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Panorama do Antigo Testamento I- BI-160 A

Português Dr. Eddie Ildefonso

Leitura # 16

JUÌZES

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JUÍZES

JUÍZES No final de Josué, as tribos de Israel estavam na terra que Yahvéh havia prometido aos patriarcas. Eles haviam submetido a alguns dos inimigos, mas não todos. Finalmente se tornaram uma nação governada por um rei, mas deveriam passar 200 anos ou mais. O intervalo durante o qual as tribos começaram a aprender a viver juntas e a enfrentar os desafios de viver com as cidades cananéias em seu meio e nações fronteiriças hostis, foi chamado de “período dos juízes”. A história é relatada no Livro de Juízes.

Depois de uma seção introdutória (Juízes 1) que apresenta um breve resumo da conquista de Canaã e identifica as partes que ainda deveriam ser conquistadas, 1 A história recomeça de onde parou em Josué

Juízes 2:6-12 E havendo Josué despedido o povo foram-se os filhos de Israel, cada um à sua herança, para possuírem a terra. E serviu o povo ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram depois de Josué, e viram toda aquela grande obra do Senhor, que fizera a Israel. Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos; E sepultaram-no no termo da sua herança, em Timnate-Heres, no monte de Efraim, para o norte do monte de Gaás. E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel. Então fizeram os filhos de Israel o que era mau aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins. E deixaram ao Senhor Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor deles, e adoraram a eles; e provocaram

O problema central é revelado imediatamente: os israelitas abandonam a Yahvéh e se tornam aos deuses do Canaã.

PANORAMA DO ANTIGO TESTAMENTO



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CONCEITO CENTRAL

Se for aceita ou não a definição da "história deuteronomista" não tem importância aqui. O importante a notar que certo conceito da história estava se desenvolvendo no Antigo Testamento. De acordo com este conceito, tudo o que acontecia com Israel estava inter-relacionado e especificamente relacionado com os atos de Yahvéh. Este ponto de vista da história é claramente visível no Livro de Juízes.

Yahvéh prova a lsrael. As palavras de Juízes 2:6–12 proporcionam uma base para o livro:

“E havendo Josué despedido o povo foram-se os filhos de Israel, cada um à sua herança, para possuírem a terra. E serviu o povo ao Senhor todos os dias de Josué, e todos os dias dos anciãos que ainda sobreviveram depois de Josué, e viram toda aquela grande obra do Senhor, que fizera a Israel. Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, com a idade de cento e dez anos; E sepultaram-no no termo da sua herança, em Timnate-Heres, no monte de Efraim, para o norte do monte de Gaás. E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que não conhecia ao Senhor, nem tampouco a obra que ele fizera a Israel. Então fizeram os filhos de Israel o que era mau aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins. E deixaram ao Senhor Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses dos povos, que havia ao redor deles, e adoraram a eles; e provocaram”

Restam alguns detalhes, como por que deixaram os enclaves cananeus, o papel desempenhado às nações vizinhas nas relações de Yahvéh com Israel e o conceito de "juiz" que aparece de vez em quando.

A razão pela qual os cananeus foram deixados na terra surge em poucas palavras. Yahvéh tirou o seu

povo do Egito para cumprir o pacto que havia feito com eles. Parte deste pacto expressa o "anjo do Senhor” em Boquim: “E, quanto a vós, não fareis acordo com os moradores desta terra, antes derrubareis os seus altares...” (Juízes 2:2); mas Israel tinha desobedecido o Senhor.

Uma leitura de Josué pode dar a impressão de que os israelitas "consagraram" todas as cidades e

destruíram todos os altares pagãos. A história da conquista coloca a ênfase sobre essa parte. Mas aqui se observa que muitas cidades não tinham sido conquistadas e muitos altares ainda estavam de pé.



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E o anjo do Senhor continua: “Não os expulsarei de diante de vós...” (Juízes 2:3), e mais adiante:

“Estas, pois, são as nações que o SENHOR deixou ficar, para por elas provar a Israel...” (Juízes3:1). Juízes 2:3 Assim também eu disse: Não os expulsarei de diante de vós; antes estarão como espinhos nas vossas ilhargas, e os seus deuses vos serão por laço. Juízes 3:1 Estas, pois, são as nações que o SENHOR deixou ficar, para por elas provar a Israel, a saber, a todos os que não sabiam de todas as guerras de Canaã.

Em outras palavras, a desobediência dos filhos de Israel tornou-se o meio pelo qual Deus iria levar a

uma compreensão mais profunda de sua relação com Israel. A prova demonstraria claramente as duas facetas da verdade: que Yahvéh é fiel ao pacto, embora os israelitas não sejam e, quando eles vêm para ele, os salva.

O que é um "juiz"? O livro tem o nome das onze ou doze pessoas que "julgaram" Israel. Depois de ler a história da

promulgação da lei no Sinai e associar a lei de Yahvéh com o povo israelita, é provável concluir que os juízes foram nomeados funcionários para submeter o juízo às pessoas por violar a lei.

O termo "juiz", muitas vezes leva a uma confusão, porque, exceto em casos raros, ele não se encaixa

em tudo para o conceito moderno de juiz. Geralmente não presidiam o tribunal e sua principal função não era de receber queixas ou presidir julgamentos. Os mais velhos ou chefes de família cumpriam esta função na esfera social, enquanto que os sacerdotes eram os intérpretes da lei religiosa. Os "juízes" eram líderes ou libertadores. 2

O Capítulo 3 fornece um paradigma útil para entender as histórias subseqüentes dos juízes. Nessa

fase Israel habitou entre os outros povos da terra, se juntou a eles com vínculos matrimonias e serviu aos deuses pagãos (Juízes 3:5).

Habitando, pois, os filhos de Israel no meio dos cananeus, dos heteus, e amorreus, e perizeus, e heveus, e jebuseus,

Estes vínculos foram maus na opinião de Yahvéh, e sua ira se acendeu contra eles. Envia contra eles a Cusan-risataim, rei da Mesopotâmia, que os oprime (ou a quem eles servem) durante oito anos(Juízes 3:7).

E os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do Senhor, e se esqueceram do Senhor seu Deus; e serviram aos baalins e a Astarote.

Em seguida, os israelitas clamam a Yahvéh, quem levanta um "libertador”, a Otoniel, irmão de Calebe. “E os filhos de Israel clamaram ao Senhor, e o Senhor levantou-lhes um libertador, que os libertou: Otniel, filho de Quenaz, irmão de Calebe, mais novo do que ele.” (Juízes 3:9).



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Então a terra "descansou" (Juízes 3:11). Então a terra sossegou quarenta anos; e Otniel, filho de Quenaz, faleceu.

O esquema é estabelecido aqui e é repetido nas histórias de outros juízes é o seguinte:

O povo “fazia o mal”. Yahvéh envia uma nação para oprimi-los O povo clama a Yahvéh. Yahvéh levanta um libertador O opressor é derrotado. O povo encontra descanso.

Todas as etapas não são mencionadas, mas, em geral, este é o esquema (cf. Juízes 3:12–30; Juízes 4:1–24; Juízes 5:31b).

O juiz foi, portanto, um líder carismático erguido por Yahvéh, sobre quem o seu Espírito que vinha e lhe dava poder para lidar com uma situação particular. Ele não era um rei e não fundava uma dinastia ou uma família real. O juiz era uma pessoa-homem ou mulher (Débora também foi )—escolhida por Yahvéh para expulsar o opressor e dar descanso a terra.

ESBOÇO DE CONTEÚDO

Relato parcial da conquista de Canaã (Juízes1: 1–2:5)

Conquistas de Judá e Simeão(Juízes 1:1–21) Captura de Bet-el(Juízes 1:22–26) Enclaves cananeus (Juízes 1:27–36) O anjo de Yahvéh em Boquim(2 Juízes: 1–5)

Israel na época dos juízes, até a morte de Gideão (Juízes 2:6–8:33). Morte de Josué; a nova geração (Juízes 2:6–10). A justificativa para juízes (Juízes 2:11–19) Motivo para a permanência dos cananeus na terra (Juízes2: 20–3:6) A opressão nas mãos de Cusã-Risataim; livramento por Otoniel (Juízes3: 7–11). Opressão por Eglom; libertação por meio de Eúde (Juízes3: 12–30). Sangar e os filisteus (Juíze3: 31) A opressão de Jabim; libertação através de Débora e Baraque(Juízes4: 1–24). Cântico de Débora (Juízes5: 1–31) Opressão de Midiã, libertação por meio de Gideão (Juízes 6: 1–7:25). A tribo de Efraim se aborrece com Gideão (Juízes 8:1–3) Outros eventos relacionados com Gedeão(Juízes 8:4–21) Gideão governa Israel(Juízes 8:22–32)



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Breve reinado de Abimeleque (Juízes 8:33–9:57)

A fábula de Jotão(Juízes 9:7–15)

Israel na época dos juízes; final do período (Juízes 10:1–12:15). Tola e Jair, juízes menores (Juízes 10:1–5). Período de liderança de Jefté(Juízes 10:6–12:7) Ibzã, Elóm y Abdom, juízes menores (Juízes 12:8–15).

Opressão filistéia e as façanhas de Sansão(Juízes 13:1–16:31) Anuncio e nascimento de Sansão (Juízes 13:1–25) Sansão e a mujer de Timnate(Juízes 14:1–15:20) Sansão e a prostituta de Gaza(Juízes 16:1–3) Sansão e Dalila (Juízes 16:4–31)

Outros acontecimentos da época (Juízes 17:1–20:25) Mica e seu sacerdote (Juízes 17:1–13) Emigração da tribo de Dã(Juízes 18:1–31) Atrocidade cometida em Gibeá(Juízes 19:1–30) Guerra entre Benjamim e Israel(Juízes 20:1–48) Reconciliação das tribos (Juízes 21:1–25)

CONTEXTO HISTÓRICO

Como observado em relação com Joshua, um vácuo político foi o resultado de uma longa luta entre

os egípcios e os hititas. Alguns detalhes podem ser adicionados com referência ao período dos juízes. Emigração dos povos. Na última parte do segundo milênio, os movimentos de populações do sudeste da Europa e sudoeste

da Ásia alteraram profundamente a distribuição dos povos que prevaleceu durante séculos. As culturas minóicas e micênica de Creta e do Peloponeso terminaram.

Contribuíram para a queda do império hitita assim como a dos reinos sírios como Ugarit, os povos

do mar, que deixaram seu lar às margens da Grécia, Ásia Menor e as ilhas do mar Egeu (incluindo Creta, Caftor na Bíblia), e invadiram a costa do Mediterrâneo em uma série de ondas.

Apesar de Ramsés III conseguiu repelir o ataque na costa egípcia no oitavo ano do seu reinado (.

1188 a.C.), não enfrentaram resistência semelhante em Canaã. Os filisteus de Caftor (cf. Amós 9:7) se estabeleceram no extremo sul da planície marítima da Palestina, juntando-se a outros que já estavam na região.

Amós 9:7 Não me sois, vós, ó filhos de Israel, como os filhos dos etíopes? diz o Senhor: Não fiz eu subir a Israel da terra do Egito, e aos filisteus de Caftor, e aos sírios de Quir?



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Os invasores não semitas rapidamente estabeleceram cinco fortalezas: Gaza, Asquelom, Asdod,

Gate e Ecrom, nomes que aparecem muitas vezes em Juízes e Samuel. Esta liga das cidades, muitas vezes chamado de "o Pentápolis filisteu" em sua unidade representou uma ameaça para as tribos israelitas, carentes de coesão, não poderiam lidar com os filisteus. O “ciclo de Sansão”— as histórias do juiz Sansão (Juízes13: 1–16:31)—é sobre os filisteus. 3

As migrações no Sudeste da Europa e Oeste do Mediterrâneo foram protagonizadas principalmente

por povos indo-europeus, embora ocasionalmente houvesse migrações semitas do deserto árabe. A evidência disponível sugere uma invasão da região Transjordânia, no século XIII, que resultou na fundação de Edom, Moabe e Amom.

Os israelitas, ao viajar de Cades Barnea para Moabe liderados por Moisés, tiveram problemas com

os edomitas e moabitas; na época dos juízes oprimiram os moabitas e amonitas. Não está claro como os midianitas aparecem.

Eles estavam na área antes e, aparentemente, os moabitas os toleravam, pois havia clãs midianitas

em Moabe e, de fato, o rei moabita solicitou a sua cooperação para enfrentar Israel (Números 22:4): Por isso Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora lamberá esta congregação tudo quanto houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Naquele tempo Balaque, filho de Zipor, era rei dos moabitas.

Mais tarde, os midianitas, montados em camelos, realizaram uma longa série de ataques contra Israel (Juízes6: 1–6). Porém os filhos de Israel fizeram o que era mau aos olhos do SENHOR; e o SENHOR os deu nas mãos dos midianitas por sete anos. E, prevalecendo a mão dos midianitas sobre Israel, fizeram os filhos de Israel para si, por causa dos midianitas, as covas que estão nos montes, as cavernas e as fortificações. Porque sucedia que, semeando Israel, os midianitas e os amalequitas, e também os do oriente, contra ele subiam. E punham-se contra ele em campo, e destruíam os frutos da terra, até chegarem a Gaza; e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos. Porque subiam com os seus gados e tendas; vinham como gafanhotos, em grande multidão que não se podia contar, nem a eles nem aos seus camelos; e entravam na terra, para a destruir. Assim Israel empobreceu muito pela presença dos midianitas; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor.·.

É provável que os midianitas fossem um povo nômade do leste do Golfo de Aqaba, que não se limitava a um território específico, mas estava vagando, como os beduínos hoje.



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Inícios da Idade do Ferro Normalmente, o início da Idade do Ferro no Oriente Médio é estabelecido em 1200 a.C. Nesta época

a aplicação generalizada de novas descobertas para o minério de ferro de refino e fabricação de ferramentas e utensílios marcou o final da Idade do Bronze, que precedeu (quando os instrumentos e objetos de metal eram feitos de bronze, cobre e ligas de estanho).

A palavra hebraica para o ferro (barzel) provavelmente vem do hitita. É bem possível que a

metalurgia do ferro entrou pela primeira vez no distrito de Kizzuwatna, no império hitita do oriente. Em 1400 (antes da conquista hitita de Mitani em 1370 a.C), parece que os reis de Mitanni enviavam objetos de ferro como presentes para os faraós egípcios.

As referências mais antigas ao ferro no Velho Testamento incluem a cama de ferro (ou sarcófago) de

Og, rei de Basã(Deuteronômio 3:11): “Porque só Ogue, o rei de Basã, restou dos gigantes; eis que o seu leito, um leito de ferro, não está

porventura em Rabá dos filhos de Amom? De nove côvados, o seu comprimento, e de quatro côvados, a sua largura, pelo côvado comum.” Os carros de guerra dos cananeus (Josué 17:16) e de Sísera (Juízes 4:3)

Josué 17:16: Então disseram os filhos de José: As montanhas não nos bastariam; também carros de ferro há entre todos os cananeus que habitam na terra do vale, entre os de Bete-Seã e as suas vilas, e entre os que estão no vale de Jizreel. Juízes 4:3: Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, porquanto ele tinha novecentos carros de ferro, e por vinte anos oprimia violentamente os filhos de Israel.··.

E o monopólio filisteu da metalurgia. 1 Samuel 13:19-22

E em toda a terra de Israel nem um ferreiro se achava, porque os filisteus tinham dito: Para que os hebreus não façam espada nem lança. Por isso todo o Israel tinha que descer aos filisteus para amolar cada um a sua relha, e a sua enxada, e o seu machado, e o seu sacho. Tinham, porém limas para os seus sachos, e para as suas enxadas, e para as forquilhas de três dentes, e para os machados, e para consertar as aguilhadas. E sucedeu que, no dia da peleja, não se achou nem espada nem lança na mão de todo o povo que estava com Saul e com Jônatas; porém acharam-se com Saul e com Jônatas seu filho.··.

No entanto, o monopólio de que gozavam os hititas e os filisteus logo depois quebrou e ferro tornou-

se um produto comum no Oriente Médio no século XII. 4



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Canaã e seus povos. Em grande parte de um território de montanhas e vales, a Palestina era mais propícia para acomodar

um grande número de pequenas cidades-estados que uma aldeia integrada, pois gerava mais isolamento que comunicação. Entre as nações que permaneceram na terra para provar os israelitas foram contados "os cananeus, heteus, amorreus, perizeus, heveus e jebuseus”.

Juízes 3:5 Habitando, pois, os filhos de Israel no meio dos cananeus, dos heteus, e amorreus, e perizeus, e heveus, e jebuseus,

O que se sabe sobre esses povos? “Cananeu”: É um termo impreciso, às vezes utilizado no sentido amplo de todos os que habitavam

Canaã, às vezes com referência a um determinado povo (cf. Josué7: 9 e Josué11: 3). Josué 7:9 Ouvindo isto, os cananeus, e todos os moradores da terra, nos cercarão e desarraigarão o nosso nome da terra; e então que farás ao teu grande nome. Josué 11:3 Tão somente não queimaram os israelitas as cidades que estavam sobre os seus outeiros; a não ser Hazor, a qual Josué queimou.

Quando os israelitas chegaram a predominar na Palestina, o centro da população cananéia foi

transferido para o que hoje é o Líbano, e os cananeus foram designados pelo termo "fenícios”. 5K.M. Kenyon; sugere que a amálgama de amorreus nômades com a cultura existente na região em torno Byblos resultou no povo chamado cananeu. Emigraram para a Palestina em 2300 a.C.6. Na maior parte do Antigo Testamento aparecem referências aos cananeus e suas práticas religiosas.

Os "amorreus" também são difíceis de definir. As fontes babilônicas mencionar uma cidade com o

mesmo nome, que veio da terra de Amurru, cuja capital era Mari, no Eufrates. Eles invadiram sul da Mesopotâmia, no início do segundo milênio e fundaram uma dinastia amorréia em Isin e Larsa. Hamurabi conquistou Mari, e logo os hititas acabaram com a dinastia amorréia. Os amorreus ocuparam algumas cidades-estados da Síria, como é conhecido pelas cartas de Amarna. Havia amorreus tanto na Palestina como na Transjordânia (Juízes10: 8; Juízes11: 19). 7

Juízes 10:8 E naquele mesmo ano oprimiram e vexaram aos filhos de Israel; dezoito anos oprimiram a todos os filhos de Israel que estavam além do Jordão, na terra dos amorreus, que está em Gileade. Juízes 11:19 Mas Israel enviou mensageiros a Siom, rei dos amorreus, rei de Hesbom; e disse-lhe Israel: Deixa-nos, peço-te, passar pela tua terra até ao meu lugar.·.

Há ainda menos dados a respeito dos outros povos. Os jebuseus eram os habitantes de Jerusalém

(Juízes 1:21).



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Juízes 1:21 Porém os filhos de Benjamim não expulsaram os jebuseus que habitavam em Jerusalém; antes os jebuseus ficaram habitando com os filhos de Benjamim em Jerusalém, até ao dia de hoje,

Os feriseus são mencionados muitas vezes, mas nada se sabe sobre eles. É possível que seu nome

signifique "aqueles que não vivem em cidades muradas", mas não comprovado. Os heveus se estabeleceram no Monte Líbano (Juízes3: 3), e no Monte Hermon (Josué11: 3), ao

longo da rota de Sidon para Beersheba (2 Samuel 24:7) e nas cidades gibeonitas(Josué 9:7; Josué11: 19).

Juízes 3:3 Cinco príncipes dos filisteus, e todos os cananeus, e sidônios, e heveus que habitavam nas montanhas do Líbano desde o monte de Baal-Hermom, até à entrada de Hamate. Josué 11:3 Ao cananeu do oriente e do ocidente; e ao amorreu, e ao heteu, e ao perizeu, e ao jebuseu nas montanhas; e ao heveu ao pé de Hermom, na terra de Mizpá. 2 Samuel 24:7 E foram à fortaleza de Tiro, e a todas as cidades dos heveus e dos cananeus; e saíram para o lado do sul de Judá, a Berseba. Josué 9:7 E os homens de Israel responderam aos heveus: Porventura habiteis no meio de nós; como, pois faremos acordo convosco? Josué 11:19 Não houve cidade que fizesse paz com os filhos de Israel, senão os heveus, moradores de Gibeom; por guerra as tomaram todas.

Muitas vezes, há confusão entre os heveus e os horeus dentro dos relatos ou entre o texto hebraico e grego; em alguns casos, esses termos também são confundidos com "hiteus" (ou "hititas"). As três palavras são muito semelhantes na escrita hebraica.

Os hititas são mencionados no Antigo Testamento e no tempo dos patriarcas, mas nenhum

movimento hitita para a Síria não é registrado até por volta do século XII. No entanto, o termo "hitita" requer uma definição, pois os hititas originais (Hatti ou protohititas) e os “hititas” posteriores que invadiram a terra de Hatti ( 2000 a.C.) não eram o mesmo povo.

Além disso, a penetração dos Hicsos no Egito (1700 a.C.) foi protagonizada por uma combinação de

diferentes povos, alguns dos quais eram indo-europeu (como os hititas). Quando os hicsos foram expulsos do Egito (1370 a.C.), talvez alguns tenham se estabelecido na Palestina. Algumas dos povos mencionados no relato bíblico como habitantes de Canaã são encontrados ali como resultado deste translado indo-europeu.



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Situação centrífuga em Israel. Ao montar os vários elementos vai se armando o quadro de Israel em Juízes. A geografia, as lutas

constantes com outros povos e as tensões internas entre personalidades fortes, tudo tende a provocar a separação das tribos.

Alguns estudiosos têm aplicado o termo "anfictionia" (confederação política e religiosa de antigas

cidades gregas), para as questões de interesse geradas a Israel, no sentido de que havia doze tribos escassamente coesas unificadas somente pelo único santuário em Silo. A relevância do termo é discutível, pois a arca e o tabernáculo de Silo têm pouca importância (se houver alguma) em Juízes.

O fator unificador de juízes, então, é o conceito de que Yahvéh, que fez uma aliança com seu povo,

e reiteradas vezes estava disposto a agir em seu favor trazendo um libertador. Cronologia de Juízes. O livro de Juízes contém numerosas referências a períodos de tempo. Por exemplo, após a liberação

Cusã-Risataim, rei da Mesopotâmia (Juízes 3:10), a terra sossegou durante quarenta anos (Juízes 3:11).

Juízes 3:10 E veio sobre ele o Espírito do Senhor, e julgou a Israel, e saiu à peleja; e o Senhor entregou na sua mão a Cusã-Risataim, rei da Síria; contra o qual prevaleceu a sua mão. Juízes 3:11 Então a terra sossegou quarenta anos; e Otniel, filho de Quenaz, faleceu. Então, o povo voltou a pecar e foi entregue ao poder de Eglom, rei de Moabe durante 18 anos (Juízes 3:14). Juízes 3:14 E os filhos de Israel serviram a Eglom, rei dos moabitas, dezoito anos.

Os israelitas clamaram ao Senhor, que libertou o envio de Eúde, e a terra teve descanso por 80 anos.

Juízes 3:30: Assim foi subjugado Moabe naquele dia debaixo da mão de Israel; e a terra sossegou oitenta anos.



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No total, as referências temporais somam 410 anos. 1 Reyes 6:1: ca. 1440 para el Éxodo y ca. 1400

para la entrada en Canaán.8 1 Reyes 6:1 E sucedeu que no ano de quatrocentos e oitenta, depois de saírem os filhos de Israel do Egito, no ano quarto do reinado de Salomão sobre Israel, no mês de Zive (este é o mês segundo), começou a edificar a casa do SENHOR.

Como se observa, há sérios obstáculos para aceitar estas datas. Se a entrada em Canaã foi em. 1250

a.C., O que deve ser feito com o número de Juízes? Duas abordagens foram tomadas. Em um caso, tomaram estes números como "números arredondados”, porque várias vezes

aparecem quarenta, oitenta, vinte. No entanto, aparecem outros números intercalados: dezoito, oito, sete, três, seis - e faltaria seriedade exegética se esses números não fossem tomados em conta. Além disso, os números "arredondados" devem significar alguma coisa; dificilmente quatrocentos e dez pode ser reduzido a duzentos, estes números devem ser levados a sério.

De acordo com a segunda abordagem, os diferentes períodos de opressão e os juízes

correspondentes seriam locais, e poderia haver sobreposição de tempo. As nações que oprimiram Israel estavam localizadas em diferentes partes de Canaã e seus arredores. Jabim “rei de Canaã” reinou em Hazor, ao norte; O conflito se desenvolveu na planície de Esdrelon (Juízes 4:2, 4) e só estavam envolvidas apenas algumas tribos do norte (Juízes 4:6, 10).

Juízes 4:2 E vendeu-os o Senhor na mão de Jabim, rei de Canaã, que reinava em Hazor; e Sísera era o capitão do seu exército, o qual então habitava em Harosete dos gentios. Juízes 4:4 E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo. Juízes 4:6 E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o Senhor Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom; Juízes 4:10 Então Baraque convocou a Zebulom e a Naftali em Quedes, e subiu com dez mil homens após ele; e Débora subiu com ele.

Os ataques midianitas vieram do leste (Juízes 6:3) e, apesar de seus ataques terem se estendido em

Gaza (Juízes 6:4), o conflito esteve centralizado no vale de Jezreel (Esdraelom) e afetou as tribos do norte (Juízes 6:3,4).



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Juízes 6:3 Porque sucedia que, semeando Israel, os midianitas e os amalequitas, e também os do oriente, contra ele subiam. Juízes 6:4 E punham-se contra ele em campo, e destruíam os frutos da terra, até chegarem a Gaza; e não deixavam mantimento em Israel, nem ovelhas, nem bois, nem jumentos.

Juízes 6:34 Então o Espírito do SENHOR revestiu a Gideão, o qual tocou a buzina, e os abiezritas se ajuntaram após ele.

Opressão amonita ocorreu em Gileade, Transjordânia; e logo se espalhou para Palestina central

(Juízes 10:8), mas Jefté era de Gileade (Juízes 11:1) e conflito foi desenvolvido na Transjordânia (Juízes 11:29–33).

Juízes 10:8

E naquele mesmo ano oprimiram e vexaram aos filhos de Israel; dezoito anos oprimiram a todos os filhos de Israel que estavam além do Jordão, na terra dos amorreus, que está em Gileade. Juízes 11:1 Era então Jefté, o gileadita, homem valoroso, porém filho de uma prostituta; mas Gileade gerara a Jefté. Juízes 11:29-33 Então o Espírito do Senhor veio sobre Jefté, e atravessou ele por Gileade e Manassés, passando por Mizpá de Gileade, e de Mizpá de Gileade passou até aos filhos de Amom. E Jefté fez um voto ao Senhor, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, Aquilo que, saindo da porta de minha casa, me vier ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do Senhor, e o oferecerei em holocausto. Assim Jefté passou aos filhos de Amom, a combater contra eles; e o Senhor os deu na sua mão. E os feriu com grande mortandade, desde Aroer até chegar a Minite, vinte cidades, e até Abel-Queramim; assim foram subjugados os filhos de Amom diante dos filhos de Israel.

A opressão dos filisteus no tempo em que Sansão foi juiz esteve localizada no sudoeste. Portanto, não há nenhuma razão para rejeitar a idéia de que os juízes surgiram para lidar com situações mais ou menos caráter regional; em tal caso, o período de "descanso" de uma região pode ter coincidido com um período de "opressão" em outra. 9



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O AUTOR E A COMPOSIÇÃO

Autor

O livro não apresenta nenhuma parte indícios do autor. Segundo a tradição judaica, foi escrito por Samuel, mas pouco eruditos concordam. Como no caso de Josué, Juízes contém elementos antigos e de épocas posteriores. 10 Os estudiosos concordam que Cântico de Débora é uma das passagens mais antigas do Antigo Testamento. 11

Composição

O desenvolvimento das teorias da composição do livro tem sido em grande parte paralelo à extensão das referidas a Josué. Seria razoável pensar que num momento em que as histórias eram relatadas oralmente (séculos XII ao X) seguiria uma época em que alguns ou a maioria foram registrados por escrito (séculos X e IX).

Em seguida, foram adicionados comentários editoriais (por exemplo, “naqueles dias não havia

rei”) e, provavelmente, algumas histórias, mas nem sempre adotaram a mesma forma e localização na versão grega (por exemplo, a história de Samgar). A revisão editorial pode ter continuado ao longo dos séculos VIII e VII. Provavelmente Juízes, juntamente com Samuel e Reis, tomaram sua forma final em torno do século VI. 12

Un estudio detenido de Jueces revela la existencia de diferentes estilos, tal como la historia de

Gedeón si se compara con el ciclo de Sansón. Este rasgo confirmaría la teoría de que diferentes autores compusieron las historias y las transmitieron en distintas formas; el “autor” o “editor” no intentó uniformar el estilo.

IMPORTÂNCIA RELIGIOSA

Em certo sentido, os ensinamentos de Juízes são na sua maioria apresentados pela negação e contraste. “Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos.” (Juízes21:25); mas isso muitas vezes era ruim juízo de Deus, tal como é para o leitor moderno.

História deuteronômica. A obra do "historiador deuteronomista" geralmente pode ser reconhecida no livro de Juízes e é

sintetizada de acordo com o seguinte esquema: o pecado traz a castigo, mas o arrependimento traz libertação e paz. O pressuposto básico deste esquema, que é observado nas histórias mais longas de Juízes, é que Yahvéh é soberano. Os povos não-israelitas que estão na Palestina e zonas circundantes são usados para punir os israelitas por sua idolatria e práticas concomitantes. Deus levanta libertadores quando seu povo se volta para Ele e dá o poder do seu Espírito para derrotar o inimigo e trazer a paz à terra mais uma vez. Os ensinamentos são positivos, mas começam a partir de uma situação negativa de incredulidade e idolatria.



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Engano e traição Há uma série de histórias que contêm elementos que podem parecer repugnantes. Eúde leva um

tributo a Eglom rei de Moabe, e, em seguida, despede aqueles que tinham trazido o tributo, dizendo: “Tenho uma palavra secreta para ti, ó rei”. Como Eúde era canhoto, pôde esconder sua adaga sob a roupa na coxa direita, para que não fosse detectado. Ele pegou de repente, atacou o rei e escapou.

Juízes 3:15-25 Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, e o Senhor lhes levantou um libertador, a Eúde, filho de Gera, filho de Jemim, homem canhoto. E os filhos de Israel enviaram pela sua mão um presente a Eglom, rei dos moabitas. E Eúde fez para si uma espada de dois fios, do comprimento de um côvado; e cingiu-a por baixo das suas vestes, à sua coxa direita. E levou aquele presente a Eglom, rei dos moabitas; e era Eglom homem muito gordo. E sucedeu que, acabando de entregar o presente, despediu a gente que o trouxera. Porém ele mesmo voltou das imagens de escultura que estavam ao pé de Gilgal, e disse: Tenho uma palavra secreta para ti, ó rei. O qual disse: Cala-te. E todos os que lhe assistiam saíram de diante dele. E Eúde entrou numa sala de verão, que o rei tinha só para si, onde estava sentado, e disse: Tenho, para dizer-te, uma palavra de Deus. E levantou-se da cadeira. Então Eúde estendeu a sua mão esquerda, e tirou a espada de sobre sua coxa direita, e lha cravou no ventre, De tal maneira que entrou até o cabo após a lâmina, e a gordura encerrou a lâmina (porque não tirou a espada do ventre); e saiu-lhe o excremento. Então Eúde saiu ao pátio, e fechou as portas da sala e as trancou. E, saindo ele, vieram os servos do rei, e viram, e eis que as portas da sala estavam fechadas; e disseram: Sem dúvida está cobrindo seus pés na recâmara da sala de verão. E, esperando até se alarmarem, eis que ele não abria as portas da sala; então tomaram a chave, e abriram, e eis ali seu senhor estendido morto em terra.



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Monte Tabor, onde o exército de Débora e Baraque se reuniram para lutar contra Sísera (Juízes 4). (W.S. LaSor)

Quando Sísera foge Débora e Baraque, Jael lhe oferece refúgio em sua tenda; dá de beber leite e o cobre com uma manta. Depois de pedir a Jael para vigiar a porta, Sísera dorme. Em seguida, ela leva uma estaca e um martelo e ela lhe cravou a estaca na fronte.

Juízes 4:17-21 Porém Sísera fugiu a pé à tenda de Jael, mulher de Héber, queneu; porquanto havia paz entre Jabim, rei de Hazor, e a casa de Héber, queneu. E Jael saiu ao encontro de Sísera, e disse-lhe: Entra, senhor meu, entra aqui, não temas. Ele entrou na sua tenda, e ela o cobriu com uma coberta. Então ele lhe disse: Dá-me, peço-te, de beber um pouco de água, porque tenho sede. Então ela abriu um odre de leite, e deu-lhe de beber, e o cobriu. E ele lhe disse: Põe-te à porta da tenda; e há de ser que se alguém vier e te perguntar: Há aqui alguém? Responderás então: Não. Então Jael, mulher de Héber, tomou uma estaca da tenda, e lançou mão de um martelo, e chegou-se mansamente a ele, e lhe cravou a estaca na fonte, de sorte que penetrou na terra, estando ele, porém, num profundo sono, e já muito cansado; e assim morreu.

Só quando se considera que esses personagens bíblicos estão "do nosso lado" é que estes incidentes podem ser “esquecidos”. Não se ganha nada tentando defender tal comportamento abominável. Os heróis e heroínas das histórias dos Juízes eram conduzidos de acordo com princípios que, talvez, em alguns casos, eram aceitáveis, naqueles dias, mas eles não são atualmente. Como o próprio Deus



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reconheceu, essas pessoas fizeram o que ao seu parecer estava bem. Mas eles tinham muito a aprender; através de seus profetas e apóstolos Deus continuaria instruindo seu povo.

Jefté e sua filha.

Quando Jefté tem um chamado para libertar Gileade dos amonitas, fez um voto a Yahvéh: “E Jefté

fez um voto ao Senhor, e disse: Se totalmente deres os filhos de Amom na minha mão, Aquilo que, saindo da porta de minha casa, me vier ao encontro, voltando eu dos filhos de Amom em paz, isso será do Senhor, e o oferecerei em holocausto.” (Juízes11:30,31).

Após seu retorno, sua filha, sua única filha o recebeu. Ele cumpre seu voto Juízes 11:34-39 Vindo, pois, Jefté a Mizpá, à sua casa, eis que a sua filha lhe saiu ao encontro com adufes e com danças; e era ela a única filha; não tinha ele outro filho nem filha. E aconteceu que, quando a viu, rasgou as suas vestes, e disse: Ah! filha minha, muito me abateste, e estás entre os que me turbam! Porque eu abri a minha boca ao Senhor, e não tornarei atrás. E ela lhe disse: Meu pai, tu deste a palavra ao Senhor, faze de mim conforme o que prometeste; pois o Senhor te vingou dos teus inimigos, os filhos de Amom. Disse mais a seu pai: Concede-me isto: Deixa-me por dois meses que vá, e desça pelos montes, e chore a minha virgindade, eu e as minhas companheiras. E disse ele: Vai. E deixou-a ir por dois meses; então foi ela com as suas companheiras, e chorou a sua virgindade pelos montes. E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu homem; e daí veio o costume de Israel.

Esta história é tão repreensível que muitos estudiosos têm interpretado o seu verdadeiro sentido é

que à filha de Jefté foi imposto um voto de virgindade perpétua.13 Os israelitas nunca praticaram sacrifícios humanos, argumentam eles, de modo que Jefté nunca poderia ter pensado nesse tipo de sacrifício ao fazer o voto e, certamente, nunca teria cumprido. No entanto, o texto é claro: “cumpriu nela o seu voto que tinha feito” (Juízes11:39).

Juízes 11:39 E sucedeu que, ao fim de dois meses, tornou ela para seu pai, o qual cumpriu nela o seu voto que tinha feito; e ela não conheceu homem; e daí veio o costume de Israel,

Ainda que se julgue com os padrões modernos, Jefté não foi formado de acordo com esses valores. Era um galaadita e os não-israelitas daquela região naquele tempo eram seguidores de Camos, cuja adoração incluía sacrificar crianças em holocausto.

2 Reis 3:27 Então tomou a seu filho primogênito, que havia de reinar em seu lugar, e o ofereceu em holocausto sobre o muro; pelo que houve grande indignação em Israel; por isso retiraram-se dele, e voltaram para a sua terra.

De acordo com o conceito de revelação progressiva, Deus toma o Seu povo no lugar onde se

encontra e leva a uma compreensão mais completa de pessoa e de sua vontade. Jefté era produto de sua época. É muito difícil entender como ele pôde ter sido adorador de Yahvéh—ainda mais, um libertador



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levantado por Yahvéh—e ao mesmo tempo ter realizado o que viria descrito como uma "prática abominável”.

Yahvéh não lhe pediría para fazer esse voto, ou qualquer outro, de acordo com a Bíblia. Não passou

de um ato impulsivo de Jefté feito com boa intenção. Quando os israelitas viram que Yahvéh não exige tais ações, começaram a contemplar o voto de Jefté e seu cumprimento com outros olhos.

O fato importante é que, embora eles considerassem o sacrifício de bebês como uma abominação

aos olhos de Yahvéh, não suprimiram essa história das Sagradas Escrituras. Mesmo dos erros bem-intencionadas podemos extrair boas lições.

As proezas de Sansão A história de Sansão foi relatada repetidas vezes, desde versões expurgadas até as de detalhes

sangrentos. Como se pode interpretar a história de um homem que brincava com as mulheres dos filisteus e, eventualmente, permitiu que a mulher que o tinha traído três vezes soubesse o segredo de sua força? (Juízes capítulo 16) Se descartará a história completa como um "mito solar", como alguns têm feito, ou pode-se comparar algumas das façanhas de Sansão com "Os Doze Trabalhos de Hércules"?14

A história do nascimento de Sansão é semelhante ao de Samuel (1 Samuel 1). É o resultado da

oração e a fé de seus pais. Ao nascer, ele foi dedicado como nazireu (cf. Números 6),: sujeito a um mandato específico « filho sobre cuja cabeça não passará navalha » (Juízes 13:5; Juízes 16:17).

Juízes 13:5 Porque eis que tu conceberás e terás um filho sobre cuja cabeça não passará navalha; porquanto o menino será nazireu de Deus desde o ventre; e ele começará a livrar a Israel da mão dos filisteus. Juízes 16:17 E descobriu-lhe todo o seu coração, e disse-lhe: Nunca passou navalha pela minha cabeça, porque sou nazireu de Deus desde o ventre de minha mãe; se viesse a ser rapado, ir-se-ia de mim a minha força, e me enfraqueceria, e seria como qualquer outro homem.

Yahvéh abençoou o menino e o Espírito veio sobre ele. Juízes 13:24 Depois teve esta mulher um filho, a quem pôs o nome de Sansão; e o menino cresceu, e o Senhor o abençoou.

A partir daí, a história se torna algo grotesco. Sansão pede ao seu pai para fazer arranjos para o

casamento com uma moça filistéia. Juízes 14:4 Mas seu pai e sua mãe não sabiam que isto vinha do Senhor; pois buscava ocasião contra os filisteus; porquanto naquele tempo os filisteus dominavam sobre Israel.



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Antes de concluir a cerimônia, o casamento se torna na primeira campanha pessoal contra os filisteus.

Juízes 14:10-20 Descendo, pois, seu pai àquela mulher, fez Sansão ali um banquete; porque assim os moços costumavam fazer. E sucedeu que, como o vissem, trouxeram trinta companheiros para estarem com ele. Disse-lhes, pois, Sansão: Eu vos darei um enigma para decifrar; e, se nos sete dias das bodas o decifrardes e descobrirdes, eu vos darei trinta lençóis e trinta mudas de roupas. E, se não puderdes decifrar, vós me dareis a mim trinta lençóis e as trinta mudas de roupas. E eles lhe disseram: Dá-nos o teu enigma a decifrar, para que o ouçamos. Então lhes disse: Do comedor saiu comida, e do forte saiu doçura. E em três dias não puderam decifrar o enigma. E sucedeu que, ao sétimo dia, disseram à mulher de Sansão: Persuade a teu marido que nos declare o enigma, para que porventura não queimemos a fogo a ti e à casa de teu pai; chamastes-nos aqui para vos apossardes do que é nosso, não é assim? E a mulher de Sansão chorou diante dele, e disse: Tão-somente me desprezas, e não me amas; pois deste aos filhos do meu povo um enigma para decifrar, e ainda não o declaraste a mim. E ele lhe disse: Eis que nem a meu pai nem a minha mãe o declarei, e to declararia a ti? E chorou diante dele os sete dias em que celebravam as bodas; sucedeu, pois, que ao sétimo dia lho declarou, porquanto o importunava; então ela declarou o enigma aos filhos do seu povo. Disseram, pois, a Sansão os homens daquela cidade, ao sétimo dia, antes de se pôr o sol: Que coisa há mais doce do que o mel? E que coisa há mais forte do que o leão? E ele lhes disse: Se vós não lavrásseis com a minha novilha, nunca teríeis descoberto o meu enigma. Então o Espírito do Senhor tão poderosamente se apossou dele, que desceu aos ascalonitas, e matou deles trinta homens, e tomou as suas roupas, e deu as mudas de roupas aos que declararam o enigma; porém acendeu-se a sua ira, e subiu à casa de seu pai. E a mulher de Sansão foi dada ao seu companheiro que antes o acompanhava.

Após uma série de façanhas, a história de Sansão e Dalila apresenta o seu fim trágico. Pelo engano

de Dalila e sua confabulação com os “senhores”15 filisteus, além da loucura ou estupidez Sansão, eles descobrem o segredo da sua grande força e cortam o seu cabelo enquanto dormia. Já com as forças perdidas, os filisteus o amarraram e o trancaram.

Mas por imprudência, eles deixam crescer o seu cabelo e em um último esforço acompanhado por

um clamor a Yahvéh, Sansão derruba o templo filisteu puxa as colunas que sustentam o teto e mata muitos filisteus (Juízes 14:16:18–31).

A história de Sansão está longe de ilustrar a ética do Novo Testamento. Mas Sansão também é um

filho do seu tempo. Além disso, era egoísta e tinha pouco ou nenhum controle de suas paixões. C.F. Kraft o descreve assim: “um herói religioso negativo; um exemplo do que não deve ser a pessoa carismática de Deus”.16. Mas alguns aspectos da vida e ministério de Sansão podem ser tomados como



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exemplos positivos. Por exemplo, confiava em Yahvéh e se encontrou naquelas situações precisamente com o objetivo de punir os filisteus

Em Hebreus, Sansão é mencionado entre os grandes heróis da fé.

Hebreus 11:32 E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas,

Verdade central O ensino de cada um dos juízes é, acima de tudo, que Deus pode usar aqueles que têm se dedicado a

Yahvéh. Algumas características de sua vida podem não estar de acordo com a vontade de Deus. Seus métodos podem não ser exemplares. Mas esses problemas podem ser resolvidos por meio de revelação posterior do caráter de Yahvéh e seu propósito para o seu povo.

Uma e outra vez os servos de Deus se tornaram repreensíveis em pensamentos e atos públicos e

privados. Pode-se notar algo repreensível em quase todas as pessoas mencionadas em Hebreus 11 e, também no Antigo Testamento, e, certamente, em Juízes. De qualquer forma, por sua consagração, Yahvéh pôde usá-las para libertar Israel de seus opressores e para manter viva a federação de tribos até que Israel estivesse pronto para a próxima etapa deste grande plano de redenção.

CONTRIBUIÇÕES TEOLÓGICAS

Deus o Salvador Embora os juízes sejam chamados de "salvadores", evidentemente, na mente do autor Deus é o

Salvador (Cf. a visão apresentada em Isaías). Ele ouve o clamor do seu povo e em cada caso levanta um juiz a quem dá do seu Espírito.

Visão da história. Parte da mensagem de Juízes é o seu conceito da história. O livro inclui uma série de sinais que

lembram a lealdade inabalável de Deus contra as provas cananéias, que são basicamente um problema interno do povo de Deus. Ao mesmo tempo, apresenta claramente a tentação de estabelecer uma falsa confiança em alianças estrangeiras, muitas vezes necessitando de compromissos com os deuses.

Monarquia. É o livro de Juízes uma justificação moderada do surgimento da monarquia davídica? Sugeriria

talvez a declaração "naqueles dias, não havia rei em Israel", um tempo em que não havia rei, para estabelecer um contraste implícito entre os dias da monarquia e aqueles imediatamente anteriores? Pode ser uma preparação para a compreensão da monarquia em seu papel único, segundo o qual o santuário central será perpetuado e o pacto de Yahvéh com o seu povo vai ser enfatizado repetidamente. O



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conceito messiânico do rei é expresso nas palavras “Ele julgará ao teu povo com justiça…” (Salmo 72:2).

Isaías 11:4 Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com eqüidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio,

Bibliografia:

1. Sobre os problemas decorrentes das diferenças aparentes entre Josué e Juízes, ver G.E. Wright, JNES 5, 1946,

[Journal of Near Eastern Studies] pp. 105–114; H.H. Rowley, From Joseph to Joshua, pp. 100–104; Y. Kaufmann, The Biblical Account of the Conquest of Palestine.

2. O termo hebraico šôp̱ēṭ, que geralmente é traduzido como juíz, está relacionado com vocábulos fenícios (púnicos) e ugaríticos que ajudam a esclarecer o seu significado. Os romanos chamavam os governantes de Cártago sufes o sufetes, que Z.S. Harris interpreta como o termo fenício špṭ; A Grammar of thePhoenicianLanguage, American Oriental Series, New Haven, 1936, p. 153. Livy os compara com os cônsules romanos; History xxx. 7.5. Na história ugarítica de Anat encontra-se este dístico: mlkn. aliynb‘l tp̱ṭn.wind‘lnh Nosso rei é AliyanBa‘al, Nosso juiz, não há ninguém acima dele. (51. 4:43)

3. Ver O. Eissfeldt, Philister und Phönizier, Leipzig, 1936; G.U. Bonfante, “Who Were the Philistines?”, AJA 50, 1946, [American Journal of Archaeology] pp. 251–262; C.H. Gordon, “The Rol of the Philistines”, Antiquity 30, 1956, pp. 22–26; J.C. Greenfield, “Philistines”, IDB 3, [G.A. Buttrick, ed., The Interpreter’s Dictionary of the Bible, 4 vols., Nashville, 1962] pp. 791–795. Sobre o vácuo de poder causado pelas invasões, ver S. Moscati, The Face of the Ancient Orient, Chicago, 1960, p. 204.

4. Hoje sabemos que a redução de minério de ferro e do uso de ferramentas de ferro não meteórico começou antes de 1200 a.C., a data atribuída do início da Idade do Ferro. Ver N.K. Gottwald, The Tribes of Yahweh, pp. 656–658 y notas 335, 584–586.

5. B. Maisler (Mazar), “Canaan and the Canaanites”, BASOR 102, 1946 [Bulletin of the American Schools of Oriental Research] ; J. Gray, The Canaanites, Nueva York, 1964; D. Harden, The Phoenicians, Nueva York, 1962; S. Moscati, Ancient Semitic Civilizations, Nueva York, 1957, pp. 99–123.

6. Amorites and Canaanites, Nueva York, 1966, p. 76. As descobertas de Tell Mardik (Ebla) podem levar a uma revisão das teorias dos cananeus antigos.

7. Segundo Kenyon, a evidência bíblica sugere que os amorreus viviam no território montanhoso (cordilheira central), enquanto os cananeus que viviam na planície marítima, o Vale Esdraelom e o Vale do Jordão; Amorites and Canaanites, p. 3.

8. J. Garstang traçou uma incrível aproximação paralela da história do Egito na Palestina e detalhes dos Juízes com base neste sistema cronológico; Joshua Judges, pp. 51–66, esp. p. 65. No entanto, ele fez um manejo um tanto impreciso das cifras bíblicas, pois tomado como apresentada, o Êxodo deve estar localizado pelo menos cem anos antes, entre 1554 e 1544. Neste caso, a correlação entre a história israelita e a história egípcia é derrubada.

9. Foi apresentada como objeção que, em cada caso que o juiz julgou "Israel", e nada indicaria que a referência é apenas uma parte; ver A.S. Geden, “Judges, Book of”, ISBE 3, 1939, [J. Orr, ed., The International Standard BibleEncyclopedia, 5 vols., Grand Rapids, 1939; edición revisada, 4 vols., G.W. Bromiley et al., eds., 1979] pp. 1774. Além disso, os juízes geralmente estão ligados a uma região e em vários casos, a "liberação" afetou apenas algumas tribos.



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10. Elementos antigos: Cântico de Débora (Juízes capitulo 5); Jebuseus em Jerusalém (Juízes 1:21); Sidon ainda a principal cidade do fenícios (Juízes 3:3); cananeus ainda em Gezer(Juízes 1:29). Elementos posteriores: a destruição de Silo já tinha acontecido (Juízes 18:31); « Naqueles dias não havia rei em Israel » (Juízes 17:6; Juízes 18:1), sugerindo um tempo dentro da monarquia; "Até o dia do cativeiro da terra” (Juízes 18:30), indicando uma data posterior ao início das invasões assírias, a menos que a palavra hebraica para "terra" consistisse em uma deformação da palavra "arca" , confusão muito natural; ver J.E. Steinmueller, Companion to ScriptureStudies 1, p. 79; E.J. Young, Una introducción al Antiguo Testamento, Grand Rapids, 1977, pp. 187–188.

11. VerW.F. Albright, “The Earliest Form of Hebrew Verse”, JPOS 2, 1922, [Journal of the Palestine Oriental Society] pp. 69–96.

12. J. M. Myers, “Introduction and Exegesis of Judges”, IB 2, [G.A. Buttrick, ed., The Interpreter’s Bible, 12 vols., Nashville, 1952–57] pp. 678s.; y C.F. Kraft, “Judges, Book of”, IDB 2, [G.A. Buttrick, ed., The Interpreter’s Dictionary of the Bible, 4 vols., Nashville, 1962] pp. 1019s., destinam-se a reconstruir a história da composição, colocando o último estágio após o exilio.

13. Ver C.F. Keil y F. Delitzsch, Commentary on the Old Testament2, trad. J.D. Martin, reimp. Grand Rapids, 1973, pp. 388–395.

14. Ver C.F. Burney, The Book of Judges, 2o̱ ed., reimp. Nueva York, 1970, pp. 391–409; G.F. Moore, Judges, ICC, Nueva York, 1910, [The International Critical Commentary, Edimburgo.] pp. 364s.

15. O termo utilizado é exclusivo para os filisteus e tem sido comparado com o termo grego "tirano", que foi usado com referência aos governantes da região na qual se acredita que vinham os filisteus.

16. “Samson”, IDB 4, [G.A. Buttrick, ed., The Interpreter’s Dictionary of the Bible, 4 vols., Nashville, 1962] p. 200.

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