Telecom Inovação, S.A.

Rua Eng. José Ferreira Pinto Basto

3810­106 Aveiro, Portugal

Tel: 234 403 200

Fax: 234 424 723

e­mail: [email protected]

A Parceira

eForgest – Consultadoria e Investigação em Educação, Formação, Gestão e Recursos Humanos

Largo Vitorino Damásio, 3 – 1.º Esq.

1200­872 Lisboa, Portugal

Tel: 21 397 62 42 / 3

Fax: 21 397 62 44

e­mail: [email protected]

3

ÍNDICE

1. Apresentação do Capítulo – Tutoria .................................................................................................................... 7

1.1. Enquadramento......................................................................................................................................... 7

1.2. Objectivos................................................................................................................................................. 7

1.3. Destinatários............................................................................................................................................. 7

1.4. Pré­requisitos............................................................................................................................................ 7

1.5. Palavras­chave ......................................................................................................................................... 7

1.6. Duração.................................................................................................................................................... 8

1.7. Vantagens e condições de utilização.......................................................................................................... 8

1.8. Conteúdo Programático............................................................................................................................. 8

1.9. Síntese do Capítulo................................................................................................................................... 8

2. Apresentação do Módulo 1 – O tutor no ensino e formação a distância ...............................................................10

2.1. Enquadramento........................................................................................................................................10

2.2. Objectivos................................................................................................................................................10

2.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................10

2.4. Actividades ..............................................................................................................................................10

2.5. Unidades de Aprendizagem......................................................................................................................11

3. Apresentação da Unidade 1 – O papel do tutor...................................................................................................12

3.1. Sumário ...................................................................................................................................................12

3.2. Objectivos específicos..............................................................................................................................12

3.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................12

3.4. O tutor no ensino e formação a distância...................................................................................................12

3.5. As dimensões do papel do tutor ................................................................................................................13

3.6. Interacções pedagógicas a distância.........................................................................................................15

3.7. Qualidades e competências do tutor .........................................................................................................15

3.8. Síntese da Unidade..................................................................................................................................16

4. Apresentação da Unidade 2 – As funções do tutor..............................................................................................17

4.1. Sumário ...................................................................................................................................................17

4.2. Objectivos específicos..............................................................................................................................17

4.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................17

4.4. As funções do tutor...................................................................................................................................17

4.5. O tutor vs. O professor .............................................................................................................................18

4

4.6. Síntese da unidade...................................................................................................................................20

5. Apresentação do Módulo 2 – Os problemas da tutoria ........................................................................................21

5.1. Enquadramento........................................................................................................................................21

5.2. Objectivos................................................................................................................................................21

5.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................21

5.4. Actividades ..............................................................................................................................................21

5.5. Unidades de Aprendizagem......................................................................................................................21

6. Apresentação da Unidade 1 – As dificuldades de aprender a distância ...............................................................22

6.1. Sumário ...................................................................................................................................................22

6.2. Objectivos específicos..............................................................................................................................22

6.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................22

6.4. O Formando Adulto ..................................................................................................................................22

6.5. Os problemas de aprender a distância ......................................................................................................23

6.6. Síntese da Unidade..................................................................................................................................25

7. Apresentação do Módulo 3 – A formação online.................................................................................................26

7.1. Enquadramento........................................................................................................................................26

7.2. Objectivos................................................................................................................................................26

7.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................26

7.4. Actividades ..............................................................................................................................................26

7.5. Unidades de Aprendizagem......................................................................................................................27

8. Apresentação da Unidade 1 – O porquê da formação online...............................................................................28

8.1. Sumário ...................................................................................................................................................28

8.2. Objectivos específicos..............................................................................................................................28

8.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................28

8.4. A resposta estará na formação online? .....................................................................................................28

8.5. Síntese da Unidade..................................................................................................................................29

9. Apresentação da Unidade 2 – O modelo de ensino/aprendizagem online de Gilly Salmon ...................................30

9.1. Sumário ...................................................................................................................................................30

9.2. Objectivos específicos..............................................................................................................................30

9.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................30

9.4. O modelo de ensino/aprendizagem online de Gilly Salmon?......................................................................30

9.5. Síntese da Unidade..................................................................................................................................33

10. Apresentação da Unidade 3 – O tutor moderador de diálogo ..............................................................................34

5

10.1. Sumário ...................................................................................................................................................34

10.2. Objectivos específicos..............................................................................................................................34

10.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................34

10.4. Tipos de discurso do tutor.........................................................................................................................34

10.5. Estilos do tutor .........................................................................................................................................35

10.6. Estratégias do tutor ..................................................................................................................................35

10.7. Síntese da Unidade..................................................................................................................................36

11. Apresentação da Unidade 4 – O início de um curso online e o apoio aos formandos ...........................................37

11.1. Sumário ...................................................................................................................................................37

11.2. Objectivos específicos..............................................................................................................................37

11.3. Palavras­chave ........................................................................................................................................37

11.4. Orientações para o início de um curso online ............................................................................................37

11.5. Apoio aos formandos................................................................................................................................39

11.6. Síntese da Unidade..................................................................................................................................41

12. Referências bibliográficas..................................................................................................................................42

12.1. Bibliografia ...............................................................................................................................................42

12.2. Webliografia.............................................................................................................................................42

6

CARACTERIZAÇÃO DO CAPÍTULO TUTORIA

7

1. APRESENTAÇÃO DO CAPÍTULO – TUTORIA

1.1. Enquadramento

Será abordada a tutoria, no sentido de compreender o papel, as qualidades e as

competências do tutor, assim como as suas funções no ensino e formação a

distância. Visa também a compreensão das diferenças entre o tutor nesta

modalidade de ensino e formação e o professor no ensino tradicional. Para além

destes aspectos, pretende­se, ainda, conhecer os principais problemas

associados à tutoria e algumas das formas de serem ultrapassados. Também a

formação online é abordada, relativamente às orientações que terão que ser

dadas pelo tutor e o apoio aos formandos, reflectindo, ainda, sobre a utilização

de ferramentas de comunicação síncrona e assíncrona. Espera­se que as visões

do processo de tutoria no ensino e formação a distância promovam a procura de

informações complementares para que cada utilizador defina a sua forma de

encarar esta modalidade formativa.

1.2. Objectivos

Com este capítulo pretende­se que os seus destinatários adquiram conhecimentos e competências para:

§ Compreender a importância do tutor no ensino e formação a distância;

§ Conhecer os principais problemas da tutoria;

§ Compreender o funcionamento de um curso online.

1.3. Destinatários

Profissionais da formação que pretendam criar, consolidar e aprofundar conhecimentos relacionados com a formação a

distância e eLearning.

1.4. Pré­requisitos

Conhecimentos de informática na óptica do utilizador. Acesso à plataforma de eLearning, disponível via Intranet ou via

Internet. Motivação e disponibilidade para aprender utilizando as novas tecnologias de formação.

1.5. Palavras­chave

§ Ensino e Formação a Distância (EFAD);

§ Tutor;

§ Papel do tutor;

§ Funções do tutor;

§ Modelo de ensino/aprendizagem online;

8

§ Problemas da tutoria;

§ Formação online;

§ Apoio aos formandos;

§ Discurso do tutor;

§ Orientações para cursos online;

1.6. Duração

A duração média prevista para o estudo deste capítulo é de 18horas.

1.7. Vantagens e condições de utilização

As vantagens de utilização deste manual reflectem­se na aprendizagem do utilizador na medida em que este lhe

permite o acesso a informação base, aplicações práticas, bibliografias de apoio, orientações de aprofundamento de

conhecimento e exercícios de verificação.

Tudo isto vai permitir ao utilizador do manual adquirir novos conhecimentos e consolidar conhecimentos já adquiridos.

1.8. Conteúdo Programático

Este capítulo é composto por três módulos:

§ Módulo 1 – O tutor no ensino e formação a distância:

o Unidade 1 – O papel do tutor;

o Unidade 2 – As funções do tutor.

§ Módulo 2 – Os problemas da tutoria:

o Unidade 1 – As dificuldades de aprender a distância.

§ Módulo 3 – A formação online:

o Unidade 1 – A resposta estará na formação online;

o Unidade 2 – O modelo de ensino/aprendizagem online de Gilly Salmon;

o Unidade 3 – O tutor moderador de diálogo;

o Unidade 4 – O início de um curso online e o apoio aos formandos.

1.9. Síntese do Capítulo

Este capítulo apresenta a importância do tutor no ensino e formação a distância, os principais problemas associados à

tutoria e a mecânica de funcionamento de um curso online.

9

APRESENTAÇÃO DOS MÓDULOS E RESPECTIVAS UNIDADES DE APRENDIZAGEM

10

2. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 1 – O TUTOR NO ENSINO E FORMAÇÃO A DISTÂNCIA

2.1. Enquadramento

Quando se fala em ensino e formação a distância colocam­se algumas dúvidas

relativamente ao papel e funções que o tutor deverá assumir. Confunde­se, por

vezes, o tutor com um explicador de conteúdos ou um professor do ensino dito

tradicional, que usa a tecnologia para transmitir informação. Será a passagem de

professor a tutor assim tão redutora e simplificada?

Por um lado, é fundamental ter­se em consideração que o tutor deve dominar a

tecnologia de forma a usar correctamente e a aproveitar todas as funcionalidades

aplicadas ao ensino/aprendizagem que essa disponibiliza. Por outro lado, a

tutoria não implica apenas o uso da tecnologia para transmitir informação. Não se

fala em transmissão, mas em comunicação.

O ensino e formação a distância permite a utilização da tecnologia, não apenas para que o tutor e o formando

comuniquem entre si, mas também para que essa comunicação aconteça entre os próprios formandos. Neste sentido,

também o tutor não transmite conteúdos por meio da tecnologia, mas acompanha todos os formandos ao longo do seu

processo de aprendizagem: não é um mero explicador teórico, mas um orientador, um mediador ou facilitador da

aprendizagem.

2.2. Objectivos

§ Reconhecer o papel do tutor em contexto EFAD;

§ Distinguir os diferentes tipos de tutor;

§ Identificar as qualidades do tutor;

§ Identificar as competências do tutor;

§ Identificar as funções do tutor;

§ Distinguir o tutor e o professor.

2.3. Palavras­chave

§ O papel do tutor;

§ Qualidades e competências do tutor;

§ As funções do tutor;

§ Distinção entre o tutor e o professor.

2.4. Actividades

§ Realização de questionários de autoavaliação;

11

§ Realização de actividades pedagógicas.

2.5. Unidades de Aprendizagem

O módulo 1 é constituído por duas unidades de aprendizagem:

§ Unidade 1: O papel do tutor;

§ Unidade 2: As funções do tutor.

12

3. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 1 – O PAPEL DO TUTOR

3.1. Sumário

Esta unidade resume os principais papéis do tutor no ensino e formação a distância, tendo sempre em consideração as

suas dimensões, as qualidades e competências necessárias ao exercício da sua função, os tipos de tutoria e as

interacções pedagógicas que se estabelecem num curso de ensino e formação a distância.

3.2. Objectivos específicos

§ Identificar o papel do tutor no ensino e formação a distância;

§ Reconhecer as diferentes dimensões do papel do tutor;

§ Identificar os tipos de tutoria;

§ Analisar as interacções pedagógicas que se estabelecem a distância;

§ Identificar as principais qualidades do tutor;

§ Idntificar as principais competências do tutor.

3.3. Palavras­chave

§ O papel do tutor;

§ As dimensões do papel do tutor;

§ Interacções pedagógicas a distância;

§ As qualidades e competências do tutor.

3.4. O tutor no ensino e formação a distância

A tutoria como método surgiu no século XV na universidade, onde foi usada como orientação de carácter religioso aos

alunos. No século XX, o tutor assume um papel de orientador dos trabalhos académicos (Sá, 1998, citado por Machado,

2003).

O tutor necessita de estar atento a todas as características dos formandos, ao modo como encaram a aprendizagem e a

circunstâncias da sua vida que podem ter uma influência na mesma. Assim, o apoio do tutor pode ser apresentado em

duas vertentes:

§ Apoio académico;

§ Apoio não académico.

13

Esquema 1: O apoio ao formando por parte do tutor (retirado de eTrainers; 184)

O apoio académico consiste no apoio e nas orientações que

o tutor dá aos seus formandos a nível das competências

cognitivas, das competências de aprendizagem e dos

conhecimentos.

Este apoio engloba os aspectos cognitivos e intelectuais do

formando e as questões que se relacionam com o trabalho

sobre os conteúdos do curso.

O apoio não académico consiste no aconselhamento ao

formando, na ajuda na auto­avaliação, na dinamização, no

fomento da acção e na ajuda nos processos

administrativos.

Este tipo de apoio encontra­se relacionado com os aspectos afectivos e organizacionais envolvidos no processo de

aprendizagem do formando.

Saber Mais De acordo com o esquema, pode considerar­se que o tutor desempenha os papéis de:

Informador – no sentido em que esclarece dúvidas colocadas pelos formandos.

Orientador – uma vez que orienta os formandos nas dificuldades e na promoção da aprendizagem autónoma e do auto­

estudo (Sá, 1998 in Machado 2003).

3.5. As dimensões do papel do tutor

Por exemplo, Garrison publica um artigo em 1985 em que defende “que “a evolução tecnológica conduziu ao surgimento

de paradigmas alternativos ao nível dos princípios e conceitos associados à Educação a Distância, identificando neste

domínio a existência de três gerações de inovação tecnológica” (Garrison in Gomes, 2003), as quais são consideradas

na perspectiva das modalidades de comunicação bidireccional disponíveis.

§ Conceptor ­ autor dos materiais de aprendizagem.

§ Instrutor ­ o tutor deve dominar os conteúdos para fazer o acompanhamento dos formandos, esclarecer dúvidas relativas aos conteúdos, estimular a interacção com o sistema e com os colegas numa óptica de

aprendizagem colaborativa. Ainda avalia formativa e sumativamente os formandos e dá feedback, para que o

formando regule o seu processo de auto­aprendizagem. Para além destes aspectos, o tutor dá orientações

sobre o modo de funcionamento e de utilização da plataforma informática.

§ Facilitador ­ facilitador do processo de aprendizagem, na medida em que ajuda a regular e a orientar o processo de auto­aprendizagem dos formandos.

§ Moderador/Animador ­ o tutor deve ser um dinamizador da aprendizagem. Apresenta actividades, reconhece os interesses dos formandos e a diversidade das suas experiências, lança temas de debate e actividades de

grupo (Rodrigues; Ferrão, 2006: 283­284).

Para mais informações, consulte os textos:

Bechara, Fabiana (2006). “O papel do tutor na educação a distância”. Disponível em

http://www.timaster.com.br/revista/artigos/main_artigo.asp?codigo=1170. Acesso em 17/07/2007

14

Leal, Regina (s/d). A importância do tutor no processo de aprendizagem a distância. “Revista Iberoamericana de

Educación”. Disponível em http://www.rieoei.org/deloslectores/947Barros.PDF. Acesso em 17/07/2007

Oliveira et al, (s/d). “A importância da acção tutorial na educação a distância: discussão das competências necessárias

ao tutor”. Disponível em http://www.niee.ufrgs.br/ribie2004/Trabalhos/Comunicacoes/com20­28.pdf. Acesso em

09/06/2007

Distinguem­se dois tipos de tutor:

§ Tutor activo

o Acompanha e intervém.

o Coloca questões aos formandos.

o Mais interventivo, dinamizador, provocador e colaborador no processo de aprendizagem do formando.

o Motiva constantemente os formandos.

o Dinamiza actividades relacionadas com conteúdos, comenta os trabalhos e dá respostas individuais.

§ Tutor passivo

o Acompanha, mas deixa fluir o formando.

o Responde às dúvidas e questões colocadas pelo formando.

o Dá resposta às necessidades do formando e do grupo.

o É mais reactivo (reage às situações, não as provoca).

Saber Mais Caso prático exemplificativo da tutoria activa

PROFISS (Projecto de Formação Profissional para a Solidariedade e Segurança Social, surgiu no final de 2007 como iniciativa da secretaria de Estado da Segurança Social – Ministério da Solidariedade e Segurança Social, no âmbito da

implementação de uma nova política de desenvolvimento de recursos humanos).

“A tutoria activa constituiu um dos principais factores críticos de sucesso, devido à interactividade (com predominância

de ferramentas assíncronas) estabelecida. Esta assentou numa relação pedagógica centrada em diversos fóruns de

discussões temáticos (constituição de grupos com papéis de coordenador e de relator), visando a aplicação prática, em

situações diversificadas, dos conteúdos estudados, tendo por base as vivências e os contextos profissionais,

organizacionais e sociais dos diversos participantes. O regime de tutoria envolveu dois tutores por módulo, que, à

semelhança de ambientes de formação presencial facilitadores da aprendizagem, orientam a sua acção para a

motivação individual e grupal dos participantes, através da colocação de questões complementares de sensibilização à

participação, com recurso à ferramenta de email do próprio software de elearning, e respondendo aos diversos tipos de

questões colocadas pelos formandos, levando­os a momentos de reflexão individual e/ou grupal (…) a sinergia

motivacional de grupo, indutora de uma concentração e disciplina de estudo eficazes, e de um clima de socialização e

de sentimentos crescentemente positivos de pertença ao grupo virtual, foi garantido e cimentado.” Mendeiros (2002)

15

3.6. Interacções pedagógicas a distância

A tutoria é essencial para desenvolver a autonomia dos formandos. No entanto, para que tal aconteça, são ainda

fundamentais as interacções pedagógicas. O contacto frequente entre o tutor e os formandos é fundamental para que

estes mantenham a motivação, o que contribui para melhorar o seu desempenho.

A tutoria também é fundamental para regular as restantes interacções pedagógicas, uma vez que pode orientar a

interacção entre o formando e os conteúdos e a interacção entre os próprios formandos, de forma a construir um grupo

de aprendizagem motivante e enriquecedor.

De acordo com Mason (1998, cit. Por Rodrigues, 2004: 73), as interacções pedagógicas a distância podem ser

agrupadas em três categorias:

§ Interacção formando tutor ­ Engloba todos os tipos de interacção entre o tutor e o formando relevantes para o processo de aprendizagem.

§ Interacção formando/conteúdo ­ Para aprender o formando terá que interagir com o conteúdo em todos os domínios envolvidos no processo de aprendizagem – cognitivo, psicomotor e afectivo.

§ Interacção formando/formando ­ No ensino e formação a distância a aprendizagem com os pares é importante, por exemplo, quando fazem um trabalho de grupo (aprendizagem formal) ou quando discutem um

tema ou esclarecem dúvidas entre si (aprendizagem informal). Esta interacção poderia ser complexa de

acontecer devido à situação de isolamento do formando a distância. No entanto, a tecnologia veio superar esta

lacuna, possibilitando a exploração da interacção entre os formandos de uma forma mais frequente e

sistemática, nomeadamente através da exploração de estratégias de aprendizagem colaborativa (eTrainers:

185­186).

Saber Mais No contexto da formação online, propriamente dita, alguns autores referem um quarto tipo de interacção:

Interacção entre o formando e a plataforma onde se desenvolvem as actividades do curso (Rodrigues, 2004: 74).

3.7. Qualidades e competências do tutor

Qualidades do tutor:

§ Cordialidade.

§ Empatia.

§ Tolerância (relativamente aos valores, cor de pele, sexo ou estatuto sócio­económico).

§ Flexibilidade.

§ Honestidade.

Competências do tutor:

§ Para apoio ao formando:

§ Manter diálogo frequente.

§ Saber ouvir e questionar de forma adequada.

§ Estar atento a possíveis dificuldades e/ou desmotivação.

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§ Não deve deixar “morrer” a conversa com o formando.

§ Ficar em silêncio quando o formando está a raciocinar.

§ Determinar o que é ou não importante (eTrainers: 212).

§ Para apoio ao processo de aprendizagem:

§ Clarificar.

§ Verificar.

§ Contextualizar.

§ Conceptualizar.

§ Desafiar.

§ Suscitar a acção.

§ Domínio tecnológico (Machado, 2003).

Informação Útil Para mais informações:

Smith, Theodore (2005). Fifty­one competencies for online instruction. “The Journal of educators Online”, Vol.2, Nº2.

Disponível em http://www.thejeo.com/Ted%20Smith%20Final.pdf. Acesso em 17/07/2007.

3.8. Síntese da Unidade

Em síntese, o tutor dá aos seus formandos apoio académico e não académico, sendo, acima de tudo, um orientador

que acompanha os formandos durante todo o seu processo de ensino/aprendizagem a distância.

Quando se fala em tutoria é fundamental ter presente os tipos de interacções pedagógicas a distância que se

estabelecem que, podem ser entre o formando e o tutor, entre o formando e os conteúdos e entre os formandos. No

caso do elearning propriamente dito, existe ainda a interacção entre o formando e a plataforma de aprendizagem

O papel do tutor abrange as dimensões de conceptor, instrutor, facilitador e moderador/animador e, podem distinguir­se

dois tipos de tutor: activo e passivo.

O tutor deve ser cordial, empático e tolerante, de forma a motivar os formandos para o processo de aprender a

distância.

Quanto às competências, é essencial que o tutor domine a tecnologia, de forma a utilizar, o melhor possível, todas as

potencialidades que esta dá ao ensino e formação a distância.

17

4. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 2 – AS FUNÇÕES DO TUTOR

4.1. Sumário

Esta unidade resume as principais funções do tutor no ensino e formação a distância, tendo sempre em consideração a

sua importância para o sucesso da aprendizagem dos formandos. Pode ainda distinguir o tutor do professor em sala de

aula.

4.2. Objectivos específicos

§ Identificar as principais funções do tutor;

§ Distinguir o tutor do professor em sala de aula.

4.3. Palavras­chave

§ As funções do tutor;

§ O tutor vs. O professor.

4.4. As funções do tutor

O tutor tem quatro funções principais (Waterhouse, 1983 in eTrainers:

188; Fyfe, 1991:4­5; Lewis, 1984: 39­40, 49; Thorpe, 1993: 72­73):

Ensinar, Avaliar, Negociar e Aconselhar.

Ensinar:

§ Promove a aprendizagem;

§ Transmite conhecimentos;

§ Suscita a actividade do formando;

§ Ajuda o formando a aprender, orientando­o no que respeita

aos métodos de estudo;

§ Desenvolve materiais de aprendizagem.

Avaliar:

§ Corrige os trabalhos e testes dos formandos;

§ Dá conselhos e orienta relativamente aos erros e deficiências detectadas;

§ Avalia o comportamento do formando ao longo do processo de aprendizagem.

Negociar:

§ Negoceia a aprendizagem do formando;

§ Familiariza o formando com o curso e ajuda­o a estabelecer os seus objectivos de aprendizagem;

18

Aconselhar:

§ Presta apoio e orientação genérica, nomeadamente no campo motivacional e no desenvolvimento de

metodologias e de capacidades pessoais de aprendizagem;

§ Aconselha a nível pessoal e académico, apoiando a aprendizagem e orientando o estudo.

O ensino e formação a distância coloca novos desafios à forma de ensinar e de aprender. O professor como transmissor

de conhecimentos deu lugar ao tutor, que organiza, orienta, dinamiza, facilita e incentiva a construção do conhecimento

do formando e até da sua auto­aprendizagem. Torna­se fundamental repensar o papel do tutor, para que não se

reproduzam, nos ambientes de aprendizagem a distância, concepções tradicionais das figuras do aluno e do professor

(Machado, 2003). As funções do tutor podem, ainda, ser classificadas da seguinte forma:

§ Função pedagógica:

o Fomenta um ambiente social amigável (fundamental para a aprendizagem online);

o É um facilitador;

o Conduz o grupo livremente, permitindo que explorem o material de aprendizagem sem qualquer

restrição;

o Questiona os formandos, estimulando o seu pensamento crítico;

o Comenta adequadamente as mensagens dos formandos;

o Actua como animador, tentando motivar os formandos a explorar o material mais aprofundadamente

do que o fariam na sala de aula presencial.

§ Função de gestão:

o É administrador do curso;

o Pode ser responsável por definir o programa do curso, as suas tarefas e as directrizes iniciais para

discussão e adaptação.

§ Função técnica:

o Deve conhecer bem a tecnologia que usa no curso, de forma a poder actuar como facilitador.

§ Função social:

o É responsável por facilitar e dar espaço aos aspectos pessoais e sociais da comunidade online;

o Deve estimular a relação entre os formandos e o sentido de grupo;

o Pode utilizar as seguintes estratégias:

Dar inicio ao curso pelas apresentações dos formandos para que todos se conheçam;

Desenvolver actividades de grupo, de forma a que trabalhem em conjunto (Machado, 2003).

4.5. O tutor vs. O professor

Existem diferenças entre o papel do tutor no ensino a distância e o papel do professor na sala de aula.

19

O ensino e formação a distância colocam novos desafios à forma de ensinar e de aprender. O tutor deve ter em

consideração as situações de aprendizagem dos formandos, de forma a preparar, adaptar ou alterar as suas

metodologias para melhorar e promover a aprendizagem por parte dos seus formandos (eTrainers: 201­202).

Alguns dos exemplos dessa mudança são:

§ Menos contacto presencial com os formandos;

§ Alguns formandos encontram­se mais avançados nos conteúdos do que outros, uma vez que o ritmo de

aprendizagem é diferente e o ensino a distância possibilita essa flexibilidade;

§ Os formandos aprendem fundamentalmente a partir dos materiais, daí a necessidade do tutor conhecer muito

bem o package;

§ O tutor deve comentar da forma mais completa possível os trabalhos ou testes dos formandos;

§ O contacto com os formandos é mais individualizado do que no ensino presencial;

§ O apoio ao formando a distância deve ser contínuo, de forma a não causar desmotivação.

Informação Útil De acordo com Ramos (2006:23­24), “muda, sobretudo, a relação de espaço, tempo e comunicação com os formandos.

Estamos, com efeito, perante três novos conceitos:

§ Espaço – amplia­se da sala de formação para o contexto virtual.

§ Tempo – aumenta para enviar ou receber informação.

§ Processo de comunicação – torna­se mais abrangente, ultrapassando a sala de formação e desenvolvendo­se

na Internet, no ciberespaço, através de diferentes ferramentas assíncronas ou síncronas – email, fórum, chat,

videoconferência, etc.”.

O professor como transmissor de conhecimentos deu lugar ao tutor,

que organiza, orienta, dinamiza, facilita e incentiva a construção do

conhecimento do formando e até da sua auto­aprendizagem. Torna­

se fundamental repensar o papel do tutor, para que não se

reproduzam nos ambientes de aprendizagem a distância concepções

tradicionais das figuras do aluno e do professor (Machado, 2003).

Segundo Hanna (Machado, 2003), um professor que deseja tornar­se

tutor de um curso de ensino e formação a distância, deve:

§ Conhecer a sua fundamentação pedagógica;

§ Determinar a sua filosofia de ensino e aprendizagem;

§ Ser parte de uma equipa de trabalho com diversas especialidades;

§ Adquirir competências para o ensino e formação online;

§ Conhecer os seus formandos;

§ Conhecer o ambiente online;

§ Aprender a trabalhar com a tecnologia;

20

§ Reconhecer a ausência da presença física;

§ Criar múltiplos espaços e tipos de trabalho, interacção e socialização;

§ Criar relacionamentos pessoais online;

§ Desenvolver comunidades de aprendizagem;

§ Ser flexível;

§ Estabelecer regras para as sessões online;

§ Esclarecer as suas expectativas quanto ao papel dos formandos.

4.6. Síntese da unidade

Em síntese, as funções do tutor podem resumir­se em ensinar, avaliar, negociar e aconselhar os formandos. Considera­

se, ainda que o tutor tem uma função pedagógica, uma função técnica, uma função de gestão e uma função social.

Quando se fala nas funções do tutor, deve ter­se em consideração que este diverge, em variados aspectos, do

professor em sala de aula, na medida em que no ensino e formação a distância são colocados novos desafios não

apenas à aprendizagem, mas também ao ensino. Neste caso, o tutor não passa por um transmissor de informação, mas

um orientador que acompanha o formando durante todo o seu processo de aprendizagem.

21

5. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 2 – OS PROBLEMAS DA TUTORIA

5.1. Enquadramento

Ao falar no tutor, fala­se também nas dificuldades de aprender a distância.

Estas dificuldades não estão apenas relacionadas com o facto de muitos dos

formandos a distância serem adultos, mas também com algumas questões inerentes

a esta modalidade de ensino e formação, como por exemplo, o feedback do tutor, o

isolamento do formando durante o curso, o desenvolvimento de estratégias de

aprendizagem e a auto­estima dos formandos. Estas são algumas das questões a

que o tutor tem que saber dar resposta e tentar minimizar, de forma a potenciar o

sucesso dos formandos.

5.2. Objectivos

§ Identificar as principais características do formando adulto;

§ Identificar os principais problemas da tutoria;

§ Reconhecer as dificuldades de aprender a distância.

5.3. Palavras­chave

§ O formando adulto;

§ Os problemas de aprender a distância.

5.4. Actividades

§ Realização de um questionário de autoavaliação.

5.5. Unidades de Aprendizagem

Este módulo é constituído por uma unidade de aprendizagem:

§ Unidade 1: As dificuldades de aprender a distância.

22

6. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 1 – AS DIFICULDADES DE APRENDER A DISTÂNCIA

6.1. Sumário

Esta unidade resume as principais características dos adultos que influenciam a sua aprendizagem e as principais

dificuldades por que passam os formandos a distância, no sentido de compreender a forma como o tutor poderá ajudar

a ultrapassá­las.

6.2. Objectivos específicos

§ Identificar as principais características do formando adulto;

§ Reconhecer os principais aspectos a ter em consideração na aprendizagem dos adultos;

§ Identificar os principais problemas de aprender a distância;

§ Reconhecer o papel do tutor na superação dos problemas de aprender a distância.

6.3. Palavras­chave

§ O formando adulto;

§ Os problemas de aprender a distância:

­ Feedback;

­ Isolamento;

­ Aprender a Aprender;

­ Auto­estima.

6.4. O Formando Adulto

Existem aspectos fundamentais a ter em conta na aprendizagem

dos adultos:

§ Trazem uma orientação especial para a aprendizagem que

resulta dos diferentes papéis sociais que desempenham,

das suas tarefas, responsabilidades e oportunidades;

§ Todas as experiências pelas quais passaram influenciam a

forma como vêem, actualmente, a aprendizagem,

determinando, também, aquilo pelo qual se interessam;

§ A experiência de vida é vista como um recurso para a

aprendizagem. Nessa fase da vida, os adultos encaram a

aprendizagem de forma diferente;

§ Todavia, por vezes, existe a tendência de duvidarem das

suas próprias capacidades (Smith, 1982: 38­47).

23

É fundamental que os formandos se identifiquem com as aprendizagens que vão fazer e que estas mostrem utilidade

prática. O tutor deve encontrar exemplos reais da forma como os formandos podem utilizar os conhecimentos e as

competências que irão desenvolver ao longo do curso.

Acima de tudo, torna­se imprescindível que o tutor consiga fazer com que os formandos mantenham interesse e

motivação constantes pela aprendizagem durante o curso, pois os resultados serão melhores e serão o reflexo do

investimento feito, tanto da parte do tutor, como dos formandos.

6.5. Os problemas de aprender a distância

Os problemas de aprender a distância podem agrupar­se em 4 categorias (eTrainers: 195­200):

§ Feedback;

§ Isolamento;

§ Aprender a aprender;

§ Auto­estima.

Feedback

Os atrasos no feedback podem ser ultrapassados através de:

§ Materiais de aprendizagem ­ devem antecipar as dificuldades dos formandos. Um tutor experiente sabe quais

são os conteúdos em que sentem mais dificuldades, devendo ter isso em consideração na elaboração/escolha

dos materiais.

§ Actividades – devem ter sempre soluções /indicações que possibilitem a verificação imediata das respostas dos formandos.

§ Testes (formativos/sumativos) – a sua correcção deve ser rápida e deve ser acompanhada de notas explicativas das correcções feitas e indicações para que os formandos conduzam o seu estudo no sentido de os

superar.

Isolamento

O isolamento do formando pode ser considerado em 3 dimensões:

§ Física – o formando encontra­se fisicamente distante do tutor. No entanto, pode usar­se o telefone e as tecnologias da comunicação de forma a reduzir os problemas que resultam dessa separação geográfica.

§ Social – o contacto pessoal do formando com o tutor e com os colegas pode não acontecer regularmente e é, no entanto, um factor fundamental para que os formandos se sintam parte de uma comunidade. Actualmente

em ensino e formação a distância fala­se muito em comunidades de aprendizagem, trabalho cooperativo e

colaborativo. No entanto, estes só se tornam eficazes se forem utilizadas “dinâmicas de interacção pessoal

através de processos de socialização” (eTrainers: 198).

§ Psicológica – o formando sente­se muitas vezes isolado em termos psicológicos, daí ser importante que o tutor actue a este nível, mostrando­se disponível e acompanhando o formando durante todo o seu processo de

aprendizagem.

24

Aprender a Aprender

Existem 3 dimensões da aprendizagem:

§ Dimensão cognitiva – saber aprender;

§ Dimensão volitiva – vontade de aprender;

§ Dimensão afectiva – gosto por aprender (eTrainers: 196­197).

No ensino e formação a distância, a aprendizagem está centrada no formando, que tem de realizar determinadas funções, que se encontram organizadas em dois grupos:

Funções operacionais:

Esquema 2: Funções operacionais (retirado de eTrainers: 199)

Consistem nas operações que o formando deverá realizar para a

aprendizagem específica de um objecto.

Para que o formando aprenda terá de proceder a realização de

acções físicas e mentais que julgue serem adequadas à

situação. Assim, terá de recolher os dados dos materiais e tratá­

los, organizando­os, seleccionando­os e relacionando­os com os

seus conhecimentos anteriores, de forma a procurar respostas

para as questões que lhe são colocadas ou que ele coloca a si

próprio, enquanto estuda.

Após o tratamento dos dados, terá que elaborar uma resposta e

exprimi­la. Se a resposta for considerada satisfatória, deverá

memorizá­la para posteriores reutilizações.

Em todo este processo, de forma consciente ou inconsciente, o

aluno avalia a forma como está a adquirir a informação e os seus

resultados (Silva, 1997: 84­85).

Funções estratégicas (distinguem­se 5 funções estratégicas):

Esquema 3: Funções estratégicas (retirado de eTrainers: 199)

§ Atitude ­ É fundamental que o formando adopte uma atitude positiva face à aprendizagem, em relação a si e

aos outros e em relação ao presente e a um futuro

próximo ou longínquo.

§ Projecto ­ A ideia que se tem relativamente ao futuro encontra­se vinculada a um projecto de vida, um

projecto de aprendizagem. Todavia, nem sempre esse

projecto se coaduna com as aprendizagens que o

formando tem de fazer. Por vezes, a aprendizagem pode

desencadear novos projectos de vida. De qualquer

forma, o facto do formando ter um projecto, faz com que

tenha uma intenção, o que é imprescindível para a sua

motivação e para a sua auto­direcção.

25

§ Situação ­ As situações em que o formando aprende são essenciais para levar a cabo o desenvolvimento desse projecto.

§ Tratamento ­ O tratamento refere­se à forma como o formando trata a informação.

§ Distanciamento ­ O distanciamento tem a ver com a gestão da sua própria aprendizagem, com o controlo que sobre ela exerce. Esta função permite que o sujeito se descentre do seu acto de aprender e faça uma auto­

avaliação.

Auto­estima

“A ideia que um indivíduo faz de si próprio, das suas forças e das suas fraquezas, é um factor determinante no seu

sucesso na aprendizagem.” eTrainers (2000)

É fundamental que o tutor tenha consciência que:

§ O insucesso frequente leva a que o formando acredite que não será capaz de ultrapassar as dificuldades;

§ A forma como o formando encara e percepciona as suas capacidades influencia o seu desempenho;

§ Os formandos com baixo rendimento escolar têm tendência para comportamentos que dificultam a

aprendizagem (eTrainers: 200).

O isolamento a que o formando está sujeito no ensino e formação a distância pode influenciar negativamente a sua

auto­confiança e a sua auto­estima, sendo fundamental que o tutor explore os sucessos dos formandos para aumentar

essa confiança e, os insucessos, para ajudar o formando a encontrar estratégias de superação das dificuldades.

Através das conversas e da interacção que o tutor estabelece com o formando, é essencial que consiga detectar as

situações em que este possa ter a sua auto­estima mais em baixo para que esta situação possa ser contornável o mais

rapidamente possível.

6.6. Síntese da Unidade

É essencial que o tutor tenha em consideração as características dos seus formandos adultos para que estes se sintam

motivados e encontrem utilidade nos conteúdos a aprender. De uma forma geral, pensa­se nos formandos adultos como

auto­motivados, ou seja, frequentam cursos de formação porque querem. No entanto, por vezes, podem cair em

desmotivação, devido ao facto de pensarem que a formação não lhes será útil num futuro próximo, não podendo vir a

utilizar os conhecimentos adquiridos. De forma a evitar esta situação, o tutor deverá adaptar os conteúdos da formação

às características e necessidades dos seus formandos para que estes vejam sempre uma utilidade prática e real naquilo

que estão a aprender.

No ensino e formação a distância os formandos deparam­se com algumas dificuldades. Nesta unidade serão também

abordadas as dificuldades relacionadas com os atrasos no feedback, o isolamento, as estratégias de aprendizagem ­

em que destacam as funções que terão que ser exercidas por parte de quem aprende (funções operacionais e funções

estratégicas) ­ e com a baixa auto­estima.

26

7. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO 3 – A FORMAÇÃO ONLINE

7.1. Enquadramento

“A evolução tecnológica, com particular incidência para o desenvolvimento da

informática e das redes de comunicação digitais, são sem sombra de dúvida, o

suporte indispensável quer à comunicação educacional a distância, quer à

disponibilização de conteúdos, aspectos essenciais no elearning, e funções que em

modalidades anteriores no campo da formação a distância, foram centradas em

tecnologias que hoje, provavelmente, podemos designar por convencionais.” Dias e Gomes (2004)

7.2. Objectivos

§ Identificar as vantagens da formação online;

§ Distinguir os tipos de comunicação online;

§ Reconhecer as ferramentas de comunicação online;

§ Reconhecer o papel do tutor enquanto moderador online;

§ Identificar as principais orientações para o início de um curso online;

§ Identificar estratégias de apoio aos formandos.

7.3. Palavras­chave

§ A formação online;

§ O modelo de ensino/aprendizagem online de Gilly Salmon;

§ O tutor­moderador de diálogo;

§ Orientações para o início de um curso online;

§ Apoio aos formandos.

7.4. Actividades

§ Realização de questionários de autoavaliação;

§ Realização de actividades pedagógicas.

27

7.5. Unidades de Aprendizagem

O módulo 3 é constituído por quatro unidades de aprendizagem:

§ Unidade 1: O porquê da formação online;

§ Unidade 2: O modelo de ensino/aprendizagem online de Gilly Salmon;

§ Unidade 3: O tutor moderador de diálogo;

§ Unidade 4: O início de um curso online e o apoio aos formandos.

28

8. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 1 – O PORQUÊ DA FORMAÇÃO ONLINE

8.1. Sumário

Esta unidade resume as principais características e vantagens da formação online e as suas formas de comunicação.

8.2. Objectivos específicos

§ Identificar as principais características da formação online;

§ Reconhecer as principais vantagens da formação online;

§ Caracterizar os dois tipos de comunicação online.

8.3. Palavras­chave

§ Características e vantagens da formação online;

§ Tipos de comunicação online.

8.4. A resposta estará na formação online?

Os cursos online têm tido uma grande procura, uma vez que proporcionam níveis elevados de qualidade do ensino e da

aprendizagem, conseguindo, até, minimizar algumas das desvantagens do ensino e formação a distância:

§ Comunicação rápida:

o Com a ajuda dos meios tecnológicos;

o Um feedback rápido é fundamental para o sucesso dos formandos;

§ Níveis elevados de comunicação:

o Os formandos podem sentir­se mais à vontade para participarem em discussões ou debates;

o A comunicação entre o tutor e o formando ser individualizada.

§ Interacção entre os formandos:

o Utilização fácil do e­mail.

o Criação de grupos de trabalho que podem comunicar via chat, e­mail ou fórum;

o Os cursos podem conter aplicações para conferências que facilitem o debate, a discussão, a

colaboração e a comunicação, por meio de vídeo ou telefone.

o Os formandos podem ser de culturas e países diversos.

§ Diversos materiais de apoio:

o Os materiais com base na Web são baratos e de rápida produção; podem ser rapidamente

introduzidos textos, gráficos ou imagens a cores;

o Na Web os materiais podem ser alterados, adicionados e carregados em pouco tempo.

29

o O material pode ser revisto tendo em consideração o feedback por parte dos formandos (Duggleby,

2002:11­12).

Esquema 4: Comunicação assíncrona. Esquema disponível em

http://liblearn.osu.edu/tutor/les10/keyorg.

gif.

Existem dois tipos de comunicação online:

Comunicação síncrona – o tutor e os formandos interagem em simultâneo, recorrendo a ferramentas de comunicação síncronas, como por

exemplo, chat, whiteboard ou videoconferência;

Comunicação assíncrona – o tutor e os formandos interagem em tempos diferentes, utilizando como ferramentas, por exemplo, o fórum ou o e­mail,

transferência de ficheiros (eTrainers: 216­217; Ramos, 2006: 24­25).

Informação Útil A comunicação baseada nas tecnologias síncronas e assíncronas coloca a ênfase “na vertente comunicacional,

relacional e social entre formando/formandos/formador”, proporcionando “o trabalho colaborativo, o brainstorming e a

aprendizagem construtivista”. Estas ferramentas caracterizam­se pela sua “acessibilidade/funcionalidade, relevância e

coerência”. (Ramos, 2006: 25)

8.5. Síntese da Unidade

Em síntese, são muitos os obstáculos que o ensino e formação online permite superar, dadas as suas vantagens a nível

da comunicação rápida e eficaz entre o tutor e os formandos, o rápido feedback aos trabalhos dos formandos, a

participação activa dos formandos no seu processo de aprendizagem e nas próprias sessões de formação (uma vez que

se poderá sentir mais livre para manifestar a sua opinião), interagindo com os restantes formandos e a diversidade de

materiais de apoio possíveis de utilizar. Para tal, contribuem os dois tipos de comunicação online possíveis de utilizar

durante o curso: a comunicação síncrona e assíncrona.

30

9. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 2 – O MODELO DE ENSINO/APRENDIZAGEM ONLINE DE GILLY SALMON

9.1. Sumário

Esta unidade resume os níveis em que se encontra organizado o modelo de ensino/aprendizagem de Gilly Salmon.

9.2. Objectivos específicos

§ Caracterizar os níveis de organização do ensino/aprendizagem online;

§ Identificar os níveis por que passam os formandos de um curso online;

§ Reconhecer os principais aspectos a ter em consideração na aprendizagem de adultos.

9.3. Palavras­chave

§ Os níveis do modelo de ensino/aprendizagem de Gilly Salmon.

9.4. O modelo de ensino/aprendizagem online de Gilly Salmon?

Esquema 5: Modelo de ensino/aprendizagem

online de Gilly Salmon. Esquema disponível em

http://www.atimod.com/e­tivities/5stage.shtml

Este modelo de ensino/aprendizagem tem como objectivo

principal a criação de situações que tornam os formandos de

cursos online mais confiantes e capazes de desenvolver com

sucesso as suas aprendizagens.

Este modelo encontra­se organizado em 5 níveis, sendo que

cada um deles requer um determinado tipo de competências

técnicas por parte dos formandos. Os níveis são sequenciais.

§ Nível 1 – Acesso e motivação;

§ Nível 2 – Socialização online;

§ Nível 3 – Troca de informação;

§ Nível 4 – Construção de conhecimento;

§ Nível 5 – Desenvolvimento.

31

Nível 1 – Acesso e motivação

Ilustração: Nível 1, retirada de SALMON, Gilly. “All things in moderation”. Disponível em

http://www.atimod.com/e­tivities/5stage.shtml

Neste nível, a motivação dos formandos é um aspecto essencial

para o seu sucesso.

O tutor deve dar as boas­vindas aos formandos e encorajar a sua

participação, explicando claramente os objectivos do curso.

Também é fundamental que os formandos tenham conhecimento do

modo de funcionamento do ambiente virtual onde decorre o curso

(plataforma, sessões síncronas e assíncronas).

O tutor tem um papel importante neste nível, pois até os formandos

que parecem ser os mais confiantes necessitam de apoio no início

do curso.

Nível 2 – Socialização online

Neste nível, o tutor cria as bases e as “pontes” entre todos os

participantes. É importante que organize as actividades e que

promova discussões. Neste nível devem ser definidos os princípios do

trabalho online.

Os formandos fazem as suas apresentações individuais, o que

promove a descoberta dos outros formandos, com quem vão interagir.

Torna­se essencial a criação de um espírito de comunidade online,

inicialmente através das propostas de participação do tutor

(actividades, debates, fórum, etc.), de forma a que todos sintam que a

sua participação é útil para a aprendizagem do grupo.

Ilustração: Nível 2, retirada de SALMON, Gilly. “All things in moderation”. Disponível em

http://www.atimod.com/e­tivities/5stage.shtml

32

Nível 3 – Troca de informação

Ilustração: Nível 3, retirada de SALMON, Gilly. “All things in moderation”. Disponível em

http://www.atimod.com/e­tivities/5stage.shtml

Os formandos interagem com os materiais de aprendizagem.

Esta fase caracteriza­se pela troca de informação entre os

formandos e pelas tarefas de grupo, que promovem essa troca.

É de realçar a vantagem das sessões assíncronas nesta fase, uma

vez que cada formando pode explorar a informação de acordo com

o seu ritmo e reagir antes de ver os pontos de vista e as

interpretações dos outros formandos.

Neste nível, a aprendizagem dos formandos requer 2 tipos de

interacção:

­ Com os conteúdos do curso;

­ Com os outros formandos e com o tutor;

O tutor tem que ser um especialista de conteúdos e apoia a

utilização dos materiais de aprendizagem.

Nível 4 – Construção de conhecimento

Neste nível, o grupo já está à vontade com o tutor, com o

funcionamento do curso e da plataforma. Os formandos assumem o

controlo da sua aprendizagem e colocam questões. Há mais debates

e a interacção torna­se mais colaborativa.

A partir deste nível o tutor assume um papel menos activo, uma vez

que são os próprios formandos que constroem o seu conhecimento. O

tutor acompanha­os, assegurando­se que as aprendizagens ficam

consolidadas.

Ilustração: Nível 4, retirada de SALMON, Gilly. “All things in moderation”. Disponível em

http://www.atimod.com/e­tivities/5stage.shtml

33

Nível 5 – Desenvolvimento pessoal

Ilustração: Nível 5, retirada de SALMON, Gilly. “All things in moderation”. Disponível em

http://www.atimod.com/e­tivities/5stage.shtml

Neste nível os formandos são responsáveis pela sua

aprendizagem. Estabelecem­se níveis elevados de interacção, com

menos materiais de aprendizagem. As aprendizagens fazem­se

por meio da interacção e da colaboração.

Os formandos reflectem sobre a sua aprendizagem e procuram no

sistema formas e ferramentas que permitam o seu

desenvolvimento.

Informação Útil À medida que se aumenta de nível, aumenta também a interactividade por parte dos formandos: no nível 1 interagem

apenas com mais um ou dois formandos, enquanto que no nível 2, o número de formandos com que interagem e a

frequência com que o fazem aumenta gradualmente. Contudo, no nível 5, há um regresso aos objectivos individuais.

9.5. Síntese da Unidade

Em síntese, o tutor deve compreender que a interactividade ao longo de um curso de ensino e formação a distância

depende largamente do nível de competências dos formandos, pois quanto maior for este nível, mais capazes e mais à

vontade os formandos se sentem de explorar, de comunicar e de interagir. Assim, de acordo com Gilly Salmon, a

interactividade ao longo de um curso online evolui de acordo com 5 níveis de competências técnicas dos formandos:

1 – Acesso e motivação;

2 – Socialização online;

3 – Troca de informação;

4 – Construção de conhecimento;

5 – Desenvolvimento pessoal.

34

10. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 3 – O TUTOR MODERADOR DE DIÁLOGO

10.1. Sumário

Esta unidade resume as principais características do tutor – moderador de diálogo.

10.2. Objectivos específicos

§ Identificar os tipos de discurso do tutor;

§ Reconhecer os estilos de tutoria;

§ Identificar as estratégias utilizadas pelo tutor.

10.3. Palavras­chave

§ Os tipos de discurso do tutor;

§ Os estilos de tutor;

§ As estratégias da tutoria.

10.4. Tipos de discurso do tutor

§ Guia generativo:

o Fornece posições possíveis face a determinado tema;

o Identifica no discurso dos formandos ideias que se aproximam de teorias.

§ Facilitador conceptual:

o Ajuda a articular conceitos usados pelos formandos;

o Clarifica conceitos que foram usados incorrectamente;

o Refere conceitos que não foram referidos.

§ Reflexão pessoal:

o Desenvolve as suas próprias ideias sobre um determinado tema;

o Apresenta as suas escolhas dentro de vários modelos;

o Desafia os formandos a assumirem uma posição pessoal.

§ Mediador:

o Em caso de posições extremas entre os formandos, nas discussões, o tutor procura redireccionar o

diálogo para objectivos comuns aos formandos;

o Deve clarificar os motivos que levaram à assumpção de posições opostas e encontrar pontos comuns.

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§ Role play:

o Numa discussão o tutor vai assumindo papéis diferenciados para introduzir perspectivas alternativas

ao diálogo e levar ao aprofundamento dos temas em discussão. (adaptado de eTrainers: 218­219.)

10.5. Estilos do tutor

§ Estilo neutro:

o Básico e fundamental;

o Pode ser assumido em qualquer intervenção, quebrado pelo humor para tornar o diálogo mais leve e

motivante e facilitar a participação.

§ Estilo analítico:

o Forma específica do estilo neutro;

o Acontece quando o tutor desenvolve qualquer análise sobre um tema.

§ Estilo informal:

o Colocar questões ou abordar temas que possam ser menos desejados pelos participantes.

§ Estilo criativo:

o Deve ser utilizado quando os formandos estão entusiasmados com uma discussão ou trabalho.

§ Estilo excêntrico:

o Pode representar o extremar de um outro estilo, como por exemplo, o inspirado ou o humorista.

(adaptado de eTrainers: 219.)

10.6. Estratégias do tutor

Estratégias de focalização:

Quando o diálogo se torna disperso, prolixo ou denso. O tutor deve:

§ Identificar a direcção do diálogo;

§ Ordenar ideias pela sua relevância;

§ Focar pontos­chave.

Estratégias de aprofundamento:

Quando o diálogo se torna superficial, de forma a provocar a crítica sobre opiniões e afirmações que bloqueiam o

diálogo. Quando os formandos sentem que existem áreas que deveriam ser exploradas / aprofundadas. O tutor deve:

§ Questionar de forma abrangente;

§ Estabelecer relações;

§ Privilegiar múltiplas perspectivas. (adaptado de eTrainers: 220­221.)

36

Informação Útil Para mais informações consulte: “Modelos de tutoria no ensino a distância”. Disponível em

http://www.bocc.ubi.pt/pag/reis­hiliana­modelos­tutoria­no­ensino­distancia.pdf. Acesso em 09/06/2007

10.7. Síntese da Unidade

Nas sessões síncronas e assíncronas, o tutor assume o papel de moderador de diálogo, tendo que adoptar

determinados tipos de discurso, de estilo e de estratégias, de acordo com as situações. Deste modo, torna­se

fundamental que os futuros tutores conheçam os tipos de discurso que podem adoptar e em que consistem, de forma a

que, em determinadas circunstâncias, sejam capazes de prever qual aquele que deverão adoptar. O mesmo se passa

relativamente aos estilos de tutor e às estratégias a utilizar.

37

11. APRESENTAÇÃO DA UNIDADE 4 – O INÍCIO DE UM CURSO ONLINE E O APOIO AOS FORMANDOS

11.1. Sumário

Esta unidade resume as principais orientações para o início de um curso de ensino e formação online, tendo também

em atenção as principais formas de apoio por parte do tutor.

11.2. Objectivos específicos

§ Reconhecer os principais aspectos que os formandos devem ter em consideração quando iniciam um curso

online;

§ Identificar as principais formas de apoio aos formandos.

11.3. Palavras­chave

§ Orientações para o início de um curso online quanto ao curso propriamente dito, custos e equipamentos,

conhecimentos técnicos e competências de auto­gestão;

§ Apoio aos formandos:

­ acolhimento;

­ encorajamento e motivação;

­ monitorização dos progressos verificados;

­ fornecimento e clarificação da informação;

­ feedback e avaliação.

11.4. Orientações para o início de um curso online

Tal como se verifica no nível 1 do Modelo de ensino/aprendizagem de Gilly Salmon, é fundamental que, inicialmente, o

formando tenha motivação para o curso e que lhe sejam dadas as indicações necessárias para que esta motivação se

mantenha no seu decorrer.

Existem 4 orientações base para o início de um curso online:

§ O curso;

§ Custos e equipamento necessário;

§ Conhecimentos técnicos;

§ Competências de auto­gestão de trabalho.

Todas estas orientações podem ser dadas num manual de acolhimento ao curso ou num website criado para o efeito.

Orientações para o início de um curso online – O curso:

§ Os conhecimentos e competências que se espera que o formando desenvolva no curso;

38

§ As vantagens de um curso online;

§ Os objectivos do curso e os resultados a atingir;

§ Uma descrição dos conteúdos do curso, podendo incluir alguns exemplos de links;

§ Apresentação do tutor do curso;

§ Os pré­requisitos dos formandos para iniciarem o curso;

§ O hardware e o software de que os formandos necessitarão;

§ O que se pretende dos formandos para concluírem o curso com sucesso;

§ Os critérios e formas de avaliação;

§ Os prazos a serem cumpridos pelos formandos;

§ Número de horas de trabalho de que necessitam. (Dugleby, 2002:122)

Orientações para o início de um curso online – Custos e equipamento necessário:

§ Inscrição no curso e custo do exame de avaliação (quando aplicável);

§ Custos em equipamento, caso os formandos não possuam acesso a um computador;

§ Custos de acesso à Internet;

§ Software novo ou actualizado;

§ Compra de outro material, para além do que é fornecido na Web (ex: vídeo ou material impresso).

É importante referir que, para um curso online podem ser necessários equipamentos caros, mas os custos associados a

deslocações que são necessárias fazer para a formação presencial deixam de existir. No caso de formandos com filhos,

também não terão que deixar os filhos com alguém ou num infantário, se estiverem a frequentar um curso online, uma

vez que podem aceder de casa à Internet ou aos materiais do curso, caso tenham o equipamento necessário. (Dugleby,

2002:122­123)

Orientações para o início de um curso online – Conhecimentos técnicos:

Se o curso não tiver como objectivo que os formandos desenvolvam algumas das seguintes competências, então já

deverão saber:

§ Utilizar um computador com segurança;

§ Introduzir texto;

§ Acede à Web;

§ Pesquisar informação a partir de ferramentas de busca;

§ Utilizar o e­mail, enviar anexos e estabelecer listas de grupos de e­mail pessoais;

§ Resolver problemas técnicos simples. (Duggleby, 2002: 123)

39

Orientações para o início de um curso online – Competências de auto­gestão de trabalho:

Os formandos deve estar preparados para:

§ Apresentar­se online com regularidade;

§ Tratar dos e­mails com prontidão;

§ Completar todas as actividades, exercícios e trabalhos;

§ Estar consciente dos prazos e cumpri­los ou, no caso de não conseguir, apresentar razões válidas para tal;

§ Trabalhar em cooperação com outros formandos;

§ Ser honesto com o tutor e com os restantes formandos sobre quaisquer dificuldades que tenha;

§ Gerir o tempo.

11.5. Apoio aos formandos

No ensino e formação a distância, destacam­se as seguintes formas de apoio aos formandos.

§ Acolhimento aos formandos:

o Numa primeira comunicação, o tutor deve ser amistoso e deve transmitir segurança;

o Assim que o tutor souber o e­mail pessoal dos formandos, deve enviar­lhes uma mensagem pessoal e

amiga, para que fiquem a saber que é prestável e acessível;

o É na fase do acolhimento que o tutor deve fornecer informações sobre o início do curso, como por

exemplo:

­ O endereço electrónico onde se encontram os materiais do curso e onde os formandos podem

inscrever­se (username e password);

­ O endereço de e­mail do tutor;

­ Formas alternativas de contactar o tutor (telefone, fax, morada, etc.);

­ Horário do curso, incluindo datas de arranque e conclusão (Duggleby, 2002:126­127).

o Devem também ser dadas indicações sobre os objectivos do curso e os conteúdos.

§ Encorajar e motivar os formandos:

o O tutor deve ter sempre soluções alternativas para que a comunicação não pare, dada a possibilidade

de existência de problemas técnicos no decorrer do curso;

o O tutor deve assegurar­se que os formandos sabem que, caso seja necessário, podem telefonar,

enviar uma carta ou um fax. (Duggleby, 2002: 130)

§ Monitorizar os progressos verificados:

o O tutor deve assegurar­se que a progressão dos formandos é a desejada;

o O curso deve ter actividades, trabalhos ou comunicações para que o progresso possa ser verificado;

o A única forma de saber se os formandos se mantêm activos e envolvidos no curso é através do envio

de mensagens;

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o Caso tal não aconteça, o tutor deve estimulá­los através de e­mails, por exemplo;

o O tutor deve ter sempre um tom encorajador nas mensagens que envia (Duggleby, 2002:131).

§ Fornecer e clarificar informação:

o O tutor deve ensinar, explicar conceitos, esclarecer informações;

o As críticas do tutor devem ser sempre antecedidas de reforços positivos acerca daquilo que o

formando conquistou com sucesso até ao momento;

o Deve ficar bem explícito o que o formando terá que fazer para evitar futuras críticas e conseguir

realizar um trabalho ainda melhor;

o O formando deve perceber que o tutor está disponível para encontrar soluções para o problema.

(Duggleby, 2002:132­133)

§ Fornecer feedback:

o O feedback deve ser adequado à situação de cada formando;

o O tutor deve conhecer bem os formandos, considerando alguns dos seguintes aspectos que têm

influência na aprendizagem:

­ Se o formando tem hábitos de estudo regulares;

­ A sua idade;

­ Se é casado ou solteiro;

­ Se tem filhos e, no caso de ter, com que idades;

­ Há quanto tempo não estuda;

­ Qual é o seu passado de estudante;

­ Qual a sua profissão e como se sente nela;

­ Se se encontra motivado para frequentar o curso, etc.. (eTrainers:206)

o O feedback é fundamental para que o formando se sinta motivado durante todo o curso. É importante

que o tutor:

­ Felicite os formandos, devendo também indicar aquilo que menos conseguiram e as formas como o

devem superar;

­ Chamar a atenção para os erros, tentando, acima de tudo, encontrar as suas causas dentro da

própria matéria e dando indicações que possam ser úteis para que os formandos recuperem

facilmente;

­ Realçar um bom trabalho dos formandos como prova de que, se quiserem e se esforçarem, podem

fazer um bom trabalho (eTrainers: 206).

§ Avaliação dos formandos:

o É importante que os formandos não desmotivem e sintam sempre que podem ultrapassar as suas

dificuldades e que o tutor lhe fornecerá ferramentas para ultrapassar as suas dificuldades;

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o O tutor deve fazer comentários que, apesar de dizerem ao formando que se deverá esforçar e que a

nota ainda não é positiva, lhe dão motivação para continuar. Tudo depende da forma como a

mensagem é transmitida;

o Deve estar claro que o tutor sabe que o formando é capaz de ter um melhor desempenho para a

próxima;

o É importante ter em consideração o comentário, pois o tutor deverá estar a par da situação do

formando. (eTrainers:207­208)

11.6. Síntese da Unidade

É fundamental que no início de um curso online o tutor dê orientações aos formandos para que se sintam motivados,

pois mais do que ensinar, no ensino e formação a distância o tutor deve apoiar e acompanhar os formandos no seu

processo de aprendizagem. Este acompanhamento deve começar logo no início do curso, para que os formandos

saibam, desde o início, aquilo com o qual poderão contar e tudo o que necessitarão para que concluam o curso com

sucesso.

Para além destas orientações, é, também, imprescindível que o tutor tenha em atenção as diferentes formas de apoio

aos formandos, como: o acolhimento, encorajamento e motivação, monitorização dos progressos verificados,

fornecimento e clarificação da informação, feedback e avaliação.

42

12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

12.1. Bibliografia

[1] ANDRÉ, M. (2004). “As estratégias de estudo na optimização da aprendizagem”. Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação. Coimbra: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra.

[2] DUGGLEBY, Júlia (2002). Como ser um tutor online. Lisboa: Monitor.

[3] FERRÃO, Luís; Rodrigues, Manuela (2006). “Formação Pedagógica de Formadores”. Lisboa: Lidel.

[4] FYFE, W (1995). “Characteristics and role of the tutor”. Northern College.

[5] LEWIS, R. (1984). “How to tutor and support learners” (2nd ed.). Huddersfield: Council of Educational Technology.

[6] MENDEIROS, Francisco (2002).PROFISS. “Revista Nov@ Formação”. Lisboa: INOFOR, 34­36.

[7] Parceria de desenvolvimento do Projecto eTrainers – Pedagogia, Formação e Certificação em Ambiente de eLearning (s/d). “eTrainers – Formação de eFormadores: Um caminho para a qualidade do eLearning”.

[8] RAMOS, Maria Clara (2006). Ser formador em contexto virtual de aprendizagem. Revista Formar, nº 54. Lisboa: IEFP, 23­27.

[9] RODRIGUES, Eloy (2004). Competências do e­Formadores. “E­Learning para e­Formadores”, Guimarães: TecMinho, 72­95.

[10] SÁ, I. & Silva, A.L. (1993). “Saber estudar e estudar para saber”. Porto: Porto Editora.

[11] Silva, A.F. (1997). “Os materiais no ensino a distância. Avaliação da qualidade”.

[12] Dissertação de Mestrado em Ciências da educação. Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Lisboa.

[13] SMITH, R. (1982). “Learning how to learn”. Applied theory for adults. USA: Cambridge Adult Education.

[14] THORPE, M (1988). “Evaluating open and distance learning” (2nd ed.). London: longman Open Learning.

12.2.Webliografia

BECHARA, FABIANA (2006). “O papel do tutor na educação a distância”. Disponível em

http://www.timaster.com.br/revista/artigos/main_artigo.asp?codigo=1170. Acesso em 17/07/2007

LEAL, REGINA (s/d). A importância do tutor no processo de aprendizagem a distância. “Revista Iberoamericana de Educación”. Disponível em http://www.rieoei.org/deloslectores/947Barros.PDF. Acesso em 17/07/2007

OLIVEIRA ET AL, (s/d). “A importância da acção tutorial na educação a distância: discussão das competências necessárias ao tutor”. Disponível em http://www.niee.ufrgs.br/ribie2004/Trabalhos/Comunicacoes/com20­28.pdf. Acesso

em 09/06/2007

REIS (s/d). “Modelos de tutoria no ensino a distância”. Disponível em http://www.bocc.ubi.pt/pag/reis­hiliana­modelos­ tutoria­no­ensino­distancia.pdf. Acesso em 09/06/2007

SALMON, GILLY. “All things in moderation”, Disponível em http://www.atimod.com/e­tivities/5stage.shtml. Acesso em 15/05/2007.

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SMITH, THEODORE (2005). Fifty­one competencies for online instruction. “The Journal of educators Online”, Vol.2, Nº2. Disponível em http://www.thejeo.com/Ted%20Smith%20Final.pdf. Acesso em 17/07/2007.

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