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    ESTEREOTIPIA E REPRESENTAO SOCIAL

    uma abordagem psico-sociolgica

    Maria Manuel Baptista

    Cabo-Verdianos - Etnia proveniente de Cabo-Verde (...)

    empregada especialmente como mo-de-obra na construo

    civil

    Dicionrio do Imobilirio, Lisboa, 1996

    (...) A perspectiva cognitiva pura no d lugar

    criatividade social (...) nas categorizaes sociais: parece

    intuitivamente bvio que em muitas, se no em todas as

    situaes sociais, as representaes de grupos e dos prprios

    grupos mudam (...), dependendo de mudanas na sociedade,

    tal como de fenmenos sociais mais momentneos.

    (Marques, J., 1986)

    1 O conceito de representao social

    A anlise dos processos psicossociais subjacentes estereotipia remete necessariamente

    para fenmenos de categorizao, os quais podem tambm ser objecto de anlise

    enquanto elementos de representao social, at porque possvel conceber a

    representao como uma manifestao do processo de categorizao (...)(Vala, J.,

    1986:16).

    Na verdade, uma abordagem s funes, estrutura e modos de formao dos esteretipos

    conduz-nos a algumas das mais importantes temticas estudadas pela Psicologia Social,

    Partes do presente texto integraram-se numa investigao mais vasta conducente a uma dissertao demestrado (no publicada), apresentada Faculdade de Psicologia e Cincias da Educao daUniversidade de Coimbra, com o ttulo Esteretipos de Adultos Moambicanos Face Aprendizagem(Coimbra, 1996). Toda a correspondncia sobre este artigo deve ser enviada para Maria Manuel Baptista, Departamento

    de Lnguas e Culturas da Universidade de Aveiro, 3810 Aveiro, Portugal, ou para o seguinte endereoelectrnico: [email protected].

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    tais como a teoria da atribuio causal, a teoria implcita da personalidade, a formao

    de impresses, a identidade social, as relaes entre grupos, a discriminao social, etc.,

    noes estas que podem, num nvel de abordagem mais integrativa e geral, ser

    compreendidas luz dos princpios e da teoria das representaes sociais.

    Para Tajfel (1980)(...) a representao social mais do que o esteretipo, mas este

    constitui uma parte importante da representao social (p.22). Afirma Vala

    (1986:7)que, para alm das atitudes, a psicologia social cognitiva, ao estudar a

    identidade, os esteretipos, as teorias implcitas da personalidade e a atribuio causal,

    tem abordado de forma desligada fenmenos que o conceito de representao social

    engloba e cuja articulao permite.

    A teoria das representaes sociais , segundo Codol, (1989) (...) uma elaborao

    terica de grande amplitude - ao inverso de quase todas as teorias da psicologia social,

    que podem ser qualificadas de locais, pelo facto de o seu domnio de explicao e o

    seu ponto de aplicao serem frequentemente bastante limitados (p.483).

    O conceito de representao social foi proposto por Moscovici na dcada de 60 e refere-

    se a um conjunto de conceitos, proposies e explicaes criados na vida quotidiana

    no decurso da comunicao interindividual. (Moscovici, S., 1981:181) Demarcando-se

    do paradigma comportamentalista, Moscovici prope a superao dos modelos que

    consideram as representaes como meras variveis mediadoras entre o estmulo e a

    resposta para as considerar como variveis independentes, que esto na origem no s

    das respostas comportamentais mas tambm da forma como so percepcionados os

    estmulos. (Moscovici, S., 1984:62) A representao assim entendida como

    construo de um objecto e expresso de um sujeito, (Vala, J., 1993:354) tendo uma

    forte ressonncia social, pois que se trata de uma modalidade de conhecimento

    socialmente elaborada e partilhada, com um objectivo prtico, contribuindo para a

    construo de uma realidade comum a um conjunto social. (Jodelet, D., 1989:36)Moscovici, que comeou por analisar em Frana as representaes de determinados

    grupos sociais relativamente teoria psicanaltica, acaba por concluir que as

    representaes sociais no se alimentam apenas das teorias cientficas, mas tambm

    (...) dos grandes eixos culturais, das ideologias formalizadas, das experincias e das

    comunicaes quotidianas. (Vala, J., 1993:353)

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    Desta forma, as representaes sociais remetem inevitavelmente para as pertenas

    sociais do sujeito, as suas modalidades de comunicao, a sua funcionalidade e eficcia

    social1 (Faria, L e Fontaine, A., 1993).

    Assim, as representaes sociais no so a mera reproduo mental da realidade exterior

    ao sujeito (cognio social) 2, mas elas passam a impregnar a realidade adquirindo foros

    de consistncia ontolgica, orientando as cognies e comportamentos dos indivduos.

    (Abric, J., Faucheux, C., Moscovici, S. , et al., 1967, Farina, A., Fisher, J., Getter, H. , et

    al., 1978, Leyens, J., 1985, Snyder, M. e Swann, W., 1978, Worku, Yelfign, 2001)

    Nas palavras de Vala, (1986) (...) as representaes so sociais, no pela sua extenso,

    mas porque emergem num dado contexto social; porque so elaboradas a partir de

    quadros de apreenso que fornecem os valores, as ideologias e os sistemas de

    categorizao social partilhados pelos diferentes grupos sociais; porque se constituem e

    circulam atravs da comunicao social; e porque reflectem as relaes sociais ao

    mesmo tempo que contribuem para a sua produo (p.20).

    2 Representao social e estereotipia

    Na verdade, uma vez constituda, a representao leva os indivduos a procurar criar

    uma realidade que valide as previses e explicaes implicitamente contidas nessas

    representaes. (Appelbaum, Steven H., Audet, Lynda e Miller, Joanne C., 2003,

    Gahagan, J., 1980, Vinnicombe, Susan e Singh, Val, 2002) Assim, nesta perspectiva, o

    1 O estudo da actividade representativa em geral, inclui, para alm das representaes sociais trsoutras vertentes: estudo das estruturas e processos cognitivos em sentido restrito, ou seja, os que sereportam s actividades de codificao, descodificao e memorizao (e.g. Markus e Zajonc,1985);estudo dos mecanismos motivacionais que orientam a dinmica da actividade cognitiva e a dinmicadas relaes entre estruturas cognitivas, perspectiva que orientou o New Look (Bruner,1951); e, ainda,o estudo dos investimentos pulsionais e fantasmticos presentes na actividade cognitiva e simblica e

    desenvolvido pelas correntes de orientao freudiana (e.g. Kaes,1976). (Vala, J., 1993:357)

    2 A cognio social no deve ser entendida como equivalente ao pensamento social. De facto,apesar das desejveis articulaes, trata-se de duas perspectivas distintas no mbito da PsicologiaSocial. (Vala, J., 1993)Para as teorias da cognio social os contedos no so geralmente relevantes, pois procuramconhecer processos universais e internos atravs dos quais se forma o conhecimento, tendendogeralmente a prescindir das emoes e construir uma teoria molecular pela descrio de processos eestruturas simples.Para as teorias do pensamento social, o conceito nuclear a representao social, procurando-seconhecer os contextos histricos, culturais e ideolgicos nos quais os contedos sejam valorizados earticulados aos processos; dada uma importncia central aos processos de interaco na constituio

    do pensamento do senso comum, articulam-se os planos cognitivo, avaliativo e emocional e opensamento social visto como molar, considerando que o todo no se obtm por mera soma daspartes.

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    enviesamento cognitivo, que a estereotipia social, mais no faz do que veicular e

    expressar determinadas representaes sociais. (Codol, J., 1989, Shin, Sunney e Kleiner,

    Brian H., 2001)

    Uma das caractersticas da estereotipia precisamente a procura invarivel da sua

    confirmao emprica, enviesando sistematicamente a realidade sobre a qual elabora o

    esteretipo, entendendo a realidade que a infirme como uma mistificao. (Billigmeier,

    R., 1990)

    A constituir o conceito de representao social encontram-se ainda dois critrios: o

    quantitativo e o gentico. Na verdade, toda a representao social partilhada por um

    conjunto de indivduos e colectivamente produzida, como resultado da actividade

    cognitiva e simblica de um grupo social. Ora, tal tambm o caso do esteretipo, que

    constitui um conjunto de crenas, teorias e vises de um ou vrios grupos sociais sobre

    o seu objecto de estereotipia. (Vinnicombe, Susan e Singh, Val, 2002) Do ponto de vista

    gentico, os esteretipos surgem como representaes partilhadas que reflectem e tm

    origem em projectos, problemas e estratgias dos grupos sociais. (Billigmeier, R., 1990)

    Tal como as representaes sociais, os esteretipos tm como funo formar e orientar,

    tanto a comunicao como os comportamentos. As representaes sociais, quando

    surgem sob a forma de esteretipos sociais, so teorias sociais prticas, (Vala, J.,

    1993) um saber prtico, (Jodelet, D., 1984) organizadores das relaes simblicas

    entre os actores sociais. (Doise, W., 1990) Trata-se, no entanto, de dois conceitos

    diferentes, pois remetem para dois nveis de abordagem cujo grau de generalidade

    difere: se os esteretipos sociais podem ser vistos como formas de representao social,

    nem todas as representaes sociais do origem a esteretipos. (Tajfel, H., 1980)

    Assim, o esteretipo refere-se a percepes socialmente partilhadas de sujeitos

    pertencentes a grupos diferentes, as quais adquirem um carcter de rigidez e alto grau de

    generalizao. (Yim, Phyllis Ching-Yin e Bond, Michael Harris, 2002) Tm um pontode aplicao normalmente estrito, uma forte componente afectiva e encontram-se com

    frequncia na base de atitudes de discriminao social. (e.g. Shin, Sunney e Kleiner,

    Brian H., 2001) J as representaes sociais podem incluir todos estes elementos

    (inclusivamente a estereotipia social), mas, no caso de no inclurem claras

    categorizaes de grupos sociais, podem no remeter para qualquer tipo de estereotipia

    social, no implicando, por isso, fenmenos de discriminao social (eg., representao

    social da psicanlise, estudada por Moscovici) (1981).

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    Na realidade, tm sido mltiplas as investigaes realizadas no mbito das

    representaes sociais (abordando temas como a doena mental, a violncia, a justia, o

    grupo e a amizade, o trabalho, o desemprego, os sistemas tecnolgicos, os sistemas

    econmicos, etc.), (Jodelet, D., 1989) que no remetem necessariamente para a

    estereotipia, at porque os objectos das representaes sociais podem incluir grupos

    sociais, mas ultrapassam-nos para se referirem a uma enorme diversidade de objectos do

    pensamento social.

    Refira-se, no entanto, que a fluidez do conceito de representao social (caracterstica

    que ser eventualmente responsvel pelo poder heurstico desta rea de investigao),

    (Moscovici, S., 1976) permite incluir conceitos de mdio alcance como por exemplo,

    atribuio, crena, atitude, esquema, opinio, etc. (Vala, J., 1993:360)e, acrescentamos

    ns, esteretipo social, at porque se trata de um tipo especfico de esquema ou atitude,

    fundado frequentemente em crenas, origem de opinies e atribuies, relativamente a

    determinados grupos sociais e que encontra a sua gnese em processos de

    categorizao.

    Uma vez que os esteretipos se formam frequentemente a partir de uma mistura

    distorcida de impresses inadequadas sobre os outros, percepes incompletas ou

    defeituosas, grandes generalizaes que ignoram diferenas internas, (Billigmeier, R.,

    1990:474) importa compreender que processos sociocognitivos se encontram

    implicados na produo da estereotipia enquanto representao social.

    3 Processos sociocognitivos das representaes sociais

    De acordo com a teoria das representaes sociais, so dois os principais processos

    responsveis pela formulao deste tipo de pensamento social: a objectivao e a

    ancoragem. (Moscovici, S., 1984, Moscovici, S., 1988)No primeiro caso, a objectivao consiste no processo de formao de um todo coerente

    atravs da seleco e da descontextualizao do objecto, seguindo-se um momento de

    esquematizao estruturante que tem como objectivo constituir um esquema ou n

    figurativo que permita organizar num padro de relaes estruturadas os principais

    elementos do objecto de representao. O processo de objectivao conclui-se com a

    naturalizao dos padres relacionais que passam a ser vistos, no apenas como reais e

    materialmente verdadeiros, mas tambm como categorias naturais, descritivas e

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    portanto tambm explicativas e normativas, fazendo assim equivaler o conceito

    realidade. (Vala, J., 1993)

    J no que respeita ancoragem, que pode preceder ou seguir o processo de

    objectivao, ela pode servir, no primeiro caso para integrar as novas informaes em

    categorias que o sujeito j possui, fruto de experincias anteriores, ou na segunda

    hiptese, atribuir sentido a acontecimentos, comportamentos, pessoas, grupos ou factos

    sociais que assim exprimem e constituem as relaes sociais. (Moscovici, S.,

    1961:318)

    A formao dos esteretipos sociais pode igualmente ser compreendida atravs dos

    processos descritos, se se pensar tratar-se de representaes sociais e atitudes rgidas,

    convencionais e categricas com uma forte componente afectiva, tendendo a reflectir

    as posies relativas num sistema generalizado de estratificao. (Billigmeier, R.,

    1990:474)

    Vejam-se os estudos realizados na rea da estereotipia sexual, (e.g. Appelbaum, Steven

    H., Audet, Lynda e Miller, Joanne C., 2003, England, E., 1992, Gerber, G., 1991, King

    Jr., W., Miles, E. e Kniska, J., 1991, Kutner, N. e Brogan, D., 1990, Leppard, W.,

    Ogletree, S. e Wallen, E., 1993, Martin, C., 1987, Mazzella, C., Durkin, K. e Buralli,

    P., 1992, Park, Daewoo, 1997, Pomerleau, A., Bolduc, D., Malcuit, G. , et al., 1990,

    Renn, J. e Calvert, S., 1993, Vogel, D., Lake, M., Evans, S., et al., 1991) os quais

    permitem inferir a existncia de processos de seleco e descontextualizao,

    esquematizao estruturada e naturalizao, bem como de ancoragem, na forma como

    homens e mulheres se percepcionam e descrevem.

    Por outro lado, poder-se-ia ser levado a pensar que o esteretipo seria apenas um tipo de

    esquema provocado por um enviesamento de informao incorrectamente processada.

    Ora uma das caractersticas dos esteretipos enquanto produtos de interaco social ,

    precisamente, a sua irracionalidade e em grande medida invulnerabilidade mesmo face evidncia de informao disponvel correcta. (Billigmeier, R., 1990:474)

    Esta caracterstica de rigidez prpria do esteretipo, no implica que ele comporte

    necessariamente uma percepo falsa da realidade. O que se pretende aqui sublinhar

    que, quer se trate de categorizaes apenas exageradas e simplificadoras da realidade,

    quer elas sejam errneas e completamente falsas, os esteretipos adquirem um enorme

    grau de estabilidade no tempo e um alto nvel de convencionalidade social, que os torna

    dificilmente alterveis, mesmo quando os actores sociais que os detm dispem deulteriores informaes que invalidam o seu contedo. Assim, a irracionalidade do

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    esteretipo no advm em primeiro lugar do seu contedo (que pode at no remeter

    para informaes falsas, mas apenas deficientemente processadas), mas do seu carcter

    rgido e inflexvel, mesmo face a eventuais evidncias racionais que o contradigam.

    (Shin, Sunney e Kleiner, Brian H., 2001)

    Provas empricas que confirmam que os esteretipos se podem manter inalterveis

    durante dcadas, apesar de mltiplas campanhas de sensibilizao e informao e de

    evidentes alteraes sociais, encontram-se na literatura relativa estereotipia sexual e

    racial. (Bergen, D. e Williams, J., 1991, Branscombe, N. e Smith, E., 1990, Cann, A. e

    Siegfried, W., 1990, Dion, K. e Schuller, R., 1990, Janman, K., 1989, King Jr., W.,

    Miles, E. e Kniska, J., 1991, Park, Daewoo, 1997, Schein, V., Mueller, R. e Jacobson,

    C., 1989, Worku, Yelfign, 2001)

    Parece portanto legtimo concluir que a noo de estereotipia pode ser vista tanto luz

    da noo de esquema, como sob a perspectiva da teoria das representaes sociais3.

    A diferena reside no facto de que, enquanto (...) o conceito de esquema v o

    conhecimento mais como resultado de um processamento de informao, onde

    interagem dados e teorias, (...) o conceito de representao social acentua as dimenses

    do conhecimento que relevam da aplicao das teorias, esquecendo como e de que

    forma essas teorias so activadas pelos dados. (Vala, J., 1993:375)

    4 Esteretipo, teoria da atribuio e representaes sociais

    A utilizao do conceito de representao social igualmente de assinalvel valor

    heurstico para a compreenso do esteretipo, se se tiver em conta o alcance social que a

    teoria da atribuio causal passa a possuir neste contexto terico. (Vinnicombe, Susan e

    Singh, Val, 2002)

    Investigaes realizadas no mbito da teoria da atribuio causal, ao procurar esclarecero processo de julgar as intenes e disposio dos indivduos a partir das suas aces,

    (Gahagan, J., 1980)detectaram a existncia do que se pode designar o erro fundamental

    na atribuio. Tal erro consiste na frequente tendncia que os indivduos apresentam

    em atribuir a causas internas a explicao dos seus prprios comportamentos e,

    3 Refira-se no entanto, que se trata sobretudo de duas abordagens diferentes ao mesmo fenmeno,pois quer os esquemas sociais, quer as representaes sociais tm em comum um mesmo processo

    bsico: a categorizao, (Leyens, J., 1985)que igualmente um elemento fundamental na formao deesteretipos.

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    sobretudo, dos comportamentos dos outros (disposies, traos de personalidade,

    atributos pessoais, etc.) (Shin, Sunney e Kleiner, Brian H., 2001). Mesmo quando esta

    norma de internalidade (Beauvois, J., 1984)no se verifica, os indivduos que a

    preferem utilizar so socialmente mais valorizados do que aqueles que utilizam

    explicaes externas ou de ndole situacional4 (Beauvois, J. e Dubois, N., 1988,

    Dubois, N., 1987).

    Esta tendncia psicologizao para que a norma da internalidade aponta aquando de

    processos inferenciais, permite melhor compreender o carcter rgido dos esteretipos,

    pois que estes remetem para traos, disposies de personalidade e atributos pessoais

    dos elementos do grupo estereotipado que so vistos como intrnsecos e internos aos

    indivduos e no produto de contextos ou situaes especficas. (Park, Daewoo, 1997,

    Shin, Sunney e Kleiner, Brian H., 2001)

    Efectivamente, se a estereotipia pudesse contemplar a explicao de fenmenos atravs

    da sua natureza socioestrutural, ela perderia grande parte da rigidez e conotao

    negativa e muita da sua eficcia enquanto base da discriminao social.

    Assim, e partindo do princpio que a categorizao ela prpria socialmente

    regulada, (Vala, J., 1986:12) tem sido considerado que, no que respeita funo e

    produo dos esteretipos sociais, estes podem ser analisados como teorias implcitas da

    personalidade partilhadas pelos membros de um grupo social sobre outros grupos e

    sobre o seu prprio grupo. (Tajfel, H, 1972)

    Por outro lado, para compreender o esteretipo enquanto modalidade de representao

    social ser necessrio ultrapassar este nvel geral de anlise que nos remete para meta-

    representaes sobre o conceito de homem, e ter em conta o contedo especfico do

    objecto concreto do esteretipo face ao qual se procuram produzir explicaes causais.

    S na articulao destes dois nveis (meta-representao da ideia de homem e

    representao especfica do sujeito pertencente ao grupo estereotipado), ser possvelcompreender a eficcia prtica da estereotipia fundada em formas de explicao e

    argumentao do senso comum. (Vala, J., 1993)

    5 Multifuncionalidade das representaes sociais e funcionalidade dos esteretipos

    4 Segundo Vala, (1993)tal norma fica-se a dever passagem de uma concepo de pessoaheternoma (ideia pr-moderna) a uma concepo autnoma de pessoa (de raiz iluminista e liberal).

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    Aceder funcionalidade do esteretipo passa ainda pelo entendimento da

    multifuncionalidade das representaes sociais. De facto, estas apresentam funes de

    organizao significante do real, explicando-o, funo de comunicao, funes

    comportamentais e ainda de diferenciao social (para uma viso mais completa das

    linhas de investigao que se tm desenvolvido nesta rea, ver Vala) (1986).

    Do ponto de vista da organizao do real o esteretipo social uma forma de

    categorizao da realidade que possui uma forte colorao avaliativa e afectiva,

    frequentemente negativa, mas que tambm pode surgir com contedo positivo.

    Quer enquanto negativos, quer enquanto positivos, os esteretipos tm como funo

    reduzir a incerteza e organizar a realidade envolvente, tornando-se eles mesmos

    elementos reais constituintes desse mesmo meio, enquanto tendentes a produzir

    efeitos sociais auto-fundamentadores e reforantes. (Yim, Phyllis Ching-Yin e Bond,

    Michael Harris, 2002)

    Assim, enquanto elementos de comunicao os esteretipos so econmicos pois

    permitem processar rapidamente a informao social (Atkinson, R, Atkinson, R e

    Hilgard, E, 1983, Faria, L e Fontaine, A., 1993)e, tal como qualquer outra representao

    social, transformar as avaliaes em descries e as descries em explicaes.

    (Moscovici, S. e Hewstone, M., 1984) O esteretipo pode mesmo definir-se como

    uma espcie de esquema perceptivo associado a certas categorias de pessoas ou

    objectos, cristalizados em torno de uma palavra que os designa, intervindo

    automaticamente a representao e caracterizao dos especmenes dessas categorias

    (Maisonneuve, J., 1971:110)(negrito nosso). Desta forma, a prpria linguagem sinaliza

    e transporta os esteretipos, influenciando decisivamente os processos de comunicao

    entre indivduos e entre grupos. (Shin, Sunney e Kleiner, Brian H., 2001)

    5.1 Esteretipos, representaes sociais e comportamento

    Do ponto de vista comportamental, a relao entre esteretipos e comportamento

    discriminatrio nem sempre automtica, (Park, Daewoo, 1997, Vinnicombe, Susan e

    Singh, Val, 2002) tal como tem vindo a sublinhar a investigao que diz genericamente

    respeito relao entre atitudes e comportamentos, como aquela que mais

    especificamente se relaciona com a rea da estereotipia. (Lapiere, R., 1934)

    No entanto, se se utilizar a distino proposta por Nuttin (1972)entre componentessituacionais (que so sobretudo produto de factores situacionais com pouco impacto nas

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    mediaes cognitivo-avaliativas) e componentes representacionais (em cujo mbito a

    relao entre aqueles elementos inversa), poder-se- afirmar que, nestes ltimos, so

    factores decisivos para a aco tanto as representaes como as atitudes e/ou

    esteretipos sociais.

    Poder-se-ia ainda dizer com Codol (1989)que, a questo no talvez tanto a de saber

    se o juzo social e o comportamento esto ligados, mas de saber se por um lado os

    juzos sociais, e por outro os comportamentos, podem ser interpretados como

    manifestao de uma mesma estrutura cognitiva subjacente (p.487) 5.

    5.2 Esteretipos, representaes sociais e diferenciao social

    no que respeita funo de diferenciao social das representaes sociais que mais

    nitidamente se compreende o esteretipo enquanto modo de representao social, com

    uma dinmica especfica e significativa na vida social.

    De facto os esteretipos, que se situam ao nvel avaliativo das relaes intergrupais,

    formam-se a partir das relaes comportamentais entre os grupos e tm fortes

    repercusses ao nvel das representaes mtuas. (Doise, W., 1983, Yim, Phyllis Ching-

    Yin e Bond, Michael Harris, 2002)

    As experincias j clssicas de Sherif (1976)demonstraram que imagens estereotipadas

    reforam e tm origem nos comportamentos hostis entre grupos, produzindo juzos e

    avaliaes que favorecem o grupo de pertena em detrimento de outro grupo. Tais

    conflitos resultam no das caractersticas dos seus membros ou da organizao interna

    dos grupos, mas da necessidade de criar uma identidade social (por referncia ao grupo

    de pertena) e correlativamente a diferenciao intergrupos. Tal processo comea por

    ser de categorizao e diferenciao social e leva ao engendrar de representaes sociais

    dos outros frequentemente estereotipadas, sobretudo se os grupos se encontram emsituaes de competio. (Park, Daewoo, 1997, Yim, Phyllis Ching-Yin e Bond,

    Michael Harris, 2002) Assim, a evoluo do conflito entre os grupos acompanhada

    por uma evoluo nas imagens que cada grupo desenvolve de si prprio e do outro.

    De acordo com Doise (1983)tais imagens desempenham trs tipos de funes

    cognitivas:

    5

    As experincias de Codol (1972)sobre as relaes entre representaes e comportamentosapontam para a importncia da representao de tarefas, do outro e do grupo, que passam a ser ele-mentos definidores da situao e da organizao dos comportamentos.

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    1 - Funo selectiva que consiste numa percepo diferenciada dos elementos

    caracterizadores do outro grupo, avaliando esses elementos de forma negativa e de entre

    esses seleccionando aqueles que so relevantes no contexto da relao intergrupal;

    2 - Funo justificativa, revelando os contedos das representaes, imagens

    estereotipadas que legitimam os comportamentos de hostilidade e discriminao social;

    3 - Funo antecipatria que orienta o desenvolvimento das relaes entre os grupos e

    que permite prever o comportamento do(s) grupo(s) e assim orientar a sua prpria

    aco. 6

    Concluso

    O esteretipo surge-nos assim como um elemento importante no processo de

    diferenciao social confundindo-se, em situao limite de extrema competio e

    diferenciao intergrupal, com a representao social que os grupos fazem uns dos

    outros e tambm de si prprio (Tajfel, H., 1980)7.

    Tal como o caso das representaes sociais em termos latos, tambm o esteretipo

    social (como caso particular das representaes sociais) permite organizar de forma

    significativa o real, influencia os processos de comunicao, predispe para a aco e

    assume um papel relevante em fenmenos de diferenciao social (os quais por sua vez

    nos remetem para processos de categorizao social e de construo da identidade

    social) (Appelbaum, Steven H., Audet, Lynda e Miller, Joanne C., 2003, Vinnicombe,

    Susan e Singh, Val, 2002).

    Tendo em conta a literatura revista nesta rea e os paradigmas tericos que aqui

    procurmos apresentar, parece-nos que o esteretipo poder ser entendido como um

    esquema cognitivo socialmente partilhado, produto do processamento de informao

    social, cujo contedo normalmente enviesado (construindo os sujeitos categorizaessuper-generalizadoras, exageradas ou at falsas). Cristalizado em torno de uma palavra

    que o designa e reflectindo relaes entre grupos sociais, o esteretipo pode ser melhor

    compreendido se integrado em representaes sociais mais latas de que faz parte.

    6 Sublinhe-se o facto de as funes de diferenciao social das representaes sociais, ou o que nopresente caso pode ser sobreponvel, as funes dos esteretipos no processo de diferenciao social,se articularem de forma bastante clara com os processos de objectivao e ancoragem, atravs dosquais se originam tanto as representaes sociais gerais como os esteretipos.

    7

    Note-se ainda que a evoluo dos conflitos entre grupos no d apenas origem a uma imagemestereotipada do outro (hetero-esteretipo), mas tambm, e por consequncia do processo dediferenciao social, de si prprio (auto-esteretipo). (Doise, W., 1980)

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    No sentido de se esclarecerem cabalmente os processos de formao do esteretipo,

    parece-nos ser importante, para alm das teorias e instrumentos epistemolgicos

    provenientes das teorias do processamento de informao, recorrer tambm s teorias

    que remetem para a anlise de processos sociocognitivos especficos do contexto

    cultural em que nascem os esteretipos e a se mantm, por desempenharem funes

    sociais determinadas.

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