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PLANEJAMENTO AMBIENTAL COMO FERRAMENTA DE APOIO NA
AGRICULTURA FAMILIAR NO ASSENTAMENTO SÃO BENTO III –
MIRANTE DO PARAPANEMA - SP
Aluno: Anderson Murilo de Lima
Profa. Orientadora: Dra. Alba Regina Azevedo Arana
Prof. Co-orientador: Dr. Marcos Norberto Boin
PRESIDENTE PRUDENTE - SP
2013
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
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RESUMO
Este trabalho de pesquisa visa abordar de forma direta a questão do planejamento ambiental como ferramenta de apoio no processo de produção agrícola na agricultura familiar no assentamento São Bento III, localizado no município de Mirante do Paranapanema - SP, e suas implicações, sendo tema de relevância para o novo contexto agrícola dos modos de produção onde se respeita as leis da natureza abordando a relação produção x impacto ambiental e suas consequências. O presente trabalho será desenvolvido através das pesquisas: bibliográfica, abordagem qualitativa e aplicada. A pesquisa bibliográfica será realizada através da busca de informações em livros, artigos, jornais, sites científicos relativos a temática da agricultura familiar. Será aplicado questionário tipo semiaberto com os produtores assentados onde pretende-se traçar o perfil dos assentados. Para a análise sistemática dos resultados, será necessária uma analogia entre as literaturas selecionadas na revisão bibliográfica e as informações coletadas através de entrevistas realizadas e levantamento de campo.
Palavras chave: planejamento ambiental, agricultura familiar e assentados.
1 JUSTIFICATIVA
Um dos maiores problemas da atualidade é o modo de produção agrícola
convencional que vem desde a metade do século XX gerando conflitos agroambientais.
Conflitos que colocaram o homem moderno em cheque levando-o a busca de
alternativas de desenvolvimento sustentável para os meios de produção. Essa
constatação tem levado a uma crescente expansão do consumo de alimentos produzidos
sem o emprego de agrotóxicos.
A agricultura sustentável, que respeita as leis da natureza, vem como alternativa
e se caracteriza pela conservação dos agroecossistemas, respeitando os seus ciclos
naturais e o equilíbrio biológico, além de poder proporcionar um melhor
desenvolvimento para os agricultores familiares atuando enquanto protagonistas do seu
próprio processo de desenvolvimento como alternativa a busca pela sustentabilidade em
suas diversas dimensões. E, consequentemente, um desenvolvimento local sustentável,
além de promover a saúde e bem estar humano.
Logo, o reconhecimento das organizações públicas e privadas de controle social,
o meio acadêmico, bem como o sistema que cuidam de assentamentos, devem contribuir
com a promoção de ações que resultem num instrumento de fomento as políticas
públicas e ao planejamento e desenvolvimento ambiental e territorial a partir de
melhorias na prática da agricultura familiar.
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Segundo Floriano (2004), Planejar é, talvez, a principal característica que
distingue as atividades humanas das dos outros animais. Por ser racional, o homem pode
analisar o que ocorreu em situações semelhantes para prever o que é necessário fazer no
futuro, repetindo o que deu certo e evitando os erros do passado; a este processo de
organizar previamente as atividades futuras com base no conhecimento do passado
chamamos “planejamento”.
Considera-se o planejamento uma ferramenta de gestão onde organiza-se
sistematicamente processos e tarefas com objetivo definido.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, MMA (2006), como
planejamento se compreende um processo sistematizado através do qual poderemos dar
maior eficiência a atividades para, num prazo maior ou menor, se alcançar um conjunto
de metas estabelecidas.
De acordo com Floriano (2004): Planejamento ambiental, portanto, é a
organização do trabalho de uma equipe para consecução de objetivos comuns, de forma
que os impactos resultantes, que afetam negativamente o ambiente em que vivemos,
sejam minimizados e que, os impactos positivos, sejam maximizados.
Segundo Almeida; Abreu; Filho (2007), sobre planejamento agrícola dizem: O
processo de planejamento das atividades agrícolas necessita de uma visão mais ampla
do que considerações estritamente econômicas a respeito de sua viabilidade. Por outro
lado, dissociar esta visão das questões ecológicas, de equilíbrio no uso dos recursos
naturais disponíveis, das incertezas e riscos ambientais, é uma abordagem que não mais
corresponde às necessidades atuais de relação produtiva entre o homem e a natureza.
Atualmente o setor agrícola encontra-se frente a um enorme desafio: - aumentar
a produção de alimentos e outros produtos agrícolas, sem causar a degradação do meio
ambiente. Neste sentido, busca-se um novo modelo de agricultura, no qual, o aumento
da produção e da produtividade dos alimentos ocorra sem que haja o comprometimento
da base dos recursos naturais.
O planejamento ambiental vem de encontro com este novo modelo de
agricultura como uma importante ferramenta de apoio para o planejamento agrícola,
mas, no Brasil ainda é pouco utilizada na agricultura familiar, desta forma justifica-se
um estudo junto aos assentados na região do Pontal do Paranapanema.
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2 OBJETIVOS
2.1. GERAL
- apresentar e discutir o planejamento ambiental para produção agrícola na
agricultura familiar do assentamento São Bento III - localizado no município de
Mirante do Paranapanema.
2.2. ESPECÍFICOS
- Apresentar a importância do planejamento ambiental para a agricultura
familiar no assentamento São Bento III;
- Verificar como o planejamento ambiental contribui para a sustentabilidade
da produção agrícola;
- Discutir o papel do assentamento no contexto do planejamento ambiental;
- Analisar as estratégias de reprodução socioeconômica da agricultura familiar
no assentamento São Bento III no período que se estende entre o início da
década de 1990 e o ano de 2010;
- Investigar as condições socioeconômicas e as estratégias adotadas pelo
assentamento;
- Apresentar proposta de viabilidade econômica para a Agricultura familiar no
assentamento São Bento III.
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3 REVISÃO DE LITERATURA
Há muitos anos a sociedade utilizava um modelo de desenvolvimento baseado
em economia, considerando que as fontes de matérias-primas seriam inesgotáveis e que
o planeta assimilaria os resíduos indefinidamente, além de que a geração de poluentes
seria inevitável na produção de bens/serviços e que a tecnologia seria capaz de resolver
todos os problemas surgidos a partir da aplicação desse modelo.
No inicio da década de 1970, como uma resposta à preocupação da humanidade,
diante da crise ambiental e social que se abateu sobre o mundo desde a segunda metade
do século passado, foi possível perceber que o planeta não seria capaz de absorver todo
o rejeito oriundo das atividades do homem, nem tão pouco as tecnologias, apesar de
suas inovações constantes, iriam contribuir para a diminuição de todos os problemas
provocados, visto que o planeta é um sistema fechado, limitado e esgotável, não
podendo sustentar indefinidamente o crescimento da sociedade humana consumindo
bens e serviços infinitamente.
Segundo Cavalcanti (1994), O tipo de desenvolvimento que o mundo
experimentou nos últimos duzentos anos, especialmente depois da Segunda Guerra
Mundial, é insustentável. Assim sendo, são visíveis os impactos resultantes desse
modelo, nos quais cerca de metade dos rios estão seriamente contaminados, graves
restrições no abastecimento de água, grande proliferação de doenças decorrentes do uso
de águas contaminadas. Além disso, as elevadas concentrações de CO² na atmosfera,
efeito estufa, aumento do “buraco” na camada de ozônio, degradação do solo, extinção
das espécies devido à degradação do habitat, mudanças no clima, elevação de
temperatura dos mares, dentre outros.
A partir dos impactos supracitados, surge a necessidade de um modelo de
sociedade que almeje a minimização de tais problemas, uma sociedade que apenas não
cresça, mas se desenvolva sustentavelmente. Para isso, faz-se necessário o equilíbrio
entre muitas dimensões, quais sejam: político, econômico, social, institucional, cultural,
saúde e ambiental, contribuindo assim para o alcance do desenvolvimento sustentável.
Dentre as variáveis que mantém relação com a temática do desenvolvimento
sustentável, destaca-se o contexto da agricultura onde o homem tem relação direta com
os recursos naturais.
A agricultura tem a missão de prover o mundo com os diversos tipos de
alimentos, mas depende de recursos naturais vitais, como o solo, a água, a luz do sol,
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etc., tendo como desafio a produção de grandes quantidades de alimentos como
exemplo cereais, frutas, legumes, a fim de satisfazer a demanda. Assim, é visível a
importância de se alcançar a sustentabilidade na agricultura, visto que as atividades
agrícolas responsáveis pela obtenção de alimento, sempre exerceram grandes pressões
sobre o meio ambiente. O uso inadequado dos recursos naturais tem promovido intensa
degradação ambiental, a partir da destruição de hábitat e de espécies potencialmente
úteis para a sobrevivência do planeta, o que deve ser discutido no intuito de encontrar
possíveis caminhos para reverter e/ou minorar tal impasse.
Desta forma, é preciso ações e atividades que promovam novos estilos de
desenvolvimento para a agricultura, que respeitem as condições específicas de cada
agroecossistema, assim como a preservação da biodiversidade e a diversidade cultural,
de forma a assegurar que gerações futuras possam usufruir dos “mesmos” recursos
naturais. Deste modo, diferentes princípios agronômicos, ecológicos e socioeconômicos
foram fundamentais para nortear uma concepção multidisciplinar, assim como um novo
modelo de desenvolvimento e, por conseguinte, a construção da sustentabilidade na
agricultura.
Nesse contexto, o novo modelo agrícola, que surge em meio às preocupações
ambientais, traz a busca por uma agricultura limpa e sustentável que procura inserir esse
novo paradigma, e traz como alternativa a agroecologia, que fornece uma estrutura
metodológica de trabalho trazendo o respeito às leis naturais e a compreensão mais
profunda da natureza e dos agroecossistemas como, também, dos princípios segundo os
quais estão calcados. Trata-se da integração de princípios agronômicos, ecológicos e
socioeconômicos à compreensão e avaliação dos efeitos das tecnologias sobre os
sistemas agrícolas e à sociedade como um todo, assim como tenta incorporar, de forma
sistêmica, as três dimensões de sustentabilidade: um sistema agrícola economicamente
viável, socialmente justo e ecologicamente sustentável.
A cada dia surgem novos adeptos para a prática destas três dimensões e, no
contexto nacional, a organização de assentamentos vem ganhando espaço pouco a
pouco através da sensibilização e condução de atores governamentais, como também os
produtores assentados através de ações focadas na produção agrícola.
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3.1. LOCALIZAÇÃO DA ÁREA DE PESQUISA
A pesquisa deve se desenvolver junto aos produtores familiares assentados no
assentamento São Bento III, localizado no município do Mirante do Paranapanema.
Fundado em 29 de novembro de 1953, Localiza-se a uma latitude 22º17'31" sul e
a uma longitude 51º54'23" oeste, estando a uma altitude de 448 metros
O município do Mirante do Paranapanema localiza-se na região (figura 1).
Figura 1 – Localização do município Mirante do Paranapanema no Estado de São Paulo.
Pelo censo populacional do IBGE (2010), o município de tem uma população
de 17.059 habitantes. Como principais atividades agropecuárias possui: cana-de-açúcar,
café, algodão, milho, mandioca, soja e hortifrutigranjeiros. Na pecuária desenvolve
principalmente bovino e galinhas (INFORMAÇÕES DO BRASIL, 2010).
3.2. QUESTÃO FUNDIÁRIA NO BRASIL
Podemos afirmar que, principalmente nos últimos 50 anos, a questão fundiária
vem ganhando espaço na cena política brasileira, estimulada pelas ações dos
trabalhadores do campo organizados em torno da reivindicação por acesso a terra. A
partir de 1950 a organização dos trabalhadores ganha o terreno das instituições (Igreja e
Partidos Políticos). Nas décadas de 50 e 60 do século passado, a organização política
dos trabalhadores nas “associações de lavradores” e nas “Ligas Camponesas”,
colocaram o tema da reforma agrária na ordem do dia (RAMALHO, 2002).
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Fernandes afirma que:Durante séculos os camponeses desenvolveram a luta pela terra sem a existência de projeto de reforma agrária (...). Na realidade, a diferenciação da luta pela terra da reforma agrária, é fundamentalmente porque a primeira acontece independente da segunda. Todavia, as duas são interativas (...). Para se ter a exata dimensão do assunto em pauta, a reforma agrária no Brasil apresenta-se como projeto pela primeira vez, através do Estatuto da Terra, atributo esse do governo militar e que jamais foi implantado (1999, p. 1-2).
O debate sobre a reforma agrária, que foi um tema proibido nos anos 50, ganhou,
nos anos 80, novos significados, articulando-se com temas como preservação ambiental,
criação de empregos, segurança alimentar, ampliação da cidadania, etc.
No estado de São Paulo, as primeiras propostas de realização de assentamentos
rurais, surgiram durante o governo Carvalho Pinto (1958 a 1962) através do Programa
de Revisão Agrária, o qual tinha por objetivo assentar 500 a 1.000 famílias por ano,
sendo que apenas dois projetos-piloto foram efetivamente implantados. Um deles
localizado em Campinas com 72 famílias, cuja área fora desapropriada através de
negociação amigável entre o governo estadual e um proprietário particular; e o outro
localizado na cidade de Marília, com 103 famílias numa área da Secretaria Estadual da
Saúde, transferida para a Secretaria Estadual de Agricultura. Depois de alguns anos o
assentamento de Marília tornou-se, sobretudo, chácaras de recreio de empresários da
região. O mesmo não ocorreu com o assentamento Fazenda Capivari em Campinas, que
depois de 30 anos conseguiu manter, parcialmente, suas características iniciais. No
período da Lei de Revisão Agrária o governo estadual tentou sem sucesso implementar
assentamentos rurais em outras regiões (BERGAMASCO e NORDER, 1999).
Apesar do aumento no número de assentamentos, no estado de São Paulo, não se
pode considerar que houve uma reforma agrária, já que a estrutura fundiária foi pouco
alterada.
A região do Pontal do Paranapanema pelo fato de ser bastante representativa em
termos de quantidade de assentamentos e de processos organizativos. Entre as
transformações sociais da região do Pontal do Paranapanema podem ser destacados os
reordenamentos territoriais a partir da formação de assentamentos rurais, as diferentes
estratégias das famílias assentadas em permanecerem na terra, a melhoria na relação
pessoal dos assentados com alguns órgãos governamentais, o surgimento de novos
atores sociais na região, entre outros (SOUZA E BERGAMASCO, 1999).
3.3. A AGRICULTURA FAMILIAR
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De acordo com Abramovay (2003), o termo “Agricultura Familiar” é
relativamente recente no Brasil, e que até 2001, os documentos oficiais “usavam de
maneira indiscriminada e como noções equivalentes a ‘Agricultura de Baixa renda’,
‘Pequena Produção’, quando não ‘Agricultura de Subsistência’.”.
Entretanto, a agricultura familiar nos últimos anos vem contribuindo para o
desenvolvimento nacional, assumindo importância socioeconômica.
De acordo com Santos (2013), a agricultura familiar é constituída por pequenos
e médios produtores representa a imensa maioria de produtores rurais no Brasil. São
cerca de 4,5 milhões de estabelecimentos, dos quais 50% no Nordeste. O segmento
detém 20% das terras e responde por 30% da produção global. Em alguns produtos
básicos da dieta dos brasileiros, os agricultores familiares são responsáveis por
aproximadamente 40% do valor bruto da produção agropecuária, 80% das ocupações
produtivas agropecuárias e parcela significativa dos alimentos que chegam à mesa dos
brasileiros, como o feijão (70%); a mandioca (84%); a carne de suínos (58%); de leite
(54%); de milho (49%); e de aves e ovos (40%). Estes produtores têm sofrido ao longo
dos anos um processo de redução nas suas rendas, chegando à exclusão de trabalhadores
rurais de ao redor de 100.000 propriedades agrícolas por ano, de 1985 a 1995 (IBGE,
Censo Agropecuário 1995/96). Boa parcela deste processo de empobrecimento pode ser
explicada pela pouca oferta e pela baixa qualidade dos serviços públicos voltados para
os mesmos, os quais poderiam viabilizar a inclusão socioeconômica destes agricultores.
Isso levou, no passado, a aceitar como uma realidade lamentável, que os agricultores
familiares são construções sociais cujo alcance depende dos projetos em que se
envolvem e das forças que são capazes de mobilizar para implementá-los.
Segundo Guilhoto et al (2007, p.78), sobre a agricultura familiar diz:
Mesmo sob adversidades como insuficiência de terra e capital, dificuldades no financiamento, baixa disponibilidade tecnológica e fragilidade na assistência técnica, o peso da agricultura familiar na para a riqueza do País é representativo e não perdeu sua força nos últimos anos [...]. Os objetivos difusos da classe dificultam a sua organização para buscar de seus próprios interesses. Embora existam grupamentos locais, como associações e cooperativas que auxiliam o sistema familiar em algumas regiões, eles são totalmente inexistentes em outras. Cabe, não apenas ao governo, mas a toda a sociedade melhorar o direcionamento de políticas, com ênfase no familiar. Esforços devem se concentrar na definição de regiões e especificação de produtos, cuja produção adere-se ao perfil familiar [...].
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Estes dados corroboram para o entendimento da importância estratégica da
agricultura familiar no contexto socioeconômico nacional sendo um forte elemento de
geração de riqueza.
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4 METODOLOGIA
O presente trabalho será desenvolvido através das pesquisas: bibliográfica,
abordagem qualitativa e aplicada. A pesquisa é uma atividade básica da ciência, que
visa indagar, construir e reconstruir a realidade onde segue padrões rígidos na
metodologia, tendo seqüência de conteúdo e idéias.
Segundo Gil (2002 p. 17), “Pode-se definir pesquisa como o procedimento
racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que
são propostos”.
De acordo com Andrade (2003, p.121) “Pesquisa é o conjunto de
procedimentos sistemáticos, baseados no raciocínio lógico, que tem por objetivo
encontrar soluções para problemas propostos, mediante a utilização de métodos
científicos”.
Já a pesquisa científica é caracterizada por Ruiz (1978, p.48) como:
[...] a realização concreta de uma investigação planejada, desenvolvida e redigida de acordo com as normas da metodologia consagrada pela ciência. É o método de abordagem de um problema em estudo que caracteriza o aspecto científico de uma pesquisa.
A pesquisa bibliográfica será realizada através da busca de informações em
livros, artigos, jornais, sites científicos relativos a temática da agricultura familiar no
âmbito geográfico, econômico e social.
Para Ruiz (1978, p.58) “a pesquisa bibliográfica consiste no exame desse
manancial, para levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado assunto
que assumimos como tema da pesquisa”.
Segundo Richardson (2010) a pesquisa qualitativa é a busca por uma
compreensão detalhada dos significados e características situacionais dos fenômenos e
tem caráter eminentemente exploratório, procurando os aspectos subjetivos dos
fenômenos e as motivações não explícitas dos comportamentos.
Num segundo momento, será realizado levantamento de dados através de
pesquisa aplicada junto aos assentados do assentamento São Bento III em Mirante do
Paranapanema – SP. Também haverá levantamento de dados em fontes documentais e
mapas do Instituto nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER, e outros órgãos governamentais
ligados ao contexto da agricultura familiar.
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Será aplicado questionário tipo semiaberto com os produtores assentados onde
pretende-se traçar o perfil dos assentados (numero de pessoas da família, instrução,
origem, atividades desenvolvidas e etc.) e, também, realizar-se-á mapeamento para
levantamento de dados das propriedades previamente escolhidas via GPS para apoio as
questões do planejamento ambiental. O objetivo de se aplicar esses tipos de pesquisa é
de uma complementar a outra adquirindo condições de se fazer uma análise mais
estruturada.
O aprofundamento do assunto exigirá não só a revisão de estrutura sobre o
assunto mais principalmente o recurso a outros trabalhos que enfocam a problemática a
nível regional e/ou a nível nacional, verificando exemplos que tiveram o planejamento
ambiental como ferramenta de apoio a produção agrícola familiar.
Para a análise sistemática dos resultados, será necessária uma analogia entre as
literaturas selecionadas na revisão bibliográfica e as informações coletadas através de
entrevistas realizadas e levantamento de campo.
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5 CRONOGRAMA
Atividades
2013 / 2014
sete
mbr
o
outu
bro
nove
mbr
o
deze
mbr
o
jane
iro
feve
reiro
mar
ço
abril
mai
o
junh
o
julh
o
agos
to
sete
mbr
o
Pesquisa Bibliográfica X X X X X X
Leitura e fichamento X X X X X X
Elaboração do Texto X X X X X X
Pesquisa de campo e coleta de dados X X
Tabulação dos dados X
Elaboração de mapas X X
Revisão dos Capítulos X X X X
Qualificação X
Defesa Final X
REFERÊNCIAS
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