1ª Geração Modernista – 1922-1930 Fase heróica, destrutiva ou revolucionária do movimento...
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1ª Geração Modernista – 1922-1930
• Fase heróica, destrutiva ou revolucionária do movimento modernista.
• Não sabemos o que queremos, mas sabemos o que Não queremos
Entre as principais características dessa fase,
temos:
Postura demolidora, de ruptura com:• As concepções estéticas do
passado,• O academicismo literário;• A gramática normativa;• As técnicas tradicionais de
versificação na poesia
• Utilização da poesia, espontânea e criativa, como principal veículo de expressão.
• Liberdade de pesquisa, de criação e de expressão: nada é obrigatório, nada é proibido – ver com os olhos livres.
• Liberdade formal, personificada em especial pelo uso do verso livre, pelas formas de composição sem nenhuma regularidade, pela pontuação subjetiva do texto ( ausência total de pontuação).
• Incorporação e valorização de temas ligados ao cotidiano.
• Linguagem coloquial, aceitação da contribuição milionária de todos os erros gramaticais. O português falado é elevado à categoria de linguagem literária.
• Ex.: Relicário ( O. de Andrade )
No baile da Corte Foi o Conde d Eu quem disse pra Dona Benvinda Que farinha de Suruí Pinga de Parati Fumo de Baependi É comê bebê pitá e caí
• Poema-piada; poema-paródia ( criado sobre textos consagrados, satirizando sobretudo o exacerbado sentimentalismo romântico e o formalismo parnasiano).
O capoeira ( O. de Andrade ) - Qué apanhá sordado?
- O quê? - Qué apanhá? Pernas e cabeças na calçada
Oswald de Andrade : O ponta-de-lança do
Modernismo• Autor que melhor encarnou o espírito modernista
em sua personalidade.• Sua vida foi gêmea de sua obra: polêmica,
contestadora, debochada e de vanguarda.• Como aspectos centrais de sua obra, destacamos: - Mistura de humor e de lirismo. Poema-piada e
paródia. - Linguagem poética muito simples. Capítulo
relâmpago e linguagem- telegráfica. Rupturas sintáticas e fragmentação.
• Oswald de Andrade: com 20 anos já aparece no cenário cultural – funda em 1911 um semanário combativo e humorístico chamado “O Pirralho” – dando mostras de sua verve polêmica por natureza.
• De 1922 a 1930, esteve envolvido em quase todas as polêmicas do meio artístico brasileiro. Escreveu o Manifesto da Poesia Pau-Brasil e o Manifesto Antropofágico.
• Principais obras publicadas:• Romance: Os condenados (1922);
Memórias sentimentais de João Miramar (1924); Serafim Ponte Grande (1933) – revolucionários na forma, os romances de Oswald apresentam linguagem cinematográfica, capítulos curtíssimos e muitas frases nomimais.
• Poesia: Pau-Brasil; Primeiro caderno de poesia do aluno O. de Andrade; Poesias reunidas.
• Teatro : O rei da vela (1937 )
Mário de Andrade: O papa do Modernismo
• Paulistano,foi o maior nome do Mod. Brasileiro.• Músico de sólida formação. Prof de piano.• Estudioso das artes plásticas e literatura.• Envolvido ativamente com a SAM, foi
ridicularizado pela platéia tão avessa aos novos pressupostos.
• Fez de suas viagens pelo Brasil subsídios para sua obra.
• Exerceu uma série de cargos públicos relacionados à cultura.
• Foi prof. de História e Filosofia da Arte.
• Criador e divulgador da Corrente Desvairista – Mário defende a liberdade de pesquisa, criação e expressão.
• Essa liberdade traz como fruto a poesia do inconsciente- o Surrealismo
• A escrita automática, o verso livre,as associações de imagens, a espontaneidade, a linguagem coloquial
• Assim, põe em prática o princípio fundamental do Modernismo : estabilização de uma consciência criadora nacional.
• Principais obras publicadas:
Poesia: Há uma gota de sangue em cada poema.
Paulicéia desvairada – ( 1922 ).O prefácio- Prefácio Interessantíssimo.
Losango cáqui – (1926)- trabalha a imagem do arlequim e do losango, são metáforas para a cultura brasileira, marcada pela alegria e pela pluralidade de tendências, semelhante à roupa do arlequim, formada por retalhos multicoloridos em formato de losangos.
Clão do Jabuti ( 1927) e Remate dos males (1930)- obras inspiradas em costumes, paisagens, dialetos regionais e no folclore.
Lira Paulistana – (1947) – obra de maturidade poética do autor, que volta a ter São Paulo como tema de seus versos, agora de maneira mais amadurecida e com técnica mais apurada.
Prosa : Amar, Verbo Intransitivo- romance, denominado pelo autor de
idílio: um caso de amor num tom ameno.
• De maneira criativa e maliciosa o autor brinca com o leitor, insinuando situações e manipulando conceitos freudianos. A obra ironiza valores, costumes e atitudes da classe alta paulistana.
• Sousa Costa- industrial e fazendeiro- contrata uma profª de alemão(Fräulein Elza) para os filhos: duas meninas, e Carlos,o mais velho.
Contos Novos – 9 contos - 2 anos após a sua morte.
Esses contos revelam maturidade artística Neles, Mário demonstra um
realismo mais denso e crítico, mergulhando na realidade social e
psíquica do homem brasileiro.
MACUNAÍMA : o herói sem nenhum caráter
• Chamado de Rapsódia.• Obra que mistura lendas, folclore, costumes,
crendices, falas, religiões, piadas, provérbios, comidas, mitos e motes brasileiros.
• O personagem- Macunaíma- é a encarnação do”jeito de ser brasileiro” : irreverente, brincalhão, amoral, erótico, supersticioso,preguiçoso, ardiloso e inteligente.
Não há limites entre a magia e a realidade; o fantástico assume
ares de coisa corriqueira.
• Macunaíma simboliza a mistura das raças: é índio, mas nasce negro e, ao se lavar numa fonte de águas mágicas- fica branco.
• O nome Macunaíma foi tirado da obra do etnólogo Koch Grümberg, que fez uma série de pesquisas com tribos da região extremo-norte do Brasil.
MANUEL BANDEIRA: humildade, paixão e morte
Desencanto‘Eu faço versos como quem chora De desalento...de desencanto... Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto.
Meu verso é sangue. Volúpia ardente...Tristeza esparsa...remorso vão...Dói-me nas veias. Amargo e quente,Cai, gota a gota, do coração.
E nestes versos de angústia rouca,
Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na
boca.
- Eu faço versos como quem morre.
•
Três aspectos fundamentais da obra de Manuel Bandeira: HUMILDADE de um
poeta que foi dos maiores da nossa literatura, sempre se considerou um poeta
menor.
*Uma verdadeira paixão pela existência, demonstrada por uma visão
profundamente humana:Madrigal MelancólicoO que adoro em ti,Não é a tua beleza.
A beleza, é em nós que ela existe.
A beleza é um conceito.E a beleza é triste.Não é triste em si,
Mas pelo que há nela de fragilidade e incerteza.
* A Morte como uma realidade extremamente próxima de si – saúde
debilitada- tuberculose- o que conduz seus versos a um tom confessional e a um pessimismo melancólico e resignado:
ConsoadaQuando a indesejada das gentes chegar( Não se dura ou caroável ),Talvez eu tenha medo.Talvez eu sorria, ou diga: - Alô, iniludível!
Auto-retratoProvinciano que nunca soube
Escolher uma gravata: Pernambucano a quem repugna
A faca do pernambucano;Poeta ruim que na arte da prosaEnvelheceu na infância da arte,
E até mesmo escrevendo crônicasFicou cronista de província;Arquiteto falhado, músicofalhado (engoliu um dia Um piano , mas o teclado
Ficou de fora); sem família,Religião ou filosofia:
Mal tendo a inquietação de espíritoQue vem do sobrenatural,E em matéria de profissão
Um tísico profissional.
Pneumotórax
Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos.
A vida inteira que podia ter sido e que não foi.
Tosse, tosse,tosse.Mandou chamar o médico:- Diga trinta e três... Trinta e três... Trinta e três...- Respire..............................................................................................
.- O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão direito infiltrado.-Então doutor, não é possível tentar o pneumotórax?- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.