14ª edição da Contexto Social

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Políticas, ações e iniciativas sociais promovidas pelo Poder Público e pelo Terceiro Setor

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divulgando as ações que promovemo desenvolvimento social do país

Há um ano

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Carta ao leitor

A Associação dos Gaiteiros Brazilian Piper, sediada em São Gonçalo (RJ) potencializou o princípio da ação social pela músi-ca compartilhando a musicalidade brasileira com a cultura celta. Nossa matéria de capa mostra como o projeto promove a inclu-são social e cultural com um instrumento exótico e diferente: a gaita de fole.

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte criaram uma ferramenta que ajuda os cegos a enxerga-rem com o ouvido. Apelidado de “olho biônico”, o projeto usa a mesma técnica utilizada pelos morcegos, que emitem ondas de ultrassom para identificar obstáculos. O sistema utiliza três sen-sores instalados na aba do boné, na altura da cintura e na ponta da bengala.

Em Ribeirão Preto (SP), um jovem estudante transformou geladeiras em pontos de leitura. Selecionado em edital do Mi-nistério da Cultura, o projeto “Geladeiroteca: consuma aqui e alimente seu espírito” customiza geladeira para funcionar como biblioteca. O resultado deu tão certo que o estudante já montou a segunda “geladeiroteca” e estuda abrir mais três, em menos de um ano.

Conhecida nacionalmente por seu Festival de Inverno (FIG), a cidade de Garanhuns, no agreste pernambucano, ganhará uma versão completamente voltada para a literatura infantil e a for-mação de leitores. A primeira edição do Festival Internacional de Literatura Infantil (Filig), que acontece em outubro, consolida a tradição literária da cidade.

A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza des-tinará mais de dois milhões de reais para 20 novas iniciativas voltadas para a pesquisa de conservação dos seis biomas brasilei-ros, além do ecossistema marinho. A maior parte das iniciativas selecionadas terá duração de até dois anos, sendo que algumas se estendem por três ou quatros anos.

Desde julho de 2012, a prefeitura de Indaiatuba (SP) dispo-nibiliza gratuitamente para empréstimo 200 bicicletas ecológicas que utilizam quadro fabricado com garrafas PET. O projeto Eco-bike já contabiliza mais de 42 mil empréstimos de bicicletas e quase 14 mil usuários cadastrados. O projeto já conta com quatro estações ecobike.

Essas são apenas algumas matérias da 13ª edição da revista Contexto Social. tenha uma boa leitura.

Diretoria:Maurício Cardoso, Cláudia Capella,Paulo Pedersolli

Editor Chefe:Maurício Cardoso - 1314/[email protected]

Chefe de Reportagem:Jair Cardoso [email protected]

Projeto Gráfi co e Diagramação:Cláudia Capella

Revisão:Denise Goulart

Agências de Notícias:Brasil, Sebrae, USP, RTS, PORVIR

Contexto Comunicação Gráfi ca e Social EIRELI-ME

Telefones:(61) 9115-0273 / 8479-0846 / 8455-6760

Matérias e sugestões de pauta:[email protected]@gmail.com

Site:www.revistacontextosocial.com.br

Publicação eletrônica

Periodicidade: mensal

Exp

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divulgando as ações que promovemo desenvolvimento social do país

Há um ano www.facebook.com/contextosocial

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ONG fiscalizaações do governo

JorgeGerdau:

Ÿ Sem educação o Brasil jamaisserá verdadeiramente livre

Ÿ A realidade mundial exige a integração empresarial-acadêmica

Cultura de paznas escolas

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Gol de Letrado craque Raí

Guardiões do Mar mobilizacooperativas de reciclagem

Autistas interagem comtecnologia touch

CNA e Sebrae unidosno semiárido

Edições anteriores

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Jovem amigo da criança

Uma boa ideia pode mudara vida de muitas crianças

Outubro Rosamobiliza o mundo

Cidadania comreflorestamento

As batidas deum coração

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O mundocontra a AIDS

ISSN

2318-8464 Corrente do Bem

dissemina gentilezaÓculos que ajudam

cegos a enxergarCaia na rede dainclusão digital

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O perfil solidário de

Luigi BaricelliBolsa atleta para

paraolímpicos do DFBairro-Escola, o sucesso

da articulação comunitáriaUm olhar para a

cidadania está no ar

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Médicos sem fronteirase sem discriminação

Médicos sem fronteirase sem discriminação

BH quer levar cidadaniapara os viadutos

Problemas do sono jásão uma epidemia global

Handebol para cadeirantesconquista o mundo

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direitos eparticipação política

Mulheres,

Programa beneficiaáreas rurais do DF

Saúde na Escola trabalhahábitos alimentares

Atletas, e superatletas,com deficiência

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Longe se vai sonhando demaisViviane Senna

Projetos inovadoresem Londrina

Amigos do Planetana escola

Passaporte para omundo literário

CAPAGaiteiros do Brasil 5

POLÍTICASEnfrentando o tráfico de pessoas 10Festival dedicado a crianças 11Marco Regulatório das ONGs 12

TERCEIRO SETORDesapega que pega bem 14Pesquisas para conservação da natureza 15Posto Ecoeficiente ganha espaço no Brasil 16Energia que dá gosto 17

GESTÃODois anos de ecobike 18

CIDADANIAAutoproteção contra a exploração sexual 19Nova Vila Salvador Arena 20

NEGÓCIOAplicativo cria rede de doadores de sangue 22

MOBILIDADEBicicletas elétricas mudam cenário 23

AÇÃO SOCIALMãe Coruja no seleto grupo da ONU 24Cidadania em defesa da Pátria 25

CULTURAGeladeiroteca mata fome de leitura 25

ACESSIBILIDADEUrna eletrônica com áudio 28

NUTRIÇÃOBanco de Alimentos amplia formas de adesão 29

SUSTENTABILIDADEPlástico ameaça ecossistemas marinhos 30

INTERCÂMBIOUm banho de dignidade 32

CLIMACenários sobre clima e saúde pública 33

MEIO AMBIENTEMais de um milhão de avaliações ambientais 34

INICIATIVAPrêmio cidade Pró-Catador 35

INOVAÇÃOOlho biônico ajuda a enxergar com o ouvido 36

ARTIGORespeito ao aluno e uma vitória contra a corrupção 37

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Capa

Gaiteiros do Brasil

Projetos socioculturais que incentivam a prática musical como instrumento de inclusão, socialização e cidadania para crianças e adolescentes de comu-nidades de baixa renda não é nenhuma novidade. O princípio da ação social pela música é aplicado há décadas, e com sucesso, em vários países do mundo.

A Associação dos Gaiteiros Brazilian Piper, sediada em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, po-tencializou esse princípio compartilhando a musica-lidade brasileira com a cultura celta e enriquecendo o gosto artístico-musical dos alunos com um instru-

Gaita de fole

concilia música,

cultura e cidadania

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Cap

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mento exótico e diferente: a gaita de fole.

A Brazilian Piper é uma ins-tituição social sem fins lucrativos criada para promover a inclusão social e cultural de crianças e ado-lescentes de classes sociais menos favorecidas através do ensino coletivo da música. Está compro-vado que a prática musical é um

poderoso instrumento para a for-mação do indivíduo, tornando-o mais disciplinado, concentrado, motivado e responsável dentro e fora da sala de aula.

Jornada

O início foi difícil. Ide-alizado em 2002 pelo maestro

e sub-ofical da reserva da Ma-rinha, José Paulo Pereira Filho - que atuou durante 30 anos como músico gaiteiro na banda dos Fuzileiros Navais -, o pro-jeto Gaiteiros Brasileiros (Bra-zilian Piper) começou apenas com os ensinamentos caseiros do mestre, que construia arte-sanalmente as próprias gaitas

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Capa

Brazilian Piper

completa

12 anos

de carreira

social

e religiosos (como casamentos e bodas). As apresentações são feitas no melhor estilo escocês, inclusive com os típicos trajes kilts, espécie de saia masculina usada pelos celtas do Norte do Reino Unido.

Para muitos, o que come-çou como distração, virou pro-fissão. Dezenas de jovens que passaram pelo Brazilian Piper resolveram trilhar a carreira de músico e não se arrependeram. A banda já fez participações es-peciais em gravações de gran-des osquestras e agora se pre-para para gravar seu primeiro DVD independente.

O repertório não se limita às músicas de “sotaque” euro-peu. Também há lugar para Asa Branca e Aquarela do Brasil, entre outras composições legiti-mamente brasileira.

Compartilhar

Aprender a tocar gaita de fole é uma tarefa complicada para o brasileiro, especialmente se ele for de baixa renda. Não existe curso regular específico para o instrumento no país e a única forma de conseguir dar os primeiros sopros é através de aulas particulares.

O grupo compartilha a disseminação da arte da gaita de fole. O regimento interno da associação determina que cabe aos primeiros alunos, já crescidos e experientes, a tarefa de transmitir a técnica para os mais novos.

Daniel Rodrigo, de 24 anos, é o mais antigo do gru-po e toca ao lado de seu mais novo aprendiz, de apenas 11 anos. Com graduação universi-tária em música, ele conheceu a gaita de fole como aprendiz

e transmitia seu conhecimento adquirido no Reino Unido para garotos de comunidades caren-tes.

Hoje, 12 anos depois, o Brazilian Piper é a maior banda de gaitistas de fole do Rio de Ja-neiro, com 25 integrantes fixos que se apresentam em eventos culturais, corporativos, militares

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Cap

a

do Brazilian Piper. Hoje, Daniel Rodrigo da aula em duas esco-las e já ensinou as técnicas para 10 pessoas.

Eco

O projeto iniciado no bairro de Sacramento, em São Gonçalo, contagiou a comuni-dade e ecoou por todo o muni-cípio. Além de diminuir a expo-sição de crianças, adolescentes e jovens às situações de risco social - como drogas e prosti-tuição –, a banda inseriu São Gonçalo no cenário artístico e cultural do Rio de Janeiro.

O rendimento dos alunos nas escolas é acompanhado re-gularmente e a freqüência nos ensaios individuais e apresen-tações externas não podem ser inferior a 75%. Eles também

participam de reuniões mensais com a equipe de apoio multi-disciplinar, onde são abordados assuntos de comportamento grupal e individual.

A associação também viabiliza a concessão de bolsas de estudos em faculdades pri-vadas para os alunos que termi-naram o ensino médio. O maes-tro enfatiza que muitas crianças que não tinham perspectiva de futuro, hoje estão inseridas nas forças armadas seguindo carrei-ra militar, outras concluíram o nível superior em outras áreas e também se transformaram em profissionais qualificados.

Mas o efeito mais signi-ficativo deste projeto é a mu-

Projeto iniciado no bairro de Sacramento contagiou a

comunidade de São Gonçalo

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Capa

Regulamento prevê que

alunos experientes

transmitam a técnica para os

mais novos

dança de comportamento dos alunos, registradas ao longo do tempo. “O maior resultado do projeto é ter a certeza de ter contribuído, de alguma for-ma, no desenvolvimento destas crianças e jovens, diminuindo o tempo ocioso e afastando-os de riscos e vulnerabilidade social”, ressalta José Paulo.

Além da Escócia

Elemento tradicional da música escocesa, a gaita de fole também é popular em ou-tros países como Alemanha, Itália, França, Líbia, Argélia, Tunísia, Índia, Paquistão e Tur-quia. Mesmo pouco conhecida

em nosso continente, é comum entre os brasileiros que já “ou-viram falar” sobre o instrumen-to imaginar que ele nasceu na Escócia.

Ledo engano. A verdade é que sua origem é bem mais complexa. Alguns historiadores garantem que há registros do instrumento ainda no século II A.C., em pleno Império Ro-mano. Outros apontam como berço o Oriente Próximo, onde hoje se encontra o Irã.

Ela chegou ao Brasil jun-to com os portugueses. Há re-gistros na carta de Pero Vaz de Caminha de que o instrumento servia para acalmar os índios e promover a integração dos aventureiros com as tribos que habitavam a região de Porto Seguro.

Produzidas com madei-ra, resina, metal, couro e pano, cada gaita de fole demora cerca de três meses para ser confec-cionada.

Capa

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Pol

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Enfrentando o

tráfico de pessoasO Brasil está fortalecendo

seu sistema nacional de enfrenta-mento ao tráfico de pessoas, mas ainda carece de uma ampla le-gislação para combater este tipo de crime. Segundo o secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, o país precisa incorpora todas as modalidades previstas no Proto-colo de Palermo e que ainda não estão previstas na legislação na-cional.

Como exemplo, ele cita que modalidades como o tráfico de pessoas para fim de remoção de órgãos, para adoção interna-cional e para fins de casamento servil ainda não estão tipificadas criminalmente.

“Quanto mais conseguir-mos englobar essas hipóteses como condutas ilícitas, melhor será a capacidade do nosso sis-

tema de Justiça processar essas ações e diminuir a impunidade”, ressalta o secretário.

Criado em 2000, na Itália, o Protocolo de Palermo está em vigor no Brasil desde março de 2004, e é oficialmente conhe-cido como Protocolo Adicional à Convenção das Nações Uni-das contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Preven-ção, Repressão e Punição do Trá-fico de Pessoas.

Atlas

O Ministério da Justiça di-vulgou um atlas com a estrutura e experiências de enfrentamento a esse crime. Atualmente, o Bra-sil conta com uma rede de 16 nú-cleos de enfrentamento ao tráfico de pessoas. No local, as pessoas

podem ter ajuda psicológica, en-caminhamento para reinserção profissional e até proteção para as que se acharem ameaçadas.

Outros 12 postos avança-dos fazem buscas ativas de situ-ações de tráfico de pessoas, em grandes aeroportos e rodoviá-rias, e identificam situações sus-peitas para que os profissionais possam intervir, quando neces-sário.

O atlas também traz ações como a Clínica Intercultural, da Universidade Federal de San-ta Catarina, que presta atendi-mento psicológico a estrangei-ros, migrantes ou refugiados em sofrimento psíquico e o Projeto Bebel, voltado para a inclusão socioeconômica de profissionais do sexo da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro.

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Políticas

criançasFestival dedicado às

Garanhuns sediará primeiro Festival Internacional de Literatura Infantil na região Nordeste

Conhecida nacionalmen-te por seu Festival de Inverno (FIG), a cidade de Garanhuns, no agreste pernambucano, ga-nhará uma versão completa-mente voltada para a literatura infantil e a formação de leito-res. A primeira edição do Festi-val Internacional de Literatura Infantil (Filig) acontecerá em outubro.

Promovido pela Proa Cultural em parceria com a prefeitura, o evento consolida a tradição literária da cidade, que preza suas bibliotecas pú-blicas e investe em ações vol-tadas para a literatura infantil, como a implantação de salas de leitura e realização de bie-nais de livros.

“Queremos reforçar o que já é feito regularmente e fazer com que as crianças ampliem o interesse pela leitura”, explica o escritor e professor Antonio Nunes Filho, responsável pela curadoria da Filig. “A semente já foi plantada e estamos aqui para

contribuir com a formação de novos leitores”, ressalta.

O Filig será o primeiro festival internacional de litera-tura infantil realizado na região Nordeste. Sua edição de estréia oferecerá oficinas, atividades, palestras e debates direciona-dos ao público infantil.

Clima

A cidade já entrou no clima do Festival com o início das oficinas voltadas para pro-fissionais que atuam com edu-cação de crianças e com litera-tura infantil. Até outubro, serão

realizadas seis oficinas, sendo duas de Mediadores de Leitura e quatro de Gestores de Biblio-tecas.

Cada oficina capacitará até 24 profissionais que atuarão como agentes multiplicadores, atingindo indiretamente até três mil crianças.

As escolas que tiverem profissionais capacitados nas oficinas e as seis bibliotecas existentes em Garanhuns rece-berão “Kits de Leitura” forma-dos por um acervo de livros infantis selecionado pela Fun-dação Nacional do Livro Infan-til Juvenil (FNLIJ) e pela cura-doria do festival.

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Pol

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das ONGsMarco Regulatório

Mais transparência nas parcerias

entre Governo e Organizações

A principal mudança do projeto de lei aprovado está na criação de dois tipos de contra-to entre governo e organizações da sociedade civil: “termo de colaboração” e “termo de fo-mento”. Os gestores públicos serão obrigados a realizar um “chamamento público”, uma espécie de edital de concorrên-cia entre ONGs.

Sancionado pela presidente Dilma Rousseff, o Marco Re-gulatório das Organizações da Sociedade Civil tornará as par-cerias entre as organizações e o governo federal mais claras e transparentes. A ideia é coibir a corrupção e trazer seguran-ça à atuação das organizações comprometidas com o interesse público.

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Terceiro Setor

Para receber verbaspúblicas é preciso

comprovar experiênciae ter ficha limpa

Para receber verbas pú-blicas, as organizações preci-sarão ter, no mínimo, três anos de existência e comprovar experiência no serviço a ser prestado. Elas serão ficha lim-pa e poderão cobrir despesas como remuneração da equi-pe dimensionada no plano de trabalho, diárias referentes a deslocamento, hospedagem e

alimentação e a aquisição de equipamentos e materiais per-manentes com recursos da par-ceria com o governo.

A lei também exige que órgãos públicos planejem pre-viamente a realização e acom-panhamento das parcerias, e prevê sistema de prestação de contas diferenciado por volume de recursos.

Avanço

Dilma Rousseff ressaltou que a sanção representa um avanço na democracia do Bra-sil. Para ela, o novo documento reconhece de uma forma insti-tucional a sociedade civil como ente legítimo na relação com o Estado.

“A legislação cria um ambiente mais adequado para a atuação e reconhecem nas organizações da sociedade parceiras fundamentais do es-tado na implementação de po-líticas em favor dos cidadãos”, afirmou, ressaltando a impor-tância da participação da so-ciedade civil no processo de construção do marco: “Graças a esse amplo diálogo, o resul-

tado é um novo arcabouço ju-rídico que traz benefícios para todos”.

As regras mais claras e a maior transparência evitarão erros e permitirão o reconheci-mento do Estado da importân-cia das organizações na vida do brasileiro. As ONGs têm sido fundamentais para que políticas públicas cheguem a população e não faltam exem-plos de boas parcerias espalha-das pelo Brasil.

Transferências

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2010, já havia mais de 290 mil fun-dações privadas e associações sem fins lucrativos no País.

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econô-mica Aplicada (Ipea), em no-vembro 2013, mostrou que a União transferiu cerca de R$ 29 bilhões a 10 mil entidades sem fins lucrativos (ESFLs), entre 2003 e 2011. Esse valor repre-senta 15% do total das transfe-rências feitas pelo governo fe-deral no período.

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Lançada no início de abril, o “Desapega que pega bem” está mobilizando a po-pulação de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. A cam-panha é uma iniciativa da Fun-dação Semear para incentivar a doação de roupas, calçados e acessórios, em bom estado, para o bazar social.

O dia do desapega acon-tece na primeira segunda-feira de cada mês. Neste dia, a pes-

Desapegaque pega bem!

soa que não tiver como levar sua doação à central da Fun-dação pode agendar o recolhi-mento da doação em seu pró-prio endereço.

As doações pontuais, fora da campanha do Desape-ga, podem ser feitas de segun-da à sexta-feira diretamente na Fundação Semear. O bazar social possibilita à comunidade adquirir roupas, calçados, aces-sórios e artigos de bazar, novos e usados a preços acessíveis. Os recursos obtidos são revertidos

Semeando a convivência familiar e a cultura da doação

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para a manutenção dos proje-tos sociais.

Centro de Vivência

Regularmente, a Funda-ção Semear promove encontros de pais e responsáveis dos edu-candos atendidos no Centro de Vivência Redentora (CVR) para fortalecer o vínculo comunitário e estimular a participação ativa das famílias nas ações de con-vivência.

O terceiro encontro acon-teceu no dia 12 de julho. Nesta edição, a Roda de Conversa, momento para a troca de infor-mação e experiências entre pa-lestrantes e participantes, deba-teu o tema “Limites, por quê?”.

A roda foi coordenada por Janete Maria Ritter, gradu-ada em psicologia com ênfase em Saúde Mental e Desenvol-vimento Humano pela Univer-sidade Feevale e Mestranda em Psicologia da Saúde pela Universidade Federal de Santa Maria.

O Centro de Vivência Redentora, programa de Con-vivência e fortalecimento de vínculos da Fundação Semear, atende mais de 150 crianças e adolescentes entre 06 e 16 anos, em situação de vulnerabi-lidade social.

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Terceiro Setor

Em 23 anos de atuação, a Fundação Grupo Boticário já se firmou como uma das maiores financiadoras privadas de iniciativas de conservação da natureza brasileira.

Ao todo, 1.397 iniciativas já foram apoia-das em todos os estados brasileiros, contribuin-do para a descoberta de 69 novas espécies para a ciência e para a proteção de outras 237 ame-açadas de extinção no país.

conservaçãoda natureza

A Fundação Grupo Boticário de Prote-ção à Natureza destinará mais de dois milhões de reais para 20 novas iniciativas voltadas para a pesquisa de conservação dos seis biomas brasileiros, além do ecossistema marinho.

Os projetos foram selecionados por meio de editais públicos promovidos pela Fun-dação, instituição que realiza chamadas semes-trais desde 1990. A maior parte das iniciativas selecionadas terá duração de até dois anos, sendo que algumas se estendem por três ou quatros anos.

Entre os projetos que receberão apoio destaca-se o estudo que vem sendo realizado com a arara-azul-de-lear na Estação Biológica de Canudos, na Bahia. Desde 2012, a espé-cie é considerada como ameaçada de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).

O projeto visa o fortalecimento e o re-conhecimento efetivo dessa unidade de con-servação, que foi criada no Bioma Caatinga especialmente para a preservação da arara--azul-de-lear. A ave é endêmica da região, não sendo encontrada em nenhuma outra parte do mundo.

Papagaio

Na Mata Atlântica, bioma mais ameaça-do do país, doze iniciativas serão realizadas. O litoral sul de São Paulo receberá uma delas, que tem por objetivo proteger o papagaio-de--cara-roxa, colocando em prática as ações de conservação estabelecidas pelo Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Papagaios da Mata Atlântica.

Pesquisas para

Grupo Boticário financiará 20

iniciativas nos seis biomas brasileiros

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Terceiro Setor

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Posto EcoeficienteA onda dos postos de gasolina ecoficientes

está ganhando cada vez mais espaço no País. Eles vi-sam o uso eficiente dos recursos naturais por meio de iniciativas como reaproveitamento da água da chuva e da lavagem dos veículos, aplicação de soluções de eficiência energética e sistemas construtivos que eco-nomiza material e geram menos resíduos na obra

Entre atributos como energia solar, iluminação em LED e o chamado telhado branco, que evita o aquecimento do local, esses estabelecimentos con-tam com vários itens que beneficiam o meio ambien-te e são certificados pelo Green Building Council, instituição internacional que promove práticas de sustentabilidade ambiental.

A certificação (selo Leed) é concedida a edifi-cações focadas na redução do consumo de energia. Também são considerados os custos operacionais de manutenção, menor uso de recursos ambientais não

renováveis, melhor qualidade do ar interno dos edi-fícios e a melhor qualidade de vida e saúde de seus usuários.

Apaixonado por carros

O grupo Ipiranga aposta nos postos Ecoefi-cientes, que já somam mais de 534 unidades espa-lhadas pelo Brasil, e conta com o apoio da FINEP para expandir sua rede de ecoficiência. O projeto de expansão apoiado pela Finep aplica tecnologias de-senvolvidas em parceria com universidades federais, como a UFRJ, USP e UFSC.

Sua nova unidade, inaugurada recentemente no Rio de janeiro, tem energia solar, iluminação em LED, single deck - cobertura que utiliza 20% a menos de aço e não utiliza forro de PVC -, telhado branco e um novo sistema de exaustão que alivia a carga do ar-condicionado, gerando economia de energia.

“É importante estimular essa aproximação en-tre o setor produtivo e a academia. As áreas de ener-gias renováveis e tecnologias limpas são tidas como prioritárias para o País”, afirma Igor Andrade, ana-lista de Departamento de Petróleo, Gás e Indústria Naval da Finep.

O selo Leed é concedido a edificações focadas na redução do consumo de energia

ganha espaço no Brasil

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Terceiro Setor

Energiaque dá gosto

A fábrica da Nestlé em Araras (SP) é um exemplo de economia e sustentabilidade. A empresa está utilizando a bio-massa vinda da borra do café para gerar 25% da energia con-sumida em suas instalações.

Com isso, a borra que deixa de ser descartada, está gerando energia elétrica. Ape-nas para se ter uma ideia da grandeza da economia, a fá-brica de Araras consome apro-ximadamente 40% de toda a energia utilizada pela Nestlé no Brasil.

O processo para a utili-zação desse recurso energético sustentável é simples. Cerca de 97% do pó que fica no coa-dor após preparo da bebida é prensado para reduzir umidade e depois é armazenado em um silo, onde é misturado a cava-cos de madeira.

Depois, essa mistura é queimada em uma caldeira, gerando vapor que alimenta as principais áreas da fábrica. O resto passa por um processo de compostagem e se transforma

em fertilizante orgânico.A borra é um subprodu-

to da produção do café solúvel da marca, como o pó que fica no coador após o preparo da bebida pelo processo tradicio-nalmente utilizado por milhões de brasileiros.

Biomassa

Várias empresas já reci-clam biomassa na obtenção de energia, mas de acordo com a professora Suani Coelho, do Centro Nacional de Referên-cia em Biomassa da USP, é a primeira vez no Brasil que se utiliza a borra de café.

A ideia desse tipo de ma-triz foi criada na Suíça e já é utilizada pela multinacional na maioria das fábricas espalha-das pelo mundo. Em Araras, caso a linha de produção usas-

se o tradicional gás natural na geração de vapor, anualmente seriam emitidos mais de 20 mil toneladas de dióxido de carbo-no (CO2) na atmosfera.

Em usinas de açúcar, por exemplo, o bagaço da cana gera energia para toda a insta-lação. Também é possível ex-trair energia de resíduos como madeira nas serrarias e plantas de celulose, casca de coco, cas-ca de arroz, entre outros.

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Terceiro Setor

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Ges

tão

Desde julho de 2012, a prefeitura de Indaiatuba (SP) dis-ponibiliza gratuitamente para em-préstimo 200 bicicletas ecológicas que utilizam quadro fabricado com garrafas PET, além de dez bicicletas com cadeirinha acopla-da para o transporte de crianças e cinco duplas para os passeios em família, com amigos ou com defi-cientes visuais.

Coordenado pela Secre-taria de Obras e Vias Públicas em parceria com a Secretaria de Urbanismo e do Meio Ambiente, o projeto Ecobike já contabiliza mais de 42 mil empréstimos de bicicletas e quase 14 mil usuários cadastrados.

Para comemorar o segundo ano de atividade, ia prefeitura ins-talou mais uma estação Ecobike

Dois anos de

Agora são quatro, sendo duas es-tações no Parque Ecológico, uma na Praça D. Pedro (Centro) e uma na Praça Renato Villanova (Praça do Cato).

É só o começo

O secretário de Urbanis-mo, José Carlos Selone, garante que isso é só o começo. “Esta-mos estudando expandir ainda mais o projeto, tanto construindo novas estações como ampliando as ciclovias e ciclofaixas na ci-dade, que hoje conta com cerca de 13 quilômetros de ciclovia e mais de 12 quilômetros de ciclo-faixas”.

Os usuários do projeto Ecobike devem ser maiores de 18 anos ou menores acompanhados

por um responsável maior de ida-de. Para utilizar as bicicletas os in-teressados podem se cadastrar no site da prefeitura ou diretamente nas estações, onde também deve ser validado o cadastro mediante apresentação de CPF, comprovan-te de endereço atualizado e um documento com foto.

Cada CPF dá direito a reti-rada de outras duas bicicletas ex-tras para menores. O tempo per-mitido para uso é de quatro horas contínuas, que pode ser renovado, e as bicicletas podem ser devolvi-das em qualquer estação.

O serviço é gratuito e fun-ciona das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas de segunda à sexta--feira, e das 8 às 12 e das 14 às 18 horas nos finais de semana e feriados.

ecobike

Já são mais de 42 mil empréstimos e 14 mil usuários

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Cidadania

ensinam outras crianças a se de-fender”, explica Douglas.

A ideia é que o “Defenda-se” não fique somente no Youtube, mas que sirva como material para ser trabalhado nas escolas, instituições e nas conversas em família, promo-vendo o debate sobre autoproteção e direitos entre as crianças.

“É importante que a crian-ça saiba que tem direito de ser protegida e que deve relatar qual-quer tentativa de abuso a alguém de confiança, como uma profes-sora ou outro familiar, ou ligar no Disque 100 para que a rede de proteção seja acionada”, ressalta o orientador.

Idealizado para combater possíveis violações de direitos das crianças e dos adolescentes du-rante a Copa do Mundo realizada no Brasil, a campanha “Defenda--se” conquistou o país com orien-tações e dicas de autoproteção contra abuso e exploração sexual.

Desenvolvida pela Rede Marista de Solidariedade em par-ceria com a Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), a cam-panha produziu seis vídeos com linguagem direcionada a meninos e meninas de 5 a 11 anos de ida-de que abordam situações que podem levar a um contexto de violência sexual.

O material traz dicas de como a criança pode se defender com procedimentos simples como não fornecer informações pesso-ais a estranhos, tomar cuidado com as fotos que compartilha na internet e identificar se qualquer pessoa – mesmo que seja da pró-pria família – estiver tocando in-devidamente seu corpo.

Lacuna

Segundo o articulador do Centro Marista de Defesa da Infância (CEDIN), Douglas Mo-reira, havia uma lacuna de ma-teriais que falassem diretamente com as crianças e fomentasse sua autoproteção. “Aproveitamos o momento da Copa, mas não se restringindo a ele, para produzir vídeos que partem do contexto do futebol e apresentam o ‘Time da Defesa’, formado pelas pró-prias crianças que aprendem e

Autoproteçãocontra a exploração sexual

Os vídeos foram

produzidos com linguagem

direcionada a crianças e

trazem dicas de como

podem se defender

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A parceria entre a Fundação Salvador Arena e a prefeitura de São Bernardo do Cam-po mudou a vida de 166 famílias da antiga Fa-vela Itatiba com a inauguração de um projeto habitacional pioneiro e participativo. A urbani-zação da área degradada e a concessão de títu-los de propriedade concretizaram a construção de um sonho perseguido desde 1968.

Nova VilaSalvador Arena

O Habitacional Itatiba é o primeiro projeto de urbanização deste tipo promovido por uma entidade beneficente. Os moradores da antiga área participaram de todas as etapas do projeto e puderam optar por um dos três modelos de plan-ta criados para o conjunto habitacional.

A parceria começou em 2008, com a re-moção das famílias da área de risco, a canali-

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adan

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Cidadania

zação do Córrego Itatiba, a edificação das resi-dências e a atenção social às famílias. O projeto envolveu os moradores, representados por uma comissão eleita pela comunidade, prefeitura e técnicos da Fundação.

“Este modelo participativo foi funda-mental para o sucesso do empreendimento que trouxe o comprometimento e adesão dos mora-dores”, ressalta Sérgio Loyola, coordenador de projetos sociais da instituição. Para ele, a ver-dadeira mobilização implica em fazer junto com os seus parceiros e todas as partes interessadas.

Parceria

A Prefeitura de São Bernardo do Campo cedeu o terreno e realizou as obras de infraes-trutura e saneamento básico. A Fundação cons-truiu 166 unidades habitacionais de 50 metros quadrados, sendo seis adaptadas para pessoas com deficiência física identificados na fase preli-minar de planejamento do projeto.

A Fundação Salvador Arena também de-senvolveu um programa inédito de pós-ocupa-ção, marcado por ações de educação condomi-nial, orientação ambiental e organização social e comunitária, incluindo cursos profissionalizan-tes e capacitação de lideranças para a formação da associação de moradores.

A partir da urbanização, as residências construídas com materiais de qualidade, reves-

timentos externos com acabamento texturizado, detalhes em blocos de vidro aparente e outros diferenciais de acabamento interno, estimula-ram os moradores a edificar um Centro de Con-vivência com recursos próprios.

Área de risco

A Favela Itatiba surgiu em 1968 com a ocupação espontânea de uma área de preserva-ção permanente do Jardim Petroni, na periferia de São Bernardo do Campo. As famílias viviam em pequenas casas de madeira, construídas às margens de um córrego, expostas a enchentes e sem saneamento básico, colocando em risco a própria saúde.

O Projeto Habitacional Itatiba é um dos maiores investimentos da Fundação Salvador Arena na área de habitação. A instituição, que completou 50 anos de existência, atua nas áreas de educação, saúde e assistência social e benefi-cia mais de 90 mil pessoas por ano.

Além das parcerias, a FSA mantém o Co-légio Termomecanica e a Faculdade de Tecno-logia Termomecânica, e implementa programas que visam ao fortalecimento do terceiro setor por meio do apoio a entidades beneficentes, filantrópicas e ONGs e da capacitação de diri-gentes e técnicos dessas organizações.

Projeto

habitacional

revitaliza antiga

favela instalada

às margens de um

córrego

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Cidadania

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Desenvolvido no Rio Grande do Norte, o apli-cativo Hemoliga está atraindo a atenção de hemocen-tros de todo o país interessados em firmar parcerias para participar do projeto. Utilizado pelo Hemonorte e pela Fundação Pró-Sangue, o aplicativo idealizado para estimular o aumento do número de doadores e a frequência dessas doações, funciona como uma rede social de doadores e monitora os estoques de sangue dos hemocentros.

Abastecido com dados fornecidos pelos hemo-centros, o aplicativo informa aos usuários sobre sua próxima doação, os tipos sanguíneos que estão em baixa e os convidam para participar de campanhas a favor da doação de sangue nas redes sociais.

“Os estoques de sangue dos hemocentros vi-vem em escassez permanente e, por outro lado, a demanda por sangue nunca para. Percebemos a ne-cessidade da criação de uma ferramenta que pudesse interagir com o público em potencial e aumentar a frequência dessas doações”, explica o administrador e um dos sócios da Hemoliga, Thiago Luccas.

O aplicativo para celulares e tablets já está com versões disponíveis para os sistemas IOS e An-droid. O download é gratuito e as atualizações são automáticas. Para quem não tem acesso à internet em dispositivos móveis, o acesso também pode ser feito pelo computador no site do projeto Hemoliga.

Por que doar

Doar sangue é um ato de solidariedade, cida-dania e amor. O procedimento é simples, tranqüilo, seguro e não provoca qualquer risco ou prejuízo à saúde

Diariamente acontecem centenas de aciden-tes, cirurgias e queimaduras violentas que exigem transfusão, assim como os portadores de hemofilia, leucemia e anemias. Se cada pessoa saudável doasse sangue espontaneamente pelo menos duas vezes ao ano, os hemocentros teriam hemocomponentes sufi-cientes para atender toda população.

O sangue é um tecido vivo que circula pelo corpo. Ele não tem substituto é essencial à vida. Por isso a doação espontânea e periódica é fundamen-tal. Uma única doação de sangue pode salvar várias vidas.

doadores de sangueAplicativo cria rede de

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Mobilidade

Em meio ao caos do trânsito, a bicicleta elétrica está conquistan-do espaço nas grandes metrópo-les. Além dos já conhecidos bene-fícios de lazer e saúde, ela pode se tornar uma ferramenta de traba-lho, promovendo sustentabilida-de e economia aos usuários.

A preocupação com o meio ambiente incentiva o crescimento do mercado de entregas sustentá-veis. Ágeis e ambientalmente sus-tentáveis, elas surgem como op-ção aos carros e, principalmente, as motos para entregas urbanas.

Segundo o instituto ameri-cano de pesquisa ambiental, Pike Research, existem atualmente 17 milhões de bicicletas e motos elé-tricas no mundo. O mesmo estudo prevê que até 2017 esse número deve aumentar para 138 milhões.

Bicicletas elétricas

E se engana quem acha que a bicicleta elétrica fará de seu dono um sedentário. Diferente das motos elétricas, onde o con-dutor é guiado desde o início da viagem pela propulsão do motor, a bicicleta elétrica, que não possui sistema de tração, necessita que o usuário pedale alguns metros para que o sistema seja acionado.

A bike elétrica pode desen-volver uma velocidade de até 25 km por hora, com autonomia de 60 km. A recarga é feita em to-mada convencional e dura, em média, duas horas e meia.

Tecnologia

A maioria das bicicletas elétricas vendidas no país são comercializadas por importado-

mudam cenárioras. Os modelos têm passado por transformações tecnológicas que agregam mais valor a esses equipamentos, como os modelos super leves, ou os modelos do-bráveis, para serem usados em combinação com outros modais de transporte.

O modal elétrico já é uma realidade mundial e está presente em carros, ônibus, motos, bici-cletas, patinetes e até cadeiras de rodas. No Brasil, as novidades do setor estarão expostas na 10ª edi-ção do Salão Latino Americano de Veículos Elétricos, Componen-tes e Novas Tecnologias, que será realizado em setembro, em São Paulo.

O setor quer popularizar seus benefícios sustentáveis e econômicos, acabar com os mitos sobre eles e mostrar a tecnologia agregada aos veículos elétricos.

As bicicletas elétricas

surgem como opção aos carros e às motos para

entregas urbanas

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A rotina de um jovem aprendiz não é nada fácil. É preci-so dedicação para os estudos, foco e força de vontade para o traba-lho e tempo e planejamento para conciliar estas duas tarefas com a vida pessoal. Para tanto, é impor-tante que a entidade certificadora ofereça o auxílio necessário para garantir seu processo de desenvol-vimento.

O processo de aprendi-zagem envolve duas etapas: a prática, onde o jovem exerce ati-vidades quatro dias por semana em uma determinada empresa; e a atividade teórica, que acontece um dia por semana na própria ins-tituição. Paralelamente são realiza-dos acompanhamentos e orienta-ções visando o desenvolvimento comportamental e a construção da responsabilidade profissional.

Segundo a supervisora do departamento de desenvolvimen-to social do Ensino Social Profis-sionalizante (Espro), Ivana Mar-tins, a equipe da instituição deve orientar os jovens no desenvolven-

do de atividades individuais e em grupo capazes de aprimorar atitu-des de cooperação e cidadania.

Ela explica que também é fundamental alertar as empresas sobre a necessidade de orienta-ções específicas aos jovens e rea-lizar visitas técnicas para garantir a correta realização do programa de aprendizagem.

Missão

A missão das entidades certificadoras não se limita à for-mação de novos profissionais. Ela deve contribuir para embutir uma consciência intra e interpessoal nos jovens e disseminar a cultura da cidadania por meio de ações

A importância do acompanhamento

na aprendizagem

O Espro se dedica à formação social e profissionalizante de jovens a partir de 14 anos

socioeducativas que possibilitem a inclusão social e integração ao mundo do trabalho.

O Espro é uma organização sem fins lucrativos que se dedica à formação social e profissionalizan-te de jovens a partir de 14 anos. Seu foco é resgatar pessoas em situação de vulnerabilidade social, incluindo portadoras de deficiên-cia, preparando-as para o mundo do trabalho com formação ética e cidadã.

Seus cursos de formação e aprendizagem são oferecidos gratuitamente em todo o Brasil e atende mais de 22 mil jovens por ano. Atualmente, a instituição con-ta com mais de 900 empresas par-ceiras.

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Ação social

técnicos de radiografia e mamo-grafia para atender aos morado-res, além de exames laboratoriais. Foram mais de 1.500 atendimen-tos e cerca de 2 mil procedimen-tos realizados.

Legado

Além dos atendimentos médicos, a Marinha oferece curso de Arrais Amador para a profis-sionalização da navegação fluvial, segurança da navegação e pales-tras sobre doenças sexualmente transmissíveis e higiene bucal, en-tre outras ações.

Segundo os profissionais, por ser tratar de uma cidade emi-nentemente agrícola e que se des-taca na produção de batata doce, grande parte da população sofre com problemas ortopédicos.

“Como a atividade de agri-cultura é muito forte na cidade, tem muita gente que trabalhou na

Cidadaniaem defesa da Pátria

O trabalho das Forças Ar-madas brasileira envolve muito mais que a defesa da Pátria. Jun-tos, Exército, Marinha e Aeronáu-tica levam atendimento médico aos recantos isolados do país numa ação social que envolve logística, equipamentos, profissio-nais e cidadania.

Recentemente, a Aero-náutica promoveu um mutirão da saúde no pequeno município de Manaquiri, a 60 quilômetros de Manaus. Seu ônibus hospi-talar estacionou na cidade tra-zendo a bordo seis especialistas nas áreas de dermatologia, orto-pedia, cardiologia, pediatria, gi-necologia e otorrinolaringologia. Sua missão: prestar atendimento à comunidade.

Simultaneamente, a Mari-nha atracou no local o Navio de Assistência Hospitalar Dr. Monte-negro, com quatro médicos, qua-tro dentistas, um farmacêutico e

Os atendimentos suprem parte da

grande demanda da população por exames e

consultas médicas

roça a vida inteira e desenvolveu problemas crônicos de quadril, de coluna e de joelho”, explica o te-nente médico Waldyr.

O mutirão de atendimen-tos realizado no ônibus e no navio hospitalar supre parte da grande demanda da população por exames e consultas médicas e deixa um legado de saúde para a cidade.

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Cultura

mata fome de leituraGeladeiroteca

Algum dia você imaginou que uma geladeira poderia virar ponto de leitura? O jovem estu-dante Haroldo Luis Beraldo não só imaginou como concretizou o projeto “Geladeiroteca: con-suma aqui e alimente seu espí-rito”. Selecionado em edital do Ministério da Cultura, o projeto recebeu R$ 20 mil para custear a implantação do inusitado ponto de leitura.

O investimento surtiu efeito e a população de Sertão-zinho, cidade a 20 quilômetros de Ribeirão Preto (interior de São Paulo), ganhou um estí-mulo a mais para incentivar a leitura: uma geladeira custo-mizada para funcionar como biblioteca. O resultado deu tão certo que Haroldo montou a segunda “geladeiroteca” e es-tuda abrir mais três, em menos de um ano.

A escolha da geladeira como local para montar uma bi-blioteca não foi ao acaso e ele se diverte com isso. “Como é um eletrodoméstico usado nas residências para armazenar itens que geralmente são consumidos diariamente, resolvi brincar com a noção de consumo, mas não de alimentos e sim de livros”.

Fome de livros

O funcionamento do pro-jeto é simples. Trata-se de uma carcaça de geladeira que é cus-tomizada para chamar a atenção de quem vê e é alimentada com livros recebidos por doação. As pessoas podem retirar, trocar e doar livros sem que haja a ne-cessidade de um cadastro for-mal como qualquer biblioteca.

“É uma forma simples de oferecer livros para a população

de maneira desburocratizada, o oposto do que normalmente acontece em bibliotecas”, ex-plica.

A receptividade superou as expectativas iniciais de Be-raldo. Ele ressalta que as pró-prias pessoas que retiram livros se encarregam de devolver ou de doar outro no lugar, criando uma noção de pertencimento e de colaboração. “Particularmen-te, não esperava que isso fosse acontecer de uma forma tão na-tural e rápida”, admite.

Inspiração

Estudante do curso de Ciências da Informação, Docu-mentação e Biblioteconomia, da Faculdade de Filosofia, Ciên-cias e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, Beraldo se ins-pirou em ideias semelhantes que encontrou em Araraquara (SP) e Blumenau, em Santa Catarina.

“Pesquisei a respeito de projetos que envolviam doação e repasse de livros e o que fiz foi apenas copiar uma ideia e adap-tar à realidade da biblioteca e da Feira do Livro”, revela.

Atualmente, Beraldo con-versa com entidades e pessoas que se interessaram pelo projeto e está em vias de implantar mais três geladeirotecas, uma delas em Ribeirão Preto.

“Trabalhamos para que o projeto seja acolhido por qual-quer pessoa ou entidade que te-nha interesse em compartilhar a noção de doação e repasse de material”.

As pessoas podem retirar, trocar e doar livros sem que haja a necessidade de um cadastro formal como qualquer biblioteca

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Cultura

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Ace

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de

Nas eleições de outubro, os eleitores com deficiência vi-sual vão contar, além do teclado em braile, com áudio em todas as urnas eletrônicas. Essa facilidade será possível graças a uma alte-ração no software da urna eletrô-nica feita pela Secretaria de Tec-nologia da Informação (STI) do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

De acordo com Giuseppe Janino, Secretário de Tecnologia da Informação do TSE, a medida demonstra a preocupação da Jus-tiça Eleitoral em garantir o acesso ao voto a todos os eleitores.

“A disponibilização do áu-dio em todas as urnas eletrônicas do país é uma das evidências do

com áudioUrna eletrônica

projeto da urna em dar acessibi-lidade. Desde os primeiros mo-delos, o teclado da urna possui a estampa em braile. Introduziu--se, em seguida, o dispositivo de áudio. Portanto, além de identi-ficar as teclas, o deficiente pode ouvir aquilo que está digitando”, explica.

Cadastro

Desde 2010, os eleitores com algum tipo de deficiência precisam se cadastrar junto à Jus-tiça Eleitoral para que sua seção de votação se torne acessível. No entanto, caso o eleitor não tenha informado à Justiça Eleitoral ser

portador de deficiência visual, o mesário da seção eleitoral dispo-nibiliza o recurso sonoro através de uma senha a ser inserida na urna eletrônica.

“Basta comparecer à seção eleitoral e o mesário, ao verificar esta necessidade, digita o código e a urna passa a ter essa funcio-nalidade do áudio”, esclarece o secretário. Mesmo com essa co-modidade, o secretário pondera que é importante que o eleitor, portador de qualquer deficiência, informe à Justiça Eleitoral para que sua seção esteja preparada para recebê-lo.

Guiseppe Janino também sugere que eleitor leve um fone de ouvido, já que as seções elei-torais não vão disponibilizar esse acessório. “Eu aconselho que o eleitor leve seu próprio fone au-ricular para que possa plugar na urna eletrônica para que interaja com facilidade e exerça seu direi-to ao voto”.

Além de identificar

as teclas, o deficiente pode

ouvir aquilo que está digitando

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Nutrição

Pioneiro no Brasil no con-ceito de colheita urbana, o Banco de Alimentos iniciou uma ampla campanha para tornar cada cida-dão e empresários de São Paulo agentes do combate à fome e ao desperdício.

Aderindo à campanha “9 você pode”, pessoas físicas e jurídicas podem ajudar a orga-nização a fornecer alimentação a mais de 22 mil pessoas em 43 instituições cadastradas. Para atrair novos parceiros e facilitar o processo de doação de recursos financeiros de pessoas físicas e jurídicas, a ONG Banco de Ali-mentos ampliou as formas de adesão à campanha.

Agora também é possí-vel ajudar a instituição a forne-cer uma alimentação saudável e equilibrada às instituições cadas-tradas com doações por cartão

amplia formas de adesãoBanco de Alimentos

de crédito e por boleto bancário Na prática, a organização mostra que qualquer cidadão pode com-bater a fome e o desperdício de alimentos com um investimento acessível.

Para se ter uma ideia, com uma doação mensal de R$ 18 é possível alimentar duas crian-ças com três refeições diárias; e com a doação de R$ 27, o Ban-co alimenta três idosos. O valor máximo para doação é de R$ 206 – quantia para auxiliar na alimentação fornecida por uma instituição que atende 25 crian-ças que lutam contra o câncer.

Vertentes

Fundado em 1998, o Ban-co de Alimentos é uma associa-ção civil que atua com o objetivo de minimizar os efeitos da fome

e combater o desperdício de alimentos, permitindo que um maior número de pessoas tenha acesso a alimentos básicos e de qualidade e em quantidade su-ficiente para uma alimentação saudável e equilibrada.

A ONG trabalha em três vertentes: minimizar os efeitos da fome por meio da colheita urbana; disseminar ações educa-cionais e profiláticas voltadas às comunidades atendidas em con-vênio com faculdades de nutri-ção; e incentivar o fim da cultura do desperdício.

Os alimentos distribuídos são excedentes de comerciali-zações, perfeitos para o consu-mo. A distribuição possibilita a complementação alimentar a todas as pessoas assistidas pe-las 43 instituições cadastradas no projeto.

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ameaçaPlástico

ecossistemas

Sistema criado por jovem promete limpar metade do oceano Pacífico

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Sustentabilidade

O plástico é uma das maiores ameaças ambientais aos ecossis-temas marinhos. A má destinação desses resíduos contribui para a po-luição da água e pode culminar na morte de animais que confundem esses materiais com alimentos.

Para amenizar os efeitos causados pela poluição causada pelo plástico, um jovem de ape-nas 19 anos encontrou uma pos-sível solução para limpar metade do oceano Pacífico em 10 anos. O plano do holandês Boyan Slat consiste em uma barreira flutu-ante que aproveita as correntes oceânicas ao fazer uma espécie de trincheira que bloqueia o lixo encontrado nas águas.

A ideia surgiu quando Slat foi mergulhar na Grécia e

viu um volume de plástico no mar maior do que os cardumes de peixes. A iniciativa, que tem apoio de mais de 100 pesquisa-dores e ambientalistas, projeta remover 65 metros cúbicos de lixo por dia.

No teste com um protóti-po, o sistema flutuante recolheu plásticos em até três metros de profundidade e coletou uma quantidade pequena de zoo-plânctons, que auxilia na recicla-gem do polímero.

Doações

O conceito de Slat utiliza as correntes oceânicas naturais e ventos para transportar natu-ralmente os plásticos para uma

plataforma de coleta. Ao invés de usar redes e embarcações para remover o plástico da água, as barreiras flutuantes sólidas se encarregam de fazer o entrelaça-mento.

Com um site que mostra todo o procedimento do sistema, Slat fez uma “vaquinha virtual” para colocar seu plano em ação. O investimento é alto: cerca de US$ 2 milhões. Contudo, em apenas duas semanas no ar, ele já conseguiu arrecadar US$ 640 mil em doações, ou seja, 34% do montante.

As doações variam de cin-co a dez mil dólares. Ao colabo-rar, o doador sabe exatamente o quanto o valor dado significa em retirada de lixo do oceano.

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Inte

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bio

A iniciativa de Doniece Sandoval melhorou a vida de moradores de rua da cidade de São Francis-co, nos Estados Unidos. Ela é a fundadora do projeto Lava Mae, que consiste em um ônibus com chuveiros que roda a cidade para que os moradores de rua pos-sam tomar banhos.

Doniece Sandoval largou o emprego de rela-ções públicas, mobilizou a comunidade e contratou algumas pessoas para ajudá-la nesta missão social que pode abrir novas oportunidades para milhares de pes-soas. “A higiene é uma questão de dignidade e, tendo dignidade, as pessoas conseguem mais oportunida-des”, afirma.

A ideia começou a se concretizar depois de uma notícia sobre a renovação da frota de ônibus na cida-de. “Eu pensei: o que eles vão fazer com esses ônibus? Eu quero”, explica a empreendedora em um vídeo de divulgação do projeto. Estima-se que mais de 7 mil pessoas nessa situação vivam na cidade.

Mobilização

Ela entrou em contato com as autoridades públicas e descobriu que a prefeitura tinha um pro-

dignidadegrama de doação dos ônibus. Mas o veículo teria que ser adaptado para cumprir sua tarefa. Doniece e sua equipe arrecadaram US$ 317 mil em doações, fizeram parcerias com empresas que transformam ônibus em banheiros e transformaram o projeto do Lava Mae em realidade.

No final de junho, o Lava Mae abriu as portas oficialmente pela primeira vez. Nos próximos meses, o projeto funcionará em fase de testes, apenas com um ônibus. A ideia é que a partir do ano que vem a frota aumente para 4 ônibus, permitindo mais de dois mil banhos por semana.

O projeto, que ganhou US$ 100 mil do Google após ficar entre os finalistas do prêmio Impact Challen-ge, também prevê o intercâmbio de informações para ajudar pessoas de outros países que queiram criar uma iniciativa semelhante.

Um banho de

Ônibus-banheiro roda a cidade para que moradores de rua possam tomar banho

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Clim

a

mudanças do clima e integrar as informações de cenários de emis-sões de gases de efeito estufa e uso do solo, sobretudo na Ama-zônia, onde as conseqüências das interações entre o clima, os ecos-sistemas e a saúde humana são mais sensíveis.

O próximo passo é usar as informações do PULSE para investigar e avaliar os impactos de um determinado evento cli-mático que pode resultar em uma enchente ou uma epidemia, por exemplo.

O Brasil já dispõe de uma ferramenta online e gratuita, ca-paz de fazer análises integradas de dados sobre clima, ambiente e saúde pública e de prever ce-nários climáticos para orientar a tomada de decisão relacionada a eventos extremos.

Trata-se da plataforma PULSE-Brasil (Platform for Un-derstanding Long-term Sustaina-bility of Ecosystems), desenvolvi-da por pesquisadores brasileiros e britânicos com apoio da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesqui-sa do Estado de São Paulo)e do Natural Environment Research Council (NERC), do Reino Unido.

A ferramenta permite a visualização de dados de clima desde 1950; projeções de clima futuro, níveis dos rios e dados de saúde pública, com as principais doenças como dengue, malária, leptospirose.

Cenários sobre clima e

saúde públicaO sistema ainda está fun-

cionando em formato piloto, ape-nas com acesso detalhado de da-dos referentes ao estado do Acre. A escolha do Acre para o lança-mento da PULSE está relaciona-da ao fato de este ser um dos es-tados mais afetados pelos eventos extremos recentes, como as secas de 2005 e de 2010 e as enchentes de 2009, 2012, 2013 e 2014.

Antecipar mudanças

Entretanto, os dados de cli-ma passado e futuro de todos os estados brasileiros, como tempe-ratura média, anomalias de tem-peratura, precipitação e tempera-turas mínimas, estão disponíveis e podem ser visualizados com ape-nas um clique em cima da região desejada.

Com a nova ferramen-ta, será possível projetar futuras

Plataforma visualiza dados climáticos desde 1950

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Mais de um milhão de

O programa Despoluir coordenado pela Confederação Nacional dos Transportes em parce-ria com o Sest/ Senat completou sete anos de ativi-dades com mais um milhão de avaliações ambien-tais realizadas em mais de 23 mil transportadores.

Os números comprovam a relevância da ini-ciativa de promover o engajamento de transporta-dores, caminhoneiros autônomos, taxistas e socie-dade em ações de conservação do meio ambiente e reduzir as emissões de poluentes causadas pela atividade transportadora.

Um dos principais eixos da iniciativa é o Projeto Redução da Emissão de Poluentes pelos Veículos, que realiza avaliações ambientais em veículos de profissionais autônomos e na frota de transportadoras de cada região do País.

Técnicos do Despoluir verificam se a opaci-dade da fumaça emitida está de acordo com pa-drões estabelecidos pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente Em caso positivo, é emitido um selo do Despoluir, que atesta a regularidade. Do

avaliaçõesambientais

contrário, as equipes indicam a manutenção neces-sária para a correção do problema e o veículo é posteriormente reavaliado.

Multiplicadores

Atualmente, o Despoluir conta com 82 unida-des de atendimento em 21 estados, equipadas com opacímetro, tacômetro e computador portátil. Até o final de 2014, serão 100 unidades em operação em 27 federações.

Ao todo, 11.014 empresas e 12.678 transporta-dores autônomos fazem parte do programa e partici-pam ativamente dos debates promovidos pelo gover-no federal, meio acadêmico, câmaras técnicas, fóruns e grupos de trabalho voltados à gestão ambiental.

A estratégia é fundamental para que os trans-portadores atuem como agentes multiplicadores de boas práticas nas áreas de eficiência energética, sus-tentabilidade, inovação, mobilidade, tecnologia, reno-vação de frota e poluição atmosférica, entre outros.

Programa

Despoluir

avalia frotas de

transportadoras

em todo o país

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Iniciativa

Prêmio CidadePró-Catador

A segunda edição do Prê-mio Cidade Pró-Catador já está com as inscrições abertas. Mu-nicípios e consórcios intermuni-cipais que desenvolvem proje-tos com foco na inclusão social e econômica dos catadores de materiais recicláveis podem ins-crever suas iniciativas até o dia 5 de setembro.

A ação tem como ob-jetivo incentivar, valorizar e reconhecer boas práticas que contribuam para a implantação de políticas de inclusão social e econômica de catadores de materiais recicláveis e, em es-pecial, na implantação de co-leta seletiva com a participação ativa dos catadores.

Cada município ou con-sórcio pode inscrever um único projeto. O prêmio é dividido em quatro categorias, de acordo com o porte do município: até 20.000 habitantes; de 20.001 a 100.000 habitantes; de 100.001 a 300.000 habitantes; mais de 300.000 habitantes. É uma ex-celente oportunidade para as cidades mostrarem suas políti-cas de inclusão e superação da pobreza extrema.

Financiamento

O prêmio é promovido pela Secretaria Geral da Pre-sidência da República em par-ceria com o Ministério do Meio Ambiente e Movimento Nacio-nal dos Catadores de Materiais Recicláveis. Este ano, a Funda-ção Banco do Brasil vai finan-ciar os quatro projetos vence-dores em até R$ 120 mil.

Serão escolhidas três iniciativas por categoria, num total de 12, para avaliação in loco. Após as visitas, serão se-lecionadas quatro iniciativas vencedoras, uma por categoria, e todas terão o relato de sua ex-periência publicado.

As iniciativas vencedoras poderão apresentar proposta de investimento, por meio de pro-jeto conjunto da prefeitura e da cooperativa ou associação de catadores participantes da ini-ciativa, no valor máximo de R$ 120 mil.

Iniciativas

focadas na

inclusão dos

catadores

de materiais

recicláveis

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Inov

ação

das no dia a dia. Com um aplica-tivo instalado no telefone celular e que emite os alertas sonoros, o equipamento foi testado com su-cesso nas ruas da capital.

Em Natal, como na maio-ria das cidades do Brasil, a situa-ção das calçadas não favorece o deficiente visual. Tem carro esta-cionado em local onde só deveria ter pedestre, tem calçada desnive-lada, buracos, postes, enfim, di-versos problemas que são difíceis de ser combatidos.

Segurança

Durante a caminhada, o deficiente visual escuta e identifica os obstáculos através de mensa-gens diferentes. “Ele pega aquela emissão de som e transmite esse sinal para o sensor auditivo do

Pesquisadores da Universi-dade Federal do Rio Grande do Norte criaram uma ferramenta que ajuda os cegos a enxergarem com o ouvido. Apelidado de “olho biônico”, o projeto usa a mesma técnica utilizada pelos morcegos, que emitem ondas de ultrassom para identificar obstáculos.

O sistema utiliza três sen-sores instalados na aba do boné, na altura da cintura e na ponta da bengala. As ondas emitidas pelo equipamento são refletidas e re-tornam ao ponto de origem. Com base no tempo deste retorno, é possível calcular a distância até o objeto

O primeiro teste para aju-dar os deficientes visuais a enxer-garem por ultrassom foi realizado em um estúdio, com obstáculos que simulam situações encontra-

ajuda a enxergar com o ouvidoOlho biônico

deficiente visual, orientando ele sobre a distância, se é um buraco, a que distância está esse buraco ”, explica Ricardo Valentim, coor-denador do projeto.

Segundo o professor Bru-no Lima, a bengala comum é a única ferramenta que o deficiente possui para andar com um míni-mo de segurança nas ruas. Mas ela não evita os acidentes com buracos e obstáculos acima da linha da cintura. “Orelhão é um caso seríssimo, porque a bengala não consegue detectar a parte de cima do orelhão. Ela só consegue detectar o chão”.

O custo do equipamento também foi surpreendente Segun-do os pesquisadores, o desenvol-vimento deste primeiro aparelho custou apenas R$ 60.

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Artigo

Respeito ao alunoe uma vitória contra a corrupção

Num momento em que a so-ciedade brasileira externa todo o seu repúdio à corrupção e que o tema ganha espaços crescentes na mídia nacional, é importante que haja me-canismos capazes de contribuir para o combate a essa erva daninha. Me-lhor ainda quando tais ferramentas a serviço da ética aplicam-se a áreas prioritárias para a população, nas quais costumam ser mais recorrentes as denúncias de desvios e escândalos. Um ótimo exemplo de medida eficaz contra a improbidade é o Programa Cartão Material Escolar, já adotado com sucesso em várias unidades fede-rativas, dentre elas a rede pública de ensino do Distrito Federal.

Trata-se de uma forma mo-derna, segura, transparente e ágil de fornecer aos estudantes das escolas municipais e estaduais da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do Médio, todo o material necessário, sem atrasos em relação ao início do ano le-tivo e por um preço regulado pela sau-dável concorrência do mercado.

Explico: em vez das tradicio-nais licitações para a compra de cader-nos, lápis, canetas, pastas, borrachas, réguas, compassos e outros produtos, cada aluno recebe um cartão com o valor correspondente à variedade e quantidade de material a ser adquirido

para a série que irá cursar. Com isso, a compra é efetuada diretamente em estabelecimentos comerciais de sua cidade ou região, devidamente cadas-trados.

Ou seja, não há como fraudar esse sistema, que também estimula a competitividade entre as papelarias da cidade e região, regulando os preços pelo mais eficiente critério do mundo capitalista, que é a lei da oferta e da procura e da livre concorrência. Tam-bém revitaliza micro e pequenos es-tabelecimentos comerciais, preteridos nas licitações e, portanto, excluídos da grande fatia do mercado de materiais escolares representada pelas compras governamentais. Assim, dentre outras vantagens, incentiva o comércio local.

Quanto aos alunos, principal foco de toda a estrutura educacional do País, o Cartão Material Escolar pro-move a cidadania, pois lhes permite comprar e escolher os seus cadernos e demais itens. Muito mais do que de-mocratizar o acesso a esses produtos, reforça a identidade e individualidade de cada criança ou jovem, oferecen-do-lhe o poder de decisão, que deixa de ser um privilégio dos filhos de famí-

Autor: RUBENS PASSOS, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE).

lias de maior poder aquisitivo.Dentre as reivindicações da

sociedade, expressas nas recentes manifestações públicas pacíficas e ci-vilizadas (que excluem os baderneiros e vândalos que se misturam aos mo-vimentos legítimos da população), es-tava, além do combate à corrupção, a destinação de mais verbas ao ensino. Isto foi atendido pela lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff, que direciona ao setor 75% dos futuros royalties do petróleo. Já em 2014 es-ses valores começam a engrossar os orçamentos da educação.

Com mais recursos para essa prioridade nacional e sua aplicação de modo mais eficiente, evitando-se que parte do dinheiro escorra pelo ralo da improbidade, o Brasil ganha pro-dutividade na área mais decisiva para a democratização de oportunidades, inclusão social e desenvolvimento. Assim, seria importante que número cada vez maior de prefeituras e gover-nos estaduais aderisse ao Cartão Ma-terial Escolar, um modelo transparen-te, eficaz, blindado contra a corrupção, estimulador da cidadania e das micro e pequenas papelarias.

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Ajudando a construirum país melhor

Ajudando a construirum país melhor

Disseminar políticas, iniciativas e ações sociais capazes decontribuir para a melhoria da qualidade de vida e do

bem-estar da população brasileira.Essa é a nossa missão.

Promover o desenvolvimento humano é um grande desafio da sociedade atual.

Seja bem-vindo à Contexto Social

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