(1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de...

62
(1931 - 2005)

Transcript of (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de...

Page 1: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

“Aclamada pela voz nas vestes líricas, admirável atriz que encantou plateias, aqui e no exterior.Camerista, dominava partituras complexas, interpretando-as me-diante refinado bel-canto.Porte encantador, suavidade e carismático magnetismo, alguns dos seus atributos reiteradamente ovacionados.Viveu para a música. Estudiosa e culta, angariou o respeito e a admi-ração dos colegas, do público e da crítica.Sem pretensões, ostentou elevado cetro artístico, com reverência e de-licadeza.Cativante, amealhou amigos e a simpatia de todos os que a conhece-ram, ou com ela conviveram humana e artisticamente.Mas, para mim, a irmã, o ser virtuoso e bom, superam a cantora!Deixam no meu coração o pulsar do fraterno amor, de imorredoura saudade!Maria Helena Buzelin, de tantos personagens, desde a minha infância será eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...”

José Carlos Buzelin(crítico musical e artista plástico)

“Acclaimed voice in lyrical roles, admirable actress who enchanted audienses in Brazil and abroad. Chamber musician, dominated complex scores, interpreting them through refined bel canto. Lovely porte, softness and charismatic magnetism, some of her attri-butes repeatedly applauded. She lived for music. Studious and cultured, conquested respect and admiration of the col-leagues, of the public and of the critics. Without vanity ostented high artistic sceptre with reverence and delicacy.Captivating, conquested friends and sympathy of all who knew her or with her convived, human and artistically.But for me the Sister, the virtuos and good human being outweigh the Singer. Leaves in my heart throb of fraternal love undying longing.Maria Helena Buzelin of so many roles since my childhood will be forever “Neneca” that will never die...”

José Carlos Buzelin(critic of music and plastic artist)

““Maria Helena Buzelin é exemplo de dedicação e reconhecimento pú-blico.”

“Analisar a atuação do soprano, lin-da por natureza, elegante e requinta-da por tradição, é assinalar uma série de valores positivos em sua carreira sempre gloriosa. Apesar do imen-so sucesso nos Estados Unidos, re-torna com a mesma simplicidade, em “La Traviata”. Momentos mara-vilhosos nos ofereceu no segundo e quarto atos. Merecidamente bisou a ária “Addio del passato”, mercê de pianíssimos e um fraseado impecá-vel. Cenas pungentes, sem exageros, teatralmente bem dosadas e imagi-nadas sem os arroubos melodramá-ticos.” “Maria Helena Buzelin repetiu os sucessos anteriores e veio, mais uma vez, confirmar sua grande sensibi-lidade. É, sem dúvida, a melhor e maior “Butterfly” brasileira. E, tam-bém, a mais bela. Comparável so-mente à Violeta Coelho Netto de Frei-tas.” “Sua entrada no inicio do primeiro ato foi maravilhosa e na ária “Un bel di vedremo”, dinâmica, visionária sonhadora. No dueto “Dolce notte”, convincente em gestos e atitudes.” “Mais uma vez “Nedda”, papel emi-nentemente dramático, de grande li-rismo, principalmente no dueto com “Silvio”, “A quest’ ora”, assim como na ária “Stridonno lassu”, sempre convincente, inclusive na gostosa e graciosa pantomima da “Commedia” do segundo ato. Mais uma vitória da sempre vitoriosa Maria Helena.” “Nos Estados Unidos, onde esteve re-centemente, foi considerada por Leo-nard Bersnstein, Solon Alberti e pela grande patrícia Bidu Sayão uma das maiores revelações brasileiras dos úl-timos tempos.”

LUIZ AGUIAR - emérito critico, ma-estro, professor, musicólogo e intér-prete.

(Fragmentos de críticas publicadas no jornal “O Diário”, de Belo Hori-zonte, na década de 1960, quando a cantora Maria Helena Buzelin, ao re-tornar de turnê de sucesso nos Esta-dos Unidos, fez várias apresentações em óperas e concertos.)

“Maria Helena Buzelin is an exam-ple of dedication and public recogni-tion.”

“Analise the performance of the so-prano, who is beautiful by nature, elegant and refined by tradition is to point out a number of positive values in her always glorious career. Despi-te immense success in the United Sta-tes returns to Belo Horizonte with the same simplicity in “La Traviata”. Of-fered us wonderful moments in the second and in the fourth acts. Under applauses sang twice the ária “ad-dio del passato”, sang with beautiful pianíssimos and impeccable phra-sing. Pungent scenes without exage-ration, theatrically dosed and imagi-ned without melodramatic excesses.”

“Maria Helena Buzelin repeated past successes and came, once more con-firm her high sensivity. She is, un-doubtedly, the best and the greater Brazilian “Butterfly”. And also the most beautiful, only comparable with Violeta Coelho Neto de Freitas.”

“Her entry in the beginning of the first act was wonderful. In the aria “Um bel di vedremo” was a visio-nary dreamer. And in the duet “Dol-ce note” convincing in gestures and attitudes.”

“Again “Nedda”, role eminently dra-matic, with a great lyricism , espe-cially in the duet with “Silvio”, “A quest’ora”, as well as in the aria “Stri-donno lassu”, always convincing even in the pleasant and graceful pantomime “Commedia” in the se-cond act. Another victory of the ever victorious Maria Helena.”“In the United States, where she was recently, she knew Leonard Berns-tein, Solon Alberti and the great pa-trician Bidu Sayão, being received by them as a great revelation of Brazi-lian recent times”.

LUIZ AGUIAR – emeritus critic, con-ductor, teacher, musicologistic and performer.

(Fragments of critics published in “O Diário”, Belo Horizonte, in the deca-de of 1960, by Maestro Luiz Aguiar, when the singer Maria Helena Bu-zelin - returning from sucessful tour in the United States - made several presentations in operas and concerts.)

(1931 - 2005)

Page 2: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

1

MEMÓRIA MARIA HELENA BUZELIN

MEMORY OF MARIA HELENA BUZELIN

(1931 - 2005)

(Produto não comercializável | Unmarketable product)

Page 3: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

2

Page 4: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

3

PROJETO MEMÓRIA MARIA HELENA BUZELIN MARIA HELENA BUZELIN MEMORY PROJECT

Textos | Texts Dalnio Starling

José Carlos Buzelin

Tradução | Translation Dalnio Starling

Coordenação | Coordination

Aquarela – Comunicação, Cultura e Educação Raquel Romano

Compilação | Compilation

Authentic Multimidia Nívia Queiroz

Remasterização | Remastering

Sonhos & Sons Evandro Lopes

Produção | Prodution

Viola Urbana Produções João Araújo

Fotos | photos

Acervo da família | family acquis

Projeto Gráfico | Graphic Design Concepção | Design: Cappo Fontana Finalização | Finishing: Adriano Alves

Projeto da Mostra | Exposition Designer

Virna Genovese

Vídeo Institucional | Institutional Video Sérgio Villard

Audio Studio Villard

Internet Paradigma Digital Marcelo Rodrigues

www.mariahelenabuzelin.com.br

(Todos os direitos reservados | All rights reserved)

Page 5: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

4

Page 6: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

5

ÍNDICE | INDEX

página | page Apresentação 07

Roteiro Fonográfico

Disco A - Compositores Clássicos 09

Disco B - Compositores Românticos 09

Disco C - Músicas Líricas (Árias) 10

Disco D - Músicas Líricas (Duetos) 10

Disco E - Músicas Brasileiras 11

Disco F - Entrevista à Rádio MEC 11

Informações Biográficas

A origem 13

A formação 13

A carreira 14

Críticas 26

Depoimentos 27

Foreword 33

Screenplay

Disc A - Classical Composers 35

Disc B - Romantic Composers 35

Disc C - Lyric Songs (Arias) 36

Disc D - Lyric Songs (Duets) 36

Disc E - Brazilian Music 37

Disc F - Interview on Radio MEC 37

Biographical Informations

The origin 39

The formation 39

The career 40

Critics 52

Testimonials 53

Page 7: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

6

Page 8: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

7

APRESENTAÇÃO Maria Helena cultuou a arte do canto com dedicação e amor, buscando, antes de tudo, alcançar o máximo de perfeição. Suas interpretações constituem um acervo precioso. Sua sensibilidade, sua técnica e a exuberância e beleza de sua voz merecem ser lembradas pelos que admiram essa maravilhosa arte. O projeto Memória Maria Helena Buzelin, que tem por objetivo tornar acessível importante legado artístico-cultural, compreende cinco CDs contendo memoráveis interpretações da cantora, um CD com entrevista à Rádio MEC do Rio de Janeiro e este livreto informativo. Na solenidade de lançamento do projeto, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte / MG, foi também apresentada uma mostra de figurinos, materiais gráficos e matérias de jornal relacionados com a carreira da cantora. Belo Horizonte, 26 de setembro de 2013. DALNIO STARLING (viúvo de Maria Helena e idealizador do projeto)

Page 9: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

8

Page 10: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

9

ROTEIRO FONOGRÁFICO Disco A

Compositores Clássicos 01. Moteto Exultate Jubilate | W.A. Mozart 02. Lasciate mi morire (Ariana) | C. Monteverdi 03. Vindt Suum (Stabat Mater) | G. Pergolesi 04. Se Tu M’ami | G. Pergolesi 05. Cujus Animam (Stabat Mater) | G. Pergolesi 06. Vindt Suum (II) (Stabat Mater) | G. Pergolesi 07. Oh! Had I Jubal’s lyre | G. Haendel 08. Nel Cor Più Non Mi Sento | G. Paisiello 09. Ah! Perfido | L. Van Beethoven 10. Et Incarnatus (Missa Solene) | Padre José Maurício 11. Oh! Salutaris (Pequena Missa Solene) | G. Rossini Disco B

Compositores Românticos Siete Canciones Populares Españolas | Manuel de Falla 01. El Paño Moruño 02. Seguidilla Murciana 03. Asturiana 04. Jota 05. Nana 06. Canción 07. Polo 08. Romance | Claude Debussy 09. Mandoline | Claude Debussy 10. Zueignung | Richard Strauss 11. Cäcilie | Richard Strauss 12. Com Amores La Mi Madre 13. Al Amor | Fernando Obradors 14. Aprés un Rêve | G. Fauré 15. Hymne | G. Fauré 16. Stornell’atrice | Otorino Respighi 17. Widmung | R. Schumann 18. Stil Wie Die Nacht | Carl Bohm | 19. Ombra di Nube | Licinio Refice 20. Ave Maria | C.Gounod I Canti de la Sera | Francesco Santoliquido 21. L’Assiolo Canta 22. Alba di luna Sul Bosco 23. Tristezza Crepuscolare 24. L’Incontro 25. Les Filles de Cadix | Leo Delibes

Page 11: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

10

Disco C

Músicas Líricas (Árias) 01. Michiamano Mimi (Bohème) | G. Puccini 02. Addio Senza Rancor (Bohème) | G. Puccini 03. Um Bel Di Vedremo (Madame Butterfly) | G. Puccini 04. Tu, Tu (Madame Butterfly) | G. Puccini 05. Vissi d’arte... (Tosca) | G. Puccini 06. Ah! Fors’ è lui (Traviata) | G.Verdi 07. Sempre Libera (Traviata) | G. Verdi 08. Addio Del Pasato (Traviata) | G. Verdi 09. Ária di Nedda (Pagliacci) | Rudggero Leon Cavallo 10. Ária das Joias (Fausto) | C. Gounod 11. Ária de Micaela (Carmen) | G. Bizet 12. Polaca (Guarani) | Carlos Gomes | (Renata T. Cox – Piano) 13. Come Serenamente Il Mar (Lo Schiavo) | Carlos Gomes 14. Come Escollo (Cosi Fan Tuti) | W.A. Mozart 15. Ebben N’Andró Lontana (La Wally) | Alfredo Catalani 16. Ária de Cacilda (Os Doidos Fingidos de Amor) | Bernardo J. de Souza Queiroz Disco D

Músicas Líricas (Duetos)

01. Dueto com Pinkerton (Butterfly) | G. Puccini Pinkerton: Tenor Zaccaria Marques. 02. Dueto com Sharpless (Butterfly) | G. Puccini Sharpless: Barítono Nelson Portela. 03. Dueto com Suzuki (Butterfly) | G. Puccin Suzuki: Soprano Carmem Pimentel. 04. Dueto com Giorgio Germont (Traviata) | G. Verdi Giorgio Germont: Barítono Constanzo Maschite. 05. Dueto com Silvio (Pagliacci) | R. Leon Cavallo Silvio: Barítono Ricardo Vilas. 06. Dueto com Fausto (Fausto) | C. Gounod Fausto: Tenor Michel Caron.

Page 12: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

11

Disco E

Músicas Brasileiras 01. Bachianas Brasileiras Nº 5 | Heitor Villa-Lobos 02. Canção do Poeta do Século XVIII | Heitor Villa-Lobos 03. Nhapopê | Heitor Villa-Lobos 04. Lundu da Marquesa de Santos | H. Villa-Lobos 05. Medroso de Amor | Alberto Nepomuceno 06. Coração Indeciso | Alberto Nepomuceno 07. Trovas | Alberto Nepomuceno 08. Cantigas | Alberto Nepomuceno 09. Cantilena | Alberto Nepomuceno 10. A Jangada | Alberto Nepomuceno 11. Uirapuru | Waldemar Henrique 12. Hei de seguir teus passos | Waldemar Henrique 13. Passarinho está cantando | Francisco Mignone 14. Carnaval | Heckel Tavares 15. Minha Terra Tem | Iseu Salermo 16. Ternura | Francisco Buzelin 17. Moreninha Brejeira | Francisco Buzelin 18. Praça XV | Francisco Buzelin 19. Maria | J.Araújo Viana 20. Serenata | Pedro de Castro 21. Meus Pecados | Camargo Guarnieri 22. Por Que | Camargo Guarnieri 23. Toada | Frutuoso Viana 24. Praia Vermelha | Maria Helena Buzelin 25. Aboio | Ernani Braga 26. Maria Macambira | Babi de Oliveira Disco F

Entrevista de Maria Helena Buzelin a Lauro Gomes, na Rádio MEC (Rio de Janeiro, 11 de abril de 1987).

Page 13: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

“Mimi” em estreia de La Bohème, no Teatro Francisco NunesBelo Horizonte / 1958

A cantora (Violeta Vallery) com Montalvo Monducci (tenor) e Murilo Badaró (Barítono Ricardo Villas) em La Traviata - Teatro Francisco Nunes

Belo Horizonte, 1960

Maria Helena entre Bidu Sayão e Nair Mesquita

Nova York, 1963

A cantora com o casal Sr. Giuseppe Danise e Bidu Sayão – Filadélfia, 1963

12

Page 14: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

13

A ORIGEM Aclamada cantora brasileira de prestígio internacional, o soprano Maria Helena Buzelin é natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, onde nasceu em 25 de maio do ano de 1931. Descende de família musicalmente ancorada por sua bisavó Maria Emília Horta Buzelin, pianista virtuosa de Ouro Preto (então capital mineira) onde foi admirada pela Corte, por Dom Pedro II. O avô (José Emílio Horta Buzelin) e o pai (maestro Francisco de Assis Horta Buzelin) foram intérpretes e compositores reconhecidos pelo talento de nata vocação. Autores de valsas, canções, hinos, enfim vasto repertório. Certamente transmitiram à família o gosto pelas artes, notadamente a música. Em 1950 casou-se com Dalnio Teixeira Starling. Grande admirador de sua arte ele foi, sobretudo, companheiro da cantora até o final da sua vida, tendo sido também o incentivador e cuidadoso observador deste projeto de memória. A FORMAÇÃO Desde a infância Maria Helena Buzelin mostrou-se fascinada pelo canto, tendo sido premiada pela Rádio Guarani, em sua terra natal. O fato ocorreu num programa infantil comandado pelo conceituado comunicador Rômulo Paes, oportunidade em que interpretou trechos de operetas e uma valsa de seu avô. Mais tarde iniciou seus estudos no Conservatório Mineiro de Música (atual Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG), graduando-se professora em Música e Canto. Teve como sua mestra Eugênia Bracher Lobo que, desde logo, se apercebeu do talento daquela promissora jovem. No Rio de Janeiro, onde passou a fixar residência, fez o curso de Pedagogia na Escola Nacional de Música, simultânea e sucessivamente aperfeiçoando conhecimentos sobre a arte do canto com o maestro austríaco Maximiliano Hellmann. De austera exigência e irrepreensível disciplina, o mestre orientou sua aluna em direção ao sucesso. Assim, não só concluiu o Curso de Professora de Música como se preparou para alçar decisivos voos.

Page 15: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

14

A CARREIRA

Maria Helena Buzelin e Carmen Pimentel em momento supremo de “Madame Butterfly”,

no Theatro Municipal do Rio de Janeiro Estudante em Belo Horizonte, já participava de audições, re-citais e concertos, inclusive no Rio de Janeiro. Sua dedicação à música de refinado teor de erudição proporcionou-lhe organizar e divulgar repertórios cameristas dos grandes mestres, nossos e de outros países. Do barroco ao contemporâneo, de Bach a Villa-Lobos, ou Debussy e Guarnieri, passando por infinita gama de outros como Mozart, Gluck, Purcel, Santoliquido, Schubert, Beethoven, enfim o que de mais notável existe no gênero. Em 1956 foi laureada no Grande Concurso Nacional de Canto, promovido pela Rádio Ministério da Educação e Cultura (Rádio MEC do Rio de Janeiro), alcançando a segunda colocação da categoria. Foi então que, como prêmio, participou de concerto, acompanhada pela Orquestra da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro Léo Perachi. Foi também premiada com uma série de recitais da Rádio MEC, no Rio de Janeiro. Os acompanhamentos pianísticos elogiosamente referidos pela crítica ficaram a cargo do maestro Francisco de Assis Horta Buzelin, seu genitor e pioneiro mestre que a acompanhou, inclusive em apresentações públicas memoráveis. Da rica bagagem, envolvendo, além dos já citados, outros autores tais como Fauré, O. Respighi, Obradors, Mignone e Alberto Nepomuceno, a cantora soma o que se pode chamar de universo de partituras adequadas à tessitura de puro soprano lírico.

A CARREIRA

Maria Helena Buzelin e Carmen Pimentel em momento supremo de “Madame Butterfly”,

no Theatro Municipal do Rio de Janeiro Estudante em Belo Horizonte, já participava de audições, re-citais e concertos, inclusive no Rio de Janeiro. Sua dedicação à música de refinado teor de erudição proporcionou-lhe organizar e divulgar repertórios cameristas dos grandes mestres, nossos e de outros países. Do barroco ao contemporâneo, de Bach a Villa-Lobos, ou Debussy e Guarnieri, passando por infinita gama de outros como Mozart, Gluck, Purcel, Santoliquido, Schubert, Beethoven, enfim o que de mais notável existe no gênero. Em 1956 foi laureada no Grande Concurso Nacional de Canto, promovido pela Rádio Ministério da Educação e Cultura (Rádio MEC do Rio de Janeiro), alcançando a segunda colocação da categoria. Foi então que, como prêmio, participou de concerto, acompanhada pela Orquestra da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, sob a regência do maestro Léo Perachi. Foi também premiada com uma série de recitais da Rádio MEC, no Rio de Janeiro. Os acompanhamentos pianísticos elogiosamente referidos pela crítica ficaram a cargo do maestro Francisco de Assis Horta Buzelin, seu genitor e pioneiro mestre que a acompanhou, inclusive em apresentações públicas memoráveis. Da rica bagagem, envolvendo, além dos já citados, outros autores tais como Fauré, O. Respighi, Obradors, Mignone e Alberto Nepomuceno, a cantora soma o que se pode chamar de universo de partituras adequadas à tessitura de puro soprano lírico.

Page 16: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

15

Histórica e efetivamente ligada a Minas Gerais, já havia integrado elencos da Sociedade Coral de Belo Horizonte desde sua inauguração, em primeiro de agosto de 1950. Por intermédio de Murilo Badaró, consagrado barítono mineiro (o conhecido Ricardo Vilas, presidente da aludida entidade), foi convidada a viver o papel de “Mimi”, da ópera “La Bohème”, de Puccini, sob a regência do insigne maestro Sebastião Vianna, na temporada lírica de 1959, da Capital das Alterosas. Uma estreia que a revelou grande aquisição para a cena lírica. Talentosíssima cantora de pianíssimos límpidos, voz cristalina, afinação esmerada, graves, médios e agudos plenos e audíveis. Além da belíssima presença nesta heroína pucciniana. Foram os conceitos assinalados pela crítica especializada local, tida ilustre em todo o Brasil. A partir do imortal Carlos Drummond de Andrade, seguido por críticos da verve de Luiz Portugal (Wilson Simão), Luiz Aguiar, F. Machenner, Haydèe Cintra, José Palhano Jr., João Ettiènne Filho, Antero de Alencar, Itamar de Faria, Alberto Deodado, R. Franck, Marcheza di Lucca. O nome da Buzelin já se alcunhava “prima-dona” de raros méritos. Ademais, a atriz impôs aos seus subsequentes papéis características teatrais de dramática performance. Assim se sucederam “Violeta Valery” (em “La Traviata”, de Verdi), “Cio-Cio-San” (em “Madame Butterfly”, de Puccini) ou “Nedda” (em “Os Palhaços”, de Leoncavallo). Concomitantemente às montagens operísticas, interpretava complexas partituras como “Eurídice”, de “Órfeu e Eurídice” de Gluck e “Pamina”, da “Flauta Mágica”, de Mozart, apresentados sob a forma de oratório. Esta, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mereceu os aplausos do público e da crítica, tendo Renzo Massarani, do Jornal do Brasil, revelado admiração à cantora que por delongados anos se tornaria célebre. Não só Massarani, como D´OR, do Diário de Notícias; Carlos Dantas, da Tribuna da Imprensa; Eurico N. França, do Correio da Manhã; Marques Porto, Antônio Hernandes, Ronaldo Miranda, Magdala Gama Oliveira, Teresa del Moro, como Andrade Murici e Ayres de Andrade a elegeram primorosa “Cio-Cio-San”. Título ratificado em cena aberta pela incomparável Violeta Coelho Netto de Freitas, que sob forte emoção levou seu cetro e o entregou nas mãos da Buzelin. Ocorreu numa récita, na década de 1970, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Page 17: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

16

A partir daí Maria Helena Buzelin foi aclamada a melhor intérprete da meiga japonesa, nas vestes que reprisou por muitas vezes com absoluto êxito! Tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e outros grandes centros brasileiros, americanos e europeus, Maria Helena se notabilizou através de interpretações que faziam a fama dos melhores cantores do mundo. Em Genebra, pelo empresário Jean Cordey, teve o seu nome incluído numa relação de primeiro mundo ao lado de Plácido Domingo, Maria Chiara e outros. No Brasil, na condição de 1ª soprano do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, destaca-se sua inclusão em eventos de magna importância. Não só em óperas, mas em concertos, oratórios, missas e congêneres. “Stabat Matter”, de Pergolesi, ao lado de Maria Lúcia Godoy, de irrefutável brilho. Sob a regência do maestro Isaac Karabtchevsky, Orquestra da Rádio MEC e coro “Cleofe Person de Matos”, relevante destaque. Marcantes também suas atuações na “Missa de Requiem” do Padre José Maurício Nunes Garcia, com a Orquestra Sinfônica de São Paulo e a reinauguração da Sala Cecília Meirelles, com a Nona Sinfonia de Beethoven e a Orquestra Sinfônica Brasileira, ambos os eventos sob a batuta do grande maestro Eleazar de Carvalho. Com o próprio Eleazar empreendeu outras atividades, inclusive em São Paulo. Maria Helena Buzelin estreou nas Temporadas Líricas do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1964, ao lado do extraordinário tenor Assis Pacheco, nas vestes de “Mimi”, da “La Bohème”, de Puccini. Reeditou, pois, num patamar bem superior, a heroína que vivera em Belo Horizonte, em 1959. No referido teatro percorreu outros papéis femininos centrais, com êxito, além de “Mimi”: “Nedda” (Palhaços), de Leoncavallo; “Cio-Cio-San” (Madame Butterfly), de Puccini; “Violeta Valery” (La Traviata), de Verdi; “Alice Ford” (Falstaff), de Verdi; “Leonora” (Fidélio), de Beethoven; “Micaela” (Carmen), de Bizet; “Zerlina” (Don Giovanni), de Mozart; “Pamina” (A Flauta Mágica), de Mozart; “Margherite” (Fausto), de Gounoud - por ocasião do Sesquicentenário da Independência do Brasil, com elenco do L´Opera de Paris.

Page 18: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

17

Seu nome passou a ser cogitado para compor elencos em outras cidades e capitais brasileiras, ou participar de eventos musicais de fôlego. “Desdemona”, de Otello, de Verdi, em forma de oratório em Belo Horizonte, ao lado de Assis Pacheco e Wilson Simão, mediante empreendimento do produtor cultural José Palhano Jr., cuja empresa dela cogitou para inúmeras outras atuações. Da mesma forma, no Rio de Janeiro e em outras metrópoles, apresentou-se como solista ou recitalista, lembrando que antes mesmo da sua estreia no Municipal como “Mimi” já havia marcado expressiva presença naquele teatro. Assim obteve elogios da crítica com a “Missa de Requiem”, de Mozart, regida pelo consagrado maestro mineiro Carlos Eduardo Prates. O Brasil por ela percorrido a aplaudiu em Manaus, Belém, Recife, Natal, São Luis, Brasília, Niterói, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, além de sua terra natal e outras cidades dos nossos estados. Reiteradamente acompanhada por pianistas de elevada categoria: Hermelindo Castello Branco, Izolda Garcia de Paiva, maestro Sérgio Magnani, maestrina Cláudia Morena e seu pai, o maestro Francisco de Assis Horta Buzelin1, por ela considerado o primeiro dos primeiros incentivadores e mestres de sua formação. Uma das mais marcantes atuações de Maria Helena Buzelin ocorreu no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em homenagem a Léo Perachi. Sob a lúcida e aclamada regência do maestro Henrique Morelenbaum cantou o “Moteto Exultate Jubilate”, de Mozart, em 1962. Rapidamente integrou o estrelato da nossa principal “Opera House”, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, colocando-se no nível de aclamados cantores como Diva Pieranti, Paulo Fortes, Ida Micolis, Zacharia Marques, Assis Pacheco, Aracy Belas Campos, Carmen Pimentel, Lourival Braga, Alfredo Colósimo, Constante Morret, Maria Henriques e Nelson Portela. Alguns de exaustiva e respeitável relação. 1 Francisco de Assis Horta Buzelin (04/10/04 – 30/08/80). Homem de virtudes e formação singulares. Graduado em Regência pelo Conser-vatório Mineiro de Música de Belo Horizonte / MG. Casou-se com a senhora Helena Brito Buzelin, que é natural de Ouro Preto / MG, nascida em 26/08/08, professora, bibliotecária e escritora (“Otirb”). O maestro exerceu cargos relevantes na administração pública de Minas Gerais e na esfera federal. Autor do “Hino a Belo Horizonte”, em parceria com o poeta Honório Silveira Neto.

Page 19: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

Cena de La TraviataTheatro Municipal do

Rio de Janeiro, década de 70

Plateia na estreia de Maria Helena Buzelin em Mme Butterfly

Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1967

Recital na Escola Nacional de Música, com a pianista Cláudia MorenaRio de Janeiro, década de 70

A cantora e o menino Rogério, em Mme. ButterflyTheatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

18

Page 20: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

19

Proclamados regentes conduziram-na sob a admiração e respeito por seu desempenho. Notadamente Santiago Guerra, Mario de Bruno, Sergio Magnani, Eleazar de Carvalho, Alceo Bocchino, Henrique Morelenbaum e Jacques Pernod, do L´Opera de Paris. Em 1975, com o fechamento do Theatro Municipal do Rio de Janeiro para sua reforma - situação em que o mesmo iria permanecer por considerável período - interromperam-se as atividades operísticas ali realizadas sob forma de temporadas líricas oficiais a cada ano. Tal fato teve enorme repercussão no meio dos artistas que se dedicavam à ópera, causando desânimo geral, pela falta de mercado de trabalho que ocasionou ao setor. Em vista disso, Maria Helena Buzelin, Diva Pieranti, Paulo Fortes, Ruth Staerk, Zacharia Marques e outros artistas idealizaram apresentar óperas de forma resumida que denominaram “minióperas”, acompanhadas ao piano. Tais “minióperas” eram narradas pelo festejado Nonelli Barbastefano. Projeto que mereceu total apoio do então Ministro da Educação, Ney Braga. Assim, o grupo percorreu todo o país, com grande êxito. Da mesma forma, foi mantida a chama da atividade operística. Enfim, meritório esforço do grupo de artistas, todos com muita disposição nesta militância de dedicação à música. Por iniciativa da Sociedade dos Artistas Líricos (SALB), então sob a presidência do cantor João Carlos Ditert e com a participação de Maria Helena Buzelin e outros cantores de primeira linha, foi iniciada também uma série de espetáculos de frequência semanal, no Teatro “Glauce Rocha” (Rio de Janeiro), a que se deu o nome de “Segundas Líricas”. Espetáculos que apresentaram árias, duetos e outros trechos das grandes óperas, atraindo considerável público. Nada menos que mais uma tentativa para que a ópera não sofresse solução de continuidade no Rio de Janeiro. Enquanto o Municipal esteve fechado, levou-se à cena no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro, a ópera “Um Homem Só”, de Camargo Guarnieri. Maria Helena Buzelin, ao lado de Fernando Teixeira, notável barítono brasileiro, amealhou um dos seus mais expressivos triunfos, pela versatilidade de interpretar três personagens. Nesse período, inúmeros foram os espetáculos cameristas realizados na Sala “Cecília Meireles” (Rio de Janeiro) nos quais Maria Helena Buzelin atuou. Dentre eles:

Page 21: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

20

“Stabat Mater“, de Pergolesi, com a Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, sob a regência ilustríssima de Alceo Bocchino; “Matinas do Apóstolo S.Pedro”, do Padre José Maurício Nunes Garcia, sob a regência admirável do maestro Júlio Medaglia; “Pequena Missa Solene”, de Rossini, com a Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, regida por Alceo Bocchino. A partir da sua reabertura, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro passou a realizar espetáculos sem a caracterização de temporadas líricas. Neste período Maria Helena Buzelin participou como “Zerlina”, de D.Giovanni e “Pamina”, da Flauta Mágica, ambas de Mozart, e “Micaela”, da Carmen de Bizet. Sucederam-se vários recitais, destacando-se os realizados na Sala Cecília Meireles (Rio de Janeiro), acompanhados pelo emérito pianista Hermelindo Castello Branco; na Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com a insigne professora e pianista Cláudia Morena. Esta que ainda acompanhou a cantora em dois concertos no Museu de Arte de São Paulo. Além do Rio de Janeiro e de São Paulo, Maria Helena Buzelin era convidada a atuar em outras capitais brasileiras, sobretudo em Belo Horizonte, pelo Palácio das Artes ou nos auditórios do Minas Tênis Clube e do Pampulha Iate Clube, sob a coordenação do exímio produtor Palhano Júnior. Sem quaisquer solenidades, pode-se dizer que sua despedida dos palcos líricos ocorreu em Belo Horizonte, em 1984, revivendo “Micaela”, na ópera Carmen, de Bizet, sob aclamação da crítica e do público. Foram 25 anos de frutífera carreira, ao longo dos quais Maria Helena Buzelin amealhou respeitabilidade e admiração social. Acabou célebre e apontada como a mais cogitada e melhor “Butterfly” do Brasil, seguindo os passos de Violeta Coelho Netto de Freitas! Integram seu repertório de obras cameristas, dentre outras, “Dido e Enéias”, de Purcel, levada em Brasília com êxito, no Teatro Nacional, atendendo convite de Norma Sylvestre e “Bastien und Bastienne”, de Mozart, outro título que soube defender, desde o início da sua carreira em Minas Gerais.

Page 22: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

21

Da sua obra fonográfica fazem parte “Joias do Canto Brasileiro” e, da Coleção Brasiliana, editada pela FUNARTE / Rádio MEC/ RJ, “Antologia Romântica da Música Brasileira” e “A Ópera na Corte Imperial”. Gravou inúmeros programas no Rio de Janeiro para a TV Globo, tais como “Concertos para a Juventude” e “Madame Butterfly”, como miniópera. Gravou ainda, pela Funarte, a ópera “Um Homem Só”, exibida nas praças cariocas. Participou também de programas conduzidos por Flávio Cavalcanti, Bibi Ferreira e Jota Silvestre. Em Belo Horizonte deixa acervo televisivo e fonográfico editados pela extinta TV Itacolomi, dos Diários Associados e pela Rádio Inconfidência (óperas completas levadas pela Sociedade Coral de Belo Horizonte, no Teatro Francisco Nunes). Várias vezes foi premiada com o “Orpheu” (melhor soprano das temporadas líricas em Belo Horizonte / MG); “Personalidade do Ano” (Jornal do Brasil / RJ, por sua atuação em “Falstaff”, no Municipal); “Colar do Mérito Artístico de Minas Gerais”, no Grau de Oficial, conferido pelo Collegium Artium da Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte / MG, bem como a Medalha de Honra desta cidade. Foi solista das seguintes orquestras: Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Sinfônica de São Paulo; Sinfônica de Minas Gerais; Sinfônica Brasileira; Sinfônica do Teatro Nacional de Brasília; Sinfônica Nacional da Rádio MEC do Rio de Janeiro. Atuou sob a regência dos maestros: Eleazar de Carvalho; Sérgio Magnani; Santiago Guerra; Henrique Morelenbaum; Mário de Bruno; Emílio César de Carvalho; Jacques Pernod; Emílio Martini; Carlos Eduardo Prates; Isasc Karabchevsky; Júlio Medaglia; Sebastião Vianna; Nino Stinco.

Page 23: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

22

Entre os principais pianistas que a acompanharam citam-se: Francisco Buzelin; Hermelindo Castello Branco; Cláudia Morena; Izolda Garcia de Paiva; Willian Naboré; Renata Cox. Além de uma voz belíssima, de uma técnica de canto comparável às maiores cantoras do mundo, distinguiu-se pela perfeição de suas interpretações, sempre baseadas em meticuloso estudo e intensas práticas das obras e papéis que interpretou. Em reconhecimento ao seu mérito, foi eleita e tomou posse em 26 de março de l993 como membro efetivo da Academia de Letras e Música do Brasil, sediada em Brasília / DF, para ocupar a Cadeira número 57, que tem como patrono Heckel Tavares e titular anterior a consagrada pianista Magdalena Tagliaferro. Destacada nos meios musicais brasileiros, seu nome constitui referência elogiosa na configuração do canto lírico e camerista, bem como em relação à sua personalidade e ao seu caráter pessoal e profissional. Nessa trajetória de uma carreira palmilhada de lutas e êxitos, estendeu a mão a tantos quantos a procuraram na busca de orientação e até mesmo de preparação para o palco. No exterior, tão logo chegou aos Estados Unidos, no início da década de 1960, foi recebida por Bidu Sayão, pelas mãos de Dora Vasconcellos e Nair Mesquita, adida cultural e assessora do Consulado Brasileiro em Nova Iorque, respectivamente. Nesta oportunidade, foi ouvida em audição restrita por Giuseppe Danise (diretor do Metropolitan Opera House of New York), a própria Bidu Sayão e expressivas personalidades do mundo musical local. Teria, no dia seguinte, feito audição no MET – NY, não fosse a lamentável e surpreendente morte do Sr. Danise, ocorrida naquela madrugada. Contudo, tal fato não a impediu de percorrer em direção a outras apresentações que aconteceram em Kansas e no Texas, principalmente. Em Dallas, com seu antigo professor, maestro Hellmann, fez programas de TV, chamando a atenção de Lily Pons, das maiores divas do planeta em todos os tempos.

Page 24: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

23

Em Leavenworth, Kansas, foi agraciada com a “chave de ouro” da cidade, por haver cumprido programação filantrópica. Enquanto em solenidade oficial entoou o Hino Nacional Americano, sob forte aclamação, em glorioso momento da sua carreira. Sólon Alberti, respeitado e conhecido educador, convidou-a a ilustrar palestras suas em Workshop sobre Ópera na Universidade de Kansas. Na Europa, em Genebra, Suíça, fez programa pela rádio Suisse-Romande, tendo as gravações do mesmo sido divulgadas no Velho Mundo. Assim Maria Helena Buzelin pode ser conhecida em Portugal, na França, na Itália, na Alemanha e em muitos outros países. Na Rádio Suisse-Romande, em Genebra, foi acom-panhada pelo pianista William Naboré, com o qual interpretou, entre outras peças, as “Bachianas número 5” (Ária e Cantilena) e “Nhapopê”, de Villa-Lobos. Ao regressar dos Estados Unidos, protagonizou a ópera “La Traviata”, de Verdi, convidada pelo maestro Sergio Magnani e o empresário Wilson Simão, de Belo Horizonte. Foi um de seus maiores desempenhos, que lhe valeu múltiplos contatos em todo o Brasil. Nos anos finais da sua vida, toda ela dedicada à arte musical, recebeu da ilustre cantora Maria Lúcia Godoy carinhoso incentivo de profunda e indisfarçável admiração, aliás, recíproca. Godoy procurou despertar no espírito e na consciência de Maria Helena Buzelin a necessidade, conveniência e oportunidade de se resgatar sua memória. Foi então que a própria Buzelin, no seu prazeroso recolhimento doméstico, iniciou o processo de seleção musical e textual da sua imensa e qualificada carreira. Aqui, o registro dos agradecimentos à Godoy, os quais Maria Helena Buzelin sempre fez questão de enfatizar. Faleceu em Belo Horizonte no dia 02 de novembro de 2005, amparada pelo esposo, amigos e parentes. Foi sepultada no Cemitério do Bonfim, dessa cidade. Sua generosa alma, inclusive pela bondade e religiosidade, certamente estará diante de Deus, nos Céus, onde participa do coro angelical.

Page 25: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

24

Devota que sempre foi de Nossa Senhora de Lourdes, não raramente emprestava sua voz aos templos durante solenidades e ritos eclesiásticos, acompanhada pela organista mineira Auxiliadora Franzen de Lima. No Rio, com a maestrina Cláudia Morena, habitualmente cantava em louvor a Deus. Maria Helena Bezelin não morreu. Ficou encantada, como diria João Guimarães Rosa, poeta maior de Minas Gerais.

Page 26: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

Cena de Butterfly com Nelson PortelaTheatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

Na estreia de La Bohème (Mimi), com o maestro Santiago Guerra

Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

Ensaio de La Traviata, com o diretor Sérgio Brito Theatro Municipal

do Rio de Janeiro, 1970

Maria Helena com o tenor Alberto Persson, em La TraviataTheatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

25

Page 27: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

26

CRÍTICAS “Maria Helena Buzelin foi uma lírica, doce e deliciosa Pamina” RENZO MASSARANI, em “A Flauta Mágica”, de Mozart. Jornal do Brasil / Rio de Janeiro, RJ “Ela usou inteligentemente sua voz clara de timbre belíssimo, sempre com grande sensibilidade.” D’OR, em “Stabat Mater”, de Pergolesi. Diário de Notícias / Rio de Janeiro, RJ “Possui amplamente reconhecidas qualidades vocais, de grande beleza, uma personalidade encantadora, uma elegância natural e uma discreta e espontânea capacidade cênica.” LUIZ AGUIAR - em “Madame Butterfly”, de Puccini. O Diário / Belo Horizonte, MG “Sua Violeta foi superior a todas as expectativas. Seu fraseado colorido e vibrante no famoso Amami Alfredo, agilíssimo na árdua romanza do primeiro ato e de extrema delicadeza no Adio del Passato, cantado como uma Gemma Belincioni ou uma Rosina Storchio.” VALERIANNI, em “La Traviata”, de Verdi. Giornale Degli Italiani / São Paulo, SP “Impõe-se assinalar especialmente a performance do soprano Buzelin, cujos dotes mais se expandiam, com bonito timbre, quanto maiores eram as dificuldades da tessitura” EURICO NOGUEIRA FRANÇA, na 9.a Sinfonia, de Beethoven. Correio da Manhã / Rio de Janeiro, RJ “Com Madame Buttefly voltou a reafirmar a sua predileção pela música de Puccini, da qual se fez, sem dúvida, uma legítima intérprete dando como contribuição a sua arte tão espontânea, a qualidade e a beleza de sua voz modulada, de requintada escola.” MARQUES PORTO, em “Madame Butterfly”, de Puccini. O Dia / Rio de Janeiro, RJ “Estivemos na presença de uma voz excepcional, assim como de uma natureza artística muito maleável.“ PAUL DRUEY Tribune de Genève / Genebra, Suíça “A voz, de metal cristalino, é clara e segura nos agudos, aconchegante nos graves, de afinação justa e dicção perfeita.” ROBERT CORNMAN Journal de Genève / Genebra, Suíça

Page 28: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

27

DEPOIMENTOS “Uma solista no coro dos Anjos! Os palcos se iluminavam, e eis que entrava em cena uma pessoinha com grande arte e grande voz. A plateia se encantava e aplaudia delirantemente. Tudo era belo em suas apresentações de rara beleza, pois comovia os corações de todos que a ouviam. Mas um dia as luzes das ribaltas se apagaram, e a tristeza invadiu-nos a todos. Seu corpo findou. Nós chorávamos em nosso egoísmo e em nossas saudades. Porém, havia espíritos maravilhosos que sorriam, pois chegava uma Solista para cantar no Coro dos Anjos. Seu corpo terreno chegara ao fim, mas seu corpo celestial iluminava-se com a luz mais brilhante do Céu. Perguntaram os anjos a Maria: Como se chama esta luz nova? Maria respondeu: Na terra dos homens chamava-se Maria Helena Buzelin, mas agora seu nome é Anjo! Ela será solista da próxima cantata, e nós nos regozijaremos para sempre. E assim é. Maria Helena agora é um lindo Anjo de Deus.” DIVA PIERANTI - Consagrado soprano brasileiro Rio de Janeiro, RJ “Maria Helena Buzelin foi uma das grandes cantoras e intérpretes brasileiras, tendo cantado muitas vezes em óperas, concertos sinfônicos e de câmara, em Belo Horizonte e em outras capitais. Muita musicalidade e dona de uma belíssima voz, sempre foi muito exaltada e respeitada pelo trabalho que realizou. Eu tive o prazer de conhecê-la e de tê-la como minha solista, já numa idade mais avançada e ainda assim sua musicalidade e beleza da voz não modificaram, pelo contrário, encantou e emocionou a todos. Conversamos muito, também, sobre o movimento vocal, coral e sinfônico de Minas Gerais e sempre pude ver o interesse que tinha em poder acrescentar e colaborar com o trabalho vocal para aquele estado que ela tanto amou. Ela participou de todo o início da ópera naquele estado, realizando um trabalho exaustivo junto com seus colegas para erguer a ópera em Minas Gerais. Em Brasília nos encontramos por mais de uma vez, quando então ela me falou do prazer de ter cantado com o Maestro Eleazar de Carvalho e com outros tantos colegas. Sua paixão pela música vocal era sem dúvida emocionante. Foi para o Brasil uma grande perda não termos mais Maria Helena Buzelin entre nós, mas certamente ficará em nossas memórias o som mavioso, belo e musical de sua voz.” EMÍLIO DE CÉSAR - Maestro Brasília, DF

Page 29: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

28

“Mais que um simples soprano e cantora de ópera, foi uma artista da música e do palco. Eu a vi cantar muitas vezes, principalmente no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, e tanto sua interpretação de La Traviata, de Verdi, quanto dos Palhaços, de Leoncavallo, levavam o público às lágrimas e ao delírio e a crítica a uma admiração incontida. Como se não bastassem seu talento e o variado colorido de sua voz no melodrama, em que foi inigualável, era ela refinada cultora do gênero camerístico. As gravações que deixou são prova de que Maria Helena Buzelin ocupa a posição de uma das maiores cantoras brasileiras de todos os tempos.” MARCUS GÓES - Musicólogo, Crítico Musical e Escritor Rio de Janeiro, RJ “Maria Helena Buzelin foi um exemplo de correção e dignidade artística para todas as cantoras líricas brasileiras. Sua impecável técnica aliava-se a uma inexcedível capa-cidade histriônica e a uma presença muito bonita no palco, tudo ao lado de sua linda voz. A lembrança que tenho dela é a de uma artista perfeita e colega interessada e atuante. Um exemplo!” LEILA GUIMARÃES - Consagrado soprano brasileiro Rio de Janeiro, RJ “Não tive o privilégio de trabalhar com Maria Helena Buzelin. Acho essa iniciativa de alto valor cultural para a memória artística brasileira. Ela foi, sem dúvida alguma, um nome dos mais importantes em nossa vida musical.” ROBERTO DUARTE - Maestro Rio de Janeiro, RJ “(...) sinto-me muito honrado e feliz por ser incluído entre os que vão estar de alguma forma presentes nesta mais do que justa homenagem a uma das mais importantes artistas da arte do canto lírico e de câmara do Brasil, com quem tive o privilégio de trabalhar inúmeras vezes. Falar sobre Maria Helena Buzelin é lembrar sua personalidade meiga e generosa, aliadas ao alto senso de responsabilidade profissional em seu relacionamento com o meio artístico e, muito especialmente, com as obras que se propunha interpretar. Conseguia emprestar sempre altíssimo nível nos resultados. O respeito e a delicadeza no trato com os companheiros, o estudo sério, detalhado e dedicado às obras que apresentou durante sua vida artística são a marca desta grande e inesquecível artista.” HENRIQUE MORELENBAUM - Maestro Rio de Janeiro, RJ

Page 30: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

29

“Maria Helena Buzelin foi uma das maiores cantoras do nosso país. Sua presença foi marcante nos palcos mais importantes da nossa terra, a começar pelo Theatro Municipal do Rio de Janeiro, onde brilhou intensamente em várias óperas, interpretando as mais variadas personagens com a sua bela voz e personalidade artística de pleno domínio e segurança cênica. Foi também uma estupenda cantora de câmara, fazendo um trabalho inestimável de divulgação, realizando recitais, concertos e deixando um registro considerável de gravações de obras brasileiras.” LAURO GOMES - Produtor Rádio MEC / TV Educativa / ACERP Rio de Janeiro, RJ “O nome da ilustre cantora Maria Helena Buzelin me é bastante familiar porque ela se apresentou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, cujos espetáculos de ópera eu assisto desde criança (...).” RICARDO TACUCHIAN - Músico São Paulo, SP “(...) a respeito de Maria Helena Buzelin, de quem só conheci a reputação de grande artista, lembro-me de havermos conversado sobre questões envolvendo edição de CDs com gravações por ela deixadas. Fico muito satisfeito de saber que a memória dela está sendo cultivada (...). Esse é um trabalho que não pode parar.” FLÁVIO SILVA - Músico São Paulo, SP “Ternura sonora, acariciante fraseado. Nobreza estilística. Poesia musical. É o canto de Maria Helena Buzelin.” JOSÉ PALHANO JÚNIOR - Cantor Lírico e Produtor Cultural Belo Horizonte, MG “Acompanhei a Buzelin duas vezes, em circunstâncias e estilos musicais diferentes. Foi para mim uma verdadeira satisfação. A primeira vez, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, quando ela era o soprano do “Réquiem”, de Mozart. Depois, muito tempo depois, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, tendo ela encarnado o papel de “Micaela” da ópera “Carmen”, de Bizet. Uma bela mulher. Uma bela voz. Uma intérprete consciente e musicalíssima. Jamais tive que fazer o menor reparo à sua atuação. Coisa rara. Considero-a verdadeira grande personalidade.” CARLOS EDUARDO PRATES - Maestro Belo Horizonte, MG

Page 31: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

30

“Timbre inconfundível. Pianíssimos límpidos e sonoros. Irretocável “Violeta” em “La Traviata”, de Verdi, assim como em “Orfeu e Eurídice”, de Gluck. Maria Helena Buzelin possui realmente presença encantadora nos palcos líricos. Suas apresentações como “Cio-Cio-San” da “Madame Butterfly”, de Puccini, sempre foram consideradas insuperáveis, definitivas. Sou testemunha da admiração que Violeta Coelho Netto de Freitas à ela atribuiu publicamente. Uma infinidade de papéis que a consagraram, como “Pamina”, da “Flauta Mágica” e “Zerlina”, do “D. Giovanni”, de Mozart; “Micaela”, da “Carmen”, de Bizet; “Nedda”, de “I Pagliacci”, de Leoncavallo; “Leonora”, do “Fidélio”, de Beethoven, dentre outros, sejam cameristas ou operistas. Considerei do melhor nível sua atuação ao lado de artistas do L’Opera de Paris, nas vestes de “Margheritte”, do “Fausto”, de Gounod (...).” LUIZ AGUIAR - Maestro e Crítico Belo Horizonte, MG “Guerreira que jamais perde batalhas. Retornou a Belo Horizonte, após longa ausência, com o mesmo fôlego, a mesma capacidade artística e uma voz absolutamente plena. Possuidora de exclusiva dignidade artística!” WILSON SIMÃO - Cantor lírico e Crítico (in memoriam) Belo Horizonte, MG “Ela veio conquistando a glória. Começou lá de baixo, sem pretensões. Cresceu muito. Percorreu o Brasil e alguns países como os EUA e outros da Europa. Importante prima-dona do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e de outros teatros. Acabou ícone do canto lírico no Brasil...” TEREZA SIMÃO grande conhecedora do gênero lírico e viúva de Wilson Simão Belo Horizonte, MG “Quando ouvi Maria Helena Buzelin, e foi pela primeira vez, interpretando a Nedda de I Pagliacci, de Leoncavallo, fiquei encantada pela beleza da voz, pela graça e força que emprestou à personagem, pela técnica vocal e pela empatia imediata com o público. Considerei logo que estava ante uma verdadeira artista, digna dos melhores palcos do mundo, os quais, aliás, ela frequentou e conquistou com sua arte.Tive a honra de cantar com ela o “Stabat Mater” de Pergolesi, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro e lamento que os nossos contatos e parcerias tenham sido raros, as duas envolvidas em apresentações em diversas paragens. Uma bela, culta e inteligente mulher. A última vez que tive a honra de sua presença foi no Museu Abílio Barreto, em Belo Horizonte, quando tive a oportunidade de me apresentar e convocá-la para uma

Page 32: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

31

urgente e necessária gravação dos seus inúmeros sucessos pelo mundo. O irmão, José Carlos Buzelin, também convocado por mim, abraçou a ideia com verdadeiro entusiasmo. O marido, Dalnio Starling, com amor e dedicação, leva avante esta “Memória”. E eis que, finalmente, aí está a homenagem à grande cantora mineira Maria Helena Buzelin!” MARIA LÚCIA GODOY - Consagrado Soprano brasileiro Belo Horizonte, MG “(...) Maria Helena Buzelin fez história. Tem o seu nome registrado nos anais da música erudita no Brasil, além de ser prestigiada no exterior. Uma grande cantora, cujo desaparecimento deixa incomensurável lacuna nos meios culturais e artísticos deste país.” MYRIAN DAUELSBERG - Presidente da Dell’Arte Rio de Janeiro, RJ “(...) com ela muito aprendi. Dela recebi inestimável apoio quando iniciei carreira. Agora, ouvindo-a em CD, empolgo-me com sua voz, sua técnica, notadamente nesta peça de Strauss que deverei apresentar aqui nesta homenagem...” (por ocasião do lançamento do CD “Eternamente”, de Maria Helena, na Sala Cecília Meireles / RJ) ELIZETH GOMES - Consagrado soprano brasileiro Belo Horizonte, MG “(...) Maria Helena Buzelin é uma das mais bonitas vozes que ouvi e tive o prazer de gravar com a Orquestra Sinfônica Nacional da Radio MEC. Nos meus noventa e um anos, lembro ainda o calor e a sensibilidade que ela artisticamente transmitia aos ouvintes nos seus recitais. Certa vez, Claudio Santoro e eu ouvimos juntos uma sua apresentação e, comovidos sinceramente, manifestamos, um ao outro, nossa admiração estética. Que voz estávamos a ouvir! O momento particular do meu convívio com Maria Helena foi durante a gravação dos discos que realizamos.” ALCEO BOCCHINO - Maestro Rio de Janeiro, RJ “(...) Considero insuperável a arte de Maria Helena Buzelin. Tanto na ópera como nos recitais, suas interpretações constituíam verdadeiras aulas. Com ela muito aprendi e dela assimilei recursos que até hoje utilizo como cantora que sou. Maria Helena Buzelin deixa impreenchível lacuna.” WANDA WERNECK NAVES - Consagrado soprano brasileiro Belo Horizonte, MG

Page 33: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

Maria Helena (solista da Orquestra Sinfônica de São Paulo)

e o maestro Eleazar de CarvalhoTeatro Municipal de

São Paulo, 1970

Maria Helena, seu pai (maestro Francisco Buzelin) e o produtor

Palhano Jr. no Minas Tênis ClubeBelo Horizonte, 1975

A cantora com o maestro Hellmann, em estúdio de TV

Dallas, década de 70

No papel de “Zerlina”, em Dom GiovanniTheatro Municipal do Rio de Janeiro, 1980

32

Page 34: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

33

FOREWORD Maria Helena Buzelin cultivated the art of singing with dedication and love seeking above all achieve maximum perfection. Her interpretations are a precious collection. Her sensivity, her technique and the exuberance and the beauty of her voice are worthy to be remembered by those who admire this wonderful art.. The Maria Helena Buzelin Memory Project, which aims to make accessible her important artistic and cultural legacy, comprises 05 CDs containing memorable interpretations of the singer, 01 CD with interview with Lauro Gomes on Radio MEC (Rio de Janeiro, April 11, 1987), one exhibition of costumes, graphic material and newspaper articles and this libretto with artistic and biographical informations. At the ceremony to launch the project at the Palace of Arts, in Belo Horizonte / MG, was also presented an exhibition of costumes, graphic materials and newspaper articles related to the singer´s career. Belo Horizonte, september 26, 2013. DALNIO STARLING (widower of Maria Helena and the mentor of this project)

Page 35: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

34

Page 36: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

35

SCREENPLAY Disc A

Classical Composers 01. Moteto Exultate Jubilate | W.A. Mozart 02. Lasciate mi morire (Ariana) | C. Monteverdi 03. Vindt Suum (Stabat Mater) | G. Pergolesi 04. Se Tu M’ami | G. Pergolesi 05. Cujus Animam (Stabat Mater) | G. Pergolesi 06. Vindt Suum (II) (Stabat Mater) | G. Pergolesi 07. Oh! Had I Jubal’s lyre | G. Haendel 08. Nel Cor Più Non Mi Sento | G. Paisiello 09. Ah! Perfido | L. Van Beethoven 10. Et Incarnatus (Solemn Mass) | Padre José Maurício 11. Oh! Salutaris (Little Solemn Mass) | G. Rossini Disc B

Romantic Composers Siete Canciones Populares Españolas | Manuel de Falla 01. El Paño Moruño 02. Seguidilla Murciana 03. Asturiana 04. Jota 05. Nana 06. Canción 07. Polo 08. Romance | Claude Debussy 09. Mandoline | Claude Debussy 10. Zueignung | Richard Strauss 11. Cäcilie | Richard Strauss 12. Com Amores La Mi Madre | Fernando Obradors 13. Al Amor | Fernando Obradors 14. Aprés un Rêve | G. Fauré 15. Hymne | G. Fauré 16. Stornell’atrice | Otorino Respighi 17. Widmung | R. Schumann 18. Stil Wie Die Nacht | Carl Bohm 19. Ombra di Nube | Licinio Refice 20. Ave Maria | C.Gounod I Canti de la Sera | Francesco Santoliquido 21. L’Assiolo Canta 22. Alba di luna Sul Bosco 23. Tristezza Crepuscolare 24. L’Incontro 25. Les Filles de Cadix | Leo Delibes

SCREENPLAY Disc A

Classical Composers 01. Moteto Exultate Jubilate | W.A. Mozart 02. Lasciate mi morire (Ariana) | C. Monteverdi 03. Vindt Suum (Stabat Mater) | G. Pergolesi 04. Se Tu M’ami | G. Pergolesi 05. Cujus Animam (Stabat Mater) | G. Pergolesi 06. Vindt Suum (II) (Stabat Mater) | G. Pergolesi 07. Oh! Had I Jubal’s lyre | G. Haendel 08. Nel Cor Più Non Mi Sento | G. Paisiello 09. Ah! Perfido | L. Van Beethoven 10. Et Incarnatus (Solemn Mass) | Padre José Maurício 11. Oh! Salutaris (Little Solemn Mass) | G. Rossini Disc B

Romantic Composers Siete Canciones Populares Españolas | Manuel de Falla 01. El Paño Moruño 02. Seguidilla Murciana 03. Asturiana 04. Jota 05. Nana 06. Canción 07. Polo 08. Romance | Claude Debussy 09. Mandoline | Claude Debussy 10. Zueignung | Richard Strauss 11. Cäcilie | Richard Strauss 12. Com Amores La Mi Madre | Fernando Obradors 13. Al Amor | Fernando Obradors 14. Aprés un Rêve | G. Fauré 15. Hymne | G. Fauré 16. Stornell’atrice | Otorino Respighi 17. Widmung | R. Schumann 18. Stil Wie Die Nacht | Carl Bohm 19. Ombra di Nube | Licinio Refice 20. Ave Maria | C.Gounod I Canti de la Sera | Francesco Santoliquido 21. L’Assiolo Canta 22. Alba di luna Sul Bosco 23. Tristezza Crepuscolare 24. L’Incontro 25. Les Filles de Cadix | Leo Delibes

Page 37: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

36

Disc C

Lyric Songs (Arias) 01. Michiamano Mimi (Bohème) | G. Puccini 02. Addio Senza Rancor (Bohème) | G. Puccini 03. Um Bel Di Vedremo (Madame Butterfly) | G. Puccini 04. Tu, Tu (Madame Butterfly) | G. Puccini 05. Vissi d’arte... (Tosca) | G. Puccini 06. Ah! Fors’ è lui (Traviata) | G.Verdi 07. Sempre Libera (Traviata) | G. Verdi 08. Addio Del Pasato (Traviata) | G. Verdi 09. Aria di Nedda (Pagliacci) | Rudggero Leon Cavallo 10. Aria das Joias (Fausto) | C. Gounod 11. Aria de Micaela (Carmen) | G. Bizet 12. Polaca (Guarani) | Carlos Gomes 13. Come Serenamente Il Mar (Lo Schiavo) | Carlos Gomes 14. Come Escollo (Cosi Fan Tuti) | W.A. Mozart 15. Ebben N’Andró Lontana (La Wally) | Alfredo Catalani 16. Aria of Cacilda (Os Doidos Fingidos de Amor) | Bernardo J. de Souza Queiroz Disc D

Lyric Songs (Duets) 01. Dueto com Pinkerton (Butterfly) | G. Puccini Pinkerton: Tenor Zaccaria Marques. 02. Dueto com Sharpless (Butterfly) | G. Puccini Sharpless: Barítono Nelson Portela. 03. Dueto com Suzuki (Butterfly) | G. Puccin Suzuki: Soprano Carmem Pimentel. 04. Dueto com Giorgio Germont (Traviata) | G. Verdi Giorgio Germont: Barítono Constanzo Maschite. 05. Dueto com Silvio (Pagliacci) | R. Leon Cavallo Silvio: Barítono Ricardo Vilas. 06. Dueto com Fausto (Fausto) | C. Gounod Fausto: Tenor Michel Caron.

Page 38: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

37

Disc E

Brazilian Music 01. Bachianas Brasileiras Nº 5 | Heitor Villa-Lobos 02. Canção do Poeta do Século XVIII | Heitor Villa-Lobos 03. Nhapopê | Heitor Villa-Lobos 04. Lundu da Marquesa de Santos | H. Villa-Lobos 05. Medroso de Amor | Alberto Nepomuceno 06. Coração Indeciso | Alberto Nepomuceno 07. Trovas | Alberto Nepomuceno 08. Cantigas | Alberto Nepomuceno 09. Cantilena | Alberto Nepomuceno 10. A Jangada | Alberto Nepomuceno 11. Uirapuru | Waldemar Henrique 12. Hei de seguir teus passos | Waldemar Henrique 13. Passarinho está cantando | Francisco Mignone 14. Carnaval | Heckel Tavares 15. Minha Terra Tem | Iseu Salermo 16. Ternura | Francisco Buzelin 17. Moreninha Brejeira | Francisco Buzelin 18. Praça XV | Francisco Buzelin 19. Maria | J.Araújo Viana 20. Serenata | Pedro de Castro 21. Meus Pecados | Camargo Guarnieri 22. Por Que | Camargo Guarnieri 23. Toada | Frutuoso Viana 24. Praia Vermelha | Maria Helena Buzelin 25. Aboio | Ernani Braga 26. Maria Macambira | Babi de Oliveira Disc F

Interview of Maria Helena Buzelin with Lauro Gomes, on Radio MEC (Rio de Janeiro, april 11, 1987).

Page 39: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

“Mimi” debut in La Bohème, at Teatro Francisco Nunes

Belo Horizonte, 1958

The singer (Violet Vallery) with Montalvo Monducci (tenor) and Murilo Badaró

(Baritone Ricardo Villas) in La TraviataTeatro Francisco Nunes

Belo Horizonte, 1963

Maria Helena between Bidu Sayão and Nair Mesquita

New York, 1963

The singer with the couple Mr. Giuseppe Danise and Bidu Sayão – Philadelphia, 1963

38

Page 40: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

39

THE ORIGIN Acclaimed Brazilian singer of international standing, the soprano Maria Helena Buzelin was born in Belo Horizonte, Minas Gerais, on May 25, 1931. She descends from a family musically anchored by her great-grandmother Maria Emilia Horta Buzelin, a piano virtuous of Ouro Preto, then capital of Minas Gerais. Who was admired by the Court, and by Dom Pedro II. Her grandfather José Emilio Horta Buzelin and her father, maestro Francisco de Assis Horta Buzelin, were performers and composers of recognized talent and rich vocation. Authors of waltzes, songs, hymns and other pieces. Certainly influenced the family for the arts, especially music. In 1950 she married Dałnio Teixeira Starling. A great admirer of her art he was all about the Maria Helena’s partner until the end of her life. He was also a supporter and a careful observer of this project of her memory. THE FORMATION Since childhood, Maria Helena Buzelin proved to be fascinated by the art of singing, being awarded by Radio Guarani in Belo Horizonte. The premium was gained in a children’s program led by renowned communicator Romulo Paes. Opportunity where she played excerpts from operettas and a waltz of her grandfather. Later, she began her studies at the Conservatório Mineiro de Música (now School of Music of Federal University of Minas Gerais - UFMG), graduating teacher in Music and Singing. She studied with Professor Eugenia Bracher Lobo who at once realized she was a promising young talent. In Rio de Janeiro, to where she had moved, took the pedagogy course at the National School of Music, simultaneously and successively improving her knowledge about the art of singing with the Austrian maestro Maximilliano Hellmann. From austere and impeccable discipline, the teacher guided the student toward success. She not only completed the course of Professor of Music as well as prepared herself to raise the most important flights.

Page 41: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

40

THE CAREER

Maria Helena Buzelin and Carmen Pimentel in supreme moment of “Madame Butterfly” at the Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Student in Belo Horizonte, she had already participated in auditions, recitals and concerts, including in Rio de Janeiro. Her dedication to the music of refined level, provided her to organize and promote an important chamber music repertoire of the great masters. From baroque to contemporary, from Bach to Villa-Lobos, Debussy and Guarnieri, including Mozart, Gluck, Purcel, Santoliquido, Schubert, Beethoven, and many others of the most remarkable in the genre. In 1956 she was honoured at the Grand National Singing Contest, sponsored by the Radio Ministry of Education and Culture - Radio MEC / Rio de Janeiro, reaching second place in her category. Then, as a prize, performed in a concert, accompanied by the Orchestra of Radio Nacional of Rio de Janeiro, under maestro Leo Perachi. Was also awarded with a series of recitals on Radio MEC, in Rio de Janeiro. Pianistic accompaniments praised by critics were made by the maestro Francisco de Assis Horta Buzelin, her father and pioneer teacher who accompanied her, including in memorable public presentations. Involving the rich repertory of those already mentioned, and of other authors such as Fauré, O. Respighi, Obradors, Mignone, Alberto Nepomuceno, the singer added up what might be called a universe of musics appropriate to the voice of pure lyric soprano. Historical and effectively connected to Minas Gerais, she had integrated casts of the Choral Society of Belo Horizonte since its inaugural concert on August 1950.

THE CAREER

Maria Helena Buzelin and Carmen Pimentel in supreme moment of “Madame Butterfly” at the Theatro Municipal do Rio de Janeiro

Student in Belo Horizonte, she had already participated in auditions, recitals and concerts, including in Rio de Janeiro. Her dedication to the music of refined level, provided her to organize and promote an important chamber music repertoire of the great masters. From baroque to contemporary, from Bach to Villa-Lobos, Debussy and Guarnieri, including Mozart, Gluck, Purcel, Santoliquido, Schubert, Beethoven, and many others of the most remarkable in the genre. In 1956 she was honoured at the Grand National Singing Contest, sponsored by the Radio Ministry of Education and Culture - Radio MEC / Rio de Janeiro, reaching second place in her category. Then, as a prize, performed in a concert, accompanied by the Orchestra of Radio Nacional of Rio de Janeiro, under maestro Leo Perachi. Was also awarded with a series of recitals on Radio MEC, in Rio de Janeiro. Pianistic accompaniments praised by critics were made by the maestro Francisco de Assis Horta Buzelin, her father and pioneer teacher who accompanied her, including in memorable public presentations. Involving the rich repertory of those already mentioned, and of other authors such as Fauré, O. Respighi, Obradors, Mignone, Alberto Nepomuceno, the singer added up what might be called a universe of musics appropriate to the voice of pure lyric soprano. Historical and effectively connected to Minas Gerais, she had integrated casts of the Choral Society of Belo Horizonte since its inaugural concert on August 1950.

Page 42: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

41

Through Murilo Badaró, president of Choral Society of Belo Horizonte and also a baritone, known as Ricardo Vilas, she was invited to interpret the role of Mimi, in the opera La Boheme by Puccini, under the regency of the eminent conductor Sebastião Vianna in the opera season of 1959 in Belo Horizonte. A debut that showed great acquisition to the opera scene. Super talented singer with clear soft sounds, crystalline voice, careful tuning, bass, mid and treble sounds full and audible. Besides the beautiful presence in the pucciniana heroin. So were the concepts noted by local critics, renowned throughout Brazil. From the immortal Carlos Drummond de Andrade, followed by critics of verve like Luiz Portugal, Wilson Simão, Luis Aguiar, F. Machenner, Haydèe Cintra, José Palhano Jr., João Ettienne Filho, Antero de Alencar, Itamar de Faria, Alberto Deodato, R. Franck and Marquesa de Lucca. The name of Buzelin already reached the nickname of prima donna of rare merit. Moreover, the actress placed upon her subsequent roles the characteristics of theatrical dramatic performance. So it happened when she interpreted Violeta Valery in La Traviata by Verdi, Cio-Cio-San in Madame Butterfly by Puccini, or Nedda in Palliacci by Leoncavallo. Concurrently with the opera spectacles, she interpreted complexes roles as Eurydice in Orpheus and Eurydice by Gluck and Pamina, in The Magic Flute by Mozart, presented in the form of oratory. This, at the Theater Municipal of Rio de Janeiro when, deserved with the applause of the audience and critics, Renzo Massarani of Jornal do Brazil, revealed his admiration for the singer. Singer who for many years would become famous. Not only Massarani, but D’OR of Diário de Notícias, Carlos Dantas of Tribuna da Imprensa, Eurico N. França of Correio da Manhã, Marques Porto, Antonio Hernandes, Ronaldo Miranda; Magdala Gama Oliveira, Teresa del Moro, as well as Andrade Murici and Ayres de Andrade elected her an excelent Cio-Cio-San. Title ratified in an open scene by the incomparable Violeta Coelho Netto de Freitas, who under strong emotion took her rod into the hands of Buzelin. This happened during a presentation of the opera Madame Butterfly in the 1970’s, at the Theater Municipal of Rio de Janeiro. From there, Maria Helena Buzelin was acclaimed the best interpreter of Butterfy, The Japanese sweet girl, role which she replayed many times, with absolute success.

Page 43: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

42

Both in Rio de Janeiro and São Paulo, as well as in Belo Horizonte, Porto Alegre and in other large cities, Maria Helena was emphasized by performances that did the fame of the best singers in the world. In Geneva the manager Jean Cordey, had her name included in a list alongside Plácido Domingo, Maria Chiara, among others. In Brazil, as first soprano of the Theater Municipal of Rio de Janeiro, stands out for her inclusion in events of great importance. Not only in operas, but in concerts, oratories, masses and the like. Stabat Mater by Pergolesi, alongside Maria Lucia Godoy, of unquestionable brilliance, under the regency of maestro Isaac Karabtchevsk, with MEC Radio Orchestra and Chorus Cleofe Person de Matos, also remarkable. Important, also, her performances in the “Mass of Requiem” by Priest José Maurício Nunes Garcia, with the Symphonic Orchestra of São Paulo and in the reopening of the Sala Cecília Meirelles, with Beethoven’s Ninth Symphony and the Brazilian Symphonic Orchestra - both events under the baton of the great conductor Eleazar de Carvalho. Also conducted by Eleazar she carried out other activities, including in São Paulo. Maria Helena Buzelin premiered in the Teatro Municipal of Rio de Janeiro Ópera Seasons in 1964, alongside the extraordinary tenor Assis Pacheco, in the role of Mimi in La Boheme by Puccini. Reinterpreting, therefore, a level well above the heroine who lived in Belo Horizonte in 1959. In that theater, beyond Mimi in La Boheme, by Puccini, successsfully interpreted other central female roles as: “Nedda” (Pagliacci), by Leoncavallo; “Cio-Cio-San” (Madame Butterfly), by Puccini; “Violeta Valery” (La Traviata), by Verdi; “Alice Ford” (Falstaff), by Verdi; “Leonora” (Fidelio), by Beethoven; “Micaela” (Carmen) by Georges Bizet; “Zerlina” (Don Giovanni), by Mozart; “Pamina” (The Magic Flute), by Mozart; “Margherita” (Faust), by Gounoud (this on the occasion of the sesquicentennial of the Independence of Brazil, with a cast of L’Opera de Paris). Her name came to be considered for composing casts in other cities and capital cities, or participate in important musical events like interpreting the role of Desdemona in

Page 44: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

43

Othello by Verdi, in the form of oratory beside Assis Pacheco and Wilson Simão in Belo Horizonte, through the cultural producer José Palhano Jr, in whose company she participated in a number of other performances. Similarly, in Rio de Janeiro and others cities she performed as soloist, noting that even before her debut in the Theater Municipal as Mimi she had marked a significant presence in this theater, where she received acclaim of the critics with Mass of Requiem by Mozart, conducted by the renowned conductor Carlos Eduardo Prates. In Brazil she was applauded in Manaus, Belem, Recife, Natal, São Luís, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, in addition to Belo Horizonte and other cities. Always accompanied by pianists of high category like Hermelindo Castello Branco, Izolda Garcia de Paiva, Sérgio Magnani, Claudia Morena and her father, maestro Francisco de Assis Horta Buzelin2 - the first of the masters and supporter of her formation. One of the most remarkable performances of Maria Helena Buzelin was at the Theater Municipal of Rio de Janeiro in honour of Leo Perachi. Under the regency of the lucid and acclaimed master Henrique Morelenbaum she sang the Motet Exultate Jubilate by Mozart in 1962. Quickly, she joined the cast of our main Opera House, the Theater Municipal of Rio de Janeiro, placing the level of acclaimed singers like Diva Pieranti, Paulo Fortes, Ida Micolis, Zacharias Marques, Assis Pacheco, Aracy Belas Campos, Carmen Pimentel, Lourival Braga, Alfredo Colosimo, Constant Moret, Maria Henriques and Nelson Portela. Some of comprehensive and respectful fame. Proclaimed conducters led her with admiration and respect for her performance. Notably Santiago Guerra, Mario de Bruno, Sergio Magnani, Eleazar de Carvalho, Alceo Bocchino, Henrique Morelenbaum, and Jacques Pernod, this from L’Opera of Paris. 2 Francisco de Assis Horta Buzelin (04/10/04 - 30/08/80) was a man of great formation. Degree in Conducting at the Conservatory of Music of Belo Horizonte - Minas Gerais. He married Lady Helena Brito Buzelin, a native of Ouro Preto / MG, born 26/08/08. Teacher, librarian and writer (“Otirb”). The conductor held relevant positions in the Federal and Minas Gerais Governments and is Author of Hymn to Belo Horizonte, in partnership with the poet Honório Silveira Neto.

Page 45: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

44

In l975, with the closing of the Theater Municipal of Rio de Janeiro in the previous year for reform – a situation in which it would remain closed for a considerable period – were discontinued the operatic activities carried out there in the form of official opera season every year. This fact has had enormous repercussions among the artists who devoted themselves to the opera, causing a general despondency and lack of labor market that resulted in the sector. In view of this, Maria Helena Buzelin, Diva Pieranti, Paulo Fortes, Ruth Staerk, Zacharia Marques and some others artists idealized present operas in dense forms what they called minioperas, accompanied by piano. Such minioperas were narrated by the acclaimed Nonelli Barbastefano. Project that received from the then Minister of Education Ney Braga, total support. Thus, the group traveled throughout the country, with great success. Likewise, was kept the flame of the opera activity. A meritorious effort of the group of artists, all with great enthusiasm in this advocacy of dedication to music. On the initiative of the Society of Lyrical Artists (SALB), then chaired by the singer João Carlos Ditert and with the participation of Maria Helena Buzelin and other singers of the first row, also began a series of shows, weekly presented at the Theater Glauce Rocha (Rio de Janeiro), which were called Lyric Mondays. Shows that presented, with accompaniment by piano, arias, duets and other parts of the great operas which attracted considerable public. Nothing less than another attempt to keep alight the flame of operatic activities silenced in the Theater Municipal of Rio de Janeiro. While the Theater Municipal was closed, it took the scene in the Theater João Caetano (Rio de Janeiro), the opera One Man Only, by Camargo Guarnieri. Maria Helena Buzelin alongside Fernando Teixeira, noted Brazilian baritone, has obtained one of her most significant victories, interpreting the three female roles. During this period, numerous chamber music performances were held in Sala Cecilia Meireles (Rio de Janeiro), the following with the participation of Maria Helena Buzelin: Stabat Mater, by Pergolesi, with the National Symphonic Orchestra of Radio MEC, under the regency of the illustrious maestro Alceo Bocchino;

Page 46: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

Scene of La TraviataTheatro Municipal do Rio de Janeiro, 70’s

Plateia at the premiere of Maria Helena Buzelin in Mme. Butterfly

Theatro Municipal do Rio de Janeiro,1967

Recital at the Escola Nacional de Música, with pianist Claudia Morena

Rio de Janeiro, 70’s

The singer and the child Rogerio in Mme. ButterflyTheatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

45

Page 47: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

46

Matins of the Apostle Peter, by the Priest José Maurício Nunes Garcia, under the baton of the admirable maestro Julio Medaglia; Little Solemn Mass, by Rossini, with the National Symphonic Orchestra of Radio MEC, also conducted by Alceo Bocchino. Upon its reopening for lyrical spectacles, the Theater Municipal of Rio de Janeiro returned to those, without characterization of Lyrical Seasons. In this period Maria Helena still participated in some spectacles such as The opera Don Giovanni by Mozart, in the role of Zerlina; The opera The Magic Flute by Mozart, in the role of Pamina; The opera Carmen by Bizet, in the role of Micaela. This was followed by several concerts, especially those held in the Sala Cecilia Meireles (Rio de Janeiro), accompanied by emeritus pianist Hermelindo Castello Branco; in the School of Music, University of Rio de Janeiro, with the renowned teacher and pianist Claudia Morena, who also accompanied the singer in two concerts at the Art Museum of São Paulo.In addition to Rio and Sao Paulo, Maria Helena Buzelin was invited to perform in other Brazilian cities, especially in Belo Horizonte by the Palace of Arts or in the auditoriums of the Minas Tennis Club and of the Pampulha Yacht Club, under the coordination of eminent producer Palhano Jr. Without any ceremonies, one can say that her lyrical farewell from the stage took place in Belo Horizonte in 1984, reviving Micaela, in the opera Carmen, by Bizet, with the warmest acclaim of the public and of the critics. Were 25 years of fruitful career, during which Maria Helena Buzelin conquered social respectability and admiration. Just celebrated and pointed out as the most detached and better Butterfly of Brazil, following the footsteps of Violeta Coelho Netto de Freitas. Integrate her repertoire of chamber music: Dido and Aeneas by Purcel, taken in Brasilia successfully under call of Norma Sylvestre at the Theater Nacional; Bastien und Bastienne by Mozart, another title successfully defended from the beginning of her career in Minas Gerais. In her phonographic repertorie are included “Jewels of Brazilian Singing” and, as part of the collection Brasiliana, edited by FUNARTE – Radio MEC (Rio de Janeiro), “Romantic Anthology of Brazilian Music” and “The Opera in the Imperial Court”.

Page 48: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

47

She recorded several programs for TV Globo (Rio de Janeiro), such as “Concerts for Youth”, directed by Marlos Nobre, and “Madame Butterfly” as mini opera. Recorded also for Funarte, the opera “One Man Only”, which was exhibited in many squares of Rio de Janeiro. Participated also in programs conducted by Flávio Cavalcanti, Bibi Ferreira and Jota Silvestre. In Belo Horizonte, leaves television and phonographic collection edited by the former TV Itacolomí of the Associated Newspapers and of the Radio Inconfidência (complete operas led by Choral Society of Belo Horizonte, Theater Francisco Nunes). Received numerous awards and honours in her career. Among them: Two awards “Orpheu” as best soprano in Belo Horizonte Lyric Seasons of 1960 and 1961; “Medal of the Order of Artistic Merit” of Minas Gerais in the degree of Official awarded by the Collegium Artium of the Foundation Clovis Salgado in Belo Horizonte; The Medal of Honor of the city of Belo Horizonte; “One of Ten Most of Music” in 1969, indicated by the Jornal do Brazil, Rio de Janeiro for her interpretation of the role of Alice in Falstaff by Verdi. During her career was soloist of the following orchestras: Orchestra of the Theater Municipal of Rio de Janeiro; Symphonic Orchestra of São Paulo; Symphonic Orchestra of Minas Gerais; Brazilian Symphonic Orchestra; Symphonic Orchestra of the Theater National of Brasília; National Symphonic Orchestra of Radio MEC (Rio de Janeiro). She was conducted, among others, by the maestros: Eleazar de Carvalho; Sérgio Magnani; Santiago Guerra; Henrique Morelenbaum; Mario de Bruno; Emilio Cesar de Carvalho; Jacques Perno; Emilio Martini; Carlos Eduardo Prates; Isaak Karabchevsky; Júlio Medaglia; Sebastião Vianna; Nino Stinco.

Page 49: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

48

Among the major pianists who accompanied her include: Francisco Buzelin; Hermelindo Castello Branco; Claudia Morena; Izolda Garcia de Paiva; William Naboré; Renata Cox. Besides a beautiful voice, a technique comparable to the greatest singers, distinguished herself by the perfection of her interpretations, always based on careful study and practice of intensive work of the roles she played. In recognition of her merits, was elected and took office on March 26, l993, as an effective member of the Academy of Letters and Music of Brazil, headquartered in Brasilia / DF, to occupy the chair number 57 (Music) of which the patron is Heckel Tavares and whose holder before was the devoted pianist Magdalena Tagliaferro. Outstanding Brazilian musician her name is a reference as an important interpreter of the lyric and chamber music, as well as for her personality. On the path of a career always among many struggles and successes, she attended all who asked her help or guidance even in preparing them for the stage. As soon as she arrived in the United States in early 1960, she was received by the great singer Bidu Sayão, with the help of Dora Vasconcellos and Nair Mesquita, cultural attaché and adviser to the Brazilian Consulate in New York, respectively. In such time she was heard in a restricted audition by Giuseppe Danise, director of the Metropolitan Opera House of New York, the very Bidu Sayão and expressive personalities of the world music scene. Had the next day made an audition at the MET – NY, which did not happened for the unfortunate and surprising death of Danise, which occurred that morning. However, this did not stop her to go towards other presentations that took place in Kansas and Texas, mostly. In Dallas, with her former teacher maestro Hellmann, she did a TV presentation drawing the attention of Lily Pons, one of the greatest divas of the world.

Page 50: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

49

In Leavenworth, Kansas, she was awarded the “golden key of the city”, for having fulfilled philanthropic programming. While in a official ceremony sang the American national anthem, on acclamation, in glorious moment of her career. Solon Alberti, known and respected educator, invited her to illustrate his lectures in a Opera Workshop at the University of Kansas. In return from the United States, starred in the opera La Traviata by Verdi, invited by maestro Sérgio Magnani and the businessman Wilson Simão, in Belo Horizonte. It was perhaps one of the greatest performances of her career. In Europe, in Geneva, Switzerland, made a program in the Radio Suisse-Romande, having the recordings of the same been irradiated in the Old World. So Maria Helena Buzelin could been heard in Portugal, France, Italy, Germany and many other countries. In her program on Radio Suisse-Romande in Geneva, she was accompanied by pianist William Naboré with whom she played, among other pieces, the Brazilian Bachianas number 5 (Aria and Cantilena) and Nhapopê, both by Villa-Lobos. In the same program she was accompanied by pianist Marlos Nobre in four of his own songs. In the final years of her life, wholly dedicated to the art of music, received from the renowned singer, Maria Lúcia Godoy loving encouragement of deep and undisguised admiration, indeed, reciprocal. Godoy endeavored to awaken the spirit and consciousness of Maria Helena Buzelin for the necessity, convenience and opportunity to rescue her memory. It was then that Maria Helena Buzelin in her pleasant home retirement began the process of selection of musics and texts of her huge and skillful career. Here, the record and the thanks to Godoy for whom Maria Helena Buzelin always made a point of emphasis. She died in Belo Horizonte on November 02, 2005, supported by husband, friends and relatives. She was buried in the cemetery of Bonfim, in Belo Horizonte Her generous soul, including her goodness and piety, will certainly be before God in heaven, joining the Choir of Angels

Page 51: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

50

Always devoted to Our Lady of Lourdes, she not rarely lent her voice to the temple during the ceremonies and church rites, accompanied by organist Auxiliadora Franzen de Lima. In Rio, with the accompaniment of Claudia Morena, usually sang in praise of God. Maria Helena Buzelin did not die. She was enchanted, how would say João Guimarães Rosa, the great poet of Minas Gerais.

Page 52: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

Scene from Butterfly with Nelson PortelaTheatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

In the premiere of La Bohème (“Mimi”) with maestro Santiago Guerra

Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

Assay of La Traviata, with director Sergio Brito Theatro Municipal do

Rio de Janeiro, 1970

Maria Helena with tenor Alberto Persson in La Traviata Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1970

51

Page 53: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

52

CRITICS “Maria Helena Buzelin was a lyrical, sweet and delicious Pamina.” RENZO MASSARANI, on The Magic Flute, by Mozart. Jornal do Brazil / Rio de Janeiro, RJ “She cleverly used her clear voice of beautiful timbre, always with great sensibility.” D’OR, on Stabat Mater, by Pergolesi. Diário de Notícias / Rio de Janeiro, RJ “She possesses generally acknowledged vocal gifts of great beauty, a charming personality, natural elegance and a discreet and spontaneous scenic ability.” LUIZ AGUIAR, on Madame Butterfly, by Puccini. O Diário / Belo Horizonte, MG “Her Violetta was above any expectation. Her diction was always colorful, vibrant in the famous Amami Alfredo, very agile in the Romanza of the first act and of extreme charm in Addio del Passato, which she sang like a Gemma Bellincioni or a Rosina Storchio.” VALERIANNI, on La Traviata, by Verdi Giornale Degli Italiani / São Paulo, SP “It must be noted especially the performance of the soprano Buzelin whose talents more expanded with beautiful timbre, when the greater were the difficulties of the music.” EURICO NOGUEIRA FRANÇA, on 9th Symphony, by Beethoven Correio da Manhã / Rio de Janeiro, RJ “With Madame Butterfly again reaffirmed her preference for the music by Puccini of which she became without doubt a legitimate interpreter and to which she gives as a contribution her so spontaneous art and the quality and beauty of her modulated voice of fine school.” MARQUES PORTO, on Madame Butterfly, by Puccini. O Dia / Rio de Janeiro, RJ “We were in the presence of an exceptional voice, as well as of an artistic nature very flexible.” PAUL DRUEY Tribune de Genève / Genève, Switzerland “The voice of crystalline metal is clear and safe in the highest sounds, sweet in the basses, precise in tonality and perfect in diction.” ROBERT CORNMAN Journal de Genève / Genève, Switzerland

Page 54: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

53

TESTIMONIALS “A soloist in the choir of Angels! The stage was opened and then came on the scene a small person with a great art and a great a voice. The audience was charmed and applauded with great intensity. Everything was beautiful in her presentation of rare beauty which touched the hearts of all who heard her.But one day the lights went out of the stage, and sadness invaded all of us. Her body dead. We lamented in our selfishness and in our feeling of the lack of her presence. But there were wonderful spirits smiling because was arriving a soloist to sing in the Choir of Angels. Her earthly body was over, but her heavenly body was illuminated with the brightest light of the Heaven. The Angels asked to Mary: What is the name of that new light? Mary answered: In the Earth her name was Maria Helena Buzelin. But now her name is Angel. She will be soloist for the next cantata, and we will be delighted forever. And so it is. Maria Helena is now a beautiful angel of God. “ DIVA PIERANTI - Consacrated Brazilian soprano Rio de Janeiro, RJ “Maria Helena Buzelin was one of the great Brazilian singers and performers, having many times sung in operas and in symphonic and chamber music concerts in Belo Horizonte and other capitals, Owning high musicality and very beautiful voice, was always very exalted and honoured by her work. I had the pleasure to meet her and to have her as a soloist already in her later life, in which her musicality and beauty of voice did not change, but on contrary charmed and delighted everyone. We talked a lot, also, about the vocal, choral and symphonic movement of Minas Gerais, and could always see the interest that she had to be able to add and help with her voice work for the State she loved so much. She participated in the beginning of the opera in the State, conducting a thorough work together with colleagues to build the opera in Minas Gerais. In Brasilia we met more than once, when she told me the pleasure of having sung with Maestro Eleazar de Carvalho and with so many colleagues. Her passion for vocal music was certainly exciting. For Brazil was a great loss not having more Maria Helena Buzelin among us, but certainly will remain in our memories the wonderful, beautiful and musical sound of her voice.” EMILIO DE CÉSAR – Maestro Brasília, DF “More than just a soprano and opera singer, Maria Helena Buzelin was an artist of the music and of the stage. I saw her singing many times, especially in the Theater Municipal of Rio de Janeiro and both her interpretations of La Traviata by

Page 55: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

54

Verdi and I Pagliacci by Leoncavallo, in that Theater, led the audience to tear and exaltation and the critics and experts to unrestrained admiration. Beside her talent and the varied colour of her voice in the melodrama in which she was unique she was a refined cultivator of the chamber music genre. The records she left are the proof that Maria Helena Buzelin occupies the position of one of the greatest Brazilian singers of all time.” MARCUS GÓES - Musicologist, music critic and writer Rio de Janeiro, RJ “Maria Helena Buzelin was an example of correction and artistic dignity to all of us Brazilian singers. Her impeccable technique allied with an unsurpassed histrionic ability and a very nice presence on stage, all next her beautiful voice. The memory I have of her is a perfect artist and a colleague interested and active. An example!” LEILA GUIMARÃES - Consecrated Brazilian soprano Rio de Janeiro, RJ “I did not have the privilege of working with the soprano Maria Helena Buzelin. I think this initiative is of high cultural value to the artistic heritage of Brazil. Maria Helena Buzelin was without doubt one of the most important name in our musical life.” ROBERTO DUARTE - Maestro Rio de Janeiro, RJ “(...) I am very honoured and happy for being included among those who will be somehow present in this more than just tribute to one of the most important artists of the art of opera and chamber music singing of Brazil and with whom I had the privilege to work countless times. Talk about Maria Helena Buzelin is remember her gentle and generous personality, combined with a high sense of professional responsibility in her relationship with the artistic ambient and especially with the works that she proposed to interpret. Getting and lending always a very high level in the results. The respect and sensitivity in dealing with colleagues, the proper, detailed and dedicated study of the works she made during her artistic life are the identity of this great and unforgettable artist.” HENRIQUE MORELENBAUM - Maestro Rio de Janeiro, RJ “Maria Helena Buzelin was one of the greatest singers of our country. Her presence was marked on the most important stages of Brazil, starting with the Theater Municipal of Rio de Janeiro, where she burned brightly in various operas, playing many different roles with her beautiful voice and artistic personality, with security and full domination of the scenic

Page 56: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

55

area. She was also a wonderful singer of chamber music, making an invaluable work of divulgation, performing recitals, concerts and leaving a significant number of recordings of Brazilian works.” LAURO GOMES - Producer Radio MEC/TV Educativa /Acerpes Rio de Janeiro, RJ “The name of the renowned singer Maria Helena Buzelin is very familiar to me because she performed at the Theater Municipal of Rio de Janeiro, whose performances of opera I watched since I as a child (...)” RICARDO TACUCHIAN - Musician São Paulo, SP “(...) About Maria Helena Buzelin, of whom only I knew the reputation of a great artist, I remember we had talked about issues involving edition of CDs with recordings she left. I am delighted to know that her memory is being cultivated (...). This is a work that can not stop.” FLÁVIO SILVA - Musician São Paulo, SP “Tenderness sound, gentle pronunciation. Nobility in style. Musical poetry. This is the singing of Maria Helena Buzelin.” JOSÉ PALHANO JÚNIOR - Lyric Singer and Cultural Producer Belo Horizonte, MG “I accompanied the Buzelin twice, in different circumstances and different music styles. They were for me a true satisfaction. A first time at the Theater Municipal of Rio de Janeiro, where she was the soprano in Requiem, by Mozart. Later, long after, at the Palacio das Artes, in Belo Horizonte, with her interpreting the role of Micaela in the opera Carmen by Bizet. A beautiful woman. A beautiful voice. A conscious and extremely musical interpreter. I never had to do the minor repair in her actuation. A rare situation. I consider her a truly great personality” CARLOS EDUARDO PRATES - Maestro Belo Horizonte, MG “Timbre unmistakable. Soft sounds clear and sonorous. Perfect as Violet in Traviata by Verdi as well as in Orpheus and Euridice by Gluck, Maria Helena Buzelin has a really lovely presence on lyric stages. Her presentations as Cio-Cio-San in Madame Butterfly by Puccini have always been considered insuperable, definitive. I witnessed the admiration that Violeta Coelho Netto de Freitas attributed to her publicly (...) A multitude of roles that effectively consacreted her, as Pamina, in The Magic Flute and Zerlina, in D. Giovanni, both by Mozart, Micaela in Carmen by Bizet, Nedda, in I Pagliacci

Page 57: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

56

by Leoncavallo, Leonora in Fidelio by Beethoven, among others, in chamber or opera music . I considered of the best level her interpretation in the role of Margherita, in Faust by Gounod alongside artists of the L’ Ópera of Paris (...). “ LUIZ AGUIAR - Maestro and Critic Belo Horizonte, MG “Warrior who never lose battles. She returned to Belo Horizonte, after a long absence with the same breath, the same artistic capacity and a voice absolutely full. Blessed with a unique artistic dignity!” WILSON SIMÃO - Lyric Singer and Critic (in memoriam) Belo Horizonte, MG “She came conquering glory.She started from below, without pretensions. Grew up very much. Travelled throughout Brazil and some countries like the USA and others in Europe. She was important prima donna in the Theater Municipal of Rio de Janeiro and in others Theaters. Converted herself in a icon of the lyric singing in Brazil.” TEREZA SIMÃO - experienced of lyric art, widow of Wilson Simão Belo Horizonte, MG “When I heard Maria Helena Buzelin, and it was the first time, she was playing Nedda in I Pagliacci by Leoncavallo. I became enchanted by the beauty of the voice, by the grace and the strenght she gave to the personage, by the vocal technique and by the immediate empathy with the public. I considered then she was a true artist, worthy of the best stages in the world, which indeed she attended and won with her art.I was honored to sing with her the “Stabat Mater” by Pergolesi, at the Theatro Municipal of Rio de Janeiro, and I regret our contacts and partnerships have been rare, the two involved in presentations at various places. A beautiful cultured and inteligent woman. The last time I had the honour of her presece was at the Museum “Abilio Barreto” in Belo Horizonte, where I had the opportunity to present a recital. Then I summon her to an urgent and necessary record of her many successes throughout the world. Her brother José Carlos Buzelin, also called by me,embraced the idea with real enthusiasm. Her husband, Dalnio Starling, with love and dedication, carries on this “Memory”. And now, finally, is happening this tribute to the great singer Maria Helena Buzelin, born in Minas Gerais.” MARIA LÚCIA GODOY - Consecrated Brazilian Soprano Belo Horizonte, MG

Page 58: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

57

“(...) Maria Helena Buzelin made history. Has her name registered in the books of the erudite music of Brazil, beyond being prestiged in many other countries. A great singer, whose death leaves incommensurable lacuna in the cultured and artistic panorama of this country.” MYRIAN DAUELSBERG - President of the Dell’Arte Rio de Janeiro, RJ “(...) With her I learned a lot. From her I received inestimable support when I began my career. Now listening her in a Compact Disk I intensely admire her voice, her technique, particularly in this song by Richard Strauss, which I’ll be singing here in this homage (...) On occasion of the public presentation of the Compact Disc “Eternamente”, in the Sala Cecília Meireles, Rio de Janeiro.” ELIZETH GOMES - Consecrated Brazilian Soprano Belo Horizonte, MG “(...) Maria Helena Buzelin, one of the most beautiful voices I have heard and had the pleasure to record with the National Symphonic Orchestra of Radio MEC. In my Ninety One years. I remember yet the warmth and the sensibility she artistically transmitted to her audiences during her recitals. Once, Claudio Santoro and I, heard together one of her presentations and, with great emotion, sincerely affirmed, one to the other, our artistic admiration. What a voice we were hearing! The special moment of my relationship with Maria Helena Buzelin was during the recording of the discs we were making.” ALCEO BOCCHINO - Maestro Rio de Janeiro, RJ “(...) I consider insuperable the art of Maria Helena Buzelin. Either in the opera either in the recitals, her interpretations represented true lessons. With her I learned a lot. And from her I incorporated practices of which I make use till now, as a singer who I am. Maria Helena Buzelin leaves a lacuna of difficult fulfillment.” WANDA WERNECK NAVES - Consecrated Brazilian Soprano Belo Horizonte, MG

Page 59: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

58

Page 60: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

Maria Helena (soloist of the Symphonic Orchestra of São Paulo) and the conductor Eleazar de Carvalho

Teatro Municipal de São Paulo, 1970

Maria Helena, her father (conductor Francisco Buzelin) and the

producer Palhano Jr. - Minas Tênis ClubeBelo Horizonte, 1975

The singer with conductor Hellmann, in TV studio

Dallas, 70’s

As “Zerlina”, in Don Giovanni Theatro Municipal do Rio de Janeiro, 1980

59

Page 61: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

60

Page 62: (1931 - 2005) - Maria Helena Buzelinserá eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...” José Carlos Buzelin (crítico musical e artista plástico) “Acclaimed voice

“Aclamada pela voz nas vestes líricas, admirável atriz que encantou plateias, aqui e no exterior.Camerista, dominava partituras complexas, interpretando-as me-diante refinado bel-canto.Porte encantador, suavidade e carismático magnetismo, alguns dos seus atributos reiteradamente ovacionados.Viveu para a música. Estudiosa e culta, angariou o respeito e a admi-ração dos colegas, do público e da crítica.Sem pretensões, ostentou elevado cetro artístico, com reverência e de-licadeza.Cativante, amealhou amigos e a simpatia de todos os que a conhece-ram, ou com ela conviveram humana e artisticamente.Mas, para mim, a irmã, o ser virtuoso e bom, superam a cantora!Deixam no meu coração o pulsar do fraterno amor, de imorredoura saudade!Maria Helena Buzelin, de tantos personagens, desde a minha infância será eternamente a “Neneca” que jamais haverá de morrer...”

José Carlos Buzelin(crítico musical e artista plástico)

“Acclaimed voice in lyrical roles, admirable actress who enchanted audienses in Brazil and abroad. Chamber musician, dominated complex scores, interpreting them through refined bel canto. Lovely porte, softness and charismatic magnetism, some of her attri-butes repeatedly applauded. She lived for music. Studious and cultured, conquested respect and admiration of the col-leagues, of the public and of the critics. Without vanity ostented high artistic sceptre with reverence and delicacy.Captivating, conquested friends and sympathy of all who knew her or with her convived, human and artistically.But for me the Sister, the virtuos and good human being outweigh the Singer. Leaves in my heart throb of fraternal love undying longing.Maria Helena Buzelin of so many roles since my childhood will be forever “Neneca” that will never die...”

José Carlos Buzelin(critic of music and plastic artist)

““Maria Helena Buzelin é exemplo de dedicação e reconhecimento pú-blico.”

“Analisar a atuação do soprano, lin-da por natureza, elegante e requinta-da por tradição, é assinalar uma série de valores positivos em sua carreira sempre gloriosa. Apesar do imen-so sucesso nos Estados Unidos, re-torna com a mesma simplicidade, em “La Traviata”. Momentos mara-vilhosos nos ofereceu no segundo e quarto atos. Merecidamente bisou a ária “Addio del passato”, mercê de pianíssimos e um fraseado impecá-vel. Cenas pungentes, sem exageros, teatralmente bem dosadas e imagi-nadas sem os arroubos melodramá-ticos.” “Maria Helena Buzelin repetiu os sucessos anteriores e veio, mais uma vez, confirmar sua grande sensibi-lidade. É, sem dúvida, a melhor e maior “Butterfly” brasileira. E, tam-bém, a mais bela. Comparável so-mente à Violeta Coelho Netto de Frei-tas.” “Sua entrada no inicio do primeiro ato foi maravilhosa e na ária “Un bel di vedremo”, dinâmica, visionária sonhadora. No dueto “Dolce notte”, convincente em gestos e atitudes.” “Mais uma vez “Nedda”, papel emi-nentemente dramático, de grande li-rismo, principalmente no dueto com “Silvio”, “A quest’ ora”, assim como na ária “Stridonno lassu”, sempre convincente, inclusive na gostosa e graciosa pantomima da “Commedia” do segundo ato. Mais uma vitória da sempre vitoriosa Maria Helena.” “Nos Estados Unidos, onde esteve re-centemente, foi considerada por Leo-nard Bersnstein, Solon Alberti e pela grande patrícia Bidu Sayão uma das maiores revelações brasileiras dos úl-timos tempos.”

LUIZ AGUIAR - emérito critico, ma-estro, professor, musicólogo e intér-prete.

(Fragmentos de críticas publicadas no jornal “O Diário”, de Belo Hori-zonte, na década de 1960, quando a cantora Maria Helena Buzelin, ao re-tornar de turnê de sucesso nos Esta-dos Unidos, fez várias apresentações em óperas e concertos.)

“Maria Helena Buzelin is an exam-ple of dedication and public recogni-tion.”

“Analise the performance of the so-prano, who is beautiful by nature, elegant and refined by tradition is to point out a number of positive values in her always glorious career. Despi-te immense success in the United Sta-tes returns to Belo Horizonte with the same simplicity in “La Traviata”. Of-fered us wonderful moments in the second and in the fourth acts. Under applauses sang twice the ária “ad-dio del passato”, sang with beautiful pianíssimos and impeccable phra-sing. Pungent scenes without exage-ration, theatrically dosed and imagi-ned without melodramatic excesses.”

“Maria Helena Buzelin repeated past successes and came, once more con-firm her high sensivity. She is, un-doubtedly, the best and the greater Brazilian “Butterfly”. And also the most beautiful, only comparable with Violeta Coelho Neto de Freitas.”

“Her entry in the beginning of the first act was wonderful. In the aria “Um bel di vedremo” was a visio-nary dreamer. And in the duet “Dol-ce note” convincing in gestures and attitudes.”

“Again “Nedda”, role eminently dra-matic, with a great lyricism , espe-cially in the duet with “Silvio”, “A quest’ora”, as well as in the aria “Stri-donno lassu”, always convincing even in the pleasant and graceful pantomime “Commedia” in the se-cond act. Another victory of the ever victorious Maria Helena.”“In the United States, where she was recently, she knew Leonard Berns-tein, Solon Alberti and the great pa-trician Bidu Sayão, being received by them as a great revelation of Brazi-lian recent times”.

LUIZ AGUIAR – emeritus critic, con-ductor, teacher, musicologistic and performer.

(Fragments of critics published in “O Diário”, Belo Horizonte, in the deca-de of 1960, by Maestro Luiz Aguiar, when the singer Maria Helena Bu-zelin - returning from sucessful tour in the United States - made several presentations in operas and concerts.)

(1931 - 2005)