185501350-Van-Gennep-Cap-06-Os-Ritos-de-Passagem.pdf

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( 'llI.l\ ,;"'0 ANTROPOLOGIA 'struturas elementares do parentesco :laude Levi-Strauss I'i os de passagem mold van Gennep III 'nte do ser humano primitivo fimnzBoas FICHA CATALOGRJ\pICA (Pre parada pelo Centro de Catalogaflio-najonte do Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ) ,ennep, Arnold van. Os ritos de passagem: estudo sistematico dos ri tos da porta e da soleira, da hospitalidade, da ,\doCj:ao, gravidez e parto, nascimento, infancia, pub 'l"dade, iniciaCj:ao, coroac;ao, noivado, casamento, I'un 'l"ais, estac;oes, etc.; traduc;ao de Mariano P 'IT 'ira, apresentac;ao de Roberto da Matta. 3. ed. P 'tr<'>polis, Vozes, 2011. 1M p. (Antropologia, 11). no original em frances: Les rites de passage. Bibliografia. I. i\l1l"ropologia social. 2. Ritos e cerimonias - , 'Ios sociais. I. Titulo. II. Serie. Arnold van Gennep as ritos de passagem tudo sistematico dos ritos da porta e da soleira, da hospitalidade, da , do<;;ao, gravidez e parto, nascimento, infancia, pUberdade, inicia<;;ao, rdena<;;ao, coroa<;;ao, noivado, casamento, funerais, esta<;;6es, etc. Traduc;ao: Mariano Ferreira Apresentac;ao: Roberto da Matta III I' con 301. ,Ol.'! ,NO <:IH I ,WI I I III IIJI y V / I 'I II 1111 A

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( 'llI.l\ ,;"'0 ANTROPOLOGIA

~ 'struturas elementares do parentesco

:laude Levi-StraussI'i os de passagem

mold van GennepIII 'nte do ser humano primitivo

fimnzBoas

FICHA CATALOGRJ\pICA(Preparada pelo Centro de Catalogaflio-najonte do

Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ)

,ennep, Arnold van.

Os ritos de passagem: estudo sistematico dosri tos da porta e da soleira, da hospitalidade, da,\doCj:ao, gravidez e parto, nascimento, infancia,pub 'l"dade, iniciaCj:ao, coroac;ao, noivado, casamento,

I'un 'l"ais, estac;oes, etc.; traduc;ao de MarianoP'IT 'ira, apresentac;ao de Roberto da Matta. 3. ed.

P 'tr<'>polis, Vozes, 2011.

1M p. (Antropologia, 11).

no original em frances: Les rites de passage.

Bibliografia.

I. i\l1l"ropologia social. 2. Ritos e cerimonias ­

A~p , 'Ios sociais. I. Titulo. II. Serie.

Arnold van Gennep

as ritos de passagem

tudo sistematico dos ritos da porta e da soleira, da hospitalidade, da

, do<;;ao, gravidez e parto, nascimento, infancia, pUberdade, inicia<;;ao,

rdena<;;ao, coroa<;;ao, noivado, casamento, funerais, esta<;;6es, etc.

Traduc;ao: Mariano Ferreira

Apresentac;ao: Roberto da Matta

III I'

con 301.,Ol.'!

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<:IH I ,WI I I

III

IIJIy V /

I 'I II 1111

A

111'1" , omo acontece entre os Banto e os amedndios, sobretu~o.~s Pueblo ~ os1111 I 1\ lios centrais a vida social e a vida cosmica sao consideradas mtunamente liga­t 1 1l()I"Inal que eristam ritos de agrega<;:ao do recem-nascido ao mundo cosrnico,I'll III di'z, r, a seus principais elementos. Dai os rit~s de apre~e~ta<;:ao ~ l~a ~ ao so~, deIII1I Ito')m a terra32, etc. 19ualmente, se 0 totenusmo em wtuna analise e um slste-

1111 I lil1:l1idade econornica, e normal tambem que a crian<;:a em um momento ou emI" 1111 ... 'j. agregada realmente ao seu totem, embora ja lhe seja a~arentada pelo nasci­III lIlli, Estes ritos de agrega<;:ao ao gropo totemico antropoanlll1al, antropovegetal1.11 11111 °1 oplanetario sao a exata contrapartida dos ritos d~ agrega<;:ao ~ familia, a que

1.11111 It) > rec6n-nascido pareceria dever pertencer tambem automatlcamente, peloI '1"l111t) C1ro de ter nascido de certa mae e sem duvida d~ certo pai: Mas isto leV~-l.l()S11" 1111 nt' a considerar os ritos de agrega<;:ao a determmadas sOCledades espectals.

CAPITULO VIas ritos de inicia~ao

A puberdade fisio16gica e a puberdade social. - A circuncisao. - Asmutila<;6es corporais. - Clas totemicos. - Fraternidades magico-religiosas. ­Sociedades secretas. - Sociedades politicas e guerreiras. - Classes de idade. ­

Misterios antigos. - Religi6es universalistas, - 0 Batismo. - Confrariasreligiosas. - Virgens e prostitutas sagradas. - Classes, castas e profiss6es. - A

ordena<;ao do padre e do mago. - A entroniza<;ao do chefe e dos reis. -A excomw1hao e a exclusao. - 0 perfodo de margem.

s lasses de idade e as sociedades secretas foram recentemente objeto de duas1IIIIIto Ir, fias, wna de H. Schurtzl , a outra de Webster2, nas quais, contudo, nao foiIII II ,I I 'vida impord.ncia ao estudo das cerimonias que garantem 0 acesso a tais clas­

I () i 'dades. Embora H. Webster tenha dedicado um capitulo aos ritos, so os es­1111111 il/oL damente e, fato curioso, nao pensou em compara-Ios do ponto de vista deIII lilt 11 ias. Por isso, estes dois autores, imbuidos alias da ideia que a inicia<;:ao

I III I 1i,I 'Olll a puberdade, e que todas estas cerimonias tem como ponto de partidaI. II II III '11< tisiologico, lan<;:aram-se a teorias gerais inadrnissiveis. Schurtz reduz

10 I III 'illSl into de sociabilidade", digamos 0 instinto gregario, mas sem chegar a fa­, '11111111 ('t'IKI 'r ncm as varia<;:6es das institui<;:6es consideradas nem a natureza das

111.1111,1 'orr 'spondcntes. Webster construiu a priori um tipo de classe de idade e'1' II d,IlI', 'or -Ia primitiva e ve a bem dizer por todo 0 lade desvios e degeneres-

• I III I ipo hi! O( {rico.II I I 1\[ , t ,lp(llilo d 'Illonstrarei primeiramente que a puberdade fisiologica e

I "Iliid ,lil' o\'i"I" S:\I> dll:1s 'oisas essencialmente diferentes, que so raramenteI II III 11,111, 'pili I." ('x:llnin:lrcmos as cerimonias de inicia<;:ao de toda a especie,

11 II 1111\ III ',I III I - d;10 a . 'sso ~s classes de idade e as sociedades secretas, masIII I 'I" .1 '111'1 .I1I1I,I1I1:l ord -n:1~~o do padre e do mago, a entroniza<;:ao do rei,I ,\I II dll' 1I11I1l1',' d.\ Ii' -il':1S, I:1s prostitutas sagradas, etc.

n" 11"11111' (1I1I1/Ylt l'hllippit1l's, I ,po Int., Ethno!. Survey Pub!., t. I, 1904, p. 66ss.

11111 I II IIII ItlII' II I III II 0\ ,olllp,lr:lIl1lo ,I idad, em que ecxccutada a deflora<;:ao artificialt1'lllIlllI III I I d I 1'"11I'ld,lIk. /\\ dll,l~ n.lO 1'~I:io ,Ill n:la\ao, cxccto raras exce<;:6es, em um

I. III "I 'I I 1'1 11111 1\.111 .III !t1111"I\ 11.10 I' lilli, ,1111\'1111' 11111;1 pr 'para<;:ao para 0 coito, nupcialII I 1111 11111 1111 III 1111' . 1110, 01111' I II 11111, Ii '1Ill1'lI\llrm SinN EY HARTLAND, H.At

, I, 'I 1111 111111111' 1 II I'" 11111" III 1 II 1\10'1, () 1011.1, III()?I', 195-198.

I dill 111'(11 ,/1,1 I "/",1/,/,, I' 1'1011 I Illd II NO\',IYclIk, 1/l9X 19()().p.

outros povos5, ao contrario, nao se pratica nesse momenta nenhum rito, apesar dehaver ritos de inicia~ao.

Assim, tudo isto nos leva a pensar que a maioria destes ritos, cujo carater propria­mente sexual nao poderia ser negado, dos quais se diz que tornam 0 indivlduo ho­rnem ou mulher, ou aptos a se-lo, incluem-se na mesma categoria que alguns ritos decorte do cordao umbilical, da infancia e da adolescencia, sendo ritos de separa~aodomundo asseAuado, seguidos de ritos de agrega~ao ao mundo sexual, asociedade res­trita constitulda no seio de todas as outras sociedades gerais ou especiais pelos indivl­duos de urn ou de outro sexo. Isto e dito sobrerudo a proposito das mo~as6, urna vez]ue a atividade social da mulher e muito mais simples que a do homern.

A quesrao complica-se ainda mais quando se trata dos rapazes. Neste caso a varia­hilidade e tanto mais consideravel quanto a primeira emissao de esperma pode serIII 'cedida pela emissao de muco, passando muitas vezes despercebida, e produzin­lie lose, por fim, na maioria dos indivlduos somente por influencia de um choque exte­IIIII', cllja data depende de circunstancias imposslveis de preyer ou dirigir. Segue-seI" I n puberdade dos rapazes e fixada, pela opiniao comum, por ocasiao do nascimen­II I <1:1 barba, dos pelos do pubis, etc. Mas mesmo nesse caso as varia~6es etnicas e in­dl 'Iduais sao consideraveis.

ssim, nurn e noutro sexo a puberdade flsica e um momento muito diflcil de da­" esta dificuldade explica 0 fato de tao poucos etnografos e exploradores terem fei­

III III'\ll1isas a este respeito. Isto torna mais imperdoavel ainda aceitar-se a expressao11111 In puberdade" para designar 0 conjunto dos ritos, cerimonias, praticas de todaII I I l11C marcam nos diversos povos a passagem da infancia aadolescencia. Con­11\, pI ll'r:lnto, distinguir apUberdade social dapuberdadeftsica, assim como se distin­I' I I /!f11'nltesco ftsico (consanguinidade) e 0 parentesco social, a maturidade ftsica e a

f IlIltll/dl' social (maioridade), etc.I 11111.1 'oisa nod.vel que mesmo observadores prudentes e que pelo menos publi­I1II I III 'nlOs exatos de aprecia~ao nao souberem que se tratava de dois fenome­,II IIIIIOS l' s ...viram-sc entao da palavrapuberdade alternadamente em urn sentido

111111/11 I, Ei .. "qui al 'UllS cxemplos desta confusao. Tendo descrito com cuidado as11111111.1 d,1 puhcrdatk" das mo~as entre os indios Thomson, cerimonias executa­'11', 1.\ .lId ·j,1 'l1l lima cabana especial, incluindo tabus, lavagens, ritos simpati­

'I' 'II ,I I\'S' '111.1: "as mo~as frequentemente eram dadas como noivas ainda

f '" d I enrumescimento dos seios, 0 alar-m >'as a puberdade ISlCa e marca a pe 0 . .1111111111 h' bacia, 0 aparecimento de pelos no pubis e sobretudo pelo pnmdel~nf0~~o

. I d t desse momento a passagem a I anClaIII II IIII.\\' Pareceria, portanto, SlffiP es a ar .' . e na

I I .' N alidade as coisas passam-se de modo Illtelramente diferentII I I I \ I\U.. a re , fi . I" 10) 0

Ii II II i.lI, () que se explica em primeiro lugar por fatos de ordem IS~O~g~~a. .I I 1I. I nao depende da puberdade, mas e sentido, ~o.nforme os III VI uos, ~~a

111.\ \ 'pois; 0 espasmo pode mesmo produzir-s~vanos anos antes, de n:,anel~a1"

1,\IIII\.'!' I. de so tern impord.ncia no que diz respelto ao ~oder de co?cep~ao. 2 )

d imeiro sangue nao acontece na mesma Idade nas diversas ra~as,'I'" 1111 'nro 0 pr E . - 10II III lit 11111 'rior de uma mesma ra~a entre os diversos individuos. stas vana~oehs s•.

, . 3 d al d que se compreende por que nen um.1111111111\('111 consideravels e e t or em .,_

II I tIII I .1 IS' Ilinde sobre um elemento tao pouco d.ete:mlll~vele tao pouco c~nst~::

b ··d d Mesmo na Europa estas vana~oes nao correspondem as pI c.J 'I" 1111 ).\ pll I a e. ,. 12 mente I

I " " F 1 Roma as moras saO legalmente nubels aos anos, mas so .111111 ,.\IS. ,n , l' 'd d t gram\\'It 111111 I 1111.1 p.1 rte das jovens romanas tern suas regras nessa.1 a e, enq

dual

dl 0 a 9 ':n< IS

14 15 e algumas mUlto raras es e os , , .I 'I" II t \ e'l .\S 1 111 'I1tre os e os anos, '. ' M ':r I ,I III 11111 \ i hd . legal para 0 casamento e de 16 anos e sels meses. as a nSlec 1:1 1 •

• . dB" de Boismont e de 1 anm ItI I lid 1.no e quatro meses, segwl 0 nerre '" ' .. ) d Aran. Nas classes ricas a media da puberdade ocorre mals u.:dll

s gun 0 , ., b d rI'!I .,1' Assl'nl em Roma apuberdade social eantenor apu er f1 I1'1 II .I·~ >1" Janas. , ,

'1,,11/ t I 11/ J'/Iris If posterior. . ., _ , , . I

I I lit II !.lIlto mais conveniente nao dar aos ritos de ~l1ICla~ao 0 nomc d~ :'\'

III till I' I II I" 1.()1~ Te de mi m, porem, negar que existam ntos d~ ~lI.bc~dade lt~1I I II

. .d.' os ritos de lmCla~:lo. As Ill! II, II 11'11 'm alguns casos raros COlllCl em com '. '. I

'd d' 't S e dCp01S rCsSllsCltadas l, 1111

" I Cil.\ \.IS, •s vezes mcsmo conSl era as mOl a.,

1\ ''I 8, II. 'lYJI' 'filria. Londrcs, 1905, p. 502-503.

I I I qll' 1I'\ldl.,dos 'stranhos fai condllzido WEBSTER. Op. cit., cap. II e III, e p. 36,200-201,III

11111 , I II', tlI''I",'rll.'I'I'/i. P.lris, 1904, p. 262-263, 351-352, etc.

1111".II\d\ " dOlJlI.ldl·CJ ~l' '1Iilll', que levantci de acordo com PLOSS & BARTELS. Das Weib, 8.1'111 • I 1,1" -Iii III), \l11l' ,I 'x 'is~o do clitoris e tambem independeme da puberdade fisio16gica,,10 111111 Ihl ,I IIldwld.llk .11, Lll (110 elSO, () direito de casar-se): Arabia, algmuas semanas depois do1111111111 "1111,,11 ,It '1IIIh\II'CJ .1I1OS; I:,gilo Meridional, 9 a 10 anos; Nubia, primeirainrancia; Abissl­

10 11\1 II 1111 I 1111 111111 11If',1(~iluo lii.1 ,kpois do Ilas -imento; Delta ou Niger, durante a infincia, semII I "'" 1111.111111111011,1, I .1 I ..1I111~; M.t1.lio, erc., 110 infeio da scgllnda denti<;ao; javaneses, 6 a 7111111 III. II 11111 ,f11l1l111.III','), I olll!ianos, '('.

I I I II 'Iii ,lilll dlllig" J',III1f!,/mp!l;,rll,' f'am"d"II, .• s~ri·. Leipzig, 1889, p. 166-212.

I, "II 11/ III III" 1'111,1')(1(1,11 II (IUOIIIl) .7 .IIHl,), lOll (I h.1SSOllkls, d'sd' a inRincia11111" 111\ Illdl '1111111'11\11\1 111,11 11,11I11I,i), ,1,,1.,,1, (1111111111 (1'('\11'\, p, (ll; 11l.1Iillk,s,

I I II I" I' III III I I 11111 1111 I I 1.111111 III ,1111 1101 11111111, 11',1111 111111 11111\\ '111>',

11111'1111' 111111111' '" ,I. 'I 1110 I

A elistin<;ao entre a puberdade fisica e a puberdade social e ainda mais nitidamen­te observada em certas cerim6nias dos Todal7, que sao poliandros e ficam noivos des­de os 3 anos. Algum tempo antes da puberdade fisiologica urn homem da sec<;ao elife­rente daquela a que pertence a mo~a vern durante 0 elia aaldeia desta Ultima, deita-seao lado dela e estende seu manto de maneira a cobrir os dois. Ficaln assim algt-illS mi­nutos e em seguida 0 homem vai-se embora. Quinze elias depois urn homem bernconstitllido e forte, de qualquer sec<;ao e cla que seja, vern passar a noite junto damo<;a, que ele deflora. "lsto deve fazer-se antes da puberdade, havendo poucas coisasapazes de desacreelitarem tanto a mulher quanta a nao execu<;ao desta cerim6nia.

Isso impede-a mesmo de casar-se". S6 aos 15 ou 16 anos come<;am as cerim6nias do" samento propriamente elito, ou seja, alguns anos depois da puberdade.

As varia<;6es da idade em que e praticada a circuncisao bastariam por si sos paraClzcr compreender que se trata de urn ato nao de alcance fisiol6gico, mas de significa­~.lO sociall8 . Nao somente em numerosos povos a opera<;ao e executada em intervalosIllUito elistantes, por exemplo, de dois em dois anos, de tn~s em tres, de quatro em,!!I:1tro ou de cinco em cinco anos, de maneira que a circuncisao e praticada ao mes­11 \() tcmpo em crian<;as de desenvolvimento Hsico se}.'Ual diferente. Alem elisso, em11111:\ mesma regiao, habitada por popula<;6es do mesmo tipo somatico (ra<;a), encon­11.11 n-se nora.veis varia<;6es. Assim, nas regi6es de Marrocosl9 exploradas por Doutte

I ifi 'a-se que a circuncisao e realizada entre os Dukkila sete a oito elias depois doIII 'il1'l 'nto ou aos 12 ou 13 anos; entre os Rehanma, de 2 a 5 anos; em Fez, entre 2 eIII ,IIIOS; cm Tanger, aos 8 arros; entre os Jbala, dos 5 aos 10 anos; nos arredores deIllp.l tor, de 2 a 4 al105; na Argelia, aproximadamente aos 70u 8 anos; entre os mu­

,1111I1.1110S ortodoxos, quando nao e feita exatamente no setimo elia depois do nasci­1111 IlIn, ''', liza-se 0 mais cedo possivel20. E possivel tra<;ar urn quadro semelhante

.1111 () ll1at<.:riais reunidos por R. Andree2l, pelo Dr. Lasnet no Senegal22, etc. Assim,

1"q1IldWI'II 1111 "l

, I I II "llltl ",\,"11I(;1111" /t/I"II 111"11 / /II II 11111 \111111'1 II 1111 lilli' II I HI\.\ ,

I' ,

I I II \ I",~, " II/II( ( :,1" ,1111

I VID· te anos mais velhos. S6 se considerava que estavam aptas a se

I III I '1. mens , d d b d ddo termm' avam tadas as cerim6nias referentes a chega a a pu er a ~,

111111 juan .' , o VI-1 I" I I oximadamente no decimo setimo ou no deClmo,o.ltaV~ ~o e as vezes n

1\111 \\'\" 'iro"8. Devemos concordar que a puberdade flslCa difiCllmente P?~e ser a. A' - 1 m seus detalhes abrangem vanas eta-

til I III ill'ipaJ de cenmomas tao ongas, que e Ad' A' xecutar, eli 1 9 e 0 genero e cenmonlas a e

p I 11111 \l () a s rapazes, e to c aramente qu - e ue cad"1'1

11111\ \.\ I,r fissao (ca<;ador, guerreiro, etc.) que se ~ropoem abra<;ar, qd" .

. , . d eli e Cal geralmente entre 0 eClm<),1,11 I Ill' 'ome<;a a pratlca-las a partlr 0 a, qu . . fl I.nh ela pnmelra vez com urna ec 1.\,

. 1IIIIIll' () ccimo sexto ano, em que so ou p . A . d b dade" entr'D do nas "cenmomas a pu er

11111 1I1t1,H l\ Ullla mulher. 0 mesmo mo , f[ . .

I II I I Il'ullbia BritinicalO nada indica que se trate da puberdade ISlCa, mJS,I I 11111 • • d' t ar se X'1

111111.1 il), prova, sobretudo 0 fata de que para os Jovens que eseJhin~ °ers~l ~a I~;I. trata tal como entre os c es , <

III II I I I I )do dllrava mwto tempo, que se., ,.d d ual e permitidl I

III III II 'ia1. Lcmbro que da mesma manelra entre nos a I a de na qb dade fisiol('1- "d com 0 momenta a pu er

II I 1111 1110 LIas pessoas mo<;as nao como e , .' . " I'Ii I t Illn Ii, "tes dois momentas, urn social e 0 outro flSlCO, Vlerem a comCl,II,

I 1 I IllIIS,' ~u Ilcia do progresso cientifico. ., .'. . d de femmma e II1lallld

I III os IIotentote os rapazes permaneClam na SOCle a . ,I II II 11111) \;il:W al1.012, por outro lado, entre os Elema do Golfo :apua a1brt.11l :"

11

, 'utada quando a crian<;a tem 5 anos, a segwlda quan 0 tem. .1

\', w'to tempo depois wna vez que trallsfonna a crtan,,1 1111I I t I \,.11' r 'a Izal -se m , _

II 1111 III I'iam nte elito, livre para se casar l3. Em resumo, a q~le:tao prol, II I ~

I I t I 111111' nius I", que nem mesmo procura responder com .exatldao, a s;~~'\ ,I, I

II" II II 11111 It I III lvi 'iado coincide em certa medida com a marurt.dadc .scxual? :. ( I1 III lid \'"1 lllim -om um claro nao, tanto mais ~uaJ~to a~ c.Crtm6~1~J~ .~~J,.pllilll II

III II 11\111 lll, )u 'xistcm em popula<;6es nas quaIs nao ha.rtt~s de 1111 ~.,~.'lltl::. II 11I.tiS.\ "ntllado porquese trata com efcita dopnn:erro apar .. '."1\ '11111 I

1111 I 1111111 Ill) 1\1' 'msegllidaserasempreacompanhadoderttos 'SP"I;1\S, \('\\1 11"1

. . t do san 'u' m 'nSfll'"I I I d \ \1 ""1'111.1 l. nto cia mlllher cm Sl mesma quan 0 "

II j 11 'smo rito assinala ora a entrada na infancia ora a entrada na adolescencia, masI III nada ter a ver com a puberdade fisica.

POLKas foram as praticas sobre as quais tanto se tern dissertado a torto e a direito.I todos os trabalhos que conhe<;:o sobre a circlmcisao, 0 de Richard Andree e ainda111" 'I 'que melhor leva em conta a complexidade do problema. Contudo, nao pas em"It I 11 ia 0 fato importante da circuncisao nao poder ser compreendida quando exa­

11111,\ 1<1 isoladamente. Convem conserva-Ia na categoria das praticas do mesmo gene­III i. to C, na categoria das praticas que pela abla<;:ao, seccionamento, mutila<;:ao de'1'1.1 kl U 'I' parte do corpo modificam de maneira visivel para todos a personalidade de11111 ill livlduo. Poi com plena razao que Doutte23 aproximou a circuncisao do primei­III I Ill'! ' dos cabelos e das cerimanias da primeira denti<;:ao, Lasch24 e Westermarck2S ,

I", t nil ras mutila<;:oes corporais. Mas 0 primeiro errou em vel' nela ritos de purifica-III 0 sCgtmdo ao interpretar a serie de mutila<;:oes como praticas destinadas a atrair

II I ',) rt'minino. Cortar 0 prepucio equivale exatarnente a arrancar urn dente (Aus­II ill'I {'( ".), a cortar a Ultima falange do dedo minimo (Africa do Sul), a cortar 0 loboII "I Ihn ou a perfurar 0 lobo, 0 septo ou a praticar tatuagens e escarifica<;:oes, ou ;\'"1.11 os abelos de certa maneira. Com estas praticas retira-se 0 individuo mutilado

" I 1IIIII1anidade comurn mediante urn rito de separa<;:ao (ideia de sec<;:ao, de perfur.\I '" I 11 .) que automaticamente a agrega a urn gropo determinado, e de tal manei 1.\

I II II I ()P 'r~I<;:ao, deixando tra<;:os indeleveis, torna a agrega<;:ao definitiva. A circlllll'jII )lld,li ';1 Ilada tern de particular, sendo claramente apresentada como Ul11 "sinal dl

Ii t I II I' 'om determinada divindade, e marca de que 0 individuo pertence a lIll! ,I

1111 111.1 'ol11unidade de fieis26•

I III IIlln .:1, se Ievarmos em conta ainda 0 corte do clit6ris27, a perfura<;:ao do hI1111 II t .111' '~'fi() do perineo, assim como a subincisao, verifica-se que 0 corpo hUIIl.11l11

foi tratado como Ul11 simples peda<;:o de pau, que qualquer pessoa talhou e arranjou :1

seu gosto, Cortou-se 0 que fazia saliencia, furararn-se as paredes, abriram-se sulcosnas superficies planas, as vezes com excessos reais de imagina<;:ao, por exemplo l1aAustralia. Entre todas estas praticas, a circUl1cisao e ainda uma das mais simples e dasmenos graves e, por sua interpreta<;:ao normal, everdadeiramente larnentavel que osjudeus a tenharn praticado, Porque depois deles os inurneraveis comentadores da Bi­blia atribuiram a circUl1Cisao urn lugar a parte, ao qual nao tern qualquer direito, Seos judeus tivessem se ligado a Jave perfurando 0 septo quantos erros menos teria ha­vido na literatura etnogrmca!

Pode-se bern compreender 0 motivo pelo qual nao considero a circUl1Cisao como, tando em rela<;:ao com a procria<;:ao. Sao varias as razoes: 1°) porque a idade em quepraticada varia do setimo dia ao vigesimo ana (ou mais tarde em caso de ado<;:ao, de

r nversao ao judaismo, ao isla, etc.); 2°) porque e praticada, juntamente com outras

Il1utila<;:oes dos orgaos sexuais, por popula<;:oes que ignoram 0 mecanismo fisiologicolin procria<;:a028

; 3°) porque se oporia mais ao coito, diminuindo 0 desejo, em conse­\JlI~ncia da menor sensibilidade da glande. Do mesmo modo, 0 corte do clitoris (isto

I , :1 abla<;:ao de urn centro erogeno), a sec<;:ao do perinea e a subincisao do penis dimi­1111 '111 tambern a excitabilidade sexual. No fundo, os semicivilizados nao procuraramIlillito longe, mas fizeram cortes em orgaos que, como 0 nariz ou a orelha, atraem 0

IlliI"r pOl-que fazem saliencia e podem, em consequencia de sua constitui<;:ao histolo­111 ,1, sofrer todos os tipos de tratamento sem causar dano nem avida nem aatividade.III illdivldu029 .

II ('I: III 'liS MytlJCs ct [~egcndes dJAustralie, cap. V, eMan, 1907 e 1908.

'1 () pi, 'P,t'l 'io l'Orrado Cjogado (:?ra ou guardado, etc. Os modos de agir variam nesse caso ao infinito,'1111'1/111 1110,1 rroposllo do c.ordao umblhcal, dos cabeIos, etc., cf. acima, p. 60. Lembro que 0 compri-

'II' 1111 I do /'l'l'plll'l<l V,Inn COIl(urIllC as ra<Jas e que, sendo reIativamente curto nas popuIa<Joes lom'as da1111111' I, .Ii 1If1I' l1(~S 11' '!'OS' nos jrabes comprimentos desproporcionais. Sobre este ponto, ainda, seriam,,1111/'11111'1 1l\'~ll"I,~:l,~ IIln 1;11110 extensas. A velha teoria da significa<;ao sexual e ainda sustentada por P. La­I III ',' (1'111I/1'1 I/I/'{I'I I'ditTi(JII,~',l'lmitique,l', p. 242ss.): "E como luna consagra<Jao, por urn sacrificio sangren­

• I vltlll I'XII,II: 1111,11 0 IOVCIll Cdar em diante admitido", e pelo P. Schmidt (Anthropos, 1908, p.II lillI, 111'"1): "1',111'11' 1·.ld,l Vl'Z IIIais evidellte que entre os povos semicivilizados a circuncisao de acar-•111111 Ihi "I" I~I, Ill'S ill/\ IIII,IS I; '1'1'<",11 'as, devia facilitar 0 ato da gera<Jao e pratica-se na maioria dos ca­

lit I III 11'1 i11~,I~ II'SI,I~ lill pllh~l'd'l I., quando e atingida a idade viril". Seria impossive! em rao poucasI II 111111111/,111,1111'1 "III1~II'( 1'lwsqllaI1I'OSOScol11etidosporestesdoiseruclitos.QuantoaPreuss,em

I I , VI, I' ,1(\ • P 'IIMI 1111 ' :l ri 1'\'1" I"isao facilita 0 "sopro gerador" pdo qual 0 pai transmiteI 111111 111111111 I 11111 '~III11 111111111, ,lid"'I'I/, :lncdil:l '111' a cir Tillcisao tem por finalidade facilitar a gera­l II' I I ,I' I) I I ) 1"1110 I l'Il·~1.11 i,II11llilil h'lIl Sl' os S 'l1li 'ivilizados soubessem, tanto quanto nos­II oIhll 11111111111 '11111111 II 1,1I111111l1l'~1' ,oqlll'sl'd'v'l'OI1IPl'l"lld'l'sohr'ol~l'c;1I1ismodaconcep_

I 1111 I 1111' 11111 1111 I II ~~1I1 '111i ,1111"1\' ~"lIl ""I I'NI,I~ 'ill MO's II 11'/' os li/llrI,..l'I'lr l~ry,.h(JI(J"i('J"­01. J II ,h" I III I ,1, II I//lih I'III~ , 11,1111' ,I 1/11111,11 0 1l,IIIldo~ 1i"I,llh.1 1m Ii 'l1~iollll\~1 (' Ill'

I II III

III 1I 1'1'1'1\ Mrrrdficch, t. I, p. 353.

1 '( 'II, It. Mitteilungen da Soc. Anth. de Vienne, 1901, p. 21ss.

'I 1'lIltMAR ;K. Moral ideas, t.1, p. 205.

I 11111 II tI' IIRA/.-ER, J.G. (The Independant Review, 1904, p. 204ss.), sq.l,lIlld<l :\ '111.i1 Sl' ~.lIlllh

11[1111"111 dll l,ldiv(dllo para salvaI' 0 resto explica apenas algwlS fatos. A tl:(lI'ili d' (:RAWI ,Ii,\ III.,1'11/11 11,11, ,I'. ,~l)(), • Y7), de acordo com a qual a circuncisao e a perfura<Jao do Idlll,'11 1,'111 \ 011 Ii ,1111 did I

" 1II111 t11'11 <l pl'l'iWI hiloidcalfstico resultante de uma aparente veda<Jao" prlll'lI I' qll,I,~I', I,IIIII~II

"' I dl d I I l'ill.lch ("La 11IttcdeJacobetdeMoi'seavecJalweetl'origincd('I,1 iii 01111111011" 1/'1' II, 11"1111'" , I Slit i,d" I <.lOX, p. 360,362), pcla qual a cinClillcisao seria uma CSI"II(' dl'/IIIII/(/'III'I'II'IIII IIIII'" III 11111 I Ii 111\'1110 illl',t ii, 0 do sanguc (porque seria preciso demonstrar qlll' II ,III III' 11.1 ",Itli I II

I 1111" II II 1Ill1lhldo, 101'11:111 lo-se objeto de ritos 1IIreriores). Se vail' I ara os 1111" II~, 1111111 1'111 11111111I,II11d \I1111111\II'~d,~,I(l'1I1r'OSsel11iciviliz.ados,I':I1"'dliIlI(J1l1g,Iri\NDRI':JI,1 Ill' Iii 011'111'11

1111. 11111111111,\ pi 1,1\,111 1 ·las:\1l1id:ld·do.~:\11FII('dl·II.lIlll1lo,

1IIIIIIIIIIIIIIIIIIIIdOllllt'IIi~v,ll'i,\ 'Cll1ln~illlllll""1 , I III,' I'"dl 1iii ,1\11111111 I '11111111 tll'"11 ,I 111011111111111111111 ONllpdlllilll.lp 11111111111111111111111111111 1'1"' 1I11,htllllllll III 111l\11t I

111''IIIlllId, 1111111111111111)1 qllll"\II~'111I1I11I11I1 I 1I111111111111dl dllllllltil II I III dllll

11111 1'111'1"1 11" lilt 11111'1'" III (11111 tI)0111 111111 I 1111'1111111111111111 II' '1,,111 ItI i 'I

II 1111 I 1,,11111 1I ,II 11 1 '11!' 'x:~g 'l:ada imporr:1ncia ao destino dado ao pedac;:o do prepucio corrado.11111 til , I' II' 11I'd,I~() In II1,iJv(duo partlC1pa sem dllVida de seu antigo possuidor, mas nao mais

1 I" I' 'I "Itlil , ,I~ ,IP,II',I\ d,lS ullhas, a saliva, a urina, etc., ou que os dentes arrancados tambemII ,tI. 1I11l1,1~ III N,,~ \I illO.~ ,llISI ralianas que cxecutam este rito 0 dente e recolhido e c;nservado

II 1,,1,1 lie V 11'1', S, Ii, 'n'" p, fi42, fi62, 565, 569, etc.; SPENCER & GILLEN. North. Tr., p.t 1'\ II I Ii 1l11i. 11I1~ 1111 '1l11l 111111 \',11" \ ' C' mgoiJdo pela mac da filha que vai ser iniciada ou pela sogra

lilt I lttll I" ,ltllI \111 lll11 P('(lU 'Ill) 'harco a fim de espantar a chuva, ou fmalmente enterradoI II ,I) I, .') I) Ii 1\ dl'llI\' \ '~'Illpr' 11111 objero sagrado em algum grau (ibid, p. 594, 595).

" 1111. II 1 1111111 dll ,I ~('''li'lll'1l0 ·ll.Iol1nlugaremquecaiu,naoseacreditandoquepos­I.. 1"1 1111"1 II II Iii 1l1'lf,hl (il hI., p, fiHlJ) , Sc, porranto, so nos basearmos nos ritos, nao"11111'"'" I 11111111 'III \I 11Ill'1()~, d 'III'S, I1lIl1as, urina, sanguc,fezcs a scde da forc;:a vitaLII" \ .. II tlII"1 I til I 1\1,"ItI~II(l,IH'lll1l1l1,1 '~I\(~'i'dc 'mhrif!O:lI1i111ado 'indepcndente.

I I I I \1 NII/ Hill I'll "'"),, ,I hll'~l"", IHI)7, 111('I11('U i,1.\I\,t1i~,ld,l C111 d 'ralhc pOl'

I I I 1'111")' 1" 11 W 1'"1 II 1III1III1I/1/1/1/1II1~'II"I" IllInlll/l//III/IIIIII,1. I W,I~hil1/o\I()I1,

III

que Howitt diz sobre as cerimonias dos Kurnai vale para as das outras tribos do suI,do sudeste da Austrilia Central, etc.

Em algumas ddas 0 novi<;:o e considerado morto, e permanece morto durante 0

tempo do noviciado. Este dura urn tempo mais ou menos longo e consiste no enfra­

qlleci~~nto c~rp~ral e. mental do novi,<r0' sem duvida destinado a faze-Io perder amemona da Vida infantil. Vem em segUlda uma parte positiva, 0 ensino do codigo de, stumes, a educa<;:ao progressiva pda execu<;:ao diante do novi<;:o das cerimonias to­I micas,. a recita<;:ao de mitos, etc. 0 ate final e uma cerimonia religiosa (nos lugares(lI1~e eXlste a c~en<;:a em Daramulun, etc.) e sobretudo uma mutilac;:ao especial, que\',\l'Ia .com as tribos (arranca-se um dente, incisa-se 0 penis, etc.. ) e torna 0 novi<;:oII I nuco para sempre aos membros adultos do cia. Algumas vezes a inicia<;:ao e feitatil lima so vez, em outras ocasioes realiza-se por etapas. Quando 0 novi<;:o e conside­I ,Hlo morto, em seguida e ressuscitado, sendo-lhe ensinado entao a viver de modo di­I I nte da existencia infantil. Sejam quais forem as varia<;:oes nos detalhes chega-se111'1 l' a distinguir urna sequencia conforme 0 esquema geral35 .

As ~'fraternidades" magico-religiosas fundam-se essencialmente na organiza<;:ao1,1 LJ, ISto e, de aparentados sociais, mas sao, contudo, coisa diferente. Pdo menos

11,1 ;olumbia Britanica 0 ela totemico subsiste ainda identico a fraternidade, existeI' I.Ido d la nas plankies e desapareceu entre os indios Pueblo, onde a fraternidadeI III 1I,I,~' ,rritorial (cf. os Tusaian, os Hopi, etc.). Quanto as cerimonias de inicia<;:aoIt I I W.,kllltle, remeto 0 leitor a memoria de Boas36. Entre os australianos 0 direito, 11 /11'1 :1rte do cia toternico transmite-se hereditariamente. Entre os Kwakiutle ad-I1III (ill ',11 dis~o pdo casamento, mas de toda maneira 0 individuo nele so penetra

,I '1'I1116111aS de passagem, que °separam de seu meio anterior para agrega-Io"111111 'strito novo. Se os australianos separam a crian<;:a da mae, das mulheres e111\11 ,IS, 'mr' os Kwakiutle 0 mundo anterior e personificado por um "espirito"

I 11,11.1 I' 'WI' izar, ponto de vista identico ao dos cristaos que exorcizam sata-

I 11 11 I'

l tna questao sem interesse para a finalidade do presente livro e saber se cada es­III \ I' I' mutila<;:ao foi inventada urna {mica vez, sendo em seguida transmitida deIII I 'I I t\ povo por emprestimo, ou se foi inventada varias vezes independentemente.( II 'rvo apenas que cada tipo de mutila<;:ao, sendo urn procedimento de diferencia-

t I ()\ ,tiva, 0 emprestimo nao pode fazer-se entre tribos limitrofes, mas somente sc1,1 Ii )rl1 a, ainda desconhecida, pode servir para diferenciar melhor urn grupo deter­

111111,1 In '111 rela<;:ao a seus vizinhos.11111tila<;:oes sao urn meio de diferencia<;:ao definitiva. Outras ha, porem, com( 1

II II II I' llm vestuario especial ou de urna mascara, ou ainda as pinturas do corpo (soI II 1\1\ II) 'om l11inerais coloridos) que marcam urna diferencia<;:ao temporaria. Sao l"

I I qll' V Il'l dcsempenhar consideravel papd nos ritos de passagem porque se rqw

,. III I ,I Ia 11111dan<;:a na vida do individuo.I lin isto, onvem examinar em detalhes algumas sequencias. Come<;:o pcb illl

I 11 II ,t so 'j 'dades totemicas.11,1 .IS, sobrctlldo, a Spencer e Gillen30, W.E. Roth31

, a A.W. Howitf12 c ;1 I ,II, Illu ", 'ol'lh cm-se ate nas minucias as cerimonias de inicia<;:ao ao grllpolIlll

II I I , I I 1111' • ri;'\s tribos australianas, Vao do decimo ao trigesimo ano. 0 I 1'1 III II"

III1 j 1\ '11\ S 'p:1rar 0 individllo do meio anterior, lllllndo das llllllhercs l'd,\' II

I I III (llill) no aSO da mlliher gravida ha reelllSaO do novi<;:o no m,lo, '1\1 III I

II I III I I II 1H1111t\ abana especial, etc., acolllpanhada de tabus de t( do ' 11'111 I

, 111,1 II III 111,\1' 'S, A liga<;:ao entre 0 novi<;:o e sua mac dura ~s v 7.eS ;11 Ill'" 1 11111111 I 1 "'1'11' lIIn momento em que, por l\lll proccdimcnto viol '1110, 01' II lh II d I' 11.ldo d 'finitivamente da mac, qll ' Crcqu 'm '111 'nl ' 'hor" I 01 ~ It

I 1111 dt I" I III ,I I"si 'ito dos KlIrnai: "A intcn~~o I· IOdos os alOs d' 1.1111111

1111 111111111 II 1I111,IIllndili 'a~'ao momcnt:~n ':111:1 vida do Ilovi '0, () P,IS,~,l\ltll\l

I I 1111 I til I I II/ 11.f) pOI' llm iI1tcrv:llo qw: 11,10 pod ',", j,lIll.\ is 10'" ,,\I .1 ,III I

"111111111 10 Ilill ,J l11ac llt\qll:\lidad 'd' 'ri.,""" ~ llll~ ","11"11' 11I'hl,\ 1111 II\1'111 II I' IIIJ,III'''\jIt\\oaoshol11'l's,I 'W,II,\I\!<1I1,\I'lllllo 0 hllllll'lIt111

I III' I 1It1l1d,I ,lom'snHll'mpo '11111\1' 'IOll\p'lllm,llltil\o~VI\llilll 11111

II 11111 I It 1111,1' ',I ir"',1 ,'I'OIIl,1 ~~','gOI,1 III 1111\ Iil, \1'1111 10,1\111 11111 I111I III Illll\lIlI\'Il\'lI,II\",i1id,III'Ih'lIl1ll11 IIld,llllllllllllll.' I I\\\1I111t

1°) 0 padrinho introduz 0 novi<;o no kiwitsiwe; 2°) duas mulheres co]ocam nascostas do novi<;o quatro tapetes dobrados em quatro; 3°) 0 padrinho envolve a cabe­

<;a do novi<;o em urn pano, de modo que nao possa ver nada; 4°) 0 novi<;o recebe, decada uma das quatro divindades Sayathlia (homens mascarados), golpes com ramosde iuca, nas costas, quatro vezes seguidas; 5°) cada mulher recebe de cada Sayathliaurn golpe de iuca nas costas e retiram-se os quatro tapetes; 6°) 0 jovem recebe denovo quatro golpes de cada deus; 7°) 0 padrinho retira 0 pano e prende urna pena deaguia, ornamento sagrado, na cabeleira do novi<;o; 8°) os quatro deuses retiram amascara eo novi<;o reconhece neles homens; 9°) quatro novi<;os sao conduzidos di­:lnte dos quatro Sayathlias e recebem deles urna mascara e um ramo de iuca; 10°) osnovi<;:os batem em cada Sayathlia com esses ramos nos bra<;os direito e esquerdo enoslornozelos direito e esquerdo; 11°) os novi<;os devolvem a mascara a cada Sayathlia;12°) estes recolocam suas mascaras e batem em cada padrinho nos bra<;os enos tor­

Ilozelos, e a inicia<;ao esta terminada41 . Observaremos que em toda esta cerimonia a11ngeta<;ao tem claramente em primeiro lugar 0 sentido de um rito de separa<;ao e de­pois de urn rito de agrega<;ao, A mesma aplica<;ao da flagela<;a042 encontra-se nos ri­IllS de inicia<;ao dos Navah043

, onde a sequencia e quase identica aprecedente, haven­110 varia<;6es apenas no nlimero dos atores divinos, das pancadas recebidas, etc. AlemI lissa, os novi<;os sofrem aspers6es de farinha, sendo estas as linicas que se usam na

II dcia<;ao das mulheres, as quais alem do mais sao tocadas por sacra especiais (espigaI Ill" qllatro graos muito apertados, estando 0 conjunto amarrado a quatro ramos de1111.1). Toca-se com esses sacra e asperge-se com farinha sucessivamente a planta dos

III ~, as pabllas e os antebra<;os, 0 alto do peito e as claviculas, as omoplatas, os dois ci­11111101 b cabe<;a. Deve notar-se a analogia destes ritos com os do batismo cristao. SaoIIII IS d' agrega<;ao acomlU1idade. Acrescento que nao existe idade fIxa para a inicia-

II I, I' qu .esta dcve ser repetida, com a mesma sequencia, quatro vezes, para que 0 in­til ' cillO possa assistir a todas as cerimonias sem exce<;ao e usar mascaras sagradas. OsIdlllllOS alos s50: 1°) revestir-se com a mascara; 2°) aspersao da mascara pelo novi<;o

01111 () p<'> sagr"do; 3°) inala<;ao pelo candidato da furna<;a sagrada. No come<;o, ti­111\ • illVl'nido 1Il11 recipiente para servir de tambor; agora vira-se 0 recipiente e a

I III lIi,\ l,,~d I 'l'lllinada. Antes de examinar outras sequencias fa<;o quesrao de ob-I II '1111' o ,\to . 'IHral, tanto na America do Norte quanto na Australia, e 0 fato de

1.11 ,lr I II()vi~'os ljllt' 0 hi 'ho-pap50 de sua infancia sao simples sacra, Losango na

II pDl' O'asiao do batismo. A ideia de morte e ressurrei<;ao encontra-se aqui tam­I" III Jlillal111ente, a agrega<;ao asociedade consiste na aquisi<;ao do "espirito" prote­\!" 1111e'( ivo do cla, equivalente ao totem australiano.

( ) .ll1imismo emais acentuado entre os Omal1a, Ojibwe, etc., onde 0 protetor'pll ill W S'r adquirido emais individualizado e perde todo cadter espedfico. J.H.I Illd de ,'lr 'vcu detalhadamente37 as cerimonias de admissao a"ordem dos mides"

11111 II ( jil we. A sequencia e a seguinte: constru<;ao de uma cabana sagrada38 ; a cri­IIII 1 1I11,lrrada a urna tabua, e durante toda a cerimonia comporta-se como se tives­

I" I di 10 a pcrsonalidade; os participantes usam roupas, sao pintados, etc.; procis-I' II I,ll no intcrior da cabana; os chefes-padres-magos matam todos os assistentes;

I lid:! s~o ressuscitados urn depois do outro; a procissao, 0 massacre e a ressur­II I .t1ii'"lm-SC depois de cada cena importante da cerimonia; 0 pai, acompanhado

I.. 1111 Ii 11bm: c madrinhas, apresenta 0 filho ao chefe, e depois dan<;a juntamente1111 I I" "I' qll . 0 acompanham. Isto ate 0 meio-dia. De tarde exp6em-se no centro

t1 Il, 111,1 (IS .l(ICra, ramagens recobertas por urn pano, ao redor das quais da-se voltasIII 11111 I .\() ll111a vez, cinco vezes, etc., ate que 0 pano fique recoberto com UIll

II '1I110 I It 1)l1 'has coloridas que cada pessoa ai deixou cair da boca; depois a procis-'I 1111H ,I, .. d::tum apanhando ao passar uma concha, que, tornando-se sagrada,

I II .I pod 'I'OSO "rcl11edio". Em seguida cada assistente por sua vez vern bater not IIIduII Ip,l.ldo <: ';1llt2r uma especie de prece, os homens fumando (ato ritual). Ao

It III 111111 n~ h of·s e os padres recebem presentes oferecidos pelo pai, ao qual dao1111'01 I " Ill' lios", <1111ulctos, etc.; discurso do stunosacerdote implorando "a bell

11\ II I' its 'hil11anitu"; refei<;ao em COm1ll11 de milho cozido na agua, da qu:dI i:!II~'as; durante a cerimonia a crian<;a recebe tun nome.

I IIII II y,lIlli do Arizona toda crian<;a l11ascllJina deve ser recebida no [(0 'tiNI/I 1IIIIIIdi II1Itlll()gica) e associada a urn dos I~iwitsiwe (casa das ccrimc>nias sa '1"1

11111 I II I II It' t 'mplo), quc c: 0 do marido, do filho mais vclho ou do inll,1I111111 1,1 p,lIl ·il';1 qu . trouxe ao 111ul1do a crian<;:a; este Illeslllo hornclll SCI'W cll

Ii 1111111 111I1~,' pm 0 'asi~o dn inicia<;:50, seja esta involundria (com POlICl id.\( h )I I ..111111 I , I 'I' ,I dos 12 Oll 13 al1os)·w. AI6n disso, cada individuo, hom 'Ill Dil

111111111 I II !,,11 Ii' I· v; l'i,lS "Ii·.ll 'rnidadcs", dn chuva, etc., ou 111"gico-1l1 (di ',IS, I'll ,

1111111111 tI.1 q\l,li,~ OS rilllS dt' illicia~'ilo silo dilcrelltes'lO. l)a11l0S:1 sq!,llir 0 1'~11'1I

I.. 11111 I 1111,11.\ pOI' O':lsi,lO d:l illicia<;5o volund-ria ao kO'likili:

11111 11/ "'''111/ 11111111, IHr,l), I. 1,1" I') 711

I

'" ( 111,I II 11I111 \

11111 I I

/1"/11 III/II I /,lId 11/ III,,,,1/11.1, I' 111\ Itll, 1"",1 ,I IIdl i"~,II' d.l~ (ri,III\'.IS mllt'llr,1 idadc, cf ihid., p, 94-101.

III" 0 I III I II~ 'I I' 1111111 I '" dl' 11111 ,,1\ ,Ill, ( r. I:,IIIS jill rr','SSilili rs em LA I: ITA U. Moeztr.r des SaulJa­I , It., /./1111 I' III • I I I, I I, I' ) ,\

t IIIII \ • 1111 N 1//1/1 '/llltll,,, NIII'IIII,i/II,lIltll/l/ "11111 Alii MIl'. N,II Ili~1. NIlV,1 YIII'Ii, I.I II I I' I I, j I 'II

11111 II 1'111

I 1111 III '1\llIdo-sc quc () primciro ato da maioria das cerim6nias examinadas nesse livro euma reclu­11111 1111 IlK'IH)S rigol'Os;l 'Ionga, cinutil discutir as estranhas interpreta<;6es de M. de JOl1ghe, op. cit.,II I .II I '0 Frob 'llillS, op. ·it., passim

I IIIi II 1,1 do 11lIvi~'oC11111 dc.:mcnto importante dos ritos de inicia<;ao. Na America e obtida pela in-'1111 1 II 101111. II III ),11 h~" P'iOII, e.: cm outros lugares mediante fumiga<;6es, flagela<;6es, maus tratamel1­111111 III, III 11I1.i1id,ld 'l'onsisle.: e.:1ll "Fazel' mon'er" 0 novi<;o, faze-Io perder a lembran<;a de sua

'\ 1111"1 IlIhllid,III',' do 1I11111do :1I1l"crior,

I I I II I ~III' 1'1 lilt A1',1 \It, J,(;, (;oldcn Rouqh, t. III, p, 430, nota e uma nota de Webster, Secret so­l' II, '1111 11111 II ,I '111~' II ''111 'Ill 'mcnte.: 0 branco cconsiderado a cor tomada pelos mortos, A pd.ti­

lit II I 1"1111111111, 1,II11h III qll{' Ollovi\() rsd "morro".

I 1"1111111" dll,tlllI l'IU)I\I~NILJS,Op, ·ir"p,67-74,scgundoZENKER.Mitteit,ausden/ 1111/ 11/ /I I V III ( IH%),

I I ~ ,I I~, I I I II 11/ I (1I1If'i1/1I1 (hlol'lI. IHlJl, p, 6< ·100,

II til III III .I, I i\ NU. Sill illl ( "i"illl, I,ol1lll"s, 1(0::1, p.

tos e a seguinte: separa-se 0 novic;:o de seu ambiente interior (reclusao na floresta49,

para a qual e levado; lustrac;:ao; flagelac;:ao; intoxicac;:ao pelo vinho de palmeira, tendocomo consequencia a anestesia50), ao qual esd. "morto", sendo entao agregado aonovo ambiente. Em seguida vem 0 pedodo de margem constituido por mutilac;:6escorporais (circuncisao, que algumas vezes e praticada na crianc;:a de pouca idade, semconexao com a sociedade secreta), pinturas corporais (em brancoSl, vermelho). Osnovic;:os permanecem nus durante toda a durac;:ao das provas, porque, estando mor­tos, nao devem sair de seu retiro e mostrar-se aos homens. Ha ainda instruc;:ao pelonganga (padre-mago), lingua especial, alimento especial (tabus alimentares). Depoisvem os ritos de reintegrac;:ao ao ambiente anterior, elemento que nao precisa existirpara os iniciados no cla totemico ou na fraternidade. Os iniciados fingem nao saber,Indar nem comer, etc., em resumo procedem como recem-nascidos (ressuscitados) eI 'aprendem todos os gestos da vida comum, para 0 que precisam de varios meses,

ntes, banharam-se em um rio, e foi queimada a cabana sagrada. Em suma, encon­II ;)mos at uma dupla encenac;:ao: ritos de separac;:ao do meio comum, ritos de agrega-

,10 ao meio sagrado; margem; ritos de separac;:ao do meio sagrado local; ritos de re­lilt' l'rac;:ao no meio comum. Mas desta passagem pelo mundo sagrado resta ao inicia­It) lima qualidade especial, magico-religiosa. A este esquema correspondem tambemI ~ 'rimonias de il1iciac;:ao dos Iaunde do Camermn meridional52 e, em geral, das po­11I1.1~6es do Golfo da Guine (sociedades Purra, Egbo, Oro, Mumo-Jumbo, etc.).

Para 0 estudo das sociedades secretas na Melanesia remeto 0 leitor primeirarnen­II It) exce!cnte livro de Codrington53, onde se encontrado descritas as cerimonias de1111 i,I~~o em Fidji, nas TIhas Banks e nas Novas-Hebridas. Nao hi certeza de que estas.11 II dades esteja111 em relac;:ao com 0 totemism054, Recentemente, R, Parkinson55

I'll 1lll()I'mac;:6es novas sobre as sociedades secretas chamadas dulc-duk no arquipela­II lIt mar'k c nas Ilhas Salomao. Eis a sequencia dos ritos, que so variam pouco,

,,1.1t I II III 11" 1',IP(I'\dil'illo\,IlI'I"A1y1!1(1I'I{,I~I)I'//III',IIil//'I""!lI',I''1\1i11111 11,/1'

/'/11 "," I /1' I//III/Ihl' 1111 /'1,

'111.111 III" ,'I( >l IPPI, M,{':/I//Irl 1I11'!1/ rl'/i"io// III' So//IJI/1/10/l SlIlii'rlll,/r'l1/1 "'/'///1/1,11,,/, /I

I' II I II, II ,H t

I " d. 1•• 11 dl. , /1 I 1111'1'//'1 I , / I", 1111 1/11' ( 'tllI,IltI. IIIIIX\'I,I\, 1'10'1. ~II III I' 1'111 Iill 'I "'111 • III

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"1 I "'1 I I ," I ",11111111 • 1111 IIIIHIIIII/I/( (,'r//I'II/I/II/I/I(I' /1/l1~'/II 11.1111. IIl'iH, \ 11111\,11111 II. 1"111"I I III I /1,111"11 /1/11,.1 1/111/1 1'"IIiI" • 1I1(),1, 1\ )r,()~\, lid, I 1'111 1'ld\\1I11 '" .11. I,",

I I, ,,' 1I1111'I1I,I'JO .1' III 111.11.11 II "1,,11 I' I III I I 11111 II' 1\''1'''''1111 Il,dll 'I 11111111'111 ,""\\"11111,1111' 11"I\IIIIIIIIIIIIIIIIjIlIlI\11 I

I .I III 11111 111\ 111111 .111"' 1\11.1111 I 'I "'1,1'1 111111 "1\11111 111111 1111111 I...""..;..." , II

II II'; Iia44, mascara na America; alem disso, 0 privilegio do iniciado consiste em po­

II I 1\la 11ipular sem perigo sobrenatural os sacra segundo regras precisas, e estes tres ele­Ill' "lOS' nstituem tambem os pontos culminantes da iniciac;:ao aos rnisterios asiati-

II' , "f s, etc.Mil i () interessante e 0 ritual dos batismos repetidos a que se submetem os Sabea­

llf' \lja religiao, supostamente fundada por Sao Joao Batista, e urn amalgama de111 lId' SI1'10, de judafsmo, de cristianismo, de isla, etc. Ha tres categorias de batismo:1") I h 'I'ianc;:a (com um ano); 2°) como purificac;:ao de diversas maculas; 3°) 0 ba­I 1111) 01 ,tivo durante os cinco dias da festa annal Pancho. Nasce-se Sabeano. Ne-

t till II I I 'Sl I' I1geiro pode ser adrnitido na religiao dos Subba, e por isso nao ha ritos dC'11 '11 •1 ,I()'IR. lsto confere a sociedade sabeana um lugar especial. ,

"so 'i 'dades secretas", da Oceania (com excec;:ao da Australia) e da Africa, nat 1

I. III II llIH) OS cHis toternicos e as fraternidades, por fmalidade 0 controle da natureza,III t 111\I)m apresentem carater magico-religioso, tem mais objetivos politicos'IIIIII Illi 'OS, 110 sentido hlUnano da palavra. Por seu curso geral, e mesmo frequenlC'

11111111 11I1S d 'calhes, os ritos de iniciac;:ao sao entretanto, semelhantes aqueles de qu'I II IIIlIl d' (alar. 0 paralelismo e principalmente notavel nos ritos do Congo, lk.~

11111 111111\1 'iosamente por Jonghe46, que infelizmente viu neles "ritos da pubenLII lid lC 11"1 ;) idade dos novic;:os oscile entre 7 e 20 anos, sendo a idade comum I () I

I 11111 I , I llora-se, poretn, a idade exata da puberdade fisiologica dos negros till

1111 t' ',',) los os 111 I11bros, alias, das tribos do BaL'{:O Congo nao sao obrigados ,\ I

I I II III 1111l/,';/IIlm ou ao niembo, 0 que nao somente mostra que se trata realmel1ll' til" II tI III l' 'j;, is restritas, para as quais conservarei 0 nome de "secretas"'I~, III I

Ill" Illtlll 1"1'.1 pub 'rdade, a gerac;:ao e 0 direito de casar-se nao estao em qlll' I t

II 111111 1111 \. 'ntrada nelas. Estas sociedades secretas, tanto no Congo (0111111111

,1111 I t ( ,1111 1 , '\ '., p rl11eiam as tri bos (unidad 's g 'ogdftcas). N 'las s6 sao .l\ Ii II IIII Itill, I 1Il,lis inrcligentes d' homens livr 'S Oll d' cscravos ri 'os. A dlll"I\.Il! II I

,111111111 I III lit' dois m 's·s a scis anos, '01 Corm' a tribo 'os 01 S Tvadorl's, ('11111

1111 \1\1111111 1) II l:lIiVos(lablls)d'coda 'sp('i' 'rilospositivos, As'qu wi-ltllI ,I

didatos com 0 grau a que aspiravam; 3°) entrada processional no templo e oferenda,pe10 candidato, ao deus, de um porco sagrado, que era morto e comido em comumou ao qual se devolvia a liberdade; 4°) grande banquete em comUl11, com suspensaodos tabus sexuais e alirnentares aos quais, em tempo ordinaria, cada grau estava obri­gado. Parece depreender-se do texto de Ellis60, que nao somente havia orgia heteros-exual, mas tambem sodornia; 5°) musica, dan<;a, representa<;:6es dramaticas; 6°) ta­

tuagem do candidato de acordo com seu novo grau.

As cerimonias de entrada e de passagem de um grau ao outro na Me1anesia6! saomais simples. Os elementos centrais sao: uma troca cerimonial de moedas (Mota,Ilhas Banks) ou de esteiras (Ilha dos Leprosos); 0 donativo de porcos aos membrosd, sociedade (0 suqe, huqe, etc.) e refei<;:6es cerimoniais em comum, kole62 , que lem­I ram os potlatch da Columbia Britanica. Embora 0 suqe tenha apenas alcance social eI 'onomico, 0 e1emento magico-religioso ai aparece pelo fata do grau da riqueza, queIOl1diciona a passagem de urn grau a outro (nas Ilhas Banks ha 18) depender do//Irma do individuo. Por conseguinte, quanto mais e1evada e a categoria desse indivl­11110 no suqe mais e considerado portador de mana63 , tendo assim cada grau de suqe1l1\1~1 quantidade de mana mais ou menos grande, do mesmo modo que as fraternida­III :1l11erfndias tem manitu, orenda, nanual, etc.

uanto a inicia<;:ao nas classes de idade, nao examinarei aqui em detalhes senao asIII il116nias de idade entre os Masai. Em varias tribos australianas 0 fato dos ritos dis­II II II r'l11-se por uma dura<;ao mais au menos longa levou Schurtz64 e Webster65 aIlldill1dir os ritos de inicia<;:ao ao grupo totemico com os ritos de passagem as classesIII t ,sivas.

Elllrc os Masai "a puberdade produz-se aproximadamente aos 12 anos"66, a cir­

11111 I~.\() dos rapazes tem lugar "desde que sejam bastante fortes, isto e, entre 12 e 1611111 " ,s vczes mais cedo se os pais sao ricos, mais tarde se sao pobres, e ate que te­

1111111 m'io$ l' pagar a cerimonia, prova de que tamb6n aqui a puberdade social di­

I II 11,1 pllh Tda 1' Hsica. A circuncisao realiza-se de quatro em quatro ou de cinco em

111111 ,II\( IS, l' to los :lquclcs que sao circuncisos na mesma ocasiao formam uma classe

1111 II II) nos detalhes56: 1°) leva-se 0 novi<;:o para 0 lugar sagrado; 2°) ai chegando re­III 1'.ln "~ldas com varas, mais ou menos fortes conforme ~ idade, aplicadas pelo Tu­

"111/11 'p ie de bicho-papao divino; 3°) aos berros ~o nov~<;:o .res~ondem ao longe .as1111 III ,\liO'S da mae e dos outros parentes; 4°) 0 padrinho diswbru presentes a~s aSSIS­

1'1111 • I. -se de comer ao novi<;:o; 5°) 0 Tubuan despe-se inteiramente e os novl<;:os re­'111111 '111 que e um homem; 6°) a roupa do Tubuan conserva-se em pe gra<;:as a sua ~r­

III II It) () ~lIe prova estarem impregnadas de potencia (mana melanesio); 7°) ~s assIs­t 1111 I.ln ":1m e ensinam sua dan<;:a aos novi<;:os, assim como os segredos da sOCledade;

") Illllt IS os assistentes participam de uma refei<;:ao em comum; 9°) cada novi<;:o recebcIII1I I Ill; rio cerimonial se tern cerca de 12 anos; se e uma crian<;:a pequena, deve espc, . .,. - ,III IlltI 1\\lIn '1'0 qualquer de anos. A doa<;:ao do vestuario, que tenmna a lillCla<;:ao, t'I II I I III outro dia de acordo com urn cerimonial especial. Ha, portanto, claramenlt'

I. 1111 '1ll'itos de separa<;:ao, run pedodo de margem e ritos de agrega<;:a057

.

( I\ It S11'l0 caberia dizer dos ritos das cerimonias fidjianas, onde 0 novi<;:o dew,IIII 1IlIII',1S coisas, passar no espa<;:o compreendido entre dois cadaveres s~pos((), I

IIII 1I111~ d ' preto dos pes a cabe<;:a e com as entranhas (sao as de porcos sacnficado,s)

II I '.1/,1111 's'~.

II i 'tbde politica, guerreira e rapinante dos Areoi, em Taiti e em o~t~os h~g.1I d I Iloli Il {sin, compreendia sete classes ou graus, cujos membros se dl~tll1glll.ll1 I

III II I II \1.\ 'ens cnda vez mais complicadas e numerosas, correspondendo a cI '~',1 .111

tI' Itl I II l\1i.l~'I. R.ecrlltava-se em todas as classes da sociedade geral. ?-llet~l qUI'" I

\11111 III 'mbro da sociedade exibia-se vestido e adornado de manelra nao mdlll1 11I11i.l 11m comportamento de quem parecia perturbado do es?lrito. n~'11I1

I II jllll;\sS 'm Lltil, os Areoi adotavam 0 indivlduo como ~ervldor. A~'"'I II

1 11111 1111,lIll 'ol1sistiaemmostrarqueeradiferentedovulgo. YCJo nessa Cl'l'llllllll, I

11111 11111 I' 'para -50 volllntaria. Ao fim de certo tempo, 0 novl<;:o era agl'e ',HilI I I11111" I 1111 III' 0 nOI '; 2") devia matar seus filhos; 3°) devia apreJ1(:kl' T~'I:ll'll II1I1II 1\ 111.1 I ,\1';' 'anl31' d 'terminado cantico sagrado; 4°) apanhava 0 Vl.:s.lldo d,l 1111111111 It lilt oj', , 'nil', V:1 assim na 7a classe. A passagemdellm grall 'lOS' '\\1111 'l'I.11 II

. . I

II I 111111' 111.111 'ir~l: I") rellniao de todos os Areolusando roupas "1'111111111,11 .II. t I ,\II pOI' '05;1 11';1(.\0, aos templos nacionais e enumcra<;:lo dos IHInKS dl\ , III

1111 1111 I'" II II If·

II I I I I I I.' Illi I" \"'~ , ,I I IIIIIIN tl'IIN,'!1II'Ml'lnlll'sinw,p.IOI-115.

I I III d ,I' 110 II 1,11111,11',155,11:\ 'Ill Illuiw inrcrcssante sobre 0 valor magico-religioso das refei<;6esI "'''II II I III I 1111111111

\ II ,II I II I I, illll(ldll~.ill ~ldl'111,lis '111 Sll~ liscllss~o lima Olltra categoria, a111111 III iii

II, I 1.ltl ' \ 'ndo urn nome especial escolhido pelo chefe67• Entre os Masai ingleses urn

I II I II III I 1Ima m0tra nao podem ser circuncisos a nao ser que s.eu pai se sUb~etaa urn:

I 1111\ Ilia hamada "passagem da sebe", mediante a qual aceita tornar-se .~ :elho

III II\lll,lN 'de entao em diante 0 pai-de [seu filho]68. A sequencia das cenmomas en­

II a scguinte: 1°) todos os candidatos relinem-se, sem armas; 2°) besun~-se

11111 II lila branca e durante dois ou tres meses carrem de kraal em kraal; 3 ) ras-. b . . O' 4°) no dia segum'te cada1'1111 11l'~ a 'abetra, depOls mata-se urn 01 OU urn carnelr ,

I ( ) moeas plantam diante da cabana de11111 II 'Of\ar uma arvore asparagus, sp. ,que as :> I'

\III ,1I1didato; 5°) no dia seguinte colocam-se ao ar frio e lavam-se com agua fn;~11'11 I ' ' ins 'l1sibilizarem, Merker]; 6°) 0 operador corta 0 preplicio e a pele de bOI

'id d . 7°) estes permanecem encerradl»)o,lilt tllll 111 0 sangue e co oca a na cama 0 rapaz,1" 11111 di.l~; 8°) depois saem e provocam as m0tras, vestindo-se frequentemente dt'

II 1It11 II I ' I intando 0 rosto com argila branca; 9°) cingem a cabes:a com pequeno'

II 1111 P 'na$ de avestruz; urna vez curados, sao raspados e logo que ~s cabelos rt'

III I 111 om () omprimento suficiente para poderem ser ~ans:ados sao ~hama,~In~. Q ' . 1°) ata se urn bOl ou urn carneIro' 2 ) ,II 1I1111 \1\ 'll ·tT 'IroS. uanto as mos:as. m - . '

r ' _. 3°) as moeas cingem a cabes:a com folhas da palmelra thllll'I' I II III l 'tl a na casa,:> . _ ~

111111111 IV,\~; 4°) lima vez curadas sao casadas69 . Entre os Masal alemaes a seq.u~l1~ 1.\

I IIII 111.1, ' C' 0: IO) ap6s a operatraO ha run grande banquete, d~ qual part1CI\~,1111

I' 1111 ill I t'ir 'un isos e todos os homens das vizinhans:as; 2°) os Jovens guenTIl1I

I till lit I' Id,ll1 'am 'se divertem com as m0tras, suas amantes; 3°) a reclusao d.os 01'

till dlll.I' '\ ' dias; 4°) no dia da primeira saida matam run ~ode b.ranco, CLIJ/:l.t ,\1111

III ill 1111 jn' ,\11 10 os ossos no fogo. Para as m0tras: 10) ClrcunclsaJ~-se V;lI'l,\ III

III 1111 1I 11\1 0 ; 2°) raspam-Ihes a cabetra; 3°) permaJ1ecem em casa ate que ;l 11'1111,

I 1111 II II .IIII'I,WO; 0) cing 'm"1 cabetra com ervas onde plantam uma p~n~ tk ;lVt',11I1

, ,,111 II I t> 10. 'I ( 'om ;lr l"ita branca; 5) todas as mulheres do kraal pa rtlClpam tI(, 111111

I II II 1111\ (mlll11; 6°) 10'0 ap<'>s, 0 noivo paga 0 que aind'a d~v' d(~ IOle l' (It I

11111\1111,1111.1 W I 'I tI 1"0 'mpollco70 .Dalsedepreend'qucas "nm6ntas '\11 p"" I

It I 1111\1 I I\d '1t1 ',d,l 1111 '1' lad., P ,10 m 'nos rem Cldr '1' s<:xu:11, pOl'qll' ,Igill II

I I II 1111 Ill. ,() i' 1.1 I' S 'XII;1\ adulta. ot s<.:rvar-sc-;l ;11 {m disso qll 'S' ,lOP I II

I III Ittll 111I,lIld,\ I' 0 ,1S,lln 'llIO 611:1 m<:dida 'm que cst' replTsl'll\,1 ~"l\,1 11,',1111111

III Ii I 110111 11111\1.\0 In. Sl'XOS, POl'qll' ;lI1res da cireliIKis;lO, t' ,I p,11'111' d,' 11111.1 Itllt!

I'll 1111111.111111111.1,1" 11l'l1il1;\S viv'l11 110 kraal dos jllV'IIS gllnl ,jim (1"11111 I

1'1(1 ,11 'II I I

classe de idade), tendo cada urna urn ou varios amantes, havendo a condi<;ao absoluta

de nao ficar gravida71 .

Para as m0tras, a classe de idade seguinte e a das mulheres casadas. Os cabelos gri­

salhos e a menopausa marcam a Ultima classe de idade. Os rapazes foram primeira­

mente rapazes (aijoni), depois candidatos (siboli), Durante dois anos, como guerrei­

ros, sao novis:os ou aprendizes (barnoti), depois do que tornam-se guerreiros propria­

mente ditos (moraru.). Assim permanecem ate os 28 ou 30 anos, em seguida caSath-se

e tornam-se adultos (moruo)72. Deste modo, as cerimonias do casamento neste caso,

omo entre muitos outros povos, tern 0 carater de rito de passagem de urna classe de

idade a outra.

Preciso ainda assinalar os ritos dos Wayo porque participam ao mesmo tempo

s ritos de classes de idade e dos ritos de etapas e de margens sucessivas, tal COmo

sao encontrados entre os Toda da India, pOl' exemplo. 0 unyago das m0tras Wayao di­

vide-se em quatro etapas: 1a) chiputu: da idade de 7,8 ou 9 a110S ate a primeira mens­

1l'UatraO; reclusao, instrus:ao de ordem sexual, deformatraO sistematica dos pequenos

I. bios ate 7cm de comprimento e mais, dantras er6ticas, etc.; 2a) matengusi: Festa da

pl'imeira menstrua<;ao; durante 0 chiputu a mo<;a foi casada, mas separa-se do marido

d 'sde as primeiras regras; reclusao; ensinam-lhe os tabus relativos ao periodo das re­

II';lS; 3a) chitumbu: conjunto dos ritos da primeira grandeza; no quinto mes ras­

p.\ln-se os cabelos; no sexto, reclusao; instrus:ao nos assuntos da maternidade enos

l.tI LIS das mulheres gravidas; 4a) wamwana: primeiro parto; 0 direito de recometrar as

II 1.\ 'ocs sexuais e concedido ao marido, a pedido, pelo chefe da aldeia quando a cri­

III \ P de sentar-se ou quando tern 6 ou 7 meses. Em todas estas cerimonias a solida­

1IIII.\d sexual exprime-se muito claramente73 . Ve-se a extensao que os "ritos de ini­

I I I ,to" tomam entre os Wayao.

I~ntrc alguns amerindios (Arapah074, etc.), a passagem de uma classe a outra su­

1111 lIl11 ritual de aspecto mais magico-religioso, parem, na maioria das populatr6es

'11111 • is\ 'm classes de idade, sao as fatratilias na guerra ou na pilhagem, ou ainda

,I'll I \. (I ltl:1 <:sp {'ic e festins oferecidos, que determinam a antecipas:ao, a idade nao

I IIdl) n\111 ';I (ol11ada l11uito estritamente em consideras:ao.

III d .1' H.IIltld .1' 1(, (, ,!'.11.1 m III'l.t1h " 1'1'111t:IO ,10 livro tit: M 'l"kcl'. Entrc os Masai casar-se emudar de modo"II llilll,l, 1111111111, 111111111 IIlh'lt'lli 'Im'llIt: dll Ijllt: ,1·Ollt'·C 'Iltl'C n6s.

I III I I 11111/ /11' //11/'''''1 1,'1I/t'll/lll1f /11(1/11 I' /"1/(111/"'/1";"'/11'1I /,'m:rrlJmtfTS7-rise in rien Siidosten Osta-l'i1II1, l'lIIH,'\11111 1111111111 ',ltllll,1 II III 11,1 II, 1,.I",p., I :14.

1111"1111111 I /I" 11"/"dlff 1\1111 III III Nil II I NIl",1 VIlI1.1. XVIII (IVOI), p,I

• I

" II III", ,It Illh I

I' '101 ON nlist <rios de ElclIsis utilizei 0 livro citado de Miss Harrison, e depois: FOUCART, P. Re­I,. " III I;" I 'orig,inc et la nature dcs mysteres d'Eleusis: I,Le culte de DionysosenAttique. Paris, 1895, e

II 1/\ ,,/111/111, 1/(1',I'ltrrs d'fileuj'is. Paris, 1900; D'ALVIELLA, G. "De quelques problemes relatifs auxill ,11\II'II.~i,~". 1</'1/. de L'ist. des ReI., 1902, t. XLVI, p. 173-203 e 339-362; 1903, t. XLVII, p. 1-33

I II I ,I; dl'im d . lado, pOl' nada terem a vel' com a iniciao;:ao propriamente mta, as cerimonias dos diasli'lll 1.1 dll~ -I"l\os pam Elcllsis) e 14 (transporte dos sacra hiera para Atenas) de Boedromion.

I I 'III I' 1I1111'~ iml'll\o .los ritos, a direo;:ao das cerimonias, a proteo;:ao dos sacra, etc., eram reserva­I11II1 J,11I111"1~ (1\\II1H"lpidas, etc.). Do mesl110 1110do, na Australia, entre os Pueblo, etc., sao deter­

Itl,oIli II (1111 11l;11I,~ Oil 11:10) '1"1' "pnSSlll'l11 os Illistcrios". Sobre os instrutores (mistagogos) cf.'II' III (II' ,I" II, p, 1)3.9S,

11111 I lOp IIt,I,I' ,II ,1,11'11,1" 110 1I1;I)'AI,VIELl,A,G.Op.cit.,p.354-355.

111I1.l N l1p I I ,I' 1/1 1 1\ I IN ( II. I, 1)11 I I I" 11,1" ,47-,62.

I I II 1!,t1Ii" III \1111 oil Willi, I ",111111""11 II' ,I pIlI Iii Illi'l 'I 1''''1',1, ;"hkl d'Alvil'lIa. Op.I I I 11111

, "II "l' I I I III I' III' I II

ritos de inicia<;ao em Eleusis83: 1°) os candidatos se relinem e 0 hierofante poe delado, pOl' uma proibi<;ao (tabu), todos aqueles cujas maos sao impuras e que falam demaneira ininteligivel84; esta escolha e encontrada tambem na Africa, por ocasiao dainicia<;ao nas sociedades secretas, sendo urn sacerdote mago que se encarrega dela;2°) estes neofitos eram introduzidos no Eleusinion e, penetrando no recinto, sacrali­zavam-se no vaso de agua sagrada colocado perto da porta [cf. nossas pias de aguabenta]; 3°) Alade mysthai!: os neofitos sao conduzidos [correndo?] ao bordo do mar;, ta corrida e chamada elasis, afastamento ou banimento, sentido que se encontra tal­vez empompe8S ; este rito ate agora tern sido interpretado com "afastamento das masi"fluencias, ou dos demonios, ou do mal"; vejo nele urn rito de separa<;ao do profanotI sua vida anterior, rito preliminar, refor<;ado pelo que se segue; 4°) banho no mar;("~te e urn rito chamado de purifica'rao; lava-se 0 neofito para retirar a qualidade deI I'ofano e impuro; cada neofito carregava urn porco, que banhava ao mesmo tempo,I iI0 que lembra urn grande mimero de ritos melanesios86; 5°) retorno ao Eleusinion e

.1 'rifkio, cerimonia que encerra 0 primeiro ato. Os neofitos que tinham tornado par­II n'1S cerimonias de 15 e 16 Boedromion e recebido a instm<;ao dos pequenos miste­III IS nao apareciam mais em publico depois da corrida ao mar e do sacrifkio, masIJlIardavam no retiro (tabus alimentares, etc.) a partida para Eleusis; 6°) 19-20 Boe­,Ii t)l11ion, procissao de Atenas a Eleusis (20 quilometros) com transporte de Iacchos, III IS sacra ao Eleusinion e numerosas paradas no percurso: no Bairro da Figueira sa-

1,1 In, no palacio de Crocom (a<;afrao), no dominio de Raria (area sagrada), no po<;o,Iii 'horos, na pedra de Demeter, etc., esta<;oes que tern todas carater agrari087; 7°)

1III .Ida no interior do recinto, cujas paredes elevadas tinham pOl' finalidade, tal como"I I 'lias, impedir os profanos de verem 0 que se passava no mundo sagrado; a proi-

1111 It, d ' 'ntrar estendia-se ao temenos inteiro e tinha por penalidade a morte, pelo me­III' nos dins de misterios. Em seguida faltam informa<;oes sobre os detalhes das ceri-

I'll I' J

I ISSO aos ritos de entrada no cristianismo, no isla enos misterios antigos, embo­I I I I , (iltimos perten<;am amesma categoria que as fraternidades magico-re~igi,o~as

hi Illiios Pueblo. Mas 0 cristianismo tomou tanta coisa emprestada dos mlstenos'I I I()' Slrios asiaticos e gregos que e dificil compreender urn sem levar em conta

, , A' I" t 1\ I\I'()S. A finalidade economica, ora especialmente agraria, ora economlCa gera1111111111,1 i 'a~ao de todos os meios de subsistencia e de vida; ~nimais, veget~i~, fecun··I .1 \I1~ tin terra, irriga<;ao, etc., curso regular dos astros divmos que ~ondlC1onamatill (I,ll) uos misterios antigos (Osiris, Isis, Adonis e De~sa siria, Atis, Dioniso"t.:

III III() () orfismo, etc.), foi bern estabelecida pelas pesqmsas de Mannhardt7s J. G.II I I 'II, ~, Reinach77, Srta. Harrison78, Goblet d'Alviella79, Fr. Cumont80, etc.

II '1 l'ilOS que constituem estas cerimonias so foram bern estudados enquan.to, 1111 111\ pl ti 'Os de multiplica<;ao ou de fecunda<;ao e de coa<;ao sobre 0 meca111S

Illll II Illi '0 ' errestre.III Sl'lll ncias, ao contrario, quase nao foram examinadas8>.e~bo:a0 estudo

II II I III I'i\ \Iais modernos conhecidos com mais detalhes (Australia, mdios Pueblo)t I1I1 Itll\\<1 ) dos \ivros ritologicos antigos (Egito, India) prove que sempre nas

1111111 Ihlh,'s' ~s vczes nos menares detalhes a ordem em que os ritos se seguem ('III I (' • 'llrados constitui, ja par si, urn elemento magico-religioso de alcam '

I II III ( (,I j '\ iyo principal deste livro e precisamente reagir contra 0 proc~dil~ll'I'

I I It ,It It 1\ I 1.\' OIl "antropologico", que consiste em extrair de urna sequenCIa dlVl'1I I III 1111 it iy()s au negativos, e em considera-los isoladamente, tiran~o-lhes assilll

III 111111 II .11 I,1J',;IO de ser e sua situa<;ao logica no conjunto dos mecamsmos.

II I II.Il1'ison 82 t.:ntende por "misterios" "lm1 rito no gual sao exibidos (l'rl! I

I 'I'I 110111 pI ,II 'riam scr vistas pelo adarador se nao tivesse ~ofrido certaT.urilil.lI III. IIdtl por "l11istcrios" 0 conjunto das cerimonias guc, tazendo 0 neohto 1',1'

I I, 111111111, 1111'( ,1\, no para 0 mllndo sagrado, pocm-no em comunica<;ao (~ircta (' I h111111 1111111,"1' (IItil11o. A 'xibi~5.() dossacra, cm Elcusis como na AlIstdl1a (dJlII'/III' Itll dill .11\1"ldo) ou lla America (masc1ras, t.:spigas sagradas, l?atci1'l,as, (,'1 -,,), I II

III' 'tilllllil 1111', 1I1~'S 11:10 'ol1stitlli pOI' si SCi) os "mistcrios". V<.:j;1mos a s 'qll0lll'l,1 till

I It Zlm,), :, ;ltllI/lir, Iittis, Osit'is. 2. ed., p. 229-230.

I I I111 ,1111,1111' 1'1 (Itllo IX,

II II pllllll'l iiI' I 1',1\(1 1',11',1 di~(I1.1 ir 0 raul'O.b6leo c 0 criob6lco, mas parece-mc que ncnhuma das'111'111,111 1111 11l11111"1I1\1I~I,I~ pod 'I'lol S 'radll1ltlda, dados certos paralclos semicivilizados co que di-

It' 1'111 11111 II 1111I 1'1',1 ,lg'll1.

"11111111111 I hid" d :ollll'tdl\lvi'II,I,S.Rl'in,,'h ·ClIll1onr,d·poisHATCH,E.Thein-'1" ~1II1/""'/lII/l11111I11I1I111I '111111 ",,('11111'I11 (1lil1lwl'l 1,'I'IIII"S, IHHH),l,ol1drcs, 1904III I I I II/ '/111/1 ,/" ,,//11 '/11 ,""11 I I II II II

,It" 11'111111111 II, II II IIp''l I' lllllllllliliN ('II,SCI' iI.,

/ '" ",1)

antes 0 renascimento. Isto foi estabdecido ate nas minucias por Mannhardt, Frazer94

e seus disdpulos, mas nao viram que estes conjuntos cerimoniais sao conjuntos de ri­tos de passagem, simultaneamente c6smica, religiosa e economica, nao constituindosen.ao urna frac;ao de urna categoria muito mais vasta, que 0 presente livro tern por fi­nalidade delimitar. Assim eque a morte, a margem e a ressurreic;ao sao tambem urn'lemento das cerimonias da gravidez, do parto, da iniciac;ao a sociedades sem finali­dade agraria, do noivado, do casamento e dos funerais95 . Admitindo-se que Atis mor­r ' e depois renasce, concebe-se que os ritos de iniciac;ao fac;am tambem morrer e re­I~ascer seu futuro adorador: 1°) este jejua, isto e, faz sair de seu corpo a impureza pro­fana; 2°) come e bebe nos sacra (tambor e dmbalo); 3°) sendo colocado em urn fos­"'0, recebe em todo 0 corpo 0 sangue de urn touro sacrificado em cima dde96 em se-

. ''luda sai do fosso, vermelho dos pes a cabec;a; 4°) durante varios dias s6 se alimentad' leite, como urn recem-nascido. Parece-se, por conseguinte, que 0 rito sangrento,I H) qual habitualmente se ve 0 batismo no sentido cristao da palavra, enquanto rito deI missao dos pecados, segundo 0 testemunho de informadores afmal de contas re-Il1tes (Clemente de Alexandria, Firmicus Maternus, etc.), tinha na origem urn senti­10 direto e material, a saber, 0 ne6fito sala ensanguentado do fosso como 0 re­

II ll1-nascido sai ensanguentado do corpo materno.

I' r influencia dos cultos asiaticos, gregos e eglpcios a comunidade dos cris­I I' ),~, :l prindpio uniforme, dividiu-se pouco a pouco em classes que correspondemIII 'I~aus dos. misterios97; os ritos de admissao complicaram-se pouco a pOLKO e fo­11111 51stematlzados na ordo baptismi (comec;o do seculo XI) e no sacramentario de

II I, si . Grac;as adpida difusao do cristianismo, chegou 0 momento em que s6 ha­Ll p,lra batizar as crianc;as, mas 0 ritual conservou por muito tempo urn grande nu­

1111 I () I· aspectos que s6 convem a urn batismo de adultos. Epor conseguinte este,11111ll> qu 'examinaremos aqui. 0 primeiro grau era 0 dos cateclimenos; a entradaII I 11':111 compreendia: 1°) a exsuflac;ao, com uma f6rmula de exorcismo; 2°) 0 si­I II 11,\ 'I'LIZ 11:1 testa; 3°) a administrac;ao do sal exorcizado. Conforme se ve, estes ri­II 'hiD 5[10 mais diretos, como acontece entre alguns semicivilizados, mas sao jaII 1111 1.1/1. COIl'lO 'ntrc certos negros e amedndios98 ; 0 primeiro rito e urn rito de se-

11111111., , S.\be-se pdo menos que a iniciac;ao abrangia88 : a) uma viagem atraves de11111\ .11.\ lividida em compartimentos escuros, cada qual representando urna regiao

II 1111 1'11) ; subida de urna escada; chegada as regi6es vivamente iluminadas e en­II ,,1,\ I HI I 'I' aron com exibic;ao dos sacra89 ; b) urna representac;ao do rapto de Core,

11111 I 11'111 'ntos desconhecidos dos profanos e nao compreendidos na lenda que cir-I I III \ '!HI"' as pessoas vulgares. Esta parte corresponde exatamente as representa­

I C I" (J asiao das cerimonias australianas, dos atos dos antepassados do Alcherin­II' im 'ira etambem quase universal: os novic;os, tendo morrido para 0 mundo

I I' ,III") P 'I" on'em 0 Hades, depois renascem, mas no mundo sagrad090; 8°) em se­

Ilid 1 Illh;ll'1"l ritos de toda especie, canticos, danc;as, prociss6es, a respeito dos quais

II II II II\l)~ informac;6es precisas91 .

... ' lu ', em suas grandes linhas, a iniciac;ao nos misterios de Eleusis corresI" II II It 1111.lnI() asequencia dos ritos, as cerimonias de mesma categoria que ja exam i11111111 II" I:' m 'sma sequencia encontra-se igualmente na dramatizac;ao da morte l'

till I 11,\ jm 'nto do novic;o, na iniciac;ao ao orfismo, as sociedades religiosas da TdI lit I 1C1lliso, de Mitra92 (iniciac;ao por etapas), de Atis, de Adonis, de Isis, etc. A

III" III It' 11.\ "{j'lt 'rnidade iSlaca" e bastante conhecida, e "a passagem pdos deml'11II I II III I ' 1:11.1 Apulcio, exprime, ainda melhor do que a viagem pdo Hades93 a it! ,j"

I 1111111\ In n '6/'ito, porque se admitia mesmo, ao que parece, que se deCOmplll1lll1I II IIIII I 'Ilida r' ompor-se e fornur un1 novo indivlduo.

III 111,1 j I 'i:l 'l1contra-se ainda nos ritos de iniciac;ao ao culto de Atis. LemhlllI I II lit II 1111 III .. qll ' Atis, como Adonis e em geral as divindades da vegetac;ao, 11\111

I 111111 f 11\lltUIO 'r 'l1:lscem na primavera. As cerimonias de seu cnlto comportam: I "II III1 1111,1\,\0 II"'lImltic:1 desta morte, com tabus fllnedrios (luto, etc.), I<1nH'III.1

Ill) 111111' l> to d 'mar rem com suspensao da vida comllm; 3°) a ressllrrci\';lO 1111

I 11,1 ,10; 0 segundo simultaneamente separa e agrega, equivalendo. a n:arca<;:ao11l11'1)(IY~) dos misterios gregos e do cristianismo primitiv099 ; 0 tercelro nto e urnI IIII 1I ' a rrega<;:ao, de acordo sobretudo com a prece que 0 acompanha~oo: yem em'1llid,l 0 periodo de margem: 0 catecumeno, do mesmo modo que 0 Imclad~ nos

III 11II IHlS misterios, pode assistir as assembleias religiosa~, tern~l~gar e~peClalda11111, mas deve retirar-se antes do come<;:o dos verdad~lrosmlstenos (mlssa): Era

1111111 'Ii jo periodicamente a exorcismos, ~e maneira a separa-lo cada v~z m,~ls do1111\11 II, lIfio cristao. Era instruido progresslvamente, "abnam-lhe os ouvldos . De­1111 I, um Llltimo exorcismo vinha a effeta: 0 padre, tendo umedecido 0 dedo de

II ',1 to 'nva 0 labio superior e as orelhas de cada catecumeno; os candidatos des­t 11111 ., 'ram Ul1gidos com oleo consagrado nas costas ~ no peito10l

, ~enunciaval1\

1 11.111, , juravam ligar-se a Cristo e recitavam 0 Credo. Eo fim do penodo d~ mar­I III 'I \I' 'OJT' preende ao mesmo tempo ritos de separa<;:ao e ritos preparatonos dl.'

III • Ill,IO; a dllra<;:ao deste periodo nao era limitada; 0 individuo p~dia per~anecL'r

III It \111 ,\ V sp 'ra da morte. Em seguida vinham os ritos de agrega<;:ao p~opnamcnt \,'I III I lI/"i:!.s' a agua l02, aspergia-se 0 catecumeno, que se tornava aSSlm regenem

,,, //I/ll/t dlirio, de acordo com os proprios termos da ora<;:ao pronunciada por oe\II lit 11110 S 'guinte103 . Os batizados tiravam suas roupas pa~a vestir o:ltras, brall

I 111111,111 lio dos padrinhos e madrinhas104. Reuniam-se dlante do blSpO, que 0. - 'd" d d lOS I

III III I 1" I om () si nat da cruz, rito evidente de apropna<;:ao a Ivm a e . e I I

II Ill, ol11l1nidade dos fieis. Somente entio os neofitos eram admitidos;) (I

I 'pois disso davam-lhes de beber uma bebida consagrada POLlCOS inSUltII 1.\ de tl'l 'I, aglla e leite, e que Usener aproximou, erroneamentc SCglllll1t 1

tin mist <rios de Dioniso, e a proposito da qual observo sobrctudo 11'1

era a bebida dada aos recem-nascidos, sem duvida antes da apojadura da mae. 0"renascimento" era marcado finalmente por uma procissao dos batizados, que leva­yam drios acesos, a Grande Luz, que lembrava ados misterios gregos e em todocaso indicava que os "mortos" tinham nascido para a luz do "verdadeiro dia".

Tal e a encena<;ao do ritual romano. As mesmas ideias e a mesma sequencia en­contram-se no ritual galicano. Contudo, nao se deve esquecer que toda esta sistema­tiza<;ao do ritual do batismo e relativamente recente e que nos primeiros seculos os ri­tos eram menos numerosos e menos complicados. Houve poderosa influencia do

110sticismo, que tambem possuia graus e ritos de inicia<;ao progressivos, que se in­'Iuem em nosso esquema dos ritos de passagem106 . 0 batismo cristao primitivo com­preendia: 1°) urn jejum; 2°) uma imersao ou aspersao de agua consagrada. Por outroI:ldo, segundo os lugares e as epocas, foram acrescentadas a sequencia fundamentaltodas as especies de ritos de detalhe (de purifica<;ao, de exorciza<;ao, etc.), sob a in­11ucncia de cren<;as e praticas locais.

Seria facil ainda mostrar como 0 ritual da missa e constituido por uma sequenciaII, ritos de separa<;ao, de margem e de agrega<;ao. A Unica distin<;ao teorica entre alili 'ia<;ao e a missa e que esta e uma inicia<;ao periodicamente renovada, assim como 0

I Tiffeio do soma na India vedica e em geral os sacriflcios que tern por objetivo asse­/111" I' 0 curso normal das coisas tanto cosmicas quanto humanas.

omo se sabe, a admissao ao isla e feita pela cirClU1cisao e recita<;ao da fatiha.I 1111' 'tanto, 0 eShldo detalhado de narrativas de celebres conversoes e 0 das varia<;oestil' I ihlal da cirClU1cisao entre as diversas popula<;oes mu<;ulmanas mostraria que nosIII .11' 'S onde ha tendencia para urn desenvolvimento ritual, por exemplo na Asia Me­lli II ;;lllcaso, Asia Central, India, 0 esquema tripartite aqui exposto distingue-se, 11.i1II1'ntC.

JI,lI 'Ol1tra-sc ainda a mesma sequencia por ocasiao da passagem de uma religiaoII II lill 1';1, 'onsistindo entao 0 rito de separa<;ao na abjura<;ao107. Quando do retornoII II. ,10 primitiva, pOl' cxcmpJo no ritual cristao da penitencia, 0 penitente era con­

"II I I In 1I111 ...isl'ao quc, por um motivo ou outro, perdeu sua inicia<;ao e se esfor<;aII I I I jilT. ·1,1, A illstrll<;ao religiosa e os exames cram substituidos por "exerdcios,. I II I' \ : 111\0 ':lsar-s" romper 0 casamento concluido, demitir-se de suas fun<;oes,I II Ild.1l k ,Ilitlll'tli :11' e sllntll~ria; em resumo, 0 penitente era muito mais "separado"I 1IIIIIIdii \ll'ol:\I\(l qlll.' 0 catcclllueno. A penitet1Cia terminava pela imposi<;ao das,t I I I plio hil-lpn, p'1:1 '()I1I'iss50 pLlblica dopenitente, que, em seguida, devia to­1111111111111'11.1", I' p,\l':111111 COllvcnto, c I1cste caso a cerimonia de reagrega<;ao a

I 1111, 11111111 II' I \'11111\,1, (11"11,1' II \ II.

1'1 1IIIIIIIItli i1111111' 110111 II II ~Ill~~ II I 1/11' 01,/'//11I 111111,1, IliO(t,1 1111,1" 1111 /(,.1 'I II I II Ii I I I I II . II I I

1IIIIIIIll LId' dos fieis compreendia a admoesta<;ao, urna ora<;ao de "reconcilia<;ao" e,

III I p.IIII1.1, a cerimonia da indulgentia108•

I', / .IOS ritos de inicia<;ao as confrarias religiosas. Deixarei de lado as cerimoniasI. I III I,I 1.1 11 S onfrarias budistas, para as quais existem docurnentos facilmente aces­I t I 111'1, ' 'il, rei a da entrada na seita dos SikhellO • Consagra-se, por meio de preces,

II I 11 II 11':'\(.1:1, que e mexida com urn pequeno ptrnhal. Joga-se esta agua na cabe<;a cII' I1II II I 10 11 6fito, que bebe 0 resto. Depois come, juntamente com os consagra-I III 1111 \,\ 'sp ie particular de pasta. "Isto regenera 0 ne6fito", que, respondendo

I" I IIIII.\S ft itas, deve dizer, qualquer que seja sua nacionalidade, que nasceu ~11l

I'll III 11"' mora em Aliwalia, lugar de nascimento e residenc~a do guru ~ov:n~t111,11 11 11 ' lilho de Govind Singh, 0 Ultimo dos dez gur~~ dos Sllm.e. Nas.cerlffi~nl

til 11111 LI .1( , seita chamar do Sinnidyani ha urn novlClado de ClIlCO dias, apos ()III II 1111 (II Ito lava 0 dedo grande do pe do guru e bebe a agua, distribuindo bolos ao.

III 11111111 1.1 'onfraria. Alem disso queima-se dnforalll, etc.

III i.1 .10, S onfrarias mu<;ulmanas e chamada em Marrocos ouird, descida anI, 1" tit 111111, f.1t 0 d . d ssedentar-se, e 0 ato de beber ou de ingerir urn liquido au (h

I, It 111.1 I 1/ \1 ,f, com efeito, 0 principal rito de agrega<;ao. Para filiar-se a onktllI I 111.1 t III '(Slit<> abre largamenre a boca e tn~s vezes seguidas 0 chefe da c 'rim I

1111 I II II III 11.\ ':11' ,11 a. A este rito central acrescentam-se outros! 12.

Illlid t 1111 i[(/ d . ini ia<;ao, no Cairo, scgundo Lanc, e aproximadamcnrc 0 \l1 'SlllliI III I 'III'S 'onfj',rias. novi<;o scnra-se no chao diante do xeque e ambos d.\( I ,

III til I .\111.111 i( os pol gares, que apertam lI\l1 contra 0 outro, tendo a m.11I I

. 'II II II III I ill lo·lh . ,s 111505. 0 novi<;o I' pet· apcs a xeque lim certo I1lll11 '1( I IIIIi '111111 1(')lI11\II:1S 'OI1S:1 rra<.,bs. f) '\ ois 0 novo ini 'iado bcija a mao do Xl'qlll

11111 1llll1licos.osdo 'ol1lratod'clS;\\l1'nIO, 'xC'wof:ltod:1S\l1;10sdoIHII II

I I I I'" I III 1111 1.\ l10iva S'" 'm 'S 'ol1ditl;\s '11 I a~xo d . um ~ ·11~·O. ~s f~/)I'~\\~d.1 II

1111 I I It l\tll'n 'II) I 'ij: as maos los :\SSiSl 'Ill'S S'101' d . 'olllh ':10 so 'lalllllt'11I1I11

N as cerimonias cat61icas de filia<;ao a urna ordem religiosa ha sempre urna parteque permanece fIxada urna vez para sempre conforme 0 ritual, romano, galicano,etc., e urna parte que varia com a ordem religiosa. Assim, a entrada nos carmelitas in­elui ritos de funerais seguidos de ritos de ressurrei<;ao.

As virgens e prostitutas sagradas para entrarem em sua nova sirua<;ao subme­tem-se tambem a cerimonias construidas de acordo com 0 esquema dos ritos de pas­sagem. Eis primeiramente a sequencia na consagra<;ao das virgens cat6licas, segundoo Pontifical Romano1l4: 1°) trazem-se as virgens revestidas do habito do noviciado,"sem veus nem mantos nem capuzes"; 2°) acendem seus drios e ajoelham-se duas aduas; 3°) tres vezes seguidas 0 pontifice diz-lhes: vinde, e elas se aproximam dele em[res etapas; 4°) colocam-se de pe em drculo, e depois cada urna vem prometer-lheonsagrar sua virgindade; 5°) 0 pontifice pergllnta-lhes se aceitam "ser aben<;oadas,

lOnsagradas e unidas como esposas de N.S. Jesus Cristo": "Queremos"; 6°) 0 bispoI ,1IIta 0 Veni Creator Spiritus e benze os futuros habitos das virgens; 7°) despem seusIdbitos ordinarios e vestem os outros; 8°) 0 bispo benze os veus l15, em seguida os,Ill is, e depois as coroas; 9°) as virgens cantam: "Desprezei 0 reino do mundo e todoIlI'namento do seculo [...] meu cora<;ao ja nao se contem mais, e ao rei que sou devo­1.1 L ,Aquele quc vi"; 10°) 0 pontifice reza e depois recita 0 vere dignum [... ]; recolocaI mitra e diz: "vinde, alma querida, sereis meu trono, 0 rei procurou vossa uniao";I Ill) avan<;am duas a dllas, ajoelham-se e "0 pontifice coloca 0 veu na cabe<;a de cada

11111. , fazendo-o descer pclos ombros e no peito e 0 abaixa ate os olhos, dizendo: rece­III I I) Vell sagrado como prova de que desprezastes 0 mundo e que [...] vos constinus­II 'm esposa de Jesus Cristo"; 12°) ja recobertas com 0 veu, chama-as: "vinde cele­hi II' vossas nlIpcias, etc.", e coloca 0 anel no dedo anular da mao direita debs, dizen­It I "Ell vos uno, etc."; 13°) a mesma cerimonia e feita com a coroa; 14°) cantos li­

1111 oj 'OS, ora<;ocs, aleluia, comwmao, ben<;ao, e, nos conventos cujas monjas tem 0

I I iI() d' ome<;ar as horas canonicas e de ler 0 oflcio na igreja, entrega rinlal do Bre­11110; 15°) f'inalmcnte, entrega das virgens consagradas a abadessa. As ideias postas111.1 .10 aqui s50 as seguintes: a separa<;ao com rela<;ao ao mundo profano, feita pela11111.111',\ d' h. biro' pclo uso do veu; a agrega<;ao ao mundo divino, por urn casa­li 1111) 0111 J 'sus Cristo, LIma vcz que 0 anel e a coroa sao tambem objetos rituais doI 1111 '11tO,~ • ·ubr. ~onvcm notar que os ritos de separa<;ao poem urn termo a mar-III I III j i.ldo), mar ·ac..h pcla semirreelusao, havendo reelusao completa ap6s a"I '11.1 .\11, • () III lvi 'iado, 'omo a consagra<;ao, assinalando tambem 0 ato de sepa­I I 111011', I.llIn '1I1l' ( 'OIlV 'nto, gradc, ctc.) do mlmdo profano.

1I11~~1 1IIIIIlhl/,,'dl 11",dlll//lf"'"I, XVII. I\()I~S()NNF.T,n;rlimmnindc.rccdm01/icsctdcsritcssa­I III) ",I i I' ,II

10 dlllhl"lllllj'ld, I' 1111'.lllIlildllllil Ii \'I.lIlI\llItlll.II,I·lllI1.Id,I(0I110Vll,

IIl1ltl I I .Ill 1111 1111 IlllIl 1111 '1111 I I 101111 '1"111 111111.. I I'" 'I Ihllll,I 1,,,dlll.I ,III 11'11 Ii II IiIII II ,

cerca de quarenta nobres de posi<;ao elevada para servirem de testemunhas. Dois che­fes idosos adiantam-se, tendo entre si a jovem, eo mais velho praclama em voz alta 0

nome e os titulos do antepassado que a pai deseja dar ao f&o, sendo comumente osdo avo. 0 consentimento dos assistentes exprime-se pOl' palmas e gritos. Nova djstri­bui<;ao de presentes aos assistentes, e, se 0 pai e rico, aos plebeus que acorreram comocuriosos. Depois vem a refei<;ao em comum e 0 jovem nao emais conhecido senao pelonome e pelo titulo assim adquiridos. Como se ve, ha af uma f6rmula senlicivilizada de'er~oniasque foram nlinuciosamente elaboradas em outros lugares, como na EuropaMedieval (cf. a semelhan<;a com a velar das armas e 0 noviciado), no Japao, etc. Asmarcas exteriores sao aqui as armas, a que correspondem para as classes totenlicas a re­I\I' senta<;ao do totem, para as classes de idade e sociedades secretas as escarifica<;6es, asI.It'Uagens, etc. A imposi<;ao dos bras6es, tal como a marca totemica, etc., e claramenteIlln rito de agrega<;ao, do mesmo modo que "a marca<;ao" dos misterios, s6 variandoI r rmas segundo os povos e a genera de agrupamento restrito120.

Asima<;ao de pertencer a uma casta e pOl' defini<;ao hereditaria. Alem disso, a cas­t I l- profissionalmente especializada e cada individuo tem um lugar determinado em11IIIa hierarquia precisal2l . Assim, a agrega<;ao acasta s6 se apresenta em condi<;6esdl II11idas: 1°) agrega<;ao da crian<;a; estas cerimonias incluem-se na categoria das ce­111ll! I\ias da infancia esmdadas no capitulo V. Nao e preciso dizer que a utiliza<;ao ri­III tI los instrumentos especiais da profissao tern neste casa um lugar importante,

I' mais, con'1O acontece nas popula<;6es sem castas, um rita simpatico, mas umI II \.,d 'i 1'0 rita de agrega<;ao do indivfduo a uma coletividade delimitada; 2°) nao se

I'" I I ,Issar de uma casta inferior a outra, superior, mas somente ir do alto para bai­II " 'll '-se que os ritos de agrega<;ao ou se simplificam ou mesmo giram, porque a

1111111 I r'it3 3 casta infer,ior e nao aos recem-chegados. POl' outro lado, algumas cas­III 'f'I:lS r 'gi6es da India sao primariamente tribos. Neste caso os ritos de agre­

It, 11,11' . , '111 abstrair da avalia<;ao feita com base na casta, para guardar apenas asI \I II I 'S "'s 'cl'im6nias realizadas em outros lugares diferentes da India para a agre­

II 11'1111' 'stran' 'iro ao cia au atribal 22; 3°) finalmente, os ritos de separa<;ao de­'lit 1111,1111 ,Iq"i um Jnpcl importame, embora 0 elemento consciente e voluntario

II I,ll .\lI~l'lIl ',Cada casta c separada das outras pOl' tabus, e basta tocar um indi­1111 d 1111\,1 ,'~I.' illr'l'ior, comer com ele, deitar-se em sua cama au entrar em sua

N,IO t 'mos informa<;ao perfeita sobre a ritual da consagra<;ao das prostitutas s~-I 111.1 h\ Antiguidade1l6. POl' isso mencionarei alguns ritos indus. Na, ~asta dos ka~­

I I tlIII mllsicos, de CoinbatOl'e, pelo menos uma mo<;a de cada familia deve dedI­t II .10 s 'rvi<;o do templo como dan<;arina, executante de mllsica e prostituta. A pri~I'll 1.1 "i ' de cerimonias equivale ao noivado e a segunda serie ao casamento: 0 ta II

I '11 11 ,ll'n ,do nossO anel) e amarrado ao redor do pesco<;o da mo<;a porum brim;lII I Ill() S' faz no noivado e no casamento, 0 tio materno amarra-lhe uma falX,\

l'lllt III I 'n1 I' 'dol' da testa e coloca-a sabre um tablado diante das pessoas. POl' 0(;1

I 1'1 hI pl'im 'ira coito coloca-se primeiramente um sa?re .durante alguns min~to~~ C,Il

III \ III IS I 'ssoas, rita nupcial muito difundido na India, Em su~a,;s,cenmol~I,"

\, 111\ ,I 1',) '50 adivindade s6 diferem em pequenos detalhes das cenmomas nup "I,llII till 11,1, ) 111 'smo se faz entre as kaikolans tecelaosll7

. Nas cerimonias de con,,\

1\ Itl d,ls I asavis (prostitutas sagradas) do distrito de Bellary, uma espada, I' 'pI', III It It III () noivo ausente, e colocada ao lado da novi<;a sentada, e ela segura-a COlli I

III I 1111 il.l, 1 'pois de varios ritos, levanta-se e vai depositar a espada no santll,llill1,1 II \I \I,lndo se trata de lU11a dan<;arina sagrada 0 noivo e substitufdo pOl' IItIt

I IIld III I 1.1 S' indina djante dele. As basavis sao ligadas pelo tali e tatuadas COlli II

I II II I \ (II I () CIIl'a 10 no centro) e com uma concha118 (turbinella rapa).

II I , MilOS e protiss6es. Apesar de a condj<;ao de pertencer a esta Oil ; ~1'1I1I I 1 1111 II I' so 'ial S T hereditaria, assim como tambcm pertencer a tais Oil lilt 1

111\'1

1 lllllllli OS, 111, 'i o-rcligiosos,et·., 'raroqlleacrian<;asejaconsider;l~lall\llllI It I'" 'III '"l 'Ill 'diLO, ""omplcto", desde 0 nas imento. Em idad' qu 'V~11'1:1 M'P.IIII

\ I \" Iltlll., I WI> d 'v' II or agr 'gada, m 'cliant' . Timt>nias ~u 'S' ,di,stingu 'm d,l 'III

I III \1 111111 II III 'n -iom las I '\0 t~lt() do ,I'm onto mJg,~o-r'lI~lnso S~I' ," '1,1 III

I II III II It) llllt": rio 0 'I 'mento politi 'n-jllddico 'soCIa I ) 'ral 0 t11~I,IS 111'1 '1111 II'

11111 ., I 111'1)(,'11 d: Collllnbia Brit, ni ':1 1111 h,l (jll,\I1'O 'I.ISS ·s: 'h 'ks (11 'II 111111111 tI I (II I 'IiI, rb), pl'h 'us' 'SlT;\vOS, II~ 'mIn ';lIni" d' '1,lssl', PI'OIO 111111

I I I'll I I I 1.1 III i li:II\,1 (Ill 1,)1' n,l ill'S;), 't ',), A l'olldi ','0 d ' P'I'I 'n 'I ,I 1.111111 III

I III.tI,I 1.1 I 'Ill IIl1m., I" ,I "I'ill\ I,i" d,\ 1'1I01\lill,\~,IO, Sl'll\PI \11',1 11111

1111111111 \,1 pllll'l 1.111', () p,lI 01 I,\l\i/..\ 1111111\111 k 1'11111,' '~I,IlHllIllllllld'lI. II 1111 11.1 hI IllII1I1/llldl111 ,I OI\II,llIh.ldn do p,ldlillhll'., ,1111 10 d, I I

11\111111 'I Illllllllllnin I pili ,1111.\ 'd.11I ,\II11llhl 1.ln1HII 1,"1.1 ddlllt1111111 111111,11111 "dlll.IOlh'llIl' 1111' 111'1"111'1111 ,1111'11,1,1111 (llllli

11111 I 11111 I" " II

II III ,iI I11I1 IIH·IIIIIII'llll.lh,ilh()"n~hlllsduBbson". Cf. porenquanromeuHiraldisationdelaI 1'/"1"1/ 1',111 I~\ I'll' 111:I,lldilJ"t" 11)()6.

II 11110 I lilt", 1111110' .1,1 ,I~I.I~, I\Ol1(; IJ~, <:. !isJnis ml" /r 1'Ii.'Timc dcscastcs, Paris, 1908.

I I 1 II dl II I III III (\I I I ,Ill ,'III 1111111 iiI , 1111I dl' .lp,I'I'f',I\,I\I ,ililll '1I1.l1' 'SIX; 'jal), cf. RISLEY,1,,/,",(11'"/111 1,1.111 ,IHI)(',I 11,/, II II), II 1\'IIIIlI11IJ'1I',I,II'f',l\·,H,J·;\Sl.lplld·

1111 I 1" I 111111111' ~I 1111111 dl~ ~III' 111111111.111111\111111111,1.11 ,,\I.I'IIIIIIII.I',IIIll'llIll,dl'

11'"1 \ 1111111011 Ill" 1I1111t11 lIi1dlillt dlllllllll'I'111I11I1I1I1I11 11\\111'""'111.1111111I II I I. I 11111 t, I IIIHI III d, 111'1 1'1111111 I 1011111111101" 111111" III II

111111 I \I IIIt 'I I I 11111' I

IIII

"'111'" \11111111'11'1111111,111 '1'1111111111\'''' 111(""11111 I It 111111111111/" I, II/,Ifli/ 1/111/1" 1111111,\",1"1'11 III 1\ .\'11 111".1"111\

wna marge~que 0 indivlduo tem de atravessar antes de chegar aplena satisfa<;:ao desuas necessldades em urn pals, em urna epoca e em wna profissao determinada l26.

A classe dos bramanes, dos "nascidos duas vezes", marca a tral1si<;:ao entre a castae a profissao magico-sacerdotal. 0 termo "nascido duas vezes" indica claramente 0

verdadeiro papel d.os ritos d~ passagem, no sentido de que 0 bramane que perrence as~a ~a~ta pd~ ~a~Cl~ento e e a~regado a ela pOl' ritos da infancia sofre em seguida ce­rlffiomas de lUlCla<;:ao, nas qUalS morre para 0 mW1do anterior e renasce no mW1donovo, e q~e.lhe da 0 poder de se entregar a atividades magico-religiosas que deve sersua espeClalidade profissional. Sendo um padre-nato, nao se pode falar da ordena<;:ao

no sen~~o.ca:olic~,do br~~e127.Mas, apesar do que pensa C. Bougle128, 0 novicia:do e a lUlCla<.;:ao sao necessanos, sobretudo pOl' causa da imporrancia das formulas eda "maneira justa de pronw1Cia-las" no ritual bramanico. Nasce-se bramal1e mas epreciso aprender para agir como bramane. Em outras palavras, no interior do :Oundos,ag~ado no,qual 0 bramane vive desde 0 nascimento ha tres compartimentos, urn pre­Illm~a~, ate a ~p~na!ama (introdu<.;:ao jW1tO ao preceptor), outro liminal' (noviciado).. ~ ~~o pos-limmar (sacerdocio). A sucessao desses pedodos para 0 bramane eI lcntlca a que tem lugar para urn fl1ho de rei semicivilizado, wn e outro evoluindo, 'mpre no ~nteriordo mW1do sagrado, ao passo que urn nao bramane ou 11111 negrollla!quer ~1ao ~voluem, exceto durante pedodos especiais (inicia<.;:ao, sacrificio, etc.),'l1ao no ll1tenor do mW1do profano.

As cerimonias com~reendem129a tonsura, 0 banho, a mudan<;:a de roupas, a 1'0­

111,110 de ~ossedo cora<.;:ao, a mudan<.;:a do nome, 0 aperto de mao. A Crial1<;a esra mor­1,1. novl<;:o (brahmacarin) esta submetido a tabus de toda especie. Einstruido na li­1l1';IlL~ra sagrada e aprende as formulas e os gestos. A wuao da Crial1<.;:a e do preceptortd IHifica-se a lUn caSalnento. Em seguida 0 preceptor "concebe", no momento em1111 ' 'oloca a mao sobre 0 ombro da crian<.;:a. No terceiro dia, quando recita a savitri, a111,11\', renasce. SeglU1do outros textos 0 nascimento do bramane ocorre "no mo­lilt 1\10 'l11.que 0 sacriffcio se inclina para de". Assim, ao contrario do que foi observa­II1I II,'S "rtl11<>nias de inicia<.;:ao australianas, congolesas, etc., a morre do novi<.;:o naodill I 10 !o () t 'mpo do noviciado. A do bran1al1e prolonga-se ate urn momenta cujaI"' .1 os I 'XlO,~ n~() dcftnem com precisao. Vem em seguida a cerimonia do "retor­

1111' (1//lllfj"nrl(mn~. ) novi<;:o despoja-se das insignias do noviciado (cinto, bastao,I" II III' 1111 101 ,), JO l;1I1do-as na agua. Banha-se e veste seus vestidos novos130. Ei-Io

I I 1,,11'" s 'r automaticamente expulso da propria casta, sem com isso, alias, tornar-seI II I ,\ \(), asta do individuo que se tocou. Acontece frequentemente neste caso, pOl'

\ 1111 10 'm Bengala123 , que 0 individuo expulso da casta,se tome mu<.;:~ano.por­1'1 II i la, pdo menos em teoria e em algumas regi6es da India, nao admite a hierar­

1111 d.\, 'astas. Da mes~amaneira, i~dividuos ~,e t.od~~ as cas~as pode~ entrar na~,lItlt,II'j"S rcligiosas budlstas verdadelras ou nas seltas ,que sao urn melo-termo, C

1111 II rs s graus, entre 0 hindllismo, 0 bramanismo, 0 budismo e 0 isla, como 0 arya-

1\1.,di, 0 sinarayani, etc. ..11m lin), a entrada nas profiss6es supunha entre nos cerimonias espeClals, que

11111\1 "II Ii. m alguns ritos pdo menos de natureza religiosa, sobr~tudo, quand~ os'111 1111 ,1 () s coincidiam com confrarias religiosas ~e cara~er espec~al. A apre~dlzo~II 11111l1111)rO, quando nao era urnasepara<.;:ao domelO antenor, termmava porntos ekI II I I ,II) (r 'fei<;ao em comurn, etc.). Como se sabe, 0 recrutamento das corpor;)

1,1 'sl ril'omente regulamentado. Contudo, nao se deveria crer que :,m nossl~:­II I II \.1 n \ 'saparecido todas as barreiras no interior das mesmas profissoes ou !)\ f

" 1111 I III r' )S diversos ofkios e profiss6es. Os obsraculos opostos apassagem S 'III

till Itl \ thi 1,\ I m de ritual, mas convem entretanto dizer aqui algumas palavras a 'Sit

I I' lie II Ol'qll' 'sta nova forma corresponde atend~ncia d~ que tam~em os rit(~s,~11II I I III .\' 'xpressao, porem em outras bases. ASSlffi, 0 aJudante (aJu~al1te Lit: Ii I1 1111 'l"d.IIH \, marceneiro, etc,) tende a permanecer ajudal1te to~~ a Vida, sel.11 poI I I' II -j.1m quais forem suas aptid6es pessoais, exceto em.ocasloes eXC~pCl()I\.11\ 1,,1 I 1111 '111001 umas vezes), para a sec<.;:ao adjacente (ferreiro, marcenel~'o, ell I

11111111.1 'II 1.\ d 'sta tendcl1cia manifestou-se muitas vezes nos Estados Ull1dos, 1111I III t I 1

1111I mplo l' luta entre os ajudantes de pedreiro e os pedreiros, quand! II

1111111111 I I libi, m aos ajudantes servirem-sc de seus instrw11cntoSl24

(colh 'I'd '\'1I I I III ;O(1rorm' '. ornelissen l25, esta distil1<.;:ao nao depende LiaS al'll It II

.11 11111 .1, h;1t ilida k, etc.), mas de llma espccie de pressao tradi 'ion;,tl l~' '(1111\ I Ililt dllO,\ nao 1ro )redir senao na estreita sec<.;:ao onde com '<,;:ou: 0 lI1dlVllI\IIl1

1'1 IIIIt III • jlld.llll' d' P 'dr 'iro ou aprcndiz de pedrciro, e toda a vll"l.1l1lt :11111 ill\.1 IIIh dl 1\ II illl ,jl'() passo. Mas no interior dos ajudontes ou d,.)S c0111panlwllo I,I

11'111 IIl1d", I:, ilid.'tk d 'lima v:lsta otegoria a outra: de :l)Ud:\I11 ' d 'I 'till 1IIIqlllllllli I 1011l.,d()I' \. P 'dl'as, d' 'arpinteiro a marcen 'iro Oll ,I 'h."li~I.\' 1'111 111111I \1111 I I Itl\ill.llIlIn (odos oS nlv 'is 10 soHrio Icv:lndo em 'Ollia Imln ~'II I1III1

1111t I I I" IIld.1 '1111' lois 'Xlr'mos,mlnimo 'm:himo,nl"'·lillll.I.I,\1I11 I

1'1111111111111111 I 111111111 111111111 III III lip 111 II/I ',I/dIlM"It!1 I 11111

III

/"1//1 1//1' /1' I'rdll, II, H,~ Hfi' 1\0 J ;u'i, IV:rrillle des castes, p. 73-76.

1 lilt 11111 '1"1'111 1111 11111 ill.l II I" '11111 Ill' Vi~I.1 d' BlIl'lil III' • d' Oldl:Jlbl:l'g.

I ~WII ,/H",/,IIi/I/("lllI,1 1'lli.I'II.1' ,11111 III

('11111 I' 1111'11111111111 11'111111 II III NI '.\' ,,1/11,,/11111/1/1('1,,111'1//1

10

/1"'/11 II/I 1" IrI(/11II1/ 111'1 SIIIIII/m,I', p, 00-72,

/ I 1/111, '/, \ /111//1'01/ \ I/lI/rlllllfl 11111/1 /1'\ '1II'i IIJ flmlm/il'l/1/l's. I'~ris, 1904,

I III, , fl, 1.1 \ II Ii, 1''1,/1111" .I, 1111111 filII, Illlllllli 'Illpll '1)1 PI'\.·! .11'~~~() sobn: l,r

/ ",/""" /I'/'//I/I/',/I,I,/'lllfl'I",IIIIIII/"/". "hi 1i1\llldl' ,llIlIdllll1l11 mdOlIl1IIIIIhi I Ii III 1111 N II I'" 1,"1 '1'1"' I 11'\"' dl,lII>11111 1111111.11\'11""

, " I

bispo consiste e~ ministrar o. casament~. 0 bispo e eleito pelos padres; separalfao s '­xUal.durante dOlS meses; bansmo, exphcac;ao em publico dos livros sagrados' assis­

rencw (rito obri?~torio)amorte de um "born subba", que se encarrega de urn: men­

s~?em p~a ~ ~vlllda~e Avather; tres dias depois, oralfao por este morto; benlfao(11tO obngatono tambem) do casamento de um padre; 0 batismo de todos os padres

o rito flllal l33 .

, Co~ a iniciac;ao do mago entramos em uma categoria de fatos de carater hfbrido.Com efelto, os magos, exceto no noroeste da America, se formam numa especie de

I. sse ou mesmo de casta, nao sao submetidos a ritos de uniao a determinado grupo

IIl1l11ano. Mas tem de ~gregar-seao mundo sagrado, 0 que so se pode fazer pondo em,I ;100 esquema dos ntos de passagem.

Quanta aos australiallOS, remeto 0 leitor as fontes citadas em uma monografia de1I S134 d' ., u , on e se vera que 0 rnago australiano muda de personalidade, as vezes a pon-

It I I' morrer para ressuscitar em seguida (extralfao de orgaos, viagem em soOOo a um111") mundo, etc.). Oxama ural-altaicoI35 : 1°) desde a idade jovem e nervoso e irrid­

I· 0) e "possl~do" em diversas ocasi6es por espfritos (alucinalfoes, fobias, epilepsia,

, III ' ·s, ca~al:ps1a, etc.), de onde a ideia de mortes temporarias; 3°) retira-se para a flo­I 1.\,. solidao, a tundra, etc., submete-se a diversas privalf6es, a um treinamento psi­

111.11' i e neuropatico; 4°) aparecem-lhe cada vez com maior frequencia espfritos, an­

I 111\11 16rfi~os ou ~ais, inimigos ou protetores, isolados ou numerosos, que lhe en­111111 .\s COlsas do OftClO, etc.; 5°) ou entao oxama morree sua alma vai para 0 pais dos

III tlos, dos dellses, dos mortos para aprender a topografia desse pais e assinlilar os1111 II i,n 'ntos necessarios a fun de domar os maus espfritos e transforrnar os bons em

I 'III bntes; 6°) 0 xama retorna avida, renasce, depois entra em sua casa au vai deI. I I I 1\\ aid 'ia, etc. Finalmente, fato importante, mas nao distintivo do xamanismo a

11111 ti,,,) .; )" OU conjlllltO dos at05 do xama por ocasiao de uma cerimonia comp:e­

I, I 11\ 's'na s qu~nCla: trallSeS, morte, viagens da alma ou oun'o mundo, volta, apli­

t II I I .ISI) 'sp 'Clal (d~enlfa, etc.) dos conhecimentos adquiridos no mundo sagra­

11111 Llnlo, lIl11 'qll1valcnte exato do sacriffcio de tipo classico.

I ,1.1'.1 :\ ini 'i;) -50 de um piaye Caraiba: 1°) vai viver com um "velho" as vezes

11\ I .Inos, ,\1 ~ os vime c cinco ou trinta anos submete-se a provas, a um jejum

lilt I l'1 " ,. o~ :\111igos piayes reunem-se, fecham-se em uma choupana, chi-

II • j I" 1\'1 II 'I I[ \'1 • .1111-nO a danlfar ate cair desfalecido; 3°) fazem-no "esvaziarIt II Illlg,ls J1 ' 'r;IS, obrigam-no a "ir acima e abaixo" forlfando-o a heber

I 111,11 I l10vamente agregado a sociedade sagrada geral, por se ter separado da margem,

II''' t.\mb6u e sagrada. , 'N,H) insistirei sobre 0 noviciado e as cerimonias de ordenalfao dos padres ~atolt

II I' )rtodoxos. Nelas se recoOOece a mesma sequencia de ritos de separalfao, dl'd di

· ,. 131 A "tOll 'IIIII \ I ' m e de agregalfao, mas sistematizada segun 0 retnzes propnas. s

I". III' Cao mesmo tempo um rito de separalfao e de agr~ga~ao,do mes~omodll

IjlH ,\ IOlllada do veu, porque e urn sinal permane?te,.cons~ltUlnOcaso 0 ~ltO P~'11l 1I II \ 1m, vez ordenado, 0 padre deve dizer sua pnmelra ~ssa e este ato n~al C,Il: ,II

111\ .\!lOS assume tambem a forma de um casamento. MUltas vezes combma-sc, (,"\, . ' d" do Tl'rol132 A IgreJ'a neles I: \)11

1111 I lItll lalS localS, como se a em certas comunas .1111111 .\ b por uma mOlfa, irma ou parenta proxima dOladre: te~d? de ,8 a 12 ;\~III

I III II) S ' {'osse uma noiva comum, as pessoas tentam rouba-la , lSto e, cond,' III I t

I 11,\ IlIn, hospedaria diferente daquela em que es~a preparado 0 banquete de m,l!,111

I ," I lit ivo aprimeira missa. Dao-:~ tiros de espmgarda, ~~touranl-s~~omb~s: .111,I 1111 I ,\I1~6es nupciais, mesmo erotlCas, embora por 0.cas1ao d~ refe1lfao a pI I II

I. I \ .Idl' 'S :lllligos do cura e de seus ajudant~: ~u padrinhos seJa de natlll:ez;~ :\ .11 II1111\ II IllllSiasl110 ritual. As autoridades ecleslasncas, por outro lado, consegllll.1I1l11.) II '\ ;\r"er este costume em algumas dioceses, costumes que se mant

A

'Il1 (1111

111111 I 11.\ I' alzburgo.I in qlle existem poucos grupos atuais a possuir um ritua~ tao exato,do \ 11111

I. j 1111\11 11 n ~l\anto os Subba ou Sabeano dos arre~oresde Bagda. POl' 0 'asl:\I,) Ii I IIII I III d llln dos graus eclesiasticos a outro, 0 batlsmo desempenha u.m papllll! II" ,III' \ ill\ como em toda a vida dos novilfos, diaconos, padres e blSpOS. () lit I

I IiIho I gitimo de padre ou bispo, nao possuir defeito corporal. S 'mlll 1111\' , III 't II I, I 'pois de lUll exame, recebe urn batismo especial, estuda dos 7 .11) II II

I 1"11

()I'd 'nado diacono. Ao cabo de seis meses ou um ano, s ' 0 pOVIl I' 'III

I" I I md 'nado padre. Fecham-no em uma cab~na fe~ta d' ';\ni~I,ls, N It I tI

11111111 I 1\ 'm dormir durante sete dias e sete nOltes. 1ro'a 'ad;I lIl,\ d 111

111

"" ,.,mobs. "No oitavo dia efetuam-se seus funerais porqll' '\ 1111 I 10 I

111'1111 I l) '\ ois lisso vai ao rio acompanhado de quatro padr 'S IIll ' Ill(' 1111111 II II

1'11111111",1 1I I';) nr 'os sessenradias seguintes banha-serrcs v 'zt:spordl.\ ,I till

I" ,ltil 1111\01111'11;1 d'V' recomec;ar 0 dia, e os dias em qu' a 111,;11' Oil .11\1111111 1 II I

1\111\ Illhll.,ln 11.10 Ihl: s50 'ontados tambem, etc Desta m~\n '11':\, 1',11.1.11\ \III \I

" I I lit \ I'Vll'S lit: 1mb macula, cpreciso as vezes quaIl'll ,\ \.111 0 Illl I '" II

1111 111 III ,I l1\ol.ls. () :\10 'sl ecial do padrl: 'onsisrl: t:111 milll'II." 11\1.111

-~------

111111 IIllmll\ 'f(II, Mm/I'I/T" p. II S·117, c, sobre as regalia em geral como receptaculo do poderioI It /1/ Ip//lf!' p, I () I k

1111 I 1111111 Itl 101 dl'~lll~,\n dl' scqll{\l1l:ias, PATfAS. Le sac1'e et couronnement de Louis XVI, precedeh" 11/1 /, "'1" II \ IlII/I til' J!m/l1'1' rll'/llIis C1lJ1!is, etc. Paris, 1775.

It 1II1 I., 1111 1/1"'1111 I'dil/l'l'II'" til' /1'1 /'(!l'l'Il1tl pIJrt1'rt01lirplc. Paris, 1903, p. 75-113; mesmas se­III" d. dllllllll'lIlllll,IIIII1I,'~,I(ldnl'llIplo;t:I:M( RET,A,/{itHelducltltedipinjournalier.

I II' I III 1 ',I I dlld I II hi .1' I (1,11111,1 1.1 () I, l), t' ,\ !J,r,1VIII"l I '111 qllarm qll~dros corres·I I '1IIIIi'III I ill I Ijll III II

I'" 111111 1111',"11/'///1/,1/111/,(111,1'

111111101111. lid 11111,,\ I' " I

te ao seu predecessor. Em ambos os casos, tal como na inicia<;ao e na ordena<;:ao, haentrega e aprapria<;ao dos sacra, aqui chamados regalia: tambores, cetro, coraa, "rell­quias dos antepassados"142, cadeira especial, que sao ao mesmo tempo 0 sinal e 0 re­ceptaculo da potencia real-magico-religiosa.

o periodo de margem e tambem encontrado neste caso, em forma de prepara<;aoe de retira, com tabus de todo genera e instru<;ao especial, as vezes desde a infincia, Eo equivalente do noviciado. Um outra periodo de margem e 0 que transcorre entre amorte do predecessor e a subida ao trono do sucessor. Emarcado na vida geral pelasLlspensao da vida social, de mesma natureza que ados novi<;:os, a respeito da qual fa­Inremos mais adiante.

Recorrendo a descri<;oes detalhadas veremos facilmente que tambem neste caso 0

l'squema praposto e vilido143, e nao citarei senao dois casos, 0 da entroniza<;ao do farao1I0 Egito Antigo e 0 do hogon dos Nabbe na bacia do Niger. Nesta mesma categoriaIII 'Iuem-se as cerimonias da investidura, da entrega temporaria dos poderes, etc. AindaII IIIi 0 mecarUsmo e condicionado pela separa<;:ao com rela<;ao ao meio anterior e agre-.1\'5 pragressiva ou imediata a um novo meio, na origem 0 meio sagrado.

Eis a sequencia dos ritos por ocasiao da entroniza<;ao do farao, segundo a exce­11111' monografia de A. Moretl44 . 0 futura farao nascia deus145 , Contudo, entre seu"I imento e 0 momenta da entraniza<;ao devia ter perdido 0 carater sagrado absolu­III j!orgue 0 primeira rito 0 tornava "pura", isto e, 0 reagregava ao mlmdo sagrado eIII i I 'ntificava com os deuses, entre outras coisas pela amamenta<;:ao146 feita por wnaI II .1. Depois, 0 rei reinante apresentava-o ao povo, tomava-o nos bra<;os e fazia os

, I S que dao 0 fluido da vida. 0 rito seguinte consistia em dar os nomes reais, sa­I Ii I<)S 'divinos, e a assistencia praclamava os nomes e titulos do novo farao, e depois, I'\ lisav. -se com grandes gritos e saltos (rituais?) e era levantada a lista dos nomes e1,,111 ;\ rim de que ninguem a ignorasse. Em seguida 0 rei praclamado "recebia as

los 'hefes das casas divinas", isto e, dos deuses, coraas mantidas por uma fitaI 111.1. Ao In 'sma tempo eram-lhe entregues as outras regalia (gancho, chicote, ce­

'Illh;, '111 s 'guida a "reuniao das duas regioes" (Egito do Sul e do Norte) porIt II .IS qu ' :'s transmitiam ao novo farao, 0 qual tomava posse delas mediante

, ' ' 'urn de treS anos, pragressivamente menos n-III " I It I,ll < co; 4°) e submetldo a urn JeJ d tabaco136. 0 sentido interno desta

tempos suco e ,"IIIII,I':\bs rve,detemposem d .' - d VondenSteinen: 1°) extenua-se c

, 'd nde-se das escn~oes e , d ..\ I 1'1 IIi I~' d 'nto epree . 30) sua alma sobe ao ceu e ep01S

, ' . 2°) adormece e morre, '0 . III I' I I 'St:'\-SC 0 novl~O, W ~,ndi da Mrica nent;1, . e137 Entre os aLL""II I" d sperta e ressusClta play. c " . )' 10) por heran<;a e or

k' ( adre-mago-leltlCelra .\111\ I I" \) in livlduo torna-se wanga P 1 agrada ao filho ou afilh,\

. - t de morrer, entrega a an~a s , ' ,hIII II)' 01 :\1 ou a mae: an e~. 0 raio' 30) or urna voca~ao sublta: durantl

1111 j Ih.,' ") por ter sldo aungldo pel , P levanta-se de repente, colo, d 1 " urn rapaz ou urna mo<;a "

1111\ lI,l .. 'rin"l6mas a an~a di d l"''lra sagrada curva-se na I I

fi ' t ou melhor ante a (ll"T 'I I 1111 \I' 1<) Iliranga 0 lClan e, ' toda a energia de seu ser ;\ II

1 -0 ou olha-a fixamente com .I \ 1\ III I nil d '1:1, c ntemp a . fi alm desfalecido como morto [, .. j \)( \

I tremer e cala 111 ente , -1"1 1II 1111' ,I 'omcce a , a pessoa com precaw;ao p,11 I

"d a estelra transporta-se .I I , 1\ 11.1 \'st. I 'CI a em urn 'd a voltou a si da! em L1t,IIIII

, tro dias Quan 0 a pesso ,I I 1111 \ don "Ie tres a qua " do deus Chama-sc os II

d u sacerdotlza-esposa, II III II' ,Ii 1.1 '( )mo sacer ote ~ " vo leiranaa preside e otici;1 \ I

, "imorua da lal'l<;a e 0 no "0 \I II Ih,\ 1.11.-S' a cer e ressurrei<;ao. "Esta ill 'lil

, t hipnose morte margem1111 I ns' !lun e, " ' ,'_ ,. ssim como da inicia,,111 II

geral da lluCla<;ao maglca a I •

1\1.\1\( ,111m tema 139 'tam fatos Esquimo, (,h,1I11- Hubert e Mauss que Cl <

11lHr.zao , . d genero An6slllllllli, rte-amenndlos 0 mesmo .

11.11111 III III 'Ian SIOS e no , . 'dcntica as de l1l\lill 1111I I 111111111 I.tlh' IcstascerimoniasumasequCI1Clal <"

I 111\' I" I para outro. \II I \ ",. " ' com reb 'ao .ws sac'rdotes . ma 'os ''\ II \

I 1 III 1"111111 II I, d SCI dito lid' as v zes divino roi h'l\\ II" I

I I " "i cuJ'0 canitcr sagra 0, ..' , \111111111' III \ (,H)I, , ••.. 6"'I"nlronizacJ.o 1'll o lIll'

• p .....140 PortSSO as c 1111 mas (, "1

.11111111111), I, 1.1:1, I. '. \ ,\·,Ih's 'ss'n.jais 'n"ss'1"11 II I1 li< r s 'm ,than!)" IlOS ' ,"

I \\ 'I" \\1,1111.\11. " . \ . ' I )'I~ "IS()S'Ot!OS\ll"SSIll I 1111I I' 'slv,1 'OIlSI 'I al l I " ,. "

1111111111 II III 'n,,<;;\o, "\:os, .' .' {\'\)oisd;l\noll'd'l\ lilt I

I ' ' , " )' '\lI I h 'sl: VIVO lit! SIlIl' I1111111111111111 '( sSI I, .' .. ',SI) , i,1 '11\ \1 1 '111'11111' III I II

l 'II)SI')S'III'l'\)Ol'llIlIlllll 'I 1111 I I III ,I I ""

II I' II I IICtI 1

I 111'1 I 'I, II 1111',,/.0111111'1I1 IIlId MIYlI1ll'd/l/lIr1r, p. 392.

II 11111'" ,1.II'"i1ldll'''I~I.\lIIII'\IIl·il.l\~,IIl'Ori,'lkFr,11.l'I','IIJ[(,'IIIdI'1/RlIlt"ht I 344 .•,1'111,,11 1111 1 I' ~I,· ,po ss.,rctoma-I 11,1/ 1'1/ "/1"/11111'111110/1111111/ tI/I II1/'I'ilil'r, 1\1111 (l' socjologiqllc t II I 90 d -

I II"" I III I I 1\ I \ I . ,. , 1. a se1 " I ,.1 111111111"1 II 'JI'llIllllllldll/ll 11111,1,11111,11'11111111 'orpo, S' assim f<lSSC dcvc-111 :,'Itlltlllllill IliI 1111,llllh 11111'1111" dlllllltl,IIII,.1 d',IIII"I~••III,IIIII"",\mdl·I··I'1'I~·~'I'il1l()

saber, par. de lado um objeto ou um ser determinado. Dai a identidade de certo 1\1',

mero de ntos de detalhe.

A orde~n :la qual cl~ssifiqueias diversas sociedades especiais para examinar os ri­tos de achmssao ne.las vlgentes nao e baseada no acaso, mas na distinc:;ao dos elemen­tos qu~ as caractenzam. Isto significa dizer que 11aO admito nem a classifica<rao nema~ teonas de Schurtz ou ~s de Webster. Este ultimo autor sobretudo ve degenerescen­Clas nos cas~s em que veJo formas de inicio. Quanto a Schurtz149, ficou impressiona­do pela

A

n~tavel semelhan~a que apresentam entre si os ritos de inicia<rao nas socieda­des,totemlCas, nas fratermdades, nas sociedades secretas e classes de idade, tendo con­clmdo dessa se~ell1an<ra a identidade das institui<r0es enumeradas. Seria possivel ir',onge nesse c~inho. 0 presente volmne tendo como objetivo mostrar que nesses ca­sos, e em mmtos outros, trata-se de m11a categoria perfeitamente caracterizada de ri-~s, semelhantes porque possuem a mesma finalidade, concebe-se que a teoria deSchurtz me pare<ra inadmissivel l50 .

1?urante to~o 0 noviciado, os vinculos ordinarios, econamicos ou juridicos, saoIII dificados: e as vezes mesmo claramente rompidos. Os novi<ros ficam fora da socie­II, ,k, que delXa de tel' P?der ~obre ~le~, tanto mais quanto sao propriamente sagradosI santos, por consegumte mtanglvels, perigosos, como se fossem deuses. Destel1\odo,.por um lado, os tabus, enquanto ritos negativos, levantam uma barreira entreII IlOVI<r0S. e a sociedade geral, e, de outro lado, esta ultima nao tern defesa contra osI 11\\ ,:cendunentos dos novi<ros. Explica-se, assim, do modo mais simples do mm1do

1:111 f. to ~~se~~ado em ,numerosas popula<r~e: e que permaneceu incompreensivelI .11.1 os pesqmsadores..E que durante 0 novlClado os jovens podem roubar e pilhar1111 It, a sell gosto, ou alimentar-se e adornar-se a expensas da comunidade B t -1 . . as arao1"" 1Ira l O\S ex.emplos. N a Liberia enquanto pOl' urn lado os jovens Vai sao instruidosIhl OSllll11CS JlIridicos e politicos de seu povo por outro 0" 0 b -. " I' U 0 nao parece ser'III I I 'I",do para os novl<r0s enquanto tais como um delito porque sob di - d. ' ,a rec:;ao e1 II pllli 'ssorcs, entregam-se a ataques noturnos contra as aldeias da vizinh

I I ' " I f, an<ra

e,, .IS \1 I.' ~)\' p' a or<;a, rou~am tudo 0 que pode servir para algUllla coisa (arroz,

111111,\ ',lIlllh,\s' ol1tros melOS de subsistencia) e carregam os produtos do rouboII 1,1 Ilol'I'SI,\ sa )1';1da", embora tenham, ademais, planta<r0es especiais que lhes for-"1110', ,till 11 'IIIIIS m:' 'ss:lrios l51 19ualmente no Ar "1 B' k.' ,qmpe ago lSmarC", os mem-,j "" I III ill II 'do Ingler, durante as cerimanias de inicia<rao, podem roubar e pi-

11111\ II i \lIn, rnbula<rao,0 "rodeio do muro", da mesma maneira 0 morto que se tor­IIIII1 I II \I "lomava posse" das moradias de Horus e de Sit. 0 rei ia em seguida em1

1111Ill' ,10 santuario do deus e este Ultimo "beijava-o, dando-lhe 0 fiuido da vida",

I II 1 i '111f"rir-lhe for<ra, colocava-lhe 0 diadema na cabe<ra. Ea consagra<rao defmiti­1\' \I ,II 'Ill ' da transcri<rao dos nomes e dos titulos. Estes ritos datam da mais alta

1I111"lld.\ \' . conservaram-se ate a epoca dos Ptolomeus e parcialmente na Eti6pia.II dlllllli " vinham peregrina<roes a diversos santuarios, festas publicas a expensas do

,. lit I\ II'~ r 'Iigiosas, repara<roes nos templos, etc. Ve-se, portanto, a cerimania corne-II I"" 11111 rilO de separa<rao do profano, continuar pelos ritos de agrega<rao ao sagra­

I, I 1111 I' I, I (1m, da de posse do mundo divino e terrestre, sendo tudo isto feita por eta­

I dill\), lor outro lado, informa<roes sobre os periodos de margem.I I Il.lh ~ 10 plata nigeriano sao governados pOl' hogans, de carateI' ao meS11111

"'1 \I I oil i '0, jllddico e religioso, sendo tanto sumo sacerdotes quanta rei eleitos." /' f/l/ ,Ill sil'rlllltaneamente os sacra do templo em que habitam e constam de co

, 1111111111.\ 'p, la, bracelete de ferro na perna direita, anel de cobre na orelha din.:it.1I II I II III ,II, no dedo medio da mao esquerda, marcas evidentes da agrega<rao adi

11111 lilt dl'\ Ilis, lima bengala especial, vestidos especiais, etc. Ninguem deve \0

1,1 I I IIIH lin' ::1I1terior a entroniza<rao nao deve ser mais pronunciado. S6lhes I:,11110 dial '10 arakole, tem ctireito as primkias, sao submetidos a urn regillll

11111 11111 P'cia!' lin lim hogon para cada tribo ou cia e um Grande-Hogon. () pi I

III 11'11 III II II liz" 10 I 'Ia entrega das insignias e condu<rao ao templo que dai '111 III1111 II \I 11\'11, \' I' 'sid~ncia. Depois d.a murte de lim Grande-Hogon ha trcs 3nll~ dl

dll I 1\ 10 ., m( rr' 'S 'ondida ao povo. Em seguida anuncia-se esta mort', I'1111 111 II,IC' 1.\ divim,bd " ha rr3nd 'S festas c dan<ras pLlblicas, 0 Consclho pn' I"

III i 1111 'g,II))_:-;' ~ s insf mias ;)0 novo hogon. "Acompanhado da 111l11rid:lll till

1111 1111 do jov -111' qu ' dan 'am, 0 novo hCPoll v3i cntao ao templo d3 divll\ II111111

1111\ Illltilo 01'1\;1111 'IHada qu' l' '1', daf 'm cliante SlIa hat ita'f50 s, 'ratl,t. I' II

I I I III \ III .", \n '01110 () 'ort 'jo 11111 '1"; rio do hogon, porqll ' d 'sd ' ;'\ l'1l11'.ld,1 III

11111

1(11\,11 d \ oi .. \' (l'r 10111.,do poss' dos "sillais \a ;'\li;ln~'a", () s 'rvidor MillIe I I

111,,11 I, dl '11\ 1.11\- ~ oll~i \'1';1 10 ll1orto p:1ra sua 1~1111f1ia"I'17.

11111 1IIIIId II 10 .H" lilll dt' illili,l\.l<) 'll'Ollll\'I11-Sl' os ritos d' h.ll\illl'llll l,

1"1 " 1'1111\11111.1 I, qll\' ,10 pm \'ss Ii ·i.l rilOS dl' s 'para~;Hl l' d . d ...... \1 l,d",11 I

I "\ 1'1111

111111.1 ,1111", Lilli' \11111\' i los. ;OIlV"1l1 obs 'l'v.lr,COlllill'llH' III 1111 11,

I It IIII 1111111 11" I" 1)11111\ fI'ICld.l\'\ OI\1lIIlh.HIl·d.1CClIlS,lll',I\.ICl( Oilli 111I1

d .dado de deixar intactos os bens- \ ntade mas ten 0 0 Cill , bII II 1 ,\ ,'S 'planta<;:oes avO , - alias tomaram ai, em

. ociedade secreta152. Estas exa<;:oes\, I 11111 It), 111 mbros d~ ~ a de a amento for<;:ado em moeda local.'111111 II \ I () la a Melanesia, a form p g , ali' b m conhecida153, mas para

. d f de que se trata e as e\ll,]S' rcneralidade 0 ato . eli convem lembrar que urna per-

. dele no casu que m co ,III ill H I II I -I' 0 mecamsmo. 'al igualmente os interregnos no peno-

- da vida SOCl marcam, .III ",;,1,. sllspensao . , . d fi 'tivos E assim talvez que se ex-

fun . provlsonos e os e ll1l . ,.II II \,\1' '11"\ cntre os eralS . d d al que ocorre em urn certo nu-

Parte a libel' a e sexu ,\ 1111\1 111, pdo menos em '. . arao do casamento por apro

o do n01vado e a termm .,lilt II I It I (IV( s, entre 0 come<;: (A t iii'a etc) Se a suspensao das regra~

d . ado homem us r , ., . .I , II III II,] mulhcr a etermm . nem pOl' isso deixa de constltllli

. conduz a taiS excessos,11111111\ II' vttJ< nem sempreIII I III oW 'sscncial dos pedodos de margem.

CAPITULO VIIa noivado e 0 casamento

a noivado como periodo de margem. - Categorias de ritos que constituemas cerimonias do noivado e do casamento. - CarateI' social e economico docasamento. - A margem entre as Kalmike (poliginos), as Toda e as Botia

(poliandros). - as ritos de separa<;:ao: as ritos chamados de rapto. - Ritos desolidariedade sexual restrita. - Ritos de solidariedade com base noparentesco. - Ritos de solidariedade local. - Ritos de separa<;:ao. ­

Ritos de agrega<;:ao. - A extensao e a significa<;:ao do perlodo de margem. _as casamentos mUitiplos sincronicos. - Semelhan<;:as entre as cerimonias do

casamento e as da ado<;:ao, da entroniza<;:ao, da inicia<;:ao. -as ritos do divorcio.

) pn;sente capitulo e aquele para 0 qual sao mais abundantes os documentos deta­III lillIS, mas faltam monografias explicativas e as interpreta<;:6es que devem ser passadasIIII vIst:! s50 as mais eliferentes. Ainda aqui descobre-se 0 esquema dos ritos de passa­

III I P-I' 'bc-se a necessidade das sequencias rituais. Foi pOl' terem considerado isola­I 1111 lit ' os ritos, em lugar de comparar entre si cerimonias inteiras, que os teoricos

I' Ii I 1111 S- em intcrpreta<;:6es estreitas embora frequentemente complicadas.

Illlll.S" "ri, n<;:a admitida aadolescencia e apuberdade social. 0 esd.gio seguinte1,111 Ii 111,ldllra, ql1 -cmclhor caracterizada pela funda<;:ao de uma familia. Esta mu-

II I il, ,1\' ·oria soci:!1 cextremamente importante porque acarreta, pelo menos111111 In I1jlll}, 'S, 11111:lml1dan<;:a de famIlia, de ela, aldeia ou tribo. As vezes mes-

, IIII '( I 'oSI ()S( IS van vivcr em lUna casa nova. Esta mudan<;:a de domicilio e mar-III 111111 Ilias, d . lal mancira que os ritos de separa<;:ao referem-se sempre es­lill 1111 .1 'oS!.1 p,ISS:'1}, '111 matcrial.

'I 11111111 1.1I111, d,llos () I1llmcro e a importancia dos grupos afetados pOl' esta, I i11"1 1.1 I II' dnis d . St't IS Illclllbros, enatural que 0 pedodo de margem tenha

II III" 11111 Idl'l, wi illlpor1:lllt:ia. f:cstcpen'odoquesechamacomumentenoi­111111111 l,lIldt, I11'111 II'I'() d' povos forma lima sec<;:ao especial, autonoma, das