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13-05-2009 1 O CONTROLO DOS MOVIMENTOS EM O CONTROLO DOS MOVIMENTOS EM MACIÇOS TERROSOS MACIÇOS TERROSOS LIMITANDO E TOLERANDO MOVIMENTOS NOS SOLOS LIMITANDO E TOLERANDO MOVIMENTOS NOS SOLOS O desenvolvimento da sociedade conduz cada vez mais à construção sobre maciços de solos moles ou instáveis (geralmente associados a baixas aluvionares) que são aluvionares) que são sensíveis a grandes variações volumétricas, impondo cuidado na sua caracterização. SONDAGENS EXPLORATÓRIAS SONDAGENS EXPLORATÓRIAS O conjunto de sondagens e investigações geotécnicas deve ser tal que permita determinar com algum rigor os limites inferiores e superiores dos parâmetros de deformabilidade e resistência A profundidade da exploração parâmetros de deformabilidade e resistência. A profundidade da exploração deve ser tal que inclua as zonas tensionadas pelas estruturas envolventes. Estas profundidades estão indicadas em documentos de especificações (ver British Standards; Eurocódigo; etc.) sendo os valores indicados pela ASCE os correspondentes ao menor dos valores seguintes: • a profundidade da investigação deve ser de, pelo menos, duas vezes a largura mínima das sapatas ou do ensoleiramento, desde que a relação entre o comprimento e largura seja menor do que dois; ou, • quatro vezes a largura das fundações em sapatas corridas por aterros; ou • até profundidades onde se debate com estratos incompressíveis.

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1

O CONTROLO DOS MOVIMENTOS EMO CONTROLO DOS MOVIMENTOS EMMACIÇOS TERROSOSMACIÇOS TERROSOS

LIMITANDO E TOLERANDO MOVIMENTOS NOS SOLOSLIMITANDO E TOLERANDO MOVIMENTOS NOS SOLOS

O desenvolvimento da sociedade conduz cada vez mais à construção sobre maciços de solos moles ou instáveis (geralmente associados a baixas aluvionares) que sãoaluvionares) que são sensíveis a grandes variações volumétricas, impondo cuidado na sua caracterização.

SONDAGENS EXPLORATÓRIASSONDAGENS EXPLORATÓRIAS

O conjunto de sondagens e investigações geotécnicas deve ser tal quepermita determinar com algum rigor os limites inferiores e superiores dosparâmetros de deformabilidade e resistência A profundidade da exploraçãoparâmetros de deformabilidade e resistência. A profundidade da exploraçãodeve ser tal que inclua as zonas tensionadas pelas estruturas envolventes.Estas profundidades estão indicadas em documentos de especificações(ver British Standards; Eurocódigo; etc.) sendo os valores indicados pelaASCE os correspondentes ao menor dos valores seguintes:

• a profundidade da investigação deve ser de, pelo menos, duas vezesa largura mínima das sapatas ou do ensoleiramento, desde que arelação entre o comprimento e largura seja menor do que dois; ou,

• quatro vezes a largura das fundações em sapatas corridas poraterros; ou

• até profundidades onde se debate com estratos incompressíveis.

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MITIGAÇÃO DE ASSENTAMENTOS EXCESSIVOSMITIGAÇÃO DE ASSENTAMENTOS EXCESSIVOS

Se os valores estimados de assentamentos ultrapassarem os limitesaceitáveis devem ser considerados métodos de melhoramento dascondições dos solos, ou, como é corrente, adaptar as fundações àsrealidades limitativas.

Melhoramento de maciçosMelhoramento de maciços

Grande parte dos problemas em fundações resultam de índices de vazioselevados, de baixas resistências constitutivas, e de teores em água desfavoráveis.

São, assim, importantes e objectivas as técnicas disponíveis de melhoramento demaciços que incluem densificação, cimentação, reforço, substituição de solos,estabilização, drenagem e controlo do teor em água.estabilização, drenagem e controlo do teor em água.

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MITIGAÇÃO DE ASSENTAMENTOS EXCESSIVOS MITIGAÇÃO DE ASSENTAMENTOS EXCESSIVOS

Métodos de melhoramento de maciços

Os Quadros resumem alguns desses métodos. As dimensões daspartículas são determinantes na selecção nestes métodos.

Estacas de compactação

Método Princípio Tipos de solos mais adoptados

Máxima profundidade efectiva (m)

Vantagens e limitações

Estacas de compactação

Densificação por deslocamento do volume da estaca e vibração durante a cravação

Solos arenosos soltos saturados; solos argilosos; loess

20 (com baixo

melhoramento entre 1-2m da

sup.)

Útil em solos com finos; compactação uniforme; resultados facilmente verificáveis;

Estacas de compactação

verificáveis; lento.

Estacas de areia compactadas

Areia colocada em estacas cravadas; tubos parcialmente retirados e recravados com um martelo vibrador

Todos ---

Pode ser usado ar comprimido para manter o furo aberto à medida que o revestimento é extraído

VibrocompactaçãoMétodo Princípio

Tipos de solos mais adaptados

Máxima profundidade efectiva (m)

Vantagens e limitações

Explosivos

Ondas de choque causam liquefacção deslocamento e remoldagem

Areias limpas saturadas e parcialmente saturadas e siltes após cheias

18

Rápido; baixo custo; áreas a tratar pequenas sem grande melhoramento à superfície; perigoso

“Terraprobe”

Densificação por vibração vertical, liquefacção induzida,

ó

Areias limpas saturadas e secas (menos eficiente

i fi )

18

(ineficiente acima de 4.0m

Rápido; simples; eficiente abaixo da água; camadas moles abaixo podem sofrer vibrações; difícil penetrar

d ijassentamento só pelo peso próprio

em areias finas) de prof.) em camadas rijas

Cilindros vibradores

Densificação por vibração, liquefacção e assentamento por peso do cilindro

Solos não coesivos

2 - 3

O método mais adequado para camadas finas ou rampas/encostas

Compactação dinâmica (consolidação) queda de pilão

d (

Impacto repetido de elevada energia sobre a superfície, induzem

t t

Solos não coesivos; outros solos podem sofrer algumas

15 - 20

Simples; rápido; tem que haver protecção contra acidentes e danos associados a projecção de detritos; o nível freático tem que estar 2.0m abaixo

pesado (ou qualquer massa)

assentamentos imediatos

so e a gu asmelhorias

te que esta .0 aba oda superfície; mais rápido do que a pré-carga, menos uniforme

Vibroflutuação

Densificação por vibração horizontal e compactação do aterro

Solos coesivos com menos de 20% de finos

90

Económico e eficiente em solos granulares saturados e parcialmente saturados

Hidro-compactação

Densificação por vibração à superfície em solos previamente saturados

Solos colapsíveis

< 3

É o método mais eficiente para densificar areias soltas siltosas colapsíveis

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Précompressão

Método Princípio Tipos de solos

mais adoptados

Máxima profundidade efectiva (m)

Vantagens e limitações

Aplicação de carga adicional antes da

Argilas; siltes; depósitos

â i

Fácil; uniforme; requerem períodos longos (embora se

Pré-carga ad c o a a es daconclusão do período de recepção

orgânicos; aterros; solos normalmente consolidados

--- pe odos o gos (e bo a sepossa adicionar drenos de areia ou geodrenos para acelerar)

Aterros de sobrecargas

Aterros excedendo o que é requerido para atingir o assentamento devido, em tempo mais reduzido, sendo depois o

id

O mesmo da pré-carga

---

Mais rápido que pré-carga sem sobrecarga (uso de duas areias e geodrenos para reduzir o tempo)

excesso removido

Electro-osmóse

As correntes directas induzem fluxos de água do ánodo para o cátodo onde é removida

Argilas e siltes normalmente consolidados

9 - 18

Não são necessárias cargas adicionais, o que é sério em areias confinadas; rápido; propriedades não confinadas entre eléctrodos; inútil em solos muito sensíveis

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Drenagem vertical e radial de aterrossobre solos moles

Drenos de

geossintéticosaterro

Argila mole

aterro

Argila

Drenos de

geossintéticos

. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . .. ... . . . . . . . . . . . .. . . . . . .

. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ... . . . . . . . . . .. ... . . . . . . . . . . . .. . . . . . .

mole

Evolução dos assentamentos com o tempo: com e sem drenos verticais

t

sem drenos verticais

com drenos verticais

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Aspectos executivos

Aterro em construçãosobre solos moles

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Colunas jet

grouting

Estacas cravadas

Colunas brita

Geodrenos

Drenagem e pré carga Capacidade de carga

Reforço

Método Princípio Tipos de solos

mais adoptados

Máxima profundidade efectiva (m)

Vantagens e limitações

Estacas e paredes moldadas in i

Cal; cimentos; asfalto colocado em trépano à rotação e

l d i

Solos inorgânicos solos ou moles

18

Utiliza solos da jazida; reduzido o suporte lateral necessário para escavações; difí il l d lid dsitu colocado em mistura difícil controlo de qualidade

Lâminas, grelhas e membranas

Elementos de reforço horizontal enterrados no solo sob a fundação

Todos < 3 Capacidade de carga aumentada; deformações reduzidas

Vibro-substituição por brita

Furo executado em solos de grão fino, e aterro

Solos muito moles a rijos (resistência não drenada de 0,2-5 tsf)

18

Mais rápido do que a pré-compressão, evitando o abaixamento do nível da água necessário para remover ou substituir; capacidade de carga li it dlimitada

Vibro-deslocamento por brita

O torpedo desloca o solo lateralmente, o aterro é descarregado pelo interior do torpedo e é colocado em camadas depois do mesmo removido

Solos moles a rijos (resistência não drenada de 0,3-0,6 tsf: 2 – 5

kPa )

15

Melhor desempenho em solos de baixa sensitividade com níveis aquíferos profundos

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Mistura de ligantes e injecções

Método Princípio Tipos de solos

mais adoptados

Máxima profundidade efectiva (m)

Vantagens e limitações

Misturas de ligantes particulares

Os ligantes penetram e preenchem os vazios

Solos de grão grosso a médio (areias grossas a seixo)

Não tem limites Baixo custo; resistência da ligação elevada

Ligantes químicos

Soluções de dois a mais químicos que reagem nos poros dos solos, formando gel ou precipitações de

Siltes médios a grossos

Não tem limites

Baixa viscosidade; tempo de gelidificação controlável; boa vedação à água; custo q g p p ç

solo g ç g ;

elevado; avaliação difícil

Injecção à pressão da cal ou de cinzas volantes

Lamas de cal ou de cinzas volantes são injectadas até profundidades baixas sobre pressão

Argilas expansíveis; siltes e areias soltas

Não tem limite (em geral entre

2-3m)

Rápido e económico para fundações de estruturas leves, há geralmente um acréscimo de resistência de impermeabilização

Deslocamento e compactação com ligantes

Ligantes de grande viscosidade actuam como pistões hidráulicos quando são bombeados sob elevadas pressões

Solos finos; moles; solos com grandes vazios e cavidades

12

Corrigem assentamentos superficiais; preenchem grandes vazios; requerem controlo rigorososob elevadas pressões rigoroso

“Jet grouting”

Calda de cimento, injectada sob pressão para substituir e misturar-se com o solo desagregado; envolvida por jactos de água (e/ou) sob grande pressão (cria-se uma coluna de solo-betão)

Aluviões; areias coerentes; solos cascalhentos; aterros heterogéneos e outros

Não tem limites

Cresce a resistência do solo e decresce a permeabilidade; vasta aplicabilidade

Injecção electro-cinética

Estabilizadores químicos que são movidos para o interior do solo por electro-osmose

Siltes saturados; argilas siltosas

Não se conhece

Solo e estrutura não sujeita a altas pressões; inútil em solos sensitivos

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Diversos

Método Princípio Tipos de solos

mais adoptadosMáxima prof. efectiva (m)

Vantagens e limitações

Remoção ou

Solo escavado, substituído por material competente, ou Solos

< 9

Uniforme; controlado quando substituído, por

substituição melhorado por secagem ou mistura, e recompactado

inorgânicos< 9

requerer uma larga área de retirada de água

Barreiras à humidade (impermeáveis)

O acesso de água ao solo de fundação é minimizado e uniformizado

Solos expansivos

5

Muito ajustados para estruturas pequenas e pavimentos, podendo não ser 100% eficientes

Pré-humidificação

O solo é humidificado ao valor previsto no final de “CW” antes da construção

Solos expansivos

2 Baixo custo; melhor para estruturas leves; solos podem retrair ou fluir

construção

Aterros estruturais

Os aterros estruturais distribuem cargas a solos subjacentes de más características

Argilas moles e solos orgânicos, depósitos

---

Elevada resistência; boa distribuição de cargas para solos moles subjacentes

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Quadro 15 – Gama de dimensões particulares para regência das metodologias a adoptar no melhoramento de solos

Cascalhos Areias Siltes Argilas

Injecção de partículas

Cilindros vibradores

Vib fl t ãVibroflutuação

Estacas compactadas

Injecção de químicos

Compactação dinâmica

Estacas compactadas de areia, jet grouting

Terraprobe

Explosivos

Injecção e compactaçãoInjecção e compactação

Colunas de brita/pedra

Pré-carga, aterros de sobrecarga

Estabilização por cinzas

Injecção electrocinética

Electro-osmose

Limites de aplicação do processo de vibrocompactação e vibrosubstituição

100100

argila silte areia seixo calhauzona de transição

80

60

40

80

60

40

ado

Vibrocompactação

Colunas de Brita

20

0

20

0 0,60,002 0,006 0,02 0,06 6,0 20 600,2 2,0

Granulometria (mm)

% P

assa

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Vibrador tipo S –funcionamento

Processo de Vibrocompactação

A

B B

penetração compactação substituir completar

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Algumas metodologias de melhoramento de solos granulares, por compactaçãodinâmica, vibro-compactação ou vibro-flutuação conduzem temporariamente aredução da resistência das fundações (se já estiverem instaladas).

SOLOS MOLESSOLOS MOLES

Os solos moles (desde areias soltas e siltes, argilas húmidas, solosorgânicos, ou combinação destes materiais) são sujeitos a muitos dosmétodos dos Quadros 6.1 e 6.2, sendo a sua aplicabilidade dependente derazões económicas; da sua eficiência no solo; disponibilidade doequipamento, materiais e peritos; e o efeito no ambiente do material deq p , p ;rejeito. Alguns dos métodos mais úteis serão agora detalhados.

(1) Remoção por escavação

Nos solos moles existentes sob estratos mais portantes a baixaprofundidade (menor que 6,0m) pode ser económico removê-los esubstituí-los por material emprestado ou com o solo original após secoe(ou) tratado.

As argilas compactadas limpas ou as areias (se necessário com cal ouAs argilas compactadas limpas ou as areias (se necessário, com cal, oucinzas volantes, ou cimento) são materiais adequados de substituição se onível aquífero estiver abaixo da linha de escavação. Os materiaisgranulares (areias, cascalho) devem ser escolhidos se o nível da águaestiver acima do fundo da escavação.

Podem ser usadas adicionalmente compactações mecânica de vibraçõesou induções dinâmicas.

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(2) Pré-compressão

A pré-compressão densifica o solo de fundação por colocação de umacarga ou aterro de sobrecarga, geralmente em peso que excede a carga daestrutura definitiva.

A pré-carga deve ser eliminada após a conclusão de grande parte daconsolidação primária, sendo que por essa altura já parte da consolidaçãosecundária se processa, o que aumenta a resistência ao corte. Algumasvariantes podem ser apontadas:

(a) para aterros, acresce-se a carga temporariamente e remove-separcialmente;

(b) para fundações a pré-carga é removida totalmente;

(c) o tempo requerido pode ser reduzido a partir de drenos paraaceleração (particularmente geodrenos).

(3) Colunas de brita ou de solo quimicamente estabilizadas

As colunas executadas com brita ou com o próprio solo quimicamenteestabilizado incrementam a rigidez da fundação e podem, por isso, inibirfortemente os assentamentos. As colunas podem, no entanto, colapsar porfalta de apoio do solo lateral (confinamento) ou por rotura de corte ao longodo seu fuste (como nas estacas).

(a) As colunas de pedra (ou brita) são realizadas por vibro-substituição (métodohúmido) ou por vibro-deslocamento (método seco). Os diâmetros oscilamentre 0,4 e 1,2m com espaçamentos entre 1,5 a 3,0m (cerca de 3). Umcolchão de areia ou cascalho ou mesmo um ensoleiramento semi-rígido(com terra reforçada) devem ser colocados sobre o conjunto de colunaspara melhorar a capacidade de transferência das cargas para as colunas(por efeito de arco). As colunas de pedra não são recomendáveis para soloscom sensitividade superior a 5.

(b) As colunas de cal são realizadas por mistura de quantidades medidas pré-( ) p q pdefinidas de cal viva, usando para esse efeito trápanos para atingirconcentrações de 5 a 10% de cal por peso seco de solo. As estruturas sãoconstruídas em ensoleiramentos de betão armado (não muito espessos)para que se assuma uma transmissão uniforme em toda a área.

(c) As colunas de cimentos (solo/cimento) são realizadas por mistura de 10 a20% de calda de cimento. São colunas frágeis, com baixa permeabilidade etêm sido usadas abaixo do nível do mar.

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(4) Jet grouting

Esta técnica consiste na injecção controlada de caldas de cimento parasubstituir qualquer tipo de solo. Antes o maciço é desagregado por injecção deágua (e em técnicas mistas também ar) sob pressões muito elevadas. Asaplicações mais frequentes são de reforço de fundações ou, por outro lado, decriação de barreiras de impermeabilização (nomeadamente em barragens eaterros sanitários) Há hoje uma crescente aplicação desta técnica ematerros sanitários). Há hoje uma crescente aplicação desta técnica emestruturas de construção periférica, e bem como em estabilização de taludes.

(a) O Jet grouting pode acrescer manifestamente a rigidez e a resistência de um maciçoargiloso e pode ainda diminuir fortemente a permeabilidade de maciços arenosos.

(b) O Jet grouting tem uma função mista de substituição e reforço do solo; afasta solospouco portantes em certas zonas do maciço e substitui por solo reforçado.

(c) O Jet grouting é em geral realizado com jactos de elevada pressão de cimento oucinzas volantes. As cinzas volantes quando misturadas com cimento e cal produzemum material cimentado com propriedades estruturais excelentes. Podem ser usadosligantes químicos para além do cimento.

(d) Um jacto simples poderá ser suficiente para desagregar e misturar a calda nomaciço. No entanto a técnica preferencial passa por previamente se desagregar osolo com jactos de água (em orifícios avançados) e posteriormente ser injectada acalda de cimento. A pressão dos jactos, a velocidade de rotação, etc., dependemmuito do maciço e da calda. Essas velocidades de rotação podem oscilar entre 1” e50”/m e as pressões de injecção entre 3000 e 4000 psi.

(5) Compactação dinâmica (consolidação)

Os pesos envolvidos neste processo de queda livre podem oscilar entre 5 e40 toneladas e as alturas de queda oscilam entre 6 e 30 metros, consoanteo padrão particular de cada local. O impacto induz liquefacção parcial dossolos arenosos o que implica densificação posterior de uma zona maisenvolvente.

(6) Remoção e deslocamento( ) ç

Aterros não coesivos são muitas vezes colocados sobre maciços de solosmoles para melhorar a capacidade de carga. O solo é deslocado nadirecção de menor resistência o que pode empolar acima do aterro. Estesolo deslocado cria uma “onda de lama” que deve ser escavada emdeterminado ritmo para que não se criem nódulos de solo não tratado quevicie a eficiência.

(7) Aterros leves

Elementos de cerâmica expandida (ex: lecas e afins), argilas e xistosexpandidos, cinzas e escórias podem substituir parcialmente um materialmole mas mais pesado, reduzindo assim a pressão geostática sobrecamadas subjacentes.

Esta técnica está, naturalmente, limitada em termos de acréscimo de cargae tem sérias implicações pela necessidade de recolocação (vazadouro) dosolo retirado.

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(8) Estrutural (aterros auto-portantes)

Alguns materiais naturais, como por exemplo conchas de ostras fossilizadas,podem criar uma estrutura em favo de ligações em ponte. Alguns aterros deconchas solta têm sido utilizados em construção rodoviária bem como emfundações de armazéns ou depósitos.

(9) Explosivos

As areias incoerentes saturadas (com percentagens de finos inferiores a 25%)As areias incoerentes saturadas (com percentagens de finos inferiores a 25%)são fortemente responsáveis pela densificação por detonação de cargasdinâmicas em depósitos soltos (recentes). Os solos moles que podem liquefazerou ser deslocados por avanço de um aterro, podem ser removidos por explosãono decurso da construção dos mesmos.

Também se pode ir removendo os solos moles na frente da construção doaterro, abrindo caminho à melhor integração do aterro em níveis mais portantes.

(a)O método de “sub-aterro”, que é colocado no topo do solo mole e os explosivos são( ) q p pcolocados por baixo do mesmo (por cravação de tubos no interior do solo mole), ébastante eficiente em aterros com alturas menores do que 20m.

(b)O método de “vala”, em que o aterro é colocado imediatamente na escavação comdepressão causada pela explosão, é eficiente para espessuras do solo molemenores que 5m.

(c) O método de “alívio” pode ser útil quando valas são explodidas ao longo de cadalado do aterro e induzem alívio de tensões laterais, forçando o solo mole à superfíciea movimentar se para as valas criadas.

SOLOS EXPANSIVOSSOLOS EXPANSIVOS

Os solos potencialmente expansivos são geralmente dissecados e tornam-se potencialmente higroscópicos. Estes solos podem ser dispostos de talse pote c a e te g oscóp cos stes so os pode se d spostos de tamaneira que possam manter a sua variação de volume em níveismoderados, controlando o teor em água e reduzindo o seu potencial deexpansão. Alguns métodos de melhoramento das características de solosexpansivos estão explanados no Quadro 16.

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Método Descrição

Remoção por escavação e substituição com aterro não expansivo

Remoção de solos expansivos de superfície (até profundidades de 1 a 2,5m) e substituição por aterros compactados não expansivos, eliminando correntemente o solo de maior potencial expansivo porque a profundidade de variação do teor em água é igualmente limitada a cerca de 2,5m

As barreiras impermeáveis colocadas na vertical adjacentemente a pavimentos ou em t d í t d f d õ té à f did d d á i

Melhoramento de solos expansivos

Colocação de barreiras verticais impermeáveis

torno do perímetro das fundações até às profundidades onde se espera, no máximo, oscilações do nível freático, procurando já manter alguma consistência e uniformidade do teor em água subjacente às fundações. Os assentamentos diferenciais são minimizados. Também alguma humidificação é de esperar por falta de evapotranspiração natural, em fundações impermeáveis

Estabilização com cal

A cal injectada ou misturada no solo expansivo pode reduzir o potencial de expansão por redução da permeabilidade, diminuindo assim a quantidade de água em percolação para o solo, por cimentação ou por troca de sódio por iões de cálcio. Fissuras devem ocorrer in situ para promover a penetração de calda de cal injectada. A cal pode deteriorar alguns solos com sulfatos

Injecção de potássioA injecção de soluções de potássio em solos expansivos pode causar uma base de transferência, aumentando a permeabilidade do solo, e reduzir efectivamente o Injecção de potássio , p ,potencial de expansão

Pré-humidificação A água livre adicionada por tanques, levando o solo ao teor em água final previsto, antes da construção. Drenos verticais de areias podem promover a humidificação do solo da subsuperfície.

Sobrecarga

A colocação de 30 a 60cm de aterro compactado à superfície (a nível) antes da construção, aumenta a pressão geostática sobre o solo subjacente, reduzindo a pressão neutra negativa (sucção); sendo assim, o potencial de expansão é menor e tende a ser mais uniforme. Este aterro também aumenta a altura do aterro e facilita a drenagem de água para fora da estrutura.

SOLOS COLAPSÍVEISSOLOS COLAPSÍVEIS

Estes solos (de estrutura aberta – floculada) podem sofrer assentamentosquando humidificados ou vibradores. Por isso, a solução das fundaçõesnestes solos consiste na sua prévia humidificação ou vibração. Outrassoluções de intervenção, mais “pesados”, recorrem a cal, silicatos de sódio,e outros químicos. No entanto, estas solução não têm provado garantia defiabilidade. No quadro presentam-se algumas técnicas de estabilização desolos colapsíveis.

Profundidade de solo tratado (m)

Descrição

0 – 5 Humidificação, mistura e compactação

> 5 Sobrescavação e recompactação com ou sem aditivos químicos, tais como a cal ou o cimento

Técnicas de melhoramento de comportamento de solos colapsíveis

> 5 Hidrocompactação

> 5 Vibroflutuação

> 5 Injecção de cal sob pressão

> 5 Injecção de silicato de sódio

> 5 Pré-humidificação por drenos verticais de areia que promovem a humidificação do solo subsuperficial

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TÉCNICAS ESPECIAIS DE FUNDAÇÕESTÉCNICAS ESPECIAIS DE FUNDAÇÕES

Para minimizar variações volumétricas ou assentamentos diferenciais.

FUNDAÇÕES FLUTUANTES

O l d f d õ i l i f d õOs elementos de fundações, tais como os ensoleiramentos e fundações,podem ser situados em maiores profundidades tais que a pressão aplicadapela fundação seja contrabalançada pela retirada de terras. Asdeformações observadas serão de recompressão (elástica). O solo expostopela escavação deverá ser protegido, para que não expanda, comperturbação e deterioração..

TÉCNICAS ESPECIAIS DE FUNDAÇÕESTÉCNICAS ESPECIAIS DE FUNDAÇÕES

ENSOLEIRAMENTOS EM GRELHAS

Fundações generalizadas com ensoleiramentos em grelha permitemrigidificação transversal, que minimiza os assentamentos diferenciais. Aespessura das vigas das grelhas (lintéis) não ultrapassa geralmente 1 0mespessura das vigas das grelhas (lintéis) não ultrapassa geralmente 1,0m.

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MACACOS DE NIVELAMENTO

As estruturas podem ser suportadas por macacos sob sapatas isoladas,que podem ser accionadas de cada vez que se verifiquem assentamentosdiferenciais. Um bom uso dos macacos de nivelamento exige a vistoriaperiódica de marcas de níveis para que se saiba o valor e sentido destaperiódica de marcas de níveis, para que se saiba o valor e sentido destaresposta. Esta solução é naturalmente onerosa e é complicada para o donoda obra corrente.

Nivelamento das lajes com macacos “slabjacking”

Este processo consiste no nivelamento de fundações distorcidas. É maisrápido do que outras soluções para remediação.

As caldas de injecção são de tipologia muito diversa, sendo a suaconsistência muito variável, desde muito fluída até bastante viscosa. Aquantidade de cimento com areia ou solos passados no # nº 16 varia de 3 a33%. Os vazamentos pelas juntas ou pelas fronteiras das lajes pode serum sério problema, que pode ser parcialmente resolvido pelo aumento daviscosidade da calda.

Os levantamentos de 30cm são comuns. Um levantamento deste tipo e emsequência cuidada não causa geralmente fracturas nas fundações, emborasequência cuidada não causa geralmente fracturas nas fundações, emborapossa reabrir as fendas já criadas.

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FUNDAÇÕES PROFUNDAS

As cargas estruturais podem ser transferidas a horizontes mais profundos,onde as camadas são constituídas por maciços mais resistentes e maisrígidos. Os assentamentos são determinados por metodologias semiempíricas, com formulação elaborada.

Palácio Sotto Mayor (Lx)

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CUIDADOS CONSTRUTIVOS NA EXECUÇÃO DE ESCAVAÇÕES

Podem ocorrer assentamentos excessivos e perda de maciços adjacentesàs escavações. As perdas de maciço incluem os efeitos de refluxo lateraldas paredes do perímetro na direcção da escavação no fundo dadas paredes do perímetro na direcção da escavação, no fundo daescavação, e rebaixamento do nível de água.

Podem ocorrer danos em estruturas adjacentes, incluindo pavimentos einfraestruturas, se a perda de solo (maciço) exceder 15cm (na vertical) ou omovimento da parede perimétrica da escavação ultrapassar os 60cm.

Devem ser feitas leituras periódicas para monitorar oscilações do níveis epossam ser evitados danos. Tal implicará estruturas de suporte –contenção periférica. Uma atitude simples e eficiente passa por impor acontenção periférica. Uma atitude simples e eficiente passa por impor acolocação rápida das fundações. Os fundos das escavações devem sertambém protegidos para não haver deterioração do maciço por exposiçãoàs condições ambientais.

TÉCNICAS FLEXÍVEISTÉCNICAS FLEXÍVEIS

As estruturas podem ser suficientemente flexíveis para permitirassentamentos diferenciais elevados. São exemplo disso, as estruturasmetálicas e de madeira, os pavimentos de betuminosos, etc..

REFORÇO DE FUNDAÇÕES

A identificação – diagnóstico das causas dos danos estruturais devidas amovimentos de fundações são indispensáveis para a escolha do método dereforço de fundações. Nota-se que o preço do reforço é manifestamentesuperior ao de construção.

Refundação por meio de estacas

Esta técnica pode recorrer a vários métodos: estacas tangentes moldadasin situ, paredes de lama betonítica para colocação de paredes moldadasadjacentes, paredes e banquetas cravadas, micro-estacas cravadas ouinjectadas, estacas ou micro-estacas metálicas cravadas.

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PERDA DE SOLO-ALÍVIO

Se o solo for instável algumas destas metodologias podem induzir perdasde volumes ou alívio do confinamento dos maciços no decurso dainstalação de estacas tangentes moldadas paredes moldadas ouinstalação de estacas tangentes moldadas, paredes moldadas oubanquetas.

INTERFERÊNCIA COM INFRAESTRUTURAS

A existência e desconhecimento da exacta posição de infraestruturasenterradas pode limitar fortemente a utilização de estacas para reforço.

Injecções

As estruturas podem ser estabilizadas porinjecção de cimento Portland, solos maisfinos ou químicos nos vazios de soloproblemático. As misturas de injecção sãop j çgeralmente constituídas por: solos finos;cimento Portland; água; cal e água; silicato desódio; cloreto de cálcio; polímeros e resinas.Jet grouting e compactação reduzembastante os assentamentos diferenciais. Estetipo de injecção pode levantar as fundaçõesque antes assentaram. A rigidez e aresistência de um solo pode ser incrementada

i j ã d ld diti li t Apor injecção de calda com aditivos ligantes. Acomposição pode oscilar entre 12-15% decimento Portland misturado com água e solopara aumentar a viscosidade, até baixosratios (500 psi).