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XX 225 17/11//2012 * Proposta prevê obrigação de repasse federal - p.11 * Memória forjada a ferro - p.03 * Celulares nas celas - p.20

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XX 225 17/11//2012

* Proposta prevê obrigação de repasse federal - p.11

* Memória forjada a ferro - p.03

* Celulares nas celas - p.20

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Gustavo Werneck

Ouro Preto – Um pedaço im-portante da história do Brasil, prin-cipalmente de Minas, se confunde com a vida do alemão Wilhelm Lu-dwig von Eschwege (1777–1855), o barão Eschwege. Geólogo, ar-quiteto e estudioso de mineralo-gia, mineração e metalurgia – um homem que poderia ser chamado atualmente de multimídia –, ele foi responsável por um marco na economia do país: a implantação da primeira siderúrgica a produzir ferro fundido em escala industrial. No próximo dia 12, a Fábrica Pa-triótica, em ruínas bem preserva-das em área da Vale, no quilômetro 590 da rodovia BR-040, em Ouro Preto, na divisa com o município de Congonhas, na Região Central, vai completar seu bicentenário. O lançamento do livro Fábrica Patri-ótica 200 anos – A primeira indús-tria de ferro do país vai dar mais visibilidade à figura de Eschwege, aumentar o conhecimento sobre o assunto e atrair mais visitantes para o sítio arqueológico que ocu-pa 22,9 hectares.

Protegidas por árvores frondo-sas e no meio de silêncio absoluto, embora a poucos quilômetros da rodovia e das operações na Mina da Fábrica, as ruínas da Patriótica reúnem pilares de canga de miné-rio, alguns trabalhados em canta-ria, bases de quatro fornos, depó-sitos, vestígios de canais de água, casa da administração, senzala, forjaria e outros setores. O livro, patrocinado pela empresa e super-visionado pelo arqueólogo Warley Delgado, com pesquisas de Frede-rico Alves Pinho, Ismael Krishna

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NOSSA HISTÓRIA

Memória forjada a ferro Operação da Fábrica Patriótica, a primeira siderúrgica do país, completa 200 anos

em dezembro. Por trás do feito estão a ousadia e a perseverança do Barão Eschwegede Andrade Neiva, Luana Carla Martins Campos, Gabriela Dias de Oliveira e Mariana Gonçalves Moreira, traz um mapa colorido, elaborado pelo alemão, com a des-crição dos setores da siderúrgica, que funcionou até 1922.

“O mapa indica oito fornos pequenos, mas só identificamos quatro”, conta Warley enquanto mostra a área e destaca o cará-ter visionário de Eschwege, que chegou ao Brasil em 1810 (veja a biografia) a convite do príncipe regente dom João VI (1767–1826). “São contemporâneas da Patriótica as siderúrgicas de Morro do Pilar e de São João de Ipanema, mas ela foi a primeira a produzir em escala industrial e com sucesso. A pedra fundamental foi lançada em 1811 e a produção começou em 12 de dezembro de 1812”. Ele diz que Eschwege trouxe inovações tec-nológicas, entre elas a injeção de ar dentro dos fornos para acelerar a fusão do minério, por meio das trompas hidráulicas – antes, expli-ca, eram usados foles. As estrutu-ras de pedras da unidade industrial tinham cobertura de madeira e te-lhas, mas só restaram as pedras.

Nos 10 anos de funcionamen-to, a fábrica produziu 142 tone-ladas de ferro, média de 18t/ano. “Havia também fabricação de pre-gos, ferraduras, cravos e ferramen-tas, tudo vendido para os fazendei-ros e donos de minas da região”, afirma o arqueólogo. Durante a instalação da unidade, no entanto, Eschwege teve problemas com a mão de obra. “Ele não era simpa-tizante do emprego de escravos, mas logo notou que para os bran-cos o trabalho não era visto como

algo nobre. Então, acabou sendo obrigado a alugar escravos para o empreendimento”, diz Warley.

NATUREZA Visitas ao sítio são permitidas,

basta marcar com antecedência na empresa, já que se trata de uma área de mina. Quem for ao local não vai perder a viagem. Há um contraste bonito das pedras ver-melhas e marrons com as árvores e a grama que pavimenta o sítio. Segundo a assessoria da minera-dora, a área de proteção, incluindo o entorno, chega a 50 hectares. O local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1938. Há dois anos, foi firmado acordo com o Ministério Público estadual, via Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico (CPPC/MG), para garantir a preservação do lo-cal e difundir a educação patrimo-nial. O livro sobre o bicentenário, com tiragem de 2 mil exemplares, será distribuído em escolas, biblio-tecas e outros.

SERVIÇOA Fábrica Patriótica fica na

Mina da Fábrica, da Vale, no km 590 da rodovia BR-040. Visitas devem ser marcadas pelo telefo-ne 0800 285-4552 ou pelo site [email protected]

Homem eclético e curiosoDa Alemanha ao Brasil, via

Portugal. Filho de família aristo-crática alemã, Wilhelm Ludwig von Eschwege estudou na Univer-sidade de Göttingen, e no início do século 19 fez os primeiros contatos com a engenharia de minas. Ape-sar de destinado à vida militar, a sua curiosidade intelectual o levou

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a adquirir formação acadêmica ec-lética, estudando cartografia, ciên-cias naturais, arquitetura, minera-logia e metalurgia.

Em 1802, Eschwege partiu para Portugal, onde ficou até 1810 e ocupou o cargo de diretor de mi-nas. Da sua experiência no país e de viagens de prospecção também nas colônias recolheu dados geoló-gicos, informações sobre técnicas de mineração e de administração das minas. O material lhe permi-tiu iniciar a publicação de diversas obras de caráter científico.

Durante a estada em Portugal, Eschwege catalogou inúmeros as-pectos da mineralogia portuguesa e publicou um estudo sobre as con-chas fossilizadas da região de Lis-boa. De 1803 a 1809, o barão de Eschwege esteve à frente da fábri-ca de artilharia em Arega, Figueiró dos Vinhos, onde se fabricavam, entre muitas outras peças de ferro, os canhões para as forças armadas portuguesas. Em 1810, a convite do príncipe regente d. João VI, Es-chwege veio para o Brasil com o objetivo de reanimar a decadente mineração de ouro e trabalhar na nascente indústria siderúrgica. Foi também encarregado do ensino das

ciências da engenharia aos futuros oficiais do Exército e de continuar os trabalhos de exploração mineira e de metalurgia. No mesmo ano, foi criado por d. João VI o Real Gabinete de Mineralogia do Rio de Janeiro, sendo o alemão chama-do para dirigi-lo e ensinar técnicas avançadas de extração mineral. Ele ficou no Brasil até 1822, com a pa-tente de tenente-coronel engenhei-ro, nomeado intendente das minas de ouro e curador do Gabinete de Mineralogia.

Eschwege iniciou em Ouro Preto os trabalhos de construção da Patriótica, empreendimento privado, sob a forma de sociedade por ações. Em 1812, foi extraído, pela primeira vez, ferro por ma-lho hidráulico de forma industrial. Cinco anos depois, foram apro-vados pelo governo os estatutos das sociedades de mineração, que estabeleciam as bases para a fun-dação da primeira companhia mi-neradora do Brasil, sugeridas por Eschwege. Da obra escrita por ele e publicada na Europa, se destaca Pluto brasiliensis (1833), a primei-ra obra científica sobre a geologia brasileira.

LINHA DO TEMPO

1777 – Wilhelm Ludwig von Eschwege, o Barão de Eschwege, nasce na Alemanha numa família aristocrática

1802 – Eschwege parte para Portugal, onde fica até 1810 e ocu-pa o cargo de diretor de minas

1810 –A convite do prínci-pe regente D. João VI, Eschwe-ge chega ao Brasil para reanimar a decadente mineração de ouro e trabalhar na nascente indústria si-derúrgica

1811 – Lançada a pedra funda-mental da Fábrica Patriótica

1812 – Em 12 de dezembro, a Fábrica Patriótica, em Ouro Preto, se torna a primeira siderúrgica do Brasil a produzir ferro fundido em escala industrial

1817 –Aprovados pelo gover-no os estatutos das sociedades de mineração, que estabeleciam as bases, sugeridas por Eschwege, para a fundação da primeira com-panhia mineradora do Brasil

1938 –Em 30 de junho, a Fá-brica Patriótica é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

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TÂMARA TEIXEIRADois anos e cinco meses depois

do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, o goleiro Bruno Fernandes e os outros quatro acusados de par-ticipação no crime vivem sob o fan-tasma do caso e a incerteza de uma possível condenação. As duas acusa-das que estão em liberdade, Dayanne Souza e Fernanda Gomes de Castro, seguem a vida com dificuldade e aguardam ansiosas para ouvir o ve-redicto do julgamento que começa na próxima segunda, no Fórum de Con-tagem, região metropolitana de Belo Horizonte.

Para Bruno, seu braço-direito, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o ex-policial civil Marcos Apareci-do dos Santos, o Bola, presos há dois anos e quatro meses, a ansiedade é ainda maior. Esta reportagem da série especial que O TEMPO publica nesta semana conta como está a vida dos réus hoje.

Sem a ajuda que costumava receber do jogador e ex-marido, Dayanne leva uma vida simples com as duas filhas e um filho bebê, fruto de um relacionamento com um rapaz que conheceu depois de se separar do goleiro.

A família conta com a ajuda de parentes e amigos para viver em uma casa na Pampulha, na capital. Dayan-ne ainda não conseguiu um emprego e, às vezes, faz bicos como professo-ra particular de diversas disciplinas, mesma profissão que tinha antes de se casar com Bruno.

A moça tem o sonho de abrir uma clínica de estética. Ela contava com o dinheiro da venda do sítio do casal, em Esmeraldas, na região me-tropolitana, para concretizar o negó-cio. Mas, o imóvel, hoje arrendado, está bloqueado na Justiça.

Isolado - Jorge Luiz Rosa, primo

Fantasma do crime assombra réus e vítimasde Bruno, mora, com a mãe, em outro Estado. O jovem, adolescente na épo-ca do crime, está amparado por um programa de proteção do Estado. Ele já cumpriu medida socioeducativa de dois anos e dois meses depois de ser considerado culpado pela acusação de morte e sequestro de Eliza. Hoje, o rapaz não deve nada à Justiça. Jorge Luiz deve retomar a vida em outro lu-gar, com uma nova identidade, como costuma acontecer nesses casos.

Ele é uma das principais teste-munhas do crime. Chegou a dizer à polícia que viu Eliza ser asfixiada até a morte por Bola. Mas o júri não terá o seu depoimento. Anteontem, a juí-za Marixa Fabiane Rodrigues negou o pedido da promotoria para que ele falasse por videoconferência.

DiscretaA ex-namorada do goleiro, Fer-

nanda Gomes de Castro, retornou ao Rio, em dezembro de 2010, quando foi solta. Desde então, adotou postura discreta, passa a maior parte do tem-po em uma igreja católica carismáti-ca, que ela já frequentava antes, e tra-balha como secretária em um escritó-rio de advocacia. Porém, ela não quer falar sobre a prisão e sobre o crime. Segundo sua advogada, Carla Silene, ela chega amanhã a Belo Horizonte para o júri. Fernanda poderá usar rou-pa normal e não é obrigada a acompa-nhar a todo o julgamento - pode ficar apenas durante seu interrogatório.

Bruno não vai receber visitas antes do júri

O último fim de semana do golei-ro Bruno Fernandes, antes do início de seu julgamento, que pode terminar com uma condenação de mais de 42 anos, será solitário, na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na

região metropolitana da capital.Segundo a Secretaria de Estado

de Defesa Social (Seds), não há visi-tas cadastradas para hoje e amanhã. A próxima visita da noiva, a dentista carioca Ingrid Oliveira, será no dia 24 deste mês. O advogado de Bruno, Rui Pimenta, diz que o cliente está tran-quilo e acreditando na absolvição. (TT)

Expectativa

Mãe de Eliza diz não estar pron-

ta para julgamento"Não estou preparada para re-

viver tudo", diz a mãe de Eliza Sa-mudio, Sônia de Fátima Moura, às vésperas do julgamento. Ela vai acompanhar as sessões no Fórum de Contagem, ao lado de sua advogada, Maria Lúcia Gonçalves. Dois anos e quatro meses após o desaparecimento da filha, Sônia diz que não tem dúvi-das de que Bruno ordenou a execução de Eliza, e conta que a família ainda luta para se reestruturar.

Sônia tem a guarda definitiva do neto, Bruninho, 2. Uma criança que ela descreve como esperta, feliz e "cheia de jeito com a bola". Apesar de alegre, Bruninho frequenta psi-cólogos há dois anos. Ele ainda não está na escola. "Um dia, ele vai saber da verdade e precisa estar preparado para isso. Eu e meu filho mais velho também vamos ao psicólogo. É muita tristeza para administrar", disse ela.

A referência de pai do garoto é o marido de Sônia. "Ele sabe que sou a avó e ele o avô, mas nos chama de pais", conta. Ela diz não ter ódio do jogador, mas quer distância de Bruno. "Se ele pedisse desculpas e explicas-se o que houve, de verdade, eu ouvi-ria. Mas, não quero mentiras. Sei que ele matou minha filha", afirma. (TT)

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Depois do constrange-dor combate retórico entre os governos federal e estadual paulista em torno da onda de violência em São Paulo, o go-vernador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), e o ministro da Justiça, José Eduardo Mar-tins Cardozo (PT), voltaram a se reunir para tornar viável a integração na luta contra a cri-minalidade. Ficou combinado que logo terão início operações conjuntas em estradas, portos e aeroportos para tentar coi-bir a ação da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), acusada de ser a res-ponsável pela execução em sé-rie de policiais, principalmente militares, nas ruas da capital paulista. O fim do bate-boca de autoridades federais e estadu-ais e as combinadas blitze em estradas, portos e aeroportos, são bem-vindos, pois não faz o menor sentido o desenten-dimento entre autoridades às voltas com o crime organizado, bem armado e eficiente.

A repressão à atividade criminosa, contudo, só terá efi-cácia e tranquilizará a popula-ção assustada com a vingança dos bandidos e a represália dos policiais se algumas medidas simples e práticas forem adota-das imediatamente, tais como evitar o uso contumaz de tele-fones celulares pelos chefões da facção criminosa nas celas onde cumprem penas. Na se-mana passada, o grupo de pro-motores de execução criminal da capital tratou desta obvie-dade num documento em que citou uma operação da Polícia Federal que flagrou detentos

Celulares nas celascomandando o tráfico de dro-gas de uma cadeia dita de se-gurança máxima. As conversas pelo telefone foram gravadas e, segundo o governador, isso é trabalho de inteligência poli-cial.

O documento dos promo-tores pede que todos os presos ligados ao PCC sejam trans-feridos para presídios federais porque o Estado de São Paulo não consegue controlar o em-prego de telefonia celular nos presídios sob sua administra-ção. “Não há ainda uma tec-nologia para bloquear (o uso do celular) apenas em uma pe-quena área. Então, ou você não consegue bloquear ou bloqueia em uma área muito grande”, tentou explicar Alckmin.

Embora a cooperação entre os governos federal e estadual permita agora uma transferência em número razo-ável de chefões da facção para presídios fora do território do Estado de São Paulo, o que tor-na viável a sugestão dos pro-motores, esta não deveria ser a única solução para o problema. Considerando-se que impedir a comunicação entre os coman-dantes nas celas e os tarefeiros nas ruas é ação crucial para re-duzir a criminalidade na cida-de, espera-se das autoridades estaduais paulistas que adotem uma providência elementar que o governador não abordou em seu comentário inconclusi-vo: impedir que os aparelhos cheguem às mãos dos encarce-rados.

É impossível que o go-

vernador não esteja a par do que qualquer cidadão media-namente informado toma co-nhecimento por fotografias de jornais e imagens de televisão: o volume impressionante de telefones celulares recolhidos nas revistas de rotina feitas nos presídios paulistas, aliás menos frequentes do que se faz neces-sário. Qualquer providência rotineira da administração dos presídios para impedir o fluxo permanente de entrada desses aparelhos no dia a dia das pri-sões dispensaria a complicada operação de bloqueio da linha utilizada.

Como a ligação telefôni-ca só é possível com o uso do aparelho, basta evitar que o presidiário disponha dele para impedir sua comunicação com seus comandados. Para tanto, não se exige logística sofisti-cada nem tecnologia de pon-ta. Tudo o que entra e sai num presídio passa por um portão de entrada e a instalação de detectores de metais neste bas-tará para obstruir o canal de conexão pelo qual os chefões da facção fazem chegar suas ordens sangrentas aos encarre-gados de cumpri-las. O siste-ma é usado com eficiência para impedir a entrada de quaisquer objetos metálicos em aviões de carreira. Não tem funcionado nas prisões por causa da cor-rupção policial. Alckmin pode-rá se queixar com mais razão do que tem feito ultimamente da ineficiência da Polícia Fede-ral na vigilância das fronteiras se adotar uma estratégia para pôr fim ao vexame dos celula-res nas celas.