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Boraginaceae
MONOGRAFIA / MONOGRAPHY
Cordia verbenacea DCBoraginaceae
*Benjamin Gilbert; Rita Favoreto
Laboratrio de Qumica de Produtos Naturais, Instituto de Tecnologia em
*Correspondncia:
Palavras chave:
Cordia verbenacea
Keywords:
Cordia verbenacea. erva-baleeira, medicinal plant, pharmacology, -humulene, trans-caryophyllene.
Resumo
As partes areas de Cordia verbenacea
-
Abstract
The green parts of Cordia verbenaceae for this use are described in terms of botany, pharmacognosy, pharmacology and toxicology with a view to the
development of a phytotherapy drug.
para produo industrial.
Sinonmia
Cordia salicina DC, Cordia curassavicaJacq. (veja abaixo), Cordia cylindristachya
Lithocardium fresenii Lithocardium salicinum Lithocardium verbenaceum
Matos, 2002).
Nomes comuns
Baleeira, erva-baleeira, camarinha, catinga-de-baro, cordia, erva-balieira, balieiracambar, erva-preta,
Matos, 2002).
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Boraginaceae
Variedades e espcies correlatas
Cordia superbaCham., Cordia rufescens Cordia
sellowiana Cham., Cordia myxa L. (Barroso et al., Cordia monospermaJacq.
C. verbenacea,
et al., 2004).
Histria
-
reas da Cordia verbenacea -
trios por aplicao tpica.
Cordia curassa-
vica
como sinonmia a Cordia verbenacea, mas ainda exis-
tem controvrsias porque h diferenas morfolgicas
entre elas (Carvalho, 2010).
O gnero Cordia
medicamentos e por inmeras espcies apresen-
-
colgicos para Cordia verbenacea
-
impacto importante no cenrio da indstria farmacu-
O gnero Cordia
subtropical do mundo, ocorrendo na Austrlia, Nova
Calednia, Amrica Central, Guiana e no Brasil (Rapi-
A espcie Cordia verbenacea nativa do Brasil, en-
contrando-se do Cear ao Rio Grande do Sul, pre-
ferencialmente na faixa de 500 a 1000m do litoral
sempre acompanhando as reas abertas da orla do
Cultivo e propagao
Propagada usualmente por sementes, pode sofrer
provavelmente por outros fatores.
Descrio da planta
-
Folhas simples, alternas, coriceas, aromticas, de
-
-
tos quando maduros apresentam a colorao vermelha.
Ventrella e colaboradores (2008) desenvolveram um
estudo morfolgico e histoqumico dos tricomas glan-
dulares das folhas de Cordia verbenacea, reconhe-
cendo duas classes, globular e reniforme. Os tricomas
essencial terpenide, enquanto que nos reniformesela contm principalmente compostos fenlicos, como
Material vegetal usado
Folhas
Montes Claros - MG, mostraram que o melhor horrio
para coleta das folhas para extrair o leo essencial da
nesses horrios obteve-se maior produo.
Componentes qumicos pr incipais
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cidos graxos.
trans- C. verbenacea
apresentando como maiores constituintes o -pineno
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vados -felandreno, citronelol acetato, -elemeno,
-gurjuneno, biciclogermacreno, -cadineno, espa-
Em outro trabalho Santos et al. (2006) encontraram
-pine-
trans
-
tos predominantes.
O -humuleno um importante constituinte do leo
da Cordia verbenaceae foi designado como principal
-
-humuleno encontra-
do em Cordia verbenacea, planta fresca, em quatro
municpios paulistas. Alm do trans
Flavonides
por Bayeux et al. (2002) em Cordia verbenacea. Tam-
cidos e steresO cido rosmarnico foi encontrado no extrato hidro-
alcolico das folhas da espcie descrita (Hage-Melim,
-
(Arrebola et al., 2004).
Notvel tambm neste leo a presena de um lip-
deo cianogentico, que um dister graxo de hidroxi-
metilacrolein-cianidrina em que as duas hidroxilas so
Usos medicinais
Usos apoiados em dados clnicos
e antilcera (Ventrella et al., 2008).
Usos descritos em farmacopias e sistemas tradi-cionais de medicina que tm apoio experimentalA Cordia verbenacea administrada internamente na
forma de ch para artrite, reumatismo e problemas de
descrevem seu emprego em doenas osteoarticula-res (artrite, gota, dores musculares e da coluna).
O Formulrio Nacional Fitoterpico da Farmacopia
Brasileira (ANVISA, 2011) descreve o uso tpico das
folhas de Cordia verbenacea
em forma de infuso, como compressa ou em forma
de pomada.
Usos descritos na medicina popular no apoiadosem evidncia experimental ou clnica -
-
-
-
nam o ch das folhas como hemosttico e no trata-
mento de tumores.
-
ca e oral.
-
dade dos extratos em vrios modelos experimentais
carregenina foi administrado por via oral o extrato hi-
Cordia verbenacea
-
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o sexto dia. O extrato inibiu a formao de granulo-
mas nos animais tratados. Em testes de medio de
aumento da permeabilidade vascular osanimais rece-
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kg), tendo como resultado reduo da permeabilidade
vascular e resposta para histamina. Foi observada
Na suposio que o principal componente antiin-
-
-
por carragenina em ratos Wistar foram administradas
-1
de artemetina, via oral, onde os nveis de dosagem
maiores inibiram o edema num grau comparvel com
efeito semelhante foi observado no ensaio do gra-
-1. Os resul-
tados dos experimentos com artemetina na dose de
-1 -1 no demonstra-
ram sinais farmacotxicos.
-
de C. verbenacea em ratos. Em ensaio de edema
-
-mao gstrica distingue o extrato da maioria dos
administrao tpica foi examinado o efeito do ex-
superou aquele do controle naproxeno um inibidor
de edema de pata com o extrato hidroalcolico em
-
tados (Serti et al., 2005).
Bayeux et al. (2002) que avaliaram a atividade an-
tiedematognica do extrato bruto da parte area de
C. curassavica
sinonmia de C. verbenacea, e de uma frao enri-
quecida de artemetina. No modelo de edema de pata
-
cida por artemetina no mostrou atividade. Assim a
presena de um outro componente com atividade an-
do grupo de Serti, Ticli et al. (2005) demonstraram
rosmarnico, e os pesquisadores do grupo de Calix-
-
-
terpenos (Fernandes et al. 2007; Medeiros et al, 2007;
Passos et al. 2007).
Passos e colaboradores (2007) avaliaram a ativida-
leo essencial das folhas e de alguns constituintes
ativos presentes no leo. O tratamento sistmico com
carragenina e, em camundongos inibiu a atividade
neuropeptdeo associado com estresse psicolgico, a
histamina e o fator de ativao de plaquetas. Estudos
com os componentes sesquiterpnicos, -humuleno
o -humuleno ocasionava uma reduo da produo
do fator de necrose de tumor TNF, da interleucina IL-
-1, da prostaglandina PGE2, do xido ntrico sintase
tambm exercia efeitos semelhantes embora no ini-bisse interleucina IL-1, e os dois sesquiterpenos se
equivaleram a dexametasona usada como controle
(Fernandes et al., 2007). Os sesquiterpenos no ini-
-
a dexametasona.
Extendendo os estudos destes dois sesquiterpe-
LPS em pata do rato, foram observados a reduo
B.
, o edema na pata e o
por LPS e nenhum dos dois interferiram com as qui-
nases das classes protena mitgeno ativada - MAP,
JNK (Medeiros et al., 2007).
Continuando o estudo dos sesquiterpenos, Rogrio
alergias respiratrias e o efeito de mediador da via
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doses dirias de -
sagem de 50mg.kg-1(de cada dos terpenos), via oral
ou -humuleno (1mg.ml-1via aerosol) como dose pre-
ventiva por 22 dias. O -humuleno se revelou como
e da ativao de fatores de transcrio [INF-, IL-5,
CCL11, (LT)B4e NF-B].
At iv idade antilcerognica -
Cordia verbenacea
importante efeito de proteo mucosa gstrica, re- -
mostraram que o extrato tambm protegia o estmago
etanol-cido clordrico. O grau de proteo alcanado
era o dobro do registrado por Serti e equipe quando
-
como possivelmente associado ao antioxidante
do extrato.
At iv idade analgsicaEm ensaio com o objetivo de avaliar a atividade anal- C.
verbenacea
nos modelos de placa quente (56oC), cido actico
gua a 51C.
At iv idade antiof dicaSeguindo um uso tradicional de C. verbenaceacontra
veneno de cobra, foi examinado o efeito do extrato
hidroalcolico da folhas contra o veneno de jarara-
cussu, Bothrops jararacussu. O extrato inibiu a ao
hemorrgica do veneno bruto. O cido rosmarnico,
isolado do extrato metanlico das folhas tambm ini-
biu a hemorragia como tambm a citotoxicidade e a
miotoxicidade do componente fosfolipsico do veneno
BthTX-I, e em menor grau da outra fosfolipase BthTX-
-II, mas no teve ao sobre o efeito edematognica
rosmarnico com as fosfolipases mostraram o encaixe
et al. 2005).
At iv idade antimicrobianaCarvalho Jr. e equipe (2004) avaliaram a atividade
antimicrobiana do leo essencial das partes areas
e folhas da espcie Cordia verbenaceafrente a bac-
trias Gram-positivas e Gram-negativas pelo mtodo
de difuso em gar. Foram observadas atividades
positivas contra bactrias Gram-positivas (duas esp-
cies de Staphylococcus, uma delas S. aureus
5051; duas de Bacillus) e contra fungos (oito espcies
de Candida, uma delas C. albicans, vrias cepas, e
uma de Cryptococcus), mas contra apenas um gne-
ro de Gram-negativas (Protium mirabilise P. vulgaris),
enquanto os demais gram-negativos (duas espciesde Enterobacter, Escherichia coli, Klebisiella pneumo-
niae, Pseudomonas aeruginosa, e duas espcies de
Salmonella) foram resistentes.
At iv idade esquis tossomic idaA atividade de uma frao etanlica de C. verbenacea
chistoso-
ma mansonifoi avaliada in vitro(vermes acasalados
em meio de cultura) e in vivo(camundongos). Os re-
sultados indicam atividade sobre os vermes adultos in
vitroe possivelmente alguma ao in vivo
al., 2010).
Farmacocintica C. verbena-
cea foi associada principalmente com -humuleno,
avaliando a velocidade de absoro e excreo aps
administrao oral, endovenosa e tpica. A absoro
do humuleno rpida alcanando a concentrao
kg) e aps 30min quando administrado como leo
rgos como o fgado foi observado e demonstrou-se
que ultrapassa a barreira sangue-crebro. A aplicao
tpica de frmulas como o creme ou o spray tambm
resultou em rpida absoro. Aps 4h a reduo da
grande parte oxidado a vrios epxidos pelos citocro-
Toxicologia
In vivoNa srie de trabalhos sobre a farmacologia de Cordia
verbenaceaem animais de laboratrio no foram ob-
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servadas nveis sig de toxicidade aguda nos
Roldo et al., 2008). Serti et al. (2005) mostraram
por via oral a ratos fmeas ou machos antes do aca-
-
tou o ciclo das fmeas nem o desenvolvimento normal
dos fetos, nem a estrutura ssea, maturao sexual
ou fertilidade deles.
Nos estudos de fase I (Calixto e Vergnanini 2000-
Cordia
verbenaceapor aplicao tpica so seguras e noapresentaram qualquer reao alrgica ou irritativa
nos voluntrios sadios que participaram do estudo.
Ensaios Clnicos
al. 2000 e 2001), fase II e fase III (Refsio et al., 2005)
tolerabilidade da Cordia verbenaceana forma de cre-
-humuleno, conforme citao na Enciclo-
Nos estudos de fase II para avaliar o uso da Cordia
verbenaceade aplicao tpica no tratamento da dor
-
-
tados com Cordia
tima ou muito boa, enquanto o mesmo foi observado
dietilamnio (emulgel). J nos estudos de fase III com
268 pacientes, os resultados indicaram que o creme
de Cordia verbenacea
tendinite e dor miofascial quando aplicado no local
da leso a cada 8 horas. A avaliao comparativa do
creme de Cordia verbenacea
que Cordia -
clofenaco para os casos de tendinite crnica, dor mio-
associadas (Refsio et al., 2005).
Em estudo clnico fase III, aleatrio, duplo-cego e
comparativo, com os mesmos produtos nas mesmas
traumticas). Os pacientes foram divididos em 2 gru-
o creme de Cordiae diclofenaco-dietilamneo (emul-
Cordia
verbenacea
-
inalterado. O tratamento com o diclofenaco dietila-
do mesmo, porm, em menor proporo quando
comparado a Cordia verbenacea
-
permaneceu inalterado. O estudo detectou apenas um
caso de evento adverso (prurido no local de aplicao),
possivelmente relacionado ao medicamento. Ambos os
tratamentos apresentaram excelente segurana, no
-
dade entre os dois medicamentos (Brando et al, 2006).
Efeitos adversos
Em geral no foram encontrados relatos de efeitos
adversos com exceo do caso isolado acima citado.
Precaues
GeraisO tratamento deve ser suspenso em caso de alergia
(ANVISA, 2011).
GenotoxicidadeNo foram encontrados relatos de efeitos adversos.
Carcinogenese, mutageneseNo foram encontrados relatos de efeitos.
Efeitos sobre a fertilidade
administrado por 45 dias consecutivos, via oral, em
sinal de toxicidade para o feto (Serti et al., 2005).
Formas de dosagem e Posologia -
te reumatide, gota, dores musculares e da coluna,
-
mas de apresentao so recomendadas:
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Infuso: o Formulrio (ANVISA, 2011) recomendapreparar a infuso com 3g de folhas secas em 150mL
das folhas frescas ou secas sombra e recomenda
Tintura -menda 3 colheres de folhas em uma xcara de lcool
aplicada de 4 em 4 horas no local afetado. O uso inter-
no da tintura indicada para uso em adultos na dose
Sade, Memento teraputico, RJ, 2002).
Em compressas pode tambm ser usada empregando fo-
O Formulrio (ANVISA, 2011) descreve uma pomada
100g de base de lanolina e vaselina. Baseado em da-
dos clnicos acima esta pomada teria que ter um teor
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