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13-06-2016
Revista de Imprensa13-06-2016
1. (PT) - Público, 10/06/2016, Governo abre vagas para dar médico de família a mais de 600 mil pessoas 1
2. (PT) - Diário do Minho, 11/06/2016, Estado poupa 33 milhões por ano com parceria no Hospital de Braga 3
3. (PT) - Diário de Notícias, 10/06/2016, Governo quer reduzir fatura das PPP na saúde 5
4. (PT) - Expresso, 10/06/2016, Relatório põe em causa as PPP na Saúde 8
5. (PT) - Correio da Manhã, 11/06/2016, Menos capacidade de internar 10
6. (PT) - Diário de Notícias, 10/06/2016, Editorial. Torra a saúde? 11
7. (PT) - Jornal de Notícias, 10/06/2016, Saúde - Prestadores do SNS temem cortes 12
8. (PT) - i, 13/06/2016, Cuidado com os raios ultravioletas, avisa a Direção-Geral da Saúde 13
9. (PT) - Jornal de Notícias, 13/06/2016, Estilos de vida na nova roda dos alimentos 14
10. (PT) - Diário de Notícias, 11/06/2016, Um implante no braço para curar toxicodependência 15
11. (PT) - Correio da Manhã, 12/06/2016, "Implante evita desvios para mercado negro"- Entrevista a JoãoGoulão
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12. (PT) - Correio da Manhã, 13/06/2016, Fim de taxa cria novos dadores 18
13. (PT) - Jornal de Notícias, 11/06/2016, Recolha de sangue na terça-feira 19
14. (PT) - Jornal de Notícias, 11/06/2016, Acusa o hospital de negligência que resultou em aborto 20
15. (PT) - Jornal de Notícias, 11/06/2016, Legionela em hotel deixa cidade com falta de camas 21
16. (PT) - Correio da Manhã, 10/06/2016, Legionella obriga a tirar 50 hóspedes de hotel 22
17. (PT) - Jornal de Notícias, 10/06/2016, Legionela na rede de água obriga a fechar hotel 24
18. (PT) - Público, 11/06/2016, Álcool em excesso matou 88 homens e cinco mulheres em 2014 26
19. (PT) - Expresso, 10/06/2016, Cartas - Enfermeiros de 1ª e de 2ª 27
20. (PT) - Jornal de Notícias, 10/06/2016, Repor, poupar e resolver problemas 28
21. (PT) - Correio da Manhã, 11/06/2016, Governo paga 13 milhões por prédios vazios 29
22. (PT) - Público, 10/06/2016, Infarmed e fisco apreendem 82 mil euros em medicamentos ilegais 31
23. (PT) - Diário de Notícias, 10/06/2016, 600 cirurgiões em Lisboa para assistir a maratona de operações 34
24. (PT) - Expresso - Economia, 10/06/2016, Economia real 35
25. (PT) - Expresso - Economia, 10/06/2016, 3 milhões de euros de coima... 36
26. (PT) - Expresso - Economia, 10/06/2016, Gilead O multimilionário negócio da vida 37
27. (PT) - Jornal de Notícias, 12/06/2016, Portugal oferece sangue a Angola 38
28. (PT) - Expresso, 10/06/2016, Depois do cancro, a esperança num filho 40
29. (PT) - i, 10/06/2016, Entrevista ao médico muçulmano que tem o recorde mundial de gestação em morte cerebral. Um verso do Corão salvou criança
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FERNANDO VELUDO/NFACTOS
Governo quer dar médico de família a mais de 600 mil pessoas já em Julho
Vai ser o concurso mais rápido dos
últimos tempos, se tudo correr como
previsto. O Ministério da Saúde abriu
338 vagas para contratação de jovens
médicos de família nos locais mais
carenciados do país, sobretudo na
região de Lisboa e Vale do Tejo e no
Algarve. Os médicos devem começar
a trabalhar já a partir do início de Ju-
lho e a sua contratação (se todas as
vagas forem preenchidas) permitirá
que mais de 642 mil pessoas passem
a ter clínico assistente nos centros
de saúde, segundo adiantou ao PÚ-
BLICO a Administração Central do
Sistema de Saúde (ACSS). O despa-
cho foi publicado ontem no Diário
da República.
“A cada médico deverá ser atri-
buída uma lista de 1900 utentes, o
que terá um potencial de cobertura
médica de 642.200 utentes”, escla-
receu a ACSS, em resposta escrita,
precisando que a data prevista para
a entrada em funções dos novos mé-
dicos é “1 de Julho”. “É uma óptima
notícia”, reagiu o presidente da As-
sociação Portuguesa de Médicos de
Clínica Geral (APMCG), Rui Nogueira,
que nota que esta é a primeira vez,
nos últimos anos, que um concurso
para contratação de jovens médicos
que terminam a especialidade é de
âmbito nacional (antes eram regio-
nais ou com júris nas cinco regiões
de saúde) e é dispensada a realização
de entrevista, tornando o processo
de contratação muito mais célere.
Mas Rui Nogueira acha que é “ob-
jectivamente impossível” que os jo-
vens médicos comecem a trabalhar
já a 1 de Julho e sustenta que é “muito
ambicioso” dizer que terão listas de
1900 utentes, como anuncia a ACSS.
“Esse número [listas de 1900 utentes]
não é possível nem resulta na prática.
Isso não é dar mais médicos aos do-
entes, é dar mais doentes aos médi-
cos. São contas políticas”, critica. Rui
Nogueira lembra ainda que há sem-
pre vagas que fi cam por preencher
nos concursos, porque há locais pa-
ra onde os profi ssionais não querem
ir, antecipando que os 338 lugares
difi cilmente serão todos ocupados.
O número de médicos que termi-
naram a especialidade em Abril não
chega ao 300, a que se somam as cer-
ca de quatro dezenas de especialistas
segue-se a um decreto-lei, publica-
do anteontem e que veio estabelecer
um regime especial e transitório para
admissão de médicos.
Para a região de Lisboa e Vale do
Tejo, no total, fi cam cerca de metade
do total de vagas. Mesmo assim, não
serão sufi cientes para colmatar todas
as necessidades identifi cadas, uma
vez nesta região há mais de 729 mil
utentes sem médico assistente nos
centros de saúde, mais do dobro do
que em todas as outras regiões do
país em conjunto, de acordo com a
última avaliação ofi cial, divulgada
em Janeiro. “O país continua a ter
muitas assimetrias”, lamenta Rui
Nogueira.
Em Janeiro, havia ainda mais de
um milhão de pessoas sem médico
de família (1054 mil). Na região de
Lisboa e Vale do Tejo, mais de um
quinto dos inscritos nos centros de
saúde não tinham médico assisten-
te. Em pior situação estava ainda o
Algarve, com 22,7% dos utentes sem
médico de família. O Norte era, de
longe, a região em melhor situação
(apenas 2,6% dos incritos sem clínico
atribuído).
Nessa altura, faltavam mais de 600
médicos de família em todo o país. O
actual Governo acredita que vai ser
possível dar um médico de família
a todos os portugueses até ao fi nal
da legislatura e, para poder cumprir
essa promessa, além de contratar to-
dos os jovens especialistas com ce-
leridade, comprometeu-se a abrir
mais unidades de saúde familiares
e a contratar também profi ssionais
aposentados. Com esse objectivo, em
Março foi aprovado um regime es-
pecial para atrair especialistas refor-
mados, permitindo que acumulem a
pensão com 75% da remuneração (no
anterior regime era possível acumu-
lar a pensão com apenas um terço
do salário).
Se as previsões do Ministério da
Saúde se confi rmarem, até 2020,
2148 internos vão terminar a espe-
cialidade de Medicina Geral e Fa-
miliar e, ao mesmo tempo, haverá
1220 médicos a atingir a idade legal
de reforma.
Rui Nogueira lembra, todavia, que
há um grande número de médicos
de família que atingem a idade de re-
forma entre 2019 e 2022. “Vai haver
uma concentração de aposentações
e teremos de novo um impacto na ca-
pacidade de resposta”, antecipa.
Seja como for, se as vagas defi ni-
das no despacho assinado pelo secre-
tário de Estado adjunto e da Saúde
forem preenchidas, vai ser possível
dar resposta a um número signifi ca-
tivo de pessoas que não têm médico
de família atribuído, mais de metade
do total estimado em Portugal. Se-
rão mais de 500 mil pessoas, frisa
Rui Nogueira. Olhando para o mapa
das vagas, percebe-se que muitos dos
médicos que acabaram a especialida-
de no Norte e mesmo no Centro vão
ter de ir trabalhar para o Sul do país.
Locais mais carenciadosOs locais mais carenciados, a crer na
lista agora divulgada, são os Agrupa-
mentos de Centros de Saúde (ACES)
de Sintra (19 vagas), do Alto Tâmega
(17), do Estuário do Tejo, de Loures-
Odivelas, do Algarve II Barlavento,
todos com 15 vagas. Seguem-se os
ACES do Pinhal Litoral, de Almada
Seixal, do Arco Ribeirinho, da Arrá-
bida, e do Algarve I Central, com 14
vagas cada.
De acordo com o despacho, podem
concorrer todos os médicos detento-
res do grau de especialista na área de
Medicina Geral e Familiar que não
tenham uma relação jurídica de em-
prego por tempo indeterminado com
serviços do Estado. Este despacho
Ainda há um milhão de portugueses sem médico assistente nos centros de saúde
Mais de metade das vagas abertas são para a região de Lisboa e Vale do Tejo, onde ainda há mais de 700 mil pessoas sem médico de família. O Algarve também tem muitas carências
SaúdeAlexandra Campos
Hospital de Faro sem neurocirurgia
O Hospital de Faro não vai ter serviço de neurocirurgia nos próximos dias, incluindo durante o fim-
de-semana, porque não está escalada nenhuma equipa para o serviço de urgência, disse ontem à Lusa a directora em gestão daquela especialidade. “É uma situação crítica, e o hospital vai mesmo ficar sem o serviço, porque não há condições para trabalhar”, alertou a directora em gestão do serviço de neurocirurgia do Hospital de Faro, Alexandra Adams. Na opinião da responsável, o facto de não ter sido acautelada a presença de uma equipa de neurocirurgia nas urgências “é de particular relevo, numa altura de fim-de-semana prolongado em que a
região do Algarve é um dos destinos turísticos mais procurados do país”. Durante o feriado e fim-de-semana, o Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, acolhe a ronda portuguesa do campeonato do mundo de resistência de motociclismo, em que participam cerca de cem pilotos, e onde são aguardados cerca de 50 mil espectadores. Alexandra Adams, que em Março pediu a demissão do cargo de directora do serviço de neurocirurgia do Hospital de Faro, “por falta de condições”, referiu que a “situação se tem agravado com o conhecimento da Administração Regional de Saúde do Algarve e do ministério.
que no ano passado fi caram de fora
por não quererem ir trabalhar para
determinados locais e que agora tam-
bém vão poder candidatar-se. “Isto é
uma injustiça”, sustenta o presidente
da APMCG, que nota que os jovens
médicos que acabaram este ano a
especialidade já foram submetidos
a uma avaliação escrita, ao contrário
dos outros.
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Governo abre vagas para dar médico de família a mais de 600 mil pessoasO Ministério da Saúde abriu 338 vagas para contratação de jovens médicos de família nos locais mais carenciados, sobretudo na região de Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve. Cada médico terá lista de 1900 utentes Portugal, 18
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Estado poupa 33 milhões por anocom parceria no Hospital de Braga
joaquim martins fernandes
O modelo de gestão adotado para o Hos-pital de Braga está a revelar-se mais efi-
ciente, do ponto de vista económico, que a gover-nação pública das unida-des hospitalares. Nos anos de 2011, 2012 e 2013 os co-fres públicos acumularam uma poupança de 98 mi-lhões de euros na unidade hospitalar bracarense, na comparação com os «cus-tos reais» dos hospitais do setor empresarial do Es-tado com a dimensão da unidade bracarense.
A revelação é feita num estudo que a Entidade Re-guladora da Saúde (ERS) acaba de publicar e que dá nota da existência de uma maior fiscalização sobre toda a atividade dos hos-pitais que funcionam sob o regime de Parceria Pú-blico-Privada (PPP). O es-tudo da ERS faz ainda sa-ber que os hospitais PPP são os que mais se sub-metem ao Sistema Nacio-nal de Avaliação em Saú-de, que avalia a excelência das especialidades médi-co-cirúrgicas, a segurança dos doentes, a orientação dos serviços para as ne-
cessidades dos utentes e conforto das instalações.
A poupança alcança-da no Hospital de Braga é apontada como uma das «principais vantagens» das parcerias da saúde. A ERS insere nas «princi-pais vantagens do modelo de gestão PPP» um estu-do económico-financei-ro realizado pelo banco BPI para a Administração Regional de Saúde Norte, que conclui que a unida-de hospitalar bracaren-
se registou, no período 2011-2013, «um descon-to médio, face aos hospi-tais que integram o grupo de referência e que ser-viram de comparação, acima dos 20 por cen-to». As contas do banco fazem saber que a uni-dade hospitalar bracaren-se possibilitou ao Estado «uma poupança naqueles 3 anos de cerca de 98 mi-lhões de euros», vinca a ERS, no Estudo de Ava-liação das Parcerias Pú-
Estudo da ERS confirma que Hospital de Braga é o mais eficiente do seu grupo e dos que presta melhores serviços
Braga Estudo revela que Braga tem o hospital PPP com «melhor desempenho global».
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blico-Privadas da Saúde.
Qualidade crescenteO regulador acrescen-
ta que «os resultados de análises de benchmarking do Hospital de Braga fa-ce aos hospitais compa-ráveis inseridos no grupo de referência desse re-latório apontam para a existência de um melhor desempenho do hospital PPP [bracarense] em ter-mos de economia». A En-tidade Reguladora da Saú-
Hospitais PPP ganham nas cirurgiase perdem nas primeiras consultas
Os hospitais que integram as Parcerias-Público Pri-vadas (PPP) da Saúde têm melhores indicadores de eficácia em cirurgias, mas perdem para as unidades de gestão pública no Tempo Máximo de Resposta Garantida para as primeiras consultas. A conclu-são da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) res-salva, no entanto, que o Hospital de Braga é, entre
as unidades PPP, a que apresenta melhores resul-tados, tendo realizado, em 2015, 61,6 por cento de primeiras consultas dentro recomendado. Este va-lor compara com a percentagem média de 76,2 por cento que foi conseguida pelos hospitais homogé-neos com gestão pública.
No que concerne à realização de cirurgias den-tro do tempo máximo garantido, todos os hospitais do Estado com gestão privada apresentam melho-res resultados. O Hospital de Braga situa-se 4 pon-
tos percentuais acima dos "concorrentes" da sua di-mensão, tendo realizado, no ano passado, 94,3 por cento de cirurgias no Tempo Máximo de Respos-ta Garantida. Ainda assim, a melhor prestação da unidade hospitalar bracarense foi conseguida em 2013, com 96 por centro de cirurgias consumadas dentro do tempo "recomendado". O estudo da ERS faz ainda saber que «todos os hospitais PPP apre-sentam maior percentagem de cirurgias em ambu-latório no total de cirurgias programadas».
Destaque
O estudo realizado pela ERS aos hospitais em regime de Parceria Público-Privada visava «identificar o que de positivo trouxeram ao Serviço Nacional de Saúde, mas também que desvantagens comparativas encerram». O trabalho foi encomendado pelo Ministério da Saúde e vai servir de auxílio à decisão de renovação ou não dos contratos de gestão privada para os hospitais de Cascais e Braga, que terminam em 2018 e em 2019.
de salienta que o menor custo por doente padrão conseguido pelo Hospital de Braga é acompanhado de um desempenho cres-cente ao nível da eficácia. «O Hospital de Braga tem vindo a atingir os objeti-vos definidos em termos da resposta às necessida-des de cuidados de saúde da população da área de influência, tanto em ter-mos quantitativos, como qualitativos».
Esse quadro que per-
mite concluir que, «aten-to o período analisado, os encargos associados à PPP de Braga são infe-riores àqueles que resul-tariam da aplicação dos custos reais de atividade da maioria dos três hos-pitais que integram o gru-po de referência, ou se-ja, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Al-to Douro, o Centro Hos-pitalar Tondela-Viseu e o Hospital Garcia de Orta», resume a ERS.
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Estado poupa 33 milhõespor ano com parceriano Hospital de Braga
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HOSPITAIS BRAGA >0 hospitalde Braga, que resulta de uma parceria público-privada, está aberto desde maio de 2011 Tem 705 camas de internamento, 12 salas de operatório e 59 gabi-netes para consultas externas. Os cuidados de saúde são presta-dos pela Escala Braga, principal acionista da José de Mello Saúde.
CASCAIS A Lusíadas Saúde é responsá-
vel peta gestão do Hospital de Cascais, em regime de parceria público-privada (PPP), desde 2009, tendo sido este o primeiro hospital construído neste regime. Oferece 277 camas .
LOURES 'Os oxidados de saúde presta-dos no Hospital Beatriz Ângelo são da responsabilidade SGHL (Sociedade Gestora do Hospital de Loures, SA), principal acionista Luz Saúde do grupo Fidelidade, desde 2012. Abrange 278 mil ha-bitantes e tem 424 camas.
VILA FRANCA DE XIRA »É um hospital público que, desde 2013, é gerido através de um modelo de parceria entre o Estado e o Grupo José de Mello Saúde. Tem 280 camas. •
Governo quer rever contratos das PPP na área da saúde
Objetivo. Ministério pretende baixar valores pagos a hospitais em parcerias público-privadas. Estudo diz que têm desempenho igual aos do público
ANA MAIA
O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, quer reduzir a fatura dos parcerias público-priva-das (PPP) que existem na saúde. Neste momento há negociações relativas aos hospitais de Cascais (grupo Lusíadas Saúde) e Braga (José de Mello Saúde). Os contac-tos têm sido tensos. Neste contex-to, o governo pediu à Entidade Re-guladora da Saúde (ERS) um estu-do que avaliasse a qualidade da prestação dos cuidados nas quatro PPF: comparando com os hospitais públicos. O estudo, que excluiu qualquer análise de carácter finan-ceiro, conclui que as PPP oferecem cuidados semelhantes em qualida-de às unidades geridas pelo Estado.
O Estado deve noti- ficar as entidades ges- toras dois anos antes do fim dos contratos sobre a decisão de continuidade ou não da parceria. No caso de Cascais, o contrato termina a 31 de de-zembro de 2018, Braga um ano depois.
O estudo da ERS será um dos ins-trumentos de trabalho para a esco-lha de um dos três cenários possí-veis: reduzir o valor das rendas das PPP pagas pelo Estado —o DN apu-rou que será este o primeiro objeti-vo do governo—, regressar estes hos-pitais à gestão pública ou avaliar caso a caso a parceria que compen-sa manter. Catarina Martins, por-ta-voz do BE, defendeu em maio, ao DN, o fim das PPP. Ao DN, o minis-tério disse apenas que "aguarda a publicação do estudo". Alguns ges-
tores das PPP também não excluem a não renovação de contratos.
Ao longo deste período foram co-nhecidos casos de desacordo. Lou-res tem um diferendo com o minis-tério sobre o não pagamento de in-ternos e medicação para oVIH e o caso mais recente, o hospital de Bra-ga que deixou de aceder ao progra-ma de financiamento da esclerose múltipla e do V1H.
O estudo foi entregue em maio ao Ministério da Saúde. Jorge Simões, presidente da ERS, explica que "o pedido foi para o percurso nos últi-mos anos e não para a situação de origem financeira", fixada pelo go-verno quando os contratos foram assinados. O estudo analisou qua-tro indicadores: eficácia, eficiência, qualidade e custos de regulação. "Pode dizer-se que os resultados são
positivos, mas não há diferenças relevantes que permitam dizer que o modelo PPP é superior ao da gestão pública de hospitais do SNS" e que "apesar das dificuldades no financiamento dos hospitais com gestão
pública não houve diferenças de de-sempenho" entre os dois modelos.
Mais reclamações A diferença min as PPP e os hospi-tais públicos começa na gestão: nas primeiras cabe aos grupos priva-dos, enquanto nos outros é o Esta-do. A forma de pagamento também é diferente. Nas PPP, o contrato es-tabelece o número de urgências, in-ternamentos, especialidades, per-centagem de utentes fora da zona de residência que podem atender, pelos quais recebem um valor. Nos
hospitais públicos, os contratos-programa têm por base a produção no ano anterior, com acesso a li-nhas de financiamento para alguns medicamentos.
Com altos e baixos e diferenças entre si, destaque para os resultados positivos de Braga em relação aos custos operacionais por doente-pa-drão e para Cascais, que teve a me-lhor taxa de ocupação em interna-mento. No geral, a capacidade de re-solução das necessidades cirúrgicas das PPP foi superior aos hospitais do SNS, apresentam maior percenta-gem de operações em ambulatório em relação aos procedimentos que são possíveis fazer desta forma, mas têm percentagens mais baixas de ci-rurgias à anca feitas nas primeiras 48 horas. Nas reclamações, embora não estejam no top 3 das unidades com mais queixas em 2015, mas es-tão na lista dos dez mais, à exceção de CascaiR. Comparado ao peso que têm no total de hospitais, as PPP têm mais queixas. Sobretudo devi-do a tempos de espera.
"É uma questão preocupante e que deve merecer a atenção do mi-nistério, dos hospitais e da ERS. Um contrato PPP fica desatualizado no dia a seguira ter sido assinado por causa da inovação. Quando apare-ce um novo medicamento há quase sempre dois entendimentos. Da parte pública é que está implícito no contrato e que a PPP tem de supor-
tar novo encargo. Da PPP é entendi-do o contrário. Sugiro a presença da mediação nos contratos, de manei-ra que os conflitos sejam rapida-mente resolvidos", dizJorge Simões.
Nos tempos máximos de respos-ta, as PPP mostram piores resulta-dos nas primeiras consultas e me-lhores nas cinugias. À ERS, asAdmi-nistrações Regionais de Saúde de Lisboa eVale do Tejo e Norte apon-taram constrangimentos provoca-dos pelos contratos: redação pouco clara que cria dúvidas, limitações na relação com os centros de saúde e outros hospitais, falta de indicado-res comparáveis com outras unida-des, limitações de prestação de ser-viços que não permitem acompa-nhar o acréscimo de procura. De positivo, a obrigatoriedade de bom desempenho, com penalizações previstas em caso de incumpri-mento e a poupança de 98 milhões de euros em três anos que Braga ge-rou em relação ao público.
Cascais e Loures disseram não comentar um estudo que desco-nhecem. A José Mello Saúde, gesto-ra de Braga eVila Franca de Xira, diz que as PPP "têm sido muito positi-vas: prestação de mais e melhores cuidados de saúde às populações que servimos e maior eficiência nessa prestação" e "permitiram in-troduzir mecanismos de controlo e acompanhamento que são muito válidos e fundamentais para o SNS".
Dois anos antes do fim do contrato,
Estado tem de comunicar decisão
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Marcelo elogiou benefícios em Vila Franca PARCERIAS Após ser empos-sado como Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa escolheu, em março, o hospital de Vila Franca de Xira para fazer a primeira visita a uma unidade de saúde, sobressaindo o facto de ter eleito uma uni-dade com urna parceria pú-blico-privada. Na visita, em que foi acompanhado por Salvador Meti°, presidente da José de Mello Saúde, o Presidente da República considerou que o hospital de Vila Franca de Xira, o último hospital a ser inaugurado como PPP em março de 2013, é um bom exemplo dos bene-fícios de uma parceria entre "o Interesse público e uma gestão privada competente", sendo essa uma das razões que indicou a justificar esta deslocação. Marcelo disse que o setor da saúde merece um "consenso nacional", até a nível político. O Presidente desvalorizou ter escolhido um hospital de gestão priva-da e lembrou que, na campa-nha, esteve "num público", o São José, em Usboa.
ENTREVISTA: JORGE SIMÕES Presidente da Entidade Reguladora da Saúde
A terminar o mandato de cinco anos e meio, o responsável fala das mu-danças na saúde e dos desafios que se espera para os próximos anos
"O SNS está de boa saúde porque os seus profissionais
são excelentes"
ESTUDO
BRAGA
JOSÉ DE MELLO SAÚDE > Mostrou resultados positivos na
taxa de resolutividade do inter-namento (superior a 90%), apre-senta boa capacidade de respos-ta relativa em casos de interna-mento, assim como de resolução de necessidades cirúrgicas. Braga está na lista dos dez hospi-tais com mais reclamações. Segundo a ARS Norte, Braga gerou uma poupança de 98 mi-lhões de euros em três anos.
LOURES
LUZ SAÚDE > Mostrou dos piores resultados
em termos de incidência de sep-sia pós-operatória no conjunto de 16 hospitais do grupo de unida-des comparáveis definido pela ACSS. Contudo há hospitais que apresentam resultados zero, o que não será muito expectável. Na lista dos dez hospitais mais visados em reclamações em 2015, o hospital de Loures está na quinta posição.
CASCAIS
LUSÍADAS SAÚDE > O estudo concluiu que na resolu-
ção das necessidades cirúrgicas Cascais apresentou uma capaci-dade abaixo da média do grupo. Porém, apresenta o melhor de-sempenho na percentagem de fraturas da anca com cirurgia efetuada nas primeiras 48 horas. Tem menor percentagem de in-ternamentos com demora supe-rior a 30 dias e de reinternamen-tos em 30 dias.
VILA FRANCA
JOSÉ DE MELLO > Apresentou das menores per-
centagens de internamentos com demora superior a 30 dias e foi o único com uma percenta-gem de primeiras consultas rea-lizadas dentro do tempo máximo de resposta igual ou superior à média dos restantes hospitais de comparação. Quanto a reclama-ções, está em nono na lista dos dez hospitais mais visados em reclamações.
— -- — ANA MAIA
O estudo não permite saber se as PPP são um modelo vantajoso ou não. Devem ser mantidas? Fssa será uma decisão política. Ti-nha a expectativa de que os hospi-tais PPP tivessem um desempe-nho superior aos de gestão públi-ca. Atualmente a ausência de autonomia nos hospitais públicos é tão grande e, pelo contrário, a gestão dos hospitais PPP permite uma eficácia aparentemente su-perior em matéria de contratação de pessoas e aquisição de bens e serviços, utilizando as regras de privados, que são regras muito mais eficazes. Supunha à partida que podia haver uma diferença muito significativa. Essa diferença não existe. Independente da gestão, os hos-pitais continuam sem cumprir os tempos máximos de resposta? É uma luz amarela para todos. Não faz sentido o que está a acon-tecer. Ou os tempos estão fora da-quilo que é a lógica de funciona-mento dos hospitais ou então num curto espaço de tempo todos têm de cumprir rigorosamente aquilo que o Estado entendeu que eram tempos máximos. A ERS tem feito intervenções diversas. Agora, quando é quase na totalidade dos hospitais que incumprem, esta é uma área em que o ministério tem de intervir rapidamente. Disse-se que a crise podia ser uma oportunidade. Aconteceu alguma mudança para melhor? Não concordo. A crise provocou na maioria dos portugueses aspe-tos negativos. Temos no léxico do sistema de saúde, desde os anos 1990, o termo eficiência. Não é uma preocupação nova. Este ba-lancear de eficiência e equidade, que tem sido uma preocupação, não temos notado alterações muito significativas nas políticas de saúde nas últimas duas déca-das em relação a esses dois obje-tivos. Continuamos pouco eficientes? Não estou de acordo. Temos uma organização que tem as suas limi-tações, nomeadamente em rela-ção aos profissionais de saúde e li-
Jorge Simões diz que a manutenção das parcerias
público-privadas é uma decisão política
mitações próprias da gestão das unidades públicas. O facto de não ter havido um crescimento das transferências de financiamento levou a que houvesse um desin-vestimento no SNS. Ao contrário, houve um crescimento significa-tivo da oferta privada. Que desafios traz a liberdade de escolha? Qual a sua apreciação? A médio/longo prazo só terá vir-tualidades, porque os hospitais do SNS passam a identificar melhor as preferências dos cidadãos. A pa-lavra preferência estava fora das preocupações dos gestores e dos profissionais de saúde e o finan-ciamento, com certeza, irá acom-panhar as preferências dos cida-dãos. Não há que ter receio da li-berdade, que é ainda limitada, de
O país tem de ter um orçamento mais robusto para disponibilizar mais dinheiro para a saúde
escolher ao nível de consultas a preferência do utente. Um dos projetos da ERS é a ava-liação SINAS. É preciso melhorar a cultura de informação? Acho que sim. Este projeto da ava-liação é voluntário. O privado mais pujante percebeu o interes-se de participar. O SINAS permite comparações entre uns e outros e, por outro lado, permite identificar à gestão de cada um dos hospitais
aspetos eventualmente não mui-to positivos, em relação aos quais vale a pena investir mais para que haja uma melhoria de qualidade. Tem sido muito positivo. Não existem as mesmas obriga-ções de licenciamento para todos os hospitais. Porquê? Já dissemos claramente que não faz sentido que as unidades privadas estejam obrigada a regras próprias de licenciamento e o mesmo não se passe em relação às unidades pú-blicas e do setor social. O que dize-mos é que os diplomas que se apli-cam aos privados em termos de li-cenciamento devem ser estendidos ao público e ao social. Há uma si-tuação de discriminação que não faz sentido nenhum. O facto de não haver licenciamento não inibe a ERS de intervir em matéria de fisca-lizações. Quais são os grandes desafios que a ERS e a saúde podem enfrentar nos próximos anos? Os grandes desafios são os velhos desafios. São as questões do aces-so dos utentes aos cuidados de saúde, dos direitos em geral, da qualidade e do cumprimento dos requisitos de licenciamento. Se es-tes quatro grandes grupos forem cumpridos por público, privado e social, seguramente teremos um sistema de saúde transversal, com setorização, mas que obedeça a critérios que dão segurança à po-pulação. O SNS já ultrapassou as maiores dificuldades? O SNS está de boa saúde porque os seus profissionais são excelen-tes. O facto de o SNS ter emagreci-do em termos financeiros, apesar de potenciais ganhos de eficiên-cia, pode ter naturais efeitos ao ní-vel da qualidade dos cuidados e hoteleira. Essa é uma questão na-cional, no sentido em que a saúde não é um setor autónomo da eco-nomia e das finanças. O país tem de crescer e tem de ter um orça-mento mais robusto para disponi-bilizar mais dinheiro para a saúde. Quanto mais em dinheiro? O necessário. Há problemas que temos de resolver nas unidades pú-blicas, e que os privados estão em vias de o fazer, de ter profissionais a tempo inteiro e em exclusividade.
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Governo quer reduzir fatura das PPP na saúde Cofitratos.As conversas entre o governo e os grupos Mello e Lusíadas para renegociar as parcerias público-privadas de Braga e Cascais têm sido tensas. Avaliação Ministro encomendou estudo ao regulador da saúde. A conclu-são é que a qualidade é igual nos públicos e nas PPP. PORTUGAL PAGS 10 E 11
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A8
Tiragem: 94600
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PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
HOSPITAL DE CASCAISTem gestão privada desde 2009. É administrado pela Lusíadas-Parcerias Cascais, cujo principal acionista é a brasileira AMIL, que integra a norte-americana United Health Group. É a primeira parceria a atingir o termo do contrato, no último dia de 2018
HOSPITAL DE BRAGAA portuguesa José de Mello Saúde gere a unidade desde 2009. Esta é a segunda parceria público-privada (PPP) a chegar ao fim do acordo de gestão celebrado com o Estado a 31 de dezembro de 2019
HOSPITAL DE VILA FRANCA DE XIRAEstá sob a administração do Grupo Mello desde 2011. O contrato vai atingir o termo dentro de cinco anos
HOSPITAL BEATRIZ ÂNGELO (em Loures)É a mais recente das PPP atualmente em vigor. A administração é feita pela Espírito Santo Saúde, com capitais chineses, desde 2012 e vai vigorar até 2022
HOSPITAL FERNANDO DA FONSECA (na Amadora)Foi a primeira experiência de gestão hospitalar privada no Estado. Coube ao Grupo Mello entre 1995 e 2008, quando o ex-primeiro-ministro José Sócrates decidiu não renovar
Vera Lúcia Arreigoso
com Paulo Paixão
Ter grupos privados a administrar hospitais do Estado é como um placebo: não faz bem nem mal à Saúde. E só melhora quem acredita que produz efeito. A Entidade Reguladora da Saúde
(ERS) entregou ao Governo um relató-rio de avaliação às parcerias público--privadas (PPP), concluindo que “apre-sentam globalmente bons resultados, mas não há diferenças significativas face aos restantes hospitais do Serviço Nacional de Saúde; não se pode dizer que o modelo é melhor”, afirma ao Ex-presso o presidente, Jorge Simões.
O responsável pelo regulador da Saúde confessa ter ficado “um pouco surpreendido” com o resultado. “Pensei que iria haver alguma diferença, que não houve, porque no grupo dos hospi-tais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) utilizado para comparação não existe autonomia de gestão”, ao contrário do que se verifica quando os gestores são privados. Ainda assim, o relatório, o segundo desde que as PPP existem na Saúde, vem dizer o que outro dissera em 2009: não há diferenças evidentes entre os modelos.
O estudo da ERS, feito a pedido do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, foi entregue no dia 23 de maio e servirá, conforme consta do Programa de Governo, para “habili-tar tecnicamente a decisão política em função da defesa do interesse público”, sobre a continuidade das PPP atuais: Cascais, Braga, Vila Franca de Xira e Loures. Em 2015 os encargos com estas PPP ascenderam a €430 milhões. Em dezembro deste ano, o ministro terá de iniciar o processo de continuidade, ou não, das parcerias a que está obrigado nos dois anos que antecedem o termo dos contratos. E Cascais é o primeiro da lista.
À esquerda do PS, já se sabe, defen-de-se o fim das PPP. O PCP exige a re-versão para o Estado daqueles hospitais (e ainda da Linha Saúde 24), “devendo apenas ser pago o investimento efe-tuado depois de renegociados prazos, juros e garantias de obras e de equipa-mentos”. Também o BE quer “devolver ao domínio público a gestão”, algo que deve ocorrer à medida que terminem os contratos em vigor.
Os peritos da ERS analisaram a “eficiência relativa, eficácia, qualida-de clínica e custos de regulação” nas quatro PPP e em 33 hospitais do SNS com características semelhantes. A conclusão foi a de que “prescindindo--se de algum tipo de ponderação dos resultados obtidos, a valorizar mais ou menos determinadas áreas, não se retira uma ilação global a respeito da vantagem ou desvantagem da gestão em regime de PPP”.
Na eficiência, que inclui a taxa anual de ocupação em internamento ou os custos operacionais por doente padrão, os peritos apuraram que “os hospitais PPP revelam-se globalmente eficientes, com destaque para os resultados posi-tivos dos hospitais de Braga e Cascais”, embora sem “diferenças estatistica-mente significativas”.
Relativamente à eficácia — medida a partir dos resultados no internamento, na cirurgia ou no cumprimento dos tempos máximos de resposta garantida (TMRG) para as primeiras consultas e
Avaliação Regulador diz ao Governo que os acordos hospitalares com grupos económicos não são uma mais-valia
Gestão privada de hospitais não tem “vantagens significativas”
operações programadas —, a disper-são de resultados repete-se. As PPP “apresentaram capacidade de resposta relativamente menor em casos de in-ternamento” e “globalmente superior” nas cirurgias, embora em ambos os casos, mais uma vez, “sem diferença significativa”.
Já quanto ao tempo de espera, os ges-tores privados “apresentaram um pior desempenho no que se refere à percen-tagem de primeiras consultas dentro do TMRG”, embora com mais consultas realizadas no total. E nas intervenções cirúrgicas atempadas, o resultado é “globalmente positivo”. E a demora para a primeira visita ao especialista é criticada pelos doentes.
Utentes reclamam das demoras
A ERS analisou as reclamações e dei-xou um alerta: “As questões identifica-das nas reclamações não se referem a problemas exclusivos dos hospitais em regime PPP, nem são comuns a todos, contudo os hospitais PPP são visados em grande número, com expressivo crescimento em anos recentes, sendo os principais temas visados os tempos de espera e a focalização no utente.” Mesmo assim, tiveram mais elogios do que as unidades de comparação.
Os peritos pediram às ARS da área das PPP, Norte e Lisboa, para indica-rem as mais-valias do modelo, mas só o Norte respondeu, afirmando que Braga gasta menos dinheiro a tratar doentes. Entre 2011 e 2013, foi apurado, “para o doente-padrão ajustado, um desconto médio face aos hospitais que integram o grupo de referência acima dos 20% e
uma poupança naqueles três anos de cerca de 98 milhões de euros”.
De Lisboa foram enviados apenas exemplos do que tem corrido menos bem, como a “formulação dos parâme-tros de desempenho de resultados”, que “suscitam dúvidas interpretativas que dificultam o relacionamento entre as partes”; e a “articulação com os cuida-dos de saúde primários no que se refere à demora na prestação de consultas com muita procura” ou a ausência de “mecanismos contratuais que salva-guardem a satisfação das necessidades expressas e assim o interesse público”.
Nenhum dos privados quis comentar as conclusões da ERS, por não conhe-cerem o relatório. Ainda assim, a José de Mello Saúde (gere os hospitais de Braga e de Vila Franca de Xira) afirmou que “as PPP têm sido muito positivas”, com “prestação de mais e melhores cui-dados e maior eficiência”, tendo “per-mitido inovar, desenvolver parcerias com universidades, formar médicos e reforçar a articulação com os cuidados primários”.
Alexandre Lourenço, presidente da associação dos administradores hospi-talares, concorda com os privados. “Os hospitais públicos geridos pelos priva-dos estão entre o grupo dos melhores no SNS. Outros resultados não seriam esperados, uma vez que a autonomia e o investimento têm-se distanciado dos hospitais EPE e SPA, com forte impacto no acesso e qualidade”, afirma.
Opinião contrária tem o professor ca-tedrático da Escola Nacional de Saúde Pública Constantino Sakellarides. “As PPP nasceram da pressão dos grupos privados e não de uma solução que mostrou ter grandes vantagens para o sector público, que cabe aos privados mostrarem e que nunca aconteceu.” Defende, por isso, que “não há nada que seja defensável para a manutenção das PPP. Não se percebe como empresas do outro lado do mundo (China, Brasil ou EUA), cujo interesse é retirar dinheiro, têm maior sensibilidade do que o Esta-do para defender o SNS”, diz.
O ministro está a ponderar o que vai fazer. O seu gabinete diz apenas que “aguarda a publicação oficial do rela-tório da ERS, até ao final deste mês”.
Cascais é o primeiro dos hospitais atualmente em regime de PPP a terminar o contrato FOTO JOSÉ CARLOS CARVALHO
NÃO HÁ NADA DEFENSÁVEL PARA A MANUTENÇÃO DAS PPP”CONSTANTINO SAKELLARIDESProfessor catedrático
BRAGA
B. ÂNGELO
V. F. DE XIRA
CASCAIS
SNS(1)
CASOS RESOLVIDOS NO INTERNAMENTOEm percentagem
90
80
70
60
50
BRAGA
B. ÂNGELO
V. F. DE XIRA
CASCAIS
SNS(1)
CASOS RESOLVIDOS NA CIRURGIAEm percentagem
90
80
70
60
50
BRAGA
B. ÂNGELO
V. F. DE XIRA
CASCAIS
SNS(1)
REINTERNAMENTOS EM 30 DIASEm percentagem
8
6
4
2
0
BRAGA
B. ÂNGELO
V. F. DE XIRA
CASCAIS
SNS(1)
PRIMEIRAS CONSULTAS REALIZADAS DENTRO DO TMRG*Em percentagem
80
60
40
20
0
*TEMPOS MÁXIMOS DE RESPOSTA GARANTIDOS
FONTE: ENTIDADE REGULADORA DA SAÚDE
BRAGA
B. ÂNGELO
V. F. DE XIRA
CASCAIS
SNS(1)
CIRURGIAS REALIZADAS DENTRO DO TMRG*Em percentagem
98
96
94
92
90
*TEMPOS MÁXIMOS DE RESPOSTA GARANTIDOS(1) MÉDIA DO GRUPO DE HOSPITAIS PÚBLICOS DA MESMA CATEGORIA
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Tiragem: 94600
País: Portugal
Period.: Semanal
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
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Corte: 2 de 2ID: 64820981 10-06-2016
Relatório põe em causa as PPP na Saúde
ERS diz que não há “vantagens significativas” com a gestão privada dos hospitais públicos. Governo decide este ano P18
Página 9
A10
Tiragem: 140038
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 23
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Corte: 1 de 1ID: 64831194 11-06-2016
PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS
Menos capacidade de internar D um estudo da Entidade Re-guladora da Saúde efetuado aos hospitais em regime de parceria público-privada conclui que estas unidades têm menos ca-pacidade de internamento do que os.utros públicos, à exce-ção cia unidade de Braga.
Segundo o estudo, os hospitais públicos com gestão privada
(Loures, Cascais, Vila Franca de Xira e Braga) não cumprem os tempos máximos de resposta garantida na marcação de pri-meiras consultas, à semelhança dos outros hospitais.
Já a capacidade de resolução das necessidades cirúrgicas foi superior à média dos hospitais comparáveis. • Hospital de Braga foi alvo do estudo
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A11
Tiragem: 26347
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
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Editorial
Torrar a saúde?
ANDRÉ MACEDO
Atorradeira elétrica foi in-ventada em 1893. Quando apareceu, era uma coisa extraordinária, hoje é uma banalidade que todos têm
em casa. As mais baratas custam 20 euros, a diferença de preço depende mais do design do que da tecnologia, toda ela relativamente básica. E no entanto se alguém tentasse construir uma torradeira a partir do zero, é pro-vável que demorasse muito tempo até conseguir fabricar todas as peças necessárias. Isto significa o seguinte: até a coisa mais banal é bastante mais sofisticada do que parece à pri-meira vista. O resultado final depen-de da integração de várias dezenas de componentes que complexificam o processo, exigindo a colaboração de várias pessoas e empresas — as que fazem os parafusos, as que vendem o metal, etc. —até as fatias de pão esta-rem prontas a ser tostadas. O mundo hoje é de facto muito complicado, exige a colaboração de vários talen-tos e até a conjugação de objetivos de certa forma antagónicos para que se atinja um resultado final positivo. É este o caso das parcerias público--privadas na saúde. São boas ou são más? Deve o Estado assinar mais acordos assim? Se tivéssemos em conta a primeira experiência, a do Amadora-Sintra, a resposta seria um redondo não — é melhor ficar por aqui, quer em termos financeiros quer quanto aos cuidados de saúde. Mas entretanto o Estado e os priva-dos aprenderam a calcular melhor os preços e a avaliar os riscos, o que in-centivou a construção de mais três hospitais neste modelo. Neste preci-so momento, o governo está a reava-liar dois destes quatro contratos. Quer ver se a fatura paga está bem calibrada e se a pode reduzir. É justo que o faça, é natural, é a lei do merca-do, mas não deve misturar ideologia neste assunto— como quer o BE. Pode ser necessário chegar a alguns compromissos, mas pôr tudo em causa seria um erro. Seria queimar anos de experiência por pensar que o mundo é tão simples como uma torradeira— não é, nem as torradeiras são, afinal, assim tão básicas.
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A12
Tiragem: 70287
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
Pág: 22
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Corte: 1 de 1ID: 64821450 10-06-2016
Saúde Prestadores do SNS temem cortes
• A Federação dos Prestadores de Cuidados de Saúde recusa a utilização da saúde como arma de arremesso ideológico e de-nuncia o ambiente "altamente corrosivo" instalado no setor. Os convencionados do SNS te-mem que a iniciativa do BE que, depois dos colégios quer cortar nas "rendas aos priva-dos" da Saúde, arrase o setor.
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A13
Tiragem: 16000
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 7
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Corte: 1 de 1ID: 64845692 13-06-2016
Cuidado com os raios uttravioletas, avisa a Direção-Geral da Saúde Raios ultravioletas estão nos máximos. Evitar a exposição solar, usar chapéus e óculos são algumas medidas a tomar
Calor e fim de semana prolonga-do para grande parte da popula-ção costumam ser sinónimos de praia. Com os níveis do índice ultravioleta a bater, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, no vermelho, o dire-tor-geral da Saúde, Francisco George apelou aos portugueses para que tomassem as medidas preventivas necessárias. As regiões do centro e sul do país e ainda o município da Calheta, na Madei-ra, estão sob risco extremo de exposição à radiação ultraviole-ta e as restantes (à exceção de Braga e Viana do Castelo) encon-tram-se sob aviso muito alto.
O cenário mantém-se, grosso modo, esta semana. Para Fran-cisco George, quem vai de férias para a praia ou para o campo deve usar "vestuário adequado, sobretudo muito claro, branco de preferência, e a utilização cri-teriosa de protetores solares".
Além disso, o diretor-geral da Saúde apela às pessoas que não se exponham diretamente ao sol nos períodos com maior radia-ção (entre o meio dia e as 15h) e ainda que usem "óculos escu-ros" e "chapéus de abas largas".
A Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC) relem-bra que "se expõe aos raios ultra-violetas (UV) não só quando apa-
Segundo o IPIV1A, as radiações
ultravioletas devem manter-se elevadas
esta semana
Cerca de 80% da dose de radiação
tolerada pela pele atinge-se pelos 18
anos, diz APCC
n ha sol na praia, mas também praticando um desporto ao ar livre, fazendo jardinagem ou simplesmente caminhando ao sol". Para além disso, há solu-ções que não funcionam. Por exemplo, as "t-shirts molhadas no corpo podem deixar passar os raios ultravioletas".
Segundo a associação, estima-se que "cerca de 80% da dose de radiação tolerada pela pele atin-ge-se pelos 18 anos", o que signi-fica que deve ter cuidados redo-brados pela vida fora. Por exem-plo, "uma queimadura solar na infância duplica o risco de mais tarde se desenvolver um cancro de pele". Além disso, no "primei-ro ano de idade as crianças não devem ser expostas diretamen-te ao sol". A APCC alerta ainda que estar " à sombra de um cha-péu de sol ou toldo não é suficien-te para evitar os escaldões".
O cancro da pele tem aumen-tado anualmente em todo o mun-do. De acordo com a a APCC, só este ano serão diagnosticados 12 mil novos casos de cancro da pele. Destes, mil serão melanomas, o tipo de cancro mais perigo. Pre-venir continua a ser o melhor remédio.
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A14
Tiragem: 70287
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 1ID: 64845542 13-06-2016
Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto respon-sável pela anterior roda dos ali-mentos - Sara Rodrigues e Bela Franchini - que pretende promover este padrão alimen- tar junto dos portugueses. • , ',s....g .0.
A roda reflete o prato e o con-vívio à volta da mesa e evidencia os alimentos mediterrânicos mais relacionados como padrão portu-guês em cada grupo: no dos Óleos e gorduras, destacam-se o azeite e as azeitonas; nas hortícolas, evi-denciam-se as cebolas, o alho, a couve-galega, os grelos, o tomate, pimentos, as beldroegas; na fruta,
Partilhar refeições e tradições, usar ervas aromáticas em vez de sal e fazer exercício são recomendações da nova roda dos alimentos
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Na...4 • #
aparecem o melão, o figo, a amei-xa, os citrinos, a nêspera, a romã: entre os cereais e tubérculos, há espaço para a batata-doce, a cas-tanha, massa e arroz integrais, flo-cos de aveia, pão de centeio e broa; no grupo da carne, pescado e ovos, o destaque vai para o peixe, em es-pecial sardinha, carapau, cavala e atum; nos laticínios, sobressaem o queijo e iogurte; e nas legumino-sas, cabe tudo.
Os frutos secos e o consumo de vinho, muito associados ao PAM, não cabem na roda "por não se pre-tender promover o seu consumo diário", refere a DGS, no texto que acompanha o novo desenho. Sobre o vinho reforça-se o consumo mo-derado e às refeições e a proibição a crianças, grávidas e aleitantes.
Em simultâneo, a nova roda defende o respeito pela época do ano e proveniência dos ali-mentos, incentiva a substitui-
ção do sal pelas ervas aromáti- cas e promove a transmissão ge-
racional de técnicas culinárias sau-dáveis tradicionais, como as sopas, os ensopados e as caldeiradas. O tempo dedicado à confeção dos ali-mentos, a sua inserção no quotidia-no através da partilha com família e amigos, e o combate ao sedenta-rismo também são mensagens da nova roda. •
) Gráfico da DGS recomenda o respeito
pela sazonalidade e proximidade dos produtos
Estilos de vida na nova roda dos alimentos
Schredc [email protected]
I. Não chega escolher alimentos saudáveis, típicos da dieta mediter-ránica, nas proporções adequadas. A nova roda dos alimentos portu-guesa, apadrinhada pela Direção--Geral da Saúde (DGS), recomenda a adoção de estilos de vida e prin-cípios do Padrão Alisentar Medi-terrânico (PAM). coito o respeito pela sazonalidade e pela prove-niência local dos produtos.
A "Roda da Alimentação Medi-terrânica" é uma representação gráfica, produzida pela equipa da
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País: Portugal
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Um implante no braço que serve para curar dependência de heroína Droga. A buprenorfina, usada para tratar a dependência de opiáceos e para aliviar a dor, está agora disponível nos EUA em implantes
JOANA CAPUCHO
Há uma nova forma de tratamen-to para os viciados em heroína e outros opiáceos. Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA), agência responsável pela segurança dos medicamentos nos Estados Unidos, aprovou o uso de implantes subcutâneos de bupre-norfina (opioide que diminui a dor) para reduzir os sintomas de abstinência continuamente du-rante seis meses. Esta substância já é usada na União Europeia desde os anos 1990, mas em comprimido ou adesivos.
Segundo o comunicado da FDA, os implantes destinam-se às pes-soas que já são estáveis em doses baixas a moderadas de outras for-mas de buprenorfina como parte de um programaglobal de recupe-ração. Embora sejam eficazes, diz a agência, os comprimidos ou adesi-vos podem ser facilmente "perdi-
dos, esquecidos ou roubados". Com o implante, estes problemas não se colocam e o doente deixa de se preocupar com a toma diária.
"O abuso de opiáceos tem tido um efeito devastador sobre as fa-mílias americanas. Temos de fazer tudo o que pudermos, para ajudar os pacientes a recuperarem o con-trolo sobre as suas vidas", disse o comissário Robert M. Califf da FDA. Para os especia- listas, estes implan- tes vêm aumentar as possibilidades de tra-tamento para quem sofre transtornos no uso de opiáceos e de-vem ser usados como parte de um progra- ma, que inclui acon- selhamento e apoio psicossocial.
Implantados na parte superior do braço, oferecem seis meses de tratamento. Por ser um método subcutâneo, só pode ser coloca-do ou removido por um profis-
sional de saúde. E se for necessá-rio um novo tratamento, poderá ser inserido um novo implante no outro braço.
Desde meados dos anos 1990 que os comprimidos sublinguais de buprenorfina são usados na União Europeia para tratar a dependência de opiáceos. Segundo João Curto, presidente da Associação Portu-guesa de Adictologia, "não há dúvi-
das de que é um bom medicamento e tem vantagens, sendo até mais seguro do que a metadona". No entan-to, o psiquiatra consi-dera que "para quem tem problemas de dor pode ser uma solu- ção, para que a pessoa
não recorra a outros opiáceos", mas tem algumas dúvidas quanto à sua eficácia no tratamento da depen-dência de heroína. "Enquanto tra-tamento de substituição opiácea, não sei se será tão eficaz".
Já a anestesiologistaTeresaVaz Patto, do Centro Hospitalar de Lis-boa Central, considera que "en-quanto técnica poderá ter vanta-gens" no tratamento da dor, uma vez que os doentes "podem fazer a sua vida sem estar preocupados com o tratamento." Ressalvando que desconhece a dosagem apro-vada pela FDA, diz que pode ser adaptada para uma "melhor tera-pêutica no tratamento da dor".
Diz a FDA que o tratamento com buprenorfina reduz os sintomas de abstinência de opiáceos e o desejo de os tomar, sem, no entanto, pro-vocar os altos e baixos causados pelo mau uso ou abuso destas sub-stâncias. Em "doses suficientes", também diminui os efeitos agradá-veis de outros opiáceos, tornan-do-os menos atraentes.
A eficácia deste método foi tes-tada num estudo clínico feito em adultos, que, no final, foram consi-derados estáveis, através de análi-ses à urina. Tal como com os com-primidos, cerca de 64% dos depen-dentes da heroína não tinham consumido substâncias ilícitas ao longo do tratamento.
Quanto aos efeitos secundá-rios mais comuns com este tipo de tratamento, a FDA refere a dor no local do implante, comichão e vermelhidão, dores de cabe-ça, depressão, constipação, náu-seas, vómitos, dores nas costas e nos dentes.
Os doentes devem ser observa-dos na semana em que é colocado o implante e é recomendado que sejam vistos pelo menos uma vez por mês durante os seis meses, nos quais devem continuar a ter apoio psicossocial.
Doentes podem fazer a sua vida
sem se preocupar com tratamento
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Tiragem: 26347
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Um implante no braço para curar toxicodependência SOCEDADE PÁG. 16
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DISCURSO DIRETO
João Goulão: Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências
"IMPLANTE EVITA DESVIOS PARA O MERCADO NEGRO" El CM - A bupre-norfina, usada para tratar a dependên-cia de heroína, foi autorizada nos EUA sob a forma de im-plante. Qual a rele-vância do medica-mento? João Goulão - É um dos tra-tamentos que utilizamos na terapêutica de substituição. A par da metadona, é o fár-maco mais utilizado. - O implante irá apresentar vantagens face aos compri-midos ou ao adesivo? - Garante um maior cumpri-mento da terapêutica por parte do doente, por não po-der tirar o implante, e tam-bém viabiliza a realização do
tratamento por mais tempo. Por ser im-plante, evita ainda que o medicamento seja desviado para o mercado negro. - Nas farmácias, a buprenorfina é ven-
dida em caixa de comprimi-dos por cerca de 25 euros. No vosso serviço, tal como a metadona, é gratuito? - É comparticipado. Contu-do, com o aparecimento dos genéricos, teve uma redução acentuada do preço. - Qual é a realidade da he-roína em Portugal? - Hoje em dia, há muito me-nos jovens dependentes. Atinge sobretudo os mais velhos. •J.S.
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COLHEITAS DE SANGUE
Fim de taxa cria novos dadores BA existência de reservas está-veis na maior parte das colhei-tas dos diferentes tipos de san-gue está associada à reposição da isenção do pagamento de ta-xas moderadores na saúde para os dadores desangue. Uma me-dida que se traduziu num au-mento das dádivas.
Apesar do reforço de colhei-tas, as reservas de sangue do tipo B- apresentam um volume de armazenamento que assegu-ra as necessidades para um pe - ríodo inferior a dez dias. Os res-tantes tipos desangue (A+, A-, 0+, 0-, AB., AB- e B.) .apre-sentam um volume de colheitas estável, capaz de assegurar as necessidades por um período de dez dias, segundo os dados dis-ponibilizados pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação. As próximas semanas serão
decisivas para a recolha de san-gue. No verão, os portugueses têm menor disponibilidade para efetuai•em dádivas. Este é também o período do ano em que se verifica um aumento das 'necessidades, resultantes da presença de um maior número de turistas e de emigrantes. •J.S.
Colheitas estão estáveis
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Porto Recolha de sangue na terça-feira • O Hospital de Santa Maria, no Porto, organiza, na próxima terça-feira, entre as 14 e as 19 horas, uma recolha de sangue, com o objetivo de contribuir para aumentar os stocks de sangue nacionais. Os atletas Miguel Maia e João Brenha são os padrinhos. Aos dadores será oferecido lanche.
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Carina Ribeiro apris queixa no Hos
Chaves e pondera ara para os tribunais
Sandra Berres [email protected]
► Uma mulher de 32 anos acusa o Hospital de Chaves de negligência durante o atendimento na Urgên-cia e que teve como desfecho um aborto dois dias depois. Uma forte hemorragia vaginal levou Carina Ribeiro ao serviço de Urgência há cerca de uma semana. Foi manda-da para casa com medicação para
regular o ciclo menstrual, mas vol-tou à Urgência dois dias depois, al-tura em que foi informada de que tinha sofrido um aborto.
Carina Ribeiro já apresentou queixa junto do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro e pondera avançar para os tribunais. A mulher afirma estar "chocada" como facto de não ter sido feito um teste de gravidez na primeira ida ao hospital e por acreditar que lhe foi
e
Norte Sul
CHTMAD Governante admite investimento
O secretário de Estado da Saúde, Ma-nuel Delgado, admitiu que poderão ser feitos "investimentos adicionais em equipamentos e instalações" no Hospi-tal de Chaves. O governante, que reuniu esta semana com a administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), lamentou o "de-
sinvestimento gritante nos últimos anos" naquela unidade hospitalar. A falta de médicos e recursos humanos e as listas de espera para cirurgias foram alguns dos principais problemas identi-ficados na reunião. "Temos um projeto de reabilitação de listas de espera, em áreas como a Urologia ou a Oftalmolo-gia, e colocação de médicos logo que possível", sublinhou o secretário de Es-tado da Saúde.
Chaves Médico da Urgência não fez teste de gravidez e receitou medicação "contraindicada para grávidas"
Acusa o hospital de negligência que resultou em aborto
Centro Hospitalar abriu inquérito • Contactada pelo 1N, a administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) não quis prestar esclare-cimentos sobre o caso, mas informou que abriu um "processo de inquérito para apuramento dos factos ocorridos". Carina Ribeiro apresentou queixa junto do CHTMAD e pondera avançar para os tribunais. Não existe serviço de Ginecologia e Obstetrícia no Hos-pital de Chaves e a maternidade foi encerrada há vários anos. As pacientes desta especialidade são reencaminhadas para Vila Real, a cerca de 70 quilómetros de distância.
receitada medicação "contraindi-cada para grávidas".
"Inicialmente pensei que era o período. Mas como estava com muitas dores e já durava há alguns dias, fui à Urgência", afirmou. A primeira ida à unidade hospitalar de Chaves aconteceu no passado a 2 de junho. dia em que lhe foi feita uma "análise simples à urina para despistar uma eventual infeção uri-nária", que deu negativa.
"O médico perguntou-me se es-tava grávida e eu respondi que, em princípio, não. Eu e o meu marido não planeávamos ter filhos agora, mas é algo que nunca se pode ga-rantir", contou. Apesar da pergun-ta do médico, não lhe foi feito ne-nhum teste de gravidez e foi-lhe re-ceitada medicação para regularizar a menstruação que. segundo a mu-lher, que já é mãe de uma menina, era "contraindicada para grávidas".
Encaminhada para Vila Real "Continuei a perder muito sangue e as dores aumentaram a um pon-to de não conseguir aguentar mais. Voltei à Urgência dois dias depois. Meteram-me numa ambulância, só com o motorista, e fui encaminha-da para o Hospital de Vila Real". lembra. Já na sede do Centro Hos-pitalar de Trás-os-Montes e Alto
Médico da Urgência não mandou fazer teste de gravidez
Douro, Carina Ribeiro foi vista por um especialista de Ginecologia e Obstetrícia que a informou de que "estava a abortar".
"Não sei se foi por consequên-cia ou não da medicação prescrita no primeiro dia. Não sei se podiam ter feito algo para evitar o aborto. Só sei que houve negligência no tratamento que me deram. Nuhca me explicaram o que se passou e eu tenho direito de saber", subli-nha.
Carina lamenta ainda que não lhe tenha sido disponibilizado apoio psicológico e, por causa das elevadas perdas de sangue, desen-volveu uma anemia. "Apesar de não saber, estava grávida. Não foi pla-neado, mas era um filho e é uma perda", lamenta. •
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Legionela em hotel deixa cidade com falta de camas CHAVES O encerramento do Hotel Aquae Flaviae, em Chaves, devido à deteção da bactéria da legionela na rede de água do edifício, obrigou ao desvio de tun,evento aéreo que levaria 70 pessoas a ficar alojadas naquela unidade hoteleira.
Os participantes da maior volta aérea de sempre a cruzar Portugal iriam ficar hospedados em Chaves hoje à noite, mas o encerramento do hotel forçou a organização a mu-dar o evento para Bragança por fal-ta de camas na cidade flaviense.
A Volta Aérea a Portugal envolve 70 participantes e 42 aeronaves que iriam passar hoje em Chaves, mas o evento teve de ser desviado por falta de alternativas de alojamento.
"Fomos informados na quarta - feira, às 21.30 horas, de que o hotel não poderia receber os participan-tes do evento, devido a um proble-ma técnico grave que teria obriga-do a encerrar o hotel", explicou o presidente da Associação Portu-guesa de Aviação Ultraleve, Paulo Cunha, que organiza a Volta Aérea.
O Hotel Aquae Flaviae não terá conseguido apresentar nenhuma solução viável para alojar os parti-cipantes, mas a organização do evento garantiu que não preten-dem pedir qualquer tipo de indem-nização.
"É um evento de grande enver-gadura e é difícil fazer alterações tão em cima da hora. Felizmente, conseguimos transferir a Volta Aé-rea para Bragança e ultrapassámos o problema", sublinhou.
Anteontem, as autoridades de saúde pública mandaram encerrar o Hotel Aquae Flaviae, depois de ter sido detetada a bactéria legionela da rede de água do edifício, tendo os cerca de 50 hóspedes sido rea-lojados noutras unidades.
A administração do hotel garan-tiu, em comunicado, que "procede, conforme legislação, à análise
Os cerca de 50 hóspedes foram trans-feridos para outras unidades hoteleiras
anual de despiste, não tendo até à data registo de qualquer suspeita, tendo sido realizadas há pouco tempo análises que deram resulta-do negativo". Acrescenta ainda que estão a ser desencadeados "todos os procedimentos que visam a de-sinfeção da unidade", que "abrirá previsivelmente nos próximos dias". SANDRA BORGES
Matosinhos
• Um homem está internado no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, com legio-nella. Segundo conseguimos apurar, trata-se de um caso isolado, relacionado com uma pessoa que tem um poço em casa. A água desse poço está a ser alvo de análi-ses por parte das autorida-des sanitárias, com o objeti-vo de verificar se a contami-nação do paciente teve ali origem. Está afastada a hi-pótese de contaminação da água da rede pública.
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41243 No Censos 2011, o concelho de Chaves tinha 41243 residentes, sendo o 70Q concelho mais po-puloso do País.
Aguas Flaviae Águas Flávias (Aquae Flaviae) foi um centro urbano da provín-cia romana da Galécia. A cidade foi alterando o nome até chegar a Chaves (no século XIII).
13 O hotel vai ficar fechado durante um período indeter-minado até estar concluída a desinfeção das condutas de água quente. Após a limpeza, a Direção-Geral de Saúde vai repetir as análises à água e a reabertura ou não da unidade hoteleira está dependente dos
Hotel está localizado no centro da cidade transmontana e conta 166 quartos. Ontem, 50 hóspedes abandonaram o hotel resultados. •
Legionella obriga a tirar 50 hóspedes de hotel ALARME O Análise à água detetou presença da bactéria. Hotel proibiu a utilização de chuveiros
Unidade hoteleira está a desinfetar as instalações
Em comunicado, a admi-nistração do hotel explica que no dia 31 de maio a DGS esteve nas instalações para recolher amostras. "Foi alegadamente verificada uma suspeita de bactéria", refere, frisando que foram desencadeados "os procedimentos que visam a desinfeção da unidade". •
Contra-análise à água decide reabertura
FÁTIMA VILAÇA
ADireção-Geral de Saúde mandou encerrar o Hotel Aquae Flaviae, em Cha-
ves, depois de ter sido diagnos-ticada legionella a uma mulher que esteve hospedada nesta unidade hoteleira próxima do balneário termal de Chaves. A autoridade de Saúde garante que se trata de um caso isolado e o presidente da Câmara assegu-ra que não há nenhum "proble-ma de saúde pública" na cidade transmontana. ' Às 10h00 de ontem, os pri-
SAIBA MAIS que correm os nossos familia-res", reclamou Lúcia Barata, uma das hóspedes forçadas a abandonar o hotel, insatisfeita com a falta de informação.
António Ca-beleira, presi-dente da Câ-mara de Cha-ves, garante a
qualidade do balneário termal e da água da rede pública da cida-de. "Não há qualquer tipo de alarmismo social. As pessoas podem utilizar as termas e con-tinuar a beber água", frisou. •
meiros dos cerca de 50 hóspe-des começaram a abandonar o hotel, depois de terem sido in-formados, na noite de quarta - -feira, da presença da bactéria na rede de águas quentes 'CLIENTES RECLAMAM sanitárias. MAIS INFORMAÇÃO POR como medida PARTE DAS AUTORIDADES preventiva o hotel retirou todoios chuveiros das casas de banho.
"Alguém da direção do hotel, ou da Direção de Saúde, devia falar connosco, para nos dizer quais os riscos que corremos e
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CHAVES p.24
Legionella obriga a tirar 50 hóspedes de hotel
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Apesar de encerrada, durante a tarde de ontem ainda havia hóspedes a circular no interior da unidade hoteleira
Chaves Antiga hóspede diagnosticada com doença dos legionários levou a análise da água da unidade hoteleira e ao seu encerramento
Hotel com 50 hóspedes evacuado devido a legionela
Sandra Borges [email protected]
>Cerca de 50 pessoas que estavam hospedadas do Hotel Aquae Fla-viae, em Chaves, foram ontem rea-lojados noutras unidades hotelei-ras, depois de ter sido detetada a bactéria legionela na rede de água do edifício e de as autoridades de Saúde Pública terem-na encerrado.
Era já perto da meia-noite de an-teontem quando os clientes do ho-
tel foram informados de que não deveriam utilizar os chuveiros, que foram retirados dos quartos, e que já não poderiam ali ficar. "Só me explicaram que havia um problema na água e que ia ter de sair do ho-tel, mas já me arranjaram outro alo-jamento", afirmou Casimira Matos, de Paços de Ferreira.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) confirmou que foi identificada a bactéria legionella pneumophila" em vários pontos de colheita. A
Chuveiros foram retirados anteontem dos quartos para evitar o uso
análise foi desencadeada depois de uma mulher, que esteve hospeda-da no hotel em maio, ter sido dia-gnosticada com a doença (cuja in-feção ocorre principalmente da inalação de vapor, gotículas ou ne-blina contaminada com a legione-la, oriundas de chuveiros domésti-cos ou ares condicionados).
"Na sequência da notificação de um caso de doença dos legionários associado à permanência no Hotel Aquae Flaviae, a Unidade de Saúde Pública do Alto Tâmega e Barroso realizou o inquérito epidenliológi-co no hotel e área circundante", ex-plicou a DGS, em comunicado.
Foi recolhida água da rede para a realização de análises, cujos re-sultados emitidos, anteontem, pelo Laboratório Regional de Saúde Pú-blica da Administração Regional de Saúde do Norte, identificaram a bactéria da legionela.
Ao início da tarde de ontem, ain-da havia pessoas no interior do ho-tel. Fernando Matos, residente em Tondela, estava ali hospedado com um grupo de 35 pessoas e não se mostrou preocupado. "À tarde va-mos fazer um passeio e quando voltar logo vemos qual será a solu-ção do hotel", disse, ao IN.
O IN não conseguiu obter escla-recimentos junto do hotel, que de-verá proceder à desinfeção para depois ser feita uma contra-análise que determinará a reabertura da unidade hoteleira. Não se sabe também se haverá mais pessoas in-fetadas com a bactéria ou se irão aparecer mais casos. As autorida-des vão manter-se atentas.*
despejados :
Fomos informados que INFINP foi detetada uma bacté-ria na água dos chuveiros, mas não nos disseram qual" Fernando Matos Tondela
6 6 Disseram-nos que po- díamos lavar a cara e os
dentes, mas avisaram-nos para não usar o chuveiro" Aldina Caldeira Cascais
66 Foram ao meu quarto e disseram que tinha de
sair devido a um problema na água e tiraram os chuveiros" Casimira Matos Paços de Ferreira
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Âmbito: Informação Geral
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Chaves Legionela na rede de água obriga a fechar hotel Página 35
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O abuso de álcool causou a morte
de 88 homens e cinco mulheres em
2014, “números elevados” que de-
vem ser combatidos com mais pre-
venção e uma maior aposta na “rede
alcoológica”, defendeu a especialista
Teresa Mota. Os últimos dados divul-
gados ontem pelo Instituto Nacional
Álcool em excesso matou 88 homens e cinco mulheres em 2014
de Estatísticas (INE) referem que,
em 2014, foram registadas 89 mor-
tes no país devido a abuso de álcool,
incluindo psicose alcoólica, a maioria
nas áreas metropolitanas de Lisboa
(20,2%) e do Porto (9,0%).
A idade média do óbito por esta
causa de morte foi de 63,1 para os
homens e 65,8 para as mulheres, não
se tendo registado mortes em ida-
des inferiores a 25 anos, refere o INE,
adiantando que os anos potenciais de
vida perdidos foram de 863 para os
homens e 50 para as mulheres.
A propósito do Dia Mundial dos Al-
coólicos Anónimos, assinalado on-
tem, a vice-presidente da Sociedade
Portuguesa de Alcoologia (SPA), Tere-
sa Mota, afi rmou que “há um ligeiro
decréscimo nos consumos de álcool,
mas continuam bastante elevados”.
“Alguma prevenção tem surtido
efeito ao longos destes anos”, mas
é preciso apostar mais na criação
de serviços, em campanhas de
sensibilização e na prevenção pri-
mária, disse a psiquiatra e coorde-
nadora do Serviço de Alcoologia
e Novas Dependências do Centro
Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa.
Para Teresa Mota, devia “apostar-
se muito mais numa rede alcooló-
gica efi caz”, que já existe “mas que
ainda não está muito bem oleada”.
“Os doentes chegam aos cuidados
de saúde primários mas depois têm
Saúde
No Dia Mundial dos Alcoólicos Anónimos, INE revelou mortes devido a psicose alcoólica, a maioria em Lisboa e no Porto
difi culdade” no encaminhamento pa-
ra os locais de tratamento, “porque
são poucos, existem listas de espera
e as articulações nem sempre são fá-
ceis”, sublinhou.
Dados do relatório A Situação do
País em Matéria de Álcool 2014, do
Serviço de Intervenção nos Com-
portamentos Aditivos e nas Depen-
dências, indicam que estiveram em
tratamento no ambulatório da rede
pública 11.881 utentes, dos quais 3353
iniciaram tratamento pela primeira
vez e 930 foram readmitidos. Teresa
Mota salientou também o aumento
das mulheres que estão a procurar
ajuda nestes serviços, ultrapassando
“a vergonha” que sentem. Lusa
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Tiragem: 94600
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
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Cartas
Enfermeiros de 1ª e de 2ª
Na edição do Expresso de 21/5/2016, a propósito da repo-sição do horário de 35 horas na função pública, dá-se notícia que, sobretudo na área da Saú-de, essa medida só contemplará os trabalhadores com contrato em funções públicas. E quando se aborda o impacto da medida na área da Saúde, em particu-lar aos enfermeiros, lê-se: “O presidente do SEP, no entanto, desdramatiza. Segundo José Carlos Martins, mais de 90% dos hospitais onde se trabalha por turnos têm o estatuto de EPE, o que significa que as ad-missões são feitas através de contratos individuais de traba-lho, bastando que as unidades tenham bolsas de recrutamento abertas e que haja um procedi-mento expedito de autorização de contratos.” Choca-nos que persista a dicotomia de direitos laborais entre aquilo que apeli-do de enfermeiros de 1ª e de 2ª. Mas choca-nos mais a confor-mação com tal situação por par-te de um sindicato que, ao invés, deveria lutar pela igualdade de tratamento juslaboral de uma classe profissional ao serviço do Estado, independentemente do tipo de contratação formal que, a nosso ver, no caso específico dos enfermeiros com CIT, se revela totalmente injusta e de constitucionalidade duvidosa.Jaime Júnior, Lisboa
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Tiragem: 70287
País: Portugal
Period.: Diária
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Repor,poupar e resolver problemas
Issé Mamai Silva Bastonário da Ordem dos Médicos
Depois de repor as 35 horas como referencial de trabalho na Função Pública, o Gover-no perdeu autoridade moral e económica para prolongar
o período da troika e continuar a obrigar os médicos a fazer centenas de milhares de horas extras sem pagar o seu valor real. lá bastam os baixos salários base.
Além disso, alguém não fez bem as
contas. Ao não repor o valor tabelar das horas extras, o Estado está a pagar muito mais às empresas fornecedoras de mão de obra e. como consequência, em termos globais, tem mais despesa, menos quali-dade. mais instabilidade, mais falhas, me-nos equipa, menor motivação e disponi-bilidade e pior capacidade de fixação dos médicos no SNS.
Como consequência do anteriormente descrito, os hospitais têm enormes difi-culdades em incrementar a produção ci-rúrgica e constituir as equipas de urgên-cia com médicos especialistas em núme-ro suficiente, pelo que as horas de espera das cores da triagem de Manchester são largamente ultrapassadas, com prejuízo dos doentes.
Com este panorama, os conselhos de Administração exercem uma pressão ter-
rível sobre os médicos internos para os obrigar as fazer mais horas, que pagam como horas normais, e para trabalharem sem a adequada supervisão de médicos especialistas, colocando-se a si e aos doentes em risco. É inadmissível. O tra-balho médico na urgência é de elevadís-simo risco, desgaste, complexidade e res-ponsabilidade.
Por outro lado, o SNS tem dois proble-mas a necessitar de urgente resolução:
1) Cativar os médicos, para evitar que emigrem ou saiam para o setor privado.
2) Dispor de mais horas de trabalho médico especializado.
Se repusesse o valor normal das horas extras, o SNS teria mais facilidade em contratar e fixar médicos e em contar com a sua disponibilidade para fazer mais horas extras. Ao contrário, querendo obri-
gar os médicos a fazer horas extras sem as pagar, leva-os a optar por outras solu-ções profissionais. Só este ano, nos pri-meiros cinco meses, já emigraram mais 175 médicos, a maioria já especialistas, como anestesistas, ortopedistas. cardio-logistas, médicos de família, etc.
Saúda-se o facto do Ministério da Saú-de ter resolvido um dos graves problemas herdados do anterior Governo, agilizan-do os concursos e a contratação de médi-cos pelo SNS. Mas não chega.
Sendo, agora. também uma questão de justiça, repor o pagamento das horas ex-tras é um ato de boa gestão, pois permiti-rá poupar, melhorar a qualidade e resol-ver muitos dos problemas do SNS e dos doentes. Por isso se estranha a recusa... A agitação sindical é, por conseguinte, ex-pectável e fundamentada.
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IMÓVEIS DESOCUPADOS DOS MINISTÉRIOS E RENDAS ANUAIS
O Número de Imóveis
Renda anual
Saúde
093 7 253 532 e. Negócios Estrangeiros
0 8 0 2 049 572 C
Trabalho, Solidariedade e Segurança Social
0 63 0 2 007 048 C Economia
0 2 0 529 560 C Educação
0291588 £ Administração Interna
6 0 282 856 e Finanças
06 213 144 € Conselho de Ministros
0 4 0 190 092 C Ambiente
03 0 52 380 C Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural
010 049236 £
Cultura
010 35 940 Defesa Nacional
04 0 5916 Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
0 1 0 4200
TOTAL
0 204 0 12 946 064 €
sai
Rendas geram despesa anual de 126,8 milhões El A despesa com o paga-mento das rendas de imóveis privados é de quase 126,8 milhões de em-os por ano, o que inclui os gastos com os imóveis desocupados. Já os ocupados têm uma renda anual superior a 113,8 mi-lhões, segundo a DGTF. Es-tes encargos dizem respeito
Finanças gastam 25,7 milhões
a 1849 imóveis privados. Com 617 prédios arrendados a privados, o Ministério das Finanças gasta quase 25,7 milhões de euros por ano. •
ANTÓNIO SÉRGIO AZENHA
Quase 13 milhões de euros é quanto o Governo gasta anualmente com o ar-
rendamento de 204 imóveis privados que não estão a ser ocupados por serviços do Esta-do. Dos13 ministérios com des-pesas em rendas com imóveis ' privados desocupados, o da Saúde, liderado por Adalberto Campos, tem os encargos mais elevados: a renda anual de 93 imóveis privados custa quase 7,3 milhões geemos.
A informação consta do rela-tório do Sistema de Informação dos Imóveis do Estado de janei-ro a março deste ano, da autoria da Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF). Esta análise reVela ainda que, face a igual período de 2015, o número de imóveis privados que não estão a ser ocupados por serviços pú-blicos aumentou em 28, en-quanto a renda anual subiu 23,4°1,). Ou seja, a despesa com as rendas anuais cresceu de cer-ca de 10,5 milhões de euros para quase 13 milhões, em igual pe-ríodo deste ano. Já os imóveis desocupados passaram de 176 para 204. Quase 90% destes encargos
estão concentrados em três mi-nistérios: Saúde, com mais de 7,3 milhões de euros; Negócios Estrangeiros, com mais de dois milhões; e Segurança So cial, também com mais de dois milhões.
A DGTF alega, no dito relató-rio, que "a situação de disponi-bilidade [desses imóveis] é tem-porária [e] não corresponde ne-cessariamente a uma efetiva de-volução do imóvel, mas antes a unta eventual alteração da posi-
ção contratual para outra enti-dade pública que pretenda a sua ocupação". E adianta a DGTF que, "entre os motivos mais co-muns para a desocupação de
imóveis, está a efetiva degra - dação física". O CM questio-nou o Ministé-
rio das Finanças sobre os moti-vos dos encargos com imóveis arrendados, pertencentes a pri-vados, que estão desocupados, mas, até ao fecho desta edição, não obteve resposta. • NOTÍCIA EXCLUSIVA DA EDIÇÃO EM PAPEL
O NÚMERO DE IMÓVEIS PRIVADOS DESOCUPADOS CRESCEU DE 176 PARA 204
congio,
Ministros da Saúde, Negócios Estrangeiros e Segurança Social concentram 90% dos encargos com imóveis vazios
ARRENDAMENTO
Prédios vazios custam 13 milhões ao Governo DESOCUPADOS O Ministérios arrendam 204 imóveis privados mas deixam-nos sem serem ocupados por entidades públicas SAÚDE O Serviços tutelados por Adalberto Campos são os mais gastadores
Moradias vão a leigo no dia 8 de julho 13 O Estado vai realizar um leilão de moradias, andares e lojas no próximo dia 8 de ju-lho. O imóvel mais caro é uma moradia de dois andares loca-lizada em Beja, que vai à prata por um preço-base de licita-ção de 238 mil euros. •
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RENDAS AUMENTA NÚMERO
DE IMÓVEIS DESOCUPADOS
DESPERDÍCIO
GOVERNO PAGA 13 MILHÕES POR PRÉDIOS VAZIOS
CUSTOS ANUAIS sobem em comparação com o ano passado O SAÚDE lidera gastos P.35
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Infarmed e fi sco apreendem 82 mil euros em medicamentos ilegais
Mais de 24 mil unidades de medica-
mentos ilegais e falsifi cados com um
valor de mercado avaliado em cerca
de 82 mil euros foram apreendidas
em Portugal no âmbito da operação
internacional Pangea IX, de acordo
com um comunicado enviado ontem
pela Autoridade Tributária e Adua-
neira (AT) e pela Autoridade Nacio-
nal do Medicamento e Produtos de
Saúde (Infarmed). Os medicamentos
ilegais foram enviados para Portugal
em 82 encomendas.
Em Portugal, a operação decorreu
entre 30 de Maio e 7 de Junho e foi
acompanhada pelo PÚBLICO na Al-
fândega de Lisboa, em Cabo Ruivo.
Os resultados foram continuadamen-
te actualizados pelas autoridades e só
ontem foi revelado o balanço fi nal da
acção. Durante a operação, elemen-
tos daquelas autoridades controla-
ram um total de 8751 encomendas. A
AT e o Infarmed conseguiram assim
impedir a entrada em Portugal de
24.250 unidades de medicamentos
ilegais com um valor estimado de
cerca de 82.440 euros.
Já na operação nacional realizada
no ano passado, foram controladas
6140 encomendas, das quais 1051 fo-
ram apreendidas durante a semana
em que decorreu a fi scalização. Nes-
sa altura, foi possível impedir a entra-
da em Portugal de 18.381 unidades de
medicamentos ilegais com um valor
estimado de cerca de 40.135 euros.
Ou seja, apesar de em 2015 terem si-
do apreendidas mais embalagens, o
número de unidades e o seu valor
comercial cresceram signifi cativa-
mente este ano.
A AT e o Infarmed concluem que,
“apesar dos alertas, os portugueses
continuam a comprometer grave-
mente a sua saúde ao adquirirem
medicamentos pela Internet em we-
bsites não autorizados”.
O vice-presidente do conselho di-
rectivo do Infarmed, Rui Ivo, salienta
a importância desta operação “para
a sensibilização da opinião pública
para os perigos do consumo de medi-
camentos que não são controlados”.
Lembra, porém, que o controlo dos
medicamentos ilegais e falsifi cados
que chegam a Portugal é feita diaria-
mente em todo o território. Acres-
centa ainda que a cooperação entre
o regulador e a Autoridade Tributá-
ria e Aduaneira “é exemplar”, sendo
mesmo elogiada por diversos países
integrados na Operação Pangea.
393 detidos no mundoA nível internacional, a acção culmi-
nou com a detenção de 393 indivídu-
os e a apreensão, em todo o mundo,
de 12.229.005 unidades de medica-
mentos falsifi cados, potencialmente
letais e com um valor estimado em
46.744.012 euros.
A Operação Pangea IX decorreu em
103 países e contou com a participa-
ção de várias polícias, das autorida-
des das alfândegas e das autoridades
reguladoras de saúde. Parceiros pri-
vados e empresas de pagamento via
Internet também apoiaram a opera-
ção. “Desta acção resultaram 611 in-
vestigações, a suspensão de mais de
42 anúncios de produtos farmacêuti-
cos ilícitos através de plataformas de
redes sociais”, revela o comunicado
da AT e do Infarmed. Foram também
encerrados 4938 websites.
“Além das intervenções no terreno,
a operação teve como alvo algumas
das principais áreas exploradas pelo
crime organizado no tráfi co ilegal de
medicamentos e dispositivos médi-
cos online como o registo de domí-
nios ilegais, serviços de pagamento
electrónico e sistemas e serviços de
entrega postal”, acrescenta a nota.
A Operação Pangea IX foi coordena-
da pela Interpol, em conjunto com a
Organização Mundial das Alfândegas
(OMA), o Fórum Permanente Inter-
nacional de Crimes Farmacêuticos, o
Working Group of Enforcement Offi -
cers das Heads of Medicines Agencies
e o Instituto de Segurança Farmacêu-
tica. Envolvida na coordenadação es-
teve também a Europol, com o apoio
do Center for Safe Internet Pharma-
cies, e empresas do sector privado,
incluindo a LegitScript, a Google, a
Mastercard, Visa, American Express
e PayPal.
O PÚBLICO acompanhou, na
manhã da passada sexta-feira,
uma parte da Operação Pan-
gea IX em Portugal, integrada
na grande acção internacional.
Encomendas inspeccionadasO edifício da Alfândega de Lisboa, em
Cabo Ruivo, um mundo de caixas,
caixinhas, caixotes e envelopes de
tamanhos variados, armazenados em
centenas de contentores metálicos
espalhados por diversas salas, rece-
beu dezenas de homens e de mulhe-
res da Autoridade Tributária e Adu-
aneira. Os inspectores investigaram
muitas das encomendas postais que
chegaram a Lisboa enquanto os fun-
cionários da alfândega procuraram
encomendas ilegais da mais variada
ordem: estupefacientes, material
contrafeito ou falso, armas, detec-
tores de radares de velocidade e mer-
cadorias de importação proibida.
Diariamente, uma parte destes
Mais de 24 mil medicamentos falsos ou ilegais chegaram em 82 encomendas e foram detectados no âmbito da operação internacional Pangea IX. O PÚBLICO acompanhou os inspectores em Lisboa
SaúdeLuciano Alvarez
Medicamentosapreendidos
Fonte: Infarmed PÚBLICO
2013 2014 2015
20.256
16.11217.607
funcionários dedica-se especialmen-
te à detecção de medicamentos falsi-
fi cados ou ilegais, um trabalho feito
em colaboração com o Infarmed. E
como as compras pela Internet cres-
ceram 26% no último ano, aumentou
o número de encomendas postais e
de encomendas ilegais.
“O primeiro alerta é a origem.
Uma grande parte dos medicamen-
tos ilegais vem de países asiáticos,
do Brasil e Colômbia”, explica Alice
Alves, chefe da delegação aduaneira
das encomendas postais de Lisboa.
Outra forma que pode lançar sus-
peitas aos agentes é o tipo da em-
balagem. Os medicamentos ilegais
ou falsifi cados surgem em grande
número numa espécie de envelope
de cartão de pequenas dimensões,
como revela Alice Alves.
Em 2015, segundo o Infarmed, fo-
ram apreendidas em Portugal 17.607
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embalagens de medicamentos falsi-
fi cados ou ilegais. Os medicamen-
tos ilegais mais detectados foram:
analgésicos e antipiréticos (19%),
anti-infl amatórios (14%), psicofár-
macos (9%), medicamentos utili-
zados no tratamento da disfunção
eréctil (7%); medicamentos com
acção no aparelho cardiovascular
e medicamentos com acção no apa-
relho digestivo (5%) e hormonas e
esteróides anabolizantes (2%).
Os agentes da autoridade adua-
neira garantiram ao PÚBLICO que
este ano cresceram as apreensões
de medicamentos para a disfunção
eréctil, que vem essencialmente da
Ásia, e de produtos para emagre-
cimento, com o Brasil a comandar
as vendas para Portugal. Durante a
parte da manhã em que o PÚBLICO
acompanhou a Operação Pangea IX,
os produtos para a disfunção eréctil
Os inspectores investigaram muitas encomendas postais que chegaram a Lisboa e os funcionários da alfândega procuraram encomendas ilegais diversas como drogas, armas, material contrafeito e mercadorias proibidas
FOTOS: DR
foram os mais detectados. Os inspec-
tores verifi caram a este nível muitas
falsifi cações, estando em causa pro-
dutos com substâncias activas adul-
teradas, fora da especifi cação indi-
cada na embalagem, com dosagem
incorrecta ou mesmo sem qualquer
substância activa. Também foram
apreendidos medicamentos ilegais
designadamente por serem falsifi ca-
dos ou por não terem as autorizações
e os registos exigíveis pelas autorida-
des portuguesas.
Tudo começa no aeroportoO processo de fi scalização começa
no Aeroporto Humberto Delgado,
em Lisboa, aonde chegam todas as
encomendas postais por via aérea
à região de Lisboa. É ali que é feita
uma primeira triagem, nomeada-
mente recorrendo ao uso de máqui-
nas de raios X. Os produtos suspei-
tos são colocados em contentores
que, depois de selados, seguem para
a delegação aduaneira, onde é feita
a verifi cação física.
Depois da verifi cação física, os
medicamentos fi scalizados podem
ter quatro destinos: são legais e se-
guem para a morada de destino; são
ilegais ou falsos e são destruídos, sen-
do o destinatário informado de que
o produto foi apreendido; carecem
de análises clínicas e seguem para os
laboratórios. Por último, há produtos
que são legais nos paises de origem,
mas que não estão autorizados a se-
rem distribuídos em Portugal. “Mui-
tas vezes são encomendas familiares,
de pessoas que desconhecem que os
produtos não podem ser usados no
país”, explica Alice Alves. Neste caso,
o produto é devolvido ao remetente,
com a explicação acerca da proibição
de entrada.
Para o Infarmed, é muito im-
portante que os cidadãos tenham
muita atenção à legalidade dos
medicamentos que compram. “Há
farmácias autorizadas a vender me-
dicamentos pela Internet que não
necessitem de receita médica e essas
estão perfeitamente identifi cadas,
mas a maioria dos sites que fazem
essa venda são ilegais”, explica o
director do departamento de ins-
pecção e licenciamento do Infar-
med, Luís Sande e Silva.
Sande e Silva diz que “muitas pes-
soas são enganadas”, “pensam que
quando compram medicamentos em
sites escritos em português ou sedia-
dos em países da União Europeia o
estão a fazer de forma legal”. Por
isso, o responsável aconselha uma
análise cuidada dos sites, nomea-
damente se possuem o símbolo de
venda legal criado pelo Infarmed e
se estão registados nesta entidade
para a entrega de medicamentos ao
domicílio.
Este director do Infarmed alerta
ainda para o facto de existirem hoje
sites “grafi camente muito atraentes
e sofi sticados que muitas vezes são
cópias de sites legais”. Por isso, sa-
lienta a importância de os consumi-
dores consultarem sempre a página
ofi cial do Infarmed na Internet, onde
está a lista com os sites legais onde
podem ser efectuadas as compras de
medicamentos.
Crime contra saúde públicaA falsifi cação de medicamentos já é
considerada um crime económico
em Portugal, mas a autoridade nacio-
nal do medicamento pretende que
seja também incluída no lote de cri-
mes contra a saúde pública.
E em matéria de saúde pública
são vários os perigos que o consumo
de medicamentos falsifi cados pode
causar. Podem ter a composição al-
terada, estar fora do prazo ou terem
sido transportados sem quaisquer
precauções. “Como consequência,
podem não fazer o efeito pretendi-
do ou causar efeitos secundários
inesperados”, alerta o Infarmed.
Por outro lado, muitos sites ven-
dem medicamentos sem que haja
a intervenção de um profi ssional
de saúde, sem conhecerem a histó-
ria clínica ou a existência de outras
doenças, aumentando o risco para
quem os toma.
Mas há ainda outro perigo: o facto
de estes sites “piratas” não garanti-
rem a confi dencialidade dos dados
pessoais dos utilizadores, que podem
ser usados para a prática de outros
crimes.
46milhões de euros é o valor estimado dos mais de 12 milhões de unidades de medicamentos aprendidas em todo o mundo nesta operação internacional
“Muitas vezes são encomendas familiares de pessoas que desconhecem que os produtos não podem ser usados no país”, explica Alice Alves, chefe da delegação aduaneira das encomendas postais em Lisboa
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O PÚBLICO acompanhou a operação feita pelo Infarmed e pelo fi sco p20/21
Foram apreendidos 82 mil euros em medicamentos
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600 cirurgiões em Lisboa para assistir a maratona de operações Fundação Champalimaud.Aprender mais sobre a utilização de robôs na sala de operações é um dos objetivos do congresso europeu . Em Portugal só existem três — todos em privados
PATRICIA JESUS
2
As atenções dividem-se entre as três imagens dos blocos operató-rios onde decorrem, em simultâ-neo, as cirurgias-três doentes es-tão a ser operados aos rins, para re-tirar tumores malignos. Não será um programa de televisão muito apelativo para a maior parte do pú-blico, mas este é especial: na plateia da Fundação Champalimaud há centenas de médicos de 39 países que vieram a Lisboa para um con-gresso europeu sobre os desafios da utilização da robótica na urolo-gia. Ao longo dos próximos dois dias, vão poder assistir a 23 opera-ções, 12 com recurso a robôs cirúr-gicos de última geração.
Zhou-Jun Shen veio da China e já fez mais de 800 laparoscopias com a ajuda de um robô- são cirurgias pouco invasivas, feitas através de incisões onde são introduzidos os instrumentos e uma câmara. Há 30 anos, quando saiu da universidade, ainda não se fazia este tipo de cirur-gia e a utilização de robôs era do do-mínio da ficção científica. Hoje há cinco sistemas robóticos no hospi-tal de Xangai onde trabalha e Shen não tem dúvidas: mesmo que se-jam ainda muito caros, o médico acha que vão fazer o mesmo cami-nho dos canos ou dos computado-res e tomar-se vulgares. Por isso, é preciso aprender e não ficar para trás. "Temos de manter uma mente aberta."
Em Portugal, no entanto, só exis-tem três sistemas cirúrgicos robó-ticos Da Vinci e apenas dois são de última geração - todos estão em instituições privadas. Um destes chegou à Fundação Champali-maud há alguns meses e só em maio começou a ser utilizado, de-pois de os cirurgiões terem feito formação em Bruxelas. Para Jorge Fonseca, um dos diretores do con-gresso e urologista da Unidade da Próstata da Fundação, a questão é o preço, cerca de dois milhões e meio de euros: "Se não fosse esse fator, esta tecnologia já estaria de-mocratizada." Aliás, enquanto em Portugal existem três robôs, em Es-panha existem 30, salienta, acres-centado que espera que a compe-tição entre marcas-faça descer o preço dos equipamentos.
tiOnosio vo,Riais preciso ii§vantat s destil técnica são fá-deis de perkeber.41aparoscopia - que-já 41eiaemiiitspi tais de todo
o país, do Serviço Nacional de Saú-de e privados, para operações à próstata, aos rins, à bexiga, etc. - é menos invasiva do que uma cirur-gia convencional, já que são aber-tos pequenos orificios. "Há menos sangue, o pós-operatório corre me-lhor, a reabilitação é mais rápida e minimizam-se as sequelas", expli-ca Jorge Fonseca.
Com estes sistemas, que usam a mesma tecnologia utilizada pelos astronautas no espaço, é o robô a
manejar os instrumentos, contro-lado pelo cirurgião, através de uma consola. Há mais flexibilidade e consequentemente uma maior precisão. "É importante nos casos em que seria necessário abrir um doente para ter o mesmo grau de li-berdade de movimentos", diz o urologista.
Além disso, são áreas em que a precisão é importante: seja para retirar um tumor ou metásteses, para preservar as funções da prós-
Nas operações com o sistema robótico Da Vinci, o cirurgião controla os braços do robô através de uma consola e o doente é operado através de orifícios por onde entram os instrumentos. As cirurgias realizadas no congresso são exibidas, com comentários, para todos os congressistas
tata ou para evitar a incontinên-cia. As cirurgias são tão comple-xas que mesmo quem já fez cen-tenas considera estes encontros importantes para aprender. So-bretudo para ver os melhores, que já fizeram milhares de operações, trabalhar.
É o caso de alguns dos 50 cirur-giões convidados que vão operar ao longos destes três dias do con-gresso europeu: são 23 cirurgias com doentes que vieram de hos-pitais de todo o país. E cerca de 600 médicos vão assistir às trans-missões em direto. Ontem de ma-nhã puderam ver três casos deli-cados - a remoção de tumores em dois doentes que só tinham um rim, que era preciso preservar, e noutro que tinha apenas um rim que não funcionava bem. Todas com sucesso.
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Corte: 1 de 1ID: 64821374 10-06-2016 | Economia
Economia RealLuís Todo Bom
Tenho referido as po-tencialidades do nos-so país no cluster da Biotecnologia e da
Saúde, com duas áreas de desenvolvimento — Lisboa e Coimbra.
O desenvolvimento deste sector tecnológico em Lisboa não é de estranhar perante a atratividade da capital e as suas ligações internacionais.
O caminho percorrido por Coimbra, pelo contrário, é de assinalar e justifica uma discriminação positiva no âm-bito dos fundos estruturais, que sustente e amplie a sua afirmação, nacional e inter-nacional.
Um cluster tecnológico re-quer a existência de uma uni-dade central de investigação e criação de conhecimento, centros de referência especia-lizados de qualidade interna-cional, reconhecimento cien-tífico pelos seus pares e pelas instituições internacionais de referência e um conjunto de unidades interligadas, públi-cas e privadas, de prestação de serviços especializados nos vários domínios das téc-nicas e tecnologias associadas ao cluster.
Coimbra, através de um es-forço coerente e continuado, nos últimos anos, preenche todos estes requisitos.
Detém um Centro Hospi-talar e Universitário, com capacidade de investigação, inovação e criação de co-nhecimento, integrando e participando ativamente em organizações internacionais e que agrega 14 Centros de Referência, sendo dois deles únicos no país.
Os Serviços deste Centro Hospitalar têm recebido vá-rios prémios, um posiciona-mento distintivo nos rankings nacionais e internacionais e uma reputação internacio-nal de referência na área dos transplantes hepáticos.
Na mesma região, em Can-tanhede, situa-se o Parque Tecnológico de Biotecnolo-gia, o Biocant, com grande integração com a Universi-dade e o Centro Hospitalar de Coimbra, a prosseguir, igualmente, um caminho de afirmação internacional.
Finalmente, a rede de Clí-nicas Privadas, interligadas com a rede pública, criam uma capacidade única de prestação de serviços de sa-úde, permitindo a atração de doentes estrangeiros e posici-onando o país na vanguarda deste sector.
Coimbra está, assim de pa-rabéns. É necessário que não desanime, neste país de pen-dor centralista!
Professor Associado
Convidado do ISCTE
A saúde em Coimbra
Coimbra justifica uma discriminação positiva nos fundos estruturais em relação ao cluster da saúde
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Corte: 1 de 1ID: 64821062 10-06-2016 | Economia
3MILHÕES DE EUROS DE COIMA TERÃO DE SER PAGOS PELA ABBOTT POR CARTEL A justiça deu razão à Autoridade da Concorrência (AdC) na condenação da Abbott Laboratórios por concentração de preços em concursos públicos. O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão rejeitou os recursos da farmacêutica a contestar a condenação da Concorrência (em 2008). De acordo com a AdC, esta decisão “põe definitivamente termo ao processo” contra as farmacêuticas acusadas de cartel nos preços de tiras reagentes para medição da glicose no sangue, fornecidas a hospitais públicos entre 2001 e 2004 — o que resultou em vantagens negociais perante o Estado, prejudicando o erário público. A Bayer, a Menarini Diagnósticos e a Johnson&Johnson também foram condenadas.
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Gilead O multimilionário negócio da vidaAcordo na hepatite C permitiu à empresa faturar, em Portugal, mais num ano do que nos 15 anos anterioresDo edifício Atrium Saldanha ao número 9 da Avenida João Crisóstomo são menos de cinco minutos a pé. É essa a curta distância entre os escritórios da norte-americana Gilead Scien-ces e o Ministério da Saúde. Mas o encontro das duas partes num acordo para tratar os por-tugueses com hepatite C levou mais de 12 meses. E apenas foi precipitado por um emocio-nado apelo de um doente ao ex-ministro Paulo Macedo, numa audição do governante no Parlamento. O acordo, em fevereiro de 2015, fez dispa-rar a faturação da Gilead em Portugal.
Este foi um negócio multi-milionário. Quanto vale a vida humana? Tem um preço? Para a Gilead há um antes e um depois de fevereiro de 2015. A partir daí em pouco mais de um ano a subsidiária portuguesa asse-gurou mais de 600 contratos públicos, num valor superior a €140 milhões. Trata-se de meta-de de toda a receita que a Gilead assegurou em contratos com o Estado português desde 2001. Ou seja: em cerca de um ano a filial portuguesa faturou tanto como nos 15 anos anteriores.
O tratamento para a hepatite C deu à Gilead um crescimento rápido. Com 62 colaboradores, a subsidiária portuguesa teve em abril a primeira visita do presidente executivo (CEO) do grupo. John Milligan é um in-vestigador tornado gestor que comanda uma farmacêutica que em 2015 faturou 32,6 mil milhões de dólares (€29 mil mi-lhões). Daí a empresa extraiu 18,1 mil milhões de dólares (€16 mil milhões) de lucro, o que faz da Gilead um fenómeno de ren-tabilidade. Ganhos que a em-presa está a amealhar depois de largos anos de investigação e forte investimento em algu-mas áreas terapêuticas, onde ter ou não ter um tratamento pode ser a diferença entre viver e morrer.
Hoje, a Gilead vende aos hos-pitais portugueses dois medica-mentos para a hepatite C e cinco para o VIH, entre outros. O CEO mundial da Gilead, John Milli-gan, numa rápida passagem por Lisboa, falou ao Expresso, para manifestar confiança no futuro da operação da empresa em Por-tugal. “Penso que há oportuni-dades. Há um compromisso das autoridades em Portugal para tratar os doentes com VIH”, sa-lientou o gestor.
Embora a companhia não fa-culte projeções sobre o seu ne-gócio no mercado português, as perspetivas são promissoras. Quando o acordo com o Go-verno foi anunciado, vieram a público alguns números rele-vantes. O medicamento para a hepatite C custaria cerca de €25 mil por doente (tal como em Espanha), com uma meta de tratamento de 10 a 12 mil pessoas em Portugal em três anos. O que se traduziria numa faturação de até €300 milhões (cerca de metade já assegurado através de contratos públicos, conforme se pode constatar no portal Base).
O diretor-geral da Gilead em Portugal, Vítor Papão, escu-sou-se a confirmar os valores. No entanto, o responsável da empresa adiantou ao Expresso que em 2 mil doentes com he-patite C a quem já foi adminis-trada a solução da Gilead houve uma taxa de cura de 96%. E há ainda outros 5 mil pacientes em fase de tratamento.
A eficácia do fármaco foi, aliás, uma das condições do contrato com o Estado portu-guês: a Gilead só recebe o va-lor dos tratamentos que forem bem sucedidos. Um contrato
por objetivos que obriga a far-macêutica a estar segura da eficácia da sua solução.
Paga quem pode?
Fundada em 1987, a Gilead tem há vários anos um modelo de negócio assente em preços di-ferenciados de mercado para mercado, em função do poder de compra local (também de-signado de tier pricing). O que leva a companhia a enfren-tar negociações difíceis com as autoridades de saúde. “Os processos são muito diferen-tes em cada país”, reconhece John Milligan, que na área da hepatite C ainda não conseguiu um acordo para o Reino Unido semelhante ao firmado para Portugal e Espanha.
Mas o CEO da Gilead acre-dita que o Estado sai a ganhar neste tipo de contratos. “Os pagamentos hoje serão bené-ficos amanhã”, analisa John Milligan, lembrando que um doente com hepatite C que seja curado pode voltar à vida ativa, contribuindo para a eco-nomia.
O referido modelo do tier pri-cing permite aos países em vias de desenvolvimento ter acesso
aos medicamentos inovadores a um custo ajustado à sua rea-lidade. Mas para cobrir o inves-timento feito em investigação e desenvolvimento (I&D) e remunerar os acionistas, a far-macêutica tenta cobrar preços mais altos nos países desen-volvidos. O que nem sempre é bem visto por quem tem de pagar o tratamento mais caro. “Não creio que as pessoas nos países mais ricos compreen-dam bem o modelo de negócio das farmacêuticas”, nota John Milligan.
Com grande parte do tra-balho feito na hepatite C (os medicamentos Sofosbuvir e Ledipasvir estão no mercado), a Gilead tem agora em cartei-ra outros projetos para tentar atacar problemas de saúde com expressão relevante à escala global. É o caso da hepatite B, que conta com mais de 300 mi-lhões de pessoas infetadas pelo mundo fora.
O grupo tem em curso três dezenas de projetos de investi-gação, que incidem sobretudo na sida, doenças do fígado, on-cologia, na área cardiovascular e no sistema respiratório.
Miguel [email protected]
John Milligan foi, em abril, o primeiro CEO da Gilead a visitar a subsidiária portuguesa FOTO TIAGO MIRANDA
GILEAD EM PORTUGAL
62é o número de colaboradores que a Gilead tem em Portugal
96é a percentagem de tratamentos bem-sucedidos nos dois mil doentes com hepatite C que já receberam a medicação da Gilead
TRÊS PERGUNTAS A
John MilliganCEO da Gilead Sciences
P A Gilead já fez algum tra-balho sobre o VIH, mas ainda não existe um tratamento de-finitivo para erradicar o vírus. Quando espera que isso possa acontecer? R É muito difícil dizer. Não
temos nenhum programa que nos permita dizer que podemos curar uma pessoa [com VIH]. Divulgámos alguns dados no início do ano numa conferência sobre VIH nos EUA. Tratámos oito primatas e dois deles não voltaram a ter o vírus ativo. Não sei se eles estão curados definitivamente, mas é um dado promissor. Iniciámos alguns estudos em humanos mas não sabemos se serão produtivos nem quantos pacientes poderão ser curados.
P Acredita que o cancro pode-rá ter um tratamento? R Te m h a v i d o g r a n d e s
descobertas na área do cancro recentemente. E há uma série de doenças em que há uma percentagem muito maior de sobreviventes no longo prazo. Atualmente, há 20% dos doentes que sobrevivem no longo prazo. A indústria e as universidades estão a focar-se nos restantes doentes e quando é que esses outros 80% poderão tornar-se sobreviventes no longo prazo. É algo em que a Gilead está a trabalhar, como parte da nossa estratégia.
P A indústria pode ser lucra-tiva ao mesmo tempo que disponibiliza medicamentos acessíveis a países de menores rendimentos?
R Não posso falar pelo resto da indústria, mas falo pela Gilead. Há muito tempo que estabelecemos um princípio de preços escalonados, com preços mais altos nos países ricos e preços mais baixos nos países pobres. No VIH fizemos um programa para criar um preço baixo ao mundo subdesenvolvido que estava a tentar aceder a tratamentos para o VIH. Esse programa teve muito sucesso.
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pessoas morreram em Angola, desde o fim de 2015, vítimas de malária - que já terá afetado 400 mil pessoas só em Luanda - e de febre-amarela
mortes
)torta Objetivo é ajudar a minimizar efeitos da malária e da febre amarela
Portugal tem sangue para dar a Angola Salomã Filipe [email protected]
► Portugal está disponível para doar sangue a Angola. E já o fez sa-ber ao Governo daquele país que, desde o final de 2015, está a braços com epidemias de malária e de fe bre-amarela. A oferta deve-se ao facto de, neste momento, as reser-vas de sangue portuguesas estarem muito acima da média, confirmou, ao IN, o Instituto Português do San-gue e da Transplantação (IPST).
"O IPST foi contactado pelo Mi-
nistério da Saúde de Portugal. no sentido de avaliar a possibilidade de envio de unidades de sangue para Angola, dado o surto de febre--amarela e de malária. E informou da possibilidade de envio de um si-gnificativo número de unidades", revelou ao 1N Hélder Trindade, pre-sidente do instituto.
O contacto com Angola foi esta-belecido pelo Ministério dos Negó-cios Estrangeiros português. No entanto, ainda não há data previs-ta para o envio das unidades de sangue, nem se sabe, sequer, se o Governo angolano precisa, efetiva-mente, delas.
"Verificada a existência de san-gue disponível em Portugal, que poderia obviar a algumas conse-quências dos surtos que se verifi-cam em Angola, a disponibilidade foi comunicada às autoridades an-golanas pelo canal diplomático adequado", explicou fonte oficial do ministério, adiantando que, apesar disso, "até ao momento. não foi recebido daquelas autori-dades nenhum pedido formal de cedência".
Em risco de ser desperdiçado Como o IN já noticiou, o número de dádivas de sangue em Portugal au-mentou significativamente - o que poderá ser justificado com a repo-sição da isenção do pagamento de taxas moderadoras na saúde para os dadores. Ao mesmo tempo, O IPST cancelou algumas brigadas móveis para colheitas, alegando a necessidade de fazer "uma racio-nalização do custo/benefício das sessões" (ler caixa ao lado).
A decisão de cancelamento de brigadas não foi bem aceite no seio de algumas associações de dadores. que chegaram a ser confrontadas, por Centros de Sangue e da Trans-plantação, com a possibilidade de o sangue "ser desperdiçado, por ca-ducidade do seu prazo de valida-de". Hélder Trindade adianta uma explicação: "Na realidade, as reser-vas de sangue estão, neste momen-to, muito acima dos dez dias. Com-pete ao IPST a gestão racional dos stocks de sangue, pelo que é reco-mendável que sejam adiadas co-lheitas e racionalizadas as mesmas, adiando as que têm menor número de dadores". E ressalva, ainda, o facto de ser habitual haver escassez de sangue no verão. •
Verão é sempre uma época difícil O facto de Portugal ter, neste momento, as reservas de sangue
acima da média não significa que a tendência se vá manter nos próximos meses, alertam os responsáveis. Por isso, o IPST e as associações de dadores de sangue mantêm o apelo à dádiva, principalmente no verão, uma época em que é habitual haver es-cassez de sangue. O instituto diz também que esse é um dos mo-tivos para estar a cancelar e a adiar brigadas de colheita, como já aconteceu. "Os dadores fazem as suas dádivas agora e têm três meses em que não podem dar sangue. Logo, no verão, época com menor aporte de dadores, quando for mais preciso, podemos ter menos pessoas a doar sangue. Há que regular na abundância para poder escolher na escassez", explicou Hélder Trindade.
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• Ministério dos Negócios Estrangeiros já informou Luanda da disponibilidade portuguesa para ajudar a minimizar efeitos da malária e da febre-amarela • Reservas nacionais estão acima da média • Estado prevê envio de número significativo de unidades Página 9
Portugal oferece sangue a Angola
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INDICAÇÕES
^ Cerca de 80% dos doentes oncológicos sobrevivem, mas uma das possíveis consequências dos tratamentos contra o cancro é a infertilidade
^ O impacto do cancro na função reprodutiva varia em função do tipo e a localização da doença, o tratamento recebido e a idade do doente
^ Um dos potenciais efeitos secundários da quimioterapia é a infertilidade e a radioterapia da pélvis ou dos ovários pode causar esterilidade
CIÊNCIA
Depois do cancro, a esperança num filho
Clínica oferece tratamento para preservar fertilidade de doentes oncológicos. Procura no SNS vai aumentar
A mama de Raquel defor-mou-se devido a um nódulo que crescera rápido demais e o exame confirmou as piores expectativas: cancro. Sexta--feira estava nos Açores, o fim de semana já foi em Lisboa e a segunda amanheceu numa consulta de oncologia. Tema da conversa: a gravidade da doença. Três dias depois, nova consulta, desta vez a pensar no futuro: numa clínica privada para preservar a possibilida-de de vir a ser mãe. Os trata-mentos oncológicos podem causar infertilidade e Raquel, 33 anos, decidiu apostar na esperança.
Em 2015, no Serviço Nacio-nal de Saúde (SNS), 339 pes-soas com doença oncológica recorreram à preservação do potencial reprodutivo — ovó-citos e espermatozoides — a maioria homens (245), segun-do dados inéditos do Conselho Nacional de Procriação Me-dicamente Assistida. Teresa Almeida Santos, diretora do Serviço de Reprodução Hu-mana do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, explica que a discrepância acontece porque “nas mulhe-res não é apenas o tratamento do cancro que está em causa mas também o passar do tem-po” porque, “com o tempo, a fertilidade diminui”.
Responsabilidade social
Na clínica privada IVI, entre janeiro e o fim de maio deste ano, foram atendidas 12 pes-soas com cancro à procura da preservação da fertilidade, a maior parte mulheres. Os tra-tamentos foram gratuitos e fazem parte de uma iniciativa de responsabilidade social que marca os dez anos da IVI em Portugal. A ideia surgiu na se-quência de outras iniciativas internacionais e o orçamento disponibilizado está calculado em 60 a 75 mil euros por ano, mas a porta-voz da IVI garante que se houver mais casais “se-rão atendidos”.
A clínica diz que os únicos custos para os doentes são re-lativos à medicação. E as exi-gências da IVI resumem-se à existência de um relatório com diagnóstico oncológico. “Não interessa o estado civil das pes-soas, nem há listas de espera ou critérios etários envolvidos”, explica Tatiana Semenova, mé-dica responsável pelo projeto.
A especialista explica que o próprio ato de preservação do potencial reprodutivo dos doentes oncológicos tem es-pecificidades que têm de ser acauteladas. O tratamento de-mora cerca de duas semanas e tem de aproveitar a janela de oportunidade antes do início de eventuais sessões de quimio ou radioterapia.
é a própria saúde. Na verdade, quando recebi o diagnóstico, até senti um enorme alívio por não ter filhos”, explica Raquel Leite, 33 anos, cancro na mama, e uma das 12 pessoas preservou os ovócitos na IVI.
Não há dúvidas de que nes-tes casos, o tempo é o fator determinante. Conclusão su-blinhada por Nuno Miranda, responsável pelo Plano Nacio-nal de Prevenção das Doenças Oncológicas: “Os prazos são muito curtos e a decisão de avançar com a preservação de fertilidade tem de ser to-mada rapidamente”. Diretor clínico do Instituto Português de Oncologia explica ainda que “o SNS tem sido capaz de atender os pedidos feitos, mas a dimensão do problema vai aumentar”.
Planos na gaveta
Fábio e Bárbara foram trata-dos no SNS e há 13 meses que se maravilham com Lourenço. Não foi fácil. Tudo começou na adolescência de Fábio, a quem foi identificado um tu-mor ósseo. O aviso de um tio médico permitiu a preserva-ção dos espermatozoides do rapaz que, anos mais tarde, encontrou em Bárbara o mo-tivo para ir buscá-los em nome do sonho da paternidade. Fo-ram precisas três ensaios até Lourenço nascer. Ainda há quatro tubos com gâmetas de Fábio guardados no Hospital de Santa Maria, à espera de nova tentativa. Mas Bárbara, 34 anos, sabe que terá de re-correr ao privado, já que “o sistema público dá prioridade aos casais que ainda não te-nham filhos”.
Raquel está longe de uma de-cisão. Depois do diagnóstico, pensa num horizonte de cinco anos de vida, “o resto é uma incógnita”. Os filhos, já sabe, estão adiados até que a doen-ça esteja controlada, o que vai demorar pelo menos dois anos. “Agora que tirei os óvulos, ar-rumei o assunto da maternida-de na gaveta”, encerra.
Christiana Martins
No caso dos homens, basta recolher os espermatozoides. No caso da maior parte das mulheres é necessário reali-zar primeiro uma estimula-ção dos ovários, que segue, como explica Tatiana Seme-nova, protocolos específicos para doentes com cancro, “de forma a não permitir que os níveis hormonais subam além do ciclo natural da pessoas”. E, depois de 12 dias de controlos ecográficos a cada três dias, os ovócitos são aspirados e crio-preservados por um período inicial de cinco anos.
“Foi tudo muito rápido e no início, a prioridade é a doença porque a grande preocupação
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BE O OUTRO
;MUNDO 1
O i falou com os médicos que acompanharam dois rapazes como Lourenço. Em Abu Dhabi, um verso do Corão ajudou a salvar a criança. Nos EUA, o menino que nasceu com 1,5 kg até já casou
-rurros Marta E Reis
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Zoom Saúde
Morte cerebral. Estiveram um tempo recorde na barriga das mães e cresceram saudáveis
O i conversou com os médicos que acompanharam dois rapazes como Lourenço. Em Abu Dhabi, um verso do Corão ajudou a salvar a criança. Nos EUA, o menino que nasceu com 1,5 kg até já casou
MARTA F. REIS
Lourenço, o recém-nascido que esta semana fez história em Lisboa, vai con-tinuar internado na MAC mais algumas semanas. Apesar de parecer de boa saú-de, os médicos reconhecem que ainda não sabem que impacto terá a gestação num ambiente completamente estável e sem que o feto tenha estado exposto às emoções e afetos da mãe. A nível mun-dial, são menos de 40 os casos reporta-dos e os próprios autores reconhecem que não se sabe o que aconteceu às crian-ças. O i conversou com os dois médicos que estiveram envolvidos nos dois casos em que as crianças estiveram mais tem-po dentro da barriga das mães em mor-te cerebral - um recorde de 110 dias e outro caso de 107 dias, que empata com a história de Lourenço, que promete entrar também para os livros de medi-cina. São dois rapazes e, até ver, cresce-ram saudáveis.
O BEBÉ-MILAGRE DE ABU DHABI E O VER-
SO DO CORÃO QUE O SALVOU Said Abuhas-na recorda que o caso lhe deu pesade-los, mas é só uma força de expressão para ilustrar a guerra que decidiu enfren-tar em 2011 para salvar a vida de um
bebé, cujo nome nunca foi divulgado a pedido da família. Até hoje, este é o caso mais longo de gestação em morte cere-bral, 110 dias - apenas mais três do que em S. José.
O médico de 56 anos é intensivista e trabalhou no Hospital Tawam, em Abu Dahbi, uma unidade integrada no servi-ço público de saúde. Um dia, deu entra-da nas urgências uma mulher com uma hemorragia cerebral causada por ten-são alta, um problema idêntico ao que está por detrás da morte da mãe de 37 anos assistida em Lisboa.
No Hospital Tawam, a doente de 32 anos também não resistiu e foi declara-da a morte cerebral. Abuhasna recorda que depressa perceberam que o bebé, na altura com 16 semanas, estava vivo. Pesquisou, viu que havia casos descri-tos na literatura e decidiu propor o supor-te avançado de vida até o nascimento ser viável. Mas aí começaram as dificul-dades, sobretudo no campo ético e reli-gioso, diz "Somos muçulmanos. Eu tam-bém sou e a doente era. No Islão acredi-tamos que quando morremos a alma vai para o céu e que o corpo tem de ser enter-rado em 24 horas. Mantê-la ligada às máquinas até às 24 semanas, pelo menos, era para muitas pessoas impensável, o que os outros iam dizer".
Médico que assistiu bebé em Abu Dhabi
explica que os maiores problenas
Foram éticos c religiosos
"No Islão acreditamos que quando morremos
a alma vai para o céu e o corpo tem de ser
enterrado em 24 horas"
Para ele, tudo foi claro: "Pensei que podia salvar aquele bebé". Quando foi levar o caso à administração do hospital, com a sua convicção de que havia boas hipóte-ses por um lado e o pedido do pai para que as máquinas fossem desligadas por outro, os gestores não quiseram tomar partido. Teve por fim a ideia de chamar um con-sultor espiritual e explicar-lhe a ciência por detrás do que queria fazer. "Era um homem novo, com um doutoramento em religião, acho que isso fez a diferença" Um verso do Corão, que hoje Abuhasna evo-ca de cor, acabou por ser decisivo para que pelo menos acabasse a luta diária no hos-pital. "Ele extraio vivo do morto, e o mor-to do vivo; e vivifica a terra, depois de haver sido árida", diz o texto sagrado.
EMPRESA OFERECEU LEITE PARA UM ANO
O artigo científico que relata todo o pro-cesso clínico foi publicado em 2013 na revista científica "International Journal of Criticai Illness and Injury Science." O bebé nasceu às 32 semanas, tal como Lourenço, mas apenas com 750 gramas (o bebé português pesava 2,350 à nas-cença). Abuhasna relata um início peri-clitante, dado o baixo peso, mas depois a criança recuperou e teve alta. Primei-ro o pai chegou a dizer que não queria o filho, mas mais tarde acabou por acei-
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Estudo
S. quer publicar caso de Lourenço
DIVULGAÇÃO O Centro Hospitalar de Lisboa Central tenciona publicar o caso de Lourenço, que mobilizou médicos e enfermeiros de S. José e da MAC.
METANÁLISE A última revisão de casos abrange o período de 1982 a 2010: foram relatadas 30 situações e sobreviveram 12 bebés.
55 DIAS NA POLÓNIA Em Abril, um hospital em Varsóvia revelou uma gestação em morte cerebral durante 55 dias. O bebé, agora com cinco meses, nasceu com um quilo.
Lourenço esteve 107 dias dentro da barriga da mãe em morte cerebral. É, em ex aequo, o segundo período mais longo conhecido
DR
Os primeiros dias do pequeno Lourenço
Boletim clínico diário O Centro Hospitalar Lisboa Central começou ontem a divulgar um boletim diário "Os primeiros dias do pequeno Lourenço", que deverá acompanhar a evolução do recém-nascido até ter alta. Habitualmente os prematuros só podem ir para casa quando completam as 35 semanas, pelo que o bebé deverá permanecer no hospital até ao início de julho. Ontem Lourenço estava clinicamente estável e já a respirar sozinho. Começou também a beber leite materno, recorrendo-se às doações do banco de leite humano da MAC, que é único no país e foi iniciado em 2012 em parceria com a Unidade de Nenotalogia da maternidade. Funciona com doações. Saiba como ajudar através do email [email protected].
A mãe morreu nos cuidados intensivos
depois de um acidente de automóvel. O bebé
nasceria 107 dias depois
"Não há qualquer sinal de que tenha tido
sequelas da experiência intrauterina", diz
o obstetra do caso
tá-lo. "É preciso perceber que é um cho-que enorme, havia a perda da mulher que nos primeiros tempos pesou mais."
Um tio acabou por mostrar-se sempre disponível e apoiar a equipa médica e a criança tem sido criada por estes fami-liares. A comunidade também se envol-veu: uma empresa local disponibilizou-se para oferecer leite para o primeiro ano do recém-nascido, uma "boa ideia" que pode servir de exemplo para Portu-gal, sorri o médico. "Fiquei amigo dos tios e tenho acompanhado o crescimen-to. Não notámos qualquer diferença no desenvolvimento por ter nascido desta forma. Tem quatro anos e a última vez que falámos ia entrar para a creche e brincava normalmente com os primos."
Hoje emigrado nos EUA, Abuhasna diz que este foi o caso que mais o marcou e escreveu o artigo para que possa ser-vir de orientação para outros casos. "Há decisões que têm de ser bem pondera-das: se soubesse o que sei hoje, não teria esperado tanto tempo porque o bebé a certa altura deixou de crescer e podia ter corrido perigo."
BEBÉ DE VERMONT NASCEU COM 1,5KG E HOJE É UM HOMEM FEITO Até ao nasci-mento do menino de Abu Dahbi, um rapaz nascido nos EUA no final de 1988
tinha o recorde. Foram 107 dias dentro do útero da mãe em morte cerebral, o mesmo período que Lourenço. Ira Berns-tein era um dos obstetras de serviço no hospital universitário do estado de Ver-mont, em Burlington, e foi ele que divul-gou o caso na literatura científica.
A mãe, de 30 anos, teve um acidente de automóvel e acabou por só ser trans-ferida para o polo universitário quando foi declarada a morte cerebral. "Quan-do a família nos chegou queriam muito que o feto sobrevivesse." Na altura só estavam publicados três casos, todos com sucesso mas em que a gravidez foi pro-longada no máximo por dez semanas. Conseguiram algo inédito e hoje o bebé que ajudaram a nascer tem 27 anos.
"Não tenho contacto direto mas sei que terminou o liceu, tem um bom emprego e casou há alguns anos. O desempenho em termos sociais foi ao encontro das expetativas e não há qualquer sinal de que tenha tido sequelas da sua experiên- cia intrauterina", diz o médico. Quase tiês
décadas depois, Bernstein admite que só pensa na cesariana e no menino de pou-co mais de quilo e meio quando aparece algum caso nas notícias, como agora. "Mas mesmo assim continuo a lembrar-me do nome dele, o que não acontece com todas as crianças que ajudei a nascer." Página 44
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Entrevista ao médico muçulmano que tem o recorde mundial de gestação em morte cerebral. Um verso do Corão salvou a criança H PÃGS. 18-21
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