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30 Resumo Um dos temas mais discudos entre professores, pedagogos e demais parcipantes do processo de ensino-aprendizagem é a avaliação. E não é para menos, visto que a vida escolar é a base do futuro cidadão e do futuro profissional e é da avaliação que se ram conclusões a respeito do desempenho do aluno nesse estágio do como preparatório para a vida social. A escola se constui, portanto, como réplica em miniatura da sociedade. Assim, a avaliação não está restrita aos limites escolares, pelo contrário, acompanhará o indivíduo durante toda a sua caminhada profissional e servirá de referencial para que ele possa ser medido por seus futuros empregadores quando do seu ingresso na vida profissional, daí a sua importância. Duas coisas básicas devem ter “em mente” os professores responsáveis pela avaliação escolar; a primeira delas é a meta que se espera que os alunos anjam. Essa meta não é definida pelo professor e sim pela sociedade, ou seja, o que a sociedade, em especial a parte econômica, espera de um aluno que acaba de sair da escola? O desempenho na vida escolar será o cartão de visitas do aluno depois que sai da escola e se lança na busca de sua independência profissional e financeira e, para os empregadores, será a “régua de medir”, ou seja, o seu referencial de seleção. A segunda coisa é a sensibilidade ao se avaliar. Como fazer uma avaliação justa e responsável levando-se em conta as diferenças e capacidades de cada aluno em face das novas maneiras de se pensar e se “fazer” educação? Essa problemáca ganha mais complexidade quando se trata da educação à distância (EAD) e as exigências quanto às competências dos avaliadores aumenta grandemente em se tratando dessa nova modalidade de ensino que, diga-se de passagem, vem ganhado mais e mais espaço no universo educacional. Esses pontos devem servir de referencial para as discussões a que passaremos a seguir. Palavras-Chave: Avaliação. Desempenho. Educação. Dificuldades e desafios da avaliação Jônatas Félix da Silva* * Estudante do segundo marco de Pedagogia na UFPB - EAD do Polo de Limoeiro-PE. RETEME, João Pessoa, v. 1, n. 1, p. 30-43, jan./jun. 2011.

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Resumo

Um dos temas mais discu! dos entre professores, pedagogos e

demais par! cipantes do processo de ensino-aprendizagem é a

avaliação. E não é para menos, visto que a vida escolar é a base

do futuro cidadão e do futuro profi ssional e é da avaliação que

se ! ram conclusões a respeito do desempenho do aluno nesse

estágio ! do como preparatório para a vida social. A escola se

cons! tui, portanto, como réplica em miniatura da sociedade.

Assim, a avaliação não está restrita aos limites escolares,

pelo contrário, acompanhará o indivíduo durante toda a sua

caminhada profi ssional e servirá de referencial para que ele

possa ser medido por seus futuros empregadores quando do seu

ingresso na vida profi ssional, daí a sua importância. Duas coisas

básicas devem ter “em mente” os professores responsáveis

pela avaliação escolar; a primeira delas é a meta que se espera

que os alunos a! njam. Essa meta não é defi nida pelo professor

e sim pela sociedade, ou seja, o que a sociedade, em especial

a parte econômica, espera de um aluno que acaba de sair da

escola? O desempenho na vida escolar será o cartão de visitas

do aluno depois que sai da escola e se lança na busca de sua

independência profi ssional e fi nanceira e, para os empregadores,

será a “régua de medir”, ou seja, o seu referencial de seleção.

A segunda coisa é a sensibilidade ao se avaliar. Como fazer uma

avaliação justa e responsável levando-se em conta as diferenças

e capacidades de cada aluno em face das novas maneiras de se

pensar e se “fazer” educação? Essa problemá! ca ganha mais

complexidade quando se trata da educação à distância (EAD) e

as exigências quanto às competências dos avaliadores aumenta

grandemente em se tratando dessa nova modalidade de ensino

que, diga-se de passagem, vem ganhado mais e mais espaço no

universo educacional. Esses pontos devem servir de referencial

para as discussões a que passaremos a seguir.

Palavras-Chave:

Avaliação. Desempenho. Educação.

Difi culdades e desafi os da avaliação

Jônatas Félix da Silva*

* Estudante do segundo

marco de Pedagogia na

UFPB - EAD do Polo de

Limoeiro-PE.

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Abstract

One of the most discussed topics among teachers, educators

and other par! cipants in the process of learning is evalua! on.

And no wonder, given that school life is the basis of future

ci! zens and future jobs and the evalua! on is that of drawing

conclusions about student performance at this stage seen as

prepara! on for social life. The school is therefore as miniature

replica of society. Thus, evalua! on is not restricted to school

boundaries, however, accompany the individual throughout

his professional career and will serve as a reference so that it

can be measured by future employers at the ! me of his entry

into professional life, hence its importance. Two basic things

must have “in mind” the teachers in the school evalua! on, the

fi rst is the goal that is expected to reach students. This goal

is not defi ned by the teacher but by society, ie, what society,

especially the economic part, wai! ng for a student who is

fresh out of school? The performance in school life will be the

calling card of the student a# er they leave school and rushes

in pursuit of his professional and fi nancial independence and,

for employers, will be the ruler to measure “, ie your reference

check .The second thing is to evaluate the sensi! vity. How to

make a fair and responsible assessment taking into account

the diff erences and capabili! es of each student in the face of

new ways of thinking and “doing” educa! on? This problem gets

more complex when it comes to distance learning (ODL) and

the requirements for the competence of evaluators increases

greatly when it comes to this new mode of educa! on which, by

the way, has gained more and more space in the educa! onal

universe . These points should serve as a reference for the

discussions to which we will follow.

Keyword:

Evalua! on. Performance. Educa! on

The language growing up in the midst of conversa! on

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Introdução

Como se avaliar um aluno?

Essa é a pergunta que não quer calar

no meio educacional. Atualmente, até

mesmo os alunos ganharam o direito de

ques! onar os métodos avalia! vos a que

são subme! dos. Muitos professores

dizem ouvir de seus alunos: “essa nota

não defi ne o que eu sei, eu só não sei

esse assunto. Mas eu sei outras coisas!” Com isso, entra em jogo uma questão que não pode deixar de ser observada: o que você sabe é o que a sociedade exige que você saiba? O que você sabe é o que o professor e a escola esperam que você saiba? Será que esse seu argumento vai ser válido quando você apresentá-lo em seu futuro emprego a fi m de jus! fi car um prejuízo que uma ação sua trouxe ao empregador? Não achas mais provável que ele lhe “avalie” pelo método “tradicional” no qual você perde o emprego? Ou seja, será que ele buscará uma “forma de avaliar melhor” o prejuízo que você causou a fi m de descobrir em você outras competências que supram aquela falha? Com isso aparece outra dúvida que incomoda muito os professores: “estou educando o meu aluno para ser um humano melhor ou pra ser uma simples peça, e somente isso, do quebra-cabeça social, uma máquina?” “Devo desprezar completamente a subje! vidade do aluno, seus desejos, suas metas, por conta de estarem indo na direção contrária a dos desejos sociais, como se o mesmo fosse um objeto a ser manipulado?” São ques! onamentos que devem ser levados em conta no ato da avaliação dada a sua importância e complexidade.

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Quando se coloca em pauta a Educação à Distância (EAD), que, como nos mostra Oliveira (2008, p. 34)

se reveste de imensa potencialidade, não como solução para todos os problemas, mas cumprindo papel relevante como modalidade de

educação do futuro [...],

esses ques! onamentos ganham um tempero a mais: “como avaliar de forma sensível e justa uma pessoa que eu se quer conheço pessoalmente?” “Como saber se ela realmente aprendeu – ou, falando modernamente, adquiriu competências – se o que me chega para que eu baseie a avaliação são textos e trabalhos que eu nem mesmo sei se realmente são de sua autoria?” Como saber se ela alcançou as metas se o diálogo cara a cara, onde se percebe nas palavras do aluno o quanto de conhecimento ele adquiriu, não é possível? Será que as novas ferramentas virtuais são sufi cientes? Será que a prova escrita não serve mais como método avalia! vo seguro? Ou ela ainda é indispensável à avaliação? Essas questões devem fazer parte das conversas, refl exões e debates entre aqueles que fazem parte do processo educacional, governantes, professores, pedagogos, gestores, mediadores, alunos e toda comunidade

de modo geral.

A importância da avaliação no processo

de ensino-aprendizagem

O ato de avaliar é algo intrínseco ao ser humano. Avaliamos tudo que está em nossa volta, desde objetos a pessoas

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e a� tudes humanas, inclusive as nossas,

tudo passa pelo nosso crivo avalia� vo.

No ambiente escolar isso se torna bem

evidente, como bem notou Catania e

Gallego (2009, p. 21):

No co� diano escolar todos avaliam

e são avaliados. Há um circuito de

avaliação que ocorre entre todos

os que integram a escola. São as

avaliações minuciosas que se operam

no co� diano escolar e que implicam

em denominações entre os colegas,

apelidos que acabam por destacar

traços mais marcantes etc. Nota-se

uma série de caracterís� cas � das

como mo� vos de discriminações:

maneiras de falar, de se ves� r etc. [...]

A direção e a coordenação também

avaliam de forma constante a atuação

dos professores e de seus alunos,

geralmente, atentam à pontualidade

dos professores, sua frequência, sua

par� cipação nos projetos da escola,

o modo como se relaciona com os

colegas e com os alunos etc.

Em se tratando da relação

professor-aluno, a avaliação – do aluno

pelo professor – em si, ou seja, o simples

fato de avaliar simplesmente por avaliar,

não tem muita relevância na vida do aluno.

A grande questão é o que se pretende

com a avaliação, o que se quer mostrar,

o que se quer medir, e, mais importante,

aonde se pretende chegar. A primeira

coisa a ser levada em consideração é que

a educação não está desvinculada dos

interesses sociais, antes, pelo contrário,

ela é o meio pelo qual a sociedade sa� sfaz

seus obje� vos, ou seja, ela, a educação, é

uma espécie de ins� nto de sobrevivência

da sociedade e é provado que quando ela

não vai bem a sociedade toda padece as

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consequências. Com isso, a sociedade

aponta para determinado alvo que ela

pretende a� ngir e conta com a educação

para “acertá-lo”. Isso é bem notado por

Weber quando diz que:

Quanto mais complicada e

especializada se torna a cultura

moderna tanto mais seu aparato

de apoio externo exige o perito

despersonalizado e rigorosamente

“obje� vo” ,em lugar do mestre

dasvelhas estruturas sociais, que era

movido pela simpa� a e preferência

pessoais, pela graça e pela gra� dão

(WEBER, 1971, p. 251).

Isso corrobora com a ideia de

que não podemos falar em educação

sem falar no contexto social em que a

mesma está inserida. Não deve deixar de

ser observado, também, o fato de que

a sociedade é uma teia formada pela

ação de diversos indivíduos, dis� ntos

uns dos outros, e que esses também

tem seus alvos e metas que pretendem

a� ngir; muitas vezes esses obje� vos

pessoais são diferentes das metas da

sociedade no geral. Mas o que chama

a atenção em tudo isso é que, apesar

do antagonismo existente, em muitos

casos, entre a vontade social e vontade

do indivíduo, sobretudo quando se trata

dos jovens, é através da educação que

ambos, indivíduo e sociedade, tentam

alcançar suas metas. Por mais que

se tente livrar disso, a educação está

envolta em interesses polí� cos e sociais

e, como todo o interesse, sempre haverá

aqueles que se sen� rão benefi ciados e

os que se sen� rão prejudicados pelas

a� tudes tomadas pela “maioria”. Como

sabemos, e isso é evidente, o currículo

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escolar, por não poder abranger todos

os conhecimentos possíveis, e nem deve

ser essa a intenção, é construído com

base em ideais � dos como superiores

em detrimento de ideais � dos como

inferiores. Só que por trás desses ideais

existem pessoas as mais diversas.

Toda essa luta de subje� vidades e

de interesses refl ete fortemente na escola que é uma espécie de réplica em miniatura da sociedade e como tal, está repleta de vários desejos, alvos, visões de mundo, etc., que afl oram na mente de professores e alunos. No meio dessa guerra entre interesses pessoais e sociais, entre visões e ideais, está o professor, representante primeiro da educação, que tem como função auxiliar no desenvolvimento do aluno, tanto como pessoa humana quanto como pessoa social e profi ssional, ou seja, torná-lo um cidadão humanizado, um cidadão mais responsável, mas ciente da existência do “TU” e não somente do “EU” nas relações interpessoais, como nos diz Dellova:

Porque é o TU é a pessoa do diálogo, a pessoa com quem falamos, de quem descobrimos os olhos, oferecendo nossa imagem, de quem abrimos os ouvidos, dedicando nossa voz, de quem aguçamos o olfato e o paladar, par� ndo o pão e servindo o vinho (e, também, o café), com quem treinamos o tato, exercitando o aperto de mão e o abraço.”

(DELLOVA, 2009, p. 57).

E não é de hoje que se atribui à educação essa ação socializadora. Durkheim deixa bem

claro sua compreensão a respeito dessa importante tarefa da educação quando nos diz que:

A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações que não se encontram ainda preparadas para a vida social;tem por objeto suscitar e desenvolver, na criança, certo número deestados � sicos, intelectuais e morais, reclamados pela sociedade polí� ca no seu conjunto e pelo meio especial a que a criança, par� cularmente, se

des� ne (DURKHEIM, 1955, p. 7 - 8).

A tarefa não é das mais fáceis, pois, muitas vezes, para não dizer sempre, o professor tem que mostrar ao seu aluno que para além de sua vontade pessoal há uma vontade e padrões superiores aos quais precisam se adaptar, para o seu próprio bem, sob pena de represália por parte da sociedade aos que não se enquadrem em seus paradigmas. Consequentemente, isso a� nge a avaliação e seus métodos, a fi nal de contas, é com a educação que se pretende suprir as carências sócias, tanto econômicas quanto morais e não há como dissociar a educação da avaliação; não podemos deixar de levar em consideração esses fatores na hora de avaliar. Percebe-se, portanto, a grande importância da avaliação também como instrumento sele� vo da máquina burocrá� ca, ou seja, servindo para selecionar o cidadão produ� vo e moralmente saudável daqueles que não são. Lançar um indivíduo na sociedade quando o mesmo não se

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acha enquadrado nos padrões sociais

é um erro grave, como também o é o

fato de se valorizar os interesses sociais

em detrimento total dos interesses

do aluno, de suas expecta� vas e de

suas perspec� vas de mundo, ambos

são fatores que devem ser pensados e

trabalhados de forma sensível por parte

do professor no ato avalia� vo. Essa

avaliação do aluno por parte da escola

e a forma como ele sairá dela serão

decisivas para o seu futuro e irão lhe

“perseguir” pelo resto de sua vida, serão

sua bagagem e afetarão diretamente

a forma como a sociedade, no geral, o

verá.

Não podemos deixar de notar

que a avaliação dos alunos, mas

precisamente os resultados ob� dos

por meio dela, têm infl uência direta nas escolas e nos governos. É comum ouvir alguém dizer que irá matricular seu fi lho em determinada escola por conta dos altos índices avalia� vos do seu alunado. Sem contar que esses índices servem também para ditar os rumos pedagógicos daquela escola; e o mesmo se aplica ao Estado, no que se refere à adoção de polí� cas públicas educacionais. É por isso que é comum, em época de eleição, que se fale tanto em educação. O par� do da situação apresenta os números do crescimento ao passo que a oposição, quando não diz que os resultados não passam de uma farsa, dizem que podem fazer melhor se eleitos. Só que essa superes� ma dada à avaliação por parte do governo e da escola tem seu lado perigoso. Talvez não tenha sido muito coerente dá ao resultado fi nal mais valor do que ao que é dado ao processo todo. Ou seja, a supervalorização dada aos índices

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educacionais, bem como a ânsia de querê-los alcançar de qualquer maneira, tem feito decrescer enormemente a qualidade do alunado – como se não bastasse a má qualidade da educação oferecida. Isso se dá porque o professor, pressionado pela escola que, por sua vez, é pressionada pelo Estado, ao invés de almejar o aprendizado consistente e de fato do aluno, procura formas de produzir conceitos e notas e, com isso, acabam criando resultados fi c� cios e

que estão em total desacordo com a

realidade.

A educação como plataforma polí� ca

– a mudança do foco educacional e

avalia� vo

As “metas” educacionais

estabelecidas pela sociedade sofrem

forte infl uência da polí� ca, visto que são os polí� cos, numa democracia representa� va, como é o caso do Brasil, os representantes da sociedade de forma geral e são eles mesmo os responsáveis por estabelecer os fi ns que a sociedade determina para a educação. Com isso, os polí� cos, descobriram na educação, mais especifi camente em seus índices avalia� vos, uma das mais poderosas armas de “alienação demagógica”. Em outras palavras, fala-se da educação como se ela fosse a salvação do país, promete-se muito, fala-se com tom messiânico, etc., para não passar por men� ra de campanha apresentam números um tanto duvidosos e o povo é iludido, como se a educação brasileira es� vesse indo de vento em popa. A população, acreditando que está tudo bem e melhorando, não cobra muito, como se a educação es� vesse em boas

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mãos. Essa alienação tem afetado

decisivamente, como se pode ver, o

modo como as pessoas veem o processo

educa� vo e, consequentemente, a

maneira como se avalia o desempenho

do aluno, a fi nal, é da avaliação que

� ram os tais números duvidosos – pelo

menos os que eles mostram na mídia.

O grande problema é que o fi m

úl� mo da educação passou a ser os altos

índices avalia� vos e não a excelência do

alunado. Como o que se valoriza é o

que se vê e não o que se é realmente,

ou seja, como só se olham os índices

sem se ques� onar a sua fi dedignidade,

seu refl exo no desempenho do

alunado na realidade co� diana, tem

se visto uma corrida inescrupulosa em

busca de índices cada vez mais altos,

principalmente quando da proximidade

do pleito eleitoral.

Uma das maiores ví� mas desse

fato são os professores que agora, além

de serem sensíveis no trato com os

alunos e capazes de “convencê-los” a se

adaptar a certos � pos de “dominações”

impostas pela sociedade, para o próprio

bem dos mesmos, a saber, dos alunos,

têm agora que conviver com a pressão

imposta pelo governo no que diz

respeito ao crescimento dos índices das

avaliações, como se toda aquela história

de “autonomia” por parte dos alunos,

no que se refere ao aprendizado, de que,

agora, são eles também responsáveis

pela construção do seu conhecimento,

fosse por água abaixo na hora da

apresentação dos resultados – os ruins,

nesse caso – sendo, o professor, o único

responsabilizado pelo fracasso dos

mesmos.

De forma despudorada exige-se,

sem se pensar nas consequências, para

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o bem de um determinado par� do ou

de um determinado polí� co, que sejam

apresentados índices de aprovação

astronômicos, nem que para isso seja

necessário fugir dos próprios obje� vos

estabelecidos por eles mesmos. Em

outras palavras: dar-se metas aos

professores, metas essas que visam a

qualidade fi nal do alunado, e pouco

importa se elas serão a� ngidas ou

não, contanto que os resultados sejam

“bons” para a manutenção do status

quo, “os fi ns jus� fi cam os meios”. Com

isso a avaliação atual tem perdido toda

a sua credibilidade visto que a mesma

não condiz com a qualidade real daquilo

que está sendo avaliado: aluno, escola

ou governo. Em outras palavras, o que

nos mostra os números não é o mesmo

que é visto na realidade educacional de

nosso país; não é a toa que encontramos

analfabetos – funcionais ou até mesmo

absolutos – entre os concluintes do

ensino médio. Em escala menor, mas

não menos danosa, os gestores, em

sua grande maioria, quer pressionados

ou simplesmente por busca de mérito

próprio ante a sociedade, têm adotado

a mesma postura desprezível dos

governos: “valorização dos índices

(Pisa, Ideb, etc.) em detrimento da

qualidade do aprendizado real”. Na

esteira disso vem uma série de men� ras

e manipulações de resultados a fi m de

que seus alvos pessoais possam ser

a� ngidos por meio da educação.

O aluno como indivíduo – “cada cabeça

um mundo”

A situação fi cou ainda mais

complexa no momento em que esses

problemas para avaliar passaram a ser

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do conhecimento dos alunos. Não é

incomum ouvir um aluno dizer: “Não

vou estudar, no fi nal todos passam

mesmo!” A escola passou a ser tratada

como um local em que as crianças e os

jovens precisam ir para se encontrar e

simplesmente esperar que o ano acabe

para que possam ser aprovadas. Como

avaliar corretamente um aluno que

não vê na educação uma ferramenta

de crescimento humano e até mesmo

fi nanceiro, antes, pelo contrário, vê

apenas como uma fase penosa da vida

pela qual ele obrigatoriamente deve

passar? Ora, se é uma coisa penosa e

obrigatória, “quero passar logo e de

qualquer maneira pelo bem de minha

liberdade”, dizem. Zagury demonstra

bem esse sen� mento por parte dos

alunos quando nos diz que:

Parte dos alunos está realmente

interessada em aprender, mas

outra boa parte (em especial

se forem adolescentes movidos

pelo hedonismo, pragma� smo e

u� litarismo que hoje dominam a

sociedade) quer mesmo é namorar

mais, conversar com os amigos

e saber o mínimo possível (com

algumas exceções, naturalmente).

Todos, porém, julgando ser um

direito inalienável ser aprovado,

passar de ano, forma-se (afi nal “só

professor ruim reprova aluno, não

é isso que andam dizendo por aí?”)

(ZAGURY, 2007, p. 43).

Nem é preciso falar o quanto

se torna di� cil convencer o aluno da

necessidade de se adaptar a certos

padrões sociais e re� rar disso seu

próprio crescimento.

Kant já dizia, em seu livro “Sobre

a Pedagogia” que “entre as descobertas

humanas há duas difi cílimas, e são: a

arte de governar os homens e a arte

de educá-los.”** e também que “Um

dos maiores problemas da educação

é o poder de conciliar a submissão

ao constrangimento das leis com o

exercício da liberdade.”*** Essa é uma

preocupação que também deve ser

observada no momento da avaliação,

a questão do aluno como pessoa

individual e até que ponto pode ir a

sua liberdade. Fazer o aluno considerar

o fato de que acima dele e de suas

vontades existe toda uma cadeia de

padrões e exigências às quais ele deve

submeter-se, realmente é uma arte das

mais di� ceis.

Muitas vezes, determinado

aluno, por não considerar determinada

disciplina importante, acaba recebendo

uma avaliação nega� va que em nada

tem haver com a sua real capacidade.

Mais vem à tona a grande questão,

“como posso aprová-lo se o mesmo não

alcançou as metas estabelecidas?” Da

mesma forma, “como poderia reprová-lo

se eu sei que ele tem mais capacidade? -

se for o caso, é claro”. Será que ele tem

que aprender o que quer ou tem que

aprender o que a sociedade, a escola

ou até mesmo o mundo exige que ele

aprenda?

Neste caso, o professor tem que

ter sensibilidade no que diz respeito a

levar em conta o lado pessoal do aluno

no ato da avaliação, mas também, por

_____** KANT, Immanuel. Sobre a

Pedagogia. Piracicaba, SP, 1996: Editora

Unimep. p.20.

*** IDEM, p. 32 – 33.

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outro lado, tem que ter consciência de

que fará um mau irreparável ao aluno se

lançá-lo na sociedade sem que o mesmo

esteja munido das competências

exigidas pela mesma.

Para que avaliar?

Diante de tudo isso qual é,

na verdade, o obje� vo da avaliação?

Será que ela é simplesmente uma

ferramenta usada pelo professor para

aprovar os alunos e não ter problemas

com as cobranças da escola? Ou será

somente um meio de “produzir” bons

índices? Não seria ela, antes, uma forma

de se averiguar resultados a fi m de se

conhecer fraquezas e debilidades que

precisam ser sanadas bem como de

constatar possíveis e reais avanços, para

que assim possa se manter o que está

indo bem e corrigir o que anda mal?

Mas infelizmente ainda estamos longe

de devolver à avaliação esse seu caráter

verídico e constatador da realidade que

já de muito tempo parece que lhe foi

tomado.

A difi culdade em avaliar os

conhecimentos do aluno no geral

Com todos esses temperos, avaliar um

aluno se tornou tarefa quase que de

super-herói, sobretudo por conta da

forma moderna, correta e “controversa”

que se tem dito que é para ser posta

em prá� ca pelos docentes. No que diz

respeito aos métodos que devem ser

usados, há os defensores dos métodos

tradicionais; há os revolucionários,

que pregam a ex� nção dos mesmos

e a adoção de novos; há aqueles que

fi cam indecisos e, como nos diz Zagury

(2007, p. 224), preferem fazer o menos

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penoso: “da um conceito médio para

ao menos não ser tão injusto” no ato

de “dar a nota”; tem os que defendem

as provas escritas, tem os que as

abominam, etc. Mas todos têm as

mesmas preocupações: como saber se

aquele aluno não aprende matemá� ca,

por exemplo, porque não quis ou

porque não é capaz? E se não é capaz

é por conta de distúrbios psicológicos,

por falta de vontade de aprender ou por

falta de incen� vo por parte da família e

da sociedade? E se for por conta de tudo

isso que culpa tem o professor? E se por

acaso também o professor, o governo

ou a própria escola � verem culpa?

Será feita jus� ça se ele for aprovado

juntamente com outro aluno que no

fi nal alcançou os obje� vos pessoais e

sociais da educação? E se um alcançou

porque a culpa de os outros não terem

alcançado é do método usado pelo

professor, tanto para avaliar quanto para

ensinar? E se for assim, como saberei se

sua capacidade realmente é condizente

com a sua nota? Como es� mular uma

pessoa para o crescimento intelectual

se a cada dia que passa, na família e

na sociedade em geral, ela tem uma

experiência contrária, ou seja, falta de

incen� vo para os estudos? Como ser

um exemplo para meu aluno – dizem

os professores – se a própria sociedade

já deu, a mim e a minha profi ssão,

o mais inconsequente desprezo? O

que o meio polí� co realmente espera

do aluno? Que ele tenha boas notas

ou bom desempenho? Quan� dade

ou qualidade? São essas perguntas,

dentre outras, que o professor tem de

fazer diariamente no ato de avaliar o

seu aluno de forma con� nua e mais

omnilateral possível.

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Fala-se em uma avaliação abrangente e,

digamos, quase que fi losófi ca por parte

do professorado nacional. Pretendesse

avaliar cada aluno de forma individual,

levando em conta, por meio de

observações profundas do mesmo,

aspectos psicológicos, sociais, familiares,

econômicos, etc. E isso é maravilhoso,

não há como não defender esse método

avalia� vo tão profundo. Agora, há

um “pequeno-grande” problema, em

especial aqui no Brasil: Como fazer isso,

em salas com 40 ou 50 alunos? Vejamos

o que Zagury tem a nos dizer sobre isso:

Se já se considerava incompleta

e insufi ciente levando em conta

apenas o que o aluno demonstra

que aprendeu em uma prova, o que

dizer da avaliação que se propõe

considerar aspectos muito mais

complexos, e que só podem ser

efe� vamente avaliados através da

observação direta ou de a� vidades

que as revelem? Será que a

situação do professor mudou e

nós não fomos avisados ? Será

que as turmas agora estão com 25

alunos, a par� r da 5ª série? Será

que os docentes passaram a ganhar

tão bem que só trabalham em um

colégio? Ou ele con� nua sem tempo

para preparar dida� camente até uma

simples prova de resposta curta?

(ZAGURY, 2007, p. 222).

Será que é possível, realmente,

em nosso país, realizar um � po de

avaliação profunda e que leve em

conta as singularidades cogni� vas,

psicológicas, � sicas, etc., de cada aluno

individualmente? E digamos que um

professor de matemá� ca constata que

seu aluno não sabe matemá� ca por

meio da prova tradicional. Será que por

meio de um método avalia� vo mais

complexo ele descobriria que o aluno

sabe matemá� ca ou simplesmente

constataria que ele é super educado,

fala bem e é bom em fazer amigos,

mas, no entanto, con� nua sem saber

do conteúdo da matéria? Ou será

que ele poderia através desse novo e

moderno método avalia� vo comprovar

que o aluno, na realidade sabe, ele é

quem não avaliou direito? Será que é a

avaliação que faz o aluno? Seria ó� mo

se pudéssemos, de fato, por em prá� ca

essa método de avaliação que leve em

conta todos os aspectos do aluno, mas

devemos lembrar do seguinte: se ele não

conseguir aprender com a aula e com

seus esforços próprios, auxiliados pelo

professor, é claro, não é a mudança de

método que vai fazer, como num passe

de mágica, com que ele saiba o assunto

de uma hora para outra. O novo método

servirá, também, se bem aplicado, é

claro, para provar que ele de fato não

construiu conhecimento algum, se esse

for o caso, do contrário, não servirá para

nada.

O desafi o de se avaliar na educação à

distância

Depois dessas considerações

sobre a avaliação e seus métodos,

não fi ca di� cil de imaginar o tamanho

do desafi o que é avaliar na EAD,

principalmente no que diz respeito à

sensibilidade do avaliador, visto que o

mesmo não tem contato � sico com o

avaliado. Essa difi culdade aumenta ao

passo que também aumenta o número

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de competências que se exige que os

alunos e os professores desenvolvam

por conta dos avanços tecnológicos.

Também mudou o fi m

esperado pela educação. Cada dia mais,

na educação à distância, se requer

do aluno “autonomia”. Um aluno que

também tem a possibilidade de ser um

pesquisador, que tem acesso às fontes

usadas pelo professor e até a outras

diferentes e variadas; o aluno tornou-

se um construtor do seu conhecimento.

Essa tendência à pesquisa, por parte

do aluno, também tem se espalhado

pelos cursos presencias, dada a grande

facilidade de acesso a conteúdos.

Também se fala muito em formação

con� nuada, que consiste em estar

sempre se atualizando, e em formação

omnilateral, que seria uma educação

que prepara o indivíduo em várias

áreas não o deixando preso a uma

única especialidade, é o que chamam

de interdisciplinaridade.

Todos esses novos horizontes

que têm surgido no mundo educacional

por conta dos avanços tecnológicos

têm fomentado varias discussões em

torno do assunto avaliação.

O principal problema de se

avaliar na educação à distância, é

que o aluno dispõe de tudo, espaço,

informação, possibilidade de pesquisa,

troca de conhecimentos com diversas

pessoas, regulação de tempo, etc., o

que é ó� mo, ele só não dispõe de uma

coisa: contato � sico com o professor.

Por maior que sejam os avanços

tecnológicos, eles nunca serão capazes

de proporcionar ao professor uma

visão mais ampla do aluno, sobre tudo

no que diz respeito à parte psicológica

do mesmo, que neste caso, supondo

que a educação tem por principal

obje� vo o crescimento humano de cada

indivíduo – ou pelo menos deveria ter –

conta muito; portanto, medir o nível de

crescimento de determinado indivíduo

através de conteúdos postados que se

quer dão a certeza que são realmente

fruto do seu próprio trabalho, é uma

forma de avaliar muito pequena se

comparada ao tamanho do “projeto

educacional” que se pretende implantar.

Descarta-se totalmente, olhando por

esse prisma, a possibilidade de ex� nção

da prova presencial.

Tem mais uma questão a

ser considerada no que diz respeito

à autonomia: como guiar um aluno

autônomo, numa determinada linha de

aprendizagem, de forma que o professor

saiba o que deverá ser exigido do mesmo

no ato da avaliação? Ou seja, como

pode-se avaliá-lo de forma completa

se não se tem certeza do caminho que

o mesmo tomou para se chegar ao

conhecimento,se é que chegou, visto

que neste caso não é o professor que

determina esse caminho e sim o aluno?

Como ter certeza se o obje� vo mirado

por ele no ato de suas pesquisas é o

mesmo pensado pelo professor? Neste

caso temos que levar em conta que nem

mesmo o professor é o responsável pela

escolha dos obje� vos, isso é feito pela

própria história através de gerações que

vem buscando a cada dia a excelência

das disciplinas bem como a melhor

qualidade da vida social. Sendo assim,

não podemos desprezar anos e anos

de pesquisas e experiências com as

diversas pedagogias, erros e acertos,

por conta de um aluno que considera

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seu “caminho autônomo” mais efi caz

para se alcançar o conhecimento; não

desprezando isso também, é claro.

Conclusão

Podemos perceber, depois dessa

breve abordagem sobre a avaliação, que

não é sem mo! vo que se discute tanto

sobre o tema. Muitos são os fatores

que devem ser observados no ato de

avaliar. Muitos fatores polí! cos, sociais,

estruturais, psicológicos e até biológicos

devem ser considerados por quem se

presta avaliar. O que estou querendo

dizer com isso é que todo método

avalia! vo, bem como a pessoa que faz

uso dele, tem que ser fundamentado

em padrões e metas que foram sendo

formados e estabelecidos ao longo da

história, com muito esforço, e que não

podemos jogar tudo isso no lixo por

conta dos baixos níveis de aprendizado

que os métodos de avaliação, novos ou

velhos, têm constatado.

Será que o problema está

realmente nos métodos usados ou nas

pessoas que estão sendo avaliadas?

Será que todos os que são avaliados tem

a mesma capacidade de aprendizado

e a culpa de possíveis fracassos está

unicamente nos professores e nos

métodos por eles u! lizados para

ensinar e avaliar? Se a resposta a essa

úl! ma pergunta for não, deve-se pensar

bem antes de se falar em mudar os

métodos avalia! vos; e se a resposta for

sim, joguemos fora todas as conquistas

que foram feitas na área educacional e

criemos um modo de ensinar onde se

avalia a pessoa no que ela decidir, por

conta própria, ser avaliada e usando o

método que ela quiser.

Devemos nos livra da falsa ideia de que,

como muitos imaginam hoje em dia,

de forma errada, diga-se de passagem,

a avaliação deve ser um meio de se

encontrar uma forma de aprovar o aluno

a todo custo. Pelo contrário, a avaliação

deve servir de obstáculo para o aluno.

Não falo de obstáculo no sen! do de

empecilho para o desenvolvimento do

mesmo, mas sim, no sen! do de desafi o,

que es! mule o seu crescimento quando

da transposição da “barreira” que lhe foi

colocada pelo professor, não sem antes

lhe dar as ferramentas necessárias à

transposição.

Fica notório que a complexidade do

mundo atual tem refl e! do fortemente

dentro da escola. Longe de ser aquela

an! ga salinha, com quadro, giz e alunos

caladinhos, a escola se transformou, não

há mais limites para o conhecimento,

abriram-se as portas do mundo para

o aluno. A EAD está crescendo e

se expandindo de maneira jamais

concebida pelo homem e, com isso,

novas formas de avaliar tem surgido,

a fi m de que a avaliação seja a mais

abrangente possível e possa abranger os

mais variados ! pos de conhecimento.

Essas discussões, se forem produ! vas,

não devem parar nunca, para o bem

da educação. Grandes são os desafi os

que são postos à frente desse grandioso

projeto que é levar educação de

qualidade e igualitária para todos os

lugares.

Devemos ter em mente, porém, o

seguinte: uma avaliação errada pode

destruir pessoas capacitadas, as

quais nunca mais se erguerão, tanto

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profi ssionalmente quanto pessoalmente

como também, pode fazer ascender

ante a sociedade pessoas incapazes

criando, dessa forma, uma degradante

inversão de valores, um “câncer social”

que ao fi rmar suas raízes põe em risco

toda uma estrutura construída ao longo

da história.

Referências

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