14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

download 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

of 40

Transcript of 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    1/40

     

    ASSOCIAÇÃO DE EDUCAÇÃO E CULTURA DE GOIÁS- AECG

    FACULDADE PADRÃO

    DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM

    DAIANE APARECIDA DUARTE ARAÚJOELIANA CÂNDIDA DA SILVA

    LORENA RAMOS FERNANDES

    MARIA JOSÉ BORGES FÉLIX

    PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERSPECTIVAS

    PARA A ENFERMAGEM

    GOIÂNIA2014

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    2/40

     DAIANE APARECIDA DUARTE ARAÚJO

    ELIANA CÂNDIDA DA SILVA

    LORENA RAMOS FERNANDESMARIA JOSÉ BORGES FÉLIX 

    PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERSPECTIVAS

    PARA A ENFERMAGEM

    ORIENTADOR: Prof a. MsC. MARGARIDA MARTINS COELHO

    GOIÂNIA2014

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

    ao Departamento de Enfermagem, da

    Faculdade Padrão como obtenção de nota

    parcial para o título de Bacharel em

    Enfermagem.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    3/40

     

    FICHA CATALOGR FICA

    Sociedade de Educação e Cultura de Goiás - SECGDepartamento de Graduação e Pós-Graduação

    Curso de Enfermagem

    ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM FRENTE AS COMPLICAÇÕES QUE LEVAM AOÓBITO MATERNO: REVISÃO DA LITERATURA

    ANUNCIAÇÃO, Leomar da; LOPES, Clara Cristina de Paula; MOTA, ValériaAraújo; SILVA, Jakeline Nascimento

    Coordenadora do Curso de Enfermagem: PARANAGUÁ, T.T.B.Orientadora: Profª. Ms. BARBOSA, Rosilmar Gomes P.

    GOIÂNIA2014

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    4/40

    FOLHA DE APROVAÇÃO

    DAIANE APARECIDA DUARTE ARAÚJO

    ELIANA CÂNDIDA DA SILVA

    LORENA RAMOS FERNANDES

    MARIA JOSÉ BORGES FÉLIX 

    PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES: PERSPETIVAS PARA AENFERMAGEM 

    Aprovado em _______de___________________de ________________

    BANCA EXAMINADORA

     _____________________________________________________Prof a Ms. Margarida Martins Coelho - Presidente/Orientadora

    Faculdade Padrão

     _____________________________________________________Prof  a Ms. Thatianny Tanferri de Brito Paranaguá

    Faculdade Padrão

     ______________________________________________________Esp. Ana Cecília Coelho Melo

    Membro Externo

    GOIÂNIA

    2014

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

    ao Departamento de Enfermagem, da

    Faculdade Padrão, como obtenção de nota

    parcial para o título de Bacharel em

    Enfermagem.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    5/40

    DEDICATÓRIA

     A nossa formação como profissional não poderia ter sido concretizada sem aajuda de nossos familiares que, no decorrer da nossa trajetória de vida, nos

    proporcionaram, além de extenso carinho e amor, os conhecimentos da integridade,

    da perseverança e de procurar sempre em Deus a força maior para o

    desenvolvimento como ser humano. Por essa razão, gostaríamos de dedicar e

    reconhecer a vocês, nossa imensa gratidão e sempre amor.

     À Deus, dedicamos o nosso agradecimento maior, pois tem sido tudo em

    nossas vidas.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    6/40

    AGRADECIMENTOS

     À Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse e еm todos оs momentos nos

    proporcionou força, saúde e sabedoria, sendo o maior mestre qυе alguém pode

    conhecer.

     À Instituição, pelo ambiente acolhedor е amigável qυе proporciona, como também

    aos professores do curso de enfermagem por todos esses anos de transmissão

    segura e paciente de conhecimentos.

     À nossa orientadora e Mestre Margarida pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe

    coube, pelas suas correções е incentivos. 

     Aos nossos familiares, pelo amor, incentivo е apoio incondicional, durante o tempo

    despendido com o trabalho. À todos qυе de forma direta оυ indiretamente fazem parte da nossa formação, о

    nosso muito obrigado. 

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    7/40

    EPÍGRAFE

    De tudo ficaram três coisas...

    A certeza de que estamos começando...

    A certeza de que é preciso continuar...

    A certeza de que podemos serinterrompidos antes de terminar...

    Façamos da interrupção um caminho novo...

    Da queda um passo de dança...

    Do medo, uma escada...

    Do sonho, uma ponte...

    Da procura, um encontro!

    (Fernando Sabino).

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    8/40

    SUMÁRIO

    LISTA DE QUADROS

    1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

    2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 15

    2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 15

    2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 15

    3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................. 16

    3.1.Paradigmas na saúde ....................................................................................... 16

    3.2.Práticas/medicina alternativa, complementar ou integrativa ........................ 18

    3.3.Enfermagem e as práticas integrativas e complementares ........................... 234 METODOLOGIA .................................................................................................... 28

    5 RESULTADO E DISCUSSÃO ............................................................................... 29

    CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 34

    REFERÊNCIAS .........................................................................................................35

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    9/40

    LISTA DE QUADRO

    Quadro 1: Práticas Integrativas e Complementares em Saúde............21

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    10/40

    LISTA DE SIGLAS

    COFEN – Conselho Federal de Enfermagem

    MA – Medicina Antroposófica.

    MS – Ministério da Saúde.

    MTC - Medicina Tradicional Chinesa.

    NCCAM – National Center Of Complementary And Alternative Medicine.

    PIC - Práticas integrativas e complementares.

    PUBMED - Pesquisa Bibliográfica em Publicações Médicas.

    PNPIC - Política Nacional de Práticas Integrativas/Complementares.SUS- Sistema Único de Saúde.

    TAC - Terapias alternativas e complementares.

    USP – Universidade de São Paulo.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    11/40

    RESUMO

     As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde propõem um modelo

    efetivo de atenção integral à saúde, que passe a privilegiar a atenção a rede básica,

    e adota a promoção da saúde como seu eixo estruturante, e o aumento pela busca e

    adesão a estas práticas tem contribuído para a ampliação do campo de atuação da

    enfermagem nessas modalidades. Uma vez que a enfermagem é uma profissão que

    tem como essência o processo do cuidar, atuando na prevenção, promoção e

    reabilitação da saúde. O estudo teve como objetivo refletir sobre a eficácia das

    Práticas Integrativas e Complementares na promoção da saúde e no cuidado

    assistencial ao indivíduo no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), e integraçãodestas práticas no processo de cuidar da enfermagem. Metodologia utilizada foi à

    revisão literária. Apesar da utilização das terapias complementares serem

    incipientes para a enfermagem, observa-se um campo amplo para atuação, pois o

    enfermeiro está em constante contato com o paciente e tem um importante papel na

    implementação dessas terapias, em instituições privadas e no SUS.

    Palavras-chave: Terapias complementares, Medicina alternativa, Assistência de

    Enfermagem.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    12/40

    ABSTRACT

    Integrative and Complementary Practices in Health come up with an effectivemodel of comprehensive health care, which becomes a priority attention to basicnetwork, and adopts the promotion of health as its structural center line, andincreasing the search and adhesion to these practices has contributed for theexpansion of nursing playing field in that arrangement. Since nursing is a profession,whose gist is the process of care, working in prevention, promotion andrehabilitation. The study aimed to reflect on the effectiveness of Integrative andComplementary Practices in promoting health and welfare care for the individual in

    the SUS, and integration of these practices in the care of nursing. The methodologyused was the literary review. Although the use of complementary therapies areincipient in nursing, there is a wide field for action because the nurse is in constantcontact with the patient and has an important role in the implementation of thesetherapies in private institutions and in the SUS.

    Key words: Complementary therapies, Alternative medicine, health care.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    13/40

    12

    1. INTRODUÇÃO

     As práticas voltadas apenas para a existência da doença e métodos

    curativos passaram a abrir espaço para os meios preventivos, que visam promover a

    qualidade de vida e a ausência do estado patológico, o que vêm ocupando cada vez

    mais espaço na vida das pessoas. 

    No cenário atual observam-se duas vertentes na saúde. De um lado, os

    avanços tecnológicos com novas descobertas no campo da genética; terapêuticas

    medicamentosas avançadas; e diagnósticos através de exames sofisticados onde a

    ênfase é dada à máquina e à investigação da doença. Do outro, o crescimento de

    práticas ditas complementares, alternativas ou tradicionais, as quais, na grande

    maioria, não requerem alta tecnologia, e a terapêutica e o diagnóstico buscamcompreender o doente (SOUZA, 2004).

     As práticas integrativas e complementares se inserem e assumem um papel

    cada vez mais importante, tendo em vista que, ao considerarem o indivíduo um ser

    holístico, suas intervenções são baseadas na integralidade e são direcionadas para

    a recuperação do equilíbrio mente-corpo-espírito e para a restauração da saúde e da

    qualidade de vida perdida com a doença.

    Como descreve Magalhães (2012), as práticas integrativas ecomplementares incluem uma forma mais ampla em relação ao cuidado e a cura,

    por tratar de uma prática de caráter inovador, que demonstra efeitos benéficos,

    considerando o indivíduo em sua integralidade nos aspectos: físico, psíquico,

    emocional e social; exercendo a humanização e fortalecendo o vínculo, além de se

    destacarem por dispensarem a utilização de meios de alta complexidade.

    Em maio de 2006, o Ministério da Saúde publicou na Portaria n° 971 as

    diretrizes e responsabilidades para implantação e implementação das ações eserviços relativo a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

    (PNPIC), em âmbito nacional, no SUS. Esta portaria incentiva as Secretarias de

    Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios a readequarem seus

    planos, programas, projetos e atividades, tendo em vista a inclusão da medicina

    tradicional chinesa-acupuntura, homeopatia, plantas medicinais e fitoterapia,

    termalismo social/crenoterapia nos serviços oferecidos à população pelo SUS

    (BRASIL, 2006).

     As práticas integrativas e complementares têm consolidado seu espaço junto

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    14/40

    13

    às práticas de saúde. Adotada de maneira individual ou articulada ao tratamento

    alopático, essas práticas são um novo campo de atuação na assistência. As

    terapias, que eram fruto das tradições culturais, passaram a serem validadas e

    adquiriram cientificidade e reconhecimento pela biomedicina e pelos profissionais da

    saúde, em especial os enfermeiros, como importante recurso terapêutico para a

    população.

    O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), no Parecer Informativo

    004/95 (COFEN, 1995) reconhece a fundamentação da profissão de Enfermagem,

    na visão holística do ser humano, o crescente interesse e utilização das práticas

    naturais no cuidado ao cliente e os aspectos do Código de Ética dos Profissionais de

    Enfermagem que permitem a utilização das terapias naturais. Finalmente, em19/3/1997, o COFEN, por meio da Resolução 197 "Estabelece e reconhece as

    Terapias Alternativas como especialidade e/ou qualificação do profissional de

    Enfermagem" (COFEN, 1997).

    Dessa forma, a utilização de terapias integrativas e complementares na

    prevenção e resolução de problemas de saúde é uma realidade que precisa ser

    considerada no contexto saúde-doença (PARANAGUA; BEZERRA, 2008).

    Nessa perspectiva a PNPIC atende a necessidade de conhecer, apoiar,incorporar e implementar experiências já desenvolvidas na rede pública de muitos

    municípios e estados e, ainda, sugere que o desenvolvimento dessas práticas seja

    em caráter multiprofissional e em consonância com o nível de atenção primária.

    O enfermeiro possui o respaldo legal do Ministério da Saúde, quando em

    premissa afirma que o desenvolvimento da medicina tradicional chinesa-acupuntura

    e de caráter multiprofissional, para as categorias profissionais presentes no SUS e

    em consonância com o nível de atenção (LAPPIS, 2003).De acordo com Pennafort (2012) é possível pensar nesse encontro

    progressivo entre as diversas formas de cuidar, e para isso é necessário discutir de

    que forma os enfermeiros e os outros profissionais da saúde poderão incorporar as

    práticas não convencionais de saúde as suas atividades com os pacientes e suas

    comunidades.

    O Ministério da Saúde (MS) recomenda o uso dessas práticas no âmbito do

    SUS com porta de entrada na atenção básica, como uma nova alternativa para

    promoção, manutenção e recuperação da saúde, já que estas práticas tem uma

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    15/40

    14

    visão holística, o que tem exigido da equipe de saúde capacitação para o

    conhecimento, preparo e compreensão de tais práticas (PARANAGUÁ et. al., 2009).

    Como reporta Nuñez (2002)  mais que qualquer profissional, a enfermeira

    tem sua formação voltada para o atendimento integral do ser humano, nos níveis de

    promoção, prevenção, recuperação e manutenção da saúde com uma visão

    holística. A partir das práticas integrativas, ela adquire novos meios de auxiliar a si

    mesma, a seus familiares, aos usuários, clientes e funcionários de uma unidade de

    trabalho e aos outros que a procuram.

    Os méritos das práticas complementares estão obtendo reconhecimento da

    população, da sociedade formal e em parte da ciência biomédica particularmente no

    que se refere à experiência com o processo adoecimento-cuidado-cura e aoestímulo do potencial de reequilíbrio e cura do próprio paciente, com uma relação de

    maior solidariedade e proximidade entre curador-doente, maior satisfação com

    abordagem filosófica cosmológica e de significação (holística) nos adoecimentos,

    proporcionada no campo dessas práticas (TESSER, 2009). 

    Diante do exposto este estudo justifica-se pela importância da temática para

    a enfermagem, já que a cada dia cresce a adesão a práticas integrativas e

    complementares no tratamento de diversas enfermidades, na promoção da saúde,prevenção, tratamento e reabilitação, tendo em vista que o conhecimento profundo

    de seus princípios resultará na ampliação do campo de atuação da enfermeira,

    podendo esta conduzir efetivas intervenções terapêuticas.

    Para o desenvolvimento deste, tem-se como questão norteadora: o

    profissional enfermeiro é capaz de ampliar seu campo de atuação e assumir

    algumas práticas integrativas e complementares como componentes do cuidado?

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    16/40

    15

    2. OBJETIVOS

    2.1 Objetivo geral

    Refletir sobre a eficácia das Práticas Integrativas e Complementares na

    promoção da saúde e no cuidado assistencial ao indivíduo no âmbito do SUS, e

    integração destas práticas no processo de cuidar da enfermagem.

    2.2 Objetivos específicos

      Relatar a diferença entre práticas integrativas e complementares e medicina

    tradicional na assistência a saúde;

      Descrever as práticas integrativas e complementares e suas finalidades;

      Evidenciar a assistência integral ao indivíduo em práticas integrativas e

    complementares na assistência á saúde;

      Analisar o conhecimento do enfermeiro em relação à assistência em práticas

    alternativas e complementares. 

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    17/40

    16

    3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 

    3.1. Paradigmas na saúde

    Para Kuhn (2011) paradigma é um conjunto de princípios, teorias, conceitos e

    metodologias que orientam toda a investigação e prática científica. Esse conjunto de

    elementos é compartilhado pelos membros de uma comunidade científica, no qual

    tem como objeto um problema a ser resolvido.

    O paradigma convencional, ou positivista, baseia-se em uma ontologia

    realista que pressupõe a existência de uma realidade independente do observador e

    de seus interesses, imutável, regidas por leis naturais da qual será extraída a

    verdade. A epistemologia, neste paradigma é dualista, baseada na objetividade e na

    relação sujeito-objeto desprovida de influências mútuas, busca estabelecer como o

    objeto realmente é supondo uma realidade não relativa com vistas a prever e

    controlar (FURTADO, 2006).

    De acordo com o autor supracitado o paradigma construtivista ou naturalista

    baseia-se numa perspectiva ontológica relativista que considera a existência de

    realidades múltiplas e socialmente construídas, não governadas por leis naturais. No

    caso, a “verdade” é definida a partir de construções individuais ou coletivas. A

    epistemologia, no referido paradigma, é subjetiva, considerando a interação e

    reconstrução mútua entre objeto, investigador e realidade, envolvendo contínua e

    dialética interação, análise, críticas e novas análises.

    No contexto neoliberal em que a sociedade moderna se encontra, o sujeito

    perde a sua subjetividade, sofrendo um processo de objetivação, passando a saúde

    a ser considerada uma mercadoria. Com esse processo de objetivação do sujeito, aspolíticas públicas que visam à integralidade da atenção à saúde são consideradas

    desnecessárias, pois prejudicam a “saúde da economia” (CARVALHO, 2005). 

    De forma contrária do contexto neoliberal as práticas integrativas e

    complementares são formadas por vários sistemas e práticas que não são

    considerados como constituintes da medicina consagrada. Tesser (2012, p. 251)

    citado por Luz define “racionalidade médica”, sistemas médicos, como:

    Um conjunto estruturado e coerente de cinco dimensões interligadas: umamorfológica do homem (anatomia), uma dimensão vital (fisiológica), um

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    18/40

    17

    sistema de diagnose, um sistema terapêutico e uma doutrina médica(explicativa dos adoecimentos, sua origem e cura,) embasadas em umacosmologia implícita ou explicita (TESSER, 2012, P. 251). 

     A alopatia, ao estabelecer sua investigação diagnóstica nos sintomas físicos

    (alterações corporais) e ao priorizar a sua ação terapêutica na medicalização, afasta

    do sujeito humano na sua totalidade viva, deixando-o de ser o centro de seu estudo

    e objetivo (LUZ, 1997).

    Um dos principais fatores de transformação dessas medicinas e a inversão do

    paradigma de doença para saúde buscando preservar a saúde, e não somente

    combater a doença (MACHADO; PINHEIRO; GUIZARD, 2006).

    Já a homeopatia possui o doente como objeto de intervenção, considerando

    que esse sujeito sofre influência do meio ambiental e social que vive, deve ser,

    portanto, analisado como um todo (SILVA, 2012).

     As racionalidades médicas são aquelas que apresentam teorias próprias

    sobre o processo saúde/doença, diagnóstico e terapêutica.

    Com o propósito de garantir a integralidade na atenção à saúde, o Ministério

    da Saúde estabeleceu no SUS a PNPIC como importante estratégia para a

    construção de um modelo de atenção centrado na saúde (SILVA, 2012).

    Nos dias atuais, há certa unanimidade quanto às limitações do modelo

    biomédico de assistência à saúde, devido ao seu caráter reducionista,

    descontextualizado, objetivo e racional, o qual privilegia o diagnóstico, e não o

    cuidado, a promoção e prevenção de doenças.

    Contrariando esta linha de pensamento Queiroz (2000) corrobora quando

    infere que terapia complementar é uma terapêutica que foge da racionalidade do

    modelo médico dominante da medicina especializada, tecnológica e mercantilizada,

    no momento em que adota uma postura holística e naturalística diante da saúde eda doença.

    Lima (2012) diz que da metade do século XVIII ao final da primeira metade do

    século XIX, tem-se um processo de transformação que consolida uma das vertentes

    da caracterização da doença não mais como fenômeno vital, mas como a expressão

    de lesões, incorporada na racionalidade da medicina ocidental ou biomedicina.

    Nessa racionalidade, a nova concepção de doença passa a ser a categoria central

    do saber e da prática médica. Para o autor Luz (2005), a medicina ocidental torna-seuma ciência da doença, deixando de ser uma ciência da “arte de curar”. Desse

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    19/40

    18

    modo, a medicina ocidental (ou biomedicina) estará sempre referida às doenças.

     Assim, as doenças são objetos com existência autônoma, traduzidas pela ocorrência

    de lesões a partir de uma causa ou de causas múltiplas. O diagnóstico é dirigido à

    identificação de doenças, a partir das lesões; e a terapêutica é hierarquizada,

    segundo sua capacidade de atingir as causas últimas das doenças. Na medicina

    ocidental, a definição de saúde é assumida como ausência de doenças (CAMARGO

    Jr, 2003).

     Ainda neste contexto, Luz (2005) ressalta que no campo da saúde, o

    surgimento de novos paradigmas está relacionado a diversos eventos e

    acontecimentos socioeconômico, cultural e epidemiológico denominado como “crise

    da saúde e da medicina” no final do século e milênio. Verifica -se que os elementosocasionados pelas crises motivam, mesmo que indiretamente, a busca por outras

    racionalidades médicas, orientadas por um outro paradigma.

    O novo paradigma, que ainda está se estabelecendo, gerou oportunidades

    para a inserção de novos conhecimentos, que muitas vezes vão de encontro ao

    modelo reducionista, objetivo, linear até então predominante. Abre espaço para um

    novo cuidado da saúde mais humano, autônomo, focado na pessoa (LUZ, 2005).

    Visualiza-se que a atuação nas práticas terapêuticas representa um campo dasaúde com característica interdisciplinar fruto da intercessão de núcleos

    profissionais comuns. Esse elemento contribui para a superação do modelo

    biomédico fortemente marcado pela organização das práticas em núcleos

    profissionais específicos com pouco compartilhamento de saberes. 

    3.2. Práticas/Medicina Alternativa, Complementar ou Integrativa 

     As Práticas Integrativas e Complementares em Saúde propõem um modelo

    efetivo de atenção integral à saúde, que passe a privilegiar a atenção básica, e

    adota a promoção da saúde como seu eixo estruturante. As práticas compreendem

    o universo de abordagens que a Organização Mundial da Saúde (OMS) denomina

    Medicina Tradicional e Complementar/Alternativa  –  MT/MCA (WORLD HEALTH

    ORGANIZATION, 2002).

    Segundo Otani e Barros (2011) no campo da saúde, o modelo alternativo da

    medicina é compreendido como o pólo oposto do modelo biomédico, pois enquanto

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    20/40

    19

    a biomedicina investe para desenvolver a dimensão diagnóstica e aprofundar a

    explicação biológica, principalmente com dados quantitativos, a medicina alternativa

    volta-se para a dimensão da terapêutica, aprofundando-se nos problemas

    explicados pelas teorias do estilo de vida e ambiental.

     Apesar da maioria das práticas utilizadas em terapias complementares terem

    surgido na antiguidade, elas foram redescobertas, somente nas últimas décadas,

    devido ao movimento de mudança de paradigma de compreensão do mundo

    contemporâneo trazendo novas concepções e modelos na assistência a saúde

    (SALLES; KUREBAYASHI; SILVA, 2011).

     Atualmente há um crescente interesse pelas práticas integrativas e

    complementares (PIC), diante disso tem ocorrido muitas definições nas quais refere-se a essas práticas como sendo medidas diferenciadas daquelas convencionais do

    modelo biomédico (BARROS; TOVEY, 2007).

    Para Trovó e Silva (2002) 

     A denominação de Terapia Alternativa /complementares entendem-se astécnicas que visam a assistência de saúde do indivíduo, seja na prevenção,seja no tratamento, considerando-o como um todo-corpo/mente/espírito enão como um conjunto de órgãos ou partes isoladas, diferentemente da

    assistência alopática ou medicina ocidental, cujo objetivo e a cura dadoença pela a intervenção direta no órgão ou parte doente (TROVÓ; SILVA,2002, p.81). 

     A Organização Mundial da Saúde (OMS) as conceitua como:

    [...] práticas, enfoques, conhecimentos e crenças sanitárias diversas que

    incorporam medicinas baseadas em plantas, animais e/ou minerais, terapias

    espirituais, técnicas manuais e exercícios aplicados de forma individual ou

    em combinação para manter o bem-estar, além de tratar, diagnosticar eprevenir enfermidades (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2002, p. 7).

    Para o Centro Nacional de Medicinas Alternativas e Complementares do

    Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (National Center of Complementary

    and Alternative Medicine  – NCCAM), as práticas integrativas (PICs) são definidas

    como um grupo de diversos sistemas médicos e de cuidado à saúde que não estão

    presentes na medicina convencional (HEBERLÊ, 2013).

    O autor ainda retrata que para o NCCAM, o termo “complementar” significa

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    21/40

    20

    que a prática é utilizada concomitante com a medicina convencional; o termo

    “alternativo” aponta que, na prática, é utilizada em substituição à medicina

    convencional; o termo “integrativo” significa que a prática combina a terapia médica

    convencional com métodos complementares e/ou alternativos e, que existe alguma

    evidência científica de alta qualidade quanto à segurança e à efetividade. Esta

    também chamada de medicina “integrada”. 

    No Brasil, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

    (PNPIC) foi aprovada em 2006 no Sistema Único de Saúde (BRASIL, 2008), tendo

    destaque para a acupuntura, a homeopatia, as plantas medicinais/fitoterapia, o

    termalismo/crenoterapia e a medicina antroposófica. A referida política foi publicada

    na forma das portarias nº 971, em 3 de maio de 2006, e nº 1.600, em 17 de julho de2006.

    Segundo Metcalf, Berger e Negri Filho (2004) no Brasil, a atenção à saúde

    possui três dimensões bem definidas: o sistema “formal” da medicina (sistema oficial

    ou biomedicina); o sistema “informal” da medicina popular, tradicional; e as

    medicinas “alternativas” e “complementares”.

    No nível da atenção primária em saúde, a presença da medicina informal ou

    popular se torna importante, pois muitas vezes é o primeiro acesso que as pessoasdispõem para tratar suas doenças mais simples. As terapias complementares são

    procuradas por pessoas insatisfeitas com a medicina formal.

    Nesta mesma linha de pensamento Wink (2006) corrobora quando infere

    que os motivos pelos quais as pessoas buscam as prática Integrativas

    complementares, os citados atualmente são: resultados não obtidos no tratamento

    convencional; indicação de pessoas conhecidas ou familiares; opção por

    tratamentos percebidos como holísticos e evitar efeitos negativos da medicaçãoalopática; utilizada como uma terapia adicional.

    Spadacio  et al . (2010) complementa que a utilização das práticas

    Integrativas complementares (PICs) encontra-se diretamente ligada ao alívio físico

    da dor, alívio emocional, diminuição dos efeitos colaterais de medicamentos

    alopáticos, melhora no funcionamento do sistema imunológico, aumento na

    qualidade de vida, e insatisfação com o tratamento médico convencional e busca por

    práticas que aliviem os sintomas das doenças.

    No Brasil a recomendação das PICs através da PNPIC, nos serviços

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    22/40

    21

    públicos de saúde, o programa incentiva Estados e Municípios a elaborar suas

    próprias diretrizes para tornar as práticas integrativas acessíveis aos usuários

    (MELO, 2013).

    De acordo com o Ministério da Saúde a apresentação da Política Nacional

    de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, salienta que a

    implementação envolve justificativas de natureza política, técnica, econômica, social

    e cultural (BRASIL, 2008).

    Essa política ajudará para se conhecer, apoiar, incorporar e implementar

    experiências que já vêm sendo desenvolvidas na rede pública estadual e municipal

    no país, principalmente nas áreas medicina tradicional chinesa/acupuntura,

    homeopatia, fitoterapia, medicina antroposófica e termalismo/crenoterapia, comomostra o Quadro 1. 

    Quadro 1 – Práticas Integrativas e Complementares em Saúde 

    Principais Práticas Integrativas e Complementares em Saúde 

    Medicina tradicionalchinesa

     AcupunturaPráticas corporaisPráticas mentaisPlantas medicinaisDietoterapia

    Homeopatia Princípio da semelhançaExperimentação no homem sadio Ação de diluições infinitesimaisRemédio único

    Fitoterapia e plantasmedicinais

    Fitoterapia: plantas medicinais em diferentes formasfarmacêuticas.Plantas medicinais: espécie vegetal cultivada ou não,utilizada com propósitos terapêuticos.

    Termalismo e crenoterapia Termalismo: água mineral em tratamentos de saúde

    Crenoterapia: indicação do uso de águas mineraispara fins terapêuticos, complementando os outrostratamentos.

    Fonte: BRASIL, 2008 

    Um dos principias objetivos desta Política é incorporar e implementar a

    PNPIC no SUS, na perspectiva da prevenção de agravos, da promoção e

    recuperação da saúde, com ênfase na atenção básica, voltada para o cuidado

    continuado, humanizado e integral em saúde (BRASIL, 2006), que serão delineadas

    na sequência:

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    23/40

    22

     A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) caracteriza-se por um sistema

    médico integral, originado há milhares de anos na China. A MTC aponta a teoria do

    Yin-Yang, divisão do mundo em duas forças ou princípios fundamentais, e a teoria

    dos cinco movimentos, que atribui a todas as coisas e fenômenos, na natureza,

    assim como no corpo, uma das cinco energias (madeira, fogo, terra, metal e água).

    Os elementos que compõem a MTC são: anamnese, palpação de pulso,

    observação da face e língua em suas várias modalidades de tratamento como

     Acupuntura, Plantas Medicinais, Dietoterapia, Práticas corporais e mentais.

     A Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde que compreende

    um conjunto de procedimentos capazes de possibilitar o estímulo preciso de locais

    anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes e metálicas parapromoção, manutenção e recuperação da saúde, bem como para prevenção de

    agravos e doenças. A estimulação de pontos de Acupuntura provoca a liberação de

    neurotransmissores e outras substâncias responsáveis pelas respostas de

    analgesia, restauração de funções orgânicas e modulação imunitária.

     A Homeopatia desenvolveu-se a partir do século XVIII foi iniciativa de

    Samuel Hahnemann, após estudos e reflexões baseados na observação clínica e

    experimentos realizados na época. Hahnemann sistematizou os princípios filosóficose doutrinários da homeopatia em suas obras Organon da Arte de Curar e Doenças

    Crônicas.

     A Fitoterapia é caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas

    diferentes formas farmacêuticas. É uma maneira de tratamento de origens muito

    antigas, relacionada aos primórdios da Medicina e fundamentada no acúmulo de

    informações por sucessivas gerações.

    O Termalismo compreende as diferentes formas de utilização da águamineral e sua aplicação em tratamentos de saúde, e a Crenoterapia consiste na

    indicação e uso de águas minerais usadas também com finalidade terapêutica.

     A Medicina Antroposófica (MA) foi introduzida no Brasil há aproximadamente

    60 anos e apresenta-se como uma abordagem médico-terapêutica complementar,

    cujo modelo de atenção está organizado de maneira interdisciplinar, buscando a

    integralidade do cuidado em saúde. A proposta desta Política para a MA é de

    implementação, com o objetivo de aprofundar os conhecimentos de suas práticas e

    seu impacto na saúde (BRASIL, 2006).

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    24/40

    23

     A Lei nº 8.080 (BRASIL, 1990) estabelece as diretrizes básicas do Sistema

    Único de Saúde (SUS), as quais são: universalidade, equidade, controle social,

    descentralização e integralidade. A PNPIC atua nos campos de prevenção e

    promoção, manutenção e recuperação da saúde baseada em um modelo de

    atenção humanizada e centrada na integralidade do indivíduo, contribuindo assim

    para o fortalecimento dos princípios fundamentais do SUS.

     A implantação ou implementação da PNPIC no SUS garante a possibilidade

    de acesso a serviços antes restritos ao modelo privado, tornando-as mais acessíveis

    à população brasileira, principalmente através da atenção básica em saúde

    (BRASIL, 2008). 

    3.3. Enfermagem e as Práticas Integrativas e Complementares 

     A enfermagem deve atuar de forma holística, agindo de modo amplo,

    integrado, relacionando a teoria à pratica determinando suas ações e intervindo, pois

    é o próprio profissional que executa a técnica para solução do problema e ou

    minimização.

     A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem, COFEN-197/97,

    estabelece e reconhece as Terapias Complementares como especialidade ou qualifi

    cação profissional de Enfermagem, desde que este profissional tenha concluído e

    sido aprovado em curso reconhecido por instituição de ensino ou entidade

    congênere, com carga horária mínima de 360 horas; todavia, mesmo reconhecida,

    ainda há uma certa discriminação, por serem realizadas dentro de um paradigma

    diferente daquele que norteia a prática de saúde (SILVA; LEÃO, 2004).

    O autor supra citado infere que ainda há o desconhecimento dos benefícios

    dos métodos de tratamento não farmacológico, registrado por um número expressivo

    de Médicos, profissionais de Enfermagem e de Farmácia, bem como pouca

    confiança em sua eficácia, mostrando a necessidade de maior divulgação, com base

    científica desses métodos.

    Uma grande dificuldade para efetivação da PNPIC é que no país existem

    poucas instituições estabelecidas que formem profissionais praticantes de outras

    formas de racionalidades médicas ou tradições de cura em sintonia com os

    princípios do SUS e da Saúde Coletiva (TESSER, 2009).

    Para Melo (2013) as chamadas práticas integrativas e complementares em

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    25/40

    24

    saúde (PIC), são compostas por métodos eficazes e seguros para estimular os

    mecanismos naturais que nosso corpo usa para prevenir danos e recuperar a saúde,

    que a cada dia se consolidam como aliadas das práticas médicas convencionais e

    como campo de trabalho em expansão para profissionais da saúde.

    De acordo com Azevedo; Pelicionia (2011) a inclusão das Práticas

    Integrativas e Complementares no SUS tem acontecido de forma gradual, como é

    esperado, em virtude do pouco conhecimento sobre elas, pela falta de pesquisas na

    área e pela ausência de formação de profissionais qualificados para realizá-las.

    Médicos e enfermeiros são agentes fundamentais do cuidado no contexto da

    Saúde Pública e importantes atores sociais na assistência, com grande

    responsabilidade em ações diagnósticas e orientações preventivas e terapêuticas.Thiago e Tesser (2011) relatam que: 

    O desconhecimento dos profissionais da saúde sobre as terapiascomplementares pode ser responsável por conceitos equivocados, o quepode gerar dificuldades na relação medico-paciente e com colegaspraticantes dessas especialidades, fazendo com que os profissionais sejamfavoráveis a inserção das PICs nos cursos da área da saúde (THIAGO;TESSER,2011, P. 255)

    Neste sentido Silva; Figueiredo; Ramos (2011) confirma a idéia dos autores

    supracitados em que um dos principais motivos da demanda inexpressiva do serviço

    se dá pela falta de conhecimento da própria equipe de saúde das Unidades Básicas

    a respeito das PICs.

    Para atender esta nova Política de Saúde no SUS, algumas universidades

    estão inserindo as PICs, como relata Azevedo (2011) que desde março de 2006, um

    grupo de Práticas Complementares de Saúde da Escola de Enfermagem da

    Universidade de São Paulo (USP) formado por docentes, enfermeiros, alunos e

    variados profissionais de saúde realiza reuniões mensais nas quais ocorrem

    exposições sobre as Práticas Complementares e desenvolvimento de pesquisas na

    área de PICs.

     Além dessas iniciativas, espera-se que os recém implantados ou autorizados

    cursos de graduação em Saúde Pública/Coletiva em universidades públicas (como

    no caso da Universidade de São Paulo e da Universidade Federal do Rio de Janeiro)

    possam amenizar essa carência de profissionais qualificados para trabalhar com as

    PICs no sistema público de saúde, incluindo em seus currículos disciplinas

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    26/40

    25

    introdutórias à temática de outras racionalidades médicas, de forma a estimular

    futuros profissionais (AZEVEDO, 2011).

    Na fala de Novaes (2007), fica evidente onde relata que há carência de

    médicos homeopatas na rede pública da Prefeitura de Vitória, a assistência

    disponibiliza dez médicos homeopatas para o atendimento municipal.

    Spadacio et al. (2010, p.10):

     Acreditam ser necessário: melhorar a qualidade de programas educacionaissobre medicina alternativa/complementares (MAC), elevar qualidade daspráticas desenvolver mais pesquisas sobre o tema e encontrar estratégiaspara deixar os vários grupos profissionais que compõe as MAC mais coesos(SPADACIO et al., 2010, p. 10). 

    Mesmo com a pouca demanda de profissionais na rede pública para estas

    modalidades, Santos e Tesser (2012) mencionam que há uma parcela do

    crescimento da procura pelas (PICs), e que deve-se a méritos adquiridos pelas

    próprias modalidades como: mudanças no cuidado com o paciente no que se refere

    ao modelo médico, relação humanizada entre o profissional e o paciente formando

    vínculos fundamentais, uso de práticas e medidas terapêuticas simples, uso

    reduzido de tecnologia científica agressivas, eficácia igual ou maior a métodosconvencionais, dando autonomia ao paciente no processo saúde doença.

    Barros e Tovey (2007) descrevem que no Brasil, há vários problemas

    envolvidos na temática sobre pesquisa quanto ao uso das PICs por profissionais de

    enfermagem, as pesquisas são ainda reduzidas, ocorrendo uma pequena

    concentração da assistência de enfermagem nas ações e práticas das PICs

    Segundo Souza et al . (2010, p.474),

    Diante deste contexto destaca-se a importância de o enfermeiro conhecer ouso das plantas e de outras terapias complementares, para que possaincorporar esse saber na realização do cuidado e das ações de educaçãoem saúde. Esse saber visa integrar-se no cuidado integral prestado peloenfermeiro ao indivíduo e a sua família com objetivo de aprender o cuidarcomo algo além do físico, entender o contexto cultural no qual estáinseridos, atuar na educação em saúde e estimular a autonomia no cuidadoá saúde (SOUZA et al ., 2010, p.474).

    O profissional enfermeiro deve inserir-se nesse espaço e participar da

    formação nessa área (PICs), e ainda acreditarem que estas práticas podem nortear

    a assistência na melhoria da saúde, porém o desconhecimento da legislação e a

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    27/40

    26

    falta de capacitação limita a atuação deste profissional na área (PENNAFORT et

    al ., 2012).

    Diante do exposto, fica claro que uma das ações para efetivar e ampliar a

    implementação dessa política é incrementar a oferta de cursos de formação em

    Práticas Integrativas e Complementares em sintonia com a proposta do Sistema

    Único de Saúde brasileiro. Como afirma Azevedo (2011) não basta criar cursos de

    formação nessa área, se os seus coordenadores e idealizadores não se

    disponibilizarem a dialogar com os princípios e as diretrizes da Saúde Coletiva e da

    Promoção de Saúde.

    Há que salientar que a enfermeira exerce papel fundamental nesse contexto

     já que é ela quem está em contato direto e mais profundo com a população, tendo aoportunidade de educá-la e esclarecê-la quanto ao uso (benéfico ou não) dessas

    técnicas, seja em hospitais, em centros de saúde ou junto à comunidade (TROVÓ,

    2003).

    Completando esta linha de pensamento Wink (2006) relata que para realizar

    a terapia natural é importante o enfermeiro lidar diretamente com o cliente, observar

    a preocupação do todo, interagir mutuamente, até mesmo com o ambiente.

     A enfermagem deve desempenhar uma assistência visando o atendimentodas necessidades e aperfeiçoamento de saúde através dos cuidados de

    enfermagem, do compartilhamento do saber sobre o processo saúde-doença e da

    busca conjunta de soluções alternativas complementares para atendimento dessas

    necessidades (NASCIMENTO; OLCERENKO, 2009).

    Rezende (2002) reporta que a fitoterapia tem sido paulatinamente

    incorporado aos serviços públicos de saúde, é largamente utilizada na Estratégia da

    Saúde da Família e os profissionais de enfermagem podem incentivar a utilizaçãodeste conhecimento em diferentes locais, inclusive nas áreas mais carentes de

    recursos de saúde, associado ao saber da população local, na tentativa de

    enriquecer o estudo da fitoterapia e ainda oferecer à população subsídios para uma

    vida melhor, orientando quanto à forma mais adequada de utilização das plantas.

    Diante esse contexto destaca-se a importância do enfermeiro conhecer o

    uso das plantas como também de outras terapias complementares para que possa

    usar esse saber na realização do cuidado e das ações de educação em saúde

    (CEOLIN,2009). 

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    28/40

    27

    O Ministério da Saúde apresentou a Política Nacional de Práticas Integrativas

    e Complementares (PNPIC) no sistema Único de Saúde (SUS) no qual se destaca

    as necessidades de divulgar, apoiar, incorporar e implementar, Brasil (2006), porém

    a enfermagem não faz parte integrante da área da saúde no qual faz uso desta

    pratica pelo SUS, fazendo assim com que não haja a participação da nossa

    categoria para execução desta como profissionais reconhecido nesta modalidade.

     As ações de enfermagem são desenvolvidas pelo enfermeiro no que tange a

    assistência e orientações em saúde, não como expansão da terapêutica junto a

    equipe multiprofissional, tanto na rede privada como na rede pública.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    29/40

    28

    4. METODOLOGIA

     A trajetória metodológica do estudo em questão consiste em uma pesquisa

    descritiva/informativo, fundamentada no referencial literário e realizada no período

    de fevereiro a novembro de 2014.

     A pesquisa descritiva procura investigar a frequência com que um fenômeno

    ocorre e sua relação com os outros, sua natureza e características, correlacionando

    fatos (SILVA; CERVO; BERVIAN, 2007).

     A busca do material foi por meio de pesquisas nas bases de dados

    Ministério da Saúde (MS) e Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), e Acervos

    Bibliográficos a respeito do tema em questão, a partir dos seguintes descritores:

    enfermagem em modalidades terapêuticas, modalidades terapêuticas, medicina

    alternativa. Utilizou-se o recorte 1997 a 2013, devido ao início e término dos

    achados sobre o tema na referida base de dados.

    Os critérios de inclusão utilizados foram: artigos completos publicados em

    português e MS que abordam o tema proposto e que tenha a data de publicação no

    período de 1997 a 2013.

    Foram excluídos os artigos publicados fora do período estipulado, e os que

    não abordam o tema proposto nesse estudo.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    30/40

    29

    5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Embora a visão especializada ou segmentada acerca do processo saúde

    doença, tenha proporcionado significativos avanços nos estudos sobre a saúde

    humana, não conseguiu alcançar a plenitude na solução de todas as enfermidades,

    gerando, em alguns casos, mais perguntas do que respostas. O descontentamento

    com o modelo biomédico ou com a medicina convencional leva muitas pessoas a

    procurarem formas alternativas de tratamento, de modo que, atualmente a

    sociedade vem resgatando de forma marcante os conhecimentos de culturas

    tradicionais (LUZ; 2005; OTANI; BARROS, 2008).

    De acordo com Luz (2005) o aumento dos custos com os tratamentos,

    excessiva preocupação com a diagnose, distanciamento do paciente e, sobretudo,

    valorização da doença provocou uma crise da saúde e da medicina.

     A crise vivenciada pelas práticas médicas tradicionais desvela uma lacuna em

    relação a integralidade da assistência prestada.

    Os artigos estudados mostraram que vem ocorrendo um crescente interesse

    pelas práticas integrativas e complementares, tanto no que se diz respeito aos

    profissionais de saúde como também por parte da população. Apesar dos números

    de adeptos dessas modalidades, ter aumentado o processo de expansão ainda se

    depara com barreiras, sendo uma dessas o desconhecimento dos profissionais de

    saúde a respeito dessas terapias.

    Para Souza et al. (2012) um dos fatores que predispõe a essa falta de

    conhecimento dos profissionais a respeito das PIC: pouco investimento em formação

    profissional nas instituições de ensino e o explícito interesse das categorias

    profissionais em tornar cada prática integrativa e complementar uma especialidade,“fica evidente a necessidade da capacitação desses profissionais, a fim de garantir

    um atendimento de qualidade no âmbito das práticas integrativas nos diversos

    cenários do sistema de saúde” (Brasil 2008). 

    No estudo de Baugniet, Bonn e Ostbye (2000) realizado no Canadá, junto a

    alunos do último ano dos cursos de graduação em medicina, farmácia, fisioterapia,

    terapia ocupacional e enfermagem sobre seu conhecimento e opinião a respeito das

    TAC, os resultados mostram que são os futuros enfermeiros aqueles que maisfazem uso de tais técnicas (44,7%) e revelam, com relação ao conhecimento das

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    31/40

    30

    técnicas, que o toque terapêutico é a mais conhecida pela Enfermagem naquele

    país. 

    Gina (2012) reforça em seu estudo que a coordenação técnica da homeopatia

    da Prefeitura de Vitória era exercida por um profissional com formação médica

    homeopata, e para a prestação de serviço no município conta com três (3)

    profissionais médicos, sendo um deles do sexo feminino e dois do sexo masculino.

    Tal pesquisa também constatou que as informações que os profissionais de saúde

    de Capixaba possuem a respeito da homeopatia, muitas vezes são equivocadas e

    são vinculadas ao senso comum.

    Fontanella et al . (2007) constatou-se que é comum a utilização das terapias

    não convencionais sem o acompanhamento de um profissional especializado, o que, junto ao baixo acesso da população, demonstra a carência de profissionais de saúde

    capacitados para atender esta demanda.

    O autor supramencionado em seu estudo “Conhecimento, acesso e aceitação

    das práticas integrativas e complementares em saúde por uma comunidade usuária

    do Sistema Único de Saúde na cidade de Tubarão/SC”, relata que em relação ao

    conhecimento das PIC incluídas no estudo, as porcentagens de afirmação, em

    ordem decrescente, foram 94,4% para chás, 75% para cura espiritual, 71,6 parafitoterapia, 48,9% para ioga, 47,8% para acupuntura, 29,6% para homeopatia, 9,1%

    para massoterapia, 6,8% para shiatsu, 4,6% para reflexologia, 1,2% para osteopatia

    e 0,0% para xantala.

     Azevedo (2004) justifica a grande utilização de ervas medicinais em diferentes

    formas por serem de fácil acesso, de baixo custo e por serem consideradas

    inofensivas por boa parte da população, confirmando os (94,4%) encontrados no

    estudo de Fontanella e outros autores.Os resultados de uma pesquisa realizada por Simoni, Benevides e Barros

    (2008) mostraram o nível de conhecimento, a institucionalização e a oferta das

    Práticas Integrativas e Complementares nos municípios brasileiros. Segundo o

    estudo, a grande maioria (72%) dos atendimentos com tais práticas encontrou-se na

     Atenção Básica em Saúde, com forte inserção no Programa Saúde da Família. Com

    relação ao tipo de prática adotada, o estudo mostra que dos 4.051 municípios

    pesquisados, 9% adotaram a fitoterapia; 7% oferecem serviços de homeopatia e

    4,5% de medicina tradicional chinesa (incluindo práticas corporais como tai chi

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    32/40

    31

    chuan eliang gong ); 1,5% adotou a crenoterapia/termalismo; e 1% a medicina

    antroposófica.

    Com relação ao acesso da população estudada às PIC, Fontanella et al .

    (2004) cita outras causas que podem incluir como: a falta de profissionais

    habilitados, a baixa oferta de serviço especializado ou pouco conhecimento e

    interesse dos profissionais de saúde para orientar os pacientes que procuram PIC.

    Neste mesmo estudo o autor descreve a relação ao acesso indireto da população às

    PIC e constatou índices maiores de afirmação, sendo estes de 96,5% para os chás,

    43,2% para cura espiritual, 25,0% para a massoterapia, 22,7% para a fitoterapia,

    17,0% para a homeopatia e de 11,3% para a ioga.

    No estudo de Thiago e Tesser (2011) foi constatado que município deFlorianópolis-SC, tem dezessete centros de saúde ofereciam práticas integrativas e

    complementares; 12,4% dos profissionais possuíam especialização em homeopatia

    ou acupuntura; 43,5% dos médicos eram especialistas em medicina de família e

    comunidade/saúde da família. Dos participantes, 88,7% desconheciam as diretrizes

    nacionais para a área, embora 81,4% concordassem com sua inclusão no Sistema

    Único de Saúde. A maioria (59,9%) mostrou interesse em capacitações e todos

    concordaram que essas práticas deveriam ser abordadas na graduação.Na cidade de Campinas SP, nos estudo de Nagai, Queiroz (2008) o dados

    observados mostram que, dessas unidades, 52, ou seja, 76,47%, desenvolviam pelo

    menos uma prática complementar ou alternativa. Nessas unidades, as práticas

    terapêuticas alternativas oferecidas, na ocasião deste levantamento, foram as

    seguintes: acupuntura (oito unidades); ginástica (11 unidades); homeopatia (11

    unidades); caminhadas (16 unidades); fitoterapia (vinte unidades); Lian Gong (23

    unidades). A enfermeira com a visão holística associada às práticas complementares

    exerce um papel fundamental seja no hospital, postos de saúde ou mesmo na

    comunidade. Os enfermeiros poderiam desejar dispor de práticas não biomédicas

    para melhor atender seus pacientes, tanto na rede privada quanto na rede pública.

    Tal achado é coerente com pesquisas que salientam a maior receptividade dos

    enfermeiros para as PIC (CEOLIN et al., 2009).

    Em relação aos métodos não-farmacológicos utilizados pelos Enfermeiros

    Guimarães e Vieira (2008) descreve para o alívio da dor do RN, os seguintes

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    33/40

    32

    métodos: intervenções no meio ambiente (controle de ruídos, temperatura e

    luminosidade), posicionamento e conforto, toque e massagem, mudanças de

    condutas e rotina com relação aos procedimentos dolorosos. Medeiros e Madeira

    (2006) afirmam que as medidas não-farmacológicas possibilitam que a equipe de

    enfermagem realize intervenções para prevenção e controle da dor, baseada em sua

    contínua observação do recém-nascido.

     A ação da enfermagem faz com que o sofrimento e a dor sejam minimizados,

    através do cuidado e do conforto, revela-se uma prática impregnada de idéias e

    altruísmo, de amor ao próximo, identificando os princípios, os valores e as atitudes

    do cuidado que fazem da vida um bem-viver, e das ações um reto agir (TROVO;

    SILVA, 2002).O Toque Terapêutico (TT) é uma terapia complementar que tem se revelado

    um excelente meio não-invasivo que o enfermeiro dispõe para promover

    relaxamento, reduzir a ansiedade e controlar a dor, servindo de força restauradora e

    regeneradora e outros (IGNATTI, S/D). No estudo de Eler, Jaques (2006) o

    enfermeiro tem competências relacionadas ao uso de outras terapias além das

    farmacológicas para minimizar a dor dos pacientes e contribuir para a expectativa de

    restabelecimento, dentre estas terapias, destacam-se a musicoterapia, a massagemterapêutica, a estimulação de pensamentos que aliviem a dor, a aromaterapia e o

    posicionamento para conforto.

    Em estudo realizado município de Jataí  –  Go, as autoras Barbosa et al., 

    (2011) descreve a freqüência de terapias utilizadas nos atendimentos do projeto

    Práticas integrativas e complementares realizada por enfermeiros e acadêmicos de

    enfermagem onde obtiveram os seguintes resultados: toque terapêutico 43,02%,

    acupressura 37,63%, ventosa 19,35%, (prática constituinte da Medicina TradicionalChinesa, foi realizada pela coordenadora do projeto, que possui registro profissional

    como acupunturista junto ao Conselho Federal de Enfermagem).

    Em uma pesquisa brasileira realizada por Marta et al., (2010) foi descrito que

    após 8 (oito) sessões de TT em pacientes com dor crônica não-neoplásica, foi

    verificada a diminuição da intensidade da dor, diminuição do escore de auto-

    avaliação de depressão e melhora da qualidade do sono.

    Dentre os benefícios da acupuntura, em termos de melhoria da qualidade de

    vida, destacam-se os bons resultados em casos de dor, espasmo e rigidez

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    34/40

    33

    musculares, cefaléia, doenças psicossomáticas, ansiedade, estresse e depressão

    leve (PAI, 2005).

    Reconhecendo que atualmente as Práticas Integrativas e Complementares

    são muito divulgadas, porém, pouco reconhecidas e ainda minimamente praticadas

    pelos enfermeiros especialistas nesta modalidade (TSUCHIYA; NASCIMENTO,

    2002).

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    35/40

    34

    CONSIDERAÇÕES FINAIS

     A literatura evidencia que as PICs vêm crescendo e adquirindo assim adeptos

    e consequentemente ocorrendo um aumento significativo em sua procura nas redes

    de saúde pública, sendo sua porta de entrada a atenção básica.

    No Brasil tais práticas foram aprovadas e implementadas em 2006 no Sistema

    Único de Saúde tendo como base o exercício dessas práticas em caráter

    multiprofissional. Essas práticas possui uma visão holística nos campos da

    prevenção, promoção, manutenção e recuperação da saúde do indivíduo,

    abordando um modelo diferenciado da medicina convencional.

    Considerando que o profissional de enfermagem tem sua formação voltada

    para o atendimento integral, as PICs vêm fornecer possibilidades de ampliação do

    campo de atuação da enfermagem, por ter respaldo do Ministério da Saúde.

    Mesmo com respaldo do MS o número de profissionais enfermeiros

    responsáveis por desenvolver as PICs ainda é incipiente, e seu conhecimento é bem

    restrito, começando do curso de graduação onde os acadêmicos da atualidade têm

    o mínimo conhecimento destas modalidades terapêuticas, tão pouco sua

    regulamentação pelo SUS e suas práticas de cuidados.

    Diante do fato exposto podemos evidenciar que esse campo requer uma

    formação específica dos enfermeiros nessa área, com capacitação, a fim de

    promover assistência integralizada, garantir atendimento de qualidade e, assim,

    dispor de conhecimentos necessários para orientar os pacientes em terapias

    alternativas, que venham ser coadjuvantes ao tratamento medicamentoso, trazendo

    resultados satisfatórios para a clientela demonstrando autonomia profissional e

    competência na Atenção básica.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    36/40

    35

    REFERÊNCIAS

     AZEVEDO, E.;PELICIONI,M.C.F.; Práticas integrativas e complementares de

    desafios para a educação. Trab. educ. saúde. v.9 n..3 Rio de Janeiro Nov. 2011.

     AZEVEDO et al. O Uso da Medicina Alternativa e Complementar por Pacientescom Epilepsia: Risco ou Benefício? J Epilepsy Clin Neurophysiol. v.1, n.4,p.:201-204,2004.

    BAUGNIET,J;BONN,H;OSTBYE ,T. Complementary/Alternative Medicine: comparingthe view of medical students in other health care professions. Fam Med. 2000 março;v. 32, n.3.p.181-184. 

    BARBOSA, A, M;.et al.. PRÁTICAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES:

    ampliando o cuidado em atenção básica, 2011. 

    BARROS N. F, Tovey P. O ensino das terapias alternativas e complementares emescolas de enfermagem. Revista Gaúcha de Enfermagem; v.28 n.2. p.207-214, 2007.

    BRASIL. Ministério da Saúde. Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõesobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, aorganização e o funcionamento dos serviços, 1990.

    BRASIL. Ministério da Saúde (Br). As práticas integrativas e complementares.

    Temático saúde da Família. v.2 n.4. p.30-31, 2008.

    BRASIL. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS.Brasília: Editora MS.p.92,2006.

    BRASIL, Portaria N° 971 de 3 de maio de 2006.Diário Oficial da União.n.84,p.20-25.2006.

     ______. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS, 2006.[citado em 20 mar 2007] Disponível em: http://nccam.nih.gov/.  acessado em14/05/2014 as 14:15.

    CAMARGO, K.R. Biomedicina. In: ______. Biomedicina, saber e ciência: umaabordagem crítica. cap.7, p.101-135.Hucitec,São Paulo,2003.

    CARVALHO, S.R. Saúde coletiva e promoção da saúde: sujeito e mudança . SãoPaulo: Hucitec, p.178,2005.

    CEOLIN, T. et al.Plantas medicinais utilizadas como calmantes por agricultoresecológicos da região sul do Rio Grande doSul,Brasil.Rev.Enferm.UFPE,v.3,n.4,p.253-260,2009.

    http://nccam.nih.gov/http://nccam.nih.gov/http://nccam.nih.gov/

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    37/40

    36

    CEOLIN, et al. Inserção de terapias complementares no sistema único de Saúdee atendimento ao cuidado integral na assistência. Enferm. Globo. V.16 p.1-9,2009.

    COFEN. Parecer normativo n.004/95.Dispõe sobre as atividades em Terapia Alternativa.Bol inf COREn,v.18,n.4,p.8,1995.

    COFEN. Resolução 197. Estabelece e reconhece as Terapias Alternativas comoespecialidade e/ou qualificação do profissional de Enfermagem. In:Conselho Regional de Enfermagem. Documentos básicos de enfermagem. SãoPaulo; 1997.

    ELER GJ, JAQUES AE. O enfermeiro e as terapias complementares para o alívioda dor . Arq. Ciênc. Saúde; v.10, n.3, p.185-190, 2006. 

    FONTANELLA et al   .Conhecimento, acesso e aceitação das práticasintegrativas e complementares em saúde por uma comunidade usuária doSistema Único de Saúde na cidade de Tubarão/SC. Arquivos Catarinenses deMedicina v. 36, n. 2, de 2007.

    FURTADO, J. P. Avaliação para o conhecimento e transformação. In: Bosi ML,Mercado F. Avaliação qualitativa em saúde,p.191-206 Rio de Janeiro: Vozes,2006.

    GINA. R.S.A política nacional de práticas integrativas e complementares nomunicípio de Vitória ES.Dissertação apresentada a Escola Superior de Ciências da

    Santa Casa de Misericórdia de Vitória.Vitória 2012.

    GUIMARÃES, A; VIEIRA, M.R.R. Conhecimento e atitudes de enfermagem deuma unidade neonatal em relação à dor no recém-nascido. Arquivos deCiências da Saúde (FAMERP), v. 15, p. 09-12, 2008. Disponível em:. Acesso em 20de outubro de 2014.

    HEBERLÊ, M. O. Um estudo da concepção dos profissionais de saúde sobre aspráticas integrativas e complementares em saúde. Dissertação de Mestrado doPrograma de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal deSanta Maria (UFSM), 2013.

    IGNATTI, C; SILVA, A.S. L; SANTOS, L. B; SOUZA, M. A. Q. B.Toque Terapêutico:nova opção no Cuidar de Enfermagem. I SIMPÓSIO INTERNACIONAL DECIÊNCIAS INTEGRADASDA UNAERP CAMPUS GUARUJÁ. 2006.

    KUHN, T.S.A. A estrutura das revoluções cientificas.Ed. São Paulo.Perspectiva2011.p.260.

    Laboratório de Pesquisas sobre Práticas de integralidade em Saúde (LAPPIS)-

    Entrevista:Madel Luz – Ditadura da doença e utopia da Saúde:Coexistência demodelos nas praticas sociais;2003.Disponível em:http://www.lappis.org.br . 

    http://www.lappis.org.br/http://www.lappis.org.br/http://www.lappis.org.br/http://www.lappis.org.br/

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    38/40

    37

    LIMA. K.M.S.V. Práticas Integrativas e complementares e a promoção da Saúde:avanços e desafios de um serviço municipal de saúde. Dissertação do mestradode pós-graduação da escola de enfermagem da Universidade Federal de MinasGerais.p.17,Belo Horizonte-MG,2012.

    MARTA, I.E.R. et al . Efetividade do toque terapêutico sobre a dor, depressão e sonoem pacientes com dor crônica: ensaio clínico. Rev. Esc. Enferm. USP, v. 44, n.4, p.1100-1106, São Paulo, 2010.

    MACHADO, F.R.S.; PINHEIRO, R.; GUIZARD, F.L.; As novas formas de cuidadointegral nos espaços públicos de saúde.  In: Cuidado: as fronteiras daintegralidade. Sao Paulo-Rio de Janeiro: Hucitec-Abrasco; 2006.

    MAGALHÃES, F.C.G. As práticas integrativas e complementares na interface doprocesso saúde-doença-cuidado. 2012.

    MELO, C. C. Práticas integrativas e complementares em saúde ganham cada vezmais espaço. Informativo Coren-Go , n.14- ano.05. p.3, Junho 2013.

    METCALF, E.B. BERGER, C.B. NEGRI FILHO, A.A. A medicina tradicionalalternativa e complementar. In: DUCAN, B.B.et al. Medicina ambulatorial:condutasde atenção primária baseadas em evidências.Porto Alegre:Artmed,p.160-165.2006.

    NASCIMENTO, T.A. A; OLCERENKO, D.R. A acupuntura como ferramenta daassistência de enfermagem. Rev. Enferm UNISA, v.10 n. 2, p. 178-81, 2009. 

    NAGAI, S.C; QUEIROZ MS Medicina complementar e alternativa na rede básicade serviços de saúde: uma aproximação qualitativa. 2008.

    NOVAES, A. R. V. A Medicina homeopática: avaliação de serviços. Dissertação(Mestrado). Universidade federal do Espírito Santo, 2007.

    NUÑEZ, H.M.F. Terapias alternativas/complementares: o saber e o fazer dasenfermeiras do DA-71 Santo Amaro - São Paulo.p.152,São Paulo(SP),2002.Dissertação(Mestrado)-Escola de Enfermagem,Universidade de São

    Paulo.OMS. Conselho Executivo da Organização Mundial de Saúde. Resolução EB111.R12/2003.  Medicina tradicional. http://whqlibdoc.who.int/eb/2003/ EB111_R12_spa.pdf (acessado em 18/Out/2011).

     ______. Organização Mundial de Saúde. Estratégia da OMS sobre medicinatradicional. 2002-2005. Genebra: Organização Mundial de Saúde, 2002.OTANI, M. A. P. BARROS, N. F. A Medicina Integrativa e a construção de um novomodelo na saúde. Ciência & Saúde Coletiva, v.16 n.3 p.1801-1811;Rio de Janeiro2011.

    PAI, H. J. Acupuntura: de terapia alternativa a especialidade médica. São Paulo:CEIMEC, 2005.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    39/40

    38

    PARANAGUÁ, T.T.B. BEZERRA, A.L.Q. Atuação do Enfermeiro em um HospitalEspecializado em Práticas Integrativas. Rev.Enfermagem da UERJ,v.16,n.2,p.261-267,Rio de Janeiro,2008.

    PARANAGUÁ et al . As práticas integrativas na estratégia Saúde da Família: visãodos agentes comunitários de saúde. Rev. enfermagem. v.17n.1.p.75-80. UERJ, Riode Janeiro, jan/mar 2009

    PENNAFORT et al . Práticas integrativas e o empoderamento da enfermagem. Rev.Min. Enferm. v.16 n.2 p.289-295, abr./jun. 2012.

    QUEIROZ, MS O itinerário rumo às medicinas alternativas: uma análise emrepresentações sociais de profissionais de saúde. Cadernos de Saúde Pública, Riode Janeiro, v.16, n.2, p.363-375, 2000.

    REZENDE H.A, COCCO M.I.M. A utilização de fitoterapia no cotidiano de umapopulação rural. Rev Esc Enferm USP, v.36, n.3,p. 282-288,2002.

    SALLES, L. F. KUREBAYASHI, L. F. S. SILVA, M. J. P. As praticascomplementares e a enfermagem. Cap. 1:21.p.4, Ed. Yendis, São Caetano,SP2011.

    SANTOS, M. C. TESSER, C. D. um método para a implantação e promoção deacesso as práticas integrativas e complementares na atenção primária a saúde.Ciênc. Saúde coletiva v.17. n. 11, Rio de Janeiro Nov.2012.

    SILVA. R, CERVO, A. L; BERVIAN, P. A.; Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo:Pearson Prentice Hall, 2007. 

    SILVA, G.R. A política nacional de práticas integrativas e complementares nomunicípio de vitória: um estudo da prática médica homeopática.  Dissertação(Mestrado). Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, 2012.

    SILVA, G. R.; FIGUEIREDO, T. A. M.; RAMOS, L. L. A . A prática médicahomeopática no município de Vitória  – ES: O olhar do gestor da Unidade de

    saúde. In: ENCONTRO NACIONAL DE POLÍTICA SOCIAL, Política Social nomundo Contemporâneo Vitória, 2011.

    SILVA, R. da; CERVO, A. L.; BERVIAN, P.A. Metodologia científica. 6. ed. SãoPaulo: Perason Education. 2007.

    SILVA, M. J. P.; LEÃO, E. R. Práticas complementares no alívio da dor. In:LEÃO, E.R.; CHAVES, L. D. Dor, 5º sinal vital: reflexões e intervenções de enfermagem.Curitiba, p. 121-133, 2004.

    SIMONI, C. BENEVIDES, I.;BARROS, N.F. As práticas integrativas e

    complementares no SUS: realidade e desafios após dois anos de publicação daPNIPIC. Revista Brasileira Saúde da Família, Brasília, v.9, p.70-76, 2008. EdiçãoEspecial.

  • 8/18/2019 14-Tcc Praticas Integrativas Complementares Em Saude-Enfermagem

    40/40

    39

    SOUZA, I.M.C. Medicina alternativa nos serviços públicos de saúde:a pratica damassagem na área programática 3.1 no município do Rio deJaneiro.Dissertação de Mestrado.Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional deSaúde Pública Sergio Arouca.2004.

    SOUZA et al . A enfermagem diante da utilização de plantas medicinais notratamento complementar da hipertensão arterial sistêmica e das dislipidemias. Rev.Min. Enferm. v.14.n.4. p.473-478, out./dez., 2010.

    SOUZA et al.  Práticas integrativas e complementares: Oferta e produção deatendimentos no SUS e em municípios selecionados. Cad. Saúde Pública v.28 n.11. Rio de Janeiro Nov. 2012.

    SPADACIO et al  A. Medicinas Alternativas e Complementares: uma metassíntese.Cad. Saúde pública v.26 n.1 p.7-13, Rio de Janeiro. Jan. 2010.

    TESSER, C.D. Práticas complementares, racionalidades médicas e promoçãoda saúde: contribuições pouco exploradas. Cad. de saúde Pública, v.25, n.8,p.1732-1742, Rio de Janeiro, 2009.

    TESSER. Práticas complementares, racionalidades médicas e promoção da saúde:Contribuições poucos exploradas. CAD. Saúde pública v.25. n.8 . Rio de Janeiro Agosto. 2009. 

    THIAGO, S. C. TESSER, C. D. percepção de médicos e enfermeiros da estratégiade saúde da família sobre terapias complementares. Rev. Saúde pública v.45. n.2p. 249-257, 2011.

    TROVÓ, M. M.; SILVA M. E. P. Terapias alternativas / complementares - a visão dograduando de enfermagem. Rev. Esc. Enferm. USP v. 36 n.1 p.80-87. São PauloMarço. 2002.

    TROVÓ, M.M; SILVA, M.J. P; LEÃO, E.R. Terapias alternativas/complementares noensino público e privado: análise do conhecimento dos acadêmicos de enfermagem.Rev. Latino-am Enfermagem. v.11,n.4 ,p.483-489,Julho-agosto 2003.

    TSUCHIYA K.K, NASCIMENTO M.J.P. Terapias complementares: uma proposta paraatuação do enfermeiro. Rev. Enferm. UNISA. v. 3, p.37-42. 2002.

    WINK, S. Acupuntura: Uma tecnologia para a enfermagem. Rev. Paulista deEnferm, v. 25, n.3, p. 177-182, 2006.

    WORLD HEALTH ORGANIZATION. General guidelines for Methodologies onResearch and Evaluation of Traditional Medicine. Geneva: WHO, 2000. 

     ______. Traditional Medicine Strategy 2002-2005. Geneva: WHO, 2002.