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A SUBCOMISSÃO PERMANENTE DO LEITE É A APOSTA PARA MELHORIA DA CADEIA PRODUTIVA Ano 2 . N° 13 . Julho 2011 ISSN 2179-6653 Com objetivo de promover o levantamento dos impactos da cadeia produtiva do leite e propor soluções para o setor, foi criada a Subcomissão no dia 08 de junho na Câmara Federal

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13ª Edição Julho - 11

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A SUBCOMISSÃO PERMANENTE DO LEITE É A APOSTA

PARA MELHORIA DA CADEIA PRODUTIVA

Ano 2 . N° 13 . Julho 2011

ISSN 2179-6653

Com objetivo de promover o levantamento

dos impactos da cadeia produtiva do leite e

propor soluções para o setor, foi criada a

Subcomissão no dia 08 de junho na Câmara Federal

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2JULHO 2011

Uma publicação da Minas Leilões e Eventos Ltda.

Banco do André

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O inverno chegou e julho, mês de exposições e festas agro-pecuárias, entra nesse clima para levar um pouco de calor aos dias frios na região. O agronegócio, diferente do inverno, fica aquecido. Para os estudantes, à sala de aula dá lugar à oportuni-dade de aprender sobre o meio rural. Já para os pequenos pro-dutores e grandes criadores é a chance de fazer bons negócios.

Esse mesmo mês de julho que começou para esses eventos, em seu primeiro dia traz uma mudança na norma de qualidade do leite. A Instrução Normativa nº 51 determinava que todos os estabelecimentos precisariam se adequar aos novos limites mi-crobiológicos e de células somáticas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste até primeiro de julho. Porém, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento publicou a Normativa nº 32 que prorroga esse prazo por mais seis meses.

Nesta edição de número 13, esperamos que o número seja de sorte. Confira a entrevista com o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG) a respeito da Subcomissão Permanente do Leite, criada no dia 08 de junho. Em Grandes Criatórios, leia sobre a história da Fazenda Flor de Minas e a administração de um plan-tel com 2200 cabeças de gado, entre Tabapuã e Meio Sangue.

Na seção Dia de Campo conheça o Sítio Nova Esperança, situado em Frei Inocêncio, que se dedica à horticultura com o auxílio de uma estufa para aumentar a produção. O Perfil de julho faz uma homenagem aos profissionais de engenharia Florestal, já em comemoração ao dia deles: 12 de julho, dia do Engenheiro Florestal. Os nossos parabéns também a todos os produtores rurais, comemorado no dia 07 de julho o dia do Produtor Rural Mineiro.

Boa Leitura!

Editor-ChefeDenner Esteves FariasZootecnista - CRMV-MG 1010/Z

Jornalista Responsável / RedaçãoLidiane Dias - MG 15.898 (em formação)

Jornalista ColaboradoraAlessandra Alves - MG 14.298 JP

Diagramação Finotrato Design

Contato PublicitárioThiago Lauar Scofield Eng. Agrônomo - CREA / MG 111396 D(33) 3271.9738 [email protected]

Colaboração- Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo- AgriPoint e MilkPoint- Emater/IMA/Idaf/Adab- Emerson Alvarenga - Médico Veterinário- Hyberville Neto - SCOT Consultoria- Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista- Marcelo Conde Cabral - Médico Veterinário- Pesquisadores da UFV- Prof. Ruibran dos Reis - Minas Tempo- Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade- Waldir Francese Filho - Eng. Agrônomo - Coocafé

DistribuiçãoVale do Rio Doce, Vale do Mucuri, Vale do Jequitinhonha, Vale do Aço, Extremo Sul Baiano e Norte Capixaba.

Tiragem5.000 exemplares

ImpressãoCGB Artes Gráficas

A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo.

As ideias contidas nos artigos assinados não expres-sam, necessariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro 35.010-230 | Governador Valadares-MG Tel.: (33)3271-9738 E-mail: [email protected]

Denner Esteves FariasEditor-Chefe

4 Giro no Campo

6 Entrevista

10 Entidade de Classe

12 Grandes Criatórios

15 Dia de Campo

18 Saúde Animal

20 Caderno Técnico

23 Forragicultura

26 Agrovisão

28 Sustentabilidade

30 Perfil Profissional

31 Meteorologia

32 Mercado

34 Cotações

35 Mão na Massa

36 Emater | IMA | Idaf | Adab

40 Aconteceu

42 Culinária

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Bahia lança III Conferência Nacional de Defesa Agropecuária

A Receita Federal do Brasil publicou, na terça-feira (21/6), no “Diário Oficial da União”, a Instrução Norma-tiva (IN) 1.166, com as regras para a Declaração do Im-posto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) refe-rente ao exercício de 2011. O prazo de entrega começa no dia 22 de agosto e termina no dia 30 de setembro de 2011. A apresentação da declaração do ITR é obrigatória para pessoa física ou jurídica, inclusive na condição de isento, que seja proprietária, titular do domínio ou pos-suidora a qualquer título.

Também é obrigado a fazer a DITR quem somen-te usufrui do imóvel. Quem não fizer a declaração está impedido de tirar a Certidão Negativa de Débitos, do-cumento indispensável para registro de uma compra ou venda de propriedade rural e na obtenção de financia-mento agrícola. As multas para declarações do ITR en-tregues com atraso são de 1% ao mês-calendário ou fra-ção de atraso, calculada sobre o total do imposto devido, não podendo seu valor ser inferior a R$ 50, no caso de imóvel rural sujeito à apuração do imposto. Para imóvel rural imune ou isento de ITR, a multa é de R$ 50.

Por meio da Instrução Normativa 1.166, o governo informa, ainda, que o valor apurado do imposto para os

não isentos deve ser pago em até quatro parcelas men-sais e consecutivas desde que cada parcela não seja in-ferior a R$ 50. No caso de valor inferior a R$ 100, o imposto deve ser pago em cota única. A primeira parcela ou a cota única deve ser paga até o último dia do prazo para entrega da DITR (30/09). As demais cotas devem ser pagas até o último dia útil de cada mês, acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial da taxa Selic (que hoje é de 12,25% ao ano) para títulos federais, acumula-da mensalmente, calculados a partir do mês de outubro de 2011 até o mês anterior ao do pagamento, e de 1% no mês do pagamento. Neste ano, a Receita abriu a possi-bilidade de ampliação do número de cotas do imposto inicialmente previsto, desde que seja apresentada uma declaração retificadora com a nova opção de pagamento.

O produtor que quiser retificar declarações de anos anteriores ou que perder o prazo de entrega da declara-ção deste ano deverá optar pelo sistema eletrônico, pela internet. Mas há uma ressalva: o produtor rural que en-tregar a declaração depois do dia 30 de setembro estará sujeito ao pagamento de multa. Essa multa tem como base o valor do imposto devido. A multa mínima é de R$ 50. (Fonte: ASCOM / CNA)

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PODeclaração do Imposto Territorial Rural

deve ser entregue a partir do dia 22 de agosto

Salvador sediará entre os dias 23 a 27 de abril de 2012, no Centro de Convenções, a III Conferência Na-cional de Defesa Agropecuária com o tema “Responsabili-dade Compartilhada”. O lançamento do even-to na capital baiana acon-teceu no Auditório da Secreta-ria da Agricultura (Seagri), às 9h, no dia 05 de Julho.

O evento tem o propósito de di-fundir o conceito de Defesa Agro-pecuária como política pública, relacionada a diversos segmentos sociais: produção, industrialização, comercialização, saúde pública, sustentabilidade ambiental e o cará-ter estratégico da defesa agropecuá-

ria, associada à sobera-nia nacional.

Os eixos te-máticos da Con-ferência aborda-rão: a Copa das Confederações, a Copa do Mundo

e o papel da vigi-lância agropecuária

frente aos riscos de in-gresso de pragas associado

ao evento esportivo; assegurar a eficiência na fiscalização em por-tos, aeroportos e fronteiras, segu-rança do alimento, rastreabilidade animal e vegetal, saúde pública (Serviço Unificado de Atenção a Saúde Agropecuária - SUASA como SUS) e acesso a mercados. (Fonte: ASCOM/ADAB)

Cultivo consorciado cresceu 80% em Minas

O número de propriedades rurais mineiras que aderiram à Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) cresceu 80% desde 2008, quando o sistema foi lançado no Estado. Se-gundo o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Elmiro Nascimento, “nas 442 propriedades já incluídas predominam as práticas recomendadas pela Conferência de Copenhague, realizada em março de 2010, quando o governo brasileiro assumiu o com-promisso de implantar, nesta década, a pro-dução consorciada em 4 milhões de hectares, entre outras iniciativas para reduzir os efeitos da emissão de carbono”.

O sistema ILPF consiste na concentra-ção, na mesma área, do cultivo de grãos, fibras, madeira, carne, leite e desenvolvi-mento da agroenergia. Os produtores que aderem às práticas recebem da Secretaria da Agricultura, por meio da vinculada Emater--MG, um pacote tecnológico (calcário, adu-bos, sementes de milho e braquiária), em volumes de acordo com a demanda definida pelo extensionista local para cada projeto. De posse dos insumos e contando com a orientação do extensionista, os agricultores têm condições de iniciar a produção consor-ciada. (Fonte: ASCOM SEAPA)

Salvador sediará entre os dias 23 a 27 de abril

O lançamento do even-to na capital baiana acon-

ria, associada à sobera-nia nacional.

lância agropecuária frente aos riscos de in-

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Venda de fertilizantes chega a 8,5 milhões de toneladas

Trabalho aprova projeto que autoriza criação dos conselhos de Zootecnia

Fundo Estadual do Café

A Comissão de Trabalho, de Admi-nistração e Serviço Público aprovou no dia 15 de junho a proposta que autoriza o governo a criar os conselhos federal e regionais de Zootecnia. Aprovado em agosto de 2007 pela Câmara, o Projeto de Lei 1372/03, do ex-deputado Max Rosenmann, retornou à Casa por ter sido alterado no Senado. Em sua ver-são original, o texto determinava a cria-ção dos conselhos. Com as mudanças feitas pelos senadores, a proposta agora passa a ser autorizativa, permitindo ao Poder Executivo a instalação desses ór-gãos. A relatora, deputada Andreia Zito (PSDB-RJ), recomendou a aprovação.

Atualmente, os zootecnistas têm de registrar-se nos conselhos federal e regionais de Medicina Veterinária. No entanto, salienta a relatora, esses órgãos respondem com limitações aos anseios da Zootecnia como categoria profissio-nal. Andreia Zito ressaltou ainda que, segundo estimativas, o Brasil tem hoje mais de 20 mil zootecnistas, e mais de 3 mil são graduados ao término de cada ano. “É uma força de trabalho que cres-ce significativamente em resposta à vo-cação do Brasil como país de imenso potencial agropecuário”, afirmou.

Os conselhos serão autarquias fede-rais, com autonomia financeira e admi-

nistrava, conforme o projeto. Caberá a eles orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional dos zootecnistas, assim como das empresas cuja ativida-de principal relaciona-se à área. Para o exercício da profissão, os zootecnistas terão de registrar-se até 30 dias após a instalação dos conselhos regionais.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, agora será examinado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Caso seja aprovado, irá à sanção presidencial. (Fonte: Agência Câmara de Notícias)

Durante a abertura oficial da Expocafé na noite de 15 de junho, o vice-governador do Estado, Alberto Pinto Coelho, destacou a importância da ca-feicultura para Minas Gerais e falou sobre as ações do Gover-no para o setor, como a criação do Fundo Estadual do Café que passa a vigorar no ano que vem

e a implantação dos fóruns do café, do leite e da cachaça artesanal como órgãos de assessoramento do governador. Os fóruns serão implementados até agosto deste ano. O propósito é dinamizar as produções e agregar valor aos produtos. “Uma nova história que se delineia neste momento. Sobretudo com a difusão e a transferência de tecnologias para todos os elos do agronegócio, como comprova-mos nesta exposição”, concluiu. (Fonte: ASCOM EPAMIG)

O balanço sobre a comercialização de fertilizantes ao consumidor final foi apresentado durante a 54ª reunião or-dinária da Câmara Temática de Insumos Agropecuários, realizada no dia 27 de junho, em Brasília. No período de janeiro a maio deste ano foram comercializadas 8,5 milhões de toneladas (t). O número supera em 23,8% o volume ne-gociado no mesmo intervalo de 2010, quando foram entre-gues 6,9 milhões de t de produtos aos consumidores finais.

Segundo o levantamento da Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), a produção nacional registrou crescimento de 2,4% nos primeiros cinco meses do ano, o que equivale a 3,5 milhões de t (em 2010, foram comer-cializadas 3,4 milhões de t). (Fonte: Mapa)

Cultivo consorciado cresceu 80% em Minas

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Recém criada, a Subcomissão Permanente do Leite foi implan-tada na 54ª Legislatura da Câma-ra dos Deputados Federais, no dia 08 de junho. Ela é uma divisão da Comissão de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural. Os par-lamentares membros da Subcomis-são estão reunidos com o intuito de avaliar e propor soluções relaciona-das à produção de leite no Brasil, desde os produtores até as gôndo-las dos supermercados. A fixação de um preço justo, o combate aos cartéis na produção dos insumos e redefinição da carga tributária são algumas das propostas.

A Subcomissão, composta por 15 membros, é presidida pelo De-putado Federal Domingos Sávio (PSDB-MG), que fez um requeri-mento para a implantação. O Depu-tado, natural de São Tiago (MG), é formado em Medicina Veterinária pela UFMG, já foi presidente de Sindicato Rural e de Cooperativas, vereador, prefeito e deputado Esta-dual. Domingos Sávio Concedeu uma entrevista a Revista Agromi-nas, para falar das metas e objetivos da Subcomissão do Leite.

REVISTA AGROMINAS - Quais são os objetivos, metas e importância da Subcomissão do Leite, instalada dia 08 de junho na Câmara Federal?

DOMINGOS SÁVIO - A ideia fundamental da criação da Subco-missão é promover na Câmara dos Deputados esse importante deba-

te sobre a situação atual do setor leiteiro, um dos mais importantes produtos da agropecuária brasilei-ra. Nosso objetivo é promover o le-vantamento de dados e impactos da cadeia produtiva do leite, na produ-ção, industrialização, comerciali-zação, aspectos sanitários, sociais, ambientais, tributários, de pesquisa e de assistência técnica para o setor. Com tais informações subsidiare-mos a Câmara para a produção de uma legislação que beneficie efeti-vamente essa cadeia produtiva.

REVISTA AGROMINAS - Que tipo de especificidades são desig-nadas a tal comissão, sendo que há outras frentes parlamentares, como por exemplo, a da Cadeia Produtiva do Leite e a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abas-tecimento e Desenvolvimento Ru-ral (CAPADR), que lutam pelo mesmo objetivo?

DOMINGOS SÁVIO - Na ver-dade, a Subcomissão diferencia-se da Frente Parlamentar da Cadeia Produtiva do Leite. Uma frente par-lamentar é um grupo de deputados identificados com determinada causa ou setor que se associam para firmar o compromisso de defendê-la. Eu também sou membro da Frente. Já a Subcomissão é uma divisão oficial da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural destinada a tratar unicamente da questão do leite. Ela é formada por membros da Comissão de Agricul-tura nomeados pelo seu presidente e

deve relatar a ela os seus progressos. Entendendo que o leite merecia uma atenção especial e permanente em nosso trabalho, propusemos à Comis-são a criação dessa Subcomissão Per-manente, que foi aprovada. Aproveito para destacar que a subcomissão está trabalhando em total parceria com a direção da Frente Parlamentar da Ca-deia Produtiva do Leite.

REVISTA AGROMINAS - No dia 14 de junho foi feita à primeira assembleia da subcomissão. Que estratégias foram definidas na oportunidade?

DOMINGOS SÁVIO - Nós ado-tamos uma metodologia que busca-rá abranger todos os envolvidos na cadeia produtiva do leite no proces-so. Depois da instalação, o primei-ro passo será encaminharmos com maior brevidade um formulário específico para colher sugestões e encaminhamentos das entidades li-gadas à produção de produtos lác-teos. Realizaremos posteriormente audiências públicas por área temá-tica, trazendo para o debate autori-dades públicas e privadas, respon-sáveis pelos temas em discussão e especialistas envolvidos com o setor. Também realizaremos audi-ências públicas nos principais Es-tados consumidores. Estamos nos programando para que, até o fim de setembro, tenhamos concluído essa etapa em Minas Gerais, Para-ná, São Paulo, Rio grande do Sul e Rio de Janeiro. Encerrando nosso cronograma de trabalho, promove-

Subcomissão do Leite em prol da cadeia produtiva

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remos uma Assembleia Geral com todos os setores ligados, para avalia-ção dos dados e informações produ-zidas. Tudo isso será reunido em um relatório final, que será entregue à Comissão de Agricultura que é, diga-mos assim, a nossa “comissão mãe”.

REVISTA AGROMINAS - Se-gundo dados do IBGE, no ano pas-sado o volume de leite adquirido pelas indústrias foi de 20.966.730 litros. O Brasil, mesmo com estru-tura para produção, importa leite para suprir as demandas da indús-tria. Como a subcomissão tem pen-sado em diminuir as importações, aumentando assim a participação do produtor rural, a produção de leite no país e a renda desses produtores?

DOMINGOS SÁVIO - Na ver-dade o Brasil não precisa importar leite. Basta termos uma política pú-blica adequada que incentive a exis-tência de estoques reguladores, pois no período de safra temos excesso e é justamente esse excesso que joga o preço para baixo, prejudicando tanto o produtor. Com uma política de es-toques reguladores podemos equili-brar a oferta nos períodos de safra e de entressafra, evitando importações. Além disso, precisamos investir no

aumento da produtividade do nosso rebanho, pois o Brasil tem potencial para ser um dos maiores exportado-res de leite e derivados do mundo.

REVISTA AGROMINAS - A questão de se ter estoques regu-ladores para evitar a queda do preço e baixar as importações de leite seria uma alternativa?

DOMINGOS SÁVIO - Essa é uma alternativa onde o Governo precisa atuar para ajudar o setor ou comprando leite em pó quando hou-ver excesso de oferta, evitando uma queda violenta dos preços ao produ-tor, ou financiando os estoques para cooperativas e indústrias de laticínio, condicionando tal financiamento a um preço mínimo que remunere de forma justa ao produtor.

REVISTA AGROMINAS - A fixação de um preço justo, pago aos produtores de leite, é uma das metas da subcomissão. O que é preciso ser feito para que isso realmente aconteça, visto que mesmo a produção de leite tendo aumentado, a queda do preço para os produtores é uma desvan-tagem para o setor?

DOMINGOS SÁVIO - Além de uma política de estoques reguladores, vamos buscar a parceria com a Em-brapa para definir com clareza qual é o preço de custo da produção de um litro de leite em cada região do país. A partir de dados concretos, somando ao custo à margem de remuneração do produtor, chegaremos a um pre-ço justo pelo qual vamos lutar. Não permitindo que o produtor continue sendo vítima de uma prática de mer-cado abusiva onde o produtor entrega o leite sem sequer saber por quanto será remunerado.

REVISTA AGROMINAS - Se-

gundo dados do Índice de Custo de Produção de Leite (ICP Leite/Em-brapa), nos últimos 12 meses houve um aumento de 18,36%, sendo os insumos da alimentação os que mais aumentaram. Quais medidas serão tomadas em relação a esse aumento?

DOMINGOS SÁVIO - Para che-garmos a um preço justo para o pro-dutor é preciso o monitoramento do custo de produção e com frequência verificamos abusos nos aumentos de preço dos insumos imprescindí-veis à produção agropecuária, como adubos, defensivos, medicamentos, suplementos minerais e alimentação em geral. Em alguns casos, há denún-cias inclusive de formação de cartel, como no caso de alguns tipos de adu-bos. Estaremos atentos para investi-gar e monitorar o custo de produção porque acreditamos que o lucro do produtor está sendo tirado justamente nestes abusos que ocorrem na forma-ção do custo do produto.

REVISTA AGROMINAS - Já para a indústria, os altos impos-tos são um ponto negativo. Quais medidas serão tomadas pela sub-comissão para incentivar o setor industrial, na produção de in-sumos lácteos e em relação à di-minuição da política tributária?

DOMINGOS SÁVIO - Leite e derivados devem ser tratados como alimentos essenciais e da cesta básica. Além de nutritivos, geram milhares de empregos. É preciso sensibilizar governos estaduais, bem como o Go-verno Federal, para diminuir a carga tributária em toda a cadeia produtiva.

REVISTA AGROMINAS - Por outro lado, os cartéis relacionados à produção desses insumos lácteos precisam ser combatidos. O que fazer com tal situação?

DOMINGOS SÁVIO - Um dos

Dep. Domingos Sávio

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itens na produção dos derivados do leite que nos preocupa muito é o custo das embalagens, especialmen-te do longa vida. Com frequência, a embalagem chega a ser mais cara do que o conteúdo. Isso é extrema-mente injusto com o produtor, que luta tanto para produzir um litro de leite e ver o lucro ir parar no bolso de multinacionais que dominam o mercado de forma cartelizada. Com-bater esses custos abusivos também será um objetivo da subcomissão.

REVISTA AGROMINAS - Um dos pontos defendidos pelo relator da subcomissão, o deputado Alceu Moreira (PMDB/RS) é a colabora-ção entre todas as partes do proces-so, desde o produtor até as vendas dos derivados do leite. Que estraté-gias foram definidas para garantir uma cooperação entre todos esses elos da cadeia produtiva?

DOMINGOS SÁVIO - Acredito que a metodologia que adotamos, de reunir os principais representantes dessa cadeia produtiva e de levar o debate da subcomissão aos Estados produtores, vai nos ajudar a efetivar esse objetivo. No próximo dia 14 de julho, por exemplo, estaremos pre-sentes no Fórum das Américas, pro-

movido pela Embrapa Gado de Lei-te em Juiz de Fora. Lá realizaremos um encontro para montar a agenda legislativa do leite, ouvindo expoen-tes de toda a cadeia. São iniciativas assim que, entendo, vão garantir a participação de todos.

REVISTA AGROMINAS - Como será estabelecida a comunicação entre a subcomissão com os produtores ru-rais e a indústria?

DOMINGOS SÁVIO - A meta fundamental é que possamos atingir todos os elos da cadeia produtiva de forma igualitária. A subcomissão entrará em contato com as entidades representativas dos produtores e da indústria, e dará voz a todos para en-tender melhor os anseios e deman-das, bem como formular propostas para saná-las por igual. É necessário esse entendimento de que toda a ca-deia produtiva do leite necessita da nossa atenção. Os problemas na in-dústria afetam os produtores, e vice e versa. Dando voz a todos esses segmentos, acredito que chegaremos a resultados mais significativos.

REVISTA AGROMINAS - Como será estabelecida a parceria entre a Em-brapa Gado de Leite e outros órgãos do

setor para com a subcomissão?DOMINGOS SÁVIO - Já iniciou

com nossa participação no Fórum das Américas, em Juiz de Fora, no próximo dia 14. A Embrapa Gado de Leite já manifestou o seu com-promisso para com o trabalho que vamos desenvolver e estou certo de que essa parceria será decisiva. Con-taremos com ela e com os outros ór-gãos do setor para nos amparar com informações, bem como nos ajudar a atingir de maneira plena todos os envolvidos na cadeia produtiva.

PRESIDENTE: Deputado Domingos Sávio

VICE-PRESIDENTE: vago

RELATOR: Deputado Alceu Moreira

OS MEMBROS DA COMISSÃO SÃO OS DEPUTADOS:Josias Gomes - PT/BA

Alceu Moreira - PMDB/RSDomingos Sávio - PSDB/MG

Carlos Magno - PP/ROVitor Penido - DEM/MG

Davi Alves Silva Júnior - PR/MAZé Silva - PDT/MGBohn Gass - PT/RS

Antônio Andrade - PMDB/MGRaimundo Gomes de Matos - PSDB/CE

Neri Geller - PP/MTHeuler Cruvinel - DEM/GO

Heleno Silva - PRB/SEMoreira Mendes - PPS/RO

Célia Rocha - PTB/AL

Assembleia para implantação da Subcomissão do Leite

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Em 12 de outubro de 1965, o Sindicato dos Produtores Rurais de Carlos Chagas obteve sua Carta Sindical e surgiu da Asso-ciação Rural. Criar a entidade foi através do diagnóstico da neces-sidade de representatividade da classe produtora rural. Djalma de Miranda Batista, Alyrio Go-mes Euzébio e Fernando Vieira Coutinho estiveram na primeira diretoria do sindicato, que teve um início de dificuldades.

Tempos mais tarde, passa-ram pela presidência da enti-dade: Rodiney Quaresma de

Oliveira (1973 a 1976 e 1977 a 1982); Geraldo Leal do Norte (1982 a 1985 e 2001 a 2002); Alvedy Fonseca da Silva (1986 a 1987); Joab da Silva Pimen-tel (1987 a 1988); José Cláudio Miranda Batista (1989 a 1991); José Cláudio Miranda Batis-ta (1992 a 1994); Flávio Von Glehn Nobre (1996 a 1999); Welson Souto Oliveira (1999 a 2001); César Barrancos Mace-do (2002 a 2005); José Geraldo Ferreira Batista (2005 a 2008, 2008 a 2011 e 2011 a 2014).

Atualmente o sindicato conta

com seis colaboradores, desde a organização dos eventos, atendi-mento ao público, parte da saúde e um pedreiro. A sede é própria, que significou um marco para a entidade. “As conquistas come-çaram a surgir com compra da sede própria e doação da área para formação do Parque de Ex-posições completando e atingin-do todos os objetivos iniciais”, aponta um dos coordenadores de escritório, Cláudio Jardim.

Algumas parcerias como o Serviço Nacional de Aprendi-zagem Rural (SENAR) para a

Sindicato dos Produtores Rurais de Carlos Chagas

Entrega de diplomas da 1ª Turma Inclusão Digital

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Sede própria do Sindicato

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promoção de cursos aos associados; cooperativas e empresas para projetos voltados para área ambiental e recursos financeiros. Emissão de Notas Fiscais, Guia de Trânsito Animal e atendimento médico são alguns dos serviços presta-dos diretamente aos produtores. Além da defesa desses produtores nos âmbi-tos municipal, estadual e federal. Atu-almente são 420 associados ao Sindica-to de Carlos Chagas.

Um dos programas desenvolvidos e que o sindicato apóia é o de Inclu-são Digital, também em parceria com o SENAR. Uma sala para o projeto foi inaugurada especificamente para o programa. Por meio da Inclusão Di-gital os produtores associados apren-dem noções básicas de informática.

Uma das maneiras de adquirir ren-da para os produtores é na realização de eventos como leilões de gado de corte e leite. Esses leilões são reali-zados seis vezes ao ano. Outro evento que é promovido pelo sindicato é A Feira Agropecuária de Carlos Chagas (FEACC). Além disso, o sindicato foi um dos organizadores do 1º Simpósio Integração de Pecuária Bovina, que discutiu os assuntos pertinentes da área e envolveu Minas Gerais, Espíri-to Santo e Bahia. “Temos o Parque de Exposições onde tem centro de even-tos, centro de treinamentos, pista de vaquejada e baias para exposições de animais. A área foi doada pela extinta Associação Rural”, aponta Jardim.

O atual presidente, José Geraldo Ferreira Batista, 38 anos está fi-liado à entidade desde o dia 08 de abril de 1999. Casado e com um filho, já foi mobilizador do SENAR antes de se tornar pre-sidente. No terceiro mandato, renovado esse ano, está à frente do sindicato desde 2005.

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O presidente José Geraldo

Sede própria do Sindicato

DIRETORIAPRESIDENTE

José Geraldo Ferreira BatistaVICE-PRESIDENTE

André Gustavo do Norte QuaresmaSECRETÁRIO

Valdei Costa BarbosaTESOUREIRO

César Barrancos Macedo

SUPLENTES DA DIRETORIARogério Martins SoaresOscar Guimarães JúniorErley Pereira da Silva

Cibaldo Pereira Pardim

CONSELHO FISCALWiller Martins da Silveira

Abner David Silva Vanusa Ramos Nogueira Veloso

SUPLENTES DO CONSELHO FISCALTovar Emerick

Aloísio Alves MartinsDaniel Rodrigues Coelho Quaresma

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Pela Flor de Minas vamos desbravando caminhos

No dia 15 de junho, às 6h30, a equipe Agrominas saiu de Governador Valadares rumo à Malacacheta para fazer a entrevista para a Seção Grandes Criatórios. A entrevista que estava marcada para as 10h, só foi começar às 11h30. Isso porque passamos por uma estrada de terra em que as condições não estavam muito boas. Ao chegar à fazenda, palco desta edição, fomos recepcionados e desculpados pelo atraso. A mesa do café da manhã tinha sido desfeita e dado lugar à de almoço.

Descobrimos que não fomos só nós que fizemos esse trajeto demorado. Em 1961, uma área de 2212 hectares, localizada à aproximadamente 36 km de Malacacheta, foi desbravada por Máximo Bossi, como conta seu filho Antô-nio Augusto Vieira Bossi, 54 anos. Ele conta que seu pai ia a cavalo no início, até fazer a estrada que dá acesso a fazen-da. Máximo Bossi apaixonou pela qualidade da terra e pela topografia. Não deu outra: comprou a área, a qual nomeou de Fazenda Flor de Minas. Em 2002, Máximo Bossi doou as propriedades que tinha para seus filhos. A Fazenda Flor de Minas ficou dividida entre Antônio Augusto Bossi e sua irmã Márcia Bossi. Formado em Medicina Veterinária, An-tônio Bossi conversou com a gente e contou um pouco da rotina da fazenda.

AS MUDANÇASNa época de aquisição da fazenda, Máximo Bossi me-

xia com engorda e recria de boi. Morava em Belo Horizon-te, tinha uma indústria de laticínio e sempre teve uma visão ampla do mercado. Na época mexia com gado sem raça definida, implantou na propriedade em 1973 o sistema de inseminação e não parou mais. Em 1980, quando seu filho Antônio Bossi terminou a faculdade, assumiu o trabalho na fazenda e continuou com o trabalho do pai.

Natural de Teófilo Otoni, Antônio Bossi é casado com Patrícia Souza Neto Bossi, também Médica Veterinária, com quem tem três filhos. Uma das filhas resolveu seguir o caminho dos pais na medicina veterinária. Ela estuda em uma universidade em Betim, região Metropolitana de Belo Horizonte.

As principais mudanças na estrutura da fazenda foram: a divisão das pastagens, que passou a ter 95 piquetes; a in-trodução de braquiária; a construção de quatro currais, um na sede e três distintos; três áreas de pastejo rotacionado com cerca elétrica, totalizando 220 hectares; e o serviço de água para bombear a água da lagoa, devido aos problemas na época da seca.

A fazenda tem 2200 cabeças de gado, incluindo de bezerros até animais adultos. Dedicam-se tanto ao leite,

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CONHEÇA A FAZENDA SITUADA EM MALACACHETA, QUE SE DESTACA NO CENÁRIO NACIONAL

Olsen MB da Flor, um dos destaques do plantel da Fazenda Flor de Minas

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CONHEÇA A FAZENDA SITUADA EM MALACACHETA, QUE SE DESTACA NO CENÁRIO NACIONAL

quanto ao corte. Destes, há aproximadamente 760 matrizes, sendo que delas 350 são registradas. “De lá para cá nós evo-luímos com o trabalho e vamos tocando”, avalia Antônio Bossi. As primeiras matrizes de Tabapuã foram adquiridas em 1990. A Fazenda Flor de Minas dedica-se hoje à criação de Tabapuã e gado de leite, Girolando e outros resultantes do cruzamento de Tabapuã com Holandês.

Mesmo antes de adquirirem as primeiras matrizes de Tabapuã, os semens da raça já eram usados para o cruza-mento e o resultado estava sendo positivo. A oportunidade

surgiu quando foi acompanhar um amigo que iria comprar umas matrizes de Tabapuã. “Eu fui lá por curiosidade para fazer companhia para ele e acabou que nós compramos o gado com um volume até maior que ele na época. A partir daí começamos a fazer o trabalho e felizmente com muito sucesso. O nosso gado é reconhecido nacionalmente e tem vários touros em central de inseminação. Então o serviço fluiu muito bem”, aponta o médico veterinário.

Na Fazenda Flor de Minas estão os machos que estão mamando, recém desmamados e os tourinhos. Também as matrizes ficam nessa propriedade. Os machos de porte vão para a Chácara Flor de Minas em Teófilo Otoni, lo-cal usado como ponto de venda, e para a Fazenda do 26 em Carlos Chagas. Segundo Bossi, a recria e engorda de

macho era feita em parte na Fazenda Flor de Minas, mas a tendência é acabar e deixar só as fêmeas.

As vantagens do Tabapuã, em relação às característi-cas da raça, são o que chama a atenção de Bossi. Dentre elas destacou: a docilidade dos animais, a fertilidade das matrizes e dos touros, a precocidade sexual. Outro ponto é o ganho de peso do animal. Bossi informa que tem partici-pado de Provas de Ganho em Peso (PGP) da ABCZ e tem visto que cerca de 60% dos animais com média de 17 me-ses de idade, totalmente a pasto, já estão com o andrológico

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positivo e em condições de emprenhar vacas. O fato de o animal ser mocho também ajuda, o que evita acidentes tan-to entre eles quanto com quem trabalha com eles.

ROTINA E PRODUÇÃOQuinze funcionários são destinados para o trabalho na Fazen-

da Flor de Minas. A rotina depende muito da época que se encon-tra. No período de parição, concentrado de outubro a janeiro, os funcionários vão à maternidade pelo menos três vezes ao dia para fazer o acompanhamento dos animais, para o nascimento, fazer a cura de umbigo e a tatuagem. A partir de janeiro, os animais começam a ser identificados com a idade, o pai, procedendo à va-cinação, que se estende até junho, pelo manejo sanitário de cada época. O período de estação de monta, de dezembro a março, é destinado às matrizes zebuínas. “A inseminação realmente é na totalidade de matrizes, pouca coisa de monta. Quando a gente faz monta é para testar um tourinho novo que está surgindo com a possibilidade de ser um touro melhorador, para depois expor no mercado via central de inseminação”, destaca. Já o gado de leite tem estação de monta contínua, além da Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF).

A alimentação basicamente a pasto, é completada na seca com volumoso de cana e sal proteinado, para as vacas pari-das, animais para engorda e em início de produção. Mineral é usado o ano todo e silagem de sorgo também é feita como suplemento. Na propriedade, atualmente, tem cerco de 700 toneladas de sorgo para tratar do gado porque o pasto, de acordo com Bossi, secou muito. Essa suplementação nu-tricional é dada aos animais com no mínimo 90 dias e no máximo 120 dias antes de algum leilão ou exposição. Em exposições as participações são com os Tabapuãs, voltados para corte. Esses animais não são confinados.

Uma ordenha é feita por dia, de forma manual. Há uma pretensão, segundo Bossi, de implantar a ordenha mecânica em 2012 e concentrar em um só curral, pois hoje é feita nos quatro currais da propriedade. “Vou ver se consigo aumen-tar a produção e dar mais flexibilidade de mão-de-obra. Não adianta eu querer fazer duas ordenhas com a turma que eu tenho porque o pessoal faz a ordenha de manhã e vai fazer o resto dos serviços da fazenda durante o dia. Fica difícil eles fazerem a segunda ordenha na parte da tarde. Com a ordenha mecânica a gente pensa mais em intensificar a produção de leite”, projeta. Em dezembro o pico de produção foi alcança-do, com 1100 litros de leite por dia. Porém, a busca não são os concursos leiteiros, mesmo já tendo participado.

Os animais são comercializados em leilões e durante as ex-posições regionais. De abril a setembro ele conta que não tem final de semana, devido aos leilões e exposições agropecuá-rias que participa. Além disso, Antônio Bossi também traba-lha com venda direta para os produtores que tenham interesse. Bossi informa que já foram vendidos tourinhos para Estados do Brasil como: Rondônia, Acre, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Semens dos touros da propriedade também são comer-cializados através das centrais de inseminação.

Tido como um artifício para garantir uma boa produção, o melhoramento genético foi uma busca constante na pro-priedade. Foi implantado o sistema de IATF em todas as ma-trizes. “A gente nunca deixou de trabalhar com inseminação e eu acho que isso é fundamental fazer esse trabalho de me-lhoramento. É uma tecnologia que veio para ficar”, acredita. Já a Transferência de Embriões (TE) e Fertilização In Vitro (FIV) é feita em menor escala devido ao custo alto. “A gen-te vai fazendo essas mexidas, participando de congressos e trazendo inovações e tecnologias novas para manter a coisa funcionando”, complementa o médico veterinário.

ALGUMAS PREMIAÇÕES LÍDER MB DA FLOR

Grande Campeão da Raça de Teófilo Otoni - 2003Grande Campeão da Raça de Governador Valadares - 2003

Grande Campeão da Raça de Itabuna - BA - 2003

MOEDA MB DA FLOR Campeã Fêmea Jovem - Expozebu - Uberaba - 2005

NOCAUTE MB DA FLOR Grande Campeão da Raça de Teófilo Otoni - 2006

Campeão Touro Jovem - Expozebu - Uberaba - 2006Grande Campeão da Raça de Vitória - ES - 2006

Grande Campeão da Raça de Governador Valadares - 2006

OLSEN TE MB DA FLOR Campeão Touro Jovem - Vitória (ES), Governador Valadares e

Teófilo Otoni (MG) - 2005Reservado Campeão Touro Jovem – Uberaba - 2006

Campeão Senior - Feicote (SP) e Gov. Valadares (MG) - 2006Grande Campeão - Vitória (ES) e Teófilo Otoni (MG) - 2006

ROCK MB DA FLOR Grande Campeão da Raça de Teófilo Otoni - 2009

SLOGAN MB DA FLOR Reservado Touro Sênior - Expozebu - Uberaba - 2010

BACARDI MB DA FLOR Grande Campeão da Raça de Itabuna - BA - 1994

Reservado Grande Campeão da Raça - Expozebu Uberaba - 1995

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trazendo inovações e tecnologias novas para manter a coisa funcionando”, complementa o médico veterinário.

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A estufa implantada em outubro do ano passado tem capacidade para 5.000 pés de alface

Há dez anos a aposta foi certeira. Trocar a bovino-cultura de leite pela horticultura foi à escolha de Elvys Leite Rocha, no Sítio Nova Esperança, situado em Frei Inocêncio, Leste de Minas Gerais. Em um terreno de três alqueires, o pensamento de Rocha foi que não daria para desenvolver a bovinocultura como renda e concorrer com outros produtores da região. Hoje, é o único produtor da cidade que usa uma estufa para desenvolver a horticultura e, consequentemente, aumentar a produção.

Delícias do Sítio, assim nomeadas, é a marca da produ-ção. Rocha conta que o sítio era de seu pai, que o chamou para ajudar a cuidar da terra. Seu pai não mexia com ne-nhum tipo de plantação. Como iria se aposentar, preferiu distribuir o sítio entre seus filhos. Rocha começou a mexer com hortaliças, mas seu pai achava que não daria certo. “Só que eu insisti e agora começou a engrenar”, comenta. O in-teresse pela horticultura começou quando foi trabalhar no Sindicato Rural em Governador Valadares. Na época ele trabalhava como motorista e tinha que levar as pessoas para fazerem os cursos do SENAR. Como Rocha precisava es-perar, ele pediu autorização para participar dos cursos, nos quais aprendeu as técnicas das atividades rurais.

Alface, salsa, cebola, coentro, taioba, mandioca e bata-ta são produzidos no sítio. Além das hortaliças, há produ-ção de milho, laranja, limão, coco e banana. A produção anual da alface fica em 32 mil pés, a mandioca 15 mil quilos e do coco em 12 mil, sem contar os outros produtos. Estes são fornecidos em Frei Inocêncio, Mathias Lobato e Governador Valadares. “Eu futuramente pretendo mexer

com cenoura e beterraba também. Quero aumentar a pro-dução”, projeta Rocha.

Na estufa são produzidos alface, cebola e coentro. O ta-manho da estufa é de 11 x 30 metros, com capacidade para cinco mil pés de alface. Quando implantou o sistema, em outubro do ano passado, o custo foi de sete mil reais. “Quan-do comecei, plantei um canteiro de dez metros de alface. Hoje a gente planta dois mil pés de alface por semana. Te-mos muitos fregueses e graças a Deus está dando certo. Mas no início foi difícil, tudo é difícil no começo, porque eu tinha pouco capital de giro”, aponta. O agricultor diz que foi a alternativa para aumentar a produção, mas que não é o ideal. Está dando para manter os clientes, mas pretende fazer mais três estufas. Uma já está em processo de construção.

As hortaliças são orgânicas e a forma de combate às pra-gas é manual. O processo de produção é feito da seguinte maneira: a semente fica na sementeira até brotar. Depois disso, ela fica 15 dias na estufa e depois vai para o canteiro, onde fica por cerca de 30 dias no solo. Esse ciclo de semen-teira, estufa e canteiro, dura aproximadamente 60 dias. A adubação é feita com estercos de animais da propriedade, a cada ciclo de 60 ou 75 dias quando a terra é removida, e não são utilizados nutrientes. As sementes são compradas em São Paulo, outro quesito que aumenta o custo da produção. Ele vende o pé de alface, por exemplo, a R$ 0,50.

A colheita das hortaliças de estufa é feita todos os dias e a produção é feita o ano inteiro, sem safra específica. “Eu faço uma programação para colher todos os dias. A horta não para, toda semana tem uma quantidade de mu-

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das para serem plantadas, para manter a rotação”, informa. A colheita por dia de alface gira em torno de 100 a 200 pés porque não tem uma quantidade específica para entregar aos clientes. A temperatura da estufa é mantida pelo filme agríco-la e o sombrite. “Do ano passado para cá melhorou a produção porque eu dependia muito de clima. Se chovia a produção ia lá embaixo. Dezembro e janeiro mesmo a produção zerava. Eu fiz a estufa em outubro ai que eu mantive direto a produ-ção”, avalia.

Há oito anos ele conseguiu que dois hectares da proprieda-de fossem irrigados. De lá para cá, mais dois hectares também

passaram a ser irrigados, totalizando quatro hectares de área irrigada. A irrigação é feita o ano inteiro, durante a noite, para o custo da energia ser menor. A água da lagoa, localizada nos fundos da propriedade, é bombeada para irrigar o milho, mandioca e o coco. Já a correção de solo é feita uma vez por ano.

Quanto à fruticultura, há produção de laranja, Bahia (o ano inteiro) e Campista (uma vez por ano); caju, com colheita semestral; limão Galego e limãozinho; jabuticaba, de três em três meses; banana Caturra e Prata, o ano inteiro. Elas pre-cisam ser irrigadas o ano inteiro, para conseguir chegar nessa periodicidade.

AGRICULTURA FAMILIARA mão-de-obra utilizada é a familiar. Aos 39 anos é casado com Maria

Márcia Caetano Leite, 31 anos, com quem tem três filhos: Igor Caetano Leite, 12 anos, os gêmeos de 9 anos, Iara Caetano Leite e Hugo Caetano Leite. Márcia reaproveita as cascas e folhagens de coco, por exemplo, para fazer artesanato.

Há três meses, aproximadamente, a horticultura passou a ser o carro chefe da renda da família. Isso porque foi descoberto que seu filho mais velho, Igor, estava com Leucemia e Rocha precisou pedir afastamento da penitenciária onde trabalhava como Agente Penitenciário, para acompa-nhar o tratamento de seu filho em Belo Horizonte.

Ele e Maria Márcia se revezam no hospital com o filho. O agricultor fica sete dias lá e ela sete dias em casa, e vice-versa, devido aos outros dois filhos menores. “Ele está bem. Graças a Deus ele respondeu bem ao tratamento. Quando a gente recebe a notícia a gente fica meio assim, tira o chão da gente, mas agora está tudo bem”, conta. Rocha informa que o todo o tratamento será feito em Belo Horizonte porque a equipe médica do hospital está fazendo uma pesquisa. “A equipe médica pediu e nós sedemos para fazerem pesquisa sobre o caso dele. Eles pediram porque o caso dele é raro, é leucemia linfática tipo B. É curável, mas estão fazendo a pesquisa para ajudar outras pessoas”, aponta. Rocha conta ainda que o filho pretende fazer agronomia e continuar a tocar os negócios da família. Fica a nossa torcida!a pesquisa para ajudar outras pessoas”, aponta. Rocha conta ainda que o filho pretende fazer agronomia e continuar a tocar

O agricultor Elvys Leite Rocha

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Na última edição, na primeira parte do texto, os fato-res de risco associados ao animal, como o parto e a colos-tragem, foram abordados. Esta é a parte final, onde será apresentado: a cura do umbigo, fatores de risco associa-dos ao agente e ao ambiente.

O umbigo é a comunicação entre o feto e a mãe, trans-portando nutrientes, oxigênio e eliminando catabólitos. É composto pela veia umbilical que se dirige cranialmente ao fígado, artérias umbilicais que se dirigem em sentido caudal para artéria ilíaca interna e o úraco em direção à bexiga. Durante o parto ocorre a ruptura do cordão um-bilical e a perda de sua função (Dirksen et al., 2005). O úraco e vasos sanguíneos são retraídos para a cavidade abdominal, contribuindo para a proteção de possível con-taminação ambiental. O coto umbilical permanece expos-to e necessita de cuidados, sendo uma porta aberta para vários agentes patogênicos (Mee, 2008).

A cura do umbigo deve ser feita imediatamente após o parto para evitar o risco de infecções umbilicais. Estas, quando presentes, retardam a cicatrização e prolongam o tempo que esta porta permanece aberta facilitando a ocor-rência de infecções e ascendência de microrganismos. As onfalites são os processos inflamatórios e infecciosos que acometem as estruturas do umbigo. Estas infecções estão associadas com o nível de contaminação do ambiente em que a bezerra nasce e vive nos primeiros dias, com a FTP (Chase et al, 2008) e com o tratamento tardio (Miessa et al., 2003). As infecções umbilicais podem ainda resultar em bacteremia, septicemia, artrites ou poliartrites, oftalmites, meningites, abscessos hepáticos, pneumonia e morte (Ha-thaway et al., 1993; Rebhun, 2000; Radostits et al., 2002; Rengifo et al., 2006). A falta de higiene, negligência nos primeiros cuidados ao parto, soluções antissépticas conta-minadas, produtos inadequados e ou mal aplicados após o nascimento, também são fatores de risco para infecções umbilicais e saúde da bezerra (Radostits et al., 2002).

Os fatores de risco associados ao agente também são importantes no processo doença e saúde. Vários agentes estão envolvidos com as enfermidades das bezerras, va-lendo salientar os vírus, bactérias, fungos, protozoários, rickétsias, parasitas e agentes físicos e químicos. Vale lembrar ainda, que muitos agentes, aos quais as bezerras estão expostas, são ubíquos. Além disso, as característi-cas ou fatores associados ao agente são inerentes a cada um, pois são específicos e dependem da infectividade, patogenicidade, virulência, toxicidade, bem como da car-ga patogênica, do tipo de infecção e dos vetores químicos e biológicos (Thrusfield, 2005).

A infectividade é a habilidade do agente de se estabe-

lecer no hospedeiro. Entende-se como patogenicidade a capacidade do agente de produzir a doença, sendo a viru-lência a medida de sua intensidade. Assim sendo, alguns agentes, podem ter baixa infectividade, alta patogenici-dade e baixa virulência ou, alta infectividade mas com baixa patogenicidade (Thrusfield, 2005).

O agente pode ser transmitido por um único vetor ou por diferentes vetores e possuir mais de uma porta de en-trada e rota, como por exemplo, a conjuntiva, a mucosa retal e a via oral. Conforme a transmissão, a porta de en-trada ou via de infecção, a infectividade do agente pode ser maior ou menor (Rojas, 1978).

A carga patogênica é a quantidade de agente ou inócu-lo ao qual o animal é exposto (Thrusfield, 2005).

Os fatores do ambiente associados ao ambiente incluem as condições climáticas, a densidade animal, as condições de higiene, as instalações, o manejo, a nutrição e os vetores.

As condições climáticas, como o sol, a chuva, as es-tações do ano, a temperatura, umidade, as correntes de ar frio, o vento e suas partículas carreadas e a qualidade do ar, todas podem impactar como fatores de risco ou de proteção na tríade epidemiológica. Muitos agentes infecciosos são susceptíveis à irradiação ultravioleta em contato com a luz solar, resultando em dessecação. Ao mesmo tempo, o próprio sol pode ser desfavorável para o animal, levando-o a condições de desconforto e estresse. Outros agentes sobrevivem por longos períodos em am-bientes úmidos que podem também ser favoráveis para o conforto do animal, embora proporcionando um ambien-te de alto risco de contaminação. Alguns vírus podem desenvolver mais rapidamente diante de temperatura e umidade mais altas do que em ambiente frio e seco. Tais ambientes podem alterar também a apresentação e a qua-lidade dos alimentos, interferindo na resistência do ani-mal (Sanderson e Dargatz, 2000). A ventilação é impor-tante para a eliminação de substâncias e agentes nocivos à saúde das bezerras (Anderson e Bates, 1979; Wathes et al., 1983). O agente pode aumentar ou não a sua infecti-vidade, diante das conforme as condições do ambiente. O animal, por sua fez, pode ser mais sensível ou resistente quando submetido às mesmas condições. As condições climáticas podem ainda ser favoráveis para determinados agentes e desfavoráveis para outros, assim como, para as bezerras (Thrusfield, 2005). Como por exemplo, cita-se as condições ambientais favoráveis ao agente carrapato, temperatura e umidade alta, podendo ser estressantes ou desfavoráveis para a bezerra (Leite e Lima, 1982).

A alta densidade animal, que se intensifica, a cada dia, na propriedade, pode levar a um aumento da carga micro-

Fatores de risco na saúde das bezerras em rebanhos leiteiros

PARTE 2 Emerson AlvarengaMestrando em Ciência Animal – UFMG

Consultor em Pecuária de Leite Intervet Schering-Plough

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Fatores de risco na saúde das bezerras em rebanhos leiteiros

PARTE 2

biana no ambiente e favorecer a contaminação da bezerra logo após o parto, via oral ou via umbilical. Além disso, pode pro-piciar maior escore de sujidade na mãe e maior possibilidade de contaminação do colostro (Godden, 2008). Esta densidade também pode aumentar a competição por alimento e aumentar o estresse, diminuindo a resistência do animal.

A cobertura vegetal no piquete maternidade é ainda outro fator interessante. Uma maior ou menor cobertura vegetal pode ser condição favorável ou à introdução de microrganis-mos, ao mesmo tempo em que se relaciona com o conforto e abrigo para a bezerra. A limpeza da área do parto possui relação com a ocorrência de doenças, bem como com a lim-peza da vaca no momento do parto (Bendali et al., 1999).

No que diz respeito às instalações, é importante conside-rar a sua qualidade e as suas condições térmicas. Instalações precárias ou inadequadas associados com descuidos higiê-nicos com os vasilhames de água e de alimento são fatores de risco importantes. As oscilações de temperatura podem proporcionar desconforto para a bezerra, dentro de uma zona térmica desfavorável, prejudicando o seu desenvolvimento e contribuindo para o surgimento de doenças (Olson et al., 1981; Pelton et al., 2000). O estresse térmico é importante fator de risco para a saúde das bezerras e o conforto do ani-mal (Davis e Drackley, 1998).

Quanto ao manejo, o estresse físico é um fator importan-te. Este estresse pode enfraquecer o mecanismo de defesa dos animais, tornando-os sensíveis às infecções. Dentre al-gumas situações que podem causar estresse, vale salientar a falha de imunidade passiva, deficiências nutricionais, a desmama, mudanças alimentares, cirurgias, fome, desidrata-ção, exaustão no transporte, mistura de animais de diferentes regiões em espaços restritos, promiscuidade entre faixas etá-rias, ventilação inadequada, umidade elevada, presença de gases de dejetos no ar, quantidade excessiva de lama e carga elevada de parasitos (Lance et al., 1992; Leite e Lima, 1982; Sanderson e Dargatz, 2000). As práticas de alimentação e de manejo, os horários e as rotinas, juntamente com a densidade animal podem interferir no comportamento imunológico e no desempenho das bezerras. Muitas vezes, até o transpor-te do animal da maternidade para o bezerreiro pode ser um fator de risco de extrema relevância (Daniele et al., 1994).

Outros fatores que podem ainda ser destacados são a nu-trição e o homem. Uma nutrição inadequada, em quantidade e qualidade, não atende a necessidade de proteínas, energia, vitaminas, macro e micro minerais. Os cuidados com a die-ta líquida e a dieta sólida, bem como mudanças iniciais na vida da bezerra são importantes e podem afetar o seu de-senvolvimento e saúde (Davis e Drackley, 1998). Quanto à importância do homem, este pode atuar como transportador de agentes entre setores do próprio sistema ou entre proprie-dades, podendo ainda ser o responsável pela interferência na tríade epidemiológica (Thrusfield, 2005).

Por fim, há a presença de outros vetores no ambiente que po-dem contribuir como fatores de risco. Outras espécies de animais podem funcionar como vetores mecânicos e biológicos de agen-tes infecciosos, principalmente se estão presentes em grande nú-mero ou se não há esforços para o seu controle. Estas espécies incluem animais domésticos, seres humanos, insetos, roedores e

aves (Callan e Garry, 2002; Barrington et al., 2002). Concluindo, há uma profunda inter-relação entre os fa-

tores de risco e de proteção e destes com o complexo de do-enças que acometem as bezerras. Na tríade epidemiológica, a todo o momento, os fatores estão em interagindo, favore-cendo ou prejudicando seus componentes. Desta forma, o conhecimento dos fatores de maneira específica e de suas relações são fundamentais para definir e executar medidas que minimizem seu impacto.

É fundamental a avaliação do sistema de produção. Quanto melhor e mais completo for este levantamento, me-lhor a compreensão dos fatores de risco. Consequentemente as intervenções e medidas de monitoramento e biosseguran-ça serão mais efetivas.

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ROJAS, R.A. Epidemiologia Básica. 2. ed. Editorial Intermédia, 1978, p.1-48.SANDERSON, M.W.; DARGATZ, D.A. Risk Factors for high herd calf mor-

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THRUSFIELD, M. Veterinary Epidemiology. 3 ed., Blackwell Science ltd., 2005, p.1-16, p.34-44.

WATHES, C.M.; JONES, C.D.; WEBSTER, A.J. Ventilation, air hygiene and animal health. Vet. Rec., n.113, p.554-559, 1983.

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20JULHO 2011

A medida que a agricultura foi se desenvolvendo e as áreas culti-vadas foram se tornando cada vez maiores, a quantidade de produtos químicos utilizada no controle de pragas e doenças de plantas culti-vadas foi aumentando. A falta de treinamento dos operadores e usu-ários desses produtos e o desconhe-cimento da ação dos mesmos sobre o organismo humano e sobre o ambiente tem resultado no aumen-to dos riscos desnecessários para o controle daquelas pragas e doenças, bem como na agressão ao meio am-biente na forma de poluição.

A posição do técnico ou do agri-cultor, frente à polêmica causada com a utilização de defensivos agrí-colas, deve ser sempre uma posição racional, baseada em fatos concretos e cuidadosamente analisados.

Entre os principais fatores que afetam a aplicação de defensivos agrícolas pode-se citar o clima, o solo, o hospedeiro, o patógeno, o princípio ativo, o veículo e o opera-dor. A máquina é um dos fatores mais importantes, uma vez que é através dela que se faz a aplicação mecani-zada dos defensivos. O sucesso do tratamento realizado, dependerá da manutenção e características opera-cionais da máquina e principalmente da correta calibração dos aplicadores de defensivos agrícolas.

OBJETIVOS DA APLICAÇÃO:Há controle eficiente de insetos,

doenças e plantas daninhas, através da distribuição exata de quantidade de defensivos.

Os aplicadores de defensivos

agrícolas são máquinas nas quais o líquido é bombeado sob pressão através de orifícios (bicos) e explo-de ao ser lançado contra o ar por descompressão.

1 - TIPOS DE APLICADORES: Pulve-rizadores (gotas maiores), Atomiza-dores (gotas médias), Nebulizadores (gotas menores).

2 - TIPOS DE BICOS MAIS UTILIZA-DOS: Os bicos utilizados nos equi-pamentos de aplicação de defen-sivos são equipamentos que tem a função de subdividir o líquido em gotículas e distribuí-lo de forma uniforme sobre toda a superfície a ser tratada e os mais utilizados são:

• Bicos jato plano (tipo leque): As gotas são distribuídas num úni-co plano. Usado em superfícies planas. Mais comumente utilizados para a aplicação de herbicidas em área total. Operam melhor a pres-são de pulverização de 2 – 4 bar.

• Cone vazio (oco): Alvos tri-dimensionais, atingindo a lateral e

a parte superior da planta. Operam a pressão de pulverização 2 – 8 bar com ângulo de 70 a 800. Utilizados para aplicação de inseticidas, fun-gicidas e dessecantes em culturas com grande massa foliar.

• Cone cheio: Gotas distribuídas espacialmente. (mais usados em plan-tas). Operam a pressão de pulveriza-ção 1 – 3 bar com ângulo de 800. Uti-lizados para aplicação de herbicidas sobre o solo e sistêmicos. Produzem gotas grandes.

• Espuma (ou borbulhante com injeção de ar): Trabalha com gotas maiores, com bolhas de ar no seu in-terior, ocasionando menor deriva. É aplicado diretamente na planta (her-bicidas sistêmicos). Opera a uma pressão de pulverização 2 – 4 bar.

• Defletor (ou de impacto): Pro-duzem jatos na forma de leque com ângulos de abertura de 110 a 1400. Mesmo a pequenas distâncias, con-segue–se uma boa cobertura. Pres-são de pulverização 0,7 – 3 bar. Produzem gotas grandes. Recomen-dados para herbicidas sistêmicos.

PULVERIZADORES: TIPOS E CALIBRAÇÃO

Prof. Haroldo Carlos Fernandes, Elcio das Graça Lacerda e Daniel Mariano Leite

Universidade Federal de Viçosa

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3 - CALIBRAÇÃO DOS APLICADORES TRATORIZADOS:Antes da calibração de qualquer pulverizador, deve-

rão ser verificados os seguintes itens:- limpeza dos filtros;- presença de furos ou dobraduras nas mangueiras;- presença de vazamentos na bomba;- se os bicos são do mesmo tipo e se em perfeita condição

para o uso.

Calibração do pulverizador de barras:

1 - Marque um percurso de 30 a 50 metros no terreno a ser tratado;

2 - Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser de 4 a 6 km/h;

3 - Ligue a tomada de força;4 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540

rpm na tomada de força;5 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros

antes do ponto marcado;6 - Anote o tempo que o trator gasta para percorrer o

percurso;7 - Em terrenos de topografia irregular, repita a operação

várias vezes e tire a média;8 - Com o trator parado na aceleração utilizada para per-

correr o percurso, abra os bicos e regule a pressão de acordo com a recomendada para os diferentes tipos de bicos;

9 - Colete o volume do bico no tempo igual ao gasto para percorrer o percurso;

10 - Repita essa operação em diversos bicos para obter uma média do volume;

11 - Calcule o volume aplicado, utilizando a fórmula:

Q = q x 600 v x f

Calibração do atomizador tipo cortina de ar:

1 - Marque 100 plantas;2 - Abasteça completamente o pulverizador;3 - Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser

de 4 a 6 km/h;4 - Ligue a tomada de força;5 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540

rpm na tomada de força;

6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 plantas antes do ponto marcado;

7 - Pulverize as 100 plantas marcadas;8 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros.

Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois da operação;

Figuras ilustrativas dos tipos de bico:

Jato plano Cone vazio Cone cheio Injeção de ar Defletor

Onde:Q = volume de aplicação (L / ha);q = vazão do bico (L / min);v = velocidade de trabalho (km / h);f = faixa de aplicação do bico (m).

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9 - Calcule o volume de pulverização em litros /100 plan-tas, através da seguinte fórmula:

Q = vol x 10 Onde: Q = volume de pulverização em litros/1.000 plantas; vol = volume gasto em litros.

Calibração do atomizador tipo canhão de ar:

1 - Marque 50 metros de comprimento na área que vai ser pulverizada;

2 - Encha o tanque completamente;3 - Escolha a marcha de trabalho, a velocidade deverá ser

de 4 a 6 km/h4 - Ligue a tomada de força;5 - Acelere o motor até a rotação correspondente a 540

rpm na tomada de força;6 - Inicie o movimento do trator no mínimo 5 metros antes

do ponto marcado.7 - Pulverize os 50 metros marcados;8 - Meça ao mesmo tempo a faixa de aplicação (f);9 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros.

Para medidas precisas, o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois da operação;

10 - Em terrenos de topografia irregular, repita essa opera-ção várias vezes e tire a média;

11 - Calcule o volume de pulverização em litros/ha, atra-vés da fórmula:

Q = vol x 10.000 Onde: Q = volume de pulverização em L/ha; vol = volume gasto na área pulverizada; A = área pulverizada (50m x faixa pulverizada em metros).

CORREÇÕES NECESSÁRIAS PARA OS APLICADORES TRATORIZADOS:

Para aumentar o volume de aplicação: Aumentar a pressão de saída nos bicos;

Diminuir a velocidade de trabalho;Trocar os bicos por outro de maior vazão.

Para diminuir o volume de aplicação:Diminuir a pressão de saída nos bicos;

Aumentar a velocidade de trabalho;Trocar bicos por outro de menor vazão.

Calibração do pulverizador costa manual:

1 - Marque uma área de 100 m² (quadrado de 10 x 10 m);2 - Encha o tanque e pulverize a área;3 - O operador deverá manter um ritmo constante de bom-

beamento e de cadência;4 - Complete o tanque e meça o volume gasto em litros.

Para medidas precisas o pulverizador deve estar na mesma posição antes e depois de operação;

5 - Calcule o volume de pulverização em litros/ha;

Q = vol x 10.000 A

OBS.: Caso o volume encontrado não seja o desejado, substitua o bico por um de maior ou menor vazão, ou altere o ritmo de bombeamento e a velocidade de deslocamento.

Onde:Q = volume em litros/havol = volume gasto em litrosA = área pulverizada (10 x 10m)

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A sazonalidade na produção da pastagem durante o ano é uma ques-tão que sempre preocupa os pecua-ristas. A escassez de pasto durante a seca limita a taxa de lotação da fazenda e reduz, em consequência, a produtividade do sistema de pro-dução. Como uma das estratégias para disponibilizar forragem durante todo ano, pode-se fazer uma suple-mentação estratégica com volumo-sos durante o período mais crítico. Diversas são as alternativas de ali-mentos, como: milho, sorgo, milhe-to, girassol e cana-de-açúcar. Dentre estas, a cana-de-açúcar é largamen-te utilizada por apresentar algumas vantagens, como:

• Fácil implantação;• Menor custo;• Adaptação ao clima tropical;• Maior Produtividade;• O ponto de utilização coin-

cide com o melhor valor nutricional da cultura.

Diferentemente das gramíneas forrageiras, a cana-de-açúcar aumenta seu valor nutritivo com o avançar do seu ciclo, onde através de deposição de açúcares, seu teor de fibra diminui e conse-quentemente sua digestibilidade é aumentada.

A maioria dos sistemas de produção que utili-za cana-de-açúcar faz a colheita diária desse ma-terial. Nessa colheita, ainda predomina-se o corte manual. No mercado, existem máquinas eficien-

tes que colhem a cana de forma mecânica, o que auxilia o dia-a-dia da fazenda. Contudo, a colhei-ta mecânica ou manual tem recebido atenção di-reta, pois em função da reduzida disponibilidade de mão-de-obra nos sistemas de produção de bo-vinos, a necessidade em se fazer o corte todo dia e a limitação de algumas variedades para serem co-lhidas à máquina (exemplo: tombamento excessi-vo) muitos técnicos e produtores tem buscado a tecnologia da ensilagem da cana-de-açúcar.

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Ensilagem de Cana-de-açúcar

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Humberto Luiz Wernersbach FilhoZootecnista MSc / Supervisor de Pesquisa

Fertilizantes Heringer S/A

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A ENSILAGEM DA CANA APRESENTA VANTAGENS INTERESSANTES, COMO:

• Colheita total do respectivo talhão, com isso facilita-se os tratos culturais do canavial;

• Nesse sistema não existe a necessidade de se cortar a cana diariamente;

• Facilidade no corte à máquina, pois é pos-sível fazer o corte antes do tombamento do canavial.

Contudo, o processo de ensilagem apresenta des-vantagens que devem ser observadas. Pedroso et al. (2007) relatam que silagens de cana-de-açúcar apre-sentam intensa atividade de leveduras que convertem açúcares a etanol, dióxido de carbono e água, causando reduções de até 70% no teor de carboidratos solúveis, aumento nos componentes da parede celular e perdas de MS. A pesquisa tem estudado intensamente como controlar tais processos através do uso de aditivos es-pecíficos. Lactobacillus buchneri e ureia de 0,5 a 1,5 % na matéria verde parecem ser boas alternativas. Para a escolha de qual aditivo, é fundamental que o pecuarista procure orientação técnica para tal.

Outro ponto que merece atenção é com relação ao

maquinário utilizado. Como o processo de corte da cana é lento, devido a menor velocidade do trator em função do redutor extra que é colocado na máquina, o custo do processo pode-se tornar elevado em função dos custos com demais máquinas envolvidas no processo. Atual-mente, o custo para ensilagem da cana, gira em torno de R$ 50,00 a R$ 60,00/t de matéria verde, lembrando que esse custo poderá variar em função dos custos de todo equipamento envolvido no processo.

A ensilagem da cana é uma alternativa importante, pois melhora a logística de trabalho da fazenda, facilita tratos culturais e colhe-se a cana no seu melhor mo-mento nutricional. Contudo, o processo em si deverá ser bem planejado para que não ocorram perdas exces-sivas do material no silo.

Bibliografia ComplementarSCHMIDT, P.; MARI, L. J.; NUSSIO, L. G.; et al. Aditivos

químicos e biológicos na ensilagem de cana-de-açúcar. 1. Composi-ção química das silagens, ingestão, digestibilidade e comportamento ingestivo. Revista Brasileira de Zootecnia, v.36, n.5, p.1666-1675, 2007 (supl.).

PEDROSO, A. de F.; NUSSIO, L. G.; REBOUÇAS, D.; et al. Efeito do tratamento com aditivos químicos e inoculantes bacteria-nos nas perdas e na qualidade de silagens de cana-de-açúcar. Revista Brasileira de Zootecnia, R. Bras. Zootec., v.36, n.3, p.558-564, 2007.

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ContatosAntônio Leite 33 8823.8323Patricia Bossi Leite 33 8823.2590José Eduardo 33 8861.7329Denner 33 8844.9738Minas Leilões 33 3271.9738 Agência de Turismo OficialLeste Turismo 33 3279.7573 Reservas de MesasMinas Leilões 33 3271.9738 HospedagemHotel Spettus 33 3225.2308Hotel Ibituruna 33 3202.9999

Parque de Exposições de Governador Valadares

13 DE JULHO | 20H

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ContatosAntônio Leite 33 8823.8323Patricia Bossi Leite 33 8823.2590José Eduardo 33 8861.7329Denner 33 8844.9738Minas Leilões 33 3271.9738 Agência de Turismo OficialLeste Turismo 33 3279.7573 Reservas de MesasMinas Leilões 33 3271.9738 HospedagemHotel Spettus 33 3225.2308Hotel Ibituruna 33 3202.9999

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A história mostra a evolução do homem ao longo dos tempos e das suas atividades, incluindo a agricultura. No início, no tempo do homem das cavernas, a nossa espécie sobrevivia da coleta dire-ta na natureza, migrando para outros locais à medi-da que o alimento tornava--se escasso. Fisicamente éramos desprivilegiados em vários aspectos: não éramos rápidos como as gazelas que tinham a veloci-dade como arma para fugir dos predadores; não éramos fortes para vencer batalhas contra grandes animais; não éramos ágeis como os macacos que fugiam rapidamen-te pelas copas das árvores dos seus predadores. Com todas estas características desfavoráveis estávamos fa-dados à extinção.

Apesar de todos estes pontos negativos tínhamos uma grande vantagem sobre os demais animais além dos dedos articulados: a capacidade de pensar e racio-cinar. Percebemos que o trabalho em equipe fortalecia a espécie na proteção do grupo e na caça; descobrimos o poder dos objetos e como eles auxiliavam na defesa e no ataque; do fogo; da pele dos animais no aquecimen-to e, finalmente, dominamos as plantas. Através de ob-servações aprendemos como as plantas se reproduziam e que não existia a necessidade de migrações infindá-veis em busca do alimento, sendo que a planta poderia crescer ali mesmo, bastando apenas saber o “como fa-zer”. A partir deste momento o homem deixou de ser nômade fixando moradia e cultivando o seu alimento. Verificou que poderia produzir muito mais alimento do que era capaz de consumir e com isso desenvolvendo uma nova tecnologia: a do armazenamento. O alimento também passou a ser moeda de troca.

Com o tempo a agricultura foi evoluindo e amplian-do seus domínios e áreas ocupadas. Durante a revolução industrial começaram a surgir os primeiros implementos agrícolas voltados para agricultura profissional, assim como os fertilizantes químicos. A evolução da agricul-tura no Brasil foi muito intensa, desde a época de colô-

nia de Portugal, já que a maioria dos nossos solos sempre foi naturalmente muito fértil, água doce em abundância dos rios e das chuvas frequentes, muito sol e calor que fa-vorecem o rápido desen-volvimento das plantas.

Com o aumento das áreas agrícolas e a im-plantação de extensas áreas de monocultivo (cultivo de apenas uma

espécie vegetal) começaram a surgir os primeiros pro-blemas: insetos e microrganismos que antes existiam em equilíbrio com o meio ambiente passaram a adotar as lavouras como alimento principal devido à elimina-ção dos seus alimentos que estavam nas matas e flo-restas. Esta abundância de alimentos disponíveis favo-receu a multiplicação exagerada destes indivíduos que com o tempo tornaram-se pragas. Esta adaptação dos insetos e microrganismos as novas plantas tornavam as lavouras cada vez menos produtivas comprometendo a alimentação e sobrevivência do próprio homem.

Um pouco antes, no século XIX, um religioso e admirador dos eventos biológicos naturais, chamado Mendell, percebeu que com o cruzamento de plantas de ervilhas com características diferentes, a geração seguinte era composta por indivíduos proporcionais as características dos pais, ou seja, Mendell estava desco-brindo a genética das plantas. A partir deste momento o caminho para o estudo do melhoramento genético es-tava aberto. O homem percebeu que as plantas, através dos cruzamentos genéticos, poderiam adquirir caracte-rísticas que antes elas não expressavam.

Os processos de melhoramento genético vegetal avançaram muito no século XX procurando sempre a ob-tenção de plantas mais produtivas e resistentes às pragas e doenças. Os cruzamentos genéticos são comandados pelos cromossomos. Para que eles ocorram é necessária à compatibilidade destes cromossomos. Esta caracterís-tica coloca ordem na natureza entre animais e plantas. Graças a esta barreira genética os pólens do milho, por exemplo, não polinizam as flores de feijão.

Alexandre Sylvio Vieira da Costa Engenheiro Agrônomo; DSc. Em Produção Vegetal;

Professor Titular/Solos e Meio Ambiente - Universidade Vale do Rio [email protected]

Alimentos Geneticamente Modificados: os Transgênicos

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Alimentos Geneticamente Modificados: os Transgênicos

Com o passar dos anos foram lançados no mercado varieda-des de milho, feijão, soja, dentre outras culturas, mais produtivas, resistentes a pragas e doenças, mais nutritivas, etc. Apesar de toda a evolução na genética das plantas, existia o limite de cada uma. A partir deste momento iniciou-se uma nova revolução no estudo da genética. Com o avanço do estudo da biologia molecular e o conhecimento cada vez mais detalhado dos cromossomos e dos genes, o homem passou a status de criador. Verificou que plantas diferentes não poderiam ser cruzadas de forma natural, mas que era possível retirar a sequência do cromossomo de uma célula vegetal e inserir diretamente na célula de outra planta com carac-terísticas totalmente diferentes. Percebeu-se também que estas modificações genéticas poderiam ser realizadas não apenas entre plantas diferentes, mas também entre plantas e microrganismos. O milho, por exemplo. Existe uma lagarta, que ataca as folhas do milho, chamada “lagarta do cartucho” e que causa prejuízos na produção. Descobriu-se que existe uma bactéria chamada Ba-cillus thuringiensis que produz toxinas que matam as lagartas. Conseguiu-se identificar quais eram os genes da bactéria respon-sável pela produção da toxina que intoxica e mata a lagarta. Após o isolamento, estes genes foram inseridos nos genes da planta de milho. Hoje encontramos no mercado o milho Bt, ou seja,

variedade de milho que produz a toxina que era produzida apenas pelas bactérias. A lagarta quando inicia a sua alimentação nas folhas desta variedade de milho é intoxicada pela toxina e morre. Os principais aspectos positivos estão associados à redução do uso de agrotóxicos na lavoura com a produção de grãos de mi-lho “menos contaminado” e o menor custo de produção, afinal o agricultor vai economizar em não usar os agrotóxicos.

Os estudos científicos realizados até agora demonstram que não existe qualquer problema para a saúde do homem, por isso, já é plantado em várias partes do mundo. Será? E as perturbações nos ecossistemas em função da contamina-ção genética durante a transferência natural dos genes? O poder econômico sempre fala mais alto do que os prováveis riscos que estas plantas geneticamente modificadas podem causar ao homem. Os prováveis danos à saúde humana não irão surgir no curto prazo, mas a médio ou longo prazo. Os problemas não surgirão nos adultos de hoje, mas nas crianças quando se tornarem adultas e, até mesmo apenas nas futuras gerações. As doenças causadas por acúmulo de substâncias químicas no organismo ou por alterações genéticas provoca-das por agentes mutagênicos, não surgem da noite para o dia, mas depois de décadas. Quem viver, verá.

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Nos últimos meses o Brasil pode assistir um debate polê-mico e muito importante para os caminhos do Desenvol-

vimento do país. Porém, diante dos últimos aconteci-mentos a discussão ainda está longe de se encerrar.

Neste contexto, diversos Movimentos Sociais vem somando esforços para impedir esse retrocesso da

legislação brasileira e continuam lutando pelas Florestas e pelos povos que vivem dela e que fazem das florestas um universo singular, vivo e cultural. Segundo, o Prof° Carlos Walter da

UFF, “ todo o patrimônio do conhecimento de-senvolvido pelas populações tradicionais – povos

originários, quilombolas e camponeses com dife-rentes qualificações (seringueiros, extrativistas, ri-beirinhos, faxinalenses, camponeses de fundo pas-to, vazanteiros, retireiros, mulheres quebradeiras de coco babaçu, caiçaras, pescadores, castanhei-ros, entra tantos outros) é desperdiçado junto com a diversidade biológica em nome de monocultivos

que andam na contramão da diversidade que nos caracteriza natural e culturalmente. Nesse sentido, Chico Mendes foi sábio com sua proposta de Aliança

dos Povos da Floresta e ao afirmar que “não há defe-sa da floresta, sem os povos da floresta”, o mesmo que

estão dizendo os Josés, Marias e Adelinos recém assassi-nados no Pará e em Rondônia.

O Código FlorestalThiago Alexandre Moraes,

Camila Mello e Bárbara Li Sarti REJUMA – Rede da Juventude pelo Meio

Ambiente e Sustentabilidade

O texto aprovado na Câmara agradou à bancada ruralista, mas desagradou às entidades científicas, aos ambientalistas e ao governo - a presidente Dil-ma disse que poderá vetar parte da proposta, como a anistia aos produtores rurais que desmataram até 2008 e diminuição das áreas de vegetação nativa em margens de rios, encostas, topos e morros e vegeta-ção litorânea, como mangues e restingas. Segundo o texto de Rebelo, as APPs ocupadas com agricultura ou pecuária não precisam mais ser recuperadas com vegetação nativa.

Essas alterações não atendem aos interesses popu-lares, pelo contrário, servem aos interesses das elites econômicas. Na mais rasa das análises, o processo político de proposição dessas alterações e o diálogo com os diversos setores sociais são insuficientes e dissonantes da complexidade política e social brasi-leira – tão pouco são esperados do governo condutor do projeto político que tanto avançou a democracia participativa no Brasil.

Recentemente foi feito um estudo mostrando

como o Brasil pode se beneficiar economicamente pela conservação, esse estudo do PNUD identifi-ca que vários setores do Brasil têm muito a ganhar com a conservação. Como a produção dos biocom-bustíveis, por exemplo, pode ser uma alternativa de substituição a combustíveis fósseis e, portanto, uma solução potencial para o setor de transporte, na medi-da em que reduzem as emissões de CO2. Entretanto, para que esse aspecto positivo prevaleça, não deve ocorrer o aumento do desmatamento.

Dias antes da votação do Código, o INPE (Insti-tuto de Pesquisas Especiais) nos alertou com dados alarmantes sobre o aceleramento do desmatamento na Amazônia, particularmente no Estado que se apre-senta como modelo agrário com base nos latifúndios empresariais com seus monocultivos de exportação, o Mato Grosso. Confundem-se as noções de qualidade e quantidade, sob a égide do desenvolvimento sustentá-vel, que aponta como rumo o crescimento econômico desenfreado e o uso à exaustão dos recursos naturais.

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O Código Florestal A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS E A EXPLORAÇÃO DO

TRABALHADORO modelo político brasileiro, em

especial por suas dinâmicas de finan-ciamento das campanhas eleitorais, produz questionáveis resultados, sob a perspectiva da qualidade e da diversi-dade da representação.

Essas dinâmicas, por um lado, mar-ginalizam do processo político ampla maioria dos segmentos e classes so-ciais e, por outro lado, serve à manu-tenção do poder das elites econômicas. Setores econômicos ligados ao agro-negócio e ao latifúndio, à mineração, à construção civil, à produção de ener-gia, às indústrias, etc., notadamente possuem ampla participação no parla-mento brasileiro.

ALGUNS EXEMPLOS DE COMO CUIDAR DA FLORESTA E DA VIDA:O Projeto de Extensão em Agro-

ecologia denominado “Gira-Sol”, conduzido por estudantes de diversos cursos da UNESP do Campus de Rio Claro-SP, desde 2006, tem como pro-pósito a recuperação de áreas degrada-das através de práticas agroecológicas. Até hoje, duas áreas foram utilizadas para aplicação de diferentes técnicas, ambas dentro das dependências da Universidade. A primeira visando à recuperação da mata ciliar do córrego Bandeirantes e a segunda a recupe-ração de uma pastagem abandonada, proporcionando assim condições para o aumento da biodiversidade local.

Uma das maiores dificuldades en-contradas na área de recuperação da mata ciliar (APP) do Córrego Bandei-rantes foi à ocorrência de incêndios criminosos e ocupação ilegal de gado, o que provocou mortalidade na maio-ria das mudas, degradação e compac-tação dos solos, geradas pelo pisoteio do gado. A falta de vegetação e a im-possibilidade de permanência das mu-das também favoreceram o aumento do assoreamento no rio.

A segunda área (livre dos proble-mas enfrentados na área de APP) está em processo de recuperação e caminha muito bem. Em pouco mais de um ano e meio já apresenta grande melhoria

no solo, no presente momento des-compactado e fértil, a biodiversidade da fauna e flora cresce a cada dia, e produz grande diversidade de cultivos, tanto para a alimentação (mandioca, milho, abóbora, frutas entre outros) como para outras utilizações comer-ciais. Sem deixar de preservar espécies nativas que são fundamentais para a biodiversidade, proteção do solo e das águas. (Alunos da Unesp do Campus de Rio Claro-SP).

CONCLUSÃO

De modo lógico, avançar no pro-cesso de democratização brasileira, garantindo aos setores economicamen-te marginalizados acesso às decisões políticas, à representação e à efetiva participação é não só transformar as relações sociais de poder, como tam-bém transformar as noções de direito e cidadania, bem como os vínculos des-ta nação com os desafios ambientais do milênio e com as futuras gerações – absorvendo a ideia de sociedades sustentáveis à condução do processo político nacional.

Como base de sustentação para esta concepção encontra-se a ressignifica-ção da exploração do proletário – aque-le que originalmente era caracterizado por ter tolhida de si a produção de seu

trabalho, pode contemporaneamente ser caracterizado também pela usurpação da propriedade intelectual, da saúde e, principalmente, de seus recursos natu-rais e da segurança ambiental.

Apenas o papel firme do Estado, na manutenção do equilíbrio entre os diferentes setores sociais pode garantir a justiça social no país. A reforma do sistema político e a regulação cuidado-sa das atividades econômicas é rumo certo na consolidação deste protago-nismo cidadão universalizado.

Fortalecer a agenda financeiro-eli-tista do projeto desenvolvimentista, em detrimento das agendas populares e do diálogo com a sociedade, é afastar o povo do processo de amadurecimen-to democrático brasileiro e privá-lo do acesso à justiça e a seus direitos – a luta contra as mudanças no código florestal, para muito além de uma luta ambientalista, deve ser compreendida como uma luta pela soberania popular e dos valores democráticos.

Referências bibliográficas[1]. JUAREZ GUIMARÃES, A trajetória

intelectual de Celso Furtado.[2]. JUAREZ GUIMARÃES, As culturas

brasileiras da participação democrática.[3]. PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA,

Lei nº 4.771, 17 de Setembro de 1965.

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Em tempos em que o aque-cimento global e as ques-

tões ambientais pautam o cotidiano, uma fi-gura está ligada à natureza através da proteção, conserva-ção e recuperação dos recursos reno-

váveis e dos ecossis-temas. Além de zelar,

esse profissional traba-lha em prol da correção do

desgaste causado pelo homem e também encontrando maneiras para

permitir atividades econômicas sem prejuízo ao meio ambiente. Afinal, de quem estamos falando? No dia 12 de julho comemora-se o dia do Engenheiro Flores-tal. Para celebrar a data, falaremos da profissão.

Para exercer a profissão, reconhecida no Sistema Confea/Creas pela Lei nº 4.643, de 31 de maio de 1965, é preciso que o engenheiro se registre no Conselho Re-gional de Engenharia e Arquitetura (CREA). Em 1960, sob o Decreto n.º 48.247, foi criado em Viçosa, o pri-meiro curso de Engenharia Florestal, transferido em 1964 para Curitiba. A profissão tem a base nas ciências biológicas, passando pelas ciências exatas e humanas. As matérias estudadas pelo profissional, dentre outras, são: Estatística Descritiva, Termodinâmica, Genética, Bioquímica, Microbiologia, Botânica, Zoologia, An-tropologia Rural, Topografia, Climatologia, Ecologia Geral e Florestal, Legislação Florestal, Manejo e Con-servação de Solos Florestais, Incêndios Florestais, Im-plantação de Florestas, Sistemas Agroflorestais, Hidro-logia Florestal e Conservação Florestal.

O curso tem duração média de 5 anos e o profis-sional poderá trabalhar em órgãos públicos na conser-vação e na fiscalização das áreas utilizadas pelas em-presas privadas; em instituições de ensino superior e de pesquisa; em empresas privadas, nas indústrias de celulose, carvão, papéis e móveis; na elaboração de projetos de plantio e reflorestamento que viabilizem o uso racional dos recursos florestais. As atividades es-tão voltadas também para a defesa sanitária, o manejo e melhoramento de florestas nativas ou plantadas.

O piso salarial do engenheiro florestal é de nove salários mínimos para contratos de 40 horas semanais e seis salários mínimos para 30 horas semanais. A procura por esses profissionais vêm crescendo, já que as empresas começaram a adquirir uma consciência sócio-ambiental. A entidade máxima da Engenharia Florestal no Brasil é a Sociedade Brasileira de Enge-nheiros Florestais (SBEF). A SBEF foi criada em 1968 e atua na defesa da classe e de seus profissionais.

12 de Julho - Dia Nacional da Engenharia Florestal

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31JULHO 2011

por Prof. Ruibran dos Reis Coordenador do Minas tempo e prof. da PUC Minas

O inverno começou no dia 21 de junho as 14h16 e terminará no dia 23 de setembro as 06h04. No momento não atuam os fenômeno El Niño e La Niña, portanto, as temperaturas da água do oceano Pacífico na costa do Peru e do Equador estão dentro do padrão esperado. Sem a influência dos dois fenômenos é de se esperar que o inverno em Minas Gerais tenha um comportamento normal, isto é, as frentes frias deverão passar pelo litoral da região Su-deste e massas de ar deverão causar queda da temperatura em alguns dias.

Nos últimos anos tem-se observado que as temperaturas durante os meses de inverno estão mais altas em relação ao que se observava há 30 anos. Quando se coloca o desvio das temperaturas observadas nos últimos anos, em relação à média, juntamente com o desvio da temperatura global, pode-se verificar que há uma relação direta entre a elevação da tempe-ratura em Minas Gerais com o aquecimento global.

As frentes frias deverão passar pelo litoral do Espírito Santo e Sul da Bahia durante os meses de julho e agosto. A mudança na direção dos ventos deverá deixar o tempo nublado nas regiões Leste e Nordeste de Minas Gerais e no Sul da Bahia. Portanto, o inverno será úmido, com possibilidade de ocorrência de chuviscos em alguns dias. As temperaturas mé-dias deverão variar entre 15 e 27 graus.

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Previsão climática para o inverno de 2011

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32JULHO 2011

A participação do agronegócio na economia brasi-leira é evidente. Ainda assim, há quem a discuta.

A seguir temos alguns números sobre o PIB da pe-cuária e agricultura, calculado pelo Cepea, em 2010.O PIB do agronegócio em 2010 foi R$821,1 bilhões. A figura 1 mostra a evolução do PIB do agronegócio, desde 2000.

Destes, R$88,8 bilhões foram da cadeia de insu-mos, R$217,5 bilhões no campo, R$251,4 bilhões na indústria e R$263,4 bilhões na distribuição. Veja na figura 2 a distribuição nos setores.

Dividindo o PIB agropecuário entre a agricultura e a pecuária, a primeira participou com 70,4% da riqueza gerada pelo agronegócio. Foram R$578,4 bilhões, con-siderando os insumos, campo, indústria e distribuição.

A pecuária, com PIB de R$242,7 bilhões em 2010, participou com 29,6% do total do agronegócio.

PIB do agronegócio em 2010M

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por Hyberville Paulo D´Athayde NetoMédico Veterinário | Scot Consultoria

Qualidade e rendimento caracteriza a safra 2011/12

Figura 1 - Evolução do PIB do agronegócio, desde 2000, em bilhões de reais deflacionados

Fonte: Cepea / elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Figura 2 - Distribuição do PIB da agropecuária em 2010.

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33JULHO 2011

A safra em muitas de nossas regiões está adiantada, mesmo o produtor tendo dificuldades de mão-de-obra para a colheita. O que está sendo diferente dos anos anteriores é a qualidade da be-bida e o índice de cafés descascados, tanto por rendimento como por maiores quantidades de produtores adotando este processo.

A ausência significativa de chuvas neste início de inverno fa-voreceu o adianto da colheita e a produção de cafés mais finos. A motivação do produtor para a melhoria da qualidade com a expectativa de vendas mais remuneradas está sendo uma reali-dade nas cooperativas. A produção de cafés inferiores como os rios estão escassos, mesmo com o adianto da colheita não teremos ofertas como nas duas últimas safras. Desta forma, na atual safra a Zona da Mata e Leste de Minas está contribuindo para a me-lhoria da qualidade brasileira ao mercado mundial. As demais regiões brasileiras importantes produtoras de café também estão em plena colheita. No final de junho e início de julho a grande

preocupação, diferente dos últimos anos, está sendo com a geada que está afetando cafezais de forma moderada no Paraná, São Paulo e Sul de Minas.

Nossos produtores devem continuar focados na colheita e processamento de bons cafés. O mercado continua com alta vo-latilidade e os fundamentos fortes e favoráveis como consumo, estoque e produção. O dólar e posições técnicas estão forçando a cotação no mercado interno para baixo.

Qualidade e rendimento caracteriza a safra 2011/12

Waldir Francese Filho Eng. Agr. Gerente Comercial Coocafé

Pouca coisa mudou desde nosso último Panorama. O mercado nacional de leite segue equilibrado à medida que a safra do sul ainda não reagiu como o esperado, as importações continuam em alta, mas sob os mesmos pata-mares verificados na média do ano, e o com-portamento de preços do leite longa vida que, apesar de leve baixa recente, continuam sob bom patamar, cerca de R$ 0,20 por litro acima do ano passado, no varejo e no atacado.

A expectativa de que os preços ao produtor sofreriam um reajuste negativo foi amenizada em junho e o clima do mercado em curto prazo é de um cenário de “chuva e sol”, com fatores altistas e baixistas sustentando (não há viés de alta) ou derrubando os preços.

O leite longa vida sofreu uma baixa de cerca de 5 centavos de real no atacado desde meados de maio, mas ainda assim continua sob interessante patamar para a indústria. Os

valores variando de R$ 1,65-1,85/litro no atacado, dependendo da região, e em média a R$ 2,13 no varejo.

Julho - o mês de julho, de férias, tra-dicionalmente aponta para uma redução no consumo de leite fluido, sendo um fator a se considerar na análise. Uma potencial eleva-ção da safra no sul, junto a importações em elevação e consumo reduzido podem afetar o equilíbrio do mercado. A contrapartida pode ser a timidez da oferta no Sudeste e no Centro-Oeste. Analisando a Receita Menos Custo da Ração de uma vaca hipótetica de 20 kg, percebe-se que a situação em maio foi pior do que há um ano, e o produtor não está estimulado. Com o fim das pastagens de verão e necessidade de aumento da su-plementação - que está cara - produtores menos tecnificados tendem a pisar no freio, equilibrando o cenário de mercado.

De fato, a demanda por leite por parte das indústrias ainda é grande no Centro--oeste e Sudeste, em período de entressafra. Nessas regiões, o leite spot deve permane-cer estável - na faixa dos R$ 0,96-1,03/litro - e por consequência, também os preços aos produtores. Em algumas regiões, o assédio ao produtor é maior e algum ajuste positivo, mesmo que pequeno, poderá ser observado.

Em resumo, o mercado apresenta “sol” - valores do UHT em bons patamares, assé-dio ao produtor, pela necessidade de manter captação e oferta no Sudeste e Centro-Oeste em queda, mas também um pouco de “chu-va”, ou pelo menos algumas nuvens que, se não são tão espessas, demandam atenção: preço dos derivados, principalmente pó e queijos, oferta no Sul, importações de leite e o mês de julho. É esperar para ver.

Clima de “chuva e sol” garantem estabilidade do

mercado em junhoMarcelo Pereira de Carvalho - Diretor Executivo da AgriPoint

Rodolfo Castro - Analista de Mercado de Lácteos da MilkPoint Figura 2 - Distribuição do PIB da agropecuária em 2010.

Cotação Julho/11Arábica | Duro tipo 6 | R$ 460,00

Cereja | Descascado Fino | R$ 490,00Conilon | Tipo 8 | R$ 231,00

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34JULHO 2011

COTA

ÇÕES

34JULHO 2011

BOI GORDO (R$/@)

Fonte: BeefPoint

DATA À VISTA A PRAZO

INDICADORES ESLAQ / BM&F BOVESPABOI GORDO

22/06/11

27/06/11

28/06/11

96,15

97,16

96,50

97,54

98,26

97,55Fonte: BeefPoint

VENCIMENTO FECHAMENTODIFERENÇA DO DIA

ANTERIOR

Jul/11

Ago/11

Set/11

99,50

100,49

101,40

(R$/L)COTAÇÕES DO LEITE CRUPREÇOS PAGOS AO PRODUTOR

(R$/L)PREÇOS DO LEITE

R$/LITRO RS SCPRSPMG GO BA

Jan/11 0,7211 0,6815 0,7676 0,7553 0,7397 0,6373 0,7514

Fev/11 0,7285 0,6954 0,7761 0,7513 0,7518 0,6312 0,7543

Mar/11 0,7604 0,7142 0,7963 0,7495 0,7749 0,6516 0,7599

Abr/11 0,8002 0,7583 0,8253 0,7727 0,8099 0,6973 0,8105

Mai/11 0,8379 0,8113 0,8680 0,8510 0,8458 0,7174 0,8456

Dez/10 0,6513 0,73730,74690,75860,7235 0,7366 0,6538

Fonte: Cepea - Esalq/USP (Milk Point)

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0,01

-0,07

MERCADO FUTURO (BM&FBOVESPA) 08/06

34MAR | ABR 2011

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35JULHO 2011

Rolos de papel higiênico podem ser reutilizados como

sementeirasMÃO

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Fonte: Ciclo Vivo

A reutilização permite que itens usados sejam aproveitados de outra maneira. Ao invés de gastar mais recursos para criar novas coisas, a técnica conhecida como “Upcycle” incentiva a transformação de objetos que não funcionam mais de ma-neira eficiente para a sua finalidade origi-nal. Ao reutilizar um material o desperdí-cio é reduzido e a quantidade de resíduos que vão para lixões ou aterros sanitários também. Coisas simples como um rolo de papel higiênico podem se tornar úteis. Aprenda a transformá-los em sementeiras.

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PASSO-A-PASSO Rolos de papel higiênico, tesoura, terra,

sementes e água.

MÉTODO:Separe os rolos de papel higiênico vazios

e corte-os ao meio com o auxílio de uma tesoura. A seguir, pressione com cuidado o contorno de uma das extremidades para fa-zer o fundo. Quando terminado, o fundo do seu copo deve estar parecido com a figura exposta na fotografia1.

Separe as “sementeiras” e organize-as to-das juntas, uma ao lado da outra. Preencha--as com terra e deposite a semente de sua escolha no centro de cada “tubo”. Regue-as diariamente. Em alguns dias, suas sementes começarão a brotar. Quando você transplan-tar os brotos para um jardim, tenha cuidado para apoiar o fundo do copo com a mão, isso irá previnir que a terra caia. Não é preciso retirar o papel para fazer o plantio, basta colocá-lo diretamente sob o solo.

Aperte suavemente o contorno de uma das extremidades

Fotografia1.

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36JULHO 2011

Fazendinha da Emater na Expoagro GV 2011EM

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Ronald Hott de PaulaCoordenador Técnico Regional

Durante a 42ª Expo-sição Agropecuária de Gov. Valadares (EXPO-AGRO-GV), promovida pela União Ruralista Rio Doce, a EMATER-MG através do seu Escritório Regional está trazendo uma novidade para o público visitante: é a im-plantação da Fazendinha da EMATER.

A área de aproxima-damente 2500 m² está ocupada com alguns projetos que po-dem ser implementados nas propriedades rurais e também na área urbana.

Na área de bovinocultura foi priorizado o manejo de pas-tagens, através do pastejo rotacionado. O produtor terá escla-recimentos de como planejar a divisão das pastagens, área de descanso com saleiro e bebedouro, construção da cerca elétrica, manejo correto das principais gramíneas utilizadas na região.

Os pequenos animais serão outra atração. A criação de fran-gos caipiras em sistema semi-intensivo é uma atividade bastante rentável que será incentivada através de uma mostra na Fazen-dinha. Esta é uma atividade que pode tanto ser desenvolvida no meio rural quanto no urbano. Serão expostos equipamentos utilizados na criação de abelhas e peixes, como tanque rede, descamador de peixe (invento premiado de uma produtora rural de Central de Minas), colmeia, etc.

Outra atividade que também pode ser desenvolvida em áreas urbanas, utilizando quintais e lotes vagos, é a olericultura (pro-dução de hortaliças). Foram plantadas cerca de 20 variedades de verduras e legumes oferecendo ao público a oportunidade de conhecer uma produção sem o uso de agrotóxicos, apren-der sobre o modo adequado de plantio, condução e a fazer o

preparo de caldas naturais para controle de pragas e doenças. Também serão apresentadas algumas alternativas para pro-dução destes alimentos em pequenos espaços de casas e apartamentos, além de um mo-delo de estufa de baixo custo e rápida construção que permite a produção na entressafra.

A atividade da fruticultura será representada pelas cultu-

ras de abacaxi, maracujá e bana-na. Espaçamentos e variedades adequadas para a nossa região, condução e manejo das plantas, principalmente a rentabilidade destas culturas com ótimo potencial de diversificação das pro-priedades rurais, são alguns dos itens a serem abordados.

O meio ambiente não foi esquecido. Será mostrado um mo-delo de fossa séptica que pode ser construída como opção para o saneamento rural evitando a contaminação da água e do solo e contribuindo para melhoria da saúde das famílias rurais.

Mas não adianta só produzir. Umas das principais dificul-dades do produtor, a comercialização, também está sendo con-templada através da I Mostra da Agroindústria Familiar, onde poderão ser encontrados diversos produtos de artesanato e da agroindústria, como doces, quitandas, mel entre outros.

Durante todos os dias estarão sendo ministrados cursos de curta duração, demonstrações técnicas e palestras. A progra-mação poderá ser conhecida no stand da EMATER-MG insta-lado dentro da Fazendinha. Técnicos da Empresa e estudantes de agronomia estarão de plantão para esclarecimentos sobre os mais variados assuntos de interesse do público visitante.

Portanto não deixem de visitar a FAZENDINHA DA EMA-TER entre os dias 8 e 17 de Julho no Parque de Exposições de Governador Valadares. O espaço ficará aberto de 8 às 22h.

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A olericultura será uma das atrações do stand da Emater-MG

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37JULHO 2011

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) iniciou em maio, a certificação de origem e qualidade do algodão em pluma mineiro. O processo de certificação acontecerá sempre entre os meses de maio e setembro, datas em que acontece a safra do algodão no Estado.

O objetivo é atestar a qualidade e garantia de procedência do algodão inserido no Pro-grama Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (PROALMINAS). Além disso, propiciar parcerias com o setor produtivo do algodão, já que, as indústrias têxteis que comprarem o produto certificado terão uma desoneração tributária.

O PROALMINAS é coordenado pela Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA) e busca incentivar a modernização da produção agrícola do algodão, além de estimular a indústria têxtil. Minas Gerais possui 29 mil hec-tares de área plantada de algodão, sendo que a região Noroeste é a maior produtora, com 15,4 mil hectares.

Para maiores informações procurar o escritório do IMA mais próximo de seu município.

IMA inicia certificação do algodão produzido em MinasIM

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Marcelo de Aquino Brito Lima Fiscal Estadual Agropecuário - IMA

Coordenadoria Regional de Gov. Valadares

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38JULHO 2011

IDAF

O Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), e a Uniaves, maior indústria do setor da avicultura do Estado e a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (AVES), assinaram o termo de compromisso para implantar o Sistema de Integração Agropecuária online (Siapec) para aprimorar os traba-lhos de defesa sanitária e inspeção animal e vegetal. A empresa SM Soluções e Gestão de Informação Ltda é a responsável pelo software.

De acordo com o chefe do Departamento de Defesa Sanitária e Inspeção Animal, Fabiano Fiuza, a tecnolo-gia permitirá executar as atividades de defesa sanitária animal de maneira mais eficaz. “Através do software é possível controlar os registros de trânsito, gerenciar todo o rebanho e controlar os estoques de vacinas. Além disso, os veterinários que trabalham nas granjas terão um login e senha de acesso para a emissão da Guia de Trânsito Animal (GTA)”, informa Fiuza.

A diretora presidente do Idaf, Lenise Menezes Lou-reiro, ressalta a importância do sistema para o Idaf. “A implantação do novo sistema representa uma grande

conquista não só para a instituição, mas para a sociedade capixaba, tendo em vista que aperfeiçoará as atividades de defesa sanitária animal e vegetal, possibilitando me-lhoria no nosso status sanitário, expansão de mercado e, sobretudo, garantir produtos mais seguros à população”, explica Lenise.

O novo sistema também está sendo implantado pela Uniaves e a AVES parceiras do Idaf. Ambas foram fun-damentais para a aquisição do sistema. “Estamos felizes com a parceria com o Idaf. Cooperar com os trabalhos de defesa sanitária melhora a classificação do Estado beneficiando os avicultores capixabas”, diz o diretor da Uniaves Ricardo Bruno.

SISTEMA DE INTEGRAÇÃO AGROPECUÁRIA ONLINESegundo o diretor presidente da empresa, Sylvio

Maggessi, o sistema de informatização SM está presen-te em três Estados: Sergipe, Bahia e Pará. O software integrará os trabalhos de defesa animal e vegetal, com cadastro dos produtores e das propriedades em um siste-ma único. Através do sistema é possível gerar relatórios e documentos necessários para o trânsito de animais e produtos de origem vegetal.

Idaf adquire novo sistema de informatização

para a defesa sanitáriaJória Motta Scolforo

Assessoria de Comunicação/IdafTexto: Analine Izoton

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Durante reunião para implantação do Sistema de Integração Agropecuária online

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39JULHO 2011

O fim da Zona Tampão na Bahia tem agora reconhe-cimento internacional. O reconhecimento dessa área como Zona de Proteção foi divulgado oficialmente pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), durante a 79ª Assembléia Geral de Delegados da OIE, realizada em Paris, no dia 27 de maio último.

A Bahia já havia conquistado o status de livre de af-tosa com vacinação da Zona de Proteção desde a publi-cação da Instrução Normativa nº 45, de 28 de dezembro de 2010, pelo Ministério da Agricultura. “Mas com o aval internacional e a resolução da OIE, os pecuaristas da Zona de Proteção agora passam a ter o mesmo status sanitário em todo o território nacional, sem restrições quanto ao comércio em qualquer parte do mundo”, des-taca o secretário da Agricultura, Eduardo Salles.

Os oito municípios baianos que compõem a Zona de Proteção são Casa Nova, Remanso, Campo Alegre de Lourdes, Pilão Arcado, Buritirama, Mansidão, Santa Rita de Cássia e Formosa do Rio Preto –, com cerca de 10 mil criadores e um rebanho de aproximadamente 255 mil cabeças.

De acordo com o diretor geral da Agência de Defe-sa Agropecuária, Adab, Paulo Emílio Torres, a aten-ção com o trânsito de animais e a vigilância entre os Estados com risco médio e os municípios declarados como livres será contínua. Lembrando que essa área preserva todos os Estados do Brasil – consideradas li-vres da doença com e sem vacinação (Santa Catarina)

pela OIE – de áreas de divisa com estados que têm status sanitário inferior, como Pernambuco, Piauí, Maranhão e Amazonas.

Hoje, 15 unidades da federação são reconhecidas pela OIE como livres de febre aftosa com vacinação: Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Sergipe, To-cantins e Distrito Federal. Além disso, detêm esse status a região Centro-Sul do Pará e os municípios de Guajará e Boca do Acre, no Amazonas.

O Ministério da Agricultura reconhece como risco médio de febre aftosa os estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e a região Centro-Norte do Pará. Em alto risco en-contram-se Roraima, Amapá e as demais áreas do Esta-do do Amazonas. O Estado de Santa Catarina é consi-derado pela OIE como livre da doença sem vacinação.

A OIE reconheceu também as Zonas de Proteção dos Estados de Tocantins e Rondônia. No Tocantins, os municípios são da Zona de Proteção são Barra do Ouro, Campos Lindos, Goiatins, Lizarda, Mateiros, Recursolândia e São Felix do Tocantins, onde o reba-nho está estimado em 133,6 mil cabeças. Já em Ron-dônia, a zona inclui o norte de Porto Velho e parte dos municípios de Canutama e Lábrea, localizados no estado do Amazonas.

Governo e pecuaristas comemoram reconhecimento

internacional do fim da Zona TampãoAD

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Ascom Adab/Seagri

dos municípios de Canutama e Lábrea, localizados no

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40JULHO 2011

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A Expovet Minas, feira do seg-mento pet e veterinário do Estado, aconteceu entre 03 e 05 de junho. Vi-sando a profissionalização do setor, a feira foi sede do Encontro Mineiro de Atualização em Medicina Interna em Pequenos Animais, direcionado para médicos veterinários.

As palestras do Encontro aborda-ram tratamentos com células tronco, diabete canina, leishmaniose visceral, laserterapia, dentre outros. Bruno Di-

vino, presidente da Anclivepa – As-sociação Nacional de Clínicas Vete-rinárias de Pequenos Animais, que promoveu o evento, avaliou a impor-tância do mesmo para os participan-tes. “Com palestras de veterinários de destaque em Minas, passamos a não depender somente de eventos de ou-tros Estados para a atualização clínica da categoria”, completou. (Fonte: Ana Luisa Moreira – ASCOM Expovet)

Um dos grandes desafios da política agrícola nacional é dar acesso aos agricul-tores a novos financiamentos. As operações de crédito rural não tem alcançado a meta proposta pelo Plano Agrícola e Pecuário (PAP) dos últimos anos. Agora, apesar do PAP 2010/11 colocar R$ 123 bilhões (sen-do 107 bilhões para agricultura comercial e 16 bilhões para familiar) como valor orçado para aplicação, nada garante definitivamente a sua execução.

Com claros sinais de esgotamento do modelo de crédito rural implantado há mais de quatro décadas, a apreensão dos produto-res e de todas as cadeias produtivas é cada vez maior com relação aos títulos de finan-ciamento disponíveis para operações. Com o objetivo de estudar o potencial da utilização e o aprimoramento destes títulos, com vista à maior difusão dos seus benefícios para o produtor rural, a ABAG – Associação Bra-sileira do Agronegócio reuniu diversos elos das cadeias produtivas e criou o Comitê de Financiamento do Agronegócio.

Temas como Central de risco, Sistema Nacional de Crédito Rural, Sistema Priva-do e Seguro foram destaques nos primeiros encontros do Comitê, que reúne os mais re-nomados executivos do mercado financeiro e do agronegócio. (Fonte: ASCOM Abag)

Atendendo a solicitações dos movimentos sociais, o Gover-no da Bahia, sócio majoritário da Empresa Baiana de Desen-volvimento Agrícola S.A. (EBDA), indicou e elegeu, no dia 28 de junho, durante assembleia do Conselho Consultivo, como novo diretor-presidente da EBDA, o técnico agrícola Elionaldo de Faro Teles. A solenidade de posse do Presidente e do novo diretor de pecuária da Empresa, Marcelo Vieira Matos da Paz, foi realizada no Centro de Treinamento da Empresa, em Salva-dor, logo após a assembleia, com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Afonso Florence.

Durante a solenidade, Faro destacou à sua dedicação à agricultura familiar e aos movimentos sociais, ressaltando a importância de ambos. Ele também falou sobre às ações da EBDA nos municípios baianos. “Nosso compromisso é de-senvolver o meio rural, combater à pobreza e levar a EBDA à uma liderança no desenvolvimento de projetos e pesquisas para a agropecuária, além de buscar a excelência na prestação de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater)”, desta-cou o Presidente.

A história de Faro está diretamente ligada à agricultura familiar, aos movi-mentos sociais e à EBDA, na qual ingressou em 1978, quando ainda era Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Bahia (Emater-BA), e está até hoje. Mais recentemente, foi diretor de Pecuária da EBDA. (Fonte: EBDA/Assimp)

Evento de atualização para médicos veterinários acontece

durante a segunda Expovet Minas

ABAG cria Comitê de Financiamento do Agronegócio

(Fonte: Ana

A Companhia Nacional de Abastecimen-to (Conab), órgão vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, tem dois novos dirigentes. Tomaram posse, no dia 20 de junho, em Brasília, Marcelo de Araújo Melo, como diretor de Operações e Abasteci-mento, e Oscar Jucá Neto, como diretor de Fi-nanças. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Milton Ortolan, participou do evento representando o ministro Wagner Ros-si. A nomeação dos dois novos diretores foi publicada no Diário Oficial da União da sexta--feira (17/06). (Fonte: MAPA)

Expocafé 2011 atrai mais de 22 mil visitantes

Novo presidente da EBDA toma posse e ressalta o papel dos

movimentos sociais

Novos diretores da Conab tomam posse

em Brasília

Foram gerados mais de 200 milhões de negócios na Expocafé 2011

Cristina Malm, da UFMG, durante palestra sobre “Mitos e verdades da castração precoce em cães e gatos”

Elionaldo de Faro, Presidente da EBDA

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41JULHO 2011

Um esalqueano comandará os esforços interna-cionais de erradicação da fome e da insegurança ali-mentar entre janeiro de 2012 e julho de 2015. José Graziano da Silva, engenheiro agrônomo formado na Escola Superior de Agricultura “Luiz de Quei-roz” (USP/ESALQ) em 1972, foi eleito em 26 de junho, o novo Diretor Geral da Organização das Na-ções Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Graziano da Silva, 61 anos, recebeu um total de 92 votos dos 180 votos, derrotando o ex chan-celer espanhol, Miguel Angel Moratinos Cuyau-bé, que obteve 88 votos. Não houve abstenções. A eleição ocorreu no segundo dia da Conferência bienal da FAO, que também aprovou o orçamento da Organização para 2012-2013.

“A partir de agora não sou um candidato bra-sileiro, mas o Diretor-Geral eleito de todos os países”, afirmou Graziano da Silva, emocionado, num rápido discurso à 37ª Sessão da Conferência da FAO depois da votação.

Como Ministro Extraordinário de Segurança Alimentar e Combate à Fome do Brasil, foi res-ponsável pela execução do programa Fome Zero. Desde 2006 atuou como Vice-Diretor Geral da FAO e representante regional para a América La-tina e no Caribe. Graziano da Silva nasceu em 17 de novembro de 1949 e será o oitavo Diretor-Ge-ral desde a criação da FAO, em 16 de outubro de 1945. (Fonte: Ascom USP/ESALQ)

Novo diretor geral da FAO é esalqueano

No último dia 27/06 (segunda-feira), o Sindicato Rural de Gover-nador Valadares promoveu a homenagem do Mérito Rural 2011. Os homenageados foram escolhidos pelo destaque na classe rural e na so-ciedade em geral. Os contemplados com o título foram Paulo Campos Barroso, José Oton Prata de Castro, Saul Vilela, Verenice dos Reis Rezende, Raul Cláudio dos Santos e Hélio Cabral Júnior. A solenidade também foi o início das comemorações do dia do produtor rural, que é dia 7 de julho. O Presidente Afonso Luiz Brêtas, julga importante a realização de eventos como este, que enaltecem o produtor rural e a classe. (Fonte: Sindicato Rural GV)

O maior evento do agronegócio café no Brasil, Expocafé, realizado pela EPA-MIG, entre os dias 14 e 17 de junho, na Fazenda Experimental de Três Pontas re-

cebeu 22.084 participantes (em 2010 o público foi de 12 mil). Os negócios realizados passa-ram de R$ 93 milhões na edição anterior para 228 milhões em 2011, o que significa 145% a mais que em 2010. A procura por estandes também cresceu. O setor de comercialização estima que na próxima edição deverá ampliar em 20% o número de estandes.

De acordo com o coordenador da Expoca-fé, Mairon Mesquita, os eventos que integra-ram essa edição tiveram retorno positivo dos visitantes. Mairon explica também que a partir de pesquisa feita com os expositores serão tra-çadas estratégias para a edição 2012. “Diante do crescimento do agronegócio café, é espera-da também a expansão da feira”, disse. Para a 15ª edição a intenção é disponibilizar um pavi-

lhão de inovação exclusivo para novas tecnologias. De acordo com o coordenador essa demanda surgiu a partir do 1° Encontro de Inovação do Café realizado na sexta-feira (17).

De acordo com o coordenador técnico da Expocafé, Gladyston Carvalho o sucesso do evento demonstra o bom momento da cafeicultura e o interesse dos cafeicultores pela tecnificação da atividade cafeeira. “O cafeicultor caminha para a otimização e automação das propriedades que até alguns anos atrás eram consi-deradas propriedades rurais e agora passam a se tornar empresas rurais”, afirma. (Fonte: ASCOM EPAMIG)

Sindicato Rural homenageia com Mérito Rural 2011

Expocafé 2011 atrai mais de 22 mil visitantes

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Paulo Campos Barroso (no centro), ao lado da esposa Sônia Barroso, recebendo a homenagem do presidente do Sindicato, Afonso Brêtas

Foram gerados mais de 200 milhões de negócios na Expocafé 2011

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Receita de Beliscão (Biscoitinho com Recheio de Goiabada)

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Fonte: Cozinha Nestlé

Ingredientes

Massa:• 1 lata de creme de leite• 100 g de manteiga• 3½ xícaras (chá) de farinha de trigo• 1 xícara (chá) de açúcar

Recheio:• ½ xícara (chá) de açúcar• 180 g de goiabada

Modo de PreparoMisture o Creme de Leite, o açúcar, a farinha de trigo e a man-teiga. Cubra com filme plástico e deixe descansar por 30 minu-tos. Corte a goiabada em retângulos finos. Abra a massa em uma superfície enfarinhada, cortando-a em círculos com o auxílio de um copo pequeno ou cortador. Coloque um pedacinho de goia-bada no centro e dobre a massa, unindo as duas pontas opostas. Pincele com a gema, arrume-os em fôrma untada e leve ao forno pré-aquecido por cerca de 30 minutos ou até ficarem ligeiramente dourados. Retire do forno e polvilhe com o açúcar.

Dificuldade de Preparo da Receita: fácil Temperatura da Receita: frio Rendimento da Receita: 150 unidades Tempo de preparo da Receita: 30 min + 30 min de descanso + 30 min de forno

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