18974646 Apostila Ramatis 16 Sono Sonhos e Recordacoes Do Passado

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PREPARANDO-SE PARA O III MILÊNIO 14. Sono, sonhos e recordações do passado 1 FRATERNIDADE RAMATÍS DE CURITIBA CURSO “PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILÊNIO” 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís SONO, SONHOS E RECORDAÇÕES DO PASSADO Visto que a verdadeira vida do espírito é realmente aquela que se exerce livre da matéria, é evidente que ele luta constantemente para se livrar de sua prisão carnal, e a dificuldade em conseguí-lo deve-se ao instinto natural de sobrevivência animal, que não só lhe dificulta a ação, como ainda o escraviza sob o guante das paixões mais violentas. Em face da maioria dos terrícolas viver algemada ao sofrimento e às vicissitudes morais, naturalmente anseia por alguns momentos de fuga para as regiões ignotas do reino espiritual, na tentativa intuitiva de se libertarem do jugo obrigatório do corpo de carne, para então gozarem de alguns momentos de liberdade astral. Isso ocorre espontaneamente durante o sono, quando então o perispírito se desliga parcialmente do corpo de carne, e passa a vagar temporariamente no mundo astral, mantendo, entretanto, ligações fluídicas permanentes com o corpo físico através do duplo etérico, que se distende indefinidamente, formando o conhecido “cordão de prata” entre os esoteristas. . 1º módulo: Introdução ao estudo das obras de Ramatís

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  • PREPARANDO-SE PARA O III MILNIO 14. Sono, sonhos e recordaes do passado 1

    FRATERNIDADE RAMATS DE CURITIBA

    CURSO PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILNIO 1 mdulo: Introduo ao estudo das obras de Ramats

    SONO, SONHOS E RECORDAES DO PASSADO

    Visto que a verdadeira vida do esprito realmente aquela que se exerce livre da matria, evidente que ele luta constantemente para se livrar de sua priso carnal, e a dificuldade em consegu-lo deve-se ao instinto natural de sobrevivncia animal, que no s lhe dificulta a ao, como ainda o escraviza sob o guante das paixes mais violentas.

    Em face da maioria dos terrcolas viver algemada ao sofrimento e s vicissitudes morais, naturalmente anseia por alguns momentos de fuga para as regies ignotas do reino espiritual, na tentativa intuitiva de se libertarem do jugo obrigatrio do corpo de carne, para ento gozarem de alguns momentos de liberdade astral.

    Isso ocorre espontaneamente durante o sono, quando ento o perisprito se desliga parcialmente do corpo de carne, e passa a vagar temporariamente no mundo astral, mantendo, entretanto, ligaes fludicas permanentes com o corpo fsico atravs do duplo etrico, que se distende indefinidamente, formando o conhecido cordo de prata entre os esoteristas.

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    Quase sempre o esprito, ao deixar o corpo, estaciona no limiar dos mundos material e astral, sem poder perceber com clareza os fatos que lhe sucedem nessa regio limtrofe, onde ele confunde tanto as impresses do dia como tambm as seqncias da prpria viso espiritual; ento os acontecimentos ficam misturados de tal modo, que se torna impossvel distinguir-lhes a verdadeira natureza, aparecendo-lhe na forma de sonhos, de que mais ou menos se recorda ao regressar ao estado de viglia.

    Geralmente o homem s guarda uma vaga idia dos acontecimentos astrais vividos durante a noite e, como no consegue compreend-los em sua verdadeira significao astralina, ento os explica como sendo produtos de impresses trazidas pela saudade das velhas amizades ou dos parentes j desencarnados.

    A sada em corpo astral no conduo absolutamente exigvel para que s ento o esprito possa penetrar no outro lado da vida; em verdade, o esprito do homem nunca se afasta de qualquer plano da vida csmica, na qual est permanentemente integrado.

    O corpo fsico, sob a conceituao moderna de que a matria energia condensada, tambm vive interpenetrado pelas foras vivas de todos os planos do Cosmo.

    A conscincia espiritual do homem, na verdade, mantm-se em contato com todos os demais planos da vida csmica alm do plano fsico, embora ainda desconhea a natureza dos demais corpos ou energias que se responsabilizam por tal acontecimento, o que s se verificar em futuro remoto.

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    O corpo fsico reduz a viso astral e obscurece a memria etrica, mas nem por isso exige o afastamento da alma de seu correspondente plano interior. O organismo carnal realmente um crcere, que reduz a conscincia astral e a ao mais ampla do esprito no meio eletivo de sua prpria origem, mas de modo algum o afasta do seu mundo familiar.

    A sada em astral apenas aumento de viso e de mobilidade que o esprito encarnado consegue usufruir no campo da energia mais sutil do plano astral, que nunca abandona, nem mesmo quando desce vibratoriamente para mergulhar na carne.

    Quando o homem limpa as lentes dos seus culos, ofuscadas pelas gorduras ou obscurecidas pelo p, obvio que, depois disso, ele no penetra num outro mundo de que fora isolado, mas apenas clareia a sua viso e aumenta o seu campo de percepo comum.

    Operam-se modificaes no estado do esprito, sem que por isso ele precise separar-se do seu meio eletivo para algum lugar especial, permanecendo sempre presente em qualquer plano da criao.

    1. A NATUREZA DOS SONHOS

    Durante o sono natural do corpo fsico, este repousa em todas as suas funes orgnicas, enquanto o corao continua a pulsar normalmente. Mas no sono natural nem sempre o esprito se afasta do seu corpo carnal; este pode ali ficar juntamente com o duplo-etrico e o perisprito, emergindo-lhe da mente sensibilizada os fatos do dia.

    Algumas vezes, durante essa liberdade parcial do esprito, a associao de idias cotidianas auxilia a evocar cenrios, acontecimentos e pessoas que lhe produziram maior impresso nas vidas passadas.

    O homem ento acorda tendo sonhado que fora um fidalgo, um sacerdote ou prncipe; doutra feita v-se como um mendigo, um malfeitor ou lder dos povos.

    No entanto, como ele sempre colhe os efeitos das causas pregressas, ignora que, em vez de sonho, pode ser a realidade do que j viveu em condies melhores ou piores, em existncias pretritas.

    Nem todos os sonhos so produto exclusivo da sada noturna da criatura em corpo astral, quando entra em contato mais direto com os espritos desencarnados e o mundo invisvel do Alm-tmulo.

    Existem certos fatores que distinguem bastante os estados psquicos manifestados durante o repouso noturno, sem que por isso o esprito se afaste do corpo fsico:

    PESADELOS DECORRENTES DE INDISPOSIES DO CORPO FSICO: Algumas vezes o indivduo tem pesadelos provocados pela m digesto, ou devidos posio espasmdica do corpo fsico, mal acomodado no leito.

    EMERSES DA MEMRIA ETRICA: Podem ocorrer emerses da memria etrica e o esprito rever cenas de suas encarnaes anteriores, confundindo-as com a fenomenologia comum dos sonhos.

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    RECORDAES CONFUSAS DOS ACONTECIMENTOS DO DIA: Podem ocorrer associaes dos principais acontecimentos verificados durante o dia e que, noite, surgem ento na mente, na forma de quadros mrbidos ou exticos, compondo cenas extravagantes com objetos, animais ou outras coisas terrenas, que so levadas conta de sonhos confusos. o caso, por exemplo, de alguns estudantes ou intelectuais que, aps exerccios mentais muito vigorosos, passam a noite inteira a remoer impresses fatigantes, como se vivessem os mesmos acontecimentos cotidianos.

    DESDOBRAMENTO NOTURNO DO PERISPRITO: Finalmente, muito comum o fato de o esprito abandonar o seu corpo fsico durante o repouso noturno, a fim de participar de atividades espirituais de conformidade com seu grau evolutivo; alguns se pem facilmente em contato com seus parentes, amigos ou preceptores, de cujas conversas, apelos ou admoestaes se recordam pela manh na forma de sonhos mais ntidos.

    2. OS PESADELOS REAIS

    H casos em que os espritos, noite, deixam o seu corpo fsico no leito de repouso, e durante o sono penetram imprudentemente nas regies inspitas do astral inferior, terminando por sofrer agresses de espritos malfeitores ou vingativos, que se aproveitam de todas as circunstncias e ocasies propcias para se desforrarem dos encarnados.

    Esses prejuzos so ainda mais graves nas criaturas que vivem de modo censurvel e so indiferentes aos ensinamentos de Jesus, sintetizados no seu Evangelho, ou de outros instrutores espirituais que sempre ensinam aos homens um padro de vida superior.

    A m conduta do dia deixa o esprito desamparado para as suas sadas em astral, noite, pois quando ele se desprende do corpo carnal, fica isolado dos seus protetores pela massa de fluidos adversos, que se lhe aderem nos momentos de invigilncia espiritual.

    Deste modo, os seus guias nada podem fazer-lhes nos momentos de perigo, nem livr-los de certos traumas psquicos que no dia seguinte so levados conta de pesadelos!

    Certos sonhos tenebrosos no passam de cenas reais, vividas noite fora do corpo e sob a perseguio ou agressividade de certos malfeitores do mundo invisvel.

    Em tal condio, o esprito do vivo retorna veloz e aflito do local onde se encontra em perigo, para mergulhar celeremente no seu escafrando de carne e proteger-se contra os perigos do Alm!

    Isso ocorre porque muitas criaturas devotam-se durante o dia s paixes ignbeis, aos vcios deprimentes, maledicncia e estatstica dos pecados do prximo; depois se atiram no leito de repouso, sem ao menos recorrerem aos benefcios salutares da orao, que traa fronteiras fludicas protetoras em torno do esprito encarnado.

    3. A DIFICULDADE NA RECORDAO DOS SONHOS

    O corpo astral, que compe o conhecido perisprito, um veculo de manifestao exclusiva no mundo astral onde, depois da morte do corpo fsico, passa a se mover to livre e conscientemente quanto seja o grau de evoluo sideral do esprito.

    Enquanto ele se conserva encarnado, todos os acontecimentos de que participa no mundo invisvel so fixados exclusivamente em seu crebro perispiritual, pois se sucedem noutras dimenses imprprias recepo grosseira do crebro fsico.

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    Embora a memria do perisprito se amplie incessantemente pelos acontecimentos em que continua a tomar parte no plano extramaterial, o crebro fsico permanece alheio a tudo, pois s responsvel pela fenomenologia e pelos fatos prprios da matria e entrevistos unicamente pelos cinco sentidos da carne.

    O perisprito, por sempre sobreviver morte do corpo carnal, conserva consigo tanto as imagens dos acontecimentos de que participa fora do corpo, no seu mundo astral, como aquelas que lhe tenham sido fixadas pelo crebro fsico.

    Mas aquilo que o esprito s percebe quando livre no plano astral e fora do seu corpo fsico, s gravado no crebro do perisprito, sem o conhecimento do crebro de carne, porque este permanece ignorando o acontecimento.

    Pela manh, quando o esprito retorna ao seu organismo carnal, que abandonou durante o sono, no lhe possvel transmitir ao crebro fsico, com a desejada limpidez, a ordem e a natureza dos acontecimentos que foram observados e vividos no plano astral unicamente atravs de crebro do perisprito.

    Isso ocorre porque o crebro fsico no pode identificar com fidelidade as cenas e os acontecimentos de que no participou diretamente, e que s foram vividos pelo crebro astral quando fora do corpo fsico.

    s vezes, e com muita dificuldade, o crebro perispiritual consegue fazer repercutir suas lembranas no crebro fsico, mas elas s se forjam na forma de evocaes fantsticas, que mais tarde deixam dvidas quanto a sua veracidade.

    Aps sua sada durante o sono, o esprito volta para o corpo fsico, mas sua memria astral no se conjuga automaticamente memria do crebro carnal.

    Quando o perisprito se ausenta do corpo material, o crebro fsico, depois no seu retorno, se antepe clareza das imagens que no presenciou, dificultando a sua devida filtrao para a mente desperta no mundo terreno.

    Posteriormente, atravs de alguns ecos vibratrios, como se fossem os ltimos movimentos de uma rede aps o seu balano inicial, o homem ao despertar, ento guarda algumas vagas recordaes da sua livre atuao no mundo astral, que em seguida vem a considerar como sonhos indistintos, emerses do subconsciente, ou ento produto das influncias cotidianas.

    Eis o motivo pelo qual no se recorda com clareza aquilo que se v durante a sada do perisprito, no sono, apesar de se estar de posse da memria perispiritual integral.

    4. SONHOS COLORIDOS x SONHOS EM PRETO E BRANCO

    noite, quando o esprito abandona o seu corpo adormecido e contempla diretamente as paisagens ou os acontecimentos que se sucedem no mundo astral, a sua percepo psquica o capacita a fix-los nas suas cores correspondentes, mas isso no ocorre quando se trata de sonhos produzidos pela emerso da memria astral das vidas passadas, ou mesmo lembranas cotidianas, cujas imagens, ento, se apresentam em preto e branco.

    Uma grande parte dos sonhos apenas conseqente dos desejos e impulsos instintivos da criatura, que emergem noite, impulsionados pela prpria luta interior que a alma sustenta entre o senso crtico do inconsciente e do consciente.

    Neste caso, o sonho quase que s a revivescncia dos prprios conflitos da vida fsica, que se transformam em imagens atropeladas pelas emerses e recalques mentais, e no qualquer viso ou participao direta do esprito no mundo astral. .

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    Quando o esprito se ausenta do corpo fsico adormecido, so mais comuns as evocaes pretritas e as influncias da vida carnal cotidiana.

    J quando os sonhos so coloridos e acompanhados de impresses vigorosas, nitidamente recordadas ao despertar, em verdade no se trata de sonhos fantasiados, mas de acontecimentos reais que foram vividos pela alma durante a sua sada astral. Embora sejam fatos ocorridos durante uma vivncia ntima fora do corpo fsico, deixam a sensao perfeita de coisas objetivas que so gravadas definitivamente pela alma encarnada.

    Em sua maior parte, os sonhos coloridos so frutos dessa observao direta da prpria alma nos seus fugazes momentos de liberdade astral, pois quando se trata apenas de flutuaes do subconsciente ou de reminiscncias da vida cotidiana, noite, se transformam em imagens branco-pretas.

    Os sonhos descoloridos no passam, pois, de emerses dos conflitos emotivos ou dos desejos represados pela alma encarnada no estado de viglia, pois quando a conscincia comum da matria adormece, dominam ento os traumas, as aventuras e os recalques ou acontecimentos interiores, que se projetam como ecos de angstias e aflies mentais.

    No entanto, quando se trata de fatos percebidos diretamente no turbilho incessante das cores do mundo astral, eles ficam gravados na conscincia fsica como lembranas agradveis, que o esprito conserva com clareza at o despertar, como seqncias reais vividas fora do corpo carnal.

    5. A RECORDAO SELETIVA DOS SONHOS

    As recordaes matinais dos acontecimentos vividos fora do corpo fsico, sero to ntidas quanto tenha sido a clareza da viso astral, de acordo com a menor ou maior capacidade da memria no estado de viglia fsica.

    No entanto, como a tendncia natural do esprito humano a de olvidar as coisas que lhe causam angstia ou lhe so desagradveis, o crebro do perisprito se desinteressa da conservao das lembranas de acontecimentos hostis, tais como as recordaes dos cenrios coloridos dos planos purgatoriais que poderiam vir a ser recordadas pela manh, na forma de fatos ou emoes desagradveis, guardando apenas aquelas que causam alegria e satisfao.

    uma tendncia que se comprova at nas criaturas que se deixam vencer por arroubos de saudosismo e que se pem a evocar a sua infncia ou mocidade; nota-se que elas s suspiram pelos momentos agradveis que passaram, e raramente recordam as vicissitudes e as decepes dolorosas j vividas.

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    O esprito tambm lana ao esquecimento os cenrios mrbidos e repugnantes que entrev noite, em sua sada astral, e retoma o corpo to logo este pressinta a estranha sensao de algum sonho detestvel ou perturbador.

    No entanto, se ele visitou cenrios empolgantes, onde predominam paisagens encantadoras, as flores formosas, os perfumes embriagadores e as cores resplandecentes, a sua tendncia comum a de evocar, o mais vivamente possvel, o panorama paradisaco e as belezas entrevistas fora do corpo fsico, pois as imagens enternecedoras e emolduradas pela fulgncia, cor e perfumes das coisas e paisagens celestiais, que lembram venturosos mundos de fadas, tornam o despertar da alma impregnado das mais suaves recordaes e poesias. .

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    No retorno ao seu organismo de carne, o esprito insiste em evocar os sonhos maravilhosos, mas retrai a memria astral das impresses desagradveis porque, em defesa instintiva, compreende que as recordaes angustiosas lhe desarmonizam o psiquismo.

    6. FATORES QUE INFLUENCIAM A RECORDAO CONSCIENTE DOS SONHOS

    A maior ou menor clareza na recordao dos sonhos, ou seja, o motivo porque certas pessoas conseguem recordar com bastante clareza certos acontecimentos vividos durante os sonhos, enquanto outras no tm qualquer noo do que lhes sucede noite, depende muito:

    da maturidade espiritual do indivduo;

    da tessitura do seu perisprito;

    das experimentaes esotricas ou iniciticas que ele porventura j tenha cultivado, com xito, nesta ou noutras vidas pregressas.

    Aqueles que conseguem lembrar com preciso dos acontecimentos vividos noite, distncia de seu corpo fsico, no usufruem qualquer direito espiritual imerecido ou prematuro, mas servem-se de sua prpria faculdade psquica desenvolvida alhures.

    Quando durante os sonhos o perisprito fica em liberdade, a sua viso depende muitssimo da intensidade e da natureza da carga energtica que ele j conseguiu movimentar e assimilar em sua prpria contextura, e que o coloca mais vivamente em contato com os acontecimentos no mundo astral.

    O perisprito no apenas um organismo estruturado com a substncia do mundo astral invisvel, mas ainda interpenetrado pela essncia mais sutil do plano mental, que tambm impregna profundamente toda a intimidade do orbe terrqueo e o pe em contato direto com a Mente Constelatria (o Logos Solar), que a responsvel pelo progresso e sustentao csmica do Sistema Solar.

    As imagens astrais que, atravs do fenmeno da repercusso vibratria, depois se transferem do crebro perispiritual para o crebro fsico, sero evocadas com tanta clareza ou obscuridade quanto tambm tenha sido o xito de sua focalizao pelo prprio perisprito fora do corpo carnal.

    Como o perisprito sofre, em sua contextura, at a influncia da prpria alimentao no plano material, os carnvoros, por exemplo, so mais letrgicos em sua sensibilidade psquica, porque as fortes emanaes de uria e de albumina que exsudam das vsceras animais, durante a digesto, costumam obscurecer o delicado tecido etreo-astral.

    Nesse sentido, em particular, o vegetarianismo contribui para higienizar a estrutura do perisprito, livrando-o dos fluidos viscosos provenientes da aura do animal sacrificado, facilitando-lhe a focalizao astralina durante o sono e, conseqentemente, a correspondente recordao, em sonho, dos acontecimentos vividos durante o desdobramento noturno.

    Outros fatores que avivam a memria e potencializam a vontade, contribuindo muitssimo para que a conscincia da criatura se mantenha desperta, ao sair em corpo astral durante o sono, so:

    os exerccios prnicos respiratrios;

    a catarse mental;

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    as reflexes elevadas;

    a disciplina esotrica.

    7. RECORDAES DAS VIDAS PASSADAS

    Aquilo que visto e vivido pelo crebro fsico se transforma em conhecimentos definitivos para o esprito, que se encontra em ambos os planos, o material e o astral; mas aquilo que o esprito s percebe ou de que s participa quando em liberdade no astral, no pode ser registrado no crebro fsico, pela simples razo de que este se mantm ausente nessa oportunidade.

    Deste modo, muito difcil ao esprito, quando encarnado, recordar com clareza as suas sadas astrais, ou ento evocar acontecimentos que s foram vividos noutras existncias anteriores, pois, embora tudo isso esteja realmente gravado no crebro do perisprito, continua a ser da mais completa ignorncia do crebro fsico de cada nova encarnao.

    Uma vez que o crebro carnal no pode perceber acontecimentos que, durante a noite so presenciados unicamente pelo perisprito, ou que se registraram em outras encarnaes e s foram observados por outros crebros fsicos seus j falecidos, evidente que tambm no poder record-los atravs de nova conscincia gerada no mundo fsico completamente alheia ao pretrito.

    Se o esprito no pode transportar para o crebro fsico, em cada nova encarnao, a lembrana dos acontecimentos gravados exclusivamente no crebro do perisprito imortal, natural que durante a nova existncia carnal, tambm no possa recordar o passado, salvo por efeito de aguada sensibilidade psquica ou atravs de alguma experincia psquica incomum, como no caso da hipnose.

    As evocaes do passado se tornam possveis queles que se ausentam com facilidade do corpo fsico, pois a libertao astral, quando assdua, muito ajuda a projetar a memria perispiritual para o crebro de carne.

    Um exemplo disso a maior familiaridade dos orientais para com os fenmenos do plano oculto, e os seus labores iniciticos lhes permitem maior revivescncia da memria etreo-astral, fazendo-os recordar-se dos fatos mais importantes das suas vidas anteriores.

    Os acontecimentos da atual encarnao do homem no podero ser lembrados com nitidez em suas encarnaes futuras, porque o crebro fsico que lhe serve de arquivo para todas as lembranas e fatos vividos atualmente, ir desintegrar-se na sepultura, depois da morte carnal.

    Entretanto, todos os acontecimentos de agora, ou os ocorridos em existncias anteriores, permanecem fielmente gravados no crebro perispiritual que, o rgo que preexiste e sobrevive destruio de cada corpo fsico, compondo a memria verdadeira e definitiva do esprito.

    O crebro do perisprito pode ser comparado a um negativo fotogrfico com a propriedade de gravar a lembrana de todos os fatos ocorridos com a criatura em cada existncia fsica, para revel-los alma desencarnada a qualquer momento desejado.

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    J isso no pode suceder com o crebro fsico, porquanto este s pode registrar os fatos ocorridos em uma s existncia fsica, constituindo apenas uma memria provisria, que depois desaparece no seio do tmulo terreno.

    No entanto, graas aos neurnios magnticos do crebro do perisprito, todas as impresses vividas pelo homem encarnado para ali se transferem, ntidas e inapagveis, para se incorporarem aos registros sobreviventes e definitivos da memria etreo-astral, que rene as lembranas de todas as encarnaes anteriores do esprito.

    As ocorrncias de que o esprito participa em cada nova encarnao ficam definitivamente gravadas em seu prprio perisprito, na sua memria etreo-astral, como acervo de sua conscincia espiritual definitiva, que continuamente fortalecida e ampliada pela sntese das memrias das existncias fsicas pregressas.

    As lembranas do passado, dessa forma ficam definitivamente arquivadas na memria perispiritual, e, portanto, se manifestam com mais facilidade luz da conscincia do esprito desencarnado; entretanto, durante a existncia fsica, o crebro carnal se assemelha a um anteparo ou biombo que obscurece as recordaes do passado

    8. RECORDAES DE VIDAS PASSADAS NA PRIMEIRA INFNCIA

    Levando em considerao a grande dificuldade com que a memria astral luta para transferir os acontecimentos do mundo impondervel para o crebro fsico, possvel compreender melhor os fatores que facultam ao homem a lembrana de alguns acontecimentos das suas encarnaes anteriores.

    Uma das provas evidentes de que a lembrana das vidas passadas depende essencialmente da memria etreo-astral, est no fato de que as recordaes pretritas so muito mais claras e identificveis at que a criana complete a idade de sete anos. Depois dessa idade, as evocaes quase sempre se confundem ou se enfraquecem na conscincia fsica desperta, porque o perisprito, ento, se incorpora ou se ajusta mais profundamente ao escafandro da carne.

    At os sete anos de idade, ele se encontra algo deslocado para dentro do mundo invisvel, mais para o interior da vida astral, o que facilita ao esprito encarnado ligar-se com mais xito ao acervo de sua memria etrica pregressa.

    Entre muitos encarnados, costuma-se dizer que as crianas so inocentes at os sete anos de idade, mas, em geral, ignora-se que isso decorrente do prprio cientificismo espiritual, pois durante essa idade o perisprito ainda no se incorporou completamente ao seu novo corpo de carne.

    Ento, predominam nela, fortemente, a natureza emotiva e a bagagem instintiva do psiquismo milenrio, que produz desejos e emoes descontroladas, que so levados conta da irresponsabilidade dos atos infantis. Ao contrrio disso, os adultos devem ser responsveis por seus atos porque, devido incorporao completa do seu corpo mental, na maioridade fsica j gozam do senso de autocrtica entre o Bem e o Mal.

    E, como o perisprito tambm se encontra obrigatoriamente ajustado conscincia fsica, na fase adulta se tornam mais raras as recordaes do passado, que mais dificultadas ficam devido proverbial reduo de sensibilidade psquica do homem, escravo das paixes animais e dos vcios degradantes.

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    Quase sempre os espritos terrcolas encarnam-se semelhana do pssaro que tomba desamparado no lodo; encarceram-se completamente na carapaa carnal e depositam toda sua f e confiana no culto exagerado dos fenmenos fsicos. Elegem a matria como seu verdadeiro e exclusivo mundculo, deixando-se dirigir com docilidade pela frieza intelectiva dos raciocnios, escravos da fenomenologia dos cinco sentidos.

    Durante a vida fsica, a memria integral do esprito, acumulada na jornada milenria do passado, fica amortecida pelas vibraes mais grosseiras do crebro carnal. Como a tendncia da alma encarnada quase sempre a de se escravizar ao jugo das paixes, vcios, desregramentos mentais e emotivos, prprios do mundo terreno, o homem se torna um pobre autmato a servio humilhante do instinto animal, abdicando imprudentemente do livre exerccio do seu glorioso mandato espiritual.

    A dor acerba e o sofrimento demorado que, ento, servem de recursos de ltima hora para salv-lo do guante das paixes, que o amordaam vida por vida, na matria!

    9. RECORDAES DAS VIDAS PRETRITAS APS A DESENCARNAO

    Mesmo depois da morte corporal, nem todos os desencarnados conseguem, de incio, recordar-se de suas vidas pregressas, pois evidente que cada esprito transpe a sepultura com a bagagem ntima de sua prpria concepo do que seja a vida csmica.

    Ainda existem muitas almas que, embora j tenham completado mais de um milnio de encarnaes terrenas, ainda no tm a conscincia exata de sua vida no Astral, pois, em face de seu acanhamento mental, permanecem exclusivamente condicionados s impresses reduzidas da vida fsica.

    So entidades retardadas no seu despertamento espiritual e incapazes de qualquer auscultao psquica, bastante impossibilitadas das reflexes ntimas, que lhes permitiriam ampliar a noo de ser e de existir, e se livrarem dos estmulos condicionados do mundo exterior.

    Na verdade, o escafandro de carne um grande abafador da memria transcendental do esprito, e esse mal ainda mais se avoluma diante da proverbial negligncia de quase todos os homens para consigo mesmos quando, alm do desinteresse pela sua prpria estrutura espiritual e pelo despertamento de suas foras mentais, ainda atrofiam os seus delicados centros psquicos sob o guante dos vcios e das paixes animais!

    Os terrcolas, em geral, vivem isolados no seio da carapaa fsica, no sabendo que a surpresa e o temor sero bem contristadores quando, aps a desencarnao, comprovarem que a sua verdadeira individualidade no se resumia ao corpo de carne entregue cova terrena, mas residia justamente no esprito, to subestimado e esquecido na existncia fsica.

    Tal situao, que muito comum depois do falecimento, e a do esprito se desvencilhar das iluses terrenas, acabrunha dolorosamente aqueles que confiam demasiadamente na personalidade transitria da matria.

    S lentamente retornam memria real das vidas pretritas, quando ento se apresentam despertos para avaliar a justia dos seus sofrimentos e a importncia das vicissitudes humanas, como fatores que elevam a alma para as regies superiores!

    Apagam-se-lhes as ltimas iluses ante a comprovao da verdadeira vida do esprito, a qual se sobrepe insignificncia dos nomes, privilgios e preconceitos terrenos, que tanto hipnotizam as criaturas no culto e no apego fantico s formas perecveis da matria. Entretanto, a morte, por mais ttrica e impiedosa que parea, no passa de um processo tcnico, justo e inteligente, com que o Criador transforma o menor em maior, e o inferior em superior!

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    Chegar o dia em que a criatura deixar de sofrer o ceticismo e a desiluso de ignorar o passado, pois ento sua conscincia ser uma s manifestao, liberta do tempo e do espao; todas as existncias fsicas do homem sero apenas como as contas de simblico e infinito colar, ligadas intimamente pela natureza imortal do esprito!

    10. DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL E RECORDAO DE VIDAS PASSADAS

    Certas criaturas, que se recordam com certa clareza de suas vidas anteriores, assim como de suas sadas conscientes para o mundo astral, no passado puderam desenvolver suas foras mentais atravs de severa disciplina inicitica que, na atual existncia fsica, as ajuda a sensibilizarem o perisprito e a tornar mais lcida, por conseqncia, a memria astral.

    Essas pessoas conseguem atuar, nesta existncia, com algum xito na conscincia pregressa, pois a sensibilizao de sua memria integral atua com mais vigor sobre as fronteiras de ambas as vidas, a fsica e a astral.

    como se pudessem dar uma espiadela no seu mundo interior, sem precisar abandonar a janela carnal, ainda aberta para o mundo fsico. Como o crebro fsico no pode registrar simultaneamente os acontecimentos da vida fsica e da astral, a memria de cada uma dessas vidas s pode ser cultivada isoladamente.

    11. CONDIES PARA A RECORDAO DE EXISTNCIAS PASSADAS

    Em relao s condies de vida que poderiam auxiliar para o melhor xito na evocao de existncias passadas, evidente que mesmo o mais treinado espiritualista ter pouco xito na evocao do seu passado encarnatrio se a sua memria ainda for to falha que mal consiga recordar-se do almoo ingerido no dia anterior.

    Estabelecida a premissa de que a criatura sempre fruto de suas prprias obras, s podem oferecer as melhores probabilidades para a recordao do perisprito:

    o desenvolvimento das foras mentais;

    a emancipao da vontade;

    o servio evanglico sem condies.

    O despertamento da memria etreo-astral pregressa, quando o esprito ainda se encontra submerso na carne, requer muitos sacrifcios ntimos e exige muitas renovaes espirituais, coisa para com a qual a maioria dos homens atuais no sente simpatia, nem tm qualquer disposio herica.

    A prpria nutrio carnvora, que os terrcolas efetuam com os detestveis repastos de carne do animal sacrificado, sobrecarrega o perisprito com a carga danosa das gorduras astrais. Isso no s obscurece a nitidez da memria etrica, como ainda a impede de repercutir favoravelmente sobre a massa cinzenta do crebro carnal.

    Ademais, tambm no devem esperar muito sucesso na evocao do seu passado reencarnatrio aqueles que, alm de viverem saturados de substncias albuminides e uricas das vsceras animais, ainda se enfartam de bebidas alcolicas ou se intoxicam com a nicotina do cigarro ou com alcalides perigosos, ou os que embotam a sua sensibilidade psquica pelo uso excessivo de barbitricos e anestsicos, usados fartamente a fim de fugirem da mais diminuta advertncia de sofrimento.

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    Em geral, a criatura terrena pratica incessante agresso delicadeza das suas fibras nervosas, pois se habitua a cultivar justamente o que pernicioso sutileza vibratria do seu perisprito.

    Mesmo o valioso sistema de chacras etricos, que o intermedirio entre as relaes mais importantes do perisprito e do corpo fsico, mal consegue manter o seu movimento vibratrio e a sua luz mortia, em face do fustigamento contnuo que recebe das paixes animais. Conseqentemente, avolumam-se as dificuldades para o esprito recordar o seu passado, assim como no seria possvel a clareza do dia se revelar num espelho coberto de p, ou ento a luz do luar refletir-se num lago de lama revolvida.

    H criaturas que no gozam de boa reputao espiritual e que, no entanto, manifestam faculdades extraordinrias, podendo at mesmo identificar vidas passadas de outras criaturas, enquanto, em sentido oposto, outras criaturas bonssimas mal conseguem recordar dos seus prprios sonhos.

    Enquanto Francisco de Assis, por exemplo, revelava poderosas faculdades em sua vida sacrificial, como emissrio da angelitude, e sua alma lmpida refletia at a conscincia de Jesus, j o diablico Rasputin, embora fosse um ser tenebroso, a servio das trevas, que materializava na Terra a vontade e o poder satnico para objetivos perniciosos, tambm gozava de poderes ocultos, que abalaram uma nao e contriburam para o extermnio crmico da aristocracia russa.

    Uma vez que na Terra ainda predominam o tipo de espritos inferiores encarnados, bvio que se trata de um planeta onde o mal predomina sobre o bem; em conseqncia, sempre logram maior sucesso as realizaes que se afinam natureza agressiva e grosseira, prpria do plano material, assim como os arbustos inteis ou venenosos vingam melhor no clima deletrio das zonas pantanosas, enquanto as ervas balsmicas e as flores odorantes enfrentam maiores dificuldades para sobreviver, mesmo no solo adubado.

    Mas, de acordo com essas mesmas disposies provindas das leis superiores da natureza, tambm o arbusto txico, que prolifera fartamente no lodo, morre com mais facilidade no clima elevado dos Alpes.

    Inmeros magos do passado, que desenvolveram suas foras e faculdades ocultas sob tenazes exerccios de penetrao no mundo astral inferior, tm o direito de usufruir o fruto de suas realizaes penosas, mesmo quando sejam malignos os seus objetivos.

    Embora, no futuro, devam ser responsveis por todos os desatinos e prejuzos que praticaram pela subverso das energias perigosas, evidente que sempre se trata de uma conquista pessoal, malgrado a cultivem sob o comando diablico.

    Trata-se de almas tenazes e egocntricas, que atuam com vigor no subterrneo das paixes perigosas e visam obter a glria e o poder, que idolatram no mundo material; mas, de acordo com a lei de que a semeadura livre, mas a colheita e obrigatria, elas tero que pagar at o ltimo ceitil o resultado de todos os sofrimentos e torpezas que semearam na crosta terrquea.

    No os favorecero os poderes efmeros que movimentaram na transitoriedade da carne, pois no Alm-Tmulo no podero fugir dos efeitos torturantes, que so prprios das foras satnicas, que operam como perigosa espada de dois gumes.

    Conforme ensinam as obras ocultistas, atravs do desenvolvimento disciplinado dos chacras etricos, em sincronia com o despertamento do fogo kundalneo, que serpenteia pela medula perispiritual, podem se manifestar poderes extraterrenos nas almas persistentes, perseverantes e tenazes.

    No entanto, qualquer descontrole mental ou emotivo, pernicioso, pode lev-las a produzirem danos e calamidades alheias quando, por lei sideral, as mesmas foras desencadeadas pela dinmica do desejo ou do pensamento imprudente se voltam, depois, terrivelmente, contra os seus prprios agentes desarvorados. .

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    A hipersensibilizao do perisprito, atravs da tcnica ocultista, pode muito bem favorecer a focalizao de alguns quadros das vidas pregressas, sem que por isso se comprove a existncia de atributos anglicos na criatura interessada.

    bem possvel que, de posse de tais poderes extemporneos, em vez de jbilo prprio do reino do Cristo, o homem ainda venha a provocar maior exaltao de sua personalidade humana, glorificando-se apenas pelo uso dessas energias agressivas do psiquismo inferior.

    Qualquer homem pode exercitar-se no uso desses poderes excepcionais, pois que para isso existem tcnicas e roteiros esotricos eficientes, que dependem mais da tenacidade e da vontade disciplinada dos interessados, que muito mais dificultosa porque, de incio, exige a renncia completa como condio primordial do xito.

    Quanto, porm, aos objetivos com que forem aplicados tais poderes, isso j problema de foro ntimo e de responsabilidade pessoal no curso da colheita crmica.

    12. DESPERTAMENTO ESPONTNEO DA MEMRIA ASTRAL

    s vezes a criatura tem uma vaga idia de que est recordando fragmentos de outras vidas passadas e, depois, quando envida ingentes esforos de memorizao pregressa, no consegue alcanar o mesmo xito.

    As lembranas das encarnaes passadas podem afluir espontaneamente nas criaturas, variando conforme o grau de seu temperamento e da sua bagagem psquica j adquirida:

    Em certos casos, a elevada sensibilidade espiritual de alguns seres faculta-lhes a possibilidade de sentirem os principais acontecimentos que se ho sucedido em vidas anteriores.

    Em outros casos, em virtude de possurem um crebro carnal de natureza muito perceptvel e constitudo por ascendentes biolgicos rigorosamente sadios, as vibraes da memria astral repercutem-lhes com mais profundidade, permitindo-lhes que, ainda encarnados, possam auscultar algo dos acontecimentos definitivos arquivados no seu crebro perispiritual.

    H casos, tambm, em que o exerccio esotrico, a leitura espiritualista ou a convivncia sistemtica em ambientes iniciticos fazem emergir algumas lembranas pregressas, que mais se revigoram durante o despertamento parcial do perisprito.

    Em geral, as reminiscncias das vidas anteriores se manifestam gradativamente e atravs de espontneas associaes de idias, quando ento certos acontecimentos da atual existncia se afinam com alguns fatos semelhantes, j vividos no pretrito.

    Em tais momentos, as criaturas so dominadas por estranhas emoes e por efeitos misteriosos, que elas desconhecem em sua origem, mas sentem como exatos e vividos alhures.

    Essas sbitas associaes de idias, que clareiam e sensibilizam bastante as ligaes complexas entre o crebro astral e o fsico, podem suceder atravs da viso, da audio ou do olfato comuns, pois enquanto os sentidos fsicos so fortemente atuados por quaisquer circunstncias associativas do passado, o esprito fica num estado de profunda auscultao ntima, ansioso por identificar o fenmeno que reconhece verdico no seu subconsciente.

    Assim que, para certas criaturas, os sons vigorosos e sonoros do bater dos sinos, nos templos religiosos, podem associ-las inesperadamente a quaisquer acontecimentos importantes que j viveram noutras existncias fsicas e que se ligam a igrejas, catedrais, templos ou festividades religiosas que podem ter ocorrido em qualquer lugar geogrfico no passado.

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    Doutra feita, os gritos, o vozerio e as imagens das multides desordenadas acordam, ento, na memria astral cenas idnticas, que se associam s lembranas subjetivas de movimentos belicosos, rebeldias, chacinas ou revolues em que tambm tomaram parte em outras encarnaes.

    Da mesma forma, o perfume de determinadas flores, ou de algumas ervas odorantes e originais de pases onde o esprito j viveu alguma existncia mais impressionante, no pretrito, podem associar-lhe outros quadros importantes, embora no consiga defini-los com perfeita nitidez.

    Assim, o sndalo da ndia, as margaridas do Egito, as flores de cerejeira do Japo, os cravos da Espanha ou o amlscar da sia podem transformar-se em sbitos lans, associando a mente encarnada s paisagens ou s lembranas de acontecimentos vividos outrora.

    Em alguns casos, as cpulas de edifcios exticos, as paisagens estranhas, os filmes histricos, as msicas, canes, os vesturios ou os costumes pitorescos de outros povos atiam reminiscncias misteriosas na alma desprevenida, despertando-lhe a memria astral e superativando-lhe a imaginao sensvel.

    Quantas vezes encontra-se com criaturas que concorrem por acordar lembranas ou reflexes estranhas, sem que se possa descobrir os verdadeiros motivos que induzem o indivduo a reconhecer, detrs daqueles corpos diferentes, algum que amou ou que ento odiou alhures!

    H casos em que o homem maltrapilho, feio e rude, com quem se encontra pela primeira vez, consegue despertar a simpatia que outro mais comunicativo e afidalgado no logra obter; sem dvida, no primeiro caso possvel que se esteja defrontando com o esprito amigo do querido progenitor ou filho do passado, enquanto que no segundo caso, pode-se reconhecer no subjetivismo da alma o adversrio ou algoz que causou dolorosas atribulaes e desesperos em vidas sucedidas anteriormente.

    A sensibilidade psquica para as evocaes encarnatrias fica favorecida quando, atravs de associaes de imagens, sons, perfumes ou fatos semelhantes, ativa-se a imaginao pela inesperada repercusso vibratria da memria astral do passado sobre a letargia do crebro carnal.

    13. A PREOCUPAO DE SE CONHECER AS VIDAS PASSADAS

    Alguns lderes espiritualistas desaconselham a preocupao de se pretender conhecer o passado reencarnatrio, por afirmarem ser de pouca valia para o esprito encarnado, sugerindo que se deva importar unicamente com a vida presente e com o porvir, em lugar de se entregar a essas cogitaes pregressas, que roubam da criatura precioso tempo.

    Evidentemente, nenhuma utilidade prtica traria para um atual zelador de sanitrios o fato de saber j ter sido requintado fidalgo no reinado de Luis XV!

    De fato, no h muita necessidade de que a criatura evoque o passado para saber o que j tem sido alhures, porquanto o fato de ela ser atualmente um zelador escravizado s tarefas anti-higinicas bem poderia demonstrar, com suficincia, que no pretrito houve de sua parte abuso de poder ou demasiada exaltao pessoal.

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    Desde que a Lei determina que a colheita deva ser de conformidade com as prprias obras, compreende-se que os efeitos da vida presente devem servir de base para se poder avaliar a plantao feita na existncia pretrita!

    Em geral, na evocao do passado reencarnatrio, as criaturas s se empolgam pela possibilidade de saber que foram marqueses, condessas, faras, reis ou imperadores, mas se esquecem de que tais ttulos, que representam tanto valor no mundo material, so de nenhum valor nas esferas da espiritualidade superior, onde a lei sideral determina que os humildes sero exaltados e os que se exaltam sero humilhados.

    Uma vez que no mundo dos espritos s prevalecem os bens que a alma consolida em sua intimidade espiritual, de somenos importncia o tipo de vesturio de carne que ela enverga em cada existncia humana porquanto, fora dessa sua realizao interior, o resto apenas p que retorna ao p.

    Quando, aps a desencarnao, a alma obrigada a reconhecer que s as virtudes diplomam para as regies paradisacas, arrepende-se de no haver preferido mil vezes o vesturio de estame, a pobreza e a glria espiritual de um Francisco de Assis, s jias, sedas e veludos que cobrem os corpos dos que passam pelo mundo escravizados animalidade inferior.

    Entretanto, como a vaidade e o amor-prprio so os sentimentos mais resistentes para serem dominados pelas almas, no aprendizado do mundo terreno, algumas criaturas sentem-se mais felizes no Astral por terem sido desabusados aristocratas ou famosos aventureiros sem escrpulos, no passado, em vez de pobre criatura, mas dotada de qualidades crists.

    Quanto a ser aconselhvel ou desaconselhvel o propsito de se conhecer as vidas anteriores, no se deve esquecer de que isso questo de foro ntimo e no de regra sideral.

    Futuramente todos tero de conhecer o seu passado, a fim de poderem programar com xito as suas retificaes crmicas, em conformidade com as exigncias da mais breve ventura sideral.

    Embora o conhecimento extemporneo das encarnaes pregressas no contribua praticamente para modificar a existncia atual da criatura, evidente que a realidade espiritual de sua alma abrange desde o primeiro fulgor racional, que deu incio sua conscincia, at o momento em que vive.

    Quando o esprito lograr alcanar o conhecimento completo de si mesmo, para a integrao consciente no seio do Criador, fora de dvida que, ento, ter de vislumbrar todo o seu passado espiritual, vivido tanto no mundo fsico como no astral, a fim de focalizar com xito toda a memria de ser e existir no tempo e no espao.

    Embora se diga ser inutilidade o conhecimento das encarnaes anteriores, assim como para algum poderia parecer inutilidade a empreitada de escrever a histria de sua vida atual desde o bero fsico, o certo que, quanto melhor o homem conhecer o seu passado, tanto melhor poder identificar a natureza exata do seu prprio carter espiritual.

    Obviamente, com isso ser-lhe- mais fcil programar as futuras existncias retificadoras, pois a viso panormica espiritual de seus sentimentos e objetivos vividos anteriormente que justamente o ajudaro a extinguir os interstcios vulnerveis s paixes e aos vcios.

    Conhecendo ento a razo e a intensidade dos desejos, que so os responsveis pela necessidade das encarnaes fsicas, tambm ser-lhe- mais fcil empreender a libertao dos ciclos reencarnatrios.

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    A recordao espiritual das vidas passadas desperta lentamente na intimidade da criatura e se torna to ntida e extensa quanto seja a capacidade psicolgica de sua prpria suportao interior.

    Nem todas as almas se encontram em condies favorveis para conhecer toda a trama diablica de suas vidas pregressas, principalmente se ainda fazem lisonjeiro julgamento de si mesmas e se consideram portadoras das mais excelsas virtudes.

    Seria muitssimo doloroso e decepcionante para um homem que se julgasse um carter ilibado e impoluto, vir a comprovar que na existncia anterior fora um refinado larpio ou um cidado desonesto; assim como a mulher que atualmente se envaidece da sua condio afidalgada ou de sua respeitosa situao matrimonial, vir a descobrir que no passado dirigia infecto prostbulo!

    por essa razo que muito se justificam a severidade e a lgica da advertncia evanglica do Sublime Jesus quando, em razo dos prprios pecados da humanidade, Ele aconselhou sabiamente: No julgueis, para no serdes julgados.

    Fontes bibliogrficas:

    1. Mediunismo Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 5 ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1987, 244p.

    2. Elucidaes do Alm Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 6 ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1991.

    3. A Sobrevivncia do Esprito Maes, Herclio. Obra medinica ditada pelo esprito Ramats. 5 ed. Rio de Janeiro, RJ. Ed. Freitas Bastos, 1989.

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    FRATERNIDADE RAMATS DE CURITIBA CURSO PREPARANDO-SE PARA O TERCEIRO MILNIO SONO, SONHOS E RECORDAES DO PASSADOEm face da maioria dos terrcolas viver algemada ao sofrimento e s vicissitudes morais, naturalmente anseia por alguns momentos de fuga para as regies ignotas do reino espiritual, na tentativa intuitiva de se libertarem do jugo obrigatrio do corpo de carne, para ento gozarem de alguns momentos de liberdade astral.A conscincia espiritual do homem, na verdade, mantm-se em contato com todos os demais planos da vida csmica alm do plano fsico, embora ainda desconhea a natureza dos demais corpos ou energias que se responsabilizam por tal acontecimento, o que s se verificar em futuro remoto.A sada em astral apenas aumento de viso e de mobilidade que o esprito encarnado consegue usufruir no campo da energia mais sutil do plano astral, que nunca abandona, nem mesmo quando desce vibratoriamente para mergulhar na carne.Operam-se modificaes no estado do esprito, sem que por isso ele precise separar-se do seu meio eletivo para algum lugar especial, permanecendo sempre presente em qualquer plano da criao.Nem todos os sonhos so produto exclusivo da sada noturna da criatura em corpo astral, quando entra em contato mais direto com os espritos desencarnados e o mundo invisvel do Alm-tmulo.A m conduta do dia deixa o esprito desamparado para as suas sadas em astral, noite, pois quando ele se desprende do corpo carnal, fica isolado dos seus protetores pela massa de fluidos adversos, que se lhe aderem nos momentos de invigilncia espiritual.Embora a memria do perisprito se amplie incessantemente pelos acontecimentos em que continua a tomar parte no plano extramaterial, o crebro fsico permanece alheio a tudo, pois s responsvel pela fenomenologia e pelos fatos prprios da matria e entrevistos unicamente pelos cinco sentidos da carne.Aps sua sada durante o sono, o esprito volta para o corpo fsico, mas sua memria astral no se conjuga automaticamente memria do crebro carnal.Quando o esprito se ausenta do corpo fsico adormecido, so mais comuns as evocaes pretritas e as influncias da vida carnal cotidiana.As recordaes matinais dos acontecimentos vividos fora do corpo fsico, sero to ntidas quanto tenha sido a clareza da viso astral, de acordo com a menor ou maior capacidade da memria no estado de viglia fsica.No retorno ao seu organismo de carne, o esprito insiste em evocar os sonhos maravilhosos, mas retrai a memria astral das impresses desagradveis porque, em defesa instintiva, compreende que as recordaes angustiosas lhe desarmonizam o psiquismo.Aqueles que conseguem lembrar com preciso dos acontecimentos vividos noite, distncia de seu corpo fsico, no usufruem qualquer direito espiritual imerecido ou prematuro, mas servem-se de sua prpria faculdade psquica desenvolvida alhures.Uma vez que o crebro carnal no pode perceber acontecimentos que, durante a noite so presenciados unicamente pelo perisprito, ou que se registraram em outras encarnaes e s foram observados por outros crebros fsicos seus j falecidos, evidente que tambm no poder record-los atravs de nova conscincia gerada no mundo fsico completamente alheia ao pretrito.As evocaes do passado se tornam possveis queles que se ausentam com facilidade do corpo fsico, pois a libertao astral, quando assdua, muito ajuda a projetar a memria perispiritual para o crebro de carne.O crebro do perisprito pode ser comparado a um negativo fotogrfico com a propriedade de gravar a lembrana de todos os fatos ocorridos com a criatura em cada existncia fsica, para revel-los alma desencarnada a qualquer momento desejado.As ocorrncias de que o esprito participa em cada nova encarnao ficam definitivamente gravadas em seu prprio perisprito, na sua memria etreo-astral, como acervo de sua conscincia espiritual definitiva, que continuamente fortalecida e ampliada pela sntese das memrias das existncias fsicas pregressas.Quase sempre os espritos terrcolas encarnam-se semelhana do pssaro que tomba desamparado no lodo; encarceram-se completamente na carapaa carnal e depositam toda sua f e confiana no culto exagerado dos fenmenos fsicos. Elegem a matria como seu verdadeiro e exclusivo mundculo, deixando-se dirigir com docilidade pela frieza intelectiva dos raciocnios, escravos da fenomenologia dos cinco sentidos.Essas pessoas conseguem atuar, nesta existncia, com algum xito na conscincia pregressa, pois a sensibilizao de sua memria integral atua com mais vigor sobre as fronteiras de ambas as vidas, a fsica e a astral.Em geral, a criatura terrena pratica incessante agresso delicadeza das suas fibras nervosas, pois se habitua a cultivar justamente o que pernicioso sutileza vibratria do seu perisprito.Inmeros magos do passado, que desenvolveram suas foras e faculdades ocultas sob tenazes exerccios de penetrao no mundo astral inferior, tm o direito de usufruir o fruto de suas realizaes penosas, mesmo quando sejam malignos os seus objetivos.Em geral, as reminiscncias das vidas anteriores se manifestam gradativamente e atravs de espontneas associaes de idias, quando ento certos acontecimentos da atual existncia se afinam com alguns fatos semelhantes, j vividos no pretrito.A sensibilidade psquica para as evocaes encarnatrias fica favorecida quando, atravs de associaes de imagens, sons, perfumes ou fatos semelhantes, ativa-se a imaginao pela inesperada repercusso vibratria da memria astral do passado sobre a letargia do crebro carnal.Desde que a Lei determina que a colheita deva ser de conformidade com as prprias obras, compreende-se que os efeitos da vida presente devem servir de base para se poder avaliar a plantao feita na existncia pretrita!Futuramente todos tero de conhecer o seu passado, a fim de poderem programar com xito as suas retificaes crmicas, em conformidade com as exigncias da mais breve ventura sideral.A recordao espiritual das vidas passadas desperta lentamente na intimidade da criatura e se torna to ntida e extensa quanto seja a capacidade psicolgica de sua prpria suportao interior.