1463 Jornal do Vestibulando ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA Jornal do Vestibulando ENSINO,...
Transcript of 1463 Jornal do Vestibulando ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA Jornal do Vestibulando ENSINO,...
ENTREVISTA
Carolina Hartfi el Barroso 1
CONTO
Civilização – Eça de Queirós 3
1463
JORNAL ETAPA – 2013 • DE 17/10 A 30/10
Jornal do VestibulandoENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
ENTREVISTA
“Tem de estudar para chegar no dia da prova
sabendo que você fez tudo que podia.”
Carolina Hartfi el BarrosoEm 2012: EtapaEm 2013: Relações Internacionais – USP
Carolina Hartfiel Barroso faz Relações Internacionais na USP.
No ano passado veio para o cursinho e dedicou-se muito aos
estudos. Como diz: “Antes eu não sabia como estudar. Aqui
eu aprendi. Foi um ano bem puxado, acho que nunca estudei
tanto, mas valeu a pena”. Nesta entrevista, Carolina fala de sua
preparação no Etapa e do curso de Relações Internacionais.
ENTRE PARÊNTESIS
Math problem 8
JV – O que motivou você a escolher Relações
Internacionais como carreira?
Carolina – Eu estava no 2º ano do Ensino Médio e sabia que seguiria uma carreira de Humanas. Di-reito é a mais comum, mas eu não me identifiquei muito. Pesquisando, encontrei Relações Interna-cionais e vi que era o que eu estava procurando, porque tem um pouco de Direito, um pouco de Economia, tem tudo dentro de uma carreira só. Achei interessante.
Além da Fuvest 2013, você prestou quais ves-
tibulares?
PUC e Enem. Prestei para ver como eu estava.
Como era o seu método de estudos? Você teve
alguma dificuldade para se organizar nos estu-
dos, no ano passado?
Não. Como morava perto, chegava em casa e conseguia fazer toda a matéria. Deixava a maté-ria sempre em dia. Se atrasava, procurava fazer no fim de semana.
Você estudava a matéria do dia?
Dependia da matéria. Quando era uma em que eu tinha mais dificuldade, como Física e Matemática, eu tentava fazer primeiro um resumo e depois os exercícios. Mas se fosse Biologia, por exemplo, eu ia direto aos exer-cícios.
Você estudava nos fins de semana?
No fim de semana, pelo menos um dia era de
estudo. No outro eu descansava. Se não fosse no sábado, era no domingo.
Então você deixava um dia para descanso?
Sim. Às vezes ia almoçar com minha família, às vezes ficava em casa vendo televisão, filmes. As-sistia a filmes que podiam ser relacionados com a Redação, filmes assim interessantes. Assistia principalmente a filmes cult, como Ensaio sobre
a cegueira, que usei este ano num trabalho da faculdade.
Você estudava durante quantas horas?
Umas quatro, cinco horas por dia. Chegava em casa, estudava duas horas, dava uma paradinha, estudava mais duas horas. Antes eu não sabia como estudar. Aqui eu aprendi. Cada um tem o seu ritmo, se eu via que não estava rendendo, parava um pouco. Não adianta forçar. Se você não está concentrada, não vai aprender direito. Preferia parar um pouco, assistir à televisão e de-pois me concentrar.
Em quais matérias você tinha mais dificuldade?
Quais exigiram mais a sua atenção?
Matemática e Física, com certeza. Tinha dificulda-des em Exatas. As outras, não é que eram fáceis, mas eu entendia mais rápido. História você precisa de mais tempo para estudar. Eu gosto de História, mas é bastante difícil assimilar tudo que você tem de aprender.
Em que matérias você tinha mais base?
Inglês, Português, Geografia e Biologia.
Você sentiu que teve maior crescimento em
quais matérias?
Em todas as matérias eu aprendi bastante. Eu tinha uma base, mas faltava muita coisa.
Quando surgiam dúvidas, como você as resolvia?
Minhas maiores dúvidas eram em Física. Às vezes eu via na Internet, no Plantão Virtual do Etapa. Quan-do não entendia, ia à sala dos plantonistas.
Você fez Reforço?
Fiz Reforço para Direito no primeiro semestre, até julho. A partir de agosto comecei a estudar por con-ta própria, principalmente História. Achei que valia mais a pena ficar estudando em casa no sábado.
Você fez os simulados regularmente?
Sim, fiz quase todos.
Você treinava Redação com frequência?
Eu tentava escrever uma por semana, mas era meio difícil. Escrevia uma mais ou menos a cada duas se-manas. Normalmente fazia as do jornal [Fiquesper-
to] ou as que o professor pedia. E as dos simulados.
Você sentia que estava tendo evolução em suas
redações?
Melhorei bastante, só que eu tinha uma dificul-dade. Escrever eu sabia, mas faltava conteúdo, argumentação. Eu costumava ler as redações que a Fuvest coloca para ver, a estrutura do texto era sempre a mesma, mas geralmente a argu-mentação deles era boa, bem elaborada.
SERVIÇO DE VESTIBULAR
Inscrições 8
ARTIGOUnicamp tem segundo supercomputador mais rápido na América Latina 6
POIS É, POESIA
Florbela Espanca 7SOBRE AS PALAVRAS
Pode tirar o cavalo da chuva 8
ENTREVISTA2
Jornal ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura
REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1 987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP
JORNALISTA RESPONSÁVEL: Egle M. Gallian – M.T. 15343Jornal do Vestibulando
Você leu os livros indicados pela Fuvest como
obrigatórios?
Li todos. Alguns eu li duas vezes.
Como as palestras sobre os livros ajudavam?
Na palestra o professor mostra coisas que você
não percebe sozinha. Quando o professor ex-
plica, você faz relações melhores. A palestra
sobre o livro Til, de José de Alencar, foi uma
das melhores. O livro é muito difícil de ler e a
palestra foi a que melhor entendi.
Qual foi a época mais difícil do ano passado?
Antes das férias eu estava bem cansada. De-
pois, perto das provas do fim do ano, época
em que todo mundo estuda mais, tem Revisão,
muita coisa para fazer. A matéria toda.
Como você desenvolveu seu segundo semestre?
Mantive meu ritmo de estudos e acho que até
cresceu minha confiança, porque na Revisão
você percebe que sabe mesmo a matéria.
Você interrompeu alguma atividade para se
preparar melhor para os vestibulares?
Antes eu jogava futsal, parei por falta de tempo.
Foi um ano em que eu fiz só cursinho. Não fiz
inglês, não fiz nada. Eu queria ter feito, só que
não fiz para não atrapalhar.
Como foram seus exames na PUC e no Enem?
Passei na PUC e fiz matrícula porque o resul-
tado sai antes da Fuvest. Quando a Fuvest
saiu, cancelei a matrícula. Se eu não tivesse
entrado na USP, o mais provável era ir para a
Unifesp, que me chamou pelo resultado no
Enem.
Quantos pontos você fez na 1ª fase da Fuvest?
71. No ano anterior eu tinha feito 63.
O corte foi 58. Você ficou contente com sua
pontuação?
Fiquei. No dia achei que tinha ido mal. A prova
estava bem difícil. Quando cheguei em casa,
corrigi a prova e me surpreendi com o tanto que
tinha acertado.
Nos simulados, você fazia quantos pontos?
No primeiro simulado eu fiz 71 pontos também.
Depois era sempre acima de 60, mas nunca
chegou a 70 de novo.
Da 1ª para a 2ª fase, o que mudou em seus
estudos?
Quando saiu o resultado da 1ª fase comecei a
estudar História e Geografia todo dia, porque
são matérias prioritárias na carreira, no tercei-
ro dia da 2ª fase da Fuvest. Parece que História
e Geografia não são difíceis, mas são, bastan-
te. Eu sabia as outras matérias o suficiente
para ir bem no segundo dia. O terceiro dia era
minha prioridade.
Nessa fase você abriu mão das outras maté-
rias?
Não. Estudei todas. Também me empenhei em
Redação.
Na 2ª fase, quais foram suas notas?
O primeiro dia, com Português e Redação,
é muito difícil. Eu achava que sabia tudo e na
parte das questões respondi todas. Só que a
nota nem sempre corresponde ao que você
acha que fez. Minha nota final foi 58,13. Tirei
58,1 nas questões e tive um desempenho de
58,75% na Redação. No segundo dia, na prova
geral, tirei 68,8. E no terceiro dia minha nota
foi 52,1.
Teve alguma surpresa com suas notas, na 1ª e na 2ª fase?
Eu não pensava em ir tão bem na 1ª fase. Na
2ª fase eu sabia que o primeiro dia ia ser bem
difícil, que no segundo dia eu iria melhor – foi
a minha maior nota –, mas no terceiro dia eu
esperava tirar uma nota mais alta.
Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontua-ção na Fuvest?
Fiquei com 645 pontos.
Na carreira, qual foi sua classificação?
33º lugar, dentre as 60 vagas.
Como ficou sabendo de sua aprovação?
Pela Internet. Fiquei em casa atualizando o
site. Estava com minha mãe e meu namora-
do. Quando apareceu meu nome, comecei
a chorar e abracei minha mãe. Foi um alívio
muito grande. Depois vim para o Etapa e co-
memorei com os amigos. E ainda ganhei um
iPod também [no dia da lista há um sorteio
entre os alunos].
Na PUC e no Enem, quais foram os resulta-dos?
Na PUC, eu acho que fiquei em 23º lugar.
Pelo Enem, entrei na primeira chamada para a
Unifesp, mas não me lembro da minha classi-
ficação.
Com relação às matérias, o que você está es-tudando?
Tenho cinco matérias, uma por dia. Du-
ram quatro horas as aulas. Tenho Méto-
dos Empíricos de Pesquisa, é meio que
estatística, mexendo no Excel; Teoria Ge-
ral do Estado, que é Direito, Macroecono-
mia, História das Relações Internacionais e
Teorias Clássicas das Relações Internacionais.
Tem tudo que eu gosto.
Quais as matérias preferidas?
Gosto bastante de estudar História das Rela-
ções Internacionais. Muito legal. E gosto de
Teoria Geral do Estado e Teorias das Relações
Internacionais.
Qual matéria está sendo mais difícil?
Para mim é Métodos Empíricos de Pesquisa. Tem
fórmulas matemáticas, é difícil, mas se eu estudar
aprendo rapidinho. Só que é muito chatinha.
Do que você está gostando mais até agora na USP?
Nossa, muita coisa acontece lá dentro. Todo dia
tem coisa nova. Sempre tem um filme passan-
do, uma exposição, um debate, palestras, se-
minários.
Você está participando de alguma atividade?
Estou participando de um projeto que se chama
“Educar para o Mundo”, que é quase uma exten-
são universitária. A gente ajuda imigrantes aqui
em São Paulo a entender a legislação brasileira.
Estamos também fazendo um documento-base
para a prefeitura. Vai começar a ter mais legisla-
ção para imigrantes, porque eles têm uma vida
bem difícil aqui. Focamos nisso.
Qual é sua motivação hoje para seguir na área
de Relações Internacionais?
A maioria das pessoas que faz Relações Inter-
nacionais está para lutar pelos direitos huma-
nos, expandir os direitos humanos, trabalhar
com essas coisas. Muita gente quer diploma-
cia. Não sei se é minha carreira ainda.
Quais as opções que a área de Relações Inter-
nacionais oferece?
Dá para trabalhar em empresa privada, em ban-
cos, em ONGs, na ONU. Tem muita gente tra-
balhando na Prefeitura de São Paulo, copiando
projetos de outros países para melhorar a estru-
tura da cidade
Que dica você dá ao pessoal para aproveitar o
melhor possível esta fase final de preparação
para os vestibulares?
O que eu fiz no final foi priorizar o que eu
ainda não tinha entendido direito. O que eu
já sabia bem, não deixei de lado, mas não
priorizei tanto. O que eu tinha dúvida, estu-
dava um pouco mais. Pegava o que eu não
sabia, fazia resumos.
Como fica marcado para você o ano passado?
Foi bem puxado, acho que nunca estudei
tanto. Nunca tinha pensado que ia estudar
todo dia. Mas estudava mesmo. Acho que
também valeu a pena pelas amizades que
você faz, essa parte é legal.
Quais as lembranças do Etapa?
Os professores. Eles são muito bons. E é muito
legal depois que você entra. Você vê que o ano
que passou foi muito bom.
Você quer dizer mais alguma coisa para nos-
sos alunos?
Você tem de saber qual é o seu ritmo de estu-
do, qual é o seu rendimento. Tem de saber o
que é melhor para você.
O que fica de lição de toda essa experiência
bem-sucedida de se dedicar para entrar na
carreira que escolheu, Relações Internacio-
nais?
Não se pode pensar em nenhum momento
que não vai passar. Tem de estudar para che-
gar no dia da prova sabendo que você fez
tudo que podia.