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J. van Rijckenborgh

A

2

AUREA

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A ARQUIGNOSISEGÍPCIAe o seu chamado n o eterno presente

de novo proclamada e esclarecidabaseada na

TÃBULA SMARAGDINA e no CORPUS HERMETICUM

deHERMES TRISMEGISTO

porJ. VAN RIJCKENBORGH

oTomo II

1.a edição- 1986

Umapublicação doLECTORIUM ROSICRUCIANUM

ESCOLAESPIRITUALDAROSACRUZ ÁUREA

São Paulo - Brasil

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Traduzida do alemão:

DIE AGYPTISCHE URGNOSIS- 2

Tftulo do original holandês:

DE EGYPTISCHE OERGNOSIS

EN HAAR ROEP lN HET EEUWIGE NU

ROZEKRUIS-PERSBakenessergracht 11-15

Haarlem - Holanda

Todos os direitos, inclusive os de tradução ou reprodução do presente livro,

por qualquer sistema, total ou parcial, são reservados á Rozekruis-Pers,

Haarlem, Holanda.

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PREFÁCIO

Homem, quem éstu?de onde vens?para onde vais?

Após a aurorado aparecimentodo homem no campode vida dialético, a misteriosa esfinge tem imposto essasprofundas perguntas a todos os viajares que, na intermi-nável e falsa rota, erram no deserto da vida terrestre. Esua resposta, segundo sua consciência, sua orientação eseus atos, é decisiva sobre a vida e a morte.

Privadado verdadeiro conhecimento, vivente e diretoda única fontedo ser edo real objetivode sua existência,a humanidade,por cegueira, ilusão ou impostura, perdeu-se nas trevas, sendo condenada a padecercontinuamente

o sofrimento e a morte.Porém, no meio da crise plenade sinistros presságios

que anunciam o fimdo atual dia cósmico, a Gnosis*eleva novamente a sua voz e faz ressoarcom força e podero chamado primordial, a fim de mostrar a sendado co-nhecimento divino libertadorà multidão que desesperada-mente busca uma saída.

A vivente realidade divina, a Gnosis proclamanova-mente a elevada origem e a sublime vocaçãodo homem,indicando aosque ainda têm ouvidos para ouvir, atodos

ver glossário no finaldo livro

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os homensde boa vontade, a antiga e únicavia de sal-vação que ela ainda mantém aberta para a nossa época.

Aqueles que, tocados no fundodo coração, na irre-mediável desordem que eles mesmos geraram- e na qualuma vez mais o mundo e a humanidadese perdem deses-peradamente - reconhecem interiormente a necessidadeformal de uma mudança fundamental e imediata esesentem chamados, perceberão com alegria e reconheci-mento, na profunda sabedoriada Arquignosis Egípcia eem sua exigência absoluta, a irradiante luzdo caminhoque conduzà verdade eà vida.

É a seu serviço que a Jovem Fraternidade Gnósticarealiza o seu trabalho no mundo; é a esses que esta publi-caçãoé destinada. Ela deseja colocá-los em condições dese aproximarem, tanto quanto possível, do espírito daaprendizagem gnóstica e fazê-los experimentar, comonum antegozo, algoda graçado caminho.

Possa um sempre crescentenúmero de criaturas en-tender o chamadoda Gnosis enquanto ainda étempo e aela responder positivamente, para a sua salvação eterna ea da humanidade inteira.

J. van Rijckenborgh

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A Ml!eOriginal

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A MAE ORIGINAL

A Mãe do Mundo ou Mãe original, que é uma estrela decinco pontas no centro da constelação sideral existente,recebe o fogo do Pai ou o fogo sétuplo do Espírito.

Graças à interação harmoniosa entre a cabeça e o coraçãoda Mãe original, a luz astral irradia em ambos, dando

assim nascimento a uma fonte de água viva, a correnteeterna, em seu seio.

Assim, pela semente do Pai, a Mãe engendra um descen-dente, o Filho, uma realidade vivente. O plano da criaçãodo Pai se manifesta pela força da Mãe.

No principio era o VerboE o Verbo estava com DeusE Deus era o Verbo.A Luz brilha nas trevas.

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O TERCEIRO LIVRO

O MAIOR MAL DO HOMEM E NAO

CONHECER A DEUS

1. Hermes: Para onde correis, ó homens, vós que estaisébrios por vos terdes embebedado com a palavradestituída de toda a Gnosis, a palavra de total ignorância, que n3o podeis suportar e que por s ~ oestaispara vomitar?

2. Parai e tornai-vos sóbrios! Vede de novo pelos olhosdo vosso coração! E se todos vós n3o podeis fazê-lo,

pelo menos os que estão em condições para tantoque o façam, pois o mal da ignorância submergetoda a Terra, leva a alma que está aprisionada nocorpo à ruína e a impede de entrar no porto dasalvação.

3. Não permitais, pois, serdes arrastados pela violênciada corrente, mas deixai que aqueles dentre vós, queestão em condições de atingir o porto da salvação,usem a contracorrente para nele entrar.

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4. Buscai Aquele que vos tomará pela mão e vos conduzirá pelas portas da Gnosis, onde irradia a clara luz,na qual não há trevas; onde ninguém está embriagado, mas todos são sóbrios e elevam o coração paraAquele que quer ser conhecido.

5. Porém, sabei: Sua voz não pode ser ouvida, nem Seunome ser expresso, nem podem olhos materiaiscontemplá-Lo; só a Alma-Esp(rito está em condições

de fazê-lo.

6. Por isso, deveis primeiramente rasgar as vestes quelevais, o tecido da ignorância, o fundamento da maldade, o grilhão da corrupção, a prisão tenebrosa, amorte vivente, o cadáver com sentidos, o túmulo

que levais convosco, o saqueador que habita convosco e que, pelas coisas que ama, odeia-vos e, pelascoisas que odeia, tem ciúmes de vós.

7. Tal é a veste inimiga pela qual estais envoltos, a vesteque, impedindo-vos de respirar, puxa-vos para si,

para baixo, para que não volteis a ver e, contemplando a beleza da verdade e o bem que nela reside, nãocomeceis a odiar a sua maldade e compreender asciladas que ela vos prepara.

8. Ela torna os vossos sentidos insenst'veis, fechando-os

com uma abundância de matéria e enchendo-os devoluptuosidade pecaminosa, a fim de que não ouçaiso que precisais ouvir e não vejais o que tanto precisais ver.

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QUARTO LIVRO

DISCURSO DE HERMESEM LOUVOR A DEUS

1. Deus, o poder de Deus e a natureza divina são amagnificência do Universo.

2. Deus é o principio, a idéia primordial, a faculdadede crescimento e a matéria de todas as criaturas; asabedoria para a revelação de todas as coisas.

3. O poder de Deus é causa, nascimento e crescimento,força ativa, destivo, morte e renovação.

4. Havia no abismo uma escuridão infinita, a água e oalento da criação que estava para tornar-se ativo;tudo isso encontrava-se no caos pela força de Deus.

5. Então a santa luz se liberou, os elementos primor-diais se separaram da subst§ncia úmida e se adensa-ram, e todos os deuses em conjunto fizeram a sepa-ração entre os aspectos da natureza madura para agerminação.

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6. Do indefinido e informe, os elementos leves se sepa-raram elevando-se, enquanto os elementos pesados

encontraram_ base. na areia úmida, de maneira que,mediante a atividade do fogo, o Todo se diferenciouem suas partes componentes e, ordenado pelo alentoda criação, foi mantido em movimento contlnuo.

7. O Universo manifestou-se em sete clrculos, e os

deuses manifestaram-se na forma de estrelas comtodas as suas constelações; a natureza, em todos osseus aspectos, foi, com o auxilio dos deuses nelapresentes, formada numa ordem orgânica, e o e/rcu/o que a envolvia, circundado por uma nuvemastral, foi movimentado em sua marcha circular pelo

alento divino.

8. Cada deus criou, pela sua própria força, o que lheera confiado; e assim apareceram animais quadrúpedes, rastejantes, aquáticos, alados; assim comotodas as sementes fecundas e as ervas, e o tenro

crescer de tudo o que floresce; e a semente da repro-dução estava oculta nelas.

9. E os deuses produziram igualmente os gêneros humanos, a fim de que aprendessem a conhecer asobras de Deus e serem um testemunho ativo danatureza.

1O. Para que aumentassem em multidões, reinassemilimitadamente sobre todas as coisas abaixo do céu eaprendessem a conhecer as boas coisas, crescendo

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assim enquanto aumentassem, e se multiplicassemem multidões.

11. E os deuses produziram todas as almas que, segundoa determinação do Fatum *,pela ordem dos deusesdentro dos c/rculos, foram semeadas na carne, paraque observassem minuciosamente a abóbada celeste,a marcha dos deuses celestes, as obras divinas e aatividade da natureza;

12. para que elas aprendessem a con{Jecer o verdadeirobem e o poder divino que mantém a roda da determinação do Fatum em movimento,

13. a fim de que, deste modo, aprendessem a distinguiro bem e o mal e a apropriar-se de toda a elevada artedo cumprimento das boas obras.

14. E este é para elas, desde o infcio, o caminho: elascolhem experiências da vida e assimilam sabedoria,em relação a sua determinação, do Fatum, resultanteda marcha circular dos deuses; e finalmente elas sãolibertas e deixam na Terra grandes monumentoscomo lembranças das obras elevadas que, comolibertas, realizaram.

15. E tudo o que na marcha do tempo deslustra e espa-lha a treva: toda a existência da carne animada e dageração à maneira do jovem animal, tudo o que o

verglossário no final do livro

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homem realiza, tudo isso que faz definhar ( 1) serárenovado pelo Fatum, pela renovação dos deuses e

da marcha_ circular da natureza, quando o seu nú-mero se tiver tornado completo,

16. pois o divino é o Todo cósmico, fundido em unida-de, renovado pela natureza, porque também a natu-reza está ancorada na onipotência de Deus.

(I) Definhar é o contráriode crescer, o crescimento que Deusdeu ao homem como incumbência:"Crescei enquanto aumentais".(Ver tomo Ide "A Arquignosis Egípcia e o seu chamado no etemopresente", o primeiro livrode Pimandro, versículo 47; e neste volu-me, o Quarto Livro, versículo 10).

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III

VIGIAI, PORQUE NAO SABEIS O

DIA NEM A HORA

Novamente solicitamos a atenção dos nossos leitorespara a Doutrina* Universal, a Doutrina Arcaica,da qualdão testemunho os escritos de Hermes Trismegisto, eque ainda temos à disposição.

Dois livros da Gnosis Universal formaram ab.ase denossas anteriores exposições sobre a Gnosis OriginalEgípcia (I). Com o terceiro e o quarto livros, continua-remos as nossas reflexões.

Não nos deve preocupar, se os textos por nós esco·lhidos formam realmente o terceiro e quarto livros dosescritos originais. Numerosa é a literatura relativa a escri-tos herméticos que, no decorrer dos séculos, apareceuemmuitos idiomas; mas, de uma série autêntica, não se podefalar. Entretanto, os pesquisadores são unânimes em reco-nhecer que vieram à luz muitas centenas, até mesmo

milhares de escritos herméticos, e que a maioria se perdeu

( I) ver "A arquignosis Egípcia e o seu chamado no eterno pre-sente", tomoI.

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no decorrer dos séculos. Os poucos livros que restaramforam arrumados, diferentemente, segundo o ponto de

vista pessoal. Assim! no tocante a isso, decidimos seguir anossa própria intuição.Primeiramente, levamos ao vosso conhecimento um

pequeno trecho de uma breve alocução de Hermes, trechoesse que, como talvez lestes, corresponde ao própriotítulo da alocução: O maior mal do homem é nlio conhe-cer a Deus, para, em seguida, aprofundarmo-nos no Dis-curso de Hermes em louvor a Deus.

E possível que, ao lerdes esses textos, observeis queo seu conteúdo vos parece muito conhecido, pois, duran-te os anos do vosso discipulado, repetidas vezes, fostescolocados diante das coisas a respeito das quais falamambos os livros herméticos. Que este fato não seja abso-lutamente motivo para pô-los de lado. Compreendei-o,portanto, assim: não obstante já terdes aprendido intelec-tivamente essas coisas, elas, agora, se apresentam sob oimpulso de uma poderosa intenção, como um apelorenovado que chega até vós, visto que o tempo para issodespontou, o tempo da declaração.

O início da alocução de Hermes não é especialmentelisonjeiro:

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Para onde correis, ó homens, vós que estais ébriospor vos terdes embebedado com a palavra destitufdade toda a Gnosis, a palavra de total ignorDncia, quen/io podeis suportar e que por isso estais paravomitar?Parai e tornai-vos sóbrios! Vede de novo pelos olhosdo vosso coração! E se todos vós nlio podeis fazê-lo,

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pelo menos os que estão em condições para tantoque o façam, pois o mal da ignorância submergetoda a Terra, leva a alma que está aprisionada nocorpo à ruína e a impede de entrar no porto dasalvação.

Nos últimos anos temos, na Escola* Espiritual daRosacruz Aurea, falado minuciosamente acerca do novocampo astral, do novo reino• gnóstico que foi preparadopara a sua missão. Todos os que, como alunos, pertencemà Jovem Fraternidade Gnóstica foram, desse modo, dire-tamente atingidos.

Uma advertência vos é transmitida, justamente de-vido a esse estado tão exclusivo, advertência essa de natu-reza universal e arcaica, que nos vem de há milhares deanos, pois a sabedoria de que devemos dar testemunhotem pelo menos 400.000 anos. Euma advertência <jirigidaa todo o grupo que se encontra ou se encontrará numasituação fora do comum; uma advertência dirigida a todaa Jovem Fraternidade Gnóstica; uma advertência cujaessência diz que o mal não permite, não pode permitirque o aluno chegue ao porto da salvação.

Quando, pois, com sinceridade, esforçardes-l/os emparticiparda vida interna da Gnosis, podeis ficar absoluta-mente certos de que sereis objetos de intensas lutas.Quando vos impuserdes verdadeiramente como alunos,não podereis escapara esses conflitos.

Realmente, a existência desses conflitos é provaclara de que o candidato ingressou seriamente na faseinicial do desenvolvimento da nova consciência. Pensaitambém, nessa oportunidade, na tentação do nosso

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Senhor Jesus no deserto, no começo da sua atividade.

O mal da ignorância submerge toda a Terra.O que aqui é chamado maldade é o elixir da vida da

dialética': o elixir de vida da contranatureza': o conjuntoatmosférico da dialética, no qual todas as criaturas vivem.

Não examinaremos agora como apareceu esse elixirvital da contranatureza, esse alento mortal, como se for-mou a maldade da ignorância. O leitor interessado pode,quanto a isso, orientar-se suficientemente em nossa litera-tura. Limitemo-nos, ao fato de que a maldade da contra-natureza, o elixir vital da dialética, existe.

Nós, como nascidos da natureza, somos, como quebanhados numa esfera de vida que, para a manifestaçãoda salvação, é absolutamente fatal. Respiramos nestaesfera vital da morte e, segundo o nosso nascimento natu-ral, somos perfeitamente unos com ela. Tão unos, queessa ligação pode ser considerada como total. Cada umde nós tem, portanto, no tocante às coisasdas quais agorafalamos, de considerá-las como assunto muito pessoal.Nisso, um não deve focalizar o outro; porém, que cadaqual volte a sua atenção, em primeiro lugar, para simesmo.

A nossa unidade com o elixir da morte é, sobretudo,determinada pela natureza e pelo estado do nosso sangue.Todo o passado do nosso microcosmo* nele se manifesta_Não só todos os antecessores em nosso microcosmo falamigualmente a sua linguagem em nosso sangue, m a ~tam-bém fatores hereditários desempenham um papel nisso;

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portanto, da mesma forma, os antecessores nos microcos-mos dos nossos pais. Todas essas vozes falam em nosso

sangue, etudo o que a série quase ilimitada de antepassa-dos fizeram ou deixaram de fazer em seu estado de exis-tência microcósmica* tem notável influência em nossoestado sanguíneo. Com base emtudo isso, atraímos for-ças, éteres e outras influências que alimentam o sangue esão essencialmente unas com ele, pois semelhante atrai

semelhante.Emseguida, precisamos referir-nos aos órgãos produ-tores de sangue como, por exemplo, a medula. Essesórgãos são construídos de células e estas, por sua vez,formadas de inúmeros átomos. Sabeis quetodo o átomo éum pequeno mundoem si.

Se, portanto, a nossa corrente sanguínea é uma cor-rente da morte - e este é o caso- e se é una com a con-tranatureza - e este é também certamente o caso -então a essência detudo isso resideem nós, pois elà pene-tra não só o nosso sangue, mas tambémtodo o nosso ser,"até a medula", como diz a Escritura Sagrada; sim, atécada fibra, cada célulado nosso corpo.E um fato irrefu-tável, do qual nenhumde nós pode escapar, e que deve-mos levarna devida conta.

A nossa forma corpórea, a nossa personalidade éuma personalidade* da ordem de emergência, convocadaa consagrar-se inteiramenteao homem original, que aindase encontra em estado rudimentar em nosso atual micro-cosmo e que,na Filosofia da Rosacruz Aurea, é denomi-nado átomo* original, átomo* crístico ou a rosa*do

coração.A nossa personalidade da ordem de emergênciatem

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a m1ssaode dedicar-se inteiramente ao ser originalem

nosso microcosmo, porque só transfigurados, só median-te perfeita unificaçãocom o ser original em nós, podemosentrar no porto da· salvação. Parapoder cumprir essamissão dadapor Deus possuímos,em nosso atual estadode personalidade, dois órgãos, mediante os quais podemosassegurar o começo e a realização desse regresso: o san-tuáriodo coração e o santuário da cabeça.

Ambos, o coração e a cabeça, possuem um processometabólico muito particular e nissose distinguem consi-deravelmentedo restante do nosso estado de personali-dade.

As estruturas atómicas desses dois santuário sãodiferentes das dos demais órgãos. A partirdo nascimentoda personalidade, os processos metabólicos da cabeça edo coração - pelo menos de suas partes importantes -são, tanto quanto passivei, mantidos rigorosamenteseparados dosoutros processos de manutenção. Porquê?Para conservar livres, pelo mais longotempo possível,espaço e possibilidade para a vocaçãodo homem nascidoda natureza e sua missão ligada a essa vocaçao, isto é,desabrochar no ser original, dar-se em perfeita auto-ren-dição ao homem original, ao homem divinoem nossomicrocosmo.

O coração sétuplo é, para isso, a sede de rsis, aMãeda Vida, o lugar onde é preservado oátomo original; é,também, o lugar onde a Luz sétupla, a Luz dos sete~ a i o s ,

a Luz do EspíritoSanto deve ter entrada. Por esse motivopodeis comparar o coraçãocom o portal de Luzde Belém.

A cabeça sétupla é,como talvez saibais, denominadana Gnosis chinesa aCidade de Nephrite ou Cidade de

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Jade e no Evangelho,Jerusalém. O Apocalipse acentua anecessidadede fazermos dessa Jerusalém a Nova Jerusa-lém, a Cidade de Deus. Nessa cidadeencontramos o co-ração celeste ou a sala purpúreaou, ainda, a salado tronode Deus-em-nós. Esse Deus-em-nós deve ser libertodocoração* deIsis, do coração daMãeda Vida, a fim de quepossa subir ao seutrono na sala purpúrea.

Quando vos tornais internamente conscientesdo quedeve ser feito edo que deve seromitido para correspon-der a essa vocação dadapor Deus,então se faz presente oopositor, a maldade da ignorância.Essa maldade, assimdiz Hermes, submerge toda a Terra. Esse opositorseesforçará ao máximo para impedir a vossa entrada noporto da salvação;portanto, não existe, demodo algum,motivo parase banhar misticamente nos raios acalenta-dores do Sol. Que tomemos, pois, energicamente, emnossas próprias mãos, em completa lucidez e numa claravisão interior, o trabalho sobre o nosso próprioser,-e quefaçamos todos os esforços necessários, pois a manifes-tação gnóstica de salvaçãoé justamente destinadaà pró-pria vida pessoal de cada um de nós e a elase dirige.Então precisamos também,se compreendemos o seu cha-mado e queremos reagir positivamente, trabalhar comperseverança sobre a nossa vida pessoal,enquanto é dia.Ao fazermos isso, ganhamos ainda o direito de trabalharpela salvação deoutrem e dizer:

Para onde correis, ó homens que estais ébrios porvos terdes embebedado com a palavra destituidade toda a Gnosis, a palavra de total ignorância?

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Embriaguez é uma turbação dos sentidos, é umaanormalidade do nosso centro de consciência. A humani-dade inteira é mantida em semelhante estado de contínua

turbação, por intermédio da corrente sanguínea comum,a qual, mediante a pulsação do coração, é impulsionadaatravés da Cidade de Nephrite, o santuário da cabeça.Por causa dessa ininterrupta turbação, surge, com o passardo tempo, uma degeneração que danifica as váriasfunções vitais do sistema da personalidade e, por fim,

aniquila-os.Enquanto o corpo • da ordem de emergência aindanão atingiu semelhante estado de completa degeneraçãobásica, que exclui definitivamente toda a receptividadepara a Luz libertadora, existe a possibilidade de que aturbação da consciência, que é causada e sustentada pela

corrente sanguinea, de vez em quando ceda, por exemplo,como conseqüência de uma forte experiência na vida,experiência essa que, então, age como um choque. Duran-te tal lapso de tempo, a cabeça e o coração podem serutilizados segundo a sua vocação.

Por isso, diz Hermes, que vós, nessa situação, nesses

momentos, não mais podeis suportar a palavra de totalignorância, porém a vomitais. Então, podeis, nesse estadode lucidez, reconhecer claramente, com os olhos do duplocoração, o coração de rsis e o coração' de Pimandro, oque deveis fazer.

Dissemo-vos, várias vezes, que a força-luz da Gnosis,o elixir de vida da salvação, sempre de novo, penetra oaluno e sempre de novo se faz valer em seu sistema. Con-tudo, essa força-luz é sempre corrompida pela maldade da

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ignorância. Quando, por exemplo, assistis, durante algunsdias, a uma conferência em um dos focos*gnósticos, ficaiscompletamente carregados, durante esse tempo, comforça-luz; ela ainda fica vibrando um pouco no vossosangue, no vosso ser durante mais algum tempo, porém,com muita rapidez e inesperadamente, sem que o saibais,sois novamente absorvidos pela maldade da ignorância, efortemente pregadosã terra.

E, assim, se perde sempre, pela maldade da ignorân-cia, a força-luz. Então pode ser e pode acontecer que,justamente nos momentos necessários, tendes faltadopuro óleo paraas vossas lâmpadas da vida.

Não é, de nenhum modo, imaginação, masé absolu-tamente certo que, em tempos que se aproximam, mani-festar-se-ão, em nossa vida, um número crescente de mo-mentos em que ressoará o chamado:"Ide ao encontro donoivo!" Então precisareis provar se estais adornados coma veste de bodas. A este respeito, lembrai-vos da pàráboladas virgens, das virgens prudentes e das virgens néscias.As prudentes possuíam bastante óleo paraas lâmpadas,ao passo que paraas virgens néscias faltou, completamen-te, o óleo nesse momento psicológico.

Também é válido, agora, para todosos que querementrar nosalão das bodas, como convidados bem-vindos:"Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora".

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IV

OS GRILHOES DO SANGUE

Na Carta aos Romanos, capítulo 7, lemos:

"Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eusou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço nãoo aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que

aborreço, isso faço. E, se faço o que não quero, consintocom a lei, que é boa. De maneira que agora já não ,sou euque faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porqueeu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habitabem algum; porque o querer está em mim, mas não consi·go efetuar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas

o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que nãoquero, já o não faço eu, mas o pecado que habita emmim.

De sorte que acho esta lei em mim; que, quandoquero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo ohomem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo

nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei domeu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecadoque está nos meus membros. Miserável homem que eusou! Quem me livrará do corpo desta morte? Graças a

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Deus, por Jesus Cristo, nosso Senhor".

Queremos agora deter-nos diantedo fato de quetodos, mast o ~ o s ,que não são nascidos de novo segundoa alma, todosos que não atraíram a força-luz da Gnosispara cima, para o coração celeste, isto é, para o espaçoatrás do osso frontal, vivem permanentemente em seutotal estado de consciência e estado de vida, numa con-dição de turbação, de embriaguez.

A substância narcotizante causadora dessa situaçãoé chamada por Hermesmaldade da ignorância. Elainundatoda a terra e corrompe todo o iníciodo novo desenvolvi-mento da alma no corpo.Essasubstância é, pois, atmosfé-rica e está, como já dissemos, em nosso sangue, sim, mes-mo em cada átomoda nossa personalidade, com exceção

da cabeça edo coração, pelo menos algumas partes queainda não foram inteiramente apanhadas pela naturezada morte.

A maldade da ignorânciavisa também excluir total-mente o coração e a cabeça de sua elevada finalidade,fazendo-os inteiramente sujeitos a ela, e se aindaas coisas

vão bem convosco, se ainda, devido a um discipuladosério, não passastes peloponto fatal, então o malda igno-rância consegue, no máximo, turbar mais ou menosaspartes vitais do coração e da cabeça, a fim de, destemodo, evitar, neutralizar uma atividade libertadorareal-mente positivado coração e da cabeça. Então, o homem

está diante da alternativa que Paulotão exatamente des-creve em Romanos 7:

"Segundo aLuzque me toca, tenho prazer na Luz e

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quero fazer o bem, mas a força que surge nos meus mem-bros, no meu sangue, prende-me e, por conseguinte, façoo mal"_

Está claro que a Gnosis Universal de Hermes não vaidizer aos homens que estão de modo fundamental e estru-tural nas garras dessa maldade: "Tornai-vos sóbrios", por-que os coitados já não poderiam mais sê-lo. Hermes sedirige aos que estão em estado de turbação, dizendo-lhes:

Parai e tornai-vos sóbrios I E se todos vós não podeisfazê-lo, pelo menos os que estão em condições para tantoque o façam.

Cada qual deve consentir que isso lhe seja dito, antesque essa turbação o mergulhe numa condição definitivae irreparável de anormalidade.

E preciso que vos seja bem claro que nesta grandefase crítica dos tempos, justamente agora, é preciso repe-tir com ênfase essa exortação:

"Parai e tornai-vos sóbrios! Vede, de novo, pelosolhos do vosso coração! Expeli de vós a palavra da igno-rância, com a qual vos embriagastes! E se todos vós nãopodeis fazê-lo, pelo menos os -que estão em condiçõespara tanto que o façam. Nisto não espereis uns pelosoutros, mas entrai espontaneamente na nova e libertadoraatividade ! "

Então, talvez, muitos alunos pensarão que o queacabou de ser dito seja uma boa palavra e uma magnífica

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tarefa para aqueles que ainda estão forada Escola Gnós-tica de Mistérios. Eles dirão: "Essas palavras não são para'nós" e "já reagimos ao chamado da Gnosis, já partici-pamos da Escola de_Mistérios".

Antes fosse verdade, amigos, que nada tivésseis comisso!

Porém, prestai atenção, pois Hermes com sua exor-tação não se dirige à multidão, assim como tambémPaulo, no capítulo 7 da Carta aos Romanos, nãose dirigeaos homens em geral. Não, ambosse voltam para umgrupo seleto. Equando Hermes fala a esse grupo, dizenfaticamente:

E se todos vós não podeis fazê-lo, portanto, comogrupo,pelo menos os que estão em condições para tantoque o façam.

Dirigir-se aos homens em geral com semelhantechamado seria completamente sem sentido. Não o com-preenderiam e, de mais a mais, ficariam furiosos. I magi-nai-vos dirigindo-se ao homem ocidental, quese consideratão superior e que desde o nascimento está acostumadoao exercício intelectual e místico, inteiramente adestradona utilização da matéria, ao ocidental que está, quase quedia e noite, febrilmenteocupado no campo social, econó-mico e político, imaginaise dissésseis a este tipo dehomem: "Estais turbados, tornai-vos sensatos e convertei-vos", e isso logo no Ocidente, onde a palavra Deus e onome de Jesus Cristo, devido às múltiplas atividades mís-ticas, são, a cada segundo, pronunciadas inúmerasve:?es!Um tal chamado dirigido à multidão não teria o mínimo

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sentido.Masaquelesque buscam seriamente escaparàs garras

da natureza da morte são, justamente por isso, objetodo empenho concentrado da maldade da ignorância.Osoutros,que estão em meioà natureza sem nenhum conhe-cimento de sua turbação e que se deixam arrastar indolen-temente pelo poder da corrente, de nada têm dese retra-tar, pois são verdadeira e completamente unos com estamesma natureza.

Mas, se a maldade da ignorância está presente emvosso sangue, e vós, como homens orientados gnostica-mente, procurais desalojá-la, desenvolveis grande tensão.Essatensão traz para a vossa vida um perigo intenso. Se,pois, num tempo como o nosso, não vos recobrais com-pleta e radicalmente, sois e permanecereis muito anor-mais, mais anormaisque o homem médio da natureza,pois o homem da natureza - precisamos repetirur:navezmais - s e dá inteiramenteà ilusão da natureza, é uno comela. Talvez vos deistambém à ilusão da natureza, enquan-to credes já serdes gnósticos; por isso repetimos: tornai-vos lúcidos, perfeitamente lúcidos e considerai a vósmesmos commuita exatidão.

Pelos santuáriosdo coração e da cabeça flui o vossosangue, a corrente da morte,que turba e aprisiona todasas partes vitaisdo coração e da Cidade de Nephrite, demodo que o bem que desejais fazer, devido aotoque daGnosis, não o fazeis; e mesmo muitas vezes fazeis o con-trário e, desse modo, ingressais na práticado mal. Entãoestragais o vosso corpo e oporto da salvação permaneceafastado para vós,enquanto o novo campo astral sees-tende sobre o reino gnóstico. Assim permaneceis conti-

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nuamente na maldade da ignorància, a qual se mostrará. cada vez mais pronunciada se não intervierdes atempo,

não de forma consciente, nãocom propósito deliberado,não porque sois declaradamente maus, mas porque recaíscontinuamente, dia e noite, novosso tipo sanguíneo, eo vosso sanguevos narcotiza evos turba, e essa é a grandedificuldade.

Estais e viveis, em razãodo vosso nascimento natu-ral, num país inimigo e,em razão do vosso ser, permane-ceis na autoconservação. Por toda a partehá ódio, con-tenda, discórdia e aguçado individualismo. O vosso san-gue está perfeitamente sintonizado com isso,vossa cons-ciência natural deve-se restringir atanto.

Mediante o vossotipo sanguíneo,tipo que herdastesdo vosso lar, conheceis e possuís certas normas. Estaisdiante das coisas que movimentam a vossa vida e achaisumasbÓase outras más, umas positivas eoutras negativas.Possuís determinadas normasde ações justas ou injustas,e por conseguinte, certa compreensãode muitas coisas, econseqüentemente vossas simpatias e antipatias.

Porém, aconteceque a vossa provisão de normasrelativas ao bem e ao mal, ao positivo e ao negativo,àsações justas e injustas,portanto, a vossa própria provisãode normas,certamente é diferente da dos outros. Existe,por conseguinte, umacultura pessoal! Dessa cultura pes-soal viveis e agis; devido a ela, entrais em conflito!

Mas encontrastes a Escola e quereis participardonovo estadode vida, o estado de alma vivente. Atravésdos ensinamentosde Hermes, dos ensinamentos gnósticos

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e da vida dos grandes, tomastes conhecimento daquelaoutra vida completamente diferente. A luz da Gnosis, que

vos quer conduzir para o porto da salvação, aproxima-se epenetra-vos.No entanto, estaisna vida prática, os homensse

dirigem a vós.Vós os vedes agir, vedes o seu comporta-mento e a sua aparência; sim, a sua simples presençajádiz tudo._.

Se alguém não vosé simpático, então o fogo ímpiochameja violento em vós. O falar, o agir, o comportamen-to dessa pessoa, até mesmo a presença delavai direta-mente contra o vosso tipo sanguíneo, está inteiramenteem conflito com a vossa cultura pessoal, com a vossaparticular cultura sanguínea_ E de imediato surge emvósuma turbação da consciência; o vosso tipo sanguíneomanifesta-se então em toda a sua força. Pela antipatia queo outro vos suscita, borbulha em vosso sangue am ~ l d a d e

da ignorância, e sois tomados por ela até o íntimodovosso ser; como conseqüência vos insurgis, agis, em pala-vras, em pensamentos ou em ações, contra essa outrapessoa. Sois então -se assim devemos dizer- o homem-animal dos primórdios.

Nessaturbação, nesse estado de embriaguez, outracoisa não podeis fazer. Neste momento sois animais irra-cionais. Ese ainda não percebestes isso tudo, então logoo descobrireis pelos resultados, pois desse modo, atraíssempre e inevitavelmente a desarmonia.

Em vós e em torno devós sobrevém a discórdia.Os furacões do sangue elevam, às vezes, demasiado altoas suas ondas, com conseqüências muito funestas. Numcerto momento, já não compreendeis mais nada em

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relação a isso e dizeis, ao virdes um terceiro: "Como pôde· ele reagir assim se eu estava tão bem intencionado!" Sim,

estivestes bem intencionados segundo vossas própriasnormas, seg1:1ndo· a vossa própria cultura sangufnea.Vossa ação, de fato veio do vosso íntimo, mas semelhanteação é igual à de um animal de presa, o qual abana acauda e ronrona para a vítima e, não obstante, cravaseusafiados dentes no pescoço dela.

Assim experimentais continuamente a vossa tur-bação, vossa embriaguez; experimentai-a mediante amaldade da ignorância. E um estado de pura insensatez,de grande parvoíce; todavia - e isso acrescentamos aomesmo tempo - a assinatura da filiação divinaestá norosto de muitos de vós. E enquanto a filiação divinaestábrilhando em vós, renegais,não obstante, a Luz.

Por conseguinte, Hermes Trismegisto fulmina issocom duras palavras.

Deveis reduzir a frangalhos o traje de sangue quevestis. Se não o fizerdes, o vosso discipulado não terá omínimo valor. Se não modificardes o vosso tipo sanguí-neo, continuareis sendo o mesmo homem que semprefostes, que tendes sido até hoje.

Deveis rasgaras vestes que levais, o tecido da ignorância, o fundamento da maldade,

diz Hermes.O grilhão da corrupção, a tenebrÔsaprisão, a morte

vivente, o cadáver com senti'dos, o túmulo que levaisconvosco, o saqueador que habita convosco, e que, pelascoisas que ama, odeia-vos e, pelas coisas que odeia, tem

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ciúme de vós.

Isso é oque deveis aniquilar!Tal é a veste inimiga pela qual estais envoltos, a veste

que, impedindo-vos de respirar, puxa-vos para si, parabaixo, para que não volteis a ver e, contemplando a beleza da verdade e o bem que nela reside, não comeceis aodiar a sua maldade e compreender as ciladas que ela vosprepara.

Descobri, pois é o que vos deseja Hermes Trisme-gisto,as ciladasque a maldade vos arma:

Ela torna os vossos sentidos insensfveis, fechando-oscom uma abundância de matéria e enchendo-os de voluptuosidade pecaminosa, a fim de que não ouçais o queprecisais ouvir e não vejais o que tanto precisais ver.

Esta é uma linguagem clara, não é verdade? Por issonão compreendamos mal oque se segue.

Assim como se trata de um Deus-em-vós,em vossomicrocosmo, assimtambém se trata de um mal-em-vós.E, mediante esse malque é vivente, negais o Deus-em-vós,o qual se encontra aprisionado em vosso microcosmo.Aceitai isso, ainda que seja desagradável. Aceitaique omal que experimentaisnão está fora de vós,que ele nãovem a vós de uma entidade que está fora de vós. Nãopenseisque algum outro vos possa causar mal sem a vossacooperação causal. O malque em vós se manifesta e o malque um outro vos causa andam perfeitamente passo apasso com as forçasdo mal existentes em vós.

O mal estáem todos, e1eé próprio da personalidade.

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Pode-nos reger e nos regerá, e nisto, infelizmente, senti-mos satisfação,enquanto agimos pela nossa cultura san-

guínea.Se, pois, não vos recobrais radicalmente, muito radi-calmente, ficais pendurados nessa situação, a qual vosrebaixa e oprime. A corrente da vida deve fluir atravésda Cidadede Nephrite, atravésdo santuário da cabeça!Então os poderes sensoriais novamente setornam sensí-

veis à Luz, deles é afastada a matéria e o prazer pecami-noso desaparece.Qual o significado disto, aqui?Hermes nãotem em vista o desregramento sexual ou

a degeneração. Nada disso é mencionado nessetão pro-fundamente sério discurso. O prazertem dois signifi-cados: o do prazer dos sentidos e odo prazer da alma.No holandês antigo a palavra prazer, ou agrado, era fre-qüentemente utilizada no segundo significado, assimcomo no Salmo 36: " ... e os farás beber da corrente dastuas dei ícias" e,em outro lugar: "Deus tem em nósagrado".

O prazer pecaminoso significa principalmente oagrado e ocontentamento com a própria vida de ações epensamentos, assimcomo o demonstramos mediante anossa própriacultura sanguínea; vida de ações e pensa-mentos que resulta do tipo sanguíneo, conservadacomalegria. Quem se dá prisioneiro ao seu própriotipo san-guíneo e a sua própria cultura sanguínea estátambémcompletamente aprisionado sensorialmente e pratica omal pensando fazer o bem, e nistoencontra satisfação.Essa é a fatal embriaguezdo prazer pecaminoso. Nãopodeis censurar Hermes Trismegistopor não se exprimir

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claramente.Se perceberdes o quanto a maldade da ignorãnciaé

inerente ao estado humano nascido da natureza e causada turbação da consciência, fato esse que caracteriza avida dialética toda, então perguntareis:

Como podemos escapar desse estado?

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v

KARMA-NEMESIS E O CAMINHO DA REDENÇAO

Nãopermitais, pois, serdes arrastados pela violênciada corrente, mas deixai que aqueles dentre vós,que estãoem condições de atingir o porto da salvação, usem acontracorrente paranele entrar.

Buscai Aquele que vostomará pela mão e vosconduzirá pelas portas da Gnosis, onde irradia a clara luz, naqual não há trevas; onde ninguém está embriagadÓ,mastodos são sóbrios e elevam o coração para Aquele quequer ser conhecido. Porém, sabei: Sua voz não pode serouvida, nem Seu nome ser expresso, nem podem olhos

materiais contemplá-Lo; só a Alma-Espírito está em condições de fazê-/o.

Por isso, deveis primeiramente rasgaras vestes quelevais, o tecido da ignor§ncia, o fundamento da maldade,o grilh/io da corrupção, a prisão tenebrosa.

Como podemos escaparàs garras do nosso própriotipo sanguíneo e o conseqüente turbamento da cons-ciência?

A resposta de Hermes diz:

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"Buscai Aquele que vos tomará pela mão e vos con-. duzirá pelas portas da Gnosis".

D e v e m o ~ .então, procurar um professor, um mestre,um adepto que nos aceite como alunos, como se costumafazer de acordo com a conhecida receita, como se costu-ma fazer por toda a parte desta natureza? Devemos, por-tanto, aceitar ligações pessoais? Devemos sair à procurade alguém a quem possamos seguir como autoridade?

Não, trata-se Dele, que unicamente podemos ver porintermédio da Alma*-Espírito. Trata-se Dele, cuja voz nãopode ser percebida com o ouvido orgânico, cujo nomenão pode ser proferido mediante a faculdade da fala e queo olho material não pode ver. Trata-se Dele, que a vós ouem vós não se manifesta com um ou outro método da

esfera* refletora. Trata-se Dele, denominado Pimandro*ou Alter Ego, o Outro, o Espírito!

r: esse guia, impossível de ser achado no plano hori-zontal da dialética, que deveis buscar. Ele vos quer tomarpela mão. Esse Outro podeis unicamente experimentar ever, de modo muito particular, pela Alma-Espírito, queé

a unidade entre a consciência do Espírito e o coraçãopurificado na Gnosis.Quando abrirdes o coração à Luz das luzes, abrir-se-á

a rosa do coração, e a cor e o perfume da rosa vos conso-lará. Ao seguirdes essa Luz em seu propósito e segundo oseu ser e (através de todos os obstáculos) assim a fizerdes

circular pelo vosso sistema, em .sentido oposto à correntesanguínea turbadora, então podereis firmar, conforme jáconsideramos anteriormente, o núcleo da Luz no C()raçãoceleste, no espaço aberto atrás do osso frontal. Prepa-

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rareis de modo certo a câmara superior, a câmara purpú-rea na cidade de Nephrite; e Pimandro, despertado dosono da morte, ocupará o seutrono nessa câmara superior

e celebrará convosco a SantaCeia_Celebrar uma Santa Ceia só tem verdadeiro sentido

se ela puder ser celebrada na câmara superior. Pimandro,esse Deus-em-vós,então vos conduzirá aos portais daGnosis, aos portais da Cabeça Aurea, onde brilha a claraLuz e onde não há treva alguma; onde ninguém está em-

briagado, mas perfeitamente lúcido.

Se quiserdesentrar nesse portal,se quiserdes liberarem vós esse reino, devereis primeiramente reduzir a fran-galhos a veste da ignorância, a veste da renegação diária, aveste da qual vos falamos tão enfaticamente. Nisto con-

siste o ponto central detodo o discipulado da EscolaEs-piritual da Rosacruz Aurea. Se há sinceridade em vós,então deveis estardiariamente ocupados em esfrangalharessa veste. O vosso próprio tipo sanguíneo, a vossa pró-pria cultura sanguínea e, assim, o vosso individualismodialético, pelo qual se explicam o vosso caráter e toda a

vossa conduta, devem ser aniquiladospor vós; deveis,pois, transformar-vos diariamente.Mediante a vossa habitualconduta diária e os vossos

atos costumeiros, quese explicam pelo vossotipo sanguí-neo, renegais o Deus-em-vos. Não estamos pensando aquiem nenhuma conduta esquisita ou maldade particular,

nem em coisas más. Não; pensamos muito enfaticamenteem vossa conduta comumdiária, a vossa conduta na vida,tal como ela se explica pelo vosso caráter, vosso ser, vossotipo sanguíneo.

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Essa atitude de vida é a força nuclear do pecado, acausa da abominação, segundo Hermes. E quando na Es-cola falamos, em conjunto, sobre a endura•, sobre a elimi-nação do eu_ natural, sobre o perder-se transfiguristica-mente no O u t r o ~isso não é nenhuma proposição superfi-cial, claramente reconhecfvel, algo como sendo um meiopara se chegar a um fim; mas tudo isso possui um sentidomuito profundo, que ataca todo o nosso ser sanguíneo.A maldade da renegação, que se exterioriza em vosso tipo

sanguíneo, não podeis sacudi-la para fora assim tão sim-plesmente por um ato da vontade, dizendo: "Já não voumais fazer isto ou aquilo". Não, isso requer intensa luta'Pois o vosso tipo sanguíneo é completamente uno com ouniverso dialético.

A maldade da ignorância, a maldade da renegação éatmosférica, por conseguinte, inteiramente una com o sere com as leis do universo dialético. Se desejais compreen-dê-lo bem, então podeis buscar conselho no Quarto Livrodo tesouro hermético.

O grande espaço - assim lemos nesse l i v r o - o gran-

de espaço da Sétima Região Cósmica que denominamos oJardim dos Deuses, foi outrora, antes da alvorada damanifestação, uma imensa escuridão, no sentido de nãocriado, o caos, ou, como a Escritura Santa bem indica, oabismo.

Nessa escuridão havia unicamente a água da vida, a

substância raiz cósmica, Abraxas , isto é, os atributos doespaço. E, despontando o dia da criação, a santa luz ele-vou-se das trevas, liberaram-se os atributos da subst_ânciaraiz cósmica e, da natureza das trevas, separaram-se

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diferentes forças naturais, indicadas por Hermes comodeuses ou regentes*.

No inteiro campo do espaço ainda informe torna-ram-se distintos e visíveis sete forças, sete radiações, ossete raios do Esplrito sétuplo da onimanifestação, doEspírito sétuplo mediante os quais Deus, o Logos*, estáligado à sua criação e às suas criaturas.

Está claro que, sob a influência dessas radiações daLuz sétupla, toda a criação, em sua ilimitada multipli·

cidade de manifestações, desabrochou numa estupendaroupagem de cores e formas, enquanto que o Universo,ordenado pelo alento da criação, era mantido em movi-mento pela circulação de divinas radiações espirituais. Asforças dos planetas, os espíritos planetários em seus sis-temas criaram, de sua própria força, o que lhes fora dado

como incumbência; assim desenvolveram-se, por exemplo,sobre o nosso planeta, os vários reinos naturais.

Em todos esses reinos, por mais diferentes que sejamem formas, está encerrada a semente do renascimento. Navida que se desenvolvia por toda a parte, conduzida pelasradiações do Espírito Universal, oconjunto de tudo o que

se encontrava nesse imponente Jardim dos Deuses, deve·ria despertar naquilo do qual uma vez proviera, isto é, nopróprio Espírito Universal. Assim também apareceram,do regaço da eternidade, as entidades que outrora pude-ram ser chamadas, no verdadeiro sentido da palavra,homens.

A palavra homem deriva de Manas (I). que significa

( l) Em holandês a palavra "homem"se traduz como "mens"Em inglês "man", em alemão "Mensch".

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pensador, isto é, conhecedor da verdade e da sabedoria de. Deus, conhecedor do inteiro plano de Deus.

A essas entidades, a esses homens de outrora foidado, como in.cumbência, executar as leis divinas no vastoUniverso da Sétima Região Cósmica, realizar as obrasdivinas, converter em realidade o conhecimento do planode Deus com o auxílio daquilo que as criações dos deusesnaturais, os regentes, puseram a sua disposição. Tudo,mas tudo mesmo no Jardim dos Deuses foi posto à dispo-sição do homem. E a ele foi dado multiplicar-se por divi-são espiritual, isto é, como Deus de Deus, como Espíritodo Espírito. Desse modo, o inteiro universo da SétimaRegião Cósmica foi preenchido de magnificência.

Existe, porém, uma lei natural comum em vigor,uma lei que liga todas as coisas no vasto Universo, queune em um poder a total multiplicidade das criações,forças, movimentos e ações.

Essa lei natural pode ser designada como sendo aforça-chave. t um poder indizivelmente grande. Essaforça original, essa lei básica da criação é indicada namitologia como Nêmesis, o que quer dizer que essa forçaoriginal é e permanece imutável, que ela não pode serviolada. Por isso, no mundo do pensamento grego, Nême-sis é a deusa da justiça vingativa, a deusa que castiga ovício e pune toda a infração.

Outro nome dessa força original é k a r m a ~Essaforça original do Universo é, como princípio, perfeita eimutável. Por isso, em relação a Karma-Nêmesis, como édenominada, diz a Doutrina Universal:

"Karma-Nêmesis cria povos e mortais, mas, uma vez

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criados, são eles que transformam Karma-Nêmesis ou

numa fúria ou num anjo gratificador. Verdadeiramentesábio é aquele que reverencia Nêmesis".

Deveis compreender que essa força original da oni-natureza, em sua inabalável inflexibilidade,essa força,como Logos da natureza, garante de modo absoluto ogrande plano de Deus.

O Espírito de Deus emite um plano no abismo;mediante a força do Espírito são despertas as forças danatureza, o Universo entra em movimento e se manifesta.E existe um fator controlador: Nêmesis, que asseguratotalmente o grande plano de Deus.Némesisé uma forçaque não conhece nenhuma negociação, não irradia nenhu-ma sabedoria, nenhum bem e nenhum mal; ela nãoconhece nenhuma positividade, nenhuma negatividade; éuma força que só mantém a vontade do Logos irrom-pendo através de toda a influência divergente e contra-reagente.

Isto, bem considerado, é imponentemente esplên-dido!

O plano de Deus mantém-se eternamente; ele éindanificável,ele se cumprirá.

Mas, ao mesmo tempo, que indizível perigo se en-cerra nesse fato! Pois, quando transgredimos a lei de Nê-mesis, elanos corrige, aparece como a vingadora, como odestino. Destino, destino cego é o nome sob o qual melhor

a conhecemos em nossa ordem dialética, por isso, Nêmesisé mostrada como a deusa que traz uma venda nos olhos.

Então talvez compreendais o que ocorreu num lon-

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gínquo passado., Uma parte da humanidade desviou-se da sabedoria,

queé

doEspírito e pôs-se a fazer experiências demodoarbitrário. Imediatamente Nêmesisentrou em ação para

corrigir, pois Deus não abandonaas obras de Suas mãos.A lei natural corretora manifestou-se.

Assim foi inflamado o fogo fmpio no vasto Univer-so. A transgressão dalei foi respondida pelo fogodo des-tino, e nesse turbilhão, ohomem foi desligadodo Espf-rito. Nesse estado só era nominalmente homem, Manas,pensador.

Em sua falta de sabedoria, esse homem passou aservir os vários deuses da natureza. Porém, cada divin-dade planetária, cada força natural planetária se diferen-cia de todasas outras. Essas forças naturais, nada maispodem fazerdo que cumprir sua própria tarefa criadora.Considerandoque as forças planetárias são servidorasdahumanidade, então podeis imaginarcomo também asrelações entre as forças planetárias sãocontínua e total-mente postas fora de equilíbriopor uma humanidadedegenerada, e assim corrigidas pelo destino,por Nêmesis.

Desse modo, mundos perecem pelo fogo; a impie-dade invoca nova impiedade e forças da contranatureza.

Portanto, encontramo-nos, em nossa vida, naatmosfera da maldade da ignorância. Que ignorância?Ignorância concernente ao estadohumano original!

Cada microcosmo possuiem seu ser* áurico umaconta ainda não resgatadado destino, de Nêmesis,contaque temos de pagar até o último centavo.E, quando emnossa marcha fatal através da natureza*da morte, quita-mos essa dfvida, geralmentecontraímos outras logo em

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VI

A REALIZAÇAO DO PLANO DE DEUS

Novamente colocamo-vos perante Nêmesis,a deusada justiça punitiva, a deusa, a lei natural que em nossomundo é comumente denominada destino. Colocamo-vosperante a deusa com quem temos, assim como tambémtodos os nossos semelhantes, uma conta ainda a liquidar.

Seus avisos para a pontual amortização da dívidachegam-nos continuamente e possuem uma esfera de açãoem nosso sangue, em nossa vida em sua totalidade: des-tino, ameaça, dor, desgraça, debilidade, enfermidade,morte.

Nisso não há para Nêmesisnenhum prazer sádico,prazer de assim nos visitar, pois Nêmesisé a deusa queleva uma venda nos olhos. Ela corrige impessoalmente, eassim sempre o fará, enquanto não ingressarmos nova-mente na senda da verdadeira natureza humana.

Ao considerar tudo isso, podeis então fmaginar queindizível dor é imposta a este planeta, que sofrimento seestende sobre toda a humanidade, que padecimentoatinge todos os reinos naturais! Sim, o planeta inteirosobre o qual temos o nosso campo de vida, sofre insupor-táveis dores. E o fogo de Nêmesisprossegue desencade-

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ando-se raivosamente!Este é, portanto, o grande momento para chamar a

vossa atenção paraa extraordinária diretriz da GnosisUniversal em melo a todasas outras diretrizes que conhe-cemos neste mundo. Neste mundo um pergunta ao outro:"O que você é, a que religião pertence? Prefere filosofiaou ocultismo? Muito interessanteI " Assim tagarelamos,não é verdade? Isto porque estamos possu fdos pela mal-dade da ignorância, porque o nosso sistema-personali-dade e o nosso inteiro estado de ser estão completamentecristalizados, porque a nossa personalidade não tem maisnenhum vislumbre da magnificência dos homens originaisverdadeiros.E, devido a este estado, buscamos passatem-pos em meio a grandes dores e sofrimentosda humanida-de; procuramos nos ocultar detrás desses passatempos, eassim fazer como se. . .

Porém, precisamos compreender que, para realizaras exigências de Nêmesis, parase pôr de acordo com ela,só há um caminho, só pode ser aplicado um método: ocaminho, o método da Gnosis Universal. Outra soluçãonão existe!

A Gnosis não vos convida para tão-somente partici-pardes de um serviço enobrecedor e para estardes notemplo com uma fisionomia grave; ela não vos convidapara serdes unicamente membro fiel de uma comunidadeou para fazerdes orações e observardes prescrições e prá-ticas. A Gnosis não pede o vosso interesse unicamente.

Não;

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ela exige o vosso ser em sua totalidade!Ou trilhar a senda ou não trilhá-la! Tudo ou nada!Pode-se perguntar: é ainda possível estar-se em har-

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monia com alei original, com Nêmesis? Não terá progre-dido tanto a geral degenerescência,tornando completa-mente impossível o restabelecimento?

Se esse fosse o caso,então o vosso caminho de vida,considerado em relação ao objetivo, teria um caráterextremamente trágico e dramático. Dizemos "considera-do em relação ao objetivo" porque,se não o fizéssemosdesse modo, não mais sentiríeis o caráter dramático etrágico, não mais o perceberíeis como tais. Então, sóaceitaríeis a vida tal como elaé, como muitos o fazem.Acompanharíeis os outros segundo alei da auto-afir-mação, segundo alei do olho por olho,dente por dente.Consideraríeis a garrade Nêmesis com naturalidade, e vosconformaríeisà sua autoridade com um: "Sim, é avida!"

Se é assim que se passa convosco,então a Gnosisnada mais tem a vos dizer. Então ela nunca mais terá algoa vos dizer! Não mais podereis ultrapassar a vossa ,tur-bação, não mais podereis ser sábios. A Gnosis terá queesperar pela vossa morte, pela total dissolução da vossapersonalidade em vosso microcosmo.E, quando em seudevido tempo o microcosmo possuir uma nova personali-dade, a Gnosis repetirá a tentativa para alcançaresse obje-tivo. Porém, quanto tempo é preciso que decorra paraque as coisas cheguem atanto !

Por isso, diz Hermes:

Deixai pois reagir pelo menos aqueles que ainda

estão em condições de fazê-lo_

Numa Escola Espiritual Gnóstica associam-se princi-palmente pessoasque (como está tão bem expresso na

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paráfrase sobre oTao Te King de Lao-Tsé, porC. v.Dijk) "sentem dores no ego".

No que precedeu, tivemos de vos dizer coisas que,possivelmente, vos causaram dores. Mas, apesar disso,trata-se de sabermosse vos feri mos até sofrerdes dores noego! Muitos padecem de forma insuportável, porém,sobre eles ainda fulgura ese reaviva o ego, o eu dialéticonuma tentativa para escapar desse sofrimento, de uma oude outra maneira. Quando também a Escola é obrigada adeclarar verdades para levar os seus alunosà percepçãolibertadora, verdades que causam pesares ao ser natural,então pode acontecer que alguns delesse endureçam noeu e procurem escaparà desdita de maneira diferente daindicada pela Gnosis.

Quandose diz que muitos sentem dores no ego, istosignifica queeles estão cheios de pesares e sem nenhumaesperança em relação a todos os aspectos de seus seres-eu,suas consciências. São os que percebem o desenrolar dascoisas dialéticas, desenrolar de tal modo trágico, dramá-tico e tão completamente desumano, quese revoltam eprocuram uma sarda. Talvez ainda nada saibam a respeitode uma Nêmesisque corrige, mas se tornam intuitivamen-te conscientes de que a geral condição da vida é comple-tamente falsa, é errada, sem esperança.

Então buscam a senda,enquanto sofrem no egodores cada vez mais fortes.E, quando encontram a senda,não vacilam, elesseguem, direta e resolutamente, acei-tando todas as conseqüências, pois, essas pessoas sentemque o trilhar a senda é a solução, a única possibilidade,a viagem cheia de alegria para o lardo Pai.

Felizes sois se é isso que se passa convosco, pois

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então valem também para vósas últimas palavrasdoQuarto Livro:

E este é para elas, desde o IniCIO, o caminho: elascolhem experiências da vida e assimilam sabedoria em re-lação a sua determinação do Fatum, resultante da marchacircular dos deuses,· e finalmente elas sfJo libertas edeixam na Terra grandes monumentos como lembrançasdas obras elevadas que, como libertas, realizaram.

E tudo o que na marcha do tempo deslustra e espa-lha a treva: toda a existência da carne animada e da ge-raçfJo à maneira do jovem animal, tudo o que o homemrealiza, tudo isso que faz definhar será renovado peloFatum, pela renovaçfJo dos deuses e da marcha circular danatureza, quando o seu número se tiver tornado comple-to, pois o divino é o Todo cósmico, fundido em unidade,renovado pela natureza, porque também a natureza estáancorada na onipotência de Deus.

Tentemos analisar essas palavras, a fim de que, apóstodas essas primeiras coisas e fatos opressivos quefoi

necessário expor para vós, possais receber um positivo"pare!" e uma visão clarado caminho que a Jovem Gno-sis segue comos seus alunos.

Precisais compreender que aqui não se trata de expe-riências da vida e de sabedoria no sentido comum da pa-lavra. Nos santuáriosdo coração e da cabeça está a sede

de uma vida muito especial e exclusiva, uma vida quetalvez ainda dormita em vós, mas nem por isso menospresente.

Vosso coração sétuplo - como aMãe fsis - t e m o

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po?er de manifestar essa vida, vivê-la e nela ingressar. Aovosso coração celeste no santuário da cabeça,à sala pur-púrea na cidade de Nephrite édado participar da única eabsoluta sabedor{a,tão logo tenhais ingressado nesta vida.

Podeis receber imediatamente esse"nascimento emBelém" e essa conquistado Gólgotase quiserdes rasgar, semperda de tempo, a veste da ignorância, a veste da rene-gação, o vosso ser sangu fneo, a veste da vossa cultura san-guínea, atrás da qual estais entrincheiradoscomo nasmuralhas de uma fortaleza. Precisais levar aomatadouro

todo o vosso caráter,toda a naturezado vosso pensamen-to e das vossas atividades, vossaentidade nascida da maté-ria. Esse é o fundamento da vossa maldade, essas são ascadeias da corrupção, a prisão obscura, a morte vivente, ocadáver com órgãos, o túmulo que levais convosco. Pre-cisais aniquilar fundamentalmente, com início imediato,sim, com início imediato, todas essas conseqüênciasdo

vosso conflitocom Nêmesis, do vosso e dos vossos ante-cessores no microcosmo, pois a nova manhã acena. Onovo reino gnóstico tornou-se realidade e manifesta-senuma poderosa experiência vivente que cresce sem cessar.

Quereis participardo novo reino? Quereis pertencera ele? Só o podereisquando dispuserdes de um novo ser,quando tiverdes aberto, de parem par, os portais da vida,portais que aindadormem em vós.

Por isso, o que foi discutido, o expusemos a vossaconsciência numal i n g u ~ e msem rodeios, pois trata-se deque possais preparar-vos atempo para as bodas, que de-verão ser festejadas,as bodas com o cordeiro,as bodas*al-qu ímicasdo nosso pai-irmão Cristão Rosacruz.

Abri o coração sétuploà luz da Gnosis e procurai,

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dentro do mais curto prazo possível, fazer circular emvós essa luz, mediante uma atenção contínua e concen-trada. Vivei de maneira nova com todos os vossos seme-lhantes. Quando isso fizerdes, quando assim puserdes aLuz em circulação, levantar-se-á do seu túmulo o libertoPimandro e assentar-se-á em seu trono no coração celeste.E, desse momento em diante, o Espírito, o Deus-em-vós,assumirá a direção da vossa vida.

Compreendei, sobretudo, que não estamos fazendonenhum sermão para vós, que não tencionamos apresen-tar-vos novamente um outro aspecto de nossas propo-sições. Trata-se de que compreendais e leveis consciente-mente convosco esse saber: o tempo da realização, noverdadeiro sentido da palavra, o tempo da colheita donosso perfodo chegou.

Se quereis seguir o caminho da Gnosis, então estámais do que claro que precisais recompor a harmoniaentre vós e Nêmesis, entre vós e a lei original da naturezado Jardim dos Deuses! Só assim podeis quebrar a trajetó-ria circular dos d e u s e s ~dos eões*naturais, a trajetória cir-cular que vos mantém prisioneiros. Os eões naturaispermanecem, eles permanecerão até a eternidade e reali-zarão a sua tarefa. Porém, quando entrardes em harmoniacom a lei original, todos os eões naturais, todas as forçasque vos circundam e vos inquietam, que vos mantêm pri-sioneiros serão reduzidos a nada, quanto a sua influênciaperniciosa em relação a vós e ao grande conflito

convosco.A renovação dos tempos acontece não apenas em

determinados períodos, em conseqüência da marcha dossete raios com o mundo, mas essa renovação pode reali-

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z a r ~ s eimediatamente no ser humano, no momento emque ele puder procurar e encontrar sinceramente a únicavida e a única verdade e viver em harmonia com Nêmesis.

Prestai atençãoàs conseqüências disso.

A filosofia hermética concede-vos uma vista maisampla sobre os resultados que se manifestam ao seguirdes,vós e um número crescente de outros, a senda da liber·tação edo restabelecimento.

Quando ingressardes no mundo do estado dealmavivente, sereis imediatamente libertos da roda* do nasci·mento e da morte. A alma não mais estará agrilhoada àcarne na natureza dialética.E, quando muitos se des·prenderem da roda do nascimento e da morte, diminuirãoos nascimentos em carne animada, a natural conservaçãoda espécie e toda a arguciosa atividade dos homens, ativi·dade que está relacionada a esse nascimento e a essa con·servação.

A Terra, como planeta de natureza dialética som-bria, despovoar-se-á cada vez mais. Como a natureza sem-pre procura satisfazeras necessidades de suas criaturas, aoiniciar-se esse período, ao "se completar o número degiros da natureza", a Terra entrará num período derepouso, num período de restabelecimento, de equilíbriocom o Logos. Tudo o queé materialmente grosseirodesaparecerá, etudo o que a natureza torna obrigatórioe necessário deixará de existir.

Se trilhardes a senda,se a trilhardes como grupo,esse desenvolvimento se apressará. Então os eões naturaisse renovarão peloFatum, e os giros da natureza recome-çarão, porém em caráter diferente.

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Assim, do período de descanso e do desapareci-mento do antigo, despertará novamente o nosso renovadoplaneta-mãe, pois nessa ocasião a Terra toda terá nova-mente entrado em equilíbrio com a lei original, comNêmesis, com a deusa da justiça divina.

Só então se realizará em relação ao nosso sombrioplaneta e seus sombrios moradores, o plano de Deusconforme sua verdadeira natureza. Esta Terra ter-se-átornado novamente a Terra Santa, um campo de tra-balho divino, ilimitado, do qual, por isso, diz a EscrituraSanta: "Que a Terra toda se encha com a magnificênciade Deus".

Os nascimentos e todas as obras de Deus sobre aTerra serão restabelecidos, isto é, restabelecidos em seuperfeito sentido! Nenhuma carne animada em sentidodialético, mas seres-alma viventes possuirão hereditaria-mente a Terra toda, a fim de se dedicarem inteiramente aesse campo de trabalho e utilizá-lo para suas tarefas.

E, assim, tudo o que no decorrer dos tempos perdeuem resplendor e ganhou em opacidade, tudo o que fene-ceu no conflito com a tarefa divina, será renovado peloFatum, pela renovação dos deuses e pela circulação danatureza e novamente entrará em equilíbrio com oLogos.

Pois o divino é o Todo cósmico, fundido em unida-d e ~ renovado pela natureza, porque também a naturezaestá ancorada na onipotência de Deus.

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VIl

O PROFUNDO CLAMOR DA GNOSIS UNIVERSAL

"De maneira que, irmãos, somos devedores, não àcarne para viver segundo a carne. Porque, se viverdessegundo a carne, morrereis; mas, se pelo espírito mortifi-cardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos os quesão guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos deDeus. Porque não recebestes o espírito de escravidão,para outra vez estardes em temor, mas recebestes o espí-rito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Abba, Pai.O mesmo Espírito testifica com o nosso espírito quesomos filhos de Deus. E, se nós somos filhos, somos logoherdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de

Cristoi se é certo que com ele padecemos, para que tam-bém com ele sejamos glorificados.

"Porque para mim tenho por certo que as afliçõesdeste tempo presente não são para comparar com a glóriaque em nós há de ser revelada. Porque a ardente expecta-tiva da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.

Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua von-tade, mas por causa do que a sujeitou. Na esperança deque também a mesma criatura será liberta da servidão dacorrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.

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Porque sabemos quetoda a criação geme e está juntamen-te com dores de parto até agora.

E não só ela,_mas nós mesmos,que temos as primí-cias do Espírito, também gememosem nós mesmos,esperando a adoção, a saber, a redençãodo nosso corpo.Porque em esperança somos salvos. Ora, a esperançaque

se vê não é esperança; porque o que alguémvê, como oesperará? Mas,se esperamos oque não vemos, com pa-

ciência o esperamos. E da mesma maneira também oEspírito ajudaas nossas fraquezas; porque não sabemos oque havemos de pedir como convém, mas o mesmoEspírito intercedepor nós com gemidos inexprimíveis.E aquele que examina os corações sabe qual é a intençãodo Espírito; e é ele que segundo Deus intercede pelossantos. E sabemos quetodas as coisascontribuem junta-mente para o bem daquelesque amam a Deus, daquelesque são chamadospor seu decreto. Porque osque dantesconheceu, também os predestinou para serem conformesà imagemde seu Filho, a fim de que ele seja o primogéni-to entre muitos irmãos. E aosque predestinou a estestambém chamou; e aosque chamou a estestambém justi-ficou; e aos que justificou a estestambém glorificou."

Está para nós evidente, nessa citação, porque,comodiz a Escritura Sagrada, "reina alegriapor um pecadorque se converte".Quando a humanidade decaídase voltarpara as velhas sendas da salvação e novamente buscar avida e a sabedoria,quando ela novamenteencontrar avida e a sabedoria,então será totalmente revogado o direi-to de continuidade da dialética! Entãotambém esta

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dialética desaparecerá por completo após um período dedescanso e restabelecimento da Terra-Cosmo_ O inteiroespaço da sétima região cósmica poderá ser novamenteindicado, em toda a sua amplitude, como sendo o Jardimdos Deuses. Para tanto, a Gnosis é o caminho, a verdadee a vida.

Tornemo-nos, pois, também profundamente consci-entes do maravilhoso significado das coisas e valores comas quais nos confrontaremos tendo como base a filosofiahermética.

O caminho da Gnosis não significa unicamente avossa salvação, mas, ao mesmo tempo, a salvação da hu-manidade edo mundo, no verdadeiro sentido da palavra!Por isso, também precisais atentar bem para, no supraci-tado trecho do capítulo 8 da Carta aos Romanos,aspalavras: "Porque a ardente expectativa da criatura esperaa manifestação dos filhos de Deus".

A inteira criação - isto é um axioma - está agorasujeita à corruptibilidade e em conseqüência disso, elageme e sofre dores de parto até o presente.

Toda a criação- e não há necessidade de nenhumademonstração - depende completamente de vós e de nós.Todos nós, separadamente e em conjunto, possuímos emnossas mãos, devido ao nosso ser, o destinodo mundo eda humanidade. Por isso, é necessário também falardonovo reino gnóstico, pois, não estamos unicamente diri-gidos para a nossa própria salvação, mas devemos compre-ender muito bem que a Gnosis existe para o mundo epara a humanidade.

Assim, também precisais apanhar e compreenderprofundamente o enorme significado da Gnosis e a vossa

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con<;luta para com ela, e que o nosso chamado não ten-ciona estimular-vos a também acompanhar-nós. Nossochamado transmite:vos o profundo clamor da Gnosis* Uni·versai, o profundo clamor da inteira criação! Oprofundoclamor para cooperar ativa e energicamente na revelaçãodos filhos de Deus. E:, pois, óbvio que, quando o chamadoencontra ressonância em vós, deveis começar por vósmesmos. Como poderíeis auxiliar homens decaídos a setornarem novamente filhos de Deus, se vós mesmos aindavos debateis no lodaçal da dialética?

Queremos, por fim, uma vez mais chamar a vossaatenção para o versículo 16 do Quarto Livro Hermético,onde é dito que o divino se revela quando o Todo cósmi-co, confluindo para a unidade, é renovado pela natureza.O Ensinamento Universal, as Escrituras Sagradas de todasas épocas falam, de todos os modos possíveis, da especialatividade da confluência para a unidade, atividade que, detempos em tempos, se faz valer fortemente. Ela se pro-cessa mediante uma transformação da atmosfera, o apare-cimento da luz crística na atmosfera: "O aparecimento doFilho do Homem nas nuvens do céu".

Nos últimos anos tivemos de falar bastante acerca donovo campo* astral que se estendeu sobre o novo reinognóstico. Esse é um indício do advento da renovação danatureza, que se manifesta nos irmãos e irmãs que se sin-tonizam perfeitamente com as suas vibrações, e, em

conseqüência, essa nova natureza existirá novamente nadivindade. O novo reino gnóstico é o primeiro v i s l u m b r ~

da vinda da magnificência. E, nessa luz, também precisa-mos considerar os acontecimentos de alguns anos passa-

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dos, acontecimentos na vida da Escola Espiritual da Rosa-cruz Aurea. Pensamos aqui, por exemplo, na construção ena consagração dos novos centros-de-força da Jovem Fra-ternidade Gnóstica:

22 de dezembro de 1957 - consagração do grandeTemplo de Haarlem;

8 de março de 1958 - consagração do Centro de Confe-rências "Lar Cristão Rosacruz", em Calw, FlorestaNegra (Alemanha);

29 de junho de 1958 -consagração do Centro de Confe-rências da juventude "Noverosa", em Doornspijk/Nederland (Países Baixos);

11 de outubro de 1958 - consagração do Centro deConferências "Galaad " , em Ussat-les-Bains/Ornolac,Ariége (França).

Pois bem, com o auxílio da corrente* gnóstica uni-versal que se manifesta no novo campo astral, podeis rea-lizar o grande processo de libertação, da conversão do queé profano, do que é mortal no que é imortal, no que édivino, para a realização da vossa verdadeira vocação e aserviço de Deus, do mundo e da humanidade.

A primeira coisa necessária para isso é que rasgueis aveste que trazeis, a veste da ignorância, a roupagem damaldade da renegação. Confiai-vos à luz da Gnosis e abrios sete ventrículos do coração, abri-os de par em par.

Aplicai o machado em vossa atitude de vida, aplicai-o emvosso tipo sanguíneo e começai a fazê-lo hoje, imediata-mente. E, se já antes começastes com esse trabalho, conti-nuai com ele com nova força e nova intensidade, pois

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sobre isso baseia-se todo o vosso discipulado.Cravemos a espada em nosso próprio ser paraesfran-

galhar a veste da ignorância, a veste da maldade da rene-gação.

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VIII

O QUINTO LIVRO

UM DISCURSO DE HERMES A TAT

1. Faço esta exposição, meu filho, em primeiro lugarpor amor. aos homens e por respeitosa devoção aDeus.Porque não há piedade mais sincera do que a de ob-servar as coisas essenciais e de agradecer Aquele quetudo isto criou, o que nunca cessarei de fazer.

2. Mas, se aqui nada há de real e veridico, Pai, que deveo homem fazer para viver de modo justo?

3. Viver uma vida de serviço a Deus, meu filho!Quem é verdadeiramente piedoso, amará a verdadeacima de tudo; porque, sem amor à verdade, é im-possivel atingir a máxima devoção a Deus.Quem obteve a compreensão da essência do Todo eaprendeu a compreender como tudo é reunido numa

ordem, e por quem, e a favor de quem, agradecerápor tudo isso a Deus, o demiurgo o mestre-constru-tor do mundo, como o todo-bom Pai, que o cumulade beneficias e o protege fielmente.

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4. · E ao confessar a sua gratid!Jo, ele será piedoso; egraças à sua piedade ele saberá também onde está a

verdade e quem ela é; e, mercê desse entendimento,a sua diretriz piedosa continuará a aumentar.

5. Porque nunca, meu filho, a alma, mesmo no corpo,poderá deslizar para o oposto, quando ela tem dimi-nuído o seu fardo de dívidas, a fim de compreendero verdadeiro bem e o ver/dico.

6. Porque quando a alma aprende a conhecer Aqueleque a criou (quando ela encontra Pimandro no es-paço aberto), fica preenchida de um amor incomen-surável, esquecendo todo o mal, e não mais pode serseparada do bem.

7. Esse, meu filho, deve ser o objetivo da piedade.Se tu voltas a esse estado, vives de modo justo emorres em bem-aventurança, tua alma certamentesaberá para onde dirigir o seu vôo.

8. Este, meu filho, é o único caminho para a verdade,que também trilharam os que nos precederam e,através do qual, obtiveram o bem.

9. Sublime e plana é essa senda, porém difícil e árduapara a alma trilhar enquanto estiver no corpo.

1O. Porque, antes de mais nada, ela tem de lutar contrasi mesma, operar uma grande separação e deixar auma parte dela a vitória sobre si mesma. Porque

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surge entre uma parte e duas outras um conflito doqual a primeira procura fugir, enquanto as duas aarrastam para baixo. A conseqüência é luta, umgrande confronto entre aquela que quer fugir e asduas outras que se esforçam em conservá-la embaixo.

11. Não é indiferente, porém, que uma parte vença, ouas duas outras, pois uma aspira intensamente ao bem,enquanto as duas outras coabitam com a {)erdição;

12. uma deseja, com saudades, voltar para a liberdade;as duas outras abraçam a escravidão.

13. Quando as duas são vencidas, ficam fechadas em simesmas, i nativas e solitárias, abandonadas por aque-

la que, então, reina. Se, porém, uma for vencid_a,será arrastada como prisioneira pelas duas outras,despojada de tudo e castigada pela vida que é força-da a viver.

14. Eis, meu filho, este é o guia na senda que conduz àliberdade: deves primeiramente renunciar ao corpoantes que ele morra e vencer a vida que está impli-cada na luta; e, quando obtiveres esta vitória, devesvoltar para o alto.

15. Agora, meu filho, juntarei as coisas essenciais embreves frases capitais: compreenderás o que direiquando te lembrares do que já te disse.

16. Tudo o que realmente é, é movido; só o que não é,

é imóvel.

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riência; tudo o que recolhe experiência, sofre.

28. Tudo o que está sujeitoà

dor, está também sujeitoà alegria, a saber, a criatura mortal; nem tudo o queconhece a alegria conhece também a dor, a saber, acriatura imortal.

29. Nem todo o corpo está sujeito à doença; cada corposujeito à doença está também sujeito à dissolução.

30. O Nous *está em Deus; a razão está no homem; arazão está no Nous; o Nous não é suscetfvel de sofri-mento.

31. Nada no corpo mortal é verdadeiro; no incorpóreonão há mentira alguma.

32. Tudo o que veio a ser é mutável; nem tudo o queveio a ser é perecfvel.

33. Não há nada de bom na Terra; não há nada de mauno céu.

34. Deus é bom; o homem é mau.

35. O bem opera de sua própria vontade; o mal operainvoluntariamente.

36. Os deuses determinam boas obras para bons fins.

37. A boa ordem é elevada justiça; a boa ordem é a lei.

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38. · A lei divina é o tempo; a lei humana é o mal.

39. O tempo é a rotação do mundo; o tempo é o destrui-dor do homem.

40. Tudo o que está no céu é imutável; tudo o que estána Terra é mutável.

41. Nada no céu é sujeito e dependente; nada na Terraé livre.

42. Não há nada que o céu não saiba; na Terra não háconhecimento.

43. O terrestre não participa do céu.

44. Tudo o que está no céu está acima de toda a máculae ignomlnia; tudo o que está na Terra é para sedesprezar.

45. O divino não é mortal; o que é mortal não é divino.

46. O que é semeado, não nasce em todos os casos;o que nasceu, certamente foi semeado.

4 7. Para o corpo dissolúvel valem dois espaços de tempo:o da concepção até o nascimento e o do nascimentoaté a morte. Para o corpo impereclvel, o tempo temsomente u m começo: a criação.

48. Os corpos dissolúveis crescem e decrescem.

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49. A matéria dissolúvel gira dentro dos contrastes: ovir-a-ser e o aniquilamento. A matéria imperecívelrealiza mudança em si mesma ou se transforma emseu equivalente.

50. Onascimento do homem é o começo de uma morte,·o morrer de um homem é o começo de um nasci-mento.

51. O que nasce, morre_- o que morre, igualmente nasce.

52. Das coisas essenciais algumas estão em corpos,· outrasno mundo das idéias_- outras, no mundo das forças.O corpo está também no mundo das idéias, mas aidéia e a força estão também no corpo.

53. O que é divino não participa da corruptibilidade, eo mortal não participa do divino.

54. O mortal não vem num corpo imortal_- o imortal,porém, vem nas partes mortais.

55. As forças reveladoras de Deus não se dirigem paracima, mas para baixo.

56. Tudo o que se realiza na Terra não é de utilidadealguma para as coisas do céu, mas as coisas do céusão da maior importância para o que pertence à vidaterrestre.

57. Océu é o lar onde aqueles que levam o corpo impe-

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. recível recebem as boas-vindas; a Terra é a moradade corpos mortais.

58. O terrestre é destitu1do de razão,· o céu é conformea razão divina.

59. As harmonias do alto servem como fundamento docéu,· as determinações da lei na Terra são impostas

aela.

60. O céu é o primeiro elemento; a Terra, o último.

61. A providência é a ordem divina,· o Fatum é o servidor da providência.

62. O acaso é uma irrupção cega e desordenada, a imagem ilusória de uma força, aparência mentirosa.

63. Oue é Deus? O imutável bem que nunca desvia.Que é o homem? Um mal que sempre se contorce.

*64. Se mantiveres na mente essas frases cap1ta1s, não

será difícil para ti lembrar as exposições que já tedei extensamente,· porque essas frases capitais constituem o resumo delas.

65. Evita, porém, o cantata e as discussões com a grandemassa,· certamente não para lhes sonegar tuas rique.-zas, mas antes porque a massa te julgará rislvel, poissemelhante atrai semelhante, mas o dessemelhante

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nunca é amado pelo dessemelhante.As palavras que te disse só atraem extremamente

poucos ouvintes de boa vontade ou talvez nem mes·mo esses poucos. Essas palavras têm, além disso, esteaspecto particular: estimulam os maus à maior mal-dade. Por isso, é necessário que te cuides da massa,visto que ela não compreende a força e a glória liber-tadoras do que te foi transmitido.

66. Que queres dizer com isso, Pai?

67. O seguinte, meu filho: toda a vida animal dos ho-mens é extremamente inclinada ao mal. Nela o malé inato, e se regojiza, por isso, nele.

68. Quando esse ser animal aprende que houve um diaem que o mundo foi criado, e que tudo se realizasegundo a determinação da providência e do Fatum,visto que o destino ( 1) atribu /do reina sobre tudo,não achas que issoserá ainda pior?Pois, quando esse ser despreza o Todo porque umdia foi criado e atribui as causas do mal ao destinoque o tocou, ele finalmente não mais se absterá decometer qualquer ato mau.

69. E, por isso, deves estar vigilante no tocante à massa,a fim de que, no estado de sua ignorância, e pormeio do que interiormente não possa compreender,se torne menos má.

( 1) Karma-Nêmesis

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IX

A LEI PRIMORDIALDOS MISTERIOS .GNOSTICOS

Vamos falar-vos acerca do Quinto Livrode HermesTrismegisto.

O seu começo é uma declaração de verdadeiro amora Deus e a toda a humanidade, declaração que é um axio-ma, a receita para uma verdadeira vida libertadora. Con-cluímos imediatamente, que o conhecido relato evangé-lico, que encontramos na Bfblia e que está em relaçãocom o acima mencionado, é obviamente hermético.

Alguém se aproxima de Jesus e pergunta: "Qual é oprimeiro e o mais importante mandamento?"

Jesus responde: "Ama a Deussobre todas as coisas eo teu próximo como a ti mesmo. Esta é", assim certificaJesus, o Senhor, "toda a lei e os profetas". E a chavedaentrada que leva à vida libertadora; é, portanto, umaxioma hermético.

Colocamo-nos, agora, diante dessa evidência irrefu-tável a fim de examiná-la mais de perto e com relação aela (pois é disto que se trata), examinarmo-nos a nósmesmos.

"Ama a Deus sobre todas as coisas e o teu próximo

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como a ti mesmo." Cumpris essa lei básica dos mistériosgnósticos 7 Diante dessa pergunta é possível que levanteis

uma queixa, queixa que é tão velha como o próprio mun·do dialético. Ouvimos essa queixa no segundo versículodo nosso texto:

Mas, se aqui nada há de real e ver/dica, Pai, que deveo homem fazer para viver de modo justo?

Como é possível nos orientarmos perfeitamentesegundo a clássica lei básica se o mundo é como é?l Con·sideramos desnecessário dar-vos alguma descrição daordem mundial dialética. Já a descrevemos repetidasvezes. Aliás, hoje em dia sois colocados diante de tantasnuvens sombrias, que será suficiente apenas indicá-la.Essa queixa a conheceis, ela é completamente una conos·co Cada um de nós a conhece de sua própria vida deexperiências.

Quando um homem se decide a seguir fielmente asinstruções da lei básica gnóstica, logo chega a descobrirque existem grandes obstáculos a transpor. Quando, porexemplo, pensais no amor ao próprio eu, no amor a simesmo, em nós sempre predominante; quando pensais noódio, que é a conseqüência de toda a auto-afirmação, nasinúmeras diferenças existentes nas normas de vida, asquais, em sua grande maioria vos enchem de desgosto;quando pensais nas inúmeras orientações existentes nomundo que vos enchem de temor, então fica perfeitamen-te patente que um perfeito amor ao próximo, praticadoespontaneamente, vai tropeçar em vós em muitas dúvidas,em muitos obstáculos invencíveis.

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O que é preciso fazer-se para, a despeito disso, che-gar-se a estabelecer o equilíbrio com a lei básica dos mis-térios gnósticos e receber a chave da vida libertadora?

Hermes diz que nós, vivendo num mundo fenomê-nico, devemos procurar penetrar no âmago desses fenô-menos. Somente assim, compreenderemos o nosso pró-ximo e poderemos auxiliá-lo da melhor maneira possível.

Deveis tentar avançar até o fundo das coisas,em di-reção àquilo para o qual o homem foi convocado e eleito.Deveis chegar ao conhecimento de como aconteceu queo homem caiu e desceu ao estado e à atitude de vida pre-sentes. Quando possuirdes semelhante sabedoria, nãocompreensão intelectual, mas verdadeira sabedoria deprimeira mão, de dentro para fora, uma sabedoria comoqualidade, uma sabedoria que deflui por todo o ser, quenão podeis perder e que portanto também não podeislargar, então amareis o vosso próximo, isto é, a humani-dade toda, e também reconhecereis a nobreza do próprioser em sua mais profunda intimidade.

Para alcançar essa sabedoria, para avançar para essebem, precisais, assim diz Hermes, levar uma vida a serviçode Deus, deveis tornar-vos devotos, tementes a Deus.

Quem é verdadeiramente piedoso, amará a verdadeacima de tudo; porque, sem amor à verdade, é impossfvelatingir a máxima devoção a Deus.

Assim, temos de nos per11untar,antes de tudo, o quesignifica devoção ou temor a Deus,como caminho, comomeio para se alcançar a sabedoria, como método paraalçar-nos à Gnosis original.

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·Aparentemente, a resposta vos poderá parecer sim-ples e é possível que digais: "Bemsei o que é devoção.Seiperfeitamente o quesig-nificatemor a Deus". Estareis,nesse caso, inclinados a prosseguir e a aprofundar-vos nosaspectos ulteriores da filosofia hermética.

Mas,realmente sabeis o que vem a ser uma vida de-vota, uma vida temente a Deus?Se o sabeistão bem e selevais semelhante vida,então permiti-nos perguntar-vos:onde estão os seus resultados? Resultados que invaria-velmente, assim confirma Hermes, deveis ter situado nocentro da absoluta sabedoria da consciência mercuriana,pois temor a Deus e devoção formam a chave da sabe-doria!

Não é verdade que, quando falamos de uma vidatemente a Deus e devota, pensamos sobremodo no quese entende comumente por vida religiosa? Ao longo dosséculos, os místicos nos têm cumulado de toda a espéciede considerações acerca de devoção e temor a Deus. Essasvirtudes são relacionados com a vida encerrada numa cela,cheia de autoflagelações e outros suplícios. Ou, em geral,são relacionados com a vida dos homens religiosos,homens que executam seus deveres religiosos fiel e escru-pulosamente.

A humanidade conhece tais homens aos milhões.Sempre foi assim.Mas onde está, então, a sabedoria, asabedoria libertadora quedeve decorrer de uma vidadevota e temente aDe\:ls?

Quem obteve a compreensão da essência do Todo eaprendeu a compreender como tudo é reunido numaordem, e por quem, e a favor de quem, agradecerá por

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tudo isso a Deus, o demiurgo,* o mestre-construtor domundo, como o todo-bom Pai, que o cumula de benef(-cios e o protege fielmente. E ao confessar a sua gratidão,ele será piedoso; e graças à sua piedade ele saberá ondeestá a verdade e quemela é; e, mercê desse entendimento,a sua diretriz piedosa continuará a aumentar.

Quando nos referimos a um discipulado sério,sa-bemos que quasetodos os alunos da Jovem Gnosis pos-suem a necessária seriedade para esse discipulado. Se,porém, a direção da Escola reconhecer que um determi-nado aluno não apresenta essa necessária seriedade, talaluno terá de, irrevogavelmente, deixar a Escola.

Devemos expressá-lo assim: o discipulado sério, ocomum discipulado sériodo aluno e uma vida religiosa

numa ou noutra religião ou seita têm, efetivamente; omesmo valor. No máximo esse discipulado é uma basepara se começar; é o colocaras primeiras pedras.Mas,élamentávelque muitos estão e ficam sobre essas primeiraspedras ouse assentam sobre elas na suposição totalmenteerrôneade que uma determinada religiosidade ou um dis-

cipulado exteriomente sério, seria, sem mais nada, deter-minante para a vida libertadora, paraa sabedoria.Quem se apega a uma determinada forma ou mani-

festação religiosa, ou se liga completamente a um comumdiscipulado sério, cristaliza-se irrevogavelmente, e, devidoa essa cristalização, aLuz encontra cada vez maior difi-

culdade em aproximar-se dessa pessoa; semelhante cria-tura se torna cada vez mais inacessívelà Luz. Nodiscipu-lado sério, como é geralmente concebido, oculta-se, por-tanto, grande perigo.

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·Uma vez colocada a primeira pedra, deve ter iníciouma construção! Essa construção deve ser erigida no es-paço! Algo precisa 5er re·alizado, algo que antes não havia.E uma vez realizado, precisa ser utilizado. Eis por que,amigos, religiosidade e devoção, no sentido comum, sãobem diferentes de um comportamento devoto, piedoso.Prestai atenção à expressão: devoção a Deus! Isto, bemcompreendido, faz clara menção a um resultado, não éverdade? Não somente a um estado de ser comum.

Considerai também a palavra piedoso. Ela tem doissignificados em nossa I íngua. Em primeiro lugar piedoso,piedade liga-se diretamente à devoção, liga-se a umavida devota a Deus; e, em segundo lugar, a palavra devotoera antigamente usada no sentido de intrépido. Um ho-mem devoto era um homem intrépido, um homem muitocorajoso.

O Quinto Livro de Hermes é, como deveis ter obser-vado, uma parte de um diálogo entre Hermes e Tat. Tatdirige a nossa atenção à realeza, a uma vocação à realeza,a um verdadeiro vir-a-ser humano superior. A Tat é ditoque a chave do verdadeiro vir-a-ser humano está na devo-ção, isto é, na intrepidez, na coragem para perseverar naconquista da verdadeira piedade.

Vede, este é o segredo do discipulado gnóstico! Aposse da intrepidez, da coragem para se impor apesar detodos os obstáculos, através de todos os fatores atuantesem contrário; perseverar a despeito do que também se

possa dizer e de quaisquer situações e dificuldades que sepossam avultar ao nosso redor.

Se não podeis conseguir essa coragem, se não tendesessa força de realização que vence resistências, obstá-

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culos, se não quereis irromper desse modo, então jamaisalcançareis a sabedoria, jamais chegareis ao amor â huma-nidade, no sentido dalei básica daGnosis_

"Ama a Deusacima de tudo" quer dizer: irrompeiatravés de tudo, ainda que, em sentido burguês,âs vezesnão vos pareça perfeitamente justo ou que não vos conve-nha_ Então a sabedoria se encaminhará para vós, a sabe-doria que é deDeus_Quando demonstrardes, de modoconseqüente, a coragem da convicção, tereis atravessadoo portal.

Quando ousardes verdadeiramente, com a poderosaforça-luz da Gnosis, em absoluta sinceridade, e empurrar-des para o lado todasas dificuldades, todos os obstáculos,não os aceitando, não os reconhecendo, tereis atravessadoo portal. Então a sabedoria que é de Deus ingressará emvós_ Essasabedoria é sempre una com o amor, o amorabsoluto, o qual também é para todos e está em todos.Pensai nas duas primeiras correntes da Luz sétupla uni-versal. A corrente que segue imediatamente a corrente damanifestação da plenitude divina é o amor universal!

Se compreendestes isto,então sabeis que a chavepara todo o bem a recebeis por esse meio. A Gnosis apro-xima-se de vós e vos transmite a chave para o mistério davida libertadora. E se compreendestes bem, então tam-bém sabeis que nada, nada mesmo, vos poderá reter nasenda, se puserdes em prática a devoção a Deus, prati-

cardes-a de modo inalterável e conseqüente. Porém, senão quiserdes utilizar essachave,então nada, nada conse-guireis. Nada, a não ser um honesto discipulado burguêscomo senhor fulano ou senhora sicrana. Nesse caso, o

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vosst> discipulado é somente uma espécie de etiqueta eum disfarce para a vossa pequena e miserável existência

dialética.Esses problemas, pelo menos se assim vos agradachamá-los, são muito antigos. Lede, por exemplo, docomeço ao fim, a Epfstola de Tiago, onde é enfatizada aação, portanto, ao elemento do nosso discipulado com oqual somos capazes de irromper e alcançar.

Mas não vos enganeis de novo! Porque muitos devós poderão julgar que são não somente religiosos, mastambém devotos. !: possfvel que nos digais: "Durante osanos que se passaram não demos provas plenas? Acasonão somos fiéis mesmo nas menores particularidades?Não pusemos à disposição o nosso dinheiro e os nossosbens, o nosso tempo, a nossa saúde e a nossa energia?"

A isto precisamos responder: "Mas, caro amigo,quão magnffico e quão excelente isso possa ser, nuncabuscastes um compromisso? Nunca adiastes, consciente-mente, para mais tarde, coisasabsolutamente necessárias?Nunca deixastes sem resposta a voz interior quando sen-tíeis intimamente que 'nisto preciso estar presente', nãoconsiderando quaisquer motivos burgueses?"

A Gnosis vos solicita integralmente. A Gnosis nãoconta com situações burguesas, com nenhuma circunstân-cia burguesa. Ela não pode fazê-lo, e ela também não querfazê-lo. E será que não aconteceu que, justamente nomomento em que deixastes de fazer o que vos foi reque-rido, a devoção quis manifestar-se em vós?

Por isso essas coisas são sempre tratadas na EscrituraSagrada de maneira extraordinariamente penetrante. Ouvio que, no tocante a isso, diz Jesus aos seus discfpulos:

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"Quem ama pai ou mãe maisdo que a mim não édigno de mim; equem ama filho ou filha maisdo que a

mim não é digno de mim; equem não toma a sua cruz, enão segue após mim, nãoé digno de mim.Quem achar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder

a sua vidapor amor a mim, achá-la-á".

E, se quereis citações da literatura mundial,entãopensai no conhecido princípio de lbsen:Tudo ou nada.Tendes coragem para segui-lo? Necessitais de coragem,muita coragem, a coragem da devoção, não a da carolice.Nenhum pretexto, nenhum subterfúgio burguês; é isso oque a Gnosis solicita de vós. Essa é a naturezado diálogoentre Hermes e Tat. Tat foi um pesquisador absoluto, eHermes não o retevecom conversas místicas. Hermes põea espada de sua boca justamente noponto fraco dosquebuscam: o coração deve seraberto para a luz gnóstica!

Esse é o ponto que a Escola Espiritual não se cansade pôr diante de seus alunos. Só podeis fazê-lo em de-voção, em verdadeira devoção, talcomo a que acabamosde expor. Só assim podeis abrir o coração paraas ra-diações do Espírito sétuplo. O Quinto Livro de HermesTrismegisto começa a referir-se a isso.Somente dessemodo, mediante verdadeira vida de serviço a Deus, po-deis., finalmente, chegar a um acordocom Nêmesis. Serecusais semelhanteatitude de vida, o destino continuaráa perseguir-vos, nãoobstante o vosso discipulado sério.Então passais de um desgosto aoutro, de um aborreci-mento a outro. Mal chegais novamente em cima,já rece-beis uma pancada de um ou deoutro, já começa novamiséria deoutra forma. Assim é na dialética!

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Mas,se abris o vosso coração à luz da Gnosis, se oabris em verdadeira devoção,então a Luzali penetra e vosergueis na sabedoria. Sem sabedoria não pode ser levadaem consideração a sublimidadeda devoção a Deus.

Se quereis ser verdadeiros alunosda Escola Espiri·tual Gnóstica, ultrapassai a fronteira e entrai no círculoda eternidade.Só quando tiverdes passado pela fronteiraé que, com razão, estareissobre o t a p e t e ~Só então pode·reis ligar-vos com o triângulo e com o quadrado, com osanto Espírito sétuplo.

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X

A IMITAÇAO DE CRISTO

Aquele que vive um discipulado real e pratica o ver-dadeiro temor a Deus; aquele que permite o ingresso doEspírito sétuplo em seu santuário do coração e invoca asconseqüências com a coragem da devoção, esse cresce dia-riamente, em bênção e sabedoria, na grande transfor-mação do nascimento da Alma.

A Escola Espiritual, verdadeiramente, sempre correo perigo de que, quando ela repete com certa freqüência,em conferências e serviços templários, determinados ensi-namentos, forme-se nos alunos determinado hábito. Essesensinamentos são repetidos de modo verbal, naturalmen-

te com respeito e sinceridade; mas, em semelhante estadode ser, no máximo os experimentais e vivenciais em senti-do religioso, e uma religiosidade em sentido dialéticonun.capode ser libertadora.

Tal religiosidade é, como dissemos, no máximo, uminício, a colocação da primeira pedra. Sempre traz con-

sigo aquilo a que se pode denominar uma divisão, umaseparação temporal: uma separação entre os homens reli-giosos e o Logos; entre os homens religiosos e o objetivo;entre o tempo e a eternidade; entre o agora e o depois;

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entre a morte e a vida; entre o aqui e o lá.A verdadeira devoção, contudo, elimina imediata e

perfeitamente toda a separação! Quando, pois, praticaisessa devoção, e em relação ao vosso discipulado conseguisperseverar, então t r ~ b a l h a i sdiretamente para a libertaçãodo Deus-em-vós. Atraís o objetivo diretamente para avossa presença. A eternidade do imperecfvel e viventeestado de alma desce no tempo. A posterior libertaçãotorna-se, ato contínuo, o agora. A morte do eu naturaltorna-se, imediatamente, a vida do homem-Alma. O aquida dialética torna-se, então, existencialmente a transfigu-ração no estado de alma vivente, e o vosso morrer diáriotorna-se uma diária ressurreição, uma verdadeira Páscoa.

Ser-se um homem devoto, no sentido da Gnosis, sig-nifica algo muito diferente do que ser-se um homem reli-gioso. Um homem religioso é aquele que, de uma maneiraou outra, reconhece e aceita uma divindade, do mesmomodo como um cidadão reconhece e aceita um governo.Ele presta ao seu deus certa reverência, uma correspon-dente gratidão; demonstra-lhe um certo cumprimento dodever, mas, de resto, continua a ser o prisioneiro da Terra,terrestre; celebra suas festas religiosas, conhece os diasfestivos da Igreja, seus dias comemorativos; celebra amor-te e a ressurreição de Jesus, o Senhor, porém não lheocorre que deve imitar Jesus em sua morte e que podeparticipar de sua ressurreição, sim, que deve participardela.

Compreendei, porém, que justamente com rsso overdadeiro discipulado gnóstico mantém-se de pé ou cai"!Vede, a filosofia hermética procura conscientizar-vos pro-fundamente do fato de que possuís, em vossas próprias

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mãos, a vossa própria salvação, a vossa própria bem-aven-turança, mediante a coragem da devoção. Quem isto com-preende, vivencia e aplica, fica mudo de gratidão ao divi-no arquiteto.

Esse é o princfpio primordial da verdadeira livre-automaçonaria. Todos estão em condições de erigir, sobrea única pedra angular, a imutável obra de auto-salvação.Deveis compreender que a todo o homem, sejam quaisforem as circunstâncias, é concedido seguir o caminho doregresso. Todos, sem exceção, têm o poder para tanto.Contudo, a constatação teórica dessa possibilidade nãoencerra nada de libertador; tal constatação é, sem maisnada, absolutamente inútil.

O que precisais é converter a teoria em prática!Deveis vivificar,pela coragem da devoção, as possibilida-des que vos foram presenteadas. Após tudo o que foidito, cessemosde nosqueixar das nossas dificuldades e dedizer que é tão diffcil e tão complicado, pois, de fato, nãoé totalmente diffcil nem complicado. Se tão-somentepodeis conseguir a coragem, podeis, pela experiência,confirmar a vossa certeza. A gratidão, que é a conseqüên-

cia dessa experiência da verdade vivente, fará aumentar adiretriz relativaà devoção do candidato, fá-la-á mais posi-tiva, mais dinâmica, mais inabalável.

As vezes nos dizem: "Ah! Quem sou eu? Que possoeu? Sou tão-somente um . . . e em seguida vem uma ou

outra banalidade. Se assim falais, então continuais a ser oque sempre fostes. Possuís todas as possibilidades de li-bertação desde o vosso nascimento! Ouvi em seguida."oque a filosofia hermética quer tornar-vos claro:

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Porque nunca, meu filho, a alma, mesmo no corpo,poderá deslizar para o oposto, quando ela tem diminufdoo seu fardo de dfvidas, a fim de compreender o verdadei-ro bem e o verfdico.

Nascida a almá em vós, mediante a devoção, ela sedesenvolve em vossa existência mortal, enquanto o co-ração celeste se abre e o candidato cresce em discernimen-to e conhecimento de primeira mão em relação ao únicobem e à única verdade. Chega o momento, assim dizHermes, que a devoção, portanto o resultado, recebe talraio de ação, tal força que o referido candidato já. nãopode deslizar para o oposto.

Porque quando a alma aprende a conhecer Aquele

que a criou (quando ela encontra Pimandro no espaçoaberto), fica preenchida de um amor incomensurável, es-quecendo todo o mal, e não mais pode ser separada dobem.

Quando desse modo a alma está voltada para a sua

origem, e nessa origem ela se ergueu, outra coisa não podefazer senão amar, porque o amor é a essência do estadode alma vivente. Atinge-se, então, a verdadeira devoção,cujo objetivo é, pelo nascimento da alma e suas conse-qüências, o ressurgir na natureza da morte, sem mais per-tencer a ela, e festejar a verdadeira Páscoa, uma Páscoainterior, eterna: estar-se no mundo, mas não mais ser-sedo mundo.

As palavras "no mundo, mas não mais do mundo"recebem para nós um significado atual, profundo, não é

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verdade? Elas não significam unicamente viver-se comovegetarianos, abster-se do fumo e bebidas alcoólicas etc.,

não têmum

sentido exclusivamente religioso,mas

que-rem conscientizar-vos do fato de que vos é dado - desdeque utilizeis as vossas possibilidades - j á entrar perfeita-mente na liberdade, apesar de ainda estar na natureza damorte. E tudo isso como conseqüência do verdadeirotemor a Deus.

Quando é atingido o verdadeiro objetivo da devoção,

se tu voltas a esse estado, vives de modo justo e morresem bem-aventurança, tua alma certamente saberá paraonde dirigir o seu vôo. Este, meu filho, é o único caminhopara a verdade, que também trilharam os que nos prece-deram,

e todos aqueles, sem exceção, que ao longo da his-tória universal seguiram por esse caminho receberam obem.

Deve-se compreender que todos nós, sem exceção,possuímos as possibilidades para praticar a verdadeiradevoção. E os resultados desse empenho, caso seja empre-endido, ficam eternamente assegurados: todos os que se-guiram esse caminho receberam o bem, esqueceram todoo mal e não podem mais (prestai atenção!) ser conduzi-dos a desligarem-se do bem. Tudo isso é para ser realizadona vida de um ente humano, em vossa vida! Essa é a eter-nidade que se pode demonstrar em vosso tempo.

Por isso, deveis banir toda a fraseologia mística.Todo o palavrório místico, o mero repetir das EscriturasSagradas não tem o mínimo significado. Utilizai cada

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segundo para exercerdes a devoção! E experimentareisque a eternidade pode demonstrar-se emvosso tempo_

Por que a ressurreição deve demonstrar-se no tem-po? Por que a ressurreição precede a ascensão? Para quevós, como um Tat, como um homem sacerdotal, comoum convocado ao sacerdócioreal, vos prepareis para rea-lizardes em perfeição a obrado amor serviçal.

"Ama a Deusacima de tudo e o teu próximo comoa ti mesmo." Se, pela devoção, fostes elevados no amordivino e possuís o ardente amordo estado de alma viven-te, já não mais podeis abandonar a vossa serviçabilidadepara com a humanidade e desejareis apaixonadamenteauxiliar outrem a trilhar o caminho da libertação, cami-nho que vós mesmos trilhastes!

E de que modo poderíeis conceder melhor auxíliosenão como almas libertas, ainda dotadas de uma persona-lidade nascida da natureza? Assim podeis movimentar-vosem meio aos decaídos. Portanto, a prática da devoção éum caminho que começais praticamente com o nascimen-to de João e que, em seguida, guiar-vos-á ao nascimentode Jesus; e depois, desta manhã de Natal até a manhã daressurreição; e da manhã da ressurreição até a ascensão.

E novamente vos dizemos com ênfase: esta imitaçãode Cristo está inteiramente dentro das vossas possibili-dades. Se assim não fosse,então ainda hoje deixaria deexistir a Escola Espiritual Gnóstica, pois, religiosidade einstitutos religiosos o mundo os possui de sobra. No·tocante a isso, nada mais precisa ser acrescentado. A pre-sença da Gnosis, porém, seu aparecimento e sua força

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explicam-se pelo fatode que realmente estais em con-dições de realizar a eternidade emvosso tempo. Aquiloque o homem religioso, cheio de respeito e devoção,vêcomo acontecimentofora de si mesmo, pode o verdadeirodevoto realizarem seu próprio ser. Isto podeis, amigos;esta tarefa todos podeis iniciar imediatamente e nelain-gressar se, emvez de almejardes ser um homem religioso,quiserdes ser um homem devoto.

A Igreja, em ilimitadas repetições, apresenta os fatosda vidado Filho de Deus com a conseqüência de um totalembotamento da massa, assim como gritos de alegria ecomes e bebes duranteas suas festas religiosas.No melhordos casos, restam alguns que já não podem mais esquecero drama crístico, até que chegam a descobrir que o cami-nho de Cristo é um caminho que eles mesmos têm de pal-milhar, na devoção e graças a ela.

Quem se decide a substituir sua convicção religiosapor umaprática frutuosa emDeusé, segundoas palavrasda rosacruz clássica, imediatamenteinflamado pelo Espí-rito de Deus. O grande processo de recriação inicia-se nomesmo instante.Esse processo segue, de acordo com aexigência, emparelhado com um declíniodo ser-almanatural.

Esta é, pois, uma morte para se viver.Emseguida, aomorto em Jesus, o Senhor, segue-se um despertar, umtotal renascimento do e pelo Espírito Santo.

Compreendereis, como esperamos, quão importanteé podermos vos dizertudo isso com base na Arquignosis.Transmitimo-vos esta mensagem de Páscoa agora que otempo para isto está maduro e o novo reino gnóstico vos

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espera, a fim de realizardes a necessária conversão emvosso estado de vida. Que_transformeis a religiosidade em

devoção. Que transformeis o discipulado comum em umdiscipulado verdadeiro, essencial, professo.Religiosidade (repetimo-lo até entediar-vos, a fim de

que fique bem fixado em vós!) é a prática religiosa dohomem natural. Verdadeira devoção ou piedade é a práti-ca do homem gnóstico. Quando entrais nesta prática

seguis, assimdiz Hermes, a senda sublime e plana, a sendada profunda paz, a senda de Belém ao Gólgota.

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XI

A SENDA DE SELEM AO GOLGOTA

Como vimos, a senda da profunda paz, a senda deBelém ao Gólgota encontra-setotalmente aberta paratodos nós. As palavras de Jesus "sede meus seguidores",certamente não são nenhuma exigência irrealizável. Porisso, diz Hermes Trismegisto:Sublime e p l a n ~é essa

senda. Se bem que, assim acrescenta Hermes, realistica-mente:Porém dificil e árdua para a alma trilhar enquantoestiver no corpo.

Queremos considerar essas dificuldades mais deperto.Porque, antes de mais nada, ela tem de lutar contra simesma, operar uma grande separação e deixar a umaparte dela a vitória sobre si mesma.

Ela deve conseguir a vitória atravésda parte positivado seu ser.

Porque surge entre uma parte e duas outras partesum conflito do qual a primeira procura fugir, enquanto asduas a arrastam para baixo. A conseqüência é luta, umgrande confronto entre aquela que quer fugir e as duasoutras que se esforçam em arrastá-la para baixo.

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Não é indiferente, porém, que uma parte vença, ouas outras duas, pois uma aspira intensamente ao bem, en-quanto as duas outras coabitam com a perdição; uma de-seja, com saudades, voltár para a liberdade; as duas outrasabraçam a escravidão. Quando as duas são vencidas, ficamfechadas em si mesmas, inativas e solitárias, abandonadaspor aquela que, então, reina.

Se, porém, uma for vencida, será arrastada como pri-sioneira pelas duas outras, despojada de tudo e castigadapela vida que é forçada a viver.

Meu filho, este é o guia na senda que conduz à liber-dade: deves primeiramente renunciar ao corpo antes queele morra e vencer a vida que está implicada na luta; e,quando obtiveres esta vitória, deves voltar para o alto.

E possível que compreendais que essetexto coloca-nos diante da verdadeira ressurreição da alma, diantedalibertação da alma das garras do nascimento natural. Euma tarefa pesada, porém uma tarefa quetorna mais belaa vitória.

A luta interna quetodo o candidatotem de empre-ender nos é descrita, evangelicamente, no aprisionamentode Jesus, o Senhor, em seu interrogatório por Herodes,por Pilatos e pelo Sinédrio, em sua humilhação, em seucaminho da cruz e em sua morte. E finalmente, em suagrandiosa vitória no terceiro dia, na festa da manhã daressurreição.

Encontrais o inteiro relato evangélicoda paixão e daressurreição de Jesus, em seus mínimos detalhes, nova:mente na citada partedo Quinto Livro Hermético. Odrama-Jesus, a epopéia-Jesus, caracteriza perfeitamente o

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nascimento da alma e sua caminhada pela matéria, sualibertação da matéria e sua ascensão ao mundodo estadode alma vivente,do qual ela regressa para servir aos ho-mens e ajudar aos que permanecem ainda aprisionados.

Se sois alunos da Jovem Gnosis, sabeis que a almapertence à tríplice aliança da Luz, queé a triunidade daverdadeira entidade: espírito, alma e corpo. Este trêsaspectos da entidade têm, cada um, sua própria função, afim de tornar perfeitamente harmoniosa a cooperaçãoentre eles. A alma aparece como intermediária, comome-diadora ehtre o espírito e o corpo. Seu aspecto positivoestá dirigido para o espírito e o seu aspecto negativo, parao corpo. Assim, realiza-se, através desse elo intermediário,através da alma, o fluxo da força-espiritual no corpo.

Considerai então o casodo aluno da Jovem Gnosisque decidiu pôr os pés na senda da devoção. A conse-qüência do trilhar essa senda é um novo nascimento daalma. Qual o significado disso? Que uma radiação deforça-Luz, de superior serenidade, uma radiação de força-luz não pertencente a este mundo, consegue penetrar,através do santuáriodo coração, nossa entidade nascidada natureza e nela estabelecer sua morada.Isso é o nasci-mento da nova alma. Logo que isso acontece, desenvolve-se crescente e intensa luta interna, uma tensão crescente.

Muitos alunos, freqüentemente, nos dizem estarnessa tensão e que dela não podem subtrair-se. Isto éevidente! Quando a nova radiaçãodo estado de almavi-

vente irrompeno santuáriodo coração, a espada golpeiao vosso ser, provocando crescente luta interior, crescentetensão, uma tensão que, em determinado momento, jánão é mais suportável e que levaà grande crise, a qual,

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por fim, deve resultar numa libertação do novo estado dealma, na ressurreição.

Por que é que isso acontece?Quando nasce a ·nova alma, isto quer dizer que o

corpo é influenciado por uma nova força-luz. Ao mesmotempo, porém, ainda muitas outras forças estão ativasnesse corpo! Muitas forças naturais que são sugadas docampo dialético que nos circunda pelo sistema-raiz dofogo serpentino. Quando a nova força-luz escolhe a suamorada no corpo e mostra-se corno novo prindpio inter-mediário, é logo tomada como prisioneira; a nova luz emnós é, então, ameaçada pelas forças naturais: os soldadosde Herodes, as tropas do sumo-sacerdote do nosso estadonatural, os mercenários de Pilatos.

O novo principio-alma não pode e não deve, mesmoque lhe fosse possível, subtrair-se a eles. O novo princí-pio-alma entrega-se voluntariamente como prisioneiro emnosso sistema, porque ele tem mesmo a tarefa de se darvoluntariamente ao corpo. Ele precisa ser mediador parapoder salvar a inteira entidade e guiá-la para a transfigu-ração. Por isso, o Senhor Jesus deve deixar-se aprisionarna maior serenidade.

Nisto reside o ato santificador de uma possível trans-figuração! Um outro não poderá fazê-lo por vós. Umgrande homem, que viveu, talvez, há 2000 anos, nadapode fazer por vós; no máximo, poderá ser um exemplo,pois, vós mesmos deveis seguir esse caminho. Por isso soapara vós, partindo da boca do Senhor Jesus: Sede meusseguidores.

Assim, talvez possais facilmente compreender comoo novo elemento-alma tem de lutar intensamente no

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início, antes que possa estabelecer a grande, a absolutaseparação e antes que possa emitir o positivo consumma-

tum est, está consumado. O verdadeiro, o puro, o imacu·lado precisa entregar-se, consciente e voluntariamente, aoimpuro, ao pecaminoso, ao natural-dialético e ligar-se aele. O novo elemento-alma deve deixar-se aprisionar emperfeito amor. Deve deixar·se cuspir, pisar e açoitar; elenão pode e não deve subtrair·se a isso. O novo ser·alma nohomem pode, orando, perguntar·se no início desse dolo-roso processo: "Não é possível passar de mim este cálice?Isto não pode ser de maneira diferente?"

Mas, amigos, a taça deve ser bebida até a sua últimagota a fim de se alcançar a meta e ganhar a qualidade re-querida.

O novo elemento-alma é bipolar. Um pólo volta-separa a pátria, para o Espírito, para o Pai, ao Pimandroque se aproxima, mas o segundo pólo deve voltar-se àinteira personalidade natural, a fim de deixar a nova forçade santificação, o imortal, fluir no mortal. Daí essa lutainterior a partir do primeiro instante em que festejais ovosso verdadeiro discipulado.

Durante anos tivemos de aguardar até que pudésse-mos falar sobre isso; porém chegou o momento, no desen-volvimento da Jovem Gnosis, em que os verdadeiros alu-nos irão compreendê-lo e serão julgados bastante fortesinternamente para suportá-lo. Imaginai bem isto: doisestados de ser de naturezas totalmente dessemelhantessão ligados um ao outro. Na Gnosis, empreende-se unir oceleste com o dialético, segundo o exemplo de todos osgrandes, os quais disseram: "Sede meus seguidores".

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Quando, então, ligais em vosso próprio sistema essesdois estados de ser de naturezas totalmente dessemelhan-

tes, surge o grande sofrimento. Um pólo do novo elemen-to-alma foge para o Espirita, para o Pimandro. O segundopólo é obrigado a defrontar-se embaixo com a natureza*da morte. Enquanto, por um lado, o novo elemento-almaempenha-se com toda a força pelo bem, isto é, pelo ser doEspírito, por outro lado ele deve sofrer o conflito com as

duas forças naturais essenciais: instinto e cobiça. Quepadecimento! Por um lado, com cada batida do coração,um intenso anelo por libertação; por outro, o cantatacom as forças da impureza e da escravidão.

E: assim que se levanta a cruz! Solidamente fincadana terra, no terrestre. O celeste se inclina para a terra enela segue o seu caminho da cruz; deve seguir seu cami-nho da cruz. A extremidade superior da cruz dirige-separa o celestial e no coração da cruz, pregada a ela a rosa*da alma.

Sentis o inevitável sofrimento da alma pregada àcruz? O vertical é continuamente flagelado e atormen-tado nesta voluntária entrega; o Espírito não suportaisto! E, quando a ativa força-alma horizontal é elevadapor um momento ao vertical, então isso também é umaimpossibilidade, pois segue-se uma dor abrasadora, o cres-tar da queima. O horizontal não pode descuidar de seuser natural, e o vertical não pode conciliar-se com a natu-reza da morte, não obstante precisar fazê-lo voluntaria-mente.

Vede, este processGI,este caminho da cruz, assiinresume a filosofia hermética, é o guia que conduz à liber-dade:

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Deves primeiramente renunciar ao corpo antes queele morra e vencer a vida que está implicada na luta; e,

quando obtiveres esta vitória, deves voltar para o alto.

Este guia é a cruz, a cruz com a rosa vermelho·sangue, a cruzdo auto-sacrifício voluntário, a cruzdoacrisolamento. Pregada a essa cruz, deve a jovem almabatalhar e realizar a sua tarefa. Por isso não deveis admi·

rar-vos de que, mesmo encontrando-vos na senda dadevoção, ainda haja tanta luta em vossa vida e que aindatenhais de lutartanto com vós mesmos, pois se trata aquido necessário encontro entre dois contráriostão perfeita-mente irreconciliáveis, que seu encontro causaum grandeincêndio interior, o incêndio da cruz. Este incêndio é ine-vitável, e deve crepitar. O novo estado de alma primeira-mente deve alcançar a vitória sobre a vida mortal. Etudoisso precisas bem compreender e conquistá-lo com o teuser interior, diz Hermes.

Existem, por exemplo, pessoas que enfrentam estaluta vital requerida pela senda com o eu, com o eu doautodecl lnio; pessoas que fazem dessa luta interior umaluta de caráter muito pessoal. Partem da falsa pressupo-sição de que toda essa dor, toda essa miséria,todo essesofrimento vêm a elas pelo fato de ainda possu irem umeu; pelo fatode sua natureza inferior, de uma ou de outramaneira, pregar-lhes uma peça; pelo fato de ainda seremmás e pecaminosas.

Entretanto, isto nada tem a ver com o que se estáconsiderando, pois vede claramente a situação: por umlado, como alunos, abristes o vosso coração a uma novaforça, a força da sexta região cósmica, a forçado estado

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de alma vivente.Essaforça vos penetra, penetra o vossosangue, o vosso fluido nervoso ese introduz no santuário

da cabeça; ela preenche todo o vosso ser e faz com que aalma nasça. Porém existe- e repetimo-lo- também essaoutra força queé sugada pelo sistema-raiz do sistema*dofogo serpentino e que também encontra caminho emvosso ser. São, pois, essas duas forças, essencialmenteestranhas umaà outra, que causam o fogo abrasador.

Assim, a vossa alma padece dores, e tambémas padece ovosso eu. Nãodeveis crer que a causa disso seja o eu ou aalma. Não, é o encontro dessas duas forças entresi, total-mente estranhas, o encontro entre essas duas tensõescompletamente diferentes, desses dois diferentes podereseletromagnéticos.

O que deveis, então, fazer?Deveisviver a endura!Não permitais que o euse intrometa no processo.

Quando sentirdes a dor e a tensão, não a descarregueissobre os outros, mas senti esse sofrimento como o neces-sário processo de acrisolamento da sagrada Rosacruz.Quando experimentais esse sofrimento até o imo, então aforça-luz gnóstica está vigorosa e dinamicamente ocupadaconvosco. Sempre existiram pessoas, assim dissemos, queenfrentam a luta pela vida que a senda impõe como umaluta de caráter muito pessoal. Elasse abocanham firme-mente com o eu e assimse agarram asi mesmas até oauto-extermínio.Mas o eu deve justamente estar total-mente de lado.Ele não deve entrar emparte alguma; oeu deve calar-se ! Deixai quese desencadeie essa luta, essefogodo acrisolamento, irmãos e irmãs!

Pensai nos velhíssimos costumes da vida monástica:

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a autotortura e a automutilação na luta contra a carne.Masa batalhado caminho da cruz não é contra a carne!

E uma batalha entre a sexta e a sétima regiões cósmicas,batalha essa que se desenrola em vós. Está fora de cogi·tação uma possível vitória quando se agarraàs coisas e seas experimenta com o eu, quando seas ataca com o eu.Uma autotortura dessa espécie é sempre um suicídio.Umhomem não o suporta, e semelhante coisa acaba emmorte certa. Por isso, umavez mais vos dizemos enfati·camente: não deveis, como desvairados, lutar contra vósmesmos, pois se assim o fizerdes, então justamente invo-careis toda a espécie de forças,as quais sempre estarãoocupadas convosco. Desse modo, vos colocais com o eua serviço deum dos dois partidos, e a conseqüênciaé ummais rápido consumode forças até que resulte a morte.

O que devemos fazerentão?Pois bem: devemos praticar a devoção!É nisso que o

centro de gravidade da vossa vida deve ser fixado. Para oeu, para o eu natural, isto é a endura.

Retirai-vos do conflito interno entreas duas nature-zas; neste conflito não tomeis partido e deixai que a novaalma realize em vós seu trabalho voluntário, seu caminhodo sacrifício.

E isso que os místicos iniciados apontam, quandonos dizem: "Deixai que Jesus Cristo faça o seu trabalhoem vós".

Por conseguinte, também não vos retireisà força,como que para um cantodo vosso ser para observar, como vosso eu,as coisas que se desenrolarão.

Não, deveis desde o início almejar detodo o coração

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a endura. O vosso mais profundo anelo deverá estar diri-gido a ela, em auto-esquecimento e em amor serviçal. Se

isto fizerdes, o novo elemento-alma nascerá em vós, epara vós terá início o éaminho da cruz, o vosso caminhoda Rosacruz: o encontro entre os dois irreconciliáveis.Não é a alma que, em seguida, busca a luta, pois a alma éunicamente amor; não é o eu que pode lutar, pois o eu,então, só quer a endura. O que começa é o inevitávelencontro entre duas forças eletromagnéticas irreconciliá-veis. Desse encontro desenvolve-se, em vossa vida, um tur-bilhão, um sofrimento, uma luta daquele que se esforçapara o alto, que deve sentir e suportar o incêndio de seucaminho de sacr-ifício.

Quanto tempo durará esse incêndio, essa luta, essesofrimento, ninguém sabe. Durante quanto tempo sefarão valer, em vossa vida, todas essas conseqüências docaminho da cruz, ninguém sabe. Não se pode forçá-lo.!: um processo ao qual deveis submeter-vos voluntária ealegremente.

O processo dura e arde em perfeita sintonia com anatureza do vosso microcosmo, do vosso ser, do karmanele presente e das atuantes radiações da graça nele ope-rantes. Porém, num instante que de modo algum esperá-veis, talvez em meio ao fogo de uma tribulação, mostrar-se-á simplesmente que o mortal foi vencido e que o con-summatum est deve e pode ser pronunciado.

Por conseguinte, também defrontai o vosso caminhoda cruz em perfeita objetividade e nele não interfiraiscom o vosso ser-eu. A hora da libertação então segura-mente virá, irmãos e irmãs. Vossa alma subirá e festejará

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sua manhã da ressurreição.Será, então, o primeiro novo dia, o despertarna

Cabeça* Aurea, o começo da nova manhã, a manhã daeternidade.

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XII

A DUPLA NATUREZA DO HOMEM

Assim, pois, pudemos festejar, enquanto estabelece-mos o nosso caminho, como num antegozo, a manhã danossa ressurreição e, ao mesmo tempo, experimentar oapoio e a direção da filosofia hermética. Vimos e experi-mentamos que o inteiro drama crfstico deve ser por nós

mesmos compreendido; que nós mesmos somos plena-mente obrigados a trilhar a senda. Um ser humano dialé-tico pode, mediante devoção a Deus, desabrochar "nooutro", transfigurando-se.

A devoção, a grande sabedoria, que é a sua conse-qüência, e o sofrimento da purificação são os grandes

guias na senda. E após termos examinado tudo isso combase no Quinto Livro de Hermes Trismegisto, toma entãoo texto, começando com o 15.o verslculo, uma outradireção. Hermes solicita a Tat que retorne ao ponto departida, a fim de aclarar rapidamente alguns aspectos darealidade universal. Segundo Hermes, compreenderemos o

que ele irá dizer-nos se nos lembrarmos do que já foi dito.Assim, a respeito do que tratamos e igualmente resu-

mindo, perguntamos: o que diferencia toda a diretrizreligiosa natural e ocultista da Gnosis e sua Escola*? O

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fato de que o homem religioso natural parte da idéiadeque após sua morte chegaráàs verdadeiras regiões celestese lá viverá eternamente; eque o homem de orientaçãoocultista pensaque o seu ser-eu dialético é e poderá ser abase de umaevoluçã_oinfinita.

Esse é um ponto extremamente importante, quesempre deveister em conta e para o qual a Arquignosisdesde há milhares de anos sempre de novo chama aatenção.

Todo o corpo está sujeito à mudança, mas nemtodos os corpos são dissolúveis.

Isso quer dizerque nem todos os corpos estão emcondições dese elevar a umaordem superior. Somente

alguns corpostêm essa possibilidade.Nem toda a criatura é mortal, nem toda a criatura é

imortal. O que pode ser dissolvido é perec(vel; o que éimutável é eterno. O que sempre de novo nasce, semprede novo perece; mas o que de uma vez por todas veio aser, nunca perece e tampouco se torna em outra coisa.

O que adoutrina hermética nosquer dar a entendercom isso? Entre outras coisas ela nos dizque toda a reve-lação-forma no cosmo universal está sempre sujeita àtransformação; mas precisaisatentar para o fato de exis-tirem duas espécies de transformação, de se distinguirem

dois desenvolvimentos na transformação.Existem entidadescom revelações-formas que, defato, sempre prosseguem e se aperfeiçoam no sentido evo-lutivo, entidades essasque avançamde força em força e

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de magnificência em magnificência. Entretanto, tambémexistem entidades que, segundo a totalidade de seu ser,estão inteiramente sujeitasà plena e absoluta mutabili-dade. Eis por que precisamos aceitar alei que diz quenem toda a criatura é mortal, e nem toda a criatura éimortal. Cada criaturaprecisa e pode escolher entre a vidae a morte! Nós, em nosso estado de ser, temos nomo-mento ainda a possibilidade de escolha. Podemos escolherentre a vida, a verdadeira vida em sentido superior, e amorte.

A vida, a única vida, também não a conseguis assimespontaneamente. Existem estados de desenvolvimentoem que o verdadeiro caminho da vida é de tal modo esti-mulado, que a morte já não pode atingi-los.r.1astambémacontece o inverso, istoé, que o mergulho na morte tenha

progredido tanto, que a vida já não mais pode ser apanha-da. A Jovem Gnosis sempre pôs isso diante de seus alunose sempre lhes disse que o total esvaziamento microcós-mico daqueles que chegamà região do além é um fatoabsoluto.

Isso é confirmado pela Arquignosis mediante algu-

mas palavras. O homem dialético encontra-se emum es-tado biológico tal que, a qualquer instante, como numafração de segundo, pode ser apanhado pela morte. Sim, atodo o instante esse corpo mortal,tão frágil, pode ser de-molido.

O que sempre de novo nasce, sempre de novo perece.

Em comparação com esse tipo humano, está o total-mente outro tipo, o tipo humano estável ou celeste.Essetipo é imutável e eterno.

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Mas o que de uma vez por todas veio a ser,

e isto no sentido mais elevado da palavra,nunca perece e tampouco se torna em outra coisa.

Em suma, de modo bem claro se nos diz aqui quãonecessário é seguir as pegadas de Cristo, o que significatomar sobre os ombros a Rosacruz* e trilhar a senda e,assim, converter, pela transfiguração, o tipo humano damorte no tipo humano da vida.

Essa idéia, proclamada pela Gnosis de todos os tem-pos, é, em certo sentido, muito perturbadora, não é ver-dade? Por exemplo: em razão do fato de que alguns mi-lhares de criaturas se encontram inteira e efetivamenteencerrados num tipo da natureza da morte e nele perma-

necem. Por outro lado, essa idéia é muito poderosa, subli-me e irrefutável se tivermos diante dos olhos os funda-mentos da onirevelação: Deus,cosmo e homem.

Deus é o primeiro; o cosmo é o segundo; o homem éo terceiro.

O universo, o cosmo, é a revelação-forma de Deus

para que a sua criatura, através dessa revelação se tornecomo Ele. E, por trás de sua criatura, atua também a or-dem: "Sede perfeitos como é perfeito o vossoPai celeste':

A fim de poder corresponder a essa grande e magni-fica vocação divina, o homem recebeu uma dupla alma.A parte que percebe com os órgãos sensoriais é mortal,

mas a parte que responde à razão é imortal. A almasenso-rial é a parte que reage natural e espontaneamente, a legi-tima alma da natureza, a qual, por exemplo, reage aocalor e ao frio, à luz e à obscuridade; é a parte que reage a

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todas as coisas, leis e situações que se manifestam nanatureza. Quando se manifesta o frio, ela faz com que tra·teis de vos cobrir com roupas protetoras. No calor, ela vosincita ao oposto. A alma natural do homem é a verdadeiraalma eônica. Ela participa de todas as variações naturaisno seio da natureza, segue por todos os caminhos natu·rais, é submissa à natureza, a fim de tirar o melhor pro·veito para si mesma e para dar à entidade, da qual ela seapresenta como mediadora, a possibilidade de ir a Deusatravés do cosmo e preservar a orientação em relação àúnica meta: Deus.

A fim de realizar este objetivo, existe a segundaalma, a alma que responde à razão. Essa alma racional é aque possui a sabedoria, a alma arrebatada por Deus, peloEspírito, a alma ligada ao espírito. Ora, a alma eônica, aalma natural, deve seguir pelo universo guiada pela almaracional, a alma-espírito. A espontaneidade das faculda-des reagentes naturais da alma eônica deve ser inteligen-temente dirigida pela alma-espírito.

Deus é o Eterno, o Imutável. O cosmo, ao contrário,visto segundo sua natureza e função, é contínuo movi-mento e transformação. Por conseguinte, a alma-espírito,sendo de Deus, é imutável e imortal, enquanto que a almanatural, assim como a natureza, é mutável e mortal, auto-dissolvente, adaptando-se e transformando-se continua-mente.

Quando, pois, falamos dos dois tipos de seres huma-

nos - e sobre eles a filosofia hermética deseja chamar avossa atenção - fica perfeitamente claro que o tipo queestá submetido à modificação e à mortalidade só possuia alma natural, sua vida dela provém e, em conseqüência,

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a alma-espírito nele se torna latente. Assim, a inteira exis-tência dessas pessoasé destituída da razão.Essetipo tem,

em todo o sentido,as características dos irracionais, dosmutáveis, dos mortais_ Essetipo só tem uma existêncianatural e já nãoé mais, de maneira algurna, "realizadorde Deus". Mas a Escritura Sagrada nos ensina que o ho-mem existe para a glorificação de Deus! Por isso, exorta-nos o Sermãodo Monte, em Mateus 5: "Deixai assim que

a vossa luz brilhe diante dos homens, para que possam veras vossas boas obras e glorificar vossoPai que está nocéu".

No texto original, puramente hermético, encontra-se"realizar" em lugar de "glorificar". Portanto, devemosler: "Deixai assim que a vossa luz brilhe diante dos ho-mens, para que possam veras vossas boas obras erealizarvossoPai que está nocéu."

Os tradutores da Bíblia não compreenderam isso.Eles bem que podiam compreender, pela sua naturezare-ligiosa, que alguém glorifique a Deus e lhe testemunhegratidão, mas não podiam compreender que alguém pu-desse realizar Deus. Por isso, no lugar de realizar, puseram"glorificar"_ Comoas igrejas concebem essa glorificação,bem o sabemos!

O que tem, então,de fazer a criatura submetidaàmorte? Bem, isto está evidente. A latente alma-espírito,a alma racional, deve novamente ser desperta para aatividade. Essa alma não poderia morrer, visto que elaéimortal; porém, foi levadaà total inatividade porque o eudo corpo só quis seguir a alma natural e, assim, degene-rou-se existencialmente e condenou-se a ilimitado sofri-

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mento. Mas sempre existe uma felicidade em toda a infe-licidade.

Aquele que sofre adquire experiência. A experiênciaé o fruto do sofrimento e, freqüentemente, de insuportá-veis aflições. A aflição e o sofrimento, que tão bem co-nheceis por experiência própria, são os inconfundíveissinais de uma fundamental e primitiva imortalidade.

A criatura puramente animal é suscetfvel à dor, po-

rém não conhece a aflição. A dor é sempre uma experiên-cia física. A dor também influencia, mas só parcialmente,a disposição interior. Alguém que sofra dores muda ines-peradamente. Um bruto pode, pela dor, tornar-se tempo-rariamente uma criatura dócil. Uma enfermidade acom-panhada de dor, torna branda e calma uma pessoa colé-rica e impetuosa.

Mas a aflição é sempre parente da alma! Aflição équeixume da alma. Naturalmente não está exclufdo queuma pessoa que padeça dores ao mesmo tempo padeçaaflição, mas alguém que só teve dores, volta à velha natu-reza tão logo elas cedam. Sua natureza não se nega a simesma. O experimentar da verdadeira aflição causa umaprofunda ferida e pode, em muitos casos, agir em sentidopurificador. Por isso, a experiência da aflição e o sofri-mento como conseqüência dessa experiência é, no presen-te estado de ser do homem, indubitavelmente, o únicométodo para compelir a alma natural a chamar por suairmã, a alma-espírito, despertá-la do túmulo dos mortos-vivos e, segundo a intenção do plano de salvação, transmi-tir-lhe a direção de sua vida a fim de que o ser primordialda imortalidade, pela realidade da transfiguração, de-monstre-se de novo.

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Se despertardes vossa alma-espírito e lhe transferir-des a direção da vossa vida,então não precisareis pergun-

tar-vos, cheios de dúvida, se a vossa existência ficará sub-metida à morte, pois erÍtão possuireis a verdadeiravida_Apiedade, a devoção a Deus, levam novamente a alma-espí-rito para a vida e guiam-na através da purificação paradentro da tríplice aliança da onimanifestação: Deus, cos-mo e verdadeiro homem.

Esperamos e oramos para que ingresseis nessa trípli-ce aliança o mais cedo possível.

"Bem aventurados são os pobres de Espírito, porquedeles é o reinodo céu."

Assim, o homem que despertou perfeitamente paraa vida a alma racional, a alma-espírito, encontra o verda-deiro repouso. Podeis, efetivamente, aceitar esta sentençacomo um axioma hermético. Ouvi oque o Quinto LivroHermético diz a esse respeito, no versículo30:

O Naus está em Deus; a razão está no homem; arazão está no Naus; o Naus não é suscetfvel de sofri-mento.

O Nous é, dissemos, Pimandro, o Espírito mesmo.O espírito, o Nous, está em Deus. A razão, a alma

racional, no homem; a alma racional está no Nous. Emoutras palavras, a alma racional no homem está ao mesmotempo ligada ao espírito, a Pimandro,que igualmente estánesse homem. Ora, Pimandro está acimade todo o sofri-mento. Quando, pois, avançando na senda encontrais

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vosso Pimandro, o qual despertastes e libertastes, entãocom ele estais acima de todo o sofrimento.

Averiguai bem em vós mesmos se sempre estais co-nhecendo em vossa vida o sofrimento e a aflição no senti-do em que acabamos de tratar. Precisais ainda ter a expe-riência da aflição e também do sofrimento que é a conse-qüência dessa experiência? Então que assim seja! Poisnão podeis ainda aprender a lição de uma outra maneira.

Naturalmente seria insensato e desumano desejar a

alguém o sofrimento e a aflição, mas, se entendestes asabedoria hermética, então deveis estar sempre intima-mente gratos por experimentardes o sofrimento, devidoàs preciosas lições que ele vos proporciona. Vossa grati-dão poderá surgir do fato de que a latente alma-espírito,a voz da esfinge, mergulhada nas areias do deserto, aindaé capaz de falar-vos, de agir em vós e, portanto, de viverno imo do vosso ser!

Por isso, amigos, precisais examinar sempre se, pelasvossas experiências, sofreis dor ou aflição. Sabeis que ador é uma reação puramente animal, espontânea, irracio-nal; aflição, porém, é a reação da latente alma-espírito.

Como, então, podeis saber se padeceis dor ouaflição? Podeis sabê-lo pelas conseqüências. A dor facil-mente gera resistência, oposição, rebeldia, ira, ódio, incli-nação à desforra. A reação à dor é o punho cerrado. Ador desperta sempre a concentração do impulso de auto-conservação do homem-eu. A aflição, pelo contrário,des-

perta o anseio pela vida libertadora. A aflição está sempreligada ao próprio amor e sobretudo, também à compai-xão. Pela aflição, aprendemos a pronunciar essas sublimespalavras: "Pai, perdoai-os porque não sabem o que fazem".

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Pela aflição, surge no coração humano o sentimentodo perdão e abre-se amplamente para o homem o roseiralceleste, onde a alma racional elege sua morada e contem-pla Pimandro_ Essa anição, esse consolo, desejamo-vosde todo o coração_ _

Finalmente, pode muito bem a aflição acompanhara dor ffsica_Como tal, pode a dor física mostrar-se muitasvezes extraordinariamente útil para uma pessoa. Todavia,amigos, não fiqueis parados na dor, mas aproximai-vosdas vossas dificuldades corporais sempre pelo lado daalma, pelo lado da aflição. Então o quarto aspecto da Es-cola Espiritual poderá significar e fazer muito por vós.

Quando assim sois elevados no Nous, num certo mo-mento triunfais sobre toda a aflição e ultrapassais, comoafirmamos, toda a dor.

Se, pois, no tocante ao Quinto Livro de Hermescompreendestes tudo o que até agora foi considerado, setudo isso vos tocou intimamente de modo exato, conhe-cereis interiormente a beatitude divina e a devoção a Deuse possuireis o verdadeiro amor pela sabedoria. Entãopoderemos prosseguir com as considerações sobre o cami-nho de alegria da alma liberta na pátria eterna. Poderemos,na irradiante força de bênçãos, aprofundar-nos mais nasabedoria hermética e colocar-nos reciprocamente diantedo Sexto Livrode Hermes Trismegisto.

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XIII

O SEXTO LIVRO

DIALOGO GERAL ENTRE HERMES E ASCLePIO

1. Hermes: Asclépio, tudo o que é movido não émovido em algo e por algo?Asclépio: certamente!

2. Hermes: e não é necessário que aquilo em que algo émovido seja maior do que o que é movido?Asclépio: sem dúvida.

3. Hermes: além disso, o que cria o movimento é mais

poderoso do que o que é movido!Asclépio: é claro.

4. Hermes: e não será que a natureza daquilo no qualse realiza o movimento seja necessariamente opostaao que é movido?

Asclépio: é evidente.

5. Hermes: pois bem. Então este universo é maior doque qualquer outro corpo?

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Asclépio: certamente.

6. Hermes: e não está completamente cheio, isto é,com muitos outros grandes corpos ou, mais correta-mente, com toçlos os corpos existentes?Asclépio: isso mesmo.

7. Hermes: conseqüentemente, o universo é um corpo.Asclépio: justo.

8. Hermes: a saber, um corpo que é movido.Asclépio: certamente.

9. Hermes: quão grande deve então ser o espaço dentrodo qual o universo é movido! E de que natureza?Ele tem de ser muito maior do que o universo parapoder admitir o movimento continuo, sem que o uni-verso seja comprimido pela estreiteza do espaço etenha de parar o seu movimento.Asclépio: esse espaço deve ser extraordinariamentegrande, Trismegisto!

10. Hermes: e de que natureza? De natureza oposta,não, Asclépio? Pois bem, o contrário da natureza docorpo é o incorpóreo.Asclépio: sem dúvida.

11. Hermes: então o espaço é incorpóreo !

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Mas o incorpóreo é ou divino por natureza ou Deusmesmo! (Com divino não quero agora dizer o criado,mas o não criado.) Se o incorpóreo é divino por

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natureza, é da natureza da essência da criação; e seé Deus, é uno com a essência. Aliás, podemos con

cebê-lo com a mente, como segue:

12. para nós Deus é o mais elevado para o qual o pensamento possa dirigir-se. Para nós, mas não para Deusmesmo! Porque o objeto da reflexão, para aquele quepensa, torna-se atingivel pela luz da compreensão.

Portanto Deus não é para si mesmo objeto de reflexão; porque, sendo semelhante à essência da reflexão, Ele reflete sobre si mesmo. Para nós, porém,Deus é diferente: por isso Ele é objeto dos nossospensamentos.

13. Ora, se o espaço universal é objeto do nosso pensamento, não pensamos nele como espaço, mas comoDeus; e se pensamos no espaço como Deus, ele jánão é mais espaço no sentido comum da palavra,mas sim a força ativa de Deus, que tudo encerra.

14. Tudo o que se move não se move em algo que é mo

vido por si mesmo, mas em algo que é imóvel; e aforça motriz mesma é igualmente imóvel, não podendo partilhar do movimento que ela produz.

15. Asclépio: mas, Trismegisto, de que modo as coisasaqui na Terra se co-movimentam com aquelas que

causam o seu movimento? Porque disseste que asesferas pecaminosas são movidas pela esfera sem pecados.

16. Hermes: Asclépio, aqui não se trata de u m movimen-

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to em comum, mas de um movimento oposto! Por-que estas esferas não são movidas na mesma direção,mas na direção oposta. Este contraste oferece aomovimento um ponto fixo de equilibrio, porque areação dos movimentos opostos se manifesta na-quele ponto como imobilidade.

17. Visto que as esferas pecaminosas são movidas numadireção oposta à da esfera sem pecados, elas, nessecontramovimento, são movidas pelo ponto fixo deequilibrio ao redor da esfera resistente. E não podeser de outro modo.

18. Vês as constelações da Ursa Maior e da Ursa Menor,que não se levantam nem se põem e sempre giramem torno de um mesmo ponto,· julgas que são movi-das ou que estão paradas?

19 Asclépio: são movidas, Trismegisto.Hermes: e qual é o seu movimento, Asclépio?Asclépio: elas giram continuamente ao redor dosmesmos centros.

20. Hermes: justo. A marcha circular é, pois, nada maisdo que um movimento em torno do mesmo centro,o qual, pela imobilidade do centro, é perfeitamentedominado. Pois o movimento circular impede odes-

vio e assim a revolução é mantida. Deste modo ocontramovimento no ponto de equilibrio igualmenteestá em repouso, porque o movimento resistente ofaz estático.

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21. Vou dar-te um exemplo comum, pelo qual podesverificar a sua justeza, mediante o olhar.Pensa nos seres mortais, como, por exemplo, ohomem que está nadando: enquanto a água corre, aresistência, a contraforça dos pés e das mãos criapara ele uma condição estável, de maneira que aágua não pode atrai-lo para baixo.

22. Asclépio: este exemplo é muito claro, Trismegisto.

23. Hermes: cada movimento, portanto, se realiza emalgo e através de algo, sendo este mesmo imóvel. Omovimento do universo e de qualquer ser corpóreovivente não é pois ocasionado por causas fora docorpo, mas por causas dentro do corpo, operantesdo interior para o exterior por uma força racional-consciente, seja alma ou esp{rito, seja qualquer outraessência incorpórea, porque um corpo ffsico nãopode mover um corpo animado, nem qualquer outrocorpo, tampouco um corpo inanimado.

24. Asclépio: que quereis dizer com isso, Trismegisto?Não são pedaços de madeira e pedras e outros objetos inanimados corpos que produzem movimento?

25. Hermes: certamente não, Asclépio.Porque não é o corpo mesmo que produz o movi

mento do que é inanimado, mas o que está dentrodo corpo, e isto move ambos os corpos, tanto ocorpo que desloca como o que está sendo deslocado,por isso, o inanimado não pode mover o inanimado.

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Ves, pois, quão pesada é a carga da alma quando ela,sozinha, tem de carr_egar dois corpos IÉ pois claro que o que é movido está sendo movidoem algo e através de algo.

26. Asclépio: será que o movimento terá de se realizarnum espaço vazio, Trismegisto?

27. Hermes: escuta bem, Asclépio. Nada que é real évazio, nada que faz parte do que é realidade é vazio,como já mostra a palavra ser que quer dizer existir.Porque o que é não teria realidade, não existiria senão fosse preenchido de realidade.O que é real, o que existe em realidade nunca podeser vazio.

28. Asclépio: mas não há objetos vazios, Trismegisto,como um jarro, um pote, um almofariz e todas asoutras coisas semelhantes?

29. Hermes: cala-te, Asclépio, como podes errar tanto!Como podes considerar vazio o que é totalmentecheio e repleto I

30. Que queres dizer, Trismegisto?

31. Hermes: o ar não é um corpo?

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Esse corpo não penetra tudo que existe? E não

enche tudo o que penetra? Não é cada corpo composto de quatro elementos? Todas essas coisas quechamaste vazio são, pois, repletas de ar e, sendopreenchidas de ar, elas o são também dos quatro

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36. Asclépio: o que disseste propriamente queDeus é?

37. Hermes: Deus n3o é a raz3o, mas o fundamento dela;não é o alento, mas o fundamento dele, n3o é a luz,mas o fundamentodela. Por isso, Deus tem de servenerado pelos nomesde Bem e dePai, nomes queconvêm somente aEle e a nenhum outro, porquenenhum daqueles quesão chafTJados deuses e ne-nhum dos homens e dos demônios pode ser bom emqualquer aspecto queseja. SoménteDeus, unicamente Ele é bom, e nenhum outro. Todosos outros nãopodem abranger a essência do bem, porque elessUocorpo e alma e carecem delugar onde o bem poderesidir. O bem contém o essencialde todas as cria-turas, tanto das corpóreas comodas incorpóreas,tanto das perceptiveis comodas que pertencemaomundo do pensamento abstrato.Isso é o bem,isso é Deus.

38. Por isso, nunca chames qualqueroutra coisa de bom,porque isso seria impiedade. E nunca chamesDeusde outro modo do que o bem, porque isto tambémé ímpio.

39. É verdade que todos usam apalavra "bom", masnem todos percebem o queseja. Por isso, todos n3ocompreendem aDeus e em ignorância chamamdebom os deuses e alguns homens, apesar de nuncapoderemser, nem tornar-se bons, porque o bem é oabsoluto imutável deDeus, o inseparável d'Eie, porser Deus mesmo.

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40. Todos os outros deuses são, como imortais, honra-dos com o nome de deus, mas Deus é o bem, nãocomo expressão de honra, mas em virtude de Seuser I A essência de Deus e o bem são umasó coisa:eles formam, em conjunto, a única origem de todosos gêneros, porque bom é aquele que tudo dá e nadatoma! Em verdade, Deus tudo dá e nada toma! Porisso Deus é o bem, e o bem é Deus.

41. O outro nome de Deus é Pai, porque Ele é o criadorde todas as coisas, pois criar é a caracterlstica do Pai.

42. Por isso, na vida daqueles cuja consciência está bemsintonizada, o fazer nascer o filho é uma coisa damaior seriedade e zelo e da máxima afeição a Deus;ao passo que a maior infelicidade e o maior pecadoé alguém morrer sem essa descendência e depois serjulgado pelos d e m ó n i o s ~

43. Eis portanto a sua punição: a alma sem filho é con-denada a adotar um corpo que não é de naturezamasculina nem feminina, o que é uma execração sobo Sol. Participa, pois, Asclépio, da alegria se nin-guém ficar sem descendência, mas envolve decompaixão aquele que se encontra na infelicidade,porque sabe da punição que o aguarda.

44. Asclépio, possa o que te disse constituir para ti, se-gundo a natureza e extensão, certo conhecimentointrodutório em relação à essência do Todo.

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XIV

A NATUREZA E A FUNÇAO DO ONIMOVIMENTO

Nos capítulos de I X a XII tivemos de tratar con-vosco dos 30 versículos do Quinto Livro do CorpusHermeticum. Os vers(culos restantes deixamo-los de con-siderar de momento, pois cremos que, após o que acaboude ser tratado desse Quinto Livro, compreendereis, semdificuldade, o significadodo resto do texto.

Dirijamo-nos, portanto, para o Sexto Livro de Her-mes Trismegisto, para o diálogo universal entre Hermes eAsclépio.

Asclépio ou Esculápio foi,na Antigüidade, o deus damedicina, e, em sentido mais amplo, Esculápio é tambémo auxiliador, o sanador. Nesse discurso, Hermes instruium aluno que, conforme diz o seu nome, se sabe convo-cado a caminhar na senda do serviço à Gnosis, para quepossa cooperar na cura da humanidade enferma, no levan-tar dos caídos, no restabelecimento dos alquebrados.

No Sexto Livro Hermético, Asclépio, tendo em vistao que se disse, é profundamente introduzido na essênciado movimento, na causa e no efeito do onimovimento.

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A filosofia hermética, como ireis verificar, desenvol-ve o seu raciocínio partindo sempre de um infcio elemen-tar tomado como base para se elevar aos aspectos maisabstratos. Quem faz uso dessa chave e nunca se desviadesse método, avançarápasso a passo, prosseguirá no pen-samento e, por fim, compreenderá o que deve ser compre-endido.

Sabeis, talvez, que muitos, em seus processos depensamento, têm o hábito de começar com o que é abs-trato, com o desconhecido, e depois procurar chegar aoconcreto. Semelhante método de pensamento jamais po-derá redundar em satisfação e também sempre leva àespeculação, à mistificação. Assim, freqüentemente, ouve-se o homem mfstico dizer que isto ou aquilo deve ou nãodeve ser feito. O porquê, porém, fica de modo geral,totalmente indefinido e é por isso, amiúde, ou a causa danegação ou da afirmativa decisiva. Então ouve-se: "ABíblia é a palavra de Deus, e dela nenhum iota pode sernegado".

Mas porque justamente a' Bíbliadeva ser a palavra deDeus, ninguém sabe. A conseqüência é que um afirmaperemptoriamente o que um outro nega, enquanto queum terceiro não faz o que os dois outros fazem e perma-nece indiferente. Com semelhante método de pensamen-to, é óbvio que a verdade não é servida absolutamente,sendo substitu fda pela incerteza, pela mentira e porintensa disputa. O método de pensamento hermético- e

daí a razão desta digressão- é o único seguro e certo por-que, partindo do pensamento relativo ao identificável,aoconcreto, indica o seguro caminho para o abstrato. Porisso, esse método é sempre aplicado pela Arquignosis e

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todos aqueles que anelam e buscam a libertação recebem-no, porque ele concede o resultado mais evidente.

Assim, também podeis reconhecer, pelo seu modode pensar, se alguém é ou não um verdadeiro buscador daverdade. Um modelo inequívoco no tocante a isto foi, naHolanda, por exemplo, Benedito de Spinoza. Ele utilizou,sem dúvida, o método de pensamento hermético.

Após essa introdução, permiti-nos começar com otexto, e procuremos compreender o início, que é a pró-pria simplicidade:

"Tudo o que é movido, é movido em algo e poralgo."

"Aquilo onde algo é movido é maior do que o queé movido."

"O que cria o movimento, é mais poderoso do queo que é movido."

Tomai-vos a vós mesmos como exemplo: vosso cor-po tem a faculdade de se mover. Ele se move num espaçoe através dele, e existe uma força que realiza o movimen-

to. O espaço, no qual vosso corpo se move é, portanto,maior do que o vosso corpo. Depois, a força que move ovosso corpo é maior e mais poderosa do que o corpo mes-mo. Cada um verá isso como fato lógico.

Por conseguinte, afirma o versfculo 4 que aquilo noqual o vosso corpo se move e aquilo por meio de que se

move, ambos devem ter natureza contrária. Também istoé certo, pois o vosso corpo, por exemplo, é uma formamais ou menos cristalizada que possui inércia, densidade;mas o espaço, através do qual vos moveis, é muito sutil,

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leve e transparente. E a força pela qual vos moveis com-preendeas mesmas caraçterísticas. Por isso, diz a filosofiada Rosacruz Aurea, a nossa ordem mundial é movidapelos contrários, elaé. dialética. Já há milhares de anos,como se depreende.do Sexto Livrodo Corpus Hermeti-cum, foi transmitida a mesma idéia aos buscadores daverdade.

Uma vez compreendido isso, podemosir mais além.

Hermes: então este universo é maior do que qual-quer outro corpo?

Asclépio: certamente.Hermes: e não está completamente cheio, isto é,

com muitos outros grandes corpos ou, mais corretamente,com todos os corpos existentes?

Asclépio: isso mesmo.Hermes: o universo é portanto um corpo. E um cor-

po que é movido. Quão grande deve então ser o espaçodentro do qual o universo é movido ! E de que natureza?Ele tem de ser muito maior que o universo para poderadmitir o movimento contínuo, sem que o universo sejacomprimido pela estreiteza do espaço e tenha de pararo seu movimento.

Asclépio: esse espaço deve ser extraordinariamentegrande, Trismegisto!

Hermes: e de que natureza? De natureza oposta, nãoAsclépio? Pois bem, o contrário da natureza do corpo éo incorpóreo.

Todos os corpos existentes formam, em sua totali-dade, um corpo, que é o universo. Nele cada corpo possui

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um espaço que o circunda e uma força que o movimenta.A naturezado espaço e da força, por um lado, e a natu-reza do corpo por outro, são naturezas contrárias. Todosos corpos, portanto, que em seu conjunto formam, emessência, um grande corpo,um sistema, possuem essasduas naturezas contrárias. E como todos os corpos, apesarde essencialmente formaremum grande corpo, diferen-ciam-se entre si, concluímos que naturezas diferentesexistem aos milhares e que,portanto, o universo é movi-do por uma inumerável série de contrários. Pode-se,então, indicar a onimanifestação como o corpo em quesemanifestamas inumeráveis naturezas.

Todos nós temos um corpo e movimentamo-nosnum espaço, nosso particular campo de vida que, porconseguinte, é a força que nos move. Apesar de, comoentes humanos, formarmosum sistema de vida, apesar depertencermos aum mesmocorpo planetário, dificilmentepodemos afirmar que somos oriundos de uma mesmanatureza, poisas nossas naturezas se diferenciam muitoumas das outras. Uma inumerável série de contráriosmovimenta o universo inteiro.Podemos,portanto, e repe-timo-lo, c ~ m a ra onimanifestação de corpo, no qual asinumeráveis naturezas humanas se manifestam.

Porém, o imenso corpoda onimanifestação,juntocom todasas regiões cósmicas, igualmente são movimen-tadas em algo epor algo! Seguindo o mesmométodo depensamento, deve-se chegar a essa imprescindlvel conclu-

são. Assim também podemos fazer para nós uma idéiadoindescritível espaço, no qual e atravésdo qual se movi-menta a onimanifestação, um espaço que, como dissemos,deve ser, necessariamente,de natureza contrária. Assim,

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também o Sexto Livro Hermético chegaà conclusão queo oniabarcante espaço,_ onde os corpos da onimanifes-tação se movimentam e pelo qual são movimentados, é oincorpóreo.

Essa natureza contrária do universo pode, em certosentido, ser investigada, pode-se aproximar-se dela.Deve-se concluir, segundo oque foi exposto, que o aspectomaterial, em sua ilimitada variedade, está circundado elimitado pelo imaterial, o incorpóreo. O corpóreo explica-se unicamente pelo incorpóreo ou, segundoas palavras deHermes, o criado apareceudo incriado. E, desse incriadoque tudo abrange, tudo preenche e movimenta, falaHer-mes como sendo a divindade ou Deus.

Esse oniabrangente não devemos entendê-lo, semmais nada, como espaço.Em nosso sistema de vida distin-guimos espaço e corpo. A grande diversidade da criação écircundada por algo, algo quejá não pode ser chamadoespaço, mas unicamente força. Portanto, não devemos, talcomo faz a moderna astronomia, falar de espaço infinito,mas precisamos tornar-nos conscientes de que o próprioespaço está circundado pela força. Esta oniabrangenteforça é Deus!Essaforça, essa força divina é o imutável,o desconhecfvel, o inatacável e também o incompreensí-vel. Mediante o método de pensamento hermético, pode-mos determinar a natureza de Deus e falar da natureza deDeus como a fonte da qualtudo provém. Porém, jamaisdevemos incidir no erro de buscar Deus nos espaços cor-póreos, pois neles Deus seguramente não se encontra.Nesses espaços corpóreos, 'nas várias regiões cósmicas,podemos, no máximo, encontrar o que é divino, isto é, aatividade da força divina.Mas Deus mesmo é o oniabran-

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gente campo de força no qual o grande espaço está funda-mentado.

E sempre posslvel apontar-se uma atividade, estabe-lecê-la. Uma atividade é assim sempre limitada. Eis porque deve-se concluir que tudo que é movido, na verdade,não se move em algo que é movido, mas se move em algoque é imóvel; e a própria força que move é também imó-vel, pois ela não pode ter nenhuma participação no movi-mento, movimento que ela própria causa. Por isso, comosucessores da rosacruz clássica, falamos, em nossa moder-na filosofia, do reino imutável.

Isso é claramente exposto por Hermes nos versículos13 e 14:

Ora, se o espaço universal é objeto do nosso pensa-mento, não pensamos nele como espaço, mas como Deus;e se pensamos no espaço como Deus, ele já não é maisespaço no sentido comum da palavra, mas sim a força ati-va de Deus, que tudo encerra.

Tudo o que se move não se move em algo que émovido por si mesmo, mas em algo que é imóvel; e aforça motriz mesma é igualmente imóvel, não podendopartilhar do movimento que ela produz.

O que é divino pode, portanto, estar e ser no onimo-vimento das coisas, porém Deus mesmo é a fonte-forçade cuja imobilidade provém a atividade divina. Um aluno

verdadeiramente esclarecido, um aluno esclarecido daEscola Espiritual da Rosacruz Aurea pode, assim, mani-festar-se no que é divino, mas enquanto não tiver consu-mado o longo caminho de volta, o bom fim(!), ele jamais(1) Ver tomo I. Primeiro Livro de Hermes, vers. 65

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poderá ser Deus mesmo.Assim vemos, outra vez, que existe uma oficina, um

espaço dos corpos, e vemos como nessa oficina pode de-senvolver-se uma ativiélade divina. Porém essa atividadedivina nunca deve ser tida como Deus, pois Deusmesmoestá para nós no incognoscível, incognoscível que, alémdo mais, é o oniabarcante.

Assim, mediante a lógica hermética, sabemosabstra-tamente como é Deus, que é Deus e quem Ele é. Pode-mos, de algum modo, determinar o Seu ser, podemosdescobrir Sua atividade, porém conhecê-Lo em Sua reali-dade mais profunda é impossível, enquanto a filiação, obom fim ainda não tiver sido alcançado.

Eis por que também na Escritura Sagradaestá escri-to: "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho, queestáno seio do Pai, esse O fez conhecer". O seio do Pai é aradiação de amor, o segundo raio do esp(rito sétuplo, oraio que parte da própria fonte. Quem desperta nesseamor para a atividade divina torna-se um filho de Deus.Isto significa que ele se torna uma atividade de Deus. Nelesão liberadas as forças divinas e desenvolve-se intensomovimento. Quem se encontra nessa atividade conhece aDeus, e também pode revelá-Lo, tal como o faz HermesTrismegisto em seu Sexto Livro.

Mas, se seguistes até aqui o desenvolvimento donosso pensamento, surge, de tudo isso, um problema que

Asclépio, assim como resulta dos vers(culos 13 e seguin-tes, imediatamente expressa em palavras. Queremosresolver esse problema no próximo cap(tulo.

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Resumindo a nossa introdução ao Sexto LivroHer-mético, constatamosque existe uma fonte de força oni-abarcante, onipenetrante, fonte de força em que todasasregiões cósmicas estão encerradas_

E possível, portanto - e isto pela sua lógicase im-põe à nossa mente como evidente necessidade - estabe-lecer-se ligação com essa fonte de força, com esse oniabar-cante e onipenetrante. A intençãodo Sexto Livro deHer-mes Trismegisto é fazer comque nos tornemos profunda-mente convictos desse fato. A intençãonão é a de daruma profunda explicação filosófica do ser de Deus e daatividadeda força divina. Trata-se unicamente detornarclaro ao aluno, a Asclépio, que sevê convocadoà nobremissão por Deus e quequer dedicar-se em perfeita ren-dição à senda da Gnosis, que existe uma oniabrangente,onipenetrante fonte de força universal e que, porcon-se-guinte, é possível,portanto também necessário- porquesumamentelógico- entrar em ligação com Ela.

Por isso, a nossa insignificante existência como sernatural inconsciente sobre a mãe Terra constitui-se namais ilógica das coisas que possam existir na onimanifes-

tação. Quem está ligado comas radiações da salvação,àfonte da força, torna-se santificado, isto é:sanado! E,mediante a maravilha da graça de sua cura, ele se tornaum sanador a serviço da Gnosis, um amadurecidoAs-clépio!

O Sexto Livro Hermético apela principalmente

para o nosso discernimento, para o nosso pensar dirigidopara o interior. Ele não só pede de nósque ouçamos, masque também acompanhemos, no pensamento e na pene-tração em nosso próprio ser, até onde pode ser ouvido

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e compreendido, em serena quietude e sossego, o eternochamado da verdadeira .finalidade da vida dos homens.

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XV

A INVIOLABILIDADE DO PLANO DE DEUS

Na continuação das nossas considerações vimo-nos,com Asclépio, frente a uma dificuldade intencionalmenteincluída no diálogo entre Hermes e Asclépio, a fim de queesta questão possa receber uma justa luz.

Como deveis estar lembrados, ficou estabelecido que

o onimovimentoestá contido no imóvel.Tudo o que se move não se move em algo que é

movido por si mesmo, mas em algo que é imóvel; e aforça motriz mesma é igualmente imóvel, não podendopartilhar do movimento que ela produz.

Isto diz o versículo 14. E então surge a pergunta:

Mas, Trismegisto, de que modo as coisas aqui naTerra se co-movimentam com aquelas que causam o seumovimento? Porque disseste que as esferas pecaminosassão movidas pela esfera sem pecados.

E a resposta diz:

Aqui não se trata de um movimento em comum,mas de um movimento oposto,não de um co-movimento, porém de um contramovimento!

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Esta resposta é desalentadora, masao mesmotempo

consoladora. Oque Hermesquer dizer com isso? Permitique tentemos investigá-lo.

Imaginai o universonum estado absolutamente

virgem, na condição. de vazio,portanto como está indica-do no prólogo do relato da Gênese, isto é, o universoantes da criação.

Esse vazio é aparente, pois o que parece ser vazioé

um espaço cheio de substância primordial, repleto desubstância raiz cósmicaautônoma. Essa substância raizcósmica autônoma constitui a verdadeira natureza origi-nal, freqüentemente designada no antiqüíssimo pensa-mento egípcio como "a Mãe" ou "rsis".Quando a Gnosisfala de Maria, ela se refere ao mesmoestado virgem dasubstância original.

Sobre essa natureza originalatuam sete raios, osquais partemdo reino imutável, sete raiosdo campo uni-versal espiritual, sete raios de Deus. Cada um desses seteraios é sétuplo em sua natureza. Esses sete vezes sete raiossão interdependentes. Eles representam a vida absoluta,o amor absoluto, a inteligência absoluta, a harmonia abso-luta, a sabedoria absoluta, a dedicação absoluta e a açãolibertadora absoluta.

Que esses sete raios sejaminterdependentes e queem cada raio devamestar presentes osoutros seis raios, éfacilmente compreensível, desde que considereis que,em

cada ação, para se falarem ação libertadora, devemestar

presentes: vida, amor, inteligência, harmonia, sabedoria ededicação.

Logo que os sete raios,que dimanam do imóvel,dofirme, do inviolável,entram na natureza original, na uni-

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versai mãe rsis, surge nessa natureza original um movi-mento, uma atividade. Esse movimento, como deveiscompreender, é sempre um co-movimento. A naturezaoriginal demonstra, então, mediante o que dela surge,aquilo que está encerrado na divindade. Emanando doincognoscível, os sete raios, por sua atividade e medianteo que a natureza original manifesta, revelam, na naturezaoriginal, a intenção divina. Por conseguinte, pelo co-movi-manto, o divino é levado para fora e revelado no espaçoda natureza.

Quando, pois, considerais que tudo o que se manifesta procede dos sete interdependentes raios divinos, en-tão sabeis, por dedução lógica, que tudo o que foi criadodeve trazer em si a imagem, a essência, o núcleo do divino; que tudo que foi criado encerra uma divina intenção,uma intenção que só pode ser realizada mediante um co-movimento.

Portanto, logo que uma entidade é bem sucedida emco-movimentar-se com o plano de Deus, plano que estáativo em sete raios nessa entidade, esse plano, e não poderia ser de outro modo, é realizado nessa entidade e atravésdela.

Esta é uma poderosa conclusão a que nos conduz afilosofia egípcia, a filosofiade Hermes Trismegisto. Quemse encontra na co-movimentação, quem ingressa no co-movimento e nele persevera, realizará em si e através de sio plano de Deus.

Há, portanto, na inteira criação, um perfeito co-movimento em direção à divindade absoluta. Mas, ao

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lado, também se encontra a possibilidade para um totalcontramovimento! Pois,_ a possibilidade para a divini-

zação, possibilidade concedida à criatura, contém em si apresença de absoluta liberdade. Isto porque os sete raiosse determinam uns aos outros. Dessa absoluta liberdadetambém dá testemunho a sentença: "Onde está o Espíritodo Senhor a( há liberdade". (li Coríntios, 3:17)

Todos temos liberdade para estar no cc-movimento,bem como também no contramovimento. Por isso, tam-bém vemos na onimanifestação ambas as atividades.Vemos surgir o cc-movimento e o contramovimento, aliberdade de entrar verdadeiramente no oni-vir-a-ser divi-no, a fim de se tornar real, fundamental e estruturalmentefilhos de Deus, e a liberdade de se opor a isso e assim sos-sobrar no caos da dialética degenerada. Vemos e conhece-mos a dialética. Vemos e conhecemos igualmente a reali-dade da vida na divindade, que é o resultado do co-movi-menta. Vemos e conhecemos, da mesma forma, o grupointermediário dos que se desprendem do contramovimen-to e de suas conseqüências e se elevam para o co-movi-menta, donde resulta, em primeiro lugar, a transfigu-ração, isto é, a restauração das conseqüências do contra-movimento.

A natureza do original é, portanto, o campo dedesenvolvimento, campo esse encerrado na divindade.O que se encontra além disso, o que virá quando essedesenvolvimento tiver terminado e coroado de êxito, éuma pergunta cuja resposta na Escola precisamos ficardevendo, uma vez que ela se encontra inteiramente forada nossa faculdade de compreensão.

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E-nos dito, na Doutrina Universal, que a criatura foiconvocada uma vez para ser como Deus,para elevar-sedocriado ao incriado, ou, utilizandoas palavras dos antigoschineses: "Irromper do algo para o nada", isto é, para oilimitado, para aquilodo qual simplesmente nada se podedizer.

Voltemos, então, ao fato do contramovimento.Sabemos quão terrível é ele; sabemosque atroz infe-

licidade e que confusão, que perversidade causa a dialé-tica degenerada. Também conhecemos as conseqüênciasdo contramovimento: a cristalização. No entanto, há umaconsolação, uma grande consolação, que é justamente ofato de existir a morte.

O contramovimento pôde existir, como vos disse-mos, em resultado da nossa liberdade. Quando o homemtoma a liberdade para se movimentar, para atuar, semprecria conseqüências. Isto não pode deixar de acontecer.Uma determinada ação traz consigo uma correspondenteconseqüência, e a conseqüência do contramovimento é amorte, isto é, o resultado do contramovimento é sempreautodestruidor.

Não achais isto magnífico, não é isto indizivelmenteconsolador? A contramovimentação, a recusa de volunta-riamente cooperar na realização do plano de Deus,planoque é o fundamento da nossa existência, não pode, porconseguinte, durar eternamente. Ela não pode tomarconta da onimanifestação e irromper no imaterial, noimóvel e assim tornar-se estável. Imaginai quão terrívelisso seria!

Não, o que não se encontra contido no estado divi-no, o que não provém do estado divino, num harmonioso

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cc-movimento, é de tal modo irreal, de tal modo impo-tente, de tal modo sujeito à cristalização que, num dadomomento, desmorona, o que evidencia que o fenômeno,em essência, nada é equ·ese aniquila asi mesmo.

Unicamentea q ~ o ~ i l oque provém do Espíritodo Se-nhor é eterno. Quem, portanto,se encontra no contramo-vimento, quem está aprisionado no contramovimento, éapanhado numacontínua trituração e morte até que, emvirtudedo divino, que se encontra encerrado emtudo quefoi criado, percebe que o contramovimento não é um cc-movimento, e por conseguinte, sem resultado algum; porisso, em suas conseqüências, é sempre triturado e desfei-to. O único caminho para a salvação só pode ser encon-trado na cc-movimentação, na associação, em perfeitaharmonia, com os sete raios universais. Desse modo, emduplo sentido, pode-se tornar um Asclépio.

Já chegastes a perceber que o contramovimento, ocontínuo disputar consigo mesmo e com o meio em queviveis, não é nenhum cc-movimento, e que por isso estaiscontinuamente aprisionados à desventura,às tensões?

Se já chegastes a percebê-lo,então não sentis, comogrande consolação, o fato de saber que um homem, façao que fizer, um dia ganhará compreensão no caminho daexperiênciae, portanto, mais cedoou mais tarde ingressa-rá no templo da renovação?

Onde está o Espíritodo Senhor, aí há liberdade.Por isso, não deveis forçar-vos, pois isto estaria ·contra oprincípio da liberdade,portanto seria antidivino.Mas,umdia, todos vós, por efeito de uma absoluta vivência pes-soal, sereis purificados e ensinados e, através de muitasmortes, levantar-vos-eis em liberdade para a únicasal-

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vação, para a vossa destinação divina.

Irmãos e irmãs, não podemos forçar-vos nestaEscola, porque onde o Espíritodo Senhor está,aí háliberdade. Porém a vós é dito continuamente como é ocaminho e quaisas exigências que estão ligadasà senda.

Gostaríamos de continuar a fazê-lo, gostaríamos deesclarecer, sempre de novo, a Doutrina Universal, a imutá-vel, a admirável senda divina, mas não podemos fazê-lo,porque o tempo pressiona. A Escola da Jovem Gnosis nãoé somente um instituto dogmático, porém, ao mesmotempo, e principalmente,um corpo vivo.Essecorpo vivoestá progredindo, avança cadavez mais e atrai cadavezmais os sete vezes sete raios daluz divina, de maneira queessa luz arda sobre o santuário como poderoso fogo.

Por isso, não podemos ficar a falar sobreos raiosdesse fogo, não podemos ficar a repetir sempre:"Vede,amigos, a senda é assim e assim, trilhai-a, por favor". Não,se quiserdes acompanhar-nos - para o que tendes plenaliberdade - então este seguir conosco deverá processar-sesem nenhuma reserva, com todasas conseqüências. Se

utilizais a vossa liberdade para vos agarrar com unhas edentes à Terra, pois bem, então ficai na Terra. Entretan-to, se quereis avançar com o corpo vivo da Escola, se que-reis acompanhá-lo,então o momento para isto chegou.Todas essas coisas serão consideradas convosco, a fim de,por fim, levar-vos ao discernimento e a um profundo

autoconhecimento. Precisais verificar, a curto prazo, oque em vós co-movimenta com a vossa divina destinação,e o que em vós contramovimenta.

Então, se tendes um espírito investigador, podeis

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ainda perguntar: como pode ser prática e cientificamentepossível que num dado _momento a morte apanhe tudoque se encontrano contramovimento? A resposta é sim-ples, como aparece ná resposta de Hermes a Asclépio:

Visto que as esferas pecaminosas são movidas numadireção oposta à da esfera sem pecados, elas, nesse contra-movimento, são movidas pelo ponto fixo de equilfbrio aoredor da esfera resistente. E não pode ser de outro modo.A marcha circular é, pois, nada mais do que um movimen-to em torno do mesmo centro, o qual, pela imobilidadedo centro, é perfeitamente dominado. Pois o movimentocircular impede o desvio e assim a revolução é mantida.Deste modo, o contramovimento no ponto de equilfbrioigualmente está em repouso, porque o movimento resis-

tente o faz estático.

Hermes tenciona dizer com isso: se abusais da vossaliberdade, e assim transgredis a intenção divina, a qual naimobilidade dirige a onimovimentação,então a resistên-cia, suscitada pelo vosso contramovimento, torna-se final-mente tão grande que aquilo que resulta da vossa vida deimpiedade não pode suportá-lo e é destruído.

Pelo contramovimento suscitais a resistência. Estatorna-se cadavezmais poderosa em vibração, até que, porfim, manifesta-se uma queima, um aniquilamento no pró-prio ser. A resistência, por conseguinte, não é causadapela divindade, mas inteiramente por nós mesmos.Eisporque é ilógico afligir-se comas dificuldades da vida, poisnós mesmosas criamos, embora freqüentemente pareçaque a culpa caiba aos outros. A divindade não contendeconosco. Ela não nos castiga ou nos julga em sentido bur-

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guês. Nós mesmos o fazemos. Nós mesmos suscitamos asresistências, quer devido ao nosso passado microcósmico,

quer pela nossa vida presente, e nelas, num determinadomomento, sossobramos. Se tal é o vosso caso,então nãoviveis, mas vos colocais numa condição de mortificaçãopermanente, a qual tomais erradamente como vida.

Esforcemo-nos e trabalhemos perseverantemente afim de transformar a nossa vida num real co-movimento,

para que possamos encontrar bênçãos nas sete forças quedimanam do Logos, pois a verdadeira vida desenvolve-seunicamente no co-movimento.

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XVI

A ÜLTIMA MORTE DO EU:

A AUTO-RENDIÇAOVOLUNTARIA

Assim, colocamo-vos novamente na grande encruzi-lhada da vida, no ponto onde os dois caminhos, o de co-movimento e o do contramovimento, se encontram.

Aqueles que, como alunos da Escola Espiritual daRosacruz Aurea, formam uma parcela da Jovem Gnosis,sabem perfeitamente que o desenvolvimento da Escola,como grupo, como corpo vivo, como Jovem Gnosis, aco-lhida na corrente universal dos que a precederam, trazconsigo uma efusão intensa e positiva dos sete raios doEspírito sétuplo. A pressão para co-movimentar-se com osraios de Deus, com esse Espírito Santo, torna-se, con-quanto se refira à nossa vida em comum, extraordinaria-mente forte. Um pentecostes é cumprido sobre nós.

Mas prestai atenção, e o dizemos enfaticamente:tudo isso causa em nós, enquanto permanecermos no

contramovimento, uma oposição extremamente grande.Ela não vem de fora mas, como vimos, nós mesmos acausamos. Pela nossa atitude de vida, pelo nosso estadode ser, nós mesmosdesenvolvemos uma oposição, uma

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resistência cadavez mais forte, de onde resulta umamorte incessante.Tudo isso vos é dito para que possais,no mais curto lapso de tempo, tornar·vos um verdadeirosanador, um Asclépio. 'Para tanto, é necessário, como dizo versículo 44 do nosso texto, certo conhecimento intro-dutório em relaçãoà essênciado Todo.

Todos vós sois células viventes no corpovivo daJovem Gnosis.Essecorpo desenvolveu-se aum estado deser tal que experimenta grande graça. Grandes incumbên-cias lhe foram dadas e forças imensas são derramadassobre ele. Incumbências que só poderão ser executadas eforças às quais só se poderá reagir com positividade medi-ante perfeito co-movimento comos sete raios que partemda divindade, raios que chegam a nós do reino imutável.

A Jovem Gnosis sois vós! Sois células viventesdo

corpo e no corpo. E onde o inteiro corpo da Gnosis apa-rece cingido pelo fogo dessa positiva movimentação, amanutenção de um contramovimento torna-se intensoperigo para todos nós. Vede bem isso, tão bem, a pontode não mais poderdes esquecê-lo. Dissemo-vos que o mí-nimo contramovimento gera uma oposição porquetodo

o movimento, por fim, é abarcado pelo reino de Deus.Essaoposição, essa resistência, num certo momento, que-bra o resultadodo contramovimento.

Impelidos pelo eu, impelidos pela natureza da mor-te, freqüentemente encontramo-nos ocupados, em razão

do nosso estado de ser, em levar algo a desenvolvimento,e no momento em queas coisas forem por nós realizadas,justamente então, quando se mostra que podemos realizaro nosso sonho,as coisas transformam-se no seu oposto e

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a morte nos alcança. Isto significa que aquilo que acredi-tamos ter construído desmorona-se. Esse processo nosmostra que nós, com a nossa orientação natural, temo-nosmovimentado em círculo, voltando, assim, sempre aomesmo ponto, tendo freqüentemente de recomeçar tudodesde o início.

Se persistirdes no contramovimento, não obstanteterdes sido acolhidos como célula numa escolaespiritual,portanto, num sistema que segue o caminho do co-movi-menta de maneira muito dinâmica, então a conseqüêncianão será mais nenhum processo em que, por fim, se estáde mãos vazias,porém se desenvolverá um incidente, umacombustão e um dano muito grande, um aniquilamentodo vosso estado de alma. Por isso é sempre dito e adverti-do em todas as escrituras sagradas que os pecadoscontra

o Espírito Santo têm conseqüências pesadas. Eles se vin-gam no estado de ânimo e no intelecto ou seja, no santuá-rio da cabeça e no santuário do coração.

Vede, todos vós soisseres animados. Sois movimen-tados por determinada força imaterial. A ela reage vossohumor assim como vosso entendimento. O coração e a

cabeça são postos em movimento por aquilo que vos ani-ma. Se essa animação situar-se no contramovimento,então a conseqüência será, sempre de novo, a morte, oaniquilamento do produto do contramovimento.

A animação precisa sempre de novo fazer essa desco-berta, até que por fim se decida a morrer a última morte:

a morte da auto-rendição voh,mtária, a endura; da auto-rendição ao co-movimento, ao Espírito divino eseus seteraios, ao verdadeiro plano, que é a base de nosso vir-a-ser.Quem o faz em perfeita ausênciado eu, desenvolve, como

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sabemos, com absoluta certeza, um novo estado de alma.O candidato avança se_mpre para uma nova movimen-tação, abrindo espaço para ela. Assim, pois, nasce a novaalma, desenvolvendo-sé um novo entendimento e, disso,um imutável co-movimento com o Logos, bem como umaperfeita transfiguração.

Caros amigos, concebei assim: ingressais consciente-mente com a não renascida alma e seu correspondenteentendimento num corpo gnóstico, uma escola espiritual,a qual vive claramente dos sete raios. Sois assim acolhidosnum campo de irradiação de natureza muito especial,num campo de irradiação que até então não tínheisconhecido e vos encontrais num movimento que, paravós, é completamente novo. Suponde que, nesse novomovimento, nessa efusão dos sete raios, conservais vossaexistência nascida da natureza, que prosseguis querendo,sentindo, pensando e agindo como fazíeis até agora, por-que não estais absolutamente dispostos a morrer a últimamorte do eu, a endura. Desta forma vos conservais firme-mente decididos a manter o vosso eu, vossa naturezacomum, vosso caráter, vosso tipo, enquanto que permane-ceis num campo de irradiação onde se manifestam gran-des e novas forças.

Perguntamo-vos: onde sereis primeiramente apanha-dos pela oposição que vós mesmos causastes? Nas conse-qüências do vosso erro, como é normal na dialética? Ouna causa conscientemente conservada do vosso erro? A

resposta é evidente: na causa do vosso erro! Na almanatural e em seu entendimento. Sois como que queima-dos, e nessa queima, sois desnaturados segundo a alma e oentendimento. Isso quer dizer: caís então em grande

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Todos estamos no movimento. E perguntamo-vos:como se explica, neste momento, a vossa agitação? Levais

uma vida muito agita9a, sois todos muito ocupados;es-tais continuamente ocupados. Com o quê? Observai comque estais tão ocupados. Conscientizai-vos, com plenaobjetividade, dessa vossa agitação tão fatigante e quetanto sobrecarrega vossa alma, vossa alma natural.

É ela um cc-movimento ou um contramovimento?Não é ela freqüentemente umcontínuo empenho no con-tramovimento para procurar manter-vos afastados dasdificuldades? Nãoé assim que muitos estão desse modocontinuamente ocupados no contramovimento? Não éverdade que, não obstante a louca agitação e a imensafadiga nada progredis, e que a oposição mesma se tornamaior ao ponto de ocasionar de tempos em tempos umatranqüilidade, e, em seguida, a morte em uma de suasformas de manifestação como esgotamento, desespero,enfermidade? Que sempre estais ocupados comas vossasprovidências, com a execução das vossas táticas, com adeterminação da vossa atitude7 Mas as coisas esvaem-sepor entre vossos dedos para um nada sem vida. E semprede novo vos perguntais: "Onde está o erro? Por que per-manecem a aflição, a dor, a canseira e a inutilidade? Porque as coisas não corremde modo diferente e melhor,pois tudo fiz para pôras coisas emordem?!"

Sim, amigos,ascoisas vão como vão porque estancaisno contramovimento, istoé, no conflito, na onimovimen-tação dos contrários! E vos falamos tão minuciosamenteacerca da clara e evidente necessidade, a lógica evidênciada libertadora cc-movimentação, a fim de que possaisdecidir-vos, em clara ação, por essa cc-movimentação,

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como sendo a grande conversão de vida para cada serhumano. Então imediatamente o destino se afasta de vós,e chegareis a fazer um uso mais controlado e maiseficazdo vosso tempo e das vossas forças.

A co-movimentação, a nova atitude de vida do ver-dadeiro aluno da Jovem Gnosis, da ao grupo uma unifor-midade vibratória, dispensa grande tranqüilidade e pazinterior, suprime toda a tensão e liberta da escravidão dodei I rio e do moderno furor pelo trabalho. Abramo-nos,

pois, inteiramente para a bênção do co-movimento, paraa indizlvel, para a poderosa salvação dos sete raios doEsplrito sétuplo, para a direta e atual descida da eternida-de no tempo, para uma efusão do Espírito Santo, paraum novo Pentecostes que, na Jovem Gnosis, está consu-mado. Elevai-vos nessa nova comunidade da salvação.

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XVII

O MISTERIO DO SANTOGRAAL

Explicamo-vos que, tão logo os sete raios que par-tem do reino imutável, do reino inviolável, irrompamnanatureza original, surge nela um movimento. Esse movi-mento é, então, a cc-movimentação. Então a naturezaoriginal demonstra, pelo que dela provém, o que estáencerrado na divindade. Um corpo vivente gnóstico deve,pois, na execução do seu processual caminho de desenvol-vimento, fazer surgir em torno de si um novo campoastral, emanado diretamente da natureza original, da mãefsis. Esse campo em seguida se estenderá por sobre asregiões daquelas partes do mundo em que o referido

corpo gnóstico é especialmente ativo.Quando semelhante novo reino gnóstico está forma-

do e os focos necessários são estabelecidos, desenvolve-se,no corpo vivo, um novo movimento, um movimentocuja força cresce com o tempo, pois, com tudo isso,está concatenado um romper dos sete selos. São rompidos

os sete selos do verdadeiro processo de vida, do verdadei-ro caminho de desenvolvimento humano. Os sete raios dadivindade demonstram-se então de modo muito direto, ea Gnosis reflui diante da plenitude do Espfrito Santo.

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Como podeis ouvir no Evangelho de João, Cristofala aos seus discípulos, ao seu grupo:

"É bom que euvá; porque,se eu não for, o Conso-lador não virá a vós; mas, se eu for, enviar-vo-lo-ei.Mas,quando vier o Consolador, que eu da parte de meu Paí voshei de enviar, aquele Espírito de verdade que procededoPai, ele testiticaráde mim".

É, pois, compreensfvel que, quando a Gnosis, comomediadora, retira-se diante da plenitude da descidadoEspírito Santo, surge uma condição totalmente nova;uma totalmente nova atitude de vida e uma nova necessi-dade de vida se fazem presentes com uma força irresistí-vel a todos os que foram apanhados por essa atividade.

Em Mateus, capítulo 24 - que vos aconselhamosconsultar - é esclarecida semelhante condição, assimcomo agora por ela passamos. O autor dessa narração ob-serva: "Não passará esta geração sem que todas estascoisas aconteçam". Muito se riu acerca dessa sentença e sedisse ironicamente:"Oh! Quantas gerações já se passa-ram desde o início dessa era sem quetudo isso tivesseacontecido!" Porém,as coisas anunciadas em Mateus, 24,fazem alusão aos beneffcios e malefíciosà linha de desen-volvimento da Gnosis. Assim como a Gnosis daqueles diasexperimentou poderosamente todas essas coisas efoiobrigada a experimentá-las, assim também nós nos encon-tramos, em nossos dias, diante dos mesmos desenvolvi-mentos.

A Escritura Sagrada também fala de um rompimentodos sete selos em sentido negativo, tendo em vista a

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humanidade e o mundo, mas não examinaremos, nomomento, este aspecto igualmente relatado no Apoca-

lipse. A esse propósito também se poderia perguntar:"Que devemos entender por sete selos fechados?" A res-posta diz: uma condição temporária de neutralização, emdeterminadas regiões, da natureza original, da existênciatotal do Espírito sétuplo. Durante 700 anos as influênciasdiretas do Espfrito sétuplo nos países europeus forampoucos conhecidas, porque, no tocante a essa parte domundo, deu-se essa neutralização. Mas agora, novamente,crescem em força, para com o mundo, as radiações doEspírito sétuplo. Porém, em relação à Jovem Gnosis ocrescimento em extensão, volume e atividade realiza-secom absoluta pontualidade; pois compreendereis plena-mente que, num desenvolvimento gnóstico, a neutrali-zação deve cessar completamente num determinadomomento, o que acontece também com a Jovem Gnosis.

Vede, por exemplo, o drama crístico.Cristo vem e escolhe os seus discípulos; ou, em

nossa terminologia, Ele estabelece o seu grupo. Ele osprecede no caminho da Rosacruz; Ele torna conhecida asenda e suas respectivas exigências e as exemplifica aosseus discípulos. O grupo torna-se uma comunidade, umcorpo vivo, uma ekk/esia Nesse momento Jesus, oSenhor, retira-se como mediador. " ~ bom para vós que euvá", assim diz Ele, "pois, após mim vem o Consolador."E então Jesus, a Gnosis, precede o grupo no novo campode vida. A retirada do Senhor Jesus como mediador é, emcerto sentido, tão-somente aparente: a Gnosis precede ogrupo no novo campo de vida e nesse campo se encon-trarão novamente!

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Logo que a Gnosis, como mediadora, como fatorirradiante, põe-se delad_o,retira-se, passa perfeitamentepara o primeiro plano a radiaçãodo Espfrito sétuplo.Realiza-se, então, dirétamente a descidado EspíritoSanto. Portanto,de modo algum pode ser qualificadocomo afetado e certamente nãotem nada de sensacional,quando o grupo da Jovem Gnosis, nas fileiras da correntegnóstica universal, chega por sua vez diante dos portaisda mesma experiência. Como aconteceu aos que nos pre-cederam, assim acontece conosco.

Também nós estamos diante dos portais desse total-mente novo estadode vida, no qual está encerrado umnovo mistério: odo novo vir-a-ser consciente superior, omistério da divinização, pois, como tratamos convosco,toda a co-movimentação deve acabar na divinização.E,portanto, precisamos repeti-lo, absolutamente lógico quenós, após termos adquiridocerto conhecimento introdu-tório em relação à Essênciado Todo, digamos"que nosseja permitido compreender o que o Espírito sétuploquerde nós a fimde que também possamos instalar-nos perfei-tamente na câmara superior".

Os sete raios, assim dissemos em seguida, proporcio-nam-nos, em primeiro lugar, a vida perfeita; em segundo,o perfeito amor; em terceiro, a inteligência perfeita; emquarto, a harmonia perfeita; emquinto, a sabedoriaperfeita; em sexto, a dedicação perfeita e em sétimo lugar,o ato libertador perfeito. Ecomo os sete raios determi-nam-se um aooutro, está claro que existem sete vezessete, ou quarenta e nove aspectos ou raios, os quais pre-cisam ser satisfeitos pelo candidato aos novos mistérios.

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Quem entra no Templo de Haarlem descobre queessa idéia inegável está indicada na parede acima do lugarde serviço, indicada pela estrela de cinco pontas, a estrelade Belém, o símbolo (l ) da alma renascida, estrela essarodeada pelos sete vezes sete raios, os quais partem doreino imutável e que impelem para a frente, para a divi-nização, a referida entidade.

Eis por que, em Haarlem, no lugar da sede central danossa Escola, o antiqüíssimo Templo Rosacruz, após aabertura dos sete selos, da qual vos falamos, deu lugar aoTemplo do Espírito Santo, ao Santuário da Fraternidadedo Santo Graal.

Queremos agora dar-vos a compreender algo dosquarenta e nove aspectos do Santo Graal, principalmenteem ligação com o que é esperado de nós como célulasvivas do corpo gnóstico. Para começar, espera-se do candi-dato uma grande e profunda honestidade. Para preveniro perigo da já considerada combustão, ele precisa possuirabsoluta prontidão para encontrar-se com a mais funda-mental das mortes, a qual deve necessariamente processar-se: a morte do eu, a endura.

Quem elimina de si a causa da principal oposição,torna-se diretamente renovado segundo a alma, torna-seimediatamente receptível para a palavra do EspíritoSanto. Ela vos dirá que deveis aceitar, em grande honesti-dade e em profunda pureza, a direção desse Espírito.Mesmo que ainda não possais entender a total plenitude

( l ) Este mesmo símbolo pode ser visto em nosso TemplodeAquarius, em São Paulo,SP.

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desse Espírito, nunca vos enganareis em razão da simpli-cidade, da pureza das in-tenções eem razão da honestida-

de. Desse modo, podeis,com a abertura e a despreocu-pação de uma crianca, crescer na santificaçãocom baseno renascimento da- alma. E a umdado momento estareiscom a vossa alma renascida na pureza de vossa infânciadiante do trono da santa luz sétupla, e vos ajoelhareisdiantedo primeiro raio, o da vida perfeita.

Que é vida perfeita?~ a vida do homem original, a vida da verdadeira

humanidade-alma. A vida perfeitaé algo glorioso, algosublime, algoimensurável! ~ a vossa perfeita, oniabran-gente vocação! Nascestes nesta naturezada morte em

vosso corpo de emergência para, ao longodo caminho deexperiências dos contrários, amadurecerdes no sentidodo despertar da consciência, no sentido da elevaçãoàperfeição. Unicamente dessemodo podemos tornar

patente a glória de Deus.Por isso é precisoque haja em vós (e quando a vossa

base é boa,então assimé)

poderoso anelo, uma pressãotoda determinadora para chegardes a uma verdadeira vidaperfeita,à qual tudo o mais, tudo o que possuís e conhe-ceis está totalmente subordinado. Se desse modo, nessepoderoso anelo para alcançardes essa vida perfeita, apro-ximardes-vosdo primeiro raiodo Espírito sétuplo,então,assim estará bem. Trata-se,num instante,de uma positivapenetração da radiaçãodo Espírito Santo. Então soisligados elementarmentecom o fogo de Pentecostes,como bem,que é oniabrangente.

E aprendereis a vos_dirigir a esse bem, o Espírito

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sétuplo, no qual e pelo qual deve manifestar-se vossaplena salvação, com o nome "Pai". Pois criar é a caracte-

rística do Pai, diz Hermes.

Por isso, na vida daqueles cuja consciência está bemsintonizada, o fazer nascer o· filho é uma coisa da maiorseriedade e zelo, e da máxima afeição a Deus; ao passoque a maior infelicidade e o maior pecado é alguém

morrer sem possuir essa descendência, e depois ser jul-gado pelos demfJnios.Eis, portanto, a sua punição: a alma sem filho é

condenada a adotar um corpo que não é de naturezamasculina nem feminina, o que é uma execração sob oSol. Participa, pois, Asclépio, da alegria se ninguém ficarsem descendência, envolve de compaixão aquele que seencontra na infelicidade, porque sabe da punição que oaguarda.

Aqui a Arquignosis* egípcia aponta, com uma cla-reza que nada deixa a desejar, para o absoluto objetivo danossa vida, para o nosso destino ditado por Deus: fazernascer em nós o Filho, o Cristo* interno, o verdadeiroHomem imortal.

Quando negamos, desprezamos ou recusamos essavocação, quando nos obstinamos no caminho da cega tei-mosia, invocamos assim, indubitavelmente, o julgamentoque parte do Sol espiritual, da Luz universal. Nessa si-tuação, a força de radiação sétupla dessa luz agirá em nósde modo negativo e, agora ou mais tarde e segundo acabeça e o coração, tornar-nos-á insensíveis e estéreis àsua obra de salvação, tanto para o aspecto masculino, o

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aspecto criador, como para o aspecto feminino, o aspectorevelador. Então teremos de seguir até o fim o escuro

caminho que nós mesmos escolhemos, o caminho sem fimdo sofrimento e do desgosto.

Mas, se no poderoso anelo por salvação, abrangerdesa vida perfeita enquanto dela vos aproximais, descobrireisque sois sumamente agraciados pelo primeiro raio doEspírito sétuplo e que em vós é gerada uma consciência

de adoção, uma experiência de filiação. Essa consciência,essa experiência de filiação, liga o candidatodi reta e posi-tivamente com a atividade inicial dos restantes seis raiosdo Espírito Santo. Essas seis fiamas se manifestam!

Pois, na vida perfeita está o amor; portanto, quempuser os pés nos portais do primeiro raio, só agora e com

razão, aprenderá o que é o amor. Ele é, entre outrascoisas, verdadeira compreensão da alma natural em seuestado ainda não renascido, uma compreensão da luta doshomens, também para os seus erros, cometidos em igno-rância. Semelhante homem possuirá a paciência derivadado amor, uma paciência que não pode ser medida; se

necessário, uma paciência sem fim. Sabeis, pelo menosteoricamente, e lede uma vez mais em Coríntios I, versí-culo 13: "O amor tem o poder de tudo esperar, tudo su-portar, o amor protege todas as coisas".

Podeis agora compreender que o homem que recebepositivamente o Espírito sétuplo, que semelhante filho daplenitude, também será inteligente? Podeis compreenderque lá, onde estão a verdadeira inteligência, o verdadeiroamor e a ilimitada paciência, deve também estar o cami-nho, e que o caminho é o conhecimento do modo como

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se realizam a vida e o amor em sua perfeição?Percebeis, como é evidente, como é essencialmente

necessário que os sete raios se completem um aooutro?Não temos nós, ao mesmo tempo, enquanto expomostudo isso, constatado que, em semelhante caminho devida, aparecem, em primeiro plano, uma perfeita harmo-nia na vida? E uma grande e profunda tranqüilidadein-terior?

Não veria semelhante homem, abrirem-se ampla-mente diante desi os portais da sabedoria? E o devota-mento a todasas criaturas nãose tornaria para ele umareação normal? Todo esse conjunto não testemunhariaprofundamente que oato libertador determina o com-portamento desse homem?Esse novo mistério abriu-separa todos vós. E como se fora uma cabeça áurea sobre aqual flameja o fogo de Pentecostes. O quevos impede deingressar? Entrai, então, na pazdo vosso Senhor.

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XVIII

AS NOVAS POSSIBILIDADESLIBERTADORAS

Bom é aquele que tudo dá e nada toma. Em verdade,Deus tudo dá e nada toma! Por isso Deus é o bem, e obem é Deus. O outro nome de Deus é Pai, porque Ele éo criador de todas as coisas, pois criar é a característica

do Pai.

"0 Santo Espírito Sétuplo, unidos na Jovem Gnosise elevados até o Gólgota da renovação, aproximamo-nosde Ti com todo o nosso ser e nos curvamos humildementediante de Tua perfeição."

Desse modo deve aproximar-se o candidato do novomistério manifestado. Esperamos e oramos que muitos,muitos mesmo possam tornar-se conscientes das novaspossibilidades libertadoras que foram presenteadas àhumanidade buscadora; que possam compreender o obje-tivo do trabalho da Jovem Gnosis todos os que estãomaduros para tanto, que estão maduros para se abrirem àluz do novo dia, que agora irrompeu para nós. Nossafervorosa prece é que, doravante, abandoneis todo o con-tramovimento e que possais, quando o contramovimentoaproximar-se de vós, reconhecê-lo sempre a tempo.

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Vede, a humanidade como unidade, como fraterni-dade do princfpio, partiu-se, e vemos os inúmeros pe-

daços em extremado individualismo. Todas essas indivi-dualidades movimentam-se num espaço e são movimenta-das por uma força.Mas,espaço e forçn estão igualmenteindividualizados ese também sois assim, encontrais-vosem meio a tantos outros como um"eu", como seres indi-vidualizados, petrificados, impenetráveis, apartados detodos os demais. Então vos tornastes solitários e, em maisde um sentido, prisioneiros. Todos os solitários e prisio-neiros são movimentadosem seus espaços por suas forças.Sois, como sabeis, total movimentação; contudo, a movi-mentação da contranatureza. Viveis um ao lado dooutroe não vos entendeis. Não vos tolerais um aooutro e tam-bém não vos podeis tolerar, até que a Gnosis seja buscadae encontrada.

A Gnosis é o nascido Asclépio, o sanador, o senhordo amor. A Gnosis nos busca em nossa solidão e aprisio-namento e nos faz conhecer o caminho. Quem quersegui-lo precisa evadir-sedo inferno do contramovimentoe, pela morte última, amortE!'da auto-rendiçãoà Gnosis,ao senhor do amor, deve levar o novo estado de alma aodespertar. No mesmo instante, semelhante homem ingres-sa no novomistét<io,do qual tivemosque vos falar: o mis-tério do Espirita Santo, o mistério,do vir-a-ser divino, omistério da manifestaçãodo filho.

Esse mistério abriu-se para nós na Jovem Gnosis;esse vir-a-ser no qualtudo o que é verdadeiramente bomvos é ofertado - no sentido acima exposto- e que nadamais vos é tomado; o vir-a-ser no qual oPai do Todogerou-se aSi mesmo, em nós, em seu Filho.

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A única, a eterna salvação está aberta para vós:vinde, aproximai-vos de sua majestade. Elevai-vos, pois,

nessa maravilhosa vida, acima de toda a terrena lutafratricida.

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XIX

O SETIMO LIVRO

HERMES ATAT SOBRE A CRATERA E A UNIDADE

1. Hermes: considera o demiurgo, visto que Ele criouinteiramente o mundo, não com as mãos, mas peloverbo, como a presente e sempre imutável realidade,como o criador de todas as coisas, o uno e únicoque, pela Sua vontade, criou tudo o que existe.

2. Porque isto é verdadeiramente o Seu corpo, o qualé intocável, invisfvel, incomensurável e indivisfvel eque não se pode comparar a nenhum outro corpo,pois Ele não é nem o fogo, nem a água, nem o ar,nem o alento, mas essas coisas e todas as outrasprovêm d'Eie e por Ele.

3. Sendo Ele o bem, não quis dedicar a si próprio essaoferenda e não quis ornar a Terra unicamente paraSi; porém enviou para baixo, como jóia desse corpodivino, o homem, criatura mortal de um ser imortale, assim como a Terra ultrapassa as suas criaturaspela vida eterna, o homem ultrapassa as criaturas daTerra pelo intelecto e pelo espfrito.

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4. O homem tornou-se o contemplador das obras deDeus, prostrou-se maravilhado e aprendeu a conhe

cer o Criador. Deus, ó Tat, concedeu a todosos homens a mente, não porém o espírito I Não que Eletenha provado alguns pela inveja, pois a mesma nãoprovém do alto; ela se forma aqui embaixo, nasalmas daqueles que não possuem o esplrito.

5. Tat: por que, ó Pai, Deus não concedeu o espírito atodosos homens?

6. Hermes: Ele quis, meu filho, que a ligação com oespírito estivesse dentro do alcance de todas asalmas, como prêmio da corrida.

7. Tat: e onde Ele pôs esse prêmio?

8. Hermes: Ele enviou para baixo uma grande crateracheia de forças do espírito e um mensageiro paraanunciar aos corações dos homens a tarefa: "Mergulhai nesta cratera, vós almas que podeis fazê-/o; vósque crestes e confiastes em que ascendereis até Eleque enviou para baixo este vaso de mistura; vós quesabeis para que objetivo fostes criados".

9. Todos os que atenderam a essa anunciação e forampurificados imergindo-se nas forças do esplrito, tiveram participação na Gnosis, o conhecimento viventede Deus, e tornaram-se homens perfeitos por teremrecebido o espírito.

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10. Todos, porém, que pecaram contra a anunc1açao,por nfio darem ouvidos a ela, estacaram nos limites

da mente, porque nfio receberam a força do espíritoe não sabem para que objetivo foram criados, e porQuem.

11. As percepções desses homens, que se baseiam nossentidos, sfio quase idênticas às dos animais irracio·

nais; sendo uma mescla de paixões e ira e não tendonenhuma admiração para o que merece contem·plação e reflexão, eles se devotam às cobiças do cor·po, pensando que, para esse fim, o homem foi criado.

12. Aqueles, porém, que obtiveram participação no domde Deus, deixaram de ser mortais, como mostram assuas obras, e tornaram-se homens divinos, envolven·do com sua alma-espírito *tudo o que se encontra naTerra e no céu, e talvez acima do céu.

13. Todos os que deste modo se exaltaram, vendo obem, aprenderam a considerar a permanência aquina Terra como uma calamidade. Eles julgam tudo oque é corpóreo e incorpóreo como rejeitável e seapressam com zelo para o uno e único.

14. O Tat, a manifestação da alma-espírito, a revelaçãodas coisas divinas e a contemplação de Deus, são osdons da cratera, a divina talha.

15. Tat: também eu quero mergulhar nessa cratera, óPai!

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16. Hermes: se primeiramente não odiares o teu corpo,meu filho, não poderás amar o teu verdadeiro ser.

Mas se amares o teu verdadeiro ser possuirás a alma-espirita e, uma vez possuindo-a, participarás tam·bém de seu conhecimento vivente.

17. Tat: que queres dizer com isto, Pai?

18. Hermes: não podes, meu filho, prender-te às coisasmateriais assim como às coisas divinas, porque, vistoque existem dois estados de ser, o corpóreo e o in-corpóreo, o mortal e o divino, terás de escolherentre esses dois, de modo bem refletido, porque nãonos podemos prender a ambos. Uma vez que a esco-lha tenha sido feita, a diminuição do que foi rejei-tado se prova na força ativa do que foi escolhido.

19. Desse modo, a boa escolha mostra a sua glória nãosomente pela divinização do homem que a fez, masprova também a sua afeição e sua devoção a Deus.

20. A má escolha, ao contrário, leva à perdição do ho-mem; ademais, ela é um pecado contra Deus. De taishomens pode-se dizer que se movem em cortejos nomeio do caminho, incapazes de fazer algo por si mes-mos, mas não sem impedir a marcha dos outros;assim também não fazem outra coisa senão peram-bular pelo mundo impulsionados pelos seus desejoscorpóreos.

21. Sabe, pois, ó Tat, que os dons de Deus estiveram e

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sempre estarão à nossa disposição: incumbe a nósestar em guarda a fim de que aquilo que emana de

nós lhes corresponda e que nisso não fique para trás,porque não é Deus a causa de nossas maldades, masnós mesmos que as preferimos ao bem.

22. Compreendes, meu filho, através de quantas si-tuações veiculares, falanges de demônios, véus mate-

riais e cursos estelares temos de passar, em nossapenosa ascensão ao uno e único?Porque o bem não é atingivel através de um lugarfacilmente transponivel. Ê sem limites e sem fim e,mesmo em relação a si próprio, não tem fim, aindaque nos pareça que o bem teve o seu começo na

Gnosis, a onisciência de Deus.

23. A Gnosis não é o começodo bem, mas nosoferece ocomeço daquilo que precisamos para aprender aconhecer o bem.

24. Apossemo-nos, pois, desse começo e percorramoscom rapidez tudo o que nos aguarda; porque em ver-dade é dificil abandonar o que para nós é tão fami-liar e tudo o que possuímos, para voltar às primeirascoisas, porque o visível dá alegria, enquanto o invi-sível desperta descrença e dúvida. Para o olho co-mum, portanto, o mal é bem conhecido e manifesto.O bem, ao contrário, é invisível, porque o bem nãotem forma nem figura, é imutavelmente igual a simesmo e, por isso, desigual a tudo o mais; eis porque o incorpóreo é invisível ao homem corpóreo.

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25. Por todas essas razões o que permanece igual a simesmo, o imutável, é superior ao mutável; e o mutá-vel é pobre em comparação com o imutável.

26. A unidade, o uin e indivisível, a origem e a raiz detodas as coisas é, como tal, presente em todas ascoisas. Não há nada sem origem. A origem, porém,como ponto de partida de tudo o mais, tem sua ori-gem somente em si mesma.

27. O número um, como a origem, inclui em si todos osoutros números, sem que ele mesmo seja inclufdoem um deles. Ele gera todos os números, sem que elemesmo seja gerado por qualquer outro número.

28. Tudo o que é gerado é imperfeito e divisfvel, podeaumentar e diminuir. O perfeito, porém, não é nadadisso.

29. Visto que o que pode aumentar deriva o seu aumen-

to da unidade, sucumbirá à sua própria fraqueza nomomento em que não oferecer mais lugar à unidade.

30. Assim, ó Tat, exemplifiquei-te uma imagem de Deus,até onde isto foi possfvel. Se te aprofundares nissoíntima e minuciosamente, olhando-a com perseve-

rança, com os olhos do teu coração, encontrarás,crê-me, meu filho, o caminho para o céu. 'ou, aindamais justo, a imagem mesma de Deus te conduziránesse caminho, porque a diretriz interior fundamen-tada nessa imagem tem esta característica: ela

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mantém presos em seu poder os que uma vez princi-piaram essa via de devoção e os atrai para cima, para

si, assim como o fmã atrai o ferro.

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XX

O PREMIO DA CORRIDA

O Sétimo Livrodo Corpus Hermeticum é determi-nante para oente humano que encalhou completamentena naturezadialética,que se tornou inteiramente consci-ente de que esta existência carece de perspectiva, que ela

é desesperante;ente humano que demonstra, contudo,possuir suficiente forçade tensão interior a fim de buscar,sincera e persistentemente uma salda, uma solução. Porisso, no Sétimo Livro esse homem é designadopor Tat,isto é, aquele que é chamadoà realeza, chamado ao supe-rior, ao verdadeiro vir-a-ser humano. A esseente humano

é oferecida a cratera, o divino vasode mistura, isto é, ataça, o Santo Graal. Estando essehomem preparado parabeber da taça,então ele encontrará a soluçãoque o seucoração anela e seu grande problema vital será solucio-nado.

Se podeis, caro leitor, identificar-vos suficiente-

mente com esse homem,se vos encontrais interiormentenesse estado, então esse Sétimo Livro Hermético temnaturalmente muito a vos dizer, pois, eleexpõe uma eter-na verdade,que já há milhares de anos foi anunciada, e aexpõe de uma maneiraque para todos nós é sumamente

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importante e pode atuar de maneira muito libertadora.Procuremos compreender essa verdade; esse Sétimo

Livro não dá unicamen.te uma descrição do Santo Graal,mas quer liberar, mediante o seu conteúdo, mediante oseu apelo, a força dó Santo Graal, a força do sétimo raiodo Espírito sétuplo.

Considera o demiurgo, visto que Ele criou inteira-

mente o mundo, não com as mãos, mas pelo verbo, comoa presente e sempre imutável realidade, como o criador detodas as coisas, o uno e único, que, pela Sua vontade,criou tudo o que existe.

No Evangelho de João, lemos: "No princfpioera o

Verbo, e o Verbo estava com Deus,e o Verbo era Deus".Não deveis imaginar esse Verbo como resultante da ativi-dade da laringe, como palavra proferida. Deveisconside-rar esse Verbo como sendo o próprio Logos: o Logos,que é exterior a tudo e que abarca tudo que existe.

O Verbo é, para nós, criaturas, o mais essencial da

divindade. E a mais poderosa atividade criadora que di-mana do Pai. Devemosver essa atividade criadora como adireta expressão realizadora do poder pensante divino.

Nós, criaturas, consideramos algo e, partindo de umaidéia do nosso pensamento, muitas vezes chegamos àação, porém, a força pensante de Deusé diretamente cria-

dora, diretamente realizadora; portanto, ela executa aação. Por isso diz o Salmo 33: "Ele falou e foi feito; orde-nou e logo apareceu".

Por isso, também lemos: "Deus, o demiurgo, não fezo mundo com as mãos, mas o fez inteiramente pelo

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verbo".O pensamento humano, a atividade mental, não

pode ser assim compreendido e refere-se a algo bem dife-rente. Quando constatamos isso não estamos apoucandonossa atividade pensante. Recebemos a nossa faculdadepensante para poder compreender algo e assim guiados,poder passar, de algum modo, à ação racional. Devemosser muito gratos por isso. O homem é de fato um entecujas partes componentesse completam, mas ainda nãoestão reunidas para formar otodo verdadeiro. A razãodisso está no fato de nos faltar um elemento essencial.

Conhecemos uma atividade sentimental.Em decor-rência dessa atividade, geralmente aparece uma atividadepensante e, depois, uma atividade volitiva. Mediante afala, expressamos o que se desenvolve nos domfnios dosentimento,do pensamento e da vontade. O resultado é,então, uma ação. Istotudo diz respeito a atividades den-tro das possibilidades humanas, que,às vezes, são bem-sucedidas, mas que também, muito freqüentemente, acar-retam conseqüências profundamente deploráveis.Mas noVerbo, no Logos, todos esses aspectos, todas essas carac-terísticas agem sempre juntas em imediata unidade har-moniosa e se revelam num resultado absolutamente per-feito.

O Logos é um ser perfeitamente ilimitado, com oqual o ser humano não pode, de modo algum, ser compa-rado.

Pois o Verbo criador é verdadeiramente o seu corpo,o qual é intocável, invisível, incomensurável e indivisível,e que não se pode comparar a nenhum outro corpo, pois

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Ele não é nem o fogo, nem a água, nem o ar, nem o alen-to, mas essas coisas e todas as outras provêm d'Eie e porEle. Sendo Ele o bem, não quis dedicar a si próprio essaoferenda e não quis ornar a Terra unicamente para S 1 ~ ·

porém, enviou para ·baixo, como jóia desse corpo divino,o homem, criatura mortal de um ser imortal e, assimcomo a Terra ultrapassa as suas criaturas pela vida eterna,o homem ultrapassa as criaturas da Terra pelo intelecto e

pelo Esplrito.

"O homem ultrapassaas criaturas da Terra pelointelectoe pelo Espírito." Isso precisais reter bem: o ho-mem recebeu a mente e o Espírito. A mente, para quecheguemos a reconhecer nosso estado de queda e apren-

damos a conhecer, sob a ação da luz da Gnosis, a nossavocação recebida de Deus; o Espírito ou Pimandro, paraelevar-nosdo estado animal ao verdadeiro estado huma-no, à verdadeira filiação divina. Demoremo-nos nessesdois aspectosdo ser humano por excelência. Ohomem,assim diz Hermes,tornou-se o contemplador das obras de

Deus, prostrou-se maravilhado e aprendeu a conhecer oCriador.Sabeis que, efetivamente, a humanidade esteve cheia

de admiração e religiosidade para com este mundo desdea sua fundação. A admiração dos homens dirige-se emtodas as direções possíveis e impossfveis. Fala-se e escre-ve-seem relação a essa admiração e delase dá contfnuotestemunho.As filosofias que querem esclarecer a admi-ração e o mistério enfileiram-se ao longo dos séculos.Mi-lhares sãoas experiências que objetivam reagir ao sentidoda vida.

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Por isso, vemos também, por um lado, no plano danatureza, manifestar-se o contentamento, a alegria, agratidão e o prazer de viver. Pensai no autor flamengoFelix Timmermans, que teve tanto êxito especialmenteno principio deste século, o homem da insaciável alegriade viver, do fartar-se de comer e beber.

Por outro lado ouvimos, num tempo como o nosso,a linguagem da desilusão, a linguagem do desespero e nãomenos a linguagem do protesto, por exemplo, devido aofato de existir algo como a morte e devido à grande varie-dade de flagelos que atingem a humanidade; surpresa paracom o estado de miséria que a vida demonstra ser.

Por isso existe, em terceiro lugar, também a lingua-gem do compromisso, a linguagem da fuga do mundo,com a conhecida frase "após a morte tudo fica melhor",

ou a linguagem da divisão da personalidade e a linguagemda cultura da personalidade: "Se vos cultivardes suficien-temente, tudo ficará perfeitamente em ordem".

E, em quarto lugar, também conhecemos a lingua-gem da degeneração e a linguagem da desesperante verbo-sidade e parolice. Toda essa variedade, toda essa confu-são de linguagens, que tão bem conhecemos, são outrastantas provas de uma atividade mental completamenteobscurecida. A que circunstância se deve atribuir a culpadessa imensa, dessa tão prejudicial e desesperante confu-são de idéias? A esta pergunta Hermes dá uma respostaclara:

Deus concedeu a mente a todos os homens,porém não o Espirita I

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Como sabeis, não são todos os homens que possuemPimandro, o Espírito. Por isso, todos aqueles que nãopossuem o Espírito fic_amdetidos no caos da admiração.Um homem nessas condições segue outro, e assim perma-nece a desesperante·confusão de idéias do grande público.Oue outra coisa pode ter um homem sem Pimandro senãotola admiração?

Por que, pode-se perguntar, Pimandro, o Espírito, énegado ao grosso da humanidade? Por que todos os ho-mens não receberam o Espírito? Pimandro não é negadoa nenhum homem! Pois é dito claramente:

Ele quis, meu filho, que a ligação com o espiritaestivesse dentro do alcance de todas as almas, como prê-mio da corrida.

Eis por que possuímos a lenda do paraíso de Deus!No meio da criação pura e primordial, no meio do paraísode Deus, estava, como árvore da vida, o prêmio das almas:Pimandro, o Espírito santificador.

Vede bem a situação. O portador da centelha espi-ritual, o homem com a rosa do coração representa, comotal, a filiação divina em potencial, aunipolar capacidade,situada em estado latente no homem, para o despertarsuperior. Tão logo o portador da rosa, o qual é mortalsegundo a sua natureza e imortal segundo a sua vocação,

se reencontre na vida, deve, antes de tudo, estar nele aadmiração: "Por que me encontro na existência, para quêaqui estou?!" A esse tom exclamativo segue-se a ado-ração, pois, ao "por que estou aqui nesta existência?!"

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reage diretamente oátomo primordial, a rosado coração.Uma radiação atravessatodo o ser, a voz fala.

E assim, surge a resposta na consciência: "Estás aquinesta vida mortal parate tornares consciente de tuasuperior vocação por causa de Deus, parate tornaresconsciente do chamado da imortalidade e te entregaresinteiramente a essa elevada vocaçãocomo alma da rosa,consagrando-se ao prêmio da corrida, ao prêmio das almas- Pimandro".

Então a negativa semente de Deusem nós encerrada,a s e m e n t e - J e s u s ~a rosa do coração, oátomo primordial,recebe oelemento positivo. Esseelemento parte para vós;o princípio Maria oui'sis recebe então o EspíritoSantoou o princípio Osiris*, e assim nasce o filho da divindade.

Porém, todos aqueles que não conhecem a admi·ração diante da vida e negam o chamado da luz,continuaHermes,

estacaram nos limites da mente, porque não rece·beram a força do espírito e não sabem para que obje-tivo foram criados, e por Quem. As percepções desseshomens, que se baseiam nos sentidos, são quase idênticas às

dos animais irracionais; sendo uma mescla de paixões e irae não tendo nenhuma admiração para o que merece con·templação e reflexão, eles se devotam às cobiças do cor·po, pensando que para esse fim o homem foi criado.

Então surgem os erros eas confusões, as compli-cações, o fanatismo, a cristalização e o afundar-se na areiado deserto. Contudo, a elevada dádiva divina aguardaportodos os que afundaram etambém por nós, se unica-

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mente quisermos entregar-nos positiva e claramente ànossa única e superior võcação.

Devemos primeiramente fazer a limpeza, pois per-tencemos àqueles que, nos primórdios, ficaram atoladosna admiração e que' não encontraram nenhuma razão parase entregarem à única vocação. Os séculos, como tambémos anos já passados de nossa vida, empilharam muitascristalizações em nosso microcosmo; por isso, muito pre-

cisa sermodificado e demolido em nós.Eis por que é necessário que, em primeiro lugar, le-

vemos a alma ao renascimento. Por isso, a Jovem Gnosistambém situa os seus alunos diante da tarefa de, comonascidos da natureza e carregados com o sedimento dopassado, libertarem-se, antes de tudo, da pressão desse

sedimento, libertarem-se dessa blindagem, desvencilha-rem-se dela e alcançarem o novo estado da alma.

Quando o conseguimos, quando conseguimos o esta-do perfeito da alma, então para nós também está presenteo prêmio da alma perfeita. A alma paradisíaca dos primór-dios tornou-se novamente digna de receber o prêmio das

almas, o Espírito, a superior dádiva divina, Pimandro, oSanto Graal que no Sétimo Livro de Hermes está descritocomo: o vaso de mistura.

Desse vaso, desse Santo Graal, falar-vos-emos agora.

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XXI

A CRATERA, O SAGRADO VASODE MISTURA

Como introdução, vamos transcrever alguns versí-culosdo capítulo 5 da primeira Epístola de João:

"Quem é aquele que vence o mundo, senão aquele

que crê que Jesus é o Filho de Deus? Este é aquele queveio por água e por sangue. E o Espírito é o que testifica,porque o Espírito é a verdade. Porque três são os que tes-tificam no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estestrês são um. E três são os que testificam na Terra: o Espí-rito, a água e o sangue; e estes três são um".

E logo ao lado acrescentamos os versículos 6 e 8 doSétimo Livro Hermético:

Deus quis, meu filho, que a ligação com o Espiritaestivesse dentro do alcance de todas as almas, como prê-mio da corrida. Ele enviou para baixo uma grande cratera,cheia de forças do Espirita e um mensageiro para anun-ciar aos corações dos homens a tarefa: mergulhai nestacratera, vós almas que podeis fazê-lo; vós que crestes econfiastes em que ascendereis até Ele, que enviou para

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baixo esse vaso de mistura,· vós que sabeis para que obje-tivo fostes criados.

Uma cratera, na Antigüidade, era um vaso de mistu·ra sob a forma de úma taça e que servia para misturarágua e vinho. Quando na Escritura Sagrada se fala em mis-turar água e vinho, ou água e sangue, então semelhantesnarrativas quase sempre dizem respeito ao perfeito auto-sacrifício daqueles que partem a serviço da grande obrasalvadora.

A água ou o pão é então o símbolo das forças eté·ricas santas; o vinho ou o sangue, o das forças astraissantas, forças essas que são liberadas pelo sacrifício a ser-viço da libertação da humanidade. Pense-se, por exemplo,na narrativa bíblica das Bodas de Canã. E, quando um dossoldados perfurou com uma lança um dos flancos deJesus, logo após a sua morte na cruz, correu sangue e águada ferida.

Quando também a Gnosis hermética nos mostra"que Deus quis que a ligação com o Espfrito estivesse aoalcance de todas as almas, como prêmio da corrida" efala da grande cratera, do celeste vaso de mistura paraágua e vinho, que Deus enviou para baixo repleto de for-ças do Espírito, a fim de que aqueles que nele mergulhemse purifiquem e retornem à glória de outrora, então comisso é descrito, em toda a magnificência, o trabalho daFraternidade do Santo Graal.

O prêmio da corrida, o prêmio das almas é o mergu-lho, a purificação, o batismo no vaso de mistura de água,vinho e Espírito: o Santo Graal. E um poder concedido atodo o homem; ninguém é privado dele, porém, esse

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poder só pode manifestar-se para e em um homem quedispõe de uma alma integralmente pura, porque a almapura, a alma de valor integral, a alma renascida, cria, nosantuário da cabeça e nos sete ventrículos cerebrais, umestado vibratório tal, permitindo que as radiações doEspírito sétuplo defluam positivamente na entidade hu-mana e possam ligar-se com o princípio espiritual latenteno ser humano, ligar-se com a rosa do coração.

Quando pensais nisso então podeis compreender,facilmente, porque em todos os tempos se tem falado deuma taça ou de um graal. É um recipiente, um vaso, doqual flui a água santa. A alma sedenta, a alma que setornou íntegra, dessedenta-se nessa taça com água viva, aágua viva do Novo Testamento.

A busca do Santo Graal está profundamente fixadano homem, como esclarece a quase interminável série delendas sobre o Santo Graal, sobre e em torno do rei Arture da Távola Redonda, pois o Graal é, para o homem nas-cido da natureza, o elo que falta, e a Fraternidade doSanto Graal também aparece nessa luz claramente em pri-meiro plano; pois o Graal é a realização!

A Rosacruz traz o conhecimento da senda. O unir-seem unidade de g r u p o ~para trilhar a senda, é ensinado pelaFraternidade dos Cátaros', a Fraternidade dos Puros, po-rém a coroação da senda é o Graal. Eis por que antes, nafraternidade precedente, a última iniciação, a iniciação nagruta de B e l é m ~estava completamente ligada a esta festade coroação. O candidato era ligado ao Graal. Ele bebia-não simbolicamente, mas realmente - da taça do NovoTestamento: ele contraía núpcias com seu Pimandro.

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Assim compreendeis que a tríplice aliança da Luzdeve cooperar de modo· absoluto: graal, cátaros e cruz

com rosas formam uma-triunidade. Assim tem sidodesdea criação do mundo,_ a fim de anunciar, a todas as almasque por isso se interessam, o Evangelho da Libertação, eauxiliá-las na senda. Por isso, consta nos versfculos 8 e 9do nosso texto:

Ele enviou para baixo uma grande cratera cheia deforças do Espirita e um mensageiro para anunciar aoscorações dos homens a tarefa: mergulhai nesta cratera,vós almas que podeis fazê-lo; vós que crestes e confiastesem que ascendereis a Ele, que enviou para baixo esse vasode mistura; vós que sabeis para que objetivo fostes cria-

dos. Todos os que atenderam a essa anunciação e forampurificados imergindo-se nas forças do Espirita, tiveramparticipação na Gnosis, o conhecimento vivente de Deus,e tornaram-se homens perfeitos por terem recebido oEspirita.

Trata-se, por conseguinte, de um duplo batismo; deum duplo batismo inevitável. Primeiramente, o mergulho,a purificação, o renascimento da alma; depois, o Graal !Queremos dirigir a vossa atenção especialmente para esseduplo batismo. A Bíblia também se refere, com detalhes,a esse duplo batismo, provando, desse modo, que muitodesse sagrado livro foi extraído do Corpus Hermeticum.A Bíblia distingue o batismo da conversão, o voltar-se, eo batismo do Espírito Santo. E a humanidade, que aindaestá totalmente na admiração, a admiração da qual já vosfalamos, tornou-se assim completamente confusa.

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O batismo nas igrejas e seitas tornou-se um ato pura-mente simbólico. Conhece-se o batismo dos prosélitos,

quando então centenas de pessoas são batizadas simulta-neamente; a seguir, o batismo do Espírito Santo, que ésimbolicamente imitado na Santa Ceia. Contudo, a imi·tação simbólica não tem o mínimo sentido. Unicamente aarte é indicada para expressar simbolicamente, portanto,a seu próprio modo, o que a Escritura Sagrada ordena e

diz. Assim, por efeito de uma manifestação de gosto artís-tico inspirada na verdade vivente, o homem pode ser atin-gido e apanhado em seu íntimo.

A nossa reserva para com o insignificante simbolis-mo moderno não diz respeito, naturalmente, à utilizaçãodo simbolismo pelos antigos, utilização fundamentada

num conhecimento interior muito profundo. A fraterni-dade anterior, por exemplo, ainda não podia fazer ne-nhum uso da tipografia para levar impressa, para o públi-co, a palavra escrita. Eis por que, para toda uma série deteses espirituais foi composta uma linguagem simbólicae rituais simbólicos, para que o homem que busca, en-quanto ouvisse repetidamente, e visse e percebesse o sen·tido dessa simbologia, chegasse a um conhecimento maisprofundo e a uma reação positiva.

Porém, quando se imita ignorante e impotentemen-te, sem conhecimento interior, por pura tradição religiosa,atos simbólicos, então semelhante conduta torna-se umdesastre, e além disso ela é sumamente ridícula.

Por conseguinte, distinguimos - e para isto precisaisprestar muita atenção - ao lado de atos simbólicos, tam-bém atos gnóstico-mágicos. Em múltiplos aspectos, osimbolismo vivente e a magia gnóstica assemelham-se,

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porém, internamente, e depois nos resultados, certamentenão se equivalem. Vamos ·tentar descrever-vos a atividade

gnóstico-mágica.

Suponde que ingressais como aluno na Escola Espiri-tual e sois postos, como há pouco vos dissemos, diante daexigência do batismo da conversão, isto porque o EspíritoSétuplo Universal nada poderá fazer por vós, enquanto o

estado da vossa alma não se tenha tornado absolutamentepuro e íntegro. O batismo da conversão significa umaconversão interior, a qual deverá ser demonstrada pelovosso estado de vida na vossa caminhada pela vida. Nadialética invertemos as coisas. Quando o nosso exteriorestá em ordem, quando o vestidinho ou o casaquinho sãotão-somente bonitinhos e damos um bom aspecto aonosso rosto, então consideramo-nos pessoas civilizadas.Compreendeis como isto é tolo; por conseguinte, a con-versão interior é exigência, e a realidade dessa conversãose expressará por si mesma em vossa vida.

Então, se extraís perfeitamente as conseqüências dovosso discipulado, pode acontecer que, mediante atosmágico-gnósticos de irmãos e irmãs auxiliadores, seja notemplo ou fora dele, transmitam-vos radiações gnósticasda alma, fixando-as em vós, e assim sois auxiliados atranspor certos pontos-mortos e dificuldades.

E quando o aluno, com o auxílio da Escola, prepa-rou-se e dispôs-se completamente para o batismo doSanto Graal, vale então naturalmente a mesma lei: omerecimento promove o auxílio. E pode acontecer que,ao chegardes a esse estado de alma amadurecida, aindaestejam presentes alguns empecilhos biológicos, empe-

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cilhos puramente ffsicos. Por exemplo,um órgão endó·cri no ainda não reage ou reage insuficientemente devido a

uma debilidade hereditária ou por efeito de perturbaçãoorgânica de caráter natural. Então, mediante ato mágico-gnóstico, esse empecilho pode ser neutralizado, porque,no decorrer dos séculos, sempre aparecem modificaçõesno corpo racial, e os empecilhos geralmente não são osmesmos. As perturbações, os estorvos de700 anos atrás

foram completamente diferentes dos de hoje, e o auxíliognóstico-mágico deve adaptar-se correspondentemente enão entrar em antigas práticas; deve procurar caminhosnovos e eficientes.Dessemodo, um ato aparentementesimples pode,às vezes, em tais casos, ter conseqüênciasnotáveis.

Então precisais prestar atenção para o fato devosfalarmos de atosgnóstico-mágicos e não simplesmente deações mágicas.As religiões protestantes e seitas, nesseassunto, decaíram do mágico-gnóstico para a ação simbó-lica totalmente superficial, tornando-se, assim, impoten-tes. Na melhor das hipóteses, possuem elas, por conse-guinte, uma tarefa cultural e ética, mas, com muitasoutras religiões e sociedades, não é esse o caso.Elasbemque aplicam, com seus ritos e ações simbólicas, a magia.Magia,bem entendido, inteiramente dedicada aos eões*das religiões ou aos eões* grupais, portanto, em benefíciodeles. E como a magia, continuamente empregada, influ-encia sempre e sem exceção a estrutura do corpo e dapersonalidade, então ficam alterados a secreção interna,o quadro sanguíneo, o fogo serpentino; sim, mesmo cadaátomo.

Quando, pois, um homemse entrega, durante anos,

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à semelhante magia, sejacomo receptor sejacomo emis-sor, ou também sob o dllplo aspecto, torna-se ele porta-

dor, em cada átomo, _da característica de semelhantemagia e das correspondentes conseqüências, e jamais, ousó após longos e longos anos, esse homem escapará dessaassinatura_ Deve estar claro para vósque a Escola tem essehomem continuamente em conta. De mais a mais, todasas fraternidades anteriores assim fizeram e, neste aspecto,foram mesmo mais radicaisem seu procederdo que o éa Jovem Fraternidade Gnóstica.Masa Jovem Fraternida-de Gnóstica também sempre deve levar em contatodosesses fatores. Antes detudo, porque ela é uma comuni-dade composta muito heterogeneamente.

Por que a Jovem Fraternidade Gnóstica deve levarem conta essefato?

A resposta é evidente: porque os eões naturais,emseu impulso de autoconservação,tudo farão para impediro desenvolvimento de uma gnosis. Por isso, eles enviamos seus escravos e escravas paratodos os lugares, pararealizarem missões. Hojeem dia isso,em algumas comu-nidades, édenominado apostolado leigo.

A Gnosis tem um único objetivo: deixar-vos beberda taça do Santo Graal e não deixar-vos afogar na taçadeste ou daquele eão. Pode-se,então, perguntar: estãoneste momento ativos no campo da Escola Espiritualescravos e escravas dos eões?Como se pode reconhecê-los, como se pode constatar suas intenções, eque deve-mos fazer para proteger aobra?

Poderíamos - considerando-se dialeticamente - res-ponder minuciosamente a essas perguntas e dar-vos aconhecer a plena assinatura correspondente. Poderíamos

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expor-vos isso, como estamos habituados a proceder noscasos em quese mostra essa necessidade, mas, que conse-

qüências teria, para vós, semelhante exposição? Ficaríeisfitando-vos reciprocamente comolhos de Argus, e nãoestaria excluída a possibilidade de que aqui ouali umgrupo se dissolvesse, e que na Escolase desenvolvesse umespetáculo polêmico com muitos prós e contras, muitacrítica e grande tensão.As forças eônicas, que querem

impedir a Gnosis em seu desenvolvimento, teriam, então,feito magnífico jogo; e justamente pela vossa tentativa dequerer auxiliar a Escola. Além disso, de modo algumhánecessidade devos inquietar se unicamente derdes ouvi·dos ao versículo 9 do texto hermético:

Todos os que atenderam a essa anunciação e forampurificados imergindo-se nas forças do Espírito tiveramparticipação na Gnosis, o conhecimento vivente de Deus,e tornaram-se homens perfeitos por terem recebido oEspírito.

Esta é a receita! Não permitais que coisa algumavosdetenha em vossa focalização sobre o único objetivo,sobre a única missão. Estejamos completa e imutavelmen-te focalizados sobre o único objetivo. Enquanto isto nãofor feito, constatareis que semprese tentará fazer-vos cairde novo, mediante toda a espécie de caminhos e mediantetoda a espécie de meios,na incompreensão, na admiraçãoreinante por todos os lados.Da( a receita: não vos deixeisreter por nada em vossa focalização sobre o único obje-tivo, sobre a única missão. Entregai-vos totalmente a esseobjetivo, a essa missão.Essaé a melhor proteção.

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O Sol brilha sobre bons e maus. Pode acontecer quemaus - no sentido de inimigos do trabalho -possam in-

gressar na antecâmara ou nela já se encontrem. Isto, emsi, não é difícil. Mas, onde todos, de igual modo, recebema luz e a força da G ~ o s i se experimentam a sua atividade,ficará patente, pelos resultados, quem é mau e quem nãoé, quem busca fins secundários e quem não os busca. Quenenhum de vós se deixe reter, por mínimo que seja, por

sugestões e influências dimanantes de opositores. Semearo medo, o temor e a preocupação, causar a inquietude e opânico é um método conhecido, ao qual não deveis entre-gar-vos. Sede e permanecei positivamente orientados.Então nada, nada vos poderá estorvar.

Quando então entrais no mistério do Graal e podeis

receber o batismo do fogo, ficais conhecendo imediata-mente todos os opositores, todos os escravos e escravasdo chamado apostolado leigo, escravos e escravas de den-tro e de fora. E ficareis conhecendo-os melhor do que elespróprios se conhecem. Então, em cada circunstância,sabereis e fareis o que deveis fazer.

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XXII

RECEBERO SANTO GRAAL

Todos os que atenderam a essa anunciação e forampurificados imergindo-se nas forças do Espirita tiveramparticipação na Gnosis, o conhecimento vivente de Deus,e tornaram-se homens perfeitos por terem recebido oEspirita.

O processode conversão, de reversão, o grande pro-cesso do primeiro batismo é bem conhecido de todos vós.Dele muitas vezes foitratado na Escola e consideradominuciosamente em nossa literatura. Esse primeiro batis-mo é a primeira grande tarefado discipulado da EscolaEspiritual.

Ouem efetua essa reversão na força-luz da Gnosis,na força-luz da Corrente Gnóstica Universal, causa nosistema da sua personalidade uma transmutação, umatransmutação dos cinco fluidos da alma. Essesf luidos- ea eles já nos temos referido-determinam a composição ea natureza dos átomos, com os quaisé construída a perso-nalidade. Nessa transmutação a almaé purificada e renas-ce; um renascimento que principalmente influencia etransforma o santuário da cabeça e sua estrutura. A

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conseqüência dissoé que o ser se abre para a descidadoEspfrito Santo.

Em nosso conhecido Evangelho oinfeio desse pro·cessoé designado pela expressão "receber o sinal do Filhodo Homem"; uma· alusão, portanto, às transformaçõesque devem processar-se no santuário da cabeça,se quere-mos participar da descidado Espfrito Santo.

Desse modo, o candidato prepara-se para oencontrocom o seu Pimandro. Dessemodo recebe a alma purifi-cada, o prêmio da alma perfeita. Sóquando o candidatoverdadeiramente possuir Pimandro, ele será verdadeira-mente homem, e ter-se-á elevado acima da condição ani-mal. Somenteentão ele será um Manas, istoé, um pensa-dor, um pensador em sentido divino-realizador.

Oue vem a ser efetivamente Pimandro ou o Nous ouo EspfritoSanto? Pode-se definir esse Espfrito ao revelar-se?

Sim, é possfvel. Paratanto valem para vós os seguin-tes esclarecimentos.

Do Logos partem,como é possível que saibais, seteraios, sete ações, sete imensas correntes de força, quemovimentam o universo. Como basedo universo está asubstânciaoriginal, e ela e a totalidade da vidaquedes-perta dessa substância são movimentadas pelas sete cor-rentes, pelos sete raios, pelos sete senhoresdo destino, talcomo os denomina a rosacruz clássica. Todas as atividadesbiológicas na totalidade da naturéza,também af compre-endida a inteira vida aninial,se explicam pelas atividadesdesses sete raios.

Tudo o que aconteceno inteiro universo dialético,

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tudo o que se move e se desenvolve - indiferentementeonde e quando - está submetido a um plano. Tudo édespertado e de novo triturado, tudo ascende e tudo de·clina, e assim também o reino hominal, que, com exceçãodo intelecto, em nada se diferencia do reino animal; tudo,mas tudo está submetido a um plano. Esse plano tencionadespertar na total vida biológica a possibilidade para umnovo desenvolvimento. Quando esse propósito não tembom êxito, ou ainda não pode tê·lo, a criatura, num certomomento, desmorona, para mais tarde novamente desper·tar do seio do nascimento da eternidade universal e rece-ber uma nova possibilidade.

O plano do Logos e seu Espírito sétuplo relaciona-se, pois, com o despertar de uma nova possibilidade emtodos nós. Não havendo bom êxito nesse fato, perecemos.Então somos alcançados pela lei: "Do pó vieste, ao póvoltarás". Então permanecemos ligados às operações daroda da natureza e da morte.

O ritmo, a periodicidade dos dias e das noites cós-micas, o fluxo e o refluxo no universo, tudo isto é regu-lado e realizado mediante os sete raios do Logos. Bementendido, os sete raios têm, pois, uma ação libertadorasobre a criatura. Se esse processo de libertação não temêxito, então a criatura se desnatura: " ~ s pó, e ao póretornarás". O homem-animal, o homem natural estáorganizado de tal modo que ele pode ser liberado, podereagir positivamente aos sete raios, de maneira a se tornardesnecessáriaa desnaturação, a morte. Este é o prêmio daalma perfeita: a vitória sobre a morte. O salário da perfei-ta vitória da alma, o salário do vir a ser alma perfeita é olivrar-se da morte.

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Quando a alma se purifica e se regenera, quandonasce e assim é realizadá a transmutação da personalida-

de, realizada em sintonta com o nascimento da alma, esta-rá o homem-alma, como é evidente, de modo totalmentediferente diante dos sete raios do Logos. A alma perfeitaacolhe então os sete raios de modo totalmente outro nosistema.

Tão logo procurais com a luz gnóstica entrar nasenda, desenvolve-seem vosso estado de nascido da natu-reza, no corpo que agora possuís, uma transmutação, umatransformação molecular que se caracteriza principalmen-te no tocante aos santuários* do coração e da cabeça. Atotalidade do santuário*da cabeça fica preparada para umpositivo recebimento do Espírito sétuplo. Logo que aalma nasce penetram nos sete ventdculos cerebrais as setecorrentes do Espírito sétuplo. Torna-se, pois, claro que aalma perfeita acolhe os sete raios de maneira completa-mente diferente da do homem comum da natureza.

Quando as radiações do Espírito Sétuplo defluem,encontram elas no coração o átomo original, a rosa. Narosa está a imagem do verdadeiro vir-a-ser humano, oprincípio espiritual latente em nós. Quando, pois, os raiosdo Espfrito sétuplo tocam o ser humano em sua almarenascida, a rosa desperta para a vida. A imagem que estáno átomo original é uma estrutura de linhas de força, aimagem do superior, do verdadeiro vir-a-ser humano. Selevais em vós um plano relacionado com um ou outroobjetivo, esse plano também tem em vossa corporeidadeastral uma estrutura de linhas de força. E quando se vosdiz "fale-nos a respeito de seu plano", então dirigis o

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vosso olhar como que para o vosso interior e olhais paraa estrutura de linhas de força e dais testemunho do vosso

plano. Seguis todas essas linhas de força e o quadro setorna visível para os vossos ouvintes.Assim também acontece com o átomo original, com

a rosa do coração. Nela está a imagem do verdadeiro vir-a-ser humano. E essa imagem só pode entrar em atividadee ressurgir quando o Espírito sétuplo puder manifestar-seem nós, descer em nós mediante a alma que se tornoumadura.

As radiações do Espírito sétuplo, que atuam sobreos sete ventrículos cerebrais, configuram assim o Piman-dro, quando vemos essa atividade a partir do santuárioda cabeça. E essas radiações configuram o Naus, a estru-tura de linhas de força do verdadeiro vir-a-ser humanoquando dirigimos a nossa atenção particularmente para osantuário do coração. É a figura do novo ente humano, oNaus ou o Pimandro do Espírito criador. Eesse homem,esse homem pimândrico, essa estrutura de linhas de forçaque está diante de nós, que está em nós e nos impele paracima, do animalismo para o mundo do estado de almavivente, coloca o microcosmo em uma nova realidade devida e sob uma nova lei. E aqueles que desse modo forambatizados e purificados nas forças do Espírito, conseguema perfeita condição humana e participam da Gnosis, oconhecimento vivente de Deus. Isto significa: eles al-cançam um novo estado de consciência no conhecimentoque é uma faculdade absoluta.

Nosso conhecimento dialético é igualmente a conse-qüência de uma faculdade. Temos em nossa condiçãodialética, em nossa condição animal, a faculdade do

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pensar, e deste modo chegamosmais ou menos ao conhe-cimento, um conhecimento muito deficiente, muito rela-

tivo. Mas, quando a c6ndição pimândrica toma posse denós, então o conheJ:;imento absoluto se nos torna numpoder. Então não chegamos ao conhecimento através deum adestramento intelectual, mas o conhecimento torna-se parte absoluta, estável do nosso ser.

Eis como Hermes nos descreve a atitude contrária:Todos, porém, que pecaram contra a anunciação,por não darem ouvidos a ela, estacaram nos limites damente, porque não receberam a força do Espfrito e nãosabem para que objetivo foram criados, e por Quem.

As percepções desses homens que se baseiam nos

sentidos são quase idênticas às dos animais irracionais;sendo uma mescla de paixões e ira, e não tendo nenhumaadmiração para o que merece contemplação e reflexão,eles se devotam às cobiças do corpo, pensando que paraesse fim, o homem foi criado.

Aqueles, porém, que obtiveram participação no dom

de Deus, deixaram de ser mortais, como mostram as suasobras, e tomaram-se homens divinos, envolvendo com suaalma-espirita tudo o que se encontra na Terra e no céu, etalvez acima do céu.

Todos os que deste modo se exaltaram, vendo obem, aprenderam a considerar a permanência aqui naTerra como uma calamidade. Eles julgam tudo o que écorpóreo e incorpóreo como rejeitável e se apressam comzelo para o uno e único.

Quando do Espírito Santo e pelo Espírito Santo se

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efetivou a nova condição e o candidato está ligado ao seuPimandro, então ele, o candidato, ingressa num estado de

vida completamente novo. Pois, estado de consciência éestado de vida !Quando os sete raios do Logos tocam de maneira tão

positiva os sete ventrículos cerebrais, penetrando-os combase na alma purificada, e Osiris encontra rsis, isto é, oEspírito encontra a Alma, resulta desse encontro o filho

da eterna plenitude, o novo estado de consciência; umestado que embora se encontre no mundo, não é mais domundo. Esse processo, que agora vos estamos descreven-do, esse processo do vir-a-ser e da revelação do homempimândrico, realiza-se na forma comum do nascimento danatureza. Em razão de sua corporeidade provinda da na-tureza, o referido homem ainda está no mundo, mas emrazão de sua condição pimândrica ele já não é mais domundo.

Quando o homem dialético está frouxamente assen-tado em seu veículo e, conseqüentemente, sua personali-dade pode facilmente dividir-se, semelhante homem en-contra-se - freqüentemente nos momentos mais impró-prios - mais na esfera refletora do que na esfera* materialda dialética. Ele olha, então, para a vida da esfera materialque muitas vezes se lhe aparece tão irreal. Esta situaçãotambém acontece, como é possível que seja do vossoconhecimento, na passagemdo estado de vigília para o desono.

Quando pessoas possuem de modo marcado seme-lhantes qualidades sensitivas (ocorrendo estas divisões daalma principalmente em mulheres), e pela primeira veztomam conhecimento da senda gnóstica, ou se lançam

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nessa sendacom o eu natural, essas pessoas se fazem fre-qüentemente culpadasde cometer o erro crasso de pensarque o seu estado de ser'já é a condição pimândrica. Entãoessas pessoas chegam atoda a espécie de conclusões,ações e atitudesque são extremamente lastimáveis. Com-preendeis que esse é um estado sumamente perigoso ecomplicado da eu-centralização.

Tomamos esse fatocomo exemplo para esclarecer-

vos a respeitodo seguinte:quando o estado de ser pimân-drico é por alguém alc.ançado, esse estado de ser implicaigualmenteem muitas dificuldades e pode ser consideradocomo muito distanteda perfeição. Pois, o candidato nãoingressa nessa fasecom uma personalidade transfigurada,mas com uma personalidadetransmutada; com uma per-

sonalidade nascida da natureza e submetida a algumastransformações.A transmutação sempre antecede a transfiguração.

Neste momento o aluno aindanão possui a nova persona-lidade, a nova personalidade que deve provirtotalmente do

mundo do estado de alma-vivente, a sexta região cósmica.

Esta personalidade deve ainda revelar-se, ainda deve-seformar. Só está presente uma nova alma, uma veste áureade bodas envolvendo a velha personalidade. A descidadoser-Espírito realizou-se,por conseguinte o noivoencontraa noiva, e assimpode ter início as Bodas* Alquímicas denosso Pai, irmão C.R.C., a transfiguração.

Suponde estardes nesse estado. O Espírito fez o seuingresso; Pimandro e a Almaunificaram-se. O recém-nascido homem-Alma sente-se liberto. Sua consciênciaabarca os sete raios, e eletem o poder de elevar-se ao uni-verso acima dos sete raios e descer paraonde sua cons-

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ciência o quer conduzir. Ele se sabe imortal. Ele vivenciaa imortalidade. Ele abrange e conhece existencialmente

com o seu Nous, sua Alma-Espírito, tudo o que está sobrea Terra, no céu e acima do céu. Ele penetra o glorioso, osumamente magnificente plano da sublime divindade.Pois, esse plano é lido em todas as coisas por semelhanteliberto. Ele, pois, contempla o bem, o bem único e autô-nomo.

Mas nesse estado ele se sabe, não obstante, ligado auma personalidade nascida da natureza. Ele sempre sereencontra na natureza da morte; se reencontra numa tãoilimitada confusão social, tão tola e assustadora que paraele é como se fora um covil de serpentes. E assim - ecomo poderia ser de outra maneira - ele considera sua

permanência na natureza da morte como um golpe dodestino. Por isso ele rejeita completamente, de mododecisivo e fundamental, de uma maneira como jamais, ahorrível realidade. Disso ele extrai todas as conseqüênciaspara elevar-se ao uno e único.

Compreendeis que a renúncia às coisas corpóreas e

incorpóreas se relaciona aqui à esfera material e à esferarefletora da dialética. Todo este fausto de falso brilho dadialética torna-se para o irmão e a irmã libertos um nadaabsoluto.

Mas, nesse descrito estado da maior magnificência,como uma sombra projetada ao lado nessa assustadora

experiência da miséria, experiência essa que na maioriadas vezes precisa ser vivida num corpo muito fraco, oirmão ou a irmã recebeu o Santo Graal. Pois o Graal é aefusão do Espírito sétuplo no santuário da cabeça, e, emconseqüência, o toque do Nous.

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O Graal nos concede um despertar na nova manhã,mas ao mesmo tempo ele nos concede uma visão na in-

sondável noite negra. E"por trás disso oculta-se natural-mente uma intenção. Neste estado de não mais ser domundo, mas apesar disso estar no mundo (e como!), podeo referido irmão ou irmã ser ativo em dois campos, serviro Logos em dois campos. No mundo do estado de almavivente, nas regiões da Cabeça Aurea, e também na natu-

reza da morte pode semelhante homem ser serviçal demaneira totalmente diferente. E assim ele o faz e com-prova.

Vede, este é, pois, o Santo Graal. Esta é a divinataça. Por um lado, libertação; por outro, serviçabilidade.Poder-se servir por efeito de ser-se liberto e tornar-se

liberto por efeito de prestação de trabalho. Por um lado,experimentar um novo sofrimento, ingressar em umanova condição de sofrimento; por outro, imensa sublimi-dade, grande glorificação.

Por um lado, o pedido: "Pai, se for possfvel, queeste cálice se afaste de mim"; por outro, "mas que seja

feita a Tua vontade e não a minha", esvaziando-se a taçaaté a última gota.A confirmação do caminho da cruz até a manhã da

ressurreição; e após esta última retornar voluntariamente,sem queixumes. Esse, irmãos e irmãs, é o Santo Graal.

Liberdade, o prêmio do liberto, sempre resulta do

sacrifício e pelo sacrifício.

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XXIII

A SENDA E A OBLAÇAO

No capítulo XXII tratamos de como, após o batismode fogo, deve o Santo Graal ser aceito e realizado pelaoblação. Verdadeiramente; um caminho sacrificial inteira-mente novo, pois ele diz respeito à oblação, à grandeauto-oblação do homem liberto em favor da natureza damorte.

Então vem o lamento do coração de Tat: Tambémeu quero mergulhar nessa cratera, ó Pai! Esse desejo deTat talvez também seja vosso, se sois alunos da EscolaEspiritual. Por qual outra razão iríeis expor-vos ao disci-pulado?

A resposta de Hermes à pergunta de Tat diz que Tatigualmente precisará começar com uma oblação. A sendacomeça e finaliza com a oblação. A oblação que Tat develevar a cabo é a do eu da natureza; eu da natureza queoutra coisa não é senão o eu do corpo:

Se primeiramente não odiares o teu corpo, me u filho,não poderás amar teu verdadeiro ser. Mas se amares o teuverdadeiro ser, possuirás a Alma-Espfrito; e uma vez possuindo-a, participarás também de seu conhecimento

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vivente.

Agora, talvez, vedés diante de vós algo da senda. Asenda tem início com. a oblação de baixo para cima e fina-liza com a oblação de cima para baixo. A primeira é aauto·oblação dialética; a segunda é a auto·oblação celestee ambas devem e podem ser levadas a cabo unicamentemediante o amor. A auto-rendição, acerca da qual a

Escola dos Mistérios fala continuamente aos seus alunos,só pode ser realizada mediante imenso amor pela vidalibertadora e por um discernimento que se ajusta a esseimenso amor, de modo que a chave para a nova vida estáoculta no próprio ser, isto é, a nova vida é a recompensade um estado de alma perfeito.

·Muitos acham que a senda da Gnosis é altamenteinteressante e muito desejável porque todos os caminhosjá trilhados tiveram resultados negativos, e todos os resul-tados não eliminaram a miséria da natureza da morte. Masinteresse e desejo não nos levam adiante, por pouco queseja, na senda da libertação. Pois todo esse interesse etodo esse desejo são expressões do eu da natureza, do eudo corpo, o qual, estando no atoleiro, busca uma solução.No fundo, porém, considera-se a auto-rendição, a renún-cia ao eu como a máxima desgraça, a mais espantosainfelicidade e o acontecimento mais estranho. Quando aEscritura Sagrada declara "quem quiser perder sua vidapor amor a mim, esse a encontrará", considera-se issocomo um dito de máxima esquisitice jamais dirigidoaohomem nascido da natureza.

Vede, fala-se muito entre os alunos da Escola sobre"auto-rendição", e expressões como "livrar-se do eu",

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"extinção do eu" são utilizadas nas conversas com muitaleviandade. Mas, amigos,justamente isso é o que de mais

difícil se pode exigir dohomem nascido da natureza! Sequereis seguir pela sendada Gnosis, sois postos de repentediante do mais difícil. E a palavra, atão estranha palavrapara o homem nascido da natureza, só pode ser compre-endida mediante o amor. Oamor está preparado para aoblação; só oamor é bastante grande paratoda a oblaçãoque deve acontecer. Nesse caso, a oblação torna-se umaevidência, um não se pode fazeroutra coisa. Então osacrifício se nostorna leve e atua sempre de maneiralibertadora.

f sempre oamor que determina a nossa orientação.O que se amanão se esquece,quer de dia quer de noite.Considerai, vós mesmos, sob essa luz, ofato de tantos

alunos muitas vezes esqueceremcompletamente as maiselementares normas da senda. Nosmomentos em quedelas necessitam, muitas vezes nosmomentos mais impor-tantes da vida, elesas esquecem.

Por que isso?Eles mostram que ainda não possuem oamor pela

senda, ou ainda não o possuem o bastante, e que repri-mem completamente a possibilidadedo desenvolvimentode semelhanteamor por efeito de uma falsa interpretaçãoda vida. Pois,que fazem taisalunos? Procuram seguirasnormas elementares da Escolacom o eu da natureza. Elesouvem e lêem oque a senda deles exige equerem satis-fazer essas exigênciascom o eu da natureza.

Daí, o resultado, semnenhuma exceção, é o apare-cimento de grandes tensões nopróprio ser. O queé repri-mido suscita tensõesque precisam, num determinado

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momento, descarregar-se como um temporal. Quando osarrebatamentos do eu da natureza se assemelham à

erupção vulcânica, então eles indicam, aparentemente,uma eu-centralizaçãq dura como pedra, e a causa deveser buscada no fato de que o verdadeiro amor à sendaainda não despertou, não obstante se tenha feito todo opossível para trilhá-la com o eu.

Quando alguém tenta pôr os pés na senda com o ser

natural e procura assim ser um aluno sério, isso não repre-senta nenhuma auto-rendição, porém auto-repressão. E aauto-repressão vinga-se a seu tempo. Em decorrênciadisso, coisas estranhas surgem na vida da referida pessoa:num certo momento, tudo vai bem; no momento seguin-te, tudo parece abaixo de toda a consideração. Acerca

disso, diz Hermes a Tat, no versículo 18 do Sétimo Livro:

Não podes, meu filho, prender-te às coisas materiaisassim como às coisas divinas; nem ao corpóreo e nem aoincorpóreo, nem ao mortal e nem ao divino. Terás deescolher entre esses dois, de modo bem refletido; porque

não nos podemos prender a ambos.Mas, feita a escolha, então é preciso também extrair

plenamente todas as conseqüências. Servir a ambos aomesmo tempo é completamente impossível. Eis por que,no Sermão do Monte, é dito: "Não se pode servir a Deuse a Mamon". Devemos, pois, escolher. Então

a diminuição do que foi rejeitado se prova na forçaativa do que foi escolhido. Desse modo a boa escolhamostra a sua glória pela divinização do homem que a fez.

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Mas eisque surge um problema, apresentado de múl-tiplas maneiras por muitos alunos no decorrer dos anos:

"Como saber se amo suficientemente a senda? Comosaber se algum dia não estarei frente a um amargo equ f-voco? Que devo fazer nesta ou naquela situação?" A res-posta de Hermes diz: A boa escolha prova também a suaafeição e sua devoção a Deus.

Quem de maneira espontânea, em amorosa entrega

se dá à Gnosis e à senda, verá sempre à sua frente, comonum clarão, o modo como a senda deve ser trilhada.Aquele que atenta para isso, receberá contínuas ins-truções e em nada se enganará ou fraquejará.

A má escolha, ao contrário, leva à perdição do ho-

mem; ademais ela é um pecado contra Deus. De tais ho-mens pode-se dizer que se movem em cortejos no meio docaminho, incapazes de fazer algo por si mesmos, mas nãosem impedir a marcha dos outros; assim também nãofazem outra coisa senão deambular pelo mundo impulsio-nados pelos seus desejos corpóreos. Sabe pois, ó Tat, queos dons de Deus estiveram e sempre estarão à nossa dispo-sição; incumbe à nós esta( em guarda a fim de que aquiloque emana de nós lhes corresponda, e que nisso não fiquepara trás, porque não é Deus a causa de nossas maldades,mas nós mesmos que as preferimos ao bem.·

Ouvi, pois,·o conselho de Hermes:

O bem não é- atingível através de um lugar facilmen-te transponível. E sem limites e sem fim, e mesmo em re-lação a si próprio não tem fim, ainda que nos pareça que

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o bem teve o seu começo na Gnosis, a onisciência deDeus.

A Gnosis não é o começodo bem, mas nos oferece ocomeço daquilo que_precisamos para aprender a conhecer o bem.

Apossemo-nos, pois, desse começo e percorramoscom rapidez tudo o que nos aguarda.

Por que com rapidez? Porque em verdade é difícil

abandonar o que para nós é tão familiar, e tudo o quepossuímos, para voltar às primeiras coisas.

No tocante aissonão há exceção, pois:

O visível dá alegria, enquanto o invisível despertadescrença e dúvida. Para o olho comum, portanto, o malé bem conhecido e manifesto. O bem, ao contrário, éinvisível. Porque o bem não tem forma nem figura, éimutavelmente igual a si mesmo e, por isso, desigual atudo o mais; eis por que o incorpóreo é invisível ao homem corpóreo.

Por todas essas razões o que permanece igual a simesmo, o imutável, é superior ao mutável; e o mutável épobre em comparação com o imutável.

Portanto,se sentis em vosso coração amorà Gnosis,amor à senda, se despertastes esse amor,apossai-vos, en-tão, desse começo e percorrei com rapidez tudo o que vosaguarda. Se quereis aceitar esta receita, precisais aindaconsiderar especialmente o significadodo verslculo 22:

Compreendes, meu filhD., através de quantas situaçlJes

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veiculares, falanges de demônios, véus materiais e cursosestelares temos de passar em nossa penosa ascensão ao

uno e único?

Hermes aponta-nos aqui, com essas poucas palavras,para o imensurável caminho que se estende diante de nósapós nossa definitiva conversão à Luz. Segundo os curtospadrões humanos, nas expressões da ordem temporal,esse caminho é quase interminável. Mas,na luz da Gnosis,na consciência da eternidade, esse caminho é uma ascen-são resplandecente na realidade da vida libertadora. Numatransfiguração que sempre progride, numa contínua ele-vação à vida em pureza, luz e poder divinos, eleva-se ohomem pimândrico através de todos os estados da maté-ria enquanto se manifesta em veículos cada vez maissutis, mais finos e sensíveis. E nessa ascensão de glorifi-cação, ao longo do caminho das estrelas, ele ultrapassatodas as influências eônicas, influências que outrora - epor tão longo tempo - mantinham-no aprisionado.

Longo, muito longo é esse caminho de volta à uni-dade, de volta através das sete regiõescósmicas até a maiselevada esfera de calor. Mas é uma ascensão de força emforça, de magnificência em magnificência, o caminho deuma vida verdadeiramente livre de sofrimentos; na bem-aventurança da restabelecida perfeita harmonia com o Paiuniversal; na mais elevada e absoluta serviçabilidade,como verdadeiro filho de Deus, que em harmonia comsua vocação cumpre em jubilante espontaneidade a vonta-de do Pai para o bem da inteira criação e para a glorifi-cação do nome de seu criador.

Quem reconhecer interiormente a imagem do cami-

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nho de desenvolvimento humano intencionado por Deus,como uma realidade despertadora da vida, inserirá em sua

vida, com grande alegriá e gratidão, a libertadora palavracrfstica:

"Quem quiser perder sua vida decaída por amor àGnosis, encontrará na Gnosis e mediante Ela sua ascensãoaté a unidade da vida".

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XXIV

RETORNO A UNIDADE

O Sétimo Livro doCorpus Hermeticum vos foi apre-sentado no sétimo mês do ano jupiteriano (I) da JovemGnosis. E assim, a filosofia da Arquignosis apresenta-seno ainda tão jovem corpo vivo da Escola, com inexpri-míveis conseqüências, pois o quadro que se vos mostratem - e o Sétimo Livro também o testifica - a especialqualidade de prender em seu poder aqueles que nele seaprofundam cuidadosamente e o consideram assiduamen-te com os olhos do coração e de os atrair como o fmãatrai o ferro.

Tencionamos mostrar-vos claramente que, se aco-lhestes as palavras precedentes com um coração aberto àluz gnóstica, fostes novamente ligados com as obras desalvaçãoda Gnosis universal, a qual, sem dúvida- segun-

(I) As alocuções desenvolvidas nesta obra foram pronunciadasem 1957, ano jupiteriano simbolizado pelo número3 (5+7=12;I+ 2=3) o que significa que, no decorrerdesseano, a atividade doEspírito Santo sétuplo apossou-se do nosso mundo e da humani-dade de maneira sempre mais forte, para uma ressurreiçllo ou paraumaqueda.

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do vossas ulterioresreac;:õespara uma ascensão ou parauma queda - executará em vós o seu trabalho. A intençãoé, naturalmente, ligar-vbs indissoluvelmente com a grandemeta da Gnosis.

Por isso é bom, se realmente sois um Tat,que vosaprofundeis cuidadosamente emtudo isso e o absorvaispersistentementecom os olhos do coração, pois,no co-ração, deve começar a grande obra. Nele deve despertaro amor à senda, nele deve obotão de rosa desenvolversuas pétalas. Ouem assim inicia e persevera até o fim, éseguramente guiado no caminhoque conduz ao céu.

Se verdadeiramente viveis desse único início, entraisdiretamente na unidadeque é Deus. Este é um grandemistério que Hermes, por fim, ainda vosquer fazer enten-der e ao qual ainda retornaremos nos próximos capítulos;retornar à unidade, à unidade de Deus, unidadecomtodas as suas conseqüências. Agoraqueremos ainda tentar

dar-vos de modo sucinto um quadro dessa unidade. Paratanto é necessário que deixeis penetrar bemem vós osignificadodo versículo 26:A unidade, o um e indivisível,a origem e a raiz de todas as coisas é, como tal, presenteem todas as coisas.

A unidade de Deusé a existência divina, a manifes-tação divina em seu Espírito sétuplo. A unidade é onipre-sente. Não existe lugar no inteiro espaçoque não estejapresente a unidade. Eispor que, aquele que se apressapara obter o prêmio da alma perfeita,entra indubitavel-mente na unidade e dela participa. A unidade, o tornar-se uno com o Logos é,então, para o candidato, o inícioque nãotem fim.

Sentis que isso é um iníciocompletamente novo, um

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início absolutamente diferente de todo o outro in feio?E para poder encetar esse único e poderoso início que é a

eternidade, foi que nascestes. Para isso, recebestes vossacorporeidade da ordem de emergência, pois o vosso nasci-mento natural, a vossa forma da ordem de emergência,também se explica pelo Espírito sétuplo, tal como jávos expusemos várias vezes. Quando essa forma naturalnasce, quando a personalidade se torna madura, segundo

os objetivos do plano, então, num determinado momen-to, o que vive nessa forma da ordem de emergência devecomeçar a retornar à primordial unidade divina.

Esse fato está na base de vossa inteira vida! Viestesaqui para, no momento justo, tomardes a iniciativa nosentido de pôr em prática o vosso regresso à origem pri-

mordial. Se não o fizerdes, se não retornardes a essa ori-gem, não podereis oferecer lugar algum em vósà unidadee ireis a pique em vossa própria fraqueza. A morte é,então, a conseqüência da má escolha.

A unidade, a unidade de Deusé o começo de tudo ede todos. Tão logo crescerdes e vos tornardes madurospela ação da bênção da unidade divina, retornareis cons-cientemente ao princípio, e esse princípio já não terápara vós nenhum ponto final. Esse princípio sem fim,esse princípio do "fio de Ariadne", que todos vós podeisagarrar, é o começo da clássica alquimia dos rosacruzes.

Ele ensina um progredir de magnificência em magni-ficência na transfiguração, visto que, como imperfeitos,ingressastes na perfeição do ser absoluto, da absolutaunidade. Quem, desse modo, como pobre, mergulhar naunidade do Espírito sétuplo, será salvo. A senda para tan-to - e a mostramos para vós - é o amor e a oblação total.

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Quem, através desses dois principias e de tudo queeles encerram, retorna à unidade divina, entra na eterni-

dade e triunfa sobre a morte. Quem puder compreenderque compreenda.

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XXV

A UNIDADE ( I )

A unidade, o um e indivisivel, a origem e a raiz detodas as coisas é, como tal, presente em todas as coisas.

Não há nada sem origem. A origem, porém, comoponto de partida de tudo o mais, tem a sua origem so-mente em si mesma. O número um, como a origem, incluiem si todos os outros números, sem que ele mesmo sejaincluido em um deles.

Ele gera todos os números, sem que ele mesmo sejagerado por qualquer outro número.

Tudo que é gerado é imperfeito e divisivel, podeaumentar e diminuir. O perfeito, porém, não é nada disso.Visto que o que pode aumentar deriva o seu aumento daunidade, sucumbirá à sua própria fraqueza no momentoem que não oferecer mais lugar à unidade.

Assim, ó Tat, exemplifiquei-te uma imagem de Deus,até onde isto foi passivei. Se te aprofundares nisso intimae minuciosamente, olhando-a com perseverança, com osolhos do teu coração, encontrarás, crê-me, meu filho, ocaminho para o céu. Ou, ainda mais justo, a imagemmesma de Deus te conduzirá nesse caminho, porque adiretriz interior fundamentada nessa imagem tem esta

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caracteristíca: ela mantém presos em seu poder os queurna vez principiaram essa via de devoção e os atraí para

cima, para si, assim comó o imã atraí o ferro.

Em nossa anterior exposição tivemos de vos falarminuciosamente acerca do Sétimo Livro do Corpus Her-rneticurn. Quão minuciosa possa ter sido essa exposição,ainda assim é necessária uma outra ainda mais minuciosa

para se poder compreender a mensagem de libertação, agrande narrativa de salvação de Hermes Trismegisto. Porisso, chamamos a vossa atenção especialmente sobre os hápouco citados cinco versículos finais do Sétimo Livro deHermes, pois neles está encerrado o segredo da vitóriasobre a morte.

Como vencemos a morte]Esta é a pergunta com a qual agora queremo-nosocupar. ~ uma pergunta que, sem dúvida, é de maiorinteresse para o verdadeiro buscador, pois nenhum devós - e falamos francamente - dá grande importância aesse I ívido fantasma diante do qual, por fim, todos sevêem postos. O homem nascido da natureza é levado alutar até o último segundo com todas as suas forças, apli-cando todos os meios possíveis e impossíveis contra o ine-vitável. Existem relativamente poucos que saúdam a mor-te como se fora um amigo. A desgraça e o sofrimento, asaflições do corpo precisam ser bem grandes antes que sedeseje o fim, antes que se saúde o fim com um alegresorriso.

Para o homem-animal, istoé, para o homem nascidoda natureza, a morte é grande realidade, é um fato cientí-fico inegável, porém devemos logo acrescentar que a

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morte, para o homem renascido, é unicamente uma ilusãoe, neste sentido, igualmente um fato científico. Para ohomem que se tornou novo, a morte está totalmente

excluída, é um conceito que pode ser eliminado do dicio-nário.

Existe, como deveis saber, extensa literatura denatureza metafísica ou oculta e também a chamada lite-ratura religiosa. Essa literatura dirige-se ao homem-eu, aohomem nascido da natureza de todo o tipo e classe com amensagem (uma mensagem que é dada em todos os tonse adornada de todas as maneiras possíveis e impossíveis):"Não vos preocupeis. A morte é tão-somente uma trans-formação". Quantas vezes já não lestes: "A morte é tão-somente uma transformação. Morrer é nascer em outrosarredores e já agora podeis agir sobre eles e com antece-

dência influenciá-los". Podeis, se assim podemos expres-sar-nos, comprar já agora a garantia no tocante a essesarredores, se fizerdes isto ou abandonardes aquilo. E "istoou aquilo" baseia-se numa teologia moral ou sobre prá-ticas esotéricas, ou simplesmente numa auto-sugestão psi-cológica, pela qual o eu é levado ao bem aventurado êxta-

se do "eu sou".Mas é possível que saibais, como alunos da Escola

Espiritual, que tudo isso diz respeito a uma mistificação,a um grande engano! Pois, para o homem-eu, para ohomem nascido da natureza, a morte é tão completa quenada, absolutamente nada, resta senão um absoluto esva-

ziamento do microcosmo.Por isso precisamos, ao início desta exposição, diri-

gir séria advertência a todos vós. Se aceitardes com ovosso eu o que agora vamos transmitir-vos, a propósito

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da filosofia hermética, se o compreenderdes como desti-nado a ele, então tudo isso se transformará numa pesadamó em vosso pescoço. Então esta exposição, como tudoo mais, ficará sendo para vós assustadora mentira. Seja-nos permitido dizer-vos enfaticamente: não tomamossobre nós a responsabilidade por esse vosso autodesvio,pois, na natureza da morte, em tal caso, a morte torna-semuito mais assustadora do que agora já é. Por isso, com-preendei corretamente o sentido da exposição que sesegue, exposição que, com base no diálogo entre Hermese Tat, vem a vós de uma escola espiritual gnóstica.

O homem nascido da natureza está equipado com osmesmos princípios corporais que qualquer outro animal.Todo o homem vive e age como um animal, cada um se-

gundo a sua natureza. Um animal devora o que apanha epara ele a vida de outros não vem ao caso. O homem na-tural nisso não é nenhuma exceção. Ele possui, sobretodas as outras espécies animais, o intelecto e a linguageme, por conseguinte, está em condições de aparecer diantede todos os outros animais como dominador.

O homem natural é obrigado, num mundo que lhe éameaçador e inimigo, a conformar-se e a submeter-se aoque se está acostumado a chamar de cultura, mas, pormais cultivado que ele possa ser, esteja ele com a cabeçaabaixada ou empinada, tenha o seu nome um título a selhe antepor ou a se lhe pospor, viva ele sua vida com riso

ou lágrimas, com dinheiro ou sem ele, esse homem é epermanece sendo, como um nascido da natureza, umaexistência animal.

Assim, nessa base, nesse estado de ser, a Gnosis vos

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chama. Por quê? Bem, todos vós, sem exceção, possuís apossibilidade de transpor a vossa condição animal. Estapossibilidade reside no fato de qué no centro do micro-cosmo que vos circunda, situa-se um princípio imaterial,um princípio divino, um principio que coincide, mais oumenos, com o vosso coração.

Se quereis descobrir esse princípio como princípioativo em vosso ser, princípio esse a que estamos acostu-mados a chamar de rosa, proto-átomo ou átomo crístico,então precisais dedicar a totalidade do vosso ser animal, atotalidade do eu da natureza, em perfeita auto-rendição,isto é, em perfeita entrega, profundo interesse e intensoanelo, ao centro do vosso microcosmo, ao átomo crístico.Só assim nasce a verdadeira alma imortal e do homemnatural surge o homem-alma.

Quando seguis a senda do homem-alma séria, conse-qüente e perseverantemente, o homem natural desabro-cha de modo claramente visível no homem-alma, dizHermes Trismegisto, sendo concedido a esse homem-almao Nous: Pimandro, o Espírito, o princípio divino, o SantoGraal.

Sabeis, seja como aluno, seja de nossa literatura, quea Escola Espiritual Gnóstica, o corpo vivo da JovemGnosis, propõe-vos caminhar nessa tríplice senda doGraal, cátaros e cruz com rosas, caminhar na senda donascimento natural ao nascimento da alma, do nascimen-to da alma ao crescimento da alma, e deste crescimento

ao nascimento do Espírito.Sabeis que a Escola Espiritual da Jovem Gnosis quer

auxiliar a todos a ingressar nessa tríplice senda. Sabeisque a Escola está capacitada para esse auxílio e que ela,

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se assim desejardes, vos açompanha através de todososmistérios da tríplice senda e quer estar ao vosso lado atéa vida libertadora.

Agora também compreendeis que ainda deve haverum quarto mistério? Existe, como foi dito, em primeirolugar, uma sendado nascimento natural ao nascimento daalma. Em segundo, uma sendado nascimento da alma aocrescimento da alma, ao amadurecimento da alma.Emterceiro lugar, existe uma senda do crescimento da almaaté o nascimento do Espírito. E a issose acrescenta umcaminho de desenvolvimento dos nascidos como Espíritoaté o crescimentodo Espírito, e no tocante a esse cami-nho, a esse quarto caminho de desenvolvimento, nuncapudemos falar convosco. A respeito dele só nos temosexpressado com palavras superficiais. Assim, temos faladoda consciência de Mercúrio oudo conceito de onipre-sença e de outros lugares-comuns.Masagora somos obri-gados a penetrar nesse quarto mistério a fim de vos darum claro quadro dotodo para que, por fim, possa tornar-se para vós um fato o versículo30 do Sétimo Livro:

Assim, ó Tat, exemplifiquei-te uma imagem de Deus,até onde isto foi possível. Se te aprofundares nisso íntimae minuciosamente, olhando-a com perseverança, com osolhos do teu coração, encontrarás, crê-me, meu filho, ocaminho para o céu. Ou, ainda mais justo, a imagem mesma de Deus te conduzirá nesse caminho, porque a diretriz

interior fundamentada nessa imagem tem esta característica: ela mantém presos em seu poder os que uma vezprincipiaram essa via de devoção e os atrai para cima, parasi, assim como o lmã atrai o ferro.

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Se, pois, sois lúcidos e honestos para convosco, logovindes, certamente, com uma dúvida. Podeis, por exem-plo, dizer: "Vede, no caso mais favorável, estou no nas-cimento da alma. Terminei, pois, a senda do primeiromistério e encontro-me agora diante da porta do segundomistério. Nessas condições, existe já um sentido em rece-ber uma imagem do quarto mistério, do qual ainda estoulonge?"

"Por que", perguntamo-vos por nossa vez, "Hermesdá a Tat esse quadro, estando Tat na mesma condiçãoem que estais? Por que?" Pois bem, admitamos que jásois pelo menos nascidos como alma. Ou, caso isso sejademasiado lisonjeador, que certa qualidade de alma co-meça a revelar-se, fazendo valer os seus direitos em vós.E isto é bem possível, se não por que recorreríeis à Escola

Espiritual para iniciar o discipulado?Suponhamos, pois, que determinada qualidade de

alma comece a luzir em vós, e já que uma radiação doEspírito se dirige exclusivamente à alma, e exclusivamen-te com base na qualidade de alma encontra ressonânciano homem, não está excluído que o Espírito do quarto

mistério possa tocar-vos mais ou menos em vossos melho-res momentos, em vossos mais puros momentos, porexemplo, durante um serviço templário ou durante umaconferência.

Mas é possível que ainda não tenhais dado um fim avossas dúvidas. Podeis objetar: "Dissestes que o Espírito

do quarto mistério é um estado muito particular da almaadulta; que Pimandro se revela unicamente a uma almaamadurecida. Como pode o Espírito em sua universalida-de agir momentaneamente em mim de modo diferente do

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que por intermédio deste _ou daquele mensageiro que mefala sobre o Espírito, a fim de que eu experimente fracaressonância da mensagem e dele talveZ receba confusoquadro?"

Porém, amigos, a situação para vós, como alunos daJovem Gnosis, é bem outra! Isto é, o Espírito existe nocorpo vivo da Escola. E não sois todos vós células vivasdesse corpo vivo 7Podeis, pelo vossodiscipulado, ser pelomenos células vivas no corpo vivo. Pois bem, a JovemGnosis não só possui um aparelho organizatório, umcorpo natural, mas o corpo da Escola é também animado.A Escola como corpo vivo atingiu o estado adulto daalma, e nesse corpo, está, na luz do Logos, o Graal aberto.

Nesse Graal do corpo vivo manifesta-se o Pimandroda Escola e assim, por esse admirável fato de salvação,oEspírito de Deus também fala para vós, vós participantes,células vivas do corpo vivo, e Ele pode manifestar-se cla-ramente em vós, manifestar-se com inimagináveis conse-qüências.

O Espírito do quarto mistério abre-se ·paravós, e amagia dessa manifestação crística aplicamo-la de modoclaramente consciente em nossas reuniões. Assim recebeisa intensa graça do fato de que, não obstante ainda nãoserdes viventes segundo o Espírito, recebeis essa vida doEspírito e por ela sois tocados. E isso, como já dissemos,com inimagináveis conseqüências.

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XXVI

A UNIDADE ( 11 )

Relatamo-vos como todos os que, segundo o Espí-rito, ainda não são viventes, mas como participantes docorpo vivo da Jovem Gnosis se esforçam por esse objeti-vo, podem, todavia, receber do Espírito a intensa graçadessa vida, podem ser tocados na Escola por essa vida,porque o corpo vivo sétuplo da Escola pôde saudar seuPimandro no sétimo mês do ano jupiteriano de 1957.

Estais bem conscientes de que sois alunos da Escolada Rosacruz Aurea. Do mesmo modo, está naturalmenteclaro para vós, como se encontra o vosso discipulado emrelação à Escola. Podeis igualmente determinar mais oumenos para vós mesmos,graças a vossa própria experiên-cia e vossa conduta, se avançastessuficientemente na pri-meira senda: a que vai do nascimento natural ao nasci-mento da alma, de modo que se possa falar pelo menos dequalidade de alma.

Sobre essa base estivemos ocupados, até onde foi

possível, em vos mostrar uma imagem de Deus; agora,trata-se de se considerar essa imagem.

Se te aprofundares nisso íntima e minuciosamente,

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olhando-a com perseverança, com os olhos de teu co-ração, diz Hermes. E, caso os olhosdo vosso coração já

estejam ativosem vós, encontrareis o caminho para o céu.Sim, a imagem de Deus te conduzirá nesse caminho, por-que a diretriz interior fundamentada nessa imagem temesta caracterfstica: ela mantém presos em seu poder osque uma vez principiaram essa via de devoção e os atraipara cima, assim como o fmã atrai o ferro.

A situação está, pois, formulada de maneira tãosimples quanto possível. Atingistes umcerto estado por

efeito do vosso discipulado consciente e, nesseestado vosé transmitida uma projeçãodo Espírito. As radiaçõesdoEspírito crescemem força no corpo vivo de horaem horae vos tocam sem forçar-vos. Elas não vos subjugam. Não,elas unicamentese revelam a vós.

Se possuís os olhosdo coração,se o ponto centraldo microcosmo, a rosase abriu eentrou em ligaçãocom ovosso coração físico, podereiscontemplar a imagemque

será mostrada para vós, podereis percebê-la.Quandoconsiderardes a imagem talcomo ela pode e deve ser con-siderada, não podereis mais livrar-vos dela. Então ficareismagneticamente ligados ao Espírito e,como se disse,comconseqüências inimagináveis.

Tudo isso devemos agoratratar minuciosamenteconvosco e, em primeiro lugar, chamamos a vossaatenção

para o planetado qual nascemos e sobre o qualtodos nósvivemos como seres da natureza. Este planetaé, entreoutras coisas, umcampo eletromagnético. Estecampo

possui sete forças, sete raios, os quais determinam perfei-tamente a nossa natureza, regem-na, regulamentam-na e

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a mantém totalmente prisioneira.Quando então vivemos a nossa vida como seresnas-

cidos da natureza, somos completamente guiados, condu-zidos, determinados pelos sete raios terrestres.Nossainteira entidadese explica totalmente pelos sete raios.Nossaeu-centralização e tudo que a ela pertence é causa-do pelo quadro continuamente mutável dos sete raios.Todo o desenvolvimento de natureza religiosa, oculta ouhumanitária outra coisa não é e também não pode ser doque uma modificação na composição dos sete raios terres-tres; uma variação sobre o mesmo tema, uma graduaçãode uma e mesma coisa.

Está claro que aqui também a morte não acrescentanenhuma modificação, pois o que após a morte resta nomicrocosmo da entidade nascida da natureza consisteunicamente de restos da vida terrestre natural, os quais,portanto, permanecerão submetidos aos raios terrestres,enquanto existirem na esfera refletora.Essetambém éosignificado do final do versículo 24 do nosso texto e doversículo 25:

O bem não tem forma nem figura, é imutavelmenteigual a si mesmo e, por isso, desigual a tudo o mais; eispor que o incorpóreo é invisível ao homem corpóreo. Portodas essas razões o que permanece igual a si mesmo, oimutável, é superior ao mutável; e o mutável é pobre emcomparaçlio com o imutável.

Os sete raios terrestres estão perfeitamente sintoni-zados com os sete cosmocratas*da sétima região cósmica,portanto, sintonizados com a dialética, a imperfeição.

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Não há nada sem origem. A origem, porém, comoponto de partida de tud9 o mais, tem sua origem somenteem si mesma (versículo 26).

Se, pois, nossa origem se situa na dialética, na imper-feição (e tudo que nasce neste planeta está na imper-feição), tudo que surgiu dessa imperfeição pode ser divi-dido, isto é, propagar-se, multiplicar-se e reduzir-se; pode-se submeter a determinada cultura, porém a linha dedesenvolvimento conduz a uma eventual ascensão e tam-bém a uma irrevogável descida, pois. o que foi engendra-do deve morrer. De um verdadeiro crescimento, de umdesenvolvimento absoluto não se pode pensar na naturezada morte.

Crescimento, evolução, um progredir de força emforça e de magnificência em magnificência só existem emunidade com o Espírito sétuplo original. Por isso- e istoé tão lógico - precisamos oferecer continuamente umlugar à unidade, precisamos retornar à unidade divina.Quem não é suficientemente forte para voltar-se a essaunidade, perece em sua própria fraqueza e fica ligado com

a essência da morte. Quem quer vencer a morte, deve,pois, retornar à unidade divina, pois unicamente na uni-dade é possível o vir-a-ser de todos os outros processos dedesenvolvimento. Por vós aguarda a imponente e magnificavia de desenvolvimento, um avançar de força em força. Sequereis tornar vossa essa via, então precisais começar pelo

princípio, precisais retornar à unidade divina.

Todos os números se desenvolvem da unidade, de-senvolvem-se dessa origem e dessa raiz de todas as coisas.

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O número tem para o homem hermético um significadocompletamente outro que para o homem dialético.

O número um representa a unidade com o Espírito,com o Pai, com o absoluto, com o Logos, com o original.Toda outra unidade, todo outro início conduz à morte.

Quando o homem retorna à unidade, ao uno e indi-visível, ele é posto diante do número dois. Esse númeroleva o que está ligado à unidade a uma nova relação com asubstância original, com a substância raiz cósmica; porisso, na Gnosis hermética, o número dois é a Mãe.

O número três ensina a amorosa ligação entre o uno,o absoluto e a substância original, entre o Pai e a Mãe;portanto, a união de ambos; ao passo que o número qua-tro revela a plenitude da concepção para a revelação.Quando a entidade que está unida ao Pai é levadaa ligar-se com a substância original cósmica, algo surge. A pleni-tude da concepção é então levada a manifestar-se.

O resultado disso é o número cinco, a nova cons-ciência, a consciência mercuriana. Por isso, Mercúrioestásempre ligado ao número cinco.

O seis é o número da justificação. Com e junto danova força-luz da consciência é justificado o inteiroesta-do de ser do candidato, ele é posto em harmonia com oLogos.

Por isso, o número sete é o da santificação. O núme-ro oito é o da via celeste perfeita, a passagem para a vidalibertadora. !: a antiqüíssima Porta de Saturno, que sem-

pre esteve ligada ao número oito, após o que, então, nonúmero nove é festejada a vitória da verdadeira gênese dohomem divino.

Assim estão os nove números reciprocamente ligados

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numa nônuplavia de desenvolvimento.

Desse modo, pomo-vos novamente diante da necessi-dade do retorno à unidade original,à origem eà raiz detodos os números. Querendo-seentrar no inteiro proce-dimento da vida libertadora, é preciso começar pelo prin-cípio, parase regressarà unidade, não de modo abstrato,porém concretamente, pois talvez acheis muito interes-sante essas coisas das quais falamos. Reconheceis sualógi-ca e as achais perfeitamente esclarecedoras, mas queganhais com issose as compreendeis ena compreensãoficais parados? Trata-se em primeiro lugar, queas façais,não é verdade? Portanto, por favor amigos, nenhum fala-tório abstrato, mas ação concreta.

Abstrata é a crença em Deus,tal como o mundo dia-lético a confessa.Os verdadeiros ateus são raros nestemundo. Crença em Deus, no mundo dialético, é um senti-mento metafísico ou uma afirmação intelectual de que oLogos existe, porém concreta é a confrontação em pri-meira mão com Pimandro. Para nós é fundamental, narecém-nascida possibilidade no corpo vivo da Jovem Gno-sis, o encontro com o Pimandrodo corpo vivo.Eevidenteque precisareis encontrar o vossopróprio Pimandro.

Mas, também está claro que neste momento, aindaestais longe. Mesmo a confrontação com o Pimandro daEscola, na condição em que vos sabeis estar agora, efetiva-mente ainda não teria nenhum sentido. Este,talvez, nãoé de nenhum modo o objetivo. Se podeis ver com osolhos do vosso coração a figura que o Sétimo Livro Her-mético modelou para nós, essa figura conduzir-vos-á paraesse objetivo. Não se trata, pois, de maneira alguma de

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colocar-vos em relação com a unidade do Esplrito medi-ante magnificente acontecimento quevai muito além devossas forças. Não poderleis ainda manter essa ligação.

Masmediante a plenitude da revelação do corpovivoé bem posslvel levarmo-nos mutuamente a um estado deser e nele sustentar-nos, de modo que essa ligaçãose tornepossível; quese estabeleça um contato magnético e queessa atração magnéticavos conduza para o objetivo. Cita-mos paravósumavez mais:

A díretríz interior fundamentada nessa imagem temesta característica: ela mantém presos em seu poder osque uma vez iniciaram essa via de devoção e os atraí paracima, para si, assim como o ímã atrai o ferro.

Ou, por outras palavras: do corpo vivo da JovemGnosis parte uma nova atração magnética sétupla, umim-pelir magnético que é decisivamente outrodo que o dena-tureza comum. Aqueles que devem e podem estabelecer ocontato com essa força magnética serão simplesmenteconduzidos ao objetivo por esse novo estado. Já não mais

precisais deter-vos em todosos.outros aspectosdo proces-so de desenvolvimento na-·Jovem Gnosis, pois elessedesenvolvem harmoniosamente da unidade.Nas novaspossibilidades que agorase abriram sobre nós, trata-se, emprimeiro lugar, dese retornar à unidade. Este é o inteirosentidodo Sétimo Livro Hermético.

Resta-nos expor como oaluno deve estabelecer ocontato magnético.Em seguida, precisamos investigarcomo esse contato pode ser mantido e, em terceiro lugar,quais os resultados e conseqüências desse fato; depois

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precisamos, por fim, chegar a algumas decisões, pois,como se disse, à compreensão deve seguir-se a ação. Ocatninho do qual tivemos de talar tão minuciosamente,devemos segui-lo um para o outro e um com o outro e

·assim juntos, como grupo' gnóstico, vencer a morte.Essa vitória concreta sobre a morte será um dos primeirosresultados caso realizemos a ligação magnética com oEspírito unificador e vivificador.

Essa tarefa pode ser levada a um bom termo no hojevivente.

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XXVII

VENDE TUDO O QUE TENS E SEGUE-ME

Nas considerações a seguir, partimos do fato de queo corpo vivo possui um campo magnético sétuplo liber-tador; um campo magnético sétuplo que se distinguerigorosamente do da natureza comum. Esse campo mag-nético formou-se de baixo para cima. A Escola Espiritualda Rosacruz Aurea passou pelos três já referidos mistérios,e o corpo vivo está agora no quarto mistério: o da mani-festação do Espírito.

A Escola chegou, pois, em sua fase de Pentecostes.Assim como agora formamos uma fraternidade da rosa-cruz e uma fraternidade cátara, assim podemos e quere-

mos igualmente vivificar e professar plenamente uma fra-ternidade do Santo Graal, uma fraternidade da manifes-tação do Espírito. Trata-se, em primeiro lugar, de se ave-riguar a maneira pela qual podemos merecer a ligaçãocom o corpo vivo e a plenitude de seu campo de irradi-ação sétuplo. Portanto, esta é a pergunta evidente: como

obtemos participação nesse corpo vivo e sua plenitudeirradiante sétupla?

Quando refletimos sobre esse ponto básico, logochegamos a descobrir que muitos de nós ainda precisam

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fazer correções em sua atitude de vida, correções entreasquais se encontram pontos muito básicos. Muitos alunossão pelo menos comoía t , isto é, são pessoas que buscam

a verdadeira luz.M u ~ t o spossuem, mais ou menos, quali-dades de alma e sentem-se, indubitavelmente, como alu-nos da Escola. Que mais a Escola pode exigir deles?

Eles participam das conferências, freqüentam osserviços templários toda avez que isso lhes é possfvel e,de uma forma ou de outra, colaboram com o trabalho.

Também fazem sacrifícios materiais e observamas exigên-cias do discipulado. Tudo isso fazem desde o momentodo seu ingresso na Escola. O que mais a Escola pode aindapedir a eles? São pessoas muito prendadas e podem sercomparadas com o jovem rico. Por que o Senhor Jesus,no tocante a esse moço rico foi, não obstante, aparente-

mente assimtão duro? Por que Eledisse: "Vendetudoo que tens e segue-me"?

Então, ouvi bem: Jesus, o Senhor, convidou essaspessoas a serem verdadeiras células viventesdo corpo vivodaquele tempo, e era justamente isso que o jovem rico nãodesejava. Ele bem que queria ingressar no corpo vivo, mas

assim como ele era! Com todasas suas excelentes quali-dades; porém, com algumas reservas! Por quê? Não sesabe quais foram essas reservas, mas o fato de terem sidofeitas já é o suficiente.

Suponde que uma parte das células do corpo vivofaça restrições para comas outras ou para com o todo.

Sentis então que semelhante corpo se tornará doente eprecisará seguir o caminho que desse modo se abre?Quando as células de um órgão em vosso corpo suspen-dem suas funções ou suspendem uma parte importante

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dessas mesmas funções, então adoeceis! E o fim é certa-mente a morte, caso não haja alguma solução que dê bomresultado.

Por isso vos dizemos que, como alunos, fostes aco-lhidos no corpo vivo da Escola, mas ainda estais longe deterdes sido acolhidos como verdadeiras células viventesdesse corpo. Se devêssemos aceitar, sem mais nem menos,a todos vós como células vivas, então a Escola simples-mente morreria, pois muitos, muitos alunos ainda têm

restrições para com a Escola, para com o corpo vivo,sendo indiferente a razão. Muitas vezes não premeditada-mente e de modo consciente, o que não diminui o fato.

Certamente não queremos aprofundar-nos nos moti-vos que levam a essas restrições, mas no quadro das nossasconsiderações constatamos esse fato e afirmamos que

aqueles que não reconhecem incondicionalmente seu dis-cipulado não podem ser células vivas do corpo vivo daJovem Gnosis. Eles se excluem a si mesmos por excelen-tes que sejam suas qualidades.

Sim, amigos, por que vos dizemos isso? É que a par·ticipação num corpo vivo de uma fraternidade gnóstica

requer um perfeito Senhor, aqui estou, como tem aconte·cido em todas as fraternidades gnósticas, desde temposimemoriais até os dias de hoje, bem como nas primeirascomunidades cristãs. Sem nenhuma reserva! Ora, ohomem cultivado do século XX, principalmente o ho-mem ocidental, está cheio de restrições. Ele assim, acima

de tudo, aspira por segurança! Segurança para o quê?Sim, também muitos alunos são bastante cautelososcom relação à Escola, sem que sejam, talvez, conscientesdo fato, mas trata-se aqui de manifestar-se do interior o

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"Senhor, aqui estou", acompanhado de evidente ação.Trata-se de servir à Escola e ao seu trabalho como se esseservir valesse para o vosso próprio corpo. E este é literal-mente o caso! Quem cresce no corpo vivo da Escola,como se esse crescimento valesse para o seu próprio cor-po, experimenta diretamente a graça do Espírito sétuplodo corpo vivo. Esta é uma das razões pelas quais devemosdizer-vos: enquanto ainda fazeis alguma restrição, sejaqual for o motivo, vos fechais a vós mesmos para a graçado Espírito sétuplo universal.

Existem ainda aqueles em nosso meio que têm todaa espécie de dúvida, como por exemplo no tocante à uni-dade de grupo e sua realização e, por isso, entram em con-fusão. Quando esses se entregarem à totalidade do corpovivo e se desfizerem de toda a restrição, experimentarãoque toda a dúvida e confusão se desvanecem processual-mente, pois toda a verdadeira célula viva que é acrescen-tada ao corpo, fortalece a vitalidade do todo, de modoque tudo o que não pertence ao grupo é afastado.

A unidade*de grupo gnóstica não significa a acei-tação de tudo o que se desenvolve numa reunião de alu-nos, porém significa declarar-se pessoalmente pronto paraa total entrega ao corpo vivo, com todas as conseqüênciasligadas a essa entrega. Então o grupo que chegar a issoestará efetivarnente ligado em unidade, e a força de todostornar-se-á a força de cada célula do corpo. Isso significaque, se, por exemplo, houvesse neste momento duzentos

membros verdadeiramente viventes do Corpus Hermeti-cum na Escola, o poder coletivo desses duzentos reverte-ria praticamente para cada participante desse grupo.

Toda a verdadeira célula viva do corpo vivo entra em

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ligação atualcom o campo magnético da Escola. Istonão

é nenhum dogma, porém uma chave mágica. Essecampo

é uma radiação sétupla, uma torrente sétupla, em cujomeio vos encontrais. E essatorrente sétupla vosconduz,

como não poderia serde outro modo, à meta, àquelaessencial meta. Quem se uniu a essatorrente e voga sobreela, deve ter o cuidado para que o seu barco da vida nãoencalhe e, permanecendo seguro em meio de semelhante

torrente, esse certamente atingirá a meta.

Podemos falar longamente acercado nascimento daalma e relatar como esse nasc1mento deve realizar-se;como Pimandro é presenteado e cada alma renascidacomo prêmio da corrida, mas, para se atingir a grandemeta, para se dar verdadeiro andamento à vossa vidacomo alunos, a fimde se extraírem resultados concretos,é preciso mais. E precisoque se siga aação vivente, cinti-lante e, quando estamos prontos para essa ação, o Espí-rito Santo sétuplo do corpo vivo está perto, ele nos pre-enche e nos conduz à meta.

Por isso repetimos: paradar verdadeiramente anda-mento à vossa vida, para se chegar a resultadosconcretosno hoje, é necessárioque embarqueis sem reservas,em

perfeita auto-rendição, a bordo do barco celeste, agoraque a maré sobe novamente e as forçasda dialéticaestão

ati vas para levar aodeclínio toda a criação.Nisto nada háde tolo e de fanático, amigos.As fra-

ternidades gnósticas sempre vieram e vêm nospontos detransição, no curso dos séculos. Elas convocam osque asquerem escutar e lhes dizem: "Agora chegou a ocasião.Se quiserdes aceitar as conseqüências, a santificação está

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preparada para vós. Ligai-vos a ela e segui conosco para avida libertadora".

Então compreendereis que não se pode estar comum pé na naturezaçla morte e com ooutro no barco ce-leste, o corpo vivo.Isso é impossrvel. Por isso tambémvos pedimos que vos declareis o mais rapidamente possí-vel. Pedimo-vos que vos entregueis como células viventesdo corpo vivo, o qual, então, torna-se ovosso corpo.Pedimo-vostudo fazer para que o corpo comunitário dasalvação execute a sua missão,à qual ele foi convocadopor Deus.

Se estiverdes preparados para tanto, o sol de umnovo estado de vidase elevará sobrevós.TIJdo está prepa-rado para que vivencieis esse nascerdo sol.

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XXVIII

O SEGREDO DOS MISTÉRIOS GNOSTICOS

Agora que nos aproximamos dofim das conside-rações relacionadas com o Sétimo Livro de Hermes, che-gamos a uma situação mais ou menos difícil, pois sabeisque o tema desse livro é o retornoà unidade com Deus ea vitória sobre a morte. E nesse tema, como já tivemos deobservar, estão encerrados grandes segredos, mágicosmis-térios de natureza sumamente delicada.

A dificuldade reside, pois, em se encontrar um meiopara se tratar deste assunto de modo tal a nos compreen-dermos reciprocamente, banindo completamentetodo oequívoco. Maspoderíamos facilmente contornar esse obs-táculo se tomássemos, por exemplo, a matéria de ensinoque a Escola já dispõe tão abundantemente e dela retiraro que se presta a uma consideração como essa.Assimpoderíamos limitar-nos a uma exposição sobre a sendaque agora estáà nossa frente: o nascimento da alma, otoque pelo Espírito Santo, o vir-a-serdo corpo-alma, aveste áurea de bodas e o ulterior processo de transfigu-ração, o qual está ligado aos itens anteriores, para logoreceber-se o resultado da existência consciente no novocampo astral da Escola.Umaexistência consciente que

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não pode mais sofrer descontinuidade por efeito da mortee que, portanto, sign_ificaefetivamente perfeita vitória

sobre a morte.Essa via para ·a vitória já a encontrais esboçada emnossa literatura, e conquanto seja magnífico retornar a elae esclarecer esse caminho, esclarecê-lo por todos os lados,não é nossa intenção, no comentário do Sétimo Livro,limitar-vos aisso.

Nossa missão é, pois, indicar-vos um método, umaatitude de vida com a qual podeis tornar ativo e acelerarde modo extraordinário o há pouco indicado e já tãofreqüentemente exposto processo de salvação. Tudo oque talvez, com vista no futuro, vedes esboçado diantede vós na senda, podeis fazer no hoje vivente! Já antespusemos em vossas mãos o misterioso método, ao passoque vos dissemos que, para pordes a vossa vida em verda-deira atividade e alcançar resultados concretos no hoje,precisais embarcar em total rendição, sem restrições, semhesitação a bordo do renovado barco* celeste, da recém·construída arca.

O problema, frente ao qual estais agora é: como vouutilizar as possibilidades e as forças que estão encerradasno corpo vivo da Escola de Mistérios? A soluçãodiz: me-diante absoluta auto-rendição* interior, sem a mínimarestrição ao corpo vivo, à nova comunidade gnóstica, ànova Ekklesia, à nova comunidade crística.

Amigos, se responderdes afirmativamente a essafórmula como hipótese de trabalho, mas a aplicardesexperimentalmente, não conseguireis nenhum resultado,nem o mínimo sequer. A exigência declara: total auto-rendição, com tudo que sois, com tudo que possuís, com

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tudo que é vosso. Não unicamentealgo, não unicamenteuma parte nobre, mas tudo.Tudo ou nada. Melhor nada

do que apenas algo.Até agora só alguns poucos o fizeram. E a grandepergunta ése ides fazê-lo. Bem que falais em auto-ren-dição à Gnosis, mas isto é para vós - homensdo séculoXX - demasiadamente abstrato. Com auto-rendiçãoàGnosis sois sempre muito desembaraçados, mas a auto·rendição aocorpo vivo da Escola de Mistérios é a exigên-cia interior, a exigênciada realização!

Assim ressoa o convite.t unicamente um conviteque se dirige a vós, edo ponto de vistado vosso eu encon-trai-vos aindado lado seguro. Ainda podeis dirigir-vos auma direção ou a outra.Masse quereis aceitar o convitepara participar na plenitude das forças no corpo vivo,então vale para vós a exigência da perfeita auto-rendição.

Muitos certamente não querem, até este momento,aceitá-la ou não a podem aceitar. Não unicamente emrazão da eu-centralização, mas há também nisso grandedose de medo e desconfiança. Para semear essa descon·fiança, pois oopositor vos conhece e vos conhece aindamelhor que vós mesmos, tem-se manejado diligentemente,depois que a Escola veioà existência, as armas da calúnia,do insulto e da crítica. Assim, sois impelidos para asres-trições. Assim, sussurra-se para vós:"De tudo que é ditopossa algo ser verdadeiro. Nuncase pode saber". Talvezachareis as armas da calúnia muito baixas; estais acimadelas ou fora delas e não obstante, fazeis restrições:"Asegurança antes detudo".

Não penseis que vamosentoar para vós uma cançãoem tom menor ou que queremos queixar-nos de vós, pois

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o fantasma da calúnia,do insulto eda crftica ameaçamdesde o primeiroin(cio a Escola e seus auxiliares. Esse foi

e é sempre o pão de cada dia da dialética paratodos

osque trabalham a serviçoda Gnosis. Não, não setrata dequeixas, absolutamente. Trata·se de que vejais muito bema condição psicológicaem que vos encontrais, assimcomo

o remoinho e as atividades que vos mantiveram prisio-neirosem razão dessa condição.

Compreendeis, à luz desta análise,quão perigosoé realmente para nós falar-vos de "incondicional auto-rendição" ao corpo vivo da Jovem Gnosis? A calúniapode disso novamente colher material, material para acu-sar, não importade que, a Escola e seus obreirospor estú-pidas que sejam essas acusações.

Podeis rirda calúnia, mas sabeisque muitas vezes amais magnificente obra a serviço da Luz foi grandementeprejudicada e obstruída por efeito da calúnia? Já sãoquase vinte e cinco anos(I ) que estamosdiante da maiorincumbência, uma incumbência jamais posta sobre osnossos ombros. Tivemos de unificartodas as diretrizesrelativas à Rosacruz nomundo, fundi-lasnum corpo para,desse modo,conquistar o mundo para a Gnosis.

Estivemos aponto de ter bom êxito nisso, entretan-to, sabeis como esse superiorpropósito fracassou? Pelacalúnia, a qual foi divulgada nomundo inteiro. Foi oantiqü íssimo e pérfidométodo utilizado pelo opositor, aoqual muitos deram ouvidos edo qual muitos se tornaramvítimas.

Assim descrevemos suficientemente a situação;( I) Essas palavras foram ditas em 1957.

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demos a entender o comportamento; em auto-exame eem autoconstatação deveis resolver os problemas que serelacionam com tudo isso e que vêm à tona na vida de

cada um. Transmitimos para vós, demaneira a mais sim-ples possível, nosso convite e tudo a ele relacionado pu-semos no hoje vivente. Dissemo-vos:

"Podeis, se desejardes, entrar na arca, no corpo vivoda Jovem Gnosis se vierdes em perfeita auto-rendição esob as condições apresentadas. No mesmo instante, são

vossas todas as forças do corpo vivo".Que é esse corpo vivo? Vós o conheceis como umaparelho setuplamente organizado: o trabalho da Moci-dade, o trabalho da Sociedade Rosacruz, os dois aspectosdo Lectorium Rosicrucianum - o grupode alunos prepa-ratórios e de professos - a Escola de Consciência Supe-

rior, a Ekklesia e em sétimo lugar conheceis, ao menos denome, a Cabeça Aurea. Também conheceis a literatura daEscola, a Direção Espiritual, o Conselho Administrativo emuitos outros obreiros. Sabeis das várias atividades daEscola e delas participais. Em suma, tudo isso diz respeitoà revelação material do corpo vivo e se ainda permanecês-

seis totalmente no nascimento natural, então esse apare-lho material visível seria tudo.É ele tudo para vós7 Certamente que não! Pois jun-

to ao vosso conhecimento dos aspectos exteriores tam-bém sentistes algumas ou mais vezes, algo mais. Algo queé muito difícil definir, que faz continuadamente brotar

muitas, muitas perguntas.Muitas vezes, dimana do todo magnífico encanta-mento ou uma força, a qual muitas vezes age como sefora uma opressão; também um toque, que muitas vezes

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vos deixa enlevados ou leva a outros para fora do equili-brio. Uma atividade que também faz surgir perguntas emmuitos que estão de· ora: "Com base em que força esseshomens fazem isso tudo?" O rápido e dinâmico progressodo desenvolvimento organizatório nos últimos dez anosem particular, fez e faz outros sempre perguntarem: "Oque está por detrás disso?"

Não digais "é a Gnosis", pois neste contexto issoserá unicamente uma indicação superficial. Se o sabeisinteriormente, então precisamos perguntar-vos se já co-lhestes o ganho total de tudo o que "se encontra pordetrás".

Há pouco tempo tivemos um encontro com alguémde fora da Escola e que tem uma posição de chefia nasociedade. Este nos perguntou se poderia visitar uma dasnossas construções. Concedemos essa oportunidade e oacompanhamos. Ele se manteve calado, circulou e sacu-diu a cabeça, mas nada compreendeu. "O que está pordetrás do vosso trabalho?" perguntou-nos de viva voz.Então apontamos o lugar de serviço. Terá ele compreen-dido?!

Amigos, sabeis o que está por detrás? Fora o vossocontato com o aspecto material do corpo vivo e o vossointeresse por ele, o que já tivestes com todos esses aspec-tos que estão por detrás do aspecto material?

Já fizestes algo com eles? Ou vos contentastes jun-tamente com os inúmeros que perguntam: "O que estápor detrás?! Pode-se realmente entrar em ligação com oque está por detrás, tão realmente como se entra em li-gação com o aspecto material do corpo vivo?"

Sim, amigos, sim. Mediante aauto-rendição incondi-

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semelhante vácuo, ele salta para o seu interior e nele mer-gulha. Em conseqüência, esse Tat é imediatamente tras-passado pelo Espírito sétuplo desse novo reino, que correcomo um relâmpagono fogo* serpentino. Depois, nosdois cordões dos i m p á t i c o ~os quais estãoà esquerda eàdireita do fogo serpentino, desenvolvem-se maravilhososprocessos nervosos.Os éteres nervosos são renovadosnuma fração de segundo, masse fazeis restrições ao corpovivo, fato que ainda acontece com muitos, entãose mani-festam cristalizações noéter nervoso, especialmente nosdois cordõesdo simpático.

Sabeis como são indicados esses dois cordões? Abrio livro OAdvento do Novo Homem no capítuloVI dasegunda parte e lede umavez mais a história de Ananiase Safira, nos Atos dos Apóstolos 5.Os dois cordõesdo

simpático estão estreitamente ligados com o nosso karma,com o nosso nascimento natural, comtudo que pertenceà natureza terrestreã qual estamos agrilhoados. Se ousar-des confiar-vos em absoluta auto-rendição ao corpo vivo,todos esses impedimentos serão queimados nos dois cor-dões do simpático, masse apenas brincais com o vosso

discipulado, se apenas fingis ser um aluno, ouse vos en-contrais numa posição enganadora frenteà obra de sal-vação, então deteriorais os éteres nervososdo simpáticoe a conseqüência é uma morte vivente; tombais nos átriosda Fraternidade Gnóstica. Podeis, então, ser levados, poisnada mais se espera de vós como alunos.

Compreendeis a intenção dessa história, dessa lenda?Ouem tiver a força e o discernimento para passarpara essa perfeita e incondicional auto-rendição será ad-mitido no vácuo da Jovem Gnosis, por efeito da ação e da

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influência do Espírito-sétuplo; ele será diretamente sub-traído ao esplrito sé!uplo da natureza terrestre e assim,no mesmo instante, comprado da Terra, segundo a pala-vra do Apocalipse.·

Tal pessoa estará di reta e realmente no hoje viventeda Gnosis. A transmutação, a transfiguração e tudo que aela está relacionado tornar-se-ão fatores e processos com·pletamente secundários. Ainda que seja maravilhosamentebelo, isso vem por si, desenvolve-se de modo planificado,processual.

Portanto, preconizamos para vós uma transmutaçãoe uma transfiguração realizando-se no tempo, mas em pri-meiro lugar uma libertação direta, atual, no hoje vivente.Nenhuma libertação em futuro distante, porém o ingressona vida libertadora agora, no hoje vivente, pelo fato deque saltais, com todas as conseqüências, para dentro doVácuo de Shamballa, o qual se tornou um corpo vivente;pelo fato de que entrais no lar Sancti Spiritus para neleapreciar com todos os irmãos e irmãs o corpo vivo donosso Pai, irmão Cristão Rosacruz.

Vede, este é o segredo dos mistérios gnósticos. Oque vimos e experimentamos isso anunciamos tambémpara vós. A vidaestá manifestada no corpo vivo da JovemGnosis.

Portanto: ide da fé à contemplação, mediante ocumprimento da lei. Descobrireis, assim, as coisas queestão em cima, ou melhor, o contemplado vos abarcarácom sua força e vos atrairá para si, como o ímã ao ferro.

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XXIX

O PENTECOSTES DA DIVINA LIBERTAÇÃO

Após tudo o que vos expusemos com base no Séti-mo Livro de Hermes, esperamos que tenhais compreen-dido por que, no decorrer dos anos passados, estivemostão ocupados na Escola. O aparelho material da JovemGnosis foi, de modo discreto e considerando as possibi-

lidades, preparado para a sua missão.Ao Vácuo de Sham-balla, à Cabeça Aurea da Escola foi preciso proporcionarum bom meio de funcionamento, um instrumento para asua atividade na esfera material, a fim de que, por essemeio, ele pudesse manifestar-se tão rápida e amplamentequanto possível.

Os focos que correspondem ao mínimo exigido são:o Templo da Sede Geral, em Haarlem; o Templo de Reno·v ~ em Bilthoven; aEkklesia*do"De Rozenhof", em Sant-poort; o Templo de Noverosa, em Doornspijk; o CentrodeConferências Galaad em Ussat-Ornolac, Ariêge (França)e o Lar Cristão Rosacruz, em Calw, Floresta Negra (Ale-manha Ocidental). Todos esses focos estão interligadospor uma rede de núcleos e locais de residência dos alunos.

Suponde que quinhentos ou mil alunos decidissemaceitar a proposta que foi considerada. Ganhariam, então,

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plena participação no. campo magnético do Esp(rito sé-tuplo, do corpo magnético da Jovem Gnosis. Esse grupode quinhentos a mil ésclarecidos se estenderia sobre todasas partes do reino. gnóstico, enquanto que a ligação entretodos os irmãos e irmãs e o vivente coração flamejante docorpo vivo permaneceria! Assim podeis fazer uma idéiabastante clara do futuro aspecto material do reino gnós-tico mundial.

Retende agora firmemente esse quadro que podeisver tão claro à vossa frente e, com base nele, examinaiem detalhe o que acontecerá se toda essa multidão dehabitantes do jo\iem reino gnóstico retornar à unidadeoriginal por uma rendição total, sem nenhuma reserva,eentrar no Vácuo de Shamballa, a Cabeça Áurea. Então,tal como uma explosão nuclear de uma intensidade seme-

lhante à luz de milhares de sóis,a luz desconhecida paten-tear-se-á por todo o mundo. Pensai no quadro de hápouco, da forma seguinte: para onde quer que viajeis, es-tareis em contato vivente e vibrante com o foco centraldo corpo vivo! A intensa força do corpo vivoestará con-vosco e se fará conhecer em todo o lugar do reino gnósti-

co. Daí - e como não poderia ser diferente - e m poucotempo a Gnosis recolheria a sua colheita.

Tudo isso está em vossas mãos! Não depois, masagora. O Pentecostes da divina libertação não vos cai docéu. Se é por isso que esperais, tereis de esperar por muitotempo. Precisais preparar para vós mesmosessa festa de

Pentecostes! Precisais realizá-la e o podeis, se utilizardesagora as oportunidades que vos são ofertadas. Quempuder compreender que o compreenda.

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XXX

O OITAVO LIVRO

HERMES A SEU FILHO TAT:QUE O DEUS INVISIVEL É O MAIS REVELADO

1. Hermes: explicar-te-ei, ó Tat, também extensivamente o significado do que segue, para que os teus olhosse abram aos mistérios de Deus, O qual está acima detodo o nome. Compreende, em visão intenor, comoEle, que para a grande massa parece ser invisivel, setornará a ti o mais revelado.

2. Porque Ele não seria verdadeiramente se não fosse

invisivel. Porque tudo o que é vis/vel foi criado, veiou m dia à manifestação.

3. O que não é perceptlvel, porém, é em toda a eternidade, pois não tem necessidade de manifestar-se: Eleé eterno e dá manifestação a todas as outras coisas.

4. Ele revela tudo sem que Ele mesmo seja revelado;Ele engendra sem que Ele mesmo seja engendrado;não se manifesta em nenhuma forma perceptlvel,

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mas dá uma forma perceptível a todas as coisas.

5. Pois unicamente o que é criado tem uma manifes-tação perceptlvel. Nascimento, vir-a-ser, não é outracoisa senão entrar no visível.

6. O Uno-Sem-Nascimento é, conseqüentemente, tantosem aparência perceptível como invisfvel; mas, visto

que Ele dá forma a todas as coisas, Ele se toma visf-vel através de tudo e em tudo, principalmente àque-les a quem quer manifestar-se.

7. Por isso, meu filho Tat, ora, acima de tudo, ao Se-nhor, o Pai, o único, que não é o uno, mas a origemdo uno, que se mostre propicio em sua clementegraça, e que te seja permitido ver esse Deus, tãoimensamente magnificente, mesmo que Ele faça bri-lhar sobre tua consciência somente um dos seus raios.

8. Pois somente a consciência-alma vê o invisfvel, porser ela mesma invisível.

9. Se podes fazê-lo, ó Tat, Ele se tomará vis/vel diantedos olhos de tua alma-espfrito, porque em generosaabundância o Senhor se manifesta no universo todo.

1O. Estás em condições de ver a tua consciência-alma, detocá-la com as mãos e contemplar com admiração aimagem de Deus? Mas se o que está dentro de ti éinvisfvel, como então Deus mesmo se tomará visfvelem ti mediante teus olhos materiais ?I

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11. Se quiseres vê-Lo dirige, então, a tua contemplaçãoao Sol, ao curso da Lua, à ordenação das estrelas.

12. Quem mantém a ordem deles? (Porque cada ordemé determinada exatamente pelo número e pelo lugar.)

13. O Sol, o supremo dos deuses da abóbada celeste, aquem todos os deuses celestiais concedem reverentelugar como a seu rei e soberano, imensamente gran-de, maior que a Terra e o mar, permite que menoresestrelas se movam acima dele. Por reverência ou portemor a quem, meu filho?

14. Não descreve cada uma dessas estrelas um mesmocurso no céu? Quem determinou para cada umadelas sua natureza e a grandeza de seu curso?

15. Veja a Ursa Maior que gira em torno de seu próprioeixo e cobre o firmamento todo em sua rotação.Quem é o possuidor desse instrumento? Quem esta-beleceu ao mar os seus limites? Quem deu à Terra oseu fundamento?

16. É, ó Tat, o Criador e Senhor do todo. Nenhumlugar, nem número, nem medida como expressão daordem cósmica seria possfvel sem Aquele que oscriou. Pois toda a ordem é o resultado de uma ativi-

dade criadora. Unicamente quando a ordem e a me-dida faltam, fica provada a sua ausência_

17. Porém, mesmo a desordem e a falta de enumeração

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tUm o seu senhor; meu filho. Porque, se ao desorde-nado falta a essência da ordem, ele, não obstante,está sujeito Aquele que ainda não impôs sua ordemsobre ele.

18. O, pudesse ser· te dada a faculdade de elevar-te comosobre asas ao espaço e lá olhar, entre o céu e a Terra,o corpo sólido da Terra e a extensa movimentaçãodo mar, os cursos fluentes dos rios, e livre movimen-to do ar, a veemência do fogo, a marcha dos astros, avelocidade da abóbada celeste, e o curso do universoque gira ao redor de todos eles.

19. A h! meu filho, como essa visão é plena de graça,quando se contemplam todas essas coisas como num

relampejar: como o imóvel éposto em movimento eo invislvel se manifesta nas obras que Ele criou eatravés delas! Tal é a ordenação da Criação, a qual éo hino de louvor da ordem.

20. Se quiseres contemplar a Deus nos seres mortais eatravés deles, que estão sobre a Terra e abaixo dela,considera então, meu filho, como o homem é forma-do no seio materno; examina cuidadosamente o arte-sanato dessa gênese e aprende quem é o construtordessa bela e divina imagem do homem.

21. Quem moldou a forma esférica dos olhos? Quemperfurou as aberturas das narinas e das orelhas?Quem fez a abertura da boca? Quem esticou as redesdos músculos e dos nervos e as fixou no corpo?

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Quem depositou o sistema de canais das veias?Quem cobriu a carne de pele? Quem separou osdedos? Quem espalmou a planta dos pés? Quem per-furou as vias de salda através do corpo? Quem colo·cou o baço? Quem deu a forma piramidal ao co·ração? Quem ampliou o fígado? Quem fez porosasas câmaras dos pulmões? Quem concedeu o espaçoda cavidade abdominal? Quem colocou as partesmais honradas em evidência e escondeu as não hon-radas?

22. Veja quanto artesanato e quantos diferentes modosde obrar são aplicados numamesma matéria, quan·tos objetos de arte são reunidos numasó obra, todosextremamente belos, todos perfeitos em medida,todos diferentes uns dos outros.

23. Quem fez todas essas coisas? Quem é a Mãe, quem éo Pai, senão o Deus invisível que criou tudo issosegundo a Sua vontade?

24. Ninguém afirma que uma estátua ou pintura tenhasido formada sem escultor ou pintor; achas, então,que essa criação viria a ser sem criador? O supremacegueira, ó estado de total alheamento de Deus, óponto mais baixo do enclausuramento!

25. Por isso, ó Tat, meu filho, jamais negues ao Criadoras obras de Suas mãos. Melhor e mais poderosamen·te ainda do que o nome de Deus fala a Sua grandezapela indicação: Pai de todas as coisas. Porque só a

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Ele convém o nome de Pai; sim, isto é, em verdade,o Seu ato manifestador.

26. E se me forças a dizer algo ainda mais ousado: Suaessência é fecundar e produzir todas as coisas; e,assim como sem criador nada poderia vir a ser, oCriador não seria o Eterno se não criasse eternamen-te: no céu, no ar, na Terra, no abismo, em todas aspartes do universo, na totalidade, no todo total, emtudo o que é e em tudo o que não é.

27. Porque não há nada no inteiro universo que Ele nãoseja. Ele é tanto o que existe como o que não exis-te, pois tudo o que é Ele o manifestou e tudo o quenão é Ele mantém incluido em Si.

28. Ele, Deus, é exaltado acima de todo o nome; Ele, oinvisivel, que não obstante é o mais manifesto; Ele,que é contemplado pela alma-espirita, mas igual-mente perceptivel aos olhos. Ele, o incorpóreo, quetem muitos, sim, mesmo todos os corpos; porque

não há nada que Ele não seja, pois Ele é tudo o queexiste. Por isso, Ele possui todos os nomes, poisque estes derivam do Pai único. Por isso Ele não temnome algum, porque Ele é o Pai do todo.

29. Quem poderia louvar-Te o bastante segundo o Teu

valor? Para onde dirigirei os meus olhos para louvar-Te? Para cima, para baixo, para dentro ou parafora? Não há nenhuma via, nenhum lugar, nem cria-tura alguma fora de Ti; tudo está em Ti, de Ti tudo

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provém. Tudo concedes e nada tomas, porque tudopossuis e nada há que não Te pertença.

30. Quando te entoarei louvor? Pois é imposslvel sabera Tua hora e o Teu tempo.

31. E por que deveria eu entoar- Te louvores? Pelo quecriaste ou pelo que não criaste:> Pelo que manifes-taste ou pelo que conservas oculto:>

32. E com que Te entoaria louvor? Como se algo mepertencesse, como se possu/sse algo de próprio oufosse outra coisa senão Tu I

33. Porque Tu és tudo o que eu possa ser; és tudo o queeu possa fazer; tudo quanto eu possa dizer. PorqueTu és tudo, e nada há além de Ti I

34. Mesmo o que não existe, Tu és. Es tudo o que veio aser e tudo o que ainda não foi manifesto; Espírito,quando contemplado pela alma-esp/rito; Pai, quandodás forma ao universo todo; Deus, quanto Te revelascomo força ativa universal; o bem, porque criastetodas as coisas.

35. Omais sutil da matéria é o ar; o mais sutil do ar é aalma; o mais sutil da alma é o espírito; o mais sutil

do esp/rito é Deus.

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XXXI

O BARCO CELESTE E SUA TRIPULAÇAO

Se vos aprofundastes notexto do Oitavo Livro deHermes, tereis chegado à descoberta deque o seu intento

é oferecer aosque o estudam uma compreensão elevadade Deus, indefectível e inatacável. Semelhante compreen-são deve serqualificadacomo uma dádiva incomparável,pois elaé a base deum conhecimentohumano verdadeiro.É uma rocha na tempestade, um sustentáculoem meio àsvicissitudes da vida.

De uma compreensão única e justa pode-setudodeduzir, o que conduz infalivelmente o candidato a umbom fim. Eis por que o aluno dos mistérios gnósticosdeve ser introduzido nesta compreensão de Deus, devenela ser iniciado.Contudo, deve estar claro que, paraesta iniciação, deve existir uma base, umfundamento sóli-do que a explique. Por esta razão, já desde oinfeio é esta-belecido que a única e libertadora compreensão de Deusapenas pode realizar-sequando o candidato é capaz deaproximar-se dessa compreensãocom os olhos da almarenascida. O renascimentoda alma é a basedo conheci-mento de Deus.

Portanto, é impossívelque a compreensão hermética

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de Deus tenha algo a ver com a compreensão intelectual eracional. Este é o argu_mento que opomos ao treino inte-lectual dialético e ao mito da pretensa superioridade dohomem com o intelecto exercitado. Pelo contrário!

Quando fazemos notar que o homem intelectual-mente treinado não pode ser considerado como superior,certamente não queremos com isso dizer que se devafazer objeções contra o que se denomina homem inteli-gente. Nós desejamos a todos vós muita inteligência, sabe-doria e prudência em vossa luta para sair deste mundoobscuro e difícil, mas quando se considera o desenvolvi-mento da inteligência como um meio de libertar a huma-nidade e, conseqüentemente, treina-se a inteligência se-gundo os meios e métodos tal como o mundo moderno osconhece, então, em lugar da superioridade, o cérebrosofre sérios danos, graves mutilações, tornando-se imper-meável a todo o toque da luz libertadora, o que constituium grande perigo para o homem em questão, para o mun-do e à humanidade.

Não, o Nous é a base para o conhecimento, a sabe-doria, que nos concede a libertação. Sabeis, após nossasexplicações precedentes do Corpus Hermeticum, o que seentende por Nous. Ele é a alma renascida que encontrouo seu Pimandro, que está ligado ao seu Pimandro. Comisso, definimos o início do inteiro processo gnóstico dovir-a-ser consciente.

A plenitude gnóstica toca o aluno no santuário do

coração, em conseqüência do que a rosa do coração, oátomo-centelha* do espírito se abre, e o aluno percorresua via dolorosa, seu caminho rosacruz; é o trajeto emdireção ao cimo do crânio, o desabrochamento de diver-

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sas possibilidades novas no santuário da cabeça ao longodo caminhoda endura. É assim quese efetua o novo vir-

a-ser consciente. A alma que se encontra religada, unidaao Espírito e que, conseqüentemente, enobreceu os cen-tros da cabeça edo coração para a sua elevada missão,possui os olhosdo Nous*:

Nous é uma palavraque designa esta ligação da ca-beça e do coração em sentido inteiramente novo. Estareanimação elevada, justa e perfeita abre inteiramente osainda latentes centros cerebrais para o pensamento e acompreensão puros.Eis por que o Oitavo Livro deHer-mes se coloca por inteiro sobre o plano do homem-almaliberto e desperta Tat, o aluno sério para este estado. Nãose faz aqui nenhum apeloà usual orientação mentaldohomem nascido da natureza.

Podereis, agora, fazer uma observação: "Se esta novae elevada disposição mental ainda não é a minha, terá oOitavo Livro de Hermes alguma coisa a dizer-me? Aponte pela qual Hermes pode alcançar-me é ainda apenasa minha comum faculdade intelectual?"

"Isso depende inteiramente de vós", devemosentão

responder. A palavra da Arquignosis dirige-se aos alunosda Jovem Gnosis. A Jovem Gnosis dispõe de um corpovivo, da herança dosque a precederam e da estrutura delinhas de força da efusão do Espfrito, pois o corpo vivoda Jovem Gnosis já pôde festejar a ligação alma-espfrito.O privilégiodo discipulado encontra-se, pois, no fato deque o homem nascido da natureza, tal como ele é, podeentrar em contato direto com o corpo vivo e, medianteabsoluta auto-rendição, sem reservas, morrer diariamentepara o seu eu. Desse modo, o aluno torna-se uma célula

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vivente do corpo vivo.Entllo tem início. o estado que Paulo denomina "o

ministério da reconciliação". Esse é um processo de tor-nar·se liberto, um processo de elevação em que o que énovo exerce um poder absoluto sobre nós, e a conseqüên-cia disso será um tornar·se justo. Deveser dito que nume-rosos são os alunos colocados em presençadessas possibi-lidades no corpo vivo, mas muito poucos têm delas seservido. Os que não utilizam essas possibiiidades, bemcomo a lei que as torna ativas, permanecem de fato dolado de fora.

Afirmamos, portanto, que se existe uma real possibi-lidade de que o essencial do Oitavo Livropossa atuar emvós de maneira libertadora, essa é tão-somente através deuma verdadeira consagração ao discipulado vivente daJovem Gnosis. Não é, pois, suficiente consagrar-seabstra-tamente à Gnosis; há milhões que se interessam dessaforma por um vir-a-ser consciente gnóstico, ou pela orien-tação gnóstica ou pela filosofia gnóstica.

Não, o segredo da realização é o consagrar-se no pre-sente, diretamente, em total auto-rendição à Gnosis quesurgiu, e esta é para vós: a Jovem Gnosis do LectoriumRosicrucianum. Se isto compreenderdes, e se tal for avossa aproximação, então é realmente possível que aessência do Oitavo Livropossa agir em vós, mesmo queainda não tenhais atingido o estado de libertação da alma-espírito. O corpo vivo atingiueste estado.

E para quem mais a graça da libertação que o corpovivo oferece seria empregada senão para os que declarampertencer completamente ao corpo vivo do grupo? Asimplicidade desta verdade falará por si mesma, assim o

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esperamos. Nós não teríamos novamente aproveitado aocasião para vos falar sobre este grande segredo de sal-vação, se uma verdadeira compreensão de Deus não fossede urgente necessidade. Que confusão não tem causado aassim chamada compreensão de Deus, própria da humani-dade dialética, no curso dos séculos!Eaté queponto estaconfusão ainda não irá!

Citamos alguns versículos do discurso de Hermes aTat:

Explicar-te-ei, ó Tat, também extensivamente o significado do que segue, para que os teus olhos se abramaos mistérios de Deus, O qual está acima de todo o nome.Compreende, em visão interior, como Ele, que para agrande massa p a r ~ c eser invisível, se tornará a ti o maisrevelado. Porque Ele não seria verdadeiramente se nãofosse invisível. Porque tudo o que é visível foi criado, veioum dia à manifestação. O que não é perceptível, porém,é em toda a eternidade, pois não tem necessidade de manifestar-se: Ele é eterno e dá manifestação a todas as

outras coisas. Ele revela tudo sem que Ele mesmo sejarevelado; Ele engendra sem que Ele mesmo seja engendrado; não se manifesta em nenhuma forma perceptível, masdá uma forma perceptível a todas as coisas. Pois unicamente a que é criado tem uma manifestação perceptível.Nascimento, vir-a-ser, não é outra coisa senão entrar na

visível.O Uno-Sem-Nascimento é, conseqüentemente, tanto

sem aparência perceptível como invisível; mas, visto queEle dá forma a todas as coisas, Ele se torna visível através

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de tudo e em tudo, e priRcipalmente àqueles a quem quermanifestar-se. Por isso, '}1eu filho Tat, ora, acima de tudo,ao Senhor, o Pai, o L!nico, que n3o é o uno, mas a origemdo uno, que se mostre propicio, em sua clemente graça, eque te seja permitido ver esse Deus, tão imensamentemagnificente, mesmo que Ele faça brilhar sobre tua cons-ciência somente um dos seus raios.

Somente com os olhos da alma-espírito, a consciên-cia-alma, é que se pode ver manifestado aquilo que per-manece totalmente oculto para os que ainda não possuemesses olhos. No fundo, nada está oculto, nada pode serocultado na manifestação universal. Os chamados Misté-rios são invisíveis apenas porque os homens não possuemolhos para contemplar claramente aquilo que está mani-festo. Tudo o que Deus quer manifestar de Seu ser, eme através de Suas obras, é perceptível. Permanecesse tudoprofundamente oculto, e então nada existiria. Refletibem sobre esta idéia, pois ela é instrutiva e libertadora, epõe resolutamente um fim a todo o tipo de ilusões eperigos.

Nos sete domínios cósmicos do vasto universo, oLogos eterno tornou manifestas todas as suas obras esempre continua manifestando-as. Manifestação é nasci-mento. Tudo o que é manifesto pode ser conhecido, son-dado, experimentado. Por exemplo, tudo quanto se en-contra manifestado no inteiro universo poderá ser apreen-dido, quando a lei de desenvolvimento da alma-espíritofor cumprida pelo aluno. Para ele não mais existirão obs-táculos. Se isto compreenderdes bem, não mais se trataráde cairdes vítima da exploração criminosa dos M i s t é r i o s ~

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que tão seguidamente se pratica neste mundo, pois esta éa exploração da imperfeição humana.

Enquanto dizemos isso, somos conscientes de quealguém poderia dizer-nos: "Não serão vossas repetidasrecomendações para uma total auto-entrega e sem reser-vas ao corpo vivo da Jovem Gnosis uma forma de explo-ração dos Mistérios?" Eis nossa resposta: não, certamenteque não, pois a auto-rendição ao corpo vivo só pode sertotal e conduzir ao objetivo quando a decisão para isto étomada em plena liberdade e autonomia. Toda a auto·rendição forçada é imoral.

Vede, amigos, o núcleo da Escola Espiritual que edi-ficou o corpo vivoespiritual em unidade não vos explora,pois o corpo-vivo é a esfera de vida tornada ativa de umgrupo, não de um homem. Para nos servirmos de uma

antiga terminologia, essa esfera de vida é um barco celesteque empreende uma viagem. E se decidistes tomar lugarneste barco a fim de alcançar o objetivo juntamente como grupo e no grupo, então, em verdade, não é o corpovivo que vos explora, mas precisamente o contrário: soisvós que explorais o corpo •vivo! Com efeito vós o utilizais

e tentais atingir o vosso objetivo com a sua ajuda. E aque-les que suportam o sofrimento da lei natural ao deixar-vosfazer uso do barco celeste, aqueles que em vosso interesseestão continuamente ocupados em assegurar o curso dobarco e de mantê-lo apto para navegar e que, para essefim, fazem os maiores esforços e sofrem por vós, podem,

pelo menos, esperar que vos comporteis como um dignomembro da tripulação.

O sofrimento que podeis infligir aos tripulantes dobarco celeste é o de que a revelação não tenha lugar tal

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como ela se poderia produzir, situação esta imputável aocomportamento por v ~ z e ssingular de diversos alunos.Toda a pessoa ligada .à Jovem Gnosis como aluna pode tera inteira revelação, o conhecimento preciso de primeiramão, o que o corpo vivo faz por ela, ou pelo menos podefazer. E se este não for o caso, se tal revelação não acon-tecer, então é absolutamente certo que a causa disso deveencontrar-se ou num excesso de autoconservação, de ego-centrismo, ou em motivos ocultos com os quais ingressou-se na Escola. E evidente que tais comportamentos retar-dam o curso do barco e aumentam o sofrimento dos tri-pulantes. E ao mesmo tempo uma exigência moral-racio-nal o examinar-se em tais casos se os membros da tripu-lação podem ser mantidos. Com efeito, o perigo de queum membro indigno não somente retarde o barco, masque igualmente nele exerça influências nefastas, não éimaginário.

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XXXII

A ETERNIDADENO TEMPO

Como vimos,as sete grandes regiões cósmicas, queformam o espaço total e oniabrangente, são os sete cam-pos de manifestaçãodo Logos. Tudo que está presentenesse espaço universal como vida, movimento e seré fun-damentalmente manifesto a todos que possuem o Nous, a

alma nascidado Espírito. Mistérios nas sete regiões cósmi-cas não são, pois, nenhuma realidade.Um mistério éconstituído por falta de compreensão, por falta de saber,de verdadeiro conhecimento. Quem se ressente disso, aesse faltam os olhosdo Nous, da alma-espírito.Todavia-prossegue Hermes - muito existe que está oculto e é

absolutamente imperceptível.Assim, há uma divindade revelada e uma divindade

desconhecida, o eternamente invisível.Do eternamenteinvisível, decorre a manifestação nos sete campos de reve-lação. Visto filosoficamente, não há nenhuma necessidadeem se conhecer o invisível,à parte da total e completa

impossibilidade desse conhecimento. O invisível, o incog-noscível realiza plenamente seu planoem seus campos demanifestação. Neles Elese faz manifesto. Portanto -assim se podedizer- existe um verdadeiro mistério: o da

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grande e insondável divindade. Em relação a esse fato,responde Hermes:

O que não é {Jerceptlvel revela tudo sem que Elemesmo seja revelado; Ele engendra sem que Ele mesmoseja engendrado; não se manifesta em nenhuma formaperceptlvel, mas dá uma forma perceptlvel a todas ascoisas.

Por conseguinte, também a divindade imperceptívelpode ser conhecida em sua criação e através dela. Por isso,também aqui o mistério deixa de existir, pois - e preci·samos uma vez mais repetir - t u d o o que a divindade é,também em sua imperceptibilidade, ela torna manifesto:

O Uno-Sem-Nascimento é tanto sem aparência per-cept/vel como invislvel; mas, visto que Ele dá forma atodas as coisas, Ele se torna vislvel através de tudo e emtudo, principalmente àqueles a quem quer manifestar-se.

Assim constatamos, com inominável alegria, que não

existe nenhum obstáculo fundamental entre o homem eDeus. Quando pomos de lado os empecilhos tundamen·tais, chegamos através do manifesto ao não manifestado;portanto, através do tempo à eternidade. O tempo é omanifestado, a eternidade é o não-manifestado, do qualprovém todo o manifestado. Assim a eternidade é o ser-

núcleo, a força-núcleo, o que há de mais elevado nacriação. O tempo e a eternidade não são, por conseguinte,separáveis do Espírito. Eles se completam, um defluino outro. No tempo, encontramos a contínua progressão

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das manifestações, as quais decorrem em crescente magni-ficência. Nisso a eternidade é a grande base sustentadora,

é o esteio, o realizador, portanto, pode-se com razãofalar-se de "eternidade no tempo", como dizia o falecidoprof. De Hartog.

Aqueles que isso puderem compreender e experi-mentar, entrarão diretamente em grande tranqüilidade,em grande paz, a paz de Belém, pois encontraram a uni-

dade com Deus e a libertação de toda a morte, porque anatureza, a profunda natureza da transformação é eterni-dade.

Quão pequena e quão elementar nisso tudo é a dialé-tica e a ínfima vida do homem nascido da natureza! Êcomo que um enrugar na superfície da água; uma aciden-

tal alteração na realidade; ogrito

deum

animal no grandesilêncio. Quem estaca nesse pequenino, quem nele se se-pulta é, em verdade, sumamente tolo. Quem consideraesse enrugar das águas como sendo a essência e não podever a imensa superfície, é, de fato, assustadoramenteanormal. Está claro que semelhante pessoa aprendeu atemer a morte, o final de um enrugar! A morte que vemarrancar dessa anormalidade, dessa ilusão, a criaturasossobrada.

A ilusão tem qualidades cristalizantes, qualidadesterríveis e um arrancar-se dessa ilusão é, pois, impossívelrealizar-se de modo harmonioso. Demolição de uma cris-talização, transposição de uma cristalização significa:ficar-se totalmente reduzido a cacos.

Por isso, o homem dialético sempre aprendeu atemer a morte. O tempo significa, para o homem nascidoda natureza, envelhecimento, perda de vitalidade, ver a

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morte cada vez mais de perto, cavar sua própria sepultura.Por isso, procura-se retardar otempo, o próprio tempo,

prolongá-lo, escapardele. O que éque não se faz paraseafastar o tempo, não é verdade?Euma triste aposta como declínio, mas pára o novo homem, para o qualtodossois chamados,. o tempo é um caminhar de forçaemforça, de transformaçãoem transformação, um viajar nacorrente da eternidade. Se compreendeis isso, saudareis

com plena adesão o sétimo versículo do Oitavo Livro:Por isso, meu filho Tat. ora. acima de tudo. ao Se-

nhor, o Pai, o único, que não é o uno. mas a origem douno, que se mostre propicio em sua clemente graça, e quete seja permitido ver esse Deus, tão imensamente magnifi-cente, mesmo que Ele faça brilhar sobre tua consciênciasomente um dos seus raios, pois, somente a consciência-alma vê o invisivel, por ser ela mesma invisivel.

Percebeisque a todos vós, que fazeis partedo grupoe, por conseguinte, participaisdo corpo vivo, é dado, setão-somente o quiserdes, realizar a grande e sagrada lei,experimentar, sentir a eternidadeno tempo e o tempo

como um eterno avançar? Para isso é necessárioque

aprendais a orar. Ou e é isso?A verdadeira oração é a elevação da alma nos sete

raios do Espírito sétuplo, nas sete correntes da eternida-de, as quais abarcam, interpenetram econduzem otempo. A alma, a alma renascida, pertence a essas setecorrentes da eternidade e procurará,em razão de seu ser,dia a dia e de hora a hora festejar essa ligação. A almarenascida éuna com a divindade. Orar é, pois, para ela,

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viverdo Espírito, pelo Espírito e no Espírito.Exprimir uma oraçãoé causar uma descida de força

para que se realize uma querida ou almejada manifes-tação. Oue um simples exemplo esclareça isso: vossa casaestá ligada à rede elétrica. Ligais a corrente e a luzseacende ou o aquecedor vos aquece. A alma renascida estáligada ao Pai e aos seus sete raios, e a oraçãoé o ato, ainvocação para viver dessa força enela, para trabalhar erealizar os fatos na atualidade. Por isso tambémé ditocom razão emJoão 14, versículos 12 e 13: "Na verdade,na verdade vos digo: quem crer em mim também faráasobras que faço. E oque pedirdes em meu nome, eu ofarei, para que oPai seja glorificado no Filho".

Compreendeis que isso está em relação com o sernuclear da magia gnóstica, com a qual estão associadosgrandes perigos,quando as forças em questão são invoca-das de maneira ímpia.No tocante a isso, é preciso ter-seem vista que, por exemplo, justamente astão variegadasorações na dialética, feitas pelas classes sacerdotais dahumanidade nascida da natureza, realizam com absoluta

certeza e com muito maior velocidade, em razão da cres-cente ligação com os eões naturais, o funcionamento daregularidade da natureza da morte.

Mas a alma renascida está ligada aoPai e recebe,assim, tudo o que necessita para o inteiro sistema micro-cósmico a que pertence. Para essa alma, a vidaé um únicomomento de oração, e, nessemomento de oração, confluinela tudo o que ela poderia precisar para o tempo e paraa eternidade.~ . pois, lógico quequando for útil ou neces-sário, ela se manifestará magicamente, mediante uma efu-são de forças que ela mesma recebeu e das quais dispõe:

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efusão de força para a Escola Espiritual, para a Gnosis epara qualquer filho de Deus na Escola.

Compreendereis .que é grande a responsabilidade daalma-espírito, pori s ~ o ,ela deve possuir grande inteligên-cia para poder determinar quando a forçado Espíritosétuplo deve ser· aplicada mantramicamente e quandonão. Sob essa luz também precisais compreender o quediz João, 20, versículo 23, ao se dirigir Jesus aos iniciadosgnósticos: "Aqueles a quem perdoardesos pecados lhessão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes sãoretidos".

Existem muitos casos e situações em que o obreiroescolhido para isso não deve fazer uso da santa forçadoEspírito, não deve atuar com essa santa força,masfazen-

do-o, ele seguramente executa a sagrada lei: os pecadossão perdoados, isto é,as ligações entre o karmano seráurico e o plexo sacro são cortadas, pois sobre issore-pousa a lei do perdão dos pecados;os pecados são, dessemodo, perdoados, mas visto que a necessária lição não foiaprendida, os mesmos pecados são de novo imediata-

mente cometidos e conseqüentemente uma grande confu-são se segue para a pessoa em questão.De mais a mais, ohomem sacerdotal que se intrometeu erroneamente eperdoou o karmavai acolher em seu sistema muito dessekarma removido, e que não entrou em ação e, assimcomo é lógico,vai perder a ligação com o campodo Espí-

rito. Nenhuma das duas partes, portanto, tirará proveitoda inoportuna intervenção. Pelo contrário! Não se podefalar de nenhum auxílio, mas sim, de um aprofundamen-to da infelicidade.

Demais, o obreiro sacerdotal pode, com a magia

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gnóstica, com a força do Espírito intervir em sentidoneutralizador ou punitivo. Existem muitos casos em queisso deve ser efetivamente feito. Se o obreiro sacerdotaldeixa de fazê-lo - por exemplo, por considerações huma·no-dialéticas ou por um relacionamento pessoal - entãoem primeiro lugar ele deixa que o mal se desencadeie pos-teriormente; em segundo, que os pecados do autor setornem, assim, mais pesados; em terceiro, que o corpo

vivo da Escola sofra danos; em quarto que, conseqüente-mente, todos os participantes do grupo sejam iludidos,com o resultado de que, em quinto lugar, ele mesmo, oprincipal causador de todos esses desgostos é castigado.

Por efeito de um sacerdócio levado assim de modoprofano, o inteiro trabalho de uma escola espiritual gnós-

tica pode ir ao encontro de seu momento fatal.

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XXXIII

O CANTICO DE LOUVOR DE HERMES

Quem poderia louvar- Te o bastante segundo o Teuvalor?Para onde dirigirei os meus olhos pàra louvar-Te?Para cima, para baixo, para dentro, ou para fora?

Não há nenhuma via, nenhum lugar, nem criatura al-guma fora de Ti; tudo está em Ti, de Ti tudo provém_Tudo concedes e nada tomas, porque tudo possuis, enada há que não Te pertença.

Quando Te entoarei louvor?

Pois é impossível saber a Tua hora e o Teu tempo.

E por que deveria eu entoar- Te louvores?Pelo que criaste ou pelo que não criaste?Pelo que manifestaste ou pelo que conservas oculto?

E com que Te entoaria louvor?Como se algo me pertencesse, como se possuíssealgo de próprio, ou fosse outra coisa senão Tu!

Porque Tu és tudo o que eu possa ser; és tudo o que

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eu possa fazer; tudo quanto eu possa dizer. PorqueTu és tudo, e nada há além de Ti I

Mesmo o que não existe, Tu és.Es tudo o que veio a ser e tudo o que ainda não foimanifesto:Espírito, quando contemplado pela alma-espírito;Pai, quando dás forma ao universo todo;Deus, quanto Te revelas como força ativa universal;o bem, porque criaste todas as coisas.

O mais sutil da matéria é o ar;o mais sutil do ar é a alma;o mais sutil da alma é o espírito;o mais sutil do espírito é Deus.

Este cântico de louvor, que encerra o Oitavo Livrode Hermes, é tão extraordinário, tão notável e se distin-gue de tal modo dos habituais cânticos de louvor, queseria bom e necessário nele demorarmo-nos mais particu-larmente. Ele se encontra natural e inteiramente na esferageral do tema tratado no Oitavo Livro, esua essência é,de fato, a consciência da nossa impotência para louvar oPai do universo de maneira justa e satisfatória.

Vimos que Deus é tanto transcendente como ima-nente, o que significa que Ele irradia através de todos os

domínios cósmicos, que Ele se manifesta em tudo e emtodos e que se encontra ao mesmo tempo fora da mani-festação, no que não pode ser conhecido. Ele é, portanto,o conhecido e o incognoscível, tempo e eternidade jun-tos. Portanto, está claro que aqueles que, na base desta

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realidade, engajam-sena Gnosis, percebem a divindade deuma maneira totalmente outra, em adoração, louvor e

gratidão. O homem religioso-natural faz para si umarepresentação mais ou menos majestosa da divindade.Seja ele primitivo ou cultivado, ele se volta para um Deusque supõe existir em algum lugar, na maior parte dasvezes acima de si.

Compreendeis onde se encontra a dificuldade?

Quando se reflete sobre algo, em Deus como é o casoaqui, em adoração, louvor e reconhecimento, tem-senecessidade de um ponto para dirigir-se o pensamento.Aquele que possui alguma experiência de concentraçãomental sabe como automaticamente busca semelhanteponto. Ele se volta, por exemplo, para um templo ou para

um lugar de serviço. Mas, para o que deve voltar-se ognóstico que penetra na essênciadas coisas? Ele não en-contra nenhum ponto particular para concentrar-se, noque concerne a Deus,o Pai. Ora, se ele o encontrasse, issonão seria senão uma fração, um ínfimo detalhe da reve-lação divina. Eis por que Hermes diz: Para onde dirigirei

os meus olhos para louvar- Te? Para cima, para baixo, paradentro, ou para fora?Com efeito, o transcendente é igualmente imanente,

não se podendo defini-lo dialeticamente de maneiraalguma: nem como tempo, nem como eternidade, nemcomo distância, nem como orientação . De modo algum!

Ademais, neste cântico de louvor, surge uma questãoexpressa por Hermes: E por que deveria eu entoar- Telouvores? E com que? E o eu algo que exista por si? Omicrocosmo é algo autônomo? Possuio microcosmo, vis-to em sua relação com o todo, algo que lhe seja próprio?

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Não é verdade que o microcosmo, a personalidade, onosso estado de alma são apenas Intimas partlculas,aspectos minúsculos da manifestação de Deus? E que, porconseguinte, Deus é. tudo o que eu sou, tudo o que eujamais serei, tudo o que eu jamais terei a possibilidade oua capacidade de ser? Assim, mergulhamos no oceano damanifestação divina; num estado que ultrapassa de longetodo o louvor, toda a adoração e toda a gratidão, pois,

não é a manifestação divina o oceano da plenitude eterna,a imensidade mesma?

A parte mais sutil da manifestação material é aatmosfera, o ar. A atmosfera, em sua sutilidade a maispalpável, é a pura substância astral. J: desta substânciaque é constitulda a alma, a alma imortal que nós acari-

ciamos. Contudo, a esfera da alma compreende tambémnumerosos graus de sutilidade. No ápice, suas vibraçõespassam para as do Espirita sétuplo, e é o nascimento dePimandro que, em sua fusão com a alma, engendra oNous, a alma-espirita. E o Espirita sétuplo mesmo nãose exprime n·a eterna e incognosclvel divindade?

Eis por que, ainda que falemos de um cântico delouvor de Hermes, de fato, não se trata de um cântico delouvor. Trata-se simplesmente da expressão de uma per-plexidade profunda, da imersão no oceano da manifes-tação divina. Que, cheios de mudo respeito e profundaalegria, possamos conhecer pelos olhos da alma-espirita

a manifestação divina, assim como Deus se conhece aSi mesmo.

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XXXIV

A SABEDORIA DO MUNDO E

A SABEDORIA DE DEUS

Queremos agora, em primeiro lugar, ainda dirigirvossa atenção para a última parte do sétimo versículo:

. . . que te seja permitido ver esse Deus, tão imensamentemagnificente, mesmo que Ele faça brilhar sobre tua cons-ciência somente um dos seus raios.

Muitos tradutores do Corpus Hermeticum, não bas-

tante familiarizados com a Gnosis, cometem aqui, inva-riavelmente, o erro de ler: "Possa ser-te concedida a graçade que um único raio de Deus possa resplandecer sobretua consciência".

Isso pode, em certo sentido, estar correto, porém,a verdadeira intenção de Hermes não fica entendida. E

justamente assim: cada candidato nos mistérios gnósticos,no início, é iluminado somente por um dos sete vezessete raios do Espírito sétuplo. Há sete raios, cada umrepartido em sete, precisamente de modo que em e juntode cada raio principal também os seis outros executam

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um papel colaborador. Cada raio é, pois, uma plenitude.Quando a humanidade dialética tiver entrado perfei-

tamente na vida libertadora, ela se caracterizará por seteraças, as quais cooperarão em perfeita harmonia e cadaraça demonstrará, claramente, em suas atividades, um dostipos principais. Quando essas sete raças se compreende-rem perfeita e reciprocamente, elas poderão, por sua cola-boração, irradiar a total plenitude de Deus.

Em futuro muito próximo o grupo, que está reunidono corpo vivo, demonstrará do mesmo modo e claramen-te esses sete tipos humanos, suas possibilidades e sua coo-peração. Maispara diante isso se expressará melhor, quan-do os sete corpos das sete diferentes fraternidades gnósti-cas se encontrarem no campo mundial.

Quando uma entidade nascida como alma se ligapela primeira vez com o Espirita, com seu Pimandro, noinício um dos seis sub-raios do raio de seu tipo torna-seativo nela. Com base nisso, Hermes quer dizer com suaafirmação no sétimo versículo: "Embora em ti ainda so-

mente atue um dos seis sub-raios do teu tipo, utilizaessacondição para poderes compreender a natureza de Deus".Porque a influência do Espírito sétuplo, que se está tor-nando ativa em vós, toca o vosso santuário da cabeça enele, em especial, a faculdade do pensamento. E a facul-dade do pensamento, a consciência da alma, vê no invisí-

vel, visto que ela mesma também é não-manifesta, pois opensar precede à manifestação.

Quando o organismo cerebral ainda vive inteira-mente do sangue do nascimento, como se dá com ascriancinhas, ele não é capaz de nenhuma atividade mental.

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Essa atividade só se torna possível, quando a base do tipo,uma radiação exterior ao organismo cerebral, o põe em

condições para tanto.Talvez saibais que, no santuário da cabeça, há seteventrículos cerebrais. Nas pessoasum desses ventrículos ésempre muito ativo. Trata-se aqui, muito particularmente,de uma influência astral em conseqüência da qual o éterrefletor, o éter do pensamento, é liberado. Na naturezadialética, vivemos num campo astral limitado e os in-fluxos desse campo, influxos que tocam o santuário dacabeça, transformam-se primeiramente em éter do pensa-mento, o qual, por sua vez, põe em atividade o funciona-mento cerebral.

Mas precisais ter em vista que esse éter da naturezacomum em nenhum aspecto, em nenhum mesmo, podelevar as funções cerebrais a ver no invisível,no não-mani-festado. O que não está manifestado e o que não é direta-mente levado para dentro do campo de observação dapercepção sensorial comum, não pode ser visto nem com-preendido pelo homem nascido da natureza. No máximo,pode ser por ele buscado; com isso, queremos apenasdizer que a vossa atividade mental, vossas funções mentaisem sua condição nascida da natureza, não são livres. Nãopodeis, como nascidos da natureza, como pessoas dialéti-cas, pensar livre e independentemente.

Por isso, o homem dialético, no que diz respeito àsua atividade mental, depende totalmente de fontes exte-riores que se introduzem em sua esfera. Compreendereisque nisso se encontra algo de muito negativo, e, portanto,sempre algo muito perigoso e parcial. Quando o vossopensar provém dessas fontes alimentadoras tais como

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livros, cursos, conferências realizadas por pessoas que, porsua vez, os produziram baseados em cursos e leituras de

livros, não há nenhuma certeza de que o que vos é trans-mitido seja correto, l?odendo mesmo o conteúdo sereventualmente bem falso ou muito hipotético, mas nin-guém verá isso, pelo menos no início, poisas autoridadesse impõem pelos seus escritos e pelos seus ensinos e,como tais, alimentam o vosso pensar. Por efeito desse

pensar, a vossa vida é conduzida para uma determinadadireção. Assim acontece que o pensardo homem nascidoda natureza não é determinado por ele mesmo, mas porinfluências externas; eleé - expressando-o com palavras deHermes - adestrado como animal inteligente, porque oéter do pensamento não é ilimitado. Assim, o homem é e

torna-se a vítima de seu mentor.Essaé a tragédia de cadanova geração. Uma geração é educada, adestrada e numcerto momento naufraga como todasas outras anteriores.

Vosso pensamento, assim tivemos de constatar, nãoé livre, não é independente. E por isso que tantos males e

dificuldades marcam o curso dos acontecimentos paraasgerações dominantes; é por isso que o mundo civilizadoencontra-se sempre neste ou naquele nível de experi men-tação. Issoaté que um sistema de vida encalhe totalmentee se procure, a preço de sangue e lágrimas, dele libertar-se.Daí a sentençado oitavo versículo: "Somente a consci-

ência-almavê o invisível". Tão logo possuaisos olhosdoNous, podereis revelar o não-revelado.O entendimento pode ver no não-manifestado tão

logo tenha nascido Pimandro. Logo que o pensar se tenhalibertado em vós, estareis, por efeitodo pensamento, em

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ligação com o amplo universo deDeuse nele vereistudoaquilo ao qual a vossa atenção se dirigir.

O entendimento, assim dissemos, pode ver no não-manifestado desde que Pimandro tenha nascido e, conse-qüentemente, tenha-se realizado perfeitamente o poste-rior desenvolvimentodo nascimento da alma. Então en-contra-se aberta, no santuário da cabeça, a maravilhosaflor* áurea. o olho da alma, e o homem nascido como

alma pode ver no espaço aberto. Assim o candidatoencontra-se em ligação com o novo campo astral,do qualum novoéter mental pode liberar-se.

Compreendei, pois, amigos, compreendei por quesempre de novo dirigimos a vossa atenção para o corpovivoda Jovem Gnosis!

Por que, irmãos e irmãs? Porqueno corpovivoestáconcentrada a novaastral s I Porque a nova, a pura esferaastral manifesta-se através do corpo vivo da Escola Espiri-tual da Rosacruz Áurea!

Por isso, gostaríamostanto de ver rendendo-vos per-feitamente ao corpo vivo. Não por nossa causa, mas por

vossa, para pôr-vos em condições de receber a bênção daclara e puraastralis, a qual realizará em vosso santuárioda cabeça o novoéter mental. Então, ao mesmo tempo,é tocado pelo primeiro raio do Espírito, o organismoce-rebral, tocado para a renovação, para a transformação,para abrir muitos pontos ainda latentes no santuário da

cabeça. Assim é estabelecida a ligação com o campodoEspírito, com a divindade não manifestada e com a oni-manifestação das sete regiões cósmicas, a divindade mani-festada.

Só desta forma nasce, torna-se possível o novo pen-

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sar, puro, independente, pelo qual tantos buscaram; umpensar sem autoridades e sem fontes dialéticas e que podeinterceptar toda a falsidade. A respectiva pessoa podever-dadeiramente t o r n a r - s ~e ser um servidor de Deus.Elatornou-sena Gnosis um mestre desi mesma.

Queremos, neste contexto, apontar-vos aindaoutroponto, o de que não deveis confundir vosso entendimentocom a assim chamada memória.

Suponde que pudéssemos transmitir-vos uma impe-cável tradução de todos os livros de Hermes, uma tra-dução com um completo comentário elaborado em todosos detalhes. Suponde que, vós, que recebeis semelhantepresente, além disso dispondes de fabulosa memória.Precisais saber, neste caso, que a memória de uma pessoadialética pode ser ampliada mediante exercício (exercíciomuitas vezes continuado de pais parafilhos ao longo degerações); pode ser tãodilatada como fica dilatado umestômago por excesso de comida. Existem pessoas que,por se terem habituado a comer muito, ganham uma dila-tação do estômago. Essas pessoas necessitam de muitomais alimento para encher seu estômago queas outras,sem que o resto do organismo tire proveito disso.

Suponde que conservastes com a vossa fabulosamemória a tradução completa de Hermes e, desse tesourohermético armazenado em vossa memória, citareis e fala-reis onde e quando quiserdes, ao serdes interrogadossobre ele. Segundo a apreciaçãodo mundo, seríeis umgê-nio hermético e uma pessoa superficial possivelmente vostomaria por um iniciado hermético.

Sabeis que o inteiro sistema educacional moderno

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visa manter, ampliar ao máximo a capacidade da memó-ria_ Ela é atulhada. Todos os professores estão voltados

para isso, e os pais colaboram nisso. Quando uma criançanão sabe sua lição, ela pode-se preparar para uma repri-menda. Percebeis o grave erro?

Na verdade, com essa memória assim tão soberana-mente cheia nada ficaríeis sabendo, verdadeiramentenada! Na verdade, vos enganais a vós mesmos e ao mun-

do. Toda a vez que sacais algo do reservatório da vossamemória, o vosso órgão intelectual não atua senão comoum robô.

Queremos aqui apontar para vós um dos maioresengodos da natureza dialética, a saber, que o treinamentoe a acumulação da memória indique sabedoria. Sim, bem

que podeis tornar-vos professor, mas um professor não éainda, de forma alguma, um sábio. Precisais, como bus-cadores da sabedoria libertadora, também vos libertardesse engodo de que o exercício e a acumulação da me-mória vos tornaria um pensador livre e independente, umpensador em sentido novo, um filósofo pela graça de

Deus.De mais a mais semelhante "sabedoria", como omundo a considera, é pior que parvoíce. Ela causa estra-gos no sumamente delicado organismo cerebral. O ho-mem que se entrega a essa sabedoria está, entre outrascoisas, completamente dentro de uma ilusão, de grande

cristalização, ao passo que a ignorância - no sentido dese estar livre da referida cultura da memória e de suasconseqüências - dará à pessoa, por muito tempo, a opor-tunidade de busca. Para a qualidade do vossoestado cor-poral, para a qualidade do vosso organismo corporal é

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melhor, no sentido do mundo, ser-se tolo do que sábio.As crianças que, de qualquer modo, seja por circunstân-cias sociais ou pelo fato· de não poderem acompanhar arotina, escapam do anómalo culto do intelecto, são parti-cularmente a g r a c i a d ~ spelo destino, pois escapam assimde uma dança macabra.

Certamente não tencionamos com o acima expostofazer nenhuma propaganda a favor da estupidez e certa-mente não queremos aconselhar-vos a afastar da escola osvossos filhos. Doponto de vista do discipulado, queremosdizer-vos unicamente: por favor não vos preocupeis se ovosso filho não pode aprender e não fiqueis cheios de en-tusiasmo quando ele for bem na escola, pois nisso se en-contra um perigo, aquele do qual acabamos de tratar. Deresto fazemos votos para que todos os vossos filhos setornem professores.

Irmãos e irmãs, muito esperamos que possais veralgo do grande e gnóstico mistério da salvação, e a todosvós é concedida a possibilidade de vos libertar de toda a

autoridade e penetrar na verdadeira sabedoria divina, naGnosis.

Descobri que, nesse desenvolvimento, desaparecetoda a limitação, já que, por efeito do novo pensar, ocandidato entra em ligação com o objeto desejado. O ob-jeto é trazido, é revelado na cavidade atrás do osso fron-

tal, na cidade de Nefrite; ele pode ser visto e analisado epode ser investigada a sua ação. O candidato está entãoligado a ele. E se for útil e necessário, ele poderá falar afim de explicá-lo e fazê-lo compreendido.

Para os gnosticamente esclarecidos, a memória ganha

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uma bem outra missão, istoé, a missão original, o inten-cionado papel originaL Por isso repetimos: não arruineis,não forceis os vossos filhos! Dai-lhes,se ainda for possí-vel, a possibilidade de se aproximarem da destinação ori-ginal da memória. A memória, paraas pessoas gnostica-mente esclarecidas, outra coisa nãoé senão um órgão dereprodução. Quando a atençãoé solicitada para determi-nadas coisas, a memóriase dirige de modo absoluto a elas,

estabelecendo a ligação e iluminando o entendimento.Por fim, ainda queremos dirigir a vossa atenção para

outro ponto do mesmo exame. Muitos que ainda nãoencontraram o caminhodo nascimento da alma e, conse-qüentemente, ainda não penetraram na natureza da auto-ridade própria, encontram-se,às vezes, no curso de suas

pesquisas, em situações desesperadoras e freqüentementeperigosas. Todas essas pessoas seriam levadas amplamentena boa direção se a elas não fosse recusado determinadoauxílio. Quando a pessoa verdadeiramente busca do seuíntimo, ela é, como sabemos, tocada pela luz elementarda Gnosis, a qual sempre busca o que se encontra perdi-

do. E nesse estado de ser, em que milhões de pessoas sãorepetidamente levadas, estão elas abertas para muitassagradas palavras gnósticas e testemunhosdo passado.Mas,dos testemunhos do passado, uma pessoa nada apro-veita,caso ela não os receba na formado presente.

De que interesse pode ser uma fraternidade prece-

dente se essa fraternidade não se apresenta na atualidadecomo jovem Gnosis? Só quando a pessoa que busca éposta diante de uma gnosisatual, desenvolver-se-á paraela um vivente testemunho, sendo possível encontrar-seuma clara diretriz para sua vida.

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Assim, também sabeis que, através dos séculos,foisistematicamentea n i q u i l ~ d o ,profanado, roubado ou con-servado em segredo, tão amplamente quanto possível, otestemunho e o resto·do passado gnóstico. Por isso, énecessário quev e j a i ~uma vez mais quão urgentementenecessário é que vos prepareis para a verdadeira liberdade,sobre a qual vos falamos.(; através desta condição deliberdade, dessa possedo olho da alma que vos tornareis,

como homens sacerdotais, viventes testemunhas em todoo reino gnóstico; podereis ser consolo e bênção para ahumanidade que busca, para a humanidade padecente etão transviada.

Não é imprescindível, em primeirolugar, a literatu-ra, ainda que ela possa ser útil e necessária, nem que haja

uma organização elaborada nos menores detalhes, nãoobstante ser ela sumamente importante e por nós aspira-da. Emprimeiro lugar, é imprescindível que tenhais, todosvós, o olho da alma e o novo e iluminado pensar. Nada,irmãos e irmãs, nada, no tocante a isso, vos impede!

Temos necessidade, na jovem Gnosis, de homens

sacerdotais. E só podeis realizar esse sacerdócio gnósticomediante total rendiçãoà rosa das rosas, mediante totalentrega à grande e sagrada obra, mediante a perfeitaendura, pondo em prática aquilo que professais e nãoapenas tagarelar a respeito disso.

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XXXV

A CHAVE DA PURIFICAÇAO

No Oitavo Livro de Hermes, a partir do nono versí-culo, ressoa intenso júbilo acerca detudo aquilo que podeser visto atravésdo olho da alma, quandose adquire aconsciência da alma. Existe muita coisa na natureza dialé-

tica que não se explica pela natureza da morte, porém nosdá um quadro da prodigiosa revelação de Deus.Issoquerdizer que esse quadro é para ser visto quando os olhosdoNous, a consciência da alma, estão abertos. O que é essen-cial da revelação de Deus na natureza dialética está envol-to por gélido frio, está aprisionado numa petrificação;

portanto, funciona por inteiro ou em parte de maneiraerrada. Mas,amigos, o ser de Deus exprime-se na inteiranatureza manifestada até mesmo nas esferas infernais.

A linguagem sagrada de todos os tempos dá amplotestemunho desse fato, mas os homens dialéticos geral-mente não o entenderam. Pensaram e pensam que a natu-

reza, em seu total ser e vida, assim como ela se apresentaà consciência dialética, à percepção sensorial, já seria aplena expressão das intenções de Deus e isso tambémtanto no conflito dos opostos como também na indizívelcrueldade e bestialidade na natureza. Para os homens

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terrenos, tudo isso é a natureza e a intenção divina, o queincita, portanto, à imitação.

Não só o homem religioso participa dessa profa-nação de Deus, mas também o homem da ciência. Tendeem vista tão-somente o biólogo, o qual leva suas investi-gações sobre a vidá até a idolatria! Masa Escritura Sagra-da e a Doutrina Universal sempre tencionam dizer que sóse pode vê-laem sua verdadeira atividade com os olhos doNous, os olhos da consciência da alma, que permitem dis-tinguir o essencial e revelar sua intenção, além de deter-minar sob que aspecto e até que ponto a contranaturezacausou degeneração.

Isso demonstra como é desejável, sim, como é neces-sário, possuir-se o olho da alma e poder-se distinguir oessencial do acessório. E repetimos a advertência que jáfizemos considerando o Oitavo Livrode Hermes, que esselivro situa-se no plano daqueles cuja alma se encontraliberta.

É, pois, bom desmistificar de uma vez por todas oproblema do vir-a-ser gnóstico e perceber claramente quesó se pode falar de verdadeira cultura da humanidadequando a alma renasce e encontra o seu Pimandro. Sóentão o homem retorna à origem da humanidade verda-deira, só então o caminho da evolução pode ser percorri-do. Só depois do nascimento da alma, a personalidade no

microcosmo entrará na perfeita eternidade divina, apóster-se esvaziado, pela transfiguração, de toda a cristali-zação e morte. E para poder ingressar nesse verdadeirocaminho cultural e nele permanecer sem desvios, a cons-ciência da alma é de absoluta necessidade. Se vos lembrar-

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des da menoridade da inteligência dialética da qual trata-mos, da inutilidade, dos perigos da memória dialética,compreendereis então a necessidade de adquirir-se estenovo sentido, que funciona impecavelmente.

Para um grupo gnóstico, como o é o da jovem Gno-sis, também pode ser dirigida a pergunta: quais são asrazões pelasquais o olho da alma ainda não despertou emmuitos de vós? Por que esse guia para a vida ainda não

nasceu em muitos de vós?Já antes tivemos de vosdizer que, após o nascimentoda alma e por efeito de total rendição ao corpo vivo, amorte é vencida. E agora afirmamos que o nascimento daalma é já um fato para muitos alunos; que muitos de vóspossuem inúmeras qualidades de alma e que a perfeitarendição ao corpo vivo, rendição incondicional,vai per-mitir sabo'reara eternidade no tempo.

Mas, esse estado de ser não é ainda o desejado. Acondição de filho de Deus - sublinhamos aqui a palavrafilho - ainda não é o essencial, pois o filho somente setornará adulto mediante o despertar do olho da alma, daconsciência da alma. E então a pergunta: a que se liga o

fato - com base nas grandes possibilidades que a maioriados alunos apresenta - de que muitos de vós ainda nãopuderam saudar a hora matutina?

As razões disso são que não concedestes nenhumaou pouqufssima ate,nção ao conflito que se apresentaentre o cérebro e o cerebelo, ou por outras palavras, ainda

há insuficiente ordem ou absolutamente nenhuma ordementre os processos psfquicos e físicos do corpo. Ou aindapor outras palavras, há permanente conflito em vós entrea psique e o trsico, entre a alma e o corpo.

O homem dialético comum, endurecido, não conhe-

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ce esse conflito. Sua psique, sua alma animal e seu corposão completamente unos; porém, na natureza do alunomédio de uma Escola Espiritual não reina essa unidade.Pelo contrário! Nele reina um conflito entre a alma, porum lado, e o c o r p ~ ,por outro. Essa condição conflitantecresce continuamente, pois nele se trata de uma reno-vaçãoda alma.

Se fazeis parte já por algum tempo do corpo vivo da

jovem Gnosis, por alguns meses ou anos,se tendes estadoconosco voltados para a salvação da Gnosis, então é certoque em vós houve a diferenciação do novo fluido da almaou pelo menos ele aparece em vossosangue. Desse momen-to em diante, desenvolve-se, em medida crescente, um con-flito entre a constituição anímica e o corpo. E sobre isso,

daqui em diante, precisais pôr vossa atenção de modomuito especial, pois o que é normal, saudável, evidentepara a vossa nova psique em formação, para a vossa novaconstituição anímica em formação, é absolutamenteanormal para a vossa constituição física, para o vossocorpo nascido da natureza, que é ativo por efeito das

suas forças naturais. Em outros termos: vosso físico sesublevará contra o surgimento da nova psique; a alma emformação não tem em vós nenhum espaço em que possadesenvolver-se e, assim, levais efetivamente duas vidas:uma psíquica e uma física. Por um lado, uma vida daalma, quando vos encontrais no templo ou quando vos

aprofundais na literatura, ou falais acerca da Escola e doseu trabalho; e por outro, uma vida natural do corpo.Não vedes que, por efeito desse fato, essas duas vidas

se bloqueiam reciprocamente e, por conseguinte, reci-procamente se danificam? Não está evidente que, em

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longo dos eões, está acumulado no ser áurico. O cerebelosupervisiona o inteiro sistema ffsico através do bulbo

raquidiano e para que esse controle se exerça convenien-temente, a secreção interna desempenha igualmente o seupapel. Citemos, por exemplo, a pineal e a pituitária, quetêm uma função toda preponderante na vida física. Ocerebelo rege, portanto, a totalidade do organismo e tam-bém o cérebro e, por esse meio, os grandes centros davontade e do pensamento.

Voltemos agora ao vir-a-ser da alma. Nessa ressur-reição devem executar papel de imenso alcance a cons-ciência, a organização sensorial, o fogo serpentino, o sim-pático, o bulbo raquidiano, o coração, o fígado, o plexosacro, o ser áurico e a secreção interna, sem falar do san-

gue, do fluido nervoso e dos outros fluidos. Desse modo,vemos claramente que a nova psique em formação noaluno e o seu físico chocam-se reciprocamente de manei-ras várias. Esse embate não podeis evitá-lo simplesmente,por isso, vamos estudar a fundo esse assunto.

Admitamos o seguinte: encontrais-vos num conflito,

num conflito interior e, em decorrência desse fato, entraisem conflito com terceiros. Talvez estejais em choque comdúzias de pessoas; a causa disso reside em vós mesmos,reside no grande e intenso conflito entre a vossa psique ea vossa constituição física. E em muitos aspectos, o san-tuário da cabeça é o ponto de encontro, o campo de bata-

lha, onde o bulbo raquidiano está em contínua e elevadapressão!

Existem alunos que então se queixam de intensasdores na nuca, como também nos ombros. Se consul-tarem um médico, este lhes receitará massagens ou anal-

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ges1cosou mesmo mJeçoes. Seu diagnósticoé sempre:artrose, artrite e calcificação das vértebras cervicais.

Isso bemque pode acontecer, pois o processo de cal-cificaçãojá começa aos três meses de idade. Assim, é umaverdade óbvia que, quandojá estamos com alguma idadejá se trata de formação cartilaginosa, de calcificação.Masse, como alunos sérios, vos queixais de doresno bulboraquidiano, ou medula alongada,então a causa dissoé oconflito entre os crescentes direitos da nova alma e avossa constituição física. Para esse conflito, precisaisencontraruma solução e não, como tantos fazem, buscarum compromisso entre a vossa natureza e a vida da alma.Isso não funciona. Melhor seria deixar a Escola Espiritualdo que buscar semelhante compromisso. Se vos apegais

à semelhante situação conflitante, o olho da alma nãopoderá abrir-se; vivereis duas vidas emcontínuo e recípro-co conflito, consumindo assim prematuramente o vossocorpo.

O alunoque compreende o aspecto trágico e dramá-tico de semelhante situação tem freqüentemente a ten-

dência de reprimir a pressãodo aspecto corporal e lutarcontra a natureza, a qual, em autocoerção, quer aprisio-nar. Isso é expressão de uma tendência para entrar empânico, expressão de medo e o conseqüente surgimentoda dúvida. Tentarfazê-lo, é dirigir-se demodo absolutopara um ainda maior conflito,já que tudo que é forçado

continua a subsistir e é levado a uma tensão cada vezmaior, até ocorrer uma explosão.

Não vos falaríamos sobre essas misérias se não exis-tisse nenhum método de vida pelo qualse pudesse evitar

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a luta entre o corpo e a alma, sem coagir a natureza, semse viver de modo antinatural. A Gnosis universal fala aesse respeito do desenvolv-imento da alma pela depuração,pela purificação. Quem aplica semelhante método de vidacontribui para o cresc_imentoda alma, para o despertar doolho da alma e, assim, neutralizar esse grande perigo.

O essencial é que o aluno seja verdadeiramente umbuscador da Luz e que nele esteja presente o grande, otodo dominante anseio por um novo estado de vida, poisa orientação é decisiva. Quando nele está presente essepoderoso anseio por libertação, então este é um estadodo homem natural, um estado ffsico. A alma da naturezageme, pode-seassim dizer, por libertação.

Esse estado e o estar-se em condições de mantê-lo,

ainda mesmo que a alma já tenha renascido, é a chave dapurificação, porque, quando no homem natural estápresente esse grande anseio por libertação, também osfocos da vida tisica, que há pouco vos indicamos, e queestão concentrados no cerebelo, impelirão a isso comouma necessidadeffsica.

Eis por que é necessário que vós, como alunos, ad-quirais o controle das funções do cerebelo, não deixandoque a natureza vos explore nem domine. Precisaisadquirirpoder sobre os focos do cerebelo, os focos da vida tisica.Se fordes bem-sucedidos nisso, o cerebelo não gerará maisnenhum conflito com as estruturas orgânicas, com as

funções cerebrais, onde, por exemplo, se processam ospensamentos sobre as coisas do Espírito.Nesta oportunidade, também vos apontamos a bem-

aventurança que bem conheceis: "Bem-aventurados sãoos puros de coração, pois verão a Deus". O processo deve

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começar com a purificação do coração. Essa purificação,a respeito da qual já tantas vezes temos falado na Escola,

é a chave para o controle das funções do cerebelo. Quan-do obtiverdes esse governo pela purificação do coração, asduas serpentes da escada de Mercúrio, da árvore da vidade Mercúrio - Pingala e Ida - darão testemunho da har-monia adquirida, e o corpo assim conservará a sua saúde,até onde isso for possível.

Observai aqueles que acabaram de encontrar a Esco-la Espiritual, os que buscaram através dos anos e quesentiram em toda a sua realidade o seu próprio encalheneste mundo. Quando num certo momento eles se vêemdiante da revelação gnóstica, saltam com um grito de jú-bilo para dentro da Escola. Então precisais ver como asaúde deles decorre favoravelmente, como uma harmoniadesconhecida também se desenvolve em seu corpo. Apósterem buscado por tanto tempo e por fim terem encon-trado o que buscavam, o coração salta cheio de profundagratidão e reconhecimento, abraçando a Gnosis; ao mes-mo tempo, por esse intenso anseio e purificação do co-ração (coração que possfvel e naturalmente ainda nãopode ser conscientemente governado), são espontanea-mente dominadas as funções do cerebelo e a harmoniadessas pessoas que anelavam e buscavam, que agora en-contraram o seu Deus, flui pela totalidade do seu orga-nismo e promove grandemente a sua saúde. Muitos quenessas condições ingressaram na Escola, testemunhamdesse fato com as palavras: "O que aconteceu comigonão sei dizer, mas tenho a sensação de que uma pesadacarga que me oprimia há anos foi de mim retirada".

Com base neste autêntico e positivo anseio por luz e

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vida libertadoras, a auto-rendição não setorna e não épara nossa inteira natureza, nenhum problema. Trata-se,

então, de unicamentedar continuidade a ela. Se seguirdesesse caminho, toda a .vossa natureza, por necessidadeinterior, desabrochará nessetodo dominante caminho delibertação, e nenhum órgão Hsico poderá causar umasi-tuação conflitante.

Vede aqui, pois, resumidamente e de novo a cha·ve (I) da purificaçãodo vosso inteiro sistema natural, oque terá como conseqüência o nascimento da alma emvós e a realização da sua viagem até o alvorecer da ressur-reição. Por isso, está nas bem-aventuranças: "Bem-aventu-rados os puros de coração, poisverão a Deus". Eles serão

confrontados com o seu Pimandro. Eles entrarão com oolho da alma, com o olhodo Naus, como alma-espíritoliberta, na plenitude da manifestação divina. Eles verão aDeus. Eles O reconhecerão. Eles O compreenderão. Elesse unirão com a inteira síntesedo Oitavo Livro de HermesTrismegisto.

(I) Sobre esse tema, foi dado uma conferência detalhada para osalunos que vieram dos graus externos para a escola interna.

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XXXVI

O NONO LIVRO

NADA EXISTE QUE VERDADEIRAMENTESE

PERDE, MAS ERRONEAMENTESE CHAMAMAS MUTAÇOES DE ANIQUILAMENTO E MORTE.

1. Hermes: falemos agora, meu filho, a respeito da almae do corpo, de que maneira a alma é imortal, de quenatureza é a força de coesão e de dissolução docorpo.

2. Porque a morte nada tem a ver com estas coisas.Morte, mortalidade, são apenas concepções deriva·das da palavra imortalidade, seja como ficção, sejapela supressão da primeira sflaba e assim se fala demortalidade.

3. Porque morte significa aniquilação_- mas nada do queestá no mundo é aniquilado. Pois, sendo o mundo osegundo Deus e um ser imortal, está exclufdo quequalquer parte desse ser imortal pereça; tudo nomundo faz parte do mundo, sobretudo o homem, oser equipado de mente.

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4. Em verdade, antes de tudo e acima de tudo, realmente está Deus: o Eterno, o não-criado, o Criador

de todas as coisas; o segundo, o mundo, é por Eleformado segundo Sua imagem, é por Ele mantido enutrido e dotado de imortalidade, visto que, emanado de um pai ete;no, é, como ser imortal, possuidorde vida desde a eternidade.

5. Pois se deve bem distinguir entre a vida da eternidade do que é eterno! Com efeito, o Eterno não emanou de nenhum outro ser e, mesmo que tivesse sidocriado, o seria por Ele mesmo. Porém, Ele nunca foicriado, mas sim, Ele se gera a si mesmo em eternovir-a-ser.

Assim o universo vive eternamente pelo Eterno, maso Pai é eterno por si mesmo; por conseguinte, omundo vive eternamente e é divino graças ao Pai.

6. Da matéria que Ele destinou a esse fim, o Pai form o u o corpo do mundo; Ele lhe concedeu a forma

esférica e determinou as qualidades das espécies queo deveriam ornar, conferindo-lhe uma materialidadeeterna, já que a substância material era divina.

7. O Pai, após ter disseminado na esfera as qualidadesdas espécies, encerrou-as como numa gruta, visto queEle quis ornar Sua criação com todas as qualidades.

8. E envolveu o inteiro corpo da Terra com imortalidade, a fim de que a matéria, desatando-se da forçaconectara do corpo, não voltasse ao caos, que lhe é

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próprio.

9. Porque, meu filho, quando a matéria ainda ntfo haviasido formada num corpo, era não-ordenada. Elamostra isto em certa medida mesmo aqui, pela facul-dade do crescimento e do decrescimento, faculdadeesta que os homens chamam de morte.

1O. Esse desordenamento, essa volta ao caos, apresentase somente em criaturas terrestres. Pois os corposdos seres celestes mantêm a ordem única que desdeo princípio lhes foi concedida pelo Pai; e essa ordemé mantida indestrutível mediante o retorno de cadaum deles ao estado de perfeição.

11. O retorno dos corpos terrestres ao seu estado anterior consiste na dissolução da força conectara, quevolta aos corpos indissolúveis, isto é, aos corposimortais. Desta forma, surge a eliminação da consciência dos sentidos, mas não o aniquilamento dos

corpos.

12. O terceiro ser vivente, o homem, criado segundo aimagem do mundo e que, segundo a vontade do Pai,possui, acima dos outros animais terrestres, a mente,não somente está ligado ao segundo Deus por u m

liame de simpatia, mas, em contemplação interior,aproxima-se também da essência do primeiro Deus,porque percebe o segundo Deus pelos sentidos,como sendo corpóreo, enquanto sua visão lhe fazreconhecer o primeiro Deus como incorpóreo e

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como Espirita, o bem.

13. Tat: então esse ser vivente não é aniquilado?

14. Hermes: fala, meu filho, uma linguagem alegre e ju-bilosa e concebe o que é Deus, o que é o mundo, oque é um ser imortal e o que é um ser sujeito adisso-lução; compreende que o mundo nascido de Deus

está em Deus; que o homem nascido do mundo estáno mundo; e que Deus, a origem do todo, mantémtudo encerrado em Si mesmo e o guarda.

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XXXVII

O RENASCIMENTO DAALMA

Queremos agora refletir sobre o Nono Livro de Her-mes, onde é explicado que nada do que existe verdadeira-mente se perde, pois, no que concerne ao essencial, a

morte é uma quimera que deve ser banida ao país dasfábulas.Primeiramente, voltemo-nos para o problema da

alma e do corpo e falemos do metabolismo do corpo, dacirculação dos átomos e das forças. Colocar-nos-emosaqui sobre a base do axioma hermético de que a alma épor princípio e fundamentalmente imortal, e que oestado da alma determina a natureza e o estado do corpo,bem como o ritmo metabólico do corpo e de todos osfenômenos a isto relacionados. No essencial que compõeo corpo e a alma, na cooperação ideal e perfeita da alma edo corpo, a morte não existe. "A morte", diz Hermes, "éapenas um fenômeno. Em realidade, a noção de morte eo que a ela se associa é um erro."

Ao lermos isso, somos inclinados a crer que estamossonhando, pois esta conclusão do ensinamento herméticoencontra-se em forte oposição à realidade que conhe-

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cernas e vivemos, e que temos tantas vezes observado ànossa volta. Em oposição, igualmente, a muitas coisas

que temos ouvido na Escritu-ra Sagradae que acreditamospoder constatar em nossa filosofia gnóstica. Não talamos,por exemplo, da nature_za da morte e da dialética, querdizer, do "subir, brilhar e descer?" E não conhecemos apalavra: "O salário do pecado é a morte?" Não é, pois, amorte um fenômeno universalmente conhecido em nosso

mundo?Deveiscompreender bem a intenção de Hermes, pois

ele não se dirige aqui ao homem em geral, mas a seu filhoTat, isto é, ao buscador guiado e iniciado até um certoplano, que descobriu o essencial, a verdade da alma; quedescobriu a maravilha da alma e compreendeu do que se

trata. Quando este Tat, no fim do discurso de Hermes,cheio de admiração por essas explicações, pergunta:Então esse ser vivente, o homem, não é aniquilado?"E Hermes exclama com grande ênfase: Fala, meu filho,uma linguagem alegre e jubilosa e concebe o que é Deus!Com efeito, o Nono Livro inteiro é uma demonstração

flamejante contra a idéia da morte. Dificilmente Hermespode supor que um buscador sério, introduzido na Gno-sis, continue a abordar o problema pelo lado errado, olado exterior.

Se desejais desvendar para vós mesmoseste mistério,deveis então colocar-vos do ponto de vista da alma e des-

te examinar os diferentes problemas. Quem assim o fizercompreenderá a palavra da Linguagem Sagrada: "A almaque peca morrerá!"

A alma que peca é a alma que vive e obra contra asleis divinas fundamentais. Uma tal almacausa perturbação

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no metabolismo do corpo e em seu próprio raio de ação.Dito de outro modo, segundo a terminologia da filosofia

hermética: uma tal alma causa perturbação no processode dissolução, quer dizer, de transfiguração, mas seme·lhante perturbação não tem nada a ver com a morte. Elaé apenas um incidente que permite o restabelecimento doprogresso do processo da eternidade.

Aquele que quiser obter uma justa compreensão do

assunto deve dar fim a duas noções totalmente falsas comrespeito à morte, a saber: a da teologia e a do materialis-mo histórico. Segundo o ponto de vista teológico, o fenô-meno habitualmente chamado morte é uma transfor-mação, e o processo vital, o fato de viver, perpetua-se nocéu, ou no reino do além. Múltiplos grupos partilham

dessa opinião, com variações sobre o mesmo e único te-ma. O materialismo histórico diz que a morte é o fimabsoluto, a interrupção total e completa da existênciahumana.

Se puderdes abandonar inteiramente esses doispontos de vista, percebereis a verdade da filosofia gnós-

tica. Hermes tenciona dizer que a morte é o fim total dapersonalidade vivendo no erro, enferma ou completa-mente cristalizada. O que resta é um microcosmo liberadodesta personalidade, onde se encontra um núcleo centralvivente, flamejante: a rosa, a alma verdadeira. Este inci-dente no curso da dissolução, que de novo permite à alma

liberar-se de seu invólucro petrificado é pois, no fundo,uma grande bênção para ela. A alma pode, assim, conti-nuar verdadeiramente sua marcha para a eternidade, coma condição de começar ali onde o incidente foi provocado.

Para isso, deve o microcosmo esvaziado buscar sua

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vivificação novamente por meio de uma personalidade etentar viver segundo as leis e as forças divinas, principian-do a transfiguração. Este é um metabolismo sem inciden-te, harmonioso, que se realiza por si mesmo; uma progres-siva mudança da veste dé! alma, de força em força e demagnificência em magnificência. Tal é a dialética do sé-timo aspecto realizando-se de maneira ideal, a do mantoda alma, enquanto que a alma mesma, ligada a seu Piman-dro, leva uma existência autônoma no sexto aspecto damanifestação divina.

Portanto, considerada do ponto de vista filosófico, amorte é um contra-senso. "Porque morte", diz Hermescom razão, "significa aniquilação", a perdição, enquantoque "nada do que está no universo é aniquilado." No

Apocalipse* dos quatro elementos - fogo, água, ar eterra - a forma que não mais serve é decomposta, reme-tida a seu lugar, enquanto que a alma é liberada de umacristalização altamente indesejável. Não se trata pois deum aniquilamento.

Ora, sempre existiram pessoas que tiveram de lutar

contra uma vida difícil e dolorosa e que se colocaram noseguinte ponto de vista: "Favoreçamos a libertação daalma pelo suicídio. Se este impossível manto petrificadoque envolve a alma não se encontra em condições, damo-lhe então um fim, destruamo-lo". Este é um erro bastan-te grosseiro, pois um suicida não pode aniquilar a per.;o-

nalidade cristalizada. Com efeito, se ele destruir o corpomaterial, os três outros vefculos da per.;onalidade - osveículos etérico, astral e mental -continuarão sua exis-tência até que a vibração do arquétipo tenha-se esgotadocompletamente. E as misérias do suicida, durante este

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lapso de tempo, são indescritíveis. Além disso, devemoscompreender bem e não mais nos esquecer que a única cha-

ve da libertação está sempre presente, que ela sempre seencontra no ser nascido da natureza! Se vós como nasci-do da natureza não chegardes à libertação como homem-alma, se não abrirdes agora as portas dos Mistérios, entãocomo microcosmo devereis tentar fazê-lo na próxima vez.

O caminho da libertação vai do nascimento natural

e através dele até o nascimento da alma. No princípio,quando a alma ainda vivia no mundo do estado da almavivente, era o Espírito que se expressava no corpo porintermédio da alma. Agora o caminho inverso, o caminhode retorno deve ser seguido: o homem nascido da nature·za deve despertar a alma para a vida, colocar-se inteira·

mente a seu serviço e, sob a sua direção, aspirar a ligaçãocom o Espírito, com Pimandro, e realizá-la. Quem nãopercorrer esse caminho deverá, como microcosmo, reco-meçar sempre o processo do nascimento terrestre.

Podemos fazer-vos uma pergunta: sabeis o que signi-

fica verdadeiramente o nascimento da alma? Há já muitosanos vimos falando sobre isso e nossa literatura não falade outra coisa; mas possivelmente terá escapado à atençãode muitos, do que em verdade se trata.

Quem ou que somos nós, homens nascidos da natu-reza? Não somos senão corpos! Ou, segundo a terminolo-

gia do hermetismo: somos apenas seres animais. O nasci-mento do verdadeiro rosacruz não se aplica portanto anós. A assinatura deste é definida pela palavra: Ex Deo

nascimur, de Deus nascemos.Somos também nós, homens deste mundo, nascidos

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de Deus? Não, nós somos oriundos da natureza. Nasce-mos do processo de manutenção da natureza e, por conse-guinte, possuímos um corpo que não pode de modo al-gum ser comparado com o· corpo do nascimento divino.Nós, que somos nascido.s da natureza e pertencemos aogênero humano atual, não possuímos senão um corpo*deemergência, carregado com o fardo cármico dos nossospais, dos nossos ancestrais e do nosso próprio.

Quando nosso centro vital, nosso princípio vital,nossa alma se coloca a serviço do corpo de emergência, oque é o caso para a maioria da humanidade a u ai; quandoo princípio ígneo do nosso estado de vida se consagrainteiramente à natureza inferior, então está claro o queirá acontecer: a alma desencadeia um novo incidente no

processo de dissolução! O homem, ou melhor, a alma,torna indissolúvel o que deveria ser dissolvido.

Que entende Hermes por dissolução? Um processometabólico ideal, onde as forças e matérias exauridas sãosubstituídas de maneira harmoniosa, contínua e em per-feito equilíbrio, por matérias e forças novas que têm por

efeito tornar o manto da alma imortal, de conceder-lheuma juventude eterna e irradiante e de sempre sujeitá-laao processo de transfiguração, progredindo de magnifi-cência em magnificência. Mas, se a partir do nascimentoda personalidade, o princípio vital consagra-se à natureza,isso perturba o processo de dissolução e o metabolismo é

completamente perturbado. Então o fenômeno da crista-lização desenvolve-se mais rapidamente que o da substi-tuição das matérias.

Contudo, se a alma não mais peca, se compreendeperfeitamente o único objetivo da sua existência e se

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coloca a seu serviço, ela recebeentão o selo, a assinaturado verdadeiro rosacruz.Ela nasce de Deus. Isto querdizer que atrai parasi um manto, um estado veicular queresponde sempre melhor ao princípio harmônico da disso·lução. O que nelaé nascido da natureza ela toma para"servidor na casa", como base de partida. Quem não temuma casa habitável já é feliz por dispor de uma casa emruínas, para começar.Ser·lhe-á possível talvez efetuartransformações nesta casa dilapidada e arranjá-la confor-me o seu gosto. O corpo nascido da natureza fornece,assim, uma base de trabalho para aalma, ele é o servidorna casa, a fim de concretizaras possibilidades superiores.E o que é indissolúvel acaba por desaparecer. Então aalma, divina por natureza e vocação, pode progredir para

um bem superior.Eis por que, e nós o repetimos seguidamente, quan·

do a alma é nascida e atrai ao seu redor os primeiros ele-mentos de um novo estado veicular, o homem, nomomento da mortedo corpo terrestre, não precisa abso-lutamente se inquietar quanto a um novo mergulho na

natureza dialética deste mundo. Quando a novaalmacomeça a formar-se, nós progredimos de força em força.Renascimento da alma quer, portanto, dizer, no sen-

tido mais profundo, restabelecimento dos veículos origi-nais da alma, pelos quais se ultrapassa o estado de ser nas-cido da natureza. Até o momento presente temos feito

do renascimento da alma o centro de gravidade na Escola.Temos, em anos de exposições, em serviços e conferên-cias, explicado que o homem possui uma alma, e que estaalma deve, numa mudança fundamental, ser voltada parao grande e sagrado objetivo de sua existência. Poisas

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almas da maioria dos homens estãocompletamente liga-das à Terra, voltadas inteiramenteàs coisas comuns damatéria.

Os alunos da JovemGn"osistêm, portanto, em pri-meiro lugar de consagrar-se ao renascimento da alma.Porém, a coroação desse renascimento deve realizar-sepela almamesma. Após o renascimentoda alma deve viro renascimentopela alma. E sobre isso que iremos agorarefletir.

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XXXVIII

O RENASCIMENTO PELAALMA

Como dissemos, iremos agora voltar nossa atençãopara o renascimento que deve ser realizado pela alma.Não o renascimento da alma, mas o renascimento pelaalma. Deveis nisso prestar bastante atenção, pois o renas-

cimento, a revivificação da alma é simplesmente o início.A grande maioria dos alunos da Escola Espiritual já atin-giu este ponto. Mas a revivificação da alma deve ser segui-da por uma reorientação da alma para o seu objetivo.

Aquele que entra na Escola Espiritual impelidoporum autêntico interesse, nela ingressa como pesquisador.

Quase não há paz na vida, em vossa vida comum de nasci-do da natureza e, por vossa adesão, provais que buscais arevivificação da vossa alma, sim, que já vos encontraisnuma das fases da revivificação. Tão logo a alma seja revi-vificada, ela deve voltar-se de novo ao objetivo único, overdadeiro objetivo da vida.

Por isso falamos na Escola de renascimento pelaalma. Este é um processo em que a alma toma a iniciativa,a direção de toda a vida e assim irrompe para o objetivoúnico. Chamamos agora a vossa atenção para este proces-so, a fim de que comeceis a dissolução sem incidente, a

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transfiguração, o metabolismo ideal; numa palavra, queentreis na eternidade. A vós é lançado o grito de desespe-

ro do princípio: "Salvai a vossa alma!" Pois, de que vosserviria se possuísseis todos ós tesouros do mundo, massofresse is dano em vossa alflla?

Este é, pois, o problema!Onde se encontra a fonte da vossa vida? Qual é o

ponto onde se encontra o centro da vossa vida? E o nú-cleo do vosso microcosmo, que quase coincide com ocoração. Pode-se dizer que no coração se encontra a sededa vida. A consciência do coração é, portanto, inteira-mente outra que a consciência das outras partes do corpo.A consciência da cabeça, por exemplo, é absolutamente

diferente da consciência do coração.Na vida pré-natal, na formação do embrião, existeno coração um ponto minúsculo onde a vida começa amanifestar-se primeiramente. Este é o ponto onde a almacomeça a aproximar-se do ser em formação e a tocá-lo.E neste lugar do coração, neste ponto, que a vida dá-se a

conhecer desde o início. Aí encontra-se a sede da vida, arosa do coração, o centro do microcosmo e quando umhomem morre, é neste mesmo ponto do coração que avida persiste até o último momento. Mesmo quando a ca-beça é separada do resto do corpo, este ponto do coraçãopermanece ainda com vida durante horas.

Tudo o que turbilhona em vossa cabeça, todos o.spensamentos que ali causam suas tempestades, tudo o queali acumulastes de conhecimento intelectual ou outrosvalores, tudo o que, dia após dia, credes, supondes e con-siderais, relaciona-se apenas à vida animal, à consciência

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animal, à vida que anima cada átomodo vosso corpo.Emcada átomodo vosso corpo existe uma determinada vida,

uma determinada força. Pois bem, a síntese de todosesses átomos que compõem o vosso corpo, forma e cons-titui a consciênci.a animal, a consciênciado corpo. Estaconsciência nada tem a ver com a vida que anima o vossocoração.

O problema agora é saber se esta vidado vosso co-

ração é real, se verdadeiramente sua atividade é perfeita,se o centro do microcosmo, que corresponde ao coraçãoe que se manifesta em vosso coração, pode verdadeira-mente desabrochar, e assimviver, no mais elevado sentidodo termo.Este é o problema. Não somente um problemapsicológico; não, mas um autêntico problema Hsico,umproblemado corpo Hsico.

Para poderdes examinar bem esse problema, deveiscompreender que o coração é o órgão mais importantedocorpo humano. Nosso coração é em verdade organizadode uma maneira maravilhosa. A constituiçãodo corpohumano atual é prova de que nós, de fato, podemosfalar de um corpo da ordem de emergência. A estruturadas células do santuário do coração, sua reprodução, édiferente daquelas das outras partesdo corpo. O coraçãoocupa assim no corpo uma posição excepcional.E l ~éorganizado de modo a cooperar com a alma, com ocentro do microcosmo.

Quando uma criança acaba de nascer, seu pequenocorpo é apenas um fator subalterno. O quevive,o que ver-dadeiramenteviveé a aima no coração.Osdemais fenôme-nos vitais resultamdo fato de que um raio da alma fazres-pirar esse corpo. O corpo de matéria grosseira é, portanto,

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o primeiro envoltório da alma. O coração correspondeàalma, ao núcleo dom i c r o c o s ~ o ,e, através do coração,

manifesta-se a alma no pequeno corpo recém-nascido.A alma, a rosa, é de natureza sétupla. A rosa possuisete pétalas.De conformiçlade com isso, o coração huma-no é também constituído de modo sétuplo. A DoutrinaUniversal fala de sete ventrículos ou câmaras do coração:três superiores e quatro inferiores. Portanto, podeis com-

parar o santuáriodo coração com o tapete mágico deconstrução e falar de um triângulo e deum quadrado; otriângulodo coração e o quadradodo coração.

No santuário da cabeça do homem encontramosigualmente sete cavidades. Falamos de sete ventrículos ce-rebrais ou do candelabro sétuplo.Mas estes sete ventrl-

culos cerebrais ou candelabros podem somente começar oseu trabalho, podem apenas começar a brilhar completa-mente na Gnosis, na luzdo Espfrito, quandoas sete câ-maras do coração puderem abrir-se inteiramente em con-cordância comas sete pétalas da rosa.E, portanto, umcompleto erro mexer no coração, tal como o faz a ciência

atualmente. Não é bom, seguramente, deixar-se realizaruma operação no santuáriodo coração.Como intermediário entreas sete câmarasdo coração

e as sete pétalas da rosa encontra-se o esterno. A palavrasternum, como já dissemos, significairradiador. O esternoé o fator irradiante na colaboração entre a rosa e o co-

ração, ou seja, a alma e o coração. Seas sete pétalas daalma puderam abrir-se de maneira perfeita no coraçãosétuplo,as sete luzesdo santuário da cabeça inflamar-se-ão igualmente, graças a esta rosa de sete pétalas. Seteraios do Espírito sétuplo manifestar-se-ão no santuário

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da cabeça, pois o santuário da cabeça é destinado a ser asede do Espírito. Desse modo, estes sete aspectos do

Espírito poderão manifestar-se na cabeça, em colaboraçãocom a alma e, ao mesmo tempo, no corpo. Espírito,alma e corpo formarão então novamente uma unidadeperfeita.

No entanto, isto não acontece na realidade! No san·tuário da cabeça do ser nascido da na tu reza, o candelabro

de sete braços não se ergue di ante de Deus; não se tratade um Pimandro sétuplo habitando ali. O que se passacom o a u ai homem da natureza?

O fato de ele viver prova que é uma criatura dotadade uma alma. Mas o conjunto dos sete raios da alma nãopodem, de há muito, manifestar-se no santuário do co-

ração. Três pétalas da rosa, pelo menos, permanecem cer-radas, a saber, as três câmaras ou ventrículos superioresdo coração. Eles não funcionam positivamente no homemnascido da natureza, e das quatro câmaras inferiores docoração, apenas uma, ou mais, encontra-se parcialmenteativa. A conseqüência disso é que a força sétupla da alma

não pode manifestar-se no corpo; que o Espírito sétuplonão pode manifestar-se, não pode fazer sua morada nosantuário da cabeça, e, assim, o candelabro sétuplo nãomais arde.

No homem da natureza, é verdade, o candelabro sé-tuplo do santuário da cabeça, os sete ventrículos cerebrais

particularizam uma força fluorescente, mas esta é umfogo astral puramente eônico* que ali queima. Segue-sedaí que a vida é puramente animal.

Imaginai o seguinte: a criança nasce como produtodo pai e da mãe. A alma habita no corpo, porém não

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pode manifestar-se inteiramente nos sete aspectos do co-ração. A criança começa a crescer. Ao lado do corpo ma-terial surge progressivamente o duplo etérico; depois, comos anos, o veículo astral e, por fim, abre-se igualmente aflama do pensamento. Ora,_ nem esta flama, nem o veí-culo astral, nem o duplo etérico estão inteiramente sinto-nizados com a alma, mas sim com as eventuais possibili-dades cármicas deste homem nascido da natureza. Eis por

que ele pensa, sente e deseja tal como o faz. Eis por queele é como é. Eis por que o mundo é tão miserável.

Queremos deixar claro que o poder mental do ho-mem nascido da natureza não corresponde absolutamenteà alma verdadeira. Tudo quanto pensais e fazeis com osantuário da cabeça nada tel)'l a ver com a alma. Alguma

coisa da alma talvez se exprima de vez em quando no san-tuário da cabeça, porém esses sinais da alma, essas fracasexpressões da alma são, quase sempre, reprimidas. Dessemodo, podeis perceber claramente que a orientação daalma e a consciência da alma são totalmente desviadas, equando isto acontece, as verdadeiras funções do corpo

são igualmente perturbadas. Ora, o corpo da criança quecresce e os demais veículos que se desenvolvem adaptam-se perfeitamente ao estado de alma perturbado.

Compreendeis agora por que, ao envelhecermos, okarma pode manifestar-se completamente? Por que a vozdos pais e a dos ancestrais eventualmente ligados à Terra

se impõem completamente à criança em estado de cresci-mento? Há muito pouca força-alma! A alma que é deDeus não pode manifestar-se. Assim, o resultado é sempreuma perturbação do fenômeno da dissolução, uma pertur-bação do processo metabólico, pois a alma, o núcleo da

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vida não pode manifestar-se perfeitamente. A manifes-tação-alma é, portanto, imperfeita, a alma peca. Assimdesenvolve-se, no envelhecimento, a cristalização, quedeve findar pela morte, pela desagregação da forma.Podeis agora seguir desde o infcio esse inteiro processoem sua inevitabilidade e em sua lógica.

Toda a vossa vida é, portanto, determinada pela qua-

lidade da vossa alma. O estadodo vosso eu etudo quantoa ele se liga, como vosso caráter e vosso tipo, é o resulta-do, o produto da vossa alma. Quando, desde o nascimen-to, a vossa alma se encontra na miséria; quando, desdeo princípio, ela está aprisionada e os sete ventrículosdo coração não se abrem, manifestando-se tão-somente

um pequeno lampejo nos quatro ventrículos inferiores,então pode-se, a justo título, denominar este estado comosendo o vosso estado de nascimento. A grande maioriados homens permanece neste estado a vida inteira; elessão, agem e vivem exatamente como se habituaram desdea juventude. Eles ficaram mais velhos, tornaram-se inde-

pendentes, têm o seu lugar na sociedade, porém sua natu-reza, seu caráter, seutipo ainda são precisamente omes-mo daquele pequenino animal quando se encontravano berço.

Podeis então interrogar-vos: "Se o estado do meunascimento, o estadodo meu eu, o meu estado de cons-

ciência já determina diretamente o estado da minha alma,por que deveria euentão lutar para alcançar a vida liber-tadora 7 O que é que eu faço nesta Escola? Não é o meucaso sem esperança, já que a alma não pode manifestar-seneste meu corpo?Eu envelheço, torno-me grisalho, já

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vejo aproximar-se a morte, a desagregação da forma.Comamos, pois, bebamos e sejamos alegres. Nada maistemos a fazer! Tiremos disso omelhor partido e espere-mos o f im!"

Se reagísseis assim, provaríeis o que a Bíblia deno-mina "o endurecimento dÓ coração". Admitamos que emvós as três pétalas superiores da rosa ainda e s t ~ j a mfecha-das, e que das quatro restantes apenas algumas estejam

abertas, de modo que não haja em vós senão completanegatividade de alma, que a vida animal, um "eu respiro,eu vivo", seja tudo. Que ao lado disso, de tempos em tem-pos, e talvez dia após dia, vosso coração vos acuse.Que detempos em tempos, a vossa consciência vos inquiete, eque vosso coração, nesta circunstância, esbraveje, e que,

interiormente abalados, digais: "Que caos! E que faço euaqui? Desde manhã cedo até tarde da noite eu me marti-rizo, e para que? Qual é o sentido da minha existência?"

Como chegastes a semelhantes pensamentos e pala-vras? É o coração que acusa! É o "sofrer dores no ego",conforme o expressa a adaptação de van Dijk do Tao

Te King_ Deveis, por vezes, sofrer a pungente dor damiséria, para que experimenteis o vazio, o horror do afas-tamento de Deus. Seguis, então, um caminho bastantedifíciL Um momento, estais plenos da consciência de cul-pa; no momento seguinte, vos revoltais; logo, cheios dedesespero; a seguir, enfurecidos, vociferais com os punhos

cerrados, pois falta a compreensão, e a vontade parececompletamente impotente nos momentos mais fatais.Conheceis algo disso? Experimentastes esta acusação

da consciência e do coração? Esta dor profunda que nãose esquece senão por um pequeno momento durante o

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sono? Passastes por estas experiências que vos perseguemda juventude até a velhice?

Bem, se conheceisisto, sede então indizivelmentegratos. Agradecei a Deus poresta graça. Alegrai-vos infi-nitamente, pois esta é a prova de que o vosso coraçãoainda não está endurecido, ainda não está petrificado.Sede bastante gratosse experimentais isso,se ainda oexperimentais, poisentão a voz da alma ainda pode falar-

vos. A alma, o núcleodo microcosmo suspira, clama,poder-se-ia dizer, dia após dia, por socorro, por auxílio,por libertação, e a radiaçãodo Espírito sétuplo preparapara si um caminho até o coração através do esterno; e,através do coração, todos os outros órgãos da consciênciasão tocados.Desse modo, a voz da consciência, a queixa,

a voz da alma se dirige a vós.Vede, pois, de que maneira admirável o vosso co-ração foi concebido. Sua estrutura é tal que, embora aalma não possa manifestar-se completamente no corpoem conseqüência do nascimento natural, a voz da alma, avoz da rosa ressoa até o último suspiro. E vós continuareis

a perceber esta voz, a menos que endureçais o vosso co-ração, a menos que deixeis o vosso coração "engordar",segundo a expressão de Tiago. Dele também nascem otormento dos remorsos eas torturas da consciência!"Todos vêmdo coração", constata, por exemplo, ase-nhora Blavatsky.

Se ainda podeis perceber a sétupla voz da alma, en-tendereis igualmente o que está por detrás desta voz: asaber, a Gnosis que vos quer salvar. Milhões têm escutado,no decorrer dos séculos, esta voz que fala para convertero coração dos homens. "Inúmeros são os que, ouvindo

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esta voz, conservaram-na em seu coração", como o teste-munha a Linguagem Sagrada._ Ê dito: "E ela guardoutodas essas coisas em seu coração", e "o espírito do Se-nhor me enviou para curar aquele cujo coração está que-brantado".

Enquanto o coração não estiver endurecido, podere-mos conservar nele as forças e atividades salvadoras, re-verter ou converter o nosso coração e nele guardar aessência da salvação; isto, porém, com a condição de queentremos para as fileiras dos quebrantados de coração.

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XXXIX

·Ai SANTA TERRA- MAE

Retornemos agora ao Nono Livro de Hermes Trisme-gisto e consideremos o terceiro versículo:

Porque morte significa aniquilação; mas nada do que

está no mundo é aniquilado. Pois, sendo o mundo o se-gundo Deus e um ser imortal, está exclufdo que qualquerparte desse ser imortal pereça; tudo no mundo faz partedo mundo, sobretudo o homem, o ser equipado de mente.

O que é possível, é um incidente no curso da disso-

lução, no processo contínuo do metabolismo. Mas tudoisto concerne apenas à vestimenta da alma, formada emantida pelos materiais e forças do mundo, a saber, osquatro elementos: fogo, ar, terra e água. Quando umaforma oriunda dos quatro elementos se desagrega, todasas partículas dessa forma retornam à fonte de seus aspec-tos planetários. O mundo, nosso planeta, nossa Terra-Mãe, é aqui chamada de segundo Deus e, como tal, quali-ficada de imortaL O que se deve compreender por isso?

O homem perfeito é, como sabeis, uma triunidade:espírito, alma e corpo. Quando a alma pode realmente

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desabrochar de modo sétuplo, quando a rosa sétupla podedesdobrar suas pétalas em toda a sua beleza, e, portanto,o coração sétuplo abriu completamente suas câmaras àsforças da rosa, às sete flamas 'de rsis, às sete forças daTerra Santa, a alma assillJ preparada pode renascer.

Tão logo a alma possa transmitir verdadeiramenteseu poder sétuplo ao coração sétuplo do homem, desen-volve-se no homem um processo sétuplo. A alma segue,

por conseguinte, um caminho de cruz, que vai de Belém,o coração, ao monte do Gólgota, o santuário da cabeça.Pelo coração, os sete ventrículos cerebrais são perfeita-mente providos com o prana universal do Espírito sé-tuplo.

Assim, o candelabro de sete braços que se encontra

diante de Deus é inflamado. Provido com o prana uni-versal do Logos, ele adquire um caráter bastante particu-lar para cada candidato. Este recebe o Espírito que nelevai habitar, o sétuplo Pimandro. Espírito, alma e corpotriplicemente unidos formam uma trindade. Nesta trinda-de, Pimandro é oriundo do primeiro Deus, do Espírito

Universal, o Logos, enquanto que a alma e corpo sãooriundos do segundo Deus, o mundo, oriundos do santoplaneta sétuplo, de rsis, a Mãe,a Terra divina.

A Doutrina Universal previne constantemente o alu-no para que não tome a Terra que ele conhece pela Terraoriginal. O planeta perfeito é, como o homem perfeito,

um Espírito sétuplo, uma alma sétupla e possui um corposétuplo. E evidente que não se deve considerar uma partedesse corpo sétuplo da Terra perfeita, abusada pela atualhumanidade ainda imperfeita e sob tutela, como sendo aplena e perfeita expressão do Espírito da Terra. Do

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mesmo modo, quando tendes um dedo ferido, não podeisdizer que todo o vossocorpo está enfermo.

A alma do homem, a rosa do coração é, portanto,como dissemos, sétupla, perfeita e eterna, formada daalma do segundo Deus, da Terra santa perfeita, de i " s i s ~

a Mãe. Eispor que o versículo 3 diz: Tudo no mundo fazparte do mundo, sobretudo o homem, o ser equipado de

mente. Assim, nós que vivemos inteiramente da Terra epela Terra, que recebemos cada átomo e cada célula dosistema planetário, compreendemos esta definição daTerra perfeita do Logos, representando a divindade:

Em verdade, antes de tudo e acima de tudo, real·

mente está Deus: o Eterno, não criado, o Criador de todasas coisas; o segundo, o mundo, é por Ele formado segun·do Sua imagem, é por Ele mantido e nutrido e dotado deimortalidade, visto que, emanado de um pai eterno, é,como ser imortal, possuidor de vida desde a eternidade.

O absoluto encontra-se portanto, para o homem ab-soluto, no interior dos campos da Terra absoluta. Ocandidato que, porventura, tenha pensado que mais tardese elevaria a outras partes do sétimo domínio cósmico,onde talvez fosse melhor do que aqui, é, na filosofia her-mética, trazido de volta ao sistema planetário ao qualpertence e que o mantém.

Deve-seencontrar o absoluto no interior dos camposda Terra Santa universal. Tal é a vocação da alma. Segun-do o Espírito, somos oriundos do Pai, assimcomo o Espí-rito da Terra é oriundo do Pai; segundo a alma e o corpo,

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somos mantidos pela alma e pelo corpo da Terra.Avo-cação do Espírito da Terra é igualmente a nossa.

A vocação do Espírito da Terraé conduzir à per-feição diversas correntes de vida quese encontram emseu seio. Assim como oPai.não deixa pereceras obras deSuas mãos, a alma da Terra não deixa pereceras obrasque foram confiadas a seu cuidado. Estamos associadosem completa unidade a todos os reinos da natureza em

amplo sentido. Segundo a alma e o corpo, somos daTerra-Mãe santa.Talvez ireis perguntarse essa conclusão da filosofia

hermética não faria nascer um sentimento de separativi-dade, em sentido mais elevado, e nos incitaria a falar dahumanidade da Terra em oposição àquelas de outros

planetas. Porém, notai bem que a Terra absoluta formapor sua vez um sistema, juntamente com os seis outrosplanetas, e que estes sete estão compreendidos no sétuplocorpo solar, o qual por suavez está compreendido numsistema mais vasto etc., e que, de modo algum, poder-se-átratar da menor separação.

Quando despertamos para a nossa mais alta vocação,para o nosso mais elevado estado-de-ser humano tríplice,todas as criaturas compreendidas no planodo Logossemanifestarão em unidade perfeita.Eis por que nãovosadmirareis pelo fato de que em diversos escritos filosófi-cos, como por exemplo nos dos rosacruzes clássicos, o

Cristo seja designado como ·o Espírito planetário daTerra, o que a Bíblia sempre confirmou.Se pesquisardes sobre este ponto na Bíblia, devereis

levar bem em conta que os tradutores não souberam, emrealidade, o que fazer com-a palavra "mundo". Eles en-

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tenderam essa palavra unicamente no sentido de "mundodialético em estado de pecado", da mesma forma que se

fala de "prazeres do mundo" e "ser deste mundo" emsentido pejorativo. Quando Jesus, o Senhor, diz com ên-fase, no Evangelho de João, "meu reino não é deste mun-do", ele designa o mundo da corrupção, e não a TerraSanta, absoluta.

O Espírito planetário da Terra, o Cristo glorioso,

vem, portanto, para um julgamento no mundo da cor-rupção. Com efeito, o Espírito da Terra não pode tam-pouco deixar perecer a obra de suas mãos, e, por isso, asanta força da Terra volta-se constantemente para o queestá corrompido e perdido. Daí as palavras de Jesus, oSenhor: "Eu venci o mundo".

Por isso é certo queum

aspecto do mundo absoluto,a saber, o manto da matéria grosseira onde surge o peca-do, onde vive o pecado, desaparecerá no processo de mu-dança: "O mundo passa, e todas as suas cobiças". O quepermanece, o que finalmente se eleva na eternidade, é océu e a Terra que João viu em Patmos: "E vi um novocéu

e uma nova terra, e tudo o que era velho tinha passado".A nova terra-céu não é um outro planeta, e sim a TerraSanta que é revelada numa visão, a visão sublime de João,o homem que encontrou o seu Pimandro. Assim, a pala-vra da primeira Epfstola de João mostra-se justa: "E nósa vimos, testificamos dela e vos anunciamos a vida eterna,que estava com o Pai e nos foi manifesta".

Na Doutrina Universal, os espfritos planetários sãosempre chamados de grandes filhos de Deus. Eis por queHermes fala a justo título de segundo Deus. Ouvimos

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falar igualmente de grandes construtores. Platão fala dedinastias divinas. A Bíblia menciona os arcanjos. Compre-endemos que, assim como em relaçãoà humanidade exis-tem reinos naturais inferiores, ·do mesmo modo existemondas de vida bem superior_!!S.Algumas dessas ondas devida mais elevadas são os arcanjos, ou dinastias divinas.Ouvimos igualmente designar-se a Cristo como o Arcanjo,o grande guia divinodo nosso planeta.

Falamos abertamente sobre esteponto convosco,após tê-lo deixado de lado durante anos, pois estávamosconscientes dos grandes perigos que com ele estão asso-ciados. Além dos arcanjos ainda existem, com efeito, dife-rentes classes de entidades que, sob muitos aspectos, po-dem ser qualificadas de superioresà humanidade; entida-

des que, sob muitos aspectos e pontos de vista, são maisevoluídas, dotadas de mais conhecimento e que, todavia,exercem práticas divergentesdo plano do Logos. Pensaia esse respeito nos muitos espíritos eônicos, na hierarquiados eões, da qual fala o evangelho gnóstico daPistis •So-phia,· em todas essas forças que atacamtão violentamente

a Pistis Sophia. Se não permanecerdes estritamente orien-tados para o renascimento da alma e se, mediante estere-nascimento, não ingressardes no absoluto vir-a-ser huma-no, certamente sereis desencaminhados pelos espíritosdos eões e seus acólitos da esfera refletora. Por isso, valepara todo o candidato na senda a palavra: "Sê fiel, mas

não confieis em ninguém. Provatodo o espírito a fim desaber se ele é de Deus". E isso somente podeis se vósmesmos possuírdes Pimandro e percorrerdes a senda atéo fim.

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Depois dessa explanação, estamos em condições denos aprofundar nas posteriores e pormenorizadas infor-

maçõesdo Nono Livro de Hermes.

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XL

NADA NOS PODE APARTAR DO AMOR QUE

ESTA EM CRISTO JESUS, NOSSO SENHOR

Pois se deve bem distinguir entre a vida da eternida-

de do que é eterno! Com efeito, o Eterno não ema-nou de nenhum outro ser e, mesmo que tivesse sidocriado, o seria por Ele mesmo. Porém, Ele nunca foicriado, mas sim, Ele se gera a si mesmo em eternovir-a-ser. Assim o universo vive eternamente peloEterno, mas o Pai é eterno por si mesmo; por conse-

guinte, o mundo vive eternamente e é divino graçasao Pai.Da matéria que Ele destinou a esse fim, o Pai for-mou o corpo do mundo; Ele lhe concedeu a formaesférica e determinou as qualidades das espécies queo deveriam ornar, conferindo-lhe uma materialidade

eterna, já que a substância material era divina.O Pai, após ter disseminado na esfera as qualidadesdas espécies, encerrou-as como numa gruta, vistoque Ele quis ornar Sua criação com todas as quali-dades.

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Assim dizem os versículos 5, 6 e 7 do Nono Livro.Se, então, lerdes esses versículos, certamente não deveispensar nesta ou naquela lenda ·sagrada. Esses versículosdizem respeito literalmenteà realização da grande ciênciadivina. Para se poderc o m p r ~ e n d e rbem isso, talvez possa-mos utilizar, da melhor maneira, um exemplo que está aonossoalcance.

Pois bem, assim como o ímã, pelas suas radiações,atrai para si a limalha de ferro, atraímos, por exemplo,pelos nossos pensamentos, que são fortemente magné-ticos, os átomos da substância primordial. Visto queconhecemos o jogo e a natureza dos nossos pensamentose que estamos familiarizados com a sua tônica fundamen-tal, forma-se e se mantém dessemodo em torno de nósum espaço esferoidal, preenchido de milhares de átomos

que, retidos pelos nossos pensamentos, descrevemdentrodesse espaço a sua trajetória. Logo que os nossos pensa-mentos sigam um curso fundamentalmente outro, aordem dessa circulação atômica é natural e corresponden-temente perturbada, modificada, e determinados gruposde átomos são mesmo expulsos da esfera. Desse modo,

realiza-se em nós, no pequeno mundo, o que quase diaria-mente se realiza ese realizará no grande,no universo dia-lético, por razões várias.

Suponhamos,entretanto, que a corrente de pensa-mentos permaneça perfeitamente a mesma e,em corres-pondência com esse fato, seja criada,no sistema humano,

uma ordem atômica estável. Então a continuação da forçamagnética dos pensamentos mudará a trajetória dos áto-mos numa espiral orientada para o interior.Há tambémnesse processo, como vimos, uma trajetória espiralar

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orientada para fora; porém, queremos agora voltar a nossaatenção para a trajetóriaespiralar dirigida para dentro.

Assim, também microcosmicamente nãose trataunicamente de um universo que sedilata, mas também deum universoque.se contrai. As espirais quese dirigempara dentro, tornam-se cada vez menores, suas trajetóriascada vez mais curtas, até que os átomos se precipitam nofogo do corpo astral humano. O nosso fogo astral corres-ponde, natural e qualitativamente, com os nossos pensa-mentos. Entre a nossamenta/is e a nossaastral s há conti-nuo equilíbrio. Nesse fogo, e com base em nossos pensa-mentos, oátomo da substância primordial é desintegrado,liberando-se as sete forçasdo átomo.

Desse átomo escapam, portanto, forças que concor-dam com a qualidade da nossamenta/is e da nossaastra-

lis. Todas essas forças são em seguida convertidas emétere introduzidas no sistema material, no corpo denso, e elasapanham, de modo determinado e correspondente, todosos órgãosdo nosso corpo.Se abrangerdestodo esse pro-cesso, quede modo o mais simples possível vos é exposto,então compreendereis que ele explica todos os fenôme-

nos da vida, todos os altos e baixos em vosso organismo econseqüentemente, também todasas perturbações nofenômeno da dissolução, nesse grande processo metabó-lico.

Quando pensarmos de modo puro e absolutamenteamoroso; quando categoricamente recusarmos os pensa-

mentos plenos de mal, demalleia, de vingança, de crítica,de mesquinharia e de baixeza; quando sintonizarmos demodo absoluto a nossamenta/is e assim também a nossacondição astral com o renascimento da alma, passaremos,

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desse modo, para a prática do Sermão do Monte, ondelemos: "Não resistais ao mal. Se alguém vos bater na facedireita, oferecei-lhe também a esquerda. Amai os vossosinimigos, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos quevos maltratam e vos perseguem". Quando, assim guiadospela radiação positiva do Espírito sétuplo, voltamos a serfilhos do Pai, o processo de metabolismo atômico, queacabamos de descrever, desenvolver-se-á em grande har-monia e, desse modo, começaremos a participar do fenô-meno da dissolução, da transfiguração. Disso resultaráuma vida microcósmica desprovida de incidentes. Omicrocosmo perderá, então, suas características desorde-nadas. A desordem, com efeito, a desorganização, o retor-no ao caos e suas conseqüências, diz Hermes, aparecemunicamente nas criaturas terrestres, em entidades destetão instável estrato pleno de incidentes, onde vive o ho-mem nascido da natureza. Eis por que é dito no versículo10:

Pois os corpos dos seres celestes mantêm a ordemúnica que desde o princ/pio lhes foi concedida pelo Pai; eessa ordem é mantida indestrutlvel mediante o retorno decada um deles ao estado de perfeição.

Temos em nossas próprias mãos o processo de imor-talidade. Nada nos pode separar do amor que está emCristo Jesus, nosso Senhor. Sempre, em rodas as circuns-tâncias, se tão-somente nos conservarmos nessa lei funda-mental dos mistérios gnósticos, poderemos ser vitoriosos.Essa lei fundamental não é difícil de ser compreendida etambém não é de difícil aplicação. Jamais vos deixeis

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persuadir de que a senda da Gnosis é tão pesada, tão terri-velmente complicada. Coisa semelhante está totalmenteexcluída.

Vede, com base na filosofia hermética, como é for-mado um mundo.

O Espírito divino do Pai projeta, por meio do seuLogos, no mar infinito da substância primordial, umplano. Esse pensamento divino é fortemente magnéticoe forma desse modo uma concentração, uma esfera desubstância primordial onde são transformadas as forçasdo plano.

Precisais ter em vista que cada átomo no inteiro es-paço contém em si todas as qualidades e forças divinas, assete forças da vida absoluta, concordantemente com os

sete aspectos do Espírito sétuplo. O que denominamos"radioatividade" é tão-somente uma centelhazinha de uma

das sete forças do átomo, e quando o homem desintegra oátomo, mesmo que para os assim chamados objetivospacíficos e libera suas forças, unicamente para obter aenergia a fim de fazer funcionar o aparelho social, ele se

torna vítima de outras forças atômicas, que ele ao mesmotempo liberou, mas não utilizou. As forças liberadas acu-mulam-se na atmosfera e causam assim poderoso fogo,com a conseqüência de que o nosso campo de vida dialé-tico é, pela enésima vez, perturbado e demolido.

Mas vamos ao caso: deve estar claro para vós que o

resultado da projeção do Logos na substância primordialé vida absolutamente divina. Desse modo e de nenhumoutro, surgiu do Logos o segundo Deus. Se esse mistériovos parece muito improvável, então prestai atenção ao

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seguinte: em todos os tempos a Gnosis tem enviado seresinflamados no amor de Deus,_ seres que, desse modo,

dirigem-se com grande compaixão interior àqueles queainda estão encerrados na cónfusão de suas atividadesmentais e astrais, em razão de ainda não terem levado aalma ao seu duplo renascimento e, por isso, ainda se en-contram afundadas no charco dos sofrimentos e dissa-bores.

Esses enviados sempre iniciam com um plano, em-preendendo intensa atividade mental. Eles projetam esseplano para fora. Assim fazendo, sabem que jamais pode-rão libertar-se desse plano em razão da estabelecida leinatural das forças mentais e astrais e suas conseqüências;da lei de que o criador não abandona as obras de suasmãos. Também a esse respeito vale a santa lei: "Como emcima, assim embaixo".

Quando, então, semelhante plano é elaborado nointerior da esfera do corpo gnóstico, quando semelhanteplano é construído a partir das forças mentais da Luz doMundo, da Corrente* Universal, a qual está perfeitamenteligada com o Logos planetário, podeis facilmente imagi·nar o que acontecerá. No espaço do campo de vida ondeoperam esses obreiros, o campo dos que ainda vivem nadesordem. surge, por efeito do plano projetado, um pode-roso princípio, uma concepção mental, cuja conseqüênciaserá atrair átomos, tal como um ímã atrai a limalha deferro.

Desse modo, surge na natureza da morte uma esfera,uma esfera de natureza atômica, porém invisfvel e aindanão vivificada: um muito especial campo de trabalho.Então os obreiros vão aos que buscam, que gemem, aos

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que estão saudosos e lhes dizem: "Bem-aventurados osque anelam pelo Espírito, pois deles é o reinodo céu".Eles conduzem todos os verdadeiros buscadores para den-tro da menta/is, para o interior dessa esfera preparada,de natureza mental tão particular. Eles envolvem osbuscadores comas forças dessa esfera, como com ummanto, e sintonizam com o campo mental os pensamen-tos e as aspirações dos que estão congregados, mediantealocuções, rituais e orações, de maneira gnóstico-mágica.O quevai acontecerentão?

Quando os buscadores verdadeiramentese aproxi-mam e ingressam na esfera mental, quando verdadeira-mente abrem o seu coração, surge em sua vida, em seumicrocosmo, o há pouco mencionado processo mental eastral, com todasas suas conseqüências dissolventes, trans-figuradoras. Desse modo, podeis conceber a atividadedointeiro processo quese realiza numa escola espiritualgenuína.

Os criadores dos Mistérios estão ligados de modo ab-soluto à sua criação, assim dissemos. Por isso é perfeita-mente correto o que disse Jesus, o Senhor, aos seus discf-pulos: "Ali onde eu estiver, vós também estareis". Secompreenderdes o sentido dessa sentença,então vereisclaramenteque grandes possibilidades existem num grupocomo o nosso. Alguns, como enviados, começaram otrabalho da Escola Espiritual.Em seguida, inúmeros jun-

taram-se a nós, segundo o seu inteiro ser mental e astral:abriram seu coraçãoà Escola.

E assim, o processo iniciáticodo aluno não é maisconduzido e realizado por uns, mas portodo um grupo,

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por um grupo em força crescente, grupo que não só dis-põe da já descrita esfera mental, mas de um completo

corpo vivo, de uma criação qué respira, não unicamentede uma organização, mas de uma realidade vivente. Deuma realidade que se e s t e n ~ esobre a Europa Ocidental edaí sobre o mundo inteiro; uma realidade que está anco-rada no coração do Novo Reino* Gnóstico, como divinasalvação para inúmeros.

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XLI

O RESTABELECIMENTODO

EQUilrBRIO PERFEITO

Só é possível aproximar-se de maneira libertadora dafilosofia da Arquignosis egípcia com o estado de almarenascida e também, só desse modo, podemos compreen-dê-la. Acerca disso,já no início das nossas reflexões cha-mamos a atenção dos nossos leitoresOs verdadeirosbuscadores, aqueles em quemas novas forças anímicasestão para despertar, terão feito não somente a experiên-cia, mas provado a alegria correspondente.

Mas duas perguntas podem surgir neles, perguntascujas respostas são importantes:é este campo natural,nossocampo de vida, que, comoé dito, faz parte da TerraSanta, uma criação de Lúcifer oué uma ordem*de emer-gência criada pelos Elohim?

A resposta diz que o nossocampo de vidaé e perma-nece sempre uma parte da Terra perfeita e,por isso, jun-tamente com os outros estratos terrestres,é uma criaçãodos chamados Elohim ou filhosde Deus, criados segundoo plano do Logos. Como tal, a criação e também o nossocampo de vida podem ser qualificados de perfeitos.

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As lendas dizem que Lúcifer perturbou esse plano,motivo pelo qual muitas almas humanas não puderam e

não podem ser libertas da diafética, da alternação dasforças gêmeas na natureza, com todas as suas conseqüên-cias, e que uma dessas cons!!qüências foi a produção e odesenvolvimento no e do referido estrato -nosso campode vida - d e vários processos desarmoniosos.

O microcosmo e a alma, a qual está no centro domicrocosmo, surgiram, como expusemos, dos Elohim,mas a personalidade nasceu da natureza, nasceu inteira-mente da natureza. Com essa personalidade, tudo é possí-vel. Unicamente - e isto também expusemos - o coraçãodo homem, já na vida pré-natal, é apanhado pela rosa,pela alma, na tentativa de abri-lo tanto quanto possível,nessa vida pré-natal, e fazê-lo harmonizar-se com ela. Esomente quando o homem põe o coração no centro desua vida, em cooperação com a alma, pode-se verdadeira-mente falar de um corpo* da ordem de emergência.

Falemos agora de Lúcifer, também indicado comoSatã, ao qual está sempre associada a noção de calor efogo. Vemos também como no inteiro universo dialéticochameja poderoso fogo. Pensai no Sol, pensai nas explo-sões dos sóis e nos sistemas solares e em outros corpos ce-lestes, que podem ser vistos ao telescópio astronômico.Em nosso estrato terrestre, existe também um fogo muitopoderoso, e na Doutrina Universal este fogo é indicadocomo Satã.

Satã não é, pois, visto cosmicamente, este ou aqueleanjo, ou arcanjo decaído, que intercepta o plano de Deus.Coisa semelhante está fora de cogitação. A ordem univer·sal do todo é absolutamente inviolável, como o declara o

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testamento espiritual dos antigos rosacruzes:Dei GloriaIntacta - a Glória de Deus, Sua criação e Sua criatura sãoinatacáveis.

Junto ao calor, junto ao poderoso fogo ou Satã,também aparece no mesmo universo, no mesmo estrato,o frio. Pesquisas modernas mencionam graus elevadíssi-mos de calor ao lado de frio indizivelmente intenso. Oelemento fogo é sempre centrífugo e o frio é centrípeto,constringente. Pelo calor, surge o universo em dilatação;pelo frio intenso, o universo em contração. O frio causapetrificação, cristalização.

Vedes, então, claramente essas forças gêmeas emnosso campo de vida.O calor, o fogo centrifugo,frag-mentador, separador e o frio centrípeto, cristalizante,condensante.Se essas forças gêmeas não estiverem emequilíbrio entresi, sempre causarão dores, desgraças,sofrimentos,calamidades, desfiguradora confusão.Esse éo caso em nosso campo de vida, em nossa vida comohomens nascidos da natureza.Em nós ainda nãose podefalar de equilíbrio entre o calor e o frio, entre os aspectoscentrífugo e centripeto. Todasas nossas dificuldades e

desgostos devem ser imputados a esse desequil (brio.Pensai, por exemplo, nas coisas quehá pouco consi-deramos convosco. Freqüentemente entre.gamo-nos a ati-vidades tais, que sabemos de antemão que, por elas, acen-demos poderoso fogo astral. Lúciferé sempre relacionadona Doutrina Universal com o fogo astral. Acendemos

então, por efeito de determinada mentalidade, esse fogoimpetuoso; portanto, uma ação explosiva, centrifuga,mas, ao mesmo tempo, produz-se como conseqüência,como reação, terrível dor, então dizemos a nós mesmos

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ou a outrem que o nosso coração se angustia diante dador. Vede, esse é o frio. Não compreendais esse frio docurso da vida, o frio do comportamento humano, em sen-tido literal, mas, sobretudo, erh sentido figurado. O frio ésempre aquilo que provoca uma contração, uma cristali-zação.

Aquele, pois, que aprende a dominar o fogo, aqueleque não se entrega à atividade explosiva, também tem emseu poder a força contrária. O equilíbrio entre o centrífu-go e o centrípeto, entre o calor e o frio, as forças gêmeasda natureza, tem como conseqüência a verdadeira harmo-nia e o metabolismo ideal, a transfiguração. Se vivemos domodo como foi exposto em nossas exposições anteriores,o clássico pecado de Lúcifer é revogado. Esse é o segredoda magia gnóstica.

Por fim, queremos uma vez mais chamar a vossaatenção para o Nono Livro de Hermes. Vimos como umaEscola Espiritual autêntica se manifesta num corpo vivo,em harmonia com as grandes leis cósmicas, em perfeitaharmonia com o centrífugo e o centrípeto. Quando umacomunidade gnóstica persevera nessas diretrizes, firma-sena única base correta da ordem divina, nunca precisarátemer que semelhante corpo vivo possa vir a fracassar,morrer ou ficar arruinado. Os corpos vivos das fraternida-des precedentes, todos ainda existem em plena beleza emagnificência. Por isso, diz o versfculo 1P do nosso texto,

e ele também vale para os homens e corpos grupais:

Os corpos dos seres celestes mantêm a ordem únicaque desde o principio lhes foi concedida pelo P a 1 ~ ·e essa

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ordem é mantida indestrutfvel mediante o retorno decada um deles ao estado de perfeição.

Pois, por efeito desse equilíbrio, o metabolismomantém-se perfeitamente harmonioso e o corpo perma-nece eternamente jovem.

Sempre de novo vê-se em nosso campo de vida todaa espécie de comunidades e ordens que, não obstanteterem começado bem, num certomomento começam a

apresentar todasas manifestações de cristalização, com asinevitáveis conseqüências dissolventes. Petrificantes,implosivas por um lado; fragmentadoras, explosivas,poroutro lado. A causa de semelhante declínio reside sempreno fato de que esses grupos, a partir de certo momento,deixaram de semanter segundoas leis da ordem divina;

por conseguinte, o essencial simplesmente não pôde man-ter-se. Se se tivessem conservado segundo as leis funda-mentais dessa ordem divina, nadado essencial seria omi-tido.

Num trabalho empreendido na Gnosis, nuncasetrata de se saber se elevai ter bom êxito ou não. Se as

leis interiores foram obedecidas com exatidão, semelhan-te trabalho sempre será bem-sucedido. Quando, então,também a Escola da Jovem Gnosis sevê situada frente auma missão necessária oude uma necessária incumbência,ela não pergunta, inicialmente, como as coisas vão ficarsob o ponto de vista material; porém, trata-se invariavel-

mente da decisão: precisa ser realizada, portanto, come-cemos! E por isso. . . ela não fracassa.A esse propósitotambém queremos assinalar que a

Escola da Jovem Gnosis, a exemplo das fraternidades

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precedentes, mantém-se continuamente dentro das carac-terísticas gnósticas do trabalho, _sem desviar-seum passosequer, ou para a direita ou para a esquerda.

A aplicação dessa regra áurea é simples, porém, rigo-rosa. Se, pois, um aluno experimenta o rigor da Escola,ele não deve pensar que nós, com base em determinadasregras ou dogmas exteriores, estamos simplesmente exe-cutando, sem nenhum amor, algum parágrafo de lei.Trata-se justamente de se asseguraro grande amor na vidae na atuação da Escola. Se nós, como grupo, mantemo-nos dentro das regras áureasda Gnosis, fica totalmente ex-cluído que mesmo um só opositor possa ter êxito em pre-judicar a obra, prejudicá-la em qualquer sentido que seja.

Quer sejais tomados isoladamente ou como grupo,jamais algo vos poderá suceder de mau se ingressardesna

senda do renascimento da alma e nela permanecerdes fir-mes. Porque quem segue a senda da alma também dominao fogo e o frio, domina, em perfeito equilíbrio,as forçasgêmeas do nosso estrato terrestre dialético. A tentação deLúcifer, diabo ou Satã em nada poderá prejudicá-lo. Elepoderá festejar o coroamento da senda com uma vitória

completa.

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GLOSSARIO

Para melhor compreensão sobre a terminologia empregada pelaEs-cola da Rosacruz Áurea, figuram neste glossárioas palavras que notexto foram acompanhadas deum asterisco(,. Os números entreparêntesis correspondemà página onde neste livro o termo foi

mencionado.

ALMA-ESP(R/TO. A senda da endura, a senda do dis-cipulado de uma escola espiritual gnóstica tem, emprimeiro plano, o objetivo de despertar completa-mente a verdadeira alma imortal de seu estado laten-

te. Assim que essa alma desperta desse sono de morte,realiza-se o restabelecimento da ligação com o espf-rito universal, com Deus. Essa ligação restabeleci-da entre o espírito e a alma, entre Deus e o ho-mem, demonstra-se na gloriosa ressurreição doOutro, o retorno do filho perdido, do verdadeiro

homem em nós, à casa do Pai.A alma que deve festejar essa ligação, essa união como que a Arquignosis Egípcia denomina Pimandro, é aalma-espírito. E a unidade Osiris-lsis, Cristo-Jesus, Paie Filho, as bodas alquímicas de Cristão Rosacruz dosantigos rosacruzes, do noivo celeste com sua noivaceleste. (30, 159)

APOCALIPSE DOS QUATRO ELEMENTOS. O mun-do manifestado em e através dos quatros elementos:fogo, água, ar e terra. (294)

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ARQUIGNOSIS DE HERMES. Alusão ao fato de quetoda a atividade verdadeiramente gnóstica do nossoperíodo atual da humanidade é proveniente da fonteprimordial da Gnosis egfpcia, que toda a santa obragnóstica se origina do c ~ n h e c i m e n t oprimordial, quea libertação do homem só é possfvel por meio da res-surreição do homem hermético ou mercuriano, doverdadeiro homem gnóstico que é e vive da consciên-cia iluminada em Deus.Por isso, também é uma indicação dessa fonte primor-dial de toda a obra de libertação, quando o evange-lho testemunha: "Do Egito chamei meu filho". (149)

ATOMO-CENTELHA DO ESP(RITO. Ou átomo crís-tico, o proto-átomo, situado no centro matemáticodo microcosmo e coincidindo com a parte superior do

ventrículo direito do coração. Por isso, é também de-signado misticamente como rosa do coração. (248)

ATOMO ORIGINAL OU A TOMO CRISTICO. Ver emrosa do coração. ( 11 )

AUTO-RENDIÇAO. Verem Gnosis Universal quíntupla.(228)

BARCO CELESTE. Alusão da Arquignosis Egípcia a umcorpo vivo. É a arca a que se refere o Primeiro Livromosaico, o corpo de forças libertadoras a serviço dacolheita, constru fdo em cooperação com a correntegnóstica universal, que no final de um dia cósmicodeve ser reunido e certamente levado ao celeiro da

nova vida. É o "redil do bom pastor" do qual nos falao novo testamento. (228)

BELÉM, GRUTA DE. Templo superior de iniciação daantiga fraternidade dos cátaros, no Sul da França. ( 175)

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BODAS ALOUIMICAS DE NOSSO PAI, IRMÃO CRIS-TÃO ROSA CRUZ. O processo de transfiguração; ex-pressão empregada pela rosacruz medieval. Ver

Andreae,Johann Valentin. (44, 190)CABEÇAAUREA. Aspectodo campo vivente da Jovem

Gnosis, pertencenteà região dos graus internos daEscola Sétupla dos Mistérios; alusão aocampo de res-surreição, o novocampo de vida. (30, 93)

CAMPO ASTRAL, NOVO. Ver ern reino neognóstico

na Europa. (52)CAMPODE RESPIRAÇÃO. Ver em microcosmo.CA TAROS (do gregokatharos: puros). Movimento ini-

ciático cristãoque se desenvolveu na Europaentre osséculos XI e XIV, principalmenteno Sul da França,na região montanhosa dos Pirineus, conhecidacomo

Sabartez ou Languedoc. Foi aí, ao redor de Sabart-Tarascon e das aldeias vizinhas Ussat-Ornolac, nasmuitas grutas ali existentes desde a pré-história etransformadasem santuários naturais,que se consti-tuiu o lugar de longa, severa e dura iniciação para oscátaros. Eles, a exemplo dos essênios e os primeiros

cristãos, levavam vida ascética de alta espiritualidade,vivenciando na prática um cristianismo puro, numatotal auto-renúncia atudo o que era deste mundo;não possu fam bens nem dinheiro, dedicando-se intei-ramente à comunidade, pregando o Evangelho e cu-rando os enfermos, poistambém eram terapeutas.

Acusados, porém, de heresia pelo papa Inocêncio III,este enviou a histórica Cruzadacontra os Albigenses,em 1209,quando numa seqüência trágica de mortese torturas, cidades inteiras ecastelos daquelesque os

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defendiam foram saqueados e as populações, incluin-do mulheres e crianças, passadas a fio de espada. Apósa queda de Montesegur em 16 de março de 1244,205cátaros foram queimados vivos numa imensa fogueira.Os poucos remanescentes abrigaram-se então na gran-de gruta subterrânea de· Lombrives, chamada a Cate-dral do Catarismo, onde mais tarde, em 1328, 510cátaros foram emparedados vivos, encerrando assima epopéia medieval desse movimento mártir. Os cá-taras eram também denominados de "os puros, osperfeitos ou bons homens", porque, seguindo o cami-nho dos Mistérios cristãos, haviam operado em seuser a reformação, e assim,.tal como verdadeiros dis-cípulos de Cristo, a serviço do mundo e da humani-dade, galgavamo "Caminho das Estrelas", o caminhoda transformação (ou transfiguração, na linguagem daJovem Fraternidade Gnóstica). Fazendo alusão a esseestado de puro, a Escola da Rosacruz Aurea fala daalma renascida, a Alma-Espírito que, pela sua ligaçãorestabelecida com o Espírito que, de novo obteve aparticipação na sabedoria divina, a Gnosis. Para maio-

res informes sobre a vida dos cátaros, leia o livroNo Caminho do Santo Graal, de A. Gadal. (175)

CONTRANA TU REZA. Nosso campo dialético de exis-tência no qual a humanidade decaída, que está apar-tada de Deus, do Espírito, goza bem a vida em tei-mosia. Essa vida fora da ordem cósmica implantada

por Deus, tem em desenvolvimento a maldade quecaracteriza o nosso campo de existência em todos osaspectos, que nós, em nossa teimosia, tentamos com-bater. Em concordância com a natúreza de nossa

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existência, esse desenvolvimento não divino e contra-natural só pode, por isso, ser negado, o que na Escri-tura Sagrada é designado como a "reconciliação comDeus" e através da realização conseqüente e fiel dessareconciliação. Em outras palavras: através da restau-ração da ligação espiritual na senda da transmutação etransfiguração e o retorno nela contido para a obe-diência voluntária diante da ordem cósmica uni-versal. ( 1O)

CORAÇAO DE (SISE CORAÇAO DE PIMANDRO.Aatividade unificadado coração e da cabeça. ( 13)

CORAÇAO DE PIMANDRO. Ver em coração de lsis.(14)

CORPO DA ORDEM DEEMERGfNCIA. Ver em per-sonalidade da ordem de emergência. (14, 322)

CORPO VIVO. Ver em barco celeste. (253)CORRENTE GNOSTICA UNIVERSAL.Ver em Frater-

nidade Universal. (53, 318)COSMOCRATAS. "Regentes" de que fala o livro Piman-

dro. Ver em regentes. (215)CRISTO INTERNO. Ver em outro. (149)

DEMIURGO. Ser espiritual emanado de Deus, o Pai; odemiurgo é o criador do mundo, mundo gerado dasubstância primordial, que não foi criada por Ele, maspor Deus, o Pai. Ele é uno com o Verbo, a alma domundo. (55)

DEMONIOS. Literalmente: "força natural". Quando o

homem se une com essas forças, enquanto ele realizaa vontade do Pai em obediência voluntária, eles serevelam no caminho do homem para a deificaçãocomo auxiliares poderosos. Caso contrário, o homem

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experimenta-os como efeitos hostis -como demóniosvingativos - como forças da destino. Elescorrespon-

dem, então,às

conseqüências cármicas que determi-nam o destino humano nó caminho da experiência.Também os eões naturais criados pela vida natural ce-ga do homem decaído são denominados demônios,mas, aí, no sentido negativo. ( 113)

DEUSES. Ver em regentes. (45)DIALÉTICA(adi- d i a l ~ t i c o ) _Nossoatual campo de vida,

onde tudo se manifesta em pares opostos: dia e noite,luz e trevas, alegria e tristeza, juventude e velhice,bem e mal, vida e morte, como binômios inseparáveis,ligados de tal modo que incessantemente um sucedeao outro. Devido a essa lei fundamental, tudo o queexiste aqui está sujeito à contínua mudança e desin-tegração; ao surgir, brilhar e fenecer. Por isso, nossocampo de existência é um domínio do finito, da dor,angústia, demolição, doença e morte. (10)

DOUTRiNAUNIVERSAL Não é "doutrina" no sentidocomum da palavra; não se encontra tampouco noslivros. Em sua essência é a realidade vivente de Deus,da qual a consciência enobrecida para tanto a p r e n ~ e

a ler e compreender a onisapiência do criador. (7)EKKLESIA A Una Sancta, o novo povo de Deus per-

tencente à Una e Invisível Igreja de Cristo. (145)EKKLESIA DO ROZENHOF. Foco central do trabalho

interno da Escola de Mistérios da Europa ocidental,em Santpoort. (237)

ENDURA.O caminho do rompiménto do ego, a senda daáurea morte mediante a total auto-rendição do eu ao"Outro", o verdadeiro homem imortal, o "Cristoem

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mim". E a senda do homem joanino, do "preparai ocaminho do Senhor"; é a prática do "ele, o outro ce-leste, deve crescer e eu devo diminuir,eu devo declinare com isso o outro celeste em mim pode viver".A senda da endura é o caminho clássico de todos ostempos, ao longo do qual o homem submerso na escu-ridão, na dor e na morte, consuma uma total transfor-mação de vida em seu verdadeiro ser imortal, atravésde um fogo purificador e retorna ao Pai em e comEle.Nosso caminho através da dialética é uma vida para amorte, a endura é uma morte voluntária para a verda-deira vida. E o caminho purificadorda vida do verda-deiro homem buscador de Deus, pelo qual ele morrevoluntariamente segundo o seu ser-eu, a fim de viverno outro imutável: "Aquele quedeseja perder sua vi-da por mim, encontrará a Vida". (32)

EOES GRUPAIS. Ver em eões das religiões. (179)EOES NATURAIS. Ver eões das religiões. (45)EOES DAS RELIGIOES OUEOES GRUPAIS. a) Eões

são formas monstruosas de forças naturais fmpias queforam chamadas à existência, no decorrer dos tempos,através da vida contrária a Deus (pensamento, vontade,sentimento, ação e desejo) da humanidade decafda.Como criações da humanidade que escapam totalmen-te do seu controle, elas mantêm a humanidade presaem suas garras e formam nela as irresistfveis faculda-

des de auto-afirmação que a forçam a avançar noscaminhos aplainados por ela mesma e assim a preser-var a ligação humana à roda giratória da dialética.b) Com o termo "eões" indica-se também o grupo

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hierárquico dominante, assim como a hierarquia dialé-tica ou os "príncipes destemundo". Essahierarquiaconsiste na suprema formação metafísica provenienteda humanidade decaída, formação esta quese tornouexistente com os chamad9s eões naturais e, com essahegemonia luciferianado mundo dialético decaído,abusou de todasas forças da natureza e da humanida-de e, em prosseguimentoao seu sinistro objetivo impe-le incessantemente a humanidade para essa atividadeímpia. A custa de um padecimento terrível da huma-nidade, essas entidades adquiriram certa liberdade daroda da dialética, uma liberdade que elas só podemmanter, em desmedida necessidade de autoconserva-ção, multiplicando e conservando ilimitadamente ador do mundo. (Nestecontexto, são recomendadosao leitor: OAdvento do Novo Homem, parte I, ca-pítulo X, pág. 97 e tambémDesmascaramento, parteI A Sombra dos Próximos Acontecimentos, de Janvan Rijckenborgh, edição Rozekruis-Pers, Haarlem.)N B. Para completar, deve-se dizer que todasas ativi-dades mentais, sentimentais, volitivas e de desejosdo

homem decaído, mesmo as dos assim denominados"bons", chamamà existência os eões, isto é,as forçasímpias da natureza. Além dessas atividades naturaisímpias, há as forças naturaisdo cosmo terreno, sétu-plo, divino,que se manifestam ao homemcomo ini-migos, pois ele, devidoao seu estado decaído e dedentro dele, infringe e perturba continuamente a har-monia e as leis naturaisdo cosmo terreno. (Ler sobreisso em O Advento do Novo Homem, pág. 71/75.(179)

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EONICO. Relativo aos eões. (299)ESCOLA. Ver em Escola Espiritual. (95)ESCOLA ESPIRITUAL. A escola ocidental de mistérios

dos hierofantes de Cristo (Ver Fraternidade Univer-sal). (9)

ESFERA MATERIAL - ESFERA REFLETORA. Asduas metades que compõem o campo de existênciadesta ordem de natureza dialética. A esfera material éo domínio em que vivemos quando em nosso corpomaterial. A esfera refletora é a região onde se desen-volve, entre outras coisas, o processo de morte e reen-carnação. Abrange, além das esferas do inferno e dochamado purgatório (a esfera da purificação), tam-bém aquela que erroneamente é chamada "céu" e"vida eterna", tanto na religião natural como no ocul-tismo. Essas esferas denominadas "celestes" e a exis-tência nelas estão igualmente sujeitas a um fim, a se-rem temporais, tal como a existência na esfera mate-rial. Logo, a esfera refletora é a morada temporal dosmortos, porém isso não quer dizer que a personalida-de do falecido venha novamente a nascer, pois não há

sobrevivência para a personalidade quádrupla! Tão-somente o núcleo mais profundo da consciência, aassim chamada centelha espiritual, ou chispa dialética,é temporariamente recolhida no ser áurico, formandoa base da consciência de nova personalidade terrena, aqual é construída pelo ser áurico em colaboração com

as forças ativas na gestante. (30, 189)ESFERA REFLETORA. Ver em esfera material/esfera

refletora. (30)FLOR AUREA MARAVILHOSA. O nascimento da luz

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entraram no nascimento da luz de Deus, isto é, oes-tado de consciência pimândrica. (prefácio, 20)

GNOS/S UNIVERSAL. Ver em Fraternidade Universal.(52)GNOS/S UNIVERSAL OUINTUPLA. Indicação conjun·

ta das cinco fases de desenvolvimento, pelas quais ocaminhouno para a vidase manifestano aluno: 1) dis-cernimento libertador; 2) ânsia de salvação; 3) auto-rendição; 4) novaatitude de vida; 5) ressurreição nonovo campo de vida.

GRUPO. Ver em unidade de grupo. (220)IS/S. Ver em alma-espírito. (307)KA RMA (adj. cármico). Lei de ação e reação, de causa

e efeito, que ensina "colherás o que semeares".Resultado das ações boas e más das vidas passadas eda atual. (34)

LAR DO ESP(RITO SANTO. O campo de ressurreição,o novocampo de vida. (Verem cabeça áurea). (234)

L/PIKA. O céu áurico, oconjunto dos centros sensoriais,centros de força e focos,em que o karma todo dahumanidade está fixado. Nosso ser terrestre e mortalé projeção desse céu áurico, e inteiramente determi-nado quanto às suas possibilidades, limitações e seucaráter. A/t'pika representa a inteira carga de pecadosdo microcosmo decaído.

LOGOS. O Verbo criador, a fonte detodas as coisas. (33)MICROCOSM/CO (A). Relativo ao microcosmo. (11)MICROCOSMO. O homem como minutum mundum (pe-

queno mundo) é um sistema de vidamuito complexo,em forma esférica, na qualse pode distinguir,do

centro para a periferia: a personalidade, o campo de

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manifestação, o ser áurico e um sétuplo campo espi-ritual magnético. O verdadeiro homem é um micro-

cosmo! O que neste mundo, porém,se denomina "ho-mem", é apenas a personalidáde gravemente mutiladade um microcosmo tremendamente degenerado. Anossa consciência atual é uma consciência-personali-dade, e por conseguinte consciente apenas do campode existência a que pertence.O firmamento ou seráurico (ser aura!) representa a totalidade de forças,valores e ligações resultantes das vidas das diversasmanifestações-personalidade, no campo de manifes-tação. Todas essas forças, valores e ligações formam,em conjunto,as luzes, a constelação do nosso firma-mento microcósmico.Essas luzes são focos magné-ticos que, em concordância com a sua natureza, deter-minam a qualidade do campo espiritual magnético, oumelhor dizendo, determinam a natureza das forças esubstâncias que são atraídas da atmosfera e introdu-zidas no sistema microcósmico e, portanto, tambémna personalidade. Conseqüentemente, assim comoé a natureza dessas luzes, tal é a personalidade! Paramudar a natureza da personalidade é preciso antesmudar a naturezado firmamento áurico, o que sósetorna possível pela oblação do ser-eu, da total demo-lição do eu. Ocampo de manifestação (ou campo derespiração) é o campo de força direto, no interior doqual se torna possfvel a vida da personalidade.Eleé ocampo de ligação entre o ser áurico e a personalidade,e, em seu trabalho de atração e repulsão das forçase substâncias em benefício da vida e conservação dapersonalidade, eleé inteiramente uno com esta

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última. (10)MISTÉRIOS, EXPLORAÇÃO CRIMINOSA.Atividades

que partem da hierarquia dialética ou que são inspi·radas por ela e que continuamente desencaminham eaprisionam a humanidade que busca e anseia pela luzlibertadora. (252)

NATUREZA DA MORTE. Vida, verdadeira vida, é umaexistência eterna! Todavia, em nosso atual campo deexistência domina a lei da mudança e destruiçãocontínuas. Tudo o que vem à existência já estádesde o primeiro instante de sua vida no caminho damorte; por isso, o que denominamos "nossa vida" éapenas uma existência aparente, uma existência nagrande ilusão. É idiotice e sem sentido se agarrar aela como o faz quase toda a humanidade. A dor dorompimento que experimentamos tão profundamentee contra a qual nos defendemos inutilmente, deseja·nos fazer compreender o mais rapidamente possívelque esta dialética, esta natureza da morte, não é ocampo de vida determinado para o homem, poréma natureza da vida, o campo de vida original adâmico,descrito na bíblia como o reino dos céus.O impulso inextinguível em cada ser para a graçaperpétua, a paz imorredoura, o amor imperecível eseu anseio para a vida eterna provém do núcleo de vi·da em repouso nele, o princípio primordial do verda·deiro homem imortal.Desse átomo primordial ou átomo crístico, dessereino oculto, o "reino de Deus que está em vós",ressuscitará, por meio da total transformação de vidana Gnosis, esse verdadeiro homem imortal, e poderá

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retornar à natureza da vida, à casa do Pai. (36, 88)NOUS. (alma-espírito). O s a n t u ~ r i odo coração do ho-

mem dialético, esvaziado e completamente purifi-cado de toda a influência é atividade, provindo danatureza; santuário vibrapdo de modo inteiramenteharmonioso com a rosa, o átomo·centelha do Espí-rito. Apenas em tal coração purificado pode process-sar-se o encontro com Deus, e tornar·se cônscio doPimandro. (59, 249)

ORDEM DE EMERGENCIA. Ver em personalidade daordem de emergência. (321)

OSIRIS. Ver-é'malma-espírito. (171)OUTRO. Alusão ao verdadeiro homem imortal, ao ho-

mem que provém verdadeiramente de Deuse é perfei-to, exatamente como o Pai. O novo despertar à vidadesse filho unigênito, do ser crístico em nós é o únicoverdadeiro objetivo da nossa presença no campo deexistência dialético, por isso, ele é também o únicoobjetivo de toda a verdadeira Rosacruz gnóstica. (Vertambém Rosa do Coração). (32)

PERSONALIDADE DA ORDEM DE EMERGENCIA.Noimenso drama cósmico, conhecido como "a queda",existe uma parte da onda de vida humana que não pô-de mais manter-se no campo de vida humano originaldevido à perda da ligação espiritual e, por estar nasgarras da natureza irracional, uniu-se a ela. Para daroportunidade à humanidade decaída de se libertar

desse cativeiro de ilusão, essa humanidade foi isoladanuma região fechada da setuplicidade cósmica e sub-metida à lei da dialética, à lei do contínuo nascer edesmoronar, a fim de que, com isso, se conscientizas-

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se de sua elevada origem e de sua essência imortal, pormeio da constante experiência da dor do fim de todasas coisas. Nessa conscientização de ser um filho per-dido, ela deveria romper os grilhões da matéria e ascorrentes de "carne e sangue" e, por meio do restabe-lecimento da ligação com o Pai, com o Espírito, retor-nar ao domínio original de vida da humanidade. Porisso, na filosofia dos rosacruzes, o campo de existên-cia dialético é chamado, nesse contexto, de ordem deemergência estabelecida por Deus, e o corpo no qualo homem se manifesta aqui, denomina-se corpo deemergência. No caminho de volta à casa paterna, oaluno aprende, com o auxílio da luz gnóstica indis-pensável, da luz do amor crístico, a substituir essecorpo da ordem de emergência por uma corporeidadeimortal e magnífica. O processo da transfiguração e o"renascimento da água e do espírito" evangélico; é atotal conversão do que é ímpio e mortal em santo eimortal pelas águas primordiais (a substância primor-dial do princípio) na força da ligação regeneradoracom o espírito. ( 11)

P/MANDRO. O espírito vivificante quese manifesta ao eno homem-alma renascido. Essa manifestação ocorrede duas maneiras: primeiramente, como a formaçãoda. radiação nuclear sétupla do microcosmo, que pene-tra no santuário da cabeça; e depois, quando o tra-balho do santuário (tornando-se possível com a auto-

rendição da alma mortal) é consumado, por meio daressurreição do homem celeste, perfeito, sumamenteglorioso, o ser cristico interno, da tumba da natureza,do átomo primordial, o ponto central da terra micro-

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cósmica. Esse desenvolvimento também é perfeita-mente cristocêntrico: Cristq desce após sua crucifi-cação (o sepultamento da luz divinana personalidadeterrestre!) ao ponto central da terra, para após haverconsumado lá o seu santo trabalho, ressurgir da suatumba. (30)

P/STIS SOPHIA. a) Nome de um evangelho gnóstico doséculo 11 (atribuído a Valentin), evangelho esse con-servado intacto, e que anuncia o caminho uno da li-bertação em Cristo, a senda da transmutação e datransfiguração, em pureza impressionante.b) Também o verdadeiro aluno, que persevera até aconsecução. (310)

REGENTES. Também denominados cosmocratas oudeuses; sete poderosos seres naturais, intimamenteligados à origem da criação, que mantêm as leis cós-micas fundamentais e sua esfera de ação. Eles formamjuntos o Espírito sétuplo da onimanifestação. (Vertambém o Tomo I da Arquignosis Egípcia e seu Cha-

mado no Eterno Presente, o Primeiro Livro: Piman-dro). (33)

REINO NEOGNOSTICO NA EUROPA.O campo astralgnóstico formado da pura substância astral do Prin-cípio, edificado pela Jovem Fraternidade Gnóstica emcolaboração com a Corrente Gnóstica Universal, daqual é o elo mais jovem. Pela sua atividade em doismundos (tanto no campo de ressurreição do sextodomínio cósmico, quanto em nosso campo de exis-tência do sétimo domínio cósmico), ela possibilita,enquanto perdurar o tempo da colheita, ao homemque busca realmente a libertação, ingressar no campo

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da ressurreição, mediante o corpo vivo da Jovem Gno-sis. O corpo vivo representa, pois, a mui temporáriaponte entre os dois domínios cósmicos. O reino neo-gnóstico incorpora todas as forças das quais o alunoprecisa para transpor essa ponte para a vida. Ela seformou na Europa, para propagar de lá, para o mundointeiro. Seu chamado despertador parte para toda ahumanidade. (9, 320)

RENOVA. Foco centr.al da Escola dos Mistérios daJovem Fraternidade Gnóstica - Lago Vuursche(Holanda). (237)

RODA DO NASCIMENTO E DA MORTE (OU RODADA DIALfTICA). O repetido ciclode nascimento, vida,

morte e revivificação de uma nova personalidade dia-lética no microcosmo decaído. (46)

ROSA DO CORAÇAO. O átomo crístico, o átomo-centelha do Espírito, também designado misticamen-te como botão de rosa, a semente áurea Jesus ou amaravilhosa jóia do lótus; localiza-se no centro mate-mático do microcosmo, que coincide com a partesuperior do ventrículo direito do coração. Esse átomoé um germe de um microcosmo totalmente novo, quese encontra latente no homem decaído como umapromessa divina da graça, até que chegue o momentoem que este, amadurecido pelo sofrimento e experiên-cias neste mundo, lembre-se de sua origem e sejapreenchido pelo ardente anseio de retornar à casa

paterna; somente então é criada a possibilidade paraque a luz do Sol espiritual possa despertar o botão derosa adormecido e, no caso de uma perseverantereação positiva e uma diretriz plenamente consciente,

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possa ser dado início ao processo pleno de graça dacompleta regeneração do ser humano, segundo oplano de salvaçãodivino. (11)

ROSA PREGADA A CRUZ.A·fase do caminho do alunono qual ele, orientado pelo conhecimento claro e peloverdadeiro desejo santo, deixa declinar "em mortediária" o homem-eu, o ser humano nascido da maté-ria. Com isso, o verdadeiro homem divino, o homempimãndrico, ressuscita nele. (88)

ROSA CRUZ, TOMAR SOBREOS OMBROS. Eo seguiro caminho da rosa e da cruz, ou seja, praticar a imi-tação de Cristo, e assim, mediante total transfor-mação de vida e transfiguração, converter o tipo hu-mano do pecado e da morte no sublime tipo humanoda vida. (98)

SALAO SUPERIOR. a. O santuário microcósmico dacabeça. b. A cabeça áurea do corpo vivente gnóstico.

SALNITER CORROMPIDO. Expressão de Jacob Bohe-me: a matéria pecadora e pervertida deste mundo.(234)

SANTUARIO DA CABEÇA E DO CORAÇAO.A cabeçae o coração do homem destinam-se a ser oficinas con-sagradas para a ação divina em e com o homem querestabeleceu a ligação espiritual, a ligação com Piman-dro. Em sintonia com essa determinação superior acabeça e coração tomam-se, após uma purificaçãototal, fundamental e estrutural na senda da endura,uma magnífica unidade para um verdadeiro santuárioa serviço de Deuse do seu esforço para com o mundoe a humanidade. O fato de que essa determinação setorne consciente será um estímulo contínuo e uma

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advertência a fim de quese purifique toda a vida inte-lectual, volitiva, emotiva e ativa detudo que se opõea essa vocação superior. (186)

SANTUÁRIO DO CORAÇÃO. Ver em santuário dacabeça. ( 186)

SEMENTE-JESUS. Indicação naFama Fraternitatis, oclássico testamento dos rosacruzes medievais, para oátomo-centelha do Espírito. Ver em rosa do coração.( 171)

SER ÃURICO. O ser áurico, a soma dos centros senso-riais, pontos de força e focais, nos quaistodo o karmado homem se encontra consolidado. Nosso ser terre-no, mortal, é uma projeção desse firmamento, sintoni-zado completamente através dele segundo suas possi-bilidades, suas limitações e sua natureza. O ser áurico

é a personificação detodo o fardo de pecados domicrocosmo decaído.E: o velho céu (microcósmico)que passa com o auxílio da Gnosis através da totaltransformação da vida e deve ser substituído por umnovo céu. Por conseguinte, uma nova terra, a ressur-reição do verdadeiro homem, no qual espírito, alma e

corpo formam novamente uma unidade harmônica eimutável, em sintonia com o plano de Deus. (36)SIMPÃ TICO. Parte do sistema nervosoque não está sob

o controle da vontadedo homem, porém funcionaautomaticamente; mais especificamente, os dois cor-dões nervososà direita eà esquerda da medula espi-

nal. Esses dois cordões encontram-se no extremosuperior da medula, na glândula pineal. (235)SISTEMA. Sistema de vida, microcosmo.SISTEMA DO FOGO SERPENTINO. O sistema cere-

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brospinal, a sede do fogo-alma ou fogo da consciência(90).

TAPETE, ESTAR SOBRE O. Designação maçónica daatitude interior do aluno qÚe se esforça, séria e devo-tadamente, com perseverança, para realizar em sipróprio a Gnosis Universal Oufntupla. (74)

UNIDADE DE GRUPO. A verdadeira unidade de todosos que são aceitos no corpo vivente da jovem frater-nidade gnóstica e que exige enfaticamente o ser daescola espiritual. Unidade de grupo não é nenhumfenômeno exterior, bem intencionado de cooperação,mas a unidade interior da vida-alma crescente naGnosis, que se demonstra no espfrito do Sermão doMonte em positiva e nova atitude de vida. (224)

VÁCUO DE SHAMBALLA. Trata-se do domínio (ouregião) situado fora da esfera material e da esferarefletora, que foi preparado pela Fraternidade deShamballa (um aspecto da Fraternidade Universal) embeneficio daqueles alunos que se esforçaram, comtoda a lealdade, devota e tenazmente, por trilhar ocaminho de retorno, porém que ainda não podemingressar no novo campo de vida. Nesse canteiro detrabalho especialmente preparado, é possível oferecera esses alunos, desde que neles já esteja presente umabase mfnima para continuar o processo começado naesfera material, condições mais harmoniosas, livresdas dificuldades e entraves, perigos e desgostos dadialética. (234)

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rNDICE REMISSIVO

Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . VIlO Terceiro Livro: O maior mal do homem é

não conhecer a Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

I I O Quarto Livro: Discurso de Hermes em louvor

aDeus ............................... 3liI Vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora . . . . 7

O tempo da declaração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8Uma advertência secular . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9O estado de sangue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11A vocação da personalidade da ordem de emer-

gência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11O coração sétuplo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12A cabeça sétupla.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12Ide ao encontro do noivo! . . . . . . . . . . . . . . . . 15

IV Os grilhões do sangue . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17Ep(stola aos romanos, 7 . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

A maldade da ignorância 18A quem Hermes se dirige . . . . . . . . . . . . . . . . . 19A cultura pessoal sangu(nea . . . . . . . . . . . . . . . 22O prazer pecaminoso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

V Karma - Nêmesis e o caminho da redenção . . . . 29O·dever fundamental da aprendizagem: morrer

a cada dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31A força nucleardo pecado . . . . . . . . . . . . . . . . 32A endura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32O jardim dos deuses . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32

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Karma - Nêmesis. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34A queda do homem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36O caminho de redenção . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

VI A realização do plano de Deus 39O sofrimento da bumanidade . . . . . . . . . . . . . . 39O que a Gnosis exige 40Sofrer no ego . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42Nascer em Belém e triunfar no Gólgota . . . . . . 44As bodas do cordeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44Conseqüências da transformação fundamental 46

VIl O profundo clamor da Gnosis Universal . . . . . . 49Romanos 8 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49A necessidadeda transformação . . . . . . . . . . . . 50O caminho da Gnosis Universal . . . . . . . . . . . . 51O chamado lançado ao mundo e a tarefa em-preendida pela humanidade . . . . . . . . . . . . . . . 52A aparição do Filho do Homem nas nuvens docéu . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .52O novo reino gnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52

VIII Quinto Livro: Discurso de Hermes a Tat . . . . . . 55I X A Lei primordial dos mistérios gnósticos 65

Como satisfazer, aqui, à esta lei? 66A verdadeira piedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67Necessidade de uma construção efetiva 70Coragem e perseverança inabaláveis . . . . . . . . . 70Empenhar-se sem reservas nem subterfúgios . . . 73Entrai no círculoda eternidade 74

X A imitação de Cristo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75A verdadeira livre-automaçonaria . . . . . . . . . . . 77No mundo, porém não mais do mundo . . . . . . 78A possibilidadede libertação no presente . . . . . 79

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Libertar-se para servir à humanidade 80Negatividades das religiões naturais . . . . . . . . .81Inflamado pelo Espíritode Deus, morto em Je-sus, o Senhor, renascido pelo Espírito Santo. 81

I X A senda de Belém ao Gólgota . . . . . . . . . . . . . . 83O processo de ressurreiçãoda alma . . . . . . . . . . 84A epopéia do aprisionamento,da humilhação,do caminho da cruz, da morte eda vitória deJ e s u s . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84

A endura: a não reação . . . . . . . . . . . . . . . . . . .90Deixai que Jesus Cristo faça o seu trabalho emvós . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .91

XII A dupla natureza do homem . . . . . . . . . . . . . . 95A escolha inevitávelentre vida e morte . . . . . . . 97Sede perfeitoscomo é perfeito o vossoPai ce-

leste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .98A alma humanadupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 98A realizaçãode Deus no h o m e m . . . . . . . . . . . . 100O despertar daa l m a - e s p í r i t o . . . . . . . . . . . . . . . 100Doreaflição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101A tríplice aliançada onimanifestação universal. 102

XIII O Sexto Livro: Diálogo geral entre Hermes eAsclépio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105X V A natureza e a função do onimovimento 115

O raciocíniohermético. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116A dupla natureza das forças contrárias . . . . . . . 118O criado e o.incriado 120

Deus e o divino . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 120O Filho que. estáno seio do Pai, esse no-lo fezconhecer . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122A lógica e a necessidadedo restabelecimento da

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ligação com a fonte da vida . . . . . . . . . . . . . . . 123A existência terrestre jnconsciente, a mais ilógi·ca na onimanifestação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123

XV A inviolabilidade do plano ·de Deus 125Co-movimento e contramovimento 125Maria, a substância virgem original . . . . . . . . . . 126A realização do plano divino 126Umaperigosa conclusão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127Onde está o espírito do Senhor, aí há liber-dade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128Os resultados do contramovimento sempredes-tróem a si mesmos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Unicamente aquilo que provém do espírito doSenhor é eterno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129Hora Est! . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131A morte, uma conseqüência lógica . . . . . . . . . . 132A única vida: oco-movimento . . . . . . . . . . . . . 132

XVI A ultima morte do eu: a auto-rendição volun-tária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .135A orientação da cabeça e do coração . . . . . . . . 137A auto-rendição ao co-movimento . . . . . . . . . . 137Os perigos do contramovimento na Escola . . . . 138O rompimento dos sete selos . . . . . . . . . . . . . . 139Necessidadeurgente do exame interior. . . . . . . 140

XVII O mistério do Santo Graal 143O rompimento dos sete selos . . . . . . . . . . . . . . 145Jesus e o consolador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145

Os sete raios do Espírito sétuplo 146A Fraternidade do Santo Graal . . . . . . . . . . . . . 147A vida perfeita . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148Necessidadede um anelo sincero . . . . . . . . . . . 148

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XVIII

XIX

XX

O objetivo do portadorda imagem . . . . . . . . . . 149Entrai na paz do vosso Senhor . . . . . . . . . . . . . 151As novas possibilidades libertadoras . . . . . . . . . 153A dispersão da fraternidade humana original 154A tragédia da solidão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 154O inferno do contramovimento 154A Gnosis, o sanador, o Senhor do amor . . . . . . 154A manifestação do Filho . . . . . . . . . . . . . . . . . 154O Sétimo Livro: Hermes a Tat sobre a cratera

e a unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .157O prêmio da corrida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 165No princípio era o Verbo 166A atividade mental do homem 167O Logos, o Verbo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167O intelecto e o espírito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 168

A incompreendida a d m i r a ç ã o . . . . . . . . . . . . . . 168A confusão de linguagens . . . . . . . . . . . . . . . . . 169A ligação com o espírito é o prêmioda corrida. 170A rosa do coração, estado latente do despertar . 170Por que estou nesta existência 170O nascimento do Filho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171

XXI A cratera, o sagrado vaso de m i s t u r a . . . . . . . . . 173Primeira Espístola de João, 5 . . . . . . . . . . . . . . 173O espírito, a água e o sangue 174O Santo Graal, elo que falta . . . . . . . . . . . . . . . 175A tríplice aliança da luz: Graal, cátaros e cruzcom rosas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 176

As duas espéciesde batismo . . . . . . . . . . . . . . . 176A imitação religiosa natural 177Simbolismo e magia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 177A magiagnóstica 177

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A magia das igrejas e das seitas . . . . . . . . . . . . . 179O apostolado leigo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180A atividade dos eões . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 180A receita da verdadeira aprendizagem . . . . . . . . 181

XXII Receber o Santo Graal 183O sinal do Filhodo Homem . . . . . . . . . . . . . . . 184Quem é Pimandro? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184O plano do Logos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185Vitória sobre a morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 185O despertar da imagem do verdadeiro vir-a-serhumano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 186

XXIII

XXIV

XXV

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O conhecimento do homem pimãndrico . . . . . . ·187rsis, Osiris, alma-espírito . . . . . . . . . . . . . . . . . . 189O estado do novo homem pimãndrico 189Transmutação e transfiguração . . . . . . . . . . . . . 190A taça divina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 192As conseqüências do Santo Graal . . . . . . . . . . . 192Libertação e serviço; glória e sofrimento 192A senda e a ablação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .193A tarefa mais difícil no caminho 195Necessidade da auto-rendição . . . . . . . . . . . . . . 195Deus e Mamon . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 196Quatros obstáculos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 198O retorno à unidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .201Um início completamente novo . . . . . . . . . . . . 202A missão da personalidade da ordem de emer-gência no grande plano divino 203A unidade ( I ) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .205Como vencer a morte? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206As mistificações concernente à morte . . . . . . . . 207O caminho através dos três mistérios . . . . . . . . 209

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O quarto mistério . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 210XXVI A unidade ( 11) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .213

A imagem de Deusvos guiará . . . . . . . . . . . . . . 214

O mutável e o imutável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215A unidade e o número . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 215Unidade e ato concreto 218O Pimandro do corpo vivo . . . . . . . . . . . . . . . . 218A vitória sobre a morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 220

XXVII Vende tudo o que tens e segue-me 221

A Fraternidade do Santo Graal . . . . . . . . . . . . . 221As células viventes do corpo vivo 223Senhor, aqui estou . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 223Unidade de grupo e auto-rendição 224A torrente sétupla . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 225A ação que conduz à realização 225

XXVIII O segredo dos mistérios gnósticos . . . . . . . . . . . 227A atitude que acelera o processode salvação 228Tudo ou nada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 229A arma da calúnia, do insulto e da cr(tica . . . . . 230Que é o corpo vivo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 231O que se encontra, pois, por detrás disso? 232

Feliz testemunho da realização gnóstica . . . . . . 233O lar Sancti Spiritus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .234Ananias e Safira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 235Comprado da terra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 236

XXIX O Pentecostes da divina libertação . . . . . . . . . . 237Os focos da Jovem Gnosis . . . . . . . . . . . . . . . . 237

A propagação do campo de luz . . . . . . 238O recolhimento da colheita . . . . . . . . . . . . . . . 238A responsabilidade de cada aluno . . . . . . . . . . . 238

XXX O Oitavo Livro: Hermes a seu filho Tat: Que o

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Deus invisívelé o mais revelado 239XXXI O barco celeste e sua tripulação . . . . . . . . . . . . 247

Umadádiva incomparável . . . . . . . . . . . . . . . . . 247O treino intelectual não torna superior o homem 248O processo do vir;a-ser consciente gnóstico . . . 248O mistério da reconciliação 250A auto-rendição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 250O barco celeste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 253

XXXII A eternidade no tempo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 255Nenhum obstáculo fundamental entre o ho-mem e Deus . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 256A ilusão dialética . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 257A verdadeira oração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 258A responsabilidade do trabalhador gnóstico . . . 260

XXXIII OciJntico de louvor de Hermes. . . . . . . . . . . . . 263Porque este cântico de louvor é tão notável 264

XXXIV A sabedoria do mundo e a sabedoria de Deus . . 267Os sete raios do Esp(rito sétuplo 267O cérebro das criancinhas . . . . . . . . . . . . . . . . . 268O pensamento do homem dialético não é livre esuas conseqüências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 269

A contemplação do não-manifesto . . . . . . . . . . 270O novo pensar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 271A ligação com a divindade manifestada e nãomanifestada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 271A ilusãoda memória . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 273O testemunho vivente do homem sacerdotal

gnóstico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 275XXXV A chave da purificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 277

Necessidadeda consciência da alma . . . . . . . . . 278A filiação divina e a maturidade . . . . . . . . . . . . 279

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A luta entre a alma e o corpo . . . . . . . . . . . . . . 279A escolha inevitável . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . 281O papel primordial do cerebelo 282

Método libertador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284A chaveda.purificação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 284O efeito harmonioso do discipulado gnóstico . . 285

XXXVI O Nono Livro: Nada existe que verdadeiramen·te se perde, mas erroneamente chamam às mu·tações de aniquilamento e morte 287

XXXVII O Renascimento da alma 287A irrealidadeda morte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 291Como o pesquisador da verdade pode abordaro problema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 292O erro da interpretação teológica e interpreta-ção do materialismo histórico . . . . . . . . . . . . . . 293

Incidente na dissolução 293O que é transfiguração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294O erro do suicídio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 294A necessidade do nascimento natural para apossibilidade de libertação . . . . . . . . . . . . . . . . 295O que é nascimento da alma? . . . . . . . . . . . . . . 295

O homem terrestre não é senão um corpo 295O selo da verdadeira Rosacruz 297XXXVIII O renascimento pela alma ................. 299

Salvai vossa alma 300A sede da vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 300Coração, o órgão mais importante do corpo

humano. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

301As sete cavidades do coração 302A função do esterno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 302O homem atual da natureza 303

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A acusação do coração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 306A voz da alma. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 307

XXXIX A Santa Terra-Mãe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309O homem Perfeito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 309O caminho de cruz da alma: de Belém ao Gól·gota . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 310O primeiro e o segundo Deus 31OA nossa Terra-Mãe Santa 310A vocação do espírito da Terra e a nossa voca·ção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 312Cristo, o espírito planetário da terra . . . . . . . . . 313Diversasondas de vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 314

X L Nada nos pode apartar do amor que está emJesus Cristo, nosso Senhor 317A realização da ciência divina . . . . . . . . . . . . . . 318O metabolismo atômico . . . . . . . . . . . . . . . . . . 319Não resistais ao mal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320O processo de imortalidade está em nossasmãos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 320A formação de um mundo . . . . . . . . . . . . . . . 321O átomo e as sete forças da vida absoluta . . . . . 321A futura demolição do nosso campo de vida . . 321A obra de salvação de uma genufna EscolaEspiritual . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 323

XLI O restabelecimento do equilíbrio perfeito 325Duas perguntas importantes . . . . . . . . . . . . . . . 325Lúcifer eos Elohim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 325A ordem universal do Todo é inviolável . . . . . . 326As forças gêmeas da natureza: calor e frio 327Necessidade de aprender a dominar o fogo emvossa vida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 328

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A conserv•ção das leis fundamentais da únicaordem divina

Glossário

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