14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e...

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Introdução ...................................................................................................................... 3 Agradecimentos ............................................................................................................. 4 Sumário Executivo ......................................................................................................... 5 Contexto e objectivos gerais ........................................................................................ 15 Metodologia do Inquérito ............................................................................................ 16 Capítulo 6. Características da população do inquérito................................................. 17 Capítulo 7. Nível de Participação Política ................................................................... 24 7.1 Conhecimento do direito de voto como expressão de participação política ...... 24 7.2 Intenção do exercício do direito de voto nas próximas eleições........................ 25 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais ................................ 28 7.4 Sobre a importância das eleições locais ............................................................. 31 7.5 Propensão para aceitar um cargo político e nível de conhecimento sobre eleições..................................................................................................................... 32 7.6 Participação política activa e filiação partidária ............................................... 34 7.7. Perfil dos candidatos a cargos políticos ............................................................ 36 Capítulo 8. Nível de expectativas /percepções das eleições e mobilidade política ..... 40 8.1 Atitudes perante as eleições legislativas e presidenciais ................................... 40 8.2 Mobilidade política ............................................................................................ 42 8.3 Expectativa comparada da validade/ justeza das novas eleições ....................... 45 8.4 Processo de democratização aprofundado e eleições livres e justas .................. 47 Capítulo 9. Percepções dos cidadãos sob os actores políticos e confiança nas instituições ................................................................................................................... 49 9.1. Percepções dos cidadãos em relação aos partidos políticos.............................. 49 9.2. Confiança dos potenciais eleitores nas instituições .......................................... 54 9.3 Síntese das percepções de confiabilidade institucional ..................................... 59 Capítulo 10. Atitudes e percepções sobre a prestação de serviços públicos ............... 62 10.1. Dificuldade na obtenção dos serviços públicos .............................................. 62 10.2 Cobertura dos serviços sociais e de segurança ............................................... 70 13.3 Qualidade dos serviços públicos ...................................................................... 71 13.4 Informalização dos serviços públicos .............................................................. 71 13.5 Preços dos serviços prestados pelo Governo ................................................... 73 Capítulo 11. Determinantes da tendência de voto ....................................................... 76 11.1 Factores que influenciam o processo de decisão de voto ................................ 76 11.2 Previsibilidade de Mobilidade política ............................................................ 79 11.3 Previsibilidade de votar nas próximas eleições ............................................... 79 11.4 O respondente perante os desafios da mudança.............................................. 80 11.5 A influência ou aconselhamento no processo de decisão do voto ................... 83 12. Os Medias e as eleições ........................................................................................ 84 12.1 Acesso à Informação ........................................................................................ 84 12.2 Papel da Comunicação Social nas próximas eleições ..................................... 87 Capítulo 13. Questões de Política Económica e Social que podem configurar as Campanhas Políticas .................................................................................................... 92 13.1. Alimentação .................................................................................................... 93 13.2. Saúde e SIDA.................................................................................................. 95 13.3. Emprego .......................................................................................................... 98 13.4. Educação ......................................................................................................... 99 13.5. Abastecimento de água ................................................................................. 101 Capítulo 14. Género e Participação Politica .............................................................. 103 14.1 Genéro e percepção da participação política ................................................. 103 14.2 Género e tendência do voto feminino ............................................................ 104 1

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Introdução ......................................................................................................................3 Agradecimentos .............................................................................................................4 Sumário Executivo.........................................................................................................5 Contexto e objectivos gerais ........................................................................................15 Metodologia do Inquérito ............................................................................................16 Capítulo 6. Características da população do inquérito.................................................17 Capítulo 7. Nível de Participação Política ...................................................................24

7.1 Conhecimento do direito de voto como expressão de participação política......24 7.2 Intenção do exercício do direito de voto nas próximas eleições........................25 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais ................................28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.............................................................31 7.5 Propensão para aceitar um cargo político e nível de conhecimento sobre eleições.....................................................................................................................32 7.6 Participação política activa e filiação partidária ...............................................34 7.7. Perfil dos candidatos a cargos políticos ............................................................36

Capítulo 8. Nível de expectativas /percepções das eleições e mobilidade política .....40 8.1 Atitudes perante as eleições legislativas e presidenciais ...................................40 8.2 Mobilidade política ............................................................................................42 8.3 Expectativa comparada da validade/ justeza das novas eleições .......................45 8.4 Processo de democratização aprofundado e eleições livres e justas..................47

Capítulo 9. Percepções dos cidadãos sob os actores políticos e confiança nas instituições ...................................................................................................................49

9.1. Percepções dos cidadãos em relação aos partidos políticos..............................49 9.2. Confiança dos potenciais eleitores nas instituições ..........................................54 9.3 Síntese das percepções de confiabilidade institucional .....................................59

Capítulo 10. Atitudes e percepções sobre a prestação de serviços públicos...............62 10.1. Dificuldade na obtenção dos serviços públicos ..............................................62 10.2 Cobertura dos serviços sociais e de segurança ...............................................70 13.3 Qualidade dos serviços públicos......................................................................71 13.4 Informalização dos serviços públicos ..............................................................71 13.5 Preços dos serviços prestados pelo Governo ...................................................73

Capítulo 11. Determinantes da tendência de voto .......................................................76 11.1 Factores que influenciam o processo de decisão de voto ................................76 11.2 Previsibilidade de Mobilidade política ............................................................79 11.3 Previsibilidade de votar nas próximas eleições ...............................................79 11.4 O respondente perante os desafios da mudança..............................................80 11.5 A influência ou aconselhamento no processo de decisão do voto ...................83

12. Os Medias e as eleições ........................................................................................84 12.1 Acesso à Informação........................................................................................84 12.2 Papel da Comunicação Social nas próximas eleições.....................................87

Capítulo 13. Questões de Política Económica e Social que podem configurar as Campanhas Políticas ....................................................................................................92

13.1. Alimentação ....................................................................................................93 13.2. Saúde e SIDA..................................................................................................95 13.3. Emprego..........................................................................................................98 13.4. Educação .........................................................................................................99 13.5. Abastecimento de água .................................................................................101

Capítulo 14. Género e Participação Politica ..............................................................103 14.1 Genéro e percepção da participação política .................................................103 14.2 Género e tendência do voto feminino ............................................................104

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Introdução O Instituto Republicano Internacional (IRI) congratula-se pela oportunidade de se encontrar em Angola nesta fase importante da história da nação. Convidado pelo Governo de Angola através do Departamento de Estado dos Estados Unidos e da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, a missão do IRI é a de apoiar a educação e o treinamento dos partidos políticos em Angola, na preparação das próximas eleições. Visando este objectivo, temos o prazer de apresentar os resultados de uma pesquisa nacional, encomendada no início deste ano. A nossa expectativa é que o governo, os partidos políticos, e as organizações da sociedade civil, considerem esta informação não apenas interessante mas também valiosa para a compreensão das atitudes e das opiniões dos cidadãos sobre as eleições passadas e as futuras, e as questões e preocupações que são importantes para eles. Gostariaamos de agradecer a contribuição de todos os que apoiaram este projecto, incluindo o Departamento de Estado dos Estados Unidos e a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Especial reconhecimento vai para o nosso parceiro local neste projecto, o A-IP, cujo trabalho demonstra alta qualidade e profissionalismo. Estamos profundamente agradecidos a todos os nossos parceiros. Robert Miller Christine Wilkins Director, IRI Angola Directora-Adjunta, IRI Angola

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Agradecimentos A realização deste estudo sobre as expectativas dos angolanos em relação às próximas eleições envolveu um vasto conjunto de participantes. O A-IP, Instituto de Pesquisa Económica e Social, aproveita a oportunidade da apresentação deste relatório para manifestar publicamente o seu reconhecimento a todos quantos contribuíram para a realização desta pesquisa. Aos Governadores, Administradores Municipais e outros funcionários da Administração pública do Estado nas Províncias de Luanda, Malanje, Uíge, Lunda-Sul, Huambo, Benguela e Huíla, pela disponibilidade na criação de condições para a realização da pesquisa nas respectivas áreas de jurisdição. Aos integrantes das equipas – coordenadores, supervisores e inquiridores, pela dedicação, perseverança e cuidado dedicados á realização da pesquisa. Ao Instituto Republicano Internacional, IRI, pela oportunidade criada pelo financiamento deste estudo, numa altura em que o País se prepara para a realização do segundo acto eleitoral.

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Sumário Executivo Algumas das conclusões gerais do estudo mostram que Luanda constitui um mundo sociológico político distinto das Outras Províncias do país. Os respondentes de Luanda são no geral mais propensos a mudanças políticas comparativamente aos outros respondentes. A diferença fundamental entre os dois grupos de respondentes esta no nível de percepção com relação a algumas questões chave da actualidade Angolana embora estruturalmente os problemas de desenvolvimento sejam idênticos entre os dois grupos. Outra conclusão geral é que as próximas eleições serão disputadas mais na base dos comportamentos de partidos e candidatos do que nas ideias e programas dos mesmos. Uma das implicações disto poderá ser que o desenho de estratégias políticas específicas ás diferentes necessidades dos clientes político possa ser uma solução mais adequada. Nível de Participação Política A maioria dos respondentes, 93 em cada 100, entende o acto de votar como o exercício de um direito de cidadania. A diversidade regional da amostra, Luanda e Outras Províncias, e o sexo do respondente, não constituem factores decisivos na percepção diferenciada pelos respondentes. Contudo é entre os respondentes rurais, 10,3% dos respondentes que prevalece o sentimento que votar é uma obrigação imposta pelo governo. Igualmente, 16 % dos analfabetos têm a mesma percepção. Oitenta e seis em cada cem respondentes da amostra com idade legal de voto em 1992 exerceram o seu direito de voto em 1992. Eles constituem na amostra um pouco acima de metade, 54,8% ou seja são os velhos eleitores. Cerca de 68 em cada cem respondentes manifestaram a sua intenção de votar nas próximas eleições. A percentagem de indecisos, 22,8 % que ainda não decidiram se irão ou não votar, representa o sub-conjunto de eleitores a serem conquistados pelas plataformas eleitorais dos partidos políticos, apresentadas ao público durante a campanha eleitoral. A comparação entre os padrões de comportamento de voto no acto eleitoral de 1992 e as actuais respostas dos respondentes, um proxy de comportamento às futuras eleições parlamentares mostra que:

• 86 % dos inquiridos desta amostra com idade legal de voto em 1992 exerceram o seu direito de voto em 1992;

• Em meados de 2003, 67,7% dos respondentes declaravam a sua intenção de votar nas próximas eleições;

• a diferença actual de 18,3 % traduz a perda actual previsional do nível de participação política no futuro acto eleitoral.

O padrão de resposta dos respondentes sob a questão de decisão de voto nas próximas eleições é idêntico entre Luanda e as Outras Províncias. Já em 1992 entre Luanda e as Outras Províncias o padrão de participação foi idêntico entre os respondentes. Os resultados indicam o comportamento de voto nas futuras eleições entre novos e velhos eleitores, os que votaram e não votaram em 1992:

• Os novos eleitores estão menos propensos a não votar que os velhos eleitores, um diferencial de 13.5%;

• O nível de absentismo entre os respondentes de Luanda é superior ao das Outras Províncias. 14 % dos respondentes afirmam que não irão votar.

• O nível de indecisão entre os novos e velhos eleitores é relativamente maior entre os novos eleitores. As Outras Províncias apresentam o maior nível de indecisos entre os novos eleitores.

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Sob o ponto de vista das habilitações literárias, os respondentes apresentam o mesmo padrão de participação política de 1992 com relação às próximas eleições. No que respeita aos padrões de resposta atendendo à auto-avaliação do status sócio-económico dos respondentes, verificou-se uma tendência decrescente na participação, proporcionalmente inversa à melhoria da situação social e económica dos inquiridos. Relativamente às próximas eleições, os padrões de resposta apontam para um decréscimo na participação dos grupos auto-avaliados como “muito pobre” a “remediado, onde também se encontram os maiores níveis de indecisão. Os resultados do estudo mostram que 61 em cada 100 respondentes consideram a guerra como um factor que pode influenciar o voto; 29 em cada cem pensam que o resultado das eleições pode influenciar o voto, e para 40 em cada 100, o que ouviu e viu, influenciará o seu voto. Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais Um total de 64% dos respondentes não sabe ou não ouviram falar em eleições locais. Comparativamente às Outras Províncias, Luanda (38,5%) apresenta um maior nível de conhecimento. Os respondentes da área urbana possuem um maior conhecimento sob eleições locais e os rurais o menor. O menor conhecimento encontra-se entre os mais jovens (18/25 anos), logo seguido dos mais velhos, com mais de 60 anos. Os homens (37,9%) manifestam um maior conhecimento do que as mulheres (28,1%). Maior o nível de escolaridade formal, maior o conhecimento sobre eleições locais. Os grupos auto-designados de “pobres” e “muito pobres” possuem um menor conhecimento sobre eleições locais. Metade dos respondentes com conhecimento sobre as eleições locais considera que as mesmas são tão importantes quanto as eleições nacionais. Quase um terço considera que são mais importantes. Cerca de 70 em cada cem respondentes da amostra manifestaram preferência em votar nas eleições legislativas. Esta tendência parece confirmar-se pelo facto de que mesmo entre os respondentes com conhecimento sobre as eleições locais, um pouco acima de metade 53 % mantem a preferência por votar nas eleições legislativas. Há uma maior propensão entre os respondentes por parte daqueles que têm maior conhecimento sobre as eleições locais em aceitar um cargo político. A sequência do calendário para a realização das eleições, gerais/nacionais e locais, mostra que 70,9% dos respondentes considera que as eleições locais deveriam anteceder as eleições gerais, nacionais, para o legislativo e o executivo. Status de filiação partidária Trinta e quatro em cada cem respondentes tinham uma afiliação política; um quinto teve uma afiliação política no passado. A maioria, sessenta, em cada cem não possui alguma afiliação política. O estudo permitiu identificar os perfis socio-demográficos dos respondentes simpatizantes, militantes, ex-membros de partidos e os sem nenhuma filiação partidária, perfil de candidatos a cargos políticos. Do ponto de vista dos 35,4% respondentes que declararam ser membros, militantes ou simpatizantes, de um partido político, as principais razões para a escolha de um partido político (por ordem decrescente de indicações), são: (a) as ideias e propostas defendidas pelo partido escolhido; (b) os líderes do partido escolhido; (c) as vantagens de ser membro de um partido; (d) o partido com maior poder na região; (e) influência de família e de amigos; (f) a maioria dos líderes do partido são da região do respondente e; (g) a pressão política. As principais razões apontadas pelos 54,6% de respondentes que declararam “não ter nenhuma ligação política” para a não filiação em partidos políticos, são as seguintes: (a) 47,3% não se interessam por política; (b) 31,3% nunca foram convidados; (c)12,9% não confiam em nenhum partido político e (d) 19,9% alegaram outras razões.

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As correlações entre a principal razão para a escolha de um partido político, ideias e propostas desse partido, e as características individuais dos respondentes (como sexo, idade, status sócio-económico, habilitações literárias, língua materna e religião) não são significativas. Isso significa que as ideias e propostas são valorizadas, independentemente das diferenças entre os respondentes. Já as correlações entre a segunda razão apontada para a escolha de um partido político, a influência carismática do “líder” e as características individuais dos respondentes, são significativas para a “localização” dos respondentes: meio rural, periurbano ou zona urbana. A relação com a liderança ou a propensão para valorizar a liderança como critério de escolha para a filiação partidária, é influenciada pelo local de residência do respondente. Expectativas /percepções das eleições Numa óptica retrospectiva o inquérito permitiu capturar as atitudes dos respondentes perante as primeiras eleições legislativas e presidenciais no país (1992) caracterizadas por: (a) medo e incerteza do pós-eleições, 61 em cada cem respostas; (b) importância do exercício do direito de voto, 72 em cada cem respostas; (c) necessidade de mudança, 68 em cada cem respostas. Já as percepções sobre as futuras eleições estão mais centradas sobre: (a) necessidade de mudança, 64 de cada cem respostas; (b) exercício do direito de voto, 30 de cada cem respostas. Comparativamente aos dois períodos pode-se afirmar que há actualmente menos expectativas sobre a importância do exercício individual de voto, ou seja votar já não tem tanta importância como experiência pessoal como em 1992. Quando as eleições são vistas como um mecanismo de mudança social, há actualmente menos 14 de cada cem respondentes que acreditam que as eleições podem produzir tal efeito. Pode-se afirmar que há actualmente entre os respondentes um maior descrédito ou menor confiança nesse mecanismo institucional. Mobilidade política A mobilidade política expressa a propensão à mudança de apoio e ligação a uma associação ou partido político. Neste estudo, pretendeu-se conhecer em que medida os respondentes ao inquérito se mantêm fiéis ao mesmo partido político em que votaram em 1992. Os resultados mostram que um pouco acima de metade dos respondentes, 53 em cada cem, mostram-se fiéis ao partido político em que votaram em 1992. Antecipa-se pois que à partida e aproximativamente1 os partidos políticos votados em 1992 têm uma reserva de metade de eleitores garantidos entre os velhos eleitores2. Contudo, o número de indecisos entre os velhos eleitores é bastante elevado, 38 em cada cem respondentes, o que mostra existir uma relação de incerteza e desilusão política com relação aos partidos políticos, antecipatório de um potencial nível de absentismonas próximas eleições entre os velhos votantes. Por outro lado quase 10 em cada cem respondentes afirmaram que não vão votar no mesmo partido político, indicador de uma ruptura partidária. Os níveis de mobilidade política são diferenciados entre Luanda e as Outras Províncias sendo maior em Luanda. Em termos de educação formal, maior o nível de escolaridade maior a mobilidade política. O acesso á informação tem implicações sobre os níveis de mobilidade política já que é entre os respondentes que lêm os jornais, vêm TV e ouvem a rádio todos os dias que se encontra a maior taxa de recusa de voto no mesmo partido político (12 a 13 %) e o nível mais baixo de indecisão no voto.

1 Não se conhecendo o partido político em que votou em 1992 não se pode afirmar quem mais perdeu em termos de mobilidade política. 2 Aqueles que votaram em 1992

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Expectativa comparada da validade/ justeza das futuras eleições A análise de percepção sobre a confiança nas futuras eleições mostra que 8 em cada dez respondentes considera que as futuras eleições serão mais livres e justas que as eleições de 1992. (4,032 respondentes). Não há diferenças de percepção entre os que votaram em 1992 e os que não votaram. Aos respondentes ao inquérito foi-lhes igualmente pedido que identificassem um conjunto de razões que poderiam condicionar a realização das futuras eleições e que em certa medida poderiam influenciar a qualidade das mesmas. Os resultados mostram que: (a) oito em cada dez respostas identificaram o retorno da maioria dos deslocados ás suas áreas e o fim do processo de desmobilização como os factores mais importantes. (b) a vontade política de marcar uma data foi o factor menos identificado. Os resultados apontam o sentimento entre os respondentes para a necessidade de uma preparação correcta das eleições, que ocorram num ambiente de estabilidade. Processo de democratização aprofundado e eleições livres e justas Em que medida as novas eleições podem aprofundar o processo de democratização esta intrínsecamente ligado á aceitação pública dos resultados das próximas eleições, que por sua vez esta dependente do próprio processo eleitoral. Aos respondentes foi solicitado que selecionassem de um conjunto de factores, aqueles que os ajudariam a melhor aceitar as futuras eleições como livres e justas. Os resultados mostraram que: (a) Oitenta e sete em cada cem respostas assinalam que nenhum cidadão em idade de votar seja impedido de registar-se como eleitor e nenhuma cidadão com cartão de eleitor seja impedido de votar; (b) a possibilidade dos partidos políticos terem acesso ás assembleias de voto e à contagem dos votos, 77 em cada cem respostas e a presença de um Presidente da Comissão Eleitoral competente e apartidário, 78 em cada cem respostas. Confiança institucional A percepção sobre o papel social dos Partidos políticos exige mudanças Há uma percepção crítica do papel social dos partidos políticos relativamente a dimensões de funcionamento, instrumentalização, credibilidade, ética política, representatividade e de liberdade de pensamento político.

• 62 em cada cem respondentes identifica uma relação de causalidade entre a estreita ligação de “alguns” funcionários públicos aos partidos políticos e o mau funcionamento das instituições (instrumentalização do Estado e desempenho institucional);

• 2,997 respondentes ou 75 em cada cem, considera existir uma transformação dos partidos políticos em centros de afirmação e veiculação de interesses de pequenos grupos (credibilidade e representatividade);

• metade dos respondentes (2,017) acha que para se ter um bom emprego/cargo numa organização tem de se pertencer a um partido político (instrumentalização dos partidos políticos);

• cerca de 4 em cada 5 respondentes têm muita dificuldade em identificar os dirigentes políticos/ deputados, responsáveis pela respectiva área/província/município, pois aqueles nunca aparecem para ouvir as suas preocupações (sistema de representação política);

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• cerca de 60 em cada 100 respondentes manifestaram-se abertamente contra as práticas de corrupção entre os seus dirigentes partidários afirmando que retirariam o seu voto (ética política);

• 42 em cada cem respondentes consideram não existir liberdade de pensamento político dentro dos partidos políticos; entre os membros dos partidos a percepção é mais positiva, 58 em cada cem (liberdade de pensamento político);

A análise dos resultados mostra que os respondentes de Luanda são mais sensíveis á: instrumentalização política de funcionários públicos e impacto sob o desempenho das instituições; á transformação dos partidos políticos em centros de pressão de interesses de grupo; ao distanciamento dos responsáveis políticos das suas bases de apoio social e á corrupção partidária. Comparativamente aos respondentes de Outras Províncias, os Luandenses possuem uma percepção mais positiva sobre a liberdade de pensamento no seio dos partidos políticos. A análise por localização urbana, peri-urbana e rural do respondente mostra a existência de diferenças de percepção entre respondentes urbanos e rurais sendo os primeiros mais críticos em relação ao papel social dos partidos políticos. Indirectamente, pode-se aferir da leitura dos resultados que há uma percepção generalizada entre os respondentes de problemas de representatividade dos partidos políticos. Os níveis de confiança na política e partidos políticos permitem espaço para melhorias No seu conjunto 31 em cada cem respondentes não tem uma relação de confiança ou empatia positiva para com a política em geral e partidos políticos em particular. O comportamento de resposta encontrado é idêntico entre ambos os respondentes de Luanda e Outras Províncias. A análise do perfil dos respondentes com menor confiança no sistema político mostra que eles são tendencialmente mulheres; jovens com idades compreendidas entre os 18 e 33 anos; maioritariamente pobres ou remediados; católicos; falam português, umbundo ou kimbundo e vivem largamente nas áreas peri-urbanas. Por outro lado a análise da confiança nos partidos políticos medida pela percepção dos respondentes quanto á sua capacidade de resolução dos problemas da população revelou o seguinte:

• Os partidos políticos encontram-se no penúltimo lugar de um total de 23 instituições selecionadas de entre as três mais confiáveis para a resolução de problemas da população. Ou seja somente 4.1 % dos respondentes tem a percepção que os mesmos têm um papel a desempenhar na resolução dos problemas da população. Este perfil de resposta é idêntico para Luanda e Outras Províncias.

• Quando a questão é formulada no sentido de saber dos entrevistados em que instituição menos confia para a resolução dos problemas da população, os Partidos Políticos aparecem na terceira posição com 7.4 % das respostas.

Confiança dos potenciais eleitores em outras instituições Os níveis de confiança dos respondentes nas instituições do Estado e da sociedade foram testados através de um exercício que consistia pedir aos respondentes que indicassem 3 instituições de um conjunto potencial de 22 instituições, sob as quais depositavam maior confiança e menor confiança para a resolução dos problemas da população. Igualmente desses dois conjuntos foi pedido que selecionassem as instituições “mais” e menos” confiável. As instituições foram ordenadas por ordem da frequência de resposta. A primeira constatação é que a confiança está bastante distribuída pelas instituições, ou seja há uma percepção de que não há uma instituição forte, o Executivo por exemplo, como sendo a instituição mais confiável. Uma segunda constatação é que entre Luanda e Outras Províncias há um padrão de prioridades e resposta relativamente distinto. A terceira

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constatação geral é que instituições que não têm uma responsabilidade social de resolução dos problemas da população como a família, igrejas e amigos são aquelas sob as quais os respondentes possuem maior confiança. As quatro instituições em que os respondentes mais confiam para a resolução dos problemas são por ordem de importância, a Família, Igrejas, Presidente da República e Governo. No caso de Luanda, o conjunto das instituições públicas com funções de defesa da ordem pública, provisão da justiça, legislativa e executiva recolheram sómente um terço das respostas de confiança depositada pelos respondentes para a solução dos problemas da população. No caso das Outras Províncias há um maior equilíbrio nas percepções dos respondentes com metade dos mesmos a confiar nas instituições governamentais para a solução dos seus problemas. Os níveis de confiança atribuídos às instituições foram igualmente analisados na óptica inversa pela solicitação aos respondentes das instituições em que eles menos confiavam. Em Luanda e Outras Províncias a Polícia é considerada como a instituição menos confiável para a resolução dos problemas da população. Os respondentes de Luanda têm uma percepção mais negativa das instituições públicas pois cinco das primeiras seis instituições por si seleccionadas são públicas. Os respondentes identificaram de entre as três instituições menos confiáveis aquela que seria a menos confiável. A polícia aparece em primeiro lugar para Luanda e Outras Províncias. Já o Presidente da República que aparece como a instituição menos confiável para Luanda é para as Outras Províncias a mais confiável. A imagem dos partidos políticos não aparece como das melhores em ambos os domínios de estudo pois aparece com a terceira instituição menos confiável. A análise síntese das respostas sobre os níveis de percepção de confiabilidade institucional, reflectindo o diferencial das respostas positivas de confiança menos as respostas negativas de confiança mostra o seguinte:

• Em Luanda as Famílias, as Igrejas seguidas pela Rádio Nacional aparecem com as mais instituições mais credíveis. Ao mesmo tempo a Polícia, Administração municipal e Partidos políticos aparecem com as instituições menos confiáveis. Interessante observar que os órgãos de informação em geral com excepção do Jornal de Angola possuem uma imagem positiva, ou seja o diferencial de respostas entre os que possuem uma boa imagem e os que possuem uma má imagem é positivo. Preocupante é o facto de que todas as instituições com o diferencial de imagem negativo são estatais, justamente a quem compete na realidade a resolução dos problemas da população. Excepção vai para as forças armadas cuja imagem entre os respondentes é positiva.

• Nas Outras Províncias as Igrajas são a instituição mais confiável para a resolução de problemas seguido da instituição Presidente da República. Igualmente o Governo aparece como a quarta instituição mais confiável seguida de perto das autoridades tradicionais em quinto lugar. Os órgãos de informação privada, Jornal de Angola, amigos e partidos políticos aparecem como as cinco instituições menos confiáveis.

As percepções de confiança institucional são realizadas num contexto de um cenário de crise e de instabilidade pos-conflito. Neste tipo de cenário os níveis de confiança institucional em geral e particularmente com relação ás instituições políticas são fortemente abalados pois em última análise as crises têm lugar sobre as instituições. Conhecer o tipo de percepção da natureza dessa crise institucional é importante para melhor adequar as propôstas de solução política e social. No caso deste estudo esse cenário sob o ponto de vista institucional é caracterizado por:

• Um nível geral de deficit de confiança institucional em particular sob as instituições públicas de Estado;

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• Um descrédito nas instituições políticas pela sua incapacidade em influenciar positivamente a solução dos problemas da população;

• A valorização desproporcionada da importância de instituições como a Família e as Igrejas nos papéis sociais de solução de problemas da população;

• Níveis diferenciados de confiança institucional entre o centro (Luanda) e a periferia (Outras províncias).

Determinantes da tendência de voto Uma das questões mais fascinantes na sociologia política é a tentativa de compreender quais os factores, as determinantes principais, que influenciam a decisão de voto do cidadão. Que factores pesam no processo de decisão individual de cada cidadão no acto de votar? O conhecimento dos mesmos pode ajudar os partidos políticos a adoptar estratégias eleitorais que tenham em linha de conta tais factores. Os resultados mostram que a experiência política do candidato, candidato não associado com a corrupção (ética do servidor público) e experiência anterior de governação como os três factores mais importantes para o processo de decisão individual de voto. Eles foram apontados por 48, 47 e 39 por cada cem dos respondentes respectivamente. No caso de Luanda o factor, candidato não associado com corrupção, foi apontado como o mais importante por 59 em cada 100 respondentes contra 40 em 100 nas Outras Províncias (terceiro factor mais importante). Se ao factor, a mesma língua nacional falada do candidato se agregar a região, ambos indicadores de etnicidade, então pode-se afirmar que a etnicidade é um factor importante para um terço dos respondentes das Outras Províncias. Esse factor é relativamente menor para Luanda, 18 em cada 100 candidatos. Nas áreas rurais ele é importante para 34 em cada cem respondentes. Embora o grau de importância dos factores que pesam na decisão do voto possam variar entre os respondentes de Luanda e das Outras Províncias ela têm em comum o facto de coincidirem sobre os quatro principais factores a considerar na decisão de voto: candidato não associado com corrupção, experiência política, experiência de governação e nível académico do candidato. Os factores referenciados pelos respondentes como os mais importantes estão curiosamente relacionados com a práctica e comportamentos do candidato enquanto que os outros factores estão relacionados com o potencial de qualidades dos candidatos. Os dados parecem indicar que os respondentes pretendem incorporar nos seus processos de decisão como factores primeiros aqueles ligados a praxis do candidato em vez do potencial de qualidades que o candidato parece possuir. Ou seja, os dados parecem apontar para uma atitude de “julgar os actos conhecidos” do que apostar uma carta em branco no potencial das ideias, conhecimento técnico e outro tipo de características do candidato. Com o recurso a modelos de regressão binários pretendeu-se previr que variáveis tinham impacto sobre a mobilidade política e a previsibilidade de um eleitor votar nas próximas eleições. A variável, Experiência de Governação do Candidato, é a que apresenta o maior valor explanatório para explicar o comportamento potencial do respondente no tocante á mobilidade política. Ou seja a probabilidade de um respondente votar num partido político diferente daquele que votou em 1992 esta relacionado com a experiência de governação do candidato. Esta variável por sua vez esta correlacionada positivamente com a corrupção. A previsibilidade de um respondente votar nas próximas eleições esta estatísticamente relacionado com a importância que ele atribua ás seguintes variáveis: experiência de governação do candidato, experiência política e conhecimento pessoal do candidato. O modelo prevê em 91 % a probabilidade de votar se estas variáveis são tidas em conta.

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O respondente perante os desafios da mudança Algumas questões visando testar comportamentos de mudança foram colocadas aos respondentes. As perguntas envolviam uma situação de conflito de interesses para os respondentes, suposto que era terem, os mesmos, simpatias idênticas pelas ideias dos dois candidatos. As questões tinham a ver com diferenças intergeracionais, permanência num cargo político e o voto em novos partidos. A questão sobre a diferença geracional encerrava a ideia de escolha entre o candidato mais idoso, depositário de maior experiência, ou a escolha do candidato novo, símbolo de novas ideias. Os resultados mostram uma ligeira preferência pelo candidato com maior experiência sendo ela mais significativa entre os respondentes de Outras Províncias. Entre os Luandenses há uma propensidade a votar em candidatos novos. A análise mostrou igualmente que os respondentes rurais são mais propensos a votar no candidato mais velho e os respondentes de menor idade tendem a votar preferencialmente por candidatos que simbolizem novas ideias. Aos respondentes foi igualmente solicitado que se pronunciassem sobre a escolha de dois candidatos com as mesmas ideias para um cargo público, numa situação que poderia envolver ou não a substituição daquele que ocupava o cargo. No geral, 43 em cada cem respondentes votaria no candidato que já se encontra no cargo enquanto que 28 em cada cem não tinha opinião formada sobre o assunto. Quando a análise é realizada em termos de domínio de estudo fica evidente que Luanda possui um perfil de resposta diferente com ligeiramente mais respondentes a votar por um novo candidato para o cargo. Um terço dos respondentes de Luanda e Outras Províncias do estudo estão disponíveis ao aparecimento na cena política de novos partidos políticos, o que pode ser um indicador de mudança política. O padrão de resposta é idêntico para novos e velhos eleitores, localização física do respondente (urbano, peri-urbano e rural), habilitações literárias, língua materna do respondente entre as principais línguas faladas. A influência ou aconselhamento no processo de decisão do voto Aos respondentes foi solicitado que em caso de dúvida sobre um candidato a quem é que eles iriam recorrer em termos de conselho. Aos respondentes foi dada a possibilidade de escolha múltipla, ou seja poderiam escolher mais de uma fonte de aconselhamento. A tabela abaixo mostra o seguinte:

• Os respondentes de Luanda, acima de um terço, são menos propensos a solicitar apoio a outras pessoas que os respondentes das Outras províncias;

• A família constitui a principal fonte de aconselhamento seguida dos indíviduos mais velhos e o padre/pastor. Nas Outras Províncias o soba joga também o mesmo papel.

Os media e as eleições Os resultados do inquérito apontam, que de uma forma geral, o acesso por parte dos cidadãos à informação veiculada pelos orgãos de comunicação social é deficiente. Cerca de 30% dos cidadãos não tem, numa base semanal, acesso à informação, quer seja via rádio, jornal ou televisão, enquanto que apenas 3% dos cidadãos têm acesso a informação, a partir destes 3 órgãos, numa base diária. De uma forma geral, constatou-se que existe um nível alto de incertezas quanto à neutralidade da comunicação social durante a fase das eleições, já que cerca de 2/5 dos respondentes não emitiram opinião. Os níveis de acesso à informação e os níveis de incerteza sob o papel da neutralidade dos mass media durante as eleições estão positivamente correlacionados. Cerca de 66 em cada cem respondentes com acesso à informação em Luanda acreditam que os órgãos de comunicação social públicos irão fazer campanha a favor do partido no poder,

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atestando assim a sua clara falta de confiança num exercício independente destes orgãos. Nas restantes províncias regista-se uma proporção mais baixa, mas nem por isso menos significativa, com entre 47% em relação à rádio e 40% em relacao à TPA. Embora em proporções relativamente mais baixas, a opinião expressa para o caso dos órgãos privados é similar. Em Luanda, pelo menos 57% dos indivíduos no grupo mais privilegiada, em termos de acesso à informação, acreditam que os órgãos privados irão fazer campanha para um partido político. Nas outras províncias esta percepção é mais baixa (oscilando entre 32% em relacão as rádios privadas e 35% em relação aos jornais). O nível de confiança, dos cidadãos entrevistados, nos jornalistas é substancialmente baixo pois sessenta dos respondentes em cada cem com acesso à informação em Luanda e metade nas Outras Províncias revelaram que não iriam confiar ou iriam confiar pouco naquilo que os jornalistas mostram, dizem ou escrevem. A percepção da falta de neutralidade da comunicação social no tratamento de matérias relacionadas com o próximo processo eleitoral, aumenta com o nível de escolaridade do indivíduo. Os contrastes entre órgãos de comunicação social públicos e privados, por um lado e por outro, entre Luanda e outras províncias, são idênticos aos encontrados no cruzamento dos dados envolvendo o acesso á informação. Os resultados apresentados sugerem que qualquer estratégia de disseminação de informação durante o processo eleitoral, que se pretenda a mais abrangente possível, deverá ser orientada para a rádio. Apesar disto o acesso à radio nas Outras Províncias não é, ainda assim, generalizado pois enquanto em Luanda apenas cerca de 18% dos respondentes não ouvem rádio, nas Outras Povíncias quase metade não ouve rádio. Os dados apontam para - tendo em conta os níveis significativos de analfabetismo e baixo nível de escolaridade generalizado – os riscos de que uma importante parte da população eleitora seja sujeita á manipulação de informação. Questões de Política Económica e Social e Campanhas Políticas Questões críticas de desenvolvimento que preocupam a sociedade podem tornar-se o alvo de debates políticos e configurar programas eleitores e campanhas políticas. Assim pretendeu-se identificar quais seriam as cinco questões de ordem económica e social que mais preocupavam os respondentes. Os resultados desagregados por domínio de estudo mostram que a alimentação, saúde, habitação, deslocados de guerra e reinserção social e abastecimento de água são colectivamente as cinco principais questões mais importantes. No caso de Luanda a corrupção recebe uma maior importância que a habitação. Contudo, quando os respondentes foram postos sob o dilema de selecção da principal prioridade a partir das cinco questões que ele/ela inicialmente haviam selecionado, as questões de emprego e educação acabaram por ser mais relevantes sob o ponto de vista individual, substituindo questões mais colectivas como a habitação e deslocados de guerra e resinserção social. Sobre a segurança alimentar do agregado pode-se afirmar que existe uma percepção geral de baixa segurança alimentar, traduzida na fraca disponibilidade alimentar mensal, preços elevados e não acesso a determinada classe de alimentos, as proteínas necessárias ao desenvolvimento e crescimento individual. Há a percepção de um fraquíssimo apoio à produção alimentar, na forma de baixo investimento privado, baixo crédito comercial rural, fraca política de fomento agrícola e que o pequeno agricultor só por si não tem capacidade para abastecer o mercado interno. Há a percepção generalizada que a distribuição alimentar não teve um impacto negativo sobre a capacidade dos produtores agrícolas trabalharam, embora exista a percepção de que metade das pessoas tenham caído na dependência alimentar. Igualmente existe a percepção de baixa eficiência do PAM que não consegue disponibilizar a ajuda alimentar quando esta é necessária.

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Em termos do mercado de trabalho e criação de empregos as questões abordadas (eficicâcia das políticas públicas para a criação de emprego, os grupos etários mais afectados pelo desemprego, disponibilidade de empregos no sector formal e nível de salários) mostraram uma unanimidade. Assim, em relação a eficâcia das políticas públicas no sector do emprego, 70% dos entrevistados acham que o governo não tem conseguido estimular a criação de emprego. Cerca de 90% considera os jovens como sendo os mais prejudicados pela problemática do desemprego, encontrando no mercado formal a alternativa, para além de pensarem que ainda, quando existem empregos, o problema não fica resolvido porque os salários são baixos. Em termos da educação há a percepção que o baixo acesso ás escolas é maior nas Outras Províncias, segundo 60 em cada cem respondentes. A percepção do pagamento informal aos professores e administração das escolas públicas por serviços educacionais, uma forma de corrupção é maior entre os respondentes de Luanda, 75 em cada cem respondentes. Esta percepção negativa é mais evidente nas áreas periurbanas e urbanas com 64,8 e 54% respectivamente de respostas. Há a percepção generalizada que a comissão de pais como mecanismo institucional de reclamação não funciona. Cerca de 62,3% dos respondentes urbanos considera que as comissões de pais não funcionam. A má qualidade de ensino nas escolas públicas referida pela grande maioria dos respondentes. Sob o abastecimento de água há a percepção que o preço da água é muito alto para as famílias que vivem no subúrbio. (Luanda (90,9%), Benguela (87,9%), e Uíge (62,5%)). Um pouco menos de metade dos respondentes consideram que o problema da água nas cidades não é por causa da falta de cobrança do consumo assim como da falta de pagamento dos cidadãos. A maioria dos respondentes afirma que as administrações e as ONG´s não construíram furos e poços nas suas vilas ou municipalidades. Segundo os dados da pesquisa o problema da água é maior nas áreas periurbana e urbana. Genéro e percepção da participação política Aos respondentes foi perguntado se o número de mulheres no Governo, na Assembleia Nacional e na Administração seria alto, médio ou baixo. Esta pergunta tinha por objectivo obter a percepção entre os respondentes de participação política. A opinião generalizada entre homens e mulheres é que ela era baixa. Por outro lado, o indíce de participação política mostra que as mulheres têm uma maior probabilidade de possuir um nível de participação política inferior ao dos homens. Um outro indicador de participação política é a predisposição dos respondentes em aceitar, se convidados, ser candidatos a um cargo político. Os resultados mostram que as mulheres estão relativamente menos disponíveis que os homens. As mulheres, membros ou simpatizantes de um partido político estão menos disponíveis para trabalhar para as eleições que os homens. No geral, as mulheres entrevistadas depositam maior confiança em mulheres para assumirem um cargo presidencial com 51.7%, de deputada com 72.2%, e para administração, com 67.7%. Ou seja, os dados parecem indicar existir entre as mulheres uma percepção de auto-estima elevada e positiva de que as mulheres podem exercer as mesmas funções que os homens em cargos políticos. A percepção masculina, no que respeita à tendência de voto, indica que os homens se sentem mais confortáveis em votarem em mulheres para cargos da sociedade civil, como “líderes de sindicatos”, 65%, “líderes de associação” 72%, do que para o cargo de presidente (35.2%). Contudo no geral existe uma ampla abertura por parte de pelo menos metade dos entrevistados masculinos que á excepção do voto para o cargo de Presidente da República estariam na disposição de votar numa mulher para vários cargos políticos. As conclusões parecem apontar que os partidos políticos que apresentarem um maior número de candidatos mulheres nas suas campanhas eleitorais podem conquistar uma faixa importante do eleitorado que se identifica mais com candidatos mulheres para lugares públicos.

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CONTEXTO E OBJECTIVOS GERAIS O Instituto de Pesquisa Económica e Social (A-IP), foi contratado pelo Instituto Republicano Internacional (IRI), para a realização de um inquérito de opinião sobre as eleições em Angola. Este estuod pretende servir de suporte para a futura programação do IRI de apoio aos Partidos Políticos, Parlamento e outros actores sociais angolanos, em áreas como educação cívica e reforço institucional, entre outras. Entre Março e Abril de 2003, o A-IP preparou a realização dessa consulta pública, através da concepção do inquérito e da organização logística para a recolha de opiniões em 7 das 18 províncias do País. A pesquisa de campo decorreu no período de 29 de Abril a 4 de Junho de 2003. Em 23 de Julho de 2003, foram apresentados os resultados preliminares deste estudo. No esteio de todo este processo, dois objectivos principais foram visados:

• oferecer aos cidadãos e aos actores políticos, nacionais e estrangeiros, um conjunto de informaçõs sobre o actual perfil do eleitor angolano, as suas avaliações em relação ao presente e as suas expectativas em relação ao futuro

• suportar, pela informação tornada pública, a realização de debates e reflexões, mais

ou menos abrangentes, sobre as opções políticas e o papel das próximas eleições. Com estes objectivos, a primeira pesquisa sobre eleições gerais em Angola, propôs-se examinar os seguintes temas:

• o perfil do eleitor angolano; • nível de participação política; • expectativas e percepções em relação às eleições e mobilidade política; • percepção em relação aos actores políticos e confiança nas instituições; • determinantes das tendências de voto; • relação entre os eleitores, os media e as eleições; • questões de política pública que podem configurar as campanhas políticas; • o género e a participação política.

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METODOLOGIA do INQUÉRITO 1. Amostragem do Inquérito de Opinião sobre Eleições 1.1. Universo da amostra O universo da amostra inclui todos os cidadãos em idade de votar, dezoite anos e mais habitando nas sete províncias seleccionadas da amostra. Excluídos da amostra estão as pessoas que vivem em locais institucionais tais como quartéis, dormitórios, prisões, hospitais, etc. Cidadãos que estejam de visita ao agregado familiar mas que não habitem no agregado não foram incluídos na amostra, ou seja não podiam ser selecionados. 1.2. Desenho da amostra O desenho da amostra é probabilística de área de estádios múltiplos. Cada elemento tem a mesma oportunidade de ser incluído na amostra através do recurso a métodos de selecção aleatória. Numa série de fases do desenho da amostragem, áreas de amostragem definidas geográficamente de tamanho decrescente foram selecionadas. O asseguramento de que a amostra é representativa, a probabilidade de selecção, foi ajustada da seguinte forma:

a) a amostra esta estratificada por províncias e localidade residencial (urbana e rural). A estratificação por áreas permite que grupos étnico-linguísticos tenham a mesma oportunidade de incluforam na amostra. A estratificação urbano-rural encontra-se enviesada com relação à área urbana, 60 % da amostra contra 40 % da área rural. As razões desta escolha têm a ver com questões logísticas por um lado e por outro lado com a programação de pesquisas seguintes que irão cobrir mais a área rural;

b) Na primeira fase da amostragem, amostragem aleatória foi conduzida com

probabilidade proporcional ao tamanho da população. O universo da amostra das sete províncias estima-se que cubra 85 % da população total do país. A amostra esta subdividida em dois estratos primários a Capital e as Outras Províncias.

No stratum a Capital a amostra esta distribuída proporcionalmente ao tamanho da população de cada município constituinte da capital aplicando-se na íntegra o princípio da probabilidade proporcional ao tamanho da população de cada município.

No stratum Outras Províncias foram selecionados 19 municípios com base nos critérios de maior densidade demográfica e acessibilidade. Á excepção da província do Uíge (questão logística de acesso) os municípios escolhidos nas outras províncias (média de 3) têm uma população superior á metade da população da província. A população urbana neste stratum está estimada em 69%. Para compensar a sub-representatividade rural optou-se por realizar 48 % dos inquéritos deste stratum na área rural.

No total da amostra 69 % dos inquéritos tiveram lugar na área urbana. O desenho da amostra teve quatro fases:

• Uma primeira fase para estratificar e seleccionar aleatóriamente as unidades primárias de amostragem (UPAS);

• Uma segunda fase para seleccionar aleatóriamente os pontos de amostragem de arranque (PAAs);

• Uma terceira fase para seleccionar aleatóriamente os agregados familiares (AG); • Uma quarta fase para seleccionar aleatóriamente os respondentes individuais.

Dados mais pormenorizados da metodologia a disponibilizar em anexo.

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Capítulo 6. Características da População do Inquérito Demografia dos inquiridos Os dados da pesquisa revelam que 50% dos inquiridos, potenciais eleitores têm pelo menos 32 anos de idade, enquanto que 75% dos inquiridos têm até 42 anos. Os resultados das segundas eleições vão pois ser decididas por uma população relativamente jovem.

Idade dos inquiridos Respostas Válidas 4,149 Não respostas 151Média 34.6Mediana 32.0 Percentil 25 25 50 32 75 42

Como se pode observar os grupos etários mais jovens, em particular o grupo etário dos 18 a 25 anos é o mais numeroso. Em 1992 os mais velhos deste grupo tinham somente 14 anos e os mais novos 7.

Grupos etários Nº %18 – 25 1,172 28.226 – 33 1,045 25.234 – 41 835 20.142 – 49 581 14.050 – 59 295 7.1 + 60 anos 221 5.3 Total respostas 4,149 100

Sexo dos inquiridos Conforme os dados da tabela abaixo indicada, 50,8% dos inquiridos são do sexo masculino, contra 49,2% do sexo feminino, correspondendo ao princípio de aplicação da quota do género definida na metodologia da amostra. É de realçar de que as províncias de Benguela e Lunda Sul a proporção das mulheres esta muito abaixo do principio de aplicação da quota de género definida na metodologia da amostra. Isto deve-se ao facto de que terem ocorrido nestas províncias situações em que os sobas não autorizaram as entrevistas e em que os maridos não autorizaram que as suas mulheres fossem entrevistadas. Nas províncias da Huíla e Luanda, a proporção das mulheres é maior em relação aos homens. Nestas províncias a maioria do eleitorado nas futuras eleições prevê-se que serão mulheres. (ver tabela anexo) Nível educacional dos inquiridos A média de habilitações declarada pelos inquiridos, corresponde a 8ª classe, IIIº nível de escolaridade. O nível de analfabetismo é de 15.9%. Os inquiridos com nível médio corresponde a 14.7%. Somente 2.4% dos inquiridos possuem o nível superior. 36,8 e 25,1%

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dos inquiridos das províncias de Luanda, e Benguela possuem o 3º nível de escolaridade. Os maiores deficits de educação formal registam-se nas províncias da Lunda Sul, e Malange em que 36 e 34 em cada cem inquiridos, são analfabetos.

Habilitacoes Literarias

4.0%

2.4%

14.7%

23.6%

22.1%

17.3%

15.9%

Missing

Universitario

Medio

III nivel

II nivel

I nivel

Analfabeto

Etnicidade: Língua materna dos inquiridos A maioria relativa dos inquiridos tem como língua materna o Umbundo, constituindo 29 em cada cem inquiridos da amostra. As línguas maternas Kimbundo e português representam 25 e 23% da amostra. A distribuição da língua materna por províncias, mostra que, a língua predominante nas províncias do Huambo e Huíla, é o Umbundo, constituindo 91 e 62,1% dos inquiridos. Na província de Benguela, 50% dos inquiridos, falam Umbundo e 49% falam Português. Nas províncias, Lunda Sul, Malange e Uíge, a maior predominância das línguas características destas regiões nomeadamente: Cokwe, Kimbundo e kikongo. Na província de Luanda, 39 em cada cem inquiridos falam kimbumdo, 28 em cada expressam-se na língua portuguesa e cerca de 15 em cada cem falam kikongo (15,6%). (ver tabela em anexo).

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Língua MaternaOutra1%Cokwe

10%

Ganguela1% Portugues

23%

Kimbundo25%

Kikongo10%

Nhaneca/Humbe1%

Umbundo29%

Portugues Kimbundo Kikongo Nhaneca/Humbe

Umbundo Cokwe Ganguela Outra

Religião dos inquiridos A maioria relativa dos inquiridos professa a religião católica, constituindo 46% da amostra. 28% dos inquiridos são protestantes, enquanto que somente 9% não professa nenhuma religião.

Religião

Sem religião9%

Protestante28%

Católico46%

Outra17%

Sem religião Protestante Católico Outra

Analisando os dados por província nas províncias do Huambo, Benguela, Malange, Huíla e Luanda, a maioria dos inquiridos professa a religião católica. Quarenta e seis e trinta e quatro em cada 100 inquiridos das províncias do Uíge e Lunda Sul são protestantes.

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Relação familiar dos inquiridos/estado marital Os inquiridos que vivem em união de facto constituem uma maioria, relativa de 41%. Os casados e os solteiros correspondem a 27 e 21% respectivamente do total dos inquiridos. Os viúvos e os separados correspondem apenas a 6 e 5% dos inquiridos.

Estado Marital

Separado5% Casado(a)

21%Viúvo6%

União de facto41%

Solteiro(a)27%

Casado(a) Solteiro(a) União de facto Viúvo Separado

Ao nível das províncias, os dados da pesquisa indicam que na província do Huambo, 39 em cada cem inquiridos são casados. Nota-se que nas demais províncias Benguela, Malange, Uíge, Lunda Sul, Huíla e Luanda, a proporção dos inquiridos que vivem em união de facto é significativa. Relativamente aos inquiridos que são viúvos nas províncias de Malange, Huambo e Benguela representam 9.4; 8.6; e 7% respectivamente do total da amostra. Estatuto de chefia do agregado familiar Durante o inquérito foram inquiridos indivíduos de 18 anos e mais que faziam parte do agregado seleccionado. Conforme os dados abaixo, revelam que 44% dos inquiridos são chefes de família, enquanto que 35% são cônjuges e os restantes 21% correspondem a outros membros do agregado.

Estatuto de Chefia do Agregado Familiar

Chefe44%

Esposo(a)35%

Outro21%

Chefe Esposo(a) Outro

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A tabela abaixo, mostra a relação, entre o estatuto marital e o estatuto de chefia do agregado familiar. Observa-se que 46.3% dos inquiridos chefes de família vivem em união de facto, 22.5% são casados, 15.6% são solteiros, 8,1% são viúvos e 7.1% são separados respectivamente.

Estatuto de chefia do agregado familiar Chefe Esposo(a) Outro Estado marital Casado 22.5 29.2 2.3 Solteiro(a) 15.6 10.7 75.0

União de facto 46.3 53.6 11.0

Viúvo 8.1 4.6 5.2 Separado 7.4 1.8 6.5 Total 100.0 100.0 100.0

Tamanho médio da família por província As províncias do Huambo, e Huíla o número médio por agregado familiar é de 6 pessoas. As províncias de Benguela, Malange, Uíge, e Lunda Sul possuem 5, enquanto que Luanda é a província que o número médio por agregado é de 7, sendo a maior. Estatuto económico e ocupacional dos Inquiridos Atendendo a auto avaliação do status sócio económico dos inquiridos, 38% consideram-se pobres. Pobres, muito pobres e remediados apresentam níveis elevados de vulnerabilidade-totalizando 79% dos inquiridos. À partida pode-se projectar que a maioria dos eleitores é pobre. No que respeita a avaliação do status sócio económico a nível das províncias, 31% dos inquiridos da província do Huambo consideram-se “Muito pobres”, na Huíla (44.9%) e no Uíge (16,3%) dos inquiridos consideram-se “ricos”3*. Luanda é a província onde 46 e 41 em cada cem inquiridos consideram-se “mais ou menos” e “ remediados”, a percentagem de inquiridos que se consideram pobres é de 30.5%.

Auto definição de pobreza

Muito pobre8%

Pobre38%

Remediado33%

Mais ou menos20%

Rico1%

Muito pobre Pobre Remediado Mais ou menos Rico

3 *A percepção que muitos inquiridos têm sobre riqueza, refere-se a questões religiosas, onde se utiliza a expressão “quem tem Jesus, ou melhor quem é fiel a Deus e a Jesus Cristo tem tudo”.

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Percepção do estatuto de pobreza do vizinho Aos inquiridos foi-lhes colocada a seguinte questão: Como considera o seu vizinho em termos de estatutos de pobreza? De acordo com os dados apurados do inquérito, a tabela abaixo mostra que 83% dos inquiridos que se consideram pobres também têm a mesma percepção que o vizinho é pobre, 73% dos que se consideram muito pobres também acham que o vizinho é muito pobre. Setenta e oito em cada cem inquiridos que se consideram remediados, também acham que o vizinho é remediado e finalmente 54 em cada cem inquiridos acham que o vizinho é rico.

Percepção do estatuto de pobreza do vizinho

Muito pobre Pobre Remediado

Mais ou menos Rico

Não sei

Muito pobre 73 17 3.7 5.5 0.3 0.6Pobre 2.6 83 8.5 4.8 0.4 0.7Remediado 0.9 8.3 77.5 10.9 2.3 0.1Mais ou menos 0.5 5 20 70.6 3.3 0.6Rico 12.5 12.5 20.8 54.2

Auto definição

de pobreza

Total 7.4 36.7 33 20.2 2.2 0.5 Ocupação dos Inquiridos A composição das categorias ocupacionais dos inquiridos, conforme o gráfico abaixo, permitiu apurar de um total de 11 categorias indicadas no questionário, cinco que são as mais relevantes: agricultor/camponês (20%); funcionário público (18%); trabalhador por conta própria (17%); desempregado (10%); e estudantes (9%).

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Categoria Ocupacional

Militar2%

Funcionário18%

Desemprego10%

Outra situação1%Estudante

9%mpregado/empresa

privada8%

Assalariado informal5%

Dona de casa7%

Agricultor/camponês20%

Trabalhador por conta própria17%

Patrão/dono do negócio3%

Desemprego FuncionárioTrabalhador por conta própria Patrão/dono do negócioAgricultor/camponês Assalariado informalDona de casa Empregado/empresa privadaMilitar EstudanteOutra situação

Distribuição dos inquiridos por sector institucional Os dados da pesquisa conforme o gráfico abaixo, revelam que 43% dos potenciais eleitores estão empregados no sector informal da economia. O sector informal ocupa o 1º lugar como provedor de empregos, seguindo-se-lhe o sector formal com 29% dos futuros eleitores. O que significa que uma grande parte dos futuros eleitores dedicam-se a actividades de negócios (conta própria), ou cultivando a terra ou trabalhando como trabalhadores assalariados informais através de pequenas artes e ofícios. Nas províncias do Huambo, Malange, Uíge, Lunda Sul e Huíla os potenciais eleitores são em maior número agricultores/camponeses. Nas restantes províncias Benguela e Luanda 28,6 e 18,8% são trabalhadores por conta própria. Em todas as províncias onde se realizou o inquérito o número médio de trabalhadores por agregado é de duas pessoas.

Distribuição dos inquiridos por sector institucional

Sector informal43%

Não activos28%

Sector formal29%

Não activos Sector formal Sector informal

23

Page 24: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Capítulo 7. Nível de Participação Política Este capítulo trata das questões de participação política através da análise de várias dimensôes tais como o conhecimento do direito de voto; a participação política medida pelo exercício do voto em 1992 e as expectativas do exercício de voto nas próximas eleições; a participação política activa na forma de ocupação de cargos políticos ou de afiliação partidária; e a importância relativa das eleições parlamentares e autárquicas. Um índice de participação política foi elaborado para suportar o processo de análise. 7.1 Conhecimento do direito de voto como expressão de participação política A maioria dos respondentes, 93 em cada 100, entende o acto de votar como o exercício de um direito de cidadania. A diversidade regional da amostra, Luanda e Outras Províncias (Huambo, Uíge, Lunda Sul, Benguela, Huíla), o sexo do respondente não constituem factores decisivos na percepção diferenciada, pelos respondentes, do acto de votar como um direito ou como uma obrigação. Contudo é entre os respondentes rurais, 10,3% dos respondentes que prevalece o sentimento que votar é uma obrigação imposta pelo governo. Igualmente, 16 % dos analfabetos têm a mesma percepção.

Col %

83.4% 91.2% 94.2% 95.9% 97.9% 97.1% 93.0%

16.6% 8.8% 5.8% 4.1% 2.1% 2.9% 7.0%

100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0%

Direito de cidadania

Obrigacao decididapelo Governo

Votarsignifica

Total

Analfabeto I nivel II nivel III nivel MedioUniversitar

io

Habilitacoes Literarias

Total

Exercício do direito de voto em 1992 Oitenta e seis em cada cem respondentes da amostra com idade legal de voto em 1992 exerceram o seu direito de voto em 1992. Eles constituem na amostra um pouco acima de metade, 54,8% ou seja são os velhos eleitores. A principal razão indicada para a não participação nas primeiras e únicas eleições gerais, apresentada pelos respondentes foi o déficit de idade: cerca de 82% dos que declararam não ter votado em 1992, tinham menos de 18 anos naquela altura. Dos restantes, 4,7% não tinham cartão de eleitor e 3,5% não se

encontravam no País. Estas duas últimas categorias de resposta são indicadores de suporte à análise de questões de carácter logístico do processo eleitoral. Com vista a conferir um carácter universal ao pleito eleitoral um esforço organizacional terá de ser feito para que o

Col %

84.2% 80.4% 81.9%

4.0% 5.7% 5.0%

3.8% 5.7% 4.9%

2.1% 6.5% 4.7%

5.9% 1.9% 3.5%

100.0% 100.0% 100.0%

Não tinha idade

outra

Não tinha interesse

Não tinha cartão de eleitor

Não estava no país

Razaoprincipalde naovotar em1992

Total

LuandaOutras

provincias

Dominio de estudo

Total

24

Page 25: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

número dos votantes potenciais possua um cartão de eleitor. Por outro lado quase 10 % dos respondentes declaram não ter tido interesse ou tinham Outro tipo de razão para não votar, tendo esse número entre os analfabetos atingido os 20 %. 7.2 Intenção do exercício do direito de voto nas próximas eleições Cerca de 68 em cada cem respondentes manifestaram a sua editemção de votar nas próximas eleições. A transformação dessa intenção em acção dependerá, em grande medida, da qualidade das propostas eleitorais dos partidos políticos, em termos de programas de políticas e das alianças criadas.

Vai votar nas proximas eleicoes ?

3.3%

22.8%

6.3%

67.7%

Missing

Nao sei

Nao

Sim

A percentagem de indecisos, 22,8 % que ainda não decidiram se irão ou não votar, representa o sub-conjunto de eleitores a serem conquistados pelas plataformas eleitorais dos partidos políticos, apresentadas ao público durante a campanha eleitoral. A comparação entre os padrões de comportamento de voto no acto eleitoral de 1992 e as actuais respostas dos respondentes, um proxy de comportamento às futuras eleições parlamentares mostra que:

• 86 % dos inquiridos desta amostra com idade legal de voto em 1992 exerceram o seu direito de voto em 1992;

• Em meados de 2003, 67,7% dos respondentes declaravam a sua intenção de votar nas próximas eleições;

• a diferença actual de 18,3 % traduz a perda actual previsional do nível de participação política no futuro acto eleitoral.

O padrão de resposta dos respondentes sob a questão de decisão de voto nas próximas eleições é idêntico entre Luanda e as Outras Províncias. Já em 1992 entre Luanda e as Outras Províncias o padrão de participação foi idêntico entre os respondentes.

955 64.6% 163 11.0% 361 24.4%

1955 72.9% 106 4.0% 620 23.1%

2910 70.0% 269 6.5% 981 23.6%

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Vai votar nas proximas eleicoes ?

25

Page 26: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

A tabela seguinte ilustra melhor o padrão de votação de facto de 1992 (não inclui os

tabela abaixo mostra o padrão de resposta futuro por localização dos respondentes sendo

tabela seguinte mostra a relação entre novos e velhos eleitores, os que votaram e não

• Os novos eleitores estão menos propensos a não votar que os velhos eleitores, um

• entre os respondentes de Luanda é superior ao das Outras

• ente maior entre os

respondentes que não tinham idade para votar na época (considerando-se negligenciável a percentagem dos que viviam fora do país, que está incluída) por localização do respondente.

913 85.4% 156 14.6%

963 85.1% 169 14.9%

420 89.7% 48 10.3%

2296 86.0% 373 14.0%

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Votou nas eleicoes em 1992

Aobservável que não há diferenças substanciais. O que estes resultados mostram é que os padrões futuros de resposta actual em termos de exercício de voto são idênticos aos de 1992 quando se toma em linha de conta a dimensão espacial.

1115 75.5% 53 3.6% 308 20.9%

1229 65.9% 166 8.9% 470 25.2%

566 69.1% 50 6.1% 203 24.8%

2910 70.0% 269 6.5% 981 23.6%

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Vai votar nas proximas eleicoes ?

Avotaram em 1992, com relação ao seu comportamento de voto nas futuras eleições. Os resultados indicam o seguinte:

diferencial de 13.5%; O nível de absentismoProvíncias: 14 % dos respondentes afirmam que não irão votar. O nível de indecisão entre os novos e velhos eleitores é relativamnovos eleitores. O domínio “Outras Províncias” apresenta o maior nível de indecisos entre os novos eleitores.

Col % Dominio de estudo: Total

Votou nas eleicoes em 1992 Luanda Outras provinciasSim Sim 70.6 78.6 76.0

Nao 7.8 2.2 4.0

Nao sei 21.7 19.2 20.0Total 100 100 100

Nao Sim 58.6 65.1 62.5

Nao 14.3 6.4 9.5Nao sei 27.1 28.6 28.0

Total 100 100 100

Vai votar nas proximas eleicoes ?

Vai votar nas proximas eleicoes ?

26

Page 27: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

A tabela abaixo m is grupos os

• e 42 is: foi

o

de abstenção registou-se no grupo dos 26-33 (mais propriamente aos seus integrantes que têm hoje 29 anos ou mais),

Sob o pontode participaçãopadrões de respverificou-se um rescente na participação, proporcionalmente inversa à melhoria daos padrões de avaliados comoindecisão. Procurou-se deafectar a decisãqui-quadrado d es se relaciona

ositivamente com o exercício do direito de voto em 1992.

ostra o padrão de resposta por grupos etários. A comparação entre os doque votaram em 1992 e os que não votaram mostra o seguinte:

Em 1992 a comparência às urnas foi maior nos respondentes com mais danos, correspondendo aos grupos etários que tinham, então, 31 anos ou mamaior no grupo dos 39- 48 anos, seguido do grupo dos 31-38 anos e depois grupo com 49 anos ou mais. A intenção de participação nas próximas eleições é maior entre os respondentes que têm hoje entre 50-59 anos e que, em 1992, com 39 a 48 anos, foi o grupo com maior participação, também;

754 66.5% 95 8.4% 285 25.1% 1134 100.0%

• Em 1992, o maior nível

2846 69.9% 266 6.5% 961 23.6% 4073 100.0Tot

considerando que os respondentes do grupo dos 18 aos 25 anos não tinham idade para votar.

• A declaração de não participação nas próximas eleições é maior no grupo mais jovem e mais numeroso da amostra, dos 18 aos 25 anos, 8,4%, e menor no grupo etário dos 50 aos 59 anos, o que apresenta maior intenção de voto e, também, o que mais votou em 1992;

• A indecisão é maior nos respondentes com mais de 60 anos, 25,8%, seguindo-se os respondentes da faixa etária mais jovem, dos 18 aos 25 anos, com 25,1%. O grupo que hoje declara que não irá votar, tinha então 49 anos ou mais e foi o terceiro no ranking de participação em 1992.

de vista das habilitações literárias, os respondentes apresentam o mesmo padrão política de 1992 com relação às próximas eleições. No que respeita aos osta atendendo à auto-avaliação do status sócio-económico dos respondentes, a tendência dec

situação social e económica dos inquiridos. Relativamente às próximas eleições, resposta apontam para um decréscimo na participação dos grupos auto-

“muito pobre” a “remediado, onde também se encontram os maiores níveis de

terminar em que medida o exercício de voto em 1992 afectou ou poderá o de votar nas próximas eleições. A realização do teste não-paramétrico do emonstra que a decisão de participar nas próximas eleiçõ

p Factos ocorridos após 1992 que podem influenciar a decisão de voto Os resultados do estudo mostram que 61 em cada 100 respondentes consideram a guerra como um factor que pode influenciar o voto; 29 em cada cem pensam que o resultado das eleições pode influenciar o voto, e para 40 em cada 100, o que ouviu e viu, influenciará o seu

716 69.5% 71 6.9% 243 23.6% 1030 100.0%

590 71.1% 55 6.6% 185 22.3% 830 100.0%

413 72.3% 25 4.4% 133 23.3% 571 100.0%

223 76.6% 9 3.1% 59 20.3% 291 100.0%

150 69.1%

26 - 33

34 - 41

42 - 49

50 - 59

+ 60 anos

18 - 25

11 5.1% 56 25.8% 217 100.0%

Gruposetarios

al

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

%

Vai votar nas proximas eleicoes ?

Count Row %

Total

27

Page 28: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

voto. A tabela seguinte relaciona o que aconteceu em 1992 e a intenção futura de voto nas próximas eleições. O factor guerra após as eleições continua a persistir no imaginário político ngolano como o principal factor, quer para quem vai votar como para quem não vai votar (a

Conformeouviramse acrescentar os que responderamnão ouviu falar em

O perfil de conhecimento sobre as eleições autárquicas caracteriza-se da seguinte forma:

• Comparativamente às Outras Províncias, Luanda (38,5%) apresenta um maior nível de conhecimento. Entre as Outras Províncias, Malanje (16,6%) foi a que registou o

a% de respostas refere-se a escolhas múltiplas, ou seja o respondente podia escolher mais que um factor).

Row %

7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais

o gráfico abaixo apresenta, é bastante reduzida a percentagem de respondentes que falar de eleições locais, apenas cerca de um terço da amostra. Se a esta percentagem

“não sei”, um total de 64% dos respondentes não sabe ou eleições locais.

63.0% 30.6% 38.3%

50.6% 30.8% 44.1%

Sim

Nao

Vai votar nasproximas eleicoes?

A guerraapós aseleições

O resultadodas eleições

Aquilo queouvi dos

meusfamiliares eamigos e vi

59.0% 21.3% 41.0%

61.3% 28.4% 39.3%

Nao sei

Total

O que aconteceu em 1992 que pode afectardecisao de voto

Ouviu falar de eleicoes locais ?

4.5%

41.9%

Missing

Nao

SimNao sei

22.2% 31.4%

28

Page 29: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

menor conhecimento, havendo também um grande déficit de conhecimento no Huambo.

• Os respondentes da área urbana possuem um maior conhecimento sob as eleições

locais. O maior déficit de conhecimento sobre as eleições locais regista-se no meio rural.

Os homens (37,9%) manifestam um maior conhecimento do que as mulheres

• maior o nível de escolaridade formal, maior o conhecimento sobre eleições

locais, como o demonstra a tabela abaixo

568 38.5% 735 49.8% 172 11.7%

781 29.7% 1068 40.6% 784 29.8%

1349 32.8% 1803 43.9% 956 23.3%

322 22.3% 616 42.6% 508 35.1%

695 37.6% 852 46.1% 301 16.3%

332 40.8% 335 41.2% 147 18.1%

1349 32.8% 1803 43.9% 956 23.3%

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Total

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Ouviu falar de eleicoes locais ?

307 26.8% 569 49.7% 269 23.5%

362 35.7% 441 43.5% 211 20.8%

310 38.4% 317 39.2% 181 22.4%

211 37.7% 209 37.4% 139 24.9%

95 33.5% 119 41.9% 70 24.6%

44 21.1% 101 48.3% 64 30.6%

1329 33.1% 1756 43.7% 934Total 23.2%

18 - 25

26 - 33

34 - 41

42 - 49

50 - 59

+ 60 anos

Gruposetarios

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Ouviu falar de eleicoes locais ?

• Os grupos etários dos 34/41 e dos 42/49 anos demonstram um maior conhecimento. O menor conhecimento encontra-se entre os mais jovens (18/25 anos), logo seguido dos mais velhos, com mais de 60 anos.

•(28,1%);

Quanto

Os grupos auto-designados de “pobres” e “muito pobres” são aqueles que demonstram menor conhecimento sobre eleições locais.

78 11.8% 304 46.0% 279 42.2%

150 21.0% 340 47.6% 225 31.5%

262 28.4% 464 50.3% 197 21.3%

415 41.8% 422 42.5% 155 15.6%

336 54.6% 214 34.8% 65 10.6%

72 73.5% 18 18.4% 8 8.2%

1313 32.8% 1762 44.0% 929 23.2%

Analfabeto

I nivel

II nivel

III nivel

Medio

Universitario

HabilitacoesLiterarias

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Ouviu falar de eleicoes locais ?

29

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• Os respondentes “sem religião”, seguidos do grupo de respondentes com “outras

religiões que não as indicadas no inquérito, são os que apresentam maior conhecimento.

• O grupo cuja língua materna é o Português é aquele que apresenta um maior conhecimento sob as eleições locais.

1331 33.0% 1770 43.9% 935 23.2%Total

356 38.2% 441 47.4% 134 14.4%

91 26.7% 126 37.0% 124 36.4%

370 24.1%

Muito pobre

Pobre

utoefinicaoe pobreza

731 47.7% 433 28.2%

516 38.5% 593 44.2% 233 17.4%

341 41.5% 337 41.0% 144 17.5%

27 55.1% 7 14.3% 15 30.6%

1345 32.9% 1794 43.9% 949 23.2%

Remediado

Mais ou menos

Rico

Add

Total

Count Row %

Sim Nao Nao sei

Count Row % Count Row %

Ouviu falar de eleicoes locais ?

146 38.3% 164 43.0% 71 18.6%

349 30.8% 517

Sem religião

Protestante

Religião

45.7% 266 23.5%

606 32.8% 808 43.7% 434 23.5%

230 34.1% 281 41.6% 164 24.3%

Católico

Outra

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Ouviu falar de eleicoes locais ?

314 30.6% 500 48.7% 212 20.7%

130 31.6% 196 47.6% 86 20.9%

22 35.5% 24 38.7% 16 25.8%

.0%

0%

17 34.7% 18 36.7% 14 28.6%

18 48.6% 18 48.6% 1 2.7%

1332 32.7% 1792 44.0% 950 23.3%

Portugues

Kimbundo

Kikongo

Nhaneca/Humbe

ela

Outra

Linguamaterna

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Ouviu falar de eleicoes locais ?

350 30.2% 474 40.9% 336 29

125 31.5% 121 30.5% 151 38.

Umbundo

Cokwe

Gangu

30

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7.4 Sobre a importância das eleições locais Metade dos respondentes com conhecimento sobre as eleições locais considera que as mesmas são tão importantes quanto as eleições nacionais. Quase um terço considera que são mais importantes. O gráfico apresenta a distribuição das respostas à pergunta sobre a importância relativa das eleições locais.

Cerca de 70 em cada cem respondentes da amostra manifestaram preferência em votar nas eleições legislativas. Esta tendência parece confirmar-se pelo facto de que mesmo entre os respondentes com conhecimento sobre as eleições locais, 53 % manterem a preferência por votar nas eleições legislativas, como mostra a tabela abaixo:

A tabela seguinte mostra a preferência entre os respondentes que não tinham ouvido falar de eleições locais: comparando com os dados da tabela anterior, a preferência entre os que preferem as eleições legislativas é muito mais alta, 78 %.

Comparativamente as eleicoes nacionais

as eleicoes locais sao:

6.5%

1.5%

10.7%

52.1%

28.8%

Missing

Nao sao necessarias

Menos importantes

Tao importantes

Mais importantes

.3%

Nao sei

Row %

45.6% 54.4%

47.7% 52.3%

46.8% 53.2%

50.2% 49.8%

45.8% 54.2%

45.8% 54.2%

46.8% 53.2%

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Prefiro votarnas eleicoes

locais

Prefiro votarnas eleicoeslegislativas

Importancia do tipo deeleicoes

Total

31

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Row %

17.8% 82.2%

24.2% 75.8%

22.0% 78.0%

21.0% 79.0%

19.2% 80.8%

31.2% 68.8%

22.0% 78.0%

LuandaDominio de

Prefiro votarnas eleicoes

locais

Prefiro votarnas eleicoeslegislativas

eleicoes

A comp ois grupos de respondentes, comde uma relaçã ente à votação em eleições loca

eleições A relação en ceitar um cargo político é analisada segconheciment Padrão

Padrão

aração entre as duas tabelas, mostra uma diferença de 25% entre os d e sem conhecimento de eleições locais, pode ajudar a explicar a existência

o directa entre esse conhecimento e a preferência relativamis ou legislativas.

7.5 Propensão para aceitar um cargo político e nível de conhecimento sobre

tre conhecimento sobre as eleições locais e propensão para aundo os padrões de resposta dos inquiridos “com” e “sem”

o das eleições locais, conforme as tabelas seguintes.

de resposta dos respondentes com conhecimento sob eleições locais:

de resposta dos respondentes com conhecimento sob eleições locais:

22.7% 59.1% 18.1%

22.7% 45.3% 32.0%

22.7% 49.9% 27.3%

23.2% 44.5% 32.3%

21.9% 53.8% 24.2%

23.7% 52.6% 23.7%

22.7% 49.9% 27.3%

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Total

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Não Não sei

Outras provinciasestudo

Total

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Importancia do tipo de

Row %

Sim

Se fosse convidado aceitaria ser candidatoa um cargo político?

32

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Row %

40.9% 43.2% 16.0%

42.6% 37.9% 19.6%

41.9% 40.1% 18.0%

45.3% 34.6% 20.1%

40.5% 41.0% 18.5%

41.4% 43.4% 15.2%

41.9% 40.1% 18.0%

Urbano

Total

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Total

Rural

Periurbano

Localizacao

Sim Não Não sei

Se fosse convidado aceitaria ser candidatoa um cargo político?

Comparando os dados das duas tabelas conclui-se existir uma maior propensão para ace

m cargo político por parte daqueles que têm maior conhecimento sobre as eleições locais.itar

as atribuída):

• • Tem• •

Sequência na realização das eleições Analisando as 4,027 respostas à pergunta sobre qual a preferência dos eleitores em relação à sequência do calendário para a realização das eleições, gerais/nacionais e locais, constata-se que 70,9% consideram que as eleições locais deveriam anteceder as eleições gerais, nacionais, para o legislativo e o executivo. Também neste aspecto, o maior “score” pertence ao meio rural, seguindo-se o periurbano e o urbano.

u Condicionantes à realização das próximas eleições

s respondentes que mostram preferência pelas eleições locais, coO ndicionam a realização da

Retorno da maioria dos deslocados às suas áreas de origem (79,6%); po necessário para realização do registo eleitoral (77,0%);

Reorganização dos partidos políticos (74,3%); Vontade política para marcar uma data (57,2%).

próximas eleições aos seguintes factores (por ordem decrescente de importânci• Fim do processo de desmobilização (80,4%);

Row %

85.2%

56.8% 76.8% 77.5% 78.7% 68.6%

57.2% 77.0% 79.6% 80.4% 74.3%

60.1% 83.1% 81.8% 84.7% 72.4%

51.8% 73.3% 78.3% 80.6% 78.5%

62.9% 75.5% 78.9% 74.5% 69.0%

57.2% 77.0% 79.6% 80.4% 74.3%

Outras provincias

Total

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Vontadepolitica de

marcar umadata

Temponecessario

pararealizacaodo registoeleitoral

Retorno damaioria dosdeslocados

as suas areas

Fim doprocesso de

desmobilizacao

Reorganizacao dospartidospoliticos

Razoes para realizacao das proximas eleicoes

57.9% 77.2% 83.8% 83.8%LuandaDominio deestudo

33

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Row %

73.2% 26.8%

69.7% 30.3%

70.9% 29.1%

72.2% 27.8%

71.0% 29.0%

69.1% 30.9%

70.9% 29.1%

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Total

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Antes que aslegislativas epresidenciais

Depois daslegislativas epresidenciais

Sequencias das eleicoes locais

7.6 Participação política activa e filiação partidária

cífico de Angola, esta paro

va e a activa em

de respondentes que declararam sua intenção de votar nas próximos 35,4% que declararam ser membros de um partido político (m

antes) dos que se identificaram como membros de partidos declaram

em para as eleições, nomeadamente nas campanhas elos 70% que irão votar nas próximas eleições e os que aceitariam secargo político (29,3%), caso fossem convidados para isso.

As questões do módulo anterior relacionam-se com o que podemos designar de “participação política passiva”, ou seja, a participação política dos eleitores limitada à sua comparência às urn ticipação foi red indicador que con e As Angola podem ser enc r

• os 70% as eleições e ilitantes e

simpatiz• 26,5% -se disponíveis

para trabalhar eitorais • r candidatos a um

Neste módulo, procurar-se-á analisar a predisposição para uma “participação política activa

as e ao exercício do direito de votar. No caso espeuzida a um único evento, as eleições de 1992, surgindo agora um novsist na intenção de votar nas próximas eleições.

dimensões da diferença entre a participação passiont adas nas comparações entre:

”, acrescentando ao exercício do direito de voto, a predisposição para: (a) ser membro de um partido; (b)sendo membro de um partido, estar disponível para trabalhar para as eleições, nas campanhas eleitorais; (c) e aceitar um cargo político. 7.6.1. Status de filiação partidária - os perfis identificáveis. As respostas à pergunta sobre a filiação política dos respondentes, permitem traçar os perfis das distintas categorias de membros de partidos: simpatizantes e militantes, actuais ou no passado, e aqueles respondentes que declararam não possuir nenhuma ligação partidária.

34

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Trinta e quatro em cada cem respondentes tinham uma afiliação política; um quinto teve uma afiliação política no passado. A maioria, sessenta, em cada cem não possui alguma afiliação política.

A p r Para alé e idêntica de serem homens ou mulheres (ligeiro predomínio dos hom

- )

- ortuguês (23%) - Católicos (54%)

perfil do militante indica a maior probabilidade de serem:

- Predominantemente adultos entre os 34/41 anos (23,4%), 42/49 anos (22,8%) ou

- Católicos (46,3%) - III (23%) e II (21,2%) níveis de escolaridade - Localizarem-se no Meio Rural (48,2%) - Das províncias de Lunda-Sul (22,4%) ou de Luanda (18,7%).

O perfil dos ex-membros de partidos, simpatizantes ou militantes, indica a maior probabilidade de serem:

Filiacao politica

7.2%

16.2%

18.2%

Other

Nenhuma ligacao poli

Militante

Simpatizante

53.0%

5.5%

Antigo militante

arti destas respostas, traçaram-se os seguintes perfis de filiação política:

m da probabilidadens, 51,6%), o perfil do simpatizante indica a maior probabilidade de serem:

Predominantemente adultos entre os 26/33 anos (26,8%) e 34/41 anos (22,7%- Pobres (38,5%) ou Remediados (32,5%)

De língua materna Kimbundu (32,8%), Umbundu (27,3%) e P

- Com o III (25,6%) ou II (23,6%) níveis de escolaridade - Localizarem-se no Periurbano (40,6%) - Das províncias de Luanda (32,4%) ou de Malanje (20,9%).

O

- Maioritariamente homens (66%)

26/33 anos (20,5%) - Pobres (40,8%) ou Remediados (31,3%) - Língua materna Umbundu (28%), Chokwe (20,5%) ou Kimbundu (19,6%)

35

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- Maioritariamente homens (cerca de 60,7%) - Predominantemente adultos entre os 34/41 anos (26,7%), 42/49 anos (22,2%) ou

26/33 anos (21,5%) - Pobres (39%) ou Remediados (33%) - Língua materna Umbundu (31,7%) ou Kimbundu (31,5%) - Católicos (45,3%) - III (24%) ou Médio (20,8%) níveis de escolaridade - Localizarem-se no Periurbano (44,3%) - Das províncias de Luanda (43,4%) ou do Huambo (14%).

O perfil dos respondentes que declararam não ter “nenhuma ligação política”, totalizando 54,6%, é o seguinte:

- Maioritariamente feminino (56%) - Serem predominantemente jovens, entre os 18 e os 25 anos (38%) - Considerarem-se pobres, remediados e “mais ou menos” (cerca de 90%) - Línguas maternas Umbundu, Kimbundo ou Português (cerca de 78%) - Católicos (43%) - Terem o II, III ou I níveis de escolaridade (67%) - Localizarem-se no Periurbano (50,3%) - Das províncias de Luanda ou de Benguela (54,8%).

2. Perfil dos respondentes que, sendo membros de um partido, simpatizantes ou militantes, estão disponíveis para trabalhar nas eleições A filiação a um partido político relaciona-se com a disponibilidade em fazer activismo político, uma vez que 64,3% dos que são “membros” de um partido político (35,4% do total de respondentes), se declararam disponíveis para fazer trabalho político, sendo 15,4% os que afirmaram não estar disponíveis para trabalhar como activistas políticos.

a base partidária ara actividades relacionadas com a divulgação da plataforma eleitoral dos partidos – lema da

lacionadas com O p fi maior pro i

édio (77,8%), o III (70,8%) ou o II (64,9%)

- serem jovens (por ordem decrescente): 18/25 anos (72%), 26/33 anos (67%), 34 aos

rias de status sócio-económico de “remediados”

- %) ou protestantes (66,3%);

umbe (83,3%), Chokwe (70,1%) ou Português (66,4%). 7.7. r

análise das respostas válidas à pergunta: “Se fosse convidado, aceitaria ser candidato a um

Estas respostas apontam para a existência de um potencial de mobilização dpcampanha, propostas e programas eleitorais, etc. -, angariação de outros membros para os partidos, a preparação dos partidos para as eleições e com outras actividades re

o trabalho partidário.

er l dos potenciais voluntários para trabalhar nas próximas eleições indica uma bab lidade de: - serem homens (69,5%); - terem como habilitações literárias o M

níveis de escolaridade;

41 anos (60%); - considerarem-se entre as catego

(73%), de “pobre” (70,8%) e de “mais ou menos” (68,6%); serem católicos (66,4

- residirem no periurbano (67,4%) - nas províncias do Uíge (79,1%) ou da Huíla (76,2%), - falarem Nhaneca-H

Pe fil dos candidatos a cargos políticos

Acargo político?” revela que:

36

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1º. D s o a 26% - um em cada cinco -, aceitariam ser d 2º. O e os políticos indica uma maior probabilidade de:

ações literárias o III (28,8%) ou o II (23,04%) níveis de esco ri

/25 anos (43%), 26/33 anos (42%), 34 aos 41

- considerarem-se entre as categorias de status sócio-económico de “remediados”

(45,48%) ou protestantes (31,07%); Lunda-Sul (34,29%),

0%). Var e ’, ‘religião’, ou seja ã huma correlação positiva com a variável, ‘candidato a um lugar pol o ’, ‘localização’ (urbana, rural, peri), ‘sexo’, ações literárias’, apresentam um nível de cor ç s tau e Spearmanºs.

cto de ser membro de um partido umenta a probabilidade de alguém se manifestar disponível para trabalhar nas eleições; na

róximas eleições; a liação partidária aumenta a probabilidade de aceitação de candidatura a um cargo político.

ido político, as principais razões para a escolha de um partido olítico (por ordem decrescente de indicações), são: (a) as ideias e propostas defendidas pelo

do com maior poder na região; (e) influência de família e de amigos; (f) a maioria dos líderes do partido são da região do respondente e; (g) a pressão política.

a 4,300 respostas válidas, 1120 correspondendcan idatos a um cargo político, se fossem para tal convidados.

p rfil dos potenciais candidatos a carg- serem homens (60%); - terem como habilitla dade; - serem jovens (por ordem decrescente): 18anos (33%);

(37,10%), de “pobre” (34,14%) e de “mais ou menos” (20,43%); - serem católicos - residirem em Luanda (36,60%) ou na - falarem Umbundu (28,40%), Kimbundu (25,07%) ou Português (21,2

iáv is há que não descriminam, exemplos ‘língua materna’, ‘grupos etários n o apresentam nen

ític ’. Por outro lado as variáveis ‘domínio de estudo‘auto-definição de pobreza’, ‘habilit

rela ão positiva aceitável medido pelos testes de Kendallº Testes de correlação entre “status de filiação política” e componentes da ‘predisposição’ para uma participação política mais activa, demonstram que o faarealidade há uma correlação negativa que mostra que menor a relação com um partido político, não militante ou simpatizante, maior a probabilidade de não trabalhar para as eleições. Ou seja a relação não se circunscreve a membro de partido. Por outro lado a filiação a um partido político influencia positivamente a decisão de votar nas pfi 7.7.1. Razões para a filiação partidária Do ponto de vista dos 35,4% respondentes que declararam ser membros, militantes ou simpatizantes, de um partppartido escolhido; (b) os líderes do partido escolhido; (c) as vantagens de ser membro de um partido; (d) o parti

6%

803 44.0%

294 16.1%

711 39.0%

152 8.3%

Pressao politica

m

Maioria dos lideres sao da

s motivos

Cases Response %Layer

1634 89.5%

1015 55.

Ideias e propostas

Lideres

Motivosde escolha

Partido com mais poder nade Partido

regiaoPolitico

820 44.9%Vantagens de membro

Familia e amigos pertencia

387 21.2%minha regiao

Outro

37

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Estas respostas parecem apontar para um predomínio da razão ideológica, materializada pela opção “ideias e propostas”, sobre a razão instrumental/utilitária da escolha motivada pelas

antagens de ser membro de um determinado partido. Importante, também, a influência da

de ica e local é representada pela opção pelo “partido com mais pod

Do

v“liderança”, a capacidade de mobilização personalizada pelo líder. A importância da relação

proximidade cultural, étner na região”.

ponto de vista dos que “já foram militantes ou simpatizantes” (os ex-membros) de

tidos políticos,par as principais razões que os levaram a escolher um partido político foram prode nfluência carismática e reg tua-se mais ou menos ao mesmo nív ica ocupa, no presente e no pas

esquisa

colha de m partido.

1. As correlações entre a principal razão para a escolha de um partido político – ideias e propostas desse partido – e as características individuais dos respondentes (como sexo, idade, status sócio-económico, habilitações literárias, língua materna e religião) não são significativas. Isso significa que as ideias e propostas são valorizadas, independentemente das diferenças entre os respondentes. 2. As correlações entre a segunda razão apontada para a escolha de um partido político – a influência carismática do “líder” – e as características individuais dos respondentes, acima referidas, são significativas para a “localização” dos respondentes: meio rural, periurbano ou zona urbana. A relação com a liderança ou a propensão para valorizar a liderança como critério de escolha para a filiação partidária, é influenciada pelo local de residência do respondente.

porcionalmente idênticas às daqueles que são hoje militantes ou simpatizantes. Os padrões resposta dos dois grupos são e foram de índole ideológica, de iional/local, e, instrumental. A influência da família siel de influência das vantagens em ser membro. A pressão polítsado, a base da lista das razões que determinaram a filiação política dos respondentes nesta

p As principais razões apontadas pelos 54,6% de respondentes que declararam “não ter nenhuma ligação política” para a não filiação em partidos políticos, são as seguintes: (a) 47,3% não se interessam por política; (b) 31,3% nunca foram convidados; (c)12,9% não confiam em nenhum partido político e (d) 19,9% alegaram outras razões.

7.7.2 Características individuais do respondente e a motivação da escolha de um partido O objectivo desta análise, é o de identificar a existência, ou não, de relações entre as aracterísticas individuais dos respondentes e as razões que estiveram na base da es

2219 111.4%Total

287 12.9%

442 19.9%

dos partidos políticos

ões

695 31.3%

1049 47.3%

Nunca fui convidado

Não quero/não meinteresso por política

Não confio em nenhum

Razoes denaoparticipacaopolitica

CasesLayer

Response %

Outras raz

cu

38

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3. As correlações entre a terceira razão apontada para a escolha de um partido político – as vantagens de ser membro” – e as características individuais dos respondentes, indicam a existência de correlações significativas ao nível 0,05 para as variáveis sexo e idade, e ao nível 0,01 para a variável “província”. A perspectiva instrumental de valorização das vantagens de filiação partidária, parece influenciada pelo sexo e pela idade dos respondentes, ou seja, homens e mulheres, mais jovens ou mais velhos, farão escolhas influenciadas pelas

ercepções diferenciadas relacionadas com o sexo e a idade.

p 4. As correlações entre participação política – entendida na perspectiva passiva do “eleitor que decidiu que vai votar nas próximas eleições”- e as características individuais são significativas ao nível 0,01 para as variáveis sexo e localização. Neste caso, homens e mulheres, farão opções diferenciadas por essa característica e, também, em função do seu local de residência.

39

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Capítulo 8. Nível de expectativas /percepções das eleições e mobilidade política

Este capítulo trata das expectativas e percepções em relação às eleições, passadas e futuras, e da mobilidade política. O capítulo está estruturado ao redor de: atitudes perante as eleições, mobilidade política e expectativa comparada da validade/ justeza das novas eleições. 8.1 Atitudes perante as eleições legislativas e presidenciais

erteza do pós-eleições, que infelizmente viria a ser confirmado com o reinício do conflito armado: 61 em cada cem respostas reflectiram formas diversas de medo individual e ansiedade;

• Importância do exercício do direito de voto, primeiras eleições no país, expressa por 72 em cada cem respostas;

• A necessidade de mudança (crise social) expressa por 68 em cada cem respostas. O sentimento de mudança agregado situou-se em 62 em cada cem respostas, já que uma minoria, 6.6 % das respostas, indicava incerteza sobre a ocorrência de mudanças;

Já as percepções sobre as futuras eleições estão mais centradas sobre dois vectores principais:

• A necessidade de mudança (crise social), expressa pela utilidade das eleições para todos, 64 de cada cem respostas, e as eleições como mecanismo que pode permitir a mudança social, 54 de cada cem respostas;

• O exercício do direito de voto, expresso em 30 de cada cem respostas.

A análise dos dados numa óptica retrospectiva mostra que três linhas de força dominaram as atitudes dos respondentes perante as primeiras eleições legislativas e presidenciais no país (1992):

• Medo e inc

6.6

8.89.1

10.621.8

68.272.1

0.0 20.0 40.0 60.0 80.0

( %)

Eleicoes nao iam mudar nada

Desconfiava que algo corresse mal

Estava com medo

Nao acreditava no que se estava apassar

Incerteza apos as eleicoes

Importante para mudar as coisas

Importante votar pela primeira vez navida

Atitude perante eleicoes 1992

0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 70.0

( % )

Nada vai mudarDesconfianca de possivel manobra

Duvidas se algo vai mudar

Medo de repeticao do que sepassou em 1992

Quero usar o meu direito de votar

Podem servir para melhorar ascoisas

Eleicoes necessarias para todos

Atitudes perante futuras eleicoes

40

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Como se pode depreender ao longo dos anos houve uma mudança de atitudes sobre o papel das eleições na vida pública. Isso é capturado pelo gráfico abaixo que sintetiza a evolução de

ssim, pode-se afirmar que há hoje menos expectativas sobre a importância do exercício dividual de voto, um diferencial negativo de 42 % das respostas, ou seja votar já não tem nta importância como experiência pessoal como em 1992. Isto não invalida contudo que no eral os respondentes, 64 de cada cem respostas, não vejam as eleições como importantes ara todos os cidadãos.

Quando as eleições são vistas como um mecanismo de mudança social, há hoje menos 14 de cada cem respostas, comparativamente a 1992, que acreditam que as eleições podem produzir tal efeito. Pode-se afirmar que há hoje entre os respondentes um maior descrédito ou menor confiança nesse mecanismo institucional. Este sentimento também é expresso pelo aumento entre os respondentes de incerteza de melhorias de governação, um aumento de 2,4 % de respostas.

pos ilrespostasentime tra o país.

gr ic ois períodos termos percentuais.

algumas atitudes comparáveis com base no que os respondentes consideram sobre as eleições em 1992. futuras) (1992=base)

Importancia do exercicio de voto

( % )

ernacao

Importante para mudanca

Evolucao das atitudes sobre as eleicoes (1992 -

Incerteza sob melhorias de gov

Incerteza apos eleicoes/sindroma 1992

-50.0 -40.0 -30.0 -20.0 -10.0 0.0 10.0

Aintagp

Finalmente, pela positiva, há hoje entre os respondentes uma menor incerteza e medo sobre a

sib idade de ocorrência do “síndroma pós-eleitoral” de 1992, já que menos 11% de s deixaram de expressar medo e incerteza. Isto pode ser assumido como um maior nto de normalidade política em que se encon

O áf o abaixo mostra a evolução comparada dos vários tipos de atitudes nos dem

0.0 20.0 40.0 60.0 80.0

( %)

Incerteza sobmelhorias degovernacao

Incerteza aposeleicoes/sindroma

1992

Importante paramudanca

Importancia doexercicio de voto

Atitudes comparadas perantes eleicoes (1992 e futuras)

1992

Futuras eleicoes

41

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8.2 Mobilidade política A mobilidade política expressa a propensão à mudança de apoio e ligação a uma associação ou partido político. Neste estudo, pretendeu-se conhecer em que medida os respondentes se

antêm fiéis ao partido político em que votaram em 1992. Igualmente se tentará identificar os ub-grupos populacionais mais propensos à mobilidade política; e os factores que motivam tal titude (ex. natureza de atitudes perante as próximas eleições).

análise da mobilidade política foi operacionalizada a partir da seguinte questão: Vai votar o mesmo partido político que votou em 1992 (só para quem votou em 1992)? gráfico abaixo apresenta as respostas de 2,280 respondentes votantes em 1992 á questão

nterior.

primeira leitura é de que um pouco acima de metade dos respondentes, 53 em cada cem ostram-se fiéis ao partido político em que votaram em 1992. Antecipa-se pois, que à partida

aproximadamente,4 os partidos políticos votados em 1992 têm uma reserva de metade de leitores garantidos entre os velhos eleitores (os que votaram em 1992).

á o número de indecisos é bastante elevado entre os velhos eleitores, 38 em cada cem spondentes, o que mostra que há entre os respondentes uma elevada incerteza política com lação ao seu voto. Isto pode expressar um nível elevado de desilusão com relação aos

árias leituras são possíveis das implicações para os partidos políticos do nível de mobilidade

tua-se, pois, em como abordar o ‘um terço’ dos eleitores que se encontram ctualmente indecisos, sobre o destino do seu voto nas futuras eleições. A capacidade dos

msa AnOa Amee Jrerepartidos políticos em que votaram em 1992. É possível antecipar, também, que a incerteza de hoje pode transformar-se em absentismo durante as eleições, entre os velhos votantes, aqueles que votaram em 1992. Por outro lado, quase 10 em cada cem respondentes afirmaram que não vão votar no mesmo partido político, indicador de uma ruptura partidária assumida. Vpolítica encontrado. Parece evidente que ele é relativamente elevado já que somente um pouco acima de metade dos eleitores de 1992 se mantêm fiéis ao partido político em que votaram em 1992. Por outro lado, o nível de ruptura medido pelo ‘não voto’ no mesmo partido ainda se situa a níveis aceitáveis em termos políticos, pois apenas 10 % dos eleitores se manifestam contrários a votar no mesmo partido. O grande desafio para os partidos políticos siapartidos políticos em conquistarem ou reconquistarem os eleitores indecisos poderá determinar os resultados das futuras eleições.

4

Não se conhecendo o partido político em que votou em 1992 não se pode afirmar quem mais perdeu em termos de mobilidade

política.

42

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Em que medida mobilidade social?

• Em termos

que as Oudeclararam

• Os respond

respondentcem respovezes mais

• As províncpolítica enBenguela ca província

Voto no mesmo partido politico que em 1992?

Nao sei

37.5%

53.6%

Sim

8.9%

Nao

a distribuição espacial dos mesmos respondentes afectou o nível de A tabela abaixo mostra que:

de domínio deste estudo, Luanda apresenta uma maior mobilidade política tras Províncias. Luanda apresenta o maior número de respondentes que que não irão votar no mesmo partido político;

entes das áreas rurais são os mais fiéis em termos de voto político. Já os es nas áreas peri-urbanas constituem o grupo mais indeciso, 44 em cada ndentes estão indecisos. Os respondentes nas áreas urbanas estão duas propensos a não votar no mesmo partido político.

ias da Huíla e Malange são as que apresentam uma menor mobilidade quanto Luanda e Benguela são as que têm maior mobilidade política. om 52 em cada cem respondentes indecisos quanto ao voto, aparece como com maior mobilidade política.

43

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Será que a sua ercepção e es o 59 anos é mais el ao voto m

obilidade política, em antes têm o mes Do pon ários sub-

rupos mal, qua ocupaciou de ede voto e 39 % dos

ncionário Será quAquelestodos o 3

). Ao mesm ação e

o baixo nível As atitudes dos respondentes perante as novas eleições e o voto no mesmo partido político de 1992 foram cruzados conforme tabela acima. Observa-se da análise de 2,252 respostas (o respondente poderia seleccionar mais que uma atitude), o seguinte: os maiores níveis de mobilidade política registam-se entre aqueles que consideram que as eleições são necessárias para todos, que podem servir para melhorar a situação actual e entre os que pretendem usar o seu direito de voto.

s características demográficas e culturais dos respondentes terão afectado a m termos de mobilidade política? A análise das respostas de 2,243 respondent

stra que não há diferenças em termos de genéro; o grupo etário dos 50 aos no mesmo partido político, enquanto os grupos etários mais jovens apresenta

apresentam uma maior mbora não tenham um grande peso específico na amostra. Católicos e protest

renças entre os vde respondentes em termos de mobilidade política. Já em termos de educação for

nquanto qus públicos estão indecisos.

voto no mesmo partido político (12 a 1o tempo, os níveis de indecisão de voto não são significativos entre eles, o que

pressupõe que há uma correlação positiva entre o acesso permanente a fluxos de informde indecisão de voto.

pmfíum nível maior de ruptura política (11%); diferenças em termos linguísticos não foram registadas; e os sem religião ou outra religião

mo padrão de mobilidade política.

to de vista do estatuto económico percebido, não há difeg

nto maior o nível de escolaridade maior a mobilidade política. Quanto à categoria onal, os desempregados, os assalariados informais, os trabalhadores por contra própria mpresas privadas, e as donas de casa, apresentam os mais elevados níveis de ruptura . Menor mobilidade política é encontrada entre os militares,5 e

fu

e o acesso à informação tem implicações sobre os níveis de mobilidade política? respondentes, numa amostra de 1,353, que lêm os jornais, vêm TV e ouvem a rádio

s dias apresentam a maior taxa de recusa de%

44

5 Inclui polícias

Row %

43.9% 13.0% 43.2%

58.1% 7.0% 34.9%

61.5% 6.4% 32.1%

46.3% 9.9% 43.8%

52.9% 12.0% 35.1%

54.8% 8.7% 36.5%

38.9% 8.6% 52.5%

64.8% 3.7% 31.5%

62.4% 9.4% 28.2%

51.8% 10.5% 37.7%

71.1% 3.2% 25.7%

43.9% 13.0% 43.2%

53.6% 8.9% 37.5%

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Huambo

Benguela

Malange

Uige

Lunda Sul

Huila

Luanda

Provincia

Total

Sim Nao Nao sei

Voto no mesmo partido politico que em1992?

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stra os

melhorar a

e

A análise das atitudes perante as novas eleições por domínio de estudo, morespondentes de Luanda mais cépticos em que as eleições possam servir para

abetos. Igualmente, é entre os camponeses, patrões onas de casa, que se encontra o maior medo de repetição do “síndroma eleitoral” de 1992.

as que em 1992; menos livres e justas que em 1992 ouuais às de 1992) com as actuais percepções em relação às futuras eleições.

Layer Response %

38.7% 4.8% 24.5% 68.0%

31.7% 4.1% 19.4% 55.3%

2.0% 1.2% 2.4% 5.6%

4.0% 1.4% 4.0% 9.4%

6.1% 1.1% 4.0% 11.2%

2.4% .7% 2.1% 5.2%

19.0% 1.9% 10.3% 31.1%

103.9% 15.1% 66.8% 185.8%

Eleicoes necessarias paratodos

Podem servir paramelhorar as coisas

Nada vai mudar

Duvidas se algo vai mudar

Medo de repeticao do quese passou em 1992

Desconfianca de possivelmanobra

Quero usar o meu direitode votar

Atitudeperantenovaseleicoes

Total

Sim Nao Nao sei

Voto no mesmo partido politico que em1992?

Total

situação do país, menos 15 % de respostas, comparativamente com os seus contrapartes de outras províncias. Por localização espacial, urbana, peri-urbana e rural, sexo, religião, não se observaram diferenças de opinião significativas. Quanto mais pobre, maior a percepção de que as eleições podem servir para melhorar as coisas. Contraditoriamente, é também entre os mais pobres que é maior a percepção de que nada vai mudar com a realização das eleições. ‘Muito pobres’ e ‘pobres’ mostram, em relação aos outros sub-grupos, uma percepção mais negativa sobre o medo de repetição do “síndroma eleitoral” de 1992. Esse mesmo nível de sentimento é encontrado entre os analfd 8.3 Expectativa comparada da validade/ justeza das novas eleições Nesta secção pretende-se conhecer a percepção de confiança que os respondentes possuem no sistema eleitoral. Isso é conseguido através da identificação de variações de percepção entre os vários sub-grupos de respondentes, e comparando a percepção que possuem aqueles que votaram em 1992 (ex. mais livres e justig A análise de percepção sobre a confiança nas novas eleições mostra que 8 em cada dez respondentes considera que as futuras eleições serão mais livres e justas que as eleições de 1992 (4,032 respondentes). Não há diferenças de percepção entre os que votaram em 1992 e os que não votaram.

45

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a s

factor menos entificado. mais utilitária e

Percepcao sobre justeza das novas eleicoes

6.2%

9.2%

5.2%

79.4%

Missing

Iguais as de 1992

Menos justas e livre

Mais justas e livres

Igualmente por domínio de estudo, ‘Luanda’ e ‘Outras províncias’, localização geográfica, províncias, sexo, habilitações literárias, categorias ocupacionais, língua materna, auto-definição de pobreza, e grupos etários, não há diferenças de percepção a assinalar. Excepção para o grupo etário de mais de 60 anos (12%), e os falantes de Cokwe (14%), que consideram que as novas eleições vão ser menos justas e livres que as de 1992. Aos respondentes ao inquérito foi pedido que identificassem um conjunto de razões que poderiam condicionar a realização das futuras eleições e que em certa medida poderiam influenciar a qualidade das mesmas. Aos respondentes foi dada a possibilidade de escolha de mais de uma razão. Um total de 3,940 respostas foram dadas pelos respondentes e a sua distribuição é abaixo apresentada: oito em cada dez respostas identificaram o retorno d

aioria dos deslocados às suas áreas, e o fim do processo de desmobilização, como omfactores mais importantes. A vontade política de marcar uma data foi o

A composição das respostas aponta para uma abordagem idlogística do que ideológica. Parece existir entre os respondentes a preocupação de preparação cuidadosa das condições, antes que uma data das eleições seja marcada. Por outras palavras, há entre os respondentes uma preocupação que as eleições tenham lugar num ambiente de estabilidade

Factores condicionantes da realizacao das novas eleicoes

58.0

72.3

76.0

80.0

80.4

0.0 20.0 40.0 60.0 80.0 100.0

(%)

Vontade politica de marcar uma data

Reorganizacao dos partidos politicos

Tempo necessario para realizacao doregisto eleitoral

Fim do processo de desmobilizacao

Retorno da maioria dos deslocados assuas areas

46

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A análise por domínio de estudo mostra que os respondentes de Luanda atribuem à reorganização dos partidos políticos uma importância maior do que os seus contrapartes das províncias (um diferencial de 21 %). Não foram encontradas diferenças de opinião em termos de sexo, grupos etários. Os respondentes que se auto-classificaram com muito pobres valorizam muito mais que os outros grupos a questão do tempo necessário para a realização do registo eleitoral e a vontade política de marcar uma data para as eleições. Foram registados diferenciais de 14 % e 24%, respectivamente, com relação aos grupos de eleitores com auto-estatuto de não pobres (mais ou menos). 8.4 Processo de democratização aprofundado e eleições livres e justas Em que medida as novas eleições podem aprofundar o processo de democratização esta intrínsecamente ligado á aceitação pública dos resultados das próximas eleições, que por sua vez esta dependente do próprio processo eleitoral. Nesse sentido foi questionado aos respondentes o que os ajudaria a aceitar as novas eleições como livres e justas? Os resultados abaixo referentes a 3,951 respostas mostram que: (a) Oitenta e sete em cada cem respostas, apontam o facto de que nenhum cidadão em idade

e votar seja impedido de registar-se como eleitor, e nenhum cidadão com cartão de eleitor eja impedido de votar. Ambos os tipos de resposta qualificam e valorizam o exercício do

Presidente da Comissão

) Finalmente, como terceira linha de preocupação dos respondentes se situam a presença de bservadores internacionais e das Nações Unidas, 66 e 58 respostas em cada cem spectivamente. O facto das Nações Unidas apresentarem a menor preferência, pode estar gado ao seu papel durante as eleições de 1992.

análise em termos de domínio de estudo mostra que os respondentes de Luanda valorizam ais a presença de observadores e das Nações Unidas, comparativamente aos seus

dsdireito de voto nas duas vertentes do processo eleitoral: a do registo do eleitor e o próprio exercício do acto de votação. Ambas as preocupações podem ser afectadas por questões logísticas do processo eleitoral. (b) 77 em cada cem respostas, assinalaram a possibilidade dos partidos políticos terem acesso s assembleias de voto e à contagem dos votos, e a presença de umà

Eleitoral competente e apartidário, 78 em cada cem respostas. Estas duas preocupações qualificam as questões de supervisão do próprio processo eleitoral em si na pessoa dos Partidos Políticos e de um Presidente da Comissão Eleitoral que, para além de ser competente, seja também independente (apartidário).

Nenhum cidadao com idade de votarseja impedido de registar-se como

Nenhum cidadao com cartao de eleitorseja impedido de votar

Aceitacao das novas eleicoes como livres e justas

0 20 40 60 80 100

( % )

Presenca das Nacoes Unidas duranteas eleicoes

Presenca de ObservadoresInternacionais nas eleicoes

Partidos com acesso as assembleiasde voto e contagem dos votos

Presidente de Comissao eleitoralcompetente e apartidario

(coreli Am

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contrapartes das outras províncias. A análise por localização rural, urbana e peri-urbana mostra que os respondentes rurais apresentam o menor interesse na presença das Nações Unidas, 54 em cada cem respostas e menor interesse na presença de observadores internacionais comparativamente aos respondentes das áreas urbanas, um diferencial de 11 % de respostas. A análise por grupos etários, sexo, religião, língua materna e estatuto auto-percebido de pobreza mostra uma tendência similar. Diferencial de respostas sobre justeza das

eleicoes (Luanda = base)

Presidente de Comissao eleitor

Presenca das Nacoes Unidas duranteas eleicoes

Presenca de ObservadoresInternacionais nas eleicoes

0 5 10 15 20

Nenhum cidadao com cartao de eleitorseja impedido de votar

Nenhum cidadao com idade de votarseja impedido de registar-se como

Partidos com acesso as assembleiasde voto e contagem dos votos

( %)

alcompetente e apartidario

48

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Capítulo 9. Percepções dos cidadãos sob os actores políticos e confiança nas instituições Este capítulo apresenta as percepções dos cidadãos com relação às instituições e, em particular, aos partidos políticos. A análise específica dos partidos políticos trata de questões

e funcionamento, instrumentalização, credibilidaded , representatividade e de liberdade de ensamento político. Ela aborda igualmente os níveis de confiança nele depositados, ermitindo identificar percepções em torno das quais se constrói, socialmente, a imagem do istema político em geral e dos partidos políticos, em particular. A análise das outras stituições, tem por objectivo comparar o grau de confiança depositado pelo cidadão e o

otencial eleitoral das mesmas. Um esforço de categorização das instituições foi feito no entido de perceber sob que funções sociais - defesa da ordem pública, intermediação social os interesses das comunidades e de grupos sócio- profissionais, acesso e promoção da formação enquanto bem público, acesso e provisão da justiça, intermediação religiosa e

spiritual e apoio humanitário – há um maior ou menor déficit de imagem da parte dos spondentes do inquérito.

.1. Percepções dos cidadãos em relação aos partidos políticos

s partidos políticos são as instituições com a função social de articular as demandas sociais os cidadãos e/ou grupos de cidadãos, trabalhando-as e organizando as respostas a elas ndereçadas, através de propostas de programas políticos, que constituem as bases de rticulação de alianças e coligações entre seus pares, e de diálogo e concertação com as spectivas bases eleitorais. Por isso é tão importante identificar, nas percepções dos futuros eitores, os traços de reconhecimento dessa função social e de como eles a caracterizam. través do inquérito foram colocadas aos respondentes um conjunto de questões, (ver gráfico guinte), que pretendiam capturar as percepções dos mesmos com relação ao papel social

os partidos políticos. A leitura dos resultados mostra que:

• existe uma apreciação em geral muito crítica dos potenciais eleitores relativamente aos partidos políticos. Nas situações simuladas nas perguntas, pelo menos 50 em cada cem respondentes, estabelecem conotações negativas entre as práticas partidárias e os seus efeitos sob as instituições. Em particular:

o é notória a identificação de uma relação entre a estreita ligação de “alguns” funcionários públicos aos partidos políticos e o mau funcionamento das instituições, identificada por 2,525 respondentes, ou seja 62 em cada cem respondentes;

o 2,997 respondentes ou 75 em cada cem, considera existir uma transformação

dos partidos políticos em centros de afirmação e veiculação de interesses de pequenos grupos;

o metade dos respondentes (2,017) acha que para se ter um bom emprego/cargo

numa organização tem de se pertencer a um partido político, ou seja, a filiação partidária é entendida de forma instrumental, e os partidos como canais de “apadrinhamento” para obtenção/promoção de postos para os seus afiliados.

• combinando o facto de 62% dos respondentes relacionarem o mau funcionamento das instituições públicas com o vínculo de funcionários públicos a partidos políticos, com o facto de metade dos respondentes pensarem que a obtenção de um bom emprego numa organização esta ligada à militância partidária, pode sugerir que outros factores, que não a competência, influenciam as promoções na função pública e noutras

ppsinpsdinere 9

Odeareel Ased

49

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organizações. Isto tem uma influência negativa no desempenho das instituições e organizações. Por outro lado, 4 em cada 5 respondentes identificam a transformação dos partidos em centros de interesse de pequenos grupos, o que significa que existe a

icular os interesses dos grandes grupos da população e de os

alguns dos seus dirigentes são corruptos ao mesmo tempo que 25,6 % estariam indecisos sob que rumo a tomar. O

• odos eles membros

de partidos, 1,134 (58% do total de respostas válidas e 46% do total de respondentes) def esignexistir lpolítico rem as respostas às demandas dos cidadãos, a ausência de

seu seio para além de sinalizar a prevalência de posições dogmáticas, criaeles e confirmaria a percepção de 4 em cada 5 respondentes, segundo a qual os partidos se organizam em torno dos interesses de pequenos grupos e usam a sua influência e pod pseu o

percepção de uma forte influência de interesses de pequenos grupos articulados por partidos, em detrimento de interesses de grupos mais amplos da população.

• as respostas revelam o desencanto dos eleitores relativamente ao sistema de

representação política: 3,099 dos respondentes, ou seja, cerca de 4 em cada 5 respondentes têm muita dificuldade em identificar os dirigentes políticos/ deputados, responsáveis pela respectiva área/província/município, pois aqueles nunca aparecem para ouvir as suas preocupações. Isto revela que a maior parte dos candidatos eleitos nas primeiras eleições gerais em 1992 não estabeleceram e/ou não mantiveram canais de consulta e diálogo com as respectivas bases eleitorais. Isto denuncia a ausência formal de mecanismos de auscultação directa sobre os principais problemas dos eleitores e as soluções que eles mais gostariam de ver implementadas em resposta a esses problemas. Dito de outra maneira, os partidos políticos são percebidos como pouco capazes de artincluir na agenda política angolana.

• da combinação das percepções anteriores - 4 em cada 5 respondentes referem a

transformação dos partidos políticos em centros de interesse de pequenos grupos, e uma proporção idêntica refere uma fraca relação com os dirigentes políticos/deputados responsáveis pela representação dos interesses da sua área, município ou província – pode-se inferir a percepção de uma fraca representatividade entre os partidos políticos.

• cerca de 60 em cada 100 respondentes (2,317 respondentes), manifestaram-se

abertamente contra as práticas de corrupção, ao afirmarem que retirarão o seu voto ao seu partido preferido, caso venham a saber que

perfil de resposta mostra que muitos dos potenciais eleitores estariam decididos a contribuir para uma maior transparência na gestão pública.

finalmente, de uma amostra constituída de 1,961 respondentes, t

end m que existe liberdade de expressão nos partidos políticos. Não deixa de ser ificativa, contudo, a percentagem de 42,2% de respondentes, que consideram não

iberdade de pensamento político. Reportando-nos ao papel social dos partidos s, o de articula

debate no ndo poucas oportunidades de inovação e criatividade, pode ainda significar que s fecham à inclusão de ideias e interesses de outros grupos sociais, o que

er ara os fazer prevalecer, nomeadamente através da colocação de militantes s, n s quadros de pessoal das instituições e das organizações.

50

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0 90

os/deputadosunicipio, pois

nunca aparecem para ouvir as nossa preocupacoes

Percepcao dos Cidadaos em Relacao as Instituicoes

E muito dificil saber quem sao os dirigentes politicque sao responsaveis pela minha area/provincia/m

Hoje para se ter um bom emprego/cargo numa organizacao temde se pertencer a um partido politico

Muitos partidos politicos foram transformados em centros deinteresse de meia duzia de pessoas que estao a desviar daquilo

para o qual eles foram criados

Alguns funcionarios publicos estao muito ligados aos partidospoliticos. Por isso muita coisa nao funciona.

Nos partidos politicos a pessoa e livre de dizer tudo aquilo quepensa

Nao manteria o seu voto no partido da sua escolha se soubesseque alguns dos seus membros dirigentes sao corruptos.

0 10 20 30 40 50 60 70 8

se dos resultados por domínio de estudo mostra que os respondentes de Luanda são nsíveis: à instrumentalização política de funcionários públicos e impacto sob o enho das instituições; à transformação dos partidos políticos

A análimais sedesemp em centros de pressão de

teresses de grupo; ao distanciamento dos responsáveis políticos das suas bases de apoio soc positiva

inial, e à corrupção partidária. Finalmente, os Luandenses possuem uma percepção mais

sobre a liberdade de pensamento no seio dos partidos políticos.

51

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Col % Dominio de estudo: Total

Luanda Outras provincias

Sim 68.3 58.9 62.4 9.5Não 31.7 41.1 37.6

Sim 49.2 50.1 49.8 -0.9Não 50.8 49.9 50.2

Sim 81.6 71.5 75.2

10.2

Não 18.4 28.5 24.8

Sim 84.7 71.4 76.2 13.4Não 15.3 28.6 23.8

Sim 72.1 54.4 57.8 17.7Não 27.9 45.6 42.2Sim 13.8 15.2 14.7Não 71.1 53.6 59.7 17.4Não sabe 15.1 31.2 25.6

È muito difícil saber quem são os dirigentes políticos/deputados que são responsแveis pela minha provínica/munícipio pois nunca aparecem para ouvir as nossas preocupações

Nos partidos políticos a pessoa é livre de dizer tudo aquilo que pensa

Manteria o seu voto no partido da sua escolha sabendo que alguns dos seus membros dirigentes são corruptos?

Diferencial

(Luanda=base)

Percepção do cidadão sobre os partidos políticos por domínio de estudo

Muitos partidos pol ํticos foram transformados em centros de interesse de meia dúzia de pessoas que se estão a desviar daquilo para o qual eles foram criados

Hoje para se ter um bom emprego/cargo numa organização tem de se pertencer a um partido político

Alguns funcionแrios públicos estão muito ligados aos partidos políticos e por isso muitas coisas não funcionam

O perfil de resposta dos respondentes membros de partidos políticos é idêntico á percepção

á a análise por localização urbana, peri-urbana e rural do respondente mostra a existência de diferenças de percepção entre respondentes e rurais: (a) há mais 17 % de respondentes urbanos que considera a transformação dos partidos em centros de interesse (b) há mais 12 % de respondentes urbanos que percebe haver um distanciamento dos responsáveis políticos das suas áreas sociais de apoio; há mais 14 % de respondentes rurais com uma percepção mais favorável sobre a liberdade de pensamento político dentro dos partidos políticos; e (c) há mais 10 % de respondentes urbanos que não votariam no seu partido político em caso de existência de corrupção. Ao mesmo tempo as diferenças entre respondentes urbanos e peri-urbanos não são significativas com excepção da questão da lealdade partidária e corrupção de dirigentes políticos. Entre os respondentes peri-urbanos encontra-se uma maior proporção de seguidores políticos leais aos seus partidos, 31 % de respondentes contra 20 % e 22 % entre os respondentes urbanos e rurais respectivamente. Entre os falantes de língua Umbundo há uma maior percepção de ausência de liberdade de expressão política no seio dos partidos políticos, 48,8 %, representando um desvio de 9 % para a média geral que vai no sentido da existência de liberdade, 58 %. È entre os Cokwe que se regista a maior proporção de respondentes com a percepção de que para se ter um bom emprego se deve ter uma afiliação política, 61 %, em contraste com os falantes de língua

geral dos respondentes. A excepção recai sob a questão da manutenção do voto num partido político e a existência de corrupção de alguns dos seus dirigentes onde há entre os respondentes militantes uma maior complacência com o problema de corrupção partidária pois 30 em 100 respondentes em Luanda e 23 em 100 respondentes nas Outras Províncias, afirmaram que votariam no seu partido. J

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Kikongo cuja percepção sobre essa questão é menor, 45 %. A percepção média sobre esta questão foi de 50 %. Em termos de crenças religiosas não existem diferenças de percepção maior sobre as questões em análise. Já em termos de pobreza auto-percebida é entre os respondentes muito pobres que se encontra o maior grau de percepção de descriminação no acesso a um bom emprego e afiliação política, uma diferença de 15,5 % com relação à média geral. 9.1.2. Confiança nos partidos políticos Os níveis de confiança na relação entre os cidadãos, potenciais eleitores, e os partidos políticos, podem ser aferidos através da análise das respostas a algumas das questões contidas no questionário como, por exemplo, nas razões apontadas para a não filiação partidária e a confiança depositada nos partidos políticos pelos respondentes para a resolução dos problemas da população. A ausência de confiança em todos os partidos políticos foi referida por 6.7 % de respondentes correspondendo a 12.9 % das respostas à questão (pergunta de respostas múltiplas permitindo a um respondente escolher mais de uma opção). Já a percepção geral negativa de não interesse pela política, um proxy de confiança no sistema político, foi manifestado por 24 em cada cem respondentes correspondendo a 47 % das respostas. No seu conjunto, 31 em cada

ular. O comportamento de resposta encontrado é êntico entre respondentes de ambos os domínios de estudo, Luanda e Outras Províncias.

núltimo lugar, de um total de 23 instituições selecionadas, entre as três mais confiáveis para a resolução de problemas da

cem respondentes não tem uma relação de confiança ou empatia positiva para com a política em geral e partidos políticos em partic

444 19.9

2235 100.0

dos partidos políticos

Outras razões

Total

702 31.4

1055 47.2

288 12.9

Nunca fui convidado

Não quero/não meinteresso por política

Não confio em nenhum

Razoes denaoparticipacaopolitica

Numero % de

respostas

id A análise do perfil dos respondentes com menor confiança no sistema político mostra que eles são tendencialmente mulheres (diferença de 15 % com relação aos homens); jovens com idades compreendidas entre os 18 e 33 anos, 65 em cada cem respondentes; maioritariamente pobres ou remediados, 70 em cada cem respondentes; católicos; falam português, umbundo ou kimbundo e vivem largamente nas áreas peri-urbanas. Por outro lado a análise da confiança nos partidos políticos, medida pela percepção dos respondentes quanto à sua capacidade de resolução dos problemas da população, revelou o seguinte:

• Os partidos políticos encontram-se no pe

população. Ou seja, somente 4.1 % dos respondentes tem a percepção que os mesmos têm um papel a desempenhar na resolução dos problemas da população. Este perfil de resposta é idêntico para Luanda e Outras Províncias.

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• Quando a questão é formulada no sentido de saber dos entrevistados em que instituição menos confia para a resolução dos problemas da população, os Partidos Políticos aparecem na terceira posição com 7.4 % das respostas.

9.1.3. Representatividade política e debate interno A análise das percepções dos respondentes relativamente ao como e em que medida são

conhecidos canais de representatividade política directa (conhecimento dos candidatos e do o debate interno no seio dos partidos políticos,

ode ser um indicador de abertura democrática, de respeito pela diferença, de acomodação da

culdade em identificar os seus representantes no Parlamento, inalizando uma fraca relação do poder político com os constituintes. Por outro lado, 827

representatividade política directa influencia negativamente o debate interno partidário e a liberdade de pensamento. Há uma correlação positiva entre as duas variáveis, ou seja a baixa representatividade política directa esta ligada a uma baixa de liberdade de opinião dentro dos partidos, sendo o inverso também verdadeiro. 9.2. Confiança dos potenciais eleitores nas instituições Os níveis de confiança depositados pelos respondentes nas instituições do Estado e da sociedade foram igualmente investigados. Para fazer este exercício, pedia-se aos respondentes para indicarem as 3 instituições, de um conjunto de 22 instituições, em que depositavam maior confiança e, dessas a instituição “mais” confiável. O exercício foi repetido seguidamente, com as 3 instituições que lhes mereciam menor confiança e a escolha da

r

rerelação destes com o eleitorado) e percebipdiversidade e de interesse na busca das soluções mais adequadas para os problema da população. Os resultados da pesquisa indicam que 4 em cada 5 respondentes (3,099 respostas válidas, 76% do total), têm difismembros ou ex-membros de partidos políticos (42%), afirmam que “nos partidos políticos a pessoa não é livre de dizer tudo aquilo que pensa”. A existência de uma relação entre as situações acima retratadas pode assinalar que a falta de

“menos” confiável. O quadro abaixo mostra a percepção de confiança dos respondentes nas três classes de instituições mais importantes para a solução de problemas da população em Luanda e Outras

rovíncias. As 22 instituições colocadas aos respondentes para selecção foram agrupadas poPfunções em 11 classes para permitir uma análise mais agregada da informação.

Percepção dos respondentes sob as Classes de instituições mais confiáveis para a resolução de problemas da população

54

Luanda Outras provincias

aInstituições de defesa da ordem pública 423 9.5 5 1177 14.8 2I t 9Ins tInstitInstit 1Instit 7Instit 6 411 5.2 8Instituições do poder tradicional 95 2.1 10 666 8.4 5Instituições privadas (família, amigos) 1015 22.7 1 1093 13.8 3Instituições partidos políticos 61 1.4 11 123 1.6 11Nações Unidas 126 2.8 9 288 3.6 10

Orde

ância

Orde

rtância

Respostas

% Col Respost

Respondentes

% Col Resposta

m de Import

m deImpo

nsti uições de provisão de justiça 139 3.1 8 325 4.1ti uições de provisão de informação 758 16.9 2 457 5.8 6

uições religiosas 651 14.6 4 941 11.9 4uições do executivo 676 15.1 3 2021 25.5uições legislativas 207 4.6 7 430 5.4uições da sociedade civil 321 7.2

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A le rinstituiçaparece l. À ‘família’ e os

migos’ não se espera que definam políticas públicas, assim como não é esperado que os olução dos problemas sociais tenham

oder, legitimidade e recursos, para realizar tal função. Igualmente o peso dado às instituições

confiança depositada pelos respondentes, para a solução dos problemas. Isto ressupõe que há, entre a população Luandense, uma percepção clara da existência de vazios

tabela a seguir, mostra a selecção feita pelos respondentes das três instituições mais

respostas relativamente distinto. A terceira atação geral é que instituições que não têm uma responsabilidade social de resolução dos

igos, são aquelas sob as quais os spondentes possuem maior confiança.

itu a que se pode fazer para o caso de Luanda é que entre as três principais classes de ões assinaladas como mais importantes para a solução dos problemas da população m duas classes que à partida não têm socialmente esse pape

‘aórgãos de informação ainda que instrumentais na respreligiosas, quase similar às instituições do executivo, mostra haver uma percepção de desfocagem funcional de instituições e seus papéis na sociedade Luandense. No seu conjunto, para Luanda, as instituições públicas com funções de defesa da ordem pública, provisão da justiça, legislativa e executiva totalizaram somente um terço das respostas depinstitucionais públicos na solução dos problemas da população, que têm vindo a ser ocupados por outras instituições não estatais. No caso das Outras Províncias, há um maior equilíbrio nas percepções dos respondentes com metade dos mesmos a confiarem nas instituições governamentais para a solução dos seus problemas. Aconfiáveis na resolução dos problemas da população. Uma primeira constatação é que a confiança está bastante distribuída pelas instituições, ou seja, há uma percepção de que não há uma instituição forte, o Executivo por exemplo, como a instituição mais confiável para a solução de problemas. Uma segunda constatação é que entre Luanda e Outras Províncias há na realidade um padrão de prioridades e constproblemas da população, como a família, igrejas e amre

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Luanda Outras provincRespostas

% Col Respost

a

Respostas

% Col Respo

sta

Ordem de

Importância

Percepção dos respondentes sob as três instituições mais confiáveis para a resolução de problemas da população

Ordem de

Importância

Família 665 14.9 1 700 8.8 3

9 285 3.6 13163 3.6 10 138 1.7 17

1.5 19 35 0.4 22. municipal 61 1.4 20 375 4.7 10

Partidos polํíticos 61 1.4 21 123 1.6 19Procurador Geral da República 52 1.2 22 143 1.8 16 Total de respondentes 1491 2650 Total de respostas 4472 7932

Igrejas 651 14.6 2 941 11.9 1Amigos 350 7.8 3 393 5.0 9Polícia 286 6.4 4 809 10.2 2Presidente da República 275 6.1 5 616 7.8 5Rádio nacional 242 5.4 6 150 1.9 15Governo 233 5.2 7 566 7.1 6Parlamento/Deputados 207 4.6 8 430 5.4 8ONG`s 187 4.2TPARแdios privadas 148 3.3 11 86 1.1 20Jornais privados 139 3.1 12 48 0.6 21Forças Armadas 137 3.1 13 368 4.6 11Ass. Profissionais 134 3.0 14 126 1.6 18Nações Unidas 126 2.8 15 288 3.6 12Governador provincial 107 2.4 16 464 5.8 7Autoridades tradicionais/sobas 95 2.1 17 666 8.4 4Tribunais 87 1.9 18 182 2.3 14Jornal de angola 66Adm

Quando finalmente se solicita aos entrevistados que, de entre as três instituições mais importantes, escolham ‘a mais importante’, obtêm-se a ordem de preferência abaixo indicada. Uma vez mais se pode constatar a percepção do forte peso das instituições não públicas na solução dos problemas da população.

Os níveis de confiança atribuídos às instituições foram igualmente analisados na óptica inversa pela solicitação aos respondentes das instituições em que eles menos confiavam.

Dominio de estudo:Luanda Outras provincias

Count Col % Count Col % LuandaOutras provinc

Família 434 29.3 411 15.7 1 1Igrejas 278 18.8 363 13.9 2 2Presidente da República 125 8.4 343 13.1 3 3Governo 81 5.5 276 10.5 4 4Total 1481 100.0 2618 100.0

A Instituição mais importante para resolver os problemas da população

Ordem de Importância:

56

Page 57: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Enquanto na análise anterior se tenta perceber, pela positiva, qual o nível de confiança nas instituições, aqui pretende-se obter uma visão sintética das percepções. O quadro seguinte sintetiza o diferencial de respostas entre as respostas de maior confiança e menor confiança nas três principais instituições mais importantes para a resolução de problemas da população. A tabela abaixo lista as percepções dos respondentes sob as três instituições menos confiáveis, por domínio de estudo. Observa-se que quer em Luanda e quer nas Outras Províncias, a Polícia é considerada como a instituição menos confiável para a resolução dos problemas da população. Os respondentes de Luanda têm uma percepção mais negativa das instituições públicas pois cinco das primeiras seis instituições são públicas. Os partidos políticos estão listados como a quarta instituição menos confiável. Já nas províncias o padrão de resposta é ligeiramente diferente pois instituições como os amigos, rádios e jornais privados encontram-se entre as seis primeiras instituições menos confiáveis. O facto dos amigos aparecerem como uma instituição em que não se pode confiar pode ser entendida como um sintoma de fraca coesão social e descapitalização do capital social. Também pode ser inferido que a função de ajuda que os amigos podem aportar para a solução dos problemas foi afectada pela sua fraca capacidade financeira ou de relações, ou seja os níveis de pobreza absoluta pois aqui ser relativamente maiores. No caso de Luanda também os amigos apresentam um déficit de confiabilidade, a sexta instituição menos confiável logo a seguir ao Governo.

57

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Percepção dos respondentes sob as três instituições menos confiáveis para a resolução de problemas da população

Luanda Outras provincias

Pol ํcia 689 15.5 1 876 11.5 1

4.6 7Igrejas 98 2.2 14 232 3.0 15Jornal de Angola 97 2.2 15 223 2.9 17Ass. profissionais 94 2.1 16 306 4.0 12Jornais privados 90 2.0 17 502 6.6 4TPA 81 1.8 18 217 2.8 18For ็as armadas 75 1.7 19 276 3.6 13Rแdio nacional 74 1.7 20 231 3.0 16Rแdios privadas 73 1.6 21 550 7.2 3Fam ํlia 66 1.5 22 215 2.8 19 Total de respondentes 1487 100 2593 100 Total de respostas 4433 7630

Ordem Ordem Respostas

% Col Respos

ta

Respostas % Col Resposta

de Importância

de Importân

cia

Parlamento/deputados 374 8.4 2 396 5.2 6Adm. municipal 351 7.9 3 323 4.2 10Partidos pol ํticos 337 7.6 4 461 6.0 5Governador provincial 309 7.0 5 351 4.6 8Governo 301 6.8 6 201 2.6 20Amigos 283 6.4 7 738 9.7 2Presidente da Rep๚blica 281 6.3 8 129 1.7 22Tribunais 234 5.3 9 253 3.3 14Autoridades Tradicionais/S 195 4.4 10 310 4.1 11Na ็๕es Unidas ( UNICEF, 122 2.8 11 332 4.4 9Procurador Geral da Rep๚ 106 2.4 12 155 2.0 21ONGดs 103 2.3 13 353

Foi igualmente pedido aos respondentes que identificassem de entre as três instituições menos confiáveis aquela que seria a menos confiável. A polícia aparece em primeiro lugar para Luanda e Outras Províncias. Já o Presidente da República que aparece como a instituição menos confiável para Luanda é para as Outras Províncias a mais confiável. A imagem dos partidos políticos não aparece como das melhores em ambos os domínios de estudo pois aparece com a terceira instituição menos confiável.

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9.3 Síntese das percepções de confiabilidade institucional Nesta secção é realizada uma síntese das respostas sobre os níveis de confiabilidadeinstitucional. Ela reflecte o diferencial de frequências de respostas sob as percepções dos respondentes com relação às instituições mais confiáveis e as menos confiáveis permobter uma análise de conjunto das duas imagens de percepções dos inquiridos. Ou seja enquanto até aqui a análise da confiabilidade das instituições foi feita isoladamente cona percepção pela imagem positiva, instituições mais confiáveis e pela imageminstituições menos confiáveis, nesta secção os dois espelhos de análise são agrupados num único reflector de imagem. Para o efeito foi elaborada a tabela abaixo que apresenta o diferencial desagregada por domínios de estudo. Por exemplo para Luanda observa-se que as famílias,igrejas seguidas pela Rádio Nacional aparecem como as instituições mais

esmo tempo a polícia, administração municipal e partidos políticos aparecem co

itindo

m base negativa,

de respostas

credíveis. Ao mo as

á o padrão de resposta para as Outras Províncias é relativamente diferente com destaque para a instituição Presidente da República que aparece em segundo lugar como instituição mais confiável. Igualmente o Governo aparece como a quarta instituição mais confiável seguida de perto das autoridades tradicionais em quinto lugar. Os órgãos de informação privada, Jornal de Angola, amigos e partidos polítcios aparecem as cinco instituições menos confiáveis. Os órgãos de informação em geral não têm uma imagem positiva como instituições a confiar para a solução dos problemas da população nas Outras Províncias deste estudo. Factores explanatórios podem incluir a falta de adequação da programação informativa à realidade local e a ausência ou fraco acesso em algumas províncias a algumas dessas fontes de informação.

Luanda Outras provinciasRespostas

% Col Respo

sta

Respostas

% Col Respost

a Luanda

Outras provincias

Policia 286 19.4 306 12.2 1 1Presidente da República 159 10.8 43 1.7 2 22Partidos pol ํticos 119 8.1 201 8.0 3 3Adm. municipal 116 7.9 89 3.5 4 11Amigos 102 6.9 270 10.7 5 2Governo 97 6.6 67 2.7 6 15Autoridades Tradicionais/Sobas 87 5.9 125 5.0 7 8Total 1471 100 2515 100

A Instituição menos importante para resolver os problemas da população

Ordem de Importância:

minstituições menos confiáveis. Interessante observar que os órgãos de informação em geral com excepção do Jornal de Angola possuem uma imagem positiva, ou seja o diferencial de respostas entre os que possuem uma boa imagem e os que possuem uma má imagem é positivo. Preocupante é o facto de que todas as instituições com o diferencial de imagem negativo são estatais, justamente a quem compete na realidade a resolução dos problemas da população. Excepção vai para as forças armadas cuja imagem entre os respondentes é

ositiva. p J

59

Page 60: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

s percepções de confiança institucional são realizadas num contexto de um cenário de crise

aracterizado por:

mente a solução dos problemas da população; • A valorização desproporcionada da importância de instituições como a Família e as

Igrejas nos papéis sociais de solução de problemas da população;

Os níveis de confiança institucional encontrados, e a natureza ou tipo de confiança institucional, estão ligados a cenários de transição dupla, de regimes centralizados, autocráticos, para regimes pluralistas e de situação de conflito aramado para uma situação de paz.

Adm. municipal -290 -6.5 21 52 0.7 8Polícia -403 -9.1 22 -67 -0.9 12 Total de respondentes 1487 2593 Total de respostas 4433 7630

Luanda Outras provinciaRespostas

% Col Respost

a

Respostas

% Col Respo

sta

Família 599 13.5 1 485 6.4 3Igrejas 553 12.5 2 709 9.3 1Rádio nacional 168 3.8 3 -81 -1.1 16ONG`s 84 1.9 4 -68 -0.9 13TPA 82 1.8 5 -79 -1.0 15Rแdios privadas 75 1.7 6 -464 -6.1 22Amigos 67 1.5 7 -345 -4.5 20Forças Armadas 62 1.4 8 92 1.2 7Jornais privados 49 1.1 9 -454 -6.0 21

-180 -2.4 17Nações Unidas 4 0.1 11 -44 -0.6 11

-202 -4.6 19 113 1.5 6Partidos polํíticos -276 -6.2 20 -338 -4.4 19

Diferencial da Percepção dos respondentes sob as três instituições mais confiáveis para a resolução de problemas da população

Ordem de

Importância

Ordem de

Importância

Ass. Profissionais 40 0.9 10

Presidente da República -6 -0.1 12 487 6.4 2Jornal de angola -31 -0.7 13 -188 -2.5 18Procurador Geral da Repú -54 -1.2 14 -12 -0.2 10Governo -68 -1.5 15 365 4.8 4Autoridades tradicionais/s -100 -2.3 16 356 4.7 5Tribunais -147 -3.3 17 -71 -0.9 14Parlamento/Deputados -167 -3.8 18 34 0.4 9Governador provincial

Ae de instabilidade pós-conflito. Neste tipo de cenário, os níveis de confiança institucional em geral e particularmente com relação às instituições políticas, são fortemente abalados pois, em última análise, as crises têm lugar sobre as instituições. Conhecer o tipo de percepção da natureza dessa crise institucional é importante para melhor adequar as propôstas de solução política e social. No caso deste estudo esse cenário sob o ponto de vista institucional é c

• Um nível geral de deficit de confiança institucional em particular sob as instituições públicas de Estado;

• Um descrédito nas instituições políticas pela sua incapacidade em influenciar positiva

60

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• Níveis diferenciados de confiança institucional entre o centro (Luanda) e a periferia (Outras províncias).

Os baixos níveis de reconhecimento das instituições públicas parecem relacionar-se com o seu fraco desenvolvimento; as instituições formais não tiveram tempo para solidificar padrões de rotina de legitimação nem procedimentos de operação relativamente aos quais todos se sintam vinculados e limitados – governantes, administradores e os clientes. Por isso, a sua jurisdição e modo de operação ficam sujeitos a redefinições discricionárias e a uma engenharia institucional operada “de cima” e de forma velada, dirigida por actores sociais com poder de decisão acima das instituições e não conformados por elas, isentos da disciplina e do sentido incorporados nessas instituições. Esta situação reduz drasticamente o papel das instituições públicas em intermediar a geração de confiança nas sociedades, a qual fica limitada às interacções pessoais e comunitárias, ou seja, a confiança fica limitada a quem se conhece, evitando assim desapontamentos; Por outro lado, a escassez de confiança pode estar ligado ao facto que as forças espontâneas de solidariedade e de cooperação geradoras de confiança, tanto horizontal entre os cidadãos, como vertical, entre as instituições e os cidadãos, foram bastante atingidas pelo prolongado intervencionismo do estado centralizador.

61

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Capítu epções sobre a prestação de serviços públicos lo 10. Atitudes e perc A boa ou má prestação de serviços públicos, pode ser um dos elementos que venha a pesar nas percepções dos eventuais eleitores na recondução ou não do actual governo. Este capítulo, tentará mostrar e analisar quais foram as atitudes dos entrevistados sobre este assunto, através da análise do acesso aos serviços públicos, abordado em quatro vertentes: (a) dificuldade na obtenção dos serviços; (b) informalização dos serviços na forma de corrupção; (c) preços; (d) qualidade dos serviços e, d) direito a reclamar sobre a satisfação do serviço prestado. 10.1. Dificuldade na obtenção dos serviços públicos As dificuldades na obtenção de serviços públicos foram analizadas através de um conjunto de questões ligadas á serviços de registo de identificação pessoal do cidadão, educação primária secundária, saúde, água e electricidade, acesso a crédito para a agricultura e, por último a

egundo as experiências dos entrevistados este tipo de serviço, que abrange a emissão de Cédula de nascimento, Bilhete de identidade e Passaporte, caracteriza-se por acentuada dificuldade na sua obtenção. Eles são cerca de 43% a responderem que é difícil a respectiva obtenção. Se se adicionar os 14% que o caracterizam de muito difícil, obtém-se um resultado que representa 57% dos entrevistados que já se viram confrontados com inúmeras dificuldades na obtenção de serviços de Registo Civil. Luanda regista as maiores dificuldades na obtenção de documentos de identificação civil, ou seja há mais 32 respondentes por cada cem respondentes em Luanda do que nas outras províncias com a percepção de dificuldades na obtenção de documentos. A média de dificuldade situa-se em 57% para o total da amostra e Luanda apresenta uma média de 71 % de dificuldade. Razões que podem justificar tal percepção estão ligadas a uma maior demanda por este tipo de serviços pelos Luandenses e a frequência de solicitação dos mesmos serviços. As percepções por este tipo de serviços entre os entrevistados que habitam em áreas com disponibilidade de tais serviços não mostram diferenças substanciais. A tabela abaixo detalha os graus de dificuldades desagregados por províncias observando-se

um padrão mais ou menos idêntico entre a maioria das províncias. Excepção, vai para as províncias da Huíla, e Uíge onde acima de metade dos respondentes acha ser fácil a obtenção de tais documentos.

equestão de segurança física. Registo de Identificação pessoal do cidadão S

34 2.3% 159 5.9%

382 25.5% 933 34.9%

819 54.6% 987 36.9%

247 16.5% 336 12.6%

18 1.2% 258 9.7%

1500 100.0% 2673 100.0%

Muito fácil

Fácil

Díficil

Muito díficil

Não sei

Emissão de documentos deidentificação (cédula denascimento,B.I,passaporte)

Total

Count Col %

Luanda

Count Col %

Outras provincias

Dominio de estudo

62

Page 63: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Grau de dificuldade na obtenção de serviços públicos ligados à identificação pessoal por

províncias

Grau de dificuldade Huambo Benguela Malange Uige Luanda

Sul Huila Luanda Total

Percentagens Muito fácil 4 5 4 7 12 5 2 5

Fácil 29 17 32 52 30 51 26 31 Difícil 43 52 38 27 22 35 54 43

22 4 16 14 Não sei 11 10 13 6 15 4 1 7

Muito difícil 14 17 13 8

Total resposta 100 100 100 100 100 100 100 100 Total

entrevistados 481 449 491 385 380 487 1500 4137

Ao mesmo tempo observa-se que há uma associação clara entre a dificuldade de obtenção de

ocumentos e o facto de se ter de pagar um suborno (gasosa), segundo 62 em cada cem dos

Ainda que o acesso aos serviços sociais básicos possa depender em parte do rendimento do indivíduo ou do agregado familiar, é responsabilidade do Estado providenciar condições para que o acesso a estes serviços, particularmente educação e saúde, possa ter a maior abrangência possível. O grau de dificuldade ao acesso à estes serviços é um indicador da capacidade estatal em responder às necessidades dos cidadãos. A questão do acesso a este tipo de serviços foi operacionalizada através das seguintes questões aos entrevistados: Grau de dificuldade na obtenção de um lugar numa escola pública primária (acesso á educação primária, garantida gratuitamente pela Constituição); numa escola secundária ou superior e; Grau de dificuldades na obtenção de uma consulta médica ou internamento hospitalar (acesso a serviços de saúde).

drespondentes, que apontaram tais dificuldades. A análise mais fina por domínios de estudo, mostra que a situação em Luanda é alarmante, pois 84 em cada cem dos respondentes (1,062) afirmou ter pago um suborno, 1 a 2 vezes, poucas vezes ou muitas vezes durante o ano, para obtenção de tais documentos contra 42 em cada cem nas outras províncias (1,295) conforme tabela abaixo.

Dominio de estudo Luanda Row %

27.3% 22.5% 31.5% 1.0% 17.7% 100.0%

28.2% 14.3% 49.8% .4% 7.3% 100.0%

27.5% 20.6% 35.7% .8% 15.3% 100.0%

Díficil

Muito díficil

Emissão de documentos deidentificação (cédula denascimento,B.I, passaporte)

Total

1 a 2 vezesPoucasvezes

Muitasvezes Não sei Nunca

Obter um documento numa repartição pública

Total

Serviços de educação

63

Page 64: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Análise por domínio de estudo (tamanho amostra: 4153) conforme tabela abaixo mostra que a uma escola dificuldade de obtenção de um lugar n pública primária é maior em Luanda,

segundo 76 em cada cem respondentes.

análise do

Col %

% 4.1%

20.5% %

57.7% %

1 % .9%

%

100.0% 100.0% 100.0%

ito fác

cil

ficil

ito dí

o sei

Um lugarn colapúblicap ia

Total

LuaOutras

provincias

D

al1.3% 5.8

51.7 40.4%

27.5 38.4%

8.5% 9.7 12

2.0% 5.3 4.1%

Mu il

Mu ficil

uma es

rimár

nda

ominio de estudo

Tot

Quando o grau de dificuldade se reporta a uma escola secundária ou superior (amostra: 4116), então os níveis de dificuldade são maiores segundo 93 em cada cem Luandenses. No geral há a percepção entre os respondentes que o acesso ao nível secundário e universitário é mais complicado.

Col %

3.0% 4.2% 3.8%

2.6% 9.9% 7.3%

35.7% 32.5% 33.6%

56.8% 28.1% 38.5%

1.9% 25.2% 16.8%

100.0% 100.0% 100.0%

Muito fácil

Fácil

Díficil

Muito díficil

Não sei

Um lugarnuma escolasecundáriaou superior

Total

LuandaOutras

provincias

Dominio de estudo

Total

A grau de dificuldade no acesso a uma escola secundária e superior por auto-

lativamente igual. (tamanho amostra 3,143).

definição de pobreza mostra claramente que os muito pobres e pobres não têm acesso a tais graus de ensino, pois entre 25 a 46 % não tem uma ideia do grau de dificuldade. No geral o acesso não é determinado pelo nível de probreza pois todos os grupos exprimentam um padrão de dificuldade re

64

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Col %

Muito

Auto definicao de pobreza

2.9% 4.6% 3.3% 5.0% 8.8% 4.1%

3.9% 6.7% 8.5% 11.7% 14.7% 8.1%

20.8% 28.7% 36.5% 39.7% 29.4% 32.6%

26.2% 35.0% 42.5% 35.6% 47.1% 36.9%

46.2% 25.0% 9.1% 8.1% 18.3%

100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0% 100.0%

Muito fácil

Fácil

Díficil

Muito díficil

Não sei

Um lugarnuma escolasecundáriaou superior

Total

pobre Pobre RemediadoMais oumenos Rico Total

Tamimafir

tabela abaixo inclui somente as respostas de quem possui esses serviços na área. (N=2953). A distribuição de categoria de resposta ‘fácil’ para rural, parece ter resultado da percepção de acesso a serviços de saúde em geral e não públicos em particular (ex. curandeiro, enfermeiro privado, Ongs, igrejas), ou seja a intrepretação que o respondente rural fez da questão, pois sabe-se que é na área rural onde existe menor acesso a instalações de saúde. Entre os respondentes urbanos e peri-urbanos há uma diferenciação de magnitude no grau de dificuldade já que os respondentes peri-urbanos se sentem mais penalizados.

bém no caso do acesso aos serviços de educação públicos, o suborno joga um papel portante de criação de dificuldades ao cidadão. Em Luanda, 77 em cada cem respondentes, maram que no ano passado experimentaram, 1 a 2 veze, poucas ou muitas vezes a

dificuldade de ter de pagar um suborno, contra 40 em cada cem respondentes nas outras

20.2% 25.3% 29.5% 1.4% 23.5% 100.0%DíficilUm lugar numa escola1 a 2 vezes

Poucasvezes

Muitasvezes Não sei Nunca

Colocar uma criança numa escola

Total

províncias. A tabela abaixo mostra a situação de Luanda.

Dominio de estudo Luanda Row %

19.9% 18.1% 44.0% 1.1% 17.0% 100.0%

20.1% 23.6% 33.1% 1.3% 21.9% 100.0%

Muito díficilpública primária

Total

Serviços de Saúde

Segundo a tabela abaixo, 67 em cada cem respondentes em Luanda e 47 nas Outras Províncias, consideram que a obtenção de uma consulta médica ou internamento num hospital é difícil.

Col %

0% 40.5%

19.2% 12.4% 15.3%

1.6% 5.7% 4.0%

100.0% 100.0% 100.0%

Muito díficil

Não sei

Total

Dominio de estudo

1.4% 3.4% 2.5%

29.9% 43.4% 37.7%

48.0% 35.

Muito fácil

Fácil

Díficil

Conseguir umaconsulta médica ouum internamento nohospital

LuandaOutras

provincias Total

A

65

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Col %

4.2% 2.0% 1.7% 2.5%

48.3% 29.9% 42.1% 37.7%

28.9% 47.2% 39.5% 40.5%

10.9% 18.5% 13.5% 15.3%

7.8% 2.3% 3.1% 4.0%

100.0% 100.0% 100.0% 100.0%

Muito fácil

Fácil

Díficil

Muito díficil

Não sei

Conseguir umaconsulta médica ouum internamento nohospital

Total

Rural Periurbano Urbano

Localizacao

Total

Serviços de água e electricidade O acesso físico ou económico a água potável e a pouca abrangência da distribuição da electricidade em Angola figuram, segundo alguns estudos feitos pelas Nações Unidas, entre as principais causas que contribuem para os altos níveis de morbidade e mortalidade.

abaixo agrega dados referentes aos respondentes que afirmaram possuir na sua área água, (respondentes = 1,366 de um total da amostra de 4,300 ou 31.7%) o que

a baixo cobertura no acesso a água potável. Acima de metade dos respondentes considera que o acesso à água é díficil ou muito difícil.

A tabela serviços de atesta

A tabela abaixo agrega dados referentes aos respondentes que afirmaram possuir na sua área serviços de electricidade, (sem serviços de electricidade, (n=1597) de um total da amostra de 4,300 ou 37 %) o que atesta a baixa cobertura no acesso aos serviços de electricidade. Em Luanda, 68 em cada cem respondentes considera que o acesso a serviços de electricidade é difícil ou muito difícil.

Col %

1.3% 2.9% 2.0%

19.0% 18.1% 18.6%

11.7% 21.8% 16.3%

100.0% 100.0% 100.0%

Muito fácil

Muito díficil

Não sei

Serviços

Total

LuandaOutras

provincias

Dominio de estudo

Total

23.9% 24.5% 24.2%

44.0% 32.8% 38.9%

Fácil

dificil

de água

66

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Aces

ndência ara o desconh escida

rícola a relação com

sso.

Grau de dificuldade Huambo Benguela Malange Uíge Lunda

Sul Huila

Luanda Total

so ao crédito agrícola

ecimento total da existência deste tipo de serviço ou uma dificuldade acr

o que vive de actividades ago acesso ao crédito agrícola é desproporcional. O crédito agrícola, se já existe,

ainda não está devidamente divulgado ou os beneficiários directos parecem não ter ace

Grau de dificuldade na obtenção de crédito agrícola

O acesso ao crédito agrícola refere-se ao tipo de serviço de apoio ao cidadão que necessita de desenvolver as suas actividades produtivas. A repartição por província ilustra uma tepna sua obtenção. Todas as províncias apresentam a mesma característica. A leitura da categoria de resposta, não sei sugere que o respondente talvez nunca se tenha confrontado com a necessidade de obter crédito, mais de metade dos entrevistados. Se se fizer uma associação do potencial agrícola do país e da populaçã

Percentagens Muito fácil 0 3 2 7 4 2 2 3

Fácil 2 1 2 1 3 2 2 2 Difícil 8 23 5 15 7 14 12 12

Muito difícil 37 27 23 28 38 28 29 30 Não sei 53 47 68 49 48 54 55 54

Total resposta 100 100 100 100 100 100 100 100 Total

entrevistados 489 501 507 389 377 518 1590 4300

A nível da área de residência a situação é idêntica à apresentada pelas províncias, ver gráfico seguinte. A área rural e péri urbana aparecem como as áreas menos servidas por este tipo de serviço. A distribuição do circuito bancário e a capacidade deste disponibilizar este tipo de serviço é uma das ilacções que parece estar reflectida nos dados estatísticos. Em relação às facilidades que poderão ser dadas a um ou outro sexo, os resultados mostram um grau de dificuldade ou de desconhecimento maior para os respondentes do sexo feminino.

Col %

1.3% 3.5% 2.4%

18.6% 14.7% 16.7%

48.3% 43.5% 46.0%

20.1% 19.0% 19.6%

11.6% 19.3% 15.3%

100.0% 100.0% 100.0%

Muito fácil

Fácil

Díficil

Muito díficil

Não sei

Serviços deelectricidade

Total

LuandaOutras

provincias

Dominio de estudo

Total

67

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Acesso ao Crédito Agrícola por Área de Residência

uma sociedade altamente marcada com as quase três décadas de guerra a segurança é sem

dificuldade Sul Luanda

Rural

3% 2% 7%

24%

64%

Muito fácil Fácil Díficil

Muito díficil Não sei

Peri Urbano

2 %2 % 14 %

3 0 %52 %

Muito fácil Fácil Díficil

Muito díficil Não sei

Urbano

3% 2%16%

39%

40%

Muito fácil Fácil Díficil

Muito díficil Não sei

Segurança de proximidade “ajuda da polícia quando é preciso” Nsombras de dúvidas um dos elementos essenciais para a estabilidade e coesão social. O déficit total da provisão deste tipo de serviços esta estimado em 51 %. A leitura da categoria de resposta `não sei´ pode dar lugar a vários tipos de interpretações. Pode significar a ausência de necessidade de ter experimentado a necessidade desse serviço, pode ser que ele não exista ou pode ser também reflexo de desconfiança, medo.

Grau de dificuldade no acesso à ajuda da polícia quando é necessário por províncias

Grau de Huambo Benguela Malange Uíge Lunda Huíla Total

Percentagens Muito l 0 1 3 7 3 3 fáci 6 1

Fácil 21 10 21 35 30 29 22 23 Difícil 27 37 19 16 14 23 38 28

Muito 20 26 26 15 29 23

T 100 100 100 100 100 100 100 100

entrevistados 474 1483 4127

difícil 9 22 Não sei

ota sta31 26 31 33 28 29 9 22

l respoTotal 444 477 383 374 492

análise po ínio stud a os onde ue em sárea mostra um 22,5 éficit a Lu med pelo de uldad

,540). qualificar algumas das que

repân esposas.

ão sei re os s domí s pareca leva

A r dom de e o par resp ntes q possu erviços de polícia na

gap de de d par anda ido grau dific e (n=2 A disc cia para a categoria de r ta, n , ent doi nio e

stões acim ntad

68

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AU

análise dos dados por províncias mostra que a situação é mais equilibrada nas l e Huíla segundo a tabela abaixo. Nestas províncias existe a percepção de que

8.1% 6.1% 4.0%

19.9% 26.6% 31.7 8.9% 16.7% 13.6%

1.4 28.6 9% 6

0.0 00.0% 0

Muito díficil

ge Lunda Sul Huila Luanda

províncias do íge, Lunda Su

A acessibilidade aos agentes liciais ais fácil nas áreas rurais e urbanas do que nas áreas péri urbanas confo indica a tabela a seguir. Na área rural, cerca de 35% d espon tes não nhecim o do grau de dificuldad ace á ajud a pol o que de p o re o me devid sua au cia ou necessidade já que a resolução de conflitos na com idade tas da es sã olvidos pelas autoridades tradicionais.

rau ficul na s nça oxim e por Área de Residên

Grau de Péri

é relativamente fácil encontrar um agente da polícia quando se tem necessidade.

Col %

.5% .5% 4.6%Muito fácilAjuda daHuambo Benguela Malange Ui

Provincia

po é mrme os r den

têm co ent e em der a d ícia poressupôr o nã curs sma o a sên não

un mui s vez o res

G de di dade egura de pr idadcia

23.7% 29.3% 2 % % 14. 25. % 17.2%

100.0% 100.0% 10 % 100.0% 1 100. % 100.0% 100.0%

sei

Total

dificuldade Rural Urbano Urbano Total

Percentagens Muito fácil 4 2 2 3

Fácil 27 20 25 23 Difícil 16 35 35 28

Muito difícil 18 28 23 23 Não sei 35 15 16 22

Total resposta 100 100 100 100 Total

entrevistados 1459 1850 818 4127

Col %

1.3% 4.0% 2.8%

24.0% 27.9% 26.1%

37.3% 24.0% 30.3%

28.5% 19.3% 23.7%

8.9% 24.6% 17.2%

100.0% 100.0% 100.0%

Muito fácil

Fácil

Díficil

Muito díficil

Não sei

Ajuda dapolíciaquando épreciso

Total

LuandaOutras

provincias

Dominio de estudo

Total

1.3% 2.8%

25.6% 9.6% 22.9% 38.2% 39.5% 32.2% 24.0% 26.1%

30.3% 34.0% 19.5% 16.2% 22.8% 24.6% 37.3% 30.3%

Fácil

Díficilquando épreciso

% 28.5% 23.7%

8.9%Não

polícia

Total

69

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10.2 Cobertura dos serviços sociais e de segurança Aos respondentes foi-lhes colocada a questão de saber se onde vivem existe os diferentes serviços públicos em estudo. Esta pergunta teve como objectivo medir a cobertura espacial dos serviços essenciais à população nas suas diferentes regiões. A tabela abaixo apresenta a percentagem de respostas positivas a essa questão. Os níeveis de cobertura dos serviços públicos na província de Luanda com excepção dos correios, com cerca de 18%, são superiores às restantes províncias. Metade dos respondentes afirma que os serviços de administração, educação e saúde estão presentes nas suas áreas de residência. Serviços como os telefones fixos, correios, banco, electricidade e água, notabilizam-se pela fraca cobertura em praticamente todas as províncias. Para estes serviços poucas são as províncias, com excepção de Luanda, onde metade dos respondentes afirma que existem.

Cobertura dos serviços sociais e de segurança por províncias

a

Tipo de Serviço Huambo

Benguela

Malange Uíge Lunda

Sul Huíla

Luand Total

Percentagens Serviços de 88 82 64 85 66 94 95 86

Escola Pública 84 96 99 95 85 97 95 94 Posto de Saúde

Público/Hospital 64 73 64 61 58 82 85 74

Serv. Electricidade 26 47 24 23 21 43 56 41 Serviços de Água 21 35 17 23 21 34 50 34

Polícia 48 44 55 70 35 63 82 63 Banco 12 13 22 13 12 16 46 26

Correios 10 10 18 13 11 17 18 15 Telefones (fixos) 24 33 25 16 12 26 53 34

Total entrevistados 451 432 491 373 335 483 1493 4058 A análise por área de residência mostra que existem diferenças nos níveis de cobertura. Quanto mais se afasta da área urbanizada, mais a cobertura se torna débil. Entretanto, os erviços de administração, educação, saúde e polícia, são os que têm uma cobertura

relativamente abran

Cobertura dos serviços sociais e de segurança por Área de Residência

Ti o al ri na na al

sgente nas três áreas de residência.

po de Serviç Rur PéUrba Urba Tot

Percentagens Serviços de

90 95 97 94

5 8 8 74

19 46 63 41 1 3 5 3

Polícia Banco

46 70 7 63

79 88 93 86 Escola Pública Posto de Saúde

Público/Hospital 8 0 7

Serv. ElectricidadeServiços de Água 7 8 7 4

8 7 26 60 26

Correios 6 12 39 15 Telefones (fixos) 10 37 70 34

Total entrevistados 1378 1860 820 4058

70

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10.3 Qualidade dos serviços públicos Depois de análise feita aos serviços públicos e se tivermos em conta o grau de dificuldade ao acesso à maioria dos serviços e a débil cobertura geográfica dos mesmos, pode-se esperar por parte dos entrevistados um julgamento negativo quanto à qualidade. Cerca de dois terços dos entrevistados, 63%, acha que os serviços não são bons e o dinheiro que se gasta não é bem utilizado pelos responsáveis destes serviços. Somente cerca de um pouco mais de um quarto, 28%, acha que os serviços não podem ser melhores porque os responsáveis não recebem verbas suficientes. Estas opiniões não são diferentes quando cruzadas com a idade dos respondentes, sexo, nível

e escolaridade, embora que os universitários acham, um terço deles ou seja 33%, que este facto é devido so específico dos universitários no total da amostra é não significativo). Ao nível das províncias, a tendência é g mais ou menos incidência d ou A ise área de residên b eri-urbana - mostra existir uma apreciação mais positiva em termos de qualidade, menor preocupação com a á gestão e maior preocupação c ade de verbas.

Qualidade dos serviços por províncias

N Huabo

enla

ale Uí Lunda

S Hu ua ota

d à insuficiência de verbas adstritas aos respectivos serviços. (o pe

a mesma. A má e uma província à

estão étra.

apontaanál

da compor

o causa principal cocia - ru

mral, ur ana e p

m om disponibilid

íveis de Qualidade de Serviço

mB

gueM

ang ge ul íla L

n T

da

l

Perc geenta ns 4 1 9 7

de verba41 3 30 31 36 20 32 28 4 41 4 3 3 4 4Total entrevistados 29 8 07 68 32 82 67 3881

Qualidade Boa 4 3 1 2 1 6 9 Má qualidade - Má 56 94 56 49 55 64 62 63

Má qualidade - Falta

10.4 Informalização dos serviços públicos Várias sã possam transform ue estão virados. A fraca es o e o ectorial, a débil remuneração dos trabalhadores e a fraca ou a devoluta qualidade e eficacidade dos equipamentos entre outras, podem servir de guião ização. Pagamento de sub A “gasosa” ou subo paga to adi al não atuído e pública para a resolução definitiva ou rápida de um serviço, é hoje parte do vocábulo angolano. A tab e s nte ao b-con o de respondentes que tem serviços na suja a pção e ter ar. Os resultados cobrem a obtenção de documento repartição pública, ocar u criança na escola, conseguir uma consulta médica, m serviço público (água, electricidade, telefone), evitar um problema com a polícia e uma outra situação não específica que pusesse em contacto o respondente e um funcionário público.

o as causas que podem ser apontadas para que os serviços públicosar-se em serviços com carácter informal, fugindo às normas sociais para q

capacidade de r posta, fraco d sempenh inter-s

para a informal

orno (gasosa)

rno refere-se ao men cion est por lei a uma entidad

ela abaixo refere-s ome su juntárea sob os quais corru pod lug

s numa col ma obter u

71

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488 286 774

14.4% 11.6% 13.2%

675 355 1030

Responses

Col Recorrupcao

19.9% 14.4% 17.6%

1012 298 1310

29.8% 12

Col Response %

Responses

Col Response %

Muitas vezes

.1% 22.4%

144 122 266

4.2% 5.0% 4.5%

1073 1397 2470

Responses

Col Response %

Não sei

Responses

Col Response %

Nunca

Os resultados mostram que 65 em cada cem respondentes experimentaram no ano passado pelo menos uma vez um processo de corrupção. A percepção de corrupção é uma vez e meia superior entre os respondentes de Luanda. A análise do pagamento de suborno relacionado com os diferentes subgrupos em estudo (sexo, idade, e nível de escolaridade) mostra o mesmo padrão. Contudo, os entrevistados com um nível económico ou educacional superio

58.0% 42.0% 100.0%Layer Response %

31.6% 56.8% 42.2%

3392 2458 5850

sponse %

1 a 2 vezes

ResponsesPoucas vezes

Experienciacom

ResponsesTotal

LuandaOutras

provincias

Dominio de estudo

Total

Fr a" em uand

24%5%

4

Fre ncia asos m O as Províncias

%

9%

10%65%

nca

r referem ue pagam mais que todos os outros.

Os gráficos abaixo reflecte espondentes do inquérito, independentemente de eles terem ou não acesso a serviços públicos nas suas áreas. A análise por província apresenta uma dicotomia entre Luanda e as outras províncias. É em Luanda onde o dos u pelo menos uma v 7% já pagou algumas ze % g e gráfico abaixo mostra o pormenor das diferenças entre Luanda e as outras províncias.

qm os resultados de toda a população de r

fenómeno apresenta ez. Destes, 1

maior realce. Cerca d ve

e 55%s e 24

dos en já pa

trevisou mu

taitas v

já pagozes. O

equência da "Gasos L a

14%

17%0%

quê da "G a" e utr

7 9%

1 a 2 vezes Poucas vezes Muitas vezes Não sabe Nunca

1 a 2 vezes Poucas vezes Muitas vezes Não sabe Nu

Serviços mais propensos a desvios

ários tipos de serviços foram passados ao crivo pelos entrevistados no sentido de se verificar

Vquais os mais propensos a desvios ou pagamentos de “gasosa”. A tabela abaixo mostra o pormenor das proporções e as tendências.

72

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Tabela 11: Serviços Propensos à “Gasosa”

Tipo de Serviço 1 à 2 vezes

Poucas vezes

Muitas vezes

Não sabe Nunca

Total entrevista

dos Percentagens

Obter documento repartição pública

19 16 17 4 44 4127

Colocar criança numa escola 14 17 16 4 50 4120

Conseguir consulta médica 9 17 17 4 53 4106

Obter um serviço para sua casa (electricidade, 6 10 16 14 54 4101

telefone, água) Evitar um problema com

a polícia 7 8 14 8 64 4105

Vender no mercado e na rua 4 6 9 12 70 4096

Uma outra situação 5 10 9 14 63 3266

As repartições públicas, os serviços de saúde, as escolas e os serviços de apoio a população (electricidade, telefone e água) aparecem, nesta ordem, como os mais propensos ao pagamento da “gasosa”. Esta situação é relevante mesmo se, com excepção da obtenção de documento na repartição pública, em todos os serviços os entrevistados, em pelo menos 50%

os casos, declararam nunca terem pagado a “gasosa”.

iada para definir a pobreza, neste caso a auto definição da pobreza, foi cruzada com o pagamento da “gasosa”. A pobreza aparece como um factor que não limita o pagamento da “gasosa”. Todas as categorias sócio-económicas pagam quando necessitam viabilizar a prestação de um serviço junto aos serviços públicos. 10.5 Preços dos serviços prestados pelo Governo A preferência por este ou aquele serviço, pelo serviço público ou serviço privado depende, em muitos casos, dos preços praticados. Foi questionado aos entrevistados o que pensavam sobre os preços dos serviços públicos.

uarenta em cada cem entrevistados consideram todos os serviços listados como caros e uito caros. Cerca de 14% acha que os serviços são caros e cerca de 25% acha-os muito

aros. A proporção de entrevistados que consideram os serviços como acessíveis ou baratos é era os serviços acessíveis e 5% considera-os baratos. Os o solicitaram a prestação destes serviços, representando

saúde, a emissão de documentos e a educação, são entificados abaixo.

d

A variável cr

Q mcde apenas cerca de 22%: 17% considestantes 38%, ou ‘não sabem’ ou nãr

16 e 22%, respectivamente. Os serviços considerados mais caros pelos entrevistados, e que actualmente deveriam chegar todos os cidadãos, como por exemplo a a

id

73

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Serviços mais onerosos

Tipo Muitocaro r s ra ão

otal ista

dos

de Serviço Ca o Ace sível Ba to N sei Nutil

ão izei

Tentrev

umento da stração pública 4

iços de educação 1 4iços de saúde

entos 4

os de electricidade 12

os de água

1

rviços de telefone 15 1viços de transporte

11 4

Correios 4

Percentagens Doc

admini 12 33 37 8 5 5 148

Serv 1 33 38 10 4 4 141 Serv 15 36 33 8 4 4 4144

Medicam 43 39 11 3 2 2 097

Serviç 28 13 2 19 27 087

Serviç 8 21 14 4 21 32 4087

Se 16 3 1 23 42 712 Ser

público 31 17 6 16 20 046

3 6 5 2 33 51 072

Taxas de circulação 14 11 2 1 33 39 4055 Os serviços ligados à saúde são, sem dúvida, os mais onerosos segundo os entrevistados: são 82% a declararem que os medicamentos são bastantes caros. No que diz à saúde em geral, são 51% a terem a mesma opinião. Segue-se os documentos emitidos pela administração pública (certidões e cédulas) que para 45% dos entrevistados têm um registo oneroso. Por outro lado,

stificam-se as percentagens elevadas nos serviços como electricidade, água, telefone,

viço. Nas áreas urbanas os erviços de administração pública são considerados pouco onerosos, registando um acréscimo

Os serviços de educação e saúde são onsiderados pelos rurais como serviços acessíveis ou baratos para a maioria dos

residências são unânimes em dizer que os mesmos são astantes onerosos. Mas é na área périurbana onde é maior proporção de entrevistados

jutransporte, correios e taxas de circulação, pois estes tipos de serviços não abrangem a totalidade dos entrevistados. A análise por área de residência é diferenciada pelo tipo de sersde preços da área péri-urbana para a área rural.centrevistados. Cerca de 53% dos rurais considera a educação como um serviço barato, enquanto 41% pensa o mesmo para a saúde, sem os medicamentos. Relativamente aos medicamentos, todas as áreas debdeclarando que os mesmos são muito onerosos, cerca de 86%, contra 82% na área urbana e 75% na área rural. Os restantes serviços parecem não ter a abrangência suficiente no domínio de estudo, isto porque as percentagens de entrevistados que responderam “não sei” e “não utilizei” são bastante elevadas.

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10.6 Padrão de reclamação do cliente A tabela abaixo sintetiza o padrão de respostas dos respondentes numa situação de fazer uma reclamação sobre um serviço público. Um quinto dos respondentes afirmo nã a quem resen a a rço não apresentou queixa pois sentia que não valia a pena, ou se udar. Este sentimento está ma te os respondentes de Luanda. Por outro lado 21 em pondentes de Luanda e 1 das Outras Províncias, apresentaram queixa mas na Somente em 9 % dos casos a queixa ão do problema, e mos m bai nível eficiên a dos serviços e d ultação do cidadão.

u que

is presen

o sabia

entre dirigir-se para ap tar a su

ja nada iria mreclam ção. Um te

cada cem resda aconteceu.

5

gerou a resoluços mecanismos de ausc

o qu tra u xo de ci

75 0% 79 7.3 154 7.2

Não sabia a quem

Não havia nenhumformulapresen

O chefe mequis receber

Padrao dereclamacao

te

tas %

Lu

tas

tras ias

Resposta %

l

182 16.9% 271 25.2% 453 21.1%

97 9.0% 156 14.5% 253 11.8%

7. % %

231 21.5% 157 14.6% 388 18.0%

me dirigir

ário ou papel paratar a queixa

do serviço não

fiz a queixa mas nadaaconteceu pois não

do clien

Numero derespos

ColResposta

anda

Numero derespos

ColResposta %

Ou provinc

Dominio de estudo

Numero derespostas

Col

Tota

98 9.1% 99 9.2% 197 9.2%

391 36.4% 315 29.2% 706 32.8%

834 100.0% 705 100.0% 1539 100.0%

resolveram o problema

Fiz a queixa e o problemafoi resolvido

não fiz nada porque nãovalia a pena

Total

75

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Capítulo 11. Determinantes da tendência de voto Uma das questões mais fascinantes na sociologia política é a tentativa de compreender quais os factores, as determinantes principais, que influenciam a decisão de voto do cidadão. Que factores pesam no processo de decisão individual de cada cidadão no acto de votar? O conhecimento dos mesmos pode ajudar os partidos políticos a adoptar estratégias eleitorais que tenham em linha de conta tais factores. 11.1 Factores que influenciam o processo de decisão de voto Aos respondentes foi solicitado que selecionassem de uma série de 13 factores os três mais

portantes nos processos de tomada de decisão. Igualmente foi solicitado que os spondentes indicassem qual era o mais importante de entre esses três. A lista de factores

continha os mais referenciados na literatura de sociologia política como por exemplo, sexo, religião, afiliação política, etnicidade, poder económico, nível académico do candidato, ética do servidor público. Os resultados mostram que a experiência política do candidato, candidato não associado com a corrupção (ética do servidor público) e experiência anterior de governação como os três factores mais importantes para o processo de decisão individual de voto. Eles foram apontados por 48, 47 e 39 por cada cem dos respondentes respectivamente. A análise das respostas por domínio de estudo mostra a existência de algumas diferenças entre Luanda e as Outras Províncias. No caso de Luanda o factor, ‘candidato não associado com corrupção’, foi apontado como o mais importante por 59 em cada 100 respondentes, contra 40 em 100 nas Outras Províncias (terceiro factor mais importante).

xperiência política do candidato foi apontada pelos Luandenses como o segundo factor mais portante, 45 em cada cem respondentes enquanto que para as Outras Províncias ele foi nsiderado como o factor mais importante por metade dos respondentes. O nível académico

o candidato é um factor importante a considerar para 38 de Luandenses e 26 respondentes de utras Províncias em cada cem respondentes.

imre

5.1

7.8

8.6

10.1

13.1

14.9

15.7

23.5

28.5

30.7

38.2

44.8

58.8

0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0

%

Um candidato limpo não corrupto

Experiência politica do candidato

Nível académico do candidato

Experiência anterior de governação

Ideias do candidato

Candidato com dinheiro

Conhecimento pessoal do candidato

O partido político do candidato

Falar a mesma língua nacional do candidato

Sexo do candidato

A idade do candidato

A igreja do candidato

Região do candidato

Factores importantes na decisão de votoLuanda

EimcodO

76

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As ‘ideias do candidato’ são importantes para 28 Luandenses e 21 respondentes de Outras províncias em cada 100 respondentes. Associação com a língua nacional do candidato é

s Províncias contra 13 em cada 100 ara os respondentes de Luanda. Se ao factor a mesma língua nacional falada do candidato se

receberam a menor importância como factores a r em conta pelos respondentes no processo de decisão de voto.

mbora o grau de importância dos factores que pesam na decisão do voto possam variar entre s respondentes de Luanda e das Outras Províncias, eles têm em comum o facto de oincidirem sobre os quatro principais factores a considerar na decisão de voto: candidato não ssociado com corrupção, experiência política, experiência de governação e nível académico o candidato.

ovos eleitores e velhos eleitores, os que já votaram em 1992, possuem o mesmo perfil de sposta. Quanto menor são as habilitações literárias maior tendência existe em valorizar a ligião, região e a mesma língua nacional falada como factores de decisão de voto. Quanto ais habilitações literárias formais o respondente possui, maior a tendência a valorizar a

xperiência política, a corrupção e o nível académico do candidato. Em termos de pobreza uto-percebida, as diferenças de opinião entre os respondentes são mínimas.

os respondentes foi ainda solicitado que indicassem qual, de entre os três factores no rocesso de decisão, seria o mais importante. A tabela abaixo mostra existir uma diferença ubstancial entre os respondentes de Luanda e os das Outras Províncias no tocante ao factor,

importante para 21 em cada 100 de respondentes de Outrapagregar a região, ambos indicadores de etnicidade, então pode-se afirmar que a etnicidade é um factor importante para um terço dos respondentes das Outras Províncias. Esse factor é relativamente menor para Luanda, 18 em cada 100 candidatos. Nas áreas rurais ele é importante para 34 em cada cem respondentes.

idade, sexo, religião e região do candidatoAte 44.0

49.6Experiência politica do candidato

Experi

Um c

Factores importantes na decisão de voto Outras Províncias

8.9

10.312.813.413.7

16.420.921.222.0

Candidato com dinheiroFalar a mesma língua nacional do candidato

Ideias do candidatoConhecimento pessoal do candidato

O partido político do candidatoSexo do candidato

A idade do candidatoA igreja do candidato

Região do candidato

26.140.1

0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0

%

ência anterior de governação

andidato limpo não corruptoNível académico do candidato

Eocad Nreremea Aps‘experiência anterior de governação’, valorizado por sómente 10 em cada 100 Luandenses, contra 21 em cada 100cem respondentes de Outras Províncias. O factor ‘candidato não associado a corrupção’ é mais valorizada entre os respondentes de Luanda.

77

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477 32.4% 535 20.8%

139 9.5% 536 20.8%

20

um candidato limpo quenão tenha fama de corrupto

Experiência anterior degovernação

Experiência política do

Desses três maisimportantesdiga qual é ocritério maisimportante

Count Subtable %

Luanda

Count Subtable %

Outras provincias

5 13.9% 320 12.4%

159 10.8% 200 7.8%O nível académico docanmdidato

votar

122 8.3% 227 8.8%

89 6.1% 208 8.1%

72 4.9% 101 3.9%

48 3.3% 123 4.8%

46 3.1% 90 3.5%

44 3.0% 74 2.9%

30 2.0% 64 2.5%

22 1.5% 72 2.8%

17 1.2% 27 1.0%

1470 100.0% 2577 100.0%

candidato

Ideias do candidato

Candidato com dinheiro

O partido político docandidato

Falar a mesma lingua linguanacional do candidato

A igreja do candidato

Conhecimento pessoal docandidato

O sexo do candidato

A idade do candidato

Região do candidato

para ajudar a

Total

Dominio de estudo

uriosamente, as ideias, nível académico e partido político do candidato possuem uportância menor no processo de tomada de decisão. Os factores referenciados pelos

spondentes como os mais importantes estão relacionados com as prácticas e omportamentos do candidato, enquanto que os outros factores estão relacionados comotencial de qualidades dos candidatos. Os dados parecem indicar que os respondentes retendem incorporar nos seus processos de decisão, como factores primeiros, aqueles ligados praxis do candidato em vez do potencial de qualidades que o candidato parece possuir. Ou

ntar identificar quais as determinantes principais que podem melhor ajudar a rever o processo de decisão de voto recorreu-se à construção de modelos de regressã

r que variávnham impacto sobre a mobilidade política e a previsibilidade de um eleitor votar nas

C

78

ma

o

o

eis

imrecppàseja, parece que os dados apontam para uma atitude de “julgar os actos conhecidos” do que de apostar uma carta em branco no potencial das ideias, conhecimento técnico e outro tipo de características do candidato. Com vista a teplogístico binários. Neste tipo de modelos de regressão, a variável dependente assume um valor binário, sim ou não, ausência ou presença de estado, enquanto que as variáveis independentes podem assumir valores binários ou contínuos. As variáveis explanatórias deste tipo de modelos foram as variáveis anteriormente usadas, num total de 13. (ex. experiência de governação, experiência política, idade do candidato, religião, sexo, nível de conhecimento, corrupção, etc.). Com o recurso a este tipo de modelos pretendeu-se prevetipróximas eleições.

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11.2 Previsibilidade de Mobilidade política A variável, Experiência de Governação do Candidato, é a que apresenta a maior significância estatística, associação explanatória para explicar o comportamento potencial do respondente no tocante á mobilidade política. Ou seja a probabilidade de um respondente votar num partido político diferente daquele que votou em 1992 esta relacionado com a experiência de governação do candidato. Esta variável por sua vez está correlacionada positivamente com a corrupção como factor importante a considerar no processo de decisão de voto, já que existe multicolinearidade entre as duas. Dependent Variable. EM3AP3 Voto no mesmo partido politico? Beginning Block Number 0. Initial Log Likelihood Function -2 Log Likelihood 1166.4744 * Constant is included in the model. Beginning Block Number 1. Method: Enter Variable(s) Entered on Step Number 1.. EXPGOVER Estimation terminated at iteration number 4 because Log Likelihood decreased by less than .01 percent. -2 Log Likelihood 1159.116 Goodness of Fit 1423.997 Cox & Snell - R^2 .005 Nagelkerke - R^2 .009 Chi-Square df Significance Model 7.358 1 .0067 Block 7.358 1 .0067 Step 7.358 1 .0067 Classification Table for REM3AP3 The Cut Value is .50 Predicted Nao Sim Percent Correct N S Observed Nao N 0 203 .00% Sim S 0 1221 100.00% Overall 85.74% ---------------------- Variables in the Equation -------------------- ariable B S.E. Wald df Sig R Exp(B)

gadas a um conjunto maior de variáveis comportamentais o que ode ser indicador de que os respondentes vão no processo de decisão de voto valorizar pela

on Step Number

Predicted Não N

Sim S

Percent Correct Observed

Nao N 0 203 0% Sim S 0 1221 100%

Overall 85,74%

V EXPGOVER .5544 .2150 6.6467 1 .0099 .0631 1.7408 Constant 1.6969 .0822 425.8812 1 .0000

11.3 Previsibilidade de votar nas próximas eleições A previsibilidade de um respondente votar nas próximas eleições esta estatísticamente relacionado com a importância que ele atribua ás seguintes variáveis: experiência de governação do candidato, experiência política e conhecimento pessoal do candidato. O modelo prevê em 91 % a probabilidade de votar se estas variáveis são tidas em conta. As variáveis em questão estão lippositiva ou negativa as experiências governativa, política e do conhecimento pessoal do candidato. Number of cases included in the analysis: 3179 Dependent Variable.. RM1P4 Vai Votar nas proximas eleicoes Beginning Block Number 0. Initial Log Likelihood Function -2 Log Likelihood 1843.2176 * Constant is included in the model. Beginning Block Number 1. Method: Enter Variable(s) Entered1.. EXPGOVER

79

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EXPOLITI CONHPESS stimation terminated at iteration number 5 because og Likelihood decreased by less than .01 percent.

Cox & Snell - R^2 .013

Percent Correct N S

00.00%

1.54%

------------------- ig R Exp(B)

1.2544 1 .0000 .1022 3.0028 9.9594 1 .0016 .0657 2.0991 4.5068 1 .0338 .0369 4.6045

00

sando testar comportamentos de mudança foram colocadas aos o de conflito de interesses para os

ticas pelas ideias dos dois com diferenças relacionados com diferenças

o em novos partidos.

nc ideia de escolha entre o candidato mais escolha do candidato novo, símbolo de novas

r experiência

andenses há uma propensidade a votar em candidatos novos. A análise mostrou ualmente que os respondentes rurais são mais propensos a votar no candidato mais velho e

r preferencialmente por candidatos que termos económicos

e respondentes em fâvor da

EL -2 Log Likelihood 1802.680 Goodness of Fit 3178.962

Nagelkerke - R^2 .029 Chi-Square df Significance Model 40.538 3 .0000 Block 40.538 3 .0000 Step 40.538 3 .0000 Classification Table for RM1P4 The Cut Value is .50 Predicted Nao Sim

Predicted Observed Nao N 0 269 .00%

69 0%

Nao N 0 2

Sim S 0 2910 1Sim S 0 2910

Overall

Overall 9

Não N

Sim S

Percent Correct Observed

100% 91,54%

---------------------- Variables in the Equation ----Variable B S.E. Wald df S EXPGOVER 1.0995 .2385 2EXPOLITI .7415 .2350 CONHPESS 1.5270 .7193 Constant 2.1489 .0703 934.6048 1 .00 11.4 O respondente perante os desafios da mudança Algumas questões virespondentes. As pergu lviam uma situaçã

mentas envo

smos terem simpatias idênu ere to s o

vot

errava a

respondentes, já q a suposcandidatos. As questões tinham a vergeracionais, permanência num cargo político e o A questão sobre a diferença generacional eidoso, depositário de maior experiência, ou aideias. Os resultados mostram uma ligeira preferência pelo candidato com maiosendo ela mais significativa entre os respondentes de Outras Províncias.

Entre os Lu

673 45.2% 1375 52.0%

555 37.3% 708 26.8%

260 17.5% 559 21.2%

Votar no mais velho, porquedeve ter mais experiência

Votar no mais novo, porqueprecisamos de ideias novas

Não sei

Se estiver em dúvida emrelação a escolha de doiscandidatos com quemtivesses simpatias queapresentam as mesmasideias o que preferia?

Count Col % Count Col %

Luanda Outras provincias

Dominio de estudo

igos respondentes de menor idade tendem a votasimbolizem novas ideias. È entre os respondentes que se consideram emcomo remediados que se encontra a maior percentagem, 35,7 % dmudança.

80

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Aos respondentes foi igualmente solicitado que se pronunciassem sobre a escolha de dois

smas ideias para um cargo público, numa situação que poderia envolver daquele que ocupava o cargo. No geral, 43 em cada cem respondentes

nto que 28 em cada cem não tinha realizada em termos de domínio de

ssui um perfil de resposta diferente com ligeiramente mais andidato para o cargo.

A tomada de Num que medida as

mo o conhecimento pessoal do ca do candidato. A

tabela a segu situação de conflito de interesses.

candidatos com as meou não a substituiçãovotaria no candidato que já se encontra no cargo enquaopinião formada sobre o assunto. Quando a análise éestudo fica evidente que Luanda porespondentes a votar por um novo c

Quase metade dos respondentes rurais votariam no candidato que esta no cargo contra 38 %

ra votar pela -percebido de respondentes

inalmente, um terço dos respondentes de Luanda e Outras Províncias do estudo estariam os partidos políticos, o que pode ser

m indicador de mudança política. O padrão de resposta é idêntico para novos e velhos

entre os urbanos. Maior o nível educacional formal maior a tendência pamudança de candidato que ocupa actualmente um cargo público. O estatuto autopobreza não é relevante na diferença de atitudes embora a maior proporção deindecisos, 38 % encontra-se entre os muito pobres. Fdisponíveis para o aparecimento na cena política de novueleitores, localização física do respondente (urbano, peri-urbano e rural), habilitações literárias, língua materna do respondente entre as principais línguas faladas. Os mais pobres, 14 % de diferença em relação á média, estão menos dispostos a votar em novos partidos.

decisão de voto em situação de conflito de interesses

conjunto de questões colocadas aos entrevistados tentou-se avaliar emideias do candidato eram mais valorizadas que variáveis tais cocandidato, antiguidade de partido político, região, religião, posse económi

ir mostra a preferência de voto dos respondentes numa

Um pouco menos de metade dos respondentes perante uma situação de conflito de interesses entre melhores ideias e conhecimento do candidato e partido político conhecido seriam capazes de sacrificar as melhores ideias. Já no tocante ao conflito entre mesma religião e

564 37.9% 1207 45.5% 1771 42.8%

584 39.2% 637 24.0% 1221 29.5%

340ão seiria? 22.

100.0%

á no cargo/lugar

Vo ue ão ne r

N

c otivesses simn

ideias o que prefere

Total

8% 810 30.5% 1150 27.8%

1488 2654 100.0% 4142 100.0%

Count Col %

Luanda

Dominio d

Count Col %

Outras provincias

Votar naquele quSe estiver com dúvidas em e jaestá lrelação a escolha de dois

tar naquele qandidatos c m quempatias que stá no cargo/lugaapresentam as mesmas

e estudo

Count Col %

Total

Prefiro votar num partido antigo do que num partido novo

Dominio de estudo: TotalLuanda Outras provincias respostas Col %No Col % No Col %

Sim 953 64.6 1,704 65.5 2,657 65.2

Não 523 35.4 896 34.5 1,419 34.8

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região do respondente, somente um terço optaria por sacrificar o candidato com melhores ideias, o que parece revelador que a aliança à religião e à região é menor. Já na situação de posse de meios materiais, 64 em cada cem respondentes preferia sacrificar

análise por domínios de estudo mostra que os respondentes de Luanda têm um maior “problema” com a corrupção e valorizam menos que os respondentes de Outras províncias associações como conhecimento pessoal do candidato, religião, partido político conhecido e região. Por outras palavras, os Luandenses estão mais disponíveis a experimentar novas ideias, na forma de novos conhecimentos, de figuras ou partidos políticos, provenham ou não de outras regiões ou credos religiosos.

Os respondentes rurais estão mais dispostos a sacrificar melhores ideias em fâvor de outras variáveis, em média 10 % percentuais. As diferenças entre respondentes peri-urbanos e urbanos são marginais. Por habilitações literárias quando menor é o nível educacional maior a preferência do conhecimento pessoal do candidato, partido político conhecido, região e igreja

0 pontos percentuais de diferença com relação a respondentes com 12 anos de m a posse material do

andidato as diferenças são mínimas. A análise da resposta pela variável auto-definição de

a de padrões de resposta diferenciados. Igualmente não se detectaram diferenças om relação aos credos religiosos dos respondentes ou sexo.

as melhores ideias de um candidato em detrimento do candidato com posses. Uma das várias leituras possíveis é a reafirmação da percepçao que os cargos públicos são utilizados para o enriquecimento ilegítimo daqueles que os ocupam; a importância de uma forma indirecta da percepção de níveis elevados de corrupção, e que candidatos com posses poderiam ser uma “garantia” de uma menor apetência para desvios, particularmente importante em eleições locais. A

Preferência de voto em :

Dominio de estudo: TotalLuanda Outras provincias Resposta Col %

42.2 1,298 49.9 1,926 47.1

Não 860 57.8 1,305 50.1 2,165 52.9

Não 982 71.1 1,593 64.5 2,575 66.8

Sim 1,085 73.3 1,538 58.5 2,623 63.9

Não 395 26.7 1,090 41.5 1,485 36.1

Pessoa com posses e influência que não vai usar o cargo político para retirar vantagens do que numa pessoa sem posses que vai querer tirar vantagem

No Col % No Col %

Sim 597 40.3 1,298 50.0 1,895 46.5

Não 886 59.7 1,297 50.0 2,183 53.5

Sim 628 Partido Político conhecido que Partido desconhecido, ainda que este tenha

Pessoa conhecida do que desconhecida ainda que esta tenha melhores ideias

melhores ideias

Sim 460 31.0 988 37.7 1,448 35.3

Não 1,024 69.0 1,635 62.3 2,659 64.7Sim 399 28.9 878 35.5 1,277 33.2

Pessoa da minha região ainda que não concorde com ela do que numa pessoa de outra terra/região com melhores ideias

Pessoa da minha igreja ainda que não concorde com ela do que numa pessoa de outra igreja

(2escolaridade). Surpreendentemente com relação á associção cocpobreza mostra os mais pobres como aqueles que estão mais predispôstos a sacrificar melhores ideias em fâvor da segurança de outras associações comparativamente aos respondentes não pobres. A grandeza dos desvios é semelhante ao do nível de habilitações literárias. A análise relacionando ‘língua materna’ e ‘principais grupos etno-línguísticos’ não é reveladorc

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11.5 A influência ou aconselhamento no processo de decisão do voto Aos respondentes foi solicitado que, em caso de dúvida sobre um candidato, a quem é que eles iriam recorrer em termos de conselho. Aos respondentes foi dada a possibilidade de scolha múltipla, ou seja, poderiam escolher mais de uma fonte de aconselhamento. A tabela

velhos e o padre/pastor. Nas Outras Províncias o soba joga também o mesmo papel.

É entre os respondentes de língua materna Cokwe, que o soba tem a maior referência como fonte de aconselhamento, 4 em cada dez respondentes. Em termos de localização espacial, os

igreja, indiví

menos propensos a respondentes

m consultar

A quem pedir opiniao sob candidatosDominios de estudo

Luanda Outras provincias Respon

sesLayer

Response %

Responses

Layer Respons

e %

Desvio (Luanda=

base)Ningué ้m 543 36.7 705 26.5 10.2Família 528 35.7 817 30.7 5.0Aos mais velhos 346 23.4 735 27.6 -4.2Igreja/pastor/padre 274 18.5 642 24.1 -5.6Amigos 231 15.6 422 15.8 -0.2Soba 67 4.5 761 28.6 -24.0Patrão/director 38 2.6 61 2.3 0.3Outros 66 4.5 149 5.6

Total 2,093 141 4,292 161

eabaixo mostra que:

• Os respondentes de Luanda, acima de um terço, são menos propensos a solicitar apoio a outras pessoas que os respondentes das Outras províncias;

• A família constitui a principal fonte de aconselhamento seguida dos indíviduos mais

O padrão de resposta mostra a pouca influência que a relação laboral, na forma do patrão ou director de serviços, pode jogar em termos de aconselhamento. As relações de confiança no seio da família, relações de deferência generacional, de confiança na hierarquia tradicional e de associação comunitária, no caso do papel do soba nas áreas rurais, são as fontes de aconselhamento predominantes.

respondentes urbanos estão menos dependentes do aconselhamento de representantes daduos mais velhos e sobas. Maior a aproximação do respondente da área rural,

maior a dependência dessas fontes de aconselhamento. Os respondentes urbanos estão pedir um conselho que os da área peri-urbana ou rural. Entre os

analfabetos, 42 em cada cem irá consultar o soba em caso de dúvidas. Entre os que votaram 1992 e os novos votantes, há uma menor tendência entre os novos votantes eme

os sobas e uma maior dependência na família como recurso de opinião.

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12. Os Medias e as eleições

esta secção pretende-se identificar qual a percepção que oN s respondentes possuem sob o tivas em relação à papel dos media

mação m

relação mportante ter-se,

em primeira instância, uma noção do

índice sobre o acesso a informação,

(medido mediante o número de dias numa semana (frequência) em que este acesso é realizado) foi construido, resultando numa escala com um valor máximo de 7 (equivalente ao número de dias da semana) e um mínimo de 0 (equivalente a nenhum dia da semana). Conforme ilustra a figura ao lado, um valor 7 registado neste índice, indica que o indivíduo em causa tem acesso numa base diária aos 3 órgãos (TV, jornal e rádio)

enquanto que se o mesmo indivíduo recebe um valor 0, significa que este não tem acesso, numa base semanal, à televisão, jornais, nem tão pouco à rádio. Os resultados do inquérito apontam, que de uma forma geral, o acesso por parte dos cidadãos à informação veiculada pelos

perspectiva geográfica, o número de cidadãos sem acesso a informação, chega

papel que os ‘media’ devem jogar na fase eleitoral; quais as expectandependência dos media durante o processo eleitoral, em particular oi

estatais. Pretende-se, igualmente, identificar os sub-grupos com maior desconfiança em relação a um papel mais neutro dos ‘media’ durante as campanhas eleitorais. Para suporte à análise, fo construído um índice de acesso à informação.

2.1 Acesso à Infor1U a vez que a análise que se segue incidirá sobre a percepção que os cidadãos têm em

ao papel que os orgãos de comunicação social poderão desempenhar nas próximas eleições, parece i

acesso destes mesmos cidadãos à estes orgãos. Para o efeito, umpresentação no % da

ndice sobre o Acesso à Informação

Número de

baseado em 3 perguntas sobre o acesso aos 3 tipos de órgãos de comunicação social (rádio, jornais e televisão) e o nível de acesso 7.0 3.4

6.0

Semana

(Acesso Total - lê jornal, escuta rádio e vê TV, todos os dias da semana)

5.0

4.0

3.0 73.9

2.0

1.0

0.0 30.0

ReÍndice População

Í

Dias da

(Acesso Mediano - Lê jornal, Escuta rádio e vê TV até 3 dias por semana)

(Sem Acesso - não lê Jornal, não escuta rádio, nem vê TV durante a semana)

orgãos de comunicação social é deficiente. Cerca de 30% dos cidadãos não tem, numa base semanal, acesso à informação, quer seja via rádio, jornal ou televisão, enquanto que apenas 3% dos cidadãos têm acesso à informação, a partir destes 3 órgãos, numa base diária. Quando o acesso à informação é visto numa

0

20

40

60

80

100

Luanda Uige Malange LundaSul

Huila

% d

e in

diví

duos

Acesso à Informação segundo a Área Geográfica

Huambo Benguela

Acesso Mediano Sem Acesso

84

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quase a dobrar em determinados casos (Lunda Norte, 54%, e Malange, 53%). Na verdade, da, 9% e Uige, 28%, o não acesso à informação chega a ser

inferior a média geral de 30%.

informação entre diferentes sectores da sociedade. O ponto

apenas em duas províncias, Luan

O índice de acesso à informação permite ainda uma outra abordagem, interessante fundamentalmente, se pretender-se avaliar o fosso no acesso à

mediano, aquele que reparte a escala do índice em duas partes iguais, a primeira entre 0 e 3 e a segunda entre 3 e 7, pode ser interpretado aqui como o ponto que determina o limiar de baixo acesso à informação. Indivíduos com valores entre 0 e 3, ou não têm acesso ou acesso aos 3 órgãos numa frequência inferior a metade do número de dias da semana. Em princípio, a distribuição dos membros desta sociedade quanto ao acesso à informação, deveria resultar em números mais ou menos idênticos de indivíduos nas duas partes da escala. Os resultados apontam para um fosso bastante grande no acesso à informação dos cidadãos, com cerca de 74% dos cidadãos a se situarem abaixo deste ponto mediano. Ou seja, apenas 26% dos cidadãos tem acesso à informação a partir

Acesso à Informação e Pobreza Auto-definida

59%

31%18%16%

28%35%

40%

60%

80%

Sem acesso Acesso Limitado Acesso a informação

Muito pobre/Pobre Mais ou menos/Ricos

Acesso à informação e o Perfil Sócio-económico do Eleitor:

Acesso à Informação e Escolaridade

48%

17%

3%9%

25%

53%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

Sem acesso Acesso Limitado Acesso a informação

Analfabetos/I nível Nivel Medio/Universitario

Acesso à Informação e Género

44%59%

69%56%

41%32%

0%

20%

40%

60%

80%

Sem acesso Acesso Limitado Acesso a informação

Homem Mulher

20%

0%

ial numa frequência de mais

dos 3 tipos de comunicação soc

Acesso à Informação e Filiação Política

de 3 dias por semana. Numa perspectiva geográfica, este fosso atinge proporções mais altas no interior, com províncias como a Lunda Sul a salientar-se pela negativa (com 91% da população a se situar abaixo do acesso mediano) ou Malange (com 86% da sua população eleitoral a se situar abaixo do acesso mediano à informação).

41%

formação

itica

70%72%

30%

0%Sem acesso Acesso Limitado Acesso a informação

Luanda Outras provincias

33% 37% 45%59%

51%

0%20%

40%60%

Sem acesso Acesso Limitado Acesso a in

Simpatizante/Militante Nenhuma ligação pol

Acesso à Informação e Áreas de Geográficas

80%

28%42%

58%

20%

40%60%

80%

85

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Acesso à informação segundo algumas características sócio-económicas

relacionado com determinadaAté que ponto o nível de acesso à informação ecaracterísticas sócio-económicas dos cidadãos? Esta é um

stá s a q estão interessante, depois de se

verificar a existência de grandes contrastes no acesso à infgrupos de uma mesma sociedade. Para o efeito, procedeu-se inquérito em 3 grupos, de acordo ao valor que estes obinformação. Assim, no primeiro grupo (Sem Acesso) ficaram incluidos aqueles indivíduos com valores entre 0 e 2. No segundo grupo (Acesso Limindivíduos com valores no índice entre 2 e 5. FinalmenInformação), foram incluídos indivíduos com valores no ínforam seleccionadas para ilustrar a relação existente entre estratos socio-económicos e geográficos: pobreza (utilizandoauto-percebida”), nível de escolaridade atingido (medido aliterárias”), género (utilizando a variável “sexo”), o nível decomo proxy a variável “filiação política”) e áreas geográficde estudo”). Finalmente, repartindo a amostra segundanteriormente, efectuou-se um cruzamento entre cada umdescritas anteriormente. A figura acima, apresenta os resultados obtidos e revela fortemente relacionado tanto com o nível sócio-económico localização geográfica. A observação de qualquer um dosnegativa quando se passa de uma situação de falta de aceacesso à informação. Ou seja:

(i) enquanto cerca de 59% dos cidadãos sem acesscomo pobres ou muito pobres, entre aqueles proporção é cerca de 3 vezes inferior, atingindo a

(ii) entre cidadãos sem acesso à informação, 48% sã

anos de escolaridade. Entre aqueles com acesreduz cerca de 16 vezes, atingindo apenas 3% enquanto a proporção de indivíduos possuindo no mínimo o ensino médio

(iii) 56% dos cidadãos sem acesso à informação são

entre aqueles com acesso à informação as murepresentando uma redução de quase duas vezes;

(iv) 59% dos cidadãos sem acesso à informação nã

Entre aqueles com acesso à informação, esta pro

(v) finalmente, e como já se havia referido anteriocidadão viver ou não em Luanda, parece fazer informação: 72% dos cidadãos sem acesso à províncias inquiridas enquanto que em Luandvezes, atingindo apenas 28%.

Como é evidente, este elevado déficit no acesso à informaçter, como poder-se-á verificar mais adiante, influência no paorgãos de comunicação social no futuro processo eleitoral, ou, na percepção que estes mesmos cidadãos têm sobre questões-chave como a independência destes órgãos ou sobre o nível de confiança que se poderá ter nos jornalistas, como provedores de informação durante o futuro processo eleitoral.

uormação, por parte de diferentes à agrupação dos respondentes ao tiveram no índice de acesso à

itado) foram incluídos aqueles te, no terceiro grupo (Acesso à dice entre 5 e 7. Cinco variáveis o acesso à informação e alguns como proxy, a variável “pobreza partir da variável “habilitações participação política (utilizando as (a partir da variável “domínio o os 3 grupos determinados destes grupos e as variáveis

que o acesso à informação está dos cidadãos, quanto com a sua gráficos aponta uma tendência sso à informação para outra de

o à informação se auto-definem com acesso à informação esta penas 18%;

o ou analfabetos ou têm apenas 4 so à informação esta proporção

é de 53%;

do sexo feminino enquanto que lheres representam apenas 32%,

o têm qualquer filiação política. porção baixa para cerca de 41%;

rmente, o facto de determinado diferença em termos de acesso à informação residem nas outras

a esta proporção reduz quase 3

ão por parte dos cidadãos deverá pel que os cidadãos atribuem aos

86

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12.2 Papel da Comunicação Social nas próximas eleições A percepção dos cidadãos sobre o papel da comunicação social nas próximas eleições, foi estudada a partir de 5 questões. Duas destas questões relacionam-se com a independência dos orgãos de comunicação social públicos (Rádio NAngola (TPA)). Duas outras questões instavam os cidadãos sobre o envolvimento dos órgãos de comunicação social privados em campanhas de partidos políticos específicos. A última pergunta se refere ao nível de confiança do cidadão no trabalho dos jornalistas. Cada uma destas 5 questões foram analisadas comparando os contrastes entre i) grupos extremos, primeiro quanto ao acesso à informação e segundo, quanto ao nível de escolaridade atingido, e ii) indivíduos residentes em Luanda e indivíduos residentes noutras províncias. Papel da Comunicação Social nas próximas eleições segundo o acesso à informação: De uma forma geral, constatou-se que existe um nível alto de incertezas quanto a estas questões, com pelo menos cerca de 2/5 dos respondentes a declararem não saber. Quando estas questões são cruzadas com os níveis de acesso à informação, os níveis de incerteza crescem ainda mais entre aqueles sem acesso, atingindo mesmo mais de metade dos respondentes (tabela abaixo). Esta tendência vem de alguma forma revelar a coerência nas respostas obtidas, ou seja, indivíduos sem acesso à informação tendem a demonstrar menor percepção sobre aspectos ligados à informação do que aqueles com acesso. Cerca de 66% dos respondentes com acesso à informação em Luanda acreditam que os órgãos de comunicação social públicos irão fazer campanha a favor do partido no poder, atestando assim a sua clara falta de confiança num exercício independente destes orgãos. Nas Outras Províncias regista-se uma proporção mais baixa, mas nem por isso menos significativa, com entre 47% em relação à rádio e 40% em relação à TPA. Também aqui, verifica-se que a percepção de falta de independência dos órgãos públicos aumenta com o acesso à informação, apesar de a diferença entre os grupos com acesso limitado e com acesso à informação ser relativamente menor (cerca

acional de Angola (RNA) e Televisão Pública de

Neutralidade da Comunicação Social Segundo Acesso à Informação:

Durante a fase das eleições…

A rádio estatal vai fazer campanha pelo partido no poder

49% 66%27%

47%

0%50%

100%

Sem acesso Acesso ainformação

Sem acesso Acesso ainformação

Luanda Outras Províncias

A TPA vai fazer campanha pelo partido no poder

51%66%

26%40%

0%20%40%60%80%

Sem acesso Acesso ainformação

Sem acesso Acesso ainformação

Luanda Outras Províncias

As rádios privadas vão fazer campanha por algum partido político

43%59%

17%32%

0%20%40%60%80%

Sem acesso Acesso ainformação

Sem acesso Acesso ainformação

Luanda Outras Províncias

O s jornais privados vão fazer campanha por algum partido político

43%57%

15%35%

0%20%40%60%

Sem acesso Acesso ainformação

Sem acesso Acesso ainformação

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de 5% em Luanda e 6% nas outras províncias).

opinião expressa para o caso

Luanda, pelo menos 57% dos respondentes no grupo mais priveligiado, em termos de acesso à informação,

os órgãos privados irão fazer campanha

para um partido político. Nas Outras Províncias esta percepção é mais baixa (oscilando entre 32% em relacão as rádios privadas e 35% em relação aos jornais). A julgar pelo diferencial entre as percepções expressas, tanto para os órgãos públicos como para os privados, principalmente em Luanda onde o acesso aos órgãos privados está mais generalizado (cerca de 7% a 9% mais alta em relação aos órgãos públicos), pode-se concluir que os órgãos privados são, relativamente, mais neutros na informação que veiculam. O nível de confiança, dos cidadãos entrevistados, nos jornalistas é substancialmente baixo. 60% individuos com acesso à informação em Luanda e 50% noutras províncias revelaram que não iriam confiar ou iriam confiar pouco naquilo que os jornalistas mostram, dizem ou escrevem. A opinião deste grupo é particularmente importante, por se tratar de um grupo de usuários regulares da informação produzida por estes jornalistas.

a informação veiculada pelos jornalistas: 18% porção deste indivíduos. O contraste por áreas de incertezas nas Outras Províncias a ser duas tendência geral a reduzir quando se passa do

ara indivíduos com acesso.

Embora em proporções relativamente mais baixas, a

ança nos Jornalistas como Provedores dação Segundo Acesso à Informação:

nte a fase das eleições…

Informação estatal vai fazer campanha pelo partido 51% 20% 41%

azer campanha pelo partido no poder 51% 19%

rivadas vão fazer campanha por algum ítico 60% 25%

rivados vão fazer campanha por algum ítico 61% 26%

vai confiar naquilo que os jornalistas izem ou escrevem 45% 23%

23%

dos órgãos privados é similar. Em

acreditam que

50%

Uma outra franja importante dos cidadãos manifestou-se indecisa quanto a esta questão, respondento não saber se irá ou não confiar nem Luanda e 34% nas Outras Províncias é a progeográficas é mais do que evidente com o nível vezes superior ao registado em Luanda com a grupo de individuos sem acesso à informação p

Luanda Outras Províncias

stram,

60%

39%50%

0%

20%

40%

60%

80%

Confi e Inform Dura

Proporção de respostas indecisas sobre o papel dos orgãos de comunicação social nas próximas eleições

Durante as Eleições… Sem Acesso Acesso à Total

A rádio do no poder

A TPA vai f 41%

As rádios p

Os jornais p

Não sabe se

Total 54% 44%

mostram, d 37%

partido pol 51%

partido pol

Não vai confiar/Vai confiar pouco naquilo que os jornalistas modizem ou escrevem

62%

Sem acesso Acesso a informação Sem acesso Acesso a informação

Luanda Outras Províncias

Não Sabe se vai confiar naquilo que os jornalistas

mostram, dizem ou escrevem

27%18%

52%

34%

Sem acesso Acesso a informaç0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

ão Sem acesso Acesso a informação

88

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Consos cidadãos o

realizado pelos jornalistas na sua qualidade de provedores de informação, por um lado e por outro, na ausência de

riv ), o so simultâneo à diferentes órgãos se

fe de triangulação das fontes de informação e

ida da informação recebida pelo cidad

acima sugerem, também, que devido a o acesso à

informação, alguns dos quais foram prontamente apresentados acima, qualquer estratégia de disseminação de informação durante o processo eleitoral, que se pretenda a mais abrangente possível, deverá ser orientada para a rádio. Apesar disto o acesso à radio nas Outras Províncias não é, ainda assim, generalizado como pode-se verificar a partir da tabela abaixo. Com efeito, enquanto em Luanda apenas cerca de 18% dos cidadãos entrevistados não ouvem rádio, nas outras províncias esta proporção é aproximadamente metade (47%). Ou seja, ainda assim quase metade da população residente nas outras províncias ficaria excluída do acesso directo à informação veiculada pela comunicação social.

iderando os níveis de desconfiança demonstrado pel no trabalh

neutralidade por parte dos órgãos de comunicação (públicos e paces

ados

apresenta vital para e itos

apuramento da verac de ão.

Neutrali Social Segundo Escolaridade:

rante se d

dade

Du a faA rádi

48

20%

60%

80%

No entanto, numa abordagem prospectiva, os resultados apresentados

vários factores que afectam

54%37%

0%

20%

40%

60%

Analfabetos/Iº Nível Nível Médio/Universitário Analfabetos/Iº Nível Nível M

Luanda

da Comunicação

as eleições… atal vai fazer campanha pelo partido no pode

61%

29%

vel Médio/Universitário Analfabetos/Iº Nível Médi

Luanda Outras Províncias

A TPA vai fazer campanha pelo partido no p

o est r

% 47%

0%

40%

Analfabetos/Iº Ní o/Universitário

oder

44%

0%

20%

40%

60%

80%

Nívelo/Universitário

As rádios privadas vão fazer campanha por algum partido

32%

0%10%20%30%40%50%60%

Nívelo/Universitário

tido

69%60%80%

édio/Universitário

Outras Províncias

50%62%

28%

Analfabetos/Iº Nível NívelMédio/Universitário

Analfabetos/Iº NívelMédi

Luanda Outras Províncias

político

43%55%

17%

Analfabetos/Iº Nível NívelMédio/Universitário

Analfabetos/Iº NívelMédi

Luanda Outras Províncias

Os jornais privados vão fazer campanha por algum parpolítico

89

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Papel da Comunicação Social nas próximas

dãos quanto ao desempenho neutro da comunicação social, com base no nível de escolaridade atingido apresenta resultados similares aos obtidos no mesmo tipo de análise com base no acesso à informação. Assim, a percepção da falta de neutralidade da comunicação social no tratamento de matérias

com o próximo processo eleitoral, aumenta com o nível de escolaridade do

ivíduo. Os contrastes entre órgãos de comunicação social públicos e privados, por um lado continuam evidentes. Em Luanda, por exemplo,

pelo menos 61% dos cidadãos possuindo no minímo o nível médio consideram que os órgãos públicos irão fazer campanha pelo partido no poder. Nas outras províncias esta proporção é mais baixa, variando entre cerca de 44% a 47%, perfazendo um diferencial que chega a atingir os 18 pontos percentuais (TPA). Quanto à comunicação privada, a tendência já não é uniforme. No caso das rádios privadas, 55% dos cidadãos em Luanda possuindo no minímo o ensino médio contra 32% nas Outras Províncias com o mesmo nível educacional consideraram que as rádios privadas irão fazer campanha por

eleições segundo a escolaridade A análise da percepção dos cida

relacionadas

12TdN

T

E

inde por outro, entre Luanda e outras províncias,

ça nos Jornalistas como Provção Segundo Escolaridade:

e a fase das eleições…

Não vai confiar/vai confiar pouco naquilo quejornalistas mostram, dizem ou escrevem

54%

69%

37%

Analfabetos/Iº Nível Médio/Universitário Analfabetos/Iº Nível Médi

Luanda Outras Províncias

Confian edores de Informa Durant

os

60%

0%

20%

40%

60%

80%

o/Universitário

tas vezes acompanha notícias/debates no rádio por semana?

Luanda Outras provincias Total

13% 9% 10% 27% 12% 18%

43% 32% 36% 18% 47% 37%

100% 100% 100%

1,482 2,677 4,159

Quan

vez vezes odos os ias ão ouve

otal

fectivo

partidos políticos específicos. Neste caso a diferença entre Luanda e outras províncias supera a observada em qualquer dos órgãos privados (23 pontos percentuais). Em relação aos jornais privados, 69% dos cidadãos no grupo mais previlegiado em Luanda, e 60% noutras províncias, consideraram que os jornais privados não vão se manter neutros no próximo

rocesso eleitoral. Aqui o contraste por áreas geográfica reduz substancialmente (cerca de 9 ontos percentuais) revelando um maior equilíbrio na percepção, por parte dos cidadãos, da lta de neutralidade dos jornais privados. Aliás, apenas neste caso os níveis de percepção

uperam os 50%.

onsiderando os níveis de percepção dos respondentes de Luanda no grupo mais previlegiado queles possuindo no minímo o nível médio de escolaridade), já que são estes indivíduos que

tingem os níveis mais altos de desconfiança por um lado e por outro por serem, também estes os que mais acesso regular têm aos órgãos de comunicação privados, pode-se concluir

Não sabe se vai confiar naquilo que os jornalistas mostdizem ou escrevem

ram,

29%19%

49% 47%

0%10%20%30%40%50%60%

nalfabetos/Iº Nível Médio/Universitário Analfabetos/Iº Nível Médio/Universitário

Luanda Outras Províncias

A

ppfas C(aa

90

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que os jornais privados são consideras são consideradas

el de c ança dos ãos n

ou iro revem e em

ando ase o ra Ou ovínc

dos s privada os órgãos mais ne O nív onfi cidad o desescolaridade dos cidadãos, é também bastananálise da neutralidade dos jornalista está baentre indivíduos escolarizados até, pelo medeclarando que não irão confiar ão con

u esc , ating Luanda cerca de mesma análise, tom como b acessoLuanda e quer pa tras Pr ias, econvicção quanto à desconfiança no trabalho

analfabetismo e baixo nível de escolaridade generalizaito

ada de uma certa manipulação.

os órgãos menos neutros, enquanto as rádioutros.

empenho dos jornalistas, com base no nível de te baixo, sendo relativamente inferior quando a seada, apenas no acesso à informação. Enquanto nos, ao nível médio a proporção de respondents fiar pouco no que os jornalistas dizem, mostram 69% (60% nas Outras Províncias), no caso da à informação, esta proporção reduz-se, quer para

m cerca de 10 pontos percentuais. Ou seja, a dos jornalistas, aumenta quando se passa de uma

abordagem limitada ao acesso à informação, para uma abordagem envolvendo o nível de escolaridade. Esta constatação relança - tendo em conta os níveis significativos de

do - o debate sobre os risco de ra à informação pouco fiável ou exposição de uma importante parte da população ele

mesmo até enferm

91

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Capítulo 13. Questões de Política Económica e Social que podem configurar as Campanhas Políticas O objectivo desta secção é identificar as questões críticas de desenvolvimento que preocupam a sociedade e que podem tornar-se o alvo de debates políticos e configurar programas eleitores e campanhas políticas. Aos respondentes foi solicitado que indicassem as cinco questões de ordem económica e social que mais os preocupavam a partir de uma série de 14 áreas temáticas. Os resultados desagregados por domínio de estudo mostram que a alimentação, saúde, habitação, deslocados de guerra e reinserção social e abastecimento de água são colectivamente as cinco principais questões mais importantes. No caso de Luanda a corrupção recebe uma maior importância que a habitação.

Uma segunda pergunta foi então posta aos respondentes no sentido de identificação da

mais

ção ás

va. A

espostas %Dominio de estudo Total

Luanda Outras provinciasAlimentação/ome/agricultura 16.5 17.6 17.2Saúde/Sida 11.3 10.2 10.6Habitação 9.0 10.2 9.7Deslocados de guerra/reinserção socia 10.8 7.7 8.9Abastecimento de แgua 9.5 7.3 8.1Corrupção/desvio de fundos 10.5 6.0 7.6Segurança pública 7.3 6.9 7.0Lei de terras/posse de terras 5.1 6.4 5.9Emprego/desemprego/salários 5.7 5.7 5.7Transportes p๚blicos 2.1 6.6 5.0Estradas 4.2 5.0 4.7Educação 3.6 4.6 4.3Direitos Humanos 2.3 3.4 3.0Minas 1.9 2.5 2.3

Total 100.0 100.0 100.0

Cinco questoes mais importantes

R

questão mais importante, ou seja foi pedido ao respondente que fizesses uma selecção de rioridades a partir das cinco questões que ele/ela inicialmente haviam selecionado. Os sultados foram os seguintes:

• Alimentação com 23,3% das indicações; • Saúde /Sida com 19,6% das indicações; • Emprego/desemprego/salários com 12,5%; • Educação com 7,5%, e; • Abastecimento de água com 6,1%.

uriosamente se pode observar que as questões de emprego e educação acabam por ser levantes sob o ponto de vista individual e substituem em termos de prioridade, as questões

mais colectivas como a habitação e deslocados de guerra e resinserção social. Com relaáreas temáticas mais importantes acima identificadas os respondentes tiveram a oportunidade de dar a sua opinião sob os aspectos mais problemáticos que essa área temática encerraanálise que se segue vai-se circunscrever sómente a essas áreas temáticas.

pre

Cre

92

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13.1. Alimentação

omida necessária para garantir a sobrevivência e bom estado de aúde individual e colectiva. O inquérito permitiu recolher um conjunto de indicadores sobre

to de questões que têm impacto sobre a segurança alimentar

os respondentes foi apresentada uma lista de classe de alimentos básicos e solicitado que dicassem aqueles que tinham uma maior necessidade. Os alimentos que mais escasseiam

são a carne e o peixe, ou seja proteínas animais. No Uíge, 74 em cada cem respondentes e na Lunda Sul, 69 em cada cem respondentes têm durante o mês dificuldades no acesso a proteínas animais.

m o alimentos muito caros. A maior percepção de

A segurança alimentar representa a disponibilidade de recursos necessários para produzir, permutar ou comprar a csa percepção dos respondentes sobre o abastecimento alimentar, preços dos alimentos, investimento privado e políticas públicas, segurança alimentar e ajuda humanitária alimentar.

tabela abaixo agrega um conjunAdo agregado familiar desagregados por domínio de estudo. Relativamente à suficiência alimentar para um mês, em todas as províncias abrangidas pelo inquérito, 80 em cada cem respondentes afirmaram que os alimentos que compram/produzem ou recebem por doação só cobrem as necessidades de consumo de pelo menos uma semana. O maior déficit de cobertura alimentar foi observado na província do Uíge 88,4% dos respondentes. Ain

Alimentação - questões específicas

Col % Dominio de estudo: TotalLuanda Outras provincias

Segurança alimentar do agregado familiar

menos de 1 semana 78.9 81.9 81.21-2 semanas 15.8 12.5 13.33-4 semanas 5.3 5.6 5.5

Na sua opinião os preços dos alimentos são ?muito caros 50 55.5 54.1caros 40.8 37.4 38.2mais ou menos 7 4.3 5

58.6 57.5 57.7

leite 23.8 20.5 21.3

11.9 9.2 9.9

4.4 6.7 6.1

1.3 6.1 5.0

Os alimentos que compra/produz/recebe de doação são suficientes para um mês ?

baratos 2.2 2.8 2.7

Que tipo de alimentos faltam mais vezes durante o mês ?

carne/peixe

cereais

açucar

sal

A ai ria dos respondentes considera osalimentos mais caros foi registada nas províncias do Lunda Sul (72,1%), Huambo (61,7%) e Huíla (59,5%). Conclusivamente, sobre a segurança alimentar do agregado pode-se afirmar que existe uma percepção geral de baixa segurança alimentar, traduzida na fraca disponibilidade alimentar mensal, preços elevados e não acesso a determinada classe de alimentos, as proteínas

ecessárias ao desenvolvimento e crescimento individual. n

93

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A tabela abaixo agrega um conjunto de questões referente ás políticas públicas e investimento

unda Sul (74,2%), Benguela (65,3%), e Huambo (57,9%), têm uma percepção mais negativa

são suficientes para

aumentar a produção alimentar. Por outro lado, a maioria dos respondentes, 83 em cada cem, responderam que a produção dos

equenos produtores não é suficiente para resolver os problemas alimentares do país.

tores e pescadores venderem os seus produtos, cerca de 58 em cada cem spondentes acha que não. Cerca de 72,1; 68,3; 62,4 e 57,9% dos respondentes das

privado com impacto sobre a oferta alimentar desagregadas por domínio de estudo. Aos respondentes foi-lhes perguntado se os empresários nacionais investiam na agricultura e nas pescas. Metade dos respondentes considerou que os empresários não investiam nada, sendo essa percepção maior entre os respondentes de Outras Províncias. As províncias daLde investimento nacional no sector da agricultura e pescas. Quanto ao apoio do governo para o sector da agricultura, no sentido de aumento da produção de alimentos a maioria dos respondentes têm uma percepção negativa, 76 em cada cem. As províncias da Lunda Sul (82,5%), Uíge (80,9%) e Huambo (79,6%), estão entre as que prevalece a percepção mais negativa sob os apoios do governo que não

s públicas e investimento privado nacional

nada 33.2 55.7 50.1mais ou menos 34.1 25 27.3pouco 29.1 15.8 19.1Muito 3.6 3.6 3.6

Não 76.4 76.1 76.2Nใo sei 9.6 12.8 12Sim 14 11.1 11.8

Não 85.1 83.4 83.8Nใo sei 4.8 11 9.5Sim 10.1 5.6 6.7

Não 62.4 56.7 58.1Nใo sei 20.8 35.1 31.7Sim 16.8 8.1 10.2

As lojas/comerciantes rurais e os créditos/vales são suficientes para os agricultores e pescadores venderem seus produtos e comprarem o que precisam ?

A produção dos pequenos produtores é suficiente para resolver as necessidades do país ?

Os empresãrios nacionais investem na agricultura e nas pessoas ?

Os apoios do governo á agricultura são suficientes para aumentar a produção alimentar ?

Alimentação - questões específicas

Col % Dominio de estudo: TotalLuanda Outras províncias

Política

p Relativamente á questão de se as lojas/comerciantes rurais e créditos/vales eram suficientes para os agriculreprovíncias do Uíge, Lunda Sul, Luanda e Benguela consideram que as lojas/comerciantes são insuficientes para o comércio dos seus produtos.

94

Page 95: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Uma das primeiras ilações que se pode deduzir é a percepção de um fraquíssimo apoio á

pacidade ara abastecer o mercado interno.

u a que a maioria dos agricultores eixassem de produzir/cultivar os seus alimentos segundo 69 em cada cem respondentes. Por

de não dependência entre os respondentes das Outras Províncias comparado com os respondentes de Luanda que acham que muitas vezes foi criada uma dependência alimentar. A maioria dos respondentes das províncias de Benguela, Uíge e Malange responderam que ajuda alimentar nem sempre chega a tempo às pessoas aos lugares onde é preciso. Em conclusão, há uma percepção geral de que a distribuição alimentar não teve um impacto negativo sobre a capacidade dos produtores agrícolas trabalharam, embora exista a percepção de que metade das pessoas tenham caído na dependência alimentar. Igualmente existe a percepção de baixa eficiência do PAM que não consegue disponibilizar a ajuda alimentar quando esta é necessária.

produção alimentar, na forma de baixo investimento privado, baixo crédito comercial rural, fraca política de fomento agrícola e que o pequeno agricultor só por si não tem cap A tabela abaixo agrega um conjunto de questões referenteas à ajuda alimentar e seu impacto sobre comportamentos individuais e colectivos desagregadas por domínio de estudo. A distribuição de alimentos que PAM fez ou fazia, não levodoutro lado, cerca de 54,7 e 51,5% dos respondentes das províncias de Luanda, e Uíge consideram que muitas pessoas habituaram-se a ficar à espera para receber ajuda alimentar sem trabalhar enquanto que 65,4 e 55,7% dos respondentes das províncias do Huambo e Benguela consideram que isso não acontece. Há uma percepção mais positiva de auto-estima

SimN o sei

Alimentação - questões específicas

Col % Dominio de estudo: TotalLuanda Outras províncias

Ajuda alimentar

Não 72.1 68.3 69.2Nใo sei 11.4 17.1 15.7Sim 16.6 14.6 15.1

Não 38.7 51.8 48.654.7 33.9 38.9

ใ 6.7 14.3 12.4

Não 23.2 31 29.1

A distribuição dos alimentos que o PAM fez/faz com que muitos produtores agricultores deixassem de produzir?

Muitas pessoas habituaram-se a ficar á espera de receber a ajuda alimentar sem trabalharem?

Sim 65.2 55 57.4

A ajuda alimentar nem sempre chega a tempo แs pessoas e aos lugares onde é necessária ?

13.2. Saúde e SIDA Serviços de Saúde

Nใo sei 11.6 14 13.4

95

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Para este conjunto da saúde e da SIDA foram colocadas questões particulares sobre o sentimento que os entrevistados têm sobre o trabalho do Governo. Relativamente à Saúde, cerca de 48% dos entrevistados acha que o Governo está a fazer o uficiente para melhorar a qualidade dos serviços de saúde. Por outro lado eles são cerca de

bgrupos opulacionais ou áreas de residência dar-nos-ão uma melhor ideia das disparidades que

Sul Luanda Total

s40% a pensarem o contrário enquanto que os restantes 12% não têm opinião sobre o assunto. Portanto, as opiniões são de certa maneira equilibradas. A análise pelos diferentes suppossam existir. A questão relativa à assistência aos pobres mostra que existe também um equilíbrio nas respostas. Eles são cerca de 50% a responderem que sim, que os pobres não têm tido a devida assistência nos hospitais, contra cerca de 41% a pensarem o contrário e 9% a não saberem responder. Províncias

Tabela: Suficiente Assistência do Governo na Melhoria dos Serviços de Saúde

Resposta Huambo Benguela Malange Uíge Lunda Huíla

Percentagens Sim 29 40 48 67 57 65 46 48 Não 48 48 27 30 25 27 46 40

Não sei 23 12 25 2 8 8 8 12 resposta 100 100 100 100 100 100 100 100 Total

Total entrevistados 97 52 52 43 49 117 313 723

As províncias mais populosas (Luanda, Benguela e Huambo), apresentam uma forte percepção negativa sob o esforço do Governo na melhoria dos serviços de saúde. Entretanto, o baixo número de entrevistados que respondeu em cada uma das províncias (excepto Luanda) tira um certo pendor de representatividade às respostas nestas províncias. A assistência aos pobres para os entrevistados ao nível das províncias apresenta diferenças acentuadas em algumas delas. A tabela abaixo mostra os detalhes.

Tabela: Falta de Apoio aos Pobres nos Hospitais Públicos por Províncias

Resposta Huambo Benguela Malange Uíge Lunda Sul Huíla

Luanda Total

Percentagens Sim 68 35 39 42 41 67 45 41 Não 23 61 53 46 29 26 49 50

Não sei 9 4 8 12 31 7 7 9 Total resposta 100 100 100 100 100 100 100 100

Total entrevistados 97 51 51 43 49 116 314 721

As províncias do Huambo com cerca 68% e a província da Huíla com cerca de 67%, são as

ue sobressaem relativamente à indicação da falta de apoio aos pobres nos hospitais públicos. respondentes de Benguela com cerca de 61%, Malange com cerca 53% e

uanda onde cerca de um entrevistado sobre dois, 49%, afirmam que os pobres não têm a devida assistência.

qEm contrapartida, osL

96

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Área de residência A análise por área de residência mostra que existe a mesma tendência entre as áreas. A área

ias de pobreza, uma unanimidade geral: em média 54% dos entrevistados firmaram que os pobres não são apoiados quando se deslocam aos hospitais públicos.

Grau de

dificuldade Rural Péri Urbano Urbano Total

rural é a que apresenta maior proporção de entrevistados que acham que falta apoio aos pobres quando eles estão doentes e deslocam-se aos hospitais públicos. O cruzamento desta variável (falta de apoio aos pobres nos hospitais públicos) com a auto-definição da pobreza (muito pobre, pobre, remediado, mais ou menos e rico) apresenta, para todas as categora

Tabela: Falta de Apoio aos Pobres nos Hospitais Públicos por Área de Residência

Percentagens Sim 52 49 50 50 Não 33 46 42 41

Não sei 15 9 Total resposta 100

Tottrevis s

5 8 100 100 100

al en tado 207 348 166 721

SIDA

Cerca de 86% ent ados am que m p ma d de m

dos revist afirm a SIDA é u roble e saú uito grande

m Angola. Cerca de 3% pensam o contrário e cerca de 9% não sabem o que é a SIDA. À

Tabela: SIDA é Um Problema de Saúde muito Grande em Angola por Grupos Etários

enível dos grupos etários, quanto mais jovens maior é a consciencialização de que a SIDA é um problema grave em Angola. A tabela abaixo dá o detalhe das proporções.

Resposta 18-25 anos

26-33 anos

34-41 anos

42-49 anos

50-59 anos + 60 anos Total

Percentagens Sim 92 91 90 85 75 89 80 Não 5 2

Não sei 6 7 7 18 22 9 Total resposta 100 100 100 100 100 100 100

2 2 3 3 2 10

Total vistado 201 199 140 94 51 32 721 entre s

Realça-se ainda perc em d ultos , que sabe

a entag e ad de mais de 60 anos, cerca de 22% não m

que a SIDA é uma problema de saúde grave.

repartição das respostas totais por sexo mostra que ambos os sexos estão conscientes da Agravidade do SIDA. Outro realce é o facto de que cerca de 11% dos homens não saberem que o SIDA é um problema grave de saúde contra 7% de mulheres. Em ambos os sexos 3% acham que a SIDA não é problema grave para a saúde.

97

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O nível de escolaridade também apresenta proporções elevadas de conhecimento da gravidade a doença. Os analfabetos com cerca de 64%, os alunos do primeiro nível com cerca de 84%,

a grave para a saúde. e igual modo para 12% no primeiro nível.

bater SIDA em Angola. Do outro lado, cerca de 27% é de opinião contrária e pensa que o overno não está a fazer o suficiente. Cerca de 20% não sabe expressar-se sobre esta questão.

Por províncias a tendência é a mesma. A diferença reside na percentagem de entrevistados que não sabe se o G tá o a o suficiente para combater a SIDA. A

tados nesta situação, dos entrevistados que

tados sobre o trabalho do

Angola Luanda Total

de os universitários com cerca de 89%, são os grupos que apresentam percentagens mais baixas. A maior percentagem regista-se no ensino médio com cerca de 96% dos entrevistados. Cerca de 11% dos universitários não sabem que a SIDA é um problemD Governo e combate à SIDA Cerca de 54% de entrevistados pensam que o Governo está a fazer o suficiente para comaG

overno es é a que apr

u não nta a m

fazer ior perce tagem d ntrevis

a -se com cerca para combate

a o d sobr piniãe comba IDA

bo Benguela

província do Huambo ese a n e ecerca de 48%. A provínci de Luanda destaca de 37%acha que o Governo não está a fazer o suficiente r a SIDA. A tabela a seguir mostr etalhe e a o o dos entrevisGoverno nas questões d te a S .

Tabela: Governo está a Fazer o Suficiente para Combater a SIDA em

Resposta Huam Malange Uíge Lunda Sul Huíla

Percentagens Sim 35 54 44 68 58

Total 98 52 52 40 48

62 55 54

Não 17 29 25 25 6 18 37 27 Não sei 48 17 31 31 35 20 7 20

Total resposta 100 100 100 100 100 100 100 100

117 312 719 entrevistados 13.3. Emprego Numa per va de r ação próxim eleiçõ ma sé e que s ligadas a vários sectores da sóci conóm nacio foram endereçadas aos respondentes deste inquérit o ap ento da opinião deste bre a ação alescente nestes secto se s é o r do ego.

pelo menos 32 anos), com o nível de escolaridade

specti ealiz das as es u rie d stõeda vi o-e ica nal

o visando uram s so situ prevres. Um destes ctore secto empr

epção dos Cid

do Emprego

m Com uma população essencialmente

jovem (metade tem

98

Perc adãos sobre a Situação no Mercado

0102030405060708090

100

As políticas dogoverno não criam

empregos

Os jovens são osmais prejudicados

na obtenção deempregos

Muita gente está noinformal porquenão há empregos

Hoje em dia teremprego não

resolve. Os saláriossão baixos

Em

Per

cent

age

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limitado (35% são analfabetos ou têm até 4 anos de escolaridade apenas), sem acesso a informação e com um mercado informal em franca explosão nas áreas urbanas e peri-urbanas, para além do êxodo massivo da população rural às zonas urbanas, o sector do emprego vive uma situação de crise, conforme ilustram bem os resultados obtidos pelo inquérito e apresentado no gráfico seguinte. Em qualquer uma das questões abordadas (eficicâcia das políticas públicas para a criação de

is afectados pelo desemprego, disponibilidade de empregos no ector formal e nível de salários) as respostas foram unânimes. Assim, em relação a eficâcia

rmal a alternativa, para além de pensarem que ainda, quando existem empregos, o problema

para uma percepção

13.4. Educação Há uma forte evidência empírica que as reformas políticas atingem quando existe um sólido suporte à educação. Apesar do acesso à educaçum direito reconhecido internacionalmente, isto está longe de ser um factocapacidade de cobertura de um sistema educativo é fortemente influepelos seguintes factores:

emprego, os grupos etários masdas políticas públicas no sector do emprego, 70% dos entrevistados acham que o governo não tem conseguido estimular a criação de emprego. Cerca de 90% considera os jovens como sendo os mais prejudicados pela problemática do desemprego, encontrando no mercado fonão fica resolvido porque os salários são baixos.

A tabela abaixo apresenta os resultados sobre o emprego desagregados por Luanda e Outras Províncias sendo evidente que o problema de criação de empregos é estrutural não se egistando diferenças substanciais entre os respondentes. Excepção vai r

mais negativa entre os Luandenses sobre a incapacidade das políticas públicas na criação de empregos.

.8%

.7%

.6%

%

.0% 6.9%

.4% 1.6%

94.6% 86.6% 90.6%

5.0% 9.5% 7.2%

.4% 4.0% 2.1%

93.0% 91.3% 92.2%

17.8% 25.2% 21.5%

3.1% 9.1% 6.1%

Não

Sim

política overnodar a cri itospregos

Sim

Não

s ão osjudicados para obter um

o

Não

Sim

Não sei

O desemprego só acontecepara quem não quer trabalharporque há muitos empregos

SimMuitas pessoas estão no

Não

Não seisalários são baixos

sovincias

o d

Total

Col %

77.8% 63 70.9%

14.2% 21 17.9%

8.0% 14 11.3%

95.3% 87.6 91.5%

3.9% 10

.8% 2

o sei

As s do g estáajuem

ar mu

o sei

Os joven é que s maispreempreg

LuandaOutra

pr

Domini e estudo

6.2% 5.9% 6.1%

.8% 2.8% 1.8%

79.1% 65.7% 72.5%

Não

Não sei

informal, a vender na ruaporque não há empregos

SimHoje em dia ter emprego nãoresolve o problema pois os

melhores resultados ão pelas crianças ser

em Angola. A nciada entre outrem

99

Page 100: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

• Bem-estar do agregado familiar que por sua vez depende de diversas variáveis sócio económicas; (óptica da demanda)

• Factores internos ao sistema de ensino, tais como a disponibilidade suficiente de escolas a todos os níveis e a eficiência interna do sistema. Se o sistema não tiver a capacidade suficiente de absorção dos alunos maior será o número de crianças fora do sistema de ensino. (óptica da oferta).

olas nas suas regiões são insuficientes. A roporção de respondentes que afirmaram haver uma insuficiência de escolas nas suas áreas é

reito ao ensino primário gratuito é maior entre os respondentes de Luanda: 75 em sta percepção negativa é mais evidente nas áreas periurbanas e urbanas com 64,8

e 54% respectivamente de respostas. Esse tipo de percepção tem maior incidência em Benguela para além de Luanda. A falta de aprendizagem dos alunos nas escolas públicas, ou má qualidade de ensino, foi referida pela grande maioria dos respondentes das seguintes províncias: Huambo (76,5%); Huíla (66,7%); Luanda (64,6%). Cerca de 70,5 dos respondentes das áreas urbanas consideram que os alunos não estão a obter conhecimentos nas escolas públicas, ou seja há a percepção de má qualidade do ensino. Relativamente ao papel da comissão de pais como mecanismo institucional de reclamação, a maioria dos respondentes das províncias de Luanda, Uíge, Huambo e Benguela consideram que a comissão de pais não funciona. Cerca de 62,3% dos respondentes urbanos considera que as comissões de pais não funcionam.

Aos respondentes foram colocadas questões ligadas ao acesso à escola, o fenómeno do pagamento “informal” de despesas na educação pelas famílias, o papel das Comissões de Pais e a qualidade do ensino providenciada. O problema de fraco acesso ás escolas é maior nas Outras Províncias segundo a percepção de 60 em cada cem respondentes. Nas províncias da Huíla, Uíge, Benguela e Huambo mais de metade dos respondentes, afirmam que as escpmais forte na área rural (62,6%). A percepção do pagamento informal aos professores e administração das escolas públicas por serviços educacionais, uma forma de corrupção, num país em que a Constituição outorga ao cidadão o dicada cem. E

100

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Col %

13.5. Abastecimento de água

23.2% 19.9% 21.0Nãoreclamações não funcionam

O

s f7r

tilriv

son

afirm

abastecimento de água potável é essencial para o bem-estar das populações. Aqui será

e afirmam que o preço da água é muito alto para amílias que vivem no subúrbio registam – se nas províncias de Luanda (90,9%), Benguela ,9%), e Uíge (62,5%). A primeira ilação que se pode deduzir é o fraquíssimo sistema mal de abastecimento de água pelas empresas do estado, o que obriga os agregados a izar outras fontes de abastecimento, comprando o precioso líquido a partir de cisternas adas e por outras fontes.

respondentes das províncias do Huambo (100%), Uíge (62,5%) e Luanda (59,2%) sideram que o problema da água nas cidades não é por causa da falta de cobrança do

consumo assim como da falta de pagamento dos cidadãos. Uma percentagem muito elevada de respondentes, 65 % das Outras províncias não possui uma ideia formada sobre este assunto.

A totalidade dos respondentes da província do Huambo, e mais de oitenta por cento dos respondentes das províncias de Benguela (85,2%), Luanda (81,1%), e Lunda Sul (80%),

mam que as administrações e as ONG´s não construíram furos e poços nas suas vilas ou unicipalidades. Segundo os dados da pesquisa, o problema da água é maior nas áreas

periurbana e Urbana.

analisado o padrão de resposta dos respondentes sob a questão da acessibilidade, preços para o seu acesso e fontes de abastecimento nas áreas rurais. As maiores proporções de respondentes qua(8foup Oc

46.5% 60.0% 55.4%

51.5% 37.4% 42.2Nãoescolas suficientes para todosos alunos

%

2.0% 2.6% 2.4%

75.0% 35.5% 48.8%

15.0% 47.2% 36.4%

10.0% 17.3% 14.8

Sim

Não

Não sei

Os professores e aadministração da escolapedem muito dinheiro

%

64.6% 54.6% 58.0%

29.3% 24.7% 26.3%

6.1% 20.6% 15.7%

69.7% 45.5% 53.8%

Não

Não sei

muito/ter conhecimentos nasescolas públicas

SimAs comissões de pais quedeveriam servir para 7.1% 34.6% 25.2%

%

Sim

Não sei

Na minha região/área não háLuanda

Outrasprovincias

Dominio de estudo

SimOs alunos não estão aprender

Não seiapresentar queixas e

Total

101

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102

Col %

90.8% 62.0% 78.0%

2.0% 26.6% 13.0%

7.1% 11.4% 9.0%

59.8% 25.6% 44.6%

13.4% 61.5% 34.9%

26.8% 12.8% 20.6%

80.9% 63.8% 73.0%

16.0% 22.5% 19.0%

3.2% 13.8% 8.0%

Sim

Não sei

Não

O preço da água é muito altopara as famílias que vivem nosuburbio

Não

Não sei

Sim

O problema da água nascidades é por causa da faltade cobrança do consumo deágua pois muitos cidadãos

Não

Sim

Não sei

A administração e as ONG´sconstruiram furos e poços nanossa vila

LuandaOutras

provincias

Dominio de estudo

Total

Page 103: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Capítulo 14. Género e Participação Politica A análise das questões de género na participação política mostra-se oportuna por várias razões. O fim da guerra apresenta múltiplos desafios, como o da reconciliação nacional e a reconstrução da confiança nas instituições, com vista a proporcionar às populações um maior sentido de participação na vida política. Por outro lado, os parceiros sociais necessitam de melhorar o seu entendimento sobre a percepção da vida política, e do carácter essencial das questões de género. A percepção diferenciada de homens e mulheres sobre as eleições e a participação política pode ajudar a compreender a cultura política da sociedade angolana. Ao mesmo tempo permitirá detectar a existência de diferenças nas percepções e expectativas de ambos. 14.1 Genéro e percepção da participação política Aos respondentes foi perguntado se o número de mulheres no Governo, Assembleia Nacional na Administração seria alto, médio ou baixo. Esta pergunta tinha por objectivo obter a

percepção entre os respondentes de participação política. A opinião generalizada entre homens e mulheres é que ela não é nem alta nem média conforme a tabela anterior. Os resultados por domínio de estudo não mostram diferenças de maior. A tabela a seguir mostra o nível de participação política por sexo do respondente. O indíce de participação política mostra que as mulheres têm uma maior probabilidade de possuir um

nível de participação política inferior ao dos homens. De certa forma os dados desta tabela confirmam a percepção generalizada de que as mulheres têm um déficit maior de participação política.

e

Col %

4.5% 4.7% 4.6%

11.0% 10.3% 10.6%

46.0% 47.4% 46.7%

18.6% 13.6% 16.1%

19.9% 24.0% 21.9%

100.0% 100.0% 100.0%

Alto

Médio

Baixo

Normal

Não sei

Em sua opinião, o númerode mulheres no governo,parlamento/Assembleianacional na administração é?

Total

Homem Mulher

Sexo

Total

103

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Um outro indicador de participação política é a predisposição dos respondentes em aceitarem, se convidados, serem candidatos a um cargo político. Os resultados mostram que as mulheres stão relativamente menos disponíveis que os homens. O perfil de resposta é válidoe para os

as. Ao mesmo tempo as mulheres com m cargo político do que as mulheres sem

números no processo eleitoral, Os dados quarto de mulheres s ainda não sabem

Total

dois domínios de estudo, Luanda e Outras Provínciaior educação estão mais disponíveis para aceitar um

educação formal. As mulheres, membros ou simpatizantes de um partido político estão menos disponíveis para trabalhar para as eleições que os homens, conforme mostra a tabela abaixo. Género e nível de participação política (vai votar nas próximas eleições) A tabela a seguir mostra que existe uma vontade significativa em participar, votando, nas próximas eleições: 74% dos homens e 66.1% das mulheres. Esses números são encorajadores porque demonstram existir interesse em ambos os grupos em votar nas futuras eleições. Esses

Vai votar nas proximas eleições ? Sim

1,520 74.0

1,313 66.1

2,833 70.1

sugerem, igualmente, que a predisposição das mulheres em participaremmantém-se intacta, desde a experiência de 1992.

mostram igualmente que um quinto de respondentes homens e ume encontravam indecisos sobre a sua participação no futuro acto eleitoral, “” se votarão nas próximas eleições.

Género e Nível de Participação Política

Sexo Homem Mulher

Nº % Nº % Nº

%

Não 123 6.0 138 6.9 261 6.5

Não sei 412 20.0 536 27.0 948 23.5

Total 2,05

5100.

01,98

7100.

0 4,04

2 100.

0 14.2 Género e tendência do voto feminino A tabela mostra a percepção dos homens e mulheres sob o acto de votar numa mulher para um cargo público. No caso dos respondentes homens, estes parecem votar no sentido inverso da redução de importância do nível de “tomada de decisão” e de participação política”, ou seja quanto mais elevado é o cargo público na hierarquia menos os homens se sentem confortáveis em votar numa mulher. A percepção masculina, no que respeita à tendência de voto, indica que os homens se sentem mais confortáveis em votarem em mulheres para cargos da sociedade civil, como “líderes de sindicatos”, 65%, “líderes de associação” 72%, do que para o cargo de presidente (35.2%). Contudo no geral existe uma ampla abertura por parte de

Col %

69.5% 56.9%

12.8% 19.3%

17.7% 23.8%

Sim

Não

Não sei

Se é membro ousimpatizante de um partido,está disponível paratrabalhar para as eleições?

Homem Mulher

100.0% 100.0%Total

Sexo

104

Page 105: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

pelo menos metade ra o cargo de Presidente da República estaria vários cargos políticos. No geral, as mu sumirem um cargo presidencial co ração, com 67.7%. Ou seja, os dados parece ção de auto-estim s homens em cargos políticos.

mais jovens,

ais liberal de abertura e aceitação que uma mulher possa exercer um papel político que os

ertos a votar em ulheres para cargos públicos do que os seus contrapartes urbanos ou peri-urbanos.

4.3 Género e percepções

dos entrevistados masculinos que á excepção do voto pam na disposição de votar numa mulher para

lheres entrevistadas depositam maior confiança em mulheres para asm 51.7%, de deputada com 72.2%, e para administ

m indicar existir entre as mulheres uma percepa elevada e positiva de que as mulheres podem exercer as mesmas funções que o

A análise dos dados desagregados por grupos etários mostra que os respondentes homens e mulheres, se sentem mais confortáveis que os respondentes das gerações mais velhas. As diferenças geracionais entre as mulheres são menores do que entre os homens, ou seja há uma maior consciencialização entre as mulheres para votarem em si próprias em todas as idades. Mais de metade dos analfabetos homens não votam em mulheres para lugares políticos, enquanto mulheres analfabetas o fariam. A análise por domínio de estudo mostra que os respondentes de Luanda possuem uma posiçãomrespondentes de Outras Províncias. Os respondentes rurais estão menos abm As conclusões parecem apontar que os partidos políticos que apresentarem um maior número de candidatos mulheres nas suas campanhas eleitorais podem conquistar uma faixa importante do eleitorado que se identifica mais com candidatos mulheres para lugares públicos. 1

Votaria numa mulher para:

84 7% 1765 43.5%

638 43.0% 64.3% 2296

2% 1557 60 77

7.8% 40.0% 1305

171 1315 50 61.1%

313 1.1% 1272 49 585 38.9%

267 5.3% 1597 61 864 70.3%

4.7% 992 38.3% 1210 29.7%

1587 61

Não

Governa

L

Luanda

Count Co6 57.0% 919 35.

1658 56.5%

1220 82. .0% 27 68.0%

265 1 1040 32.0%

1 78.9% .8% 2486

2 .2% 1

1 8 .7% 2

218 1

1301 87.6% .3% 2888 70.9%

184 12.4% 1002 38.7% 1186 29.1%

1330SimLider de associação 89.8% 1679 65.0% 3009 74.1%

151 10.2% 903 35.0% 1054 25.9%

Sim

Não

Presidente daRepública

SimDeputado

Sim

Não

dor

Sim

Não

Administrador

Sim

Não

íder de sindicato

Não

Count Col % Col %

Outras provincias

Dominio de estudo

Count l %

Total

Obtenção de serviços públicos A dificuldade na obtenção de serviços governamentais espelha o funcionamento das instituições na provisão de serviços à população. A percepção de homens e mulheres aponta os tipos de dificuldades específicas que as pessoas enfrentam na obtenção desses serviços.

105

Page 106: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Assim, pode assumir-se, à partida, que deve existir uma forte tendência de as mulheres responderem diferentemente dos homens, considerando a divisão social do trabalho e a sua maior dedicação às actividades domésticas. Os dados a apontam para uma percepção idêntica ntre ambos os sexos no tocante a algumas questões de provisão de serviços: a emissão de

cem apontar é que ainda que possa existir a nível do agregado miliar percepções por genéro mais ou menos diferenciadas obre a provisão deste ou daquele

proporção do universo da amostra: 18% ara ambos. É de notar, contudo a elevada percentagem de mulheres (61.9%) que não têm

possuem ais tempo para se dedicarem às actividades da esfera pública, devido a não terem os

a forma ompleta, ou por não se sentirem ouvidas pelos decisores políticos.

Género e Filiação Política

edocumentos de identificação foi considerada como sendo “difícil” para 42.6% dos homens e para 44.1% das mulheres. Os serviços sociais, como acesso ao internamento no hospital, outros serviços de saúde e de educação, não apontam para diferenças substanciais entre os dois grupos, uma vez que esses serviços foram descritos como “deficientes” e de “acesso difícil”. O que os dados parefatipo de serviço a percepção generalizada a nível do agregado é que a mesma é deficitária. Género e filiação política A tabela seguinte mostra a filiação política dos entrevistados: tanto homens quanto mulheres são simpatizantes de um partido político na mesmapnenhuma ligação política, enquanto que os homens parecem ser mais activos que as mulheres, com 21.6% de militantes-homens contra 11.6% de mulheres. Os resultados espelham, de uma certa forma, as disparidades de género na sociedade angolana: o facto de os homens terem maior grau de filiação política do que as mulheres advém do facto que os homens mconstrangimentos de tempo derivados do desempenho das actividades domésticas. Adicionalmente, essa disparidade pode surgir uma falta de interesse da parte das mulheres em se envolverem de uma forma activa na esfera política, por não serem aceites de umc

Sexo Total Homem Mulher Nº % Nº % Nº %

Filiacao politica Simpatizante 390 18.9 366 18.3 756 18.6 Militante 445 21.6 232 11.6 677 16.7 Antigo militante 151 7.3 81 4.1 232 5.7 Antigo simpatizante 101 4.9 82 4.1 183 4.5

Nenhuma ligacao politica 976 47.3 1,234 61.9 2,210 54.5Total 2,063 100.0 1,995 100.0 4,058 100.0

Percepção sobre eleições locais numa perspectiva do género

A percepção sobre a importância das eleições locais espelha o entendimento de “política local” por parte dos entrevistados e, também, o que elas representam para a maioria da população. A tabela aponta um número significativo de entrevistados de ambos os sexos a declararem “não saber” sobre eleições locais: 30.5% dos homens e 42.1% das mulheres. Isso

onstra que os entrevistados não estão esclarecidos sobre esta questão. A tabela também stra uma maior proporção de entrevistados de ambos os sexos - 35.6% dos homens e

demo

que “as eleições locais são tão importantes quanto as não existem diferenças significativas quanto ao nível das

m28.7% das mulheres, afirmando

acionais”. Isso demonstra que npercepções sobre esta questão relacionadas com o sexo dos respondentes.

106

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Percepção Sobre as Eleições numa Perspectiva do Genéro Sexo Total

Home

m

Mulh

er Nº % Nº % Nº % As eleições Mais importantes locais que as nacionais 425 20.9 368 18.5 793 19.7

Tao importantes 1,29

l 2,033 0 1,989.

04,02

2 100.

0

são:

que as nacionais 724 35.6 571 28.7 5 32.2

Menos importantes que as nacionais 206 10.1 156 7.8 362 9.0

Nao são necessárias 58 2.9 57 2.9 115 2.9

Não sei 620 30.5 837 42.11,45

7 36.2

100. 100Tota

107

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ANEXOS

S ex o

6 8

411

18 3

0

H

T ota l

S yst emM iss in

T ota

erce n V a erc em

ce nt

6,9% 37 18 ,9 % 7 17, %

%

47 9 24 %

17,6% 25 13 ,2 % 6 15,

%

I niv el

e lh

S

C o

otal

2091 48, 50 ,8 50,

2025 47,1 49 ,2 100 , 0

6 95 ,7 10 0, 0

4 4,

4300 100,

om em

M ulher

V alid

g

l

F req uen cy P t lid P ntC u ula tiv e

P er

347 1 0 1 7 9

500 24,4% 42 7 21 ,8 % 92 7 23,1

521 25,4% 1 24 ,0 % 9 2 ,7

361 8 1 9 4 %

63 3,1% 38 1, 9% 10 1 2, 5

258 12,6% 39 6 20 ,2 % 65 4 16,3 %

2050 100,0% 19 60 10 0, 0% 40 10 100, 0%

II niv el

III ni vel

M ed io

U niv ers itario

A nal fab eto

Habi litacoesLiterarias

T otal

C oun t C ol %

H om m

Count Col %

Mu er

exo

Coun t l %

T

Row %

22.7% 23.1% 19.0% 16.2% 15.3% 3.7%

18.9% 17.2% 22.3% 25.1% 15.1% 1.5%

34.8% 24.6% 17.6% 12.0% 10.8% .2%

18.1% 22.6% 29.3% 17.8% 10.6% 1.6%

36.0% 20.6% 21.1% 15.2% 7.0%

13.2% 30.9% 27.0% 19.8% 8.0% 1.0%

3.7% 8.5% 24.0% 36.8% 22.4% 4.6%

16.5% 18.0% 23.1% 24.6% 15.3% 2.5%

Huambo

Benguela

Malange

Uige

Lunda Sul

Huila

Luanda

Provincia

Total

Analfabeto I nivel II nivel III nivel MedioUniversitar

io

Habilitacoes Literarias

108

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2

2

2

2

2

2

2

Huambo

Benguela

Malange

Uige

Lunda Sul

Huila

Luanda

ProvinciaMédia

Quantostrabalhamem casa

%

Província

Huambo Benguela Malange Uíge Lunda Sul Huíla Luanda

Estado Casado 39.0 19.8 18.6 12.0 11.1 26.0 18.2 marital Solteiro(a) 19.8 29.3 30.2 18.7 16 21.4 33.3 União de 28.4 39.1 36.1 60.2 62.6 42.9 36.8 facto Viúvo 8.6 7 9.4 4.1 4.6 6.2 5.6 Separado 4.2 4.8 5.7 5 5.7 3.5 6.1 Total 100 100 100 100 100 100 100

Tamanho Médio do agregado familiar Por província

Provincia Huambo 6 Benguela 5 Malange 5 Uige 5

Lunda Sul 5

Huila 6 Luanda 7

109

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Sexo Homem Mulher Nº % Nº % Provincia Huambo 241 51.0 232 49.0 Benguela 262 54.6 218 45.4 Malange 244 51.5 230 48.5 Uige 196 51.9 182 48.1

Lunda Sul 198 53.8 170 46.2

Huila 232 48.1 250 51.9 Luanda 718 49.1 743 50.9 Total 2,091 50.8 2,025 49.2

%

Província

ge Uíge nd H

Kimbun 1.2 1.8 1.8 2. 4

umUmbundo 91.3 50.0 3.4 Cokw 1.

0.0.4 0.2 0.3

100

Huambo Benguela Malan Lu a Sul uíla Luanda LínguaMaterna Portugues 5.6 49.2 11.7 32.6 5.2 14.9 28.4 do 78.2 17.1 39.2 Kikongo 0.2 5 5.6 0.5 0.4 15.6 Nhaneca/H be 0.2 0.3 11.9 0.1 4.3 3.9 62.1 11.6 e 0.4 0.2 4 87.7 2.4 3.0 Ganguela 1.0 2 0.8 6.3 0.6 Outra 1.6 0.8 0.2 1.5 Total 100 100 100 100 100 100

%

Província

Huambo Benguela Malange Uíge Lunda

Sul Huíla Luanda

Religião Sem religião 1.7 4.6 2.6 9.8 4.9 10.4 28.5

2 .0 24

20.0 10

Huamb

Benguela

Protestante 8 14.4 .7 46.9 34.0 28.9 26.8 Católico 50.3 43.7 60.3 38.5 33.5 58.7 40.3 Outra 13.4 .4 12.0 22.7 7.5 22.5 Total 100 100 100 100 100 100 100

Auto definição de pobreza

Muito pobre Pobre Remediado

Mais ou menos Rico

Província o 31.0 12.1 9.0 6.2 6.1 18.1 13.7 11.9 4.3 Malange 17.8 17.4 6.7 6.9 6.1

110

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Uig 8.9 15.0 16.3 Lun Sul 11.2 10.1 9.2 8.2 Huil 8.3 9.1 12.7 14.7 44.9 Lua 10.3 30.5 41.6 18.4 Total 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0

e 3.2 7.1

da 6.3

a

nda 46.7

íncia uambo guela lange Lu

oria reg 2.9 .5 .7

ári 20.9 15 .9 16

própri 1

ono do ne

r/camponês .1 2 3 7

ado informa 5

Prov H Ben Ma Uíge nda Sul Huíla Luanda

Categ Desemp o 11.5 4.1 15 14 7 10.8 Ocupacional Funcion o 20.3 .2 23.1 17 .6 16.6

Trabalhador por conta

a 8.4 28.6 5.2 5.5 6.8 27.5 18.8 Patrão/d gócio 3.4 4.7 1.5 1.3 2.1 2.7 3.2 Agriculto 36 12.4 57.2 6.8 3.4 18. 1.3 Assalari l 3.8 6 3.5 0.5 8.2 1.8 7.6 Dona de casa 2. 5.8 3.3 7.5 9.2 9 8.2

Empregado/empresa privada 3.1 4.9 3.3 2.4 3.2 6.4 16

Militar 2.9 1.7 .5 4.3 2.1 1.6 2.4 Estudante 7.3 9.4 4.8 2.1 2.1 8 13.7 Outra tuação 0.6 1.5 1.5 0.8 0.3 0.6 1.4 T 0 0.0 0.0 100.0 100.0

1

si

otal 100. 10 100.0 100.0 10

111

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82,1% 83,6% 81,2%

12,2% 17,5% 13,3%

5,4% 4,2% 8,8% 5,5%

55,1% 54,7% 57,7%

7,6% 10,4% 9,9%

25,8 21,8% 21,3%

6,8% 5,2% 6,5% 6,1%

2,9% 5,0%

60,7% 5 54,

42,7% 37,9% 38,2%

3,4

1,5% 3,6% 3,6% 2,7%

2,3% 4,3% 4,8% 3,6%

29,6% 31,3% 27,3%

12,5% 2 24, 1

42,3% 39,2% 50,1%

8,9 1

74,9% 72,5% 76,2%

12,3% 1 13, 1

5,1% 8,3% 7,1% 6,7%

83,1% 8 84, 83,

7,4% 8,2% 9,5%

11,9% 1 17, 1

69,5% 64,5% 69,2%

17,3% 1 18, 1

43,7% 56,8% 38,9%

56,9% 4 36, 48,

11,5% 6,5% 12,4%

51,5% 5 67, 5

27,6% 16,2% 29,1%

12,

6,6% 14,1% 10,9% 10,2%

51,0% 62,3% 66,7% 58,1%

42,5% 23,5% 22,4% 31,7%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

menos de 1 semana

1-2 s

3-4 semanas

Os alimentos uecompra/produz/recebe dedoação são suficientes para ummês

carne/peixe

cereais

l

açúcar

sal

Que tipo de mais vezes durante o mês?

muito c

caros

mais ou

baratos

s preços dos

Muito

m enos

pouco

nada

na agricultura e naspessoas

Sim

N

Não sei

agricultura são suficientes paraaumentar a produção de

Si

Não

Não sei

A produção dos pequenosente para

resolver as necessidades do

Sim

N

Não sei

ição dos alimentosque o PAM fez/faz com quemuitos produtores agricultores

em de produzir?Si

Não

Não sei

Muitas pessoas habituaram-se a/a receber a ajuda

alimentar sem trabalharem?

Sim

N

Não s

em semprechega a tempo ás pessoas e aos

s onde é preciso

Sim

Não

Não sei

As lojas/comerciantes rurais eos créditos/vales são suficientespara os agricultores epescadores venderem seus

Col %Total

Rura Periurbano

73,7%

12,5%

61,4%

14,1%

17,1% %

semana

q

eite

alimentos faltam

l Urbano

Localizacao

Total

7,1% 3,6%

48,2% 0,9% 1%

34,4%

% 5,5% 7,7% 5,0%

23,4%

3,8% 7% 9,1%

61,7%

% 14,0% 4,0% 11,8%

78,8%

1,0% 5% 2,0%

4,3% 7% 8%

11,8%

7,7% 2% 5,1%

70,8%

2,7% 3% 5,7%

27,5%

4,8% 7% 6%

15,7%

9,4% 7% 7,4%

35,8%

7% 13,0% 16,2% 13,4%

aros

menos

Na sua opinião oalimentos são?

ais ou m

Os empresários nacionaisinvestem

ão

Os apoios do governo à

alimentos?

mprodutores é sufici

país?

ão

A distribu

deixassm

ficar à espera

ão

ei

A ajuda alimentar n

lugare

112

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61,8% 62,5% 37,5% 72,7% 45,2% 75,0% 45,9% 55,3%

38,2% 33,3% 54,2% 27,3% 51,6% 25,0% 52,0% 42,3%

4,2% 8,3% 3,2% 2,0% 2,4%

11,8% 77,6% 44,0% 18,2% 9,7% 27,8% 74,7% 48,6%

61,8% 4,1% 44,0% 72,7% 80,6% 50,0% 15,2% 36,5%

26,5% 18,4% 12,0% 9,1% 9,7% 22,2% 10,1% 14,9%

76,5% 50,0% 44,0% 63,6% 25,8% 66,7% 65,3% 58,2%

14,7% 28,3% 24,0% 13,6% 38,7% 25,0% 29,6% 26,4%

8,8% 21,7% 32,0% 22,7% 35,5% 8,3% 5,1% 15,4%

59,4% 52,1% 24,0% 61,9% 20,7% 50,0% 69,4% 53,6%

25,0% 14,6% 44,0% 23,8% 6,9% 13,9% 23,5% 21,1%

15,6% 33,3% 32,0% 14,3% 72,4% 36,1% 7,1% 25,3%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Sim

Não

Não sei

Na minha região/área não hescolas suficientes para todos alunos

Sim

Não

Não sei

Os professores e aadministração da escolapedem muito dinheiro

Sim

Não

Não sei

Os alunos não estão aprendmuito/ter conhecimentos naescolas públicas

Sim

Não

Não sei

As comissões de pais quedeveriam servir paraapresentar queixas ereclamações não funcionam

Col %Total

Huambo Benguela Malange UigeLunda

Sul Huila Luanda

Provincia

Total

62,6% 51,4% 53,2% 55,3%

35,2% 45,7% 45,2% 42,3%

2,2% 2,9% 1,6% 2,4%

19,8% 64,8% 54,0% 48,6%

65,9% 21,8% 27,0% 36,5%

14,3% 13,4% 19,0% 14,9%

48,4% 59,3% 70,5% 58,2%

23,1% 29,3% 24,6% 26,4%

28,6% 11,4% 4,9% 15,4%

36,4% 60,7% 62,3% 53,6%

19,3% 20,0% 26,2% 21,1%

44,3% 19,3% 11,5% 25,3%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Sim

Não

Não sei

Na minha região/área não háescolas suficientes para todosos alunos

Sim

Não

Não sei

Os professores e aadministração da escolapedem muito dinheiro

Sim

Não

Não sei

Os alunos não estão aprendermuito/ter conhecimentos nasescolas públicas

Sim

Não

Não sei

As comissões de pais quedeveriam servir paraapresentar queixas ereclamações não funcionam

Col %Total

Rural Periurbano Urbano

Localizacao

Total

113

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87,9% 48,0% 62,5% 40,0% 14,3% 90,9% 78,1%

3,0% 4,0% 12,5% 40,0% 57,1% 7,1% 9,0%

100.0% 9,1% 48,0% 25,0% 20,0% 28,6% 2,0% 12,9%

18,8% 4,0% 25,0% 14,3% 26,5% 20,5%

100.0% 21,9% 4,0% 62,5% 40,0% 57,1% 59,2% 44,3%

59,4% 92,0% 12,5% 60,0% 28,6% 14,3% 35,2%

27,3% 3,7% 62,5% 20,0% 33,3% 15,8% 18,9%

100.0% 54,5% 85,2% 37,5% 80,0% 33,3% 81,1% 73,1%

18,2% 11,1% 33,3% 3,2% 8,0%

100.0% 100,0% 100,0% 100% 100% 100% 100,0% 100%

Sim

Não

Não sei

O preço da água é muito altopara as famílias que vivem nosuburbio

Sim

Não

Não sei

O problema da água nas cidades épor causa da falta de cobrança doconsumo de água pois muitoscidadãos não pagam

Sim

Não

Não sei

A administração e as ONG´sconstruiram furos e poços nanossa vila

Col %Total

Huambo Benguela Malange UigeLunda

Sul Huila Luanda

Provincia

Total

53,3% 87,9% 66,7% 78,1%

11,1% 8,1% 11,1% 9,0%

35,6% 4,0% 22,2% 12,9%

13,3% 23,0% 22,2% 20,5%

24,4% 50,8% 55,6% 44,3%

62,2% 26,2% 22,2% 35,2%

19,6% 19,0% 12,5% 18,9%

69,6% 73,6% 87,5% 73,1%

10,9% 7,4% 8,0%

100,0% 100,0% 100,0% 100,0%

Sim

Não

Não sei

O preço da água é muitoalto para as famílias quevivem no suburbio

Sim

Não

Não sei

O problema da água nascidades é por causa da faltde cobrança do consumo dágua pois muitos cidadãos

Sim

Não

Não sei

A administração e asONG´s construiram furos poços na nossa vila

Col %Total

Rural Periurbano Urbano

Localizacao

Total

114

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Género e Filiação Política

1255 1197 2452

62.6% 62.1% 62.4%

749 729 1478

37.4% 37.9% 37.6%

987 965 1952

49.2% 50.1% 49.6%

1019 961 1980

50.8% 49.9% 50.4%

1507 1404 2911

76.1% 74.3% 75.2%

472 486 958

23.9% 25.7% 24.8%

1545 1463 3008

77.1% 75.3% 76.2%

458 480 938

22.9% 24.7% 23.8%

636 454 1090

61.0% 53.4% 57.6%

406 396 802

39.0% 46.6% 42.4%

289 263 552

14.9% 14.4% 14.7%

1181 1068 2249

60.9% 58.5% 59.8%

468 495 963

24.1% 27.1% 25.6%

1938 1826 3764

100.0% 100.0% 100.0%

Count

Col %

Sim

Count

Col %

Não

Alguns funcionáriospúblicos estão muitoligados aos partidospolíticos e é por isso quemuitas coisas nãofuncionam

Count

Col %

Sim

Count

Col %

Não

Hoje para se ter um bomemprego/cargo numaorganização tem de sepertencer a um partidopolítico

Count

Col %

Sim

Count

Col %

Não

Muitos partidos políticosforam transformados emcentros de interesse demeia dúzia de pessoasque estão a desviardaquilo para o qual eles Count

Col %

Sim

Count

Col %

Não

É muito díficil saber quemsão os dirigentespolíticos/deputados quesão responsáveis pelaminhaárea/província/munícipio Count

Col %

Sim

Count

Col %

Não

Nos partidos políticos apessoa é livre de dizertudo aquilo que pensa

Count

Col %

Sim

Count

Col %

Não

Count

Col %

Nãosei

Manteria o seu voto nopartido da sua escolhasabendo que alguns dosseus membros dirigentessão corruptos?

Count

Col %

Total

Homem Mulher

Sexo

Total

115

Page 116: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Genero e Dificuldade na Obtenção de Serviços Governamentais

87 101 188

4.2% 5.0% 4.6%

674 601 1275

32.9% 30.0% 31.5%

873 882 1755

42.6% 44.1% 43.3%

305 267 572

14.9% 13.3% 14.1%

111 150 261

5.4% 7.5% 6.4%

77 92 169

3.8% 4.6% 4.2%

833 799 1632

40.7% 40.3% 40.5%

802 745 1547

39.2% 37.5% 38.4%

264 258 522

12.9% 13.0% 12.9%

71 91 162

3.5% 4.6% 4.0%

75 77 152

3.7% 3.9% 3.8%

166 128 294

8.2% 6.5% 7.4%

667 682 1349

32.8% 34.7% 33.7%

801 735 1536

39.4% 37.4% 38.4%

324 343 667

15.9% 17.5% 16.7%

61 53 114

3.0% 2.7% 2.8%

699 717 1416

34.4% 36.3% 35.3%

785 772 1557

38.6% 39.1% 38.8%

366 313 679

18.0% 15.8% 16.9%

123 120 243

6.0% 6.1% 6.1%

45 33 78

2.2% 1.7% 2.0%

211 201 412

10.5% 10.3% 10.4%

642 634 1276

31.9% 32.5% 32.2%

379 316 695

18.8% 16.2% 17.5%

735 766 1501

36.5% 39.3% 37.9%

38 31 69

1.9% 1.6% 1.7%

233 254 487

11.5% 12.9% 12.2%

538 522 1060

26.6% 26.5% 26.6%

384 320 704

19.0% 16.3% 17.6%

828 842 1670

41.0% 42.8% 41.9%

57 44 101

2.8% 2.2% 2.5%

46 30 76

2.3% 1.5% 1.9%

249 222 471

12.3% 11.3% 11.8%

656 537 1193

32.3% 27.4% 29.9%

1021 1130 2151

50.3% 57.6% 53.9%

54 51 105

2.7% 2.6% 2.6%

501 431 932

24.6% 21.8% 23.3%

567 569 1136

27.9% 28.8% 28.4%

499 437 936

24.5% 22.1% 23.4%

413 485 898

20.3% 24.6% 22.4%

2034 1973 4007

100.0% 100.0% 100.0%

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

Díficil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Emissão dedocumentos deidentificação(cédula denascimento,B.I,passaporte)

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

Díficil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Um lugar numaescola públicaprimária

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

Díficil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Um lugar numaescola secundáriaou superior

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

Díficil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Conseguir umaconsulta médicaou uminternamento nohospital

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

Díficil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Serviços deelectricidade

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

dificil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Serviços de água

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

Díficil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Um créditoagrícola

Count

Col %

Muitofácil

Count

Col %

Fácil

Count

Col %

Díficil

Count

Col %

Muitodíficil

Count

Col %

Nãosei

Ajuda da políciaquando é preciso

Count

Col %

Total

Homem Mulher

Sexo

Total

116

Page 117: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

117

74 70 144

3.6% 3.5% 3.6%

562 556 1118

27.6% 28.2% 27.9%

890 895 1785

43.7% 45.3% 44.5%

316 266 582

15.5% 13.5% 14.5%

53 39 92

2.6% 2.0% 2.3%

142 148 290

7.0% 7.5% 7.2%

47 34 81

2.3% 1.7% 2.0%

435 431 866

21.4% 21.8% 21.6%

882 916 1798

43.3% 46.4% 44.8%

461 396 857

22.6% 20.1% 21.4%

111 103 214

5.4% 5.2% 5.3%

101 95 196

5.0% 4.8% 4.9%

34 30 64

1.7% 1.5% 1.6%

329 342 671

16.2% 17.3% 16.7%

849 863 1712

41.7% 43.7% 42.7%

530 450 980

26.1% 22.8% 24.5%

183 189 372

9.0% 9.6% 9.3%

109 100 209

5.4% 5.1% 5.2%

16 5 21

.8% .3% .5%

134 123 257

6.7% 6.4% 6.5%

397 425 822

19.8% 22.1% 20.9%

488 449 937

24.3% 23.3% 23.8%

189 155 344

9.4% 8.1% 8.7%

785 768 1553

39.1% 39.9% 39.5%

18 6 24

.9% .3% .6%

137 157 294

6.8% 8.1% 7.4%

396 386 782

19.7% 19.9% 19.8%

374 338 712

18.6% 17.4% 18.0%

130 91 221

6.5% 4.7% 5.6%

954 961 1915

47.5% 49.6% 48.5%

13 9 22

.7% .5% .6%

142 136 278

7.1% 7.1% 7.1%

295 295 590

14.8% 15.4% 15.1%

225 179 404

11.3% 9.3% 10.3%

96 72 168

4.8% 3.8% 4.3%

1224 1225 2449

61.4% 63.9% 62.6%

18 10 28

.9% .5% .7%

164 153 317

8.2% 7.9% 8.1%

527 566 1093

26.3% 29.3% 27.8%

448 391 839

22.4% 20.2% 21.3%

190 175 365

9.5% 9.1% 9.3%

656 637 1293

32.8% 33.0% 32.9%

7 5 12

.4% .3% .3%

53 37 90

2 7% 1 9% 2 3%

Count

Col %

Muito boa qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Count

Col %

Mais ou menos

Count

Col %

Má qualidade

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Não tenho

Emissão de documentosoficiais na administraçãopública(certidões,cédulas)

Count

Col %

Muito boa qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Count

Col %

Mais ou menos

Count

Col %

Má qualidade

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Não tenho

Serviços de educação

Count

Col %

Muito boa qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Count

Col %

Mais ou menos

Count

Col %

Má qualidade

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Não tenho

Serviços de saúde

Count

Col %

Muito boa qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Count

Col %

Mais ou menos

Count

Col %

Má qualidade

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Não tenho

Serviços de electricidade

Count

Col %

Muito boa qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Count

Col %

Mais ou menos

Count

Col %

Má qualidade

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Não tenho

Serviços de água

Count

Col %

Muito boa qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Count

Col %

Mais ou menos

Count

Col %

Má qualidade

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Não tenho

Serviços de telefone

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Count

Col %

Mais ou menos

Count

Col %

Má qualidade

Count

Col %

Muito má qualidade

Count

Col %

Não tenho

Serviços de transportepúblico

Count

Col %

Muito boa qualidade

Count

Col %

Boa qualidade

Correios

Homem Mulher

Sexo

Total

Page 118: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

Correlations

1,000 ,136**

, ,000

4065 1929

,136** 1,000

,000 ,

1929 1961

1,000 ,136**

, ,000

4065 1929

,136** 1,000

,000 ,

1929 1961

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

N

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

N

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

N

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

N

É muito díficil saber quemsão os dirigentespolíticos/deputados que sãoresponsáveis pela minhaárea/província/munícipio poisnunca aparecem par ouvir asnossas preocupações

Nos partidos políticos apessoa é livre de dizer tudoaquilo que pensa

É muito díficil saber quemsão os dirigentespolíticos/deputados que sãoresponsáveis pela minhaárea/província/munícipio poisnunca aparecem par ouvir asnossas preocupações

Nos partidos políticos apessoa é livre de dizer tudoaquilo que pensa

Kendall's tau_b

Spearman's rho

É muitodíficil saber

quem são osdirigentes

políticos/deputados que

sãoresponsáveispela minha

área/província/munícipiopois nunca

aparecem parouvir asnossas

preocupações

Nos partidospolíticos a

pessoa é livrede dizer tudo

aquilo quepensa

Correlation is significant at the .01 level (2-tailed).**.

361 75.2% 21 4.4% 98 20.4%

272 59.0% 34 7.4% 155 33.6%

354 73.4% 10 2.1% 118 24.5%

301 79.2% 5 1.3% 74 19.5%

269 70.2% 24 6.3% 90 23.5%

398 80.4% 12 2.4% 85 17.2%

955 64.6% 163 11.0% 361 24.4%

2910 70.0% 269 6.5% 981 23.6%

Huambo

Benguela

Malange

Uige

Lunda Sul

Huila

Luanda

Provincia

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Vai votar nas proximas eleicoes ?

118

Page 119: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

26 45.6% 31 54.4% 57 100.0%

519 80.0% 130 20.0% 649 100.0%

718 87.5% 103 12.5% 821 100.0%

518 90.7% 53 9.3% 571 100.0%

266 91.4% 25 8.6% 291 100.0%

192 90.1% 21 9.9% 213 100.0%

2239 86.0% 363 14.0% 2602 100.0%

18 - 25

26 - 33

34 - 41

42 - 49

50 - 59

+ 60 anos

s

Count Row % Count Row % Count Row %Gruposetario

Total

Sim Nao

Votou nas eleicoes em 1992 Total

376 61.1% 81 13.2% 158 25.7%

616 69.5% 40 4.5% 230 26.0%

992 66.1% 121 8.1% 388 25.8%

294 72.1% 18 4.4% 96 23.5%

463 62.8% 73 9.9% 201 27.3%

235 66.0% 30 8.4% 91 25.6%

992 66.1% 121 8.1% 388 25.8%

141 72.7% 10 5.2% 43 22.2%

88 54.3% 13 8.0% 61 37.7%

75 67.0% 4 3.6% 33 29.5%

94 77.0% 1 .8% 27 22.1%

82 70.1% 6 5.1% 29 24.8%

136 76.0% 6 3.4% 37 20.7%

376 61.1% 81 13.2% 158 25.7%

992 66.1% 121 8.1% 388 25.8%

Luanda

Outras provincias

Dominio deestudo

Total

Rural

Periurbano

Urbano

Localizacao

Total

Huambo

Benguela

Malange

Uige

Lunda Sul

Huila

Luanda

Provincia

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Vai votar nas proximas eleicoes ?

119

Page 120: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

455 84.4% 84 15.6%

438 85.4% 75 14.6%

500 85.5% 85 14.5%

446 86.6% 69 13.4%

322 90.4% 34 9.6%

71 82.6% 15 17.4%

Analfabeto

I nivel

II nivel

III nivel

Medio

Universitario

HabilitacoesLiterarias

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Votou nas eleicoes em 1992

Total 2232 86.0% 362 14.0%

470 70.0% 24 3.6% 177 26.4% 671 100.0%

527 72.5% 38 5.2% 162 22.3% 727 100.0%

660 70.6% 68 7.3% 207 22.1% 935 100.0%

681 68.4% 69 6.9% 246 24.7% 996 100.0%

423 67.9% 57 9.1% 143 23.0% 623 100.0%

75 72.8% 6 5.8% 22 21.4% 103 100.0%

2836 69.9% 262 6.5% 957 23.6% 4055 100.0%

Analfabeto

I nivel

II nivel

III nivel

Medio

Universitario

abilitacoesLiterarias

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Vai votar nas proximas eleicoes ?

Count Row %

Total

Col

1191 88.0% 163 12.0% 1354 100.0%

1037 83.9% 199 16.1% 1236 100.0%

2228 86.0% 362 14.0% 2590 100.0%

Homem

Mulher

Sexo

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Votou nas eleicoes em 1992

Count Row %

Total

H

2374 61.2%

1099 28.3%

1531 39.5%

A guerra após as eleições

O resultado das eleições

Aquilo que ouvi dos meusfamiliares e amigos e vi

O que aconteceuem 1992 que podeafectar decisao devoto

Responses Response %

120

Page 121: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

1520 74.0% 123 6.0% 412 20.0% 2055

1313 66.1% 138 6.9% 536 27.0% 1987

2833 70.1% 261 6.5% 948 23.5% 4042

Homem

Mulher

Sexo

Total

Count Row %

Sim

Count Row %

Nao

Count Row %

Nao sei

Vai votar nas proximas eleicoes ?

Count

Total

100.0%

100.0%

100.0%

Row %

Correlations

1.000 -.165**

4179 1381

-.165** 1.000

.000 .

1381 1388

1.000 -.172**

. .000

4179 1381

-.172** 1.000

. .000

1381Ntrabalhar para as eleições?

Correlation is significant at the .01 level (2-tailed).**.

.000 .

1388

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

N

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

N

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

N

Correlation Coefficient

Sig. (2-tailed)

Filiacao politica

Se é membro ousimpatizante de um partido,está disponível paratrabalhar para as eleições?

Filiacao politica

Se é membro ousimpatizante de um partido,está disponível para

Kendall's tau_b

Spearman's rho

Filiacaopolitica

Se é membroou

simpatizantede um

partido, estádisponível

paratrabalharpara as

eleições?

121

Page 122: 14.3 Género e percepções - iri.org · 7.3 Grau de importância das eleições autárquicas e nacionais .....28 7.4 Sobre a importância das eleições locais.....31 7.5 Propensão

327 82.8%

207 52.4%

181 45.8%

184 46.6%

89 22.5%

183 46.3%

34 8.6%Outros motivos

Votaria numa mulher para:

Col %

46.5% 43.8% 42.6% 40.6% 40.8% 40.3% 43.5%

53.5% 56.2% 57.4% 59.4% 59.2% 59.7% 56.5%

71.3% 69.6% 68.1% 69.2% 58.5% 56.0% 68.2%

28.7% 30.4% 31.9% 30.8% 41.5% 44.0% 31.8%

62.9% 64.1% 61.1% 58.9% 53.8% 54.3% 61.2%

37.1% 35.9% 38.9% 41.1% 46.2% 45.7% 38.8%

71.6% 73.4% 71.3% 68.6% 64.5% 58.9% 70.4%

28.4% 26.6% 28.7% 31.4% 35.5% 41.1% 29.6%

72.9% 73.1% 74.1% 69.6% 62.6% 58.2% 71.2%

27.1% 26.9% 25.9% 30.4% 37.4% 41.8% 28.8%

76.2% 76.3% 76.1% 72.5% 65.0% 63.8% 74.2%

23.8% 23.7% 23.9% 27.5% 35.0% 36.2% 25.8%

Sim

Não

Presidente daRepública

Sim

Não

Deputado

Sim

Não

Governador

Sim

Não

Administrador

Sim

Não

Líder de sindicato

Sim

Não

Lider de associação

18 - 25 26 - 33 34 - 41 42 - 49 50 - 59 + 60 anos

Grupos etarios

Total

92 23.3%

Ideias e propostas

Lideres

Partido com mais poder naregiao

Vantagens de membro

Pressao politica

Familia e amigos pertenciam

Motivosde escolhade PartidoPolitico

CasesLayer

Response %

Maioria dos lideres sao daminha regiao

122