15ª Romaria das Águas e da Terra reúne 20 mil no Vale do...

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1 Ano: 03 Edição: 24 Setembro de 2011 15ª Romaria das Águas e da Terra reúne 20 mil no Vale do Jequitinhonha-MG Sob o tema Terra e Água: dádiva de Deus garantia de vida e o lema Lutas populares a serviço da vida no campo!, a 15ª Romaria das Águas e da Terra, realizada no dia 28 de agosto, reuniu cerca de 20 mil peregrinos de diversos lugares e recantos de Minas Gerais no Vale do Jequitinhonha. Organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a Pastoral dos Migrantes e a Cáritas diocesana, a comemoração teve início logo na madrugada com a acolhida dos romeiros para um grande café da manhã onde todos foram servidos em espírito de partilha. Ao longo do dia de romaria, milhares de romeiros participaram das solenidades que se seguiram; entre eles estavam bispos, religiosos de diversas instituições e lideranças de movimentos e pastorais sociais da Igreja, como as Ceb‟s, e outros de organizações da sociedade civil, além da presença maciça de camponeses, trabalhadores rurais com e sem terra, indígenas e quilombolas de todo o Estado. O bispo da diocese de Almenara, dom Hugo, acolheu o povo e o animou com alegria antes da missa, ponto alto do evento que foi concelebrada pelo Arcebispo de Montes Claros , Dom José Alberto Moura, e o bispo da Diocese de Teófilo Otoni, Dom Aloísio Vitral.

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Ano: 03 Edição: 24 Setembro de 2011

15ª Romaria das Águas e da Terra reúne 20 mil no Vale do Jequitinhonha-MG

Sob o tema Terra e Água: dádiva de Deus garantia de vida e o lema Lutas populares a serviço da vida no campo!, a 15ª Romaria das Águas e da Terra, realizada no dia 28 de agosto, reuniu cerca de 20 mil peregrinos de diversos lugares e recantos de Minas Gerais no Vale do Jequitinhonha.

Organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em parceria com a Pastoral dos Migrantes e a

Cáritas diocesana, a comemoração teve início logo na madrugada com a acolhida dos romeiros para um grande café da manhã onde todos foram servidos em espírito de partilha.

Ao longo do dia de romaria, milhares de romeiros participaram das solenidades que se seguiram; entre eles estavam bispos, religiosos de diversas instituições e lideranças de movimentos e pastorais sociais da Igreja, como as Ceb‟s, e outros de organizações da sociedade civil, além da presença maciça de camponeses, trabalhadores rurais com e sem terra, indígenas e quilombolas de todo o Estado.

O bispo da diocese de Almenara, dom Hugo, acolheu o povo e o animou com alegria antes da missa, ponto alto do evento que foi concelebrada pelo Arcebispo de Montes Claros , Dom José Alberto Moura, e o bispo da Diocese de Teófilo Otoni, Dom Aloísio Vitral.

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Vozes por justiça – A 15ª Romaria foi marcada pela fé e falas de denúncia sobre a violência e

desigualdade enfrentadas pelos povos do campo. Juntos, a multidão levantou suas vozes contra o monopólio da água, que é um bem precioso do povo brasileiro, e uma série de ações que os romeiros chamaram de “cultura de morte” executada por uma sociedade “excludente, racista e concentradora”. Em contraponto, os romeiros também lembraram, com gestos concretos, que a esperança deve mudar o curso desta história e pediram a construção de uma sociedade justa, fraterna e igualitária.

Durante a romaria, a multidão seguiu em marcha pelas ruas da cidade, celebrando, cantando e fazendo paradas para meditar e renovar os compromissos na defesa da “mãe terra e a irmã água” denunciando a concentração da terra que fortalece o coronelismo e perpetua conflitos agrários; a mercantilização da água; a mineração irresponsável que gera degradações socioambientais; as monoculturas e os agrotóxicos que comprometem a terra e a agricultura familiar; as centenas de acampamentos familiares na região à espera da desapropriação de latifúndios improdutivos e os conflitos agrários como grave ameaça às comunidades quilombolas.

Em frente ao rio Jequitinhonha, símbolo do povo do Vale, os romeiros receberam uma imagem

de São Francisco trazida à margem de seu rio; neste ato seguido de um momento de oração, foram feitas denúncias dos despejos de esgoto de diversas cidades que poluem suas águas e comprometem a subsistência dos povos locais. A 15ª Romaria das Águas e da Terra foi encerrada com a participação dos peregrinos em atividades culturais.

Pastoral dos Migrantes e CPT – Vale do Jequitinhonha - MG

Barbárie: usineiros incentivam crack para cortadores em SP

Em algumas plantações de cana-de-açúcar espalhadas pelo interior paulista foi encontrada uma realidade dramática: alguns cortadores trabalhando até de 14 horas por dia, sem interrupção, graças ao uso do crack. Tal situação foi registrada por um levantamento inédito da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, da Assembleia Legislativa de São Paulo. Segundo o estudo sobre a proliferação do entorpecente no Estado e apresentado no dia 20 aos 29 parlamentares da frente, que ficaram todos surpresos, esse é um dos usos crescentes da droga; sobretudo porque o motivo de tamanha produtividade, um sonho para todo usineiro, é pequeno, barato e cada vez mais fácil de conseguir: o crack. Outro fato estarrecedor é a consequência para esse 'superfuncionário', um drama muito conhecido: em poucos anos, uma saúde devastada e, não raro, a morte.

De acordo com o deputado estadual Donisete Braga (PT), tal prática é liberada pelos próprios usineiros e sua maior incidência foi verificada em cidades como Ribeirão Preto, Vale do Ribeira,

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Pontal, São José do Rio Preto e Alta Paulista, regiões onde há forte indústria sucroalcooleira. "Os funcionários fazem uso da droga para agregar valor físico e aumentar a produção". Ele também disse que a liberação do consumo de crack por parte das usinas está ligada à produtividade que, em geral, os trabalhadores são pagos pelo volume de produção pois a maioria não possui vínculo formal de trabalho; isso leva a outra situação cruel. “É comum após quatro ou cinco anos esses funcionários serem afastados ou demitidos por causa da saúde debilitada pelo crack", afirmou Braga.

Segundo o parlamentar, as informações do estudo são o primeiro passo para se programar uma fiscalização dessa prática entre outras ações por parte do Estado para sua erradicação. A pesquisa abordou políticas públicas, investimentos e programas de combate a drogas, e foi respondida por 325 municípios do Estado, que concentram 76% da população.

Portal Terra

Dezenove trabalhadores são resgatados em carvoaria de Goiás

Esses trabalhadores viviam em condições de trabalho análogo ao de escravo em duas carvoarias

no município de Itajá, na região sudoeste da capital de Goiânia, e foram resgatados durante uma ação conjunta entre a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) goiano. A operação, iniciada no dia 12 de setembro após uma denúncia anônima levou dez dias e resgatou os 19 trabalhadores encontrados em uma fazenda de mais de sete mil hectares, onde o proprietário desenvolve a pecuária, com cerca de dez mil cabeças de bovinos. A fazenda é de propriedade de um paulista, que teria alugado parte da área para um carvoeiro.

Os carvoeiros eram aliciados na cidade mineira de Bom Despacho e trazidos irregularmente para Goiás pelos “gatos” - como são conhecidos os aliciadores. Segundo um auditor-fiscal do MTE, os carvoeiros trabalhavam sem equipamentos de proteção, usando apenas chinelos e bermudas, expostos ao calor, à fumaça dos fornos e às intempéries a vários fatores de risco provenientes do desmatamento e da produção artesanal do carvão em fornos em uma jornada de trabalho chegava até 14 horas. Além disso, eles moravam em barracos de lona no meio do cerrado, onde não havia água potável e instalações sanitárias.

Penalidades - Segundo MTE, nesta ação foram realizados 36 autos de inflação. A produtora de carvão e o fazendeiro poderão responder a processo criminal pelo artigo 149 do Código Penal. O proprietário da empresa produtora do carvão teve de pagar as verbas rescisórias dos trabalhadores resgatados, no valor de R$ 135 mil. Também é responsabilidade dele conduzir os trabalhadores de volta a Minas Gerais. Foto: MPTE

Portal G1

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Outros 54 trabalhadores da pecuária são resgatados no Acre

Do final de julho a setembro, as ações coordenadas pelo MTE libertaram 54 trabalhadores de fazendas de pecuária em Rondônia, no Acre, na região amazônica. Entre os trabalhadores rurais havia sete adolescentes na faixa de 15 a 16 anos de idade.

O flagrante se deu em operações de rotina da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Rondônia (SRTE/RO) nas Fazendas Tuliane, Santa Terezinha do Monte, Sonho Meu e as de Simonike e Kero Kero, respectivamente de propriedades de Antônio Alves da Silva, de Antônio Fábio Gardingo, Bruce Barbosa Guerra e Sebastião Gardingo dessas duas últimas. Nessas fazendas, foram encontradas além de patrões que não pagavam os salários com regularidade, servidão por dívida aos chamados gatos, condições de trabalho extremamente precárias, alojamentos irregulares, alimentação insuficiente, falta água potável e adolescentes que não frequentavam escola.

Penas - Além das verbas rescisórias, valores a título de dano moral individual, ao todo, os fazendeiros devem pagar mais de R$ 255 mil. Alguns foram firmados Termos de Ajustamento de Conduta (TACs), em que se comprometeram a corrigir todas as irregularidades, em especial aquelas relacionadas à saúde e segurança dos trabalhadores. Foto: Terra e Trabalho

Portal Terra

Nigerianos retidos em navio turco vão para hotel em Curitiba

Os nove nigerianos retidos desde o último dia 19 em um navio mercante de bandeira turca que veio ao Paranaguá, no litoral do Paraná, puderam finalmente desembarcar em solo brasileiro, na sexta-feira, 30, por determinação da Polícia Federal.

Os estrangeiros foram alojados em um hotel de Paranaguá onde ficarão até serem ouvidos pela Justiça brasileira para saber o que eles pretendem fazer no Brasil. A estadia será bancada pela empresa responsável pelo navio turco. Clandestinos - Descobertos após gritarem socorro em português, o caso causou comoção pública, pois os nigerianos estavam trancados em duas salas pequenas com pouca ventilação, sem alimentação e

condições mínimas de higiene. Eles foram trancados dentro do navio porque teriam brigado com a tripulação depois de terem sido descobertos. Os nigerianos embarcaram de forma clandestina quando o navio cargueiro de soja estava ancorado no Porto de Lagos, na Nigéria.

De acordo com a decisão judicial, os nigerianos ficarão no País sob a responsabilidade da Brazilian Port Agents, agência marítima ao qual o navio está vinculado, pelos menos até que se defina a situação deles no País. Se desejarem permanecer em solo brasileiro, deverão solicitar o reconhecimento da condição de refugiados. Um

pedido de habeas corpus foi impetrado pela Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A decisão sobre o caso será do Poder Executivo.

Portal Terra

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Leiga Scalabriniana e jornalista foi assassinada por narcotraficantes – México

O corpo de Maria Elizabeth Macias, editora-chefe do jornal Primera Hora, publicado em Nuevo Laredo, Tamaulipas estado (leste), foi encontrado decapitado em 24 de setembro de 2011. Esta mulher de 39 anos de idade é o quarta jornalista morta desde o início do ano.. Segundo fontes, Maria Elizabeth Macias usava as redes sociais para denunciar as ações do tráfico de drogas na região. Ela tinha um blog sob o pseudônimo de “a menina de Nuevo Laredo.” De acordo com o Procurador Geral do Estado de Tamaulipas, ao lado do corpo da jornalista havia dois teclados de computador, um toca-discos e alguns cabos, acompanhados por uma mensagem. “ … para aqueles que não querem acreditar que isso aconteceu a mim por minhas ações” Leigos Scalabrinianos A Comunidade do Movimento Leigo Escalabriniano (MLS) está de luto pela terrível morte violenta de um membro: María Elizabeth Macías Castro, 39 anos, conhecida como Marisol, que trabalhava num jornal, em Tamaulipas, que foi sequestrada e assassinada. O comunicado enviado à Agência Fides, assinada pelo Scalabriniano Pe. Francisco Pellizzari, conselheiro espiritual da América do Norte, informa que “quarta-feira, 22 de setembro, Marisol Castro, Leiga Scalabriniana do grupo de Nuevo Laredo, México, foi seqüestrada por um grupo de narcotraficantes “chefões” desta região de fronteira. Depois de dois dias de buscas e silêncio dramático, seu corpo sem vida apareceu numa rua na cidade de Nuevo Laredo, cidade onde ela nasceu e trabalhava como editora e ilustradora de um jornal local”. “Pedimos uma oração para a nossa amiga e membro do Comitê Central do Movimento de Leigos Scalabrinianos que com grande afeto e fidelidade trabalhava na Casa del Migrante em Nuevo Laredo e mantinha contato diário com muitos de nós do Movimento”, conclui o comunicado. Marisol foi “uma mulher de fé e grande compromisso com a justiça” – testemunha Pe. Rui Pedro.

Fonte: Clube da Imprensa e Agência Fides http://www.rsradios.com.br/noticia/Leiga-Scalabriniana-e-jornalista-foi-assassinada-na-tentativa-

de-amorda%C3%A7ar-redes-sociais

Conselho do CAMI/SPM se reúne para avaliar o trabalho junto aos imigrantes

Em reunião o Conselho do CAMI/SPM refletiu e discutiu questões do cotidiano do Centro de Apoio ao Migrante que são muito importantes para a eficiência do seu trabalho junto aos imigrantes. Durante a discussão, algumas questões foram destacadas, como:

Assembleia das comunidades

Será realizada, uma vez por mês, a assembleia das comunidades de imigrantes com participação de dois representantes de cada comunidade. Nessas

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assembleias serão discutidos o cotidiano das comunidades, trabalho, lazer, espiritualidade, alimentação, documentação, cidadania, infância, juventude, gênero, saúde, etc. Telecentro

O CAMI fez um pedido de 20 computadores junto à prefeitura de São Paulo, para montar um telecentro e ampliar o acesso dos imigrantes à informática. De acordo com a prefeitura, os computadores deverão ser entregues em Abril/Maio de 2012. Aulas de Português para imigrantes

Com a crescente procura dos imigrantes pelo curso de português, o espaço onde são ministradas as aulas atualmente tornou-se pequeno. O CAMI tem procurado um local maior que comporte confortavelmente os estudantes. Inicialmente foi tentado um espaço junto ao Rotary Club, mas não se conseguiu. Em seguida foi enviada uma carta para uma escola pública, onde 45% dos alunos são bolivianos. A escola recebeu bem a proposta e se dispôs a liberar algumas salas que pudessem ser utilizadas aos domingos. Além disso, prometeu liberar um funcionário para acompanhar o desenvolvimento das atividades. O Centro Gaspar Garcia também foi procurado e disponibilizou um de seus salões e data show, para que o CAMI pudesse ministrar as aulas de português. Com isso, o problema da falta de um espaço amplo e adequado para ministrar o curso de português parece estar sendo resolvido. Trabalho Escravo e tráfico de seres humanos

O Centro de Apoio tem participado das discussões políticas e jurídicas sobre o caso da Zara, empresa transnacional de confecções que submetia trabalhadores à condição de escravos através de suas fornecedoras. Entre as questões discutidas destacam-se:

O CAMI/SPM está acompanhando reuniões na câmara dos deputados e em outras instituições procurando incidir politicamente sobre o caso da Zara;

Tem realizado acompanhamento psicosocial com alguns trabalhadores que tiveram seus direitos violados no caso da empresa Zara;

No caso da Zara, foram 33 oficinas envolvidas nas denúncias e flagrantes de trabalho escravo. Dessas, 2 oficinas foram revistas. As outras 31 não foram revistas. Mas, foram cortadas as atividades de trabalho das 33 oficinas. Duas questões ainda sem respostas é: Onde estão os trabalhadores? O que aconteceu com eles? ;

O CAMI/SPM, junto com um escritório de Advocacia, está se organizando para ver o que se pode fazer em relação as 31 oficinas que tiveram suas atividades suspensas, mas não tiveram indenização os seus funcionários;

O CAMI/SPM tem feito acompanhamento de casos sobre o tráfico de seres humanos junto a entidades e ministérios;

Estrutura do CAMI Foi avaliado que, devido a grande quantidade de pessoas que procuram o CAMI, o seu espaço físico não tem sido suficiente para atender adequadamente os migrantes e os visitantes. Outra dificuldade diz respeito à necessidade de uma pessoa que pudesse fazer a triagem das demandas apresentadas, o que facilitaria muito a logística de atendimento aos migrantes. Atualmente, em razão da grande procura por preenchimentos de documentos da anistia, os funcionários do Centro estão sobrecarregados com as atividades de atendimento. Outras atividades importantes, como elaboração de relatórios, prestação de contas, visitas às comunidades, etc. estão prejudicadas.

Pedidos de Anistia

De acordo com informações da Secretaria de Justiça, dos 33.000 pedidos de anistia em São Paulo, 1000 não tiveram a concessão do documento. Destes, seiscentas e vinte pessoas não o tiveram por causa de perda de prazo ou falta de informação. Uma boa parte dos outras trezentas e oitenta pessoas teve o pedido indeferido por algum crime que cometeram. Atualmente, dos 15.200 pedidos de renovação, 50% já obtiveram a transformação de Visto Provisório para Visto Permanente. No que se refere aos Casos Omissos (pessoas que não fizerem o pedido de anistia devido a perda de praza, falta de informações, etc.), o Ministério da Justiça pode avaliar e conceder a renovação de anistia, caso haja uma boa justificativa acerca do atraso ou da falta de informação.

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O dia 31 de Dezembro de 2011 é a última data para agendar o pedido de renovação de anistia.

Atendimento a pessoas com curso superior

Esse atendimento é gratuito como para as demais pessoas sem formação acadêmica. Todavia, as pessoas serão informadas que o CAMI aceita e precisa de doações espontâneas.

Projeto Ponto de Cultura

As oficinas oferecidas pelo Projeto Ponto de Cultura são: Cidadania; Informática/Cidadania; Português/Cidadania; Saraus Desafios do Projeto Ponto de Cultura: Encontrar um local maior onde possam ser realizados mini cursos profissionalizantes para

imigrantes (pedreiro, pintor, piloteiro, eletricista, etc.) em parceria com o Sebrae, Sesi, C&A, bem como uma nova sede para o CAMI.

V Fórum Social Mundial das Migrações - FSMM

O CAMI/SPM está acompanhando a organização do V FSMM que poderá ser realizado em Porto Alegre, Brasil, ou, em Manila, nas Filipinas. Haverá uma reunião em 23 e 25 de Outubro, em Quito no Equador para que as entidades organizadoras e promotoras do Fórum decidam o local da realização de sua próxima edição. Renovação do Conselho do CAMI/SPM

Discutiu-se a saída de alguns membros do Conselho do CAMI devido a questões particulares, e, em razão dessas saídas, avaliou e decidiu-se convidar quatro novas pessoas para compor o Conselho.

CAMI/Secretaria Nacional/SPM

Tragédia com operário migrante em obra de Piracicaba

O ajudante de pedreiro José Francisco Machado Gregório, 34 anos, morreu depois que uma tubulação de concreto, de cerca de uma tonelada, prensar sua cabeça em outro, no momento em que era feita a interligação de uma estação elevatória à Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no bairro Algodoal, em Piracicaba, no interior paulista. A tragédia aconteceu no dia 13 de setembro e, segundo testemunhas, Gregório se aproximou das peças para conferir o encaixe e teve sua cabeça prensada.

Na ocasião, um cunhado do operário afirmou que ele não era habilitado para a função que exigia muito conhecimento. Ainda, segundo este, Gregório era de Marechal lzidiro, em Alagoas, e estava fazendo hora extra para poder enviar mais dinheiro para sua família, a mulher e três filhos, e poder visitá-la no final deste ano, em sua terra natal. Ele trabalhava na obra em Piracicaba havia oito meses e todo mês mandava dinheiro para a família. O parente lamentou a tragédia e o fato de o operário viajar para conseguir um trabalho digno, com registro em carteira, e voltar morto. O presidente Sindicato dos Trabalhadores da categoria de Piracicaba (Sinticompi), Milton Costa, esteve no local do acidente e ficou indignado com a tragédia. Os número oficiais de acidentes de trabalho e mortes no setor de construção civil são alarmantes apesar dos esforços conjuntos do Governo e dos setores empresariais e sindicais no sentido de reduzi-los.

Gazeta de Piracicaba (14/9).

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Pedreiro morre e alojamento é novamente interditado

No mês passado, o pedreiro Elton Ney da Costa e Silva, de 26 anos, que veio do Piauí, morreu após sentir dores abdominais. Levado até a Unidade de Pronto Atendimento do Piracicamirirn, em Piracicaba, cidade do interior de São Paulo, a suspeita era de intoxicação alimentar como confirmou uma primeira análise feita pelo Instituto Médico Legal do município; porém, a Santa Casa, que atendeu o trabalhador, pediu um exame necroscópico para certificar a causa da morte. O laudo sairia em 30 dias.

Irregularidades No mesmo alojamento onde vivia o pedreiro, outros três dos cerca de 180 trabalhadores estavam com suspeitas de tuberculose e foram encaminhados ao Centro de Doenças Infecto Contagiosas (Cedic) e esperavam os resultados dos exames.

Esses pedreiros prestavam serviços para a construtora Moss, um das doze empresas satélites que operam nas construções do Parque Automotivo, da região. Após receberem denúncias, dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Piracicaba e Região estiveram no alojamento e verificaram as más condições em que viviam esses trabalhadores. No local havia fossas abertas, mau cheiro e risco de contaminação.

Por conta disso, o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) interditou o alojamento e os pedreiros encaminhados para um hotel. O alojamento já havia sido interditado há cinco meses pelo próprio Cerest e liberado três meses depois. A maioria dos pedreiros é migrante vindo dos Estados do nordeste e norte do País. Da Gazeta de Piracicaba em 15/9/2011 .

Pastoral dos Migrantes realiza encontro de formação em Brasília

O encontro de formação anual da Pastoral do Migrante da Arquidiocese de Brasília, no DF, teve

a assessoria do professor e teólogo Wiliam Andrade que tratou da „Palavra de Deus‟ tirada do texto de Gênesis (18, 1-15) como tema e reuniu dezenas de agentes na Paróquia Divino Espírito Santo, sede do organismo. Durante a formação, realizada no dia 18 de setembro, os agentes puderam aprofundar a temática que foi dinamizada também por meio dos questionamentos feitos pelo teólogo e, a partir dessa metodologia, fazerem uma releitura da missão da Pastoral diante de seus desafios atuais como as implicações sociais do fenômeno migratório.

Em síntese, segundo os participantes, o encontro foi um momento de revigorar o exigente compromisso de se praticar a Palavra de Deus no conjunto de atividades da pastoral

que tem na acolhida ao migrante e ao peregrino sua principal missão.

Pastoral dos Migrantes – Arquidiocese de Brasília

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Associação de Mulheres redefine Caminhada (MG

Durante o encontro, as Mulheres Organizadas do Vale do Jequitinhonha (AMOVAJE), avaliaram a caminhada dos três anos da atual coordenação e encaminharam novas eleições e propostas para a próxima gestão. A reunião, realizada no dia 4, em Itinga (MG), teve a participação das coordenadoras dos núcleos de Araçuaí, Itaobim e Coronel Murta, além de Itinga. Após a avalição do conjunto de ações e atividades da associação nos três últimos anos, foi consenso a necessidade de ampliar a presença da organização nos municípios da região por meio da parceria com outros movimentos e organizações de mulheres existentes. A falta de articulação e acompanhamento de alguns núcleos regionais da AMOVAJE que foram suprimidos também foi um dos pontos fracos identificados pelo grupo. Para sanar esta deficiência, a coordenação se comprometeu a fazer uma melhor articulação junto a esses núcleos e chamar outros movimentos sociais para participar de suas lutas como estratégia de expansão da entidade.

Em seguida, o grupo fez um momento de reflexão sobre a coragem das mulheres da Bíblia como Maria, Débora, Ester, Rute e Noemi, Ana e Judite em suas lutas. Durante o estudo, elas compartilharam a memória dos 20 anos de caminhada da Associação desde o primeiro encontro acontecido em Laranjeiras, às margens do rio Jequitinhonha, em 1992, que inspirou o surgimento de outras entidades locais como a Associação dos Moradores e Amigos de Itinga (AMAI) e o Grupo Feminino Itaobiense (Grufemi), até a sua consolidação, em 2003.

Na ocasião, o grupo fez memória das dificuldades das mulheres que procuraram a Associação

trazendo o grito da ausência dos maridos e seus jovens filhos entre outros gritos abafados que deram origem às manifestações populares do Grito dos excluídos, a Romaria das Águas e da Terra e os conselhos e conferências de políticas públicas.

No final do encontro, o grupo definiu e fez os encaminhamentos do processo eleitoral da AMOVAJE. Elas decidiram que as novas representantes de todos os núcleos serão eleitas em assembleias municipais e serão confirmadas no encontro marcado para março de 2012. O grupo também avaliou os eventos promovidos pelos núcleos em parceria com movimentos solidários para a arrecadação de recursos e suas sustentabilidades. Em Araçuaí, o núcleo organizou uma feijoada e um churrasco; em Itaobim, o grupo rifou uma boneca doada, e em Brogodó, em Itinga, foi realizado um leilão. A AMOVAJE é uma organização filantrópica que agrega e apoia mulheres da região mineira do Vale do Jequitinhonha para a promoção do desenvolvimento transformador em parceria com outros movimentos populares. Atualmente seus núcleos estão presentes nas cidades de Araçuaí, Chapada do Norte, Comercinho, Coronel Murta, Francisco Badaró, Itaobim, Itinga, Jenipapo de Minas e Medina.

Pastoral dos Migrantes de Araçuaí-MG

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Novo Cruzeiro articula missões populares para 2012

As missões populares junto as comunidades e famílias de migrantes temporários, na origem, já são uma realidade de todos os anos. No encontro de formação realizado em 09 e 10 de setembro em preparação às missões que acontecerão em Novo Cruzeiro, MG, em janeiro de 2012, a equipe definiu os encaminhamentos e preparativos.

Neste encontro, a grande proposta será a construção comunitária do retrato da realidade regional pelos participantes enviados pelas comunidades que será sintetizado pela equipe da Pastoral do Migrante. No trabalho serão abordados temas como: espiritualidade, relações familiares, gênero, lideranças, desenvolvimento sustentável local, mudanças climáticas, saúde dos trabalhadores e migração.

No dia 29 de outubro haverá novo encontro de formação com os jovens de Novo Cruzeiro e região. Pastoral dos Migrantes de Novo Cruzeiro - MG

Comunidade realiza Grito dos Excluídos(MG)

O Grito dos Excluídos na comunidade de João Alves, em MG, realizado no dia 11 de setembro, contou com a participação dos agentes de Setúbal. Durante a missa, os agentes fizeram uma retrospectiva dos Gritos anteriores e no momento do Ato Penitencial a assembleia foi convidada a fazer um momento de contemplação da natureza seca, enquanto um trabalhador de 91 anos soltou o seu grito dizendo: “antes, quando chegava o mês de agosto ficava esperando o primeiro trovão, aí era o sinal de que a chuva iria chegar em outubro; agora, com a destruição que o homem anda fazendo, até hoje não trovejou e a gente não sabe quando vai trovejar”. E denunciou: “o fogo criminoso que colocaram na minha roça queimou toda a manga; como queremos chuva se a gente não se importa de colocar fogo na roça do trabalhador?”.

Em outro momento, os fieis e agentes partilharam uma reflexão sobre o Grito dos Excluídos por todo o Brasil e avaliaram como positivo os resultados de suas mensagens que geraram ações organizadas como as feiras de economia solidárias, o movimento da Asa e o da ecologia, e a elaboração de políticas públicas. Um grupo também apresentou o trabalho local de biodiversidade e falou sobre o seminário que vai acontecer em Brasília, no DF, para tratar entre outras questões, da importância do Cerrado e a sabedoria popular como mecanismo de sua preservação. Ao final da celebração, foi anunciado um encontro das mulheres de cerca de dez comunidades daquela região para a discussão de propostas de políticas públicas ligadas à preservação do meio ambiente que serão levadas aos órgãos estaduais. O encontro em Brasília será realizado no dia 23 de outubro.

Encontro de formação de lideranças articula ações em Comercinho (MG)

Foram dois dias de estudo sobre o livro do Êxodo, da Bíblia. Com o tema A Caminhada do povo pela libertação e hoje os gritos do povo pelos direitos a dignidade e cidadania, o curso de formação, realizado nos dias 16 e 17 de setembro, teve a participação de 44 lideranças.

A oficina foi ministrada pelo Pe. Manoel Antônio. O programa abrangeu palestras de reflexão do tema, trabalhos em grupo e plenárias. Ao final do encontro, o grupo elaborou novas ações para reforçar a missão de liderança nos serviços pastorais da comunidade.

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Gritos por dignidade - Durante o curso, Pe. Manoel explanou a mensagem bíblica do tema proposto com uma reflexão da caminhada do povo daquela época que viveu sob um sistema político dominado por reis que impunham trabalhos forçados, massacres e a dominação da mulher. Ele comparou, por meio de símbolos teológicos, a organização daquela sociedade com a atual e abordou os principais desafios do sistema globalizado com ênfase no setor usineiro e do agronegócio, a realidade da maioria dos trabalhadores da região mineira que enfrentam os conflitos gerados por interesses corporativos.

Neste contexto, ele também levantou questionamentos. “Estamos vendo a desintegração das famílias que estão perdendo a tradição de transmitir às gerações a coragem de gritar e lutar contra essas opressões; assim seus filhos vão ficando desconectados”, salientou, para quem esse é um dos grandes desafios dos agricultores da região.

Voz do povo – Durante as plenárias, o grupo levantou essa e outras questões das comunidades locais de Comercinho por meio de uma série de gritos do povo cristão na caminhada, em sintonia com o tema da Assembleia Diocesana deste ano: o grito dos trabalhadores explorados pelos usineiros e o da terra violentada pelos interesses da indústria do agronegócio, foram alguns deles. Com base nessas questões e na releitura da ação de Deus na caminhada dos povos bíblicos, os participantes elaboraram propostas concretas para serem articuladas na comunidade; entre elas: encontros permanentes de formação bíblica para os agentes pastorais e paroquiais; a coordenação de oficinas para o resgate da participação dos jovens; e a realização de celebrações mensais do grito das Comunidades.

Na conclusão do curso, os participantes tomaram como dever encontrar formas de denunciar as opressões. “É preciso encontrar formas de viver num mundo onde quem não sabe manobrar máquinas e sua tecnologia está descartado”, disse um deles. Outro, em tom de denúncia, afirmou que na sociedade global, “até o cortador de cana se tornou competidor, porque tem que produzir para sobreviver”.

X Encontro Migratório Binacional na luta contra o tráfico de pessoas Durante o Encontro foi abordado o tema: “Migração e Tráfico: possibilidades de enfrentamento”. Esta é uma questão atual relevante nas regiões fronteiriças, que envolve o cotidiano de muitos migrantes. Os líderes que atuam nesta realidade se defrontam com a realidade de migrantes que estão sendo explorados para o trabalho, traficados para venda de órgãos e também para fins de exploração sexual. A advogada Liz Cardozo, falou da questão do tráfico de pessoas, principalmente de crianças e adolescentes. Em sua palestra esclareceu a diferença entre trata (contrabando) e tráfico, trabalho em rede, atividades específicas para a conscientização e prevenção. Lembrou que a maioria das pessoas traficadas são submetidas por falta de conhecimento dos direitos, por pressão psicológica, por promessas de vida melhor, por estar em uma situação de vulnerabilidade, por falta de estrutura familiar, educação fragmentada e o precário atendimento em suas necessidades básicas. Carina Sanchez, membro da Secretaria especializada no combate ao tráfico de pessoas, iniciou sua apresentação conceituando, Migração, Tráfico, diferentes formas e fins de tráfico, seja por: trabalho escravo, exploração sexual, venda de órgãos. Segundo ela o tráfico é a pior maneira de tratar a pessoa, é um crime complexo, que está aumentando. Diante desta realidade, o governo paraguaio criou um ministério público com unidade especializada que atua de forma coordenada e que pretende intervir na prevenção ao tráfico, na assistência e recuperação das vítimas, no apoio às famílias, oferecendo segurança para pessoas resgatadas. Desde 2008, quando foi criado o Ministério, já foram registrados mais de 200 casos. Os participantes do X Encontro, assumiram o compromisso de ampliar as ações de apoio às pessoas traficadas, de informações e conscientização às crianças, adolescentes e famílias, seja nos espaços eclesiais, escolares e meios de comunicação social no sentido de combater o tráfico. O X Encontro foi muito participativo, com acolhida, momento de espiritualidade, e um relato histórico dos Encontros Migratórios Sem Fronteira, que acontecem desde 2002 entre Brasil e Paraguai. O evento foi realizado em 09 de Setembro de 2011, no Centro de Formação Scalabriniano, localizado no Bairro Pablo Rojas 3,5 km, Ciudad del Este, Alto Paraná – Paraguai, pela Pastoral Mobilidade Humana - Paraguai e Pastoral dos Migrantes - Brasil. Participaram 45 pessoas, incluindo padres scalabrinianos e diocesanos, religiosas, líderes, agentes de pastoral, membros da Pastoral Social, representante da Câmara Municipal local e os migrantes como protagonistas da ação pastoral.

Pastoral dos Migrantes de Dourados – MS

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Imigrantes Celebram Culturas e Festa de Padroeiros

Em São Paulo, encontros de cultura, religiosidade, cidadania e beleza dos povos latinos

Nos meses de junho a agosto, a Igreja Nossa Senhora da Paz, de São Paulo, promoveu encontros

e momentos de expressão de fé e religiosidade, frutos do intercâmbio cultural entre os diferentes povos que vivem, trabalham e enfrentam a realidade da imensa metrópole de São Paulo.

Nesse período houve quermesse e suas festas juninas, a festa da Padroeira Nossa Senhora da Paz, realizada no dia 9, e a das comunidades boliviana, chilena e Paraguai, além das comemorações dos santos populares.

Nas atividades houve a participação ativa e colaboração de lideranças das comunidades de imigrantes latinoamericanos e das comunidades de italianos que têm como ponto de referência a Igreja N. Sra da Paz.

Comunidade Chilena celebra festa de Nossa Senhora do Carmo

No dia 31 de julho, a comunidade chilena realizou a festa de Nossa Senhora do Carmo, sua Padroeira, com a participação de dezenas de famílias latino-americanas. Além dos momentos celebrativos, a festa dos chilenos foi resultado de um longo trabalho entre imigrantes e agentes da missão para unir e juntar a comunidade. Para os paroquianos e a equipe do CPM, o encontro em torno da fé, é um forte elo de comunhão e fraternidade entre os povos latinos que têm, em sua expressão de devoção mariana e nos de solidariedade, forças para enfrentar o cotidiano longe de sua pátria, muitas vezes cheio de dificuldades.

Bolivianos festejam Nossa Senhora de Copacabana e a de Urkupiña

A festa da Padroeira da Integração Nacional da Bolívia, Nossa Senhora de Copacabana e Nossa Senhora de Urkupiña, foi realizada no Memorial da América Latina, nos dias 6 e 7 de agosto. O evento que reuniu mais de 50 mil pessoas foi fruto de um ano de preparação e a realização de diversas oficinas comunitárias partilhadas pelos diversos grupos das comunidades eclesiais formadas por esses imigrantes. Sob o tema “Bolívia um só Coração”, o programa, apoiado pela Pastoral dos Migrantes e em parceria com a Associação Cultural Bolívia Brasil, foi organizado com muita dedicação e abrangeu celebrações litúrgicas, procissões, danças, músicas e a rica gastronomia boliviana. Para seus organizadores, toda a festa expressou a diversidade cultural e religiosa desse povo.

Vale ressaltar que a Igreja da Paz, sediada na região Sé, é um importante espaço de acolhida e atendimento da comunidade boliviana migrante em São Paulo. De acordo com Pe. Geremia,

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coordenador da Missão, três palavras chaves inspiraram as atividades deste ano junto aos bolivianos: “Tudo foi baseado na fé, cultura e cidadania; palavras que se complementam e apontam para a construção conjunta de um mundo novo justo, fraterno e solidário”, disse.

Centro Pastoral do Migrante – CPM/Igreja da Paz

Paraguaios comemoram Nossa Senhora da Assunção, a Padroeira

No dia 14 de agosto, foi a vez dos paraguaios celebrarem a Padroeira da capital do país (Asunción), Nossa Senhora da Assunção. A festa reuniu grande parte dos filhos desta pátria, imigrantes que vivem na capital paulista e municípios vizinhos. Durante a missa, a comunidade pediu a proteção da Asuncion De la Virgen, especialmente para a juventude paraguaia contra os perigos que levam à dispersão e destruição, como drogas e violência, sexo desregrado, e ainda rezaram por condições dignas e trabalho para todos. Na ocasião, a comunidade divulgou sua campanha que continua recolhendo assinaturas com o intuito de pedir mais presença policial nos ambientes de concentração de imigrantes, sobretudo aos finais de semana. Em seguida, a comunidade promoveu um almoço e uma tarde cultural.

Peruanos celebram a memória de Santa Rosa de Lima, Padroeira da América Latina

No último domingo de agosto, a família latino-americana celebrou a festa de Santa Rosa de

Lima, padroeira do Peru, da América Latina e das Filipinas com uma missa e encontro festivo. O encontro comunitário do povo peruano residente em São Paulo foi também uma bonita expressão de sua devoção à santa que viveu no Peru no século XVI e era dotada de dons especiais. Na ocasião, a comunidade recebeu a visita da imagem de Nossa Senhora da Caridade (La Virgen de la Caridad del Cobre), Padroeira de Cuba, país do Caribe, trazida por uma família nativa ao Brasil. Após a celebração, os peruanos serviram um prato típico para toda a comunidade. Por tudo isso, só temos de agradecer e pedir a Nossa Senhora dos Migrantes que nos mantenham sempre com saúde e sob sua bênção.

Conselho Nacional de Imigrações visita missão da Igreja da Paz em São Paulo

Presidente do Conselho Nacional de Imigrações (CNIg) e representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), Dr. Paulo Sérgio de Almeida, acompanhado do presidente da Cáritas Arquidiocesana, Padre Marcelo Álvares Matias visitam a missão juntos aos imigrantes na Igreja da Paz. Nesta visita Dr. Almeida conheceu de perto o trabalho da Missão e trouxe o apoio do CNIG ao serviço em prol dos imigrantes.

O Coordenador, Pe. Mário Geremia informou ao visitante sobre os atuais projetos em andamento da missão e como a entidade se tornou uma importante referência e conta com uma grande equipe de religiosos e leigos. Também foi relatado ao presidente do CNIg um pouco sobre a procura de jornalistas, estudantes, pesquisadores e intelectuais, e até pessoas do exterior, interessadas nas informações sobre o fenômeno das migrações e o serviço do CPM.

Centro Pastoral do Migrante – CPM/Igreja da Paz

Os haitianos continuam chegando ...Porque o coração não tem fronteiras

A maioria é do sexo masculino e jovem. Alguns com curso superior completo, outros com estudos interrompidos e outros, sem muita preparação. Todos com a mesma determinação:

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estabelecer-se em Manaus, no Amazonas (AM). Com esse foco, os haitianos entram por Tabatinga, no extremo oeste do Amazonas, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Ali são entrevistados pela Policia Federal. Atualmente são aproximadamente 800 imigrantes que esperam atendimento. A polícia federal somente entrevista uns 20 a 24 por semana. Segundo Ir. Santina Perin, religiosa da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, que passou umas semanas apoiando aquele trabalho de acolhida, nos contava da precária situação em que se encontram. Em salões com as mínimas condições de higiene e saúde. Ao chegar a Manaus, “caem no colo dos Scalabrinianos”: Irmã Osani Benedita da Silva, Irmã Arceolídia Silva de Souza, Padre Gelmino Costa, Valdecir Molinari e uma equipe de apoio pronta para acolhê-los, levá-los para as casas alugadas e instituições disponíveis para uma acolhida, mas estas já estão ficando escassas. Ali recebem cama, comida e toda a orientação e encaminhamentos necessários para a obtenção do CPF e carteira de trabalho a partir do número de protocolo fornecido pela polícia federal. Preenchido este primeiro requisito, a luta continua no sentido da aprendizagem da língua portuguesa e a busca de trabalho bem como casa para alugar.

Não há praticamente nenhum apoio e nem vontade política por parte das autoridades tanto municipais como estaduais. Todas as Iniciativas e parcerias são feitas com as paróquias da Arquidiocese, congregações religiosas, com igrejas evangélicas, espíritas, com a universidade federal, a Secretaria do Estado (SETAM), e pessoas de boa vontade que doam seu tempo e seus dons juntamente com a equipe da pastoral do Migrante que está forte e atuante nesse serviço. Há parcerias também com empresas para os cursos de capacitação vários ramos como o da eletricidade, da construção civil, de pintura predial e para as mulheres são abertas vagas para cursos de artesanatos nas paróquias entre outros. Tive a oportunidade de conviver com esta realidade por duas semanas e foi um tempo muito valioso no sentido de, primeiro, reencontrar pessoas com as quais convivi; segundo, reafirmar minha convicção de que a missão e o carisma Scalabrinianos são muito comprometedores e atuais. Este atendimento exige de nós uma fé fortalecida, muita resistência e determinação. Necessitamos ser casa acolhedora, coração amigo.

Ir. Orila Maria Travessini

Cuiabá Celebra Semana do Migrante A Semana foi marcada pela união de vozes a favor da justa compreensão da diversidade cultural dos povos, além de ser um momento de reflexão, celebração e festejos.

No período, uma série de atividades foi realizada pelas dioceses paróquias, comunidades e movimentos espalhados pelo Brasil em sintonia com a temática da Campanha da Fraternidade da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que este ano refletiu sobre o tema Migração e Mudanças Climáticas, com o lema O Que temos a ver com isso? Com este enfoque, as pastorais e movimentos em âmbito nacional organizaram a Semana do Migrante de acordo com sua realidade.

Na Várzea Grande – Os agentes pastorais das comunidades paroquiais aproveitaram a comemoração para aprofundar o tema em um curso de capacitação e a realização de círculos bíblicos, que reuniram centenas de agentes também nas celebrações. Houve também um momento de formação, onde um grupo de agentes da Pastoral promoveu uma oficina de capacitação sobre o texto base da Semana com foco nas causas da migração forçada e suas consequências; já os catequistas da paróquia Divino Espírito Santo aderiram ao estudo durante a formação mensal que, oportunamente, compartilharam com os adolescentes que participam da catequese. Ainda naquelas comunidades, suas lideranças falaram da temática em um programa da Rádio Difusora, com grande audiência, inclusive no interior do Estado.

Em Cuiabá – as comemorações da Semana do Migrante foram marcadas pelos 31 anos de atenção e acolhida aos povos que migram para aquela região e são acolhidos no Centro Pastoral para Migrantes

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(CPM). Ali, entre os dias 27 e 28 de agosto, a comunidade do Santuário, juntamente com entidades parceiras, promoveu um jantar festivo com apresentações culturais e a oferta de barracas de comidas e bebidas típicas de diversas regiões brasileiras.

No discurso de abertura do evento, Pe. Adilar Rissini, atual coordenador do Centro, fez um relato em memória a todos que atuaram durante mais de três décadas na acolhida aos migrantes no CPM e apresentou alguns dados do serviço. Informou que até julho de 2011 o Centro atendeu 205.485 migrantes vindos de diversos pontos do País. Para o coordenador do Centro o dado representa a resistência do povo migrante e um serviço de doação generosa feita por centenas de voluntários. No dia seguinte, houve uma missa no Santuário em ação de graças com a participação maciça da comunidade, parceiros e colaboradores do CPM. Nela os migrantes apresentaram o colorido das bandeiras de muitos povos e nações como símbolos de respeito à diversidade cultural.

Semana da Cidadania em Cuiabá e Várzea Grande

No começo de setembro, a exemplo de anos anteriores, aconteceu a “Semana da Cidadania”, promovida pelo Fórum Permanente de Lutas com várias atividades preparadas para mobilizar os movimentos sociais, comunidades e sindicatos, com o intuito de dar visibilidade às diversas lutas e clamores do povo. Uma das atividades foi o tradicional chá com pão em praça pública que neste ano foi realizado em frente à Prefeitura de Cuiabá. Também nas comemorações houve uma noite de lançamento do relatório de Direitos Humanos do Estado de Mato Grosso, no qual constam as atividades do Fórum de Direitos Humanos, a problemática da Terra, dos Povos Indígenas, e os serviços de acolhida aos migrantes realizados pelo CPM em Cuiabá.

Equipe Pastoral dos Migrantes de Cuiabá-MT

Oficina de Monitoramento dos Direitos Humanos na Assembléia Legislativa de São Paulo Foto: Marco Antonio Cardelino/Ag. Assembléia

A oficina de monitoramento do DHESCA foi organizada por uma articulação de redes, movimentos e organizações, como o Movimento Nacional de Direitos Humanos, o PAD/Plataforma Dhesca Brasil, parceiros da MISEREOR, entre outros, por solicitação do deputado Adriano Diogo (PT).

Com cerca de 120 pessoas, a audiência aconteceu na sexta-feira, dia 23/9/2011, no auditório Paulo Kobayashi, da Assembléia Legislativa de São Paulo, para debater a situação dos direitos humanos no Estado, com representantes de movimentos sociais, parlamentares e populares.

O objetivo foi iniciar um processo de levantamento de elementos para o relatório nacional de direitos humanos que servirá de contra-informe de Direitos Humanos do Brasil para ser apresentado em 2012, na ONU. Várias denúncias foram apresentadas. O executivo do Estado de São Paulo foi denunciado por seus sistemáticos ataques às instituições que defendem os direitos humanos. Exemplo disso é a intervenção sobre o Condepe - Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e ouvidoria da Polícia Militar.

Falta de estrutura e respeito com que as crianças, adolescentes e seus familiares são tratados durante as oitivas nas varas da Infância e da Juventude. Alguns promotores tratam as crianças e adolescentes com intimidação e constrangimento. Foram denunciadas as consequências ambientais que o antigo aterro químico segue provocando em Santo Antônio de Posse/SP. Problemas como tortura, execuções sumárias, extermínio da juventude negra, invasões domiciliares, despejos do Rodoanel, abandono dos idosos, despejos com indenização injusta (ex. Vila Esperança), o drama dos quilombolas do Vale do Ribeira, presos sem atendimento médico, imigrantes explorados e escravizados pelas redes terceirizadas ou quarteirizadas das grandes marcas da moda, pobres da cidade sendo

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criminalizados e, em seguida, reprimidos, como o povo morador de rua. (pessoas detidas sem acusação).

Representando o Cami/SPM – Centro de Apoio ao (I) Migrante, Roberval apresentou algumas questões que envolvem os imigrantes: a discriminação ao ser chamado de “ilegal” e “clandestino”, a burocracia da PF, quando esta exige do imigrante que entrou com a anistia, em 2009, 6 holerites, desconsiderando a portaria N. 1700, de 28.07.2011 do Ministério da Justiça, a luta para que o imigrante em situação de trabalho análogo ao escravo não seja criminalizado, o tráfico e exploração dos trabalhadores imigrantes. Também falou de algumas bandeiras de luta da Pastoral: direito ao voto, nova lei do Imigrante, entre outros. Finalmente falou do trabalho de assessoria jurídica, informática e cidadania e o Cami como espaço organizativo de grupos e mobilização como a Marcha do Imigrante que será realizada no dia 04 de dezembro em São Paulo.

Este espaço de discussão foi muito bem conduzido e já contribuiu em muito para o relatório nacional. Os participantes demostraram o desejo de, em 2012, fazer nossa Conferência Estadual de forma autônoma, com intensa participação popular. Secretaria Nacional do SPM

Fórum aprofunda debate sobre Mudanças Climáticas A reunião do Fórum de Participação do V Celam, do qual participa o SPM, ocorreu no dia 13 de

setembro de 2011, na sede da PO Metropolitana, Sé, com a presença de 14 pessoas. Na oração inicial foram lembrados os 90 anos de aniversário do Cardeal Dom Paulo Evaristo Arns. Avaliou-se a noite de debate, de 23.08, sobre Mudanças Climáticas, assessorada pelo físico Paulo Artaxo, O sinal de alerta no mundo é vermelho em relação às destruições ambientais. Em 03 anos a China passou a ser a maior produtora de energia solar do mundo, porém ainda é ínfima a porcentagem desta energia na sua matriz energética. No campo do trabalho é preciso diminuir a produção, mesmo que isto signifique receber menos. Temos que pensar na conscientização do povo e em mudanças políticas e econômicas.

Já há algumas coisas sendo feitas: Na Alemanha há leis contra a impermeabilização do solo.

Em São Paulo há 06 projetos de agricultura para que haja consumo sem agrotóxico, aproveitando as linhas de energia elétrica. É preciso fazer as novas moradias populares com energia solar. É preciso realizar a reforma urbana. Plantar árvores frutíferas pelas cidades. Apoiar a campanha do transporte coletivo gratuito. Canalização zero dos córregos. O grupo preparou também a segunda noite de debate, para o dia seguinte, 14.09, sobre Mudanças Climáticas na cidade de São Paulo, com duas pessoas que pesquisam questões urbanas e meio ambiente. Para a próxima reunião,dai 24.10, iremos aprofundar alguns temas: Contribuição para o Congresso Teológico que será realizado no Rio Grande do Sul; o que pode ser feito a propósito dos 50 anos do Concílio Vaticano II, e o planejamento 2012.

Secretaria Nacional do SPM

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Mudanças Climáticas na Cidade de São Paulo – o que fazer?

Este debate ocorreu no dia 14 de setembro, 19:30hs, no auditório das Livrarias Paulisnas e foi promovido pelo Fórum de Participação do V Celam (Aparecida). Estes foram os assessores: Luciana Ferrara – Arquiteta e Urbanista, doutoranda da FAUUSP – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da

USP, e Luiz Kohara – integrante do Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos e pesquisador da FAUUSP/FAPESP. Cerca de 25 pessoas participaram da noite, que foi iniciada com uma mística celebrando os 90 anos de Dom Paulo Evaristo Arns.

O debate foi muito rico, envolvendo a questão do Plano Diretor da cidade, cada vez mais controlada por interesses imobiliários, sendo que os pobres são empurrados para as áreas de risco ou mananciais. A atuação do poder público tem sido um desastre:

criminaliza populações, expulsa-as com irrisórias indenizações, tudo em nome do meio ambiente. Foi colocado que as mudanças climáticas já atingiram os pobres há muito tempo. Num cortiço, por exemplo, a temperatura está acima em 2 ou mais graus.

A palavra sustentabilidade é uma noção em disputa, com enfoques diferentes, sendo que um deles não propõe mudanças qualitativas, pois não muda o paradigma do crescimento, da produção e consumo capitalistas.

Secretaria Nacional do SPM

5ª Marcha do Imigrante já tem lema:Nenhum direito a menos para os imigrantes: voto já!

A terceira reunião preparatória aconteceu sábado, no dia 24.09, no Cami, com a presença de 15 pessoas, entre imigrantes e representantes de entidades.

A 5ª Marcha terá início com uma concentração na Praça da República a partir das 10 horas, no domingo, dia 04 de dezembro. A caminhada será intercalada com falas, palavras de ordem e apresentações culturais, com paradas no Teatro Municipal, Prefeitura, até chegar à Praça da Sé. A reivindicação central desta marcha será o direito ao voto. Outros eixos importantes também serão destacados: nova lei de imigração, pelo fim do tráfico de pessoas e trabalho escravo, pela ratificação da Convenção dos Trabalhadores migrantes e seus familiares, direito à saúde, educação, universidade, entre outros.

Na reunião vimos as várias sugestões de lemas que foram enviadas. Após debate, foi votada e escolhida a frase da Marcha: NENHUM DIREITO A MENOS PARA OS IMIGRANTES: VOTO JÁ!

Cada grupo étnico está convidado a fazer seu cartaz ou faixa, em sua língua materna, com este lema.

A principal voz da Marcha será a voz dos imigrantes, através dos representantes das coletividades, (por país, por entidades que convocam a marcha).

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Sugeriu-se a construção de um símbolo forte para acompanhar a marcha e, se for o caso, ser deixado no local. Foi sugerido fazer a “rede da Integração”. Seria uma grande rede tendo penduradas frases, fotos, recortes, etc, ligadas às causas dos imigrantes.

Foi lembrado que o gesto do muro rompido foi o simbólico usado em 2009, na Sé. Direito do Imigrante ao Voto

O Brasil é o único país do Cone Sul que não dá direito ao imigrante de votar. No Chile e Argentina é diferente. Seria bom, na próxima reunião trazer informes sobre o voto do imigrante em outros países. Viabilizar um debate, no fim do ano, sobre o voto do imigrante – se poderia convidar parlamentares de diferentes partidos para falar sobre o assunto. Lembrou-se o lema do governo federal: BRASIL, UM PAÍS DE TODOS – VOTO JÁ!

A próxima reunião - Será no dia 22 de outubro, sábado, 16hs, no Cami. Nesta reunião iremos fechar a programação da marcha de forma mais detalhada.

CAMI/SPM

Reunião do Grupo dos Migrantes Urbanos da Grande São Paulo

A reunião aconteceu na Casa do Migrante, dia 17 de setembro de 2011, sábado pela manhã,

com 14 pessoas. Após oração e dinâmica, avaliamos nosso seminário de formação “ Mudanças Climáticas e a Cidade de São Paulo” Vimos que o vídeo “Entre Rios” foi muito interessante, pois falou de como a cidade de São Paulo surgiu, acompanhando os rios Tietê e Tamanduatei, mas que depois foram destruídos para que dessem vez ao automóvel.

No seminário percebeu-se que até hoje a cidade segue sendo construída em base à destruição da natureza e à injustiça social. O povo, sem moradia, é hoje criminalizado por ter que morar em áreas de proteção ambiental ou áreas de risco.

Em nome do meio ambiente, o poder público expulsa famílias, indeniza mal e multa pessoas que há décadas vivia na sua casa. Por outro lado, o Rodoanel destrói a natureza e expulsa moradores, à sombra de legislações injustas. Avaliamos, também, a boa preparação do grupo da Zona Sul (Grajaú), com painéis, fazendo denúncias e propostas para o tema ambiental na cidade de São Paulo. O grupo

também avaliou a Romaria dos Trabalhadores e Grito, afirmando a importância deste espaço em Aparecida, muito embora ainda são sentidas restrições, principalmente em relação à missa. Em seguida, o grupo debateu o vídeo “O veneno está na mesa” O Documentário da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, realizado pelo cineasta brasileiro Silvio Tendler. Os dados são assustadores e mostram grandes grupos econômicos interessados com a agricultura intensiva do agronegócio para exportação. No vídeo vimos o depoimento de familiares de pessoas que morreram manuseando estes defensivos. Somente uma agricultura alternativa poderá reverter este quadro catastrófico, que gera doenças ao médio e longo prazo. A reunião terminou com um balanço das atividades dos grupos previstas para estes últimos meses do ano.

Secretaria Nacional do SPM

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Imigração e denúncias pelo Mundo

Mulheres brasileiras em Portugal denunciam preconceito nas redes sociais

A mulher brasileira continua a sofrer preconceitos na Europa onde geralmente é associada a trabalhos que envolvam sexo ou prostituição. Por causa desta conotação, um grupo de quatro mulheres brasileiras que vivem em Portugal está usando as redes sociais, como o Facebook, para promover a quebra dessa estigmatização e fazer denúncias.

Com esse intuito, recentemente elas criaram, de maneira coletiva, o chamado Manifesto contra o preconceito às Brasileiras, uma página no Facebook que é acessado no endereço: http://www.facebook.com/#!/pages/Manifesto-contra-o-preconceito-%C3%A0s-Brasileiras/150678238354784.

O Manifesto tem despertado a curiosidade dos internautas, obtido grande repercussão e adesões e sido alvo de frequentes notícias na mídia portuguesa.

Segundo o grupo, a ideia do Manifesto é a construção coletiva do repúdio ao preconceito contra as mulheres brasileiras naquele país e surgiu como um protesto contra a estigmatização das brasileiras como um caso recente ocorrido no programa de sátiras Café Central da RTP, que retratou a mulher brasileira com perfil altamente sensual. Desde então, a manifestação brasileira tem recebido apoio de várias associações de defesa dos direitos das mulheres e dos imigrantes que subscreveram seus manifestos e estão divulgando apoio à causa nas demais redes sociais e nos sites de inúmeras organizações contra o que chama de „situação generalizada de discriminação das mulheres imigrantes‟. Até o final do mês setembro cerca de 500 pessoas, entre mulheres, homens e jovens de vários países estavam entre seus membros. No twitter - No último dia 22 de setembro, as autoras do Manifesto postaram uma Petição On-line, por meio do qual convidam os internautas em geral a assinar seu apoio à causa. No Manifesto elas também estão divulgando o seu endereço na rede de microblogging twitter: @Mbrasileiras.

Niem

Japão prepara novo sistema de controle de permanência para 2012

A partir de julho do próximo ano começará a funcionar o novo sistema de controle de permanência no Japão. A mudança determinada pelo Ministério da Justiça japonês permitirá o controle dos “gaijin” (palavra japonesa para estrangeiros) residentes legalmente no país.

Na prática, esse controle será feito por meio do novo cartão “Zairyu Card” que substituirá o atual, “Gaikokujin Touroku”, para residentes estrangeiros a médio ou longo prazo.

Com o novo processo, a permanência permitida de apenas três anos, será prolongada para cinco anos para cônjuge ou filho de japonês. Além disso, será adotado um sistema no qual não haverá a necessidade de se obter a permissão de reentrada no país em caso de estadia fora de um ano.

A alteração de informações pessoais contidas no novo cartão não será mais atualizada nas prefeituras, mas o portador deverá comunicá-la ao Departamento de Imigração mais próximo de sua residência. Também, caso venha a trocar de empresa onde trabalha, será necessário fazer o aviso sobre a mudança. A troca do cartão “Zairyu Card” deverá acontecer de forma gradual. A mudança no sistema tem como objetivo otimizar a compreensão do Ministro da Justiça sobre as informações necessárias para o controle de permanência de estrangeiros, como também aprimorar a conveniência para os estrangeiros legalmente residentes.

Portal Terra

Mais de 1200 imigrantes africanos foram mandados para Tchad

O número é superior a 1200 imigrantes, a maioria de tchadianos, que permaneciam em Sebha no sul da Líbia. Agora, todos foram levados por estrada para o Tchad, seu país de origem, segundo anunciou na segunda-feira, 3 de outubro, a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

Esse africanos, incluindo as mulheres e crianças, partiram em um comboio de 15 caminhões deve chegar ao destino em uma semana e certamente deve ser uma viagem dura, disse a OIM em um comunicado.

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Sobre os imigrantes, mais de metade são tchadianos, e a minoria é vinda de países africanos como Nigéria, Gâmbia, Eritreia, Somália, Sudão. De acordo com a entidade, os imigrantes estavam instalados desde o mês de junho no centro de trânsito da OIM porque somente poderiam ser evacuados por avião, por razões de segurança. Até o mês passado, a organização tinha contabilizado o trânsito de mais de três mil imigrantes como esses. A falta de água e de eletricidade foi um dos problemas do alojamento, informado pela OIM.

Portal Terra

Somos a “mesma família humana”, replica Matsuura Goro em mensagem ao 97º Dia Mundial dos Refugiados

Em sua mensagem para o 97º Dia Mundial dos Refugiados, publicada no dia 25 de setembro, o presidente da Comissão Católica do Japão, para os Refugiados, Migrantes e Pessoas em Movimento, Matsuura Goro, reforça o apelo do Papa Bento XVI aos cidadãos universais para “desafiar a intolerância e a indiferença contra as pessoas em situação de imigração ou refugiados ao redor do mundo”.

Esse convite, segundo Matsuura, é feito em nome dos 120 milhões pessoas, dado recente estimado daqueles que se encontram na condição de apátridas em 60 países do mundo, em contraponto às estatísticas oficiais na qual o número é de 6.6 milhões.

Já os dados registrados em 2009 mostraram que 43.3 milhões de pessoas no globo foram obrigadas a migrar e o número de refugiados que retornaram permaneceu no nível mais baixo dos últimos 20 anos.

Somente no Japão, informa, o número crianças apátridas é de cerca 20 mil, ou seja, não registradas em nenhum lugar, significando que elas “não existem legalmente” e afirma que tal situação continua a existir também “por causa de nossa indiferença – dos cristãos – diante dos clamores desses povos”.

Goro ainda questiona o governo do Japão sobre sua falta de ação para reduzir o número de pessoas apátridas no país, lembrando que existem dispositivos legais que facilmente poderiam solucionar muitos desses casos. Ainda na carta, aponta o retrocesso da Lei Revisada de Imigração japonesa que entrará em vigor em julho de 2012 porque trará uma carga burocrática para pessoas com o visto vencido que, no caso, aumentará o número daqueles que passarão a ser consideradas “pessoas legalmente não existentes” no país asiático.

Diante dessa realidade e à luz da reflexão do 97º Dia Mundial dos Refugiados, Matsuura Goro convida todas as pessoas de boa vontade a “se colocarem nos sapatos de um refugiado” e buscarem todos os meios para, concretamente, promover “um status seguro” aos que chegam na condição de refugiado, migrante, imigrante ou pessoa em movimento ao apelar para conscientização das sociedades que elas “são tão importantes quanto qualquer membro da nossa família”. Somente assim, finaliza, a aspiração por uma sociedade de inclusão, onde cada mão estendida seja correspondida pelo aperto de outra mão como resposta, acontecerá.

Texto traduzido pelo Missionário Pe. Olmes Milani CS, do Catholic Tokyo International Center (CTIC).

Pesquisa Ipea: São Paulo tem 46% dos moradores de fora do estado Pesquisa traça perfil de migrantes entre 30 e 60 anos na região metropolitana

O estudo “Perfil dos migrantes em São Paulo”, divulgado nesta quinta-feira (6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), traçou as características dos nascidos em outros estados ou países que trabalham e vivem na região metropolitana de São Paulo. Os estrangeiros se destacam e aparecem como o grupo mais escolarizado, com a maior porcentagem de empregadores e rendimento mensal médio do trabalho acima de R$ 4 mil. O levantamento foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 2009, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e analisou a faixa etária entre 30 e 60 anos, em que a vida profissional tende a estar mais definida. Segundo o estudo, São Paulo “emerge como a RM [região metropolitana] que atrai com maior intensidade pessoas de todas as regiões brasileiras, além de estrangeiros”. Segundo o levantamento, 45% dos moradores da região nessa faixa

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etária são migrantes. A população total entre 30 e 60 anos é de 8,1 milhões, sendo que 3,7 milhões nasceram fora do estado. Dos residentes na região metropolitana de São Paulo, 4,4 milhões são paulistas (54%); 306,8 mil paranaenses (4%); 268,3 mil cearenses (3%); 597,2 mil pernambucanos (7%); 901,1 mil baianos (11%); 624,1 mil mineiros (8%) e 83,6 mil estrangeiros (1%), entre outros (veja gráfico com dados completos acima). Para o estudo, foram formados grupos com mais de 200 mil pessoas, com exceção dos estrangeiros. Rendimento do trabalho O Ipea analisou o rendimento médio de trabalho desses grupos. A média dos residentes na região metropolitana é de R$ 1.664,19 ao mês. Os estrangeiros têm o maior rendimento médio (R$ 4.058,62). Excluindo eles, o estudo dividiu três classes de trabalhadores: a classe mais baixa, formada por nordestinos e nortistas, com renda média em torno de R$ 1.000; uma classe intermediária, formada por mineiros e paranaenses, com rendimentos em torno de R$ 1.500; e uma classe mais alta, formada por paulistas e pelo grupo de migrantes dos outros estados do Sudeste, Centro-Oeste e Sul,

com rendimentos em torno de R$ 2.000. A pesquisa dividiu a população em três classes sociais, considerando a renda familiar per capita de cada indivíduo. Cerca de 40% dos estrangeiros compõem a classe mais rica e 26% dos paulistas estão nessa faixa. A possibilidade de um nordestino ou nortista estar nessa classe mais alta gira em torno de 5%, segundo o estudo. “Dá para dizer que existe uma diferença clara pelo local de origem. Os nordestinos estão na base da pirâmide em São Paulo”, afirma o técnico de Planejamento e Pesquisa Herton Ellery Araújo. Também foi analisado o percentual de trabalhadores na região metropolitana de São Paulo com jornada semanal superior a 45 horas. Os estrangeiros são os que mais trabalham por uma longa jornada, com 58,2%, seguidos pelos cearenses (44,4%), mineiros (41,9%) e paranaenses (41%). O resultado pode estar associado ao grande número de estrangeiros empregadores ou que trabalham por conta própria.

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Escolaridade Os migrantes do Nordeste apresentam, em geral, a menor escolaridade. O estudo mostra que 59% dos baianos, 56,4% dos pernambucanos e 53,4% dos cearenses que vivem em São Paulo e têm entre 30 e 60 anos não completaram o ensino fundamental. Os mais escolarizados são os estrangeiros, sendo que 46% deles têm formação superior. Entre os paulistas, 24,3% concluíram o ensino superior,

mas a maior faixa (40%) é daqueles com ensino médio completo até ensino superior incompleto. O encarregado de obras Gilmar da Silva, de 26 anos, deixou a Bahia em 2001 em busca de emprego na capital paulista. Ele deixou de estudar na 5ª série. “Lá não tem emprego, não, só na roça. Aqui é bom, tem serviço”, contou ele. O pedreiro Ébio Miranda de Souza, de 35 anos, trouxe a família para São Paulo em 1997, também em busca de uma oportunidade de trabalho. Ele deixou de estudar na 7ª série. “Isso atrapalha, às vezes”, disse ele, sobre a escolaridade. A PNAD também perguntou sobre o uso de internet nos últimos três meses. Entre os moradores da região metropolitana com a faixa etária analisada, 61,7% dos paulistas haviam utilizado a web neste período. Os estrangeiros aparecem como os mais conectados na rede, com 63,2% dos entrevistados. Entre os pernambucanos, 21,1% utilizaram a internet no período questionado. Imigrantes – Tarcila do Amaral Emprego Os estrangeiros lideram os que declararam ser empregadores (13,4%), mas aparecem também como o menor percentual de carteiras assinadas (31,3%) e o maior de não remunerados (9%). Pela avaliação dos técnicos do Ipea, restrições de cidadania podem dificultar a obtenção de empregos formais. Em relação aos não remunerados, a avaliação dos técnicos é que eles são os "filhos dos donos", que trabalham no negócio da família sem receber um dinheiro fixo. Os paranaenses aparecem em segundo lugar entre os empregadores, com 6,5% declarando ocupar esta posição. O francês Thibaud Lecuyer mudou para São Paulo em novembro de 2010. Junto com dois sócios estrangeiros e um brasileiro, ele lançou um site de e-commerce de moda. O casamento com uma brasileira o motivou a se estabelecer no país. A escolha pela cidade, no entanto, foi profissional. “São Paulo é mais focada nos negócios, por isso decidimos estabelecer nossa companhia aqui. As três grandes possibilidades que surgiram foram aqui”, contou. O italiano Riccardo Barberis é diretor de operação de uma empresa de recursos humanos. Ele mudou para a capital paulista com a família em janeiro deste ano. “O mercado aqui oferece oportunidades. Foi uma boa combinação de uma oportunidade profissional com uma experiência de vida. Depois de muitos anos no mesmo mercado, eu pensei que era um momento certo de fazer uma mudança mais radical”, disse. Entre os paulistas, 5,6% são empregadores, 9,3% estatuários, 48,1% têm carteira assinada, 10,1% trabalham sem carteira, 20% por conta própria, 6% empregados domésticos e 0,8% não remunerados. Os baianos apresentam a maior proporção de empregados domésticos (21,1%), segundo o estudo.

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VAI ACONTECER!!! 16 de Outubro 2011 – Encontro dos Guajeruenses na Igreja da Paz – Glicério, São Paulo-SP 27 de Outubro 2011 – Encontro de Formação Fé e Política, com o Pe. Alfredo Gonçalves – Msc, na Igreja da Paz – Glicério, São Paulo-SP 29 e 30 de Outubro 2011 – Encontro dos Piauienses, no Morro Doce, em Carapicuiba-SP 13 de Novembro de 2011 – Encontro dos Canudenses, em Pirituba, São Paulo-SP

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“Big Brother Brasil; Um programa Imbecil” Antonio Carlos de Oliveira Barreto

Curtir o Pedro Bial

E sentir tanta alegria

É sinal de que você

O mau-gosto aprecia

Dá valor ao que é banal

É preguiçoso mental

E adora baixaria.

Há muito tempo não vejo

Um programa tão „fuleiro‟

Produzido pela Globo

Visando Ibope e dinheiro

Que além de alienar

Vai por certo atrofiar

A mente do brasileiro.

Esse programa da Globo Vem nos mostrar sem engano

Que tudo que ali ocorre

Parece um zoológico humano

Onde impera a esperteza

A malandragem, a baixeza:

Um cenário sub-humano.

Não se vê força poética

Nem projeto educativo.

Um mar de vulgaridade

Já tornou-se imperativo.

O que se vê realmente É um programa deprimente

Sem nenhum objetivo.

E quando chegar ao fim

Desse Big Brother vil

Que em nada contribui

Para o povo varonil

Ninguém vai sentir saudade:

Quem lucra é a sociedade

Do nosso querido Brasil.

E saiba, caro leitor

Que nós somos os culpados

Porque sai do nosso bolso

Esses milhões desejados

Que são ligações diárias

Bastante desnecessárias…

Espaço da

Arte da

Arte