1,50 € SExTA-FEIRA | 24 de Outubro de 2014 “a sorte dá ... · dos “senhores do mundo”....

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UM ANO DE MANDATO Informação online em www.tribunadamadeira.pt “A SORTE DÁ MUITO TRABALHO” Ricardo Franco, autarca de Machico 12 e 13 Paulo Cafôfo, autarca do Funchal 9 a 11 Carlos Martins abraça novo desafio no Grupo Meliá após sucesso alcançado em Tenerife. 4 e 5 “ANNIE é O MUSICAL PERFEITO PARA TODA A FAMíLIA” Teresa Gedge do MADS 6 «à PROVA DE FOGO» «GESTãO FINANCEIRA RIGOROSA» SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 780 SEXTA-FEIRA | 24 de Outubro de 2014 1,50 € DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR tribunadamadeira.pt HOMENS E MULHERES UNIDOS NA LUTA CONTRA O CANCRO DA MAMA 32 DOLCE VITA FUNCHAL RECEBE 10 MILHõES DE VISITANTES POR ANO 28 TURISMO RURAL NA RAM COM POUCA PROCURA 28 OPERADOR LUXEMBURGUêS LANçA ROTA PARA A REGIãO 22 RECOLHA DE GATOS DEIXA DEFENSORA DOS ANIMAIS «EM POLVOROSA» 16 e 17 MULHERES EM IDADE AVANçADA SãO MAIS AFETADAS PELO AVC 18

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Um ano de mandato

Informação online em www.tribunadamadeira.pt

“a sorte dá mUito trabalho”

Ricardo Franco, autarca de Machico12 e 13

Paulo Cafôfo, autarca do Funchal 9 a 11

Carlos Martins abraça novo desafio no Grupo Meliá após sucesso alcançado em Tenerife.4 e 5

“AnnIe é o musIcAl perfeIto pArA todA A fAmílIA”Teresa Gedge do MADS6

«à provA de fogo»

«gestão fInAnceIrA rIgorosA»

SEMANÁRIO | ANO 15 | Nº 780SExTA-FEIRA | 24 de Outubro de 20141,50 € DIRECTOR: EDGAR R. AGUIAR

tribunadamadeira.pt

Homens e mulHeres unIdos nA lutA contrA o cAncro dA mAmA32

dolce vItA funcHAl recebe 10 mIlHões de vIsItAntes por Ano28

tUrismo rUral na ram com

poUca procUra28

operAdor luxemburguês lAnçA rotA pArA A regIão22

recolHA de gAtos deIxA defensorA dos AnImAIs «em polvorosA»16 e 17

mulHeres em IdAde AvAnçAdA são mAIs AfetAdAs pelo Avc18

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semeador2 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

Está mais do que pro-

vado de que o crime de cola-rinho branco-rosa-azul-celes-te em Portugal compensa e de que maneira!

Vem isto a propósito das prescrições nos casos de Jar-dim Gonçalves. Virá segura-mente a propósito, mais tar-de ou mais cedo, o mesmo, ou

algo parecido, com Ricar-do Salgado, caso que todos levam com tratos de polé porque há muito político, muito empresário, muito banqueiro envolvido na rede GES/BES. Vem tam-

bém isto a propósito dos falsos gurus Grana-deiro e Zeinal Bava, que

afinal, e ao que se vai por aí suspeitando, com-pram prémios internacio-nais para serem elevados ao grau de incontesta-dos, inquestionáveis ou

brilhantes no mister das suas gestões. Gestões que, afinal, nada mais são que fraudulentas, interessei-ras e oportunistas para alguém. Ou para mui-tos alguéns. Porque tudo isto, toda esta escuma-lha, faz parte de uma teia imensa. De um polvo

demasiado gordo e tentacular.

Espera-se que em breve o Zeinal

vá trabalhar para Car-los Slim (apenas o mais milionário dos milioná-rios), depois de ter metido ao bolso uma indeminiza-ção de cerca de 7 milhões de euros. Mas pelo cami-nho enterrou a PT e a OI. Viva a incompetência à portuguesa! l

O mundo hipócrita e cínico, aquele que alimen-ta a indústria de armamen-to, que patrocina guerras e genocídios, aquele que apu-nhala sem rebuço e vislum-bre de lágrimas, precisa de vez em quando de uma Mala-la a quem entregar o sím-bolo da paz mundial (não a pomba nem o ramo de olivei-ra…). Como é óbvio, mais do que óbvio, nada tenho contra (pelo contrário) os que pre-gam o bem, a amizade e a paz por esse mundo fora e que pouco se interessam por tro-féus homologados por meia dúzia de ilustres e ilumina-dos que tomam assento em salões luxuosos e no sosse-go dos seus cadeirões. Luga-res esses que as Malalas da vida começam a frequen-tar mais ou menos assidu-amente. Assim como a ser convocadas para congres-sos, pales-tras, conven-ções. Deixam de ser um pro-duto genuíno dos lugares de onde vêm e passam a ser um produto moldado às intenções muitas vezes maquiavélicas dos “senhores do mundo”.

Esses, que tantas vezes são coniventes com os sistemas políticos, com os sistemas financeiros, com o clube de Bilderberg, com as negociatas que se fazem por detrás dos pesados reposteiros de velu-do, são os primeiros a pre-cisar de se purgar das suas atrocidades, das suas insensi-bilidades, das suas traições e cinismos.

Prémio entregue acredi-ta-se que, lamentavelmente, tudo irá continuar na mes-ma quanto a guerras, mal-dades desumanas, interes-ses esconsos e jogatanas de xadrez mundial.

Porque assim como não é apenas uma andorinha a fazer a Primavera, também não será apenas uma Mala-la, um Francisco (Papa), uma Teresa de Calcutá a trazerem a paz à Humanidade.

Acabei de ler a conclusão

do estudo cientifico levado a cabo pelos dois sexólogos ita-lianos que se entregaram de alma (e acredito que de corpo também) à questão do orgas-mo feminino e do tão místi-co e tantas vezes insondável ponto G. Conclusão essa que pode ser lida por qualquer um no jornal Clinical Anatomy, pelo que acreditem que isto não é um devaneio da minha parte…

Chega-se então à conclu-são, conclusão lavrada por Giulia e Vincenzo Puppo, que o orgasmo vaginal não exis-te e que tudo não passa de

uma invenção de Freud. Que, coitado, já cá não está para defender a sua teoria e provar através dos seus esquemas-te-oremas-equações que o ponto G é afinal uma realidade. Ou será antes uma promessa?

Da minha parte tenho a dizer que nunca foi meu desíg-nio fazer prova das teorias de Freud. Vou para estas “coi-sas” de mente aberta e língua empenhada, imbuído de uma missão de (dar) prazer e sem me preocupar com as letras do alfabeto que a vagina pos-sa comportar. Para mim esse é um local sagrado. Um san-tuário onde cabem todas as letras, todos os abecedários, todos os caracteres, todos os idiomas e todas as línguas.

Se tenho sido bem suce-dido? Depende dos dias e da motivação. Depende se do outro lado há entrega, von-tade e desinibição. Se a cum-plicidade existe à flor da pele. Porque se existir então a mis-são será levada a bom termo e todas as partes ficam satisfei-tas. Com ou sem G.

Existem verdades no

nosso dia a dia que são tão óbvias e inquestionáveis que

nem Jacques de la Palice se arriscaria a contrariar. Até porque na sua época (sécu-los XV e XVI) algumas destas realidades não existiam

Vejamos: há três meses que não chove e o seu carro está besuntado de poeira e com um dedo que lhe marcou no vidro de trás “lava-me por-co!”. Você segue o conselho do abelhudo, leva o carro à lavagem manual ou automá-tica, o popó fica a brilhar e você sai ufano como se do stand tivesse acabado de sair. O carro até lhe parece novo carago! Passados dois dias cai uma carga de água medonha e o carro já está de novo tão porco, manchado e enlamea-do que só lhe ocorre prague-jar contra tudo e contra todos. Para lição vai ficar mais qua-tro meses sem ir à lavagem e que se lixe o intrometido.

Vejamos: porque é que o pão com manteiga acabada de barrar quando se atira para o chão cai sempre do lado que não deve? Porque é que a merda da manteiga tem que ficar virada para baixo, inco-mestível e o chão emporca-lhado? Dizem que cai sempre do lado mais pesado…

Vejamos: você vai ao den-tista tratar da cremalheira. Sai de lá com as obturações todas tapadinhas, com a higieniza-

ção bocal actualizada, com os dentinhos que rebrilham ao menor sinal de sorriso. Aliás, você até deixa ficar esse sor-riso quando se passeia pelas avenidas mesmo que não tenha razões para sorrir. Che-ga a casa com o franguinho carbonizado comprado no Continente, rijo pra caram-ba!, mete-o à boca e aquela cartilagem manhosa da ave consegue por artes mágicas partir-lhe um canto do cani-no. Lá se foram 140 euros no dentista para o lixo!

Agora que as esplana-

das da cidade andam mais molhadas por via das chu-vas outonais – que saudades que eu tinha delas e do fres-quinho que arrastam! – as mesas das bilhardeiras de ser-viço nem parecem as mes-mas. Estão desoladas por não lhes chegarem novas da vizi-

nhança, por não se tro-carem nomes deste e daque-le e daquela outra. Estão tris-tes e macambúzias. Estão sozinhas e desamparadas de bilhardices.

Calma minha gente. Não tarda nada vem de novo a Pri-mavera e com ela a Fernandi-nha, a outra Fernandinha, a Gracinha, a Lurdinhas, o Car-valhinho e o Manelinho.

Haja sol, línguas afiadas e inveja nos cotovelos!

aNTÓNIO BaRROSO CRUZ

[email protected]

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 editorial 3

A Comissão Europeia anunciou, nesta semana, a atribuição de um montante de 24,4 milhões de EUR do orçamento da União Europeia (UE) para financiar a investigação no domínio do vírus Ébola. O finan-ciamento será atribuído a cinco pro-jetos, que vão de um ensaio clíni-co em grande escala de uma vacina potencial até testes de componen-tes já existentes e novos para tra-tar o vírus ébola. Os fundos do pro-grama «Horizonte 2020» o progra-ma de investigação e inovação da UE, serão canalisados através de um procedimento de urgência, a fim de dar início aos trabalhos o mais rapi-damente possível. A Comissão tam-bém está a trabalhar com a indús-tria tendo em vista a prossecução do desenvolvimento de vacinas, medi-camentos e diagnósticos para o vírus ébola e outras doenças hemorrági-cas no âmbito da iniciativa sobre medicamentos inovadores.

O Presidente da Comissão Euro-peia, José Manuel Barroso, decla-rou: «Estamos numa corrida con-

tra o tempo no combate ao ébola e devemos não só fazer face à situ-ação de emergência mas preparar também uma resposta a longo pra-zo. Tenho, pois, o prazer de anun-ciar que será disponibilizado um montante adicional de 24,4 milhões de EUR para acelerar a investiga-ção mais promissora tendo em vista o desenvolvimento de vacinas e tra-tamentos.»

«Uma das mais importantes men-sagens da comunidade internacio-nal, hoje reunida em Genebra sob os auspícios da OMS, é que devemos intensificar a investigação médica no domínio do ébola,» declarou a Comissária Europeia responsável pela Investigação, Inovação e Ciên-cia, Máire Geoghegan-Quinn. «Estes projetos combinarão os esforços dos melhores investigadores académi-cos e da indústria para lutar contra esta doença mortal.»

O financiamento será concedi-do com base nas propostas apre-sentadas por equipas provenientes de toda a UE e de numerosos países

terceiros, que foram avaliados por um grupo de peritos independentes (consultar anexo para ver os proje-tos selecionados).

O Diretor da London School of Hygiene and Tropical Medici-ne, professor Peter Piot, e um dos descobridores do ébola, reagiu ao anúncio do financiamento: «Con-gratulo-me com a ação decisiva da Comissão para apoiar uma série de ensaios e estudos clínicos sobre o vírus Ébola enquanto contributo da Europa para por termo à crise do ébola que já custou a vida a tantas pessoas.»

A Comissão também solicitou à Parceria entre a Europa e os Países em Desenvolvimento para a Reali-zação de Ensaios Clínicos (EDCTP) que incluísse as epidemias emergen-tes que afetam a África, e nomeada-mente o ébola, no seu plano de tra-balho. Tal permitirá à EDCTP finan-ciar os ensaios clínicos de medica-mentos, vacinas e métodos de diag-nóstico em futuros convites à apre-sentação de propostas. l

InquérIto onlIne

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ue atribui 24,4 milhões de euros para investigação do vírus ébola

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entrevista4 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

carlos martins assume, em novembro, uma das vice-presidências do Grupo meliá. o gestor hoteleiro madeirense terá sob a sua responsabilidade repo-sicionar a marca sol, um dos «bran-ds» da meliá hotels international, numa área de negócio que compreende cerca de 32 mil camas em mais de 80 hotéis. o novo desafio surge depois de levar o Gran meliá palacio de isora, em teneri-fe, de hotel economicamente deficitá-rio a melhor «resort» de espanha. Foi o desafio mais difícil da sua carreira. “não havia uma única pessoa que não me perguntasse se eu sabia aonde me esta-va a meter”, recorda.

“a sorte dá mUito trabalho”

Carlos Martins abraça novo desafio no Grupo Meliá após sucesso alcançado em Tenerife

T ribuna da Madeira (TM) – Ficou-se a saber há poucos dias que Carlos

Martins passa a ter novas atribuições no Grupo Sol

Meliá. Quais são as suas novas competências?

Carlos Martins (CM) - A partir do próximo mês de Novembro assumirei uma das vice-presidências do Gru-po Meliá. A minha área de negócio abrangerá a Costa Mediterrânica espanhola, as Ilhas Baleares, as ilhas Caná-

rias, Cabo Verde, Croácia e Bulgária.

As minhas funções pas-sam por ajudar a companhia a reposicionar a marca SOL, um dos «brands» da Meliá Hotels International e marca berço desta companhia . Esta área de negócio compreen-de cerca de 32.000 camas em mais de 80 hotéis.

O objetivo dos próximos três anos é desenvolver uma estratégia para reposicio-nar esta marca e poder assim aumentar a presença deste «brand» no Mediterrâneo e em novas áreas das Caraíbas.

TM – Foi um passo natural tendo em conta o trabalho feito dentro do grupo?

CM - Depois de dirigir durante quase cinco anos um dos melhores - senão o melhor - produto hoteleiro da Melia na Europa, e de jun-to com uma grande equipa termos conseguido resulta-dos extraordinários a todos os níveis neste «resort», pos-so considerar este passo como um passo natural.

O Gran Meliá Palacio de Isora, em Tenerife, passou em cinco anos de um hotel deficitário economicamente a

um hotel altamente rentável, conseguindo a nível de qua-lidade ser nomeado por três vezes, nos últimos cinco anos, como o melhor «resort» de Espanha.

Desafio difícilcom o Céu como limite

TM – A abertura do Meliã Madeira Mare, em Outubro de 2008, pode ser considerado um pon-to de viragem na sua carreira?

CM - Julgo que o grande ponto de viragem na minha carreira foi em 2003, quan-do o saudoso Comendador Horácio Roque me convidou para diretor-geral do Gru-po Savoy. Depois do Savoy, o desafio Meliá Madeira Mare e a Direção Geral de Operações do Grupo Melia em Portugal foram, sem duvida, de fun-damental importância para o presidente e CEO da Meliá Internacional me convidarem para o desafio mais difícil da minha carreira, em Tenerife.

Nunca mais me esquece-rei da entrevista com o pre-

sidente do grupo, em Janei-ro de 2010, quando me disse: “Se você conseguir levar este resort onde ele merece, o Céu é o limite!” Pois não duvido que ele se referia a esta posi-ção ou a uma equivalente.

Aqui estou, pronto para dar tudo o que sei de for-ma humilde, honrada e com entrega total.

TM – Foi em Abril de 2010 que tornou-se o dire-tor-geral do hotel de ban-deira do grupo espanhol, o Gran Meliá Palacio de Isora. Era uma proposta irrecusável?

CM - Era uma proposta incrível. Sabia que era um ris-co altíssimo, sabia que em dois anos de existência o Palacio de Isora já registava a passagem de quatro dire-tores, e que era um produto cujo investimento (na ordem dos 225 milhões de euros) era sem dúvida o problema prin-cipal desta companhia e que não tinha margem para errar.

Com muito trabalho, com uma grande equipa e com o máximo apoio da presidência do grupo conseguimos resul-tados a todos os níveis, que nos transformaram no «Best Practice» da Meliá e de algu-

RICaRdO SOaReS

[email protected]

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 entrevista 5mas outras empresas de refe-rência económica.

Necessidade de desafios sem meta à vista

TM - Foi para Teneri-fe apenas um ano depois de começar a exercer fun-ções como diretor-geral do grupo em Portugal. O desafio era maior em Espanha?

CM - Em Portugal acumu-lava as funções de diretor do Melia Madeira e de diretor-geral de Operações do Grupo Meliá Portugal. O desafio em Tenerife era único, tipo «Mis-são Impossível».

Não havia uma única pes-soa que não me perguntas-se se eu sabia aonde me esta-va a meter... da mesma forma que agora podia ficar como-damente a dirigir o Palacio de Isora com excelentes resul-tados em vez de aceitar um

desafio com esta magnitude. Não o faço por protago-

nismo, faço-o porque neces-sito de me desafiar a cada dia e sem meta à vista. Faço o melhor que sei fazer, o melhor que posso, e pretendo fazê-lo até ao fim. Se no fim deste percurso tudo sair bem como até agora, o que se disser con-tra mim não importará nada.

TM - Enquanto diretor-geral do The Gran Melia Palacio de Isora tornou-se o segundo classificado nos prémios «Worldwide Hospitality». Como rece-beu essa distinção?

CM - Não tenho dúvidas nenhumas que, se não fos-se pelo excelente produto que eu dirigia, nunca teria sido aceite nesta candidatura. Foi a direção-geral da Meliá que me candidatou e nunca pensei chegar à final de Paris.

Quando anunciaram que estava entre os três melhores do mundo foi como um reco-nhecimento a todas as pes-soas que me proporcionaram chegar até aqui. Essas pes-

soas que fazem do seu dia a dia um esforço tremendo para que tudo saia perfeito. A essas pessoas devo muito do que sou.

Subir ao palco em Paris - e dos três finalistas só se apre-sentaram dois - para mim era a glória. Foi um orgulho para tudo e todos.

“Turismo é atividade de técnicos e não de políticos”

TM - Alguma vez pen-sou, desde que entrou na hotelaria, que o seu per-curso seria recheado de tanto sucesso?

CM - Sabia que com a minha dedicação e entre-ga total - a tudo o que faço ou que me envolvo - o meu percurso seria vitorioso. Não imaginava chegar a onde che-guei, mas para os jovens deixo a mensagem que passo sem-

pre aos meus filhos: o êxito só se alcança com muito esforço porque a sorte dá muito tra-balho! E se querem um futu-ro de qualidade haverá mui-tas coisas boas da vida de que deverão abdicar! É uma opção de vida! Servir os outros….

TM – Que análise faz ao estado atual da hotelaria na Madeira?

CM - Depois de quase cin-co anos fora da Madeira não seria ético criticar, mesmo que construtivamente, o turis-mo da Madeira.

A única coisa que gostaria de referir - e de relembrar - é que enquanto não tivermos uma estratégia séria e compa-tível para o turismo da Região Autónoma da Madeira, feito por todos e para todos, não avançaremos. Uma estratégia de liderança e implicação de todos!

Defendi e seguirei defen-dendo que o turismo é uma atividade de técnicos e não de políticos. Que os políticos sigam fazendo o seu traba-lho e que deixem os homens

e mulheres do turismo fazer o deles.

“A Madeira é a minha terra”

TM - O regresso à Região Autónoma é uma hipóte-se colocada de lado?

CM - Nunca. A Madeira é a minha terra. Aqui termina-rei a minha carreira, empres-tando e divulgando a minha experiência através da forma-ção, do jornalismo ou inclusi-vamente da consultoria.

TM – Passou não só pelo jornalismo como pelo diri-gismo desportivo. A hotela-ria estava-lhe no sangue?

CM - Adoro escrever e ado-rava um dia fazer um pro-grama de televisão. O dirigis-mo desportivo como vice-pre-sidente do Farense, durante dois anos, foi uma experiên-cia incrível, mas o turismo e a hotelaria foram uma opção que aos poucos me começou a invadir o sangue. l

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cultura6 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

o musical «annie» estreia a 13 de novembro e esta-rá patente até ao dia 16. teresa Gedge desvendou ao tribuna sobre o enredo deste espectáculo que irá marcar a dife-rença. a perso-nagem principal annie (maya Fle-tcher blandy) e o seu cão irão cati-var o público.

« Annie», o musi-cal cuja estreia está agendada para o dia 13 de novembro, conta a extraordi-

nária história de uma peque-na orfã que acaba por entrar no mundo da luxúria do bilio-nário Oliver Warbucks. Dife-rente das outras crianças do orfanato de Miss Hannigan’s, a espantosa Annie acredita que os seus pais ainda estão vivos e um dia voltarão para a vir buscar.

Quando o Sr. Warbucks se oferece para a adoptar, ela pede-lhe que a ajude a encontrar os seus verdadeiros pais. Warbucks oferece uma recompensa como forma de atrair os pais de Annie, mas como estes já não estão vivos, atrai a atenção dos vilões e aldrabões Rooster, Lily e da malvada Miss Hannigan, que monta uma cilada para raptar Annie e receber os $50,000 de recompensa.

Este clássico musical fami-liar tem um final feliz para Annie.

De acordo com Teresa Gedge, do Madeira Drama-tic Society (MADS) «Annie é o musical perfeito para toda a família». A personagem prin-cipal é a menina Annie, inter-pretada por Maya Fletcher Blandy (residente na Madei-

ra). Participa-rão também três actores que vêm de Inglaterra.

Teresa Ged-ge adian-tou ao Tri-buna que os ensaios têm decorrido dentro da normali-dade. Dis-se ainda que «o espectáculo conta com a participação de jovens actri-zes, um cão adorável, e músi-cas que ficarão no coração do público».

Além de Annie, 10 crianças

- que vão representar de órfãos - e várias persona-gens fazem parte das figuras

principais ou da companhia, do coro, etc.

Teresa Gedge realça que esta espectáculo «é um musi-cal familiar e é para toda a gente. É um clássico musi-cal dirigido à família. Tem uma história muito alegre e amorosa».

Adiantou ainda: «Os madeirenses estão a aderir a este tipo de evento musical e divertido, principalmente quando estão incluídas crian-ças. Vão gostar certamente, e

as músicas são conhecidas. Terá ainda a parti-

cipação de

dois cães o que é uma novida-de e irá cativar o público».

Até ao dia da estreia do musical Annie há muito tra-balho por fazer. Desde os ensaios, a decoração do espa-ço, as roupas, tudo tem de estar a rigor. Teresa Gedge está responsável pelos vestu-ários dos figurinos. Uma tare-fa que também requer muito trabalho e dedicação.

Quanto ao dia tão espera-do por todos os participan-tes no musical, o da estreia de Annie, as expectativas são grandes. Teresa Gedge deixa uma mensagem aos madei-renses: «Espero que as pes-

soas venham ver o espec-táculo musical, que

g o s t e m e que no

final sintam que valeu a

pena». O musical

Annie estará patente ao públi-

co até ao dia 16 de novembro de

2014, no Centro de Congressos da

Madeira. De salien-tar, o MADS vai uti-

lizar pela primeira vez um método dife-

rente para a aquisição das entradas. Os bilhetes

para este musical pode-rão ser adquiridos online:

Worten, FNAC, Dolce Vita, Fórum Madeira. Ou, para

quem preferir, adquiridos duas horas antes do espectá-culo começar. l

“annie é o musical perfeito para toda a família”Afirmou Teresa Gedge do Madeira Dramatic Society (MADS)

SaRa SILVINO

[email protected]

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sociedade8 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

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• Sexta-feira Friday, 17’ OUT OCT, 21h30 9.30 p.m.IGREJA DE CHURCH OF SÃO JOÃO EVANGELISTA [Colégio]Pieter Van Dijk, órgão / organ

• Sábado Saturday, 18’ OUT OCT, 21h30 9.30 p.m.SÉ CATEDRAL FUNCHAL‘S CATHEDRALRui Paiva, órgão / organEnsemble Vocal da Academia de Música de Santa Cecília, António Gonçalves, direção / direction

• Domingo Sunday, 19’ OUT OCT, 18h00 6.00 p.m.IGREJA DE CHURCH OF NOSSA SENHORA DE GUADALUPE (Porto da Cruz)• Segunda-feira Monday, 20’ OUT OCT, 21h30 9.30 p.m.IGREJA DE CHURCH OF SÃO PEDROMarco Brescia, órgão / organRosana Orsini, soprano

• Terça-feira Tuesday, 21’ OUT OCT, 11h00 11.00 a.m.IGREJA E CONVENTO DE CHURCH AND CONVENT OF SANTA CLARA• Terça-feira Tuesday, 21’ OUT OCT, 12h00 12.00 a.m.IGREJA DE CHURCH OF SÃO JOÃO EVANGELISTA [Colégio]visita comentada aos órgãosguided tour to the organs byJoão Vaz e/and Dinarte Machado

• Terça-feira Tuesday, 21’ OUT OCT, 18h00 6.00 p.m.AUDITÓRIO DA REITORIA DA UMAUNIVERSITY OF MADEIRA - RECTORY AUDITORIUMRui Vieira Nery, Conferência / lecture

• Quarta-feira Wednesday, 22’ OUT OCT, 21h30 9.30 p.m.RECOLHIMENTO DO HOSPICE OF BOM JESUSJoão Paulo Janeiro, órgão / organPaula Erra, recitação / declamation

• Quinta-feira Thursday, 23’ OUT OCT, 21h30 9.30 p.m.IGREJA DE CHURCH OF SÃO JOÃO EVANGELISTA [Colégio]Joris Verdin, órgão / organ

• Sexta-feira Friday, 24’ OUT OCT, 21h30 9.30 p.m.IGREJA DE CHURCH OF SÃO MARTINHOJoão Santos, órgão / organOrquestra Clássica da MadeiraNorberto Gomes, direção artística / artistic direction

• Sábado Saturday, 25’ OUT OCT, 21h30 9.30 p.m.IGREJA DE CHURCH OF NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (Machico)Daniela Moreira, órgão / organ

• Domingo Sunday, 26’ OUT OCT, 18h00 6.00 p.m.IGREJA E CONVENTO DE CHURCH AND CONVENT OF SANTA CLARAJoris Verdin, órgão e harmónio / organ and harmoniumMaria Ferreira, soprano

P R O G R A M A P R O G R A M M E

APOIOS INSTITUCIONAIS APOIOS

ORGANIZAÇÃO PRODUÇÃO

e d i c a r t e

17 26OUT OCT2014

www.festivaldeorgaodamadeira.com

[ ENTRADA LIVRE ] [ FREE ADMISSION ]

FOM'14_TRIBUNA_148X270_AF.pdf 1 03/10/14 12:08

O Colégio dos Jesuítas será palco do lançamento do livro «Desvio ou Erro?» da auto-ria de Helena Rebelo.

A obra, edita-da por O Libe-ral, apresen-ta uma compi-lação de artigos da autora. “Com estas crónicas, quis provocar, linguisticamente falando, a hesi-tação, a refle-xão, a discussão,

a argumentação, mais do que corrigir. Pretendi fazer nascer

a necessidade de melhorar a expressão escri-ta e oral, com um prestar cada vez mais aten-ção ao que dize-mos e escreve-mos, reparando no modo como o fazemos”, frisou Helena Rebelo.

De referir, o evento irá decorrer pelas 18 horas. l

«Desvio ou erro?»lançado a 31 de outubroA obra é da docente Helena Rebelo

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 política 9Fez um ano que paulo cafôfo assu-miu a liderança da câmara municipal do Funchal, regis-tando um momen-to histórico. em entrevista ao tribuna, o autar-ca apontou um balanço “deveras positivo”. Falou sobre o trabalho realizado e o que ainda está por se concretizar. abor-dou ainda sobre o programa ‘porta a porta’, o orçamento participativo, alte-rações à orgânica interna, reuniões de câmara. professor com orgulho, como realçou, cafô-fo lamentou “as sucessivas trapa-lhadas que têm sido cometidas quer pelo ministé-rio da educação, quer pela secre-taria regional de educação”.

T ribuna da Madeira (TM) - Qual é o balanço que faz destes 12

meses como autarca do Funchal?

Paulo Cafôfo (PC) - As eleições autárquicas de 29 de Setembro foram históricas, abriu-se, sem dúvida, um tempo novo na Região Autó-noma da Madeira, em geral, e no Funchal, em particular. Temos a perfeita noção das nossas responsabilidades e das expectativas que reca-em sobre nós. Sabemos as esperanças que os cidadãos depositaram e continuam a depositar no nosso projeto.

O balanço é, para já, deve-ras positivo ainda que só esta semana tenhamos completa-do, mais exatamente a 21 de

Outubro, um ano de gover-nação da Câmara Municipal do Funchal, ainda para mais num quadro de maioria rela-tiva, o que é a primeira vez que acontece.

Os desafios que o Funchal enfrenta são muitos e difíceis mas estamos motivados em ajudar as pessoas e a resol-ver os problemas da cidade e estamos, plenamente, con-victos que os conseguiremos ultrapassar. Contamos com todos para o caminho que traçámos e apresentámos aos funchalenses. Fazer do Funchal uma cidade em que todos nos orgulhemos e que seja exemplar nas suas múl-tiplas valências, para os seus habitantes e visitantes.

TM - As dificuldades encontradas no início na autarquia já foram ultrapassadas?

PC - As dificuldades de governar o Município do Funchal, a “cidade-capi-tal” da Região Autónoma da Madeira, onde estão sedia-das as instituições de maior relevo, os serviços públicos e privados essenciais ao bem-estar, segurança e qualidade de vida, em que se encontra situado o grosso do tecido empresarial, a universidade e as principais escolas, são constantes e diárias. Como é óbvio não estamos imunes aos constrangimentos polí-tico-económicos do país e da Região nem ao pesado legado que a anterior verea-ção, um endividamento que ascendia no final de 2013 a 96 Milhões de Euros.

Estamos a prosseguir uma política de gestão financei-ra rigorosa, e cumpridora, onde se salienta que em ter-mos de execução conseguire-mos baixar a dívida global da autarquia, em 2014, em cer-ca de 12 Milhões de Euros, e contamos reduzir em 2015 um valor semelhante. Esta-mos a pagar as dívidas do passado, estamos a fazer um esforço de redução dos gastos correntes, mantendo ainda um valor considerável para investimento, que é insufi-ciente para as nossas ambi-ções, mas é o que podemos.

Não podemos deixar de recordar que os anterio-res executivos liderados por Miguel Albuquerque, recor-reram constantemente à aju-da do Estado para tentar pagar a fornecedores. Além do PAEL em 2013, no valor de 29 Milhões de Euros, em 2008 e em 2009 houve os programas a “Pagar a Tempo e Horas” e PREDE, no valor de 17,5 Milhões de Euros. Há aqui uma diferença cla-ra entre a Mudança e o PSD. Nós iremos fazer obra e con-seguimos reduzir a dívida.

Um ano de Gestão Financeira riGorosaAfirmou o autarca do Funchal

SaRa SILVINO

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política10 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

“Pela primeira vez em muitos anos o município do Funchal não tem pagamentos em atraso”

TM - Quais os objetivos traçados que ainda não foram realizados?

PC - Como disse anterior-mente acabámos de concluir um ano de mandato. Mas a mudança de paradigma de governação começa a tornar-se evidente nas suas práticas de gestão financeira. Pela primei-ra vez em muitos anos o muni-cípio do Funchal não tem paga-mentos em atraso, num esfor-ço em honrar os compromissos assumidos para com os seus fornecedores.

Mas queremos mais. Que-remos uma cidade com futuro. Temos uma ambição, prepa-rar e planear estrategicamente a cidade para os próximos 20 anos. Planear o Funchal requer estudo, diagnósticos e formu-lação de medidas para imple-mentação das opções políticas.

A nível de planeamento e ordenamento do Funchal estão em curso 5 projetos que irão definitivamente mudar o para-digma de desenvolvimento urbano do Concelho e deixa-rão a nossa cidade melhor do que a encontramos, uma cida-de melhor para os nossos cida-dãos e visitantes, uma cidade melhor organizada e estrutu-rada para os anos vindouros. A revisão do Plano Diretor Muni-cipal, o Programa de Revita-lização do Comércio, o Plano de Mobilidade e Transportes, o Programa de Reabilitação Urbana (Cidade Com Vida), e o programa Funchal Digital/Loja do Munícipe, são 5 projetos que respondem a desafios ful-crais de uma cidade do século XXI: o ordenamento urbanís-tico e do território, a dinamiza-ção da atividade económica, o planeamento dos fluxos de cir-culação urbana, a reabilitação do património e revitalização da cidade, e a preparação da administração autárquica para responder com mais eficácia e rapidez aos cidadãos e às suas necessidades.

“A reposição das 35 horas semanais era e é uma questão de justiça”

TM - Em que fase se encontra a situação da reposição das 35 horas na

autarquia do Funchal? PC - Lamentamos que o

Governo Regional ainda não tenha outorgado o acordo coletivo de trabalho há meses atrás, sendo que nesse hiato houve alterações na Legisla-ção laboral e sem a assinatura do GR houve necessidade de reformular os Acordos. É um nosso compromisso que que-remos levar até ao fim. Nes-te momento já assinámos os novos acordos, tendo enviado aos sindicatos para fazerem o mesmo. Faltará o Gover-no Regional, que esperamos agora faça a sua parte. Sem-

pre dissemos que a reposi-ção das 35 horas semanais era e é uma questão de justi-ça. Os funcionários públicos, neste caso da administração local regional já estão a sofrer uma severa penalização devi-do aos cortes do PAEF, não é, pois, justo, obriga-los a tra-balhar mais, ganhando mui-to menos.

TM - O ‘Programa Muni-cipal de Comparticipação Municipal na Aquisição de Medicamentos’ tem tido adesão por parte dos idosos com mais de 65 anos, com pensões míni-

mas da Segurança Social ou inferiores à pensão de velhice?

Qual é o balanço que faz desta medida da autarquia?

PC - É uma importante medida de apoio social aos nossos cidadãos seniores, mais carenciados e que tantas vezes são esquecidos. A com-participação de medicamen-tos visa apoiar a aquisição de medicamentos com recei-ta médica, na parte não com-participada, a cidadãos resi-dentes no concelho do Fun-chal, com idade igual ou supe-

rior a 65 anos, cuja média dos rendimentos per capita do agregado familiar não exce-da o valor da pensão míni-ma do regime geral da Segu-rança Social. A autarquia tem com esta medida um papel social muito importante nesta ajuda às pessoas idosas mais carenciadas.

TM - Quantos idosos já se candidataram ao apoio da CMF através de um ‘cheque eletrónico’?

PC - Presentemente temos cerca de 100 beneficiários a receber a comparticipação de medicamentos.

TM - E que balanço faz do programa ‘Porta a Porta’?

PC - Como sempre disse-mos, estamos a monitorizar o programa Câmara a Porta de modo a optimizá-lo.

Realço, contudo, que temos em curso programas sociais de maior alcance. Neste momen-to já lançámos os principais programas sociais com que nos comprometemos: Pro-grama de Comparticipação de Medicamentos a Idosos, o Subsídio Municipal ao Arren-damento, o Programa de For-mação e Ocupação em Con-texto no Trabalho, em fase final de apreciação pública, e que cremos dará oportunida-de a muitas pessoas de tra-balhar em projetos da autar-quia, o Programa de Apoio a Habitações Degradadas de Famílias Carenciadas, tudo isto dentro do que considera-mos o Fundo de Investimen-to Social.

Para este Fundo, iremos considerar novamente um valor de 1 Milhão de Euros no Orçamento para 2015, além de todo o investimen-to que continuaremos a ter na área de habitação social, edu-cação e ação social, que no total ascende a 1,5 Milhões de Euros.

Noutro âmbito, saliento outras medidas também com impacto nas famílias: redu-zimos novamente o IMI, e devolvemos 1p.p. do IRS.

“Uma das grandes mudanças em curso no Funchal é o Orçamento Participativo”

TM - Os Encontros de Participação do Orça-mento Participativo do Funchal que já se realiza-ram têm tido muita ade-são dos residentes? Quais têm sido as novas propos-tas apresentadas pelos funchalenses?

PC - Uma das grandes mudanças em curso no Fun-

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 política 11chal é o Orçamento Participa-tivo. Serão 300 mil euros que reservaremos para este fim no próximo orçamento.

A verdadeira democra-cia não limita a participa-ção dos cidadãos ao dia do voto. Podem e devem partici-par diretamente na aplicação dos dinheiros públicos, fazen-do propostas, tomando deci-sões, ajudando a que a socie-dade civil seja informada, for-te e ativa.

Os Encontros de Participa-ção do Orçamento Participa-tivo – já vamos no 5º - têm sido um sucesso, inclusiva-mente mostrando que os cida-dãos gostam e querem parti-cipar, repare que, no primeiro encontro, batemos o recorde nacional de pessoas presen-tes para um primeiro encon-tro, com 116 cidadãos, e têm ideias e propostas concre-tas para a nossa cidade. Pos-so adiantar-lhe que já foram apresentadas mais de uma centena de propostas, estan-do em análise pelos serviços técnicos da CMF cerca de uma vintena, que foram as votadas pelos cidadãos.

“A atual orgânica está muito virada para dentro”

TM - No que se refere à reorganização dos servi-ços da autarquia, já foram feitas alterações à orgâni-ca interna?

PC - Nomeadamente, redução de departamentos e divisões.

TM - Qual tem sido a reacção desses quadros?

PC - Estamos presente-mente a trabalhar nessa maté-ria. A estrutura atual encer-ra uma visão muito tradicio-nal naquilo que é a aborda-gem à organização dos servi-ços e não responde totalmen-te às necessidades dos cida-dãos nem aos novos desafios que se colocam a uma admi-nistração que se quer cada vez mais moderna, eficiente e virada para as pessoas. Enten-demos que a atual orgânica está muito virada para den-tro, sendo muitas vezes sobre-posta e pensando pouco nos munícipes, sendo exatamen-te esta situação que quere-mos mudar, para melhor. Mas deixe que lhe diga que damos muita importância aos nos-sos funcionários municipais, sabendo bem o valor e dedica-ção que colocam na sua atua-ção e contamos com todos eles para que seja possível cons-truir a cidade que desejamos. Uma cidade que pense e exista para o bem-comum, que sirva as pessoas, que seja motivo de

orgulho para os seus cidadãos. Sem a sua colaboração, empe-nho, profissionalismo e com-petência não nos será possí-vel ultrapassar os desafios que temos pela frente.

TM - A equipa em fun-ções, escolhida após um período um tanto contur-bado no seio da “mudan-ça”, assinalada com a saída da vice-presiden-te na altura e alguns vereadores, superou as expetativas?

PC - Deixe que lhe diga que os vereadores Domingos Rodrigues, Madalena Nunes, e Miguel Silva Gouveia, faziam parte da equipa da Mudança, estando a fazer um excelente trabalho, com enorme dedica-ção à autarquia, às responsa-bilidades sob os seus pelouros e à execução do nosso progra-ma de governo. Não poderia estar mais satisfeito com o seu trabalho e comprometimento.

TM - Houve quem duvi-dasse que o Dr. Paulo Cafô-fo iria conseguir aguentar os primeiros três meses na autarquia do Funchal. Porém, já assinalou um ano de mandato.

Sente que deu “uma lição” a quem não acredi-tava no seu desempenho

como autarca?PC - No dia 29 de Setem-

bro os funchalenses, embora sem maioria absoluta, deram-nos uma vitória clara e inequí-voca. Foi, sem dúvida, a vitó-ria da cidadania, da partici-pação e do envolvimento cívi-co. Ou seja: ganhámos por-que os funchalenses assim o quiseram e confiaram e con-fiam em nós e no nosso pro-jeto, escolhendo o nosso pro-grama para o Município do Funchal. E temos demons-trando, com diálogo e respei-to, com acordos com a oposi-ção, que é possível governar e bem a nossa cidade, mesmo com maioria relativa. Esta-mos a cumprir com o nos-so programa, não descuran-do o investimento público e os apoios sociais, estamos a honrar os compromissos her-dados do passado, nomeada-mente os pagamentos resul-tantes do endividamento dos executivos anteriores.

TM - Como tem sido o diálogo com os partidos da oposição na vereação nas reuniões de câma-ra? A oposição está mais aberta ao diálogo, e aos ideais apresentados, ou nem por isso?

PC - Da nossa parte, sempre

houve e haverá total abertura ao diálogo e ao entendimen-to ainda que alguma oposição municipal, nomeadamente o PSD, seja pouco cooperante e se mostre pouco aberto ao diá-logo e ao entendimento.

Realço a mudança de para-digma que passou a imperar na Câmara Municipal do Fun-chal e Assembleia Municipal desde o dia 29 de Setembro, em que se acabou com a cul-tura de prepotência política que vigorava, privilegiando, em vez disso, a abertura e o diálogo. E começou logo com a eleição da mesa da Assem-bleia Municipal em que se incluiu um representante da oposição.

Também na Sessão Sole-ne em que se celebrou, pela primeira vez, o aniversá-rio da Revolução dos Cra-vos, que nos trouxe não só a autonomia, que tanto orgulho temos, mas também o reforço dos poderes do municipalis-mo, mostramos claros sinais de mudança. Todos os gru-pos municipais tiveram direi-to a usar da palavra, tal e qual sucedeu hoje, aqui, nesta Ses-são Solene, no Dia da Cida-de, numa prova cabal do que devem ser as boas práticas democráticas, com respeito e

diálogo apesar das divergên-cias políticas.

“Louvo os meus colegas professores cujo papel e competência são tantas vezes desprezados”

TM - O Dr. Paulo exer-cia a profissão de docente de História antes de tomar posse na autarquia. Como vê a atual situação da Edu-cação na Madeira, com menos alunos no ensino, professores no desem-prego, creches com salas fechadas e um número menor de crianças coloca-das no pré-escolar?

PC - Embora goste do pre-sente desafio, em especial de saber que posso estar próxi-mo das pessoas e ajudá-las, bem como contribuir para que a nossa cidade seja cada vez melhor, sou e serei sempre pro-fessor. E tenho e sempre terei orgulho na minha profissão. E louvo os meus colegas profes-sores cujo papel e competência são tantas vezes desprezados, têm sido o baluarte da Educa-ção, tanto cá como no conti-nente, lamentando, profunda-mente as sucessivas trapalha-das que têm sido cometidas quer pelo Ministério da Educa-ção, quer pela Secretaria Regio-nal de Educação.

TM - Tendo em conta a alteração feita em redor do Mercado, cujas obras deverão estar concluídas em breve, estão previstas novidades para a Noite do Mercado?

PC - Estamos ainda a traba-lhar na preparação e organiza-ção da Noite do Mercado. Para já, temos previstas novidades ao nível ambiental de modo a reduzir substancialmente os resíduos produzidos nessa noi-te, que iremos anunciar bre-vemente. A Noite do Mercado de 2014 será novamente uma grande festa do Funchal e da Madeira.

TM - No seu discurso de tomada de posse disse “Hoje é o primeiro dia de um novo tempo, de uma nova estação na histó-ria da cidade do Funchal. Hoje inicia-se a primavera da cidadania”. Continua a acreditar nisso?

PC - Sem dúvida que sim. Temos de ousar e acreditar, como fizeram os cidadãos no dia 29 de Setembro de 2013 e completar a mudança que falta fazer na Região Autónoma da Madeira. E não tenhamos dúvi-das que mais cedo ou mais tar-de vai acontecer. l

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política12 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

SaRa SILVINO

[email protected]

ricardo Franco tomou posse há um ano na autar-quia de machico. ao tribuna, traçou o balanço de um ano de governa-ção. o edil apon-tou que a autar-quia ainda está a «pagar despe-sas do natal e Fim de ano de 2007 e a semana Gastro-nómica de 2006 e 2008» e rema-tou «não nos com-prometemos com obras de encher o olho e que depois não se conseguem manter».

T ribuna da Madeira (TM) - Que balanço faz deste primeiro ano como Pre-

sidente da Câmara Muni-cipal de Machico?

Ricardo Franco (RF) – Apesar das inesperadas con-trariedades, ocorridas no iní-cio do mandato, com a intem-périe de Novembro de 2013, que afetou de forma particu-larmente violenta a fregue-sia do Porto da Cruz e, logo de seguida, em Dezembro do mesmo ano, a tempestade que atingiu a costa sul, com a des-truição do Porto de Recreio e do Parque Desportivo de Água de Pena, provocando avultados prejuízos, agravan-do ainda mais a já de si com-plicada situação financeira do Município, a verdade é que esta vereação enfrentou estas dificuldades com empenho e coragem, apesar do Governo Regional ter recusado pres-tar qualquer auxílio solidá-rio na recuperação daquelas localidades. Foi um primeiro ano, que nos colocou à prova

de fogo, marcado por acon-tecimentos que viriam a con-dicionar, implacavelmente, a nossa atividade e o exercí-cio orçamental de 2014, com excecionais constrangimen-tos, desde logo com as despe-sas das limpezas e reparações urgentes, nas freguesias afe-tadas pelas intempéries que atingiram cerca de 300 mil euros, que deduzindo à pre-tensa almofada orçamental de 147 mil euros e o descompro-metimento forçado de mais 150 mil euros do orçamen-to, dá-nos logo o panorama em que estamos a viver des-de o início do ano, ou seja em défice. Esta é pois uma Câma-ra que tem vivido comprimida entre a dívida e o défice!

TM - Mas a autarquia não «cruzou braços»?

RF - Ainda assim, este exe-cutivo municipal não parou e tem conseguido governar através da implementação de medidas de maior racionali-dade e rigor na gestão dos recursos do Município, dando cumprimento integral àquilo que são as iniciativas e even-tos que têm destacado este concelho no panorama regio-nal. Conseguiu-se poupan-ças importantes nas áreas das comunicações, no consumo de energia eléctrica, na utili-zação e manutenção de viatu-ras, nas obras e demais ativi-dades, recorrendo aos funcio-nários a cargo do Município e

evitando o seu subaproveita-mento. Fruto destas medidas e do enorme esforço realizado conseguimos reduzir na des-pesa, para ajudar a esbater o défice orçamental, bem como abateremos à dívida, até final do ano, mais de 4 Milhões de euros. Reduzimos também o prazo médio de pagamen-to a fornecedores, passando de 288 para 125 dias. Esta tem sido a nossa gestão de rigor e está, paulatinamen-te, a dar os seus frutos, pelo que se pode considerar, sob este ponto de vista, um balan-ço positivo. É pena que outros não tenham tido essa preocu-pação no passado recente. A título de exemplo, é o facto de ainda estarmos a pagar des-pesas do Natal e Fim de Ano de 2007 e a Semana Gastro-nómica de 2006 e 2008!

«Cumprimos com alguns dos objetivos a que nos propusemos»

TM - Das prioridades traçadas no início quais as que já concretizou? E o que pretende ainda vir a realizar no concelho?

RF – Quanto às priorida-des traçadas, tendo em conta que não nos comprometemos com obras de encher o olho e que depois não se conse-

Um ano de mandato «à prova de fogo»

guem manter, o nosso empe-nho será no sentido de imple-mentá-las. Sabemos que será difícil consegui-las na totali-dade, tendo em conta a con-juntura atual do Município, mas temos esperança de que as coisas possam alterar-se e abrir-nos melhores expetati-vas. De qualquer modo, cum-primos com alguns dos obje-tivos a que nos propusemos, como foi o caso da implemen-tação de uma gestão séria e transparente, não ocultando da população aquela que é a realidade do Município, as suas dificuldades e limitações e denunciando tudo aquilo que se nos afigura prejudicial aos interesses de Machico e da sua população.

Promovemos, também, um salutar relacionamento da Câmara com todas as insti-tuições e com os cidadãos, tratando toda a gente com respeito e sem arrogâncias, independentemente das con-vicções, das ideias e opções de cada um. Neste contex-to implementou-se o regular atendimento à população nos Paços do Concelho e na fre-guesia mais distante o Por-to da Cruz, recebendo todos os munícipes com igualdade e dignidade.

Estamos focados em levar por diante o nosso projeto da loja social, bem como nas áre-as da qualificação do patri-mónio natural, no turismo ligado à natureza e ao mar e na captação de investimento hoteleiro.

Relativamente à área social, brevemente esta Câmara Municipal criará a Loja Social, que funcionará próximo do Pólo Sócio Comunitário de Machico, juntando, no mes-mo local, a ajuda às pessoas carenciadas, dotando-o com mais valências (ajuda aos ido-sos carenciados com peque-nas reparações em casa, apoio em medicamentos e higiene pessoal; apoio aos estudan-tes universitários de fracos recursos; recolha e distribui-ção de livros e manuais esco-lares; etc…)

TM - Existe algum con-tratempo mais significa-tivo que apontaria neste mandato?

RF - Logo no início do mandato um acontecimen-to viria a condicionar, falo da catastrófica intempérie que se abateu sobre as fre-guesias do Porto da Cruz e de Santo António da Serra, em 29 de Novembro de 2013, tendo provocado, em espe-cial na freguesia mais a norte do concelho, uma surpreen-dente destruição num gran-de número de bens públicos e privados, atingindo estradas, pontes, habitações, proprie-dades agrícolas e automóveis,

numa ocorrência que deixou enormes cicatrizes na paisa-gem do Porto da Cruz, devido aos escorregamentos e der-rocadas que aconteceram às centenas.

Autoridades governativas «negaram solidariedade»

TM - Face a essa intem-périe, os prejuízos foram elevados?

RF - Os prejuízos foram avaliados em vários milhões de euros, com a agravante da débil situação financei-ra desta Câmara, incapaz de poder, por si só, correspon-der às necessidades imediatas de reconstrução e de apoio à população afetada.

Apesar das enormes difi-culdades vamos fazendo as reparações possíveis.

Apesar do pedido dirigido às autoridades governativas desta Região, para que aju-dasse este Município e as fre-guesias afetadas, tal solida-riedade foi-nos negada, numa atitude que não se compre-ende, nem se coaduna com o espírito solidário de que os madeirenses já tanto bene-ficiaram e que culturalmen-te praticam. Disso mesmo há o exemplo de 20 de Fevereiro de 2010, quando um Primei-ro Ministro Socialista, igno-rando as questiúnculas políti-co/partidárias, deslocou-se a esta Região e veio estender a sua solidariedade ao Governo madeirense, traduzida numa Lei de Meios de centenas de milhões de euros, para que a Madeira pudesse recuperar daquela catástrofe.

TM - Tem mantido con-tato com a população? Qual tem sido o feedback da atividade da autarquia no concelho?

RF – O contato com a população é fundamental, pois foi para isso que fomos elei-tos, para trabalhar em prol das pessoas do nosso concelho. Por isso temos mantido uma rela-ção normal e de abertura com a população, deslocando-nos às freguesias e sítios de modo a ajudar a resolver os proble-mas, dentro das possibilida-des. A actividade da Câmara tem, em termos globais, tido bom acolhimento por parte da população na acção que vem desenvolvendo em prol do Município, havendo a cons-ciência, por parte dos muníci-pes, dos constrangimentos e limitações existentes, cujo rea-lismo não negamos, nem esca-moteamos e que têm condi-cionado a implementação do nosso projeto em toda a sua dimensão. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 publicidade 13

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sociedade14 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014P

UB

“Por ocasião do 15º aniver-sário do Tribuna da Madeira desejo felicitar a Administra-ção e todos os colaboradores do Jornal.

Recordo ainda o lança-mento da ideia base de cariz industrial a ser desenvolvi-da no Parque Industrial da Zona Oeste e o enquadra-mento e apoio que foi possí-vel disponibilizar no âmbito dos programas comunitários então geridos pela DRCIE / SAPMEI, cujo sucesso glo-bal é verificável nas unida-des industriais e de serviços aí instaladas.

Desejo também formular votos de longa vida ao Grupo Tribuna da Madeira e que se mantenha como referência de boas práticas empresariais.”

José Pereira de Gouveia

O Semanário Tribuna da Madeira assinalou, no pas-sado dia 15, os 15 anos de existência.

O nº1 foi para as bancas

exibindo na capa a foto de Pereira de Gouveia, na altura secretário regional da Econo-mia e Cooperação Externa.

15 anos depois, o Tribu-

na publica a mensagem do ex-governante Pereira de Gouveia, o rosto da primei-ra edição.

O Tribuna da Madeira

publicou também no nº1 as opiniões de alguns colunis-tas. 15 anos depois voltamos a publicar o registo das lem-branças do 15 de outubro de

1999 de alguns dos primeiros colunistas, como Guilherme Silva e José Carvalho. Fica-ram as memórias e opinião destes 15 anos de existência.

15 anos depois

Sexta-Feira15 de Outubro de 1999

- 1€

Presidente: Edgar R. AguiarDirector: Luís Calisto

SEMANÁRIO INDEPENDENTE

Escórcio e Mota Torresde relações cortadas

Última página

Santos ilhéusainda à espera

Págs. 32 e 33

O almanaquepara a semana

Destacável

O tribuninhapara os mais novos

Destacável

Meio Governosai em 2000

Dos quatro cenários “oficiais” possíveis para o

Tudo indica que a notícia desse dia será a

Págs. 2 e 3

Pág. 45está quase cá

Págs. 22 e 23redescoberto

Págs. 18 a 20

Pereira de Gouveia integrauma empresa em área

tutelada pela sua Secretaria

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 sociedade 15

“Há recordações que se mantêm por todo o tempo que a memória dura.

Ter feito parte da equipa inicial dos colaboradores des-te semanário é uma delas, que me acompanhará até ao fim, pois mesmo não sendo uma estreia nas lides do que con-sidero uma das maiores vir-tudes de uma democracia, a expressão da liberdade do nosso pensamento, era um desafio aliciante e, desde a minha aceitação por parte do Tribuna como colunista, até à saída do 1.º número havia sem dúvida ansiedade.

Já tinha a experiência adquirida na direcção do semanário de cariz politico, o Zarco e também em inú-meros comunicados da FLA-MA, mas o Tribuna era algo de diferente. Algumas almi-nhas agouraram o seu desa-parecimento no prazo máxi-mo de seis meses, mas o sen-tir de todos os que contribuí-am para a sua existência era a de que teria longa vida e está-vamos certos, como se com-prova com esta celebração do seu 15.º aniversário.

Escrevi com inteira liber-dade e sem qualquer tenta-tiva de intromissão durante os 14 primeiros anos e assim, saíram 711 artigos, ininter-ruptamente. Não me trouxe qualquer dissabor, antes pelo contrário, muita alegria, paz de espírito e a satisfação de uma luta honesta, para ten-tar “abrir os olhos de imensos madeirenses”.

O meu propósito sempre foi o de alertar para os proble-mas candentes com que nos defrontávamos e, sobretudo, para as nuvens negras que

se acumulavam no horizon-te e que, deslumbrados pelos cantos de cigarra do poder instituído e musculado, bem como, pela chuva de euros despejados pela banca sobre as ocas cabeças de promiten-tes devedores, faziam adivi-nhar o futuro de miséria que enfrentamos agora e que, os culpados continuam, quase que criminosamente, a ten-tar fazer crer que na altu-ra as suas decisões eram cor-rectas, esquecendo que sem-pre fizeram a figura do tal rei que ia nu.

A verdade, é que tudo o que denunciei infelizmente se confirmou.

Após a catástrofe, como teria sido bela a honestida-de de um pedido de desculpa e uma retirada que, agora, já não pode ser honrosa.

Quando me convenci de que a verdade custa a ouvir, a compreender e a aceitar, achei que não valia a pena o esforço e decidi gozar em ple-no a minha reforma.

Mas, continuo assombra-do com a falta de capacidade de reacção dum povo sofrido, que continua a acreditar em

patranhas, quer dos gover-nantes de Portugal, quer dos locais, alapados a um resquí-cio de poder que os faz pensar que ainda comandam alguma coisa, ou que, ainda são ouvi-dos e venerados.

Os madeirenses, apesar de muito lentamente, já quase não estão mais compradores de banha de cobra!

Ao Tribuna, apesar das dificuldades, rasteiras, boico-tes e mentiras a que esteve e está sujeito, os meus para-béns por ter sabido à cus-ta dos maiores esforços man-ter o barco a navegar, com enormes sacrifícios pesso-ais e também, daqueles que tinham orgulho de nele traba-lhar, mas que as circunstân-cias obrigaram a que tivessem que o abandonar.

Sei que posso escrever nele quando quiser, mas só o farei e esporadicamente, quando me convencer que este pobre povo compreendeu o logro a que esteve sujeito e, sou-be correr com os vaidosos uns e, corruptos outros, que mentindo diziam que seriam capazes de fazer desta ter-ra um pequeno paraíso, mas que, como geralmente acon-tece, a pura vaidade e a muita inconsciência os tramaram e nos tramaram a nós, embora pareça que ainda não compre-enderam que de facto, agora não passam dum desvairado e confrangedor verbo encher.

Longa vida ao Tribuna, indispensável para o pluralis-mo da informação!”

José Carvalho

“Lembro-me de ter tido a honra de participar na pri-meira edição do Tribuna e de ter colaborado regularmente durante alguns anos.

Foi-me muito grata a opor-tunidade de, através das colu-nas do Tribuna, ter mantido um contacto estreito com os vossos leitores.

O balanço que faço do Tri-buna é o de que continua a

preencher, com qualidade, uma lacuna da comunicação social escrita, da Região, a nível de Semanário, com uma cobertura vasta de temas e de sectores, de uma forma geral, com a profundidade exigida.

Naturalmente, que nem sempre concordo com todas as posições e opiniões que são veiculadas.

Todavia, a imprensa tem exactamente essa missão plu-ral de ser capaz de transmitir pontos de vista e avaliações diferenciadas.

Bem hajam pelo vosso tra-balho e os meus parabéns pelos vossos 15 anos!”

Guilherme SilvaVice Presidente da Assem-

bleia da República

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sociedade16 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

a empresa «exter-mínio» lançou uma campanha de marketing que deixou-a debai-xo de fogo. tudo porque promo-veu um servi-ço de “recolha de gatos” que indig-nou os defenso-res dos animais. a polémica criada obrigou a empre-sa a vir a público para tentar escla-recer a “má inter-pretação” feita à sua campanha publicitária. mas o esclarecimento não dá resposta a muitas questões que natália Viei-ra, a presidente da animad, con-sidera que mere-cem ser respon-didas. o repto foi lançado também às autarquias.

O que pretendia ser uma campa-nha de marke-ting acabou por tornar-se uma

polémica sem precedentes, levando centenas de madei-renses a protestar nas redes sociais da internet. E tudo porque a «Extermínio», uma empresa dedicada ao controlo de pragas, decidiu colocar nos jornais um anúncio que pro-movia um serviço de “reco-lha de gatos”. A campanha publicitária tornou a empresa um alvo de fortes críticas dos defensores dos animais.

As críticas e acusações con-tra a empresa - que este-ve há poucos anos envolvi-da no combate ao mosquito aedes aegypti - sucederam-se ao longo desta semana, prin-cipalmente na internet. E a «Extermínio» teve que vir a público, também através de publicidade nos jornais, para tentar esclarecer aquilo que foi uma “má interpretação de uma das suas campanhas de marketing”.

“A nossa empresa com 24 anos de existência no merca-do regional, a pedido dos seus clientes pode colaborar na recolha de gatos abandona-dos em propriedade privada,

a SPAD (Sociedade Protetora dos Animais Abandonados) é previamente contactada para saber da sua disponibilida-de de espaço, com posterior entrega do respetivo animal e do donativo por parte do cliente ou da nossa empresa”, sublinhou a «Extermínio». “Estamos abertos a eventuais parcerias estratégicas em prol dos animais, nomeadamen-te com projetos de recolha/transporte e com destino final adequado, garantindo assim a manutenção da vida animal. O propósito desta campanha é garantir que os animais não serão abandonados, mas sim garantir que lhes serão facul-

tados todos os direitos para uma existência condigna.”

Há muitas questões a merecer resposta

Aquele que foi considera-do um “macabro anúncio” da empresa «Extermínio» teve da parte de Natália Vieira, a presidente e fundadora da associação ANIMAD, uma das reações mais indignadas.

“Após debates, comunica-dos, defesas e ataques, con-tinuamos a ficar sem res-posta para muitas das nos-sas questões”, escreveu a diri-gente num logo texto publi-cado no facebook. ”Interes-sante foi verificar que muitos dos que porventura estariam também com a cauda presa, manterem o silêncio peran-te a corrosão do adversário. Falo sim de câmaras munici-pais e muitos... muitos priva-dos que porventura requisi-tam os serviços a este tipo de empresas.”

De acordo com Natália Viei-ra, a ANIMAD já sabia que a «Extermínio» fazia o serviço, sublinhando que o objetivo da ANIMAD nunca foi “ata-car uma entidade, mas sim evitar que esta macabra ideia fosse em frente”. Nesse senti-do, a dirigente associativa não deixou de levantar algumas questões.

“Existe ou não existe pro-tocolos, contratos, acordos de

amizades ou outros que levam ao mesmo fim, um ataque desenfreado aos animais de colónias, animais sem dono mas que são muitos deles pro-tegidos por associações e por particulares?! Existe ou não existe interesse privado que um serviço destes surja no mercado, visto que até as pró-prias câmaras estão “falidas”, dizem elas, e muitos endi-nheirados necessitam de se “livrar” do lixo?! Onde pen-sam Vª Exªs colocar todos os gatinhos que os condomínios, os hotéis e afins vos solicita-rem recolha?! Vão recusar o serviço? Onde os vão colocar visto que nenhuma associa-ção se diz apta a receber tan-to animal?! Se a SPAD, a dita associação que gere o Canil da Câmara Municipal do Fun-chal admitiu publicamente que não tem espaço, como ficamos?!”, lançou a presiden-te da ANIMAD.

Não há solução fácil para animais nas ruas

Na longo texto publica-do no facebook, Natália Viei-ra também recordou que a ANIMAD tem alertado, “vezes sem conta”, para o cuidado que todos devem ter na cau-sa que é a defesa dos animais de rua e respetivas colónias. E sublinhou que o problema vai muito para além da simples “recolha e gatos”.

campanha publicitária deixa defensores dos animais em polvorosaRecolha de gatos promovida por empresa de controlo de pragas lança polémica na internet

RICaRdO SOaReS

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 sociedade 17

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C E R T I D Ã OCARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL JOSÉ RODRIGUES FERNANDES

Notário em substituição, conforme deliberação da Ordem dos NotáriosPraça da ACIF, 9000-044 Funchal

(POR CIMA DA LOJA DO CIDADÃO)(publicado no Tribuna da Madeira a 24-10-2014)

Certifico narrativamente, para efeitos de publicação, que no meu Cartório Notarial e no livro de notas para escrituras diversas número Dezasseis-G, exarada a folhas noventa, se encontra exarada uma escritura de JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL, outorgada hoje, na qual José Alberto Vieira Faria, NIF 245.485.414, divorciado (casado que foi sob o regime da comunhão de adquiridos), natural de Caracas, Venezuela, residente ao Caminho do Castanheiro, nº 16, freguesia e concelho da Ponta do Sol, titular do cartão de cidadão nº 14254982 7 ZZ8, válido até 27/10/2016, emitido pela República Portuguesa, se afirma dono e legítimo possuidor, com exclusão de outrém, de um prédio urbano habitacional, com a área total e coberta de noventa e um metros quadrados, sito em Cova do Tanque, Terças, freguesia e concelho da Ponta do Sol, a confrontar a norte com Manuel Beltrão, sul com o Caminho, este e oeste com Manuel Andrade, inscrito na matriz predial em nome de Guilhermina de Andrade sob o artigo 419, com o valor patrimonial e atribuído de catorze mil e seiscentos euros, não descrito na Conservatória do Registo Predial da Ponta do Sol. Que o identificado prédio, veio à posse do justificante, no estado de solteiro, maior, no ano de mil novecentos e noventa e quatro, por doação verbal e não titulada feita por seus pais Francisco Vieira Júnior e Manuela Conceição Faria de Vieira, residentes ao Caminho do Castanheiro, nº 16, Ponta do Sol, que por sua vez haviam adquirido nas partilhas verbais e não tituladas por óbito de seu avô paterno Francisco Vieira, casado que foi com Guilhermina de Andrade, residentes que foram ao sítio do Monte, referida freguesia da Ponta do Sol, já falecidos. Assim, desde aquele ano de mil novecentos e noventa e quatro, o justificante está na posse e fruição do aludido imóvel, posse que manteve sem interrupção até hoje, habitando da casa, usufruindo de todas as suas utilidades e suportando os respetivos impostos e encargos, tendo adquirido e mantido a sua posse sem oposição de quem quer que fosse e com conhecimento de toda a gente, agindo sempre por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, sendo por isso uma posse pública, pacífica, contínua e de boa-fé, que dura há mais de vinte anos, pelo que o adquiriu por usucapião, não tendo, dado o modo de aquisição, documento que titule o seu direito de propriedade. É parte certificada e vai conforme o original, declarando que da parte omitida nada consta que altere, prejudique, modifique ou condicione a parte transcrita.

Funchal, vinte e um de Outubro de dois mil e catorze.O Notário,

(Notário em substituição da Notária Teresa Maria Prado de Almada Cardoso Perry Vidal, por motivos de vacatura de lugar, cuja utilização do selo branco foi concedida

por despacho da Ministra da Justiça)

www.diariocidade.pt

Mantém-te atualizado em...

CARTÓRIO NOTARIAL A CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA,

(Notária em Substituição, por Deliberação da Ordem dos Notários),SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA

E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO, NÚMERO 4, FUNCHAL TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607

E-mail: [email protected](publicado no Tribuna da Madeira a 24-10-2014)

Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 6 do Livro de Notas número 14-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual Marilena Ornelas de Barros, NIF 230 564 747, natural de Paris, França, casada no regime da separação de bens com José Nélio Barros Pereira, residente ao sítio da Quinta do Leme, freguesia e Concelho de Câmara de Lobos; Maria Celeste Fernandes de Ornelas, NIF 202 903 095, viúva, natural da freguesia do Estreito de Câmara de Lobos; António Ornelas de Barros, NIF 245 388 443, solteiro, maior, natural de Paris, ambos residentes em França - 40 Rue Blomet 75015, Paris; Maria Lurdes Fernandes de Ornelas, NIF 202 903 052, que também usa e é conhecida por Maria Lourdes Fernandes de Ornelas, natural da dita freguesia do Estreito de Camara de Lobos e marido João Luís Rodrigues NIF 164 993 053, natural da freguesia e concelho de São Vicente, casados no regime da comunhão de adquiridos, se afirmam donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, na proporção de metade, em comum e sem determinação de parte ou direito para Marilena Ornelas de Barros, Maria Celeste Fernandes de Ornelas e António Ornelas de Barros e metade para Maria Lurdes Fernandes de Ornelas e marido João Luís Rodrigues do prédio rústico (terra e benfeitorias) localizado ao sítio da Ribeira Fernanda, onde chamam Quinta do Salão ou Pico e Salões e Quinta do Leme, freguesia e concelho de Câmara de Lobos, com a área de mil seiscentos e vinte metros quadrados, a confrontar do Norte com o Caminho, Sul e Oeste com o Córrego, e do Leste com herdeiros de Manuel Atouguia Neto Dória, inscrito na matriz sob o artigo 8/000 da Secção HH, é parte do descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos número três mil quatrocentos cinquenta e quatro - freguesia de Câmara de Lobos, onde se acha registada a aquisição, em comum e sem determinação de parte ou direito pela apresentação quinze de trinta de Novembro de mil novecentos oitenta e oito e respetivo averbamento a favor de: Isabel Maria da Câmara de França Dória Osório Borges, casada no regime da separação de bens com Carlos Nicolau do Amaral Osório Drumond Borges; Mafalda Maria da Câmara Dória Vaz Pinto, casada no regime da separação de bens com Alfredo de Albuquerque Vaz Pinto; Maria da Graça da Câmara de França Dória Baptista Adrião, viúva; Manuel João da Câmara de França Dória, divorciado e Diogo de França Neto Dória, solteiro, maior. Que sobre aquele prédio vigorava o antigo regime da colonia, entretanto extinto, ao abrigo do qual Francisca de Jesus que usava e era conhecida por Francisca de Jesus Gonçalves, mãe, avó e sogra dos justificantes, na qualidade de colona, adquiriu, no ano de mil novecentos noventa e um, de modo verbal aos então senhorios, os referidos Isabel Maria, Mafalda Maria, Maria da Graça, Manuel João, Diogo a Maria Mafalda de Matos Noronha da Camara Dória, o solo correspondente às benfeitorias rústicas, do prédio supra identificado, com o mesmo artigo, área e confrontações, tendo pago o correspondente preço. Que no ano de mil novecentos noventa e dois a referida Francisca de Jesus Gonçalves doou verbalmente em comum e partes iguais, o identificado prédio, (terra e benfeitorias), aos seus filhos, Maria Lurdes e a Sabino Mário de Barros, marido e pai dos justificantes, Maria Celeste, Marilena e António de quem estes são únicos herdeiros – nos termos da escritura de habilitação exarada a folhas 8 do Livro 6-A deste Cartório, sem que contudo tivessem outorgado título que lhes permitisse registar o prédio em seu nome.

Que estão, assim os ora justificantes na posse do identificado prédio, e nas referidas proporções, por si e por intermédio dos seus referidos ante-possuidores, desde o indicado ano, posse esta pública, pacífica e de boa fé e, assim, contínua e ininterruptamente, à vista de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um proprietário, cultivando-o e colhendo os respetivos frutos, adquirindo, assim, a propriedade daquele prédio a título originário – por usucapião.

Está conforme o original aqui narrado por extracto.Funchal, dezasseis de Outubro de dois mil e catorze.P’la NOTÁRIA, (Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos

Notários sob o n.º 301/08).

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“Não se pode resolver o problema da Madeira num dia! Isto só iria provocar a morte de milhares e milhares de animais”, apontou a presi-dente da ANIMAD. “Deixem-se de exibicionismos baratos, de ganâncias por euros, esta-mos a falar de vidas!!!”

Nesse sentido, a dirigen-te associativa pede “cuidado” na aplicação de uma lei que é “deficiente”, principalmente quando em causa está a colo-cação de animais em risco. Natália Vieira não tem dúvi-das que não há uma solução fácil para os milhares de ani-mais que existem nas ruas.

“Não existe atualmente lar para todos! Não existe espaço em nenhuma associação para abrigar todos eles. Metam de uma vez por todas den-tro das vossas cabeças que é necessário termos animais nas ruas, cuidados, alimenta-dos, identificados e esteriliza-dos”, apontou.”Se não se dei-xarem os animais de rua e de colónia em paz – isto até ser possível e muito lentamente abrigá-los em lares e associa-ções – em vez de estarmos a falar de 3 mil animais oficiais eutanasiados iríamos falar de milhares e milhares.”

Extermínio a entrar em “caminhos arriscados

Se a presidente da ANI-MAD pediu “tento” na for-ma de lidar com estas situa-ções”, à «Extermónio» exigiu respeito, alertando a empre-sa a ter “cuidado” porque os defensores dos animais “estão cá”. As autarquias também não foram esquecidas.

“As autarquias, se não fazem ou não conseguem fazer nada, coloquem-se quie-tos. Não estraguem o trabalho que muitas associações e par-ticulares fazem pelos animais que vocês ignoram e ignora-ram durante décadas”, apon-tou Natália Vieira.

O dedo da fundadora da ANIMAD foi igualmente apontado aos “interesseiros que só vêm euros à sua fren-te”. No que respeita à “reco-lha de gatos”, Natália Viei-ra garante que esse alegados interesse “não será assim tão fácil” de concretizar.

“O tempo da ilha das bana-nas no que respeita aos ani-mais acabou! O tempo em

que todos faziam o que que-riam nos bastidores, o tem-po em que os animais eram descartados como se de peças inúteis se tratassem, aca-bou! Podem até tentar, são livres para isso. Agora.. esta-mos cá, nunca se esqueçam disso”, garantiu a dirigente associativa.

A longa missiva da presi-dente da ANIMAD termina com um “conselho” à empresa «Extermínio» para que fique pelos “serviços de base” e não se estenda em “caminhos arriscados”. Natália Vieira garante que vai continuar a acompanhar o assunto.

“Toda esta situação está sendo investigada pelas enti-dades competentes para o efeito, dado isso, aguardamos desenvolvimentos e esclareci-mentos para que tudo se tor-ne claro e evidente”, finali-zou. l

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saúde18 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014P

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OpiniãO

Mulheres em idade avançada são mais afetadas pelo AVC

O acidente vascular cere-bral (AVC) é mais frequen-te na mulher, particularmen-te em idade avançada. Este facto explica-se em parte pelo envelhecimento da popula-ção e pela maior esperança de vida do sexo feminino. É fundamental ter consciência desta realidade e implemen-tar estratégias preventivas adequadas.

As mulheres que têm pres-são arterial elevada estão em maior risco de vir a sofrer um AVC, pelo que devem con-trolar os seus valores com frequência, devem reduzir o sal na alimentação e cum-prir o tratamento de forma sustentada.

Outro fator de risco para o AVC é a fibrilhação auricular, uma arritmia muito frequen-te nos idosos, com predomí-nio nas mulheres e que está associada a um risco de AVC aumentado em 4 a 5 vezes, também mais elevado para as mulheres. O tratamento hipo-coagulante no doente com esta doença reduz em 60% o risco de AVC estando agora disponíveis no mercado novos anticoagulantes orais.

Por outro lado, o risco de AVC é muito baixo na faixa etária que usa anticoncepção, mas os contracetivos orais causam um pequeno aumen-to do risco de AVC, especial-mente na mulher com outros fatores de risco vascular como o tabagismo, a hipertensão, diabetes, obesidade, e o coles-terol aumentado. Em termos práticos, é muito importan-te o tratamento agressivo dos fatores de risco vascular em mulheres a fazer contraceção oral e aconselhada uma medi-ção da pressão arterial antes de iniciar anticoncepção oral.

Atualmente discute-se se há influência da idade de iní-cio da menopausa no risco de AVC. O que está bem esta-

belecido é que a hormono-terapia após menopausa não reduz o risco de AVC, poden-do mesmo aumentá-lo. Por-tanto, a hormonoterapia após a menopausa não está reco-mendada em prevenção pri-mária ou secundária.

Nunca é de mais realçar a importância do estilo de vida saudável na prevenção do AVC: atividade física regu-lar, moderação do consumo de álcool (menos de 1 bebida por dia), abstenção do tabaco, dieta rica em frutos e vegetais, grão, baixa em gorduras satu-radas e em sal.

O AVC na mulher é um dos temas em debate no 15.º Congresso do Núcleo de Estu-dos da Doença Vascular Cere-

bral da Sociedade Portugue-sa de Medicina Interna, que decorrerá nos dias 28 e 29 de novembro, no Hotel Tiara Park Atlantic Porto.

AVC – Sinais de alarmeLigue de imediato o 112 se,

de forma súbita, sentir boca ao lado, dificuldade em falar ou perda de força no braço e/ou perna, sobretudo num dos lados do corpo, mesmo que seja transitório.

SAIBA QUEHá tratamento (trombóli-

se) na fase aguda do AVC. Há que chegar o quanto antes ao hospital para obter o máximo benefício deste tratamento – e os segundos contam. l

Dr.ª Maria Teresa CardosoCoordenadora Núcleo de Estudos da Doença Vascular Cerebral

da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna.

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 opinião 19breves

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HeNRIqUe FIgUeIRedO

Comissário da PSPPresidente do SNOP

o crime da moda

O Relatório Anual de Segu-rança Interna (RASI) do ano de 2013 veio confirmar aquilo que já tínhamos percecionado há muito: está na moda agre-dir polícias.

Com efeito, de acordo com os dados do dito documento, no ano passado foram regis-tados 1849 crimes de resis-tência e coação sobre funcio-nário, sendo que a esmagado-ra maioria destes respeita a agressões efetivas cometidas sobre elementos das forças de segurança (PSP e GNR).

Para o mesmo tipo de cri-me, nos anos de 2012, 2011 e 2010, registaram-se, respec-tivamente, 1863, 1744 e 1837 ocorrências. Ou seja, ape-sar de uma descida na cri-minalidade geral participa-da em Portugal, entre 2010 e 2013, na ordem dos 10,92% (413.600 crimes em 2010 e apenas 368.452 em 2013), o crime de resistência e coação sobre funcionário manteve-se estável, registando até uma ligeira subida (1837 crimes em 2010 e 1849 em 2013).

Feita a introdução e visto o peso dos números, debruce-mo-nos agora sobre as ques-

tões que as estatísticas não são capazes de mostrar. Por-que se os números são de fac-to assustadores, bem pior é a indiferença com que são tratados.

Por muito que alguns des-pachos judiciais o tentem fazer crer, não podemos con-siderar normal, num esta-do de direito democrático como o nosso, que a agressão a agente da autoridade seja considerada parte integran-te da profissão. Também não podemos aceitar que o Esta-do e os seus representantes eleitos não achem prioritá-rio que esta conduta crimino-sa, acima de (quase) todas as outras, seja alvo de censura e, fundamentalmente, penaliza-ção severas.

A moldura penal para este tipo de crime cifra-se, atual-mente, nos 5 anos de pena de prisão, o que significa que, em caso de detenção em fla-grante delito, o autor do cri-me é libertado e notifica-do para comparecer em tri-bunal, nos termos do artigo 385.º do Código de Proces-so Penal. Esta particularida-de encerra o primeiro gran-de problema: aparentemente, compensa agredir um agen-te. Vai-se à esquadra, assina-se uns papéis e volta-se à vida normal.

Não tenhamos grandes dúvidas que a maior penali-zação para muitos cidadãos que cometem crimes é reco-lher aos quartos de deten-

ção (vulgo calabouços), e ali passarem uma noite. Tem um efeito dissuasor fortíssi-mo. Infelizmente, o legisla-dor entendeu que o crime de resistência e coação / agres-são a agente não seria bastan-te para justificar uma moldu-ra penal superior ou um regi-me de execeção.

O segundo grande proble-ma está na medida da pena que é frequentemente apli-cada pelo juiz. Penas suspen-sas e penas de multa irrisórias representam a esmagadora maioria das decisões para os casos de agressões a polícias, levando o cidadão a acredi-tar, uma vez mais, que o cri-me compensa.

Existem diferenças sig-nificativas entre não existir legislação adequada e, exis-tindo, esta não ser aplicada convenientemente. No caso das agressões a polícias, sem embargo de tudo quanto ficou antedito, na nossa opinião a lei pode e deve ser aplicada de forma mais severa.

Não terá sido por acaso que o legislador, quando agrupou os crimes em grupos, colocou a resistência e coação sobre funcionário no lote dos ilí-citos “contra a autoridade pública”. Quis com isto dizer que o polícia, armado e uni-formizado, não se representa a si mesmo ou sequer à ins-tituição à qual pertence. Ele representa o Estado, repre-senta a nação, os seus valo-res e desígnios. Quis com isto dizer que uma agressão a um polícia é, na verdade, uma agressão ao próprio Estado.

Se assim é, convenhamos que a última mensagem que queremos passar, em nome da propalada ideia de um país e destino seguros, é que o Estado aceita ser agredido sem que tal tenha, por con-traponto, uma punição efetiva e, acima de tudo, dissuasora para o agressor e para a socie-dade no seu todo. Não será por acaso que uma boa par-te dos agressores de polícias são reincidentes. É algo em que, quer quem tem o poder

de legislar, quer de aplicar a lei, deve refletir.

As agressões a polícias são cada vez mais violentas e, além do sentimento de impu-nidade entre quem agride, fomentam uma enorme revol-ta entre todos os profissionais das forças e serviços de segu-rança, cansados de verem um tratamento absurdamente desigual quando os papéis se invertem. Não olvidamos que existem, no interior destas instituições com milhares de profissionais, comportamen-tos pouco consentâneos com o que se espera de um polícia. Mas não podemos aceitar que tal sirva para legitimar agres-sões constantes aos polícias.

Em síntese, defendemos assim que o crime de resis-tência e coação sobre fun-cionário, em especial quan-do envolva agressão, deverá ter uma moldura penal que, em abstrato, não permita em qualquer caso a libertação do agressor. Além disso, as deci-sões judiciais deverão ser mais severas e prever sempre pena de prisão efectiva, nomeada-mente nos casos supra men-cionados e que se revistam de maior gravidade.

Se aqueles que, mais do que em qualquer outra pro-fissão, lutam e zelam pelos direitos, liberdades e garan-tias de todos os portugueses, pela manutenção da ordem e tranquilidade públicas, não estão a salvo, quem estará?

Artigo 347.º do Código Penal Por-tuguês, que dispõe nos seguintes ter-mos: “Quem empregar violência ou ameaça grave contra funcionário ou membro das Forças Armadas, mili-tarizadas ou de segurança, para se opor a que ele pratique acto relati-vo ao exercício das suas funções, ou para o constranger a que pratique acto relativo ao exercício das suas funções, mas contrário aos seus deve-res, é punido com pena de prisão até 5 anos.”

“As Bençãos da Mediunidade” na Horácio Bento

O Centro Cultural Espíri-ta do Funchal (CCEF) irá pro-mover uma seminário, subor-dinado ao tema “As Bençãos da Mediunidade”, no dia 25 de Outubro, das 15 às 18:30H, no auditório da escola Dr. Horá-cio Bento Gouveia.

O seminário será dirigido por Divaldo Franco, e visa escla-recer e orientar a todos que queiram compreender sobre o fenómeno da Mediunidade.

Esta é uma das gran-des questões atuais, que afli-ge imensas famílias que de momento não encontram res-postas adequadas perante a criança/jovem/adulto que vê e fala com Espíritos e ou o jovem desequilibrado que sente “pre-senças” etc.

O problema das obsessões, provocados pelos nossos dese-quilíbrios são imensos preci-sando urgentemente de um esclarecimento racional.

É uma temática que a todos interessa, independentemente das nossas convicções filosófi-cas e/ou religiosas.

A Doutrina Espírita (ou Espiritismo) é uma ciência filosófica de consequências morais. Como ciência inves-tiga os factos espíritas, como filosofia explica-os, e como moral aponta à humanidade um roteiro para a sua espiri-tualidade assente nos ensina-mentos de Jesus.

A Doutrina Espírita nada tem a ver com magias, bru-xarias, crendices e práticas esquisitas.

Rapaz procura a sua alma

gémea, para um relacionamento

muito sério, entre os 20 e 40 anos.

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opinião20 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

rOsAs e espinHOs DA nOvA AUTOnOMiA

gRegÓRIO gOUVeIa

gregoriogouveia.blogspot.pt

Do primeiro estatuto Definitivo ao «estatuto da unanimidade»

- O primeiro Estatuto Defi-nitivo surge em 5 de junho de 1991 com a publicação da Lei nº 13/91, na sequência da apresentação na Assembleia Regional, em 25 de setem-bro de 1989, pelo PSD-M, de um projeto de proposta de lei e outro pelo PS-M, em 2 de novembro do mesmo ano. Em 22 de fevereiro de 1990, a Assembleia Regional apro-va o Estatuto pela Resolução nº 5/90/M, para ser remeti-do à Assembleia da República. Esta introduziu alterações ao projeto da Assembleia Regio-nal, a quem deu conhecimen-to. Por sua vez, esta remeteu àquela um parecer que con-clui: “a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, reunida em Plenário de 06 de Novem-bro de 1990, para a apreciação referida no citado artigo 228º, nº 2, da Constituição da Repú-blica Portuguesa, emite o pare-cer de que deve ser aprovado, na íntegra, o texto do Pro-jecto de Estatuto inicialmente enviado, não se justificando, em boa lógica democrática, as alterações introduzidas pela Assembleia da República”.

Em 28 de novembro de 1990, foi aprovado pela Assem-bleia da República e envia-do ao Presidente da Repúbli-ca para promulgação. Este enviou-o ao Tribunal Consti-tucional, que apreciou o docu-mento, declarando somente a inconstitucionalidade dos arti-gos 10º, n.º 4 e 11º, n.º 2 do Decreto 293/6 da Assembleia da Republica.

Em 24 de abril de 1991, a Assembleia da República apro-vou a proposta final, que foi publicada pela Lei n.º 13/91, de 5 de junho, não tendo cons-tado o capítulo originário refe-rente à Organização do Poder Judicial na Madeira.

- Em 2 de março de 1993, o Ministro da República reque-reu ao Tribunal Constitucio-nal a apreciação da legalida-de do artigo 28º do Estatu-to definitivo. Este artigo, que trata da adaptação do estatu-to remuneratório dos deputa-

dos regionais, foi considerado inconstitucional pelo Acórdão 637/95.

- Decorridos cerca de sete anos da entrada em vigor do Estatuto Definitivo da Região Autónoma da Madeira, apro-vado pela Lei n.º 13/91, de 5 de junho, o PS-M tomou a ini-ciativa, em 19 de março de 1998, de apresentar um pro-jeto de alteração àquele Esta-tuto. Seguiram-se outros pro-jetos do PSD-M (13/4/1998), do CDS (16/4/1998) e da UDP (16/4/1998). A CDU apenas apresentou, em 10 de janeiro de 1999, propostas de altera-ção à proposta de revisão saí-da da Comissão Eventual para a Revisão do Estatuto.

Concluído o processo de revisão pela Comissão, o Ple-nário da Assembleia Regio-nal aprovou-o em 14 de janei-ro de 1999 pela Resolução n.º 4/99/M, enviando para a Assembleia da República. Esta discutiu a proposta regional, tendo-lhe introduzido altera-ções que foram remetidas para a Assembleia Regional.

Em 28 de junho de 1999, por Resolução 16/99/M, a Assembleia Regional aprovou, por unanimidade, as altera-ções propostas pela Assem-bleia da República.

No dia 2 de Julho de 1999, a Assembleia da República aprovou, também por unani-midade, o texto definitivo que foi publicado em 21 de Agosto pela Lei n.º 130/99

Recordo o trabalho empe-nhado de todos os deputados da Comissão, presidida por Cunha e Silva, na análise de todas as propostas apresenta-das. Se é certo que muitas pro-postas dos partidos da opo-sição não foram aceites pela maioria regional, certo é que a profundidade da discussão de todas as normas, mesmo as do PSD-M, produziu um importante resultado, fazen-do com que possa afirmar que a Região ficou com um Estatu-to novo, a que posso apelidá-lo de ESTATUTO da UNANI-MIDADE. É este Estatuto que,

passados quinze anos, na sua essência ainda regula a Auto-nomia da Madeira, tendo ape-nas sofrido uma alteração no nº 2 do artigo 15º, pela Lei nº 12/2000, de 21 de Junho, depois de ter sido considera-do inconstitucional pelo Acór-dão nº 199/2000. Neste caso, tratou-se de atribuir 2 deputa-dos aos círculos do Porto San-to e do Porto Moniz.

- Em 30 de Novembro de 2004, o PS-M apresentou um projeto de alteração do Esta-tuto Político-Administrativo que tinha sido aprovado em 1999, seguindo-se os projetos do PSD-M (29/12/2004) e do CDS (07/01/2005).

Uma vez aprovado na Assembleia Legislativa Regio-nal, o texto foi remetido à Assembleia da República, que pretendeu fazer alterações que não eram do agrado do PSD-M.

Invocando não haver condi-ções políticas para rever o Esta-tuto, em 28 de Junho de 2005 a Assembleia Regional reque-reu a retirada da proposta da Assembleia da República.

-Quando, em 24 de Janei-ro de 2008, o PS-M apresen-tou um projecto de alteração do Estatuto, apenas sobre a matéria de incompatibilidade e impedimentos dos deputa-dos e, em 13 de Dezembro de 2011, onze deputados (9 do CDS, 1 do PCP e 1 do PAN) apresentaram uma proposta também sobre incompatibi-lidades e impedimentos, não conseguiram tal intento.

Face a isso, mantém-se em vigor o Estatuto da Unanimi-dade de 1999, sem alterações até que nas duas Assembleias (a Regional e a da República) estejam deputados com coe-rência política no reconheci-mento e respeito pelos inalie-náveis direitos não só autonó-micos, mas também adquiri-dos ao longo dos 40 anos de regime democrático, indepen-dentemente de serem direitos gerais e/ou particulares.

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ACTUALIDADE SOCIAL MADEIRENSE

CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL J RODRIGUES FERNANDES

Rua das Comunidades Madeirenses, nº 7 C9350-210 Ribeira Brava

Tef. 291 952 230 Fax: 201 951 690E-mail – notá[email protected](publicado no Tribuna da Madeira a 24-10-2014)

Certifico para fins de publicação que por escritura lavrada a dezassete de Outubro de 2014, exarada de folhas doze e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número 211-A, deste Cartório Notarial, José Aires de Olival Caboz, Nif 210.012. 374 e mulher Ana Maria Ferreira Marques Caboz, Nif 180.552.392, casados sob o regime da comunhão de adquiridos, naturais da freguesia dos Canhas, concelho da Ponta do Sol, onde residem no sítio do Outeiro, declaram-se, com exclusão de outrem donos e legítimos possuidores, nove prédios rústicos, localizados na freguesia dos Canhas, concelho da Ponta do Sol, não descritos na Conservatória do Registo Predial da Ponta do Sol, a saber: I) - No sítio do Lombo do Meio, com a área de duzentos e quarenta metros quadrados, que confronta a Norte com Levadeiro e outros, Sul com a Vereda e Levada, Leste com a Levada e Oeste com a Vereda, inscrito na matriz sob o artigo 9967º, com valor patrimonial de � 4,78 e com o valor atribuído de cinquenta euros. II) - No mesmo sitio, com a área de cento e noventa metros quadrados, que confronta a Norte com a Vereda, Sul com João Feitor, Leste com Manuel Chá Chá e Oeste com João Varela, inscrito na matriz sob o artigo 10137º, com valor patrimonial de € 2,64 e com o valor atribuído de cinquenta euros. III) - No sítio do Lombo do Meio, com a área de trezentos e vinte e cinco metros quadrados, que confronta a Norte e Sul com João Feitor, Leste com Manuel Chá Chá e Oeste com João Varela, inscrito na matriz sob o artigo 10138º, com valor patrimonial de € 2,64 e com o valor atribuído de cinquenta euros. IV) - No mesmo sitio, com a área de duzentos e noventa e cinco metros quadrados, que confronta a Norte com Peixe Verde, Sul com António Chá Chá, Leste com António do Pico e Oeste com Manuel Chá Chá, inscrito na matriz sob o artigo 10291º, com valor patrimonial de € 1,89 e com o valor atribuído de cinquenta euros. V) - No dito sítio do Lombo do Meio, com a área de quatro mil duzentos e quarenta metros quadrados, que confronta a Norte com Herdeiros de Maria Vieira de Jesus e Manuel Fernandes Pita, Sul com Agostinho Alho, Manuel da Silva Gaspar e Maria Coelho, Leste com Ribeiro e Oeste com António Fernandes Pita e Herdeiros de Domingos Freitas, inscrito na matriz sob o artigo 10477º, com valor patrimonial de € 1,26 e com o valor atribuído de cinquenta euros. VI) - No sítio do Serrado e Cova, com a área de quatrocentos e vinte metros quadrados, que confronta a Norte e Leste com o Caminho, Sul com Agostinho Ferreira e Herdeiros de António Coelho e Oeste com Herdeiros de Manuel Pita, inscrito na matriz sob o artigo 12631º, com valor patrimonial de € 1,89 e com o valor atribuído de cinquenta euros. VII) - No sítio do Serrado e Cova, com a área de duzentos e setenta metros quadrados, que confronta a Norte com herdeiros de Manuel Coelho, Agostinho Ferreira e João Vieira do Salão, Sul com Herdeiros de António Coelho, João Vieira do Salão, Manuel Gonçalves de Sousa e Avelina Pita, Leste com Herdeiros de António Coelho e Oeste Agostinho Ferreira, inscrito na matriz sob o artigo 12633º, com valor patrimonial de € 1,89 e com o valor atribuído de cinquenta euros.VIII) - No mesmo sítio, com a área de quarenta metros quadrados, que confronta a Norte e Oeste com o Caminho, Sul com João da Silva Agostinho e Leste com a Levada e Vereda, inscrito na matriz sob o artigo 12634º, com valor patrimonial de € 1,89 e com o valor atribuído de cinquenta euros. IX) - No Caminho do Lombo do Meio, com a área de duzentos metros quadrados, que confronta a Norte com o Caminho, Sul com Herdeiros de Joaquim Ferreira, Leste com João Rodrigues Mestre Júnior e Oeste Manuel Rodrigues Castanho, inscrito na matriz sob o artigo 12635º, com valor patrimonial de € 1,89 e com o valor atribuído de cinquenta euros.

Que os mesmos vieram à sua posse, por o terem adquirido, no ano de mil novecentos e oitenta e oito, por compra verbal e não titulada, feita a João Fernandes Alfaiate, solteiro, maior, residente que foi no sítio do Lombo do Meio, da mencionada freguesia dos Canhas.

E que a partir de então, ou seja, durante mais de vinte anos, têm vindo a possui-los, sem interrupção, pública e pacificamente, como coisa própria, de boa fé e sem oposição de quem quer que fosse, amanhando e cultivando a terra, pagando as contribuições ao Estado, retirando em seu exclusivo proveito todos os rendimentos e utilidades, pelo que os adquiriram a titulo originário, por usucapião, que invocam para justificar o seu direito de propriedade, para fins de registo.

Esta conforme com o original. Cartório Notarial Privado do Notário Gabriel Fernandes, sito na Ribeira Brava, 17 de Outubro de 2014.

O NotárioGabriel José Rodrigues Fernandes

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 opinião 21

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CARTÓRIO NOTARIAL DE GABRIEL J RODRIGUES FERNANDES

Rua das Comunidades Madeirenses, nº 7 C – 9350-210 Ribeira BravaTef. 291 952 230 Fax: 201 951 690

E-mail – notá[email protected](publicado no Tribuna da Madeira a 24-10-2014)

Certifico para fins de publicação que por escritura lavrada a dezassete de Outubro de 2014, exarada de folhas oito e seguintes, do Livro de Notas para Escrituras Diversas número 211-A, deste Cartório Notarial, José Abreu dos Santos, que também usa e é conhecido por José de Abreu dos Santos Nif 175.065.365 e mulher Maria Justina de Sousa, que também usa e é conhecida por Maria Justina de Sousa Abreu, Nif 175.065.357, casados sob o regime da comunhão geral, naturais da dita freguesia de Campanário, residentes na Avenida Arriaga, Centro Comercial Infante, 8º andar, apartamento 802, freguesia da Sé, concelho do Funchal, declaram-se, com exclusão de outrem donos e legítimos possuidores, de seis prédios rústicos, localizados na freguesia de Campanário, concelho da Ribeira Brava, encontrando-se o identificado em I), descrito na Conservatória do Registo Predial da Ribeira Brava, sob o número seiscentos e vinte e três, estando inscrito, apenas metade, a favor do terceiro outorgante, pela Apresentação mil novecentos e cinquenta e dois, de vinte e cinco de Julho de dois mil e doze, sem qualquer inscrição em vigor, quanto à fracção ora justificada, não se encontrando os restantes prédios, descritos na sobredita Conservatória, a saber: I) - No sítio dos Quinhões, metade de um prédio, com a área total de duzentos e trinta e seis metros quadrados, confina, no seu todo, a norte com o caminho, sul e oeste com o ribeiro e leste com Manuel Vieira Jr., inscrito na matriz sob o artigo 5325, com o valor patrimonial de IMT de € 1,33 e o atribuído de vinte euros. II) - No sítio dos Quinhões, um prédio, com a área de cem metros quadrados, confinante a norte com Manuel Abreu Peco, sul com João dos Reis, leste com António Peco e oeste com o lombo, inscrito na matriz sob o artigo 5520, com o valor patrimonial de IMT de € 0,88 e o atribuído de vinte euros. III) - No sítio da Lapa e Massapez, um prédio, com a área de trezentos e setenta metros quadrados, confinante a norte e sul com Manuel Gonçalves Pereira, leste com a ribeira e oeste com Joaquim Gonçalves Andrade, inscrito na matriz sob o artigo 5804, com o valor patrimonial de IMT de € 8,84 e o atribuído de cinquenta euros. IV) - No sítio da Lapa e Massapez, um prédio, com a área de quatrocentos e sessenta e cinco metros quadrados, confinante a norte com a ribeira, sul com Manuel José Gonçalves, leste com António Gonçalves dos Santos e oeste com António Pereira Gonçalves, inscrito na matriz sob o artigo 5827, com o valor patrimonial de IMT de € 11,05 e o atribuído de cinquenta euros. V) - No sítio do Carmo, um prédio, com a área de trezentos e sessenta e sete metros quadrados, confinante a norte com Joaquim Silva Júnior, sul com Manuel Vieira Júnior, leste com Manuel Ferreira e oeste com António Peco, inscrito na matriz sob o artigo 7410, com o valor patrimonial de IMT de € 12,38 e o atribuído de cinquenta euros. VI) - No sítio do Rodes, um prédio, com a área de cento e vinte metros quadrados, confinante a norte com Francisco Xavier, sul com João Gonçalves Santos, leste com a vereda e oeste com o caminho, inscrito na matriz sob o artigo 7503, com o valor patrimonial de IMT de € 5,31 e o atribuído de trinta euros.

Que, os mencionados prédios, vieram à posse dos seus representados, no ano de mil novecentos e setenta e um, por doação verbal e não titulada, feita pelos pais do representado marido, José Gonçalves dos Santos e mulher Maria Madalena de Abreu, casados sob o regime da comunhão geral e residentes que foram ao sítio do Rodes, dita freguesia de Campanário.

Que, no entanto, entraram, desde essa altura na posse e fruição dos mencionados prédios, limpando-os, desbastando-os, cultivando-os e pagando as respectivas contribuições. Que, esta posse tem sido exercida sem interrupção, à vista de toda a gente e sem violência ou oposição de quem quer que seja, de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, exercendo-a pública, pacífica, contínua e em nome próprio, dos citados imóveis, pelo que os adquiriram por usucapião, que invocam para justificar o seu direito de propriedade para fins de registo.

Esta conforme com o original. Cartório Notarial Privado do Notário Gabriel Fernandes, sito na Ribeira Brava, 17 de Outubro de 2014.

O NotárioGabriel José Rodrigues Fernandes

DivAGAnDO...

VIRgÍLIO PeReIRa

A verdade e a humildade

Há políticos que já nas pré-campanhas eleitorais elabo-ram uma lista dos descon-tentamentos populares e das aspirações em geral dos cida-dãos eleitores e desatam a prometer que se forem eleitos hão-de resolver todos esses problemas.

Uma grande parte do elei-torado está indignado com a actuação desses políticos e dos partidos. Já não acre-ditam neles, mas há sem-pre uma parte desse eleitora-do, constituída por cidadãos incautos ou menos informa-dos, que caiem nessa cilada e oferecem o seu voto a esses políticos despudorados.

Como pode um político nos dias que correm ignorar a cri-se em que o país vive, bem como a Europa e quase todo o mundo? Só a sua desonesti-dade política pode responder a esta pergunta, porque nor-malmente o principal objecti-vo deles é atacar os candida-tos seus concorrentes. É claro que são apoiados por algumas entidades, que se refugiam silenciosamente por detrás deles. Mas isso é legítimo, mas não dizem a verdade da situação ao eleitorado.

Esses políticos, depois das eleições, caso sejam eleitos, justificam a sua incongru-ência com o facto de terem encontrado uma situação pior do que a que tinham previs-to, como se alguém acredi-tasse que eles concorreram sem previamente se terem indagado. É o eterno fado do coitadinho.

Hoje, para que um polí-tico seja credível tem, pri-meiramente, de se bater pela reorganização do seu parti-do, de forma a adaptá-lo às

realidades actuais. A remo-delação orgânica, mas tam-bém o modo de relaciona-mento com a Sociedade Civil, sem discriminação de classes sociais ou de outra natureza, é imprescindível.

Um político tem de ouvir atentamente as pessoas, mis-turar-se com elas, quase que vivendo o dia a dia, sempre em relacionamento com elas, para que depois a acção polí-tica que terá de desenvol-ver nos seus mandatos cor-responda efectivamente aos anseios e necessidades que têm os seus eleitores. A sua sinceridade, bem como a sua coerência serão escrutinadas por estes, em cada dia que passe. Qualquer atitude que ponha os seus interesses pes-soais acima dos interesses dos seus votantes contribuirá ine-vitavelmente para o descrédi-to do seu partido e das insti-tuições políticas. Até a Demo-cracia sairá prejudicada com essa atitude.

Servir e não servir-se, falar a verdade e ser sinceramente humilde são condições neces-sárias para sairmos deste cli-ma de descrédito, indignação e desesperança que se sente actualmente em todo o país e em quase toda a gente.

No PSD/Madeira volta a impor-se a necessidade de, tal como no PREC e na res-tante década de 70, os seus candidatos se aproximarem mais daqueles cidadãos que vivem pior, por vezes misera-velmente e em grande parte na pobreza ou no seu limiar. É com essas pessoas, sem agredir as que vivem melhor ou bem, que esses candidatos se devem preocupar, acima de tudo, dizendo claramente não ao estado de necessidade em que vivem, sem ter medo de pronunciar as palavras ou expressões que melhor tradu-zem essas situações. Clamar por justiça social, por maior progresso e pelo extermínio do desemprego são atitudes que dignificam um social-de-mocrata, mas melhor do que isso, dignificam as pessoas. É também com os que vivem

melhor que se deve estabele-cer um bom relacionamento que constitua uma parceria que ajude a devolver à maio-ria dos portugueses a quali-dade de vida que já tiveram.

Na Região, temos de unir o partido e rebuscar a humil-dade de pôr-se ao serviço de toda a Comunidade, fazendo o levantamento exaustivo dos casos de famílias carencia-das, procurando juntamente com as IPSS e outras institui-ções, religiosas ou não, resol-ver-lhes os problemas mais prementes e, paralelamen-te, com equipas competentes encontrar as melhores solu-ções para aprofundar signifi-cativamente a nossa Autono-mia, o desenvolvimento eco-nómico que nos traga de vol-ta o pleno emprego.

Julgo que a Autonomia conquistada é aceite pela maioria das forças políticas e dos seus eleitores. Interessa esclarecer a Comunidade que este tema, pela importância singular que tem para o futu-ro da Região deve ser apoiado pela maioria das áreas polí-ticas e sociais regionais. E não se esqueça que o projec-to final terá de ser apresen-tado à Assembleia da Repú-blica e que terá de ser apro-vado por dois terços dos seus deputados.

Por uma questão de trans-parência e de verdade, os Madeirenses e Portossanten-ses têm de ser informados que é um processo longo e trabalhoso e que com certeza deverá começar pela concre-tização da autonomia fiscal.

Nas eleições internas do PSD/Madeira, que ganhe o candidato que seja o mais humilde, humano, menos vaidoso, honesto, trabalha-dor, inteligente e competen-te. Que dê sinais de que pre-tende verdadeiramente modi-ficar o que está mal no parti-do e na política regional e de que pretende bater-se por tudo o que proporcione mais progresso sustentável para a nossa terra, sem ter de rene-gar a toda a história regional, do partido, nem ao assassina-to político seja de quem for.

Finalmente, terá de dar indícios de que possui capa-cidade de unir o partido, sem o que não lhe será possível ganhar as eleições legislativas regionais em finais de 2015.

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economia22 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

No 3º trimestre de 2014, as vendas de cimento na RAM ascenderam a 48,2 mil toneladas, refletindo um aumento de 34,9% face ao trimestre homólogo de 2013. Se comparamos com o trimestre anterior (2º trimestre de 2014), a variação é igualmente positiva, de 5,2%.48,2

operador luxemburguês lança rota para a regiãoDisponibilizando 8556 lugares.

Na semana passada, um grupo de jornalistas – pro-veniente do Luxemburgo, França e Alemanha – visi-tou a Região, no âmbito da nova operação lançada pela LuxairTours. A deslocação foi promovida pela Associa-ção de Promoção da Madeira, em conjunto com o operador turístico luxemburguês e com a companhia aérea Luxair, tendo por parceiros locais o Reid’s Palace e a Full Servi-ces, representante regional da LuxairTours. Esta visita teve por objetivo promover a nova

rota para a Região, que será desenvolvida em duas fases, contemplado as temporadas de inverno e verão. No total, o operador turístico tenciona disponibilizar 8.556 lugares para a Madeira.

Os voos serão realizados todas as segundas-feiras, com um 737-800, com capacidade de 186 lugares.

A operação de inverno 2014/2015 desenvolver-se-á de 22 de dezembro a 30 de março, ao longo de 15 sema-nas, com um total de 2.790 lugares disponíveis.

Já a operação de verão decorrerá de 6 de Abril a 2 de Novembro, durante 31 sema-nas, o que equivale a um total de 5.766 lugares.

A organização desta press trip foi proposta pela Associa-ção de Promoção da Madeira, durante um workshop orga-nizado pela Luxair em Agos-to, e prontamente aceite pelo vice-presidente de Marketing da Luxair e pelo vice-presi-dente de Marketing e Vendas da LuxairTours, que acompa-nharam o grupo de jornalis-tas na visita à Madeira. Esse

workshop, dirigido a agentes de viagens belgas e luxem-burgueses, contou a partici-pação da AP-Madeira, de oito hotéis/grupos hoteleiros da Madeira e do agente local da Luxair.

Importa referir que, para-lelamente a esta viagem e no sentido de promover o desti-no Madeira nos mercados-al-vo desta operação, a Luxair-Tours dedica à Região 16 páginas da sua brochura de inverno, dando a conhecer os diversos pacotes disponí-veis para a Madeira e Porto

Santo. No material promo-cional deste operador turís-tico, a Madeira é descrita como a “Ilha da eterna Pri-mavera” e como um “destino popular mesmo no Inverno”. A beleza da paisagem e as inúmeras atividades ligadas à natureza também merecem destaque.

A promoção da Região no Luxemburgo tem também o apoio da AP-Madeira, que apostou, em conjunto com a Luxair, numa campanha publicitária, tendo em vista a promoção do novo voo. l J.A

Multibancos com mais movimentos na MadeiraLevantamentos e compras

através de terminais de paga-mento automático da rede Mul-tibanco cresceram em termos homólogos, embora abaixo da média nacional.Os dados for-necidos pela Sociedade Inter-bancária de Serviços (SIBS) para o 3º trimestre de 2014, mostram que na Madeira, o valor dos levantamentos em caixas Multibanco aumentou 2,8% face ao período homólo-go, enquanto as compras atra-vés de terminais de pagamento automático (TPA) tiveram um

acréscimo de 3,4%. Por sua vez, o valor despendido em paga-mentos subiu 10,6%.

Desagregando os levan-tamentos, observa-se que os internacionais registaram um crescimento homólogo de 4,7% (atingindo um total de 23,0 milhões de euros entre julho e setembro deste ano), enquanto os nacionais tiveram uma subi-da de 2,5% (totalizando 152,4 milhões de euros no 3º trimes-tre de 2014).

A nível do país, o cresci-mento nos levantamentos no

3º trimestre de 2014 foi de 3,1% face ao mesmo período de 2013, refletindo os aumen-tos de 10,5% nos levantamen-tos internacionais e de 2,3% nos nacionais.

Tendo em conta os primeiros nove meses de 2014, a variação homóloga nos levantamentos foi de +3,0% na Madeira e de +1,2% no país.

Nas compras em TPA veri-ficaram-se aumentos homólo-gos no trimestre em referên-cia tanto na Madeira (+3,4%) como no país (+7,4%). Entre

janeiro e setembro deste ano, a Região registou um cresci-mento de 3,9% nas compras em TPA, igualmente inferior ao observado no país (+6,1%).

Passando para uma análi-se por município, é de assina-lar que o maior incremento nos levantamentos nacionais nos primeiros nove meses do ano de 2014 registou-se na Ponta do Sol (+14,3%) e a maior que-bra na Ribeira Brava (-2,3%). No Funchal, a variação foi de +1,7%.

Entre janeiro e setembro

de 2014 observaram-se cresci-mentos homólogos em todos os municípios no capítulo dos levantamentos internacionais e nos pagamentos. No Funchal, as variações foram de +3,9% e +7,6% respetivamente.

Nas compras através de TPA, a maior subida nos primeiros nove meses de 2014, compara-tivamente ao mesmo período do ano passado foi em Santana (+46,8%) e a maior quebra na Ponta do Sol (-8,9%). No Fun-chal observou-se um aumento de 3,5%. l J.A

JUaN aNdRade

[email protected]

Concelho da Ponta do Sol registou um maior aumento de levantamentos.

Num momento em que assinala o seu aniversário, o Dolce Vita Funchal está a pro-mover várias iniciativas espe-cialmente para os mais peque-nos, até ao próximo domingo 26 de outubro.

Desde outubro de 2007, o primeiro Centro Comer-cial português concebido com uma arquitetura bioclimática, conta com 71 lojas e 859 luga-res de estacionamento.

Atualmente, com uma taxa de ocupação de cerca de 98%,

o Dolce Vita Funchal recebe 10 milhões de visitantes por ano, o que demonstra bem a sua excelente integração com a comunidade local e turista.

Durante este ano o Dol-ce Vita Funchal aumentou a sua oferta comercial e abriu lojas como a Mango, Mayo-ral, Sunglass Hut, Ale Hop e Vapor D’Água e ampliou ain-da a Columbia e a Farmá-cia Funchal. Segundo o comu-nicado distribuído à impren-sa este ano as novidades não ficam por aqui e em breve verificar-se-ão novas abertu-ras, entre as quais a Imagina-

rium, uma reconhecida insíg-nia de brinquedos que abri-rá em exclusivo neste Centro

Comercial.Este ano que passou ficou

marcado por muitas ofertas

dolce Vita Funchal recebe 10 milhões de visitantes por anoCentro assinalou o seu 7º aniversário.

para pequenos e graúdos. O Dolce Vita Funchal, prome-te ainda a aposta em mui-tas ações infantis gratuitas, como, por exemplo, insuflá-veis e guarda de crianças, e em campanhas promocio-nais, desde ofertas de parque de estacionamento e descon-tos constantes associados ao programa de fidelização Sho-p2win – Quem mais compra, mais ganha

Sobre o Dolce Vita Funchal

O Dolce Vita Funchal, Cen-tro Comercial sob a gestão da Retailgeste, foi inaugurado em outubro de 2007 e dispo-nibiliza 71 lojas distribuídas por 3 pisos, em cerca de 16 mil metros quadrados. Pos-sui um parque de estaciona-mento coberto com cerca de 859 lugares. l

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A ACIF-CCIM e a Associação Regional de Educação Artística esta-beleceram uma parceria no sentido de decorar as montras dos estabele-cimentos comerciais, na época nata-lícia, localizados no centro do Fun-chal, com a colaboração dos alunos das escolas do 1º ciclo da RAM e das instituições da educação especial, sob a orientação dos professores de educação artística.

Esta Associação foi responsável pela Semana Regional das Artes e pela Exposição Regional de Expres-são Plástica, este ano realizada em junho, sob o tema Transforma – Intervenção de Arte Urbana, onde cada escola foi desafiada a 'vestir de arte' uma das árvores da Avenida Arriaga e Avenida Zarco, cujo resul-tado foi um verdadeiro espetáculo de

arte urbana.O que se pretende com este pró-

ximo desafio é colocar a criativida-de dos alunos, com a orientação dos professores e da Associação Regio-nal de Educação Artística ao servi-ço do comércio urbano, com o intui-to de valorizar as montras das lojas e cativar a população e os inúmeros turistas que nos visitam nesta altu-ra do ano.

Desta forma, propomos a adesão dos estabelecimentos comerciais de três formas distintas:

Decoração de MontraCada estabelecimento comercial

participante terá uma escola respon-sável pelo projeto de decoração da sua montra. Numa primeira fase, até ao dia 10 de novembro, será apresen-

tado um projeto ao estabelecimento comercial de acordo com a dimensão da sua montra, tipologia do produ-to que vende e montante máximo que pretende disponibilizar para a compra dos materiais.

Após este projeto de decoração ser aprovado pelos responsáveis da loja, os alunos darão início à execução do mesmo, estando prevista a montagem de toda a decoração de montras na semana de 1 a 5 de dezembro.

Decoração de árvore de Natal colocada à porta do estabeleci-mento

Neste caso cada estabelecimento comercial terá uma escola responsá-vel pelo projeto de decoração da árvo-re de Natal, seguindo-se os mesmos trâmites do projeto de decoração de

montra. Cada estabelecimento comer-cial, para além de comparticipar o valor dos materiais necessários para o projeto de decoração, terá igualmen-te que se responsabilizar pela coloca-ção da árvore à porta do seu estabele-cimento.

Decoração de árvore de Natal colocada na rua

No caso de haver um conjunto de lojas que queiram partilhar custos com os materiais e com a árvore de Natal, poderão optar por colocar uma árvore num sítio que seja considerado estratégico e que beneficie todo o gru-po de lojas da rua.

As candidaturas deverão ser envia-das para a ACIF, por fax (291 206 868), ou email ([email protected]) até ao dia 21 de outubro.

Mercado de usadosO Mercado de Usados está de vol-

ta à Praça do Mar entre os dias 22 a 26 de outubro. No total serão cer-ca de oito concessionários automó-

veis e multimarcas que apresentam mais de uma centena de automóveis, de várias gamas, com preços imba-tíveis.

A exposição está aberta ao público hoje, a partir das 14h00, e amanhã e domingo a partir das 10h00.

No último dia de exposição, pelas

20h00, terá lugar um sorteio entre os compradores efetivos, com a atri-buição de vários prémios, no mon-tante global de 1.100 €.

campanha Vamos colorir o centro do Funchal

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opinião24 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

DivAGAnDO...

Muitas vezes ouvi a expressão “fazer pela vida”. Regra geral, essa frase, era dita no sentido de um indi-víduo esforçar-se em trabalhar. E, a mais das vezes, dando a indicação de que esse esforço era realizado com um misto de necessidade e de perda da realização de uma outra activida-de que lhe daria melhor satisfação e compensação.

Este “Fazer pela vida” é, contudo, em alguns casos utilizado num outro sentido. No sentido da oportunidade e de oportunismo que certos energú-menos utilizam como expressão, de algo pouco ético, que roça uma von-tade de agir na fronteira da legalida-de, ou mesmo no âmbito da eventu-al corrupção.

Ao ter conhecimento do “volunta-riado” de Passos Coelho na sua presi-dência da ONG aquando a sua última passagem no parlamento nacional, num período de juventude, é certo, levou-me a recordar a tal frase “fazer pela vida...”.

Quando as explicações sobre os ren-dimentos auferidos foram realizadas e disseram-nos que não teria auferi-do quaisquer rendimentos, dignos de declaração fiscal, aceitei como válidas. Quando não foi capaz de indicar os montantes que terá recebido a título de ajudas de custo ou de despesas de representação, lamentei, mas espero que possa, em breve, recordar melhor esse “pormenor”. Quando os procedi-mentos parlamentares do processo de apoio à integração na vida activa, que então havia, (só acabou no tempo de Sócrates) prefiro deixar para a comis-são de ética da Assembleia da Repú-blica, o entendimento adequado.

O que me incomoda, verdadei-ramente, são as características que envolvem a empresa para a qual Pas-sos Coelho trabalhou e a actividade da ONG, que dirigiu e fundou.

Aparentemente, o FAZER PELA VIDA dessas organizações, era o apro-veitamento dos fundos comunitários,

à disposição de acções de formação, tivessem ou não a melhor qualida-de e pertinência e a criação de uma ONG (organização não governamen-tal) que serviria para “abrir umas portas”, segundo um responsável da empresa para a qual Passos Coelho trabalhou, após a sua saída da Assem-bleia da República.

Conheço outros casos semelhantes, mas nunca tinha assistido a que ex-colaboradores dos ditos, chegassem e exercessem o cargo de PM.

Confesso o meu incomodo quan-do, numa semana onde foi conheci-do o prémio Nobel da PAZ, que, des-ta vez, até me parece merecido, dado contemplar a jovem MALALA, exem-plo de coragem e de defesa dos direi-tos humanos, das crianças, jovens e mulheres, onde o direito ao ensino e ao conhecimento é algo de bem maior.

Este exemplo de MALALA, é, sim, uma expressão maior do FAZER PELA VIDA.

Sonho que possamos, no nosso dia a dia, saber honrar as acções exempla-res daqueles que, com as suas acções e procedimentos, nos indicam o cami-nho certo da acção ética e moral, que a sociedade reclama.

Com igual desejo, espero que, colectivamente, possamos desviar-nos daqueles que actuam num universo de oportunismo e que transpiram valores distantes do bem comum.

Se é sabido que se pode mudar e que a redenção pode ser atingida, também é certo que para tal é neces-sário expressar em actos, em acções, essa mudança. O silêncio e as omis-sões não são paliativos para a éti-ca, que nos falta. Mesmo a convic-ção liberal mais ideológica não justi-fica a ausência de um comportamento exemplar e uma transparência de pro-cedimentos. Passos Coelho tem muito a aprender. Nós, cidadãos, também, pelo menos a sermos exigentes com aqueles que escolhemos…

É tempo de FAZERMOS PELA VIDA, no bom sentido, claro.

O novo Presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, apre-sentou a sua equipa e o novo forma-to da próxima Comissão Europeia. ( toma posse no dia 1 de Novembro próximo).

Depois de a União Europeia ter atravessado um dos períodos da sua história em que mais foi posta à prova, um dos maiores desafios será conven-cer os cidadãos que as coisas podem mudar. Para que essa mudança se concretize, a Comissão tem de estar aberta a reformas. A nova Comis-são Europeia deverá concentrar-se em solucionar os grandes desafios polí-ticos que se colocam à Europa: rein-serir as pessoas no mercado de tra-balho com empregos dignos, desen-cadear novos investimentos, garantir que os bancos concedem novamen-te empréstimos à economia real, criar um mercado digital interconectado e uma política externa credível e garan-tir que a Europa é autónoma em ter-mos de segurança energética. A nova forma como a Comissão será estru-turada reflete estas Orientações Polí-ticas, com base nas quais Jean-Clau-de Juncker foi eleito pelo Parlamen-to Europeu.

Barroso, que nos últimos dez anos desconstruiu sistematicamente a União Europeia, concretamente o que de bem tinha feito Delors, vem no seu discurso de despedida veio dizer que nos seus 10 anos à frente da Comis-são Europeia muitas crises. Defendeu que apesar de dizerem que acredita na austeridade, sempre fez apelos para maior solidariedade entre os Estados e tentou promover o crescimento atra-vés do investimento público.

Destas crises que refere muitas foram criadas pelo próprio por incom-petência, indecisão e por fretes ao Estados Unidos da América.

Adepto feroz da contenção orça-mental como defende a Srª Merkel, de quem aliás foi pau mandado, foi com ela os responsáveis da lamentável crise em que nos encontramos . Auf Wiedersehen ! como ele teve o cui-dado de referir. Ficamos livres de um idiota que fez mais mal do que bem.

E teve ainda tempo para dizer que “ a que acção da Comissão que che-fiou – uma das organizações que com-punha a troika que atuou em vários países – optou durante o pico da cri-se pela “discrição”. “Não quis que a Comissão fizesse parte da cacofonia. Fizemos tudo com os instrumentos

que tínhamos para evitar a fragmen-tação do euro”, assegurou no plená-rio em frente aos eurodeputados que enfrentou pela última vez. Essa dis-crição, segundo o próprio, fez com que muitas vezes lançasse apelos dra-máticos a “algumas capitais” em nome da solidariedade e apelos aos países pobres para “mais contenção.”

Em discurso directo: “Eu sei que as politicas da UE têm sido apresentadas como apenas austeridade, mas isso é uma caricatura”, defendeu o Barro-so, culpando as tais capitais europeias por essa falta de vontade. “Pedimos aos estados que fizessem mais investi-mento. Se não houve, não foi por cau-sa da oposição da Comissão e do PE, mas sim de algumas capitais euro-peias”, repetiu durante o seu discur-so final.

De alguma forma explicou, estan-do de saída que foi indeciso, uqe foi incompetente e que nos deixou na penúria.

O Presidente Juncker que aí vem, e a quem deve dar-se , por agora, o benefí-cio da dúvida, até por declarações suas recentes, entrevistou todos os comis-sários indigitados pessoalmente e está convencido de que uma equipa forte e experiente pode, trabalhando em con-junto, apresentar resultados de forma mais eficaz, segundo afirma.

Jean-Claude Juncker declarou: «Nesta época sem precedentes, os cidadãos da Europa querem ver resul-tados. Após anos de dificuldades eco-nómicas e de reformas muitas vezes dolorosas, os europeus querem uma economia que funcione, empregos sustentáveis, mais proteção social, fronteiras mais seguras, segurança energética e oportunidades digitais. Apresento hoje a equipa que vai colo-car de novo a Europa na via do empre-go e do crescimento. Na nova Comis-são Europeia a forma obedece à fun-ção. Devemos estar abertos à mudan-ça; temos de mostrar que a Comissão pode mudar. O que vos apresento hoje é uma Comissão Europeia política, dinâmica e eficaz, orientada para dar um novo começo à Europa. Atribuí pastas a pessoas, não a países. Estou a colocar 27 jogadores em campo e cada um deles tem um papel específico a desempenhar – esta é a minha equi-pa vencedora.»

A ver como se sai, para nosso bem!

Fontes: Comissão europeia e página oficial do Presidente Juncker.

RICaRdO FReITaS

dirigente sindical

Fazer pela vida ...A Comissão Juncker

JOãO HeNRIqUe gONçaLVeS

advogado

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 desporto 25Desde 1952 perto do mar e dos madeirenseswww.clubenavaldofunchal.com

O Naval organiza, em duas semanas consecutivas, even-tos desportivos internacio-nais que promovem o mar da Madeira como destino de excelência para as ativida-des náuticas, principalmente durante as estações mais frias. Esta é uma missão que abra-çámos, desde há alguns anos a esta parte, com a convicção de que o mar que nos rodeia está cheio de oportunida-des, aos mais diversos níveis.

Assim, depois de medalha-dos olímpicos e campeões do Mundo e da Europa na cano-agem, teremos este sábado mais campeões, um pouco de todo o “Velho Continente”, a nadar nas nossas águas, nou-tra modalidade olímpica cuja prática está em franco cres-cimento. Estas duas iniciati-vas, ambas inéditas na nossa ilha, surgiram precisamente para colocá-la no mapa inter-nacional destas modalidades,

e pretendem assumir-se como cartaz desportivo-turístico no futuro, pois acreditamos num boa resposta dos participan-tes forasteiros às condições infraestruturais que encon-tram, quer em termos logís-ticos e, principalmente, natu-rais. Por outro lado, uma e outra modalidades são bem conhecidas dos madeirenses, pelo que pretende-se alavan-car a sua prática. Julgamos que faltam mais eventos de qualidade na Madeira para atrair os diferentes nichos de mercado ligados às ativida-des náuticas, desde o mergu-lho à vela, desde logo porque o turismo é a nossa princi-pal fonte económica e o mar a melhor e maior infraestrutu-ra que temos, disponível todo o ano e de fácil de manter. Aproveite o bom tempo pre-visto para amanhã e assista à Swim Marathon na Quin-ta Calaça.

Bom fim de semanaMAFAlDA FreItAs

presidente

Atualidade

Maratona pelo mar

Crónica

Do sonho à realidade em 2014

PU

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Com muito esforço, paciên-cia e trabalho, não esquecendo de agradecer aos sócios, cola-boradores, amigos e patroci-nadores, conseguimos entre todos ajudar o nosso veleja-dor e amigo Élvio Barradas.

O projeto, “Acção Qualida-de de Vida – Pratica Despor-tiva” promovido pela Asso-ciação Salvador possibilitou através de uma candidatura a aquisição de uma cadeira de rodas com características específicas (peso, material e estrutura) que vão permitir uma deslocação, mobilidade e autonomia essencial para o seu futuro, como atleta e como pessoa com deficiência.

Esta candidatura que se iniciou pelo treinador/profes-sor Pedro Correia coadjuva-do pela Drª Filipa Fragoeiro (Coordenadora. CAO Câma-ra de Lobos) e do Clube Naval do Funchal foi possível obter com sucesso o financiamen-to total. Agora aguardamos a entrega do equipamento e com ele realizar um evento de agradecimento, com data ain-da a agendar.

O SONHO CONTINUA…A continuidade do proje-

to “Vela para todos” promo-vido anualmente no CNF tem conseguido “sobreviver” com o apoio e recursos de várias enti-

dades e pessoas, destacando-se desde logo o Clube Naval do Funchal, a A.A.P.N.E.M. – Associação dos Amigos de Pes-soas com Necessidades Espe-ciais da Madeira e a S.R.E.C. – Secretaria Regional da Educa-ção e Cultura também com o papel especial na cedência dos transportes prestados aos atle-tas, pelos serviços de transpor-tes e motoristas, assim como com a colaboração do S.T.A.O. – Serviço Técnico de Ativida-des Ocupacionais na cedência do professor/treinador Pedro Correia do C.A.O.Funchal - Santo António.

Assim para a nova época é objectivo:

- A Integração de novos atletas, para aumentar a equipa/frota;

- A candidatura ao Mérito

em que ano se realizou a 1ª edição da regata canárias – madeira em barcos

de vela de cruzeiro, e quem venceu?

GAnHe uM VouCHer nAVAl

Desportivo – Desporto para todos do IPJD;

- Criar um portefolio, com experiências, de modo a fazer uma promoção nas escolas do Funchal;

- Alargar a visibilidade da equipa de Vela Adaptada, arranjando mais patrocínios aos atletas, ao CNF

- Participação com os atle-tas e embarcações no evento da Semana Regional da Pes-soa com Necessidades Espe-ciais, 2 a 12 dezembro 2014;

- Dar continuidade ao pro-jecto “ON TOUR” com saídas á Calheta e Machico, e ape-lar à participação de novas instituições

Esperamos puder contar com a vossa colaboração

PeDro CorreIAtreinador de vela adaptada do cnf

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desporto26 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

Benoit La Roux venceu a Madeira Ocean Race. O Cam-peão da Europa de Surfski não deixou os seus créditos em mãos alheias e comple-tou os 27 km, entre a Calhe-ta e o Funchal, no tempo de 2:05;09.20. O francês até começou mal a prova, pois logo na partida, na corrida até à sua embarcação, na praia, cortou-se num pé. «Tive azar! Doeu bastante, mas depois de ter entrado no barco e come-çado a pagaiar, esqueci a dor; quando estamos em competi-ção esquecemos tudo e con-centramo-nos no que temos a fazer», contou La Roux, mos-trando a pedrinha que lhe causou transtorno. «Foi uma corrida dura. Julgava que tinha começado bem, mas 10 minutos depois dei-me con-

ta que estava lento porque estava a ser ultrapassado, foi quando vi que tinha algo pre-so à embarcação que me esta-va a atrasar. Tive de sair do

barco para tirar o objeto, mas fi-lo muito depressa. Depois fui recuperando lugares, mas custou muito, só a uns 5 km da meta é que cheguei ao pri-

meiro lugar.»No 2.º lugar, a aproxima-

damente 1 minuto e 12 segun-dos do vencedor, classificou-se Walter Bouzan. O espa-nhol, Campeão do Mun-do de Maratonas por duas vezes, não estava insatisfei-to com a sua prestação. «Foi uma prova muito dura, esta-va calor e as condições não foram sempre iguais duran-te o percurso para poder sur-far. Mas foi muito bonita e competitiva. Um minuto de diferença numa distância des-tas não é nada, porque bas-tam 4 ondas que possas sur-far para recuperares esse tem-po», analisou.

Mafalda Freitas não escon-deu a sua satisfação pela for-ma como esta primeira edição da Madeira Ocean Race decor-

reu. «Foi uma aposta ganha e um desafio concretizado em organizar esta prova num curto espaço de tempo. Mais uma vez as pessoas acredita-ram num nosso projeto, tive-mos muitas entidades públi-cas e privadas que desde logo nos apoiaram, entre as quais a Câmara Municipal da Calhe-ta, que foi fundamental, bem como a VMT Madeira, que proporcionou um acompa-nhamento da prova em cata-maran por parte de cerca de 60 pessoas. Os participantes estão satisfeitos, não apenas com a organização mas tam-bém com as condições que encontraram na Madeira, por isso estamos orgulhosos e só queremos repetir», vincou a Presidente do Naval. l

CIrIlo BorGes

A Madeira Island Interna-tional Swim Marathon, que amanhã disputar-se-á na Quinta Calaça, reunirá cerca de 150 participantes, 66 dos quais forasteiros, entre por-tugueses, alemães, ingleses e franceses. Realce para a pre-sença das Seleções Nacionais de França e de Portugal, não só para participar na compe-tição como para realizar um

estágio. Em termos indivi-duais, destaque para o fran-cês Axel Reymond, Campeão da Europa dos 25 km, Vas-co Gaspar, melhor português da atualidade, 14.º classifica-do no Campeonato do Mun-do, o inglês Jack Burnell, 6.º classificado no Campeonato da Europa, Mário Bonança e Angélica André, Campeões Nacionais.

Mafalda Freitas revelou ambição. «O objetivo é que esta prova integre em 2015 a Liga Europeia de Natação de Águas Abertas», anunciou a Presidente do Naval, otimis-ta na boa resposta dos partici-pantes a esta primeira edição. «A distância olímpica é de 10 km e é nela que reside um nicho de mercado a explorar, dada a escassez de lugares

Madeira Island International Swim Marathon busca prestígio

Campeão da Europa foi o mais forte na Madeira Ocean Race

nadando para a liga europeia

la roux não deu hipótese

Benoit La Roux festejou a vitória na Madeira Ocean Race.

A apresentação da Madeira Island International Swim Marathon contou com a presença de Rui Anacleto, Diretor Regional da Juventude e Desporto, Dorita Mendonça, em representação da Direção Regional do Turismo, Duarte Oliveira, Chefe de Divisão do Desporto da CMF, Avelino Silva, Presidente da ANM, e João Pontes, Diretor da Liberty Seguros, para além de Mafalda Freitas, Presidente do Naval, Ivan Abreu e Carla Patrícia Telo, Coordenador e Madrinha do evento, respetivamente..

na Europa que possibilitem o treino com as condições que a Madeira oferece no inver-no, com uma temperatura da água e serviços de apoio, quer logísticos quer turísticos.»

Na verdade, a natação de águas abertas integra o programa olímpicos desde Pequim 2008. Esta variante remonta às origens da nata-ção, quando não havia pis-cinas, destacando-se a nível internacional a travessia ao Canal da Mancha. «Preten-demos fazer crescer esta pro-va e naturalmente o número de praticantes desta variante na ilha. Afinal, a infraestrutu-ra desportiva está disponível todo o ano e é gratuita», com-pletou Mafalda Freitas.

Dorita Mendonça enalte-ceu o alcance da iniciativa do Naval. «Já chamámos a aten-ção de atletas internacionais para este evento e esperemos que esta seja a primeira de muitas edições. Para o Turis-mo da Madeira este é daque-les eventos que gostamos de apoiar, porque promove a Região como um destino ati-vo e aproveita dois grandes fatores, que temos cada vez mais de valorizar, o mar e o clima», argumentou a Direto-ra de Promoção Turística.

Rui Anacleto elogiou a ati-tude do Naval. «Nota-se que há aqui um grande entusias-mo no que respeita ao papel que um clube deve desempe-

nhar. Este evento trará pro-moção turística, tem qualida-de e deve merecer um apoio de qualidade, pois trará retor-no à Madeira. Reúne todas as condições para ser encarada com prioridade pela DRJD», relevou o Diretor Regional.

A competição realizar-se-á sábado, na Quinta Calaça, a partir das 9h15, hora de par-tida para a prova de 5 km. Seguir-se-ão as provas de 5 km Masters (9h20), 1.500 metros (11h30) e 10 km (14h30). A entrega de prémios está agen-dada para as 18h30 e prece-derá o jantar de encerramen-to. Nota para o “prize-money” da prova de 10 km: 300 euros para o vencedor, 200 e 100 euros para os 2.º e 3.º classi-ficados, respetivamente.

Esta primeira prova de âmbito internacional de águas abertas na Madeira, é organi-zado pelo Naval em conjun-to com a FPN e ANM, com os apoios do Turismo da Madei-ra, Liberty Seguros e do Hotel Baía Azul, bem como par-cerias institucionais com a DRJD, Câmara Municipal do Funchal, Marinha Portugue-sa, IPJD e Portos da Madeira. AquaLoja, AL Comunicação, ECM, Desenquadrado, Gesba – Bananas da Madeira, Vinho Pereiras d’Oliveira, Auto-Jar-dim, Avasad, Insular e Yellow Bus foram outras empresas que acreditaram neste pro-jeto. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 opinião 27

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edUaRdO LUÍS

Reflexologo e presidente Ordem Mundial de [email protected]

É o nome moderno do antigo conhecimento de como tratar doenças e melhorar a saúde pelo uso de ingredien-tes aromáticos naturais. Essas substâncias, chamadas óleos essenciais, encontram-se em ervas, plantas, frutos e na cas-ca, raiz ou resina e diversas arvores.

Os óleos essenciais dão o aroma a planta mas contém também dezenas de subs-

tâncias químicas complexas, que parecem ser eficazes para tudo, desde embelezar a pele ou acelerar a cura, até fazer-nos adormecer ou atenuar uma enxaqueca.

Os óleos essenciais são tão mágicos e complexos, que ninguém realmente sabe o que eles são. Os românticos e os entusiastas dizem que são a força vital da planta, equiva-lente ao espírito humano.

Certos investigadores afir-mam serem os óleos essen-ciais uma mistura de com-

Aromaterapia na reflexologia

ponentes orgânicos como acetonas, terpenos, ésteres, álcoois e centenas de outras moléculas.

Casos práticos que podemos sentir e ver os resultados.

Inalação de óleos essenciais é uma das melhores maneiras de tratar a tosse e resfriados. Devemos deitar gotas de óleo numa tigela de água a fer-ver, cobre-se a cabeça com uma toalha debruçamo-nos sobre o vapor, aspirando pro-fundamente durante alguns minutos.

Depressão- os melhores óleos são: alfazema, ilangue-ilangue (relaxam e levantam o animo), jasmim, bergamo-ta (dão energia e levantam o animo) incenso (reforça a autoconfiança), mirra afasta a (depressão)

Dores nas costas- Devemos usar os óleos: cânfora, euca-lipto, manjerona, pinheiro, alecrim, tomilho (relaxantes musculares)

Joanetes- Devemos ter atenção aos sapatos aperta-dos. Os melhores óleos são: hortelã-pimenta (refrescan-te, calmante), cipreste (anti-inflamatório), limão (estimu-lante da circulação).

Má circulação- Devemos usar os seguintes óleos: horte-lã-pimenta, alecrim, ilangue-ilangue

Pé-de-atleta - Os melhores óleos são: alfazema, erva-li-mão, bétula (anti-inflamató-rio, calmante)

Para pés doridos- 3 gotas de eucalipto e 2 gotas de camomila

Para músculos tensos-5 gotas de pinheiro, 7 de alfaze-ma e 3 de eucalipto em 60ml de óleo de amêndoas doces.

Para relaxamento dos pés- 5 gotas de óleo essen-cial em 30 ml de óleo base (amêndoas)

Para pés frios e má circu-lação- 3 gotas de eucalipto e 3 gotas de gengibre em 30 ml de azeite

Para calosidades e pele áspera-3 gotas de alfazema e 3 de sândalo em 30 ml de azeite

Para pé-de-atleta, verrugas e calos – 3 gotas de limão e 4 de salsaparrilha australiana em 30 ml de azeite

Para dar energia – 2 gotas de hortelã-pimenta, de ale-crim e de erva-limão em 60ml de óleo de amêndoas doces

Suor excessivo nos pés –

6 gotas de erva – limão ou 4 gotas de bergamota

Queimaduras – devem usar alfazema (calmante, curativo, e anti-sépticos) ou camomila que é (curativo)

Para insónias- 2 gotas de ilangue-ilangue ou alfazema ou 3 gotas de camomila

Retenção de líquidos- ale-crim, (diurético), cipreste (ali-via o edema pré-menstrual)

Reumatismo- deve usar os óleos que façam reduzir a inflamação, relaxar os tecidos e aquecer os músculos, então devemos usar alfazema, ale-crim, zimbro, cipreste, euca-lipto ou lima

Os melhores óleos bases são: óleo de amêndoas, (para peles normais, inchadas ou sensíveis), azeite para (peles rugosas), amendoim (para peles secas), óleo de gérmen de trigo (para cicatrizes).

Para mais informações ligue para o Centro Reflexo-logia da Madeira .

Boas caminhadas e não ponha seus pés por mãos alheias.

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sociedade28 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014P

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O PNR Madeira defende que “é necessário mais e melhor promoção ao Turismo Rural”

CARTÓRIO NOTARIAL DE SUSANA LOPES TEIXEIRA

Av. Nova Cidade, nº 19 – r/c9.300 – 113 – CÂMARA DE LOBOS

Telef. 291 942 116 – Fax 291 941 629E-mail: [email protected]

(publicado no Tribuna da Madeira a 24-10-2014)Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 11 do Livro de

notas para escrituras diversas número 94-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual, AGOSTINHO AGUIAR FERNANDES, NIF 139 073 841 e mulher BENVINDA DOS ANJOS PEREIRA DE ABREU AGUIAR, NIF 135 360 595, casados sob o regime da comunhão de bens adquiridos, ambos naturais da freguesia da Quinta Grande, concelho de Câmara de Lobos, onde residem no Caminho do Areeiro, número 8, se afirmam donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, dos dois prédios rústicos, ambos localizados no Sítio da Igreja, freguesia da Quinta Grande, concelho de Câmara de Lobos, a saber:

I) – um com a área de duzentos e quarenta e sete metros quadrados, composto por cultura arvense de regadio, a confrontar pelo Norte com Estrada Professora Alice, Sul com os ora justificantes Agostinho Aguiar Fernandes e mulher Benvinda Dos Anjos Pereira De Abreu Aguiar, Leste com João Zacarias Rodrigues e Oeste com Francisco Rodrigues, inscrito na matriz cadastral respectiva sob o artigo 22/000 da Secção “MM”, e descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o número oitocentos e dois – da freguesia da Quinta Grande, onde se acha registada a aquisição favor de João Gonçalves Ponte e mulher Celina de Andrade, casados sob o regime da comunhão geral de bens e residentes no dito Sítio da Igreja pela apresentação vinte e nove de mil novecentos e noventa e oito barra zero três barra treze.

II) - outro com a área de cento e trinta e cinco metros quadrados, composto por cultura arvense de regadio, a confrontar pelo Norte com Francisco Rodrigues, Sul, Leste e Oeste com os ora justificantes Agostinho Aguiar Fernandes e mulher Benvinda Dos Anjos Pereira De Abreu Aguiar, inscrito na matriz cadastral respectiva sob o artigo 23/000 da Secção “MM”, prédio que não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos.

Declararam ainda que, para os efeitos previstos no artigo 112.º número 3, do Código do Registo Predial, o prédio acabado de identificar em II), não tem qualquer relação, por não ser o mesmo, com o prédio semelhante descrito na Conservatória do Registo Predial de Câmara de Lobos sob o número quarenta e dois mil trezentos e sessenta e seis, a folhas cento e dezasseis do Livro B – Cento e Vinte e Dois, da freguesia da Quinta Grande.

Que os primeiros outorgantes, ora justificantes, adquiriram os prédios atrás identificados, no ano de mil novecentos e noventa e três, já no estado de casados, por compra verbal não titulada, feita a José Fernandes de Freitas e mulher Leonor de Jesus Rodrigues, casados sob o regime da comunhão geral de bens e residentes em Barutas, Caracas, Venezuela.

Que os justificantes estão na posse dos identificados prédios, em nome próprio, há mais de vinte anos, posse esta pública, pacífica e de boa fé, exercida contínua e ininterruptamente à vista de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um proprietário, cultivando-os e colhendo os respectivos frutos.

Adquiriram, assim, os justificantes, a propriedade dos identificados prédios a título originário – por usucapião.

Está conforme o original aqui narrado por extracto.Câmara de Lobos, nove de Outubro de dois mil e catorze.

P’la NOTÁRIA,(Gilda Carvalho da Silva Nunes – autorização datada de 05/02/2014, válida até 05/02/2015,

inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/12).

CARTÓRIO NOTARIAL A CARGO DE SUSANA LOPES TEIXEIRA,

(Notária em Substituição, por Deliberação da Ordem dos Notários),SITO NAS RUA JOÃO TAVIRA E RUA DA QUEIMADA DE BAIXO, NÚMERO 4, FUNCHAL

TELEF. 291 639 600 – FAX 291 639 607E-mail: [email protected]

(publicado no Tribuna da Madeira a 24-10-2014)Certifico, para fins de publicação que por escritura outorgada hoje, a folhas 32

do Livro de Notas número 14-A, deste Cartório, se encontra exarada uma escritura de Justificação Notarial, na qual José Avelino Rodrigues Betencourt, NIF 103 968 881, natural da freguesia de São Martinho, concelho do Funchal e mulher Irene Ferreira de Araújo Betencourt, NIF 183 405 099, natural da freguesia e concelho de Santa Cruz, onde residem na Estrada dos Moinhos, 55, casados no regime da comunhão geral, se afirmam donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrem, do prédio rústico, terra e benfeitorias, composto de pastagem artificial permanente, e de cultura arvense de sequeiro, com a área de setecentos e quarenta metros quadrados, ao sítio da Lombada, freguesia de São Martinho, concelho do Funchal, a confrontar pelo Norte com Avelino Rodrigues, Sul com a Levada dos Piornais, Leste com Aurélio Pereira Afonseca e Oeste com Herdeiros de Adelaide Jesus Freitas, inscrito na matriz cadastral sob o 3/006 da Secção “V” prédio que não se encontra descrito na Conservatória do Registo Predial do Funchal. Declararam para os efeitos previstos no artigo 112º. número 4, do Código do Registo Predial, que o prédio acabado de identificar, não tem qualquer relação, por não ser o mesmo, com os prédios semelhantes descritos na Conservatória do Registo Predial do Funchal, sob o número dezoito mil novecentos e quarenta e cinco a folhas cento e trinta e nove do Livro B-cinquenta – freguesia de São Martinho, e cento e três a folhas duzentos e oito verso do Livro B-primeiro da extinta do concelho.

Que os justificantes adquiriram o referido prédio, através da doação meramente verbal, feita no ano de mil novecentos e noventa, feita pelos pais do justificante marido, Manuel Rodrigues Bettencourt e mulher Maria Rodrigues, casados no regime da comunhão geral e residentes que foram ao dito sítio da Lombada.

Que os justificantes estão, assim, na posse do identificado prédio, em nome próprio desde o referido ano posse esta pública, pacífica e de boa fé, contínua e ininterruptamente, à vista de todos, exteriorizando o exercício dos poderes próprios de um proprietário e cultivando e colhendo os respectivos frutos.

Adquiriram, assim, os justificantes, a propriedade do identificado prédio a título originário – por usucapião.

Está conforme o original aqui narrado por extracto.Funchal, vinte e um de Outubro de dois mil e catorze.

P’la NOTÁRIA, (Zélia Fernandes Gomes – inscrita na Ordem dos Notários sob o n.º 301/08).

Segundo dados da Direc-ção Regional de Estatística, 70 por cento da oferta em Turismo Rural na RAM, con-tinua por preencher e não tem qualquer tipo de procura.

Na opinião do PNR Madei-ra “esta é uma falha imper-doável da secretaria regio-nal do Turismo e Transpor-tes, que não tem feito nada para impulsionar o turis-mo rural e a costa norte da Madeira”.

Fábio Henriques defen-de: “Nas feiras internacionais que tanto Conceição Estudan-te apregoa, não é feito qual-quer tipo de promoção ao nosso turismo rural, nem é feita qualquer acção no sen-tido de mostrar as riquezas que a nossa grande área rural

pode oferecer ao visitante. Nomeadamente o clima ame-no, as paisagens deslumbran-tes, as levadas, a segurança, os produtos tradicionais des-tas zonas rurais, bem como demonstrar a qualidade dos estabelecimentos rurais, que na opinião do nosso partido são de primeira linha.”

Continua: “O Governo Regional tem, de uma vez por todas, de deixar de ostraci-zar as zonas rurais e os seus empresários, porque só com uma atitude activa pode-se construir um mercado fantás-tico de turismo rural, e assim também aumentar o empre-go nestas zonas, evitando ao mesmo tempo a saída dos mais jovens destas zonas.”

Apontou ainda: “Com

uma aposta firme de promo-ção deste género de turis-mo, nomeadamente com pro-moção nas feiras internacio-nais, nas feiras no continen-te e com uma aposta firme em incentivos de constitui-ção de novas unidades deste género, pode-se criar também toda uma envoltura que per-mita também a abertura e a manutenção do comércio tra-dicional e da restauração nes-tas zonas.”

O PNR Madeira é da opi-nião que “com este ostracis-mo do Governo e mesmo das Câmaras destas zonas, se está a desperdiçar um mercado que pode ser mesmo a marca de diferença da Madeira em relação a outros destinos de férias”. l SS

turismo rural na rAM com pouca procura

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 opinião 29

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PaULa BeLBUT

deputada Municipal do PaN na assembleia Municipal do Funchal

Director:Edgar R. de Aguiar

Redacção: Fabíola Sousa, Juan Andrade Ricardo Soares e Sara Silvino

Fotografia: Fábio Marques (Madeira),Diana Sousa Aguiar (Lisboa)

Economia:Juan Andrade

Secretariado de Redacção:Dulce Sá

Colunistas: António Cruz, Celso Neto, Constantino Palma, Ferreira Neto, Francisco OliveiraGregório Gouveia,Helena Rebelo, Humberto Silva,Idalina Perestrelo, Joana Homem Costa, José Carvalho, José Mascarenhas, Luísa Antunes, Pinto Baptista, Raquel Coelho,Ricardo Freitas, Teresa Brazãoe Rui Almeida

Paginaçãoe tratamento de imagem:Miguel Mão Cheia, Miguel Reis

Departamento Comercial:Hernani Valente

Departamento Financeiro:Clara Vieira

Redacção, montagem, impressãoe distribuição: O. L. C., Limitada

Morada: Parque Empresarial Zona Oeste PEZO, Lote n.º 6

Empresa proprietária: O. L. C. - Audiovisuais, TV, Multimédia, Jornais e Revistas, Lda. Contr. n.º 509865720 Matriculada na Conservatória do Registo Comercial da Ponta Delgada, com o n.º 04795/92Sociedade por quotas com o capital social de € 100.000,00Sócio-gerente com mais de 10% do capital – H.S.S.A. - UnipessoalRedacção e Paginação:Telef.: 291 911400 e 291 911300 – Fax: 291 911409E-mail: [email protected]://www.tribunadamadeira.ptSede:Edifício Sol-Mar, sala 303, Ponta DelgadaTelef: 291 911400/300 – Fax: 291 911409E-mail: [email protected] Empresarial Zona Oeste – PEZO, Lote n.º 69300 Câmara de Lobos – Madeira – Portugal

9300 Câmara de Lobos Madeira - Portugal Telef.: 291 911300 e 291 911301 Fax: 291 911309 E-mail: [email protected]

Registo no ICS N.º 123416Empresa jornalística N.º 220639Depósito legal N.º 142679/99INPI N.º 4354 N 9909Tiragem: 11.000 exemplares

uma (v)ida à volta do mundo... ?

O TRIBUNA não é apenas feito para si, também é feito por si. Envie-nos sugestões, informações, comentários,

fotografias e as suas opiniões para o e-mail:

[email protected]

O Adelino tem 55 anos e é de Setúbal. A primeira coi-sa que me chamou a atenção, foi a sua bicicleta (reconheci aquele meio de transporte de qualquer lado...?) e de ime-diato, os meus olhos procura-ram o dono de tão

engraçado objecto, apare-lhado de tudo e mais algu-ma coisa. Depois, deparei-me com uma banca cheia de recortes de jornal, entrevis-tas suas, mapas com trajectos percorridos, fotografias...

Este homem, é um glo-bo-trotter e já há vinte e nove anos que vagueia por todos os continentes: Amé-rica (Estados Unidos, Chi-le e Brasil), África (Sene-gal, Guiné-Bissau), Euro-pa e agora, desde Dezembro

que está no Funchal.Querem saber mais? O Ade-

lino partiu no dia 7 de Outu-bro de 2003 de Portugal para fazer a volta da Europa de bici-cleta, e assim entrar no Livro do Guinness: em 11 anos, já vai na terceira volta ao con-tinente - tem 67.000 Km nas pernas, o homenzinho!

...Tinha tantas perguntas para lhe fazer, mas percebi que não tenho jeito nenhum para entrevistadora...reagia com demasiada emoção ao que me contava...!!

Bem, mas lá me contou que, para além do orgulho de bater um recorde, o que o atraíu nesta opção de vida, foi também a aventura de viajar solitário.

A vida não é fácil, mas

é o preço da sua liberda-de. Para se poder alimentar, o Adelino faz pequenos tra-balhos (vindimas, constru-ção, pesca, etc.) pelos locais por onde vai passando; as compras, fá-las nos hiper-mercados, gastando entre 5€ a 10€/diários. Dorme nos estacionamentos, nas flores-tas, nas praias. Faz entre 40 e 120 Km por dia sobre a sua pesada bicicleta, variando de acordo com a sua condição física e a meteorologia.

Para se poder lavar e apro-veitar “bonitas paisagens”, o Adelino tem o cuidado de escolher percursos que con-tornem as costas dos países que atravessa.

Amontoados na sua bicicle-ta tem peluches, tachos, rou-pas, pequenas recordações que vai acumulando e a ban-deira da RAM, de Portugal e da Europa!! Já atravessou 24 países da União Europeia e dos que mais gostou foram: a Finlândia e a Noruega, pela “generosidade e os apertos de mão” da população.

Tal como eu, as pessoas querem saber tudo e o Ade-lino fala muito com os resi-dentes: um enriquecimento pessoal para ele. “As pesso-as são muito curiosas e falam facilmente”.

Claro que nem sempre as coisas lhe correm bem, con-ta: - “...já parti uma perna enquanto pescava, no Sene-gal; muitas vezes sou tratado como um marginal...é neces-sário sofrer ligeiramente, se não, é como um passeio!...”

Para ele, o importante foi ter podido fazer uma verda-deira “escolha de vida”, que assume, mesmo quando, por vezes se lamenta das dificul-dades no dia a dia...

E por fim, e a seu pedi-do, se algum amigo meu, ou amigo de amigo, ou amigo de amigo de amigo, tiver uma embarcação e puder dar uma boleia ao Adelino e à sua bici-cleta para qualquer continen-te, ele ficar-me-á eternamen-te grato...tanto quanto o bem que me fez ter-me cruzado com este personagem! l

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frases30 TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

“O meu objetivo passa por continuar

a evoluir, pois quero ser um dos melhores do Mundo”Cédric Soares, futebolista do Sporting - Record

“Isso não tem nada a ver com a fiscalidade verde, eles querem é ir buscar mais dinheiro”

José Sócrates, comentador – RTP1

“É um orçamento que oferece esperança, mas com

responsabilidade”Poiares Maduro, ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional – RTP

“O Governo deveria ter confrontado o país com um programa agressivo sim, mas de redução da

despesa pública logo em 2012”Eduardo Catroga, economista – Diário Económico

“O país ganha pouco, e até pode perder muito, em ter grandes debates sobre a questão

da dívida pública, mas concordo que o Parlamento é o sítio adequado para que discussões dessas possam realizar-se”Pedro Passos Coelho, Primeiro Ministro – Diário Económico

“Acha normal um primeiro-ministro esconder do

vice uma solução fundamental?”Marcelo Rebelo de Sousa, comentador – TVI

“Se não se tivesse feito [dívida pública], as condições da

Madeira seriam outras, muito piores, ninguém ia investir por nós. A História demonstrou que ninguém veio resolver os nossos problemas”Alberto João Jardim, Presidente do Governo Regional – Agência Lusa

“Se Portugal tivesse como primeiro-ministro o dr. António Costa, o vosso sector [turismo]

teria de viver com taxas de dormidas que iriam custar €120 milhões por ano aos empresários turísticos - que lhes fazem muita falta para gerar riqueza e emprego.”António Pires de Lima, ministro da Economia – Expresso

“Messi tem grande experiência, é o melhor jogador do mundo e vai

continuar a sê-lo, mas quando o treinador diz alguma coisa, o jogador tem sempre de ouvir”De Boer, treinador Ajax – A bola

“Messi é melhor do que Cristiano

Ronaldo”Luis Suarez, futebolista do Barcelona – Goal.com

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014 opinião 31

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Maus tratos a animais punidos com pena de prisão

Sociedade de Advogados, RL

dRa. HeLeNa SOUSa agUIaR

advogada, área de actuação: advogada, Área de actuação: direito fiscal e imobiliárioe-mail: [email protected]

Entrou em vigor no pas-sado dia 1 de Outubro uma alteração ao Código Penal que criminaliza os maus tra-tos a animais de companhia.

Quer isto dizer que pode-rão enfrentar pena de prisão efectiva até 1 ano ou pena de multa até 120 dias, aquele que «sem motivo legítimo, infligir dor, sofrimento ou quaisquer outros maus tra-tos físicos a um animal de companhia», caso resulte dos maus tratos a «morte do ani-mal, privação de importante órgão ou membro ou afecta-ção grave e permanente da sua capacidade de locomo-ção» a pena poderá chegar aos 2 anos de prisão ou pena de multa até 240 dias.

Já no que diz respeito ao abandono de animais de companhia, essa brutalidade que ocorre com maior fre-quência no período de Verão, quando os «donos» vão de

férias e decidem ao invés de deixar o animal de estimação a cuidado de terceiros, aban-doná-lo, passará este facto a poder dar origem a pena de prisão, pena esta que poderá ir até aos 6 meses ou pena de multa até 60 dias.

Caso testemunhe alguma das situações mencionadas, deverá apresentar queixa junto da PSP, chamando as autoridades ao local, caso a situação revista urgência. Cabe por sua vez à PSP diri-gir-se ao local, avaliando a situação de forma a impedir que seja levado a cabo qual-quer acto de violência, negli-gência ou abuso de animais, identificando os respectivos autores destas infracções, levantando o auto referente a esses casos. Deverão de seguida remetê-lo para o Ministério Público, que pro-cederá de acordo com o dis-posto na lei.

As associações zoófilas legalmente constituídas têm de igual forma direito de par-ticipação procedimental e de acção popular, direito este que se traduz na legitimi-dade para requerer a todas as autoridades e tribunais as medidas preventivas e urgen-tes que se mostrem necessá-rias e adequadas para evitar violações em curso ou imi-nentes. Beneficiam de igual forma da dispensa de paga-mento de custas e taxa de justiça, podendo constituir-se como assistentes em todos os processos relacionados com este tipo de abuso.

Nos termos da lei, cum-pre de igual forma referir que por animal de compa-nhia entende-se «qualquer animal detido ou destinado a ser detido por seres huma-nos, designadamente no seu lar, para seu entretenimen-

to e companhia». Não estão pois abrangidos no conceito legal os animais utilizados para fins de exploração agrí-cola, pecuniária ou agroin-dustrial.

Neste ponto é de salien-tar que as associações de animais têm demonstrado alguma apreensão quanto ao facto de esta lei ser ape-nas aplicável aos animais de companhia e não à generali-dade de animais.

É importante que o Minis-tério Público não conside-re esta questão um assunto menor, retirando as neces-sárias consequências, para aqueles que infrinjam a lei.

Está na hora de punir aqueles que reiteradamente abusam dos animais e que atentam contra os «melhores amigos do homem», sejam eles cães, gatos ou outros animais de companhia.

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“Coar mosquitos e engolir camelos”

Hoje em dia todos se pre-ocupam com os custos da democracia. Preocupam-se com os custos da Assembleia, com o número de deputados, com as subvenções atribuí-das aos partidos. De facto, é

uma preocupação legítima já que 5 milhões de euros numa terra paupérrima é um valor claramente excessivo. Por outro lado, esquecem-se que a maior parte desse dinhei-ro é utilizado para supor-tar as grandes campanhas do PSD, para pagar os comí-cios, os artistas como Tony Carreira e Quim Barreiros, os milhares de jantares ofe-recidos, os outdoors gigan-tes, os brindes oferecidos às pessoas. No entanto, quando esse dinheiro está a ser des-terrado parece que ninguém se preocupa com isso, senão vejamos só a quantidade de pessoas que vão ao Chão da Lagoa, aos jantares e comí-cios do PSD!

Na verdade, se a popula-

ção estivesse preocupada com estes gastos, não apoiava, não comparecia, nem aceita-va nada que proviesse desse dinheiro. Aparentemente, são contra estes gastos, mas no momento de protestar não só não recusam como ainda exi-gem mais - ai do partido que na campanha não tenha nada para oferecer!

Inconscientemente, as pes-soas acabam por ser coniven-tes e beneficiar com um siste-ma que semanas depois vão repudiar e apontar o dedo.

Contudo, existem gastos bem maiores e escandalosos que a opinião pública pare-ce se esquecer. O jackpot da Assembleia, representa uma agulha no palheiro comparan-do com desbarato de dinhei-

ros público das rendas da Via Expresso e da Via Litoral no valor de 900 milhões de euros e que, até final do contrato, teremos ainda que pagar mais 1700 milhões euros; a dívi-da de 300 milhões euros da Via Madeira; os milhões gas-tos em infraestruturas faraó-nicas e completamente inú-teis; a dívida das sociedades de desenvolvimentos e os res-petivos contratos swaps tóxi-cos e estes são só alguns dos exemplos. Estas referências servem para demonstrar que as pessoas preocupam-se mais com o acessório do que propriamente com o que nos levou à ruina.

É caso para dizer que “coam um mosquito para engolir um camelo”. l

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TRIBUNA DA MADEIRA Sexta-feira, 24 de Outubro de 2014

Períodos de céu muito nublado com abertas.

Vento em geral fraco.

Previsão para hoje

RaqUeL COeLHO

deputada do PTP

24º19º

lenços cor-de-rosa unem homens e mulheres na luta contra o cancro da mama De 27 a 31 de outubro, várias figuras públicas colocarão um lenço rosa como sinal de apoio e solidariedade para com as mulheres

A Europa Donna Portugal - mem-bro da Coliga-ção Europeia Contra o Cancro

da Mama e que desenvolve a sua atividade através da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) – desafia os homens portugueses a colocarem um lenço cor-de-rosa na cabe-ça, real ou virtual, durante a semana de 27 a 31 de outu-bro, como forma de assina-lar o Dia Nacional de Pre-venção do Cancro da Mama, que se comemora anualmen-te a 30 de outubro.

Com a iniciativa “Len-ço na Cabeça também é de Homem”, a organização pre-tende promover um Movi-mento nacional que mostre a solidariedade dos homens com as mulheres que sofrem de cancro da mama.

Sob o mote “Len-ço na Cabeça também é de Homem”, a iniciativa será promovida no online, atra-

vés de uma aplicação que permite criar um avatar para as fotografias de perfil das páginas de Facebook, e com ações de rua, que incluem a distribuição de lenços cor-de-rosa aos homens portu-gueses para que respondam ao repto lançado pela Euro-pa Donna Portugal.

Os homens portugueses serão, desta forma, desafia-

dos a colocar o lenço cor-de-rosa e a alterar a sua imagem de perfil na rede social em sinal de solidariedade para com as mulheres.

Ao aceitar este desafio, estarão a promover uma cor-rente nacional de apoio à causa e a chamar a aten-ção de autoridades locais e nacionais, bem como de ins-tituições da União Europeia,

para a necessidade de dar mais atenção a este tema.Com esta iniciativa simbó-lica, a Europa Donna, atra-vés da LPCC, pretende posi-cionar o cancro da mama como uma doença de toda a sociedade e não apenas das mulheres.

Esta campanha vai con-tar com o apoio de algumas figuras públicas. l

Hora muda no domingo

Nos termos do Decre-to Legislativo Regional n.o 6/96/M, a Hora Legal da Região Autónoma da Madei-ra deverá ser atrasada de 60 minutos às 02.00 horas do próximo domingo, dia 26 de Outubro de 2014. Assim, às 2 horas de tempo legal (1 hora UTC) do dia 26 de

Outubro, os relógios serão atrasados 60 minutos, pas-sando a vigorar a Hora Legal de Inverno.

Faleceu Gregório Figueira fundador dos «Amigos de Peixe»

O fundador e presidente do grupo «Amigos de Peixe» Gregório Arlindo Figueira de Faria faleceu, no passado dia 20, aos 84 anos de idade.

Gregório Figueira distin-guiu-se como empresário e defensor da dinamização da economia em Câmara de Lobos.

Exerceu o cargo de Presi-dente da Comissão Adminis-trativa da Câmara Municipal de Câmara de Lobos entre 9 de outubro de 1974 e 29 de abril de 1975.

Foi o responsável pelo sur-gimento do grupo «Amigos de Peixe», a 12 de dezembro de 1997, instituição sedia-da no Concelho, onde parti-cipava com assiduidade nos convívios.

O Tribuna da Madei-ra apresenta condolências à família.